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Grupo Cultivar de Publicações Ltda. CGCMF : 02783227/0001-86 Insc. Est. 093/0309480 Rua Sete de Setembro 160 – 12º andar Pelotas – RS 96015 – 300
Aplicação correta
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As principais técnicas de aplicação de inseticidas e o momento adequado para cada ocasião
Diretor-Presidente Newton Peter Diretora Administrativa Cely Maria Krolow Peter Diretor Financeiro e de Redação Schubert K. Peter
VNAC
Cultivar Grandes Culturas Ano V - Nº 52 Julho / 2003 ISSN - 1518-3157 www.cultivar.inf.br cultivar@cultivar.inf.br Assinatura anual (11 edições*): R$ 86,00
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(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)
Como identificar e controlar o vírus do nanismo amarelo da cevada,
Números atrasados: R$ 12,00 Assinatura Internacional: US$ 52,00 48,00 • Editor:
Charles Ricardo Echer
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• Coordenador de Redação
Rocheli Wachholz
Novas Cultivares
• Revisão
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Conheça as novas cultivares de milho disponíveis para a safra 2003/2004
• Design Gráfico e Diagramação
Cristiano Ceia _____________
• Gerente Comercial
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• Assistentes de Vendas
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Irrigação no Cerrado
_____________
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Iº Congresso de Irrigação do Cerrado apresenta o que há de melhor para o cultivo irrigado
• Assistente de Promoções
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• Assistentes de Vendas
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índice
Nossa capa Foto Capa / Pioneer
• Expedição
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Kunde Indústrias Gráficas Ltda. NOSSOS TELEFONES: (53)
Diretas
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Uso correto de inseticidas
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Vírus do nanismo amarelo em cevada
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Antídoto no herbicída
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Onde armazenar a safra de milho
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Novas cultivares de milho para 2003/04
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Coluna da Aenda
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I Congresso de Irrigação do Cerrado
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Agronegócios
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Mercado agrícola
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• ASSINATURAS:
3028.4010 • GERAL
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3028.4001 Por falta de espaço não publicamos as referências bibliográficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados podem solicitá-las à redação pelo e-mail: cultivar@cultivar.inf.br Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.
diretas Norma para sementes
Léo Togaschi
Eugênio Bohaptch, da Apasem, está otimista com a aprovação no Senado da nova lei que normatiza a comercialização de sementes e mudas no Brasil. Para o secretárioexecutivo, uma das vantagens é o respaldo legal que os órgãos fiscalizadores terão para combater a pirataria. Bohaptch destaca que as novas regras foram discutidas com todo o setor agrícola. Para entrar em vigor, a nova lei precisa ser sancionada pelo Governo e regulamentada. A Apasem já elaborou minuta com sugestões ao regulamento e enviou cópia à Abrasem e ao Ministério da Agricultura.
Maxxyma O engenheiro agrônomo e publicitário Regis Coleto acaba de abrir a Maxxyma Comunicações, onde coloca à disposição do agronegócio a experiência que adquiriu ao longo de 28 anos de atuação no marketing rural. A Maxxyma mantém assessorias técnicas com profissionais de áreas específicas como veterinária, pesquisa mercadológica e fotografia especializada em agropecuária. A agência está instalada no bairro Moema, em São Paulo.
Eugênio Bohaptch
Certificado
Novos rumos Léo Togaschi ingressa na agência de publicidade ePROMO – Exclam Marketing Promocional. Após 16 anos de trabalho na Syngenta, ele deixa a função de coordenador regional de propaganda e promoção para se dedicar à área de marketing promocional. “Estou buscando novos desafios pessoais e profissionais”.
Posse
Os silos da Bunge Alimentos de Sapezal, Campos de Júlio e Brasnorte, instalados no Estado do Mato Grosso, foram os primeiros do País a obter a certificação internacional HACCP (Análise de Perigo e Controle de Pontos Críticos), concedido pelo órgão internacional Control Union World Group .“Essa certificação é o atestado formal e internacional de que adotamos, há muito tempo, o controle sistemático de tudo o que produzimos ou comercializamos, garantindo produtos de excelente qualidade do campo até a mesa do consumidor”, destaca Sérgio Waldrich, presidente da Bunge Alimentos.
Sérgio Waldrich
Opção de plantio O diretor executivo da Pioneer Sementes, Daniel Glat, manifesta preocupação com os produtores de milho que pretendem migrar para lavouras de soja, motivados pelos preços pagos nos meses que antecedem o plantio.“O melhor ano para plantar milho é quando a maioria dos agricultores aumenta a área de soja”. A decisão mais técnica e vantajosa em curto prazo, segundo Glat, é a rotação de culturas. “Além de maximizar os resultados do milho, nos habilitamos a uma maior rentabilidade da soja na safra seguinte pelo fato de ser plantada em cima da palhada de milho”, complementa Glat.
Antônio Angelim
Parceria
Daniel Glat
Troféu Àguas de Prata
Sergio Pitt e Eduardo Yamashita
O secretário da Agricultura, Meio Ambiente e Expansão Econômica de Luís Eduardo Magalhães (BA), Dr. Eduardo Massuo Yamashita, recebeu no dia 15 de julho o troféu Águas de Prata no segmento Profissional Técnico Pioneiro em Consultoria Irrigada no Estado da Bahia. Engenheiro Agrônomo formado na Universidade Federal de Maringá (PR) e especialista em fruticultura, o secretário foi um dos principais organizadores do Iº Congresso de Irrigação do Cerrado Brasileiro, que aconteceu entre os dias 15 e 18 de julho, em Luís Eduardo Magalhães (BA).
Promoção Hélio Tollini
Mercado O diretor executivo da Abrapa, Hélio Tollini está preocupado com o atual panorama da economia brasileira. “O mercado está frio, parado”. Ele lembra a crise enfrentada pela indústria têxtil, inclusive com algumas fábricas fechando as portas. “Isso reflete diretamente na comercialização de algodão”.
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A CONFAEAB empossou no final de junho a nova diretoria executiva da entidade. À frente dos trabalhos está o engenheiro agrônomo Antônio de Pádua Angelim, que preside a Confederação no triênio 2003/2006. Também integram a nominata os engenheiros José Levi Pereira Montebelo, como vice-presidente e José Alencar Carneiro de Freitas, como primeiro secretário.
João Carlos da Silva Nunes assume nova função dentro do departamento de marketing da Syngenta. Ele deixa a área de Suporte Técnico e passa a comandar a gerência da linha de inseticidas para soja e tabaco. No novo cargo responde pelos produtos Engeo, Karate Zeon, Curyom, Curacron e Actara. Com larga experiência na área de sementes, Nunes não pretende se afastar do setor. “Permaneço associado à Abrates e um dos meus novos produtos, o Engeo, é utilizado para o controle de percevejo em soja que tem tudo a ver com qualidade de sementes e de grãos”.
A Unipac e a Dow AgroSciences formalizaram acordo para a produção de embalagens plásticas de defensivos agrícolas. A Unipac entra com a mão-de-obra enquanto a matéria-prima é fornecida pela Dow Química. Com essa parceria, a Dow Química recebe novo cliente para a comercialização de polietileno. A Dow AgroSciences também economizará cerca de 10% nos custos com a aquisição de embalagens.
Assessoria A relações públicas Luciana Brambilla ingressa em atividade própria e começa a se dedicar exclusivamente à assessoria de imprensa. Após se desligar da Conjunto Elo Comunicação Completa, ela começa a trabalhar ao lado da jornalista Silvia Cavichioli na Luciana Brambilla Relações Pública & Imprensa.
João Carlos Nunes
De olho nas exportações Uma comitiva de oito países, incluindo China, Turquia, Indonésia, Coréia e Itália – pertencentes ao grupo dos maiores consumidores mundiais de algodão – acaba de visitar lavouras de Mato Grosso. O grupo esteve nos municípios de Diamantino, Primavera do Leste, Itiquira, Petrovina e Campo Verde. Para o presidente da Ampa, José Pupin, a visita é uma excelente oportunidade de ampliação das exportações da pluma produzida no Estado. Em intervalo de 15 dias, essa é a segunda vez que importadores de algodão visitam Mato Grosso.
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Luciana Brambilla
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Trigo
Inseticida certo Fotos Dirceu Gassen
Para garantir o controle eficaz das pragas que atacam a lavoura, é necessário conhecer bem a fisiologia dos insetos-alvo e definir com cuidado o melhor método para aplicação dos produtos
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O
s inseticidas são aplicados nas lavouras com o objetivo de matar pragas e de proteger as plantas contra danos por insetos. Cada grupo de produto apresenta características próprias de modo de ação na planta e na praga. A expectativa do agricultor, em geral, é de ação de contato direto do inseticida sobre a praga ou a morte por inalação. Criase a expectativa de aplicações noturnas para atingir a praga que está se alimentando ou em atividade na superfície do solo ou na parte superior da planta. Para o controle de pragas em lavouras, os inseticidas agem, principalmente, por ingestão. Durante as horas mais quentes e de maior intensidade da radiação solar, as pragas se protegem da adversidade do déficit de saturação. Ao entardecer e nas primeiras horas da noite, entram em intensa atividade de alimentação, cópula e disseminação. Os inseticidas presentes na superfície do solo ou das planta são ingeridos ou penetram via contato com os tarsos e outras partes do corpo das pragas. As lagartas e os besouros desfolhadores de plantas são atingidos, principalmente, pela ingestão de inseticidas. A ação sistêmica de inseticidas é diferenciada para homópteros (pulgões, cochonilhas e cigarrinhas). Esse grupo de insetos extrai seiva em quantidade maior do que a necessária para a sua alimentação. A seiva é pobre em proteínas e em aminoácidos e rica em açúcares. Para absorver a quantidade mínima de proteínas, esses insetos extraem maior quantidade de seiva contendo inseticidas e atingindo a dose letal. Se o inseticida tiver ação sistêmica poderá ser ingerido e atingir a dose letal à praga. Os percevejos, conhecidos como insetos sugadores, extraem alimento das plantas de forma diferente dos pulgões, cigarrinhas e cochonilhas. Os percevejos escolhem as partes da planta com maior concentração de nutrientes como os grãos e os pontos de crescimento, injetam substâncias histolíticas e extraem as partes solubilizadas. Por isso, não é necessário que o inseticida seja sistêmico para o controle eficiente de percevejos. Produtos considerados de contato podem ter eficácia semelhante aos de ação sistêmica no controle Agosto de 2003
Para o controle dos pulgões, inseticidas de ação sistêmica são os mais indicados e eficazes
de percevejos. A ação sistêmica de inseticidas não significa circulação na seiva, atingindo todas as partes da planta. Em geral, o inseticida penetra na parte da planta onde é depositado e se movimenta em direção às extremidades apicais. Produtos aplicados nas folhas penetram na planta, mas não descem até a parte basal ou até as raízes. Se aplicados na folha superior, os inseticidas sistêmicos penetram na parte da planta onde são depositados e se movimentam em direção à extremidade distal. É falsa a expectativa de ação sistêmica com circulação ativa em toda a planta.
APLICAÇÕES AÉREAS
que três semanas. A combinação de fatores climáticos com a ocorrência de populações menores da praga resulta em períodos, aparentemente, maiores de persistência de inseticidas. Todas as formulações comerciais disponíveis no mercado, na dose adequada, protegem contra as pragas que atacam a semente. O tratamento de sementes contra pragas que atacam plântulas, na região do colo como a lagarta-rosca (Agrotis sp.), as brocas do colo (Listronotus bonariensis, Elasmopalpus lignosellus), as cigarrinhas (Deois spp. e outras) e os percevejos (Dichelops spp.), apresenta resultados erráticos de controle.
As pragas que se alimentam na extremidade distal das folhas como a lagartada-aveia (Pseudaletia spp.), o grilo (Anurogryllus spp.), as vaquinhas (Diabrotica spp.) e o tamanduá-da-soja (Sternechus subsignatus), ou os homópteros que extraem maior volume de seiva como os pulgões e a mosca-branca (Bemisia spp.), podem ser controlados com inseticidas sistêmicos aplicados na semente. Na escolha do inseticida mais eficiente é importante destacar a ação específica do inseticida e a dose letal para cada espécie de praga. Sob condições de chuvas regulares e umidade de solo adequada, a planta cresce melhor, o inseticida aplicado na semente é
Os inseticidas aplicados na parte aérea, ou mesclados com herbicidas na dessecação, causam a morte de insetos que se encontram acima da superfície do solo (lagartas, percevejos, besouros, moscas, pulgões, vespas etc.) com persistência inferior a uma semana. Não controlam pragasde-solo e não substituem o tratamento de sementes para a proteção inicial de plantas. Deve-se evitar a aplicação de doses elevadas de produtos de amplo espectro de ação na parte aérea plantas, preventivamente, por causa da morte de inimigos naturais e da reinfestação de pragas cujos adultos voam e se deslocam a longas distâncias.
TRATAMENTO DE SEMENTES O tratamento de sementes protege contra pragas que atacam sementes (corós, cupins, larva-arame, larva-angorá etc.) até duas ou três semanas depois da semeadura. É difícil alcançar persistência maior do 08
Cultivar
Para o controle de percevejo, produtos considerados de contato podem ter eficácia semelhante aos de ação sistêmica
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Agosto de 2003
A aplicação de inseticidas líquidos durante a semeadura é eficiente para pragas-desolo
bem absorvido pelas raízes e, por causa da temperatura do solo mais baixa, a praga consome menos, resultando na proteção satisfatória de plântulas. Em períodos de seca, a absorção de inseticida é reduzida, a planta cresce menos e a temperatura do solo se eleva aumentando a capacidade de dano da praga. Essa combinação de fatores resulta em menor eficácia de inseticidas aplicados na semente, para controle de pragas na plântula.
APLICAÇÃO NO SULCO DE SEMEADURA O uso de inseticidas no sulco de semeadura (granulados ou líquidos) apresenta a vantagem de aplicar maior quantidade de ingrediente ativo e de período mais longo de persistência do que o alcançado com o tratamento de sementes. As culturas com baixa população de plantas, como o milho e o girassol, com apenas 5 sementes/m², necessitam de proteção na semente ou no sulco contra o dano de pragas. As formulações granuladas apresentam vantagens com a liberação lenta de ingrediente ativo e período de persistência (proteção) mais longo. O uso é limitado pelo preço, relativamente elevado, dessas formulações e pela necessidade de adaptar uma terceira caixa na semeadora para distribuição do produto. Esse método, nas doses normais, é eficiente para o controle de pragas que atacam as sementes, as plântulas ou partes subterrâneas até cinco a sete semanas após a semeadura. A aplicação de líquidos no sulco de se10
Cultivar
meadura apresenta a vantagem de formulações comerciais mais baratas, usadas para aplicação na parte aérea de plantas, e a experiência consagrada de agricultores na regulagem de vazão de pulverizadores. É necessário adquirir ou adaptar equipamento nas semeadoras para direcionar o jato de inseticida para dentro do sulco de semeadura. É importante regular a vazão para volumes baixos (10 a 20 l/ha), optando por manômetro de baixa pressão, para permitir melhor regulagem, e por bico cone de baixa vazão e sem difusor ou por bico leque com ângulo de abertura menor. Assim, dirigindo o jato na forma de esguicho, para dentro do sulco, sem molhar os discos da semeadora e o solo ou a palha exposta à radiação solar. Deve-se aplicar o inseticida dentro do sulco e cobrir com solo, usando a roda ou disco de fechamento (cobertura) da semeadura. A aplicação do produto no sulco de semeadura resulta em doses elevadas de inseticidas, justamente, na área onde se deseja proteger contra a praga. Com base no exemplo do milho, semeado com espaçamento de 80 cm entre fileiras, e a aplicação de inseticida em um faixa de 8 cm no sulco de semeadura, a concentração do produto é 10 vezes maior, do que se fosse aplicado em toda a superfície do solo. A aplicação de inseticidas líquidos no sulco, durante a semeadura, é viável e eficiente para as pragas que atacam as sementes e as pragas-de-solo (corós, larva-arame, larva-alfinete e as lagartas que se protegem no sulco) nas culturas com maior espaçamento entre fileiras, como milho, girassol www.cultivar.inf.br
e algodão. Essa forma de uso de inseticidas substitui o tratamento de sementes, o uso de granulados e controla algumas pragas de plântulas na superfície do solo. Apresenta a vantagem de manter os inimigos naturais entre as fileiras de semeadura e fazer a proteção na área de germinação da semente e desenvolvimento inicial de plantas. Com a aplicação de inseticidas líquidos no sulco de semeadura, obteve-se a proteção de milho contra o dano de larva-alfinete até cinco semanas depois da semeadura. Nas culturas com espaçamento menor entre fileiras como o trigo, a cevada, a aveia e a canola, é inviável usar inseticida líquido dirigido no sulco de semeadura. Nesses casos, é mais prático, eficiente e econômico fazer a proteção contra pragas com inseticidas aplicados na semente. O equipamento de aplicação de inseticidas líquidos no sulco de semeadura, também é usado para a deposição de bactérias fixadoras de nitrogênio (Rhizobium) no ambiente onde se desenvolvem as raízes de soja e de feijão.
APLICAÇÃO VIA IRRIGAÇÃO A aplicação de inseticidas na água de irrigação, também denominada de quimigação, é adotada por alguns agricultores para o controle da lagarta-do-cartucho, entretanto, se considerar o elevado volume de água aplicado na irrigação (5 mm: 50.000 l/ha) e a baixa capacidade da planta reter água (600 a 800 l/ha na superfície da parte aérea e no milho até 2000 l/ha no cartucho), o índice de aproveitamento de inseticida é inferior a 4%. Ou seja, 96% do volume de inseticida aplicado cairá no solo com a água de irrigação. A quimigação é um método inadequado de aplicação de inseticida e deve ser evitado pelo efeito negativo na morte de inimigos naturais de pragas, na superfície do solo, e por favorecer a ressurgência das pragas cujos adultos são voadores, como as mariposas, os pulgões e os percevejos.
ESCOLHA E APLICAÇÃO Antes de optar por métodos de aplicação ou pelo tipo de inseticida para controle de pragas ou para proteção de plantas, deve-se examinar a lavoura, amostrar a população das espécies dominantes, que podem atingir o nível de praga e, então, definir a melhor forma de aplicação, o inseticida mais eficiente e a dose economicamente viável para a proteção de plantas. .
Dirceu N. Gassen Gerente técnico da Cooplantio Agosto de 2003
Dirceu Gassen
Trigo
Trigo nanico Como identificar e controlar o Vírus Nanismo amarelo Amarelo da da cevada Cevada(vnac), vírus do nanismo (VNAC), conhecido pelos danos que causa principalmente nas culturas de conhecido pelos danos que causa principalmente nas culturas de inverno, inverno, como trigo,e cevada como trigo, cevada aveia e aveia
O
Vírus do Nanismo Amarelo da Cevada (VNAC) está distribuído em todos os locais onde se cultivam cereais, pastagens e gramíneas nativas. No Brasil, a ocorrência da virose concentra-se na Região Sul, principalmente, nos Estados produtores de cereais de inverno. A denominação VNAC é atribuída em função de que a etiologia da doença foi determinada pela primeira vez em cevada, no entanto, a virose afeta igualmente plantas de aveia, centeio, trigo e triticale. 12
Cultivar
O VNAC é causado por cinco estirpes distintas do vírus pertencente ao gênero Luteovírus. O vírus do VNAC apresenta partícula isométrica com diâmetro de 25 a 30 mm e RNA de fita simples. O vírus do VNAC é transmitido de forma persistente (circulativa) por mais de 25 espécies de afídeos (pulgões) pertencentes principalmente aos gêneros Metopolophium, Rhopalosiphum, Schizaphis e Sitobium. As partículas virais do VNAC não são multiplicadas no corpo www.cultivar.inf.br
do pulgão vetor. Os afídeos virulíferos retêm o vírus através das mudas sucessivas, na fase de ninfa, porém, não o transmitem a sua progênie. O vírus é constituído biologicamente por cinco estirpes distintas de acordo com a associação da espécie de pulgão vetor. O RPV é transmitido eficientemente por Rhopalosiphum padi (Linnaeus), onde R= Rhopalosiphum, P= padi, V= vírus; RMV por R. maydis (Fitch), onde M= maidis; MAV por Sitobium avenae (Fabricius), onde M= Macrosiphum, sin. Sitobion, Agosto de 2003
A= avenae; SGV por Schizaphis graminum (Rondani), onde S= Schizaphis, G= graminum e PAV tanto por R. padi como por S. avenae. As estirpes diferem de virulência relativa em diferentes variedades do hospedeiro, nos sintomas produzidos e em sua especificidade de transmissão por diferentes espécies de afídeos. O VNAC não é transmitido pela semente. Os danos em plantas infectadas estão relacionados principalmente com o nanismo da planta, com o tamanho das espigas, número e peso dos grãos. As alterações no crescimento e na clorofila refletem em mudanças na anatomia, citologia e fisiologia de plantas infectadas pelo VNAC. Os danos maiores verificam-se quando a infecção pelo vírus ocorre nos estádios iniciais de desenvolvimento das plantas. Os sintomas causados pela infecção do VNAC podem expressar-se de várias maneiras dependendo da espécie de planta hospedeira, do cultivar, da idade e das condições fisiológicas da planta no momento da infecção, da estirpe, da concentração do vírus e das condições ambien-
tais. Os sintomas mais comuns são a redução do crescimento e a clorose e/ou avermelhamento das folhas das plantas. A intensidade luminosa alta e as temperaturas relativamente baixas na faixa de 15 a 18oC favorecem a expressão dos sintomas. Em trigo, as plantas infectadas podem apresentar sintomas de nanismo, devido à redução da elongação dos entrenós, inibição da formação das raízes e a perda da cor verde nas folhas. As folhas de cereais de inverno mostram uma descoloração que tem início 7 a 20 dias após a infecção. O principal sintoma em plantas de trigo é o amarelecimento da folha bandeira, sendo que em alguns cultivares a folha bandeira pode mostrar-se arroxeada ou avermelhada. Em plantas adultas, após o espigamento, a doença pode levar à morte da folha bandeira sem ocorrer a morte da planta. Nesse caso, as espigas das plantas tornam-se pardo-escuras pelo escurecimento, às vezes estriado, das glumas. Em outras situações, as espigas também tornam-se escurecidas e a folha bandeira permanece verde. A combinação desses
sintomas pode também ser encontrada. Em lavouras de trigo, podem ser visualizadas áreas mais ou menos circulares de plantas com folhas amarelecidas e espigas pardo-escuras, possivelmente correspondendo à presença das colônias dos pulgões virulíferos e à sua migração nas proximidades. Em cevada, observa-se descoloração amarelo-clara iniciada na extremidade apical e na margem das folhas, progredindo com o passar do tempo para a base e terminando por amarelecer todo o limbo foliar. As demais alterações de cor são semelhantes às descritas em trigo. As plantas de aveia infectadas pelo VNAC podem apresentar afilhamento excessivo, nanismo e folhas com cor bronzeada, alaranjada, vermelha ou púrpura, dependendo do cultivar e do ambiente. Quanto ao nanismo, os sintomas não são muito pronunciados. Dos três cereais de inverno, a aveia é o cereal que manifesta sintomas de mais fácil reconhecimento e que, portanto, contribui para a diagnose indireta no campo. As folhas de plantas de aveia
apresentam-se arroxeadas e normalmente enroladas. A infecção pelo VNAC pode também reduzir o afilhamento, impedir o espigamento, causar esterilidade e falha no enchimento de grãos. As espigas de trigo e cevada infectadas podem emergir mais tarde, apresentar-se mal formadas, de menor tamanho e descoloridas durante a maturação. O número e o peso dos grãos pode ser reduzido. Os grãos obtidos de espigas infectadas, com sintomas de escurecimento, apresentam-se menores, chochos e de menor peso. A epidemiologia do VNAC torna-se complexa ao considerar-se que inúmeras gramíneas nativas, forrageiras e invasoras, também são citadas como hospedeiras do vírus. O vírus já foi detectado em aveia-fátua, azevém, capim-arroz, capim-lanudo, capim-massambará, capim-treme-treme, cevadilha, festuca, grama forquilha e pastinho-de-inverno. Considerando-se a ampla gama de hospedeiros, pode-se deduzir a importância dessas plantas-reservatório na manutenção do inóculo primário do VNAC, no Brasil. Como resultado do aumento da área cultivada sob plantio direto, as plantas de aveia voluntárias estão praticamente perenizadas no sul do Brasil. Outra gramínea muito comum é o azevém, com população de plantas possivelmente maior do que a aveia. Embora cultivados no verão, o milho e o sorgo podem também ser im14
Cultivar
Dirceu Gassen
Dirceu Gassen
Ricardo Casa
Sintoma de escurecimento em espiga de trigo de planta infectada por VNAC (dir.)
Folha de trigo com sintoma de amarelecimento por causa do VNAC
portantes fontes de inóculo para essa virose. Essas duas espécies comportamse como “pontes verdes” para a manutenção do inóculo e da população de vetores para os cultivos de inverno. A fonte de inóculo secundário dessa doença é representada pelas plantas infectadas nas lavouras de cereais de inverno durante a estação normal de cultivo. No verão/outono, quando os insetos vetores, na busca de alimento, alimentam-se das plantas-reservatório, ingerem, juntamente com a seiva do floema, as partículas do vírus. Tornam-se, portanto, virulíferos e com capacidade de passar o vírus para plantas não infectadas. Tanto a aquisição como a inoculação do vírus ocorrem passivamente em conseqüência do processo de alimentação do inseto. Quando os vetores alçam vôo a partir das plantas reservatório, em direção às lavouras emergentes de cereais de inverno, ocorre o processo de disseminação ou de transporte do patógeno. A disseminação do vírus realizada pelos afídeos vetores está diretamente envolvida com a epidemiologia da doença. O movimento dos afídeos no campo influenciará o modelo espacial e temporal da doença. Quando o afídeo atinge a planta hospedeira, seleciona um local favorável à alimentação através da picada de prova. Uma vez no local propício, passa a alimentar-se, ocasião em que ocorre a passagem ou transmiswww.cultivar.inf.br
Pulgão Rhopalosiphum padi é uma das 25 espécies de afídeos que transmitem o VNAC
são da partícula viral presente na hemolinfa do inseto vetor para a célula do floema do hospedeiro. O período mínimo de acesso ao hospedeiro infectado pelo vírus, requerido para a aquisição ou inoculação, varia entre a combinação estirpe-vetor, porém, situa-se na faixa de 15 a 60 minutos. O aumento no período de aquisição determinará aumento da eficiência de transmissão até um tempo ótimo de aproximadamente 24 a 48 horas. Entre as estratégias de controle do VNAC, citam-se: resistência genética do hospedeiro ao vírus, resistência genética do hospedeiro ao vetor, eliminação de plantas-reservatório, evitação e controle do vetor.
RESISTÊNCIA GENÉTICA AOS VÍRUS Apesar dos esforços desprendidos pelas instituições de pesquisa, que trabalham com melhoramento de plantas no mundo todo, ainda não foram desenvolvidas cultivares imunes ao VNAC. No Brasil, até o presente momento, não estão disponíveis cultivares comerciais de aveia, cevada e de trigo resistentes ao vírus. Em geral, a tolerância de alguns cultivares pode estar atribuída à ausência da espécie do pulgão e sua respectiva estirpe em uma determinada região.
RESISTÊNCIA GENÉTICA AOS VETORES Paralelamente ao programa de desenvolvimento de variedades com resistên-
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cia ao vírus, tem se procurado criar cultivares com resistência aos afídeos. Trabalhos têm sido conduzidos com o objetivo de identificar fontes e classificar a resistência de linhagens e de cultivares de trigo ao pulgão verde do trigo (S. graminum).
PLANTAS-RESERVATÓRIO A data de semeadura coincidindo com a presença de afídeos virulíferos no outono pode ter relação com a infecção de plântulas com o vírus. O retardamento da época de semeadura, visando ao controle da virose, deve ser melhor investigado no Brasil. Provavelmente, as semeaduras no início da época recomendada devem coincidir com altas populações de pulgões virulíferos, que migram das áreas com aveia perenizada, resultando em maiores danos. Por outro lado, as semeaduras no final das épocas recomendadas acarretariam problemas sanitários como maior ocorrência de giberela, pela coincidência de temperaturas altas e chuvas após a floração. A eliminação das plantas-reservatório contribui para a diminuição do inóculo primário. No entanto, no Brasil, com o plantio direto e a perenização de plantas de aveia numa extensa área geográfica, esta
estratégia torna-se difícil.
CONTROLE BIOLÓGICO DO VETOR O controle biológico do vetor pela introdução, multiplicação e liberação de parasitóides dos pulgões vetores do VNAC, feito pela Embrapa Trigo, a partir de 1978, teve sucesso na redução da população dos insetos vetores. Porém, a partir das safras de 1996/97, principalmente no sul do Brasil, tem se observado um aumento da incidência da virose em lavouras de aveia e de trigo, possivelmente pela ressurgência da população dos insetos virulíferos.
CONTROLE QUÍMICO DO VETOR A agricultura moderna dispõe de substâncias químicas específicas para o controle de fungos, bactérias, nematóides, insetos e plantas daninhas, respectivamente, denominados de fungicidas, bactericidas, nematicidas, inseticidas e herbicidas. Infelizmente ainda não estão disponíveis em escala comercial substâncias viricidas. Os afídeos freqüentemente causam danos diretos nas culturas, sendo eficientemente controlados com a aplicação de inseticidas via foliar. Entretanto, nesse caso, os inseticidas não são efetivos na
prevenção da transmissão do VNAC, na emergência das plântulas, quando a população dos afídeos é alta. Por isso, o controle do VNAC pela aplicação de inseticidas na parte aérea não tem sido satisfatório. Uma nova possibilidade de controle de viroses, via controle químico dos vetores, surgiu com o desenvolvimento de nova geração de inseticidas sistêmicos para tratamento de sementes, pertencentes à classe dos neonicotinóides [cloronicotinilas (imidacloprida) e tianicotinil (tiametoxan)]. Pelo tratamento de semente com esses inseticidas sistêmicos, existe a possibilidade de controlar o vetor antes que ocorra a transmissão do vírus na planta. As plântulas originadas da semente tratada emergem protegidas de tal modo que quando os pulgões iniciam a alimentação ingerem o conteúdo do floema contendo o inseticida que lhes determina a morte imediata. .
RICARDO TREZZI CASA, UESC/SC ERLEI MELO REIS, UPF/RS
Pioneer
Safeners
Compostos químicos aumentam tolerância de culturas como milho e trigo a herbicidas, mantendo eficácia no controle de plantas daninhas
Antídoto no herbicida E
m sistemas de produção de cereais, o trigo e o joio, também chamado azevém, ou outras gramíneas de inverno, como as aveias, competem pelos recursos de ambiente (água, luz e nutrientes).
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Cultivar
A tecnologia que oferece proteção aos cultivos disponibiliza aos produtores agrícolas uma ferramenta importante, os herbicidas que, usados corretamente, permitem produzir com segurança. À primeira vista, essa solução parece ser
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simples. No entanto, através de análise mais criteriosa, verifica-se que ela é mais complexa no seu desenvolvimento. Assim, a pergunta inicial é como e por que um herbicida interferiria somente em uma espécie de planta daninha e não na cultura de trigo, uma vez que ambas são gramíneas e, portanto, parentes próximos? Esse aparente paradoxo tem sido investigado através de estudos da fisiologia vegetal e pesquisando os sistemas enzimáticos de cada espécie para buscar as razões dessas diferenças em resposta entre espécies. Assim, milhares de substâncias foram pesquisadas para verificar o seu uso potencial como antídotos para herbicidas. O uso de compostos químicos para aumentar a tolerância de culturas a herbicidas foi desenvolvido no final da década de 40 sendo, hoje, uma tecnologia aceita comercialmente. Esses compostos podem ser aplicados como tratamento de sementes ou formulados juntamente com o herbicida. A escolha do tipo de aplicação depende do modo de ação do herbicida. Quando o antídoto
Agosto de 2003
Dirceu Gassen
em milho, possuem na sua formulação um antídoto, o dichlormid, que permite o uso de doses necessárias para o controle de plantas daninhas, protegendo a cultura contra efeitos fitotóxicos do herbicida. O mecanismo de ação é a conjugação do herbicida à glutationa no milho, inativando-o. Essa conjugação não ocorre em outras plantas, mantendo assim a eficácia desses herbicidas no controle de plantas daninhas. Esse antídoto também reduz os danos causados por outros herbicidas, como os de sethoxydim em sorgo. É provável que novos antídotos sejam desenvolvidos no futuro próximo, para ampliar e tornar mais segura a aplicação de herbicidas em culturas, ao mesmo tempo em que mantêm o espectro de plantas da. ninhas controladas. “Safeners” combatem plantas daninhas sem causar nenhum dano à cultura
pode reduzir a eficácia de controle, eles devem ser aplicados como tratamento de sementes. Por outro lado, quando ele reduz a fitotoxicidade, sem reduzir a eficácia do herbicida, prefere-se formulálo juntamente com ele, sendo o método mais prático. Os trabalhos levaram ao desenvolvimento de substâncias de rápida absorção, de rápido metabolismo pela cultura na qual o herbicida seria usado. Essas substâncias são chamados antídotos (“safeners”) que protegem a cultura, mas não a planta daninha, contra o herbicida. Há dois mecanismos de ação dos antídotos, ambos relacionados à desintoxicação metabólica do herbicida: aumento da quantidade de glutatione (GSH) e/ou da enzima glutationa transferase (GST) que conjuga o herbicida à glutationa, um composto de três aminoácidos, inativando-o. Outros mecanismos de ação estão na atividade das oxidases, enzimas que inativam herbicidas através de várias reações, como hidroxilação, havendo, também, trabalhos que demonstram que antídotos podem reduzir a absorção e a translocação de herbicidas na planta, diminuindo a sua fitotoxicidade à cultura. Alguns “safeners”, como por exemplo o anidrido naftálico, podem causar fitotoxicidade às culturas, manifestada através de clorose nas folhas e inibição do crescimento de plantas. Logo, sementes tratadas com esses produtos e armazenadas por longos períodos podem aumentar a possibilidade de efei-
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Erivelton Scherer Roman, Embrapa Trigo Jesus Juares de Oliveira Pinto, UFPel
tos fitotóxicos às sementes e plântulas, não tendo a eficácia desejada. Atualmente, o propargil é formulado juntamente com o clodinafop para melhorar a seletividade do herbicida para os cereais. Esse produto atua na síntese de ácidos graxos na rota metabólica da síntese de lipídios, reação catalisada pela enzima ACCase (acetil coenzima-A carboxilase) em gramíneas. Essa enzima sofre inibição de sua atividade pelo clodinafop, não havendo a síntese de lipídios, essenciais para o crescimento da planta. A seletividade do produto ao trigo é assegurada pela presença do antídoto na formulação, o qual, possivelmente, inativa o herbicida dentro da planta de trigo. Também outros herbicidas têm sua seletividade aumentada pelo uso de antídotos. Assim, o EPTC e Butylate (Sutan+), herbicidas que podem ser usados
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Cultivar
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Charles Echer
Milho
Super safra de verão e safrinha, somadas com a baixa comercialização de grãos no primeiro semestre deste ano, ocasionaram a lotação de armazéns e podem prejudicar a qualidade dos grãos que não forem estocados adequadamente
Faltam galpões O
governo está comemorando a safra deste ano que deverá fechar na marca das 120 milhões de t, sendo que somente a soja responde por mais de 52 milhões de t, seguida pelo milho com cerca de 45 milhões de t. O ponto importante é que os produtores ainda têm muita soja para ser negociada, que segue armazenada nos principais Estados produtores. E, para complicar o quadro geral dos armazenadores, ainda temos grandes volumes da safra de verão do milho, que foi de cerca de 33,5 milhões de t, e destas, pelo menos 50% ainda estão paradas nos armazéns. Levando-se em conta que a soja negociada até agora não foi além dos 60%, estaríamos também com mais de 20 milhões de t de soja para serem fechadas. As principais regiões produtoras do centro-oeste, sudeste e também do Paraná estão em cima da colheita da safrinha, que saltará das 6 milhões de t, do ano passado, para as 11,2 milhões de t neste ano. Todos esses volumes de produto estão abarrotando os armazéns e em pouco tempo também teremos outras 4,5 milhões de t de trigo chegando, isso sem deixar de citar o sorgo, triticale e outros grãos que representam pelo menos outras 2 milhões de t. Nos últimos anos, o Brasil melhorou muita sua capacidade de armazenagem, principalmente nos Estados centrais e, mais precisamente, no Mato Grosso. Mesmo as18
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sim, o quadro deste ano está apertando o setor e já estamos vendo milho sendo armazenado a céu aberto em baixo de lonas. Os embarques na exportação do milho estão um pouco acima da marca de 1 milhão de t, que é muito pouco para uma safra de 45 milhões de t, já que iremos consumir cerca de 39 a 40 milhões. Porém, temos que lembrar que o consumo está em crescimento e, neste segundo semestre, poderemos ter surpresas positivas com os frangos e suínos que estão em crescimento nas exportações e também no mercado interno.
MUITO PRODUTO ESTOCADO Para tentar mostrar o rumo que o mercado brasileiro irá tomar neste segundo semestre, estivemos avaliando o volume de produto em estoque nas principais regiões produtoras, e também a comercialização da soja do milho até o mês de julho, projetando os resultados de grãos nos armazéns em agosto. Em outros anos, a soja estaria com cerca de 70 a 75% da safra já comercializada, e como a produção dos anos anteriores era muito menor, restaria para serem negociadas menos de 10 milhões de t. Neste ano, porém, estamos com mais de 20 milhões, e pelo visto os produtores não estão dispostos a soltar o produto com facilidade. Agora com uma grande safrinha, que já é maior que a safra total da África do Sul, o aperto na armazenagem é granwww.cultivar.inf.br
de e poderá comprometer a qualidade de parte da safra que não for guardada adequadamente. Uma das alternativas de comercialização que têm aparecido são as Opções do governo que somam pouco mais de 1,5 milhões de t, e mais ou menos 300 mil t de produto negociado antecipado para dar garantia aos insumos usados para o plantio, que se concentram no centro-oeste. Deixando-se, assim, Estados como o Paraná com os armazéns abarrotados de cereais. O temor dos produtores do sul e parte do Mato Grosso do Sul, é que a chegada da safra de trigo, no final deste mês em diante, venha complicar ainda mais o quadro, porque o Paraná já tem mais de 14 milhões de t em seus armazéns e deverá colher mais de 2 milhões de t. Com isso, não terá espaço para todo o produto. Isso já está obrigando algumas cooperativas do Estado a repassar parte do milho e da soja que têm em casa, deixando as posições a fixar nas mãos das principais indústrias. O quadro geral no centro-oeste não é diferente. Nessa região, os produtores e armazenadores nunca viram tanto produto em tão curto espaço de tempo. Contam com os armazéns cheios de produto e, dessa forma, não há espaço para completar a colheita da safrinha. Também não esquecendo que ainda existe um bom volume de sorgo na região que disputará espaço com Agosto de 2003
Situação do milho e da soja no Brasil entre julho e agosto de 2003 Estados
Produção da soja em 1000 t
Comercialização jul/03 (%)
Estimativa de soja livre em agosto em 1000 t
Produção de Milho Safrinha em 1000 t
Estimativa de milho livre da safra de verão 1000 t
Total de milho a negociar 1000 t
Total de produto nos armazéns 1000 t
RS PR SP MG GO MS MT Brasil
9.600 11.200 1.800 2.420 6.280 4.120 13.150 52.140
52 50 45 47 68 70 73 60
4.600 5.600 990 1.280 2.010 1.230 3.550 20.850
280 4.800 1.300 250 750 1.700 1.950 11.280
2.700 3.700 700 1.250 650 250 50 10.200
2.980 8.500 2.000 1.500 1.400 1.950 1.400 20.880
7.580 14.100 2.990 2.780 3.410 3.180 4.950 41.730
Fonte: BRANDALIZZE CONSULTING (*)estimativa
a soja e o milho existente. O governo acenou no final de julho com alternativa de compra de parte do milho e também de recursos para a armazenagem, para amenizar a queda das cotações, mas não é solução para o produto de armazéns. Isso poderá ser um estímulo a novos investimentos em infraestrutura nas principais regiões que estão em expansão, o que dará ao segmento fôlego para crescer, porque as áreas novas estão distantes dos portos. Com isso, estará se viabilizando a produção dos grãos de menor valor, principalmente do milho.
PRODUTOR CAPITALIZADO Os produtores têm alguns fatores a seu favor, o que lhes dá maior tranqüilidade para negociar. O setor está capitalizado e entregando a fixar, e pelo que sentimos, tem alguns produtores dizendo que podem esperar até o quadro se normalizar e aparecer demanda. A alternativa continua sendo a ex-
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portação, que depende de um câmbio mais favorável, ao redor dos R$ 3,20. Para a soja, os produtores continuam apostando em alta, e grande parte está usando-a como ativo real. Dessa forma, sem interesse em vendê-la porque já sabem que o câmbio está no fundo do poço e daí para baixo não vai mais. Assim, todo o crescimento que a moeda americana tiver será ganho para os produtores. Porém, é importante ao setor acompanhar o desempenho da safra americana, que está na sua principal fase e, neste mês de agosto, praticamente se define. Essa safra vem sendo projetada entre 78 e 82 milhões de t, e pode dificultar novos avanços nas cotações.
TENDÊNCIAS POSITIVAS PARA 2003 Temos muito milho e grande volume de soja para serem negociados no período de entressafra, e a pressão de alta, que normal-
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mente ocorria, poderá vir com menos força, criando limitadores de avanços. Também temos de alertar que se o produtor tiver que negociar entre agosto e setembro, poderá encontrar um mercado com mais oferta que demanda. Lembramos que as cotações atuais do milho e da soja estão abaixo do mesmo período do ano passado, que foi um dos melhores anos da agricultura do Brasil, mas dentro ou acima das médias históricas. Portanto, neste momento, é importante fazer cálculos e avaliar a relação de troca com insumos a serem usados no novo plantio, que podem estar favorecendo os produtores. Mas não devemos esquecer da lei da oferta e da demanda, porque o produtor capitalizado e sem interesse nas cotações vigentes poderá segurar a safra e forçar . o mercado para cima. Vlamir Brandalizze Brandalizze Consulting
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Nossa capa Cultivar
A
Milho novo
A próxima safra de milho terá 233 cultivares diferentes disponíveis no mercado, 35 novas com característoicas específicas para os principais polos produtores do país
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nualmente, uma análise crítica sobre as cultivares de milho disponíveis no mercado é realizada. Na safra de 2003/04, são listadas (Tabela 1) 233 cultivares de milho - 26 a mais do que na safra passada, sendo cinco de milhos especiais (três cultivares de milho pipoca, duas de milho doce e uma de milho ceroso). Cerca de 35 novas cultivares foram lançadas, substituindo nove que deixaram de ser comercializadas, demonstrando a dinâmica dos programas de melhoramento e a importância da semente no aumento da produtividade. Esta publicação objetiva relacionar todas ou pelo menos a grande maioria das cultivares de milho existentes no mercado, fazendo uma análise crítica das características desse material genético. Utilizaram-se as informações existentes nos materiais de divulgação e promoção das empresas do ramo, como boletins e fôlderes das cultivares de milho distribuídos gratuitamente, e informações obtidas diretamente das firmas produtoras de sementes. É provável que algumas cultivares não estejam mencionadas neste trabalho e que outras citadas já não estejam disponíveis no mercado. Entretanto, pela grande amostragem utilizada, as análises apresentadas refletem as características das cultivares comercializadas no País. As cultivares que estão no comércio na safra 2003/04 e suas principais características e recomendações estão listadas nas Tabelas 1 e 2. Existem no mercado variedades e híbridos. Uma variedade de milho é um conjunto de plantas com características comuns, sendo um material geneticamente estável e que, por essa razão, com os devidos cuidados em sua multiplicação, pode ser reutilizado sem nenhuma perda de seu potencial produtivo. Quase toda a sua produção é realizada por órgãos públicos ou cooperativas e, geralmente, essas variedades são comercializadas em regiões restritas ou utilizadas em programas sociais de distribuição de sementes. Vinte e oito variedades estão disponíveis para os agricultores, demonstrando que, embora ocorra uma predominância de híbridos simples e triplos, ainda existem, em todas as regiões do País, variedades que poderão ser mais apropriadas para sistemas de produção de menor custo e, principalmente, para a agricultura de subsistência. Os híbridos existentes no mercado brasileiro podem ser assim definidos: Híbrido Simples - obtido pelo cruzamento de duas linhagens endogâmicas. Em geral, é mais produtivo que os demais tipos de híbridos, apresentando grande uniformidade de plantas e espigas. A seAgosto de 2003
mente tem maior custo de produção, porque é produzida a partir de linhagens, que, por serem endógamas, apresentam menor produção. Híbrido Simples Modificado – nesse caso, é utilizado como progenitor feminino um híbrido entre duas progênies afins da mesma linhagem e, como progenitor masculino, uma outra linhagem. Híbrido Triplo – é obtido do cruzamento de um híbrido simples com uma terceira linhagem. Híbrido Triplo Modificado - o híbrido triplo pode também ser obtido sob forma de híbrido modificado, em que a terceira linhagem é substituída por um híbrido formado por duas progênies afins de uma mesma linhagem. Para esta safra, está listado apenas um híbrido triplo modificado no mercado Híbrido duplo – obtido pelo cruzamento de dois híbridos simples, envolvendo, portanto, quatro linhagens endogâmicas. É o tipo de híbrido mais utilizado no Brasil. No passado, havia grande interesse das empresas produtoras de sementes em divulgar de qual tipo de híbrido era uma determinada cultivar. Hoje, verifica-se que várias empresas produtoras de sementes não divulgam essa informação. Verifica-se que 35,7% das cultivares são híbridos simples (modificados ou não), comparado com 34,82% listados na safra passada. A percentagem de híbridos triplos (modificados ou não) foi ligeiramente reduzida (31,34% na safra 2002/ 03 para 29,7% na safra 2003/04). Os híbridos duplos representam, hoje, 22,40% das opções de mercado, enquanto que, na safra 2002/03, eram 20,40%. E, embora o número de variedades não tenha sido alterado em relação à última safra, em termos percentuais representam hoje 12% e, na safra anterior, 13,43%. Esses valores percentuais se referem ao número de cultivares disponíveis no mercado e não necessariamente à área plantada ou à quantidade de sementes vendida. Os híbridos simples e triplos, modificados ou não, representam, hoje, 65,5% (praticamente não diferindo da safra anterior – 66,16%) das opções para os produtores, mostrando-se como tendência na agricultura brasileira e apresentando uma maior necessidade de se aprimorar os sistemas de produção utilizados, para melhor explorar o potencial genético dessas sementes. Com relação ao ciclo, as cultivares são classificadas em normais, semiprecoces, precoces e superprecoces. As cultivares normais apresentam exigências térmicas correspondentes a 890-1200 graus-dias (G.D.); as precoces, de 831 a 890; e as superprecoces, de 780 a 830 G.D. Essas Agosto de 2003
exigências calóricas se referem ao comprimento das fases fenológicas compreendidas entre a emergência e o início da polinização. Dos materiais existentes, hoje, no mercado, 20,6% são classificados como superprecoces e suas exigências térmicas, de acordo com as informações da empresa produtora, variam de 762 a 860 G.D., portanto dentro dos limites esperados. As cultivares classificadas como precoces representam 64,6% das opções e variam, quanto às suas exigências térmicas, de 703 a 945 G.D. As cultivares semiprecoces representam 12,5% das opções de mercado e variam de 840 a 978 G.D., enquanto as cultivares normais representam 2,1% do mercado e variam de 805 a 940 G.D. Percebe-se, dessa forma, que as cultivares deverão ser melhor classificadas quanto ao seu ciclo. Utilizando as informações sobre o ciclo da cultivar, independentemente de ser fornecida ou não sua exigência térmica, verifica-se que tanto as variedades quanto os diferentes tipos de híbridos apresentam todas as variações possíveis em seus ciclos. Entre as variedades, predominam as de ciclo precoce e semiprecoce (88,8%). Entre os híbridos duplos, predominam os de ciclo precoce, com 75% das opções. Entre os híbridos triplos, modificados ou não, 20% são superprecoces e 70% são precoces. Entre os híbridos simples, modificados ou não, 28,9% são superprecoces e 56,6% são precoces. Algumas empresas produtoras de sementes fornecem informações sobre o ciclo da cultivar até a maturidade fisiológica e também até a colheita. Para muitas cultivares, é mencionada a taxa ou a velocidade de secagem (perda de água pelos grãos) após a maturidade fisiológica. Essa característica é definida pela expressão dry down. Uma importante característica a ser observada ao se plantar uma cultivar é a densidade de plantio, que, quando inadequada, pode ser razão de insucesso da lavoura. A densidade de plantio ideal se dá em função da cultivar, da disponibilidade hídrica e de nutrientes. Assim, qualquer fator que afetar a disponibilidade de água e nutrientes para o milho, também afetará a escolha da densidade de plantio. Com relação à cultivar, a densidade poderá variar em função do porte, da arquitetura da planta, da resistência ao acamamento e ao quebramento e da finalidade a que se destina o plantio. Normalmente, cultivares mais precoces, de menor porte e mais eretas permitem o uso de densidades mais elevadas e espaçamento mais estreito. Verifica-se que as variedades são indicadas para plantios com densidades variando de 40 mil a 50 mil plantas/ha, o que é coerente com o mewww.cultivar.inf.br
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Um importante aspecto na escolha da cultivar é verificar sua adaptação à região onde a lavoura será instalada
nor nível de tecnologia dos sistema de produção empregados pelos agricultores que usam esse tipo de cultivar. Entre os híbridos, as densidades recomendadas variam de 40 mil a 80 mil plantas/ha. As faixas de densidades mais freqüentemente recomendadas para os híbridos duplos variam de 45 mil a 55 mil, havendo casos de recomendação de até 65 mil plantas/ ha. Para os híbridos triplos e simples, é freqüente a densidade de 50 mil a 60 mil plantas/ha, havendo casos de recomendação de até 80 mil plantas/ha. Algumas empresas já estão recomendando densidades de plantio em função da região, da altitude e da época de plantio (cedo, normal, tardia e na safrinha). Com relação à 22
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altitude, algumas empresas dividem as regiões em abaixo e acima de 700 m, outras dividem em até 500 m, de 500 a 700 m e acima de 700 m. Além disso, já existem empresas recomendando a densidade em função do espaçamento, o que representa uma evolução. Dados de pesquisa mostram vantagens do espaçamento mais estreito e que, no espaçamento mais reduzido (45 a 50 cm entre fileiras), é possível aumentar a densidade de plantio de algumas cultivares em relação ao espaçamento convencional (80 a 90 cm). Com relação ao ciclo, comprova-se que, à medida que este se reduz, há uma tendência de aumento na densidade recomendada. Independentemente do tipo de cultivar, www.cultivar.inf.br
quando o material é recomendado para a produção de milho verde, a recomendação de densidade é menor, visando a obtenção de maior quantidade de espigas comerciais. Um importante aspecto na escolha da cultivar é verificar sua adaptação à região onde a lavoura será instalada. Às vezes, a especificação da região de adaptação das cultivares é baseada nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul ou por Estados. O mais comum nos materiais de divulgação, entretanto, é dar uma indicação de regiões geoclimáticas. Os limites dessas regiões variam um pouco, de acordo com cada empresa produtora de semente, e isso deve ser levado em conta pelos agricultores. Um importante fator na determinação dessas regiões geoclimáticas é a altitude. Outra importante informação é sobre a época de plantio mais indicada para cada cultivar. Algumas empresas especificam apenas o plantio de verão ou safra normal e a safrinha. Um maior número de empresas, entretanto, fornece maiores informações, separando o plantio em CEDO, normalmente em agosto e setembro; NORMAL, em outubro e novembro; TARDIO, em dezembro e janeiro, e SAFRINHA, em fevereiro e março. Há casos de informações sobre a adaptação da cultivar ao plantio antecipado, que seria em junho e julho. Atenção especial deve ser dada ao milho safrinha, sistema em que o milho de sequeiro é cultivado fora da época normal, quase sempre após a colheita da soja precoce, e que já atingiu cerca de 2.600.000 hectares, desempenhando importante papel na produção de milho no País. Praticamente todas as cultivares recomendadas para a safrinha são também recomendadas para a safra normal, exceto um ou outro material recomendado apenas para a safrinha. O fato de uma empresa não indicar o plantio de determinada cultivar para a safrinha não significa necessariamente que ela não seja adaptada a esse sistema de produção. Outro aspecto importante no plantio do milho safrinha é o ajuste na densidade de plantio, sendo que algumas empresas já recomendam, em seus materiais de divulgação, a densidade a ser usada para o plantio da cultivar na safrinha. Como regra geral, a densidade é cerca de 20% menor do que a recomendada para a safra normal, principalmente devido à menor disponibilidade hídrica e aos maiores problemas de acamamento e quebramento nessa época de plantio. Geralmente, a densidade de 40 mil a 45 mil plantas/ ha é a mais freqüentemente recomenAgosto de 2003
dada. Quanto ao fim a que se destinam, além da produção de grãos, há indicação de cultivares para a produção de silagem (de planta inteira ou de grãos úmidos) e para a produção de milho verde. No caso da silagem, é sabido que algumas cultivares apresentam melhor comportamento do que outras. Entretanto, pelo número de cultivares indicadas para silagem (91), pode-se inferir que essa recomendação está generalizada, o que até certo ponto é compreensível, considerando a alta qualidade natural do milho como planta forrageira. À semelhança do que ocorre com o milho safrinha, a não recomendação da cultivar para silagem não implica necessariamente que o material não deva ser usado como tal. No caso do milho verde, também já existe um mercado específico, sendo que dez cultivares são recomendadas para essa finalidade. Também são listadas duas cultivares brancas para produção de canjica, duas cultivares com alto teor de óleo para a indústria de ração, três cultivares de milho pipoca, duas cultivares de milho doce e uma cultivar de milho ceroso. Com relação à cor do grão, verificase que varia do branco ao avermelhado, sendo que há um predomínio do alaranjado (branco (4), creme (2), amarelo (30), amarelo/alaranjado (31), amarelo/ laranja (4), alaranjado (90), laranja (40), laranja/avermelhado (4) e avermelhado (12)) . Com relação à textura do grão, verifica-se uma predominância de grãos semiduros (43,1%) e duros (39%) no mercado, atendendo à expectativa da indústria, que valoriza mais esses materiais. Os grãos semidentados representam 11,8%, enquanto os materiais dentados são minoria (5,9%) e não são bem aceitos pela indústria. Grãos dentados são uma característica desejada e freqüente em materiais para produção de milho verde e silagem. Também é apresentada a tolerância das cultivares ao acamamento e ao quebramento, o que é muito importante, principalmente em lavouras completamente mecanizadas. Com relação à altura de plantas, verifica-se que, pela indicação das empresas de sementes, varia de 2 m ou um pouco menos, até cerca 2,80 m. Obviamente, essa altura também poderá ser afetada por condições ambientais. A altura de inserção da espiga varia de 0,70 a 1,50 m. Também é muito importante o conhecimento do comportamento das cultivares com relação às doenças. Na TaAgosto de 2003
bela 2, são apresentadas informações sobre o comportamento das cultivares com relação às principais doenças (fusariose, ferrugem comum - Puccinia sorghi, ferrugem branca - Physopella zea, ferrugem polisora – Puccinea polysora, pinta branca – Phaeosphaeria maydis, helmintosporiose - Helminthosporium turcicum, Helminthosporium maydis, enfezamento ou corn stunt, cercosporiose e doenças do colmo e dos grãos. Outras doenças são relatadas, porém de forma esporádica e, no futuro, espera-se que maiores informações sejam apresentadas sobre o comportamento das cultivares com relação às doenças. As características discutidas até aqui são aquelas mais comuns nos materiais de divulgação das diferentes empresas de sementes. Outras características são
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também mencionadas, como potencial produtivo, estabilidade de produção, as proporções das diversas partes da planta, percentagem de proteína bruta, FDA, FDN, lignina, NDT, matéria seca na colheita, potencial de produção de matéria seca, velocidade de emergência, qualidade do colmo ou resistência ao acamamento de colmo e de raiz, perda do teor de água do grão (dry down), empalhamento, prolificidade, peso de 1.000 grãos, densidade (g/l), características da espiga, colmos e folhas, staygreen (característica da planta de permanecer verde mesmo quando a espiga já se encontra em adiantado estádio de maturação) e tolerância a algum herbicida. Todas essas características auxiliam os agricultores na escolha da cultivar.
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Tabela 01 - Características das cultivares de milho disponíveis no mercado de sementes brasileiro. Ano 2003 Ordem CULTIVAR TIPO CICLO S. TERM. REGIÃO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 24
AG 9090 AG 9020 AG 7575 AG 9010 AG 8080 AG 8080 CL AG 6690 AG 6018 AG 6016 AG 5011 AG 4051 AG 3010 AG 2060 AG 1051 AG 405 AG 303 AG 122 AG 7000 AG 8021 AG 2020 AG 6040 DKB950 DKB 929 DKB 909 DKB-909CL DKB- 901 DKB-901CL DKB 806 DKB 747 C 701 C 505 C 444 C 435 DKB 333B DKB-333B CL DKB 990 DKB 670 DKB 205 DKB 440 DKB 200MAV DKB 900MAV DKB-280 DKB 350 DKB 212 DKB 214 DKB 215 DKB 199 DKB 390 DKB 466 P 32R21 P 3069 P 3081 P 3063 P 30R07 P 3071 P 3041 P 30F45 P 30F33 P 30F44 P 3027 P 30F80 P 30F88 P 30K75 P 3232 P 3021 P 30F98 P 30F90 P 30K85 P 30P70 P 30R50 P 30F53 ZÉLIA JADE ELISA PREMIUM Cultivar
HS HS HS HS HT HT HT HT HT HT HT HD HD HD HD HD HD HS HS HD HD HSM HSM HS HS HS HS HT HD HD HT HD HD HS HS HT HD HS HS HS HS HSm HT HS HS HS HS HS HT HS HSm HSm HT HS HT HT HS HS HS HT HS HS HS HT HT HSm HS HSm HS HS HS HT HT HT HS
P SP P SP P P P SP SP P SMP SP P SMP P P P SMP P P SP SP P SP SP SP SP SP P P P P P SMP SMP SMP SMP SP P P P P P P P P SMP SMP P SP SP SP P P P P P P P SMP SMP SMP SMP SMP SMP SMP SMP SMP P P P P P P P
830 820 875 770 890 890 865 830 825 870 960 810 855 950 870 845 845 SI SI SI SI 840 830 825 825 795 795 810 845 845 840 855 855 950 950 978 880 762 840 835 830 835 860 835 835 828 SI SI SI SI 812 816 815 SI 848 851 SI SI SI 874 SI SI SI 851 878 SI SI SI SI SI SI SI SI SI 870
S/CO/SE,RO,TO,MA,PI,CE e oeste da BA SUL e MS S/CO/SE,RO,TO,MA,PI,CE e oeste da BA S/CO/SE,RO,TO,MA,PI,CE e oeste da BA S/CO/SE,RO,TO,MA,PI,CE e oeste da BA S/CO/SE,RO,TO,MA,PI,CE e oeste da BA S/CO/SE,RO,TO,MA,PI,CE e oeste da BA S/CO/SE,RO,TO,MA,PI,CE e oeste da BA S/CO/SE,RO,TO,MA,PI,CE e oeste da BA S/CO/SE,RO,TO,MA,PI,CE e oeste da BA SE,MT,GO,DF,RO,TO,MA,PI,CE e oeste da BA S/CO/SE,RO,TO,MA,PI,CE e oeste da BA S/CO/SE,RO,TO,MA,PI,CE e oeste da BA S/CO/SE,RO,TO,MA,PI,CE e oeste da BA S/CO/SE,RO,TO,MA,PI,CE e oeste da BA S/CO/SE,RO,TO,MA,PI,CE e oeste da BA S/CO/SE,RO,TO,MA,PI,CE e oeste da BA SE,MT,GO,DF,RO,TO,MA,PI,CE e oeste da BA SUL e MS SUL e MS SE,MT,GO,DF,RO,TO,MA,PI,CE e oeste da BA S/CO/SE,RO,TO,MA,PI,CE e oeste da BA S/CO/SE,RO,TO,MA,PI,CE e oeste da BA S/CO/SE,RO,TO,MA,PI,CE e oeste da BA S/CO/SE,RO,TO,MA,PI,CE e oeste da BA S/CO/SE,RO,TO,MA,PI,CE e oeste da BA S/CO/SE,RO,TO,MA,PI,CE e oeste da BA S/CO/SE,RO,TO,MA,PI,CE e oeste da BA S/CO/SE,RO,TO,MA,PI,CE e oeste da BA S/CO/SE,RO,TO,MA,PI,CE e oeste da BA SUL e MS S/CO/SE,RO,TO,MA,PI,CE e oeste da BA S/CO/SE,RO,TO,MA,PI,CE e oeste da BA S/CO/SE,RO,TO,MA,PI,CE e oeste da BA S/CO/SE,RO,TO,MA,PI,CE e oeste da BA S/CO/SE,RO,TO,MA,PI,CE e oeste da BA S/CO/SE,RO,TO,MA,PI,CE e oeste da BA SUL e MS S/CO/SE,RO,TO,MA,PI,CE e oeste da BA SUL e MS S/CO/SE,RO,TO,MA,PI,CE e oeste da BA SUL e MS S/CO/SE,RO,TO,MA,PI,CE e oeste da BA SUL e MS SUL e MS S/CO/SE,RO,TO,MA,PI,CE e oeste da BA SE,MT,GO,DF,RO,TO,MA,PI,CE e oeste da BA S/CO/SE,RO,TO,MA,PI,CE e oeste da BA S/CO/SE,RO,TO,MA,PI,CE e oeste da BA SUL e MS SUL e MS SUL,CO e SP,MG,BA,MA,PI,TO SUL SUL,CO e SP,MG SUL,CO e BA,MA,MG,PI,SP,TO,PE,AL,ES,SE SUL,CO e BA,MA,MG,PI,SP,TO,PE,AL,ES,SE SUL,CO e BA,MA,MG,PI,SP,TO SUL,CO e BA,MA,MG,PI,SP,TO,PE,AL,ES,SE SUL,CO,BA,MA,MG,PI,SP,TO,PE,AL,ES,SE SUL,CO,BA,MA,MPI,SP,TO,PE,AL,ES,SE SUL,CO,BA,MA,MPI,SP,TO,PE,AL,ES,SE SUL,CO,BA,MA,MG,PI,SP,TO,PE,AL,ES,SE SUL,CO,BA,MA,MG,PI,SP,TO,PE,AL,ES,SE SUL,CO,BA,MA,MG,PI,SP,TO SUL,CO,BA,MA,MG,PI,SP,TO,PE,AL,ES,SE SUL,CO,BA,MA,MG,SP,TO SUL,CO,BA,MA,MG,SP,TO SUL,CO,BA,MA,MG,SP,TO SUL,CO e BA,MA,MG,PI,SP,TO,PE,AL,ES,SE SUL SUL SUL,CO,BA,MA,MG,PI,SP,TO,PE,AL,ES,SE SUL,CO,BA,MA,MG,PI,SP,TO,PE,AL,ES,SE SUL,CO eBA,MG,SP SUL e MS
PLANTIO C/N C/N C/N/T/S C/N/T/S C/N/T/S C/N/T/S C/N/T C/N C/N/S C/N/S C/N/T/S C/N/T/S C/N/T C/N/T/S N/T/S C/N/T/S C/N/T/S C/N/T C/N C/N/T SAFRINHA N/T/S C/N/S C/N/S C/N/S C/N/S C/N/S C/N/S N/T/S C/N/T/S C/N/T C/N/T/S C/N/T/S C/N/T/S C/N/T/S C/N C/N/T C/N C/N C/N C/N/S C/N C/N/T/S C/N C/N C C/N/T C/N C/N/T N N/T N/T N N N/T N/T N/T N/T N/T N/T N/T/S N/T N/T N N/T N N N/T N N N N N N N
USO G/SGU GRÃO GRÃO GRÃO G/SPI G/SPI GRÃO GRÃO GRÃO G/SPI G/SPI/M.V GRÃO G/SPI G/SPI/M.V. G/SPI G/SPI G/SPI GRÃO GRÃO G/SPI GRÃO GRÃO G/SGU. G/SPI G/SPI G/SGU. G/SGU. G/SPI G/SPI G/SPI G/SGU. G/SPI G/SPI G/SPI G/SPI CANJICA CANJ./SPI G/SGU. G/SPI/SGU RAÇÃO RAÇÃO GRÃO GRÃO GRÃO GRAO. G/SGU GRÃO GRÃO GRÃO G/SPI GRÃO G/SPI G/SPI GRÃO G/SGU G/SPI GRÃO GRÃO GRÃO G/SPI G/SPI GRÃO GRÃO G/SPI/M.V. G/SPI GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO PIPOCA PIPOCA M. DOCE GRÃO
www.cultivar.inf.br
COR
DENSIDADE TEXTURA
ÃL AM AL AL AM/AL AM/AL AL AL AV AM AM AL AM/AL AM AL AL AM/AL AL AM/AL AL AL AL AL AM/AL AM/AL AM AM AM/AL AL AL AM AM/AL AL AM/ÃL AM/ÃL BRANCO BRANCO AV AM AM/AL AL AM AL AM AM/AL AL AM/AL AM/AL AL AM AL AL AM AM AL AL AL AL SI AL AL AL AL AL AL AL AL AL SI SI SI SI SI CREME AL
55-60 50-60 50-65/50 60-70/55 50-55/45-50 50-55 45-50 55-60 50-55/45-50 45-55 45-50/45-50 45-50/45-50 45-50 40-50/45 45-50/40-45 45-50/45 45-50/45 50-60 50-60 45-55 50-55/45-50 55-65/55 65-70/55 50-55/45-50 50-55/45-50 50-55/50-55 50-55/50-55 50-55/45-50 50-55/45-50 50-55/45-50 45-50 45-50/45-50 45-50/45-50 55/50-55 55/50-55 55 45 60-75 50-60 50-60 55-65/55 55-60 50-55/50 50-60 50-60 50-60 55-65 50-60 50-60 50-65 55-72 55-72 50-65 55-65 60-80 50-60 50-65 55-65 55-72 60-80 60-80 60-80 55-72 50-60 55-72 55-65 55-65 60-70 55-72 55-72 55-72 50-60 50-60 50 55-55
SMDENT SMDENT DURO DURO SMDURO SMDURO SMDURO DURO DURO DENTADO DENTADO DURO SMDURO DENTADO SMDURO SMDENT SMDENT SMDURO SMDENT SI SI DURO DURO DURO DURO DENTADO SMDENT SMDURO DURO DURO SMDURO SMDURO SMDURO SMDURO SMDURO SMDURO SMDURO DURO SMDENT SMDURO DURO DENTADO SMDURO DENTADO SMDURO DURO SMDURO SI SMDURO SMDURO DURO DURO SMDURO SMDURO DURO DURO DURO DURO SMDURO DURO DURO DURO SMDURO SMDURO SMDURO SMDURO DURO DURO SI SI SI AMERICANO AMERICANO SI SMDURO
RES.ACAMAMENTO Alt. Planta Alt. Espiga A A A A A A A A A A A M A A A M M SI SI SI SI A A M M A A A A A M A A A A A M M A A A SI A A A A SI SI SI M M M M M A M M M M A A A A M A M M SI SI SI SI M SI M A
2,1 2,15 2,25 2 2,35 2,35 2,4 2,2 2,2 2,3 2,5 2,2 2,35 2,6 2,4 2,4 2,4 SI SI SI SI 1,95 2,1 2,2 2,2 2 2 2,2 2,2 2,3 2,4 2,3 2,4 2,3 2,3 2,45 2,6 1,9 2,1 2,2 230 2,2 2,2 2,15 2,1 1,9 SI SI SI 2,20-2,50 2,00-2,20 2,10-2,30 2,30-2,50 média 2,40-2,60 2,30-2,50 2,30-2,50 2,40-2,60 SI 2,45-2,65 2,30-2,50 média 2,30-2,50 2,50-2,65 2,30-2,50 SI SI SI SI SI SI 2,2-2,5 SI 2,3-2,5 SI
1,1 1,15 1,1 1 1,3 1,3 1,2 1,1 1,1 1,3 1,4 1,1 1,25 1,6 1,4 1,4 1,3 SI SI SI SI 0,95 1 1,15 1,15 1 1 1,2 1,2 1,2 1,4 1,3 1,3 1,2 1,2 1,35 1,6 0,9 1,15 1,1 1,1 1,15 1,2 1,15 1,1 1 SI SI SI 1,00-1,20 0,95-1,15 0,95-1,15 1,25-1,35 média 1,10-1,25 1,25-1,35 1,25-1,35 1,25-1,35 SI 1,20-1,35 1,20-1,30 média 1,25-1,35 1,25-1,35 1,25-1,35 SI SI SI SI SI SI 1,0-1,1 SI 1,1-1,15 SI
Agosto de 2003
Ordem CULTIVAR 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118 119 120 121 122 123 124 125 126 127 128 129 130 131 132 133 134 135 136 137 138 139 140 141 142 143 144 145 146 147 148 149 150
TORK EXECELER MASTER DOMINIUM FLASH ATTACK FORT G 800 TRACTOR STRIKE VALENT SPEED GARRA DENSUS SG 150 SG 6418 SAVANA 185 SAVANA 133 SAVANA 500 GRAUNA 133 FARROUPILHA 25 POLATO 183 POLATO 2602 BALU 178 BALU 184 BALU 551 BALU 761 DOW 2C577 DOW 2C599 DOW 8330 DOW 8420 DOW 8460 DOW 8480 DOW 8550 DOW 8392 DOW 8501 DOW 766 DOW 657 DOW 170 DOW CO 32 DOW 9560 DOW 2A120 DOW 2B150 CE 03 DO 04 AGN 3050 AGN 3180 AGN 3150 AGN 3100 AGN 2012 AGN 20A11 AGN 22A22 AGN 25A23 AGN 30A00 AGN 31A31 AGN 32A31 AGN 32A43 AGN 34A11 AGN 35A42 BRS 1010 BRS 1001 BRS 3143 BRS 3151 BR 3123 BRS 3101 BRS 3150 BRS 3003 BRS 3060 BR 201 BR 205 BR 206 BRS 2110 BRS 2114 BRS 2160 BRS 2223
Agosto de 2003
TIPO CICLO S. TERM. REGIÃO
PLANTIO
HS HT HT HT HS HSm HS HD HD HS HT HS HT HT HT HT HS HS HS HS HT HD HD HT HD HD HD HS HS HT HSm HS HS HT HS HT HSm HSm HT HT HS HS HS HSm HT HS HT HT HD HD HS HT HD HS HS HT HT HT HD HS HS HT HT HT HT HT HT HT HD HD HD HD HD HD HD
N N/T C/N/T/S N N N N N/S N N N N N V/S N N N N C/N/T/S N N V/S V/S C/N/S C/N/S C/N/S C/N/S C/N/T C/N/T/S C/N/T C/N C/N C/N/T/S C/N/T/S C/N/T/S C/N/T/S C/N/T/S C/N/Sbx C/N/T/S C/N/T/S C/N/T/S C C C/N/T C/N/T/S C/N/T/S C/N/T/S C/N/T/S C/N/T/S C/N/T/S C/N/T C/N/T C/N/T/S C/N/T/S C/N/T/S C/N/T/*S C/N/T/S C/N/T/S C/N/T/S V/S V/S V/S V/S V/S V/S V/S V/S C/N/T/S V/S V/S V/S V/S GRÃO V V/S
P P SMP SP SP P P P P P P SP P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P P SP P P P P SP SP P P SP P SP SP SP SP P P SP SP SP P SP SP P P P P P P P P P P P P P P P SP
860 870 895 810 820 860 890 870 850 860 890 815 SI 840 865 865 875 870 870 875 860 SI SI 860 860 786 792 825 830 830 840 850 875 825 820 840 815 841 851 851 848 790 800 834 820 810 840 800 815 810 SI SI SI SI SI SI SI SI SI 819 827 835 811 SI SI SI 819 SI 889 SI 895 SI SI SI 788
SUL ,CO e MG,SP,RJ,BA,MA,PI CO e PR,MG,SP,RJ, BA,MA,PI,TO CO e PR,MG,SP,RJ, BA,MA,PI,TO SUL e MS SUL e MS,GO SUL e MS SUL ,CO e MG,SP,RJ,BA,MA,PI SUL e MS,MT SUL ,CO e MG,SP,RJ,BA,MA,PI CO e PR,MG,SP, BA,MA,PI,RO CO e PR,MG,SP,BA,MA,PI,RO SUL ,CO e MG,SP,BA,MA,PI,RO SUL ,CO e MG,SP,RJ,BA,MA,PI SUL,CO e MG SUL e MS SUL e MS SUL ,CO e MG,SP,RJ,BA,MA,PI SUL ,CO e MG,SP,RJ,BA,MA,PI CO e PR,MG,SP SUL ,CO e MG,SP,RJ,BA,MA,PI CO e MG,SP,BA CO/N/NE/S CO/N/NE/S SUL,CO e MG,SP,BA,RJ SUL,CO e MG,SP,BA BRASIL BRASIL 3BAIXA 2,3BAIXA SUL e sul de SP e de MS CO e SP,MG,RJ,BA,MA,PI,TO SUL e sul de SP e de MS SUL,CO e MG,SP,BA,RJ,MA,PI,TO CO e PR,MG,SP,BA,RJ,MA,PI,TO SUL e MS,SP,RO SUL,CO e MG,SP,BA,RJ,MA,PI,TO CO e SP,MG,RJ,BA,MA,PI,TO CO e SP,MG,RJ,BA,MA,PI,TO BA,DF,GO,MA,MG,MS,PI,RJ,SP,TO SUL,CO e SP,MG,BA,RJ,MA,PI,TO SUL,CO e MG,SP,BA,RJ,MA,PI,TO SUL e SP,MS,MG SUL e SP,MS,MG SUL,CO e BA,MG,SP,TO SUL,CO e MG,SP,BA,RJ,MA,PI,TO SUL,CO e BA,MA,MG,PI,RJ,TO,SP SUL,CO e BA,MA,MG,PI,RJ,TO,SP SUL,CO e BA,MA,MG,PI,RJ,TO,SP SUL,CO e BA,MA,MG,PI,RJ,TO,SP SUL,CO e BA,MA,MG,PI,RJ,TO,SP SUL RS E SC BRASIL BRASILEXC RS SC BRASIL BRASIL BRASIL BR EXC RS E SC BRASIL SE,CO,Norte PR,BA,PI,MA,TO SE,CO,Norte PR,BA,PI,MA,TO SE,CO,Norte PR,BA,PI,MA,TO SE,CO,Norte PR,BA,PI,MA,TO SE,CO,NE,SUL e TO SE,CO,NE,SUL e TO SE,CO,SUL e TO,MA SE,CO,Norte PR,BA,PI,MA,TO SE,CO,SUL e TO BRASIL exc.RS SE,CO,NE, e PR,TO SE,CO,SUL SE,CO e PR SE,CO e PR SUL SE,CO,Norte PR,BA,PI,MA,TO
www.cultivar.inf.br
USO GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO G/SPI SPI/M.V. GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO G/SPI G/SPI G/SPI G/SPI G/M.V./SPI GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO G/SPI GRÃO G/SPI G/SPI G/SPI G/SPI M. VERDE GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO I.AMIDO M. DOCE G/SPI G/SPI G/SPI G/SPI G/SPI/M.V. G/SPI G/SPI G/SPI GRÃO G/SPI G/SPI G/SPI GRÃO GRÃO G/SPI G/SPI GRÃO G/SPI G/SPI GRÃO G/SPI G/SPI G/SPI G/SPI G/SPI G/SPI GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO
COR
DENSIDADE TEXTURA
LR LR LR AL LR AL SI AM LR SI SI SI AL AL SI SI AL AL AM SI SI AL AL AL AV AL AL AM AL AL AL AL AL LR AL AL AL AL CREME AL LR AL AL AM AL AL LR AV AV AM/LR LR AM LR LR LR LR LR LR LR LR/AV AL LR/AV AM/AL LR/AV LR/AV AM/AL AL AL AL AM/AL AM/AL AM/AL AM/AL AM/AL AM/AL
55-55 55-55 55-55 55-55 60 55 55 55-55 55-55 55 55 60 60-65 55 55 55 55-60 50-55 50-55 55 55 55 55 50-55/45-50 50-55/45-51 55-60/45-50 55-60/45-51 50-55 55-60 45-60/40-45 50-60 50-60 50-55/45-45 55-60/45-55 50-55/40-40 50-60/45-50 55-55/45-45 50-50/45-45 45-55 50-60/45-50 55-60/45-55 60-65 55-62 50-55 45-55 50-60/45-50 50-60/45-50 50-60/50-55 45-50/40-45 45-50/40-45 60-65 60-65 60-65 70-80 60-65 60-65 60-65 70-80 60-65 50-55/40-45 50-55 50-55/40-45 50-55/40-45 50-50 50-55 50-55 50-55 50-55 40-50 50-50 50-50 50-50 50-50 50-50 50-55/40-45
DURO DURO DURO DURO DURO DURO SI DURO DURO DURO DURO DURO DURO DURO DURO DURO DURO DURO SMDENT DURO DURO DURO DURO DURO DURO DURO DURO SMDENT SMDURO DURO DURO DURO SMDURO SMDURO SMDURO DURO SMDURO SMDURO DENTADO SMDURO SMDURO SMDURO SMDURO CEROSO TENRO DOCE DURO DURO DURO DURO SMDURO SMDURO SMDENTADA SMDURO DURO DURO SI DURO DURO SMDURO SMDURO DURO SMDURO SMDURO SMDURO SMDURO SMDENT SMDURO SMDENT SMDENT SMDENT SMDENT SMDURO SMDURO SMDURO SMDURO
RES.ACAMAMENTO Alt. Planta Alt. Espiga M A A A A M A M A M A M SI A M M A M M A A SI SI A A A A MR R MR R R R MR MR R R R MR R R R MR R R M A A A M SI SI SI SI SI SI SI A SI SI M M M M M A SI M B M M M M M M
SI 2,22 2,38 SI 1,9 2,19 SI 2,26 SI 2,45 2,43 1,98 SI 2,15 2,35 2,1 2,3 2,3 2,5 2,3 2,2 2,15 2,1 2,09 2 2,26 2,28 2,25 2,15 2,05 2,05 2 2,25 2 2 2,05 2,1 2,3 2,84 2,7 2,1 2,15 2,15 2,1 2,4 2,1 2,2 2,1 2,2 2,1 SI SI SI SI SI SI SI SI SI 2,1 2,2 2,12 2,3 2,3 2,2 2,3 2,2 2,4 2,3 2,2 2,3 2,3 2,4 2,2 2,1 Cultivar
SI SI SI SI 1,03 1,33 SI SI SI 1,35 1,21 1,17 SI 1,15 1,3 1,16 1,35 1,3 1,5 1,35 1,18 1,1 1,08 SI SI SI SI 1,25 1,2 1,1 1,15 1,1 1,25 1,1 1,1 1,08 1,2 1,3 1,71 1,45 1,1 1,1 1,1 1,3 1,3 1 1,15 0,9 1,1 1 SI SI SI SI SI SI SI SI SI 1 1,15 1,14 1,22 1,3 1,2 1,3 1,15 1,3 1,3 1,15 1,3 1,3 1,3 1,2 1,1 25
Ordem CULTIVAR 151 152 153 154 155 156 157 158 159 160 161 162 163 164 165 166 167 168 169 170 171 172 173 174 175 176 177 178 179 180 181 182 183 184 185 186 187 188 189 190 191 192 193 194 195 196 197 198 199 200 201 202 203 204 205 206 207 208 209 210 211 212 213 214 215 216 217 218 219 220 221 222 223 224 225 26
BR 106 BR 451 BR 473 BRS 4150 BRS 2020 Saracura Sol-da-manhã Pampa BRS Planalto Sertanejo S. Francisco Asa Branca Cruzeta BRS Assum Preto A 2288 A 2555 A 2345 A 2560 A 3575 A 3663 A 4646 A 4454 A 4545 A 4550 PL 6880 PL 6001 XB 7012 XB 7011 XB 7070 XB 8010 XB 8028 AS 1544 AS 1533 AS 3601 AS 32 AS 3466 Top AS 3477 AS 523 AS 1545 AS 3430 AS 1548 SHS 3030 SHS 4040 SHS 4050 SHS 4060 SHS 4070 SHS 4080 SHS 4090 SHS 5050 SHS 5060 SHS 5070 SHS 5080 SHS 5090 SHS 5550 SHS 7070 SHS 7080 CX 533 Z 8447 AL 25 AL 30 AL 34 AL-Manduri ALBandeirante Cativerde 01 Cativerde 02 IAC 112 OC 705 CD 3121 CD 306 CD 307 CD 304 CD 305 FUNDACEP 34 FUNDACEP 35 RS 20 Cultivar
TIPO CICLO S. TERM. REGIÃO
PLANTIO USO
V V V V HD V V V V V V V V V HS HS HS HS HT HT HD HD HD HD HT HT HT HT HT HD HD HS HSm HT HD HT HT HD HS HT HSm V HD HD HD HD HD HD HT HT HT HT HT HT HS HS HD HD V V V V V V V HS HD HS HT HS HT HT V V V
V/S V V V V/S V/S V/S V V N N N N N C/N/T/S C/N/T/S C/N C/N/T/S C/N/T/S C/N/T/S C/N/T/S N N N V/S V/S V/S V/S V/S V/S V/S V V/S V V V/S V/S V V V/S V/S C/N/T/S C/N/T/S C/N/S C/N/T/S C/N/T C/N/T/S C/N/T/S C/N/S C/N/T/S C/N/S V/S V/S C/N/S C/N/T/S V/S V V/S V/S V/S V/S V/S V/S V/S V/S SI V/S V/S V/S V SI SI V V SI
SMP P SMP P P P P P P SMP P P SP SP P SMP P P P P P P P P N SP P P P P N SP P SP P P P P P P SP P P SP P N P P SP P SP P SP SP P SP N P SMP SMP SMP SMP P SMP SMP SP P P P P SP P P P P
SI SI SI SI SI SI SI SI SI SI SI SI SI SI 879 930 880 885 890 925 922 SI SI SI SI SI 770 778 703 752 805 790 839 803 870 869 849 860 815 870 805 860 850 830 850 900 860 850 810 855 820 850 840 840 845 850 940 860 900 890 900 910 860 930 900 765 840 853 850 840 830 850 SI SI 635
BRASIL exc.RS BRASIL BRASIL SUL MG,SP,PR,MT,GO,PA,AM e BA BRASIL exc. RS e SC BRASIL SUL SUL NORDESTE NORDESTE NORDESTE NORDESTE NORDESTE SUL,CO e BA,MG,SP CO e BA,MG,RJ,PR,SP SUL e MG,MS,SP CO e BA,MG,PR,RJ,SP CO e TO,BA,MG,PR,SP,RJ SUL,CO e BA,MG,SP,RJ CO e BA,MG,PR,SP BRASIL exc. RS e SC BRASIL exc. RS e SC BRASIL BRASIL BRASIL exc.SUL CO e BA,MG,AL,SP e Norte, Oeste e NO do PR CO e BA,MG,AL,SP e Norte, Oeste e NO do PR CO e BA,MG,AL,SP e Norte, Oeste e NO do PR CO e BA,MG,AL,SP e Norte, Oeste e NO do PR CO e BA,MG,AL,SP e Norte, Oeste e NO do PR SUL e MS,SP,BA,GO SUL,CO e SP,BA,MG SUL e MS SUL ,CO e SP,BA,MG SUL,CO e SP,BA,MG SUL,CO e SP,BA SUL e MS,MT,SP,BA,MG SUL e MS,GO,BA,SP SUL,CO e SP,BA,MG SUL,CO e SP,BA,MG BRASIL BRASIL BRASIL BRASIL BRASIL BRASIL BRASIL BRASIL BRASIL BRASIL BRASIL SUL,CO e BA,MA,MG,PI,RJ,SP SUL,CO e BA,MA,MG,PI,RJ,SP BRASIL SUL,CO e BA,MA,MG,PI,RJ,SP SUL,CO e BA,MA,MG,PI,RJ,SP SUL,CO e BA,MA,MG,PI,RJ,SP BRASIL BRASIL BRASIL BRASIL BRASIL BRASIL BRASIL PR,SP,MG SUL,CO e SP,MG SUL,CO e SP,MG SUL e MS e SP SUL e sul de MS e de SP SUL e MS,SP CO e SP,PR,MG SUL SUL RS e SC
G/SPI GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO G/SPI G/SPI GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO GRÂO GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO G/SPI GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO SPI GRÃO GRÃO GRÃO G/SPI GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO G/SPI G/SPI G/SGU G/SPI G/SPI G/SPI G/SPI G/SGU G/SPI G/SGU G/SPI G/SGU G/SGU G/SGU G/SGU G/SPI G/SPI G/SPI G/SPI G/SPI G/SPI G/SPI MV/SPI MV/SPI SI G/SPI G/SPI G/SPI G/SPI GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO PIPOCA
www.cultivar.inf.br
COR AM BRANCO AM AM/AL LR LR AL AM/AL AM/LR AM AM/LR AM/LR AM/AL AM/AL AL AV AM LR LR LR LR LR LR LR AM AL LR LR AL LR AL LR AV LR LR AV AV LR LR AV AV AL LR LR AL AM AL AL AL AM LR LR AL LR AV AL AM AL AL AL AL LR AL AM AM SI AL AM AL AM AL AL AM/AL AM/AL AM/AL
DENSIDADE TEXTURA RES.ACAMAMENTO Alt. Planta Alt. Espiga 40-50 40-50 40-50 40-50 50-55 40-50 40-50 40-50 40-50 40-50 40-50 40-50 40-50 40-50 60 5550-55 55 55 55 50 55 55 65 50-55 50-55 55-60/45-50 50-55/40-45 50-55/40-45 50-55/40-45 50-55/40-45 55-60 45-60 50-60 45-55 45-50 50-55 45-55 55-65 45-50 60-65 50-55/40-45 50-55/40-45 55-60/45-50 50-55/40-45 50-55 50-55/40-45 50-55/40-45 55-60/45-50 55-60/45-50 55-60/45-50 55-60/45-50 55-60/45-50 55-60/45-50 55-60/45-50 55-60/45-50 50-55 50-55/40-45 45-50/35-40 45-5035-40 45-50/35-40 45-50/35-40 50-55/35-40 40-45/35-40 40-45/35-40 55 50/45-50 55-60/45-50 55-60/45-50 55-60 55/60 55-60/45 SI SI 75
SMDENT SMDENT SMDURO SMDURO SMDURO SMDURO DURO SMDENT SMDURO SMDURO SMDENT SMDURO SMDURO SMDURO DURO DURO SMDENT DURO SMDURO SMDURO SMDURO SMDURO SMDURO SMDURO DENTADO DURO DURO DURO DURO DURO SMDURO SMDURO DURO DURO SMDURO DURO DURO SMDURO SMDURO DURO DURO SMDURO DURO DURO SMDURO DENTADO SMDURO SMDURO SMDURO SMDENT DURO SMDURO SMDURO SMDURO DURO SMDURO SMDENT SMDENT SMDURO SMDURO SMDURO DURO SMDURO SMDENT DENTADO DURO SMDURO SMDENT DURO DENTADO DURO SMDURO SMDURO SMDURO SMDURO
M M M M M M M M M M M M M M A A M M M M M SI SI SI R MR MA MA MA MA M A A M M A A M M A A A A A A A A A M A M A A A A A A A M M M SI M M SI M M A A M A A SI SI M
2,4 2,2 2,4 2,4 2,19 2,2 2,3 SI 1,75 2,4 2,2 2 2 1,8 2,14 2,16 2,09 2,33 2,3 2,33 2,2 SI SI SI 2,62 2,21 1,85-2,0 2,05-2,25 2,10-2,30 2,0-2,15 MÉDIA/ALTA 2 2,05 2 2,1 2,05 2,1 2,2 2,25 2,1 1,9 2,4 2,4 2,1 2,3 2,7 2,4 2,3 2 2,3 2,1 2,3 2,2 2,2 2,1 2,1 2,6 2,4 2,35 2,35 2,35 2,4 2,25 2,4 2,35 2,18 2,3 2,22 2,4 2,4 2,2 2,3 2,2 2,2 2,2
1,4 1,2 1,4 1,35 1,3 1,15 1,2 SI 1,1 1,2 1,1 1 1 0,9 1,04 1,17 1,12 1,3 1,2 1,3 1,25 SI SI SI 1,35 1,15 0,95 1,1 1,15 1 1,25 1 1,05 1,05 1,05 1,05 1,1 1,1 1,15 1,05 0,95 1,3 1,3 1,1 1,3 1,6 1,3 1,3 1,1 1,3 1,1 1,3 1,2 1,1 1,2 1,1 1,6 1,3 1,35 1,35 1,35 1,4 1,25 1,4 1,35 1,08 1,3 1,18 1,35 1,35 1,2 1,3 1,16 1,15 1,16
Agosto de 2003
Ordem CULTIVAR 226 227 228 229 230 231 232 233
RS 21 SAVE 394 FEPAGRO 22 S 488 GENEAGRO 516 GNZ 1717 GNZ 2728 IPR 114
TIPO CICLO S. TERM. REGIÃO V HD V HD HTm HS HD V
N SP P P P P P P
PLANTIO USO
RS e SC SUL SUL SUL CO e NE BRASIL exc.RS e SC BRASIL exc.RS e SC PR
862 SI SI SI SI SI SI SI
V V V V V V/S V/S V/S
GRÃO GRÃO GRÃO GRÃO G/SPI G/SGU G/SPI GRÃO
COR
DENSIDADE TEXTURA RES.ACAMAMENTO Alt. Planta Alt. Espiga
BRANCO SI AL AL AL AL AL AM/AL
40 50 SI SI 55-60 50 50 50-55
DENTADO DENTADO SMDURO SMDURO SMDURO SMDENT SMDURO SMDURO
M M SI SI SI SI SI SI
2,72 2,5 2,26 2,1 SI SI SI SI
1,69 1,2 1,13 1,23 SI SI SI SI
Legendas 1 – Tipo: 2 – Ciclo:
HTm – Híbrido triplo modificado; HD – Híbrido duplo; HT – Híbrido triplo; HS – Híbrido simples; HSm – Híbrido simples modificado; V - Variedade SP – Superprecoce; P – Precoce; N – Normal; SMP – Semiprecoce Soma Térmica é a somatória de temperatura necessária do plantio até o florescimento masculino. Pode-se obtê-la somando todos os resultados diários obtidos com a fórmula do plantio até o
3 – S. Term. (Soma Térmica): florescimento masculino. Cálculo: (Tmax + Tmin)/2 – 10= resultado diário.
Tabela 02. Resistência das cultivares às principais doenças do milho. P.sorghi Physopella P. polysora Phaeosphera Enfezam. H.turcicum H. maydes
CULTIVAR
FUSARIOSE
AG 9090 AG 9020 AG 7575 AG 9010 AG 8080 AG 8080 CL AG 6690 AG 6018 AG 6016 AG 5011 AG 4051 AG 3010 AG 2060 AG 1051 AG 405 AG 303 AG 122
T T MT T T T MT T MT T MT MT MT MT MT MT MT
MT AT AT BT T T T T MT T BT T MT MT T T T
BT BT MT BT MT MT MS MS BT MT MT MS MT MT MT MT MT
MT BT AT MT AT AT MT BT MS BT AT T MT MS AT BT MT
BT BT AT MT T T MT BT MS MT AT MS MT T BT MT MT
MT BT AT MT AT AT MT BT MT T T MT MT T AT MT T
T MT AT T MT MT MS MT T AT AT BT T T AT T T
MT T MS T MS MS AT AT AT AT T T MT T AT T T
T BT T MT T T MT BT MS T T T T T MT MT MT
T T MT T T T MS T MS T MT MT MT MT T MS MT
MT T T T BT BT MT AT T BT BT T MS BT T T T
DKB 950 DKB 929 DKB 909 DKB-909 CL DKB 901 DKB-901 CL DKB 806 DKB 747 C 701 C 505 C 444 C 435 DKB 333B DKB-333BCL DKB 990 DKB 670 DKB 205 DKB 200MAV DKB 900MAV DKB 440 DKB-280 DKB 350 DKB 212 DKB 214 DKB 215
T T MT MT MS MS MT MT MT MS MT T T T T SI SI SI SI SI T T T T T
MT MT T T T T T MT MT MT T AT MS MS T T T T MT T T T T T T
BT MT MT MT BT BT T MT MT MT MT MT MT MT BT S BT BT MT BT BT MT BT BT BT
MT MT T T T T T MT AT T MT AT AT AT MS MR BT BT MT T BT T BT BT BT
MT MS T T BT BT T MT T BT MT T T T BT BT BT T MS MT BT T MT T BT
MT MT T T BT BT AT T AT BT AT AT AT AT MS MT BT MT MT BT MT T BT MT MT
MT AT MT MT T T T T MT T BT T AT AT T MR AT T AT T MT T BT T T
MT T MT MT T T MS MT T T MT MT BT BT MT MR T T T T T T T T T
MT MT BT BT BT BT MS MT T MT MT T AT AT SI T MT BT MT MT BT T BT BT MT
T T MT MT S S T T T MT T T T T T S MS MT T MT T MT T MT MT
MT T T T T T T MT T MT T T BT BT MT MT T T MT BT T MT AT AT AT
Agosto de 2003
www.cultivar.inf.br
Cercospora DOENÇAS COLMO Sanidade de Grãos
Cultivar
27
CULTIVAR
FUSARIOSE P.sorghi Physopella P. polysora Phaeosphera Enfezam. H.turcicum H. maydes
P 32R21 P 3072 P 3069 P 3081 P 3063 P 30R07 P 3071 P 3041 P 30F45 P 30F44 P 30F33 P 3027 P 30F80 P 30F88 P 30K75 P 3232 P 3021 P 30F98 P 30F90 P 30K85 ZÉLIA ELIZA
MS MS MS MS MS MS MS MS S MS MS MR MR MR MR MS MR SI SI SI S MR
S S S MS/MR MS MS MR MR S MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MS MS
S S S S S S S S S MS S MR MR MR MS S MR MS MS MS S S
S S S MS S S MR MR MR MS MS MR MR MR MR MS MR SI SI SI S S
S S S MS S S S MS S S MR S MS MR MR S MR SI SI R S MS
MS MS MS MS MS MS MS MS MS MR MS MR MS MR MS S S MR MR MR S MS
S MS MS MS/MR MS MS MR MR MR MR MR MR MR MR MR MS MR SI SI SI S MS
AVANT PREMIUM TORK EXECELER MASTER DOMINIUM FLASH ATTACK FORT G 800 TRACTOR STRIKE VALENT SPEED DENSUS SG 150 SG 6418 SAVANA 185 SAVANA 133 SAVANA 500 GRAUNA 133 FARROUPILHA 25 POLATO 183 POLATO 2603
MR MR MS MR MR MR MR MS MR MS MR MS MR MR SI MR MS MR MS MS MR MR SI SI
MS MS MR MR MR MS MR MR MR MS MR MR MR MR MS MS MR MR MS MR MR MS SI SI
MR MR MR MR MR SI SI MR SI MR SI SI SI SI SI SI SI SI MR SI SI SI SI SI
MR MR MR MS MR MS MR MR MR MR MS MR MR MR MR MR MR MR MR MS MR SI SI SI
MR MS MR MR MR MS MR MR MR S MR MR MR MR MR MS MR MS S S MS MR SI SI
MR MR MR MR MR SI SI SI MR SI MS SI SI SI MS SI SI SI SI SI SI SI SI SI
MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR SI SI
SI SI SI
BALU 178 BALU 184
MR MR
MR MR
SI SI
MS MS
MR MR
SI SI
MR MR
SI SI
DOW 2C577 DOW 2C599 DOW 8330 DOW 8392 DOW 8420 DOW 8460 DOW 8480 DOW 8501 DOW 8550 DOW 766 DOW 657 DOW 170 DOW -CO 32 DOW 9560 CE 03 DO 04
SI SI SI SI SI SI SI SI SI SI SI SI SI SI SI SI
MR MR MR MS MS MS MS MR MR MR MR S MR S MR MR
MS R MS MS S MS MS MR MS MS MS MS MR MR MS MS
MR R MS MS MS 4/MS 4/MS 8/R 6,5/MR 7/MR 8/MR 5/MS 8/R 8/MR MR MR
R R 6/MR 5/MS 7/MR 7/MR 5/MS 5/MS 6/MR 7/MR 3/S 7/MR 6/MR 7/MR MR MR
MR R 5/MS 8/MR 5/MS 5/MS 5/MS 5/MS 5/MS 3/S 6/MR 5/MS 8/MR 8/MR MR MR
MS R 6/MR 6/MR 3,5/S 4/MS 3/MS 6/MR 6,5/MR 6/MR 8/MR 7/MR 8/MR 8/MR MR MR
28
Cultivar
www.cultivar.inf.br
Cercospora DOENÇAS COLMO Sanidade de Grãos S MS MS S S S MR S S MS MS MR MR MR MR S MR MR MR MR MS MS
MR MR MR S S MR MR S S MR MR MR MR MR MR MS MS MS MR MR MR
SI SI SI
MR MR MS MR MR MR MR MS R MR MR MS MR MS MR MR MS MR MR MS MR MR SI SI
MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR SI SI
SI SI
MR MR
MR MR
R
R R
R
R
R MR MS S MS MS MS MR MS MS MR MR MR MR MS MS
MS MR/MS S/MR MS/MR MS/MR MR MS/MR MS/MR MR MS MR MR MR MR
MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR
Agosto de 2003
CULTIVAR
FUSARIOSE P.sorghi Physopella P. polysora Phaeosphera Enfezam. H.turcicum H. maydes
AGR 3050 AGR 3180 AGR 3060 AGR 3150 AGR 3100 AGR 2012 AGR 2003
MT T MT T T T T
T MT T MT MT T T
MT T MT T MT MT MT
T T MT T T MT T
MT T MT MT MT MT MT
T T T T T T MT
MT T MS MT MT MT MT
BRS 1010 BRS 1001 BRS 3143 BRS 3151 BR 3123 BRS 3101 BRS 3150 BRS 3003 BRS 3060 BR 201 BR 205 BR 206 BRS 2110 BRS 2114 BRS 2160 BRS 2223 BR 106 BR 451 BR 473 BRS 4150 SARACURA SOL DA MANHÃ PAMPA BRS PLANALTO SERTANEJO S. FRANCISCO ASA BRANCA CRUZETA BRS ASSUM PRETO
SI
MS MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR
MR MS MR MS MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MS MR MR MR MR MR MR MR
MR MR MR S MR MR MS MR MS MR MS MS MR MR MR MS MR MS MS MR MR MR MR
R MR S S MS MR MR MS MR MR MS MS MS MS MR S MR MR MR MR MR MR MR
MR MR MR MR MS MS MS MR MS MR MS MS MS MS MS MR MR MS MS MR MR MR MR
R MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR
MR MR MR MR MR
MR MR MR MR MR
MR MR MR MR MR
MR MR MR MR MR
MR MR MR MR MR
MR MR MR MR MR
A 2288 A 2555 A 2005 A 2345 A 2560 A 3575 A 3663 A 4646
MT T MT SI MR MR SI MR
S T T MT T T T T
AT T MT MT AT MT T S
T AT T T T T T T
AT T T T T T T T
R
MR
MR
MR
AT T S T MT T T T
PL 6880 PL 6001
MR MS MR MS MS
MS MS MS MS MS
MR MR MR MR MR
MR MR MR MR MR
MR MS MS MS MS
MR MR MS MR MR
MR MR MR MR MR
AS 1544 AS 1533 AS 3601 AS 32 AS 3466 Top AS 3477 AS523 AS 1545 AS 3430
R R R R R R R R R
MR R MR MR R R MR MR R
MS R MR MR R MR MR MR MR
S MR S S MR MS S S MR
MS R MR MR R MR MR MR MR
SI SI SI SI SI SI SI S MR
MS R MR MR R MR MR MR R
www.cultivar.inf.br
T MT MT MT MT MT MT
MT T T T T MT T
MR R
MT T T MT T T MT
MR MR MR MR MR MR
R
MR MR MR MR MR MR MR MR MR MS MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR MR
AT T S S AT S MT MT
SI T MT SI MR MR MR MR
R
XB 7012 XB 7011 XB 7070 XL 8010 XB 8028
Agosto de 2003
Cercospora DOENÇAS COLMO Sanidade de Grãos
MR MS MS MS MS
MR MR MS MR MR
MR MR MR MR MR
MR MR MS MR MR
S MR S S MR MR S S MR
R R MR MR R R MR MR R
R R R R R . MR R MR R
Cultivar
29
CULTIVAR
FUSARIOSE P.sorghi Physopella P. polysora Phaeosphera Enfezam. H.turcicum H. maydes
SHS 3030 SHS 4040 SHS 4050 SHS 4060 SHS 4070 SHS 4080 SHS 4090 SHS 5050 SHS 5060 SHS 5070 SHS 5080 SHS 5090 SHS 5550 SHS 7070 SHS 7080 CX 533 Z 8447
MR MR MR MR MR MR MR MS MR MS MR MR MR MR MR SI SI
MT MT MT MT MR MS MR MT MT MT MS MT MR MT MR MT MT
MT MT MT MT MR MT MR MT MT MT MT MT MR MT MR MT MT
MT MT MS MT MR MT MR MT MT MT MS MT MR MT MR MT MS
MT MT MS MT MT MT MT MS MT MS MT MS MS MT MR MT MS
MT MT MT MS MR MT MR MS MS MT MT MT MR MT MR MT MS
MT MT MT MT MR MT MR MT MT MT MT MT MR MT MR MT MT
MT MT MT MT
AL 25 AL 30 AL 34 AL-MANDURI AL BANDEIRANTE Cativerve 01 Cativerve 02
MR MR MR MR MR MR SI
MR MR MR MR MR MR MR
MR MR MR MR MR MR MR
MR MR MR MR MR MR MR
MR MR MR MR MR MR MR
MR MR MR MR MR MR MR
MR MR MR MR MR MR MR
SI SI SI SI SI SI SI
MR
MS
SI SI R
MS
R
MS MS T MT MS MT
SI SI
MT MT MT MT SI MT
S MT MS MS MS MT
SI SI SI SI SI SI
SI R SI
IAPAR 50 IAPAR 51 IAC
R
OC 705 CD 3121 CD 302 CD 303 CD 304 CD 305
CEP 304 FUNDACEP 34 FUNDACEP 35
RS 20 RS 21 SAVE 394
Cercospora DOENÇAS COLMO Sanidade de Grãos MR MR MR MR MR MR MR MS MR MS MR MR MR MR MR SI SI
MT MT MT MT MT MT MT SI MT MT
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Reação às Doenças: Os materiais da Monsanto (Agroceres e Dekalb) são apresentados com uma escala de tolerância às doenças variando entre baixa e alta (AT - Alta Tolerância; T- Tolerante; MT – Moderadamente Tolerante e BT – Baixa Tolerância ). As cultivares das empresas Pioneer, Embrapa (BR e BRS) e Planagri, Semeali, apresentam escala variando entre susceptível, moderadamente susceptível, moderadamente resistente e resistente. As cultivares das empresas Agromen Sementes Agrícola Ltda, Santa Helena Sementes e COODETEC são apresentadas com uma escala de resistência a doenças variando de S – Susceptível; MS – Moderadamente suscetível; MT – Moderadamente tolerante; T – Tolerante e AT – Altamente tolerante. Os materiais da Aventis são apresentados com uma escala de tolerância a doenças variando de: altamente susceptível, susceptível, medianamente tolerante, tolerante e altamente tolerante, A escala de tolerância a doenças utilizada pela Dow AgroSciences e pela Agroeste varia de notas de 0 a 9, em que 0 representa ausência de tolerância e 9 representa alta tolerância. José Carlos Cruz, Luiz André Corrêa, Israel Alexandre Pereira Filho, Francisco Tenório Falcão Pereira e Renata Parreiras Versiani, Embrapa Milho e Sorgo 30
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AENDA
Defensivos Genéricos
Desvios de defensivos Como funciona a legislação sobre produtos fitossanitários e qual o papel do genérico
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ertamente o leitor já ouviu falar que produtos domissanitários registrados na área da Saúde, com exigências muito mais fracas que as dos fitossanitários, invadem ilegalmente a área agrícola e o governo não fiscaliza, não faz nada. Pois bem, e se eu disser que tudo é mentira, que não passa de mais uma estratégia para diminuir a importância dos defensivos genéricos? Prepare-se, abra sua mente, vou contar coisas verdadeiras e você vai me dar razão! 1ª VERDADE – A Monografia dos Biocidas Toda substância nova com poderes biocidas (baraticidas, fungicidas, herbicidas, lesmicidas, mosquicidas...) é avaliada no que tange à saúde humana pela Agência de Vigilância Sanitária, com profundidade e competência. A ANVISA analisa a substância em grau de concentração técnica através de inúmeros testes toxicológicos realizados em animais de laboratório, visando aferir os impactos mais imediatos e os crônicos. São estudos de toxicidade oral, dermal, ocular, mutagenicidade, teratogenicidade, metabolismo, carcinogenicidade, entre outros. Todos esses estudos são exigidos, quer o novo produto seja apresentado para uso fitossanitário (áreas agrícolas) quer para utilização domissanitária (áreas urbanas). Essa avaliação origina um documento chamado MONOGRAFIA, em que estão dispostas para o público no Diário Oficial da União as principais características das substâncias, recomendações gerais de uso e limites de resíduos em alimentos. 2ª VERDADE – A Diferença de Registro entre Fitossanitários e Domissanitários A partir da monografia é que começa um processo de registro de um produto para venda ao público, seja para venda direta ao consumidor seja para venda atra-
vés de empresas especializadas. O uso em lavouras (meio rural e população esparsa) ou em domicílios (meio urbano e população concentrada) diferencia as avaliações adicionais àquelas já descritas nas monografias. Para os produtos fitossanitários, registrados sob a legislação capitaneada pela Lei 7802, e aplicados nas lavouras, são exigidos alguns testes toxicológicos para aferir o impacto imediato do produto formulado para venda aos agricultores e monitoramento dos limites de resíduos determinados na monografia, pois é na contaminação dos alimentos que podem ocorrer malefícios para as pessoas em geral. Uma cautela adicional é a obrigatoriedade de compra e venda sob receita de profissional em agronomia. A Lei 6.360 e seus decretos e portarias regem os produtos domissanitários, cuja aplicação é diretamente próxima a seres humanos e animais. As cautelas dessa legislação atentam principalmente para o potencial de periculosidade. Assim, são exigidos os testes para aferir o grau de toxicidade imediata do produto formulado que será exposto à venda, tal qual também define a Lei 7802. Mas essa cautela é bem maior quando comparada com os fitossanitários e, de forma preventiva, alguns produtos não são aceitos na área dos domicílios. A FAO mantém uma listagem de produtos altamente perigosos que não podem ser registrados para esse uso e outros são registrados com restrição de concentração e para aplicação apenas através de empresas especializadas. É uma cautela bem mais efetiva que uma receita. Você sabia disso? 3ª VERDADE – Invasão de Produtos Fitossanitários nas Cidades Além das casas e de seus jardins, as cidades têm praças, canteiros de ruas, terrenos baldios, campos esportivos e taludes de contenção, todos geralmente com plantas. Para essas áreas maiores com plantas,
o governo ainda não desenhou uma legislação específica de registro. E o que acontece? É isso mesmo que pensou, uma enxurrada de produtos perigosos, necessários na agricultura por falta de melhores alternativas quando se mira a grande variedade de pragas, mas inaceitáveis perto da população concentrada nas urbes. E aí surgem o aldicarb (o famoso chumbinho), o phorate, o parathion...e outros mais. Uma imprudência. É, o desvio tem mão e contramão!
CONCLUSÃO Os produtos domissanitários levados para a lavoura, na verdade, são defensivos genéricos na quase totalidade dos casos. Suas monografias já são de propriedade pública e são sempre de periculosidade aceitável para a população, porquanto são regidos por uma legislação bem mais restritiva nesse particular. Milhar 6360 é bom palpite na cidade e em qualquer lugar. Milhar 7802 é palpite só no campo. Aliás, não caia na ladainha de que os produtos genéricos são mais antigos, mais agressivos, dosagem maior e outras bobagens. Pense, não seja mais um patinho na ninhada! Os produtos genéricos são mais conhecidos pela ciência e pelo uso disseminado, seus pecados são bem conhecidos e a técnica dá os elementos necessários para usá-los com segurança. E, lembre-se: os genéricos de hoje eram os novos de ontem. O que dizer, então, dos novos produtos de hoje? Daqui a 20 anos (quando forem genéricos), será que descobriremos mazelas não detectadas inicialmente? Sinceramente, vou cruzar os dedos para que não! De qualquer forma, o governo está sim fazendo sua parte e construindo uma legislação à altura do nosso crescimento como nação. Colabore, não use na lavoura produto registrado na ANVISA e, por enquanto, escolha, muito bem, um produto registrado no MINISTÉRIO DA AGRI. CULTURA se for usá-lo na cidade.
Fotos Pedro Batistin
Informe especial
Água na Bahia Congresso de irrigação levou ao cerrado brasileiro, tecnologias e conhecimentos para desenvolver a região A irrigação no Brasil está presente em apenas 7% da área plantada, mas é responsável por mais de 35% da produção de alimentos do país. O cerrado brasileiro mais especificamente possui características ímpares e privilegiadas para a produção de alimentos que não são encontrados em nenhuma outra região brasileira. Além de ter a maioria de suas terras agricultáveis, o cerrado conta com um clima bem definido, o que propicia colheitas com grande qualidade e produtividade. Possui ainda enorme disponibilidade de recursos hídricos e uma topografia plana que são extremamente favoráveis para a implantação de tecnologias como a irrigação. Com o intuito de alavancar o progresso da região, a Prefeitura de Luís Eduardo Magalhães (BA), na pessoa do prefeito Oziel Alves Oliveira junto com as demais autoridades do município, promoveram nesta promissora cidade o I Congresso de Irrigação do Cerrado Brasileiro, realizado entre os dias 15 e 18 de julho de 2003, no Hotel Solar Rio de Pedras. O objetivo principal do Congresso foi o de proporcionar a produtores, técnicos e empresários a troca de conhecimentos, como forma de aumentar a produtividade e reduzir custos. Além disso, a presença de empresas do ramo possibilitou a realização de várias rodadas de negócios entre os congressistas. A Prefeitura também pôde 34
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dar mais um passo em direção ao desenvolvimento, pois no decorrer do evento conseguiu avançar nas negociações pela busca de investimentos. A cidade, emancipada há dois anos, apresenta crescimento econômico pujante e, graças ao empenho dos governantes locais, atrai empresas brasileiras e do exterior. “Temos um programa bastante arrojado. Pela condição de grande produtora de matéria-prima buscamos indústrias para transformá-la aqui, gerar emprego e agregar valor à produção da nossa cidade”, explica o prefeito Oziel Alves Oliveira. Durante os quatro dias do Congresso foi apresentado o que há de melhor em tecnologia, em conhecimentos sobre equipamentos, gestão de agronegócios, eficiência na produção, disponibilidade de linhas de crédito específicas para a irrigação e produção sustentável para desenvolver o cerrado e preservar o meio-ambiente. O cronograma de palestras contou com profissionais renomados de diferentes regiões do Brasil. Palestras abordaram todos os aspectos necessários para otimizar os sistemas de irrigação e proporcionar aos produtores maior rentabilidade. Dentre os assuntos, mereceram destaque a análise de solo, levantamento de dados sobre os recursos hídricos, produtos desenvolvidos para áreas irrigadas, sistemas de irrigação mecanizawww.cultivar.inf.br
das, monitoramento do solo e linhas de crédito para agricultura irrigada. A comissão organizadora mostrou-se satisfeita porque durante o Congresso foram criadas oportunidades de negócios no valor de R$ 16,5 milhões, sendo R$ 2,1 milhões contratados durante o evento. Para o diretor de desenvolvimento econômico, Valdecir Eberlein Scholosser, os resultados a longo prazo serão ainda mais animadores. “Obviamente nós teremos mais negócios futuros em função deste evento. Sem sombra de dúvidas, muitas empresas fizeram contatos e esses contatos certamente mais lá na frente vão ter subsídios positivos”. Estiveram envolvidos na organização do Congresso 14 Estados que compõem a rede de produção em Cerrado brasileiro, dos quais 12 estiveram presentes. O sucesso do evento foi tamanho que, desses, dois propuseram à Prefeitura de Luís Eduardo Magalhães - cidade merecidamente conhecida como Capital do Agronegócio - que levasse o Congresso para outras regiões brasileiras, questão ainda em análise, mas que reforça a importância e a dimensão alcançadas pelo evento. Outro fato que marca a iniciativa do Governo Municipal foi a presença do governador do Estado da Bahia, Paulo Souto, do senador Antônio Carlos Magalhães, da deputada estadual Jusmari Oliveira, que Agosto de 2003
muito luta por aquela região e especialmente por Luís Eduardo Magalhães, além de diversas outras autoridades, na solenidade de encerramento do Congresso. O governador Paulo Souto frizou a importância que iniciativas de administradores municipais, como os de Luís Eduardo Magalhães, têm para o desenvolvimento do Estado e do país. “A irrigação é um assunto importante, porque atrai, além dos produtores locais, interessados de outras regiões brasileiras que vêm comprovar a potencialidade de toda essa região”, garante o governador. “Essa é uma iniciativa muito importante porque discute temas da atualidade, mas ao mesmo tempo é um fator de atração de novos investimentos na região”, conclui. O governador baiano autorizou a assinatura de convênios com 34 associações de produtores rurais para perfurar poços, construir cisternas e pequenas barragens, implantar sistemas de abastecimento de água e de energia solar, construir pontes, além de viabilizar a aquisição de tratores e implementos. As secretarias de Desenvolvimento Urbano e de Planejamento assinaram convênios de projetos de infra-estrutura urbana, do Programa de Administração Municipal e Desenvolvimento de Infra-estrutura Urbana (Produr), que representam grandes conquistas e trazem muitos benefícios para os moradores daquelas regiões. “As obras são importantes para toda essa região, pois beneficiam 14 municípios na área de desenvolvimento rural, três com obras na área de desenvolvimento urbano, beneficiando pequenos produtores, melhorando a infra-estrutura urbana e a infra-estrutura rural. O município de Luis Eduardo Magalhães representa bem o que a Bahia significa hoje para o Brasil: um Estado de vanguarda que avança e contribui muito para o desenvolvimento da economia brasileira”, concluiu
Governador Paulo Souto e senador Antônio Carlos Magalhães prestigiaram o evento e elogiaram a iniciativa
o governador. O senador Antônio Carlos Magalhães, no seu pronunciamento, além de destacar o potencial agrícola da região, disse ficar emocionado toda vez que vai a Luís Eduardo Magalhães, por ver o município que leva o nome do seu filho se desenvolver de maneira tão rápida, honrando a memória de seu patrono. Acrescentou ainda que a cidade não é motivo de orgulho só para ele, mas para o Estado da Bahia e também para o Brasil. Outra pessoa importante e que muito faz pelo do oeste baiano é a deputada Jusmari Oliveira. Dos convênios assinados pelo governador, a maior parte foi conquistada pela deputada. São 34 convênios de médias obras e três de grandes obras, que trarão enormes mudanças para esses municípios. A deputada lembrou em seu dis-
curso de encerramento o quanto a administração municipal tem se empenhado para desenvolver o município, que apesar de ser novo, cresceu muito em pouco tempo. Jusmari frisou a importância do processamento da matéria-prima gerada no cerrado brasileiro e a confiança nos produtores como fundamentais para que o município dê o próximo passo rumo ao que ela chama de “segunda etapa do desenvolvimento da região”, que é a implantação das agroindústrias no município. “O prefeito Osiel não tem medido esforços para trazer indústrias para beneficiar a riqueza gerada nesta região”, garante. O que pode ser destacado do Congresso, além do grande volume de negócios, são os resultados que o evento trará para o cerrado brasileiro a médio e longo prazo. Os congressistas receberam informações sobre como aumentar a produtividade da lavoura, ter mais de uma safra por ano, utilizar melhor os insumos disponíveis, reduzir custos e ainda otimizar os recursos hídricos, conservando o meio-ambiente, buscando sempre o desenvolvimento e primando pela sustentabilidade. RW (A repórter Rocheli Wachholz viajou a convite da Prefeitura de Luís Eduardo Magalhães)
Osiel Alves Oliveira, prefeito do jovem município de Luís Eduardo Magalhães, luta pelo desenvolvimento da cidade através de políticas que valorizem a agricultura, base da economia local, mas também reúne esforços para atrair indústrias que transformem a matéria-prima gerada na região, criando empregos, agregando valor a seus produtos e conseqüentemente impulsionando o desenvolvimento. “Apesar de ser uma cidade relativamente nova, temos projetos arrojados para alavancar a nossa economia e mostrar a força da agricultura baiana”, garante.
A deputada estadual, Jusmari Terezinha de Souza Oliveira contribui muito para o crescimento de Luís Eduardo Magalhães e dos municípios vizinhos. Ela é responsável pela grande maioria dos convênios assinados pelo governador Paulo Souto durante o Iº Congresso de Irrigação do Cerrado Brasileiro. Três destes projetos transformarão totalmente as sedes dos municípios de São Desidério, Formosa do Rio Preto e Luís Eduardo Magalhães, com a construção de praças, mercados municipais e pavimentação de ruas, dando “cara nova” a estas cidades.
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Agronegócios
Alimentos Funcionais Além de satisfazer as necessidades nutricionais, os alimentos funcionais trazem benefícios à saúde, melhoram os mecanismos de defesa do organismo, previnem doenças e ainda reduzem despesas com medicamentos
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m tempos de Fome Zero – supostamente um consensus omnium - a FAO amarga dez anos de frustradas tentativas de constituir um fundo, organizado pelos países filiados à ONU, para reduzir a fome no mundo. O fracasso de um programa que deveria, em 30 anos, reduzir a fome endêmica em 50%, se deve à falta de solidariedade dos países ricos, únicos com cacife para investirem no programa. Em contraste, acentuam-se as exigências de qualidade e de inocuidade dos alimentos nos países ricos, um comportamento nascido na Europa, que rapidamente se espalhou nos demais países do mundo. É nesse particular que se inserem os alimentos funcionais, pois, em tese, não basta estar alimentado, é necessário ter saúde.
saúde. A fim de reduzir as despesas com medicamentos, foi criado o programa FOSHU (Foods for Specified Health Use). Os alimentos do FOSHU contêm ingredientes naturais, são consumidos como parte da dieta alimentar e cumprem funções específicas no organismo, como a melhoria dos mecanismos de defesa biológica (imunológicos); a prevenção ou terapia de alguma enfermidade ou disfunção; a melhoria das condições físicas e mentais e do estado geral de saúde; e o retardo no processo de envelhecimento orgânico. A grande aceitação dos alimentos funcionais deveu-se à sua associação com a redução dos riscos das principais causas de mortalidade nos países ricos, que são: acidentes cardiovasculares, tumores cancerígenos, acidente vascular cerebral, arteriosclerose e enfermidades hepáticas.
CONCEITO O alimento funcional é semelhante, em aparência, aos alimentos convencionais, sendo consumidos como parte da dieta e, além de satisfazer os requerimentos nutricionais, trazem benefícios à saúde. O arroz integral possui um processamento mínimo, apresentando alto teor de fibras, importantes para a regulação intestinal e da taxa do colesterol sangüíneo; de fitatos, que protegem o organismo da ação tóxica de metais pesados; de ácidos graxos insaturados; proteínas e vitaminas. No processamento, o arroz perde a maioria dessas substâncias, não sendo enquadrado como alimento funcional.
HISTÓRICO Nos anos 80, a elevada idade média da população do Japão criou um problema para os planos de seguro saúde. Mais idosos, os segurados tornaram-se vulneráveis a determinadas doenças e distúrbios de 36
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COMO FUNCIONAM Os alimentos funcionais contêm substâncias com ação sobre a fisiologia ou a bioquímica do organismo humano. À guisa de ilustração, examinemos o caso dos hormônios associados ao sistema reprodutor feminino. Quando seus ovários reduzem a produção de estrógeno e progesterona, as mulheres ingressam no climatério, um período conturbado e desconfortável. Existem alimentos que reduzem o desconforto do climatério, sendo a soja o mais importante deles, elevando-a à condição de paradigma dos alimentos funcionais. Mal comparando, os hormônios seriam “plugues” de conexões elétricas. As “tomadas” são proteínas (receptores) existentes nos órgãos onde os hormônios atuam. Quando a conexão é perfeita, o hormônio cumpre sua função. As células do útero, ovário, mama e outros órgãos possuem proteínas receptoras, em que os estrógenos se ligam, a fim de cumprir sua função. Entretanto, sob determinadas condições, o hormônio causa danos às células, podendo atingir o DNA. Alterações na estrutura do DNA têm alto potencial carcinogênico, pois proteínas estrutural e funcionalmente diferentes podem ser expressas, afetando as respostas celulares. As isoflavonas, presentes em alguns alimentos, assemelham-se aos hormônios e podem se ligar aos receptores, atuando como estrogênios “fracos”, com baixa atividade e efeito nulo sobre o código genético. A linhaça e a soja possuem esse efeito, o que lhes confere a propriedade de prevenir determinados tipos de tumores malignos, sendo classificados como alimentos funcionais.
SUBSTÂNCIAS ATIVAS Existem diversos grupos químicos responsáveis pelas propriedades terapêuticas, ou redutoras de riscos à saúde, dos alimentos www.cultivar.inf.br
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nectivos do organismo.
FIBRAS (OLIGOSSACARÍDEOS) As fibras são encontradas em arroz, soja, trigo e aveia. Algumas fibras são de difícil digestão, embora existam fibras solúveis. Atuam na regulação do processo digestivo e no seqüestro e excreção de ácidos biliares. Reduzem o LDL-colesterol e o risco de câncer cólo-retal, impedindo a metástase. A alfa-glucana, encontrada na aveia, tem ação comprovada na redução do colesterol, diminuindo sua absorção pelo organismo, enquanto a quitosana captura e excreta gorduras, também reduzindo o LDL-colesterol. A linhaça contém lignana, que estimula a imunidade e reduz o LDL-colesterol.
ÔMEGA -3 (DHA E EPA)
funcionais. Os terpenos são encontrados em hortaliças, frutas, produtos de soja e outros grãos. Funcionam como antioxidantes, protegendo os lipídios e os fluidos corporais dos radicais livres. Os terpenos reduzem o risco de câncer de mama, pulmão, cólon, estômago, próstata, pâncreas, fígado e pele. Quando um gene oncógeno (causador de câncer) muta, as células sintetizam uma proteína anormal, que pode ser um fator de crescimento, ou interferir na atividade de uma enzima promotora do crescimento celular. As células se dividem agressiva e anormalmente, formando o tumor. As reações químicas do crescimento celular são reguladas por enzimas e a ação anticancerígena dos terpenos ocorre pela redução da atividade dessas enzimas, evitando a sua proliferação desordenada.
TERPENOS Os carotenóides (vitamina A e licopeno) estão presentes em alimentos com pigmentação amarela, laranja ou vermelha (tomate, abóbora, pimentão, laranja). Os limonóides (alfa-limoneno, pineno, eucaliptol) são encontrados nas cascas de frutas cítricas e protegem o tecido pulmonar, prevenindo tumores e fortalecendo o sistema imunológico. Em 2000 foi lançada uma variedade transgênica de arroz denominada “Golden Rice” (Arroz Dourado), com elevado teor de beta-caroteno. Ela foi desenvolvida para combater a cegueira por avitaminose A, problema crítico em países pobres. O suprimento adequado de vitamina A previne o dessecamento dos dutos lacrimais e a ulceração da córnea. Agosto de 2003
FENÓIS São antioxidantes encontrados em vegetais de cores roxa, azul ou violeta (uva, cereja, berinjela). Possuem atividade antiinflamatória, evitam a aglomeração das plaquetas sangüíneas e a ação de radicais livres no organismo, protegendo desde o código genético (DNA) até os lipídios, abortando dessa forma os processos carcinogênicos. Os chás verdes, ricos em polifenóis, ajudam a prevenir alguns tumores e as doenças cardíacas. Os flavonóides (flavonas e isoflavonas) estão presentes na soja, em frutos cítricos e outros alimentos. A camomila é rica em apigenina, uma flavona com efeito analgésico. A diosmina e a hesperitina, presentes nos frutos cítricos, favorecem a atuação da vitamina C no organismo. Os flavonóides são antialérgicos, antiinflamatórios, estimulam o sistema imunológico, regulam a pressão arterial e protegem o sistema vascular. As isoflavonas, abundantes na soja, bloqueiam enzimas que promovem os crescimentos tumorais. As mais conhecidas são a genisteína e a daidzeína, que atuam como hormônios (fitoestrógenos) e vêm sendo utilizados em larga escala no tratamento de reposição hormonal de mulheres em pré e pós-menopausa. As isoflavonas reduzem o LDL-colesterol, responsável pela obstrução dos vasos sangüíneos; bloqueiam a ação do estradiol (inibindo a carcinogênese mamária) e da testosterona (evitando o câncer de próstata); e fortalecem os tecidos cowww.cultivar.inf.br
São ácidos graxos polinsaturados, de onde são derivadas substâncias com ação anticoagulante (prostraglandinas e leucotrienos). São encontrados em peixes de águas frias (atum, salmão, arenque, sardinha, bacalhau), no óleo de canola, no óleo de soja e em castanhas. A ingestão de ômega-3 reduz a agregação plaquetária, a pressão sangüínea, a viscosidade do sangue, a hiperplasia vascular e as arritmias cardíacas. Em doses adequadas, aumenta a sobrevida plaquetária e o funcionamento dos beta-receptores cardíacos. Também reduz os níveis de colesterol e de triglicerídios do sangue e possui efeito antiinflamatório. Porém, o ômega-3 possui atividade oxidante, sendo recomendado consumi-lo associado a antioxidantes, . como a vitamina E. Décio Luiz Gazzoni Engenheiro Agrônomo, pesquisador da Embrapa Soja www.gazzoni.pop.com.br
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Mercado Agrícola - Brandalizze Consulting
Produtor em busca dos insumos para o novo plantio Os produtores neste mês de agosto devem estar atentos às cotações dos principais insumos que devem ser usados no novo plantio. E como se espera pelo crescimento da área plantada brasileira, em pelo menos 5%, mais de 2 milhões de ha novos devem necessitar de grandes volumes de insumos. Dessa forma, abrirá espaço para vermos crescer as vendas de fertilizantes, sementes e defensivos, sem esquecer de novos equipamentos e máquinas. Como as cotações atuais dos principais produtos estão dentro das médias históricas ou levemente acima, é importante que os produtores acompanhem de perto a relação de troca entre os produtos que detêm frente aos insumos que necessitarem, para que possam realizar boas aquisições de insumos. Os principais fornecedores de insumos devem entrar forte na troca destes por soja, milho, arroz e trigo. E, neste tipo de operação, poderá aparecer boa oportunidade de negócios para os produtores.
MILHO Safrinha chegando forte e mercado lento O mercado do milho passou o mês de julho com pressão baixista e, como as geadas que ocorreram não causaram perdas significativas à colheita que está a todo o vapor, deverá obter-se números próximos das 11 milhões de t., ficando muito acima das 6 milhões colhidas no ano passado. Como ainda temos grandes volumes de milho da safra de verão parados nos armazéns, tem havido dificuldades na sustentação das cotações. Dessa maneira, para agosto, as melhores oportunidades que devem aparecer continuarão sendo as vendas na exportação e, principalmente o exercício das Opções do governo, que devem continuar pagando acima dos valores do balcão. As indústrias consumidoras estarão recebendo produto a fixar e não devem forçar grandes compras, porque estamos com uma safra estimada em 45 milhões de t, e o consumo entre 39 e 40 milhões. Continuamos apontando que a saída está na exportação, que desafogaria o mercado interno.
ces de crescimento significativo em agosto. Somente problemas na safra dos EUA ou da Ásia poderiam dar suporte a ajustes.
mente o irrigado, que irá ser colhido em outubro e novembro, quando deveremos estar com escassez de ofertas.
FEIJÃO
ARROZ
Voltando às compras
Mercado voltando a reagir
O mercado do feijão mostrou forte pressão de baixa em julho, quando as cotações recuaram para patamares entre R$ 50 e R$ 70 por saca, ficando muito abaixo dos R$ 80 /110 que vinham sendo praticados nos meses anteriores. Em julho, houve concentração na colheita de produto irrigado e junto tivemos queda na demanda e retrações nas cotações do frango, que concorre com o feijão. A boa notícia para o setor em agosto vem do aumento da demanda e também da queda da safra do Nordeste, onde o clima causou grandes perdas e deverá forçar as cotações para cima. Neste mês, o mercado deverá ser comprador e os produtores deverão novamente voltar a comandar os negócios. É um bom mês para o novo plantio, principal-
O mercado do arroz teve, em julho, um período muito fraco, com poucos negócios em cima do casca, o que foi motivado pela falta de movimento no varejo, atingindo cotações baixas e chegando a indicar R$ 31 pelo casca irrigado do sul do país. Com expectativa que em agosto o quadro venha a ser revertido e os indicativos avancem entre 10 e 20%, porque temos uma safra muito menor que a demanda, além do excedente da Argentina e do Uruguai, não conseguiremos atender o consumo interno, que deverá ficar acima das 12 milhões de t. Assim, haverá necessidades de importarmos de outras origens, principalmente dos EUA. O mercado de agosto para o casca deverá ser comprador, favorecendo os produtores que seguraram o arroz.
SOJA
CURTAS E BOAS
Soja com poucos negócios O mercado da soja continuou mostrando pouco movimento. Os produtores estão segurando a soja que têm livre, para fechar entre agosto e novembro, apostando em uma reação, o que lhes daria uma relação de troca melhor. Mas as cotações externas da soja tiveram queda em Chicago, que teve no mês de julho boas condições climáticas, forçando os indicativos da bolsa para baixo. Com isso, tem-se colocado limitadores de crescimento em dólar. Entretanto, o setor aposta que o câmbio poderá melhorar deste mês em diante e, assim, compensar a queda vista em Chicago. Como temos grandes volumes de soja para serem negociados, o mercado poderá demorar mais tempo do que os produtores esperam para reagir, e a necessidade de compra de insumos poderá forçar boa parte do setor à venda, antes de a soja ter avançado. Além disso, o mercado mostra poucas chan-
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SOJA - a safra americana vem mostrando-se favorável neste ano e as expectativas de produção estão entre as 78 e 82 milhões de t, com os novos números para a safra mundial de 2003/04 estimados em 207 milhões de t, contra as 195 milhões de t da safra anterior. MILHO - o quadro mundial está sendo apontando para 625 milhões de t produzidas em 2003/ 04, contra as 599 milhões da safra anterior, mantendo a expectativa de consumo de 635 milhões de t. Dessa forma, mantendo queda nos estoques mundiais, que devem ficar ao redor das 85 milhões de t, contra 96 milhões projetadas para este ano. ALGODÃO - a safra brasileira cresceu e está chegando acima da demanda interna. Com isso, o ritmo da comercialização é lento e, com a economia nacional também lenta, deverá continuar assim. Segue como alternativa a exportação ou segurar para fechar mais adiante. EXPORTAÇÕES - o ritmo dos embarques do milho até julho estava abaixo das expectativas, com 1,1 milhões de t embarcadas. TRIGO - o clima tem favorecido o desenvolvimento das lavouras e, mesmo com algumas perdas localizadas pelas geadas de julho, ainda seguimos apontando para as 4,5 milhões de t. Com as primeiras áreas em colheita devendo chegar neste mês, concentrando-se em setembro. Os produtores não devem forçar a venda para não derrubar as cotações.
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Agosto Maio de 2003