Cultivar Máquinas • Edição Nº 100 • Ano IX - Setembro 2010 • ISSN - 1676-0158
Nossa capa
Test Drive - Agrale 5075.4 Compact
Capa: Cultivar
Matéria de capa
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Testamos o novo trator Agrale 5075.4 Compact e conferimos o desempenho deste lançamento compacto em lavouras de café no sul de Minas e em pomares de laranja no interior do Rio Grande do Sul
Destaques
Índice
Vedação completa
Motores eletrônicos
Ensaio avalia vedação das cabines de tratores e colhedoras de cana e o nível de ruído no posto de comando do operador
Saiba como funcionam os motores a diesel eletrônicos utilizados em máquinas agrícolas e quais as suas vantagens
06
14
• Editor
Gilvan Quevedo
• Redação
Charles Echer Lisandra Reis
• Circulação
Simone Lopes Letícia Gasparotto Ariani Baquini
Grupo Cultivar de Publicações Ltda. www.revistacultivar.com.br
• Impressão:
Direção Newton Peter
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• Design Gráfico e Diagramação
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• Comercial
Pedro Batistin Sedeli Feijó
Cultivar
• Expedição
• Revisão
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C
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Rodando por aí
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Cabines de tratores e colhedoras
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Lubrificantes
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Injeção eletrônica
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Perdas em colheita
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Test Drive - Agrale 5075.4 Compact
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Comparativo de cultivos
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Ficha Técnica - Fankhauser
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Conbea 2010
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Expointer 2010
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Coluna Estatística Máquinas
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Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.
rodando por aí
Rodotrem
A Randon acaba de colocar no mercado o Rodotrem Cana Picada em aço de alta resistência, produto mais leve do mercado no segmento. A redução na tara do equipamento chega a 24% se comparado ao mesmo projeto em aço normal, passando de 11.100kg para 8.400kg. O produto passou pela fase de desenvolvimento e ficou duas safras em testes de campo, até chegar ao produto final. O volume de carga é de 91m3.
Arvus
Márcio Blau apresentou ao público da Expointer o Titanium, equipamento desenvolvido pela Arvus para a agricultura de precisão. O equipamento possui configurações e usos simplificados. Com poucos toques na tela, é possível iniciar a aplicação, seja em taxa fixa ou variável.
Márcio Blau
Kepler
Agritech
A Expointer 2010 foi palco do lançamento do trator 1175-4, da Agritech. Segundo Pedro Cazado Filho, diretor comercial, o lançamento desse trator representa a entrada da empresa no segmento de 75cv, uma opção aos produtores que querem um trator com grande capacidade de potência na tomada de força, possibilitando o uso de implementos para tratos culturais.
A máquina de limpeza de grãos, modelo SCS 170, do Grupo Kepler Weber, ganhou na edição Gerdau Melhores da Terra 2010 o troféu prata na categoria Destaque. “Estar entre os vencedores do prêmio é muito gratificante, uma vez que investimos constantemente em avanços tecnológicos, que possibilitam melhorias significativas nos processos de nossos clientes”, garante João Tadeu Vino, João Tadeu Vino superintendente comercial da empresa.
Fankhauser
A Fankhauser, liderada pelo diretor-presidente Pedro Fankhauser, apresentou na Expointer toda a linha de produtos da empresa, com destaque para a plantadora de arroz, produzida com tecnologia da Agrometal, lançada durante o evento. Além da linha de plantio, a empresa comercializa equipamentos para pulverização, carretas, distribuidores de fertilizantes e colhedoras de forragens.
Jacto
A empresa Jacto ganhou o Troféu Ouro na categoria Novidade do Prêmio Gerdau Melhores da Terra 2010, com a Carreta Adubadora FC 2000 NPK, utilizada na cultura de café. O equipamento utiliza um fluxo de ar para transporte e deposição do fertilizante, em vez de um sistema mecânico, e apresenta grande precisão para aplicar o produto no local correto, na base da planta.
Agrishow 2011
A Massey Ferguson não descarta a participação na Agrishow 2011. A informação foi confirmada pelo diretor de Marketing para a América do Sul, Fábio Piltcher, durante a Expointer 2010. “Essa discussão vai ocorrer via Anfavea, mas a tendência, até por 2010 ter sido um ano bom, é de que se participe da feira”, admitiu. Segundo o executivo, os custos estruturais do evento, para uma companhia do porte da Massey, giram em torno de R$ 800 mil, sem considerar outros gastos como passagens e hospedagem.
Jumil
Francisco Matturro, que por 39 anos foi diretor comercial da Tatu Marchesan, hoje passa a ocupar o mesmo cargo na empresa Justino de Moarais, Irmãos S/A, Jumil. A empresa é especializada na fabricação de implementos agrícolas, como distribuidores de fertilizantes, plantadores de sementes miúdas e graúdas, plantio de mandioca, colheita, trituradores de restos de cultura e pecuária.
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Imprensa e marketing
Francisco Matturro
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A assessoria de imprensa da Semeato está sob novo comando. Desde maio, Alessandra Pasinato responde pelas ações de comunicação interna e externa da empresa. Em agosto passou a acumular também o contato comercial com os veículos de comunicação.
Alessandra Pasinato
Renovação da frota
Dos 800 mil tratores em operação no Brasil aproximadamente 30% se encontram próximos do sucateamento, com mais de 20 anos de uso. Os dados foram apresentados pelo diretor de Operações Comerciais da Massey Ferguson, Carlito Eckert, durante a Expointer 2010. Alavancada por programas governamentais como o Mais Alimentos, a venda de novos tem suplantado o comércio de usados, que em geral eram adquiridos por pequenos agricultores que não tinham a oportunidade de comprar um trator zero quilômetro. Em agosto a empresa contabilizou o recorde de comercialização de 1.777 unidades de tratores no Brasil.
Case IH
A Case IH projeta inaugurar em 2011 um centro de capacitação de concessionárias e clientes no Rio Grande do Sul. A informação foi confirmada durante a Expointer pelo diretor geral da marca para a América Latina, Sérgio Ferreira, que não adiantou qual município gaúcho vai receber o empreendimento. Outra novidade apresentada na feira é a chegada ao mercado da versão arrozeira dos tratores Farmall 80 e 95, marcada para novembro de 2010.
Novo gerente
Alfredo Jobke é o novo gerente de Marketing da Case IH para a América Latina. Na empresa desde 2006, ocupava anteriormente o cargo de gerente de Exportação para a América Latina.
Alfredo Jobke
John Deere
Com o lançamento do pulverizador autopropelido JD 4630, a John Deere amplia sua frota para atender propriedades menores. Para Paulo Hermann, diretor de Vendas, a empresa busca constantemente atender todas as linhas de produção do plantio à colheita para proporcionar ao produtor a possibilidade de homogeneizar sua frota.
Kuhn
Colheitadeiras
Eduardo Isaac, especialista de Marketing de Produto da Case IH, destacou durante a Expointer a linha de colheitadeiras da marca. Entre as novidades apresentadas no estande da empresa durante a feira esteve a versão arrozeira da Axial Flow 2799.
Mário Wagner, diretor geral da Kuhn do Brasil, e sua equipe, destacaram por ocasião da Expointer, além da tradicional linha de plantio direto, o Levsak (sistema de içamento), o pulverizador de barra Porter 400 e a plantadora mecânica rebocada PV/PG Plus. Empresa francesa, iniciou a produzir máquinas agrícolas em 1864. Hoje a Kuhn tem fábricas na França, Estados unidos, Brasil e Holanda.
Mário Wagner
AGCO Rental
Eduardo Sperandio Nicz
Uma nova modalidade de negócios oferecida pela AGCO está crescendo no Brasil. Trata-se da AGCO Rental, uma modalidade de negócios que possibilita aos clientes alugar máquinas novas através das concessionárias da rede. Todas as máquinas do portfólio da empresa estão disponíveis para aluguel, que, atualmente funciona através de contratos de locação de até três anos, período em que todas as manutenções Gladimir Franco e revisões são dadas pela concessionária.
Dia de Campo
Eduardo Isaac
Vendas
Sílvio Rigoni, gerente de Vendas de Tratores da Agrale, destacou que a empresa tem se firmado como a principal fabricante de tratores para o segmento da Agricultura Familiar e do programa Mais Alimentos. O lançamento de produtos e das linhas de crédito disponíveis, como Pronaf e Finame PSI, serviu para alavancar as vendas da marca na feira. ”Nos primeiros sete meses, as vendas da Agrale em 2010 cresceram 51,1% contra 49,8% do segmento”, frisou Rigoni.
De 15 a 17 de setembro, mais de 500 pessoas participaram do Dia de Campo Semeato, promovido pela empresa para possibilitar a troca de informações técnicas, esclarecimento de dúvidas quanto à regulagem e manutenção das máquinas. O palco deste encontro foi a fazenda de Ivan e Luciano Possebom, localizada no distrito de Bela Vista, próximo a Passo Fundo.
Sílvio Rigoni
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Vedação completa
Estudo com tratores e colhedoras utilizados na cultura da cana-de-açúcar mostra a importância das cabines nestas máquinas, garantindo níveis de ruídos, no seu interior, dentro dos limites permitidos pela norma
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Case IH
mecanização
A
colheita da cana-de-açúcar pode ser feita de forma manual ou de forma mecanizada, através de colhedoras desenvolvidas especificamente para esse fim. Em ambos os sistemas pode ocorrer ou não a queima da palha da cana, o que facilita o corte no momento da colheita. Na colheita manual, geralmente se faz uso do fogo, o que dobra a quantidade média de cana cortada por um trabalhador, que é de seis toneladas por dia. Já na colheita mecanizada, não é necessário o uso do fogo para melhorar o desempenho das máquinas. O decreto de Lei Estadual 47.700, de 11 de março de 2003, regulamenta a Lei Estadual 11.241, de 19 de setembro de 2002, que determinou prazo para a diminuição gradativa do emprego do fogo em canaviais paulistas, sendo de grande interesse agrícola e ecológico. Devido a isso, a colheita mecanizada da cana-de-açúcar vem sendo cada vez mais empregada nos sistemas de produção no Brasil. Diante disso, dá-se a necessidade de avaliar se essas máquinas, que estão sendo e serão cada vez mais utilizadas na cultura da cana, atendem às normas que estão previstas em lei, principalmente em relação ao ruído que o operador estará exposto durante sua jornada de trabalho (Fernandes, 2007). Embora as colhedoras e os tratores utilizados na colheita da cana possuam uma cabine que isola o operador do ruído externo, isso não garante que o ruído dentro dela esteja abaixo do limiar estabelecido na NR-15 (2008), que é de 85 dB (A) para uma jornada diária de oito horas de trabalho. Tendo em vista o grande número de colhedoras de cana-crua e tratores que estão sendo introduzidos nessa atividade que está em expansão, o objetivo desta pesquisa foi verificar se os ruídos encontrados dentro da cabine de operação das máquinas utilizadas na colheita mecanizada da cana-de-açúcar estão abaixo do limite estabelecido pelas normas vigentes. Para tanto, é importante quantificar os problemas ocupacionais da relação homem x máquina no que se refere ao ruído, durante a colheita mecanizada da cultura da cana-deaçúcar, através de avaliações dos ruídos dentro da cabine de colhedoras e tratores utilizados na colheita da cana em duas diferentes rotações de trabalho: rotação baixa e rotação de trabalho. Todas as máquinas analisadas apresentaram níveis de ruído abaixo do limite de 85dB (A) estabelecido pela NR-15 (2008) em seu anexo nº 1, para a carga horária diária de oito horas, não apresentando necessidade de utilização de EPIs para a operação dessas máquinas dentro das cabines. Porém, os níveis de ruído do lado externo da cabine variaram entre 90 e 99dB (A) aproximadamente, porém, não havia trabalhadores expostos a esse nível de ruído, que foi avaliado com a intenção de verificar a atenuação do ruído dentro da cabine de operação que deve ser utilizada de maneira correta, sempre com as
pensação “A” do medidor de pressão sonora. A curva de equalização “A” se aproxima bastante das curvas de audibilidade, ou seja, dentro da faixa audível dos operadores de máquinas. Para realização das medições, colocou-se o medidor de intensidade sonora, decibelímetro, próximo ao ouvido do operador, seguindo a NBR 9999 (1987), fazendo-se três medições num intervalo de cinco segundos em cada posição, a média aritmética de cada local medido foi considerada com resultado final de cada ponto medido. Os valores registrados foram arredondados para o número inteiro da média da leitura do ensaio. Em máquinas equipadas com cabine segundo a NBR 9999 (1987) foi efetuada a medição com o ar-condicionado em sua regulagem máxima de refrigeração ou aquecimento e ventilação. Também foram realizadas medições do lado de fora da cabine, de ambos os lados da máquina, e à frente da mesma, para verificar a atenuação de ruído da cabine. As medições foram tomadas em duas rotações sendo elas rotação baixa e
John Deere
portas e as janelas fechadas. O trabalho foi conduzido em duas destilarias situadas na região de Palmital (SP), durante a colheita da cana-de-açúcar entre os meses de setembro e dezembro de 2008. Para a avaliação dos níveis de ruído das máquinas agrícolas, foi utilizado um aparelho de medição portátil, conforme as características descritas na Tabela 1, e seguindo as Normas da ABNT 9999 (1987). Antes de cada medição o aparelho foi devidamente calibrado com calibrador da marca Instrutherm modelo CAL-1000, conforme Fernandes (1994). Foram utilizados três tratores e duas colhedoras, utilizados na colheita mecanizada da cana-de-açúcar, todos com cabines, caracterizados nas Tabelas 2 e 3. A escala utilizada para determinação dos níveis de ruído dos tratores agrícolas foi o decibel dB (A). A unidade de medida de intensidade sonora é o Watt por centímetro quadrado (W/cm²). Para as medições dos níveis de ruído, utilizou-se o circuito de com-
Tabela 1 - Características do aparelho de medição de intensidade sonora Marca: INSTRUTHERM Modelo: DEC-460 Display de cristal líquido (LCD) de 3 ½ dígitos Fabricado conforme norma IEC 651 tipo 2 Escala: Escala dinâmica: Precisão: Ponderação: Resposta:
35 a 130 dB 65dB ± 1,5 dB A Lenta
Tabela 2 - Modelo e características das colhedoras avaliadas na colheita da cana-de açúcar MARCA JOHN DEERE CASE
MODELO 3510 7700
POTÊNCIA (cv) 332 335
Tabela 3 - Marca, modelo e potência dos tratores avaliados MARCA JOHN DEERE CASE NEW HOLLAND
MODELO 7715 MXM 180 TM 140
POTÊNCIA (cv) 182 180 140
Tabela 4 - Rotações de trabalho das máquinas recomendadas pelo fabricante Colhedoras Rotação Baixa: 800 (rpm) Rotação Trabalho: 2.100 (rpm)
Os níveis de ruído encontrados nas duas colhedoras que participaram do ensaio não ultrapassaram o limite permitido de 80dB, o que significa que não é necessário o uso de EPIs quando operadas com a cabine fechada
Tratores Rotação Baixa: 750 (rpm) Rotação Trabalho: 1.700 (rpm)
rotação alta, tanto para o trator como para a colhedora, conforme a Tabela 4. Primeiramente analisaremos os resultados dos tratores com cabine, utilizados no transbordo da colheita mecanizada, e posteriormente, as colhedoras de cana. O trator da marca Case MXM -180 apresentou ruídos aceitáveis para uma carga horária de oito horas, tanto em rotação baixa, como mostra a Tabela 5, como
Tabela 5 - Níveis de ruído na cabine do trator Case MXM -180 em baixa rotação (rpm)
Tabela 10 - Nível de ruído na cabine do trator New Holland TM-140 em alta rotação (rpm)
Nível de ruído dB (A) - Trator Case MXM - 180 Rotação baixa 740 (rpm)
Nível de ruído dB (A) - Trator New Holland TM -140 Rotação alta 1700 (rpm)
F 64,0
OD 61,0
T 64,0
E 91,0
OE 76,0
T 74,0
F 75,0
OD 75,0
OE → Ouvido Esquerdo do operador; OD → Ouvido Direito do operador; F → Parte Frontal do operador; T → Parte Traseira do operador.
OE → Ouvido Esquerdo do operador; OD → Ouvido Direito do operador; F → Parte Frontal do operador; T → Parte Traseira do operador.
Tabela 6 - Níveis de ruído no trator Case MXM -180 em alta rotação (rpm)
Tabela 11 - Nível de ruído em dB (A) na cabine da colhedora Case 7700 utilizando baixa rotação (rpm)
Nível de ruído dB (A) - Trator Case MXM -180 Rotação alta 1700 ( rpm)
Nível de ruído dB (A) - Colhedora Case 7700 Rotação baixa 800 (rpm)
OE 73,0
T 76,0
F 75,0
OD 74,0
OE 63,0
T 65,0
F 65,0
OD 63,0
OE → Ouvido Esquerdo do operador; OD → Ouvido Direito do operador; F → Parte Frontal do operador; T → Parte Traseira do operador.
OE → Ouvido Esquerdo do operador; OD → Ouvido Direito do operador; F → Parte Frontal do operador; T → Parte Traseira do operador.
Tabela 7 - Nível de ruído na cabine do trator John Deere em baixa rotação (rpm)
Tabela 12 - Nível de ruído em dB (A) na cabine da colhedora Case 7700 utilizando alta rotação (rpm)
Nível de ruído dB (A) - Trator John Deere 7715 Rotação baixa 740 (rpm)
Nível de ruído dB (A) - Colhedora Case 7700 Rotação alta 2200 (rpm)
OE 63,0
T 65,0
F 65,0
OD 62,0
OE 78,0
F 78,0
OD 80,0
T 79,0
E 100,0
OE → Ouvido Esquerdo do operador; OD → Ouvido Direito do operador; F → Parte Frontal do operador; T → Parte Traseira do operador.
OE → Ouvido Esquerdo do operador; OD → Ouvido Direito do operador; F → Parte Frontal do operador; T → Parte Traseira do operador.
Tabela 8 - Nível de ruído na cabine do trator John Deere em alta rotação (rpm)
Tabela 13 - Nível de ruído em dB (A) da colhedora John Deere 3510 em rotação baixa
Nível de ruído dB (A) - Trator John Deere 7715 Rotação alta 1700 (rpm)
Nível de Ruído dB (A) - Colhedora John Deere - 3510 Rotação baixa 800 (rpm)
OE 77,0
OD 78,0
F 77,0
T 76,0
E 95,0
OE 66,0
T 66,0
F 65,0
OD 69,0
OE → Ouvido Esquerdo do operador; OD → Ouvido Direito do operador; F → Parte Frontal do operador; T → Parte Traseira do operador.
OE → Ouvido Esquerdo do operador; OD → Ouvido Direito do operador; F → Parte Frontal do operador; T → Parte Traseira do operador.
Tabela 9 - Nível de ruído na cabine do trator New Holland TM-140 em baixa rotação (rpm)
Tabela 14 - Nível de ruído em dB (A) da colhedora John Deere 3510 operada em alta rotação (rpm)
Nível de ruído dB (A) - Trator New Holland TM -140 Rotação baixa 740 (rpm)
Nível de Ruído dB (A) - Colhedora John Deere - 3510 Rotação alta 2200 (rpm)
OE 69,0
OD 71,0
F 70,0
T 69,0
E 90,0
OE → Ouvido Esquerdo do operador; OD → Ouvido Direito do operador; F → Parte Frontal do operador; T → Parte Traseira do operador.
em rotação de trabalho conforme Tabela 6. Através da Figura 1, são comparados o ruído apresentado nas duas rotações (alta e baixa) e o ruído nas quatro posições avaliadas. As medidas realizadas externamente à cabine, os níveis de ruído encontrados foram de 91dB (A), na rotação alta, o que permite induzir que a cabine está atenuando os níveis de ruído satisfatoriamente. Para interpretação dos resultados foi convencionado OE: Ouvido esquerdo do operador, OD: ouvido direito do Operador, F: Parte Frontal do Operador, T: Parte Traseira do Operador e E: Nível de ruído externo. O trator da marca John Deere 7715, de
08
OE 76,0
OD 78,0
F 75,0
T 77,0
John Deere
OE 60,0
rotação (rpm), conforme mostra a Tabela 9 é superior aos anteriores, o que provavelmente se dá pela qualidade da cabine utilizada. Já em alta rotação (rpm) (Tabela 10), os níveis de ruído se assemelham aos outros apresentados, independentemente da posição do aparelho. Na medição feita do lado de fora da cabine, em alta rotação (rpm) a média dos valores encontrados foi de 90dB (A), valor semelhante ao encontrado no trator mais potente (180cv) avaliado anteriormente. Na Figura 3, são comparados os níveis de ruído encontrados no trator New Holland TM-140, para as duas rotações avaliadas. Nota-se que em alta rotação (rpm), o nível de ruído aumentou em torno de 5dB (A) em relação à baixa rotação (rpm), enquanto que nos outros tratores avaliados a diferença foi maior que 10dB (A) entre as duas rotações de trabalho, alta e baixa. Nas duas colhedoras avaliadas, os níveis de ruído encontrados não ultrapassaram o limite de tolerância de 85dB (A) estabelecido pela NR-15 (2008) em seu anexo nº 1. Ambas as colhedoras são de esteira. A primeira colhedora avaliada foi o modelo Case 7700, e em rotação baixa a média encontrada foi de 65dB (A), conforme mostra a Tabela 11. Na Tabela 12 pode-se observar que o valor máximo obtido foi de 80dB (A). Já na medida externa os resultados encontrados chegaram a 100dB (A), o que prova que a cabine tem ótima vedação do ruído emitido pela máquina. Fernandes (1999) e Fernandes (1994) obtiveram resultados semelhantes. Na Figura 4, são comparados os valores
E 94
OE → Ouvido Esquerdo do operador; OD → Ouvido Direito do operador; F → Parte Frontal do operador; T → Parte Traseira do operador.
mesma potência, apresentou valores um pouco acima dos apresentados pelo anterior, conforme Tabelas 7 e 8, e mostrados na Figura 2. Pode-se observar que os níveis também não estão acima do limite estabelecido na NR-15, anexo nº 1, que é de 85dB (A), para oito horas de trabalho em nenhuma das posições medidas. A média dos níveis de ruído externo nesse caso atingiu 95dB (A), valor semelhante ao encontrado por Santos (2008) e Santos et al (2001). O trator New Holland TM 140 executa a mesma função que os dois anteriores, porém, sua potência é menor (140cv), entretanto, o nível de ruído emitido em baixa
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Os três tratores avaliados apresentaram valor máximo de 78dB, também dentro do limite permitido
Figura 1 - Níveis de ruídos nas duas rotações avaliadas no trator Case MXM -180
Figura 2 - Níveis de ruídos nas duas rotações avaliadas no trator John Deere
Figura 3 – Níveis de ruídos nas duas rotações avaliadas no trator New Holland TM -140
Figura 4 - Níveis de ruídos nas duas rotações avaliadas na colhedora Case 7700
obtidos nas duas rotações de trabalho e nas quatro posições avaliadas na colhedora de cana Case 7700. Na Tabela 13 pode-se observar que os valores dos níveis de ruído encontrados dentro da cabine da colhedora John Deere, com o motor em rotação baixa, são inferiores a 70dB (A). Já na rotação alta (rpm), Tabela 14, o valor máximo encontrado foi no ouvido do lado direito do operador, 78dB (A), o que possivelmente se deve à perceptível vibração do vidro na lateral direita da cabine. Nas medições externas o nível de ruído médio encontrado foi de 94dB (A), o que mostra a importância da cabine na atenuação do ruído para a saúde do trabalhador, podendo ser visualizado na Tabela 14. Ao observarmos os valores apresentados na Tabela 14 e na Figura 5 é possível verificar que em função do aumento da rotação de
trabalho, no caso da colhedora John Deere3510 apresentou um acréscimo de 10dB (A), mesmo trabalhando em alta rotação (rpm), com o ar-condicionado funcionando com a ventilação ao máximo. Os níveis de ruído encontrados na cabine das colhedoras estão ao menos 5dB (A) abaixo do limite de tolerância da norma brasileira. Estes resultados são semelhantes aos obtidos por Silva (2002) e Santos et AL (2001).
CONCLUSÕES
De acordo com os dados obtidos nas avaliações feitas nos tratores e colhedoras, pode-se concluir que os três tratores avaliados apresentaram um nível de ruído abaixo do limite de tolerância, apresentando o valor máximo de 78dB (A), enquanto o limite é de 85dB (A) para oito horas de jornada de trabalho. Os níveis de ruído encontrados nas
duas colhedoras não ultrapassaram 80dB (A), o que significa que não é necessário o uso de EPIs para o operador dessa função que também tem a carga horária de oito horas diárias de trabalho. É importante salientar que as cabines originais utilizadas atualmente têm um alto poder de vedação, porém devem ser utilizadas de forma correta, sempre com as janelas e portas bem fechadas, para tanto é importante a manutenção do sistema de refrigeração de ar, pois evita que o operador abra as janelas/ porta, entrando em contato com o ruído emitido pela máquina que é muito elevado, .M chegando a atingir os 100dB (A). João Eduardo G. dos Santos, Abilio G. Santos Filho e Bruno Orlando Valèrio, Feb/Unesp
lubrificantes
Olho na viscosidade
Charles Echer
Cada modelo de motor requer um tipo de lubrificante, com características adequadas para cada tipo de aplicação
D
urante o período de garantia do veículo, a troca de óleo do motor, geralmente, é realizada pela concessionária autorizada pelo fabricante do veículo. Após a fase de garantia muitos usuários de veículos optam, com intento de reduzir custos de manutenção, em efetuar a troca de óleo do motor em postos de serviço ou em estabelecimentos especializados em serviços de relubrificação. Surge então a dúvida sobre que óleo deve ser utilizado. Os motores de combustão interna são divididos genericamente em motores ciclo Otto ou com ignição por centelha e que utilizam como combustível gasolina, etanol ou GNV e motores ciclo Diesel ou com ignição por compressão que utilizam como combustível óleo diesel, biodiesel ou mistura de ambos. A primeira recomendação para a correta escolha do óleo lubrificante para motores de combustão interna é consultar o manual do fabricante do veículo. Nos manuais são mencionadas as especificações técnicas sobre qual o tipo de lubrificante a ser utilizado. Porém, muitos fabricantes de veículos, por questões comerciais, colocam em seus manuais óleos lubrificantes específicos fabricados por determinadas formuladoras de lubrificantes e não especificações técnicas. Neste caso, havendo interesse em utilizar outro lubrificante que não seja o indicado pelo fabricante do veículo, seria interessante consultar técnico especializado em lubrificação para que produto similar seja indicado com total segurança. Algumas especificações técnicas necessitam ser entendidas para a correta escolha do lubrificante para os motores de combustão interna dos veículos.
CLASSIFICAÇÃO SAE
A classificação SAE (Society Automotive Engineers) trata exclusivamente da viscosidade o óleo a ser utilizado naquele motor e não leva em consideração requisitos de desempenho. Ou seja, não se pode decidir se o produto é adequado para uso em determinado motor veicular utilizando-se, somente, o grau SAE de viscosidade visto que produtos com desempenhos muito diferentes podem ter o mesmo grau SAE de viscosidade. A norma SAE J 300 define os graus de viscosidade para uso em motores de combustão interna. Bem resumidamente podemos dizer que nesta classificação os óleos com o sufixo “W” indicam óleos para baixa temperatura (W de winter–inverno) ou “óleos de inverno” e os óleos sem sufixo indicam os óleos para alta temperatura ou “óleos de verão”. À medida que o grau de SAE aumenta na escala aumenta, correspondentemente, a viscosidade do óleo lubrificante. Grande avanço ocorrido na lubrificação de motores de combustão interna são os óleos lubrificantes chamados multiviscosos ou mul-
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tigrau (15W/40, 10W/40, 20W/50 etc). Esses produtos, que atendem mais de um grau de viscosidade, surgiram para evitar que os óleos lubrificantes não formassem gel nos cárteres dos veículos dos motores em dias de baixa temperatura e para que não tivessem sua viscosidade reduzida ao motor atingir sua temperatura de operação. Porém, não são úteis apenas em locais com diferença extrema de temperatura haja vista que por terem viscosidade mais baixa, quando da partida do motor, propiciam lubrificação mais rápida das peças localizadas na parte superior do motor (balancins, válvulas e árvore de comando de válvulas), evitando contato prolongado das superfícies metálicas e reduzindo o desgaste. Ao atingirem a temperatura de operação do motor, sua viscosidade permanece mais estável que a dos chamados óleos lubrificantes monoviscosos ou monograu (SAE 30, 40, 50). Esta característica extremamente interessante dos óleos multiviscosos se deve ao desenvolvimento de novos tipos de óleos básicos e de aditivos chamados MIVs – Melhoradores de Índice de Viscosidade. Resumindo, podemos dizer que os óleos multigrau podem ser utilizados em veículos que operam em ampla faixa de temperatura e podem ser utilizados mesmo em motores
de carros mais antigos. A recomendação de óleos multiviscosos, para uso em motores de combustão interna está amplamente difundida entre os fabricantes de veículos e isto pode ser verificado consultando-se os manuais de operação dos veículos.
CLASSIFICAÇÃO API
Outra classificação fundamental para a seleção adequada de óleos lubrificantes para motores de combustão interna é a API (American Petroleum Institute) que avalia o nível de serviço ou desempenho do óleo lubrificante. É bastante
John Deere
nal do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) é permitida a comercialização de óleos lubrificantes para motores ciclo Otto de classe API SF ou superiores. Para motores ciclo Diesel é permitida a comercialização de óleos lubrificantes de classe API CF ou superiores. O indicado, porém, é que se procure utilizar produtos com a classe API mais recente, pois isto significa maior vida útil do motor e menor probabilidade de ocorrências de borras indesejáveis no motor não importando o período de uso do motor ou do veículo. Algumas montadoras estabelecem níveis próprios de desempenho, como é o caso da Volkswagen, da Mercedes Benz, da Volvo e de outras. Neste caso, o usuário deve estar atento se o óleo lubrificante a ser utilizado satisfaz o exigido pelo fabricante do veículo. Algumas destas exigências demandam que o óleo básico utilizado na fabricação do óleo lubrificante seja sintético ou semissintético. Óleos lubrificantes que utilizam óleos básicos
Marcos Thadeu G. Lobo
prática a classificação API: para motores ciclo Otto (gasolina, etanol ou GNV) a categoria utiliza o prefixo “S” (spark ignition - ignição por centelha ou service - estações de serviço) e para motores ciclo Diesel a categoria utiliza o prefixo “C” (compression ignition - ignição por compressão ou commercial - comercial). A segunda letra indica as classes: à medida que a segunda letra evolui no alfabeto o nível de desempenho do óleo lubrificante evolui também e sempre que uma nova classe é desenvolvida ela substitui, com vantagens, a anterior. À medida que novos projetos de motores surgirem, novas condições de operação tornarem-se necessárias e a legislação ambiental tornar-se mais restritiva com respeito às emissões atmosféricas, será necessário o desenvolvimento de novas classes de óleos lubrificantes para motores de combustão interna. Em tempos recentes algumas montadoras de origem europeia passaram a recomendar o uso da classificação de desempenho Acea (Associação dos Construtores Europeus de Automóveis), mas este tema será tratado em artigo futuro visto que no Brasil é amplamente predominante, ainda, o uso da classificação de desempenho API. Por determinação da ANP (Agência Nacio-
Charles Echer
Em motores mais modernos é indicado utilizar óleos sintéticos, mais resistentes à oxidação
sintéticos ou semissintéticos, geralmente, apresentam maior resistência ao envelhecimento (oxidação) e, consequentemente, à formação de borras, tendo, no entanto, custo superior ao dos óleos lubrificantes de base mineral. Porém, economia neste caso pode significar avaria precoce no motor tendo em vista que os motores dos modernos veículos vêm equipados com cárteres de volumes cada vez menores além de trabalhar a temperaturas e rotações mais elevadas, o que provoca maior estresse no óleo lubrificante, exigindo dele características que só são atendidas por óleos lubrificantes sintéticos ou semissintéticos. Como regra geral recomenda-se que o usuário consulte o manual do veículo antes de adquirir o óleo lubrificante para o seu veículo. Na dúvida, consulte a concessionária autorizada do veículo ou algum fabricante idôneo de óleos lubrificantes. Há muitas pessoas bem intencionadas, mas cujo conhecimento sobre o assunto encontra-se desatualizado. Lembrese: mais caro que o óleo lubrificante é o custo do reparo do motor, além da indisponibilidade do veículo. .M Marcos Thadeu Giacomini Lobo, Petrobras
Tipos de Lubrificantes
C
Detalhe do óleo com borra, devido ao uso de lubrificante fora das especificações para determinada aplicação
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Marcos Lobo esclarece sobre utilização correta dos lubrificantes de motores
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lasses de lubrificantes existentes para motores ciclo Otto: SA, SB, SC, SD, SE, SF, SG, SH, SJ, SL, SM e SN. Classes de lubrificantes para motores ciclo Diesel: CA, CB, CC, CD, CD-II, CE, CF-2, CF-4, CF, CG-4, CH-4, CI-4 e CJ-4 (a terminação 2 indica óleo para motores 2 Tempos e a terminação 4 para motores 4 Tempos).
lubrificantes
Motor eletrônico
Fotos Miguel Camargo
Como acontece há mais tempo nos motores de automóveis, a eletrônica entrou definitivamente no comando dos motores Diesel, tornando-os um equipamento mais econômico que pode, até mesmo, se adaptar ao estilo de dirigir de cada operador
A
máquina que mudou a humanidade, o motor de combustão interna, nasceu a partir de um estudo publicado por um francês chamado Beau de Rochas, em 1862, onde foi descrito os princípios básicos de um motor com ciclo de 4 tempos. Este motor foi construído em 1876 pelo alemão Nicolas Otto, empregando ignição por centelha (vela de ignição) e passou a ser chamado de motor de ciclo Otto. Após uma longa evolução, os motores de ciclo Otto movem a maioria dos automóveis de passageiros no mundo. Outro motor concebido a partir dos estudos de Beau de Rochas foi desenvolvido por Rudolf Diesel. Neste motor a ignição é causada apenas por compressão, sem utilizar velas de ignição. Este motor chamado de motor Diesel também passou por uma significativa evolução e hoje move praticamente todos os veículos de transporte de cargas, incluindo pequenas caminhonetes, caminhões, trens e até navios. Também move os tratores e colheitadeiras, sendo um dos responsáveis pelo grande avanço da mecanização agrícola Até a década de 1970 praticamente todos os combustíveis usados eram derivados do petróleo. Hoje, sabe-se que além do petróleo,
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gás natural, álcool, óleos vegetais e também carvão, podem prover suprimento de combustíveis. Neste aspecto, o Brasil tem-se mostrado pioneiro e inovador criando novas tecnologias para combustíveis alternativos renováveis oriundos da biomassa. Entretanto, a contínua popularidade dos motores de combustão interna poderá depender da sua capacidade de queimar qualquer tipo de combustível disponível e o motor Diesel tem características que permite a queima de variados tipos de óleos, inclusive de origem vegetal. Novas tecnologias continuam sendo desenvolvidas, porém, ainda não há nenhum tipo de motor capaz de substituir os motores alternativos de combustão interna, com vantagens.
Neste sistema, o ponto da injeção (momento que o combustível começa a ser injetado) era fixo e apenas a duração da injeção era variável para controlar a aceleração do motor. Com a evolução da tecnologia, alguns fabricantes de autopeças desenvolveram bombas mais sofisticadas dotadas de mecanismos que automaticamente variavam o ponto de injeção em função da rotação do motor e da carga (esforço) que estava sendo exigida do motor. As bombas mecânicas mais modernas também têm controle automático de marcha lenta e em muitos motores que trabalham com rotação constante existem mecanismos que mantêm a rotação estável, injetando mais combustível, se aumentar o esforço sobre o motor ou reduzindo a injeção de combustível, se o motor estiver trabalhando com pouca carga. Este recurso é utilizado, por exemplo, em grupos geradores onde a rotação do motor determina a frequência da energia elétrica gerada, que deve ser constante, independentemente do consumo de energia. Este sistema também é utilizado em motores de tratores agrícolas onde a rotação do motor deve permanecer constante independente do esforço momentâneo. Pode-se deduzir daí, que para executar todas estas funções foi necessário criar mecanismos muito complexos, que, entretanto, não conseguem atingir as condições ideais da injeção em todas as combinações de ro-
A IGNIÇÃO POR COMPRESSÃO: DA BOMBA MECÂNICA AO COMPUTADOR
Conforme foi mostrado no box ao lado, sabe-se que no final do ciclo de compressão do ar, dentro do cilindro, é necessário injetar uma adequada quantidade de combustível, pulverizada, na câmara de combustão. Nos primeiros motores Diesel esta injeção de combustível era feita por uma primitiva bomba/bico injetor, acionada pelo eixo de comando de válvulas.
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Detalhes estruturais de um bico injetor de óleo diesel com acionamento elétrico
tação, carga e emissão de poluentes, porque estas funções não são lineares. Estas bombas trabalham com parâmetros médios que são razoavelmente satisfatórios. Estas bombas mecânicas ainda são utilizadas por muitos fabricantes de motores, entretanto estão sendo progressivamente substituídas por sistemas eletrônicos inteligentes. Para melhorar o desempenho das bombas injetoras, os fabricantes começaram a introduzir alguns controles eletrônicos nas bombas mecânicas. Estes controles parciais melhoraram seu funcionamento, sem resolver totalmente suas deficiências. Elas foram chamadas de bombas eletrônicas, mesmo sendo bombas mecânicas com apenas poucos controles eletrônicos. A tecnologia evoluiu e hoje sistemas eletrônicos inteligentes são usados para controlar a injeção de combustível.
Após o mapeamento das áreas, foram realizadas aplicações a taxas variáveis de N, P e K com o objetivo de elevar os níveis de fertilidade e a eficiência da adubação
GERENCIAMENTO ELETRÔNICO
Os mais modernos motores Diesel são eletronicamente gerenciados através da tecnologia de microprocessadores, assim se obtém um perfeito controle da combustão e otimização do rendimento, com correta injeção de combustível. Estes motores dispõem de um microprocessador de alta velocidade, capaz de repetir operações matemáticas complexas, como integrações e derivadas, analisar os resultados e tomar decisões de correção para cada ciclo de combustão, individualmente para cada um dos cilindros. Em altas rotações chegam a serem efetuados milhares de ciclos de cálculos e correções por segundo.
COMMON RAIL
Existem diversas versões de sistemas de injeção de combustível para motores Diesel com gerenciamento eletrônico, entretanto o sistema Common rail é o mais importante sistema de injeção de combustível e provavelmente será o que irá prevalecer sobre os demais. Neste sistema o óleo Diesel passa por uma bomba de alta pressão (algumas chegam a atingir mais de 1000 Kgf por cm²). Este óleo sob alta pressão é armazenado em um tubo distribuidor chamado de common rail. Deste tubo partem tubulações que levam o óleo Diesel sob alta pressão até os bicos injetores controlados eletronicamente. Nestes motores existe uma central eletrônica que gerencia o seu funcionamento. Esta central recebe informações de diversos sensores, processa as informações recebidas e atua sobre os bicos injetores promovendo a abertura destes, no momento preciso e durante o tempo necessário para prover a potência adequada à carga e à rotação a cada instante. A quantidade de combustível injetado depende do tempo de abertura do bico injetor e é controlado pela central eletrônica. O instante exato de aber-
Acima, esquema do sistema Common Rail (adaptado de Bosch - Diesel Engine Manegement) e, abaixo, componentes básicos de um sistema de injeção eletrônica de combustível diesel
tura do bico correspondente é determinado também pela central eletrônica. Existe um sensor de posição e de rotação do motor, chamado de roda fônica, que indica para a central a posição angular do virabrequim a cada instante, determinando assim o momento preciso de cada ação. Um sensor analisa os gases da combustão, chamado sonda lambda. Este sensor determina, para cada ciclo de combustão, a relação entre ar admitido pelo motor e combustível injetado na câmara de combustão. Existem outros sensores que verificam a temperatura da água, do óleo, do bloco do motor e do ar ambiente, sensores de pressão, além de um sensor de detonação, que detecta a batida provocada por pré-ignição ou detonação. Para cada ciclo de combustão, em cada cilindro, a central eletrônica coleta todas as informações dos sensores e determina a quantidade correta de combustível levando em consideração a aceleração (rotação) do motor e a carga (esforço) e dispara o sistema de injeção de combustível no momento exato. Durante a combustão, a central eletrônica detecta eventual detonação, causada por sobrecarga no motor e faz as correções necessárias para o próximo ciclo. Imediatamente após a combustão, os gases residuais são coletados e analisados pela sonda lambda, quanto ao teor de fumos, determinando assim se a quantidade de combustível não estava excessiva.
Em função desta análise, também são feitas correções necessárias para o próximo ciclo. Os motores de combustão interna são inerentemente não-lineares, variando suas características com a temperatura ambiente, velocidade de operação e potência de saída. Estes sistemas são discretos, variáveis com o tempo, onde o início da injeção de combustível e a definição do tempo de injeção dependem da velocidade do motor que, por sua vez, depende da quantidade de combustível injetada. É muito difícil a obtenção de um modelo matemático preciso para sistemas reais com elevado grau de complexidade como um motor de combustão interna, mesmo usando-se equacionamento sofisticado aliado à matemática avançada. Então, para facilitar o gerenciamento eletrônico são feitos dois mapeamento do motor. O primeiro relaciona a quantidade de combustível injetada e a rotação do motor. Este mapeamento tridimensional determina a cada instante o momento exato do inicio da injeção. O segundo mapa tridimensional relaciona a pressão de entrada de ar com a velocidade do motor e indica o limite de fumaça do motor. São tantos os fatores que influem na determinação destas relações, que os mapas tridimensionais obtidos tem a forma de cadeias de montanhas. Vê-se que só é possível obter este mapeamento por método experimental.
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Como funciona um motor Diesel
M
otores Diesel são motores de combustão interna, de ignição por compressão. Nestes motores a ignição do combustível ocorre espontaneamente, devido à alta temperatura desenvolvida durante a compressão e devido à própria compressão. Os motores Diesel, geralmente, são motores de 4 tempos. O primeiro tempo, chamado aspiração, começa quando o pistão se encontra no ponto morto superior. Neste instante abre-se a válvula de admissão e com o movimento do pistão, é aspirado ar para dentro do cilindro. Quando o pistão atinge o ponto morto inferior a válvula de admissão é fechada, e termina o primeiro tempo. Este tempo, assim como cada um dos demais, consome 180º, ou seja, ½ volta de giro do virabrequim, também chamado de árvore de manivelas ou eixo do motor. No segundo tempo chamado de compressão, o ar admitido no cilindro é comprimido durante a próxima ½ volta do motor, ou seja, até o motor atingir novamente o ponto morto superior. A taxa de compressão teórica é a relação entre o volume do cilindro no inicio da compressão e o volume no final da compressão. Nos motores Diesel esta taxa
de compressão chega atingir 22 para 1, dependendo do projeto do motor. O terceiro tempo se chama combustão ou expansão. Somente neste tempo que corresponde à próxima ½ volta, o motor gera potência. Neste tempo, a bomba injetora, através do bico injetor, injeta dentro do cilindro uma dose de combustível Diesel finamente pulverizado. Este combustível encontrando o ar altamente comprimido e aquecido pela compressão (o ar se aquece ao ser comprimido) entra em combustão espontânea, gerando mais calor, que provoca uma expansão dos gases aí contidos e conseqüentemente mais pressão, empurrando fortemente o pistão para baixo. O movimento linear do pistão dentro do cilindro é transformado em movimento rotativo pelo sistema biela-manivela, formado pela biela e pela manivela do virabrequim. O quarto e último tempo chamado descarga ou escapamento, começa no ponto morto inferior. Neste instante abre-se a válvula de escapamento e os gases resultantes da combustão são expelidos para o cano de descarga enquanto o pistão sobe até o ponto morto superior. No ponto morto superior a válvula de descarga é fechada e imediatamente abre-se a válvula de admissão e novo ciclo se inicia.
Pesquisadores da UFSM explicam o funcionamento e as vantagens dos motores eletrônicos a óleo diesel
a cada instante (rpm instantânea). Estas duas informações são obtidas a partir da roda fônica, que gira solidária com o eixo de comando de válvulas Neste disco há falta de dois dentes que determinam o ângulo zero para o primeiro cilindro. Um sensor de proximidade fixo na carcaça do motor, percebe quando um dente do disco passa pelo mesmo e emite um pulso elétrico para a central eletrônica. A central detecta a rotação medindo a freqüência dos pulsos e detecta o ângulo zero pela falta de dois pulsos. O ângulo instantâneo é definido pela contagem dos pulsos a partir do ângulo zero. A roda dentada (roda fônica) tem 58 dentes e duas falhas, ou seja, 60 divisões. Isto significa que cada pulso corresponde a 1/60 de uma rotação, ou seja, 360/60° = 6°. Então cada pulso corresponde a 6 graus de giro da roda fônica. Após efetuar os cálculos, pré-definidos no programa do micro processador, com base nas informações recebidas dos sensores, fica determinada: a rotação instantânea do motor, aposição angular instantânea do virabrequim, a carga à qual o motor está submetido.
DETALHE DO COMMON RAIL
Cada motor projetado tem seus mapas característicos, e estes são armazenados na memória da central eletrônica. Durante o funcionamento, a cada instante o processador da central eletrônica busca no mapa os valores adequados para cada função a ser controlada. O principal componente do gerenciamento eletrônico de um motor é sem dúvida a central eletrônica. A central eletrônica consiste de um poderoso micro processador capaz de receber todas as informações emitidas pelos muitos sensores instalados no motor, tomar as decisões, baseado nos mapeamentos do funcionamento correto e acionar atuadores, que corrigem ou executam uma tarefa específica para manter o motor funcionando
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na condição ideal a cada instante. A central eletrônica gerencia o motor como se cada cilindro fosse um motor independente e sem influência sobre os outros, e todos os cálculos, ações e correções são repetidos a cada ciclo de funcionamento do motor Para que a central eletrônica possa executar as funções de comandar a dosagem de combustível e a ignição, são necessárias muitas informações fornecidas por diversos sensores, entretanto, há um sensor muito importante que gera duas informações necessárias: a posição angular do motor em relação aos 720º de um ciclo completo e ao mesmo tempo o regime de rotação do motor
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Com o motor em funcionamento, os sinais provenientes dos sensores conectados ao motor são processados e cruzados com os mapas de memória. Os dados de entrada e saída são processados e comparados, através
Central de gerenciamento eletrônico microprocessado
de interpolações matemáticas, com os valores previamente levantados e armazenados na memória da CPU. Os valores de saída destes mapas são determinantes para as ações de controle a serem tomadas pelos atuadores existentes no motor. Assim resta à central eletrônica, após calcular a massa de ar, a carga à qual o motor está submetido e a rotação instantânea, encontrar no mapa da memória, qual o momento de início da injeção de combustível e a duração desta injeção. Entretanto, apesar de todos os cálculos feitos, tanto o momento de início da injeção como a quantidade de combustível injetada, podem ainda não estar totalmente corretas. Se, por exemplo, a câmara de combustão estiver muito aquecida, a combustão é facilitada e pode haver pré-ignição, que leva a detonação. A detonação é a queima instantânea de toda ou parte da mistura de ar e combustível antes do momento adequado, causando uma espécie de explosão dentro do motor. Este fato causa acréscimos excessivos de pressão que podem danificar o motor, provocando um desgaste prematuro e até a ruptura de componentes internos como bielas, virabrequim e pistões, portanto, deve ser evitado. A detonação produz um ruído característico, com se fosse uma batida seca. O sensor de detonação detecta este ruído e informa a central eletrônica através de um pulso elétrico. A
Mapeamento do instante do início da injeção (esq.) e mapeamento do limite de fumaça (dir.)
central eletrônica ao receber esta informação, altera um pouco os parâmetros, já para o próximo ciclo deste cilindro. O uso somente do mapeamento limita as condições de operação do motor às situações previstas nos ensaios. A adaptabilidade é restringida e pode haver perda da capacidade de antever situações adversas, como o desgaste gradual dos diversos componentes do motor. Os principais fabricantes de centrais de injeção eletrônica usam hoje uma técnica mista que aplica o mapeamento, porém, é dotado de um sistema inteligente que corrige estas distorções e inclusive reconhece e se adapta ao modo de dirigir do motorista, ou operador, no caso de uma máquina agrícola.
Como se pode perceber a eletrônica entrou definitivamente no comando dos motores Diesel, assim como já comanda todos os modernos motores de ciclo Otto que movem nossos automóveis. Isto reflete a realidade dos avanços tecnológicos, que deixaram de ser conhecimentos científicos para se incorporar ao dia a dia de nossas vidas, assim como o computador, o telefone celular, a internet e outras tantas inovações que eram .M inadmissíveis poucos anos atrás. Miguel Neves Camargo, Paulo Romeu Moreira Machado e Mario Eduardo Santos Martins, UFSM
colhedoras
Colheita em evolução
Ensaio realizado com oito colhedoras na região do Alto Paranaíba mostra que tecnologia empregada no cultivo de milho reduz perdas na colheita mecanizada
A
tualmente, o Brasil é o 3° maior produtor mundial de milho, ficando atrás somente dos Estados Unidos e da China. Na safra 2009/10, o Brasil teve uma área cultivada estimada em 12,95 milhões de hectares de milho, e uma produção de 53,46 milhões de toneladas (Conab, 2010). O milho é cultivado em praticamente todo o território nacional, mas sua produção é acentuada nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Na região Sudeste, juntamente com o estado de São Paulo, Minas Gerais é um dos principais produtores, onde se destacam as regiões do Triângulo Mineiro e do Alto Paranaíba. As altas produtividades de milho obtidas no Alto Paranaíba (10 a 18t ha-1) ocorrem, sobretudo, devido ao elevado nível tecnológico empregado, extensas áreas mecanizáveis e clima favorável ao cultivo do milho. A alta produtividade, entretanto, se contrasta com os altos níveis de perdas que podem ocorrer durante a colheita mecanizada, transporte e armazenamento dos grãos. As perdas
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ocorridas no transporte estão ligadas com o baixo estado de conservação das rodovias e veículos de transporte, e a distância entre a região produtora e o mercado consumidor. Já
na armazenagem, as perdas se dão pela insuficiência, inadequação e baixa qualificação da mão de obra que opera as redes de armazenagem. Entretanto, não existem estatísticas sobre
Os baixos níveis de perdas encontrados podem ser devidos à elevada uniformidade das lavouras na região e à topografia do terreno
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Fotos Renato Ruas
Tabela 1 - Análise de variância dos tratamentos referente à perdas total de grãos de oito colhedoras na região do Alto Paranaíba (MG) Fontes de variação Colhedora Resíduo
Grau de liberdade 7 32
Soma de quadrado 5.344,558 2.632,934
Quadrado Médio 7.635,083 8.227,920
F 0,928ns*
*Não significativo ao nível de 10 % de probabilidade.
Poucos grãos foram encontrados no solo após a passagem das colhedoras
Armações de barbante e madeira foram usadas para mensurar as perdas de oito colhedoras em parcelas de 2m2
estas perdas devido à falta de levantamentos sistemáticos (Jardine, 2002). As perdas na colheita mecanizada estão relacionadas a fatores ligados ao ambiente, como as condições de superfície do solo, infestação de plantas daninhas, estande e teor de água nos grãos, e a fatores envolvidos com a colhedora, como a velocidade de trabalho, rotação do cilindro de trilha e a abertura entre o cilindro de trilha e o côncavo, entre outros. No Brasil, a perda de milho na colheita mecanizada é estimada em 12% do total produzido (Embrapa, 2008), média superior aos padrões internacionais comumente aceitos que são de 2%. Porém, podem ser reduzidas realizando-se adequado monitoramento da operação e regulagem correta dos mecanismos de corte, alimentação, trilha, separação e limpeza da colhedora. Tendo em vista a importância socioeconômica da cultura do milho para a região do Alto Paranaíba, foi realizado um trabalho objetivando-se quantificar e identificar as causas da perda de milho na colheita mecanizada em algumas propriedades na região. O trabalho foi realizado pelo grupo de pesquisas em Mecanização Agrícola da Universidade Federal de Viçosa, Campus de Rio Paranaíba (MG). Foram avaliadas oito colhedoras autopropelidas quanto às perdas totais e à porcentagem de grãos quebrados em função da velocidade de deslocamento, da rotação do cilindro trilhador e da umidade dos grãos. A idade das colhedoras variava entre 298 e 11.527 horas trabalhadas, sendo que algumas eram de propriedades da fazenda e outras eram alugadas. Para mensurar a perda total e a produ-
tividade, foram construídas armações de barbante e madeira para delimitar parcelas retangulares com área de 2m², cujo comprimento maior era igual à largura de ataque da colhedora (ABNT 9740). Para avaliar a perda total, foram recolhidos os grãos e as espigas depositadas nas parcelas após a passagem da colhedora e, de acordo com a massa de grãos colhida, foi estimada a perda para um hectare. Na avaliação de cada colhedora, foram feitas cinco repetições ao acaso. Para determinar a produtividade, foram colhidas e debulhadas as espigas das plantas presentes na área delimitada pela armação, que foi disposta perpendicularmente em relação às linhas de semeio, realizando-se cinco repetições. De acordo com a massa colhida, foi estimada a produtividade e calculada a porcentagem de perda da colhedora em função da produtividade. Determinou-se a velocidade de deslocamento das colhedoras cronometrando-se
oAtempo gasto para a Bmáquina percorrer 20 metros delimitados por duas estacas, durante a operação de colheita, realizando-se também cinco repetições para cada máquina. Para a determinação do teor de água dos grãos, coletou-se uma amostra no tanque graneleiro, a qual foi pesada em balança de precisão e colocada em estufa de circulação C forçada de ar por 72 horas a 70ºC. Passado esse período, as amostras foram novamente pesadas, calculando-se, assim, o teor de água pela seguinte equação:
Onde: T = Teor de água nos grãos de milho Mu = Massa de grãos úmidos Ms = Massa de grãos secos É muito importante a determinação do teor de água dos grãos no momento da colheita, pois a força necessária para o desprendimento do grão da espiga é maior quanto maior for a umidade presente. Nesse caso, torna-se necessário uma maior rotação do cilindro trilhador para uma trilha satisfatória. Para teores de água mais baixos, a rotação do
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Grupo de pesquisas em Mecanização Agrícola da Universidade Federal de Viçosa, Campus de Rio Paranaíba (MG), comandado pelo pesquisador Renato Ruas, avaliou oito colhedoras na colheita do milho
cilindro de trilha deve ser reduzida sob pena de causar danos mecânicos aos grãos. O percentual de grãos quebrados foi determinado coletando-se cinco amostras aleatórias no tanque graneleiro de cada colhedora. Em seguida, separaram-se
manualmente os grãos com algum tipo de dano dos grãos inteiros. De acordo com a massa de cada classe de grãos, (quebrados ou inteiros) foi determinado o percentual de grãos quebrados em relação à massa total de grãos da amostra colhida no tanque.
Os dados referentes à condição de alugada ou própria, idade da colhedora e rotação do cilindro de trilha foram obtidos por meio de entrevistas com os operadores e observações feitas dentro da cabine, durante a operação de colheita. Os tratamentos foram constituídos por oito colhedoras trabalhando em diferentes condições de operação no campo e verificando-se as perdas totais, com cinco repetições. As análises estatísticas foram realizadas no software Saeg 9.1 e testadas ao nível de 10% de probabilidade, não apresentando diferenças significativas entre os tratamentos (Tabela 1). Em média geral, o índice de perda das colhedoras foi de 1,88% do total produzido, estando bem abaixo da estimativa brasileira calculada pela Embrapa, que é de 12% do total produzido, atendendo, inclusive, aos padrões internacionais de qualidade. A baixa rotação média dos cilindros de trilha (461rpm) foi devido ao menor teor de água dos grãos no momento da colheita (13,62%). Esses dois fatores, associados à baixa velocidade média das colhedoras (3,84 km/h), podem ter contribuído para o índice de grãos quebrados de 5,96, que pode ser considerado baixo, uma vez que o destino
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Tabela 2 - Percentual de grãos quebrados e perda total em colhedoras combinadas de milho, operando em diferentes condições de trabalho no município de Rio Paranaíba (MG)
Foram avaliadas perdas totais e porcentagem de grãos quebrados
final dos grãos é a moagem (Tabela 2). Os baixos níveis de perdas encontrados podem ser devidos à elevada uniformidade das lavouras na região, sobretudo no que se refere ao estande, à topografia e ao bom estado de conservação e regulagem em que as colhedoras foram empregadas. Setenta e cinco por cento das colhedoras avaliadas eram dos próprios donos das fazendas. Isso pode ter um efeito positivo no que se refere aos cuidados gerais com as máquinas, antes, durante e depois da colheita, garantindo assim, maior eficiência no trabalho. Ademais, a metade das colhedoras possuía menos de mil horas trabalhadas, o que pressupõe um maior rendimento operacional. Outro fator positivo observado nas
Colhedora Alugada/Própria Idade (horas) Velocidade (km h-1) Rotações do cilindro (rpm) Teor de água (%) Grãos quebrados % Perda total % 3,76 4,78 500 J.D.* 1175 1758 15,54 5,50 Própria 0,76 4,71 720 N.H.** TC 5070 298 15,54 5,13 Alugada 2,03 4,35 720 N.H. TC 5070 411 15,54 3,09 Própria 2,14 5,68 550 J.D. 1175 941 12,04 8,01 Própria 3,35 2,91 200 N.H. 4040 11528 12,04 6,64 Própria 0,75 2,05 200 N.H. 4040 9914 12,04 6,28 Própria 0,36 2,84 400 J.D. 14 50 2152 9,94 6,62 Própria 1,87 3,45 400 J.D. 1175 377 16,35 6,46 Alugada 1,88 3,84 461 3422 13,62 5,96 Média * John Deere; ** New Holland.
lavouras de milho no Alto Paranaíba é o investimento que os produtores têm feito em sementes melhoradas geneticamente. Isto tem contribuído substancialmente para a redução das perdas, pois a padronização das plantas e das espigas garante fluxo constante de material nos mecanismos da colhedora. Neste trabalho, os maiores índices de perdas foram observados em pontos mais próximos ao início do deslocamento das máquinas. Isso ocorre devido à necessidade que os mecanismos da colhedora têm de operar certo tempo até entrarem em regime
normal de trabalho. Como as áreas mecanizáveis do Alto Paranaíba são extensas, os deslocamentos sem manobras de cabeceiras são longos, evitando perdas na colheita causadas por interrupções no funcionamento .M da colhedora. Renato Adriane Alves Ruas, Lucas Gonçalves Machado, Luciel Rauni Dezordi, Leonardo Fideles Caixeta, Breno Dias Ribeiro, Thiago Duarte Noronha e Mário Lucio Pereira Cunha, UFV-CRP
capa
Agrale 5075.4 E
Testamos o modelo Compact com 75cv da linha 5000 da Agrale e conferimos a performance deste pequeno trator operando em diferentes condições de trabalho em propriedades do Rio Grande do Sul e de Minas Gerais
m nossas viagens pelo Brasil, para realizar os testes para a Revista Cultivar Máquinas sempre tivemos oportunidades de conhecer lugares e pessoas muito interessantes. Desta vez, em dose dupla, conhecemos duas famílias produtoras e de muito valor. O primeiro local foi na região de Montenegro, entre a região metropolitana de Porto Alegre e a
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Serra gaúcha, no estado do Rio Grande do Sul, e o segundo, na cidade de Paraguaçu, entre Varginha e Alfenas, em Minas Gerais. Dividimos este teste em duas partes para conhecer, em diferentes situações, o novo modelo 5075.4 da Agrale, e para provar a sua versatilidade, escolhemos vê-lo trabalhando na citricultura e no café. Este novo modelo que entrou no mercado brasileiro a partir do seu lançamento na Expointer 2010 está
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de olho em diversos setores da agricultura brasileira.
O NOVO TRATOR
Este novo trator da Agrale faz parte da linha 5000, que traz modelos de potência máxima entre 65 e 85cv, com inovações para melhorar a ergonomia e tornar mais fácil e rápida a operação e os serviços de manutenção. Os modelos 5065.4 Compact, 5075.4 Compact, 5075.4 e 5085.4 Arrozeiro (4x4) compõem a família e se propõem a ter como características principais a versatilidade e a robustez mecânica. O modelo 5075.4 se
Fotos Cultivar
O motor é MWM modelo D229-4, de injeção direta, com quatro cilindros verticais em linha, com 75cv de potência
caracteriza por ser compacto, reduzindo os danos causados ao trafegar entre as culturas, sendo indicado para cafezais, parreirais e pomares. Neste sentido cabe salientar que a adequada distância entre eixos e a posição do centro de gravidade compensam a necessidade de pequena bitola. O trator embora estreito, com bitola mínima de 1.085mm, tem uma distância entre eixos de 2.150mm, o que confere estabilidade longitudinal, impedindo que a parte dianteira se desestabilize. Também é interessante ressaltar que os modelos de lançamento recente da Agrale adquiriram uma aparência bem moderna e, a cada novo modelo, o cuidado com os detalhes se
Um teste de foto para o 5075.4 Compact, que com seus 3.000kg teve que dar conta de uma máquina com quase 8.000kg, atividade que irá desenvolver por até 20 horas por dia, em épocas de colheita
incrementa. O Agrale 5075.4 Compact apresenta um motor MWM modelo D229-4, de injeção direta, com volume de 3.922cm³ e quatro cilindros verticais em linha, resultando em 55,1kW (75cv) a 2.400rpm e torque máximo de 265Nm (27kg.m) a 1.400rpm. A bomba injetora é do tipo rotativo. O motor MWM, que
tem muita confiança da empresa e dos usuários, possui cabeçotes individuais para cada cilindro e proporciona ao agricultor economia, maior desempenho, maior durabilidade, baixa manutenção e facilidade na reposição de peças. A embreagem é de disco duplo a seco, de acionamento mecânico. A transmissão desta família de tratores é mecânica, do tipo Collarshift (não é caixa seca e nem sincronizada tradicional), que fornece ao operador 12 marchas à frente (1a, 2a, 3a, 4a com alta, média e baixa) e três à ré. Como opcionais,
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Fotos Cultivar
A transmissão é mecânica, do tipo Collarshift, com 12 marchas à frente (1a a 4a com alta, média e baixa) e três à ré
Na localidade de Pinheiros, em Montenegro (RS), o teste foi realizado num pomar de tangerina, em operações comuns que exigem manobrabilidade e agilidade
a transmissão dispõe de recurso de inversão de marchas e sistema Super-Redutor, de 20 velocidades. A versão com inversor de marchas, que proporciona 12 velocidades à frente e 12 à ré, é melhor para o uso em áreas difíceis para a realização de manobras. Além da versão mais procurada que é a 4x4, esta linha também oferece tratores de tração simples. O bloqueio do diferencial possui desarme automático (depois de bloqueado, ao estar em solo firme e o diferencial começar a atuar, o bloqueio é desarmado). No sistema hidráulico, a bomba de óleo é um pouco maior que o convencional, pois a mesma funciona por sucção. A bomba de
óleo do sistema hidráulico tem um divisor, onde o fluxo é dividido em duas partes, sendo a terça parte para a direção e o restante para o controle remoto hidráulico. O filtro de óleo hidráulico é protegido por uma estrutura metálica, o que diminui possíveis danos por impactos durante a operação. O sistema hidráulico conta com um radiador para o óleo do sistema. A capacidade de levante do sistema hidráulico é de 2.000kg e a categoria II com vazão de 42 litros por minuto. O controle remoto é de engate rápido, com uma válvula, mas com opção para o comando duplo. Os pneus dianteiros são 7.00-18 R1 e
os traseiros 14.9-24 R1 como standard, no modelo testado, que era equipado com tração dianteira auxiliar. Como itens opcionais o fabricante oferece três diferentes tipos de rodado, já programados em casais para o bom funcionamento da tração dianteira. O tanque de óleo diesel para os dois modelos tem capacidade de 70 litros alocados em apenas um compartimento. O eixo dianteiro é Carraro 20.09 e o 5075.4 Compact pesa 2.800kg com os lastros metálicos e 3.300kg com lastros metálicos mais lastro hidráulico. Outro fator de destaque no trator testado é em relação à ergonomia e à segurança, pois atendem a todos os requisitos da Norma Regulamentadora 31, do Ministério do Trabalho e Emprego, destacando a alavanca de câmbio na lateral, que facilita as trocas de marcha e proporciona maior conforto ao operador. O cano de descarga de gases
O modelo 5075.4 é um trator compacto, projetado para reduzir os danos causados ao trafegar entre as culturas, sendo indicado para cafezais, parreirais e pomares. Ele é estreito, com bitola mínima de 1.085mm, e tem uma distância entre eixos de 2.150mm, o que confere estabilidade longitudinal, impedindo que a parte dianteira se desestabilize
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O cano de descarga tem proteção, o que pode diminuir os ruídos e o escape de gases diretamente no operador
como mandarina, bergamota ou mexerica, dependendo da região do Brasil onde nos encontremos. Este produto cítrico de origem asiática é um fruto de cor alaranjada e sabor adocicado, bastante produzido e consumido em todo o Brasil. Mundialmente o Brasil é terceiro maior produtor. Além deste pomar, a família utiliza três hectares com pecuária e 1,5 hectare de eucalipto. O restante da área está preservado com mata nativa. Nesta propriedade nossa equipe teve à disposição dois dos quatro modelos da nova linha 5000 da Agrale, o 5065.4 Compact e o 5075.4 Compact. Lançado no final de
provenientes do funcionamento do motor está localizado abaixo do posto de operação, o que pode diminuir os ruídos e o escape de gases diretamente no operador, melhorando com isto a ergonomia. A partida e a parada do motor são na mesma chave. Existe uma boa estrutura de proteção para a TDP. Referindo-se ao posto de operação, o mesmo originalmente é do tipo acavalado, mas foi projetada uma plataforma muito cômoda. O arco de segurança é standard e o kit teto solar (capota) é item opcional. A cabine não equipa estes modelos nem mesmo como item opcional. Os comandos de acionamento estão localizados de forma a dar boa acessibilidade e conforto ao operador. Os técnicos da empresa nos comentaram que todo o desenvolvimento do produto, que leva em torno de dois anos, saindo da etapa de projeto, depois de homologação e testes de componentes, finaliza com testes de resistência e adaptação. Esta última etapa a empresa faz diretamente nas empresas de agricultores parceiros.
2009, o modelo 5065 foi um dos destaques da empresa na última Agrishow 2010. O modelo 5065.4 possui a menor largura do segmento (1,3m), sendo indicado para áreas com espaçamento reduzido. Já o 5075.4, lançado recentemente na Expointer 2010, alia seu pequeno porte com economia de combustível e boa ergonomia. Primeiramente o trator Agrale 5075.4 foi acoplado a uma roçadeira marca Lavrale, modelo AT 8180 de 1,80m de largura. Logo,
Agrale
O tanque de óleo diesel para os dois modelos tem capacidade de 70 litros alocados em apenas um compartimento
Embora o posto de operações seja acavalado, recebeu uma plataforma cômoda, com os comandos à direita
TESTE NA CITRICULTURA
Para testá-lo em condições de pomares de frutíferas estivemos na localidade de Pinheiros, no município de Montenegro (RS), em uma área de 40 hectares, na propriedade de Lauro Albano Kremer, hoje com 41 anos e que está há aproximadamente 23 anos na atividade agrícola, primeiro como filho de agricultores e agora por conta própria. A região onde fica localizada a propriedade da família Kremer é de relevo acidentado e o proprietário e a sua esposa cultivam sozinhos cerca sete hectares de pomar de tangerina (Citrus reticulata), também conhecida
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Fotos Cultivar
Detalhe dos para-choques traseiros com sinaleiras embutidas e farol auxiliar móvel
o trator foi colocado entre fileiras de plantas, demonstrando boa dirigibilidade e agilidade nas manobras. Mesmo com esta largura não houve nenhuma mostra de dificuldades. Logo após, o mesmo modelo foi acoplado a um atomizador marca Jacto Arbus 1500, que consome energia para o acionamento da turbina e para a tração. O trator demonstrou boa potência na TDP para executar o funcionamento do atomizador, conseguindo boa manobrabilidade em meio ao pomar de citrus, mesmo com a extensão que resultou o conjunto mecanizado. Por último, deixamos a operação mais exigente e colocamos no trator Agrale modelo 5075.4 um triturador marca Lavrale modelo TCP 160. Com esse equipamento o trator demonstrou que dispõe de potência suficiente para executar tal tarefa e boa agilidade durante as manobras, demonstrando que o fato de ser estreito, neste tipo de tarefa é fundamental.
TESTE NO CAFÉ
Para vê-lo funcionando na cafeicultura buscamos um agricultor padrão e de muita exigência. Um autêntico italiano da região do Vêneto, exigente, o senhor Giovanni Bragagnolo, engenheiro eletromecânico
de formação e agricultor por opção, desde 1992 toca uma empresa rural, de 250 alqueires (aproximadamente 605ha) de café fino, padrão exportação, juntamente com a sua esposa, Josiani Marques. Na Fazenda Santa Cruz a área de café é cercada por mata nativa e cursos de água, que de forma impressionante são cuidados palmo a palmo pelo casal. Sustentabilidade e qualidade são as palavras-chave, porém, poderia ser companheirismo, tamanho o carinho com que o senhor Giovanni trata seus 16 empregados. Na entrada do escritório um belo mapa da propriedade ressalta a distribuição das áreas de produção com as de preservação, e foi impressionante o entusiasmo com que este estrangeiro de nascimento e brasileiríssimo de coração trata do meio ambiente local. É uma fazenda nova, com aproximadamente dois milhões de pés de café, com 90% da área no sistema de colheita mecanizada. Embora ainda existam espaçamentos reduzidos é pensamento dos empresários ir transformando aos poucos o sistema, para espaçamentos maiores, próximos a 3,70m, o que seria o ideal, para a plena mecanização. O sistema local visa qualidade do produto. Tudo é pensado em produzir com quali-
dade e, neste sentido, o momento de entrada de cada máquina é pensado criteriosamente. Iniciando pela colheita, logo após entram com a máquina de varreção e depois a recolhedora, que recupera do chão uma boa parte da produção, que infelizmente produz um café de menor qualidade e não pode ser misturada àquele colhido diretamente pela máquina. Depois entra o pulverizador para a aplicação de fungicida e o distribuidor para a aplicação de calcário em superfície e, após, o fertilizante superfosfato simples. Em seguida, a aplicação de adubação foliar, em número de três, intercalada com adubações de solo. Por fim entra o controle de plantas invasoras com a aplicação de herbicida e a roçadeira, para a limpeza da área. Em algumas oportunidades, quando necessário, entra a trincha, que faz a limpeza da superfície. No café mais velho, é necessária a operação de poda, para a retirada dos ramos que tenham crescido fora do perfil da planta e que prejudicam a mecanização, principalmente a colheita. Na fazenda, já foram testadas outras cinco marcas de tratores e para este agricultor a marca Agrale foi a que mostrou o melhor desempenho. A razão para esta preferência é a constituição do trator, com seu centro de gravidade mais baixo e o consumo de combustível que agrada muito. O proprietário contabiliza em média um consumo de quatro a cinco litros por hora.
O teste foi realizado em duas etapas com o apoio de mais de 30 pessoas: uma em lavoura de café na região de Paraguaçu, em Minas Gerais, e outra em pomar de tangerinas no município gaúcho de Montenegro
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Agrale
Versão Compact do já conhecido modelo 5075.4 também pode ser financiada pelo programa Mais Alimentos
Outro ponto elogiado é a ergonomia, pois com uma jornada de trabalho média de 16 horas por dia, durante os meses de pico de trabalho, os operadores se admiram do conforto que lhes proporciona descanso, mesmo em operação. Primeiramente testamos o trator 5075.4 tracionando uma colhedora de café que, durante a safra, trabalha ao redor de 20 horas por dia. O esforço para tracionar a máquina com todo o seu peso e ainda acionar os mecanismos hidráulicos pela tomada de potência é impressionante. Uma operação feita a uma velocidade muito baixa e que impressiona pelo pequeno espaço disponível, para passar o trator entre as
O eixo dianteiro que equipa o 5075.4 Compact é um modelo Carraro 20.09
O modelo atende aos requisitos da Norma Regulamentadora 31, que diz respeito à ergonomia e segurança
linhas. Neste caso o trator de aproximadamente 3.000kg deve dar conta de uma máquina com quase 8.000kg de peso. Não há como não assustar-se com a exigência mecânica a que este trator está submetido. Vimos que ele, mesmo com a dificuldade natural, manteve-se equilibrado e realizou, sem problemas, esta operação. Nos demos conta de que a presença de alguns acessórios que o equipavam foi fundamental para este trabalho, como a proteção dianteira e a vareta de proteção às teias de aranha, algo não comum em máquinas agrícolas, mas que nesta operação são muito importantes.
Para finalizar colocamos em sequência o equipamento conhecido como varre-tudo e a recolhedora, tudo com um desempenho muito satisfatório. Afinal, depois de tracionar e acionar a colhedora, tudo é possível. Enfim, consideramos muito bom o desempenho deste novo modelo e temos certeza que ele brigará por espaço com os modelos de outras marcas que disputam atualmente .M estes dois importantes mercados. José Fernando Schlosser, Ulisses Giacomini Frantz e Rodrigo Lampert Ribas, Nema - UFSM
agricultura de precisão
Sem comparação Mesmo em pequenas propriedades, ao colocar lado a lado cultivo tradicional e cultivo tecnificado é possível perceber a grande diferença que existe no resultado final das duas técnicas, onde o manejo com as ferramentas adequadas quase duplica a produtividade da lavoura
C
om o aumento da competitividade global no agronegócio, torna-se necessária a otimização da produção, obtida por meio da união de práticas de cultivo com intuito de reduzir as perdas e os custos, pelo aumento da produtividade e da qualidade do produto final. A união dessas práticas pode ser denominada de agricultura de precisão, onde as mesmas encontram certas limitações devido ao elevado custo de aquisição dos equipamentos e implantação dos sistemas, nem sempre garantindo o retorno esperado. Dentre as consequências do elevado custo está a restrição dessas técnicas em pequenas propriedades. Para avaliar os fatores que influenciam nas limitações e no alcance de bons resultados da aplicação de maior tecnologia em pequenas propriedades, um grupo de pesquisadores da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro realizou um estudo comparativo entre a produção de feijão em sistema convencional de cultivo, sem tecnologia, e outro aplicando-se técnicas de manejo mais aprimoradas e também de agricultura de precisão.
PREPARO DAS ÁREAS DE CULTIVO
Antes de iniciar a montagem dos tratamentos, a equipe de trabalho visitou diversos produtores da região norte fluminense que não aplicam agricultura de precisão em suas
lavouras. Posteriormente, foram instalados dois sistemas de cultivo de feijão, variedade BR1 Xodó, sendo um sistema tradicional, que reproduz a forma como os produtores da região trabalham, e um sistema tecnificado aplicando técnicas de agricultura de precisão. A área usada nos tratamentos foi de três mil metros quadrados com uma área útil de 1.269m2 para cada tratamento, onde foram demarcadas e georreferenciadas 12 parcelas de 90m2, com um metro separando as parcelas (Figura 1), representando 12 repetições por área. Um trator John Deere 5705 4x2 TDA, com potência no motor de 85cv na rotação nominal, foi usado no preparo primário da área, sendo este acoplado a um arado de discos fixo com três discos de 26”. O preparo secundário foi realizado com uma grade aradora de dupla ação offset hidráulica com 12 discos de 26”. No plantio, foi usado a uma semeadora-adubadora Seed-Max PCR 2226, regulada com um espaçamento de 50cm entrelinhas, com a finalidade de distribuir 11,4 sementes por metro. Na distribuição do adubo à semeadora-adubadora, esta foi regulada para distribuir na dosagem de 32,14g/m do adubo NPK, na formulação 4-14-8 com base na
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análise do solo. A recomendação foi feita com intuito de fornecer 642kg/ha. A colheita da cultura foi realizada 87 dias após semeadura, de forma manual nas 12 parcelas, sendo coletadas 11 plantas em cada parcela, e quantificados o número de vagens, número de sementes por vagens, massa de 1.000 sementes e produtividade, sendo georreferenciada a produtividade de cada parcela utilizando o aparelho GPS Garmin 60CSX. Com os dados das áreas, foi gerado um mapa de produtividade utilizando o programa Surfer 8.0, pelo método krigagem simples. A separação dos grãos foi realizada com uma máquina trilhadora de grãos estacionária modelo NUX BC 30 Junior, acionada pela tomada de potência do trator modelo John Deere 5705 4x2 TDA.
SISTEMA TRADICIONAL
O cultivo tradicional de feijão foi efetuado com base nas observações realizadas durante visitas a produtores da região norte fluminense, onde se identificaram e caracterizaram devidamente as etapas e práticas realizadas em suas propriedades. Para análise química do solo, obteve-se uma amostra composta, com o auxílio de um trado, onde foram coletadas em 15 pontos aleatórios na área do experimento nas profundidades de 0 a 25cm.
Fotos José Francisco Junior
Tabela 1 - Média geral do número de vagens por planta (NV), número de sementes por vagem (NSV), massa de 1.000 sementes (M1000) e produtividade (Prod) em função dos sistemas tecnificado e tradicional Sistemas Tecnificado Tradicional
NV (un.) 21,34 a 11,78 b
NSV (un.) 5,99 a 4,77 b
P1000 (g) 214,21 a 209,99 b
PROD (kg ha-1) 3.513,00 a 1.963,00 b
As letras a e b diferem-se entre si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade.
O sistema tradicional não foi irrigado, e o suprimento de água em todo o ciclo da cultura foi pela precipitação, monitorada com base nos dados da estação evapotranspirométrica da Uenf, instalada na Pesagro, verificando-se 74,0; 88,5; 22,1 e 18,1mm de lâmina de água nos meses de março, abril, maio e junho, respectivamente, totalizando 202,7mm em todo o ciclo da cultura. O controle das plantas daninhas foi realizado por meio de capina manual utilizando enxada entre as linhas e catação na linha de cultivo após 25 dias da semeadura.
SISTEMA TECNIFICADO
O cultivo tecnificado do feijão foi realizado utilizando técnicas de agricultura de precisão em algumas etapas do sistema de produção.
A área com cultivo tecnificado recebeu irrigação e tratamento químico, enquanto que a área com cultivo convencional teve o controle de plantas feito através de capina manual
Para análise química da área, foram coletados em cada parcela quatro pontos, sendo repetido esse método nas 12 parcelas, obtendo 12 análises de solo na área tecnificada. Além do preparo primário, adotou-se a utilização de um subsolador de 1,30m de largura, tracionado por um trator John Deere 5705 4x2 TDA, após a observação de camada compactada localizada no perfil de aproximadamente 20cm, utilizando o penetrômetro da marca Dickey John. A aplicação do adubo nitrogenado na forma de ureia foi realizada a lanço em cobertura, com a finalidade de fornecer 100kg de N/ha, 35 dias após a semeadura.
A irrigação foi toda manejada com controle da lâmina de água, fornecendo 307,8mm de lâmina de água em todo ciclo da cultura, utilizando 12 aspersores com vazão de 1.908L/h, espaçados de 12m entre si e a aplicação foi realizada duas vezes por semana, com a finalidade de aplicar 27mm de água por semana. Para o controle das plantas daninhas e aplicação do micronutriente molibdênio, foram aplicados, no mesmo recipiente, 25 dias após a semeadura, o herbicida Robust, na dose de 0,8L/ha de produto comercial, e molibdênio, na dose de 0,68g por parcela, ou seja, 75g/ha. Utilizou-se para esta operação o pulverizador costal da marca Guarany, com capacidade de
Fotos José Francisco Junior
Figura 1 - Croqui das duas áreas georreferenciadas, onde as repetições R representam o sistema tecnificado e as repetições J representam o sistema tradicional
A trilha dos grãos foi realizada com uma máquina estacionária acoplada a um trator John Deere 5705 4x2
16L, equipado com bico leque de indução a ar (KGF) modelo 110 02.
RESULTADOS
Os resultados demonstraram favorecimento em todos os componentes primários da produção do feijoeiro no sistema tecnificado, apresentando maior valor para o número de vagens, como apresentado na Tabela 1. Verificou-se que o número de vagens, número de sementes por vagens e massa de 1.000 grãos (NV, NSV e M1000, respectivamente) foram favorecidos pelo sistema tecnificado. A produtividade no sistema tecnificado, 3.513kg/ ha, foi maior em relação ao sistema tradicional, que atingiu 1.963kg/ha, pouco mais do que a metade da produtividade do sistema tecnificado, provavelmente pelo tipo de cultivo utilizado no sistema tradicional. O número de vagens por planta é componente primário que apresenta a maior correlação com a produção, embora os componentes primários NV, NSV e M1000 apresentem correlações baixas ou negativas entre si.
Visão das áreas já com estande fechado. Acima está o cultivo tecnificado e abaixo o convencional
O sistema tradicional apresentou média de produtividade elevada, quando comparado com aquela dos produtores entrevistados, os quais relataram uma produtividade média de 1.900kg/ha. Entretanto, o sistema tradicional foi muito inferior ao tecnificado, possivelmente devido à baixa disponibilidade hídrica, limitada a apenas 202,65mm de lâmina de água em todo o ciclo da cultura. A necessidade de água do feijoeiro com ciclo de 60 a 120 dias varia entre 300 e 500mm de lâmina de água para obtenção de alta produtividade. No sistema tecnificado foi utilizado também um subsolador, com intuito de reduzir a compactação do solo, aumentar a aeração, de modo a oferecer menor resistência mecânica
Figura 2 - Mapa de produtividade de feijão (kg ha-1) do sistema tecnificado nas coordenadas UTM da área, pelo método krigagem simples
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às raízes das plantas e melhorar a drenagem. Muitos estudos relativos à compactação do solo concordam quanto à sua correlação negativa com a produtividade agrícola, uma vez que os principais efeitos negativos deste fato são o aumento da resistência mecânica ao crescimento radicular, a redução da aeração e a disponibilidade de água e de nutrientes, e, consequentemente, decréscimo na produtividade agrícola. Além disso, ao diminuir a macroporosidade, parte significativa da água fica retida nos microporos sob altas tensões e, portanto, indisponível às plantas. O sistema tecnificado, que recebeu adubação nitrogenada em cobertura com ureia, obteve ótimo rendimento, resultando em produtividade média de 3.513kg/ha, apresentando pequena variação de produtividade na parcela, com limites de 3.150 a 3.900kg/ha, conforme observado na Figura 2. O sistema tradicional que não recebeu adubação nitrogenada de cobertura obteve produtividade média de 1.963kg/ha, apresentando grande variação de produtividade na parcela, com limites de 1.550 a 2.650kg/ha, conforme observado na Figura 3. Um método bem interessante de descrever a produtividade é a elaboração de mapas de
Figura 3 - Mapa de produtividade de feijão (kg ha-1) do sistema tradicional nas coordenadas UTM da área, pelo método krigagem simples
Trator Valtra A 750, de 75cv, passou a integrar o Programa Mais Alimentos em 2009 quando substituiu o modelo 785
A produtividade no sistema tecnificado foi de 3.513kg/ha, maior em relação ao sistema tradicional, que chegou aos 1.963kg/ha, provavelmente pelo tipo de cultivo utilizado neste sistema
krigagem simples, onde estes demonstram elevada produção e menor variabilidade na produtividade no sistema tecnificado quando comparada com o sistema tradicional, resultado esperado em áreas em que se aplicam técnicas de agricultura de precisão (Figuras 2 e 3).
CONCLUSÃO
Sendo assim, a utilização de técnicas de
agricultura de precisão favoreceu os componentes primários de produção do feijoeiro. O sistema tecnificado apresentou vantagem em relação ao tradicional na comparação da produtividade média, atingindo 3.513kg/ ha, enquanto o sistema tradicional atingiu 1.963kg/ha. Observou-se maior produtividade e menor variação da produtividade na parcela onde se adotaram técnicas de
agricultura de precisão, quando comparado ao sistema onde não se adotaram técnicas .M avançadas de cultivo. José Francisco Sá V. Junior, Ricardo Ferreira Garcia, Pablo Pereira Correa Klaver e Welington Gonzaga do Vale, Uenf
ficha técnica
XZ Arrozeira
Projetada para plantio de arroz irrigado com baixa densidade de sementes, a Semeadora Adubadora XZ da Fankhauser pode realizar o plantio com distribuição de até 40kg de sementes por hectare
O sistema de distribuição de sementes através de rotores permite a distribuição de baixas densidades
A
Fankhauser apresenta uma máquina com novo conceito para o plantio de arroz irrigado, a Semeadora Adubadora XZ Arrozeira de arrasto de 21 linhas. Com tecnologia argentina Agrometal, a máquina foi
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Distribuidores especiais facilitam a queda e o escoamento do fertilizante
Detalhe das rodas compactadoras de sementes, com construção específica para baixa dosagem
especialmente projetada para oferecer os melhores resultados nas lavouras orizícolas também do Brasil, mercado que há anos não recebia um lançamento com tantas inovações. A Fankhauser viabilizou este lançamento graças a sua
associação com a Agrometal, indústria argentina cujos produtos avançados são referência naquele país. A Semeadora Adubadora XZ é utilizada há bastante tempo no país vizinho para plantio de sementes com alto padrão
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Fotos Fankhauser
Detalhe da escada de acesso aos reservatórios de adubo e de sementes, localizada na parte traseira da semeadora
genético. Conforme regulagem, distribui até 40kg de sementes por hectare, sempre de forma homogênea. O chassi único e robusto qualifica ainda mais a máquina, assegurando maior durabilidade ao equipamento. Seu sistema de distribuição de sementes através de rotores permite a distribuição de baixas densidades por
Linhas de ataque ao solo possuem regulagem simples em cada um dos conjuntos
hectare. Pode ser utilizada somente para sementes, ou semente e fertilizante, através de regulagens internas, aumentando ou diminuindo os reservatórios, conforme a necessidade, podendo ainda ser utilizada como semeadora de pastagens, através de uma caixa especial. Ela está equipada com limitadores de profundidade da semente e com dosadores especiais
que, somados à caixa de transmissão por engrenagens banhadas a óleo de até 81 velocidades, permite aplicar essas dosagens com eficiência. O conjunto rodado externo possui rodas de 11” x 16” e possibilita excelente aproximação com a última linha de plantio, garantindo maior aproveitamento da área, além de estar preparada para utiliza-
Visão frontal da XZ, que pesa aproximadamente 3,8 mil quilos, tem largura de trabalho de 4,41 metros, com 21 linhas e distância de 21cm entre elas
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Fotos Fankhauser
A semeadora permite aumentar ou diminuir a capacidade dos reservatórios através de regulagens internas, conforme a necessidade, podendo ainda ser utilizada para pastagens
ção em taipas por possibilitar uma grande variação na movimentação vertical, assim como nas linhas de plantio. Pode ainda ser instalado o sistema de Agricultura de Precisão Fankhauser (APF) com taxa variável, onde um computador com GPS e sensores faz regulagens diferenciadas automaticamente no lote da lavoura variando de acordo com a análise do solo da respectiva área, sem a interferência direta do operador. O plantio é monitorado pelo operador através do computador e alarmes são acionados quando há alguma irregularidade no plantio. A Semeadora Adubadora XZ possui marcador de linhas com acionamento hidráulico com braço regulável, seu cabeçalho é rebatível, podendo ser desacoplado para transportes em caminhões. A manutenção é fácil, pois não possui muitos pontos de lubrificação e reaperto. O reservatório de fertilizantes possui distribuidores especiais que facilitam a queda e o escoamento de forma correta. Sua plataforma traseira dá maior segurança ao operador na hora do abastecimento, possuindo também um corrimão robusto e uma escada rebatível, de acesso prático à parte superior da máquina. A Semeadora Adubadora XZ pesa aproximadamente 3,8 mil quilos, tem largura de trabalho de 4,41 metros, com 21 linhas com distância de 21cm entre elas. A potência exigida para tracionar .M esta máquina é de 100cv a 120cv.
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O conjunto rodado externo possui rodas de 11” x 16’’ e possibilita maior aproximação com a última linha de plantio
eventos
Conbea 2010
Fotos Sbea
Com o foco em pequenas propriedades, o Conbea 2010 discutiu soluções para os desafios enfrentados pelo setor no Brasil, na América e no Caribe
D
e 25 a 29 de julho, centenas de pesquisadores e profissionais ligados à engenharia agrícola estiveram reunidos em Vitória (ES) para participar do IX Congresso Latino-Americano e do Caribe de Engenharia Agrícola (Clia), e do XXXIX Congresso Brasileiro de Engenharia Agrícola (Conbea). O evento foi uma oportunidade para discutir os desafios que a Engenharia Agrícola terá nos próximos anos na América Latina e no Caribe. A última edição do Clia no Brasil ocorreu há 14 anos (em 1996) e, por isso, a edição atual foi um momento para os pesquisadores expandirem as discussões realizadas anualmente nos Conbeas para toda a América Latina e Caribe, além de ser também uma oportunidade para a difusão dos trabalhos de pesquisas dos 14 países que participaram do evento. Com o tema Engenharia Agrícola e o Desenvolvimento das Pequenas Propriedades Rurais, a edição atual procurou focar as técnicas atualmente existentes e a necessidade de desenvolvimento de novas técnicas para esse setor de produção. O evento teve a apresentação de 20 palestras e de 179 trabalhos orais, contando com a participação de 1.083 pessoas, entre estudantes e profissionais. No total foram submetidos 1.379 trabalhos, sendo 988 trabalhos selecionados
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para apresentação. As palestras demonstraram que a Engenharia Agrícola é fundamental para solucionar os grandes desafios sociais, ambientais e econômicos do mundo, e versaram sobre os mais variados temas desta área. Em relação a máquinas agrícolas, é possível destacar as palestras sobre agricultura de precisão, bioetanol, mecanização agrícola em pequenas propriedades rurais e máquinas para colheita mecanizada florestal. Dentro da área de Engenharia de Água e Solos as discussões foram sobre planejamento e gestão de recursos hídricos, eficiência da irrigação e produtividade da água e quimigação. Além destes temas
Carlos Furlani, tesoureiro da Sbea, e Rouverson da Silva, presidente do Conbea, foram responsáveis pelo evento
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centrais, ocorreram palestras sobre benefício ecológico do café, os desafios das construções rurais frente às mudanças climáticas globais, aproveitamento do lodo de esgoto na agricultura e o uso da tecnologia da informação na extensão rural, dentre outras. Além das palestras e apresentações, os participantes tiveram a oportunidade de realizar cinco visitas com enfoque em tecnologias para pequenas propriedades, com foco em vinícola de pequena escala e produção de flores em pequena propriedade rural, geração de energia elétrica por meio do uso do biogás na suinocultura, colheita mecanizada em floresta de eucalipto e logística de transporte portuário e cultivo do café conilon irrigado. Durante o XXXIX Congresso Brasileiro de Engenharia Agrícola ocorreu também o Training Engineers Across the Americas to Solve Global Challenges International Symposium. Este simpósio reuniu profissionais de renome da área de Engenharia Agrícola para discutir a importância do intercâmbio entre universidades brasileiras e americanas e dessas com a indústria, como forma de vencer os desafios de um mundo cada vez mais globalizado. O Conbea 2011 será realizado em Cuiabá (MT), de 24 a 28 de julho de 2011. Os temas estão sendo discutidos entre a Sbea e a comissão local, mas, além de abordar os avanços tecnológicos da Engenharia Agrícola, deverá estar inserido na realidade da agricultura praticada no Cerrado brasileiro, e em particular do estado do Mato Grosso, como tem sido a tônica dos eventos da Sbea. Além disso, este evento reveste-se de grande importância para a Engenharia Agrícola nacional, pois se trata da 40ª edição do Conbea, o que é, sem dúvida, um grande marco para a Engenharia Agrícola brasileira. Durante o evento ocorreu também a eleição da Associação Latino-americana e do Caribe de Engenharia Agrícola, que agora conta com a participação de cinco brasileiros .M em sua diretoria. Rouverson Pereira da Silva e Carlos Eduardo Angeli Furlani, Sbea
eventos
O ano das máquinas
A
edição 2010 da Expointer, realizada em Esteio (RS) entre os dias 28 de agosto e 5 de setembro, é um indicativo de que o mercado agrícola brasileiro continua aquecido. O setor de máquinas registrou novo recorde de comercialização, ultrapassando tranquilamente os números de 2009. Conforme os números do Sindicato das Indústrias de Máquinas Agrícolas do Rio Grande do Sul (Simers), a cifra de negócios durante a feira alcançou R$ 827,5 milhões. O valor corresponde à venda de 15 colheitadeiras e 230 tratores. “Esta superação é resultado da liberação de créditos e financiamentos mais baratos, superando a edição de 2009”, avaliou o presidente da entidade, Claudio Bier. Na edição de 2009 o volume de vendas de máquinas alcançou R$ 795 milhões, valor que praticamente havia dobrado em relação a 2008, quando a comercialização foi de apenas R$ 370,37 milhões. Acompanhe, nas próximas páginas, o que as principais empresas de máquinas agrícolas lançaram e destacaram na edição 2010.
John Deere
A John Deere apresentou na Expointer sete modelos de colheitadeiras, com três máquinas no sistema tradicional e outras quatro com rotor. O modelo 9470 STS dispõe agora de quatro modelos: 9470 STS, 9570 STS, 9670 STS e 9770 STS. Equipamentos com tecnologia saca-
palha estiveram expostos na série 70, como o modelo 1470. Outra atração foi a colheitadeira 1175, inscrita no programa Mais Alimentos. Em tratores a série 6J apresentou os modelos 6110J, 6125J, 6145J e 6165J, com variação de potência entre 110cv e 165cv. Na faixa de 110cv e 125cv foram apresentados os modelos 6110E e 6125E. Outra novidade foram as pás frontais, que equipam os tratores das séries 5 e 6. O pulverizador 4630 e as plantadeiras da série 1100, oferecidas com versão a vácuo, também estiveram em evidência.
Massey Ferguson
Entre os destaques da Massey Ferguson na Expointer esteve o trator MF 7350 Dyna-6, troféu prata na categoria Novidade do Prêmio Gerdau Melhores da Terra. Ainda em tratores a empresa lançou a Série MF 4200 (substituta da série MF200), com oito modelos com potência entre 65cv e 130cv. Em colheitadeiras foram apresentadas a axial MF 9690ATR e a híbrida MF 5650CR, com sistema de separação por dois rotores. Em implementos a marca focou a plataforma de milho Série 3000, com três modelos, disponíveis de quatro a 18 linhas, com espaçamentos variáveis de 45cm a 90cm. O monitor de sementes PM 400 e o piloto automático Auto Guide Power by Topcon (disponível nos tratores das séries MF 7100 e MF 7000 Dyna-6) completaram os destaques.
Um dos destaques da John Deere foi o pulverizador 4630, uma versão menor do já conhecido 4730
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Valtra
Tratores, colheitadeiras e equipamentos de agricultura de precisão foram destaques da Valtra na Expointer. A linha BT, com transmissão automática (sistema PowerShift robotizado) chamou a atenção no estande com as versões BT150 (150cv), BT170 (170cv), BT190 (190cv) e BT210 (215cv). Tratores da Série A, com motorização abaixo de 100cv, foram apresentados como opção para o mercado de máquinas leves, impulsionado pelo programa Mais Alimentos. O sistema de piloto automático é Auto Guide e a barra de luz System 110.
New Holland
A New Holland levou para a Expointer a colheitadeira CR9060, que passa a ser produzida no Brasil e neste ano faturou o prêmio Gerdau Melhores da Terra, na categoria Destaque. Outra novidade da marca na feira foi a versão cabinada da linha de tratores TL Exitus, composta pelos modelos TL60E, de 65cv; TL75E, de 78cv; TL85E, de 85cv e TL95E, de 103cv. A empresa lançou também o serviço Top Service, uma central de relacionamento com concessionários e clientes, com funcionamento ininterrupto através do telefone 0800-400-4000.
Case IH
Uma das novidades da Case IH na Expointer foi o lançamento dos modelos de tratores Farmall 80 e 95 adaptados para o trabalho em áreas alagadas, típicas da produção de arroz. A transmissão dos dois modelos recebeu vedação especial à prova de água, além do cardã ter sido blindado e da instalação de um protetor especial no eixo principal para permitir segurança em operações em contato com água e lama. Para melhorar a tração nesse tipo de terreno foram instalados pneus de garras altas. Atualizações na linha de plantadeiras ASM, novos modelos de colheitadeiras Axial Flow e o trator de grande porte Magnum 335, de 335cv, também integraram as atrações no estande da marca.
O destaque da Massey Ferguson foi o trator MF 7350 Dyna-6, que neste ano ganhou o troféu prata na categoria Novidade do Prêmio Gerdau Melhores da Terra
Fotos Cultivar
A valtra destacou a linha de tratores BT, com transmissão automática (sistema PowerShift robotizado) nas versões BT150 (150cv), BT170 (170cv), BT190 (190cv) e BT210 (215cv)
Yanmar Agritech
A Agritech, fabricante de tratores e microtratores Yanmar, lançou o maior trator de sua linha, o modelo 1175-4, de 75cv, 16 válvulas e rodados agrícolas de diâmetro 12.4-24 (R1) na dianteira e 18.4-30 (R1) ou (R2) na traseira. Um dos diferenciais do veículo é o menor raio de giro, devido ao sistema de tração dianteira que permite fazer as operações com a tração ligada, inclusive com o uso dos freios. Conta com capacidade de levante de 3,2 mil quilos (rótula), vazão de 80 litros por minuto, equipado com válvula de controle como item de linha. A tomada de força é independente, manuseada através de alavanca. A transmissão possui 12 velocidades à frente e duas à ré.
Jacto
O principal lançamento da Jacto na Expointer foi no segmento de agricultura de precisão, com o conjunto de soluções Otmis, que contemplam em um primeiro o momento as funções de barra de luzes e controlador automático de seções. O Otmis LB 1100 é um sistema de orientação por sinais de GPS. Já o Otmis SC 3300 é um recurso que permite automatizar o controle das seções de pulverização. Outro
A colheitadeira CR9060 da New Holland, que passa a ser produzida no Brasil, neste ano faturou o Prêmio Gerdau Melhores da Terra, na categoria Destaque
destaque da empresa na feira foi a carreta adubadora FC 2000 NPK para a cultura do café, vencedora do troféu ouro da categoria Novidade do Prêmio Gerdau Melhores da Terra.
Agrale
A Agrale lançou na Expointer o trator 5075.4 Compact, desenvolvido para o trabalho em culturas que exigem equipamentos de menores dimensões. A empresa também apresentou suas linhas completas de tratores e de motores Lintec, assim como o caminhão Agrale 8500 Eletrônico, incluído no programa Mais Alimentos. O Compact 5075.4 possui como principais atributos dimensões compactas: 3.830mm de comprimento, 2.150mm de distância entre eixos, vão livre de 250mm, assim como o motor MWM 229, com quatro cilindros e potência de 75cv, e o câmbio de até 24 marchas à frente e seis à ré.
Baldan
A Baldan mostrou sua linha de semeadoras de plantio direto especial taipas, com destaque para a Spde-T, séries 3000, 4000 e 5000, equipadas com Speed Box (uma caixa de engrenagens a banho de óleo de troca rápida com 62
Os tratores Farmall 80 e 95 adaptados para o trabalho em áreas alagadas, típicas da produção de arroz, foram os destaques no estande da Case IH
combinações de velocidade para regulagem de distribuição de adubo).
Kepler Weber
A máquina de limpeza SC 170 foi o principal destaque da Kepler Weber. Vencedor do troféu prata na categoria Destaque do Prêmio Gerdau Melhores da Terra, o equipamento é usado para limpeza de grãos, secagem, armazenagem e processamento.
Semeato
A colheitadeira Multi Crop 4100 e o trator Powersix 280 foram os principais destaques da Semeato, que trouxe para a feira seu portfólio completo, composto pelas linhas de semeadoras e implementos, fenação e pastagem, além de cultivador de cana-de-açúcar, discos e peças de reposição. Destinada a pequenos e médios produtores a Multi Crop 4100 pode ser adquirida através do programa Mais Alimentos. Já o trator Powersix 280 é um modelo de grande porte, com motorização de 280 HP.
Kuhn
A Kuhn destacou durante a Expointer o distribuidor de fertilizantes e sementes
A Expointer foi escolhida para o lançamento do maior trator da Agritech Lavrale, o modelo 1175-4, de 75cv, 16 válvulas
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Fotos Cultivar
O destaque da Jacto foi em agricultura de precisão, com o conjunto de soluções Otmis, que disponibilizará as funções de barra de luzes e controlador automático de seções
Accura 1600. A linha possui três modelos básicos de configuração para o acionamento da distribuição (mecânico, hidráulico e elétrico). Com capacidade para 1,6 mil litros, possui largura útil de distribuição de 12m a 36m. O levante hidráulico conta capacidade mínima de 2.500kgf. A rotação exigida da TPD do trator é de 540rpm. A velocidade de operação varia de 8km/h a 14km/h.
O já conhecido trator 5075.4 da Agrale ganhou a versão Compact, desenvolvida para o trabalho em culturas que exigem equipamentos de menores dimensões
Pla
A equipe da Pla destacou durante a Expointer 2010 o pulverizador de arraste 3000F, com rodado tandem, adaptado para o trabalho em lavoura arrozeira. O equipamento traz como diferencial a suspensão no rodado e não no chassi.
JUMIL
A Jumil destacou a colhedora de espigas
JM 800, produto desenvolvido para colheita de milho em espigas com umidade de no máximo 35%. Ela foi projetada para a produção de milho para rolão (espigas desintegradas com palha e sabugo) para a nutrição de equinos e ovinos, ou mesmo para a mistura da silagem como complemento alimentar animal. Também pode ser usada para colheita de espigas em campos experimentais (órgãos de pesquisa), para debulha manual ou em debulhadores preparados,
.M
A Baldan mostrou sua linha de semeadoras de plantio direto especial taipas, com 62 variações de velocidade na distribuição de adubo
A principal novidade no estande da Semeato foi a colheitadeira Multi Crop 4100, que pode ser adquirida através do programa Mais Alimentos
A Kuhn lançou o distribuidor de fertilizantes e sementes Accura 1600, com três modelos básicos de acionamento da distribuição: mecânico, hidráulico e elétrico
Pulverizador de arraste 3000F, da Pla, com rodado tandem, adaptado para o trabalho em lavoura arrozeira
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Colhedora de Espigas JM 800, da Jumil, desenvolvida para colheita de milho em espigas com umidade de no máximo 35%
com a finalidade de facilitar a pesquisa genética e experimentos de desenvolvimento de sementes. A JM 80 é de fácil acoplamento, operação e manutenção, além de poder ser utilizada em terrenos irregulares.
STARA
A Stara destacou o Hércules 5.0, distribuidor autopropelido de fertilizantes 4x4,com transmissão hidro, reservatórios de aço inox
Hércules 5.0 da Stara já vem com o Topper 4500 e todo o pacote de agricultura de precisão incluído
ecapacidade para cinco metros cúbicos. Ele é indicado para aplicação de produtos granulados e vem na versão básica com pacote tecnológico incluso, já com o Topper 4.500, suspensão pneumática ativa e bitolas de 2,70m a 3,30m. Outro destaque foi o Topper 4500, o primeiro controlador para agricultura de precisão desenvolvido pela empresa. O equipamento atende necessidades da agricultura de precisão, como: controlador a taxa variável, podendo ser
utilizado no plantio, na distribuição, subsolagem e escarificação, estrada virtual (DGPS/ RTK), piloto automático, balança eletrônica, desligamento automático de seções/tanques, controlador de pulverização, monitoramento de produtividade e umidade. Ele possui tela colorida com capacidade de processamento de gráficos 3D, visualização tridimensional da aplicação e visualização do mapa com a taxa durante a aplicação. .M
MÁQUINAS EM NÚMEROS
VENDAS INTERNAS DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS AUTOMOTRIZES NACIONAIS E IMPORTADAS - ATACADO Total Nacionais Importadas Tratores de rodas Nacionais Importados Tratores de esteiras Nacionais Importados Cultivadores motorizados Nacionais Importados Colheitadeiras Nacionais Importadas Retroescavadeiras Nacionais Importadas Mil unidades 2008 2009 2010
JAN 2,9 3,1 4,6
2010 JUL B 6.429 6.393 36 5.505 5.476 29 58 52 6 166 166 0 200 199 1 500 500 0
AGO A 6.534 6.492 42 5.627 5.587 40 70 68 2 177 177 0 270 270 0 390 390 0
Unidades
FEV 4,0 3,6 5,3
MAR 4,3 4,1 6,6
ABR 4,5 3,9 6,0
2009
JAN-AGO C 47.946 47.560 386 40.204 39.899 305 573 530 43 1.222 1.222 0 2.627 2.599 28 3.320 3.310 10 MAI 4,7 4,0 6,4
JUN 5,1 4,2 6,1
AGO D 5.050 4.890 160 4.243 4.108 135 68 62 6 156 156 0 249 237 12 334 327 7 JUL 5,1 4,8 6,4
JAN-AGO E 32.915 31.593 1.322 27.325 26.331 994 376 283 93 1.154 1.154 0 1.784 1.698 86 2.276 2.127 149 AGO 5,1 5,1 6,5
SET 5,5 5,4
Variações percentuais A/D 29,4 32,8 -73,8 32,6 36,0 -70,4 2,9 9,7 -66,7 13,5 13,5 8,4 13,9 0,0 16,8 19,3 0,0
A/B 1,6 1,5 16,7 2,2 2,0 37,9 20,7 30,8 -66,7 6,6 6,6 35,0 35,7 0,0 -22,0 -22,0 OUT 5,5 6,2
NOV 4,3 5,3
DEZ 3,7 5,5
C/E 45,7 50,5 -70,8 47,1 51,5 -69,3 52,4 87,3 -53,8 5,9 5,9 47,3 53,1 -67,4 45,9 55,6 -93,3 ANO 54,5 55,3 47,9
MÁQUINAS AGRÍCOLAS AUTOMOTRIZES POR EMPRESA Unidades
2010 JUL B 6.429 5.505 176 96 768 1.615 1.425 1.238 187 200 23 84 45 36 12 166 58 500
AGO A 6.534 5.627 160 101 851 1.777 1.189 1.386 163 270 21 142 36 65 6 177 70 390
Total Tratores de rodas Agrale Case CNH John Deere Massey Ferguson (AGCO) New Holland CNH Valtra Agritech Lavrale Colheitadeiras Case CNH John Deere Massey Ferguson (AGCO) New Holland CNH Valtra Cultivadores motorizados (1) Tratores de esteiras (2) Retroescavadeiras (3)
2009
JAN-AGO C 47.946 40.204 1.325 786 5.490 12.281 8.968 9.762 1.592 2.627 346 882 399 885 115 1.222 573 3.320
AGO D 5.050 4.243 181 72 577 1.334 1.005 878 196 249 37 109 30 67 6 156 68 334
JAN-AGO E 32.915 27.325 952 386 4.130 8.179 6.892 5.414 1.372 1.784 258 679 252 539 56 1.154 376 2.276
Variações percentuais A/D 29,4 32,6 -11,6 40,3 47,5 33,2 18,3 57,9 -16,8 8,4 -43,2 30,3 20,0 -3,0 0,0 13,5 2,9 16,8
A/B 1,6 2,2 -9,1 5,2 10,8 10,0 -16,6 12,0 -12,8 35,0 -8,7 69,0 -20,0 80,6 -50,0 6,6 20,7 -22,0
C/E 45,7 47,1 39,2 103,6 32,9 50,2 30,1 80,3 16,0 47,3 34,1 29,9 58,3 64,2 105,4 5,9 52,4 45,9
Fonte: ANFAVEA - Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores
(1) Empresas não associadas à Anfavea; (2) Caterpillar, New Holland CNH (sucede Fiatallis CNH a partir de 1º/02/05), Komatsu; (3) AGCO, Case CNH, Caterpillar, New Holland CNH (sucede Fiatallis CNH a partir de 1º/02/05).
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PRODUÇÃO DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS AUTOMOTRIZES Unidades Total Tratores de rodas Tratores de esteiras Cultivadores motorizados Colheitadeiras Retroescavadeiras Mil unidades 2008 2009 2010
JAN 5,9 4,7 5,9
2010 JUL B 8.544 7.177 190 180 470 527
AGO A 8.565 7.130 196 185 527 527 FEV 6,6 4,4 6,4
MAR 6,6 5,6 7,9
ABR 7,0 5,2 7,8
2009
JAN-AGO C 60.921 50.114 1.254 1.327 4.183 4.043 MAI 6,5 4,5 8,1
JUN 7,3 4,1 7,7
AGO D 5.695 4.751 96 130 336 382 JUL 7,6 5,6 8,5
JAN-AGO E 39.700 33.485 601 1.226 2.290 2.098 AGO 8,0 5,7 8,6
Setembro 2010 • www.revistacultivar.com.br
SET 8,0 6,1
Variações percentuais A/D 50,4 50,1 104,2 42,3 56,8 38,0
A/B 0,2 -0,7 3,2 2,8 12,1 0,0 OUT 8,8 7,0
NOV 7,4 7,3
DEZ 5,4 6,2
C/E 53,5 49,7 108,7 8,2 82,7 92,7 ANO 85,0 66,2 60,9