Cultivar Máquinas • Edição Nº 104 • Ano X - Fevereiro 2011 • ISSN - 1676-0158
Nossa capa
Test Drive MF 9030
Confira o test drive realizado com o MF 9030, o primeiro autopropelido fabricado pela Massey Ferguson no Brasil, lançado durante o Show Rural e que estará nas lavouras brasileiras a partir de maio deste ano
Destaques
22
Índice
Agricultura de Precisão
Manutenção de tratores
Saiba por que é necessário seguir todas as etapas para alcançar sucesso com a Agricultura de Precisão
Estudo mostra que a manutenção periódica dos tratores agrícolas nem sempre é realizada como realmente deveria ser
08
16
• Editor
• Coordenação Circulação
Gilvan Quevedo
Simone Lopes
• Redação
Charles Echer Carolina Simões Silveira
• Revisão
Aline Partzsch de Almeida
• Assitente
Grupo Cultivar de Publicações Ltda. www.revistacultivar.com.br
• Assinaturas
Luciane Mendes Natália Rodrigues
• Expedição
• Comercial
• Impressão:
Cristiano Ceia
Direção Newton Peter
Edson Krause Kunde Indústrias Gráficas Ltda.
NOSSOS TELEFONES: (53) • GERAL
3028.2000
• ASSINATURAS
3028.2070
• REDAÇÃO
3028.2060
C Cultivar
Ariani Baquini
• Design Gráfico e Diagramação
Pedro Batistin Sedeli Feijó José Luis Alves
Capa: Charles Echer
Matéria de capa
• MARKETING
3028.2065
www.revistacultivar.com.br cultivar@revistacultivar.com.br CNPJ : 02783227/0001-86 Insc. Est. 093/0309480
Rodando por aí
04
Agricultura de precisão
08
Plantio
12
Manutenção de tratores
16
50 anos de Stara
20
Test Drive - MF 9030
22
Show Rural 2011
28
Conjunto mecanizado
34
Seleção de máquinas
36
Ficha Técnica - Yanmar
38
Ficha Técnica - Agrologic
42
Assinatura anual (11 edições*): R$ 157,90 (*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)
Números atrasados: R$ 17,00 Assinatura Internacional: US$ 130,00 EUROS 110,00 Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados podem solicitá-las à redação pelo e-mail: cultivar@revistacultivar.com.br
Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.
rodando por aí
Metalfor
Incomagri
Aníbal Martinez, do departamento do Comércio Exterior, esteve no Show Rural para compor a equipe da Metalfor. Martinez atua no Brasil e na Argentina, auxiliando as equipes dos dois países.
A tradicional empresa fabricante de implementos agrícolas Incomagri expôs no Show Rural sua completa linha de produtos, com destaque para equipamentos de pulverização.
Aníbal Martinez
Arvus
A Arvus Tecnologia, empresa de desenvolvimento e fabricação de equipamentos para Agricultura e Silvicultura de Precisão, destacou em seu estande no show Rural Coopavel o Titanium Corte de Seção, produto nacional, “finamizável” e que proporciona economia de até 15% no uso dos agroquímicos.
Comil
A equipe da Comil, liderada por Odarli Gottardo, gerente Nacional de Vendas, apresentou aos visitantes do Show Rural sua linha completa de silos, elevadores autoportantes, correias transportadoras, máquinas de limpeza e pré-limpeza, redlers, secadores de fluxo contínuo ou intermitente, tulhas de expedição, captadores de impurezas, filtro de mangas e roscas transportadoras.
Santiago e Cintra
Ro d r i g o Ta m a n i e a equipe da Santiago e Cintra destacaram no Show Rural o Monitor CFX-750. Com tela sensível ao toque, o produto possui custo acessível e possibilita orientação, direção e funcionalidade na Agricultura de Rodrigo Tamani Precisão.
Reinke
A equipe de vendas da Reinke apresentou no Show Rural o equipamento LSM 130 – Metálica. A empresa desenvolve, fabrica e reforma equipamentos, peças e acessórios para limpeza, classificação e padronização de grãos.
Pla do Brasil
Após quase três décadas de atuação na Massey Ferguson, André Rorato assumiu a direção comercial da Pla do Brasil, empresa que fabrica e comercializa pulverizadores autopropelidos, de arrasto e de três pontos. O destaque no Show Rural foi o pulverizador Túnel de Vento.
Errata
André Rorato
04
Fevereiro 2011 • www.revistacultivar.com.br
Ao contrário do que publicamos na edição 103 da Cultivar Máquinas, o nome correto do sistema de agricultura de precisão da John Deere é AMS.
Pagé
A Industrial Pagé marcou presença no Show Rural da Coopavel, expondo sua linha de máquinas para pré-limpeza, silos armazenadores, secadores e transporte de cereais a granel. Maiara dos Santos, que recentemente assumiu o marketing da empresa, acompanhou a equipe no evento.
Metalúrgica Scarabelot
O estande da Metalúrgica Scarabelot, no Show Rural, chamou a atenção do público com a linha de correntões niveladores para uso na agricultura e pecuária. Nury Jafar Abboud, diretor comercial da empresa, mostrou as aplicações do produto para os produtores.
Agritech
Nelson Okuda Watanabe, gerente da Divisão Comercial da Agritech Lavrale, e equipe, destacaram no Show Rural o trator 1175-4. O modelo foi desenvolvido para atender lavouras de grãos e culturas que necessitem de tratores com maior poder de tração.
Miac
Nelson Okuda Watanabe
Ceres
A Ceres Agrotecnologia participou pela primeira vez do Show Rural. A empresa estreou no mercado com os produtos Ostera, um Controlador de Fertilização a Taxas Variáveis, com monitor digital de plantio integrado.
Indústria líder na colheita do feijão e amendoim, a Miac lançou no Show Rural a colhedora de milho, feijão e batedora de cereais RCM 11. Segundo Luiz Antônio Vizeu, a máquina chega para preencher uma lacuna existente no mercado para pequenas propriedades e terrenos que não permitiam a entrada de máquinas de porte Luiz Antônio Vizeu médio e grande.
Trelleborg
A Trelleborg lançou linha completa de pneus para atender as necessidades de máquinas e implementos agrícolas. A empresa, atenta à expansão do agronegócio, designou Adriano Toniolo, supervisor regional da Divisão Agrícola e Florestal, para atender às regiões de Ribeirão Preto, Triângulo Mineiro, Mato Grosso e parte da região Sul.
Adriano Toniolo
Teejet
Helder Zucckini e Kleber Colomarte fizeram o pré-lançamento do Matrix Pro, disponível para a venda a partir de junho. Uma função exclusiva do equipamento é a possibilidade de uso da imagem do campo captada por uma câmera de vídeo. Essa imagem é trazida para a tela do GPS e sobreposta às linhas de orientação do GPS. Com isso o operador tem, simultaneamente na tela, a visualização do campo e a orienHelder Zucckini e Kleber Colomarte tação via GPS.
Goodyear
A Goodyear Enginered Products apresentou em primeira mão no Show Rural o Catálogo de Correias para Colheitadeiras 2011 e o Catálogo de Correias para Tratores 2011. De acordo com Frederico Martins, gerente de Marketing, a publicação é referência no Brasil e América Latina em reposição de correias agrícolas e uma ferramenta de extrema importância para os proprietários de colheitadeiras e tratores.
Agrologic
O agrônomo Carlos Adrover, da empresa Agrologic Tecnologia de Precisão, demonstrou e comercializou durante o Show Rural o medidor de umidade para cereais e oleaginosas Portatil AL-101. O equipamento mede umidade, peso e é totalmente portátil com balança incorporada. Inclui memória interna para armazenagem de leituras, visor luminoso e bateria interna de longa Carlos Adrover (dir.) duração.
Auteq
Pela primeira vez a Auteq apresentou seu portfólio no Show Rural Coopavel. Os produtos foram expostos no estande da John Deere, empresa parceira nos produtos de agricultura de precisão. Alberto Menoni, diretor comercial da Auteq, destacou que o evento foi excelente pela qualidade do público que busca informações técnicas junto aos expositores.
Frederico Martins (dir.)
Massey
Eduardo Martinatti e Everton Pezzi, respectivamente coordenador de marketing de tratores e supervisor de marketing de tratores Massey Ferguson, acompanharam de perto as apresentações dos tratores da linha pesada e da recém-lançada série 4200. A série pesada tem como foco grandes clientes que necessitem de alto nível de tecnologia embarcada. Já a linha 4200 tem como foco o programa Eduardo Martinatti e Everton Pezzi Mais Alimentos.
John Deere Water
A nova divisão de negócios da John Deere, a John Deere Water, ganha corpo no Brasil e no mundo. A equipe formada pelos gerentes regionais Tereza Reis e Guilherme Ferreiras, juntamente com a gerente de Marketing América do Sul, Gislene Pessin, teve espaço especial no estande da empresa durante o Show Rural, onde apresentou as soluções para irrigação localizada.
Alberto Menoni (esq.)
Valtra
Douglas Vincenzi
06
Um dos destaques da Valtra foi o volante elétrico de precisão AES-25 e a barra de luzes System 110 da AGCO. Segundo Douglas Vincenzi, gerente de Produto, estes equipamentos podem ser instalados em máquinas que já estejam no campo e ajudam a minimizar as falhas e as sobreposições durante a aplicação de insumos e pulverizações.
Fevereiro 2011 • www.revistacultivar.com.br
Tereza Reis, Guilherme Ferreiras e Gislene Pessin
Semeato
A colheitadeira Multi Crop 4100, da Semeato, completamente remodelada, será apresentada na Expodireto 2011 em Não-Me-Toque, no Rio Grande do Sul. A máquina foi desenvolvida especialmente para a agricultura familiar e está sendo comercializada pelo programa Mais Alimentos. Trata-se da única no mercado que se enquadra na categoria III. Um dos seus diferenciais é a maior área total de limpeza.
agricultura de precisão
Sem erros
O futuro da Agricultura de Precisão depende do sucesso em cada fase do processo. O insucesso em qualquer uma dessas etapas leva ao desperdício de recursos, à perda de tempo e a um processo de desânimo em relação à técnica importante para impulsionar a produtividade na lavoura
O
desenvolvimento de um bom projeto de Agricultura de Precisão (AP) está associado a um conjunto de várias etapas interligadas e sequencialmente dependentes entre si. Além disso, o conceito de AP é cada vez mais amplo, aplicado tanto no mapeamento dos índices de fertilidade do solo, como na aplicação de agroquímicos e mapas de colheita, bem como na georreferência e rastreabilidade dos equipamentos durante a operação na lavoura, permitindo avaliar a eficiência de uso das máquinas e de insumos. A sincronia dessas informações é fundamental para o sucesso das intervenções a taxa variável, sendo uma etapa decisiva dentro de um projeto de Agricultura de Precisão. Neste sentido, temos reportado, com certa frequência, vários problemas que comprometem a eficiência técnica da AP aplicada à correção de solos a taxa variável. O objetivo deste artigo é discutir o assunto e alertar sobre pontos técnicos importantes a serem considerados durante as várias etapas, principalmente a etapa de intervenção a taxa variável, para que não ocorra ao final do processo o comprometimento dos resultados da Agricultura de Precisão.
ETAPAS QUE ANTECIPAM UM BOM MAPA DE APLICAÇÃO
Um bom mapa de aplicação começa com uma correta amostragem de solo, pois os parâmetros que irão compor um mapa de prescrição
ou aplicação são basicamente alicerçados em informações geradas a partir dos resultados laboratoriais oriundos desta coleta. Assim, cuidados com a representatividade das amostras de solo compostas de subamostras, bem como a profundidade padrão da coleta, são fundamentais para geração de informações de qualidade. Erros comuns são procurar nutrientes com pouca mobilidade, como o fósforo, em camadas profundas, ou nutrientes móveis, como o enxofre, em camadas superficiais. Conhecer a dinâmica do nutriente no solo e a forma de fertilização é informação relevante na definição da estratégia de amostragem do solo. Realizada a coleta com qualidade, a “organização” é a palavra chave na entrada das amostras nos laboratórios. A sequência das amostras não pode ser alterada em hipótese alguma. Assim, é importante que o conjunto de amostras de cada lavoura seja sempre acompanhado com uma planilha numerada, bem como das informações de origem (cidade, produtor, propriedade, lavoura, parâmetros a serem analisados e contato para dúvidas). Preferencialmente, as amostras devem ser enviadas para laboratórios credenciados nos sistemas de avaliação quanto a sua qualidade (Rolas-SC/ RS, IAC-SP, Embrapa), que utilizam amostras padronizadas para avaliar os possíveis desvios analíticos que possam ocorrer. Mesmo assim, deve ser observada a coerência técnica dos resultados do ponto de vista analítico, como
Figura 1 - Falta de coerência técnica encontrada em um mapa de saturação por alumínio e um mapa de pH em água que pode comprometer o resultado da Agricultura de Precisão
08
Fevereiro 2011 • www.revistacultivar.com.br
as relações entre pH, saturação por bases e alumínio. Por exemplo, quando o pH em água estiver acima de 5,3, praticamente não deverá haver a presença de alumínio e a saturação por bases deve estar em torno de 50% a 60% (Figura 1). Além disso, apesar dos mecanismos de segurança e da precisão sempre preservada nos laboratórios, erros podem ocorrer. Os produtores e técnicos devem estar sempre atentos à coerência dos resultados em relação ao relevo, mapas de colheita, ao histórico de manejo e as suas próprias experiências de campo. Havendo dúvida das informações deve-se solicitar a repetição analítica das amostras que devem ficar armazenadas no mínimo por seis meses nos laboratórios. Esse processo é padrão e não tem custo na maioria dos laboratórios. O outro aspecto importante a ser destacado são os valores discrepantes (muito altos ou muito baixos) dos pontos amostrais vizinhos que devem ser analisados com cuidado, buscando uma causa lógica ou na ausência desta, repeti-los ou eliminá-los. O interpolador utilizado também pode ocasionar erros, causados pela interferência dos pontos amostrais mais próximos e mais distantes no mapa.
QUALIDADE VISUAL
Um bom mapa se “vê no olho”, ou seja, é perceptível visualmente através da padronização das informações. Quando há coerência técnica nos resultados associada à variabilidade espacial de uma área e à de informações auxiliares (exemplo mapa de relevo, histórico de manejo ou mapa de colheita), é possível identificar a qualidade dos resultados apenas pela observação visual (Figura 2). Sendo que para o sucesso dos trabalhos de intervenções a taxa variável as mesmas somente devem ocorrer após uma avaliação prévia da coerência técnica dessas informações com outros atributos e o histórico da lavoura. Na Figura 2 pode-se observar o efeito da erosão e do escoamento superficial em promover a redistribuição espacial do fósforo na lavoura. Como este nutriente tende a se acumular nas camadas mais superficiais do solo, a ocorrência de erosão nas áreas mais declivosas (Sudoeste e Sudeste) no mapa é acompanhada de menores teores no solo. Além das cores padronizadas e da consistência das informações geradas
Fotos Drakkar Solos Consultoria
Figura 3 - Mapa de aplicação de correção e manutenção
Figura 2 - Associação do mapa de relevo com a distribuição espacial dos teores de fósforo
pelos mapas os produtores devem estar atentos também às quantidades a serem aplicadas. As mesmas devem ser coerentes tecnicamente e economicamente. As metas técnicas devem
ser claras para possíveis reavaliações e também viáveis (Figura 3). Assim, é importante observar a experiência dos prestadores de serviço, das ferramentas de calibração dos índices de reposição, como monitoramento por ancoragem que permite a calibração constante dos índices de reposição, e também da própria filosofia de trabalho em relação à quantidade a ser aplicada. Além disso, a recomendação da aplicação de insumos deve estar coerente com a produtividade histórica da lavoura. Se a área tradicionalmente colhe sete toneladas de milho de um ano para o outro não se deveria adubar para 12 toneladas. Os ganhos de produtividade são consequências de acertos no manejo como um todo e são obtidos gradativamente.
OPERACIONALIDADE DAS INFORMAÇÕES
A posse de informações de qualidade ainda não garante o sucesso do trabalho de AP. Há necessidade de que as informações sejam traduzidas para a linguagem numérica com coordenadas geográficas associada às quantidades específicas, gerando um
arquivo de aplicação que é copiado para um cartão de dados ou pendrive e introduzido em um controlador eletromecânico que controlará a abertura e o fechamento de comportas (aplicador hidráulico) ou a movimentação de uma esteira de borracha (aplicador de arrasto) (Figura 4). Essas informações devem respeitar o raio de interpolação dos dados adquiridos, a largura da faixa de aplicação dos equipamentos, o número de classes possíveis, os intervalos de doses a serem aplicadas, condições de superfície do solo, condições climáticas no momento da aplicação e qualidade do produto quanto à uniformidade e à granulometria. Máquinas de qualidade e de fácil manuseio são fundamentais para a operacionalidade das informações. Entretanto, as mesmas devem estar bem calibradas e ajustadas a cada tipo de produto. Um pré-ajuste deve ser realizado com máquinas paradas, configurando-se o GPS e o volume que deve ser aplicado em relação à faixa de aplicação. A faixa de aplicação deve ser compatível com o tipo de produto. Para o calcário a faixa de aplicação oscila entre oito e 12 metros, dependendo se está seco ou molhado. Nos fertilizantes (fontes de fósforo, potássio ou nitrogênio) a faixa oscila entre 20 e 30 metros, dependendo mais do produto e das condições do vento. A faixa sempre deve ser ajustada à gra-
Fevereiro 2011 • www.revistacultivar.com.br
09
Claas
Fotos Drakkar Solos Consultoria
Figura 4 - Equipamentos de aplicação a taxa variável: a) comportas eletromecânicas do Twister/Stara, equipamento acoplado ao hidráulico do trator e b) esteira de borracha do hércules/Stara, equipamento de arrasto
Fotos Alan Acosta
nulometria de cada produto, sendo necessário fazer uma avaliação criteriosa com bandejas de calibração (Figura 5). Com a máquina em movimento outros fatores devem ser levados em consideração. O primeiro deles é a compatibilidade do tipo de produto calibrado para aplicação e o produto dentro do reservatório. Depois é importante buscar eficiência de aplicação com o melhor alinhamento da máquina no sentido de maior comprimento e respeitando, é claro, a inclinação do relevo. Após a calibração da largura de transpasse das faixas de aplicação, o primeiro ato em movimento é a realização de uma boa faixa de bordadura com no mínimo duas passadas de máquina. A velocidade também deve ser compatível com o produto, relevo, dimensionamento da máquina e as condições de vento no momento da aplicação. Mesmo com todos os ajustes corretos o controle do equipamento e a observação dos acontecimentos ainda são de responsabilidade humana. Assim, é fundamental que o profissional responsável esteja ciente da importância dessa etapa e com informação suficiente para identificar possíveis problemas durante a aplicação. Deve-se estar sempre de posse dos mapas de aplicação e controlando a quantidade total a ser aplicada e também se
Figura 5 - Calibração da faixa de aplicação e do transpasse entre faixas de equipamento a taxa variável
10
há coerência das quantidades que estão sendo aplicadas. Deve-se ter o máximo de cuidados no alinhamento das máquinas e nos retornos das bordaduras. Uma das principais fontes de erros é no reabastecimento, deixando-se espaços sem aplicação (Figura 6). Deve-se também procurar posicionar as cargas de corretivos e os volumes de fertilizantes de forma mais acessível possível, buscando uma maior eficiência de deslocamento para reabastecimento. Além de todos os cuidados ainda há mais um recurso associado às vantagens da AP. Praticamente todos os processos realizados com máquinas georreferenciadas armazenam, além da localização, um relatório com o dia e a hora de execução das tarefas. No caso da aplicação a taxa variável é gerada simultaneamente informações que permitem a geração de um mapa de rastreabilidade possibilitando fazer uma avaliação da qualidade de aplicação e a eficiência do processo. Esse mesmo mapa pode servir como referência identificando erros de posicionamento, calibração, velocidade de deslocamento e reabastecimento dos produtos (Figura 7). Outra evolução nas tecnologias ligadas à Agricultura de Precisão está nas empresas que possuem internamente o desenvolvimento desta tecnologia a nível nacional. Isso permitiu que os usuários (agricultores e técnicos)
possam contar com equipamentos que foram desenvolvidos para a realidade brasileira, melhorando a facilidade de operação e o suporte técnico. Hoje, a evolução dos controladores eletrônicos permite que os usuários possam “migrar” o controlador entre as diferentes etapas da Agricultura de Precisão, uma facilidade operacional e que reduz custos da tecnologia. Estes controladores podem ser utilizados em múltiplas atividades, como preparo do solo, distribuição, plantio, pulverização e colheita. Essa é mais uma nova ferramenta que garante a operacionalidade das informações de forma ágil e com qualidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O conceito da Agricultura de Precisão veio para ficar, não temos dúvida disso. Entretanto, ainda temos muitas dificuldades a serem vencidas. Uma das primeiras já vencidas foi a introdução dos conceitos da AP e do manejo sítio específico como uma técnica viável e eficiente dentro do meio agrícola, o qual é sempre bastante conservador e criterioso quanto a mudanças. Agora, estão sendo feitos ajustes da técnica a cada realidade de manejo. E no futuro próximo (já realidade dentro de algumas propriedades) a melhoria das intervenções, baseada em informações de melhor qualidade e com equipamentos bem calibrados. O futuro
Figura 6 - Mapa de rastreabilidade que mostra erros durante a aplicação a taxa variável na cultura do arroz irrigado
Fevereiro 2011 • www.revistacultivar.com.br
Figura 7 - Mapa de aplicação à taxa variável (a) e mapa de rastreabilidade (b)
da Agricultura de Precisão depende do sucesso em cada uma das etapas do processo. O insucesso em qualquer uma dessas etapas leva ao desperdício de recursos, à perda de tempo e a um processo de desânimo em relação à técnica. Problema gerado no erro humano que é atribuído muitas vezes como um problema na técnica da AP. Neste sentido, o controle de qualidade nos processos da AP é fundamental para que frases como: “estamos na era da precisão na agricultura e não da agricultura de precisão”,
seja uma mera retórica ou jogo de palavras, daqueles que de fato não estão comprometidos .M com a evolução da agricultura. Alan Acosta, Telmo Amado, Cristiano Paim Buss, Claudio Luiz Lemainski, Marcelo Busato e Guilherme Londero, Drakkar Solos e UFSM
Figura – Controlador eletrônicoosmúltipla-tarefa: Em8algumas localidades, utilitários sãopreparoconstruídos do solo, distribuição, plantio,oficinas pulverização e colheita em pequenas regionais
SEMEADORAS
Estande certo
Velocidade de deslocamento e índice de patinagem de semeadoras são diferentes em operações de semeaduras direta e convencional. Entender estes índices e saber quais as consequências no estande é importante para garantir maior uniformidade no plantio
N
questionados pelos crescentes e graves problemas de erosão, perda da fertilidade e umidade do solo, além de sua compactação. O sistema de semeadura direta (SD) está cada vez mais presente na agricultura brasileira. O método visa à maior conservação do solo e à redução do tráfego de máquinas, tendo como princípio a semeadura direta em solo não revolvido. Os aspectos mais relevantes para o sucesso da lavoura, na semeadura direta, estão relacionados ao desempenho da semeadora, no que se refere ao corte eficiente dos restos culturais, à abertura do sulco e colocação da semente e adubo em profundidades corretas e em contato com o solo. Também é importante que as máquinas
Welington Gonzaga do Vale
o Norte Fluminense, grande parte do relevo é plana, favorecendo a utilização de máquinas em todas as etapas da produção agrícola. Com o uso intenso de máquinas na cultura da cana-de-açúcar, principal produto da região, e a ocorrência de chuvas de grande intensidade no verão verificam-se, com frequência, problemas pertinentes à conservação do solo e da água, resultando na desagregação e exposição do solo aos agentes intempéricos. Os métodos convencionais de produção compostos por aração e gradagem caracterizam-se pelo excessivo revolvimento do solo e, como consequência, ausência de cobertura na superfície do terreno. Por esse motivo, são
Determinação da patinagem das rodas motrizes da semeadora-adubadora
12
Fevereiro 2011 • www.revistacultivar.com.br
apresentem adequada regularidade, com distribuição precisa de insumos (Embrapa, 1994). Avaliar máquinas agrícolas é, fundamentalmente, obter informações para uma tomada de decisão, que está se tornando tarefa cada vez mais complexa, especializada e altamente exigente em dados e informações técnicas em mecanização agrícola. A avaliação de máquinas agrícolas é muito importante, principalmente das semeadoras, pois um dos grandes entraves para a adoção plena da semeadura direta é a dificuldade em se obter semeadoras versáteis e resistentes, que sirvam para culturas e solos distintos, abram o sulco, removendo pouca terra e palha, tenham penetração e controle de profundidade aceitáveis e cubram adequadamente a semente, fatores esses que garantiriam o sucesso da exploração (Gassen e Gassen, 1996). Para se obter maior produtividade, a pesquisa tem contribuído para cada fator de produção das culturas, tais como adubação, irrigação, genética, manejo de solos e arranjos espaciais com populações e espaçamentos adequados. Um bom arranjo espacial só é possível com uma correta distribuição longitudinal de sementes. Normas, procedimentos de ensaios e trabalhos de pesquisa apontam a uniformidade de distribuição longitudinal de sementes como uma das características operacionais
Figura 1 - Patinagem das rodas motrizes da semeadora-adubadora nos sistemas de semeaduras convencional e direta
de semeadoras que mais contribuem para obtenção de um estande adequado de plantas e, consequentemente, de uma boa produtividade da cultura (Kurachi et al, 1989). A desuniformidade de distribuição longitudinal pode ainda dificultar operações posteriores, tais como pulverizações, tratos culturais e colheita, por exemplo (Pacheco, 1994). As semeadoras mais comuns e de menor custo são as dotadas de mecanismo dosador do tipo disco perfurado horizontal. As funções de uma semeadora-adubadora para
Figura 2 - Influência da patinagem no espaçamento entre sementes
semeadura direta (Asae, 1996) são: cortar a palha, abrir o sulco, dosar a quantidade de sementes e adubo, posicionar tanto a semente quanto o adubo no sulco, na profundidade e distância adequadas, cobrir as sementes e o adubo e efetuar a compactação lateralmente. Segundo Balastreire (2005), os fatores que afetam a eficiência de semeadura podem estar relacionados com as sementes, solo, máquina, clima e operador. As sementes influenciam a semeadura pela quantidade a ser distribuída,
pela sua viabilidade, uniformidade de tamanho e distribuição, forma, profundidade de colocação e tratamentos com defensivos ou inoculantes. O solo pode influenciar pelo seu preparo, fertilidade e textura, além de fatores ligados aos fatores climáticos como o teor de umidade, temperatura e aeração. O operador é um fator importante na eficiência de semeadura pela sua capacidade em regular a máquina, manter a velocidade adequada de operação e espaçamento adequado entre as linhas de semeio e manter a máquina em
Figura 3 - Influência da patinagem no estande de plantas por hectare
adequada condição de uso, com manutenção e reparos corretos. A semeadora-adubadora, atualmente, é uma das máquinas agrícolas que mais incorporam tecnologia no processo de produção. A precisão, durante a operação de semeadura, é garantida por mecanismos bem projetados, eficientes e precisos. Porém, são vários os fatores que influenciam na sua precisão.
DENSIDADE DE SEMEADURA
Primeiramente, devem-se estabelecer, para a cultura as ser implantada, a densidade e o espaçamento de semeadura. Em seguida, devem ser considerados os fatores relativos à semente utilizada – índices de germinação (G), pureza (P) e sobrevivência (Sb) – informados pelo fornecedor de sementes. Finalmente, há que se levar em conta os índices de enchimento de grãos (Eg), o dano mecânico (Dm) do mecanismo dosador de sementes e a patinagem (S) da roda motriz da semeadora. Esses fatores podem interferir na expressão do potencial produtivo da cultura. O índice de enchimento do mecanismo dosador deve ser considerado para os dosadores de precisão, sendo discos perfurados e sistemas pneumáticos os mais comuns. Esse índice é usado para compensar as falhas associadas à velocidade de giro dos mecanismos
Welington Gonzaga do Vale conduziu o experimento juntamente com outros pesquisadores da Uenf
14
Figura 4 - Velocidade periférica do disco dosador
e, em geral, considera-se o índice de 97% de eficiência para os cálculos. Para os demais sistemas de distribuição, recomenda-se a calibração dos mecanismos através de ensaios de campo, com o deslocamento da máquina coletando material. Em testes de campo, observou-se uma grande variação na distribuição de sementes, devida, principalmente, à irregularidade do perfil do solo. Garcia (2005) observou que o índice de variabilidade relacionado à patinagem chegou a 40% em algumas situações. Vale et al (2008), observaram o efeito do tipo de sistema de preparo de solo
sobre a patinagem dos rodados motrizes de uma semeadora-adubadora (Figura 1). Eles concluíram que no sistema de semeadura direta a patinagem dos rodados da semeadora foi menor. No sistema de semeadura convencional (SC), o solo encontra-se mais solto, reduzindo a capacidade de aderência entre o pneu e o solo, ocorrendo maior patinagem. No SD, como o solo não foi mobilizado, pode-se considerá-lo firme e isso ajuda a diminuir a patinagem por favorecer a aderência entre o pneu e o solo. A patinagem de um rodado de tração, como o pneu traseiro de um trator, pode ser
Como corrigir na semeadura
A
seguir, é apresentado um teste de uma semeadora em determinada condição de uso: 1) No asfalto, obteve-se uma distância de 10,99m para o pneu girar cinco voltas. 2) No campo, obteve-se uma distância de 12,27m para o pneu girar cinco voltas. 3) Aplicando a equação:
4) Foi determinado o índice de 0,1043, que representa 10,43% de patinagem. Esse valor encontrado significa que há uma redução de 10,43% no número de voltas da roda de transmissão da semeadora. Isso ocasiona um aumento, de valor correspondente, no espaçamento entre as sementes distribuídas na linha. Ou seja, se a semeadora está regulada para distribuir sementes na linha com 15cm de distância uma da outra, considerando-se o índice de patinagem acima determinado, essa distância irá aumentar para 16,6cm. A redução da densidade final de semeadura fica, portanto, evidente. Para corrigir esse erro, deve-se refazer os cálculos de densidade de semeadura,
Fevereiro 2011 • www.revistacultivar.com.br
conforme é apresentado no seguinte exemplo. Supondo-se que se deseja calcular a quantidade de sementes a serem distribuídas por hectare, levando-se em consideração os seguintes índices: • estande final de plantas desejadas por hectare: 50.000 plantas/ha; • índice de germinação (G): 95%; • índice de pureza (P): 98%; • índice de sobrevivência (Sb): 98%; • índice de enchimento dos discos (Eg): 97%; • índice de dano mecânico (Dm): 97%; • índice de patinagem (S): 10,43%. Eficiência da transmissão = 100 – 10,43 = 89,57%.
A partir de então, deve-se regular a semeadora-adubadora para a densidade de semeadura igual a 65.026 sementes/ha, através da seleção adequada das engrenagens cambiáveis do sistema de transmissão e da determinação correta do número de furos do disco no mecanismo dosador.
Fotos Welington Gonzaga do Vale
Figura 5 - Capacidades de campo teórica e efetiva
Avaliação da semeadora-adubadora no sistema convencional
definida como a redução de deslocamento em determinada condição de piso, comparada com uma condição específica, também chamada de condição zero, em que se mede o rolamento do pneu em piso indeformável e em situação sem carga. Por sua vez, a patinagem do rodado tracionado, como o pneu da semeadora que aciona os mecanismos dosadores, pode ser definida como a redução do número de voltas do rodado em determinado deslocamento, também comparada com a condição zero definida acima. No rodado da semeadora, a patinagem é influenciada pelo estado do pneu e pelas condições do solo – forma de preparo, tipo de cobertura, umidade e presença de irregularidades. Ela está relacionada também à resistência ao rolamento oferecida pelo solo, pelos mecanismos de transmissão e pelos dosadores de sementes e adubo que integram o equipamento. Portanto, é recomendável que, para cada condição de trabalho, seja determinada a patinagem da semeadora, para que se possa corrigir este efeito no cálculo da densidade de semeadura. O efeito da patinagem do rodado da semeadora causa o surgimento de falhas e o aumento da distância entre sementes na linha. Há também a redução da quantidade de adubo aplicada, ocasionando principalmente a queda da produtividade da cultura. Vale (2007) observou o aumento do espaçamento entre sementes (EES), efeito da patinagem do rodado da semeadora (Figura 2). A semeadora-adubadora foi regulada para distribuir sementes na semeadura do milho (SC), com espaçamento de 8,5cm entre elas. Considerando a patinagem observada neste plantio, o espaçamento entre sementes calculado foi de 9,6cm – esta interferência resultou num acréscimo de 12,9% no espaçamento entre sementes. Já na semeadura do sorgo (SD), a semeadoraadubadora foi regulada para distribuir
sementes com espaçamento de 5,5cm. Considerando a patinagem observada neste tipo de plantio, o espaçamento entre sementes calculado foi de 6,0cm – a interferência da patinagem resultou num acréscimo de 9,1% no espaçamento entre sementes. Com o aumento do EES na linha há uma redução da quantidade de sementes depositada, ocasionando principalmente uma redução no estande desejado no final da instalação da cultura no campo. Vale (2007), notou esse efeito da patinagem dos rodados motrizes de uma semeadora-adubadora sobre o estande final desejado de plantas por hectare (Figura 3). Na semeadura do milho com espaçamento de 8,5cm entre sementes, teríamos um estande com 130.719 plantas/ha, mas devido ao aumento do espaçamento entre sementes observado, o estande final passa a ter 113.856 plantas/ha. Com espaçamento de 5,5cm entre sementes, teríamos um estande com 202.020 plantas/ ha, mas devido ao aumento do espaçamento entre sementes observado, o estande final passa a ter 183.636 plantas/ha. Vale et al (2008) observaram na semeadura do milho no sistema convencional, que a velocidade periférica do disco dosador da semeadora-adubadora calculada, segundo as condições de trabalho e regulagens da máquina, foi de 0,34m/s. Já na semeadura
Avaliação da semeadora-adubadora no sistema de semeadura direta
do sorgo no sistema de plantio direto, a velocidade periférica do disco dosador da semeadora-adubadora calculada foi de 0,19m/s (Figura 4). Delafosse (1986) recomenda, para determinadas espécies de sementes e tipos de distribuidores, o uso de velocidades periféricas máximas entre 0,29 e 0,32m/s, para uma boa precisão de dosagem. Na condição de semeadura do milho, a velocidade observada se encontra bem próxima da faixa sugerida, enquanto que na semeadura do sorgo, a velocidade observada se encontra abaixo do limite sugerido. Velocidades acima de 0,32m/s podem prejudicar a uniformidade de distribuição, pois com essas velocidades as sementes não têm tempo suficiente para preencher todos os furos do disco dosador, com isso haverá falhas na distribuição. Já velocidades abaixo de 0,29m/s favorecem o preenchimento total dos furos do disco dosador, e somente podem ser problemáticas quando as sementes tiverem tamanhos muito menores que os furos do disco, com isso, os furos do disco dosador podem capturar duas ou mais sementes, ocorrendo o surgimento de duplos (duas ou mais sementes depositadas com um espaço menor entre elas do que o espaço normal). Essas plantas competirão entre si e o seu crescimento, desenvolvimento e produção serão afetados por essa razão. As capacidades de campo teórica e efetiva apresentam comportamento igual à velocidade, pois a largura útil de trabalho foi igual em todas as parcelas. Foram observadas maiores capacidades de campo teórica e efetiva na velocidade de 6,36km/h .M na SD (Figura 5). Welington Gonzaga do Vale, Ricardo Ferreira Garcia, Delorme Corrêa Júnior, Pablo Pereira Corrêa Klaver e José Francisco de Sá V. Júnior CCTA, Leag - Uenf
Fevereiro 2011 • www.revistacultivar.com.br
15
tratores
Descuido caro
Agrale
Avaliação realizada com dez tratores agrícolas mostra que as manutenções periódicas nem sempre são feitas de acordo com as recomendações e itens simples, mas importantes, como drenagem do copo sedimentador, são realizados em apenas 10% dos casos
A
manutenção periódica é utilizada para evitar possíveis falhas e quebras em máquinas e instalações, durante o processo produtivo, aumentar a vida útil dos equipamentos e reduzir problemas de segurança para o operador. O abrigo de tratores, equipamentos e materiais de uso permite que as diversas operações de manutenção sejam otimizadas. Os gastos com reparos e manutenção corretivos compõem os mais elevados itens dos custos operacionais, o que pode ser atribuído ao uso intensivo dos tratores agrícolas, e que pode até tornar economicamente inviável a utilização
da máquina em uma empresa. Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Goiás realizou trabalho para analisar a periodicidade de manutenção de tratores agrícolas de pneu utilizados em propriedades rurais. Foram analisados dez tratores agrícolas de pneu na região de Anápolis (GO) escolhidos aleatoriamente, com marcas, modelos, ano, potência, fonte e aplicações variadas dentro do setor rural. Foram avaliados itens como nível de fluido da bateria, nível da água do radiador, nível do óleo do cárter e transmissão final, lâmpadas, combustível, pressão dos pneus, altura das garras, folga nos pedais de embreagem
e freio, funcionamento dos pinos graxeiros, convergência das rodas, trocas de filtros de combustíveis e lubrificantes, presença de itens de segurança e abrigo das máquinas. Para a manutenção diária realizada antes do início e na troca de turno de trabalho, todos os tratores apresentaram nível de óleo lubrificante do cárter e água do radiador dentro dos limites aceitáveis, 90% não usam completar o tanque de combustível ao final da jornada de trabalho (Figura 1). Os operadores mostraram ser bastante cuidadosos quanto aos níveis de óleo do cárter e água do radiador. A falta de água no sistema
Figura 1 - Distribuição percentual dos níveis de ação para manutenção diária nos tratores avaliados Figura 2 - Distribuição percentual dos níveis de ação para manutenção de 50hs nos tratores avaliados
16
Fevereiro 2011 • www.revistacultivar.com.br
Charles Echer
Figura 3 - Distribuição percentual da altura da garra dos pneus
Filtro de ar muitas vezes recebe manutenção inadequada, por desconhecimento dos operadores
de arrefecimento, durante o funcionamento do motor, provoca superaquecimento, causando queima de junta do cabeçote, ou até fusão de alguns componentes internos. O ato de não abastecer o tanque de combustível do trator ainda quente ao final da jornada de trabalho acarreta na formação de gotículas de água ao resfriar-se. A presença da água compromete os componentes da injeção, provocando o desgaste prematuro e combustão imperfeita. Já os sedimentos comprometem o sistema de filtragem e sua presença nos componentes de injeção danifica os bicos injetores. A drenagem do copo sedimentador de impurezas e do pré-filtro ameniza os problemas de
água e sedimentos presente no diesel, 90% dos tratores avaliados não realizam esta ação. Dos tratores avaliados 60% apresentaram problemas com faróis e lâmpadas. O funcionamento adequado dos faróis e das lâmpadas é essencial para segurança do operador e do equipamento. Nota-se que 50% dos tratores avaliados apresentaram no mínimo um pino graxeiro danificado ou com anomalias, não possibilitando a correta lubrificação do sistema. A má lubrificação de pinos graxeiros aumenta o desgaste e os esforços na peça, levando a estragos nela e ao conjunto interligado. São apresentados na Figura 2, os resultados referentes à manutenção de 50 horas trabalha-
das. A verificação do nível de óleo da direção hidráulica encontrava-se incorreta em 40% dos tratores podendo interromper o processo de direção pela formação de bolhas de ar no sistema. Nota-se que 80% dos tratores avaliados não apresentaram problemas quanto ao item reaperto geral de porcas, e tensão da correia do ventilador. O reaperto de porcas evita que as peças suportem rupturas e desgastes pelo choque entre elas. Uma correia com tensão inferior interfere no sistema de arrefecimento do motor e na carga da bateria. E a correia com tensão superior facilita o rompimento da própria correia.
Figura 4 - Distribuição percentual dos níveis de ação para manutenção de 100hs nos tratores avaliados
O nível de solução de bateria encontravase inferior em pelo menos uma célula em 50% dos tratores avaliados. O baixo nível da solução eletrolítica resulta em desempenho pobre e redução da vida útil da bateria ou até mesmo inutiliza a bateria. Em 60% dos tratores a limpeza dos contatos da bateria é insatisfatória, interrompe a passagem de corrente e impede a partida normal pelo motor de arranque. Nas propriedades visitadas apenas 10% possuíam equipamentos para aferir a pressão dos pneus sendo na maioria das vezes realizada visualmente. O tipo de pneu e pressões inadequadas representam elementos negativos para a maioria das operações. Nota-se, na Figura 3, que 40% dos pneus avaliados apresentaram altura de garra abaixo de 10mm, inviável para o uso, pois estes induzem a patinagem reduzindo a tração e aumenta o consumo de combustível, já para os pneus direcionais esse desgaste dificulta a dirigibilidade. Dos tratores avaliados, 25% apresentaram altura de garra entre 11mm e 20mm, caracterizando pneu meia-vida e 35% dos pneus apresentaram altura de garra entre 21mm e 35mm, caracterizando pneu novo. Para a manutenção 100 horas de trabalho (Figura 4), verifica-se que 60% dos equipamentos estavam com nível de óleo dos redutores finais adequados para trabalho, 90% apresentaram níveis de óleo da transmissão e hidráulico dentro do limite aceitável. O nível de óleo da transmissão e sistema hidráulico apresentou níveis satisfatórios na maioria dos equipamentos, sendo que o óleo dos redutores finais não apresentou o mesmo índice, devido a vazamentos encontrados nos retentores da
carcaça. Para a manutenção de 200 horas de trabalho (Figura 5), em todos os tratores foi realizada a limpeza dos suspiros e 70% das máquinas vistoriadas não apresentaram folga do rolamento das rodas. Quando esta folga existe, possibilita a entrada de água, terra no cubo leva a um desgaste prematuro ou até mesmo sua inutilização. Somente 20% dos tratores não estavam regulares com a troca de óleo, descuido que implica desgaste prematuro do motor ao trabalhar com óleo contaminado. Em 40% dos tratores foi encontrada desregulagem nos pedais de embreagens. A correta regulagem do pedal de embreagem evita deslizamentos e reduz potência disponível para o trabalho. Apenas 30% dos tratores avaliados apresentaram freios regulados. Os freios dos tratores funcionam independentemente, o que ocasiona o desgaste desigual das lonas em cada roda. De acordo com dados prestados pelos responsáveis pela máquina, verifica-se que a manutenção de 500 a 1.000 horas é o período com menor índice de realização nos intervalos sugeridos (Figura 6). Somente 10% dos tratores avaliados fizeram substituição do óleo da direção hidráulica com a periodicidade determinada. Não houve a preocupação dos responsáveis pelos tratores em executar calibração do bico e da bomba injetora. O bico injetor com o uso sofre variação no diâmetro do orifício de pulverização, enfraquecimento da mola e entupimento, já a bomba em sua composição interna possui diversas peças móveis sujeitas a atrito e desgaste.
Figura 6 - Distribuição percentual dos níveis de ação para manutenção de 500 a 1.000hs nos tratores avaliados
18
Figura 5 - Distribuição percentual dos níveis de ação para manutenção de 200hs dos tratores avaliados
Fevereiro 2011 • www.revistacultivar.com.br
A substituição do óleo da transmissão e hidráulico também foi realizada fora da periodicidade indicada, este procedimento torna o óleo com características de lubrificação inadequadas, apenas 20% realizaram estas operações no tempo indicado. A convergência das rodas dianteiras incorreta interfere na dirigibilidade, provoca um desgaste prematuro e desuniforme dos pneus, danifica rolamento e retentores e facilita a entrada de poeira e água. Apenas 30% dos tratores apresentaram ajuste de convergência adequados. A construção de abrigos para guardar os tratores agrícolas em período ocioso aumenta a vida útil do equipamento. Nas propriedades visitadas a existência de abrigo ocorre na maioria, no entanto, todas apresentaram alguma falha de manejo ou construção inadequada. Na Figura 7, verifica-se que dentre os critérios avaliados o item piso e limpeza apresentou o menor índice de realização. A presença do cinto de segurança nos tratores que possuem cabine ou estrutura de proteção contra o capotamento é essencial para evitar ferimentos graves na ocorrência de acidentes; na maioria dos tratores foi observada a estrutura de proteção contra capotamento e apenas em um verificou-se o cinto segurança.
CONCLUSÕES
Houve uma grande preocupação de seus responsáveis pela manutenção nos tratores avaliados quanto a níveis de óleo do cárter, transmissão, hidráulico e nível da água do radiador, ficando os demais itens de manuten-
Figura 7 - Distribuição percentual dos tipos e condições dos abrigos nas propriedades visitadas
Charles Echer
Itens avaliados nos dez tratores
O
90% dos operadores entrevistados não realizam a drenagem do sedimentador e do pré-filtro do óleo
ção com baixo índice de realização de acordo com uma periodicidade. A manutenção de 500 a 1.000 horas apresentou o menor índice de realização dentro de uma periodicidade .M recomendada. Dorneles Machado de Freitas, Gracielly Ribeiro de Alcântara, Elton Fialho dos Reis e Josué Gomes Delmond, UEG
trabalho analisou os itens mais importantes que devem ser observados nas manutenções preventivas periódicas, como: • O nível de fluido da bateria: verificado por meio de uma pipeta graduada para correta visualização do nível que deve se encontrar a 1,5cm. • Nível de água do radiador: avaliado com o motor em temperatura ambiente, em 1cm acima das placas; • Os níveis de óleo do cárter e transmissão final: determinados com o trator em superfície plana e o motor em repouso por tempo mínimo de 30 minutos, conforme recomendações dos manuais de fabricante. • Lâmpadas: observados a existência e o funcionamento das mesmas. • Combustível: foi verificado, por questionário, o reabastecimento após jornada de trabalho com o trator ainda quente. • A pressão dos rodados: obtida com um manômetro portátil inserido nas válvulas dos pneus, estando estas na posição superior e com o pneu em temperatura ambiente e à sombra.
• Altura das garras: verificada com auxílio de uma régua metálica e um paquímetro com precisão de 0,01mm em três pontos aleatórios na região central dos pneus. • Folga nos pedais de freios e embreagem: observada visualmente com auxílio do operador. • Pinos graxeiros do trator: avaliados visualmente quanto existência, anomalias e lubrificação. • Abrigo do trator: verificada a existência e se respondem aos critérios; ventilação suficiente; piso não absorvente e que não solte poeira; espaço para manobras e circulação de pessoas; distância de água. • Quanto à segurança do trabalho: foram verificados existência de equipamento de proteção contra capotagem e sinto de segurança. • Convergência das rodas dianteiras: feito o alinhamento visual das rodas e com auxílio de uma haste regulável foi feita a verificação na altura do eixo quanto à distorção. • Substituição de lubrificante e filtros: avaliado através de informações prestadas pelo responsável de manutenção.
Empresas
50 anos de evolução O
ano de 2010 foi um marco importante na história da empresa Stara, fabricante de máquinas e implementos agrícolas, situada na cidade de Não-Me-Toque (RS). A empresa comemorou dias 1º e 2 de dezembro de 2010, 50 anos de atividades. Do início das atividades, no ano de 1960, quando era apenas uma ferraria que consertava máquinas e equipamentos importados da Europa, tocada por Johannes Bernardus Stapelbroek, até o presente, muitas mudanças aconteceram na empresa. Atualmente, é uma das maiores fabricantes de implementos para a agricultura e exporta produtos para 30 países nos cinco continentes. O grande passo para que a empresa chegasse ao patamar atual pode ter sido dado no ano de 2006, quando mudanças significativas na raiz societária da Stara conferiram à filha de Franciscus Stapelbroek, Susana Stapelbroek Trennepohl, ao seu genro Gilson Trennepohl e aos seus netos, o controle acionário da empresa. A partir de então a Stara teve ampliada sua matriz industrial, o que contribuiu para o crescimento do portfólio de produtos, fortalecendo a
marca e oportunizando uma maior participação nos mercados nacional e internacional. Atualmente, a empresa possui uma vasta gama de equipamentos e implementos para a agricultura, que vai desde pequenas plainas, passando por plantadoras modernas, até os mais sofisticados pulverizadores autopropelidos do mercado, equipados com pacotes tecnológicos e de agricultura de precisão fabricados pela própria Stara.
COMEMORAÇÃO
As comemorações do cinquentenário de “evolução constante” - como prega a filosofia da própria empresa - foram recheadas de palestras e apresentações artísticas para mais de 1.800 produtores do Brasil e do exterior e aos 1.344 funcionários que trabalham nas unidades da empresa nas cidades de Não-Me-Toque e Carazinho. O primeiro evento ocorreu no Bier Site, na cidade de Carazinho, onde os participantes conheceram a história da empresa e ouviram palestra motivacional com o técnico de futebol, Luiz Felipe Scolari, além de participar da inauguração de uma nova unidade fabril de
Entre as comemorações do cinquentenário, foi inaugurada a nova unidade de usinagem da Stara no município de Carazinho (RS)
20
Fevereiro 2011 • www.revistacultivar.com.br
Fundição e Usinagem, na mesma cidade. No mesmo dia, na cidade de Não-MeToque, os convidados tiveram a oportunidade de conhecer as instalações da empresa e, já no parque de exposições da Cotrijal, além de apresentar toda a linha de produtos, a empresa mostrou os lançamentos que estarão no mercado em 2011, como a plataforma Brava com kit roçadeira e kit caracol lateral; o pulverizador autopropelido Imperador 3100, o único com barras centrais do mundo; os pulverizadores autopropelidos Gladiador 2300 4x2 com transmissão mecânica e Gladiador 2700 4x4 com transmissão hidro; e as plantadoras Victória Top Pneumática e Absoluta com 35 linhas de plantio. O grande diferencial dos lançamentos 2011 é que todos os modelos citados sairão de fábrica equipados com controlador Topper 4500. As comemorações tiveram ainda dinâmica de máquinas, apresentação de show aéreo, show com cantores locais e nacionais e um leilão do distribuidor de fertilizantes sólidos Hércules 10000 Inox, que teve todo o valor arrecadado doado para entidades culturais e beneficentes da cidade. .M
Um dos pontos altos do evento foi o desfile do portfólio completo da empresa, com mais de 80 modelos
capa
MF 9030
Testamos o mais recente lançamento da Massey Ferguson. O MF 9030, primeiro pulverizador autopropelido produzido no Brasil pela marca, tem alguns traços da linha 7100 e impressiona pela velocidade de deslocamento durante a pulverização
M
esmo com previsão de entrega das primeiras unidades comercializadas a partir da Agrishow 2011, a Massey Ferguson já está apresentando nas principais feiras do Brasil o novo pulverizador autopropelido, modelo MF 9030, produzido na unidade de Canoas (RS). O primeiro pulverizador autopropelido da marca no Brasil foi apresentado primeiramente para a rede de concessionários na última convenção nacional da MF em
dezembro último. A designação do modelo 9030 referese à série 90, e 30 pela sua capacidade de tanque, para três mil litros. Isto deixa aberto para que no futuro se possa ampliar a linha, seguindo esta designação e com outros números referindo-se a, principalmente, outras capacidades de tanque de produto. O projeto deste pulverizador iniciou em 2008, com os primeiros passos da fase de projeto e posteriormente de validação de
componentes, e no final os testes de campo, que já somam muitas horas de uso, principalmente junto a clientes da marca. Foram em princípio, construídos seis protótipos que somam mais de 3.500 horas de testes, nas mais diferentes condições, entre as quais as culturas anuais do Rio Grande do Sul e do Paraná, a lavoura da cana-de-açúcar de São Paulo e o algodão e a soja do Mato Grosso. O lote piloto, posterior à fase de protótipos é de dez máquinas que representam uma prévia da linha de produção. Por uma política da empresa, as máquinas que servem aos testes não são vendidas, e depois de cumprirem um determinado número de horas no campo voltam à fábrica para as avaliações da equipe de projeto. No final ainda se utilizam clínicas, com a participação de diferentes setores da empresa, clientes e fornecedores, onde o projeto é avaliado sobre todos os aspectos. O novo pulverizador utiliza um desenho de capô dianteiro igual ao da linha 7100 de tratores, recentemente lançada no mercado brasileiro e que acompanha uma tendência mundial da marca. O Motor AGCO Sisu Power 620DS tem 200cv e é o mesmo utilizado na colhedora MF 32. Pelo que se viu no teste sobra potência e, além disto, é econômico em consumo de combustível. Talvez exatamente por estar dimensionado com esta reserva apresente dados de consumo abaixo do que se espera de um pulverizador deste porte. O motor AGCO Sisu Power é B100, ou seja, pode utilizar 100% Biodiesel.
TRANSMISSÃO/CHASSI
O MF 9030 tem motor AGCO Sisu Power 620DS, de seis cilindros, com potência de 200cv, é o mesmo motor utilizado nas colhedoras MF 32
22
Fevereiro 2011 • www.revistacultivar.com.br
A transmissão é do tipo hidro com três velocidades, com duas bombas hidráulicas e
Fotos Charles Echer
A suspensão é pneumática ativa, onde os eixos dianteiros e traseiros são ligados ao chassi por câmaras de ar
motores individuais de roda. A tração é 4x4 cruzada, isto é, os motores de rodas trabalham em “X”, onde, o dianteiro esquerdo traciona com o traseiro direito e o dianteiro direito com o traseiro esquerdo, o que possibilita um bom desempenho em terreno macio, úmido e em casos de ondulações do terreno onde a aderência costuma diminuir em uma das rodas. O chassi é do tipo Flex-Frame (flexível), que se baseia em um chassi confeccionado em aço liga estrutural formado por vigas em formato C, não tubular com todos os seus componentes fixados de forma parafusada,
A escada de acesso à cabine recolhe automaticamente cada vez que o freio de estacionamento é liberado
sem uniões por solda. Esta característica proporciona uma melhor articulação, evitando trincas em seus componentes, aumentando, assim, a vida útil da máquina e diminuindo eventuais paradas para manutenção corretiva e por fim melhorando a estabilidade da máquina durante o trabalho, principalmente em áreas com topografia mais acidentada. Tanto o eixo dianteiro como o traseiro são unidos ao chassi por bolsas de ar (bags), amortecedores e barras estabilizadoras, constituindo-se em uma suspensão pneumática ativa. Estes bags são controlados por válvulas individuais que mantêm a pressão ideal de trabalho independentemente do tipo de terreno. Um diferencial importante é a total proteção dos motores de roda, porém, de uma forma que facilita a remoção para a ma-
A transmissão hidrostática utiliza duas bombas hidráulicas e motores individuais de roda, da marca Bosch
nutenção. Com a transmissão que equipa este pulverizador é possível realizar aplicações a velocidades de até 30km/h, em 3ª marcha a uma rotação de 1.800 a 2.000rpm com praticamente a mesma potência para esta faixa de rotação. Outro ponto diferencial é que, neste modelo, os filtros do circuito de óleo do sistema hidráulico, ar e óleo do motor e combustível são aparentes para incentivar e facilitar a manutenção.
PULVERIZAÇÃO
Quanto ao depósito de calda, este tem capacidade para três mil litros, produzido em polietileno rotomoldado, com sistema de agitação hidráulica que possibilita uma boa autonomia, podendo-se trabalhar com vazões de 30 a 500 litros por hectare. A bomba de pulverização é do tipo
Fevereiro 2011 • www.revistacultivar.com.br
23
Fotos Charles Echer
O ajuste da bitola é automático, bastando remover um pino “R” para realizar a operação
BARRAS
Amortecedor e mola responsáveis pela estabilização das barras de pulverização verticalmente
centrífuga e possui sensor que o desliga automaticamente se a mesma estiver trabalhando em seco, o que evita danos à mesma. Também o tanque de produto pode ser limpo por um sistema de autolavagem, quando se troca de produto, e que utiliza para isto o depósito de água limpa. Ainda do conjunto de recarga e mistura de produto (indutor químico), encontramos para mencionar uma boa iluminação do posto de reabastecimento de produto, que possibilita o trabalho de aplicação noturna. Vimos também que o bocal de abastecimento é standard de duas polegadas e de três polegadas para recarga de água ou calda pronta, dependendo do que se necessitar e do sistema utilizado pelo usuário. Outro item opcional deste equipamento é uma bomba de recarga de produto do tipo centrífuga de alta vazão, que facilita o abastecimento, em menor tempo, podendo incrementar a eficiência operacional do pulverizador.
A barra de pulverização pode ser de 24 ou 28 metros. Como estamos tratando de um equipamento que pode ser utilizado em agricultura de precisão, a barra é dividida na versão standard em cinco seções, uma no meio e duas para cada lado. Como opcional pode a mesma barra ser dividida em sete seções. Também é possível contar-se como opção um bico end row para o remate de final de barra. Além disto, vimos e acompanhamos o desempenho durante os testes de campo dos estabilizadores, horizontal e vertical, compostos pela ação conjunta de uma mola e de um amortecedor para cada lado da barra. Surpreendeu-nos positivamente a possibilidade de regulagem da altura da barra ao solo que pode variar desde 0,55 a 1,95 metro. Como item opcional é disponibilizado pelo fabricante um sensor automático de altura de barra, que possibilita regular automati-
O modelo testado estava equipado com todos os itens de Agricultura de Precisão
24
Fevereiro 2011 • www.revistacultivar.com.br
Detalhe do lava-frascos e incorporador de produtos, que pode descer ao nível do operador, facilitando a operação
camente e com visualização do operador, diretamente no painel de instrumentos. Também testamos durante a avaliação no campo o desarme automático presente na ponteira da barra que, ao encontrar um obstáculo, recua a ponteira da barra e, após cessado, o efeito do obstáculo faz retornar a ponteira da barra à posição original que estava anteriormente, evitando, assim, maiores danos à mesma. Os pneus que equipavam o nosso equipamento de teste eram do tipo radial na
MF 9030: Posicionamento no mercado brasileiro
O
pulverizador MF 9030 entra em um mercado bastante concorrido de máquinas autopropelidas e concorrerá na categoria de três mil litros e tração 4x4.
Detalhe de uma das cinco seções de barra que equipam o pulverizador na versão standard. Como opcional, é possível dividir a barra em sete seções, uma central e três para cada lado
medida 380/90R46 nas quatro rodas, mas há duas outras opções: 320/85R38 e o 18.4-26. O ajuste de bitola é automático, sem grande dificuldade de variação. Basta que se retire um pino “R” e se desloque a máquina em baixa velocidade, enquanto vai acionando o mecanismo de variação de dentro da cabine. Mesmo com um rodado com aro menor o vão livre continua com 1,5m devido à utilização de uma “canela” maior. O vão livre é dos maiores que pudemos encontrar nesta classe, pois chega a 1,5 metro na altura do eixo. Sobre os pneus há um para-lamas de material plástico, facilmente retirável, para manutenção. Quanto à segurança, vimos que o equipamento atende integralmente à Norma Regulamentadora NR 31, o que é um requisito importante de escolha entre esta
classe de máquinas. Para o acesso ao posto de condução há uma escada, muito bem projetada em número e dimensões dos degraus, que é recolhida automaticamente durante o trabalho. Este recolhimento automático é feito toda a vez que se libera o freio de estacionamento ou é desligada a máquina. Para a manutenção há uma ampla área de plataforma lateral protegida de forma a impedir a queda do operador. A cabine, bem dimensionada, com amplo espaço de movimentação, é dotada de uma
grande visibilidade da área de trabalho e com filtragem do ar por carvão ativado. Desde o posto de condução pode-se ter acesso visual à frente, às laterais, principalmente a toda extensão da barra e também à parte traseira da máquina. Avaliamos como interessante a disponibilidade de porta-objetos que muito servem para colocação de material dos operadores.
Com a transmissão equipada é possível realizar aplicações a até 30km/h, velocidade utilizada durante o teste, onde o equipamento manteve bravamente a estabilidade das barras
Fevereiro 2011 • www.revistacultivar.com.br
25
Relato de um operador experiente
O
pulverizador MF 9030 que avaliamos em Lucas do Rio Verde estava sob responsabilidade do operador Deni Luis Salapata, experiente neste tipo de equipamento e que operava antes um dos concorrentes por mercado com o MF 9030. As operações que estavam sendo feitas eram aplicações de herbicida e inseticida no algodão. Segundo nos relatou Salapata, a maior vantagem, para ele, é a excelente visibilidade, que o ajuda a manter-se na rua do algodão. Também destacou o conjunto de Também é item de série um bom anteparo contra o sol frontal e um limpador de para-brisas com esguicho de água. Para o operador uma grande vantagem é a iluminação noturna, que tem um conjunto de faróis frontais na cabine e no capô dianteiro, na traseira da máquina e nas barras de um e outro lado, além das teclas dos comandos que também são iluminadas. O equipamento pode vir na versão com sistema de barra de luzes para apoio à direção ou piloto automático hidráulico, que está disponível para aqueles que querem se inserir diretamente nas tecnologias de agricultura de precisão. Durante o nosso teste, tivemos ocasião de verificar a facilidade de, nas manobras, encontrar a próxima linha de tiro da máquina, apenas acompanhando pelo visor do controlador de pulverização. O fechamento automático de seções de barra é standard neste equipamento, favorecendo a qualidade da aplicação, pois impede uma nova aplicação de produto onde já havia sido empregado antes, principalmente em áreas mais irregulares. Neste sentido, durante os testes vimos que a resolução de tela poderia ser melhorada no controlador de pulverização, equiparando-o ao controlador das funções da máquina que possui
comandos que facilita o controle da máquina e o ótimo acesso ao posto de operação. Ele elogiou também o consumo de combustível do equipamento medido pela equipe da fazenda, que em operação com velocidades entre 24 e 25km/h, avaliou um consumo médio de 14 litros por hora trabalhada, o que, com sua alta capacidade operacional de aproximadamente 56,0 hectares em uma hora, deu aproximadamente 0,25 litro de combustível por hectare trabalhado com um volume de aplicação de 30L/ha. boa resolução e que controla todo o restante do equipamento. No painel propriamente dito há apenas um instrumento que é um manômetro analógico, que também, assim como o controlador de pulverização, mostra a pressão de trabalho, ou seja, mostra a pressão de aplicação. Como elementos para facilitar o trabalho diário do operador, constatamos a presença de uma caixa de ferramentas, em ótima posição.
TESTE
O local escolhido para os testes foi a Fazenda Cedro I, no município de Lucas do Rio Verde, no estado do Mato Grosso. A fazenda tem mais de 4.100 hectares alternando soja e algodão. Depois de uma manhã com muita chuva partimos para uma tarde ensolarada de testes com a máquina. Com a ajuda do operador, funcionário da fazenda e do engenheiro Vitor Kaminski, da AGCO do Brasil, fomos até uma parcela de algodão fazer aplicação com uma taxa de 100 litros por hectare e a uma velocidade aproximada de 30km/h. Confesso que mesmo depois de mais de 25 anos trabalhando na área de máquinas e de ter operado os mais diferentes equipamentos, por força da profissão, nunca tínhamos an-
O MF 9030 estava equipado com piloto automático e pacote de Agricultura de Precisão
dado a esta velocidade dentro da lavoura, e o que é mais difícil, com a cultura implantada com espaçamento entre linhas de 90 centímetros. Acho que não nos saímos mal. O sistema de direção com assistência hidráulica é bastante sensível e obediente. As próprias referências do novo capô do MF servem para a manutenção da direção e a excelente visibilidade não deixa oportunidades para muitos erros. As manobras se tornam fáceis com o sistema de direção e o apoio do painel de aplicação. Recolocar-se na nova trajetória é uma operação bastante fácil. Além do que, o comando central, tipo joystick, é de rápida resposta e nele estão situados quase todos os comandos que devem ser acionados ao final e ao início do talhão. Nossa avaliação foi extremamente positiva sobre o equipamento, em comparação com os demais da sua classe. Acreditamos que o pulverizador MF 9030 traz para uma
A barra porta-bicos varia de 24 a 28 metros sendo recomendada a de 24 metros para cana-de-açúcar, com um rodado maior, e de 28 metros para a versão grão. A altura da barra em relação ao solo pode variar desde 0,55 a 1,95 metro
26
Fevereiro 2011 • www.revistacultivar.com.br
Fotos Charles Echer
O pulverizador possui um sistema de desarme automático das barras, caso ocorra colisão com algum objeto
Enfim, um prazer realizar este teste, com um equipamento que pode trazer ao agricultor a união entre tecnologia e robustez .M com o máximo de economia. O test drive com o MF 9030 foi realizado na Fazenda Cedro I, em Lucas do Rio Verde, Mato Grosso, numa área onde está sendo cultivado algodão
gama mais econômica, alguns itens que somente são oferecidos em gamas mais altas e evidentemente mais caras. Talvez esta seja a vantagem da empresa já possuir uma vasta experiência de campo, com outra linha de pulverizadores, o RoGator, que proporcionou a toda a equipe de engenharia e marketing da empresa, partir de um patamar elevado, resolvendo na fase de projeto alguns requisitos para o mercado brasileiro, pelas suas peculiaridades, entregando ao produtor rural um equipamento mais adaptado às lavouras do Brasil e da América do Sul. Outro aspecto testado foi a capacidade do equipamento passar obstáculos na lavoura e que apresentam-se como terraços, drenos, cabeceiras de lavoura etc. Dirigimonos até uma destas situações e passando com o pulverizador verificamos a capacidade em manter as barras no plano paralelo ao terreno e nenhuma das rodas perder contato com o solo, graças ao chassi Flex-frame. Neste caso, em função do comprimento das barras e a elevada velocidade de aplicação, é um importante item de decisão ao comprador. Outro opcional importante que pode acompanhar o MF 9030 é o sistema de telemetria AGCOMMAND, que ajuda no gerenciamento da frota, disponibilizando informações sobre o equipamento em tempo real a uma central, que pode estar localizada na sede da fazenda. Marcha 1ª marcha 2ª marcha 3ª marcha 1ª marcha 2ª marcha 3ª marcha 1ª marcha 2ª marcha 3ª marcha
320/85R38
380/90R46
18.4R26
Velocidades 22,8 km/h 29,1 km/h 43,0 km/h 24,8 km/h 31,5 km/h 46,6 km/h 19,7 km/h 25,1 km/h 37,1 km/h
Marca Modelo Motor Marca Modelo Número de cilindros Potência Torque Cilindrada Aspiração Tração Tipo Bomba hidro Capacidade volumétrica bomba hidro Motor de roda Capacidade volumétrica motor de roda Redução motor de roda Freio Serviço Estacionamento Acionamento do freio de estacionamento Chassi Tipo Material Formato Suspensão Tipo Independente Reservatório de ar Pressão Bitola Ajuste Mínima/Máxima Direção Tipo Raio de giro (com rodado 320/85R38) Cabine Área envidraçada Suspensão Ar Condicionado Filtros Volante Assento auxiliar Capacidades Combustível Óleo hidráulico Óleo Carter com filtros Líquido de arrefecimento motor Óleo redutores de roda Limpador para-brisa Dimensões e Peso Comprimento total Altura total
Jose Fernando Schlosser, Nema/UFSM Massey Ferguson MF9030 AGCO Sisu Power 620 DS 6 200cv @ 2200rpm 750Nm @ 1400rpm 6,6 litros Turbo
Hidrostática 4x4 cruzada Bosch Rexroth 90 cm3 Bosch Rexroth 55 cm3 22,6 : 1 Hidrostático dinâmico Pacote de disco Eletro-hidráulico Flex-frame (Flexível) Aço liga Seção em “C” Pneumática ativa 20 Litros 8 bar Hidráulico 2,7 a 3,3 m (10 em 10cm) Hidráulica 7,5 m 5,0 m2 4 coxins de borracha Quente / Frio Carvão ativado Com regulagem de posição Sim 365 litros 200 litros 24,7 litros 46,0 litros 1,3 litros/redutor 2 litros 8,5 m 3,95 m
Largura mínima (transporte) Distância entre eixos Vão livre Máquina vazia Máquina carregada Rodados Tanque de produto Capacidade Material Bocal de abastecimento Lavagem do tanque 1 Agitador 2 Controlador de pulverização Marca Modelo Fechamento automático seções barra Sensor altura barra GPS Piloto automático Tipo Bomba integrada de recarga de produto Tipo Marca Capacidade Máximo Material Tanque de água limpa Capacidade Material Barras Montagem Largura Ponteira (desarme) Altura mínima barra (com R38 ou R46) Altura máxima barra (com R38 ou R46) Tubulação Polipropileno de 1” Porta-bicos Espaçamento entre bicos Válvulas de seção (abertura/fechamento) Bomba de pulverização Tipo Marca Acionamento Vazão máxima Material Incorporador de defensivos e lava frascos Capacidade estática Material Filtros sistema de pulverização Filtro principal Filtro de linha
Fevereiro 2011 • www.revistacultivar.com.br
3,2 m 3,5 m 1,5 m 8.900 kg 11.900 kg 320/85R38 Standard 18.4-26 Opcional 380/90R46 Opcional 3000 litros Polietileno 2 e 3” Esguicho giratório Hidráulicos Topcon GX-45 Standard Opcional Standard (System 110) Hidráulico-System 150 Centrífuga auto-escorvante Hypro 717 litros/minuto a 0,7 bar Polipropileno 240 litros Polietileno Traseira 28m(19) (24m(18) – opcional) 6m 55 cm 195 cm Sch80 Triplo 50 cm Elétrica Centrífuga Hypro Motor hidráulico 549 litros/minuto a 2,1 bar Ferro fundido 26,5 litros Polietileno Pressão (30 mesh) um por seção (80 mesh)
27
eventos
O Show de 2011
Primeira grande feira e termômetro da agricultura brasileira no ano, o Show Rural da Coopavel foi palco de grandes lançamentos, conferidos de perto por mais de 180 mil pessoas
A
pesar da semana chuvosa, o Show Rural Coopavel 2011, realizado de 7 a 11 de fevereiro, em Cascavel (PR), serviu como alavanca para o comércio de máquinas agrícolas, que conseguiu se superar nas vendas e recuperar a defasagem dos últimos tempos. O público de 187.765 mil visitantes não foi recorde, mas superou a expectativa inicial da comissão organizadora, que era de 160 mil pessoas. De acordo com o diretor-presidente da Coopavel e coordenador geral do evento, Dilvo Grolli, “não é possível fazer um levantamento sobre o valor comercializado na feira, porque durante o evento são fechados apenas 20% dos negócios que começam ali e se concretizam durante o ano”. O
parque teve melhorias significativas que o deixaram ainda melhor do que nas edições anteriores, como a substituição das calçadas de paralepípedos por calçadas asfaltadas e cobertas. Os 370 expositores, incluindo as maiores empresas do segmento maquinário agrícola do Brasil, se encarregaram pela apresentação de lançamentos do setor. Confira as principais novidades divulgadas no evento.
VALTRA
A Valtra apresentou em primeira mão aos visitantes do Show Rural 2011 o Pulverizador BS 3020H, que estará disponível ao mercado a partir do terceiro bimestre de 2011. O chassi Flex Frame
Pulverizador BS 3020H, apresentado pela Valtra, estará disponível ao mercado a partir do terceiro bimestre de 2011
28
Fevereiro 2011 • www.revistacultivar.com.br
é o diferencial do pulverizador, que mantém a máquina sempre tracionada em qualquer tipo de terreno e, mesmo em maiores velocidades, não desestabiliza a barra de aplicação. O BS 3020H é construído em aço de liga estrutural sem a utilização de solda, característica que garante resistência à ruptura. O BS 3020H tem vão livre de 1,5m com diferentes opções de rodado, o que permite o trabalho em culturas de maior porte. Sua transmissão é hidrostática 4x4 cruzada permanente, com três velocidades. O novo pulverizador virá equipado com motor AGCO Sisu Power 620DS de 200cv, preparado para operar com B100 (100% biodiesel) que reduz o nível de emissão de gases. O tanque de combus-
Colheitadeira 9470 STS apresentada pela John Deere faz parte da ampliação das opções de colhedoras com o rotor STS
Fotos Charles Echer
tível com capacidade para três mil litros e as barras de pulverização de 24 ou 28m, dividas em cinco ou sete seções. A capacidade do tanque diminui o número de reabastecimento de calda, aumentando a eficiência operacional. A suspensão pneumática ativa com barras estabilizadoras permite, além da aplicação correta, o conforto nas operações em todos os tipos de solo.
JOHN DEERE
A John Deere lançou a colheitadeira 9470 STS, que amplia as opções de modelos com o rotor STS desenvolvido pela empresa. Outras novidades foi a colheitadeira 1175, que agora pode ser financiada pelo programa Mais Alimentos, e dois novos modelos de tratores, 5075E e 5078E, incluídos no programa do Ministério do Desenvolvimento Agrário. A linha de tratores ainda ganhou nova nomenclatura e mais modelos, como o 6180J, de 180cv, também lançado no Show. Uma nova colhedora de cana, a 3522, também foi apresentada. A máquina foi projetada para colher duas linhas no canavial, que conta com motor John Deere de nove litros e 342cv. Ainda na área de colheita, foi apresentada a colheitadeira de grãos 9570 STS, com tecnologia de rotor, e a 1470, ambas da Série 70. Também foram mostrados seis modelos de tratores da série 6J com variação de potência do motor entre 110 e 180cv. Voltados à tecnologia da Agricultura de Precisão, foram apresentados quatro lançamentos. O receptor StarFire 3000, um receptor que capta sinais dos satélites GPS e Glonass; o Console Raven SCS 660M; o Guia Inteligente para a Colheita de Milho, ou AutoTrac RowSense; e o Monitor GreenStar 3 2630. Na área de irrigação e utilitários a John Deere Water esteve presente pela primeira vez no Show Rural. A empresa adquiriu três indústrias da área de irrigação, Plastro, T-System e Roberts, para a formação da John Deere Water, oficializada no ano passado e, a partir de agora, pretende oferecer ao mercado soluções completas de irrigação localizada.
NEW HOLLAND
A New Holland apresentou o sistema PLM (Precision Land Management – sigla em inglês para Gerenciamento Preciso do Campo), que pos-
Sistema Precision Land Management (PLM) de Agricultura de Precisão apresentado pela New Holland
sibilita a correta utilização dos insumos em função da necessidade de cada metro quadrado. Entre os equipamentos está o FM-750 da New Holland, uma barra de luz colorida acoplada no monitor que, além de orientar o percurso de trabalho para o operador, pode fornecer o controle na aplicação de defensivos e aplicação em taxa variável de líquidos e sólidos. O item possui saída USB para atualização e descarregar os mapas da área trabalhada e pode ser conectado ao piloto automático elétrico (EZ-Steer) ou hidráulico, o que possibilita diversas opções de orientação (reta, curvas, pivô central). O conjunto de PLM também dispõe do Sistema de Direção Auxiliar - EZ-Steer, que funciona com informações vindas do EZ-Guide 250 ou FM750. É um piloto automático que possui sistema que compensa a inclinação do terreno e pode ser utilizado em retas e curvas tanto para adubação e pulverização, como para colheita.
MASSEY FERGUSON
A Massey Ferguson apresentou novidades na instalação de tecnologia de agricultura de precisão e pulverizadores com inovação no chassi. A nova linha After Market oferece a instalação de tecnologias de agricultura de precisão em máquinas que já estão no campo. Entre as opções
A Massey Ferguson destacou em seu estande o pulverizador autopropelido MF 9030, com chassi Flex Frame e barras que podem chegar até 28 metros
está o sistema de Piloto Automático System 150, tanto para máquinas preparadas para o recurso, quanto sem, através do volante elétrico de precisão AES-25. Outros destaques disponíveis são a barra de luzes System 110, sistema visual de navegação por GPS utilizado na aplicação de insumos e pulverização para minimizar as falhas e sobreposições, e o sistema de controle de seções de barra ASC-10, que automaticamente controla as seções do pulverizador para evitar desperdícios. Outro lançamento trazido pela Massey Ferguson é o sistema de telemetria AGCOMMAND. A novidade oferece a possibilidade de monitorar a partir do escritório todo o trabalho realizado pelo equipamento no campo e todas as informações para acompanhar a eficiência da máquina podem ser visualizadas e acompanhadas pelo acesso online do sistema. Visualmente, um dos produtos que mais chamaram a atenção no estande foi o estreante pulverizador autopropelido MF 9030 (leia Test Drive exclusivo da Revista Cultivar Máquinas, página 22), com chassi Flex Frame, que mantém o contato das rodas com o solo em qualquer topografia, absorvendo as irregularidades do terreno e melhorando a tração e a estabilidade da barra de pulverização independente da velocidade de aplicação. O MF 9030 vem com motor AGCO Sisu Power 620DS, de 200cv, e chega à rede de concessionárias da marca a partir de maio.
GOODYEAR
Os visitantes da feira puderam conferir o Tire IQ, sistema de controle e monitoramento via chip de pneus, e a tecnologia Duralife de produção, que proporciona maior durabilidade e economia aos pneus. O Goodyear Tire IQ é um sistema que possibilita maior eficácia no controle da gestão de uma frota através da aplicação de um chip eletrônico em cada pneu, que transmite informações sobre o status de cada unidade monitorada. Esse sistema monitora eletronicamente com precisão os dados relativos à quilometragem, à posição, à profundidade de sulco e à pressão, entre outras informações. A instalação é feita com a aplicação do chip na parte interna dos pneus e outro no veículo. Os dados são transmitidos com ou sem fio para o software de controle de pneus RS Web, que pode ser acessado pela internet a partir de qualquer computador.
A Jacto destacou a linha Optimis de Agricultura de Precisão, com os equipamentos para os diversos níveis aplicação
Fevereiro 2011 • www.revistacultivar.com.br
29
O destaque da Pla foi o pulverizador com sistema Túnel de Vento, composto por um novo desenho de turbina axial de vazão
JACTO
A Jacto lançou quatro produtos da linha Otmis no Show Rural. A barra de luzes Otmis LB 1100 orienta o operador sobre o traçado correto dentro da lavoura. Já o Piloto Automático Hidráulico Otmis HP 2200 recebe informações de satélites por GPS e dirige automaticamente o pulverizador dentro da lavoura sem a necessidade do operador colocar as mãos no volante. O Controlador Automático de Seções Otmis SC 3300 tem função de ligar ou desligar a pulverização automaticamente onde for necessário. Outro destaque foi o sensor automático de altura Otmis LC 4600, composto por sensores de altura ultrassônicos, posicionados ao longo das barras e que têm função de mantêla automaticamente na altura ideal de trabalho, possibilitando que o operador foque sua atenção em outros controles. A Jacto aproveitou o Show Rural para lançar um novo programa de relacionamento com os clientes, a Clínica de Pulverizador, um espaço composto por uma equipe multidisciplinar que apresenta conteúdo técnico que abrange aspectos de uma manutenção simples e segura nos pulverizadores até a configuração e apresentação de ferramentas que garantam produtividade e lucratividade no trabalho diário de uma propriedade agrícola.
PLA DO BRASIL
O lançamento da Pla do Brasil foi o Túnel de Vento, composto por um novo desenho de turbina axial de vazão, acionada por um sistema eletro-hidráulico com válvula de regulagem, que permite variar a velocidade de giro conforme as
condições ambientais e de cultivo. Ele proporciona o controle de deriva, o que reduz a evaporação na aplicação e o risco de contaminação do meio ambiente. O sistema permite trabalhar com bicos de baixo volume e gotas pequenas, em condições climáticas de altas temperaturas, baixa a umidade relativa e alta pressão atmosférica. Os trabalhos podem ser realizados com uma menor quantidade de litros de água por hectare e doses menores de agroquímicos. O sistema também permite uma maior penetração, principalmente em culturas mais densas, por conta da cortina de vento que produz movimento na planta e permite uma maior penetração das gotas mesmo na parte inversa das folhas.
CASE
Fabricada em Sorocaba (SP), desde o final de 2010, a colheitadeira Axial-Flow 7120, da Case IH, foi apresentada no Show Rural. A máquina é equipada com um motor de 383cv, tanque graneleiro de 11,1 mil litros de capacidade, rotor AFX (que pode ser configurado de acordo com a qualidade do material e condições de debulha) e transmissão de variação contínua (CVT), que combina a transferência de potência da transmissão mecânica com a praticidade do controle hidráulico de velocidade variável, eliminando correias. A Case IH ainda lançou as versões cabinadas dos tratores da linha Farmall (80 e 95 cavalos) agora também produzidas no Brasil. Elas permitem acesso à cabine por ambos os lados do trator, através de degraus antideslizantes que garantem a segurança do operador. Os dois tratores vêm com motor quatro cilindros de aspiração natural, 3,9
Axial-Flow, da Case IH, tem motor de 383cv, tanque graneleiro de 11,1 mil litros de capacidade e rotor AFX
30
A maior plataforma de colher milho estava no estande da GTS, com 26 linhas em espaçamentos de 45cm
Fevereiro 2011 • www.revistacultivar.com.br
litros e bomba injetora mecânica. Eles possuem duas válvulas de controle remoto e sistema hidráulico de centro aberto com uma vazão de 51,7 litros por minuto. Seu sistema de levante hidráulico tem capacidade de 2.700kg a 610mm do olhal para ambos os modelos.
GTS
A GTS lançou a plataforma de colher milho com espaçamento reduzido X10, com opções de 12 a 26 linhas nos diversos espaçamentos exigidos na cultura do milho. Este modelo é o maior do mercado, construído em alumínio, para colheitadeiras de classe IX, e tem acoplamento universal. O novo chassi tem perfil ultrabaixo que permite melhor visualização da colheita, com sistema de centro leve que concentra todo o peso da plataforma mais próximo do processador, reduzindo a tensão sobre o sistema hidráulico da colheitadeira. O sistema estrutural é formado por colunas ajustáveis do chassi porta linha, sem solda, o que permite a montagem em qualquer espaçamento. As linhas de colheita são de alumínio, com chapas despigadoras em ângulo “V” e sua a abertura e fechamento são ajustados automaticamente através de uma caixa de controle com painel digital. A transmissão do sem-fim recolhedor também é nova, com duplo acionamento subdividindo a força de tração. A troca de velocidades é feita através da inversão do conjunto de engrenagens, sem a necessidade de movimentar o sem-fim ou a transmissão lateral.
AGRALE
A Agrale apresentou no Show Rural 2011 a
RCM 11, da Miac, é colhedora de milho, recolhedora de feijão e batedora de cereais, com sistema de trilha axial
Fotos Charles Echer
LSM 130, da Reinke, possui sistema de aspiração para limpeza e separação das impurezas dos grãos
nova cabine dos tratores da Linha 6000, com maior conforto para o operador e maior espaço interno. O novo modelo tem como principais diferenciais novo desenho, sistema de vedação aprimorado e melhor refrigeração do interior, com saídas de ar que otimizam o fluxo e impedem a entrada de poeira. A cabine foi dimensionada para que o operador tenha todos os comandos bem próximos ao volante e melhor ergonomia. A linha 6000 é voltada para médios e grandes produtores, principalmente
A Goodyear descatou o Tire IQ, sistema de controle e monitoramento de pneus via chip
A Sol Tower, da Semeato, tem sistema de facão sulcador com desarme automático
para as culturas de grãos e cana-de-açúcar, já que o trator é robusto e pode ser usado em diferentes aplicações durante todo o ano.
manual, bastando remover a tampa do sistema de trilha. A RCM 11 pode ser acoplada no sistema de três pontos do trator, o acionamento é feito pela TDP a 540rpm, e necessita tratores com potência entre de 65cv e 75cv.
MIAC
A Miac apresentou o seu mais recente lançamento, a RCM 11, colhedora de milho, recolhedora de feijão e batedora de cereais. Ela possui sistema de trilha axial, plataforma recolhedora de feijão com 800mm de largura e duas bicas para ensaque dos grãos. Para a cultura do milho, a colhedora possui sistema de despigamento tipo pirulito e o sistema de alimentação pode ser automático ou
SEMEATO
A Semeato apresentou as semeadoras-adubadoras Sol Tower, para semeadura de grãos graúdos em versões de sete a 17 linhas com espaçamento de 45cm. Este modelo possibilita diversas opções de montagens de sulcadores na linha de adubo, conforme a necessidade do agricultor e de acordo
Yanmar Agritech lançou o maior trator da marca, o 1175-4 , com 75cv de potência
com o tipo de solo e palhada encontrados. A Sol Tower possui linha pantográfica de grande flutuação, com transmissão realizada através de eixos e com uma corrente montada em torre, cabeçalho articulável, que permite posição de operação ou armazenamento, com regulagem de altura da ponteira para nivelamento da máquina, através de fuso regulador. Os reservatórios de adubo são basculantes, produzidos em materiais resistentes e de fácil manutenção, são interligados entre si com passagem interna de um módulo para outro. O reservatório de sementes é individual por linha, com fecho rápido. O destaque desta máquina é o facão com desarme automático, com possibilidade de regulagem na pressão de desarme.
YANMAR AGRITECH
O destaque da Agritech foi o novo trator, o modelo 1175-4 Agrícola (leia Ficha Técnica na página 38 desta edição), desenvolvido para atender lavouras de grãos e culturas que necessitem de tratores com maior poder de tração. Ele tem motor Yanmar de 75cv com 16 válvulas e os rodados agrícolas de diâmetro 12.4-24 (R1) na dianteira e 18.4-30 (R1) ou (R2) na traseira. Além do 1175-4 Agrícola, a Agritech levou ao evento a linha completa de tratores e implementos agrícolas aptos a serem contemplados pelo Mais Alimentos, segmento onde a Agritech é recordista em vendas.
STARA
O que mais chamou atenção no estande da Stara foram os pulverizadores autopropelidos, como o Gladiador 2300 4x2 mecânico, o Gladiador 2700 Hidro e o primeiro auto-
propelido do mundo com barras centrais, o Imperador 3.100. O Imperador possui transmissão 4x4 hidrostática constante e independente nas quatro rodas, motor MWM de seis cilindros turbo com 185cv de potência e tanque de combustível de 280 litros. O reservatório de calda tem capacidade para 3.100 litros, confeccionado em polietileno e com quebra-ondas interno. A altura de vão livre, do chassi até o solo, é de 1,65 metro, possui suspensão pneumática ativa, que minimiza significativamente o efeito da patinagem e compactação do solo. O seu chassi é construído em perfil “C” e todo parafusado, que garante maior resistência e versatilidade em diferentes tipos de terrenos sem alterar a estabilidade das barras. A Stara também destacou sua linha de plantio, com as plantadoras Victória Top Pneumática e Absoluta, uma plantadora articulada com monitor de sementes e taxa variável para a população de sementes, ela pode variar de 27 a 35 linhas de plantio.
FANKHAUSER
A Fankhauser destacou a plantadora-adubadora 5030 7/7, com sistema de acoplagem de duas máquinas em um cabeçalho cambão (opcional). Ela possui linhas pantográficas e é indicada para plantio de precisão de grãos graúdos em plantio direto ou convencional. Os reservatórios de fertilizantes e semente são confeccionados em polietileno e o acesso ao compartimento de carga é facilitado. O espaçamento entre linhas é regulável ao longo do chassi. Outro destaque é a altura elevada
Plantadora-adubadora 5030 7/7, da Fankhauser, com sistema de acoplagem de duas máquinas em um cabeçalho cambão
32
Pulverizador Imperador, da Stara, é o único do mercado com barras de pulverização centrais
Fevereiro 2011 • www.revistacultivar.com.br
que permite melhor fluxo da palhada, o que diminui a possibilidade de embuchamentos.
REINKE
A Reinke mostrou no Show Rural a LSM 130. A máquina é constituída de um sistema de aspiração para limpeza e separação das impurezas leves dos grãos. Possui também grampos de aperto rápido que facilitam a troca das peneiras. A LSM 130 apresenta um peneiramento retilíneo, sendo todas as caixas sincronizadas, o que proporciona uma execução mais leve na limpeza do grão. A máquina também demanda baixo consumo de energia.
PIRELLI
A Pirelli levou ao Show Rural toda a gama de medidas da sua primeira linha de pneus radiais, a Earth Agro PHT, desenvolvida e produzida no Brasil, voltada a máquinas e implementos agrícolas de alta potência. Além da Linha Earth, o fabricante apresentou as demais linhas Agro já consagradas e os produtos Truck e Car mais utilizados pelos produtores rurais. Entre as vantagens prometidas pela linha Earth Agro PHT está rendimento quilométrico até três vezes superior a um pneu convencional equivalente, menor compactação e melhor transmissão da potência da máquina para o solo, melhor autolimpeza e tratividade. A camada de borracha entre a banda de rodagem e a carcaça é 70% maior e as barras de tração receberam um reforço na sua base para resistir aos picotamentos e lacerações. .M
Linha de pneus radiais Earth Agro PHT, voltada para grandes máquinas, foi o destaque da Pirelli
implementos
Conjunto ideal
Fotos Charles Echer
Programa Programa disponível disponível na na internet internet auxilia auxilia oo produtor produtor aa definir definir oo implemento implemento mais mais adequado adequado de de acordo acordo com com oo modelo modelo de de trator trator ee aa operação operação aa ser ser realizada realizada
N
ão basta possuir elevada tecnologia no maquinário agrícola, mas é preciso adequar seu uso de maneira racional, obtendo-se o maior aproveitamento possível. A seleção de sistemas mecanizados agrícolas é parte indispensável dentro da mecanização racional, pois sua finalidade é encontrar o conjunto motomecanizado que oferecerá maior rendimento, menor desperdício de energia e, consequentemente, maior lucro para a propriedade rural. O processo de seleção de máquinas agrícolas é um tanto complexo devido ao elevado número de fatores envolvidos e às alternativas a considerar, quando se tem em mente tomar o máximo de proveito do conjunto mecanizado. Todavia, quando se define clara e objetivamente os propósitos da seleção da maquinaria agrícola e o delineamento dos roteiros utilizados, chega-se
mais facilmente a uma seleção racional do problema, principalmente com a ajuda de um software específico que pode automatizar algumas etapas neste processo. Sistemas informatizados têm sido desenvolvidos para auxiliar o produtor ou gerente agrícola no processo de seleção de frota. Esta seleção é feita de acordo com as necessidades técnicas para se realizar uma operação mecanizada em um período definido, e adequando-se uma máquina que é capaz de realizar este trabalho naquele período. Todavia, vários softwares desenvolvidos necessitam da entrada de várias informações técnicas, muitas vezes desconhecidas por parte do produtor/ usuário. A automatização no preenchimento de dados de entrada no software do maior número possível de informações torna o programa mais fácil de ser utilizado e, consequentemente, com uma maior chance do
sucesso em sua abrangência. Na grande maioria das vezes, no Brasil, a compra de uma máquina é realizada com base em informações empíricas de campo, ou seja, o comprador corre o risco de obter uma máquina que possui uma maior capacidade do que ele necessita, elevando seus custos operacionais, ou corre o risco de comprar uma máquina de menor capacidade do que ele necessita, impossibilitando terminar a operação mecanizada dentro do prazo estipulado. O programa Select, desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria, possui o objetivo de apresentar ao usuário uma ferramenta gratuita e de fácil uso via internet, que em poucos passos básicos para adequação do parque de máquinas, minimiza a possibilidade de um erro nos cálculos da capacidade de campo
Figura 1 - Tela ilustrando um dos resultados principais do programa, onde há falta, sobra ou adequação do parque de máquinas
É importante o correto dimensionamento do conjunto trator-implemento, para evitar sobra ou falta de potência do trator
34
Fevereiro 2011 • www.revistacultivar.com.br
operacional e seus custos, devido ao menor número de informações de entrada por parte do usuário. Assim, o programa utiliza uma complexa modelagem matemática para a automatização destes cálculos, baseada em diversos resultados de ensaios e de autores que estudam este tema. A compatibilidade do conjunto mecanizado confronta a potência exigida pelo implemento e a potência disponibilizada pela fonte de potência. A largura nominal de trabalho, a capacidade do tanque, a velocidade de trabalho e o tipo de cada modelo de implementos e de autopropelidos foram obtidos dos prospectos dos fabricantes. A capacidade de campo operacional foi calculada a partir dos dados dimensionais de cada implemento e das estimativas de eficiência das operações. O cálculo do ritmo operacional é dependente da área em relação ao tempo disponível. A metodologia utilizada para a seleção e os custos operacionais da maquinaria agrícola baseiamse em Mialhe (1974), Hunt (1995), Harrigan & Rotz (1994) e Asae (1998). A depreciação é calculada pelo método linear. As estimativas de eficiência das operações foram baseadas em Silveira et al (2006), Asae (1998) e Hanna (2002). O modelo de programação linear é baseado em Baio et al (2004).
COMO ACESSAR E USAR O PROGRAMA
O
programa foi desenvolvido em uma linguagem de programação orientada ao objeto para plataforma web e foi hospedado em um servidor na UFMS, com dedicação exclusiva para este programa e com um DNS específico dentro da rede (www.maquinas.ufms.br). Os preços do maquinário devem ser informados pelo usuário, uma vez que varia com as regiões de vendas, com a idade da máquina, assim como as informações financeiras para financiamento, combustível e mão de obra. Estes dados somente são acesO software pode ser acessado pela internet onde o usuário pode selecionar uma máquina agrícola dentro de uma vasta lista de opções no mercado, que estão cadastradas em sua base de dados e que contêm as suas especificações técnicas. O programa visa três perfis de usuários: o produtor/gerente agrícola, que poderá utilizar os resultados para a tomada de uma decisão de compra; o consultor técnico em vendas, que poderá negociar uma venda de uma máquina mais adequada ao produtor; e
sados pelo usuário específico. Caso o usuário não digite estas informações necessárias, o programa usa as da base de dados geral. Todo o processo de uso do programa pelo usuário seguem seis etapas básicas: 1) cadastro das características da propriedade, com as condições financeiras e preços de insumos; 2) cadastro da frota disponível; 3) cadastro das operações mecanizadas utilizadas em cada cultura; 4) associação das operações mecanizadas com a frota disponível; 5) simulações (Figura 1); e 6) relatórios. o acadêmico em ciências agrárias, que poderá utilizá-lo em suas aulas de mecanização agrícola durante seu curso. O programa permite uma adequação da frota de máquinas para o cultivo de uma cultura em um tempo muito pequeno, de forma fácil e técnica, mostrando-se como uma ferramenta eficiente de planejamento. .M
Figura 2 - Carta de controle para profundidade do sulco (cm)
Fábio H. R. Baio, Gilson S. Dos Santos UFMS Figura 3 - Carta de controle para profundidade de deposição dos rebolos (cm)
Figura 4 - Carta de controle de distribuição de gemas no sulco
Figura 5 - Carta de controle para porcentagem de gemas inviáveis
Fevereiro 2011 • www.revistacultivar.com.br
35
frota
Como escolher
Fotos Charles Echer
Na hora de comprar uma máquina nova, muitos são os apelos que influenciam a escolha do produtor. Para evitar cair em armadilhas, é necessário obedecer alguns critérios que aumentam as chances de adquirir um equipamento confiável e adequado às condições da propriedade
A
agricultura brasileira caminha a passos largos em direção à modernização, nesse contexto a mecanização agrícola se destaca, criando e desenvolvendo novas tecnologias. Do agricultor se exige o uso racional destas, com o objetivo de aumentar o rendimento e a produção, juntamente com a redução de custos, além da preservação dos recursos naturais e do meio ambiente. Porém, não basta possuirmos à disposição altas tecnologias, é preciso adequar seu uso de maneira sensata. A seleção de um implemento ou de uma máquina agrícola, pode se tornar uma tarefa árdua, pois é um processo metódico, complexo e para o qual existem diversas variáveis que devem ser consideradas, entretanto, é parte indispensável dentro de uma mecanização racional. A sua finalidade é encontrar o conjunto motomecanizado que ofereça maior rendimento, menor desperdício de energia e consequentemente maior lucro para a empresa rural. O trabalho de produção agrícola, em sua maior parte, é realizado em etapas cronologicamente distintas, uma vez que está sujeito à periodicidade, tanto das condições climáticas como das fases de desenvolvimento e produção das culturas. Estas etapas e operações agrícolas
36
ocorrem em uma sequência ordenada, desde a instalação das culturas até a entrega dos produtos ao mercado consumidor. Algumas atividades como o preparo periódico do solo, ainda realizado para a implantação de alguns cultivos agrícolas, ou até mesmo sua simples implantação anual, por exemplo, por serem consideradas operações “gargalo”, no que diz respeito ao cumprimento dessas atividades no tempo disponível, que na maioria das vezes é limitado, necessitam de uma determinada largura de trabalho, ou número de conjuntos mecanizados para sua execução. Devido à complexidade e à falta de conhecimento do referido assunto, alguns agricultores encontram dificuldades no momento de adquirir e dimensionar os equipamentos que se ajustem às condições específicas de suas propriedades e região. Como foi dito anteriormente, a seleção de máquinas agrícolas é um assunto bastante complexo devido ao elevado número de fatores envolvidos e de alternativas a considerar. É importante lembrar que antes da seleção do equipamento agrícola há que se desenvolver um detalhado planejamento das atividades agrícolas, com previsão do tamanho do equi-
Fevereiro 2011 • www.revistacultivar.com.br
pamento que se necessita e da quantidade de insumos e mão de obra que requer o conjunto de operações. A seleção é uma etapa posterior ao planejamento que visa escolher entre as opções disponíveis no mercado e que tenham relação com as necessidades técnicas avaliadas no planejamento executado. No momento da seleção de máquinas
A seleção da marca e modelo a ser adquirido é um passo após o planejamento da propriedade
PADRONIZAÇÃO DA FROTA
agrícolas devem ser observados três pontos principais que são: o mercado de máquinas agrícolas, a capacidade operacional e o custo operacional das máquinas ofertadas. Especificamente quanto ao mercado de máquinas agrícolas, alguns fatores devem ser levados em consideração, sendo que devemos destacar fatores como marca, modelo, garantia e assistência técnica.
MARCA
MODELO
O modelo constitui um designativo para certo grupo com características particulares, que diferenciam máquinas do mesmo tipo. Cada fabricante tem um modo particular de designar os modelos dos diferentes tipos de máquinas de sua linha de produção. Geralmente, essa designação é feita por combinações de letras e números, com significado especial. No padrão europeu, por exemplo, o primeiro número referente ao modelo designa a classe de peso a que o trator pertence. Para máquinas agrícolas, geralmente não se vincula modelo com ano de fabricação, como ocorre com automóveis e caminhões, uma vez que os modelos não surgem anualmente. Na seleção da máquina agrícola, é importante considerar o modelo objeto de análise devido às seguintes razões: a) Existem diferenças de características técnicas mais ou menos profundas entre os modelos, resultando que um mesmo tipo, de mesma marca, poderá apresentar modelos cujos comportamentos sejam totalmente diversos. Por exemplo: potência disponível dos tratores, torque máximo do motor, consumo horário de combustível e consumo específico (g/kW/h); b) É possível que certos modelos, de determinadas marcas, não atendam às necessidades em algum aspecto, mas poderá existir um novo modelo ou modelo especial que se adapte perfeitamente a determinadas condições
Atendimento pós-vendas e proximidade da concessionária são itens que devem ser considerados na escolha
operacionais; c) Existem certos modelos de máquinas e implementos montados que melhor se adaptam a determinados modelos de tratores; a compatibilidade implemento x trator é fundamental para o desempenho do conjunto.
GARANTIA E ASSISTÊNCIA TÉCNICA
Antes de decidir sobre a compra de certa marca e modelo de trator e de implemento, é necessário verificar as condições que o revendedor oferece com relação à assistência técnica. Um indício de que se pode contar com boa assistência técnica é, ao visitar o revendedor, notar pontos como: estoque razoável e bem organizado de peças de reposição, equipe de mecânicos devidamente treinados na fábrica (notar certificados ou diplomas de cursos, geralmente expostos em local visível), oficina de reparos e revisão bem equipada e devidamente organizada e possibilidade de atendimento na propriedade agrícola.
Marcelo Silveira de Farias, José Fernando Schlosser, Ulisses Giacomini Frantz e Gustavo Heller Nietiedt, Nema/UFSM
Gilvan Quevedo
A marca é o nome que o fabricante dá às máquinas que produz, para diferenciá-las das similares produzidas por outras empresas. Um fabricante tradicional fará o possível para manter sua reputação e garantir o prestígio da marca de seus produtos, uma vez que tal posição não é conquistada de um momento para o outro, nem pode ser comprada, mas é adquirida com o tempo, dedicação e trabalho honesto. Na escolha da maquinaria agrícola é recomendável iniciar pela marca, averiguando qual seu conceito e sua tradição. Máquinas de boa marca são de qualidade e no caso de alguma ocorrência de problema técnico, o revendedor dará solução ou em casos mais complexos encaminhará ao fabricante, que tem o maior interesse em manter a qualidade e o prestígio da marca.
A padronização da frota de máquinas, especialmente de tratores, é uma das preocupações de muitos empresários rurais. A padronização da frota tem como vantagens: facilitar o treinamento tanto de mecânicos como de operadores, uniformizar os cuidados e as tarefas da equipe de manutenção, contribuir sensivelmente para o aprimoramento de operadores ou tratoristas, simplificar a organização e o funcionamento do almoxarifado de peças e da oficina de reparos e manutenção, diminuindo itens a comprar. Todavia, essa padronização, embora possa trazer muitos benefícios, também apresenta algumas desvantagens, principalmente quando em determinados casos as marcas comerciais de máquinas agrícolas não oferecem número suficiente de tipos e modelos, a fim de atender adequadamente a todas as necessidades do produtor e do trabalho na propriedade. Outra limitação é que reduz sensivelmente a liberdade de aplicação de novos modelos de máquinas e implementos, enquadrando o sistema de máquinas agrícolas num esquema rotineiro, sem possibilidade de evoluções. Quando há dúvida na escolha entre duas marcas de elevada confiabilidade e tradição, para a tomada de decisão, devem ser considerados dois fatores primordiais para a seleção do espécime: custo de aquisição e de manutenção e ainda garantia e assistência técnica. Por fim, há uma série de variáveis que devem ser levadas em consideração quando se deseja selecionar uma máquina agrícola, como é o caso do mercado, da marca, do modelo, da garantia, da assistência técnica e da padronização da frota. Fatores esses, que são de extrema importância para a satisfação integral do produtor. .M
O tamanho da propriedade não define a potência do trator; é importante analisar as atividades que serão realizadas e quais as maiores exigências da máquina
Fevereiro 2011 • www.revistacultivar.com.br
37
ficha técnica
1175-4 Agrícola O novo trator Agritech 1175-4 Agrícola se destaca pelo motor de 75cv, limpo e silencioso, com consumo reduzido de combustível e escalonamento de marchas que o destaca entre os modelos da mesma categoria
A
Agritech, fabricante dos tratores e microtratores Yanmar Agritech, consagrados para o uso na agricultura familiar, ampliou sua linha de tratores 1175-4, com o lançamento do trator 1175-4 Agrícola. O novo trator amplia a linha 1175-4, composta por tratores compactos, com versões cafeeira e fruteira. O modelo 1175-4 Agrícola foi desenvolvido para atender lavouras de grãos e culturas que necessitem de tratores com maior poder de tração, graças ao equilíbrio do conjunto, ao escalonamento do câmbio, ao peso e à potência do motor Yanmar de 75cv com 16 válvulas. Estão disponíveis também as versões arrozeira e cultivo 12.4 (R1) na dianteira e 13.6 X 38
Capacidade de levante hidráulico é de 3.200kg (rótula) e vazão da bomba hidráulica de 80 litros por minuto
(R1) na traseira. O projeto do 1175-4 Agrícola é 100% nacional e foi desenvolvido pela fábrica da Agritech, localizada em Indaiatuba (SP). A empresa utilizou seu vasto know how em tratores de menor porte, e econômicos, para desenvolver um trator com maior potência, que mantivesse o baixo consumo de combustível. Dos tratores menores, ele também mantém as características do eixo dianteiro blindado, feito em ferro fundido nodular, que confere alta resistência mecânica e robustez, com acionamento por engrenagens cônicas, dispensando o uso de cruzetas, totalmente desenvolvido e produzido pela empresa. O motor Yanmar utilizado é de última geração, reconhecido
As alavancas estão posicionadas nas laterais, o que facilita o manuseio pelo operador
A transmissão do eixo dianteiro é completamente blindada, o que diminui a manutenção
38
Fevereiro 2011 • www.revistacultivar.com.br
mundialmente, da série TNV que equipa os produtos da empresa há 12 anos. Para a produção do 1175-4 Agrícola, a empresa conta com produção própria de fundidos e engrenagens, graças a uma divisão de produção criada em 2010. Mesmo com maior porte, o trator 1175-4 Agrícola continua com baixo raio de giro, devido ao sistema de tração dianteira com sistema de transmissão por engrenagens sem cruzeta, blindada, que mantém a mesma resistência com as rodas em linha reta ou completamente esterçadas. Esta característica permite fazer toda e qualquer operação com a tração ligada, inclusive usando os freios. O motor de alta
Fotos Yanmar
O posto do operador possui plataforma plana, com piso antiderrapante e com banco ergonômico
performance com 16v, limpo e silencioso, que obedece as normas ambientais europeias de emissões e proporciona economia de combustível de 10% a 25% dependendo da aplicação. O 1175-4 Agrícola foi concebido com um design diferenciado, que resultou em um trator com linhas modernas e estilizadas. Estas características também permitem que o operador tenha total conforto e ampla visão da operação de dentro do seu habitáculo. A plataforma do trator é de livre acesso, o banco do operador é ergonômico e as alavancas laterais são de fácil manuseio. O modelo é uma opção
O motor que equipa o 1175-4 Agrícola é um Yanmar de 75cv, Serie TN, de alta performance com 16V
aos produtores que querem um trator com grande capacidade, que possibilite o uso de implementos para tratos culturais desde o preparo do solo até a colheita, que tenha boa manobrabilidade e seja econômico.
DESTAQUES
O trator possui uma das melhores capacidades de levante hidráulico de imple-
mentos da categoria, de 3.200kg (rótula), com a maior vazão da bomba hidráulica do mercado de 80 litros por minuto e equipado com válvula de controle remoto como item de linha. Ele conta com um sistema de ondulação preciso, que permite bom desempenho quando acoplado a implementos para o preparo de solo, como subsolador, escarificador
Fevereiro 2011 • www.revistacultivar.com.br
39
Fotos Yanmar
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
Detalhe da construção do eixo dianteiro, sem cruzeta, através de engrenagens cônicas blindadas
e arado. Tem tomada de força independente e de fácil manuseio através de alavanca, e reserva de torque que proporciona maior rendimento. A transmissão é com 12 velocidades à frente e três à ré e possibilita o trabalho com uma ampla gama de implementos e velocidade adequada. Permite ainda engate e desengate precisos através do sistema collar shift. O trator pode contar com um sistema opcional redutor de velocidade, denominado Super-Redução para operações específicas que necessitam de baixa velocidade de avanço, como ensiladeira na cana, triturador de massa, valetadeira etc. A redução final epiciclíca proporciona uma perfeita distribuição de esforços na redução final e um nível muito baixo de ruído. O eixo dianteiro é uma exclusiva tecnologia japonesa, sem cruzeta, totalmente através de engrenagens cônicas blindadas em banho de óleo, proporcionando lubrificação permanente, sem necessidade de engraxar rolamentos, o que garante alta durabilidade e baixa manutenção. O tanque de combustível é de polietileno rotomoldado, de longa durabilidade e livre de oxidação. Os freios são em banho de
Modelo Tração MOTOR Tipo Nº cilindros Cilindradas (volume litros) Nº válvulas Diâmetro do cilindro X curso do pistão (mm) Potência máxima a 2.500rpm (ISO 14396) Potência máxima a 2.500rpm (ISO-NBR 1585) Torque máxima do motor (ISO-NBR 1585) km/m/rpm Refrigeração TRANSMISSÃO Nº marchas Redutor de velocidade Velocidades com redutor (KM/H) Posição das alavancas de mudança Engrenamento principal TDF Acionamento Potência a 540 rpm Eixo de saída (mm) FREIO SISTEMA HIDRÁULICO Categoria Capacidade de levantamento – na rótula (kg) Controles Sistemas de direção Vazão da bomba hidráulica (l/min) Válvula de controle remoto (VCR) PESO Peso completo (kg) s/lastro Lastro dianteiro (kg) DIMENSÕES Raio de giro com freio (mm) * Raio de giro sem freio (mm) * Vão livre eixo – dianteiro (mm) Tanque de combustível
1175 4X4 Yanmar diesel – 4TNV98-XAT Vertical, diesel, 4 tempos 4 em linha 3,3 16 válvulas (4 por cilindro) 98 X 110 55kw/75cv 52kw/70cv 25,5/1.500 Água Agritech YA – 70 12F / 3R Opcional 0.4 / 0.53 / 0.67 / 0.88 / 1.16 / 1.54 Lateral (lado direito) Collar shift Independente Mecânico 59cv 35/6 estrias Discos úmidos II 3.200 Posição e ondulação Hidrostática 80 Dupla ação de centro fechado 3.300/3.450 480 3.310 4.045 400 85
óleo, multidisco, com alta eficiência e durabilidade, maior facilidade de manutenção e regulagem. .M
O 1175-4 Agrícola é o maior modelo da Yanmar Agritech, voltado para produtores maiores
40
Fevereiro 2011 • www.revistacultivar.com.br
ficha técnica
AL 101
O medidor de umidade portátil da Agrologic AL-101, indicado para diversas aplicações, tem capacidade de armazenamento para até 128 diferentes medições
O
Agrologic AL-101 é um medidor de umidade e peso hectolítrico totalmente portátil. O equipamento foi projetado para apresentar resultados de alta precisão tanto de umidade como de peso hectolítrico sem a necessidade de balança e outros equipamentos adicionais. Em poucos segundos o aparelho apresenta os resultados de análises, como percentual de umidade, peso hectolítrico, temperatura e peso da amostra. As baterias internas são recarregáveis e permitem uma autonomia de 60 horas em operação (sem luz da tela) e, quando necessário, é possível recarregá-las usando o carregador de tomada bivolt que acompanha o equipamento. O medidor armazena todos os dados das análises numa memória interna que pode guardar até 128 medições. Os dados podem ser visualizados no equipamento, organizados por hora e data, ou baixados através da conexão USB em um computador mediante o software que acompanha o equipamento. O software de usuário é compatível com todas as versões de MS Windows e oferece funcionalidades como atualização do equipamento com as últimas curvas disponíveis no site da Agrologic, análises com o equipamento ligado ao computador e armazenamento diretamente no computador, download de dados armazenados na memória do equipamento e cria relatórios
em MS Excel das análises feitas em campo, através do computador. A Agrologic dispõe de um laboratório equipado com estufa de ar forçado, calibrada pelo Inmetro, para desenvolvimento de curvas para novos produtos conforme o método avaliado pelo Ministério de Agricultura do Brasil. Os clientes podem solicitar este trabalho em produtos especiais, que não estão incluídos ainda, e depois de realizado o trabalho de laboratório, o novo produto pode ser inserido no equipamento mediante o software de computador.
APLICAÇÕES
O medidor Agrologic AL-101 é utilizado em diferentes aplicações. Produtores agropecuários podem utilizá-lo no momento da colheita, para conhecer a umidade e o peso hectolítrico do produto que será entregue para cooperativas ou centros de armazenagem. Em unidades de recebimento de grãos, o equipamento pode ser utilizado no momento do recebimento na sala de balança, ou no secador para acondicionar os grãos, ou pelos compradores da empresa. Em fábricas de ração, pode ser aplicado para medir a umidade das matérias-primas (milho, soja, farelos) ou para medir a umidade do produto pronto (ração). No último
caso é preciso fazer uma curva específica usando o laboratório da Agrologic. Na produção de óleos e de biodiesel, é possível utilizar na determinação de umidade dos produtos primários (canola, mamona, soja, milho, gergelim etc) e também nos subprodutos (farelos). Em indústrias de farinha, é utilizado para análise da umidade durante e no final do processo de produção.
OUTROS PRODUTOS
A Agrologic oferece outro modelo de medidor de umidade denominado Agrologic AL-102 ECO, de operação simples, que determina umidade em 30 tipos de grãos, e projeta para 2011 o lançamento de novos produtos para atender as necessidades do .M produtor agropecuário.
Kit que compõe o medidor Agrologic AL-101, para diferentes aplicações
42
Fevereiro 2011 • www.revistacultivar.com.br