Cultivar Máquinas • Edição Nº 106 • Ano X - Abril 2011 • ISSN - 1676-0158
Nossa capa
Draper HiFlex
Capa: Charles Echer
Matéria de capa
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Confira o desempenho da Draper HiFlex série 500 FD da Valtra no nosso test drive, um novo conceito de plataformas de colher cereais
Destaques
Índice
Lavouras de cana
Controle Estatístico de Qualidade é aplicado em lavouras de cana como forma de aumentar a eficiência no uso de máquinas
Semeadoras
Trabalho avalia desempenho de semeadoras de milho em função da quantidade de umidade presente no fertilizante
14 • Editor
38 • Coordenação Circulação
Gilvan Quevedo
Simone Lopes
• Redação
Charles Echer Carolina Simões Silveira
• Revisão
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• Assistente
Luciane Mendes Natália Rodrigues
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Rodando por aí
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Tipos de correias elétricas
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Grades e arados
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Qualidade nas operações
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Ficha Técnica - Teejet
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Ficha Técnica - Montana
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Test Drive - Draper HiFlex
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Aplicação em taxa variável
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Ficha Técnica - Base
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Avaliação de semeadoras
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Alongadores de eixo
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Ficha Técnica - Deltamaq
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Ficha Técnica - Semeato
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Eventos - Expodireto 2011
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Assinatura anual (11 edições*): R$ 157,90 (*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)
Números atrasados: R$ 17,00 Assinatura Internacional: US$ 130,00 EUROS 110,00 Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados podem solicitá-las à redação pelo e-mail: cultivar@revistacultivar.com.br
Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.
rodando por aí
Destaque
Visita
Mônica Thönnigs, supervisora de Publicidade e Propaganda Brasil, da John Deere, apresentou na Expodireto os destaques da marca disponíveis no estande da empresa. Entre os equipamentos estavam os utilitários gators XUV 850D e TH.
Grupo de engenheiros da AGCO dos Estados Unidos – unidade fabril de Hesston responsável pelo desenvolvimento das colheitadeiras axiais, veio ao Brasil para visitar a fábrica da marca em Santa Rosa (RS) e acompanhar a evolução e aceitação dos modelos no país. O grupo de engenheiros de colheitadeiras da AGCO foi recepcionado por Douglas Vincensi, gerente de Marketing do Produto Colheitadeiras AGCO para América do Sul.
Mônica Thönnigs
Pós-Vendas
Mario Eduardo Mercham Giaxa, coordenador-técnico Pós-Vendas da Yanmar Agritech, aproveitou a Expodireto para aprofundar a proximidade da marca com os clientes. “É uma oportunidade de realizar o atendimento de forma mais personalizaMario Eduardo Mercham Giaxa da”, avaliou.
Correias
A Goodyear Engineered Products mostrou aos seus clientes e visitantes a linha completa de correias e mangueiras presentes nos setores automotivo e agrícola. Com tecnologia avançada a linha de correias agrícolas da empresa atende às exigências dos mais variados tipos de aplicação, exposições ao tempo e condições severas de uso, explicam os engenheiros Márcio Afonso, Toschiaki Baba e Wesley Silva.
Novos rumos
Vagner Neuhaus é o novo gerente de colheitadeiras da Semeato. Na Expodireto aproveitou para destacar o lançamento da colhedora, com destaque para a Multi Crop 4100, com plataforma de corte com 14 pés de largura e sistema de flutuação que permite a flexão integral da barra de corte.
Vagner Neuhaus
Marketing
Gustavo Cesário, Marketing da CNH, e Paula Minetto, da equipe de Marketing da New Holland, participaram da Expodireto Cotrijal 2011, onde a empresa apresentou toda a linha de produtos para lavoura e pecuária, com destaque para a colhedora CR 9060, que passou a ser fabricada Gustavo Cesário e Paula Minetto no Brasil.
Pneus
Fábio Garcia, gerente de Marketing de Pneus Comerciais e Recauchutagem, da Goodyear, apresentou na Expodireto lançamentos como os pneus e bandas com tecnologia Fuel Max, o primeiro pneu com chip instalado de fábrica na América Latina, e as linhas G617 e 315. A tecnologia Fuel Max está disponível nos modelos de pneus para caminhões e ônibus G657 e G687 na medida 295/80R22.5.
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Graneleira
A Jan apresentou na Expodireto a Tanker Fast 16.500. De acordo com o gerente comercial, Claudiomiro dos Santos, este modelo de carreta graneleira oferece maior velocidade de descarga aliada à melhor preservação dos grãos dos modelos disponíveis no mercado.
Claudiomiro dos Santos
Planti Center
Fábio Garcia
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A plantadeira Urutu, articulada, foi o destaque no estande da Planti Center, durante a Expodireto. Para o diretor Vinícius Dalla Rosa, esta máquina é ideal para grandes propriedades, já que ela possibilita rapidez, autonomia de plantio, rendimento, produtividade e principalmente redução de custos com a mão de Eduardo Vinícius NunesDalla Rosa obra na lavoura.
Alongadores e rodados
A Marini trouxe para a Expodireto novidades como os alongadores de eixos e rodados duplos para tratores. Os alongadores são destinados especialmente para o cultivo da cana-de-açúcar e possibilitam ao trator trabalhar na mesma linha do transbordo, evitando Eduardo Marini o amassamento da soca.
Consórcio
Cláudio Bassani, executivo de Negócio do Consórcio Nacional John Deere, destacou as vantagens para o produtor de optar por essa modalidade para a aquisição de máquinas e implementos. A ausência de juros e a possibilidade de utilizar o equipamento usado como lance estão entre os benefícios.
Fankhauser
Pedro Fankhauser, diretorpresidente da Fankhauser, salientou durante a Expodireto 2011 que a empresa passará a comercializar a linha de plantadoras da parceira argentina, a Agrometal. Ambas buscam fortalecimento das marcas, possibilitando o intercâmbio de tecnologias.
Pedro Fankhauser
Chip
A Bridgestone, por meio da sua marca Firestone, mostrou na Expodireto Cotrijal, pela primeira vez, o chip que apresenta radiografia completa dos pneus. Outros destaques foram os pneus Radial All Traction 23°, Radial All Traction FWD, Radial All Traction DT e Radial 9000. Cláudio Bassani
Presença
Carlito Eckert, diretor comercial, e Eduardo Nunes, gerente de Marketing e Comunicação, da AGCO, participaram da Expodireto 2011. Durante o evento visitaram os estandes do grupo, que congrega as marcas MasCarlito Eckert e Eduardo Nunes sey Ferguson e Valtra.
Colombo
A Indústrias Colombo, líder em máquinas para a colheita de feijão e amendoim, passou a investir também na colheita de soja e milho com equipamentos para o médio e pequeno produtor. Nelson Gabriel Cora, supervisor de Vendas da empresa, destacou que a colhedora FZL Múltipla foi projetada para atender particularmente o mercado do Sul, em função de média e pequena propriedade.
Nelson Gabriel
Jacto
O maior destaque da Jacto na Expodireto Cotrijal foi o Uniport 2500 Star – Model Year 2011. Wanderson Tosta, gerente de Produtos Automotrizes; Luis Antônio Lucci, gerente regional de Vendas; Robson Zofoli, diretor comercial; Valdir Martins, gerente de Vendas, e José Tonon, gerente de Marketing, frisaram a importância do diferencial de dupla velocidade, que será um item de série.
Lindsay
A Lindsay, especializada em irrigação, apresentou na Expodireto todos os sistemas oferecidos pela empresa. Ivan Wegener, diretor comercial e sua equipe, deram destaque para o Field Net, que possibilita manejar a irrigação via internet em qualquer lugar do mundo.
Metalfor
Guillermo Zegna, gerente geral, e Aníbal Martinez, departamento do Comércio Exterior, junto à equipe, apresentaram na Expodireto a linha de autopropelidos, com destaque para o Futura 2200 AB. Entre os principais atributos, estão leveza e agilidade do equipamento, além de fácil operação e manutenção.
KO
A KO destacou na Expodireto Cotrijal o pulverizador KO Express de 2.000 ou 3.000 litros. Ele tem barras que atingem altura mínima de 0,40m, em relação ao solo, com sistema que faz a ponta da barra recuar em caso de choque. Possui também sistema de amortecedores da barra e possibilita que a mesma trabalhe com pouca movimentação vertical.
Pagé
A equipe da Pagé, fabricante de equipamentos industriais, equipamentos para o meio ambiente e armazenagem, liderada pelo diretor comercial Adenilson Vilella, apresentou aos visitantes da Expodireto sua completa linha de silos e equipamentos para beneficiamento de grãos.
Reinke
Montana
A Montana, com apenas 15 anos de mercado, está entre as maiores empresas do segmento. O crescimento aconteceu com o lançamento do autopropelido Parruda no ano 2000, seguido pelas versões Parrudinha 4x2 e 4x4 e a Parruda Canavieira. Além da linha de pulverizadores autopropelidos e de arrasto, a empresa comercializa a linha de tratores Landini, telescópicos, equipamentos para a agricultura de precisão e colhedoras de algodão. O destaque da Expodireto foi autopropelido Boxer, agora com 25 metros de barra.
A Reinke apresentou na Expodireto o novo equipamento para limpeza de grãos LSM 130/180 Metálica, constituída de um sistema de aspiração para limpeza e separação das impurezas leves dos grãos. Ela possui grampos de aperto rápido que facilitam a troca das peneiras e ventilador montado diretamente no corpo, possui tampas de vedação de borracha e a regulagem do registro de ar é feito a partir das passarelas.
Fabiana de Moraes
Magnoget
A Magnoget, especializada em bicos de pulverização, apresentou a linha de produtos na Expodireto. Deivid Castro, diretor comercial, e Eduardo Gonzaga, orientador técnico, além da linha de bicos destacaram o lançamento Eduardo Gonzaga do pulverizador costal.
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Deivid Castro
correias Charles Echer
Elo importante As correias são parte importante em qualquer sistema. Nas colheitadeiras, elas estão presentes em grande número, auxiliando nas diversas partes da máquina, desde o motor até o sistema de trilha e distribuição das palhas. É importante saber quais são os modelos existentes e qual a principal função de cada um deles
CORREIAS EM “V”
As correias em “V” de modo geral são compostas dos seguintes elementos: cobertura, cordonéis e corpo. A cobertura tem como objetivo a proteção da correia. É confeccionada com tecido impregnado com borracha de alta qualidade desenvolvida especialmente para resistir às intempéries, à abrasão, ao óleo, à
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graxa etc. Os cordonéis são intitulados como a alma da correia, eles são os responsáveis pelo desempenho e pela eficiência da correia na transmissão da potência a ser transmitida para o sistema. Existem vários tipos de cordonéis. Os mais utilizados na linha agrícola são os das fibras sintéticas de poliéster e de aramida. A aramida é resistente a cargas de choque, aos impactos e a baixo índice de esticamento. O corpo da correia é o material de borracha sintética especialmente desenvolvido para aplicação em correias. Ele é constituído por dois elementos: isolante e de compressão. O elemento isolante forma a ligação entre o cordonel e a borracha sintética do corpo da correia.
O elemento de compressão é composto de borracha sintética e especialmente desenvolvido para resistir à fadiga causada pela compressão da correia contra o canal das polias. As correias em “V” podem ser fabricadas nas configurações lisa (envelopada) e do tipo dentes moldados. A construção do tipo dentes moldados foi desenvolvida para deixar a correia mais flexível a fim de abraçar polias de diâmetros reduzidos. Sua aplicação é indicada para sistemas mecânicos de
Correias em “V” são aplicadas em sistemas mecânicos de transmissão de colheitadeiras e tratores
A aplicação da Torque Team é para sistemas onde correias convencionais podem virar ou sair da polia
Fotos Goodyear Engineered Products
U
ma das coisas que chamam a atenção numa colheitadeira é o grande número de correias necessárias para movimentar todos os sistemas que a integram, desde o motor, passando pelos sistemas de trilha, limpeza, separação e distribuição da palha. As correias são mais antigas do que as próprias colheitadeiras, pois já equipavam as debulhadoras de grãos, máquinas que ficavam estacionadas próximo à lavoura para processar a massa colhida e separar os grãos do restante da planta. Posteriormente, estas debulhadoras foram evoluindo e sendo adaptadas, incorporando rodas, plataforma, peneiras e outros itens, para se transformarem no que conhecemos como as colheitadeiras de grãos atuais. Atualmente, existem vários tipos de correias, que são construídas especificamente para cada aplicação, considerando-se os materiais e a configuração dos perfis para atender as exigências das transmissões, além das exposições ao calor, umidade, óleo, graxa, poeira etc.
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cuidados
O
As variadoras de velocidades são aplicadas em sistemas que exigem maior tração e variações bruscas
transmissão das colheitadeiras agrícolas e dos tratores. As correias em “V” são aplicadas nas transmissões dos acionamentos da bomba hidráulica, peneiras, plataformas, picador de palha entre outros.
VARIADORAS DE VELOCIDADE
Os modelos Variadoras de Velocidade são aplicados nas transmissões mais solicitadas da colheitadeira devido ao sistema mecânico de variação de rotação (velocidade), onde acionam a tração das rodas, cilindro debulhador, ventiladores axiais entre outros. As correias variadoras de velocidade são desenvolvidas em três tipos de construção: lisa (envelopada), dentes moldados e duplo dentado.
TORQUE TEAM
Já as correias Torque Team foram desenvolvidas exclusivamente para sistemas sujeitos a grandes vibrações e/ou às excessivas cargas de choque, que fariam as correias individuais virarem ou saírem do canal das polias. Elas são aplicadas no acionamento principal, na bomba hidrostática entre outros. Este tipo de correia é desenvolvido em dois tipos de construção: lisa (envelopada) e dentes moldados.
POLY-V GATORBACK
Os modelos Poly-V Gatorback são desenvolvidos através da mais alta tecnologia “Helicog” (ranhuras diagonais), que foi projetada para ter o encaixe mais perfeito nos canais das polias e
A “Poly V” tem construção projetada para atuar em grandes velocidades, sem risco de sair da polia
para ter a mais alta eficiência na transmissão de alta velocidade, a fim de garantir uma excelente performance da transmissão. A sua baixa espessura proporciona uma grande flexibilidade para obter um melhor abraçamento da correia em polias de diâmetros reduzidos. Elas foram desenvolvidas para acionamentos das transmissões dos motores de combustão interna, do ventilador, alternador e bomba d’água.
PLANAS
As correias Planas são correias desenvolvidas para trabalhar com polias lisas. Sua aplicação é para acionamento das transmissões do batedor da colheitadeira.
FUNÇÕES PRINCIPAIS
As correias, além da função de transmitir a força de um eixo para outro, também funcionam como uma espécie de “fusível”, ou seja, sempre que acontece alguma coisa de errado com a máquina que provoque um tranco e/ou a parada do sistema acionado por ela, a mesma patina e, em muitos casos, chega a se romper. Isto ocorre para a proteção do próprio sistema que, sem as correias, absorveria o “tranco”, o que, certamente, faria com que alguma outra peça do sistema ou até mesmo o sistema como um todo viesse a quebrar, resultando em prejuízos. O ponto fundamental para o perfeito funcionamento das correias é a montagem correta e o seu ajuste nas colheitadeiras, por isto os fabricantes de correias sempre se preocupam com a orientação técnica de sua rede de distribuição e dos agricultores, informando sobre a melhor
s cuidados mais importantes com as correias são: • Inspecionar sempre o estado das polias e do sistema de transmissão. • Limpeza de todo o sistema de transmissão eliminando todos os resíduos que porventura existir (terra, grãos, palhas etc). • Fazer sempre a reposição por um novo jogo completo de correias, e não parcialmente. • Alinhar sempre as polias das transmissões e montar sempre as correias de forma que as mesmas estejam acomodadas uniformemente. • Usar sempre ferramentas adequadas para montagem e desmontagem. • Consertar logo os defeitos mecânicos e nunca retirar qualquer peça e/ou realizar modificações no sistema. • Não andar em alta velocidade com o equipamento, evitando o torque excessivo no sistema. • Para as correias variadoras de velocidade, regular sempre a folga entre a polia acionada e a profundidade da correia, e também a polia da tração com o pistão hidráulico. • Não pintar a correia nem tentar protegê-la com qualquer tipo de material. Use-a em seu aspecto natural, como fornecida pelo fabricante. • Armazenar as correias à sombra, longe de óleos e graxas. maneira de se montar e ajustar as correias para evitar o desgaste prematuro e os danos das correias logo nas primeiras horas de uso. .M Emilio Priore, Márcio Afonso, Toshiaki Baba, Goodyear Engineered Products
arados e grades
Modo convencional Kuhn
Apesar de o plantio direto ser indicado em todas as ocasiões possíveis, o preparo convencional do solo com uso de arado e de grades ainda é uma realidade e uma necessidade em muitos casos. Por isso, é importante escolher e regular corretamente estes implementos, de forma que as operações sejam eficientes, sem forçar o implemento ou o trator
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stima-se que 50% da área cultivada no Brasil seja implantada por meio do plantio direto, então pode-se deduzir que os outros 50% utilizam outros métodos de preparo do solo e o principal deles ainda é o preparo convencional que consiste basicamente de uma aração e duas gradagens. Para que este processo possa ser eficiente é necessário que todas as etapas como a escolha do tipo de implemento, o acoplamento ao trator e as regulagens sejam feitos de modo correto.
ARADOS
A aração constitui a primeira etapa do preparo do solo, onde serão efetuadas as operações de movimentação do solo com a finalidade de instalação das culturas. Existem basicamente dois tipos de arados: o arado de aivecas e o arado de discos. Pode-se citar como vantagens do arado de aivecas, em relação ao arado de discos, maior e melhor revolvimento da camada do solo, melhor inversão da leira e maior adaptação a baixas velocidades. Mas este tipo de arado possui uma limitação, que o impede de ser utilizado em locais com pedras, tocos e raízes. Este modelo de arado é constituído por cinco partes principais: a aiveca, que é a parte da lâmina responsável por elevar e inverter a fatia de solo cortado pela relha; a relha, lâmina que corta o solo e inicia o
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levantamento da seção cortada; o rasto, responsável por absorver as forças laterais e dar estabilidade ao implemento; o suporte, que reúne todos os componentes da aiveca; e uma coluna responsável por conectar ao chassi os componentes da aiveca. Os arados de discos são mais indicados para abertura de novas áreas, já que o elemento cortante é um disco rotativo e, por isso, resiste melhor a raízes, pedras, tocos e são menos suscetíveis a impactos. Este tipo de arado é constituído por chassi, torre, suporte para estacionamento, barra transversal, roda guia, coluna, limpador, disco e mancal. Os arados aivecas e de discos são classificados pelo tipo de acionamento, acoplamento e movimentação do órgão ativo. Em relação à forma de acionamento, podem ser classifi-
cados por tração animal ou tração mecânica. Quanto à forma de acoplamento, classificamse em arrasto, que é tracionado pela barra de tração; montada, quando o arado está ligado ao sistema de levante hidráulico; e semimontada, que fica instalado nos braços inferiores do sistema de levante hidráulico. Os órgãos ativos podem ser divididos em fixos ou reversíveis, e podem conter um ou mais discos, dependendo da configuração.
ACOPLAMENTO
Alguns procedimentos devem ser considerados no acoplamento do trator ao arado. Primeiro, é necessário escolher um local plano para realizar o engate do trator ao implemento; operando com o trator em marcha à ré lentamente para se aproximar ao máximo do
Após acoplar o arado, é necessário realizar a centralização em relação ao trator, através das correntes estabilizadoras
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Fotos Divulgação
arado. Ao se aproximar utilize a alavanca de controle de posição do hidráulico, deixando o braço inferior esquerdo no nível do pino de engate. Posteriormente, é necessário proceder na seguinte ordem: engatar o braço inferior esquerdo e colocar o pino de trava; engatar o braço do terceiro ponto do trator na torre do arado e colocar as presilhas; e finalmente engatar o braço inferior direito que possui regulagens através da manivela niveladora. Neste momento a rosca extensível do terceiro ponto do trator pode ser utilizada para aproximar ou afastar o arado, facilitando o engate do mesmo. No engate da torre do arado podem existir três furos, dependendo do fabricante, que são utilizados em diferentes tipos de solo. Quando o arado tiver estes três furos é necessário observar o tipo de solo que será arado. Para solos mais leves, é necessário acoplar o arado no furo inferior; para solos médios, no furo central; e para solos pesados, no furo superior. A centralização do arado em relação ao trator deve ser feita a fim de que a resultante das forças resistentes do implemento se posicione sobre a linha de tração do trator. Para fazer esse alinhamento deve-se atuar nas correntes estabilizadoras até que a distância dos braços inferiores do trator até as rodas
Tipos de arados encontrados no mercado
traseiras seja igual. Para verificar a centralização do arado ao trator, é importante seguir alguns passos. Primeiramente é necessário fazer o nivelamento e, para isso, deve-se colocar o arado em local plano e nivelar no sentido da largura (transversal) e no sentido do comprimento (longitudinal). No sentido da largura, o nivelamento é
feito pela manivela niveladora do braço inferior direito do hidráulico, devendo-se deixar a torre do arado bem na vertical, ou seja, medidas iguais. O nivelamento do comprimento é feito através do braço superior do hidráulico (3° ponto) e os discos do arado devem tocar ao mesmo tempo no solo. O ângulo horizontal do disco deve ser regulado em função da largura de corte
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O ângulo horizontal é regulado em função da largura de corte desejada
Fotos Divulgação
Nivelamento transversal e longitudinal do arado
A regulagem do ângulo vertical define a profundidade de trabalho do implemento
(abertura dos discos) requerida para o arado. Aumentado o ângulo horizontal dos discos, aumenta-se a largura de corte individual, porém, a largura de corte do arado como um todo diminui, uma vez que cada disco fica mais encoberto pelo disco a sua frente. Para se manter a mesma largura de corte do arado, há necessidade de se aumentar a distância entre os discos. A indicação padrão é utilizar em solos argilosos um ângulo de 42°, em solos médios 45°, e em solos arenosos ângulo de 60°, mas esta regulagem pode variar de acordo com as condições compactação e umidade de cada terreno. A regulagem do ângulo vertical é obtida através dos três furos (dependendo do fabricante) do cubo do disco e quanto maior o ângulo vertical (inclinação dos discos), menor a profundidade de corte dos discos: no furo inferior, os discos ficam mais inclinados, sendo usado para solos com fácil penetração. No furo intermediário, para solos em condições normais de trabalho. Já o furo superior é indicado para solos duros de difícil penetração, já que os discos trabalham mais em pé. Todos os limpadores do arado devem estar posicionados na mesma altura, sempre Grades de dupla ação, com angulações independentes
um pouco acima do meio dos discos e com cinco a dez milímetros de distância dos mesmos. A roda guia é responsável pelo alinhamento do conjunto trator-arado, estabilizando a traseira do implemento e evitando empuxos (desvios) laterais. Sua regulagem pode ser feita através da pressão da mola e de ajustes dos ângulos horizontal e vertical.
GRADES
A gradagem complementa o trabalho da aração, fazendo o destorroamento e o nivelamento do solo, e, também, incorporando adubos, defensivos, corretivos, restos culturais etc. Ela pode ser classificada quanto ao elemento ativo (discos, dentes ou molas), quanto à disposição das seções (simples ação, offset ou em “V”, e Tande ou em “X”), quanto à função (aradora, destorradora e niveladora) e quanto à tração (montada e arrasto). Na grade aradora (pesada), todos os discos são recortados, com diâmetro variando entre 26” e 36”. No modelo destorradora – niveladora (média), os discos da frente são recortados e os discos de trás são lisos, com diâmetro variando entre 18” e 24”. Já no modelo niveladora (leve) todos os discos são lisos, com diâmetro no máximo de 18”. As grades com tração de arrasto são acopladas na barra de Em algumas grades, a angulação é feita na barra de tração
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tração do trator. As montadas são acopladas no sistema de levante hidráulico do trator.
REGULAGENS
Na regulagem das grades de simples ação, uma vez que o peso da grade, diâmetro, espaçamento e concavidade dos discos já estão praticamente estabelecidos pelo fabricante, a principal regulagem a ser feita pelo operador é o ângulo das secções da grade. O ângulo horizontal é medido a partir de um plano perpendicular à direção de deslocamento do trator. Quanto maior o ângulo horizontal da secção, maior a profundidade de trabalho dos discos. Quando o ângulo horizontal é igual a zero, os discos rolam em planos paralelos e praticamente não movimentam o solo. No caso das grades montadas (acopladas no SLH) no trator, devem-se fazer os nivelamentos longitudinal e transversal de forma que os discos penetrem no solo a uma mesma profundidade. O nivelamento longitudinal é obtido através do braço do terceiro ponto do sistema de levante hidráulico do trator e o transversal através do braço inferior direto, da mesma forma que já foi discutida para os arados. Nas grades de dupla ação, também as principais regulagens a serem efetuadas antes da operação são a seleção e a fixação do ângulo horizontal das secções e, geralmente, o ângulo nas secções dianteiras é regulado independentemente do ângulo das secções traseiras. A variação do ângulo é feita mudando-se a posição do chassi da secção e travando-se na posição desejada com pino-trava. Da mesma forma que as grades de simples ação, as de dupla ação montadas no sistema de levante hidráulico do trator, devem ser niveladas longitudinal e transversalmente. Na regulagem das grades “off-set” de arrasto, o ângulo de tração em uma grade típica é regulado através da posição da barra
Charles Echer
Regulagem feita com avanço ou recuo do trator
de tração. Fixando-se o parafuso traseiro no orifício central, obtém-se a regulagem para trabalhos normais da grade. Se o parafuso traseiro for deslocado para a direita, o ângulo de tração aumenta (maior penetração da grade), e para a esquerda diminui (menor penetração da grade). Em algumas grades a regulagem do ângulo das secções é feita através de um cilindro hidráulico, que recebe óleo sob pressão a
partir do cilindro hidráulico do trator, e das mangueiras flexíveis. Quando as grades possuem apenas um sistema mecânico de regulagem do ângulo horizontal da secção, com o pino-trava solto, desloca-se o trator para frente, aumentando o ângulo entre as secções, e para trás diminuindo. Aumenta o ângulo de abertura entre as secções para trabalhar em terrenos com maior dificuldade na penetração dos discos. Em solos leves e soltos deve-se trabalhar com menor ângulo de penetração. É importante lembrar que a abertura da grade altera somente o
ângulo de corte da secção traseira. É importante lembrar que vários fatores interferem na qualidade das operações com arados e grades. Quantidade de vegetação e palha no solo, umidade, tipo de solo, existência ou não de pedras e tocos, são fatores que devem ser levados em conta na hora de regular os implementos, a fim de tirar o máximo proveito e evitar danos às partes móveis. .M Haroldo Carlos Fernandes, Wagner da Cunha Siqueira e Paula Cristina Natalino Rinaldi, Universidade Federal de Viçosa
mecanização John Deere
Controle de qualidade
O Controle Estatístico de Qualidade é uma técnica de grande potencial de aplicação em operações agrícolas, que tem como objetivo principal a redução da variabilidade dos processos para aumento da qualidade e pode trazer resultados em curto prazo para o produtor
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Portanto, o conceito de qualidade também sofreu transformações. O que no princípio era a simples preocupação com produtos New Holland
O
termo controle de qualidade não é novidade para a maioria das pessoas. Entretanto, é indiretamente associado aos processos produtivos industriais, fabricação em série e em grande escala. O que não deixa de ser coerente, pois, foi para este fim que o controle de qualidade surgiu, no início do século XX. A evolução das indústrias, a exigência do mercado consumidor e também a competitividade por este mercado, fizeram com que as técnicas de produção se tornassem cada vez mais rigorosas quanto à eliminação de falhas. Assim, as técnicas de controle de qualidade evoluíram da mesma forma.
não padronizados tornou-se um sistema de gestão estratégico que envolve, entre outros fatores, a redução da variabilidade e a satisfação do cliente. Há alguns anos, estes conceitos vêm sendo aplicados também na agricultura. No agronegócio, cada vez mais empresas disputam o mercado, seja na produção de alimentos ou de bioenergia. E com esta competitividade, as empresas tendem a buscar ferramentas para a redução de seus custos produtivos e melhoria de seus produtos, o que abre possibilidades de implementação do controle de qualidade nas agroempresas que buscam este diferencial. Na mecanização, estas técnicas podem ser utilizadas no gerenciamento de máquinas, mão de obra e de operações. Mas você deve estar se perguntando, quais são estas técnicas? Como exposto anteriormente, estas técnicas evoluíram na indústria e hoje a gama de técnicas é ampla. As mais utilizadas são: Desdobramento da Função Qualidade (QFD), Tabela 1 - Estatística descritiva para as variáveis selecionadas
A qualidade total começa nas operações de preparo do solo, antes mesmo de implantar a cultura
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Espaçamento (m) Gemas viáveis/metro Medida estatística 1,51 21,34 Média 1,51 21 Mediana 1,51 (14) 17 e 21 (5) Moda (repetições) 0,008 4,42 Desvio Padrão 0,54 % 20,7 % Coeficiente de Variação 1,49 15 Mínimo 1,52 38 Máximo
Figura 1 - Carta de controle para espaçamento entre sulcos
Análise dos Modos de Falhas e Efeitos (FMEA), Ciclo Planejar-Fazer-Checar-Agir (PDCA) e Controle Estatístico de Qualidade (CEQ). Estas técnicas utilizadas em conjunto representam uma poderosa metodologia, que sucintamente executam a análise e o controle de pontos críticos que afetam o processo produtivo.
CONTROLE ESTATÍSTICO DE QUALIDADE
Neste artigo trataremos da utilização
Figura 2 - Carta de controle para gemas viáveis por metro (Gv/m)
do Controle Estatístico de Qualidade. O CEQ é uma técnica utilizada na avaliação do processo, utilizando-se os indicadores de qualidade, obtidos com as outras técnicas supracitadas. Propositalmente preferiu-se abordar o CEQ, pois, está diretamente ligado às avaliações das operações mecanizadas, enquanto que as outras técnicas são abordagens pré-operacionais; e também, por ser a técnica precursora dos sistemas de gestão de qualidade, que iniciou com a utilização das
cartas de controle na década de 1930. A investigação de indicadores de qualidade para operações agrícolas, em especial para a cultura da cana-de-açúcar, é realizada há mais de 15 anos por pesquisadores de várias instituições brasileiras, estudando desde o preparo do solo, passando pela aplicação de defensivos e corretivos, plantio e colheita. Diversos indicadores foram enumerados para as operações mecanizadas na cana-deaçúcar, concluindo que o monitoramento
O sistema tipo Venturi é indicado para pequenas aplicações, por perder a pressão facilmente
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Valtra
Figura 3 - Histograma e análise de capacidade para espaçamento entre sulcos
Qualidade nas operações em lavouras canavieiras já é pesquisada há mais de 15 anos no Brasil
destes pode aumentar os níveis de qualidade da operação. Quando se fala em controle, deve-se ter em mente que isto significa manter um ciclo de avaliação contínua, medindo-se e comparando-se com o padrão determinado e agindo-se sobre as divergências. Assim, o controle pode ser entendido como a fase que integra a verificação e a melhoria do processo. A hipótese do CEQ é de que a qualidade é assegurada com a redução da variação das principais características do produto ou do processo. Em todo processo existirá variação, que pode ter origem em causas comuns ou especiais. O primeiro tipo é a variação natural do processo, que é aleatória, difícil de ser controlada, porém pouco influencia na qualidade. O segundo tipo são variações externas ao processo e suficientes para causar perturbações e afetar a qualidade, sendo o foco das ferramentas de controle.
QUALIDADE NA CANA
Em estudo de caso para a cana-de-açúcar na safra de 2007/2008 na região de Jaboticabal, São Paulo, utilizando ferramentas do CEP, foram analisados os indicadores como espaçamento entre sulcos, profundidades do sulco e de deposição de rebolos, distribuições de gemas viáveis e inviáveis, selecionados conforme discussão realizada com a empresa para diagnosticar a qualidade do plantio mecanizado. A plantadora avaliada foi a Tracan PTX 7010 tracionada por um trator Case IH MXM 180, equipado com sistema de direcionamento automático, o Trimble Auto Pilot. Os resultados apresentados são para o espaçamento entre sulcos e a distribuição de gemas viáveis por metro, cuja análise descritiva dos dados é mostrada na Tabela 1. Pelos resultados apresentados, nota-se que o espaçamento entre sulcos teve variação muito baixa, com desvio da média inferior a
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1cm, e amplitude de apenas 3cm. Já para a distribuição de gemas viáveis, a variação foi mais pronunciada, com coeficiente de 20,7%, o que dá a ideia de que ocorreu distribuição irregular. A carta de controle, uma das ferramentas do CEP, para o espaçamento e para gemas viáveis por metro, foi construída com base nas observações em campo. A linha central (verde) representa a média e as linhas vermelhas representam os limites de controle, os quais indicam se o processo possui somente causas naturais de variação (no caso do espaçamento entre sulcos), ou então variação em virtude de fatores externos, indicada pelos pontos que ultrapassaram estes limites, o que aconteceu para a distribuição de gemas. Assim, com o acompanhamento do plantio, puderam-se identificar os pontos críticos na distribuição de gemas, que para a observação no ponto 17, ultrapassou o limite superior de controle. Nesta ocorrência, foi constatada uma falha na dosagem por parte do operador, o que se for uma constante, pode acarretar em prejuízos por excesso de mudas.
análise de variabilidade
D
entro do CEQ, existem diversas técnicas e ferramentas de análise da variabilidade que podem ser utilizadas e que irão fornecer informações para a tomada de decisão: • Controle Estatístico de Processos (CEP); • Fichas de Verificação, Histogramas, Box-plots, Gráficos de Pareto, Diagramas de Causa e Efeito, Gráficos de Dispersão, Fluxogramas, Cartas de Controle etc. • Análise de Capacidade; • Planejamento de Experimentos; • Estudos de Repetibilidade e Reprodutibilidade.
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Porém, a preocupação principal no plantio é a insuficiência de gemas viáveis, o que não foi constatado nas avaliações. Como o espaçamento entre sulcos apresentou processo estatisticamente sob controle, procedeu-se com a Análise de Capacidade, que avalia o potencial do processo em manter os resultados esperados e atingir a meta especificada. Neste caso, esta avaliação é feita pelos índices de capacidade potencial, sendo mais indicada a avaliação pelo índice Cpk. Quando este for superior a 1,33, diz-se que o processo é capaz de atender às especificações, que para o espaçamento foi estar entre 1,45m (LIE Limite Inferior Especificado) e 1,55m (LSE - Limite Superior Especificado).
CONCLUSÕES
O Controle Estatístico de Qualidade é uma técnica de grande potencial de aplicação em operações agrícolas, que tem como objetivo principal a redução da variabilidade dos processos para aumento da qualidade. No estudo de caso apresentado, o espaçamento entre sulcos foi a única variável que apresentou bons resultados, sob a óptica do CEQ, fato devido ao sistema de direcionamento automático. Para análise dos outros indicadores de qualidade, recomendam-se a investigação das causas de variação e ações para controlá-las ou até eliminá-las. Lembramos que estas técnicas isoladamente não resolvem os problemas existentes, mas sim a correta utilização e interpretação de suas informações, por parte dos gestores, que devem aplicar seus conhecimentos para atuar sobre o processo com base em planos de melhoria contínua. .M Anderson de Toledo, Iapar Rouverson Pereira da Silva e Carlos Eduardo Angeli Furlani, Unesp Jaboticabal
ficha técnica
Matrix Pro
Fotos Teejet
A Teejet Technologies lançou recentemente o Matrix Pro, a evolução sobre seu precedente Guia Matrix que traz novas funções ao equipamento e complementa sua funcionalidade nas diversas operações executadas no campo, como pulverização, plantio ou colheita
O
Matrix Pro ainda em sua fase Beta terá seu lançamento definitivo em junho de 2011, quando todos os usuários atuais do Matrix receberão gratuitamente o upgrade para a nova versão PRO, que poderá ser feita facilmente via drive USB.
REALVIEW
O Matrix Pro mantém a característica exclusiva de orientação Realview, ou seja, a possibilidade de orientação utilizando-se uma câmera apontada para a parte frontal do trator captando a mesma imagem observada pelo operador da máquina. Essa imagem é reproduzida na tela do Matrix Pro, e a essa imagem são sobrepostas as linhas de guia que orientam o operador em seu trabalho. O equipamento suporta até oito câmeras que podem ser utilizadas para o monitoramento de diversas partes da máquina como as barras de pulverização monitorando as pontas e a própria barra. Além dos modos de guia básicos, de orientação como reta, curva, última passada e pivô central, o Matrix Pro traz ainda dois novos modos de guia.
deverão trabalhar e todas as máquinas estarão trabalhando em retas paralelas em qualquer posição na área.
PRÓXIMA LINHA
Em algumas operações no campo, o próprio operador prefere não seguir a orientação do GPS, para evitar o amassamento da cultura, e segue apenas o curso entre as linhas de plantio, como no caso do milho. O problema aparece no final do talhão quando o operador é obrigado a “contar” visualmente o número de linhas para saber em qual delas deverá posicionar a máquina. O Matrix Pro consegue executar esta tarefa para o operador, que efetuará a operação da mesma forma, seguindo as linhas de plantio como orientação e, no final do talhão, deverá
AZIMUTE
Com este modo de guia fica muito mais fácil colocar várias máquinas em operação na mesma área. O Azimute é um modo de orientação que considera a direção norte como zero grau. Neste modo, basta que se determine quantos graus em relação ao Azimute as máquinas
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O Matrix Pro é a evolução do atual Matrix, que também receberá upgrade gratuito para a nova versão
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apenas pressionar um botão e iniciar a volta. O equipamento irá indicar na tela o ponto de retorno para continuar a operação e, após alinhado, poderá voltar a se guiar pelas linhas de plantio.
IMPORTANDO E EXPORTANDO DADOS
O Matrix Pro agora além de exportar dados para um dispositivo de memória tipo pen drive e disponibilizar estas informações para serem trabalhadas ou simplesmente armazenadas em um computador, pode também importar estas informações para uso em novas operações. As informações de talhões com todos os limites de área (bordadura) e todas as linhas A-B podem ser importadas e reutilizadas pelo aparelho em novas operações. O Matrix Pro exporta três tipos de arquivos, sendo eles um relatório em formato PDF contendo as principais informações da operação como data, hora, tempo de operação, tempo de aplicação, largura do implemento, área aplicada e ainda um mapa detalhado da área trabalhada, mostrando inclusive sobreposições que possam ter ocorrido durante a aplicação. Outras informações sobre os produtos aplicados, operador e condições climáticas também podem ser inseridas posteriormente. O segundo arquivo é exportado em um formato chamado KML. Este arquivo pode ser visualizado em qualquer computador que tenha instalado o software gratuito Google Earth. Com o auxílio deste software pode-se
visualizar a foto de satélite da área trabalhada e a essa imagem será sobreposta a imagem da operação efetuada. Assim, o proprietário ou encarregado mesmo a distância poderá observar, gerenciar e se necessário atuar em possíveis falhas da operação. O terceiro arquivo exportado pelo Matrix Pro está em um formato chamado SHP que pode ser aberto, utilizado e editado em qualquer software de mapeamento GPS. Para auxiliar a organizar os dados exportados, a Teejet disponibilizará o software Teejet Job Manager, que pode organizar os trabalhos exportados para o computador por cliente - fazenda – talhão e trabalho executado, com dados e fotos que são facilmente transferidos do PC para o Matrix Pro através de um dispositivo de memória tipo pen drive. Com a possibilidade de importação destes dados, o Matrix Pro traz internamente o Field Finder, aplicativo que disponibiliza uma lista com todos os trabalhos salvos na memória interna, facilitando ao operador a escolha do arquivo da área a ser trabalhada. O Field Finder com base na posição da máquina no campo traz no topo dessa lista os trabalhos que estiverem geograficamente mais próximos da posição atual da máquina, facilitando mais ainda ao operador iniciar uma nova operação.
UPGRADES
O Matrix Pro está pronto para receber acessórios que maximizam o uso da orientação via GPS, sendo que não há necessidade de nenhum código de liberação ou alteração no GPS, apenas adquira o acessório de sua preferência e conecte ao seu GPS e ele estará funcionando imediatamente. O retorno do investimento nestes acessórios se paga em um período muito curto de tempo, devido ao aumento considerável na produtividade durante as operações onde os
dotado de engrenagens conectadas ao volante original da máquina. Com o piloto automático conduzindo a máquina o operador pode trabalhar sob menos estresse e podendo se dedicar a outras operações de grande importância como, por exemplo, o monitoramento de partes da máquina através das câmeras do Matrix Pro. Novos modos de guia foram incluídos na nova versão do Matrix Pro
mesmos são utilizados, pois a diminuição dos custos de produção é evidente, onde as perdas são minimizadas, como o uso desnecessário de combustível, a sobreposição na aplicação de defensivos, o próprio desgaste da máquina entre outros itens.
CÂMERAS
Além da câmera Realview, poderá ser adicionado ao Matrix Pro um módulo para a utilização de mais câmeras, podendo-se utilizar quatro ou oito câmeras monitorando partes de difícil acesso da máquina, partes de movimento ou locais que não possam ser visualizados com a máquina em movimento. Estes locais podem ser as barras de pulverização e consequentemente as pontas no caso de pulverizadores, visualização das linhas de plantio no caso de um trator operando com uma plantadeira ou mesmo o saca-palha no uso em uma colheitadeira. Uma câmera poderá ser instalada voltada para a parte traseira do equipamento, auxiliando o operador em manobras de marcha à ré em qualquer equipamento. Dotadas de infravermelho, as câmeras podem ser utilizadas para operações noturnas.
PILOTO AUTOMÁTICO
O piloto automático, quando conectado ao Matrix Pro, irá conduzir a máquina utilizando a orientação do GPS e atuando no sistema hidráulico da máquina ou em um motor elétrico,
Fotos Teejet
Até oito câmeras podem ser instaladas para realizar o monitoramento em diversas partes da máquina
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CONTROLES AUTOMÁTICOS
Pulverizadores que estejam equipados com controladores de vazão podem fazer com que estes se comuniquem com o GPS através de um módulo e, assim, executar o gerenciamento das secções de barra, sendo que quando a máquina entrar em uma área que já tenha sido pulverizada, o equipamento irá desligar a secção imediatamente, reduzindo o desperdício com a sobreaplicação, o que pode gerar uma economia da ordem de 5% a 15% no gasto com os defensivos. O mesmo princípio utilizado para o controle das secções de pulverizadores pode ser aplicado também a uma plantadeira que, ao adentrar uma área onde o plantio já tenha sido efetuado, o sistema irá desligar cada secção da plantadeira evitando o desperdício de sementes e fertilizantes.
ANTENAS E SINAL DIFERENCIAL
O Matrix Pro é equipado em sua versão standard com processador interno e receptor RXA-30, de alto desempenho, além do filtro Clear Path, que melhora ainda mais seu desempenho. Esta antena, além da constelação de satélites GPS (L1), pode trabalhar com a constelação de satélites Glonass, o que possibilita captar sinal de um maior número de satélites, evitando perdas de sinal e aumentando a precisão do equipamento. O Matrix Pro também tem a capacidade de receber sinal de um receptor externo e trabalhar com sinal DGPS Omnistar XP ou RTK. .M
O controle automático de seções da barra pode gerar uma economia de produto entre 10 e 15%
ficha técnica
Cotton Blue 2826
A Montana acaba de lançar a colhedora de algodão adensado Cotton Blue 2826 tipo Stripper, que possui sistema de colheita diferente dos sistemas convencionais
A
té poucos anos atrás no Brasil, o cultivo do algodão ultra-adensado não tinha possibilidade de extensão por falta de colhedoras de tipo stripper. Visando atender a esta nova demanda de máquinas especializadas nesta configuração de colheita a Montana desenvolveu a Cotton Blue 2826, modelo Stripper, que é a segunda geração de colhedoras de algodão da Montana. Em 2010 foram disponibilizados dois protótipos para serem testados no estado do Mato Grosso e a máquina teve aceitação entre os produtores por conta da capacidade produtiva do modelo Stripper. Por conta disso, unidades já foram comercializadas já nas primeiras semanas de vendas, antes mesmo do lançamento oficial que ocorrerá no Agrishow Ribeirão Preto 2011.
SISTEMA DE COLHEITA E UNIDADE PRÉ-LIMPEZA
O sistema de colheita da Cotton Blue 2826 é composto por alguns componentes principais: plataforma de colheita, duto transportadores e unidade de pré-limpeza. Os componentes foram desenvolvidos para colher exclusivamente o algodão conduzido de forma específica “adensado” (espaçamento reduzido e número maior de plantas por área), o que lhe confere um porte menor em comparação com a condução convencional. Acionada hidraulicamente a plataforma de colheita com seis metros de comprimento é constituída de um conjunto de itens que são responsáveis pela retirada do algodão da planta. Os pentes têm construção resistente para suportar a condição extrema de trabalho e, ao mesmo tempo, são flexíveis para não serem
A transmissão mecânica é composta por uma caixa de câmbio de duas velocidades: a 1ª velocidade é destinada à colheita e a 2ª para transporte
extraviados na condução dos caules das plantas e trabalham diretamente em conjunto com o rolo destroncador. O espaçamento entre eles deve ser suficiente para que o tronco da planta passe e ao ser puxado pelo destroncador retire a fibra do algodão do corpo da planta. O rolo destroncador é responsável em conjunto com os pentes pela retirada do algodão da planta como anteriormente citado e está dividido em três partes iguais acopladas para facilitar os processos de limpeza e manutenções da plataforma de colheita.
MOLINETE E CARACOL
Após a separação da fibra do algodão do corpo da planta a condução para o caracol é feita pelo molinete, o mesmo é constituído de 36 “pás” que apresentação regulagem para se adequar às condições da produtividade e porte da planta. O caracol ou rosca sem-fim é responsável pela condução do algodão para a saída da plataforma de colheita até
Plataforma de colheita é diferente da convencional e possui seis metros de largura
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a entrada do duto condutor à pré-limpeza. A unidade de colheita, através de dois sensores copiadores, mantém automaticamente a distância ideal da plataforma até o chão, corrigindo o posicionamento da plataforma nas condições que o terreno apresenta para evitar perdas e ou danos no componente.
UNIDADE PRÉ-LIMPEZA
Constituído por dois rolos de serrilhas e por um de escovas com dimensão de dois metros de comprimento, o HL, como é conhecido popularmente, é o responsável por separar a fibra do algodão dos detritos como galhos, cascas de
Fotos Montana
maçã e folhas, que posteriormente é conduzida por ar para o cesto armazenador, através de dutos de ar gerado por um conjunto de cinco ventiladores centrífugos. O ventilador, responsável pela geração do fluxo de ar, é uma turbina montada com seu eixo na posição transversal e possui rotor de dupla aspiração de diâmetro 560mm. O sistema de ar é responsável pelo transporte do algodão desde a unidade de colheita até a unidade prélimpeza. O ventilador é acionado por sistema de embreagem mecânica, completamente vedada, evitando assim o acúmulo de sujeira e detritos no interior do acoplamento e garantindo uma vida útil mais longa.
DUTOS
Os dutos, dispostos no centro da máquina, são metálicos e com dimensões consideráveis, garantindo uma maior eficiência da sucção e transporte do algodão até a unidade de prélimpeza. O primeiro faz a condução do ar gerado no ventilador até um sistema de geração de vácuo (sistema Venturi). O segundo duto é responsável pela condução do algodão colhido na plataforma de colheita até a entrada da unidade de pré-limpeza. O terceiro duto está localizado na saída da unidade de pré-limpeza, responsável pela condução final do algodão após o processo de pré-limpeza direcionando para o cesto armazenador.
CHASSI
O desenvolvimento do chassi foi baseado em dois critérios distintos: facilidade de manutenção e boa distribuição de pesos. Os componentes foram dispostos para facilitar manutenções básicas e diárias. O motor recebeu uma estrutura independente, o que facilita a sua retirada, caso necessário. O fundo do chassi é fechado com chapas de proteção, evitando o contato das plantas e resíduos vegetais com o compartimento central da máquina. As chapas são fixadas com grampos rápidos, de modo a facilitar sua retirada. Pensando numa melhor distribuição de peso buscou-se concentrar 65% do peso sobre o eixo dianteiro e 35% do peso sobre
A condução do algodão da unidade pré-limpeza para o cesto armazenador é feita pelos ventiladores
o eixo traseiro. Para isto, os componentes foram dispostos de forma a compensar esse efeito. O motor é transversal e próximo ao eixo traseiro, o cesto foi posicionado o mais para trás possível e o tanque diesel está na parte traseira, contribuindo para o equilíbrio de massas. O resultado disso é a estabilidade do equipamento em operação, principalmente nos regimes de frenagem e operação em terrenos irregulares
MOTOR
O motor Cummins série C de 8,3 litros turbinado intercoolado é transversal, localizado entre os dois eixos e próximo ao eixo traseiro. Apresenta potência máxima de 280cv a 2.200rpm. A grande vantagem da utilização deste modelo de motor é fato de se manter o torque mesmo com a rotação de trabalho diminuída, possibilitando trabalhar com rotações entre 1.800rpm e 2.000rpm, aliado ao intercooler que aumenta a eficiência do motor reduzindo o consumo de combustível, com isso obteve-se nos testes uma economia de combustível na proporção de 20% a 25% em comparação às máquinas tradicionais Picker. Os radiadores ficam localizados em um compartimento lateral, de fácil acesso. As bombas, filtros e tanques hidráulicos ficam localizados em compartimento do lado oposto, também de fácil acesso. O tanque de combustível tem capacidade de 680 litros.
SISTEMA HIDROSTÁTICO DE TRANSMISSÃO
O sistema hidrostático da Cotton Blue 2826 é responsável por dois movimentos: deslocamento da colhedora e acionamento dos componentes de unidade de colheita e de unidade de pré-limpeza. O sistema é composto por duas bombas hidráulicas montadas em tandem e dois motores hidráulicos Sauer Danfoss, ambos de pistões axiais. Um para acionamento da transmissão mecânica e outro para acionamento da plataforma de colheita. É a única máquina no mercado que possui reservatório de óleo exclusivo para a hidrostática, o que impede a entrada de contaminantes provenientes de outros componentes como cilindros hidráulicos, bombas de engrenagem etc. A transmissão mecânica é composta por uma caixa de câmbio de duas velocidades. A velocidade é destinada à colheita (0-7,5km/h) e a 2ª para transporte (0-18km/h), com freios a disco integrados e dois redutores de roda, todos fabricados pela ZF do Brasil. Como cada bomba hidráulica é responsável pelo acionamento de um dos movimentos, os seus deslocamentos volumétricos são reduzidos, porém, com alta capacidade de transmissão de potência por serem independentes. A Cotton Blue 2826 Stripper possui um sistema de ajuste de relação de velocidades entre transmissão e plataforma de colheita. Com isso, é possível fazer ajuste nas velocidades do
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Fotos Montana
de pré-limpeza e turbina, além de um contador de distância e hectares colhidos. O acionamento da plataforma de colheita é elétrico, através de um seletor de modos de operação. O acionamento do ventilador é manual, através de uma alavanca de estágios. O sistema conta também com um módulo de diagnóstico de todas as entradas e saídas dos módulos eletrônicos de forma muito simples.
CESTO ARMAZENADOR
O cesto de armazenagem tem capacidade para 33 metros cúbicos, com deslocamento lateral
Os radiadores estão localizados sobre uma base escamoteável, possibilitando acesso aos radiadores mais internos
sistema de colheita de forma que possa ter um melhor rendimento em área de alta produtividade sem que tenha que diminuir a velocidade do equipamento para uma colheita de qualidade. Possibilitando colher com velocidades acima de 7,5km/h, respeitando sempre as condições de topografia do terreno e produtividade da lavoura.
conta com uma grande área envidraçada, proporcionando ao operador total visão da operação. Os vidros curvos, tanto o dianteiro quanto o traseiro, são laminados e os laterais, temperados. O acesso da cabine é bastante amplo, com abertura da porta de 90º em relação à lateral da cabine. O conjunto de iluminação dianteiro da colhedora tem quatro faróis principais no teto da cabine e mais quatro faróis auxiliares na plataforma, proporcionando uma excelente visibilidade em operação noturna. O sistema ainda conta com dois faróis de iluminação do cesto, um farol de descarga e um farol de inspeção do compartimento do chassi. O sistema de ar-condicionado com termostato está localizado no teto da cabine e utiliza um filtro de ar externo de alta capacidade, além de um filtro de recirculação. Os comandos de operação da Cotton Blue 2826 são elétricos e estão concentrados num painel de controle lateral, com exceção dos pedais de freio de serviço, estacionamento e da alavanca de marchas, os quais são acionamentos mecânicos e localizam-se no piso da cabine. O painel de controle é fixado junto com o banco do operador, acompanhando os movimentos da suspensão do assento. Os indicadores da Cotton Blue 2826 são totalmente digitais e exibidos em uma tela de cristal líquido, onde são encontradas todas as informações sobre motor diesel, plataforma de colheita, unidade
SISTEMA INDUSTRIAL HIDRÁULICO
O sistema hidráulico é do tipo centro aberto, composto por uma bomba dupla de engrenagens acionada pela tomada de força do motor, blocos de válvulas tipo cartucho, cilindros e motores hidráulicos. O sistema é responsável pelo acionamento de direção, compactador, movimentação do cesto, acionamento da turbina e cilindros de controle da plataforma de colheita. O reservatório de óleo é independente do óleo hidrostático e conta com um filtro de retorno com indicador de saturação.
RADIADORES
O compartimento dos radiadores está localizado do lado direito da máquina, o radiador de arrefecimento e o intercooler estão colocados mais internamente ao suporte, e mais externamente encontram-se o radiador hidráulico da transmissão, industrial e o radiador do arcondicionado. Para maior facilidade de limpeza, os radiadores estão sobre uma base escamoteável, possibilitando acesso aos radiadores mais internos e melhorando a eficiência de troca de calor.
CABINE
Baseada nos modelos dos pulverizadores autopropelidos Parruda da Montana, a cabine da Cotton Blue 2826 foi projetada para atender a três princípios: segurança, visibilidade e conforto. O espaço interno permite acomodar até duas pessoas confortavelmente. O banco do operador proporciona regulagens de inclinação e altura do assento, inclinação do encosto, uma suspensão mecânica, coluna de direção com regulagem de inclinação e altura do volante, possibilitando uma jornada de trabalho com total conforto ao operador. A cabine
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O cesto de armazenagem possui capacidade para 33m3 e é do tipo telescópico. Possui um exclusivo sistema de descarga controlada. No descarregamento, o cesto se desloca lateralmente, fazendo com que o transbordo não necessite se aproximar muito da máquina e, com isso, evita batidas que podem danificar o equipamento. A altura de descarga está entre 2,50 metros a 4,10 metros. O cesto possui um exclusivo sistema de limpeza do algodão, composto por peneiras em toda a extensão da face superior do cesto. Esse sistema permite ganhar de um a dois tipos na classificação do algodão descaroçado e aumentar o intervalo de limpeza do cesto em aproximadamente duas vezes, em relação aos sistemas convencionais. O sistema de compactação de carga é dado por três compactadores do tipo rosca sem-fim. A máquina conta com espelhos de inspeção do cesto, que permitem ao operador visualizar o carregamento do cesto sem sair da cabine ou olhar para trás, comandando de forma manual os compactadores. O projeto foi concebido de forma a eliminar mangueiras hidráulicas no interior do cesto, reduzindo o risco de rompimento do sistema hidráulico de descarga no caso de incêndio e consequente perda da máquina. O sistema elétrico da colhedora é equipado com botão de pânico para o caso de incêndio na carga de algodão, o qual desliga a turbina, pisca as luzes e descarrega o cesto, ficando a cargo do operador somente posicionar a máquina em local seguro, com a descarga a favor do vento e aguardar a .M chegada dos bombeiros.
capa
Draper HiFlex
Testamos a Draper HiFlex da Valtra, um novo conceito de plataformas para colher cereais, que substitui o caracol sem-fim por três esteiras de borracha, dando mais leveza ao conjunto e tornando o fluxo do material colhido mais homogêneo e contínuo
N
ão chega a ser novidade o fato de que os grandes estados produtores de soja enfrentam problemas relacionados ao escoamento de suas produções e à necessidade de se retirar os grãos do campo na menor janela de tempo possível, evitando assim prejuízos oriundos de condições climáticas adversas. O primeiro problema é bastante complexo, crônico e fundamentalmente baseado na ineficiência do principal sistema de logística adotado pelo país, o rodoviário. Todavia, o segundo problema abordado está intimamente ligado ao planejamento adotado pelo produtor e ao tamanho, eficiência e confiabilidade das máquinas que o mesmo venha a utilizar para colher sua safra. Em relação ao fator máquina, nossa equipe teve uma excelente oportunidade de conhecer
um produto que vem se configurando como tendência em meio às novas tecnologias de colheita de grãos: a plataforma de corte Valtra Draper HiFlex série 500 FD. Dentre outras novidades, este modelo de plataforma substitui o tradicional sem-fim de alimentação (caracol) da plataforma de corte por esteiras de borracha flexíveis, que apanham o material colhido e o direcionam, a partir das extremidades, ao centro da plataforma. Este mecanismo inovador permite uma alimentação constante do sistema de trilha e separação, o que confere maior qualidade ao processo, eliminando os sobressaltos característicos de uma alimentação desuniforme pelo convencional caracol de alimentação e permite otimizar e melhorar o desempenho da colheitadeira.
CENÁRIO PARA A REALIZAÇÃO DO TESTE
As belas lavouras de soja do município de Passo Fundo (RS) foram o cenário escolhido para a realização de mais um test drive pela revista Cultivar Máquinas. As altas produtividades da região do Planalto Médio do Rio Grande do Sul criaram as condições propícias ao desenvolvimento dos trabalhos, os quais foram conduzidos na Fazenda Veneza, de 290ha, de Iomar Pedro Razera. A produtividade da cultivar de soja BMX Ativa RR, implantada com 50cm de espaçamento entre linhas e 14 plantas por metro, aproximava-se das 65 sacas/ A plataforma Draper HiFlex série 500 FD, tinha 35 pés de largura e estava instalada em uma colhedora BC 7500
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ha a uma umidade de cerca de 13%. O terreno apresentava-se com irregularidades mais acentuadas em alguns locais, fator que somado aos maiores índices de declividade, característicos da região, poderia dificultar a operação de colheita, principalmente em colhedoras equipadas com plataformas de maior largura. Todavia, o que se percebeu foi uma excelente adaptabilidade ao terreno, com excelente velocidade de resposta por parte da nova plataforma Draper HiFlex da Valtra. Aliás, esse novo sistema, importado dos EUA, tem uma perspectiva de começar a ser fabricado no país em 2014, ou até mesmo antes dessa data, dependendo da demanda pelo produto. Até então, os tamanhos desse modelo de plataforma disponibilizados no país são de 30 e 35 pés de corte, chegando a representar em torno de 20% a 30% a mais no custo de aquisição de uma colhedora, em relação a uma plataforma convencional. Todavia, conforme explica Rodrigo Brandalise, aos interessados em adquirir colhedoras novas da linha axial da marca, torna-se mais conveniente optar pelas plataformas com esteiras, pois a mesma permite trabalhar toda a capacidade produtiva da
Fotos Charles Echer
A principal diferença da nova tecnologia em relação às plataformas convencionais é a substituição do sistema de alimentação por sem-fim (caracol) por esteiras de borracha
colheitadeira, diminuindo perdas e melhorando o desempenho operacional maquina e operador reduzindo custos ao proprietário.
FUNCIONAMENTO DO SISTEMA DE COLHEITA
Do ponto de vista estrutural, a principal diferença dessa nova tecnologia em relação ao convencional sistema de alimentação por sem-fim (caracol) é a presença de esteiras de borracha, como mencionado no início da matéria. Essa substituição promove uma redução do peso total do sistema e a eliminação de boa parte dos mecanismos de acionamento (polias, reduções e correias), amplamente presentes no sistema com sem-fim de alimentação. Também acarreta em uma
substancial diminuição do nível de vibração e ruídos promovidos pelo funcionamento da plataforma de corte. O recolhimento das plantas cortadas pela barra de corte é realizado por três esteiras, sendo duas laterais (transversais) e uma central (longitudinal). Cada seção lateral de esteira apresenta 1.041mm de largura, sendo acionada mecanicamente por eixo cardan e operando a uma velocidade constante de 150m/min no sentido transversal ao corpo da colhedora. Já a esteira central, que apresenta 1.232mm de largura, é acionada por um eixo cardan ligado a uma polia sincronizada, o que garante um suprimento contínuo de força ao sistema. Essa esteira opera no sentido longitudinal ao corpo da colhedora, com velocidade de 174m/min, e se destaca por apresentar uma caixa coletora de pedras e reversor ligado ao sistema do canal alimentador da colhedora, minimizando os tempos de parada por embuchamentos e/ou danos por entradas de material estranho.
No centro da plataforma encontra-se o sem-fim central de alimentação, que opera a 200rpm, mede 1.176mm de largura e 533mm de diâmetro externo e é responsável pela coleta do material proveniente da esteira central, entregando-o ao canal alimentador de forma uniforme. Aliás, a uniformidade na entrega do material colhido é uma característica marcante nessa plataforma e que acarreta em outro grande benefício: maior qualidade e uniformidade
Uma terceira esteira, com movimento longitudinal, leva o produto até o cilindro central
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Fotos Charles Echer
Seis potenciômetros são responsáveis pela caracterização da superfície do terreno, transferindo rapidamente a leitura de possíveis irregularidades presentes no local de atuação, mantendo a altura de corte sempre uniforme
de trilha pelo sistema axial. Em campo, pode-se perceber que a trilha era realizada de forma suave, sem que fosse possível se perceber maiores variações no regime de rotação do motor, bastante comuns em sistemas menos uniformes de alimentação.
ADaPTAÇÃO AO TERRENO
Durante o procedimento de colheita nossa equipe ficou impressionada pela capacidade de rápida adaptação do sistema às desconformidades do terreno. Como já mencionado anteriormente, a área encontrava-se inserida na região do Planalto Médio, onde se tem como característica principal a presença de áreas mais planas (coxilhas) juntamente com áreas de relevo acidentado e/ou ondulado. Todavia, o sistema se mostrou bastante eficiente, mesmo em locais de dificuldade extrema de adaptação, visto que estamos nos referindo a uma plataforma de grande porte. Além do sistema de flutuação lateral responder de forma rápida, em parte pelo menor peso da unidade de corte, toda essa facilidade em se adaptar a essas adversidades deriva, basicamente, de dois fatores: do ajuste do ângulo de inclinação da barra de corte e do controle automático da altura de corte. O primeiro se dá graças a um sistema próprio que realiza o ajuste da inclinação da barra de corte em uma angulação cuja amplitude pode chegar a até 10°,
Alavanca de engate múltiplo single point, conecta todas as funções elétricas e hidráulicas do sistema
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permitindo o corte rente ao solo e facilitando o processo de colheita em diferentes culturas e/ou cultivares de características distintas (altura, inserção das primeiras vagens etc). Graças a esses recursos de ajuste também é possível proteger a barra de corte da entrada de materiais estranhos, facilitando a operação em terrenos pedregosos por exemplo. Já o controle automático da altura de corte é possível graças à presença de seis potenciômetros responsáveis pela caracterização da superfície do terreno, transferindo rapidamente a leitura de possíveis irregularidades presentes no local de atuação.
SISTEMA DE CORTE E RECOLHIMENTO
A barra de corte possui um sistema de duplo acionamento da caixa de navalhas, a qual opera a uma velocidade de 600rpm (1.200 ciclos por minuto) com um curso de 80mm. Por ser seccionada ao meio, cada um dos lados possui seu próprio eixo de acionamento, permitindo que a navalha trabalhe de forma sincronizada, minimizando a vibração inerente à atividade. Para facilitar o processo de sincronização, ambos os eixos possuem um indicador de tempo da navalha, os quais devem sempre apresentar a mesma leitura. Quanto ao acionamento da caixa de navalhas, o mesmo é realizado graças a um sistema composto por uma caixa planetária para a
A plataforma possui ajuste do ângulo de inclinação da barra que varia em até dez graus
transmissão do movimento em substituição aos tradicionais sistemas de acionamento, que utilizam correias e polias. A empresa destaca que essa substituição acarreta em redução de possíveis perdas na transferência de movimento, principalmente decorrentes do patinamento de correias. A possibilidade de ajuste da flexibilidade da barra de corte é outro ponto positivo desse sistema. Um total de 14 cilindros hidráulicos interligados em série com o acumulador dos braços independentes de flutuação, espaçados a cada 762mm, distribui-se ao longo da estrutura da plataforma. Esses cilindros são responsáveis pelo ajuste de sensibilidade da barra de corte, adaptando-a às diferentes condições de cultura e/ou terreno. A pressão hidráulica do sistema varia entre zero e 3.000 PSI, sendo recomendadas pressões que situem-se entre 700 e 1.200 PSI. Assim, menores pressões são indicadas para condições que requeiram maior flexibilidade (até 200 mm), como é o caso da cultura da soja, por exemplo, assim como para terrenos mais firmes, sendo indicadas maiores pressões para terrenos mais macios e/ou culturas que requeiram maior rigidez do sistema (arroz e trigo, por exemplo). Deve-se destacar que o controle da pressão hidráulica é realizado diretamente da cabine de operação, de onde também é possível visualizar numericamente os valores de pressão
14 cilindros hidráulicos interligados em série com o acumulador dos braços independentes de flutuação, espaçados a cada 762mm, são responsáveis pelo ajuste de flexibilidade da plataforma
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Fotos Charles Echer
Manômetro instalado sobre a plataforma pode ser visualizado da cabine Durante a avaliação, foi possível perceber que a plataforma possibilita a colheita em velocidades maiores e o fluxo do produto é constante, o que elimina a sobrecarga no sistema de trilha
em um manômetro instalado externamente, na parte superior da plataforma. No que se refere ao sistema de recolhimento do material colhido, essa plataforma possui um molinete de peça única, composto de seis barras e com tubo central de 300mm de diâmetro. Quanto ao sistema de acionamento hidráulico, o mesmo encontra-se integrado ao sistema hidráulico da própria colhedora. O fluxo de óleo variável proporciona a utilização de velocidades do molinete entre zero e 57rpm, adaptando-se automaticamente em relação à velocidade de avanço da colhedora.
OPERACIONALIDADE E MANUTENÇÃO
Além dos pontos positivos mencionados ao decorrer da abordagem, nos chamou a atenção a facilidade de acesso à maior parte das regulagens de atuação da plataforma, diretamente a partir da cabine de operação. Em maquinas equipadas com o terminal de Agricultura de precisão, que o operador visualiza os principais dados de operação da plataforma, como, por exemplo, o ajuste da pressão hidráulica dos pistões que controlam a flexibilidade da barra de corte. Para colhedoras não equipadas com este terminal, é possível utilizar um adaptador com as funções de controle da pressão e da flutuação a partir da cabine, além do controle de altura do molinete, já presente na alavanca principal de comandos. Nesses casos, a verificação da pressão dos pistões que controlam a flexibilidade da barra de corte se dá de forma visual, no manômetro instalado sobre a estrutura da plataforma. A facilidade de manutenção, devido à redução dos componentes presentes nessa plataforma, é outro ponto bastante marcante no modelo. A nova Draper HiFlex também mantém características simples, já presentes na
Monitor apresenta principais informações sobre o funcionamento da máquina e dados da colheita
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linha de plataformas da Valtra, como o prático engate múltiplo single point, onde uma única alavanca de conexão comporta todas as funções elétricas e hidráulicas do sistema. A empresa também menciona que a utilização dessas plataformas é voltada exclusivamente às máquinas da linha, uma vez que essa plataforma utiliza o sistema hidráulico da própria colhedora para realizar suas funções básicas, como já mencionado anteriormente.
IMPRESSÕES FINAIS
Ao final da avaliação, pôde-se criar um conceito bastante positivo desse novo sistema, o qual permite a utilização de maiores velocidades de deslocamento do conjunto, além de promover a alimentação constante, fundamental para a manutenção da maior produtividade dos sistemas de trilha axial. Em alguns momentos as velocidades de deslocamento superaram a faixa dos 5,5km/h para uma maquina equipada com 35 pés, sem incrementos nas perdas de grãos oriundas da plataforma de corte. A minimi-
zação das perdas por deiscência de vagens foi outro fator que nos chamou a atenção, o que em parte se deve à redução do atrito causado pelos sistemas convencionais que utilizam o sem-fim de alimentação. O relato do operador Sidinei Lângaro, o qual se mostrou bastante impressionado com o alto rendimento do sistema, também pesou na consolidação desse conceito por parte da nossa equipe. Assim, a impressão final que marcou essa matéria não pôde ser outra a não ser a de que o mercado desse produto é bastante promissor, e se respalda no aumento da qualidade e produtividade da atividade de colheita, fator que justifica um maior investimento, o qual obviamente retorna ao produtor após certo tempo de uso. E nessa relação entre o produtor e o mercado de máquinas agrícolas, o lucro de um sempre .M estará associado ao sucesso do outro. Gustavo Heller Nietiedt e José Fernando Schlosser, UFSM Walter Boller, UPF
O test drive foi realizado na fazenda de Iomar Pedro Razera, proprietário da Concessionária Razera Agrícola Ltda, localizada em Passo Fundo, Rio Grande do Sul
Teste no norte gaúcho
N
ossa equipe contou com apoio do coordenador Comercial da Valtra no Rio Grande do Sul, Rodrigo Brandalise; do coordenador de Peças e Serviços da empresa Razera Agrícola Ltda, Daiallan Vincensi, além do proprietário da empresa e da área onde foram realizadas as avaliações, Iomar Pedro Razera, o qual se mostrava bastante empolgado com a recente aquisição dessa nova ferramenta de trabalho. A empresa Razera Agrícola Ltda, uma das
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principais responsáveis pela viabilização deste test drive, tem sede na cidade de Passo Fundo, onde iniciou suas atividades no ano de 1983, operando atualmente com mais três filiais dentro do Estado, alocadas em Cruz Alta, Ijuí e Casca. A parceria com a Valtra teve início no ano de 2001, incrementando a política de expansão da empresa, a qual apresenta uma área total de abrangência de 75 municípios na região norte do estado do Rio Grande do Sul.
Agricultura de precisão Fotos Geo Agri
Passos precisos
Para que os resultados da aplicação a taxa variável sejam satisfatórios, é importante seguir todas as etapas, além de utilizar os equipamentos certos e bem calibrados
A
aplicação em taxa variável é antecedida por uma série de etapas que devem ser observadas cuidadosamente. Cada etapa seguinte depende fundamentalmente dos dados obtidos ou processados na etapa anterior, o que exige atenção em todas as fases, desde a amostragem do solo até a aplicação dos insumos em taxa variável.
AMOSTRAGEM DO SOLO
São inúmeras variáveis existentes de informação para a geração de um mapa de prescrição em taxa variável, porém, o que mais se tem usado em escala comercial é a utilização de amostragem de solo, dividida em grades. Na amostragem em grades uma área maior é tratada como parcelas menores divididas normalmente em áreas que variam de acordo com a recomendação do consultor ou profissional local. Inicialmente pensava-se que para se ter dados confiáveis era necessário ter grades de 0,5 hectare. Com o passar dos anos entende-se que o ideal nem sempre é o mais econômico, e hoje existem grades de até dez hectares, como, por exemplo, na região dos Cerrados, onde as extensas áreas oneram a prática de utilização de grades de um hectare. Apesar de que trabalhos de pesquisas su-
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portam a utilização de tamanhos menores para a amostragem de solo, caso não seja possível a adoção dessa prática, é importante que a amostragem seja bem representativa da grade. Para isso se faz necessário coletar pelo menos 15 subamostras dentro de uma grade para obter-se uma amostra composta. Para a execução do trabalho com qualidade e confiabilidade é necessário que se tenha um coletor de dados com precisão adequada, de forma a não deslocar muito o ponto amostral no momento da aplicação a taxa variada, além de um software de coleta que facilite a navegação, a integridade dos dados e a transferência para o escritório de forma confiável a fim de se ter uma radiografia verdadeira de como está a fertilidade do solo. Um dos pontos importantes também na amostragem de solo é o uso de coletores de dados mais robustos, que não atrapalham a produtividade do trabalho.
GERAÇÃO DO MAPA DE PRESCRIÇÃO
De posse dos dados georreferenciados de amostragem de solo e do resultado da análise de solo, é necessário que se tenha um software de escritório que una as duas informações, ou seja, de fertilidade do solo com o resultado da
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Coletor de dados preciso é um requisito para não deslocar demasiadamente o ponto amostral
Fotos Geo Agri
a luz do sol, para evitar sobreposição e falhas no momento da aplicação. Auxilio de câmeras – Constantemente ocorrem imperfeições na aplicação devido a pedras ou objetos que obstruam a saída de produto de dentro da caçamba dos aplicadores a lanço, portanto, é primordial o monitoramento da esteira na saída da comporta traseira para certificar que não existem objetos impedindo a saída de produto, afetando toda a dosagem da aplicação e comprometendo o resultado do trabalho. É muito importante observar os aspectos de precisão na aplicação citados acima, caso contrário, todo o esforço gasto para fazer uma agricultura de precisão será desperdiçado.
TAXA VARIÁVEL NO PLANTIO
análise para efetivamente gerar um mapa de prescrição. Assim sendo, em áreas como o Paraná, que é possível ter até três culturas em uma mesma área em um período de um ano agrícola, seria possível determinar essas regiões de produtividade iguais em um período de um a dois anos, aumentando assim os benefícios de se ter essa valiosa informação da sua área produtiva. Vale comentar também que para a geração de mapas de prescrição os dados de monitor de produtividade são uma potente ferramenta para determinar, além das áreas de igual potencial de produtividade, maior precisão na recomendação de fertilizantes baseado na extração de nutrientes do solo. Uma vez criados os mapas de prescrição é necessário que se tenham os equipamentos de taxa variável para executar todo o planejamento feito anteriormente.
a operação. Precisão na operação – É importante que o sistema de taxa variável facilite a orientação da máquina por parte do operador e para isso é necessário que o display na máquina tenha luzes indicativas e brilhantes até mesmo contra
Sabemos que, dependendo do tipo de solo e sua fertilidade, faz-se necessário a aplicação de fertilizantes fosforados o mais próximo da semente, já que esse tipo de nutriente se move pouco e a aplicação a lanço faria com que uma quantidade limitada de fósforo atingisse o sistema radicular da planta, diminuindo a produtividade da cultura. Por isso, cada vez mais a prática de taxa variável de semente e adubo no plantio é uma realidade no mercado, especialmente para solos mais argilosos, onde a disponibilidade desse nutriente é mais limitada pela .M sua adsorção no solo. Rodrigo Tamani, Geo Agri Tecnologia Agrícola
APLICAÇÃO A TAXA VARIÁVEL
Para a aplicação a taxa variável é importante que se tenha um equipamento que seja preciso em vários aspectos: Calibração do produto – Para cada tipo de produto é necessário que se faça a sua calibração na máquina e o sistema deve ser fácil o suficiente para permitir o entendimento do pessoal de campo, além de garantir a confiabilidade dos dados. Precisão do GPS – Como estamos falando de precisão é necessário que se tenha um equipamento com precisão compatível com
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Detalhe do monitor com mapa de aplicação. A calibração correta dos equipamentos é fundamental para obter uma aplicação eficaz
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ficha técnica
Wintex 1000 Fotos Base
O coletor automático de solo Wintex 1000, da Base Agricultura de Precisão, tem acoplamento universal e capacidade para coletar 32 amostras com 12 subamostras por hora de trabalho
no mercado nacional um conceito novo em coleta automatizada de solo para Agricultura de Precisão. A coleta mecanizada de solos em grade regular (grid) já está consolidada no Brasil dada a sua importância na agricultura moderna que busca a cada safra reduções de custo e aumento da produtividade. O Wintex 1000 é um equipamento robusto e que atende na plenitude as necessidades do mercado nacional, pois apresenta alto desempenho do campo garantindo agilidade na coleta de solo e elevada qualidade por trabalhar como trado calador com acionamento eletro-hidráulico que garante a profundidade exata planeja. O Wintex 1000 tem suporte universal, que pode ser montado em diversos veículos, sendo mais comum e usual em quadriciclos de diferentes potências. Para quadriciclos acima de 500 cilindradas o sistema hidráulico pode ser acoplado no motor, já para modelos de menor potência é necessário um motor a combustão para acionar o sistema hidráulico. O sistema hidráulico utilizado necessita de 7,5L/min a pressão de 80 bar. O Sistema elétrico atua em 12 wolts e necessita de uma bateria com capacidade de apenas 14 Amph e uma capacidade de carregamento de 250 Watt.
CARACTERÍSTICAS
A
Base – Precisão na Agricultura, empresa especializada em tecnologias para a agricultura, prestadora de serviços a empresas e produtores rurais, ampliou sua linha de produtos trazendo para o mercado
brasileiro o coletor automático de solo – Wintex 1000. No final do ano de 2010 a Base fechou acordo com a empresa Dinamarquesa Wintex Agro e passou a ser representante oficial desta no Brasil e, como fruto desta parceria, lança
O Wintex 1000 tem suporte universal e pode ser montado em outros veículos além dos tradicionais quadriciclos
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O Wintex 1000 faz amostragem homogênea de solo na profundidade de até 30cm. A profundidade pode ser regulada infinitamente nessa distância. O solo é coletado com um trado garantindo amostras homogêneas na profundidade selecionada. Se a amostra é retirada com trado de rosca sempre será retirado mais material na camada superior que nas camadas mais profundas, já com o exclusivo sistema de coleta por trado calador giratório a coleta do Wintes 1000 é homogênea no perfil, não ocorrendo segregação de camadas de solo.
Painel indicativo de coletas permite acompanhar com precisão quantas subamostras foram realizadas no ponto
Outro ponto forte do Wintex 1000 que o diferencia no mercado de amostradores de solo, é a amostragem homogênea também em diferentes tipos de solo inclusive em solo revolvido recentemente. Apenas 12 a 14 subamostras são necessárias para obter em torno de 400 gramas de solo, que é a quantidade ideal para enviar aos laboratórios de análise. As amostras de solo são automaticamente acomodadas em uma caixa ou saco, impedindo assim que haja contaminação entre amostras, ficando prontas para serem enviadas ao laboratório garantindo um rápido e confiável trabalho no campo. O Wintex 1000 tem a capacidade de coletar 32 amostras com 12 subamostras por hora de trabalho, e toda a atividade é realizada com o operador sentado na posição de dirigir. A operação com o Wintex 1000 traz diferenciais que contribuem no dia a dia do operador no campo. Sua operação é bastante simplificada, pois todo o conjunto é comandado de cima do quadriciclo através de um botão acionado com a mão no volante. Atendendo as normas de segurança o sistema possui ainda dois acionamentos paralelos, sendo um ligado ao freio, exigindo que o veículo esteja freado, e o outro, um pedal de pé que permite a parada rápida no caso de algum incidente. Outro diferencial do Wintex 1000 é o painel indicativo de coletas realizadas que permite ao operador acompanhar com
PRInCIPAIS CARACTERÍSTICAS
Para quadriciclos acima de 500 cilindradas o sistema hidráulico pode ser acoplado no motor do próprio veículo
precisão, por exemplo, quantas subamostras realizou no ponto. A Base – Precisão na Agricultura possui também em seu portfólio o HGIS (software especializado para coleta de amostras de solo georrefenciadas a campo em Agricultura de Precisão), Laboratório de Análises Química e Física de Solo (Laboratório com Certificação A na Rolas – Rede Brasil Sul de Laboratórios) e Análise de Tecido Vegetal (Laboratório com Certificação do IAC), além dos serviços e assessoria a empresas de máquinas e implementos agrícolas e dos serviços de assessoria em Agricultura de Precisão a produtores rurais.
• Equipamento com suporte universal possível de ser instalado em todos os modelos de utilitários agrícolas • Fácil instalação e operação • Acionamento por sistema eletrohidráulico que garante robustez e mínima manutenção • Exclusivo sistema de contagem de amostra • Profundidade de coleta de até 30cm com infinitas regulagens neste intervalo • Trados de diferentes diâmetros, garantindo a qualidade de amostragens independentemente da textura e da umidade do solo • Ótima velocidade de trabalho, garantido grande rendimento operacional por jornada, mantendo a qualidade de amostragem do início ao final do dia • Exclusivo sistema de seleção de rotação do trado, garantindo ótimo desempenho em todos os tipos de solo • O solo é coletado com um trado calador que garante amostras homogêneas na profundidade selecionada
SEMEADORAS
Água negativa Avaliação mostra que teor de umidade no adubo interfere na eficiência da distribuição em semeadoras-adubadoras no plantio de milho
A
tiverem entre 0,5 a 1,5 vez o espaçamento nominal. Existem várias opções de dosadores de fertilizante no mercado brasileiro. Os fertilizantes podem formar “pelotas ou empedrar”. Assim, os dosadores devem ser robustos e com capacidade de desestruturar estas formações. Em algumas máquinas, há uma peneira de malha grossa na parte superior do depósito para evitar que caia adubo “empedrado” ou com outros corpos estranhos. Umas das alternativas de regulagens da dosagem de fertilizante é a mudança de relação de transmissão, com a troca de engrenagens e a troca de rosca com diferentes passos (sem-fim com passo de ¾”; 1”; 1 ½” e 2”). Com os menores passos ocorrem menores oscilações na dosagem de fertilizante quando a semeadora é submetida a inclinações longitudinais As semeadoras-adubadoras geralmente possuem tabelas para as dosagens de fertilizantes em função das engrenagens utilizadas. Entretanto, em função das características físicas dos fertilizantes (higroscopicidade, resistência ao esfarelamento, granulometria) e de fatores ambientais, estas tabelas são apenas indicativas, necessitando-se de
Massey Ferguson
importância da distribuição das sementes é tão grande para algumas culturas ditas sensíveis à população de plantas por unidade de área, que as máquinas que realizam a semeadura destas culturas são chamadas de semeadoras de precisão. Neste tipo de máquinas, destaca-se a importância dos mecanismos dosadores de sementes, pois são os responsáveis pela precisão da máquina. Esses mecanismos têm por função individualizar as sementes contidas no reservatório, sem danificá-las, e distribuí-las uniformemente de acordo com a necessidade específica de cada cultura. Com relação à velocidade de deslocamento, a ideal é aquela em que o sulco abre e fecha com mínima remoção de solo e está associada à capacidade da semeadora em distribuir as sementes nas quantidades desejadas e na capacidade da máquina em manter a regularidade de distribuição longitudinal das sementes, evitando ao máximo a ocorrência de “grãos duplos” e de “falhas”. Segundo a ABNT, considera-se “duplo” quando a distância entre sementes é menor que 0,5 vez o espaçamento nominal; “falhas” quando a distância entre sementes é maior que 1,5 vez o espaçamento nominal e, “aceitáveis” quando os espaçamentos es-
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uma regulagem mais aprimorada inclusive a cada troca de formulação do fertilizante. Considerar também que fertilizantes em pó apresentam maior dificuldade de distribuição por terem baixa escoabilidade, que resultam na formação de espaços vazios no reservatório, não havendo alimentação adequada do mecanismo de distribuição. No entanto, outras variáveis como a distribuição de fertilizantes com diferentes teores de água (umidades) ainda carecem de informações concretas em condições de campo, tendo em vista recorrentes questionamentos de produtores quanto à influência ou não desta variável durante a semeadura. Alcarde et al (1992) afirma que fertilizantes úmidos ou os que tendem a absorver a água do ar são problemáticos, pois apresentam uma série de inconvenientes: dificuldade de manuseio e de “escoamento” (fluidez), tendência ao empedramento e diminuição no teor de nutrientes. Com o objetivo de estudar alguns parâmetros indicadores de desempenho da operação da semeadura direta do milho sob diferentes condições operacionais em solo argiloso com vegetação espontânea, uma equipe do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro, Campus Uberlândia, foi a campo
Tabela 1 - Distribuição de sementes Velocidades V1 V2 Médias CV
Distribuição longitudinal de sementes Duplo (%) 19,05A 11,90A 15,48 109,01
Aceitável (%) 67,87A 78,57A 73,21 31,27
Falha (%) 13,10ª 9,52ª 11,31 108,91
Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey
Tabela 2 - Variâncias das distribuições de fertilizante da semaeadora-adubadora Comparações Sem adição e (2) Adição de 0,6% Sem adição e (3) Adição de 1,25%
Variâncias 976,86 e (2) 6453,64 976,86 e (2) 6238,79
Valor da estatística F 0,023 * 0,026 *
*Variâncias diferentes entre si pelo teste de F a 5% de probabilidade
Tabela 3 - Variância de distribuição do fertilizante em uma volta da roda da semeadora-adubadora (5,43m) Comparações (1) Sem adição e (2) Adição de 0,6% Sem adição e (3) Adição de 1,25% Sem adição e (4) Adição de 2,5%
Variâncias - g 2 (1) 15,82 e (2) 33,82 (1) 15,82 e (3) 339,29 15,82 e (4) 171,60
Valor da estatística F 0,2731 ns 0,1916 ns 0,0015**
ns não há diferenças entre as Variâncias pelo teste de F a 5 %; ** Variâncias diferentes entre si pelo teste de F a 1% de probabilidade.
para testar o desempenho da operação de semeadura direta do milho em diferentes velocidades de avanço e teores de umidade dos fertilizantes. As velocidades foram de 4,5 e 6,1km/h obtidas nas marchas terceira reduzida e primeira simples. Os teores de água foram: condição natural do fertilizante (sem adição de água), adição de 0,6% de água com base
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no peso do fertilizante e adição de 1,25% de água. A avaliação da distribuição longitudinal quanto a espaçamentos aceitáveis, falhas ou sementes duplas foi efetuada de acordo com as normas da ABNT, citadas por Kurachi et al (1989). Os fatores estudados foram: velocidade de avanço (V1 e V2) e teor de água no fertilizante (U1, U2, U3), distribuídos em quatro blocos, oito parcelas e 24 subparcelas. Os dados foram submetidos à análise de variância e ao teste de Tukey para comparação de médias, e teste de comparação das variâncias pelo teste de F, ambos os testes foram avaliados ao nível de 5% de probabilidade.
RESULTADOS ENCONTRADOS
A avaliação da distribuição longitudinal das sementes de milho quanto a espaçamentos duplos, aceitáveis e falhas não apresentou diferenças para as velocidades de deslocamento (Tabela 1). Estes resultados divergem dos obtidos por Fey et al (2000), Silva et al, 2000, Silva et al, 2008, onde o aumento da velocidade de deslocamento reduziu a uniformidade de semeadura do milho e causou um aumento de duplos e falhos. A falta de semelhanças entre os resultados de distribuição de sementes com os da literatura está relacionada com o elevado coeficiente de variação obtido, o qual deve estar associado com a dificuldade dos elementos rompedores de semente da semeadora hidráulica em penetrar no solo, influenciando assim a distribuição. De acordo com Torino & Klingensteiner (1983), a semeadora apresenta desempenho ótimo se a distribuição de sementes fica entre 90% e 100% dos espaçamentos aceitáveis, bom desempenho de 75% a 90%, regular de 50% a 75%, e insatisfatório abaixo de 50%. Desta forma, a semeadora-adubadora
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utilizada apresentou desempenho regular na velocidade de operação V1, e desempenho bom na V2. Considerando-se a média das velocidades de 73,21%, o desempenho da máquina é regular para a uniformidade dos espaçamentos entre sementes. A distribuição média do fertilizante obtida no campo durante os dez metros de deslocamento da semeadora-adubadora foi de 152,20 gramas, valor 22,36% inferior aos 196 gramas, que deviam ser distribuídos neste percurso em função da regulagem de fertilizante adotada. Esta condição deve ter ocorrido em virtude da pequena quantidade de fertilizante adicionado nas caixas da semeadora-adubadora, em torno de 1/8 do volume total, condição que proporcionou uma alimentação do condutor helicoidal de forma ineficaz. Outra possibilidade deve-se ao fato de a regulagem ter sido feita em condição estática, não sendo conferida no campo, comportamento parecido a este foi obtido por Casão Júnior et al (2000). A distribuição média de fertilizante obtida no galpão durante uma volta da roda de acionamento do distribuidor de fertilizante foi de 98,10g, quando se esperava 106,43g, ou seja, 7,83% inferior à regulagem adotada. Como a quantidade de fertilizante na caixa era a mesma da condição de campo, isso reforça a hipótese que a maior variação no campo deve estar associada à falta de aferição da regulagem na área experimental, causando um maior erro quando comparado com a etapa do galpão. Os comportamentos da redução nas distribuições de fertilizantes tanto no campo como no galpão ocorreram para todas as situações, independente da adição ou não de água no fertilizante.
John Deere
Fankhauser
O teste mostrou que a alteração na velocidade não influenciou na distribuição das sementes
A distribuição longitudinal de fertilizantes foi afetada para todos os níveis de adição de água na etapa de campo. Estes resultados foram obtidos pelos testes das variâncias entre o nível sem adição de água em comparação com os níveis adição de 0,6%, e adição de 1,25% de água ao fertilizante (Tabela 2). A etapa do experimento realizado no galpão apresentou diferenças apenas entre as variâncias
entre os níveis sem adição de água e o maior nível de adição de água (2,5%) ao fertilizante, conforme é apresentado pela Tabela 3.
CONCLUSÕES
A distribuição das sementes de milho quanto a espaçamentos duplos, aceitáveis e falhas apresentou o mesmo comportamento para as diferentes velocidades de
deslocamento. O desempenho da semeadora-adubadora foi considerado regular quanto à uniformidade de distribuição de sementes. A diferença da distribuição no campo deve estar relacionada com a falta de conferência da regulagem da máquina na área experimental, e o baixo carregamento das caixas da semeadoraadubadora com fertilizante. Os níveis de adição de água ao fertilizante afetaram negativamente a distribuição em condi.M ções de campo. Carlos Alberto Alves de Oliveira Leomar Paulo de Lima Inst. Federal do Triângulo Mineiro
tratores
Fotos Marini
Largura maximizada
Alongadores de eixo da Marini facilitam operações e manobras com tratores em culturas como a cana-de-açúcar, que exige maior vão livre
P
roporcionar aumento da largura entre eixos para que alcance de 2,8m a 3m, semelhante aos equipamentos de transbordo, e dessa forma facilitar as operações com o trator em cana-de-açúcar. Essa é a principal característica dos alongadores produzidos pela Marini, empresa gaúcha, situada no município de Passo Fundo, que também produz e comercializa aros, discos, rodados duplos e pneus. As vantagens de se utilizar alongadores de eixo para o cultivo da cana se explicam pelo fato de o trator aderir a uma largura maior, o que impede que amasse a soca,
a linha de rebrota da cana-de-açúcar, aumentando a produtividade, e também uma melhora no raio de giro do trator, pois o grande vão livre e o esterçamento dão à máquina uma condição de manobra superior. Segundo o fabricante, na cultura da cana o produto pode proporcionar aumento de 20% na produtividade. O número de linhas cultivadas por vez passa de dois para três. Outro benefício se refere ao Cano Verificador do óleo da tração utilizado pela marca, que permite a troca de óleo sem a necessidade de desinstalar o produto.
A aplicação de alongadores não se restringe apenas a máquinas que atuam em lavouras canavieiras
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A empresa desenvolve os alongadores de eixo de acordo com as necessidades das usinas, com opções para todas as marcas e modelos de tratores. Atualmente, os mais utilizados são para “linha pesada”, como BH 180/185 e JD 7515/7715. Porém, há alongadores com saída para tratores MF e da linha CNH também. Os Alongadores de Eixo são produzidos com material especial, altamente resistente. As peças que compõem o produto são tanto em ferro (em uma composição especial) quanto em aço de alta resistência – o que traz custo mais elevado, mas muita qualidade agregada. O emprego dos alongadores não se restringe somente às lavouras canavieiras. O uso é adequado à necessidade do trator ser alongado, independentemente da cultura. O produto possui patente deferida junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). A manutenção, na maioria dos casos, se restringe ao reaperto de parafusos e tuchos que acompanham alongadores. Em alguns modelos, no entanto, é recomendada a troca de rolamentos da tração. .M
Os alongadores são produzidos com material altamente resistente e compostos de ferro ou aço
ficha técnica
Delta Flex
O Rotor Delta Flex possibilita transformar colhedoras com sistema de trilha convencional de cilindro e sacapalhas em colhedoras axiais
A
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nais treinados, com maquinários de última geração e seguindo rigoroso controle de qualidade da empresa.
O SISTEMA DELTA FLEX
O Rotor Delta Flex é acionado pela própria polia variadora do cilindro, transferindo a tração por meio de uma caixa redutora a um cardã que por sua vez aciona a parte traseira do eixo do rotor por meio de corrente ASA 80 banhada em óleo, munido ainda de catraca de alívio apta a proteger todo o sistema de acionamento. Ele é balanceado eletronicamente, impedindo assim a vibração e evitando danos à estrutura da máquina. As sapatas de trilha e separação são removíveis, proporcionando uma fácil manutenção. Essas sapatas, por estarem dispostas em direção helicoidal, permitem um grande fluxo de palha sem acarretar qualquer problema mecânico ao equipamento. O transporte inicial do produto é feito por uma rosca de duas hélices monFotos Deltamaq
Deltamaq trouxe ao mercado agrícola sua segunda geração de rotores, um equipamento para modificação do sistema de trilha da semente nas colhedoras convencionais de cilindro e saca-palhas. Com o surgimento desse novo rotor Deltamaq, atualmente a empresa possui dois modelos de rotores que permitem que praticamente qualquer máquina colhedora não axial possa ser transformada em uma. O equipamento é um rotor longitudinal denominado Rotor Delta Flex, que oportuniza a que todos os proprietários de colhedoras convencionais as transformem em máquinas com sistema de trilha de semente de última geração. Ele pode ser montado em colhedoras a partir de 1.300mm de largura, substituindo o cilindro original da máquina, e realizando todo o processo de trilha e separação do grão, com o máximo de eficiência e eficácia. Os resultados da colheita se mostram que com o aumento da área de trilha e separação e com o aumento da suavidade no trato da semente, o produto atinge níveis de quebra e sujeira quase próximos de 0%. O desempenho foi testado em inúmeras situações de colheita, mostrou aumento na qualidade do grão e a utilização da potência do motor da máquina foi de forma mais homogênea, reduzindo consideravelmente o esforço e o consumo de óleo. O Rotor Delta Flex mantém as linhas originais da máquina porque o chassi do rotor é apenas parafusado nas colunas internas da colhedora. Além disso, como sua montagem ocorre dentro da fábrica da Deltamaq, a instalação é feita por profissio-
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tadas no cone de transição no início do rotor, que proporciona um fluxo suave e constante da trilha e separação. A trilha ocorre nas gengivas e estão dispostas em helicoide, formando quatro fileiras de cinco gengivas. Ao todo são 20 elementos que passam pelos três côncavos de barras universais com 180° de envolvimento, os quais são regulados conforme a cultura, resultando numa excelente qualidade do grão. A separação final dos grãos ainda presos à palha cabe aos 20 batedores que, depois de fazerem a palha passar pelas quatro grelhas autolimpantes, conduzem o processo final de separação e debulha, restando sementes sem danos, com alto nível de limpeza e perdas próximas de zero. Por fim, a saída da palha é feita por quatro aletas direcionadoras, que transferem a palha da colheita para o picador ou espalhador, auxiliando na finalização da colheita com uma cobertura homogênea da palha sobre o solo. O Rotor Delta Flex é um produto patenteado pela .M Deltamaq.
CARACTERÍSTICAS - Aumento da qualidade do produto colhido. - Níveis de quebra, trinca e impurezas próximos de 0%. - Redução no custo de manutenção da colhedora. - Balanceamento eletrônico, o que evita vibrações. - Possibilidade de ajustes contínuos de rotação. - Utilização mais eficiente da potência do motor, reduzindo o consumo de combustível. - Retirada do cilindro original. - Prolonga a vida útil da colhedora. - Baixo custo de investimento e matéria prima de primeira linha. - Peças de reposição em estoque. - Sistema exclusivo e patenteado, com tecnologia nacional e produzido no Brasil. - Sistema já colhe há mais de dois anos inúmeras culturas em diversos estados brasileiros. - Garantia de fábrica e assistência técnica em todo o Território Nacional. - Comprimento: 3,820mm - Largura: 1.300mm. - Diâmetro do rotor: 700mm. - Rotação mínima: 250rpm. - Rotação máxima: 850rpm. - Peso total: 1.742kg.
ficha técnica
Sol TT 32 34 A Semeadora Sol TT 32 34 da Semeato tem 34 linhas com espaçamento de 45cm, com possibilidade de distribuição de sementes através de discos alveolados ou sistema pneumático Vacuum System e utiliza os mesmos rodados para transporte da máquina e para a operação de plantio
A
Semeato está lançando uma semeadora de grãos graúdos, indicada para propriedades que realizam a adubação antecipada. A plantadeira Sol TT é uma máquina específica para sementes – máquina Seed - que foi desenvolvida para proporcionar maior eficiência na operação de semeadura, que busca aliar qualidade de plantio e produtividade (rendimento) operacional, no plantio direto de grãos graúdos. A Sol TT é uma máquina autotransportável com 34 linhas espaçadas a 45cm. A máquina perfeita para realizar o plantio em tempo hábil, dentro da janela recomendada para a realização do mesmo, fator decisivo para atingir maiores produtividades. Ela tem linhas de semeadura pantográficas montadas em um chassi com três módulos flexíveis que oferece plenas condições para a realização da semeadura mesmo em terrenos irregulares. A distribuição das sementes realizada através do sistema de discos alveolados ou sistema pneumático Vacuum System possibilita individualizar as sementes com precisão para que as mesmas sejam distribuídas de forma equidistante. O disco de corte de 20”, independentemente da linha de semente, foi projetado para obter melhores resultados no corte das diferentes
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palhadas resultantes do sistema de rotação de culturas adotados na propriedade. A transmissão eletro-hidráulica facilita ao operador a calibração da quantidade de sementes. O monitoramento das linhas é a segurança do operador para evitar problemas na plantabilidade da lavoura. Mesmo sendo uma máquina de grande porte, a manobrabilidade e a agilidade são características marcantes da Sol TT. O deslocamento da máquina é realizado de forma longitudinal, com largura de transporte de apenas cinco metros, facilitando o deslocamento por estradas e rodovias.
CHASSI E CABEÇALHO
O chassi da Sol TT é formado por três módulos flexíveis que apresentam uma articulação de 15 graus entre si. Desta forma, mesmo se tratando de uma máquina de grande porte, o plantio em áreas irregulares é facilitado. Por se tratar de uma máquina autotransportável, a Sol TT possui dois cabeçalhos: um cabeçalho para operação e um cabeçalho para transporte. Ambos são articuláveis e sempre permanecem fixados na máquina, independentes da operação que está sendo realizada. Durante a operação de plantio, com o cabeçalho de trabalho acoplado ao trator,
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Detalhe de duas formas de montagem da roda de profundidade (acima) e visão geral da linha
a distância entre o trator e a máquina é de apenas 3,65m, o que facilita a realização das manobras. Os cabeçalhos apresentam regulagem de altura da ponteira através de fuso regulador para facilitar o acoplamento da máquina ao trator.
RODADO
A máquina apresenta oito rodados, montados com pneus de baixa pressão e alta flutuação para diminuir os efeitos da compactação do solo e gerar maior estabilidade do equipamento tanto na operação de plantio como na operação de transporte. Os rodados são pantográficos com giro livre. Apresentam sistema de posicionamento através de trava para se adaptar à operação que será realizada: plantio ou transporte.
Fotos Semeato
Na operação de plantio, os rodados dianteiros permanecem livres e os traseiros fixos. Isto, aliado a pequena distância entre o trator e a máquina, facilita as operações de manobras na lavoura e faz com que a máquina já entre no próximo alinhamento. Os mesmos rodados utilizados para o plantio são usados para o transporte da mesma.
DISCO DE CORTE
Para o corte da palha e abertura do sulco a máquina está equipada com disco de corte de 20”. Os discos de corte estão posicionados de forma independente da linha da semente. Estão fixados no tubo dianteiro da máquina enquanto que as linhas de semente estão fixadas no tubo traseiro da máquina. Os discos são montados de forma desencontrada – linha curta e linha longa – e apresentam giro livre e regulagem de altura. O sistema de regulagem da pressão de corte destes discos é facilitado, uma vez que a mola que transfere a pressão aos mesmos é frontal, de fácil acesso.
LINHA DA SEMENTE
As linhas de semente são do tipo pantográfico, que copia as irregularidades do terreno garantindo melhor uniformidade na profundidade de colocação das sementes.
Oito rodados, montados com pneus de baixa pressão e alta flutuação, são utilizados na operação de plantio e também na função de transporte
As linhas são desencontradas para facilitar o escoamento de palha e terra, diminuindo a probabilidade da ocorrência de embuchamentos. Trabalha sob a ação de duas molas que possuem regulagem de pressão, realizada de forma fácil e prática. A transmissão ao distribuidor de sementes é realizada através de eixos e corrente. Uma única corrente que permanece totalmente protegida através de
uma carenagem para evitar a aderência de terra e palha. A corrente está montada em dois pontos fixos da linha e, portanto, não sofre oscilações com o movimento da linha. Possui ainda uma união flexível, montada em um eixo sextavado, para absorver impactos durante a movimentação da linha. As linhas pantográficas apresentam uma articulação de 40cm.
Fotos Semeato
Detalhe de uma linha de plantio, montada numa máquina com sistema de distribuição de sementes pneumático
O sulcador da semente é formado por discos duplos defasados de 15” x 15.1/2” com limpadores internos autoajustáveis. A mancalização dos discos é realizada através de um rolamento único em cada disco, com dupla carreira de esferas de contato angular, com lubrificação permanente.
LIMITADORES DE PROFUNDIDADE
O sistema limitador de profundidade é formado por duas rodas limitadoras com banda de borracha flexível, independentes. A regulagem da determinação da profundidade de semeadura é realizada através de um manípulo de maneira fácil e rápida. Eles apresentam ainda regulagens de ângulo de trabalho, e de posicionamento em relação ao sulcador de semente, e podem ser posicionados junto ao sulcador da semente ou ligeiramente atrás do sulcador.
COMPACTADORES
Cabeçalho utilizado para o transporte da máquina fica recolhido na lateral, quando ela está realizando o plantio
para efetuar estas regulagens.
RESERVATÓRIO DE SEMENTES
O reservatório de sementes é do tipo central, confeccionado em polietileno rotomoldado que confere maior durabilidade e resistência, com capacidade de aproximadamente 4.000kg de sementes. As sementes são conduzidas por gravidade, através de condutores telescópicos, desde o reservatório central até as “pipoqueiras” que estão localizadas sobre as linhas de semeadura. A distribuição das sementes pode ser realizada através do tradicional sistema de discos alveolados ou através do sistema pneumático Vacuum System, formado por distribuidores confeccionados em alumínio injetado e duas turbinas acionadas através de motores hidráulicos.
SISTEMA DE TRANSPORTE
A Sol TT é uma máquina autotransportável. Os mesmos rodados que são utilizados na operação de plantio, também são utilizados para o transporte da máquina. Em posição de transporte, a máquina apresenta uma largura de apenas cinco metros, facilitando o deslocamento da máquina em .M estradas e rodovias.
SISTEMA DE TRANSMISSÃO
O sistema de fechamento do sulco e compactação é formado por duas rodas com banda de borracha, montadas em forma de “V”. Os compactadores apresentam regulagens de pressão de compactação realizada através de alavanca e regulagem de ângulo de trabalho realizada através de manípulo, não sendo necessária a utilização de chaves
A transmissão é realizada através de um sistema eletro-hidráulico, formado por válvulas eletrônicas e por três motores hidráulicos que são controlados por um controlador eletrônico Turbotronic instalado no trator. Com este sistema o operador tem o total controle da distribuição de sementes da máquina, podendo variar a densidade de distribuição das mesmas com um simples toque na tela.
Discos de corte do sulcador são de 20 polegadas
Transmissão eletro-hidráulica possibilita calibração da quantidade de sementes
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Além desta função, o Turbotronic também monitora o fluxo de sementes nas linhas, monitora a RPM de duas turbinas, monitora a RPM do eixo das sementes, informa área total e parcial trabalhada e a velocidade de trabalho.
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Detalhe da turbina hidráulica em modelos com distribuição pneumática
Pino possibilita travar o rodado ou deixá-lo atuando de forma livre
Eventos Cotrijal
Faturamento duplicado Volume de negócios na Expodireto 2011 supera em 92,14% a edição anterior e o número de lançamentos feitos pelas empresas surpreendeu os visitantes do evento
A
12ª edição da Expodireto, realizada em março, no município de Não-Me-Toque, no noroeste do Rio Grande do Sul, voltou a bater recordes. O volume de negócios alcançou R$ 984,3 milhões contra R$ 512,3 milhões contabilizados em 2010, o que representa crescimento de 92,14% em relação ao ano anterior. Em 2011 o número de visitantes foi de 161,1 mil pessoas, 4,4% inferior em relação à edição passada. Mas o público
menor não foi suficiente para ofuscar o desempenho da feira. O evento registrou 330 expositores, 819 coletivos e 28,3 mil automóveis. “A Expodireto cresceu bastante. Aqui nós tivemos grandes lideranças políticas na Abertura Oficial; a estrutura do Parque atendeu a todas as necessidades dos visitantes e dos expositores; o volume de negócios superou a edição de 2010 em 92,14%, e a satisfação do público, mostrada através de pesquisa no Parque, ficou em invejáveis 95%”, comemorou o
A Valtra destacou o Pulverizador BS 3020H, primeiro autopropelido da empresa no Brasil
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presidente da Cotrijal, Nei César Mânica. Os lançamentos do setor de máquinas e implementos agrícolas voltaram a chamar a atenção do público.
Valtra
A Valtra levou para a Expodireto o prélançamento do Pulverizador BS 3020H. Na linha de colheitadeiras, a marca mostrou a nova plataforma de corte Draper HiFlex Série 500, acoplada a uma colheitadeira BC7500. Já a Plantadeira Hitech 1508M foi apresentada durante o plantio demonstrativo de soja. O implemento foi acoplado a um trator BT 210, com transmissão HiSix com PowerShift, que possui 24 velocidades à frente e 24 à ré.
A John Deere expôs a linha de tratores financiáveis pelo programa Mais Alimentos, com destaque para os novos modelos 5075E e 5078E
Fotos Cultivar
Pulverizador autopropelido MF 9030, com motorização de 200cv, foi apresentado aos produtores gaúchos
John Deere
A colheitadeira 9470 STS foi uma das opções da John Deere durante a feira. A empresa também mostrou sua linha de tratores financiáveis pelo programa Mais Alimentos, com destaque para os novos modelos 5075E e 5078E, respectivamente de 75cv e 78cv. Em tratores com potência maior a marca levou para o evento os modelos 6180J, da série 6J, com motor de 180cv, e 7185J, com motor de 185cv. A plantadeira 1100, projetada para as condições da região Sul, a enfardadora cilíndrica 568, a segadora condi-
Com 25 metros de barra, o Boxer da Montana foi projetado para trabalhar em pequenas e médias propriedades
cionadora 630 e a forrageira de arrasto 3955 também foram apresentadas. No segmento de Agricultura de Precisão, o novo receptor StarFire 3000, o Console Raven SCS 660M, o sensor de linha Guia Inteligente para a Colheita de Milho (AutoTrac™RowSense) combinado com o Piloto Automático Integrado nas colheitadeiras STS e plataformas de milho 600C, além do monitor GreenStar™3 2630, foram os destaques. O estande da John Deere apresentou ainda os utilitários gators XUV 850D e TH e os tratores de jardim LA 135 e LA 175.
Montana
Um dos lançamentos da Montana foi o pulverizador autopropelido Boxer, projetado para trabalhar em pequenas e médias propriedades. O motor de 115cv e o tanque de calda para dois mil litros são específicos para uso agrícola, o que acarreta em menores índices de consumo de diesel e maior durabilidade. A máquina tem bons rendimentos em terrenos ondulados, por possuir um sistema de diferencial autoblocante, sistema de amortecimento pneumático ativo e baixo peso (5,2 mil quilos), o que proporciona
Fotos Cultivar
A New Holland destacou a linha de colheitadeiras TC 5070 e 5090, financiáveis pelo programa Mais Alimentos
grande mobilidade e estabilidade em diversos tipos de terrenos. O Boxer tem transmissão 4x2 mecânica com cinco velocidades à frente e uma à ré. O autopropelido é equipado com uma barra autoestável de 21 metros, com comando de barras eletro-hidráulico, através do qual o operador, dentro da cabine, faz o acionamento de abertura e fechamento de barras pela caixa de comando.
New Holland
A New Holland destacou a linha de colheitadeiras TC 5070 e 5090, financiáveis pelo programa Mais Alimentos, além dos modelos CR9060, equipados com dois rotores e CS 660 Super Flow. A linha de tratores TL Exitus foi mostrada com a versão cabinada.
Case
A Case trouxe seus primeiros lançamentos de 2011, como a colheitadeira Axial-Flow 7120, e dois modelos da linha de tratores Farmal de 80cv e 95cv, na versão cabinada. A marca mostrou, ainda, um sistema completo para a agricultura de precisão que pode ser instalado em tratores, pulverizadores, plantadeiras e colheitadeiras.
Scania
A Scania, fabricante de caminhões e ônibus para transporte pesado e de moto-
res industriais e marítimos, apresentou na Expodireto os caminhões R 380 4x2, R 470 4x2 e o G 420 6x4. Foi destaque na feira o modelo R 470 4X2, indicado principalmente para o transporte de líquidos e cargas fracionadas e paletizadas com tanque, baú e sider. Possui motor de 12 litros e 470 cavalos de potência.
Jacto
A Jacto apresentou na Expodireto 2011 o Uniport 2500 Star – Model Year 2011. O principal diferencial é a introdução de dupla velocidade como item de série, o que garante o melhor escalonamento de marchas, visto que as diversas situações do solo passam a ser atendidas pela otimização da velocidade conseguida pela combinação das dez marchas à frente e duas à ré. A novidade também propicia a economia de combustível, já que com o melhor desempenho da tração do equipamento e desenvolvimento de velocidades adequadas para as mais diversas condições de uso e solo, o consumo de combustível é menor, com a possibilidade de atingir a marca de até 8,5 litros por hora. Outra vantagem que a máquina apresenta é o maior rendimento operacional com qualidade de aplicação superior, tendo em vista que o escalonamento de marcha possibilita trabalhar com tração adequada para transpor relevos e solos pesados que
A Scania destacou o caminhão R 470 4X2, indicado principalmente para o transporte de líquidos e cargas fracionadas e paletizadas, com 470cv de potência
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A Case IH destacou a colheitadeira Axial-Flow 7120, um dos primeiros lançamentos de 2011
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exijam maior capacidade de tração. Como resultado, há menor variação de velocidade, o que proporciona o aumento da qualidade de aplicação e maior rendimento operacional.
Bush
Na feira, a Bush lançou o nivelador automático de barra de pulverizador, BRA 5000. O produto mantém a altura do bico de pulverização ideal para uma melhor cobertura, possui a vida útil maior do sistema de barra e possibilita maior velocidade de trabalho e melhor eficiência do produto aplicado.
Jumil
O lançamento da Jumil na Expodireto 2011 foi a colhedora de Milho JM800. O produto foi desenvolvido para colheita de milho em espigas com umidade de no máximo 35%, ideal para produção de milho para rolão, nutrição de equinos e ovinos e mistura da silagem como complemento alimentar animal. Também, a máquina é ideal para colheita de espigas em campos experimentais e para debulha manual ou em debulhadores preparados, o que facilita a pesquisa genética e experimentos de desenvolvimento de sementes. A colhedora apresenta como principais diferenciais, a facilidade de acoplamento,
Uniport 2500 Star - Model Year 2011, da Jacto, com sistema de dupla velocidade de série
operação e manutenção, a necessidade de um único operador e um rendimento maior na colheita de milho em espigas. Ainda, a máquina tem baixo custo operacional e redução de custos e tempo em relação à colheita manual, facilidade de trabalho em terrenos irregulares e possibilita o uso do trator para outras atividades na lavoura.
Miac
Desenvolvida para colher duas linhas de milho, sem quebra, sem danos mecânicos e limpos, a Miac lançou a colhedora FLZ Múltipla. A plataforma de corte tem 2,2m de largura para colheita de soja e feijão, sendo acionada mecanicamente e com a mudança da boca, a máquina recolhe também feijão. A transmissão é feita com eixo cardã AEMCO, com embreagem de disco, que protege a caixa de transmissão de solavancos ocasionados por algum material estranho na boca ou no sistema de trilha. A bica de ensaque no tanque graneleiro aumenta a versatilidade da FZL Múltipla e o engrenamento da caixa de transmissão com o sem-fim de descarga é feito hidraulicamente com a mesma alavanca de abertura do tubo de descarga. A colhedora é engatada numa estrutura
A Busch lançou o nivelador automático de barra de pulverizador, BRA 5000
A Jumil apresentou a colhedora de milho JM800, que pode colher o produto em espigas
fixada no trator, o que permite uma oscilação vertical em relação ao trator e facilita a movimentação do conjunto em áreas irregulares e com terraço, sem transferir esforço ao trator. A FZL com plataforma colhedora de feijão não necessita de mão de obra para abastecer a máquina, recolhe uma leira de até seis linhas de feijão e tem transmissão mecânica acionada por TDP de 540rpm. Com plataforma recolhedora de milho, a máquina colhe e trilha duas linhas de milho
e a altura de corte é regulável através de controle remoto.
Incomagri
O lançamento da Incomagri na Expodireto 2011 foi o misturador de ração MIN – 300/500/1000 P, que tem como aplicação misturar produtos secos, como sorgo, milho triturado e farelos de soja, no preparo da ração para o trato diário de animais, e proporciona maior durabilidade no manuseio de produtos corrosivos, como sais minerais
Fotos Cultivar
A Stara apresentou a plantadora Absoluta, com capacidade de aproximadamente 3,8 mil quilos de sementes
e outros. O misturador tem corpo em polietileno, eixo apoiado sobre rolamento blindado, polias, base para motor elétrico, plataforma de carga e descarga, moega de alimentação e contraeixo quando acionado por motores diesel ou gasolina. A durabilidade da máquina permite utilizá-la em setores industriais, comerciais e para armazenar a própria mistura de fácil preparação, com tempo de operação de 15 minutos.
Massey Ferguson
Um dos lançamentos da Massey Ferguson na feira foi o MF 9030, primeiro pulverizador autopropelido produzido no Brasil pela empresa. O pulverizador tem motor AGCO Sisu Power 620DS, tem 200cv, sendo econômico em consumo de combustível e é B100, ou seja, pode utilizar 100% Biodiesel. A transmissão é do tipo hidro com três velocidades, com duas bombas hidráulicas e motores individuais de roda. A tração é 4x4 cruzada, na qual o dianteiro esquerdo traciona com o traseiro direito e o dianteiro direito com o traseiro esquerdo, o que possibilita um bom desempenho em terreno macio, úmido e em
casos de ondulação do terreno onde a aderência costuma diminuir em uma das rodas. Em tratores a Massey Ferguson destacou as linhas MF 4200 e 7000 Dyna-6. Os modelos 4292, 4297 e 4299 vêm equipados com novo motor AGCO Sisu Power. Em colheitadeiras a MF 9790 ATR, a MF 9690 ATR, a MF 9790 ATR e a MF32 foram apresentadas. A plataforma Draper DynaFlex, plataformas de milho Série MF 3000, Plaina Frontal MF 1100, monitor de sementes PM 400 e o piloto automático System 150 também tiveram espaço no estande da empresa.
Stara
A Stara apresentou a plantadora Absoluta, com capacidade de aproximadamente 3,8 mil quilos de sementes, o que permite o cultivo de aproximadamente 80ha de soja entre abastecimentos. A Absoluta é composta por três seções de chassi e faz com que tenha uma copiagem maior dos desníveis do solo nas suas 35 linhas de 45cm. A abertura e o fechamento da máquina são feitos por um acionamento eletro-hidráulico, a partir do controlador Flex na cabine do trator. Os rodados dos chassis externos auxiliam no transporte da máquina e diminuem o peso
A Miac lançou a LZ Múltipla, com plataforma de milho e de feijão, com largura de corte de 2,2 metros
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A Metalfor apresentou o pulverizador autopropelido Futura 2200, equipado com motor Cummins, seis cilindros de 120cv
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sobre o trator. Ela vem equipada com o controlador Topper 4500 e dosador distribuidor de sementes pneumático. A transmissão das linhas pode ser através de cardã, com o sistema de fusível nas caixas de transmissão, para evitar algum dano no sistema em caso de travamento, ou através de corrente.
Metalfor
Os visitantes da feira puderam conferir no estande da Metalfor o pulverizador autopropelido Futura 2200. A máquina vem equipada com um motor Cummins, seis cilindros de 120cv refrigerado a água. A transmissão é 4x2 por meio de correntes nas rodas traseiras. O conjunto de transmissões se compõe por uma caixa Eaton de cinco velocidades na frente e uma na ré e um diferencial da mesma marca com reduzida pneumática. O chassi, o eixo e o suporte de pulverização são integralmente construídos em tubos de aço. A bomba de pulverização é centrífuga acionada por eletroímã e a vazão é de 250 litros/minuto. A capacidade do depósito de produto é de 2,2 mil litros, construído em PFRV, dotado de sistema .M quebra de ondas interno.
Misturador de ração MIN - 300/500/1000 P, da Incomagri, tem como aplicação misturar produtos secos, como sorgo, milho triturado e farelos de soja