Maquinas 107

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Cultivar Máquinas • Edição Nº 107 • Ano X - Maio 2011 • ISSN - 1676-0158

Nossa capa

Test Drive MF 4275 Compacto

Capa: Charles Echer

Matéria de capa

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Veja como foi o desempenho do novo integrante da família 4200 da Massey Ferguson, o 4275 Compacto, no test drive realizado pela Cultivar Máquinas

Destaques

Índice

Máquinas modernas

Colhedoras de milho

Os operadores estão preparados para operar e extrair o máximo das máquinas modernas que estão chegando no campo?

Estudo avalia o desempenho de colhedoras de milho para pequenas e médias propriedades

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• Editor

• Coordenação Circulação

Gilvan Quevedo

Simone Lopes

• Redação

Charles Echer Carolina Simões Silveira

• Revisão

Aline Partzsch de Almeida

• Assistente

Luciane Mendes Natália Rodrigues

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• Impressão:

Pedro Batistin Sedeli Feijó José Luis Alves

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Rodando por aí

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Agrishow 2011

08

Mecanização em florestas

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Máquinas modernas

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Test Drive - MF 4275 Compacto

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Empresas - Fatec

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Colheita de mudas de cana

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Consórcio de máquinas

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Empresas - Case IH

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Ficha Técnica - John Deere

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Colheita de milho

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Coluna Estatística Máquinas

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Assinatura anual (11 edições*): R$ 157,90 (*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)

Números atrasados: R$ 17,00 Assinatura Internacional: US$ 130,00 EUROS 110,00 Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados podem solicitá-las à redação pelo e-mail: cultivar@revistacultivar.com.br

Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.


rodando por aí

K.O.

Entusiasmado com o volume de vendas da K.O. durante a Agrishow, o diretor Ronaldo Nogueira da Cruz enfatiza que a empresa, alinhada com suas tradições, tem o compromisso de oferecer ao mercado produtos práticos, resistentes e duráveis, pilares responsáveis pela história de sucesso da Ronaldo N. da Cruz empresa.

Colombo

Um dos grandes destaques da Indústrias Reunidas Colombo foi a recolhedora de laranja Brava II. A máquina ajudou a movimentar ainda mais o estande e a equipe de vendas da empresa.

Metalfor

A Metalfor, presente no mercado brasileiro desde 1998, participou da Agrishow, dando destaque para o lançamento do ano, a Futura 2200 AB. Segundo Guillermo Zegna, gerente geral da empresa, a Agrishow superou todas as expectativas e as vendas foram superiores às da edição de 2010.

Gates

Cleber Souza, Alexandra Oliveira e Frederico Muller, junto à equipe da Gates, apresentaram aos clientes e visitantes da Agrishow a linha de produtos comercializados pela marca. Além das correias e mangueiras, um dos destaques durante o evento foi um painel contando os 100 anos da empresa.

Aemco

A procura por cardãs e componentes automotivos movimentou o estande da Aemco, empresa do grupo Indústrias Reunidas Colombo. A equipe de vendas fez demonstrações de produtos aos clientes e aos visitantes.

Kepler Weber

A equipe da Kepler Weber apresentou na Agrishow a sua linha de silos KW, secadores ADS, máquinas de limpeza e pré-limpeza, transportadores e projetos de armazenagem para Fazenda.

Montana

A equipe da Montana comemorou o troféu Ouro na categoria Novidade, concedido pelo Prêmio Gerdau Melhores da Terra – edição Agrishow 2011, à colhedora de algodão Cotton Blue 2805. Segundo Alessandro Wojciechowski, gerente de Marketing, a empresa já comercializou toda produção de 2011 e aproximadamente 40 máquinas da produção do próximo ano, apenas durante a Agrishow.

Agritech

A aquisição de máquinas agrícolas pelo sistema de consórcio é uma alternativa cada vez mais comum entre os produtores. Pequenos, médios e grandes empresários rurais estão adotando o sistema para renovar suas frotas de forma programada, explica Antônio Mattos, assistente comercial da Agritech. A empresa superou a meta de cotas estabelecidas para a Agrishow.

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Antônio Mattos

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Trelleborg

Adriano Gaya, Pedro Martinez, Rafaella Sene e Adriano Toniolo integraram a equipe da Trelleborg na Agrishow. A marca apresentou toda a linha agrícola produzida pela empresa. Um dos destaques foi o lançamento do pneu Trelleborg TM900 High Power, projetado para tratores de 200cv a 400cv.

Maggion

A Maggion apresentou novas medidas das linhas Super MHF e Fronteira 2. “Além da apresentação dos lançamentos e da projeção e fortalecimento da marca, a empresa investiu para oferecer aos participantes da feira e clientes um estande arrojado e prático”, informou o gerente de Marketing, Sebastião Ferreira. Alfredo Jobke

ZF

A ZF apresentou durante a Agrishow o segmento fora-de-estrada, com destaque para a transmissão Ergopower WG 160 e para o eixo Multitrac MT-B 3075, desenvolvidos para área de construção. Para o segmento agrícola o destaque foi para a família de transmissões T-600.

Santiago e Cintra

Uma das apostas da Santiago e Cintra para a Agrishow foi o monitor CFX 750, que pode ser usado em operações que vão desde o plantio até a colheita, incluindo taxa variável de fertilizantes e corretivos, além de desligamento automático de seção em pulverização e plantio.

Kuhn

O vice-presidente comercial mundial do Grupo Kuhn, Roland Rieger, lançou oficialmente o programa Kuhn Finance durante a Agrishow. A medida tem por objetivo suprir algumas dificuldades que os agricultores têm com instituições financeiras para o aporte de recursos e compra de equipamentos. O Kuhn Finance possui regras simples e fáceis de liberação de crédito, garante Rieger.

AGR

A AGR, distribuidora dos produtos de precisão Raven, demonstrou na Agrishow o Cruizer II. Segundo Flávia Siquara de Andrade, diretora da empresa, o equipamento pode ser usado em diversas operações, do preparo do solo à colheita, mesmo em condições de clima adverso, como chuva. Durante a Agrishow, permaneceu imerso na água para demonstrar Flávia Siquara de Andrade essa característica.

Lindsay

A Lindsay destacou equipamentos que permitem lâminas de água menores de 4mm. Segundo Eugênio Brunheroto, diretor geral da Lindsay, os testes de operação com lâmina reduzida fazem parte da estratégia de buscar o equilíbrio da produtividade com maior rentabilidade.

Parker Hannifin

Parker Hannifin apresentou equipamentos para diversos segmentos, como móveis, industriais, aeroespaciais e agrícolas. Marcelo Souza, gerente de Vendas, destaca que a Parker é uma empresa estrategicamente diversificada, sempre atenta às necessidades do mercado.

Eugênio Brunheroto

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Goodyear Correias

A equipe da Goodyear Engineered Products apresentou aos clientes e visitantes da 18ª Agrishow sua linha têxtil de correias transportadoras e elevadoras com cobertura de borracha sanitária, aprovada pelo Instituto Adolfo Lutz.

Valtra

A Valtra lançou mais três modelos da linha BH durante a Agrishow. Paulo Beraldi, diretor comercial, afirmou que a empresa é pioneira em tecnologias eficientes aliadas à robustez. “Hoje nossa linha pesada representa cerca de 40% do mercado de tratores Valtra”, garante.

Jak Torretta e Paulo Beraldi

Frederico Martins, Toshiaki Baba e Richard Meyering

Marketing

Carlos D’Arce assumiu o cargo de diretor de Marketing para a América Latina da New Holland. D’Arce é engenheiro agrônomo e atuou no segmento agrícola no ramo de defensivos para grandes culturas. Entre seus principais desafios está a introdução de tratores de grande porte e pulverizadores no mercado, além da consolidação da liderança da New Holland em Carlos D’Arce colheitadeiras.

Case IH

A Case IH marcou presença na Agrishow, com os lançamentos da geração de tratores Magnum, a colheitadeira Axial-Flow 2566 e a geração de plataformas Terraflex 3020. Para o diretor comercial, Cesar di Luca, o evento é um momento onde os produtores de grãos estão investindo na renovação de equipamentos para a nova safra e os produtores de cana iniciam a colheita, propiciando excelentes negócios para as empresas.

Renovação

Mercado aquecido

Flavio Crosa, diretor de Vendas da Agrale, recepcionou o ministro do Desenvolvimento Agrário Afonso Florence e apresentou toda a linha de produtos da empresa, como os tratores das séries 4000, 5000 e 6000, além da linha de caminhões e a família de utilitários Marruá. Crosa destacou que os incentivos dados pelo Governo alavancaram as vendas de máquinas menores em 2010, o que contribuiu para o mercado aquecido.

A nova geração de tratores da Linha Magnum, composta por cinco modelos, é um marco para a Case, segundo o gerente de Marketing para América Latina, Alfredo Jobke. “Os modelos Magnum 235, 260, 290, 315 e 340, não só substituirão gradativamente os modelos anteriores da linha, como também passarão a ser produzidos Alfredo Jobke no Brasil”, anunciou. Flavio Crosa

Investimentos

A New Holland divulgou que planeja investir em pesquisa e desenvolvimento, no aumento da capacidade produtiva instalada e na melhoria dos processos industriais, no Brasil, nos próximos anos. De acordo com o vice-presidente da New Holland América Latina, Bernhard Kiep, a empresa pretende investir R$ 1,7 bilhão no País até 2014.

50 anos

O diretor comercial da Massey Ferguson, Carlito Eckert, destacou o excelente momento do agronegócio brasileiro e o reflexo na comercialização de máquinas agrícolas. “Chegamos ao cinquentenário da fabricação da marca no Brasil em um momento especial, com uma linha de produtos renovada que vai do preparo do solo à colheita. Com estes fatores e a oferta suficiente de crédito, sabemos que é possível encerrarmos o ano muito próximo ao de 2010, período em que o mercado de máquinas registrou um dos maiores picos das últimas décadas”, projeta Eckert.

Eduardo Gonzaga

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Carlito Eckert e Fábio Piltcher


Impulso

Eduardo Souza, gerente de Tratores da AGCO, comemora o lançamento de diversos modelos das marcas Massey Ferguson e Valtra durante a Agrishow. A gama de produtos oferecida pelas empresas da AGCO, aliada à grande rede de concessionárias distribuídas pelo país, é o diferencial que impulsiona a marca no mercado Eduardo Souza brasileiro.

Ceres

A Ceres Agrotecnologia, empresa que desenvolve e fabrica equipamentos para a agricultura de precisão, lançou na Expodireto a linha Ostera. Por ocasião do evento foram fechadas importantes parcerias para as regiões do Centro-Oeste, norte do Rio Grande do Sul, e norte do Paraná.

Modernização

Com foco na modernização da agricultura brasileira e no aumento de produtividade, a Agrale exibiu na Agrishow 2011 diversos tratores da linha 6000 com equipamentos para atender a agricultura de precisão. Os modelos têm, como opcionais, controles de monitoramento, sistema GPS e piloto automático. “O objetivo é oferecer aos clientes e agricultores versões com as mais avançadas tecnologias disponíveis”, explica Silvio Rigoni, diretor de Vendas da Agrale.

GTS

A equipe da GTS, empresa de Lages, Santa Catarina, destacou na Expodireto a maior plataforma de colher milho do mercado, construída em alumínio, com acoplamento universal. Ela possui 20 linhas para espaçamento de 50cm e pode ser acoplada em qualquer colhedora existente no mercado. Silvio Rigoni

Linha renovada

A John Deere expôs 20 modelos de tratores na Agrishow 2011, com motores com potências que variam desde 57cv a 320cv. “Com uma série de inovações, a linha John Deere atende de forma cada vez mais completa às necessidades dos produtores, em níveis de potência do motor e especificações”, garante Paulo Verdi, Marketing Tratores da Paulo Verdi John Deere.


eventos

Quebra de recorde Palco de um grande número de lançamentos, a edição 2011 da Agrishow superou as expectativas deste ano e os números do ano passado

A Valtra apresentou a nova linha de tratores BH Geração III, nos modelos BH 135i, BH 200 e BH 210i, com potências de 137cv, 200cv e 210cv, respectivamente

A

19ª edição da Agrishow, realizada em maio, em Ribeirão Preto, São Paulo, voltou a quebrar recordes. O volume de pedidos de financiamento contabilizado pelas três instituições financeiras abertas que operaram durante a feira alcançou R$ 1,75 bilhão. O valor é 52,6% maior que em 2010, quando as operações totalizaram R$ 1,15 bilhão. O público também aumentou. Foram 146,8 mil pessoas contra 142 mil visitantes registrados no ano anterior. Aproximadamente 20 mil profissionais foram empregados nas mais diversas atividades dos 765 expositores brasileiros e internacionais e para a manutenção da infraestrutura da feira. Em 2010 o evento contou com 730 expositores. O lançamento de máquinas e implementos agrícolas novamente foi ponto alto da Agrishow.

DESTAQUES VALTRA

A Valtra lançou oficialmente durante a feira o Pulverizador BS 3020H e apresentou sua nova linha de tratores BH Geração III. Na área de colheitadeiras trouxe os modelos Axiais BC 7500 com a plataforma Draper Hiflex Série 500, BC 6500 e a convencional BC 4500, disponível no programa Mais Alimentos do Governo Federal. A enfardadeira de feno, forragem e biomassa, fabricada em Hesston, EUA, modelo Challenger LB34B, foi outra novidade no segmento apresentado pela empresa. Na linha de implementos agrícolas apresentou como destaque a plaina frontal série VL em três versões: VL 1200, VL 1500 e VL 1800 e a plantadeira versão Seed, integrando linha Valtra HiTech. A Valtra também apresentou pela primeira vez a nova linha de tratores BH Geração III. Os

A Pirelli trouxe a linha completa de pneus radiais para pulverizadores, colheitadeiras e tratores

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A Firestone apresentou o chip para gestão de pneus, para frotas de caminhões. A tecnologia é composta por um chip e por uma leitora que recebe dados via sinais de radiofrequência

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modelos apresentados foram BH 135i, BH 200 e BH 210i, com potências de 137cv, 200cv e 210cv, respectivamente. Eles seguem os padrões globais dos tratores Valtra, direcionados às particularidades das atividades agrícolas brasileiras. As principais inovações aparecem em itens da engenharia como o novo sistema hidráulico de três pontos e hidráulico eletrônico e a bomba de vazão variável, que simplifica o sistema. A nova localização do sistema hidráulico no trator e as novas vigas laterais permitem um menor raio de giro, de seis metros. O novo capô basculante tem design moderno, além da cabine HiConfort, com maior espaço interno e menores níveis de ruído. A nova linha será comercializada a partir do segundo semestre de 2011.

FIRESTONE

A Firestone apresentou aos visitantes da Agrishow o chip para gestão de pneus. O chip é acoplado a cada pneu que, por meio de radio-

A Antoniosi destacou o distribuidor de cana picada PDCP 6500, de esteiras dosadoras com taliscas alternadas e esteira alimentadora


Fotos Montana

O Rodotrem Canavieiro apresentado pela Guerra teve aumento da capacidade volumétrica de 10%, passando a 189 metros cúbicos

frequência, fornece uma série de informações como identificação numérica, marca, modelo, dimensão, ciclo de vida e desenho de reforma do pneu. Ao todo, a tecnologia é composta por um chip e por uma leitora que recebe dados via sinais de radiofrequência e os transmite para outro periférico portátil via sinal Bluetooth, organizando-os em um banco de dados.

PIRELLI

A Pirelli trouxe para a Agrishow sua linha completa de pneus radiais para pulverizadores, colheitadeiras e tratores. Entre as características destacam-se a maior tratividade, autolimpeza, resistência a cortes e picotamentos e proteção à carcaça e ainda maior durabilidade.

ANTONIOSI

O destaque da Antoniosi na feira foi o distribuidor de cana picada PDCP 6500, de esteiras dosadoras com taliscas alternadas e esteira alimentadora acionada por motor hidráulico e redutor. O seu sistema de monitoramento da alimentação das esteiras e da deposição dos toletes ocorre através de câmeras dispostas na parte traseira da máquina. Já o sistema hidráulico é através do bloco manifold, que possui acionamento elétrico de dentro da cabine do operador e possibilita controlar a velocidade da esteira dosadora e da esteira alimentadora.

O Turbomaq 140 GSV da Irriga Brasil é um conjunto composto por mangueira de polietileno MD com 140mm, com base giratória e possibilidade de até 400m de comprimento

O PDCP 6500 possui rodado Tanden independente, com quatro pneus de baixa pressão e alta flutuação que rodam dentro do sulco. A haste escarificadora revolve a terra após a passagem da roda, deixando o fundo do sulco em condições ideais para receber a cana. Possui um tanque de polietileno de 600 litros, com bicos spray e acionamento através de bomba de pistão ligada diretamente na TDP do trator e abastecimento remoto.

GUERRA

O Rodotrem Canavieiro apresentado na Agrishow pela Guerra é destaque pela redução da tara de 2.520Kg e aumento da capacidade volumétrica de 10%, passando a 189 metros cúbicos, em relação à geração anterior. Os ganhos foram obtidos com o remodelamento da caixa de carga que foi concebida com novo design. As chapas laterais receberam vincos para enrijecimento, com consequente aumento da resistência. O içamento da caixa de carga também é diferenciado do modelo convencional com maior facilidade para o descarregamento. O produto foi desenvolvido com molas progressivas, uma inovação Guerra em canavieiros. O implemento é dotado de chassi central construído com chapa de aço estrutural, projetado para suportar as condições severas a que é submetido quando em operação. O pé de apoio é pneumático.

A SDLG destacou a carregadeira LG 959, adequada para o manejo de bagaço da cana-de-açúcar

IRRIGA BRASIL

A Irriga Brasil apresentou o Turbomaq 140 GSV, com um conjunto composto por: mangueira de polietileno MD com 140mm, até 400m de comprimento; base giratória sobre estrutura fixa de quatro ou seis rodas; adequado para irrigação com água, fertirrigação com vinhaça ou dejetos; irriga áreas de 60 a 80 hectares com um raio de alcance do aspersor até 63m.

SDLG

A SDLG trouxe para a Agrishow seu mais recente lançamento: a carregadeira LG 959 adequada para o manejo de bagaço da canade-açúcar. Com capacidade de carga de cinco toneladas e transmissão semiautomática, o modelo tem sistema de freio encapsulado banhado a óleo, que impede que o bagaço entre no sistema e comprometa os componentes e a eficiência na frenagem.

MASSEY FERGUSON

A Massey Ferguson apresentou o pulverizado MF 9030, que passa a ser produzido na fábrica da AGCO, no município de Canoas, no Rio Grande do Sul. Entre os pontos fortes da máquina se destaca a suspensão, que permite estabilidade durante a operação, mesmo em terrenos acidentados. Em tratores, a série MF 4200 ganha três novos modelos, voltados para

O MF 9030 da Massey Ferguson, primeiro autopropelido da empresa fabricado no Brasil, foi uma das atrações no estande

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Fotos Cultivar

A John Deere inovou no mercado de colhedoras de algodão, com o modelo 7760, que entrega o produto em fardos redondos, prontos para o transporte, enquanto colhe

os mercados de café, hortaliças, flores e fruteiras. Já a série MF 7100 recebeu quatro novas versões para o setor de florestas. Proteções inferiores, laterais e no teto da cabine estão entre as modificações incorporadas aos modelos para atender à demanda da silvicultura. A marca também avança no mercado de colheitadeiras, com a MF 9790 ATR, equipada com rotor de tecnologia avançada. As plataformas Draper DynaFlex e de milho Série MF 3000, o monitor de sementes PM 400, a primeira plaina frontal e primeira enfardadora com a marca Massey Ferguson, além das ferramentas para agricultura de precisão: Auto Guide Powered by Topcon e System 150 e o sistema de telemetria AGCOMMAND, além de uma solução de tráfego controlado para o setor de grãos, completam os destaques da empresa.

JOHN DEERE

Um dos destaques da John Deere foi a colhedora de algodão 7760, que entrega o produto em fardos redondos, prontos para o transporte, enquanto colhe. O sistema permite vantagens em tempo de trabalho, economia de combustível e de mão de obra. Em tratores foram expostos 20 modelos, como o 5075E e o 5078E, respectivamente, com potências de 75cv e 78cv, que aumenta para quatro as opções da marca financiáveis pelo programa Mais Alimentos. Outra novidade

A Jacto demonstrou o Otmis Net, sistema que roda na internet, em qualquer computador

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A Planti Center apresentou o sistema Kit Taxa Variável - Agricultura de Precisão, acoplado na plantadeira Terraçu’s geração 3

foram os modelos florestais 5078E e 7185J, com proteção especial e pneus com malha de aço para o trabalho em reflorestamento, além dos canavieiros 6180J e 7185J, com bitola de três metros para não pisotear as soqueiras, e do fruteiro 5425N, com largura máxima de 1,4m. A pá frontal, para trabalho na pecuária, foi outro opcional oferecido pela marca. A plantadora de cana Greensystem PP 1102, projetada para o sistema Plene, da Syngenta (que usa mudas pequenas, com cerca de 4cm no lugar das tradicionais, de 40cm do sistema convencional), foi outro destaque. Inovações para a agricultura irrigada, através da John Deere Water, equipamentos para florestas, colheita, produtos de agricultura de precisão, plantio, pulverização, feno e forragem, também integram os destaques da marca na feira.

Drive, que possui autonomia de trabalho sem dependência de energia elétrica. O equipamento é destinado a áreas menores, de até 3,5 hectares, mas na configuração rebocável pode irrigar até 10,5 hectares. O acionamento da torre utiliza a própria água de irrigação, que circula na tubulação. Emprega vãos de 61 metros de comprimento e três metros de vão livre. O diâmetro da tubulação pode ser de 5.9/16” ou 6.5/8”. A tração da torre possui redutores de roda superpesados do pivô Zimmatic, sendo impulsionados por sistemas de torniquete operado pela água do pivô. O torniquete gera bom torque para garantir velocidade de operação de até 35 metros por hora, o que permite ao pivô completar uma volta em seis horas.

SCANIA

A Lindsay, especializada em irrigação, apresentou na Agrishow o Pivô WD - Water

A novidade da montadora nesta edição do evento ficou por conta do caminhão P 310 6x4 para operações de transbordo de cana-de-açúcar. Fácil de ser manobrado e mais rápido para se deslocar nas frentes da colheita, o modelo também pode ser utilizado em outros processos da captação da cana, como no carregamento e transporte, além de serviços como caminhãopipa, oficinas móveis e lubrificador. Outra atração no estande da Scania foi o caminhão P 340 6x4 fora de estrada, veículo desenvolvido especialmente para atender os setores de construção, florestal e de cana-deaçúcar. Equipado com suspensão elevada, de fácil operacionalidade em locais de difícil acesso

O destaque da Lindsay foi o Pivô WD - Water Drive, que utiliza a própria água para movimentação

Caminhão P 310 6x4 para transbordo de cana-deaçúcar foi o destaque no estande da Scania

JACTO

A Jacto destacou na Agrishow a sua marca Otmis, especializada em soluções para agricultura de precisão. A empresa demonstrou o Otmis Net, sistema que roda na internet, em qualquer computador, equipado com software que permite, entre outras funções, identificar focos de doenças, evitar sobreposições e falhas na aplicação.

LINDSAY

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A Plá do Brasil apresentou os autopropelidos M3000S, H3000I e H3500F com o sistema de barras convencionais ou com opcional túnel de vento

e pode ser equipado com caçambas, fueiros ou implementos canavieiros.

PLANTI CENTER

A Planti Center apresentou o sistema Kit Taxa Variável – Agricultura de Precisão, que estava acoplado na plantadeira Terraçu’s geração 3, de 13 linhas. O sistema opera por intermédio de um circuito eletro-hidráulico comandado pelo computador VCOM associado a um receptor de GPS que permite variar as doses de sementes e adubos de maneira localizada, de forma simultânea e independente. Cada motor

A colhedora de algodão adensado Cotton Blue 2805 - Picker, da Montana, ganhou o Troféu Ouro na Categoria Novidade do Prêmio Gerdau Melhores da Terra Agrishow 2011

trabalha com velocidades diferentes, proporcionando diferentes dosagens, permitindo realizar uma aplicação em taxa variável.

PLÁ DO BRASIL

A Plá do Brasil destacou na Agrishow os autopropelidos M3000S, H3000I e H3500F com o sistema de túnel de vento, que é oferecido como opcional. O sistema de túnel é composto por um novo desenho de turbina axial de grande vazão, acionada por um sistema eletrohidráulico com válvula de regulagem de vazão, que permite variar a velocidade de giro confor-

me as condições ambientais e de cultivo. O ar é conduzido ao longo das barras por mangas especiais, construídas em lona impermeável reforçada, que possuem um desenho de geometria variável, permitindo que a pressão e a velocidade do vento se mantenham constantes em todo seu comprimento. A cortina de ar é produzida através de um distribuidor de alumínio, com orifícios que evitam turbulências.

MONTANA

A Montana lançou na Agrishow a colhedora de algodão adensado Cotton Blue


Fotos Cultivar

A empresa K.O. destacou o atomizador Speed Jet Cerrado, que possui turbina de 900mm de diâmetro e 60 bicos laterais

2805 - Picker. A máquina é equipada com motor Cummins 6CTAA-8.3, 280cv - seis cilindros, transmissão hidromecânica 4x2, unidade de colheita com plataforma finger stripper de seis metros, sistema de pré-limpeza hidráulico com controle de rotação, transporte de algodão com fluxo de ar induzido, cesto com capacidade de 33 metros cúbicos. A Cotton Blue 2805 – Picker ganhou o Troféu Ouro na Categoria Novidade do Prêmio Gerdau Melhores da Terra Agrishow 2011.

K.O.

O destaque da K.O. Máquinas no evento foi o atomizador Speed Jet Cerrado, que possui turbina de 900mm de diâmetro. O volume de ar por ela produzido é distribuído uniformemente ao longo dos 3,6m de altura do volute bilateral, cobrindo a planta, desde o ponteiro até a saia. A máquina possui 60 bicos laterais (30 para cada lado), posicionados de forma alternada, proporcionando também a cobertura completa da planta. Opcionalmente é disponível o ramal auxiliar, com pulverização de ponteiros com três bicos dirigíveis. Faz também aplicação de cima para baixo, e sua altura máxima é

de 3,96m em relação ao solo.

umidade do solo.

VERION

A Verion lançou o GPS e Barra de Luz com tela colorida de 5.0 pol, touch screen, hectarímetro integrado, GPS com precisão de aproximadamente 15cm entre passadas, memória com micro SD, brilho ajustável, relatórios de pós-aplicação e gerencial com tempo em que a máquina esteve trabalhando, parada e em traslado. A Verion lançou também o monitor de sementes e fertilizantes com tela colorida de 5.0 pol, com touch screen e GPS/GPRS integrado. Os sensores são em versão para condutores de 19mm e 24mm, com tamanho reduzido, conexão CAN Bus e resistente às intempéries do campo.

VALLEY

Voltada à irrigação de precisão, a Valley lançou um sistema que permite a aplicação da quantidade exata de água em cada secção da área irrigada, o que propicia economia de água, redução do custo operacional e irrigação de maiores áreas. O sistema permite a precisão na aplicação em taxa variável de água e nutrientes e maior controle da

A Valley lançou um sistema que permite a aplicação da quantidade exata de água em cada secção da área irrigada

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A Verion lançou o GPS e Barra de Luz com tela colorida touch screen de 5.0 polegadas e GPS integrado

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GATES

A Gates apresentou na Agrishow as mangueiras XtraTuff e MegaTuff. A XtraTuff tem a característica de ser 15 vezes mais resistente à abrasão do que uma mangueira convencional, quando ensaiada conforme a norma ISSO 6945, assim como MegaTuff, que é 300 vezes mais resistente. Esta mangueira possui metade do raio mínimo de curvatura requerida pela SAE, possui pressão em todos os diâmetros e flexibilidade para instalação.

IFLÓ

A recolhedora de laranja Brava II foi o lançamento da Ifló, empresa pertencente a Indústrias Reunidas Colombo. A máquina tem braços hidráulicos independentes que possibilitam ao recolhedor movimentá-los durante a colheita para cima ou para baixo, bem como para os lados e também aproximando ou distanciando da planta, de acordo com a necessidade de cada trabalhador. Cada um dos seis recolhedores possui um canal condutor dos frutos que são levados até

A XtraTuff da Gates tem a característica de ser 15 vezes mais resistente à abrasão que uma mangueira convencional


A enfardadora para fardos quadrados - LBS 1290, da Kuhn, tem capacidade de recolher cerca de 180 toneladas de palha por dia A colhedora de laranjas Brava II da Ifló foi um dos destaques na Agrishow 2011

uma esteira central, de onde são conduzidos para um bag. Outra característica da recolhedora é a possibilidade de operação de dois a três turnos.

KUHN

A Kuhn destacou a enfardadora para fardos quadrados – LBS 1290. O equipamento tem uma capacidade de recolher cerca de 180 toneladas de palha por dia, além de ser um bom benefício de transporte.

IVECO

A Iveco, a FPT Industrial, a Bosch e a Raízen trouxeram para a Agrishow o Iveco Trakker Bi-Fuel Ethanol-Diesel, protótipo dotado de nova tecnologia que permite redução no consumo do óleo diesel pela adoção do etanol. O Iveco Trakker Bi-Fuel é cavalo mecânico com tração 6x4 para até 63 toneladas de peso bruto total combinado (PBTC), que pode ser utilizado em várias aplicações do setor canavieiro, como transporte de vinhaça, por exemplo. Utiliza um motor Iveco-FPT de seis cilindros e nove litros, sistema de injeção Common Rail e 360cv, de ciclo diesel, com dois tanques de combustível, um para etanol e outro para diesel.

NEW HOLLAND

A New Holland apresentou o seu primeiro pulverizador autopropelido, o SP 3500, além da colheitadeira de duplo rotor da classe VI CR6080 e da linha de tratores T8 – com o maior trator produzido no País, alcançando 389cv. O SP 3500 possui controlador de bordo, que permite ativar e desativar a barra de pulverização, medir a vazão do produto pulverizador e verificar o volume no tanque, além de determinar as coordenadas da pulverização. Além disso, a máquina possui transmissão hidrostática e tração nas quatro rodas. O sistema inteligente de suspensão contribui para uma maior estabilidade da barra pulverizadora e, assim, do


Fotos Cultivar

Iveco Trakker Bi-Fuel Ethanol-Diesel permite redução no consumo do óleo diesel pela adoção do etanol

trabalho em qualquer tipo de solo. Já a linha de tratores T8 se encaixa na classe 8 de potência, completando a oferta de tratores da New Holland - que oferece máquinas desde 55cv. Esta linha é composta pelos modelos T8.270, T8.295, T8.325, T8.355 e T8.385, com potências que vão de 232cv até 389cv, todos com o sistema EPM™ de gerenciamento de potência.

AGRALE

O principal destaque da Agrale ficou por conta da linha 6000, apresentada nas diversas configurações. A linha recebeu nova cabine com novo desenho, maior espaço interno e sistemas de vedação e refrigeração mais eficientes. Outra novidade é uma versão do trator BX 6180 específico para a operação de transbordo da colheita da cana-de-açúcar. Equipado com levante hidráulico, o modelo conta com sistema de freio a ar e válvula de transbordo para “puxar” as carretas que vão ao lado das colheitadeiras. A Agrale também apresenta o modelo 6110 com nova cabine e com novo sistema de rodado duplo. Além das novidades apresentadas nos modelos da Linha 6000, a Agrale expõe na feira internacional de tecnologia agrícola em ação os tratores das linhas 4000 e 5000, os caminhões Agrale 8500 E-MEC e 9200 e o utilitário Agrale Marruá AM200 CD.

CASE IH

A Case IH lançou uma nova linha de tratores Magnum, com cinco novos modelos

O modelo 6110 apresentado pela Agrale tem nova cabine e novo sistema de rodado duplo A Linha T8 da New Holland tem modelos que vão de 232cv até 389cv de potência

que serão produzidos no Brasil, Magnum 235, 260, 290, 315 e 340. Eles substituem gradativamente os modelos anteriores da linha. Os modelos são equipados com os motores Case IH Common Rail de 8,7 litros, seis cilindros, 24 válvulas, turboalimentados, os mesmos utilizados nas colheitadeiras Axial-Flow 7120. Todos os modelos são equipados de série com o Power Boost, que permite um incremento automático de até 35 cavalos de potência quando a máquina estiver realizando operações de transporte, quando a tomada de força traseira estiver engatada e absorver entre 25 e 35 cavalos de potência ou quando estiver realizando operações com as válvulas remotas e a exigência externa de óleo hidráulico absorver entre 25 e 35 cavalos de potência. A Case IH também apresentou a colhedora Axial-Flow 2566 com nova geração de plataformas de corte Terraflex 3020.

GOODYEAR CORREIAS

A Goodyear Correias apresentou sua linha têxtil de correias transportadoras e elevadoras com cobertura de borracha sanitária, desenvolvida pela Veyance Tecnologies do Brasil. Esta linha é produzida com matériasprimas nobres e o composto de borracha de cor branca confere atoxidade e visual higiênico, sendo a borracha aprovada pelo Instituto Adolfo Lutz. Desenvolvida para o transporte de produtos granéis de consumo humano e/ ou animal, atende inúmeras aplicações como, por exemplo, usinas de açúcar, fábricas e indústrias de alimentos não graxos. As correias são produzidas com duas, três e quatro lonas ou, mediante envio dos dados do transportador e elevador, pode ser calculada a melhor correia sanitária para a devida aplicação. .M

YANMAR AGRITECH

A Yanmar destacou o maior trator da empresa, o modelo 1175-4 Agrícola, lançado recentemente. Este projeto foi desenvolvido para atender lavouras de grãos e culturas que necessitem de tratores com maior poder de tração. Ele tem motor Yanmar de 75cv com 16 válvulas e os rodados agrícolas de diâmetro 12.4-24 (R1) na dianteira e 18.4-30 (R1) ou (R2) na traseira. Além do 1175-4 Agrícola, a

A Case IH apresentou cinco novos modelos da linha Magnum, que serão fabricados no Brasil: Magnum 235, 260, 290, 315 e 340

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Agritech levou ao evento a linha completa de tratores e implementos agrícolas aptos a serem contemplados pelo Mais Alimentos.

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A Goodyear apresentou a linha têxtil de correias transportadoras e elevadoras com cobertura de borracha sanitária

O destaque da Yanmar Agritech foi o trator 1175-4 Agrícola, lançado recentemente, com projeto desenvolvido para atender lavouras de grãos



mecanização Valtra

Mato adentro

O grau de mecanização no preparo do solo para atividades florestais e na manutenção de florestas depende de diversos fatores, como tipo de declividade e composição do solo

O

objetivo principal para o preparo da área e do solo para o plantio de espécies florestais é a rápida disponibilidade de água e de nutrientes de maneira suficiente para o mais rápido estabelecimento das mudas. Em geral, as técnicas de preparo, além de visar o rápido crescimento do sistema radicular, por meio do revolvimento mais ou menos localizado do solo, o que facilita a absorção de água e de nutrientes, também eliminam plantas indesejáveis próximas das mudas da espécie florestal, evitando a competição. É importante, ainda, que a técnica adotada garanta essas condições por período suficientemente longo, para que, mesmo que apareçam, as plantas indesejáveis não venham a competir com a muda (Gatto et al, 2003). Volpato (2003) separa as operações de preparo do solo para fins florestais em dois

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grandes grupos. O primeiro para áreas de implantação e o segundo para áreas de reforma. Tanto nas áreas de implantação quanto de reforma, os métodos são classificados em função da topografia, ficando então separados em dois níveis, que são um para área em topografia plana (até 20%) a suavemente ondulada (20 a 40%) e outro para área em topografia acidentada (>40%). É importante ressaltar que essa classificação é centrada na topografia do terreno uma vez que esse fator favorece ou limita a mecanização das atividades de preparo do solo.

PREPAROS

Nas áreas mais planas, para fins de implantação, se apresentam três alternativas que são o preparo convencional (intensivo), o reduzido (intermediário) e o mínimo, os quais são definidos da seguinte forma: O preparo

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convencional (intensivo) é uma forma de preparar o solo que contempla amplo revolvimento de suas camadas superficiais, com incorporação total ou parcial dos resíduos culturais. Neste sistema, os resíduos culturais são queimados quando se apresentam em grande quantidade ou incorporados ao solo juntamente com a vegetação superficial durante o revolvimento do solo. Os implementos normalmente utilizados são: arado, grade pesada, grade leve e a grade “bedding”. O preparo reduzido é um sistema intermediário entre o preparo convencional e o mínimo, que prevê a realização de um preparo convencional do solo, porém localizado na linha de plantio em uma faixa de revolvimento de aproximadamente 90cm, provocando um grau de mobilização bem mais acentuado que no preparo mínimo, e mantendo-se a maior parte dos resíduos culturais na superfície


John Deere

do solo (faixa fora da área mobilizada). Os implementos utilizados normalmente são rotocultivadores (enxada rotativa) associados a um escarificador ou subsolador. O preparo mínimo é um sistema que prevê a realização de um preparo localizado do solo, apenas na linha de plantio, mantendo-se a maior parte dos resíduos culturais na superfície do solo com sua mínima mobilização. Os implementos utilizados normalmente são escarificadores, subsoladores, dentre outros. Segundo Costa et al (2000), o manejo silvicultural deverá ser diferenciado quando se adotam os preparos reduzido e mínimo, pois estes alteram o ambiente e a fisiologia da árvore. Estes deverão afetar o crescimento de raízes, o fertilidade do solo, a porosidade do solo e a umidade e o arejamento do solo. Ainda existem diversas lacunas de pesquisa em preparo mínimo relacionadas à dinâmica de água e de nutrientes, dinâmica biológica do solo, pragas e doenças, perdas de solo por erosão, tratos culturais, herbicidas e controle de plantas competidoras, adubação, dinâmica de carbono, desenvolvimento de equipamentos e produtividade dos sítios. Nas áreas mais onduladas onde a topografia ainda permite um pequeno grau de mecanização, uma alternativa consiste na

Atualmente, no Brasil, o método de preparo do solo mais utilizado pelas empresas florestais para reforma é o preparo mínimo do solo, que é realizado apenas na linha de plantio

abertura mecanizada de covas para plantio, usando perfurador de solo (coveador duplo). Nestes dois casos, o deslocamento na área deve ser no sentido da declividade do terreno, não ultrapassando 20º. Outra possibilidade é a operação de sulcamento, que é realizada com o objetivo de romper possíveis camadas

compactadas do solo e facilitar o coveamento e a aplicação de herbicida pré-emergente. Neste caso, o sulco é aberto usando um equipamento semelhante a uma valeteadora, cujo princípio de funcionamento se assemelha ao da enxada rotativa. Nesta situação, o deslocamento na área deve ser perpendicular à decli-

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New Holland

A reforma florestal é uma operação que consiste em fazer a substituição de povoamentos após o término de seu ciclo por um novo e originário do transplantio de mudas nos carreadores (primeira reforma) ou na entre linha (segunda)

vidade do terreno, que não pode ultrapassar 20º. Nas áreas com topografia acidentada, as alternativas para o preparo do solo são a tração animal e o coveamento manual. Para o caso do coveamento manual (topografia >70%), a técnica utilizada para abertura das covas é através do uso de enxadões. As covas devem ser feitas, preferencialmente, com 2030cm de largura e 30cm de profundidade nos espaçamentos desejados. A reforma florestal é uma operação que consiste em fazer a substituição de povoamentos florestais após o término de seu ciclo por um novo povoamento originário do transplantio de mudas nos carreadores (primeira reforma) ou nas entre linhas (segunda reforma). O aperfeiçoamento tecnológico e a melhoria do material genético usado em plantações de eucalipto destinadas à produção de madeira, principalmente para celulose, vêm diminuindo o ciclo do povoamento, resultando na prática, em reforma das florestas no primeiro ou segundo corte. Os povoamentos novos ou de baixa produtividade facilitam de certo modo a operação, que é feita segundo as normas convencionais de cada empresa. A reforma propriamente dita se inicia com o preparo do solo para o novo transplantio e suas operações podem ser separadas em três grupos distintos: preparo do solo, transplantio e tratos culturais. No passado, os equipamentos comumente empregados para se fazer o preparo com fins de reforma foram a grade “bedding”, o arado reformador, arado reformador invertido e a própria grade aradora. Atualmente, o método de preparo do solo mais utilizado pelas empresas florestais

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para reforma, no Brasil, é o preparo mínimo do solo, o qual é realizado apenas na linha de plantio, trabalhando-se em largura e em profundidade menores que 0,5m. Nesse sistema, a maior parte dos resíduos culturais é mantida sobre a superfície do solo (Gonçalves et al, 2000). O preparo mínimo do solo é considerado um método conservacionista desde que se mantenha os resíduos culturais em, pelo menos, 30% da superfície do solo ou em 1t/ha (American Society of Agricultural Engineering - Asae, 2001). Os subsoladores e escarificadores vêm substituindo com grandes vantagens os arados e grades (Lanças, 2002). A prática do preparo mínimo do solo como técnica de manejo surgiu inicialmente como uma necessidade de reduzir o custo de implantação, através da adequação das práticas de conservação de solo, e de diminuir os impactos ambientais decorrentes das queimadas de limpeza e pela diminuição da produtividade do povoamento pela compactação do solo causada pelo tráfego de máquinas e caminhões durante as operações florestais. Após a dessecação da vegetação superficial da brotação remanescente com herbicida, é feita a subsolagem com adubação simultânea, deixando a área preparada para receber as mudas e protegida contra a erosão pela camada de resíduos, que fica sobre a superfície, e que vem proporcionando importantes resultados, tais como: redução dos custos de reforma e implantação de novos povoamentos, proteção contra a erosão, redução da lixiviação de nutrientes e dos efeitos nocivos sobre a fauna e microrganismos do

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solo, enriquecimento do solo com matéria orgânica e manutenção da sustentabilidade do ecossistema. Já na década de 70, as grades aradoras ganharam notoriedade em função da sua grande capacidade de campo (produtividade) e redução do custo de preparo, comparadas com o arado. A operação constituía da incorporação dos resíduos da queima e/ou da vegetação superficial e mobilização do solo (revolver) pela utilização da grade pesada e uma posterior gradagem leve para destorroar e nivelar. Essas eram as únicas operações executadas. Embora essa prática tenha sido bem-sucedida economicamente, para o solo se tornou extremamente degradante, uma vez que o uso da grade pesada provocou problemas de desestruturação do solo, a qual proporciona dificuldades ao desenvolvimento radicular da planta, encharcamento rápido e formação de uma camada de solo compacta a uma determinada profundidade, chamada pé-de-arado ou pé-de-grade. Esses fatores facilitam o processo erosivo e dificultam muitas vezes o desenvolvimento do sistema radicular da planta. Entre os grandes desafios da silvicultura brasileira na área de preparo de solo, pode-se enumerar: assegurar, de forma sustentada, a evolução tecnológica; ampliar a área plantada no sistema de cultivo mínimo; adequação da técnica às condições ambientais e exigências culturais e avaliar adequadamente os efeitos de curto e longo prazos associados ao manejo florestal. Neste particular, fazem-se necessários a caracterização do ambiente e a normatização técnica, dentro de padrões específicos para cada condição de trabalho. Estrategicamente, a concretização desses desafios está diretamente relacionada à evolução profissional dos recursos humanos, em todos os níveis. Portanto, são condições imprescindíveis, o acesso ao conhecimento e a possibilidade de treinamento, que assegure a aprendizagem contínua, sob bons níveis de adequação funcional e do tempo de trabalho. Também constitui fator estratégico a valorização da pesquisa operacional, realizada por profissionais qualificados, capazes de assimilar e implementar avanços tecnológicos e científicos, bem como se adiantar ao seu tempo, prevendo novas necessidades ou tendências. A heterogeneidade filosófica quanto à geração científica e tecnológica entre as entidades públicas e privadas é fonte primária e vital da crítica e do cultivo de novas ideias e solução de problemas, às vezes de caráter específico ou regional. .M Carlos Eduardo Silva Volpato, Jackson Antônio Barbosa e Nilson Salvador, Ufla


tecnologia Claas

Quem comanda? É comum ver nas lavouras brasileiras máquinas dotadas de pacotes tecnológicos cada vez mais sofisticados. Mas será que nossos operadores estão preparados para comandá-las e extrair todo o potencial existente?

E

ste tema é recorrente. No início da mecanização agrícola como hoje a conhecemos e interpretamos, nos idos das décadas de 60 e 70, ainda sob o impacto de um plano de governo que privilegiava a produção agrícola, via mecanização da lavoura, com altos volumes de financiamentos, uma conjuntura de dinheiro fácil/boas safras/ mercado internacional altamente remunerador, tirava-se o peão do lombo do cavalo e se colocava nos assentos do trator ou da colhedora. Estas máquinas extremamente simples, se comparadas com as hoje disponíveis, na época representavam o que havia de mais avançado, mais sofisticado em termos de tecnologia.

Os operadores tiveram que aprender a pilotá-las no campo, experimentando, errando e acertando. Foi relativamente rápido este processo devido, principalmente, à simplicidade dos equipamentos. Entretanto, muito se viu de lavouras mal trabalhadas por deficiências nas regulagens de arados, grades, subsoladores, escarificadores, semeadoras, cultivadores. Percentuais muito altos de produtos ficaram nas lavouras devido à operação deficiente das colhedoras. Estima-se que nessa época em torno de 60% do potencial que as máquinas então existentes eram capazes de disponibilizar era utilizado. Na tentativa de aumentar a qualificação dos

operadores, muitas secretarias de Agricultura de estados e municípios das principais regiões produtoras criaram, com o apoio de universidades, cursos para tratoristas. A iniciativa, de início, foi muito bem aceita. Faziam parte do currículo a operação, as regulagens, a manutenção, tanto de implementos como de pulverizadores, tratores e colhedoras. Os candidatos a bons tratoristas e operadores de máquinas deslocavam-se para os locais onde os cursos eram ministrados e lá permaneciam por um tempo que, raramente, ultrapassava dez ou 15 dias. No entanto, esse tempo de capacitação passou a ser muito longo para os produtores rurais que dependiam de seus operadores de

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Divulgação

É fundamental que consigamos utilizar a tecnologia de máquinas e equipamentos em toda a sua potencialidade

condições de utilizá-las em sua plenitude. A pergunta que fazem é: por que gastar mais na aquisição de uma máquina de última geração se dela não conseguiriam retirar, talvez, 50% de seu potencial em curto prazo? A situação é extremamente grave. Todo o investimento aplicado pela pesquisa e desenvolvimento tecnológico de máquinas e equipamentos agrícolas no sentido da qualificação do trabalho agrícola, tendo como metas maiores a produtividade, a preservação do ambiente natural, a segurança e a qualidade de vida do homem do campo, esbarra na falta de operadores em condições de utilizar adequadamente estes avanços. O problema reside em proporcionar de maneira extensiva e competente o conhecimento e a capacitação necessários a qualificar o trabalhador rural para que, ao ser introduzido neste universo novo de alta tecnologia, seja capaz de dele extrair tudo de que possa se valer a fim de garantir as metas para as quais as novas máquinas e os equipamentos foram idealizados.

Este desafio também engloba os proprietários rurais e seus filhos. Isto porque, nos últimos anos, uma nova e considerável parcela destes trabalhadores foi contemplada com planos governamentais com incentivos para aquisição de tratores, colhedoras, máquinas e implementos mais modernos. Vai daí a necessidade da conjugação de esforços dos setores público e privado, já utilizados com bastante sucesso em outras esferas. Os governos podem e devem, valendo-se dos conhecimentos adquiridos nos primórdios da mecanização agrícola nacional, ativar cursos de qualificação para operadores, buscando para isto a contribuição das universidades e das escolas técnicas. Veja-se o modelo de iniciativa neste sentido desenvolvida pela Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Cidadania de Paranatinga, Mato Grosso. As empresas privadas, através de suas fábricas e revendas, poderiam desenvolver, juntamente com os cursos anteriormente citados, treinamentos específicos valendo-se de simuladores, cuja experiência e valor são do conhecimento geral, já que são utilizados com excelentes resultados, fartamente comprovados, na formação de pilotos de avião. A cabine de um trator ou colhedora modernos assemelha-se, inclusive, em sua sofisticação, equipamentos, eletrônica embarcada, informatização as cabines de aeronaves. Simuladores capazes de reproduzir as operações de campo em todas as suas peculiaridades levam o operador, seja ele assalariado ou proprietário, a ensaiar o exercício profissional com extremo realismo, encurtando em muito o tempo despendido na sua formação. Os produtores rurais, beneficiários diretos dos resultados que advirão da qualificação de seus operadores de máquinas, certamente irão aderir e contribuir com o processo, disponibilizando as condições necessárias para que seus funcionários participem dos cursos de

Fotos John Deere

máquinas. Pior, ao retornarem, qualificados, capazes de proporcionar uso adequado das máquinas e equipamentos colocados sob suas ordens, eram cooptados por salários maiores oferecidos muitas vezes pelo vizinho de cerca, abandonando o produtor que havia investido em sua qualificação, mas que, mantendo a tradição, não se dispunha a remunerá-los com um salário compatível à nova posição. Os cursos se esvaziaram. A maioria dos produtores rurais preferia manter seus operadores aprendendo na prática do dia a dia, levando às vezes anos para isto, a arriscar perdê-los ou ter que pagar a eles remuneração mais elevada. Poderia se dizer que eram outros tempos, onde não havia a profissionalização e os avanços alcançados pela produção agropecuária brasileira. Hoje seria diferente. Os operadores não mais sairiam do lombo do cavalo para o trator ou colhedora, eles já teriam a bagagem de muitos anos de operação em máquinas menos sofisticadas, mas também exigentes em conhecimento. O problema é que nestes curtos 50 anos de evolução da mecanização agrícola brasileira, os progressos, a sofisticação e os avanços tecnológicos foram tão intensos e expressivos que praticamente voltamos ao estágio anterior. Nossos operadores, apesar de minimamente qualificados para operar tratores e colhedoras com tecnologia de dez anos atrás, não estão à altura de operar satisfatoriamente para obtenção de, pelo menos, 80% ou 90% do potencial de trabalho que uma máquina moderna é capaz de proporcionar. Dados levantados, embora sem rigor científico, de observações e informações colhidas junto às revendas, fabricantes e produtores rurais, permitem afirmar que tão somente de 40% a 60% do potencial das máquinas atuais é utilizado hoje, no trabalho de campo. Não são poucos os depoimentos de produtores rurais que dizem não adquirir, embora tenham capacidade para isto, máquinas mais sofisticadas porque seus operadores não teriam

Todo o investimento aplicado pela pesquisa e pelo desenvolvimento tecnológico de máquinas e equipamentos agrícolas para aumentar rendimento e produtividade, pode esbarrar na falta de operadores qualificados para operá-los

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Divulgação

Case IH

Máquinas cada vez mais sofisticadas podem trabalhar em três turnos e, para isso, necessitarão de mais de um condutor que saiba como operá-las

qualificação garantindo-lhes, na volta, a justa remuneração pelo trabalho mais competente que irão desempenhar. O mundo todo se encontra frente a um enorme desafio: as áreas de cultivo estão quase todas ocupadas. No Brasil, no período compreendido entre os anos 2000 e 2009, 2,6 milhões de hectares de florestas foram destruídos para a utilização como lavouras. Hoje, apenas de 9% a 12% das áreas agricultáveis encontram-se ociosas. Como nos últimos 20 anos o agronegócio brasileiro

Os pesquisadores Luiz Fernando Coelho de Souza e Renato Levien mostram os desafios para extrair todo o potencial de uma máquina moderna

tem crescido a uma média de 3,6% ao ano, é fácil calcular que em muito pouco tempo não teremos mais áreas de cultivo. A solução é obrigatoriamente, tanto para o Brasil, como para o mundo, alcançar maiores índices de produtividade por área plantada. A produtividade das culturas passa além da utilização de sementes e insumos de qualidade, da adoção de práticas competentes indicadas pela pesquisa agronômica, pela qualificação do trabalho. É fundamental que consigamos utilizar a tecnologia de

máquinas, equipamentos, insumos, sementes, métodos e processos em toda a sua potencialidade. Está em jogo, hoje mais do que nunca, o desafio da obtenção da máxima produtividade sem degradação do ambiente, garantindo alimento e melhores condições de vida para as gerações que nos .M sucederão. Luiz Fernando Coelho de Souza e Renato Levien, UFRGS


capa

MF 4275 Compacto

Testamos o novo compacto da Massey Ferguson, o MF 4275 Compacto, mais novo integrante da série 4200. Como novo visual, centro de gravidade rebaixado e alavancas laterais

E

m mais um test drive as equipes da Revista Cultivar Máquinas e do Núcleo de Ensaios de Máquinas Agrícolas da UFSM foram até o 5º Distrito do município de Pelotas (RS), mais precisamente

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para a localidade Colônia Júlio de Castilhos. Na propriedade explorada pelo senhor Nercio Amaral de Souza foi possível conhecer e testar o mais novo modelo que integra a série MF 4200 da Massey Ferguson, o trator MF 4275 Compacto de 75cv de potência. O lançamento oficial desta máquina ocorreu na última edição do Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), entre os dias 2 e 6 de maio de 2011 e, a partir de agora, estará disponível para a venda em todos os concessionários da marca. Lançada no Brasil em abril de 2010, a série

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MF 4200 conta com oito modelos de tratores entre 65cv e 130cv de potência. Em maio de 2011 chegou a oportunidade da Massey Ferguson lançar a nova série de MF 4200 Compacto. Inicialmente a série oferta três novos modelos: o MF 4265, o MF 4275 e o MF 4283. Este projeto foi finalizado após uma extensa etapa de testes, com protótipos que trabalharam em diferentes condições e culturas do nosso país e após isto foi apresentado aos concessionários, em convenção no final do ano passado, antes da apresentação ao público quando do lançamento


Fotos Charles Echer

O motor que equipa este MF 4275 Compacto é um MWM International de quatro cilindros, com aspiração natural e bomba injetora rotativa da marca Delphi. Ele gera uma potência de 75cv (56kW), com torque máximo de 28,5kgfm (279Nm) atingido na rotação de 1.400rpm

no Agrishow de Ribeirão Preto. O modelo que testamos foi o MF 4275 Compacto, que se encaixa na linha de financiamento do programa Mais Alimentos do Governo Federal. Este modelo trouxe uma série de inovações e melhorias em relação ao seu antecessor, o MF 275F Advanced, da série 200 Compacto. Inicialmente podemos citar o novo design, alinhado com os demais modelos

da série e que seguem a tendência mundial da marca, incluindo novo revestimento e capô dianteiro basculante, que facilita bastante as manutenções diárias, como o abastecimento de combustível, checagem do nível de água do radiador, limpeza do filtro de ar e verificação do óleo lubrificante do motor. Também apresenta um painel com ótima visibilidade, contando com os sinais luminosos necessários e a informação em formato digital. O depósito de combustível agora é de plástico, o que diminui as chances de contaminação do diesel pelo tanque

metálico. Este modelo atende perfeitamente à Norma Regulamentadora 31, do Ministério do Trabalho e Emprego (NR–31), com a presença de arco de segurança rebatível

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Detalhe dos filtros de admissão de ar para motor e bateria, localizados na parte frontal do trator

e todos os outros itens exigidos por esta norma. Outra inovação muito importante que deve ser mencionada é a colocação dos pesos frontais que saem do suporte elevado e passam para a parte inferior, diminuindo consideravelmente o comprimento total do trator, rebaixando o centro de gravidade e facilitando os procedimentos de manobra.

MOTOR

O motor que equipa este modelo é um MWM International de quatro cilindros, o mesmo que utiliza o modelo standard MF 4275, com aspiração natural e bomba injetora rotativa da marca Delphi. Trabalhando em regime nominal, de 2.200rpm, esse motor gera uma potência de 75cv (56kW). O torque máximo de 28,5kgfm (279Nm) é atingido na rotação de 1.400rpm, manten-

A saída do cano de escape é pela parte inferior do motor, direcionado para a lateral do trator

O capô basculante facilita o acesso ao motor para manutenções periódicas

do uma reserva de torque próxima a 15%. Pode-se inferir que, mesmo sendo um trator compacto, com esta motorização o modelo tem boa capacidade de suportar sobrecargas de operação. Uma característica de modelos voltados à fruticultura aparece neste trator, com a colocação do cano de escape, saindo pela parte inferior do motor.

na dianteira. Além dessa combinação, o modelo pode ser equipado com mais dez combinações, com quatro diferentes modelos de pneus traseiros e três dianteiros. A tomada de potência pode ser dependente ou independente, de acordo com a escolha do comprador, com 540rpm na TDP na rotação do motor de 1.900rpm. O eixo dianteiro deste modelo é da marca ZF, já consagrada, e com eixo cardã na posição lateral para acionamento da tração dianteira auxiliar (TDA), comum neste tipo de trator, pois rebaixa a posição do centro de gravidade, mantendo bom vão livre, condições ideais para uma boa estabilidade lateral em terrenos declivosos.

TRANSMISSÃO E RODADOS

O fabricante disponibiliza três opções para o sistema de transmissão: câmbio do tipo engrenagens deslizantes 8x2, 12x4 constant mesch e sincro. O trator que testamos estava equipado com uma transmissão de engrenagens deslizantes 8x2, sendo oito marchas à frente e duas à ré. As marchas à frente variam a velocidade de 1,87km/h até 24,63km/h. O modelo testado estava equipado com pneus 14.9-24 R1 da marca Firestone na traseira e 250/80-18 da Pirelli

SISTEMA HIDRÁULICO

No sistema hidráulico do trator testado o levante de três pontos categoria II tem capacidade máxima de levante de 2.100kgf e são disponibilizadas duas opções em relação à vazão das bombas, sendo 17 ou 27 litros por minuto, porém, ambas trabalham com pressão máxima de 210 bar (214kgf/cm²). O controle remoto possui vazão máxima de 42 litros por minuto e uma pressão máxima de 170 bar (173kgf/cm²). O modelo que testamos tem a opção de duas válvulas para o controle remoto, o que permite o acoplamento de implementos com mais de uma função, como levantamento e acionamento de motores hidráulicos concomitantemente, o que torna o trator mais versátil para atuar nas mais diferentes tarefas dentro de uma propriedade rural.

DIMENSÕES GERAIS

O MF 4275 nas versões 4x2 e 4x2 TDA mede 3,72 metros e a altura máxima no volante é de 1,54 metro. Com o arco de proteção contra capotamento, quando colocado na posição normal, a altura é de 2,33 metros

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Tanto na versão 4x2 simples quanto na versão 4x2 com TDA o comprimento total é de 3,72 metros e a altura máxima no volante


Fotos Charles Echer

Os pesos frontais foram colocados na parte inferior do trator, o que baixa ainda mais o centro gravitacional

O arco de segurança é rebatível para diminuir a altura do trator em ocasiões especiais

A transmissão dianteira auxiliar é feita por eixo cardã lateral, para aumentar o vão livre do trator

é de 1,54 metro. Com o EPCC colocado na sua posição normal a altura é de 2,33 metros. É de se salientar que este modelo proporciona o rebatimento para frente do arco de segurança, o que diminui a sua altura, em ocasiões especiais. A versão com tração dianteira assistida, que testamos, tem peso total de 2.730kg (embarque), podendo chegar aos 3.311kg quando lastrada. Por conta disto a relação massa/potência pode variar de 49kg/ kW a 59kg/kW. A distância entre eixos é de 2.120mm, o que proporciona melhor manobrabilidade, com raio de giro de 3.250mm na versão 4x2 simples, sem o uso do freio individual, e 3.390mm na versão 4x2 com TDA. A bitola reduzida deste modelo também chama a atenção, com apenas 1,13m de distância entre as rodas traseiras, apresentando na dianteira 1,13m e 1,19m (4x2 e 4x2 TDA, respectivamente). Para a lastragem metálica frontal podem ser utilizados até oito pesos de 25kg cada, posicionados na posição encaixada, o que diminui o comprimento total do trator, facilitando a realização de manobras em curtos espaços.

para 400 litros de calda, ambos acoplados aos três pontos do sistema hidráulico do trator. Começamos os testes com a roçadeira, equipamento que se faz necessário em um pomar de frutíferas para a realização da limpeza das “ruas” (trituração de resíduos), o que facilita a execução das demais operações agrícolas mecanizadas ou manuais. O desempenho do conjunto mecanizado se mostrou bastante satisfatório, principalmente em relação à facilidade com que o motor de 75cv trabalhava e ao ver da equipe, com a estabilidade, mesmo em situações de grande declividade. Ressalta-se que antes de iniciar o trabalho concluímos pela necessidade da alteração de bitola, aumentando-a em 30 centímetros, com a inversão da posição da roda em relação ao seu disco de acoplamento ao eixo. Durante este tipo de operação, para facilitar a atividade, às vezes torna-se necessário fazer troca de marchas sem que a tomada de potência (TDP) deixe de operar, e com o MF 4275 Compacto isto é possível devido ao acionamento da TDP ser

independente, com o auxílio da embreagem mecânica dupla. Também testamos o trator com o pulverizador da própria fazenda, que se encontrava em boas condições de trabalho, com o detalhe que o eixo cardã estava protegido, bom sistema de regulagem de direcionamento dos bicos, de controle de vazão e pressão. Segundo o que pudemos perceber, esta operação se mostrou bastante eficiente e segura, mesmo em situações de manobras nas cabeceiras das linhas. Esta facilidade nas manobras, concluímos ser devida ao raio de giro reduzido e a uma grande inovação da marca, a colocação dos contrapesos frontais na parte inferior do trator, fazendo com que o comprimento total do trator diminua e o novo posicionamento do centro de gravidade fique mais próximo do chão. A estabilidade do conjunto mecanizado, tanto com o implemento em operação quanto suspenso para execução de manobras, é excelente, o que garante segurança e conforto ao operador, tendo em vista o comprimento total

ERGONOMIA E SEGURANÇA

Quanto à questão ergonômica, este modelo de trator trouxe uma boa evolução em relação ao modelo que ele substitui e em relação a outros modelos produzidos por outras marcas do nosso país. Embora neste tipo de trator o sistema de alavancas posicionadas entre as pernas do operador seja o mais utilizado, pois há a necessidade de rebaixar a posição do operador em relação ao corpo do trator, a posição lateral dos comandos colocada sobre o para-lamas direito é considerada bastante boa. As alavancas estão envolvidas por proteção, contra intempérie.

TESTES REALIZADOS

Foram disponibilizados, para a realização dos testes de campo, dois implementos agrícolas normalmente utilizados no processo de produção da propriedade agrícola: uma roçadeira hidráulica lateral marca Baldan, modelo RP 1500 de 1,5m de largura de corte, e um pulverizador do tipo turbo atomizador da marca Jacto, modelo Arbus 400, com capacidade

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Fotos Charles Echer

As alavancas de comando foram posicionadas na lateral do trator e receberam revestimento contra intempéries O test drive foi realizado na propriedade do produtor de pêssegos Nercio Amaral de Souza, na Colônia Júlio de Castilhos, interior do município de Pelotas (RS)

deste conjunto, o peso do pulverizador cheio e, principalmente, a grande declividade do terreno, lembrando que a pulverização do pomar é realizada seguindo as curvas de nível. É importante salientar que todos os comandos, tanto os formados por alavancas de marchas quanto pelos comandos hidráulicos, estão ergonomicamente bem distribuídos, assim como os pedais de freio, a embreagem e o acelerador, ou seja, são de fácil acesso às mãos e aos pés, o que diminui o estresse físico do operador durante a realização de longas jornadas de trabalho. Com base no que ouvimos do operador deste trator, suas melhores impressões ficaram por conta do menor ruído e da qualidade dos freios. Também ouvimos dele elogios para a manobrabilidade e o desempenho do motor.

CONCLUSÕES

Ao final do test drive foi possível perceber a evolução do novo trator compacto da Massey Ferguson, com muitas inovações,

O novo design do capô e do para-lamas está alinhado com a tendência mundial da marca

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destacando-se, sobretudo, o novo design, alinhado com a tendência mundial da marca, o conforto, a segurança e a servicibilidade, tanto no acesso aos principais pontos de manutenção quanto no acoplamento de implementos ao sistema hidráulico. Acreditamos que todos estes pontos positivos proporcionarão uma boa satisfação aos clientes da marca. Assim, os produtores

que necessitam de tratores compactos, seja para atividades de floricultura, horticultura, fruticultura, entre outros cultivos, podem contar com mais este modelo para auxiliar na realização de suas operações agrícolas, aliando a tradição da marca às facilidades de aquisição de modelos deste porte. .M José Fernando Schlosser, Daniel Uhry e Marcelo Silveira de Farias Nema – UFSM

Local do teste do novo compacto da MF

O

test drive do trator MF 4275 Compacto foi realizado no 5º Distrito do município de Pelotas (RS). Nesta localidade, o produtor Nercio Amaral de Souza e seu filho Valdirnei de Souza, que é técnico em eletromecânica, cultivam aproximadamente quatro mil pés de pêssego, que se somam a outros 18 mil pés que são produzidos em área própria da família, todos em plena produção. Devido às características da região e desta área com terreno declivoso o pêssego é uma excelente alternativa, além do que estas áreas se situam próximas da tradicional rota do doce de Pelotas. Além do pêssego, os agricultores produzem milho e criam gado leiteiro, que está a cargo da filha do senhor Nercio, Katia Maria de Souza Zanetti. Entre as duas gerações que tocam este negócio, já se vão mais de 60 anos que a família está produzindo alimentos nesta localidade. Durante os testes, nos acompanhou uma equipe de técnicos da Secretaria de Desenvolvimento Rural do município de Pelotas, com a engenheira agrícola Rejane Ribeiro Jorge da Silva, e da Emater de Pelotas, com os engenheiros agrônomos Roberto Leães Simch e Evair Ehlert, todos envolvidos na assistência técnica desta propriedade e de outras da região. Esta zona do Estado é caracterizada por pequenas propriedades

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rurais, em sua maioria com pessoas de origem italiana e que praticam fruticultura em um padrão bastante superior às demais áreas do Estado. Segundo a estimativa deste produtor e dos técnicos, a produtividade média desta área é de 20kg por pessegueiro, o que representa um total 16 mil quilos por hectare, nesta configuração de espaçamento de 2,5 por 5,0m, com uma densidade de 600 a 800 pés por hectare. Os técnicos que acompanharam o teste ressaltaram que esta família costuma produzir pêssegos para a entrega nas indústrias locais, sempre com .M as melhores classificações (1 e 2). Também acompanhou o teste a Revista Campo Aberto da Massey Ferguson e a equipe de Marketing da empresa. Ainda recebemos um importante suporte técnico da concessionária Massey Ferguson para a região, que é a Cimma - Comércio Implementos Motores e Máquinas Agrícolas. Esta empresa, que em abril deste ano comemorou seus 45 anos de fundação, atua como concessionária autorizada Massey Ferguson nas regiões de Pelotas, Camaquã e Santa Vitória do Palmar e faz parte do Grupo Érico Ribeiro. Apoiaram-nos na adaptação do trabalho o mecânico Julio Fernandes Cardoso e o vendedor Vagner Donini, que atendem a região.


empresas

Sonho possível

Fatec oferece curso gratuito de Mecanização em Agricultura de Precisão, na Unidade de Marília, Campus Pompeia. Projeto tem a chancela da Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia (FSNT), uma das mantenedoras do trabalho

O

sonho de cursar uma universidade, acalentado por muitos adolescentes brasileiros oriundos da área rural, está mais próximo. A Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec/SP) oferece cursos gratuitos, como o de Mecanização em Agricultura de Precisão, coordenado pela unidade de Marília, no município de Pompeia. As aulas são ministradas nas instalações da Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia (FSNT), uma das mantenedoras do projeto. Com 50 anos de atuação, a Fatec contabiliza 50 mil alunos e 49 faculdades de tecnologia. A instituição está ligada ao Centro Paula Souza, da Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo. A Fatec Marília, Campus Pompeia, é uma parceria entre a FSNT, Centro Paula Souza e prefeitura do município. O fundador, que empresta o nome à fundação, faleceu em 2010, aos 99 anos. Os investimentos do empresário Shunji Nishimura em educação foi a forma que encontrou para expressar sua gratidão ao Brasil pela acolhida dada à sua família, de origem japonesa, que chegou ao País em 1932. A parceria público-privada tem se mostrado vantajosa para ambos os setores. “O interesse privado é no resultado, na capacitação de mão de obra para o mercado. Já o governo precisa suprir a demanda por educação. Com esses dois conceitos surge uma escola diferente”, explica Alberto Issamu Honda, diretor executivo da Fundação. Para equipar os laboratórios e facilitar a aprendizagem dos alunos, a FSNT conta também com o apoio de outras empresas privadas do Brasil e do exterior. “Através da apresentação

da proposta do curso, conseguiu-se motivá-los a se envolverem no projeto. Com isso, contamos com um grande número de empresas parceiras que colaboram para a melhoria na formação da mão de obra especializada para a agricultura brasileira”, relata. O curso de Mecanização em Agricultura de Precisão tem duração de três anos e oferece 40 vagas pela manhã e 40 à noite. O tecnólogo em mecanização em agricultura de precisão é um profissional que emprega adequadamente equipamentos e máquinas agrícolas, com o objetivo de otimizar e tornar viável a obtenção de altas produtividades agropecuárias, através da racionalização dos custos e a preservação dos recursos naturais e do meio ambiente. Este profissional atua em projetos de mecanização agrícola por meio de análise e seleção adequada de equipamentos e máquinas. Gerencia os ativos da propriedade, treina equipes de operação, manutenção e regulagem de equipamentos e máquinas de acordo com normas técnicas ambientais e de segurança e higiene do trabalho. Elabora orçamentos para a mecanização agrícola e análise de custos e investimentos.

Nas atividades relacionadas à Agricultura de Precisão aplica métodos de sensoriamento remoto e de fotointerpretação, assim como utiliza sistemas de informações geográficas e de posicionamento global para apoio ao planejamento das atividades agrícolas e avaliação de seus impactos ambientais. A diretora da Fatec, Campus Pompeia, Cláudia Cristina Mendonça, explica que 240 estudantes participam do curso de Mecanização em Agricultura de Precisão. “No final de 2012 formaremos a primeira turma, que atualmente conta com 80 alunos”, comemora. “Nos três primeiros processos seletivos, concorreram às vagas para o curso da Fatec Campus Pompeia alunos de 95 cidades e seis estados brasileiros, o que demonstra a abrangência de atuação dos futuros profissionais formados nesta escola”, destaca Cláudia Cristina. Em julho ocorre vestibular, para ingresso de novos estudantes. Mais informações podem ser obtidas pelo site oficial www.vestibularfatec. com.br ou pelos telefones 0800 596-9696 e (14) 3454-7540/7541 (Fatec Marília) ou ainda em .M Pompeia pelo telefone (14) 3405-2042.

A diretora da Fatec, Campus Pompeia, Cláudia Cristina Mendonça, o presidente, Jiro Nishimura, Shiro Nishimura, filho do fundador da FSNT, e o diretor Alberto Issamu Honda destacam sucesso da instituição

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colhedoras

Colhendo mudas A

Estudo mostra a qualidade da colheita de mudas de cana e identifica onde estão os problemas que podem comprometer a brotação das gemas viáveis, porém, se a operação não for corretamente realizada, este cuidado torna-se inútil.

O CONTROLE DE QUALIDADE

As técnicas de Controle de Qualidade ainda apresentam modesta utilização em pesquisas na agricultura, considerando seu grande potencial de aplicação. As primeiras bibliografias no Brasil surgiram do trabalho do professor José A. Bonilla, em seu livro Qualidade Total na Agricultura, publicado em 1994. Criada inicialmente para processos industriais, seu conceito é amplo e dinâmico, visando inicialmente à satisfação do consumidor. Esta metodologia, surgida no Japão, é ferramenta consolidada para aplicação em processos repetitivos, que podem ser facilmente identificados em operações agrícolas. Para o gerenciamento de processos de rotina, tem-se o Controle Estatístico de Processos (técnica do Controle de Qualidade), cujo princípio está na redução das variações, obtendo-se, assim, padronização. Desta forma é possível estabelecer metas para processos que apresentem pouca variação, pois seu comportamento torna-se previsível. E assim, o planeja-

Case IH

mecanização da colheita de cana-de-açúcar cresce em ritmo acelerado, principalmente na região Centro-Sul do Brasil, onde as usinas estão colocando em prática planos para ampliação, com previsão de que até 2014, quase a totalidade das áreas seja colhida mecanicamente. O impacto que o aumento do índice de mecanização representa deve ser considerado principalmente no tocante à mão de obra, que deve ser treinada e qualificada para as operações específicas. A qualidade na operação de colheita de mudas de cana-de-açúcar é vital, pois reflete na produtividade e na longevidade do canavial que será mantido por pelo menos cinco safras. Portanto, como forma de cuidado especial com as gemas, em colheita mecanizada de mudas comumente utiliza-se kit emborrachado nas colhedoras, que tem a função de minimizar o impacto e reduzir o atrito dos rebolos com os mecanismos internos, para evitar a danificação das gemas. Esta adaptação das colhedoras é fundamental à manutenção

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mento da operação seguinte é facilitado, reduzindo-se os custos envolvidos. A padronização dos rebolos de cana-deaçúcar facilita o fluxo destes na plantadora e a distribuição no sulco, contribuindo para a melhoria da qualidade no processo de plantio. Gemas viáveis, distribuídas uniformemente no sulco, resultarão em brotação regular e, consequentemente, melhor desenvolvimento da cultura.

METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO

Alguns ensaios foram realizados na Usina Ipiranga, município de Descalvado, São Paulo, durante implantação de canavial na safra 2009/2010, para verificar a qualidade do processo. A variedade de cana-de-açúcar colhida foi a RB86-7515, destinada à produção de mudas, sendo a operação realizada com colhedora Cameco CRW 2500, equipada com kit emborrachado. Os tratamentos foram divididos em função da idade da muda (11 e 12 meses) e do período de colheita (diurno e noturno), resultando em quatro tratamentos: 11D, 11N, 12D e 12N. Como indicadores de qualidade da operação, foram avaliados o comprimento dos rebolos e a proporção de gemas inviáveis.


Para a avaliação dos indicadores, coletaram-se 50 rebolos, imediatamente após a colheita em cada tratamento, nos quais foram feitas as medições de comprimento, contagem e classificação das gemas inviáveis em cada rebolo. As gemas consideradas inviáveis foram as que apresentaram algum dano mecânico e/ou ataque de quaisquer pragas, determinado por constatação visual pela equipe de auditoria de plantio da usina, ou quaisquer outros motivos que comprometessem a brotação naquela gema. A proporção de gemas inviáveis foi obtida calculando-se a razão entre a quantidade de gemas inviáveis e a quantidade total de gemas (viáveis e inviáveis) em cada rebolo.

COMPRIMENTO DE REBOLOS

A média para o comprimento de rebolos das mudas com idade de 11 meses, tanto para colheita diurna como noturna, foi de aproximadamente 37cm, enquanto que para os tratamentos com mudas de 12 meses foi de 41cm. A carta de controle (ferramenta do Controle Estatístico de Processos) para comprimento de rebolos (Figura 1) analisa a variação do tamanho a cada medição, e

Anderson de Toledo

A máquina utilizada na avaliação foi uma colhedora Cameco CRW 2500, equipada com kit emborrachado, colhendo em períodos diurno e noturno

com base nestas medições determina os Limites Superior e Inferior de Controle (respectivamente LSC e LIC) para o processo. Se todas as medições estiverem contidas nestes limites, o processo é considerado sob controle. No caso do comprimento dos rebolos, em todos os tratamentos, pelo menos um ponto ultrapassa estes limites, indicando que houve alguma interferência no processo, o que pode comprometer a qualidade da opera-

ção, cabendo ao especialista a tomada de decisão para reduzir esta variação. Para os rebolos das mudas com 11 meses, o tamanho teve distribuições bem semelhantes entre os períodos em que a colheita foi realizada. No caso das mudas de 12 meses de idade, a dispersão do tamanho dos rebolos em relação à média foi maior, principalmente no período diurno. Esta variação pode ter sido causada por diversos fatores relacionados à operação,


Figura 1 - Carta de controle para comprimento dos rebolos

na redução da qualidade da colheita e indiretamente na qualidade da operação de plantio, pois, o tamanho dos rebolos é fator que influencia a distribuição no sulco, prejudicando a regularidade de gemas por metro.

GEMAS INVIÁVEIS

A proporção de gemas inviáveis não apresentou diferença entre os tratamentos, sendo próxima a 10% do total de gemas. O coeficiente de variação para proporção de gemas inviáveis foi elevado (189%) em função de em algumas observações não serem identificadas gemas inviáveis e, em outros casos, a totalidade das gemas do rebolo foi considerada inviável pela equipe de avaliação. Na carta de controle para a proporção de gemas inviáveis (Figura 2), verifica-se que para as mudas com 11 meses, em duas situações a proporção de gemas inviáveis foi igual a 01, ou seja, todas as gemas no rebolo foram consideradas inviáveis. A investigação das causas dos danos causados a gemas pode John Deere

Anderson Toledo

em que os mais comuns podem ser: irregularidade do canavial, falhas do operador, má regulagem ou condição da colhedora, entre outros. Estes fatores devem ser estudados e monitorados e, se possível, minimizados, se há o desejo de melhorias na qualidade do processo alcançado pela estabilidade na medição dos indicadores. Consequentemente, a desuniformidade do comprimento dos rebolos das mudas de cana-de-açúcar implicará diretamente

Gemas viáveis (acima) e inviáveis (abaixo) colhidas durante a avaliação

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Figura 2 - Carta de controle para proporção gemas inviáveis/gemas totais em cada rebolo

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reduzir esta proporção e tornar o processo sob controle e apto a garantir os níveis de qualidade exigidos.

CONSIDERAÇÕES

A aplicação de técnicas do Controle Estatístico de Qualidade à colheita mecanizada de mudas de cana-de-açúcar permitiu inferir que a variação no comprimento dos rebolos e a proporção de gemas danificadas reduzem a qualidade da operação e podem afetar a qualidade da operação seguinte. Portanto, a investigação das causas de variação para estes indicadores, com o objetivo de uniformizar o tamanho dos rebolos e a redução da danificação às gemas, é essencial à melhoria do processo produtivo da cana-de-açúcar. .M Anderson de Toledo, Rouverson Pereira da Silva e Carlos Eduardo Angeli Furlani, Lamma Unesp/Jaboticabal Bernardo Titoto, Usina Ipiranga


máquinas

Mercado aquecido Estimativa da Abac aponta que a compra de máquinas e implementos agrícolas através de consórcio cresceu 6,7% em 2010, no Brasil, com desempenho acima de outros setores como a indústria automobilística e a construção civil. Bom momento vivido pelo agronegócio brasileiro indica que o cenário favorável deve se manter nos próximos anos

A

compra de máquinas e implementos agrícolas através de consórcio é uma prática que ganha espaço entre os produtores brasileiros. A estimativa da Associação Brasileira das Administradoras de Consórcios (Abac) é de que em 2010, 12 mil unidades tenham sido comercializadas por essa modalidade no País. O número é responsável por aproximadamente 17,5% de todas as vendas do setor realizadas no período e supera em 6,7% o volume comercializado por essa forma de aquisição no ano anterior. A possibilidade de parcelamento e a ausência de juros estão entre os principais atrativos. Comparada ao desempenho dos consórcios em outros segmentos, a participação de 17,5% na venda de máquinas agrícolas é significativa. O percentual supera o registrado no mercado da indústria automobilística, em que a comercialização de veículos leves totalizou 8,2%. Também é maior que os 16% alcançados nas vendas de imóveis financiados. Para a Abac, o ano de 2011 promete manter os bons resultados. O aumento na produção agrícola e nas exportações de commodities, aliado à necessidade de renovação e ampliação da frota, embasa a estimativa otimista. “Confirmando a importância desse setor de tratores e máquinas agrícolas no Sistema de Consórcios, pesquisa recente realizada por nossa assessoria econômica, junto a 14 administradoras, apontou 349

grupos em andamento com pouco mais de 76 mil participantes, com crédito variando de R$ 8.000,00 a R$ 600.000,00”, relata o presidente executivo da Abac, Paulo Roberto Rossi. Montadoras tradicionais de máquinas e implementos agrícolas contam com essa modalidade de negócios. É o caso da John Deere,

que há 14 anos trabalha com consórcio administrado pela Randon, empresa que pertence ao grupo gaúcho batizado com o mesmo nome, com sede em Caxias do Sul. Em 2010, 6% do total de tratores novos vendidos pela marca foram comercializados através de consórcio. Além do volume de

Na Agrale, empresa do mesmo grupo (Francisco Stédile), as vendas por consórcio começaram em 2004, com a administração do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul)

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A Valtra atua desde setembro de 2005 no segmento, com opções que abrangem desde o pequeno produtor rural que deseja adquirir sua primeira máquina até grandes produtores

negócios com máquinas novas, a John Deere também incentiva o uso do consórcio, nos seus Concessionários, para a venda de produtos usados (tratores, colheitadeiras e plantadeiras), recebidos como parte do pagamento na vendas dos novos. Hoje, aproximadamente 50% dos recursos oferecidos pelo Consórcio John Deere através das contemplações mensais é utilizado para a comercialização de usados do estoque das concessionárias. Diferentemente do financiamento, no consórcio não há juros e a taxa de administração é aplicada sobre o período total do plano, diluída no prazo total do grupo. A título de exemplificação, em um crédito de 100 mil, com prazo de 100 meses, com taxa de administração de 14%, o percentual mensal será de apenas 0,14%.

VALTRA

A Valtra Administradora de Consórcios, de Itu, São Paulo, atua desde setembro de 2005 no segmento, com opções que abrangem desde o pequeno produtor rural que deseja adquirir sua primeira máquina até grandes produtores

ou usinas que intencionam ampliar ou renovar a sua frota. A marca entrega até 1/3 dos bens do grupo nos 30 primeiros meses. E ainda existem diversas outras formas do consorciado retirar a sua máquina além do sorteio, como é o caso do lance fixo de 30% e 40%, ou lance livre. São realizadas grandes assembleias, que entregam até 80 máquinas em uma noite.

MASSEY

O Consórcio Nacional Massey Ferguson (CNMF) oferece a modalidade aos clientes desde 1980. Trabalha com toda a linha de tratores, colheitadeiras e implementos da marca. Em 2010, 12% das vendas da fábrica foram realizadas por esse instrumento de comercialização e em 2011 o levantamento parcial aponta que esse percentual já alcança 14,6%. Semelhante ao que ocorre no caso da Valtra, marca que pertence ao mesmo grupo AGCO, até 150 máquinas são entregues em uma única assembleia.

Há sete anos a New Holland passou a trabalhar de forma mais efetiva com consórcio. O produtor pode financiar através dessa modalidade qualquer uma das máquinas fabricadas

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Em 2010, 12% das vendas da Massey foram realizadas por esse instrumento de comercialização e em 2011 o levantamento parcial aponta que esse percentual já alcança 14,6%

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YANMAR AGRITECH E AGRALE

A Yanmar Agritech vende seus produtos por meio de consórcio há mais de 20 anos, em parceria com a Administradora Gaplan, de Itu, São Paulo, a mais antiga empresa de administração de consórcios em atividade no Brasil, com 45 anos no mercado. Toda a linha de tratores, microtratores e implementos da marca pode ser comercializada por meio dessa modalidade. De acordo com a montadora, aproximadamente 10% das vendas da marca são realizadas via consórcio. Já na Agrale, empresa do mesmo grupo (Francisco Stédile), as vendas por consórcio começaram em 2004, com a administração do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul). Veículos (caminhões/chassis) utilitários Marruá, tratores e motores estacionários/grupos geradores estão entre os produtos da marca comercializados através dessa modalidade.

NEW HOLLAND

Há sete anos a New Holland passou a trabalhar de forma mais efetiva com consórcio. O produtor pode financiar através dessa moda-

A John Deere há 14 anos trabalha com consórcio administrado pela Randon, empresa que pertence ao grupo gaúcho batizado com o mesmo nome, com sede em Caxias do Sul


O setor tem mais de 76 mil participantes, explica o presidente executivo da Abac, Paulo Roberto Rossi

lidade qualquer uma das máquinas fabricadas pela marca no Brasil. Segundo os dados do fabricante, em dezembro do ano passado a empresa conquistou o primeiro lugar nacional na venda de cotas para máquinas agrícolas. Foram comercializadas mais de 250 cotas no mês – crescimento de 7,68% em relação ao mesmo período de 2009. Este total representa mais de 30% das cotas

A Yanmar Agritech vende seus produtos por meio de consórcio há mais de 20 anos, em parceria com a Administradora Gaplan, de Itu, São Paulo

vendidas em todo o País. No acumulado do ano, a marca ficou com a segunda maior participação no mercado, com 23,5% das vendas de

2010. Fora dos programas sociais, o consórcio foi responsável, em 2010, por mais de 10% do .M faturamento da fábrica.


Empresas

O futuro do campo A

A tecnologia da agricultura de precisão tem trazido aumento da produção e economia de recursos para agricultores de todo o Brasil

Fazenda Santa Clara, localizada em Ponta Grossa, cidade do interior do Paraná, é referência de produção na região. Uma das razões para esta realidade é a utilização das tecnologias que dispõe a agricultura de precisão, conforme explica o proprietário Cássio Kossatz, em Dia de Campo, promovido pela Case IH, empresa do grupo CNH e fabricante de máquinas agrícolas. A fazenda possuiu 1,6 mil hectares para plantação da soja, o que resultou, na última safra recém-colhida, a produção de 3,8 mil quilos de soja por hectare, um aumento de 3%, se comparado a 2010. Este aumento totaliza um ganho de R$ 120 mil, no cálculo final da colheita. Atualmente, Kossatz, que utiliza a técnica de rotação de culturas, se prepara para a safra de inverno, com a plantação de aveia. “Esta cultura não será comercializada, será somente para manter as condições favoráveis do solo e evitar a erosão, por exemplo. No inverno passado, plantamos cevada, o que nos garantiu também uma boa comercialização com empresas

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especializadas”, explica. O agricultor tem como principais plantações de inverno a aveia, o trigo e a cevada, e no verão sua safra é de soja e milho. Esse aumento na produção, conforme o produtor, é reflexo da utilização da agricultura de precisão na propriedade há mais de sete anos. No encontro realizado, o agrônomo mostrou a evolução dos nutrientes básicos do solo de sua propriedade,

através do grid de amostragem, que mapeia a região e identifica as necessidades específicas de cada lugar. “Com esse material podemos saber o que cada parte do solo precisa e aplicar, posteriormente, somente o essencial”, ressalta. A partir desta análise, o produtor incorpora as informações num sistema específico na máquina, que realiza, através da tecnologia de GPS, a operação no local correto e de acordo com a carência

Em Dia de Campo, o produtor Cássio Kossatz demonstrou a utilização dos equipamentos de agricultura de precisão para a plantação de parte de sua safra de inverno

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Fotos Carolina Silveira

A equipe organizadora do Dia de Campo da Case IH e o produtor Cássio Kossatz, na Fazenda Santa Clara, em Ponta Grossa (PR)

particular do solo. A agricultura de precisão contempla também outras etapas do trabalho no campo, desde o preparo do solo, o plantio, até a colheita. Para realizar estes processos, Kossatz utiliza a barra de luz da Case IH, FM-750, que orienta o direcionamento da máquina agrícola para que ela opere sem falha ou sobreposição de áreas em nenhuma das partes do processo, o que reduz o custo de produção e o tempo disposto em cada trabalho no campo. “É utilizado também

o piloto automático, o que faz com que a atenção esteja voltada para a operação e o desenvolvimento da máquina, sem a necessidade de se preocupar com a direção do trator”, acrescenta. “Com base nos dados recolhidos pelo equipamento, o produtor pode racionalizar o uso de insumos, o tempo de trabalho e aperfeiçoar cada rotina na propriedade, possibilitando uma economia significativa de combustível, fertilizantes e defensivos, que vai impactar nos lucros da produção”, afirma a responsável pelo Comercial e Pósvenda para Agricultura de Precisão da Case IH, Mariana Camargo. A exemplo desta situação, o agricultor ressalta que obteve a racionalização do uso de adubo - que representa mais de 40% do custo total de

sua produção -, como o calcário, no qual teve redução de 20%, e o fósforo de 40%. O mais surpreendente para Kossatz, foi a percepção de que o solo estava com quantidade de cloreto de fósforo adequada, o que proporcionou a redução de 100% deste elemento. A Case IH aposta que a tecnologia de agricultura de precisão será a evolução no campo. A perspectiva da empresa nesta área para 2011, segundo Mariana, é o crescimento de vendas em no mínimo o dobro. “Esta tecnologia não é voltada apenas para os grandes produtores. Pequenos e médios também estão utilizando os equipamentos e registrando aumento na produção, economia de recursos e de tempo, alavancando os .M ganhos”, esclarece.

Cássio realizou a análise do solo de suas terras e desenvolveu o grid de amostragem da propriedade

Mariana Camargo aposta que a agricultura de precisão é o futuro do campo

A barra de luz da Case IH é composta por um monitor touch screen, que demonstra o caminho já percorrido

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ficha técnica

JD 8245R

O trator JD 8245R da John Deere, que tem foco no mercado de grãos e de cana-de-açúcar, é o primeiro trator no Brasil com suspensão independente no eixo dianteiro

À

venda no Brasil desde meados de 2010, o trator 8245R é o primeiro modelo oferecido no país com suspensão independente no eixo dianteiro. O modelo 8245R faz parte da Série 8R de tratores John Deere. Esta série conta com três modelos de 245cv, 270cv e 320cv e já segue o novo padrão de nomenclatura da marca onde o primeiro dígito representa a família, os três dígitos seguintes representam a potência aproximada do motor em cv e o quinto é uma letra que representa o nível de especificação da série dentro da família, quanto mais elevada no alfabeto for a letra, mais especificada é a série de tratores.

MOTOR

O modelo 8245R conta com um motor John Deere Power Tech Plus, seis cilindros, com nove litros de cilindrada, equipado com sistema de injeção eletrônica tipo commonrail de alta pressão e com quatro válvulas por cilindro. Além disso, o motor é turbinado e dotado de intercooler para maior eficiência. Em função da utilização de misturas de biodiesel, obrigatórias no mercado brasileiro, a

John Deere equipou todos os tratores da série 8R com filtros separadores de água adicionais de alta capacidade. Outra característica interessante do motor do 8245R é o sistema FieldCruise, que permite reduzir eletronicamente a rotação máxima do trator fazendo com que o mesmo economize combustível em operações que não necessitem de toda potência do motor.

TRANSMISSÃO

A transmissão do 8245R é do tipo power shift e possui 16 marchas à frente e quatro à ré, ou seja, é uma transmissão sequencial onde todas as marchas podem ser trocadas sem o uso da embreagem e sem interrupção de potência para as rodas. Além disso, a trans-

Suspensão independente no eixo dianteiro é uma das características que mais chamam a atenção no 8245R

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missão possui o dispositvo APS (Auto Power Shift) que possibilita trocas de marchas automáticas em função da carga do motor.

SISTEMA HIDRÁULICO

O sistema hidráulico é do tipo centro fechado com bomba de pistões de 227 litros por minuto e possui quatro válvulas de controle remoto de série. As quatro válvulas são eletronicamente ajustáveis possibilitando que o operador configure a vazão de óleo e o tempo de acionamento. O sistema de levante de três pontos é da categoria 3/3N e tem capacidade para levantar 6.895kg a 610mm dos engates inferiores.


Fotos Cultivar

A transmissão é PowerShift com 16 marchas de avanço e quatro marchas à ré

CABINE

A cabine dos tratores John Deere da Série 8R é a CommandView II que inclui assento com suspensão a ar com amortecedores longitudinais e transversais. Ela possui descansa braço direito com controles integrados e monitor colorido (CommandARM), além de sistema de som com CD e MP3 Player, porta USB, quatro auto-falantes e sub-woofer. Ainda compõem a cabine limpadores e lavadores dianteiro e traseiro, além de ar-condicionado quente-frio digital com controles no CommandARM e assento

Os modelos 8R vêm equipados com 4 válvulas de controle remoto, como opcional a possibilidade de 5 válvulas

para acompanhante dobrável. A cabine do 8245R possui amplo espaço interno e excelente visibilidade.

CONTROLES

Os controles do 8245R estão todos concentrados no CommandARM, com o qual se pode navegar nas diversas funções configuráveis utilizando o monitor colorido integrado ao descansa braço (CommandCenter). Neste console podem ser ajustados os sistemas de levante hidráulico, válvulas de controle remoto, FieldCruise (limitador de rotação do

As telas de LCD possibilitam monitoramento total das operações em campo

motor), gerenciador de manobras de cabeceira (iTec), ar-condicionado, sistema de som, tração dianteira, luzes de trabalho programáveis, tomada de potência e as funções automáticas da transmissão.

EIXOS

O eixo traseiro é do tipo passante como em todos os demais modelos John Deere acima de 140cv vendidos no mercado brasileiro. Por ser

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Fotos Cultivar

O modelo vem equipado com sistema de agricultura AMS, com receptor StarFire iTC

configurado com rodados traseiros simples, o 8245R possui um eixo “curto” com largura de 2.438mm e 120mm de diâmetro. Mas o grande destaque no que se refere aos eixos está na dianteira. O 8245R é o primeiro trator comercializado no Brasil com suspensão dianteira independente. Esta suspensão, chamada pela empresa de ILS (Independent Link Suspension), proporciona mais tração ao manter a pressão do rodado dianteiro sobre o solo sempre constante. Segundo o fabricante os ganhos de eficiência são da ordem de 10%, ou seja, o trator 8245R pode realizar 10% de

trabalho a mais no mesmo tempo e com o mesmo combustível se comparado a um trator da mesma potência sem este dispositivo.

RODADOS

Os rodados do trator 8245R foram configurados pensando em possibilitar tanto aplicações em cana-de-açúcar quanto aplicações de grãos. São rodados radiais simples (não duplados) com grande largura e, consequentemente, grande área de contato.

AGRICULTURA DE PRECISÃO

e do rendimento da suspensão dianteira ILS. Se necessário podem ser adicionados pesos posteriormente.

DEMAIS CARACTERÍSTICAS

Além das características descritas anteriormente, o 8245R vem equipado com radar de duplo facho para medição de velocidade real em relação ao solo; para-lamas frontais pivotantes; freio a ar para reboque e barra de tração Categoria 4 com pino de .M duas polegadas.

O modelo 8245R conta com piloto automático integrado de série com precisão SF2 (10cm) e com monitor colorido sensível ao toque onde podem ser configuradas todas as funções relativas à condução orientada por satélite.

PESOS E DIMENSÕES

O 8245R vem equipado com um par de pesos traseiros de roda de 635kg cada e sem pesos frontais, o que, segundo o fabricante, é o suficiente para a maioria das aplicações em função da potência do motor Principais características do motor Potência do motor na rotação nominal – cv (kW) 245 (180) Sistema de Injeção Eletrônica common-rail Rotação máxima (rpm) 2.100 Rotação de torque máximo (rpm) 1.600 Número de cilindros/Cilindrada seis cilindros / 9,0 litros Aspiração Turbo Intercooler Norma ISO 97/68EC PS Características do sistema hidráulico Vazão máxima da bomba hidráulica - L/min Pressão máxima de trabalho - bar (PSI) Categoria do levante hidráulico Capacidade de levante a 610mm do engate - kgf Número de Válvulas de Controle Remoto Dimensões gerais Comprimento total com levante hidráulico (mm) Distância entre eixos (mm) Peso máximo (Kg)

Detalhes do centro de comandos no interior da cabine e assento auxiliar dobrável para acompanhante

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Traseiros Dianteiros

227 200 (2.900) 3/3N 6.895 4 6.411 3.050 12.000

Especificação dos pneus 800/70 R38 173A8 R1W 600/70 R30 152A8 R1W

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Acima, separador de água adicional instalado por conta da utilização de biodiesel e detalhe do filtro de ar, abaixo


colhedoras Jumil

Pequenas colhedoras

A utilização de pequenas máquinas nas lavouras familiares é cada vez mais comum. A avaliação realizada pelo Laboratório de Máquinas e Mecanização Agrícola da Unesp mostra que colhedoras de arrasto têm desempenho satisfatório na colheita de milho em pequenas áreas

E

momento da colheita. Na colheita mecanizada, os danos mecânicos nas sementes são extremamente prejudiciais à qualidade das mesmas. Estes danos são provocados pela rotação do cilindro trilhador no momento da colheita. Além dos danos mecânicos, o processo de debulha e beneficiamento também influencia na pureza das sementes, sendo que esta aumenta com a elevação da rotação do cilindro trilhador. Com relação às perdas quantitativas, estas

podem atingir um percentual de 8% a 10%, sendo que o tolerável é de apenas 4%. O método de colheita mecanizada é geralmente empregado em grandes áreas de produção, com a utilização de colhedoras automotrizes com grande capacidade operacional e elevados custos de aquisição. Porém, atualmente, as empresas do setor vêm desenvolvendo colhedoras para atender pequenos e médios produtores, que antes realizavam a colheita manualmente, mecanizando em

Ricardo Canova

m 2005, os maiores produtores mundiais de milho foram Estados Unidos, China e Brasil, que produziram 280, 131 e 35,9 milhões de toneladas, respectivamente. No Brasil, em 2007, a cultura do milho ocupou uma área em torno de 14 milhões de hectares, produzindo cerca de 51 milhões de toneladas de grãos, tendo rendimento médio de 3.648kg/ha. O milho é insumo para produção de uma centena de produtos, porém, só na cadeia produtiva de suínos e aves são consumidos aproximadamente 70% do que é produzido no mundo e entre 70% e 80% da produção do Brasil. A colheita do milho pode ser realizada manual ou mecanizadamente. O primeiro método, quando utilizado, proporciona maior qualidade e menor perda dos produtos colhidos, porém menor rendimento da operação, sendo praticamente inviável quando aplicado a grandes áreas de cultivo. O segundo método de colheita, apesar de apresentar grande rendimento de operação, pode provocar perdas, sendo elas quantitativas ou qualitativas, por isso os equipamentos devem ser regulados de forma que evitem maiores perdas no

Detalhe da regulagem de aberturas do mecanismo de trilha e limpeza da máquina (esquerda) e ângulos de abertura de fluxo de ar (direita)

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Figura 1 - Perdas de sementes em relação às aberturas no mecanismo de trilha e limpeza e nos ângulos de abertura do fluxo de ar

certas ocasiões somente o processo de debulha. As máquinas são configuradas em escala menor, proporcionais à área de produção, acoplada a tratores, viabilizando a mecanização e, consequentemente, a tecnificação dos pequenos e médios produtores. Neste contexto, a equipe do Lamma (Laboratório de Máquinas e Mecanização Agrícola) da Unesp/Jaboticabal, realizou um trabalho com o objetivo de quantificar as perdas quantitativas e a quebra de sementes pelos mecanismos internos de uma colhedora acoplada de duas fileiras, destinada a pequenos e médios produtores. O experimento foi conduzido em área da Estação Experimental de Ribeirão Preto pertencente ao Instituto Agronômico de Campinas (IAC), localizada na cidade de Ribeirão Preto (SP). Utilizaram-se 24 parcelas de 20 metros de comprimento cada, com 10m de intervalo entre as mesmas, para manobras e estabilização do conjunto. O experimento constou de três regulagens de abertura do mecanismo de trilha e limpeza da máquina, sendo A1: abertura de 3,5cm, A2: abertura de 6,0cm e A3: abertura de 8,5cm. Também foram utilizados dois ângulos de abertura de

fluxo de ar (F1: 16º e F2: 44º de abertura) de acordo com as recomendações do fabricante. A colheita foi realizada à velocidade média constante de 2,7km/h-1. Os dados obtidos foram tabulados e submetidos à análise de variância fatorial.

CONDUÇÃO DO EXPERIMENTO

A colheita foi realizada com colhedora da marca Jumil, modelo JM 380, com plataforma de colheita de duas fileiras, potência mínima requerida de 75cv, velocidade na TDP de 540rpm, massa de 1,4 mil/kg e capacidade de produção estimada de até 500 sacas/dia. A colhedora foi acoplada a um trator da marca Agrale, modelo 5085,4, com potência de 85cv 2.300rpm e rotação na TDP de 540 a 2.000rpm. As perdas quantitativas foram mensuradas por meio da coleta de todas as sementes caídas no solo, dentro de uma armação de madeira e fio de nylon de um metro quadrado, colocada no sentido transversal ao deslocamento da colhedora, posicionada na área já colhida, obtendo-se assim as perdas totais. As sementes coletadas foram pesadas, possibilitando conhecer as perdas em kg/ha

para cada tratamento. Para a determinação da pureza física das sementes e sementes quebradas pelos mecanismos internos da colhedora, recolheram-se amostras no tanque graneleiro da colhedora em cada parcela e respectiva repetição obtendo-se aproximadamente 1,5kg de material. Em laboratório o material foi separado em quatro amostras de 0,25kg (repetições) para cada tratamento e repetição, submetido às peneiras oblongas (nº 16 a nº 10) obtendose assim as sementes puras, o material inerte (impurezas) e as sementes quebradas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Durante a colheita o teor médio de água dos grãos permaneceu em torno de 16,2%. Setenta por cento das sementes ficaram classificadas entre as peneiras oblongas 11 e 13. Na Figura 1 encontram-se os valores para as perdas quantitativas de sementes. Observa-se que as maiores perdas ocorreram na abertura 1. Analisando-se os ângulos de abertura de fluxo de ar, na mesma tabela, observa-se que as maiores perdas foram encontradas no menor ângulo de abertura,

Figura 2 - Porcentagem de pureza em relação à abertura do mecanismo de trilha e limpeza e do ângulo de abertura do fluxo de ar

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Figura 3 - Porcentagem de quebra de sementes pelos mecanismos internos da colhedora

pelos mecanismos internos da colhedora. Considerando que as sementes possuíam umidade em torno de 16,2%, estes resultados concordam com os de Araújo (1995) que ao realizar colheita de sementes de milho com colhedora automotriz também verificou grande percentual de sementes quebradas quando as mesmas apresentram umidade em torno de 18%. Com relação à variação dos ângulos de abertura do fluxo de ar, observa-se que os maiores valores de quebra de sementes foram encontrados no menor ângulo de abertura. Este resultado ocorreu possivelmente devido à maior quantidade de ar no sistema, fazendo com que as sementes sofressem choques desnecessários nos mecanismos internos.

CONCLUSÕES

Com base nos dados coletados é possível chegar a algumas concluões. As maiores perdas quantitativas de sementes ocorreram na menor abertura do mecanismo de trilha e limpeza. A variação do ângulo de abertura do

fluxo de ar não proporcionou aumento ou diminuição das perdas; as perdas quantitativas permaneceram abaixo dos 60kg/ha. A variação das aberturas do mecanismo de trilha e limpeza não afetaram no aumento ou diminuição da pureza das sementes; a pureza permaneceu em torno de 95%. Já o menor ângulo de abertura do fluxo de ar proporcionou maiores quebras nas sementes. A variação das aberturas do mecanismo de trilha e limpeza não influenciou a quebra das sementes. A colhedora teve desempenho satisfatório na colheita de sementes de milho, sendo uma opoção para a viabilização da mecanização para pequenos e médios produtores de milho. .M Ricardo Canova, Ivan Cardoso Ferreira e Rouverson Pereira da Silva, Unesp/Jaboticabal Bruno Bellini e Rafael Scabelo Bertolo, Insti. Taquaritinguense de Ens. Sup.

Ricardo Canova

possivelmente devido a um menor fluxo de ar. O aumento da quantidade de ar no sistema provocou o arremesso das sementes junto com as impurezas através do sistema de descarga de impurezas. Verificou-se que em ambos os fatores analisados, as perdas ficaram abaixo da média nacional que gira em torno de 60kg/ha. Na Figura 2 encontram-se os valores de pureza de sementes após a avaliação podendo-se observar que a pureza permaneceu, em todos os tratamentos, em torno de 95%. Esse resultado também foi verificado por Oliveira et al (1997), que obtiveram pureza de sementes de milho em torno de 97%, quando colhidas mecanicamente, se diferenciando das sementes colhidas manualmente em espigas e posteriormente debulhadas mecanicamente que obtiveram pureza em torno de 98%. Ainda na Figura 2, pode-se observar que não ocorreram difernças para os ângulos de abertura do fluxo de ar. Os índices de pureza também permaneceram em torno de 95%, evidenciando a qualidade da operação realizada pela colhedora. Na Figura 3 são apresentados os valores de porcentagem de quebra de sementes

A colhedora utilizada no ensaio foi uma JM 380 com plataforma de colheita de duas fileiras

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MÁQUINAS EM NÚMEROS

VENDAS INTERNAS DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS AUTOMOTRIZES NACIONAIS E IMPORTADAS - ATACADO Total Nacionais Importadas Tratores de rodas Nacionais Importados Tratores de esteiras Nacionais Importados Cultivadores motorizados Nacionais Importados Colheitadeiras Nacionais Importadas Retroescavadeiras Nacionais Importadas Mil unidades 2009 2010 2011

JAN 3,1 4,6 4,0

2011 MAR B 5.902 5.808 94 4.751 4.665 86 85 77 8 70 70 0 468 468 0 528 528 0

ABR A 5.744 5.625 119 4.751 4.643 108 95 86 9 84 84 0 343 341 2 471 471 0

Unidades

FEV 3,6 5,3 5,2

MAR 4,1 6,6 5,9

ABR 3,9 6,0 5,7

2010

JAN-ABR C 20.865 20.471 394 16.808 16.469 339 336 304 32 287 287 0 1.697 1.676 21 1.737 1.735 2 MAI 4,0 6,4

JUN 4,2 6,1

ABR D 6.031 5.986 45 5.144 5.103 41 60 59 1 158 158 0 210 207 3 459 459 0 JUL 4,8 6,4

JAN-ABR E 22.542 22.310 232 18.384 18.195 189 247 236 11 509 509 0 1.806 1.781 25 1.596 1.589 7 AGO 5,1 6,5

SET 5,4 6,1

Variações percentuais A/D -4,8 -6,0 164,4 -7,6 -9,0 163,4 58,3 45,8 800,0 -46,8 -46,8 63,3 64,7 -33,3 2,6 2,6 -

A/B -2,7 -3,2 26,6 0,0 -0,5 25,6 11,8 11,7 12,5 20,0 20,0 -26,7 -27,1 -10,8 -10,8 OUT 6,2 5,9

NOV 5,3 4,7

DEZ 5,5 3,9

C/E -7,4 -8,2 69,8 -8,6 -9,5 79,4 36,0 28,8 190,9 -43,6 -43,6 -6,0 -5,9 -16,0 8,8 9,2 -71,4 ANO 55,3 68,5 20,9

MÁQUINAS AGRÍCOLAS AUTOMOTRIZES POR EMPRESA Unidades

2011 MAR B 5.902 4.751 150 134 669 1.354 1.001 1.278 165 468 78 154 56 160 20 70 85 528

ABR A 5.744 4.751 143 140 1.235 1.288 735 1.051 159 343 31 214 26 60 12 84 95 471

Total Tratores de rodas Agrale Case CNH John Deere Massey Ferguson (AGCO) New Holland CNH Valtra Yanmar Agritech Colheitadeiras Case CNH John Deere Massey Ferguson (AGCO) New Holland CNH Valtra Cultivadores motorizados (1) Tratores de esteiras (2) Retroescavadeiras (3)

2010

JAN-ABR C 20.865 16.808 547 460 3.232 4.797 3.207 3.934 631 1.697 200 750 241 433 73 287 336 1.737

ABR D 6.031 5.144 193 95 945 1.543 893 1.253 222 210 31 63 32 71 13 158 60 459

JAN-ABR E 22.542 18.384 626 335 2.555 5.678 3.733 4.643 814 1.806 217 643 281 581 84 509 247 1.596

Variações percentuais A/D -4,8 -7,6 -25,9 47,4 30,7 -16,5 -17,7 -16,1 -28,4 63,3 0,0 239,7 -18,8 -15,5 -7,7 -46,8 58,3 2,6

A/B -2,7 0,0 -4,7 4,5 84,6 -4,9 -26,6 -17,8 -3,6 -26,7 -60,3 39,0 -53,6 -62,5 -40,0 20,0 11,8 -10,8

C/E -7,4 -8,6 -12,6 37,3 26,5 -15,5 -14,1 -15,3 -22,5 -6,0 -7,8 16,6 -14,2 -25,5 -13,1 -43,6 36,0 8,8

Fonte: ANFAVEA - Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores

(1) Empresas não associadas à Anfavea; (2) Caterpillar, New Holland CNH (sucede Fiatallis CNH a partir de 1º/02/05), Komatsu; (3) AGCO, Case CNH, Caterpillar, New Holland CNH (sucede Fiatallis CNH a partir de 1º/02/05).

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PRODUÇÃO DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS AUTOMOTRIZES Unidades Total Tratores de rodas Tratores de esteiras Cultivadores motorizados Colheitadeiras Retroescavadeiras Mil unidades 2009 2010 2011

JAN 4,7 5,9 5,3

2011 MAR B 7.523 5.916 251 80 712 564

ABR A 6.905 5.532 273 55 576 469 FEV 4,4 6,5 7,0

MAR 5,6 7,9 7,5

ABR 5,2 7,8 6,9

2010

JAN-ABR C 26.712 20.899 898 375 2.761 1.779 MAI 4,5 8,1

JUN 4,1 7,7

ABR D 7.814 6.519 136 177 490 492 JUL 5,6 8,5

JAN-ABR E 28.062 22.396 534 612 2.573 1.947 AGO 5,7 8,6

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SET 6,1 8,2

Variações percentuais A/D -11,6 -15,1 100,7 -68,9 17,6 -4,7

A/B -8,2 -6,5 8,8 -31,3 -19,1 -16,8 OUT 7,0 8,1

NOV 7,3 7,3

DEZ 6,2 4,2

C/E -4,8 -6,7 68,2 -38,7 7,3 -8,6 ANO 66,2 88,9 26,7




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