Cultivar Máquinas • Edição Nº 111 • Ano X - Setembro 2011 • ISSN - 1676-0158
Nossa capa
Test Drive - Cotton Blue 2826
Confira o desempenho da Cotton Blue 2826 da Montana em nosso test drive, a primeira colhedora brasileira para algodão adensado
Destaques
Capa: Charles Echer
Matéria de capa
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Índice Rodando por aí
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Sistema hidráulico
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Lastragem de pneus
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Ficha Técnica - Metalfor
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Cuidados na armazenagem de combustíveis 16
Sistema hidráulico
Lastragem de pneus
Entenda por que, antes de comprar o trator, é importante conhecer bem o sistema hidráulico que vem em cada modelo
Saiba como realizar a lastragem correta dos tratores e diminuir a patinagem e o consumo de combustível
08
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• Editor
• Coordenação Circulação
Gilvan Quevedo
Simone Lopes
• Redação
Charles Echer Carolina Simões Silveira
• Revisão
Aline Partzsch de Almeida
• Assistente
Luciane Mendes Natália Rodrigues
• Design Gráfico e Diagramação
• Expedição
• Comercial
• Impressão:
Cristiano Ceia
Pedro Batistin Sedeli Feijó José Luis Alves
Direção Newton Peter
Edson Krause Kunde Indústrias Gráficas Ltda.
NOSSOS TELEFONES: (53) • GERAL
3028.2000
• ASSINATURAS
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• REDAÇÃO
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C Grupo Cultivar de Publicações Ltda. www.revistacultivar.com.br
• Assinaturas
• MARKETING
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Máquinas utilizadas para controlar erosões
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Empresas - Stara apresenta linha de tratores 28 Ficha Técnica - JD 7760
www.revistacultivar.com.br cultivar@revistacultivar.com.br CNPJ : 02783227/0001-86 Insc. Est. 093/0309480
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Lançamentos e destaques da Expointer 2011 34 Coluna Estatística Máquinas
Cultivar
Ariani Baquini
Test Drive - Cotton Blue 2826
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Assinatura anual (11 edições*): R$ 157,90 (*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)
Números atrasados: R$ 17,00 Assinatura Internacional: US$ 130,00 EUROS 110,00 Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados podem solicitá-las à redação pelo e-mail: cultivar@revistacultivar.com.br
Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.
rodando por aí
Autopropelido
O diretor de Marketing da New Holland, Carlos d’Arce, destacou na Expointer o pulverizador autopropelido SP3500. “A apresentação desse produto está embasada na confiabilidade da marca e na sua ampla rede de concessionários no Rio Grande do Sul, que oferecem total apoio ao novo lançamento, que é de fabricação nacional. Entramos neste novo segmento para explorar suas possibilidades e atender de forma ainda melhor ao nosso Carlos d’Arce público e revendas”, disse.
Volume de negócios
De acordo com o gerente comercial da Jan, Claudiomiro dos Santos, a 34ª Expointer foi importante em função do grande volume de negócios realizados com o Pulverizador Autopropelido Power Jet.
Colhedora
O especialista em Marketing de Produtos Case IH, Roberto Biasotto, explicou durante a Expointer as características da A 4000, colhedora de cana-deaçúcar oferecida através do programa Mais Alimentos. A máquina apresenta como um dos diferenciais a capacidade de manobra. Utilizada onde o terreno não possibilita o plantio da cultura com espaçamento superior a um metro entre linhas, é também alternativa para áreas onde as grandes colhedoras não conseguem executar o trabalho, como bicos de terrenos.
Claudiomiro dos Santos e Ronaldo Annoni
Nicho de mercado
Roberto Biasotto
Tratores
O gerente de Marketing da Case IH para a América Latina, Alfredo Jobke, deu destaque na Expointer para as novas versões adaptadas da linha Farmal, de 80cv e 95cv, produzidas no Brasil para o cultivo do arroz irrigado. “Foram pensadas para garantir a segurança do operador e a integridade do equipamento, que fica em contato com a água durante quase toda a jornada de trabalho. Esta linha é equipada com pneus com garra alta, capazes de garantir a tração da máquina neste Alfredo Jobke tipo de terreno”, explicou.
Rodados
A Marini apresentou durante a 34ª Expointer o Kit Rodado Duplo Marini versão arrozeira. De acordo com gerente de Marketing, Eduardo Marini, a empresa participa há mais de dez anos da feira e a cada ano observa evolução tanto na participação do público quanto na infraestrutura. Marini fez uma projeção positiva de negócios e reafirmou a importância do evento para a visibilidade dos seus produtos: rodados duplos, alongadores de eixos, aros, discos centrais e pneus agrícolas.
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A Valtra apresentou pela primeira vez na Expointer o pulverizador BS 3020H. De acordo com o gerente de Marketing de Produto Pulverizadores e Implementos da AGCO América do Sul, Eduardo Amendola, um dos grandes desafios da aplicação de defensivos é conseguir que a máquina mantenha a estabilidade das barras em diferentes tipos de topografia e solo. “Com o sistema de chassi flexível isto é possível, independentemente do obstáculo”, garantiu.
Eduardo Amendola
Sem compactar
Um dos destaques da Valtra na Expointer foi para a divisão de tecnologia. O coordenador de Marketing de Produto ATS Valtra, Rafael Costa, explicou o conceito do Sistema de Operações Integradas, que tem por objetivo otimizar o sistema de plantio de grãos e garantir eficiência em todas as etapas do cultivo. Trata-se da implantação de programas que permitem o planejamento das operações para concentrar a passagem de máquinas e implementos em determinada área, utilizando o mesmo rastro, integrando todas as operações na lavoura, eliminando assim a compactação Rafael Costa nas demais áreas.
Estrutura
O Sicredi ofereceu quatro espaços para atender às demandas de associados, expositores e visitantes de diferentes regiões do Rio Grande do Sul e do Brasil durante a Expointer: Casa Sicredi, Estande de Máquinas, Ambiente da Agricultura Familiar e Pavilhão Internacional. Com uma equipe de 60 gerentes de Negócios e Unidades de Atendimento da região, além de assessores de Comunicação e Produtos e Serviços, a empresa superou em negócios a edição anterior da feira.
Precisão
A Allcomp Geotecnologia e Agricultura apresentou durante a 34ª Expointer 2011 o seu novo Transmissor Laser Spectra Precision AG-401, a linha S-BOX de Agricultura de Precisão, que possui monitores para plantio, pulverização e colheita. Todas as informações são armazenadas em um pen drive, podendo ser visualizadas no Google Earth no fim de cada trabalho. E por fim, a tradicional barra de luzes Light Bar fornecerá orientação para o piloto automático elétrico.
Concessionária
A Augustin, concessionária da Massey Ferguson, com sede em Não-Me-Toque/Rio Grande do Sul, inaugurou em 2011 sua primeira loja na cidade de Guarapuava, Paraná. Márcio Ronei Kilpp foi convidado para ser o gerente de Vendas desta nova área de atuação.
Márcio Ronei Kilpp
Prêmio
A equipe da Semeato comemorou na Expointer o Troféu Ouro conseguido pela Semeadora Sol TT 2830, na categoria Novidade, concedido pelo Prêmio Gerdau Melhores da Terra. A Diretora Comercial da Semeato, Carolina Rossato Hayashida, disse que a conquista é motivo de orgulho para todos os colaboradores. “Esse prêmio mostra que o nosso trabalho está sendo bem-feito, que a nossa tecnologia é boa, que a gente faz pelos nossos próprios esforços. Isso motiva todos nós, as 1.800 pessoas que estão dentro da empresa, a trabalhar cada vez mais, progredir e buscar a superação todos os dias”, defendeu.
Linhas
A Stihl trouxe para Expointer suas linhas agropecuária, florestal, de jardinagem e doméstica, além de um portfólio de 54 produtos que inclui roçadeiras, pulverizadores, sopradores, motosserras, cortadores a disco, motopodas, perfuradoras, lavadoras de alta pressão e ferramentas multifuncionais. Entre os lançamentos, apresentou o pulverizador manual costal SG20, a lavadora RE 98, botas de segurança e o óleo 8017H, em embalagem econômica de 20 litros.
50 anos
Fábio Piltcher, diretor de Marketing da Massey Ferguson; Carlito Eckert, diretor Comercial, e a equipe de gerentes de Produtos apresentaram, durante a Expointer, resultados e perspectivas da empresa. Piltcher e Eckert destacaram a trajetória dos 50 anos da marca no Brasil e a liderança de seus produtos no mercado.
Produção ampliada
Vanessa Lanzarin Lopes, analista de Marketing da John Deere, destacou na Expointer as novidades na linha de tratores da marca. A aposta nos lançamentos fez com que o ritmo de produção da fábrica de Montenegro duplicasse o número de modelos produziVanessa Lanzarin Lopes dos desde 2008.
Soluções
O especialista de Marketing e Produtos AMS – Soluções em Gerenciamento Agrícola da John Deere, Maurício Menezes, apresentou na Expointer a solução SurfWaterPro, indicada especialmente para os produtores de arroz. Criado para o gerenciamento de água em superfícies, trata-se de um software que faz o levantamento altimétrico e o planejamento das curvas de níveis.
Maurício Menezes
Troféu ouro
Na categoria Novidade do Prêmio Gerdau Melhores da Terra, o troféu ouro foi para o pulverizador autopropelido Uniport 2000, da Jacto. Participaram da cerimônia de entrega da premiação Anderson Rolin e Jorge Nishimura, do conselho de administração do Grupo.
Anderson Rolin e Jorge Nishimura
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Novos rumos
Marcos Arbex assumiu a gerência de Marketing da Montana. Arbex lembrou que a linha de pulverizadores autopropelidos da marca já está consolidada no mercado. “O desafio, agora, é reforçar a linha de tratores”, Marcos Arbex projetou.
Fruteiros
Cássia Tomasetto, assistente de Marketing da Agritech, acompanhou a equipe de vendas durante a Expointer. O destaque da empresa no evento foi para a linha de tratores Cássia Tomasetto fruteiros.
Logística
Aline de Moura, assistente de Marketing da Tramontini, participou da Expointer. A empresa lançou a linha de tratores para logística industrial, aeroportos e movimentação de materiais em operadores logísticos.
Grupo completo
O Grupo Agrimec levou à Expointer produtos de todas as suas empresas. A Agrimec, com implementos agrícolas; Idema, com engrenagens, eixos e caixas de transmissão; Intecsol, com os aquecedores solares, e Ferragem Insumec, com ferragens em geral.
Odilo Marion
Hortaliças
A equipe da Jumil deu destaque especial na Expointer para a plantadora de hortaliças Natura JM2400 SH. Segundo Osvaldo Milan, o mercado gaúcho é expressivo para este equipamento.
Aline de Moura
Financiamentos
A procura por linhas de financiamento do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) superou as expectativas iniciais da Expointer 2011. O BRDE recebeu R$ 307 milhões em intenções de financiamentos - total que se refere a expectativas de contratações a partir da procura do público durante a feira. O número de pedidos de financiamento chegou a R$ 44 milhões. Entre autoridades políticas, representantes de entidades e instituições, empresários, produtores rurais, a Casa do BRDE, junto à praça central da Expointer, recebeu mais de 1,5 mil pessoas.
Parceiras
A Arvus, fabricante nacional de equipamentos para tecnologia agrícola, e a Carmetal, especializada em distribuidores de insumos e fertilizantes, firmaram na Expointer 2011 parceria para comercialização dos produtos de ambas as empresas. O produto de destaque da Carmetal foi o Zeus e da Arvus o Titanium.
Márcio Blau e Darlan Schunemann
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Arrasto e autopropelidos
A Metalfor apresentou durante a Expointer produtos como o Futur 3000, que se destaca por ser um equipamento de arrasto com tecnologia e rendimento semelhantes aos de um autopropelido, com durabilidade, baixa manutenção e boa relação custo/benefício para o produtor.
tratores
Força canalizada
Fotos Aloísio Bianchini
Fotos Charles Echer
Tratores pertencentes à mesma classe e com potência idêntica podem ter a capacidade de levante do sistema hidráulico distinta. Por isso, na hora da compra, esta característica deve ser observada com cuidado em todos os modelos avaliados
Penetrógrafo portátil autopropelido utilizado para avaliação da compactação do solo
Figura 1 - Desenvolvimento da cultura aos 60 dias após o semeio submetido a diferentes densidades de compactação
A
expansão da agricultura brasileira deve-se em grande parte pelo aumento da área plantada no decorrer dos últimos 40 anos, permitindo um aumento substancial da produção agrícola. Contudo, apenas o incremento da área não é suficiente para que se busque a ampliação da produção. Novas tecnologias no campo, aliadas ao grande desenvolvimento da mecanização, contribuíram de forma significativa para que fosse possível atingir o atual patamar da produção agrícola nacional. Nos últimos anos, devido a novas políticas de apoio ao desenvolvimento da agricultura, visando principalmente os pequenos agricultores, houve um aquecimento nas vendas de tratores agrícolas, criando um novo cenário no meio rural, onde a facilidade de crédito possibilitou a aquisição do do primeiro trator, o que para muitos agricultores era algo impossível até então. Inúmeros são os fatores que devem ser levados em consideração no momento da aquisição de um trator agrícola, além das condições financeiras. Dentre estas, pode ser destacado o consumo de combustível, potência do motor, reserva de torque, sendo que uma característica que passa totalmente despercebida é a capacidade do levante do sistema hidráulico. Cada propriedade possui particularidades dentro das diversas atividades realizadas, sendo que algumas exigem somente capacidade de tração com implementos de arrasto e outras exigem maior capacidade de levante hidráulico ao utilizar equipamentos acoplados aos três pontos do trator. O engate de três pontos é composto Tabela 1 - Valores médios da capacidade de levante do sistema hidráulico em kgf nas respectivas classes de potência por marca Marcas A B C D E F G H I
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I 616,93 1200,20 2099,60 597,55 850,44
II 2700,21 2445,28 2650,24 2290,28 2433,04 1967,03 2528,89 1300,14
III 5204,63 5568,67 8400,42 6586,35 5217,88 3314,07 3666,90 -
IV 6675,06 5800,15 7333,80 7999,67 6607,76 -
Figura 1 - Número de tratores por classe
por vários componentes que trabalham juntos, entre eles o sistema hidráulico do trator, que é formado por bomba, cilindro hidráulico e pontos de fixação. Os dois pontos inferiores são acionados pelo sistema hidráulico do trator, fornecendo movimento no sentido vertical, permitindo desta forma suspender e abaixar os implementos a ele acoplados através do simples comando do operador. O braço superior designado de terceiro ponto é móvel e tem como função apenas o equilíbrio do implemento no sentido longitudinal.
Figura 2 - Capacidade do sistema hidráulico nas classes de potência
No caso de tratores de pequeno e médio porte, o sistema de levante hidráulico se torna indispensável, sendo constantemente utilizado em função das condições impostas pelas atividades diariamente realizadas. Cabe ressaltar, que a maioria desses tratores é utilizada em pequenas propriedades, onde os equipamentos acoplados permitem uma maior manobrabilidade, consequentemente, maior eficiência operacional e qualidade do trabalho realizado. O sistema de levante hidráulico deve proporcionar uma capacidade compatível com as
necessidades do agricultor, que muitas vezes analisa com maior prioridade apenas a potência do motor do trator. Assim, buscou-se avaliar a capacidade do sistema hidráulico dos tratores agrícolas de rodas com tração dianteira auxiliar (TDA) para demonstrar a variação desta, nas diferentes classes de potência. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) classifica os tratores em classe I, quando sua potência vai até 36,9kW (50cv); classe II, de 37 a 73,9kW (50,30 a 100,50cv); classe III, de 74 a 146,9kW (100,60 a 199,80cv)
Fotos Charles Echer
Cada propriedade possui particularidades e as atividades realizadas possuem diferentes exigências em relação ao sistema hidráulico do trator
e classe IV, com potência superior a 147kW (200cv). Através de um levantamento, foi avaliada a capacidade do sistema hidráulico de levante de 145 modelos, de nove diferentes fabricantes de tratores agrícolas nacionais. Estes modelos também foram separados por marca e diferenciados por potência, juntamente com sua respectiva capacidade de levante. Constatou-se um número maior dos modelos das classes II e III, sendo que a primeira contou com 40% e a segunda com 40,69% do total. Desse modo, demonstra-se que o maior número de modelos disponibilizados pelas empresas encontra-se distribuído na faixa de 50cv a 200cv. Ainda pode-se considerar a ocorrência de uma ampla variação entre as capacidades de levante dos tratores de diferentes marcas englobados em uma mesma classe. Pode-se notar que não ocorre um padrão de aumento entre o máximo e o mínimo nas diferentes categorias. A classe I apresenta uma diferença na capacidade de levante entre seu máximo e mínimo na ordem de 351,36%, a classe II de 207,69%, a classe III de 253,48% e na classe IV de 137,92%. Esse diferencial deve-se à capacidade de bombeamento e ao diâmetro do cilindro hidráulico, que variam entre modelos, inclusive dentro da mesma faixa de potência. Cada projeto é considerado único na indústria, pois envolve diferentes fatores estruturais de projeto que também são ligados ao desempenho e que irão interferir diretamente no custo final do produto. Outro fator que deve ser levado em consideração é a inexistência de ensaios oficiais realizados nos tratores agrícolas, que servem para avaliar desde a potência e torque do motor, à capacidade de levante do sistema hidráulico. Dados oficiais sobre estas características são de grande importância, pois são informações que servem de parâmetro para uma correta seleção da máquina a ser adquirida. Sem estes dados, cabe apenas ao consumidor verificar as especificações técnicas disponíveis e selecionar o modelo que melhor atinja os seus objetivos. Várias empresas possuem modelos
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específicos para atividades que muitas vezes não necessitem de levante hidráulico com grande capacidade, o que acaba dispensando incrementos estruturais e barateando o custo do equipamento. Para os tratores maiores, o levante hidráulico possui apenas uma função secundária, pois a maior parte dos equipamentos é de arrasto, acoplados através da barra de tração, como, por exemplo, grades e semeadoras, que
devido as suas dimensões e peso são impossibilitadas de serem acopladas ao engate de três pontos, o que justifica de certa forma a variação nas capacidades encontradas. Nesse cenário, pode-se observar a ocorrência de uma variação significativa entre capacidade de levante do hidráulico mínima e máxima dos tratores agrícolas dentro da mesma classe de potência. Portanto, se faz necessário uma avaliação mais criteriosa por parte do agricultor no momento da aquisição, pois a capacidade deverá suprir as necessidades nas mais distintas atividades que o trator irá desempenhar. É importante ressaltar que neste trabalho foi avaliada somente a capacidade do sistema hidráulico dos modelos, componente que, portanto, não deverá ser o único critério avaliado .M pelo produtor na hora da compra. Ravel Feron Dagios, Tiago Rodrigo Francetto e Renan Prade, Unisc Alexandre Russini Unipampa
O sistema de levante hidráulico deve ter capacidade compatível com as necessidades do agricultor, que muitas vezes analisa com maior prioridade apenas a potência do motor do trator
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No ponto
Com pequenos cuidados na lastração de pneus para tratores agrícolas 4x2, é possível eliminar patinagens e desgaste desnecessário de combustível
Charles Echer
Pneus
U
ma atitude simples e de baixo custo que agricultores podem adotar na busca pela eficiência e redução de perdas é melhorar a capacidade de tração dos tratores de uso agrícola 4x2. Se for constatada patinagem excessiva do trator, a utilização de peso, ou, como se diz tecnicamente, lastro, resolve o problema. Ajustando-se a quantidade de lastreio do trator, a operação agrícola pode ser realizada com menor consumo de potência e combustível. Ao aplicar essa técnica, porém, é preciso tomar cuidado para não ultrapassar os limites máximos de carga e pressão especificados pelo fabricante do trator que faz a especificação em função das características técnicas dos pneus aplicados. Pneus agrícolas com lastração insuficiente patinam facilmente sobre a terra, provocando perda de velocidade, desgaste acelerado da banda de rodagem. Por outro lado, a lastração exagerada aumenta a compactação do solo e a resistência ao rolamento, gerando mais esforço tanto dos pneus quanto dos componentes mecânicos do veículo. Nos dois casos irá ocorrer desperdício de combustível. Pesquisas de campo demonstraram que a eficiência máxima de tração é obtida quando ocorre um pequeno deslizamento dos pneus trativos no solo, cujo valor ideal em porcentagem depende do tipo de terreno onde o trator desenvolve seu trabalho. O aproveitamento máximo da força disponível nas rodas de tração em tratores 4x2, em função do tipo de solo, acontece quando o deslizamento dos pneus traseiros se situa entre os seguintes valores: 5% a 7% em superfícies asfaltadas ou de concreto; 7% a 12% em terrenos duros; 10% a 15% em terrenos firmes, porém macios; e 13% a 18% em terrenos soltos, arenosos ou lamacentos. Deslizamentos muito reduzidos representam, em geral, excesso de peso no trator. O acerto deve ser feito reduzindo a lastração. Já quando os deslizamentos forem excessivos, deve-se incrementar o peso. Devem-se utilizar, quando necessário, pesos metálicos fornecidos pelo fabricante do trator na dianteira e na traseira, além da lastração com água dos pneus trativos. A pressão utilizada nos pneus também afeta a tração, mas nunca se deve reduzi-la a valores abaixo dos recomendados para a carga aplicada no pneu. Outro fator que pode afetar bastante a eficiência de tração é a capacidade de autolimpeza da banda de rodagem. Por isso, deve-se utilizar o tipo de pneu mais adequado para as características do terreno e do trabalho a ser desenvolvido. De forma prática, considerando o trator já com lastros aplicados e seus implementos acoplados, examinando as marcas dos pneus deixadas no solo, podemos definir se o deslizamento está sendo satisfatório, dentro dos
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Ao lastrar com água, a roda deve ficar com a válvula na posição vertical mais elevada
padrões ideais. Quando o trator estiver com pouco peso, as marcas no solo pouco definidas indicam deslizamento excessivo. Neste caso, deve-se aumentar a lastração do pneu. Quando a situação for oposta e o trator estiver com sobrepeso, as marcas no solo ficam claramente definidas indicando deslizamento muito reduzido. Neste caso, deve-se diminuir a lastração. A lastração e o deslizamento estarão corretos quando, no centro, houver sinais de deslizamento e as marcas Tabela com litragem de água por medida Conteúdo de água 75% Medida do pneu 9.5-24 12.4-24 14.9-24 14.9-26 18.4-26 23.1-26 28.1-26 12.4-28 14.9-28 16.9-28 16.9-30 18.4-30 21L-30 23.1-30 24.5-32 30.5L-32 35.5L-32 16.9-34 18.4-34 12.4-36 12.4-38 13.6-38 15.5-38 18.4-38 20.8-38
Aro W8 W11 W13 W13 W16L DW20 DW25A W11 W13 W15L W15L W16L W18L DW20 DW21 DW27A 31VA W15L W16L W11 W11 W12 W14L W16L W18L
Volume (litros) 50 80 150 170 280 470 630 110 180 220 250 320 420 510 600 750 900 280 360 150 140 190 230 370 480
Nota: os valores da tabela são indicativos e foram calculados considerando-se 75% do volume interno do pneu.
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Para retirar a água da lastragem, deixe o pneu com a válvula na posição vertical mais baixa
nas bordas externas estiverem bem definidas, indicando que o peso está adequado.
TIPOS DE LASTRO
A lastração de pneus e rodas pode ser efetuada com água ou pesos metálicos. A introdução de fluido dentro dos pneus das rodas motrizes, ou trativas, é a maneira mais simples de aumentar o seu peso. O enchimento com água apresenta como vantagens o baixo custo, sua rápida e fácil realização e a possibilidade de graduar à vontade a lastração. Algumas fábricas de tratores fornecem lastros metálicos, facilmente aplicáveis às rodas. Esses artefatos devem ser empregados somente em trabalhos pesados e retirados quando o trator é utilizado em trabalhos normais. Mas, na prática, tanto a água como os lastros metálicos raramente são retirados do pneu. Isso é prejudicial, pois durante os trabalhos leves a lastração aumenta desnecessariamente o consumo de combustível e o desgaste da máquina. Recomenda-se, portanto, retirar a
água ou os lastros metálicos quando o trator ou o implemento não estiver sendo usado para trabalho agrícola. Como os lastros são colocados nas rodas ou pneus do eixo traseiro, a dianteira do trator pode se tornar muito leve em serviço e ficar sujeita a oscilações. Nesses casos é recomendável colocar lastros metálicos na parte frontal do trator. Por outro lado, é desaconselhável a colocação de pesos extras na parte traseira por causar sobrecarga nos semieixos e rolamentos.
Procedimento do uso da água
Para realizar a lastragem com água é importante seguir alguns passos tanto na hora de encher como na hora de esvaziar os pneus. Para realizar o enchimento, o primeiro passo é levantar a roda do veículo e girá-la até que a válvula tenha alcançado a posição vertical mais elevada. Depois, desparafuse o núcleo da válvula e introduza água no pneu com um tubo de borracha aplicado
COMO MEDIR O DESLIZAMENTO EM TRATORES 4X2
A
medida do deslizamento pode ser feita de forma prática no campo por meio da utilização do trator sem e com implementos, da seguinte forma: 1) Com um giz, faça um traço radial no flanco de um dos pneus traseiros; 2) Com o implemento levantado, coloque o trator em movimento sobre o terreno a ser trabalhado; 3) Quando o traço de giz tocar o solo na perpendicular, faça uma marca no terreno após completadas dez voltas do pneu; 4) Com o implemento acionado, percorra a mesma distância da operação anterior, contando o número de voltas do pneu na distância percorrida entre as duas marcas
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feitas no terreno; 5) Estime o número de voltas de forma fracionada (1/4, 1/2 etc) e subtraia as dez voltas anteriores; 6) Multiplique a diferença encontrada por 100 e divida o resultado por dez para definir o percentual de deslizamento. Exemplo: Nº de voltas do pneu sem o implemento = 10 Nº de voltas do pneu na condição normal de trabalho (com implemento) = 11,5 Diferença de voltas: 11,5 - 10 Percentual de deslizamento: P P = 1,5 x 100/10 P = 15%
Fotos Divulgação
Detalhe de rastros de pneus com pouco peso (esquerda), com muito peso (centro) e lastragem ideal (direita)
sobre o corpo da válvula, por meio da utilização de torneira comum ou reservatório situado num ponto mais elevado. De tempos em tempos, destaque o tubo da válvula para permitir que o ar contido no pneu saia livremente. Suspenda o enchimento quando a água começar a sair pela válvula. Nesse ponto, o enchimento corresponderá a aproximadamente 75% do volume interno do pneu. Para diminuir este valor, mova o pneu até outra posição, de modo que a válvula regule a quantidade de água introduzida. Para finalizar, parafuse novamente o núcleo sobre o corpo da válvula e efetue o
enchimento com ar, até alcançar a pressão recomendada. Para retirar a água do pneu, repita o proAlém da lastragem com água, também pode-se aumentar o peso do trator com lastros metálicos nas rodas
cedimento inicial e levante a roda do trator fazendo-a girar até a válvula atingir a posição vertical mais baixa. Parafuse o núcleo da válvula e deixe sair a água. Aplique um tubo de borracha de comprimento conveniente no suporte do núcleo, introduzindo-o na câmara de ar e, em seguida, após parafusar o núcleo no corpo da válvula, encha o pneu de ar. Remova a armação interna do núcleo, deixando sair a água residual, retire o tubo de borracha e aparafuse o núcleo da válvula para encher novamente o pneu com ar na .M pressão recomendada. Flávio Bettiol Junior, Pirelli
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ficha técnica
Futur 3000
O Futur 3000 da Metalfor se destaca por ser um equipamento de arrasto com grande parte da tecnologia encontrada em pulverizadores autopropelidos, como suspensão pneumática ativa e tanque de calda de três mil litros
A
Metalfor, além da linha de pulverizadores autopropelidos, fabrica desde 2001 no Brasil sua linha de equipamentos de arrasto. Nessa linha, um dos destaques é o modelo TVA Futur 3000, um equipamento de arrasto que procura agregar toda a tecnologia de um pulverizador autopropelido. O Futur 3000 está equipado de linha com um controlador de vazão modelo Bravo 300S que faz a calibragem automática da pressão de pulverização para uma aplicação constante do volume de calda programada pelo operador, compatibilizando com o tipo de bico utilizado e velocidade de trabalho. O computador permite guardar as programações utilizadas e as informações, como quantidade de hectares trabalhados. A bomba de pulverização utilizada tem uma vazão de 140L/min e uma pressão que chega aos 20bar. O sistema da bomba é do tipo pistão/ membrana, ou seja: são três pistões cobertos por uma membrana especial, que impede o contato do produto aplicado com os pistões e outras partes metálicas, evitando a corrosão interna da bomba. Todo o sistema da bomba trabalha lubrificado em óleo para garantir
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maior durabilidade e baixa manutenção. A mesma tem uma câmera de compensação que evita as oscilações de pressão durante seu funcionamento. A barra está dividida em cinco seções de pulverização, com cortes individuais, facilitando as aplicações nos arremates e evitando remontes dos lotes. As canarias são de aço inox e o distanciamento entre bicos é de 35cm, situação que permite o fechamento entre o leque dos mesmos à maior altura, dando a possibilidade de trabalhar com o barramento mais perto do alvo de aplicação e evitando a deriva de produto. O Futur 3000 sai de linha com porta-bicos triplo e três jogos de bicos. A tríplice filtragem do sistema é feita por um elemento principal, um filtro por seção e filtros individuais por bico. O tanque de produto é de três mil litros, construído em PFRV, equipado com quebraondas interno e agitadores hidráulicos que trabalham com a mesma pressão da bomba de pulverização. Na parte dianteira interna do tanque contém também um depósito de água limpa, separada do tanque de produto
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Sistema de suspensão pneumática equipa pulverizador de arrasto Futur 3000
com capacidade de 200 litros utilizada para a lavagem de frascos, a mesma se realiza com uma bomba elétrica deixando o circuito de água limpa totalmente independente do sistema de pulverização. O abastecimento pode ser feito mediante o incorporador de produtos e por meio de uma motobomba que está adaptada ao equipamento.
SUSPENSÃO, CHASSI E BARRAS
A Metalfor levou a tecnologia de sistema de suspensão pneumática utilizada nos pulverizadores autopropelidos para os equipamentos de arrasto. O Futur 3000 está equipado com dois pulmões de suspensão que, em conjunto com quatro amortecedores, absorvem todas as oscilações do terreno no eixo do equipamento, evitando a torção e o esforço do chassi. Uma barra estabilizadora locada na parte inferior do chassi ajuda a mantê-lo sempre equilibrado. O chassi é construído em tubos de aço fechados, brindando uma estrutura reforçada e evitando o ingresso ou
Fotos Metalfor
Detalhe do computador e comandos eletro-hidráulicos instalados na cabine
depósito de produto em cantoneiras ou dentro do mesmo. As barras são de 25 metros, integralmente construídas em tubos de aço fechado. O desenho delas é em torre, outorgando maior estabilidade e proteção da linha de bicos. A ponteira da barra é com desarme automático. A partir dos modelos 2011 o sistema de barras do Futur 3000 mudou para o fechamento das mesmas em sentido vertical, melhorando a estabilidade do conjunto em regime de trabalho já que absorve melhor as oscilações horizontais durante a aplicação. O sistema de barras se completa com quadros móvel e fixo que trabalham de maneira pendular quando a barra se encontra aberta, evitando os golpes em sentido vertical durante o trabalho. O amortecimento de todo o suporte de pulverização é por meio dos pistões hidráulicos que são auxiliados por câmaras de nitrogênio. São três depósitos de nitrogênio,
O sistema de barras é composto por um quadro móvel e um fixo que trabalham de maneira pendular quando a barra se encontra aberta, evitando golpes verticais
um assiste os pistões do braço de levante, e outro para cada um dos pistões de primeira abertura das barras. Desta maneira, o sistema trabalha bem amortecido, evitando a utilização de molas e sistemas mecânicos que possam sofrer desgaste. O acionamento das barras é totalmente eletro-hidráulico, resultando em maior velocidade nos movimentos. O equipamento já vem com o sistema hidráulico independente, com depósito de óleo hidráulico e bomba própria, evitando a utilização do sistema do trator. A configuração do equipamento permite trabalhar facilmente com um trator com cabine, somente tendo que levar o computador e o comando eletrohidráulico para a cabine. A medida do rodado é 12,4x36, oferecendo um ótimo vão livre para um equipamento de arrasto. A bitola pode ser regulada com diferentes aberturas, desde 1,60 metro a 2,10 metros. .M
A bomba de pulverização é do tipo pistão/ membrana, que tem vazão de 140L/min
Barra estabilizadora locada na parte inferior do chassi ajuda a manter ele sempre equilibrado
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combustíveis Fotos Charles Echer
Diesel limpo
Muitas vezes, problemas no motor das máquinas são causados pela qualidade dos combustíveis utilizados. Por isso, quando o armazenamento é feito na fazenda, é necessário tomar alguns cuidados para manter as propriedades do diesel intactas e livres de contaminações
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om a crescente evolução do setor de mecanização agrícola, as propriedades rurais mais afastadas das cidades buscam alternativas para o armazenamento de óleo combustível. Em grandes propriedades o armazenamento é realizado em tanques de maior capacidade; já nas pequenas, o acondicionamento é feito em reservatórios de menor capacidade (tambores de 20 a 200 litros). Para armazenar o óleo combustível, é preciso tomar alguns cuidados para que, ao invés de agilizar o processo produtivo, o mesmo não traga prejuízos e cause desgastes desnecessários no que diz respeito à manutenção de tratores ou cultivadores motorizados. O armazenamento de óleo combustível não
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deve ser por tempo prolongado, não devendo ser superior a 60 dias. O armazenamento por longo prazo faz com que o diesel oxide (deteriore), bem como o ambiente dentro do tanque, que se torna propício para a proliferação de colônias de microrganismos (bactérias, fungos e leveduras), ainda mais quando em contato com a água. Ao se proliferarem, as colônias de microrganismos geram uma borra escura, com mau cheiro, que causa alteração na coloração do óleo combustível, entupimento e danos ao sistema de injeção. Conforme o diesel vai se deteriorando, os sedimentos (contaminantes) se acumulam no fundo do reservatório. Para evitar que o óleo combustível a ser utilizado nos tratores e nos
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cultivadores motorizados fique contaminado, o tanque deve ser instalado com uma inclinação para o lado contrário ao de captação de óleo combustível. Este processo evita que os sedimentos e contaminantes sejam succionados e afetem o sistema de injeção dos tratores e cultivadores motorizados, bem como facilita a limpeza dessas impurezas. No caso de tanques subterrâneos, os sedimentos devem ser removidos com o auxílio de uma bomba de sucção manual. Quando armazenado em tambores de menor capacidade, o ideal é instalar uma torneira no lado mais baixo para realizar a limpeza do tanque de combustível, retirando assim contaminantes e sedimentos. A torneira no ponto mais alto
deve ser a fonte para abastecimento, conforme representado na Figura 1. Em hipótese alguma devem ser reutilizados recipientes de defensivos, ácidos e outras aplicações para armazenamento e transporte de óleos combustíveis. Mesmo após uma boa lavagem, o recipiente pode contaminar o óleo combustível, causando graves danos ao sistema de injeção de combustível. A utilização de diesel contaminado, além de causar danos ao sistema de injeção, resulta em queda no rendimento, aumenta a emissão de poluentes e causa o entupimento de filtros e galerias. Para evitar o acúmulo de água e sedimentos tanto no tanque de armazenamento quanto no tanque de combustível, alguns pequenos cuidados devem ser observados, como veremos a seguir: • Sempre ao final de um dia de trabalho é necessário reabastecer a máquina para evitar o processo de condensação. • Antes do início do trabalho é necessário realizar a drenagem do decantador do filtro de combustível para remoção de água e alguns sedimentos que porventura podem ser encontrados. • Estabelecer uma rotina de limpeza nos tanques de armazenamento para a drenagem
Figura 1 - Maneira correta de armazenar em tambores
O ideal seria um tanque inclinado, com a torneira de água no lado mais baixo e a de abastecimento mais no alto
de contaminantes e sedimentos (ferrugens e impurezas) é uma prática aconselhável que ajuda a prevenir eventuais problemas no motor. • Os tanques devem ser protegidos da chuva e do sol, bem como não apresentar vazamentos, evitando a contaminação. • O sistema de injeção do trator não deve possuir vazamento e sua manutenção deve
ser conforme plano de manutenção recomendado. Cuidados simples mas necessários no armazenamento servem para manter a qualidade dos combustíveis e evitar danos caros nos motores e .M nos sistemas de injeção das máquinas. Everton F. Rodrigues, Agritech
capa
Cotton Blue 2826
Testamos a primeira colhedora de algodão adensado fabricada no Brasil, a Cotton Blue 2826 da Montana, que já está ganhando espaço junto com o cultivo em espaçamento reduzido em todas as regiões algodoeiras
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m mais um test drive promovido pela revista Cultivar Máquinas, a equipe do Núcleo de Ensaios de Máquinas Agrícolas da UFSM, colaboradora da revista nestas provas, teve uma excelente oportunidade de conhecer e testar a mais nova colhedora de algodão adensado da Montana, a Cotton Blue 2826 modelo stripper. Atualmente no mercado há dois tipos de máquinas para a colheita do algodão, um que se presta mais ao algodão convencional e outro que serve ao algodão adensado. Para colher algodão no sistema convencional, a colheita é feita por linha, cada uma delas colhida por um órgão da máquina. Este tipo de máquina se chama picker. Para o algodão adensado, a colheita não é feita individualmente em cada linha, utilizando-se máquinas denominadas stripper, que recolhem a massa a ser colhida com uma angulação de 30 graus em relação às linhas. Para a primeira opção há
duas marcas, além da Montana concorrendo pelo mercado. Para a colheita do algodão adensado há duas opções, a primeira é a adaptação das máquinas tipo picker para colheita com plataforma stripper, com o fornecimento dos chamados kits de adaptação ou a segunda opção que é a máquina dedicada ao adensado, proposta da Cotton Blue da Montana, testada pela nossa equipe. A Montana já tem mais de 20 máquinas deste tipo só no estado do Mato Grosso e detém junto com as máquinas dotadas de kits a hegemonia neste segmento. O projeto desta máquina iniciou em 2009 até sua entrada no mercado em 2011, após o lançamento no último Agrishow de Ribeirão Preto. Foi então a oportunidade de utilizar um equipamento novo, projetado especialmente para este fim, pois, em geral, os kits são colocados em máquinas bem usadas, de fabricação anterior a 2003, já com seus problemas naturais de
As bombas, os filtros e os tanques hidráulicos estão localizados na lateral da máquina, onde é possível fazer as manutenções periódicas de forma simples
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Radiadores da água de arrefecimento e do óleo do sistema hidráulico têm acesso fácil
desgaste. Para este projeto, a Montana fez uma parceria com uma empresa que fornece a plataforma e os demais componentes foram desenvolvidos na própria empresa, com seu corpo de engenharia. Muito importante neste tipo de máquina, que tem simplificado o seu processo de separação e limpeza, é a presença de uma unidade conhecida como HL, que não existe nas máquinas tipo picker. Na Montana, o HL faz o trabalho da limpeza, substituindo outros componentes da máquina tradicional.
Fotos Charles Echer
A Cotton Blue 2826 tem motor da marca Cummins Série C de seis cilindros, oito litros e 280cv de potência bruta a 2.200rpm, com turbo intercooler. O modelo testado estava equipado com pneus Goodyear 20.8-38 R1 de 14 lonas na dianteira e 16.0/70-20 na traseira
Ainda nos relataram, durante os testes, que há um sistema de trabalho denominado “rapa”, que consiste em
retirar da máquina equipada com kit para algodão adensado a unidade de pré-limpeza, o HL, deixando o problema da limpeza do produto para a indústria. A vantagem é que embora se retire o produto mais sujo da lavoura, a produtividade de trabalho, em hectares por hora, se incrementa em aproximadamente 70%. A plataforma da Cotton Blue 2826 é do tipo stripper, termo que se associa à ideia de retirar ou desmontar a parte a ser colhida dos ramos da planta, sem cortá-la. É constituída por uma linha de pentes, flexíveis e resistentes, que ao entrarem em contato com a planta, retiram o algodão, aproveitando o deslocamento da máquina. Por baixo, há um chamado rolo “destroncador” que serve para, já neste ponto, separar o caule da planta do
algodão propriamente dito, evitando que entre na máquina um produto indesejável. Depois de retirada da planta, a massa formada por partes vegetativas, mais o “fruto”, é conduzida para dentro da unidade de prélimpeza, por meio de uma rosca sem-fim e um condutor de ar. No HL, um conjunto de rolos de serrilhas e escovas faz a pré-limpeza, separando o fruto de ramos e folhas que ainda permanecerem. Todo o processo de condução deste material, para a separação e o transporte, é acionado por uma corrente de ar, gerada por cinco ventiladores. A utilização do ar para a condução do material começa no próprio duto ligado à plataforma, onde o ar é injetado no primeiro terço deste e faz inicialmente a sucção do
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Fotos Charles Echer
O sistema de compactação da carga é feito por três rolos compactadores do tipo rosca sem-fim
material e depois o conduz com pressão até o HL. Posteriormente, o ar é utilizado para fazer entrar o produto no HL (pré-limpeza). A última porção leva o algodão da saída do HL até o cesto onde, já limpo, é armazenado. O motor que equipa a Cotton Blue modelo 2826 é da marca Cummins Série C de seis cilindros, oito litros e 280cv de potência bruta a 2.200rpm, com turbo intercooler. Este propulsor aciona um conjunto de duas bombas hidráulicas da marca Sauer Danfoss, uma maior para a transmissão de potência para o deslocamento da máquina e outra menor para o acionamento de todos os mecanismos que servem à colheita e à limpeza do produto, incluindo os ventiladores. Para a transferência de potência às rodas há uma transmissão hidrostática, com variador, marca ZF hidrostática, e uma caixa de câmbio mecânica de duas velocidades. Nas duas rodas dianteiras motrizes estão presentes dois redutores finais que fazem a adequação da velocidade e do torque às rodas. A parte hidráulica aciona componentes como direção assistida, motores
hidráulicos para a turbina de ar, acionamento da plataforma e movimentação basculante do cesto e seu deslocamento para a descarga sobre o reboque. Toda esta hidráulica necessita de arrefecimento de óleo, que é feito com um conjunto de radiadores, na lateral esquerda da máquina, com bom acesso, sobre um suporte que se abre expondo os radiadores da água de arrefecimento do motor e do intercooler. Em módulo separado está o radiador do sistema hidráulico da transmissão, dos sistemas complementares e do ar-condicionado. Para facilitar a manutenção, o motor está montado sobre uma estrutura própria, que pode ser retirada por baixo da máquina. Dois critérios foram decisivos para o desenvolvimento do chassi da Cotton Blue. O primeiro diz respeito à boa distribuição de pesos da máquina, onde se alocou alguns componentes de forma estratégica com a finalidade de concentrar 65% do peso sobre o eixo dianteiro e 35% sobre o eixo traseiro. O motor, por exemplo, é transversal e próximo ao eixo traseiro, já o cesto foi posicionado o
Onde testamos a Cotton Blue 2826
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ossa equipe se deslocou até o estado do Mato Grosso, no município de Pedra Preta, na Serra da Petrovina, distante 120km de Rondonópolis. As avaliações foram conduzidas na Fazenda Girassol Agrícola, km 117 da BR-364. Fomos recebidos pelo engenheiro Ederson Francisquini, responsável pelo Departamento Comercial da Montana, e pelo gerente da fazenda, senhor Cícero José da Silva. A bela propriedade, de 6,7 mil hectares, pertence ao engenheiro agrônomo Gilberto Flávio Goellner, ex-senador da república pelo estado do MT, e produz basicamente soja e algodão. Na última safra, foram semeados quatro mil hectares com algodão convencional e 1,7 mil hectares com algodão adensado,
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que há três anos ganhou espaço na propriedade. Ao total, a propriedade dispõe de 200 funcionários, distribuídos entre lavouras, algodoeira e setor administrativo. A algodoeira, como é chamada popularmente pelos funcionários, é uma unidade beneficiadora localizada na sede da fazenda, que consiste em retirar as impurezas mais finas do algodão (“pimenta”), descaroçar e prensar a pluma em fardos comerciais de 250 a 280kg. No parque de máquinas da propriedade há sete máquinas de colheita para o algodão convencional e duas máquinas para o sistema adensado. Existem também 38 tratores, distribuídos entre as marcas Massey Ferguson, New Holland e John Deere.
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mais para trás possível, assim como a unidade de pré-limpeza que está sobre o eixo dianteiro e o tanque de combustível está atrás do eixo traseiro, fazendo um equilíbrio de massas. Este tanque é de material polietileno, com chapa de proteção na parte inferior e tem capacidade para armazenar até 680 litros de óleo diesel. Esta distribuição de pesos gera uma boa estabilidade da máquina em operação, principalmente em frenagens e colheita em terrenos irregulares, o que acarreta em segurança para o operador. O segundo critério refere-se à boa acessibilidade aos principais componentes da colhedora, tais como radiadores, bombas, filtros e tanques hidráulicos dispostos em ambas as laterais da máquina, garantindo ótima servicibilidade durante a realização das manutenções básicas e diárias. O modelo testado estava equipado com pneus 20.8-38 R1 de 14 lonas da marca Goodyear na dianteira e 16.0/70-20 de mesma marca na traseira. O acesso ao posto de operação desta colhedora se faz por meio de duas escadas retráteis, uma de cada lado da máquina. Antes de entrar diretamente na cabine há uma opção de acessar uma plataforma, protegida por barras de segurança, que dá acesso à unidade de pré-limpeza, aos dutos transportadores e ao cesto armazenador, este podendo ser acessado até sua parte superior por uma escada. Uma característica da máquina é pos-
O cesto onde o pr 33m3 de fibra. U
A plataforma é diferente dos modelos picker e tem uma área útil de seis metros
Um dos principais componentes da colhedora de algodão adensado é o sistema HL, onde um conjunto de rolos de serrilhas e escovas faz a pré-limpeza, separando o fruto de ramos e folhas que foram colhidos junto com o algodão
suir copiadores de microrrelevo que servem para aproximar o máximo a plataforma do solo. Durante os nossos testes verificamos a ausência de funcionamento destes equipamentos. Segundo informações que coletamos com a gerência da fazenda, a colhedora da Montana do tipo stripper é capaz de colher aproximadamente 20 a 25 hectares por dia, com o sistema de pré-limpeza (HL), o que é considerado um alto rendimento, quando comparado com uma colhedora do tipo picker adaptada. Este excelente rendimento operacional se deve à velocidade de trabalho da máquina, sem o comprometimento da operação (embuchamentos), que varia de 5,0 a 6,0km/h, podendo chegar a 7,0km/h. Esta velocidade vai depender da produtividade da lavoura; uma produtividade de 300 arrobas/ ha, por exemplo, colhe-se com uma velocidade de 4,5 a 5,0km/h, já um rendimento de 200 arrobas/ha a velocidade de deslocamento
fica entre 5,5 a 6,0km/h. A plataforma tem 6,20 metros de largura total, com área de colheita de seis metros. O cesto é do tipo telescópico com altura de descarga entre 2,50 a 4,10 metros, e tem capacidade para armazenar 33m3 de fibra de algodão. Possui um exclusivo sistema de descarga controlada, onde correias em um fundo falso são acionadas por bombas hidráulicas que descarregaram o produto no transbordo. Durante a operação de descarga, ocorre uma abertura lateral da parte inferior do cesto, que se projeta lateralmente fazendo com que o transbordo não se aproxime muito da máquina, evitando colisões entre eles. O cesto possui um exclusivo sistema de limpeza do algodão, devido à existência de peneiras em toda a extensão da parte superior. Além de aumentar em aproximadamente duas vezes o intervalo de limpeza do cesto, quando comparado aos sistemas convencionais, este sistema permite ganhar de um a dois pontos
Detalhe do rolo “destroncador” que separa o caule da planta do algodão
na classificação do algodão descaroçado. O sistema de compactação da carga é feito por três rolos compactadores do tipo rosca sem-fim. Ao final do enchimento do cesto a carga é transladada a um reboque que leva até a prensa. Cada prensa recebe entre quatro e cinco cestos de máquina e então começa o processo de prensagem que forma um fardo de oito a dez toneladas. No final do processo, o fardo é carregado por um caminhão servindo-se do transmódulo, que é um sistema de tração do fardo para a base da carroceria do veículo. Em termos de conclusão final, consideramos bastante interessante a proposta da Montana para uma máquina dedicada à colheita de algodão adensado. Este tipo de arranjo cultural tem crescido nos últimos anos e tende a permanecer em uma deter-
oduto colhido é armazenado é do tipo telescópico, com altura de descarga entre 2,50 e 4,10 metros, e tem capacidade para armazenar m conjunto de correias em um fundo falso acionadas por bombas hidráulicas auxilia na transferência do produto para o transbordo
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Fotos Charles Echer
Dispositivo de regulagem de altura no para-lamas traseiro do trator
A cabine possui os comandos posicionados na lateral direita, onde encontra-se também o joystick, que controla o movimento da colhedora para frente e para trás, além das principais funções da plataforma de colheita
minada proporção em relação à área total do algodão plantado no Brasil. A oferta de uma máquina projetada para tal fim supre a necessidade de mercado, que atualmente é abastecido por adaptações das máquinas convencionais, com os kits ofertados por
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pequenos fabricantes. Embora o bicudo do algodoeiro continue sendo o maior problema desta cultura, a colheita ainda é a operação mais importante dentro do conjunto da mecanização. Costuma-se dizer que não basta que um produtor
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O tanque de combustível fica posicionado atrás do eixo traseiro, para garantir o equilíbrio dos pesos da máquina
tome os devidos cuidados contra este inseto, se os outros vizinhos não cuidarem. O ambiente da fazenda onde estivemos era bem organizado, com o cumprimento de normas de saúde e segurança dos empregados, na questão de alimentação dos funcionários, alojamento e residência de suas famílias. A operação de colheita tem características preocupantes a respeito do risco de incêndio e, neste sentido, este tipo de máquina tem um valor positivo que é o de diminuir o acúmulo de eletricidade estática, pelo menor número de partes em contato com a fibra do algodão. De uma maneira
O cultivo de algodão adensado no Brasil
A
A capacidade de colheita da Cotton Blue 2826 varia entre 20 e 25 hectares por dia
geral, este efeito tem sido notado pelos produtores. No entanto, é recomendado que sempre haja à disposição um comboio de apoio e um equipamento com depósito e bomba de água. Neste caso, sempre havia à disposição um pulverizador autopropelido adaptado com mangueira para o caso de incêndio e a colhedora possuia extintores de incêndio e um interruptor de corte de energia, no caso de urgências. De acordo com o relato do usuário à nossa equipe, uma das maiores vantagens do equipamento testado é a redução de custos totais, pois além de ter custo de
segunda metade da década de 90 significou um marco na migração da cultura do algodoeiro, das regiões tradicionalmente produtoras (Nordeste, São Paulo e Paraná) para o Cerrado brasileiro. A cultura surgiu como alternativa para a rotatividade com a soja e os produtores do Centro-Oeste viram uma grande oportunidade de negócio. Hoje esta região responde por 84% da produção brasileira, sendo o estado de Mato Grosso o maior produtor. O sucesso da cultura nesta região tem sido impulsionado pelas condições de clima favoráveis, terras planas, que permitem mecanização total da lavoura, programas de incentivo à cultura, implementados pelos estados da região e, sobretudo, o uso intensivo de tecnologias modernas. Este último aspecto tem feito com que o Cerrado brasileiro detenha as mais altas produtividades na cultura do algodoeiro no Brasil e no mundo. A tecnologia conhecida internacionalmente por Ultra Narrow Row Cotton (UNRC), isto é, algodão em linhas ultraestreitas, também chamado de algodão adensado, já ocupa de 20% a 30% do mercado brasileiro e tem potencial para melhorar a produtividade, a precocidade e reduzir custos com relação ao sistema de plantio convencional. Com relação à redução de custos, deve-se a dois fatores: o aquisição menor que o das máquinas tipo picker, o consumo de combustível é menor, pelo reduzido conjunto de operações que desenvolve. Mas principalmente a maior vantagem mencionada pelos operadores é a simplicidade na operação e na manutenção, em comparação com as convencionais, que
primeiro diz respeito à redução de aplicações de defensivos agrícolas, pois o ciclo desta cultura é inferior a 150 dias, bem menor que o convencional, de 220 dias, e o segundo fator refere-se ao processo de colheita, visto que quando realizada com colhedora do tipo stripper pode ser duas vezes mais econômico em relação à do tipo picker, visto que são menores os gastos com a aquisição e com a manutenção. A produtividade está muito relacionada ao clima e à região, e não ao tipo de sistema de plantio, sendo que em média o algodão convencional produz 10% a 30% menos que o adensado. Na região é comum uma produção média de 300 arrobas por hectare no algodão adensado. Com relação ao espaçamento, os mais usados são: 0,38, 0,40, 0,45 e 0,50 metro para o adensado e 0,76, 0,80 e 0,90 metro para o convencional. A densidade do algodão adensado varia de 200 mil a 300 mil plantas por hectare, dependendo da quantidade de plantas por metro e do espaçamento, já a do convencional fica em torno de 80 mil a 120 mil plantas por hectare. Estima-se que existam neste ano, aproximadamente 122 mil hectares de algodão adensado no MT, 30 mil hectares no MS, dez mil hectares em Goiás e 27 mil na região de Guanambi na Bahia. embora mais complexas obrigam à parada da máquina para operações relacionadas à .M manutenção e à regulagem. José Fernando Schlosser e Marcelo Silveira de Farias, Nema - UFSM
O teste foi realizado pelos pesquisadores José Fernando Schlosser e Marcelo Silveira de Farias, com o apoio de Ederson Francisquini, do Departamento Comercial da Montana, no município de Pedra Preta, na Serra da Petrovina (MT)
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mecanização
Terra em fuga
A erosão é um problema comum nas lavouras de Norte a Sul do Brasil, capaz de inviabilizar a produção em algumas áreas. Tanto para evitar como para enfrentar este fenômeno requer conhecimento da causa e equipamentos certos para enfrentar os diferentes tipos de estragos
A
quando toda a camada fértil do solo – mais ou menos 20cm – tiver sido levada pelas águas das chuvas. É a mais perigosa das erosões e provavelmente só será notada quando estiver em fase avançada de destruição. A erosão em sulcos é provocada pelas águas das enxurradas que ocorrem abrindo pequenos sulcos à sua passagem, que vão aumentando gradativamente com o tempo, quer na sua largura, como na profundidade. Com o correr do tempo, os sulcos estarão tão grandes que impedirão o trânsito de máquinas nesse local. O terceiro tipo de erosão é a voçoroca, também chamada de erosão subterrânea. Este fenômeno é a passagem das águas percolando no solo, interrompida por uma camada impermeável abaixo desta. As águas escorrendo, acompanhando a maior declividade do terreno, formam galerias subterrâneas que irão crescendo, até o terreno ceder e formar um enorme buraco que é a conhecida voçoroca.
Charles Echer
erosão constitui um dos mais graves problemas à agricultura brasileira, pois ela é responsável pela própria sobrevivência do país. No Brasil, a perda anual, por efeito de erosão, é de cerca de 500 milhões de toneladas de terra, o que corresponde ao desgaste uniforme de uma camada de 15cm de espessura, numa área de 280 mil hectares. Sabemos que a formação de um solo é um processo muito lento, chegando a levar 400 anos para se formar uma camada de 1cm de solo. Essa mesma camada poderá ser perdida com uma simples chuva, se medidas conservacionistas não forem aplicadas a este solo. A erosão é o processo de desgaste e remoção do solo pelos agentes naturais, ou seja, chuva, ventos etc. Essa erosão poderá se apresentar de três maneiras: laminar, em sulcos e voçoroca. A erosão laminar, como o nome indica, processa-se uniformemente sobre toda a superfície de um terreno, não sendo percebida rapidamente pelo agricultor, o qual só irá notar
MEDIDAS CONSERVACIONISTAS
Para que nenhum dos tipos de erosão venha a ocorrer numa propriedade, medidas diversas deverão ser tomadas. São as chamadas medidas ou práticas conservacionistas, que englobam um conjunto de processos edáficos, vegetativos e mecânicos de que lançamos mão para controlar a erosão. Na maioria dos casos, nenhuma dessas práticas resolve isoladamente o problema da conservação, necessitando medidas associadas entre si, ao mesmo tempo. O processo edáfico visa a recompor ou manter a fertilidade do solo e pode ser classificado em: plantio de acordo com a classe e a capacidade de uso deste solo, rotação de culturas, consorciação de culturas e adubação química e orgânica. O processo vegetativo visa exclusivamente o tipo e manejo da cobertura vegetal acima do solo. Nele podemos incluir as culturas com plantio em nível, carpas alternadas, cobertura morta, manejo de pastagem, controle de derrubada de mata e faixas de retenção. Já as práticas ou processos de caráter mecânico são aquelas que necessitam o emprego de máquinas e implementos agrícolas. As principais são controle de voçorocas, aração e gradação em nível, semeadura, plantio e transplantio em nível, terraceamento, cordões em contorno, subsolagem e sulcos em contorno.
MÁQUINAS AGRÍCOLAS
As máquinas agrícolas usadas no controle à No Brasil, a perda anual, por efeito de erosão, é de cerca de 500 milhões de toneladas de terra, o que corresponde ao desgaste uniforme de uma camada de 15cm de espessura, numa área de 280 mil hectares
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Fotos Welington Gonzaga do Vale
Detalhes da erosão em sulcos, ocasionada pela passagem da água das enxurradas, que vai aumentando até impedir a passagem de máquinas (esquerda) e da erosão laminar, que carrega uniformemente uma camada de terra, sendo percebida muitas vezes quando o solo não for mais fértil (centro e direita)
ou categoria entre o trator e o implemento a ser usado, a fim de não haver sobrecarga ou esforço para o trator ou implemento.
TRATORES DE ESTEIRAS
Embora o trator de esteiras seja muito raro na maioria das propriedades, também se presta muito bem ao controle da erosão, existindo casos onde sua presença é indispensável. Estes trabalham melhor em terrenos úmidos ou arenosos, devido à pressão (peso do trator) distribuída numa grande área de contato da esteira com o solo, resultando numa pequena pressão por unidade de área, o que não ocorre nos tratores de pneus. Isso diminui a tendência de afundamento do trator e patinagem, quando a força de tração é grande. Outra grande vantagem do trator de esteiras é que estas são correntes articuladas, em cujos elos se prendem a sapatas dotadas de garras, que penetram verticalmente no solo, constituindo uma superfície de apoio na qual a esteira pode se firmar para impulsionar o
trator. Também devemos levar em conta o baixo centro de gravidade dos tratores de esteiras, proporcionado pela sua pequena altura, o que lhe confere uma ótima estabilidade, mesmo em terrenos íngremes ou acidentados. Outro equipamento utilizado na prática somente por prefeituras e órgãos oficiais é a motoniveladora. No controle à erosão das propriedades rurais, é um ótimo instrumento, especialmente para terraços carreadores, como veremos adiante.
IMPLEMENTOS
Todos os implementos, quando em mãos inábeis e ações não voltadas às práticas conservacionistas, tornam-se perigosos aliados à presença da erosão, pois facilitam a erosão laminar, forçando a erosão em sulcos etc. Para terrenos com declividade de até 3%, a simples semeadura em nível é o suficiente. A partir daí, o terraço já é prática obrigatória, podendo ou não ser tomadas outras práticas conservacionistas. O arado é o implemento mais comum encontrado em propriedades agrícolas e também é o implemento mais solicitado para a conservação do solo, visando a preservação contra a erosão.
TERRACEAMENTO
Dentre as práticas conservacionistas efetuadas com este implemento, o terraço
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New Holland
erosão, na grande maioria dos casos, são apenas três: o trator de rodas, o trator de esteiras e a motoniveladora. O trator, principalmente o de rodas, hoje elemento indispensável em quase todas as propriedades agrícolas, está presente na maioria das atividades rurais, desde a destoca até a colheita e o transporte do produto. No mercado, existem diversos tipos de tratores, variando na potência, modelo, tamanho etc. As principais características técnicas que devemos levar em consideração ao adquirir um trator são: potência do motor, potência na barra de tração, força de tração na barra, consumo específico e horário do combustível e rendimento no campo. Na prática, o que interessa ao agricultor são os valores obtidos na barra de tração, pois aqui serão acoplados os implementos que serão usados e dimensionados para cada tipo de serviço e potência do trator. Outras características também importantes são a existência ou não do bloqueio do diferencial e da TDP; se a barra de tração é fixa ou oscilante e também qual a categoria do sistema hidráulico de três pontos – categoria I ou II. Sempre deverá haver um perfeito equilíbrio
Passo a passo para construir um terraço
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ara construção de um terraço com arado de discos fixos é necessário seguir os passos que veremos a seguir. Depois de locadas as linhas em nível no campo nas distâncias recomendadas, o trator irá locar o terraço nessas linhas. O trator começa a construção pelo lado de cima da linha em nível, passando a roda direita cerca de 40cm das estacas e depois volta pelo lado de baixo, mantendo a mesma distância das estacas, ou seja, os mesmos 40cm. Na terceira passada, o trator deve ser colocado com a roda direita no sulco deixado pelo arado e, na quarta passada, o trator volta pelo lado de baixo. Nesta quinta passada está aumentando a faixa de movimento de terra e volta por baixo, ainda arando. Esta é a última passada da série de simples aração. Inicia-se uma nova série das passadas que consiste numa aração superposta, ou seja, em cima da aração feita anteriormente, com a finalidade de acumular terra para junto da estaca. Nessa passada o trator deve passar cerca de 15cm da estaca, e o sulco deixado pelo arado servirá de guia para a roda direita do trator na próxima passada de ida. Volta pelo lado de baixo, repetindo a operação feita pelo lado de cima. Nessa passada o sulco deixado pelo arado servirá de guia para a roda direita do trator na próxima passada de volta. Na nona passada a roda direita do trator é o mais conhecido e difundido. Terraço são barreiras colocadas ao longo do declive do terreno, não permitindo que as chuvas escorram e, avolumando-se, levem consigo uma parte da superfície do solo. O terraceamento não deverá ser encarado como única medida visando o controle da erosão, pois outras práticas, como vimos atrás, são também importantes. Em primeiro lugar, o local a ser terraceado deve ser considerado como continuação dos demais terrenos da propriedade, de modo a existir a possibilidade de se conservar o solo da propriedade como um todo, não se respeitando divisas de cercas etc. Quando forem cortar estradas, os terraços deverão ter suas pontas voltadas para cima, para que a água ali armazenada não seja levada à estrada. A distância entre dois terraços é dada de
está no sulco deixado pelo arado na passada anterior, pelo lado de cima. Volta pelo lado de baixo, passando com a roda direita no sulco do arado feito anteriormente, ou seja, na oitava passada, e assim sucessivamente, até completar a décima primeira e a décima segunda passadas. Na décima terceira passada começa-se a última série de passadas, agora remontando a terceira aração pelo lado de cima. O trator deve ser colocado novamente junto às estacas, agora tão perto destas que as derrube. Daqui para frente, as voltas serão feitas para arar normalmente o terreno, pois o acabamento do terraço é executado somente pelo lado de cima. A última passada de volta será aproveitada para acabamento do canal, revolvendo a terra para o lado de cima. A secção do terraço, medindo 0,70m² ou mais, deverá ser o suficiente. Caso não atinja essa área, deverão ser dadas mais algumas passadas, seguindo o raciocínio da sua elaboração. A secção é a medida que vai do alto do camalhão até o solo, medida esta em linha horizontal. A medida que vai do fundo do canal a essa linha horizontal chamamos de altura. A secção é a base multiplicada pela altura dividida por 2. S = a x h ≥ 0,70 m² 2 acordo com o tipo de solo, cultura e, principalmente, da declividade. Quanto à largura, os terraços são classificados em: terraços de base estreita, que devem medir entre 2m e 3m de distância; terraços de base média, que vão de 3m a 6m de largura; e terraços de base larga, acima de 6m. Uma das grandes vantagens dos terraços em nível é a retenção da água da chuva que irá percolar no solo, aumentando, portanto, o volume de água retido por este. Numa estiagem pequena, a cultura pouco sofrerá.
hora dessas máquinas, o que oneraria muito os serviços conservacionistas. Os tratores de esteiras são empregados na elaboração de canais de divergências, fechamento de sulcos de erosão (onde os tratores de pneus não conseguem adentrar), carreadores etc. Também são usados em terrenos com forte declividade e pastagens bem compactadas, onde só a sua lâmina consegue cortar o solo; os tratores de esteiras são capazes de executar um terraceamento perfeito. Para fazer um terraceamento com motoniveladora deverá ser usada a lâmina da máquina em ângulo inclinado. A execução deste terraço obedecerá a um corte em nível no solo e, ao lado, um aterro com o solo retirado desse corte. É o conhecido terraço tipo carreador, pois nele poderá transitar veículos na lateral do camalhão.
OUTRAS SOLUÇÕES
O subsolador, por exemplo, é um implemento que quebra o material ou a camada compactada do subsolo, a fim de aumentar a infiltração da água da chuva, a penetração das raízes e a aeração do solo. Dessa maneira, aquele movimento de água da chuva no subsolo, devido à camada compactada e que arrastava consigo material rico em nutrientes, deixa de existir, melhorando a capacidade de drenagem do solo, evitando a erosão. A profundidade de trabalho varia de 40cm a 70cm, com uma largura de faixa de trabalho ao redor de 1,60m. Nesse caso, um trator de 85cv será o suficiente para o serviço. Essa prática não deverá ser feita muitas vezes ao ano e em anos seguidos, pois o exagero acarreta uma menor fertilidade desse solo. A camada de terra compactada no subsolo pode ser devido ao uso do arado frequente sempre na mesma profundidade, formando uma camada compactada; o tipo
Terraceamento com trator de esteiras
Embora os tratores de esteira tenham maior capacidade de tração, aderência e estabilidade que os tratores de rodas, estes são usados em situações especiais, devido ao alto preço da
Quadro 1 - Comparativo da influência do preparo do solo nas perdas de água e terra, por erosão Preparo do solo Convencional e morro abaixo Convencional e em nível Semeadura direta e em nível
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Chuva (mm) 139 139 129
Declividade (%) 6,6 5,8 20,7
Terra ton/ha 50,7 7,2 0,07
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Perdas de Água % de chuva 80 41 49
Exemplo de terrenos com efeitos irreversíveis causados pela erosão
Fotos Welington Gonzaga do Vale
de solo também influi no aparecimento dessa camada. O preparo de solo e cultivos desempenha um papel importante no processo de erosão pelas águas, pois, nos terrenos cultivados, as partículas de solo são facilmente desagregadas pelo impacto das gotas de chuva (energia potencial) ou pela enxurrada. Daí surgiu a ideia de se cultivar, trabalhando o mínimo possível o solo, dando ótimos resultados. Isso é muito usado na cultura da soja. Em vez de cultivo, usa-se herbicida, que não desagrega o solo como no sistema convencional, através do preparo do solo e cultivos mecânicos. Os efeitos da semeadura direta na conservação do solo são notáveis. Os restos culturais na superfície impedem o impacto das gotas da chuva, evitando a erosão por salpicamento e aumentando a absorção de água pelo solo, assim como protege o solo da ação direta dos raios solares. O Quadro 1 traça um comparativo da influência do preparo do solo nas perdas de água e terra por erosão. Portanto, a semeadura direta tem grande poder de reduzir os efeitos negativos causados pela erosão em terrenos cultivados. Todos os implementos e máquinas, de uma maneira geral, desde que devidamente observadas todas as regras conservacionistas, podem ser vistos como mecanismos que efetuam a conservação do solo, evitando
O terraceamento é uma técnica importante, no entanto não deverá ser encarado como única medida visando o controle da erosão
assim a erosão. Um arado, uma grade, uma semeadora-adubadora podem muito bem ser usados, visando inclusive a prevenção de erosão, direta ou indiretamente, dependendo do uso criterioso do operador. Em circunstâncias negativas, onde as práticas conservacionistas
não são sequer lembradas, essas máquinas destroem o solo tão rapidamente que, em duas ou três safras, haverá necessidade de novo .M local de plantio. Welington Gonzaga do Vale, ICAA/UFMT
empresas
Nascem os Rinno S
A Stara anuncia a incorporação de tratores de grande porte em sua linha de produtos, que serão produzidos em fábricas construídas no Brasil e também na Argentina
P
restes a completar 51 anos no dia 29 de agosto, a Stara anunciou a incorporação de tratores à sua linha de produtos. O projeto se consolidará através da aquisição da tecnologia da Pauny, empresa argentina que já atua no ramo de tratores agrícolas. A partir do próximo ano a Stara iniciará a produção dos tratores no
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Brasil e projeta a construção de uma nova unidade fabril com 30 mil metros quadrados. Destinada exclusivamente para este segmento, a unidade contará com aproximadamente 500 colaboradores diretos. O local da nova fábrica no Brasil ainda não está definido, mas há intenção para que a unidade fique sediada no Rio Grande do Sul,
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explica Gilson Trennepohl, diretor-presidente da Stara. Os investimentos na nova unidade no Brasil devem chegar à casa dos R$ 25 milhões. Já a fábrica na Argentina, que será responsável pela construção de diferentes máquinas agrícolas para abastecimento daquele país, será instalada na cidade de Las Varillas, província de Córdoba, e terá um investimento na ordem
Fotos José Luis Alves
Os modelos maiores, como o Rinno S 240, são articulados e não possuem braço hidráulico na traseira. Estes modelos são fabricados exclusivamente para tracionar implementos maiores, como plantadeiras de grande porte destinadas aos produtores do Cerrado. Já modelos menores, com direção nas rodas dianteiras, como o Rinno S 160 ou 180, possuem suspensão dianteira, item ainda pouco conhecido pelos produtores brasileiros.
A incorporação dos tratores na linha de produtos da Stara surgiu, segundo Trennepohl, da necessidade de oferecer aos clientes uma linha completa de produtos. A ideia é que o cliente possa comprar um pacote completo, com tratores que atendam a necessidade do implemento adquirido. Com a incorporação dos tratores no portfólio, a empresa pretende também criar redes de concessionárias exclusivas da marca .M em todo o país.
Alguns modelos, como o Rinno S 180, terão suspensão dianteira
Modelos maiores, como o Rinno S 240, não terão braço hidráulico e serão articulados
Durante o lançamento, na Expointer 2011, o Rinno S 240 realizou demonstrações acoplado à semeadora de 35 linhas Absoluta 35
de R$ 75 milhões.
RINNO S
Os tratores estarão no mercado com o nome Rinno S, marca utilizada pela Pauny em seus tratores na Argentina e que será mantida nos modelos da Stara. Inicialmente, serão fabricados seis modelos que vão de 120cv a 310cv. Todos os tratores sairão de fábrica com pacote tecnológico Topper 4500 e piloto automático, para agricultura de precisão, também produzido pela empresa. Durante a Expointer, realizada em Esteio, Rio Grande do Sul, no início de setembro, a empresa apresentou os modelos Rinno S 160, Rinno S 180 e Rinno S 240, todos com motor Cummins e tração nas quatro rodas.
Seis modelos serão fabricados inicialmente no Brasil, com potências entre 120cv e 310cv, e vendas previstas para a partir de 2012
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ficha técnica
JD 7760
Fotos John Deere
A colhedora de algodão John Deere 7760, com sistema de enfardamento cilíndrico, dá uma nova dinâmica ao processo de colheita mecanizada de algodão
A
John Deere está trazendo para o Brasil a colhedora de Algodão 7760, com sistema de enfardamento cilíndrico, que promete reduzir custos operacionais, melhorar a produtividade e ampliar as distâncias de colheita.
Este modelo de colhedora dispensa o uso de prensas e de transbordos, já que ela entrega o fardo de algodão já lacrado, pronto para ser transportado para a algodoeira. A 7760 possui motor John Deere PowerTech 6135H 13.5L. Esse motor fornece Cada unidade de colheita PRO-16 vem com dois tambores de colheita em linha, com 16 barras de 20 fusos
507cv de potência; trata-se de uma combinação com tração permanente nas quatro rodas, tem melhor desempenho e produtividade em todas as condições do campo. O motor está acoplado ao sistema hidrostático, ao sistema hidráulico e aos dois ventiladores de algodão, o que ajuda a gerar mais poA 7760 possui motor John Deere PowerTech 6135H 13.5L de montagem transversal turboalimentado e resfriado a ar, que fornece 507cv de potência
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tência para os sistemas em toda a máquina. A capacidade do tanque de combustível é de 1.135 litros, quantidade que possibilita colher por mais tempo sem a necessidade de reabastecer. A transmissão é automática Pro Drive que inclui um sistema de mudanças automáticas alta-baixa, o qual permite ao operador efetuar mudanças com a máquina em movimento apenas com o toque de um botão para transições suaves. O operador pode variar infinitamente a velocidade de deslocamento usando a alavanca hidráulica no console do descanso de braço CommandTouch. A alavanca hidráulica controla a bomba hidrostática variável de alta capacidade e o motor que aciona a velocidade de deslocamento.
UNIDADES DE COLHEITA
O modelo 7760 pode ser configurado com até seis unidades de colheita PRO-16 em diferentes espaçamentos. Cada unidade de colheita PRO-16 vem com dois tambores de colheita em linha, com 16 barras de 20 fusos. O sincronismo eletro-hidráulico proporciona velocidade de rotação constante, mesmo com a máquina em bai-
xa velocidade. Já o design da unidade foi projetado para proporcionar maior vida útil e melhor servicibilidade. O sistema de ar é equipado com dois ventiladores e consequentemente dois coletores, para distribuir o ar uniformemente por todo sistema de dutos. O construtor interno de fardos utiliza 11 cintas de borracha de três camadas para efetuar o serviço pesado de produzir fardos cilíndricos com até 243cm de largura e 228cm de diâmetro. O sistema de fardos recebe algodão do acumulador; o algodão é, então, moldado em fardos cilíndricos pela aplicação constante de pressão
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Fotos John Deere
Após a construção de um fardo, o construtor ergue-se, ejetando-o já acabado no manipulador, quando o operador pode optar por liberar o módulo ou transportá-lo até o final do campo. Enquanto isso, um novo fardo está sendo construído
por um eixo oscilante situado no interior do construtor de fardos. O operador pode ajustar o diâmetro do fardo para produzir um módulo de 91cm a 228cm. Essa característica permite ao operador escolher um diâmetro do módulo adequado para cada operação. O manipulador de fardos dá flexibilidade ao operador no campo. Após a construção de um fardo, o construtor ergue-se, ejetando o fardo acabado no manipulador. Neste ponto, o operador pode optar por liberar o módulo ou transportá-lo até o final do campo, onde o fardo pode ser posicionado para transporte conveniente até a algodoeira. Com essa função, o operador pode posicionar os fardos da
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para maior conforto do operador. Além disso, apresenta um assento para aprendiz, permitindo um treinamento confortável. O assento do operador e o assento do aprendiz incluem cintos de segurança para maior segurança. Uma área para armazenagem de itens diversos está situada embaixo do assento do aprendiz. Um sistema de presença do operador interrompe a rotação da unidade e o movimento da máquina quando o operador sai do assento por mais de cinco segundos. A cabine também possui conexão pré-cabeada para um rádio. O console CommandARM principal, situado à direita do assento do operador, permite controlar a maior parte das funções da máquina. Uma alavanca de controle de
forma mais adequada ao seu trabalho. O sistema de enfardamento utiliza um filme de polietileno de baixa densidade para envolver e proteger os fardos prontos contra as condições adversas. Assim que o módulo é construído, a película é alimentada na câmera do módulo cilíndrico. O módulo é girado pelas correias que, por sua vez, puxam o invólucro ao redor do módulo.
CABINE
A cabine da colhedora 7760 é pressurizada com controle automático de temperatura, denominado ClimaTrak, e possui assentos com suspensão pneumática ComfortCommand
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A 7760 pode ser configurada com até seis unidades de colheita PRO-16 em diferentes espaçamentos
velocidade de deslocamento multifuncional proporciona acesso aos botões mais frequentemente utilizados, inclusive o manipulador e a unidade de controle de altura. Monitor do CommandCenter no descanso de braço é a principal fonte de informação do operador. Os botões de navegação no CommandARM permitem ao operador navegar através de telas que exibem as mais variadas informações. Alarmes de advertência e informações de diagnóstico são apenas algumas das informações exibidas no CommandCenter. Na coluna de canto da cabine está instalado o monitor multifuncional CommandTouch que dá ao operador informações sobre a máquina utilizando uma série de monitores. Esses monitores incluem tacômetro digital com três linhas, monitor de colheita e monitor de construção do módulo. A colhedora possui também um sistema de câmeras de vídeo para vigilância da colhedora de algodão, que consiste em duas câmeras e um monitor de tela plana, bem como todos os chicotes elétricos, suportes das câmeras e instruções específicas de instalação das mesmas na colhedora de algodão. As câmeras podem ser instaladas para dar ao operador uma visão precisa das funções da colhedora de algodão, incluindo a colocação da câmera no construtor de fardos, para monitorar o ciclo de empacotamento, e ao dar ré na máquina, para observar o processo de ejeção do fardo e auxiliar na colocação do fardo na linha de recolhimento. O sistema pode ser expandido para adicionar uma terceira câmera. Além disso, as colhedoras apresentam o piloto automático mecânico RowTrakTM que mantém a máquina na linha de colheita e o monitor de produtividade, que gera a informação da produtividade do algodão que está sendo colhido. .M
Colhedora de algodão John Deere 7760
Motor Tipo Marca/Modelo Cilindrada (L) Nº de cilindros Potência - cv (kw) hp Aspiração Injeção de combustível
Agrícola John Deere PowerTech™ Plus 13,5 6 507 (373) 500 Turbinado e pós-resfriado ar-ar Eletrônica, com reserva de potência e sistema de resfriamento de diesel Transmissão ProDrive™ com mudança automática
Tipo Velocidades (km/h) 1ª Marcha 2ª Marcha 3ª Marcha 4ª Marcha Reversão Lubrificação das Unidades da Colheita: Tipo Comando Dianteiro Traseiro Tanque de combustível (L) Tanque de solução de limpeza (L) Sistema de lubrificação - graxa (L)
O sistema de enfardamento utiliza um filme de polietileno para envolver e proteger os fardos
6 76 a 101 PRO-16™ 2 tambores em linha 16 12 20 Em uretano Articulada Em uretano Banhada a óleo
Nº de linhas de Colheita Espaçamento (CM) Sistema Tipo Número de barras por tambor Tambor frontal Tambor traseiro Número de fusos por barra Desfibriladores Sistema umidificador Coluna de escovas Escovas Caixa de transmissão dos tambores
Colheitadeira (kg) Câmara de enfardamento: Capacidade (kg) Formato Descarregamento sem parar Capacidade de enfardamento sem paradas
0 a 6,7 0 a 8,0 0 a 14,5 0 a 27,3 0 a 13,7 Lubrificação das Unidades da Colheita: Centralizada através de bomba Remoto a partir do solo, através de comando derivativo Rodados Rodados: 520/85 x 42 R1 480/80 x 34 R1 Capacidades Capacidades: 1.135 1.363 303 Peso Peso: 30.700 com 6 linhas Câmara de enfardamento: 2.500 Cilíndrico Sim 124 fardos
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eventos
Recorde superado Venda de máquinas e implementos agrícolas na Expointer supera edição anterior e lançamentos movimentam a feira
A
FR 9000 e enfardadora BB9080 estiveram entre os destaques apresentados pela New Holland
comercialização de máquinas e implementos agrícolas voltou a bater recorde durante a 34ª Expointer, em Esteio, no Rio Grande do Sul. As vendas totalizaram R$ 834,7 milhões contra R$ 827,5 milhões da edição de 2010. O programa Mais Alimentos, do governo federal, foi responsável por financiar 25% das negociações. Ao divulgar os números da feira, o presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul (Simers), Cláudio Bier, admitiu que havia o temor de que as vendas não chegassem ao pata-
mar de 2010. “Para nossa surpresa, superamos o valor”, comemorou. Os lançamentos das montadoras de máquinas e implementos estiveram entre os destaques da Expointer. A Case apresentou a colhedora de cana-de-açúcar A4000. Destinada a atender pequenos e médios produtores, a máquina possui motor Cummins de 174hp de potência, transmissão hidrostática e alcança velocidade de transporte de 16km/h. O modelo possui tanque de combustível de 210 litros e o princípio de funcionamento das colhedoras A7000.
A Agrale apresentou nova cabine para a linha 6000 de tratores da marca
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New Holland
A New Holland apresentou na Expointer pesquisas na área de biomassa. O primeiro projeto está sendo desenvolvido em parceria com o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), com o uso da enfardadora BB9080, na busca de nova fonte de geração de energia. A segunda pesquisa é direcionada para a área florestal. Com o auxílio da FR 9000, um equipamento com capacidade para operar na colheita de madeira e que trabalha no processamento e na distribuição dos cavacos em transbordos (que serão utilizados como matéria-prima), o projeto também tem por objetivo gerar energia.
A Stihl mostrou o pulverizador costal SG 20
Fotos Cultivar
Valtra destacou o sistema de telemetria AGCOMMAND, vencedor da 29ª edição do Prêmio Gerdau Melhores da Terra, e a Challenger LB34B
Agrale
A Agrale apresentou a nova cabine para tratores da linha 6000. O produto possui como principais diferenciais novo desenho, maior espaço interno, sistemas de vedação e refrigeração mais eficientes. Totalmente vedada e pressurizada, é isolada contra ruídos, vibração e poeira. Também é equipada com Espuma de Proteção Contra Capotamento (EPCC), em atendimento à norma de segurança NR31. A cabine foi dimensionada, ainda, para que o operador tenha todos os comandos bem próximos ao volante.
Valtra
O sistema de telemetria AGCOMMAND, vencedor da 29ª edição do Prêmio Gerdau Melhores da Terra, foi um dos destaques da Valtra. Desenvolvido pela divisão de tecnologia ATS e aplicado aos produtos da marca, proporciona o gerenciamento da frota de máquinas agrícolas (tratores, colheitadeiras e pulverizadores), melhoramento logístico (aumentando a eficiência operacional) e auxilia na programação da manutenção das máquinas. A marca apresentou, ainda, a Challenger LB34B, enfardadeira de feno, forrageiras e biomassa.
Stihl
Entre os destaques apresentados pela Stihl está o Pulverizador Manual Costal SG 20. Com depósito de 18 litros e peso de 5,2kg, é recomendado para pulverização de agroquímicos e adubos líquidos em grandes terrenos e superfícies de cultivo. Possui reservatório de fluido pressurizado, separado do tanque principal, mantendo a pressão e a recarga constantes, sem perder pressão durante o trabalho. Oferece facilidade de pulverizar, mantendo a pressão do cilindro por mais tempo.
Jan
A Jan apresentou o pulverizador autopropelido Power Jet Plus 2500. Com cabine de design moderno, conta com barras de 22 ou 24 metros (opcional) acionadas por comando eletro-hidráulico, com oito movimentos independentes, computador de pulverização Bravo 300S e tanque principal em fibra de vidro com capacidade de 2,5 mil litros. A suspensão é pneumática ativa, a bomba de pulverização tem capacidade de 170 litros/minuto, possui sistema de desarme das pontas das barras contra obstáculos, sistema bidirecional (Power Jet versão 4x4), eixo dianteiro duplo, com braço de direção reforçado e barra estabilizadora, transmissão final por correntes ASA 140 e tração 4x4
Pulverizador autopropelido Power Jet Plus 2500 foi destaque no estande da Jan
totalmente mecânica.
Marini
A Marini apresentou a versão arrozeira do Kit Rodado Duplo Marini. O produto é composto por dois aros de roda, dois discos centrais, dois cubos e peças de fixação. Serve para aumentar o desempenho do trator, oferecendo mais tração.
Yanmar Agritech
A Yanmar Agritech lançou na feira a nova linha de tratores cabinados 1155. As máquinas têm potência de 55cv e 45,6cv. Foi exposta também a linha de tratores da marca para fruticultura, com motores de 39cv e 75cv, com rodado mais leve, o que evita a compactação do solo. A empresa ainda apresentou o maior trator de sua linha, o 1175-4 Agrícola, de 75cv, que atende ao mercado de grãos e culturas que necessitam de maior poder de tração.
Stara
O Imperador 3100 foi a novidade apresentada pela Stara. O pulverizador autopropelido é o primeiro com barras centrais, que garante estabilidade para operações em condições atípicas. As barras laterais possibilitam realizar aplicações com velocidade de até 32km/h. A
A Marini levou para a feira a versão arrozeira do kit rodado duplo
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Fotos Cultivar
A Yanmar Agritech apresentou linha de tratores para operações em fruticultura
máquina possui transmissão 4x4 hidrostática, equipada com bomba de tração com sistema de regulagem de pressão. Com motor MWM de seis cilindros turbo, conta com 185cv de potência. O reservatório de calda tem de 3,1 mil litros, confeccionado com polietileno e com quebra-ondas interno.
Jumil
Um dos destaques da Jumil na Expointer foi a plantadora de hortaliças Natura JM2400 SH, com adubação simples e dupla. A máquina possui câmbio de engrenagens para a regulagem da distribuição de sementes e fertilizantes e o sistema de seleção de distribuição de sementes pneumático é por aspiração negativa (vácuo). A rodagem motriz possui regulagem de posicionamento de acordo com a altura do canteiro e os braços pantográficos permitem que a unidade semeadora acompanhe as irregularidades do solo.
John Deere
Com renovação de modelos de tratores na faixa de menor potência e de grande porte, a John Deere marcou presença na Expointer. Foram apresentados os tratores 5055E, com motor de 55cv, e 5065E, com motor de 65cv. Ambos apresentam novo estilo de capô e de
Pulverizador Imperador 3100, vencedor da categoria Novidade do Prêmio Gerdau Melhores da Terra, foi lançado pela Stara na Expointer
para-lama e contam com plataforma semiplana e motores de três cilindros. Outro destaque foi a extensão 6J, com a mostra de seis modelos. Os tratores têm potências que vão de 110cv até 180cv. Outro destaque foi a linha de colheitadeiras, com modelos de tecnologia de rotor e de saca-palha. Foram expostas a 1175, versão arrozeira, e a 1470.
Massey Ferguson
No ano de comemoração de seu cinquentenário, a Massey Ferguson destacou na Expointer o seu primeiro pulverizador, Flex Frame MF 9030. Com motor AGCO Sisu Power 620DS, de 220cv, possui transmissão hidrostática 4x4 cruzada permanente, com três velocidades. Um dos principais diferenciais é a capacidade de conseguir manter o contato das rodas com o solo em qualquer topografia. A família de colheitadeiras axiais também ganhou alterações. O modelo MF 5650 recebeu nova versão, com sistema de transmissão hidrostática e novo eixo dianteiro completo, o que resulta em melhor preparação para colher culturas como feijão, soja, milho, trigo e arroz. A MF 32 traz agora, de fábrica, novo sistema elétrico e plataforma de 20 pés de largura. Outra linha que ganhou reforço é a de tratores. Entre as novidades estão os compactos, com alteração na motorização dos
Plantadora de hortaliças Natura JM2400 SH, da Jumil, chamou a atenção durante o evento
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modelos 4290 e 4291 e oferta de transmissão sincronizada para todos os modelos da série MF 4200, também com a inclusão da possibilidade de instalação do creeper, que permite a execução de operações agrícolas com baixa velocidade, sem a perda da rotação do motor.
Semeato
A Semeadora Sol TT 28 30 da Semeato, premiada com o troféu ouro na Categoria Novidade pelo Prêmio Gerdau Melhores da Terra, foi destaque da marca na Expointer. Trata-se de uma máquina autotransportável com até 34 linhas espaçadas a 45cm. Possui linhas de semeadura pantográficas montadas em um chassi com três módulos flexíveis, que oferece condições para a semeadura mesmo em terrenos irregulares. Durante a operação de plantio, com o cabeçalho de trabalho, a distância entre o trator e a máquina é de apenas 3,65m, o que facilita a realização das manobras. A máquina apresenta oito rodados, montados com pneus de baixa pressão e alta flutuação para diminuir os efeitos da compactação do solo e gerar maior estabilidade do equipamento, tanto no plantio como no transporte.
Tramontini
A Tramontini lançou na Expointer 2011
A renovação de modelos de tratores foi uma das apostas da John Deere na feira
Pulverizador Flex Frame MF 9030 foi mostrado pela Massey Ferguson no evento
dois novos tratores para logística industrial, aeroportos e movimentação de materiais em operadores logísticos. As máquinas são configuradas com motores diesel de três e quatro cilindros, que apresentam vantagem competitiva em relação aos concorrentes. Um dos focos principais é o setor de aeroportos, que está aquecido pelo grande crescimento na movimentação de passageiros e cargas em todos os aeroportos brasileiros.
Agrimec
As Plainas Niveladoras, linha Robust (grande porte) da Agrimec contam, agora, com sistema hidráulico de recolhimento das lâminas. O projeto foi desenvolvido em razão
Tratores para logística industrial, aeroportos e movimentação de materiais em operadores logísticos foram destaque da Tramontini
do transporte em estradas e pontilhões, por conta da largura dos equipamentos. Com um conjunto de pinos, destrava, recolhe para transporte e, posteriormente, abre e trava novamente conforme o modelo original, sem necessidade de desmontar o equipamento para levá-lo de uma lavoura a outra.
Jacto
O pulverizador autopropelido Uniport 2000, da Jacto, que recebeu o Troféu Ouro, na Categoria Destaque do Prêmio Gerdau Melhores da Terra, foi um dos destaques da empresa na Expointer. Possui reservatório de dois mil litros, motor com potência de 2200rpm MWM MS 4.10t/128cv, combustível diesel ou
biodiesel B5, transmissão/tração mecânica de cinco velocidades/4x2. A suspensão é independente, com molas e amortecedores hidráulicos, comprimento de 6,45m, bomba de pulverização JP 100 ou JP 150 e controlador de pulverização JSC 5000.
Montana
A Montana lançou na Expointer o trator Solis 75cv, cuja motorização atende a uma faixa de mercado com diversas aplicações no Brasil, que vai desde o preparo de solo até o plantio e a pulverização. O principal diferencial do produto é a transmissão 12x12 com reversor. Complementando a linha, a empresa lançou também o modelo de 90cv.
Semeadora Sol TT 28 30, ouro na categoria Novidade do Prêmio Gerdau Melhores da Terra, esteve entre os equipamentos da Semeato na feira
Plainas niveladoras com sistema hidráulico de recolhimento das lâminas foram apresentadas pela Agrimec na feira
Uniport 2000, troféu ouro na categoria Destaque do Prêmio Gerdau Melhores da Terra, foi mostrado pela Jacto
Trator Solis, de 75cv, foi o destaque da Montana durante o evento
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MÁQUINAS EM NÚMEROS
VENDAS INTERNAS DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS AUTOMOTRIZES NACIONAIS E IMPORTADAS - ATACADO Total Nacionais Importadas Tratores de rodas Nacionais Importados Tratores de esteiras Nacionais Importados Cultivadores motorizados Nacionais Importados Colheitadeiras Nacionais Importadas Retroescavadeiras Nacionais Importadas Mil unidades 2009 2010 2011
JAN 3,1 4,6 4,0
2011 JUL B 5.609 5.470 139 4.510 4.383 127 85 74 11 135 135 0 341 340 1 538 538 0
AGO A 5.918 5.783 135 4.959 4.830 129 84 78 6 136 136 0 351 351 0 388 388 0
Unidades
FEV 3,6 5,3 5,2
MAR 4,1 6,6 5,9
ABR 3,9 6,0 5,7
2010
JAN-AGO C 44.116 43.234 882 36.030 35.263 767 698 612 86 806 806 0 2.872 2.848 24 3.710 3.705 5 MAI 4,0 6,4 6,1
JUN 4,2 6,1 5,6
AGO D 6.532 6.490 42 5.627 5.587 40 70 68 2 177 177 0 268 268 0 390 390 0 JUL 4,8 6,4 5,6
JAN-AGO E 47.944 47.558 386 40.204 39.899 305 573 530 43 1.222 1.222 0 2.625 2.597 28 3.320 3.310 10 AGO 5,1 6,5 5,9
SET 5,4 6,1
Variações percentuais A/D -9,4 -10,9 221,4 -11,9 -13,5 222,5 20,0 14,7 200,0 -23,2 -23,2 31,0 31,0 -0,5 -0,5 -
A/B 5,5 5,7 -2,9 10,0 10,2 1,6 -1,2 5,4 -45,5 0,7 0,7 2,9 3,2 0,0 -27,9 -27,9 OUT 6,2 5,9
NOV 5,3 4,7
DEZ 5,5 3,9
C/E -8,0 -9,1 128,5 -10,4 -11,6 151,5 21,8 15,5 100,0 -34,0 -34,0 9,4 9,7 -14,3 11,7 11,9 -50,0 ANO 55,3 68,5 44,1
MÁQUINAS AGRÍCOLAS AUTOMOTRIZES POR EMPRESA Unidades
2011 JUL B 5.609 4.510 153 135 866 1.400 760 1.006 190 341 41 160 40 90 10 135 85 538
AGO A 5.918 4.959 154 211 871 1.412 1.051 1.071 189 351 35 166 48 91 11 136 84 388
Total Tratores de rodas Agrale Case CNH John Deere Massey Ferguson (AGCO) New Holland CNH Valtra Yanmar Agritech Colheitadeiras Case CNH John Deere Massey Ferguson (AGCO) New Holland CNH Valtra Cultivadores motorizados (1) Tratores de esteiras (2) Retroescavadeiras (3)
2010
JAN-AGO C 44.116 36.030 1.177 1.059 6.774 10.031 7.289 8.294 1.406 2.872 382 1.167 420 774 129 806 698 3.710
AGO D 6.532 5.627 160 101 851 1.777 1.189 1.386 163 268 21 141 35 65 6 177 70 390
JAN-AGO E 47.944 40.204 1.325 786 5.490 12.282 8.967 9.762 1.592 2.625 346 881 398 885 115 1.222 573 3.320
Variações percentuais A/D -9,4 -11,9 -3,8 108,9 2,4 -20,5 -11,6 -22,7 16,0 31,0 66,7 17,7 37,1 40,0 83,3 -23,2 20,0 -0,5
A/B 5,5 10,0 0,7 56,3 0,6 0,9 38,3 6,5 -0,5 2,9 -14,6 3,8 20,0 1,1 10,0 0,7 -1,2 -27,9
C/E -8,0 -10,4 -11,2 34,7 23,4 -18,3 -18,7 -15,0 -11,7 9,4 10,4 32,5 5,5 -12,5 12,2 -34,0 21,8 11,7
Fonte: ANFAVEA - Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores
(1) Empresas não associadas à Anfavea; (2) Caterpillar, New Holland CNH (sucede Fiatallis CNH a partir de 1º/02/05), Komatsu; (3) AGCO, Case CNH, Caterpillar, New Holland CNH (sucede Fiatallis CNH a partir de 1º/02/05).
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PRODUÇÃO DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS AUTOMOTRIZES Unidades Total Tratores de rodas Tratores de esteiras Cultivadores motorizados Colheitadeiras Retroescavadeiras Mil unidades 2009 2010 2011
JAN 4,7 5,9 5,3
2011 JUL B 6.673 5.125 313 135 470 630
AGO A 7.862 6.241 308 145 535 633 FEV 4,4 6,5 7,0
MAR 5,6 7,9 7,5
ABR 5,2 7,8 6,9
2010
JAN-AGO C 55.188 43.722 2.182 795 4.282 4.207 MAI 4,5 8,1 7,2
JUN 4,1 7,7 6,7
AGO D 8.566 7.131 196 185 527 527 JUL 5,6 8,5 6,7
JAN-AGO E 60.922 50.115 1.254 1.327 4.183 4.043 AGO 5,7 8,6 7,9
Setembro 2011 • www.revistacultivar.com.br
SET 6,1 8,2
Variações percentuais A/D -8,2 -12,5 57,1 -21,6 1,5 20,1
A/B 17,8 21,8 -1,6 7,4 13,8 0,5 OUT 7,0 8,1
NOV 7,3 7,3
DEZ 6,2 4,2
C/E -9,4 -12,8 74,0 -40,1 2,4 4,1 ANO 66,2 88,9 55,2