Maquinas 114

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Cultivar Máquinas • Edição Nº 114 • Ano X - Dezembro 2011 / Janeiro 2012 • ISSN - 1676-0158

Nossa capa

Test Drive - MF 4290 Turbo

Saiba o que mudou no novo MF 4290 Turbo, testado pela nossa equipe, e veja como ele se comportou durante o teste realizado na operação de plantio direto

Destaques

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Índice

Tráfego controlado

Radiais x diagonais

Sistema de tráfego controlado, utilizado em lavouras canavieiras, promete reduzir compactação do solo

Avaliação compara os níveis de tração e compactação dos pneus radiais e diagonais e mostra qual a melhor opção

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10

• Editor

• Coordenação Circulação

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• Redação

Charles Echer Carolina Simões Silveira

• Revisão

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• Design Gráfico e Diagramação

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Direção Newton Peter

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Capa: Charles Echer

Matéria de capa

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Rodando por aí

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Tráfego controlado

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Comparativo de pneus radiais x diagonais

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Armazenagem: secadores de grãos

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Agricultura de precisão em cana

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Ficha Técnica - Fankhauser F-5000

20

Test Drive - MF 4290 Turbo

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Avanço cinemático

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Aplicação aérea

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Ficha Técnica - GreenStar 3 2630

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Pulverização

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Compactação de solo

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Coluna Estatística Máquinas

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Assinatura anual (11 edições*): R$ 157,90 (*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)

Números atrasados: R$ 17,00 Assinatura Internacional: US$ 130,00 EUROS 110,00 Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados podem solicitá-las à redação pelo e-mail: cultivar@revistacultivar.com.br

Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.


rodando por aí

Novas instalações

Lavrale, mais antiga concessionária Agrale do País, está de endereço novo em Caxias do Sul. Além de showrooms mais amplos, com a exposição de modelos de todas as linhas de produtos Agrale - destaque para caminhões, utilitários e tratores -, também oferece maior facilidade de acesso, por estar na rótula de encontro da chamada Perimetral Oeste com a RST-122. O novo endereço é rua Mário de Boni, 1.600, bairro Floresta, junto ao viaduto Campo dos Bugres.

Errata

Por um erro de conversão, os gráficos 4 e 5 do artigo “Hora da Troca”, publicado na edição 113, páginas 27 a 29, estão com valores equivocados. Abaixo publicamos os valores corretos, que indicam o ponto de renovação do trator (Gráfico 4) e o ponto de renovação do trator através da interação entre diferentes métodos (Gráfico 5).

Pé na Estrada

As cidades de Santa Fé de Minas e Coromandel, de Minas Gerais, receberam no mês de novembro o programa Valtra Pé na Estrada, oportunidade de interação dos clientes com as novidades da empresa e também de atualização sobre as tecnologias disponíveis no mercado, oportunidades de financiamento e facilidades ao produtor rural. O evento ocorre desde 2009 e percorre cidades do interior de todas as regiões brasileiras.

Aposentadoria

A CNH Global anunciou no final de novembro a aposentadoria de Harold Boyanovsky, seu presidente e CEO, a partir de 31 de dezembro de 2011. O atual diretor financeiro, Richard Tobin, se tornará o novo presidente e chief executive officer da CNH a partir de 1º de janeiro de 2012. Camillo Rossotto, tesoureiro e responsável pelos serviços financeiros da Fiat Industrial SpA, assumirá a função de diretor financeiro da CNH também a partir do mesmo período, mas mantendo suas responsabilidades atuais. Boyanovsky, 67 anos, desempenha o papel de presidente e CEO da CNH desde março de 2005.

Harold Boyanovsky

Excelência

A concessionária Samaq é a primeira da rede Massey Ferguson a obter o certificado 5S. O distribuidor com três pontos de venda no interior do Rio Grande do Sul recebeu das mãos do vice-presidente da AGCO Service, Bill Fitzgibbons, a certificação. O 5S é uma ferramenta de trabalho que por uma série de técnicas e otimizações aumenta a eficiência da empresa e de seus colaboradores. Para obter a honraria, a empresa foi avaliada com excelência em uma série de critérios de gestão preestabelecidos pelo departamento de desenvolvimento da rede Massey Ferguson.

Richard Tobin

Titanium

A Arvus Tecnologia realizou o 2º Encontro Nacional de Representantes em Florianópolis no início de dezembro, onde apresentou o novo Titanium, com taxa variável, corte de seção, GPS, barra de luz e piloto automático. Ele tem novo design, mais moderno e começa a ser comercializado a partir de janeiro de 2012.

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Parceria

Colaboradores da John Deere e professores da Universidade de Passo Fundo participaram do II Refresher Brasil - Operations e Delivery, um treinamento realizado no campus da UPF na cidade gaúcha. A ação é mais um passo para o fortalecimento das relações entre a UPF e a John Deere, que no mês passado manifestou interesse em realizar uma parceria com a universidade nas áreas de treinamento e de difusão de tecnologia.

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mecanização Charles Echer

Canteiro livre

Uma solução que pode diminuir o efeito da compactação do solo pelo tráfego de máquinas agrícolas na cultura da cana é a adoção do sistema de tráfego controlado ou controle de tráfego agrícola. Estudos mostram que este sistema preserva a qualidade física principalmente na linha da cultura, aumentando a porosidade do solo e, consequentemente, a produtividade da cultura

A

cultura da cana-de-açúcar encontra-se em destaque no atual cenário agrícola brasileiro, sendo uma das culturas de maior importância econômica, com perspectivas de expansão da safra nos próximos anos, em decorrência do maior consumo de seus derivados, dos quais destaca-se o etanol, popularmente conhecido como álcool combustível. Um aspecto que tem viabilizado esse fato é o emprego da colheita mecanizada como forma de implementar o sistema de produção da cana-de-açúcar, pois se trata de uma técnica racional de manejo, uma vez que desencadeia uma série de benefícios ambientais e econômicos, sendo considerada

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como tecnologia de ponta com reconhecimento mundial. O sistema de produção da cana-de-açúcar colhida crua sem o uso de fogo emprega maquinário agrícola em todas as atividades relacionadas com o preparo do solo, tratos culturais e colheita, contudo, o tráfego intenso sobre o solo, associado ao baixo rendimento das máquinas, além de elevar custo operacional tem contribuído de sobremaneira para alterar os atributos físicos e mecânicos e, por conseguinte, elevar os graus de compactação do solo. O sistema de manejo convencional do canavial utiliza linhas de cultivo de 1,4m a

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1,5m e máquinas com bitola inferior a 2m, o resultado é que durante o tráfego as máquinas passam muito perto da linha de plantio, o que pode levar à derrubada de colmos ou ocorrência do tráfego diretamente sobre as linhas, resultando em perda de produtividade e menor longevidade do canavial. Neste caso, a compactação próxima ou na linha da soqueira é inevitável. Com a adoção da colheita mecanizada no sistema de manejo da cana-de-açúcar surge a preocupação da compactação do solo e seus efeitos danosos nos atributos do solo. A compactação caracteriza-se pela compressão do solo não saturado, provocando modificações


Fotos Gustavo Soares de Souza

Pesquisas mostraram que o tráfego controlado preservou a integridade do solo na linha de plantio No plantio convencional o canavial utiliza linhas de cultivo de 1,4m a 1,5m e máquinas com bitola inferior a 2m, fazendo com que o rodado das máquinas passe próximo às plantas

na organização das partículas, aumento da densidade e redução da porosidade do solo, com a expulsão de ar dos poros (Dias Júnior; Pierce, 1996). Pesquisas têm demonstrado o efeito da compactação nos atributos do solo. A compactação altera a relação de massa e volume dos constituintes do solo e sua estabilidade estrutural, modificando o arranjo das partículas, que invariavelmente implica no aumento da densidade e da resistência mecânica e diminuição do volume total de poros, principalmente no volume de macroporos. O tráfego de máquinas agrícolas comprime os agregados do solo, reduzindo sua porosidade interna, criando estruturas maciças de difícil penetração pelas raízes. Além disso, a compactação do solo diminui a fertilidade por impedimento físico do solo, devido à redução do armazenamento e do fornecimento de água e nutrientes, o que leva a exigência adicional de fertilizantes e aumento no custo de produção. Isso cria um ambiente desfavorável para o desenvolvimento do sistema radicular da cultura, refletindo em queda de produtividade. Em períodos de estiagem, o processo de compactação tende a ser mais severo, uma vez que a redução do conteúdo de água do solo aumenta sua resistência à penetração. A extensão do problema da compactação dos solos agrícolas é uma função da massa do veículo, tipo de solo e teor de água, velocidade da máquina, pressão de contato pneu/solo, número de passadas e as interações desses fatores com as práticas agrícolas (Chamen et al, 2003). Entre estes fatores, destaca-se a umidade do solo, uma vez que o excesso de água no solo potencializa seu processo compressivo. Contudo, em vários casos as atividades agrícolas necessitam ser realizadas mesmo com inadequada umidade do solo, por exemplo, na colheita do canavial, devido à necessidade de abastecimento da moenda e isso acaba

tornando problema da compactação percebido apenas nos próximos ciclos da cultura. Uma solução que pode diminuir o efeito da compactação do solo pelo tráfego de máquinas agrícolas no desenvolvimento das plantas é a adoção do sistema de tráfego controlado ou controle de tráfego agrícola. Nesse sistema, são mescladas nas áreas de cultivo zonas destinadas ao tráfego e zonas destinadas somente ao crescimento das plantas, concentrando a passagem de pneus em linhas delimitadas, dessa forma uma área menor é atingida, embora mais intensamente, devido à sobreposição do tráfego dos rodados. De toda maneira, pressões sobre o solo

continuariam ocorrendo com o tráfego, contudo, em regiões específicas não destinadas ao desenvolvimento do sistema radicular da cultura, o que permitiria a realização de operações agrícolas mesmo em condições inadequadas de água no solo. Outra técnica que tem ganhado destaque no setor canavial e pode ser utilizada em complemento ao controle de tráfego é o uso do sistema de direção assistido, popularmente conhecido como piloto automático. O funcionamento do piloto automático baseia-se na correção do alinhamento lateral do trator, permitindo o deslocamento do trator ao longo de um percurso reto ou curvo com erros mínimos em relação à linha de referência, resultando em maior uniformização do espaçamento das linhas, menor tráfego sobre a soqueira e

Nos canaviais brasileiros o controle de tráfego agrícola caracteriza-se pelo aumento da bitola das máquinas para três metros, uso de linhas de cultivo distantes 1,5m e plantio com piloto automático

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Charles Echer

Figura 1 – Densidade do solo para o manejo com e sem controle de tráfego agrícola nas diferen- Figura 2 – Porosidade do solo para o manejo com e sem controle de tráfego agrícola nas diferentes posições de amostragem. CT – controle de tráfego, T – testemunha sem controle de tráfego, tes posições de amostragem. CT – controle de tráfego, T – testemunha sem controle de tráfego, LR – linha do rodado, C – canteiro e LP – linha da planta. Fonte: Souza et al (2011) LR – linha do rodado, C – canteiro e LP – linha da planta. Fonte: Souza et al (2011)

Figura 3 – Produtividade da cana-de-açúcar para o manejo com e sem controle de tráfego agrícola nas diferentes posições de amostragem. CT – controle de tráfego, T – testemunha sem controle de tráfego, LR – linha do rodado, C – canteiro e LP – linha da planta. Fonte: Souza et al (2011)

O sistema radicular no manejo do canavial com controle de tráfego agrícola resultou num incremento médio de 54% na massa seca até 30cm de profundidade das raízes

melhor aproveitamento dos talhões. O paralelismo entre as fileiras é importante no manejo do canavial que, muitas vezes, ocupam extensas áreas em relação ao plantio. Isto melhora a eficiência do tráfego e a aplicação de insumos, já que os implementos apresentam largura constante, evitando o tráfego dos rodados sobre a linha de soqueira, fato não desejável, pois prejudica o brotamento/perfilhamento da parte aérea e o desenvolvimento do sistema radicular, devido ao estresse mecânico associado à compactação do solo. No sistema com controle de tráfego agrícola, as zonas de tráfego podem permanecer no local por um ciclo da cultura ou serem mantidas ao longo de vários ciclos, o que vem sendo facilitado com o uso do piloto automático, possibilitando adaptar o cultivo do canavial ao conceito de plantio direto. Assim, apenas as linhas de tráfego seriam subsoladas ou revolvidas no processo da eliminação mecânica da soqueira, ou mesmo não seriam revolvidas e a eliminação seria realizada de forma química, ocorrendo apenas a sulcação no plantio, que é feita em períodos de cinco a oito anos, dependendo do rendimento do canavial. Contudo,

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algumas questões acerca disso necessitam ser mais bem entendidas e solucionadas. Nos canaviais brasileiros o controle de tráfego agrícola caracteriza-se pelo aumento da bitola das máquinas para três metros, uso de linhas de cultivo distantes 1,5 metro e plantio com piloto automático, o que resultou na proposição do conceito de “canteiro na cana”, dessa forma uma área de pelo menos 0,40m de cada lado da linha da cultura não recebe contato direto dos rodados, sendo este concentrado no centro das entre linhas da cultura. O manejo da lavoura sem controle de tráfego agrícola recebe movimentação dos pneus em 70% – 75% da área, enquanto no manejo com controle de tráfego agrícola a área trafegada é de 45% – 48%. Independentemente dos sistemas de manejo, as esteiras das colhedoras impactam 56% do solo agrícola, contudo, a área de contato da esteira das colhedoras é significativamente superior à dos pneus, o que resulta em menor pressão sobre o solo. Neste caso, maiores pressões seriam causadas pelos pneus dos tratores, transbordos e máquinas autopropelidas. Ensaios foram realizados em lavoura

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comercial de cana-de-açúcar, localizada no município de Pradópolis (SP), em um Latossolo Vermelho distrófico, textura argilosa, objetivando estudar as alterações nos atributos físicos do solo e seus reflexos na produtividade da cana-de-açúcar colhida mecanicamente e sem queima nos sistemas de manejo com e sem controle de tráfego agrícola. Os resultados evidenciaram que o controle de tráfego agrícola preservou a qualidade física do solo, principalmente na linha da cultura, o que caracterizou num maior volume de poros (6,4%) e numa menor densidade do solo (4,8%) (Figuras 1 e 2). Resultados similares ocorreram na região do canteiro, onde os valores do volume total de poros foram maiores (4,9%) e da densidade menores (2,7%) no sistema com controle de tráfego. Isso ocorre devido à ausência de tráfego (contato pneusolo) próximo (região do canteiro) ou sobre a linha da soqueira, o que preserva a qualidade física do solo nessa região. Na linha do rodado ocorreu o inverso, ou seja, o manejo com controle de tráfego apresenta maior densidade do solo (3,8%) e menor volume de poros (3,7%) (Figuras 1 e 2).


Isso ocorre devido ao tráfego concentrado no centro da entre linha da cultura (identificado nas figuras como linha do rodado). Contudo, essa compactação na entre linha da cultura é vantajosa do ponto de vista da tração, resultando num menor consumo de combustível e em maior rendimento operacional. A melhoria na qualidade física do solo na linha da cultura e na região do canteiro resultou no maior desenvolvimento do sistema radicular no manejo do canavial com controle de tráfego agrícola, resultando num incremento médio de 54% na massa seca até 30cm de profundidade. Isso ocorre devido aos menores e maiores valores de densidade e porosidade total do solo, respectivamente, facilitando o enraizamento, melhor distribuição de água e maior taxa de difusão de gases dentro do solo, aspectos agronômicos importantes na manutenção da atividade biológica celular do sistema radicular. O aumento da qualidade física do solo, acompanhado do melhor desenvolvimento do sistema radicular, permitiu uma maior produtividade da cultura (Figura 3). Esses benefícios podem estar associados, ainda, à maior longevidade do canavial, reduzindo o custo de produção, o que permite uma maior sustentabilidade dos cultivos agrícolas. De acordo com Kingwell e Fuchsbichler (2011)

New Holland

o controle de tráfego agrícola permite, em geral, o aumento nos lucros em 50%, caracterizando uma inovação tecnológica rentável para os sistemas de produção da cana-de-açúcar. A compactação do solo interfere no desenvolvimento do sistema radicular e na produtividade da cana-de-açúcar, contudo, o manejo da lavoura com o sistema de controle de tráfego agrícola possibilita redução da

compactação na soqueira e na região do canteiro e aumento da produtividade, tornando .M a atividade mais rentável. Gustavo Soares de Souza, Zigomar Menezes de Souza e Fernando Silva Araújo, Unicamp Reginaldo Barboza da Silva, Unesp


Pneus Valtra

Radiais x diagonais O desempenho operacional de tratores agrícolas pode ser diferente dependendo do tipo de superfície em que estiver operando. A escolha entre pneus radiais e diagonais também é um fator que influencia na eficiência da máquina

O

a emissão de gases poluentes ao ambiente, bem como o aumento de consumo de energia durante a execução do trabalho. O ensaio de tratores em solo agrícola é uma das maneiras de se obter informações relativas ao seu desempenho energético, principalmente no que diz respeito ao seu desenvolvimento de tração ao longo da execução das operações. Esses ensaios visam à obtenção de informações sobre o desempenho dos rodados, relacionados com as características da interação com o solo.

Estudo realizado pela Faculdade de Ciências Agronômicas Unesp/Botucatu, nas pistas de ensaio pertencentes ao Núcleo de Ensaio da Máquinas e Pneus Agroflorestais (Nempa), avaliou o desempenho de um trator 4x2 TDA com potência nominal de 180cv e uma relação peso e potência de 55,3kgf/cv. O teste foi realizado utilizando-se três tipos de superfícies: solo argiloso firme, solo com palha de milho e superfície de concreto, e dois tipos construtivos de pneus: pneus radiais com dimensões

Fotos Thiago Martins Machado

desempenho operacional de máquinas agrícolas está ligado a vários fatores que influenciam na sua capacidade de gerar trabalho, sendo os mais relevantes o tipo de pneu e o tipo de superfície de rolamento. A utilização do trator numa propriedade é variada, devendo-se considerar que os tipos de pneus e as pressões de inflação inadequadas representam elementos negativos para a maior parte das operações ao longo de uma cultura, induzindo a compactação do solo,

Os pneus comparados foram: radiais dianteiros de 540/65R28 e radiais traseiros de 650/65R38, com pressão de 83kPa; e diagonais com dimensões de 18.4-26 para os pneus dianteiros e 24.5L-32 para os pneus traseiros e pressão de 152kPa

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de 540/65R28 para os pneus dianteiros e 650/65R38 para os pneus traseiros e pressão de 83kPa (12psi); e pneus diagonais com dimensões de 18.4-26 para os pneus dianteiros e 24.5L-32 para os pneus traseiros e pressão de 152kPa (22psi). Utilizaram-se quatro marchas do trator obtendo-se velocidades de cinco a 10km/h, com rotação de 2.200rpm no motor em todos os tratamentos. Para determinação do desempenho na barra de tração utilizou-se a Unidade Móvel de Ensaio na Barra de Tração (Umeb), pertencente ao Nempa. Calcularamse a velocidade de deslocamento do trator, a patinagem das rodas, a potência útil na barra de tração do trator, o consumo específico de combustível e o rendimento na barra de tração. As Figuras de 1 a 8 apresentam os resultados de desempenho do trator em duas das superfícies avaliadas (pista de concreto e solo com palhada) em função do tipo construtivo e das pressões de inflação dos pneus. Os dados de pista de solo firme são semelhantes aos obtidos na pista de concreto e foram apresentados juntos. A patinagem do trator equipado com conjunto de pneus de construção radial foi menor em relação ao trator equipado com conjunto de pneus de construção diagonal, na pista de concreto e na pista de solo firme, nas diferentes marchas avaliadas no ensaio (Figura 1). O pneu radial proporcionou ao trator a capacidade de tracionar uma força de 6.500kgf

Figura 1 - Patinagem em relação à força na barra de tração em pista de concreto/solo firme. Pneus (a) radial (b) diagonal

A)

B)

Figura 2 - Patinagem em relação à força na barra de tração em superfície com palha de milho. Pneus (a) radial (b) diagonal

A)

B)

Figura 3 - Potência na barra de tração em superfície de solo em pista de concreto/solo firme. Pneus (a) radial (b) diagonal

A)

B)

Figura 4 - Potência na barra de tração em superfície com palha de milho. Pneus (a) radial (b) diagonal

A)

Pistas de ensaios do Nempa, onde foram realizados os testes de tração

B)

na barra de tração com patinagem inferior à patinagem do pneus diagonal que não alcançou força na barra de tração de 6.000kgf, no solo firme ou com concreto. Todas as quatro marchas estudadas apresentaram a mesma tendência de resultados. Na condição de superfície com palhada (Figura 2) os resultados seguiram a mesma

tendência das pistas de solo firme e de concreto. Nesta condição de solo, a força de tração máxima com pneus radiais chegou próximo a 5.000kgf, enquanto para os pneus diagonais esse valor não chegou a 4.000kgf. Para os pneus radiais as patinagens chegaram a 25%, enquanto que para os pneus diagonais esses valores não chegaram a 20%.

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A)

B)

Figura 6 - Consumo específico de combustível em relação à força na barra de tração em superfície com palha de milho. Pneus (a) radial (b) diagonal

A)

B)

Figura 7 - Rendimento na barra de tração em relação à força na barra de tração em pista de concreto/solo firme. Pneus (a) radial (b) diagonal

A)

B)

Figura 8 - Rendimento na barra de tração em relação à força na barra de tração em superfície com palha de milho. Pneus (a) radial (b) diagonal

A)

B)

A Figura 3 mostra os resultados de potência em função da força exercida na barra de tração para as diversas marchas e os dois tipos de pneus para a pista de concreto ou pista de

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solo firme. A potência na barra de tração foi superior para o conjunto de construção radial em relação ao conjunto de construção diagonal em solo

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com palhada (Figura 4) e, no solo com concreto, os valores foram invertidos, mostrando uma maior exigência de potência para os pneus diagonais. O consumo específico de combustível, tanto para a condição de pista de concreto ou solo firme (Figura 5), quanto para a condição de superfície com palha de milho (Figura 6), foi menor para o pneu de construção radial e, em algumas velocidades, chegou-se ao dobro de economia de consumo específico, comparandose com o conjunto de pneus de construção diagonal. As Figuras 7 e 8 mostram os rendimentos na barra de tração do trator nas condições de solo firme ou concreto e na superfície com palhada. No solo firme ou na superfície com concreto, os resultados chegaram próximos de 70% de rendimento na barra de tração, tanto para os pneus radiais como para os diagonais. Para o solo com palhada esse rendimento caiu para valores próximos de 60% para os pneus radiais e para valores abaixo de 50% para os pneus diagonais. Em resumo, o pneu radial apresentou resultados de desempenho superiores em relação aos pneus diagonais para quase todas as condições estudadas (marchas e superfície de rolamento), gerando menor patinagem dos rodados, menor consumo específico de combustível e maiores potência e rendimento na barra de tração. Para o máximo desempenho dos pneus agrícolas deve-se sempre estar atento à relação peso/potência e às pressões de inflação dos pneus, recomendadas pelos fabricantes. Outros fatores que devem ser considerados para a escolha do tipo construtivo de pneus são a durabilidade, o tipo de superfície que vai ser utilizado, possibilidade de recapagem e o custo de aquisição. .M Thiago Martins Machado, Fapa Kléber P. Lanças, Fabrício Campos Masiero e Saulo P. S. Guerra, Unesp/Botucatu Leonardo A. Monteiro, UFC Fotos Thiago Martins Machado

Figura 5 - Consumo específico de combustível em relação à força na barra de tração na pista de concreto/solo firme. Pneus (a) radial (b) diagonal

Unidade Móvel de Ensaio na Barra de Tração, do Nempa, da Unesp, utilizada no ensaio



armazenagem Charles Echer

No ponto

O processo de secagem de grãos exige experiência dos operadores, conhecimento dos equipamentos utilizados e também das propriedades dos grãos que serão processados. Estes fatores devem caminhar lado a lado, garantindo uma operação eficiente e sem surpresas desagradáveis com o produto final

A

secagem de grãos é considerada uma das tarefas mais delicadas da cadeia produtiva, pois, além, de secarmos o produto para as condições adequadas, devemos estar atentos às características qualitativas de final do produto, aliados ao maior rendimento possível do sistema de secagem. Nesse contexto será discutida a secagem artificial mecânica feita por secadores. A secagem, tendo em vista a profissionalização do campo, apresenta inúmeras vantagens, dentre elas processamento independente das condições climáticas, estabelecimento de um cronograma de operações aumentando a velocidade de pro-

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cesso, colheita antecipada para aproveitamento da área para outros cultivos. O processo de secagem é feito em secadores, os quais podem ser de diferentes modelos. Constituem-se basicamente de uma fonte geradora de calor, uma câmara de secagem, uma de resfriamento, um sistema de ventilação para movimentação do ar e instrumentos de controle da operação como um todo. Todas estas etapas fazem parte do processo de secagem, que nada mais é do que o manejo da água excedente nos grãos. Portanto, secagem, em síntese, é a retirada da água livre contida no grão. Precisamos para isso entender primeira-

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mente o que é a água livre? Estudos, inclusive, com equacionamentos aferidos para diferentes alimentos e grãos dizem que a água livre é dada por uma relação direta entre a pressão de vapor da água em equilíbrio sobre um determinado produto em análise e a pressão de vapor da água pura na mesma temperatura. Essa é uma das teorias. Uma segunda forma de entendimento do comportamento da água indica que água livre é a umidade relativa em equilíbrio com o produto a uma mesma temperatura considerada. Essa atividade e medida e encontram-se mensuradas em gráficos. Numa análise simplista analisando a Figura 1A, observa-se que existe um valor onde a atividade da água é máxima. Nos alimentos ricos em água, um valor de água livre acima de 0,90 resulta em soluções diluídas que servem como substrato. É nesse ponto que existe o perigo de crescimento microbiano. O crescimento microbiano acontece devido a reações químicas internas (emboloramento e presença de fungos), ocorrendo a cimentação da massa armazenada assim que cessada a reação química. Em armazéns ocorre quando existe descuido na aeração. Analisando o mesmo gráfico verifica-se que na faixa de 0,40 a 0,80 ocorre um aumento da velocidade das reações químicas devido ao aumento de substratos. Para um valor próximo a 0,60 a atividade da água fica praticamente


Figura 1 - Velocidade relativa de reações em função da atividade de água (A) e atividade de água em função da umidade (B). (Alonso 2001)

administrar e na qual utilizamos o secador com maior interesse.

O SECADOR E A OPERACIONALIZAÇÃO DA SECAGEM

Os secadores, conforme já descrito, constituem-se de uma fonte de calor (fornalha ou queimador líquido ou gás), uma câmara de secagem e uma de resfriamento (torre de secagem), câmaras de fechamento dos gases de entrada e saída, um sistema de ventilação para movimentação do ar e instrumentos de controle e operação do processo. Dentro dessa estrutura poderão, ou não, existir sistemas de regulagem e manejo do ar de entrada, capacitando assim Divulgação

estática. Presume-se que a atividade da água deverá estar próxima a 0,60. Um Índice próximo a 0,65 torna-se perigoso pois a água começa a ficar disponível para reações químicas e bioquímicas. A água pode ser encontrada livre ou ligada, a primeira com pressão de vapor igual à água pura. A água ligada não mantém mais as propriedades físicas e químicas da água pura, não podendo mais atuar como solvente. Essa água pode estar presa (adsorvida) tanto em grãos in natura como em produtos processados com uma força menor ou maior, portanto, essa é a H2O que nos interessa administrar. O armazenamento deve ser acompanhado pelas isotermas de sorção, que são curvas de equilíbrio dos grãos, específicas para cada cultura, como milho, feijão, soja, trigo etc. Nessas isotermas encontra-se a umidade final de equilíbrio para armazenamento e estabilidade do produto. O acima explicitado pode ser observado na Figura 1. Portanto, para que se chegue ao ponto de preservação que no armazenamento representa as características preservadas, utiliza-se o método de secagem de modo a cessar a atividade dessa água adsorvida a padrões desejáveis de conservação. Embora saibamos que o processo de secagem dependa das umidades de entrada e saída do grão, da umidade relativa do ar, da temperatura de secagem, o tempo necessário para atingir o equilíbrio entre ar e grão de forma satisfatória depende da temperatura da umidade e da velocidade do ar que passa pelo produto. Em síntese, a umidade (água) fica aderida ao grão basicamente de três formas, as quais estão descritas na Tabela 1, e estão exemplificadas pela Figura 2 por um grão de milho. Na secagem, a umidade correspondente à umidade superficial e intersticial é a entre a faixa de 13 até 27%. É essa faixa que nos interessa

Os secadores têm como caracterização 2/3 da torre funcionando como aquecimento e 1/3 como resfriamento

a torre a trabalhar com uma capacidade maior ou menor e possibilitando a saída de grão da torre de secagem com uma temperatura maior ou menor conforme essa regulagem. Uma condição primordial que devemos ter ciência é que quem dita a velocidade do processo de secagem é o grão, e não o operacional da unidade de recebimento de grãos. Existem casos em que os operadores pressionam a indução do secador a produzir capacidades maiores do que a de projeto, resultando em perdas qualitativas e quantitativas de produto. Lembremos que nas empresas receptadoras a taxa de grãos queimados é zero. Quer dizer que em uma carga de 40 toneladas, normalmente o volume transportado no Brasil central, se for detectado um único grão queimado sequer toda carga é rejeitada. Para tanto é primordial, e vem tornando-se cada vez mais imprescindível, o investimento na capacitação de recursos humanos que estejam sensíveis às características intrínsecas ao processo e familiarizados com os equipamentos de secagem. Os ventiladores, componentes dinâmicos do secador, responsáveis pela movimentação do ar, podem ser de insuflação ou exaustão. Os de exaustão, axiais, geralmente são posicionados no topo da câmara de exaustão, verticalmente ou lateralmente. Quando instalados na parte inferior podem ser axiais ou centrífugos de dupla aspiração. A Tabela 2 apresenta os sistemas de secagem encontrados comercialmente. De um modo geral, os secadores têm como caracterização 2/3 da torre de secagem funcionando como aquecimento e 1/3 funcionando como resfriamento ou aquecimento. Quando a operação é procedida com resfriamento a capacidade nominal do secador em toneladas/ hora é uma, e quando em operação com aquecimento em coluna inteira a capacidade nominal é aumentada.

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Divulgação

Figura 2 - Umidade (água) constituinte de um grão de milho

Tabela 1 - Tipos de umidade aderida ao grão Umidade superficial Umidade intersticial Umidade de constituição

Aderida externamente. Umidade totalmente livre Não tem função biológica. Está livre entre as moléculas do grão. Mantém-se pela capilaridade e pelo diferencial de pressão Está nas moléculas e encontra-se quimicamente ligada

Tabela 2 - Sistemas de secagem comercialmente utilizados Classificação Secadores Tipo de fabricação Móveis ou fixos Sistema de carga Intermitente ou contínuos Ventilação Insuflação ou aspiração Fluxo de ar Concorrente, contracorrente, cruzado ou misto Torre de secagem Dutos paralelos, dutos cruzados, de coluna Sistema de descarga Bandejas, pneumático, eclusa Combustível Líquido, sólido ou gasoso Ar da fornalha Direto e indireto Grau automatização Manual ou automatizado

Deve atentar-se que, quando estiver operando em coluna inteira, devido à alta temperatura de saída do grão do silo, deve existir de preferência de um silo com aeração forçada para

resfriamento do produto. Em caso de armazéns V, W, semi-V etc em que o processo geral da unidade não estiver concebido para fazer aeração de resfriamento, apenas manutenção que o secador esteja dimensionado para fazer o resfriamento. Referente a temperaturas recomendadas de secagem, exemplificando o caso do milho, devem ser no máximo de 90ºC, o que no grão vai gerar uma temperatura aproximada de 45ºC. Nessa temperatura não é causado nenhum dano à integridade do grão. Temperaturas elevadas, próximas a 140ºC, muito comuns no pico da safra em tentativa de acelerar o fluxo de secagem, podem causar danos como fissuras, quebras e até mesmo queima do grão (Figura 4).

Os secadores devem estar dimensionados de tal modo que independentemente do sistema de secagem, o mesmo não proporcione o arraste de fagulhas, cinzas ou pó, nem que o mesmo fique acumulado sobre os dutos da torre ou na coluna. Existem alguns modelos de secadores chamados turbinados, onde a vazão de ar é maior do que os modelos tradicionais, proporcionando maior vazão, portanto, maior rendimento e secagem no processo como um todo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para finalizar e entender melhor a importância do sistema de secagem é importante salientar que o secador é o coração da unidade armazenadora e vai controlar a velocidade de

Figura 3 - Sistemas de Secagem (A), (B)

A)

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B)


Constituintes de um secador

Detalhe de grão danificado pela secagem inadequada

secagem e a capacidade total por hora de toda a unidade. Para manter sempre em perfeito estado de conservação e funcionamento, a limpeza do secador deve ser feita periodicamente, garantindo eficiência, evitando riscos de incêndio e aumentando a vida útil do secador. Além destas observações, deve-se atentar

Sistemas de controle de secagem • A mensuração dos parâmetros de secagem, sendo temperatura, umidade, controle de enchimento da torre, é feita através de sensores de temperatura, de umidade e de controles de nível. • Os mensurados são disponibilizados ao painel de controle e a partir dos mesmos o controle do processo de secagem pode ser feito manualmente ou totalmente automatizado através da pré-programação do painel. • Salienta-se que a informação ao painel dos parâmetros de secagem é feita pelo operador do secador. O equipamento apenas responde a sua programação e é informado conforme o tipo de grão a ser secado. • Procede daí a importância do operador do equipamento estar completamente familiarizado com o processo de secagem. que o fator limitante da velocidade de secagem do secador são os parâmetros externos e as características intrínsecas ao grão, e não o secador, como muitas vezes pensamos. Por isso, o operador do equipamento deve estar familiarizado a

tal ponto, que os processos básicos devem fazer .M parte da rotina diária. Clovis Priebe Bervald, Engenheiro agrícola


Agricultura de precisão

Mais tecnologia

Valtra

As tecnologias para soluções de automação, transferência de dados e gerenciamento de frota e de produtividade estão evoluindo constantemente, o que exige das empresas rurais atualização constante e investimentos certos que garantam aumento de produtividade e lucratividade

O

uso de tecnologia para soluções de automação e transferências de dados no auxílio da gestão de informação passa a ser primordial para o setor agroindustrial. Com novas posturas estratégicas este artigo visa apresentar um sistema tecnológico (proposição tecnológica) de gestão, utilizando de indicadores que ofereçam visão mais completa e com base de informações exatas sobre o processo produtivo da cana-de-açúcar para melhorar os resultados de sua produção. Como o uso de tecnologias para as soluções de automação e transferências de dados para o auxílio na gestão da informação está evoluindo de maneira significativa, torna-se fundamental

para a gestão da empresa a descoberta e a introdução de novas tecnologias, exploração das oportunidades de investimento e ainda na planificação de todas as suas atividades operacionais. A agricultura tem passado por transformações no que se refere ao uso da tecnologia de máquinas e equipamentos que auxiliam para melhoramentos produtivos, desta forma, a tecnologia tem possibilitado maior controle agrícola, manejo de solo, colheita, transportes, aplicação de insumos, planejamento adequando, monitoramento e ordenado variações das operações agrícolas. Com técnicas mais específicas para cada

Figura 1 - Sistema de comunicação e entrega do certificado eletrônico de cana

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cultura, a agrotecnologia visa o gerenciamento mais detalhado do sistema de produção com o uso de sistema de orientação por telemetria (GPS, DOR, GPRS e outros). O monitoramento e o controle podem ser utilizados na cultura da cana-de-açúcar como forma de minimizar problemas que ainda ocorrem como a falta de comunicação, registro de atividades operacionais e baixa precisão nas informações.

A TECNOLOGIA, A INFORMAÇÃO E A GESTÃO

As empresas buscam competitividade e diferenciação no mercado e com o uso de novas tecnologias a estrutura de funcionamento destas tem criado a necessidade de atualização e

Figura 2 – Localização em tela com programa de rastreamento e telemetria das máquinas

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John Deere

a gestão estratégica no uso dos indicadores que possibilitará medir as ferramentas de controle de desempenho e resultados. Com a análise desses dados é possível implementar programas de treinamentos, incentivos, remuneração variável e planejamento entre outros para modificação, melhoramentos de operadores de veículos e máquinas, reduzindo custos e aumentando resultados.

CONCLUSÃO

As tecnologias utilizadas nas lavouras canavieiras promoveram mudanças que vão desde o plantio até o processamento final dos produtos

de pesquisas constantes (Corrêa, 1992). Assim, as estruturas organizacionais produtoras de cana-de-açúcar estão buscando novas formas de gerir sua produção. Com a utilização de tecnologia da informação de produtos de hardware e software, capazes de promover mudanças no processo produtivo desde o plantio até o processamento final dos produtos, as empresas buscam melhorar seus resultados. De um modo mais específico, a tecnologia impulsiona o progresso e conduz a inovação no sistema de corte da cana-de-açúcar, bem como no monitoramento de máquinas e equipamentos que podem ser mais produtivos e transmitir a informação necessária para o gestor. Para o gestor a coleta de informações precisas pode tornar sua decisão mais segura e eficaz, uma vez que, a partir da informação correta, este pode estabelecer um conjunto de dados que possibilite melhor desempenho e maior competitividade no mercado (Zorrinho, 1995). Importante ainda é profissionalizar e gerenciar os operadores que fornecerão as informações para o banco de dados, pois de nada adianta o uso de alta tecnologia se o pessoal da alimentação de dados não for especializado adequadamente.

APLICAÇÃO DOS RESULTADOS

A presente proposição tem por objetivo descrever um sistema computacional corporativo (software de gestão administrativo empresarial), integrado com softwares de telemetria e variabilidade espacial (computadores de bordo, GPS, GPRS, monitores, dentre outros), que efetuem o controle de operadores e da utilização das operações agrícolas com uma confiabilidade na captação de dados e extrema rapidez e eficiência, e na emissão de resultados mais precisos. A utilização de computadores de bordo e de softwares de gestão pode viabilizar uma economia de até 21% no consumo de combustível e de até 30% na manutenção dos veículos e redução de perdas na aplicação de insumos agrícolas, aumentando a vida útil dos equipamentos e a produtividade operacional. A Figura 1 mostra a proposição de como os

sistemas de dados podem ser analisados e operacionalizados entre a colheita e o processamento das informações para o banco de dados. Na gestão de frota o veículo passa pela balança ou portaria e as informações são transmitidas por GPRS, via radiofrequência ou wireless ao sistema, não tendo interferência humana dos dados. Assim, todas as informações são integradas em um banco de dados que armazena tudo o que acontece com a frota. Com dados informatizados o gestor poderá ter acesso a relatórios gerenciais gerados pelo sistema, os quais serão alimentados pelo registro dos dados dos computadores de bordo, apontam relatórios demonstrativos de horas trabalhadas e paradas, produção por equipamentos, demonstrativos de rendimentos e de relação das eficiências operacionais. Ainda, a gestão de informação traz confiabilidade dos dados, cuidados nas coletas, medidas de desempenho e qualidade, cálculo de eficiência de mão de obra e da operação de máquina. E

As informações e o conhecimento compõem recursos estratégicos essenciais para o sucesso de uma empresa. Para tanto, existe a necessidade de adaptação ao ambiente concorrencial e a empresa deve ter claramente elucidados os conceitos para atender a demanda por informações precisas, confiáveis, oportunas e relevantes, que deem suporte à tomada de decisão. Assim, os computadores de bordos, bem como os programas de gestão, com suas diversas práticas, controles e ferramentas de gestão de informação, mostram a possibilidade de tornar harmoniosa e eficaz a relação tecnologia de informação e as necessidades de seus usuários. Todas as mudanças mencionadas vêm a contribuir positivamente para o setor agroindustrial, porém, o uso de recursos tão avançados não pode deixar de contemplar problemas tão difíceis de solucionar, como o desemprego e a .M falta de conhecimentos específicos. Bruno Mendonça Costa, Danilo Belém Montes Souza, Vinicius Antonio Maciel Junior, Faculdade Dr. Francisco Maeda

Gerenciamento e planejamento das operações

P

ara possibilitar o gerenciamento do planejamento das operações agrícolas, redução de horas paradas e deficiências em aplicação de insumos, se faz necessário um sistema computacional e telemétrico para tal e que tenha por objetivo efetuar o controle automatizado das áreas trabalhadas, operações realizadas, controle de operadores e máquinas, modelos e grupos de equipamentos com os seguintes itens: • Análise das horas trabalhadas por operação, cálculo das horas paradas e seus motivos, determinação das eficiências e rendimentos; • Acompanhamento da realização das operações agrícolas previamente planejadas, por atividade e local, análise dos rendimentos e eficiências; • Determinar diariamente localização e operação atual dos equipamentos, auxílio na programação dos comboios para suas atividades;

• Diagnosticar diariamente as falhas nos informes dos operadores e motoristas (erros .M e informes); • Possibilitar a eliminação do cartão ponto pelo informe diário do operador (integra com folha de pagamento, gerando faltas, horas trabalhadas normais e extras). • Localização em fazendas de toda a frota de máquinas e caminhões que estão trabalhando, em manutenção, aguardando programação (Figura 2, localização via satélite) dentre outras; • Gerar informação de forma detalhada e geral de todos os processos e procedimentos, como descrição dos processos de fluxo de informação de sistema, de ordens de serviços agrícolas, planilhas de atividades no computador de bordo, dados identificáveis de atividades, alimentação de códigos para controle, dados da fazenda, talhão e operador, alocação, rendimento diário de operador entre outros.

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ficha técnica

Distribuidor F-5000 A Fankhauser está apresentando o Distribuidor de Fertilizantes a Lanço Linha F-5000 com tanque para cinco mil litros, que segue as tendências dos avanços tecnológicos do campo e vem pronto para receber recursos de agricultura de precisão

O distribuidor possui acionamento hidráulico independente do trator, mediante acionamento por cardã na tomada de força

A

Fankhauser lançou recentemente o Distribuidor de Fertilizantes a Lanço Linha F-5000, com depósito de cinco mil litros, para trabalhar em larguras de até 36 metros. Ele possui

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Detalhe do reservatório independente de óleo, que será utilizado pelo sistema hidráulico do distribuidor

acionamento hidráulico independente do trator, mediante acionamento por cardã na tomada de força, que aciona uma bomba de duas seções, sendo a primeira para a esteira transportadora e a segunda para o giro dos

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motores nos discos aspersores. O distribuidor pode ser tracionado por tratores com potência mínima de 125cv. Como ele possui sistema hidráulico independente, com reservatório próprio, libera


Fotos Fankhauser

O sistema de pás dos pratos é constituído por duas longas e duas curtas em cada disco. A posição das pás com relação aos furos e o afastamento entre centro dos discos têm relação direta com o tipo de fertilizante e suas condições no momento da aplicação

totalmente o uso da parte hidráulica do trator, possibilitando o funcionamento equilibrado de todo o sistema. A capacidade de vazão foi projetada para acionar todos os elementos que incorporam o equipamento, assegurando o desempenho desejado. O F-5000 teve seu desenho e fabricação idealizados em módulos, com o objetivo de facilitar o transporte e a substituição de peças quando necessário. As superfícies são tratadas por um sistema de lavagem, tratamento por fosfatização e aplicação de pintura especial com esmaltes poliuretânicos, para evitar a corrosão provocada pelos fertilizantes. Nos pontos de contato direto

com o fertilizante, as peças são construídas em aço inoxidável. É possível também optar pela estrutura do compartimento de fertilizantes também em aço inox. A esteira transportadora é construída de um material emborrachado resistente aos efeitos corrosivos dos fertilizantes e desgaste por atrito. A tração da esteira transportadora é realizada por rolos autocentrantes, que recebem a tração mediante uma transmissão por uma caixa redutora, que parte de um motor orbital hidráulico, comandados por uma válvula controladora de fluxo, a qual realiza o monitoramento da dosagem computadorizada. Os rolos são construídos de forma que o acúmulo de partículas em

sua superfície seja evitado. O acionamento dos dois pratos distribuidores de fertilizantes se dá com motores hidráulicos orbitais, controlados pela válvula controladora de fluxo, localizada na parte frontal. O sistema de pás dos pratos se constitui da seguinte maneira: duas longas e duas curtas em cada disco. A posição das pás com relação aos furos e o afastamento entre o centro dos discos têm relação direta com o tipo de fertilizante e suas condições no momento da aplicação, como ventos etc. Quando as pás estiverem posicionadas no furo médio, diminui a largura de trabalho e se utiliza com fertilizantes com menor capacidade de deslizamento. Já a posição


Fotos Fankhauser

CARACTERÍSTICAS MODELO Capacidade máxima de carga (kg) Capacidade volumétrica (L) Peso aproximado (kg) Altura (mm) Comprimento (mm) Largura de centro a centro de rodado (mm) Potência mínima requerida (CV) Rotação da TDP (RPM) Rotação dos discos (RPM) Transmissão Velocidade de trabalho (km/h) Rodado Tandem Tração

F-5000 10.000 kg 5.000L 4.000 (incluindo rodado) 2.500mm 6.425mm 2.000mm a 2.800mm 125cv (5.000L) 540rpm 900rpm Acionamento hidráulico 6km/h a 18km/h 400/55 R22,5 (16 lonas, alta flutuação) ou 12.4 R24 (10 lonas) Arrasto

no terceiro furo (atrasadas) é utilizada para aplicação de gesso e camas aviárias. Quando posicionadas no primeiro furo (adiantadas), a largura de trabalho é aumentada, ficando própria para distribuição de fertilizantes muito deslizantes, como ureia granulada, por exemplo. O F-5000 é feito sobre chassi tubular com vão de rodagem, medido de centro a centro dos rodados, que varia de 2 a 2,8 metros (centro a centro de rodados). O rodado pode ser com pneu 400/55 R22.5 (16 lonas, alta flutuação) ou pneu 12.4 R24

(dez lonas). O sistema é composto por dois balancins (rodados tandem) direcionáveis, com trava de retrocesso, que possibilita o destravamento do rodado traseiro, facilitando manobras. Na parte de distribuição, um computador é o encarregado de realizar as correções necessárias para manter a dosagem exata selecionada pelo operador, que pode ser de forma manual ou georreferenciada (taxa variável). Para isso, é necessário introduzir dados fundamentais, como a largura de trabalho a utilizar, a quantidade em quilos de fertilizante a ser distribuído por hectare e o peso em gramas por volta de rolo. Conhecendo a quantidade de fertilizante movimentado em cada volta do rolo e a velocidade de deslocamento da máquina, o computador realizará o cálculo necessário para acelerar ou diminuir a velocidade da esteira, enviando uma ordem à válvula reguladora de vazão, que atua sobre a rotação do motor orbital e acionará o sistema redutor da esteira. Além do computador para trabalhos georreferenciados, o F-5000 pode ser equipado com uma balança para pesa-

Rolos recebem a tração mediante transmissão por uma caixa redutora

Esteira transportadora constituída de material emborrachado resistente aos efeitos corrosivos dos fertilizantes

Balança para pesagem dos produtos pode ser instalada dentro da cabine do trator

gem do produto distribuído, que pode ser instalada na cabine do trator ou na .M própria máquina.

O sistema de rodados é composto por dois balancins direcionáveis, com trava de retrocesso, que possibilita o destravamento do rodado traseiro, facilitando manobras

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capa

MF 4290 Turbo

J

O MF 4290 Turbo ganhou novo motor com turbocompressor, proporcionando um aumento de potência, passando de 85cv para 95cv, e transmissão sincronizada com opções Constant Mesh e 8x8 reversão mecânica

á se aproxima o final do ano e as empresas fabricantes de máquinas agrícolas começam a preparar os lançamentos para as primeiras feiras do ano, principalmente o Show Rural

Coopavel de Cascavel, no Paraná, e a Expodireto, de Não-Me-Toque, no Rio Grande do Sul. Mas havia um importante lançamento da última Exposição Feira de Esteio (RS), a Expointer, em setembro

Detalhe da coluna coletora do ar utilizado pelo motor e o compartimento dos filtros posicionado abaixo da cabine Detalhe da turbina do turbocompressor, responsável pelo aumento da potência

Coletor de ar para motor, detalhe para o pré-filtro ativo, instalados na dianteira do trator

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de 2011, que ainda não havíamos tido a oportunidade de testar, que é o novo trator da Massey Ferguson, o modelo MF 4290 Turbo. Embora já esteja no mercado há muito tempo, as modificações promovidas pela empresa quando do lançamento da nova Série 4200 e, recentemente, com a modificação do motor utilizado e a introdução do turbocompressor, o transformaram substancialmente, reposicionando-o no mercado e na linha de produtos da empresa. Para testá-lo, deslocamos a equipe do Núcleo de Ensaios de Máquinas Agrícolas (Nema), da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) até a Fazenda


Fotos Charles Echer

O antigo motor MWM International de aspiração natural, com potência de 63kW, de 85cv, foi substituído por um da marca Perkins com turbocompressor de 71,5kW, que gera uma potência de 95cv. Na foto da direita, detalhe da estrutura de proteção do alternador, que previne acidentes com partes móveis do trator

Conceição, da Família Correia, no 5º Distrito do município gaúcho de Sant’Ana do Livramento, fronteira com o Uruguai. Uma bela fazenda de aproximadamente 3.900 hectares, cultivados com soja e arroz irrigado e produção de gado de corte. Para explicar resumidamente

as alterações básicas promovidas neste modelo iniciamos pelo motor, em que se substitui um MWM International de aspiração natural, com potência de 63kW (85cv), por um da marca Perkins com turbocompressor de 71,5kW (95cv). É uma alteração e tanto, que reposiciona este modelo dentro da linha Massey Ferguson, pois o aproxima do modelo superior, o MF 4291, de 105cv que já utiliza

o motor Perkins e o afasta do modelo de potência inferior, o MF 4283, que possui motor MWM International de 85cv. Desta forma e com esta estratégia, a Massey Ferguson quebra a concorrência interna entre dois modelos da marca e passa a concorrer com um trator nesta faixa de potência, onde os principais concorrentes são o TL95E da New Holland, o Farmall 95 da Case IH e o A 950 da Valtra. Pelo

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Alavancas de marchas, controle remoto e acelerador manual estão posicionados à direita do posto do operador

Sistema hidráulico categoria II com sistema de três pontos e controle remoto duplo

que vimos nos testes esta concorrência será bastante promissora, pois o torque deste modelo da Massey é superior aos demais concorrentes.

MOTOR

O novo modelo MF 4290 Turbo que testamos é equipado com um motor da marca Perkins modelo 1104A-44T de quatro cilindros de injeção direta, com 4,4 litros de volume e bomba injetora rotativa da marca Delphi, resultando em 71,5kW (95cv) de potência a 2.200rpm, com torque máximo de 366Nm a 1.400rpm. Como dito anteriormente, a principal modificação deste modelo foi a motorização, que passou de um motor MWM International de 85cv

de potência e 289Nm de torque para este motor Perkins. Com esse torque elevado o MF 4290 Turbo se destaca em sua categoria, garantindo um maior rendimento de campo, principalmente nas operações de grande demanda de potência, como preparo primário do solo e descompactação a profundidades bastante consideráveis. O sistema de alimentação de ar é por turbocompressor, contando com um préfiltro ativo, que através de uma turbina elimina as partículas mais pesadas, deixando passar ao filtro apenas partículas menores, diminuindo a entrada de impurezas. Com isso aumenta a vida útil do filtro do tipo seco e, consequentemente, prolonga o intervalo entre as trocas. Com relação às capacidades, o tanque de combustível é capaz de comportar 95 litros de diesel e o cárter do motor oito litros de óleo lubrificante. Além de ter fácil acesso, o tanque de combustível é do tipo passante, ou seja, é vazado, possibilitando a inserção de chassi para o acoplamento de implementos frontais como lâminas, pás carregadeiras, guinchos etc. Outra característica positiva da série 4200 da Massey Ferguson é o capô dianteiro basculante, que facilita muito as manutenções diárias, como verificação do nível de água do radiador e do óleo

lubrificante do motor e manutenção da parte elétrica, através do fácil acesso à caixa de fusíveis de segurança. Este novo design (capô basculante e revestimento) está alinhado com os demais modelos da série, incluindo os tratores compactos, e segue a tendência mundial da marca. O modelo que testamos estava configurado com uma transmissão sincronizada, com 12 marchas à frente e quatro à ré, que disponibiliza uma ampla gama de velocidades entre 2,3km/h e 32,1km/h. Este modelo possui as opções de transmissão Constant mesh e 8x8 shuttle. Esta última consiste em oito marchas à frente e oito

A tração dianteira do trator testado é da marca Carraro, tradicional no mercado brasileiro de tratores e bem conhecida pelos agricultores

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TRANSMISSÃO


Fotos Charles Echer

Dois depósitos para o armazenamento de combustível estão instalados nas laterais, abaixo da cabine

Escada lateral com material antiderrapante possibilita acesso à cabine de comando Acesso ao posto de comando é feito por degraus antiderrapantes

à ré, possuindo uma alavanca que realiza a reversão do sentido de deslocamento. Os modelos da série, entre o 4265 e 4299 podem ser disponibilizado como opcional o Creeper, um redutor, que reduz a velocidade em até quatro vezes. Outro item opcional é a TDP econômica da Massey Ferguson lançada na Expointer 2011, que permite, em operações com baixa demanda de energia, uma economia no consumo de combustível, pois atua com uma rotação mais baixa do motor. Este item está disponível dos modelos 4265 até o 4290. Quanto aos rodados, o modelo testado estava equipado com as dimensões 23.1-26 R2 na traseira e 14.9-24 R2 na dianteira, pneus estes de garras altas, recomendados para o uso em terrenos alagados e de baixa sustentação. Esta combinação foi escolhida pelo proprietário, pois o trator será utilizado

Oito contrapesos de 35kg cada lastram a parte dianteira do trator

em grande parte de sua vida útil nas áreas de arroz irrigado da fazenda. Além desta opção, a empresa oferece outras combinações de rodados, possibilitando o uso em diversas operações agrícolas. O modelo pode vir com transmissão Carraro ou ZF. A lastragem utilizada no trator testado era metálica, composta por oito contrapesos de 35kg cada na parte dianteira do trator. Esta quantidade de

lastro obedece a um critério estabelecido pela empresa, de que todos os tratores, ao saírem da fábrica, devem ter uma relação de, pelo menos, 55kg por cv, para manter uma distribuição de peso adequada.

SISTEMA HIDRÁULICO

O sistema hidráulico deste modelo é da categoria II e possui sistema de três pontos controlado mecanicamente que suporta 2.500kg na rótula dos braços

Capô dianteiro basculante facilita as manutenções diárias, como verificação do nível de água do radiador e do óleo lubrificante do motor e manutenção da parte elétrica

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Visão do posto do operador, com alavancas de comandos posicionadas à direita e boa visualização do painel com tacômetro e horímetro (digital) ao centro, indicador do volume de combustível no tanque e da temperatura da água Plataforma do posto do operador possui piso antiderrapante

inferiores. A vazão e a pressão máxima são de 17 litros por minuto e de 210bar, respectivamente. No entanto, estes valores podem ser aumentados, a pedido do cliente, como opcionais. No que diz respeito ao sistema de controle remoto, que atualmente é cada vez mais utilizado, este modelo conta como standard um tipo independente, em que o produtor pode optar de uma a três válvulas de controle. A vazão da bomba hidráulica pode variar de 59 a 69 litros por minuto, sendo a pressão máxima de 170bar. Esta variação pode ser obtida através do acionamento

de uma alavanca de fluxo combinado, que direciona o fluxo de óleo ora para o sistema hidráulico, ora para o controle remoto. Esta possibilidade se torna útil em operações que demandam maior fluxo de óleo do controle remoto, pois irá direcionar toda a vazão da bomba para o acionamento de pistões hidráulicos.

ERGONOMIA E SEGURANÇA

O acesso ao posto de operação deste trator se faz por meio de uma escada com dois degraus antiderrapantes posicionados de forma ergonômica. O modelo testado era do tipo plataformado, porém, conforme o pedido do cliente pode sair de fábrica com cabine. Estas duas versões

Uma caixa de segurança, chamada de Maxifuse, foi instalada na parte frontal do capô, próximo ao filtro de ar, funciona como uma chave geral, que dá maior segurança ao sistema elétrico

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possuem estrutura de proteção contra o capotamento, que nada mais é que um arco de segurança que protege o operador em caso de tombamento do trator. Este é apenas um dos itens que exige a Norma Regulamentadora 31, do Ministério do Trabalho e Emprego (NR–31) e que são atendidos por este modelo. Quanto à questão ergonômica, os comandos de acionamento frequente (alavancas de troca de marchas e de grupos, acelerador manual, controle remoto e sistema hidráulico), além de estarem envolvidos por proteção contra intempéries, estão ergonomicamente posicionados no lado direito do posto de operação, não necessitando de grandes esforços por parte do operador para seu acionamento. O painel, com boa visibilidade, conta com sinais luminosos necessários na parte inferior, tacômetro ao centro (rotação do motor) e horímetro (número de horas trabalhadas), este último com informação em formato digital, e dois indicadores laterais de volume de combustível no tanque e temperatura do líquido de ar-


Fotos Charles Echer

Faróis e design do MF 4290 turbo seguem o padrão da Série 4200 lançada em 2010 no Brasil

refecimento.

TESTES

Para a realização deste teste, na Fazenda Conceição, contamos com o apoio dos funcionários Luiz Airton Oliveira e Tiago Pedroso, ambos operadores de máquinas. Juntamente conosco estavam presentes o Coordenador de Marketing do Produto Tratores da AGCO para América do Sul, Éder Dornelles Pinheiro, e do representante do concessionário Jorge Santos Tratores e Máquinas Ltda, Luiz Nei Borges. Esta empresa que representa a marca Massey Ferguson tem sede no município de São Gabriel e filiais em Rosário do Sul, Sant’Ana do Livramento, Alegrete, Bagé, Dom Pedrito e Uruguaiana. Ela atende grande parte da metade sul

O trator testado estava equipado com pneus de garras altas, para terrenos de baixa sustentação

do Estado, que tem sua base econômica voltada principalmente ao cultivo de arroz irrigado e à pecuária de corte. O trator disponibilizado para o teste acabara de ser adquirido pelo cliente, proprietário da fazenda, tinha apenas 3,1 horas de uso e estava em seu primeiro dia de trabalho, portanto, ainda no período de amaciamento do motor. Durante os testes acompanhamos a semeadura de soja com o trator acoplado a uma semeadora da marca Imasa modelo Plantum de seis linhas, composta por discos de corte e sulcadores, exigindo maior demanda de potência do motor. Quando operamos o MF 4290 turbo tivemos a impressão de uma “sobra” de potência, principalmente por estar trabalhando em um solo da classe textural arenosa. Promovemos variação da velocidade de deslocamento e assim pudemos aumentar a demanda de potência e então comprovar a disponibilidade de potência e torque do motor.

O trator se mostrou muito ágil na realização do serviço. Por ser um modelo com uma menor distância entre eixos, e consequentemente menor raio de giro, possibilita fazer as manobras de cabeceira em espaços reduzidos e em menor tempo. Também verificamos o bom escalonamento das marchas com grande opção de velocidades à disposição do operador, permitindo assim a escolha certa da melhor velocidade para uma determinada operação de campo. Acreditamos que a entrada deste modelo no mercado, com suas modificações, poderá alterar a situação do mercado, pois o maior torque e sua reserva e a disponibilidade de potência serão decisivos na escolha do cliente desta faixa .M de potência. José Fernando Schlosser, Marcelo Silveira de Farias e Fabrício Azevedo Rodrigues, Nema – CCR – UFSM

O teste foi realizado no município de Sant’Ana do Livramento, na fronteira do Brasil com Uruguai, pela equipe do Nema/UFSM e contou com o apoio da fábrica, concessionária e de funcionários da fazenda

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tratores

Avanço ideal

Em tratores de transmissão 4x2 com Tração Dianteira Auxiliar (TDA) o avanço cinemático é um item que deve ser controlado adequadamente. Escolha do pneu correto, lastragem e inflação adequadas são itens que devem ser observados para evitar perda de eficiência na tração

O

teiro e traseiro: eixo dianteiro gira com uma rotação maior que o eixo traseiro, essa diferença percentual se denomina avanço cinemático. Esse avanço pode variar de acordo com os modelos dos tratores, porém, a faixa ideal é de 1% a 5%. O avanço ocorre com o intuito de corrigir a diferença de diâmetro entre as rodas dianteira e traseira do trator, (Linares, 1996; Rackham e Blight, 1985). Quando ocorrem valores abaixo de 1%, a tração dianteira perde eficiência trativa e em valores acima de 5% teremos desgaste excessivo dos pneus dianteiros. O usuário do trator tem condições de mudar a diferença cinemática configurada pelo fabricante, al-

Charles Echer

trator agrícola é a fonte de potência mais importante do meio rural, contribuindo sobremaneira para o desenvolvimento e avanço tecnológico dos sistemas agrícolas de produção de alimentos e também de fontes alternativas de energias renováveis. A utilização correta do conjunto motomecanizado, trator-equipamento, pode gerar uma significativa economia de consumo de energia e, portanto, menor custo operacional e maior lucro para a empresa. Em tratores agrícolas com tração dianteira auxiliar (4x2 TDA), quando a TDA é ligada, ocorre uma ligação rígida entre os eixos dian-

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terando a velocidade de giro de cada roda e o raio dinâmico do pneu utilizado. Ao lastrar o trator, com lastros líquidos ou sólidos aumentando seu peso, modificando a pressão interna dos pneus e a posição relativa das massas de lastro, pode-se chegar à solução mais vantajosa para as diferentes operações de campo (Masiero, 2010). A alteração dessas configurações causa uma mudança no avanço do trator. A relação cinemática entre os eixos do trator depende de dois fatores, primeiro: da relação de velocidade entre os eixos dianteiro e traseiro e, segundo: dos raios de rolamento das rodas dianteiras e traseiras do trator. A relação de velocidade entre os eixos varia de acordo com o fabricante, as relações de transmissão entre os dois


Figura 1 - Evolução da patinagem em função do aumento do avanço

diferenciais são estabelecidas no projeto do fabricante, normalmente essa relação de velocidade é maior que um (1%) em relação ao eixo dianteiro, que gira mais rápido que o eixo traseiro. Os raios de rolamento da roda dianteira podem ser alte-

Figura 2 - Evolução do consumo específico de combustível em função do aumento do avanço

rados pelo usuário, trocando os pneus ou alterando a pressão interna dos mesmos. Quanto maior a porcentagem do avanço cinemático, menos é a eficiência trativa da máquina (Schlosser et al, 2004). O avanço cinemático do trator influencia

diretamente no consumo de combustível, no desgaste precoce dos rodados, na perda de potência na barra de tração e na elevação da patinagem, o avanço cinemático acima de 5% corresponde à perda de rendimento da máquina.


Exemplo em figura das Etapas 1 e 2

Colocando em prática

P

ara efetuar o teste de avanço cinemático, o primeiro passo é numerar as garras do pneu dianteiro, dividindo-o em partes iguais, isso facilitará a contagem do número de voltas inteiras e fracionadas. Em seguida procedemos de acordo com as etapas a seguir: Etapa 1 - Marcar a roda traseira perpendicular ao ponto central do eixo (A). Etapa 2 - Em uma superfície plana e firme, avançar o trator em marcha lenta acelerada, contando dez voltas completas da roda traseira (C), e o número de voltas da roda dianteira com a tração dianteira desligada. Etapa 3 - Retroceda o trator e percorra

ENSAIOS

Leonardo de Almeida Monteiro, Daniel Albiero, Aline Castro Praciano e Viviane Castro dos Santos, Nemasa/UFC

Avanço = N1 - N° *100 N1

N1 = Número de rotações, tração dianteira ligada N° = Número de rotações, tração dianteira desligada

Como medir o avanço cinemático Podemos medir o avanço de duas maneiras: - Teórica Avanço = [( CRDianteiro.1,333 )-1].100 CRTraseiro RT = Relação de transmissão – Relação de engrenagens do trator – eixo dianteiro/traseiro = 1,333 (dado informado pela revenda do trator). Exemplo Dianteiro 14.9R30DTR (CR = 4251mm) Welington Gonzaga Traseiro 18.4R42DTR (CRdo = Vale 5601mm) UFMT/Campus Sinop Avanço = [(4251.1,333)-1].100=1,17=1,2% 5601

Leonardo de Almeida Monteiro

Ensaios realizados no Nemasa (Núcleo de Ensaios de Máquinas Agrícolas do Semiárido), do Departamento de Engenharia Agrícola da Universidade Federal do Ceará, utilizando um trator Massey Ferguson MF 283 (63kW – 87cv), com rotação do motor em 2.100rpm e tração dianteira ligada, exercendo forças na barra de tração de 15kN, 20kN e 25kN, com três diferentes condições de avanço do trator (3%, 6% e 12%) em superfície de asfalto, mostraram que a patinagem do trator MF 283 foi menor para a condição em que o avanço estava em 3%. Nessa condição os valores de patinagem do trator ficaram próximos àqueles recomendados pela Asae EP 496.2 (1999). À medida que o avanço foi aumentando (6% e 12%), a patinagem também foi aumentando significativamente.

Avaliando o consumo específico de combustível, o avanço de 3% apresentou os menores valores se comparados aos valores obtidos pelos avanços de 6% e 12%, indicando que o crescimento do percentual de avanço aumentou os valores de consumo específico de combustível, conforme mostra a Figura 2. Analisando os resultados foi possível concluir que os menores valores de patinagem, consumo específico de combustível e maior potência na barra de tração foram obtidos na condição de 3% de avanço do trator. A condição de 12% de avanço do trator apresentou os maiores valores de patinagem, consumo específico de combustível e menor potência útil na .M barra de tração.

o mesmo trajeto, repetindo os passos da etapa 2 agora com a tração dianteira ligada. Etapa 4 - A relação entre o número de voltas da roda dianteira com a tração ligada e sem a tração ligada determina o avanço, que deve estar entre 1% e 5%, conforme equação abaixo.

.M

Pneu dianteiro com garras numeradas para facilitar na realização dos cálculos

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Pesquisadores do Núcleo de Ensaios de Máquinas Agrícolas do Semiárido, da Universidade Federal do Ceará, avaliaram os efeitos do avanço cinemático em tratores 4x2 TDA

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pulverizadores

Longe do alvo

A aplicação de defensivos com volumes reduzidos em pulverização aérea exige atenção com as questões que envolvem a distribuição do líquido. Estudos mostram diferença de cobertura entre os terços superiores e inferiores da planta, dificultando o controle principalmente em situações de ataque mais severo de doenças ou pragas

A

pulverização aérea possibilita tratar áreas grandes em um curto espaço de tempo, evita problemas de compactação, pois não existe contato dos rodados com o solo, elimina a presença de carreadores, que na maioria das vezes são necessários quando se utilizam equipamentos terrestres. Os agricultores conhecem por experiência própria que a presença de carreadores proporciona perdas da cultura por amassamento e compactação dos solos influenciando em perdas na colheita. Em qualquer aplicação na qual se utilizem aeronaves agrícolas, os cuidados devem ser maiores e alguns diferentes daqueles observados nos equipamentos terrestres, tais como efeitos aerodinâmicos do voo, faixa de deposição das gotas maior que a extensão das barras de pulverização, menores vazões por área, maior distanciamento das barras de pulverização e bicos em relação ao alvo de deposição, pressões mais baixas e possibilidades do ajuste das gotas para compensação em relação às variações climáticas (altas temperaturas que provocam evaporação das gotas, ventos fortes responsáveis pela deriva e problemas com inversão térmica, durante as aplicações), sem necessidade da troca do tipo dos bicos e do volume por área. É

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importante ressaltar que os produtos a serem utilizados deverão estar registrados, através de legislação específica, para uso e aplicação com aeronaves agrícolas. As perdas na produção agrícola são elevadas devido à falta, muitas vezes, de condições climáticas adequadas à aplicação de produtos em campo, como chuva, por exemplo. A aviação agrícola tem se tornado uma ferramenta importante para os produtores na execução dessas atividades em um curto espaço de tempo, facilitando o controle de insetos, doenças e plantas daninhas. Em geral, recomenda-se que aplicações com volumes muito baixos sejam realizadas com metodologias de controle da evaporação da água ou mesmo a substituição da água por outro meio, por exemplo, o emprego de óleo como aditivo nas aplicações em baixo volume, o que, na maioria das vezes, acorre em aplicação aérea. Para uma aplicação eficiente, alguns autores recomendam para pulverização aérea de fungicidas no controle da ferrugem e de doenças de final de ciclo na cultura da soja, volumes que variam de 5L/ha a 30L/ha, utilizando adjuvantes, já quando se utiliza somente água, esse volume deve ser no mínimo de 40L/ha.

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Vários estudos sobre deposição de pulverizações indicam grande variabilidade de deposição dos defensivos ao longo das faixas de aplicação, diminuindo assim a qualidade das aplicações e a eficácia do controle da ferrugem e doenças de final de ciclo. De maneira geral, a deposição é menor nas partes mais baixas e internas do dossel das culturas. No caso de fungicidas, esta desuniformidade proporciona baixa eficácia no controle das doenças, principalmente no caso de fungicidas de contato, que requerem cobertura uniforme de toda a planta. Aliado ao aumento da demanda de alimentos cresceu o grau de exigência dos consumidores, o que tornou necessária uma nova postura do produtor para satisfazer os mercados. O consumidor tem se tornado cada vez mais exigente quanto à qualidade do produto final. O controle de qualidade tem sido aplicado a várias atividades agrícolas, o qual, com a correção e a eliminação de desperdícios e falhas, redução de custos e aumento da produtividade, trará vantagens numerosas na competitividade do campo num futuro próximo. O controle de qualidade sob o ponto de vista econômico é a produção de serviços e de produtos a custos compatíveis com a atividade,


Nilson Konrad

com a obtenção de lucros para o produtor e que satisfaçam as necessidades dos consumidores. Sob o ponto de vista agronômico, qualidade é a realização das operações agrícolas ou a obtenção de produtos que estejam adequados às especificações ou a padrões agronômicos recomendados.

reais de uma aplicação aérea na região. A soja encontrava-se com altura média de 0,80m e na fase fenológica R3. As amostras de deposição de calda para estudo da qualidade da aplicação foram coletadas em um talhão manejado sob plantio direto, em uma malha regular de amostragem de 46m x 46m, totalizando 79 pontos amostrais (repetições), sendo que cada ponto foi georreferenciado, utilizando um GPS com sistema

Para avaliar a qualidade da aplicação de calda de pulverização aérea na cultura da soja (Glycine max L.) foi utilizada uma aeronave agrícola experimental, modelo acrobata da empresa Inglaer, monoplano de asa baixa afilada, motor de 194kW (260hp), velocidade de 160,9km/h (100 milhas/h), com evolução do voo em carrossel e altura de voo em relação à cultura de três metros. A barra de pulverização da aeronave estava composta por oito atomizadores de tela rotativa Micronair, modelo AU 5000, com ângulo da hélice de 35º. A aplicação foi realizada com volume de calda de 20L/ha, pressão de trabalho de 206kPa (30PSI) e largura de faixa de 16m, controlada com uso de DGPS. Foram adicionados à calda de pulverização 2,5% v/v do adjuvante éster metílico de óleo de soja, para simular condições

Fotos Divulgação

AVALIAÇÃO EM CAMPO

de correção diferencial, para em seguida fazer as coletas de amostras na altura dos terços superior, médio e inferior das plantas. Após a coleta, as amostras foram armazenadas, vedadas e transportadas para o laboratório, onde foi quantificada a deposição. Durante a aplicação, a temperatura ambiente foi de 28oC, a umidade relativa do ar 56% e a velocidade do vento, entre 5,4km/h e 6km/h, monitoradas com um Termo-Higro-

Quando são realizadas aplicações com volumes muito baixos o ideal é utilizar metodologias de controle da evaporação da água ou substituí-la por óleo como aditivo nas aplicações em baixo volume

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Divulgação

Figura 1 - Carta de controle para deposição da calda de pulverização aérea: a) terço superior b) terço médio da cultura da soja

Figura 2 - Carta de controle para deposição da calda de pulverização aérea no terço inferior da cultura da soja

Aplicações em culturas como soja o nível de deposição da calda não consegue ser homogêneo em tota a planta

Anemômetro. Para avaliação da deposição, foi analisada a distribuição da calda de pulverização por meio da quantificação de um traçador, adicionado à mesma. Em cada planta de soja, no estágio R3, foram coletados dois folíolos na parte central, ao acaso, em três posições da planta (terços inferior, médio e superior), em cinco plantas em um raio de 1m próximo ao ponto georreferenciado. As folhas foram coletadas e armazenadas de acordo com a altura correspondente de cada parcela, em sacos plásticos. Em seguida, as amostras foram transportadas para o laboratório, para a remoção do depósito, utilizando 10ml de água deionizada por folha. A solução da lavagem foi armazenada em recipientes de vidro, para posterior determinação quantitativa do depósito do traçante. Os folíolos tiveram sua área medida por meio de digitalização e análise no programa computacional “Image Tool” versão 3.0. Para análise de deposição, foi utilizada uma solução traçadora adicionada à calda, constituída do corante azul brilhante (FD&C Blue n.1) na proporção de 1.790mg/l. A determinação da quantidade do traçador depositada, em cada amostra, foi realizada com espectrofotômetro no comprimento de onda de 630nm para o azul brilhante. Com o uso da curva de calibração, obtida por meio de soluções-padrão, os dados de absorbância foram transformados em concen-

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tração (mg/l) e, de posse da concentração inicial da calda e do volume de diluição das amostras, determinou-se o volume retido no alvo. Logo após, foi feita, então, a divisão do depósito total pela área foliar de remoção, obtendo-se, assim, a quantidade em μL/cm2 de folha. As cartas de controle foram feitas a partir da média (mean) do limite de controle inferior (LCL) e do limite de controle superior (UCL), elaboradas no programa Minitab®. Para estimar as linhas médias e os limites dos gráficos de controle, foram usadas as equações propostas por Trindade et al (2000).

QUALIDADE DA DEPOSIÇÃO

Houve efeito significativo na deposição ao longo do dossel da cultura da soja e na Tabela 1 é mostrado que a aplicação aérea proporcionou diferença na quantidade de calda retida entre as posições do dossel das plantas de soja. Os terços superior e médio apresentaram a mesma quantidade de calda retida, indicando uma boa deposição, mas no terço inferior o valor de deposição foi menor. Esse resultado proporcionou uma menor distribuição de calda no inferior do dossel da cultura, condição indesejada principalmente quando o defensivo é usado para controle de doenças causadas nas partes mais baixas das plantas. Este menor valor pode causar redução no controle de doenças causadas

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por fungos, pois a cobertura e a deposição do ingrediente ativo sobre o alvo são importantes, principalmente, quando se trata de doenças causadas por fungos, que começam suas infestações pelas folhas mais baixas da planta. Quando comparadas a deposição da calda de pulverização com a cobertura, mostra-se que houve menor cobertura no terço médio, mas para a deposição não foram verificadas diferenças significativas entre os terços superior e médio, como mostrado na Tabela 1, o que possivelmente ocorreu devido à falta de precisão na metodologia. Estes valores de deposição são de grande interesse, pois mostram a quantidade de produto que efetivamente atingiu o alvo da aplicação. Observou-se ainda que os valores do coeficiente de variação para os terços superior e médio foram de 43,7% e o terço inferior apresentou um coeficiente de variação de 66,5%. A parede formada pela massa foliar foi a causadora dessa variação, pois em vários pontos não houve deposição de calda no terço inferior. Na Figura 1, são apresentadas as cartas de controle das médias para a deposição da calda de pulverização nos terços superior e médio da cultura da soja. Observa-se que, em ambas as situações, o processo encontrase fora de controle. Nesse sentido, é necessá-


rio melhorar a qualidade do processo, pois o objetivo da tecnologia de aplicação é colocar a quantidade certa de ingrediente ativo no alvo desejado, com máxima eficiência e da maneira mais econômica possível, com qualidade e sem afetar o meio ambiente. Com relação à deposição de calda no terço inferior, a carta de controle mostra novamente que o sistema se encontra fora de controle (Figura 2). Ocorreu alta variabilidade na deposição no terço inferior, devido à parede formada pela massa foliar, pois em vários pontos não houve deposição de calda. Esta falta de controle do processo pode causar redução no controle de doenças, principalmente quando se trata de doenças causadas por fungos. A análise das cartas de controle mostra que ocorreu grande variabilidade entre os 79 pontos amostrais. A aplicação de agroquímicos com volumes reduzidos implica na necessidade de um maior cuidado com o processo de distribuição do líquido. Os atomizadores de tela rotativos são dispositivos de qualidade reconhecida na geração de gotas uniformes. Contudo, a disposição dos mesmos na barra da aeronave e a interação das gotas com o ar e com a cultura podem levar à desuniformidade de aplicação. Além disso, por se tratar de uma aeronave experi-

Tabela 1 – Efeito da pulverização aérea na deposição de calda (µL cm-2) nas diferentes alturas da cultura da soja Aplicação aérea Terço superior Terço médio Terço inferior Calda com adjuvante 0,0505a 0,0504a 0,0335b Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si, a 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey.

Diferença na deposição das gotas em papéis sensíveis instalados nos três terços de uma planta de soja

mental, o efeito do processo de turbulência ainda é pouco conhecido, o que também pode ter colaborado com o resultado apresentado. A distribuição das gotas será o que sempre definirá a deposição de calda no dossel da cultura. Nesse enfoque, ao observar as cartas de controle como método de avaliar a aplicação, entende-se que o controle de qualidade dessa operação precisa ser revisto, pois os valores encontram-se com alta variação. Há

a necessidade de se aprofundar os estudos sobre o desempenho desta aeronave, com o objetivo de tornar a aplicação mais uniforme ao longo das áreas aplicadas. Destaca-se que esse resultado ocorreu para uma aeronave protótipo, construída com o propósito de servir de teste antes da fabricação em escala industrial, ou da comercialização. De acordo com os resultados, pôde-se concluir que houve menor deposição da calda de pulverização no terço inferior da cultura da soja. Também é possível concluir que os indicadores de cobertura da calda de pulverização demonstraram que a aplicação aérea com a aeronave experimental avaliada não se encontra sob controle estatístico de processo, ou seja, fora do padrão de quali.M dade sob ponto de vista estatístico. Elton Fialho dos Reis Rodney Ferreira Couto EUG


ficha técnica

GreenStar 3 2630

Mais potente, rápido e com mais recursos do que a versão anterior, o GreenStar 3 2630 da John Deere surge para atender diversos tipos de demandas tecnológicas

O

novo Monitor GreenStar 3 2630 visa incrementar a série de funcionalidades presente nos produtos John Deere que dispõem de soluções para agricultura de precisão (AMS - Soluções em Gerenciamento Agrícola). Esse monitor, fácil de operar, tem tela colorida de 26,4cm (10,4”) que, aliado à precisão do receptor StarFire 3000 com as opções de sinal SF1 (25cm de precisão), SF2 (10cm de precisão) e Sistema RTK (2,5cm de precisão), permite ao usuário satisfazer diferentes necessidades de acordo com distintas demandas.

fensivos e fertilizantes a taxa variável em formato Shape File provenientes de outros softwares e mesmo de recomendações agronômicas. Com opção de ajuste de brilho, o usuário pode utilizar essa ferramenta em am-

bientes com maior ou menor intensidade luminosa que é diferente em períodos diurnos ou noturnos, sem comprometer a visibilidade, com manuseio facilitado pelo sistema Touch Screen. O GreenStar 3 2630 é compatível com o sistema de direcionamento automático AutoTrac e pode ser utilizado tanto com o Piloto Automático Universal 200 (ATU 200), quanto com o sistema integrado nas máquinas John Deere. Além disso, pode-se realizar a documentação de operações, sendo possível a utilização do GreenStar 3 2630 com mapas de produtividade para grãos e gerados pelo Harvest Doc e algodão com o uso do Harvest Doc Cotton. Em linhas gerais, o monitor GreenStar 3 2630 vem com os seguintes softwares ativados: software para direcionamento manual Piloto Auxiliar Parallel Tracking; mapa de cobertura, que serve como referência visual da área de trabalho; compatibilidade com outros controladores que possuem tecnologia Isobus; mapa de produtividade - Harvest Doc. Existe ainda uma série de outros softwares que podem ser adquiridos através do contato com o concessionário, tais como Piloto Automático AutoTrac (SF1, SF2, and RTK); Pivot Pro, que permite operar sob orientação em círculos; e John Deere Section Control, que habilita e desabilita automaticamente as seções de pulverização e plantio. No pacote do monitor GreenStar 3 2630 estão inclusas 15 horas de ativação demonstrativa dos

FUNCIONALIDADES E COMPATIBILIDADES

O GreenStar 3 2630 é compatível com a tecnologia Isobus, que possibilita conectar controladores de outras marcas, permitindo o compartilhamento de sinal GPS e o controle de implementos, podendo-se utilizar prescrições de de-

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O GreenStar 3 é compatível com o sistema de direcionamento automático AutoTrac, podendo ser utilizado tanto com o Piloto Automático Universal 200, quanto com o sistema integrado nas máquinas John Deere

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Fotos John Deere

O monitor possui duas saídas USB para facilitar a transferência de dados

softwares AutoTrac, Pivot Pro e Swath Control Pro, Surface Water Pro e iGuide para serem utilizados em demonstrações.

PONTOS DE DESTAQUE

O monitor GreenStar 3 2630 possui duas portas de conexão USB, que permitem ao usuário carregar os dados visando proceder atualização de software, utilizando apenas um dispositivo de memória USB. Isto possibilita ao operador realizar

Com opções de ajuste de brilho que se adaptam a diferentes luminosidades, a tela de 10,4” é também touch screen

a transferência de dados de um monitor para outro e mesmo para o software de gerenciamento agrícola Apex de forma simples. O Monitor GS3 possui memória interna de 800MB e processador de última geração, permitindo o dobro de velocidade de processamento comparado à versão GreenStar 2 2600. Com o monitor GreenStar 3 2630, o

proprietário rural tem a opção de limitar o acesso de seus operadores dentro das configurações avançadas do monitor. Para tal, basta acessar o Gerenciador de Acessos e escolher quais páginas o operador pode modificar. Outro destaque a ser mencionado fica por conta das opções de monitoramento da atividade. Para operações que utilizem grandes


SURFACE WATER PRO

Exemplos de telas geradas pelo GreenStar 3

implementos, por vezes de difícil monitoramento visual, tais como plantadeiras e pulverizadores de barras de grande porte, tem-se a opção de instalar até três câmeras de vídeo, possibilitando ao operador o adequado acompanhamento da operação, garantindo mais agilidade e qualidade nos trabalhos e diminuindo os riscos de acidentes.

aproveitamento da área, com menores sobreposições e maior rendimento na colheita de grãos e cana-de-açúcar. Características

iGuide

O iGuide é um sistema de direcionamento passivo que visa realizar a correção da posição de implementos. Essa funcionalidade figura como uma solução para plantio mecanizado de grãos e de culturas como a cana-de-açúcar, a serem implantadas em terrenos inclinados. Ele trabalha em conjunto com Piloto automático Autotrac utilizando um receptor Starfire adicional no implemento. Desta forma, o conjunto consegue realizar correções adicionais ao direcionamento de forma a solucionar possíveis deslocamentos (escorregamentos) laterais do implemento em terrenos inclinados. Com o uso do iGuide se consegue maior

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Ativações

Tela colorida Touch Screen Terminal Virtual ISSO Interface de dados USB Tamanho da tela Disco rígido Gerenciador de acessos Suporte câmeras de vídeo Borda externa antirrefletiva Pivot PRO Surface Water PRO iGuide Swath Control PRO Monitor de colheita Harvest Doc Harvest Doc Cotton AutoTrac AutoTrac Universal 200 AutoTrac Universal 100

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O sistema Surface Water PRO auxilia no planejamento e na execução de gerenciamento de água, como opção para drenagem, sistematização ou construção de terraços. Assim, esse sistema permite a execução de levantamentos altimétricos de talhões com precisão e rapidez. Em uso juntamente com o Software Apex, permite o planejamento de curvas de nível no escritório proporcionando melhor gestão sobre o terreno e também execução de curvas com gradiente de nível permitindo melhor escoamento da água. Em nível de campo, o software permite a execução de curvas de forma assistida com uso do monitor ou então a realização com uso de sistemas automáticos de direcionamento, aumentando a assertividade e o rendimento operacional das máquinas. Ainda como benefício desse sistema comparado aos sistemas tradicionais utilizados como laser, pode-se citar a possibilidade de execução de trabalhos em períodos noturnos ou de difícil visibilidade (condições de excesso de poeira em preparo do solo); reconhecimento de áreas a serem manejadas quanto ao relevo ano após ano, através do registro de mapas altimétricos e ainda acuracidade na execução das curvas através de uso do sinal RTK, permitindo repetibilidade de execução de curvas nos mesmos locais mesmo em diferentes safras. O Surface Water PRO torna ainda possível que atividades de plantio de grãos ou cana, ou mesmo operações que exponham o solo a maior risco de erosões, tais como processos de escarificação, sejam realizadas em nível caso exista essa .M necessidade. GS3 2630

GS2 2600

√ √ VT3 √ 26,4cm (10.4”) 800 Mb √ Entrada 3 câmeras √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ √

√ √ VT2 26,4cm (10.4”) Cartão de memória

√ √ √ √ √ √ √ √ √ √



pulverizadores

Caso a caso

Charles Echer

Pesquisa mostra que não há uma altura predefinida para aplicação de defensivos. A distância entre a barra de pulverização e o alvo a ser atingido pode ser diferente, dependendo das características do bico utilizado

A

aplicação de defensivos visa controlar ou eliminar a população de pragas, doenças e plantas daninhas, tornando viável a produção no meio agrícola ou florestal. Entre as diferentes técnicas de aplicação de defensivos, as que se baseiam na pulverização hidráulica, ou seja, utilizam pontas de pulverização, são as mais difundidas, graças à sua flexibilidade em diferentes situações. Nesses equipamentos, as pontas de pulverização são componentes fundamentais, pois influenciam diretamente na qualidade e na segurança da aplicação. No entanto, vale ressaltar que mesmo após a seleção da ponta de pulverização, há a necessidade de atentar para alguns cuidados especiais na hora de aplicar, como o alinhamento da barra do pulverizador. O desalinhamento faz que uma planta receba

mais produto que a outra, podendo acarretar em fitotoxicidade à cultura, ineficiência da pulverização e ineficácia de controle. A uniformidade de distribuição de líquido também é afetada pela altura da barra de pulverização em relação ao alvo. Muitas vezes, se dá pouca importância a este fator, no entanto, é de grande importância para se realizar uma pulverização eficiente. Os pulverizadores já vêm de fábrica com distância fixa entre os bicos, comumente, de 0,5 metro. Nestes modelos de pulverizadores, a altura recomendada em relação ao alvo também é de 0,5 metro. Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa teve como objetivo avaliar a uniformidade de distribuição de líquido de pontas de pulverização de jato plano (Lurmark 015F110; Jacto

AXI-ISO 110-02; Jacto AXI-ISO 110-03; Jacto AXI-ISO 110-04; Jacto AXI-ISO 11005), sob três diferentes alturas de aplicação (0,40m; 0,50m e 0,60m) e comprovar entre si quais são as melhores condições para o uso na aplicação de defensivos. Em condições de laboratório, uma das formas de quantificar a uniformidade de distribuição da pulverização é utilizandose mesas padronizadas, de acordo com a norma ISO 5682/1 (ISO 1986), que possibilita a coletada do volume pulverizado ao longo da barra de pulverização, permitindo posteriormente o cálculo do coeficiente de variação (CV) para avaliação. Quanto maior o coeficiente de variação, maior a variação da distribuição e pior será a uniformidade da aplicação. Na Europa o coeficiente de variação

Exemplo de barras alinhadas e desalinhadas, onde uma possibilita aplicação homogênea e a outra faz com que algumas plantas recebam maior volume de calda do que as outras

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em condições de ensaio padronizado em laboratório deve ser inferior a 7% nos padrões ideais e de até 9% quando variam as pressões e as alturas. No Brasil os padrões adequados são de 10% a 15% dependendo das condições de aplicação. Os resultados da pesquisa mostraram que a altura influencia na uniformidade de distribuição do líquido, como demonstrado na Tabela 1, para o espaçamento entre bicos de 0,5m. Para as pontas 015F110, AXI-ISO 110-03 e AXI-ISO 110-04, a altura de 0,4m propiciou melhores condições de trabalho, apresentando o coeficiente de variação mais baixo. Para as pontas AXI-ISO 110-02 e AXI-ISO 110-05, a melhor uniformidade de distribuição de líquido foi a 0,5m de altura. Os resultados demonstraram também que quando se altera a altura da barra sem critério pode afetar a qualidade da pulverização. Na prática o que acontece quando se altera a altura da barra é que a faixa de aplicação de uma determina ponta de pulverização é modificada e a sobreposição entre pontas adjacentes fica comprometida, reduzindo a uniformidade de distribuição de líquido, alterando-se o coeficiente de variação. Em condições de campo, o produtor

Fotos Robson S. Sasaki

Tabela 1 - Coeficiente de variação (%) das diferentes pontas de pulverização em função da altura de trabalho Ponta de pulverização Lurmark 015F110 AXI-ISO 110-02 AXI-ISO 110-03 AXI-ISO 110-04 AXI-ISO 110-05

Ensaio de uniformidade de distribuição de líquido em campo, com uso da mesa de campo

pode utilizar mesas de ensaio para avaliar a uniformidade de distribuição de líquido ao longo da sua barra de pulverização. Esta mesa é posicionada embaixo da barra de pulverização, por um determinado tempo,

Altura do alvo (m) 0,4 8,46 6,65 7,1 6,3 10,95

0,5 8,8 5,45 9,62 9,51 8,54

0,6 9,9 9,33 13,16 13,04 9,73

e observa-se visualmente como está sendo a distribuição de líquido. Durante o teste não se deve permitir a deriva, pois irá interferir no resultado. Quanto mais homogênea estiver a distribuição, maior a tendência das esferas plásticas da mesa se nivelarem. Periodicamente o produtor deve avaliar este parâmetro, pois não somente a altura da barra, como também a pressão, o modelo e o desgaste da ponta de pulverização são fatores importantes que podem determinar uma aplicação eficiente e de qualidade, obtendo a melhor .M forma de distribuir a calda sobre o alvo. Robson Shigueaki Sasaki, Mauri Martins Teixeira, Haroldo Carlos Fernandes, Elton da Silva Leit e Cleyton Batista de Alvarenga, Universidade Federal de Viçosa


tecnologia Fotos Daniel Mariano Leite

Olho de águia Técnica utilizada pelos pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa permite avaliação da compactação do solo através de imagens aéreas, obtidas com câmeras digitais acopladas a balões infláveis

A

compactação do solo é a compressão do solo não saturado, o que ocorre um aumento da densidade, a redução de volume é ocasionada pela expulsão do ar. Entre os efeitos da compactação do solo destacam-se o aumento da densidade e da resistência do solo à penetração, como também a redução da porosidade e da permeabilidade do solo. A compactação está intimamente ligada ao desenvolvimento das plantas e à qualidade física do solo. Em solos compactados, há um menor desenvolvimento do sistema radicular, devido ao menor volume de solo explorado pelas raízes e, consequentemente, menor absorção de água e nutrientes. A compactação excessiva do solo, além limitar a adsorção e/ou absorção de nutrientes, infiltração e redistribuição de água e também

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trocas gasosas, pode aumentar as emissões de N2O para a atmosfera. Este fenômeno pode apresentar efeitos benéficos, como o contato solo-semente. No entanto, a compactação acima da capacidade de suporte do solo ao redor da semente pode provocar impedimentos à germinação. As atividades que envolvem tráfego e mobilização de máquinas agrícolas alteram a estrutura do solo, compactando-o, e modificam as condições que determinam o ambiente de crescimento radicular.

A abertura de trincheira consiste na observação do sistema radicular, sobretudo em relação à compactação subsuperficial ou pé de grade. Quando há a compactação subsuperficial é possível observar uma grande concentração de raízes na camada superficial, por não conseguir atravessar a camada compactada. Outra forma de detecção da compactação é a determinação da densidade do solo, que é a razão entre a massa de uma amostra de solo seco e o volume ocupado por esta amostra, no entanto, os valores de densidade variam de solo para solo e são também de difícil correlação com o crescimento vegetal. A forma mais usual na determinação da compactação do solo é a penetrometria, que consiste na inserção de uma ponta cônica de área conhecida e na mensuração da força exercida na penetração. A norma Asae S313.3 descreve a resistência do solo à penetração como a pressão exercida sobre um cone maciço com ângulo de 30o. Esta norma especifica dois padrões de cone, sendo um de 323mm2 e 20,27mm de diâmetro de base e o outro com 130mm2 e 12,83mm de diâmetro de base. Para determinação da resistência do solo à penetração podem ser usados penetrômetros ou penetrógrafos, os penetrômetros realizam avaliações pontuais de resistência à penetração, já o os penetrógrafos registram a resistência ao longo do perfil do solo. Ambos os equipamentos utilizam do mesmo princípio de funcionamento, variando apenas quanto ao modelo, tendo vários tipos como os de impactos, os de molas dinamométricas e os digitais que utilizam células de carga. Recentemente trabalhos realizados no Laboratório de Mecanização Agrícola da Universidade Federal de Viçosa mostraram o potencial do uso imagens digitais na avaliação da compactação do solo. A metodologia empregada pelos pesquisadores da UFV utiliza técnicas de sensoriamento remoto, onde as imagens são adquiridas por câmeras digitais erguidas por um balão inflável não tripulável.

AQUISIÇÃO DE IMAGENS

Para este tipo de trabalho pode ser utilizado um sistema de aquisição de imagens composto

IDENTIFICANDO A COMPACTAÇÃO

Vários métodos são utilizados para reconhecimento da compactação do solo, entre eles abertura de trincheiras, visualização da cobertura vegetal, densidade do solo e resistência do solo à penetração.

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O experimento utilizou um balão Skyhook Helikite, inflado com gás hélio


Detalhe da plataforma de aquisição de imagens (direita) e do controlador manual, utilizado para disparar

por um balão inflável e uma plataforma para aquisição de imagens. Este balão pode ser da marca Skyhook Helikite inflado com gás hélio. Ele é uma combinação de balão com pipa, que proporciona um voo com altitude e direção estáveis, utilizando o gás hélio e a força do vento como elementos propulsores. Sua orientação é feita por meio de uma corda. O balão possui o comprimento de 2,13m, uma forma elipsoidal que origina um volume interno aproximado de 2m3. Sua capacidade de levante na vertical é de 1,2kg sem vento e 4,8kg com ventos de até 24km/h, atingindo uma altitude de até 1.676,4 metros sem carga (Allsopp Helikites Limited, 2011). A plataforma de aquisição de imagens é composta de duas câmeras digitais e sistema acionador das câmeras. As câmeras digitais, da marca FujiFilm, modelo FinePix Z20fd, são acionadas simultaneamente por um sistema de transmissão de dados via radiofrequência, ativado por um controlador manual. Essas câmeras são equipadas com um CCD (“charge-coupled device”) de 1/2,5”. Em uma das câmeras deve ser removido o filtro limitador de sensibilidade

da faixa do infravermelho (695nm a 1.050nm) e acoplado um filtro óptico modelo RT-830 (725nm a 1.000nm) para aquisição de imagens na banda do infravermelho próximo. As câmeras devem ser configuradas em máxima resolução, para maior detalhamento. Para uma obtenção das imagens recomenda-se que o equipamento esteja a uma altitude aproximada de 50m.

CALIBRAÇÃO

Como ocorrem interferências ocasionadas pela variação da iluminação e de visada, as imagens devem ser calibradas radiometricamente. A calibração se baseia em corrigir os valores radiométricos das imagens em relação a uma imagem tida como referência (de refletância conhecida). Como referências podem ser utilizados três painéis pintados em diferentes níveis de cinza, situados ao centro da área experimental durante a obtenção das imagens. Para mensuração da reflectância dos painéis é utilizado um espectrorradiômetro, modelo FieldSpec® HandHeld 2TM (ASD Inc.), que atua nos comprimentos de onda compreendi-

dos entre 300nm e 1.100nm, com a resolução espectral de 1nm. As imagens são calibradas em função da reflectância, através de equações de regressão linear simples, onde foram obtidos os ajustes para cada banda espectral. O objetivo deste tipo de análise é explorar as propriedades espectrais da vegetação e assim avaliar os níveis de compactação do solo, obtendo índices de vegetação que utilizam informações contidas das regiões do visível (RGB) e do infravermelho próximo. Os índices de vegetação são modelos matemáticos utilizados para avaliar a cobertura vegetal, que geralmente são correlacionados com algumas variáveis mensuradas em campo. Estes índices podem ser calculados a partir de dados dos valores de radiância, reflectância ou diretamente dos números digitais das imagens. Os índices de vegetação são importantes instrumentos em análises e detecção de mudanças ocorridas na superfície terrestre, em especial na cobertura vegetal. .M Daniel Mariano Leite, Luciano Baião Vieira, Haroldo Carlos Fernandes Universidade Federal de Viçosa

Painéis de diferentes cores utilizados para calibragens radiométricas


MÁQUINAS EM NÚMEROS

VENDAS INTERNAS DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS AUTOMOTRIZES NACIONAIS E IMPORTADAS - ATACADO Total Nacionais Importadas Tratores de rodas Nacionais Importados Tratores de esteiras Nacionais Importados Cultivadores motorizados Nacionais Importados Colheitadeiras Nacionais Importadas Retroescavadeiras Nacionais Importadas Mil unidades 2009 2010 2011

JAN 3,1 4,6 4,0

2011 OUT B 6.376 6.103 273 5.078 4.818 260 88 78 10 132 132 0 671 668 3 407 407 0

NOV A 5.245 5.148 97 4.017 3.935 82 74 63 11 159 159 0 559 555 4 436 436 0

Unidades

FEV 3,6 5,3 5,2

MAR 4,1 6,6 5,9

ABR 3,9 6,0 5,7

2010

JAN-NOV C 61.670 60.254 1.416 50.013 48.773 1.240 972 845 127 1.231 1.231 0 4.495 4.463 32 4.959 4.942 17 MAI 4,0 6,4 6,1

JUN 4,2 6,1 5,6

NOV D 4.765 4.667 98 3.740 3.659 81 85 72 13 181 181 0 395 391 4 364 364 0 JUL 4,8 6,4 5,6

JAN-NOV E 64.645 63.861 784 53.685 53.018 667 788 717 71 1.697 1.697 0 3.916 3.880 36 4.559 4.549 10 AGO 5,1 6,5 5,9

SET 5,4 6,1 5,9

Variações percentuais A/D 10,1 10,3 -1,0 7,4 7,5 1,2 -12,9 -12,5 -15,4 -12,2 -12,2 41,5 41,9 0,0 19,8 19,8 -

A/B -17,7 -15,6 -64,5 -20,9 -18,3 -68,5 -15,9 -19,2 10,0 20,5 20,5 -16,7 -16,9 33,3 7,1 7,1 OUT 6,2 5,9 6,4

NOV 5,3 4,8 5,2

DEZ 5,5 3,9

C/E -4,6 -5,6 80,6 -6,8 -8,0 85,9 23,4 17,9 78,9 -27,5 -27,5 14,8 15,0 -11,1 8,8 8,6 70,0 ANO 55,3 68,5 61,7

MÁQUINAS AGRÍCOLAS AUTOMOTRIZES POR EMPRESA Unidades

2011 OUT B 6.376 5.078 179 120 1.443 1.157 925 1.086 168 671 81 333 65 166 26 132 88 407

NOV A 5.245 4.017 156 160 643 1.100 723 1.014 221 559 154 106 63 196 40 159 74 436

Total Tratores de rodas Agrale Case CNH John Deere Massey Ferguson (AGCO) New Holland CNH Valtra Yanmar Agritech Colheitadeiras Case CNH John Deere Massey Ferguson (AGCO) New Holland CNH Valtra Cultivadores motorizados (1) Tratores de esteiras (2) Retroescavadeiras (3)

2010

JAN-NOV C 61.670 50.013 1.695 1.551 9.765 13.639 9.956 11.425 1.982 4.495 679 1.754 602 1.250 210 1.231 972 4.959

NOV D 4.765 3.740 157 68 462 1.266 757 834 196 395 63 105 51 151 25 181 85 364

JAN-NOV E 64.645 53.685 1.792 1.133 7.757 16.408 11.702 12.788 2.105 3.916 493 1.511 500 1.248 164 1.697 788 4.559

Variações percentuais A/D 10,1 7,4 -0,6 135,3 39,2 -13,1 -4,5 21,6 12,8 41,5 144,4 1,0 23,5 29,8 60,0 -12,2 -12,9 19,8

A/B -17,7 -20,9 -12,8 33,3 -55,4 -4,9 -21,8 -6,6 31,5 -16,7 90,1 -68,2 -3,1 18,1 53,8 20,5 -15,9 7,1

C/E -4,6 -6,8 -5,4 36,9 25,9 -16,9 -14,9 -10,7 -5,8 14,8 37,7 16,1 20,4 0,2 28,0 -27,5 23,4 8,8

Fonte: ANFAVEA - Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores

(1) Empresas não associadas à Anfavea; (2) Caterpillar, New Holland CNH (sucede Fiatallis CNH a partir de 1º/02/05), Komatsu; (3) AGCO, Case CNH, Caterpillar, New Holland CNH (sucede Fiatallis CNH a partir de 1º/02/05).

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PRODUÇÃO DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS AUTOMOTRIZES Unidades Total Tratores de rodas Tratores de esteiras Cultivadores motorizados Colheitadeiras Retroescavadeiras Mil unidades 2009 2010 2011

JAN 4,7 5,9 5,3

2011 OUT B 7.496 5.663 291 155 843 544

NOV A 6.769 5.013 237 150 835 534 FEV 4,4 6,5 7,0

MAR 5,6 7,9 7,5

ABR 5,2 7,8 6,9

2010

JAN-NOV C 76.321 59.825 2.998 1.260 6.486 5.752 MAI 4,5 8,1 7,2

JUN 4,1 7,7 6,7

NOV D 7.332 5.808 240 154 676 454 JUL 5,6 8,5 6,7

JAN-NOV E 84.646 68.988 2.010 1.841 6.325 5.482 AGO 5,7 8,6 7,9

SET 6,1 8,2 7,0

Dezembro 2011 / Janeiro 2012 • www.revistacultivar.com.br

Variações percentuais A/D -7,7 -13,7 -1,3 -2,6 23,5 17,6

A/B -9,7 -11,5 -18,6 -3,2 -0,9 -1,8 OUT 7,0 8,1 7,5

NOV 7,3 7,3 6,8

DEZ 6,2 4,2

C/E -9,8 -13,3 49,2 -31,6 2,5 4,9 ANO 66,2 88,9 76,3




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