Maquinas 124

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Cultivar Máquinas • Edição Nº 124 • Ano XI - Novembro 2012 • ISSN - 1676-0158

Nossa capa

Test Drive - Enfardadoras Challenger

Conheça a família de enfardadoras Challenger, distribuídas no Brasil pela Valtra, e confira o desempenho dos modelos SB 34, LB34B e RB452 no nosso test drive

Destaques

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Índice

Carretas graneleiras

Pulverizadores autopropelidos

As carretas graneleiras são oferecidas nos mais diversos tamanhos e modelos, que se adaptam a vários trabalhos

Saiba quais são as características que devem ser observadas para acertar na escolha do pulverizador autopropelido

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• Editor

• Coordenação Circulação

Gilvan Quevedo

Simone Lopes

• Redação

Charles Echer Carolina Simões Silveira

• Revisão

Aline Partzsch de Almeida

• Design Gráfico e Diagramação

Cristiano Ceia

• Assinaturas

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• Expedição

Direção Newton Peter

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• Impressão:

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C Cultivar

Natália Rodrigues Francine Martins Clarissa Cardoso

Kunde Indústrias Gráficas Ltda.

• Comercial

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Capa: Charles Echer

Matéria de capa

• MARKETING

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Rodando por aí

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Semeadoras de soja transgênica

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Carretas graneleiras

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Ficha Técnica - MF 2625

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Preparo inicial do solo

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Test Drive - Valtra

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Depreciação de máquinas

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Ficha Técnica - HydraFlex Draper

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Como escolher pulverizadores autopropelidos 31 Segurança em máquinas florestais

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Força de tração

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Assinatura anual (11 edições*): R$ 173,90 (*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)

Números atrasados: R$ 17,00 Assinatura Internacional: US$ 130,00 € 110,00 Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados podem solicitá-las à redação pelo e-mail: cultivar@revistacultivar.com.br

Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.


rodando por aí

Encontro de gerentes

A Massey Ferguson reuniu 150 gerentes da área de pós-venda da empresa durante o 1º Encontro Nacional de Gerentes de Serviço Massey Ferguson, realizado nos dias 28 e 29 de outubro, em Porto Alegre. No evento foram apresentadas as estratégias de gestão da marca diante do crescimento da comercialização de máquinas com eletrônica embarcada. O foco das apresentações foi a etapa do pós-venda, em que o cliente necessita do acompanhamento da concessionária na utilização dos equipamentos agrícolas.

Onze anos

A Agritech Lavrale, fabricante dos tratores e microtratores Yanmar Agritech, completou no dia 1º de novembro 11 anos de atuação no mercado de tratores e cultivadores motorizados focados para a agricultura familiar. Instalada na cidade de Indaiatuba (SP), a Agritech começou em 2001, quando o Grupo Francisco Stédile adquiriu a fábrica de tratores voltados ao pequeno produtor da Yanmar do Brasil, que havia iniciado sua produção em 1987. Atualmente a empresa detém uma participação de 4,5% do mercado total de tratores, e atingirá uma marca superior a 2,2 mil unidades produzidas em 2012. “Temos orgulho de contribuir com o desenvolvimento do agronegócio brasileiro pensando e criando produtos específicos para uma importante parcela de pequenos produtores do país”, destaca Nelson Watanabe, gerente nacional de Vendas da Agritech.

Homenagem

A New Holland foi homenageada durante o XII Encontro Estadual de Associados do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), realizado de 23 a 26 de outubro em Praia de Leste, no litoral do Paraná. No mesmo evento César Garrido, de Cianorte (PR), recebeu um trator TT após ser contemplado no sorteio realizado entre os associados do Emater. “A entrega deste trator simboliza a preocupação da marca com o trabalho dos extensionistas e também com a melhoria de produtividade na agricultura familiar”, explica Luis Feijó, diretor César Garrido comercial da New Holland.

Simulador

John Deere está lançando no Brasil um simulador para o treinamento dos operadores da colhedora de cana 3520, que reproduz a cabine da colhedora. O simulador não funciona apenas para preparar os novos operadores, afirma Carlos Newton Graminha, gerente de Contas Estratégicas da John Deere, mas é importante também para fazer a avaliação dos operadores já formados. O equipamento foi desenvolvido através de uma parceria da John Deere e a South West, empresa líder na tecnologia de simuladores, que também produz equipamentos para aviação, Forças Armadas, equipamentos médicos e para a Nasa. O simulador foi apresentado em Campinas (SP) juntamente com a versão 2013 da colhedora de cana 3520 da John Deere.

Mulheres

Colheita simulada

A Case IH entregou mais um simulador de colheita de cana-de-açúcar para a Usina Santa Adélia, em Ribeirão Preto (SP), que investiu no equipamento para capacitação de operadores de colhedora de cana. O simulador, desenvolvido principalmente para treinar uma demanda cada vez mais crescente de mão de obra especializada para o setor, simula virtualmente as condições reais de colheita. “Temos dez unidades que serão entregues até o final do ano, além de outros cinco para entidades de ensino e capacitação de profissionais para o setor sucroenergético”, explica o especialista de marketing de produtos para cana-de-açúcar da Case IH, Fábio Balaban.

Consórcio Metalfor

A Metalfor realizou no mês de outubro a segunda etapa dos eventos de divulgação do Consórcio Nacional Metalfor, lançado em agosto deste ano. Os primeiros eventos foram realizados nos estados da Bahia, Piauí e Maranhão. Agora, na segunda etapa, o estado do Paraná receberá encontros para a divulgação da nova ferramenta de comercialização dos produtos da empresa.

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Esposas de produtores rurais participaram do 1º Dia de Campo Feminino Castrolanda, que teve o apoio técnico e operacional da concessionária John Deere Macponta. Durante o evento, aproximadamente 30 mulheres puderam conhecer e experimentar realidade do campo e tiveram a tarefa de operar máquinas agrícolas dos mais variados tipos. Para o gerente da filial de Castro da Macponta, Irapuan da Silva, o interesse das mulheres pela operação das máquinas surpreendeu a todos.

História preservada

Foi inaugurado no dia 23 de outubro o Museu do Plantio Direto, na cidade de Mauá da Serra (PR). Nele estão expostas as primeiras máquinas e implementos agrícolas usados no sistema que mudou a história do município e serviu de exemplo para a agricultura no Brasil. Uma das importantes peças do Museu do Plantio Direto é a semeadora Allis Chalmers, doada pelo produtor Herbert Bartz, pioneiro do Sistema Plantio Direto no Brasil. Ele comprou a semeadora nos Estados Unidos, para onde viajou em busca de informações sobre o sistema no-tillage (sem preparo do solo) no início dos anos 1970.



semEaDORAS

Mais barato e rentável

New Holland

Diferentes sistemas de plantio de soja convencional e transgênica comparados entre si mostram que o Plantio Direto traz vantagens econômicas e operacionais em relação ao convencional

D

e maneira difundida em todas as partes do mundo a tecnologia dos organismos geneticamente modificados ou comumente chamados de transgênicos se popularizou nos últimos dez anos entre os agricultores. A cultura da soja é uma das espécies geneticamente modificadas que existe no mercado, a resistência ao herbicida glifosato nela implantada representa uma inovação tecnológica no controle de plantas daninhas para essa cultura.

No Brasil, a cultura da soja é uma das principais e, segundo dados da Conab (2012), ela vai superar 24,63 milhões de hectares plantados, com uma produção estimada de 82,44 milhões de toneladas. O Brasil possui grande potencial de se tornar o maior produtor mundial de soja, pois dispõe de ampla base tecnológica para a produção, corpo técnico qualificado e novas áreas ainda inexploradas pela cultura, principalmente no cerrado e em área de renovação de canavial.

Avaliação buscou estimar a relação entre a produtividade de soja transgênica e convencional e o consumo de combustível em diferentes sistemas de plantio

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A desestruturação do solo, a compactação e a redução nos teores de matéria orgânica são consideradas os principais indutores da degradação dos solos agrícolas. Preocupados com isso e com o intuito de reduzir o número de operações de preparo de solo, muitos agricultores têm adotado sistemas conservacionistas como o cultivo mínimo e o plantio direto, sendo que nesse sistema de manejo realiza-se a mobilização somente na linha de semeadura das culturas, mantendo assim toda cobertura vegetal em sua superfície, havendo vantagens físicas e químicas através da presença constante de matéria orgânica que aumenta os teores de nutrientes e a infiltração de água no solo. Devido aos altos custos de produção na agricultura, vários agricultores estão buscando sistemas de produção e novas técnicas de manejo que reduzam a demanda energética em todas as operações agrícolas. O uso da soja transgênica reduz o número de aplicações com herbicidas, promovendo com isso uma redução no uso de energia nos sistemas de produção. A tecnologia RR (Roundup Ready - RR) resistente ao herbicida glifosato, representa uma inovação tecnológica no controle de plantas


Fotos Tiago Pereira da Silva Correia

O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados, com seis tratamentos e quatro repetições em que os fatores foram três sistemas de preparo de solo e uma cultivar de soja convencional e outra transgênica

daninhas. No cultivo da soja transgênica o glifosato é aplicado tanto em pré-semeadura (dessecação), como em pós-emergência, flexibilizando as práticas de controle químico de plantas daninhas. Em decorrência do advento da soja transgênica e dos diferentes sistemas de plantio possíveis para sua implantação, objetivou-se neste trabalho estimar a relação entre a produtividade de soja transgênica e convencional e o consumo de combustível em diferentes sistemas de plantio. O ensaio foi conduzido no ano agrícola 2010/2011, na Fazenda Experimental Lageado, pertencente à Faculdade de Ciências

Agronômicas – Unesp, localizada no município de Botucatu (SP), em solo classificado como Nitossolo Vermelho Distroférrico. Na implantação e condução do experimento foi utilizado trator de pneu com tração dianteira auxiliar (4x2 TDA), com potência de 91,48kW (121cv) no motor, além de outro trator com tração dianteira auxiliar (4x2 TDA) com potência de 63,2kW (86cv) no motor, equipado com pulverizador com capacidade de 600L e barra de 14m. Para a aquisição e monitoramento dos sinais obtidos pelos sensores no sistema de alimentação de combustível das máquinas, foi utilizado painel com instrumentos eletrônicos

indicadores tipo “Micro-P”. Foi utilizado um fluxômetro, com precisão de 0,01L. Este fluxômetro gera um pulso a cada mililitro (ml) de combustível consumido pelo trator. Para quantificar a produtividade média dos grãos, foram colhidas manualmente plantas em dois metros de linha nas três linhas centrais da parcela. As amostras foram debulhadas manualmente e pesadas em uma balança de precisão com justeza de 0,1kg, e posteriormente foram retiradas as amostras para determinação da umidade dos grãos que foi corrigida para 13%. O consumo de combustível por área trabalhada foi obtido através da relação entre o

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Tabela 1 - Operações realizadas nos sistemas plantio direto, cultivo mínimo, plantio convencional e respectivo consumo operacional de combustível (COC) Tratamentos PDC PDT CMC CMT PCC PCT CV (%)

Operações* COC (L ha-1) GRI GRL ESC PUL SEM COLH - 2,48 5,72 8,27 - 1,24 5,72 8,27 - 15,62 1,86 6,43 8,27 - 15,62 0,62 6,43 8,27 12,34 10,57 - 1,86 6,92 8,27 12,34 10,57 - 0,62 6,92 8,27

Tabela 2 - Produtividade média de soja convencional e transgênica nos sistemas plantio direto, cultivo mínimo e plantio convencional (PC) Tratamentos PDC PDT CMC CMT PCC PCT CV (%)

Total COC 16,47 C 15,23 C 32,18 A 30,94 AB 32,18 A 38,72 B 6,87

Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si, a 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey.

Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si, a 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey. * Siglas das operações agrícolas; GRI: Grade intermediária, GRL: Grade leve, ESC: Escarificador, PUL: Pulverizador, SEM: Semeadora, COLH: Colheita

sistema de cultivo mínimo (CMT) e o plantio convencional (PCT) demandaram 30,94L/ha e 38,72L/ha de combustível, respectivamente, ou seja, o sistema plantio direto apresentou 50,78% menos COC do que o cultivo mínimo e 60,17% que o plantio convencional. Nos três sistemas de preparo para ambas as cultivares de soja, as diferenças de COC notadas entre eles se devem principalmente em função das operações que os divergem. No tratamento com soja convencional foram realizadas três aplicações com herbicidas para controle de plantas daninhas, o que diferencia da soja transgênica em que é necessária apenas uma aplicação com herbicida pós-emergente no cultivo mínimo e plantio convencional, já no sistema de plantio direto são realizadas duas aplicações, a dessecação antes da semeadura e uma aplicação pós emergente com herbicida glifosato. No SPD o preparo demanda menos operações, o fato de realizar a semeadura di-

consumo horário de combustível e a capacidade de campo efetiva, de acordo com a equação: COC = CHC CCE Onde:

Fotos Tiago Pereira da Silva Correia

COC = Consumo operacional de combustível (l.ha-1) CHC = Consumo horário de combustível (l.h-1) CCE = Capacidade de campo efetiva (ha.h-1)

O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualisados, com seis tratamentos e quatro repetições em que os fatores foram três sistemas de preparo de solo e uma cultivar de soja convencional e outra transgênica. Os tratamentos eram: cultivo mínimo com soja convencional (CMC), cultivo mínimo com soja transgênica (CMT), preparo convencional com soja convencional (PCC), preparo convencional com soja transgênica (PCT), plantio direto com soja convencional (PDC) e plantio direto com soja transgênica (PDT), em esquema fatorial 3x2, no total o experimento era composto por 24 parcelas experimentais. Observando a Tabela 1 o total do consumo operacional de combustível (COC) para o cultivo da cultura da soja transgênica no sistema plantio direto (PDT) foi de 15,23L/ha. O

Produtividade 3.953,75 A 2.981,50 B 3.138,75 B 3.462,75 AB 3.230,50 AB 2.989,50 B 13,76

retamente na palhada previamente dessecada ignora operações como gradagem e gradagem de nivelamento. Na Tabela 2, observa-se que houve diferença estatística entre os tratamentos, destacando a maior produtividade para o sistema de plantio direto com soja convencional e a menor produtividade para o sistema de plantio direto com soja transgênica. A maior produtividade encontrada foi 12,41% maior do que a cultivar transgênica no sistema de cultivo mínimo. Comparando o sistema de plantio convencional com o plantio direto, Alvim et al (2004) relata que o sistema de plantio direto apresenta maiores vantagens comparativas, o que comprova que, além de sua maior lucratividade, este sistema é o mais indicado para se desenvolver uma agricultura sustentável, por ser melhor conservador de recursos naturais. O sistema de plantio direto confirma menor COC e, portanto, maior rentabilidade, sendo um indicativo para a preferência de um sistema com maior produtividade com soja convencional e ao mesmo tempo conservacionista. As conclusões obtidas neste trabalho são que o sistema plantio direto requer menor consumo operacional de combustível em relação aos sistemas de cultivo mínimo e convencional, respectivamente. O uso de cultivar convencional de soja em sistema plantio direto apresentou melhor produtividade que a transgênica. .M Tiago Pereira da Silva Correia, Leandro Augusto Felix Tavares, Saulo Fernando G. de Sousa, Paulo Roberto Arbex Silva e Sérgio Hugo Benez, FCA/Unesp

O sistema de cultivo mínimo e o plantio convencional demandaram 30,94L/ha e 38,72L/ha de combustível, respectivamente

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implementos

Da semeadura à colheita Com ampla gama de modelos oferecidos no mercado, as carretas graneleiras tornam-se cada vez mais dinâmicas, possibilitando sua utilização em operações do plantio à colheita nos diversos tipos de culturas de colheita. Os graneleiros podem ser classificados conforme a forma de utilização, aplicação, número de eixos, capacidade de carga, tipo e velocidade de descarga, entre outros. Quanto ao número de eixos, é possível encontrar reboques de eixo único e de eixos múltiplos (geralmente dois). Os reboques com um eixo geralmente são utilizados para realizar o transporte de grãos da colhedora até o caminhão em percursos menores, especialmente de dentro da lavoura até os locais acessíveis pelos caminhões ou para um local de armazenamento temporário próximo da lavoura, possuindo uma capacidade de três a dez toneladas. Estes são utilizados principalmente para transporte de grãos na colheita do arroz, devido às condições da operação serem em solo com alto teor de umidade e consequentemente não permitir o trânsito com elevado peso da carga. Os equipados com dois ou mais eixos podem ser exclusivamente estacionários ou também utilizados para o transporte, desde que especificado pelo fabricante, sendo mais utilizados em terrenos planos e em condições de solo seco. Possuem capacidade de carga que varia entre dez e 20 toneladas, normalmente são mais utilizados para armazenamento temporário na lavoura devido a sua elevada capacidade de carga. No que se refere ao material de fabricação

do compartimento de carga, existem três tipos de carreta graneleira: metálico, em aço inoxidável e alguns novos modelos vêm apresentando reservatório de grãos em polietileno. Este último permite a remoção do compartimento para manutenção e limpeza do equipamento, o que pode proporcionar maior durabilidade que os reservatórios metálicos convencionais, além de reduzir o peso e o custo do implemento.

SISTEMA DE DESCARGA

Quanto ao sistema de descarga, a maior parte dos modelos existentes no mercado brasileiro tem acionamento por eixo cardã acoplado à TDP (tomada de potência) do trator. Em graneleiros de dois eixos, devido ao seu maior tamanho, ocorre a movimentação por uma rosca sem-fim, localizada no fundo do reservatório, para transportar o produto até o tubo de descarga. Em alguns modelos, o produto pode ainda ser descarregado por comportas ou através do basculamento da carroceria, com funcionamento semelhante a uma caçamba. Para graneleiros de um eixo, o tubo de descarga coleta os grãos diretamente no fundo do reservatório, não necessitando estruturas adicionais anteriores ao tubo de descarga. O acionamento do sistema de descarga pode ser realizado pelo acionamento da TDP do trator ou, em alguns modelos, pelo controle remoto da carreta graneleira, através de um sistema de embreagem eletromagnética de acionamento do caracol do tubo de descarga.

Charles Echer

U

tilizadas para realizar o escoamento de grãos da lavoura, as carretas graneleiras agrícolas vêm passando por modificações com intuito de melhorar a eficiência operacional da colheita e, mais recentemente, da semeadura. O aumento da capacidade de colheita e armazenamento das colhedoras fez com que estes equipamentos necessitassem transportar maiores volumes e realizar os processos de descarga mais rapidamente, bem como minimizar os danos provocados por esse incremento de carga nas características físicas do solo como, por exemplo, uma possível compactação. O objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento dos modelos de carreta graneleira agrícola disponíveis no mercado, descrevendo as características técnicas principais que podem auxiliar no aumento da eficiência operacional da semeadura e colheita e também na aquisição deste equipamento. A importância de um estudo técnico para a compra de carretas graneleiras pode ser exemplificada quando o produtor necessita dimensionar um equipamento para armazenar provisoriamente uma determinada quantidade de produto na lavoura. Isto se faz necessário em função da baixa disponibilidade de estruturas de armazenamento em nível de propriedade e das grandes distâncias destas unidades armazenadoras e/ou beneficiadoras de grãos, além da busca por uma alta eficiência operacional na colheita. Outro caso expressivo diz respeito a suprir plenamente a retirada de grãos da colhedora e os transportar até o caminhão ou a outro armazenamento intermediário, final ou temporário, pois não podem ocorrer paradas no processo

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Nos modelos mais antigos, a movimentação do tubo de descarga é realizada de forma manual, possibilitando a operação nas posições aberta ou fechada, de acordo com a necessidade da operação, além de permitir o recolhimento do tubo de descarga para facilitar as manobras e/ou armazenamento da carreta graneleira. Atualmente a grande maioria das carretas já utiliza sistema de abertura do tubo por acionamento hidráulico, através do comando hidráulico do trator, agilizando e facilitando o processo de descarga e proporcionando um maior conforto e segurança na operação do equipamento. A capacidade de descarga também está entre um dos parâmetros mais importantes a serem considerados na seleção da carreta graneleira, sendo que quanto maior for a capacidade de descarga, menor será a perda de tempo durante a operação, o que aumenta a eficiência operacional no momento da colheita. Porém, esta elevada capacidade pode ser um fator negativo, já que a alta rotação da rosca transportadora, aliada à umidade inadequada dos grãos no momento da colheita, pode ocasionar alto índice de quebra destes. Atualmente no mercado agrícola existem carretas com capacidade de descarga de 600kg por minuto e outras que podem chegar a até 12 mil quilos por minuto, estando isto relacionado ao diâmetro do tubo de descarga e à rotação da rosca transportadora. Estas características permitem a realização da descarga em um reservatório temporário ou permanente em um menor tempo, possibilitando o retorno imediato da carreta graneleira ao talhão onde está sendo efetuada a colheita, podendo inclusive dispensar a utilização de um maior número destes implementos para esta atividade.

NA SEMEADURA

to sobre os reservatórios de adubo e semente e, em alguns modelos, a rosca transportadora é revestida com borracha, reduzindo os danos mecânicos às sementes. As principais vantagens da utilização de carretas graneleiras na semeadura são a reposição de sementes e fertilizantes no local da operação, sem necessidade de deslocamento da semeadora do interior da lavoura para outro local de abastecimento, e a simplicidade da operação, que reduz o tempo de carregamento de sementes/adubo, aumentando a eficiência operacional, pois dispensa sacaria e reduz a mão de obra na lavoura, além de ser útil também para o transporte de grãos. Para a proteção de plantas no estádio inicial de desenvolvimento, uma das alternativas mais viáveis é o tratamento de sementes que devem ser recobertas previamente com inseticidas e fungicidas, geralmente de alta toxicidade, além de, algumas espécies, necessitarem também de inoculação. Este trabalho pode ser realizado pelas empresas produtoras de sementes ou pelos próprios agricultores. No entanto, esta operação é de grande risco, apresentando alto índice de intoxicação e problemas no manuseio inadequado dos produtos utilizados para tratamento. Alguns modelos vêm sendo fabricados exclusivamente para facilitar a operação de semeadura, realizando além do abastecimento da semeadora o tratamento de sementes através de um conjunto opcional (kit) tratador

A escolha da carreta graneleira agrícola deverá ser feita levando em consideração fatores que facilitem e otimizem o transporte de grãos na colheita e aumentem a eficiência operacional no momento da semeadura

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Dauto Carpes

Alguns modelos possuem reservatório de grãos em polietileno, que permite a remoção do compartimento para manutenção e limpeza, contribuindo para o aumento da vida útil do equipamento

Agrimec

Atualmente as carretas graneleiras estão sendo utilizadas para agilizar e facilitar o processo de semeadura. Para tanto, é acoplado à saída do tubo de descarga, um tubo abastecedor telescópico flexível e que facilita o abastecimen-

Charles Echer

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de sementes instalado na entrada do tubo de descarga, possibilitando a aplicação de inoculante, fungicida, inseticida, micronutrientes e também a aplicação de lubrificante grafite em pó. Este opcional viabiliza o processo de tratamento fitossanitário no campo, aumenta a eficiência da atividade e também proporciona economia de tempo, produto e semente. Isso ocorre pelo fato de tratar somente a semente que será utilizada durante a operação de semeadura, possibilitando outro destino para a semente que não foi utilizada e que está sem o produto fitossanitário, além de reduzir o risco de intoxicação. Estas características são importantes, pois as sementes depois de tratadas não podem ser reutilizadas pela indústria ou para consumo animal e acabam sendo obrigatoriamente descartadas, acarretando num maior custo de produção e risco de contaminação ambiental.

PNEUS

Um aspecto importante na escolha do equipamento é a seleção do tipo de pneu a ser utilizado. Uma situação muito encontrada é a utilização de pneus traseiros de tração que são descartados por chegar ao fim da vida útil para o trator. Estes podem trazer desvantagens econômicas como, por exemplo, o aumento da tração necessária para movimentar o equipamento e o risco de ocasionar tombamento devido ao desgaste e por não estar em condições de suportar o peso da carga. Outra questão a ser avaliada é a compactação dos solos, devido ao intenso tráfego de máquinas agrícolas, que em muitos momentos estará sendo realizado em condições inadequadas de umidade, ou seja, após chuvas o agricultor muitas vezes necessita retomar o processo de colheita assim que possível, estando o solo muitas vezes em uma faixa de umidade além do friável. Esta condição, somada ao alto peso das carretas e com a calibragem muitas vezes excessiva dos pneus, provoca uma compressão do solo contribuindo para uma compactação em superfície e também em profundidade. Estas alterações da estrutura e aumento da densidade podem afetar a capacidade de armazenamento e disponibilidade de água e proporcionar um declínio da produtividade das culturas.


As operações agrícolas são realizadas quase sempre desconsiderando estas informações, mas perante as novas opções que estão sendo disponibilizadas pelos fabricantes, será possível escolher o pneu adequado para cada atividade. Dessa forma, além de poder escolher um pneu que provoque menor compactação, sendo este adequado ao peso da carreta graneleira carregada, o produtor deverá estar atento à pressão de inflação, umidade do solo, carga máxima recomendada por pneu e especificações técnicas dos implementos utilizados. Ao optar, por exemplo, por pneus radiais, com maior largura e área de contato, a pressão total que o pneu exerce sobre o solo será distribuída em uma área de contato maior, diminuindo o efeito da maior carga e consequente maior pressão contra o terreno. O correto manejo de solo com a manutenção da palha na superfície, que ajuda a absorver parte da energia transmitida pelos rodados das máquinas, aliado às práticas de prevenção contra compactação do solo como, por exemplo, o tráfego controlado de máquinas dentro da área de lavoura, pode diminuir a possibilidade de ocorrência da compactação. Em contrapartida, os pneus diagonais, amplamente utilizados, possuem menor área de contato, consequentemente aumentam a pressão exercida e a compactação do solo em superfície e também em camadas mais inferiores em comparação aos pneus radiais.

ITENS DE SEGURANÇA E OPCIONAIS

Alguns modelos atuais de carretas graneleiras estão sendo equipados com estruturas de segurança, como grades de proteção interna, evitando o contato do operador com o sistema de rosca sem-fim que efetua a descarga. A escada pode ser equipada com plataforma, proporcionando melhor apoio necessário à subida do operador no equipamento para realização de vistorias, quando necessárias. O eixo cardã deve possuir capa de proteção para que evite o

Dauto Carpes

Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria mostram quais os critérios devem ser levados em conta na hora de escolher a carreta graneleira

contato de partes do corpo ou ocasione apreensão de roupas no eixo, a fim de se reduzir o risco de acidentes. Enfim, as peças móveis de transmissão que forem suscetíveis ao contato do operador e, quando estas estiverem em movimento, deverão ser desenhadas e projetadas, de forma a ficarem protegidas ou embutidas. Alguns modelos estão sendo equipados com acessórios para facilitar a abertura de uma lona de proteção, além de arcos para suporte da lona, que podem ser acionados pelo operador de forma manual sem a necessidade de subir no implemento, protegendo a carga de grãos do risco de exposição ao sol ou à chuva. Para aumentar a utilidade da carreta graneleira para transporte de grãos, algumas empresas estão disponibilizando modelos com reservatório basculante e com tubo de descarga acoplado, permitindo o transporte de diversos materiais como madeira, solo, entre outros. O acionamento do tubo é feito pelo sistema hidráulico do trator e a rosca sem-fim transportadora fica protegida por uma comporta fechada no fundo do reservatório. Apesar de ser de extrema importância para segurança na operação de transporte dos grãos, o sistema de freios ainda é um item op-

cional em carretas graneleiras. Estas, quando desacopladas, não possuem estabilidade para permanecer em terrenos com pequena declividade, de forma que a parada é realizada pela frenagem do trator, que nesta circunstância, não deve estar tracionando mais que seu próprio peso, a fim de evitar acidentes. A correta escolha da carreta graneleira agrícola deverá, então, ser realizada levando em consideração fatores que facilitem e otimizem o transporte de grãos no momento da colheita e também aumentem a eficiência operacional no momento da semeadura, através da utilização dos novos modelos que, além do transporte de grãos e de fertilizantes, realizam reabastecimento das semeadoras e também o tratamento e aplicação de lubrificante grafite nas sementes. Também podem ser considerados itens que proporcionem maior manutenção da qualidade dos grãos e segurança no momento das operações. .M Dauto Carpes, Airton Alonço, Otávio Machado, Mateus Bellé, Tiago Francetto, Cristian Franck. Laserg-UFSM


Ficha técnica

MF 2625

Com 62cv de potência, o MF 2625 chega ao Brasil para ampliar a oferta da Massey Ferguson para o mercado de tratores de baixa potência

O

novo trator compacto da Massey Ferguson, o MF 2625, adentra o mercado como opção no que tange a tratores de baixa potência, projetado para trabalhos em talhões pequenos, com terrenos de topografia irregular e relevos ondulados. Este trator vem equipado com tração dianteira auxiliar (4x4) de série, indicado para os mais variados tipos de trabalho. Seu visual é mais moderno, perceptível pelo formato de seus faróis, de corte retangular e projeção além da frente do trator, sem mencionar o desenho de seu capô. Essa modernidade atualmente passou a figurar como requisito por parte do consumidor, que valoriza cada vez mais o aspecto visual e acabamento da máquina. Outro fator de destaque fica por conta da visibilidade que se tem a partir do posto de operação, o que garante facilidade e segurança na execução do trabalho por parte do operador.

MOTOR

Equipado com motor Simpson de quatro cilindros de aspiração natural, O MF 2625 apresenta uma potência de 62cv a uma rotação do motor de 2.250rpm. Esta configuração de motor possibilita o alcance de 218Nm de torque, característica que se traduz em capacidade de tração em terrenos

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que exijam maiores demandas de força por parte do trator e torna a máquina adaptável aos mais variados tipos de trabalho.

TRANSMISSÃO E TDP

O MF 2625 está equipado com uma transmissão deslizante (central), com oito velocidades à frente e duas à ré, operando em uma faixa de velocidade à frente que varia de 2,8km/h a 29,7km/h e de deslocamento à ré de 3,8km/h a 15,1km/h. Para alcançar estas velocidades, esse modelo é equipado com pneus 16.9-28 R1 na traseira e 9.5-24 R1 na dianteira. Esse trator está equipado com tomada de potência dependente de 540rpm. Essa rotação é possível de ser alcançada a um giro relativamente baixo do motor, cerca de 1.790rpm. Essa característica funcional possibilita uma economia de combustível quando da execução do trabalho, que tornase um dos principais critérios na seleção de uma máquina desse porte.

SISTEMA HIDRÁULICO

O MF 2625 conta com o consagrado sistema Ferguson de levante hidráulico com apoio em três pontos. Este sistema transfere o peso do implemento para o eixo traseiro do trator, melhorando sensivelmente a capacidade de tração da máquina. Para implementos que trabalhem abaixo do solo,

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como subsolador ou arado, utiliza-se a alavanca externa de profundidade. Neste caso, a alavanca interna de posição permanece na posição “transporte”. Nos implementos acima do solo, que não necessitam acompanhar as ondulações do terreno, como uma plataforma de transporte, um guincho, um pulverizador ou roçadeira, é preciso usar a alavanca de posição. A alavanca de profundidade, nesse caso, permanece posicionada toda para trás. A capacidade de levante no sistema hidráulico de três pontos chega aos 2.050kgf na rótula. Também é pertinente destacar que este modelo vem equipado com uma válvula de duas saídas no controle remoto, que apresenta os maiores valores de vazão da categoria, na casa dos 42L/min, o que confere maior agilidade e capacidade de suporte na operação com implementos de maior peso e/ou que necessitem de respostas rápidas em trabalho.

ERGONOMIA, ACESSIBILIDADE E SERVICIBILIDADE

Em relação aos parâmetros de acesso ao posto de operação, este trator se destaca por manter adequada altura do primeiro degrau ao solo, o que torna o acesso ao posto de operação bastante seguro e confortável. Quanto aos pontos de verificação e manutenção mais


Fotos Massey Ferguson

Detalhe do acesso aos principais pontos de manutenção do motor Simpson de 62cv e sistema de levante hidráulico em três pontos com capacidade de 2.050kgf na rótula e um conjunto de válvulas de controle remoto

frequentes da máquina, o capô basculante é de abertura frontal, onde se torna simples e prático o acesso à parte superior do monobloco, facilitando as tarefas de verificação diária do motor. Basta apenas acessar o gatilho que facilmente destrava a maçaneta de acesso. O resultado é o aumento da eficiência nas tarefas pré-operação, essenciais para o bom funcionamento do trator nos momentos em que o mesmo é exigido em trabalho. No que se refere à segurança, o MF 2625 é equipado com estrutura de proteção contra capotamento (EPCC) basculante, ideal para trabalhos em culturas adensadas e de baixo porte, evitando danos às plantas e/ou às estruturas de amarramento e sustentação das mesmas.

DIMENSÕES GERAIS

POSICIONAMENTO DE MERCADO

O MF 2625 carrega consigo características comuns a esta família de tratores, voltados a atividades de produção agrícola intensiva, como nos casos de produção olerícola e frutícola. Além das atividades citadas, essa máquina pode ser utilizada para atividades diversas na cadeia produtiva, facilitando a logística e barateando o custo final das operações. Nesse contexto, um trator com 62cv de potência do motor se encaixa em uma lacuna de mercado, na faixa de 55cv a 65cv de potência do motor, porém, com características e especificações que o habilitam a competir de forma igualitária com tratores que se aproximem do teto máximo desta faixa. Desta forma, os tratores MF 2625 se posicionam como opção competitiva frente aos modelos atualmente disponíveis no mercado, sem deixar de atentar à relação custo/benefício da máquina, um dos principais fundamentos no processo de tomada de decisão por parte do consumidor frente a um cenário agrícola cada vez mais competitivo. .M Cultivar

Para tratores de menor porte as informações de dimensões gerais acabam se tornando, muitas vezes, fator decisivo na seleção de um trator especificamente destinado a um determinado trabalho. Nesse intuito, muitos consumidores que

procuram máquinas desta categoria prezam por tratores versáteis, com dimensões que possibilitem, ao mesmo tempo, estabilidade na operação, agilidade nas tarefas e melhor ajuste de peso da máquina, otimizando a tração e garantindo a qualidade da operação. Esta máquina, já lastrada, apresenta peso aproximado de 3.410kg, o que resulta em uma relação peso/potência de 55kg/cv. Outro valor a se mencionar diz respeito ao vão livre desta máquina, de 395mm, um dos maiores para tratores situados nesta faixa de potência. Ainda mantendo esta linha de otimização das dimensões, a altura máxima do modelo chega a 2.395mm, com 3.510mm de comprimento, exaltando as características de dimensionamento reduzido da máquina. O raio de giro do MF 2625 é de 3.620mm, com o auxílio do freio individual, e 4.260mm sem utilização deste artifício. Cabe ressaltar que as dimensões citadas estão atreladas ao casal de pneus que equipa esta máquina, com pneus 9.5-24 R1 na dianteira e 16.9-28 R1 na traseira.

A estrutura de proteção contra capotamento que equipa o MF 2625 possui articulação

O MF 2625 foi lançado durante a Expointer 2012 em Esteio, no Rio Grande do Sul

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Tratores

Preparo inicial

A abertura de novas áreas requer máquinas certas, com potência e dimensionamento que atendam às exigências de cada tipo de vegetação a ser abordada

N

esta nova era de escassez de recursos e economia globalizada, em que se exige alto grau de competitividade de todos os segmentos, o setor agroflorestal brasileiro deve buscar o caminho da modernidade, ou seja, adotar tecnologias avançadas a fim de tornar-se rentável e, dessa forma, manter-se competitivo (Leite et al, 2004). O homem do campo deve, portanto, exercer o verdadeiro papel de empresário rural, buscando, sempre que possível, técnicas aprimoradas de gerenciamento e condução do seu negócio, com o intuito de alcançar altas produtividades, baixos custos, melhor qualidade de seus produtos e, consequentemente, maior lucratividade do empreendimento (Leite, 1995). Nesse sentido, as chances de o agricultor obter incrementos significativos na sua remuneração encontram-se cada vez mais associadas ao maior grau de precisão nas decisões relativas ao gerenciamento de suas atividades. Entretanto, para que isso ocorra, é necessário que o agricultor disponha de um sistema de informações adequado (preciso e confiável) a respeito de todo seu negócio. Podem ser citados, como exemplos de algumas das tecnologias disponíveis para se

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alcançar tal objetivo, a adoção de sementes selecionadas, o uso de fertilizantes, a aplicação de defensivos, a implantação de sistemas de irrigação etc. Entretanto, uma etapa fundamental, que não pode ser esquecida, é o preparo adequado do solo com o uso de máquinas e implementos apropriados. Ressaltase que, da qualidade de execução dessa etapa dependerá o êxito das fases subsequentes do processo produtivo e, consequentemente, do empreendimento como um todo. Segundo Saad (1986), o preparo inicial do solo corresponde ao conjunto de operações realizadas em dado terreno, com a finalidade de dar-lhe condições de receber sementes ou órgãos de reprodução vegetativa de plantas cultivadas. Ainda segundo esse autor, o preparo inicial do solo compreende as operações necessárias para criar condições de implantação de culturas em áreas não utilizadas anteriormente com essa finalidade. As referidas áreas podem estar cobertas de vegetação natural ou de alguma forma de regeneração, que deverá ser eliminada (desmatada) ou, ainda, necessitar de alguma movimentação de terra para tornar a sua superfície regular e facilmente trabalhável. Dessa forma, o preparo inicial do solo

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caracteriza-se pelas seguintes etapas: derrubada da vegetação e retirada da madeira; destocamento; enleiramento; limpeza do terreno; e movimentação de terras. O desmatamento consiste na eliminação total ou parcial da vegetação de determinada área, com o intuito de possibilitar seu uso posterior para outras finalidades, como reflorestamentos, pastagens, culturas agrícolas, áreas de recreação, estradas, hidrelétricas etc. O desmatamento requer a elaboração de um plano adequado (criterioso e racional), a fim de que suas operações sejam executadas o mais próximo possível do programado. Um levantamento detalhado do local corresponde à primeira providência na elaboração do planejamento do desmatamento de determinada área, que, de acordo com Balastreire (2005), deve considerar os seguintes fatores: finalidade do terreno, vegetação, condições do solo, topografia e clima. A vegetação constitui um dos principais fatores a serem considerados, pois é a partir das características da vegetação que será escolhido o método de desmatamento a ser utilizado e será feita uma previsão do tempo necessário e dos custos envolvidos na execução dessa atividade. A caracterização


Fotos Welington do Vale

Figura 1 - Organograma simplificado do planejamento do desmatamento

da vegetação é feita normalmente com base na medição do diâmetro à altura do peito (DAP), na altura das árvores, no número por unidade de área (densidade), no sistema radicular etc.

As condições de solo que normalmente afetam o desmatamento incluem a profundidade da camada superficial, o tipo de solo, o teor de umidade e a presença de rochas ou pedras. Esses fatores podem influir sobre a tração, a flutuação e o rendimento operacional dos tratores. Terrenos com declividade acentuada, abundância de rochas ou forte desnível podem aumentar consideravelmente os custos do desmatamento e/ou mesmo limitar a utilização de determinados tipos de máquinas e implementos. O índice de pluviosidade da região do desmatamento deve ser conhecido, especialmente a duração das estações chuvosa e seca, uma vez que o corte, o empilhamento da

Os tratores de esteira são bastante utilizados no preparo inicial do solo e em operações de movimentação de terra por apresentarem grande potência e maior capacidade de tração

vegetação e o tráfego do maquinário utilizado nas diversas operações de preparo do terreno são afetados pelas variações de temperatura e pelo volume de chuvas. Assim, pode-se elaborar o seguinte esquema simplificado do planejamento de desmatamento: A decisão sobre qual método de desmatamento adotar dependerá da consideração dos fatores descritos anteriormente, do tamanho da área e dos recursos disponíveis para a aquisição do maquinário. Basicamente, os métodos de desmatamento classificam-se em: manual, semimecanizado e mecanizado. O método manual é aquele executado pelo homem, com o auxílio de ferramentas como machado, serras manuais, enxadão etc. Recomenda-se o desmatamento manual somente para áreas pequenas e/ou locais de difícil mecanização, pois o método apresenta as seguintes desvantagens: exige grande quantidade de mão de obra, baixa produtividade e requer elevado esforço físico do trabalhador. O método semimecanizado é aquele executado pelo homem com o auxílio de motosserra e/ou implementos de tração animal. A motosserra apresenta a desvantagem de deixar tocos remanescentes na área, necessitando que seja feito, posteriormente, o destocamento do local. O método mecanizado caracteriza-se pela utilização de máquinas autopropelidas e implementos diversos, como lâminas cortadoras, correntão, destocadores, lâminas enleiradoras etc. O desmatamento mecanizado apresenta uma série de vantagens, dentre as quais podem ser destacadas: exige pequena quantidade de mão de obra, alta produtividade, possibilita a exploração de áreas mais extensas e requer menor tempo na execução dos trabalhos.

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Fotos Welington do Vale

Basicamente, as máquinas utilizadas no desmatamento mecanizado são classificadas, segundo o tipo de rodado, em dois grupos: tratores de pneu e tratores de esteira. Os tratores de pneu são usados normalmente em quase todas as etapas do processo produtivo do setor agrícola e, quando utilizados no desmatamento, são mais indicados para vegetação do tipo cerrado ralo e/ou campos sujos. Estas formações florestais são caracterizadas por árvores esparsas, fustes tortuosos, o diâmetro à altura do peito (DAP) geralmente é menor que 40 centímetros. Entretanto, mesmo nessas condições, torna-se necessária a utilização de tratores com rodados de pneus de grande potência, de 120cv a 160cv, e com tração nas quatro rodas, para se trabalhar no desmatamento. Isso se deve ao fato de essa atividade ser caracterizada por trabalhos pesados, que exigem grande esforço tratório (empurro frontal) dessas máquinas, na derrubada da vegetação. Em decorrência disso, os tratores de pneus não são máquinas apropriadas para a execução do desmatamento, uma vez que apresentam alto grau de deslizamento dos rodados, baixa capacidade de empurro frontal e de tração, além dos sérios danos causados aos pneus. Segundo Leite (1995), os tratores de esteira são bastante utilizados no preparo inicial do solo e em operações de movimentação de terra. São, também, as máquinas mais indicadas para o desmatamento por apresentarem

Em relação à segurança, é fundamental que um trator apresente cabine fechada com grade de aço ou vidro resistente, estrutura de proteção contra capotamento e protetores do motor (partes frontal, inferior e laterais)

grande potência, maior capacidade de tração e de empurro frontal, bem como menor grau de deslizamento dos rodados (esteiras). A Tabela 1 traz algumas indicações de marcas e modelos de tratores de esteira. A indicação das marcas e dos modelos de tratores de esteira com lâminas, a seguir, teve como referência Testa (1983). A seleção adequada dos tratores constitui outro ponto extremamente importante para a execução do desmatamento. Podem ser citados como fatores importantes o prestígio da marca, o projeto da máquina (incluindo design, segurança, ergonomia etc), a produtividade e/ou o rendimento da máquina, a garantia de assistência técnica e a facilidade de reposição de peças, o custo de aquisição, o custo operacional e de manutenção da máquina. Especialmente em relação à segurança, é fundamental que um trator apresente no

Tabela 1 - Tratores para o preparo inicial (desmatamento) de diferentes tipos e vegetação Tipo de vegetação Cerrado: árvores de até 20cm de diâmetro Cerradão: árvores de até 50 cm de diâmetro Mata: árvores de até 60 cm de diâmetro Mata: árvores de diâmetro maior que 60cm e alta densidade de espécies

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Tratores Peso bruto com a lâmina variando de 8 a 13 toneladas Peso bruto com a lâmina variando de 11,8 a 18,3 toneladas Peso bruto com a lâmina variando de 15,8 a 20,8 toneladas Peso bruto com a lâmina variando de 25 a 42,8 toneladas

D4E (75 cv) da Caterpillar D5B (105cv) e D6D (140cv) da Caterpillar D7G (183 cv) da Caterpillar D8K (300cv) e D9H (410cv) da Caterpillar

AD7B (88 cv) da Fiat-Allis -------

D30 (77 cv) e D50 (91cv) da Komatsu D60A (142cv) e D65 (142cv) da KOMATSU 14CS (158 cv) D60E (162 cv) e D65E da Fiat-Allis (162 cv) da Komatsu FD30 (300cv) D155 (380cv) da Fiat-Allis da Komatsu

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mínimo os seguintes dispositivos para se fazer um desmatamento: cabine fechada com grade de aço ou vidro resistente, cabine equipada com estrutura de proteção contra capotamento (EPCC), protetores do motor (partes frontal, inferior e laterais), protetor do tanque de combustível e protetor dos cilindros hidráulicos e válvulas dos pneus etc. De acordo com Balastreire (2005), podese estimar o número de horas-trator por hectare, num desmatamento, empregando a lâmina Rome K/G, através da seguinte equação: T = B + M1N1 + M2N2 + M3N3 + M4N4 + DF

em que: T = tempo por hectare, min; B = tempo base para o trator por hectare, min; M = minuto por árvore em cada escala de diâmetro, min; N = número de árvore por hectare em cada escala de diâmetro obtido através de levantamento no local; D = soma de todas as árvores por hectare com mais de 180cm de diâmetro ao nível do solo, obtida através de levantamento no local; e F = minuto por 30cm de diâmetro para árvores com mais de 180cm de diâmetro. Conforme pode ser observado, a estima-


tiva do tempo gasto no desmatamento de determinada área com lâmina Rome K/G é bastante complexa. Recomenda-se, caso não se tenha feito a amostragem da vegetação, na prática, utilizar os coeficientes técnicos disponíveis na literatura (tabelas específicas para cada caso) ou, então, basear-se em valores de experiências próprias ou de empresas desmatadoras, a fim de simplificar o problema. De acordo com Balastreire (2005), podese estimar a produção ou o rendimento do correntão pelas seguintes equações: CEf = D * V x 1 10 2

e

em que: CEf = capacidade efetiva, ha/h; D = distância entre tratores, m; V = velocidade de deslocamento, km/h;

½ = corresponde a duas passadas do trator (ida e volta). COp = CEf x f em que: COp = capacidade operacional, ha/h; e f = fator de eficiência. Na prática, quando não se dispõe de da-

A seleção adequada dos tratores constitui outro ponto extremamente importante para a execução do desmatamento

dos reais da jornada de trabalho dos tratores, geralmente utilizam-se os seguintes valores percentuais médios para o fator de eficiência: no caso de usar dois tratores (f = 0,7) e no caso de usar três tratores (f = 0,5). Salienta-se, ainda, que o cálculo do tempo necessário para a realização do desmatamento de determinada área florestal deve ser feito com base na capacidade operacional da máquina, uma vez que esta representa a pro-

dução real dos tratores de esteira ao levar em consideração seus tempos de interrupções. Os coeficientes apresentados na literatura servem apenas como referência, uma vez que os valores reais vão depender de cada situação específica e, portanto, devem ser determinados .M através da sua mensuração no campo. Welington Gonzaga do Vale, UFMT/Campus Sinop


capa

Enfardadoras Challenger A família de enfardadoras da Challenger que testamos é formada pelos modelos SB 34, LB34B e RB452. Estes chegam ao Brasil para atender ao mercado de fenação, além de serem utilizados na obtenção de recursos para bioenergia, fornecendo fardos retangulares e cilíndricos nos mais variados tamanhos

E

Lançada no Brasil durante a Expointer 2012, a SB 34 produz fardo cúbico de pequenas dimensões e está há mais de 30 anos no mercado mundial

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m geral os nossos testes de máquinas para a Revista Cultivar têm sido com tratores, em sua maioria e, em menor número, com colhedoras e outros equipamentos como semeadoras, pulverizadores etc. No entanto, foi uma surpresa absolutamente agradável termos a oportunidade de testarmos máquinas enfardadoras, como estas que apresentamos nesta edição. A equipe da Revista Cultivar Máquinas se deslocou até São Carlos, no interior do estado de São Paulo, para avaliar três enfardadoras da marca Challenger, distribuídas no Brasil pela rede de concessionários Valtra. São três máquinas fabricadas na cidade


Fotos Charles Echer

Cabeçalho e cardã de acoplamento da máquina com o trator (esq.) e o rolo recolhedor, “pick up”, com uma área de recolhimento de 1,90 metro de largura

de Heston, no estado do Kansas, EUA, bastante diferentes entre si em termos de funcionamento e tipo de fardo produzido. Duas delas produzem fardos cúbicos e uma produz o fardo redondo.

SB 34 – CHALLENGER

A primeira máquina testada foi do modelo SB 34, que produz fardo cúbico de pequenas dimensões e está há mais de 30 anos no mercado mundial, porém, no Brasil, ela foi lançada na Expointer, em Esteio (RS) neste ano. Este equipamento que testamos está destinado para o programa de demonstrações da empresa, mas a rede de concessionários está autorizada a comercializar o produto, desde a época do seu lançamento. Em geral, as aquisições têm sido feitas com recursos próprios dos produtores, porém, há linhas de crédito bancário, assim como o aproveitamento de financiamento através da AGCO Finance,

Detalhes do acesso às correias e coroas do sistema de recolhimento do material e compactação dos fardos

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Os rolos de fios que amarram os fardos ficam localizados na lateral da SB 34

Densidade do fardo é definida com ajuste rápido localizado na traseira da máquina

Lateral da LB34B pode ser acessada para manutenções periódicas

que pode ser acionada pelos próprios concessionários. É uma máquina de pequeno porte e que requer potência entre 45cv e 50cv de motor de trator. Para o teste utilizamos um trator Valtra modelo A750, que evidentemente estava sobrando potência, o que se refletiu no teste, pois em nenhum momento sentimos qualquer sintoma de falta de potência, para qualquer das operações que a máquina executou. O equipamento é acionado pela tomada de potência (TDP) do trator na rotação padronizada de 540rpm, através de uma

árvore cardânica devidamente protegida. Já na entrada do movimento na máquina se constata a presença de um volante de alta inércia, necessário para o equilíbrio do movimento rotativo, com embreagem de segurança e pino de segurança fusível, para proteção dos dispositivos internos da máquina e do próprio trator. Ainda verificamos a presença de outros pontos fusíveis dentro da máquina, o que garante a proteção do trator, do equipamento e dos seus componentes, caso haja a entrada de objetos ou corpos estranhos, por ocasião do recolhimento do produto.

O cabeçalho da máquina é ligado diretamente à barra de tração do trator, com união por parafuso e não por um pino flutuante, como na maioria dos casos, e ainda se nota a presença de uma corrente de segurança. Para o acoplamento e a posição de descanso do equipamento a empresa fabricante dotou a máquina de um macaco, que em posição de trabalho fica colocado em um suporte e, quando for utilizado deverá ser colocado na extremidade do engate. Para o acionamento do elemento recolhedor, o chamado pick up, é utilizado o sistema de controle remoto, exigindo-se do trator que ele tenha disponível um conjunto de válvulas de dupla ação, que serve para o levantamento do pick-up e ao controle da altura do recolhimento. Para ter um melhor aproveitamento do equipamento, é recomendado que o material a ser recolhido seja enleirado numa largura próxima à largura útil do pick up que é de 1,90m, o que garantirá melhor desempenho do conjunto. Verificamos que

O modelo SB 34 pode produzir até 17 fardos por minuto em situação ideal de recolhimento

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Rolo recolhedor da LB34B, com 2,26 metros de largura


Fotos Charles Echer

Para garantir uma longa jornada da LB34B, sem paradas, dois compartimentos laterais acomodam 30 rolos de fio de polipropileno de alta resistência

Sistema responsável pela amarração dos fardos, composto por seis conjuntos que confeccionam nós duplos e são constantemente lubrificados automaticamente de acordo com a programação efetuada pelo operador

a velocidade de deslocamento do trator depende principalmente da quantidade de material. Durante os testes nos deslocamos a aproximadamente 6km/h, no entanto, se notava que havia capacidade para adaptar o trabalho a velocidades mais altas. A operação da máquina em recolher o material inicia com o trabalho do pick up recolhedor, que possui dedos recolhedores e que tem a função de introduzir o material, levantando a massa a ser enfardada e a introduzindo na máquina. Este material é centralizado por um caracol que o leva à câmara de pré-carga, que é preenchida com o material recolhido pelo rolo alimentador. A partir deste ponto, um conjunto de dedos alimentadores levará o material da câmara de pré-carga para a câmara de fardos, para que o sistema de êmbolo realize a compactação final por meio de cem golpes por minuto sobre o material, obtendo um fardo homogêneo e padrão. Na parte traseira da máquina existe um sistema de fusos verticais que regulam a densidade do fardo, devendo o operador

fazer este ajuste igualando os dois lados. Esta máquina utiliza o sistema de amarração do fardo por meio de nó simples, fazendo o estiramento da pequena corda que amarrará o fardo com um nó, sistema que durante os testes apresentou funcionamento perfeito. Durante o teste um dos nossos propósitos era medir a produção de fardos no tempo e em volume de material, mas esta capacidade de produção depende do tipo de produto, da quantidade de material, do

tamanho e da densidade que se coloca ao sistema para a formação do fardo. No nosso caso os fardos formados tinham 45cm de largura, 35cm de altura e aproximadamente 80cm de comprimento, medida esta que pode variar entre 30 e 135 centímetros. Durante os testes verificamos que uma das qualidades que deve ter uma máquina enfardadora, para operar com eficiência, é a montagem de pneus largos e que promovam a menor compactação possível. Neste caso a SB 34 utiliza pneus IIL – 14.5 L, com boa

Detalhe da parte frontal da LB34B, onde fica um volante de alta inércia, para garantir um movimento mais suave

Luzes indicam se alguma unidade de amarração estiver com problemas

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modelos, existentes no mercado, utilizam o engate lateral, em que o equipamento trabalha ao lado do trator.

LB34B – CHALLENGER

Detalhe da parte interna do sistema de recolhimento da RB452

detalhe que pode diferenciá-lo dos demais encontrados no mercado é o engate e a posição de trabalho, que permitem que a enfardadora trabalhe centralizada, em relação ao trator, o que facilita a operação, pois basta o operador colocar o material entre os pneus do trator para que este esteja também centralizado na máquina. Outros Fardos da LB34B têm 1,20m de largura, 0,87m de altura e de 1m até 2,75m de comprimento

área de contato, recomendável em um tipo de aplicação como esta, em que a cultura permanece vários anos sem a mobilização da superfície do solo, como em outras culturas. Também na frente do pick up o fabricante montou pequenos pneus, que servem como protetores do componente em caso de desníveis ou obstáculos, tocando no solo antes dos dedos recolhedores para evitar danos ao sistema. Como característica básica e marcante deste equipamento, verificamos que um

Câmara de compactação e formação de fardos cilíndricos da RB452

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Também testamos uma máquina maior, recomendada para a formação de fardos retangulares grandes, com dimensões de 0,87m de altura, 1,20m de largura e comprimento variável de 1m até 2,75m. É uma máquina mais completa que a anterior, que utiliza mais recursos, como controles eletrônicos e hidráulicos, e todo o seu funcionamento é realizado do posto de operações do trator e controlado através de um monitor colorido de 7”, modelo C1000. Esta enfardadora está há apenas dois anos no mercado brasileiro, embora esteja sendo comercializada em diversas partes do mundo, a partir do mercado norte-americano e sua fábrica em Heston, EUA.


Por sinal o requerimento de potência é bastante significativo, demandando a recomendação de um trator de, pelo menos, 180cv de motor. No caso do nosso teste tínhamos acoplado um trator modelo BT 190 da Valtra, com posto de operador cabinado. Também é recomendado pelo fabricante que o trator, de preferência, tenha câmbio do tipo automático. Para o acionamento da máquina exige-se que o trator tenha uma TDP padronizada em 1.000rpm e que disponha também de um controle remoto de dupla ação e outra válvula de ação simples, para o controle do sistema tandem no eixo traseiro e que proporcione direção das rodas. Em face de sua grande dimensão, o acionamento dos componentes internos é feito através de um conjunto da árvores cardânicas, uma curta e outra mais longa, inserido dentro da estrutura do cabeçalho

Fotos Charles Echer

O modelo LB34B é o mais complexo e que possui maior tecnologia embarcada entre os três exemplares testados

da máquina. Nesta enfardadora o macaco já está colocado na posição de trabalho, pronto para o uso, tanto para auxiliar o acoplamento ao trator, como para a posição de descanso. Assim como na máquina menor, há um volante de alta inércia com embreagem e com a particularidade de que este conta com um freio no volante, para facilitar a operação de manutenção e transporte. Embora seja uma máquina bem mais desenvolvida tecnologicamente, o sistema e o conjunto de componentes são semelhantes ao menor modelo, com câmara de pré-carga, câmara de enfardamento etc. No entanto, todo o processo é bem mais complexo, com cuidado especial do fabri-

Visão lateral da RB452 com porta de acesso aos componentes aberta

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Apoio no teste

A

Concessionária Valtra, que nos atendeu neste teste, foi a Comper Tratores. O fundador da empresa foi Antônio Luiz Comper, que em 1970 inaugurou a empresa em Araraquara (SP) e que hoje comercializa, além da marca Valtra, tratores usados, máquinas e implementos agrícolas, acessórios e peças. Atualmente, os proprietários são os senhores Marcos Comper e Paulo Comper. A área de abrangência da concessão é a chamada região araquariense, centro do estado de São Paulo, com uma loja

cante para uma utilização mais árdua, com previsão inclusive de formação de fardo com material mais rústico, voltado para a produção de energia. Chamam a atenção o uso de eletrônica e a possibilidade de controle de certos mecanismos através deste meio, a partir do painel colocado no trator. E algo que nos despertou interesse foi a lubrificação automática do mecanismo de atamento. Neste sistema o operador pode, de acordo com o uso que estiver previsto para a máquina, configurar como será a lubrificação deste complexo sistema de formação do nó do cordão que dará sustentação ao fardo. Podem ser previstos o momento e o intervalo em que os mecanismos serão acionados para trazer o óleo desde o reservatório até os 36 pontos a lubrificar. Também para a conservação dos atadores a empresa fabricante dotou a máquina de um ventilador, tipo turbina, com acionamento hidráulico, que promoverá a limpeza destes importantes componentes.

RB452 CHALLENGER

Finalmente testamos o terceiro modelo de enfardadora oferecida pela Valtra ao

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matriz na cidade de Araraquara e filiais nas cidades de Jaú, Lençóis Paulista e Brotas. É uma empresa com mais de 40 anos de vida e aproximadamente 210 funcionários. Acompanharam-nos durante o dia de testes o senhor Tarso Oliveira, que é vendedor externo, e Frederico Cusumano, mecânico especializado Valtra. Pela Valtra nos acompanhou o engenheiro Marcelo Pupin, que foi incansável em demonstrar o funcionamento e realizar todas as regulagens demandadas no teste.

mercado brasileiro, que faz um fardo de forma cilíndrica, conhecida como enfardadora de rolo. Assim como a de fardos cúbicos pequenos, esta foi lançada na última Expointer e já está à disposição dos clientes Valtra, nos concessionários da marca. O funcionamento desta máquina é razoavelmente simples, e a operação da formação do fardo conta com um sistema de câmara variável, em que a compressão inicia desde a entrada do material até a finalização, obtendo fardos homogêneos de alta densidade, com dimensões de 0,76m até 1,60m de diâmetro e 1,20m de largura. Embora os fardos formados por esta máquina sejam de grande dimensão, a demanda de potência é razoavelmente pequena, pois durante os testes, a utilizamos acoplada a um trator médio-pequeno, o modelo A750 da Valtra, o mesmo utilizado para a máquina de fardos pequenos. Nesta máquina, o diâmetro dos fardos é determinado através de sensores na lateral do equipamento. A câmara de compressão dos fardos é constituída por duas molas e dois pistões cilíndricos hidráulicos, realizando compactação dos fardos desde o iní-

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Os fardos cilíndricos podem variar de 0,76m a 1,60m de diâmetro, por 1,20m de largura

cio, através dos movimentos realizados por correias de borracha. Ao final da montagem e compressão do fardo um sensor determina o ponto de final da formação da carga, quando o operador, para o recolhimento e com máquina estática, faz o atamento do nó de acionamento automático e a expulsão do fardo de dentro da câmara. Como diferencial desta máquina notaram-se as cintas de borracha (correias) de ótima qualidade, com emendas metálicas de alta tecnologia, o que é muito importante para evitar manutenção indesejada e as interrupções no trabalho. Além do uso normal com o recolhimento de pasto, como era o caso da nossa área de testes, estes equipamentos estão sendo aplicados para a produção de fardos de material para a biomassa, briquetes, palets, cogeração, principalmente com palha de cana-de-açúcar, onde a rigidez do trabalho é bastante superior. A empresa já desenvolveu vários testes com estes materiais e segundo os técnicos o êxito foi superior ao esperado. Em resumo, notamos muitas qualidades nas máquinas apresentadas pela Valtra para o enfardamento de material para forragem. Podemos citar com destaque a razoável simplicidade de funcionamento


Fotos Charles Echer

O test drive foi realizado na Estância JE, no município paulista de São Carlos, com apoio da concessionária Comper Tratores A RB452 realiza fardos cilíndricos com compactação igual desde o seu miolo até as bordas externas

e regulagem dos três equipamentos e que resultaram em uma ótima uniformidade de trabalho, dentro do esperado pelos proprietários da fazenda, que desejam entregar ao mercado um produto com peso uniforme e constante e sem deixar de lado a densidade adequada. Esta é uma virtude que poucas máquinas conseguem realizar da maneira que vimos, ao longo do dia, com a natural alteração do material depositado no campo. Também é bastante elogiável o ótimo acabamento das máquinas com um projeto que privilegia a segurança do operador e do próprio equipamento. .M José Fernando Schlosser, Nema - UFSM

Dispositivo indica o tamanho do fardo no interior da câmara de enfardamento

Local do teste

O

local do teste foi a Estância JE, localizada no subdistrito de Santa Eudóxia, município de São Carlos (SP). Estiveram conosco durante todo o teste a proprietária da fazenda Patrícia Nazzari e seu esposo Fábio Alex Nazzari. Na fazenda, a família desenvolve um cultivo de pasto para enfardamento, utilizando o pasto Gigs. A área plantada é de 8,5 alqueires, aproximadamente 20 hectares, de forragem e no ano que vem mais 20 hectares serão incorporados. O plantio se faz por mudas e a longevidade do pasto é superior a dez anos, na forma de condução e uso feito na fazenda. O sistema de implantação começa com a preparação do solo, seguida de um nivelamento com grade. Depois de preparada e adubada a terra, com KPK, entram os diaristas que plantam as mudas a mão, na razão de aproximadamente seis mudas por metro quadrado. Depois entra a adubação nitrogenada, para favorecer o desenvolvimento vegetal. Quando a cultura atinge aproximadamente 15cm a 20cm, se realiza o corte, com segadora de barra lateral, depois entra o ancinho, que forma uma leira de aproximadamente 50cm a 60cm, pronta para ser enfardada. O corte e o enleiramento ocorrem em um dia e no máximo no dia seguinte se enfarda o material colhido, em fardos retangulares de

aproximadamente 12kg. No mesmo dia em que são montados os fardos, estes são recolhidos e armazenados em galpão, à espera do transporte. Em alguns casos o comprador carrega diretamente do campo. Depois de recolhidos os fardos, há que se esperar um período de 35 a 40 dias para o seguinte corte, quando a planta superar novamente os 15cm a 20cm de altura. No entanto, para manter a fertilidade e garantir bom desenvolvimento é feita uma adubação de cobertura, com superfosfato simples e NPK, pois a proprietária nos contou que no acompanhamento da fertilidade, devem ser repostos todos os nutrientes, pois o consumo pela planta é grande. O padrão da carga retirada da área é de 12kg por fardo e com uma densidade ideal para o consumo por equinos, que é o caso da maioria dos clientes da fazenda. A produtividade média é de mil fardos deste peso por alqueire, com a possibilidade de três a quatro cortes por ano. Tanto o pessoal da fazenda, como os técnicos da Valtra nos contaram que o mercado de fardos é amplo, tanto para o grande como para o pequeno criador, além de uma demanda muito grande de fardos para as usinas utilizarem para a queima de biomassa, principalmente de resíduos da cana-de-açúcar.

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tratores

Quanto vale seu usado?

Charles Echer

Chegar a um consenso sobre os valores de tratores usados no Brasil é uma tarefa difícil. No entanto, é possível ter uma estimativa da desvalorização destas máquinas

O

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cada máquina após a safra ou período de utilização; uso de peças originais, mecânicos treinados e ferramentas adequadas; uso de revendedor autorizado; utilização da manutenção preventiva ou preditiva; uso de máquina com boa engenharia; planejamento de consertos, reforma e revisão; uso de insumos de primeira linha (combustíveis, lubrificantes, peças, mão de obra). Sempre que possível, deve-se escolher um equipamento que, mesmo no final da sua vida útil, apresente boas condições de revenda, com este valor sendo constantemente analisado no mercado.

DEPRECIAÇÃO

Todas as máquinas e equipamentos sofrem uma perda de valor e eficiência causada pelo passar do tempo através do desgaste ou pelo obsoletismo tecnológico, sendo conhecida comumente pelo nome de depreciação. Diversas são as formas para se realizar o seu cálculo,

sendo que o método do valor de mercado, realizado através de uma pesquisa dos valores praticados, estima o valor do equipamento usado e é considerado o mais preciso. Atualmente a popularização das páginas eletrônicas de revendedores de máquinas usadas favorece a pesquisa de valores praticados, podendo-se estimar os valores em relação ao ano de fabricação de diversos equipamentos. De maneira geral as páginas da internet trazem marca, modelo, ano de fabricação, valor de revenda, estado da federação entre outros.

VALOR DE MERCADO DE TRATORES

O preço médio de veículos de passeio, utilitários, motos, caminhões e micro-ônibus é conhecido através de empresas ou fundações de pesquisa, como a tabela da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), não sendo contemplados os tratores agrícolas que ficam sem um parâmetro para se estimar seus valores de revenda.

Fotos Renan Bernardi

s tratores agrícolas são as principais fontes de potência no meio rural e continuarão sendo a base da mecanização, proporcionando a energia necessária para o acionamento dos diversos equipamentos da propriedade. Considerando os últimos 15 anos, foram vendidos aproximadamente 435 mil tratores para o mercado interno, com uma média de 29 mil máquinas anuais. A seleção correta de tratores agrícolas implica em uma série de aspectos a serem observados, através de um adequado e cuidadoso planejamento. Um dos aspectos mais importantes é o técnico, devendo-se analisar a potência, o torque, a caixa de câmbio, a relação peso/potência do motor, a relação peso/força de tração, o consumo de combustível, o nível de ruídos entre outros. Além destas características técnicas, o agricultor deve ainda considerar outras informações, tais como demonstrações de campo, assistência técnica, operações e regulagens, experiência de outros, padronização, custo inicial, condições de financiamento, conforto, segurança e o valor de revenda. Entretanto, a aquisição de um trator novo necessita de um elevado investimento, que muitas vezes o agricultor não tem como obter, assim, a compra de um usado pode ser a solução. Somente critérios técnicos poderão orientar para uma avaliação confiável, já que existem no mercado muitos tratores usados e em diversos estados de conservação. Pode-se conseguir um bom valor de revenda se forem observados certos aspectos: revisão geral em

Para determinar o valor de um trator usado é necessário adotar critérios técnicos, já que existem no mercado muitos tratores usados em diversos estados de conservação

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Por exemplo, a tabela Fipe expressa preços médios de veículos efetivamente praticados no mercado com base nacional, havendo transações que ocorrem acima ou abaixo dos preços divulgados. Para a obtenção do valor médio de mercado são analisados preços de veículos das várias regiões do País e com diferentes características, sendo desconsiderados, para efeito de cálculo, aqueles preços excessivamente distantes da média, servindo como uma referência para compra e para venda. Observando-se a ausência de informações sistematizadas sobre preços de tratores usados buscou-se a formação de uma equipe de trabalho, assim como uma metodologia para, de forma isenta, criar um método que estime os preços e que sirvam de referência, refletindo o valor comercial mais próximo possível do trator pesquisado. Portanto, este trabalho tem o objetivo de auxiliar o profissional do setor agrícola a estimar o valor de tratores usados, de modo a servir como um método prático que auxilie a tomada de decisão na compra e na venda.

A METODOLOGIA PARA ESTIMAR O VALOR DE MERCADO

A busca dos dados que fundamentaram este trabalho foi realizada nos meses de abril e maio de 2011, através da pesquisa em páginas eletrônicas especializadas na revenda de tratores usados, sendo encontrados seis locais. As variáveis respostas foram: marca (Case, John Deere, Massey Ferguson, New Holland e Valtra), modelo, ano de fabricação do equipamento, potência, preço e estado da federação. Os dados foram coletados entre os anos de fabricação de 1990 e 2011, sendo tabulados em uma planilha eletrônica formando uma sequência de dados conforme a ordem das variáveis respostas. Posteriormente foram feitas análises estatísticas: média, intervalo de confiança da média de 95%, desvio padrão, análise de regressão exponencial, análise de correlação e teste t (student). Para a validação foram encontrados 1.322 trato-

Professores da Universidade Federal de Pelotas criaram metodologia que pode auxiliar na estimativa de valores de tratores usados

res, 197 com tração nas rodas traseiras (4x2) e 1.125 com tração dianteira auxiliar (4x2 TDA). A Figura 1 apresenta o comportamento da perda de valor médio em porcentagem encontrada entre os anos de 1990 e 2011. Para estimar o valor de mercado de um trator usado se obtém o valor da máquina nova e se multiplica pelo coeficiente da porcentagem em relação ao novo, de acordo com a Figura 1. Se o equipamento não existir mais na linha de produção do fabricante, utiliza-se o valor do similar atual. Salientamos que este trabalho está sendo feito utilizando-se a mesma metodologia para o ano de 2012 (atualizado com mais 1.620 modelos, totalizando até o momento 2.942 tratores pesquisados) e será atualizado ano a ano para se colocar mais dados nas equações e aumentar cada vez mais o nível de confiança nos valores médios dos tratores a ser estimado o seu valor de revenda. Método semelhante foi criado e está sendo atualizado para a avaliação de colhedoras autopropelidas usadas.

EXEMPLO DE CÁLCULO

A seguir, é apresentado um modelo de trator para ser utilizado para fins de exemplo e uso da metodologia. Exemplo: trator da marca Massey Ferguson,

Figura 1 - Relação entre a idade da máquina e porcentagem em relação ao novo

modelo 275, 4x2, ano de fabricação 2003. Valor novo: R$ 75.000,00 Idade do trator: nove anos Utiliza-se a Figura 2 para se encontrar a relação entre o ano de fabricação e a porcentagem em comparação ao novo: Estimativa do valor usado = valor novo ou similar x % (decimal) em relação ao novo Estimativa do valor usado = R$ 75.000,00 x 0,60 Estimativa do valor usado = R$ 45.000,00

Espera-se que este projeto contribua para a criação de um método técnico-científico de estimativa, isento, para o valor de mercado para tratores e colhedoras autopropelidas, permitindo que o técnico ou agricultor tenha um parâmetro confiável para a negociação dos valores de revenda destes equipamentos agrícolas, de forma semelhante aos praticados .M pela Fipe, Molicar e outros. Renan Bernardy, Roberlan Martins Moreira, Mauro Fernando Ferreira, Ângelo Vieira dos Reis e Roberto Lilles Tavares Machado, DER/Faem/UFPel

Figura 2 - Relação entre a idade da máquina e porcentagem em relação ao novo para o exemplo

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ficha técnica

HydraFlex Draper A John Deere lançou as plataformas HydraFlex Draper, em versões de 35 e 40 pés, que podem ser utilizadas para colher diversos tipos de culturas

A

John Deere colocou no mercado as plataformas HydraFlex Draper 600FD, disponíveis nos tamanhos de 35 e 40 pés, com sistema de corte de quatro polegadas, correias mais largas e tambor de alimentação maior. As plataformas possuem um sistema de flutuação, com amplitude de flexibilidade da barra de corte em 190mm. O sistema HydraFlex controla a flutuação da barra de corte hidraulicamente, diretamente da cabine. O operador pode ajustar a pressão de flutuação de acordo com a condição do terreno. Isto proporciona

maior flexibilidade à barra de corte em todas as faixas de pressão de trabalho, além de proporcionar corte mais rente ao solo, maximizando a capacidade de colheita da máquina.

CORTE

O sistema de corte Dura-Cut de quatro polegadas é o equipamento padrão do sistema de corte das plataformas HydraFlex Draper 600FD. O sistema duplo de acionamento das caixas de navalha proporciona corte uniforme em velocidades mais altas, reduzindo o efeito de “mascar” o caule da planta. O acionamento

é por cardã e sincronizado, o que minimiza a vibração das navalhas. A proteção do sistema de corte é realizada por uma embreagem deslizante, aumentando a confiabilidade da operação. Para elevar a vida útil e a resistência do sistema de corte, as peças levam um tratamento único e de elevada resistência ao desgaste, conhecido como borização, e estão presentes em todas as versões das plataformas. As unidades de corte possuem caixas reforçadas Heavy-Duty que proporcionam ao sistema de acionamento das navalhas aumento de capacidade de acionamento com menos vibração. A velocidade de corte das facas é de 520 ciclos e o cabeçote da barra de corte alinhado oscila em linha reta para uma maior confiabilidade.

CAIXA DE NAVALHAS DUPLA

As plataformas HydraFlex Draper 600FD de 35 e 40 pés são fabricadas na unidade de Horizontina, Rio Grande do Sul

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O acionamento das navalhas com epicíclico duplo é standard nas plataformas HydraFlex Draper 600FD. Este método é sincronizado, tornando o sistema de acionamento das navalhas mais suave, confiável e robusto. Um único eixo cardã aciona a caixa principal de engrenagens da plataforma. A força contínua se divide entre a caixa principal de engrenagens da plataforma e o sistema de corte e a correia Draper, cilindro alimentador para melhor distribuição e maior produtividade, mesmo em condições de difícil cultivo.


Fotos John Deere

As plataformas HydraFlex Draper 600FD possuem um exclusivo sistema de flutuação, com amplitude de flexibilidade da barra de corte em 190mm. O sistema controla a flutuação da barra de corte hidraulicamente através de um toque em um botão na cabine

CORREIA DRAPER

O deslizamento da cultura que pode ocorrer é minimizado com 19mm de altura dos sobressaltos da correia. O sistema de transporte de material da plataforma HydraFlex Draper 600FD proporciona uma movimentação suave e contínua da cultura que está sendo colhida. O acionamento das correias é hidráulico e os rolos de transmissão das correias são emborrachados. Este recurso fornece uma melhora significativa na capacidade de transmissão por correia em condições difíceis de cultivo úmido, seco e/ ou empoeirado.

permitindo melhor flexibilidade da correia Draper, especialmente quando acoplado com a tecnologia da barra de corte. A geometria da barra de corte em relação à correia é mantida, fazendo com que ocorra melhor alimentação da cultura e aumento da performance da colheitadeira.

PISO DE ALIMENTAÇÃO EM AÇO INOX

A plataforma possui o piso de alimentação de aço inox sob o tambor de alimentação, que ajuda a aumentar significativamente sua vida útil, especialmente em culturas abrasivas, e é resiste à ferrugem, que pode interferir no fluxo de cultura. Este piso de alimentação de aço inox

TAMBOR DE ALIMENTAÇÃO

O tambor de alimentação tem diâmetro de 406mm, que melhora o desempenho das correias e aumenta a movimentação de materiais. Essas plataformas possuem um projeto de correias laterais duplas que possuem folga mínima de 19mm,

A velocidade das correias Draper laterais pode ser controlada a partir de um ajuste no apoia-braço do Command Touch na cabine do operador

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Fotos John Deere

A plataforma possui o piso de alimentação de aço inox sob o tambor de alimentação e os molinetes podem ser elevados para melhorar a performance em culturas altas, além de facilitar o acesso às correias para manutenção

é substituível e fornecido via peças de reposição quando houver a necessidade de troca. A plataforma utiliza correias Draper com largura lateral de 1.016mm, que estão expostas 100% para o corte da cultura. Esta característica proporciona um excelente manuseio de material em culturas altas e densas. Isso possibilita a entrada de material de maneira suave e contínua no alimentador e separador, melhorando o desempenho e a produtividade.

MOLINETE

As plataformas Draper oferecem uma característica de elevação do molinete que melhora o desempenho em culturas altas e proporciona fácil acesso às correias para manutenção. O controle Dial-A-Speed permite ao operador administrar a velocidade e a posição do molinete da mesma maneira que é feito nas plataformas de corte convencio-

nais da marca. O acionamento hidrostático e o levante hidráulico permitem ao operador ajustar a altura do molinete e variar a velocidade para se adequar às condições do campo e da cultura. O motor de acionamento do molinete usa engrenagem de acionamento positivo ao invés de correntes que desgastam e requerem ajustes constantes. O molinete é feito com dedos de poliuretano resistentes e duráveis e possui uma característica de projeto de baixo perfil para permitir a entrada suave nas culturas, a fim de reduzir a perda de vagens.

SERVICIBILIDADE

A janela central tem abertura para baixo para facilitar o acesso e a manutenção, proporcionando proteção aos componentes durante o corte sobre o solo. A Draper 600FD é projetada para manter visibilidade da barra de corte através da variação de inclinação do alimentador da colheitadeira e proporciona uma altura de corte o mais baixo possível.

O acionamento das navalhas com epicíclico duplo é sincronizado, o que deixa o sistema mais suave

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A velocidade das correias laterais pode ser controlada a partir de um ajuste no apoia-braço do Command Touch na cabine. O operador pode armazenar três diferentes posições de memória do molinete e pressão da barra de corte para diferentes condições de cultura e terreno. O recurso de reversão do molinete é acionado em conjunto com o tambor de alimentação central e a correia Draper central.

ACOPLAMENTO DA PLATAFORMA

A conexão do tipo acoplamento único permite fácil engate sem necessidade de uso de ferramentas. Um leve movimento da alavanca conecta os circuitos elétricos e hidráulicos junto com os pinos de retenção da plataforma.

ILUMINAÇÃO

Luzes montadas na plataforma proporcionam iluminação da área diretamente atrás da plataforma de corte, assim, o operador pode ver a altura de corte durante .M colheitas noturnas.


pulverizadores

Segurança priorizada Na hora de escolher o pulverizador autopropelido, um dos principais itens que deve ser levado em conta pelo produtor é a segurança que ele proporciona ao operador e ao meio ambiente

A

à segurança do trabalho com máquinas agrícolas no Brasil são: NR 12 (2010) Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos; NR 31 (2005) Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura e o Decreto presidencial 1255, de 1994. Porém, apesar de existir uma legislação específica para regulamentação da segurança relacionada com máquinas agrícolas, muitos fabricantes, por desconhecimento ou descumprimento à lei, não observam algumas recomendações legais, disponibilizando no mercado equipamentos que oferecem certos tipos de riscos aos operadores.

SEGURANÇA

Neste contexto, alguns pontos relacionados à segurança e ergonomia dos pulverizadores autopropelidos devem ser

Metalfor

necessidade de operações rápidas, eficientes e com alta qualidade, que é uma exigência da agricultura competitiva, tem proporcionado atualmente ao mercado brasileiro a oportunidade de conhecer vários modelos e marcas de pulverizadores autopropelidos, cujas características principais são o alto rendimento operacional e a alta tecnologia em eletrônica embarcada para o preciso controle da pulverização. A operação segura de um implemento ou máquina agrícola envolve uma série de fatores oriundos da sua fabricação e do seu uso. Muitos desses problemas, que expõem o operador a riscos de acidentes, podem ser eliminados se, em sua concepção, a máquina ou o implemento for projetado e construído convenientemente. As principais referências legais quanto

considerados. Eles podem ajudar o agricultor na hora de se decidir pela compra de uma dessas máquinas levando em conta esses critérios de avaliação. Proteção de partes móveis - Elementos de fixação, transmissão e peças salientes devem estar protegidos ou embutidos na máquina. Partindo do princípio de que “máquinas agrícolas e florestais devem ser projetadas e construídas de tal modo que não causem perigo, quando utilizadas adequadamente”. Presença de tanque de água limpa - O tanque de água limpa deve estar fixado a, no máximo, 60 centímetros do solo ou de uma plataforma de acesso, para facilitar sua utilização. Presença de dispositivo para lavagem de embalagens – A interpretação das normas regulamentadoras diz que este item é obrigatório nesse tipo de máquina e, além disso, deve estar posicionado a uma altura que não ultrapasse 60 centímetros do solo ou de uma plataforma de acesso. O incorporador e o aparelho para efetuar a tríplice lavagem são peças fundamentais para evitar que os produtos químicos utilizados na pulverização sejam jogados no meio ambiente. Com este mecanismo presente na máquina é possível efetuar a mistura da calda de aplicação sem desperdícios e perdas. Desligamento emergencial - Este comando deve permitir o desligamento do

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Jacto

O incorporador e o aparelho para efetuar a tríplice lavagem são peças fundamentais e que devem estar instaladas a uma altura de no máximo 60cm do solo

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Quando o autopropelido for trafegar em rodovias é obrigatória a presença de sinalização de veículo lento

sinal sonoro de alerta é ativado. Filtro de ar com elemento absorvente na cabine - A norma orienta os fabricantes que disponibilizem em suas máquinas um meio que impeça que o produto que está sendo aplicado possa estar presente no interior da cabine de operação. Para sanar esta indicação é necessário que a cabine seja completamente vedada com filtro de carvão ativo, evitando assim intoxicação do operador. Presença de sinalização para tráfego Embora o pulverizador autopropelido seja projetado para operar em zonas rurais, existe a necessidade de deslocar-se de uma área para outra, utilizando-se não só de estradas de terras, como também de rodovias. Segundo o Capítulo IX, Seção I, artigo 96 do Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503, de 23 de setembro de 1997), todo veículo automotor encontra-se submetido ao artigo 103, da Seção II deste mesmo capítulo, que

Montana

pulverizador de forma rápida, com isso, em caso de acidente, o uso deste comando pode evitar uma possível contaminação ambiental por derramamento da calda de pulverização. Presença de sinal sonoro e luz de marcha à ré – O som é adequado para transmitir sinais de alerta, porque o mesmo se propaga em todas as direções. Estes itens são extremamente necessários e obrigatórios em máquinas autopropelidas. A presença destes mecanismos facilita a visualização do equipamento por pessoas alheias à operação. Por serem máquinas de grande porte e por possuírem grande aparato para a realização da tarefa a qual são construídas, essas máquinas apresentam muitos pontos cegos, tais locais proporcionam perigo às pessoas que estiverem próximas ao pulverizador. A sinalização de marcha à ré é extremamente útil, com a presença deste comando todas as vezes que for utilizada a marcha à ré, um

Charles Echer

torna obrigatório o uso do cinto de segurança e, também, do encosto de cabeça no assento. Além desses dois dispositivos de segurança, ainda devem obrigatoriamente ser equipados, conforme manda a Resolução no 14/98 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), com faróis dianteiros, de luz branca ou amarela; lanternas de posição traseiras, de cor vermelha; lanternas de freio, de cor vermelha; indicadores luminosos de mudança de direção, dianteiros e traseiros; pneus que ofereçam mínimas condições de segurança; e, quando a visibilidade interna não permitir, deverão ser utilizados os espelhos retrovisores laterais. Outro dispositivo de sinalização de extrema importância para o tráfego em rodovias é o emblema de veículo lento. Este dispositivo consiste em um triângulo luminoso, que é um símbolo universal usado para indicar que o veículo trafega a 40km/h ou menos.

ERGONOMIA

Regulagens do assento, volante e comandos - Para que o posto de trabalho seja adequando ao condutor, independentemente da sua estatura e peso, é necessário que o assento tenha regulagem horizontal e vertical, inclinação do encosto e o apoio para os braços, além disso, deve haver a presença de regulagem do volante de direção. Em relação aos comandos, é desejável que estes sejam do tipo adequado à função a ser exercida, proporcionando compatibilidade entre o homem e a máquina, devendo estar ao alcance do operador, onde a força necessária ao acionamento dos mesmos não deve ser excessiva, devendo haver suficiente espaço entre os controles e destes em relação a outros obstáculos. A identificação destes comandos deve ainda ser clara e não oferecer perigo ao operador.

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Charles Echer

Valtra

Guarda-corpo e plataformas com piso antiderrapante são alguns dos itens que obrigatoriamente devem fazer parte do projeto dos autopropelidos

Pelo grande porte, os autopropelidos são máquinas que exigem cuidado na condução

Outra característica importante é que todos os pedais devem ser recobertos com uma superfície antiderrapante e ainda que não deva haver nenhum ponto cortante ou de esmagamento dentro do alcance das mãos e dos pés do operador, considerando o mesmo na posição sentada. Apresentar boa visibilidade na cabine - O operador, em sua posição no banco, deve ter uma ampla visibilidade, tanto das barras de pulverização e da cultura, como do trajeto onde está percorrendo, podendo assim desviar de possíveis obstáculos. Apresentar uma plataforma de se-

gurança - Uma plataforma segura deve apresentar os seguintes itens: plana e nivelada, material antiderrapante, não possuir rodapé no vão de entrada, apresentar mecanismos para evitar o acúmulo de água e sujidades, presença de pega-mãos em um ou ambos os lados onde há riscos de queda, pontos de apoio para mãos pelo menos 30 centímetros dos elementos de articulação, primeiro degrau a no máximo 60 centímetros do solo. Presença de estrutura de proteção contra capotagem – São estruturas montadas sobre a cabine com a finalidade de garantir um espaço seguro para o operador, evitando ou limitando os riscos que o condutor corre em caso de capotagem da máquina durante a sua utilização normal.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Alguns itens de segurança, quando presentes nas máquinas agrícolas, podem, além de garantir o conforto e o bem-estar do operador, impedir acidentes de trabalho. Os critérios de ergonomia e segurança devem ser considerados pelos agricultores no momento da compra de uma dessas máquinas, fazendo com que os fabricantes passem a prestar mais atenção nestes requisitos, favorecendo diretamente os .M próprios operadores e consumidores. Michele da Silva Santos e José Gustavo Bonotto, UFSM Helder Morais Mendes Barros, UFCG Thyago Augusto Medeiros Lira, UEPB


mecanização

Corte arriscado Divulgação

Análise dos riscos no ambiente de trabalho e na utilização de máquinas florestais mostra que a segurança ainda é um problema na retirada de madeira

A

importância e as potencialidades produtivas do setor florestal no Brasil se apresentam em números expressivos: esse setor contribui com cerca de 5% na formação do PIB Nacional e com 8% das exportações, sendo responsável por 1,6 milhão de empregos diretos e 5,6 milhões de empregos indiretos. Apesar do grande número de trabalhadores, a questão da Segurança e da Saúde Ocupacional, que trata diretamente da saúde do trabalhador no ambiente do trabalho, na exploração florestal, é relativamente nova. O trabalho florestal no sistema tradicional é caracterizado pela sua grande exigência física e geralmente com alto risco de acidentes, principalmente pelo meio ambiente rústico e pelas grandes dimensões do produto que é tratado, a árvore. Esses trabalhadores estão expostos diretamente aos riscos físicos (ruído e vibração), riscos químicos (pó), riscos biológicos (fungos, parasitas e bactérias), riscos ergonômicos (es-

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forço físico intenso, levantamento e transporte manual de peso, exigência de postura inadequada, ritmos excessivos, jornada de trabalho prolongada, repetitividade) e riscos de acidentes (animais peçonhentos, quedas de galhos). Nas atividades florestais, diferentes máquinas, como cortadores de arbustos, motosserras e máquinas mais complexas destinadas ao processamento de árvores, podem produzir níveis perigosos de vibração e ruído. O ruído produz uma redução de capacidade auditiva no operador, influindo negativamente na produtividade, além de ser, frequentemente, o causador de acidentes do trabalho, por distração ou mau entendimento de instruções, podendo ainda mascarar avisos e sinais de alarme. Em relação aos efeitos sobre o sistema auditivo, estes podem ser de três tipos: 1) mudança temporária do limiar de audição ou surdez temporária; 2) surdez permanente, que se origina da exposição repetida, durante longos períodos, a barulhos de intensidade excessiva; 3) podem provocar

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ações sobre o sistema cardiovascular, alterações endócrinas, desordens físicas e dificuldades mentais e emocionais, entre as quais, irritabilidade, fadiga e maus ajustamentos, incluindo também a possibilidade de conflitos entre os trabalhadores expostos ao barulho. A exposição do trabalhador no ambiente de trabalho à vibração causa efeitos consideráveis. A vibração pode ser subdividida em duas categorias: vibrações localizadas e vibrações de corpo inteiro. A vibração de corpo inteiro é aquela transmitida ao corpo como um todo, geralmente através de superfície de suporte, tal como pé, costas ou na área de suporte de um homem reclinado, um exemplo simples e claro é de tratorista. A vibração localizada é aquela que atinge certas partes do corpo do trabalhador, principalmente as mãos e os braços, que é o caso do operador de motosserra. Outro problema ao qual o trabalhador da atividade de extração florestal é frequentemente submetido são as poeiras provenientes da ma-


Quadro 1 – Medidas de proteção prescritas para as atividades e adotadas pela empresa Medida Prescrita Capacete Protetor auricular Óculos ou viseira de proteção Luvas Calças com proteção contra serra Jaleco com elástico nas mangas Bota antideslizante e biqueira de aço Protetor solar Curso operação motosserra Curso operação trator Curso operação picador florestal

Conformidade com as normas e manuais Não conforme Conforme Conforme Conforme Não conforme Não conforme Não conforme Não conforme Não conforme Não conforme Conforme

florestal, os trabalhadores assumiam uma flexão de tronco, pescoço e penas, verificando-se um nível de risco alto para a saúde do trabalhador, necessitando assim de uma mudança rápida no modo de realização desta atividade. Notou-se ainda que o levantamento e transporte manual de cargas exigiam um esforço físico intenso. Em relação aos riscos mecânicos ou de acidentes constatou-se na etapa de preparação da matéria-prima, que o próprio ambiente de trabalho oferece risco de acidentes aos trabalhadores. A declividade do terreno e a cobertura de restos vegetais representam uma dificuldade ao deslocamento e podem acarretar em quedas e escorregamento. Nestas condições também há o risco de picadas de insetos e animais peçonhentos. Outras possíveis fontes de acidentes nesta etapa são os equipamentos utilizados para desgalhamento, que são foices e facões, cujo uso oferece risco de cortes. No Quadro 1, são descritos os equipamentos de proteção individual ou medidas de proteção recomendados nos manuais dos equipamentos

(motosserra e picador florestal) ou ainda presentes nas NR 6 - Equipamentos de Proteção Individual e NR31 - Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura. Na coluna da direita, está descrita a presença ou realização das medidas pela empresa, sendo que quando consta “conforme” é porque estas medidas ou equipamentos existem e são utilizados e “não conforme” quando são inexistentes. Como pode ser visualizado no Quadro 1, apenas 36,36% das medidas de proteção são atendidas pela empresa, o que expõe os trabalhadores a riscos que poderiam ser minimizados com medidas simples. Outras condições de risco de acidentes são referentes às más condições de manutenção do equipamento. O controle dos rolos alimentadores está sujo e não possui indicador visual da funcionalidade dos botões, o que pode confundir o operador. Outro aspecto que chama a atenção é a inexistência de proteção do eixo cardã, que liga a TDP do trator ao disco triturador, que por sua alta rotação pode provocar acidentes graves. É considerável ressaltar que os acidentes de trabalho geram grandes prejuízos econômicos e sociais, para o governo, para os empregadores e para os empregados. Os princípios gerais relativos à segurança e à saúde ocupacional se aplicam a toda atividade econômica, e deve ser uma preocupação de todos, empregados, empregadores, fabricantes e revendedores de .M produtos. Michele da Silva Santos e José Gustavo Bonotto, UFSM Thyago Augusto Medeiros Lira, UEPB Helder Morais Mendes Barros, UFCG

Michele da Silva Santos

deira. Podem acontecer problemas irritativos das vias aéreas superiores, como as alergias ao pó. Existem ainda os riscos ergonômicos, que relacionam-se ao esforço físico, ao levantamento e transporte manual de pesos e às exigências de posturas, que podem causar cansaço, dores musculares, fraquezas, hipertensão arterial, diabetes, úlcera, doenças nervosas, acidentes e problemas da coluna vertebral entre outros. Os riscos mecânicos ou de acidentes ocorrem em função das condições físicas do ambiente físico de trabalho e tecnológicas impróprias, capazes de colocar em perigo a integridade física do trabalhador, como, por exemplo, máquinas sem proteção, iluminação deficiente, ferramentas defeituosas, equipamento de proteção individual inadequado, animais peçonhentos (escorpiões, aranhas, cobras), entre outros. Para conferir as condições de segurança e saúde ocupacional dos trabalhadores de extração florestal foram acompanhados o trabalho e a rotina dos funcionários de uma empresa no estado do Rio Grande do Sul. A empresa tem como atividade principal a produção de cavacos de madeira, utilizados como fonte de energia em indústrias da região. A matéria-prima utilizada é o pinnus sp., oriunda do desbaste, e resíduos de colheita florestal, como galhos e copas. Os equipamentos utilizados pela empresa são um trator, um picador florestal, uma motosserra e um carroção. Os principais riscos avaliados durante a observação das atividades compreenderam: agentes físicos (ruídos e vibrações), agentes ergonômicos (atividade de carregamento da matéria-prima e alimentação do picador florestal) e riscos mecânicos ou de acidentes. Os agentes físicos, oriundos do conjunto trator-picador, trator-carroção e pelo funcionamento da motosserra, foram quantificados com auxílio de um decibelímetro e os valores obtidos confrontados com o estabelecido pela NR 15 – Atividades e Operações Insalubres. Com relação aos níveis de ruído contatou-se que a motosserra utilizada para seccionar o material em tamanhos menores, representa uma fonte de riscos, pois emite altos níveis de ruído, que chegam a 96,4dB e tornam obrigatória a utilização de protetores auriculares, conforme a NR 15. O ruído médio emitido pelo conjunto trator-picador é de 100,45dB, alcançando picos superiores a 106dB, situação em que mesmo com a utilização de EPI causa desconforto aos operadores. Outro fator observado foi a utilização da motosserra, onde esta transmitia vibrações ao operador do equipamento. Os agentes ergonômicos foram analisados a partir de imagens fotográficas e observação das posições e posturas que os trabalhadores adotavam na realização das tarefas inerentes a suas atividades. Foi observado que no carregamento da matéria-prima e na alimentação do picador

Exemplo de trabalhadores em ação sem equipamentos de proteção individual

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tratores Charles Echer

Água que consome Avaliação da demanda energética do trator em função da profundidade de escarificação e do teor da água no solo mostra que quanto maior a umidade do terreno, maior também é o consumo de combustível do trator

O

crescente aumento da população mundial e a consequente escassez de terras férteis e produtivas têm obrigado a agricultura a se modernizar cada vez mais, com a criação de novas tecnologias e sistemas de produção que permitam obter maiores produtividades, ou seja, produzir muito mais em muito menos espaço. Com isso, faz-se necessário o uso da mecanização das atividades agrícolas. A seleção do sistema de preparo de solo correto leva em consideração a demanda por energia e características do solo como umidade e o teor de água do solo, ou seja, com a correta adequação do trator e equipamento, obtém-se redução na demanda energética de máquinas agrícolas. A avaliação energética pode ser realizada com base na medição do consumo de combustível, que é o principal indicador técnico de referência na avaliação da eficiência de utilização dos tratores agrícolas. No sistema de preparo conservacionista (também chamado de reduzido), além de produzir um leito de semeadura adequado, mantém-se consideráveis quantidades de resíduos na superfície do solo. Para realizar o preparo reduzido do solo em áreas de lavouras mecanizada, são utilizados equipamentos de hastes (escarificadores), que é um implemento que promove a desagregação do solo, sendo utilizado, também, para o rompimento de camadas compactadas. Além de permitir economia de combustível, a escarificação proporciona melhor conservação do solo e maior capacidade ope-

Coleta de amostras de solo para determinação do teor de água das parcelas

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Fotos Ariel Muncio Compagnon

Micrologger CR23X utilizado para realizar a aquisição e o armazenamento dos dados

Para a operação de escarificação do solo, foi utilizado um trator da marca Valtra, modelo BM 125i, 4x2 TDA, com potência de 125cv

racional da máquina agrícola, economizando tempo e dinheiro. O teor de água do solo e a profundidade de trabalho são variáveis que influem nas operações de preparo de solo, e o conhecimento e os domínios destas variáveis podem levar à redução dos custos de produção das culturas. O presente trabalho teve como objetivo determinar a demanda energética do conjunto trator-escarificador em função da profundidade de trabalho e do teor de água do solo.

CONDUÇÃO DO EXPERIMENTO

O experimento foi conduzido no Laboratório de Máquinas e Mecanização Agrícola (Lamma), em uma área da Fazenda de Ensino, Pesquisa e Produção da Unesp/Jaboticabal, no estado de São Paulo. O solo da área experimental é classificado como latossolo vermelho eutroférrico típico. Na área experimental, anteriormente, foi colhido milho que encontrava-se em pousio, sem a presença de plantas daninhas. Cada parcela experimental era constituída por 40 metros de comprimento e cinco metros de largura, sendo que os tratamentos testados foram dois teores de água do solo (26,2% e 21,9%) e duas profundidades de escarificação

(20cm e 30cm), com cinco repetições por tratamento. As variáveis analisadas foram: consumo de combustível horário (L/h), por área trabalhada (L/ha) e por volume mobilizado (ml/m3); e capacidade de campo operacional (Cco, ha/h). Para obter dois teores de água diferentes, as parcelas experimentais do tratamento de 26,2% foram irrigadas com aspersores dois dias antes da realização do experimento até o solo chegar próximo à capacidade de campo. As demais parcelas não foram irrigadas, permanecendo o solo na condição de umidade que se encontrava naturalmente (21,9%). Foram coletadas amostras de solo em um ponto por parcela no momento da escarificação, para determinação do teor de água do solo nas parcelas experimentais, com auxílio de trado holandês, nas profundidades de 0-10cm, 10-20cm e 20-30cm. As amostras foram acondicionadas em latas de alumínio e posteriormente levadas para secagem em estufa a 105ºC por 24 horas, possibilitando o cálculo do teor de água. Para as profundidades amostradas, não houve diferença no teor de água do solo, constando homogeneidade nas camadas de solo das parcelas. Para a operação de escarificação do solo, foi utilizado um trator da marca Valtra, modelo

BM 125i, 4x2 TDA, com potência de 91,9kW (125cv) no motor, o qual trabalhou na marcha 2ª L a 2.100rpm, e um escarificador da marca Marchesan, modelo AST/Matic 450, constituído por sete hastes espaçadas entre si em 45cm, com ponteira sem asa com 7cm de largura, e largura útil de trabalho de 3,15m. Este equipamento está munido com discos de corte de palha para cada haste com diâmetro de 18 polegadas, sistema de segurança de desarme automático e rolo destorroador. O controle de profundidade se deu pelos pneus do escarificador, com o auxílio de anéis presos ao pistão hidráulico. Para realizar a aquisição e o armazenamento dos dados referentes à velocidade de deslocamento e consumo de combustível foi utilizado um sistema composto por Micrologger CR23X produzido pela Campbell Scientific Inc. A velocidade real de deslocamento foi mensurada por meio de um radar, marca Dick John, modelo RVS II, instalado na lateral do trator, fazendo ângulo de 45º com a superfície do solo, conforme recomendação do fabricante. Os valores de velocidade foram obtidos em m/h e convertidos para km/h. Para determinação do consumo de combustível, utilizou-se um sistema composto de dois conjuntos de medição, sendo um para a alimentação da bomba injetora e o outro de retorno, obtendo-se o volume realmente utilizado pelo trator durante o percurso. Cada conjunto contém um medidor de fluxo, marca Oval M – III, modelo LSF41. Os valores de fluxo de combustível foram obtidos em mililitros e convertidos para litros. De posse dos dados, determinou-se

Escarificador de sete hastes utilizado no experimento que teve a regulagem da profundidade de trabalho feita por anéis colocados no pistão hidráulico (detalhe)

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Ariel Muncio Compagnon

EQUAÇÃO 1

C

omo calcular o consumo de combustível por volume de solo mobilizado. (1) Cvt = ( Va - Vr ) Vr x Cp x Pe em que, Cvt = consumo de combustível por volume de solo trabalhado (mL/m3); Va = volume de alimentação de combustível na entrada da bomba injetora (mL); Vr = volume total retornado dos bicos e da bomba injetora (mL); Le = largura útil de trabalho do escarificador (m); Cp = comprimento da parcela experimental (m); e Pe = profundidade de trabalho do escarificador (m).

o consumo horário (L/h) em função do tempo gasto em cada parcela experimental. O consumo de combustível por volume de solo mobilizado (ml/m3) foi determinado em função da largura e da profundidade de trabalho do escarificador, como mostrado na Equação 1. A capacidade de campo operacional (Cco) foi obtida em função da largura de trabalho do escarificador, da velocidade de deslocamento do conjunto trator-escarificador e da eficiência da operação, a qual foi adotada para efeito de cálculo como sendo 75%, como mostrado na Equação 2.

RESULTADOS

A velocidade real de deslocamento (Figura 1) não foi alterada tanto pelo teor de água do solo quanto pela profundidade de trabalho do escarificador, sendo de 3,9km/h, para a marcha 2ª L a 2.100rpm. Esperava-se que, para a con-

EQUAÇÃO 2

C

omo calcular a capacidade de campo operacional (Cco): (2) Cco = ( v x Le ) x e 10 em que, Cco = capacidade de campo operacional (ha/h); v = velocidade real de deslocamento do conjunto trator-escarificador (km/h); Le = largura útil de trabalho do escarificador (m); e = eficiência (0,75); e 10 = fator de conversão de unidades.

Radar Dick John, alinhado com ângulo de 45º em relação ao solo, utilizado para obtenção da velocidade de deslocamento

dição de solo mais seco (21,9%), que houvesse maior atrito do solo com os pneus, causado pela sustentação do solo, o que faria com que o conjunto trator-escarificador se deslocasse com maior velocidade do que quando o solo está mais úmido, mantendo-se a mesma marcha e rotação de trabalho, mas isto não ocorreu. Como a capacidade de campo operacional é dependente da largura de trabalho do escarificador e da velocidade de trabalho, uma vez que esta não variou nos tratamentos, também não houve alteração da capacidade de campo operacional tanto para o teor de água quanto para a profundidade de trabalho, e esta foi de 0,9ha/h. O consumo horário de combustível (Figura 2) para o teor de água de 21,9% foi de 10L/h, e foi 5% superior quando aumentou-se o teor de água do solo para 26,2%. Para o fator profundidade de trabalho, o consumo horário de combustível aumentou 5% quando a profundidade aumentou de 20cm para 30cm, devido ao aumento da área mobilizada do solo pelas hastes escarificadoras. O consumo por área trabalhada elevou em 7% quando se aumentou o teor de água do solo, passando de 11L/ha para 11,8L/ha,

semelhante ao que aconteceu com o consumo horário. Para a profundidade de trabalho, houve maior consumo para a profundidade de 30cm (11,7L/ha), em função da maior força exigida pelo equipamento de hastes para vencer a resistência oferecida pelo solo. O consumo por volume de solo trabalhado quando o solo estava mais úmido foi de 3,51mL/ m3, e este foi 12% maior do que quando o solo estava mais seco. Para a profundidade de trabalho, o aumento da profundidade fez com que diminuísse o consumo em 35%, ocorrido pela diluição em função do maior volume de solo trabalhado. Concluindo, aumentando-se o teor de água do solo e a profundidade de trabalho, aumenta-se o consumo de combustível, tanto horário quanto por área trabalhada. Para as variáveis velocidade e capacidade de campo operacional, não houve influência do teor de .M água e da profundidade de trabalho. Ariel Muncio Compagnon, Kauê Alves Oshiro, Carlos Eduardo Angeli Furlani, Fábio Alexandre Cavichioli e Rafael Scabello Bertonha Lamma - Unesp Jaboticabal

Figura 1 - Velocidade real de deslocamento (km/h) e capacidade de campo operacional Figura 2 - Consumo de combustível horário (L/h), por área trabalhada (L/ha) e por (ha/h) nos teores de água do solo de 26,2% e 21,9% e nas profundidades de trabalho de volume mobilizado (mL/m3) nos teores de água do solo de 26,2% e 21,9% e nas profundidades de trabalho de 20 cm e 30 cm 20cm e 30cm

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