Cultivar Máquinas • Edição Nº 133 • Ano XII - Setembro 2013 • ISSN - 1676-0158
Nossa capa
Test Drive - Trator P100C Conheça o P100C, o modelo mais completo da LS Tractor, e confira o seu desempenho no test drive realizado pela nossa equipe
Destaques
Perdas em colheita de cana
Rodados duplos
Saiba quais são as vantagens de utilizar rodados duplos em tratores e colheitadeiras
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• Editor
Gilvan Quevedo
• Redação
Charles Echer Karine Gobbi Rocheli Wachholz
• Revisão
Aline Partzsch de Almeida
• Design Gráfico e Diagramação NOSSOS TELEFONES: (53) • GERAL
• ASSINATURAS
• REDAÇÃO
• MARKETING
3028.2000 3028.2060
3028.2070 3028.2065
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Índice
Avaliação realizada por pesquisadores mostra o nível de perdas em colheita de cana-de-açúcar em diferentes situações
Cristiano Ceia
Capa: Charles Echer
Matéria de capa
• Comercial
Sedeli Feijó José Luis Alves Rithiéli de Lima Barcelos
• Coordenação Circulação
Simone Lopes
• Assinaturas
Natália Rodrigues Francine Martins Clarissa Cardoso
• Expedição
Edson Krause
• Impressão:
Kunde Indústrias Gráficas Ltda.
C Cultivar Grupo Cultivar de Publicações Ltda. www.revistacultivar.com.br Direção Newton Peter www.revistacultivar.com.br cultivar@revistacultivar.com.br CNPJ : 02783227/0001-86 Insc. Est. 093/0309480
Rodando por aí
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Perdas na colheita de cana
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Preparo do solo em silvicultura
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Rodados duplos
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Uso de grades
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Test Drive – P100C LS Tractor
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Pulverização em cana
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Plantio de soja
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Eventos – Expointer 2013
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Raio do rolamento em pneus
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Eventos – Conbea/Sintag 2013
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Coluna Mundo Máquinas
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Assinatura anual (11 edições*): R$ 187,90 (*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)
Números atrasados: R$ 17,00 Assinatura Internacional: US$ 160,00 € 150,00 Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados podem solicitá-las à redação pelo e-mail: cultivar@revistacultivar.com.br
Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.
rodando por aí
Portfólio completo
A Valtra destacou seu portfólio completo de máquinas para cultura de grãos durante a Expointer e anunciou a nacionalização da plataforma Draper e a nova linha de tratores BH. “Com a crescente mecanização e a disponibilidade de equipamentos com características cada vez mais tecnológicas, houve um amento na demanda por máquinas maiores e mais potentes. Com a comercialização da nova linha BH GIII queremos consolidar nossa participação no segmento de máquinas pesadas”, explica Paulo Beraldi, diretor comercial da Valtra.
Resultados animadores
A AGCO comemorou as vendas recordes na América do Sul no primeiro semestre de 2013 e o lançamento de novos produtos para o mercado brasileiro. As vendas na região cresceram 27% no período. “A demanda de mercado está forte e a AGCO continua investindo em suas plantas, em novas tecnologias e no aprimoramento e de sua distribuição para atender às necessidades de seus clientes,” afirmou Martin Richenhagen, presidente, CEO e presidente do Conselho da AGCO, durante a coletiva anual da marca. A companhia investiu 35 milhões de dólares em sua planta de Santa Rosa (Centro de Competência para Colheitadeiras na América do Sul, América Central e Caribe) para introduzir um novo sistema de pintura, lançado em maio deste ano, baseado em nanotecnologia.
Jak Torretta e Paulo Beraldi
Tratores AGCO
Marcelo Bassi, gerente de Marketing de Produtos da AGCO, comemorou o sucesso dos tratores das marcas Valtra e Massey Ferguson durante a Expointer 2013. Os destaques ficaram por conta da nova série BH Geração III, da Valtra, e da nova Série MF 8600 da Massey Ferguson, que vem com transmissão Dyna-VT, que é um diferencial da marca.
Martin Richenhagen e André Carioba
Novo presidente
Marcelo Bassi
Auto-Guide 3000
O destaque da Valtra na parte de Agricultura de Precisão ficou por conta do Auto-Guide 3000. O sistema traz novos terminais touch screen: os modelos C3000 na versão Advanced e o C2100 na versão Basic, ambos com 12,1 polegadas, “o que facilita a utilização de todas as funções”, ressalta Rafael Costa, gerente de ATS AGCO. Além disso, o Auto-Guide 3000 conta com o novo receptor GNSS, o AGI-4, preparado para receber sinal de GPS, Rafael Costa Glonass e Galileo.
Enfardadoras
Em atendimento ao segmento de fenação e produção de biomassa, a Valtra expôs na 36ª Expointer sua linha de enfardadoras Challenger modelos SB34 e RB452. Para o gerente de Marketing de Produto Colheitadeiras e Enfardadoras da AGCO América do Sul, Douglas Vincensi, “a marca investe pesado em implementos sofisticados e diversificados para atender produtores e pecuaristas cada vez mais exigentes, que desejam principalmente produtos que aperfeiçoem os processos e garantam ganho de produtividade”.
Douglas Vincensi e Marcelo Pupin
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A partir janeiro de 2014, a diretoria executiva da Jacto – Divisão Agrícola - terá novo presidente. Martin Mundstock transfere o cargo para o engenheiro mecânico Fernando Gonçalves Neto, então diretor de Pesquisa & Desenvolvimento e diretor industrial. A diretoria de Gonçalves Neto será desmembrada em duas. Para a diretoria de Pesquisa & Desenvolvimento assumirá Sérgio Sartori Junior e Ricardo da Costa Perez ficará com a diretoria Industrial.
Tecnologia
A Case IH aproveitou a Expointer para falar sobre as perspectivas da empresa para os próximos anos e as projeções de futuro da agricultura brasileira. Além disso, o vice-presidente da marca para América Latina, Mirco Romagnoli, aproveitou a oportunidade para destacar a capacidade do agricultor brasileiro em superar desafios “Os produtores evoluíram muito nas últimas décadas. Os clientes Case IH procuram o máximo de produtividade e eficiência e cada vez mais estão dispostos a investir em tecnologia”, afirma.
Mirco Romagnoli
Axial-Flow
Durante a Expointer, a Case IH lançou a série 230 de colheitadeiras AxialFlow. “Projetada para trabalhar com plataforma Draper 3162 de 45 pés, que também é um dos principais lançamentos da marca no evento, a nova Axial-Flow chega ao mercado com motor Case FTP e potência máxima de 570cv”, destaca Rafael Manfroi Miotto, diretor de Marketing da Case IH para América Latina. Além da nova máquina Axial-Flow 923, que foi desenvolvida e fabricada no Brasil, os modelos 8230 e 7230 também foram lançados como atualizações dos antigos 8120 e 7120.
Nova geração
A Valtra levou à Expointer 2013 sua linha BH Geração III, o que marca o início da comercialização destes tratores no estado. Segundo Alfredo Jobke, diretor de Marketing AGCO para a América do Sul, “esta geração de tratores atende um perfil de produtores que exigem equipamentos cada vez mais eficientes no campo”.
Alfredo Jobke Nelson Watanabe
Rafael Manfroi Miotto
New Holland
A New Holland destacou durante a 36ª Expointer sua linha de produtos e soluções para o mercado agrícola do Sul do país. Segundo o vice-presidente para América Latina, Alessandro Maritano “o Rio Grande do Sul é conhecido como estado de maior diversificação agrícola do Brasil, por isso a empresa apresentou soluções para os mais diferentes segmentos”. Outro destaque da empresa foram os projetos para diminuir o impacto ambiental da agricultura, com o conceito New Holland de energia limpa.
Novo trator
Na comemoração dos seus 53 anos, a Stara anunciou o primeiro trator da marca, o ST MAX 105. “A incorporação do trator soma-se às demais linhas oferecendo ao produtor brasileiro um amplo portfólio de opções para o êxito da sua lavoura”, declara o presidente da Stara, Gilson Trennepohl.
Gilson Trennepohl
Comemoração
A equipe da Cycloar comemorou muito o Troféu Prata, na categoria Destaque do Prêmio Gerdau Melhores da Terra, obtido pelo exaustor com Tecnologia Cycloar. Há alguns anos a empresa produz o sistema exaustor que proporciona “aeração intensificada” ou “aeração natural”, um processo que não utiliza aeração, mas sim exaustores em ambientes armazenadores.
Peças originais
A John Deere contou pela primeira vez, na Expointer, com espaço voltado exclusivamente para exposição e comercialização de peças originais da montadora, com preços especiais e participação de diversos concessionários. A empresa comemorou na feira a marca de R$ 1 milhão em venda de peças. Um cheque simbólico, nesse valor, foi entregue pela equipe ao diretor comercial da John Deere, Rodrigo Junqueira.
Rodados duplos
A Marini comemorou este ano sua décima quinta participação na Expointer e ressaltou a importância da feira pela proximidade com os países do Mercosul. A empresa, que é líder de mercado em rodados duplos no país, avaliou positivamente as vendas e visitações no seu estande e destacou que sua equipe já está preparada para o pós-venda que antecede o plantio.
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Case IH
colhedoras
Aproveitamento máximo
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A colheita mecanizada da cana-de-açúcar, para ser eficiente, depende de alguns fatores independentes da máquina, como porte das mudas, nível do terreno e capacitação do operador
Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar e também o maior exportador de açúcar e de álcool advindos desta cultura. A área plantada no estado do Rio de Janeiro para a safra 2012/2013 foi de 37,180 mil hectares de acordo com dados da Conab. A Lei 5.990 de 20 de junho de 2011 do Estado do Rio de Janeiro visa à eliminação gradativa da queima da palha da cana. Esta lei define que, nas lavouras em áreas passíveis de mecanização da colheita com baixo declive, a redução da queimada seja de 20% até 2012; 50% até 2014; 80% até 2018 e acabe até 2020. Já para as plantações onde a colheita mecanizada não possa ser implantada, os prazos são maiores: até 2016, redução de 20%; até 2018, 50%; até 2022 para reduzir em 80% e 2024 para acabar definitivamente com a prática. A adequação à legislação causará reflexos significativos no aumento na área de colheita mecanizada de cana-de-açúcar crua
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no País. Na Cooperativa Agroindustrial do Estado do Rio de Janeiro (Coagro), na safra 2010/2011, 20% da cana colhida foi efetuada com colheita mecanizada. Já na safra 2011/2012, este número elevou-se a 25%, resultado de investimentos em compra de equipamentos, locação de novas máquinas, assim como contratação de profissionais de outros estados com experiência nesta atividade. Isto significa que a cidade de Campos dos Goytacazes está conseguindo se adequar à lei 5.990, de 20 de junho de 2011 do Estado do Rio de Janeiro. No entanto, o processo da colheita mecanizada apresenta ainda muitas perdas de matéria-prima causadas por fatores que ainda precisam ser mais esclarecidos. As perdas de cana-de-açúcar podem ser divididas em perdas visíveis e invisíveis, as visíveis são aquelas que podem ser detectadas visualmente no campo após a colheita, enquanto as perdas invisíveis são na forma de caldo, serragem e estilhaços que
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ocorrem em razão da ação dos mecanismos rotativos que cortam, picam e limpam o produto durante o processamento interno nas colhedoras. Para avaliar estas perdas, foi realizado estudo em junho de 2012 em uma lavoura de cana-de-açúcar ainda não sistematizada para a colheita mecanizada. A área pertence a um fornecedor da Coagro na cidade de Campos dos Goytacazes (RJ), região Norte Fluminense. A cana-de-açúcar da variedade SP801842 foi colhida sem queima prévia no período diurno. Utilizou-se no estudo a colhedora de cana picada modelo Case IH A8800, ano de fabricação 2010. Foram avaliados o comprimento médio e o diâmetro médio dos colmos e a estimativa de produtividade da cultura. Foram recolhidas as sobras de cana-de-açúcar deixadas no campo após a colheita, em seis linhas de soqueira de cana, com comprimento de 290m cada, colocando armação de amostragem nas duas
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linhas centrais a cada 50m, separando 40m de borda, a área de amostragem foi de 20m2 com cinco repetições. Com estes dados foram calculadas as perdas em t/ha e porcentagem de perdas totais e de cada tipo de perda. Os tipos de perdas visíveis de cana-de-açúcar avaliadas foram rebolo repicado, cana inteira, cana ponta, pedaço fixo, pedaço solto, lasca, estilhaço, toco e perdas totais. Estas perdas foram coletadas, separadas e pesadas. O canavial avaliado apresentou produtividade estimada de 46t/ha, comprimento e diâmetro médio dos colmos de 1,96m e 20,10mm, respectivamente. Esta baixa produtividade média já foi constatada em outros trabalhos realizados na região Norte Fluminense. Estes trabalhos mostram que apesar do cultivo da cana-de-açúcar ser a principal atividade agrícola da região, as médias de produtividade encontram-se abaixo de 50t/ha. Isto se deve principalmente a não renovação dos canaviais no prazo de, no máximo, cinco cortes e à falta de tratos culturais essenciais como adubação, irrigação e controle de plantas invasoras que não são realizados periodicamente. Houve diferença entre os tipos de perdas encontrados, sendo pedaço solto e lascas os
As perdas visíveis avaliadas foram rebolo repicado, cana inteira, cana ponta, pedaço fixo, pedaço solto, lasca, estilhaço, toco e perdas totais
encontrados em maior número, somando 54% das perdas totais, e toco juntamente com pedaço fixo encontrados em menor número, somando 13% das perdas totais. O resultado encontrado para os tipos de perda pedaço solto e lascas justifica-se pelo fato dos mesmos indicarem diretamente a influência da rotação do exaustor primário quanto às perdas, pois à medida que se aumenta a rotação do exaustor primário, os
rebolos passam a ser sugados junto com a palha e a terra, sendo lançados ao campo. Ao passar pelos exaustores, os rebolos são atingidos pelas pás, sendo dilacerados em lascas e pedaços soltos, contribuindo para o aumento das perdas. A rotação do exaustor primário utilizada neste trabalho foi de 800rpm, valor este acima do recomendado pelos fabricantes da colhedora, o ideal seria entre 110rpm e 600rpm. Foi utilizado este
Fotos Carmen Maria Manhães
A rotação do exaustor primário utilizada foi de 800rpm, valor acima do recomendado, devido à alta quantidade de folhas verdes e de palha no canavial no momento da colheita
valor acima do recomendado devido à alta quantidade de folhas verdes e palha no canavial no momento da colheita, pois não foi utilizado nenhum produto dessecante antes da colheita. Sendo assim, utilizando a rotação do exaustor dentro dos valores recomendados, o nível de impurezas na cana colhida ficaria muito além do aceitável. Porém, aumentando a rotação do exaustor primário, diminui-se a quantidade de impurezas, mas em contrapartida aumenta-se a quantidade de perdas dos tipos lascas e pedaços soltos. Neves et al (2004) também encontraram os tipos de perdas pedaço solto e lascas em maior quantidade, assim como no presente trabalho. Da mesma forma, Noronha et al (2011) e Silva et al (2008) encontraram o tipo de perda pedaço solto em maior quantidade, ambos avaliando a colhedora Case A7700 que é o modelo fabricado anteriormente ao modelo avaliado neste trabalho, que possui diversos setores em comum. As causas prováveis para os tipos de perda classificados como toco e pedaço fixo terem sido encontrados em menor quantidade estariam relacionadas ao bom nivelamento do solo e à pouca incidência de pedras na área, permitindo uma altura de corte mais homogênea, próxima do ideal. O tipo de perda cana inteira não foi
O bom estado das facas do corte de base, sem grandes danos ou desgastes, permite o corte de todas as soqueiras, não deixando cana inteira no campo
encontrado no presente trabalho, provavelmente isto está relacionado principalmente ao não acamamento da cana, pois o canavial apresentava um porte ereto, outro fator estaria relacionado com o bom estado das facas do corte de base, provavelmente estas não apresentavam grandes danos ou desgastes no momento desta colheita, permitindo o corte de todas as soqueiras, não deixando cana inteira no campo. A média de perdas totais foi de 4,75t/ha, o que significa mais de 10% de perdas totais na área avaliada, conforme mostra a Tabela 1. De acordo com Benedini et al (2011), perdas maiores que 4,5% são classificadas como altas. Este valor alto de perdas totais encontrado no presente trabalho pode ser justificado pela não sistematização do terreno para a colheita mecanizada, os talhões não são homogêneos em comprimento nem em espaçamento de plantio, além do espaça-
mento utilizado entre fileiras (1,2m) não ser adequado para a colheita mecanizada. Segundo Benedini e Conde (2008), o espaçamento ideal é de 1,5m entre fileiras, porque possibilita uma colheita sem injurias às soqueiras e consequentemente maior longevidade ao canavial. As condições de campo devem ser sistematizadas e adequadas à colheita mecanizada da cana, visando redução de perdas e melhores condições de rebrota. Seriam necessários trabalhos futuros para elucidar outras questões relacionadas às perdas de matéria-prima na cultura da cana-de-açúcar .M na região Norte Flum inense. Carmen Maria C. Manhães, Ricardo Ferreira Garcia, Delorme Corrêa Júnior, Francisco Maurício A. Francelino, José Francisco Sá V. Júnior e Helenilson de O. Francelino, Uenf
Tabela 1- Resultado do intervalo de confiança a 5% para os tipos de perdas Perdas Rebolo Repicado Cana Ponta Pedaço Fixo Pedaço Solto Lascas Estilhaço Toco Perdas Totais
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Média (t.ha-1) 0,52 b 0,54 b 0,41 bc 1,30 a 1,24 a 0,53 b 0,20 c 4,75
% dos tipos de perdas 11 11 9 28 26 11 4 100
Armação de amostragem das perdas, com 20m2. As condições de campo também precisam ser adequadas à colheita mecanizada da cana, visando redução de perdas e melhores condições de rebrota
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mecanização Valtra
Floresta moderna
A reforma de florestas onde há grande quantidade de resíduos culturais depositados sobre o solo tende a ser uma operação difícil, entretanto, a utilização de tecnologias da agricultura de precisão pode contribuir significativamente para o aprimoramento da qualidade destas operações
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m silvicultura, o preparo do solo consiste, basicamente, em operação de revolvimento mínimo via subsolagem, onde, concomitantemente, é realizada a aplicação do fertilizante de base. Alguns fatores que reduzem o rendimento operacional já são conhecidos para esta operação em sistemas florestais, como, por exemplo, a presença de resíduos lenhosos na área de trabalho. A quantidade de resíduo presente em um talhão após a colheita do eucalipto pode representar até 8% do volume total produzido pela floresta. Este residual dificulta o deslocamento dos conjuntos mecanizados e a penetração das hastes dos subsoladores no solo. Atualmente, algumas empresas florestais utilizam as tecnologias da agricultura de pre-
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cisão de aplicação a taxa fixa para melhorar a uniformidade de distribuição dos insumos durante as operações de preparo do solo. Nesse sistema, o computador de bordo aciona os mecanismos de distribuição da adubadora, regulando a aplicação do fertilizante de acordo com a velocidade de deslocamento do conjunto mecanizado, que é monitorada por um sensor de velocidade ou obtida via GPS (Global Positioning System). A uniformidade de distribuição do insumo passa a ser independe da velocidade de trabalho. Neste contexto, tendo em vista a sustentabilidade e a redução de gastos, é fundamental conhecer as etapas que compreendem a atividade de preparo do solo de precisão, para poder elaborar estratégias que possibilitem aumentar a eficiência operacional desta
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operação. Este estudo teve por objetivo determinar o tempo gasto em cada atividade que compõe a jornada de trabalho da operação de preparo do solo com adubação em filete contínuo de precisão, em áreas de reforma, para implantação da cultura do eucalipto. Os tempos gastos em cada parcela de trabalho foram controlados, cronologicamente, em sequência. Os tempos foram registrados progressivamente e anotados ao final de cada parcela de trabalho, de acordo com o período de duração acusado pelo cronômetro. A coleta de dados foi realizada em conjuntos mecanizados equipados com sistema de precisão da Arvus Tecnologia, que estavam realizando o preparo do solo e adubação em filete contínuo na região de Três Lagoas (MS), durante janeiro e fevereiro de 2012. O levantamento foi realizado durante dez dias, sendo que, a cada dia, se acompanhava um conjunto mecanizado. O processamento das informações consistiu em agrupar os tempos, movimentos de acordo com as classificações de tempo produtivo, auxiliar, perdido e outros tempos. O tempo produtivo compreende o período em que a máquina está efetivamente trabalhando e o tempo gasto pelo conjunto mecanizado para realizar as manobras de cabeceira. O tempo auxiliar compreende as atividades imprescindíveis para a realização da operação, como o período gasto com o processo de calibração e aferição do equipamento de trabalho. O tempo perdido representa o período gasto com deslocamento, manobras de cabeceira (tempo superior a um minuto), deslocamento dificultado por restos culturais e aos períodos em que o conjunto permanecia
parado por falta de insumo, condições climáticas e problemas mecânicos. Outros tempos compreendiam as atividades de abastecimento, manutenção e descanso do operador. Quanto à distribuição dos tempos dentro da jornada de trabalho dos conjuntos mecanizados equipados com sistema de precisão, pode-se observar que o tempo produtivo representou uma parcela de 28,0% do tempo total, enquanto tempo auxiliar, perdido e outros tempos ocuparam 4,5%, 22,1% e 45,4% do tempo movimento total, respectivamente. Em relação ao tempo produtivo, observase na Figura 1 que mais de 80% deste tempo foi ocupado pelo período em que efetivamente a máquina estava trabalhando. Este índice pode ser considerado bom, entretanto, ainda pode ser melhorado, a depender das condições operacionais do ambiente de trabalho. A presença de sulcos de erosão, madeira baldeada e resíduos culturais nas margens do talhão, assim como a experiência do operador influenciam no tempo gasto com as manobras de cabeceira. Observa-se na Figura 2 que a calibração dos equipamentos representou somente 38,1% do tempo auxiliar, e este, por sua vez, contribuiu somente com 4,5% do tempo total. Assim sendo, verificou-se
Fotos Luciel Desordi
Dificuldade de deslocamento ocasionada pela presença de restos culturais é inevitável, porém, pode ser reduzida
que a calibração representa 1,7% do tempo movimento total, ou seja, um tempo relativamente pequeno dentro da jornada de trabalho, entretanto, de fundamental importância para o correto funcionamento do sistema de precisão como um todo. Do mesmo modo, a aferição representou 61,9% do tempo auxiliar e 2,8% do tempo total da jornada de trabalho. Assim como a calibração, a aferição é muito importante para o correto funcionamento do sistema de precisão, já que tem como objetivo verificar se o sistema está distribuindo corretamente o insumo durante a subsolagem. Analisando o tempo perdido, verifica-se na Figura 3 ampla contribuição das mano-
bras de cabeceira com tempo superior a um minuto (10,0%), deslocamento entre pontos de trabalho (33,5%), paradas devido a problemas mecânicos (33,2%) e deslocamento dificultado por restos culturais (20,6%). Quanto às manobras de cabeceira, esse tempo contabilizado representa o excedente ao tempo de um minuto, ou seja, o período aceitável para realização das manobras. Para a redução deste período, é importante que as condições em que se encontra a superfície do terreno nas margens dos talhões sejam adequadas. Além do mais, a experiência dos operadores e o tipo de máquina empregada (capacidade de esterçar o volante) contribuem para a redução deste tempo. O tempo perdido com deslocamento é inevitável, entretanto, alguns processos de gestão podem contribuir para a redução desta perda. Por exemplo, um bom posicionamento do ponto de abastecimento do implemento com insumo, ou até mesmo a presença de um guindauto (vulgo “muque”), que carrega o fertilizante, possibilitando o abastecimento próximo ao local de trabalho do conjunto, contribui bastante para o aumento da capacidade operacional da subsolagem com adubação. A presença de caminhão oficina para atender a possíveis emergências no ambien-
Figura 1 - Percentagem do tempo produtivo ocupado pelo período em que as máquinas Figura 2 - Percentagem do tempo auxiliar ocupado pela atividade de calibração e estavam efetivamente trabalhando e realizando manobras de cabeceira aferição do equipamento de distribuição de precisão de fertilizantes
Figura 3 - Percentagem do tempo perdido ocupado por cada categoria de atividade
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As operações de manutenção da Arvus foram conduzidas pelos técnicos da empresa, onde foram realizadas as coletas de informações e as configurações dos computadores de bordo, e na média geral, pode-se observar que esta atividade representou somente 3,2% dos outros tempos, ou 1,5% do tempo movimento total. A atividade de manutenção mecânica representou 19,7% dos outros tempos, ou 8,9% do tempo total da jornada de trabalho. Este índice deve ser o mais baixo possível e, para isso, algumas estratégias devem ser implantadas, como a presença do caminhão oficina e de profissionais capacitados para trabalhar. A atividade de limpeza do equipamento
Luciel Desordi
te de trabalho também tende a melhorar a eficiência da operação como um todo. A manutenção preventiva do equipamento e a presença de profissionais qualificados para realização destas atividades também são de suma importância para reduzir o tempo perdido por problemas mecânicos. Já o tempo perdido devido à dificuldade de deslocamento ocasionado pela presença de restos culturais é inevitável em áreas de reforma, entretanto, pode ser reduzido. Um bom operador de colhedoras florestais tende a realizar a operação deixando os tocos baixos e, assim, facilita os demais processos que envolvem o ciclo florestal. Além do mais, estratégias podem ser empregadas para reduzir os restos culturais após a colheita, como o incentivo a empresas produtoras de carvão em aproveitar esses resíduos ou, até mesmo, empregar este material vegetal para a produção de energia na própria usina, no caso de áreas destinadas à produção de papel e celulose. Na Figura 4 é apresentada a distribuição das atividades que compõe a categoria de outros tempos. O baixo percentual de tempo ocupado com o abastecimento e lubrificação da máquina (2,6%) se deve à logística montada para a realização desta atividade. O caminhão comboio vai até o campo e realiza a operação às margens do talhão, maximizando, assim, a eficiência da operação. A atividade de abastecimento de insumos onerou mais tempo (16,7%), sendo este índice muito variável a depender das condições físicas do fertilizante, como o teor de água e a granulometria do formulado.
Figura 4 - Percentagem de outros tempos ocupada por cada categoria de atividade
Solo preparado para o transplante de mudas de eucalipto em área de reforma com resíduos lenhosos
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representou 8,5% dos outros tempos, e foi caracterizada, principalmente, pelo período gasto com a limpeza matinal do distribuidor de fertilizante, uma vez que normalmente os implementos passavam a noite com insumo no compartimento de carga. Além deste tempo, foram contabilizadas as paradas durante o tempo produtivo para o operador limpar o sistema dosador do insumo. De acordo com os dados apresentados, verifica-se que a metodologia adotada possibilitou descrever melhor a jornada de trabalho dos conjuntos mecanizados que realizam a subsolagem com adubação a taxa fixa, assim como apresentar pontos-chave para aumentar a capacidade operacional destes equipamentos. Além do mais, as operações de calibração, aferição e manutenção da Arvus representaram somente 1,7%, 2,8% e 1,5% do tempo movimento total, respectivamente. Estes índices representam pequena parcela da jornada de trabalho quando comparado aos benefícios que o sistema proporciona à atividade de preparo do solo com adubação em taxa fixa, ou seja, a distribuição uniforme do fertilizante nas .M áreas de reforma florestal. Luciel R. Dezordi, André M. de Azevedo, Clenilson A. Messa, Renato A. A. Ruas, Mário L. P. Cunha, Bruno G. de Carvalho, Urbano T. G e Silva e Rafael de O. Antunes, UFV
tratores Charles Echer
Dupla eficiente
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O uso de rodados duplos em tratores agrícolas ajuda a aumentar a eficiência em tração e melhora a flutuação em terrenos úmidos e macios
elos altos custos na produção de grãos, principalmente os relacionados com máquinas agrícolas, e pelas adversidades climáticas, torna-se necessário executar as operações agrícolas com alta eficiência e, muitas vezes, necessitando utilizar equipamentos com grande largura e, consequentemente, alta demanda de tração. Quando se busca uma solução para melhorar o desempenho em tração, uma das alternativas é o aumento da superfície de contato do pneu com o solo. Para isso, a utilização de rodados duplos, que dependendo da terminologia regional pode ser chamada de duplagem, flipagem ou filipagem, passa a ser uma alternativa interessante, pois aumenta a eficiência em tração, melhora a flutuação
em terrenos úmidos e macios e modifica uma série de outros parâmetros de desempenho do sistema pneu-solo.
FORMAS DE ACOPLAMENTO
São vários os modelos de tratores que saem de fábrica com rodado duplo, principalmente os de maior tamanho e potência de motor. Outros, embora equipados com rodado simples, são fabricados de forma que facilmente se pode colocar um rodado duplo, adicionando-se um rodado a mais no próprio eixo, utilizando-se uma flange que é o próprio centro da roda. O acoplamento do rodado externo é feito diretamente a uma extensão estriada do eixo do trator. No entanto, para tratores que saem de fábrica sem nenhuma preparação para receber
esse tipo de rodado, se faz necessário recorrer a um kit de montagem. Em alguns casos, isso pode ser feito através de um cubo de metal fundido (carretel) preso ao centro da roda do trator por meio de porcas de acoplamento, como uma espécie de extensão do eixo. Também, pode-se utilizar uma estrutura metálica para a junção entre as partes externas dos aros dos rodados (interno e externo). Essa junção é feita pelos chamados “engates rápidos”. Neste caso o rodado externo fica preso ao interno e não ao eixo do trator.
AUMENTO DA SUPERFÍCIE DE CONTATO
Vários problemas surgem durante a utilização do trator na realização das operações agrícolas, sendo que um dos maiores é a dificuldade de trabalhar nas mais diversas
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Fotos Ulisses Giacomini Frantz
Quando os rodados duplos são utilizados adequadamente e o índice de patinamento estiver entre 8% e 16% a eficiência em tração aumenta
Com o aumento da superfície de contato do pneu com o solo, existe a possibilidade de redução dos índices de patinamento
condições de umidade e tipos de solo. Isso afeta diretamente sua capacidade de tração, consumo de combustível e patinamento. Percebe-se que, com o aumento da superfície de contato do pneu com o solo, existe a possibilidade de redução dos índices de patinamento, diminuição do consumo de combustível por área e aumento da potência em tração. Porém, para que esse ganho de eficiência ocorra, em operações de alta demanda de tração é necessário aumentar o peso do trator sobre o rodado, respeitando o limite máximo estabelecido pelo fabricante, para manter ou incrementar a pressão do rodado sobre o solo, pois, caso contrário, uma diminuição dessa pressão apenas favorecerá a flutuação, prejudicando a tração. Com isso, através das garras dos pneus melhora-se a interação roda-solo e consegue-se maior aderência, influenciando na capacidade de tração.
PRESSÃO SOBRE O SOLO
Em casos onde as condições de solo forem similares para uma determinada operação, seja com um trator agrícola equipado com rodado simples ou duplo, a um mesmo peso total do trator, haverá menor pressão exercida pelo rodado duplo no solo, uma vez que a
Fase final de acoplamento do rodado ao cubo de roda para formar a configuração de rodado duplo
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pressão exercida pelo rodado sobre o solo é o peso incidente dividido pela área de contato (a qual, no rodado duplo, é maior). Quando se realizam operações como semeadura, por exemplo, onde se deve ter maior cuidado com a compactação do solo, o uso de rodados duplos pode ser uma boa opção para minimizar esse problema.
EFICIÊNCIA EM TRAÇÃO
A tração pode ser definida como uma força proveniente da interação existente entre um dispositivo de autopropulsão (roda) e o meio no qual age este dispositivo (solo) (Mialhe, 1980). Por isso, a tração depende, principalmente, das características dos rodados e do solo agrícola, sendo mais que uma força, a própria interação entre pneu e solo agrícola. A eficiência em tração é a relação existente, expressa em porcentagem, entre a potência na barra de tração (calculada a partir do esforço de tração na barra e a velocidade real de deslocamento) e a potência disponível no eixo das rodas motrizes do trator. Quanto maior for este percentual, meno-
res terão sido as perdas no processo de tração, sendo que este parâmetro está fortemente relacionado com a carga na barra de tração, potência disponível e consumo de combustível. Quando os rodados duplos são utilizados adequadamente e o índice de patinamento estiver entre 8% e 16% (valores aceitáveis para solo agrícola firme e solo macio ou arenoso, respectivamente), a eficiência em tração aumenta. Com isso, os rodados duplos podem possibilitar a utilização de implementos maiores e também melhorar a capacidade de tração em todo tipo de solo, inclusive aqueles de baixa capacidade suporte (sustentação). No preparo de solos de várzea para o cultivo de arroz irrigado, bastante comum no Sul do país, por exemplo, ocorrem normalmente operações com alta demanda de tração e como a dificuldade de drenagem do terreno é natural, proporciona que em um mesmo talhão, com solo na umidade ideal de preparo, existam pequenas partes de área com solo úmido. Um exemplo típico de vantagem da utilização de rodados duplos ocorre quando é necessária a realização da
CUIDADOS AO USAR RODADO DUPLO
A
lguns cuidados básicos devem ser tomados quando se utiliza um rodado duplo no trator ou colhedora, conforme veremos a seguir: A pressão do rodado externo da duplagem deve ser inferior à do rodado interno e, quando se utiliza um kit para o acoplamento entre rodados, não se deve lastrar com água os pneus externos da duplagem, pois haverá uma sobrecarga na máquina, podendo ocorrer um desgaste na transmissão e ruptura de componentes. Na maioria dos casos, quando o implemento demanda determinada força de tração para o seu deslocamento, o motor do trator diminui a rotação, eleva o torque
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e continua a realizar determinada operação. Logo, o patinamento é a “solução” para evitar danos na transmissão. Recomenda-se que o patinamento do trator fique entre 8% e 16% para operações pesadas (aração ou subsolagem), principalmente quando o trator possuir lastragem próxima ao limite máximo estabelecido pelo fabricante. Devem-se evitar os níveis de patinamento próximos a zero, pois estes induzem a que o esforço demandado pela operação passe para a embreagem, transmissão, diferencial e redução final, provocando diminuição da vida útil do equipamento e gasto excessivo de combustível.
PASSOS PARA A MONTAGEM DO RODADO DUPLO COM KIT TIPO “CARRETEL”
P
rimeiro, substitua as porcas originais por porcas apropriadas para a montagem.
operação de aplainamento do solo em toda área. O aumento da flutuação e da capacidade de tração proporcionado por esta configuração de rodado viabiliza a operação, algo que seria muito difícil utilizando um trator com rodado simples.
CONSUMO DE COMBUSTÍVEL
Para a avaliação do rendimento de qualquer máquina agrícola o consumo de combustível é um dos aspectos mais importantes a serem considerados. Conforme Mialhe (1996), esse pode ser mensurado de duas formas: em relação ao tempo (consumo horário – kg/h, L/h etc) e em relação ao trabalho mecânico desenvolvido (consumo específico – g/kW/h, g/cv/h etc). O segundo é o parâmetro mais confiável para a análise de tal rendimento. Quando comparado com a utilização de rodado simples, o rodado duplo geralmente apresenta menor consumo específico de combustível, dependendo da condição de solo e da pressão interna dos pneus utilizada.
AVALIAÇÕES DE CAMPO
Posteriormente, insira o cubo de roda e fixe os parafusos aos tuchos. Após ter parafusado o cubo
pneus dos rodados externos, com dimensões 18.4-34 R1, marca Pirelli TM 95 de 12 lonas. Para fornecer cargas simulando uma operação agrícola, utilizou-se um trator freio. A partir da análise dos resultados, percebeu-se que na pressão de 138kPa (20 PSI) há uma diminuição da pressão exercida pelo rodado no solo de 19% na configuração rodado duplo, em relação ao rodado simples. Para a variável potência na barra de tração (velocidade de deslocamento x força de tração), houve diferença significativa entre os dois tipos de rodado, sendo a potência para rodado duplo 3,8% superior na comparação com o rodado simples. Utilizando rodado simples o consumo específico de combustível médio foi de 378g/ kW/h. Encontrou-se como menor valor 358g/ kW/h, obtido na configuração rodado duplo a uma pressão de 152kPa (22 PSI). Em contrapartida, o maior consumo de combustível ocorreu na configuração rodado duplo com pressão de 124kPa (18 PSI).
de adaptação, acople o rodado ao cubo de roda para formar a configuração de rodado duplo.
CONCLUSÃO
A utilização de rodados duplos pode proporcionar uma série de benefícios para o aumento da eficiência em tração dos tratores agrícolas e, por conseguinte, ao produtor rural, desde que algumas particularidades, como tipo e umidade do solo, assim como a sua cobertura vegetal, sejam consideradas, e as recomendações do fabricante no que se refere ao peso total admitido, possibilidade de utilização de rodado duplo por determinado modelo de trator e dimensões dos rodados a utilizar sejam seguidas corretamente. O nível de patinamento é o indicador da adequação da relação. .M Ulisses Giacomini Frantz, José Fernando Schlosser e Marcelo Silveira de Farias, Nema/UFSM Alexandre Russini, Unipampa
Figura 1 – Consumo específico de combustível para rodado simples e duplo em função da pressão de insuflagem dos pneus internos
Para conhecer os reais ganhos possíveis a partir da utilização de rodado duplo em tratores agrícolas, realizou-se um experimento em uma área agrícola da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) utilizando-se duas configurações de rodado no eixo traseiro do trator (simples e duplo) e três pressões internas, 124, 138 e 152kPa (18, 20 e 22 PSI) nos pneus traseiros, excetuando-se o pneu externo da duplagem que permaneceu com pressão fixa de 138kPa (20 PSI). Foi utilizado um trator da marca Massey Ferguson de 88,2kW (120cv) de potência máxima, com pneus R1 de construção diagonal, sendo que os pneus dianteiros eram de medida 14.9-26, marca Goodyear dyna torque II de 12 lonas, e os traseiros 23.1-30, marca Goodyear dyna torque III de 12 lonas. A empresa Marini, que detém a patente dos rodados duplos utilizados, forneceu os kits e os
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TRATORES Fotos Charles Echer
Controlando custos a agricultura moderna as máquinas agrícolas ocupam lugar de destaque na participação dos custos de produção. Os sistemas convencionais de preparo do solo representam uma das atividades com custos energéticos mais elevados no sistema de produção. Uma das maneiras de reduzir essa demanda energética é o melhor conhecimento do conjunto trator e implemento e sua adequada seleção ao sistema de preparo. Além da correta escolha do conjunto trator e implemento é fundamental saber o momento adequado para intervir no solo e garantir regulagens corretas do trator (motor, transmissão, inflação dos pneus e lastros do trator). Dentro das operações de preparo convencionais, as grades agrícolas são implementos mais utilizados para mobilização do solo, sendo utilizadas tanto no preparo primário como no secundário. Entre as justificativas mais utilizadas pelos agricultores para o preparo do solo com grades as principais são o controle de plantas daninhas, manejo de resíduos vegetais, melhoria da aeração e porosidade do solo, preparo de um bom leito de semeadura e melhoria nas condições físicas do solo. Assim como para outros implementos, a avaliação do desempenho operacional da grade pode ser obtida através da medição de consumo de combustível por hectare, onde nisso também
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podemos causar alguma alteração do padrão de trabalho e avaliar o efeito do mesmo no consumo e no rendimento operacional do conjunto. Dentre os fatores que podemos alterar podemos citar, o principal é a alteração de velocidade de trabalho, que interfere significativamente no consumo de combustível, como ocorre inclusive em veículos de passeio. Em decorrência da importância que tem a demanda energética no preparo de solo para o custo de produção do produtor, foi realizaTiago Correia
N
Avaliação do consumo de combustível e do desempenho operacional de grade mostra quais as melhores condições de velocidade e profundidade para operar o implemento com economia
Perfilômetro de superfície com 63 hastes de madeira graduadas e espaçadas a cada cinco centímetros
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do um trabalho com o objetivo de estudar o desempenho energético do conjunto trator/ grade em diferentes rotações de operação em solo argiloso. O ensaio foi conduzido no ano agrícola 2010/2011, na Fazenda Experimental Lageado, pertencente à Faculdade de Ciências Agronômicas (Unesp), localizada no município de Botucatu, na região centro-oeste do estado de São Paulo. O solo da área experimental foi classificado como Nitossolo Vermelho Distroférrico, conforme classificação da Embrapa (1999). Na determinação da profundidade de trabalho foi utilizada a metodologia do perfilômetro de superfície com 63 hastes de madeira graduadas e espaçadas a cada cinco centímetros, onde primeiramente foram tomadas leituras no perfil superficial do solo, antes da realização do preparo. Após o preparo, foram realizadas leituras para determinar o empolamento do solo causado pela grade; em seguida, foi aberto um sulco manualmente com auxílio de um enxadão, removendo-se todo o solo mobilizado pelos órgãos ativos do equipamento, para avaliação do perfil subsuperficial do solo, no mesmo local onde foi realizada a leitura do perfil superficial e do empolamento (Figura 1). Para se marcar corretamente e assegurar que as três leituras fossem realizadas no mesmo local, utilizaram-
Figura 1 - Representação gráfica do solo mobilizado no tratamento com preparo convencional, utilizando grade intermediária
As grades agrícolas são implementos mais utilizados para mobilização do solo, sendo utilizadas tanto no preparo primário como no secundário
se duas estacas cravadas no solo, uma em cada lado, que também serviram como apoio à base do perfilômetro. Na implantação e condução do experimento foi utilizado trator com tração dianteira auxiliar (4x2 TDA), com potência de 91,48kW (121cv) no motor. Para a realização do preparo de solo foi utilizada uma grade com 20 discos recortados em ambas as seções, espaçados em 0,27m entre si, 28 polegadas de diâmetro, largura de corte de 2,57m, e profundidade de trabalho de 0,12m a 0,20m. Para a determinação da patinagem dos rodados utilizaram-se geradores de pulsos, os quais realizam conversão de movimentos rotativos ou deslocamentos lineares em pulsos elétricos, gerando 60 pulsos por volta do rodado do trator. Os geradores de pulso dos rodados foram fixados no centro dos rodados do trator. Para a aquisição e o monitoramento dos sinais obtidos pelos sensores no sistema de alimentação de combustível das máquinas, foi utilizado um painel com instrumentos eletrônicos indicadores com precisão de 0,01L. Este fluxômetro gera um pulso a cada mililitro (ml) de combustível consumido pelo trator. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos inteiramente casualisados, com três tratamentos e quatro repetições formando um total de 12 parcelas experimentais. O objetivo do trabalho foi avaliar a operação de gradagem utilizando uma grade intermediária em três diferentes velocidades de trabalho. As parcelas foram dimensionadas com 20m de comprimento e 3,5m de largura total, espaçadas 15m uma da outra para realização
das manobras necessárias e estabilização do conjunto trator/grade. Conforme foram comparadas as três rotações de trabalho com grade, foram encontradas diferenças no consumo de combustível (L/h), na profundidade de trabalho (cm), na capacidade de campo efetiva (CCE) e nas velocidades de trabalho. Conforme demonstra os resultados estatísticos da Tabela 1, a gradagem com marcha B1 em rotação de 2.100rpm consumiu menos combustível que as rotações de 1.500rpm e 1.800rpm. Em rotação de 2.100rpm, o consumo operacional de combustível por hectare foi menor, significando 10,39% mais econômico que 1.800rpm e 47,5% mais econômico que 1.500rpm. Nesta rotação de 2.100rpm, a velocidade de trabalho e a capacidade de campo efetiva em ha/h por hora são maiores que as conseguidas com 1.500rpm e 1.800rpm, trabalhando cerca de 16,5% a 31,9% hectares a mais por hora. Dentre as rotações de trabalho avaliadas, conseguiu-se a melhor profundidade de trabalho com o conjunto trator-grade operando na rotação de 1.800rpm, a média de profundidade de trabalho dos discos da grade foi de 18,5cm. Embora a profundidade de trabalho conseguida com 1.500rpm seja aproximada-
CCE (ha h-1) 0,62 c 0,76 b 0,91 a 2,56
COC (L ha-1) 32,85 a 19,95 b 17,25 c 4,3
Velocidade Profundidade de trabalho (cm) (km h-1) 17,7 a 2,5 c 18,5 a 3,05 b 13,1 b 3,65 a 11,12 2,61
Tiago Pereira da Silva Correia, Saulo Fernando Gomes de Sousa, Leandro Augusto Felix Tavares, Neilor Bugoni Riquetti, Vinicius Paludo e Paulo Roberto Arbex Silva, Unesp
Cálculo do consumo
O
consumo de combustível por área trabalhada foi obtido através da relação entre o consumo horário de combustível e a capacidade de campo efetiva, de acordo com a equação: COC = CHC CCE
Tabela 1 - Consumo operacional de combustível (COC), capacidade de campo efetiva (CCE), velocidade de trabalho e profundidade de trabalho em função das rotações do motor Rotação (rpm) 1500 1800 2100 C.V. (%)
mente igual à profundidade conseguida com 1.800rpm, a capacidade de realizar o trabalho em unidade de área por hora (ha/h) é menor, devido à velocidade de trabalho conseguida também ser menor. O consumo de combustível por hora nesta rotação é maior que nas demais, cerca de 90% mais alto que o consumo em 2.100rpm. Conclui-se que trabalhando com maior rotação e maior velocidade de trabalho o consumo de combustível do trator é menor, porém, a profundidade de trabalho da grade também é menor. Quando trabalhamos com menor rotação e menor velocidade, o consumo de combustível do trator é maior, contudo, a profundidade de trabalho da grade é maior. Dessa forma, o produtor rural pode escolher a melhor velocidade e rotação de trabalho dependendo do objetivo, seja profundidade de .M trabalho ou ganho operacional.
Equipe da Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp, responsável pelo ensaio
Onde: COC = Consumo operacional de combustível (L.ha-1) CHC = Consumo horário de combustível (l.h-1) CCE = Capacidade de campo efetiva (ha.h-1)
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capa
LS P100C
Considerado o modelo top de linha da LS Tractor no Brasil, o trator LS P100C tem 96cv de potência e transmissão Power Shuttle com 40 marchas à frente e 20 à ré, além de uma série de itens inéditos em modelos desta categoria no País
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epois de testar o trator LS, modelo U60, para a edição de março da Revista Cultivar Máquinas, novamente tivemos a oportunidade de testar outro trator da marca coreana que recentemente chegou ao Brasil. Desta vez o modelo testado foi o LS P100C, um top de linha da série Plus. A LS oferece no mercado brasileiro três séries, Plus, U e R. A série Plus oferece seis modelos, com potência bruta de motor de 78cv a 105cv. É a série dos tratores de maior tamanho da marca aqui no
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Brasil, com todos os modelos com motor de quatro cilindros, com aspiração natural ou turbo e com intercooler. O fabricante está produzindo equipamentos agrícolas na Coreia desde 1995, como marca LG. A marca LS Mtron nasceu em 2008 quando se iniciou a fabricação dos tratores desta marca. No país asiático, tornou-se uma das líderes na área de máquinas agrícolas e componentes eletrônicos. Uma nova fábrica em território chinês foi criada em 2009 e entre os dois países é produzido um total de 50 mil
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Radiadores do sistema de arrefecimento do óleo e do sistema de ar-condicionado têm fácil acesso
tratores por ano. No Brasil as suas operações iniciaram em 2010, com alguns modelos importados, e se inaugurará oficialmente uma fábrica no município de Garuva, em Santa Catarina, no dia 10 outubro deste ano. No entanto, as instalações já estão prontas há alguns meses e todos os três modelos da série Plus já estão sendo produzidos na fábrica nova e outros modelos estão sendo trazidos diretamente da matriz coreana. Já há planos para o início da fabricação dos modelos U60 e R50 e R60 no Brasil. O modelo P80 é o trator preparado para os agricultores que optarem pela compra através do programa Pronaf Mais Alimentos. Para atendimento dos clientes, a marca
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A transmissão dianteira possui engrenagens cônicas mais resistentes e com melhor ângulo de esterçamento
já conta com 15 concessionárias e pretende alcançar 24 pontos de venda e assistência técnica até o final do ano. Como mercado-alvo a LS Mtron reforçou de início a região Sul, com intensiva implantação de revendas no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Mas também estão sendo atendidos os estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Piauí. Embora o foco principal seja os pequenos e médios agricultores de todas estas regiões, a empresa coreana irá atender os grandes com estes modelos da série Plus e tem planos de exportação para o futuro, principalmente para os países latino-americanos. É uma empresa em franco crescimento que planeja empregar mais de 100 colaboradores
O sistema de três pontos possui dispositivo para aumentar e diminuir o comprimento dos braços laterais
diretos e outros 400 indiretos, promovendo um grande impacto na região em que se instalou e naquelas regiões onde pretende alocar seus pontos de venda e assistência.
MOTOR
O motor que equipa o modelo testado é da marca Iveco FPT, de quatro cilindros, com 4,5
O modelo testado estava lastrado com oito contrapesos metálicos de 40 quilos cada um
litros de volume, injeção direta, refrigerado à água e bomba injetora rotativa da marca Bosch. O sistema de alimentação de ar é por turbo compressor intercooler, contando com um filtro de ar do tipo seco e pré-ciclonizador. No que diz respeito à emissão de poluen-
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tes, esse motor atende aos padrões Tier III e aos requisitos de duas outras normas, isto é, minimiza a poluição, diminui os riscos à saúde do operador e contribui para a redução dos impactos ambientais. Todas essas características resultam em 70,7kW (96cv) de potência máxima a 2.300rpm do motor e uma reserva de torque, informada pelo fabricante, de 19,4%. Não foram informados pelo fabricante os valores de torque máximo, bem como a rotação do motor onde esse é atingido. Esta informação é interessante de ser disponibilizada, pois se trata de dado utilizado como critério técnico de seleção, no momento da aquisição de um determinado trator. Quanto às capacidades, o tanque de combustível é capaz de armazenar 100 litros de diesel e o cárter do motor (com filtro) nove litros de óleo lubrificante SAE 15W40. Além de fácil acesso, o tanque de combustível possui sistema antifurto, pois necessita de chave para abri-lo. Outra característica positiva é o capô dianteiro basculante, que proporciona maior facilidade na realização das manutenções diárias (checagem do nível de água do radiador, limpe-
za do filtro de ar externo e verificação do nível de óleo lubrificante do motor), devido à excelente acessibilidade a esses componentes.
TRANSMISSÃO DE POTÊNCIA
A transmissão de potência do motor para os demais elementos é do tipo mecânico sincronizada com 12 velocidades à frente e 12 à ré no modelo sem cabine. O modelo cabinado que estávamos testando, tem 20 velocidades à frente e 20 à ré, podendo, com o opcional redutor ou “creeper”, permitir 40 marchas à frente e 20 à ré. O modelo testado possuía uma alavanca de velocidades (quatro marchas “1ª, 2ª, 3ª, 4ª”) com dois botões (alta e baixa) e outra alavanca para os grupos (três grupos “Low, Medium, High”). As alavancas de velocidade e grupos estão posicionadas uma de cada lado do posto de operação, sendo a velocidade do lado direito e a de grupos no lado esquerdo do assento do operador. Além disso, o sistema de bloqueio do diferencial é acionado através do simples toque de um botão. O modelo já sai de fábrica com inversor (frente e ré), contando com duas
opções: o mecânico e o hidromecânico (não é necessário acionamento da embreagem). O sistema de alta e baixa pode ser acionado com o trator em operação, o que auxilia quando houver necessidade de reduzir ou aumentar a velocidade em função de uma maior ou menor demanda de tração, proporcionada pelas condições do terreno (relevo, diferentes tipos de solo e condições de umidade da área). O sistema de transmissão do movimento parece ser robusto e adequado para essa faixa de potência, sendo que a redução final, do tipo epicicloidal, aparenta ser bem dimensionada. A tomada de potência (TDP) é de acionamento elétrico e independente, sem vínculo com a embreagem do trator, o que facilita seu uso na maior parte das operações, pois, uma vez acionada, basta pressionar um botão ao lado das alavancas do comando hidráulico para que ocorra seu acionamento ou a interrupção do seu movimento. Este modelo possui duas opções de TDP: somente 540rpm e, três rotações, 540rpm, 750rpm e 1.000rpm. O modelo testado possuía a segunda opção, com três velocidades de utilização. A opção de 750rpm
O posto do operador é bastante confortável, com os principais comandos dispostos ergonomicamente num console na lateral direita da cabine
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Fotos Charles Echer
não é usual no Brasil. A transmissão da potência ao eixo dianteiro motriz é da marca LS, blindada, com uma boa vedação do sistema, utilizando engrenagens cônicas e não as tradicionais cruzetas. Isso oferece maior resistência a este componente tendo como consequência a diminuição da manutenção e melhora do ângulo de esterçamento do trator.
SISTEMA HIDRÁULICO
O sistema hidráulico com capacidade para 55 litros de óleo lubrificante possui uma vazão de 63,2 litros por minuto e pressão máxima de 208kgf/cm². O sistema de levante de três pontos é da categoria II com uma capacidade máxima de 3.400kgf no olhal. Este sistema conta com uma forma interessante de acoplamento do trator ao implemento, onde a extensão final dos braços inferiores de acoplamento possui prolon-
A alavanca de marchas é similar aos modelos automotivos, com botões seletores de alta e baixa
gações móveis, que aumentam ou diminuem o comprimento dos braços do sistema hidráulico para o acoplamento. Além disso, permite uma pequena oscilação vertical de posição, facilitando ainda mais o acoplamento, sendo que após o acoplamento, basta o operador dar marcha a ré para que este sistema volte automaticamente à posição de utilização. O controle de posição do sistema hidráulico é realizado através de duas alavancas. Uma para controle de profundidade e outra para abaixar e levantar o implemento. Possui ainda um sistema automático (liftmatic), no qual é possível ajustar a altura de levante e através do acionamento de uma pequena alavanca o sistema levanta o implemento. Posteriormente, através do acionamento de um botão, o sistema abaixa o implemento até a profundidade préselecionada. O controle remoto é independente, permitindo que tanto o sistema hidráulico de três
O cano de descarga possui proteções em toda a sua extensão para evitar o contato com a superfície quente
pontos quanto o controle remoto sejam acionados simultaneamente. No modelo standard (Rops) possui duas válvulas de dupla ação com opcional de três, e no modelo cabinado possui três válvulas na versão standard. O que chamou a atenção no modelo testado foi a indicação da conexão de cada alavanca com cada válvula de dupla ação, através de uma solução simples, onde tem-se alavancas de diferentes cores (preto, azul e verde) e capas das válvulas com as cores correspondentes. Isso proporciona maior facilidade ao operador no momento do acoplamento do trator ao implemento.
ERGONOMIA E SEGURANÇA
O modelo P100 está disponível na versão Rops (Rollover Protective Structure), com posto
A cabine é bastante ampla, com portas nas duas laterais e uma janela basculante na parte traseira da máquina para facilitar a visibilidade traseira
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Concessionário e Assistência técnica
O
apoio para o nosso teste foi proporcionado pela equipe da fábrica e pelo concessionário regional Globalmac, que tem loja matriz em Barra do Ribeiro, Rio Grande do Sul desde março. O gerente responsável pela loja, João Batista Sarmento nos contou que ainda este ano a concessionária LS Mtron inaugurará mais três lojas, em Caxias do Sul, Vacaria e Passo Fundo, para atender desde o pequeno ao grande agricultor. Ele nos explicou que na região de abrangência da revenda a clientela é bem variada e que geralmente os pequenos produtores preferem o modelo U60 e os
aberto ou com cabine, quando tem a designação P100C. O acesso ao posto de operação é realizado através de uma escada com dois degraus antiderrapantes, facilitado pelo uso de pega-mãos na coluna da cabine e no interior da porta. No modelo cabinado há abertura em ambos os lados, devendo a porta do lado direito ser utilizada apenas como saída de emergência. Do posto de operação há visão traseira por meio de dois retrovisores laterais e um retrovisor interno, bem posicionado. O assento do operador é de boa qualidade, com descansa-braços, fáceis regulagens e cinto de segurança retrátil de dois pontos. No piso, um tapete antiderrapante, com espuma de amortecimento espessa, auxilia na atenuação das vibrações. O sistema de ar-condicionado possui três seletores (velocidade e direcionamento do fluxo de ar e temperatura) e direciona o ar para mais de um ponto na cabine, o que o torna muito semelhante ao utilizado pela indústria automobilística. Verificamos que do posto do operador, os comandos, principalmente os de acionamento frequente (acelerador manual, controle remoto, sistema hidráulico e transmissão) estão bem posicionados e dispostos ergonomicamente, proporcionando fácil acionamento pelo operador. Possui ainda um comando do tipo joystick, bem projetado, que controla todos os movimentos de um implemento frontal (lâmina, guincho ou concha), pois já vem preparado para tal finalidade. A alavanca seletora de marchas é
O P100C será o modelo mais completo oferecido pela LS Tractor no Brasil
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arrozeiros da região com menores áreas preferem o P80 e com áreas de maior tamanho poderão adquirir o P100C com posto de operação fechado. A equipe da concessionária que participou da Expointer 2013 ficou bastante impressionada com a aceitação dos produtos e procura do stand. Nesta ocasião o destaque de visitas e informações foi exatamente o modelo que estávamos testando, o P100C. A primeira impressão do concessionário é de que também haverá uma boa procura pela concha frontal, para a qual este e outros modelos da LS estão perfeitamente configurados.
posicionada no lado direito e é muito similar ao câmbio de um automóvel, com dois botões responsáveis pelo sistema de alta e de baixa (HiLow), já a alavanca seletora dos grupos (L, M e H) é colocada no lado esquerdo do operador, em posição inferior. O painel, bem simples, possui boa visibilidade, com instrumento central de visualização da rotação e horímetro digital e dois indicadores laterais de volume de combustível no tanque e temperatura do líquido de arrefecimento. Diferentemente de outros tratores é possível escamotear todo o painel de comandos (volante, sinais de informação do funcionamento do sistema e tratômetro) e não somente a coluna do volante. No lado direito do operador existem botões que ligam e desligam a tração, acionam a TDP e o bloqueio do diferencial, além das três alavancas de controle remoto, acelerador manual
e sistema hidráulico (levantamento e controle de profundidade). Nosso teste não se prolongou à noite, porém, notamos que o sistema de iluminação deste modelo conta com oito faróis na parte frontal e quatro na parte traseira, além de intermitentes direcionais e luzes de freio.
PESOS E DIMENSÕES
Os pneus que equipavam o trator que testamos eram da marca Titan, da seguinte especificação: 12.4-24 R1 no eixo dianteiro e 18.4-30 R1 no eixo traseiro. Todos os pneus estavam sem câmara (tubeless). A lastragem utilizada no trator era metálica, composta por oito contrapesos de 40kgf cada na parte dianteira do trator, resultando em um peso aproximado de 4.095kgf.
TESTE DE CAMPO
Em muitos dos testes que fizemos, encontramos algumas dificuldades em localizar os implementos adequados para uma boa avaliação. No entanto, nesta ocasião, como estávamos em uma empresa rural bem estruturada, tínhamos muitas opções, por isto escolhemos um escarificador marca Jan, modelo Jumbo Matic de cinco hastes, com rolo condicionador traseiro, que estava em ótimo estado. O solo da área onde testamos este trator era de textura média, com resíduos de cultura anterior e uma umidade superior ao que seria recomendado para este tipo de operação, pois havia chovido levemente dois dias antes do teste. Durante todo o teste tivemos apoio do técnico Vinicius Giru, que é responsável técnico externo da concessionária, com treinamento e curso na fábrica em Garuva. De início, fizemos todos os testes para encontrar a velocidade adequada ao trabalho,
Como é comum em tratores de grande porte, o P100C possui sistema de escamoteamento da direção, que neste caso bascula junto com todo conjunto do painel
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Especificações técnicas
Local dos testes
O
test drive foi realizado em uma propriedade rural às margens da BR 290, no 5º distrito, Parque Eldorado, do município de Eldorado do Sul, RS. A fazen-
da Expogranja pertence à família Hoffmann e dispõe de uma área de 285 ha, destinada principalmente a produção de feno de alfafa e Tifton 85.
Motor Marca Potência bruta Rotação de potência máxima
Iveco FPT, 4 cilindros, turbo intercooler 96 cv 2.300 rpm Transmissão
Tipo Número de marchas TDP Eixo dianteiro
Power Shuttle, High-low, creeper 20 à frente e 20 à ré (40 com creeper) Independente, 540/750/1000rpm Motriz, acionamento eletro-hidráulico Sistema hidráulico Categoria, sistema de três pontos II Capacidade de levante 3.400 kgf Pressão máxima 208 kgf/cm2 Vazão máxima 63,2 litros/minuto Controle remoto Duas válvulas, três opcional Vazão máxima do controle remoto 45,4 litros/minuto Pneus Dianteiros Traseiros
concluindo que dentre as opções que tínhamos a 2ª marcha do grupo médio, com a posição de High no botão da alavanca, proporcionava uma velocidade média de 5,5km/h, compatível ao trabalho e o relevo do terreno. Depois iniciamos o trabalho, acumulando linhas contíguas do implemento, obedecendo às curvas de nível do terreno. Acompanhando o trabalho vimos que o patinamento médio foi de 16%. Tivemos que considerar que, mesmo fazendo uma operação que demanda bastante potência, estávamos sem lastro hidráulico e metálico nas rodas traseiras. Tínhamos apenas oito contrapesos de 40kgf cada no suporte dianteiro. Estimamos a demanda entre 15cv e 18cv de potência do motor por haste, no que resultava em aproximadamente 75cv a 95cv de potência do motor, que tinha 96cv de potência bruta, portanto estávamos levando o trator próximo ao limite. Em poucas vezes o patinamento elevou-se a ponto de termos que diminuir a profundidade, medida em média
entre 35cm e 38cm. Medimos o ruído de passagem a dez metros da linha de deslocamento encontrando médias em torno de 82dB(A). No interior da cabine estes valores eram bem menores, devido ao posto fechado. Ficamos bastante satisfeitos, principalmente com a resposta do motor que em nenhum momento perdeu rotação de forma excessiva, mantendo o torque, dentro da reserva prevista, mesmo com as dificuldades que impusemos no teste. Este parece que será um dos pontos fortes deste trator na sua competição com outras marcas. Também foi muito positiva a nossa avaliação sobre a transmissão, pois o sistema Hi-Low possibilita a troca de uma marcha para cima ou para baixo com um simples toque de um botão na alavanca de câmbio. Vimos que mesmo exercendo esforço, sem uso da embreagem este sistema respondia facilmente. Também foi muito positiva a avaliação do inversor que facilita muito as manobras e por certo será
12.4-24 R1 18.4-30 R1 Capacidades/pesos/dimensões Depósito de combustível 100 litros Peso de embarque 4.095 kgf Distância entre eixos 2.200 mm
muito útil para quem utilizará este trator com implementos que exijam movimentos rápidos à frente e à ré. Como conclusão, a equipe do teste saiu bastante impressionada e acreditando que várias soluções, trazidas neste modelo, serão adotadas por outros fabricantes. Vários pequenos detalhes utilizados para operações simples do dia a dia do trabalho agrícola foram simplificados. É um novo projeto de .M engenharia que chega. José Fernando Schlosser, Ulisses Giacomini Frantz e Marcelo Silveira de Farias, Nema – UFSM
Detalhe do bocal do tanque de combustível, com trava e identificação do tipo utilizado
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pulverizadores
Aplicação calculada Jacto
Quais são as formas mais econômicas para pulverizar cana-de-açúcar? O Suplemento Solver do Microsoft Excel pode ser utilizado para otimizar processos mecanizados
S
egundo dados do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Agrícola (Sindag, 2013), o Brasil é o maior mercado consumidor de defensivos no mundo e o consumo destes produtos aumentou mais de 72% entre 2006 e 2012, passando de 480,1 mil para 826,7 mil toneladas. Nos vinhedos do País, especialmente devido às condições de umidade, o controle químico por meio do uso de fungicidas é prática amplamente utilizada. Tendo em vista a necessidade de redução da utilização de defensivos na gestão das pragas e doenças na vitivinicultura brasileira, já está presente no mercado uma máquina capaz de aplicar um fluxo de ar quente a alta velocidade nas plantas, objetivando o Controle Térmico de Pragas (Thermal Pest Control - TPC). A máquina Lazo TPC está sendo avaliada no Laboratório de Agrotecnologia (Agrotec) do Núcleo de Ensaios de Máquinas Agrícolas (Nema) na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Pretende-se realizar um estudo técnico-operacional da referida máquina visando à comprovação da sua
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potencialidade de uso no sistema brasileiro de produção de uva para vinhos. A máquina utilizada para efetuar esta aplicação no Brasil está registrada no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) e a patente refere-se a um equipamento acoplado a um trator, utilizado para auxiliar no controle de pragas de várias culturas agrícolas, especialmente frutas, projetado para gerar e distribuir um fluxo de ar quente diretamente nas plantas, na faixa de temperatura entre 30°C e 300°C e a uma velocidade de 30 a 200km/h. A tecnologia TPC utiliza apenas um fluxo de ar quente sobre as plantas para o controle de pragas e doenças e já vem sendo utilizada por cerca de 40 produtores de uvas no Brasil, sendo a grande maioria do Rio Grande do Sul, da região do Vale do Rio São Francisco, de São Paulo e de Santa Catarina. Trata-se de uma alternativa que surgiu a partir de uma experiência chilena, iniciada em 1991 e que, a partir de 2008, começou a ser testada no Brasil. O idealizador dessa máquina foi o agricultor chileno Florêncio Lazo, que tinha como objetivo
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inicial fazer o controle de geadas nas áreas de produção. Porém, ao observar que as plantas desenvolviam maior resistência às pragas e doenças com a aplicação do fluxo de ar quente, passou a estudá-la com este objetivo. Mais tarde, a tecnologia foi denominada de “Thermal Pest Control” (TPC). O sistema TPC propõe o controle de pragas e doenças com dois propósitos, o primeiro, eliminar fungos, bactérias, larvas e insetos que não resistam à exposição às altas temperaturas e, o segundo, estimular os mecanismos de autodefesa da planta através do estresse a qual esta é submetida pelo rápido aquecimento, o que a tornaria mais resistente. A motivação inicial para o desenvolvimento da tecnologia era eliminar totalmente o uso de defensivos nas culturas. Entretanto, as primeiras experiências práticas evidenciaram que a melhor utilização da máquina seria associá-la a uma abordagem sistêmica do Manejo Integrado de Pragas (MIP), o que permitiria aos usuários reduzir sua dependência na utilização de defensivos. As características da máquina Lazo
Divulgação
Charles Echer
O Departamento de Engenharia Agrícola da Universidade Estadual de Goiás desenvolveu um modelo de programação linear inteiro para o auxílio no processo de seleção entre os vários tipos de pulverização agrícola aérea e terrestre
TPC são similares às dos equipamentos de pulverização do tipo atomizador, normalmente utilizados para efetuar o controle de pragas em frutíferas e cultivos arbóreos ao aplicar produtos químicos fitossanitários. No entanto, a Lazo TPC aplica, como via alternativa, um fluxo de ar quente sobre o cultivo, contendo um sistema de geração e de aquecimento do ar. Nesse contexto, não existem normativas específicas de avaliação que se adaptem de forma integral à máquina para o controle térmico de pragas e estabeleçam os procedimentos para efetuar a sua
certificação e homologação. Sendo assim, é necessário realizar uma adaptação de normas e procedimentos de ensaios e testes existentes, de forma a definir uma metodologia específica e adequada para realizar a avaliação do equipamento. O trabalho de avaliação desta máquina foi dividido em três etapas: a primeira consiste na aplicação de um questionário a profissionais, produtores e técnicos relacionados com a produção vitivinícola, representativos das regiões produtoras do Brasil sobre a máquina e a tecnologia, visando conhecer a situação da
utilização da máquina no Brasil. A segunda etapa diz respeito à caracterização técnica, incluindo a descrição dos constituintes estruturais da máquina, funcionamento e cumprimento das normas de segurança. Finalmente a terceira consiste na sua avaliação técnico-operacional, onde serão avaliados quesitos como o comportamento da máquina a campo, verificando sua eficiência e capacidade operacional, condições do ar aplicado (temperatura e velocidade), custos operacionais, entre outras variáveis. Neste momento os trabalhos encon-
Tabela 1 - Tipo de pulverizador, preço, largura efetiva, capacidade de campo efetiva e capacidade do tanque Tipo de Pulverizador/Pulverização Arrasto Autopropelido Aérea
Preço (R$) 70.000,00 450.000,00 654.000,00
Capacidade de Campo Efetiva (ha h-1) 8,33 22,44 115,48
Capacidade do Tanque (L) 1.500 2.000 600
Tabela 2 - Simulação para o custo horário devido ao aumento anual da área total da usina Ano 0 1 2 3 4 5 6
Área (ha) 30000 35000 40000 45000 50000 55000 60000
Ritmo Operacional da Usina (ha h-1) 242,96 282,25 322,57 362,89 403,22 443,54 483,86
Número de Conjuntos 1, 1 1, 2 1, 2 1, 2 1, 2 2, 2 2, 2
Tipo de Pulverizador Selecionado Autopropelido + Avião Autopropelido + Avião Autopropelido + Avião Autopropelido + Avião Autopropelido + Avião Autopropelido + Avião Autopropelido + Avião
Custo Horário (R$ h-1) 2804,86 5518,64 5518,64 5518,64 5518,64 5609,72 5609,72
Custo por Área total (R$ ha-1) 29,99 56,30 56,41 56,18 55,99 57,39 57,13
Tabela 3 - Simulação para o custo horário devido às reduções de 25% e 50% do tempo total disponível para as operações de pulverização Tempo total disponível* (dias) (%) 375 (100) 279 (25) 187 (50)
Ritmo Operacional (ha h-1) 242,96 337,01 485,91
Tipo de Pulverizador Selecionado Autopropelido + Avião Autopropelido + Avião Autopropelido + Avião
tram-se na segunda fase de avaliação e os resultados da primeira fase (Tabela 1), demonstram que a comunidade vitivinícola brasileira considera a tecnologia TPC uma alternativa promissora para o controle de pragas. A tecnologia foi bem recebida, especialmente devido à preocupação com os impactos que a atividade agrícola pode oferecer ao meio ambiente e ao homem, bem como com relação a questões de segurança alimentar para o consumidor final, uma vez que a tecnologia visa reduzir ou eliminar a utilização de defensivos na produção de uvas e vinhos. Contudo, a grande maioria dos participantes do questionário afirmou que o sistema ainda necessita de uma melhor comprovação e validação, para que seja adotado na gestão das pragas que acometem a cultura vitícola no Brasil. Segundo estes, há necessidade de estudos que objetivem aperfeiçoar a tecnologia e possibilitar uma maior certeza de alcance de resultados com as aplicações de ar quente com a máquina Lazo TPC, principalmente reduzindo as aplicações de defensivos. Informações referentes à eficiência da aplicação, custo operacional, normas de segurança e fatores operacionais que permitam recomendações adequadas para a utilização da máquina foram julgadas as mais importantes para a consolidação desta tecnologia no Brasil. A caracterização técnica da Lazo TPC, efetuada na segunda fase, permitiu compreender a estrutura e o sistema de funcionamento da máquina. O equipamento foi
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Número de Conjuntos 1, 1 1, 2 2, 2
Custo Horário (R$ h-1) 2804,86 5518,64 5609,72
Custo por Área (R$ ha-1) 29,99 56,41 55,70
dividido em sistema de geração de ar, de aquecimento do ar e de distribuição do ar, sendo os sistemas comunicados entre si, com
potenciais da utilização da tecnologia TPC, como o controle de pragas e doenças, incremento do mecanismo de autodefesa das plantas, diminuição da umidade durante a estação de crescimento, diminuição dos riscos e custos ambientais pelo uso de defensivos, aumento da produtividade e qualidade do produto, deve ser observado objetivando a resolução de problemas de forma a possibilitar uma análise da relação custo-benefício quando da utilização em diversas regiões e condições produtivas. A correta identificação dos problemas específicos, enfrentados pelos usuários e pela máquina em si nas condições de produção do Brasil pode gerar a necessidade de alteração das configurações da máquina TPC. Isto é considerado primordial para que a tecnologia Thermal Pest Control seja vista como uma solução potencial e alcance a eficiência desejada e para que se consolide como uma alternativa de redução do uso de defensivos .M na viticultura brasileira. Ródney Ferreira Couto e Elton Fialho dos Reis, UEG João Paulo Barreto Cunha, Ufla
Como utilizar o modelo
O
modelo matemático desenvolvido para o auxílio na tomada de decisão entre as diversas formas de pulverização agrícola, com base no menor custo horário, foi: minC = AXTrator + Pul. Arrasto +BXPul.autopropelido +CXAvião
em que: C - Custo horário, R$/h. características e estruturas independentes, A - Custo horário total do conjunto no entanto, complementares, conforme a trator Tabela 2.+ pulverizador de arrasto, R$/h XTratora +conclusão - Quantidade de técnicaconjunCom da avaliação Pul.arrasto tos mecanizados formados pelo trator + operacional da máquina TPC espera-se forpulverizador de arrasto, unidades necer as informações para orientar, tanto o aprimoramento da máquina que atenda B - Custo horário total para do pulverizador asautopropelido, necessidades dos R$/hprodutores rurais em relação às diferentes condições e de aospulverifatores XPul. - Quantidade autopropelido levantados quanto uma eficiente utilização zadores autopropelidos, unidades por estes produtores noda campo. C - Custo horário aviação, R$/h Finalmente qualquer um dos benefícios XAvião- Quantidade de aviões, unidades As restrições impostas ao modelo foram: * Número mínimo de conjuntos selecionados: XTrator + Pul. Arrasto +XPul.autopropelido +XAvião≥1
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* Número máximo de operadores: XTrator + Pul. Arrasto +XPul.autopropelido ≤4
* Número máximo de pilotos: XAvião≤2
* Dessecante (Reforma do Canavial): CCeTrator + Pul. ArrastoXTrator + Pul. Arrasto+CCePul. + ≥RODessecação autopropelido Pul.autopropelido
* Pós-emergente (Reforma do Canavial): CCeTrator + Pul. ArrastoXTrator + Pul. Arrasto+CCePul. + ≥ROPós-Emergente autopropelido Pul.autopropelido
* Herbicida de Seca: CCeTrator + Pul. ArrastoXTrator + Pul. Arrasto+CCePul.autopropelido XPul.autopropelido≥ROHerbicida de Seca
* Inseticida Sistêmico: CCePul. autopropelidoXPul.autopropelido≥ROInseticida Sistêmico
* Maturadores: CCeAviãoXAvião≥ROMaturadores
* Inibidores: CCeAviãoXAvião≥ROInibidores
semeadoras
Lado a lado Para chegar a um estande ideal de plantas, o operador deve levar em conta principalmente três fatores: compactação do solo, velocidade de plantio e regulagem da semeadora
O
processo de semeadura apresenta grande importância para a obtenção de colheita lucrativa. O sucesso de uma semeadura está na distribuição correta em número, espaçamento e profundidade de sementes recomendada. As sementes devem ser acondicionadas no sulco de forma que ocorra contato íntimo com o solo úmido, para um processo de germinação e emergência uniforme. A produtividade de grãos das culturas semeadas em linha é influenciada por diversos fatores, sendo a uniformidade de distribuição de plantas um dos mais importantes. Na cultura da soja, o potencial máximo de produção é atingido desde que se tenham as melhores condições de solo, clima e mínimo de competição entre plantas. Para alcançar a produtividade esperada, precisam ser levadas em consideração as características das máquinas utilizadas na semeadura, a textura, a estrutura, bem como a umidade do solo no momento da operação. Contudo, devido à diversidade
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de solos encontrados nas diferentes regiões do País, existe grande probabilidade de que um mesmo sistema de abertura e fechamento de sulco de uma semeadoraadubadora não possibilite bom contato do solo com a semente em diferentes tipos de solo. O desempenho das semeadorasadubadoras é avaliado principalmente pela qualidade e quantidade de trabalho que executam. A qualidade refere-se à obtenção de uma população de plantas de acordo com a densidade preestabelecida, respeitando a distribuição de plantas por metro linear e o espaçamento entre plantas. Por outro lado, quantidade refere-se à área semeada por unidade de tempo e os fatores que mais interferem são a largura de trabalho e a velocidade de deslocamento, tendo sempre o cuidado de verificar a velocidade de trabalho. Para as semeadoras de discos horizontais o ideal é que a velo-
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Tabela 1 – Classificação dos espaçamentos entre plantas de soja em função da distribuição longitudinal (normais: 0,5xref ≤ X ≥ 1,5xref); (duplos: X ≤ 0,5xref) e (falha: X ≥ 1,5xref) Distribuição longitudinal Normais % Duplos % Falhas % Coeficiente de Variação
Porcentagem (%) 56,01 23,71 20,28 14,92
cidade não deve ultrapassar 5km/h. As ferramentas que acompanham a agricultura de precisão adotam como princípio a heterogeneidade das áreas de cultivo, com o objetivo de manejar o campo levando em consideração a variabilidade espacial do sistema de produção. Os atributos do solo são manejáveis por meio de zonas que apresentam aspectos similares, resultando em melhor produtividade e/ ou menores custos. Áreas bem manejadas facilitam maximizar a produtividade, contudo, a irregularidade na distribuição de plantas, desde o momento da semeadura e durante a condução da cultura, pode afetar a produtividade final. Na safra 2012/2013 foi realizado no município de Planalmira (GO), em um talhão cultivado com soja em semeadura direta, um estudo para avaliar a distribuição de plantas. Para isto foi montado um grid com 126 pontos, em uma área de 63 hectares.
Vandoir Holtz
Para avaliação da produtividade foram colhidas amostras de áreas de um metro quadrado
A distribuição espacial das classes do solo e os seus atributos físicos foram caracterizados utilizando técnicas de geoestatística presente no programa GS+ for Windows versão 7.0. Os semivariogramas foram calculados considerando um comportamento isotrópico da dependência espacial. Os mapas interpolados foram confeccionados utilizando o método de krigagem ordinária. Para a avaliação da regularidade de distribuição longitudinal e a porcentagem de espaçamentos entre plantas,
foi feita adaptação da metodologia indicada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas para a avaliação de semeadorasadubadoras. Desta forma, a porcentagem de espaçamentos aceitáveis, falhos e duplos foi obtida, considerando espaçamento duplo, quando a distância entre plantas era menor que 0,5 vez o espaçamento médio esperado; aceitável quando figurava de 0,5 a 1,5 vez o espaçamento médio esperado; e falho quando maior que 1,5 vez o espaçamento médio esperado. Para isso, foram contadas as
John Deere
New Holland
Figura 1 – Mapa de distribuição da produtividade de grãos (A), porcentagem de areia no solo (B) e resistência à penetração (C)
A
B
plantas de soja em três linhas de semeadura paralelas, no comprimento de um metro em cada, bem como medidas as distâncias entre cada planta. Os valores obtidos pela contagem direta em campo foram tabulados no programa computacional Excel para o cálculo do coeficiente de variação (CV) e porcentagem de espaçamentos aceitáveis. Para avaliação da produtividade, foram colhidas em cada ponto as plantas em um metro quadrado, depois de trilhados, seus grãos foram pesados e determinada a sua umidade. Posteriormente, o valor da massa obtida foi transformado para ton/ ha, com sua umidade corrigida para 13% em base úmida. A resistência à penetração foi avaliada com um penetrômetro eletrônico da marca Falker, modelo PLG 1020, utilizando um cone com diâmetro de 12,83mm e ângulo de penetração de 30°, seguindo-se as normas da Asae (American Society of Agricutlural Engineers). Os resultados mostraram que a produtividade de grãos, a textura do solo e resistência à penetração apresentaram dependência espacial (Figura 1a). A variabilidade encontrada para a produtividade pode ser explicada pelas diferenças encontradas para a textura e estrutura do solo (Figura 1b e 1c), que podem ter influenciado no desenvolvimento da cultura, bem como nas práticas de manejo. A distribuição de plantas na linha apresentou apenas 56,01% (Tabela 1) com espaçamentos entre plantas dentro da faixa considerada satisfatória, que lhe confere desempenho regular. Com relação à distribuição de sementes, as semeadoras
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C
podem ser classificadas como de ótimo desempenho se distribuir de 90% a 100% das sementes na faixa de espaçamentos aceitáveis, bom desempenho de 75% a 90%, regular de 50% a 75%, e insatisfatório abaixo de 50%. No presente estudo foi avaliado o estande final de plantas, portanto, algumas falhas entre plantas poderiam ser atribuídas a outros fatores que não a eficiência da semeadora. Contudo, na distribuição longitudinal das plantas, 23,71% dos espaçamentos estavam dentro do intervalo que os classificava como duplos, que são totalmente oriundos do processo de semeadura. Na avaliação do desempenho de uma semeadora-adubadora, deve prevalecer o
atendimento das necessidades agronômicas da cultura, onde é necessário um número preciso de plantas por metro linear com distribuição equidistante. O coeficiente de variação para a quantidade de plantas por metro linear foi de 14,92%, podendo ser classificada como bom desempenho para semeadoras com sistema de dosagem do tipo discos horizontais perfurados. Os resultados permitem concluir que a quantidade de plantas por metro linear foi adequada, porém a distribuição destas plantas na linha de cultivo apresenta-se irregular, o que pode comprometer o desempenho produtivo da lavoura. Ao analisar a distribuição de plantas
Figura 2 – Gráficos de tendências para a distribuição das plantas por metro, espaçamentos normais, falhas e duplos
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dentro da linha de cultivo (Figura 2), foi possível verificar uma tendência de maior regularidade nas regiões onde o solo apresentava maior resistência à penetração, inclusive o solo em vários pontos pode ser caracterizado como compactado (RP>2000Mpa, com umidade média de 20,37 ± 3,96% ). Este fato pode indicar que a semeadora foi regulada para atender a essa condição de solo. É comum que os produtores de soja ajustem suas máquinas para as necessidades dos pontos mais críticos, no caso com maior resistência do solo, porém isto pode ter como consequência a redução na qualidade da operação em pontos onde o solo estiver com menor resistência. A semeadura é adequada quando a diferença entre a quantidade de sementes distribuídas e as emergidas é mínima, o espaçamento entre elas é uniforme e o tempo necessário para emergência seja mínimo. Estudos realizados por outros pesquisadores brasileiros indicam que a falta de uniformidade na distribuição das plantas pode determinar perdas de produtividade da ordem de 15% para o milho, 35% para o girassol e 10% para a soja.
John Deere
Durante o experimento, a distribuição de plantas na linha apresentou apenas 56,01% com espaçamentos entre elas dentro da faixa considerada satisfatória
A qualidade na semeadura para a uniformidade de plantas de soja pode ser obtida pela seleção equipamentos, velocidade de trabalho, sementes, discos dosadores e .M condições do solo favoráveis.
Vandoir Holtz, Danilo Gomes de Oliveira, Alexandre Torrecilha Scavacini e Elton Fialho dos Reis, UEG
eventos
Edição surpreendente Apesar do mau tempo, a 36ª edição da Expointer foi marcada pelo grande volume de vendas, principalmente alavancadas pelo setor de máquinas agrícolas
A SSM 27 passou por um processo de reengenharia que aumentou a capacidade de armazenamento nos reservatórios de sementes e fertilizantes
A
pesar do grande volume de chuva, a Expointer 2013 surpreendeu até mesmo os mais otimistas. Intercalando entre dias de chuva, sol, frio e calor, como é comum durante o evento em todas as edições, a feira ultrapassou as previsões dos organizadores e as vendas cresceram 61,69% em relação à edição de 2012, chegando a um total de R$ 3,29 bilhões. Para o secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio do Rio Grande do Sul, Luiz Fernando Mainardi, as políticas públicas de retomada das cadeias produtivas, o incentivo à produção, a supersafra de grãos, o bom preço dos produtos e a oferta de crédito dos bancos foram os fatores responsáveis pelos números surpreendentes da 36ª edição da
Expointer. A comercialização de máquinas e implementos agrícolas puxou mais uma vez os negócios, totalizando R$ 3,27 bilhões, valor 62% superior ao do ano passado. A agricultura familiar atingiu R$ 1,50 milhão, 18,55% a mais que em 2012. O público total registrado foi de 374 mil pessoas. Preparamos um resumo dos principais destaques e lançamentos na área de máquinas agrícolas apresentados na Expointer 2013.
SEMEATO
A Semeato expôs toda a linha de semeadoras múltiplas modelos PD, SSM, SHM, SAM, além da Sol T, destinada a grãos
A LS Tractor levou para a feira os modelos R50 e R60 normal e cabinado, U60 normal e cabinado, P80, P90 e P100 cabinados
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Semeadora Pneumática Venta ganhou o Prêmio Gerdau Melhores da Terra, categoria Novidade Expointer
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graúdos. Segundo o engenheiro Eduardo Copetti, “a empresa busca sempre trabalhar com qualidade, empregando tecnologia em suas máquinas que são desenvolvidas para operarem em diferentes contextos”. O destaque da feira foi o modelo SSM 27 que a Semeato submeteu a um processo de reengenharia, que aumentou a capacidade de armazenamento nos reservatórios de sementes e fertilizantes, resultando em maior rendimento operacional.
KUHN
A Kuhn recebeu o Troféu Ouro da 31ª edição do Prêmio Gerdau Melhores da Terra, categoria Novidade Expointer, divisão
Trator 1155 Super Estreito Cabinado, da Agritech, venceu na categoria Novidade - Agricultura Familiar
Fotos Cultivar
no Brasil que oferece cabine. O modelo possui 55cv e largura reduzida de bitola externa de 1.180mm, própria para culturas adensadas, e é ideal para aplicações de defensivos. Segundo o gerente de Marketing e Pós-Vendas da Agritech, Pedro Cazado Filho “esta é a quinta vez que a Agritech é reconhecida pelo Melhores da Terra. O objetivo é sempre procurar desenvolver produtos que atendam da melhor maneira possível o homem do campo, sempre preservando sua segurança”, concluiu.
MONTANA
A Montana levou para a Expointer sua linha de tratores multiuso de 75cv e 85cv. O um dos destaques da feira foi o lançamento da linha Montana Solis 75 de produção nacional, inserida nos programas governamentais Federal, como o Mais Alimentos, e o Pró-Trator, do estado de São Paulo, que subsidiam a aquisição de maquinário destinado à agricultura familiar. Além dos tratores a Montana apresentou também o pulverizador de arrasto Twister Mãozinha.
A Montana destacou a linha Montana Solis 75 de produção nacional, inserida nos programas governamentais Federal como o Mais Alimentos
Agricultura de Escala, pela semeadora pneumática Quadra Venta, fabricada pela Kuhn do Brasil, de Passo Fundo (RS). Segundo o gerente de Projetos da Kuhn, Ludovic Tetard, a semeadora de grande porte Quadra vem equipada com sistema pneumático de distribuição, inédito no Brasil, e foi desenvolvido para a cultura do arroz e também é empregado em cereais de inverno, como trigo, canola, além de pastagens. Um dos seus diferenciais é o transporte das sementes por fluxo de ar até o solo, com elevada precisão de distribuição entre as linhas.
LS TRACTOR
A LS Tractor - marca pertencente ao grupo LS Mtron -, levou para a feira os modelos R50 e R60 normal e cabinado,
U60 normal e cabinado, P80, P90 e P100 cabinados. Clientes e visitantes do estande da LS Tractor puderam ver também a versão do modelo R50, o XR50C, que, de acordo com o diretor comercial da empresa, André Rorato, foi lançado recentemente na Coréia do Sul e traz como novidade a transmissão hidrostática (automática), o que permite um escalonamento perfeito de marchas.
AGRITECH
O trator 1155 Super Estreito Cabinado, da Agritech, foi o grande vencedor da categoria Novidade - Agricultura Familiar da 31ª edição do Prêmio Gerdau Melhores da Terra, anunciado durante a Expointer 2013. O Trator 1155 Super Estreito Cabinado é o primeiro trator estreito produzido em série
Adubadora Uniport 3000 NPK versões 2013, da Jacto, para as culturas canavieira, de algodão e de grãos
JACTO
A Jacto levou para a feira a Adubadora Uniport 3000 NPK versões 2013 para as culturas canavieira, de algodão e grãos. O Uniport 3000 NPK vem equipado com as configurações de dez linhas ou 15 linhas com diferentes espaçamentos que se adaptam às culturas de cana-de-açúcar e algodão e piloto automático hidráulico, HP 2200. A Jacto também apresentou as novidades da Linha Otmis para 2013 – marca de produtos e soluções tecnológicas para Agricultura de Precisão – que são os Kits de câmeras agrícolas WR e Kit Multi Câmeras Otmis Voyager.
VALTRA
A Valtra apresentou pela primeira vez
Série S da Valtra foi exposta com sistema hidráulico de três pontos instalado também na parte dianteira
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O sistema exaustor da Cycloar recebeu o Troféu Prata, na categoria Destaque do Prêmio Gerdau Melhores da Terra
no Brasil os modelos da Série T, trator conceito fabricado na Finlândia especialmente configurado para a silvicultura e a pecuária. Desenvolvidos para trabalhar principalmente no setor florestal, os tratores HiTech da Série T, disponíveis com potências entre 140cv e 190cv, se destacam no mercado mundial devido ao exclusivo sistema de reversão de cabine Twin Trac. O Conceito Twin Trac possibilita que, ao girar o assento, todo o comando passe da parte dianteira para a traseira. Também expôs na Expointer a Série S, linha de alta potência de tratores Valtra.
CYCLOAR
A Provent Metalúrgica do Brasil, fabricante licenciada do Sistema de Exaustão Cycloar, recebeu durante a Expointer 2013 o Troféu
Carreta multiuso UpGrain Multi da GTS, fabricada em aço carbono, com tanque graneleiro de 4,75mm e pintura especial resistente a corrosão
Prata, na categoria Destaque. O sistema de exaustão Cycloar proporciona “Aeração Intensificada” ou “Aeração Natural”, um processo que não utiliza aeração, mas sim exaustores em ambientes armazenadores como silos verticais e armazéns graneleiros, viabilizando a saída natural do ar quente e úmido do interior da massa e possibilitando a entrada do ar ambiente de baixa temperatura.
GTS
A GTS do Brasil realizou o lançamento na linha de carretas da UpGrain Multi durante a feira. Devido à variabilidade deste conceito de carreta sobre a mesma base do modelo só grãos, foi desenvolvida o modelo multiuso, em aço carbono, com tanque graneleiro de 4,75mm, com pintura especial resistente à corrosão. O
sistema de pintura passou por mais de 500 horas de testes com o salt spray, (spray de sal), para avaliar a possibilidade de uso deste mesmo equipamento para fertilizantes. Este modelo de carreta em comparação com os modelos anteriores possui maior controle de descarga; pintura mais resistente, totalmente antioxidante; resistência à oxidação; caixa coletora em inox e descarga com rosca sem-fim com tratamento térmico por indução.
AGRALE
A Agrale apresentou a Linha 500, sua nova linha de tratores com modelos compactos, mais indicados para culturas com espaçamento reduzido. Lançados na Agrishow deste ano, os novos tratores vêm com potências de 65cv a 75cv, os modelos 565.4 Compact, 575.4 e 575.4 Compact. A Linha 500 de tratores agrega novo design, com capô basculante; motorização MWM; transmissão sincronizada, com inversor de marchas 10x10 de série ou 15x15 como opcional. Outro opcional é o sistema super-redutor de marchas que possibilita um mesmo trator, nestas faixas de potência, estar equipado com inversor de marchas e super-redutor ao mesmo tempo.
JOHN DEERE
Linha 500 de tratores da Agrale agrega novo design, com capô basculante, motorização MWM e transmissão sincronizada
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A John Deere expôs seu portfólio para pequenos, médios e grandes produtores. Na parte de colheita destacou a colheitadeira 1175, de menor porte e com sistema de saca-palhas, que conta com as versões para grãos e para arroz, com motor John Deere de 180cv. Os modelos STS 9470, STS 9570, STS 9670 e STS 9770 também foram apresentados. Esta série possui rotor que reduz em até 20% a força requerida para mover o material, uma tecnologia exclusiva da John Deere, que minimiza os danos ao grão e garante um produto de maior qualidade.
Fotos Cultivar
As diversas linhas de tratores foram destaque no estande da John Deere, com séries que atendem desde a agricultura familiar até grandes propriedades
Na parte de tratores foram destaques os modelos da Série 5:5055E, 5065E, 5075E, 5085E e 5078E, que são ideais para pequenos produtores. Esta série tem alto rendimento, transmissão parcialmente sincronizada, alavancas de controle laterais e baixo custo de manutenção. Já os cabinados 6130J, 6145J e o 6180J, tratores de médio porte, com motores de 110cv e 180cv, também tiveram destaque na feira. Os tratores da série 6J possuem itens de fábrica e opcionais que permitem as mais diversas aplicações, como plantio com plantadeiras mecânicas ou a vácuo, preparo de solo, pulverização, compactação de silagem, entre outras. Para o plantio, a John Deere apresentou tecnologias capazes de oferecer resultados adequados para as distintas condições de trabalho, como as plantadeiras 1107A e 1111A, da série 1100, que oferecem resistência, durabilidade e capacidade de plantio mesmo em condições adversas.
MASSEY FERGUSON
A Massey Ferguson anunciou na Expointer a nacionalização de sua plataforma de corte de grãos Draper DynaFlex 9250, que equipa as colheitadeiras axiais MF 9690 e MF 9790 ATR
Um dos destaques da Massey Ferguson foram as colheitadeiras axiais MF 9690 ATR II e MF 9790 ATR II, equipadas com a nova geração de motores 84 Wi
II. O equipamento será fabricado em Santa Rosa (RS), unidade fabril de colheitadeiras da AGCO. A produção nacional fará com que os modelos sejam entregues aos produtores de forma mais rápida, com um serviço de pós-venda eficiente, além da opção de serem comercializados pelo Finame, linha de crédito específica para aquisição de máquinas e equipamentos, com taxas de 3,5%. Os produtores também puderam conferir de perto as colheitadeiras axiais da Massey Ferguson MF 9690 ATR II e MF 9790 ATR II. Equipadas com uma nova geração de motores, o 84 Wi (Waste Gate Turbocharger), que segue as versões mais modernas dos motores automotivos. Além da MF32 SR, habilitada tanto para a cultura de arroz quanto para grãos como soja, milho e trigo. Equipada com um sistema híbrido de processamento, a máquina conta com dois rotores responsáveis pela separação, que substituem o convencional saca-palhas aumentando a capacidade de colheita. Em agricultura de precisão, a Massey Ferguson apresentou o piloto automático Auto Guide 3000, sistema de direcionamento que oferece até três níveis de precisão: submétrico, decimétrico, centimétrico. Pela primeira vez a
marca disponibilizou ao mercado colheitadeiras, tratores e pulverizadores com precisão centimétrica de fábrica. Outro destaque na área de Agricultura de Precisão foi o sistema AGCOComand, que chega a plataformas IOS dos dispositivos móveis. O aplicativo móvel, desenvolvido para produtores agrícolas que já utilizam ou desejam adquirir sistemas de gerenciamento de telemetria AGCOMmand, melhora o acompanhamento do desempenho das máquinas em campo, tornando ágil a lida e facilitando os trabalhos de manutenção preventiva, evitando assim perdas de produtividade no campo. No segmento de tratores, a série MF 8600 ganhou todas as atenções, com os modelos MF 8670 e MF 8690, de 320cv e 370cv, equipados com a transmissão CVT. Os tratores da série MF 8600 possuem ainda diferenciais como vazão de controle remoto de 175 litros/min, suspensão de eixo dianteiro e capacidade de levante hidráulico de 12 mil quilos. As séries MF4200, com os tratores com potência entre 65cv e 130cv, MF 7000 Dyna-6, com transmissão inteligente, e MF7100 também foram destaques na feira. Além das colheitadeiras e dos tratores,
motor eletrônico, transmissão hidrostática, controlador IntelliView IV e bloco óptico “cat eyes”, que permitem a realização de trabalhos noturnos.
AGRIMEC
A Agrimec apresentou seu portfólio de produtos dando destaque para a linha Granbox de carretas modelo 10.000. Na versão duas rodas são indicadas para acompanhar as colheitadeiras, recolhendo cereais a granel e as de quatro rodas, podem ser usadas de maneira estacionária, no armazenamento temporário de grãos entre colheita e transporte. Os modelos multiuso “flex”, com fundo e cano em aço inox, são propícios tanto para plantio, adubação, como para colheita. A CR5080 da New Holland é a menor colheitadeira com sistema de duplo rotor do mercado, destinada para o pequeno e médio produtor
a Massey Ferguson levou o pulverizador MF 9030, com versões que possuem vão livre de 1,50m e 1,65m; a enfardadora MF 1837, configurada para oferecer excelente produtividade em ton/h; e dois modelos de secadoras, uma de sete discos de corte a, MF DM 1309, e uma de cinco discos, a MF DM 1358.
NEW HOLLAND
A New Holland destacou os tratores T7, o pulverizador SP2500, as colheitadeiras CR6080 e CR5080 e os pacotes de agricultura de precisão para todos os tipos de manejo. O trator T7 traz um conjunto automático de motor, transmissão eletrônica e direção. Completando a linha de tratores entre 200cv e 220cv, o piloto automático é outro diferencial do modelo. Na área de colheita, o destaque ficou por conta das colheitadeiras CR5080 e CR6080.
A CR5080 é a menor colheitadeira com sistema de duplo rotor do mercado, destinada para o pequeno e médio produtor. Possui tanque graneleiro de 7.050 litros e opera, inicialmente, com plataforma de 20 pés. A CR6080, também de duplo rotor, possui motor New Holland Cursor 9 com 300cv de potência nominal, e potência máxima de 333cv. Este modelo tem capacidade de nove mil litros no tanque graneleiro e velocidade de descarga de 110 litros por segundo. Pode ser combinada com plataformas de 25 e 30 pés. Já as principais características do Pulverizador Defensor SP2500 são voltadas à agricultura de precisão. Possui piloto automático, recursos de corte de seção e sistema de injeção direta. Possui, também, distribuição de peso 50x50, com o tanque localizado no centro da máquina. Fabricada no Brasil, a máquina é equipada com
A Agrimec destacou sua linha Granbox de carretas modelo 10.000
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VENCE TUDO
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A Vence Tudo participou da Expointer levando sua ampla linha de produtos com destaque para a Plataforma Bocuda e a Semeadora Macanuda Fertilizantes, que conquistaram os troféus Ouro na Categoria Destaque e Prata como Novidade, do Prêmio Gerdau Melhores da Terra. Segundo o diretor-presidente da Vence Tudo, Marcos Luís Lauxen, “esta conquista vem para coroar o trabalho sério da indústria nas vésperas dos 50 anos de fundação. Esse êxito somente foi alcançado devido ao empenho de toda a equipe e agora precisa ser comemorado por todos”, concluiu.
AG LEADER
A Ag Leader realizou o lançamento do novo monitor para completar seu portfólio de Agricultura de Precisão, o Compass. O novo monitor vem equipado com tela sensível ao toque de sete polegadas, com barra de luz e leds multicoloridos. É possível a
Semeadora Macanuda Fertilizantes da Vence Tudo conquistou o troféu Prata como Novidade do Prêmio Gerdau Melhores da Terra
Fotos Cultivar
Novo monitor Compass da Ag Leader, equipado com tela sensível ao toque de sete polegadas, com barra de luz e leds multicoloridos
sua utilização com o piloto automático elétrico ou hidráulico e funciona com correção DGPS, Omnistar XP e RTK. O Compass configura-se como uma excelente escolha para quem procura um equipamento com ótimo custo-benefício.
CASE IH
A Case IH destacou a linha de colheitadeiras axiais da série 230, a linha Farmall de tratores e o Pulverizador Patriot 250. A linha Farmall, que completou 90 anos, ganhou novo design e nova geração de motores. O modelo Farmall 60 tem motor de 2,9 litros e três cilindros e os modelos Farmall 80 e 95 têm motor de 3,9 litros e quatro cilindros. Os modelos Farmall 60 e Farmall 80 são aspirados e com 58cv e 80cv, respectivamente. Já o Farmall 95 é turboalimentado e tem 95cv. O Pulverizador Patriot 250 possui um tanque de produto de 2.500 litros centralizado, o que distribui o peso 50x50 e as barras podem ser de 24 ou 27 metros. Com piloto automático de fábrica e corte automático de seção, tecnologia AFS Case IH de Agricultura de Precisão, sistema de amortecimento e suspensão hidráulica ativa, o pulverizador também é equipado com motor Case IH FPT, sistema Common-Rail de injeção e Turbo-Intercooler, com 138cv e quatro cilindros. Outro destaque da marca foi a AxialFlow 2688 Arrozeira, novo modelo que se junta à tradicional Axial-Flow 2799 Arrozeira. A 2688 tem motor de 284cv, 8,3 litros e é turboalimentada. Já o modelo 2799 vem com motor eletrônico de 330cv. O tanque graneleiro de ambos os modelos é de 9.300 litros, com vazão de descarga de 84,5 litros
A Stara aproveitou a Expointer para lançar seu trator ST MAX 105, que será produzido e comercializado pela empresa
por segundo. O tubo de descarga é de 5,5m. A Axial-Flow 9230 classe 9 chega ao mercado com novo motor Case FPT, de 13 litros, com potência nominal de 510cv e potência máxima de 570cv, projetado para utilização da nova plataforma Draper 3162 de 45 pés. O tubo de descarga é de 7,7 metros.
STARA
A Stara lançou oficialmente na Expointer 2013 seu mais novo produto, o ST MAX 105, o trator Stara. Com os tratores incorporados em sua linha de produtos, a empresa passa a oferecer ao mercado o
pacote completo de tratores e implementos. Os tratores ST MAX 105 sairão de fábrica já equipados com piloto automático de série Topper 4500. Além disto, tem como principais características inversor mecânico sincronizado, controle do trator de dentro da cabine, que já vem pronta para operar com o pacote APS (Agricultura de Precisão Stara). De acordo com Gilson Trennepohl, presidente da Stara, “os tratores ST MAX 105 foram projetados com as mais tecnológicas ferramentas e garantem a máxima segurança .M aos usuários”, garante.
A maior máquina no estande da Case IH foi a colhedora Axial-Flow 9230 classe 9, que chega ao mercado com novo motor Case FPT, de 13 litros e com potência nominal de 510cv
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pneus
Giro analisado
Ensaio sobre raio de rolamento dos pneus de um trator agrícola mostra a influência da tração dianteira ligada e desligada e da pressão dos pneus no deslocamento da máquina
Fendt
O
locamento autopropelido sobre superfície indeformável. O valor do raio de rolamento pode variar em função de desgaste, pressão interna do pneu e do peso sobre o rodado, este valor é utilizado para calibração do indicador de velocidade de deslocamento dos tratores. Desta
forma, podemos observar que algo comum à velocidade registrada no velocímetro nem sempre é a real. O advento e a consolidação da computação e da eletrônica na agricultura ocorreram mediante a redução dos custos e da complexidade, garantindo que tais sistemas tenham
Fotos Marconi Furtado
raio de rolamento de um pneu pode ser entendido como o valor que contribui efetivamente para o seu deslocamento, ou seja, é a distância percorrida por um pneu em uma revolução completa do eixo dividido por 2π, obtida em condição de tração nula, ou seja, des-
Detalhe do sensor de velocidade (esquerda) e do sensor indutivo (direita) utilizados no experimento, que teve como objetivo avaliar o raio de rolamento de pneus agrícolas com tração auxiliar ligada e diferentes pressões internas
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resultado favorável na agricultura. A pressão interna dos pneus possui uma forte influência no desempenho dos conjuntos mecanizados, principalmente quanto à perda de eficiência dos tratores agrícolas promovida pela patinagem dos pneus. Além da patinagem, considera-se também o efeito da deformação dos pneus e do solo na redução da velocidade translacional atuando concomitantemente. A patinagem dos pneus de um trator agrícola pode ser obtida com o auxílio de instrumentação eletrônica, onde contadores de pulsos são instalados junto a cada pneu. Esse parâmetro operacional é definido mediante a comparação da velocidade atual do trator com a velocidade tangencial periférica dos pneus, que é dada pelo produto da velocidade angular com o raio de rolamento do pneu. Sendo o raio de rolamento um parâmetro importante na determinação da patinagem, uma equipe da Universidade Federal de Viçosa desenvolveu um trabalho com o objetivo de determinar a influência do acionamento da tração dianteira auxiliar (TDA) no raio de rolamento para três pressões internas dos pneus.
A AVALIAÇÃO
O trabalho foi conduzido no Laboratório de Mecanização Agrícola, da Universidade Federal de Viçosa, no Campus de Viçosa (MG). Foi utilizado um trator John Deere, modelo 5705 4x2 com tração dianteira auxiliar (TDA) e com potência de 62,56kW (85cv) no motor a 2.400rpm, o qual foi instrumentado para condução do trabalho. O trator estava equipado com pneus Pirelli TM 95 18.4-30 no eixo traseiro e Goodyear Dyna Torque II 12.4-24 no eixo dianteiro, ambos de construção diagonal. A rotação das rodas motrizes do trator foi monitorada com o auxílio de transdutores indutivos tubulares associados a cada uma das
Tabela 1 - Valores médios para o raio de rolamento (m) dos pneus utilizados para as combinações entre TDA ligada e desligada, pressão interna dos pneus e eixo Pressão (kPa) 82,74 96,53 110,32
TDA ligada Traseiro 0,7092 A 0,7216 A 0,7291 A
TDA desligada
Dianteiro 0,5279 B 0,5366 B 0,5431 B
Traseiro 0,7127 A 0,7189 A 0,7257 A
Dianteiro 0,5348 B 0,5400 B 0,5473 B
As médias seguidas de pelo menos uma mesma letra, maiúscula na linha e para a mesma condição de acionamento da TDA, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Foram realizadas três repetições.
rodas por meio de suportes. A alteração do campo magnético (indução) dos transdutores ocorreu pela passagem de aletas equidistantes dispostas na periferia de uma coroa circular afixada concentricamente dentro da calota dos rodados, servindo assim como sistema referencial. Todos os sensores foram conectados ao sistema de aquisição de dados Spider 8 e configurados pelo software Catman 2.2, ambos disponibilizados pela HBM. Os tratamentos foram constituídos de três pressões internas 82,74, 96,53 e 110,32kPa (12, 14 e 16 psi, respectivamente) combinadas com as condições de tração dianteira auxiliar ligada e desligada, no delineamento inteiramente casualizado, com três repetições. Em todos os tratamentos do experimento foi utilizada a marcha 1ª B a 2.400rpm no motor, o que proporciona uma velocidade operacional teórica média de 1,48m s-1 (5,33km/h). O trabalho foi realizado em pista de concreto com topografia plana, com 30 metros de comprimento e 15 metros adicionais para estabilizar o deslocamento do conjunto. A velocidade desenvolvida pelo trator durante a operação, que corresponde à velocidade translacional dos pneus, foi obtida com o uso de uma unidade de radar de efeito Doppler acoplada ao chassi do trator. Os dados obtidos foram submetidos à análise de regressão linear, sendo os mode-
Cálculo
O
raio de rolamento foi obtido pela seguinte Equação:
rr = Vop (2 π n)-1 Em que, rr – Raio de rolamento (m); Vop – Velocidade real de deslocamento obtida pelo radar (m s-1); e, n – Rotação do eixo motriz (rps).
los selecionados com base no coeficiente de determinação, no comportamento do fenômeno e na significância dos coeficientes de regressão com a utilização do teste t. O efeito da tração foi analisado por teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
RESULTADOS
O raio de rolamento determinado com a tração ligada e desligada não apresentou diferença estatística para nenhuma das pressões internas utilizadas nos pneus (Tabela 1). Os raios de rolamento dos pneus de um mesmo eixo não apresentaram diferença significativa entre si, dessa forma a análise foi baseada no raio de rolamento médio dos pneus dianteiros e traseiros. A pressão interna dos pneus teve efeito significativo, linear e positivo sobre o raio de rolamento médio dos pneus dianteiros e traseiros (Figura 1). O modelo ajustado explica satisfatoriamente o comportamento do raio de rolamento dos .M pneus em função da pressão interna. Marconi Ribeiro Furtado Júnior, Daniel Mariano Leite, Haroldo Carlos Fernandes e Anderson Candido da Silva, Universidade Federal de Viçosa
Figura 1 - Raio de rolamento em função da pressão interna dos pneus. ** - Significativo ao nível de 1% de probabilidade
O experimento mostrou que pressões maiores no interior do pneu elevaram o raio de rolamento do mesmo
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Fotos Conbea Sintag
eventos
Inovações em destaque Dois dos mais importantes eventos científicos na área de máquinas agrícolas, o Conbea e o Sintag, reuniram pesquisadores, estudantes e empresas do setor para discutir o futuro da mecanização agrícola no Brasil
D
os dias 4 a 8 de agosto de 2013 foi realizado o XLII Congresso Brasileiro de Engenharia Agrícola, em Fortaleza (CE). O evento organizado pela Associação Brasileira de Engenharia Agrícola (Sbea) e pela Universidade Federal do Ceará (UFC) foi realizado na Fábrica de Negócios.
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O Tema central do evento foi “Os desafios para o desenvolvimento rural sustentável” que foi tratado na solenidade de abertura, com a palestra da professora doutora Irenilza de Alencar Nax’as, da Unicamp. Após a abertura do evento e da palestra de abertura foi oferecido um coquetel a todos os participantes
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com demonstrações folclóricas locais e regionais. Nesta edição do Conbea, além das áreas clássicas de Construções Rurais e Ambiência, Energia na Agricultura, Engenharia de Água e Solo, Máquinas e Mecanização Agrícola, Ciência e Tecnologia Pós-Colheita, Geomática e Saneamento e Controle Ambiental, adicionou-se uma nova área, denominada Tecnologias em Agricultura de Precisão. Na organização do congresso deste ano, foram designadas três seções de apresentações de trabalhos na forma de pôsteres com 1.226 trabalhos nesta modalidade e sete seções de apresentação de trabalhos na forma oral, com 109 apresentações, o que totalizou 1.335 apresentações sobre os diferentes temas envolvidos. Além da massiva apresentação de resultados de pesquisa científica das mais diferentes instituições envolvidas, foram programadas dez palestras, nas diferentes áreas do congresso, com destaque para a palestra da área de Máquinas e Mecanização Agrícola sobre Compactação do Solo
ministrada pelo professor Shirini Upadhyaya, da Universidade da Califórnia, Davis, EUA. Outra novidade desta edição do Conbea foi a destinação de um espaço para as Salas de Inovação Tecnológica, que constituíram uma oportunidade ímpar para que as empresas privadas pudessem interagir com os pesquisadores, apresentando seus produtos, estudos e, principalmente, pesquisas aplicadas que realizam nos seus departamentos de engenharia. Para finalizar a programação foram realizadas no último dia de congresso visitas técnicas ao Porto do Pecém, à Usina Eólica de Prainha e ao Complexo Castanhão, onde os participantes puderam conhecer boas experiências da engenharia agrícola no estado do Ceará.
Sintag
De 9 a 11 de setembro de 2013, a Universidade Estadual de Londrina (UEL) e a Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais (Fepaf) organizaram no Teatro Marista, em Londrina, Paraná, o VI Sintag 2013, Simpósio Internacional de Tecnologia de Aplicação. O Tema principal do evento foi “ Tecnologia de Aplicação: da Teoria ao Campo”, considerado como um dos problemas atuais no campo da aplicação de produtos agroquímicos. Nos três dias de atividades programados foram apresentadas palestras, painéis tecnológicos, discussões e reuniões técnicas, além de sessões de painéis, na forma de pôsteres, com a divulgação de resultados de pesquisas na área de tecnologia de aplicação de agroquímicos. Destaca-se da programação a homenagem feita ao engenheiro agrônomo
O VI Simpósio Internacional de Tecnologia de Aplicação foi realizado em Maringá (PR) no início de setembro
José Carlos Christofoletti, formado pela Esalq-USP-Piracicaba, que durante muitos anos atuou como engenheiro na TeeJet Technologies e que muito contribuiu para o desenvolvimento da área de aviação agrícola e da Tecnologia de aplicação no Brasil. Foram 18 palestras no total, com cinco manifestações tecnológicas de representantes das empresas patrocinadoras. No final de cada dia ocorriam debates com técnicos dos diferentes setores da área de tecnologia de aplicação com conclusões finais, por um coordenador do debate.
Mais de 1.300 trabalhos e 109 apresentações marcaram a XLII Conbea, realizado em Fortaleza, capital do Ceará
Além deste espaço científico. Foram destinados às empresas patrocinadoras alguns espaços durante a programação para que estas divulgassem e discutissem temas de interesse e que tivessem relação com o tema principal do evento. Os patrocinadores do evento foram Trust Helena, Jacto, Inquima, Embraer, Arag, Massey Ferguson, Pentair Hypro .M e Basf. José Fernando Schlosser Rouverson Pereira da Silva Assoc. Bras. Eng. Agrícola - Sbea
O Conbea foi organizado pela Sociedade Brasileira de Engenharia Agrícola em parceria com a Universidade Federal do Ceará
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mundo máquinas
Nós e nossa ausência de infraestrutura
O
tema está ficando batido, mas não podemos deixar de discutir o assunto. Precisamos arregaçar as mangas e enfrentar esses problemas de frente. Fazer obras adequadas de infraestrutura e ter uma manutenção apropriada são formas de injetar competitividade na veia de toda a economia: novos investimentos aumentam o estoque de capital público enquanto manutenção adequada garante a eficiência desse capital.
esse avanço, uma realidade que não se aplica ao Brasil.
Os governos, nos três níveis, têm muitas dificuldades para fazer a execução das obras e sua manutenção. E nós pagamos o preço. A falta de infraestrutura afeta toda a economia, aumenta os custos gerais e diminui a competitividade estrutural.
Nos últimos anos o Brasil (com o PAC) investiu em infraestrutura não mais que 2,5% do PIB, entre o setor público e o privado. Pois bem, esse número é insuficiente para a manutenção do estoque de capital dos bens de infraestrutura.
O agricultor brasileiro, por exemplo, trabalha em um panorama de alto risco no que diz respeito à infraestrutura e à logística. O lado bom é que nossos produtores são eficientes do lado de dentro da porteira, mas acabam arcando com prejuízos logísticos por conta da ausência de infraestrutura no País.
Em outubro de 2007 o Brasil foi escolhido como sede da Copa do Mundo de 2014; em maio de 2009 foram escolhidas as cidades-sede; em outubro de 2009 o Rio de Janeiro foi escolhido para as Olimpíadas de 2016. Com todos esses eventos, a expectativa era que iríamos passar por um período de investimentos mais expressivos que esses 2,5% em infraestrutura urbana e logística, especialmente pela urgência em melhorias que temos nesses segmentos; isso não está acontecendo.
Neste ano o Brasil terá uma nova safra recorde de grãos, com uma produção estimada em torno de 187 milhões de toneladas, um crescimento de 16% sobre a safra anterior. É a prova de que nossos produtores estão fazendo o dever de casa. O fato de as safras serem maiores a cada ano mostra que os desafios no desenvolvimento de pesquisa e no aumento de produtividade nos campos estão sendo vencidos e que o País pode se tornar cada vez mais desenvolvido, mas é necessário que a infraestrutura acompanhe
O desenvolvimento do País e a concretização do setor agrícola dependem de maneira fundamental da efetividade da infraestrutura existente. A negligência na operação e na manutenção prejudica não só o agronegócio, mas é também uma das principais causas da baixa eficiência da economia.
No que diz respeito à infraestrutura de transportes, a Fiesp e a FGV elaboraram, neste ano, um estudo que comparou o desempenho de regiões metropolitanas do Brasil com as regiões mais avançados do mundo, apresentando o Índice Comparado de Desempenho da Infraestrutura de Transportes. O resultado mostra uma defasagem de 67%
O agricultor brasileiro, por exemplo, trabalha em um panorama de alto risco no que diz respeito à infraestrutura e à logística
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Dezembro Setembro 2011 / Janeiro 2013 • www.revistacultivar.com.br 2012 • www.revistacultivar.com.br
Milton Rego é engenheiro mecânico e economista, especialista em gestão. Atua na área de máquinas agrícolas e de construção desde 1988. Atualmente, é diretor de Comunicações e Relações Externas da Case New Holland; vice-presidente da Câmara Setorial de Máquinas Rodoviárias da Abimaq e diretor da Anfavea e Sinfavea. Milton é responsável pelo blog do Milton Rego, que aborda os mercados de máquinas agrícolas e de construção: www.blogdomiltonrego.com.br
ante o padrão internacional. Dito em outras palavras, significa que seria necessário triplicar a oferta de infraestrutura para chegarmos ao melhor padrão internacional. Acredito que esse cenário ainda pode ser alterado. No final de agosto, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Luciano Coutinho, garantiu que os investimentos em logística vão se acelerar nos próximos anos. Segundo publicação no Diário do Comércio de São Paulo, do dia 28 de agosto, os investimentos podem chegar a R$ 45 bilhões por ano em infraestrutura, logística e energia. Enquanto isso, ficamos na torcida para que esses investimentos se concretizem... Estamos torcendo. Até agora temos tido mais sorte do que juízo. .M