Cultivar Máquinas • Edição Nº 135 • Ano XII - Novembro 2013 • ISSN - 1676-0158
Nossa capa
Titãs do Cerrado Comparamos as quatro maiores séries de tratores comercializados no Brasil, com modelos que ultrapassam os 600cv de potência
Destaques
Mercado de tratores
Axiais x radiais
Comparativo mostra as perdas encontradas nas colhedoras axiais e radiais na colheita de soja e milho
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• Editor
Gilvan Quevedo
• Redação
Charles Echer Karine Gobbi Rocheli Wachholz
• Revisão
Aline Partzsch de Almeida
• Design Gráfico e Diagramação NOSSOS TELEFONES: (53) • GERAL
• ASSINATURAS
• REDAÇÃO
• MARKETING
3028.2000 3028.2060
3028.2070 3028.2065
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Índice
Análise do mercado brasileiro de tratores mostra a oferta de máquinas nas principais faixas de potência
Cristiano Ceia
Capa: Charles Echer
Matéria de capa
• Comercial
Sedeli Feijó José Luis Alves Rithiéli de Lima Barcelos
• Coordenação Circulação
Simone Lopes
• Assinaturas
Natália Rodrigues Francine Martins Clarissa Cardoso
• Expedição
Edson Krause
• Impressão:
Kunde Indústrias Gráficas Ltda.
C Cultivar Grupo Cultivar de Publicações Ltda. www.revistacultivar.com.br Direção Newton Peter www.revistacultivar.com.br cultivar@revistacultivar.com.br CNPJ : 02783227/0001-86 Insc. Est. 093/0309480
Rodando por aí
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Piloto elétrico
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Avaliação do mercado de tratores
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Colhedoras axiais x convencionais
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Empresas – Pla
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Capa – Comparativo de tratores
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Ruído em tratores
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Capacidade de tração
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Avaliação do solo
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Raio do rolamento
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Aplicação calculada
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Coluna Mundo Máquinas
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Assinatura anual (11 edições*): R$ 187,90 (*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)
Números atrasados: R$ 17,00 Assinatura Internacional: US$ 160,00 € 150,00 Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados podem solicitá-las à redação pelo e-mail: cultivar@revistacultivar.com.br
Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.
rodando por aí
John Deere University
A John Deere University (JDU) alcançou em outubro a marca de dois milhões de alunos inscritos em todo o mundo nos cursos de Fundamentos da JDPC e formação PMPro. A marca foi comemorada pelo time de treinamento da John Deere Brasil. “Há uma grande aceitação entre os concessionários de todo o mundo, que estão atentos às oportunidades de evoluir com os cursos oferecidos pela John Deere University para oferecer uma melhor experiência ao cliente”, destaca Darci Teixeira, gerente de Treinamento da John Deere Brasil.
John Deere
Biomassa
A Massey Ferguson participou do 6º Congresso Nacional da Bioenergia, que aconteceu nos dias 6 e 7 de novembro, em Araçatuba (SP), com apoio cultural e apresentação de painel sobre geração de energia através da biomassa. O painel foi apresentado com a presença do gerente de Marketing de Produto Colheitadeira e Equipamentos Forrageiros da AGCO, Douglas Vincensi, com o objetivo de “oferecer conhecimento e expertise para viabilizar o processo de recolhimento de palha através de enfardamento para cogeração de energia”, destaca. “O enfardamento da palha já é uma realidade e pode ser fonte de renda e energia. Apresentar a tecnologia para obter biomassa em um dos mais importantes eventos do calendário nacional da cadeia bioenergética é contribuir para o crescimento do setor”, afirma.
Agricultores colombianos
A Stara recebeu no final de outubro um grupo de 17 agricultores colombianos que visitaram o parque fabril da Stara em Não-Me-Toque e a filial de Carazinho, além de participar de palestras sobre tecnologias voltadas ao desenvolvimento da agricultura, dinâmica de máquinas e visitar uma fazenda MAS (Manejo Avançado Stara). Segundo a agricultora e pecuarista Juliana Diaz, a visita à fábrica proporcionou um maior conhecimento da linha de equipamentos da Stara. “A visita foi excelente. Pudemos conhecer melhor a tecnologia e ver que é uma indústria que traz muita inovação, além de uma grande linha de produtos que atendem todas as necessidades do produtor em diferentes culturas”, comenta Juliana.
Especialistas de produtos da John Deere palestraram na Semana Acadêmica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) no final de outubro. Uma das especialistas é Letícia Siqueira, gerente de Produtos para Tratores Médios no Brasil e líder do WomenReach, uma iniciativa da empresa com o objetivo de aumentar a participação da mulher no negócio da companhia. Para ela “a iniciativa de trabalhar junto ao Grupo de Relações com Universidades estreita a relação com estas instituições de ensino e, ao mesmo tempo, atrai novos talentos para a empresa”.
Dez mil operadores
Douglas Vincensi
Pé na Estrada
O Projeto Valtra Pé na Estrada chegou ao estado de Santa Catarina e passou em São Miguel, Campos Novos e Mafra. “Este projeto proporciona uma troca enriquecedora entre produtores e concessionárias. Se por um lado levamos a eles conhecimento sobre novas tecnologias e novidades do mercado, eles também nos trazem pedidos e sugestões que nos ajudam a aprimorar os nossos produtos e serviços”, explica Alexandre Vinicius de Assis, gerente de Vendas da Valtra.
A Case IH realizou a capacitação de dez mil operadores de colhedoras de cana-de-açúcar, uma média 3.300 pessoas por ano. A ação foi oficializada no início de novembro na Usina Iracema, em Iracemápolis (SP), unidade pertencente ao Grupo São Martinho, um dos maiores produtores de cana do Brasil. Segundo o gerente de Serviços da Case IH, Auri Orlando, a capacitação é fundamental para dar suporte aos clientes. “Um operador bem-treinado pode utilizar os equipamentos de forma mais produtiva, podendo garantir um forte desempenho dos maquinários”, garante.
Entrega técnica integrada
Errata
Cometemos um equívoco na diagramação do artigo Aplicação Calculada, publicado na página 24 da edição 133. O artigo está sendo publicado corretamente nesta edição, na página 36.
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A Oimasa, concessionária Massey Ferguson que atende parte do interior de São Paulo e Goiás, adotou nova forma de entregar os produtos aos clientes. Denominada de entrega técnica integrada, a estratégia permite que o cliente receba a nova máquina pelas mãos de representantes dos departamentos comercial, peças e serviços da concessionária. Segundo o gerente geral de Vendas da Oimasa Edmar José de Oliveira, a ação tem estreitado os laços comerciais com os clientes. “Todo este processo esta rendendo bons frutos, pois quando o cliente precisa de uma peça e nos liga, ele conhece pessoalmente com quem está falando”, explica. Piero Abbondi
agricultura de precisão Claas
Exatidão
Necessária para um controle eficiente das operações mecanizadas, a combinação entre o sistema de navegação por satélite e o piloto automático tem permitido operações que são cada vez mais precisas, às vezes na casa dos centímetros
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ara um melhor manejo das culturas agrícolas, novas tecnologias têm sido desenvolvidas no campo com o auxílio da mecanização agrícola. Dentre elas, destaca-se a utilização de sistemas de navegação global por satélite (Sistema GNSS) aliados a sistemas de direcionamento automático de máquinas agrícolas. O Sistema GNSS é composto por diferentes constelações de satélites, que têm como objetivo a navegação e o posicionamento de pontos sobre a superfície terrestre. Podemos citar como sistemas do GNSS, o Global Positioning System (GPS) dos EUA, o Global Navigation Satellite System (Glonass) da Rússia e o BeiDou Satellite Navigation System da China. Essa combinação entre o sistema GNSS e os sistemas de direcionamento de máquinas agrícolas permite um maior controle das operações mecanizadas como tráfego, paralelismo e
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repetibilidade na semeadura, plantio e aplicação de insumos. Caso haja a necessidade da repetibilidade das linhas de plantio, como no caso da cultura de cana-de-açúcar, o método de posicionamento relativo cinemático em tempo real - RTK (Real Time Kinematic) aliado ao piloto automático hidráulico seria a combinação mais indicada, devido à alta qualidade de posicionamento que atinge, na casa dos centímetros. Porém, quando o manejo não exige qualidade de centímetros, pode-se utilizar métodos e equipamentos que proporcionam qualidade de decímetros, como o posicionamento diferencial (DGPS) em conjunto com piloto automático elétrico. Porém, é possível, também, combinar o piloto automático elétrico com a correção fornecida pelo sistema RTK, principalmente quando não é disponível uma correção DGPS em tempo real.
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Nesse contexto, o Núcleo de Geomática e Agricultura de Precisão (NGAP), da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias de Jaboticabal (FCAV), da Unesp, conduziu um experimento para avaliar a qualidade do posicionamento proporcionada pelo sistema RTK aliado a um piloto automático elétrico, na operação de abertura de sulcos para fins de implantação de uma cultura perene.
Estação Total Topcon GTS701 utilizada no experimento
Fotos David Luciano Rosalen
Figura 1 - Representação gráfica dos sulcos mapeados no experimento
Exemplo de uma antena GNSS (à esquerda) e de uma antena de rádio (à direita) instaladas no campus da FCAV/Unesp para o posicionamento RTK de máquinas agrícolas
O trabalho foi conduzido numa gleba de terras, localizada no interior do estado de São Paulo, durante a operação de sulcagem para fins de implantação de uma cultura perene. Nessa operação foi utilizado um sistema de navegação da marca John Deere, receptor GPS StarFire ITC e monitor GreenStar 2 1800 com sistema RTK de correção, aliado a um piloto automático elétrico, também marca John Deere. Para a avaliação do paralelismo e do espaçamento da sulcagem, foram mapeados os sulcos de plantio com cerca de 200m de comprimento. Esse mapeamento foi realizado com uma estação total marca Topcon, modelo GTS701 com precisão angular de 2” e linear de 2mm + 2mm/km. Equipamento classificado como de alta precisão pela Norma de Execução de Levantamento Topográfico NBR 13.133. Foi utilizado o método das Irradiações para planimetria e o Nivelamento Trigonométrico para a altimetria.
Rosalen explica a combinação entre o sistema de navegação por satélite e o piloto automático
Destaca-se que foram aplicadas as correções de curvatura e refração atmosférica para as medidas de distâncias. Para a correção da refração foram observadas medidas de temperatura e pressão durante a medição de distâncias. Para registro da temperatura e da pressão foi utilizado termômetro de mercúrio marca Labortherm-N, modelo Skalenwert 1k (resolução de 1º C) e barômetro marca Fischer (resolução de 1mbar). O espaçamento de sulcagem adotado no momento da operação foi de 3,5m entre as linhas de plantio. Para cada entre linhas foram determinados o espaçamento médio e a respectiva precisão. Baseando-se no valor de referência, de 3,5m para o espaçamento, foi determinada a acurácia da sulcagem. Foi realizada análise de variância, comparando-se o espaçamento entre linhas dos sulcos amostrados. Como o trecho avaliado era aproximadamente retilíneo (orientação NE-SW), foi realizada uma análise de regressão linear para verificar se a operação de sulcagem manteve essa trajetória retilínea (Figura 1).
A Tabela 2 exibe os resultados do espaçamento médio obtido para cada uma das entre linhas de plantio. Destaca-se que não foi detectada diferença significativa (P < 0,05) entre os valores de espaçamento para cada entre linha, indicando que o paralelismo foi mantido. Também, na Tabela 2, observa-se que o espaçamento médio encontrado para as entre linhas dos sulcos mapeados foi de (3,53 +/0,02) m, indicando uma acurácia de 3cm, considerando o valor de referência de 3,5m. Dessa forma, foi obtida uma acurácia na ordem de centímetros, conforme é esperado para a correção RTK. Os resultados encontrados no experimento indicaram que a operação de sulcagem, no tocante à navegação da máquina agrícola, obteve um desempenho adequado, visto que o paralelismo foi mantido entre cada sulco e o espaçamento desejado foi alcançado, com erro residual na ordem de centímetros. .M
Tabela 1 - Resultados da análise de regressão para os sulcos de plantio mapeados
Tabela 2 - Resultados do espaçamento médio entre as linhas de plantio para os sulcos mapeados
Linhas de plantio 1 2 3 5 6 7 8 9 10 11 Média Fonte: Rosalen e Deghaid (2013).
Coeficiente de correlação linear 0,9999973 0,9999987 0,9999982 0,9999977 0,9999989 0,9999992 0,9999913 0,9999983 0,9999992 0,9999976 0,9999978
David Luciano Rosalen, FCAV/Unesp, Jaboticabal
Entre linha de plantio 1 2 3 5 6 7 8 9 10 11 Média
Média (m)1 3,59 3,58 3,48 3,59 3,46 3,53 3,54 3,52 3,55 3,43 3,53
Desvio padrão (m) 0,02 0,02 0,02 0,05 0,03 0,04 0,04 0,02 0,05 0,02 0,02
Fonte: Rosalen e Deghaid (2013).
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Fotos Charles Echer
tratores
Menu confuso
Falta de padronização nas informações e ausência de dados disponíveis aos produtores dificultam a escolha do trator ideal para diferentes tipos de atividades
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os sistemas de produção agrícola brasileiro há uma busca constante pela otimização no uso da maquinaria agrícola de forma a aprimorar a qualidade na execução das operações com foco na diminuição dos custos e incremento na produtividade. Aprimorar o uso da maquinaria perpassa por um planejamento criterioso da propriedade, levando em conta relevo, clima, solo, tipo de manejo, culturas, determinação da necessidade de potência em função das características físicas (relevo e solos) da propriedade e seleção coerente de conjuntos motomecanizados, considerando-se toda a tecnologia disponível no produto em consonância com as reais necessidades da exploração agrícola. A seleção adequada da fonte de potência é fundamental para assegurar o desempenho operacional sem desperdícios de energia ou mesmo insuficiente para atender a demanda de tração, com menor consumo de energia e com o melhor retorno econômico pelo aumento da produtividade. Mas, na prática, a escolha muitas vezes não ocorre precedida de uma análise completa, a marca e o modelo do trator não são determinados através de critérios predefinidos,
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mas por indicações de outros produtores. Os consultores de negócio, como são denominados os vendedores, em muitos casos são despreparados para realizar uma análise de adequação do trator às características do sistema de produção. Os grandes empreendimentos agrícolas, devido à competitividade imposta pelo mercado, possuem equipes para realização de uma análise técnica apurada. Tanto que a venda é realizada de forma corporativa, onde o cliente tem um acompanhamento com maior atenção.
De uma maneira geral, a seleção de tratores ocorre de forma empírica, sem o embasamento técnico que requer este procedimento. Na maioria dos casos, principalmente quando o produtor não tem conhecimento sobre a tecnologia disponível no produto, sua aplicação e seus benefícios à aquisição ocorrem especificamente por potência – potência do motor e não a disponível na barra de tração -, preço, forma de pagamento e afinidade pela marca, relegando características mais importantes.
Se a tomada de decisão já é custosa pelo desconhecimento técnico, ela é dificultada pela inexistência de parâmetros para se determinar a melhor opção e/ou realizar a comparação entre os modelos
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Muitos nomes para um mesmo sistema
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pesquisa mostrou que não há uma padronização entre os fabricantes para a denominação dos tipos de transmissões. Para um mesmo tipo, as empresas apresentam nomes diferentes. Em 29 catálogos não foi encontrada informação sobre o tipo de transmissão. Veja a pluralidade de nomes para os tipos de transmissões: Sincro, Coller Shift, Constant Mesh, Deslizante, Dynashift Automático, Dual Power, Econoshift, Full Powershift, Full PowerShift com Efficiency Manager, Full Powershift Ultra Command, FullPowershift com
Se junta a esta forma empírica um fator que dificulta ainda mais a tarefa de escolha, que é a indisponibilidade de informações
ou, quando ela existe, falta padronização das especificações técnicas e adequação às normas vigentes no país. Ao realizar um levantamento sumário sobre as informações técnicas e a disponibilidade destas pelos fabricantes de tratores, nem sempre será possível encontrar todos os principais e imprescindíveis parâmetros para a seleção, como potência disponível na TDP e barra de tração, reserva de torque, reservatório de combustível, reservatório de óleo hidráulico e massa. Se a tomada decisão já é custosa pelo desconhecimento técnico, ela é ainda dificultada pela inexistência de parâmetros para
Autoshift, Heavy Duty - Engrenamento Constante, Hidrostática, Inversor Mecânico Sincronizado, Mecânica, Parcialmente Sincronizada, Portyal Synchro, Power shift Automática, Powershift (HiSix), Power Shuttle, PowrQuad, PowrQuad ou AutoQuad, Range Command, Reversor Sincronizado, Sincronizada, Sincronizada Com Multitorque, Sincronizada - Portyal Synchro, Synchro, Synchro shuttle, Range Command, Syncro Plus ou Powerquad, Syncronesh, Top Shaft Parcialmente Sincronizada, Transmissão Variável e Ultra Command™ Full Powershift.
se determinar a melhor opção e/ou realizar a comparação entre os modelos. Recentemente foi realizado um levantamento nos catálogos fornecidos pelos fabricantes de tratores comercializados no mercado brasileiro buscando caracterizar a informação sobre os principais dados técnicos e considerados importantes para seleção. A potência do motor, a capacidade do tanque combustível, o tipo de transmissão, o tipo de acionamento da TDP, o raio de giro sem freio, a capacidade de levante do sistema hidráulico de três pontos e o sistema hidráulico de controle remoto foram
Gráfico 1 - Número de tratores por fabricante
alvo desta caracterização. Primeiramente, foi necessário normalizar as unidades de medidas, pois não existe uma padronização destas nos catálogos acrescentando mais uma dificuldade na comparação de modelos diferentes (confira no Box). Foi caracterizado um total de 221 modelos de tratores agrícolas das marcas Agrale, Budny, Case IH, Divorale, Farmer, Green Horse, John Deere, Landini, Ls Tactor, Massey Fergunson, Montana, New Holland, Tramontini, Ursus, Valtra e Yanmar Agritech. A maior disponibilidade de modelos quanto à potência está nas faixas de 36 a 73kw e 74 a 146kw e observa-se que como esta característica é a mais empregada na seleção, todos os modelos apresentaram o dado. Contudo, a potência não é determinada pelos mesmos métodos de ensaio, assim ao aplicar diferentes procedimentos para obtenção da potência para modelos iguais, tem-se resultados diferentes, portanto, só po-
derão ser comparados quando apresentarem a mesma norma. Dentre as normas que foram empregadas tem-se a Isotri 4395, a NBR 1585 e a Saej 1995. Deste universo de catalágos, 72 não especificaram a norma usada para determinar a potência. O sistema de transmissão é disponibilizado em mecânica deslizante que necessita selecionar a marcha antes da execução da operação e interromper o movimento para “cambiar” as marchas, o que acarreta um tempo perdido. Tem também a mecânica sincronizada, que permite a troca de marchas em movimento, e o tipo hidrostático, que permite a redução de velocidade e o aumento de torque sem a necessidade de interromper o movimento, conferindo maior eficiência na operação. Para a potência disponível na TDP a faixa varia entre 12,5kw e 204,5kw, porém, em 132 catálogos não está disponibilizada esta informação. Quanto ao torque máximo, varia nos modelos de 38,2Nm a 2.838,2Nm. As informações sobre potência disponível na barra de tração, capacidade do levante hidráulico,
Gráfico 3 - Distribuição dos modelos de acordo com as faixas de potência disponíveis na TDP
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Gráfico 2 - Número de modelos de tratores por faixa de potência
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reserva de torque e raio de giro não existem nos catálogos. Para o acionamento da TDP, na maior parte dos modelos predomina a do tipo independente, com 61,6%. O número de válvulas do sistema hidráulico de controle remoto nos modelos considerados, 56% possuem duas válvulas ou mais. O sistema de transmissão quanto ao número de marchas na maioria dos modelos é entre 13 e 27 combinações da caixa de câmbio. Quanto ao reservatório de combustível, 35% dos modelos apresentam tanque de combustível com capacidade até 108 litros e quanto ao consumo de combustível a informação não é disponibilizada. De um modo geral, as empresas não disponibilizam as informações claras e objetivas, inclusive não publicam as informações primordiais para seleção de conjuntos motomecanizados. A indústria brasileira disponibiliza tratores com potência para atender a diversidade de tamanho das propriedades agrícolas e em grande quantidade, porém, há necessidade de esforços para facilitar o acesso à informação de forma a subsidiar a melhor solução na escolha .M de modelo de trator. Jarbas Cardoso Araujo, Airton dos Santos Dionizio, Marcos Roberto da Silva Univ. Federal do Recôncavo da Bahia
Gráfico 4 - Distribuição percentual dos modelos por tipo de TDP
Fotos Charles Echer
colhedoras
Axial x radial
Comparativo avalia perdas quantitativas e qualitativas e mostra onde elas ocorrem nas colhedoras axiais e radiais, revelando qual sistema é mais eficiente para colher milho e soja
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m conjunto, o milho e a soja respondem por mais de 85% da produção de grãos do País. A diferença entre as duas está no fato de a soja ter forte valor no mercado internacional, enquanto a produção de milho é voltada ao mercado interno. A produção, safra 2013/14, da soja está estimada em 89,7 milhões de toneladas e a do milho (1ª e 2ª safras) em 79,6 milhões de toneladas. No geral, a produção brasileira tem apresentado expressivo crescimento nos últimos anos. Este aumento gerou a necessidade de maior qualidade e rapidez na etapa da colheita, pois, se realizada erroneamente, ou seja, no estágio de maturação inadequado, sem o devido preparo
dos operadores, com manutenção e regulagem das colhedoras incorretas, dentre outros fatores, acarreta perdas consideráveis, reduzindo a produção e o lucro dos produtores. Como a colheita constitui uma importante etapa na produção de grãos, deve-se, portanto, dar maior atenção para as perdas ocasionadas, sejam qualitativas ou quantitativas, isto devido ao volume e também pela facilidade com que ocorrem. Na maioria das vezes, cuidados simples, como manutenções periódicas e treinamento dos recursos humanos, podem reduzir consideravelmente o volume de grãos que ficam nas lavouras a cada safra. O monitoramento correto das perdas na colheita tem como ob-
jetivo detectar os erros que ocorrem durante o processo e, se possível, corrigi-los. Para a colheita mecânica de grãos, existem no mercado as colhedoras com sistema de trilha radial (convencional), constituído de cilindro e côncavo transversais, e as colhedoras de fluxo axial, cujos rotor e côncavo, em geral, encontram-se posicionados longitudinalmente à máquina. No sistema de trilha radial, há menor tempo de permanência do material na seção de trilha e, por consequência, impactos mais agressivos. Já no sistema de trilha axial, o material a ser trilhado se desloca na direção paralela ao eixo do cilindro de trilha, normalmente denominado de rotor, com maior tempo
Como a colheita constitui uma importante etapa na produção de grãos deve-se dar maior atenção para as perdas qualitativas e também quantitativas
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Para a colheita mecânica de grãos, existem no mercado as colhedoras com sistema de trilha radial (convencional), constituído de cilindro e côncavo transversais, e as colhedoras de fluxo axial, cujos rotor e côncavo, em geral, encontram-se posicionados longitudinalmente à máquina
para a separação. Com base nesses aspectos, realizou-se um estudo com o objetivo de determinar as perdas quantitativas e qualitativas ocorridas durante a colheita da soja e do milho safrinha (2ª safra), em propriedade localizada na região norte de Mato Grosso, por meio da comparação entre dois modelos de colhedoras: axial e radial. As regulagens das referidas máquinas foram realizadas de acordo com as indicações do manual para a cultura e em função das condições da lavoura no momento da colheita, levando em consideração a posição das plantas (acamadas ou em pé), a umidade dos grãos, o volume de massa, entre outros detalhes. A velocidade da colheita foi mantida constante durante todo o levantamento, para as colhedoras radiais a velocidade foi mantida em torno de 7km/h a 8km/h, e nas axiais em torno de 9km/h a 10km/h. O levantamento das perdas na colheita foi realizado em três pontos distintos, com cinco repetições: pré-colheita; plataforma e mecanismos internos (coleta realizada atrás da máquina). Em cada ponto foram coletados os grãos soltos e os aderidos na vagem da soja ou na espiga do milho, denominados grãos de debulha. A coleta seletiva (grãos soltos e debulha) foi realizada de forma a definir os principais problemas causadores de perdas, permitindo a identificação dos possíveis desajustes das máquinas. O material foi coletado em uma armação confeccionada com cabos de madeira e barbante – denominada gabarito, com 2m2 de área. Na pré-colheita do milho a coleta de plantas com espigas ou grãos caídos no chão foi realizada em uma área de 30m2, e a da soja em área de 2m2. As amostras foram acondicionadas em sacos plásticos devidamente identificados e, posteriormente, levados ao laboratório para pesagem. O peso obtido em 2m2, medida do gabarito, foi extrapolado para 10.000m2 (1ha), corrigindo a umidade para 13%. Os dados de perdas foram computados de acordo com o esquema demonstrado no Quadro 1. Além do cálculo das perdas em sc/ha, foi determinada a perda em percentual, em função
da colheita, e total na lavoura. Simultaneamente ao processo de amostragem de perdas na colheita (campo) foram coletadas amostras no graneleiro de cada máquina para identificação das amostras e determinação de danos ocorridos nos grãos, conforme Box. Com relação ao teor de água, tanto a soja quanto o milho encontravam-se excessivamente secos no momento da colheita. A soja foi colhida com 9,12% b.u. e o milho com 9,45% b.u. Valores de umidade baixos assim, normalmente acarretam em aumento de perdas e danos.
PERDAS EM FUNÇÃO DA COLHEITA
Apresentam-se na Tabela 1 os dados de perdas obtidos durante a colheita do milho e da soja sob dois sistemas de debulha, axial e radial. Tanto para a cultura do milho quanto para a cultura da soja as perdas obtidas na précolheita foram iguais a zero. Especificamente na avaliação de perdas do milho, observa-se que na plataforma foram obtidos valores significativos, sendo maior no sistema axial. E quando se comparam as perdas oriundas do processamento interno (debulha, separação e limpeza) e o total de perdas, as diferenças entre
as colhedoras também foram significativas, obtendo-se os maiores valores de perdas pelo sistema radial. Do total de perdas, 88% e 95% ocorreram nos mecanismos internos, para as colhedoras axial e radial, respectivamente. Ao passo que na plataforma as perdas foram equivalentes a 12% para a colhedora axial e 4% para a colhedora radial. As perdas na plataforma durante a colheita da soja foram similares às do milho, ou seja, valores significativos e sendo maior no sistema axial. Nos mecanismos internos, diferenças significativas também foram observadas, porém, com maiores perdas pelo sistema radial. No sistema axial as perdas na plataforma e nos mecanismos internos correspondem a 51% e 49%, respectivamente. No sistema radial são observadas diferenças expressivas, sendo 16% de perdas ocorridas na plataforma e 84% nos mecanismos internos. Na Tabela 2 são apresentadas as médias do quantitativo de grãos soltos, da debulha e as perdas na lavoura em percentual, considerando produtividade média de 80sc/ha para o milho e 55sc/ha para a soja. Quando as perdas de milho foram quantificadas de acordo com a característica do material
O monitoramento correto das perdas na colheita tem como objetivo detectar os erros que ocorrerem durante o processo e, se possível, corrigi-los
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Fotos Charles Echer
Na colheita do milho, o índice de dano obtido em função dos percentuais de impurezas e de quebrados em diferentes níveis foi 18% menor nas colhedoras axiais
coletado (solto ou debulha) tem-se que, pelo sistema axial, a maior perda foi de grãos soltos nos mecanismos internos, ocorrendo o mesmo no sistema radial. As perdas decorrentes da colheita pelo sistema axial foram em torno de 40% inferiores ao sistema radial. Esta avaliação permite identificar os principais problemas de regulagem, no caso, no sistema de separação e/ ou limpeza do grão. Como o produto está sendo debulhado, mas jogado para fora da máquina, seria importante observar em primeiro lugar a velocidade do ar do ventilador e a regulagem das peneiras. Outra observação a ser feita é com relação à separação do material debulhado e aos restos de planta. No caso da soja as maiores perdas também foram de grãos soltos em ambas as colhedoras. Isto pode ser atribuído à baixa umidade do grão no caso da plataforma e à má regulagem dos sistemas de separação e/ou limpeza, no caso dos mecanismos internos. Situação mais crítica é observada na máquina com sistema radial de debulha onde os valores de grãos soltos superam
o limite tolerável (1sc/ha). O quantitativo de perdas de grãos soltos representou o maior valor obtido. As perdas percentuais na lavoura colhida com a colhedora axial foram em torno de 53% inferiores às perdas obtidas pela colheita com a máquina radial, que atingiu, no total, perdas na lavoura de 4,12%. Sabendo que é no momento da colheita onde tem-se o produto com o maior valor agregado, torna-se fundamental o monitoramento das perdas e sua análise (regulagem) para que possa ser reduzida.
DANOS NOS GRÃOS EM FUNÇÃO DA COLHEITA
Além das perdas ocorridas no campo, a intensidade dos impactos nos grãos, em função da colheita, pode agravar ainda mais os resultados quando o produto for submetido ao pré-processamento (limpeza, secagem, armazenamento). Há de se considerar, ainda, que, embora a colhedora não elimine parte das impurezas no campo, essas virão a ser computadas como perdas nas operações seguintes.
Além de impurezas e quebrados recolhidos no graneleiro da máquina, deve-se atentar também para os danos mecânicos ocasionados, pois embora aparentemente os grãos estejam inteiros, dependendo do número de trincas ou fissuras ocasionadas por impacto, eles estarão suscetíveis à quebra. Durante a classificação do milho obteve-se 1,71% de impurezas e 8,31% de quebrados quando colhido com a colhedora radial. No entanto, quando o produto foi colhido com a colhedora axial os valores foram bem menores, 1,50% de impurezas e 4,27% de quebrados. No caso da soja, obteve-se 0,25% de impurezas e 17,64% de quebrados pela máquina radial e somente 0,08% de impurezas e 1,94% de quebrados pela máquina axial. Mesmo embora a umidade do milho estivesse abaixo do indicado (20 a 22% b.u.) para colheita, o nível de impurezas e quebrados esteve dentro do que se considera aceitável. Há de se destacar novamente que os danos e as perdas ocasionados pela colhedora radial foram relativamente superiores aos da axial. Observa-se na Figura 1a que o índice de danos ocorridos no milho, obtido em função dos percentuais de impurezas e de quebrados, em diferentes níveis, foi 18% superior quando o produto foi colhido com máquina dotada de cilindro e côncavo (radial). Com relação às trincas em grãos de milho verifica-se (Figura 1b) que quando colhido com a colhedora axial os valores foram menores. Os grãos que sofreram impactos por ocasião da colheita com a colhedora radial apresentam 3,2% a mais de trincas que quando colhidos com a colhedora axial. Os danos mecânicos avaliados na soja colhida com as máquinas radial e axial estão representados na Figura 2. A soja, quando colhida com a máquina com sistema de debulha radial, apresentou 45,6% a mais de danos mecânicos quando comparada à colhida com a máquina com sistema de debulha axial. Estes grãos, aparentemente inteiros, cujos danos só foram perceptíveis após o tratamento com hipoclo-
Figura 1 - (a) Índice de danos mecânicos e (b) Índice de trincas em grãos de milho colhido com máquinas com diferentes sistemas de debulha: radial e axial
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Quadro 1 - Contabilização de perdas na colheita Perdas, sc ha-1
Pontos de Coleta
Pré-colheita Plataforma Mecanismos Internos --Subtrair pré-colheita Subtrair pré-colheita e plataforma Sub-total Solto Debulha Solto Debulha Solto Debulha Total Somar solto e debulha Somar solto e debulha Somar solto e debulha *Grãos “soltos” são aqueles já debulhados e os “de debulha” são aqueles ainda aderidos nas vagens (soja) ou sabugo (milho).
Figura 2 - Danos mecânicos (%) em grãos de soja debulhados por dois sistemas: radial e axial
rito de sódio, durante as operações na póscolheita, provavelmente, tenderiam à quebra, aumentando ainda mais as perdas. Com base nos dados de danos apresentados pode-se inferir que as perdas quantificadas em nível da campo, no momento da colheita, não demonstraram os prejuízos totais que o produtor viria a ter após o pré-processamento (limpeza, secagem, e armazenamento). O descarte de produto como impurezas e quebrados na unidade elevou ainda mais as perdas e os descontos para o produtor. Acredita-se que o principal fator para obtenção de elevados percentuais de danos foi a baixa umidade dos grãos no momento da colheita.
ESTIMATIVA ECONÔMICA DE PERDAS
As perdas na colheita da soja e do milho foram estimadas para a área total da fazenda, de seis mil e mil hectares, respectivamente, considerando: a) as perdas totais; b) perdas toais menos o limite aceitável (1sc/ha para a soja e 2sc/ha para o milho). Os valores que o produtor estaria perdendo, caso não fosse realizado nenhum ajuste na máquina, são apresentados na Tabela 3. O agravante de perdas ocorridas na lavoura
toma dimensão real quando se extrapola para a área total. Pelos valores apresentados na Tabela 3, verifica-se o quanto o produtor deixaria de perder, caso os ajustes necessários fossem feitos nas máquinas.
cálculo de perdas Expressão para determinar percentual de perdas. Perdas,%= ( perdas, sc-1 ha-1 ) x100 (perdas,sc-1 ha-1)+(podutividade líquida,sc-1 ha-1)
amostras e danos a) Teor e água (método padrão da estufa: 105 ± 3ºC, durante 24 horas); b) Percentual de impurezas e quebrados da soja e do milho determinado de acordo com as especificações para a padronização, classificação e comercialização interna pelas portarias: nº 262, de 23 de novembro de 1983 e nº 845 de 8 de novembro de 1976, respectivamente; c) Danos mecânicos: - Soja: pelo teste de hipoclorito de sódio (5%), por dez minutos; - Milho: os danos mecânicos visíveis ocasionados por ocasião do processo de colheita foram quantificados por meio do índice de danos (metodologia proposta por Chowdhury; Buchele, 1976), e o Índice de trincas (metodologia proposta por proposta por Bakker-Arkema, 1994).
Na colheita da soja observa-se que a colhedora radial apresenta 54% e 93% a mais de perda, quando são consideradas as perdas totais e as perdas totais menos o limite de 1sc/ ha, respectivamente. Na colheita do milho também se observa o grande diferencial de tecnologia entre as máquinas. Neste caso, a colhedora radial apresenta 60% e 93% a mais de perdas, quando consideramos as perdas totais e as perdas totais menos o limite de 2sc/ha, respectivamente. Caso fosse utilizada a colhedora axial em toda a área, as perdas, sem a realização de ajustes e sem considerar o limite de perdas 2sc/ha, seriam em torno de 60% menores do que se a coleta fosse realizada com a colhedora radial. Se fosse
Na maioria das vezes, cuidados simples, como manutenções periódicas e treinamento dos recursos humanos, podem reduzir consideravelmente o volume de grãos que ficam nas lavouras a cada safra
considerado o limite de perdas, a redução seria na ordem de 93%. Similarmente ao ocorrido na colheita da soja, os principais ajustes a serem realizados são em relação aos sistemas de separação e limpeza, haja vista que o maior quantitativo de perdas foi observado nos mecanismos internos/ grãos soltos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
maiores valores. Já os grãos de milho que sofreram impactos por ocasião da colheita com a colhedora radial apresentam 3,2% a mais de trincas que quando colhidos com a colhedora axial. A soja, quando colhida com a máquina com sistema de debulha radial, apresentou 45,6% a mais de danos mecânicos quando comparado ao colhido com a máquina com sistema de debulha axial. .M Fábio Reinaldo Possidonio e Solenir Ruffato, Univ. Federal de Mato Grosso
Após analisar todos os dados, é possível concluir que as perdas resultantes da colheita do milho com a máquina radial foram em torno de 60% maiores, e na colheita da soja foram em Tabela 1 - Perdas médias (sc ha-1) de milho e soja na torno 120% maiores do que quando colhida colheita mecanizada em função de diferentes sistema com a colhedora axial. de debulha (axial e radial) Quanto ao percentual de perdas na lavoura, tanto no milho quanto na soja, o sistema radial Sistema Pré-Colheita Plataforma Mecanismos Internos Perdas Totais apresentou o maior valor, correspondendo a Milho 4,20% e 4,12%, respectivamente. Os mecaAxial 0,00 a 2,10 a 0,25 b 1,85 a nismos internos, especificamente o sistema de Radial 0,00 a 3,52 b 0,15 a 3,37 b separação e limpeza, apresentaram problemas Soja de regulagem em ambas as colhedoras, ocasioAxial 0,00 a 1,09 a 0,56 b 0,53 a nando maiores perdas. Radial 0,00 a 2,37 b 0,38 a 1,99 b Em relação às impurezas e aos quebraTabela 2 - Perdas médias na colheita do milho e da soja (SC/ dos, a colhedora radial proporcionou os Médias seguidas de letras iguais nas colunas, não diferem entre si (Tukey, 5%). ha) de acordo com a característica do material e, perdas em Tabela 3 - Estimativa dos prejuízos decorrentes das perdas na colheita da soja e do milho por meio de duas percentual na lavoura, por dois sistemas de debulha colhedoras: axial e radial Axial Radial Solto Debulha Total Solto Debulha Total Milho
Pré-Colheita 0,00 Plataforma 0,25 Mecanismos Internos 1,85 % Perdas Pré-Colheita 0,00 Plataforma 0,34 Mecanismos Internos 0,95 % Perdas
18
0,00 0,00 0,00 0,00 0,25 0,15 0,00 1,85 3,37 2,55% Soja
0,00 0,00 0,00 0,15 0,00 3,37 4,20%
0,00 0,00 0,00 0,21 0,56 0,21 0,13 1,09 2,10 1,93%
0,00 0,00 0,16 0,37 0,27 2,37 4,12%
Máquina Produto Área plantada, ha Perdas, SC/ha Perdas na área total, sc Preço médio/saca, R$ Prejuízo em função das perdas, R$ Perda aceitável, sc ha-1 (Referência Embrapa) Perdas totais considerando limite de 1 sc/ha, Prejuízo considerando limite de 1 sc ha *Preço médio. Referência: IMEA – Sorriso, MT, 22/10/13.
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Axial
Radial
Axial
1,09 6.540,00
Radial Milho 1.000
Soja 6.000 2,37 14.220,00
R$ 59,00* R$ 385.860,00 R$ 838.980,00 1,00 540,00 8.220,00 R$ 31.860,00 R$ 484.980,00
2,10 2.100,00
3,52 3.520,00
R$ 9,00* R$ 52.800,00 2,00 100,00 1.520,00 R$ 900,00 R$ 13.680,00
R$ 31.500,00
empresas
Sangue novo
Com a reestruturação e a profissionalização de departamentos vitais, a Pla do Brasil projeta mais que triplicar a participação no mercado de pulverizadores no Brasil até 2016
A
pulverização nas lavouras ganha cada vez mais importância na agricultura moderna. Além de aplicar o produto fitossanitário, os equipamentos de pulverização irão incorporar cada vez mais tecnologia nos próximos anos, a fim de atingir o alvo de maneira mais eficiente possível, utilizando as pequenas janelas climáticas disponíveis, desperdiçando o mínimo possível de produto. Uma das empresas que estão focadas neste mercado é a Pla do Brasil. A marca argentina fundada em 1975 para produzir implementos lançou seu primeiro pulverizador autopropelido no ano de 1978 e desde então não parou de pesquisar e investir em novos projetos voltados para a pulverização agrícola. A marca chegou ao Brasil em 2004, onde instalou sua fábrica no município de Canoas (RS), e focou suas atenções principalmente no Cerrado, região onde o mercado de autopropelidos era mais receptivo naquele momento. Desde o início de 2013 a empresa, que no Brasil está sediada na cidade de Canoas (RS), está se reestruturando e buscando a “profissionalização dos departamentos vitais”, explica Renato Silva, diretor comercial da Pla do Brasil. A marca, que detém 2% do mercado brasileiro de pulverizadores, pretende chegar em 2016 com uma fatia 7% num mercado que produz aproximadamente 3.500 máquinas/ano. No momento, o Brasil conta com 25 revendas autorizadas, sendo que no início do ano eram 15. “Projetamos fechar o ano com 30 lojas”, destaca Renato Silva. No
Rio Grande do Sul são três, nas cidades de Boa Vista das Missões, Fortaleza dos Valos e Tupanciretã. “Em breve, teremos revendas em Cachoeira do Sul e Jaguarão”, ressalta o diretor. Com a nova gestão profissionalizada, após a entrada do Grupo Pampa Capital no final de 2010, o foco da marca também foi alterado. “Antes, o objetivo era comercializar pulverizadores grandes, para a região Centro-Oeste e Bahia. Agora, ajustamos o foco também para máquinas menores, para os produtores do Sul do país”, finaliza. Os principais mercados da marca são os grãos e a cana-de-açúcar.
PRODUTOS
Atualmente, a Pla possui oito modelos de pulverizadores, desde os de arraste até os autopropelidos com 220 cavalos de potência. As capacidades vão de 700 litros (modelo três pontos), passando pelo modelo de arraste - que é de três mil litros - e chegando nos autopropelidos – de 2.500 litros até 3.500 litros.
Os modelos variam com a necessidade do terreno do produtor ou da cultura que será aplicada. Podem ser utilizados nas principais lavouras do Brasil (soja, milho, trigo, feijão), culturas específicas como cana e algodão ou até mesmo no cultivo de produtos que exigem máximo cuidado, como as hortaliças (tomate, batata, alface, alho etc). Mas a grande novidade dos últimos anos está sendo lançada nesta safra: o pulverizador de 3.500 litros com barra de fibra de carbono de 36 metros. “O lançamento estava previsto para 2014, mas em função da chegada da lagarta Helicoverpa nas lavouras do país, antecipamos a produção, já que este equipamento tem um rendimento 20% superior aos pulverizadores com barras convencionais”, explica Tomas Lorenzzon, gerente de Marketing da Pla. Com 36 metros de barra é possível aplicar uma área próxima a 650 hectares em um único dia. A fibra de carbono é utilizada em projetos com alta tecnologia, como na Fórmula 1. Por isso, as barras fabricadas com esta tecnologia possuem propriedades que garantem uma rigidez bem maior, combinada à leveza e à resistência a impactos. Já há projetos em andamento para a construção de uma barra híbrida, utilizando parte da barra em aço carbono e outra parte em fibra de carbono, que possibilitará chegar a uma barra de 42 metros. A Pla pretende intensificar a incorporação de equipamentos de Agricultura de Precisão nos pulverizadores autopropelidos. Para isso, fechou uma parceria com a Trimble, uma das empresas gigantes do setor de .M tecnologias de posicionamento.
Renato Silva, diretor de Vendas e Marketing; Maximiliano Cassalha, diretor industrial; Luciana Brambila, assessora de imprensa; Piterson Viana, desenvolvimento de rede, e Tomas Lorenzzon, gerente de Marketing
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capa
Titãs do campo
A
partir do início da vigência do programa Mais Alimentos a média de potência do motor dos tratores vendidos no Brasil alterou sensivelmente. Uma tendência histórica de que a média de 75cv, constante desde o início dos anos 80, subisse para aquela proporcionada pelos tratores de quatro cilindros, equipados com turbocompressor, com potência de motor ao redor de 100cv, alterou-se com este plano governamental. Os tratores de quatro cilindros com aspiração natural voltaram a ocupar a maior parte da comercialização. No entanto, superado este efeito, desde o ano de 2010 tem havido um aumento na produção e na comercialização de tratores com potência máxima de motor superior aos 100cv (73,6kW) em comparação com o que se produzia e vendia em anos anteriores. Mais que isto, nota-se um incremento na importação e na comercialização de modelos com potência superior aos 400cv, inclusive com oferta forte de modelos com potência máxima entre 500cv e 650cv. Esta tendência incentivou a Revista Cultivar Máquinas a organizar um comparativo entre os grandes tratores disponíveis no mercado brasileiro, utilizando o material enviado pelos quatro grandes fornecedores destes tratores, AGCO, Case IH, John Deere e New Holland. No caso da Case IH, da John Deere e da New Holland, as opções são de tratores de rodas com tração dianteira integral e articulação do chassi. No caso da AGCO, a série avaliada é a Challenger, com esteiras de borracha. Embora estes últimos sejam tratores de configuração diferente dos demais, a concorrência será pelo mesmo mercado, nas faixas de potência. Por uma questão de adequação à linguagem utilizada no mercado de tratores, utilizaremos o cv (cavalo vapor) como unidade de potência em substituição ao W (Watt), do sistema internacional de unidades de medidas. Na classificação dos tratores utilizaremos a potência nominal, embora os modelos possam gerar uma potência adicional, chegando a uma potência máxima que será utilizada por curtos espaços de tempo em situações de sobrecarga. Para isto trazemos informação da Série
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Fotos Charles Echer
As quatro maiores séries mundiais de tratores já estão presentes nos campos brasileiros, com opções que vão de 405cv a 608cv de potência e dotadas de níveis de tecnologia embarcada que proporciona rentabilidade e eficiência incomparáveis
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Challenger MT800E da AGCO, da Linha Steiger da Case IH, da Série 9R da John Deere e da série T9 da New Holland. Foram organizados cinco grupos por faixa de potência, comparando-se, no primeiro grupo, dos menores, entre 405cv e 410cv de potência nominal, o modelo da John Deere, 9410R, com 410cv de potência nominal (máxima de 451cv) e o New Holland T9.450, com 405cv de potência nominal (máxima de 446cv). No segundo grupo comparamos os modelos de 456cv a 460cv de potência nominal, o
modelo AGCO Challenger MT845E, com 456cv de potência nominal (máxima de 492cv), um modelo da John Deere, o 9460R com 460cv de potência nominal (máxima de 506cv), o modelo Case Steiger 450, com 457cv de potência nominal (máxima de 502cv) e o modelo New Holland T9.505, com 457cv de potência nominal (máxima de 502cv). Na terceira faixa, comparamos três modelos: Challenger MT855E, com 496cv (máxima de 536cv), John Deere 9510R, com 510cv (máxima de 561cv) e o New
Holland T9.560 com potência nominal de 507cv (máxima de 557cv). Na quarta faixa de potência consideramos quatro modelos, um de cada marca, O Challenger MT865E, com 547cv de potência nominal (máxima de 591cv), o Case Steiger 550 de 558cv de potência nominal (máxima de 614cv), o John Deere 9560R com 560cv (máxima de 616cv) e o New Holland T9.615, de 542cv (máxima de 613cv). No grupo dos mais potentes, dentre estes gigantes, os dois maiores tratores do mercado brasileiro, o Challenger
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Nas quatro séries o posto de operação é bastante elevado, todos fechados com ótimas cabines, que atendem a padrões de conforto e segurança previstos em normas internacionais e critérios norte-americanos e da comunidade europeia
MT875E com 598cv (máxima de 646cv) e o maior trator do mercado nacional, o modelo New Holland T9.670, de impressionantes 608cv de potência nominal e 669cv de potência máxima. Devemos ressaltar que todos os modelos avaliados possuem motores com injeção eletrônica e contam com um sistema de incremento de potência na ordem de 8% a 10%. Esperamos que os nossos leitores gostem e aproveitem o nosso trabalho. Mesmo que estes tratores sejam classificados como supertratores é possível estratificá-los por faixas de potência, em função da efetiva concorrência entre eles. Avaliando-os pela potência de motor e incluindo apenas um modelo de cada fabricante foi possível montar um quadro com diferentes faixas de potência (Quadro 1). Ressalta-se que todos os modelos da Case IH, da John Deere e da New Holland foram ensaiados na Estação de Ensaios de Tratores em Nebraska, nos Estados Unidos, e os relatórios estão disponíveis na página web: http://tractortestlab.unl.edu/testreports. Os modelos da série Challenger foram ensaiados com motores Caterpillar, mas os tratores que serão vendidos no Brasil serão montados com motores AGCO Power de
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12 cilindros.
MOTORES
Os propulsores destes tratores gigantes permitem atingir potências de até 669cv, o que nos impressiona, pois na agricultura brasileira não é comum a utilização de tratores de potência desta magnitude, o que
reflete desta forma uma nova tendência no setor agrícola brasileiro. É de ressaltar que a maioria destes modelos está direcionada às grandes áreas do Centro-Oeste e da nova fronteira agrícola brasileira, denominada de Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e norte da Bahia). Os modelos da série 9R da John Deere
Quadro 1 - Faixa de potência dos tratores comparados Faixa de potência nominal do motor (cv)* Faixa 1 Faixa 2
Faixa 3
Faixa 4
Faixa 5
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Fabricante John Deere New Holland AGCO Case John Deere New Holland AGCO John Deere New Holland AGCO Case John Deere New Holland AGCO New Holland
Modelos comparados 9410R T9.450 Challenger MT845E Steiger 450 9460R T9.505 Challenger MT855E 9510R T9.560 Challenger MT865E Steiger 550 9560R T9.615 Challenger MT875E T9.670
Potência nominal do motor (cv)* 410cv (máxima de 451cv) 405cv (máxima de 446cv) 456cv (máxima de 492cv) 457cv (máxima de 502cv) 460cv (máxima de 506cv) 457cv (máxima de 502cv) 496cv (máxima de 536cv) 510cv (máxima de 561cv) 507cv (máxima de 557cv) 547cv (máxima de 591cv) 558cv (máxima de 614cv) 560cv (máxima de 616cv) 542cv (máxima de 613cv) 598cv (máxima de 646cv) 608cv (máxima de 669cv)
Fotos Charles Echer
Detalhes dos consoles laterais da série 9R da John Deere (esquerda) e Steiger da Case IH (direita)
contam com motores agrícolas da marca própria John Deere, modelo PSX de seis cilindros, de 13,5 litros de volume interno e sistema de alimentação Turbo Aftercooler, juntamente com um sistema eletrônico de injeção de combustível individual. Estes propulsores permitem que o maior modelo de sua série desenvolva em condições normais de operação uma potência máxima de 560cv com torque máximo de 2.528Nm a 1.600rpm, com reserva de torque de aproximadamente 38%, só possível com a injeção eletrônica de combustível. Quando ocorre sobrecarga, seu sistema eletrônico de injeção de combustível permite atingir uma potência de até 616cv. Outro diferencial do modelo é o sistema de controle de eficiência (Efficiency Manager) que, quando ativado, otimiza o consumo de combustível, pois elimina a necessidade do operador ajustar a rotação de trabalho ou a marcha correta, sendo que o sistema realiza esse ajuste automaticamente. Em operações leves os motores desta série contam também com o FieldCruise que ajusta a rotação máxima do motor, para trabalhos em que a necessidade de potência é inferior à potência máxima do motor. A New Holland apresenta a série T9, com modelos que variam na faixa de potência nominal de 405cv a 608cv a 2.200rpm. São dotados de motores com seis cilindros marca FPT (Fiat PowertrainTecnologies), modelo Cursor 13, com quatro válvulas por cilindro. Esse motor apresenta 12,88 litros de volume interno. O modelo T9.670 apresenta 2.100Nm de torque a 1.400rpm, com uma reserva de torque na ordem de 40%, conforme informações fornecidas pelo fabricante. Os modelos desta série podem chegar a um incremento de até 10% na potência do motor em condições de sobrecarga da transmissão ou sistema hidráulico devido ao EPM (Gerenciamento da Potência do Motor), possibilitando ao maior trator da série atingir 669cv, em operações que demandem
grandes potências na barra de tração. Assim como nas séries anteriores, a AGCO apresenta a série Challenger com modelos dentro da série MT800E equipados como propulsores marca AGCO Power™ com 16,8 litros, de 12 cilindros em V, com alimentação com duplo turbo, desenvolvendo potência nominal numa faixa que vai de 456cv a 598cv com possibilidade de
incremento de aproximadamente 8% de potência para todos os modelos desta série, devido ao seu controlador eletrônico de injeção de combustível. Um fator que chama atenção é a reserva de torque que, conforme o fabricante, chega a 42%, a 1.500rpm, importante quando esse realiza operações com sobrecargas momentâneas. A Case IH apresenta na sua linha Steiger modelos importados equipados com motores marca FPT, os mesmos utilizados nos modelos da New Holland, de 12,9 litros com um turbocompressor de estágio simples no modelo de 457cv e com um sistema de turbocompressor de dois estágios – um pequeno turbocompressor para resposta de baixa potência e um segundo, maior, para altas rotações, no modelo de 558cv. O motor eletrônico da linha Steiger é equipado com um sistema denominado Power Boost, que permite um incremento automático superior a 40cv, possibilitando alcançar no caso do modelo Steiger 550, 614cv de potência. Esta tecnologia fica evidente em situações extremas que exigem elevada demanda de potência, principalmente quando se junta
A Série 9R conta com motores agrícolas da marca própria John Deere, modelo PSX de seis cilindros, de 13,5 litros de volume interno e sistema de alimentação Turbo Aftercooler
Todos os modelos possuem posto do operador com banco de couro, acabamento sofisticado e assento auxiliar
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As aberturas de ar foram reposicionadas, a fim de evitar a entrada de pó nos coletores
demanda mecânica e hidráulica. Assim como a série T9 da New Holland, o Steiger apresenta o sistema de gerenciamento automático de potência, possibilitando uma redução de até 14% no consumo de combustível, pela correta adequação da potência do motor à carga imposta à transmissão, ao sistema hidráulico ou à tomada de potência (TDP). Todos os modelos comparados atendem pelo menos ao Padrão Tier II, exigido para os mercados europeu e norte-americano, embora no Brasil ainda não seja exigido o atendimento às normas de controle de
poluentes. Estes fabricantes já estariam atendendo futuras normas de controle. Com o objetivo de facilitar o entendimento, organizamos tabelas onde são apresentadas as principais características dos motores das quatro séries de tratores, sendo que foram analisados, dentro de cada série, os modelos segundo sua potência nominal.
TRANSMISSÃO
No que diz respeito aos sistemas de transmissão disponíveis nos tratores agrícolas comparados, todos possuem caixas
A série Challenger é equipada com motor AGCO Power de 16.8L, com aspiração Dual Twin series turbo charger, desenvolvendo potência nominal numa faixa que vai de 456cv a 598cv
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de câmbio do tipo hidromecânica. Essa transmissão faz com que não seja necessário o acionamento da embreagem para a realização das trocas de marchas. O número de marchas varia entre os modelos, sendo que os tratores da Case IH e da New Holland possuem 16 marchas à frente e duas à ré. Os tratores da Challenger também têm 16 marchas à frente, porém quatro à ré. Já os modelos da série 9R da John Deere possuem 18 marchas à frente e seis à ré. Os modelos Steiger 450 e Steiger 550, da Case IH, possuem caixa de velocidade denominada Powershift PS4 e Powershift PS6, respectivamente, ambos com reversor (Powershuttle). Possuem gerenciamento automático de produtividade APM (Automatic Productivity Management), que seleciona automaticamente a relação de transmissão (marcha) e a rotação do motor em função da carga da transmissão, do sistema hidráulico e da TDP, o que proporciona aumento de eficiência e redução do consumo de combustível. A New Holland disponibiliza em seus modelos uma transmissão denominada FullPowershift modelo Ultra Command, além de possuir reversor integrado. O modo automático Intellishift faz com que o sistema gerencie a relação entre motor e transmissão quando se deseja manter uma velocidade de deslocamento constante, ou seja, o operador define a velocidade de trabalho e a transmissão fica com a função de alterar velocidade e marcha no modo automático. Os quatro modelos da série 9R da John
Fotos Charles Echer
Deere são equipados com uma caixa de velocidades, denominada FullPowerShift. Esses tratores possuem um sistema de controle de eficiência, conhecido como Efficiency Manager. Através deste, o operador somente ajusta a velocidade de trabalho e o sistema gerencia a rotação do motor e as trocas de marchas de forma automática. Os tratores Challenger contam com uma transmissão eletrônica do tipo Cat Powershift. Para a seleção da rotação do motor e relação de transmissão, possuem o modo automático, cujo funcionamento é semelhante ao utilizado por outros fabri-
cantes, porém, denominado de Adem 4. Esse sistema funciona por meio de uma constante comunicação entre o motor, a transmissão e os módulos de controle eletrônico, elevando o desempenho do motor.
SISTEMA HIDRÁULICO, CONTROLE REMOTO E TDP
Por suas características estes tratores que comparamos são utilizados, na maioria dos casos, com implementos que utilizam a barra de tração, mas também pode ser utilizado o sistema hidráulico de três pontos. Por esse motivo na configuração destes
tratores o sistema hidráulico, assim como a TDP, em alguns modelos, é apenas um item opcional. Todos os modelos da série 9R da John Deere apresentam como opcional o sistema hidráulico de três pontos da categoria 3 e 4N, com uma capacidade de levantamento de 9.072kgf a 610mm do olhal. Os tratores desta série possuem cinco válvulas de controle remoto e uma vazão máxima da bomba hidráulica de 295 litros/minuto. Com relação à TDP, é do tipo independente e de acionamento eletro-hidráulico, muito comum em tratores desta faixa de potência.
Os capôs das quatro séries possuem sistemas que facilitam a abertura e o acesso a partes como os sistemas de arrefecimento do motor, óleos e condicionador de ar
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A rotação da TDP é de 1.000rpm e os modelos 9510R e 9560R vêm equipados com a TDP como standard, enquanto nos modelos 9410R e 9460R ela é opcional. Os tratores New Holland, que fazem parte da série T9, vêm equipados no modo standard com sistema hidráulico de três pontos de categoria 3 e engate rápido. A capacidade de levante destes tratores é 9.071kgf a 610mm do olhal para os modelos T9.450, T9.505 e T9.560, enquanto nos
modelos T9.615 e T9.670 a capacidade é de 8.900kgf. A vazão no controle remoto nesta série é de 428 litros/minuto e conta com cinco válvulas de controle hidráulico. Todos os modelos contam com TDP de 1.000rpm. No caso dos modelos Steiger 450 e 550 da Case IH, o sistema hidráulico de três pontos e a TDP são opcionais, sendo, para ambos os modelos, da categoria 4N com capacidade máxima de levante de 8.900kgf.
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DOS TRATORES AGCO SÉRIE CHALLENGER Modelo Motor Número de cilindros Número de Válvulas Aspiração
Challenger MT845E AGCO POWER 16.8L 12 48 Dual Twin Series Turbo Charger 16,8 456 492 2100 2170 1500 42 Eletrônico total 1250
Volume do motor (L) Potência Nominal (cv) Potência Máxima (cv) Rotação Potência Máx. (rpm) Torque Máx. (Nm) Rotação Torque Máx (rpm) Reserva de Torque (%) Sistema de Injeção Tanque de Combustível (L)
Challenger MT855E AGCO POWER 16.8L 12 48 Dual Twin Series Turbo Charger 16,8 496 536 2100 2360 1500 42 Eletrônico total 1250
Challenger MT865E AGCO POWER 16.8L 12 48 Dual Twin Series Turbo Charger 16,8 547 591 2100 2600 1500 42 Eletrônico total 1250
Challenger MT875E AGCO POWER 16.8L 12 48 Dual Twin Series Turbo Charger 16,8 598 646 2100 2840 1500 42 Eletrônico total 1250
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DOS TRATORES CASE IH LINHA STEIGER Modelo Motor Número de cilindros Aspiração Volume do motor (L) Potência Nominal (cv) Potência Máxima (cv) Reserva de Torque (%) Sistema de Injeção Tanque de Combustível (L)
Steiger 450 FPT WGT TIER II 6 Turbocompressor de estágio simples 12,9 457 502 40 Common rail 1200
Steiger 550 FPT WGT TIER II 6 Turbocompressor de dois estágios 12,9 558 614 40 Common rail 1760
ERGONOMIA
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DOS TRATORES JOHN DEERE SÉRIE 9R Modelo Motor Número de cilindros Número de Válvulas Aspiração Volume do motor (L) Potência Nominal (cv) Potência Máxima (cv) Rotação Potência Máx. (rpm) Torque Máx. (Nm) Rotação Torque Máx (rpm) Norma de Ensaio Reserva de Torque (%) Sistema de Injeção Tanque de Combustível (L)
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John Deere 9410R John Deere PSX 6 24 Turbo Aftercooler ar-ar 13,5 410 451 1900 1892 1600 97/68EC 38 Eletrônico-Unidade injetora individual 1325
John Deere 9460R John Deere PSX 6 24 Turbo Aftercooler ar-ar 13,5 460 506 1900 2123 1600 97/68EC 38 Eletrônico-Unidade injetora individual 1325
John Deere 9510R John Deere PSX 6 24 Turbo Aftercooler ar-ar 13,5 510 561 1900 2354 1600 97/68EC 38 Eletrônico-Unidade injetora individual 1325
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Diferentemente das outras marcas, a Case IH oferece seis válvulas de controle remoto como standard, sendo para os dois modelos 450 e 550 a vazão máxima da bomba de 216 litros/minuto ou como opcional 428 litros/ minuto, com bomba auxiliar. A tomada de potência é de 1.000rpm e de acionamento eletro-hidráulico. Os tratores Challenger da série MT800E podem ser configurados com um sistema hidráulico de três pontos categoria 4 ou 3 e 4N, com capacidade de levantamento de 8.845kgf. Nesta série a vazão standard da bomba hidráulica é de 220 litros/minuto, tendo como opcional a vazão de 321,8 litros/ minuto. Os tratores desta série contam com quatro válvulas de controle remoto, podendo ter até seis válvulas. A TDP desta série é de 1.000rpm.
John Deere 9560R John Deere PSX 6 24 Turbo Aftercooler ar-ar 13,5 560 616 1900 2528 1600 97/68EC 38 Eletrônico-Unidade injetora individual 1325
Em todos os tratores, por se tratar de modelos com tração integral, o posto de operação é bastante elevado, todos fechados com ótimas cabines e com atendimento aos padrões de conforto e segurança previstos em normas internacionais e critérios norteamericanos e da comunidade europeia. Na série 9R da John Deere temos uma cabine fechada Commandview com dois assentos, um principal, com suspensão a ar, possibilidade de giro e bloqueio que impede algumas funções se o operador não estiver sentado, e outro de acompanhante. Os comandos estão posicionados à direita do assento principal em um descansabraço, com controles integrados e com dois monitores com tela sensível ao toque. O primeiro possibilita ajustar quase tudo
Fotos Charles Echer
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DOS TRATORES NEW HOLLAND SÉRIE T9 New Holland T9.450 New Holland T9.505 New Holland T9.560 New Holland T9.615 New Holland T9.670 New Holland FPT New Holland FPT New Holland FPT New Holland FPT New Holland FPT Cursor 13™ TIER II Cursor 13™ TIER II Cursor 13™ TIER II Cursor 13™ TIER II Cursor 13™ TIER II 6 6 6 6 Número de cilindros 6 24 24 24 24 Número de Válvulas 24 Turbo intercooler Turbo intercooler Turbo intercooler Turbo intercooler Aspiração Turbo intercooler 12.9 12,9 12,9 12,9 Volume do motor (L) 12,9 608 457 507 542 Potência Nominal (cv) 405 669 502 557 613 Potência Máxima (cv) 446 2200 2200 2200 2200 Rotação Potência Máx. (rpm) 2200 2100 1575 1751 1925 Torque Máx. (Nm) 1400 1400 1400 1400 1400 Rotação Torque Máx (rpm) 1400 40 40 40 40 Reserva de Torque (%) 40 Commomrail/ Eletrônica – Eletrônica – Commomrail/ Sistema Eletrônica – Twin turbo Common rail Common rail Twin turbo de Injeção Common rail 1817 1230 1230 1230 Tanque de Combustível (L) 1230 Modelo Motor
que o operador utiliza durante o trabalho, como ar-condicionado e luzes, e o segundo monitor, que é o controle do sistema de agricultura de precisão GreenStar. Também na coluna do canto direito são apresentados as funções e os parâmetros operacionais do trator. Atrás desta coluna está estrategicamente colocado o tubo de escape, para não prejudicar a visão do operador. A coluna de direção é ajustável por meio de uma rótula situada no painel dianteiro. Na série Steiger da Case IH, a cabine de linha é baseada em blocos de borracha, totalmente climatizada e com um assento amortecido por câmara de ar, com assento auxiliar. A cabine reveste uma robusta estrutura de segurança contra o capotamento (EPCC). Os comandos estão localizados no lado direto, sobre um descansa-braço. À frente, está disposto um monitor do sistema AFS (Advanced Farm Systems) e na coluna frontal, à direita da cabine, um painel de funções do motor, transmissão e o computador de bordo para o controle de todas as funções do trator. No monitor, se pode configurar e controlar as funções do sistema de agricultura de precisão e exportar os dados através de uma porta com entrada e saída USB. O reversor de sentido é uma pequena alavanca colocada acima da coluna da direção, de forma que somente por um toque, sem auxílio de embreagem, se pode inverter o sentido do movimento. Enfim, uma série de recursos que são quase obrigatórios nesta gama de potência. Nos modelos T9 da New Holland a cabine é grande e totalmente envidraçada. O sistema hidráulico trêsprojeto pontos épara categoria II, Nota-se um esforçodeno a maior com capacidade de levante 3.300kg visibilidade. Dificilmente hádeobstáculos no
campo de visão do operador. A tomada de ar do sistema de alimentação e o tubo de descarga estão escondidos atrás das colunas dianteiras da cabine. O assento também tem possibilidade de giro em até 40 graus. Como nos outros modelos comparados, ao lado
direito do operador há um apoio de braço, com um console de suporte ao monitor IntelliView III. Neste monitor, sensível ao toque, é possível controlar todas as funções do trator em operação, inclusive alterar as configurações. Na lateral direita do apoio
Detalhes construtivos de tratores da Série 9R da John Deere (acima) e da Challenger da AGCO (abaixo)
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de braço há um painel integrado, onde em um desenho do trator pode-se verificar e controlar algumas importantes funções de operação. Como é uma característica de modelos desta faixa é possível automatizar as manobras, por meio de programação. Nos modelos Challenger da AGCO a impressão é de que o espaço da cabine é maior, em comparação com os outros modelos. O interior da cabine é todo em tons de cinza-escuro, com dois assentos, principal e acompanhante, de material sintético antitranspirante. No lado direito do assento principal há um console no qual foram colocados os comandos e os controles de operação, onde se destacam os de gerenciamento da potência do motor, os de controle do sistema hidráulico de três pontos e os das válvulas de controle remoto. Na coluna direita, levemente atrás do operador, estão alguns comandos e à frente do console um monitor colorido, sensível ao toque, padrão Isobus com 15 botões configuráveis. Este monitor pode ser utilizado tanto para a configuração do trator, motor, transmissão, sistema hidráulico, como também para a operação do piloto automático, inclusive com possibilidade de coleta e armazenamento de dados para gerenciamento.
RECURSOS TECNOLÓGICOS
Os tratores da série 9R saem de fábrica
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Tipo de Transmissão e Marchas Série Nome transmissão No de marchas
Challenger MT Cat Powershift com ADEM™ 4 16 à frente e 4 à ré
John Deere 9R Full PowerShift com Efficiency Manager™ 18 à frente e 6 à ré
Steiger Powershift PS4 e PS6 com Automatic Productivity Management 16 à frente e 2 à ré
New Holland T9 Full Powershift Ultra Command™ com Intellishift™ 16 à frente e 2 à ré
Sistema hidráulico, controle remoto e TDP Válvulas de controle remoto Vazão (litros/minuto) Categoria Capacidade de levante (kgf) Rotação da TDP (rpm)
JD 9R 5 295 3 e 4N* 9.072 1.000**
NH T9 5 428 3 9.071 – 8.900*** 1.000
CASE Steiger 6 216 ou 428* 4N* 8.900 1.000*
CHALLENGER MT800E 4 ou 6* 164 ou 224,2* 3 e 4N 8.845 1.000*
* Opcional ** Opcional nos modelos JD 9410 e JD 9460 *** Nos modelos T9.615 e T9.670
com sistema de gerenciamento agrícola (AMS), piloto automático AutoTrac com sinal SF2, monitor GS3 2630, sensível ao toque de 10,4”, e receptor SF 3000. Este receptor utiliza sinais de satélite GPS e Glonass combinados, para conseguir uma melhor disponibilidade dos satélites e adquirir a melhor precisão possível, principalmente nas proximidades de locais abrigados. Outro diferencial é o sistema de compensação da declividade, que ajusta automaticamente os erros de sinal provocados pela inclinação do terreno, realizando compensação horizontal, vertical e longitudinal. O piloto automático também apresenta um módulo opcional
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chamado iTEC Pro que controla totalmente o conjunto mecanizado nas operações de manobras nas cabeceiras. Os tratores da série T9 da New Holland apresentam um piloto automático PLM Auto-guidenceready e computador de bordo Intelliview III. Estes tratores apresentam três possibilidades de direcionamento automático. O sistema DGPS normal, aberto e standard, em todos os modelos possui precisão ao redor de 20cm. Através de assinatura, pode-se adquirir o pacote da Omnistar, podendo ser utilizado em duas opções: XP, com precisão de 7cm, e a HP para 5cm. A última opção compreende a utilização de antenas tipo RTK, com sistema VRS ou GPS permitindo chegar a 2,5cm de precisão em ambos os sistemas. A Case IH proporciona nos modelos da linha Steiger o sistema AFS que permite o gerenciamento das atividades através de um sistema de agricultura de precisão. A orientação automática se dá pelo AFS Guide que auxilia em todas as operações realizadas pelo trator, especialmente as que exigem elevada precisão, através da utilização do sistema de sinal RTK. Os modelos da série MT800E da Challenger utilizam o sistema de direcionamento automático Auto-guide 3000, da AGCO, com receptor AGI-4. O piloto automático oferece, para tratores desta potência, dois níveis de precisão: decimétrico, 10cm de precisão na passada, através do uso do sinal de correção diferencial Omnistar, e centimétrico, que por meio de sinal RTK consegue uma precisão de até 2,5cm entre uma passada e outra dos .M equipamentos. José Fernando Schlosser, Ulisses Giacomini Frantz, Marcelo Silveira de Farias e Javier Solis Estrada, UFSM Alexandre Russini, Unipampa
tratores
Excesso de barulho
Avaliação dos níveis de ruído a que operadores de máquinas e implementos estão expostos, mostra os riscos que longos períodos de exposição podem causar à saúde destes profissionais
A
expansão da agricultura brasileira nas últimas décadas tem impulsionado os fabricantes de máquinas e implementos agrícolas a incorporar novas tecnologias para aumentar o desempenho operacional desses equipamentos. Diante dessa demanda, houve um aumento significativo nas dimensões e também acréscimo na potência dos tratores. Assim, surge a preocupação correspondente às condições de segurança e conforto dos operadores de máquinas agrícolas, profissionais que, muitas vezes, durante sua jornada de trabalho, ficam expostos a fatores insalubres que podem trazer consequências graves para a sua saúde. Um fator ergonômico que é preocupante com o aumento das dimensões e do acréscimo na potência das máquinas agrícolas é a exposição do operador ao ruído. Caso o ruído seja excessivo o operador poderá ter perda auditiva temporária ou permanente com o decorrer do tempo, sendo a intensidade e a exposição os fatores intensificadores para essa perda ou severidade dos agravos de saúde. A Norma Reguladora (NR-15), em seu anexo n° 1, estabelece que o ruído contínuo ou intermitente deva ser medido em decibéis (dB)
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e com um instrumento que faz a medição do nível de pressão sonora. As leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do trabalhador, para que se possa captar o ruído que chega ao seu
aparelho auditivo. O ruído pode ser caracterizado de acordo com sua frequência sonora e com o grau de exposição do trabalhador. No contexto da me-
Trator Valtra BM 125I, de 125cv de potência, utilizado no experimento para avaliar o nível de ruído para o operador
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Fotos Laboratório de Investigação de Acidentes com Máquinas Agrícolas
Arado de aiveca helicoidal Marchesan AAH, utilizado nos experimentos T1 e T4
canização agrícola, o trator emite altos níveis de ruído dependendo também da operação que será realizada, tendo em vista que algumas atividades exigem maior potência e aumento da rotação do motor. O uso do protetor auricular, utilizado por trabalhadores que estão expostos a ruídos excessivos, é de fundamental importância na operação com máquinas agrícolas. Infelizmente, essa prática de utilização ainda é pouco adotada na agricultura. Dado que o ruído que a máquina produz durante o seu funcionamento é prejudicial à audição, a utilização desse
Subsolador Marchesan AST/Matic 450 utilizado durante o experimento na operação de aração
equipamento protetor poderá minimizar ou evitar a perda auditiva. Segundo as normas da NR-15, para um período de exposição diário de oito horas, o máximo de ruído que o operador pode ficar exposto é de 85dB (A), qualquer nível de ruído superior a esse caracteriza a atividade como insalubre. Visando avaliar a exposição do operador de máquinas agrícolas ao ruído, o grupo de estudantes do Laboratório de Investigação de Acidentes com Máquinas Agrícolas (Lima) avaliou o nível de ruído no posto de operação de trator agrícola. Para isso foi utilizado um trator
marca Valtra BM 125I com 125cv de potência no motor, com capota e sem capota, realizando a operação de aração e subsolagem. Os métodos utilizados na avaliação foram de acordo com a Norma Reguladora 15 (NR-15) em seu Anexo I que estabelece o limite de 85dB como o limite máximo de exposição diária permissível para uma jornada de trabalho de oito horas diárias. O experimento foi conduzido na área experimental do Laboratório de Investigação de Acidentes com Máquinas Agrícolas, pertencente à Universidade Federal do Ceará, no Campus do Pici. Foram realizados quatro tratamentos
FV Tratamentos Resíduo Total
GL 3 44 47
SQ 72.62913 10.70634 84.33547
QM 24.20971 0.24333
F 99.4950**
** significativo ao nível de 1% de probabilidade (P < .01) *significativo ao nível de 5% de probabilidade (.01 = < p .05) ns não significativo (p > = .05)
Tabela 2 - Comparação de médias dos tratamentos e Coeficiente de Variação Tratamentos T1 - subsolagem com capota T2 - aração com capota T3 - aração sem capota T4 - subsolagem sem capota CV% = 0.56
Médias 88.91534 a * 88.65617 a * 85.80812 c 87.41381 b
*As médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.
Tabela 3 - Comparação das médias dos tratamentos com a tabela da NR-15 anexo no 1 Tratamentos utilizados T1 - subsolagem com capota T2 - aração com capota T3 - aração sem capota T4 - subsolagem sem capota
Média dos Máxima exposição diária tratamentos permissível (NR 15) 88.91534 4 horas e 30 minutos 88.65617 4 horas e 30 minutos 85.80812 7 horas 87.41381 5 horas
inteiramente casualizados, sendo o T1 subsolagem com capota, o T2 aração com capota, o T3 aração sem capota e T4 subsolagem sem capota, para avaliar se há ou não diferença quanto ao nível de ruído nas situações de trabalho citadas. Para medir o ruído contínuo ou intermitente foi utilizado o dosímetro - DOS-500, para coleta da dose de ruído e após convertido para ruído equivalente (Equação), para oito horas de trabalho. O dosímetro foi acoplado ao corpo do operador, com microfone próximo ao ouvido para captar os ruídos que chegam ao seu aparelho auditivo. As coletas foram realizadas ao término de uma hora de trabalho, sendo realizadas quatro coletas diariamente. Os horários da coletas foram às 7h, 13h, 17h e 20h, com três repetições em cada tratamento. Os dados coletados foram alocados em uma planilha no Excel onde foram calculadas médias das três repetições em cada tratamento e após foram realizadas as análises estatísticas no Assistat Versão 7.6 beta (2013) para verificar se houve diferença significativa entre os tratamentos analisados. Na Tabela 1 está exposto o resultado da análise de variância em que os dados apresentados foram significativos ao nível de 1% de probabilidade (p <.01) e que para verificar se há diferença significativa entre as médias dos quatro tratamentos apresentados no experimento foi realizado o teste de médias (Tabela 2) e o cálculo do Coeficiente de Variação (CV).
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Equação do ruído Leq = log (% dose x Tc) x N + Lc 100 x T Onde: Lc - É o nível de critério utilizado (85 pela norma brasileira); % Dose- é o valor em % Dose, fornecido pelo aparelho; Tc - É a constante de tempo de oito horas; T - É o tempo de medição de ruído; N - É o valor padrão para cada norma; - Para N-15 utiliza-se “16,61”.
Segundo os dados da Tabela 2, não houve diferença significativa ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey entre os tratamentos subsolagem com capota (T1) e aração com capota (T2). Mas aração sem capota (T3) apresentou diferença significativa quando comparada com a subsolagem sem capota (T4) e ambas em relação aos tratamentos 1 e 2, respectivamente. O coeficiente de variação (CV) encontrado foi 0,56, o que demonstra que houve uma variação muito baixa entre os dados apresentados e que os resultados estão bem ajustados à analise estatística apresentada no experimento. De posse das médias de cada tratamento, foram comparadas com os dados fornecidos no Anexo I da Norma Reguladora 15 para determinar se o nível de ruído medido no experimento está dentro do limite aceitável para uma jornada de trabalho de oito horas diárias (Tabela 3). Pela tabela do anexo n° 1 da Norma Reguladora 15 foi constatado que as operações de Subsolagem com capota e Aração com capota apresentaram médias de ruído de 88,91dB e 88,65dB, respectivamente, e comparando com a NR-15 é equivalente a quatro horas e 30 minutos de trabalho; a operação de Aração sem capota apresentou uma média de ruído de 85,80dB e comparando com a NR-15 é equivalente a sete horas de trabalho e a operação de Subsolagem sem capota apresentou uma média de ruído de 87,41dB e comparando com a NR15 é equivalente a cinco horas de trabalho.
Fotos Laboratório de Investigação de Acidentes com Máquinas Agrícolas
Tabela 1 - Quadro dos valores de análise de variância para os quatro tratamentos do experimento
Dosímetro Instrutherm DOS-500 acoplado ao operador para medir o ruído contínuo ou intermitente no experimento
Provavelmente a vibração do conjunto fez com que a capota emitisse certos níveis de ruído, aumentando o desconforto acústico do operador, além disso, a remoção da capota facilitou a propagação do ruído para fora do posto de operação do trator agrícola. Diante dos dados obtidos no experimento e comparados com as informações fornecidas na Tabela 3 da Norma Reguladora 15 (NR-15), foi possível comprovar que nos tratamentos 1 Subsolagem com capota e 2 Aração com capota, respectivamente, o operador só poderá ficar exposto em quatro horas e 30 minutos sem o uso de protetor auricular; no tratamento 3 Aração sem capota, sete horas; e no tratamento 4 Subsolagem sem capota, cinco horas. Diante dos resultados recomenda-se que o operador de máquinas agrícolas faça o uso de protetor auricular individual durante as operações de .M campo tratadas no presente trabalho. José Evanaldo Lima Lopes, Leonardo de Almeida Monteiro, Mara Alice Maciel dos Santos, Daniel Albiero, Ricardo Bruno C. de Sousa e João Pereira Maciel Neto, Universidade Federal do Ceará
Autores fazem uma avaliação dos níveis de ruído a que operadores de máquinas e implementos estão expostos
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tratores Massey Ferguson
Mais torque, mais tração Diversos fatores influenciam o desempenho de um trator agrícola no campo, como textura do solo, cobertura vegetal, tipo de pneus e outras variáveis. Mas o conhecimento da potência e da curva de torque de um trator ajuda o produtor a identificar qual o melhor modelo para cada aplicação
A
mecanização agrícola está presente em todo mundo, em alguns países com maior abundância, outros, nem tanto. O Brasil, atualmente referência mundial em produção de alimentos e bioenergia, acompanha as constantes inovações do mercado de máquinas agrícolas e, muitas vezes, se antecipa em relação a lançamentos mundiais.
O aumento da necessidade em produzir alimentos, em função do crescimento da população mundial, faz com que a agricultura moderna se mantenha em expansão e, consequentemente, torna-se necessária a utilização de máquinas e equipamentos de alto desempenho a campo, ficando as grandes lavouras dependentes de uma mecanização rápida e
eficiente. No Brasil, a modernização é visível através de maquinários expostos em feiras e estes mesmos maquinários trabalhando no campo, na produção de grãos, cana-de-açúcar, fibras, biomassa, pastagens, entre outras atividades agropecuárias e florestais. Em relação a tratores agrícolas, o crescimento é notório, seja no tamanho ou nos números de produção e vendas. Segundo a Anfavea, em 2012 foram produzidos no Brasil 64.456 tratores agrícolas de rodas e as vendas internas foram de 55.812 unidades. O recorde da produção é recente, em 2010, com mais de 71 mil unidades produzidas. O Brasil comercializa diversos modelos de tratores sobre rodas, cada um corresponde a uma determinada atividade, os de maiores potências, em agriculturas de grande escala como, por exemplo, a cana-de-açúcar. Os tratores de menores potências, na faixa de 50cv a 100cv, têm preferência na compra pelos agricultores, podendo ser aproveitados em diversos trabalhos. Na maioria das vezes o seu potencial não é bem aproveitado, devido à falta de informação e, às vezes, em função de diversidade de atividades em uma propriedade ao longo do ano. Técnicos e agricultores usam seus conhe-
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Figura 1 - Curvas de torque e potência
Autores falam sobre os diversos fatores que influenciam no desempenho de um trator no campo, como textura do solo, cobertura vegetal, tipo de pneus entre outros
em seu desempenho, como a textura do solo, a cobertura vegetal, a relação peso-potência, a topografia do terreno, o tipo de pneu, entre outras variáveis. Para buscar melhorias operacionais e respostas em relação ao desempenho dos tratores, as empresas e instituições de ensino e pesquisa realizam trabalhos conjuntos para avaliar o comportamento destas máquinas, em diversas situações. Nos ensaios dinamométricos, mediante uso da TDP, são obtidas as curvas características do motor do trator: curva de torque, potência e consumo de combustível. Através da utilização de modelos matemáticos e teorias preditivas, já aceitas cientificamente, pode-se estimar a potência de tração de um trator agrícola nas condições de campo ou em pista de ensaio padronizada (concreto). Em um trabalho realizado pelo Núcleo de
Ensaios de Máquinas e Pneus Agroflorestais (Nempa), pertencente à Faculdade de Ciências Agronômicas da Universidade Estadual Paulista, Campus de Botucatu (SP), buscou-se estimar a capacidade de tração de um trator agrícola, de acordo com a curva de torque do motor e por índices de eficiência e comparar com a força de tração real obtida em pista de concreto e em solo firme, para seis marchas usuais do trator operando em campo. Os ensaios de pista de concreto são utilizados para comparar tratores em mesmas condições, o que fornece maior precisão aos resultados podendo ser extrapolados para as condições de campo. Para execução desta pesquisa foi utilizado um trator agrícola com uma potência usual entre os produtores (180cv), classificado como 4x2 TDA (Tração Dianteira Auxiliar), com a lastragem mínima (conforme vendido o
Fotos Unesp
cimentos e suas experiências para adquirir um trator que melhor se encaixe às atividades do campo e, claro, não deixando a desejar por falta de potência ou por falta de torque. O termo torque é muitas vezes esquecido, tendo em vista que ao se saber a potência do motor do trator, já se tem uma boa noção de sua capacidade de trabalho. O trator agrícola pode utilizar a sua energia para realizar trabalhos de diversas maneiras, podendo ser através da barra de tração (BT), da tomada de potência (TDP) e do sistema hidráulico (SH), mecanismos que permitem ao trator levantar, empurrar e tracionar máquinas e implementos, utilizados durante a realização das atividades a campo ou estáticas. Uma problemática relacionada ao desempenho do trator é a variação das condições de trabalho. Existem diversos fatores que influenciam
A obtenção dos dados reais contou com o auxílio da Umeb, que tem como principal função aplicar cargas controladas na barra de tração do trator, através de um sistema pneumático de frenagem. Acoplado ao conjunto Trator-Umeb, utilizou-se uma instrumentação eletrônica e um sistema de aquisição de dados para a captação dos dados de interesse
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Dezembro Novembro 2011 / Janeiro 2013 • www.revistacultivar.com.br 2012 • www.revistacultivar.com.br
Equação 1 FT = (TM . it . ηt / ro) - Rr) (1) em que: FT = força de tração teórica (N) TM - torque do motor (Nm) it - relação de transmissão entre motor e eixos motrizes ηt - eficiência da transmissão r - raio de rolamento dos rodados motrizes (m) Rr - resistência ao rolamento (N)
trator) mais 75% de água nos pneus traseiros, totalizando 9.000kgf, distribuídos com 60% no eixo traseiro e 40% no eixo dianteiro. Através do ensaio em dinamômetro acoplado à TDP do trator, foram obtidas as curvas de potência e torque do motor (TM). Com a curva de torque e através de índices de eficiência já conhecidos em normas internacionais (Asabe), foi possível determinar a capacidade de tração teórica do trator para duas condições de superfície. Na Figura 1 observam-se as curvas de potência e torque, em função da rotação do motor. Através, da curva de torque é possível estimar a capacidade de tração do trator para cada uma das marchas, através de cálculos matemáticos, junto com outras informações, tais como eficiência na transmissão (ηt) e dimensões das rodas motrizes. Tratores com tração dianteira auxiliar (TDA) possuem eficiência na barra de tração na ordem de 78% para pista de concreto e cerca de 68% para solo firme (Asabe, 2011). Estes valores foram utilizados alternativamente como valores da eficiência na transmissão (ηt) do torque do motor até as rodas motrizes para, assim, determinar a capacidade teórica de tração, de acordo com a relação de transmissão entre motor e rodas motrizes (it), raio de rolamento das rodas motrizes (ro), torque do motor
Tabela 1 - Resultados teóricos e reais para a condição de pista de concreto Marcha
Rotação final (rpm)
TM (Nm)
7ª 8ª 9ª 10ª 11ª 12ª
2322 1947 1378 1316 1313 1236
526,8 620,0 713,2 728,9 729,9 741,6
TE (Nm) Superfície: concreto 75437 73897 70791 60075 51361 43326
FT teórica (kN)
FT real (kN)
Erro (%)
70,9 69,4 66,4 56,1 47,7 40,0
67,2 66,8 64,3 54,9 46,9 38,3
5,1 3,7 3,2 2,1 1,6 4,1
Tabela 2 - Resultados teóricos e reais para a condição de solo firme Marcha
Rotação final (rpm)
TM (Nm)
7ª 8ª 9ª 10ª 11ª 12ª
2451 2389 2199 2211 1308 1359
506,2 558,2 555,2 730,8 718,1
TE (Nm) Superfície: solo firme
FT teórica (kN)
FT real (kN)
Não foi possível a comparação devido ao limitado coeficiente de tração 48,0 48,4 60334 43,9 47 55406 35,8 36,1 45763 40,5 38,0 51430 32,6 33,4 41951
(TM) e dedução da resistência ao rolamento do trator (Rr), variáveis estas que se remetem à determinação da tração teórica através da Equação 1 (Box). Já para a obtenção dos dados reais contouse com o auxílio da Unidade Móvel de Ensaio na Barra de Tração (Umeb), que tem como principal função aplicar cargas controladas na barra de tração do trator, através de um sistema pneumático de frenagem. Acoplado ao conjunto Trator-Umeb, utilizou-se uma instrumentação eletrônica e um sistema de aquisição de dados para a captação dos dados de interesse, como força de tração, rotação do motor e consumo de combustível, entre outros. Nas Tabelas 1 e 2 podem ser observados, de forma sintetizada, os valores encontrados de torque do motor (TM), torque nos eixos motrizes (TE), força de tração teórica (FT teórica) e real (FT real) e o erro associado entre a força de tração real e a teórica. Observa-se que para os
Erro (%)
-0,7 -7,2 -0,9 6,2 -2,6
cálculos teóricos foram próximos aos valores de campo, principalmente para os da pista de concreto, onde se tem uma maior homogeneidade superficial. Para o cálculo do erro, utilizou-se como referência o valor de campo. Pelos dados apresentados nas tabelas foi possível determinar a capacidade teórica de tração do trator através do torque do motor e dos índices de eficiência, com erros na ordem de 5% a 10% em relação à força de tração de campo, para mais ou para menos. Portanto, a curva de torque é uma boa alternativa para se estimar a capacidade de tração do trator e pode ajudar o produtor .M na hora da aquisição. Murilo B. Martins, Diego A. Fiorese, Emanuel R. Spadim, Saulo P. S. Guerra e Kleber P. Lanças, Unesp
agricultura de precisão Charles Echer
Solo elétrico
A utilização de aparelho que avalia a condutividade elétrica aparente pode auxiliar o produtor a corrigir em tempo real as deficiências de nutrientes em diferentes áreas da lavoura
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mapeamento da produtividade, que é, dentre essas camadas de informações, a mais divulgada atualmente. Mapas de colheitas fornecem informações dos processos físicos, químicos e biológicos sob certas condições climáticas, informando básicas condições de implementação do manejo em sítio-específico da cultura, indicando onde aplicar os insumos ou correções necessários, baseados nos padrões espaciais de produtividade da cultura. Porém, os mapas de colheitas, sozinhos, não são suficientes para fornecer informações para distinguir entre as diversas fontes de variabilidade e não dão orientações claras sobre a influência da variabilidade de clima, pragas, doenças e
propriedades físico-químicas do solo dentro de uma cultura em um determinado ano. Para avaliar a utilização de uma nova tecnologia na agricultura de precisão, foi realizado um trabalho na Usina Alta Mogiana, localizada no município de São Joaquim na Barra (SP), em dezembro de 2012, sobre área de Latossolo Vermelho Distroférrico, cultivado com cana em quarto corte. A área tem como histórico, sintomas de compactação do solo devido ao cultivo em época inadequada e de muita umidade, proporcionando espelhamento de sulco, ressecamento do solo, após um período drástico de intempéries etc. O trabalho utilizou um aparelho que realiza
Implemento cedido pela empresa Stara para pesquisas do Centro de Cana
Autores explicam como a condutividade elétrica pode auxiliar a corrigir as deficiências nutritivas
Fotos IAC
A
agricultura de precisão é um ramo de pesquisa relativamente recente na área agrícola e é possivelmente a que apresenta as perspectivas mais promissoras na geração de novas tecnologias e propostas de gerenciamento da lavoura. Estas tecnologias podem também incrementar a qualidade do uso de insumos e que permitam diminuição nos custos de produção ou aumento da produção por área, ou seja, melhoria na produtividade, além de possíveis benefícios ambientais. Para conseguir a máxima eficiência dos insumos agrícolas aplicados, pela utilização dessas técnicas, unidades de gerenciamento devem ser criadas, as quais representem uma combinação homogênea de fatores potenciais limitantes da produtividade (Fridgen et al, 2000). No contexto da agricultura de precisão, essas unidades são referentes a regiões geográficas que possuem atributos de relevo e do solo com mínima heterogeneidade (Luchiari Jr et al, 2000). Comumente, a determinação dessas áreas homogêneas dentro do talhão é difícil devido à complexa combinação entre os fatores que podem influenciar a produtividade das culturas. Diversas metodologias para se definir essas unidades de gerenciamento foram propostas, entre elas utilização da topografia, fotografias aéreas, imagens do dossel das culturas, sensoriamento remoto (Molin, 2001), além do
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Desenho da disposição dos discos no sistema Veris
a leitura da condutividade elétrica do solo, como forma de obter dados sobre fertilidade e características e atributos do solo. O equipamento utilizado foi o Veris 3000, da Stara, que utiliza como eletrodos de medida seis discos de 25cm de diâmetro, sendo os quatros discos internos para medida de condutividade elétrica a 30cm de profundidade e os dois externos para 90cm de profundidade (Figura 1). O aparelho utilizado para fazer a leitura da Condutividade Elétrica (CE) do solo foi cedido pela empresa Stara da cidade de Não-Me-Toque (RS), para pesquisas do Centro de Cana (IAC – Ribeirão Preto) é um sistema móvel que permite análises de solo em tempo real. Sua construção é semelhante a outro implemento agrícola e contém seis discos sensoriais de 25cm de diâmetro, sendo os quatros discos internos para medida de condutividade elétrica a 30cm de profundidade e os dois externos para 90cm de profundidade. Contém também um GPS que é posicionado na parte superior no implemento, preso através de um ímã. Esse implemento é acoplado em um trator pequeno, é previamente calibrado de
Mapa de Condutividade Elétrica Aparente, em Latossolo Vermelho (60% de argila), textura argilosa
acordo com recomendações do fabricante e capta dados através dos discos e envia para um pequeno painel (Dataloger) instalado na cabine do trator. Esses dados são um produto de fatores tanto estáticos como dinâmicos que podem ser correlacionados a atributos e características dos solos, tais como salinidade do solo, a mineralogia e argila, umidade, resistividade, temperatura, pH e capacidade de troca de cátions (CTC). O Veris mediu a condutividade elétrica em uma área de 1,5 hectare com palhada de cana da variedade IAC-5000 que estava na fase de início da rebrota. A seguir, apresenta-se o mapa da área em questão, onde se conseguirá futuramente visualizar as alterações que poderão ser correlacionadas com atributos de solo e sistema radicular. A cultura da cana produziu em média no talhão cerca de 69 toneladas de colmos/ha (TCH), o que está um pouco abaixo do patamar desta variedade para este ambiente de produção. Entretanto, vale ressaltar que em outros talhões onde não foram visualizados os efeitos diretos da compactação, e o preparo do solo foi
Sistema de GPS do Veris, fixado através de um ímã na parte superior do implemento
em momento adequado, todas as variedades comportaram-se muito bem.
Conclusões
Com base no estudo foi possível concluir que o sistema radicular desta variedade foi mais expressivo na camada de 0-30cm, estando de acordo com Landell et al, 2007 (Boletim Técnico IAC-201). Embora se tenha obtido altos valores de Ds, a variedade desenvolveu-se promissoramente chegando um mês antes da colheita até ao acamamento em alguns pontos da área (estudo de caso). Devido à ótima fertilidade natural do solo estudado os atributos químicos não comprometeram o desenvolvimento radicular. E também foi possível concluir que em Ambientes com elevado estresse hídrico não se recomenda a .M IACSP95-5000. Nayla Nogueira Cristovão e Sandro Roberto Brancalião, Centro de Cana IAC Fabiano Tabaldi, Stara
Os dados coletados são salvos e posteriormente passados para o computador onde o programa SoilViewer transforma a leitura em mapas de condutividade elétrica
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pneus Fotos Vilnei Dias
Tracionado
Uso de diferentes pressões nos pneus, com tração dianteira ligada e desligada, altera significativamente a capacidade de tração e o índice de patinagem de um trator
O
raio de rolamento de um pneu pode ser entendido como o valor que contribui efetivamente para o seu deslocamento, ou seja, é a distância percorrida por um pneu em uma revolução completa do eixo dividido por 2π, obtida em condição de tração nula, ou seja, deslocamento autopropelido sobre superfície indeformável. O valor do raio de rolamento pode variar em função de desgaste, pressão interna do pneu e do peso sobre o rodado. Este valor é utilizado para calibração do indicador de velocidade de deslocamento dos tratores. Desta forma, podese observar algo comum à velocidade registrada no velocímetro nem sempre é a real. O advento e a consolidação da computação e da eletrônica na agricultura ocorreram mediante a redução dos custos e da complexidade, garantindo que tais sistemas tenham resultado favorável na agricultura. A pressão interna dos pneus possui uma forte influência no desempenho dos conjuntos mecanizados, principalmente quanto à perda de eficiência dos tratores agrícolas promovida pela patinagem dos pneus. Além da patinagem,
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considera-se também o efeito da deformação dos pneus e do solo na redução da velocidade translacional, esses fatores atuando concomitantemente. A patinagem dos pneus de um trator agrícola pode ser obtida com o auxílio de instrumentação eletrônica, onde contadores de pulsos são instalados junto a cada pneu. Esse parâmetro operacional é definido mediante a comparação da velocidade atual do trator com a velocidade tangencial periférica dos pneus, que é dada pelo produto da velocidade angular com o raio de rolamento do pneu. Sendo o raio de rolamento um parâmetro
EQUAÇÃO rr = Vop (2π n)-1 Em que, rr – Raio de rolamento (m); Vop – Velocidade real de deslocamento obtida pelo radar (m s-1); e, n – Rotação do eixo motriz (rps).
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importante na determinação da patinagem, objetivou-se com este trabalho determinar a influência do acionamento da tração dianteira auxiliar (TDA) no raio de rolamento para três pressões internas dos pneus.
MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi conduzido no Laboratório de Mecanização Agrícola, da Universidade Federal de Viçosa, no Campus de Viçosa (MG). Foi utilizado um trator John Deere, modelo 5705 4x2 com tração dianteira auxiliar (TDA) e com potência de 62,56kW (85cv) no motor a 2.400rpm, o qual foi instrumentado para condução do trabalho. O trator estava equipado com pneus Pirelli TM 95 18.4-30 no eixo traseiro e Goodyear Dyna Torque II 12.4-24 no eixo dianteiro, ambos de construção diagonal. A rotação das rodas motrizes do trator foi monitorada com o auxílio de transdutores indutivos tubulares associados a cada uma das rodas por meio de suportes. A alteração do Tabela 1 - Valores médios para o raio de rolamento (m) dos pneus utilizados para as combinações entre TDA ligada e desligada, pressão interna dos pneus e eixo Pressão (kPa) 82,74 96,53 110,32
TDA ligada Traseiro Dianteiro 0,7092 A 0,5279 B 0,7216 A 0,5366 B 0,7291 A 0,5431 B
TDA desligada Traseiro 0,7127 A 0,7189 A 0,7257 A
Dianteiro 0,5348 B 0,5400 B 0,5473 B
As médias seguidas de pelo menos uma mesma letra, maiúscula na linha e para a mesma condição de acionamento da TDA, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Foram realizadas três repetições.
A patinagem dos pneus pode ser obtida com o auxílio de instrumentação eletrônica, onde contadores de pulsos são instalados junto a cada pneu
campo magnético (indução) dos transdutores ocorreu pela passagem de aletas equidistantes dispostas na periferia de uma coroa circular afixada concentricamente dentro da calota dos rodados, servindo assim como sistema referencial. Todos os sensores foram conectados ao sistema de aquisição de dados Spider 8 e configurados pelo software Catman 2.2, ambos disponibilizados pela HBM. Os tratamentos foram constituídos de três pressões internas 82,74, 96,53 e 110,32kPa (12, 14 e 16psi, respectivamente) combinadas com as condições de tração dianteira auxiliar ligada e desligada, no delineamento inteiramente casualizado, com três repetições. Em todos os tratamentos do experimento foi utilizada a marcha 1ª B a 2.400rpm no motor, o que proporciona uma velocidade operacional teórica média de 1,48m s-1 (5,33km/h). O trabalho foi realizado em pista de concreto com topografia plana, com 30 metros de comprimento e 15 metros adicionais para estabilizar o desloca-
A velocidade desenvolvida pelo trator durante a operação foi obtida com o uso de uma unidade de radar de efeito Doppler acoplada ao chassi do trator
mento do conjunto. A velocidade desenvolvida pelo trator durante a operação, que corresponde à velocidade translacional dos pneus, foi obtida com o uso de uma unidade de radar de efeito Doppler acoplado ao chassi do trator. O raio de rolamento foi obtido através de equação específica (ver Box). Os dados obtidos foram submetidos à análise de regressão linear, sendo os modelos selecionados com base no coeficiente de determinação, no comportamento do fenômeno e na significância dos coeficientes de regressão com a utilização do teste t. O efeito da tração foi analisado por teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
RESULTADOS
O raio de rolamento determinado com a tração ligada e desligada não apresentou diferença estatística para nenhuma das pressões internas utilizadas nos pneus (Tabela 1).
Os raios de rolamento dos pneus de um mesmo eixo não apresentaram diferença significativa entre si, dessa forma, a análise foi baseada no raio de rolamento médio dos pneus dianteiros e traseiros. A pressão interna dos pneus teve efeito significativo, linear e positivo sobre o raio de rolamento médio dos pneus dianteiros e traseiros (Figura 1).
CONCLUSÕES
O aumento da pressão interna dos pneus aumentou o raio de rolamento dos pneus do trator. O modelo ajustado explica satisfatoriamente o comportamento do raio de rolamento dos pneus em função da pressão interna. .M Marconi Ribeiro Furtado Júnior, Haroldo Carlos Fernandes e Anderson Candido da Silva, Universidade Federal de Viçosa Daniel Mariano Leite Univ. Fed. do Vale do São Francisco
Figura 1 - Raio de rolamento em função da pressão interna dos pneus. ** - Significativo ao nível de 1% de probabilidade
A pressão interna dos pneus possui uma forte influência no desempenho dos conjuntos mecanizados, quanto à perda de eficiência dos tratores devido à patinagem dos pneus
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pulverizadores
Aplicação calculada New Holland
Quais são as formas mais econômicas para pulverizar cana-de-açúcar? O Suplemento Solver do Microsoft Excel pode ser utilizado para otimizar processos mecanizados
A
atividade agrícola é complexa, pois, além de fatores de ordem técnica, estão inseridos no processo produtivo componentes econômicos, financeiros, sociais e ambientais. Dessa forma, qualquer decisão a ser tomada tem por base otimizar um objetivo. As tecnologias voltadas para o campo, em especial a mecanização agrícola, estão em fluxo contínuo de desenvolvimento de tal forma que se torna necessário o uso racional dos recursos, objetivando não só maior rendimento e produção, mas também a redução dos custos. No contexto agroindustrial a seleção adequada de máquinas e implementos, muitas das vezes, constitui um problema para o engenheiro responsável por dimensionar todas as operações visto que são inúmeras as variáveis a serem consideradas. A modelagem matemática com base em programação linear é um método de planejamento que visa auxiliar a tomada de decisões e a programação de ações a serem executadas para maximizar ou minimizar um objetivo. As soluções são viáveis quando satisfazem todas as restrições impostas ao problema em estudo, havendo, no entanto, apenas uma solução ótima. Tendo em vista as dificuldades que encontram os usineiros no que tange à escolha das formas de pulverizar cana-de-açúcar, o Departamento de Engenharia Agrícola da Universi-
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dade Estadual de Goiás (UEG) desenvolveu um modelo de programação linear inteiro para o auxílio no processo de seleção entre os vários
tipos de pulverização agrícola. Para aplicação do modelo, consideraramse as áreas agrícolas de uma usina situada na região do Vale do São Patrício, município de Goianésia (GO), que cultiva 30 mil hectares de cana-de-açúcar. Foi considerado que a usina realiza aplicações de dessecante, pós-emergente, herbicida de seca, inseticida sistêmico, maturadores e inibidores durante a safra. A operação de reforma do canavial é realizada durante a safra em 17% da área total, ou seja, em cinco mil hectares. A aplicação de herbicida de seca também foi realizada durante a safra, correspondendo a 83% da área total, ou seja, em 25 mil hectares. Para a aplicação de inseticida sistêmico, devido ao seu elevado custo, a área destinada para essa aplicação foi de 48% dos 25 mil hectares, correspondendo a 12 mil hectares. As aplicações aéreas somente ocorrem para maturadores e inibidores, perfazendo um total de seis mil hectares para os maturadores e dez mil hectares para os inibidores. Para as operações de reforma do canavial, aplicações de herbicida de seca, inseticida sistêmico, maturadores e inibidores, considerou-se o tempo disponível de: 140, 150, 60, 10 e 15 dias, respectivamente.
Tabela 1 - Tipo de pulverizador, preço, largura efetiva, capacidade de campo efetiva e capacidade do tanque Tipo de Pulverizador/Pulverização Arrasto Autopropelido Aérea
Preço (R$) 70.000,00 450.000,00 654.000,00
Capacidade de Campo Efetiva (ha h-1) 8,33 22,44 115,48
Capacidade do Tanque (L) 1.500 2.000 600
Tabela 2 - Simulação para o custo horário devido ao aumento anual da área total da usina Ano 0 1 2 3 4 5 6
Área (ha) 30000 35000 40000 45000 50000 55000 60000
Ritmo Operacional da Usina (ha h-1) 242,96 282,25 322,57 362,89 403,22 443,54 483,86
Tipo de Pulverizador Selecionado Autopropelido + Avião Autopropelido + Avião Autopropelido + Avião Autopropelido + Avião Autopropelido + Avião Autopropelido + Avião Autopropelido + Avião
Número de Conjuntos 1, 1 1, 2 1, 2 1, 2 1, 2 2, 2 2, 2
Custo Horário (R$ h-1) 2804,86 5518,64 5518,64 5518,64 5518,64 5609,72 5609,72
Custo por Área total (R$ ha-1) 29,99 56,30 56,41 56,18 55,99 57,39 57,13
Tabela 3 - Simulação para o custo horário devido às reduções de 25% e 50% do tempo total disponível para as operações de pulverização Tempo total disponível* (dias) (%) 375 (100) 279 (25) 187 (50)
Ritmo Operacional (ha h-1) 242,96 337,01 485,91
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Tipo de Pulverizador Selecionado Autopropelido + Avião Autopropelido + Avião Autopropelido + Avião
Número de Conjuntos 1, 1 1, 2 2, 2
Custo Horário (R$ h-1) 2804,86 5518,64 5609,72
Custo por Área (R$ ha-1) 29,99 56,41 55,70
Divulgação
Charles Echer
o modelo selecionasse dois pulverizadores autopropelidos e dois aviões. Pode-se observar que o custo horário dobrou quando o tempo disponível foi reduzido pela metade, pois o modelo dobrou o número de conjuntos mecanizados para atender ao ritmo operacional máximo no período.
CONCLUSÕES
O Departamento de Engenharia Agrícola da Universidade Estadual de Goiás desenvolveu um modelo de programação linear inteiro para o auxílio no processo de seleção entre os vários tipos de pulverização agrícola aérea e terrestre
Consideraram-se dois turnos de trabalho de oito horas por dia. O modelo de programação linear desenvolvido avaliou os diferentes tratamentos fitossanitários e também as três formas de pulverização agrícola utilizadas no processo produtivo da usina, que são realizadas por meio de pulverizadores de arrasto, por meio de pulverizadores autopropelidos e por último utilizando aviação agrícola (Tabela 1). Para a implantação do modelo, foi necessária a realização de cálculos preliminares à otimização, subdivididos em três etapas: cálculo do ritmo operacional do plano de produção da empresa agrícola; da capacidade de campo efetiva e dos custos fixos e variáveis dos equipamentos. Consideraram-se os custos fixos e operacionais do pulverizador autopropelido, do pulverizador de arrasto e do trator agrícola; entretanto, para a aviação agrícola, os custos foram fornecidos pela empresa terceirizada que presta serviço junto à usina. Os custos referentes ao trator agrícola foram considerados e somados aos custos referentes ao pulverizador de arrasto. Foram inclusos os custos referentes a um trator agrícola de 91,9kW (125cv) de potência capaz de manter em operação o pulverizador de arrasto. Considerou-se o valor de compra desse trator de R$ 120.000,00. O modelo de programação linear proposto foi processado por um computador Intel Pentium Dual Core de 2.4GHz, com 2GB de memória RAM. Foi utilizado o aplicativo Solver do Excel 2007, que trabalha com programação linear inteira. A solução gerada pelo programa foi considerada ótima, significando que a função-objetivo pôde ser minimizada. O valor da função-objetivo encontrado foi de R$ 2.804,6/ha. O custo por unidade de área para os conjuntos selecionados foi de R$ 29,99/ha. Para atingir esse valor, foram selecionadas duas formas de pulverização: pulverizador autopropelido e aviação agrícola. O relaxamento da restrição do número máximo de operadores e pilotos não mudou a solução ótima para o problema. A Tabela 2 apresenta a análise de sensibilidade para o custo horário devido ao aumento da área total da usina. Considerou-se um incremento anual de cinco mil hectares, respeitando as proporções de área destinada a cada operação
de aplicação, descritas anteriormente. O incremento de cinco mil hectares em relação à área inicial fez com que o modelo selecionasse dois aviões. O mesmo comportamento foi obtido para o aumento gradual da área até cinco mil hectares. Deste ponto em diante, o modelo selecionou o dobro do número de conjuntos obtidos para a condição inicial. Na Tabela 3, apresenta-se a análise de sensibilidade para o custo horário devido às reduções de 25% e 50% do tempo total disponível para as operações de pulverização da usina. Verificou-se que, ao reduzir o tempo total disponível para todas as operações em 25%, o modelo selecionou outra aeronave devido ao aumento dos ritmos operacionais, principalmente dos tratamentos envolvendo maturadores e inibidores. Uma redução de 50% do tempo total fez com que
Com base nos dados obtidos é possível concluir que modelo de programação linear inteira desenvolvido permitiu a otimização da funçãoobjetivo, auxiliando no processo de seleção das formas de pulverização agrícola com base no menor custo-horário. O valor da funçãoobjetivo encontrado foi de R$ 2.804,6/h. O custo por unidade de área para os conjuntos selecionados foi de R$ 29,99/ha. As análises de sensibilidade para o custo-horário com variação da área total da usina e do tempo total disponível para cada aplicação demonstraram que a utilização de pulverizadores autopropelidos e aviões é a forma de pulverização que proporciona menores custos-horários obedecendo a .M todas as restrições. Ródney Ferreira Couto e Elton Fialho dos Reis, UEG João Paulo Barreto Cunha, Ufla
Como utilizar o modelo
O
modelo matemático desenvolvido para o auxílio na tomada de decisão entre as diversas formas de pulverização agrícola, com base no menor custo horário, foi: minC = AXTrator + Pul. Arrasto +BXPul.autopropelido +CXAvião
em que: C - Custo horário, R$/h. A - Custo horário total do conjunto trator + pulverizador de arrasto, R$/h XTrator + Pul.arrasto- Quantidade de conjuntos mecanizados formados pelo trator + pulverizador de arrasto, unidades B - Custo horário total do pulverizador autopropelido, R$/h XPul. autopropelido - Quantidade de pulverizadores autopropelidos, unidades C - Custo horário da aviação, R$/h XAvião- Quantidade de aviões, unidades As restrições impostas ao modelo foram: * Número mínimo de conjuntos selecionados: XTrator + Pul. Arrasto +XPul.autopropelido +XAvião≥1
* Número máximo de operadores: XTrator + Pul. Arrasto +XPul.autopropelido ≤4
* Número máximo de pilotos: XAvião≤2
* Dessecante (Reforma do Canavial): CCeTrator + Pul. ArrastoXTrator + Pul. Arrasto+CCePul. + ≥RODessecação autopropelido Pul.autopropelido
* Pós-emergente (Reforma do Canavial): CCeTrator + Pul. ArrastoXTrator + Pul. Arrasto+CCePul. + ≥ROPós-Emergente autopropelido Pul.autopropelido
* Herbicida de Seca: CCeTrator + Pul. ArrastoXTrator + Pul. Arrasto+CCePul.autopropelido XPul.autopropelido≥ROHerbicida de Seca
* Inseticida Sistêmico: CCePul. autopropelidoXPul.autopropelido≥ROInseticida Sistêmico
* Maturadores: CCeAviãoXAvião≥ROMaturadores
* Inibidores: CCeAviãoXAvião≥ROInibidores
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mundo máquinas
S
“Falso-ano-positivo”
eria viável pensar no futuro do mercado de máquinas agrícolas no Brasil em 2014 depois de crescer cerca de 20% em 2013? E o que esperar do mercado de máquinas de construção, que vive um falso-positivo? Bem, como estamos no final do ano, é sempre interessante analisarmos as previsões para os próximos 12 meses. Por diversos motivos, não podemos esperar mais um expressivo aumento nas vendas de máquinas agrícolas para 2014. A expectativa de manutenção dos números de 2013, no momento, talvez seja o melhor cenário possível. Mas antes de falar do futuro, vamos entender o ano que está no fim. Os agricultores brasileiros se beneficiaram pelo clima, rentabilidade, demanda internacional e pelos financiamentos, conseguindo um considerável aumento de produtividade, sem necessariamente incorporar novas áreas de terra. A safra brasileira de grãos subiu de 166 milhões de toneladas (safra 2011/12) para 187 milhões de toneladas na última safra de verão (2012/13), conforme números da Conab - recorde histórico. Essa elevação foi de suma importância para as vendas de máquinas agrícolas. Mas o aumento da renda agrícola, que veio na esteira disso, começa a dar sinais de esgotamento. Apesar de o mercado agrícola ser eminentemente cíclico, iremos ter, em 2013, o terceiro ano consecutivo do crescimento da renda agrícola (VBP) - em torno de 20%. Isso é excepcionalmente muito bom, mas também é uma exceção à regra do sobe e desce histórico dos resultados da agricultura brasileira nas últimas décadas. De fato, no ano que vem, os agricultores sentirão o impacto do aumento do dólar nos custos dos insumos. Por outro lado, os preços das commodities deverão se estabilizar, mesmo com São Pedro ajudando o Mercosul e deixando as dificuldades climáticas apenas para os grandes produtores de grãos do hemisfério norte. Nesse cenário, dificilmente teremos uma diminuição na safra americana como observamos em 2012/13. A grande mudança, no entanto, poderá estar no financiamento. Apesar de o Governo Federal ter assegurado a manutenção do PSI em 2014, dificilmente ele terá condições e taxas tão atrativas como as que temos hoje. O governo está com pressão de caixa e o PSI, com
as taxas atuais, exige uma importante equalização do Tesouro Nacional. Até agora (fiz este texto na primeira semana de novembro), quando estamos a um mês do final do ano, o setor ainda não tem nenhuma informação sobre como essa linha será operada em 2014. A expectativa dos agentes financeiros é de uma taxa maior e da falta de visibilidade, que vão contribuir para uma queda do ritmo de pedidos de máquinas. Some-se a isso as incertezas de um ano eleitoral e temos os ingredientes para que os produtores adiem os seus investimentos. Isso não significa que o mercado de 2014 não será bom. Pelo contrário, o Brasil, como um dos principais players na produção de proteína e de combustíveis sustentáveis do mundo, já se estabeleceu também como um dos principais mercados de máquinas agrícolas mundiais – com mais de 80 mil máquinas anuais. Por isso, manter números parecidos com 2013 já será positivo.
Construção: provável falso-positivo
Pelo lado das máquinas de construção, o mercado brasileiro deve fechar entre 30 e 31 mil unidades comercializadas em 2013, sem contar com rolos compactadores e guindastes. Esse valor irá significar um crescimento de cerca de 10% em relação ao ano passado. O Brasil está investindo em infraestrutura, aproveitando os grandes eventos esportivos que irá sediar e fazendo com que o mercado de máquinas de construção cresça junto. Em curto prazo significa uma melhoria na logística que se difunde para todos os setores da economia e melhora a produtividade como um todo. Mas, neste caso, temos um provável “falso-positivo”. Esse crescimento atual não reflete nada desse cenário que descrevi. De um modo geral, temos dificuldades de investimentos e isso influencia o mercado de máquinas de construção, assim como vários outros elos dessa cadeia. Desde julho, a única mudança expressiva veio do Governo Federal, por meio do MDA, que aumentou a compra de equipamentos de construção para prefeituras de municípios com até 50 mil habitantes. Foram adquiridas cerca de 6 mil máquinas, entre retroescavadeiras, pás carregadeiras e motoniveladoras, dentro desse programa.
Temos dificuldades de investimentos e isso influencia o mercado de máquinas de construção, assim como vários outros elos dessa cadeia
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Dezembro Novembro 2011 / Janeiro 2013 • www.revistacultivar.com.br 2012 • www.revistacultivar.com.br
Milton Rego é engenheiro mecânico e economista, especialista em gestão. Atua na área de máquinas agrícolas e de construção desde 1988. Atualmente, é diretor de Comunicações e Relações Externas da Case New Holland; vice-presidente da Câmara Setorial de Máquinas Rodoviárias da Abimaq e diretor da Anfavea e Sinfavea. Milton é responsável pelo blog do Milton Rego, que aborda os mercados de máquinas agrícolas e de construção: www.blogdomiltonrego.com.br
Retirando esse montante da soma final, chegamos a aproximadamente 25 mil unidades vendidas em 2013, semelhante ao número de 2010/2011. Feita essa análise, não é difícil concluir que, na verdade, o Brasil pouco avançou em 2013 no setor de construção. A questão já é velha conhecida de todos: não conseguimos deslanchar os projetos, tornar atrativas as parcerias e estamos perdendo uma oportunidade única de desenvolver o nosso País. Resumo da ópera: no mercado de máquinas agrícolas nos acostumamos com um crescimento chinês nos últimos três anos. Algo que foi bom, mas que tende a ficar para trás, nos fazendo encarar como positiva a perspectiva de manutenção dos números de 2013 no ano que vem. Já em máquinas de construção, nossa indústria não está saudável, pois o mercado se mantém pequeno e não cresce. Logo, 2014 corre o risco de se tornar um novo, ou pior, “falso ano positivo”. .M