Cultivar Máquinas • Edição Nº 144 • Ano XII - Setembro 2014 • ISSN - 1676-0158
Nossa capa
Test Drive - Tramontini 1640 Super Compacto
Confira o desempenho do trator estreito da Tramontini, o 1640 Super Compacto projetado especialmente para atuar em trabalhos com espaços reduzidos
Destaques
Colhedoras
Enfardadoras
Conheça os modelos de enfardadoras comercializados no Brasil e quais as suas principais características e aplicações
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• Editor
Gilvan Quevedo
• Redação
Charles Echer Karine Gobby Rocheli Wachholz
• Revisão
Aline Partzsch de Almeida
• Design Gráfico e Diagramação
Cristiano Ceia
NOSSOS TELEFONES: (53) • GERAL
• ASSINATURAS
• REDAÇÃO
• MARKETING
3028.2060
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Índice
Avaliação mostra onde ocorrem as principais perdas na colheita de arroz e como evitá-las
3028.2000
Capa: Charles Echer
Matéria de capa
3028.2070 3028.2065
• Comercial
Sedeli Feijó José Luis Alves Rithiéli de Lima Barcelos
• Coordenação Circulação
Simone Lopes
• Assinaturas
Natália Rodrigues Clarissa Cardoso
• Expedição
Edson Krause
• Impressão:
Kunde Indústrias Gráficas Ltda.
C
Rodando por aí
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Principais erros na pulverização
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Plantio em diferentes velocidades
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Inspeção periódica de pulverizadores
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Perdas na colheita de arroz
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Test Drive - Tramontini 1640
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Enfardadoras comercializadas no Brasil
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Ficha Técnica - BigBaler 1290
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Lançamentos Expointer 2014
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Assinatura anual (11 edições*): R$ 189,90 (*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)
Grupo Cultivar de Publicações Ltda.
Números atrasados: R$ 17,00 Assinatura Internacional: US$ 150,00 € 130,00
Direção Newton Peter
Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados podem solicitá-las à redação pelo e-mail: cultivar@revistacultivar.com.br
Cultivar
www.revistacultivar.com.br cultivar@revistacultivar.com.br CNPJ : 02783227/0001-86 Insc. Est. 093/0309480
Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.
rodando por aí
Sol TT FastFill
Financiamento para caminhões
A Semeato veio com novidades para a Expointer 2014, onde apresentou a semeadora Sol TT FastFill para grãos graúdos. “Esta semeadora pode vir na versão seed ou combinada e é indicada tanto para propriedades que realizam a adubação antecipada ou para aqueles que preferem utilizar o adubo durante o plantio”, garante Danielle Souto, gerente de Marketing da Semeato.
Danielle Souto
Lancer Maximus
A Jan teve motivos de sobra para comemorar durante a Expointer. A empresa foi contemplada no Prêmio Gerdau Melhores da Terra, vencendo na categoria Novidade Expointer, Agricultura de Escala, com o Caminhão Multidistribuidor Lancer Maximus 25.000. “Foi um prêmio merecido pela tecnologia que este produto oferece, explica Claudiomiro Santos, gerente comercial da Jan. O Lancer é um distribuidor de fertilizantes a lanço, com dois depósitos, capaz de distribuir dois insumos ao mesmo tempo, em quantidades diferentes.
O Banco CNH Industrial anunciou durante a Expointer a extensão do Finame Agrícola para caminhões da marca Iveco, possibilitando a aquisição de até três caminhões Iveco voltados ao agronegócio por CPF. “A Iveco é a única montadora de caminhões com um Banco próprio que conta com este produto em carteira para clientes do mercado agrícola”, destaca Jucivaldo Feitosa, diretor comercial do Banco NNHI para o segmento de transportes. Os juros se mantêm em 6% ao ano e as regras para aquisição seguem o Programa de Sustentação do Investimento (PSI).
Jucivaldo Feitosa
Para fruticultura
Sem perder o foco no café e na fruticultura, um dos destaques da Agrale foi o novo trator 540.4. O modelo é ideal para utilização em pequenas propriedades e também para operação em lavouras de café e fruticultura, graças às suas dimensões reduzidas. As inovações deste trator também estão na parte ergonômica, explica o gerente de Vendas, Silvio Rigoni. “O trator se destaca pela ergonomia oferecida, com posição segura e confortável para o condutor e alavancas de comando dispostas para facilitar as operações, diminuir a fadiga Silvio Rigoni e aumentar a produtividade”, garante.
Linha Agrimec
Cesar Franz e Claudiomiro Santos
Agritech 1175 S
O destaque da Agritech na Expointer foi o trator 1175 S, com 75cv de potência. O modelo traz como grandes diferenciais câmbio sincronizado, mais rápido e eficiente, e sistema de direção hidrostática. “São diferenciais que buscamos integrar em nossos tratores, atendendo uma demanda do mercado. Estamos sempre buscando evoluir, melhorar nossos produtos e, principalmente, oferecer o que há de melhor aos produtores”, garante o gerente da Divisão Nelson Watanabe de Vendas da Agritech, Nelson Watanabe.
Presença
O presidente da LS Mtron Brasil, James Yoo acompanhou a equipe da LS Tractor durante a Expointer 2014. Sem abrir mão de acolher clientes, ouvir sugestões e acompanhar as equipes de vendas, Yoo comemorou o excelente movimento no estande e o número de negócios fechados durante o evento, onde a empresa expôs sua linha completa de tratores produzidos no Brasil. Para Ronaldo Pereira, gerente nacional de vendas, “a procura pelos tratores da marca não para de crescer e o feedback positivo dos clientes é um grande aliado nas vendas de novos produtos”.
Ronaldo Pereira e James Yoo
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A Agrimec marcou presença na Expointer com sua linha de produtos para preparo do solo e transporte de grãos. Segundo o fundador da Agrimec, Odilo Marion, um dos destaques foi a carreta Granbox Flex, que é multiuso e pode ser utilizada no plantio para transporte de sementes e adubos, como na colheita no transporte de grãos. A carreta pode ser encontrada em quatro opções de tamanho, de dez litros a 15,5 litros com duas ou quatro rodas.
Rodado triplo
Odilo Marion
O estande da Marini esteve movimentado durante toda a Expointer 2014. Um dos motivos é o lançamento do rodado triplo para atender a demanda das grandes propriedades brasileiras. “Este rodado possibilita puxar plantadeiras de até 60 linhas graças à grande capacidade de aumentar a tração do trator, além de gerar uma redução na compactação de até 35%”, garante o diretor e fundador Luiz Telmo Marini.
Graneleiro Four in One
Um dos destaques da GTS do Brasil na Expointer foi a carreta multiuso UpGrain Four in One, produzida em aço carbono, com tanque graneleiro de 4,75mm com pintura especial resistente à corrosão, que pode ser utilizada em diversas operações. “Estas carretas são resultado das exigências de vários produtores por todo o mundo por serem ágeis, seguras, com alta velocidade de deslocamento e centro gravitacional muito mais baixo”, explica o Assis Strasser presidente da GTS, Assis Strasser.
Investimento
O diretor comercial da Massey Ferguson, Carlito Eckert, aproveitou a Expointer 2014 para falar sobre investimentos. A empresa passa a contar com um novo Centro de Distribuição de Peças no município de Ernestina, no Norte do Rio Grande do Sul. O diretor de Marketing, Alfredo Jobke, destacou lançamentos da marca, como as colheitadeiras MF 9895 e MF 6690.
Tecnologia
A agência Escala Agro, em parceria com a empresa Skydrones apresentou na Expointer veículos aéreos não tripulados (Vants) para agricultura de precisão. “A utilização de drones é um novo recurso tecnológico que se integra a esse sistema pela agilidade e o baixo custo que o equipamento tem para transportar câmeras e sensores”, lembrou o executivo de Negócios da Escala, Paulino Jeckel. O diretor comercial da SkyDrones, Ulf Bogdawa, destacou o modelo Spyder, ideal para experimentos com agroquímicos, com capacidade para cobrir dez hectares por voo de 15 minutos, e o Zangão, projetado para áreas maiores, cuja autonomia alcança em média 150 hectares com voos entre 40 minutos e uma hora.
Carlito Eckert e Alfredo Jobke
Uniport 3030
A Jacto marcou presença na Expointer 2014 destacando o pulverizador automotriz Uniport 3030, que reúne um conjunto de soluções em aplicação em um único veículo. A transmissão hidrostática inteligente e governada eletronicamente garante igual distribuição do torque em cada roda, proporcionando uma economia de combustível de até 35%. “A economia total por hectare pode chegar a 1,23sc/ha. Em mil hectares, são 1.230 sacos de soja”, destacou o gerente de Produtos para Pulverizadores Autopropelidos e Adubadoras da Jacto, Marcus Portari.
Paulino Jeckel (esquerda)
Potência eficiente
Um dos destaques da Case IH durante a Expointer 2014 foi o conceito Efficient Power, traduzido para o português como Potência Eficiente. Atualmente são 41 tecnologias integradas aos produtos da marca com o objetivo de maximizar a eficiência, seja no consumo de combustível, diferenciais de produtividade ou longevidade dos sistemas e manutenção. O detalhamento do conceito foi apresentado pelo diretor de Marketing da Case IH para América Latina, Rafael Miotto, acompanhado pelo diretor Comercial, César Di Luca e pelo gerente de Serviços, Auri Orlando.
Marcus Portari (direita)
CR 6080
Rafael Miotto
Otimismo
Destaque da New Holland na Expointer, a colheitadeira de duplo rotor CR6080 possui um sistema de trilha e separação de rotores duplos, sistema de limpeza de grãos com peneiras autonivelantes, distribuidores de palha rotativos e dispositivos auxiliares eletrônicos. A máquina foi a vencedora do Prêmio Gerdau Melhores da Terra de 2014, conquistando o Troféu Ouro da categoria Destaques. “Receber este prêmio só confirma o investimento que fizemos em engenharia neste produto”, ressaltou o diretor comercial da New Holland, Luiz Feijó.
O diretor comercial da Valtra, Paulo Berardi, se mostrou otimista com a recuperação de renda por parte de produtores do Sul do país, importante mercado para a marca. Durante a Expointer 2014 citou a ascensão de setores como grãos, carnes e também o melhor desempenho da orizicultura. O diretor de Produto, Jack Torreta, destacou os tratores da nova série A, com motorização entre 66cv e 96cv, com ênfase para a versão fruteiro A750F, vencedor da categoria Agricultura Familiar do Prêmio Gerdau Melhores da Terra.
Jack Torreta e Paulo Berardi
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Tramontini 1680
A Tramontini esteve presente na Expointer 2014 e lançou o trator modelo 1680 da Série Brasil, com motor quatro cilindros e 80cv de potência. “O 1680 foi desenvolvimento para atender a agricultura familiar, pequenas e médias propriedades, e o modelo tem despertado interesse em todos os segmentos da agricultura”, explicou o diretor executivo da TraUbirajara Choari montini, Ubirajara Choari.
Troféu Prata
O vencedor do Troféu Prata Agricultura Familiar do Prêmio Gerdau foi o Classificador de Sementes CA 25 Especial, da Indústria de Implementos Agrícolas Vence Tudo Ltda, de Ibirubá (RS). A máquina foi bem avaliada pelos usuários devido à eficiência, à capacidade operacional na limpeza e à possibilidade de classificação de uma grande diversidade de produtos passíveis de processamento.
Linha para o Sul
Durante a Expointer 2014, a New Holland apresentou aos produtores gaúchos o seu amplo portfólio de tratores, que abrange tratores dos 55cv até os de 560cv. “As soluções de tratores da New Holland são projetadas segundo a necessidade de cada produtor dos diferentes segmentos, desde a agricultura familiar, até a agricultura de escala”, afirmou o diretor de Marketing para a América Latina, Carlos Darce. Os principais destaques da linha de tratores foram os modelos T6.110, T6.120 e T6.130, com 110cv, 120cv e 130cv, respectivamente.
Carlos Darce
Tratores Série E
A John Deere participou da Expointer 2014, onde lançou a Série 5E de tratores, com os agora cabinados 5078E, 5085E e 5090E, além, dos modelos 5055E, 5065E e 5075E, que são os mais econômicos da série e têm manutenção de rotina simples. O diretor de Vendas da John Deere para América Latina, Celso Schwengber, ressalta que os agricultores têm apostado cada vez mais em equipamentos que possibilitem melhor desempenho, em tempo menor e com menor custo. “Atuamos para contribuir com o produtor e tomar as melhores decisões”, finalizou o diretor.
Armazenagem
A Kepler Weber participou da Expointer 2014 e apresentou os números de produção e vendas de 2013. A empresa registrou patamares recordes de crescimento, com aumento de 25% na produção, 58% nas vendas, 40% na receita líquida e 98% no lucro. “Os números são consequência de uma boa gestão baseada na qualidade de produtos e serviços, em princípios de segurança de trabalho e na minimização dos impactos ambientais”, afirmou o diretor-presidente da Kepler Weber, Anastácio Fernandes Filho.
Troféu Ouro
O Troféu Ouro da categoria Agricultura Familiar do Prêmio Gerdau foi concedido à Plantadora Mecânica PDM PG900, fabricada pela Kuhn do Brasil S/A. A máquina atende um segmento de mercado de agricultores que já utilizam o sistema de plantio direto para semeadura de culturas e que necessitam de precisão na distribuição de sementes, como milho, feijão e soja. Foi desenvolvida para operar em áreas com diferentes relevos, inclusive em declives característicos de muitas propriedades de agricultura familiar no Brasil.
Trator conceito
A Massey Ferguson apresentou para os produtores gaúchos o novo conceito Dyna-4, um trator que traz o que há de melhor na marca, que está sendo desenvolvido para produção no Brasil e representa um projeto único e diretamente voltado ao aumento da produtividade no campo. Parte da equipe de engenharia da Massey Ferguson visitou a Expointer, onde pôde conferir o interesse dos produtores no novo trator.
Agricultura de Precisão
A Topcon participou da Expointer, realizada de 30 de agosto a 7 de setembro, em parceria com a AGCO, mostrando as soluções de tecnologia de Agricultura de Precisão. De acordo com o gerente de Vendas para América do Sul, Bruno Lucio, a empresa reestruturou o negócio no País, trazendo a tomada de decisões para um nível mais próximo do cliente, explica. Para o gerente-técnico e suporte ao cliente, América do Sul, Leandro Crummenauer, a Topcon está buscando “sempre otimizar os recursos de produção para cada cliente com soluções do plantio à colheita”.
Bruno Lucio e Leandro Crummenauer
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PULVERIZADORES
Fatores combinados P
ara definir uma aplicação de produtos fitossanitários é importante identificar corretamente o alvo a ser atingido. O conhecimento sobre o seu comportamento é fundamental para o direcionamento da aplicação, para a escolha dos produtos fitossanitáriose dos equipamentos de pulverização, visando uma boa capacidade operacional, com respeito às técnicas de manejo integrado e seguro da cultura. A falta de gerenciamento das aplicações durante o ciclo da cultura pode custar caro aos produtores. Como exemplo, na cultura de amendoim onde em média 30% dos custos de produção estão atrelados às pulverizações, o descuido das técnicas e das máquinas de aplicação resultará em custos ainda maiores, associados à baixa qualidade e eficiência nas aplicações. É importante estabelecer o tratamento mais adequado a ser utilizado para controlar determinado alvo e para obter eficácia na aplicação. A grande maioria das aplicações é feita através de pulverizadores e o princípio de funcionamento destes é bastante semelhante. Seu sistema hidráulico é constituído basicamente por um depósito com agitadores, uma bomba, um circuito com filtros, mangueiras e válvulas distribuidoras e reguladoras de pressão, manômetro, registro da linha de sucção e uma barra de pulverização com bicos hidráulicos. A manutenção das partes dos pulverizadores, além de manter o bom funcionamento dos equipamentos, permite manter também a qualidade das aplicações. Dentre os itens de avaliação destacamse os problemas com vazamentos que podem ocorrer por todo o circuito hidráulico, desde o tanque, por fissuras ou ranhuras ao bico, pela ausência de válvulas antigotejo, mangueiras danificadas, trincadas ou rompidas, dentre outras. O desgaste das pontas de pulverização é constante e a sua avaliação necessária para verificar a uniformidade de deposição e distribuição durante a pulverização. A proteção das partes móveis é crucial para a segurança do trabalhador, como, por exemplo, o eixo cardã em equipamentos montados e de arrasto, que tem resultado em acidentes
John Deere
A pulverização é uma atividade complexa que engloba aspectos físicos, mecânicos, químicos, biológicos e operacionais e todos devem ser considerados e reconhecidos como importantes para o sucesso da operação
de muita gravidade, conforme relatos. Com manutenção adequada e com vistorias frequentes das máquinas, até a saúde dos operadores fica mais assegurada. Quanto ao tanque do pulverizador, este deve ser esvaziado totalmente ao final da campanha de pulverização, para evitar o
acúmulo de resíduos em seu interior, que pode resultar em superdosagem ao se preencher de calda o tanque em uma próxima aplicação e também para evitar contaminações de calda em caso de alteração da classe do produto fitossanitário. É indispensável que o tanque seja lavado com materiais
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Fotos Ariane Soares
Os principais problemas encontrados nos pulverizadores estão relacionados a manômetros em estado inadequado, mangueiras furadas, filtros comprometidos e bicos com defeito
apropriados para sua limpeza ao final das pulverizações ou sempre que houver troca de formulações do produto fitossanitário. Os sistemas de agitação de calda também são de grande importância, pois são responsáveis por fazer com que o produto mantenha a concentração uniforme no tanque durante toda a operação. É comum encontrar a ausência e o mau funcionamento desse componente em pulverizadores no campo, com vazamento de calda e falhas de agitação. Em geral, numa calda mal agitada há uma fase em que se aplica o produto mais concentrado e outra em que o produto quase não está presente, aplicando quase que somente a água da diluição. Isto tem resultado em falhas elementares com reflexos na cultura - intoxicação e prejuízos na produtividade - e falhas de controle das pragas. Um bom sistema de agitação é fundamental para manter a uniformidade da calda aplicada. Os filtros são outro ponto comum de falhas nos pulverizadores. Comumente, há de três a cinco pontos de filtragem nos equipamentos, localizados na sucção de líquido para o tanque, antes da bomba, antes das válvulas elétricas quando pre-
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sentes, nas seções das barras de pulverização e também nos bicos. Os filtros visam evitar que sujidades percorram o circuito, prevenindo desgastes e entupimentos indesejáveis, com ganhos operacionais e de segurança, minimizando paradas para limpeza e desobstruções no sistema, prevenindo acidentes e exposição desnecessária aos operadores. O manômetro é outro item negligenciado nos pulverizadores, mas sem ele não há como prever qual é a qualidade da aplicação, uma vez que a produção e distribuição das gotas de pulverização dependem estreitamente da pressão. As pontas de pulverização têm suas recomendações atreladas a uma faixa de pressão de trabalho. Assim, não conhecer, nem monitorar a pressão quando necessário é equivalente a um voo cego e sem aparelhos. É um item fundamental e que, analógico ou eletrônico, deve estar presente e em bom funcionamento nos pulverizadores. As pontas são consideradas os principais componentes do circuito hidráulico, pois delas dependem a vazão, a distribuição e o tamanho das gotas. Portanto, devem ser selecionadas considerando a estrutura da
Dezembro Setembro 2011 / Janeiro 2014 • www.revistacultivar.com.br 2012 • www.revistacultivar.com.br
planta, o comportamento do alvo específico a ser atingido e que as gotas não se percam por escorrimento ou deriva. O tamanho da gota e a ponta de pulverização estão diretamente relacionados às características de localização do alvo. Por exemplo, um inseto em sua fase de larva, um fungo, uma planta daninha, todos são tratados diferentemente quanto à forma para serem atingidos. As gotas pequenas são muito suscetíveis à deriva e à evaporação antes de atingir o alvo, mas são eficazes quando se precisa ter boa cobertura. Gotas médias podem ser usadas para obter mais segurança na aplicação por serem intermediárias na suscetibilidade à deriva, em comparação a gotas finas e muito finas. As gotas grossas e extremamente grossas proporcionam menor densidade num mesmo volume de aplicação quando comparadas a gotas médias e finas, mas sofrem menos deriva e evaporação. Sendo assim, quando não se necessita de alta cobertura, como no caso da aplicação de herbicidas em préemergência ou pré-plantio-incorporado, o ideal é lançar mão das maiores gotas disponíveis para a aplicação. Pontas de pulverização com indução de ar são as mais indicadas para estas modalidades de aplicação. Os fatores meteorológicos muitas vezes não são levados em consideração pelos produtores. Este comportamento pode
Outro item negligenciado por grande parte dos aplicadores é a proteção do eixo cardã
ser considerado um erro grave, pois, como descrito anteriormente, as gotas podem evaporar no trajeto até a máquina ou serem carregadas pelo vento para fora da área tratada. Para o sucesso da aplicação são estabelecidos valores de velocidade do vento ótima para aplicação quando está de 3km/h a 10km/h. Visto as condições favoráveis, podem-se observar os melhores horários para realizar a aplicação ou adequar o equipamento para permitir um trabalho mais seguro e eficaz em condições um pouco mais adversas. Para maior segurança do trabalhador é importante a utilização do equipamento de proteção individual (EPI). É preferível que o operador não trabalhe sozinho, principalmente ao manusear defensivos e não coma, fume ou beba durante a operação de pulverização. Todos os procedimentos de utilização do produto e de segurança do trabalhador têm por obrigação de constarem na bula dos produtos. A leitura e verificação dos itens para início da operação reduzem o mau uso e contaminações pessoais. No geral, observa-se que a pulverização é uma atividade complexa que engloba fatores físicos, mecânicos, químicos, bio-
Após a aplicação o tanque principal e o tanque de mistura de calda devem ser limpos, evitando que a calda seguinte seja contaminada por mecanismos químicos não desejados naquela aplicação
lógicos e operacionais e todos devem ser considerados e reconhecidos como importantes para o sucesso da operação. Neste texto foram demonstrados alguns itens básicos que elevam os custos e reduzem a capacidade operacional, podendo ser melhorados por simples vistorias e reparos das
máquinas pulverizadoras e observações dos fatores que integram uma boa aplicação de .M produtos fitossanitários. Ariane Morgana Leal Soares, Gilson José Leite e Marcelo da Costa Ferreira, Unesp, Campus de Jaboticabal
SEMEADORAS Fotos Tiago Correia
Mais lento, mais eficiente
O aumento da velocidade de deslocamento também influencia diretamente na quantidade de sementes depositadas em operações com semeadoras de fluxo contínuo
A
s semeadoras são classificadas em dois tipos principais conforme a forma de distribuição das sementes, podendo ser de precisão para semeadura de grãos graúdos, como soja e milho, ou de fluxo contínuo para semear em sementes miúdas, como trigo, sorgo e milheto. A grande diferença entre os dois tipos de semeadoras é que a de precisão distribui as sementes em intervalos regulares entre elas e com espaçamento maior entre linhas, utilizando dosadores dos tipos discos horizontais ou dosadores a vácuo. As semeadoras de fluxo contínuo distribuem as sementes no sulco de forma contínua e são utilizadas principalmente para culturas que requerem menores espaçamentos entre sementes e entre linhas, culturas com elevada taxa de dosagem por metro de linha. Para esta forma de trabalho as semeadoras utilizam
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principalmente mecanismo dosador dos tipos rotor acanalado. Na operação de semeadura, diversos fatores interferem no sucesso da cultura. Devido às diversas mudanças climáticas e à situação de
mercado dos grãos em função da época de colheita, o período de tempo disponível para plantio da safra e safrinha tem ficado cada vez mais curto, obrigando a operação de semeadura ser realizada com excessos de velocidade, um dos principais fatores para falhas na distribuição das sementes, profundidade inadequada, estande incorreto de plantas e perdas na produtividade Tabela 1 Velocidade (km.h-1) 4 7 10 C.V (%)
Além de distribuição irregular, velocidades altas de deslocamento acarretam em danos nas sementes
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Médias de deposição (g) 4,5 4,1 3,9 16,06
Danos mecânicos (%) 9,8 10,2 10,5 12,06
Germinação (%) 92,5 92,5 92,0 1,09
C.V: coeficiente de variação. Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferiram entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Sementes e fertilizantes foram coletados com o objetivo de avaliar a deposição, os danos mecânicos e a germinação de sementes de sorgo dosadas em três diferentes velocidades de operação da semeadora de fluxo contínuo
da lavoura. Além da velocidade, outros fatores como danos mecânicos nas sementes são decisivos para se alcançar o estande ideal de plantas. A presença de danos mecânicos facilita a entrada de micro-organismos nas sementes, favorecendo problemas como mofo, podridões e perdas de germinação e vigor. Dentre outras formas de se possibilitar danos mecânicos nas sementes podemos considerar as operações mecanizadas. Neste contexto, as semeadoras possuem relação direta de contato com as sementes, sendo fontes de atritos e vibrações desde os reservatórios, passando pelos mecanismos dosadores, tubos condutores até a deposição no solo. Em virtude de poucos estudos e informações publicadas a respeito da qualidade da deposição de sementes com semeadoras de fluxo contínuo, o Grupo de Plantio Direto da Faculdade de Ciências Agronômicas de Botucatu (SP) realizou trabalho de pesquisa
para avaliar este tipo de semeadora. O trabalho avaliou a deposição, os danos mecânicos e a germinação de sementes de sorgo dosadas em três diferentes velocidades de operação da semeadora de fluxo contínuo. Na Tabela 1 são demonstrados os resultados obtidos no experimento para as diferentes velocidades de operação da semeadora de fluxo contínuo. O aumento da velocidade de operação de 4km/h até 10km/h reduz significativamente a média de sementes depositadas. A diferença entre as médias de deposição de 4km/h para 7km/h é de 8,8%, e para 10km/h é 13,3%, quantidades consideráveis para ocasionar a redução do estande de plantas e a produtividade da cultura. O fator velocidade também é razão para ocorrência de danos mecânicos nas sementes, o crescente aumento da velocidade de operação também proporciona aumento na porcentagem
de danos nas sementes. Como a germinação das sementes é, entre outros fatores, dependente de sua integridade física, os danos mecânicos proporcionados pelo aumento da velocidade de semeadura provocam a redução na germinação das sementes. Os resultados do trabalho de pesquisa deixam claro que o excesso de velocidade na operação de semeadura afeta a qualidade, sendo razão primária para falhas na quantidade de sementes depositadas, aumento de danos mecânicos nas sementes e redução da germinação. O resultado final na lavoura é observado por estande reduzido de plantas, produção com.M prometida e elevação dos custos. Tiago Pereira da S. Correia, Saulo Fernando G. de Sousa, Leandro Augusto F. Tavares, Paulo Roberto Arbex Silva e Bruno Giorgetti Martins, Unesp
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New Holland
PULVERIZADORES
Para garantir o controle A
eficiência da aplicação dos agroquímicos contra os agentes causadores de danos nas culturas agrícolas, associada à menor contaminação ambiental e ao menor custo, depende de diversos fatores, entre eles está a calibração correta dos equipamentos. Isto pode ser obtido pela obrigatoriedade da avaliação dos equipamentos de aplicação e pelo treinamento de seus operadores, como já é feito em alguns países da Europa. O mercado de agroquímicos no Brasil passou de 600 milhões de dólares no ano de 1994 para mais de 2,1 bilhões de dólares em 1997, superando seis bilhões de dólares em 2008, de acordo com a Câmara Temática de Insumos Agropecuários. Estas aplicações, quando realizadas em excesso, podem consumir até 400% a mais da quantidade necessária de produto. Com estes dados em mãos é possível avaliar a importância de se ter um controle sobre o estado das máquinas
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que aplicam a maior parte de tais produtos, tanto do ponto de vista econômico quanto ambiental. Considerando que a identificação do estado atual de conservação e o uso de pulverizadores agrícolas podem nortear novas pesquisas e investimentos para manutenção
John Deere
Trabalhos de inspeção periódica de pulverizadores têm mostrado que a grande maioria dos equipamentos utilizados para pulverizar apresenta número elevado de problemas e alerta para a necessidade de manter as máquinas revisadas e com regulagens adequadas
O mercado de agroquímicos no Brasil passou de US$ 600 milhões no ano de 1994 para mais de US$ 2,1 bilhões em 1997, superando US$ 6 bilhões em 2008, o que exige também investimento em máquinas modernas e manutenção adequada
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e uso adequados, no sentido de contribuir com a redução de custos e a contaminação ambiental, por menor consumo e menores perdas, associados a uma maior eficiência das pulverizações, pesquisadores têm inspecionado pulverizadores de barras usados em campo com o objetivo de avaliar a condição de uso a partir do estado de manutenção e calibração dos pulverizadores agrícolas usados na região norte do estado do Paraná.
PEQUENA AMOSTRA
Um desses trabalhos foi coordenado pelo Núcleo de Investigação em Tecnologia de Aplicação de Agroquímicos e Máquinas Agrícolas (Nitec) da Universidade Estadual do Norte do Paraná – Campus Luiz Meneghel, no município de Bandeirantes (PR). As avaliações foram realizadas na região norte do estado, no período de maio de 2008 a novembro de 2009. No total, foram inspecionadas 91 máquinas em diferentes municípios da região (Tabela 1)
ITENS AVALIADOS E RESULTADOS ENCONTRADOS
Local Atalaia Cianorte Dr. Camargo Floraí Floresta Francisco Alves Iporã
Número de máquinas 14 11 05 06 10 01 03
Local Ivatuba Jussara Mandaguarí Maringá Ourizona São Jorge do Ivaí
Número de máquinas 02 09 01 12 04 13
mais itens inadequados, o que indica um elevado índice de problemas simultâneos nestes equipamentos (Gráfico 1).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A elevada ocorrência de condições inadequadas observadas nos resultados do trabalho realizado indica a necessidade de ações que proporcionem melhor condição de uso destas máquinas para a melhor qualidade na aplicação dos agroquímicos nas lavouras. Excluindo os problemas relacionados aos manômetros, que mesmo inadequados podem não interferir na qualidade da aplicação se os pulverizadores estiverem bem calibrados, os problemas relacionados ao estado das pontas de pulverização e aos erros na taxa de aplicação podem significar, além da elevada ocorrência, os problemas de maior impacto na qualidade da aplicação dos agroquímicos. Assim, entende-se que uma melhor manutenção para uniformizar a vazão entre as pontas poderia proporcionar uma calibração mais precisa e favorecer a maximização da eficiência das aplicações pela melhor distribuição do produto na área tratada, minimizando os custos pelo menor desperdício de agroquímico e reduzindo a contaminação ambiental pelo menor erro da dose aplicada. Deve-se considerar, ainda, que as diferenças na dose de agroquímico, distribuídas
Massey Ferguson
Ao considerar todas as variáveis medidas no trabalho constatou-se que 89 equipamentos (97,8%) apresentaram ao menos um problema operacional, ou seja, se a inspeção fosse realizada atribuindo, tal como se pratica em alguns países, aprovação às máquinas sem problemas, somente duas unidades das avaliadas estariam aptas para realizar o trabalho para o qual foram construídas. Dentre os problemas mais frequentes, estão as falhas relacionadas ao manômetro, os erros na taxa de aplicação e também na vazão das pontas de pulverização. Na Tabela 2 é possível verificar os resultados de cada item avaliado. A ocorrência de itens inadequados simultâneos com a maior frequência nas máquinas foi sete, tendo ocorrido em 22 equipamentos. Constatou-se ainda que 67 equipamentos (73,6%) tinham cinco ou
Tabela 1 - Local e número de máquinas avaliadas
Tabela 2 - Ocorrência dos problemas em função do item avaliado nas inspeções Ítem avaliado Manômetro ausente, quebrado ou inadequado Mangueiras ruins ou mal localizadas Antigotejadores ausentes ou não funcionais Presença de vazamentos Filtro de linha ausente ou não funcional Filtro de sucção ausente ou não funcional Pontas de pulverização obstruídas ou desgastadas Pontas de pulverização obstruídas Pontas de pulverização desgastadas Erros na taxa de aplicação Erros na taxa de aplicação para mais Erros na taxa de aplicação para menos Alguma irregularidade
% de erro 84,6 57,1 22,0 28,6 26,4 11,0 67,0 56,1 47,3 69,2 23,1 46,1 97,8
na faixa operacional do equipamento, relacionadas tanto às diferenças de vazão das pontas de pulverização quanto aos erros de calibração, podem predispor a cultura a um maior risco de fitotoxicidade nos locais de sobredose quando se tratar de produto fitossanitário, como requerer reaplicações precoces nos locais de subdose pela redução do poder residual dos produtos, além de limitar a eficiência do agroquímico contra o agente de dano. Além dos problemas citados, existe também a perda do potencial produtivo das culturas devido à competitividade da lavoura com os agentes de danos, os quais serão mais intensos quanto mais baixa for a eficiência das pulverizações no controle químico destes agentes. Por isso, de nada adianta adquirir o produto mais eficiente se o equipamento utilizado para aplicá-lo estiver longe das condições ideais. .M Marco Antonio Gandolfo e Eder Dias de Moraes, Uenp Ulisses Delvaz Gandolfo, Unesp
Gráfico 1 - Ocorrência da quantidade de máquinas com o correspondente número de itens inadequados
Itens como pontas de pulverização e manômetros são os principais problemas encontrados nas inspeções realizadas por pesquisadores no estado de São Paulo
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COLHEDORAS Case IH
Velocidade certa
As perdas na colheita mecanizada de arroz irrigado são inevitáveis, porém, as regulagens corretas e a determinação da velocidade ideal de trabalho são os principais fatores para a diminuição dos grãos deixados na lavoura
O
município de Itaqui localiza-se na Fronteira Oeste do estado do Rio Grande do Sul, fazendo divisa com a Argentina e destaca-se no cenário nacional por estar entre os maiores produtores de arroz irrigado do País. Esse status se deve às condições edafoclimáticas favoráveis ao desenvolvimento da cultura, aliadas a uma topografia suavemente ondulada a plana, e disponibilidade de água para a irrigação por inundação. Segundo dados do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), foram colhidos no município, aproximadamente, 82 mil hectares na safra 2013-2014. A colheita consiste na etapa final do processo produtivo, onde as perdas devem ser mantidas dentro de padrões aceitáveis. A falta de conhecimento das características agronômicas da cultura e das colhedoras, bem como a deficiência na regulagem dessas máquinas, associadas à velocidade excessiva de trabalho, são considerados os principais fatores responsáveis pelas perdas de grãos na lavoura arrozeira. Estes fatores nos remetem a uma série de questionamentos que dizem respeito aos elevados valores de perdas na colheita mecanizada, atingindo valores inaceitáveis de, em alguns casos, até 10% do montante colhido. O arroz irrigado se caracteriza por ser uma cultura de difícil trilha devido a esta apresentar na, parte superior, as panículas com grãos praticamente secos e na parte inferior um grande
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volume de massa verde com elevado teor de umidade, o que provoca maior exigência dos componentes mecânicos das colhedoras. A colheita é realizada com umidade dos grãos entre 18% e 23%, sendo que esta não pode ser prolongada, pois a permanência do arroz na lavoura diminui sua qualidade e o rendimento de engenho dos grãos. Durante a colheita, existe na maioria das propriedades do Sul do Brasil um superdimensionamento do número de colhedoras, visto que a colheita não pode ser realizada quando existir orvalho na planta (período da manhã e final da tarde), fenômeno este comum durante a época de colheita, que causa encurtamento da jornada diária de trabalho, requerendo, desta forma, maior capacidade operacional. As colhedoras utilizadas na colheita do arroz, no caso das que possuem separação axial, são praticamente as mesmas utilizadas em outras culturas como, por exemplo, a soja e o trigo. No entanto, são necessárias regulagens específicas e adaptações, dependendo do modelo e da utilização de diferentes larguras de plataforma, pois a quantidade de produto a ser processado é maior quando comparado a outras culturas. No caso das colhedoras de trilha e separação radial, o que se modifica são os elementos de trilha (cilindro e côncavo de dentes ao invés de barras). Três sistemas de trilha, separação e limpeza
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predominam: trilha tangencial ou radial (convencional), composta por cilindro e côncavo de dentes e separação por saca-palhas; trilha e separação axial (rotores axiais) e o sistema de trilha tangencial ou radial (convencional) com sistema de separação axial (por rotores) denominadas híbridas. Cada um destes sistemas apresenta particularidades, sendo que a velocidade de trabalho constitui o principal fator determinante na eficiência de cada um, ou seja, pode-se dizer que, para cada sistema tem-se uma velocidade específica de colheita, onde velocidades menores comprometem a alimentação do sistema e/ou velocidades maiores sobrecarregam tanto os mecanismos de trilha quanto os mecanismos de separação e limpeza, ocasionando aumento significativo das perdas de grãos durante o processo de colheita. Na prática, observa-se que as máquinas, muitas vezes, não estão trabalhando dentro da velocidade ideal, pois algumas possuem alta capacidade de trilha, porém, baixa capacidade de separação, acarretando em perdas consideráveis. A grande pergunta é a que velocidade pode-se trabalhar com determinado sistema para que as perdas permaneçam dentro de valores considerados aceitáveis? Pode-se dizer que cada máquina possui uma velocidade ideal de trabalho, onde as perdas, acima ou abaixo desta velocidade, aumentam de forma significativa. Portanto,
as perdas são oriundas da interação entre a velocidade de trabalho e o sistema de trilha, quando se avaliam somente os mecanismos internos da colhedora. A colheita de arroz irrigado normalmente é realizada em velocidades que vão desde 1km/h até 3km/h, dependendo dos sistemas de trilha e separação utilizados. No entanto, as particularidades da cultura, juntamente com extensas áreas cultivadas, tendem a forçar os agricultores
a aumentar a velocidade de operação de suas máquinas, objetivando o aumento da capacidade operacional, ou seja, colher uma área maior dentro do mesmo período de tempo. Neste contexto, nada adianta reduzir a velocidade de trabalho buscando diminuir as perdas de colheita e não conseguir atingir as metas diárias de colheita estabelecidas, sendo o prejuízo ainda maior para o agricultor. Este deve rever o planejamento (épocas utilizadas
para implantação da cultura, tratamentos culturais e período disponível para colheita) e se, caso necessário, viabilizar a aquisição de mais máquinas. O ponto de equilíbrio entre o aumento da velocidade de trabalho e as perdas, devido à demora na realização da colheita, deve ser muito bem observado, pois varia de lavoura para lavoura e de um ano para o outro, da umidade dos grãos, da produtividade da área e da variedade de arroz que está sendo colhida. Neste caso, a melhor maneira para reduzir as perdas de colheita é realizar a avaliação diretamente no campo em função da velocidade ideal de trabalho, de acordo com cada mecanismo interno de trilha, separação e limpeza. A determinação das perdas no arroz irrigado é bastante complicada em função do grande volume de palha, além da maior parte da lavoura estar sob uma lâmina d’água, tornando impossível coletar e quantificar os grãos, assim como é realizado normalmente em lavouras de terras altas, cultivadas com culturas de sequeiro. Em função dessas dificuldades, soluções alternativas como a utilização de uma lona plástica enrolada em um tubo, preso à parte posterior da máquina, permite que toda a palhada, juntamente com grãos e panículas não trilhadas (provenientes dos mecanismos internos da colhedora), possa ser recolhida com a máquina em movimento. Após a estabilização do fluxo de palha e grãos dentro dos mecanismos internos da colhedora, desenrola-se a lona, realizando a coleta do material, sem interromper o deslocamento da máquina. O cálculo para determinação das perdas é simples. Multiplica-se o comprimento da lona pela largura da plataforma de corte, tendo assim a área de colheita amostrada. Por exemplo, se a lona possui três metros de comprimento (a ser desenrolada) e a colhedora tiver uma plataforma de 5,80 metros de largura, sendo
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Fotos Alexandre Russini
Trabalho realizado por pesquisadores da UFSM avaliou as perdas na colheita de arroz com três diferentes colhedoras operando com inúmeras variações de velocidade de deslocamento e regulagens nos sistemas de trilha
de trabalho e os sistemas de trilha, separação e limpeza das colhedoras. Foram avaliadas três colhedoras para cada um dos mecanismos de trilha mencionados anteriormente, devidamente reguladas, conforme as orientações contidas nos manuais dos fabricantes, sendo realizadas três repetições para cada velocidade de trabalho comumente utilizada para a colheita mecanizada de arroz irrigado (1km/h; 2km/h; 2,5km/h e 3km/h). Os resultados obtidos a campo demonstraram que na condição em que a pesquisa foi realizada, cada sistema de trilha apresentou diferentes valores de perdas, em função do aumento da velocidade de trabalho. Essa variação se deve em parte ao fluxo de palha e grãos que passa pelos mecanismos internos da colhedora para uma determinada regulagem. Neste sentido, não basta apenas controlar a velocidade de deslocamento, sem
New Holland
coletados 100 gramas de grãos de arroz dentro da área determinada, teremos, neste caso, o cálculo com o seguinte resultado: 3 x 5,80 = 17,4m2. Se multiplicarmos 0,1kg (100 gramas) por 10.000m2 (1 hectare) e dividirmos pela área (17,4m2), obtemos diretamente os valores das perdas, sendo, neste caso, igual a 57,47kg/ ha. Cabe ressaltar que essa metodologia só se aplica para a determinação das perdas oriundas dos mecanismos internos da máquina, sendo que as perdas provenientes da plataforma de corte e do recolhimento não são mensuradas neste caso. Ao realizar trabalhos para a determinação da velocidade ideal de operação, em função do nível de perdas de colheita, em propriedades localizadas no município de Itaqui (RS), onde foi cultivada a mesma variedade de arroz irrigado, pôde-se observar uma grande variação nos valores de perdas envolvendo a velocidade
Dependendo do sistema de trilha presente na máquina é de fundamental importância o conhecimento da regulagem e qual velocidade de trabalho deve ser utilizada, para que as perdas de grãos sejam as menores possíveis
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antes realizar a regulagem correta. Pode-se notar claramente que, quando mantida constante a regulagem, as perdas cresceram proporcionalmente em função do aumento da velocidade. Cada sistema apresenta uma capacidade de processamento compatível com a regulagem interna. Sendo assim, quando se altera a velocidade, automaticamente deve-se rever a rotação do rotor ou do cilindro de trilha, bem como a abertura de côncavo, peneiras e fluxo de ar, visto que ocorre maior demanda do sistema de trilha, separação e limpeza devido ao aumento do volume de material coletado pela máquina, ocasionado pelo aumento da velocidade de deslocamento. Cada colhedora possui características próprias de regulagem, diferenciando entre marcas e modelos. Neste caso, o operador deve estar atento às particularidades inerentes a cada máquina, visando obter o máximo rendimento das mesmas. Outro ponto importante observado referese à falta de conhecimento desses fatores por parte de alguns operadores, sendo que muitos deles sequer têm consciência de que, ao aumentar a velocidade de deslocamento, aumenta a necessidade de novas regulagens dos mecanismos internos da colhedora. Apenas têm o conhecimento de que, ao aumentar a velocidade de trabalho, também se aumentam as perdas durante a colheita. Essa falta de conhecimento pode refletir em uma diminuição considerável na capacidade operacional ou até mesmo repassar uma falsa informação de perdas de uma colhedora de determinada marca ou modelo. As colhedoras axiais, por exemplo, normalmente possuem maiores plataformas de corte, consequentemente, apresentam maior capacidade operacional em relação às demais, embora muitos agricultores optem por plataformas de mesmo tamanho que as colhedoras de trilha radial e separação axial (híbridas), acarretando
John Deere
em uma diminuição considerável dos valores de perdas, devido ao menor volume de massa (palhada) a ser processado pelo sistema de trilha, separação e limpeza, podendo, dessa forma, aumentar a velocidade de deslocamento. O contrário também pode ser feito, ou seja, manter o tamanho original de plataforma diminuindo a velocidade de deslocamento, mantendo-se assim inalterada a capacidade operacional, desde que o formato dos talhões e trajetos existentes na lavoura a ser colhida permitam que isso seja feito. Foi possível observar, para todas as máquinas utilizadas no experimento, que quando se empregava maior avanço na velocidade de trabalho, realizando pequenas alterações na regulagem, as perdas não variavam de forma significativa, que comprometesse a colheita, porém, até determinado limite, no qual as regulagens não apresentavam mais efeito. Esse limite é a capacidade máxima de trilha da máquina para uma dada velocidade, atingindo perdas ainda dentro dos padrões aceitáveis e difere de um sistema para outro e também entre cultivares de arroz. Desta forma, justifica-se a importância do monitoramento frequente das perdas na colheita do arroz irrigado, levandose ainda em consideração os inúmeros fatores intrínsecos à cultura e as particularidades na
regulagem de cada máquina. O fator-chave para o sucesso de uma máquina, neste caso a colhedora, começa no projeto, onde o desenvolvimento deve ter como foco principal uma colhedora que atenda as necessidades dos clientes. Desta forma, dependendo do sistema de trilha presente na máquina, é de fundamental importância o conhecimento da regulagem e qual velocidade de trabalho deve ser utilizada para que as perdas
de grãos sejam as menores possíveis dentro de uma capacidade operacional compatível com .M as necessidades do produtor. Alexandre Russini, Eloir Missio e Ulisses Giacomini Frantz, Universidade Federal do Pampa José Fernando Schlosser e Marcelo Silveira de Farias, Nema – UFSM
capa
Tramontini 1640
Projetado para trabalhar em espaçamentos reduzidos, o trator 1640 Super Compacto da Tramontini mostrou ser um gigante no quesito estabilidade e manobrabilidade em terrenos inclinados e de difícil acesso
N
a maioria das vezes, os testes que fazemos para a Revista Cultivar Máquinas envolvem grandes tratores e com alta tecnologia, que foram lançados recentemente. Para este ensaio, a diferença é que fomos solicitados a testar um trator de pequeno porte, em uma situação de aplicação específica. Para atender as necessidades de um teste tão particular, tivemos que recorrer a uma situação de aplicação bem característica. Fomos a Antônio Prado, na Serra gaúcha, em uma propriedade de produção de uva, ameixa e pêssego. Segundo nos informou o fabricante, este modelo é fruto de um projeto particular, desenvolvido para atender situações específicas que a empresa pretendia alcançar. Analisando o mercado, verificou-se a necessidade em atender alguns sistemas de cultivo exigentes, em que era fundamental um trator supercompacto, com potência de motor entre 30cv e 40cv, mas que fosse pequeno o suficiente para atender requisito de pequeno espaço, limitado pela altura da parreira e que ainda tivesse uma distribuição de peso suficiente para suportar todos os movimentos dinâmicos de um pulverizador com depósito de 400 litros (peso total de 600kg), em diferentes situações determinadas pela topografia. Isto incluía, também, atender características de manobras em espaço reduzido, o que exige pequeno raio de giro. Este modelo, lançado na Expointer de 2012, está no mercado desde o final de 2012 e no momento está tendo uma atenção especial de marketing pelo fabricante. Depois de dois anos no mercado, com boa aceitação, as principais aplicações consolidaram-se nos cultivos da uva e do pêssego na Serra gaúcha, do café no norte e no centro do estado do Espírito Santo e nas regiões sul e centro de São Paulo. Também recentemente se abriu um bom mercado na região de fruticultura nas regiões de Petrolina e Juazeiro, onde a empresa está fazendo investimento atualmente. Este modelo tem código Finame, podendo ser financiado por este programa de investimento. De início, por se tratar de um trator de
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pequeno porte, pensávamos encontrar mais um produto simples e sem muitos atrativos. No entanto, nos deparamos com um produto industrial criativo, com muitas soluções interessantes para problemas que surgem ao trabalhar em um produto tão pequeno e com restrições para o uso de soluções tradicionais. A impressão da equipe de testes foi bastante positiva para as alternativas que a empresa encontrou para resolver problemas de espaço.
MOTOR
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O motor que equipa este trator é o modelo TR 340, com três cilindros verticais, que tem um volume deslocado de 1.813cm3 e aspiração natural. A potência máxima do motor, declarada pelo fabricante, é de 29,4kW (40cv), a uma rotação nominal de
Fotos Charles Echer
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Fotos Charles Echer
Para possibilitar redução na altura e no comprimento do trator, o tanque de combustível e o reservatório do líquido de arrefecimento foram acomodados próximos ao painel de comando Filtro de ar e bateria estão localizados na parte frontal do trator, protegidos por uma tela filtrante
2.750rpm e o torque máximo é de 126N.m sendo obtido com a rotação de 1.800 rpm. De acordo com informação da engenharia da fábrica a reserva de torque do motor é de 17,4%. No sistema de alimentação de combustível, a bomba injetora é mecânica em linha. A capacidade do depósito de combustível é de 35 litros e a filtragem do óleo diesel é realizada atravéz de um único filtro que contempla filtragem e decantação, permitindo a drenagem da água e impurezas que possam contaminar o combustível. Como dispositivo de segurança para desligar o motor, é utilizado um estrangulador, loca-
lizado no lado esquerdo inferior do painel de instrumentos. O filtro de ar é do tipo seco, com dois elementos filtrantes descartáveis, o primário e o secundário. Este sistema possui um sensor de sobrecarga no filtro, que informa, através de um indicador luminoso no painel, o momento certo de troca ou manutenção do mesmo. Para proteger e facilitar a ação do filtro de ar e do radiador foram posicionadas na parte frontal do capô três aberturas de ar em forma de grade, que protegem da entrada de palha ou de partículas grandes no ar. O capô na sua parte interna conta com uma borracha de vedação que isola o interior do sistema de alimentação de ar quando este se encontra fechado. O sistema de arrefecimento do motor é totalmente selado, o que
diminui a manutenção e reduz as perdas de líquido de arrefecimento. O cano de descarga dos gases da combustão se encontra na direita do motor e sua saída é em direção ao solo. Como um cuidado de segurança, o cano de descarga conta com um protetor para evitar queimaduras, assim como as partes móveis externas do motor são protegidas para evitar o contato direto através do uso de uma grade de proteção sobre as correias e suas polias. Para o acesso total ao motor, nos trabalhos de manutenção, o capô do trator, em fibra de
Cano de descarga está localizado à direita do trator direcionado para o solo
O sistema hidráulico é categoria 1N e tem capacidade de levante de 860kg
Visão do posto do operador e da localização dos principais comandos do trator
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vidro, é rebatível através de um dispositivo simples que permite que ele bascule 90 graus para frente.
TRANSMISSÃO, TDP, FREIOS, PNEUS
A transmissão da potência do motor é do tipo mecânico. Com relação ao número de marchas, este trator possui oito à frente e duas à ré, a troca de marcha se faz combinando posições de uma alavanca para as velocidades (quatro marchas) e outra para os grupos (dois grupos). Estas duas alavancas se encontram localizadas na parte central do posto de operação. As velocidades nas quais se pode deslocar este trator, com a configuração de pneu standard e a uma velocidade do motor de 2.200rpm, vão desde 1,5km/h até 28,2km/h. Já para a marcha à ré, a mínima velocidade alcançada é 1,8km/h, sendo a máxima de 9,6km/h. A embreagem é do tipo disco duplo com dois estágios e seu acionamento é mecânico, através de um pedal. Este oferece a possibilidade de ser regulado para ser utilizado somente no primeiro estágio, nas operações que não haja necessidade de utilizar a tomada de potência (TDP). O bloqueio do diferencial é ativado de forma manual, por meio de um pedal posicionado no lado direito do posto de operação, de forma que não seja possível seu acionamento de forma involuntária. Para desativar este sistema, basta um leve toque no pedal do freio ou um giro do volante. O trator conta com um sistema de freio de quatro discos, com acionamento mecânico do tipo seco. Com a finalidade de facilitar as manobras, a frenagem é independente, tendo a opção de acoplar os dois pedais do freio com uma trava, para frear simultaneamente as duas rodas. Neste modelo, a configuração standard dos rodados dianteiro e traseiros são 6.00-14 e 9.5 x 24, respectivamente, ambos do tipo R1. Nos rodados posteriores é possível adicionar lastro metálico, sendo permitidos até quatro pesos de 35kg em cada roda traseira. Para lastragem frontal é possível utilizar até seis pesos de 24kg. A TDP é de acionamento manual por meio de uma alavanca localizada no lado esquerdo do assento do operador. Com a mesma alavanca é possível selecionar a velocidade que se deseja utilizar a TDP. As velocidades disponíveis neste modelo são 540rpm e 1.000rpm, conseguindo ambas as velocidades a 2.200rpm do motor. A TDP conta com protetor tipo escudo para evitar acidentes e um protetor de plástico para manter o eixo da TDP em boas condições.
SISTEMA HIDRÁULICO, DIREÇÃO, EIXO DIANTEIRO
O trator está equipado com sistema hi-
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frontal do trator, sob o capô. O eixo dianteiro do trator é da marca Bertoldo, com fábrica no município de Rosário do Sul (RS). Este possui acionamento por cardã central e não possui barra de direção mas, sim, um cilindro hidráulico central que permite o acionamento para ambos os lados. O ângulo de esterçamento das rodas é de 48 graus e a inclinação lateral do eixo dianteiro chega a 24 graus, o que proporciona mais rapidez nas manobras e reduzido raio de giro, fatores muito importantes no trabalho em pequenas áreas e com topografia irregular.
POSTO DO OPERADOR
O teste foi realizado num parreiral com 1,75m de altura. O trator foi configurado para possibilitar que o operador sentado no posto de comando fique da mesma altura de quando está em pé ao lado do trator
dráulico independente, acionado por duas bombas, sendo uma destinada ao sistema de direção e a outra ao levante hidráulico de três pontos e ao controle remoto (VCRs). O sistema hidráulico deste trator é da categoria 1N, que caracteriza tratores estreitos, parece ser um dos seus maiores atrativos pela robustez. Possui capacidade de levante de até 860kg na rótula, sendo acionado por dois pistões verticais externos e o controle realizado por uma alavanca de posição, localizada ao lado direito do posto de operação. Os estabilizadores laterais dos braços de levante são do tipo telescópico, o
que facilita o acoplamento dos implementos. A bomba destinada ao sistema hidráulico possui uma vazão de 19,8L/min a 1.800rpm do motor, com pressão máxima de 170bar. No trator ainda está disponível uma válvula de controle remoto de duas vias, permitindo trabalho com implementos de acionamento por cilindro hidráulico. O trator possui direção de auxílio hidrostático, com uma bomba específica para seu acionamento. Esta tem vazão de 11L/min, pressão máxima de 90bar e trabalha com o óleo contido em um reservatório individual com capacidade de 1,5L, localizado na parte
Uma das características marcantes deste trator é a estabilidade em manobras e a possibilidade de inclinação do eixo dianteiro em até 24 graus
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Em um trator como este, com estas características de redução de dimensão, é natural que o fabricante tenha que ser criativo em engenharia para atender todas as necessidades. Vimos uma série de soluções interessantes. Pela necessidade de redução da altura, não há espaço que possibilite um sistema de amortecimento de vibração do banco nas mesmas condições de um trator standard. Por isso, o assento está colocado apenas sobre coxins de borracha. Mas o banco, da marca Grammer, tem um sistema que possibilita que bascule para frente, em direção ao volante, para não permanecer exposto ao sol e aquecer, quando não estiver em uso. Pela necessidade de economizar espa-
O banco do operador pode ser escamoteado para evitar que fique aquecido pelo sol no momento em que o trator não está sendo utilizado
Fotos Charles Echer
O para-choque dianteiro desloca-se levemente para a frente para possibilitar a abertura do capô em operações de manutenção de filtros, radiadores e motor
ço, o tanque de combustível fabricado em polipropileno foi colocado na frente do posto do operador. Sobre ele está o painel de instrumentos, com um tacômetro, um medidor de volume de combustível e um termômetro. Na parte de trás, os interruptores dos comandos. Para segurança do operador, a Estrutura de Proteção contra o capotamento (Rops), equipamento previsto nas normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego, foi colocada na parte dianteira com a possibilidade de articular para frente conforme a necessidade da operação, permitindo retornar à posição ideal com facilidade. O cinto de segurança encontra-se fixado à estrutura do trator para garantir a segurança do operador. Para complementar a segurança, atrás do assento do operador foi colocado um pequeno arco traseiro fixo. Os comandos deste trator também necessitaram ser reposicionados em função do pequeno espaço. O acelerador manual é fixado no para-lama direito. As alavancas de marcha são centrais, entre as pernas do operador, caracterizando o posto acavalado.
ção individual (EPI) apropriado, fomos até uma área de videira para o primeiro teste. Em um ambiente de espaço reduzido, com 2,50m de espaçamento entre filas e 1,90m de altura em topografia plana. Vimos que a solução de diminuição da altura do trator foi fundamental para a execução do trabalho sem movimento de desvios de cabeça, frequente em tratores maiores. Medimos a altura média do solo até a cabeça do operador e encontramos 1,75m, que era a mesma altura do operador. Portanto, a solução foi efetiva para manter a altura do operador sentado no posto de comando na mesma altura de uma pessoa em pé. O espaço livre da parte externa das rodas até as linhas foi em média 0,65m. Nesta primeira avaliação, com as manobras feitas pelo operador, ficou evidenciado que o trator possui um raio de giro pequeno adequado para esta situação. Outro item importante nesta máquina diz respeito às proteções que ela possui,
LOCAL DO TESTE
P
ara este teste com o trator Tramontini 1640 Super Compacto, tivemos a oportunidade de viajar até a região da Serra gaúcha, mais precisamente no interior do município de Antônio Prado. Foi lá, na localidade de São João, que encontramos o produtor Félix Besutti que, com sua família tipicamente de origem italiana, está envolvido com a produção de ameixa, pêssego e uva. A região é muito bonita, com um relevo caracterizado por montanhas e vales possuindo um clima ameno, o que confere boas condições para adaptação das espécies frutíferas. Atualmente, tem se desenvolvido muito o turismo rural na região, atraindo grandes quantidades de pessoas, principalmente nos meses da estação mais fria do ano.
Na propriedade de 32 hectares todo o trabalho é feito pela família, o senhor Félix, sua esposa, os dois filhos, um sobrinho e o sócio, seu irmão. Na propriedade já se trabalhou com suinocultura, mas atualmente todo o trabalho é dedicado aos três hectares de ameixa, seis hectares de pêssego e seis hectares de uva. O carro-chefe da região e também da propriedade, as uvas, das variedades Bordô, Niágara e Rosada, é comercializado totalmente para a fabricação de vinhos, no próprio município, na Cooperativa Pradense e Vinhos Del Prado. A produção de pêssego e de ameixa é destinada ao consumo in natura, e é comercializada através de um canal direto para os estados de São Paulo e Paraná.
TESTE
O teste de campo foi realizado em três áreas diferentes, duas na videira e uma na cultura de pêssego. Os implementos utilizados foram um pulverizador hidráulico de 400 litros da marca Pulvimat e uma roçadora modelo RCD 1.3 da marca Netz Implementos, a qual utilizamos unicamente na cultura do pêssego, para a limpeza entre as fileiras de plantas. Acoplamos o pulverizador no sistema hidráulico do engate de três pontos e com o operador utilizando equipamento de prote-
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Rodado dianteiro tem ângulo de esterçamento de 48 graus
alizados os testes com ambos os implementos. Devido à configuração desta cultura, com espaço entre linhas de 4m e altura média de 2,30m e por estar localizado em uma área plana, o trator não teve dificuldades para trabalhar. O problema maior é que a forma em vaso aberto de condução da cultura do pêssego reduz a largura do espaçamento entre filas na altura do O capô possui telas que impedem a entrada de partículas maiores para o compartimento do filtro de ar e radiador
Visão lateral do trator com arco de proteção e arco de proteção rebatido, além do capô basculado
principalmente a bandeija inferior que protege praticamente toda a parte inferior como o cardan da tração dianteira, carter, além das tubulações hidráulicas, filtros e parte elétrica, evitando que objetos como pedras e galhos danifiquem a máquina. O cilindro de direção também possue proteções para evitar danos. Já na segunda área de videira, o terreno era bastante inclinado e irregular, com a presença de
patamares para o deslocamento das máquinas. Estas dificuldades serviram para verificar outros pontos que valorizamos neste trator, como sua manobrabilidade e a estabilidade longitudinal e lateral, devido principalmente ao lastro dianteiro e à boa distribuição do peso do trator. A configuração média das parreiras nesta área foi de 2,30m de espaçamento entre linhas e 1,75m de altura. Algumas vezes tememos pela segurança do operador, mas o trator demonstrou que, mesmo nestas situações extremas, a reduzida altura do centro de gravidade e a articulação da sua suspensão dianteira proporcionaram condições operacionais dentro dos limites aceitáveis. Finalmente na área do pêssego, foram re-
O Tramontini 1640 Super Compacto foi testado em áreas com produção de pêssegos e parreiras na Serra gaúcha
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Como conclusão, a equipe de teste saiu com uma boa impressão deste trator que, apesar de pertencer a uma categoria de baixa potência, conta com bastante trabalho de engenharia, oferecendo solução criativa aos inconvenientes que tem o trabalho de aplicação de mecanização no setor fruteiro.
Empresa
A parte inferior do trator possui uma chapa protetora em toda a extensão do chassi
operador, mas, para isso, o arco de segurança também foi útil, impedindo que os galhos laterais pudessem atingir o posto de operação. Em relação aos comandos de operação, verificamos que a maioria deles, de uso freqüente, está localizada no lado direito do assento, com fácil acesso. Quanto aos comandos hidráulicos, notamos boa resposta de ação.
A Tramontini é uma empresa genuinamente brasileira. Está instalada no município gaúcho de Venâncio Aires, na região dos Vales do Rio Pardo e Taquari, e distancia-se aproximadamente 130km de Porto Alegre, capital do Estado. A empresa iniciou suas atividades no ano de 1984 no município de Encantado, também no Rio Grande do Sul, com a produção de carretas agrícolas motorizadas. Com o desenvolvimento da empresa, passou a produzir motores, motobombas, geradores e microtratores.
Foi no ano de 2007 que a Tramontini começou a expandir seus mercados, passando então a produzir tratores. A empresa está focada principalmente na produção de soluções em equipamentos para a agricultura familiar, que compõem a maioria dos estabelecimentos agrícolas do RS e também pela região na qual está inserida. Suas máquinas possuem um perfil simples e robusto, com características voltadas para atender principalmente nichos de mercado, como os de fruticultura, horticultura, fumicultura e demais atividades desenvolvidas em pequenas áreas. A Tramontini oferece em seu portfólio tratores com potências variando desde 32cv até 80cv, possuindo tratores nas versões Estreito, como o que testamos. .M José Fernando Schlosser, Fabrício Azevedo Rodrigues e Javier Solis Estrada, Nema - UFSM
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ENFARDADORAS
Opções para enfardar
A
Kuhn
Atualmente mais de 40 modelos de enfardadoras de câmaras fixas e variáveis são oferecidos no mercado brasileiro. Diante de tantas opções, antes de adquirir uma nova máquina, o produtor deve ter bem claro qual é o tipo de cultura, o tamanho do fardo e a densidade do produto final que pretende produzir
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qualidade da alimentação é certamente um dos fatores limitantes no aumento da eficiência de um sistema de produção animal. Além disso, neste tipo de exploração, o custo com o alimento representa parte importante do total investido. Desta forma, o emprego de tecnologia durante este processo de produção é fundamental, principalmente para forrageiras que necessitam ser conservadas, como o feno. De modo geral, a resposta do animal é dependente da qualidade deste alimento e isso está relacionado com os processos tecnológicos envolvidos na produção, como o corte, a secagem, o recolhimento e o armazenamento. A fenação consiste no processo de conservação de forragens para desidratação parcial, onde há a retirada da água dos tecidos da planta, fazendo-se com que o material seja conservado por determinado espaço de tempo. A utilização do alimento oriundo deste tipo de processo pode auxiliar positivamente nos índices zootécnicos de uma propriedade quando comparado a outros usualmente utilizados na criação de ruminantes e equinos. A justificativa de sua utilização baseia-se na disponibilização de alimento em época do ano quando as fontes de alimento estão com seu desenvolvimento suprimido pelas baixas temperaturas, como a pastagem nativa no estado do Rio Grande do Sul, ou em época de baixas precipitações e estresse hídrico, como no Centro-Oeste do país. A sinergia crescente entre tecnologia e eficiência de campo tem levado aos produtores resultados de grande importância na produção, melhorando a disponibilidade de alimento aos animais em épocas de deficiência. Sendo assim, o processo de fenação vem sendo otimizado de maneira a levar em consideração requisitos importantes como a fase vegetativa mais apropriada para o corte das forrageiras, conforme a espécie utilizada, as condições atmosféricas e outros fatores do processo como a secagem, o armazenamento dos fardos e as máquinas empregadas na produção. Toda fase de produção dos fardos deve ser realizada levando em consideração a espécie da planta, as condições ambientais e a uniformidade do relevo, com a finalidade de garantir um produto de boa conformação e umidade, adequadas para a correta prensagem e armazenamento. Desta forma, a escolha de uma máquina que garanta um produto com boa qualidade nutricional e de fácil armazenagem é fundamental, devendo ser adequada à fonte de potência do trator existente na propriedade, para melhorar a relação custo-benefício da sua aquisição. O desempenho das enfardadoras também está relacionado com a quantidade, qualidade e densidade dos fardos produzidos. As constantes inovações aplicadas nestas máquinas
Figura 2 – Relação entre a densidade e a massa dos fardos
Figura 3 – Relação volume do fardo/potência na TDP
podem fazer a verdadeira diferença, pois cada etapa é essencial quando as condições atmosféricas no campo são adversas. Por isso, a tática de restringir o volume da forragem por intermédio da compressão, aumentando
a densidade do material seco como um facilitador para estocagem de maiores quantidades de feno em espaços menores garante ainda o controle de qualidade se a forragem for manejada na fase vegetativa apropriada.
Valtra
Figura 1 – Variação da demanda de potência na TDP
Uma das maneiras para efetivar a seleção deste tipo de máquina é buscando informações a fim de efetuar uma comparação entre os modelos. Neste caso, os catálogos técnicos e os manuais disponibilizados pelas empresas são
Challenger
Divulgação
Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria avaliam os diferentes tipos de enfardadoras disponíveis no mercado brasileiro
Atualmente os mais de 40 modelos de enfardadoras de 13 empresas são comercializados no Brasil, o que possibilita ao produtor uma vasta gama de opções
as principais formas de obtenção de dados, que disponibilizam as informações e especificações técnicas dos produtos, sendo utilizados como fonte de conhecimento de valores e medidas mais apropriadas ao trabalho que se deseja realizar. O objetivo deste trabalho foi reunir e avaliar as informações relevantes contidas nos catálogos e manuais técnicos de enfardadoras, a fim de criar um banco de dados para que possam ser desenvolvidas pesquisas de classificação e caracterização dos modelos de acordo com o desempenho e características apresentadas pelos fabricantes. Foram avaliados 43 modelos de enfardadoras nas suas versões padrão, oriundos de 13 empresas, incluindo-se modelos importados. Estas máquinas foram divididas em dois grupos, conforme o tipo da câmara de compactação ou formação do fardo, sendo estas: câmaras variável e fixa. Além disso, dentro de cada grupo foram observadas as variáveis largura de trabalho, massa, largura da máquina, potência requerida na tomada de potência (TDP), volume e massa do fardo. Conforme as informações disponibilizadas, pode-se obter os valores máximos, médios e mínimos (Tabela 1), possibilitando a determinação da autonomia de produção de fardos e a construção de relações como a largura de trabalho pela largura do fardo e densidade do fardo pela largura de trabalho. Estes parâmetros foram obtidos por intermédio das empresas responsáveis e seus catálogos, porém, cabe ressaltar que algumas variáveis deixaram de ser expostas pela ausência de informações disponibilizadas pelos fabricantes.
Na avaliação das informações destacase a grande variação nas características quantitativas das enfardadoras que estão disponíveis no mercado. Pode-se observar que há máquinas de diferentes larguras de trabalho, variando de 0,8m a 2,4m e mantendo uma correspondência com a largura da máquina. Há grande amplitude entre a massa dos fardos, variando de 24kg a 2.480kg. A massa destas máquinas variou de 440kg até 8.800kg. Como é possível observar na Figura 1, foram comparados 18 modelos de enfardadoras, correlacionando as variáveis largura de trabalho, volume do fardo e potência requerida na TDP. As maiores potências demandadas correspondem às máquinas que produzem os maiores volumes de fardo. Porém, as larguras de trabalho destes equipamentos não apresentam grande variação entre modelos. A Figura 2 apresenta a relação entre a densidade e a massa dos fardos produzidos por enfardadoras de câmaras fixa e variável. As enfardadoras de câmara fixa apresentam uma maior capacidade de produção de fardos de alta densidade (na maioria acima de 180kg/m³), enquanto a maioria dos fardos disponibilizados pelas enfardadoras de câmara variável está abaixo deste grau de densidade. Contudo, vale ressaltar que as densidades foram obtidas de acordo com os valores disponibilizados pelos fabricantes e que teoricamente as câmaras variáveis podem ser previamente ajustadas para a obtenção de diferentes densidades para os fardos obtidos. Portanto, esta relação é válida unicamente como um comparativo dos dados disponibilizados por cada marca,
Tabela 1 - Valores máximos, médios e mínimos de parâmetros analisados Câmara fixa
PARÂMETROS Largura de trabalho (m) Massa da máquina (Kg) Largura da máquina (m) Potência requerida na TDP (cv) Volume do fardo (m3) Massa do fardo (Kg)
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Máxima 2,40 8.800,00 2,75 180,00 25,05 2.480,00
Média 1,90 3.700,90 2,10 75,08 12,26 981,90
Mínima 0,80 440 1,35 12,00 0,20 24,00
Máxima 2,80 9.200,00 3,15 180,00 3,24 1.100,00
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Câmara variável Média Mínima 2,10 1,10 4.187,20 1.200,00 2,76 1,65 85,59 35,00 1,93 0,12 834,80 567,00
podendo ser valores como máxima, média ou mínima adaptação, sem excluir a possibilidade de divergência de correlação para outros modelos não avaliados da mesma categoria, que certamente não foram apresentados por falta de informação técnica das empresas. Deve-se, ainda, destacar que a enfardadora com câmara fixa de densidade e massa do fardo notadamente menor, é uma minienfardadora com câmara fixa, que apresenta valores diferenciados quando comparada aos modelos de mesma categoria. A Figura 3 ilustra a relação entre o volume do fardo e a demanda de potência na TDP para as enfardadoras de câmaras variável e fixa. A relação entre a potência necessária na TDP e o volume dos fardos produzidos indica uma demanda média de 70cv para cada 1m³ de volume. A capacidade de geração de fardos mais volumosos pode ainda estar relacionada à capacidade de recolhimento do material enleirado pela máquina, o que, consequentemente, exigirá uma maior demanda na tomada de potência. É importante conhecer a variedade de modelos de enfardadoras presentes no mercado brasileiro, saber diferenciá-las no momento da compra, conhecer seus principais componentes e métodos de trabalho em campo buscando minimizar as perdas no processo de fenação. Para a escolha da máquina de fenação há necessidade de um diagnóstico prudente de todos os parâmetros, e não considerar somente o volume dos fardos como requisito, já que cada componente influencia significativamente na qualidade operacional da enfardadora e dos fardos gerados. Portanto, na escolha do modelo adequado deve-se considerar as características e necessidades específicas de cada propriedade de acordo com as áreas e as .M atividades realizadas. Marisa T. de Bastos Brasil, Tiago Rodrigo Francetto, Mateus Potrich Bellé, Airton dos Santos Alonço e Catize Brandelero, Laserg/UFSM
ficha técnica
BigBaler 1290 Enfardadora BigBaler 1290 da New Holland chega ao mercado brasileiro projetada para formar fardos grandes na produção de feno, pré-secado e recolhimento da palha de cana
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New Holland lançou no Brasil em 2014 a enfardadora BigBaler 1290, indicada para a produção de feno e pré-secado, além de recolhimento da palha de cana-de-açúcar. Apesar de ser produzida na fábrica de Zedelgem, na Bélgica, sede mundial do Centro de Excelência de Equipamento de Colheita da New Holland, a nova geração de enfardadora foi desenvolvida pela New Holland em conjunto com o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) e é a única de fábrica com eixo de bitola ajustável (3m), que evita o pisoteio do canavial. Ela é indicada para o mercado de biomassa, grandes produtores e frotistas. Os fardos da BigBaler 1290 possuem seção de 120cm x 90cm, podendo chegar a 2,50m de comprimento. Se comparada ao modelo anterior, a enfardadora apresenta um aumento de produtividade de até 20%, além de uma melhoria da densidade de até 5%. Para possibilitar a capacidade de gerar mais fardos por hora, os engenheiros da New Holland projetaram o novo design do sistema de alimentação MaxiSweep, que otimiza o fluxo ao mesmo tempo que aproveita o máximo da palhada disponível. Esta enfardadora realiza cinco funções no campo: recolhimento, pré-compactação, formação do fardo, amarração e descarregamento. O processo de recolhimento do material tem um sistema de ajuste fácil e rápido
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com rodas guia, que copiam o solo e protegem o recolhedor contra impactos e um sistema de suspensão reduz a pressão sobre o solo e realiza o controle hidráulico da altura. Um
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rolo de amassamento frontal exerce pressão sobre a leira, otimizando o fluxo do material enquanto os dedos de aço fazem o recolhimento desse material. Os dois sem-fins de cada lado
centralizam o material garantindo uma alimentação uniforme e mais eficiente e um rolo de alimentação auxiliar com pás centralizadas garante o fluxo de colheita, evitando o acúmulo de material. O processo de pré-compactação possui um modelo patenteado de aceleração do garfo, proporcionando a transição suave do material que é lançado, preenchendo toda a câmara principal. Os sensores de direcionamento da leira são os indicadores que alertam o operador para qual direção esterçar, garantindo um ótimo preenchimento do fardo, especialmente com leiras pequenas. O êmbolo trabalha com 48 golpes por minuto e cada golpe tem 710mm de avanço. Na formação dos fardos, as camadas pré-compactadas entram na câmara principal, o ajuste da es-
Fotos New Holland
pessura dessas camadas e o ajuste do comprimento do fardo determinarão a quantidade de fatias que ele terá. Esses ajustes são fáceis e rápidos. O sistema hidráulico independente tem dois cilindros de dupla ação e duas paredes laterais e uma superior móveis, o que permite uma pressão tridimensional. A densidade dos fardos pode ser controlada diretamente da cabine de operação pelo monitor com opção de ajuste automático ou manual. Quando o fardo atinge o comprimento predeterminado, que pode ser de até 2,5m, o sistema aciona os mecanismos de amarração e as agulhas, que são sincronizadas com o êmbolo. Assim, as agulhas sobem até os atadores, levando junto o fio inferior.
No momento em que as agulhas atingem os atadores, elas coletam também o fio superior e ambos são unidos por meio de um nó, que tem suas extremidades cortadas. Este será o primeiro nó, que finalizará o fardo. Enquanto as agulhas se retraem, o segundo nó é formado e este dará início ao próximo fardo. A BigBaler 1290 possui um sistema de nós duplos composto por seis atadores e três eletroventiladores com menor consumo de
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Fotos New Holland
Os fardos da BigBaler 1290 possuem seção de 120 x 90cm podendo chegar a 2,50m de comprimento. Se comparada ao modelo anterior, a enfardadora apresenta um aumento de produtividade de até 20%, além de uma melhoria da densidade de até 5%
energia quando comparado ao sistema hidráulico e à estrutura dos atadores projetados para evitar acúmulo de material. Ela ainda pode ser abastecida com 32 rolos de fio por vez, que ficam em um compartimento protegido contra a entrada de impurezas. Já no processo de descarregamento, a enfardadora possui uma plataforma standard com roletes que possibilitam o deslizamento dos fardos. Esse processo é feito automaticamente, onde o fardo que está sendo formado empurra o fardo pronto. Para auxiliar na limpeza da câmara principal é possível acionar manualmente o sistema hidráulico de esvaziamento da câmara, que desloca o fardo para fora. A enfardadora BigBaler 1290 possui um sistema de lubrificação automático onde o sistema de óleo é responsável pela lubrificação de todas as correntes. Já o sistema de graxa lubrifica 67 pontos, o que gera economia de tempo com operações de serviço. Ambos os sistemas podem ter sua frequência de lubrificação configurada pelo monitor da enfardadora. Para a manutenção diária, restam apenas quatro pontos de lubrificação e checagem dos níveis de óleo. A máquina é acompanhada pelo IntelliView IV – um monitor com tela de 10.4”, colorida e sensível ao toque, que mostra informações de todos os 24 sensores. Como a tela é grande, o operador pode facilmente encontrar as informações necessárias mesmo em terrenos mais acidentados. A enfardadora utiliza o sistema Isobus, que permite, de maneira fácil e rápida, que ela seja acoplada a qualquer trator equipado com esse sistema de comunicação, dispensando a instalação de um novo monitor. A BigBaler 1290 tem facilidade de acoplamento e manobra graças ao seu engate totalmente ajustável e seu design estreito. Por causa de sua transmissão de potência por meio de caixas de engrenagens, a máquina tem menor manutenção devido à baixa taxa de desgaste, menos ruído na transmissão e não há risco de perda do sincronismo. Os atadores são aciona-
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dos por meio de eixo cardã para um sincronismo confiável e nós perfeitos. O volante de maior diâmetro com melhor distribuição do peso aumenta o efeito centrífugo, proporcionando inércia máxima para suavizar o fluxo irregular da colheita e picos de carga. Não necessita de potência adicional para iniciar a enfardadora, o que também contribui para redução no consumo de combustível.
Como opcional é disponibilizado o picador frontal, que oferece uma picagem fina do material, dispensando a utilização do picador na indústria. Os outros opcionais para complementar o trabalho no campo são o controle eletrônico de comprimento dos fardos, a balança, o soprador pneumático dos atadores, o sistema armazenador de dados Crop ID e a câmera de ré. .M
Alimentação e pré-compactação – Standard (CropCutter)
A
BigBaler pode vir equipada com dois diferentes tipos de sistemas de alimentação e pré-compactação. No sistema Standard o material é recolhido e transportado até a câmara de pré-compactação por dedos recolhedores. No sistema CropCutter, este trabalho é feito por um rotor que, além de recolher e transportar, também pica o material. Na câmara de pré-compactação, placas
sensoras localizadas na parte inferior detectam quando a fatia atinge a densidade determinada. Quando isso ocorre, os dedos que prendem a palha se retraem e o garfo alimentador empurra a fatia para a câmara de enfardamento. O movimento do garfo alimentador é sincronizado com o êmbolo e a fatia é acelerada no final do curso, preenchendo a câmara de enfardamento igualmente de baixo para cima.
SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO E PRÉ-COMPACTAÇÃO CROPCUTTER
SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO E PRÉ-COMPACTAÇÃO STANDARD
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eventos
Expointer 2014 Mais de meio milhão de pessoas passaram pela Expointer 2014, onde as empresas de máquinas agrícolas realizaram diversos lançamentos voltados principalmente para a região Sul do Brasil
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37ª Expointer, realizada de 30 de agosto a 7 de setembro, em Esteio, no Rio Grande do Sul, fechou com números recordes. Nos nove dias de feira, mais de 500 mil pessoas passaram pelo Parque de Exposições Assis Brasil, superando o público das últimas três edições. A feira, que abrange diversos segmentos do agronegócio, fechou com um total de R$ 2,729 bilhões em prospecção de negócios, sendo R$ 2,713 bilhões em máquinas, R$ 12,431 milhões em animais, R$ 1,4 milhão em artesanato e R$ 2,028 milhões na agroindústria familiar. Durante a feira, diversas empresas de máquinas agrícolas realizaram lançamentos, muitos deles voltados para o Rio Grande do Sul. Os principais lançamentos e destaques da feira você pode conferir a seguir.
AGRALE
A Agrale apresentou na edição 2014 da Expointer o novo trator 540.4, ampliando a versatilidade da sua linha de tratores médios. Em função das dimensões reduzidas do equipamento, o modelo é indicado para utilização em pequenas propriedades e também para operação em lavouras de café e fruticultura. Outro destaque é o eixo dianteiro reforçado, que permite o acoplamento de implementos frontais, como pá e plaina que, em conjunto com o inversor de marchas, configuram o 540.4 como opção para operação na avicultura. Entre as características do trator estão a motorização de quatro cilindros, que proporciona menor nível de ruído, a capacidade do levante hidráulico de 1.100kg e a transmissão 8x8, com inversor de marchas de série, único modelo nacional no segmento com esta característica. A ergonomia oferecida, com posição segura e confortável para o condutor, e as alavancas de comando dispostas para facilitar as operações, diminuem a fadiga do operador. Todos os tratores da Linha 500 Agrale oferecem inversor de marchas de série, e o novo 540.4, como os demais, foi desenvolvido mediante as exigências do mercado. Além do novo 540.4, foram expostos no estande da Agrale na Expointer 2014 os demais modelos da Linha 500, como o 575.4 e o 565.4 Compact, que atendem as mais diversas aplicações do segmento agrícola.
deira possui motor AGCO Power, modelo 634 DAS, de seis cilindros com 265cv de potência máxima. A máquina pode ser equipada com plataformas de milho série 3000 da MF, de oito a 13 linhas com 45cm de espaçamento entre linhas. Para a soja, a plataforma recomendada é Draper DynaFlex de 25 pés. A plataforma do tipo caracol será recomendada se for flexível, com 23 pés. O reversor de sentido da unidade de trilha é de acionamento elétrico, podendo ser acionado de dentro da cabine. O sistema de processamento do produto que entrar na máquina funciona com um conjunto de cilindro dianteiro e o côncavo de 0,80m² e 117 graus de envolvimento. A abertura e o fechamento do côncavo podem ser feitos direto da cabine. A máquina possui sistema de limpeza dupla cascata aerada – com dois fluxos de ar. O turbo de descarga tem 3,7m de alcance e vazão de 86 litros por segundo. O modelo é equipado com os itens de agricultura de precisão da Massey Ferguson, como o AgCommand – que informa a posição da máquina on-line –, o Sistema Fieldstar e o piloto automático Auto Guide 3000. A Massey Ferguson também destacou o novo conceito MF 6700 R Dyna-4 (112cv-132cv). Possui câmbio semiautomático, ou seja, a transmissão das máquinas de alta potência em tratores de média potência. O câmbio Powershift elimina a necessidade do uso do pedal de embreagem para a troca de marchas e/ ou reversão do movimento de frente e ré. Com esta nova série, a Massey Ferguson completará sua linha de transmissões de alto rendimento: Dyna-4, Dyna-6 e Dyna-VT.
Destaque da Agrale, o modelo 540.4 veio para ampliar a linha de pequenos tratores para fruticultura e café
Primeira colheitadeira Classe V da Massey Ferguson, a MF 6690 foi destaque no estande da empresa
JAN
A Implementos Agrícolas Jan S/A esteve presente na Expointer MASSEY FERGUSON 2014 dando destaque para o Lancer A Massey Ferguson destacou a nova colhei- Maximus 25.000 – Caminhão que tadeira híbrida classe V: a MF 6690. A colheita- recebeu o Prêmio Gerdau Melhores
Caminhão Lancer Maximus 25.000 da Jan recebeu o Troféu Ouro do Prêmio Gerdau Melhores da Terra categoria Novidades Expointer
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Embolsadora de grãos Ingrain 100 da Marcher Brasil venceu o Prêmio Melhores da Terra na categoria Destaque Agricultura de Escala, Troféu Prata
da Terra, na categoria Novidade Expointer – Agricultura de Escala – Troféu Ouro. O caminhão é equipado com reservatório de aço carbono ou inox, com capacidade volumétrica de 12 mil litros, sistema de acionamento através de disco de distribuição e esteira acionada por motor hidráulico, largura de 2.250mm e comprimento de 6.725mm.
MARCHER
A Marcher Brasil participou da 37ª edição da Expointer apresentando para os seus clientes e visitantes da feira a sua linha de produtos. A marca venceu o Prêmio Gerdau Melhores da Terra, na categoria Destaque – Agricultura de Escala – Troféu Prata pelo produto Embolsadora de Grãos Ingrain 100. A máquina utiliza a força direta do trator e vem equipada com freios a disco de fácil regulagem, deixando os grãos no interior da bolsa melhor acomodados, aumentando a segurança do sistema e aproveitando melhor a capacidade da bolsa.
SEMEATO
A Semeato esteve mais uma vez presente na Expointer, neste ano destacando a semeadora Sol TT Fastfill. Conta com duas versões – seed e combinada – e é indicada tanto para proprieda-
des que realizam a adubação antecipada quanto para aqueles que preferem utilizar o adubo durante o plantio. A Sol TT Fastfill apresenta linhas de semeadura pantográficas, montadas em um chassi com dois módulos articulados que oferece plenas condições para a realização do plantio mesmo em terrenos irregulares.
CASE IH
Como um dos destaques da Case IH na Expointer 2014, a marca disponibilizou o trator o Farmall 80, de 78 cv nominal, para os produtores gaúchos. Com três opções de transmissão de câmbio sincronizado; 12x4, 12x12 e 20x12, a linha Farmall representa a maior variedade de marchas da categoria. A nova geração dos tratores é equipada com motor aspirado de 3,9 litros e quatro cilindros, produzindo até 30% a mais de torque. As transmissões da linha Farmall possuem acionamento de um reversor, o produtor tem várias opções de marchas, tanto pra frente como de ré. Outra característica dos modelos Farmall 80 é referente à capacidade de levante: com uma bomba hidráulica de 44,5L/minuto, o trator gera uma força de trabalho de 3.690kg. Duas válvulas remotas também estão disponíveis para o acionamento de bombas, pistões e
Trator Farmall 80, com motor aspirado de 78cv e três opções de câmbio, foi um dos lançamentos da Case IH
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Um dos destaques da Semeato foi a semeadora Sol TT Fastfill nas versões seed e combinada
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implementos instalados na parte traseira. Os tratores da linha Farmall são indicados para diversas aplicações (pecuaristas, produtores de grãos, na cafeicultura e cultura de cana, bem como por hortifrutigranjeiros) e em diferentes tamanhos de propriedades. Além do Farmall 80, outro destaque da marca foi o Patriot 250 Extreme, pulverizador com tanques de 2.500 litros e barras de 24 ou 27 metros. Equipado com motor Case IH FPT de 165cv, quatro cilindros, sistema Common Rail de injeção e Turbo Intercooler. O pulverizador tem também o sistema de Auxílio da Tração Independente, que regula o fluxo de óleo nas quatro rodas. Com o acionamento do pedal de bloqueio, o sistema divide a vazão de óleo em quatro fluxos independentes, permitindo que as rodas trabalhem individualmente, concentrando de forma automática a potência para superar os obstáculos da operação. Além disso, toda a linha de pulverizadores Patriot Case IH vem com piloto automático de fábrica e corte automático de seção, tecnologia AFS de Agricultura de Precisão, sistema de amortecimento, suspensão hidráulica ativa, além do acionamento Autoboom, que garante estabilidade vertical e ajuste automático de altura de barras. Todos esses recursos possibilitam
A Jan destacou a Semeadora de Precisão Especial Baldan SPE Top Line Flex
A colheitadeira BC8800 da Valtra foi apresentada pela primeira vez aos produtores gaúchos
que o produtor entre em campo em janelas cada vez mais curtas de aplicação.
BALDAN
A Baldan Implementos Agrícolas participou da Expointer 2014 com sua linha de implementos agrícolas. O destaque nesta edição foi a Semeadora de Precisão Especial Baldan SPE Top Line Flex. A semeadora é equipada com uma caixa de 62 velocidades Speed Box, depósito de adubo em polietileno, sulcadores do adubo com discos duplos descentrados de 15” ou facão com desarme e rearme automático. O implemento também possui sistema de rodado com pneu 14.9 x 28 x 6L.
VALTRA
A Valtra destacou na 37ª Expointer a colheitadeira BC8800, lançada como mais uma solução na linha de colheitadeiras axiais da Classe VIII. Uma das principais novidades desta colheitadeira é o sistema de limpeza de grãos de multiestágios. Isto porque o equipamento conta com um fluxo de ar direcionado, suportado por um ventilador que amplia a velocidade do ar e o direciona para uma saída acima da peneira de pré-limpeza, eliminando assim tudo o que
Um dos lançamentos da John Deere foi o trator JD 6205J com chassi integral
não for grão. Outro fator importante da nova colheitadeira é que o diâmetro do caracol de grãos limpos foi ampliado, incrementando em 60% o fluxo de grãos. Tudo para suportar a maior capacidade de processamento do novo rotor. A pré-limpeza por fluxo de ar superior acompanha toda a extensão do processador TriZone, prevenindo perdas provenientes do excesso de material ou da separação tardia dos grãos. A colheitadeira BC8800 é equipada com o sistema de resfriamento V-Flow, que previne obstruções nos radiadores e mantém o motor da máquina funcionando com máxima eficácia. O V-Flow foi desenvolvido para remover automaticamente palhas e resíduos da colheita, o que significa que o produtor não precisará mais perder tempo com as paradas de máquina para limpeza diária. Entre os diferenciais da BC8800 está o projeto em H do sistema de suporte dos côncavos, que permite que qualquer um dos 12 côncavos possa ser trocado por uma única pessoa e os diversos tipos podem ser combinados lado a lado ou da frente para trás. Este novo sistema conta com suspensão por molas, que oferece mais proteção à máquina contra sobrecargas
A Stara destacou o monitor com tela multitoque Topper 5500 VT
momentâneas ou entradas de elementos estranhos. A máquina é alimentada pelo motor AGCO Power de 9,8 litros e sete cilindros em linha. O Terminal C2100 com touchscreen é facilmente ajustado à altura e aos ângulos desejados através do suporte deslizante. O console, à direita, mantém todas as múltiplas funções da colheitadeira ao alcance dos dedos. E a alavanca multifunção giratória busca aumentar ainda mais o conforto operacional durante toda a jornada de trabalho. A nova BC8800 está preparada para absorver opcionais como a telemetria AGCOMmand (monitoramento de máquinas agrícolas a distância), monitor de produtividade Fieldstar II (sistema para mapeamento de produção) e piloto automático AutoGuide 3000. Outro destaque da Valtra, e ganhador do Prêmio Gerdau Destaques para Agricultura Familiar – Troféu Ouro, foi o trator Série A Fruteiro – A750F. Toda a linha Série A Fruteiro estava disponível aos produtores gaúchos na feira. A linha conta com quatro modelos: A650F (66cv), A750F (78cv), A850F (86cv) e A950 (95cv). Com plataforma totalmente plana e alavancas laterais, a série possui sistema hi-
O destaque da New Holland foi a colheitadeira CR6080, que foi Troféu Ouro na categoria Destaque do Prêmio Gerdau Melhores da Terra
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dráulico de fluxo constante de até 40 litros por minuto. Também equipada com quatro opções de transmissão totalmente sincronizadas e três opções de velocidades de TDP.
JOHN DEERE
Carreta Graneleira Upgrain Four in One foi destaque no estande da GTS do Brasil
O classificador de sementes CA 25 da Vence Tudo recebeu o Troféu Prata no Prêmio Gerdau Melhores da Terra categoria Novidade Expointer
A John Deere lançou na Expointer 2014 a colheitadeira da Série S versão arrozeira, presente nos modelos S540, S550 e S660, esse último com a disponibilidade da plataforma Draper, que possibilita melhor corte e alimentação da máquina. Entre os principais diferenciais da máquina estão o desempenho nas mais variadas condições de colheita e a versatilidade de poder colher outras culturas, como a soja, apenas com um simples ajuste. Ou seja, o agricultor que produz soja em rotação com arroz, também pode utilizar a Colheitadeira da Série S versão arrozeira. Para regular o equipamento com mais agilidade, os produtores contam com o Sistema de Ajuste Interativo (ICA). Já o DF3 – Sistema Ativo de Limpeza Série S, proporciona grãos mais limpos, isto ocorre porque o volume de material trilhado é mais alto e movimenta o conteúdo de maneira uniforme para a caixa de peneiras. Outra característica é o Sistema Isócronos de controle de potência, que possibilita a rotação reduzida do motor e, consequentemente, um menor consumo de combustível. A John Deere também apresentou na feira o trator 6205J, um equipamento de chassi integral que evita esforços de tração e torção no conjunto motor/transmissão. A localização dos filtros e pontos de inspeção também foi projetada ao alcance do operador, o que facilita a manutenção de rotina. O assento é equipado com suspensão a ar e o operador possui a opção de piloto automático, que possibilita menos desgaste e redução do consumo de insumos. A Série 5E de tratores, agora cabinados (5078E, 5085E e 5090E), foi um dos principais lançamentos na Expointer 2014. O agricultor também tem a possibilidade de utilizar o piloto automático e a antena StarFire.
STARA
A Jumil destacou sua nova Colhedora de Forragens JMCF 3000
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A Stara aproveitou a presença na Expointer 2014 para lançar o controlador Topper 5500 VT. O Topper é um monitor com tela multitoque que permite maior interatividade entre a
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máquina e o usuário. Todas as calibrações da máquina são feitas através de um assistente de configuração, que permite que o operador calibre e configure a máquina da forma desejada. As medidas das máquinas são configuradas e indicadas de forma ilustrativa em 3D. O monitor possui alto grau de vedação que protege contra os fatores extremos da atividade agrícola, como calor, água e poeira. O brilho da tela se ajusta conforme a luminosidade do ambiente. O Topper já vem equipado com modem GPRS para futuras funcionalidades e possui acesso ao SIM Card. O controlador possui suporte com ventosa tripla RAM Mount, de fácil adaptação à cabine. Também equipado com entrada USB, permitindo a fácil troca de arquivos e compatibilidade com até seis câmeras alternadas, podendo ser posicionadas de acordo com a necessidade da operação, facilitando a visualização do trabalho.
NEW HOLLAND
A New Holland foi a vencedora do Troféu Ouro na categoria Destaques do Prêmio Gerdau Melhores da Terra com a sua colheitadeira classe VI de duplo rotor CR6080. A colheitadeira possui um sistema de trilha e separação com rotores duplos, sistema de limpeza de grãos com peneiras autonivelantes, distribuidores de palha rotativos e dispositivos eletrônicos auxiliares. Com tanque graneleiro que suporta até nove mil litros, a máquina também pode ser adaptada a duas plataformas: a Superflex de 25 pés e a Draper de 30 pés. A New Holland também destacou a linha de tratores T6, composta por três modelos – T6.110 (112cv), T6.120 (123cv) e T6.130 (134cv). As máquinas contam com transmissão 16x8, com reversor hidráulico e Hi-LO – por meio de um dispositivo da cabine, cada marcha possui duas opções de velocidade – reduzida e avançada. Os modelos também são equipados com farol cateyes, para facilitar a visualização do trabalho. Com opções de plataforma e cabine, o peso dos tratores é de até 6.120kg, o que proporciona uma boa relação peso/potência. O produto ainda possui opção de bomba hidráulica de até 100 litros/minuto e retorno livre. Os modelos têm como opção sistema hidráulico de três válvulas remotas, possuem tomada de força de 540/1.000rpm com engate macio, terceiro ponto e barra de tração superdimensionados para qualquer implemento. Para completar, os tratores possibilitam o uso de rodados singles e dual, e agricultura de precisão. Outro lançamento da marca na feira foi o pulverizador SP2500 Premium. A nova turbina da máquina proporciona uma potência de 165cv e o novo filtro de ar contribui para diminuir o gasto com manutenção. O pulverizador possui sistema IntelliDivider, que garante
a tração de 75% em caso de perda de tração em uma das rodas. A máquina é equipada com tecnologia de agricultura de precisão – sistema LPM – e sistema de suspensão ativa e de pinças. A linha SP tem distribuição de 50x50, ou seja, tanque localizado no centro da máquina distribuindo o peso uniformemente. Também equipada com transmissão hidrostática, banco de instrutor, vão livre de 1,65m com pneus 320x90 x R42 e barra de 24m ou 27m.
GTS
A GTS do Brasil esteve presente em mais uma edição da Expointer, onde realizou o lançamento da Carreta Upgrain Four in One. O novo equipamento é capaz de atender quatro necessidades dos produtores rurais, que são a coleta de grãos comerciais, a coleta de sementes, o abastecimento com fertilizantes e o abastecimento com sementes. A UpGrain Four in One vem equipada com uma estrutura em aço carbono, tanto no tanque graneleiro (4,75mm), como no chassi monobloco em arquitetura de treliça com perfil I. Para garantir o transporte seguro de fertilizantes, a carreta possui pintura especial durável menos corrosiva, que não altera a composição do produto; e também projetada com equilíbrio direcionado, permitindo mobilidade extra.
VENCE TUDO
A Indústria de Implementos Agrícolas Vence Tudo Imp. e Ex. Ltda participou da 37ª edição da Expointer com sua linha de produtos. Nesta edição, o destaque foi o classificador de Sementes CA 25, que obteve o Prêmio Gerdau Melhores da Terra, na categoria Novidade Expointer – Agricultura Familiar – Troféu Prata. Através da combinação de peneiras, realiza a seleção nas culturas de soja, milho, trigo, feijão, arroz, aveia, sorgo, canola, girassol, pipoca, gergelim, grão de bico, alfafa, entre outras.
JUMIL
A Jumil participou da Expointer 2014 e entre os destaques esteve a nova Colhedora de Forragens JMCF 3000. Desenvolvida para silagem em lavoura de milho, sorgo ou gramíneas, a JMCF 3000 possui como característica o tamanho de corte, que varia de 5mm a 55mm, bica de saída acionada pelo sistema hidráulico da colhedora com ângulo giratório de 240°, rotor picador centrífugo com 40 facas autoafiantes e rolos alimentadores.
TRAMONTINI
A Tramontini Tratores levou para a 37ª edição da Expointer o seu portfólio de máquinas, dando destaque para o lançamento nacional do trator Tramontini 1680. Integrante da família de máquinas da Série Brasil, o 1680 tem motor de quatro cilindros e 80cv de potência,
direção hidrostática, super-reduzida (opcional), embreagem disco duplo independente, TDP – 540rpm – 1.000rpm, 3° ponto categoria 2 com levante de 3.200kg. Outro modelo presente no estande da Tramontini foi o trator 1640, com motor de 40cv de potência. No segmento de microtratores, a empresa apresentou o modelo GN18 com rodado duplo e na linha industrial o gerador GT 25, de 25kva.
GEO AGRI
A GeoAgri Tecnologia Agrícola levou para a Expointer 2014 seus produtos voltados para a agricultura de precisão. Um dos destaques foi o controlador de seção do plantio TruCount. A sua operação evita o desperdício de sementes e aumenta a produtividade da cultura por eliminação do plantio duplo. Pode ser usado com monitores CFX-750 e FmX para interface com usuário. O TruCount Pneumático controla até 48 seções e o TruCount Elétrico realiza o controle de até quatro seções. Outra solução mostrada no estande da GeoAgri é o uso dos motores Rawson, que permitem um controle preciso de população de grãos. A distribuição é realizada pelo sinal do GPS - e não pelo controle de corrente na roda da plantadeira -, não há variação na população com a pressão dos pneus e condição do terreno. A solução se completa com o uso do piloto automático Trimble com sinal corrigido RTK/RTX, garantindo precisão no alinhamento e garantindo paralelismo na operação.
Destaque da Tramontini foi o lançamento nacional da empresa, o trator 1680 da Tramontini
Um dos destaques no estande da GeoAgri foi o monitor CFX-75
SKYDRONES
A empresa Skydrones, em parceria com a agência Escala Agro, trouxe para a Expointer veículos aéreos não tripulados (Vants) voltados para utilização agrícola. Entre os modelos expostos esteve o Spyder, bastante empregado por indústrias químicas no monitoramento e mapeamento de experimentos. Outro destaque foi o Zangão, uma plataforma aérea que permite transportar diferentes sistemas de captura de imagens. Monitoramento ambiental, inspeção de redes de transmissão e mapeamento de áreas agrícolas estão entre as aplicações possíveis com este tipo de tecnologia.
MARINI
A Metalúrgica Marini esteve
O drone Spyder, utilizado para monitoramentos e mapeamento foi o destaque da Empresa Skydrones na Expointer
Setembro 2014 • www.revistacultivar.com.br
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A Agritech destacou o trator 1175-4 Super Estreito, ideal para aplicação em café e fruticultura
presente em mais uma edição da Expointer. Durante a feira a empresa lançou o Kit Rodado Triplo Marini, utilizado para tratores acima de 300cv. Entre os benefícios deste kit está o aumento da tração para puxar plantadeiras acima de até 60 linhas, menor compactação do solo, economia de combustível e diminuição de desgastes de pneus.
AGRITECH
A Agritech Lavrale – Divisão Yanmar, esteve presente em mais uma edição da Expointer com sua linha de produtos voltada para a agricultura familiar. No segmento de tratores, o destaque foi o modelo 1175-4, Super Estreito cabinado, que possui o menor raio de giro da série, o que possibilita agilidade nas operações que necessitam de manobras em espaços reduzidos, menor consumo de combustível e melhor aproveitamento de desempenho do trator, utilizado especialmente em fruticultura, citricultura e cafeicultura.
AGRIMEC
A Implementos Agrícolas Agrimec levou para a Expointer 2014 suas soluções em tecnologia. Um dos destaques apresentados foi a carreta graneleira multiuso modelo Granbox
Rodado triplo lançado durante a Expointer foi o destaque da empresa Marini
Flex, que pode ser utilizada tanto no período do plantio, no abastecimento das plantadeiras com adubo e sementes, quanto na colheita, acompanhando as colheitadeiras no recolhimento dos grãos. A carreta é fabricada com fundo e cano em aço inox, tubo telescópico, helicoides com têmpera, registro e dobra do tubo hidráulico. Seus componentes em inox não permitem que ocorra oxidação do tubo e do fundo da carreta.
KUHN
A Kuhn do Brasil S/A foi premiada, durante a Expointer 2014, com o Troféu Ouro – Categoria Destaques em Agricultura Familiar do Prêmio Gerdau Melhores da Terra pela sua Plantadora Mecânica PDM PG900. O equipamento é utilizado para aplicação de fertilizantes e sementes pelo método de distribuição a lanço. Configurada com chassi monobloco, cabeçalho basculante, reservatórios de semente em polietileno, reservatórios de adubo em fibra de vidro, transmissão com recâmbio de engrenagens, rodados articulados, linhas de plantio pantográficas, distribuição de sementes por discos alveolados, distribuição de adubo por rosca sem-fim, sulcador da semente com discos duplos defasados, limitadores e compactadores
Plantadora Mecânica PDM PG900 rendeu à Kuhn o Troféu Ouro na categoria Destaques em Agricultura Familiar do Prêmio Gerdau Melhores da Terra
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Setembro 2014 • www.revistacultivar.com.br
Granbox Flex da Agrimec destaca-se pela flexibilidade da sua utilização
em “V” e sistema hidráulico com cilindro de dupla ação. A máquina atende um segmento de mercado de agricultores que já utilizam o sistema de plantio direto para semeadura de culturas e que necessitam de precisão na distribuição de sementes, como milho, feijão e soja.
JACTO
A Jacto aproveitou a presença na Expointer 2014 para destacar o pulverizador automotriz Uniport 3030, o mais novo equipamento da Família Uniport. A máquina é equipada com transmissão hidrostática inteligente e governada eletronicamente, garantindo o mesmo torque em cada roda. Também possui controle de abertura e fechamento automático bico a bico, proporciona a economia do defensivo e reduz o impacto ambiental. A plataforma JPS – Jacto Precise Solutions – do Uniport 3030 apresenta três grandes sistemas desenvolvidos e integrados para uma pulverização mais eficiente: o JQS – Jacto Quality Spray (sistema de pulverização), o JVS – Jacto SmartVehicle (sistema veicular) e Otmis (sistema de navegação de serviços). O pulverizador também é equipado com controle eletrônico de vazão, calibração automática, estabilização ativa da barra e motor eletrônico.
Uniport 3030 da Jacto, destaque da empresa na Expointer, vem equipado com plataforma de agricultura de precisão