Do editor Edição Número 15 - Ano II Novembro/Dezembro 2002 ISSN - 1676-0158 EMPRESA JORNALÍSTICA CERES CGCMF : 02783227/0001-86 Insc. Est. 093/0309480 Rua Sete de Setembro 160 7º andar Pelotas RS 96015 300 E-mail: cultivar@cultivar.inf.br Site: www.cultivar.inf.br Assinatura anual (06 edições): R$ 38,00 DIRETOR Newton Peter
Quando adquirimos algo, sempre procuramos escolher a opção que satisfaça da melhor maneira as nossas necessidades. Na hora de comprar uma máquina agrícola, um implemento ou um acessório esse é o melhor procedimento, observando a tarefa para a qual se destina. É exatamente isso que procuramos abordar nesta edição, tentando esclarecer algumas dúvidas sobre escolha de pneus para cada tipo de trator nas diversas situações de trabalho. E indicamos também como proceder na compra de uma colhedora usada. Na última edição abordamos a inspeção periódica de pulverizadores aqui no Brasil. Agora voltamos ao tema falando sobre inspeção na Espanha e veremos que os resultados são bem diferentes. Nesta edição publicamos também o último dos quatro cadernos sobre colhedoras de grãos. Nestes quatro fascículos abordamos os modelos existentes no mercado brasileiro, as perdas e regulagens, chegando ao que há de mais moderno trabalhando nas nossas lavouras.
EDITOR GERAL S.K.Peter EDITOR ASSISTENTE Charles Ricardo Echer CONSULTOR TÉCNICO Dr. Arno Dallmeyer
Por fim, nosso consultor técnico expõe o que ele pensa sobre o novo Presidente e o mundo agrícola.
REDAÇÃO Pablo Rodrigues Gilvan Dutra Quevedo DESIGN GRÁFICO Fabiane Rittmann
Índice
MARKETING Otávio Pereira DIAGRAMAÇÃO Fabiane Rittmann Christian Pablo C. Antunes
Nossa Capa Foto Fabiano Dallmeyer
Rodando por aí
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CIRCULAÇÃO Edson Luiz Krause Jociane Bitencourt
Tudo sobre gasolina
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SECRETÁRIA GERAL Simone Lopes
Uso de GLP na agricultura
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Pneus para tratores
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Suplemento de tecnologia
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Inspeção de pulverizadores na Espanha
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PROMOÇÕES Marilanda Holz ILUSTRAÇÃO Rafael Sica
Bicos de pulverizadores
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REVISÃO Carolina Fassbender
Arar ou compactar?
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EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Index Produções Gráficas
Como comprar uma colhedora usada
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Emissão de CO2
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Opinião
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FOTOLITOS E IMPRESSÃO Kunde Indústrias Gráficas Ltda. NOSSOS TELEFONES:
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GERAL / ASSINATURAS: 3028.4008 / 272.2128 ATENDIMENTO AO ASSINANTE: 3028.4006 REDAÇÃO : 3028.4001 / 3028.4002 / 3028.4003 MARKETING: 3028.4004 / 3028.4005 EDITORAÇÃO: 3028.4007 PROMOÇÕES: 3025.4254 FAX: 3028.4001 / 272.1966
Por falta de espaço não publicamos as referências bibliográficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados podem solicitá-las à redação pelo e-mail: cultivar@cultivar.inf.br Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.
Destaques Tipos de gasolina
Conhecer a gasolina é o primeiro passo para a máquina ter bom desempenho ....................................................
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Pneu certo
Caderno especial Avanços tecnológicos em colhedoras de grãos são enfocados por José Fernando Schlosser
Os pneus devem ser escolhidos de acordo com o tipo de trabalho a ser executado ...................................................
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Bicos de pulverizadores
Apesar de ser um acessório pequeno, o bico é fundamental para garantir a aplicação ...................................................
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Colhedoras usadas
Saiba o que levar em consideração na hora de comprar uma colhedora ...................................................
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Rodando por aí
Visita A AGCO do Brasil recebeu na fábrica de Canoas 25 representantes da área de marketing e vendas da filial da Inglaterra e 48 distribuidores Massey Ferguson de 28 países da África e Oriente Médio nos dias 9, 10 e 11 de outubro. O objetivo da visita foi o de apresentar
Agrale 4230SV
A Agrale lançou o novo trator 4230SV (Special Version) destinado a pequenas e médias propriedades rurais, especialmente para o cultivo de hortifrutigranjeiros. O modelo tem motor a diesel Agrale M790 de 30 cv, transmissão com novo escalonamento de marchas e melhor aproveitamento de potência, que proporciona maior versatilidade e economia.
Recorde
A AGCO bateu seu próprio recorde em vendas no mês de setembro. Colocou no mercado 1.404 tratores, volume que se aproxima do recorde histórico da empresa, em março de 1995. Desde janeiro deste ano, a empresa acumulou 8.256 tratores vendidos, o que representa uma evolução de 15,3% em relação a igual período em 2001, chegando a marca de 32,7% de participação no mercado interno. A empresa se destaca também em exportação. Sete em cada dez tratores que deixam os portos brasileiros em direção a outros países são Massey Ferguson, comenta o superintendente da AGCO para a América do Sul e Central, Normélio Ravanello.
Seminário - Conservação de Grãos
Promosafra
A New Holland iniciou a edição de 2002/03 da sua tradicional promoção de peças para colhedoras, a Promosafra. A promoção abrange 287 itens em oferta nos 167 pontos de venda da empresa, com descontos de 7% a 60%. Os descontos vão até fevereiro do próximo ano. A promoção começa com bastante antecedência para que todo produtor tenha sua máquina em perfeitas condições na hora da colheita , afirma Francisco Sales Gomes, Diretor de Pós-Vendas da New Holland.
Adriano Mallet (dir.)
Novo e-mail
A Aenda Associação das Empresas Nacionais de Defensivos Agrícolas está com novo endereço eletrônico: aenda@uol.com.br.
A Kepler Weber realiza seminário sobre conservação de grãos nos dias 21 e 22 de novembro em Rio Verde, Goiás. O objetivo do evento é aprofundar e divulgar conhecimentos para aumentar a produtividade e a qualidade de processo dos grãos na armazenagem. A programação prevê palestras sobre técnicas de secagem, preservação da identidade dos grãos na armazenagem, qualidade do alimento nas
Máquinas
cadeias agroindustriais e conservação de grãos. Nos dias 07 e 08 de novembro, a Kepler realizou o mesmo seminário em Londrina, PR. Informações e inscrições pelo telefone 0800-512104. Segundo Adriano Mallet, do departamento de marketing, a Kepler pretende realizar mais seminários nos próximos anos em locais diferentes, com o objetivo de atingir o maior número possível de pessoas.
Goodyear
A Goodyear do Brasil foi escolhida como uma das melhores empresas do Brasil para se trabalhar. É o sexto ano consecutivo que ela recebe este reconhecimento. O Diretor presidente da Goodyear, Eduardo Fortunato, diz que o mérito é dos próprios funcionários da empresa. Sempre apostamos no nosso maior capital, que é o humano. Para nós, relacionamentos produtivos não se fazem com máquinas ou tecnologias, mas por pessoas , garante.
Chave de ouro
A John Deere fez a entrega simbólica do trator número 20 mil fabricado no Brasil, em uma comemoração que reuniu diretores, funcionários e o cliente Carlos Schlatter, do Grupo Schlatter, que levou o trator e recebeu as chaves de ouro. O Diretor de Marketing e Suporte ao Produto da John Deere, Paulo Herrmann, classificou o marco como bem sucedido. É o resultado de um trabalho de funcionários que todos os dias procuram dar o melhor de si .
Uma parceria entre as empresas francesas GTM Aterro, Thales Navigation (grupo Thales) e Rabau, foi responsável pelo desenvolvimento do MGS Construction (Machine Guidance System), um sistema capaz de pilotar, ao mesmo tempo, todas as máquinas de um
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a unidade onde, a partir de janeiro do próximo ano, se transformará em um dos principais centros mundiais de produção do grupo, com a transferência de parte da unidade da Inglaterra e a produção de unidades das séries 200 e 4200 para exportação.
Por satélite
canteiro de obras em qualquer condição meteorológica e com uma precisão nunca antes alcançada. A pilotagem precisa o direcionamento e recebe comando por satélite com base nas medições fornecidas pelo GPS de precisão altimétrica subcentimétrica. O controle de direção de
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máquinas para obras públicas através de GPS é resultado de um salto tecnológico e opera com softwares que automatizam todo o processo. Três módulos são responsáveis pelo processamento das informações. O primeiro módulo, o Project, colhe o projeto a ser realizado. O segundo,
Walker, acompanha o avanço das obras pelas geômetras, e o terceiro, Driver, dirige o comando das máquinas. A nova aplicação do GPS Aterro e Thales Navigation permite equipar vários tipos de máquinas como as rotoniveladoras, niveladoras, compressoras e pulverizadoras.
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ABIMCI
Um grupo de 23 empresas do setor de madeira que trabalham com produtos de maior valor agregado, como blocks, blanks, molduras EGP e outros, acaba de se unir e formar o Comitê de PMCA (Produtos de Maior Valor Agregado), com o objetivo de discutir as tendências e desafios do mercado. A coordenação dos trabalhos desse comitê fica a cargo do vice-presidente de Assuntos Internacionais da ABIMCI (Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente), Isac Chami Zugman.
Reconhecimento
Direção
Fábio Bejzman Piltcher, da AGCO, assumiu o cargo de Diretor de Pós-Vendas e Distribuição de Peças para a América do Sul. Fábio iniciou na empresa em 1992 e ultimamente respondia pela gerência geral da área de pós-vendas e distribuição de peças.
Colhedoras de cana
Fábio Piltcher
Semeato em Expansão
A Semeato S.A., indústria líder no mercado de semeadeiras, inaugurou em Passo Fundo, RS, sua nova unidade de produção. A expansão deve-se ao fato do aumento na comercialização dos produtos da empresa. Segundo o gerente de desenvolvimento de mercado e produto, Eduardo Copetti, este crescimento é fruto da boa remuneração que os produtores vêm obtendo com suas safras. Melhora a remuneração, aumenta o investimento em máquinas mais modernas , diz ele. O parque de máquinas nacional está bastante defasado tecnologicamente uma vez que os diversos planos econômicos descapitalizaram os produtores. Com essa demanda reprimida, e com nosso atendimento personalizado de cada cultura e região, teremos condições de aumentar ainda mais as vendas, completa Copetti.
Algodão
Cláudio Hessel (esq.)
A pesquisa Top of Mind, feita pelo Instituto Bonilha para a revista Amanhã, indicou a Massey Ferguson como a marca de máquinas agrícolas mais conhecida pelos produtores e consumidores paranaenses. A AGCO recebeu, também,? o troféu Top Ser Humano 2002, conferido pela seccional gaúcha da Associação Brasileiras de Recursos Humanos (ABRHM-RS). A AGCO colhe hoje os resultados de um plano de desenvolvimento estratégico rigorosamente estudado, com o envolvimento de todas as áreas organizacionais , comentou o superintendente da AGCO do Brasil.
A John Deere Brasil S.A. assumiu a administração da Cameco do Brasil Ltda, unidade que produz colhedoras de cana-de-açúcar em Catalão (GO). Com essa mudança, a Cameco passa a se chamar John Deere Brasil S.A. Para Paulo Herrmann, diretor de Marketing e Suporte ao Produto, com essa integração, a John Deere dá mais um passo no processo de consolidação de suas operações na América Latina.
A Algonorte Indústria Comércio e Representações Ltda em parceria com a Escola de Beneficiamento de Algodão do Senai, de Rondonópolis, MT, criaram a Plataforma de colheita mecanizada de algodão, como forma de obter menor custo de produção sem desprezar a resistência mecânica e qualidade. A plataforma é ideal para algodão adensado e com pouca altura de, no máximo, 75cm. O sistema de colheita é formado por pente e molinete e tem um limpador HL acoplado. O projeto teve o financiamento da Facual e o apoio do engenheiro agrícola do Senai, Cláudio Hessel.
Isomar Martinichen
Vendas
A Case IH registrou um aumento superior a 200% nas vendas de colheitadeiras neste ano. De janeiro a setembro, a empresa vendeu 169 máquinas contra 56 no mesmo período no ano anterior. Para Isomar Martinichen, diretor nacional de Vendas da Case IH, além dos grandes produtores, os pequenos e médios também já estão se conscientizando de que vale a pena investir em produtos de tecnologia de ponta, o que proporciona economia em peças e mão-de-obra e aumenta a lucratividade .
World Ag Expo
A Agritours Brasil está promovendo excursão para a maior feira aberta de equipamentos agrícolas do mundo. É a versão 2003 da World Ag Expo, de Tulare, localizada no Central Valley da Califórnia, região onde ocorrem as mais altas tecnologias agrícolas do mundo. O programa prevê saída do Brasil no dia 8 de fevereiro e retorno no dia 16. Nos oito dias de viagem, a comitiva passará três noites em Fresno, duas em San Francisco e uma em Sacramento. O roteiro também prevê visita ao maior confinamento de gado da Califórnia, visita ao Napa Valley, região produtora dos melhores vinhos californianos, visita à propriedades modelos. Reservas e maiores informações pelo telefone (11)5062-3181/ 9545-2004 ou pelo e-mail frank@agritoursbrasil.com.br.
CARTAS Acreditamos que revistas como esta podem contribuir para o crescente aprimoramento do Ensino, Pesquisa e Extensão desta Universidade . Carlos Cavalcanti de Albuquerque Jr. Universidade Católica de Goiás
Julgamos fundamental que o público em geral, órgãos oficiais que tratam das políticas agrícolas sejam conscientizados sobre a verdadeira importância dos pequenos produtores. Para isso é necessário que os próprios profissionais de comunicação exerçam um papel de liderança neste sentido. Parabenizamos a iniciativa da Revista Cultivar Máquinas em dar enfoque à questão. Lamentamos no entanto que esse assunto não seja discutido com atenção devida por mais veículos de comunicação especializados em agricultura .
Gostaria de parabenizar pelo artigo Mecanização E os pequenos? e dizer que nós já nos habilitamos , ou seja, nossa linha de produtos é voltada a pequena propriedade, possibilitando ao pequeno produtor ter um equipamento com a mesma tecnologia do grande, mas para a sua realidade. Abraços .
Diretoria Vendas e Marketing Agrale S.A.
Susana Thonnigs Max - Irmãos Thonnigs Ltda - Carazinho RS.
Chamou-me muita atenção o artigo do professor Kleber Lanças, da UNESP, sobre mobilizar o solo sem muita agressão através da escarificação e subsolagem. Também gostaríamos que fosse analisado o chamado plantio direto com preparo mínimo do solo, quando se faz todas as operações em uma passagem . Seno Dreyer Amazone do Brasil - S. Dreyer & Cia. Ltda. Lajeado - RS
Combustíveis gasolina
Tudo sobre gasolina M
uito se tem visto na mídia impressa e televisiva sobre adulteração de combustíveis, principalmente da gasolina automotiva. Após o governo Collor houve uma maior liberação do setor de distribuição de combustíveis visando a adoção de um mercado menos regulamentado no setor. Porém, como em qualquer área da economia existem aqueles que, não tendo como competir de forma honesta, procuram auferir grandes lucros, adulterando combustíveis ou praticando sonegação fiscal. A Agência Nacional do Petróleo ANP tem efetuado grandes esforços para coibir estas práticas desonestas. No entanto, face
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Máquinas
à grande extensão do território nacional, à grande quantidade de postos revendedores de combustíveis, à imensa fronteira com outros países da América do Sul e à complexidade de nosso sistema judicial que através de liminares mantém em operação distribuidoras de combustíveis autuadas por irregularidades fiscais e de qualidade, a ANP não tem conseguido coibir todas as práticas fraudulentas que ocorrem no país. Face ao exposto, o consumidor, que em última instância é o grande prejudicado, deve ficar bastante alerta. Nem sempre é possível detectar a tempo a utilização de gasolina automotiva adulterada. Mas, algumas medidas
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Conhecer o tipo de gasolina que entra no tanque do seu carro pode ser o primeiro passo para ter um bom desempenho na estrada
preventivas podem ser tomadas. Antes de falarmos sobre estas medidas vamos entender algo sobre a gasolina automotiva.
O QUE É GASOLINA A gasolina é um derivado do petróleo formado por uma mistura complexa de mais de 400 hidrocarbonetos provenientes de processo de refino. Suas especificações são regulamentadas pela ANP. Portanto, cabe esclarecer um ponto importante: quem estabelece as especificações da gasolina automotiva é o governo federal através da Agência Nacional do Petróleo ANP. A Petrobrás produz a gaNovembro / Dezembro 2002
A gasolina é um derivado do petróleo formado por uma mistura complexa de mais de 400 hidrocarbonetos provenientes de processo de refino
solina automotiva cumprindo estas especificações. A portaria que especifica a gasolina automotiva é a ANP nº 309, de 27/12/2001. Nesta portaria são definidas as especificações das gasolinas comum e premium. Maiores detalhes podem ser consultados no site www.anp.gov.br.
OCTANAGEM DA GASOLINA
A ANP autoriza para utilização quatro tipos de gasolina
Fotos Fabiano Dallmeyer
etílico anidro (que é adicionado à gasolina tipo A) não é o mesmo que se utiliza para veículos movidos a álcool. Este é o álcool etílico hidratado. A ANP autoriza para utilização ao consumidor final para uso automotivo, em território brasileiro, quatro tipos de gasolina:
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É a gasolina comum que se encontra disponível no mercado sendo comercializada nos postos revendedores e utilizada em automóveis, motos, embarcações náuticas etc. Esta gasolina é preparada pelas companhias distribuidoras que adicionam álcool etílico anidro à gasolina tipo A. A porcentagem de álcool anidro especificado, atualmente, para ser adicionado à gasolina tipo A deve ser de 25 %, podendo haver variação entre 24% e 26% em volume. Tem cor amarela.
GASOLINA TIPO C- PREMIUM
É uma gasolina que apresenta uma formulação especial. Tem maior octanagem e, portanto, maior resistência à detonação que a gasolina comum. Também contém álcool etílico anidro em sua composição na proporção de 25% (admite-se tolerância de 1% para mais ou para menos). Foi desenvolvida pela Petrobrás para atender os veículos nacionais e importados com altas taxas de compressão e alto desempenho que tenham a recomendação do fabricante de utilizar um combustível com elevada resistência à detonação. É, também, menos poluente que a gasolina comum.
TIPOS DE GASOLINA E QUAL USAR
Gostaríamos, antes de tudo, definir o que é gasolina tipo A: é a gasolina produzida pelas refinarias de petróleo e entregue diretamente às companhias distribuidoras. Não possui álcool etílico anidro em sua composição. O álcool etílico anidro é adicionado nas bases das distribuidoras. Esta gasolina não é, portanto, comercializada diretamente ao consumidor final. Cabe esclarecer, também, que o álcool
GASOLINA TIPO C
GASOLINA ADITIVADA
Alguns postos dispõem de testes sobre a qualidade do produto www.cultivar.inf.br
A gasolina aditivada é uma gasolina tipo A onde é adicionado um pacote de aditivos multi-funcional que tem como principal vantagem as características detergentes-dispersantes. Com isto, minimiza-se a formação de Máquinas
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Para cada projeto de motor, tem-se o momento ideal para a ocorrência do centelhamento da vela de ignição. Logo após o centelhamento, ocorre a formação de uma frente de chama que se propaga através da câmara de combustão, queimando o combustível e provocando um substancial aumento de pressão e temperatura. Estes aumentos de pressão e temperatura devem ser absorvidos pela gasolina sem entrar em auto-ignição. Se a gasolina não corresponder a essa exigência, ela se inflamará espontaneamente, criando uma nova frente de chama que se propagará e se chocará com a frente de chama inicialmente gerada pela vela de ignição. Este choque gera um ruído semelhante ao de peças metálicas que se chocam, e é erroneamente denominado batida de pino. A denominação correta do fenômeno é detonação. Este fenômeno, além de aumentar o ruído produzido pelo veículo, pode vir a causar sérios danos aos motores como desgaste, por erosão, do pistão, cabeçote e eletrodo das velas; avaria nos mancais etc. Além disto, o motor terá a sua potência prejudicada enquanto aumenta o consumo de combustível. Isto ocorre porque parte da energia liberada pela gasolina deixa de ser aproveitada para geração de força no motor e se perde como ondas de choque descontroladas. A avaliação da octanagem da gasolina é de suma importância para se garantir que o produto atenda às exigências dos motores e não entre em ignição antes do tempo. Esta avaliação é feita nos laboratórios da Petrobrás. Há dois métodos para se medir a octanagem de uma gasolina: o MON (motor octane number) e o RON (research octane number). No Brasil, utiliza-se o IAD (índice antidetonante ) que é média aritmética do MON e do RON - (MON + RON)/2.
... depósitos nos carburadores e nos bicos inje-
anidro adicionado na proporção citada anteriormente.
GASOLINA PODIUM
Como o consumidor pode se prevenir de fraudes? Sem equipamento próprio nem sempre é possível ter certeza se determinada gasolina está dentro dos padrões estabelecidos pela ANP. A fraude tem atingido grande nível de sofisticação. A presença de compostos danosos ao motor nem sempre pode ser evidenciada por análise visual. Porém, alguns cuidados básicos podem ser tomados. 1- Uma fraude comum é se adicionar álcool etílico anidro em quantidade superior ao especificado (atualmente 25% em volume.
Fabiano Dallmeyer
Aproveitando-se de sua experiência como fornecedora de gasolina para a equipe Williams de Fórmula 1, a Petrobrás lançou, recentemente, no mercado nacional a gasolina Podium. Trata-se de uma gasolina com octanagem mais elevada que as gasolinas comum, premium e aditivada. Além de aumentar o rendimento, ela ajuda a diminuir a formação de resíduos nos cilindros e é mais estável. Esta última característica retarda o envelhecimento do combustível e evita a formação de borras no tanque, responsável pelo entupimento de bicos injetores e tubulações. É, também, um combustível mais limpo. Seu teor de enxofre é 97% menor que o das gasolinas comum, aditivada e premium e, com isto, a
empresa se antecipa às exigências de controle da poluição que só em 2005 vão estar em vigor na Europa e nos Estados Unidos. Por enquanto, a gasolina podium está sendo comercializada, somente, nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro mas a sua comercialização deverá ser estendida a todo o país.
O ideal é adotar um posto de confiança e não ficar trocando, em busca de promoções milagrosas
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Máquinas
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tores, bem como no coletor de admissão e nas hastes das válvulas de admissão. Isto reduz o intervalo de limpeza dos bicos injetores e carburadores além de maior segurança como, por exemplo, reduzir a probabilidade de falha em uma ultrapassagem, o que poderia provocar um acidente. A figura mostra um teste feito pela Petrobrás em bicos injetores que utilizavam gasolina comum e gasolina aditivada. Percebe-se que o bico injetor que utilizava gasolina aditivada, para um mesmo período de teste, apresentou uma nebulização e, portanto, uma combustão muito melhor. Esta gasolina deve ter um corante para se diferenciar da gasolina tipo C (comum). A da Petrobrás, denominada BR-Supra, apresenta cor verde. Um ponto deve ser ressaltado para que a gasolina aditivada tenha eficiência: deve ser usada continuamente. De pouca valia é utilizá-la de forma descontinuada visto que os depósitos removidos voltarão ao deixarmos de usá-la. Sua atuação é de caráter, primariamente, preventivo. Recomenda-se, no entanto, se ela nunca foi usada no veículo, nas três primeiras trocas posteriores ao início de seu uso reduzir os intervalos de troca do filtro de combustível à metade visto que o aditivo detergente-dispersante pode efetuar uma remoção de depósitos do sistema de injeção e de alimentação do combustível, o que poderia provocar um entupimento prematuro dos filtro de combustível. Após isto, pode-se voltar ao intervalo de troca do filtro de combustível recomendado pelo fabricante. Esta gasolina, também, tem álcool etílico
A avaliação da octanagem da gasolina é importante para garantir que o produto atenda às exigências dos motores e não entre em ignição antes do tempo
Admite-se uma tolerânica de 1 % para posta no posto de serviço Petrobrás através de mais ou para menos). Como o álcool é banners, fornecidos pela Petrobrás. Só podem participar deste programa aquemais barato que a gasolina alguns postos desonestos têm efetuado esta prática. O les clientes que adquirirem, com exclusividade, teste de determinação do teor alcoólico é combustíveis Petrobrás. Terão de satisfazer, tamum teste simples que o posto revendedor bém, vários requisitos, tais como: ter bomba e registros de drenagem (para tem obrigação, se solicitado, de efetuar evitar o acúmulo de água nos tanques); na frente do usuário. ter os equipamentos de controle de qualiConsiste em se colocar em uma proveta graduada de 100 ml, 50 ml de gasolina e dade de combustível disponível no posto e fazer adicionar água até completar o volume exa- testes regularmente e quando solicitado pelos clientes; to de 100 ml. fazer manutenção Faça 5 a 10 inversões dos filtros de combustível sucessivas da proveta seregularmente; gurando bem a tampa de aceitar auditoria revidro para evitar derramagular de qualidade nos mento da mistura. combustíveis, feita por técDeposite a proveta em nico da Petrobrás; local plano e deixe-a em re ter frentistas treinapouso por alguns minutos dos pela Petrobrás para faaté que ocorra a separação zer os testes de qualidade nítida de duas camadas. A quando da chegada do caágua arrasta o álcool etíliminhão-tanque carregado co anidro formando uma de combustível no posto. camada inferior de cor leiAo total são 10 itens tosa. Na camada superior que devem ser satisfeitos fica apenas a gasolina pura para que o posto de serviço (sem álcool etílico anidro). seja certificado no prograO teor alcoólico percentuma de olho no combustíal será, então, o aumento vel . Cabe ressaltar que não do volume da camada satisfazendo qualquer dos aquosa multiplicado por 2. Por exemplo: se o aumento da camada aquo- 10 itens o posto de serviço perde automaticasa for de 13 ml o teor alcoólico percentual mente a certificação, só podendo recuperá-la após corrigir a não-conformidade. será 13 x 2 = 26%. Gostaríamos, para encerrar este artigo, de Se o teor alcoólico estiver na faixa de 24% a 26% (especificação atual e sujeita a lembrar aos usuários de gasolina um velho promudanças ) o produto satisfará esta espe- vérbio popular: Quando a esmola é muita o santo desconfia . O preço da gasolina, ainda, é tabecificação. Se o teor alcoólico estiver acima de 26%, lado nas refinarias da Petrobrás e, desta forma, não há margem para poderá ter ocorrido diferenças acentuadas um dos seguintes caCOMPARAÇÃO DAS GASOLINAS BRASILEIRAS de preço. Desconfie sos: comum aditivadas premium podium das promoções mila adição indevi- gasolina 87 91 95 grosas . Abasteça em da de álcool etílico hi- Octanagem (iad) 87 1000 1000 1000 30 postos de serviço de dratado (álcool ven- Enxofre (ppm) Cor amarela verde amarela incolor sua absoluta confiandido em postos de ça e, obtendo bom deserviço para utilizasempenho com o combustível deste(s) ção em veículos movidos a álcool); adição excessiva de álcool etílico ani- estabelecimento(s), torne-se um consumidor regular dele. Não fique mudando a toda hora dro; contaminação por restos de álcool pre- em busca de promoções ocasionais. O maior custo é o do reparo no veículo e não o de tê-lo sente no tanque de transporte. A Petrobrás, através da sua subsidiária disponível. A Petrobrás Distribuidora S.A., subsidiária Petrobrás distribuidora s.a. BR, com o intento de assegurar ao consumidor brasileiro da Petrobrás- Petróleo Brasileiro S.A., coloca à combustível de qualidade, desenvolveu o pro- sua disposição vasta rede de postos certificados grama de olho no combustível . Trata-se de pelo programa de De olho no combustível além um programa de adesão voluntária onde pos- de equipe de engenheiros e técnicos em todo o tos de serviço de bandeira Petrobrás, compo- território nacional para dirimir quaisquer dúvi.M nentes do programa, devem satisfazer uma das sobre gasolina. rigorosa relação de 10 exigências, após o que este posto de serviço ganha o certificado de Marcos Thadeu G. Lobo, olho no combustível . Esta certificação é ex- Petrobrás Distribuidora Novembro / Dezembro 2002
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Máquinas
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Tecnologia GLP
Fogo nas invasoras A
agricultura brasileira tem gás? A pergunta pode ser respondida de várias maneiras, técnica e filosoficamente. Porém pairam dúvidas de quanto e até quando a crise econômica mundial, o efeito Argentina em nosso agribusiness e a nova lei agrícola norte-americana irão diminuir a energia competitiva da agricultura brasileira. Essas são questões que serão respondidas, quando as ins-
tituições constituídas para tal equalizarem de forma global nossa política agrícola nacional. Nossa contribuição é tecnológica. É oferecer alternativas para competir em mercados agrícolas diferenciados, proporcionando ao agronegócio brasileiro um algo a mais como diferencial necessário para remunerar melhor nosso processo de produção agrícola. Filosoficamente, pode-se garantir que a agri-
O uso do equipamento elimina o risco de intoxicação e contaminação ambiental
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Máquinas
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cultura brasileira tem muito gás, alias gás de sobra, e faz tempo. Apesar de todos os desarranjos micro e macro econômicos, em âmbitos nacional, regional e internacional, o agronegócio brasileiro tem energia suficiente para representar, via de regra, a ordem de grandeza de 40% do nosso PIB. Tecnologicamente, estamos desenvolvendo uma opção de aplicação de gás na agricultura, proporcionando aos produtores agrícolas uma tecnologia limpa para tratamento fitossanitário em algumas operações necessárias para controle de ervas daninhas, pragas e doenças, que deverá contribuir para a produção agropecuária de produtos ecologicamente desejáveis, tanto à sua qualidade alimentar, quanto aos benefícios relativos ao meio ambiente. A aplicação do gás liquefeito (GLP) na agricultura não é novidade, porém não tem sido substancialmente utilizada. Suas principais aplicações se verificam na secagem de grãos e na ambiência zootécnica. No entanto a mecanização agrícola passa a ser um foco importante dessa aplicação, não visando o combustível para motores de combustão interna, mas sim como a viabilização de procedimentos para controle de ervas daninhas, pragas e doenças, como uma tecnologia ecológica de aplicação fitossanitária, reduzindo Novembro / Dezembro 2002
Fotos Luiz Antonio Daniel
O `Projeto Flamer´ tem como princípio o controle físico de ervas daninhas, através de exposição instantânea das plantas sob uma chama de fogo de alta temperatura
Equipamento que utiliza Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) no controle de ervas daninhas é uma alternativa para diminuir o uso de agroquímicos
tecnicamente o uso de agroquímicos, tais como herbicidas, praguicidas e fungicidas. A Cia. ULTRAGAZ S.A. Departamento de Tecnologia e Aplicação, vem desenvolvendo um projeto de melhoramento de equipamentos moto-mecanizados para o controle térmico de ervas daninhas, visando principalmente o mercado da agricultura orgânica , onde a utiliza-
A exposição ao calor é suficiente para danificar as células das folhas provocando a dessecação sem atingir a raiz ou o solo
ção e aplicação de pesticidas químicos não são permitidos no controle de ervas daninhas, pragas e doenças. O Projeto Flamer tem como princípio o controle físico de ervas daninhas, onde a exposição instantânea das plantas sob uma chama de fogo de alta temperatura, provoca a coagulação das proteínas da membrana celular da área foliar, tendo como conseqüência sua dessecação, sem contudo promover resíduos que provoquem impactos negativos ao meio ambiente, pelo contrário, proporciona a formação de cobertura morta sobre a superfície do solo, tal como no sistema plantio direto. Os equipamentos desenvolvidos permitem sua aplicação em culturas anuais e perenes, tanto em tratamentos de área total sob as copas e nas ruas entre plantas permanentes (café, citros e fruticultura), assim como nas entre linhas de culturas anuais (soja, feijão, milho, algodão e outras). Ensaios de campo desenvolvidos pela UNESP/Jaboticabal mostraram preliminar-
mente a viabilidade técnica e ecológica da utilização do método térmico para controle de ervas daninhas em pomares de citros, quando em comparação com herbicidas paraquat e glifosate. Foram também avaliados seus efeitos sobre a microbiologia do solo e do banco de sementes de ervas daninhas, sendo todos promissores e viáveis de utilização. Várias demonstrações e dias de campo vêm sendo realizados com muito sucesso em propriedades agrícolas que visam a produção e o mercado de produtos da agricultura orgânica , assim como naquelas que necessitam, por força de mercado, diminuir a quantidade e qualidade de aplicações de agroquímicos em produtos para consumo in natura e para industrialização, como a necessidade do controle de esporos da pinta-preta e do controle .M do furão na citricultura. Luiz Antonio Daniel, CEETEPS / UNICAMP
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escolha certa
Pneu faz a diferença Na hora de comprar um pneu para o seu trator, é necessário que você saiba onde irá usá-lo
E
ste artigo foi elaborado com o objetivo de ajudá-lo a escolher o pneu certo para se obter o melhor rendimento do seu trator. Para tornar mais fácil a escolha do pneu, quanto à aplicação, os fabricantes de pneus elaboraram uma tabela com os códigos de aplicação (ver tabela N° 1). Estes códigos fornecem uma excelente orientação para determinar o tipo de serviço para o qual o pneu foi projetado. Use o pneu R1 para a aplicação em terrenos secos, bem como R1W , para a aplicação em terrenos molhados, úmidos e argilosos, e para concluir use pneu R2 para a aplicação em terrenos alagados. Usar um pneu em uma aplicação para a qual ele não foi projetado resultará em comprometimento do desempenho e/ou vida útil do mesmo. Para exemplificar, usando um pneu R2 na aplicação de R1, este irá se desgastar mais rapidamente, não terá a tração ideal e terá também o conforto comprometido. Um pneu deve ter a largura e/ou uma capacidade de carga suficiente para poder carregar a carga máxima que o usuário deseja. Lembre-se que o peso total do veículo (GVW) é composto por tanque de combustível cheio; lastros sólidos e líquidos; implementos acoplados (3 pontos) erguidos; no caso de colhedora, o tanque graneleiro cheio e plataforma acoplada; e condutor. Lembre-se que é o volume de ar dentro do pneu que propicia a capacidade de carga, então, pode-se aumentar a capacidade de carga usando-se um pneu maior (maior volume
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Velocidade, com a diminuição da velocidade, a força ou potência na barra de tração deve aumentar, assumindo que a potência do motor é a mesma em todas as marchas. Baixa velocidade e alto torque fazem o pneu rodar no aro. De modo geral, pode-se escolher entre tração e flutuação. O que quer que você faça para melhorar um destes fatores diminuirá o desempenho do outro. Para flutuação, será necessário um pneu largo, baixa capacidade de lonas, baixa pressão de inflação e a carga incidente deve ser leve. Já a tração exige um pneu com alta capacidade de lona, operando com a pressão de inflação máxima e com carga suficiente para proporcionar a tração requerida. Isto porque a capacidade de tração que um pneu pode gerar, antes de começar a patinar, depende bastante da carga inciÉ necessário cuidar para não ultrapassar a carga dente sobre o pneu. máxima por eixo recomendada pelo fabricante Pneus duplos podem oferecer tanto flutuação como tração, dependendo porém de quanto eles estão pesados e inflados. Sem lastro e até 12 lb/ termos comumente usados para melhor compol2, duplos proporcionam mui- preensão. Carga Máxima A carga máxima sobre to boa flutuação. Entretanto, com lastro, à carga nominal má- cada pneu é determinada considerando-se a xima e com a máxima pressão carga máxima por eixo, dividido pelo numenominal, os pneus duplos terão ro de pneus no eixo. A carga máxima para uma tração maior do que se você uso no campo ou transporte inclui: a) Peso Líquido Definido como peso real estivesse usando pneus simples do veículo com equipamento padrão, incluinda mesma medida. Cuidado para não ultra- do combustível, óleo, refrigeração e operador passar as recomendações do (70 kg ); b) Peso dos acessórios, dos equipamentos fabricante com relação à carga máxima por eixo e/ou peso do opcionais e modificações individualizadas trator. A distribuição de peso é Compreende o peso dos itens já instalados muito importante para o de- na fábrica, mas não incluídos no peso líquisempenho dos tratores. A dis- do (como ar condicionado, por exemplo); c) Lastro do pneu Se usado, deve ser tribuição de peso recomendada nos eixos dianteiro e trasei- considerado ao se determinar a Carga Máxiro está relacionada na tabela ma; d) Tanque e carga do tanque Inclui o abaixo. Estas distribuições de carga se adaptam à maioria das peso total quando cheio; e) Implementos Significa a parcela de tarefas. peso de qualquer implemento tracionado. Carga cíclica em equipamento e impleCONF. DO TRATOR DE ATÉ mentos agrícolas - Representa o aumento gra4X2 30/70 20/80 dual de carga útil até atingir a carga máxima 4 X 2 ASSISTIDO 40/60 35/65 permitida (consulte o fabricante do pneu) 4 X4 60/40 51/49 com descarga antes do transporte fora do Estas distribuições de carga se adaptam à maiocampo. ria das tarefas. Espaçamento mínimo entre duplos - EsNa hora de escolher a pressão a ser utilizada, Definiremos abaixo alguns paço mínimo entre duplos medido de linha de ar) ou aumentando a capacidade de lona (maior pressão de ar) ou ambos. Um pneu de capacidade de 10 lonas operando com a pressão de inflação de um pneu de 6 lonas só poderá carregar uma carga compatível com as 6 lonas. Quando o usuário for realizar aplicações especiais, deve consultar o fabricante do pneu. Todos os pneus devem ser dimensionados de acordo com a carga a transportar, porém um pneu traseiro deve ainda possuir outro requisito extra: ser capaz de transmitir, ao solo, a potência gerada pelo motor. Cada tamanho de pneu e capacidade de lona suporta um torque máximo, sem contudo afetar sua vida útil, em duas diferentes velocidades, a 8km/h e a5 km/h. Conforme a velocidade diminui, o mesmo ocorre com a potência que o pode transmitir. Praticamente todos os fabricantes de trator concordam que operando em velocidades maiores, tem-se um menor desgaste tanto dos pneus como do trator. Uma vez que Potência é igual Força x
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Um pneu de capacidade de 10 lonas operando com a pressão de inflação de um pneu de 6 lonas só poderá carregar uma carga compatível com as 6 lonas
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deve-se priorizar tração ou flutuação
... de centro à linha de centro dos pneus. Para os
Pneus radiais têm o costado mais flexível que os diagonais e proporcionam tração e eficiência superior
radial da circunferência. Os pneus radiais também têm cintas que enrijecem a área da rodagem restringindo o crescimento e dando estabilidade às barras quando em contato com o solo. Pneus radiais têm o costado mais flexível que os diagonais, que em combinação com as cintas enrijecedoras proporcionam tração e eficiência superior aos diagonais. É importante saber também que há no mercado pneus agrícolas sem câmara, que não necessitam aro especial para esta montagem, possibilitando o uso do pneu sem câmara no mesmo aro que o pneu com câmara. Pneus sem câmara têm sido usados há muito tempo em colhedoras e tratores industriais e recentemente adotados pelos fabricantes de tratores, em todas as posições. Eles operam à mesma pressão de inflação e tem a mesma capacidade de carga aos equivalentes com câmara. Os pneus sem câmara não só proporcionam confiabilidade e facilidade nos reparos, quando requeridos, como também baixo custo de mon-
Fotos AGCO
pneus de tração do trator com tração diagonal, a largura da Secção x 1.10 + 38mm. No radial, a largura da Secção x 1.10 + 64mm. L (na designação do tamanho) - Pneu com altura de secção rebaixada (Ex. 11L15). SL Uso limitado a serviços agrícolas. FI Pneus para uso somente em implementos agrícolas com intermitente uso em estradas. NHS Não indicado para uso em estradas. Construção e características de desempenho de pneus radiais de tração são consideravelmente diferentes dos pneus de tração diagonais. Entretanto, um diferencial tem sido usado para efetivamente tornar estas diferenças reconhecidas. Para maximizar os benefícios inerentes aos pneus de trator, radiais, algumas empresas, como a Goodyear, por exemplo, criaram um programa de carga/inflação marcando os pneus radiais de tração. Dessa forma, todos os tamanhos radiais convencionais (Ex. 18.4R34 ) são marcados com * , ** , ou ***. A máxima capacidade de carga para * de todos os tamanhos será a 18 lb/pol2 de pressão de inflação. Para ** a capacidade máxima será de 24 lb/pol2 de inflação e para *** em todos os tamanhos, a pressão de inflação será 30 lb/pol2. Existem detalhes importantes que o usuário precisa conhecer a respeito de pneus radiais e diagonais. Como a fig.01 (página 18) mostra, a construção do pneu radial é substancialmente diferente da construção do pneu diagonal. As lonas transversais do pneu diagonal estão dispostas diagonalmente de talão a talão. No pneu radial, as lonas da carcaça estão dispostas de talão a talão no sentido
O pneu traseiro deve ter um requisito extra: ser capaz de transmitir ao solo a potência gerada pelo motor
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tagem comparados com os outros tipo câmara. Há uma padronização quanto à nomenclatura dos pneus agrícolas, que está estampada no costado dos mesmos. Marcação Convencional É provavelmente o sistema mais comum de identificação de tamanho usado atualmente. Como exemplo, podemos citar: 7.50-16, 11L15, 13.6-38 e 18.4R38. O primeiro número representa o valor nominal da largura da secção em Polegadas, seguido por um hífen (-) que indica que a construção é Diagonal ou R quando for Radial. O número depois do hífen é o diâmetro nominal do aro em polegadas. Marcação Métrica Este novo sistema de marcação tem a aprovação da International Standards Organization (I.S.O.). Como exemplo temos 500/90D32 e 710/70R38. O número antes da barra representa a largura nominal da secção em milímetros. O número após a barra representa a relação de aspecto (relação entre a altura e largura da secção). O R indica que a construção é radial e o D que a construção é diagonal, e então temos o valor nominal do diâmetro do aro em polegadas. A capacidade de carga e/ou pressão de inflação de um pneu pode ser identificada como segue: Capacidade de lonas: É usada em pneus diagonais e em alguns pneus radiais antigos. Capacidade de Lonas é uma indicação da resistência da carcaça e não do número real de lonas que compõem a carcaça de um pneu. A carga máxima e a pressão de inflação são diferentes para cada tamanho de pneu. Desta forma, os pneus maiores trabalham com uma pressão de inflação menor para uma determinada capacidade de lona. Ex. 12PR / 14PR etc. Estrela: É usada em pneus de tratores radiais. A marcação com estrela é uma indicação da máxima pressão de inflação, que está assim identificada: 1 estrela Para pneus de trator, máxima 18 lb/pol2. ( * ) 2 estrelas Para pneus de trator, máxima Novembro / Dezembro 2002
formance direcional para o operador e realmente auxilia o eixo traseiro a tracionar. O avanço negativo dificulta o tracionamento no eixo traseiro.
ARO MAIS LARGO Usando um aro mais largo, tem-se um achatamento da banda de rodagem. Isto poderá melhorar a tração em algumas situações onde o terreno é inconsistente. Em solos duros, entretanto, o achatamento da rodagem faz com que as barras penetrem menos no solo e, com isso, a tração fica reduzida. Haverá uma concentração de forças na área do ombro, com tendência a aumentar o desgaste nesta área. O alargamento dos talões forçam os costados a se flexionarem numa área mais baixa que a normal e isto pode resultar numa separação e/ou quebra circunferencial da carcaça.
ARO MAIS ESTREITO A montagem de um pneu num aro mais estreito que o permitido acarretará problemas durante a montagem como o não assentamento dos talões, alteração do contorno da rodagem, tornando-a mais arredon-
Marroni explica como escolher o pneu certo para cada situação
dada na linha de centro, podendo apresentar desgaste irregular e prematuro com perda de tração. Uma vez montado em um aro mais estreito, estará sendo aplicada uma pressão
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24 lb/pol2.( **) 3 estrelas Para pneus de trator, máxima 30 lb/pol2.( ***) A carga máxima dependerá do tamanho do pneu. Índice de carga: É usado em pneus de trator milimétrico e é uma indicação da carga máxima correspondente a um determinado número a que se refere o índice. Dois pneus de diferentes tamanhos, com o mesmo índice de carga, suportarão a mesma carga porém não necessariamente a mesma pressão de inflação. Ex. 166 A 8 / 145 A 8 etc. Avanço do eixo dianteiro assistido mechanical front wheel drive (mfwd ) cálculo de avanço (lead/lag) Em tratores com a tração dianteira assistida, a circunferência de rolamento dos pneus traseiros e dianteiros deverá estar sincronizada com a relação de transmissão dianteira/ traseira. Circunferência de rolamento é a distância que um pneu percorre em uma volta. Uma vez que os pneus dianteiros são menores que os traseiros, têm que rodar mais rápido para percorrer a mesma distância que os pneus traseiros. É a caixa de transmissão do trator que realiza esta função. Ao selecionar pneu para o seu trator TDA tenha certeza que o avanço está em torno de + 1 a 5 %. O avanço nesta faixa proporciona boa per-
Goodyear
É importante saber também que há no mercado pneus agrícolas sem câmara, que não necessitam aro especial para esta montagem
FIGURA 1
Cuidados devem ser tomados nas condições do estoque para que nada interfira na vida esperada do seu pneu agrícola
PISO
Tração ( kg )
Concreto Barro seco Areia Grama
... indevida na área da flange do aro com pos-
sibilidade de haver separação do costado ou uma falha prematura do aro na região do flange.
LASTRAGEM Quando o trator não está devidamente lastrado para tração, ocorrerá uma patinagem excessiva, gastando mais combustível, tempo de operação, além de provocar quebras na borda de ataque das barras e cortes circunferenciais típicos de patinagem.
PNEU RODANDO NO ARO Ao submeter o trator à tração máxima, o pneu poderá rodar no aro e com isso quebrar a válvula da câmara de ar. Os pneus do tipo sem câmara, embora livres de terem a válvula cortada, podem ao longo de um período com o pneu rodando no aro, apresentar uma erosão na base do talão. O pneu pode rodar no aro por baixa pressão de inflação para a carga; mau assentamento do pneu no aro; uso de uma solução de sabão muito espessa, ou de um lubrificante impróprio para montagem; medida de pneu inadequada para o alto torque a que está submetido o pneu; diâmetro do aro sub-dimensionado (use a fita de bolas para checar o diâmetro do aro); recartilhado deficiente na área de assentamento do talão. Quando um dos três primeiros itens for o responsável pelo problema, o pneu deve ser desmontado e deve-se limpar os talões do pneu e o aro, na região do assentamento. Montar o pneu novamente, inflar até 35 psi para obter o perfeito assentamento dos talões no aro.
TRATORES AGRÍCOLAS EM ESTRADAS
do no aro mas não no veículo, reduza a pressão para 10 psi e acomode-o na posição vertical. Para proteger os pneus de máquinas que ficarão paradas por 6 meses ou mais, ponha a máquina num cavalete e reduza a pressão dos pneus para 10 psi. Porém, se não for possível mantê-la fora do piso, é necessário aumentar a pressão de inflação em 25% acima da pressão máxima para a carga. Movimentar a máquina de tempos em tempos para evitar a concentração de stress do pneu na área de contato. Ao recolocar a máquina em serviço, não esqueça de ajustar a pressão para a recomendada para a operação. .M
Pneus de tratores operam a maior parte do tempo em atividades agrícolas, onde as barras podem penetrar no solo e toda a área da rodagem está em contato com o solo. Quando o trator é submetido a uma operação (transporte) em solos duros e ainda com baixa pressão ou sobrecarga, há uma distorção excessiva das barras quando em contato com a superfície. Em superfícies muito abrasivas este atrito dos elementos da rodagem, aliados a uma velocidade acima do permitido, elevam a temperatura e provocam um desgaste prematuro e irregular num primeiro momento.
Wanderley C. Marroni, Supervisor técnico - Goodyear
ESTOCAGEM E CUIDADOS Pneus estocados devem estar protegidos contra ataque de ozônio e oxigênio. Cuidados devem ser tomados nas condições do estoque para que nada interfira na vida esperada do seu pneu agrícola. Devido à fácil absorção pelo pneu, de óleos, graxas e derivados de petróleo, eles nunca deverão ser estocados em pisos oleosos e perto de solventes voláteis. Isto degenera o composto tornando o pneu impróprio ao uso. Lembre se que calor e luz são agentes que também degeneram o composto, por isso procure estocar os pneus em lugares escuros e ventilados. Se for estocar o pneu monta-
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TABELA No. 1 Notação para pneus agrícolas Pneus para Tratores Agrícolas Rodas Direcio1 Raia nais F-1 F-2 F-3
Multi-raiado ( 2 ou mais Raias) Multi-raiado ( Aplicação industrial )
Tração Regular Pneus para Tratores Agrícolas Roda de Tração R-1 R-1W R-2 R-3 R-4
Tração Intermediária Tração Extra Tração Baixa Industrial
Multi-raiado Pneus para Implementos Agrícolas I-1 I-3
Tração
Alta Flutuação ( High Flotation ) Tração Regular Pneus Alta Flutuação HF-2 HF-3
Aro mais estreito
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Aro certo
Alta Flutuação Tração Extra
Pneus Agrícolas para Remoção de Madeira Tração Regular ( LS Log-Skidder )
Aro mais largo
LS-1 LS-2 LS-3
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Tração Intermediária Tração Extra
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Suplemento de produtos - circula encartado na edição nº 15 Novembro/Dezembro 2002 da Revista Cultivar Máquinas
PLANTADORA E ADUBADORA 4016
A Fankhauser lançou a linha de plantadoras-adubadoras 4016-A, de tração arrasto com maior capacidade de carga de fertilizantes. Estão disponíveis dois modelos: o 4016-A 5/5 com 5 linhas de soja e 3 de milho e o 4016 6/6 com 6 linhas de soja e 4 de milho. As capacidades volumétricas de cada um, respectivamente, são 360 e 440 litros. Os reservatórios são confeccionados em polietileno, garantindo proteção contra a corrosão. Como grande vantagem para sua faixa de preços tem-se utilização de braços pantográficos no conjunto da semente, possibilitando melhor acompanhamento das ondulações do terreno e precisão na dosagem da semente. Elas são indicadas para o plantio direto e convencional de precisão para soja, milho, girassol, pipoca, feijão, sorgo, canola, algodão e outros. Seu sistema dosador de fertilizantes é por rosca sem-fim, com engrenagens dosadoras de troca rápida.
SÉRIE 200 CABINADA
Os tratores da série 200 Advanced, lançados na Agrishow deste ano, agora estão com mais novidades. A equipe de engenharia da AGCO desenvolveu cabinas para os modelos da série 200, oferecendo um opcional a mais aos produtores. Também foram incorporadas cabinas a alguns modelos da série 5000. As cabinas climatizadas e pressurizadas, montadas em monobloco, oferecem mais conforto e segurança ao operador. Com isso, a empresa fortalece sua liderança em segmentos em que já é campeã, como o arrozeiro, com o mode-
lo MF 297, um trator ajustado ao manejo de uma das culturas mais importantes do Rio Grande do Sul. O Estado responde por cerca de 50% da produção total de arroz no Brasil e por aproximadamente 90% da produção de arroz irrigado. O modelo MF 275 cabinado, desenvolvido para operações múltiplas, se ajusta às novas necessidades da agricultura brasileira, em termos de segurança, particularmente na aplicação de defensivos, já que o operador fica protegido dentro da cabina e imune ao ambiente externo.
ROÇADEIRA 323 HUSQVARNA
MTS 60 ESPECIAL
A Grazmec Ltda lançou a máquina para tratamento de sementes MTS 60 Especial com corpo central, reservatório para sementes, misturador e caixas em polietileno, material mais leve e resistente à corrosão do que o material convencional. Ela possui também cantoneiras e chapas de aço, caixa de líquido, polias de alumínio, rolamentos blindados, motor monofásico de 1 HP (baixo consumo), pintura a pó e 132 kg de peso. A MTS 60 Especial tem dosadores automáticos que tratam a semente uniformemente com capacidade de tratamento de 60 a 70 sacas/ hora. Durante o processo de tratamento o operador não fica em contato direto com os produtos, o que garante maior segurança na operação.
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A Husqvarna está lançando no mercado nacional a sua nova linha de roçadeiras de pequena cilindrada. As roçadeiras 323R e 325Rxt chegam para completar a linha de produtos ofertada ao consumidor brasileiro. A 323 R é uma roçadeira leve (4,5 kg) e extremamente robusta, possuindo carcaça de magnésio, com 24,5 cm 3 de cilindrada e 1,2 cv de potência. É uma máquina versátil, que pode utilizar diferentes lâminas e fio de nylon, sendo ideal para o trabalho de manutenção em parques e jardins. O outro lançamento da Husqvarna, a 325Rxt, é uma roçadeira que agrega todas as características da 323R e outras exclusivas: possui o sistema Etech, que reduz a emissão de gases poluentes, considerado o mais avançado do mundo no segmento e de acordo com as normas européias de emissão de gases.
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PLANTADORAS ULTRA FLEX
A Marchesan acaba de lançar a mais nova versão da plantadora Ultra para plantio direto. A versão Ultra Flex possui como diferencial o sistema pantográfico na semente, que garante o acompanhamento das variações de topografia do solo, resultando na deposição de sementes sempre na profundidade correta. A plantadora oferece as melhores respostas para as necessidades dos produtores que desejam realizar um excelente plantio. Permite precisão de plantio devido à possibilidade de regulagem do espaçamento entre sementes. Ela apresenta uma excelente combinação entre uniformidade de profundidade de plantio com elevada velocidade das máquinas no campo, além de um conjunto de vantagens que vai da operação da máquina à manutenção. Já a plantadora Ultra Flex Suprema é do tipo pneumática. Este sistema pneumático faz com que a dosagem de sementes seja precisa, garantindo o espaçamento entre sementes e controle de população desejados.
REBOKE 6000 TS
A REBOKE 6000 TS, da Stara Sfil, além de levar o troféu ouro na categoria novidade do Prêmio Gerdau Melhores da Terra, é a única carreta que realiza o tratamento de sementes na hora de abastecer a plantadora, tratando unicamente a semente que vai ser consumida. Deste modo, é possível reduzir a mão-de-obra empregada e o desperdício, o que agiliza o processo. A REBOKE 6000 TS permite também a aplicação de produtos líquidos e a pó através de caixas dosadoras individuais, atendendo às mais variadas necessidades de tratamento. Possui capacidade de produção de 100kg/min, o que garante agilidade no abastecimento da plantadora, evitando o desperdício de tempo. A carreta disponibiliza uma abertura total do tubo do caracol que facilita na limpeza para troca de variedade. Possui bombas de inox que realizam a recirculação para garantir um calda homogênea nos reservatórios que, por sua vez, estão localizados estrategicamente para facilitar o abastecimento, evitando o contato com produtos tóxicos. REBOKE 6000 TS, a carreta que realiza o trabalho na medida e na hora certa.
CHASSI MA 8.5 SUPER
A Agrale S.A. já está comercializando o chassi MA 8.5 Super, equipado com motor Cummins B5.9 de seis cilindros e potência de 160cv a 2.600 rpm. O novo modelo possui o motor mais potente do segmento e segue o conceito da empresa de produzir chassis desenvolvidos para o transporte de passageiros. Com o chassi MA 8.5 Super, a Agrale inova mais uma vez e ocupa um nicho até então não explorado por nenhuma outra montadora. Projetado para obter melhor desempenho em áreas urbanas, ele apresenta uma ótima relação peso/potência e per-
corre os trajetos em menor espaço de tempo, especialmente em topografia acidentada. O MA 8.5 Super incorpora ainda componentes como eixo traseiro Dana, direção hidráulica ZF Servocom 8090 e câmbio Eaton. Também possui características que permitem um melhor aproveitamento da carroceria, como motor e eixo dianteiro avançados, proporcionando maior comodidade aos usuários, e longarinas planas, que facilitam vários outros tipos de aplicação.
NEW LINE
FORRAGENS
A JF Máquinas apresenta um de seus mais recentes lançamentos: a Colhedora de Forragens JF92 Z10 com a Plataforma de Corte de Capim JF1602. Consiste no mais avançado e eficiente sistema de corte de capim, que acoplada à JF92 Z10, e transforma-se no mais completo conjunto forrageiro do mercado. Entre suas principais características estão a função 3 em 1, que corta, recolhe e pica a forragem, articulação para transporte, afiador acoplado, comando hidráulico da altura de corte, moderno design com carenagem opcional, entre outros. A JF 92 Z10 tem a largura de corte de 1,60m, capacidade produtiva de 0,6 a 1,0 ha/h e requer entre 75 e 100 cv de potência da TDP.
A PC-9/8 NEW LINE da Planti Center é uma plantadora moderna e de fácil manuseio indicada para médias e grandes propriedades. Possui discos frontais com grande poder de corte mesmo em palhadas densas. Permite maior penetração em solos mais compactados e possui opcional para disco desencontrado para solos com compactação menor ou pedregosos. Os sulcadores para adubo são montados em zig-zag, evitando o embuchamento. A ponteira removível facilita a troca quando desgastado. Na semente, os discos defasados dão maior qualidade na distribuição, com sulcador opcional para plantio de milho. Os reservatórios de adubo e semente são produzidos em polietileno, material especial e anti-corrosivo, com dosagem feita por câmbio de engrenagem dispensando o uso de chaves para regulagem.
RANDON RK 406
SENSOR DE BARRAS
Uma novidade mundial da Jacto é o Uniport 2000 com barras que sobem e descem automaticamente. Os sensores instalados nas barras da máquina lêem a superfície do terreno ou da lavoura e, automaticamente, movimentam e mantêm as barras sempre na mesma distância da superfície, o que garante uma aplicação uniforme. Este recurso traz grandes benefícios ao agricultor, principalmente em regiões de relevo irregular, na presença de terraços de base larga, curvas ou qualquer outro desnível. Com esse sensor o operador pode dedicar sua atenção à operação das demais funções da máquina.
A Randon lançou a retroescavadeira RK 406 com motor emissionado MWM de potência líquida de 82 HP e 109 HP, desenvolvido para atender as mais rigorosas e exigentes operações. A máquina possui sistema eletrônico de aceleração, que ajusta automaticamente a rotação do motor às necessidades de força para escavação. A transmissão é Carraro Syncro Shuttle, com quatro velocidades à frente e quatro à ré. Como carregadeira, possui capacidade nominal da caçamba de 0,89m3, altura total de operação 4,18m e capacidade de levantamento de 2.853 kgf. Como retroescavadeira, tem alcance a partir do pivô de giro de 5,38m, altura de operação de 4,46m, profundidade de escavação de 4,23m; 180° de arco de giro do pivô; capacidade de levantamento de 1.606 kgf e distância entre sapatas em trabalho de 3,64m.
POWERSHUTTLE
O grupo de sistemas Fora-de-Estrada da Dana já está comercializando a transmissão Powershuttle para o mercado de máquinas de construção compactas, como retroescavadeiras, manipuladores telescópicos e tratores de reboque com até 120 cv de potência. O produto é o primeiro de uma nova família de transmissões que, em conjunto com as transmissões Powershift já produzidas pela empresa, irá completar a linha de componentes voltados para o segmento de máquinas agrícolas e de construção. Projetada para satisfazer as necessidades de veículos compactos, a nova transmissão Powershuttle, modelo PSR08, possui embreagens de frente e ré pré-carregadas hidraulicamente, que permitem melhor troca de marchas e mais conforto para o motorista. Equipada com um conversor de 12 polegadas com roda livre, a transmissão Powershuttle é ideal para motores de regimes de rotação mais baixos. Possui engrenagens helicoidais, que reduzem os níveis de ruído, e freio de estacionamento de molas imerso em óleo, que amplia a vida útil do sistema.
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PARRUDA
O pulverizador automotriz Parruda, da Montana, está mais moderno e completo, com computador de pulverização que controla e mantém o volume de aplicação dentro do especificado, mesmo com variações de velocidades da máquina. Ele efetua registros de área aplicada, de volume de defensivos, da velocidade de aplicação e o volume instantâneo de produto no tanque. O pulverizador, com barras de 25 ou 27 metros, é equipado com GPS para orientar o operador na pulverização, mantendo faixas determinadas que podem ter direções retas ou curvas, evitando falhas ou remontes de aplicação sem a necessidade de marcações prévias que ficam onerosas. O GPS também armazena os dados e possibilita o mapeamento da área aplicada que, com o auxílio de um computador pessoal, pode ser impresso ou armazenado para futuras consultas.
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Pulverizadores manutenção
Jeito Espanhol Grande parte dos agricultores espanhóis fazem questão de ter seus pulverizadores inspecionados e certificados
O
s pulverizadores são equipamentos de utilização na agricultura que, pela característica do seu trabalho, devem estar sempre em boas condições de uso para evitar problemas de contaminação ambiental e intoxicação do operário que os maneja. Uma das saídas que existe para evitar estes dois danos importantes consiste em fazer uma adequada revisão destes equipamentos, que pode ser feita por qualquer técnico, pelo próprio agricultor ou, ainda, por instituições oficiais, no caso de ser necessária a emissão de certificados ou relatórios de inspeção. Vários países já optaram por utilizar meios de avaliar as condições de funcionamento destes equipamentos e estão colocando em prática as revisões, em moldes parecidos ao que se aplica aos automóveis na ITV (Inspeção Técnica Veicular), com uma freqüência variável em função dos anos de utilização, sendo mais vistoriados os equipamentos com maior número de anos de funcionamento.
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O CASO VALENCIANO
Tivemos oportunidade de conhecer o caso da Comunidade Valenciana, na Espanha, em um projeto coordenado pela Universidade Politécnica de Valencia, com a participação da Área de proteção de cultivos da Secretaria de Agricultura, Pesca e Alimentação. O responsável pelo projeto na UPV é o professor Dr. Carlos Gracia, autor de um conhecido livro de máquinas agrícolas utilizadas na exploração de hortifrutigranjeiros. Os agricultores, alvos deste projeto, têm em comum o fato de praticarem o que se chama na Espanha de Produção integrada . Produção integrada é um programa da Generalitat Valenciana que incentiva a produção de produtos agrícolas obtidos com técnicas que favoreçam a proteção ambiental e a saúde de agricultores e consumidores. Neste tipo de produção, os métodos biológicos, químicos e outras técnicas são cuidadosamente escolhidos, sendo que o produto tem uma valorização (maior valor agregado). Desta
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forma, os produtores de cítricos e uva necessitam passar seus equipamentos de aplicação por uma revisão periódica, que garanta o seu adequado estado de funcionamento. Os equipamentos avaliados são inscritos ao programa de controle integrado em tratamentos fitossanitários de produção integrada de citros e uva, culturas tradicionais na região e com prestígio internacional, principalmente dentro da Comunidade Européia. O projeto funciona desde 1996 e, até o ano de 2001, nele se revisaram 1492 unidades de pulverizadores de diferentes tipos, como os pulverizadores hidráulicos (pulverizadores de barra), 52% dos quais utilizam pistolas, mangueiras e tanques arrastados; pulverizadores hidropneumáticos (atomizadores), 40% conhecidos como turbos , pois possuem um ventilador de grande vazão de ar e os pneumáticos (nebulizadores), 8%. O projeto conta com uma equipe de aproximadamente 10 pessoas entre pessoal de coordenação, campo e escritório e realiza as Novembro / Dezembro 2002
A freqüência de revisão, para os agricultores que se inscrevem no programa de produção integrada, é de três em três anos
A vazão unitária dos bicos de pulverização é feita com a utilização de um caudalímetro
INSPEÇÃO
Fotos Fernando Schlosser
A freqüência de revisão, para os agricultores que se inscrevem no programa de produção integrada, é de três em três anos. Os critérios de avaliação dos equipamentos são, de uma maneira geral, voltados à comprovação de elementos de segurança e condições de estado de funcionamento. Um dos critérios, ainda que polêmico, que pode, digamos, reprovar um equipamento é a ausência em bom estado da proteção da transmissão cardânica nos casos em que isto se possa aplicar. A razão forte para esta aplicação é de que a vida e a saúde são bens inestimáveis dentro do que se chama produção agrícola.
Existe uma tabela de avaliação, que leva em conta a equipe de revisão, que se apresenta a seguir. As chamadas desconformidades mais graves, se presentes, levam a não autorização do uso do equipamento dentro do programa, enquanto que, se forem constatadas desconformidades leves, o equipamento é qualificado como apto, desde que o proprietário as conserte depois da revisão.
CRITÉRIOS DE CONFORMIDADE A tabela a seguir enquadra as características em que encontrava cada parte do equipamento, como condições mínimas para que fosse verificada a conformidade com os critérios de qualidade exigidos pelo programa.
DESCONFORMINADES
MENORES
Faltas Leves Esta tabela enquadra os equipamentos e seus componentes pelas faltas leves que possam apresentar e que não impedem individualmente o seu funcionamento e aplicação dentro do sistema.
DESCONFORMINADES
Faltas Graves Esta tabela enumera as faltas graves que não podem apresentar os equipamentos que desejam adquirir conformidade com os requisitos de qualidade que exige o sistema. Os equipamentos, depois de revisados, recebem um número de controle, colocado em uma etiqueta plástica no próprio equipamento, que servirá como índice para uma base de dados de todos os equipamentos amostrados.
A proteção cardânica é um requisito fundamental para a segurança dos operadores Novembro / Dezembro 2002
MAIORES
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Máquinas
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inspeções através de saídas a campo em toda a Comunidade Valenciana. São programadas as revisões através de técnicos e agricultores que as solicitam à coordenação geral. As visitas são agendadas e marcadas com antecipação e os agricultores avisados das condições em que devem apresentar os seus equipamentos, em um local pré-determinado. A equipe de revisão desloca-se até o local marcado e realiza a inspeção em uma média de 3 a 4 equipamentos por saída. No ano de 2001 foram feitos 36.000 quilômetros de viagens de inspeção para um total de 570 unidades revisadas. Uma vez chegando ao local, a equipe de pesquisadores verifica as condições de apresentação dos equipamentos e decide sobre a conveniência de se proceder ou não a inspeção, visto que muitos agricultores, a despeito do bom desenvolvimento do país e de sua sociedade, apresentam os equipamentos com restos de produto no depósito e em condições inadequadas. Uma das exigências da equipe é que o equipamento esteja limpo e com um volume de ao menos 100 litros de água pura no depósito. No ano de 2001, sexto ano de funcionamento do projeto, já era bem pequeno o número de equipamentos dados como não aptos pela equipe de inspeção. No início, esta quantidade era de 19% do total de equipamentos analisados e, neste último ano, somente 5% dos equipamentos são reprovados. A maior parte dos equipamentos analisados é utilizada para a produção cítrica, o ponto forte da região, em torno de 69%, e os outros 31% são equipamentos utilizados preferencialmente em produção de uva de mesa e para produção de vinho.
Diferentemente da situação brasileira, somente 5% dos equipamentos analisados não possuem proteção da tomada de potência
CRITÉRIOS DE CONFORMIDADE A tabela a seguir enquadra as características em que encontrava cada parte do equipamento, como condições mínimas para que fosse verificada a conformidade com os critérios de qualidade exigidos pelo programa. - Ausência de fugas de calda; BOMBA E ACUMULADOR - Ausência de oscilações na pressão e vazão; - Óleo em bom estado e nível correto. - Fechamento correto da tampa; DEPÓSITO - Indicador de nível legível; - Sem restos de produto; - Sem fugas de calda; - Válvula de drenagem acessível à distância e em bom estado. MANÔMETRO E - Diâmetro da esfera do manômetro não inferior a 63 mm; REGULADOR - Manômetro visível do posto de condução; - Manômetro sem perdas de glicerina; - Esfera do manômetro limpa; - Bom funcionamento geral do manômetro (erro admissível); - Resolução de 0,2 bar no intervalo de 0-5 bar (pulverizadores de cultivos baixos); - Resolução de 1 bar no intervalo 0-20 bar (frutíferas e uva); - Erro máximo de 0,4 bar no intervalo 0-8 bar, de 1 bar no intervalo 8-20 bar e de 2 bar para pressões superiores a 20 bar; - Funcionamento correto do regulador. CONDUÇÕES E - Ausência de fugas; CHAVES DE PASSO - Correto estado de conservação (externo e interno); - Ausência de obstruções; - Chave de passo geral em correto estado. FILTROS - Existência de filtros na boca de enchimento do tanque, aspiração da bomba e em cada um dos setores; - Filtros limpos; - Estado correto dos filtros; - Boa acessibilidade. - Estado correto das pás, defletor e carcaça; VENTILADOR - Ausência de restos de produtos fitossanitarios ou objetos estranhos nas tomadas de ar; - Vazão uniforme direita/esquerda; - Transmissão em correto estado. - Marca e modelo identificável; BICOS - Uniformidade de vazão; - Desgaste dentro dos limites admissíveis (±10% sobre a vazão nominal); - Sem obstruções; - Correto posicionamento e orientação; - Dispositivo antigotejo; - Sem fugas nas conexões. - Desgaste do bico dentro dos limites PISTOLAS E admissíveis (±10% sobre a vazão nominal); MANGUEIRAS - Jato uniforme (disco não deformado); - Fechamento correto; - Sem perdas de calda (conexão a mangueira, cabo...); - Ausência de fugas em mangueiras; - Bom estado de conservação. ELEMENTOS DE - Proteção correta da tomada de potência e junta cardânica; SEGURANÇA - Telas de proteção de aspiração e impulsão no ventilador em correto estado; - Proteção correta de correias e polias; - Proteção do eixo livre da bomba (se existe).
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DESCONFORMINADES MENORES. FALTAS LEVES.
DESCONFORMINADES MAIORES. FALTAS GRAVES.
Esta tabela enquadra os equipamentos e seus componentes pelas faltas leves que possam apresentar e que não impedem individualmente o seu funcionamento e aplicação dentro do sistema. - Sinais externos de fugas de calda, sem chegar BOMBA E ACUMULADOR ao gotejo contínuo; - Oscilações em pressão e vazão devido à falta de manutenção do acumulador; - Óleo gasto ou contaminado com calda e/ou nível incorreto. - Apertura e/ou fechamento da tampa difíceis; DEPÓSITO - Indicador de nível sujo; - Restos de produto no exterior; - Sinais externos de fugas de calda, sem chegar ao gotejo contínuo (juntas etc...); - Válvula de drenagem não acessível à distância. MANÔMETRO E - Diâmetro da esfera do manômetro inferior a REGULADOR 63 mm; - Perdas apreciáveis de glicerina no manômetro; - Esfera do manômetro suja; - Funcionamento incorreto do regulador, sem que chegue a afetar a operatividade e confiabilidade do mesmo. CONDUÇÕES E - Sinais externos de fugas de calda, sem chegar CHAVES DE PASSO ao goteio contínuo; - Conduções com sintomas de desgaste (atritos etc...); - Dificuldade de aceso e manipulação de chave de passo geral. - Filtros sujos; FILTROS - Acessibilidade deficiente. VENTILADOR - Presença de restos de produtos fitossanitários (sujeira extrema) ou objetos estranhos nas tomadas de ar; - Vazão não uniforme direita/esquerda; - Transmissão de acionamento difícil e/ou com manutenção deficiente. - Marca e modelo não identificável; BICOS - Máximo 15% dos bicos com desgaste excessivo e/ou defeituosas; - Bicos obstruídos; - Seleção e/ou distribuição dos bicos não apropriados ao cultivo; - Dispositivo antigotejo inexistente ou deteriorado; - Sinais externos de fugas de calda no portabicos, PISTOLAS E MANGUEIRAS sem chegar ao gotejo contínuo. - Sinais externos de fugas de calda, sem chegar ao goteio contínuo (conexão a mangueira, cabo...); - Funcionamento incorreto da pistola (pomo ou gatilho), sem que chegue a afetar a operatividade e confiabilidade da mesma; - Mangueiras com sintomas de desgaste, sem rebaixar os limites admissíveis de perda de carga (2,5% em 25 m). ELEMENTOS DE - Proteção de junta cardânica sem corrente para impedir seu giro; SEGURANÇA - Grades de proteção de aspiração e impulsão do ventilador com deficiente fixação ao equipamento; - Proteção insuficiente de correias e polias; - Sem proteção no eixo livre da bomba (se existe).
Esta tabela enumera as faltas graves que não podem apresentar os equipamentos que desejam adquirir conformidade com os requisitos de qualidade que exige o sistema.
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BOMBA E ACUMULADOR
- Fugas de caldo apreciáveis, gotejo contínuo; - Oscilações de pressão e vazão devido a um defeito na bomba ou no acumulador. DEPÓSITO - Sem tampa superior; - Indicador de nível ilegível; - Acumulação de produtos no interior do tanque; - Fugas de calda apreciáveis, gotejo continuo (juntas etc...); - Válvula de drenagem não presente ou não acessível. MANÔMETRO E - Manômetro sem glicerina ou não presente; REGULADOR - Escala do manômetro ilegível (escala suja, cristal riscado...); - Funcionamento defeituoso do manômetro e/ ou confiabilidade insuficiente; - Resolução inferior à exigível (ver tabela de CRITÉRIOS DE CONFORMIDADE); - Erro superior a 0,4 bar no intervalo 0-8 bar, superior a 1 bar no intervalo 8-20 bar e superior a 2 bar para pressões superiores a 20 bar; - Funcionamento defeituoso do regulador. CONDUÇÕES E - Fugas de calda apreciáveis, gotejo contínuo; CHAVES DE PASSO - Incorreto estado de conservação (externo e interno); - Existência de obstruções; - Chave de passo geral inexistente ou incapaz de fechar o circuito. FILTROS - Não existência de filtros na boca de enchimento do tanque, aspiração da bomba e/ ou em cada um dos setores; - Malhas deterioradas; - Acessibilidade insuficiente. VENTILADOR - Defeitos graves no estado das pás, defletor e/ou carcaça (elementos soltos, vibração excessiva...); - Defeitos graves na transmissão (não acessível, bloqueada...). BICOS - Bicos com desgaste excessivo (superior a ±10% sobre a vazão nominal); - Fugas de calda apreciáveis no portabicos, gotejo contínuo. PISTOLAS E - Fugas de calda apreciáveis na pistola, MANGUEIRAS mangueiras ou conexões, gotejo contínuo; - Funcionamento deficiente da pistola; - Mangueiras com rachaduras ou desgaste excessivo, superando os limites admissíveis de perda de carga (2,5% em 25 m). ELEMENTOS DE - Proteção de junta cardânica estragada ou SEGURANÇA inexistente; - Grades de proteção de aspiração e impulsão não existentes; - Proteção de correias e polias inexistente.
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PROBLEMAS MAIS FREQÜENTES Diferentemente da situação brasileira, somente 5% dos equipamentos analisados não possuem proteção da tomada de potência, embora no ano de 2001, 43% tinham as condições deficientes, como falta de partes, giro durante o funcionamento etc. O inverso ocorre com as proteções de correias e polias que, na grande maioria dos casos (91%), é ausente. Nos equipamentos turbo com ventilador traseiro, 99% apresentam as telas de proteção das pás na parte da aspiração de ar. Em uma das partes mais importantes de um pulverizador, como o manômetro, a revisão se faz de uma maneira muito particular e eficiente. O manômetro é retirado e levado a uma bancada de teste que verifica a sua precisão. Aproximadamente 63% dos instrumentos de controle de pressão verificados apresentam-se como confiáveis, o que é considerado um bom resultado. O avaliador faz uma comprovação da pressão em vários pontos da escala e apresenta o resultado diretamente ao produtor, explicando-lhe a atitude a tomar. Os bicos de pulverização também são avaliados e os resultados mostram que aproximadamente 32% deles apresentam algum tipo de defeito, geralmente desgaste excessivo. Na análise das bombas, 26% apresentavam como defeitos principais o óleo contaminado, o nível baixo deste, o óleo deterio-
Etiqueta adesiva serve como identificação dos equipamentos já vistoriados
rado, as perdas de calda e as pulsações, por ordem de importância. Na avaliação também eram analisados os filtros, do depósito e da aspiração da bomba. Os filtros do depósito apresentam problemas em 14,5% dos casos e em 7% das amostras não estão presentes porque geralmente os agricultores os retiram, proporcionando que sólidos entrem na corrente de líquido após o abastecimento. O filtro da entrada da bomba, na fase de aspiração, está sujo em 27% dos casos, apesar da facilidade de limpeza dos mesmos. Os filtros que se encontram próximos aos bicos se apresentaram em 30 % sujos.
CONCLUSÃO Foi muito interessante ver a aplicação de uma atividade plenamente técnica em favor do agricultor, pois se notava claramente o
fator positivo da interação entre a equipe de inspeção e o agricultor, com um intercâmbio de informações úteis para as duas partes. Uma das premissas do projeto é, além de proceder na inspeção, levar ao agricultor um nível de informação para que ele possa trabalhar com um equipamento em condições adequadas. Muitas vezes, se notava o interesse do proprietário em saber das condições e das impressões do técnico. Também foi altamente positiva a experiência de ver uma equipe de técnicos em uma atividade intensa, com uma produtividade bastante boa, pois sempre se procediam várias inspeções em um mesmo dia. Esta é uma experiência que se deve reproduzir em outros países e que pode ser .M extremamente aplicável no Brasil. José Fernando Schlosser, NEMA /UFSM
Fotos Fernando Schlosser
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Pulverizadores bicos
Embora as pontas sejam partes pequenas em relação ao pulverizador, são as peças mais importantes da máquina
A ponta é fundamental Q
ual a ponta (bico) ideal? A resposta não é simples como a per-gunta, pois as pontas de pulverização são peças de engenharia de precisão, com vários modelos e várias vazões dentro dos modelos, para atender a qualquer necessidade do produtor. O que queremos neste artigo é que o produtor entenda a importância de escolher corretamente as pontas que irão atender às suas necessidades, gerando melhores resultados nas aplicações (mais eficiência do produto), e mais segurança ao meio ambiente, com menos perdas de agrotóxicos por deriva e evaporação.
POR QUE SE PREOCUPAR?
Embora as pontas sejam partes pequenas e de custo pequeno em relação ao pulverizador, são as peças mais importantes do mesmo, pois delas depende a qualidade da aplicação nos seguintes aspectos : Tamanho e uniformidade das gotas produzidas Uma pulverização técnica deve produzir as gotas no tamanho que nos interesse, e com o
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mínimo de deriva possível, sempre de acordo com o que o produto e as condições do nosso alvo a ser pulverizado exijam . Existem dezenas de tipos de pontas para se produzir o tamanho de gotas que se deseja, entre 25 micrômetros (= milésimos de milímetro) até mais de 1 milímetro de diâmetro! Pontas mais técnicas e de melhor qualidade conseguem também maior uniformidade no tamanho das gotas produzidas, o que também é muito importante. Distribuição do produto (calda) sob a barra Uma boa aplicação deve garantir a uniformidade da distribuição do produto ao longo da barra, o que pode ser avaliado com as mesas de checagem de distribuição . O uso destas mesas já está se difundindo cada vez mais. Até o momento, em mais de 200 avaliações de barra por nós totalizadas , 1/3 das barras se encontram com distribuição inadequada, devido a pontas desgastadas e/ou de má qualidade (pontas que não abrem bem o leque tendem a criar má distribuição sob a barra).
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MENOS PERDAS POR DERIVA
O Potencial de Risco de Deriva ou PRD é definido como a percentagem do volume pulverizado por uma determinada ponta a uma determinada pressão, com gotas inferiores a 150 micrômetros de diâmetro. Representa o potencial de perda do produto pulverizado, se as condições de umidade, temperatura e vento forem favoráveis à deriva e à evaporação destas gotas Temos avaliado o PRD no campo, com utilização de papel sensível e o uso do Software ESprinkle interpretando as imagens do papel sensível. Na região de Cascavel PR, em 64 pulverizadores avaliados, a média do PRD foi de 25,5 % . Se deste potencial considerarmos como perda real 15 % de produto, considerando um gasto médio de R$300,00/ha/ano em produtos, estamos tendo uma perda de R$ 45,00 por ha /ano !! O quadro 01 nos mostra o PRD por tipo de pontas nas barras avaliadas. Conclui-se que as perdas estão muito elevadas, em função de muitas das barras estarem com pontas inadequadas, e pela utilização de pressões excessivas. Isto mostra que os Novembro / Dezembro 2002
Pontas mais técnicas e de melhor qualidade conseguem também maior uniformidade no tamanho das gotas produzidas, o que também é muito importante
produtores necessitam de maior orientação por parte dos técnicos para reverter o problema. Uma escolha correta da ponta e da pressão de trabalho é fundamental para isto.
QUADRO 01 - Potencial de Risco de Deriva - PRD, por Tipo de Ponta nas Barras
COMO ESCOLHER A PONTA
Seguir a instrução do fabricante do defensivo e da assistência técnica local. Consulte sempre seu agrônomo a respeito. 4 Checar a velocidade de deslocamento do pulverizador. A velocidade é determinada cronometrando-se uma passada em 50 m, na rotação e velocidade normal de trabalho. Para se obter a velocidade em km/h, basta dividir 180 pelo tempo gasto em 50 m, isto é :
Km/h = 180 T onde: T = tempo gasto em segundos para percorrer 50 m.
Fotos Paulo Coutinho
QUADRO 02 - Diâmetro Mediano Volumétrico- DMV, por tipo de pontas avaliadas
l/min = l/ha x Km/h x E 60.000 onde : l/min = vazão necessária no bico; l/ha = taxa de aplicação desejada; km/h = velocidade de deslocamento do pulverizador; E = espaçamento médio entre pontas (em cm). 7 Escolher, dentro do tipo de ponta já definido, a vazão e pressão de trabalho que produzam o tamanho de gota desejado, evitando se pressões excessivas (acima de 45 PSI ou 3 BAR) para garantir menos deriva e mais du-
Mesa de checagem de distribuição sob a barra, com boa distribuição (esquerda) e má distribuição (direita) Novembro / Dezembro 2002
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5- Checar o espaçamento entre Bicos na barra. 6 Calcular qual a vazão necessária na ponta. Esta vazão em l/min será calculada pela seguinte fórmula :
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A escolha correta das pontas é um dos passos mais importantes da regulagem de um pulverizador. Recomendamos que se siga o roteiro a seguir: 1- Definir o tamanho das gotas, em função: a) Do modo de ação do produto: Herbicidas sistêmicos e de solo podem ser aplicados com gotas muito grossas ou grossas, a partir de 20 gotas/cm2; Produtos de contato (herbicidas, fungicidas e inseticidas) vão exigir gotas médias ou finas, com mais de 40 gotas/cm 2; Os fungicidas de inverno, do grupo dos Triazóis que, embora sistêmicos, somente se deslocam pela planta de baixo para cima, exigem que o produto atinja as partes inferiores da planta, exigindo assim gotas médias ou finas, mais de 40 gotas/cm2. b) Das condições climáticas: Em condições mais favoráveis à evaporação e deriva (mais ventos, maiores temperaturas e menores umidades relativas) evitar produzir gotas finas ou médias. c) Da situação do nosso alvo: Quando a cultura ou o mato estiver mais alto e fechado, e necessitarmos de penetração na folhagem (herbicidas, inseticidas e fungicidas de contato), devemos produzir gotas finas ou médias; Às vezes na própria dessecação com glifosato, se existir o Efeito Guarda Chuva (mato maior ou a própria palha dificultando a pulverização de chegar no mato pequeno que fica por baixo), necessitaremos de gotas médias ou finas para atingir o alvo. 2 Escolher o tipo de ponta em função do tamanho de gota definido no passo anterior. Para isto, torna-se necessário o uso de informações do fabricante, como os quadros 03 e 04 exemplificam : 3 Definir a taxa de aplicação l/ha .
QUADRO 03
... rabilidade na ponta.
Para isto, torna-se necessário o uso de informações do fabricante, como o quadro 03, onde temos nas células a informação da vazão na ponta em l/min em função da pressão. Pela cor da célula temos (pela legenda) a classe de tamanho de gota que está sendo obtida. Lembre-se que 1 BAR = 14,22 PSI (Libras). Vamos a um exemplo de escolha de ponta Para um produtor que deseja fazer uma aplicação de herbicida pós-emergente de contato (exigindo, portanto, gotas médias ou finas), em soja nova, onde não está ocorrendo efeito guarda-chuva , com 100 l/ha de calda, e com o trator fazendo 50 metros em 28 segundos, qual seria uma boa opção de ponta? Vamos agora seguir o roteiro citado anteriormente 1 - Pensando no tamanho de gotas : considerando que não tenha o efeito guarda-chuva na lavoura, pode-se programar a aplicação de gotas médias para termos menos deriva. 2 Escolha do tipo de ponta : observe nos quadros 03 e 04 que a ponta Turbo Teejet pode produzir gotas médias - Temos a ponta TT, portanto, como boa opção. 3 - Taxa de aplicação : já recomendada no exemplo, de 100 l/ha.
4 Velocidade de deslocamento do Pulverizador. Pela fórmula: Velocidade (km/h) = 180 = 6,43 km/h 28 5 Checar espaçamento entre bicos na barra : 50 cm, por exemplo. 6 - Cálculo da Vazão necessária na ponta. Usando a fórmula: l/min = 100 l/ha x 6,43 Km/h x 50 cm = 0,536 l/min 60.000 ou seja, precisaremos de uma vazão de 0,536 l/min na ponta. 7 Escolher a melhor opção de ponta e pressão dentro do quadro: Observe no quadro 03 que teremos duas opções de escolha para obtermos 0,536 l/ min:
QUADRO 04
Ponta de indução de ar Al Teejet Gotas muito grossas
Ponta defletora com préorifício Turbo Teejet TT Gotas grossas a médias
Ponta leque comum XR Gotas médias e finas
Ponta leque duplo - TJ Gotas finas
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Com a ponta TT11002, em torno de 1,5 BAR de pressão (21 PSI), produzindo gotas grossas; Com a ponta TT110015, em torno de 2,5 BAR (35 PSI), produzindo gotas médias. Como optamos por produzir gotas médias, a escolha correta neste caso será a Ponta TT110015, trabalhando em torno de 2,5 BAR (35 PSI) de pressão.
CUIDADOS COM A PONTA (BICO) É muito importante garantir o bom estado da ponta durante seu uso, para não comprometer as qualidades já citadas de seu trabalho: boa distribuição sob a barra, tamanho uniforme e adequado das gotas. Para isto, alguns cuidados são essenciais : 1 - Utilizar filtros de linha e filtros de bico com malha adequada aos bicos em uso. Para bicos de vazão 01 (11001) ou 015 (110015), utilizar filtros de tela malha 100. Para bicos de vazão 02 (11002) ou maior, utilizar filtros de tela malha 50 . 2 Nunca desentupir uma ponta com objeto metálico. O método correto de se desentupir uma ponta é com a utilização de uma escova plástica (escova de limpeza Teejet) ou ar comprimido. Deve sempre se ter algumas pontas de reserva para substituir rapidamente as entupidas no campo, caso o entupimento não seja facilmente resolvido. 3 Lavar sempre as pontas no fim do dia de aplicação, especialmente quando aplicado produtos em pó, que tendem a se depositar e secar no interior das pontas. 4 No término da pulverização, lavar bem as pontas (deixar de molho em água com detergente é um bom processo), secálas e guardá-las em um vidro tampado (de maionese, por exemplo). 5 Providenciar para que as pontas não fiquem expostas na barra, batendo no solo. Este é um problema que ocorre muito nas extremidades das barras, que devem possuir um patim de arraste para impedir o contato da barra com o solo e com as pontas posicionadas acima da .M peça inferior da barra. Paulo Coutinho e Carlos M. Cordeiro, Comam
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Solo
compactação
Dirceu Gassen
A técnica que os agricultores usam para descompactar o solo, os construtores de estrada usam para desestruturar e impemeabilizar. O que é certo?
Arar ou compactar? O
s colonizadores trouxeram a tecnologia de queimar restos culturais, arar e gradear o solo, para o cultivo de plantas de interesse econômico. Com o desenvolvimento de tratores e de equipamentos mecanizados, aumentou a capacidade de trabalho e de domínio do homem sobre os recursos naturais. A aração, a escarificação e a gradagem são práticas usadas na agricultura, teoricamente, para descompactar e preparar o solo para a semeadura de soja, de trigo, de milho e de outros grãos. Um contraste curioso ocorre com os construtores de estradas, que, ao preparar a base para o asfaltamento, usam as mesmas práticas para desestruturar, compactar e impermeabilizar o solo. Nas lavouras, essas práticas, no mínimo, causam a compactação do solo e reduzem a infiltração da água de chuvas, causando erosão de terra fértil e redução no Novembro / Dezembro 2002
crescimento das raízes de plantas. As perdas de solo por erosão, nas décadas de 70 e 80, foram estimadas em 24 t/ hectare/ano, para uma produção de 2,3 toneladas de grãos (trigo e soja) na mesma área. Isto é, para cada tonelada de grãos produzida, foram perdidas 10 toneladas de terra fértil. O hábito de queimar a palha e de preparar o solo foi introduzido no Brasil pelos colonizadores europeus. Em seus países de origem, a aração e a exposição da terra ao sol eram necessárias para o aquecimento e a germinação de plantas. Em regiões de clima tropical e subtropical, como as do Brasil, a situação é inversa. Não há necessidade de expor a terra ao sol para a germinação de plantas, e a palha decompõe-se rapidamente, sendo insuficiente para manter a cobertura do solo durante o ano. A aração e as gradagens de solo estão
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sendo deixadas de lado pelos agricultores que adotam o plantio direto. Essa prática deverá dominar o cenário agrícola dos próximos anos, com estimativas de 80 a 90 % da área com culturas anuais e pastagens cultivadas. Com isso, estaremos reduzindo as perdas de solo por erosão em mais de 90 %, o consumo de combustíveis em mais de 70 % e a necessidade de tratores em 60 %, além de permitir a recuperação da água dos rios e, principalmente, de retirar o dióxido de carbono da atmosfera, fixando-o no solo na forma de carbono na palha e nas raízes de plantas. O plantio direto através da semeadura, sem preparo de solo, e sobre a palha da cultura anterior já pode ser reconhecido como a maior revolução na agricultura de .M regiões tropicais. Dirceu Gassen, Cooplantio Máquinas
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Colhedoras compra
Saiba escolher uma usada A escolha de uma máquina usada se faz com os olhos e ouvidos. O aspecto e o barulho da máquina falam sobre seu estado e manutenção. Qualquer que seja a maneira de proceder, um check-up detalhado é necessário
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ma colhedora é, em principio, um conjunto de chapas de aço e peças metálicas. O aspecto da máquina, então, conta muito. A carroçaria deve estar em boas condições e a pintura, preferencialmente, original. Pintura nova indica que a máquina foi reformada. Para julgar o estado de uma colhedora, então, é preferível que a mesma esteja com pintura original. Verifique a coerência entre as horas de trabalho registradas e seu aspecto geral. As condições dos pneus devem corresponder ao número de horas. Informe-se sobre o local de origem da máquina e sobre seu proprietário anterior: empresário ou particular. As máquinas de em-
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Máquinas
presários são submetidas a condições muito adversas e trabalham mais duramente. Convém saber, também, se a máquina colheu arroz irrigado. Sendo o caso, a máquina, certamente encontrou condições de solos úmidos, comprovados pelos elementos de transmissão. Trabalho com o uso de esteiras também faz sofrer a transmissão. Uma primeira verificação permite ver se as proteções laterais estão no lugar. É um elemento essencial de segurança. É, também, significativa a atenção do proprietário anterior com a máquina. Em toda a máquina não deve haver peças tortas ou gastas, devendo tudo estar alinhado. www.cultivar.inf.br
SISTEMAS DE TRILHA E SEPARAÇÃO Abrir as janelas de inspeção. Tudo deve estar em ordem. Examinar o desgaste do cilindro e côncavo. Suas estrias não devem ter desaparecido. O cilindro e côncavo devem estar em bom estado e suas regulagens bem ajustadas e funcionando. O sucesso dessa operação depende do bom conhecimento de todas as peças e seus perfeitos funcionamentos. Para lembrança de todos os detalhes a serem verificados, é recomendável ter uma planilha com todos os itens a testar, como correias, roscas sem-fim, elevadores, parafusos, correntes etc. Novembro / Dezembro 2002
Informe-se sobre o local de origem da máquina e sobre seu proprietário anterior: empresário ou particular
CORRENTES-ROLAMENTOS-CORREIAS
Fotos Fabiano Dallmeyer
As correntes não devem estar com a tensão máxima. É necessário regular o sistema de trilha, inspecionar todas as correias para ver se têm aspecto normal. Seu desgaste pode se traduzir por fendas, quebraduras e outros defeitos. Correias aparentemente não usadas podem quebrar após um longo período de não utilização. Inspecionar também o estado das polias e a espessura das gargantas. É difícil visualmente verificar o esta-
do dos rolamentos. O barulho da máquina pode indicar seu mau estado. Mesmo que uma máquina tenha parado por longo tempo, ela pode estar com poeira acumulada.
CABINES E PROPULSÃO
Tudo deve ser testado na cabine e funci-
onar perfeitamente. Todas as regulagens, todos os testes, incluindo-se os controles de segurança, devem estar em estado de funcionamento. Como todo o motor a diesel, ele deve partir facilmente. Esse não é, geralmente, o ponto frágil de uma colhedora. Na inspeção visual, não deve apresentar traços de óleo. O motor deve estar limpo, caso contrário, observar a cor da fumaça. Fumaça azul indica um consumo de óleo ligado ao mau estado funcionamento. Fumaça preta indica um problema de injeção. Se a máquina tem transmissão hidráulica, inspecionar o estado dos flexíveis e a ausência de vazamentos no nível das junções. Um flexível novo no meio de outros mais velhos indica que houve algum problema. Recomenda-se seguir o circuito para ver qual órgão deve dar uma explicação ao vendedor. Se o vendedor for um concessionário, é bom dar uma garantia sobre o hidráulico. No caso de uma transmissão mecânica, é necessário verificar que a embreagem não patine e nem dê impactos. Examinar a regulagem da embreagem e testar a caixa. As marchas devem passar corretamente. Em operação, escutar bem os ruídos que a caixa pode fazer. O teste da máquina deve permitir que se julgue o funcionamento de todas as suas funções. A idéia que se faz de seu estado pode ser aquilatado pelo olho e pelo ouvido. Verificar todas as partes da máquina e escutar os ruídos que ela emite. Anotar as observações meticulosamente, pois isso permitirá levantar todas as questões ao vendedor e calcular o custo de eventuais revisões e mudanças de pe.M ças a efetuar. Dominique Leclercq, Cultivar / França
Hidráulicos
Correias e correntes
Tubo de descarga
Cilindro de trilha
Solos
emissão de CO2
Fonte de carbono Estudo mostra que o solo emite CO 2 numa proporção 10 vezes maior do que todas as atividades industriais somadas
S
olos utilizados para exploração agrícola geralmente ficam desprovidos de vegetação por um período, a espera da época de chuvas, antes do plantio. Durante tal período, este ambiente é basicamente um emissor de CO2 para a atmosfera, pois nenhuma vegetação está presente e nenhuma fotossíntese ocorre. O solo é um dos principais componentes no ciclo do carbono, pois é o maior emissor desse elemento da biosfera. Para se ter uma idéia, toda a atividade industrial do mundo libera para a atmosfera aproximadamente 5 bilhões de toneladas de carbono ao ano, enquanto que a respiração do solo, sem levar em conta o processo de respiração das raízes, emite na ordem de 50 bilhões de toneladas de carbono ao ano, ou seja, uma emissão 10 vezes superior àquela provocada por toda a poluição industrial. Nos últimos séculos atividades como o manejo do solo têm influenciado na dinâmica da emissão de carbono solo - atmosfera, causando um acréscimo em tal emissão. Estes processos estão diretamente relacionados ao efeito estufa, colocando as atividades agrícolas como uma das principais responsáveis pela modificação recente do clima no planeta. Assim, uma estratégia que vem sendo sugerida para a redução do aquecimento global seria racionalizar algumas atividades agrícolas, em particular métodos de preparo do solo, procurando reduzir a perda de carbono do solo para a
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Máquinas
atmosfera. Apesar de todos os esforços, é preciso relacionar a influência de sistemas de manejo com a quantidade de carbono adicional emitido, especialmente nos solos tropicais. Um desses resultados foi obtido recentemente a partir de experimentos realizados no período de 2000 a 2002 na FCAV-UNESP, campus de Jaboticabal, SP, sob supervisão dos docentes Prof. Dr. Afonso Lopes (Departamento de Engenharia Rural) e Prof. Dr. Newton La Scala Júnior (Departamento. de Ciências Exatas) e a colaboração de estudantes do curso de Agronomia desta faculdade. Os professores estudaram a emissão imediata de CO2 do solo após preparos diversos, tais como: Enxada rotativa, Escarificador, Arado de disco seguido de grade niveladora e Grade aradora seguido de grade niveladora. Nessas pesquisas tem-se o cuidado de manter parcelas inalteradas, denominadas sem distúrbio. Assim que o procedimento de preparo do solo foi encerrado, esperou-se 24 horas para iniciar as medições do fluxo de CO2. As emissões de CO2 provenientes do solo foram avaliadas utilizando-se uma câmara por-
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tátil modelo 6400-09 (LI-COR, NE, E.U.A.), instrumentação essa adquirida através do projeto financiado pela FAPESP (97/12009-8). A operação do equipamento é simples, e evita o acúmulo de CO2 dentro da câmara, funcionando entre um máximo e um mínimo de concentração de CO2 em seu interior, em torno da concentração ambiente. Para realizar as leituras a câmara é colocada sobre colares de PVC instalados no solo, sendo os dados do fluxo de CO2 emitido em cada ponto, computados utilizan-
Novembro / Dezembro 2002
Fotos Afonso Lopes
O solo é um dos principais componentes no ciclo do carbono, pois é o maior emissor desse elemento da biosfera
do-se o equipamento LI-6400 (photosynthesis system). A Figura 1 apresenta os resultados obtidos durante o período de 2 semanas. Nas primeiras 24 horas em que o manejo foi executado, as emissões eram tão altas quanto 0,.64 g CO2 m2 -1 h e 0,47 g CO2 m-2 h-1 nas parcelas escarificada e arada mais grade niveladora, respectivamente, e tão baixas quanto 0,27 g CO2 m-2 h-1 na parcela sem preparo. Durante o período de 2 semanas nenhuma chuva ocorreu no local e
nos últimos dias do estudo as emissões de CO2 convergiram para um mesmo valor de 0,22 g CO2 m-2 h-1 para todos os tratamentos. A análise estatística demonstrou as emissões de CO2 são significativamente diferentes (P<0.01) quando compara os tipos de preparo do solo. Tais resultados indicam um acréscimo de 74 g de CO2 m-2 na emissão total da parcela escarificada quando comparada com aquela sem mobilização, durante o período de 2 semanas. Os professores responsáveis pela pesquisa ressaltam que a agricultura mecanizada ocupa aproximadamente 50 milhões de hectares no sudeste do Brasil. Sendo assim, as diferenças observadas na emissão de CO2 neste trabalho são bastante relevantes, e podem sinalizar que modificando-se a forma de manejo de solos poderíamos minimizar o impacto da agricultura na transferência de CO2 do solo para a atmosfera em nossa região. Este trabalho encontra-se publicado na íntegra na revista Soil & Tillage Research n0 1617, ano 2001. Num trabalho mais recente, realizado em meados de 2002, os referidos professores puderam comprovar que diferenças em regulagens de uma enxada rotativa também afetam significativamente as emissões de CO2 do solo para atmosfera. A Figura 2 apresenta tal efeito onde compara-se as emissões após preparo com enxada rotativa em quatro formas de regulagens: 1) sem distúrbio. 2) rotação do rotor 122 rpm e posição do anteparo traseiro levantado. 3) 153 rpm e anteparo levantado 4) 153 rpm e anteparo abaixado 5) 216 rpm e anteparo abaixado. A emissão de CO2 após o preparo foi acompanhada durante 30 dias e comparada com os resultados da parcela sem mobilização. Os resultados mostraram que o fato de mudar as regulagens numa mesma enxada rotativa causaram diferenças significativas na emissão de CO2 do solo, tanto quanto aquelas provocadas pelos vários tipos de equipamento, como mostrado na Figura 1. Desta forma, os pesquisadores lembram que
essa linha de estudos vem ao encontro das novas tendências de práticas agronômicas considerando-se a preservação ambiental. Tais experimentos estarão num futuro próximo capacitando a tomada de decisão sobre projetos de desenvolvimento sustentável, com o mínimo de
Afonso e Newton avaliam diversas atividades de preparo de solo e a reação de emissão de CO 2
transferência de carbono do solo para a atmosfera após preparo de solos, havendo possibilidade de captação financeira por meio dos assim .M chamados créditos de carbono . Afonso Lopes e Newton La Scala Júnior, Unesp - Jaboticabal
Câmara portátil modelo 6400-09 (Li-Cor, Ne, E.U.A.), que mede a emissão de CO2 no solo Novembro / Dezembro 2002
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Máquinas
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Opinião
NOVO GOVERNO FEDERAL
E agora, Luis? EQUIPE
ção, da obtenção dos insumos na hora certa e pelo preço justo, as garantias da comercialização. Mas quer também a segurança do direito da propriedade, da liberdade de ir e vir, da integridade pessoal. E que nos lembremos que latifúndio significa grande área, e não sinônimo de área improdutiva. Que muitos latifúndios foram adquiridos com trabalho e suor de várias gerações, geralmente de imigrantes; estes podem servir de modelo para muitos de nós. Fabiano Dallmeyer
P
arafraseando o poeta, de tanto valor e saudosa memória, não posso deixar de me permitir algumas reflexões a respeito do momento político atual. Todos já vimos, e lemos, uma série de cartas ao novo Presidente, de manifestos, de reivindicações que têm mostrado as expectativas e esperanças que cercam esta nova gestão. Não seria algo tão notável, não fosse a mudança de orientação esperada. O que o mundo agrícola espera do novo Presidente e sua equipe? Não estou autorizado a falar em nome de ninguém, e nem me atreveria a tanto. Falo em meu nome, e no que sinto, pela gente com quem convivo. Vejamos: Começando por ela: que seja gente comprometida com a agricultura, tendo em mente que tão importante quanto cuidar do pequeno agricultor, base da pirâmide de produção primária, é também suportar o grande, o produtor de commodities, que vai nos dar o poder de barganha no mercado internacional, e a manutenção (ou retomada) do cognome celeiro do mundo . Uma equipe competente, cooperativa e não corporativa, sensível aos anseios de todos os segmentos e das necessidades do país como um todo.
SEGURANÇA
O campo quer ter a segurança da produ-
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Máquinas
EDUCAÇÃO E TREINAMENTO
Não há como fugir da modernização, dos avanços tecnológicos. Será que nossas escolas, notadamente as agrícolas, estão aparelhadas, e seus mestres treinados para transmitir estas tecnologias? Os aspectos pedagógicos são muito importantes, sim, e devem ser estimulados. A criatividade, a inovação, deve ser explorada. A infraestrutura modernizada. Experiências suficientes nos mostram que o treinamento, aliado à educação proporciona uma agricultura eficiente, produtiva e rentável.
MODERFROTA II
O PEQUENO
O pequeno agricultor, o que tem tradição, a cultura agrícola, este espera apoio, em termos de tecnologia, de financiamento, e de associativismo. Aliás, o associativismo produtivo deve ser a grande saída deste pessoal descapitalizado e desassistido. E isto foi sublinhado pelo presidente eleito em sua campanha. O estímulo à agroindústria, da agregação de valor à produção, e da gestão profissional deverão dar condições de vida digna a este tipo de produtor. Daqui sairá a produção para alimentar nossos batalhões de famintos.
dente do financiamento. Muitos produtores têm condições de custear seus plantios, e acabam recorrendo aos bancos somente em função do seguro da produção. Mais recursos ficarão disponíveis a quem hoje tem dificuldade de acesso a eles.
Arno Dallmeyer é Consultor Técnico da Cultivar Máquinas e Professor Titular de Máquinas Agrícolas no CT/UFSM
SEGURO
Um seguro agrícola viável, e indepen-
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O programa de modernização da frota, e outras linhas de financiamento vêm sendo importantes impulsionadores de desenvolvimento, tanto na indústria quanto na agricultura em si. Para fechar este ciclo há de se criar e implementar um plano de financiamento de máquinas usadas e da manutenção (recuperação) destas, conforme já circularam propostas em diferentes esferas. Aí sim permitiremos o acesso de todos os tipos de produtores à tecnologia, à mecanização, à produtividade operacional. E os ganhos e os empregos serão mais distribuídos ao longo da cadeia de produção, não ficando concentrados apenas no fabricante, ou no sistema financeiro. Não é difícil transpor esta demanda ao mundo real, e ver quantas pessoas serão beneficiadas com esta medida. Certamente são dezenas, ou centenas, de demandas similares a estas, que o campo tem a dirigir ao governo, a seu presidente. Fiquemos por aqui, e nos engajemos nesta gigantesca operação de alavancagem do país rumo ao futuro, ao bem-estar de to.M dos, à estabilização, à paz social.
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