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Cultivar
Cultivar Máquinas • Edição Nº 151 • Ano XIII - Maio 2015 • ISSN - 1676-0158
Índice 4 Rodando por aí
Destaques
10 Guilhotina ou subsolagem? 13 Perdas pós-colheita 16 Ficha Técnica - Estrela da Stara 19 Velocidade de semeadura 22 Test Drive - MF 9895 32 Preparo do solo 36 Eventos - Agrishow 2015
Test Drive - MF 9895
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Testamos a colhedora Classe VIII da Massey Ferguson, a MF 9895 capaz de operar com plataformas de 40 pés
Lançamentos Agrishow 2015 Conheça os principais lançamentos e destaques na Agrishow 2015
Grupo Cultivar de Publicações Ltda. Direção Newton Peter
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• Design Gráfico/Diagramação Cristiano Ceia
• Redação Charles Echer Rocheli Wachholz Juliana Luz
• Comercial Sedeli Feijó José Luis Alves Rithiéli de Lima Barcelos
• Revisão • Coordenação Circulação Aline Partzsch de Almeida Simone Lopes
Semeadora Estrela da Stara
Velocidade de plantio
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Influência da velocidade da semeadora na qualidade final do plantio
Assinatura anual (11 edições*): R$ 239,90 www.revistacultivar.com.br cultivar@revistacultivar.com.br (*10 edições mensais + 1 conjunta Dez/Jan) Números atrasados: R$ 22,00 CNPJ : 02783227/0001-86 Assinatura Internacional: US$ 150,00 Insc. Est. 093/0309480 € 130,00
• Editor Gilvan Quevedo
Capa - Charles Echer
Ficha Técnica
• Assinaturas Natália Rodrigues Clarissa Cardoso Aline Borges Furtado • Expedição Edson Krause • Impressão: Kunde Indústrias Gráficas Ltda.
NOSSOS TELEFONES: (53) • GERAL
• ASSINATURAS
• REDAÇÃO
• MARKETING
3028.2000
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Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados podem solicitá-las à redação pelo e-mail: cultivar@revistacultivar.com.br Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.
RODANDO POR AÍ EasyRiser
Efficient Power
A Case IH lançou durante a Agrishow a linha de plantadeira EasyRiser, com 30% a mais de autonomia de sementes. A plantadeira, em conjunto com os tratores das famílias Puma e Magnum, são a aposta da empresa dentro do conceito Efficient Power para a agricultura de alto rendimento. “Em comparação com qualquer outra tecnologia do mercado, estes equipamentos registram o mais baixo índice de custos de produção do país”, garantiu o gerente de serviços da marca para a América Latina, Auri Orlando.
Auri Orlando
Christian Gonzalez
Renovação A New Holland renovou e lançou na 22ª Agrishow o seu time de colheitadeiras e uniu qualidade e facilidade na operação de máquinas, com recursos que aumentam o desempenho no campo e atendem as demandas do mercado. Apesar de 2015 ser um ano de ajustes no mercado, a empresa está confiante com os novos produtos. “O Objetivo da New Holland em 2015 é obter uma participação histórica, tanto em tratores, como em colheitadeiras”, afirma Alessandro Maritano, vice-presidente da New Holland.
Alessandro Maritano
Boa recepção
Eduardo Nicz
Alta flutuação
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Inovação A New Holland lançou sua primeira plantadeira produzida no Brasil. A promessa é de que a PL5000 armazene 10% a mais de fertilizantes e sementes que as máquinas desta categoria. “A primeira plantadeira da New Holland possui a maior caixa de sementes do mercado e autonomia para trabalhar o dia inteiro, sem precisar reabastecer”, afirma Carlos D’arce, diretor de Marketing América Latina.
Carlos D’arce
Pneu premiado
Eduardo Nicz, gerente de Marketing e Produtos da New Holland, lembrou durante a Agrishow a força da marca no Brasil. “De todos os países do mundo, o Brasil é o que possui mais seguidores da marca em redes sociais, e isso é motivo de muito orgulho para nós. A nova campanha da empresa reforça o ‘sempre com você’, e essa é a ideia exposta na feira”, explica.
A Titan apresentou como destaque na Agrishow 2015 o protótipo do pneu da alta flutuação 600/50R22,5. Segundo o consultor técnico da Titan Pneus para o interior de São Paulo, Carlinhos Belão, “a Titan acompanha de perto as demandas que surgem no campo, por isso apresentou este pneu que será um produto bastante útil na região, principalmente para aplicações na localidade que é a maior produtora mundial de açúcar e álcool e onde se concentra grande parte da indústria de suco de laranja, beneficiadoras de café, amendoim entre outras atividades importantes”.
Eficiência, economia e rentabilidade são os conceitos presentes no método de trabalho da Case IH, do projeto ao desenvolvimento das máquinas, no conceito Efficient Power. São inovações tecnológicas e recursos inteligentes que resultam no menor custo operacional do mercado de máquinas. “Todos os nossos produtos foram desenvolvidos para serem os mais eficientes, com o menor custo operacional. O Efficient Power é nosso jeito de dizer que o mundo mudou e que nós estamos prontos para ele”, explica Christian Gonzalez, diretor de Marketing da Case IH para a América Latina.
Carlinhos Belão
Mauro Oliveira
Para o gerente de Vendas da Trelleborg, Mauro Oliveira, a Trelleborg Wheel Systems teve uma excelente participação na Agrishow. Os destaques foram a linha TM1000 High Power de pneus radiais e o pneu TM700 Progressive Traction, que ganhou cinco prêmios importantes de inovação em todo o mundo e já está sendo comercializado no Brasil. “A linha TM700 Progressive Traction proporciona maior poder de tração, menor consumo de combustível e maior eficiência operacional”, comentou Oliveira.
Terragator 8300 Uma das máquinas que chamaram atenção no estande da Valtra foi o distribuidor de fertilizantes Terragator 8300. “O produto foi desenvolvido especialmente para clientes que procuram excelente produtividade na distribuição de defensivos, pois possui três pneus de alta flutuação que minimizam a compactação do solo, favorecendo a aplicação de defensivos no pré-plantio”, explica o coordenador de Marketing de Produto Pulverizador AGCO, Lucas Zanetti.
Lucas Zanetti
Aproximação
Multitarefas K3500
A equipe da Jan recebeu clientes e visitantes no estande da empresa durante a Agrishow, fornecendo-lhes explicações e apresentando os novos lançamentos. Para o gerente comercial da Jan, Claudiomiro Santos, a “Agrishow foi uma oportunidade de aproximar a empresa dos clientes, recebendo e trocando ideias sobre os novos produtos e encontrando maneiras de acompanhar e responder o desejo e as necessidades do nossos produtores”, finalizou.
Lançada oficialmente na Agrishow 2015, a K3500 pode trabalhar durante todo o ano realizando operações de colheita, pulverização e poda na cultura do café. Ao encerrar o ciclo da colheita, o produtor poderá trocar o sistema de colheita pelo sistema de pulverização, por exemplo. Para o diretor comercial da Jacto, Valdir Marins, a K3500 “foi desenvolvida para trabalhar em plantios tradicionais e também nos plantios adensados com até 2,50 metros entre linhas, garantindo o trabalho da máquina durante todo o ano”.
Bons negócios
Pré-lançamento
A Pla levou para a Agrishow os seus principais produtos no segmento de pulverizadores e distribuidores de sólidos, com destaque para o pulverizador de dois mil litros e o pulverizador com barra em fibra de carbono de 3.500 litros. De acordo com o gerente de Distrito da Pla, Fábio Kurtz, “a feira é um importante centralizador de negócios para regiões brasileiras que não possuem eventos agrícolas, como a região Norte e alguns estados do Nordeste do país, onde excelentes negócios são concretizados”.
No segmento de implementos, a Valtra realizou durante a 22ª Agrishow o pré-lançamento da plantadeira Frontier CFS. Segundo o especialista de Marketing de Produto Implementos da AGCO, Giancarlo Rocco, “o pré-lançamento teve como finalidade disponibilizar ao produtor que visitou a feira conhecer os diferenciais da nova série de plantadoras da Valtra, que vem com a proposta de aliar robustez à excelente relação adubo e sementes, que permite longas jornadas de trabalho sem paradas e ainda agilidade no abastecimento”.
Novidades tecnológicas A Trimble participou pela primeira vez na 22ª edição da Agrishow com toda a sua equipe do Brasil de Agricultura e Correção de Sinal. De acordo com o gerente regional de Vendas, José Carlos Ferraz Bueno, a empresa ficou satisfeita com o resultado obtido no evento. “Queríamos mostrar as novidades tecnológicas que estamos lançando e desenvolvendo no mercado da América Latina e fomos muito bem recebidos pelos nossos clientes que nos visitaram”, explica Bueno.
Rodado Duplo A Marini teve durante a Agrishow a visita de um grande número de clientes que tiveram a oportunidade de conferir o lançamento do Kit Rodado Duplo Aro 46’. De acordo com Eduardo Marini, “entre as várias vantagens este rodado possibilita uma grande performance do trator com segurança, resistência e durabilidade, facilitando o máximo o seu trabalho”.
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Tecnologia para colheita A Valtra ampliou sua linha de colheitadeiras com o lançamento da BC6800 durante a Agrishow 2015. De acordo com o coordenador de Marketing de Produto da Valtra, Gilberto Dutra, “a nova colheitadeira tem as principais características dos modelos maiores da marca e vem equipada com o sistema TriZone, que inclui côncavos bipartidos com suspensão, um novo canal alimentador do rotor e um sistema de limpeza multiestágios”.
Gilberto Dutra
MF 9695 Trident
Fuse A Massey Ferguson levou para a Agrishow as principais tecnologias voltadas à agricultura de precisão da Fuse Technologies, estratégia global de tecnologia da AGCO que visa ajudar o produtor rural ao melhor uso da tecnologia no seu negócio. “A Fuse Technologies visa reduzir os custos de produção e diminuir a contaminação da natureza pelos defensivos utilizados”, explica Niumar Dutra Aurélio, coordenador de Marketing do Produto ATS Massey Ferguson.
Niumar Dutra Aurélio (esq.)
Agrimec
A equipe de colheitadeiras da Massey Ferguson teve motivos para comemorar durante a Agrishow, com o lançamento da colheitadeira MF 9695 Trident, que veio para completar a renovação do portfólio de máquinas axiais. “Com a chegada da MF 9695 passamos a oferecer mais eficiência e rentabilidade operacional para os mais diversos produtores rurais”, garante Walter Grando.
Walter Grando (dir.)
Odilo Marion
Novos modelos
Luiz Antonio Vizeu
Os novos modelos de equipamentos da Miac para as culturas de amendoim, feijão e mandioca chegaram cheios se novidades. Segundo o gerente de Marketing, Luiz Antonio Vizeu, as novas colhedoras de amendoim trazem como inovações o sistema de recolhimento no transporte, as unidades recolhedoras individuais para cada leira de amendoim e esteiras recolhedoras desenhadas para dar maior velocidade e eficiência de recolhimento.
Marca fortalecida Presente na Agrishow 2015, a coordenadora de Publicidade da CNH Industrial, Karine Miranda, destacou a importância da feira no cenário agrícola nacional. “Agrishow é uma feira onde temos a oportunidade de reforçar as marcas da CNH através de campanhas institucionais e ações promocionais junto aos clientes”, destaca.
Karine Miranda
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O destaque da Agrimec na 22ª edição da Agrishow foi a caçamba recolhedora de pedras – Cata Pietra, com capacidade para recolher até quatro metros cúbicos de pedras por carga. “Além dos benefícios para o produtor rural como economia e rapidez, também tem utilidade na recuperação de solos inaproveitáveis, tornando-os aptos para o cultivo e com isso aumentando seu valor de mercado”, garante o fundador da Agrimec, Odilo Marion.
Newland A Semeato marcou presença na Agrishow 2015, onde destacou sua nova plantadeira Newland. Segundo a gerente de Marketing da Semeato, Danielle Souto, “a feira foi uma oportunidade excelente para demonstrar os produtos novos na região Sudeste do Brasil, além de atrair clientes de várias partes do mundo”.
Produtividade
Adilson Batista (esq.)
A nova semeadora de precisão SP Topografic foi um dos destaques da Baldan na Agrishow 2015. “A nova semeadora de precisão surpreenderá o produtor pela sua praticidade e seus opcionais, pois foi projetada aliando tecnologia, desempenho e produtividade”, garante o coordenador de Marketing da Baldan, Adilson Batista.
Time Jumil
Projeto inovador
O time da Jumil apresentou várias novidades na Agrishow 2015. Entre os destaques esteve a forrageira JM 4200SH, implemento compacto de uma linha que oferece alto desempenho produtivo, simplicidade e acesso facilitado. Também foram apresentados a plantadora para hortaliças JM 2490 Perfecta, o sistema Easy Tech e a distribuidora de fertilizantes a lanço, JM Precisa 4m3.
A equipe da Jacto presente no Agrishow teve um reforço de peso nesta edição, a Colhedora de Café K3500. Ela pode trabalhar durante todo o ano realizando operações de colheita, pulverização e poda. “Este projeto reforça que a Jacto mantém vivos os seus valores de atuar com inovação e o estabelecimento de parcerias, destacou o diretor-presidente, Fernando Gonçalves Neto.
Série renovada
Série completa
O lançamento da nova série BM foi comemorado pelos clientes junto com o time Valtra durante a Agrishow 2015. “As inovações presentes na série aprimoram o desempenho do trator nas diversas operações de trabalho”, garantiu o supervisor de Marketing de Produto Tratores da Valtra, Winston Quintas.
O time de colheitadeiras da Valtra comemorou o lançamento da BC 6800, que completa a linha de colhedoras axiais da marca. De acordo com Douglas Vincensi, gerente de Marketing de Produto Colheitadeiras e Enfardadoras da AGCO América do Sul, “a BC 6800 traz as características das máquinas maiores da série, mantendo todo o aparato tecnológico existente nas irmãs maiores”.
Série ampliada Entre os diversos lançamentos da Stara, um dos que mais chamaram a atenção foi o trator ST MAX 180, que veio para ampliar a família de tratores da empresa. “O que faz deste trator um destaque são detalhes como câmbio semi-Powershift, com 54 marchas para frente e 18 para trás”, explica Gilson Trennepohl, diretor-presidente da Stara.
Gilson Trennepohl (centro)
Gigantes Os tratores das séries 8R e 9R chamaram atenção no estande da John Deere. De acordo com o gerente de Marketing de Produtos Tratores, Paulo Verdi, “o trator da Série 8R (8295R) passou por atualizações e agora garante ainda mais desempenho, segurança e conforto aos operadores e produtores que exigem grande rendimento”.
Paulo Verdi (esquerda)
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Dyna-4 A série MF6700R Dyna-4 confirmou na Agrishow 2015 a posição de principal lançamento de trator no ano de 2015 para América do Sul. “Com o lançamento deste novo projeto, a Massey Ferguson fortalece sua posição de liderança em tratores no Brasil”, explica o gerente de Produto para Tratores América do Sul, Eduardo Sousa.
Soluções completas
Eduardo Sousa
Primeiro trator
César Di Luca
A Case IH lançou durante a Agrishow o programa “Meu 1º Case IH” para atender os produtores rurais que até então não haviam tido a oportunidade de trabalhar com algum equipamento da marca. “Através do programa, a Case IH se aproxima cada vez mais dos produtores, estimulando a compra de máquinas com tecnologia de ponta”, destacou César Di Luca, diretor comercial da Case IH no Brasil.
Inovação e competitividade “Apesar da desaceleração nas vendas de máquinas agrícolas no Brasil, a Massey Ferguson adota a estratégia de inovar para manter-se competitiva no mercado. Continuaremos investindo, independentemente dos resultados e do momento”, garantiu o diretor comercial da marca, Alfredo Jobke.
Alfredo Jobke
Compromisso
Paulo Herrmann
Otimismo e confiança estiveram presentes no estande da John Deere de aproximadamente um hectare, onde foram expostas mais de 100 máquinas agrícolas durante a Agrishow. “Os investimentos da empresa demonstram o compromisso contínuo da John Deere com o desenvolvimento da agricultura brasileira”, destacou o presidente da John Deere Brasil, juntamente com o vice-presidente de Vendas e Marketing da América Latina, Paulo Herrmann.
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Entre os destaques da Case IH na Agrishow 2015 estão os implementos para os segmentos de cana, café, grãos e biomassa. “Com os lançamentos, nos consolidamos como uma marca que entrega soluções completas para o produtor, atendendo expectativas do plantio até a colheita”, garantiu Mirco Romagnoli, vice-presidente da marca para a América Latina.
Mirco Romagnoli
Soluções ideais
Carlito Heckert
Com os lançamentos realizados na Agrishow, a Massey Ferguson procurou apresentar soluções ideais para qualquer demanda, tornando os trabalhos complexos em atividades simples. “Temos um portfólio completo de produtos e soluções ideais para quem busca economia de combustível, eficiência operacional e rentabilidade”, afirmou Carlito Heckert, diretor comercial da Massey Ferguson.
Plantio preciso A Monsanto tem nova plataforma de negócios no Brasil, a Precision Planting, que auxilia na operação de plantio. Um dos equipamentos que devem ganhar força nos próximos anos é o distribuidor de sementes pneumático eSet. “O equipamento atinge plantabilidade próxima de 100%, evitando falhas e sementes duplas e pode ser instalado em diversos tipos de semeadoras convencionais”, explica José Galli, gerente de Negócios Precision Planting.
José Galli
Mais rentabilidade
Alex Sayago
“Criar diferenciais que atendam às necessidades dos clientes é um dos compromissos da John Deere”, garantiu o diretor de Vendas da John Deere e diretor de Marketing para a América Latina, Alex Sayago, durante a Agrishow. De acordo com Sayago, a empresa está focada em oferecer soluções que permitam reduzir custos, aperfeiçoar a demanda de trabalho e aumentar a produtividade do produtor.
Segurança e conforto Com foco nos tratores das linhas 500 e 5000, a Agrale marcou presença na Agrishow 2015. “Os modelos das Linhas 500 e 5000, em suas versões cabinadas de fábrica, oferecem mais segurança e conforto para o agricultor”, garante o gerente de Produtos Tratores, Silvio Rigoni.
Manipulador telescópico A JCB mostrou na Agrishow 2015 seu manipulador telescópico, que pode atender diversos setores da agropecuária a partir de uma série de acessórios como garfos, garras, espetos e caçambas. “Com o manipulador é possível trabalhar com bags de grãos, fertilizantes, fardos de algodão ou feno, carregamento de fardos de vários tipos, aumentando a produtividade”, garante o gerente de Produtos Agrícolas, Fabrício Abe.
Fabrício Abe
Alta performance Um dos destaques da Valtra na Agrishow foi a nova colhedora de cana BE1035. “Trata-se de uma colhedora de alta performance e a mais moderna do mercado, pois conta com avanços tecnológicos que garantem agilidade e qualidade de funcionamento”, garante o diretor de Produtos AGCO para América Latina, Jack Torretta.
Silvio Rigoni (dir.)
Canavieiro Um dos destaques da John Deere para o setor sucroalcooleiro foi o trator 6205J, apresentado pela primeira vez na Agrishow. “Este modelo exerce papel importante para o trabalho canavieiro, como nas operações de transbordo por conta do chassi integral, que evita esforços na tração e torção do conjunto motor/transmissão”, garantem os especialistas de Marketing de Produtos Tratores, Marcos Balsan e Eduardo Martinatti.
Linha completa A LS Tractor levou sua linha completa de tratores para a Agrishow. De acordo com diretor comercial e de marketing, André Rorato, os pontos comuns entre os produtos de todas as séries são design moderno, ergonomia, conforto, agilidade, economia e força. “São atributos diferenciais no mercado brasileiro”, garante.
André Rorato (dir.)
Jack Torretta
Novo T7 Um dos destaques da New Holland na Agrishow foi o trator T7.260. De acordo com o especialista de produto, Cristiano Conti, o novo trator se destaca pela transmissão mais reforçada, feita para suportar sua maior potência, e pela sua cabine que possui o menor índice de ruído da categoria.
Cristiano Conti
Eficiência demonstrada
Fernando Petroli
O conceito Efficient Power da Case IH pode ser visualizado pelos visitantes da Agrishow, em detalhes nos projetos das máquinas expostos pelo estande. “Desta forma o produtor pode visualizar detalhes construtivos que tornam as máquinas mais eficientes e robustas, aumentando a produtividade e diminuindo as manutenções”, explica o especialista de Produto Fernando Petroli.
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EQUIPAMENTOS New Holland
Guilhotina ou subsolagem?
O sistema de plantio direto exige cuidados especiais com relação à compactação do solo. Saber os benefícios e problemas das principais práticas mecânicas se torna fundamental para a produção agrícola
O
s solos manejados pelo sistema plantio direto (SPD) vêm cada vez mais demonstrando problemas relacionados com a compactação do solo. Esta, por sua vez, é mais pronunciada em períodos de estiagem, fenômeno que está cada vez mais comum no país. Isso está se tornando um problema Maio 2015 • www.revistacultivar.com.br
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comum, enfrentado por vários agricultores, que resulta na redução da produtividade. O problema da compactação geralmente se concentra na camada de 7cm a 15cm, onde estão concentradas as tensões geradas pelo tráfego de máquinas agrícolas. Com essa problematização, a equipe do Núcleo de Estudos em So-
los e Máquinas Agrícolas (Nesm) do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus Sertão vem pesquisando a eficácia do emprego de sulcadores em maior profundidade, resolvendo, assim, o problema da compactação na semeadura. O tipo de solo onde foi realizado
Figura 1 - Mapas de contorno da resistência mecânica do solo à penetração nos tratamentos sistema plantio direto com haste sulcadora atuando a 7cm (A), sistema plantio direto com haste atuando a 11cm (B), e cultivo mínimo (C). (A linha de semeadura estava no centro do mapa de contorno)
o trabalho de pesquisa foi um Nitossolo Vermelho, ou seja, um solo com mais de 55% de argila e com sérios problemas de compactação. Para avaliação da técnica de descompactação, o experimento continha os seguintes tratamentos: SPD7 – Sistema plantio direto há 14 anos, com sulcador de fertilizante da semeadora atuando a 0,07m de profundidade (testemunha); SPD11 – Sistema plantio direto há 14 anos, com sulcador atuando a 0,11m de profundidade (estratégia 1); e CM – cultivo mínimo há 12 meses (estratégia 2). Para a semeadura do experimento foi empregada uma semeadora-adubadora de verão/inverno de sete linhas espaçadas em 45cm, na qual a haste sulcadora foi regulada para trabalhar a 7cm no SPD7 considerado como testemunha, após a 11 cm no SPD11, considerado como estratégia 1. No cultivo mínimo a semeadura foi realizada com a haste a 7cm. O cultivo mínimo foi realizado com uso de um subsolador de nove hastes curvas, ponteira estreita, disco
de corte de palha e rolo nivelador. Tal operação foi realizada a 25cm de profundidade, obedecendo à regulagem em função do espaçamento das hastes, e foi realizada a 18 meses da semeadura.
PARÂMETROS AVALIADORES
Para a determinação do estado físico do solo frente às estratégias de manejo mecânico, foi mensurada a resistência do solo à penetração (RP) na semeadura da cultura da soja, sendo esta realizada em transecto para, posteriormente, montar mapas de contorno da resistência do solo. Na Figura 1 é possível ver os resultados do trabalho, onde se encontram os mapas de contorno da resistência do solo à penetração nos tratamentos. Considerando como restritivo ao desenvolvimento de plantas o valor de 2.000kPa, é possível verificar que ao longo da camada de estudo, não há resistência restritiva. Comparando a estratégia 1 contra a testemunha, ou seja, SPD11 contra
SPD7, é visível que as resistências até a profundidade de 7cm são similares, pois houve mobilização em ambos os tratamentos pelo sulcador, no entanto, ao passar dessa profundidade os valores são menores no SPD11, o que é esperado, haja vista a atuação da haste até os 11cm, demonstrando que até essa profundidade a RP está em 1.450kPa, já no SPD7 chegou a 1.750kPa. Ressaltamos aqui a umidade do solo, que irá elevar tais resistências, sendo que durante a coleta desses dados o solo do experimento estava com umidade em capacidade de campo (ponto ideal para o trabalho mecanizado). No solo sob cultivo mínimo, tomando como referência o valor de 1.150kPa, sua ocorrência é entre 0,15m e 0,17m, sendo que após esse valor a RP fica entre 1.300-1.450kPa, demonstrando condições de menor resistência ao longo do perfil. Isto é esperado, haja vista que a atuação da haste subsoladora proporciona efeitos até a camada de atuação, mas cuidados devem ser tomados após
Fotos David Peres da Rosa
Figura 2 - Distribuição radicular da soja submetida ao Sistema Plantio Direto com sulcador a 7cm (A) e a 11cm (B) e cultivo mínimo (C)
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essa, conforme estudos de Rosa et al (2011) e Mentges et al (2010), que apontam para compactação abaixo da soleira desse implemento. Na Figura 2 encontra-se a distribuição radicular da soja no SPD7, SPD11 e CM, em que é visualizada uma concentração de raízes mais finas em superfície, em todos os tratamentos, sendo que no SPD11 há raízes até 12cm, no SPD7 vai até 7cm e no CM apresentou poucas raízes finas em profundidade, se detendo nos primeiros 10cm. O fato de não haver mais raízes em profundidade está relacionado com as condições de fertilidade, que segundo avaliação realizada nesse experimento, demonstrou problema com acidez na camada de 20cm-40cm, assim, com a subsolagem, houve uma inversão das camadas, levando tal problema para superfície, resultando numa redução da área
Charles Echer
Uma das formas de minimizar a compactação no plantio direto é o emprego da haste sulcadora de fertilizante da semeadora em maior profundidade
explorada pelas raízes. Tais dados demonstram que a estratégia de melhoria física na semeadura, como solução a longo prazo, é viável, pois houve redução da resistência mecânica do solo à penetração, que resultou em maior
expansão radicular do que o solo sob .M cultivo mínimo.
consideradas mecânicas, há emprego de implementos de mobilização do solo, tais como grades aradoras, escarificadores e/ou subsoladores. Entre os subsoladores existentes no mercado, há uma preferência por aqueles dotados de disco de corte e rolo nivelador/ destorroador, pois quem emprega o SPD, visa manter a palha sobre a superfície e esse tipo de implemento corta a palha, através do disco de corte, e, se erguer algum torrão com a mobilização das hastes, o rolo destorroador nivela essa irregularidade. Outra técnica, que até então não tem sido muito empregada, é
o uso da haste sulcadora de fertilizante da semeadora em maior profundidade, haja vista que o problema, o qual foi comentado anteriormente, está dos 7cm aos 15cm, camada passível de ser trabalhada em parte por tal mecanismo. O emprego do subsolador resulta na perda de alguns benefícios que são conseguidos com o SPD com o passar do tempo, que é a atividade biológica do solo, sem contar que é uma técnica paliativa, ou seja, você melhora as condições físicas do solo no momento, porém, após dois ou três anos ele volta.
David Peres da Rosa, Felipe Pesini, Lucas Pagnussat, Diego Fincatto IFRS – Campus Sertão
U
Fotos David Peres da Rosa
ma forma de visualizar na prática se há ou não presença de compactação na lavoura é pela análise visual das raízes, em especial as raízes pivotantes, que normalmente deveriam ficar eretas. Em casos de compactação, as raízes apresentam crescimento horizontalizado. Dentre as estratégias de redução da compactação, temos as práticas mecânicas e as biológicas. Nas biológicas temos o emprego de plantas com sistema radicular agressivo, visando que as próprias raízes façam a mobilização de tal camada. Já dentre as práticas
Massey Ferguson
Como verificar na prática a presença da compactação no solo
Raízes de soja torcidas devido à alta compactação do solo
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TRANSPORTE
Toneladas perdidas Aproximadamente 25% de tudo que é produzido na lavoura não é aproveitado pelos consumidores, pois se perde ao longo da cadeia produtiva
Charles Echer
C
erca de uma em cada quatro calorias deixa de ser consumida pelos humanos em função de perdas que ocorrem ao longo dos estágios da cadeia produtiva de diversos tipos de alimentos. Segundo dados da FAO (2013), cerca de 24% das perdas ocorrem na produção, 24% no manuseio e armazenamento, 4% no processamento e embalagem, 12% na comercialização e distribuição e 35% no consumo. Durante a produção ou colheita, as perdas podem ser decorrentes, por exemplo, de quedas de grãos no campo em função dos equipamentos utilizados ou descarte de hortifrútis devido à qualidade fora dos padrões. Durante o manuseio e armazenamento, perdas ocorrem devido à presença de pestes, fungos e doenças. Durante o processamento e embalagem, frutas impróprias e peixes estragados são descartados. Alimentos processados também podem apresentar perdas em função de ineficiências no processo industrial. Durante a distribuição e comercialização, prazos de validade vencidos ou baixa qualidade do produto podem implicar perdas. Finalmente, durante o consumo, o desperdício acaba gerando
outras perdas de alimentos. As perdas de alimentos podem ser qualitativas ou quantitativas. Perdas quantitativas estão relacionadas a perdas em termos físicos, passíveis de avaliação e mensuração, como redução no peso e no volume. Já as perdas qualitativas estão relacionadas ao valor nutricional e requerem formas diferentes de avaliação. Independentemente do tipo de perda, tem-se uma menor disponibilidade de alimento para a população, tornando-se necessário produzir mais para compensar tais perdas. Neste sentido, a redução das perdas torna-se uma estratégia “ganha-ganha”, pois, além de aumentar a disponibilidade de alimento, reduz a pressão sobre o ambiente, especialmente sobre os ecossistemas, o clima e a água. Este texto apresenta estratégias para minimizar perdas na pós-colheita, a partir da experiência observada num estudo realizado em 2014 com o objetivo de caracterizar e mensurar as
perdas existentes ao longo da cadeia logística do trigo. O Rio Grande do Sul, estado brasileiro responsável por cerca de 50% da produção nacional de trigo, foi escolhido para a realização do estudo. Ficou claro que as perdas existentes, somadas ao longo da cadeia logística do trigo, atingem proporções relevantes. Para atingir os objetivos do estudo, inicialmente foi feita uma caracterização das relações entre os agentes envolvidos na cadeia logística do trigo, de modo a identificar os elos nos quais as perdas são mais evidentes. Além do levantamento bibliográfico, nesta etapa também foram realizadas entrevistas com diversos agentes da cadeia, tais como moinhos, empresas transportadoras, caminhoneiros, cooperativas, terminais portuários e produtores rurais. Como resultado principal, estima-se que são perdidos cerca de 6% ainda dentro da porteira, durante o processo de colheita do trigo. A regulação do maquinário, a velocidade da colhedora e a heterogeneidade natural do ambiente (solo e clima, por exemplo) são alguns dos entraves operacionais que contribuem para que uma quantia relevante da produção seja perdida já nessa etapa inicial da cadeia do trigo. Na sequência, as perdas nas cooperativas chegam a 5% do volume, em geral, pelo fato de os armazéns não estarem em condições adequadas para o armazenamento da produção
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Fotos Charles Echer
As perdas entre os processos na lavoura até a chegada nas cooperativas ou unidades beneficiadoras podem chegar a 11% do produto colhido
recebida. Estruturas antigas, e muitas vezes destinadas ao armazenamento de outros produtos, são comuns em algumas localidades, contribuindo para um maior nível de perda do produto, em quantidade e em qualidade. O transporte do trigo em grão entre os agentes ao longo da cadeia também apresenta perdas. Por volta de 0,5% do volume carregado em um veículo nas fazendas e destinado para as cooperativas é perdido no trajeto. Nessa movimentação do trigo entre produtores e cooperativas, observa-se a utilização de veículos antigos, com avarias nas carrocerias (geralmente estes veículos são de propriedade dos próprios produtores). Somado a isso, o carregamento dos veículos ultrapassa os limites máximos permitidos pela legislação, já que as distâncias médias envolvidas nesta movimentação são curtas (por volta de 15km). Com os caminhões completamente cheios, a queda de grãos nas estradas é potencializada. No tocante às condições das rodovias, é comum, nestes trechos, o transporte em estradas sem asfalto. Trepidações nos veículos contribuem para o aumento das perdas do produto carregado nas carrocerias dos caminhões, e a situação é ainda mais crítica em períodos mais chuvosos. Assim, caso as distâncias rodoviárias envolvidas fossem maiores, mantidas as condições atuais de estradas, Maio 2015 • www.revistacultivar.com.br
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veículos e forma de carregamento, o índice de perda nessa etapa logística seria mais representativo. Perdas também são observadas no transporte de trigo entre as cooperativas e os moinhos. Nessa transação, o transporte também é realizado com utilização exclusiva do modal rodoviário. Diferente da movimentação citada anteriormente, nesta ocorre a pesagem do produto no caminhão, tanto no local de origem quanto no de destino. Isto permite que os agentes tenham um controle maior da quantidade de trigo perdida nas estradas. Em tal trajeto, a tolerância de perda dada aos transportadores pelos moinhos (responsáveis pela contratação do
transporte) é de 0,2% do volume carregado no caminhão. Se a quantidade perdida no transporte for superior a esse percentual, a diferença é cobrada do transportador. Na prática, essa tolerância é extrapolada em algumas rotas, e a perda média nesse elo da cadeia de suprimento é de 0,3% do volume carregado, a depender, entre outros fatores, da distância percorrida. Da saída da fazenda até a chegada nos moinhos, o índice de perdas na cadeia do trigo gira em torno de 11,8%. Considerando que os moinhos do Rio Grande do Sul processaram 1,68 milhão de toneladas de trigo em 2013 (Abitrigo), essas perdas representam cerca de 200 mil toneladas anuais.
Isto significa que se perde um volume suficiente para alimentar quase três mil pessoas, considerado o consumo médio mundial de trigo de 67,5kg por pessoa por ano (FAO, 2011), e que cerca de 6.700 carretas não chegam ao destino final. A essa conta ainda precisam ser somadas, por exemplo, as perdas existentes nas etapas de transbordo de carga no processo de importação do trigo, e nas etapas posteriores ao processamento do trigo pelos moinhos. É importante salientar também que ao longo de toda a cadeia, as perdas não são vistas como um problema
a ser resolvido. Consideradas como naturais no processo de compra, venda e movimentação do produto, são poucos os agentes do mercado que estão preocupados com a redução dos níveis de perdas. Isso ocorre porque os números, quando conhecidos, são vistos de forma isolada, e não integrados tal como numa cadeia de suprimentos. Este posicionamento dos agentes em relação ao tratamento das perdas também é visto em outras cadeias agroindustriais no país. Quando convertidas em unidades monetárias, essas perdas não são desprezíveis, e evidenciam a necessidade
da constante busca por alternativas que as minimizem em cada etapa da cadeia logística. Além disso, ao reduzir as perdas, também se aumenta a disponibilidade de alimento, contribuindo para o aumento da segurança alimentar e para a redução dos níveis de pobreza rural local; e reduz-se a .M pressão sobre o ambiente. Fernando Vinícius da Rocha, Daniela Bacchi Bartholomeu, Thiago Guilherme Péra, Elaine Yasutake Paturca, Felipe Grimaldi Avileis, Marina Bozzo Elias e José Vicente Caixeta Filho, Esalq
Estratégias sugeridas para minimizar perdas pós-colheita
E
ntre as possíveis estratégias existentes para a redução dos níveis de perdas em pós-colheita, existem aquelas que podem ser adotadas pelos agentes envolvidos na cadeia de suprimentos e outras que dependem de uma intervenção mais direta do governo. A seguir, são apresentadas e discutidas algumas das medidas principais levantadas no estudo.
Gestão das perdas e metas de redução
Mensurações periódicas das perdas são o primeiro passo na busca pela minimização das mesmas. O estudo mostra que grande parte dos agentes atuantes nesta cadeia agroindustrial (assim como em outras), não investe em contabilização, acompanhamento e gestão das perdas. A partir de um sistema de gestão, mesmo que simples, é possível estabelecer baselines, identificar etapas mais críticas e definir metas de redução de perdas ao longo da cadeia de suprimento.
Investimento em infraestrutura de armazenagem
A falta de infraestrutura adequada de armazenagem é a principal fonte de perdas, principalmente em países em desenvolvimento. Tecnologias que permitam o armazenamento em condições herméticas, protegem o grão de umidade e pestes. Além de evitar perdas, o armazenamento permite que o produtor espere o momento mais atrativo no mercado para vender o grão, gerando, assim uma receita mais elevada.
A qualidade do serviço de transporte, seja através do tipo de veículo utilizado, seja através das características de carregamento (tal como respeito aos limites dos veículos), pode trazer contribuições interessantes para redução das perdas. A receita advinda com tal redução pode mais do que compensar um frete mais elevado em função do nível de serviço diferenciado, no caso de transporte contratado. Por outro lado, no caso de frota própria, pode auxiliar na aquisição de veículos mais novos e mais econômicos.
Investimento em infraestrutura de transporte
Uma infraestrutura de transporte mais adequada pode contribuir muito para a redução dos níveis de perdas. Rodovias em boas condições convergem para a redução das quantias de produtos que são perdidas nas estradas. Além disso, modais alternativos de transporte, quando viáveis, podem apresentar índices menores de perdas.
Massey Ferguson
Matheus Zanella
Atenção aos níveis de serviço de transporte
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FICHA TÉCNICA
Estrela
Lançada na Agrishow, a plantadora Estrela da Stara possui sistema para transporte e pode ser configurada para trabalhar com até 26 linhas de plantio
A
Stara lançou recentemente sua nova plantadeira Estrela, projetada para os produtores das diversas regiões, de acordo com as características de solo, clima e culturas de cada uma delas. Esta máquina foi desenvolvida em parceria com produtores do Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás. Os produtores se envolveram neste projeto desde o início, trazendo para os engenheiros da empresa o que julgavam ser necessidade da lavoura, participaram do escopo do projeto e abriram suas propriedades para os testes da máquina. Reservatório de fertilizantes
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Por conta deste fato, a plantadora traz uma série de inovações. A caixa de adubo é uma necessidade dos produtores do Rio Grande do Sul, por exemplo, que utilizam adubação na linha. Para a região Norte, os produtores precisam de um sistema pneumático de qualidade e que permita aumentar a velocidade de plantio, mantendo a qualidade de distribuição de sementes. Por isso, a Estrela traz o DPS (Distribuição Precisa de Sementes), sistema que acompanha as plantadoras da marca e que garante maior uniformidade de plantio. Para o Centro-Oeste, o fato de ser de grande porte, até 26 linhas, é um grande diferencial. Para regiões como Minas Gerais e Goiás, a necessidade é ter agilidade no transporte de um talhão para o outro, para não perder tempo na janela apertada de cultivo. Para estes produtores a plantadora traz a inovação do sistema de transporte, pois o equipamento se dobra em poucos instantes e fica com apenas 6m de largura, facilitando o acesso por
estradas estreitas, pontes e porteiras.
PROJETO
A Estrela é uma plantadora pneumática articulada, de grande porte e com rodado de plantio, posicionado entre as linhas. Foi projetada para trabalhar em diversos tipos de terreno, mantendo o espaçamento entre as linhas, pois é equipada com o sistema CES (Compensador de Espaçamento Stara). Possui reservatório de fertilizantes e sementes. Seu rendimento diário, dependendo da região, pode chegar até 70 ha/dia, em nove horas de trabalho, podendo variar de acordo com o tipo de solo, umidade e profundidade de trabalho. A Estrela está disponível nos modelos 20, 22, 24 e 26 linhas. Além disso, sai equipada de fábrica com o controlador Topper e o sistema DPS de distribuição de sementes. A plantadora possui conjunto de rodado exclusivo para plantio e conjunto de rodado para transporte, sendo um grande diferencial, pois se tratam de modelos projetados especialmente para cada tipo de trabalho.
RESERVATÓRIO DE FERTILIZANTES E SEMENTES
O reservatório de fertilizantes é basculante e com distribuição por gravidade. A capacidade varia de acordo com os modelos, variando de 3.300kg até
Fotos Stara
A Estrela pode ter 20, 22, 24 e 26 linhas
3.900kg. O reservatório de sementes é central, com capacidade de mais de uma tonelada, proporcionando ao produtor grande autonomia de trabalho e agilidade no abastecimento. O reservatório é equipado com mexedor interno que tem por finalidade eliminar bolsões de ar, mantendo assim a alimentação das linhas constantemente.
SISTEMA CES
Um dos diferenciais desta plantadora é o seu sistema patenteado CES (Compensador de Espaçamento da Estrela). Ele possibilita plantar em terrenos ondulados ou terrações mantendo o espaçamento entre as linhas. Isso é possível devido à articulação em formato de trapézio localizado no chassi que mantém a distância entre as linhas, proporcionando um plantio muito
O sistema de articulação permite que a plantadora em modo transporte fique com 12,30 metros de comprimento por seis metros de largura
mais preciso e uniforme em qualquer terreno. Com o CES a capacidade de copiagem do solo chega até 14° para cima e para baixo, isso equivale à movimentação de até 1,50m das linhas localizadas nas extremidades da máquina.
TRANSPORTE
O modo de transporte da Estrela foi especialmente projetado para deslocar-se de forma ágil e rápida, isso por possuir um rodado exclusivo para o transporte a ser dotado de três seções que abrem/fecham de forma rápida, deixando a Estrela compacta para deslocar-se de uma área para outra
ou passar em estradas, ruas, porteiras e pontes estreitas. Na posição fechada para o modo de transporte mede 12,30 metros de comprimento e seis metros de largura. Reservatório de sementes
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Fotos Stara
A Estrela possui conjunto de rodado exclusivo para plantio e conjunto de rodado para transporte
DPS
A plantadora é equipada com DPS (Distribuição Precisa de Sementes), um sistema pneumático que possibilita um plantio mais preciso e eficaz. Este sistema possui câmara de vácuo menor que os dosadores convencionais, bem como uma vedação de alta eficiência. Isto proporciona total aproveitamento do vácuo para sucção das sementes. Esta eficiência possibilita à semente aderir com maior firmeza ao disco de distribuição, evitando falhas por trepidações e garantindo maior precisão e agilidade de plantio. A otimização e o aproveitamento total do vácuo na dosagem das sementes exigem menor potência da turbina e, consequentemente, menor consumo do combustível do trator. O DPS é o único sistema de vácuo que possui expulsor de grãos,
responsável por garantir a saída dos grãos dos furos no disco. Possui apenas dois tipos de expulsor, simples e duplo, que atendem a discos de todas as culturas. É equipado com um organizador de cinco hastes que realiza a separação de sementes e elimina a possibilidade de plantio de sementes duplas. O organizador não necessita de ajustes ou regulagens, independentemente do tamanho das sementes. O DPS planta sementes de qualquer formato e tamanho, não havendo a necessidade de regulagem, sendo necessário apenas um disco para cada tipo de cultura. O tubo condutor de sementes que foi desenvolvido em material especial e possui angulação e superfície diferenciada. Isto proporciona suavidade no fluxo das sementes até o solo, reduzindo ao máximo o dano mecânico nas sementes. O sistema DPS é dotado de um
TELEMETRIA
O
utro diferencial da plantadora Estrela é contar com o sistema de Telemetria Stara, que também foi lançado recentemente na Agrishow. Este sistema permite a medição e a comunicação de informações através de dados, enviados via comunicação sem fio. Através da Telemetria é possível obter informações em tempo real das máquinas no campo, isso traz mais agilidade na tomada de decisões, segurança para o operador e para a máquina, controle em tempo real das atividades realizadas na fazenda e monitoramento das operações. Tudo isso é possível através da interligação entre as informações do controlador para
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Agricultura de Precisão, Topper 5500, e um dispositivo móvel com a tecnologia instalada, seja computador, smartphone ou tablet. Ou seja, de um local remoto, é possível obter informações como velocidade da máquina, caminho percorrido, mapas de aplicações e áreas aplicadas, por exemplo, em tempo real. O sistema de Telemetria da Stara tem tecnologia 100% brasileira, testada e produzida no país, assim como o Topper 5500, controlador que reúne o que há de mais moderno gerenciamento de informações de Agricultura de Precisão. Com este sistema, o produtor tem informações em tempo real sobre o plantio que está sendo realizado na lavoura, facilitando a tomada imediata de decisões.
A copiagem do solo chega a 14º para cima ou para baixo
sensor que identifica o fluxo de sementes através de ondas capacitivas, garantindo uma leitura precisa, já que identifica a massa da semente a ser plantada. O sensor é imune a resíduos e está posicionado no final do tubo de sementes, identificando uma possível falha no momento exato em que a semente encontra o solo. O fato de o sensor trabalhar através de ondas capacitivas evita que, durante a queda, a semente se atrite com o sensor, reduzindo o repique. .M
TRATORES Valtra
Na velocidade certa A operação de semeadura é decisiva para o estabelecimento de culturas. Nos preparos conservacionistas, sua importância aumenta, visto que as condições do solo e de cobertura vegetal geralmente não são tão favoráveis à deposição das sementes quanto as verificadas nos preparos utilizados com alta mobilização
D
urante a semeadura mecanizada, diversos fatores interferem no estabelecimento do estande de plantas e na produtividade da cultura, sendo a velocidade de operação da máquina no campo, um deles. Segundo pesquisadores, este parâmetro pode influenciar na patinagem dos rodados; na capacidade de campo; na velocidade do mecanismo dosador; na distância, profundidade e exposição de sementes; na deposição de sementes em duplas e nos danos mecânicos. Nos dias atuais, o tempo para semeadura é cada vez menor em função do clima, das condições do solo e da
disponibilidade de máquinas, principalmente porque os produtores estão trabalhando em áreas maiores para diminuir custos, evidentemente todos esses fatores são afetados pela velocidade de semeadura.
DESUNIFORMIDADE NA DISTRIBUIÇÃO
A desuniformidade na distribuição longitudinal de sementes implica um aproveitamento ineficiente dos recursos disponíveis, como luz, água e nutrientes. A eficiência das semeadoras-adubadoras é avaliada pela qualidade e quantidade de trabalho que executam. A quantidade é obtida pela
capacidade de trabalho por unidade de tempo e os fatores que interferem mais diretamente são a largura de trabalho e a velocidade de deslocamento. A obtenção de sucesso em sistema de semeadura direta e a seleção de velocidades adequadas para as semeadoras-adubadoras são, sem dúvida, uma ação necessária para manutenção da eficácia do sistema. Um estudo realizado no Centro de Desenvolvimento e Difusão de Tecnologias da Faculdade Assis Gurgacz, de Cascavel (PR), avaliou a produtividade do milho em função do aumento da velocidade de deslocamento do conjunto trator-semeadora em sistema de plantio direto. Maio 2015 • www.revistacultivar.com.br
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Fotos Suedêmio de Lima Silva
Detalhes da instrumentação do conjunto trator e semeadora para testar os efeitos da velocidade na qualidade do plantio
Linhas de plantio após a passagem de semeadora a 5km/h
O EXPERIMENTO
O experimento foi realizado em um Latossolo vermelho, objetivando avaliar a produtividade do milho em função do aumento da velocidade de deslocamento do conjunto trator-semeadora (5km/h, 6km/h, 7km/h e 8km/h) em sistema de plantio direto. Foi utilizado o híbrido Pionner-30F53, sendo tratado com inseticida. A distribuição das sementes e do fertilizante foi igual para todas as parcelas, onde a máquina foi regulada para distribuir 330kg/ha da formulação 08-20-20 (N-P2O5-K 2O), adubação baseada na análise de solo e cultura a ser implantada.
MÁQUINAS E IMPLEMENTOS USADOS
Na operação de semeadura utilizou-se uma semeadora-adubadora Maio 2015 • www.revistacultivar.com.br
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de precisão, marca Marchesan, modelo PST3 TRA, de arrasto, equipada com cinco linhas espaçadas a 0,80m, sistema de transmissão por correntes e engrenagens intercambiáveis, dosador de sementes tipo disco perfurado horizontal, disco liso de 15” para corte da palhada, haste sulcadora para deposição do fertilizante, discos duplos defasados com 13” e 15” para deposição de sementes, rodas compactadoras e reguladoras de profundidade, rodas em “V” para recobrimento das sementes. O conjunto foi tracionado por um trator marca Massey Ferguson, modelo 5285, potência no motor de 62,5kW (85cv), 4 x 2 TDA (tração dianteira auxiliar). Para determinação da velocidade de deslocamento, utilizou-se uma unidade de radar da Dickey-john, modelo DJRVS II, com erro menor que 3% para velocidade de 3,2km/h a 70,8km/h, monitorando a velocidade instantânea em que o conjunto percorreu a unidade experimental, delimitada por duas balizas de madeira.
VELOCIDADES TRATOR-SEMEADORA
Os resultados evidenciaram que o aumento da velocidade na operação de semeadura do conjunto avaliado
para 7km/h e 8km/h proporcionou uma redução na profundidade de deposição e aumentou o espaçamento entre sementes. Praticamente não houve alteração do índice de velocidade de emergência e da população inicial e final de plantas do milho utilizado com a elevação da velocidade do conjunto trator-semeadora (Tabela 1). Alguns pesquisadores encontraram resultados semelhantes, verificando que a uniformidade de distribuição de sementes na linha de semeadura não foi influenciada pelas velocidades de deslocamento do conjunto trator-semeadora na implantação das culturas de milho e soja.
COMPONENTES DE PRODUTIVIDADE
Os resultados apresentados na Tabela 2 evidenciam que o aumento de velocidade do conjunto trator-semeadora praticamente não alterou a altura de inserção de espigas, o diâmetro do colmo e a massa de mil grãos. Os quais apresentaram valores bastante semelhantes entre si. O diâmetro de colmo e a altura de inserção de espigas apresentaram o mesmo comportamento, indicando que as plantas apresentaram uniformidade na distribuição longitudinal. Devido à distribuição uniforme de
sementes na linha de semeadura, não houve nenhuma anomalia fisiológica, pois a concorrência por nutrientes ficou na mesma proporção. O aumento da velocidade de 5km/h para 8km/h reduziu a produtividade do milho em 8,36%, embora esta redução não seja considerada significativa de acordo com o teste estatístico utilizado. Diversos pesquisadores também verificaram que o aumento da velocidade de deslocamento do conjunto trator-semeadora afetou a distribuição longitudinal de sementes e, consequentemente, provocou redução do rendimento de grãos de milho, relatando ainda que a velocidade na operação de semeadura é um dos parâmetros que mais influenciam no desempenho de semeadoras. No presente estudo pode ser concluído que o aumento da velocidade na operação de semeadura reduziu a profundidade de deposição e aumentou o espaçamento entre sementes. O percentual de distribuição de sementes e o estande inicial e final de plantas
Tabela 1 - Profundidade de deposição (PD), espaçamentos entre sementes (EES), índice de velocidade de emergência (IVE), população inicial (PI) e população final (PF) de plantas de milho Pionner-30F53 em Cascável (PR) FATOR V1 (5 km h-1) V2 (6 km h-1) V3 (7 km h-1) V4 (8 km h-1) C.V. (%)
PD (cm) 5,56 a 5,56 a 5,42 a 5,01 b 16,75
EES (cm) 18,06 b 19,69 ab 20,97 a 19,34 ab 32,94
IVE (plântulas/dia) PI (plantas/ha) PF (plantas/ha) 14,05 a 72.320 a 69.657 a 13,90 a 68.990 a 67.994 a 13,57 a 71.270 a 68.960 a 14,13 a 71.990 a 69.165 a 5,5 6,8 6,5
Tabela 2 - Altura de inserção de espigas (AIE), diâmetro do colmo (DC), índice de velocidade de emergência, massa de 1000 grãos (M1000G), e produtividade (P) de de milho Pionner-30F53 em Cascável (PR) FATOR V1 (5 km h-1) V2 (6 km h-1) V3 (7 km h-1) V4 (8 km h-1) C.V. (%)
AIE (m) 1,33 a 1,40 a 1,35 a 1,34 a 2,52
DC (mm) 19,78 a 20,18 a 19,94 a 21,32 a 4,32
praticamente não foram afetados pelo aumento das velocidades do conjunto trator-semeadora avaliado, havendo uma tendência na redução da produtividade com a elevação da velocidade do conjunto de 5km/h para 8km/h. .M
M1000G (g) 358,23 a 343,10 a 343,90 a 337,90 a 4,25
P (kg/ha) 10.700 a 10.347 a 10.386 a 9.805 a 7,48
Suedêmio de Lima Silva, Anailson de Sousa Alves, Joaquim Odilon Pereira Tayd Dayvison Custódio Peixoto, Ufersa Paulo Roberto de Souza Silveira, UFC
MÉTODOS E PARÂMETROS AVALIADOS DURANTE O EXPERIMENTO
A
cada linha foi determinada a profundidade de dez sementes. Com uma espátula removeu-se cuidadosamente o solo sobre as sementes de forma a não retirá-la do seu local de deposição. Com as sementes descobertas determinou-se a distância da borda do sulco até o ponto onde se encontrava a semente. Para determinar a população inicial existente nas parcelas se efetuou a contagem das plantas em todas as parcelas; a contagem foi manual, aproximadamente dez dias após a germinação. A população final foi determinada através da contagem de todas as plantas, em todas as parcelas, no mesmo dia que foi
realizada a colheita final do experimento. A produtividade foi realizada após a colheita das parcelas de forma manual, onde as espigas foram depositadas em sacos plásticos devidamente catalogados e encaminhadas para debulha mecânica. A massa de grãos foi corrigida para 14% de umidade. Os dados foram submetidos à análise de variância, utilizando-se o teste “F” a 5% de probabilidade. Em seguida, as médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Nas análises estatísticas foi utilizado o programa computacional Sisvar 5.0.
Suedêmio de Lima Silva
uniformidade de distribuição longitudinal de sementes na linha de semeadura foi avaliada com o auxílio de uma trena para medir o espaçamento entre sementes, em duas linhas, descartando-se as linhas laterais e a linha central de semeadura de cada parcela experimental, visto que a semeadora possuía cinco linhas. Este procedimento foi realizado removendo-se cuidadosamente o solo na linha se semeadura para expor as sementes, esticando-se uma trena no fundo do sulco, realizando-se a leitura dos espaçamentos de uma semente a outra e anotando os valores em planilha de campo. As avaliações foram embasadas nas recomendações da Associação Brasileira de Normas Técnicas (1996), que considera como aceitáveis todos os espaçamentos entre sementes de 0,5 e 1,5 vez o espaçamento médio (EM) esperado. Os valores obtidos fora desse limite foram considerados como espaçamentos falhos (acima de 1,5 vez EM) ou múltiplos (abaixo de 0,5 vez EM). A profundidade de deposição das sementes de milho foi determinada em duas linhas de semeadura por parcela experimental. Em
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CAPA
MF 9895
A maior colhedora construída pela Massey Ferguson no Brasil, a MF 9895, vem com motor sete cilindros e consegue trabalhar com plataformas de 40 pés
C
om a época de colheita terminando e a soja se aprontando, em quase todas as regiões, fomos até a Fazenda Jacuí, em Santa Bárbara do Sul, no Rio Grande do Sul, para avaliar a nova colhedora MF 9895, da série 9005. Pela dimensão e o mercado potencial desta máquina, tentamos inicialmente testá-la no oeste da Bahia, mas o clima não nos permitiu. Quando nossa equipe da Cultivar Máquinas já estava dentro do avião soubemos que a colheita havia parado por uns dias na região de Luís Eduardo Magalhães, na Bahia. Mas o que poderia ser uma decepção se converteu em uma agradável surpresa, pois acabamos conhecendo uma região de altíssima produtividade, fazendas bem organizadas e muita área
para colher em pouco tempo, o que é tudo o que se necessita para avaliar uma máquina do porte desta. Além de ser a maior máquina fabricada pela Massey Ferguson, é uma das maiores máquinas de colheita fabricadas no país, está enquadrada na Classe VIII, concorrendo com outras máquinas gigantes de outras marcas. Em comercialização desde a Agrishow de 2014, em Ribeirão Preto, quando foi lançada, esta máquina entrou em produção em série em novembro de 2014, portanto, esta é a primeira safra de trabalho. No entanto, para o pessoal da AGCO é muito conhecida da equipe técnica, pois foi exaustivamente testada em muitas regiões do país desde 2014. A partir da
A MF 9895 enquadra-se na Classe VIII e é a maior colhedora produzida pela Massey Ferguson no Brasil
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chegada do primeiro protótipo, vindo dos EUA em 2010, ela entrou em um regime de testes em todas as principais regiões do país. Na soja, foi provada em Panambi, Rio Grande do Sul, e no Mato Grosso; para o milho, na região de Unaí, em Minas Gerais, e para o trigo no interior do RS e no Paraná. Depois disso, algumas máquinas seguiram para testes também na Bahia, retornando ao Centro-Oeste e ao Rio Grande do Sul, quando se concluiu que estava pronta para comercialização, quatro anos depois. Conversando com membros da equipe de testes da AGCO se nota o carinho deles por ver esta máquina, depois de anos de trabalho, fazendo seu trabalho e sendo bem aceita pelos agricultores. Vimos muitas coisas interessantes que relataremos neste teste, mas o que nos mais impactou foi saber que ela tem um motor de sete cilindros, marca AGCO Power, além de detalhes construtivos inovadores na área de separação e limpeza. Desnecessário dizer que ela é nacionalizada, com código Finame, pois
Fotos Charles Echer
é fabricada na unidade de colhedoras da AGCO em Santa Rosa (RS). A versão standard tem rodado duplo e a tração traseira é um opcional que tem sido bem aceito pelos clientes.
MOTOR
Acreditamos que no motor está a grande novidade desta máquina. O Motor AGCO Power tem sete cilindros e com 9,8 litros, alcançando uma potência nominal de 346kW (470cv), máxima de 364kW (495cv) e com uso de um booster chega a 375kW (510cv) como uma reserva a ser utilizada em condições especiais, como a descarga de grãos. O sistema de alimentação de combustível é do tipo Common rail, com gerenciamento eletrônico, que monitora e faz ajustes durante o funcionamento. As vantagens deste sistema autoajustável são a economia de combustível e a redução das emissões. O motor está colocado no lado direito da máquina e seu posiciona-
mento é estratégico, pois a linha longitudinal do motor está em paralelo com a linha longitudinal do rotor, o que, segundo o fabricante, diminui as tensões e torna mais eficiente a transmissão de movimento.
PLATAFORMA E ALIMENTAÇÃO
A máquina testada estava equipada com uma plataforma de colheita flexível, com largura de 40 pés (12,19m), modelo MF 9250 Dyna Flex Draper, sendo esta a versão comercializada como standard. Este modelo de plataforma, especial para a cultura da soja, também permite colher feijão, trigo e outas culturas de grãos finos. Já para a colheita de milho, as plataformas variam de acordo com o espaçamento entre linhas, sendo recomendada para esta máquina a plataforma de 18 linhas com espaçamento de 0,50m, podendo chegar até 24 linhas com 0,45m de espaçamento. Na plataforma MF 9250 Dyna Flex
Draper, as navalhas da barra de corte são movimentadas por uma caixa planetária que recebe o movimento por meio de uma árvore cardânica, proporcionando melhor transmissão do toque e menor nível de vibração que aquelas acionadas por correias. Este fato aumenta a capacidade de corte das navalhas, que trabalham com 1.200 cortes por minuto e permite trabalhar a uma maior velocidade. O ângulo de inclinação da barra de corte pode ser regulado, permitindo ao operador adequar o ângulo de ataque da barra, com uma flexibilidade vertical de até 0,20m. Para melhorar seu desempenho em solo úmido, a plataforma vem equipada com sapatas de deslizamento que são utilizadas para evitar o acúmulo de material na barra de corte. Por meio do sistema de sensores Smartrac, o controle da inclinação lateral e altura da plataforma é realizado automaticamente, visto que tanto as plataformas com 35 pés como as com 40 pés de largura possuem seis
O motor foi colocado no lado direito da máquina em paralelo com o rotor
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Fotos Charles Echer
A colhedora testada estava com a plataforma MF 9250 Dyna Flex Draper, de 40 pés e com sapatas deslizantes para melhorar o desempenho em solos úmidos
Detalhe do rodado que acompanha a plataforma para transporte em estradas e da conexão única para as funções hidráulicas e elétricas
potenciômetros que transferem para a máquina uma leitura do contorno da superfície do solo. O ângulo de inclinação lateral da plataforma é de 8°. O molinete, com diâmetro de 1,14m, é acionado hidraulicamente e possui ajuste automático da sua rotação (0rpm a 57rpm) em relação à velocidade da máquina. O ajuste da posição horizontal
do molinete é elétrico, enquanto que a posição vertical é eletro-hidráulica. Ambos os ajustes são realizados a partir da alavanca de comando localizada na cabine do operador. Os dedos do molinete são de plástico (flexível) para minimizar o impacto na planta e reduzir as perdas de grão. A angulação dos dedos é regulada por uma alavanca localizada
na extremidade esquerda do molinete. O transporte do material colhido é realizado de forma uniforme pelo sistema Draper da plataforma, composta por duas esteiras laterais e uma central de 1,23m de largura. Estas esteiras dirigem o material colhido até o sem-fim central de alimentação da plataforma de 1,18m de largura, para posteriormente ser conduzido ao interior da colhedora. Tanto o sem-fim como a esteira central possuem acionamento em sentido reverso, ligado ao canal alimentador da colhedora. A plataforma é acoplada na colhedora por meio de suportes localizados no topo da entrada do canal alimentador, e dois pinos na parte inferior. Na parte exterior esquerda do canal alimentador se encontram a conexão única das funções hidráulicas e elétricas da plataforma e a tomada de potência (TDP) para acionar a barra de corte, esteiras e sem-fim central alimentador. O canal alimentador possui uma largura de 1,41m e sua esteira de transporte é composta por quatro correntes e travessas aparafusadas. O rolo localizado
Detalhe do sistema de arrefecimento V-cool, na parte superior, com radiadores distribuídos em forma de V e um ventilador que ajuda a circular o ar e também é responsável por eliminar as impurezas que se acumulam na volta do coletor de ar
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na parte frontal da esteira oscila verticalmente, permitindo a passagem de um volume maior de material colhido. No caso de obstrução por sobrecarga, este sistema conta com um reversor de giro e um coletor de pedras. No final da esteira transportadora se encontra o cilindro alimentador, que abastece o rotor axial em um sistema de três seções. Este sistema, conhecido como Trident, permite uniformizar a entrada do material colhido no sistema de trilha, separação e limpeza. O sistema de trilha e separação da colhedora MF 9895 é axial, composto por um único rotor de 3.556mm de comprimento e 800mm de diâmetro disposto longitudinalmente na máquina. Primeiramente o produto colhido chega para trilha através de um cilindro alimentador que direciona o material para o rotor. Este cilindro alimentador segmentado possui 457mm de diâmetro e nele estão contidas 36 pás de aço endurecido, divididas em oito fileiras, oferecendo uma alimentação eficiente e silenciosa. Suas funções principais são alimentar o rotor em três zonas, acelerar o material colhido no canal embocador e separar possíveis pedras que possam entrar no interior da máquina. A alimentação do rotor é um projeto original Massey Ferguson que permite a entrada do produto colhido em três seções, sendo o maior volume de material do lado direito, reduzido no centro e menor volume no lado esquerdo. Visto
que o sentido de rotação do rotor é horário, isto permite uma alimentação e fluxo de material colhido mais uniforme para o rotor. Ainda sobre o cilindro alimentador, o fabricante colocou chapas de guia que não permitem o retorno do produto, mesmo quando sobre este incida pouca massa de grão e palha. Uma das grandes inovações da nova MF 9895 é o sistema de trilha e separação. O processador Trident consiste na ingestão multizonas, rotor segmentado e caixa de processamento. O sistema Trident trilha os grãos através de múltiplos passes, permitindo vazão dos grãos através dos côncavos posicionados abaixo do rotor. Os grãos restantes são separados dos resíduos da cultura por força centrífuga. O rotor da MF 9895 é segmentado em quatro seções, que são entrada, trilha, separação e limpeza. A entrada é composta por dois helicoides que alimentam o sistema de debulha. A área de trilha possui um sistema formado por elementos segmentados chamados de “gengivas”. Estes são os que realizam a debulha propriamente dita do material. As gengivas estão dispostas em quatro linhas helicoidais no rotor, que dividem e controlam o movimento do material, possibilitando menor contato do sis-
Lateral é limpa e o acesso ao rotor é feito de forma simples
Sensores de produtividade e umidade dos grãos localizados no graneleiro
TRILHA, SEPARAÇÃO E LIMPEZA
Escada de acesso à parte superior onde estão filtros, radiadores e motor
tema de trilha com o material colhido, preservando a qualidade dos grãos. A parte da separação é composta por duas fileiras de elementos de trilha e duas linhas de chapas batedoras, dispostas também em formato de helicoide. As chapas batedoras podem ser substituíveis, de acordo com o tipo de cultura e as condições de colheita, podendo estas serem mais estreitas ou mais largas. As estreitas permitem separação e fluxo de colheita mais rápido e as mais largas retardam o fluxo de material, quando é necessária separação adicional. E, por fim, o sistema de descarga do rotor, que é composto por duas placas que garantem um fluxo constante de palha para
Detalhe do espalhador de resíduos responsável pela distribuição da palha
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Fotos Charles Echer
Uma das grandes inovações da nova MF 9895 é o sistema de trilha e separação, chamado de Trident
Escada de acesso à cabine da MF 9895
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o sistema de distribuição dos resíduos. Logo abaixo do rotor a máquina apresenta o côncavo, que é fornecido em três opções: de arames finos, arames grossos e de barras redondas. Este é dividido em seis seções repartidas ao meio, totalizando 12 peças, o que permite uma fixação mais simples e substituição mais rápida. Cada seção do côncavo é fixada sobre um chassi em formato de “H”. Este possui um sistema de molas de amortecimento que atuam no caso de sobrealimentação do rotor, prevenindo o “embuchamento” ou a entrada de materiais estranhos que possam danificar o sistema de processamento. Os ajustes da regulagem de altura do côncavo em relação ao rotor e rotação do rotor são realizados do interior da cabine do operador.
Na colhedora existe um sistema de controle de sobrecarga, em que uma luz indicadora no painel na cabine alerta o operador, com isso, podem ser tomadas atitudes a tempo, antes que ocorram os danos. Se mesmo assim ocorrer “embuchamento”, pode ser realizada a reversão do movimento de rotação do rotor, em que se inverte todo o sentido do fluxo da colhedora, inclusive do cilindro alimentador segmentado. O sistema de limpeza da MF 9895 tem uma área total de 6,10m2 composto por bandeja, caixa de peneiras, peneiras e ventilador. O ventilador possui dupla saída. Primeiramente, o fluxo de ar atinge os grãos que estão caindo através dos côncavos e das grades do rotor, removendo grande parte da palha. Essa remoção inicial permite que os grãos
Tecnologia e função de agricultura de precisão
A
MF 9895 já é disponibilizada com sistema completo de monitoramento da atividade de colheita e de agricultura de precisão. Nela, é configuração standard o sistema de Telemetria AgCommand, que possibilita o acompanhamento, a localização e a descrição do status exato da atividade da máquina, assim como permite a realização do gerenciamento das atividades. Além disso, esse sistema pode ser configurado para coleta de dados de consumo de combustível, rotação do motor, temperatura do motor e pressão do óleo por ocasião da operação. Tudo isso pode
ser visualizado a distância, desde que no local exista acesso à rede de computadores. Esta colhedora utiliza o sistema Fieldstar II, possuindo sensores de produtividade e umidade dos grãos, que geram um conjunto de dados, os quais podem ser visualizados instantaneamente durante a colheita, através do monitor C2100, em uma tela de 12,1 polegadas sensível ao toque, instalado à direita do posto do operador, sobre o console. O sensor de produtividade é composto por uma placa com célula de carga e está localizado na parte superior do elevador de grãos do depósito graneleiro, registrando continuamente a produtividade da
cultura, conforme a força aplicada pela massa de grãos. O sensor de umidade também está localizado próximo ao elevador de grãos, medindo durante a colheita a porcentagem de umidade dos grãos colhidos baseado em condutividade elétrica. Ainda o sistema conta com uma antena GPS que informa a localização da colhedora no campo, permitindo a geração correta de mapas de produtividade para agricultura de precisão. Todos os dados visualizados no monitor podem ser transferidos para computador, pois podem ser armazenados em mídia como o pen drive. Está disponível na MF 9895 o sistema de direcionamento por piloto automático Auto-Guide 3000 com sinal decimétrico standard. A obtenção do sinal centimétrico (RTK) é opcional para esta máquina. Pela ampla dimensão da colhedora e sua largura de trabalho, é muito importante o sistema de direcionamento, pois este irá fazer com que a colhedora trabalhe sempre com sua capacidade máxima de corte, aumentando a eficiência e proporcionando economia de tempo e combustível.
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Fotos Charles Echer
sejam limpos mais facilmente nas peneiras. A outra saída de ar pressurizado do ventilador é direcionada às peneiras. A limpeza dos grãos é feita em cascata, de forma que o material proveniente da bandeja superior seja direcionado para a peneira inferior. Isso permite uma pré-limpeza do material, mesmo antes de chegar à peneira inferior, quando em queda o material recebe um jato de ar do ventilador. A velocidade do ventilador pode variar de 913rpm a 1.366rpm e o ajuste também é feito do interior da cabine, assim como os outros componentes do sistema de limpeza.
TRANSPORTE E DESCARGA DE GRÃOS
Após a limpeza dos grãos, estes são transportados até o depósito graneleiro por meio de um elevador, composto por pás de borrachas aparafusadas a uma corrente. Este sistema permite transportar o grão conservando sua qualidade. A capacidade do tanque é de 12.334 litros, que durante o presente teste, realizado com soja, foi descarregado em um tempo médio de 93 segundos. Este fato permite diminuir o número de pa-
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A cabine deste modelo é Comfor Tech II, ampla, com destaque para a enorme área envidraçada e para os comandos ergonomicamente distribuídos no console lateral
radas e o tempo utilizado para descarga de grãos, incrementando a eficiência da máquina. O tubo para descarga de grãos possui 7,32m (24 pés) de comprimento e 0,38m de diâmetro, e permite realizar a operação conjunta de colheita e descarga de grãos. A colhedora possui um sensor eletrônico que avisa no posto de
operação do operador quando o tanque encontra-se cheio. A quantidade de grão armazenada no tanque também pode ser observada pelo operador, por meio de uma janela localizada na parte traseira da cabine. A parte superior do depósito tem uma cobertura de lona, protegendo o grão colhido da umidade
O
Local onde o teste foi realizado
local escolhido para a avaliação desta máquina foi a Fazenda Jacuí, que está localizada no município de Santa Bárbara do Sul, no Rio Grande do Sul. A princípio queríamos testar esta nova máquina no oeste da Bahia, mas como ocorreram dificuldades climáticas na nossa primeira tentativa, buscamos no Sul do país um local com condições de extensão de área, relevo adequado em que se pudesse realmente avaliar uma colhedora gigante como esta. O município está localizado no Planalto Médio do RS, a região mais produtora do estado, no qual se localizam as áreas com maior produtividade e onde a organização das propriedades agrícolas é exemplo de tecnologia e planejamento de atividades. O proprietário da área é o senhor João Osório Dumoncel, que a administra com a ajuda de dois dos cinco filhos, Luis Osório Dumoncel e o João Marcelo Dumoncel. Além da atividade de produção agrícola, a família administra várias unidades de uma empresa de processamento de grãos, onde os outros familiares trabalham. O Grupo 3 Tentos pos-
exterior. Para a distribuição dos resíduos, a colhedora possui um picador e um espalhador duplo. O picador tem duas opções de velocidade de rotação, para realizar o corte nas diferentes condições da palha (resistentes ou úmidas), realizando seu trabalho de forma eficiente e com uma distribuição uniforme dos resíduos da colheita. O
sui duas áreas agrícolas, em Santa Bárbara do Sul com 1.500ha e em Palmeira das Missões, com outros 1.500ha. Fora do estado, no Mato Grosso, a família ainda administra áreas de produção em Sorriso, Feliz Natal e Boa Esperança. O local do teste foi a área de Santa Bárbara do Sul, em Maquinista Severo. Lá se produzem mil hectares de Soja, 400ha de milho e, no inverno, mais 400ha de trigo. No sistema de produção utilizado pelos Dumoncel ainda se utiliza um pouco mais de 400ha com safrinha de soja, na área de milho. Pela qualidade apresentada pelo produto e pelas condições da
palhiço das peneiras também pode ser processado pelo picador. Para usuários que realizam o enfardamento da palha, o picador pode ser deslocado de forma manual, permitindo a saída direta da palha formando uma leira no campo. A distribuição da palha também pode ser realizada de forma uniforme, cobrindo toda a extensão da plataforma de corte.
empresa, toda produção de soja é destinada para semente. A cultivar de soja que estava sendo colhida durante os testes era a Nidera 5959 e a produtividade média da área era de 72 sacos por hectare. Fomos muito bem recebidos pelo gerente Carlos Costa e trabalhamos nos testes com o operador da máquina, Nelson Zulque, que trabalha há 14 anos na empresa e que nos proporcionou todas as condições para a avaliação, juntamente com o promotor técnico de colheitadeiras Valter Grando e com o promotor técnico de ATS da AGCO, Daniel Padilha.
O espalhador é acionado hidraulicamente e, se o usuário não desejar utilizar este sistema, pode desativá-lo da cabine de operação.
CABINE E ERGONOMIA
A cabine, do modelo Comfor Tech II, é ampla, com destaque para a enorme área envidraçada. O acesso é fácil, com
No lado direito do operador está posicionado o console lateral, com um comando multifunção (joystick) e um apoio ergonômico do braço do operador
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boa escada e pega-mãos. A coluna de direção é regulável com duas posições de aproximação ao operador e com regulagem livre de altura. O assento é de ótima qualidade, com tecido especial, adequado para a operação e com suspensão a ar. Há abundantes regulagens de altura, aproximação e de reação ao peso. O banco de acompanhante está situado à esquerda do operador e segue o padrão de qualidade do assento principal. No lado direito do operador está posicionado o console lateral, com um comando multifunção (joystick) e um apoio ergonômico do braço do operador. O monitor, com funções da máquina e do desempenho operacional, está colocado em posição frontal, não necessitando que o operador tire a visão dianteira para operá-lo. Em outras máquinas é frequente a colocação deste monitor na porta lateral, o que obriga o operador a olhar para o lado, para acessar as informações. Um aspecto bastante interessante é que os espelhos retrovisores são controlados eletronicamente, podendo retornar à posição prefixada, quando tiverem a sua posição alterada.
TESTE
Durante o teste, contamos com a boa vontade do pessoal técnico da marca e do operador da máquina.
O
Antena RTK é um item opcional para a MF 9895, mas é uma ferramenta importante para quem trabalha com plataformas dessas dimensões
Pudemos fazer uma série de testes e o acompanhamento da reação da máquina, utilizando o sistema de controle no monitor. Alteramos a velocidade de deslocamento e as regulagens de rotação do rotor e visualizamos o efeito disso sobre o desempenho da máquina e as perdas de grãos monitoradas pelo sistema. Ao final, acabamos fixando como a melhor velocidade de deslocamento em 4,9km/h e a velocidade do rotor em 500rpm. Nas condições da lavoura e operacionais
CONCESSIONÁRIO
concessionário da marca Massey Ferguson que atende a região onde fizemos o teste é a Itaimbé Máquinas, que faz parte do Grupo Itaimbé. A empresa foi fundada em 1968, portanto, mais de 47 anos de trabalho, sempre com a marca Massey Ferguson. A sede da empresa está na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, mas há outras quatro filiais, nos municípios de Cacequi, Cachoeira do Sul, Palmeira das Missões e Panambi, atendendo a 70 municípios do estado. Mais recentemente, no ano de 2008,
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Charles Echer
a empresa estendeu sua atuação para o estado do Mato Grosso, onde, com o nome de Buritis Máquinas, atende as regiões do Vale do Araguaia e Alto Xingu, e tem lojas em Canarana, Querência, Água Boa e Confresa. No teste, contamos com o apoio da sócia da empresa Mauren Doeler Dumoncel, do gerente comercial Abdil Karim Ahmad e do especialista em tecnologia da Itaimbé Máquinas, engenheiro Rafael Motta, que nos deram todo o suporte para passarmos o dia na fazenda, conhecendo na prática este novo produto.
da máquina, nos pareceu esta ser a melhor regulagem, porém, talvez com mais tempo e em terreno mais plano, pudéssemos buscar maiores velocidades. Nestas condições, o consumo de combustível ficou em 53,3 litros por hora, incluindo o retorno dos bicos, portanto, na realidade um pouco menor. Também aproveitamos para testar o piloto automático, alterando trajetos, saltando linhas de colheitas e as recuperando posteriormente. Em geral, a produtividade era de 5,3t/ha, ou seja, incríveis 88 sacos por hectare. O operador da colhedora, que tinha experiência em outras máquinas, inclusive de outras marcas, ressaltava que o ponto alto deste modelo, do qual a fazenda pretende adquirir mais duas unidades, são o conforto e a produtividade. Ele mencionou que o número de hectares é sensivelmente maior, pela simplicidade na operação e pela rápida resposta .M dos comandos. José Fernando Schlosser, Javier Solis Estrada e Fabrício Azevedo Rodrigues, Nema - UFSM
MECANIZAÇÃO
Rota programada A definição dos circuitos de colheita e o preparo econômico do solo para a cultura do arroz irrigado são práticas valiosas para os produtores que procuram sempre maximizar a lucratividade, sem exigir investimentos extras
O
estado do Rio Grande do Sul se destaca como maior produtor nacional de arroz irrigado, sendo responsável por mais de 61% do total produzido no Brasil, com uma área de 1,1 milhão de hectares cultivados. A região da fronteira oeste destaca-se por ser a maior região produtora do estado, responsável por 333.680ha (Sosbai, 2014). A cultura do arroz irrigado, quando cultivado em superfície com desnível, exige um grande número de operações desde o preparo do solo até a colheita. O preparo do solo geralmente é um trabalho minucioso, que requer a operação de vários implementos visando deixar a superfície do solo plana para realizar um bom nivelamento, sendo o passo crucial para obter uniformidade na lâmina de irrigação. Para isso, são realizadas as opera-
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ções de preparo primário, utilizando-se principalmente grades pesadas para o revolvimento das ondulações deixadas pelo cultivo anterior, como taipas e rastros do tráfego de colhedoras e tratores. Posterior a este preparo, realiza-se o preparo secundário, o qual consiste na utilização de grades niveladoras mais leves, cuja função é realizar o nivelamento parcial do solo, destorroando as leivas deixadas pelas grades pesadas. Estas gradagens deixam o solo mais solto para a operação das plainas, que objetivam a correção do microrrelevo do solo a partir de suas lâminas, que são carregadas de solo nas ondulações e descarregadas em depressões, proporcionando um relevo plano para realizar o nivelamento. A marcação das curvas de nível para construção das taipas pode ser reali-
zada com aparelhos de laser onde um emissor é instalado em uma base fixa e nivelada, de onde são emitidos sinais para um receptor instalado em uma régua graduada no trator. Fica a cargo do operador guiar o trator demarcando as curvas de nível para posterior entaipamento. Há, também, a possibilidade de realizar o nivelamento com a utilização de equipamentos de posicionamento global (GPS) e piloto automático, onde inicialmente é percorrida a área que será nivelada com um trator que possua o sistema, levantando dados de latitude, longitude e altitude ponto a ponto para posterior processamento dos dados em softwares específicos, reencaminhando os dados para o GPS do trator e, então, realizam-se a demarcação das curvas de nível e o entaipamento através do guiamento automático do trator (Bisognin et al, 2014).
PREPARO DIFÍCIL
Entretanto, diversas dificuldades são encontradas para colocar em prática todas estas operações, desde o planejamento da época para realização do preparo do solo, intempéries climáticas, integração lavoura/pecuária, altos custos operacionais, além da falta de mão de obra qualificada para operacionalização do sistema, que ultimamente tem sido um dos grandes problemas enfrentados pelos produtores rurais. Nesse sentido, produzir sustentavelmente vem sendo um desafio para os produtores, onde diferentes técnicas de cultivo e operação do maquinário agrícola podem ser adotadas de forma a reduzir os custos de produção, possibilitando a operacionalização da lavoura arrozeira. Uma das técnicas que podem ser aplicadas facilmente em qualquer propriedade rural, com potencial para reduzir os custos operacionais e tempo de preparo do solo, é a escolha do circuito de tráfego e o local de descarga das colhedoras.
CIRCUITOS DE COLHEITA
Normalmente, os circuitos de colheita adotados pelos produtores são
os “circulares de fora para dentro” (contínuos), onde a colhedora percorre todo o perímetro da área a ser colhida até chegar ao centro do talhão, terminando a operação. Este método possui como vantagem a maior eficiência operacional da colhedora, por realizar poucas manobras de cabeceira, perdendo menos tempo, onde muitas vezes as descargas dos grãos são realizadas com a colhedora em operação. Entretanto, este tipo de circuito induz os operadoresdos tratores que tracionam os tanques graneleiros a permanecerem “seguindo” as colhedoras sem saber o momento exato que estas irão realizar a descarga de grãos. Tendo como desvantagem, o desgaste dos equipamentos, maior consumo de combustível, além de formar enormes e vários rastros dentro dos talhões, provocados pelos rodados do conjunto, onde muitas vezes são no sentido declive/aclive do terreno, formando um canal de fluxo preferencial para o escoamento da água pluvial favorecendo a formação de erosões no solo. Estes rastros, aliados a erosões do solo ocasionadas pelo escoamento de água, tornam a área muito mais difícil de
John Deere
O planejamento do traçado de colheita deve ser pensado no preparo do solo Fotos Vilnei de Oliveira Dias
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Fotos Vilnei de Oliveira Dias
Imagens de dois diferentes tipos de percurso feitos pelas colhedoras: circuito circular de fora para dentro sem planejamento de local de descarga (esquerda) e circuito vai e vem com a concentração dos rastros dos graneleiros nas laterais
ser preparada para o cultivo sucessor, necessitando muitas vezes a realização do aterro das erosões, buscando solo em uma área de empréstimo, aumentando consequentemente a mão de obra, o número de operações e o custo operacional. Nesse contexto, uma alternativa é a utilização do circuito “vai e vem” (alternado) e o planejamento do momento das descargas dos grãos das colhedoras. Neste sistema, é possível determinar um ponto fixo para descarga dos grãos, sendo este realizado sempre nas extremidades dos talhões, próximo a estradas, beiras de cercas ou canais de irrigação, eliminando os rastros ocasionados pelos tratores no meio do talhão, reduzindo assim as desvantagens citadas anteriormente. Para realizar este procedimento é necessário conhecer qual o percurso que a colhedora pode se deslocar para preencher o seu reservatório de grãos. Vale lembrar que a distância percorrida pela colhedora para completar a capacidade do reservatório é inversamente proporcional à produtividade da cultura e ao aproveitamento da largura de corte da plataforma, podendo sofrer variações ao longo do talhão. De posse destas variáveis, aliam-se ferramentas de mapeamento simples, como o software Google Earth para mensurar os possíveis circuitos de colheita. Em talhões razoavelmente grandes, é possível realizar a descarga de grãos nas duas extremidades. Em talhões com Maio 2015 • www.revistacultivar.com.br
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dimensões reduzidas, é possível que a colhedora se desloque 50% do caminho no sentido de ida e 50% no caminho de volta, preenchendo seu reservatório no mesmo local de partida. Esta técnica possui como desvantagem uma redução na capacidade operacional da colheita por tornar-se obrigatória a descarga com a colhedora estática, porém, traz como benefícios a redução nos danos sobre o solo. Se a colheita for realizada com o solo pouco úmido a seco, o que pode ser obtido suprimindo a irrigação quando o arroz atinge o ponto de maturação fisiológica, o tráfego das colhedoras ocasiona pouco ou nenhum dano sobre as taipas, podendo estas serem reutilizadas no próximo cultivo sem que haja a necessidade dos preparos primários e secundários do solo. Neste caso, necessita-se apenas de retoque das taipas em alguns pontos com a utilização de uma entaipadora. Após isto, realiza-se a dessecação da área para eliminar a cobertura vegetal e pode-se realizar a semeadura direta sobre a palha. Neste sistema, as principais vantagens são acréscimo de matéria orgânica, redução da oscilação térmica, ciclagem de nutrientes, melhorias na estrutura, maior infiltração e armazenamento de água no solo, o que facilita a germinação das sementes mesmo que não ocorram precipitações ou irrigações após a semeadura, além de não revolver o banco de sementes de plantas daninhas minimizando o problema do arroz vermelho.
Se por fatores climáticos ou de manejo da irrigação a área estiver alagada durante o processo de colheita, as colhedoras realizaram um maior dano sobre as taipas, entretanto, serão muito menores que o dano causado pelo tráfego dos tratores. Deste modo, no momento do preparo do solo do cultivo sucessor, será necessário realizar o entaipamento total da área, porém, é possível adotar o sistema de cultivo mínimo, onde é realizado, no caso do arroz irrigado, apenas uma gradagem leve e o entaipamento, utilizando o mesmo nível das taipas do cultivo anterior.
PEQUENOS DETALHES SEM CUSTO EXTRA
Levando em consideração os altos custos de produção da lavoura orizícola, observa-se que existem diversas técnicas de preparo do solo, manejo da irrigação e planejamento da colheita que podem ser adotadas por qualquer produtor sem o desembolso de recursos financeiros, resultando em maior lucratividade da atividade. Alguns produtores não levam em consideração pequenos detalhes por vícios culturais ou por não possuírem ciência dos danos que são passíveis de serem ocasionados no solo pelo mau .M manejo da mecanização. Bruno Pilecco Bisognin, Tiago Gonçalves Lopes, Bruna Flores Batistella e Vilnei de Oliveira Dias, Lamap/Unipampa Alegrete
EVENTOS Divulgação
Fonte de lançamentos Mantendo a tradição de feira cheia de novidades, a Agrishow 2015 foi palco de inúmeros lançamentos de máquinas e implementos agrícolas de todos os tamanhos e para as principais culturas das lavouras brasileiras
M
ais de 400 expositores marcaram presença na 22ª edição da Agrishow, realizada de 27 de abril a 1º de maio, em Ribeirão Preto (SP). Apesar dos números finais não terem sidos bons, as empresas fizeram sua parte e apresentaram centenas de lançamentos para os mais diversos setores do agronegócio. Na parte de máquinas e implementos agrícolas o número de máquinas novas foi surpreendente. A seguir, apresentaremos o que foi destaque na edição deste ano.
VALTRA
A Valtra lançou durante a Agrishow sua primeira colhedora de cana, a BE1035. Desenvolvida com o motor ACGO Power 9.8L de 350cv, a colhedora possui caixa principal de cinco saídas, que permite a Maio 2015 • www.revistacultivar.com.br
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divisão da potência do motor para todo o sistema hidráulico, bombas e motores. Possui ainda a lubrificação forçada através da bomba central, proporcionando redução de paradas. O sistema de telemetria permite o monitoramento da colheitadeira em tempo real, permitindo aos operadores da fábrica saber se a máquina teve ou terá alguma necessidade de ajuste. Outra novidade da BE1035 é a chave cartão, que pode ser codificada para diferentes níveis de acesso. A cabine ergonômica foi projetada de acordo com as normas ISO para facilitar a operação e conta com telas touchscreen. Os controles de transmissão e direção foram ergonomicamente posicionados para serem acionados no painel de comando e no joystick. Com sistema de ar-
-condicionado digitalmente ajustado, é a única cabine de equipamento agrícola com faróis de LED. Com base em informações do sistema GPS, o piloto automático facilita a colheita e mantém a máquina no traçado exato. Possui frentes intercambiáveis e pode colher uma ou duas linhas. O corte de pontas permite melhor visibilidade e acesso para manutenção sem comprometer o desempenho. O conjunto picador é composto por dois rolos de quatro lâminas, a saída do rolo picador com rolo lançador, bandeja guia e defletores laterais no cesto. Rolos alimentadores têm um sistema hidráulico com bomba de engrenagem para seu acionamento e mancais de montagem externa, o que facilita a remoção para manutenção. Para dar continuidade à ampliação da família de colheitadeiras axiais, a Valtra lançou a BC6800, que possui sistema TriZone, com côncavos bipartidos com suspensão, um novo canal alimentador do rotor e sistema de limpeza multiestágios. Outros diferenciais da colheitadeira classe 6 são o rotor de 70 centímetros de diâmetro e 3,56m de comprimento; tanque de grãos com capacidade de 10.570L e descarga de 88 litros/segundo; sistema de resfriamento V-Flow; sistema de suporte de côncavos em H, que reduz o peso dos conjuntos e permite uma fixação simples e rápida para instalação. Motor AGCO Power 84Wl de 8,4 litros, seis cilindros
Fotos Cultivar
Fotos Cultivar
Colhedora BC 6800, distribuidor Terragator e colhedora BE1035
em linha e controle operacional, terminal C2100 com touchscreen e ainda tecnologia embarcada, que recebe opcionais como a telemetria AgCommand, monitor de produtividade Fieldstar II e piloto automático AutoGuide 3000. A empresa apresentou ainda o distribuidor de fertilizantes Terragator, com chassi de aço altamente resistente e caixa de fertilizantes com capacidade de 8,5m³, desenvolvido para operar com agricultura de precisão, podendo ser configurado para trabalhar com taxa variável. No segmento de tratores, a Valtra levou à feira a série BM, opções de média potência e agora reformulados, especificamente das versões BM110 e BM125i, com motores AGCO Power. O novo sistema hidráulico foi redimensionado para vazão de 57,5 litros/minuto, traz melhoria de 11% em relação ao anterior. O capô inovado é mais funcional, facilitando a manutenção e a refrigeração do sistema hidráulico e da caixa de câmbio. No portfólio de implementos, apresentou a Nova Frontier CFS (Central Fill System). Com maior capacidade de adubo e semente, é indicada para agricultura de Maio 2015 • www.revistacultivar.com.br
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larga escala. Os modelos, que vão de 11 até 30 linhas, têm ainda transmissão pneumática das linhas de sementes, através de cabo flexível. Outro atrativo da Nova Frontier CFS é a taxa variável.
MASSEY FERGUSON
A Massey Ferguson levou para a Agrishow 2015 sua nova série de tratores, a MF 6700R Dyna-4. Composta por três modelos, MF6711R, MF6712R e MF 6713R, que são equipados com motores AGCO Power Turbo de quatro cilindros com 112cv, 122cv e 132cv, respectivamente. Os tratores são o resultado da combinação da transmissão automática Dyna-4 com os motores da marca. A transmissão Dyna-4 possui alavanca de reversão à esquerda do volante, onde o operador seleciona o sentido de deslocamento e realiza a troca de marchas, que também podem ser feitas pela alavanca “T”, posicionada do lado direito. O câmbio Dynashift elimina a necessidade do uso do pedal de embreagem para a troca de marchas e/ou reversão do movimento de frente e ré. Com 16 marchas à frente e à ré, a nova série MF 6700R Dyna-4 possui um escalonamento
que permite escolher a velocidade ideal para a maioria das atividades. Os controles na cabine são integrados com os instrumentos de transmissão, hidráulica e da TDP e o painel contém display digital. Destaque para a precisão do controle eletrônico do sistema de levante hidráulico no engate de três pontos, que assegura domínio exato da profundidade do trabalho e reação para implementos de preparo do solo. Como opcionais, o produtor rural pode equipar os tratores com as tecnologias embarcadas da marca, como o piloto automático Auto-Guide 3000, o sistema AgCommand, o joystick para trabalhar com lâmina frontal e creeper e um super-redutor de velocidade para 150m/h. A Massey Ferguson mostrou pela primeira vez na feira a nova plantadeira MF 700 CFS, como pré-lançamento no mercado agrícola. O equipamento possui caixa central de sementes, maior capacidade de adubo, maior autonomia de plantio, monitoramento de sementes e ampla gama de opcionais. Nas versões de 11 até 30 linhas, a nova série poderá ser configurada com opções de dosagem de sementes mecânica ou pneumática, além do sistema de taxa variável para fertilizantes e sementes. Na MF 700 destaca-se ainda o sistema pantográfico nas linhas de fertilização, de semente e no disco de corte, que possibilita maior eficácia de trabalho nas mais diversas condições de solo. Além disso, a opção de taxa variável também estará disponível. Além dos destaques já citados, a já conhecida MF 500 Seed Pneumática também esteve exposta. Disponível nas versões de oito a 17 linhas, com possibilidade de até 34 linhas em tandem, a série 500 vem equipada com a nova linha pneumática de sementes que oferece trabalho eficaz mesmo em solos irregulares. Outro lançamento da empresa na feira foi a colheitadeira classe 6, MF 9695 Trident. A nova colheitadeira é equipada com motor de seis cilindros turbo intercooler AGCO Power de 8,4 litros, posicionado lateralmente à máquina e alinhado com o rotor, capaz de entregar até 380cv em reserva. Com características similares às das colheitadeiras maiores – MF 9795 e MF 9895 -, a nova classe 6 da Massey Ferguson possui sistema de processamento Trident, composto pelo novo rotor de 70 centímetros de diâmetro e 3,56m de comprimento, que promove mais separação enquanto aumenta a qualidade dos
Novo trator da Série Dyna-4 e colhedora classe VI MF 9695 Trident
grãos, além do sistema de côncavos com suspensão e alimentação escalonada sem depender da velocidade da colheitadeira. A MF 9695 conta ainda com o sistema de arrefecimento V-Cool, que praticamente elimina a necessidade de limpeza dos radiadores e oferece alta capacidade de resfriamento e, consequentemente, maior vida útil ao motor. Ela permite plataforma draper de 25 pés, e como opcionais, o produtor rural pode equipar a colheitadeira com o monitor de produtividade Fieldstar II, o Piloto Automático Auto-Guide 3000 e o sistema de telemetria AgCommand.
NEW HOLLAND
Um dos principais destaques da New Holland foi a plantadeira PL5000, produzida na fábrica de Piracicaba (SP) e projetada para plantar a maior área possível, com o menor número de paradas. A caixa central de sementes possui capacidade para mil quilos por chassi, e os reservatórios de fertilizantes armazenam até seis toneladas de adubo, exigindo menos paradas para abastecimento de insumos. A plantadeira, que tem menos peso por linha
do setor, possui opções de 11 a 24 linhas e sai de fábrica com todos os benefícios do serviço de pós-vendas da marca. A New Holland lançou também a colheitadeira CR8090, nacionalizando a produção da sua CR da classe 8, com tubo de descarga de 8,9 metros, que possibilita a retirada dos grãos colhidos com a máquina em movimento. O tanque tem capacidade para 14.500 litros e esse volume pode ser descarregado em até dois minutos, a uma taxa de 142 litros/segundo, em uma operação realizada com o acionamento de teclas na alavanca multifunção dentro da cabine. O sistema Opti-Spread - discos com motor hidráulico localizado logo após a saída do picador - distribui a palha uniformemente por até 45 pés. Ela ainda possui o sistema IntelliCruis e analisa a carga com que o motor está operando e regula automaticamente a velocidade para o melhor rendimento da máquina. Funciona também com base no índice de perda de grão, não ultrapassando a velocidade ideal de trabalho A marca lança também a colheitadeira CR5.85, com potência nominal de 265hp
e potência máxima de 312hp. A novidade faz parte da classe 5, a que mais cresceu nos últimos anos em vendas no mercado de rotor, passando de 14% em 2011 para 35,8% em 2014. Um dos diferenciais é o sistema de mesa autonivelante, que permite à colheitadeira andar em terrenos mais inclinados, sem ter que reduzir a velocidade, pois mantém automaticamente o sistema de limpeza dos grãos na horizontal em superfícies de até 17% de declividade. O monitor Intelliview IV permite ao condutor visualizar instantaneamente as condições operacionais, coordenar as principais ações e ainda gravar algumas atividades para futuramente repeti-las. O lançamento trabalha com plataformas de 20 e 25 pés e pode ser equipado de fábrica com sistemas de piloto automático e monitor de colheita. A New Holland reforçou também a sua linha T7, com o lançamento do T7.260. A nova máquina possui potência nominal de 230cv, apresenta transmissão mais reforçada, para suportar a sua maior potência, e possibilita trocas automáticas de marchas. O eixo frontal também foi adaptado ao
Destaques da New Holland a Colheitadeira CR8090 e o trator da série T.7, o lançamento T7.260
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Fotos Cultivar
Nova plantadeira da série Easy Riser e o trator Puma 230
maior peso e a máquina é toda produzida no Brasil. O novo modelo atende à necessidade do plantio direto, cana-de-açúcar, feno e forragem, entre outros. A novidade vem com os tradicionais faróis cateyes, que potencializam a iluminação para o produtor estender o trabalho pela noite com segurança. O T7.260 também conta com alto nível de agricultura de precisão, com o Intellview (computador de bordo) e piloto automático.
CASE IH
Entre os destaques da Case IH na Agrishow estão os implementos para os
segmentos de cana, café, grãos e biomassa. Além da colhedora de cana, da série A8800 MultiRow, com um exclusivo e patenteado sistema de divisores de linha, a Case IH lança agora implementos para atender de forma mais completa os clientes do setor sucroenergético. A marca apresentou a plantadora automatizada PTX7010, com controle de fertilizante e fungicida feito por equipamentos eletrônicos, em um único painel dentro da cabine. A plantadora de alta performance opera, inclusive, com piloto automático e câmeras de controle, com regulagem de sulco para diferentes tipos de plantios, de 0,90cm até 1,5m. Além
Entre os destaques estão a Série S de colheitadeiras e a plantadeira DB 40
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da plantadora foram lançados os transbordos VTX 21000 e VTX 10000, o cultivador dupla ação hard 6x4 e o sulcador de duas linhas, que pode ser usado pelo produtor que ainda não possui plantio mecanizado de cana. Ele abre o solo e distribui o fertilizante, deixando o sulco pronto para receber a cana. O transbordo de grãos VTG 20000, implemento multifuncional usado no plantio para distribuir adubo e na colheita para receber os grãos, também faz parte dos lançamentos da marca. Tem a opção da bica direcional para sementes e fertilizantes. Além da capacidade, de 20 mil a 26 mil quilos, a operação em conjunto com a colhedora de grãos permite menor tempo de ciclo do carregamento dos caminhões – cerca de 1,5 minuto. Devido ao sistema basculante de descarga, o implemento maximiza o ciclo de operação da colheita em cerca de 25% e garante melhor qualidade dos grãos em função da redução de atrito na transferência da carga. A marca apresentou ainda o aleirador de palhas DAL e a carreta acumuladora de fardos CAF, a única carreta 100% nacional. O implemento tem capacidade de transportar até 40 fardos por hora, o equivalente a cerca de 20 toneladas. A linha de plantadeiras Easy Riser também foi lançada durante a feira. Ela é a primeira plantadeira de reservatório central de sementes desenvolvida pela marca e traz como principal característica a mais alta capacidade produtiva da categoria. Desenvolvido no centro tecnológico de Piracicaba, o implemento chega ao mercado em seis opções: 11, 13, 15, 17, 19 e 24 linhas. A Case IH criou também a possibilidade de acoplamento Tandem (sistema de junção lateral e nova opção de engate do chassi), dobrando a capacidade
Motor QSG 12 litros da Cummins
de alguns modelos, chegando a 26, 30 e 34 linhas. Os reservatórios têm capacidade aproximada de até 2,1 toneladas para sementes e seis toneladas para adubo. As caixas de adubo possuem design exclusivo com melhor ângulo para o escoamento total da matéria orgânica. O compartimento de sementes, por sua vez, armazena um big-bag completo, melhorando consideravelmente a logística na fazenda. As plantadeiras foram reforçadas em alguns dos seus mecanismos e estruturas. Novo cabo flexível Heavy Duty, chassi reforçado, construído com chapas de 9,5mm e caixa de sementes desenvolvidas com 7mm de espessura. O sistema de plantio conta com discos desencontrados de 15 polegadas para melhor desempenho na abertura do sulco; o novo raspador interno evita o acúmulo de terra, e a roda limitadora com novo suporte é mais afastada. A distribuição de sementes é feita através do sistema ASM (Advanced Seed Meter). Discos 20% maiores trabalham em uma menor velocidade de rotação e, com isso, conseguem uma maior precisão na aplicação da semente por metro linear.
Máquina múltipla K 3500 da Jacto realiza colheita, pulverização e poda
Enquanto uma plantadeira de 24 linhas convencional, por exemplo, precisa fazer a manutenção de 192 pontos, para a Easy Riser são 48 itens, o que é possível devido à incorporação de itens como rolamentos blindados e buchas autolubrificantes.
JOHN DEERE
A John Deere apresentou suas soluções em colheita para o mercado sucroalcooleiro, com o lançamento das colhedoras CH570 e CH670. O sistema Econoflow, que traz melhorias nos sistemas de alimentação, limpeza e hidráulico, reduz o consumo de combustível em até 8%, o que representa menor emissão de carbono e redução dos impactos ambientais, além de melhorar a limpeza da cana colhida. Ainda contemplando o setor de cana, a John Deere apresentou pela primeira vez ao público de Ribeirão Preto o trator 6205J, que exerce papel importante para o trabalho canavieiro, como nas operações de transbordo de cana. O seu chassi integral evita esforços na tração e torção no conjunto motor/transmissão. Possui assento com suspensão a ar e apresenta
Trator Agritech 85cv Turbo
a opção de piloto automático. Os filtros e pontos de inspeção foram projetados para ficar ao alcance do operador, facilitando a sua manutenção. Seu motor com injeção eletrônica possibilita maior reserva de torque e economia de combustível. A empresa reforçou sua aposta no segmento de tratores. O portfólio da empresa conta com 25 modelos de tratores e a empresa reforça sua aposta neste segmento, apresentando toda a linha de utilitários da Série 5E. Os modelos cabinados - 5078E, 5085E e 5090E - possuem motor com alta reserva de torque e podem ser equipados com o exclusivo sistema AMS de agricultura de precisão. Para aplicações especiais a John Deere leva o modelo 5075EF fruteiro. É uma máquina especial para culturas como maçã, café e citros adensados, sendo a mais estreita da categoria. Além dos utilitários, a marca leva os tratores da linha 7J, também muito utilizados em operações canavieiras, e as Séries 8R e 9R. Outra novidade da marca é um novo modelo para colheita de algodão, a CP690. Esse equipamento vem para substituir a 7760. Ele traz velocidade de colheita 5%
Trator Série Plus da LS Tractor
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Fotos Cultivar
Titan 600/50R22.5
Trelleborg TM700
Sistema Nononononononono Fertirrigação Netafim
maior que o modelo anterior, nova transmissão com tecnologia antiderrapante, mapa de produtividade e rastreamento dos fardos como itens de série. Já a Série S de colheitadeiras de grãos contou com o lançamento de mais um modelo, a S690, com plataforma de 45 pés.
na versão Tier 3 (equivalente MAR-I), ou seja, sem a necessidade do sistema de pós-tratamento, o que deixará o produto mais acessível aos clientes da marca.
acompanhamento operacional do Uniport 3030 em tempo real. Para fertilização de lavouras, a Jacto destacou o Uniport 3000 NPK com 15 linhas e vão livre de 1,25 metro, que já é comercializado, e também o modelo Uniport 5530 NPK, ainda em fase de desenvolvimento, que deverá realizar aplicações de fertilizantes em área total, nas culturas de algodão e cereais, com capacidade de carga de 5.500kg e faixa de aplicação de 32 metros
CUMMINS
A Cummins South América lançou o motor, modelo QSG de 12 litros e sua ampla linha de produtos destinada ao mercado agrícola. A empresa comercializa motores para o segmento agrícola, utilizados em tratores, pulverizadores, colheitadeiras, entre outros, que atendem à legislação de emissões de poluentes e ruídos para maquinas agrícolas e de construção denominada MAR-I, incluída no Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve) e que entrou em vigor a partir do dia 1º de janeiro de 2015. O novo motor com potência máxima de 510hp atende às normas de emissões Tier 4 e será desenvolvido em breve para o mercado sul-americano
JACTO
A Jacto lançou oficialmente na Agrishow a K 3500, uma máquina de múltiplo uso desenvolvida para trabalhar durante todo o ano realizando as operações de colheita, pulverização e poda na cultura do café. O equipamento é um veículo automotriz no qual é possível acoplar individualmente os sistemas de colheita, pulverização, poda e outros que poderão ser desenvolvidos. Além desta novidade, a empresa levou para a Agrishow suas principais soluções em pulverização, adubação, colheita do café e agricultura de precisão, reforçando sua busca por melhorias constantes em seus produtos e visando atender ao produtor em suas diferentes necessidades no trabalho no campo. Para a pulverização, a Jacto destaca seu Sistema Otmis Maps Telemetria para Agricultura de Precisão, ferramenta disponível na Internet para
Twin Master Pantográfica Miac
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AGRITECH
A Agritech passa a atuar no mercado de tratores com potência acima de 80cv. Lançado este ano, o modelo 1185 S Turbo conta com motorização de 85cv e, por se tratar de um trator maior, permite que a empresa passe a atuar com culturas que exigem máquinas mais potentes e implementos mais robustos. Câmbio sincronizado, sistema de direção hidrostática com grande precisão, eixo dianteiro mais robusto e com maior eficiência de tração, sistema de refrigeração de água e óleo
Plantadeira SP Topografic da Baldan
Embreagem para Plantio de Precisão Agrosystem
integrado e levantador hidráulico com sistema Autolift são os outros itens que o trator possui.
LS TRACTOR
A LS Tractor lançou os dois novos modelos R60 e G40, com versão de eixo dianteiro estreito, ideal para a cafeicultura e cultivo de lavouras adensadas. O R60 possui tomada de potência independente de três velocidades (540rpm, 750rpm e 1.000rpm) operada a partir do painel, direção hidrostática, controle remoto independente, transmissão 32x16 com super-redutor e eixo frontal blindado que proporciona o menor raio de giro da categoria. Além disso, possui motor LS Tier 3, com baixo consumo de combustível, baixa emissão de poluentes e baixo nível de ruído e de vibração. Já o G40 tem 38cv, mas como no R60 apresenta eixo blindado com o menor raio de giro da categoria, inversor de frente e ré sincronizado (Syncro Shuttle), super-redutor, direção hidrostática ajustável, tomada de força independente com acionamento eletro-hidráulico e motor certificado Tier 3, com significativa redução de emissão de CO² e maior índice de economia de combustível.
TITAN PNEUS
A Titan Pneus (detentora da marca Goodyear Farm Tires) expôs como princi-
Panther Autotransportável Articulada da Vence Tudo
pal novidade na Agrishow 2015 o protótipo da nova versão radial do pneu de alta flutuação 600/50R22.5, de produção totalmente nacional voltado ao setor sucroalcooleiro. O novo modelo é recomendado para aplicação em eixos livres de transbordo e implementos agrícolas. Outra novidade da marca é o pneu IF 800/55R46, com tecnologia LSW (Low Sidwewall) e tecnologia IF (Increased Flexion). A agricultura de grãos também esteve no foco das novidades que foram apresentadas, com destaque para os pneus IF320/90R42 e IF380/90R46 – Ultra Sprayer para uso em pulverizadores autopropelidos. Completam o pacote tecnológico da linha agrícola o pneu Logger Lug II, para aplicação florestal, e os pneus 23.5R25 MXL e 14.00-24 Road Grader indicados para uso em pás carregadeiras e motoniveladoras.
MIAC
A Miac destacou sua ampla linha de produtos destinados para as culturas de mandioca, amendoim e feijão. O seu principal lançamento foi a nova geração de recolhedoras e trilhadora de amendoim de alta performance, a Twin Master Pantográfica para três leiras, que recolhe e trilha o amendoim. A máquina mantém o sistema de trilha axial para amendoim e limpeza por sucção e apresenta como novidade o sistema de recolhimento e
Recolhedora de pedras - Cata Pietra, da Agrimec
de armazenamento (graneleiro) que proporciona agilidade no transporte e alto desempenho no campo. As unidades recolhedoras com esteira oferecem maior velocidade e eficiência em qualquer condição de terreno, são individuais para cada leira de amendoim (pantográfica). O graneleiro apresenta uma opção para o descarregamento por esteira lateral com a máquina em movimento, ocasionando melhor uso do transbordo e menor perda de tempo na colheita.
TRELLEBORG
A Trelleborg levou para a 22ª Agrishow seu portfólio de pneus. O destaque da marca foi o TM700 Progressive Traction, pela primeira vez apresentado na América Latina. Projetado com a tecnologia Blue Tire da Trelleborg, a banda de rodagem do TM700 Progressive Traction é mais larga, garantindo uma área de contato de até 18% maior.
BALDAN
O destaque no estande da Baldan ficou por conta da plantadeira SP Topografic, desenvolvida com sulcador com pino fusil, com desarme e rearme automático ou a opção de discos duplos. Já o desligamento das catracas é feito por meio de controle remoto, novidade entre as máquinas agrícolas. A SP Topografic apresenta discos de
Tecnologia de Aplicação Pla
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Colhedora de forragens JM4200SH da Jumil
corte de 20 ou 22 polegadas, caixa para ferramentas, dispositivo de água para limpeza geral e cabeçalho articulável. Toda regulagem da distribuição de sementes é feita por meio do sistema Speed Box de distribuição, que oferece maior exatidão no solo e versatilidade da dosificação da quantidade de sementes por metro linear. Outro destaque da Baldan foi a grade SGNVat, projetada para trabalhar totalmente fixa, totalmente articulada ou parcialmente articulada, fazendo com que a grade atenda todas as condições de trabalho em qualquer tipo de solo. É possível configurar com 80 discos, podendo chegar até 120 discos em apenas um implemento, por conta da sua construção em módulos.
NETAFIM
A Netafim, empresa pioneira em soluções de irrigação por gotejamento, apresentou na Agrishow 2015 o sistema de irrigação por gotejamento que gera uma economia no volume de água entre 30% e 50% em relação a outros sistemas. Além de economizar água, outros benefícios são evidentes ao adotar o sistema de irrigação por gotejamento como a fertirrigaçao, que aplica os nutrientes necessários direto na
raiz da planta, fazendo com que ela cresça mais rápido que as demais. A solução apresentada na Agrishow é para diversos tipos de cultura: arroz, milho, soja, citrus, café, seringueira e cultivos de horticultura.
em função da velocidade, sem o erro de patinagem ou compactação de solo. Com fácil calibração, garante a máxima precisão na aplicação, diminuindo o desperdício de produtos, aumentando a lucratividade.
A Agrosystem apresentou na Agrishow 2015 novidades tecnológicas para agricultura de precisão. Como um dos destaques, a Agrosystem levou a EPP – Embreagem para Plantio de Precisão, desenvolvida para proporcionar um plantio preciso e possibilitar o desligamento das linhas de plantio de maneira independente, através do acionamento elétrico ou pneumático. Compatível com a maioria das plantadeiras e terminais virtuais disponíveis no mercado, reduz o desperdício de sementes, evitando a sobreposição de arremates e bordaduras. Outro lançamento é o Controlado Eletrônico Taxa Fixa – Agrosystem, um sistema para o controle da aplicação em função da velocidade, indicado para plantadeiras de grãos, plantadeiras de cana, espalhadores, pulverizadores, cultivadores e aplicadores em geral e em áreas de necessidade semelhante que necessitem de controle real da aplicação
A Vence Tudo apresentou a Panther Autotransportável Articulada. Seu exclusivo sistema de transporte permite unir duas semeadoras de sete, oito ou nove linhas (45cm). Através de uma operação 100% hidráulica, realizada de dentro da cabine do trator, é possível colocá-las da posição de plantio para transporte ou vice-versa, em menos de três minutos. Com isso, a Panther Autotransportável passa de 8,30m (largura de plantio) para 5,70m (largura de transporte). O sistema foi desenvolvido para facilitar o deslocamento das semeadoras de uma área para outra ou da sede até a área de plantio, uma das dificuldades até então enfrentadas pelos produtores devido às estradas estreitas e demais obstáculos do trajeto. Além disso, a Panther Autotransportável possui articulação de até 10° entre as linhas no modo de plantio, resultando em um excelente plantio em bases largas e terrenos com
AGROSYSTEM
Sistema de monitoramento SensoNode da Parker
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Vant UX5, da Trimble
VENCE TUDO
Plantadeira Newland da Semeato
imagem (câmera Sony a5100 de 24MP e sensor de APS-C) e com segurança e um raio de até 5.000m.
desníveis.
AGRIMEC
A Agrimec destacou a caçamba recolhedora de pedras Cata Pietra indicada para a limpeza de terrenos pedregosos. A CRP recolhe até 2,5 metros cúbicos de pedras por carga através de um sistema tracionado e totalmente hidráulico. Disponível em um modelo de 2,10m de largura, sua estrutura funcional é composta por duas partes, o recolhedor e a caçamba. O produto é projetado para atuar em terrenos irregulares acoplados a tratores que possuem no mínimo 120cv de potência e pode recolher por vez pedras médias e grandes que possuem até 200kg, gerando a recuperação de solos inaproveitáveis por excesso de pedras soltas.
PLA DO BRASIL
A Pla do Brasil realizou o lançamento na Agrishow 2015 do TAP (Tecnologia de Aplicação Pla). Com mais este lançamento, a Pla do Brasil aumenta o leque de produtos voltados à pulverização com a adição dos bicos no portfólio. Isso permite com que as máquinas já saiam da linha de montagem com os bicos adequados para a cultura e à região que serão vendidas. Outro destaque foi o Autopropelido Hydra 200, que vem equipado com motor de 132cv de potência, quatro cilindros, transmissão hidrostática Sauer Danfos 4x4 e chassi Power flex com três níveis. Possui também suspensão passiva independente nas quatro rodas, vão livre de 1,45m, tanque de polietileno rotomoldado com capacidade para dois mil litros, barra de pulverização de 22 metros e piloto hidráulico PLA – autoline de série.
JUMIL
A Jumil focou no segmento de forrageiras, com o lançamento da Colhedora
PARKER
Manipulador Telescópico da JCB
de Forragens JM4200SH, que traz bica em polietileno de alta resistência, transmissão direta sem perda de potência, 12 facas picadoras em “Z”, permitindo qualidade na picagem e corte e lance em uma única operação sem exposição das facas. A JM4200SH tem projeto que facilita a regulagem das contrafacas e o acesso aos conjuntos modulados.
TRIMBLE
A Trimble deu destaque na Agrishow 2015 para o veículo aéreo não tripulado o Vant UX5. O aparelho possui várias aplicações na agricultura que vão desde o mapeamento da área, identificação de falhas de plantio, pragas, doenças, como também acompanhamento do desenvolvimento da cultura (NDVI), levantamento topográfico de alta precisão, entre outras. O equipamento possui uma estrutura de fibra de carbono que o torna bem resistente para o trabalho, autonomia de 50 minutos, trabalha em condições adversas (ventos de até 60km/h), qualidade de
Trator ST MAX 180 da Stara
O SensoNode, que foi um dos destaques da Parker, inaugura uma nova era do monitoramento de pressão, temperatura e umidade em sistemas hidráulicos e pneumáticos, com baixo consumo de energia. A sua aplicação está em identificar problemas antes da ocorrência de falhas e evitar períodos de inatividade em máquinas e processos, graças ao monitoramento mais rápido e eficiente de suas principais variáveis. Com a leitura eletrônica sem fio e resultados mais precisos, pode-se alcançar significativa redução de custos, eliminando rotinas de manutenção desnecessárias. A tecnolgia SensoNode permite visualizar os dados em tempo real, acessar relatórios e gráficos, armazenar o histórico da medição e programar notificações de alerta, como picos de temperatura e pressão, por exemplo. Os sensores também podem ser nomeados para melhor rastreabilidade. O sistema opera com alcance de até 45 metros, e as medições podem ser feitas inclusive em movimento, monitorando até cinco aparelhos simultaneamente. Equipados com tecnologia Bluetooth, estes sensores comunicam-se com celulares e tablets que utilizam sistema iOS, e em breve também estarão disponíveis na versão Android.
JCB
A JCB destacou os Manipuladores Telescópicos Agrícolas modelos 531-70, com 114hp e capacidade de carga de 3.100kg, e o 541-70, de 114hp e capacidade de carga de 4.100kg. Entre as vantagens do Manipulador Telescópico está a concentração de um maior número de atividades em máquinas versáteis por um baixo custo e
Tratores Série 500 da Agrale
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alta produtividade e também a possibilidade de uma mesma máquina operar dentro dos mais diversos segmentos do mercado agrícola – produção de biomassa, cultivo de grãos, algodão e pecuária somente com a troca dos implementos.
SEMEATO
A Plantadeira Newland foi um dos lançamentos da Semeato durante a Agrishow 2015. A nova plantadeira foi desenvolvida para a semeadura de grãos graúdos, aliando a qualidade e a precisão no plantio ao alto rendimento operacional. Está disponível em três modelos individuais com 13, 15 e 17 linhas, com espaçamento de 45cm entre as linhas, e pode trabalhar com duas máquinas acopladas resultando em 26, 30 e 34 linhas com o mesmo espaçamento de 45cm. A plantadeira vem equipada com reservatório central de semente Fastfill e de fertilizante, ambos de grande capacidade, reduzindo o número de paradas e proporcionando um alto rendimento de plantio. Outro destaque da máquina está na distribuição das sementes realizada através do sistema pneumático Vacuum System - sistema especializado em distribuir grão por grão.
Fotos Cultivar
STARA
A Stara lançou na Agrishow sua plantadeira Estrela, uma máquina de grande porte disponível nos modelos com 22 e 26 linhas, com caixa de adubo. A plantadeira é articulada e o rodado de plantio está localizado entre as linhas, o que permite a copiagem do terreno e garante a manutenção do espaçamento entre as linhas de plantio, mesmo em terrenos com desníveis. Ela possui rodado de transporte que permite que a plantadora seja “dobrada” para o transporte, possibilitando que seja transportada por estradas estreitas e pontes, sem perder tempo entre um talhão e outro. Outra inovação da máquina
é o sistema pneumático DPS (Distribuição Precisa de Sementes), que possibilita o plantio com profundidade e espaçamento mais uniformes. Outro lançamento foi o trator ST MAX 180 com sistema hidráulico exclusivo, que faz a leitura da necessidade de vazão hidráulica do equipamento engatado e proporciona o uso somente do fluxo de óleo necessário pra o equipamento operar. O sistema hidráulico é equipado por quatro válvulas de saída, sendo duas com fluxo contínuo, operadas por joystick que facilita as operações. Os novos ST MAX são equipados com motor MWM Turbo de seis cilindros com câmbio Semi-Power Shift, com 54 marchas para frente e 18 para trás. A Agrale destacou os tratores das Linhas 500 e 5000 em suas versões cabinadas de fábrica, com sistema de vedação aprimorado que impede a entrada de poeira e saídas de ar que otimizam a circulação no interior. Outro destaque da empresa na Agrishow é o trator 5105.4. Possui motorização MWM de 105cv de potência, que proporciona maior durabilidade, manutenção rápida e barata, além de baixo consumo de combustível. Este modelo é indicado para diversos tipos de aplicações e culturas, por ser equipado com transmissão 10x2 de série, com opção de 12x12 com inversor de marchas ou 20x4 com super-redutor, que proporciona melhor rendimento em operações de baixa velocidade. O mais novo integrante da família Agrale, o modelo 540.4, também ganhou destaque no evento. Ele é indicado para utilização em pequenas propriedades e também para operação em lavouras de café e fruticultura, possui eixo dianteiro reforçado, que permite o acoplamento de implementos frontais, como pá e plaina. Entre os diferenciais do trator 540.4 estão
Tanker Fast 40.000 da Jan
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AGRALE
a motorização de quatro cilindros, a capacidade do levante hidráulico de 1.100kg e a transmissão 8x8, com inversor de marchas de série, único modelo nacional no segmento com esta característica. O 540.4 possui design moderno, com capô basculante, que facilita o acesso para manutenções diárias e periódicas, e inversor de marchas.
JAN
O destaque da Jan foi a Tanker Fast 40.000, uma carreta graneleira com capacidade para 30 toneladas de produtos. A carreta possui acionamento das roscas sem-fim através de cardã com pino fusível para evitar sobrecarga no sistema de transmissão, caixa em banho de óleo e engrenagens de correntes simples de rolos. No sistema de descarga, a regulagem é feita através da abertura e fechamento das calhas internas de controle de fluxo do produto. A abertura é hidráulica, por meio de um cilindro, enquanto que o fechamento é realizado com a ação de uma mola de tração, evitando o esmagamento dos grãos. O sistema de alimentação do tubo de descarga é feito por rosca sem-fim horizontal, localizada na base interna do depósito.
MARINI
A Marini deu destaque para o lançamento kit Rodado Duplo Marini aro 46 polegadas. Entre os principais benefícios deste kit estão o de oferecer maior altura para o trator, proporcionar um menor amassamento da planta, maior durabilidade e produtividade, disponível para todas as marcas, com um ano de garantia e ainda não precisa trocar o pneu dianteiro para sua utilização. Ao utilizar o rodado dianteiro com as dimensões 14.9X26, o rodado traseiro será 300/95R46 e nas dimensões 14.9X28 o rodado traseiro .M deverá ser 320/90R46.
Kit Rodado Duplo aro 46 da Marini