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Cultivar
Cultivar Máquinas • Edição Nº 154 • Ano XIII - Agosto 2015 • ISSN - 1676-0158
Índice 6 Rodando por aí 8 Manutenção da embreagem 12 Pulverização de algodão 20 Custo de máquinas agrícolas 22 Manutenção de semeadoras 26 Capa - Test Drive CR8090 36 Ficha Técnica - Agritech 1185 S 40 Armazenagem segura 44 Empresas - John Deere amplia fábrica 46 Custos da colheita florestal 50 Ficha Técnica - MF5690
Destaques
Test Drive - CR8090
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Acompanhe nosso test drive com a CR8090, a maior colheitadeira produzida pela New Holland no Brasil
Pulverizadores Novas ferramentas tecnológicas na aplicação de insumos a taxas variáveis
Grupo Cultivar de Publicações Ltda. Direção Newton Peter
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Semeadoras pneumáticas Saiba quais são os principais cuidados e as regulagens na hora de plantar com semeadoras pneumáticas
Assinatura anual (11 edições*): R$ 239,90 www.revistacultivar.com.br cultivar@revistacultivar.com.br (*10 edições mensais + 1 conjunta Dez/Jan) Números atrasados: R$ 22,00 CNPJ : 02783227/0001-86 Assinatura Internacional: US$ 150,00 Insc. Est. 093/0309480 € 130,00
• Editor Gilvan Quevedo
• Design Gráfico/Diagramação Cristiano Ceia
• Redação Charles Echer Rocheli Wachholz
• Comercial Sedeli Feijó José Luis Alves Rithiéli de Lima Barcelos
• Revisão Aline Partzsch de Almeida • Coordenação Circulação Simone Lopes
Capa - Charles Echer
Pôster do mês
• Assinaturas Natália Rodrigues Clarissa Cardoso Aline Borges Furtado • Expedição Edson Krause • Impressão: Kunde Indústrias Gráficas Ltda.
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NOSSOS TELEFONES: (53) • GERAL
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3028.2000
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Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados podem solicitá-las à redação pelo e-mail: cultivar@revistacultivar.com.br Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.
RODANDO POR AÍ Tratour Desde o começo de agosto, o Tratour está sendo realizado em nove cidades do Rio Grande do Sul. O evento é uma iniciativa da John Deere para levar informação e conhecimento dos produtos agrícolas da empresa ao público em municípios que não sediam lojas dos concessionários da companhia. “As expectativas são as melhores possíveis, o Rio Grande do Sul, é sem dúvida, o estado foco da caravana, onde teremos o maior número de cidades visitadas”, ressalta o gerente de Marketing Tático da John Deere, Celso Monteiro.
Máquinas maiores
Celso Monteiro
Premiado
Durante a inauguração da expansão da fábrida da John Deere em Montenegro (RS), o presidente da John Deere Brasil e vice-presidente de Marketing e Vendas para a América Latina, Paulo Herrmann, ressaltou o aumento da demanda de máquinas de grande porte no país. “Uma das coisas que fizeram a agricultura brasileira crescer é a possibilidade de realizar duas safras no ano, mas isso também diminui as janelas de plantio, aplicações e colheita, criando a necessidade de os produtores trabalharem com máquinas maiores”, explica.
Paulo Herrmann
Renovação
A Massey Ferguson, a concessionária Pippi Máquinas e a Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado de Santa Catarina (Fecoagro), comemoraram os 40 anos da federação com a entrega do trator MF 255/4 para o primeiro lugar do concurso cultural promovido pela cooperativa. O vencedor da promoção foi o produtor Inácio José Petry, morador da cidade de Itapiranga (SC). “Este é o primeiro trator da Massey Ferguson que tenho. Já trabalhei com o do vizinho e percebi diversas qualidades, como simplicidade, robustez e economia”, afirma o agricultor. Adriano Silva
A FPT Industrial anuncia Adriano Silva como novo gerente para desenvolvimento da rede de assistência técnica da marca na América Latina. O executivo é formado em Engenharia Mecânica pela PUC-MG e especialista em Gestão Empresarial, Finanças e Controladoria pela Fundação Getúlio Vargas. Adriano possui 22 anos de experiência no setor de máquinas de construção. Tornou-se gerente comercial na New Holland Construction, após passar pela Fiatallis (atual New Holland). Este ano, foi convidado a integrar a área de desenvolvimento de rede da FPT Industrial com a tarefa de executar o plano de expansão da rede de assistência técnica na América Latina.
Novo Agrale 7215
Cana-de-açúcar
Paulo Beraldi
A Valtra participou da 16ª edição da Feacoop (Feira de Agronegócios Coopercitrus Sicoob Credicitrus), realizada no munícipio de Bebedouro (SP). Segundo Paulo Beraldi, diretor comercial da Valtra, “a edição deste ano apontou para uma retomada do setor, portanto, a expectativa é que mais negócios sejam concretizados, inclusive no pós-feira”. De acordo com ele, as dinâmicas de campo com a recém-lançada colhedora de cana-de-açúcar, a BE1035, e da enfardadora Challenger têm atraído olhares atentos dos profissionais do setor sucroalcooleiro.
Qualidade em operações
Durante o XLIV Congresso Brasileiro de Engenharia Agrícola - Conbea 2015, que acontecerá em São Pedro (SP), será lançado o livro Controle de Qualidade em Operações Agrícolas Mecanizadas. Com o apoio das empresas Agricorte e Case IH, o livro reúne trabalhos desenvolvidos por professores, pós-graduandos e egressos do Laboratório de Máquinas e Mecanização Agrícola – Lamma, da FCAV/Unesp. De acordo com Rouverson Pereira da Silva, professor da FCAV/Unesp, editor da publicação o livro surgiu da carência de material bibliográfico nacional na área de mecanização agrícola, aliado à necessidade de difusão do conhecimento gerado na academia. Agosto 2015 • www.revistacultivar.com.br
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A Agrale lançou no início de agosto o Agrale 7215, com 215cv, o trator de maior potência fabricado pela marca e desenvolvido para atender a agricultura empresarial, inclusive o plantio de precisão. Com o novo modelo, a empresa ingressa em um dos segmentos mais competitivos do setor. De acordo com Flavio Crosa, diretor de Vendas da Agrale, o novo trator Agrale 7215 é robusto, de simples operação e focado na agricultura empresarial. “Este trator foi desenvolvido segundo as necessidades do produtor brasileiro.”
Errata
Ao contrário do do publicado na edição nº 153, de julho de 2015, a colhedora que aparece na foto da página 22 não é uma BC8800 da Valtra e sim uma CR 8090 da New Holland que pode trabalhar com plataformas de milho de 21 a 26 linhas e plataformas para soja de 40 a 45 pés de largura. A CR8090 é uma colhedora Classe VIII, com 489cvde potência n ominal e 550cv de potência máxima, diferente do que foi publicado nas páginas 18 e 19,e possui sistema de rotores Twin Pics e não rotores S 3 conforme mencionado na página27.O sistema S mart Trax, citado na reportagem não está disponível para versões fabricadas no Brasil.
TRATORES
Cuidados com a embreagem Charles Echer
Um dos componentes que mais apresentam problemas nos tratores agrícolas é a embreagem. Mas a maior parte deles é causada por mau uso do sistema, falta de informações dos operadores e de manutenção adequada
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dquirir um trator é uma tarefa difícil. Dentre as várias marcas, os modelos e as versões, o produtor rural precisa pesquisar muito para fazer o melhor investimento. Adquirido o trator, todo cuidado deve ser dispensado ao mesmo para que produza o que deve e dure o que promete. No meio rural é comum encontrar tratores relativamente novos muito desgastados e tratores com bastante idade mas bem conservados. Um dos componentes com maior incidência de problemas nos tratores agroflorestais é a embreagem. Agosto 2015 • www.revistacultivar.com.br
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Responsável pela transferência do movimento do motor ao câmbio e à TDP (Tomada de Potência), é o componente que muitas vezes mais sofre com o mau uso e com a falta de cuidados. No meio rural é comum a queixa de proprietários com relação ao desgaste prematuro de componentes das embreagens. Nota-se também que certos operadores, mais cuidadosos ou conhecedores do sistema de embreagem e suas limitações, tiram mais proveito das mesmas e prolongam, em muito, a vida útil das mesmas. Outros, menos conhece-
dores, sacrificam as embreagens e estas não duram o que deveriam e os gastos com manutenções corretivas aumentam, gerando perdas de rendimento e paradas prematuras do trator.
RECOMENDAÇÕES
Como ex-operador de tratores, hoje professor de máquinas agrícolas e instrutor de operadores de tratores, faço sempre algumas recomendações simples que podem preservar em muito a vida útil das embreagens, algumas destas recomendações são conhecidas por muitos operadores,
mas desprezadas no dia a dia. É preciso uma mudança de mentalidade e o abandono de certos “vícios” profissionais que foram aprendidos erroneamente ou adquiridos ao longo do trabalho. Além disso, os proprietários, gerentes e responsáveis pela frota precisam orientar e cobrar atitudes corretas de seus operadores. As recomendações para bem utilizar a embreagem de um trator são simples, mas devem ser seguidas à risca para evitar danos e estender ao máximo a vida útil do componente.
PÉ SUAVE
Ao sair com o trator sempre se deve tirar o pé do pedal da embreagem de forma suave, não bruscamente. Assim, o movimento do motor será passado ao câmbio também de forma suave, sem “trancos”, evitando danos ao câmbio, eixos, rolamentos e também à própria embreagem. Parece uma recomendação banal, mas muito se vê, no meio rural, operadores que, ao sair com o trator, a dianteira do mesmo quase sai do chão.
ROTAÇÃO CORRETA
Saia com o trator sempre numa rotação do motor menor que a rotação de trabalho. Esta dica complementa a primeira. Os operadores têm o hábito de primeiro, com o trator parado, antes de iniciar o trabalho, aumentar
Fotos Antônio Donizette de Oliveira
A embreagem simples possui a grande desvantagem de não ser possível parar o trator sem parar a TDP quando os dois estão em movimento
a rotação até a de trabalho, normalmente por volta de 1.800rpm, para depois soltar o pé da embreagem. Desta forma, com rotação elevada do motor, a fricção entre volante motor, disco e platô é muito elevada, havendo aumento de temperatura e desgaste prematuro dos componentes da embreagem, principalmente do disco. Uma das características dos motores de tratores agrícolas é o alto torque em baixa rotação, ou seja, o torque máximo de um motor de trator de média potência se dá por volta de 1.400rpm, assim é até melhor para o trator “arrancar” com uma rotação do motor próxima da rotação que proporcione torque máximo. À medida que a rotação aumenta, a potência também aumenta, mas o torque diminui. Uma ressalva deve ser feita no caso desta recomendação: é quando o trabalho com o trator é com imple-
mento, que necessita de determinada rotação no motor para acionar bomba de pulverizadores, compressores de semeadoras pneumáticas ou distribuidoras de fertilizantes e corretivos. Neste caso, para uma perfeita aplicação, uniformidade e funcionamento dos implementos há necessidade da rotação de trabalho desde o início da atividade na linha ou rua de serviço. Aqui é preciso ponderar entre a aplicação ou o trabalho perfeito desde os primeiros centímetros da área ou a preservação de componentes da embreagem, no caso de iniciar o trabalho dos citados implementos com rotação mais baixa que a de trabalho, apenas poucos metros, ou, às vezes, nem um metro ficaria imperfeito ou irregular.
NÃO É DESCANSO DE PÉ
Uma das recomendações mais conhecidas dos operadores provavel-
Fotos Antônio Donizette de Oliveira
Conjunto de embreagem dupla montado e disco da embreagem
mente é a de não manter o pé apoiado sobre o pedal da embreagem durante o trabalho. Esta recomendação deve ser levada a sério, pois, por hábito ou cansaço na perna esquerda, que muitas vezes tem que ficar numa posição só, o operador acaba colocando o pé sobre o pedal da embreagem. Tal hábito pode, dependendo da pressão que o pé está imprimindo no pedal, causar o recuo do platô, por menor que seja, provocando um deslizamento do disco, o aquecimento do conjunto e, consequentemente, mais desgaste. Em tratores que possuem folga no pedal, provoca o contato do rolamento de desengate (colar) com os
E
CUIDADOS NAS MANOBRAS
Fazer a manobra sempre numa rotação no motor menor que a rotação de trabalho é outro ponto extremamente delicado e não observado pelos operadores. Dificilmente um operador diminui a rotação do motor para fazer a manobra no final do sulco, linha ou rua de serviço, gerando grande atrito entre volante, disco e platô e, consequentemente, muito desgaste. O
Tipos mais comuns de embreagens
xistem no mercado nacional tratores com diferentes tipos de embreagens e cada uma delas tem a sua aplicação específica quanto às funções, às formas de trabalho e aos componentes. Embreagem simples - É aquela que possui apenas um disco, um platô e apenas um curso no pedal, liga e/ou desliga o movimento do motor ao câmbio e a TDP com apenas um curso no pedal, é uma embreagem mais simples, mais barata, mas possui a grande desvantagem de não ser possível parar o trator sem parar a TDP quando os dois estão em movimento. É um sistema mais antigo e pouco comum nos tratores atuais. Embreagem dupla - É aquela que possui dois discos, dois platôs e no momento do uso da TDP, o pedal da embreagem passa a contar com dois cursos: um que desligará ou ligará o movimento do motor à TDP e outro que ligará ou desligará o movimento do motor ao câmbio. É um sistema mais complexo, mais caro, mas com a grande vantagem de permitir
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“gafanhotos”, forçando o movimento do colar sem necessidade e, também, neste caso o desgaste pelos motivos explicados anteriormente.
a parada do trator sem parar o movimento da TDP, quando ambos estão em movimento. Embreagem independente - É aquela que possui dispositivos separados do pedal da embreagem para ligar ou desligar o movimento do motor à TDP. Esses dispositivos podem ser alavancas, teclas ou botões que servirão exclusivamente para acionar/desacionar a TDP, independentemente se o trator está parado ou em movimento. É a mais atual, mais moderna, mais fácil de ser utilizada, pode funcionar junto da embreagem principal do trator ou separada por meio de embreagem hidráulica e acionamento elétrico. No caso de acionamento mecânico por meio de alavanca, deve-se observar sempre o tempo máximo de acionamento sugerido pelo fabricante. Neste caso, há uma lâmpada que, se acesa, indica que a alavanca está acionada. Em qualquer um dos sistemas citados, o importante é o operador conhecer bem o sistema que equipa seu trator e tirar todo o proveito que o mesmo proporciona.
Hábito comum de manter o pé sobre a embreagem danifica o sistema
simples fato de, no final do sulco, ou rua de trabalho, diminuir um pouco a rotação do motor e fazer a manobra, já preservaria em muito a vida útil da embreagem e isto é apenas uma questão de hábito. Esta recomendação é importante também visando à segurança, pois manobras, em alta rotação e velocidade, principalmente em terrenos inclinados, são mais propensas a terminarem em acidentes. Os responsáveis pela mecanização da empresa, seja o gerente ou o proprietário, devem observar cada operador, corrigir individualmente as irregularidades e proporcionar treinamento coletivo por meio de órgãos especializados, como Senar, cooperativas, sindicatos e outros. É interessante também elaborar uma planilha associando cada operador a problemas recorrentes que acontecem quase sempre com o mesmo operador e chamá-lo para .M orientação. Antônio Donizette de Oliveira, Ufla, Senar (MG), Treinar Rural
Autor explica como preservar o sistema de embreagem de tratores
TECNOLOGIA
Resposta imediata Aplicação localizada de insumos em taxa variável em si já é um grande avanço tecnológico para as lavouras e a ajuda de sensores que fazem a leitura das condições do cultivo torna ainda mais eficiente uma operação que já é muito precisa
A
agricultura de precisão envolve três elementos críticos: coleta de informação, aplicação de tecnologia e gerenciamento. Investir em sensores, GPS e em mapeamentos somente eleva o custo de produção se nada for feito com a tecnologia. Assim, a aplicação prática das informações de campo é importante para reverter o investimento em lucro. Uma forma de obter retorno sobre o investimento é pela aplicação localizada de insumos em taxa variável - VRT (Variable Rate Technology). A aplicação em VRT de adubos e corretivos está cada vez mais comum no Brasil, devido ao mapeamento da fertilidade do solo. Todavia, ainda se tem muita dúvida sobre como fazer a aplicação em VRT dos insumos pulverizados. O algodoeiro é uma planta perene a qual foi adaptada para o cultivo anual, com necessidade de controle do crescimento vegetativo e finalização do ciclo para colheita mecanizada. A aplicação
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do regulador de crescimento é necessária para gerenciar o crescimento vegetativo e equilibrar ao reprodutivo. A aplicação dos maturadores vegetais possui a função de estimular e uniformizar a abertura das maçãs. Esse texto cita como essas aplicações em VRT podem ser realizadas no algodoeiro.
ÍNDICES DE VEGETAÇÃO NA APLICAÇÃO EM VRT
O algodoeiro tem seu crescimento afetado por uma série de fatores regionalizados no campo, como uma porção mais compactada ou com maior umidade etc. Essa variabilidade no crescimento das plantas dificulta o manejo da cultura, com forte influência nas doses dos insumos aplicados. Pela agricultura convencional as doses desses insumos são definidas uniformemente para o talhão por visitas in loco de forma a observar a fenologia da planta (altura, comprimento de entrenós, taxa de crescimento diária). Independentemente
da metodologia para definir a dose dos insumos, não há praticidade em realizar várias amostras em grade, de modo a mapear razoavelmente a variabilidade nos talhões comerciais. Torna-se impraticável a aplicação dessa técnica de VRT se o mapa com a informação de origem (altura da planta, número de maçãs etc) for obtido por amostragens sistemáticas em campo. Para reflexão, imagine uma amostragem por uma malha de dez metros de lado (devido à grande variabilidade fenológica do algodoeiro) em um talhão de 100ha, seria necessário um total de dez mil amostras. Isso é impraticável. Felizmente, as características fenológicas do algodoeiro são altamente correlacionáveis com Índices de Vegetação (IV) provenientes de sensores multiespectrais (Figura 1), assim, se mapearmos um dado índice de vegetação no talhão é possível inferir sobre a variabilidade espacial da altura da planta, por exemplo. Mapear o índice de
Fábio Baio
Fábio Baio
Sensores multiespectrais Yara N-Sensor ALS (acima) e Trimble GreenSeeker RT 200 (abaixo) foram instalados em partes fixas do pulverizador
vegetação é o ponto-chave da aplicação em VRT de regulador de crescimento no algodoeiro. O NDVI (Índice Vegetativo por Diferença Normalizada) é o IV mais conhecido e utilizado em estudos de caracterização e monitoramento da vegetação. Outros índices de vegetação também podem ser utilizados, como o Savi (IV ajustado pelo solo) e o EVI (IV avançado). Pesquisas indicam que o índice de vegetação que utiliza uma relação entre o infravermelho e o chamado rededge (borda do vermelho) é bastante promissor para o mapeamento
do algodoeiro. Além disso, essa técnica de mapeamento de índice de vegetação e geração de mapa de aplicação em VRT pode ser aplicada em adubação nitrogenada no milho, maturador na cana, identificação de falhas para análise de replantio de culturas perenes (seringueira, eucalipto, laranja) e semiperenes (cana-de-açúcar), mapeamento de plantas daninhas resistentes, identificação de zonas de manejo diferenciado, ou seja, em atividades que auxiliam o processo de decisão.
Figura 1. Relação entre a altura do algodoeiro e o índice de vegetação NDVI. Chapadão do Céu/GO - 2015
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USO DE SENSORES
A forma mais prática do agricultor obter os mapas de índice de vegetação é pelo uso de sensores instalados nas máquinas, coletando dados enquanto fazem pulverizações, frequentes na cultura do algodoeiro. É uma operação simples como no mapeamento da produtividade utilizando colhedoras combinadas, a qual alguns agricultores já estão familiarizados. Há vários fabricantes de sensores comerciais com representação no Brasil. Alguns fabricantes indicam em outros países a instalação desses sensores nas barras dos pulverizadores. Porém, não é recomendado esse procedimento de instalação em pulverizadores aqui no Brasil, principalmente pelo fato das operações em campo cruzarem terraços e pela presença de elevada rugosidade do terreno ou de obstáculos (buracos, tocas de tatu etc). A irregularidade do terreno afeta a estabilidade da barra do pulverizador, que por sua vez altera o posicionamento do sensor em relação ao dossel. Essa variação de posição causa a variabilidade da leitura do índice de vegetação, em função do mau posicionamento do sensor e não pela variabilidade no crescimento da cultura. O ideal, então, é adaptar a instalação do sensor diretamente no chassi do pulverizador, amenizando esse problema. O mapa de NDVI (índice de vegetação) proveniente do sensor multiespectral possui uma aparência como a ilustrada no Mapa Esse mapa foi obtido na mesma área e momento da imagem
Figura 2 - Relação entre o índice de vegetação NDVI e altura das plantas em todos os blocos experimentais antes e após a primeira aplicação do regulador de crescimento no algodoeiro
Trimble
Mapa bruto de pontos de NDVI (passadas a cada 30m) obtido pelo sensor instalado no pulverizador
multiespectral da figura do box. A etapa seguinte no uso da técnica é a interpolação desses valores no talhão. Há duas recomendações na interpolação: uso somente de três classes nos mapas (legenda); e uso de células com dimensões equivalentes ao tamanho da barra do pulverizador (exemplo 30mx30m). Essas três classes do mapa de IV poderão ser nomeadas zonas de manejo do regulador de crescimento pelo índice de vegetação contendo valores baixos, médios e altos. Zonas de elevado índice de vegetação (NDVI) irão conter plantas de algodoeiro com maior altura, conforme comprovado pela Figura 1, assim, são zonas nas quais deverão ser aplicadas doses maiores do regulador de crescimento. Zonas de menor índice de vegetação são aquelas que deverão receber uma dose menor do regulador de crescimento, permitindo um maior desenvolvimento da planta e, até, de-
pendendo de sua situação fenológica, não aplicar regulador de crescimento, ou dose zero. Vale ressaltar que mapas com muitas classes são mais difíceis de efetivo estabelecimento das doses em campo, assim como causam uma sobrecarga maior ao sistema eletrônico de controlador de vazão do pulverizador autopropelido. O uso de células com dimensões menores às da barra do pulverizador não faz sentido, em função do ponto de instalação do GPS ser no centro transversal da cabine. O momento da obtenção dos mapas do índice de vegetação dependerá do momento da recomendação da aplicação do regulador de crescimento. Para cada aplicação do insumo é recomendável que seja feito um novo mapeamento desse índice. É recomendável também que o espaço temporal entre a aquisição de dados e a sua aplicação em campo não ultrapasse dez dias, uma vez que
Exemplo de sensores Trimble GreenSeeker RT 200
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Mapa de prescrição contendo as três taxas de aplicação regionalizadas pelo NDVI
há crescimento diário das plantas de algodoeiro. É comum entre três a cinco aplicações de regulador de crescimento no algodoeiro, iniciando-se aos 25-35 DAE e se estendendo até aos 120-140 DAE.
OBTENÇÃO DO MAPA DE PRESCRIÇÃO EM VRT
A partir dos mapas do índice de vegetação (NDVI) é necessária a recomendação das doses do insumo e elaboração do mapa de prescrição (Mapa), ou aquele mapa o qual será levado ao controlador eletrônico do pulverizador. No Brasil não é comum pulverizadores equipados com injeção direta de defensivos ou pulverizadores equipados com válvulas PWM individuais nos bicos. Sendo assim, a variação da dose do regulador de crescimento ou outro insumo pulverizado é realizada pela variação da taxa de aplicação. Mas há um problema ao variar a dose do insumo proporcionalmente à variação da taxa de aplicação: a alteração do tamanho de gota, deposição e espalhamento. Isso ocorre porque o aumento da taxa de aplicação é realizado pelo aumento da pressão no circuito hidráulico, causando a diminuição do tamanho de gota e podendo levar a elevada perda por deriva. Dessa forma, mesmo não sendo o ideal para a aplicação em VRT é possível sua aplicação com equipamentos que possuem sistema de variação da pressão. Entretanto, deve haver pouca variação da taxa de aplicação (20%), além do uso de ponta hidráulica que mantenha o tamanho de gota o mais estável possível.
Obtenção dos mapas do índice de vegetação
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á três formas de se obter esses índices fenológicos da área produtiva: imagens de satélite, fotografia aérea multiespectral ou pelo uso de sensores instalados em máquinas. Mas, há dois problemas críticos para o uso de imagens de satélite na aplicação em VRT no algodoeiro cultivado no Brasil: cultivo em um período onde há elevada intensidade de nuvens, inutilizando as imagens; e pequeno período de tempo para disponibilização e processamento das imagens antes do momento ideal de aplicação de regulador em campo. A fotografia aérea multiespectral possui vantagem sobre o uso de imagens de satélite, uma vez que a disponibilidade do mapa de IV pode ser alcançada no dia seguinte ao voo, podendo desse ser planejado para o dia mais adequado. Mas a disponibilização do mapa do índice de vegetação para o produtor tende a ser realizada por uma empresa especializada, pela demanda de equipamentos, softwares e muito treinamento. A Figura 2 ilustra uma imagem de um campo de algodão em Chapadão do Céu (GO). Essa imagem multiespectral foi obtida
pelo uso de uma câmera Tetracam instalada em um Vant (veículo aéreo não tripulado). É possível identificar manchas em função da variação do tom de cores, mais escuro ou mais claro. Permitindo obter a variabilidade do índice de vegetação e a relação deste com o enfolhamento e a altura da planta. Em fotografias aéreas a resolução espacial é variável pela altura de voo. Entretanto, não faz sentido uma resolução espacial extremamente detalhada, como milímetros, ou mesmo centímetros, enquanto que o pulverizador na aplicação VRT possui barra de 30m e com significativo tempo de resposta (tempo para mudar a dose no bico).
O planejamento de voo para uma resolução espacial de 1m é suficiente. Essa definição diminui o número total de fotos necessárias, facilitando o processamento e diminuindo o custo da operação. Indica-se uma sobreposição mínima de 75% entre as fotos, pois caso contrário se tornará impossível mosaicar (sobrepor) as imagens no meio do talhão por falta de pontos de controle. Independentemente de qual a máquina fotográfica utilizada, todas elas são sensores passivos, ou seja, dependentes da luz do sol para operarem. Recomenda-se o sobrevoo no talhão em condições do tempo que permitam luminosidade plena.
Imagem multiespectral sobreposta com resolução espacial de 0,1m do talhão de algodoeiro obtida pela câmera Tetracam® instalada em um Vant
Divulgação
Fábio Baio fala da utilização de sensores para aplicações em VRT
A recomendação agronômica das doses do regulador de crescimento é realizada de maneira tradicional, normalmente adotada em campo. Ou seja, por visitas nas “manchas” agora mapeadas, determinadas pelas zonas de manejo do índice de vegetação. A diferença é que, normalmente, o técnico em campo adota como referência para definição de dose uniforme as “manchas” com plantas de menor desenvolvimento. Enquanto a utilização da tecnologia em VRT será recomendada dose específica para cada zona de manejo estabelecida (baixo, médio e alto NDVI). Assim, a determinação das doses para a aplicação em VRT deve tramitar pela visitação em campo nas zonas de manejo, seja utilizando um GPS para navegação ou até mesmo pelo simples uso de um mapa colorido impresso. As doses então são associadas às taxas de aplicação no mapa de prescrição via software de SIG. Qualquer software dessa categoria realiza essa operação, mas recomenda-se utilizar aquele que foi comercializado junto ao controlador eletrônico do pulverizador (“monitor”).
custo desse insumo sobre o custo total é pequena, mas sim a homogeneização da altura do algodoeiro, beneficiando a produção, reduzindo o apodrecimento de maçãs e facilitando a colheita. Na safra anterior, a variabilidade da altura das plantas de algodoeiro de todas as aplicações em VRT baixou de 15% para 6,6% (CV%), impactando na equivalência estatística sobre a produtividade da cultura em todos os pontos de controle. Com informações da safra corrente, a Figura 2 ilustra a variação da altura das plantas antes e após a primeira aplicação do regulador de crescimento no algodoeiro. O coeficiente de variação da altura das plantas entre os blocos de controle pela primeira aplicação do regulador caiu de 12,4% para 7,3%, uniformizando melhor o talhão. Os representantes comerciais dos sensores que possibilitam a obtenção de índices de vegetação normalmente oferecem esses equipamentos para a aplicação em VRT de doses de nitrogênio, pois seus fabricantes os desenvolveram para essa finalidade. Sendo essa aplicação também perfeitamente possível no algodoeiro, embora, em função do espaçamento normalmente maior e desenvolvimento vegetativo inicial lento, em comparação ao milho ou trigo, o algodoeiro dos dez aos 20
dias após a emergência (DAE) possui pequeno índice de área foliar. Portanto, em leituras nessa fase o sensor captará maior reflectância do solo do que das plantas, diminuindo o valor do NDVI. Fato que dificulta a sua adoção em aplicações de fertilizantes nitrogenados em VRT realizadas até os 20 DAE, ficando restrito à adoção na segunda aplicação desses fertilizantes, em ocasiões em que essa é adotada. Apesar desses sensores comerciais não serem projetados para a finalidade de aplicação de regulador de crescimento em algodoeiro em taxa variável, seu uso apresenta resultados significativos, como demonstra pesquisas realizadas pelo grupo de estudos em agricultura de precisão da UFMS, Campus de Chapadão do Sul. Esses sensores são atualmente pouco explorados pelos agricultores e consultores com essa finalidade, pelo fato dessas pesquisas serem recentes. Apesar disso, essa técnica já foi adotada em lavouras comerciais por cotonicultores que apresentam perfil de adoção .M precoce em tecnologias. Fábio Henrique Rojo Baio, Aguinaldo José Freitas Leal, Danilo Carvalho Neves, Heloísa Bueno de Souza e Diego Lima Gasparelli, UFMS/Chapadão do Sul/MS
RESULTADOS DA APLICAÇÃO EM VRT
Em experimentos de campo na “Região dos Chapadões” em anos anteriores já foi possível observar a mesma tendência de resultados alcançados na safra atual do algodoeiro 2014/15. Foi possível uma economia média de 8,55% do ingrediente ativo cloreto de mepiquat. Entretanto, não é essa a grande vantagem do uso de VRT para esse insumo, pois a porcentagem do Agosto 2015 • www.revistacultivar.com.br
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Mais um exemplo do uso de sensosres multispectrais utilizados para aplicações localizadas em outras culturas
TRATORES New Holland
Comprar ou alugar Conhecer os custos operacionais de máquinas agrícolas ajuda a tomar decisões importantes no controle e planejamento da sua utilização
O
custo operacional é obtido através do somatório de todos os custos resultantes da aquisição e operação da máquina ou equipamento utilizado. Seu conhecimento é de extrema importância no processo de tomada de decisão, controle e planejamento da utilização de máquinas (Machado; Malinovski, 1988). Através da análise de custos é possível determinar os custos resultantes do projeto, sendo possível identificar e verificar quais foram as atividades mais onerosas na composição do custo total, e buscar alternativas para redução dos mesmos (Santos, 2014). Os custos podem ser divididos em fixos e variáveis. Os custos fixos não variam quando se varia o número de horas trabalhadas pela máquina, eles ocorrem mesmo se a máquina não estiver em operação. Enquanto os custos variáveis alteram de acordo com a intensidade de uso da máquina. Agosto 2015 • www.revistacultivar.com.br
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CUSTOS FIXOS
Os custos fixos podem ser compostos pelos custos de depreciação, juros sobre o capital investido, abrigo, seguros e impostos. A depreciação está associada ao desgaste natural e obsolescência da máquina, resultado do seu envelhecimento e surgimento de novas máquinas com melhor desempenho no mercado. Existem diversas metodologias utilizadas para obtenção do custo de depreciação. A mais simples é a depreciação linear, onde é considerado um mesmo custo de depreciação para todos os anos ao longo da vida útil da máquina (ver box). Os juros sobre o capital são aqueles que o capital empatado na aquisição da máquina pode render uma conta bancária. Já o Abrigo são aqueles custos destinados à manutenção e à preservação do abrigo utilizado para guardar e proteger as máquinas e os implementos agrícolas das intempéries quando estas não estão sendo
utilizadas. É recomendado utilizar um percentual de 0,5% a 2% sobre o valor de aquisição da máquina por ano. Os custos com seguros referem-se à contratação de seguros contra roubos, incêndios e acidentes de máquinas e implementos agrícolas, não é uma prática comum no Brasil. Quando realizado, este custo varia de 0,75% a 3% do valor de aquisição da máquina por ano. Geralmente é considerado um custo de abrigo/seguro de ± 3% sobre o valor de aquisição da máquina. O outro custo fixo que deve ser calculado é referente aos impostos. No Brasil, geralmente não são cobrados os custos de impostos. Dependendo do estado não se paga ICMS na compra de máquinas e implementos agrícolas.
CUSTOS VARIÁVEIS
Os custos variáveis podem ser compostos pelos custos com combustível, lubrificantes, manutenção e mão de obra. O consumo de combustível pode
variar de acordo com a potência e o tipo do motor do trator (ciclo Otto ou Diesel). Na Tabela 1 são apresentadas as equações utilizadas para determinação do custo de combustível para motores a diesel (Asae, 2001). Para obtenção deste custo pode ser utilizado ainda um método simplificado, que é muito utilizado na prática. Os custos com lubrificantes são todos aqueles resultantes do consumo de óleos lubrificantes e graxas. Já os custos com manutenção são aqueles com as manutenções preventivas e corretivas e mão de obra necessária para sua execução. Em tratores agrícolas este custo é obtido considerando um percentual de 100% do valor inicial do trator durante toda sua vida útil. Sendo assim, por exemplo, dez anos de vida útil resultaria em uma taxa de manutenção anual de 10% (100/10) sobre o investimento inicial. Em implementos agrícolas é considerado um percentual de 4% a 6% ao ano sobre o investimento inicial. Mão de Obra é um custo resultante do somatório dos custos destinados à remuneração paga ao operador (salário) e aos encargos sociais (66% a 80% do salário total). Para determinar o custo horário da mão de obra, consideram-se apenas os dias úteis durante o mês. Como os tratores agrícolas normalmente trabalham 22 dias por mês em uma jornada de trabalho diária de oito horas, considera-se um número de 176 horas de operação por mês. O custo total corresponde ao somatório de todos os custos fixos e variáveis. Além dos itens citados acima, dependendo do interesse e da necessidade do proprietário ou da empresa, outros custos, como taxa de administração, transporte, pneus, esteiras etc também podem ser adicionados para a composição dos custos dessa máquina/ implemento. Se o proprietário tiver a intenção de alugar o trator, considerar uma margem de lucro de 30% a 50% sobre o custo total. Para determinar a quantidade de
horas efetivas de trabalho anuais Tabela 1 - Equações da ASAE utilizadas para estimativa do que a máquina precisa realizar, custo de combustível para tratores de motor Diesel recomenda-se utilizar a análise Potência acima de 200 Hp Potência abaixo de 200 Hp denominada de ponto de equi- C(L h-1) = 0,223 x PTOmáx (kW) C(L h-1) = 0,205 x PTOmax (kW) líbrio. Se o trator avaliado não C(L h-1) = 0,164 x PTOmax (cv) C(L h-1) = 0,151 x PTOmáx (cv) atingir o valor encontrado nesta análise é indicado que não seja efetu- Haroldo Carlos Fernandes e ada sua aquisição, sendo mais viável a Larissa Nunes dos Santos, .M terceirização da atividade. Universidade Federal de Viçosa
Exemplo de como calcular o custo
D
eseja-se saber o custo operacional horário do trabalho de um trator agrícola, considerando: Valor aquisição (Vi): R$ 90.000,00; Vida útil (Vu): 15 anos; Horas de trabalho anual (h): 1.000 h; Taxa de juros (i):
12% aa; Potência nominal: 75cv; Potência na TDP: 65cv; Salário (S) + encargos sociais (E): R$ 1.500,00; Preço do óleo Diesel (Pr): R$ 2,25/L; Preço do óleo lubrificante (Pro): R$ 15,00/L; Preço da graxa (Prg): R$ 12,00/kg.
Depreciação (D) Juros sobre o capital (J) Abrigo/Seguros (A/S) Custos fixos (CF) Combustível (Cd) Óleo hidráulico (O) Graxa (G) Manutenção (M) Mão de obra (Mo) Custo variável (CV) Custo total (CT)
Fórmulas D = (Vi-Vs) /(Vu x h) J = ((Vi+Vs)/2) x i x (1/h) A/S = (Vi x 0,03) /h CF = D+J+A/S Cd = C x Pr onde: C(L/h) = 0,151 x POTmáx (cv) O = Co(L/h) x Pro onde: Co(L/h) = 0,00043 x Pot.nominal (cv) + 0,02169 G = Cg(Kg/h) x Prg onde: Cg(Kg/h) = 0,05 Kg/h M = (Vi x Tm)/h onde: Tm = 100%/Vu Mo = (S+E)/176 h/mês CV = Cd+O+G+M+Mo CT = CF+CV
Ponto de equilíbrio (H)
H = (CFa)/(Pu-CV) onde: CFa = CF x 176 x 12 e Pu = CT x 1,3
R$/h 5,40 5,94 2,70 14,04 22,08 0,81 0,60 6,00 8,52 38,02 52,06 h/ano 1.000
- O custo operacional horário do trator avaliado foi de R$/h 52,06; - Com base no ponto de equilíbrio entende-se que a partir de 1.000 horas anuais de trabalho é vantajosa à aquisição do trator.
Fórmulas para calcular os custos Depreciação
em que: D = Custo de Depreciação; Vi= Valor inicial (R$); Vs = Valor final ou de sucata(R$) e Vu = Vida útil em anos (Vs pode ser considerado como 10% do Vi). Juros sobre capital
Nominal (cv) Lubrificantes C o= 0 , 0 0 0 4 3 ∙ P o t ê n c i a n o m i n a l (cv)+0,02169 CG=0,05 Kg h-1 em que: Co= custos com óleos lubrificantes (L h-1) e CG = custos com graxa (kg h-1). Ponto de equilíbrio
em que: J = Juros sobre o capital (R$); Vi= Valor inicial (R$) e i = taxa de juros ao ano, decimal (na prática, entre 6 a 8% ao ano). Custo de combustíveis Consumo médio (L h-1)=0,1∙Potência
em que: H = horas trabalhadas por ano(h ano-1); CFa = custo fixo anual (R$ h-1); Pu= Preço médio da hora trabalhada (R$ h-1) e CV = custo variável (R$ h-1).
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SEMEADORAS Semeato
Distribuição perfeita Cada cultura possui uma necessidade de espaço e luz para crescer e se desenvolver. Por isso a densidade de sementes é um item que deve ser observado com cuidado na hora do plantio, momento em que as semeadoras devem estar com manutenção em dia e bem reguladas
A
densidade ótima de plantas é determinada pelas exigências de cada espécie e por fatores ambientais que influenciam diretamente no desenvolvimento das plantas e, consequentemente, na produtividade final da lavoura. Sabe-se que as culturas apresentam respostas diferentes à variação na população de plantas. Alguns autores afirmam que a cultura da soja, por exemplo, suporta variações de até 15% na densidade de semeadura, sem afetar o rendimento. Por outro lado, estudos mostram que a desuniformidade na distribuição espacial de plantas pode resultar em perdas de até 15% ou mais na cultura do milho; Agosto 2015 • www.revistacultivar.com.br
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35% ou mais na cultura do girassol e 10% ou mais na cultura da soja. Desta forma, pode-se afirmar que a operação de semeadura é considerada a principal operação de qualquer cultivo agrícola. A produtividade das lavouras está na dependência direta da qualidade da semeadura. É durante o plantio que se define o patamar de produtividade que se poderá esperar para aquela lavoura que está sendo implantada. Neste contexto, as semeadoras representam um importante papel dentro do processo de produção, pois a produtividade de uma cultura é afetada de modo significativo pelo estande de plantas, principalmente pela variação
da uniformidade de distribuição de sementes na linha de semeadura.
A IMPORTÂNCIA DA PLANTABILIDADE
Um dos aspectos fundamentais para a maximização da produtividade diz respeito ao número de plantas a serem utilizadas e a sua distribuição na área. Essa definição da população de plantas tem sido estudada pela pesquisa e é dependente da interação entre a cultivar utilizada e as condições de cultivo. Atualmente, as recomendações específicas das empresas detentoras das cultivares já indicam o número de plantas a serem utilizadas por área para cada uma de suas cultivares e para as diferentes regiões onde são indicadas. Em lavouras altamente produtivas, as plantas encontram-se submetidas a elevado grau de competição, pelos recursos de crescimento, que normalmente encontram-se disponíveis em quantidade limitada, e, por isso, são insuficientes para atender a demanda combinada de todas as plantas da lavoura. Os fatores pelos quais as plantas podem competir são: água, luz, nutrientes, oxigênio e dióxido de carbono. Dessa forma, a posição que a planta encontra-
-se relativamente às outras dentro da lavoura afeta o grau de competição a que a mesma estará submetida e, assim, da capacidade de suprimento daquele recurso limitante. Dessa forma, as plantas que se encontram mais próximas umas das outras estarão sujeitas a um maior grau de competição pelos recursos de crescimento. Quanto maior o grau competição que uma planta estiver sujeita, menor será o rendimento de grãos dessa planta. As culturas apresentam certo grau de plasticidade ou de tolerância para a variação na população de plantas. Essa plasticidade é variável entre espécies. A soja, em geral, suporta variações consideráveis no número de plantas por área. Já os híbridos modernos de milho toleram pouco a variação na população, apresentando, assim, baixa plasticidade, devido à baixa capacidade de perfilhamento e produção, normalmente de uma única espiga por planta. É sabido que, no caso do milho, o rendimento da lavoura se eleva com o aumento da densidade de plantio, até atingir uma densidade ótima, que é determinada pela cultivar e por condições externas resultantes das condições edafoclimáticas do local e do manejo da lavoura. A partir da densidade ótima, quando o rendimento é máximo, o aumento da densidade resultará em decréscimo progressivo na produtividade da lavoura. A densidade ótima é, portanto, variável para cada situação, sendo basicamente dependente de três
Fotos Eduardo Copetti
O cuidado na regulagem das semeadoras é fundamental, pois os híbridos modernos de milho, por exemplo, toleram pouco a variação na população
fatores: cultivar, disponibilidade de água e de nutrientes. Ao medir a distância entre as sementes, obtêm-se o percentual de falhas e o percentual de duplas. Porém, não é possível mensurar as sementes que simplesmente foram deslocadas durante o processo de plantio. Por este motivo, existe uma maneira mais adequada de determinar a uniformidade, que é através da utilização do coeficiente de variação (CV). Quanto maior for este coeficiente, maior é a variação da distância entre plantas. A prática tem demonstrado que o % de CV aceitável é de até 25% e que, a cada 10% de CV, mesmo obtendo a população de plantas desejada, há uma redução no rendimento de aproximadamente 128kg/ha (Pioneer, 2010). Levantamentos a campo realizados por algumas instituições de ensino e pesquisa mostram que, em média, o % de CV das lavouras está acima dos 30% e podendo, em alguns casos, ser maior que 60%.
Gráfico 1 - Influência da velocidade sobre a eficiência da distribuição de sementes de dois sistemas dosadores. (Pioneer Sementes, 2010)
SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO
Os distribuidores de sementes das semeadoras de precisão têm a função de individualizar as sementes para distribuí-las uma a uma. Os mecanismos utilizados com maior frequência são os discos alveolados. A utilização dos sistemas pneumáticos para a distribuição de grãos graúdos tem aumentado consideravelmente em todas as regiões produtivas do país. Esse fato pode ser creditado às vantagens que o sistema oferece, que mesmo apresentando um custo maior no momento da aquisição da máquina, a relação custo/benefício é favorável ao produtor considerando os ganhos obtidos. Dentre as principais vantagens desse sistema, pode-se destacar: - grande capacidade de individualizar sementes; - capacidade de distribuir sementes com formatos irregulares com maior precisão; - melhor adaptação aos mais varia-
A utilização dos sistemas pneumáticos para a distribuição de grãos graúdos tem aumentado consideravelmente
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dos tipos e formatos de sementes; - redução na ocorrência de falhas e duplos; - melhor homogeneidade no espaçamento entre sementes; - redução de danos mecânicos nas sementes. É sabido que a qualidade da semeadura diminui quando aumenta a velocidade de trabalho. Independentemente de a máquina estar equipada com dosador do tipo disco alveolado ou pneumático, ambos os sistemas são
Semeato
Entre as vantagens dos sistemas pneumáticos está a capacidade de distribuir sementes com formatos irregulares com maior precisão
Problemas causados pela má distribuição de sementes
P
lantas distribuídas de forma desuniforme implicam em aproveitamento ineficiente dos recursos disponíveis, como luz, água e nutrientes. Nessa situação, duas plantas tentam ocupar o mesmo espaço, e o que se observa é um elevado grau de competição entre as mesmas, com redução no rendimento de grãos das duas, bem como plantas com caules mais finos e com menor produção de área foliar. • “Espigas duplas” juntas produziram somente 64,7% do que produziu uma espiga normal, ou seja, “plantas duplas”, resultantes de grãos duplos no plantio, produziram 35,3% menos do que uma planta considerada normal; • Ao considerar a presença de um “grão
duplo” a cada cinco metros lineares, em uma lavoura com 70 mil plantas/ha, com espaçamento entre linhas de 50cm, resultaria em perdas de 2,2% na produtividade do milho; • Adotando o mesmo raciocínio para as falhas, ou seja, uma falha a cada cinco metros, nas mesmas condições de lavoura, resultaria em perdas de 6% na produtividade; • Sendo assim, uma lavoura que mostrar uma falha e um duplo a cada cinco metros lineares, apresentará perdas de até 8,2% na produtividade de milho. Tomando por base uma produtividade de 150scs/ha, significa que as perdas serão de 12,3scs/ha ou 738kg/ ha ou R$ 276,75/ha (valor de R$ 22,50/sc cotação em Passo Fundo, dia 3/8/15).
.M
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sensíveis ao aumento da velocidade de trabalho, ao ponto de afetar consideravelmente, não somente a população final de plantas, bem como os espaçamentos entre as sementes, aumentando consideravelmente o CV. Observa-se no Gráfico 1 que, independentemente do tipo de dosador, a velocidade de plantio influencia diretamente na uniformidade de distribuição das sementes, com efeito maior no sistema de disco alveolado, a partir da velocidade de 6km/h. Esse efeito negativo do aumento da velocidade pode ser mais bem compreendido seguindo o seguinte raciocínio: em um plantio de milho com 5 sementes/metro, a uma velocidade de 6km/h, a máquina tem que distribuir 8,3 sementes/segundo. Se a velocidade passar para 10km/h, a máquina terá que distribuir o dobro de sementes, ou seja, 16,6 sementes/ metro. Já em um plantio de soja com 15 sementes/metro, na velocidade de 6km/h, a máquina tem que distribuir 25 sementes/segundo. Alguns produtores, em função de critérios particulares, realizam o plantio a velocidades que podem chegar até 12km/h. Nesse caso a máquina terá que distribuir 50 sementes de soja/segundo, portanto é praticamente inconcebível “exigir” que a máquina distribua uniformemente todas as sementes. Além de diminuir a capacidade de individualização das sementes, as mesmas, quando as são liberadas do mecanismo dosador, sofrem um aumento de velocidade de queda por causa da acele-
ração da gravidade e ainda sofrem ação de uma força horizontal decorrente do deslocamento da semeadora. Esta força horizontal faz com que as sementes sofram vibrações – repiques – dentro do tubo condutor, alterando o tempo de queda livre das sementes até o solo e, como consequência, altera o espaçamento entre as mesmas. Além disso, alta velocidade de trabalho faz com que as sementes rolem e/ou saltem para fora do sulco no momento do impacto com o solo, fazendo com que as mesmas fiquem fora do seu lugar correto, o que é facilmente e rotineiramente confundido com um “grão duplo”. A utilização de máquinas e equipamentos agrícolas, quando feita de maneira correta, melhora a eficiência operacional e aumenta a capacidade efetiva de trabalho, facilitando assim as tarefas dos agricultores. É bom lembrar que o sucesso de uma lavoura é o resultado do somatório de vários fatores,
Eduardo Copetti
Qualidade
A
qualidade da distribuição das sementes no solo também deve ser analisada minuciosamente, uma vez que a uniformidade de espaçamento entre asplantas tem influência significativa na produtividade das culturas. A posição das sementes no solo pode ser medida através dos espaçamentos entre sementes. Os percentuais de espaçamentos aceitáveis, duplos e falhas determinam o índice de plantabilidade da semente que está sendo utilizada, para tanto, deve-se seguir a regra do quadro.
ESPAÇAMENTOS ENTRE SEMENTES Quanto maior a velocidade, maiores as chances de sementes duplas ou falhas
que, juntos, vão determinar o lucro ou o prejuízo, alguns sob o controle do homem, outros não. Assim, para aqueles que se pode controlar, é recomendável utilizar todos os esforços para adotá-los .M ou minimizá-los.
MÚLTIPLO ACEITÁVEIS FALHAS
ESP. < 0,5 Xref 0,5 Xref < ESP. < 1,5 Xref ESP. > 1,5 Xref
Xref.: espaçamento teórico entre sementes. Exemplo: Milho: 5 sem/metro Deverá ser distribuído uma semente a cada 20cm, portanto Xref= 20cm
Eduardo Copetti, Semeato S.A.
CAPA
CR8090
Impulsionada por um motor de 489cv, a CR8090 da New Holland é a maior colheitadeira produzida pela marca no Brasil e tem sistema de trilha e separação composto por dois rotores que aumentam a capacidade de processamento do produto colhido
D
epois de ter publicado, no último número da Revista Cultivar Máquinas, um comparativo entre as maiores colhedoras, fabricadas e comercializadas no país, tivemos a oportunidade de testar uma das máquinas deste grupo. Fomos à Primavera do Leste, no Mato Grosso, para conhecer e avaliar o modelo CR8090 da New Holland a convite do fabricante. É uma colhedora classe VIII, fabricada no Brasil, na unidade de Sorocaba, em São Paulo. Esta é a maior máquina da linha New Holland, que conta ainda com duas da série TC, modelos 5070 e 5090, da série CS, modelos 6080 e 6090,
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e cinco modelos da série CR, em que se enquadram os modelos 5.85, CR6080, CR8090 e as duas CR9060, a Elevation e a 9060 Premium. Em função do ciclo das culturas, testamos esta máquina na cultura do milho, com uma plataforma despigadora de 17 linhas. Esta máquina foi apresentada ao público na Agrishow deste ano, em Ribeirão Preto (SP). Os concessionários da marca já estão recebendo pedidos de compra e as entregas ocorrerão a partir do mês de setembro deste ano. Este período, entre o lançamento e as vendas, está servindo para uma série de intensos testes de campo, realizados
pelas equipes de engenharia e marketing, em várias regiões do País. Um conjunto de oito máquinas foi fabricado e está sendo testado no campo nas mais diversas condições e com diferentes exigências, principalmente nos estados do Mato Grosso e da Bahia. O mercado potencial desta máquina é a grande área de produção de milho e soja, principalmente as regiões de expansão da fronteira agrícola. Somente o concessionário New Holland Terra Premium que atende a região em que foi realizado o teste já havia vendido quatro máquinas, em Primavera do Leste (MT), no momento do teste. Os modelos da série CR foram nacionalizados em 2011, a partir de máquinas fabricadas na Bélgica e trazidas pela New Holland para o Brasil. As colhedoras com duplo rotor tendem a ser utilizadas quando o rotor único cresce tanto de tamanho que não mais se permita inseri-lo no interior da colhedora. Esta máquina, com a mesma especificação de modelo, é fabricada nos EUA e vendida no mercado norte-americano.
Para o mercado brasileiro, o fabricante manteve a qualidade e as especificações técnicas, no entanto, alterou algumas características, para adaptar a máquina às condições da agricultura brasileira. A máquina comercializada no Brasil é um pouco maior que a americana e a expectativa é de que o rendimento operacional no campo (hectares por hora) seja superior ao rendimento da sua irmã norte-americana, visto que a produtividade do milho no Brasil é menor e, com isso, poderá ser incrementada a velocidade de trabalho e/ou utilizar plataformas de corte maiores. O pessoal da área técnica que estava nos apoiando durante o teste informou que há uma enorme expectativa de ganho de mercado nesta classe das grandes colhedoras, pois alguns diferenciais estão sendo marcantes, principalmente na questão hidráulica, onde a CR8090 possui oito bombas que atuam em conjunto e individualmente nos sistemas mecânicos. Também acreditam que têm condições de ganhar mercado pela potência nominal do motor, capacidade do depósito de grãos, comprimento
Fotos Charles Echer
A CR8090 pode utilizar plataformas despigadoras de milho de 21 a 26 linhas e para a cultura de soja de 40 a 45 pés
e vazão do tubo de descarga, sistema de limpeza autonivelante (bandejão, peneiras e ventilador), e pela largura potencial das plataformas de corte disponíveis, chegando a 45 pés (13,7 metros).
PLATAFORMA
Para atender a capacidade de processamento de grãos da CR8090 podem ser utilizadas plataformas despigadoras
de milho de 21 a 26 linhas. A plataforma mais utilizada neste modelo é a de 21 linhas, que é fabricada pela marca Metal C, em São José dos Pinhais (PR). No entanto, por disponibilidade imediata, realizamos o test drive com uma plataforma da marca GTS do Brasil, modelo IS 1745, série Produttiva Prime, de 17 linhas de colheita, espaçadas em 45cm. Visto que a máquina possui dois cilindros hidráulicos, responsáveis por
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Fotos Charles Echer
O canal de alimentação tem 1,20 metro de largura para a entrada do material
realizar a flutuação lateral da plataforma, permitindo que a mesma tenha uma flexibilidade de 22 a 23 graus de ângulo de ataque, recomenda-se que, para a cultura da soja, sejam utilizadas plataformas Draper de 40 a 45 pés. Além disso, esta máquina conta com sensores de altura, independentemente do fabricante da plataforma de corte.
MOTOR E TRANSMISSÃO
A New Holland CR8090 é equipada com motor FPT, modelo Cursor 13, de seis cilindros e com 12,9 litros de deslocamento volumétrico. A admissão
A escada de acesso ao motor, graneleiro e sistemas de arrefecimento tem um funcionamento muito simples com dispositivo de segurança
de ar é feita com o auxílio de um turbo compressor e a injeção de combustível é do tipo Common Rail. Este motor desenvolve 489cv de potência nominal a 2.100rpm e 550cv de potência máxima a 2.000rpm. Com relação às capacidades, o tanque de combustível é capaz de comportar 1.160 litros de óleo diesel, e o cárter do motor 26 litros de óleo lubrificante. Como novidade vimos o sistema Extrata Tube, que é um extrator de impurezas mais pesadas da
Detalhes do motor FPT, modelo Cursor 13, de seis cilindros e com 12,9 litros de deslocamento volumétrico
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tela rotativa e que visa manter a mesma desobstruída, utilizando, para isto, um sistema de Venturi como princípio de funcionamento. O sistema de transmissão de potência é do tipo eletrônico e hidrostático, que fornece quatro velocidades de trabalho. Estas marchas são selecionadas por meio de um botão seletor, que aciona variadores hidráulicos Positorque, proporcionando simplicidade durante as trocas de marchas.
Interior do sistema de limpeza e separação, também é possível ver os dois rotores na parte superior ao fundo da foto
Conta ainda com um sistema de controle automático da velocidade de trabalho, denominado IntelliCruise. Este sistema é gerenciado por dois parâmetros: carga do motor e índice de perdas. O sensor que monitora, continuamente, a quantidade de material a ser processado está posicionado no condutor longitudinal da máquina (pescoço), e por isso resulta em um diagnóstico antecipado de uma possível sobrecarga no motor, evitando quedas bruscas de rotação. Se isso for detectado, o sistema faz com que a velocidade de trabalho seja reduzida.
SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO
O canal de alimentação da CR8090 tem 1,20 metro de largura para a entrada do material e daí para os rotores. O projeto foi alterado devido ao aumento do diâmetro dos rotores (22 polegadas de diâmetro cada um), obrigando o aumento da largura do canal alimentador. Esta modificação permite que o material siga um fluxo contínuo sem estreitamentos, o que melhora a capacidade de processamento da enorme quantidade de palha e grãos que entra na máquina. Os trilhos que conduzem o material estão posicionados sobre quatro correntes, mais reforçadas que nos modelos anteriores. Há sob a esteira transportadora do material uma caixa ejetora de pedras e
A escada de acesso à cabine possui sistema de segurança que desliga a máquina quando em posição de uso
outros objetos, que tem um módulo que atua por ressonância. A sensibilidade do sistema pode ser alterada, dada pela frequência da onda emitida. O canal alimentador, popularmente conhecido como pescoço, pode ser removido facilmente, com auxílio do sistema hidráulico de três pontos de um trator. Segundo o fabricante, em até uma hora de trabalho podem ser removidos o pescoço e os dois rotores da máquina com o uso de uma ferramenta (carri-
nho) específica. O sistema de embreagem do elevador (sistema de segurança) atua sobre o centro do canal alimentador, o que garante menor esforço e efetividade. A partir deste sistema atua uma correia em direção ao eixo frontal, que aciona a plataforma de corte, e outro em direção ao eixo posterior, que aciona a esteira transportadora. Possui ainda um sensor de reversão de palha, que acusa a ocorrência de obstrução do material.
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Filtro de ar está localizado em local de fácil acesso
SISTEMA DE TRILHA E SEPARAÇÃO
O sistema de trilha e separação é composto por dois rotores axiais. Neste modelo, os rotores tiveram aumento de diâmetro para 22 polegadas e a colocação de um maior número de gengivas. As gengivas são de ferro fundido, padrão norte-americano, que prioriza a colheita das culturas da soja e do milho. Os rolamentos utilizados nos mancais que sustentam os rotores nos seus extremos são do tipo Heavy Duty, lacrados, sem necessidade de lubrificação.
Na entrada dos rotores, tem-se um par de aletas em forma de espiral, que direcionam o fluxo de material para a zona de trilha. A cobertura dos rotores conta com um conjunto de aletas direcionadoras, conhecidas também como “veines ajustáveis”. As aletas da cobertura podem ser reguladas em três posições, de modo que quanto mais para frente elas forem posicionadas, maior é a retenção do material para a trilha e quanto mais para trás, maior o fluxo e a velocidade com que o material passa pelos rotores. Para visualizar todo o sistema e regulá-lo se necessário, o fabricante inovou neste grande modelo, substituindo
as janelas de inspeção que antes eram construídas em chapa metálica por placas de polietileno, mais leves e fáceis de manusear. Os rotores foram projetados, pelo fabricante, para que a trilha/debulha seja feita por meio do atrito de palha com palha, evitando o atrito da massa vegetal com a parte metálica do sistema. Esta medida faz com que os danos mecânicos sejam minimizados. Todo o material é processado de forma que se encaminhe para o centro da máquina, e a partir deste ponto flua para o sistema de limpeza. Para a regulagem da velocidade de rotação dos rotores o sistema se baseia
O tanque graneleiro tem capacidade para 14.500 litros e é o maior da Classe VIII. Durante o teste feito por nossa equipe, a vazão da descarga de grãos foi de, aproximadamente, 142 litros por segundo. O cano de descarga pode alcançar 8,9 metros
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Fotos Charles Echer
Tampas laterais inteiras facilitam o acesso aos componentes. Preso a estas tampas está um sistema de iluminação para checagens noturnas
em duas caixas de transmissão do movimento, uma alta e a outra baixa, com uma posição neutra. A caixa baixa permite variação de rotação de 420rpm a 930rpm e a alta de 900rpm a 1.800rpm. O ajuste fino pode ser feito dentro da cabine pelo operador. Esta máquina utiliza um duplo sistema de retrilha, chamado de independente, onde dois elevadores de retrilha são responsáveis por conduzir o material que será reprocessado em côncavos diferentes. Além disso, tem uma característica específica que a diferencia de outras máquinas da categoria, que é a deposição do produto sobre o bandejão, e não sobre a unidade de trilha. Desta
forma os grãos que estão separados não são submetidos ao estresse de uma nova operação de trilha. Quanto ao sensor de perdas, esta máquina não restringe a medida somente em uma porção da parte de trás das peneiras, como em outros modelos. Há um sensor de perdas específico para o rotor e na parte final das peneiras o sensor abrange toda a largura da saída do material. Notamos, ainda, que é possível visualizar o sistema de abertura do côncavo desde o interior do depósito de grãos limpos da máquina, local onde é realizada a calibração (limitador de abertura máxima e mínima), sendo a abertura ou
o fechamento do côncavo realizado por comando elétrico de dentro da cabine pelo operador. Para facilitar muitos destes ajustes, o fabricante disponibiliza para o cliente um “Guia de Referência Rápido”, que permite realizar regulagens básicas da máquina para diversas culturas (soja, milho, trigo, sorgo, arroz, canola e feijão).
SISTEMA DE LIMPEZA
Um dos grandes diferenciais da CR8090 diz respeito ao sistema de limpeza autonivelante, onde não apenas as peneiras são autonivelantes, mas também o bandejão e o ventilador estão montados sobre uma mesa nivelante,
A cabine da CR8090 é ampla e possui uma grande área envidraçada, que facilita a visualização do exterior da máquina. Os controles estão todos ergonomicamente posicionados, facilitando as operações
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Fotos Charles Echer
A CR8090 é a maior colheitadeira produzida pela New Holland no Brasil
Atrás do banco há um frigobar e um compartimento para alimentos
que altera a posição de todos os componentes quando houver uma variação de declividade que mereça alteração da posição. O ventilador é acionado hidraulicamente, fazendo com que os ajustes sejam rápidos de ser feitos, além de permitir um fluxo constante de ar. Além disso, a tecnologia denominada comercialmente de Opti-Fan, que por meio de sensores, determina a inclinação longitudinal da máquina, reduz ou aumenta, de forma automática, a rotação e, por consequência, o fluxo de ar. Assim, em aclives, a tendência do material é sair mais rapidamente da área de limpeza, e neste caso o Opti-Fan reduz a rotação do ventilador, objetivando minimizar as perdas nas peneiras. Por conta de um sistema de ajuste integrado das funções de rendimento operacional o fabricante disponibilizou a possibilidade de que o desempenho da máquina seja ajustado. Com o sistema IntelliCruise, o operador pode escolher a prioridade, confrontando a medição no sensor de perdas de colheita em função da velocidade de trabalho, carga no motor e a carga no canal alimentador. O operador pode priorizar diminuir perdas de colheita ou aumentar a velocidade de trabalho e, por isto, a capacidade operacional. Para a confecção de mapas de produtividade, diagnósticos de Agricultura de Precisão e o monitoramento do posto do operador, a máquina conta com um sensor piezoelétrico de umidade, instalado no elevador de grãos limpos, que pode ser retirado para a limpeza e, ainda, com um medidor de produtividade,
que funciona pela medição do fluxo de grãos, por meio do impacto da massa de grãos sobre uma placa, posicionada na cabeça do elevador de grãos limpos.
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SISTEMA DE DEPOSIÇÃO E DESCARGA DE GRÃOS
O depósito de grãos limpos da CR8090 é de 14.500 litros, que representa ser o maior entre as máquinas da mesma classe. Comprovamos no campo que a vazão da descarga de grãos é de aproximadamente 142 litros por segundo. Este desempenho se deve à dimensão do sistema, Heavy Duty, que possui diversos componentes de grandes dimensões (“reforçados”) como, por exemplo, a corrente que aciona a rosca sem-fim do tubo de descarga. O tubo de descarga é bastante longo,
o que facilita a operação de descarga em movimento e a aproximação ao caminhão ou reboque graneleiro. Todo o sistema da máquina foi projetado para fazer a descarga de grãos em movimento, inclusive com a possibilidade de adicionar dois tamanhos de prolongadores no tubo de descarga (1,7 e 2,2 metros), o que aumenta ainda mais o seu comprimento, alcançando 8,9 metros. Também é possível encurtar o tubo de descarga do interior do tanque graneleiro, para facilitar o transporte da máquina em caminhões-prancha, diminuindo a altura máxima. Durante a operação de colheita o operador receberá avisos sonoros quando o depósito estiver com ¾ da sua capacidade e depois quando estiver cheio, proporcionando aviso aos reboques ou caminhões e a logística da operação de descarga.
CABINE, ACESSOS E MANUTENÇÃO
Em uma máquina deste porte é natural que o posto do operador tenha um cuidado compatível com o nível tecnológico empregado na CR8090, e que cumpra integralmente as normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). É aplicável
a esta máquina a NR12 e a NR31, que preveem vários itens de segurança e conforto aos operadores e mecânicos que venham a trabalhar neste equipamento. Nota-se, já ao lado da escada de acesso ao posto do operador, um depósito de água limpa, com reservatório para sabonete líquido e ao lado um extintor de incêndio bem protegido, mas facilmente acessível. É um bom cartão de visitas para a entrada na cabine de alta qualidade que encontramos. Para acesso à cabine há uma escada com seis degraus antiderrapantes, que leva a uma plataforma, protegida por pega-mãos e correntes, que servem para evitar quedas quando a escada não se encontra na sua posição de acesso. Uma porta ampla nos leva ao interior da cabine que possui vários itens de conforto, como os dois assentos, o principal e o de acompanhante; e vários compartimentos de objetos, inclusive térmicos, para a conservação da temperatura de alimentos e bebidas. De dentro da cabine é fácil o acesso visual ao depósito de grãos limpos. Pelo lado externo, na plataforma, por meio de uma janela de inspeção, se pode tomar amostra de grão, para a verificação
P
Sistema picador e distribuidor de resíduos
ara atender a cobertura integral da largura da plataforma de corte com resíduos, a CR8090 conta com dois rotores giratórios, sendo que cada um possui três defletores ajustáveis, similares aos discos de um distribuidor centrífugo, posicionados logo após o picador de palha. Esta tecnologia denominada pelo fabricante de Opti-SpreadTM distribui igualmente a palha picada por toda a largura da plataforma.
do teor de umidade e da qualidade do processo de colheita. Quanto à visibilidade, o fabricante disponibilizou espelhos retrovisores elétricos e para a colheita noturna a máquina conta com oito luzes de trabalho posicionadas na parte superior da cabine, quatro na parte inferior e duas luzes, chamadas de localizadoras de linhas, nos espelhos retrovisores. Além disso, podem ser adicionados no teto da cabine cinco faróis tipo xênon. Como dispositivo de segurança a destacar há um sensor de posição da escada traseira, que desliga todo o sistema industrial da máquina, quando a escada estiver na posição de utilização, evitando assim o acesso ao motor durante a operação de colheita. Quanto à tecnologia embarcada o sistema utilizado é da marca Trimble,
Os defletores podem ser ajustados lateralmente, e/ou para cima ou para baixo, podendo, ainda, serem regulados de forma a minimizar os efeitos de ventos laterais ou inclinações do terreno, concentrando maior fluxo de palha à esquerda ou à direita da máquina. Para facilitar estas regulagens, por meio do monitor IntelliView IV, o sistema memoriza algumas posições dos defletores, ajustando-se e invertendo as configurações em cada passada.
instalado como equipamento de série. Todo o controle da máquina, como a utilização do sistema de Agricultura de Precisão, é feito com um monitor de colheita, denominado comercialmente de IntelliView IV, que proporciona o controle sobre as funcionalidades da máquina, a operação do piloto automático e a verificação dos mapas de colheita. Outra tecnologia disponível se concentra em um botão denominado de Configurações Automáticas de Culturas, que memoriza até 50 configurações definidas pelo operador. Por meio do acionamento deste botão, a máquina altera automaticamente as configurações de colheita da cultura a ser colhida. O operador pode ainda programar dois modos de colheita, que salvam as configurações de rotação do rotor e ventilador, abertura das peneiras suAgosto 2015 • www.revistacultivar.com.br
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Fotos Charles Echer
Antena receptora do sinal GPS instalada no graneleiro, acima da cabine
perior e inferior, e abertura do côncavo. Além destes dois modos de colheita, há também o modo para manobras de cabeceira, que automaticamente desliga o ventilador, fecha a peneira inferior e abre a superior, reduzindo drasticamente a perda de grãos.
eixo dianteiro de, aproximadamente, 50cm de comprimento, que proporciona a perfeita posição do centro do rodado em relação ao rodado traseiro e à escada. O rodado traseiro é radial e tem a medida 750/65 R26.
Esta máquina tem rodado duplo frontal na sua configuração standard, com estrutura radial, na especificação R-1W medida 620/70 R42. Esta foi uma das modificações em relação ao modelo anterior que passou de R38 para R42. Para suportar o rodado duplo, a New Holland introduziu um prolongador do
O teste conduzido para conhecer a máquina foi realizado na propriedade do produtor Tony Gasparotto. Estava à nossa disposição parte dos 800 hectares de milho safrinha, que foram semeados até o dia 25 de fevereiro de 2014. A cultivar era 340 Dekalb Monsoy e a semeadura foi feita para instalar 2,4
RODADOS
A
TESTE E AS REGULAGENS DA MÁQUINA
CONCESSIONÁRIO TERRA PREMIUM
concessionária New Holland que nos apoiou neste teste foi a Terra Premium Comércio de Máquinas Agrícolas Ltda, que atua como representante da marca New Holland para as regiões de Primavera do Leste, Rondonópolis e Campo Verde. Esta concessão foi recebida por este grupo empresarial paranaense em 2014, depois da substituição do Grupo Rodobens. Parte da região abrangida por este grupo foi concedida à Terra Premium e a outra ao grupo Xingu Máquinas, que ficou com a região mais a leste do estado do MT. Para 2017, os sócios-proprietários da Terra Premium têm planos de abrir
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A iluminação tem oito luzes posicionadas na parte superior da cabine, quatro na inferior e duas chamadas de localizadoras de linhas, nos espelhos retrovisores
uma filial na cidade de Paranatinga, para atender a região mais a nordeste de Primavera do Leste. Atualmente a Terra Premium abrange uma área agrícola de cerca de 2.300.000 hectares, sendo 1.800.000 hectares de agricultura e 500.000 hectares de pecuária. Fomos recebidos pelo senhor Marcos Mazzardo, que é sócio-proprietário e gerente comercial da Terra Premium, pelo senhor Luciano Rodrigues, que é supervisor de Pós-Vendas, e por Micael Manganotti, que é coordenador de Vendas da empresa.
plantas/metro linear, com espaçamento de 45cm entre linhas, o que dá, aproximadamente, uma população de 55 mil plantas/hectare. No momento em que fomos a campo para testar a máquina, a umidade do milho estava um pouco acima do que o produtor costuma colher, que é em torno de 15%. O conteúdo de água dos grãos era de 19,6%, em média. A produtividade média do talhão que estava sendo colhido era de 150 sacos/hectare. Naturalmente, como estávamos com a plataforma muito aquém ao número de linhas que esta máquina pode suportar, uma saída foi incrementar a velocidade de trabalho. É de conhecimento da boa técnica que as máquinas com rotores axiais devam estar com um bom volume de massa sobre estes elementos, para que ela funcione bem. Por isto, posicionamos a caixa de transferência dos rotores na caixa baixa e o rotor na rotação de 500rpm, com ventilador na rotação de 850rpm. Com a 2ª marcha selecionada e com auxílio da alavanca multifuncional, obtivemos a velocidade de trabalho de cerca de 10,5km/h, com rotação nominal do motor de 2.100rpm iniciando o trabalho de colheita. De início, foram feitos alguns ajustes, pois era a primeira vez que esta máquina estava em funcionamento. O pessoal técnico, tanto do fabricante
A
área do teste estava dentro da Fazenda Santa Ângela, do grupo FG Agropecuária, de propriedade da família Gasparotto. A área foi adquirida pelo patriarca da família, senhor Florindo Gasparotto, em 1952. Ao todo, foram abertos dez mil hectares no Cerrado, porém com a sucessão do senhor Florindo, os quatro filhos fizeram a partilha da propriedade e continuam com a atividade iniciada pela família. A área está localizada às margens da BR-070, km 261, a 16km do centro de Primavera do Leste, à margem esquerda da rodovia no sentido Primavera do Leste - Barra do Garças. O senhor Tony Gasparotto a administra, juntamente com seus filhos Henrique, de 26 anos, e Guilherme, de 23 anos. Há ainda outro filho, Gabriel, de apenas três anos. A propriedade possui 2.220 hectares, sendo 1.500 cultivados com as culturas da soja e do milho, e o restante (700ha) área de reserva legal e de preservação permanente (APP). O sistema de administração é bastante empresarial, fruto de experiências profissionais comerciais do proprietário. Tudo é muito
como do concessionário, demonstrou domínio sobre as funções e os pontos de regulagem, no sentido de fazer fluir o produto nos rotores e sobre as peneiras, com baixos níveis de perdas. As regulagens básicas acabaram sendo definidas com a abertura do côncavo em 29mm, aberturas da peneira superior em 15mm e da peneira inferior
Local do test drive organizado e as máquinas em ótimo estado de conservação, armazenadas de forma organizada e em pavilhões novos e limpos. O quadro de funcionários é de seis ao todo, liderados pelo senhor Vilmar Loiola de Cristo, que é o gerente-geral da fazenda. Várias pessoas estavam presentes durante a realização do teste, representando a New Holland e sua concessionária, como o engenheiro Carlos Alexandre Schimidt, especialista de Marketing da New Holland, o senhor Saulo Mazzardo, consultor de Negócios da Terra Pre-
em 20mm. Durante o trabalho se pôde verificar que a carga média do motor ficou em torno de 60% e a pressão de turbo em 2,2bar. A máquina que estávamos testando recém estava entrando em funcionamento e deveria, já nos próximos dias, receber mais equipamentos, como o piloto automático para futuras progra-
mium, Luciano Rodrigues, supervisor de Pós-Vendas da Terra Premium, Micael Manganotti, coordenador de Vendas da Terra Premium, e o cidadão paraguaio, senhor Marcos Tengaten, operador de máquinas da fazenda, que nos auxiliou no reboque graneleiro. Durante os testes pedimos opinião sobre a máquina testada e das outras duas colhedoras modelos CR da fazenda, e o gerente do local nos comentou que a máquina não “joga fora”, que as perdas são mínimas e a máquina colhe cerca de seis mil sacas por dia.
mações de demonstrações aos clientes da concessionária. Mesmo assim, já era possível ver o sistema de geração de mapas de colheita funcionando, pois os sensores de produtividade e umidade .M estavam ativos. José Fernando Schlosser e Marcelo Silveira de Farias, Nema - UFSM
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FICHA TÉCNICA
Agritech 1185 S A
Com várias inovações no projeto, o trator Atritech 1185 S é o principal produto da empresa para trabalhos que exijam mais potência
Agritech, fabricante de tratores e cultivadores motorizados Yanmar Agritech, passa a atuar no mercado de tratores com potência acima de 80cv. Lançado e apresentado ao público este ano durante a última Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), o modelo 1185 S turbo conta com motorização de 85cv e, por se tratar de um trator maior, permite que a empresa passe a atuar com culturas que exijam máquinas mais potentes e implementos mais robustos. O projeto do novo 1185 S é de um trator de maior porte e capacidade se comparado aos tratores de menor potência fabricados em larga escala pela Agritech atualmente. Dentro das novidades que equipam o trator 1185 S estão motor turbo de alta performance, transmissão principal sincronizada, transmissão secundária collar shift, eixo dianteiro robusto com bloqueio parcial e sistema hidráulico rápido e Agosto 2015 • www.revistacultivar.com.br
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eficiente, que coloca este modelo entre os mais vendidos entre o portfólio de produtos da Agritech, indicando que o trator 1185 S teve aceitação imediata no mercado.
MOTOR
Fabricado no Japão, o motor Yanmar 4TNV98T-NAT equipa o trator 1185 S, conta ainda com turbo compressor e está apto para utilizar combustível Biodiesel B7 e cabeçote com fluxo cruzado com 16 válvulas (quatro por cilindro). Sua turbina possui válvula reguladora de pressão, que proporciona maior reserva de torque e potência em rotações mais baixas, além de funcionamento mais silencioso. Este motor possui exclusivo sistema de injeção com bomba injetora mecânica rotativa Yanmar, de alta eficiência, torna o funcionamento do motor suave, com baixo nível de emissões, e seu consumo de combustível um dos
menores de sua classe, junto com a tecnologia japonesa de construção destes motores que o torna um dos mais modernos e eficientes já utilizados em tratores desta potência no País. Os itens e componentes de manutenção, como tampa do radiador, tampa do subtanque, vareta de nível e tampa de enchimento do óleo do motor, filtro de óleo do motor, filtros de combustível, bomba injetora, filtros de ar etc estão convenientemente alojados no lado direito do motor, que é o lado que irradia menos calor, permitindo que o operador faça todas as verificações de rotina de maneira confortável, mesmo que o motor esteja quente, sem se deslocar de um lado ao outro do trator várias vezes. Este motor é largamente utilizado em máquinas e equipamentos de construção civil nos EUA e na Europa e, portanto, foi concebido para atender as normas europeias de emissões de poluentes.
Fotos Agritech
TRANSMISSÃO
O modelo possui a transmissão principal sincronizada com 12 velocidades à frente e três à ré, 24 velocidades à frente e seis velocidades à ré somando-se o super-redutor, tornando a operação do trator mais confortável durante o período de trabalho. Com a opção de super-redutor de velocidade, que é um opcional, o trator 1185 S desenvolve até 500 metros/hora, o que é essencial para utilização de determinados tipos de implementos que necessitam de menor velocidade de deslocamento. A transmissão secundária possui três gamas de trabalho e acionamento mecânico pelo sistema collar-shift, tornando a troca de velocidade mais suave e precisa. A redução final das rodas traseiras é realizada pelo sistema de engrenagens epicíclicas que reduzem a rotação e, consequentemente, aumentam o torque nas rodas, isso resulta em uma transmissão final mais reforçada, silenciosa e um trem de força robusto para tracionar implementos de maior porte. O sistema de freios está alojado próximo à redução final epicíclica, antes da redução final, e conta com quatro discos de material não metálico (por roda), todos banhados com o próprio óleo da transmissão
que dissipa com mais rapidez o calor da frenagem e aumenta a vida útil dos componentes. O acionamento do freio de serviço é realizado hidraulicamente por dois cilindros mestres que o deixa mais suave aos pedais, evitando o cansaço do operador, e o fluido utilizado neste sistema de freio é o mesmo óleo da transmissão e hidráulico do trator, facilitando a manutenção em caso de vazamento interno, pois não possui óleos diferentes que acabariam por contaminar um ao outro. O freio de estacionamento do 1185 S é operado de maneira independente por pedal de acionamento e cabo mecânico e freia as duas rodas traseiras ao mesmo tempo, oferecendo segurança ao operador
em caso de pane no freio de serviço hidráulico. O 1185 S possui sistema de bloqueio do diferencial traseiro que se desliga automaticamente quando as duas rodas traseiras voltam a igualar a aderência e é realizado através de pedal de acionamento mecânico localizado no lado direito da plataforma de operação da máquina. O sistema de embreagem é de duplo acionamento com tomada de força independente e, tanto o disco da embreagem quanto o disco da tomada de potência (TDP) são fabricados em material cerametálico, composto, que possui maior vida útil e resiste mais às duras condições de trabalho que o sistema de embreagem é submetido diariamente
O 1185 S possui motor Yanmar 4TNV98TNAT com turbo compressor e 16 válvulas
O sistema hidráulico é acionado por bomba hidráulica com vazão de 80L/min
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Fotos Agritech
A transmissão é sincronizada com 12 velocidades à frente e 3 à ré
se comparado aos discos convencionais de material orgânico. O acionamento da TDP é independente e feito por alavanca ergonomicamente localizada no lado esquerdo do banco do operador. Também como opcional, o 1185 S, pode vir equipado com a Tomada de Potência Econômica (TDPE), que é um dispositivo que fornece a mesma rotação de 540rpm no eixo da tomada de potência para acionamento de implementos, porém, o motor opera 2.000rpm (abaixo da sua rotação padrão de trabalho), isso reflete diretamente no menor consumo de combustível do trator sem alterar a eficiência de trabalho do conjunto trator x implemento. O trator 1185 S já possui um dos menores consumos de combustível se comparado a tratores da mesma faixa de potência, pois o sistema de injeção exclusivo Yanmar de seu motor é muito eficiente e pode
Detalhes do radiador frontal e filtro de ar
se tornar mais econômico quando trabalhar com a tomada de potência econômica (TDPE), gerando assim uma economia de 20% a mais nas operações com implementos acionados pelo eixo da tomada de potência e o eixo cardã.
EIXO DIANTEIRO
O eixo dianteiro que equipa o trator 1185 S é do tipo TDA 4x4 (tração dianteira auxiliar) com acionamento por junta universal que possui, como
característica, menor raio de giro e leveza estrutural, pois o eixo é leve e compacto, mas ao mesmo tempo possui estrutura nodular que o torna um dos eixos mais reforçados do mercado. O eixo dianteiro TDA 4x4 possui estrutura reforçada para acoplamento de pá frontal dianteira de utilização agrícola de diferentes tipos de fabricantes, com capacidade de até 500kg de levantamento. Os cubos localizados nas extremidades das rodas deste eixo possuem redução final realizada pelo sistema de engrenagens epicíclicas que reduzem a rotação e, consequentemente, aumentam o torque nas rodas, resultando em um conjunto mais robusto e duradouro. Uma das vantagens deste eixo se refere à manutenção, pois suas juntas universais não possuem bicos graxeiros para lubrificação, ou seja, não existe a necessidade de realizar manutenções periódicas para lubrificar as cruzetas, pois elas são montadas com rolamentos blindados que possuem lubrificação de fábrica, proporcionando longa vida útil ao sistema. Outro item que chama a atenção é o fato de não precisar desligar a tração dianteira quando for realizar curvas com as rodas totalmente esterçadas e com o freio individual acionado. Este eixo possui o sistema de bloqueio parcial automático do di-
O trator 1185 S possui capô com desenho moderno e design atual, vem equipado de fábrica com 6 ou 12 contrapesos maciços frontais de 33kg e tanque de combustível com capacidade para 85 litros
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ferencial central, que realiza a conexão da roda em movimento com a roda que estiver parada entre 60% a 70% no caso de patinagem de uma das rodas em terreno molhado. Este sistema de bloqueio parcial é um dispositivo mecânico montado dentro do diferencial do eixo dianteiro, constituído por discos de fricção em banho de óleo, que interpretam a situação e a rotação das duas rodas dianteiras quando o trator está em movimento. Quando há diferença de aderência em uma das rodas, e um pneu patina mais que o outro, o bloqueio parcial realiza o acoplamento dos dois pneus dentro daquela faixa de 60% a 70% e os mantém neste ponto até o momento em que o esforço nos dois pneus se estabilize, ou seja, a rotação e a aderência dos dois pneus fiquem iguais. O acionamento da tração dianteira auxiliar 4x4 (TDA) do 1185 S é realizado de maneira mecânica, por alavanca de fácil acesso localizada do lado esquerdo do banco do operador.
SISTEMA HIDRÁULICO
O sistema hidráulico do 1185 S é um conjunto eficiente, porém de funcionamento simples que facilita a operação e a manutenção. Acionado por uma bomba hidráulica de engrenagens com vazão de 80 (litros/minuto), conectada ao trem de engrenagens frontais do motor, o sistema conta com comando de controle remoto de corpo duplo para acionamento de cilindros e motores hidráulicos de implementos acoplados e sistema de levantamento hidráulico do sistema de três pontos de grande eficiência. Seu sistema de levantamento
hidráulico não possui cilindro interno incorporado à caixa do trator como os tratores convencionais, ele é dotado de dois cilindros localizados do lado traseiro externo da caixa do levantador, de fácil acesso para manutenção e com capacidade de levantamento de 3.200kg na rótula que possui engate universal categoria II. O levantamento hidráulico do trator 1185 S conta com o sistema Autolift de série, que é um mecanismo muito prático e funcional, que possui a finalidade de levantar o implemento de profundidade (arados, subsoladores, sulcadores etc) quando se chega no final do percurso, de maneira rápida e, após a manobra, retornar à posição de trabalho que estava previamente determinada sem alterar o ajuste de profundidade. Isso possibilita otimizar as manobras de cabeceira com o trator, diminuindo o tempo parado para erguer e baixar o implemento e ajustar novamente a profundidade correta de trabalho. O acionamento do Autolift (levantamento automático) se dá através de uma alavanca localizada no lado direito do banco do operador. O sistema de direcionamento do trator 1185 S possui unidade de direção de acionamento muito suave e precisa e cilindro de direção central, fixado ao centro do eixo dianteiro com haste dupla. Este cilindro é incorporado à estrutura do eixo que o deixa protegido durante o trabalho. O sistema hidráulico conta com um eficiente radiador que dissipa todo o calor que o óleo recebe durante
a jornada de trabalho e o deixa em temperatura adequada para acionar todos os mecanismos hidráulicos, protegendo todo o sistema. Este radiador de óleo está incorporado ao lado do radiador de água do motor, deixando todo o conjunto mais compacto e harmonioso.
DIFERENCIAIS
O trator 1185 S conta com plataforma de operação de acesso livre, com as alavancas de seleção de velocidade localizadas no lado direito do operador. Todos os principais comandos são de fácil acesso e os instrumentos do painel são localizados de maneira que possam ser facilmente visualizados, evidenciando a ergonomia do seu posto de operação. O capô do motor, fabricado em plástico de alta resistência e durabilidade, possui desenho moderno e design atual, é de fácil abertura para as verificações e manutenções diárias e seu desenho levemente curvado para frente proporciona ótima visibilidade ao operador durante o trabalho. Como item de série, vem equipado de fábrica com seis ou 12 contrapesos maciços frontais de 33kg. Como opcional, seis contrapesos maciços traseiros de 40kg (três em cada roda) e pode receber lastro líquido de até 75% nos pneus dianteiros e traseiros. O tanque de combustível possui capacidade de 85 litros, permitindo grande autonomia no conjunto sem necessidade de abastecimento no meio da jornada de .M trabalho. Agosto 2015 • www.revistacultivar.com.br
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ARMAZENAGEM
Armazenagem segura
Cycloar
Gastos com medidas de segurança e o uso de equipamentos de proteção, além de serem obrigatórios por lei, oneram pouco os investimentos totais necessários em uma unidade armazenadora de grãos e podem evitar grandes prejuízos
S
egundo dados divulgados em 2013, pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), a cada 15 segundos, 115 trabalhadores sofrem algum acidente laboral, no mesmo tempo uma pessoa morre decorrente de acidente ou doença adquirida no trabalho. O Brasil é o quarto colocado no ranking mundial de acidentes de trabalho. Acidentes no trabalho são causados por uma série de fatores combinados e muitas vezes negligenciados. Os principais tipos de acidentes são: • Acidentes-tipo: decorrem da atividade profissional desempenhada pelo trabalhador. • Acidentes de trajeto: são os ocorridos no trajeto entre a casa e o local de trabalho e no horário de almoço. • Doenças do trabalho: qualquer Agosto 2015 • www.revistacultivar.com.br
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tipo de doença peculiar ao ramo de trabalho. Os riscos a que o funcionário pode ser submetido na agroindústria são variados, como exposição a defensivos, desgaste físico, problemas ergonômicos, exposição a animais peçonhentos, a microrganismos, ruído, calor, umidade, dentre outros. De acordo com a Classificação Nacional de Atividade Econômica (Cnae), em 2013, 3,22% dos acidentes foram na agricultura, pecuária, silvicultura e exploração florestal e dentre os acidentes com Comunicado de Acidentes de Trabalho (CAT) registrado, 4% dos acidentes-tipo, 1,61% dos acidentes de trajeto e 1,05% das doenças de trabalho ocorreram nos referidos setores (Figura 1). No Brasil 7,7% dos trabalhadores estão neste setor.
É importante realizar treinamentos com funcionários e as devidas manutenções em máquinas e equipamentos visando o desenvolvimento seguro de operações. Em julho de 2014 um operário morreu em consequência de ferimentos causados pela explosão de um silo no Rio Grande do Sul. A explosão provocou labaredas e destruiu parcialmente o silo. Devido à falta de treinamento em procedimentos operacionais seguros, em agosto de 2010 um vazamento de amônia devido ao estouro de uma mangueira do sistema de refrigeração, em uma indústria de alimentos em Morro Grande/SC, levou cinco funcionários para o hospital e resultou em uma morte. Para evitar que acidentes como esses ocorram, existe a Norma Regula-
ASPECTOS DE SEGURANÇA EM SILOS
Silos são grandes unidades de armazenamento de produtos agrícolas que
visam à manutenção da qualidade do produto e à facilidade para enchimento e esvaziamento. Pela alta probabilidade de ocorrerem acidentes, devem ser tomados os seguintes cuidados ainda no projeto, como correto dimensionamento e construção em solo compatível com a carga. As escadas e plataformas devem ser planejadas de modo a garantir a segurança dos trabalhadores durante o desenvolvimento de suas atividades. O revestimento interno deve ter características que impeçam o acumulo de poeira, grãos e a formação de barreiras. Outro detalhe importante é o cuidado com a prevenção dos riscos de explosões, incêndios, acidentes mecânicos, asfixia e os decorrentes da exposição a agentes químicos, biológicos e físicos em todas as fases da operação do silo. Não deve ser permitida a entrada de trabalhadores no silo durante sua operação, se não houver maneiras de saída ou resgate. Nos silos hermeticamente fechados só será permitida a entrada de trabalhadores após renovação do ar ou com proteção respiratória adequada. Antes da entrada de trabalhadores na fase de abertura dos silos devem ser medidos a concentração de oxigênio e o limite de explosividade relacionado ao tipo de material estocado. Os trabalhos no interior do silo devem ser feitos com no mínimo dois trabalhadores, um deles permanecendo do lado de fora, cinto de segurança e cabo-vida. Devem ser previstos e controlados os riscos de combustão espontânea e explosão em todas as fases do projeto. O empregador rural ou equiparado deve
Figura 1 - Principais tipos de acidentes por setor
manter à disposição da fiscalização do trabalho a comprovação dos monitoramentos e controles relativos à operação dos silos. Os elevadores e sistemas de alimentação dos silos devem ser projetados e operados de forma a evitar o acúmulo de poeira, especialmente nos pontos onde seja possível a geração de centelhas por eletricidade estática. Todas as instalações elétricas e de iluminação dos silos devem ser adequadas à área classificada. Serviços de manutenção por processos de sondagem, corte ou que gerem eletricidade estática devem ser precedidos de uma permissão especial, onde serão analisados os riscos e controles necessários. Nos intervalos de operação dos silos o empregador rural ou equiparado deve providenciar a sua adequada limpeza para remoção de poeiras e o material armazenado deverá ser disposto de modo a não oferecer riscos de acidentes.
SEGURANÇA EM ARMAZÉNS
Armazéns são espaços físicos onde se depositam matérias-primas ou produtos à espera de transporte. Os maiores riscos aos trabalhadores nesse setor são com empilhadeiras, comunicação de risco, elétrica e fiação, proteção contra quedas, proteção respiratória, bloqueio e etiquetagem e falta de extintores portáteis. Segundo a NR31 vários são os aspectos que devem ser seguidos neste tipo de estabelecimento. Os armazéns devem ser projetados, executados e
Arquivo
dora de Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura NR31 (Portaria nº 86, de 3 de março de 2005 - DOU de 4 de março de 2005), que visa compatibilizar o planejamento e o desenvolvimento das atividades no campo com as condições de segurança e saúde no meio ambiente do trabalho. O mercado atualmente exige, além da produtividade, qualidade, respeito ao meio ambiente e segurança do trabalho e saúde ocupacional. Seguindo esta linha, a NR31 aborda as obrigações do empregador, do empregado e dos órgãos regulamentadores (Secretaria de Inspeção do Trabalho, Comissão Permanente Nacional Rural (CPNR), Serviço Especializado em Segurança e Saúde no Trabalho Rural (SESTR) e Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural (CIPATR)). Dentre as principais especificações da NR31 estão os cuidados com a segurança, a saúde e a higiene, treinamento para os funcionários, procedimentos para manipulação de defensivos, normas para utilização de ferramentas, máquinas agrícolas, secadores e silos, meios de transporte e edificações. O cumprimento dessa norma é obrigatório para qualquer empresa rural, devendo o responsável segui-la e fazer cumprir os direitos e deveres dos funcionários e empregador.
Por usar altas temperaturas, o processo de secagem de grãos apresenta riscos de incêndio e exige muita atenção
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Segurança em secadores
A
secagem feita de modo artificial, com o uso de secadores, é feita com temperaturas muito altas, podendo chegar a mais de 120°C, portanto apresentam riscos de incêndios e à saúde do trabalhador por causa do calor. Para evitar acidentes, a NR31 recomenda que alguns cuidados sejam tomados: • Os secadores devem possuir revestimentos com material refratário e anteparos adequados de forma a não gerar riscos à segurança e à saúde dos trabalhadores. • Para evitar incêndios nos secadores, o empregador rural ou equiparado deverá garantir a limpeza das colunas e condutos de injeção e tomada de ar quente, verificação da regulagem do queimador e do sistema elétrico de aquecimento, quando existentes. • Os filtros de ar dos secadores devem ser mantidos limpos. • Os secadores alimentados por combustíveis gasosos ou líquidos devem ter sistema de proteção para não ocorrer explosão por falha da chama de aquecimento ou no acionamento do queimador e evitar o retrocesso da chama.
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Cultivar
mantidos para suportar as cargas fixas e móveis a que se destinam. Os pisos internos não devem apresentar defeitos que prejudiquem a circulação de materiais ou trabalhadores e as aberturas nos pisos e paredes devem ser protegidas de modo que impeçam a queda de materiais ou trabalhadores. Nas escadas, rampas, corredores e outras áreas destinadas à circulação de trabalhadores e movimentação de materiais, que ofereçam risco de escorregamento, devem ser empregados materiais antiderrapantes. As áreas destinadas à circulação de trabalhadores e movimentação de materiais devem dispor de proteção contra risco de queda. As escadas ou rampas fixas devem dispor de corrimão em toda a extensão e as coberturas dos locais de trabalho devem assegurar proteção contra intempéries. Os galpões e demais edificações destinadas ao beneficiamento, ao armazenamento de grãos e à criação
O tamanho do silo deve ser compatível com a carga com que ele irá operar
de animais devem possuir sistema de ventilação. Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas, executadas e mantidas de modo que seja possível prevenir, por meio seguro, os perigos de choques elétricos e outros tipos de acidentes. Os componentes das instalações elétricas devem ser protegidos por material isolante. Toda instalação ou peça condutora que esteja em local acessível a contatos e que não faça parte dos circuitos elétricos deve estar aterrada. As instalações elétricas em contato com a água devem ser blindadas, aterradas e estanques. As ferramentas utilizadas em trabalhos em redes energizadas devem ser isoladas. As edificações devem ser protegidas contra descargas elétricas atmosféricas e as cercas elétricas devem ser instaladas de acordo com instruções fornecidas pelo fabricante. De acordo com registro da Osha (Occupational Safety and Health Administration), cerca de 100 funcionários morrem e 95 mil ficam feridos a cada ano por acidentes com empilhadeiras. Portanto, para evitar acidentes, os funcionários que utilizarão o equipamento devem receber instruções e treinamento adequados.
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
De acordo com a Norma Regulamentadora NR-6 (Equipamento de Proteção Individual) da Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, do Ministério do Trabalho e Emprego, considera-se Equipamento de Proteção Individual
(EPI) todo dispositivo de uso individual destinado a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador. A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias: • Sempre que as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis ou não, oferecerem completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho e/ou de doenças profissionais e do trabalho; • Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; • Para atender as principais emergências. • Os principais EPIs são as luvas, os óculos, a botina, a bota de borracha, os respiradores, a capa de chuva, o capacete, o avental em PVC, as luvas de raspa, os extintores, as mangueiras industriais etc. Estudos comprovam que os gastos com EPIs representam, em média, menos de 0,05% dos investimentos necessários para uma lavoura. Alguns casos, como a soja e o milho, o custo cai para menos de 0,01%. Insumos, fertilizantes, sementes, produtos fitossanitários, mão de obra, custos administrativos e outros materiais somam mais de 99,95% (Figura 2). O uso dos EPIs é obrigatório e o não cumprimento da legislação poderá acarretar em multas e ações trabalhistas. Precisamos considerar os EPIs como insumos agrícolas obrigatórios. .M Ednilton Tavares de Andrade e Fernanda Fráguas Q. Lima, Ufla Figura 2 - Gastos com EPIs
EMPRESAS
Série 8R do Brasil
Fotos John Deere
Após investir mais de 40 milhões de dólares em ampliação, a fábrica da John Deere em Montenegro (RS) será a única unidade fora dos Estados Unidos a produzir os tratores da Série 8R
A
John Deere inaugurou na primeira semana de agosto a expansão da linha de produção de sua fábrica de tratores em Montenegro (RS). Esta ampliação faz parte de uma estratégia da empresa que possibilitou nacionalizar a série de tratores mais reverenciada pela John Deere, a Série 8R. Esta série de tratores de grande porte era produzida apenas na planta de Moline nos Estados Unidos da América de onde eram comercializados Agosto 2015 • www.revistacultivar.com.br
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também para os mercados externos, incluindo o Brasil. Esta ampliação possibilitará à fábrica de Montenegro ser a única unidade fora dos Estados Unidos a produzir esta série. Para tornar a unidade apta para fabricação destes tratores, foram investidos mais de US$ 40 milhões, anunciados ainda em 2013. “O Brasil é um mercado-chave para a John Deere, não apenas por sua importância estratégica no continente, mas também pelo seu enorme potencial agrícola, de extrema importância para
atender à crescente demanda global por alimentos de uma população que tende a crescer muito em poucas décadas”, explicou o CEO da Deere & Company, Samuel Allen, que esteve presente na inauguração. Para o presidente da John Deere Brasil e vice-presidente de Marketing e Vendas para a América Latina, Paulo Herrmann, a cada ano que passa o Brasil se fortalece como um dos principais mercados agrícolas do mundo, com safras recordes e chegada da tecnologia ao campo. E foram as boas perspectivas do agronegócio brasileiro e a demanda interna por tratores de alta potência levaram a John Deere a investir na nacionalização da Série 8R. “A John Deere passa por um momento de grande crescimento e consolidação no Brasil e o Rio Grande do Sul tem grande importância para os negócios da empresa, seja pelas suas fábricas, seja pelo seu potencial agrícola e relevância na produção de alimentos no Brasil”, afirmou. Além da fábrica de Montenegro, outras unidades espalhadas pelo mundo disputaram o direito de produzir estes tratores. “Esta unidade conquistou o direito de fabricar a Série 8R pela sua capacidade de produção”, explica o gerente da fábrica de Montenegro, Paulo Rohde. A unidade de Montenegro, inaugurada em 2008, conta com 700 funcionários e é uma das mais modernas fábricas de tratores do mundo, com excelentes níveis de produtividade, fabricando atualmente 24 diferentes modelos que geram mais de três mil possíveis combinações.
GIGANTE BRASILEIRO
A Série 8R, que já era comercializada no Brasil com modelos importados, é direcionada principalmente para as culturas de grãos, cana-de-açúcar
e algodão em grandes propriedades. Serão produzidos cinco modelos: 8270R, 8295R, 8320R, 8345R e o maior trator fabricado no Brasil, o 8370R, com 370cv de potência. Os tratores produzidos aqui terão exatamente as mesmas características dos tratores produzidos nos Estados Unidos. Todos os modelos da série vem equipados com transmissão e23, de 23 marchas, que permite que o trator entregue sua melhor performance, mesmo sem um operador experiente. Quando utiliza um gerenciador de eficiência, o operador precisa apenas indicar a velocidade de trabalho e automaticamente o sistema configura a marcha e a rotação do motor mais apropriados para maior produtividade e menor consumo de combustível. Essa transmissão também está equipada com a função AutoClutch, recurso que permite ao operador parar e iniciar o deslocamento do trator, com o uso apenas dos pedais de freio, sem utilização da embreagem. Outro diferencial desta série é o eixo dianteiro, que possui sistema de
Paulo Herrmann destacou que a fábrica de Montenegro será a única unidade fora dos Estados Unidos a produzir a Série 8R
suspensão independente (ILS). “Este recurso permite que os pneus mantenham contato permanente com o solo mesmo em condições difíceis, entregando mais potência e operando mais rápido, com um consumo reduzido de combustíveis”, explica gerente de marketing de tratores, Paulo Verdi. Esta série conta com um design arrojado e muita tecnologia embarcada, além de um sistema de iluminação composto por luzes de LED possibilitam uma cobertura de 360 graus e 40%
mais alcance que os sistemas de luzes convencionais, para proporcionar mais segurança nas operações noturnas. A ampliação da linha de produção da fábrica de Montenegro faz parte de alguns dos investimentos no mercado brasileiro anunciados recentemente pela John Deere. Ao todo foram mais de US$ 200 milhões em aportes no Brasil nos últimos anos para melhoria e evolução de produtos e serviços de excelência nos seguimentos em que a empresa atua.
Características da Série 8R com inovações
De 270 até 370 cv nominal Pacote de luzes de LED Os Tratores da Série 8R combinam poPacote de luzes de LED promete mais efitência e eficiência de classe mundial, com alta ciência no trabalho noturno. Comparado com reserva de torque, aumentando a produtivi- as luzes HID, as novas luzes de LED têm maior dade em níveis nunca antes vistos. durabilidade, 40% mais alcance e consomem 45% menos energia. Cabine CommandView™ III Projetada para entregar maior conforto Tecnologia integrada e produtividade, proporciona visão panoOs equipamentos com a tecnologia AMS râmica, assento com giro de 40 graus e proporcionam maior eficiência operacional e menor um console ergonômico e intuitivo, fácil custo de operação, pois auxiliam na redução da de utilizar. sobreposição do implemento, também diminui a
fadiga do operador, proporcionando melhor rendimento e eficiência em longas jornadas de trabalho.
Transmissão PowerShift e23 com Efficience Manager A nova transmissão PowerShift, com Efficience Manager de 23 velocidades, proporciona a troca de marchas mais suave e eficiente com relação aos modelos com outras transmissões. Projetada para facilitar a interatividade entre operador e máquina, de forma inovadora e intuitiva, maximizando a produtividade do trator.
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MECANIZAÇÃO John Deere
Quanto custa?
A colheita florestal pode ser realizada através de diversos tipos de sistemas, que dependem de fatores como recursos disponíveis, declividade, tipo de floresta e uso final da madeira. Por ser uma das operações que mais oneram o custo de produção, uma análise detalhada do melhor sistema se faz necessária para viabilizar a prática
A
partir do ano de 1994 ocorreu uma intensa mecanização da colheita florestal brasileira, devido à introdução de máquinas altamente sofisticadas e específicas para o corte, o processamento e a extração de madeira. A colheita florestal pode ser entendida como um conjunto de operações realizadas no interior do talhão que leva a madeira até a beira da estrada, sendo que a mesma pode ser realizada através de diversos tipos de sistemas que são classificados de acordo com o Agosto 2015 • www.revistacultivar.com.br
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comprimento da madeira no momento do baldeio. O sistema a ser adotado depende basicamente dos recursos disponíveis, da declividade do terreno, do volume do povoamento, do tipo de floresta e do uso final da madeira. O sistema toras curtas (cut-to-lenght) é um dos mais utilizados no Brasil, principalmente por empresas de papel e celulose, nesse sistema o processamento das toras é realizado no local de corte, sendo as mesmas extraídas na forma de toretes. A colheita é umas das atividades
que mais oneram o custo de produção, mediante isso é necessário sua constante avaliação, através de análise técnica e econômica, para que se possa realizar melhorias na atividade, como, por exemplo, redução dos custos e aumento da produtividade. Mediante o exposto objetivou-se com o presente trabalho avaliar técnica e economicamente um sistema de colheita florestal de toras curtas. O trabalho foi conduzido em área de colheita florestal localizada no município de Eunápolis (BA). O povoamento
Diego Nascimento
Figura 1 - Produtividade média por hora efetiva de trabalho(m³/h) das máquinas avaliadas
Cabeçote harvester da Marca Ponsse, modelo H7, e conjunto cabeçote mais escavadeira hidráulica em operação
florestal da área era constituído por clones híbridos de Eucalyptus grandis com Eucalyptus urophylla plantados no espaçamento de 3m entre plantas e de 4m entre linhas. As árvores apresentavam volume individual de 0,26m³, sendo o corte raso realizado aos sete anos de idade. O sistema de colheita adotado foi o toras curtas (cut-to-leng¬th). O corte e o processamento (desgalhamento, descascamento e traçamento) das árvores eram realizados pelo harvester e em seguida a extração das toras até a beira da estrada era executada pelo forwarder. O harvester era composto por uma escavadeira hidráulica da marca Volvo, modelo EC 210BF Prime, um braço hidráulico com alcance máximo de 9,46m e um cabeçote da marca Ponsse modelo H7. O motor do harvester é o Volvo D6E EAE2 de seis cilindros e 148HP (110kW) de potência. O cabeçote H7 pesa cerca de 1.150kg e tem a capacidade de cortar e processar árvores de até 60cm de diâmetro. No
momento do estudo a máquina tinha 12.493,6 horas trabalhadas. Utilizou-se o forwarder da marca Ponsse modelo Buffaloking, com tração nas oito rodas (8x8). Compondo o forwarder têm-se a caixa de carga com capacidade para 18 toneladas, a grua hidráulica modelo K100 + com capacidade de levantar cargas de até 1.000kg e alcance máximo de 9,5m. O motor dessa máquina é o Mercedes-Benz OM 906 LA EU Stage IIIA de seis cilindros com 275HP (205kW) de potência. No momento do estudo, a máquina apresentava 19.185 horas trabalhadas. A produtividade do harvester foi determinada em metros cúbicos de madeira sem casca por hora efetiva de trabalho (m³/h). O volume, em metros cúbicos de madeira, foi obtido multiplicando-se o número de árvores da parcela pelo volume médio individual das árvores que foi fornecido pelo inventário florestal da empresa. Com relação ao forwarder, a produtividade por hora efetiva de trabalho
Figura 2 - Representatividade, em percentual, dos componentes que compõem o custo operacional do harvester
foi determinada por meio da relação entre o volume de madeira empilhada no final de todos os ciclos operacionais (m³) pelo tempo no final de todos os ciclos operacionais (horas). O volume da madeira empilhada (mst), foi obtido através da multiplicação de todas as dimensões da pilha (altura, largura e comprimento) sendo o mesmo posteriormente convertido em volume cúbico (m³), utilizando o fator de correção de 0,66. A análise econômica baseou-se na determinação do custo operacional, custo de produção, análise de sensibilidade, taxa interna de retorno e ponto de equilíbrio. O custo operacional total de cada máquina foi obtido através do somatório dos custos fixos (depreciação; juros, seguros e impostos; abrigo e taxas administrativas) e custos variáveis (combustível, lubrificante, óleo hidráulico, pneus ou esteiras, mão de obra, manutenção, transporte pessoal e transporte de maquinário), seguindo a metodologia proposta por Silva et al,
Figuras 3 - Representatividade, em percentual, dos componentes que compõem o custo operacional do forwarder
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Diego Nascimento
Figura 4 - Diagrama de Spiderplot com as principais variáveis do custo operacional do harvester e forwarder
(2014) e Asae (2201). Os custos foram expressos em dólares por hora efetiva de trabalho (US$/h), utilizando uma taxa de câmbio de 1 US$ = 3,004 R$, cotado no dia 20 de maio de 2015. O custo de produção das máquinas foi determinado pela divisão dos custos operacionais (US$/h) em relação à produtividade (m³/h). A análise de sensibilidade foi determinada considerando uma variação de 40% (20% para mais e para menos) nos principais componentes do custo operacional das máquinas. A Taxa Interna de Retorno (TIR), que permite encontrar a taxa de juros que iguale as receitas e os custos do investimento com as máquinas, também foi calculada. Já o ponto de equilíbrio, que corresponde à determinação do número de horas trabalhadas anualmente para se decidir entre a compra ou o aluguel das máquinas, foi calculado com base no número de horas anuais trabalhadas pelas máquinas analisadas. Para as condições estudadas, o
harvester apresentou uma produtividade média de 108 árvores abatidas e processadas por hora, o que equivale a 28,19m³sc/h. Com relação ao forwarder, encontrou-se uma produtividade média de 34,74 m³sc/h, sendo essa produtividade considerada boa para a distância de extração estudada, que em média foi de 267 metros. A razão dessa boa produtividade é devido a boas condições climáticas no momento do estudo, além das boas condições topográficas da área. Na Figura 1 é possível visualizar a produtividade média das máquinas e a variabilidade de cada uma em torno da média, sendo que forwarder apresentou maior desvio padrão, devido à constante variação da distância de extração. A partir das Figuras 2 e 3 é possível verificar a representatividade de cada componente que compõe o custo operacional do harvester e forwarder, respectivamente. O harvester apresentou um custo operacional de 73,89 dólares/h e
Forwarder da marca Ponsse, modelo Buffaloking
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Figura 5 - Taxa Interna de Retorno (%) em função da vida útil (anos) das máquinas avaliadas
custo médio de produção igual a 2,62 dólares/m-3, valores considerados baixos quando comparados aos resultados de Leite et al (2014). O baixo custo operacional da máquina é devido à mesma ser formada por uma escavadeira hidráulica e o cabeçote harvester de marca distinta, o que torna seu valor de aquisição mais barato e, em consequência, diminui os custos fixos, principalmente a depreciação. Outro fator importante é que análise econômica do presente trabalho só considerou o trabalho durante dois turnos, o que diminui o número de operadores por máquina, o acréscimo de um operador resultaria no aumento de 6% no custo operacional do harvester. Dentre as variáveis que compõem o custo operacional do harvester, o custo com manutenção e reparos foi o mais representativo, seguido de custo com combustível e depreciação. A razão do alto custo com manutenção é em virtude de a máquina trabalhar com materiais pesados, muitas vezes em condições adversas de clima e topografia, e em mais de um turno de trabalho por dia, o que aumenta o desgaste e a quebra de peças que compõem o cabeçote e a máquina base. O forwarder apresentou um custo operacional e de produção igual a 87,55 dólares/h e 2,53 dólares/m-3, respectivamente. Observando a Figura 3, é possível verificar que o custo com manutenção e reparos correspondeu a mais da metade do custo operacional da máquina, fato esse que pode ser explicado pela elevada quantidade de
Fotos Divulgação
A colheita é uma das atividades que mais oneram o custo de produção
As máquinas utilizadas são altamente sofisticadas e caras
horas trabalhadas da máquina, aproximadamente 20 mil horas, e isso faz com que a disponibilidade mecânica da máquina diminua e em consequência aumente os dispêndios com peças e manutenção. A Figura 4 mostra a análise de sensibilidade para harvester e forwarder, através do diagrama de Spiderplot. As variáveis que tiveram maior impacto no custo operacional do harvester foram: valor de aquisição, combustível, manutenção e reparos, depreciação e mão de obra. O valor de aquisição foi a variável mais representativa no custo operacional do forwarder seguida de manutenção e reparos, combustível, mão de obra e depreciação. O valor de aquisição foi a variável de maior influência no custo operacional de ambas as máquinas, pois sua equação apresentou maior ângulo de inclinação em relação ao eixo da abscissa, isso é em virtude do alto custo para adquirir essas máquinas, o que resulta no aumento do custo operacional. A redução de 10% no valor de aquisição das máquinas resultaria na queda de
6% e 7% no custo operacional do harvester e forwarder, respectivamente. A partir da Figura 4, percebe-se que todas as variáveis presentes na análise de sensibilidade do harvester compõem também a análise de sensibilidade do forwarder, porém em ordem diferente. Isso é devido ao forwarder ter um número maior de horas trabalhadas, o que aumenta o seu custo com manutenção e reduz o custo de depreciação, já que a depreciação foi calculada pelo método exponencial. O ponto de equilíbrio do harvester foi de 2.251,76 horas/ano e do forwarder foi igual a 1.100 horas/ano. Mediante isso, se as máquinas foram utilizadas por uma quantidade de horas menor, é aconselhável o aluguel das mesmas ao invés de comprá-las. O forwarder apresentou menor ponto de equilíbrio, porque essa máquina tem menor custo fixo e maior custo variável quando comparados aos do harvester, sendo que quanto menor for o custo fixo e maior for o custo variável, menor será o ponto de equilíbrio. O harvester apresentou uma TIR média de 39%, já o forwarder o valor
caiu para 29%. A menor TIR do autocarregável é devido ao maior custo operacional da máquina, quando comparada ao harvester. A partir da Figura 5 é possível verificar que a receita de ambas as máquinas passa a ser positiva a partir do segundo ano de vida útil das máquinas, sendo que a maior TIR é obtida a partir do terceiro ano tanto para harvester como para forwarder. A partir do quarto ano de vida útil dos tratores avaliados, a TIR começa a decair em virtude do final da vida útil das máquinas, o que diminui a disponibilidade mecânica das máquinas e aumenta o custo com manutenção e reparos. O custo operacional do sistema estudado foi de 161,44 dólares/h, sendo o forwarder responsável por 56% desse valor. As máquinas apresentaram um custo de produção igual a 5,15 dólares/m-3. As variáveis que apresentaram maior influência no custo operacional das máquinas foram: valor de aquisição, combustível, manutenção e reparos, depreciação e mão de obra, porém com representatividades distintas. O harvester precisa trabalhar 2.251,76 horas/ano e o forwarder 1.100 horas/ano para justificar a compra de ambas. O sistema apresentou um retorno .M de 68%. Diego Weslly F. do Nascimento, Haroldo Carlos Fernandes e Paulo Roberto Forastiere, Universidade Federal de Viçosa Elton da Silva Leite Univ. Federal do Recôncavo Baiano
FICHA TÉCNICA
MF5690
Considerada uma colheitadeira multiculturas, a MF5690 da Massey Ferguson vem com sistema híbrido de processamento que utiliza duplo rotor para realizar a separação do produto colhido
A
Massey Ferguson finalizou recentemente a renovação do seu portfólio com o lançamento da colheitadeira híbrida classe IV, a MF5690 nas versões arroz, grãos e multicrop (multiculturas). Esta colheitadeira herda de sua “irmã maior” o sistema híbrido de processamento e design exterior global da marca Massey Ferguson. A MF5690 é a única colheitadeira classe IV do mercado que utiliza o sistema híbrido de processamento. Este sistema utiliza duplo rotor para realizar a separação, aumentando a capacidade de processamento e reduzindo as perdas.
PLATAFORMAS DE CORTE
Para esta versão de colheitadeiras estão disponíveis plataformas caracol e rígidas. A família MF8250 DynaFlex foi desenvolvida sob um novo conceito em termos de corte, recolhimento e alimentação. O projeto foi especial-
Sistema de transporte Turbo descarregador
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mente desenhado para proporcionar um processo de colheita rápido, com entrega suave e uniforme do produto colhido à colheitadeira, sob as mais variadas condições de colheita e tipos de culturas. As plataformas rígidas são projetadas para atender as adversidades das lavouras de arroz irrigado. O novo projeto dos componentes dessas plataformas garante mais qualidade de trabalho, por meio de um fluxo uniforme e com mais velocidade, levando a uma maior capacidade de alimentação e menos perdas.
CANAL ALIMENTADOR
O canal alimentador da MF5690
possui dois modelos. O rígido, destinado a culturas que não necessitam controle automático de altura ou flutuação lateral, como o arroz; e o flexível, para colheita de culturas que necessitam do controle de altura ou flutuação lateral como a soja. Porém, ambos os modelos são compostos por uma esteira de três correntes e travessas bipartidas (desencontradas uma em relação à outra e de alta resistência), transmissão por correias de dois canais de alta capacidade, sistema de engate rápido tipo single point e quando da necessidade, controles de altura e flutuação automáticos. Isso garante a alimentação do sistema de trilha, independentemente da topografia e condições da cultura, buscando sempre manter o fluxo constante e uniforme do material colhido. Exclusivo na versão rígida para a versão arroz, o canal alimentador apresenta materiais resistentes ao desgaste nos pontos que possuem maior contato com
Fotos Massey Ferguson
a cultura.
SISTEMA DE TRILHA
A MF5690, na versão grãos, utiliza o cilindro de trilha de alta inércia periférica composto por oito barras serrilhadas e sobrepostas a barras lisas com peso elevado. Este sistema visa garantir a manutenção do movimento, a conservação de energia e a redução do consumo de combustível, além de auxiliar o sistema a transpor momentâneos incrementos de volume de material a ser processado. No lugar das barras serrilhadas do cilindro, podem ser adicionadas barras com dentes, destinadas à trilha de culturas frágeis como o arroz, por exemplo. As dimensões do cilindro de trilha são: 600mm de diâmetro e 1.252mm, de largura. O côncavo complementa a ação do cilindro e sem os dois a trilha não aconteceria. A construção do côncavo de barras da MF5690 garante alta eficiência devido ao perfeito paralelismo entre este e o cilindro trilha, alto grau de envolvimento (117°) e sua grande área de trilha (0,80m²). O côncavo da MF5690 possui a opção de 11 ou 13 barras e, dependendo da cultura, com mais b a r ra s , t e r e m o s uma trilha mais agressiva, menos barras, menos agressiva. O uso do côn-
O sistema na MF5690 é composto por um tanque de grãos de 5.500 litros de capacidade e tubo de descarga de 86L/S
cavo de barras é recomendado para a colheita de soja, milho, trigo etc. Já a construção do côncavo de “dentes” considera, além do paralelismo, duas barras compostas por “dentes” com posicionamento específico destes, para que exista uma ação de cisalhamento entre o dente do côncavo e do cilindro, ocorrendo a separação dos grãos. O ajuste do espaçamento e inclinação do côncavo em relação ao cilindro é feito através de uma alavanca localizada do lado esquerdo do operador e precisa ser ajustado dependendo da cultura e umidade dos grãos. O cilindro batedor traseiro tem a função de complementar o processo inicial de trilha e alimentar a área de separação. As seis chapas lisas que compõem este componente podem
ser substituídas por barras dentadas (opcional) conforme a necessidade, como colheita de milho ou sementes. Além disto, as seis chapas lisas e a barra raspadora possuem tratamento que endurece superficialmente o material, aumentando a vida útil do componente pela redução do desgaste (disponível para todas as versões). Para facilitar sua manutenção ou substituição das chapas e raspador, a MF5690 disponibiliza uma janela removível próxima ao motor para acesso.
SISTEMA DE SEPARAÇÃO SR
A MF5690 utiliza o exclusivo sistema de separação SR (Separação
Sistema de separação SR
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tações da cabine de operação. A área de limpeza é de 4,26m² e o ventilador, tipo centrífugo, pode ser ajustado para rotações de 600rpm a 1.300rpm.
SISTEMA DE TRANSPORTE E ARMAGENAGEM
Alavanca multifunções traz uma série de controles integrados Estão disponíveis plataformas rígidas para colheita de arroz irrigado
por Rotores). Este é o mesmo sistema utilizado na MF6690 nas versões grãos e arroz. Desenvolvido para a maioria das regiões e culturas da América do Sul, este sistema de separação por rotores permite à colheitadeira uma maior capacidade de processamento. Composto por dois rotores de 3.700mm de comprimento e 470mm de diâmetro, entrega a maior área de separação comparada a qualquer máquina ou sistema da categoria. São 3,1m² de vazão de grelha e 10,2m² de separação radial. Os dois rotores trabalham a uma rotação fixa de 510rpm com sentido de giro contrário, direcionados para o centro, produzindo uma força centrífuga suficiente para a separação dos grãos da palha já trilhada. A parte inicial dos rotores recebe a alimentação do segundo batedor, conduzindo o material entre rotores, grelhas e teto com guias. O teto dos rotores é totalmente vedado e conta com aletas guias helicoidais que facilitam a saída da palha da máquina. Além disso, e independente das versões, as chapas de entrada dos rotores, assim como os rotores, possuem materiais resistentes à abrasão, aumentando a vida útil dos componentes independentemente da cultura a ser colhida. Agosto 2015 • www.revistacultivar.com.br
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SISTEMA DE LIMPEZA
A Massey Ferguson utilizou na MF5690 o conceituado sistema de duplo jato de ar, mais conhecido como dupla cascata. Além disso, o sistema é composto por uma bandeja recolhedora; peneiras superior, inferior e de retrilha; também possui o movimento alternado entre a peneira superior e a inferior, o ventilador é tipo centrífugo, com ajustes de ro-
O sistema na MF5690 é composto por um tanque de grãos de 5.500 litros de capacidade e tubo de descarga de 86L/s. Além disso, o tubo de descarga conta com um alcance de 3,7m para atender com folga plataformas de 20ft (6,1m). O alarme de nível do tanque de grãos mantém o operador sempre informado de sua capacidade e do momento da descarga. Quando da operação de descarga em movimento, a baliza giratória informa ao operador da carreta graneleira o momento da descarga. Todo o processo de descarga é controlado da cabine, através da alavanca multifunção, tudo a um simples toque, onde, ao apertar um botão, o operador aciona o posicionamento do tubo, iniciando
Fotos Massey Ferguson
o processo de descarga. Lanterna adicional ilumina o tubo de descarta para trabalhos noturnos. Como a cultura do arroz tem alta capacidade de abrasão e desgasta componentes que possuem contato direto com esta cultura, foram introduzidas chapas de proteção e estruturais em inox em diversos pontos do sistema, bem como adotou sem-fins com tratamento térmico para resistir à abrasão desta cultura.
CONFORTO OPERACIONAL
A cabine e os controles da colheitadeira MF5690 são projetados para oferecer o melhor conforto e conveniência possível ao operador. A cabine tem vários itens de luxo, como equipamentos de série. O banco do operador com suspensão e apoio para o braço, sistema de controle e monitoramento eficiente e fácil de usar. A cabine incorpora um sistema de
A colheitadeira MF5690 é equipada com o moderno motor AGCO Power 634 DSA, de seis cilindros, turbo, intercooler de 220cv de potência
gerenciamento eletrônico formado pelo terminal C1000, sensores, controladores e sistemas automatizados. Ele centraliza todas as informações funcionais, operacionais e de agricultura de precisão e as integra com todo o monitoramento e controle
dos sistemas do motor, sistema hidráulico, rotação dos eixos, perda de grãos nas peneiras e rotores, disponibilizando de uma forma lógica e de fácil interpretação as informações ao operador. O sistema também armazena os históricos da máquina e de colheita. A alavanca multifunções traz uma série de controles integrados e que facilitam a operação diária de colheita. Essas características promovem ao operador o conforto necessário para um trabalho eficiente e motivado durante todo o tempo que necessita. Nesta alavanca são controlados os movimentos da plataforma de corte (sobe, desce e flutuação lateral), movimentos do molinete (sobe, desce, avanço e recuo) e os movimentos e acionamento do tubo de descarga de grãos.
MOTOR
A colheitadeira MF5690 é equipada com o moderno motor AGCO Power 634 DSA, de seis cilindros, turbo, intercooler de 220cv de potência. Este motor possui alto torque disponível e é de exclusiva aplicação agrícola, ele se caracteriza pela economia e o desempenho superior em qualquer condição de colheita. Os motores AGCO Power estão homoAgosto 2015 • www.revistacultivar.com.br
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logados para trabalhar com diesel ou biodiesel B100, ou seja, 100% biodiesel, desde que sigam as normas estabelecidas do fabricante para este combustível.
TANQUE DE COMBUSTÍVEL
A MF5690 possui um tanque de combustível de grande capacidade, são 470 litros, para assegurar que colheitadeira tenha autonomia suficiente para um dia ou mais de trabalho. Além disso, o tanque conta com um sistema de pré-filtragem para auxiliar e separar impurezas do combustível ou ainda auxiliar na eliminação da água formada internamente devido às variações térmicas. O sistema de direção da colheitadeira Massey Ferguson MF5690 é hidrostático. Possui posicionamento da coluna ajustável e é acionada através de uma bomba hidráulica acoplada ao motor. Este modelo vem equipado com um sistema de transmissão composto por uma caixa de marchas de três velocidades, acionada mecanicamente, através de uma alavanca localizada ao lado direito do assento do operador. A colheitadeira MF5690 possui duas versões de eixo traseiro, um simples, 4x2, e outro com tração auxiliar 4x4. Para ligar ou desligar esta tração auxiliar utiliza-se um interruptor simples de duas posições (Liga/Desliga) localizado no apoio de braço do lado direito do console do operador. A utilização da tração auxiliar ou tração do eixo traseiro é recomenda para trabalhos em solos de baixa sustentação, solos de topografia irregular ou aclives acentuados, com o objetivo de facilitar o deslocamento da máquina.
AGRICULTURA DE PRECISÃO
A colheitadeira MF5690 pode ser Agosto 2015 • www.revistacultivar.com.br
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Massey Ferguson
SISTEMA DE TRANSMISSÃO
equipada com o sistema de mapeamento de produtividade Fieldstar II, que permite ao operador monitorar várias informações da colheitadeira e da colheita. Ele pode personalizar a tela de trabalho para mostrar os campos de controle desejados, como produtividade (base úmida e base seca), umidade dos grãos, capacidade da colheitadeira, velocidade de avanço, nível do tanque de grãos e outros, monitorando-os e gravando-os. Essas informações também serão usadas para gerar registros e mapas de campo georreferenciados, como produtividade, velocidade, perdas, descarga etc, para posterior e completa análise. O registro das informações permite a identificação de gargalos e ineficiências da colheitadeira e/ou da cultura, gerando reflexões importantes sobre a forma de gerenciamento da propriedade. Essa nova geração de colheitadeiras possui o melhor da tecnologia em relação a piloto automático e o nível de precisão pode chegar a 2,5cm. A MF5690 também pode ser equipada com sistema de telemetria, o AGCOMmand, sistema de telemetria desenvolvido pela AGCO. Ele é crucial para esta atividade, pois monitora
cada colheitadeira e sua posição 24 horas por dia, possibilitando o gerenciamento do seu desempenho, produtividade e manutenção. Toda a informação pode ser acessada de um computador remoto ou um dispositivo móvel, como smartphone e tablet com plataforma iOS. Alertas podem ser enviados para o celular ou e-mail para lhe avisar sobre qualquer anormalidade.
SERVICIBILIDADE
O projeto desta colheitadeira procurou manter a simplicidade como carro-chefe. Esta característica permitiu reduzir o número de peças móveis, itens de desgaste e longos períodos de manutenção, sem sacrificar o desempenho e a eficiência de colheita. A MF5690 possui várias janelas e carenagens basculantes, também conta com um sistema eletrônico integrado, simples e projetado para monitorar e controlar estas ações, diminuindo o custo operacional. A MF5690 também está equipada para análise de falhas através do EDT (Eletronic Diagnostic Tool) que realiza diversos diagnósticos no sistema eletrônico da colheitadeira. .M