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Cultivar
Cultivar Máquinas • Edição Nº 160 • Ano XIV - Março 2016 • ISSN - 1676-0158
Índice 4 Rodando por aí
Destaques
7 Projeto de irrigação 10 Especial - Colhedoras de café 14 Especial - Colhedoras de algodão 16 Especial - Colhedoras de canola 20 Ficha Técnica - Landini 23 Eventos - Expodireto 2016 30 Lançamentos - Case IH
Colhedoras Especial sobre colheita mecanizada nas culturas de café, algodão e canola, máquinas utilizadas nestas culturas e ajustes necessários
Projeto de irrigação O que você precisa saber na hora de investir num projeto de irrigação com pivô central
Grupo Cultivar de Publicações Ltda. Direção Newton Peter
• Editor Gilvan Quevedo • Redação Rocheli Wachholz Karine Gobby • Revisão Aline Partzsch de Almeida • Design Gráfico Cristiano Ceia
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Expodireto 2016 Conheça os principais lançamentos e destaques da 17ª edição da Expodireto Cotrijal
Assinatura anual (11 edições*): R$ 269,90 www.revistacultivar.com.br cultivar@revistacultivar.com.br (*10 edições mensais + 1 conjunta Dez/Jan) Números atrasados: R$ 22,00 CNPJ : 02783227/0001-86 Assinatura Internacional: US$ 150,00 Insc. Est. 093/0309480 € 130,00
• Coordenador Comercial Charles Echer • Vendas Sedeli Feijó Rithiéli de Lima Barcelos • Coordenação Circulação Simone Lopes
Capa - Case IH
32 Pontas de pulverização
• Assinaturas Natália Rodrigues Clarissa Cardoso Aline Borges Furtado • Expedição Edson Krause • Impressão: Kunde Indústrias Gráficas Ltda.
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NOSSOS TELEFONES: (53) • GERAL
• ASSINATURAS
• REDAÇÃO
• MARKETING
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3028.2070
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Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados podem solicitá-las à redação pelo e-mail: cultivar@revistacultivar.com.br Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.
RODANDO POR AÍ Pecuária e solo O especialista de produto para solução de pecuária, Carlos Martinatti, e o especialista de produto para solução de preparo de solo, Marcos Balsan, apresentaram no estande da John Deere, na Expodireto 2016, as novidades da marca para estes dois segmentos. Martinatti destacou a carregadora frontal 563 Self Leveling. Balsan deu ênfase à linha de implementos Green System.
Participação O diretor de Vendas da Massey Ferguson, Rodrigo Junqueira, avaliou a participação da marca na Expodireto 2016, no município de Não-Me-Toque, Rio Grande do Sul, como uma excelente oportunidade de estar mais próximo dos clientes. “É um momento importante do ano para os produtores locais, por isso aproveitamos para apresentar nossas soluções agrícolas e tecnologia”, disse.
Rodrigo Junqueira
Novidades O gerente comercial da GTS do Brasil, César Keller, apresentou na Expodireto 2016 os destaques da marca durante a feira. Para o setor arrozeiro, a empresa lançou a carreta Up Grain, com capacidade de 16 mil litros. A plataforma Draper Duallflot, com 50 pés de largura de colheita, construída em alumínio, também chamou a atenção dos visitantes do estande.
Carlos Martinatti e Marcos Balsan
Implementos O supervisor de Marketing de Produto Implementos do Grupo AGCO, Fernando Petroli, destacou os diferenciais da plantadeira Frontier C.F.S. lançada durante a Expodireto 2016 pela Valtra. Destinada a médios e grandes produtores de soja, milho e algodão, a máquina possui capacidade para 1.450 litros de sementes, opções de 11 a 30 linhas e conta com eixo flexível. “É a plantadeira com menos pontos de lubrificação da categoria. Os rolamentos são blindados e as buchas autolubrificantes”, explicou.
César Keller
Tecnologia
Fernando Petroli
Pulverização
A equipe da Metalfor levou para a Expodireto Cotrijal, no município de Não-Me-Toque, no Rio Grande do Sul, equipamentos e soluções em pulverização. O diretor comercial, Guilhermo Zegna, destacou a importância da feira, um dos principais eventos do agronegócio brasileiro para apresentar tecnologias, estreitar ainda mais o relacionamento com clientes e prospectar consumidores potenciais.
A equipe da Jacto levou para a Expodireto equipamentos e soluções em pulverização. O gerente de comunicação da empresa, José Tonon Júnior, destacou a linha de pulverizadores da marca tratorizados e automotrizes. Entre os destaques estiveram o Condor AM-18, o Uniport 2530 e o Uniport 4530. Quem visitou o estande da Jacto também pôde conferir a sala de avaliação de aplicação de defensivos 3D, que utiliza a própria planta para avaliação, com a incorporação de um traçante fluorescente que reage com uma lâmpada especial de luz negra, mostrando como cada tamanho de gota se comporta durante a aplicação do agroquímico.
Nononononono José Tonon (direita)
Agricultura de precisão O gerente de Marketing de Produto ATS e CropCare do Grupo AGCO, Rafael Antônio Costa, participou da Expodireto onde destacou a plantadeira MF 700 CFS para as culturas de soja e milho. O equipamento pode ter configuração com transmissão mecânica ou como opcional taxa variável na semente e adubo.
Rafael Antônio Costa
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Dois em um O coordenador de Marketing de Relacionamento da Stara, Paulo Kreling, destacou durante a Expodireto o mais recente produto da marca. O Imperador 3.0 alia pulverizador e distribuidor de fertilizantes, a partir dos conceitos do Hércules e do Imperador, dois produtos da marca que até este lançamento eram comercializados apenas individualmente.
Paulo Kreling
Praticidade
Crescimento
A Marini levou sua linha completa de kits de rodados para máquinas e implementos agrícolas. A equipe da empresa destacou o kit rodado duplo com sistemas de castanhas, que facilitam a abertura e o fechamento da bitola do rodado.
A LS comemorou a grande aceitação do público e as vendas realizadas na Expodireto 2016. “Nossas vendas foram 15% superiores na Expodireto Cotrijal 2016 em relação ao ano passado”, destacou o diretor comercial da LS, André Rorato, acrescentando que, em momentos difíceis como o que o País está passando, o produtor está buscando soluções que minimizem o impacto dos custos para eles “e nosso trator tem sido esta solução”, garante ele.
Alinhamento mundial
Cristiano Duma, Ronaldo Pereira e André Rorato
Evolution
A Kuhn do Brasil apresentou suas principais máquinas na Expodireto 2016. Uma das novidades é a nova identidade visual do pulverizador autopropelido Parruda Stronger, que agora passa também a ser produzido nas cores tradicionais dos demais equipamentos da Kuhn. De acordo com o diretor-geral da Kuhn do Brasil, Mário Wagner, além da cor, o pulverizador recebeu inúmeras inovações tecnológicas.
Mário Wagner
Gigante
O principal destaque da Jan foi Tanker Magnu 45.000, a maior carreta graneleira da família Tanker, capacidade de transportar 562 sacas de grãos. De acordo com Jerri Rietjens, diretor, e Claudiomiro dos Santos, gerente comercial, o implemento foi desenvolvido para o transporte de grãos em áreas de grande extensão e abastecimento de Jerri Rietjens e Claudiomiro dos Santos fertilizantes em semeadeiras.
Barter
Um dos diferenciais da New Holland na Expodireto foi a modalidade de negócio por Barter, que permite ao produtor adquirir máquinas em troca de soja. De acordo com o novo gerente comercial para o Distrito Sul, Eduardo Nicz, a empresa também ofereceu outras linhas de créditos como Consórcio New Holland e financiamentos via Banco CNH Industrial, além de todas as aquisições feitas através destas modalidades serem beneficiadas com um ano de seguro grátis.
Um dos lançamentos da KF na Expodireto foi a Semeadora Adubadora de Arrasto TG Evolution 35L. Segundo o gerente de Engenharia, Delmar Stasiak, um dos principais diferenciais desta máquina é a grande capacidade dos reservatórios de sementes e adubos em polietileno, 1.280kg e 2.000kg, respectivamente.
Delmar Stasiak
Marketing
Cristiano Conti
A New Holland deu um show com suas principais máquinas na Expodireto 2016. Num espaço reservado para apresentações e test drives, a “empresa possibilitou aos visitantes a experiência de não só ver, mas também operar alguns dos principais lançamentos da marca”, destacou Cristiano Conti, que assumiu recentemente o cargo de gerente de Marketing da New Holland.
Aeros 9040
A equipe da Teejet acolheu os visitantes no seu estande, onde destacou o computador Aeros 9040, que chamou atenção pelo grande número de funções disponíveis. Além das funções básicas, o produto possui corte automático de até 30 seções e monitor de tamanho de gotas em tempo real.
Eduardo Nicz
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Série 130
Cabinado
A equipe de Marketing de Produtos da Case IH estava bastante animada com o sucesso do lançamento da Série 130 de colheitadeiras Axial-Flow, considerada pela empresa um dos maiores lançamentos da história da marca no Brasil. O especialista de Marketing de Produto, Carlos Furlan; o especialista de produto, Eduardo Junior, e o gerente de marketing, Rafael Tonette, que compõem o time de colheitadeiras, receberam clientes no estande para apresentar o novo produto e mostrar os benefícios da nova série.
A Agritech apresentou na Expodireto os tratores 1185 e 1175 com cabines de fábrica, projetadas e produzidas pela própria Agritech. De acordo com o técnico de pós-vendas, Edmur Righetto, a cabine possui excelente área envidraçada, isolamento acústico e itens de segurança, atendendo às solicitações dos clientes.
Edmur Righetto
Direção comercial
Carlos Furlan, Eduardo Junior e Rafael Tonette
Consolidação Eduardo Nunes assumiu recentemente o cargo de gerente comercial de Tratores da Agrale. Com mais de 20 anos de experiência no mercado agrícola, ele tem o desafio de consolidar a participação da Agrale no mercado de tratores acima dos 200cv de potência, que agora ampliou sua gama de produtos com o lançamento do modelo 7215.
Edson Martins
Semeadora para trigo Eduardo Nunes
MF 5690
Valter Grando
A Massey Ferguson deu destaque para as colheitadeiras das classes 4 e 6, lançadas recentemente para completar o portfólio da empresa. De acordo com o especialista em colheitadeiras Valter Grando, a nova colheitadeira classe 4 da Massey Ferguson, a MF 5690, é equipada com um motor de seis cilindros turbo intercooler AGCO Power de 7.4 litros, de 220cv. “Com todo esse conjunto, em condições ideais de uso, a MF 5690 reduz em até 20% o consumo de combustível se comparada com seus principais concorrentes”, explica.
Dyna-4 Na linha de tratores, a Massey Ferguson deu destaque para a Dyna-4, série desenvolvida para trabalhos pesados, composta pelos modelos MF 6711R, MF 6712R e MF 6713R, equipados com motores AGCO Power Turbo de quatro cilindros com 112cv, 122cv e 132cv, respectivamente. “Os equipamentos foram projetados para oferecer potência certa e desempenho incomparável, são o resultado da combinação inédita da transmissão Dyna-4 com os reconhecidos motores da marca”, explica o responsável pelo Marketing de Produtos, Éder Pinheiro.
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Edson Martins assumiu recentemente o cargo de diretor comercial da Agrale. Em sua primeira Expodireto pela Agrale, ele destacou a força da empresa no mercado de tratores para agricultura familiar e também a ampliação da gama de produtos com a chegada do trator 7215, de 215cv de potência.
Éder Pinheiro
Com foco na Semeadora Adubadora Autotransportável da Linha 5056 TR, a Fankhauser participou da Expodireto 2016. De acordo com diretor-presidente da empresa, Pedro Fankhauser, a máquina foi projetada para trabalhar no plantio de trigo em grandes áreas, podendo operar com conjuntos de até 70 linhas.
Pedro Fankhauser (esquerda)
Phoenix 400 O novo integrante da família de pulverizadores autopropelidos da Pla do Brasil é o modelo Phoenix 400, com tanque de quatro mil litros, apresentado na Expodireto. De acordo com o diretor comercial, Renato Silva, o principal diferencial reside na autonomia e nas barras de até 40 metros em fibra de carbono, que garantem leveza ao equipamento.
Renato Silva e Thomas Lorenzzon
IRRIGAÇÃO
Como escolher? Cultivar
A aplicação de água por pivô central assegura elevada uniformidade de distribuição e potencializa uma eficiência de aplicação que se aproxima de 85% a 90%. No entanto, antes de adquirir o equipamento uma avaliação criteriosa do sistema deve ser feita
O
sistema de irrigação mecanizado com deslocamento radial, comumente denominado pivô central, constitui, há muito tempo, o principal representante da irrigação por aspersão, em proporção da área irrigada. Configura uma área irrigada circular e apresenta inúmeras vantagens, notadamente em grandes áreas, quando comparado a outros sistemas de irrigação. Ao mesmo tempo, apesar do reconhecimento do seu destacado potencial, não se deve ignorar o princípio que estabelece a inexistência de um sistema de irrigação ideal, que
apresenta somente vantagens. Portanto, conforme ocorre em qualquer sistema de irrigação, existem algumas limitações que devem ser criteriosamente consideradas. Aos produtores interessados na aquisição desse sistema, recomenda-se, preliminarmente, identificar suas principais características, para avaliar seu potencial de desempenho em diferentes condições. O pivô central representa a expressão máxima da automação em irrigação por aspersão, condição que favorece um período operacional diário próximo a 21 horas, respeitando, apenas, o perí-
odo de três horas de pico na demanda, determinado pela concessionária de energia elétrica local. O aumento do período operacional diário reduz a vazão do projeto, com suas reconhecidas vantagens dimensionais e econômicas, associadas à redução da potência da unidade de bombeamento, do diâmetro da tubulação ou, alternativamente, da perda de carga hidráulica por atrito no processo de condução de água em todo o sistema. As maiores vantagens associadas ao pivô central são manifestadas em áreas circulares, totalmente livres de obstáculos. Nessas condições, uma irrigação termina exatamente onde deve iniciar a próxima, eliminando percursos inoperantes, que desgastam o equipamento e aumentam os custos. Tanto a redução da área irrigada, que deve ser desenvolvida em setores de um círculo, quanto a presença de obstáculos, como edificações, linhas de transmissão de energia elétrica, estradas, cercas, árvores, drenos, canais, erosões localizadas etc, impedem a execução completa do círculo e, portanto, restringem a manifestação das principais vantagens do sistema. A aplicação de água enquanto o equipamento se desloca na área irrigada assegura uma elevada uniformidade de distribuição e potencializa uma eficiência de aplicação que se aproxima de 85% a 90%, superior, portanto, à maioria dos principais sistemas de irrigação disponíveis. O custo do equipamento aumenta proporcionalmente com o comprimento da tubulação, enquanto que a área irrigada aumenta com ocomprimento elevado ao quadrado. Portanto, o custo por unidade de área diminui à medida que aumenta o comprimento do equipamento, sendo muito competitivo em áreas entre 40 hectares (357m de comprimento) e 120 hectares (618m de Março 2016 • www.revistacultivar.com.br
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Fockink
A aplicação de água num sistema de pivô central tem elevada uniformidade de distribuição, com uma eficiência de aplicação próxima dos 90%
comprimento). Pode-se observar que a área aumentou três vezes, enquanto o comprimento aumentou apenas 1,73 vez. Por essa razão, o pivô central raramente constitui a melhor alternativa econômica em áreas reduzidas, quando comparado a outros sistemas alternativos. A regulagem da velocidade de rotação, através do percentímetro disponível no painel de controle operacional, permite variar a lâmina média aplicada por rotação do equipamento, procurando satisfazer, dentro de certos limites, a exigência hídrica da cultura. Outra destacada vantagem é sua adaptação às práticas de cultivo mínimo e a semeadura direta na palha, muito utilizadas em culturas extensivas, desenvolvidas para satisfazer programas para a conservação do solo e da água. Também, como todos os sistemas pressurizados, pode incorporar com facilidade a quimigação, particularmente a fertirrigação, que consiste na aplicação de produtos químicos (fertilizantes) via água de irrigação. Outro aspecto a ser considerado é que o dimensionamento baseia-se nas condições topográficas da área do projeto e, também, envolve a localização Março 2016 • www.revistacultivar.com.br
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de uma adutora, que deverá conduzir a vazão requerida ao ponto central da área irrigada. Assim, o equipamento é integrado à área para a qual foi dimensionado e, portanto, oferece algumas dificuldades dimensionais e operacionais para ser deslocado para outras áreas. O consumo de energia, destinado tanto para o acionamento da motobomba de irrigação, quanto para o deslocamento do equipamento na área irrigada, não pode ser considerado reduzido. Por essa razão, deve-se, preferencialmente, optar por energia elétrica no sistema trifásico, para assegurar a operação do sistema. O acionamento a motores a diesel, em geral, ultrapassa em larga proporção o custo do acionamento à energia elétrica. A relação de custos para acionamento a óleo diesel e energia elétrica pode ser avaliada, multiplicando-se a relação entre o custo do litro de óleo diesel e do kWh por 0,3. Por exemplo, se o diesel custar R$ 2,80/L e a energia elétrica R$ 0,30/ kWh, o acionamento por motores a óleo diesel custará 2,8 vezes (ou 180%) o custo por acionamento elétrico. Deve-se considerar ainda que o custo de aquisição e manutenção de motores elétricos é inferior ao diesel. Por outro lado, a ins-
talação de inversores de frequência nos motores elétricos trifásicos favorece a regularização da pressão nas diferentes condições topográficas que o sistema percorre em seu deslocamento radial na área irrigada, melhorando a uniformidade de precipitação e reduzindo o consumo de energia. As áreas irrigadas circulares proporcionam uma redução de 21,5% da área cultivada em relação àquela definida pela forma quadrangular, cuja aresta é igual ao diâmetro irrigado. Os dispositivos mecanizados, propostos para a irrigação dos quatro cantos definidos pelas áreas quadrangulares, não têm sido bem aceitos pelos irrigantes, pelo acréscimo de custo e pelas dificuldades operacionais. Em geral, essa área reduzida não é convertida em área irrigada. Também, não se deve ignorar que o pivô central apresenta limitações quando as condições topográficas revelam declividades superiores a 5%. O aumento da declividade implica em redução da distância entre as torres de sustentação, que também abrigam os componentes responsáveis pelo deslocamento, o que aumenta o custo, além de comprometer a distribuição da pressão na área irrigada e a própria estabilidade estrutural do equipamento. Como todo sistema com alta frequência na aplicação de água, o pivô central favorece as perdas por evaporação da água aspergida sobre a vegetação e a superfície do solo. Infelizmente, existem limitações dimensionais do equipamento, que impedem a aplicação de lâminas mais expressivas que poderiam reduzir a evaporação. A tubulação condutora de água integra a estrutura mecânica do equipamento. O diâmetro desta tubulação pode variar ao longo do comprimento, procurando proporcionar uma perda de carga hidráulica tolerável no sistema. A condição hidráulica do sistema pivô central é desfavorável, em relação aos sistemas com deslocamento linear na área irrigada, uma vez que grande parte da vazão é destinada às partes
se converter em um processo erosivo. A redução do alcance do jato aspergido pelos aplicadores de água de baixa pressão (sprayers) agrava o problema, notadamente quando instalados em pendurais que se aproximam da superfície vegetativa. Portanto, deve-se escolher aspersores com maior alcance do jato, além de providenciar a execução de um eficiente processo de terraceamento no solo, para evitar a manifestação de graves prejuízos ambientais. Diferentemente dos sistemas por aspersão convencional, onde os bocais dos aspersores devem ter as mesmas dimensões, no pivô central os bocais são dimensionados especificamente para cada posição que o aspersor ocupa na tubulação. Portanto, uma atenção especial deve ser dedicada quando for solicitada a substituição de aspersores eventualmente danificados ou obstruídos. O sistema pivô central apresenta dificuldades operacionais em culturas Cultivar
mais distantes da tubulação. Até a metade do comprimento do equipamento são consumidos apenas 25% da vazão total do sistema, ou seja, ainda restam 75% da vazão no interior da tubulação, para serem distribuídos na metade final do equipamento. Esta característica aumenta a perda de carga hidráulica no interior da tubulação e, consequentemente, a potência da unidade de bombeamento associada ao sistema. Para evitar que essa condição interfira na operação dos aspersores, recomenda-se instalar um regulador de pressão para uniformizar a precipitação de água na área irrigada. Outro aspecto dimensional desfavorável é que a vazão de aplicação de água aumenta com o comprimento do equipamento, podendo se tornar crítica nas partes mais distantes do ponto central. Nesses locais, é comum a vazão de aplicação exceder a capacidade de infiltração da água no solo, o que pode
com porte elevado, como as frutíferas arbóreas. A alternativa de aumentar a altura do equipamento, quando possível, traz complicações de estabilidade estrutural, principalmente em condições topográficas Finalmente, há a necessidade de assegurar uma assistência técnica rápida e especializada, uma vez que os sistemas com alta frequência operam no limite entre o consumo pela vegetação e a reposição de água ao solo. Assim, não há muita versatilidade operacional, que poderia compensar a redução na quantidade de água disponível no solo, causada pela interrupção da irrigação. Por essa razão, recomenda-se proceder um rigoroso programa de manutenção recomendado pelo fabricante, para reduzir a possibilidade de prejuízos causados .M por interrupções operacionais. Edmar José Scaloppi, FCA/Unesp
Case IH
ESPECIAL - COLHEDORAS
Ajuste minucioso Ter uma colhedora bem regulada não garante apenas alcançar maior eficiência de colheita, preservar as plantas e a máquina pode também evitar danos no cafeeiro que venham a comprometer safras futuras e causar grandes prejuízos
N
a busca pela redução de custo e melhoria da qualidade do produto final, os cafeicultores investem cada vez mais na colheita mecanizada, seja seletiva (duas ou três passadas), objetivando derriçar apenas frutos cerejas e maduros, ou plena (apenas uma passada), objetivando derriçar todos os frutos da planta, com estágio de maturação mais adiantado. O mercado de máquinas oferece novidades e disponibiliza ao cafeicultor diversos modelos de colhedoras de café, as quais possuem sistemas de regulagem Março 2016 • www.revistacultivar.com.br
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que influenciam diretamente na eficiência de derriça e de colheita. Para regular adequadamente uma colhedora é necessário entender seus diferentes mecanismos e também a situação da lavoura, tarefa difícil e desafiadora ao cafeicultor, visto que há diferentes modelos de máquinas disponíveis no mercado e variações na planta de café ao longo da safra. Além disso, o nível de informações técnicas que relacionam máquina, planta e condições do ambiente, disponíveis pelos próprios fabricantes de colhedoras, seja em manuais ou catálogos, ainda é
carente. Considerando estas questões, a orientação do cafeicultor para uma melhor regulagem da colhedora é de importância fundamental, visando alcançar maior eficiência de colheita, preservando as plantas e a máquina. Sabe-se que ainda não há uma “receita de bolo” para regulagem das colhedoras, ou seja, não existe uma recomendação exata e única para ser aplicada em qualquer lavoura. Existem muitas variáveis da máquina, da planta e do ambiente a considerar para a orientação da colheita mecânica por vibração.
Danos causados à máquina por falta de manutenção ou má regulagem do equipamento
Fotos Luiz de Gonzaga Ferreira
Danos causados por má regulagem das colhedoras
A colheita mecânica do café pode ser realizada por colhedoras automotrizes ou por colhedoras tracionadas, que necessitam da fonte de potência de um trator para tracioná-las. As colhedoras automotrizes possuem potência que variam de 55cv a 132cv, de acordo com o fabricante. Já as colhedoras tracionadas necessitam de tratores com média potência, na faixa de 65cv – 75cv, de preferência traçado, devendo todos possuírem o sistema redutor de velocidade. Regular a colhedora é uma etapa essencial para uma colheita bem-sucedida. Uma colhedora mal regulada pode causar danos ao cafeeiro e comprometer safras futuras, além de causar também danos à própria máquina. Dentre os principais danos causados ao cafeeiro estão quebra de ponteira, ferimento do tronco principal da planta, quebra de ramos laterais e
aumento da desfolha. Entre os principais danos causados à máquina podem ser citados a perda e quebra de varetas, a quebra das paletas recolhedoras, o embuchamento dos transportadores, a quebra de mola do sistema de vibração, os desgastes excessivos de correntes e correias transportadoras, o desalinhamento dos contrapesos do oscilador, o superaquecimento do motor e até a ruptura de partes estruturais da colhedora. As condições de terreno também devem ser observadas: se a topografia é inclinada ou plana, se possui obstáculos como pedras, se há ruas sem saída ou árvores entre as linhas de plantio, informar também se houve algum manejo de subsolagem ou escarificação do solo nos últimos dois anos no local a ser colhido, o que pode dificultar a passagem da colhedora posteriormente. É fato que
Diferentes regulagens e velocidades
esses danos podem também ocorrer devido a uma operação inadequada, consequência, muitas vezes, da falta de habilidade prática e do conhecimento do operador. É importante que ele conheça e saiba interagir os fatores velocidade de operação, vibração dos cilindros agitadores e regulagem do freio desses cilindros (agressão). Os fatores velocidade e vibração podem ser entendidos através da Figura 1: a vibração dos cilindros agitadores deve variar de 750 ciclos por minuto até 950 ciclos por minuto. Muitas vezes se observam vibrações acima de mil ciclos por minuto, que não é recomendado, podendo trazer danos às plantas e também para a máquina. A vibração pode ser medida através de um tacômetro ou por meio de um medidor digital, de dentro da cabine da colhedora ou no painel de controle, caso for uma colhedora tracionada. Quanto mais próximo de 950 ciclos por minuto,
Como calcular o melhor índice de vibração
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Fotos Case IH
FREIO ACIONADO POR CINTA
Pesquisas têm mostrado que regular a colhedora baseando-se somente na velocidade de operação e vibração dos cilindros agitadores não é suficiente
maior a vibração aplicada na planta, quanto mais próximo de 750, menor a vibração aplicada. É dever do operador ou do gestor de colheita avaliar o estado da planta quanto à maturação dos frutos em relação ao seu principal objetivo, colher seletivamente o café ou fazer uma colheita total. Quanto à velocidade, pode variar de 900 a 1.600 metros por hora. Quanto mais lento a colhedora passar pelo cafeeiro, maior a carga de vibração aplicada, ou seja, maior o tempo de exposição da máquina vibrando na planta. Quanto mais rápida a colhedora, menor o tempo de exposição desta na planta, então, menor a carga de vibração aplicada. Frutos verdes necessitam de maior carga de vibração, consequentemente, menor deve ser a velocidade de operação para derriçar esses frutos. Frutos mais maduros se desprendem dos ramos com mais facilidade, não sendo necessário aplicar alta carga de vibração na planta. Nada impede de se regular uma colhedora com 1.600m/h de velocidade e 950 ciclos/min de vibração ou menor velocidade e maior vibração. A atenção deve estar em conciliar essas informações com o estado da planta. Quanto menor a velocidade de operação e maior a vibração, maiores as chances de derriçar frutos verdes, porém, maior a tendênMarço 2016 • www.revistacultivar.com.br
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cia de desfolhar mais a planta e maior o risco de quebra de ramos. Sabe-se que a desfolha não depende somente da regulagem, mas da adequada operação e também do estado da planta. Uma das formas de regulagem é através do índice I, na qual a vibração deve ser dividida pela velocidade (metodologia proposta pelo professor doutor Fábio Moreira da Silva – Ufla). Se a opção for por uma colheita seletiva, as regulagens da colhedora devem obedecer tal situação que o índice I deve estar entre 0,5 e 0,7. Se a opção for por uma colheita plena, o índice deve estar entre 0,8 e 1. Caso o valor estiver fora dessas opções, a orientação é para mudar a vibração ou a velocidade até atingir a faixa que corresponde ao tipo de colheita pretendida. Veja Figura 2. Essas informações têm orientado o produtor na regulagem desses fatores. Porém, mais recentemente, pesquisas têm mostrado que regular a colhedora baseando-se somente na velocidade de operação e vibração dos cilindros agitadores não é suficiente. É necessário conciliar também o freio dos cilindros de varetas (agressão), considerado importantíssimo na eficiência de derriça, pois está relacionado às amplitudes de vibração das varetas. Existem dois sistemas de freio: freio acionado por cinta e freio hidráulico.
Este freio é utilizado pela maioria dos fabricantes de colhedoras. É um sistema que utiliza uma cinta envolta dos cilindros agitadores, possui molas nas pontas que são fixadas por meio de parafusos com porca e contraporca. Necessita de ferramentas para sua regulagem e de uma balança portátil para aferir o torque do cilindro. É necessário aferir ambos os cilindros, conforme metodologia proposta por Sales (2011), sendo de 8kgf a 10kgf. Nestas regulagens, Ferreira Júnior (2014), através de instrumentação, encontrou as maiores amplitudes de vibração das varetas. Atenção deve ser tomada para o local correto de se posicionar a balança de aferição desse torque, que deve estar numa vareta da terceira flange inferior do cilindro e a balança fixada na ponta da vareta, a 450mm do ponto de fixação do cilindro. Esse é um detalhe importante e que muitas vezes é deixado de lado, mascarando assim o valor correto do torque. É um sistema mecânico, requer certo tempo para acertar a regulagem e sua inspeção deve ser diária durante a colheita, uma vez que o sistema fica suscetível às impurezas do ambiente, orvalho e até mesmo à própria elasticidade do material devido ao aquecimento ocasionado pelo atrito constante, podendo assim perder a regulagem inicial desejada.
FREIO HIDRÁULICO
O sistema de freio hidráulico dos agitadores possui uma forma de regulagem mais simples. Os cilindros de varetas, além de vibrarem, giram acionados por motor hidráulico, aumentando ou diminuindo a rotação dos cilindros, consegue-se aumentar ou diminuir a agressão. A recomendação é para contar o número de voltas dos cilindros no intervalo de um minuto, devendo estar entre 1,5 a 2,5 voltas por minuto. É um sistema simples, fácil e rápido de aferir, obtendo uma agressão de mesma proporção para
Divulgação
os dois cilindros agitadores, com uma única regulagem. Os valores determinados de torque (8kgf a 10kgf ou 1,5 a 2,5 voltas por minuto) são recomendações que proporcionam maior eficiência de derriça e menos danos ao cafeeiro. Outras regulagens na colhedora devem ser verificadas, como velocidade dos transportadores recolhedores, sistema de limpeza e altura da colhedora, pois estão diretamente relacionados com a perda de frutos no chão. Orienta-se, também, considerar as variáveis da planta, uma vez que já se conhece os fatores de regulagem de uma colhedora. Dentre as variáveis da planta, pode-se citar: • Vigor (estado nutricional da planta, coloração das folhas, hidratação): está relacionado com o índice de desfolha e perda de ramos. • Porte (altura, largura da saia, quantidade de ramos plagiotrópicos secundários e terciários): influencia na perda de frutos no chão, perda de frutos que foram derriçados, porém, tem sua queda impedida pela grande massa de folhas e ramos da planta e também tem influência com a quebra de varetas da colhedora, dependendo da regulagem. • Manejo (recepa e desbrota): plantas mais antigas e que não foram conduzidas com o manejo da desbrota influenciam negativamente na eficiência de derriça e positivamente na quebra de vareta, já lavouras que sofreram recepa baixa e que não tiveram os ramos novos conduzidos somente
Luiz mostra as melhores regulagens para colher café com qualidade
no sentido da linha de plantio, acabam aumentando a abertura das paletas recolhedoras (“espinha de peixe”) e aumentando o espaço que permite a queda de frutos no chão. • Carga pendente (litros por planta): deve ser observada a velocidade da colhedora para que dê tempo da colhedora derriçar e recolher os frutos, sem que ocorra embuchamento nos transportadores. • Alinhamento de plantio: requer maior habilidade do operador, aumentando as chances de perda de frutos no chão através da irregularidade causada no sistema de recolhimento da colhedora. • Maturação dos frutos (porcentagem de grãos verdes, cereja e maduros): influencia na eficiência de derriça e é fator primordial na tomada
de decisão do momento certo para se iniciar a colheita. • Força de desprendimento dos frutos: tem relação direta com a eficiência de derriça. Essa força varia de cultivar para cultivar. Todas essas observações devem ser tomadas pelo gestor de colheita ou pelo próprio operador da colhedora, o qual tem papel fundamental na operação de colheita e por isso deve ser muito bem orientado e treinado, caso contrário, o cafeicultor terá prejuízos, pois não adianta ter uma máquina em boas condições, lavoura com boa carga, boa condição topográfica e um operador despreparado. Muitos cafeicultores têm se beneficiado com os treinamentos oferecidos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), entidade que tem levado o conhecimento teórico diretamente ao campo, de forma prática e objetiva, transmitindo o conhecimento ao homem do campo, de forma simples e eficaz. Na propriedade cafeeira, estar com uma equipe bem treinada é fator primordial no gerenciamento da colheita mecanizada, visto a necessidadede um maior entendimento da relação máquina/planta/ambiente, para que se faça uma regulagem mais precisa, colha os frutos com qualidade, preservando a lavoura e obtendo .M êxito no processo. Luiz de Gonzaga Ferreira Júnior, Ufla/Cemes/Senar - MG Fábio Moreira da Silva, Ufla
John Deere
ESPECIAL - COLHEDORAS
Colheita eficiente
Com o alto investimento exigido na cultura do algodão, o processo de colheita, um dos últimos a ser realizado, deve evitar perdas em quantidade e qualidade. A rentabilidade do cotonicultor está associada ao processo de colheita, e este deve reduzir as perdas ao máximo
C
onsiderando o alto investimento que é exigido na cultura do algodão, é de extrema importância avaliar a eficiência da máquina utilizada no processo de colheita. O que evidencia a eficiência da colhedora, nada mais é que a boa regulagem da máquina e a capacitação elevada do operador, o momento adequado de colheita, o bom manejo da lavoura, entre outros fatores. Por isso, a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), representada pelo grupo de Máquinas e Mecanização, com estudantes de graduação e pós-graduação, em parceria com o Instituto Mato-grossense do Algodão (IMA), desenvolveu trabalhos no estado do Mato Grosso com o objetivo de avaliar a eficiência da colhedora, variando velocidade de trabalho e ausência e presença de placa de raspagem. Março 2016 • www.revistacultivar.com.br
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A eficiência é calculada em razão das perdas ocorridas durante o processo de colheita e da produtividade da lavoura. Perdas em quantidade e qualidade influenciam negativamente na rentabilidade do cotonicultor. O trabalho foi realizado em uma propriedade agrícola na região da Serra da Petrovina, município de Pedra Preta (MT), na safra 2013/2014, utilizando a variedade de algodão FM 975 WS, com o cultivo de algodão adensado (espaçamento entre linhas de 0,45m). O delineamento experimental utilizado foi de blocos casualizados, em esquema fatorial 2x3, sendo presença e ausência da placa de raspagem e três velocidades de trabalho (0,61m/s, 1m/s e 1,42m/s), com sete repetições, totalizando 42 parcelas experimentais. As placas de raspagem têm a função de manter a planta do algodão
na área de colheita por mais tempo, permitindo uma maior exposição à ação de colheita nos fusos. Assim, essas placas permitem que os fusos agarrem as cápsulas, ao mesmo tempo em que mantêm o algodão na planta para a colheita, ao invés de derrubar essas cápsulas no chão. As placas são afuniladas do fundo ao topo para posicionar os fusos a uma distância igual, após o afunilamento dos fusos, o que ajuda o serrilhado dos fusos a pegar o algodão da cápsula. As dimensões das parcelas eram de 108m² (3,6m x 30m). A máquina utilizada foi uma colhedora do tipo Picker VRS, da marca John Deere, com duas unidades de colheita espaçadas entre si a 0,45m, que foi conduzida pelo mesmo operador durante o experimento, observando a velocidade de deslocamento. Para determinar as
Hiago Zanetoni
Cintia Baravieira
velocidades de trabalho foi demarcada uma distância de 50 metros e monitorado o tempo que a máquina gastou para percorrer essa distância. Foram realizadas três repetições para obter o tempo médio de deslocamento da máquina em 50 metros. Antes da passagem da colhedora, foram estimadas a produtividade e as perdas de pré-colheita, utilizando-se uma demarcação de área conhecida de 4,5m² (5m x 0,9m), dentro da qual foi coletado manualmente todo o algodão presente nas plantas para a estimativa da produtividade e o algodão na superfície do solo compôs as amostras de perdas de pré-colheita. As amostras de perdas pós-colheita foram obtidas pela coleta manual do algodão que permaneceu na planta, bem como o algodão que caiu na superfície do solo pela ação da máquina após a passagem da colhedora, utilizando a mesma demarcação de 4,5m². Todas as amostras foram acondicionadas em sacos plásticos, de acordo com o tamanho das amostras,
Caracterização das perdas pós-colheita aérea e de solo, respectivamente
identificadas com etiquetas e escritas diretamente nos sacos e devidamente armazenadas para serem encaminhadas ao laboratório do Instituto Mato-grossense do Algodão, no município de Primavera do Leste (MT), onde foram analisadas e mensuradas. A determinação da eficiência foi realizada conforme Rodriguez (1977) (Equação 1): Picker Eficiência =
100 × produtividade
produtividade + perdas pós colheita
Após estudo em programa estatístico de análise de variância e testes de médias, não houve interação significativa na eficiência de colheita em função da presença e ausência de placas de raspagens e em função das velocidades de colheita avaliadas, ou seja, a variação de velocidades analisadas e a utilização de placas de raspagens na plataforma de colheita não influencioaram na eficiência da colhedora picker VRS nesse estudo. .M
Colhedora Picker VRS utilizada no experimento
Cíntia Michele de C. Baraviera, Renildo Luiz Mion, Hiago Henrique R. Zanetoni e Nayra Fernandes Aguero, UFMT
Tabela 1 - Médias da eficiência da colhedora em função da velocidade de deslocamento e ausência e presença das placas de raspagem na colheita de algodão adensado. Serra da Petrovina (MT), 2014 Velocidade (m s-1) V1 V2 V3
Eficiência Placa Eficiência 87,48a Ausência 88,16a 88,41a Presença 87,91a 87,81a Cabral
Renildo Mion
Placas de raspagem retiradas das unidades de colheita
Área experimental Serra da Petrovina e colheita manual dos capulhos antes da passagem da colhedora
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ESPECIAL - COLHEDORAS
Colheita dinâmica
Fotos Carlos Pizolotto
A colheita mecanizada da cultura da canola no Brasil é realizada com diversos sistemas de manejo com o apoio de máquinas específicas ou colhedoras convencionais
A
cultura da canola vem se constituindo em mais uma alternativa econômica a ser incorporada aos sistemas de produção de grãos no Sul do Brasil. Devido às suas características, os produtores podem se valer da mesma estrutura de máquinas disponíveis em suas propriedades, utilizá-la em esquemas de rotação de culturas, particularmente com o trigo. Além disso, a cultura promove a redução do inóculo de fungos necrotróficos, que comprometem a qualidade e o rendimento de grãos de trigo (a exemplo de Fusarium graminearum e Septoria nodorum) e oportuniza a produção de óleo vegetal no inverno (os grãos colhidos no Brasil apresentam em torno de 38% de óleo). O cultivo da canola traz benefícios para as culturas leguminosas em sucessão. Pode-se tomar como exemplo as culturas da soja e do feijão, e de gramíneas como o milho, onde reduz problemas causados por diplodia e cercosporiose, quando cultivadas em sucessão aos cultivos de inverno. Entretanto, em sistemas de rotação de culturas, a canola Março 2016 • www.revistacultivar.com.br
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deve anteceder preferencialmente uma cultura monocotiledônea, pois é hospedeira da doença conhecida como mofo branco, causada pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum. A maturação desuniforme e a deiscência natural das síliquas são características da cultura, que determinam perdas de grãos antes e durante a colheita. Por este motivo, quando se utiliza a colheita com corte direto, no ponto de maturação natural, ocorrem perdas significativas. Uma vez iniciada a operação de colheita, levando em conta apenas o amadurecimento das primeiras síliquas, as demais, que ainda não estão maduras e aptas à colheita, são prejudicadas, pois os seus grãos ainda apresentam baixo teor de matéria seca por não ter sido completado o enchimento de grãos. Por outro lado, se a colheita for realizada tardiamente (maturação das síliquas mais atrasadas) serão potencializadas perdas por debulha na colheita e em pré-colheita. Para realizar a colheita da canola, o produtor rural dispõe de três diferentes alternativas: corte-enleiramento e posterior recolhimento-debulha (implica
em duas operações mecanizadas), dessecação química prévia à colheita direta e corte direto no ponto de maturação natural.
DESSECAÇÃO QUÍMICA PRÉVIA
A dessecação química prévia (Figura 1) promove a maturação mais uniforme da cultura, além de controlar plantas daninhas que poderiam de alguma forma dificultar o processo de colheita dos grãos. No entanto, por acelerar a maturação das plantas, as torna mais suscetíveis a perdas por debulha caso ocorram ventos e precipitações pluviais excessivas. O herbicida deve ser aplicado quando 60% a 75% dos grãos mudarem de cor (da cor verde para a cor marrom) e o intervalo entre a pulverização e a colheita deve ser no mínimo de uma semana. Levando em conta as condições climáticas, no caso de ocorrência de excesso de chuvas ou ventos fortes, as perdas poderão ser aumentadas em comparação à colheita direta sem uso de dessecantes. A dessecação química em pré-colhei-
Tabela 1 - Perdas de grãos de canola (kg/ha), em pré-colheita e colheita, Tabela 2 - Rendimento de grãos de canola (kg/ha) em função de diferentes em função de diferentes manejos para a colheita mecanizada. FAMV/UPF, sistemas de manejo da colheita, com umidade corrigida para 10%. FAMV/ Passo Fundo (RS), 2014 UPF, Passo Fundo (RS), 2014 Manejo M1 - Corte-enleiramento M2 - Dessecação química com diquat M3 - Dessecação química com glufosinato de amônio M4 - Corte direto na maturação natural
Adesionante Grip® Com Sem 233 b 285 c 266 b 327 b 175 c 242 d 342 a 389 a
Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente entre si, maiúscula na linha e minúscula na coluna, pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
ta representa um custo adicional ao produtor rural, mas por outro lado pode ser vista como uma antecipação do manejo de plantas daninhas em pré-semeadura da cultura sucessora. Com o objetivo de reduzir o efeito do herbicida dessecante sobre as perdas de grãos de canola em pré-colheita e na colheita, o mercado oferece produtos com ação adesionante, que podem ser adicionados à calda de pulverização do herbicida. O adesionante Grip (látex + surfactante) pode ser utilizado isoladamente ou combinado aos herbicidas na dessecação química em pré-colheita. O adesionante funciona como um agente adesivo, favorecendo a deposição e a retenção do produto aplicado sobre as síliquas, fixando e reduzindo o escorrimento da calda pela ação da chuva ou qualquer forma de irrigação por sobre a cultura. Nesta modalidade de colheita, a mesma deve ser iniciada tão logo o teor de água dos grãos atinja o valor adequado (máximo de 18%), ou seja, a operação deve ser realizada no máximo 14 dias após a pulverização do herbicida. Outro indicador do ponto de colheita é que a cultura está pronta para ser colhida, quando a maioria das síliquas está seca e quando agitadas produzem um som semelhante ao de um guizo.
Manejo M1 - Corte-enleiramento M2 - Dessecação química com diquat M3 - Dessecação química com glufosinato de amônio M4 - Corte direto na maturação natural
Adesionante Grip® Com Sem A 1.555 a B 1.497 a A 1.357 b B 1.300 b A 1.556 a B 1.492 a A 1.262 c B 1.225 c
Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente entre si, maiúscula na linha e minúscula na coluna, pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
mudam da cor verde para a cor marrom. Como os processos de fecundação, enchimento de grãos e a maturação iniciam na base da planta e evoluem para o ápice dos ramos, os grãos das síliquas que se situam na base amadurecem e trocam de cor antes dos grãos que estão localizados nas síliquas do ápice. O ponto ideal para a realização do corte-enleiramento é quando os grãos das síliquas, localizados na ponta dos ramos produtivos, ainda estão verdes, mas firmes o suficiente e não se rompem ao serem rolados entre os dedos polegar e indicador. Na maioria das vezes as plantas de canola estarão no ponto adequado para o corte-enleiramento durante um período de apenas três a cinco dias. A partir do corte-enleiramento, a cultura
vai secando e estará pronta para a colheita em aproximadamente oito dias sob clima seco, e até 15 dias em períodos com maior umidade, devido à ocorrência de chuvas. Então, tendo-se como exemplo uma planta de canola adulta, e dividindo-a em três partes (terços: inferior, médio e superior), a planta estará apta para a realização do corte-enleiramento quando: o terço superior apresentar a maioria dos grãos verdes, firmes e teor de umidade de 40% a 45%; e o terço médio apresentar 90% dos grãos firmes e na cor verde e 10% dos grãos amarelos a marrom, com 30% a 40% de umidade; o terço inferior apresentar grãos com maturação mais adiantada, de cor amarela para cinza/ preto, e com 20% a 30% de umidade.
CORTE-ENLEIRAMENTO
O manejo de colheita com corte-enleiramento por muito tempo foi realizado quando 30% a 40% dos grãos do ramo principal (ápice) da planta começavam a alterar a sua cor. A partir de pesquisas recentes, o ponto de corte-enleiramento recomendado é quando 60% dos grãos
Plataforma de corte-enleiramento, fabricada pela empresa Produfort
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Fotos Carlos Pizolotto
Plantas de canola aos sete dias após a dessecação química em pré-colheita
A colheita da canola pelo processo de corte-enleiramento tem por objetivo reduzir os riscos gerados pela ocorrência de grãos esverdeados e contribui para a qualidade de grãos que é exigida para serem obtidas as melhores classificações e preços. Para tanto, é necessário que se faça a inspeção do campo de cultivo a cada dois ou três dias para que se possa observar, assim, a mudança de cor nas primeiras síliquas presentes na parte inferior da haste principal (20 a 30 dias após o término da floração). Além da consequente redução das perdas de grãos nas síliquas das partes baixas das plantas e da eliminação de plantas daninhas junto à massa de palha, outra vantagem apresentada pelo corte-enleiramento é a maturação mais uniforme dos grãos, de sete a dez dias antes da colheita com corte direto no ponto de maturação natural, com menor exposição das plantas a chuvas fortes, granizo e vento, no período que antecede a colheita, onde o processo de debulha de grãos é mais acentuado. O corte-enleiramento pode ser realizado com uma série de variedades de plataformas especiais. Atualmente fabricam-se no Sul do Brasil plataformas para corte-enleiramento adaptáveis a colhedoras-automotrizes. Essas utilizam-se de uma esteira que tem seu funcionamento perpendicular ao sentido do deslocamento da colhedora e concentra as plantas em uma leira. Quando utilizadas plataformas de corte-enleiramento, a navalha de corte deve começar a atuar logo abaixo dos ramos laterais presentes na haste principal. A canola enleirada deve estar pronta para a colheita, quando o teor de umidade dos Março 2016 • www.revistacultivar.com.br
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grãos se aproximar de 10%, ou menos, o que vem a ser verificado entre cinco e 14 dias após o corte-enleiramento. A colheita das plantas que foram enleiradas (recolhimento das leiras) deve ser realizada preferencialmente com plataforma equipada com mecanismo recolhedor (“pick-up”) com esteira, a qual recolhe e conduz as plantas para o mecanismo de trilha da colhedora. Após determinado número de dias, que será em virtude das temperaturas e da umidade ambiental desde o corte-enleiramento, o teor de água dos grãos estará bem próximo aos 10%, que é o teor de referência indicado para a comercialização e também próximo para o armazenamento de curto prazo que é em média de 9% a 10%. O recolhimento das leiras também pode ser realizado através de colhedoras automotrizes, equipadas com plataformas especiais para o recolhimento de culturas enleiradas ou com máquinas equipadas com plataformas de colheita de cereais de inverno e soja. Quando o recolhimento ocorre com plataforma de colheita de cereais de inverno e soja, as plantas daninhas presentes na lavoura e os caules remanescentes de canola, que ainda continuam verdes, são cortados e recolhidos, causando aumento do teor de água dos grãos colhidos. Isso também causa uma redução de área foliar das plantas daninhas remanescentes, prejudicando a absorção de herbicidas empregados no manejo dessas plantas que antecede a semeadura do cultivo subsequente. A solução que se apresenta de forma mais promissora é o recolhimento das leiras por meio da plataforma recolhedora, pois essa apresenta como principal vantagem o não recolhimento de plantas daninhas e caules verdes de canola, o que proporciona grãos mais secos e limpos.
COLHEITA COM CORTE DIRETO
Para a colheita com corte direto no ponto de maturação natural, a cor predominante dos grãos é o melhor dos indicadores. A cor das plantas em si e
dos caules é mau indicador, pois os grãos secam antes que os caules e as hastes das plantas. Para este tipo de colheita, quando é chegada a maturidade fisiológica, deve-se determinar diariamente o teor de água dos grãos, para assim ser identificado o melhor momento para a realização da colheita, pois em dias quentes e secos, a secagem e a deiscência dos grãos ocorrem mais rapidamente, aumentando assim as perdas por debulha. Essa modalidade de colheita deve ter início quando o teor de água dos grãos estiver no máximo em 18%. A partir desse ponto, se houver previsão de chuvas e ventos, deve-se colher a canola, passar os grãos pelo processo de pré-limpeza e secagem o mais rápido possível. As primeiras áreas a serem colhidas devem ser as que estão livres de plantas daninhas, para diminuir assim a disseminação de sementes dessas invasoras. Quando iniciada a colheita, e o teor de água nos grãos estiver acima de 10%, é preferível que se colha nas horas mais quentes do dia, pois o elevado volume de massa verde que precisa passar pela colhedora torna mais difícil a separação dos grãos. Já quando a colheita é realizada com baixa umidade dos grãos e do ambiente é preferível evitar as horas mais quentes e secas do dia, para reduzir as perdas por debulha na plataforma. Dentre as plataformas utilizadas para a colheita de grãos encontradas no mercado nacional, ganha destaque a plataforma Draper, na qual o sem-fim de alimentação é substituído por um par de esteiras transversais e uma longitudinal. Isso proporciona maior uniformidade na alimentação das colhedoras e aumento da capacidade de colheita das máquinas entre 15% e 20%. Com a utilização destas plataformas na colheita da cultura da canola, se obtém considerável redução de perdas, devido à sua geometria, às suas regulagens e à redução de atrito entre as plantas e as partes móveis da máquina.
RESULTADOS EXPERIMENTAIS
Em experimentos pelos autores no ano de 2014, no município de Passo
Fundo (RS), foram utilizados quatro sistemas de manejo de colheita, com ou sem a aplicação do adesionante Grip, sendo esses: M1: corte-enleiramento; M2: dessecação química com diquat; M3: dessecação química com glufosinato de amônio; M4: corte direto na maturação natural (testemunha). A dose utilizada para ambos os herbicidas foi de 2L/ha e para o adesionante Grip® de 1L/ha. O acúmulo de chuvas entre a realização da dessecação química prévia até a colheita com corte direto no ponto de maturação natural e o recolhimento das leiras foi de 49mm. Sendo que as chuvas ocorridas entre a dessecação química prévia e a colheita das plantas dessecadas totalizaram 47mm. Havendo um incremento de precipitação de 2mm até a colheita com corte direto no ponto de maturação natural e o recolhimento das leiras. Observou-se que os manejos de colheita de canola apresentaram diferenças entre si. A dessecação química prévia com a utilização dos herbicidas diquat e glufosinato de amônio e o corte-enleiramento apresentaram perdas de pré-colheita e colheita inferiores à testemunha. A dessecação química prévia com glufosinato de amônio + Grip e colheita posterior com corte direto apresenta perdas de pré-colheita e colheita inferiores, quando comparada aos demais manejos (Tabela 1). O uso do adesionante Grip reduziu as perdas de pré-colheita e colheita da cultura da canola nos manejos de colheita, nos quais foi realizada a dessecação química prévia, em relação àqueles manejos onde não foi aplicado o adesionante (Tabela 1). Nestes casos o adesionante foi misturado com os herbicidas diquat e glufosinato de amônio na calda de aplicação, sendo esta aspergida sobre as plantas. A redução nas perdas de pré-colheita e colheita de grãos onde foi utilizado o adesionante confirma a informação repassada pelo fabricante, de que o Grip permite uma melhor deposição e permanência dos defensivos agrícolas sobre a folha, protegendo os herbicidas de ação de contato das perdas por escorrimento e lavagem pela ação de
chuvas, reduzindo significativamente as perdas de grãos por debulha. Em relação ao rendimento de grãos, a dessecação química prévia com glufosinato de amônio, com ou sem a aplicação do adesionante Grip, apresentou os melhores resultados quando comparada aos demais manejos de colheita adotados (Tabela 2). A prática de cortar e enleirar as plantas acelerou e uniformizou a secagem dos grãos, reduzindo as perdas por debulha e potencializando o rendimento de grãos, mesmo com a ocorrência de chuvas entre a realização do corte-enleiramento e o recolhimento das leiras climáticas, através da formação de uma massa compactada, com a metade da altura das plantas que permanecem em pé em cultivos convencionais, a qual reduz o impacto das gotas de chuva. A dessecação química em pré-colheita, no final do ciclo da canola, facilitou o manejo na colheita, pois favoreceu a secagem e a queda das folhas, além da rápida redução da perda de água nos grãos e da maior uniformidade no período próximo ao ponto de maturidade fisiológica, reduzindo as perdas por debulha e consequentemente gerando incremento no rendimento de grãos. A utilização do adesionante Grip reduziu as perdas na colheita, potencializando o rendimento de grãos, quando comparado aos tratamentos
que não receberam a aplicação do mesmo, demonstrando assim que a eficiência da utilização de herbicidas em conjunto com o adesionante Grip em dessecação química em pré-colheita da canola contribui para um melhor desempenho da cultura.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O manejo da colheita com corte-enleiramento ou com dessecação química prévia é alternativa que reduz significativamente as perdas na colheita e permite obter maiores rendimentos de grãos em canola. A realização do corte-enleiramento com ou sem a aplicação do adesionante Grip, no estádio indicado, quando 60% dos grãos do ápice da planta mudam da cor verde para a cor marrom, reduz as perdas de pré-colheita e colheita e permite maiores rendimentos de grãos, quando comparado aos manejos de colheita com dessecação química prévia e colheita com corte direto na maturação natural. O corte-enleiramento também proporciona a maior redução do teor de água dos grãos colhidos e a secagem mais uniforme dos mesmos, reduzindo assim .M os custos com secagem. Carlos Augusto Pizolotto, Walter Boller, Nadia Canali Lângaro e Gilberto Omar Tomm, UPF
Protótipo de uma plataforma equipada com mecanismo recolhedor com esteira Produfort, para o recolhimento de leiras de canola
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FICHA TÉCNICA
Landpower
Com dois diferentes modelos de tratores, a série Landpower da Landini oferece motorizações de 142cv e 183cv de potência
A
tradicional empresa italiana Landini, com 132 anos no mercado, comercializa no mercado mundial tratores de 50cv a 320cv, exclusivamente para aplicação na agricultura. No Brasil a empresa produz suas máquinas na fábrica de Contagem, Minas Gerais, de onde saem os recém-lançados tratores Landpower 150 e Landpower 190. Os tratores, com design moderno e tecnologia europeia fabricados no Brasil com código Finame, possuem transmissão de 72 marchas, o maior número de velocidades da categoria, com reversor e super-redutor de série, que proporciona maior desempenho e produtividade, menor consumo de combustível, maior conforto e ergonomia para o operador.
CABINE MASTER CLASS
A Landini possui todo know-how do processo produtivo de suas cabiMarço 2016 • www.revistacultivar.com.br
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nes e plataformas, de toda sua gama de tratores. Cabine que pertence à família Master Class, projeto moderno, feita atendendo aos padrões de exigência de normas europeias que privilegiam design, conforto e ergonomia. O interior das cabines da marca se destaca pela modernidade, pelo amplo espaço de condução, pelo excelente posicionamento dos botões e alavancas de acionamento, garantindo maior conforto e ergonomia para a operação. Outra característica da cabine Master Class Landini Stile é o ângulo de visibilidade de 360 graus para o operador, proporcionado por uma estrutura metálica de apenas quatro pontos de fixação e duas portas de acesso de vidro inteiriças. O sistema de ar-condicionado possui todos os comandos de controle localizados na parte superior da cabine através de um único
painel. A circulação do ar acontece pelos diferentes dutos localizados de forma estratégica no interior da cabine. Conta também com sistema de filtragem de dois filtros que garantem maior conforto e segurança para o operador.
MOTOR
O modelo Landpower está equipado com motores FTP, da família NEF, motores de alta performance projetados de pela Landini, que prometem uma combinação de alta potência e alta reserva de torque, com baixo consumo de combustível. O capô que protege o motor tem ângulo de abertura de 90 graus, que facilita o acesso às inspeções periódicas e às manutenções preventivas e corretivas.
TRANSMISSÃO
O modelo Landpower está equipado com transmissão fabricada
ideal para cada tipo de operação e aplicação. Esta transmissão proporciona uma versatilidade de aplicações de marchas, com velocidade mínima de 330m/h e velocidade máxima de 39km/h. O bloqueio do diferencial da transmissão possui o sistema TwinLock, que consiste em um acionamento eletro-hidráulico, onde em um simples toque no botão aciona simultaneamente o bloqueio do diferencial do eixo dianteiro e o traseiro. Este botão fica localizado à direita do operador, garantindo fácil acesso, maior conforto e ergonomia na operação.
Fotos Landini
EIXO DIANTEIRO
pela própria Landini, de 72 marchas, com reversor e super-redutor de série. Esta combinação de velocidades proporciona maior desempenho e produtividade, maior conforto e ergonomia para o operador e menor consumo de combustível por oferecer um escalonamento de marchas mais adequado, com uma velocidade
O trator Landpower está equipado com uma tração dianteira ZF que possibilita um ângulo de giro de 51 graus, característica importante para manobras em espaços estreitos. A tração 4x4 é eletro-hidráulica, acionada por um simples toque no botão, possui o sistema Spring On, que consiste em um sistema composto por uma mola acionada eletro-hidraulicamente. Em situações de motor desligado, a mola atua mantendo a tração 4x4 acionada, garantindo maior segurança.
dpower é hidrostático, garantindo maior precisão no acionamento, maior conforto e segurança. A válvula de comando IBS, além de oferecer maior conforto e ergonomia, garante maior eficiência por reduzir a distância de frenagem em até 50%, proporcionando maior segurança em operações de transporte. Este sistema também pode ser montado como opcional nos implementos.
O sistema de freio da linha Lan-
O sistema hidráulico desta série
FREIOS
Capô do motor bascula 90 graus facilitando acesso para manutenções
SISTEMA HIDRÁULICO
A cabine tem ângulo de visibilidade de 360 graus para o operador, proporcionado por uma estrutura metálica de quatro pontos de fixação, duas portas de acesso de vidro inteiriças e painel de comando localizado à direita do operador
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Fotos Landini
Sistema de ar-condicionado possui controle na parte superior da cabine, dutos estrategicamente localizados e sistema de filtros para aumentar a segurança
é de alta vazão, fornecido pelo fabricante Bosch, com duas bombas de engrenagem em linha, proporcionando uma capacidade de vazão de 90L/min, permitindo a utilização em diferentes tipos de aplicação. A capacidade de levante do sistema hidráulico também chama muita atenção para este produto. Pode ser ajustado em duas posições, proporcionando maior versatilidade de aplicação. Os comandos eletro-hidráulicos do levantador são acionados através de um painel que está localizado de forma ergonômica à direita do operador; este é um sistema moderno acompanhando a tendência do mercado europeu.
Existe também um comando de acionamento localizado na parte de trás do para-lama traseiro, aumentando a produtividade e otimizando tempo de operação. O trator possui comando triplo de série, com função Float/Motor hidráulico, Standard e Kick-out. Um joystick localizado à direita do operador faz a função de duas válvulas auxiliares do comando. Uma terceira alavanca também localizada à direita faz a função da terceira válvula.
TOMADA DE FORÇA
O modelo Landpower possui uma embreagem da tomada de força independente com duas velocidades de série (540/1.000rpm), sistema
multidisco em banho de óleo, seu acionamento é eletro-hidráulico através de um toque no botão que fica localizado à direita do operador. Outra característica dos produtos Landini também presente no modelo Landpower é a função de acionamento da TDF no modo independente ou proporcional ao deslocamento do trator. Ou seja, no modo independente, uma vez definida a velocidade de 540rpm ou 1.000rpm, a TDF não tem variação com o deslocamento do trator. Já no modo proporcional a velocidade da TDF varia proporcionalmente ao deslocamento do trator, até mesmo invertendo o sentido de direção do trator. O mesmo acontece no sentido de rotação da TDF. Esta variação proporciona maior versatilidade de aplicação, otimizando tempo e os .M custos operacionais.
Tabela
Especificações Técnicas Motor FPT injeção direta Turbo e Intercooler Potência ISO (CV) Potência na tomada de força ISO (CV) Rotação Nominam (RPM) Torque máximo (Nm) Reserva de Torque % Cilindrada (cm3) Cilindros
Os tratores Landpower possuem transmissão de 72 marchas, com reversor e super-redutor de série, e motores de 142cv e 183cv de potência
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150
190
142,8 183,5 120 159 2200 2200 585 714 29% 28% 6728 6728 6 6
EVENTOS
Expodireto
Expodireto 2016
Com mais de 210 mil participantes a 17ª edição da Expodireto Cotrijal, realizada em Não-Me-Toque (RS), foi palco de vários lançamentos nacionais das principais montadoras de máquinas agrícolas
M
ais de 210 mil pessoas visitaram o parque de exposições da Cotrijal para participar da 17ª edição da Expodireto, que aconteceu de 7 a 11 de março em Não-Me-Toque (RS). Este ano o número de expositores teve um acréscimo de 5%, subindo de 530 em 2015 para 554 em 2016. Mesmo assim, a Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas – CSMIA/ Abimaq avaliou que os negócios reduziram 23% entre os associados da entidade em relação à edição de 2015. A organização da feira divulgou que o volume total comercializado no evento foi de R$ 1.581.768.000, volume considerado satisfatório diante do atual cenário econômico. Mesmo com a redução no número de negócios, a edição deste ano foi palco de inúmeros lançamentos de máquinas agrícolas. A Revista Cultivar Máquinas conferiu o que cada empresa lançou e destacou no evento.
PLA
A Pla lançou na Expodireto o maior pulverizador do portfólio da marca, voltado para médias e grandes propriedades. O modelo Phoenix 400 possui tanque de quatro mil litros. Seu principal diferencial reside na autonomia de uso por conta do maior espaço para abastecimento, rendimento e cobertura de solo. Apesar de se tratar de máquina de grande porte, as barras de até 40 metros em fibra de carbono garantem leveza ao equipamento. Também foram destaques da marca na feira o pulverizador de três mil litros Taurus 300, com túnel de vento, e o Hydra 200, menor equipamento na família Pla, mas com a mesma tecnologia e eficiência das máquinas maiores. O produto foi responsável por mais de 50% do faturamento da empresa em 2015.
MASSEY FERGUSON
A Massey Ferguson aproveitou a Expodireto para apresentar a planta-
deira MF 700 CFS, com caixa central de sementes, maior capacidade de adubo, mais autonomia de plantio, monitoramento de cultivo, taxa variável e ampla gama de opcionais. Com versões de 11 a até 30 linhas a plantadeira pode ser configurada ainda com opções de sementes mecânicas ou pneumáticas. Com sistema CFS (Central Fill System) a máquina é equipada com reservatório único com capacidade para 1,45 mil litros, o que resulta em redução do tempo de parada para a alimentação do conjunto. Em colheitadeiras a Massey destacou os modelos MF 5690 e MF 9695. Em tratores foi mostrada a série Dyna-4, composta pelo MF 6711R, o MF 6712R e o MF 6713R.
AGRIMEC
A Agrimec apresentou a carreta graneleira Granbox Triflex, com dois canos que operam simultaneamente no abastecimento de adubo e sementes, o que agiliza o trabalho das plantadeiras. Março 2016 • www.revistacultivar.com.br
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Fotos Cultivar
A Pla lançou o modelo Phoenix 400, o maior pulverizador do portfólio da marca, voltado para médias e grandes propriedades
Disponível em modelos duas rodas, possui divisória na proporção de 30% para sementes e 70% para adubo. Multifuncional, pode ser usada nas operações de colheita, onde é possível remover a divisória, assim como o cano menor utilizado para descarregar as sementes. O modelo exposto na feira, com capacidade para 15.500 litros, possui 5.070mm de comprimento, 3.840mm de altura com pneus, 4.490mm de altura de descarga, largura de 3.480mm, diâmetro de cano de 420mm, rotação de 300rpm, tempo de descarga de 4,4 minutos e peso de 2.100 quilos.
equipamento reside no fato de que pode trabalhar no sistema de Taxa Variável, que funciona mediante programação específica e determina a distribuição de sementes e fertilizantes de acordo com a configuração preestabelecida por agrônomo. A marca destacou também tratores da família BT, com os modelos BT150 (150cv), BT170 (170cv), BT190 (190cv) e BT210 (215cv), a colhedora classe 6 BC6800, o pulverizador BS3020H, as enfardadoras Challenger SB34 e Challenger RB452, além de soluções em agricultura de precisão como o aplicativo móvel Go-Task.
A Valtra lançou na feira a plantadeira Nova Frontier CFS (Central Fill System). Dotada de reservatório único para a colocação de sementes, a máquina ajuda o produtor a ganhar tempo no abastecimento. O diferencial deste
A Stara apresentou o Imperador 3.0, autopropelido que reúne pulverizador com barras centrais e um distribuidor de fertilizantes, integrando na mesma máquina os conceitos do pulverizador Imperador e do distribuidor Hércules,
VALTRA
STARA
Carreta graneleira Granbox Triflex, com dois canos, foi o lançamento da Agrimec
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A Massey Ferguson apresentou a plantadeira MF 700 CFS, com caixa central de sementes e maior capacidade de adubo
dois produtos que individualmente já faziam parte da mesma marca. Projetado para realizar em momentos distintos pulverização de defensivos e a distribuição de nutrientes, o novo produto promete aumento de eficiência nas operações na lavoura e redução dos custos operacionais. Com o Imperador 3.0 é possível parcelar as aplicações de nitrogênio e de fungicidas, com a manutenção do mesmo rastro. O equipamento permite a troca de marchas com a máquina andando, o que possibilita manter a velocidade de aplicação. É equipado com o controlador Topper 5500 e Telemetria Stara. Possui motor MWM Turbo de 205cv. Os reservatórios têm capacidade para 2,7m³ de fertilizante, 2.400 litros de calda e 240 litros de água limpa. A velocidade de trabalho é de 8km/h a 25km/h, tanto na pulverização quanto na distribuição. No transporte, com a máquina vazia, é
A Valtra lançou a plantadeira Nova Frontier CFS (Central Fill System), com reservatório único para a colocação de sementes
possível atingir 42km/h.
METALFOR
A Metalfor expôs o pulverizador autopropelido 7040. Equipado com motor Cummins Turbo, com seis cilindros e 152hp, conta com tanque de combustível de 350 litros, o que auxilia na autonomia de trabalho. Já o tanque de produto tem opções de capacidade nominal de 3.500 litros, 3.000 litros e 2.500 litros, construído em polietileno injetado de alta densidade, com quebra-ondas interior e agitadores hidráulicos. A bomba centrífuga de acionamento hidráulico tem capacidade de 49 mil litros por hora.
JACTO
A Jacto lançou pulverizadores de grande e pequeno porte. No segmento de acoplados o Condor 800 AM -18 chega para aumentar a linha de produtos da mesma família, com barras de 18 metros, com acionamento hidráulico. Segundo o fabricante, o produto proporciona vantagens como ser 17% mais rápido no mesmo tempo de cobertura da área e redução de 22% em perdas por amassamento dos cultivos. Em automotrizes houve o lançamento de dois modelos. O Uniport 4530 possui reservatório de 4,5 mil litros e barras de pulverização de 36 metros, com capacidade para pulverizar até 80 hectares por hora. Um dos diferenciais fica por conta do sistema direcional
Unitrack, nas quatro rodas, que permite manobras mais rápidas e precisas com menor raio de giro. Já o Uniport 2530 foi formatado para trabalho nas mais diversas condições de terrenos, pulverizando em rampas de até 30%. Conta com reservatório de 2,5 mil litros e 30 metros de barra. O vão livre fixo é de 1,60 metro.
JOHN DEERE
Dentre os destaques da John Deere na Expodireto esteve a linha de implementos Green System. Para preparação do solo foram apresentadas grades niveladoras com espaçamento de 195mm, para uso em tratores com potência de 80hp a 150hp. A estrutura reforçada com quadro tubular de aço e os chassis de tubos soldados com regulagem de espaçamento e lubrificação em banho de óleo permanente favorecem a eliminação da soqueira, os torrões e os aglomerados de argila. A estrutura do chassi foi desenvolvida para o preparo do solo em diferentes terrenos e culturas, permitindo uma profundidade de trabalho de até 150mm com largura de corte que varia de 2,5m a 9m, dependendo do modelo e da versão. Máquinas já conhecidas pelos produtores da região, como os tratores utilitários da Série 5E 5078E, 5085E e 5090E, e os modelos 5055E, 5065E e 5075E, além do fruteiro 5075EF, muito utilizado em culturas como a maçã, foram destaques no estande da John De-
A Metalfor expôs o pulverizador autopropelido 7040. Equipado com motor Cummins Turbo, com 6 cilindros e 152 HP
A Stara apresentou o Imperador 3.0 autopropelido
ere. As colheitadeiras Série S, modelos S550 e S660, também foram expostas na feira pela marca.
GTS
A plataforma Draper Duallflot chamou a atenção dos visitantes no estande da GTS do Brasil, na Expodireto 2016. Voltado para a colheita de grãos como soja e trigo, o equipamento é o maior da categoria, com 50 pés. Construída em alumínio, tem como característica o peso 30% mais leve em relação a outros modelos convencionais, o que, segundo o fabricante, resulta em menor compactação do solo e consumo de
O grande lançamento da Jacto foi o Uniport 4530 com reservatório de 4,5 mil litros e barras de 36 metros
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Fotos Cultivar
Dentre os destaques da John Deere na Expodireto esteve a linha de implementos Green System
combustível. Equipado com sensores, em conjunto com a barra de corte, o produto ajusta a regulagem do molinete mesmo em condições severas de uso, o que objetiva reduzir a perda de grãos.
NEW HOLLAND
A New Holland fez um show de dinâmicas de máquinas aos visitantes da Expodireto, apresentando o funcionamento, desempenho e os diferenciais das suas máquinas e os equipamentos. Além dos espetáculos que ocorriam duas vezes por dia no campo de demonstração da feira, os produtores também puderam realizar test drive com a colheitadeira CR9060 com plataforma Draper, os tratores T6 e TL com a pá carregadeira frontal. A New Holland também destacou a linha de tratores T6, composta por três modelos – T6.110 (com 112cv), T6.120 (com 123cv) e T6.130 (com 134cv). Esta série veio para atender de
pequenos a grandes produtores brasileiros que trabalham com agricultura ou pecuária, mas exigem alta tecnologia. Outro destaque foi a plantadeira PL5000, que tem caixa central de sementes com capacidade para mais de mil quilos por chassi, com reservatórios de fertilizantes que armazenam até seis toneladas de adubo, cerca de 10% acima das outras máquinas do mesmo segmento.
CASE IH
A Case IH apresentou, com exclusividade durante a Expodireto, a evolução do sistema de colheita Axial-Flow, com o lançamento de colheitadeiras da Série 130, composta de quatro modelos: 4130 (da classe 5), 5130 e 6130 (da classe 6) e 7130 (da classe 7), contendo três versões para rizicultura. As classes 5, 6 e 7 são usadas em todas as regiões do Brasil e representam mais de dois terços do mercado de colheitadeiras de
A New Holland fez um show de dinâmicas de máquinas aos visitantes da feira, além de destacar a linha de tratores T6
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A plataforma Draper Duallflot chamou a atenção dos visitantes no estande da GTS do Brasil
grãos no país. O lançamento da Série 130 é considerado um dos maiores da história da empresa no Brasil, por conta do investimento no desenvolvimento do projeto, em testes de campo e na preparação de uma linha de montagem exclusiva na fábrica de Sorocaba (SP). Desenvolvida sob o conceito Efficient Power da Case IH, a série promete recursos tecnológicos para o agricultor produzir mais com custos operacionais menores, maior produtividade da categoria, colheita fácil em qualquer condição com melhor qualidade. A Série 130 é equipada com novos motores eletrônicos FPT NEF6 e Cursor 9, com maior reserva de potência e menor consumo de combustíveis.
FANKHAUSER
A Fankhauser apresentou na Expodireto a Semeadora Adubadora Autotransportável da Linha 5056 TR. Esta máquina foi desenvolvida para o
A Case IH apresentou a evolução do sistema de colheita AxialFlow, com o lançamento de colheitadeiras da Série 130
Semeadora Adubadora Autotransportável 5060TR da Fankhauser
trabalho em grandes áreas, devido à sua autonomia de plantio e à facilidade no deslocamento. Está disponível em versões a partir de 30 linhas, podendo chegar até 70 linhas em dois corpos.
SEMEATO
A Semeato apresentou a semeadora para grãos graúdos SSM FFi, com 13 ou 15 linhas. A máquina conta com reservatório de sementes de alta capacidade, com facilidade no abastecimento e na limpeza. Ela possui sistema de distribuição de sementes VS Vacuum System que trabalha junto com um sistema autocompensador chamado Semedrive, que elimina as correntes e engrenagens da linha, fazendo com que as sementes sejam distribuídas individualmente com o menor número de falhas possível. A SSM FFi conta com reservatório único de sementes, em polietileno rotomoldado, com capacidade para 1.050
A Semeato lançou a semeadora para grãos graúdos SSM FFi com 13 ou 15 linhas
quilos, onde as sementes são conduzidas através de fluxo de ar até as linhas de plantio, onde estão os distribuidores VS Vacuum System. A transmissão dos distribuidores de adubo e semente funciona através de um sistema eletro-hidráulico, gerenciado pelo monitor do trator através do sistema Isobus. As alterações de dosagens de sementes e fertilizantes também são realizadas no monitor. O sistema possibilita também a aplicação de taxa variável em adubo e semente.
KF
A Industrial KF destacou a Semeadora Adubadora de Arrasto TG Evolution 35L, indicada para semeadura de culturas de inverno. Ela possui sistema de chassi triplo com 35 linhas de plantio pantográficas que se adaptam aos diferentes tipos de terrenos. Possui reservatórios de sementes e adubos
Um dos destaques da KF foi a Semeadora Adubadora de Arrasto TG Evolution
em polietileno, com capacidade para 1.280kg e 2.000kg, respectivamente. A linha de plantio possui discos duplos de 15x15” e compactador duplo. Como opcionais, a TG Evolution pode ser equipada com kit de transporte com sistema de rodado hidráulico, pistão de levante do cabeçalho e marcadores de linha. A KF também destacou o pulverizador autopropelido Ákila e a Carreta Graneleira 30.000L.
MARINI
A Marini destacou o kit rodado duplo ou de fixação de rodas com sistema de castanhas que possibilita mudar a bitola abrindo ou fechando o espaçamento sem tirar a roda, de forma simples e rápida. O kit de rodas especiais é indicado para aplicações em pulverização, pela facilidade de alteração de bitola que se adapta aos espaçamentos das diferentes culturas.
Trator R60 Cabinado foi o grande destaque da LS Tractor na Expodireto
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Fotos Cultivar
AGRALE
Kit rodados com fixação com sistema de castanhas foi destaque da Marini
LS TRACTOR
A LS Tractor apresentou para os visitantes da Expodireto o trator cabinado R60, com motor LS Tractor Tier III de 60cv de potência. A cabine do R60C oferece um padrão de ergonomia de nível internacional, baixo índice de ruído, fácil acesso a todos os comandos. Este modelo possui tomada de potência independente operada a partir do painel, direção hidrostática, controle remoto independente, transmissão 32x16 com super-redutor, eixo frontal blindado e o menor raio de giro da categoria. A LS Tractor também expôs todos os modelos das linhas R, U e P.
A Agrale apresentou na Expodireto seu mais recente lançamento, o trator 7215, que se destaca pelo baixo consumo de combustível e pelo alto desempenho, equipado com motorização MWM de 215cv de potência, transmissão com 16 velocidades (12 à frente 4 à ré) sendo cinco velocidades na faixa de 5km/h a 9km/h. A cabine é equipada com ar-condicionado que garante maior conforto e segurança, sistema de piloto automático (tecnologia embarcada/opcional), e alta vazão no sistema hidráulico (192L/min). Ideal para grandes áreas, principalmente no cultivo de grãos, em função de suas características que proporcionam economia operacional e garantem uma ótima relação custo/benefício. Outra novidade na feira, o trator Agrale 4233 com potência de 30cv, tração integral 4x4, sendo o primeiro modelo isodiamétrico (rodados do mesmo tamanho) produzido no Brasil. Com proposta inovadora, possui dimensões reduzidas, o que permite ao operador trabalhar mais próximo do solo e amplia a segurança em terrenos irregulares e íngremes, tornando-se ideal para trabalhos em culturas baixas e estreitas, como na viticultura (uva latada), fruticultura e avicultura, entre outras. A Agrale também expôs os produtos destinados à agricultura familiar e financiados por intermédio do programa Mais Alimentos, como os modelos da Linha 4000, líder no mercado de tratores
O grande lançamento da Agrale no ano foi o 7215, o maior trator da marca
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de baixa potência há mais de 40 anos.
AGRITECH
A Agritech lançou na Expodireto 2016 o trator 1185 S Turbo Cabinado, que além da cabine nova, conta com uma série de diferenciais de fábrica. As cabines são equipadas com estruturas (monobloco) de proteção contra capotamento (EPCC), a porta traseira é ampla e de grande abertura, os controles do ar-condicionado possuem botões de comandos com fácil acesso. Como sistemas de ar quente e ar frio, a renovação do ar da cabine ocorre por meio de um sistema eletrônico, que funciona com um simples toque em um botão. O operador também tem à sua disposição todo o acionamento das alavancas lateralmente, resultando em mais conforto e praticidade. O trator 1185S possui ainda motor Yanmar Turbo de 85cv, câmbio sincronizado, sistema de direção hidrostática, eixos robustos, sistema de refrigeração integrado e levantador hidráulico com Sistema Autolift.
JAN
A JAN lançou o maior integrante da família Tanker Magnu, com o modelo 45.000, uma carreta graneleira com capacidade e transportar 562 sacas de grãos. Foi desenvolvida para o transporte de grãos em áreas de grande extensão e abastecimento de fertilizantes em semeadeiras. Possui depósito e caixa de captação confeccionados em
Trator 1185 S Turbo Cabinado foi o grande lançamento da Agritech
O modelo 45.000 lançado pela Jan é o maior integrante da linha Tanker Magnu
chapa de aço inox, articulação do tubo superior de descarga, através de cilindro hidráulico equipado com sistema de travamento mecânico, sistema de alimentação do tubo de descarga por gravidade.
KUHN
A Kuhn do Brasil apresentou ao público da Expodireto o pulverizador autopropelido Parruda Stronger que, além de identidade visual com as cores da Kuhn, apresenta também diversas inovações tecnológicas. O Stronger tem motor MWM turbo diesel de 215cv e camisa úmida removível, o que gera facilidade na manutenção e pesa 12,8 toneladas quando com tanque cheio. Devido à força do motor e da transmissão hidrostática de bomba dupla, este autopropelido possui capacidade de rampa de 28% e pode trabalhar aplicando a velocidade de 36km/h. Ele possui sistema de alta e baixa vazão de pulverização na mesma máquina, podendo aplicar entre 10-310L/ min. A amplitude na altura de pulverização varia entre 50cm e 2,96m, com vão livre de 1,80m. O Stronger possui barras de 40 metros fabricada em alumínio estrutural, com o exclusivo sistema de amortecimento Kuhn Equilibra, pulverização dividida em nove seções e pacote completo de agricultura de precisão. A Kuhn também destacou o distribuidor de fertilizantes Accura ST 5000 e a semeadora Quadra na versão Adubo
Parruda Stronger nas cores da Kuhn foi o grande destaque da empresa na Expodireto
e Semente.
TEEJET
A Teejet Technologies lançou o Aeros 9040, um computador de bordo para utilização em aplicações de insumos. Ele possui características básicas como guia sobre vídeo RealView, modos de passada como reta AB, curva AB, última passada, próxima linha e correção A+, além de suporte para piloto automático eletro ou hidráulico. O Aeros 9040 possui suporte de sinal GPS submétrico e sinal de GPS corrigido, dupla entrada de USB que permite a transferência de arquivos e conexão para outros dispositivos. Possui também porta para Ethernet e
Computador de bordo Aeros 9040 foi lançado pela Teejet Technologies
WiFi para transferência de dados, corte automático de até 30 seções e monitor de tamanho de gotas que permite acompanhamento em tempo real.
MIAC
A Miac apresentou o arruador soprador ASM-2H, com largura de trabalho do equipamento regulável através de pistões hidráulicos, que facilita o ajuste da largura de trabalho, principalmente em pomares onde a largura entre linhas não é uniforme. O equipamento originalmente projetado para a varredura de lavouras de café, agora também está sendo oferecido e comercializado para produtores de maçã, pela praticidade do implemento. O ASM-2H possui dois discos varredores de borracha e pode ser tracionado por tratores a partir de .M 65cv de potência.
Arruador soprador ASM-2H foi o destaque da Miac
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Fotos Case IH
LANÇAMENTO
Série 130
A Case IH lança a Axial-Flow Série 130, nova linha de colheitadeiras que é a grande aposta da empresa para 2016 e o maior lançamento dos últimos anos da marca no Brasil
A
Case IH é sinônimo de revoluções.” Foi assim que Mirco Romagnoli, vice-presidente da Case IH para a América Latina, iniciou sua fala no evento para lançamento da Axial-Flow Série 130, que aconteceu no dia 25 de fevereiro, no Centro de Distribuição e Logística da marca, em Sorocaba (SP). A Série é composta pelos modelos 4130 (da classe 5), 5130 e 6130 (da classe 6) e 7130 (da classe 7). As classes 5, 6 e 7 são usadas em todas as regiões do País e, atualmente, representam mais de dois terços do mercado de colheitadeiras de grãos no Brasil. Com a chegada da Série 130 ao mercado, saem de linha os modelos: 2566, 2688 e 2799. “Com a colheitadeira Axial, a agricultura mudou”, enfatizou Romagnoli. Hoje em dia, a tecnologia axial Março 2016 • www.revistacultivar.com.br
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está presente em torno de 70% das máquinas vendidas no Brasil. Para a produção dessa série de axiais, a Case IH investiu 40 milhões de dólares, desde o desenvolvimento do projeto a testes de campo, e a preparação da linha de montagem na fábrica de Sorocaba, o que torna esse um dos maiores lançamentos já realizados pela marca no Brasil. Na nova Série 130, os motores mecânicos foram substituídos por motores eletrônicos FPT Industrial. Já o rotor Small Tube apresenta um volume 26% maior para o processamento de grãos, devido ao seu diâmetro menor e gengivas maiores. “Além de novos motores e rotores, nós pensamos nos detalhes que fizessem a máquina colher mais em qualquer condição de trabalho, apresentando grãos mais limpos e inteiros e que
facilitassem a rotina do operador na hora de ajustes e manutenção”, disse Christian Gonzalez, diretor de Marketing para Case IH na América Latina. Toda a Série 130 vem equipada com motores eletrônicos de até 378 cavalos: FPT NEF 6 para os modelos 4130 e 5130 e o FPT Cursor 9 para os modelos 6130 e 7130. “As máquinas têm resposta mais rápida para ganhar potência e torque, mantendo velocidade de colheita, de rotação e do processamento de grãos mesmo nas condições mais difíceis de colheita”, destacou Gonzalez. Os motores vêm também com sistema de injeção Common Rail, dispositivo que recircula os gases de exaustão internamente, diminuindo a quantidade de emissões no meio ambiente. Dessa forma, as novas colheitadeiras já foram homologadas
“Com a colheitadeira Axial, a agricultura mudou”, enfatizou Mirco Romagnoli
“Pensamos detalhes para a máquina colher mais”, disse Christian Gonzalez
“Cliente Case IH recebe máquina nova e treinamento”, destacou Auri Orlando
de acordo com as normas Tier III, que controlam os níveis de poluentes emitidos por máquinas e entrarão em vigor no Brasil em 2017. Além disso, o tanque de combustível aumentou em 40% sua capacidade de armazenamento, dando mais autonomia ao produtor rural na hora da colheita. Segundo o gerente de Marketing de Produto da Case IH, Roberto Biasotto, o novo rotor Small Tube é um dos grandes diferenciais das novas máquinas. O espaço na área de debulha e separação ficou 26% maior, mudança que aumenta em até 5% a capacidade operacional da máquina em condições adversas de colheita. O alimentador das colheitadeiras, porta de entrada principal do material colhido, teve seu comprimento aumentado e o tensionamento da correia do alimentador passou a ser automático, via cilindro hidráulico, possibilitando o ajuste sem a necessidade de sair da cabine. Para resíduo de colheita, a Série 130 oferece duas opções: o picador de lâminas fixas, que pica o material em tamanho médio de 9cm, e o de lâminas móveis, que é ideal para triticultura e deixa as partículas com 3cm, em média. Outra característica que visa a autonomia do produtor durante a colheita é o aumento do tanque graneleiro, que agora tem capacidade de armazenar 10.600 litros. Sua cober-
tura foi toda redesenhada e o tanque ganhou também uma extensão em lona para proteger os grãos da chuva, reduzindo perdas. “Todo cliente Case IH que recebe uma máquina nova, recebe treinamento para aquela máquina”, destacou o diretor de Serviços para América Latina, Auri Orlando. E isso não vai ser diferente com a Série 130. Segundo o diretor, 100% dos concessionários foram capacitados para realizar as entregas técnicas a partir do lançamento oficial da nova linha de colheitadeiras. O serviço Pós-Vendas Max Case é
outro destaque da marca, que está disponível 24 horas e realiza a entrega de peças a qualquer hora do dia em caso de suporte. Orlando ainda afirma que a Case IH é a marca que mais treina clientes, auxiliando na sistematização de suas propriedades, realizando o acompanhamento da performance da máquina adquirida pelo produtor. Para chegar a todos os cantos do Brasil, a Case IH montou também o caminhão-sala de aula Evolução em Campo, que promove treinamentos regionalizados, criando multiplicadores de conhecimento por onde passa. .M
A Série 130 é composta pelos modelos 4130 (da classe 5), 5130 e 6130 (da classe 6) e 7130 (da classe 7)
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Dinâmica de gotas
Foto Rodrigo Alandia Roman
PULVERIZAÇÃO
Cada tipo de pulverização exige um tamanho de gota diferente, que pode ser gerada pelos mais diversos modelos de bico de pulverização
A
escolha do tamanho de gota adequado está em função do alvo a ser atingido, o tipo de produto a ser aplicado, a cultura e as condições meteorológicas presentes durante o processo. Porém é importante entender sobre o manejo adequado do tamanho de gotas durante uma jornada de aplicação, isto principalmente em aplicações onde se requerem de gotas finas a muito finas, como é o caso das aplicações de fungicida e inseticida no final de ciclo da soja. No caso da aplicação de herbicidas para dessecação ou em pré-emergência, a utilização de pontas com gotas ultragrossas é a melhor opção, com a finalidade de obter um excelente desempenho e com ótimo controle de deriva. A ponta de pulverização TTI é a com o maior tamanho de gota no mercado, tendo o melhor controle de deriva numa ampla faixa de pressão com um potencial de risco de deriva menor a 3%. Na Figura 1 é observado o espectro de gotas da ponta TTI11002-VP a 3bar de pressão na qual é possível observar as gotas ultragrossas e uniformes. Para aplicações de herbicida de contato, onde a cobertura precisa ser maior, é recomendada a utilização de gotas grossas a médias, desta forma é possível ter a cobertura adequada com diminuição da deriva. Na Figura 2 é possível observar o espectro de gotas da ponta de Março 2016 • www.revistacultivar.com.br
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pulverização TTJ60-11002VP na pressão de 3bar. Se trata de uma ponta de jato duplo turbo, com pré-orifício e formação de dois jatos por deflexão, característica da família Turbo, pontas patenteadas da TeeJet Technologies. No jato pulverizado é nítida a formação de ambos os jatos com um número de gotas muito alto, o que garante ótimas coberturas. Um detalhe que não é possível observar em laboratórios e a campo é a formação de gotas de menor diâmetro no meio dos dois jatos, isto possibilita aumentar a cobertura em casos de aplicações onde existe efeito guarda-chuva ou a exigência de cobertura seja muito alta. As aplicações de fungicidas e inseticidas no final do ciclo da soja são as mais exigentes em relação à utilização dos conceitos da tecnologia de aplicação. Isto é devido à necessidade das gotas chegarem ao terço inferior da planta num estádio fenológico no qual a planta de soja se encontra com um índice foliar muito alto, onde a barreira vegetal que as gotas deverão atravessar é bastante adensada, dificultando a chegada ao alvo e exigindo o máximo da técnica de aplicação. Um dos modelos mais utilizados para as aplicações de final de ciclo em soja ou em culturas adensadas é a ponta de jato cônico vazio TXA, devido à mesma produzir gotas
finas a muito finas com uma uniformidade muito alta, o que favorece a penetração no dossel da planta com alto potencial de cobertura no terço inferior. Na Figura 3 é possível observar a ponta TXA8002VK na pressão de 3bar. Algo nítido na imagem e que foi possível observar na dinâmica de gotas é que mesmo sendo uma ponta de jato cônico vazio existem gotas no interior do cone, isto acontece devido à turbulência formada no jato, fazendo com que as gotas menores se concentrem dentro do cone, com isto o potencial de penetração e cobertura aumenta.
DERIVA
Demonstração para produtores
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a última edição do Show Rural Coopavel a TeeJet Technologies proporcionou aos visitantes do seu estande a demonstração da dinâmica de gotas em tempo real com diversas condições de vento e manejo adequado da deriva em função do tamanho de gota. Esta dinâmica foi possível com a utilização do equipamen-
to para leitura do espectro de gotas com uma lente de grande ângulo posicionada no canhão do laser, com a finalidade de emitir um feixe capaz de abranger todo o jato pulverizado. Desta forma, possibilitou a observação total das gotas, a formação do jato, das gotas e toda a dinâmica envolvida no processo de pulverização.
Quando se envolve o contexto da técnica de aplicação, seja em aplicações de herbicidas, inseticidas ou fungicidas é importante levar em consideração o monitoramento das condições climáticas devido ao efeito negativo que estas podem causar nas gotas e no seu processo de transporte da saída do bico até o alvo. O vento é um dos grandes problemas e causador de perdas nas aplicações. Quando a aplicação é realizada com gotas finas e o vento atinge a velocidade máxima e limite para aquele modelo de ponta e/ou tamanho de gotas, existem dois procedimentos para serem seguidos. O primeiro é parar a aplicação e aguardar até as condições melhorarem, fato que acontece em alguns países da América do Sul principalmente pela técnica de aplicação escolhida que é a do baixo volume. O outro procedimento é dar continuidade à aplicação, porém, com alteração do tamanho de gota, esta alteração deverá ser realizada escolhendo um modelo de ponta com classificação de gotas como médias, desta forma haverá redução das perdas e aumentará o potencial de chegada ao alvo. Um dos grandes erros que são observados a campo é não manejar o tamanho de gota adequadamente, ou seja, embora as condições climáticas estejam desfavoráveis, as aplicações continuam. Assim, a porcentagem de perda aumenta de forma exponencial. Na Figura 4 pode ser observada a ponta TXA8002 de gotas finas a muito finas na pressão de 3bar sob o efeito do vento com velocidade de 10km/h a 11km/h. É possível observar que aproximadamente 40% do produto está sendo arrastado e causando perdas e contaminação. Existem casos onde o produto pode ser depositado no mesmo talhão (endoderiva) ou fora do talhão (exoderiva) em ambos os casos a deposição do produto está fora de controle e não é correta. Março 2016 • www.revistacultivar.com.br
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John Deere
Fotos Teejet Technologies
Figura 1 - Espectro de gotas da ponta TTI11002-VP
Na ordem, bicos TXA ,TTI e TTJ60 da Teejet Technologies
Março 2016 • www.revistacultivar.com.br
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lo. Porém, é importante o agricultor entender que existem diversos modelos de pontas de pulverização que produzem tamanhos de gotas de acordo com as necessidades da cultura, do produto a ser aplicado e das condições meteorológicas, assim o entendimento do manejo de tamanho de gota e a seleção adequada do modelo de ponta de pulverização para as diferentes aplicações são fatores indispensáveis que irão contribuir de forma significativa para o sucesso das aplicações e posterior .M fitossanidade da lavoura. Rodrigo Alandia Roman, Teejet Technologies
Figura 2 - Espectro de gotas da ponta TTJ60-11002VP
Figura 3 - Espectro de gotas da ponta TXA8002VK
Divulgação
Para casos onde a aplicação não pode parar e se opta por manejar o tamanho da gota, uma excelente opção é a utilização da ponta de pulverização TTJ60. Para aplicações de fungicida e inseticida em final de ciclo na cultura da soja, a recomendação é utilizar a ponta TTJ60 com pressões acima de 3bar. Com isto é possível obter um espectro de gotas classificadas como médias com uma redução significativa do arrasto das gotas pelo vento e um alto potencial de penetração e chegada ao alvo. Na Figura 5 pode ser observada a ponta TTJ60-11002VP na pressão de 3.5bar, na qual é possível observar o pequeno arrasto das gotas e alta concentração de gotas com chegada ao alvo devido ao alto número de gotas produzidas pelo jato duplo. A ponta TTJ60, assim como a ponta TT, são modelos que proporcionam ao agricultor versatilidade nas aplicações devido à sua construção e tecnologia que permitem trabalhar numa ampla faixa de pressão com diferentes classificações de tamanho de gota num mesmo mode-
Figura 4 - Espectro de gotas do TXA8002 sob efeito do vento de 10 a 11km/h
Rodrigo Roman explica as melhores indicações para cada tipo de ponta
Figura 5 - Espectro de gotas da ponta TTJ60-11002 com vento de 10 a 11 km/h