Destaques Matéria de capa
Acertando os ponteiros Veja todos os passos necessários para deixar sua plantadora bem ajustada para a operação
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Teste drive
Passo-a-passo
Confira o desempenho do MF 5290 8x8 Export no teste drive Cultivar Máquinas
Acompanhe passo-a-passo a manutenção e sangria do sistema de filtragem de combustíveis do trator
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Índice
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Nossa Capa Capa Vilso Santi Júnior
Rodando por aí
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Adubadora puncionadora
06
Revisão e manutenção de semeadoras
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Silo alambrado ventilável
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Avanços tecnológicos e pulverização
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Sensoriamento remoto multispectral
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Teste drive - MF 5290 8x8 Export
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Uso do triturador de palha
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Compactação do solo
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Randon Brasilis
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Manutenção passo-a-passo
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Lançamento Stihl
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Lançamento Valmont
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Fenasucro/Agrocana 2005
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Esporte Trator
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• Editor
Charles Ricardo Echer • Redação
Vilso Júnior Santi • Revisão
Silvia Maria Pinto • Design Gráfico e Diagramação
Cristiano Ceia • Marketing
Pedro Batistin
• Gerente de Circulação
Cibele Costa • Assinaturas
Rosiméri Lisbôa Alves Simone Lopes • Gerente de Assinaturas Externa
Raquel Marcos • Expedição
Edson Krause Dianferson Alves
Grupo Cultivar de Publicações Ltda. CGCMF : 02783227/0001-86 Insc. Est. 093/0309480 Rua Nilo Peçanha, 212 96055-410 – Pelotas – RS www.cultivar.inf.br www.grupocultivar.com Direção Newton Peter Schubert K. Peter
Cultivar Máquinas Edição Nº 47 Ano IV - Novembro 05 ISSN - 1676-0158 www.cultivar.inf.br cultivar@cultivar.inf.br Assinatura anual (11 edições*): R$ 119,00 (*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)
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Romera
Asteca
Luciano Lima
A Agrocana 2005 foi enriquecida com a presença do consultor da Asteca, Josué Felix Ferreira. O pesquisador, pioneiro no trabalho de aplicação do álcool como combustível veicular para o transporte urbano e/ou para a produção agropecuária, destaca que a utilização de biocombustíveis é um caminho sem volta, e que o Brasil tem muito a contribuir na questão devido à longa experiência no setor.
Agrosystem A empresa, especializada no trabalho com agricultura de precisão, marcou presença na última edição da Agrocana em Sertãozinho (SP). A Agrosystem apresentou no evento seus últimos lançamentos. Conforme Luciano R. M. Lima, do departamento de marketing, a empresa está apostando no setor canavieiro e vem aprimorando seus produtos para atender à evolução do setor.
John Deere Os compradores de equipamentos agrícolas John Deere, que responderam à pesquisa do Programa Satisfação do Cliente da empresa, podem ganhar um trator neste Natal. O sorteio será realizado no dia 20 de dezembro, durante assembléia do Consórcio Nacional John Deere, em Caxias do Sul (RS). Neste ano, quase quatro mil clientes já participaram da enquete.
Irrigabrás A empresa, que completou 20 anos de atuação no mercado brasileiro, também se fez presente na Agrocana 2005. No evento, Renato Simões Barroso Junior, sócio proprietário da empresa, reafirmou a aposta da Irrigabrás no bom desempenho do setor canavieiro. Segundo ele, os implementos para irrigação da empresa atendem integralmente às necessidades dos produtores do setor.
Josué Felix Ferreira
40 anos Há 40 anos foi produzida a primeira colhedora automotriz no Brasil. O lançamento da SLC modelo 65-A, fabricada em Horizontina, foi realizado no dia 5 de novembro de 1965. A máquina era produzida pela empresa gaúcha Schneider Logemann & Cia. Em 1979, a John Deere associou-se à Schneider Logemann. Já em 1983 o modelo 6200 apresentava a tecnologia e a cor verde característica da marca norte-americana. A partir de 2001, as colhedoras passaram a utilizar a marca John Deere.
João Romera Junior, da Romera Simon irrigação, apresentou na Agrocana soluções completas para a irrigação de cana-de-açúcar e distribuição de vinhaça – subproduto na destilação do álcool. Ele destacou as inovações da linha, como o tubo aéreo em aço inox que passou a compor o sistema de pivô central comercializado pela empresa.
Randon Vedação total da caixa de carga, uso de novos materiais e respeito à natureza formam o tripé que caracteriza o Randon Brasilis. O novo graneleiro lançado em julho pela Randon acaba de ganhar o Top de Marketing ADVB-RS, na categoria Indústria. Segundo o diretor executivo, Norberto José Fabris, a empresa preocupou-se em oferecer ao mercado um equipamento tecnicamente avançado e ecologicamente inovador.
João Romera Jr.
Máquinas usadas
Norberto José Fabris
DMB
Auro P. Pardinho
O gerente de marketing da DMB, Auro Pereira Pardinho, enalteceu, como destaque da empresa na Agrocana, o lançamento da plantadora de cana PCI 4000 – geração III. Segundo ele essa nova tecnologia – o plantio mecanizado da cana-de-açúcar - impôs-se pela escassez de mão-de-obra para o plantio da cana e pela perspectiva de um grande aumento da área plantada da cultura nas próximas safras. A empresa é especializada em equipamentos para trato com cana-de-açúcar.
O site Agro Máquina Usada já está movimentando os negócios de usados. Mesmo com o mercado retraído, diversos interessados estão fazendo contatos pelo site. No portal o produtor rural, além de buscar ofertas, também pode anunciar o seu usado. Os anúncios inseridos até 30 de novembro serão gratuitos e com validade de 30 dias.
SPW
Case IH Uma cultura tipicamente brasileira, o cultivo de feijão, está fazendo crescer a fatia da Case IH no mercado de colhedoras de grãos. A participação de mercado dessas máquinas, no Brasil, aumentou 70% no acumulado de janeiro a setembro de 2005. Um dos motivos para esse crescimento é a aquisição maior das máquinas Axial-Flow Extreme pelos produtores de estados como Minas Gerais, fortes no cultivo do feijão.
Baldan O gerente da linha canavieira da Baldan, André Martins, foi responsável pela apresentação na Agrocana dos lançamentos da empresa para cultivo da cana-de-açúcar. Tradicional empresa no segmento agrícola, a Baldan passou a apostar fortemente no segmento canavieiro. Uma linha completa de novos produtos direcionados ao cultivo da cana pode ser conferida.
Uma nova empresa que surgiu no setor de pulverização, a SPW, já começa a se destacar. Conforme o diretor presidente do grupo, Juarez Wieck, a empresa conta com os mais competentes e experientes profissionais e desenvolveu a mais avançada máquina pulverizadora autopropelida 4x4 do setor. A Hidrotec 3000 é a primeira de uma família de pulverizadores hidrostáticos 4x4 que a SPW pretende lançar. A fera está impressionando a todos.
André Martins
Santal
Renato S. Barroso Jr.
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A Santal equipamentos, uma das principais empresas fornecedoras de máquinas e implementos para o setor canavieiro, na Agrocana, destacou a tecnologia incorporada à colhedora Santal Tandem. O equipamento se destaca pelo seu design, porte e capacidade operacional. Paulo Dalmolin, gerente comercial da empresa, também apresentou ao público a nova máquina para plantio de cana-de-açúcar, a PCP2 Santal.
Paulo Dalmolin
Juarez Wieck
novidades
Adubadora puncionadora A A adubação adubação de de cobertura cobertura realizada realizada de de forma forma pontual pontual está está alinhada alinhada àà filosofia filosofia básica básica do do Plantio Plantio Direto Direto -- mobilização mobilização mínima mínima da da palhada palhada ee do do solo solo –– além além de de reduzir reduzir as as perdas perdas de de fertilizantes fertilizantes ee oo risco risco de de danos danos às às raízes raízes das das plantas plantas Massey Ferguson
O
agronegócio nacional vive mais um período de crise; uma seqüência de decepções na lavoura e aumento nos preços dos insumos têm colaborado para tentar desanimar a atividade agrícola no país. Esta realidade parece a priori um caos, entretanto, sabendo que a diminuição do uso de insumos não é recomendada do ponto de vista de sustentabilidade do sistema, surge a necessidade de melhorar a eficiência do uso dos mesmos. Buscando sempre o aumento da eficiência do uso de insumos na agricultura, tanto do ponto de vista bioquímico quanto físico, isto é, da forma correta de aplicá-los, a pesquisa e o desenvolvimento de novas tecnologias têm avançado procurando solucionar problemas mais inelásticos. Essa dificuldade induz a uma renovação de paradigmas, o que pode ser de grande contribuição no desenvolvimento de novas soluções. O Sistema de Plantio Direto (SPD) surge também como um desafio na forma de aplicação da maioria dos insumos, principalmente adubos sólidos, devido à presença da palha sobre o solo. As recomendações de adubação mudam devido à manutenção de nutrientes pelos restos das culturas antecedentes. Há influência na produtividade devido à interação entre o sistema de plantio, o microclima, a atividade micro-
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biana e o método de aplicação, relativamente aos restos das culturas. No caso do nitrogênio, nutriente fundamental para formação de grãos, quando aplicado na forma sólida sobre a palhada, pode ser perdido em grandes proporções por volatilização ou imobilização do nutriente. Conseqüentemente, a aplicação de fertili-
zantes nitrogenados a lanço não é apropriada ao SPD, pois os mesmos não são incorporado ao solo. Além disso, a distribuição dos componentes dos adubos compostos é desuniforme na aplicação. Embora a aplicação a lanço de fertilizantes não seja a forma mais adequada, essa é muito utilizada devido à facilidade da aplica-
Figura 1 - Protótipo virtual em vista isométrica de ambos os lados da unidade adubadora puncionadora
“As recomendações de adubação mudam devido à manutenção de nutrientes pelos restos das culturas antecedentes”
ção e ao alto rendimento operacional. A aplicação de fertilizantes em sulcos, no SPD, incorpora o adubo ao solo minimizando as perdas. No entanto, pode causar a mobilização excessiva da cobertura de palha e danos às raízes das plantas. Elementos rompedores do tipo facão podem causar excesso de mobilização da palhada e danos ao sistema radicular. Os elementos que utilizam discos causam mínima mobilização, mas ainda podem causar danos às raízes.
Figura 2 - Vista explodida do protótipo da unidade adubadora puncionadora
PROJETO DA ADUBADORA Uma unidade de adubadora puncionadora foi projetada no Laboratório de Projetos de Máquinas e Visão Artificial – Provisagro, do Departamento de Engenharia Agrícola, da Universidade Federal de Viçosa. O protótipo foi construído e avaliado no Laboratório de Mecanização Agrícola. A metodologia de projeto utilizada nesse trabalho foi uma adaptação da proposta feita por PAHL e BEITZ (1996), seguindo a seqüência projeto conceitual, da forma e detalhado, passando então para definição do protótipo virtual e real. O conceito da adubadora puncionadora é composto basicamente por um elemento abridor de covas e um dosador, as demais partes são acessórias, como condutor de adubo, chassi etc.
ADUBAÇÃO PUNCIONAL
A
adubação de cobertura realizada de forma pontual estaria mais alinhada à filosofia básica do SPD, a mobilização mínima da palhada e do solo. Uma solução para realizar esta operação é a utilização de uma adubadora puncionadora. Para realizar a aplicação de fertilizantes sólidos no sistema SPD, minimizando a mobilização da palhada e do solo e o risco de danos às raízes das plantas e as perdas de nutrientes, algumas etapas tiveram de ser vencidas. Primeiro se teve de elaborar uma variante conceitual sobre a máquina adubadora; depois projetar e construir um protótipo de unidade para dosagem e aplicação pontual de fertilizante para o sistema de plantio direto e, por último buscou-se avaliar em laboratório o desempenho da unidade adubadora quanto à uniformidade de distribuição e o efeito da velocidade sobre a qualidade da aplicação.
O elemento abridor de covas é composto por uma roda que, por sua vez, é composta por dois discos convergentes com dez punções cada que, engrenados e submetidos ao deslocamento no solo, fazem a penetração no solo e a abertura das covas. Em um dos discos as punções servem como condutoras de adubo do dosador do centro da roda para as covas. O dosador é uma variante conceitual diferente de qualquer outro comercial, ele é constituído de um rotor com dez células radialmente dispostas que individualizam as doses para cada cova. Este se localiza centralizado e fixado à roda puncionadora, sendo assim, as doses coincidem com cada punção, elevando a precisão de aplicação e dosagem. A regulagem é feita em forma de rosca sem-fim com máximo em 15 mm que corresponde a uma quantidade máxima de 16 g/cova. A seguir são apresentados os resultados do projeto detalhado, onde se destaca o protótipo virtual (Figura 1), que foi desenvolvido e validado no ponto de vista da dinâmica dos componentes. A Figura 2 mostra uma vista explodida do protótipo para visualização dos componentes. Nas Figuras 3 e 4 são apresentadas imagens detalhadas das principais partes construídas.
AVALIAÇÃO DA UNIDADE A avaliação da unidade adubadora foi realizada em condições de laboratório, com a unidade montada em bancada de ensaios adaptada para esse novo conceito. • Avaliação da unidade adubadora puncionadora Foi avaliada a influência da velocidade sobre a quantidade aplicada por hectare para cada regulagem do dosador e a uniformidade de distribuição longitudinal. Para mensurar a velocidade e o deslocamen-
to relativo da máquina, foi utilizado um sensor para captar a cada punção o movimento rotacional da roda puncionadora. Os valores de velocidade, distância e tempo foram utilizados para o cálculo de quantidade aplicada por metro linear, que por sua vez foi convertida para quantidade por cova, dado em gramas por cova (g/ cova). • Avaliação do efeito da velocidade sobre a quantidade aplicada para cada regulagem Essa avaliação foi feita utilizando a quantidade de adubo depositada nas para cada velocidade e para o número de rotações equivalentes a um valor próximo de 100 m de deslocamento. Sendo ainda a medida do arco formado entre punções de 0,20 m, a quantidade aplicada por metro foi então convertida para quantidade por cova. O comportamento do sistema de dosagem TABELA 1 - Quantidades médias (g/cova) aplicadas de 30 repetições para a combinação de velocidade e regulagem do dosador Regulagens (mm) 2,0 6,7 11,4 15,0
Velocidades (km h-1) 4 5 6 7 2,19 2,20 2,32 2,32 7,06 6,94 6,25 6,62 11,06 10,73 10,52 10,35 15,76 14,86 14,51 14,22
Média
Desvio
2,26 6,72 10,66 14,84
0,07 0,36 0,31 0,67
TABELA 2 - Resultados da avaliação da uniformidade de distribuição longitudinal para cada regulagem do dosador Parâmetros descritivos Médias (g cova-1) Desvio (g cova-1) Máximo (g cova-1) Mínimo (g cova-1) Coef.var (%) Variância
2,0 1,81 0,19 2,23 1,35 10,61 0,04
Regulagens (mm) 6,7 11,4 7,50 10,86 0,49 0,69 8,62 12,25 6,54 9,67 6,57 6,37 0,24 0,48
15,0 13,94 0,63 15,16 12,54 4,51 0,40
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Fotos Natanael Takeo Yamamoto
Detalhe de construção externa da unidade adubadora puncionadora
e aplicação foi analisado através do método de superfície de resposta, utilizando como variáveis velocidade e regulagem da dose de adubo. Foram definidas as regulagens do dosador em milímetros de deslocamento, sendo a menor regulagem (2,0 mm) equivalente a uma dose próxima de 2 g/cova, a maior na abertura máxima do dosador (15,0 mm) e duas intermediárias (6,7 e 11,4 mm). As velocidades utilizadas foram de 4 a 7 km/h com um incremento de 1 km/h. As regulagens selecionadas resultaram nas quantidades médias aplicadas mostradas na Tabela 1. Procedeu-se então a análise por superfície de resposta para visualização do efeito da velo-
SOLUÇÃO EFICIENTE
O
efeito da velocidade sobre as doses de adubo aplicadas teve o comportamento da aplicação bem definido tendo, 99% da variação da quantidade aplicada sendo explicada pela equação de superfície plana. Sendo esta a mais simples, mostrando que o dosador de adubo desenvolvido para ser integrado ao sistema abridor de covas é uma solução eficiente. Os ensaios mostraram que a adubadora trabalhou satisfatoriamente de 4 a 7 km/h, nas condições a que foi submetida. O coeficiente de variação máximo para a uniformidade longitudinal de distribuição foi de 10,6 % na regulagem do dosador de 2 mm, para as demais regulagens (6,7; 11,4 e 15 mm) este foi inferior a 6,6 %.
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cidade sobre as quantidades aplicadas. Obteve-se a Equação 1, que explica o comportamento de distribuição de adubo pela máquina com um R² de 0,99. QAP = 1,49 + 0,95.D - 0,22.V em que, QAP = Quantidade total de adubo aplicada (g/cova); D = Regulagem do dosador (mm); V = Velocidade de deslocamento (km/h)
ção entre punções. A uniformidade de distribuição entre punções foi avaliada utilizando o coeficiente de variação (CV %). Esta foi realizada com as mesmas quatro regulagens do dosador utilizadas no teste anterior e velocidade fixada em 2,3 km/ h. Foram coletadas amostras individuais aleatoriamente por punção, constituindo um total de 30 repetições para cada dose. Os pesos de cada amostra foram organizados em uma planilha para cálculo do CV por regulagem do dosador. Os resultados de CV, média, máximo, mínimo, desvio padrão e variância estão apresentados na Tabela 2. O CV apresentou uma tendência de diminuição de 10,6% para 4,51% com o aumento da dose aplicada de 1,8 para 13,9 g/cova, respectivamente, mostrando então que o aumento da quantidade dosada por cova tem ganho M na precisão. Natanael Takeo Yamamoto, UFMS Ricardo Capúcio de Resende, UFV
Pela superfície de resposta, observou-se que a quantidade máxima depositada ocorre para a menor velocidade e na maior regulagem do dosador, o que era esperado. De acordo com a Equação 1 verifica-se que a variação de uma unidade na velocidade de deslocamento (1 km/h) representa uma variação de 0,22 g/cova, ou a variação de uma unidade na regulagem do dosador (1 mm) corresponderá à uma variação de 0,95 g/cova. • Avaliação da uniformidade da distribui-
Natanael apresenta a novidade, vencedora do Prêmio Gerdau Melhores da Terra 2005
Vistas interna e externa do conjunto de mancal e dosador de adubo
regulagens e preparo
Acertando os ponteiros A revisão, a manutenção e a regulagem sistemática das plantadoras são fundamentais para garantir melhor desempenho e maior vida útil do equipamento, além de maior produtividade das lavouras implantadas
O
plantio da lavoura deve ser planejado com antecedência, analisando-se todas as operações envolvidas. Além da qualidade das sementes e insumos, a regulagem das plantadoras tem papel fundamental na produtividade da lavoura. Da mesma forma, é importante que seja feita a manutenção desses equipamentos durante todo o período de entressafra. Estes procedimentos, além de garantirem um melhor desempenho, aumentam a vida útil do equipamento. A seguir são apresentados tópicos que devem ser observados antes, durante e após o período de plantio.
ANTES DO PLANTIO • Examinar as condições de uso das peças, com atenção especial a: ponta do sulcador, pino fusível, raspador interno e externo, sem-fim e bucha do conjunto de com-
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pactação. Caso estejam desgastados, esses elementos devem ser substituídos; • Ajustar o espaçamento conforme a cultura a ser implantada; • Executar a regulagem da roda limitadora de profundidade e da roda compactadora de acordo com o tipo de solo. A perfeita regulagem do conjunto de ataque ao solo permite que as sementes sejam depositadas sempre na mesma profundidade e que o sulco seja fechado da melhor maneira possível; • Inspecionar as roscas de distribuição do adubo; • Selecionar o disco e o anel base de acordo com o tipo de semente. Independente do sistema utilizado - pratos ou discos, batedor ou interruptor e/ou pneumático - é necessária a perfeita seleção dos discos;
• Efetuar a regulagem da dosagem de sementes/fertilizante através da seleção do conjunto de engrenagens. A dosagem de sementes, indicada em número de grãos por hectare, deve seguir as especificações e recomendações técnicas para a cultura a ser
Ponteiras devem ser inspecionadas regularmente e trocadas quando apresentarem desgaste
“Além da qualidade das sementes e insumos, a regulagem das plantadoras tem papel fundamental na produtividade da lavoura” Fotos Fankhauser
SELEÇÃO DOS DISCOS
P
O espaçamento deve ser cuidadosamente ajustado de acordo com a largura adequada para a cultura implantada
Regulagem da tensão das rodas limitadoras de profundidades e compactadoras deve ser observada
implantada; • Verificar o estado das correntes e o alinhamento do conjunto da catraca, a fim de evitar o desgaste anormal das correntes e que as mesmas saltem das engrenagens; • Conferir os pontos de lubrificação: A lubrificação da máquina é um dos pontos importantes para a obtenção do máximo de rendimento. Antes de lubrificar limpe cada graxeira com um pano. Se a graxeira estiver defeituosa, substitua-a. Utilize graxa limpa e de boa qualidade; • Regular o sulcador de acordo com a necessidade. Com o sulcador próximo ao disco de corte, há uma melhora no desvio de torrões e outros obstáculos, e, com o sulcador afastado do disco de corte, conseguese uma maior profundidade e um melhor escoamento da palha; • Verificar a tensão das correntes e/ou o alinhamento dos cardãs; • Proceder um reaperto geral em porcas
e parafusos. Verificar, após as primeiras horas de trabalho, os pinos e contrapinos para evitar possíveis perdas dos elementos durante o plantio; • Ajustar o nivelamento da máquina e acoplar as mangueiras do sistema hidráulico ao trator. Para isso, devem-se limpar bem as superfícies dos engates rápidos com um pano que não solte fiapos. A sujeira, ou qualquer impureza, pode obstruir a passagem do óleo, ou mesmo, ser transportada para dentro dos cilindros podendo ocasionar danos aos mesmos.
ara selecionar adequadamente os discos distribuidores de sementes, pegue uma porção de sementes e teste se os grãos se encaixam nos furos. Deve-se prestar especial atenção aos grãos maiores, escolhendo discos que permitam sua passagem. Caso contrário, sobrarão nos reservatórios os grãos graúdos, e a distribuição de sementes não acontecerá de maneira uniforme. Sementes classificadas, com mínima variação de tamanho, facilitam a escolha dos discos e garantem maior precisão na distribuição. • Não permitir que restos de adubo permaneçam dentro do reservatório, principalmente se a máquina ficar exposta ao tempo durante a noite, pois, devido à condensação de ar, o fertilizante pode umedecer, ade-
DURANTE O PLANTIO • Não colocar sacos de semente e adubo sobre as tampas dos reservatórios ou sobre qualquer parte da máquina ao transportá-la; • Evitar deixar o equipamento parado na lavoura durante a noite. Procure levá-lo para o galpão. Se não for possível, cubra-o com uma lona;
As roscas de distribuição de adubo devem ser inspecionadas periodicamente
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Fotos Fankhauser
LUBRIFICAÇÃO DOS CUBOS
O
s cubos de discos-duplos, de discos de corte e de compactadoras deverão ser lubrificados a cada 40 horas de trabalho. O engraxe a intervalos menores poderá danificar os retentores, devido a graxa contida em seu interior não ter sido consumida totalmente. Deve-se evitar utilizar engraxadeiras a ar comprimido nestes pontos, pois a alta pressão também poderá danificar os retentores. rir às paredes e obstruir as passagens dos distribuidores; • Inspecionar as roscas de distribuição do adubo periodicamente; • Fazer a limpeza dos tubos condutores de adubo dos discos ou sulcadores (plantio de grãos graúdos), visto que nestas áreas o adubo forma incrustações críticas. Essa inspeção deve ser rotineira durante todo o período de plantio; • Verificar o ajuste da tensão da mola e do disco de corte para melhor controle da capacidade de corte e da penetração do disco no solo; • Ajustar a força do conjunto de molas de acordo com o tipo de solo. Para garantir maior eficiência, o disco de corte deve trabalhar sempre a uma profundidade maior que os outros componentes da linha de plantio; • Inspecionar periodicamente as caixinhas interruptoras de sementes, visando a
Todos os parafusos devem ser reapertados periodicamente para evitar a perda durante o plantio
retirada de sujeira que impeça a perfeita flexão dos batedores, quando o plantio for efetuado pelo sistema de discos horizontais para grãos graúdos; • Atentar periodicamente à tensão das correntes de transmissão, corrigindo-as quando necessário, a fim de evitar escapes dos dentes das engrenagens; • Procurar evitar o plantio sobre pedras e tocos na lavoura; • Lubrificar correntes de rolos e demais pontos que possuem graxeiras diariamente; • Verificar periodicamente o aperto das porcas (ver procedimento antes do plantio); • Manter sempre fechadas as tampas dos reservatórios de sementes e adubo durante o plantio. Isso para evitar o acumulo de pó e sujeira em seus mecanismos dosadores, o que pode causar o desgaste excessivo e prejudicar a distribuição da dosagem previamente estabelecida; • Colocar sempre as tampas plásticas quando os engates rápidos não estiverem sendo utilizados.
Após o uso, deve-se lavar toda a máquina e remover as peças possíveis para garantir uma limpeza perfeita
APÓS O PLANTIO • Lavar criteriosamente a máquina, visando eliminar todas as incrustações de adubo e/ou poeira. Para que se possam limpar bem as roscas sem-fim do adubo, o mais indicado é retirá-las, assim como as demais partes móveis - inclusive eixos; • Borrifar com óleos lubrificantes recomendados para máquinas agrícolas, exceto nas peças de borrachas (mangotes, compactadores etc.), a fim de prolongar a vida útil do equipamento. Essa operação deve ser realizada após a lavagem e secagem total da máquina; • Guardar a máquina em um lugar abrigado e protegido. A observação dos cuidados acima descritos, diretamente, pode garantir ao agricultor uma melhor conservação de seu equipamento e, por conseqüência, maior vida útil da semeadora. Indiretamente, pode influenciar na eficiência da operação de plantio e no estabelecimento da cultura, além de conferir melhor desempenho produtivo/ M competitivo ao produtor rural. Carlos Fankhauser e Airton Daronch, Fankhauser
Carlos Fankhauser explica quais as medidas necessárias para garantir a integridade da máquina
12 • Novembro 2005
regulagens e preparo
Bem arejado A instalação e a utilização de sistemas de secagem de grãos com ar apresentam-se como alternativa economicamente mais viável que a terceirização do processo de secagem e/ou a comercialização de grãos úmidos no período de colheita
S
egundo dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e o Abastecimento (FAO), a agricultura familiar é responsável por 40% da produção de alimentos do país, representando 38% do valor bruto da produção nacional e 25% das terras cultivadas. A agricultura de base familiar é uma atividade que reúne 14 milhões de pessoas, mais de 60% do total de agricultores e detém 75% dos estabelecimentos agrícolas do país. No estado de São Paulo, onde a agricultura familiar é a base da atividade agrícola, a produção de grãos na safra 2002/03 foi de 6,942 milhões de toneladas, o melhor desempenho da última década, com um crescimento de 7,88% sobre a safra anterior. Esse aumento significativo deve-se à expansão na área plantada e também ao ganho de produtividade. Entretanto, grande parte dessa produção está condenada a perdas, pois os grãos, pela sua natureza, são duráveis, porém, são também perecíveis, quando não atendidas determinadas especificações de armazenagem.
Quando colhidos em boas condições e, subseqüentemente, mantidos com baixos teores de umidade e temperatura, eles podem reter seu poder de germinação e as qualidades biológicas, químicas e físicas, potencializando os valores nutritivos tanto para aplicação na ração animal como para alimentação humana. Para os produtos e condições brasileiras, são muito poucos os modelos de sistema de secagem e armazenagem que integram todas as situações de nossos agricultores e as reais condições climáticas de nosso país, pois a maioria dos sistemas comercializados é baseada em modelos norte-americanos. Tal fato deve-se, principalmente, à falta de incentivo das indústrias em desenvolver produtos e equipamentos específicos para pequenos produtores, ficando, normalmente,
esta tarefa para os órgãos públicos e órgãos de pesquisa. Com a proposta do atual Governo, voltada para desenvolver a agricultura familiar e os pequenos produtores, algumas indústrias têm se preocupado em oferecer equipamentos adequados à capacidade de produção destes, mantendo as mesmas preocupações de qualidade relativas aos grandes produtores.
SILO ALAMBRADO VENTILÁVEL O Silo Alambrado Ventilável (SAV) - sistema silo secador - foi projetado com uma estrutura simples, para atender a um custo adequado ao pequeno produtor, mas dotado de um sistema de controle de temperatura automatizado, com fácil programação, de modo a não exigir do produtor conhecimentos profundos de conservação de grãos e programação. O Silo Alambrado Ventilável é apresentado a seguir.
14 • Novembro 2005 Charles Echer
“Como a produtividade da cultura do milho, nesses estabelecimentos rurais, é muito variável, adotaram-se produtividades variando em 60, 80 e 100 sacas de milho por hectare” Samir Paulo Jasper
O conceito de silo alambrado ventilável visa unir simplicidade e baixo custo de manutenção
PERDAS NA ARMAZENAGEM
Q
ANÁLISE DO DESEMPENHO Nos testes de desempenho de equipamentos de secagem/armazenagem, além do aspecto energético, é importante investigar a qualidade final do produto processado. Dessa forma, neste ensaio, optou-se por trabalhar com café em coco, tendo em vista os testes de bebidas já consagrados e a importância do diferencial em qualidade na sua comercialização. A avaliação do desempenho da secagem foi realizada de acordo com a metodologia de Barkker Arkema. Para tanto foram realizadas as seguintes medições: temperaturas da massa de café e do ar de secagem (termopares), pressão estática do ar de secagem (manômetro eletrônico), umidade e massa específica inicial e final do café, qualidade da bebida, umidade relativa e temperatura do ar ambiente (termohigrógrafo eletrônico) e tempo total de secagem. Já a eficiência energética foi estimada através da energia consumida (analisador de rede) para evaporar a umidade do produto. Para fins de comparação de resultados, na secagem de café, desenvolveu-se a secagem em terreiro (testemunha) com uma parte
da produção.
ANÁLISE ECONÔMICA Para análise econômica do SAV, optou-se pela técnica de “simulação econômica” em virtude da alta diversificação encontrada nas pequenas propriedades rurais. Segundo o Censo Agropecuário de 1996, no estado de São Paulo, a maioria das propriedades rurais tem sua área variando de 10 a 99 hectares. Conforme o Estatuto da Terra de 1964, a pequena propriedade rural tem sua área compreendida até 40 hectares, devido a esses fatores a simulação da análise econômica foi feita para diferentes níveis de pequenas propriedades agrícolas, ou seja, 10, Tabela 1 - Condições iniciais médias do ar e dos grãos no experimento Condições do Teste Ar ambiente Temperatura (ºC) Umidade relativa (%) Ar de secagem Temperatura (º.C) Fluxo de ar (m3/min.m3) Produto Teor de umidade (% b.u.) Massa específica (kg/m3)
Silo Secador Terreiro 23,97 17,84 45,84 65,62 21,29 6,63 21,16 21,16 365,14 365,14
uando não secados nem armazenados adequadamente, as perdas chegam a percentuais extremamente altos. As estimativas mais recentes, conforme o Ministério da Agricultura e Abastecimento Brasileiro, apontam perdas em razão de pragas em grãos armazenados em torno de 10% da safra total brasileira. Inúmeros trabalhos e publicações têm demonstrado que, geralmente, as práticas de conservação de grãos, utilizadas pelos pequenos produtores, são ineficazes contra o ataque de insetos, roedores, pássaros, ácaros e o desenvolvimento de fungos de diversas espécies, chegando a perdas acima de 25% de sua produção. 20, 30 e 40 hectares, denominados de unidades de produção. Através de informações obtidas na Casa da Agricultura (Botucatu/SP), estimou-se a produtividade média da cultura do milho no estado de São Paulo, para o pequeno produtor rural. Como a produtividade da cultura do milho, nesses estabelecimentos rurais, é Tabela 2 - Condições médias finais para o experimento Condições do Teste Tempo de secagem (h) Teor de umidade (% b.u.) Massa específica (kg/m3) Teste de bebida
Silo Secador 680 10,59 366,75 Dura
Terreiro 120 9,39 359,71 Dura
MINIMIZANDO OS RISCOS
Figura 2 - Variação da receita líquida obtida pelo produtor nas três hipóteses Figura 3 - Variação da receita líquida obtida pelo produtor nas três hipósimuladas em função do preço da saca de milho de R$ 16,83 teses simuladas em função do preço da saca de milho de R$ 18,15
A
atividade agrícola é afetada por um grande número de riscos e incertezas que têm origem nas oscilações ambientais. Além disso, existe o risco econômico ou de mercado, derivado das mudanças no preço dos produtos ou insumos e nas oportunidades do mercado. O nível de risco pode ser diminuído pela secagem dos grãos. Os sistemas de secagem de grãos, quando utilizados de forma eficiente, podem agregar valor ao produto final e, também, proporcionar ao produtor uma oportunidade de negociar seus rendimentos de forma mais vantajosa. muito variável, adotaram-se produtividades variando em 60, 80 e 100 sacas de milho por hectare, em cada unidade de produção. Os coeficientes técnicos de produção do milho de verão, para sistema de plantio direto, foram obtidos junto ao Instituto de Economia Agrícola (IEA), via internet. Consideraram-se os custos para os diferentes picos de produtividades, mencionados anteriormente, nas unidades de produção. Na análise da viabilidade econômica do secador de grãos, considera-se variação praticada no preço da saca de milho ao longo do ano, utilizando-se o preço mínimo (R$16,83), o máximo (R$19,09) e a média (R$18,15) no
período de março a junho de 2004. Esses valores foram levantados junto ao IEA. Para efeito de comparação, estimou-se a viabilidade econômica da terceirização da secagem dos grãos, sendo o custo de R$ 0,63/ saca de milho, para reduzir uma umidade inicial de 18% b.u. para uma final de 11% b.u, acrescido de transporte (0,0882 R$/ t.Km), no caso 20 km, e taxa de armazenamento pelo período de seis meses (R$ 1,10/ tonelada por quinzena + 0,15% sobre o total armazenado, por quinzena, de quebra técnica). Analisou-se também a comercialização dos grãos de milho, logo após a colheita, estes estando sujeitos a sofrer um deságio, nos preços praticados. Com informações obtidas junto a empresas privadas, cooperativas e alguns pequenos produtores, considerou-se deságio de 15% no preço da saca de milho. Os valores médios de temperatura e umi-
Figura 1 - Variação da receita líquida obtida pelo produtor nas três hipóteses simuladas em função do preço da saca de milho de R$ 16,83
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dade relativa do ar ambiente, as condições iniciais do produto e os parâmetros de secagem obtidos no experimento estão apresentados nas Tabelas 1 e 2. Em relação aos resultados apresentados sobre a massa específica, verifica-se que não houve uma alteração significativa após a secagem. Sobre o teste da bebida do café, notase que a secagem realizada no Silo Secador Ventilável não alterou as propriedades que compõem a qualidade da bebida, em relação à testemunha (terreiro).
“Na comercialização úmida dos grãos, encontraram-se as menores rentabilidades, por causa dos altos deságios que sofre esse modelo de comercialização” Fotos Samir Paulo Jasper
Figura 4 - Variação da receita líquida obtida pelo produtor nas três hipóteses simuladas em função do preço da saca de milho de R$ 19,09
Além da análise técnica da secagem com ar em temperatura próxima à ambiente, é importante verificar sua eficiência energética, isto é, a relação entre a quantidade de energia fornecida ao sistema e a quantidade de água retirada. Reduzir o gasto de energia constitui-se num benefício para este sistema de secagem, o que somente poderá ser obtido se não houver risco de deterioração. Para as condições do presente trabalho, no qual foram necessárias 680 horas de secagem para retirar cerca de 950 kg de água, o consumo específi-
co de energia atingiu um valor de 4.126 kJ/kg de água evaporada, o que pode ser considerado razoável, em relação a outros sistemas de secagem. Embora a secagem tenha transcorrido exclusivamente por meio de insuflação de ar, vale destacar que o equipamento permite a inversão do fluxo de ventilação, possibilitando inverter, também, o sentido da secagem (da periferia para o centro). Possivelmente, a adoção desse manejo durante o experimento teria reduzido o tempo de secagem. Analisando as curvas apresentadas, observa-se, primeiramente, que a receita líquida foi positiva em todas as hipóteses simuladas, ou seja, os diferentes preços pagos aos produtores rurais pela saca de milho possibilitaram custear a lavoura, bem como o processo de secagem ou a terceirização da mesma. A condição menos favorável gerou um receita líquida de R$ 615,32, enquanto a mais favorável pagou R$ 25,71 mil, as duas situações ocorreram na hipótese da aquisição do silo secador. Comparando as diferentes rentabilidades entre adquirir o secador, terceirizar o processo e comercializar grãos úmidos, nota-se a superioridade da receita líquida na aquisição do sistema de secagem, nos maiores tamanhos de propriedades (20 e 30 ha) e nos diferentes níveis de produtividades. Em segundo lugar,
Samir explica quais são os benefícios e os cuidados necessários para utilizar o sistema
apresenta-se como melhor alternativa a terceirização da secagem. Na comercialização úmida dos grãos, encontraram-se as menores rentabilidades, por causa dos altos deságios que sofre esse modelo de comercialização. Samir Paulo Jasper, Marco Antônio Martin Biaggioni e Jader Picanço Ribeiro, Unesp
POTENCIAIS PROBLEMAS
U
m dos problemas típicos do processo de secagem com ar em temperatura proxima à do ambiente é a dependência das condições climáticas locais, onde o teor de umidade final a ser atingido pela massa de grãos sempre é determinado pelo potencial de secagem da região. Analisando-se os teores de umidade, verifica-se que a interação da temperatura e umidade relativa do ar (potencial de secagem), no experimento, favoreceu o processo, obtendo-se já no sexto dia de secagem, café com 14% b.u. nos locais mais próximos à entrada de ar (cone central). Verifica-se, entretanto, que a secagem no silo, demandou um período de 30 dias, para reduzir o teor de umidade de 21,16% para 10,59% b.u. Pode-se considerar esse tempo seguro, pois, tratando-se de sistemas que empregam temperaturas próximas ao ambiente, o período de secagem poderá variar de duas a quatro semanas, sempre levando em consideração as condições climáticas do local. Novembro 2005 • 17
regulagens e preparo
Evolução paralela Os passos evolutivos que marcaram o crescimento do setor agrícola foram acompanhados pela indústria de máquinas, a qual tem apontado suas pesquisas a produtos mais seguros e a técnicas de uso que minimizem riscos, sobretudo nos equipamentos de aplicação dos defensivos
A
organização social do homem gerou oportunidades de negócios que alavancaram, em grande parte, a evolução científica e tecnológica da humanidade. Essa evolução direcionou o desenvolvimento dos mercados de produtos e de técnicas na busca por crescimento econômico, competitividade e sobrevivência. Esse crescimento constante, da mesma forma, gerou também uma demanda crescente de alimentos para satisfazer as necessidades nutricionais da população mundial, e a resposta a este cenário foi a expansão das áreas cultivadas, como uma das formas mais simples do setor agrícola incrementar a produção de alimentos, Com o aumento da utilização de pulverização, cresce também a busca por mais segurança na operação
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caracterizada, em grande parte, pela exploração desorganizada, danosa ao ambiente e, ainda, de baixa eficiência eco-
nômica. Outra forma utilizada pelo setor na busca do incremento da produção de ali-
“Outra forma utilizada pelo setor na busca do incremento da produção de alimentos foi a incorporação de tecnologia no processo produtivo” Fotos Jacto
com as plantas daninhas.
PASSOS EVOLUTIVOS
mentos foi a incorporação de tecnologia no processo produtivo. Dentre as alternativas disponibilizadas pela ciência, o uso de agroquímicos ocupa, hoje, um lugar de destaque, uma vez que seu uso correto reduz as perdas ocasionadas pelo ataque de pragas e doenças e pela concorrência
O aprimoramento gradativo que marcou o crescimento do setor agrícola e propiciou a satisfação da grande parte das necessidades humanas em alimentos e matérias-primas, com a menor interferência nociva possível ao ambiente, foi seguido também pela indústria de máquinas, a qual tem apontado suas pesquisas a produtos mais seguros e técnicas de uso correto que minimizem aqueles riscos, sobretudo nos equipamentos de aplicação dos defensivos. A incorporação nestas máquinas de sistemas mecânicos, hidráulicos e eletrônicos de controle operacional, de detecção e registro dos parâmetros utilizados durante as aplicações e a possibilidade de promover variações rápidas, precisas e corretas nestes parâmetros foi um dos caminhos oferecidos pela engenharia de produtos à melhoria da qualidade do trabalho executado pelo homem. Somado a isso a disponibilização de todos aqueles sistemas nas mais distintas categorias de equipamentos foi proporcionado aos produtores potencializar a eficiência no uso dos insumos, independente de sua escala de produção. O domínio das mais importantes informações a cerca destes dispositivos, de sua relação com as variáveis do meio em que são aplicados, tais como as plantas, as pragas, as doenças, o clima, o solo e os produtos, não foram, até o momento, conhecidas na sua totalidade, porém tem contribuído sobremaneira na melhoria da qualidade dos alimentos, assim como na quantidade produzida, já que possibilitam intervenções rápidas quando estritamente necessárias com segurança e eficácia. Ademais da relação dos avanços com as variáveis envolvidas no uso dos agroquímicos, aquela entre a maquina e o homem pode significar uma das mais impor-
CONFLUÊNCIA DE INTERESSES
A
pesar do estabelecimento de uma série de processos e procedimentos de segurança na fabricação, comércio, uso e aplicação destes agroquímicos, tais esforços não foram, ainda, suficientes para evitar eventuais prejuízos ao homem e ao seu ambiente. Parece ser difícil, ao mesmo tempo em que é necessária, uma intersecção entre os interesses do crescimento humano e seu convívio harmônico no meio. Neste aspecto, a natureza parece ter tratado também de evoluir quanto ás suas formas de garantir a sobrevivência das espécies, abrindo mão das resistências e adaptações biológicas das doenças, pragas e plantas daninhas, gerando ao homem moderno, ainda mais desafios e oportunidades de avanços para maximizar sua capacidade produtiva. tantes, principalmente no que diz respeito ao acerto dos parâmetros operacionais de eficácia no tratamento, de eficiência econômica da intervenção e principalmente de segurança ao alimento, ambiente e homem no seu uso.
FATORES CONDICIONANTES A intensificação e diversificação das pesquisas no setor agrícola, a melhoria dos canais de comunicação em todos os níveis sociais, o aprendizado profissional e o avanço intelectual humano em todas as etapas do processo produtivo parecem ser uma condição inevitável à produção e ao consumo seguro de alimentos para toda a sociedade. Tal análise não exclui, ainda, os cuidados na confecção dos produtos, a
Divulgação
OPERAÇÃO FUNDAMENTAL
É
comum a atividade de pulverização de defensivos ser considerada de importância secundária no manejo da lavoura, priorizando-se, em termos de investimento e tempo em treinamento, o plantio, a adubação e a colheita. E comum direcionar para a pulverização o funcionário menos experiente ou o menos qualificado, enquanto os mais técnicos e mais bem remunerados são destinados ao plantio e colheita.
Jacto
adequação das condições ideais para uso, e principalmente, a decisão gerencial e/ou administrativa de respeitar o uso destas ofertas tecnológicas nas melhores condições sugeridas ou tecnicamente recomendadas. Ainda que a tecnologia de máquinas como ferramentas necessárias aos modernos sistemas de produção agrícola estejam em crescentes avanços e respondendo aos inúmeros desafios impostos pelos desequilíbrios ou mesmo pela evolução natural dos problemas, a adição de instrumentos de precisão para o controle, operação e registro das operações serão cada vez mais importantes. Os fabricantes de equipamentos e de
defensivos, bem com os pesquisadores dedicam consideráveis volumes de recursos em pesquisas e testes de campo e de laboratório para estarem afinados com as exigências e solicitações tanto dos órgãos governamentais quanto de outros. Os métodos, instrumentos e equipamentos destinados à proteção dos usuários e do ambiente são registrados em publicações específicas editadas por seus fabricantes e por Universidades, podendo ser facilmente obtidos através de simples solicitações via serviços de atendimento ao consumidor (os 0800), através de cursos e palestras sobre o assunto e, ainda, pela internet.
GLOBALIZAR A SEGURANÇA Percebe-se no entanto, que pode haver uma certa negligência no meio rural quando o assunto é pulverização. Essa mecânica deveria ser revista, já que a aplica-
Marco Antônio e Marcelo explicam a evolução da pulverização no Brasil
ção dos defensivos pode determinar em boa participação, o lucro da propriedade, sendo, indiscutivelmente hoje, a atividade de maior freqüência no campo. O operador deveria possuir, portanto, bom nível técnico, a fim de que estivesse, ao menos, bem protegido na sua atividade. Além disso, o defensivo também determina a manutenção ou não dos recursos naturais de uma certa área. Fauna e flora podem ser dizimadas se o operador da atividade não estiver bem treinado e consciente da importância do trabalho que executa, além de elevar os riscos de contaminação dos alimentos. Diante deste quadro, é fundamental que os responsáveis pela segurança nas propriedades rurais façam um balanço das decisões tomadas e, caso haja o menor ponto de questionamento, que procurem os fabricantes de equipamentos e defensivos e solicitem a informação da forma e conteúdo mais completo possível. Aliar-se aos esforços na busca da satisfação econômica, alimentar e ambiental, é uma forma de valorização do homem do campo associado a melhor qualidade de vida para a sociedade atual. Sobretudo considerando que a sobrevivência das gerações futuras quer seja por alimentos, energia ou por matérias primas, parece depender ainda mais do sucesso da agricultura e, por conseqüência, da tecnologia empregada com os crescentes e mais complexos critérios técnicos, e os mais curtos e necessários limites M de segurança. Marco Antonio Gandolfo e Marcelo de Castro, Jacto Assim como em países da Europa, a preocupação com a segurança do operador e do ambiente crescem no Brasil
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principais ferramentas
Ao alcance das mãos Claas
A Agricultura de Precisão, que deverá ser cada vez mais utilizada pelos produtores brasileiros, é uma grande ferramenta para otimização de recursos, redução de custos e aumento de produtividade nas lavouras
A
busca da precisão nos processos e procedimentos agrícolas tem se tornado uma preocupação constante dos agricultores brasileiros. O fato de que estes devem ser cada vez mais competitivos torna necessário que disponham de ferramentas para facilitar o planejamento da lavoura e gerenciar riscos. Administrar os detalhes torna-se cada vez mais importante, principalmente para aqueles agricultores que já atingiram altos níveis de produtividade.
MAPAS DE PRODUTIVIDADE Considerado por muitos como o passo inicial para a entrada na Agricultura de Precisão, os Mapas de Produtividade, até o momento, eram privilégio de poucos. O alto investimento necessário, em máquinas equipadas com GPS e monitores de produtividade, tem sido a grande barreira para que a grande maioria dos agroempresários disfrute dos benefícios da Agricultura de Precisão. Além disso, nem todas as indústrias de máquinas estão disponibilizando seus sistemas em larga escala, no Brasil. Como alternativa algumas empresas vem atuando no mercado a fim de desenvolver ferramentas práticas e acessíveis a qualquer
agroempresário que desejar ter um mapa de produtividade de sua lavoura. Essas empresas, em parceria com instituições como a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Universidades dos EUA e com as maiores autoridades mundiais no assunto, têm procurado garantir aos produtores brasileiros o melhor produto a um preço acessível. O Sensoriamento Remoto Multispectral, utilizado desde a década de 60 para previsão de safras globais, tem se mostrado uma ferramente importante dentro desta filosofia. Utilizando um sensor especial, a bordo de uma aeronave e voando a altitudes de cinco a dez mil pés, a tecnologia permite primeiramente, o mapeamento do vigor da lavoura.
MAPAS DE VIGOR Os Mapas de Vigor podem ser comparados a um raio-X da lavoura, principalmente pelo fato de mostrarem estresses e deficiências antes mesmo de estes serem percebidos a olho nu. O vigor de plantas, mostrado no mapa, é resultado da interação de densidade de plantas, índice de área foliar, evapotranspiração, estado nutricional e de hidratação das plantas.
De posse desses mapas, que podem mostrar o vigor de cada 0,5 m² de lavoura, podese ir ao campo para identificar a causa das variações, durante o ciclo da cultura. Isso confere uma grande vantagem, no sentido de determinar as causas de redução de produtividade, e facilita em muito a correção de problemas. Estes mapas possibilitam identificar: • Deficiências nutricionais; • Estresse hídrico; • Ataques de pragas; • Incidência de doenças; • Problemas de distribuição de água em sistemas de irrigação etc. Além disso os Mapas de Vigor tendem a se aproximar muito dos mapas de produtividade obtidos através de colhedoras. Isso acontece porque o vigor apresenta uma correlação muito boa com a produtividade, embora isso varie de cultura para cultura. Áreas de maior vigor tendem a ter maior produtividade, e vice-versa.
ZONAS DE MANEJO A partir dos Mapas de Vigor, podem-se determinar zonas, dividindo a lavoura em áreas de vigor mais homogêneo, que serão tratadas de forma diferenciada, para facilitar o manejo.
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Case IH
Os benefícios com gerenciamento remoto vão além do monitoramento no plantio e na colheita
Isso significa que cada talhão deixará de ser tratado como uma só unidade e passará a ser subdividido, de acordo com o desejo do cliente. Cada subdivisão, também chamada de Zona de Manejo, então, receberá um tratamento diferenciado, com o objetivo de elevar sua produtividade e de otimizar a utilização de insumos. Esse tratamento diferenciado vai depender do que está causando as diferenças de produtividade, podendo ser: • Equalização do pH e adubação; • Correção de compactação do solo; • Ajuste de problemas de drenagem; • Monitoramento de problemas de irrigação; • Reposição de nutrientes extraídos pela cultura etc.
VIGOR E PRODUTIVIDADE Se o agroempresário desejar conhecer mais do que as diferenças de vigor de sua lavoura, quantificando a produtividade, isso também já é possível. Adicionando-se medidas quantitativas nos Mapas de Vigor, obtêm-se Mapas de Produtividade, que podem ser utilizados para: • Conhecer as reais diferenças de produtividade da lavoura; • Determinar zonas mais lucrativas; • Definir áreas que geram prejuízos constantemente, devido à baixa produtividade; • Calcular a extração de nutrientes, para programar adubações de reposição e evitar perda de fertilidade e de produtividade nas zonas mais produtivas; • Realizar testes de produtos etc. Para gerar esses Mapas de Produtivida-
de, basta coletar amostras de produtividade em determinados pontos da lavoura e repassar esses dados à empresa responsável pela prestação do serviço, a qual, relacionando-os com o Mapa de Vigor, poderá gerar um Mapa de Produtividade.
DIFICULDADE X NECESSIDADE Em períodos de crise, é naturalmente mais difícil investir em tecnologia. Por outro lado, torna-se muito mais necessário utilizar ferramentas que promovam redução de custos e aumento de produtividade. Este é um grande dilema que deve ser respondido pelos agroempresários neste momento. A decisão pelo investimento seguramente confere grande vantagem ao agroempresário que utiliza a tecnologia disponibilizada no mercado. Ele pode obter os Mapas de Vigor e Produtividade sem imobilizar capital em equipamentos, tercerizando o serviço. Isso, além de reduzir custos e facilitar a adoção da Agricultura de Precisão, confere uma grande flexibilidade ao agricultor, pois, em caso de não desejar mapear mais suas áreas, não ficará com equipamentos ociosos e dinheiro imobilizado.
Mapas de Vigor: Um Raio-X da lavoura
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SENSORIAMENTO REMOTO MULTISPECTRAL O sensoriamento remoto foi desenvolvido há mais de 60 anos e, desde então, tem sido utilizado em muitas aplicações na agricultura. Avanços recentes na tecnologia, entretanto, possibilitando melhor qualidade de imagens e menor custo, têm a tornado mais acessível e lucrativa aos agricultores. Chris Johannsen, da Universidade de Purdue, nos EUA, juntamente com outros pesquisadores, redigiu alguns artigos falando sobre as aplicações potenciais do sensoriamento remoto na agricultura. São elas: • Medição de vigor de plantas; • Previsão de produtividade; • Mapeamento de solos; • Detecção da situação nutricional das plantas; • Mensuração de danos à cultura, causados por eventos climáticos, como granizo; • Avaliação de resíduos de cultura, como cobertura do solo; • Determinação de situações limite, como estresse hídrico, competição por plantas invasoras, erosão do solo e deficiências nutricionais. Os empresários que desejam desfrutar dos benefícios dos mapas de vigor e/ou produtividade georreferenciados de suas lavouras devem entrar em contato com as empresas especializadas do setor, a fim de planejar a realização dos aerolevantamentos – procedimento básico - uma vez que os vôos devem ser agendados previamente, de acordo com a época de plantio. Após a aquisição das imagens, em até 48 horas, o cliente poderá estar com o mapa georreferenciado de vigor de sua lavoura em mãos, e pronto para ir ao campo para a identificação das cau-
“A decisão pelo investimento seguramente confere grande vantagem ao agroempresário que utiliza a tecnologia disponibilizada no mercado” Divulgação
sas da variabilidade. Para aqueles que desejam obter mapas de produtividade é necessário o cumprimento de duas etapas: • Aquisição das imagens e geração dos mapas de vigor; • Coleta de amostras de produtividade, próximo à colheita, e geração dos mapas de produtividade através da integração dos mapas de vigor com as amostras de produtividade. Geralmente os mapas são disponibilizados aos clientes em meio impresso e digital, no formato que for mais conveniente para a ida ao campo e para o trabalho de interpretação e análise. Não será necessário que os clientes tenham conhecimento em softwares de GIS (Sistemas de Informação Geográficas), para que possam fazer uso das informações. Aqueles que já utilizam softwares gerenciais que permitam o uso de imagens georreferenciadas poderão tranqüilamente utilizar os mapas fornecidos. Na maioria dos casos os mapas são disponibilizados em diversos formatos de arquivos para que haja a maior compatibilidade possível. O sensoriamento remoto multispectral sem dúvidas é uma ferramenta muito im-
IMAGENS MULTISPECTRAIS
D
iferentemente de imagens obtidas por câmera digitais comuns, as imagens multispectrais captam 4 comprimentos de onda (ou cores): o Verde, o Vermelho, o Azul e o Infra-Vermelho próximo (NIR). O Infra-Vermelho Próximo, que não é captado por câmeras comuns, é o que faz a grande diferença na determinação do vigor da lavoura, pois permite a avaliação da atividade fotossintética das plantas. Quanto maior a atividade fotossintética, maior o potencial produtivo. portante e com potencial de utilização em larga escala na agricultura de precisão do país. Através dele, os mapas de produtividade - que são uma importante ferramenta para aprimorar o planejamento da lavoura, reduzir custos e aumentar a produtividade – poderão estar acessíveis a qualquer agroempresário que desejar, independente da sua escala de produção.
Diogo e Liane mostram os benefícios do sensoriamento remoto
A ferramenta, dessa forma, pode ser caracterizada como uma importante contribuição para aumentar a competitividade do agronegócio brasileiro e uma alavanca para impulsionar a recuperação da agricultura, M neste momento difícil. Diogo Ferreira, Vectis Liane Weber, UFSM
Teste Drive - Massey Ferguson 5290 8x8 Export
Fotos Charles Echer e Vilso Santi Júnior
Agilidade nas manobras
No No Teste Teste Drive Drive Cultivar Cultivar Máquinas, Máquinas, oo MF MF 5290 5290 8x8 8x8 Export Export mostrou mostrou grande grande flexibilidade operacional e maior rendimento a campo. O modelo é flexibilidade operacional e maior rendimento a campo. O modelo é dotado dotado de um inversor (reversor) mecânico sincronizado, baseado em um sistema de um inversor (reversor) mecânico sincronizado, baseado em um sistema bastante bastante simples simples ee usual usual
A
equipe do Núcleo de Ensaios de Máquinas Agrícolas (Nema/ UFSM) e a Revista Cultivar Máquinas recentemente analisaram o desempenho, a campo, do trator Massey Ferguson modelo 5290 8x8 Export. Elaboramos um plano pensando em destacar os pontos positivos e negativos de um modelo novo inserido em uma linha tradicional de tratores. Chegando à lavoura, encontramos com o nosso primeiro trator de teste e nos contaminam pela empolgação do operador que, já de imediato, foi destacando as qualidades do sistema e as vantagens do inversor para o trabalho que executa na lavoura. Este modelo da linha 5000 tem uma transmissão de 16 marchas, oito para frente e oito para trás, com as mesmas velocidades em ambos os sentidos. Para isso, o modelo é dotado de um inversor (reversor) mecânico sincronizado, baseado em um sistema bastante simples. Duas áreas de 1,2 mil m2 cada foram preparadas para avaliar o desempenho do MF 5290 8x8 Export
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Na entrada da caixa de marchas, a partir do eixo piloto, interpõe-se um eixo intermediário que está ligado a outro lateral, com função de inversão de sentido. Quando ele está conectado ao eixo intermediário é acionada a mar-
cha para trás, se não estiver conectado, o movimento passa livre (marcha à frente) ao eixo secundário. O acionamento do pedal de embreagem é obrigatório, havendo uma posição de neutro.
“Um trator como este pode ter uma grande utilidade desde as operações iniciais de preparo do solo até aquelas extremamente especializadas, que utilizam equipamentos opcionais, como lâminas, conchas frontais etc.”
Numa das etapas do teste, o 8x8 foi colocado lado a lado com um modelo de motorização equivalente, sendo possível observar várias vantagens
O sistema é bastante robusto e de simples operação, além de bastante criativo e econômico. Na rotação de 2200 rpm, com rodado traseiro 18.4-34R1, pode deslocar-se desde 2,4 a 30,3 km/h, para os dois sentidos (frente e ré).
LOCALIZAÇÃO DAS ÁREAS Para avaliar o sistema de inversão, ou reversão - como ele é mais conhecido pelos agricultores - nos deslocamos até o município de Taquari, no estado do Rio Grande do Sul. O primeiro dos nossos tratores de teste foi um modelo semi-novo (com 690 horas de uso) que encontramos em pleno trabalho – aplainando a superfície do solo. Nessa região visitamos algumas lavouras manejadas pelos “catarinas”, denominação emprestada aos catarinenses que chegaram ao Rio Grande do Sul para sistematizar e cultivar áreas que antes eram banhados improdutivos. Esses produtores implantaram no local um sistema inovador de produção de arroz com sementes pré-germinadas e em quadros sistematizados. Terras que antes valiam menos de R$ 600 o hectare, hoje, são negociadas por valores até dez vezes maiores. A produtividade das lavouras fica acima de 8 mil kg/ha. A maioria dos agricultores, não proprietários, produzem arrendando as terras por percentagens próximas aos 25% e, mesmo assim, obtém bons resultados financeiros.
CARACTERÍSTICAS DO MODELO Este trator é recomendado, pelo fabricante, para o trabalho em cultivo de arroz sistematizado e possui todas as particularidades que o trabalho nessas áreas exige, seja nas diferentes
operações de preparo do solo, nivelamento da superfície, transporte de solo para os locais mais baixos etc. O sistema de reversão pode ser útil também por produzir ganhos de tempo e qualidade de trabalho nas operações que envolvem a produção de silagem na pecuária. Um trator como este pode ter uma grande utilidade desde as operações iniciais de preparo do solo até aquelas extremamente especializadas, que utilizam equipamentos opcionais, como lâminas, conchas frontais etc. Uma outra utilidade deste sistema, já comprovada, é a possibilidade de que estes modelos sirvam como suporte para outras operações, como o abastecimento de insumos (sementes, adubos etc.) em semeadoras e distribuidores (bigbag) e auxílio nas operações de descarga de colhedoras e transporte. O motor deste modelo é o tradicional Perkins P4001 de quatro cilindros, com aspiração natural que desenvolve 64,8 kW (88 cv) de potência máxima a uma rotação nominal de 2200 rpm. O torque máximo é de 291 Nm a 1400 rpm (Norma ISO 14396).
EM AMBAS AS DIREÇÕES
C
abe reforçar que são 16 marchas, oito em cada direção (frente e ré), todas com a mesma velocidade, equivalendo a dizer que a marcha para frente tem a mesma velocidade que à ré. Esse é um detalhe que difere dos câmbios tradicionais e influi positivamente no trabalho que analisamos. A embreagem é do tipo Split torque, tradicional da marca, com dois discos. Um para a embreagem principal do motor para o acionamento das rodas, e o segundo para a Tomada de Potência (TDP). De fábrica o modelo vem com TDP independente, com dupla rotação de 540 e 1000 rpm. O sistema de direção é hidrostático, com o eixo dianteiro motriz com acionamento opcional (TDA) e bloqueio do diferencial, ambos com acionamento elétrico. No eixo traseiro, estes modelos possuem a tradicional redução final do tipo epicíclico. No sistema hidráulico do 8x8 a característica marcante é o já tradicional sistema Ferguson (funções de controle de posição, profundidade, reação, transporte e bombeamento constante). De controle mecânico, ele teve sua capacidade de levante própria incrementada em 4 mil kgf. Sua vazão máxima é de 17 litros/ minuto. O controle remoto de acionamento externo é independente, de duas válvulas e com vazão máxima de 55 litros/minuto. O modelo avaliado tinha posto plataformaO modelo testado estava equipado com pneus e acessórios próprios para o trabalho em terrenos de arroz pré-germinado
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O MF 283 transmissão convencional rendeu 0,83 ha/h; já o MF 52908, dotado de inversor, rendeu 0,96 ha/h
do, porém, há opção de cabina fechada. Os equipamentos básicos são: barra de tração oscilante, buzina, caixa de ferramentas com chave de rodas, suporte dos pesos dianteiros, assento regulável com suspensão, estrutura de proteção contra o capotamento, toldo, paralama dianteiro - como opcionais, os pesos dianteiros e traseiros - catálogo de peças, tomada de luz para carreta, kit de ferramentas e bomba de engraxar. O peso de embarque deste modelo é de 3650 kg, com possibilidade de chegar até 5480 kg para uma distância entre eixos de 2350 mm.
PROVA DE FOGO Na localidade de Beira do Rio, em uma empresa rural de produção de arroz em solo sistematizado com pré-germinado, demarcamos duas áreas de 1200 m2 cada uma (60 m de comprimento e 20 m de largura). Nelas comparamos o trabalho de dois tratores similares da Massey Ferguson- um com o dispositivo de inversão e outro do tipo convencional - o MF 5290 e o MF 283, respectivamente. Os dois tratores estavam equipados com implementos idênticos, grade niveladora de 2,6 m de largura, reguladas para realizar o mesmo trabalho. Para equiparação da velocidade de operação, foram selecionadas, após análise, marchas diferentes - 3.a reduzida baixa no MF 283
RENDIMENTO
O
s dados obtidos permitiram concluir que o sistema de inversão, aplicado na área e no sistema de “quadros” sistematizados, pode aumentar a capacidade e melhorar a qualidade do trabalho de regularização da superfície do terreno. Ao final do dia, numa jornada de 10 horas de trabalho, pode-se ganhar 1,3 hectares a mais de área preparada, ou seja, 15% em relação ao sistema convencional. O acabamento nas bordas e esquinas, na máquina com inversor, também foi melhor executado.
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e 4.a reduzida à frente no MF 5290. A rotação do motor para o trabalho, em ambas as máquinas, foi fixada em 2000 rpm. Os tratores foram liberados a trabalhar, cada um com seu implemento, e o tempo de operação foi medido. Ao final se calculou a capacidade de campo operacional nos dois casos. Os valores encontrados foram os seguites: 0,83 ha/ h para o trator com a transmissão convencional – MF 283 - e 0,96 ha/h para o modelo dotado de inversor - MF 5290. Tivemos o cuidado, primeiro, de igualar a velocidade de deslocamento dos dois tratores para não favorecer nenhum dos sistema, e, depois, de verificar se as condições de lastro eram idênticas, ou seja, se as máquinas não tinham nenhum lastro suplementar.
RESULTADOS Verificou-se que o trator dotado do sistema de inversão fazia mais rapidamente as manobras de cabeceira e, por isso, perdia menos tempo. Também notamos que o trator com o sistema convencional, tentando compensar a sua deficiência de agilidade nas manobras, procurava “arredondar” as esquinas, perdendo menos tempo, prejudicando, porém, a qualidade do trabalho.
A alavanca do reversor está localizada à esquerda do volante, facilitando o manuseio e deixando a mão direita livre para operação do hidráulico
Como havíamos liberado os operadores para que fizessem a manobra que melhor lhes conviessem, notamos que o padrão era diferente. O operador do MF 283 – sistema convencional – seguiu um padrão arredondado, já o operador do MF 5290 utilizou o sistema vai e vem, com ré, pois dispunha do inversor. Ouvimos do operador do MF 5290 um rasgado elogio ao sistema de inversão. Questionado sobre em que operações ele via mais vantagem no sistema, Josias de Araújo não deixou por menos: “para tudo, em todo serviço se tem vantagem. É a melhor coisa que inventaram”, ressaltou. Sobre problemas ocorridos durante o uso, disse que não tinha havido “nenhum problema”. Comentando sobre a sua experiência como operador de tratores, disse que não conhecia o sistema Massey Ferguson de inversão e que havia trabalhado com outro trator também equipado com inversor, no entanto, conside-
Um dos pontos negativos é a pouca altura da alavanca do comando hidráulico, o que causa fadiga e exige que o operador improvise uma extensão
“Verificou-se que o trator dotado do sistema de inversão fazia mais rapidamente as manobras de cabeceira e, por isso, perdia menos tempo” Fotos Charles Echer e Vilso Santi Júnior
Equipe do Nema da UFSM, liderada pelo pesquisador Fernando Schlosser, conduziu o teste drive com o trator MF 5290 8x8 Export
rou o sistema MF melhor. “Uso a mão esquerda para inverter o movimento, ficando com a direita livre para comandar a alavanca do sistema hidráulico,” disse. Na verdade esse é um detalhe ergonômico importante e que deve ser levado em conta - ao menos em operações específicas. Nesse sentido, cabe ressaltar que, em operações de campo onde a inversão de sentido se faz tão necessária, poder privilegiar a mão esquerda para o contato com o volante e, ao mesmo tempo, com o comando de inversão, deixando a mão direita para comandar - levantar e baixar - o sistema hidráulico de três pontos, é fundamental. Isso incrementa e qualifica o trabalho e empresta conforto ao operador. Essa parece ser uma das maiores vantagens da configuração apresentada. Uma das dificuldades encontradas ficou por conta do acesso ao posto de operação. Quando a alavanca de inversão estava colocada na posi-
ção de sentido à ré, com o trator estacionado, o acesso ao posto de trabalho ficou um pouco prejudicado. Nessa lavoura os principais usos deste sistema eram no “alisamento”, como chamam o aplainamento com solo úmido. Também na limpeza de valos, bastante facilitada com o uso do sistema. Leonardo Martignago, outro usuário do mesmo modelo de trator, numa fazenda próxima, comentou que utiliza com vantagem o sistema inversor em operações que empregam pneus de borracha e exigem avançar e retroceder rapidamente. Ele ressaltou, no entanto, que outras operações nas quais se utilizam rodas de ferro - tais como no uso de enxadas rotativas e lâmina niveladora - não há a mesma vantagem, visto que este tipo de rodado só pode ser utilizado para avançar à frente. Martignago nos alertou para um problema construtivo, que é a posição baixa da alavanca
de comando do sistema hidráulico de três pontos, mostrando-nos inclusive a sua improvisação, que constava de uma extensão (tubo), revestido com a fita adesiva. Também fez considerações negativas quanto ao ruído como sendo o maior problema do trator. Pelos comentários feitos, detectamos que há potencial de mercado para outros modelos, inclusive, dotados de turbocompressor, com maior potência. Para este produtor, o inversor, a potência de motor e a vedação de retentores, principalmente no eixo dianteiro, evitando-se a entrada de água, quando se trabalha com parte dos eixos imersos em água, são as maiores qualidades de um trator que trabalha neste tipo de sistema de produção de arroz irrigado sistematizado. Verificamos a boa aceitação dos modelos da Massey Ferguson nas operações mais leves devido à menor relação peso/potência, quando comparados a modelos de outras marcas, propiciando melhor acabamento da superfície traM balhada. José Fernando Schlosser, Marcelino João Knob, Marçal Elizandro Dornelles e Diego Fank Martins, UFSM
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triturador de palha
Valtra
Palha picada O triturador de palhas tratorizado proporciona a redução do tamanho dos restos culturais e/ou adubos verdes e a uniformização da disposição dos resíduos na lavoura, o que facilita as operações subseqüentes, como a semeadura
A
proteção do solo com palha é fundamental para o sistema de plantio direto, uma quantidade de palha superior a quatro toneladas de massa seca por hectare faz com que o escorrimento superficial de água seja mínimo, diminuindo assim os efeitos da erosão. As culturas implantadas com a finalida-
de de formação de cobertura morta ou adubação verde podem apresentar algumas funções específicas, tais como produção de grãos, pastoreio ou somente cobertura. Neste último caso existe a necessidade de um manejo da vegetação para a operação seguinte, que é a semeadura. O manejo das culturas de cobertura deve
ser realizado na época em que a planta apresenta a maior massa, ou seja, no florescimento pleno, e deve ser feito antes que os grãos fiquem viáveis, para não prejudicar a cultura principal. O objetivo do manejo é reduzir o comprimento da palhada e proporcionar uma uniformidade de distribuição dos resíduos
PLANTIO DIRETO
O
Detalhe das facas, que possuem fio nos dois lados e podem ser invertidas
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Detalhe do eixo principal onde estão localizadas as facas
sistema plantio direto é uma forma de produção agrícola, na qual a semeadura é realizada com mínimo revolvimento do solo, procurando manter a cobertura vegetal sobre a superfície. A adoção desse sistema requer do produtor rural atenção especial e maior conhecimento, comparado a outros sistemas, como, por exemplo, o convencional.
“A massa vegetal cortada e triturada é jogada para a parte traseira e, por meio de defletores, é espalhada uniformemente pela largura do equipamento” Fotos Carlos Eduardo A. Furlani
No detalhe, pontos de fixação para alterar a altura da roda, o que facilita o transporte e aumenta a segurança
culturais para facilitar a operação de semeadura. O tamanho dos fragmentos produzidos deve ser suficientemente pequeno para facilitar operações subseqüentes, porém, a fragmentação excessiva pode acarretar em decomposição mais acelerada do material vegetal.
TRITURADOR DE PALHAS Um dos equipamentos utilizados para se fazer o manejo de vegetação é o triturador de palhas tratorizado, que é definido por Gadanha Júnior et al. (1991) como uma máquina destinada a proporcionar a redução do tamanho e a esparramação homogênea, na superfície, tanto de restos culturais como de adubos verdes. Essa máquina é acoplada ao sistema hidráulico de três pontos do trator (SH3P) e é acionada pela tomada de potência. Deve-se fazer o nivelamento longitudinal do equipamento por meio do terceiro ponto e posicionar o eixo cardan nivelado em relação ao solo durante a operação. O triturador de palhas tratorizado é composto por um eixo transversal dotado de facas em sua periferia, essas facas em rotação elevada (3 mil rpm) fazem o corte e a trituração da massa vegetal. As facas têm afiamento dos dois lados, podendo ser invertidas quando desgastadas, deve-se efetuar a troca das mesmas quando necessário, pois nesses casos elevam muito a exigência de potência. A massa vegetal cortada e triturada é jogada para a parte traseira e, por meio de defletores, é espalhada uniformemente pela largura do equipamento. A altura de corte da vegetação pode ser regulada por meio da roda de controle de altura/transporte do equipamento, mudando-se os pontos de acoplamento ao chassi. Um detalhe importante desse equipamento é a segurança. Em hipótese alguma devem-se acionar as facas quando pessoas estiverem atrás do mesmo, pois pode ocorrer de ser atirado algum objeto pelas facas e atingir pessoas. Ainda dentro desse item, o equipamento apresenta um jogo de correntes em sua parte dianteira, para a proteção do operador.
alternativa para o manejo de restos culturais em quantidades elevadas, ou de culturas implantadas para adubação verde que apresentam grande quantidade de massa (Mello et al., 1998). Siqueira et al., (1997) destacam que a eficiência do triturador de palhas varia de acordo com a cultura e velocidade de deslocamento do conjunto trator-máquina. Já Boller et al. (1993) concluíram que esse equipamento trabalhando em maior velocidade, apresentou maior eficiência energética, maior capacidade de trabalho e não prejudicou a qualidade de trabalho. Levien et al. (1998) encontraram valores de 1,08 ha/h de capacidade de campo teórica, 14, 6 kw de potência média na tomada de força, 2.1 kw h/t de uso específico de energia e 7 t/ha de capacidade de trituração de resíduos da cultura do milho, trabalhando na velocidade de 4,7 km/h. O mesmo (1999) obteve exigência de torque de 242,1 Nm, utilizando triturador de palhas no manejo de aveia preta, e uso de energia média de 12,05 kw h/ha. Este equipamento consumiu 9,72 l/h e 8,59 l/ha de combustível. Já Furlani (2000) obteve consumo médio de combustível de 9,7 l/h e exigência de potência de 12,3 kw no manejo com triturador de palhas na resteva da cultura do M milho. Carlos Eduardo A. Furlani Rouverson P. Da Silva Afonso Lopes Unesp
De cima para baixo, ponto de engate no trator, defletores e correntes de proteção
ALTERNATIVA DE MANEJO O triturador de palhas tratorizado é uma Detalhe do eixo longitudinal onde estão acopladas as facas
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compactação
Hora de descompactar As restrições que um solo pode impor à planta pela compactação tomam muitas vezes sérias dimensões, pois, ao causar dificuldades ao crescimento e desenvolvimento radicular, elas afetam direta e indiretamente a produção
T
odo manejo do solo visa criar condições favoráveis ao desenvolvimento das raízes e ao adequado estabelecimento das culturas. Sabe-se que em solos compactados as sementes não conseguem nascer por estarem impedidas de absorver água - indispensável para a sua germinação. As condições de desenvolvimento de uma planta vão piorando à medida que o solo está mais compactado e encrostado, por causa da deteriorização de sua estrutura grumosa, e, conseqüentemente, a raiz sente o efeito direto dessas práticas agrícolas danosas.
Case IH
MOVIMENTO DE MÁQUINAS A formação de camadas compactadas pode ser ocasionada pela pressão exercida pelas máquinas agrícolas e pela destruição dos grumos do solo, devido a um manejo inadequado. As diferenças entre as máquinas e implementos são grandes, e aquelas que revolvem o solo com maior velocidade, como o arado, as grades e a enxada rotativa, têm efeito mais devastador. Por isso, o preparo mínimo com o uso de escarificadores vem sendo adotado. Em solo compactado, com pouca profundidade, a raiz somente se desenvolve na parte não compactada, perto da superfície. Na parte compactada não se formam raízes por falta de água, ar e nutrientes. Em solos
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sem compactação ocorre desenvolvimento livre da raiz. Como o solo será mais bem explorado, a capacidade da raiz absorver água e nutrientes é maior. No solo compactado, facilmente a planta sofre por falta de água e de nutrientes quando adubada, ela não consegue aproveitar convenientemente os elementos dispostos. As plantas raquíticas nas bordas das lavouras, onde as máquinas manobram, ou sobre os terraços, são indicativos de um metabolismo pouco eficiente e uma respiração principalmente fermentativa - solo compactado = 21 a 22 calorias por Mol de glicose enquanto em solos sem compactação a respiração predominante é aeróbica, e os valores podem atingir 637 calorias por Mol de glicose.
TENDÊNCIA À COMPACTAÇÃO A compactação pode ser entendida como a diminuição do volume do solo, ocasionada por compressão, causando um rearranjamento do solo, reduzindo a porosidade, por causa da ação do homem. Não devemos confundir compactação com adensa-
mento, que é caracterizado pela redução de volume com a expulsão de água do solo, podendo também ser originado por processos pedogenéticos (Dias Junior, 2000). As limitações que um solo pode impor à planta pela compactação tomam muitas vezes sérias dimensões, pois ao causar restrição ao crescimento e desenvolvimento radiculares, afetam direta e indiretamente a produção das plantas. Além do que a compactação está relacionada com os atributos físicos, químicos e biológicos que são importantes ao desenvolvimento das plantas. E de certa forma a compactação do solo determina a relação entre ar, água e temperatura - estes influenciam no desenvolvimento das plantas. Quanto mais profunda for uma camada compactada, mais persistente ela é, dependendo dos fatores a que ela está submetida, como: fatores pedogenéticos, climáticos, atividade biológica e manejo adotado. Embora a compactação mais profunda seja dita como permanente, ela causa menos prejuízos às culturas quando comparada com uma camada compactada a 25 cm de profundidade, pois, quando há veranicos e as raízes estão presas até 40 cm, podem ocorrer prejuízos quanto ao desenvolvimento das raízes e das plantas. A compactação adquire sua intensidade máxima somente quando o solo está na ca-
“Em solo compactado, com pouca profundidade, a raiz somente se desenvolve na parte não compactada, perto da superfície” Jorge Wilson Cortez
Operação de gradagem no preparo do solo para o plantio
EFEITOS DA COMPACTAÇÃO
A
pacidade de campo, podendo ser moldado ou deformado permanentemente pela aplicação de pressão. E normalmente as pressões exercidas sobre o solo na capacidade de campo são os rodados dos tratores que executam o manejo na área. A quantidade exagerada de operações aumenta a tendência à compactação, devido à produção de um número muito grande de pequenos agregados, facilitando a formação de uma crosta superficial do terreno,
com conseqüente diminuição da infiltração de água e aceleração do processo de erosão.
DIAGNÓSTICO Podemos diagnosticar a compactação através de métodos científicos ou práticos, sendo que o primeiro requer aparelhos específicos e é de grande confiabilidade, enquanto que os práticos são eficientes e informam o resultado de forma mais rápida. Os sintomas da compactação podem
compactação causa algumas modificações nos solos: aumento da resistência mecânica do solo à penetração radicular, redução da aeração, alteração do fluxo de água e calor e da disponibilidade de água e nutrientes; nas plantas, emergência lenta, sistema radicular raso, plantas desuniformes, coloração deficiente, dentre outros. ser observados tanto na planta como no solo devendo-se, no entanto, ter cuidado para não confundir danos da compactação outros tipos de danos como pragas, doenças, deficiências nutricionais, dentre outros.
Gráfico 1 - Resistência mecânica do solo a penetração (Mega Pascal)
em todo o perfil, já em solos irrigados semanalmente a umidade é em torno de 17%. Além disso, a compactação é menor onde a umidade é maior. No entanto, constatou-se a existência de uma camada compactada entre as profundidades de 10 e 40 cm que precisa ser destruída para um ótimo desenvolvimento das plantas tanto no irrigado como no sequeiro. A inserção de um penetrômetro ou penetrógrafo (o primeiro é necessário para fazer leituras dos impactos nas diversas camadas, o segundo nos fornece gráficos) é um método secundário de avaliação da compactação, sendo este um modo fácil de mensurar a compactação. E após a tabulação dos dados normalmente se constrói um gráfico (penetrômetro) relacionando a compactação
Raiz de feijoeiro em solo não compactado e compactado, semeado a 4 cm; e em solo não compactado e compactado, semeado a 8 cm
No detalhe, penetrômetro utilizado para avaliar a compactação do solo
Fotos Jorge Wilson Cortez
Para análise de campo da compactação, a penetrometria é uma metodologia quantitativa muito utilizada devido à facilidade, rapidez e à possibilidade de se efetuar grande número de repetições na obtenção de dados, embora possam ocorrer dificuldades na interpretação dos resultados obtidos em razão da dependência desses em relação ao conteúdo de água e à densidade do solo (Gráfico 1). Observou-se que nos solos irrigados diáriamente a umidade fica em torno de 20%
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com a profundidade analisada. Esse aparelho é muito utilizado para relacionar fatores de resistência do solo à elongação radicular. Valores acima 2,5 Mpa (Mega Pascal) começam a restringir o pleno desenvolvimento das raízes. Diversos autores sugerem que a resistência mecânica do solo à penetração deve ser medida quando o solo se encontra próximo à capacidade de campo, mas, quando a análise é feita próxima à capacidade de campo ela é mascarada pela sua umidade. Portanto, recomenda-se uma amostragem da resistência à penetração em umidade próximo ao ponto de murcha. É bem claro que, à medida que a umidade diminui a resistência mecânica do solo à penetração aumenta. Podemos utilizar os dados da penetrometria para identificar onde está a camada compactada no solo, para posteriormente removê-la. Quando ocorre o aumento da densidade do solo (relacionada à massa de solo pelo volume ocupado, em um anel volumétrico), a raiz diminui seu desenvolvimento, já em solos com densidade de 1,2 a 1,4 g/ cm3 ocorre desenvolvimento normal do sistema radicular; já a partir de 1,6 g/cm³ ocorre desvio radicular, prejudicando o crescimento. Os macroporos constituem a rota principal ao crescimento das raízes, solos mal estruturados prejudicam o sistema radicular. A porosidade do solo é a relação entre a proporção de espaços que podem ser ocupados por líquidos e ar e o espaço ocupado pela massa de solo, normalmente a porosidade representa 50% do volume do solo. Este é afetado principalmente pela compactação, pois são os primeiros poros a desaparecem com efeito da pressão, e como estes são as principais rotas de crescimento radicular e aeração do solo, quando são desestruturados, afetam consideravelmente o desenvolvimento radicular e da planta. Camargo e Alleoni (1997) dizem que o tamanho dos poros determina o potencial de água neles retida e, conseqüentemente, a sucção necessária para esvaziá-los, pois, quanto maior o tamanho do poro, menor será a sucção a ser aplicada para retirar a água, e quanto menor o tamanho do poro, maior será a sucção para retirar a água. Assim, se o diâmetro de um tubo diminui 1/3 do tamanho original o volume do fluxo diminuirá 1/81 do original, e, como a compactação diminui a quantidade de poros grandes, ela tem grande influência na transmissão da água em um solo saturado. Para a raiz do feijoeiro, observou-se que no solo compactado desenvolveu-se pouco, podendo sofrer com possíveis veranicos. Já no solo sem compactação a raiz se desen-
“Uma das formas de prevenção da compactação é o uso de equipamentos combinados, o que propicia diminuir o trânsito de máquinas sobre o solo”
volve normalmente, explorando o solo dentro de sua capacidade. Pode-se notar que o diâmetro do colo e das raízes das plantas analisadas em solo compactado obtiveram um aumento em relação ao sem compactação, pois quando o solo está compactado a raiz necessita fazer mais força para romper as camadas, fazendo isto pelo aumento do seu diâmetro. Em compactações que impedem o crescimento da raiz principal, ocorre proliferação das raízes laterais (A), quando o impedimento é tanto na vertical como na horizontal ocorre aumento de diâmetro tanto da raiz principal como da lateral.
SEM COMPACTAÇÃO
Q
uando a raiz está sem impedimento, quando é feita a escarificação ou subsolagem, seu crescimento pode ser duplicado. Ela pode aumentar em até oito vezes a quantidade de solo explorado. Quando a raíz das plantas encontra um obstáculo (tamanhos reduzidos de poros) ela tende a aumentar seu diâmetro para conseguir romper o obstáculo e perde eficiência.
PREVENÇÃO E REMOÇÃO Uma das formas de prevenção da compactação é o uso de equipamentos combinados, o que propicia diminuir o trânsito de máquinas sobre o solo. O controle e o monitoramento do tráfego sobre as áreas e a não realização das operações de preparo, quando o solo quando se encontra próximo à capacidade de campo, também são recomendados. Como exemplo temos os novos modelos de escarificadores que possuem o rolo destorroador na parte final, simulando uma gradagem, o que pode diminuir uma operação. Outro exemplo são os tratores com hidráulico e tomada de potência (TDP) na parte frontal, que podem realizar mais de uma operação.
ESCARIFICAÇÃO A escarificação é uma das formas de corrigir a compactação do solo quando a camada compactada se encontra até os 30 cm de profundidade. O escarificador é um implemento menos robusto que não consegue romper camadas compactadas a grandes profundidades. Uma das vantagens do uso do escarificador é manter os restos vegetais sobre o solo. No entanto, seu uso é restrito devido ao pouco conhecimento do agricul-
tor ao menor controle de ervas daninhasalém de possuir menor capacidade operacional (-10 %) em relação à grade. Os casos de insucesso no sistema de plantio direto geralmente estão associados à presença da compactação nas camadas de solo das áreas de cultivo. Na maioria dos casos, só o uso do escarificador pode resolver o problema – dipensa-se o uso de grades e arados. Após a escarificação o sistema pode ser retomado.
SUBSOLAGEM A subsolagem, realizada quando a camada compactada se encontra abaixo de 30 cm, facilita a infiltração da água e reduz a erosão, melhorando, também, as características físicas do solo em áreas com camadas compactadas. Ela deve ser executada na época seca do ano, quando o solo estiver com teor de umidade bastante baixo, para que haja quebra da estrutura do solo. A subsolagem com o solo úmido pode provocar o efeito de espelhamento das paredes do solo por onde passar a haste do equipamento. No entanto frisamos que essa operação não pode ser feita muito longe do período chuvoso, pois o rompimento do solo
Pesquisadores mostram os problemas causados pela compactação e quais as medidas para contorná-los
pode provocar um ressecamento excessivo nas áreas trabalhadas, com sérios prejuízos potenciais. A opção pela realização da operação deve ser muito consciente, já que é uma operação cara, devido ao uso de tratores de grande porte (maior que 100cv), e que apresenta baixo desempenho operacional (rendimento). Cabe lembrar que uma certa compactação é benéfica às plantas. Uma ligeira pressão exercida sobre a superfície do solo, desde que não prejudique a porosidade, pode auxiliar no estabelecimento das plantas e/ ou culturas. A análise e o estudo da compactação nos solos brasileiros é de fundamental importância para o agricultor, pois as principais restrições ao crescimento e desenvolvimento das raízes e, conseqüentemente, das plantas são derivadas de alterações das características físicas do solo. Sendo assim, alertamos que o uso adequado de máquinas e implementos, na profundidade correta, pode minimizar os efeitos negativos na parte física do solo ocasioM nados pelas máquinas. Jorge Wilson Cortez, Carlos Eduardo Angeli Furlani e Rouverson Pereira da Silva, Unesp Alberto Carvalho Filho Fazu Implemento escarificador destorrador, utilizado na operação de descompactação do solo
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carrocerias
Brasilis nos grãos Com a inovadora tecnologia Ecoplate, o implemento rodoviário lançado pela Randon apresenta inúmeras vantagens para o transporte de grãos e cargas secas Fotos Randon
D
entro da política de desenvolvimento de produtos tecnicamente avançados e ecológicos, e em atendimento às necessidades do cliente, a Randon S.A Implementos e Participações lançou recentemente uma linha de semi-reboques graneleiros. Trata-se do Brasilis, um graneleiro que utiliza a inovadora tecnologia Ecoplate (painel ecológico). A Randon S.A desenvolveu um novo conceito de laterais da caixa de carga, a fim de potencializar a vantagem tecnológica do implemento, a partir de um material exclusivo e inovador, muito superior ao compensado naval anteriormente utilizado. Os semi-reboques graneleiros representam atualmente um número próximo a 50% de todos os implementos rodoviários fabricados no Brasil, o que supostamente pode equivaler à metade de tudo que circula pelas estradas brasileiras utiliza um desses equipamentos, conforme gráfico abaixo. Baseado nos dados relatados acima, podese entender a importância desse tipo de produto, assim como a necessidade de confiabilidade e resistência. Duas características principais foram perseguidas no desenvolvimento de projeto do novo graneleiro Randon Brasilis: 1) Vedação total quanto à perda de grãos; 2) Aumento da vida útil das laterais da caixa de carga.
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COMPENSADO NAVAL Para se falar das características e qualidades do material desenvolvido, denominado Ecoplate, primeiramente tem-se de tratar do material que foi substituído - o painel compensado multilaminar. O painel compensado, mais comumente
denominado compensado naval, é em princípio um excelente material, devido a suas propriedades mecânicas, pois possui elevada resistência e baixo peso. Porém, deixa lacunas em relação à resistência ao intemperismo, uma vez que se degrada e desplaca com o tempo. Além disso, sua fabricação, a partir de madeiras nati-
Gráfico de participação no mercado brasileiro por tipo de implemento
Fonte: Randon S.A - referente aos meses de janeiro a julho/2005.
“Com o desenvolvimento do painel Ecoplate, a Randon fortalece sua posição de vanguarda nos mercados brasileiro e latino-americano”
SOLUÇÃO EFICIENTE
O
s produtos denominados graneleiros são originalmente projetados e desenvolvidos para o transporte de cargas a granel, como soja, trigo, milho, entre outros. Estes, passaram, também, a ser utilizados para o transporte de uma enorme quantidade de outros materiais, a granel ou não, devido à sua grande versatilidade e resistência. vas ou nobres, confere um aspecto nada ecológico ao material. Um semi-reboque bitrem consome aproximadamente 1 m3 de compensado, sendo que uma árvore nativa de porte médio (cerca de 80 -100 anos de idade) gera 1,5 m3.
PAINEL ECOPLATE No desenvolvimento do painel Ecoplate (eco - ecológico, plate – painel) para os bitrens e semireboques graneleiros e carga-seca, a Randon aplicou um novo material composite para constituição das laterais. Este é composto exclusivamente por materiais isentos - chapa de aço galvanizada e pré-pintada, madeira reflorestada e polímero termoplástico PVC. O Ecoplate foi testado intensivamente em laboratório e no campo. A junção da composição - uma placa de madeira reflorestada, revestida na face interna por uma placa de PVC e na face externa por uma chapa de aço galvanizada e pré-pintada – é feita por um adesivo de alta performance, isento de solventes tóxicos. Na face interna, a placa de PVC apresenta resistência à abrasão, à umidade, ao ataque de agentes químicos e à ignição, oferece maior versatilidade (pode ser pigmentada em qualquer cor), não apresenta riscos de manuseio e é mais durável e leve. Na parte intermediária, a madeira reflorestada é mais leve (400-500 kg/m3) e com espessura reduzida, que gera uma economia de 40% no consumo de madeira em relação ao modelo anterior, que utilizava madeiras nobres.
Na face externa, a chapa de aço galvanizada e pré-pintada oferece resistência a impactos, à abrasão e à corrosão por agentes químicos e intempéries. Tal configuração confere ao produto final as seguintes características: • Alta resistência mecânica: O painel Ecoplate, apesar de ser mais leve e ter menor espessura, possui resistência mecânica até duas vezes superior à do compensado, quando submetidos a ensaios de flexão; • Baixo peso: Em um bitrem padrão de 7,10 m a tecnologia representa uma redução de tara de 250 kg; • Alta resistência ao intemperismo: Na face externa a chapa galvanizada pré-pintada confere elevada resistência à oxidação (mais de 500 horas de salt-spray) e ultra-violeta (mais de 200 horas Quv); • Elevada resistência química: Resistente
ao ataque de agentes químicos de lavagem (sabões,soda etc.) ou de transporte (fertilizantes, sal etc). • Resistência à temperatura: A temperatura não pode afetar a resistência do painel, pois a temperatura de uso de um semi-reboque pode variar de -20°C em uma região de cordilheira, atingindo facilmente 70°C no interior de uma caixa de carga na região Centro-Oeste brasileira. Materiais termoplásticos, como o próprio nome já diz, têm suas propriedades fortemente afetadas pela variação de temperatura. • Resistência a impactos: A face interna revestida por um material polimérico é resistente a impactos provocados por eventuais cargas soltas no interior da caixa de carga; • Facilidade de limpeza e maior velocidade de escoamento de grãos: Os materiais lisos e anti-aderentes impedem que a sujeira e/ou a carga fiquem aderidas nas faces; • Vedação total da caixa de carga: Caixa de carga totalmente vedada quanto à perda de grãos. Com o desenvolvimento do painel Ecoplate, a Randon fortalece sua posição de vanguarda nos mercados brasileiro e latino-americano, além de garantir uma safra mais segura e elevar M sua participação no mercado interno. Marco Antonio Camargo, Randon S.A
Lançamento apresenta diversos itens diferenciados e tecnologia avançada na sua composição
Marco destaca as principais vantagens do novo vagão da Randon
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passo-a-passo
Fotos Charles Echer e Vilso Santi Júnior
Filtro e sedimentador A filtragem livra os combustíveis das partículas de sujeira como pó, ferrugem, água e resíduos do tanque. Por isso, é necessário dar a manutençaõ adequada, para garantir a integridade do sistema
O
s filtros de combustível são utilizados em todos os motores de combustão, sejam eles movidos a diesel, gasolina ou álcool. Atendendo à segurança da operação, eles protegem carburadores, bicos de injeção direta e agregados extremamente sensíveis do sistema de alimentação. Além disso, eles são a base para uma combustão mais saudável por meio da concentração de misturas otimizadas e não prejudiciais ao meio ambiente.
Os filtros de combustível garantem: • Maior grau de pureza ao combustível; • Maior segurança de funcionamento dos agregados da injeção (nenhum dano por ferrugem); • Maior vida útil ao motor; • Reservas máximas de segurança dos componentes mecânicos. Os filtros de combustível evitam: • Vazamento, prevenindo incêndios no motor e poluição do meio ambiente;
As torneiras de combustível devem ser fechadas para fazer a limpeza ou troca dos filtros
A drenagem do sedimentador e filtro de combustível deve ser feita diariamente antes da partida do motor
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• Problemas no motor; • Desgate precoce e problemas nos componentes de injeção; • Corrosão e cavitação, separando a água do diesel; O sistema completo funciona em duas etapas de filtração: 1) Na sucção da bomba alimentadora, através de um filtro e separador da água de fluxo total, noa qual são retidas as impurezas maiores; 2) No recalque da bomba alimentadora, através de um conjunto de filtros em série ou em paralelo, também de fluxo total, no qual são retidas as impurezas menores, garantindo diesel limpo para a bomba injetora. O filtro separador funciona através de queda de velocidade, centrifugação e condução do diesel para a parte inferior do filtro, onde a água e as impurezas, por serem mais pesadas, permanecem até que sejam drenadas. A água no sistema provoca danos, pois, na
Na limpeza dosedimentador remova o parafuso principal e retire o conjunto da carcaça
mistura dela com o enxofre - elemento presente no diesel, dá-se uma reação ácida que oxida as partes metálicas, principalmente, a bomba injetora. O enxofre serve para lubrificar o sistema. Existem algumas formas de evitar problemas com a água no circuito de alimentação de combustível: 1) Abastecer em postos de confiança; 2) Sempre pernoitar com o tanque cheio. Isso evita a condensação do ar dentro do tanque; 3) Usar filtros sedimentadores, de forma correta. Trocar o elemento regularmente e drenar com maior freqüência em regiões de maior umidade no ar; 4) Drenar os filtros principais após a bomba alimentadora; 5) Drenar também o tanque de combustível.
PASSO-A-PASSO Todos os dias antes de dar a partida do motor deve-se fazer a drenagem do sedimentador ou pré-filtro e dos filtros de combustível. Isso vai eliminar a água e as impurezas do sistema de filtragem. O sedimentador deve ser limpo ou trocado periodicamente, a cada 250 horas de trabalho. Para isso, remova o parafuso principal e retire o conjunto da carcaça. Em alguns modelos, desatarrache o pré-filtro manualmente ou usando uma cinta apropriada. Depois, limpe o filtro com querosene ou diesel. Toda vez que retirálo coloque novos anéis de borracha para vedação do sistema. O filtro de combustível deve ser trocado sempre por ocasião da limpeza do sedimentador ou pré-filtro, ou seja, a cada 250 horas trabalhadas. Ao substitui-los, em ambos os casos, não esqueça de trocar os anéis de vedação. Eles devem estar corretamente posicionados, encaixados e lubrificados. Você deve também, em intervalos regulares, fazer a limpeza do filtro da tela da bomba
alimentadora. Para isso remova o conjunto de tampa e tela, mais o anel de vedação, lave-os com querosene ou óleo diesel e limpe o interior da bomba. Quando colocar de volta, certifiquese de que o anel de vedação está em boas condições. Substitua-o, se necessário. Nos tratores com tanques de combustível acima do sedimentador e filtros, você deve fechar as torneiras de combustível para fazer a limpeza ou troca dos mesmos.
SANGRIA DO SISTEMA A sangria, como ficou popularmente conhecida, é a retirada de ar do circuito de pressão do sistema de combustível. Para fazer a sangria dos filtros e sedimentador, o procedimento é muito simples. Solte primeiro o bujão localizado acima do filtro. Depois, acione a bomba alimentadora que está posicionada no sedimetador e, em alguns casos, do outro lado do motor. Pressione a válvula várias vezes até eliminar por completo o ar
Após limpeza criteriosa com óleo diesel o conjunto do sendimentador deve ser reinstalado
do circuito. Quando sair somente combustível, aperte novamente o bujão. Depois dê a partida do motor. Mas, atenção!, não acione a partida por mais de dez segundos seguidos. Entre uma tentativa e outra espere no mínimo três minutos para dar a partida novamente, a fim de não sobrecarregar a bateria do trator. Normalmente a eliminação do ar através da sangria é suficiente. Porém, se o motor não pegar com duas ou três tentativas, você deve proceder a sangria da bomba injetora e bicos. Para maiores informações, consulte o maM nual do operador ou sua concessionária.
Na instalação do novo elemento de filtragem é necessário conferir a vedação perfeita do sistema
O filtro de combustível e os anéis de vedação devem ser substítuidos a cada 250 horasde trabalho
Finalmente deve ser feita a retirada de ar do sistema de combustível antes da partida do motor
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Quatro em um Sthil
viços.
FERRAMENTAS
A
Stihl acaba de incrementar sua linha de produtos com a ferramenta motorizada multifuncional KA 85R, que vale por quatro produtos. Apenas com a troca da ponteira, ela se transforma em motopoda, podador, derriçador ou roçadeira. A ferramenta é um produto prático e funcional, pois oferece facilidades técnicas para o uso em diversos tipos de terrenos, com várias finalidades. O KA 85R permite a troca das ponteiras de maneira simples e rápida, necessitando para tanto apenas o uso da chave combinada que acompanha o produto. O KA 85R é indispensável nas atividades de paisagismo e jardinagem, como roçadeira, para corte de grama e acabamentos junto a muros e calçadas; ou nos trabalhos de poda aérea, como motopoda; ou ainda nos cuidados das cercas vivas, como podador. Como derriçador é utilizado na colheita de azeitonas e do café, onde também pode ser transformado em roçadeira, motopoda ou podador para os trabalhos de roçada, decote e esqueletamento do cafezal.
ATRIBUTOS O equipamento possui cobertura integrada do motor, o que evita queimaduras em caso de descuido do operador; tanque
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de combustível transparente para facilitar a visualização e o reabastecimento; e bomba de combustível manual, que facilita a partida do motor e garante arranque mais rápido. A posição do tanque abaixo do motor elimina o risco de vazamento de combustível sobre este e evita incêndios. Possui ainda multifunção que permite o acoplamento das ferramentas HT, HL, SP e FS, o que torna o equipamento único em termos de variedade de funções; cabo loop com limitador de passo, que permite a máxima mobilidade do equipamento para um trabalho seguro e de fácil manejo em qualquer situação. O limitador de passo integrado garante a segurança do operador, evitando o deslocamento da perna em direção às lâminas. Também, empunhadura multifuncional com as opções liga-desliga, aceleração no mesmo comando e região do punho com revestimento macio e antideslizante; sistema ElastoStart, que reduz o esforço e proporciona maior conforto e suavidade na partida do motor, além de cilindro com tecnologia de quatro canais, que proporciona mais economia, menor consumo de combustível e menor contaminação do meio ambiente. O motor é do tipo cilíndrico de dois tempos. Pode ser utilizada perfeitamente nos setores agropecuário, de bricolagem e de ser-
O lançamento disponibiliza os seguintes implementos ferramentas: • Ferramenta acoplável SP: Transforma o KA 85R em um derriçador de café, para realizar a colheita com alta produtividade sem causar danos à planta; • Ferramenta acoplável HL: Transforma o KA 85R em um podador. Lâminas paralelas, com engrenagem regulável de 0º a 135º, propiciam cortes precisos e acabamentos perfeitos sem muito esforço. Ideal também para o uso no esqueletamento de café; • Ferramenta acoplável FS: Transforma o KA 85R em uma roçadeira. Realiza a limpeza e manutenção de jardins, acabamentos e corte de grama, relva, erva-daninha e macega pouco densa, seja em casa, no sítio ou na praia. • Ferramenta acoplável HT: Transforma o KA 85R em uma motopoda. O conjunto de corte, caixa de engrenagem, sabre e corrente foi projetado especialmente para as tarefas de poda e de corte, proporcionando um trabalho perfeito e seguro. Desenhado especialmente para as tarefas de poda e decote de até 2,5 m. Quando a opção for roçadeira - ferramenta acoplável FS – os seguintes opcionais estarão disponíveis para a composição do KA 85R: conjunto de corte SuperCut; conjunto de corte AutoCut; conjunto de corte TrimCut; conjunto de corte PolyCut; lâmina de duas pontas; lâmina de três pontas; lâmina de quatro pontas e/ou lâmina para cortar relva. Essas ferramentas de corte têm vida útil prolongada e são fabricadas de acordo com as normas internacionais de qualidade e segurança. Cada tipo pode ser utilizado em diferentes trabalhos de corte, porém as ferramentas possuem maior rendimento em funções determinadas. É importente ressaltar que as ferramentas de corte somente devem ser utilizadas com seus respectivos proM tetores. Características Técnicas Potência 0,95 KW (1,3 DIN – PS) Cilindrada 25,4 cm Peso sem conjunto de corte 5,0 Kg Capacidade do tanque de combústível 0,44 litro Rotação máxima do motor 10.500 rpm Rotação em marcha lenta 2.800 rpm
Fenasucro/Agrocana 2005
Divulgação
Realidade supera imaginário O número de visitantes/expositores, o volume de negócios e o número de eventos paralelos são os indicativos do sucesso da Fenasucro/Agrocana 2005. No evento, o maior do setor sucroalcooleiro mundial, a realidade facilmente sobrepõe a imaginação
A
mundial tecnológico e comercial do setor sucroalcooleiro de todos os tempos, com a exposição de todos os equipamentos, produtos e serviços necessários desde o plantio da cana à produção de açúcar e álcool. As duas Feiras receberam um total de 51,13 mil visitantes, cerca de 20% a mais do que o inicialmente esperado, oriundos de 24 diferentes estados brasileiros. A visitação internacional da Fenasucro/Agrocana superou a marca de 2004 e contou com representantes e delegações de 35 países. Além do Brasil, estiveram na Fenasucro/Agrocana profissionais da África do Sul, Alemanha, Argentina, Bolívia, Canadá, Chile, China, Colômbia, Costa Rica, Cuba,
El Salvador, Equador, Estados Unidos, França, Guatemala, Honduras, Hungria, Índia, Inglaterra, Itália, Japão, México, Nigéria, Panamá, Paquistão, Paraguai, Peru, Portugal, Síria, Suécia, Tailândia, Tanzânia, Uruguai e Venezuela. A Rodada Internacional de Negócios promoveu 260 reuniões entre oito empresas compradoras (seis estrangeiras) e 57 empresas vendedoras, gerando negócios de US$ 5,8 milhões, quase o dobro da expectativa inicial. Pela primeira vez, o Banco do Brasil participou como agente financeiro da Fenasucro/Agrocana. Ao todo, o BB atingiu a marca de R$ 40 milhões em financiamentos solicitados durantes os quatro dias do evento.
Subsolador canavieiro Baldan, com controle remoto, faz parte da linha sugar cane line
Transbordo de arrasto da Baldan, com capacidade para 13 toneladas de cana picada
Cultivador adubador múltiplo da Baldan, que trabalha em duas linhas e tem reservatórios para 800 litros
Fotos Pedro Batistin
Fenasucro (Feira Internacional da Indústria Sucroalcooleira) e a Agrocana (Feira de Negócios e Tecnologia da Agricultura da Cana-de-Açúcar), em 2005, confirmaram a tese que as qualifica como os maiores eventos do setor sucroalcooleiro mundial. Neste ano, o evento superou as expectativas e encerrou as atividades com um balanço bastante favorável em relação aos negócios realizados, ao número e à qualidade dos visitantes e ao índice de renovação dos expositores para 2006. Ao todo, 506 expositores participaram da Fenasucro/Agrocana 2005, sendo 371 na primeira e 135 na segunda. Foi o maior encontro
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Os organizadores apontam um crescimento no volume de negócios. As sondagens e levantamentos realizados junto aos expositores indicam que este valor deve superar a casa de R$ 1 bilhão de negócios efetivados até o final do ano. No segmento de máquinas e implementos para a lavoura canavieira, inúmeros lançamentos puderam ser conferidos pelos produtores. Esses novos conjuntos mecânicos ampliam as opções dos agricultores e os auxiliam na decisão pela compra de um equipamento e de outro.
Colhedora da Santal é a primeira do mercado com tração 4x4
A terceira geração da plantadora PCI 4000 foi o destaque da DMB
– que tem 22 ou 24 discos e largura total de 3300 a 3600 mm; o SAB – sulcador adubador Baldan – que trabalha em até duas linhas numa largura total de 3100 mm; o TAB – transbordo de arrasto Baldan – com três eixos e capacidade de carga de 13 toneladas para cana picada; o TPCB 2000 – triturador de palha canavieiro Baldan – com largura de corte de 2 metros e 60 martelos no mecanismo de trituração; e o SCB – subsolador canavieiro Baldan nos modelos CR (controle remoto) ou H (hidráulico) de cinco hastes e largura total de 2940 mm.
mais diversas condições de solo e topografia. Os diâmetros dos tubos aéreos do equipamento podem variar de 4 1/2” a 10”. A espessura das paredes dos mesmos podem ser de 2.65 ou 3.00 mm, e os comprimentos dos vãos, de 42, 48 ou 55 metros, com lances em balanço de 7, 14, 21 ou 28 metros. O sistema de engates entre vãos é feito com luvas de alumínio e botas de borracha, com alta flexibilidade e duplo sistema mecânico de segurança. Os componentes utilizam galvanização a fogo com camadas de zinco superiores às especificadas por normas. Os conceitos de modularidade – todos os tubos dos vão são iguais – e de intercambialidade de peças – diagonais, travessas e pernas das torres – embasam o projeto. O sistema elétrico do pivô central Romera alia simplicidade de operação à confiabilidade de funcionamento. Os mecanismos de distribuição de água são calculados com o objetivo de proporcionar uniformidade de aplicação e excelente resultado agrícola. A motorização central do pivô pode ser do tipo sem-fim ou com engrenagens paralelas. Ele pode ser fornecido ainda na configuM ração rebocável.
SANTAL A plantadora de cana picada PCP2 da Santal foi uma das estrelas da Agrocana 2005. A máquina é o resultado de um longo trabalho de quatro anos, que envolveram o projeto, os testes e o lançamento final do produto. A PCP2 é robusta e resistente. É capaz de enfrentar as mais adversas condições de plantio com alta eficiência e qualidade. A máquina realiza simultaneamente duas operações. Além de plantar, aplica torta de filtro, possibilita abrir o sulco, colocar a torta, fechar o sulco e, na época do plantio, abri-lo novamente. Isso facilita enormemente a logística de operação, reduzindo o custo fixo do equipamento. A máquina é muito versátil. Permite todas as combinações nas operações de sulcar, distribuir cana, adubar e cobrir. Ela preserva o solo, por eliminar o pisoteio e reduzir a faixa de tráfego. É capaz de se deslocar a maiores velocidades durante a operação (de 4 a 6 km/h) e de trabalhar 24 horas. O índice de dano às gemas na PCP2 é baixo, o que qualifica a distribuição das gemas e a germinação. Ela possui Tandem reforçado, basculante hidráulico na caçamba e é a única plantadora de cana com ar condicionado na cabine de operação. A máquina tem capacidade de carga para o plantio de até seis toneladas e de até 12 toneladas no caso de aplicação de torta. A potência mínima do trator para tração deve ser de 180 HP.
BALDAN A linha canavieira da Baldan foi mais um dos destaques do evento. Os implementos que fazem parte da sugar cane line são: o ACCB – adubador de cana crua Baldan – de até três linhas e opção de espaçamentos variantes entre 1300 e 1500 mm; o CAMB – cultivador adubador múltiplo Baldan – que trabalha em duas linhas, têm reservatório com capacidade para 800 litros e vazão de adubo entre 250 e 1200 kg/ha; o CTGB – cultivador tipo grade Baldan – que pode vir equipado com 6 a 16 discos de corte e largura de trabalho de 1300 a 2600 mm; o DMP – distribuidor múltiplo de precisão – com capacidade para 4 m3 de carga e largura de trabalho de 3500 mm; o CTCR-CL – grade tubarão controle remoto canavieiro leve
DMB O destaque da DMB ficou por conta da plantadora PCI 4000. Em sua terceira geração, a PCI, que trabalha com cana inteira, tem carreta com capacidade de até quatro toneladas de mudas. Ela é utilizada para realizar o plantio de cana-de-açúcar em uma única operação. É tracionada por trator, com engate nos três pontos. Realiza a sulcação, a adubação, a distribuição dos toletes no sulco, a aplicação do inseticida do solo e a cobertura da cana. A PCI utiliza quatro pessoas para realizar o trabalho e pode plantar de 4 a 5 hectares/ dia. Vem equipada com motores hidráulicos e válvulas de fluxo independente para picadores e adubadeira. As bicas alimentadoras têm ângulo de abastecimento regulável. As caixas picadoras no modelo são para toletes de 51 cm, e as bocas de alimentação estão maiores e têm roletes de borracha na entrada. A máquina possui disco de corte para plantio em áreas com palha, sulcador convencional com desarme na ponteira e cobridores com braços oscilantes individuais dotados de rolo compactador. Os depósitos de adubo são de polietileno com capacidade para 300 kg cada, com distribuição por rosca semfim, e raspadoras em aço inixidável.
ROMERA As soluções para irrigação e distribuição de vinhaça da Romera também chamaram a atenção. O pivô central lançado pela empresa tem em seu projeto estrutural características que o tornam especilamente resistente e adaptável às
Pivô central da Romera, com projeto estrutural resistente e adaptável a diversas condições de topografia
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Dual Pivot U
m novo conceito de sistema de irrigação via pivô já está sendo testado nos Estados Unidos. Ele utiliza dois pivôs centrais em um círculo e uma linha dupla de torres para a aplicação de água. A Valley, pioneira e líder mundial em irrigação mecanizada, desenvolveu um sistema de pivô central com duas linhas de torres, que permitem efetuar uma aplicação de água mais precisa, o que em algumas culturas é fundamental - como, por exemplo, nas primeiras fases de desenvolvimento da cultura da cenoura. Fazer germinar as sementes da cenoura é um processo difícil e complicado. Na plantação, as sementes são colocadas a uma profundidade de 5mm, o que, com a ação do vento, poderá facilmente desidratá-las. Isso ocorre com freqüência. Com o sistema de duas linhas de torres e com motores de alta velocidade, é possível irrigar a cultura a cada duas horas, o que é inviável com o pivô de uma linha só, no qual a aplicação acontece a cada cinco horas, por exemplo. A freqüência de aplicação da água poderá ser alterada à medida que a cultura avançar. Em determinados períodos nos quais aumenta a exigência hídrica, pode-se colocar a máquina em velocidade reduzida, aumentando o volume aplicado, mas sempre se deve fazer uma aplicação de água repartida, utilizando duas linhas de torres do pivô. O sistema é composto por dois pivôs
Valmont
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centrais em círculo, construídos com os mesmos materiais do pivô central tradicional. Como diferencial, têm-se as mudanças na torre central, que passou a contar com um pivô flex duplo e dois painéis de controle – um para cada braço. O princípio básico de funcionamento é equivalente ao do pivô tradicional. As vantagens do sistema se relacionam à maior precisão nas aplicações, proporcionada pela divisão em duas partes da quantidade de água distribuída. Isso diminui significativamente o índice de precipitação instantânea do sistema e evita os problemas de escoamento superficial de solo nas áreas irrigadas. Nos casos em que os agricultores semeiam culturas com ciclos diferentes, ou em épocas diferentes, a fim de permitir diferentes datas de colheita, a utilização desse sistema propicia a facilidade de mudança das lâminas de água nos diferentes talhões semeados. O sistema de duas partes aéreas trabalha com linhas independentes uma da outra, podendo utilizar maior velocidade em uma linha do que na outra. Pensando em todos os sistemas de irri-
gação já existentes, a Valley trouxe essa inovação ao mercado, pois esse novo tipo de sistema se adapta aos sistemas já instalados. Esse sistema necessitará de um maior investimento comparado ao pivô central normal. No entanto, para culturas nobres nas quais a precipitação instantânea é crítica, o turno de rega é essencial, ou o solo exige várias aplicações, o Dual Pivot se apresenta como uma solução inovadora. Ele atende às necessidades do mercado e pode colaborar significativamente na economia de água e na utilização correta da mesma - duas aplicações. Ficam evidentes as infindáveis possibilidades de que dispõe o pivô central. Ele, a cada novo desafio, se consolida como um equipamento capaz de promover o uso racional e a economia dos recursos hídricos, tanto quanto qualquer outro tipo ou sistema de irrigação. Essa observação, acrescida das já conhecidas vantagens e facilidades inerentes ao produto, são indicativas do passo à frente dos e nos sistemas de irrigação M via pivô.