Destaques Matéria de capa
Destruição de soqueiras Conheças as diversas alternativas mecânicas para destruir as soqueiras do algodoeiro
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Teste Hidrotec 3000
Bem calibrado
Acompanhe o desempenho do pulverizador autopropelido Hidrotec 3000 da SPW
Saiba como calibrar corretamente cada pulverizador de acordo com o tipo de aplicação
Índice
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Nossa Capa Vilso Júnior Santi
Rodando por aí
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Destruição de soqueiras
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Enleiramento e recolhimento de café
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Semeadoras convencionais ou pneumáticas
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Manutenção passo-a-passo
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Calibração de aplicadores de defensivos
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Biodigestores
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Teste drive Yanmar
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Teste drive SPW
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Pré-compactação do solo
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Esporte Trator
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Lançamento - Máquina de colher laranja
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Grupo Cultivar de Publicações Ltda.
www.cultivar.inf.br www.grupocultivar.com
Goodyear
Cultivar Máquinas Edição Nº 48 Ano IV - Dezembro 05 / Janeiro 06 ISSN - 1676-0158
www.cultivar.inf.br cultivar@cultivar.inf.br Assinatura anual (11 edições*): R$ 119,00 (*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)
Números atrasados: R$ 15,00 Assinatura Internacional: US$ 80,00 • 70,00
• Editor
Charles Ricardo Echer • Redação
Vilso Júnior Santi • Revisão
Silvia Maria Pinto • Design Gráfico e Diagramação
Cristiano Ceia • Marketing
Pedro Batistin
• Gerente de Circulação
Cibele Costa • Assinaturas
Rosiméri Lisbôa Alves Simone Lopes • Gerente de Assinaturas Externa
Raquel Marcos • Expedição
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Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados podem solicitá-las à redação pelo e-mail: cultivar@cultivar.inf.br Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.
Agrale
Kepler Weber O grupo Kepler Weber concluiu a segunda negociação com a estatal cubana Alimatic Sistemas Automatizados. Foram vendidos equipamentos completos de sistemas de armazenagem para produtos básicos. Eles servirão para formar estoques reguladores naquele país. O negócio atingiu US$ 12,3 milhões. Trata-se de 130 silos metálicos, que serão instalados em 65 localidades cubanas. Cada silo terá capacidade para armazenar dois mil toneladas.
A Agrale foi eleita recentemente uma das empresas “Destaque em Recursos Humanos” pela Associação Serrana de RH. A premiação teve como base uma pesquisa de satisfação feita com os funcionários das empresas do RS e utilizou os critérios em gestão de pessoas do Prêmio Gaúcho de Qualidade e Produtividade. “A Agrale tem consciência de que o conhecimento e o talento humano são os grandes diferenciais na conquista das melhores posições no mercado”, disse Flávio Poletti, diretor de RH.
Case IH Um lote de 12 colhedoras de cana A700 fabricadas no Brasil desembarcou na Austrália este ano. Essa foi a primeira venda de colhedoras de cana realizada pela Case IH do Brasil para produtores australianos. “Os australianos ficaram realmente muito satisfeitos com o produto brasileiro, como também com a pontualidade e a qualidade da entrega”, esclarece o especialista em desenvolvimento de novos negócios da Case IH, Daniel Funis.
ExxonMobil
Repsol A empresa acaba de lançar no mercado um lubrificante específico para equipamentos agrícolas. Formulado para atender às demandas de fluídos de transmissão de máquinas - tratores, colhedoras e semeadoras - o lubrificante Repsol Hidro 19 possui excelente propriedade antidesgaste e resistência à oxidação. Com elevado índice de viscosidade, o produto oferece bom desempenho contra ferrugem e corrosão. Seu uso é recomendado pelos fabricantes de tratores John Deere, Massey Ferguson, Deutz, Fahr, Fiat, Ford, I. Harverster e A. Chalmers.
Benício Silva
A ExxonMobil vem investindo constantemente em novas pesquisas para desenvolver lubrificantes que proporcionem um excelente desempenho nos mais diversos tipos de máquinas e equipamentos. “2005 foi mais um ano de desafios. Estamos constantemente apresentando as novidades do setor sem esquecer da nossa preocupação com o desempenho dos nossos produtos,” ressaltou Benício Silva, coordenador de marketing de lubrificantes da ExxonMobil Lubrificants & Specialties no Brasil.
Goodyear A Goodyear está apresentando pelo Brasil o pneu radial agrícola DT 806 Optitrac, em Road Shows exclusivos nas principais regiões agrícolas do país. O público alvo dos eventos são produtores agrícolas locais, cooperativas e concessionárias de máquinas agrícolas, os quais podem, no evento, conhecer o pneu e ainda verificar todas as suas vantagens. O supervisor de vendas e serviços na linha pneus agrícolas da empresa, Wanderley Marroni, lembra que o DT 806 é uma exclusividade fabricada pela Goodyear no Brasil e um produto pioneiro na América Latina.
ABID A Associação Brasileira de Irrigação e Drenagem e o governo de Goiás promoverão de 25 a 30 de junho de 2006, em Goiânia, o 16º Congresso Nacional de Irrigação. O evento terá o objetivo de promover e fortalecer o agronegócio da agricultura irrigada para gerar mais renda e emprego no campo, com ênfase para a região dos Cerrados. Um dos pontos básicos para debate no Congresso é a incorporação de tecnologias como forma de tornar a atividade mais competitiva, gerar mais empregos permanentes e melhorar a qualidade de vida dos agentes do processo produtivo.
Wanderley Marroni Belarmino Peres
Semeato A empresa completou 40 anos em 2005, sempre procurando manter um alto nível de satisfação dos consumidores. A Semeato se consolidou por apresentar características técnicas avançadas em seus produtos, buscar confiabilidade dos componentes e oferecer produtos da mais alta qualidade aos agricultores. Conforme Roberto Rossato, diretor presidente da empresa, a agricultura do futuro não pode ser construída com as Roberto Rossato ferramentas do passado.
Unicentro A Universidade Pública do Estado do Paraná, com sede em Guarapuava, acaba de lançar o curso superior de mecânica e manutenção de aeronaves agrícolas. Esse terá duração de dois anos e contará com estágio curricular obrigatório. A aprovação do curso é o resultado de um trabalho de oito anos do Núcleo de Aviação e Tecnologia Agrícola (Nata). Segundo o diretor do Nata (PR), Sidnei Osmar Jadoski, serão disponibilizadas 50 vagas para ingresso de alunos. As inscrições vão de 12/12/2005 a 17/01/2006. Mais informações em (42) 3621-1099 e/ou www.unicentro.br.
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Perkins A Perkins Motores do Brasil iniciou uma verdadeira caçada ao motor fora-de-estrada mais antigo em operação no país. O proprietário que apresentar um motor nessa condição receberá um outro novo, de potência semelhante. Para estimular a participação, outro motor será sorteado entre os participantes da promoção. Para participar, basta ser proprietário de um motor fora-de-estrada Perkins e fazer a inscrição até o dia 28 de fevereiro de 2006 pelo telefone 0800 774 2004 ou no site da empresa - www.perkinsbr.com. A apuração da promoção será realizada em março de 2006, na sede da empresa.
Sidnei Osmar Jadoski
Kuhn Metasa A tradicional fabricante de máquinas e implementos e agora transnacional Kuhn Metasa, que possui subsidiárias na França e nos Estados Unidos, além de uma rede de agentes e distribuidores em todo mundo, passa a contar com um novo gerente geral de marketing e vendas. Belarmino Peres, da unidade brasileira da empresa, assume a função. O antigo gerente de projetos da Kuhn compara o desafio pessoal ao da própria empresa. Solidez e expansão é o que buscam.
destruidores de soqueiras
Fotos Aloísio Bianchini
Destruição de soqueiras Já existem diversos implementos para eliminação das soqueiras do algodão. A interrupção do ciclo biológico de pragas, como o bicudo, pode garantir maior produtividade nas lavouras, com menores custos de produção
A
destruição da soqueira de algodão é uma prática que visa interromper o ciclo biológico de pragas e doenças que acometem essa cultura, principalmente o bicudo (Anthonomus grandis Boheman). Essa praga merece atenção especial devido ao seu elevado potencial de destruição das fibras do algodão. O algodoeiro, diferentemente de outras plantas cultivadas, tem ciclo perene, o que significa dizer que continua vegetando após a frutificação. A manutenção das plantas no campo de cultivo permite que elas produzam novas floradas e hospedem o bicudo, mantendo alto o índice populacional da praga na entressafra.
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Para interromper a multiplicação do bicudo, é necessário que a área fique livre de algodoeiros vivos na entressafra por um período superior a 60 dias. A soqueira do algodão deve ser eliminada imediatamente após a colheita, para evitar que o bicudo continue se reproduzindo e mantenha um nível populacional capaz de produzir danos ao algodoal do ano vindouro, já nas primeiras gerações após a infestação. A prática de destruição de soqueira, para que tenha eficácia, precisa ser adotada pelo conjunto de cotonicultores de uma dada região, pois se executada de forma isolada torna-se ineficaz. Caso alguns agricultores não executem a destruição das
soqueiras do algodão, ou o façam tardiamente, estarão propiciando a reprodução do bicudo que infestará rapidamente, de forma prematura, os novos cultivos de algodão de toda a região na safra seguinte. A eliminação dos restos culturais do algodão, por ter caráter coletivo, tornou-se prática obrigatória e amparada por lei federal, sendo os produtores de algodão obrigados a eliminar as soqueiras de suas áreas de cultivo tão logo a colheita seja concluída. No Mato Grosso e na Bahia, a data limite é 30 de agosto.
COMO ELIMINAR A destruição das soqueiras pode ser reali-
“O arranquio manual, seguido da queima, embora tenha sido utilizado no passado, torna-se inviável para grandes áreas, não só pela grande demanda de mão-de-obra, mas principalmente pelo elevado custo do processo”
zada por vários meios, desde o arranquio manual das plantas que são amontoadas e queimadas, após secagem ao sol, até o uso de máquinas, ou de produtos químicos denominados de herbicidas. O arranquio manual, seguido da queima, embora tenha sido utilizado no passado, torna-se inviável para grandes áreas, não só pela grande demanda de mão-de-obra, mas principalmente pelo elevado custo do processo. A opção mais adequada, na atualidade, para eliminar a soqueira do algodão, consiste no controle mecânico com uso de máquinas ou implementos agrícolas, desenvolvidos especificamente para a eliminação de soqueiras. O mercado de máquinas agrícolas brasileiro já dispõe de vários modelos de equipamentos destinados, especificamente, à destruição mecânica de soqueiras do algodão. Essas máquinas podem ser classificadas pelo princípio de funcionamento de seus órgãos ativos, que podem ser de três diferentes tipos: lâminas, discos lisos ativos e discos côncavos. O desempenho operacional e a eficiência destes equipamentos variam em função de seu modelo e das condições da lavoura. O órgão ativo tipo lâmina consiste em uma lâmina em forma de “L” que trabalha na subsuperfície do solo e corta a raiz pivotante do algodoeiro, ao mesmo tempo em que movimenta o solo para cima, afrouxando todo o sistema radicular das plantas. O órgão ativo tipo disco liso ativo é constituído de dois discos, sendo pelo menos um dotado de movimento de rotação; ambos trabalham parcialmente sobrepostos, cortando as plantas na região do colo, separando a parte aérea da parte radicular, que permanece no solo. Neste caso, o corte deve ser feito rente ao solo, ou logo abaixo da superfície, para evitar que a planta rebrote, já que a parte radicular permanece intacta. O órgão ativo tipo discos côncavos é constituído de dois discos côncavos (de arado) que trabalham um de cada lado da fileira de plan-
NÍVEL DE INFESTAÇÃO
N
Detalhe de órgão ativo tipo discos, que realiza o corte rente o chão
tas, com suas concavidades concorrentes, e se aprofundam no solo, arrancando as plantas, em função do movimento a vante da máquina.
DESEMPENHO DAS MÁQUINAS A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em parceria com a Fundação Rio Verde e a Emprapa Algodão, realizou um experimento, no município de Campo Verde (MT), com a finalidade de avaliar o desempenho das máquinas disponíveis no mercado para a destruição de soqueiras de algodão. Esse desempenho foi avaliado por meio da contagem das plantas que rebrotaram depois de decorridos 60 dias da intervenção das máquinas. No ensaio realizado em Campo Verde (MT) foram comparados quatro equipamentos, sendo um de discos lisos, um de discos côncavos, um de lâminas e a grade de disco, que foi tomada como referência por ser o implemento, normalmente, utilizado para este fim. Nesse experimento foi avaliada também a aficiência do uso de misturas herbicidas. Os resultados da destruição mecânica, apresentados na Tabela 1, mostraram que em solo de textura média (17,1% de argila) os equipamentos de discos côncavos e os de discos lisos ativos apresentaram elevado índice de destruição das soqueiras, pois a rebrota destes tratamentos foi inferior a 1%. Já os de lâminas e a
o estado estado líder de produção, o Mato Grosso, cerca de 50% das lavouras de algodão já estão infestadas, e na Bahia, segundo maior produtor, conforme a Associação de Agricultores e Irrigantes do Oeste da Bahia (Aiba), a produtividade na safra 2004/05 foi 5% menor, em relação à anterior, e os custos até 10% superiores, por conta de um maior número de aplicações de defensivos no combate às pragas. A proliferação e o avanço do bicudo estão relacionados ao seu controle inadequado, principalmente no que se refere à destruição de soqueiras do algodão. grade aradora apresentaram índices em torno de 10%. Os resultados dos ensaios em solo argiloso (43,8% de argila) mostraram que os índices de rebrota não variaram para os equipamentos com discos côncavos, discos lisos ativos e lâminas, em relação ao solo de textura média, pois as diferenças obtidas não foram significativas. Já a grade de discos apresentou valor inferior para o solo argiloso, mostrando que ela apresenta melhor desempenho de destruição de soqueiras neste tipo de solo. A prática de destruição das soqueiras de algodão deve levar em consideração, além da eficiência da máquina, alguns outros fatores importantes, como o alinhamento da máquina, a umidade do solo, a demanda energética e a necessidade de mobilização do solo. O alinhamento da máquina com as fileiras de plantas de algodão deve ser mantido durante todo o tempo da operação, pois os equipamentos atuam na fileira de plantas, e qualquer erro do operador, ou regulagem inadequada da máquina, resultam em destruição inadequada das plantas. A umidade do solo é um outro fator importante a ser considerado, pois se o solo apresenta umidade, ou ocorrem chuvas no período de eliminação das soqueiras, as plantas atacadas por máquinas com órgãos ativos do tipo lâmina podem rebrotar. As áreas que apresentam solos leves estão mais sujeitas a esse tipo de problema. A demanda energética e a necessidade de mobilização do solo são, também, fatores importantes, pois interferem no custo da operaProtótipo de enxada rotativa, que arranca completamente a soqueira
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ÍNDICE DE REBROTA
O
percentual aceitável de rebrota remanescente, após o processo de destruição, ainda não foi discutido no meio científico, e a definição, por parte dos órgãos competentes, ainda, nem sequer cogitada. No entanto, se considerarmos 2% como sendo um limite aceitável, apenas os equipamentos com discos côncavos e discos lisos ativos se mostraram eficientes no experimento realizado. A grade apresentou uma eficiência próxima da aceitável, quando trabalhou em solo argiloso. ção e estão ligados intimamente ao tipo de máquina ou implemento a ser utilizado. A demanda energética é uma unidade que expressa muito bem o desempenho da máquina do ponto de vista mecânico, pois considera a capacidade operacional das máquinas e a potência demandada por elas. A grade de disco é um implemento que mobiliza solo e, por essa razão, apresentou a maior demanda energética dentre os equipamentos avaliados. A segunda maior demanda de energia foi registrada para os equipamentos de lâminas, porque produzem, também, mobilização na camada de solo e podem ser utilizados onde é necessário romper camadas de solos compactadas. No entanto, quando não se fazem necessários a mobilização superficial do solo, ou o rompimento de camadas compactadas, estes dois implementos se mostram ineficientes na tarefa de somente destruir as soqueiras do algodão, pois exigem grande demanda de energia. Os equipamentos com órgãos ativos tipo discos lisos ativos ou discos côncavos apresentam demanda energética menor, em relação aos anteriores, pois executam, apenas, a tarefa de destruir a soqueira. O destruidor de soqueiras com discos côncavos produz alguma mobilização de solo, no entanto, sua demanda energéti-
ca é baixa, porque trabalha com velocidades mais altas, em relação aos demais equipamentos, o que é possível graças à sua melhor estabilidade.
CONTROLE QUÍMICO A comparação entre os resultados obtidos com tratamentos químicos e com destruição mecânica mostra que os equipamentos de discos lisos ativos e discos côncavos têm maior eficiência na destruição da soqueira do que o uso de herbicidas, em aplicação única, combinado com manejo das soqueiras. O tratamento químico só se mostrou eficiente quando efetuadas duas aplicações sucessivas da mistura 2,4 – D + Glyphosate. Os melhores controles químicos obtidos nos ensaios com herbicidas são equivalentes aos controles mecânicos obtidos pelas máquinas ensaiadas em Campo Verde (MT), as quais foram da ordem de 0,5% de rebrota. A diferença é que nos tratamentos químicos foram utilizadas duas aplicações seqüenciais de Glyphosate + 2,4 – D, espaçadas de oito a 45 dias, enTabela 1 – Índices de rebrotas obtidos em ensaios de destruição de soqueiras em julho/2004, no município de Campo Verde (MT) Equipamento
Qualquer erro do operador ou regulagem inadequada da máquina resultará em destruição inadequada
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Índice de Rebrota (%) Solo Textura média Solo Argiloso Disco Côncavo 0,45 0,54 Discos Lisos Ativos 0,48 1,42 Lâminas (1) 11,94 10,17 Grade de Discos Pesada 10,31 3,1
quanto que a destruição mecânica é imediata, não permitindo mais a proliferação do bicudo logo após a intervenção mecânica. A questão maior a ser levantada no que se refere à destruição de soqueiras de algodão, com vistas a controlar a disseminação do bicudo, é definir qual índice de rebrota pode ser considerado eficiente. Nesse sentido, se considerarmos 2% como sendo o máximo índice de rebrota, os resultados obtidos nos experimentos, até então realizados, mostraram que, apenas no caso da aplicação sucessiva da mistura de dois litros de 2,4 – D + 1 litro de Glyphosate por hectare, o controle químico atingiu esse padrão, sendo que, na maioria das vezes, o controle foi muito baixo, permitindo rebrotas superiores a 20%. Outro fator a ser considerado é o risco que envolve a aplicação, tanto do ponto de vista da eficiência, quanto do ponto de vista ambiental. Nesse sentido, considerando que a destruição química da soqueira requer aplicações seqüenciais de misturas herbicidas e que a cultura do algodão já exige grande carga de produtos químicos durante o seu desenvolvimento, é preciso avaliar com muito critério uso da opção de destruição química das soqueiras, tanto do ponto de vista da eficácia, quanto do ponto de vista legislativo e ambiental.
CUSTOS OPERACIONAIS A destruição das soqueiras do algodão, dependendo do equipamento utilizado, exige mais de uma intervenção. No caso dos destruidores que utilizam discos ou lâminas, é necessário roçar as plantas, previamente, a uma altura de
“A grade de disco é um implemento que mobiliza solo e, por essa razão, apresentou a maior demanda energética dentre os equipamentos avaliados” Fotos Aloísio Bianchini
Figura 1 – Demanda energética exigida pelos equipamentos nos ensaios de Campo Verde (MT)
custos dessa operação devem ser computados. Os resultados mostraram que a destruição mecânica é mais efetiva que a química, principalmente quando se consideram os riscos que envolvem a aplicação dos herbicidas os efeitos imediatos da detruição mecânica. Por outro lado, o custo operacional da destruição química da soqueira do algodão se mostrou igual ou superior aos custos das destruições mecânicas, o que não justifica seu uso para este fim específico.
AVALIAÇÃO DE PROTÓTIPOS 15 a 20 centímetros, para depois entrar com o destruidor. A análise dos custos operacionais dos equipamentos utilizados nos ensaios foi feita, somando-se os custos da roçada e do equipamento de destruição. Os resultados estão apresentados na Tabela 2 e mostram que há pouca diferença nos custos operacionais entre os equipamentos utilizados. O levantamento de dados na região de Campo Verde (MT), na safra 2004/05 mostrou que os custos operacionais da destruição de soqueiras de algodão estão na faixa de R$ 80,00 a R$ 90,00 por hectare. O único equipamento que mostrou um custo operacional menor, da ordem de R$ 55,00 por hectare, foi o de discos côncavos. Este resultado foi obtido graças à grande capacidade operacional deste tipo de equipamento, que trabalha em nível de velocidade superior aos demais. A destruição química, via herbicida, foi colocada neste estudo para efeito de comparação. Observou-se que a aplicação seqüencial da mistura de herbicidas 2,4-D e Glyphosate apresentou os mesmos custos operacionais que a grade e os equipamentos de lâminas e discos lisos ativos. Na composição do custo da destruição química, não foi computada a roçada pelo fato de que em alguns casos o agricultor aplica o herbicida em planta inteira. Se houver necessidade de roçada, antes ou após a aplicação, os
Os ensaios de Campo Verde contemplaram, ainda, a avaliação de dois protótipos de destruição de soqueiras. O primeiro apresentava como órgãos ativos enxadas rotativas que trabalhavam na sub-superfície do solo, e o segundo, um protótipo desenvolvido por pesquisadores do Departamento de Solos e Engenharia Rural da Universidade Federal de Mato Grosso, constituía-se de um equipamento de ação múltipla, que foi capaz de arrancar a planta de algodão e a devolver ao solo, após ser totalmente triturada. O protótipo com órgãos ativos tipo enxadas rotativas mostrou ser promissor, mas precisava, ainda, de desenvolvimento e por isso não foi testado de forma mais ostensiva. O protóti-
Figura 2 – Custos operacionais da destruição de soqueira de algodão
po da UFMT apresentou bons resultados, do ponto de vista da destruição das soqueiras, pois conseguiu elevada capacidade de destruição, o que resultou em índice de rebrota de apenas 2%, igualando-se, em termos de eficiência, aos destruidores do tipo discos ativos e discos côncavos. Do ponto de vista do custo operacional, ele se mostrou bastante promissor, uma vez que exigiu pouca potência (10 c.v. por fileira de plantas) e não requer roçada, já que executa a operação de arranquio e trituração das plantas de forma concomitante. Os custos operacionais deste protótipo, para a safra 2004/05, foram estimados em R$ 45,00 por hectare. Ele não foi incluído nos ensaios de máquinas, junto com os outros equipamentos, por se tratar de um protótipo, ainda, em fase de desenvolvimento. A destruição das soqueiras de algodão, ainda, é um problema para os cotonicultores, mas os resultados deste trabalho mostram que a pesquisa e a indústria de máquinas agrícolas estão trabalhando no sentido de oferecer aos cotonicultores alternativas eficientes e de baixo custo para a destruição efetiva dos restos cultuM rais do algodão. Aloísio Bianchini, UFMT
Implemento composto por discos côncavos grandes
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recolhimento de café
Eficiência na colheita O custo operacional da colheita na lavoura de café supera 40% do ônus total de produção. Portanto, o enleiramento e o recolhimento mecanizado do café podem ser decisivos à viabilização econômica da cultura
A
cultura do café de modo geral é uma atividade de elevado custo, sendo que somente as operações de colheita correspondem em média a 40% do custo de produção, além de demandar grande contingente de mão-de-obra. No Sul de Minas, maior região produtora de café do país, devido à restrita disponibilidade de mão-de-obra na época da safra, a mecanização das operações da colheita vem crescendo rapidamente. Esse crescimento teve início em 1996, partindo da necessidade dos produtores de fazerem uma colheita mais rápida e eficiente. Nesse mesmo ano, tiveram início os primeiros trabalhos de pesquisa coordenados pelo professor Fábio Moreira da Silva e a equipe do Departamento de Engenharia da Uni-
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versidade Federal de Lavras/Ufla, com objetivo de avaliar o desempenho operacional das máquinas destinadas à colheita do café. Desses trabalhos surgiu a Expocafé, considerada atualmente a maior feira tecnológica da cafeicultura do Brasil e, por conseguinte, mundial. Inicialmente o desafio da colheita mecanizada resumia-se à operação de derriça, ou seja, à retirada dos grãos de café da planta, para tanto se utilizavam derriçadoras portáteis ou tracionadas laterais, fazendo a derriça no chão, ou mesmo as colhedoras tracionadas ou automotrizes, que na melhor das
condições colhiam aproximadamente 70% da carga pendente, deixando 15% na planta e 15% caído no chão. Devido a este residual de grãos na planta, seria necessária outra operação denominada de repasse, feita manualmente, derriçando e o café no chão. Com a evolução das derriçadoras e o domínio do processo de colheita, utilizando-se duas passadas da colhedora, que praticamente colhe a totalidade da carga pendente, a partir do ano 2000, o grande desafio da colheita mecanizada passou a ser a operação de recolhimento do café derriçado ou caído no chão, visto que, mesmo fazendo a colheita com duas passadas da colhedora, cerca de 10 a 20% do volume colhido cai no chão, necessitando da posterior operação de varrição, levantamento e abanação do denominado café de chão.
“O crescimento da mecanização teve início em 1996, partindo da necessidade dos produtores de fazerem uma colheita mais rápida e eficiente” Fotos Ezequiel de Oliveira
Detalhe da recolhedora portátil MAQ 6000 para recolhimento do café enleirado
VARRIÇÃO E ABANAÇÃO
A
MECANIZAÇÃO TOTAL Considerando que a maioria dos produtores faz a derriça no chão e que as colhedoras perdem um volume considerável de café, a possibilidade de se mecanizarem as operações de recolhimento do café derrubado tornou-se uma exigência possível dentro de um sistema totalmente mecanizado. Nesse sentido, desde o ano 2000 pesquisas realizadas na Ufla, com apoio da empresa Dragão Sol, tiveram por objetivo avaliar o desempenho das operações mecani-
zadas de enleiramento e recolhimento do café caído ou derriçado no chão. A operação mecanizada de varrição ou enleiramento foi feita com enleiradora portátil modelo Dragão Sol 2000, e o recolhimento do café enleirado, feito com a recolhedora portátil MAQ 6000. Estas são máquinas pneumáticas que trabalham por aspiração, são tracionadas por trator cafeeiro com redutor de velocidade e acionadas pela TDP até 540 rpm. Por serem modelos portáteis, podem trabalhar com 20% menos ace-
varrição consta do ajunta mento e levantamento do café caído no chão após a derriça, sendo normalmente uma operação braçal, feita após o repasse no caso da colheita mecanizada. A abanação tratase da limpeza deste café de chão separando folhas, torrões e gravetos ou simplesmente paus. leração do trator (440 rpm da TDP), obtendo uma grande vantagem principalmente na economia de combustível, conforme informações do fabricante. Ambas as máquinas trabalham lateralmente às linhas dos cafeeiros nos sentidos
Fotos Ezequiel de Oliveira
BENEFÍCIOS DA MECANIZAÇÃO
D
e modo geral a mecanização das operações de colheita do café tem trazido vários benefícios ao processo de produção, destacando-se a rapidez, com ganho de qualidade final do produto, e, sobretudo, a redução de custos. de ida e volta. A enleiradora portátil Dragão Sol 2000 vai à frente juntando os grãos de café caídos no chão e misturados com folhas e paus e deixando-os enleirados e praticamente limpos. Na mesma passada de ida a enleiradora vai soprando e excedente de folhas do outro lado da linha dos cafeeiros, ou seja, no sentido de volta. A recolhedora portátil MAQ 2000 vai em seguida recolhendo o café enleirado também em duas passadas de ida e volta ao longo da linha dos cafeeiros.
ENSAIOS E TESTES O trabalho experimental foi desenvolvido na Fazenda do agrônomo José Braz Matiello, no município de Três Corações (MG), em lavoura da cultivar Acaiá, com espaçamento 2,5 x 0,8 m, com população média de 5 mil plantas/ha, altura de plantas de 2,9 m e inclinação do terreno de 6%. A lavoura apresentava carga pendente de 7,9 l/planta, que foram colhidos com colhedora automotriz, restando no chão o volume médio de 1,24 l/planta para ser recolhido. A caracterização das condições do ensaio resultou em média no volume de 30 L/ planta de folhas e ramos sobre o chão e sob a projeção da saia dos cafeeiros (correspondendo a 2,33 kg/planta de cisco), salientan-
do-se que a lavoura não foi arruada antes da colheita. Os ensaios foram realizados dentro de uma mesma gleba, contendo no mínimo 20 plantas por parcela, com três repetições. Os tratamentos constaram da variação da velocidade efetiva da enleiradora e recolhedora portátil, com avaliação do desempenho operacional. Nos ensaios de campo foram determinados os seguintes parâmetros: volume de folhas e ramos sob a projeção da saía dos cafeeiros, volume de café caído no chão, volume de café enleirado, volume de café recolhido e perdas de café nas operações de enleiramento e recolhimento.
DESEMPENHO OPERACIONAL
Quadro 1 - Desempenho da operação de enleiramento (Dragão Sol - Portátil) Velocidade de Café caído Café Eficiência de Tratamento enleiramento no chão Enleirado Enleiramento Perdas % (m/hora) (l/planta) (l/planta) % T1 400 1,20 0,97 81,3 18,6 T2 640 1,24 1,06 86,0 14,0 T3 1080 1,27 0,99 78,0 22,0
O café caído no chão e misturado nas folhas e ramos apresentou o índice de 100% de frutos secos, caracterizando a época de fim de safra, quando se intensifica a operação de varrição. Os Quadros 1 e 2 mostram os resultados de desempenho da operação de enleiramen-
Equipamento enleiradora Dragão Sol 2000 Portátil para varreção ou enleiramento
to e recolhimento. Como se observa, as velocidades efetivas utilizadas para avaliar a operação de enleiramento (Quadro 1), tanto no sentido de ida quanto de volta, foram em média de 400, 640 e 1080 m/h, condições em que a eficiência de enleiramento variou respectivamente 81,3%, 86,0% e 78,0%. Observa-se que a maior eficiência de enleiramento foi de 86,0%, que ocorreu com velocidade média de 640 m/h. As perdas consideradas são caracterizadas de duas formas: grãos que não foram enleirados e grãos que foram sugados e saíram junto com a descarga de ciscos. Em velocidade maior, a queda de eficiência de enleiramento se verificou basicamente por grãos que não foram enleirados. Em velocidade relativamente mais baixa, as perdas ocorreram mediante o aumento de café junto à descarga de cisco, o que se explica pelo intenso fluxo de ar localizado, que arrasta
Quadro 2 – Desempenho da operação de recolhimento (MAQ 6000 – Portátil) Tratamento T1 T2 T3
Velocidade Recolhimento m/h 640 1030 1450
Café Enleirado l/planta 0,97 1,06 0,99
12 • Dezembro 05 / Janeiro 06
Café Recolhido (ida) l/planta 0,50 0,60 0,52
Café Recolhido (volta) l/planta 0,45 0,40 0,37
Café total Recolhido l/planta 0,95 1,00 0,90
Eficiência de Recolhimento % 98,0 94,3 90,6
Impureza Recolhida (paus) % 4,8 12,5 17,9
Impureza Recolhida (torrão) % 4,8 7,5 9,0
Café não recolhido l/planta 0,02 0,07 0,09
Perdas % 2,0 6,6 9,4
“Outro fator que prejudica o recolhimento são as irregularidades do terreno, o que pode ser minimizado com um homem à frente da recolhedora”
Ezequiel, Fábio e Zigomar falam sobre o projeto de máquina para enleiramento e recolhimento do café
BALANÇO FINAL
P
mais grãos para o sistema de limpeza, porém os grãos perdidos no cisco em média eram chochos (78%). De modo geral a eficiência de recolhimento (Quadro 2) foi bem elevada, chegando a 98% para a velocidade efetiva de 640 m/hora, decrescendo para 94,3 e 90,6 % para as velocidades mais elevadas de 1030 e 1450 m/h. Os grãos não recolhidos variaram de 2,0; 6,6 e 9,4% para as velocidades de 640, 1030 e 1450 m/h, respectivamente. Observou-se que, elevando a velocidade efetiva, aumentou o volume de impurezas recolhidas juntamente com os grãos de café, chegando a 17,9% de paus e 9,0% de torrões para a velocidade de 1450 m/h. No processo de pós-colheita os torrões são facilmente eliminados durante a lavagem, porém, os paus não são totalmente separados nas peneiras, podendo prejudicar o tipo final do café. Em termos gerais observa-se que a eficiência operacional da recolhedora é suficientemente elevada, contudo, o enleirador demonstrou limitações relacionadas às condições de manejo da lavoura, no que tange ao volume de folhas e ramos caídos no chão
e embaixo da projeção da saia dos cafeeiros, salientando-se que a lavoura em teste foi colhida mecanicamente pela primeira vez, o que intensificou a quantidade de ramos e galhos caídos. Para condições adversas, como as observadas na lavoura dos ensaios, é necessário, conforme recomendação do fabricante, colocar um homem com rastelo que retire o excesso de folhas ou ramos na frente da enleiradora, o que foi realizado neste experimento. Observou-se também que a eficiência de recolhimento pode ser prejudicada pela presença de galhos junto à leira de café, o que justifica ainda mais este trabalho à frente da enleiradora. Outro fator que prejudica o recolhimento são as irregularidades do terreno, o que pode ser minimizado com um homem à frente da recolhedora reenleirando o café fora das depressões ou saliências do terreno, o que também foi feito. O manejo do solo é indispensável para a mecanização do sistema portátil (Dragão Sol e MAQ 6000), portanto os números apresentados poderão ser mais eficientes para a enleiradora, uma vez que nesta lavoura não foram feitas operações anteriores, sobretudo de ar-
ode-se concluir que nas condições em que foram feitos os ensaios, com média de 1,24 l/planta de grãos secos caídos no chão, a maior eficiência operacional da enleiradora mecânica foi de 86,0%, com velocidade efetiva média de 640 m/h, e a maior eficiência operacional da recolhedora foi de 98,0% do café enleirado, também para velocidade de 640 m/h. As maiores perdas de grãos ocorreram na operação de enleiramento, devido às condições de falta de manejo da lavoura no que se refere ao volume de folhas e ramos sobre o chão, se bem que 78% dos grãos perdidos eram chochos e, mesmo que fossem recolhidos manualmente, seriam posteriormente eliminados na operação de abanação. Para o volume médio de café caído no chão de 1,24 l/planta de café de chão e a velocidade de trabalho de 640 m/h, a eficiência operacional do conjunto enleiradora/recolhedora foi de 84 %, o que corresponde ao recolhimento de 5,2 litros de café já abanados por hectare, ou seja, 11 sacos/ha beneficiados. ruação ou mesmo de manejo de folhas e ramos sobre o solo, como o uso de triturador, que é um manejo recomendado e que torna a M operação de enleiramento mais eficaz. Fábio Moreira da Silva, Ezequiel de Oliveira e Zigomar Menezes de Souza, Ufla
Novembro 2005 • 33
tecnologia
Fotos João Paulo A. R. da Cunha
Convencionais ou pneumáticas?
O mecanismo de distribuição de sementes, seja ele convencional ou pneumático, influencia diretamente no desempenho das semeadoras. A disposição longitudinal das sementes, o estande e, conseqüentemente, o potencial produtivo da lavoura podem variar de forma positiva ou negativa, dependendo da escolha dos produtores
A
escolha e aquisição de um equipamento agrícola é sempre uma tarefa complexa. Além dos aspectos técnicos, a questão econômica sempre influencia fortemente a escolha. Com as semeadoras não é diferente. A indústria dispõe de uma série de mecanismos, alguns opcionais, que podem melhorar o desempenho das máquinas. No entanto, a dúvida do agricultor sempre recai no custo-benefício. A produção de grãos, fundamentada em sistemas sustentáveis, requer o desenvolvimento de equipamentos agrícolas cada vez mais eficientes e precisos. As semeadoras representam importante elemento nesse contexto, uma vez que o desenvolvimento de uma cultura, bem como sua produção, dependem, em parte, de uma correta distribuição de sementes por unidade de área. A uniformidade de distribuição longitudinal de sementes é uma das características que mais contribui para a obtenção de um estande adequado de plantas e, conseqüentemente, de boa produtividade das culturas. As sementes, independentemente da família botânica a que pertencem, vari-
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am muito de espécie para espécie. De um modo geral, as sementes das gramíneas são miúdas, exceção feita ao milho, e as das leguminosas são graúdas (feijão, soja, amendoim etc.).
MECANISMO DISTRIBUIDOR Devido a essa grande variação de tamanho das sementes, até dentro de uma mes-
DESEMPENHO A CAMPO
O
desempenho operacional dos mecanismos distribuidores, na lavoura, depende de fatores como: • velocidade de deslocamento da semeadora; • altura de queda das sementes; • uniformidade na distribuição; • e nível de danificação. Estes por sua vez, vão depender principalmente da forma, tamanho e uniformidade de diâmetro das sementes.
ma espécie, o tipo de mecanismo dosador das semeadoras interfere muito na obtenção de uma população adequada de plantas. O tipo de dosador, além de afetar a distribuição das sementes, pode também lhes provocar danos, interferindo na sua qualidade e, conseqüentemente, no poder germinativo. Atualmente, existem diversos mecanismos distribuidores de sementes compondo as semeadoras. Muitos deles estão sendo utilizados comercialmente, como, por exemplo, o mecanismo de discos perfurados e os sistemas pneumáticos de pressão e a vácuo. Cada um desses mecanismos possui carac-
Uniformidade desejada na distribuição de sementes, que só ocorrem com o equipamento bem regulado
Fotos João Paulo A. R. da Cunha
Plantadoras pneumáticas geralmente tem custo mais elevado em função da tecnologia utilizada
terísticas que influenciam o desempenho das semeadoras quanto à uniformidade na distribuição longitudinal de sementes. Alguns fabricantes de semeadoras-adubadoras, com a finalidade de proteger o mecanismo distribuidor de sementes contra resíduos deixados no terreno, têm optado pela colocação do equipamento o mais distante possível da superfície do solo. Isso implica em tubos condutores mais compridos, proporcionando às sementes um caminho mais longo para percorrer, aumentando a possibilidade de rebotes que contribuem para irregularidades na distribuição longitudinal de sementes. Tubos de descarga corrugados devem ter a parede interna lisa, para evitar o acúmulo de sementes junto às partes corrugadas. Uma das dificuldades para adoção plena do plantio direto é a dificuldade de se obterem semeadoras-adubadoras versáteis e resistentes, que sirvam para culturas e solos distintos, abram o sulco removendo pouca terra e palha, tenham penetração e controle de profundidade aceitáveis e dosem adequadamente as sementes, fatores que garantiriam o sucesso da exploração. A maioria dos mecanismos dosadores de sementes e fertilizantes são acionados pelo rodado, que também é responsável pelo deslocamento do conjunto. Portanto, a eficiência desses mecanismos tem relação direta com as condições de contato rodado-solo e
Sistema convencional de distribuição de sementes
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com a velocidade de deslocamento do conjunto trator-semeadora. Nesse contexto, a velocidade ideal de semeadura se relaciona àquela velocidade em que o sulco abre e fecha sem remover exageradamente o solo e que permite a distribuição das sementes com espaçamento e profundidades constantes. Ultimamente, os mecanismos de distribuição de sementes mais utilizados pelas empresas fabricantes de semeadoras são os
Sistema de distribuição de semente do tipo pneumático
de disco alveolado horizontal e os pneumáticos. Disco alveolado horizontal No mecanismo de disco horizontal, há aberturas ou células responsáveis pela seleção da semente. Assim que o disco gira, as sementes caem nas células. Se estas forem do tamanho apropriado, somente uma semente cairá em cada célula. Para evitar que sementes em excesso passem para o orifício de saída, existe um dispositivo de interrupção: uma lingüeta pressionada por uma mola para evitar que mais de uma semente caiam no tubo de descarga. Nesse caso os discos são discriminados pelo tamanho, número e espessura dos furos. Eles podem ter furos redondos, ovais, ou encaixes abertos em sua borda. Um disco-base posiciona o disco de semente na altura correta em relação ao conjunto interruptor de sementes, para que não exista folga entre o disco e os batedores, o que poderia ocasionar passagem de sementes em excesso. Sistema pneumático No sistema pneumático por pressão, um disco vertical gira, montado em cada unidade de linha, apanhando a semente de um reservatório localizado na base do disco. A pressão do ar, fornecida por um ventilador, mantém a semente presa em orifícios, localizados ao longo da circunferência do disco. Um dispositivo de corte de pressão é responsável pela queda da semente no tubo em direção ao solo. No sistema a vácuo, a seleção individu-
“Ultimamente, os mecanismos de distribuição de sementes mais utilizados pelas empresas fabricantes de semeadoras são os de disco alveolado horizontal e os pneumáticos”
al de sementes é feita da mesma maneira do sistema de pressão de ar. Neste caso, as sementes são mantidas presas nos orifícios pelo vácuo criado por uma turbina. Um dispositivo eliminador é usado para retirar sementes em excesso que estejam aderidas aos orifícios.
RELAÇÃO DE EFICIÊNCIA Com relação à eficiência destes dois sistemas, convencionais e pneumáticos, a questão chave está relacionada à regulagem. O sistema pneumático, mediante regulagens simples, permite a obtenção de uma uniformidade de distribuição bastante grande. Já o sistema de disco exige uma regulagem mais apurada para permitir boa uniformidade de distribuição, no entanto, pesquisas mostram que este sistema, quando bem regulado, também pode apresentar boa eficiência de distribuição de sementes. Os dosadores pneumáticos têm como principais vantagens, além da precisão na dosagem de sementes (principalmente em maiores velocidade de deslocamento da máquina), a redução nos danos provocados às sementes durante a passagem pelo mecanismo dosador e a menor sensibili-
CUSTO X BENEFÍCIO
C
om relação ao custo, em média, dependendo da região e do modelo, as semeadoras pneumáticas são 25 a 30% mais caras que as semeadoras de disco. Se não houver mão-de-obra qualificada na propriedade para regular as máquinas, esse custo adicional será facilmente compensado pela boa uniformidade de distribuição das sementes. No entanto, se os operadores forem bem treinados para executar as regulagens, deve-se repensar a necessidade de um investimento maior nos sistemas pneumáticos. dade à variação do tamanho das sementes, o que reduz a necessidade de aquisição de discos dosadores específicos para cada tamanho de semente. No entanto, mesmo nestes equipamentos, há necessidade de discos com diferentes tamanhos de orifício, de acordo com a cultura a ser implantada. Vale ressaltar que o mecanismo dosador
João Paulo explica quais as vantagens e desvantagens de semeadoras pneumáticas
de sementes é apenas uma das partes responsáveis pelo sucesso do plantio. Dessa forma, os outros mecanismos, como abertura e fechamento do sulco, também devem ser bem avaliados no momento da seleção M do maquinário de plantio. João Paulo A. R. da Cunha, UFU Elton Fialho dos Reis, UEG
passo-a-passo
Fotos Vilso Júnior Santi
Controle da patinagem Os pesos dianteiros e traseiros e o lastreamento com água são recursos que garantem a força de atrito necessária dos pneus junto ao solo. A lastragem correta pode garantir um melhor rendimento da máquina sem perda de potência ou consumo excedente de combustível atrito dos pneus junto ao solo. Recomendase utilizar, quanto mais duro for o solo e mais pesado o implemento, uma quantidade maior de lastros. Esse lastro, no entanto, não deve exceder aquele recomendado pela fábrica.
P
ara se obter um bom rendimento no campo, sem perdas de potência e consumo desnecessário de combustível, a regra básica é utilizar sempre o mínimo possível de lastro no trator. Isso, no entanto, não pode comprometer a aderência dos pneus ao solo. Em solos macios do tipo irrigado, onde não há firmeza suficiente nos rodados, para se evitar patinação, o uso de pneus com maior área de contato e com garras mais altas é recomendado. Com isso, pode-se garantir uma boa flutuação da máquina e conseguir uma melhor aderência dos pneus durante a operação. Em situações que exigem a mínima compactação do solo, recomenda-se fazer a duplagem das rodas. Pois, quanto maior for a área de contato com o solo, menor será a chance de o trator patinar ou atolar.
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Em solos firmes, os pesos dianteiros e traseiros e o lastreamento com água são recursos que garantem a força necessária de
Medição da patinagem A medição e o controle da patinagem têm por objetivo melhorar o desempenho das máquinas, além de cuidar da preservação da estrutura física do solo agrícola. Medir o índice de patinação de um trator é um procedimento fácil que poderá trazer economia na preparação do solo e aumento na produtividade das lavouras. É bom lembrar que o pneu, durante a
Deve-se marcar o pneu com fita adesiva e rodar dez voltas sem o implemento arrastando
librar e dar maior aderência ao trator. Seu uso está condicionado a três fatores: • tipo de trator; • tipo de implemento; • tipo de solo. Nos tratores 4x2, os pesos dianteiros devem ser colocados quando se trabalha
operação, deve patinar um pouco, a afim de diminuir o esforço no eixo de tração, tornar a operação mais suave e evitar desgastes prematuros dos componentes. Na prática se pode estimar a patinagem observando o seguinte: • marcas no solo (rastros) indefinidas indicam patinagem excessiva. Neste caso se deve aumentar a lastração do trator; • marcas (rastros) claramente definidas mostram que não há patinagem. Assim, a orientação é diminuir o peso do trator; • marcas (rastros) que no centro indicam patinagem, mas nas bordas estão bem definidas, indicam que a lastração e o índice de patinagem estão corretos e/ou adequados. Geralmente no manual de operação e manutenção que acompanha os tratores se podem verificar os índices aceitáveis de patinagem de acordo com o tipo de solo e o tipo de operação a realizar. O índice de patinagem também pode ser calculado. Essa operação garante maior precisão nos dados, além de permitir ajustes mais adequados à lastragem. Para tanto, os seguintes passos devem ser observados: • faça uma marca com fita adesiva na lateral de um dos pneus traseiros; • se o trator for tracionado, certifiquese de que a tração esteja acoplada; • com o implemento levantado e na área a ser trabalhada, posicione o trator e marque o solo; • movimente o trator até que o pneu complete dez voltas; • pare o trator e marque novamente no solo; • agora, no mesmo percurso, com o implemento abaixado (em operação), proceda
A diferença entre as voltas com implemento de arrasto e erguido determinam a patinagem
da mesma maneira. Vá contando o número de voltas até chegar na marca final; • Se na última volta o pneu não completar todo o giro, estime esse percurso em forma decimal. Por exemplo, se o pneu girou 11 voltas, mais 60% da outra volta, o que corresponde a 11,6 voltas no total; • de posse dos resultados é só aplicar a regra de três: o número de dez voltas com o implemento suspenso corresponde a 100%; o número de 11,6 voltas com o implemento trabalhando menos o número de voltas com o implemento suspenso é igual a 1,6 voltas; isso corresponde a X%. Então, temos X = 1,6 x 100/10, X= 16%. No caso o percentual de patinagem encontrado foi de 16% - índice considerado excessivo para o tipo de tarefa (lavração). O índice ideal, nesse caso, deveria ficar abaixo dos 13%. Nessa situação é bom rever o lastreamento do trator.
PASSO-A-PASSO Pesos dianteiros A função dos pesos dianteiros é equi-
Para lastro dianteiro, o método mais simples e eficaz é o uso de contrapesos no chassi
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Fotos Vilso Júnior Santi
com implementos engatados nos três pontos do sistema hidráulico, em terrenos acidentados e/ou na tração de implementos pesados. Observando essas condições, garante-se estabilidade ao trator, bem como segurança na realização de manobras. Implementos leves, engatados somente na barra de tração do trator, não necessitam de pesos dianteiros. Já nos tratores 4x4, a regra para o uso dos pesos é um pouco diferente. Além de equilibrarem o trator, eles buscam garantir uma melhor aderência à tração dianteira. Neste caso se recomenda utilizar os lastros tanto para implementos de arrasto quanto para implementos engatados nos três pontos dos sistema hidráulico.
Para iniciar o processo de lastragem na roda traseira se deve calçar e levantar o trator
Lastreamento na traseira Nas rodas traseiras podem realizar-se dois tipos diferentes de lastreamento: • lastreamento com água; • lastreamento com contra-pesos. Para lastrear com água o trator, proceda da seguinte maneira: • desengate o trator, colocando a alavanca do câmbio na posição neutra; • por precaução, calce os pneus dianteiros com tacos de madeira a fim de evitar movimentos da máquina;
Após lastrar os pneus traseiros com água, deve-se calibra-los corretamente
• com macacos hidráulicos, levante o trator e o deixe apoiado sobre cavaletes; • posicione a válvula de ar na parte superior do raio de giro da roda e retirea, deixando o ar sair; • na seqüência, instale o dispositivo para introdução da água na câmara de ar e em seguida acople a mangueira que irá abastecer o sistema; • quando a água começar a jorrar pelo respiro do dispositivo, significa que ela atingiu 75% da capacidade total do pneu; • então, recoloque a válvula e calibre novamente o pneu com a pressão recomendada no manual do operador; • depois repita a operação no outro rodado. Já os contra-pesos são discos metálicos fixados individualmente nas rodas e também servem para aumentar a aderência dos pneus junto ao solo. Eles são utilizados somente em trabalhos pesados. Recomenda-se que se use somente a quantidade necessária de peso, de maneira que o índice de patinação fique de acordo com o solo e o tipo de implemenM to utilizado em condições ideais.
Outro método de lastragem traseira é o uso de contrapesos presos nas rodas
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regulagens e preparo
Boa calibragem O sucesso do tratamento realizado pela aplicação de defensivos dependerá, em muitos casos, da manutenção adequada e das características operacionais das máquinas envolvidas no processo. Nesse contexto, a correta calibração dos aplicadores é um dos fatores mais importantes
À
medida em que os métodos culturais foram se desenvolvendo, e as áreas cultivadas foram se tornando cada vez maiores, a quantidade de produtos químicos utilizada no controle de pragas e doenças de plantas foi aumentando. A falta de treinamento dos operadores dos equipamentos e dos usuários desses produtos, aliada ao desconhecimento da ação dos mesmos sobre o organismo humano e o ambiente, tem resultado no aumento dos riscos para o controle daquelas pragas e moléstias, bem como na agressão ao meio ambiente na forma de poluição. A posição do técnico ou do agricultor, frente à polêmica causada com a utilização de defensivos agrícolas, deve ser sempre uma
posição racional, baseada em fatos concretos e cuidadosamente analisados. Entre os principais fatores que afetam a aplicação de defensivos agrícolas - clima, solo, hospedeiro, patógeno, princípio ativo, veículo e operador - a máquina é um dos fatores mais importantes, uma vez que é através dela que se faz a aplicação mecanizada dos defensivos. O sucesso do tratamento realizado dependerá da manutenção e características operacionais da máquina e, principalmente, da correta calibração dos aplicadores de defensivos agrícolas. Os objetivos da aplicação, na maioria dos casos, se relacionam ao controle econômico de insetos, doenças e plantas daninhas, atra-
Tipos de bicos e suas características
22 • Dezembro 05 / Janeiro 06
vés da distribuição exata de quantidade de defensivos.
TIPOS DE APLICADORES Os aplicadores de defensivos agrícolas são máquinas nas quais o líquido é bombeado sob pressão através de orifícios (bicos) e explode ao ser lançado contra o ar por desBico tipo defletor, ou de impacto
“A posição do técnico ou do agricultor frente à polêmica causada com a utilização de defensivos agrícolas deve ser sempre racional” Servspray
compressão. Eles podem ser, conforme o tamanho da gota, dos seguintes tipos: • Pulverizadores (de gota > 150); • Atomizadores (50 - 150 > deriva); • Nebulizadores (< 50; > deriva).
TIPOS DE BICOS Os bicos utilizados nos equipamentos de aplicação de defensivos têm a função de subdividir o líquido em gotículas e distribuí-lo de forma uniforme sobre toda a superfície a ser tratada. Os bicos mais utilizados são: • Bicos jato plano (tipo leque): Nele as gotas são distribuídas num único plano. Usado em superfícies planas. Mais comumente utilizados para a aplicação de herbicidas em área total. Operam melhor à pressão de pulverização de 2 – 4 bar. • Cone vazio (oco): Para alvos tridimensionais, atinge a lateral e a parte superior da planta. Operam à pressão de pulverização
de 2 – 8 bar, com ângulo de 70 a 800. Utilizados para aplicação de inseticidas, fungicidas e dessecantes em culturas com grande massa foliar. • Cone cheio: distribui as gotas espacialmente (mais usados em plantas). Operam a pressão de pulverização de 1 – 3 bar, com ângulo de 800. Utilizados para aplicação de herbicidas sobre o solo e sistêmicos. Produzem gotas grandes. • Espuma (ou borbulhante com injeção de ar): Trabalha com gotas maiores, com bolhas de ar no seu interior, ocasionando menor deriva. É aplicado diretamente na planta (herbicidas sistêmicos). Opera a uma pressão de pulverização de 2 – 4 bar. • Defletor (ou de impacto): Produzem jatos na forma de leque com ângulos de abertura de 110 a 1400. Mesmo a pequenas distancias, consegue-se uma boa cobertura. Pressão de pulverização de 0,7 – 3 bar. Produzem gotas grandes. Recomendados para
herbicidas sistêmicos a baixo volume.
APLICADORES TRATORIZADOS • Calibração do pulverizador de barras Para calibragem dos pulverizadores de barra, proceda da seguinte maneira:
CUIDADOS PRÉVIOS
A
ntes da calibração de qualquer pulverizador, deverão ser verificados os seguintes itens: • a limpeza dos filtros; • se as mangueiras não estão furadas ou dobradas; • se não há ocorrência de vazamentos na bomba; • se os bicos são do mesmo tipo, não estando gastos.
Passos para calibrar o pulverizador de barras
Procedimentos para calibragem de atomizadores tipo cortina
1) Marque um percurso de 30 a 50 metros no terreno a ser tratado; 2) Escolha a marcha de trabalho, a velocidade deverá ser de 4 a 6 km/h; 3) Ligue a tomada de força; 4) Acelere o motor até a rotação correspondente a 540 rpm na tomada de força; 5) Inicie o movimento do trator no mínimo cinco metros antes do ponto marcado; 7) Anote o tempo que o trator gasta para percorrer o percurso; 8) Em terrenos de topografia irregular, repita a operação várias vezes e tire a média; 9) Com o trator parado na aceleração utilizada para cumprir o percurso, abra os bicos e regule a pressão de acordo com a recomendada para os diferentes tipos de bicos; 10) Colete o volume do bico no tempo igual ao gasto para percorrer o percurso;
11) Repita essa operação em diversos bicos para obter uma média do volume; 12) Calcule o volume aplicado, utilizando a fórmula:
Passos para calibrar atomizadores tipo canhão de ar
Passos para calibrar pulverizador costal manual
Q = q x 600 vxf
• Calibração do atomizador tipo cortina de ar Nos atomizadores tipo cortina de ar, para calibragem, recomenda-se seguir os seguintes passos: 1) Marque cem plantas; 2) Abasteça completamente o pulveri-
Jacto
Onde: Q = volume de aplicação (l/ha); q = vazão do bico (l/min); v = velocidade de trabalho (km/h); f = faixa de aplicação do bico (m).
Jacto Haroldo Carlos Fernandes
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zador; 3) Escolha a marcha de trabalho, a velocidade deverá ser de 4 a 6 km/h; 4) Ligue a tomada de força; 5) Acelere o motor até a rotação correspondente a 540 rpm na tomada de força; 6) Inicie o movimento do trator no mínimo cinco plantas antes do ponto marcado; 7) Pulverize as cem plantas marcadas; 8) Complete o tanque e meça o volume gasto em litros. Para medidas precisas, o pulverizador deve estar na mesma posição antes e depois da operação; 9) Calcule o volume de pulverização em litros/100 covas, através da seguinte fórmula:
“Com o trator parado na aceleração utilizada para cumprir o percurso, abra os bicos e regule a pressão de acordo com a recomendada para os diferentes tipos de bicos” Fotos Divulgação
Haroldo, Paula e Carlos explicam como calibrar corretamente os diversos tipos de pulverizadores
Q = vol x 10 Onde: Q = volume de pulverização em litros/ 1.000 plantas; vol = volume gasto em litros. • Calibração do atomizador tipo canhão de ar No atomizador do tipo canhão, os passos para calibração são os seguintes: 1) Marque 50 metros na área que vai ser pulverizada; 2) Encha o tanque completamente; 3) Escolha a marcha de trabalho, a velocidade deverá ser de 4 a 6 km/h; 4) Ligue a tomada de força; 5) Acelere o motor até a rotação correspondente a 540 rpm na tomada de força; 6) Inicie o movimento do trator no mínimo cinco metros antes do ponto marcado; 7) Pulverize os 50 metros marcados; 8) Meça ao mesmo tempo a faixa de aplicação (f); 9) Complete o tanque e meça o volume gasto em litros. Para medidas precisas, o pulverizador deve estar na mesma posição antes e depois da operação;
10) Em terrenos de topografia irregular, repita essa operação várias vezes e tire a média; 11) Calcule o volume de pulverização em litros/ha, através da fórmula: Q = vol x 10.000 A A = 50 m x faixa pulverizada em metros Onde: Q = volume de pulverização em l/ha; vol = volume gasto na área pulverizada; A = área pulverizada. • Calibração do pulverizador costa manual
Em pulverizadores costais a calibração pode ser feita da seguinte maneira: 1) Marque uma área de 100 m² (quadrado de 10 x 10 m); 2) Encha o tanque e pulverize a área; 3) O operador deverá manter um ritmo constante de bombeamento e de cadência; 4) Complete o tanque e meça o volume gasto em litros. Para medidas precisas o pulverizador deve estar na mesma posição antes e depois de operação; 5) Calcule o volume de pulverização em litros/ha pela fórmula: Q = vol x 10.000 A Onde: Q = volume em litros/ha vol = volume gasto em litros 6) Caso o volume encontrado não seja o desejado, substitua o bico por um de maior ou menor vazão, ou altere o ritmo de bomM beamento e marcha. Haroldo Carlos Fernandes e Paula C. Natalino Rinaldi, UFV Carlos Alberto Viliotti, UFC
CORREÇÕES NECESSÁRIAS
A
) Para aumentar o volume de aplicação: • Aumentar a pressão de saída nos bicos; • Diminuir a velocidade de trabalho; • Trocar os bicos por maior vazão. B) Para diminuir o volume de aplicação: • Diminuir a pressão de saída nos bicos; • Aumentar a velocidade de trabalho; • Trocar bicos por menor vazão.
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biodigestor
Divulgação
Energia alternativa O biogás produzido com dejetos de suínos pode ser usado como combustível em motores de combustão interna. Estes são capazes de fornecer energia mecânica suficiente para acionar equipamentos como bombas de irrigação e geradores de energia elétrica
A
preocupação com a poluição do ambiente é uma das maiores ameaças à sobrevivência e à expansão da suinocultura nos grandes centros produtores. A criação de suínos é considerada pelos órgãos ambientais uma “atividade potencialmente causadora de degradação ambiental”, sendo enquadrada como de grande potencial poluidor. Pela Legislação Ambiental (Lei 9.605/98 - Lei de Crimes Ambientais), o produtor pode ser responsabilizado criminalmente por eventuais danos causados ao meio ambiente e à saúde dos homens e animais. A suinocultura passou por profundas alterações tecnológicas nas últimas décadas, visando principalmente ao aumento de produtividade e à redução dos custos de produção. A produtividade, por animal e por área, aumentou consideravelmente, passando-se a produzir grandes quantidades de dejetos em pequenas extensões de terra. Simultaneamente, iniciaram-se os problemas com o mau cheiro, oriundo das criações, e com o destino dos efluentes. A implementação dos biodigestores aparece como uma solução para esse problema. Os dejetos provenientes das pocilgas, juntamente com a água utilizada na limpeza das mesmas, são direcionados através de um
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sistema de tubos para o interior dos biodigestores - espécie de lagoas protegidas do solo por uma lona e também cobertas por uma vinimanta, evitando a contaminação e contendo no seu interior os gases provenientes da fermentação da matéria orgânica (biogás). Com uma detenção hidráulica de aproximadamente 20 dias, os dejetos são transferidos para uma lagoa aberta, onde ocorre a redução da carga orgânica, necessária para subseqüente aplicação do material como fertilizante na agricultura (depen-
Unidade geradora de energia, que usa biogás como combustível
dendo da aplicação e da quantidade de carga orgânica, são necessárias mais de uma dessas lagoas). O biogás é composto de metano, gás carbônico, vapor d’água, ácido sulfídrico e de outros gases em quantidade não significativa. Sem tratamento algum, podemos utilizar o biogás em sistemas de aquecimento e secagem de grãos, ou, então, simplesmente queimá-lo, reduzindo a emissão de gases nocivos à atmosfera. Pode-se também tratar o biogás, retirando-se a umidade e reduzindo-se a concentração de gás carbônico e ácido sulfídrico, para que o biogás possa ser usado como combustível em motores de combustão interna. Estes fornecem energia mecânica suficiente, para acionar equipamentos como bombas para irrigação e geradores de energia elétrica. A Unidade de Energia Alternativa, do Grupo Fockink, vem desenvolvendo estes equipamentos, para serem utilizados com biogás. Os grupos geradores são produzidos em potências de 20 a 70 kVA, com tecnologia 100% nacional, que podem operar independente ou em paralelo com a concessionária de energia elétrica local, atendendo às necessidades específicas de cada propriedade. Funcionando por até 20 horas ininterruptas (quanto maior o tempo de operação
“Os mesmos motores a biogás que são utilizados para a geração de energia elétrica podem ser montados em conjunto com bombas d’água, para alimentar sistemas de irrigação” Fotos Fockink
direta, menor a vida útil do equipamento), na alimentação principalmente de resistências de aquecimento e motores de baixa potência, em nível de propriedade, conseguiuse uma redução na fatura mensal de energia elétrica da ordem de 45 a 60%. Outra vantagem dos grupos geradores é a possibilidade de aproveitamento do calor dos gases de escapamento para aquecimento de água, que pode ser utilizada nas instalações da propriedade. Os mesmos motores a biogás que são utilizados para a geração de energia elétrica podem ser montados em conjunto com bombas d’água, para alimentar sistemas de irrigação. Esses conjuntos são denominados moto-bombas, também podem ser usados para bombear o biofertilizante, resultante dos biodigestores, através do sistema de irrigação, processo chamado de fertirrigação. Todo esse processo de tratamento dos dejetos vem sendo incetivado pela recente aprovação do Protocolo de Kyoto, que obriga os países desenvolvidos a reduzir, até 2012, em 5,2% a emissão de gases nocivos à camada de ozônio (em relação aos níveis de 1990). Como nesses países há grande dificuldade em reduzir essas emissões, sob pena de prejudicar o desenvolvimento já alcan-
çado, as empresas poluentes compram créditos de carbono nos países em desenvolvimento. As reduções de custos proporcionadas pelo grupo gerador e pela moto-bomba, juntamente com os lucros obtidos pela venda
dos créditos de carbono, são atrativos suficientes para os produtores agregarem valor M à instalação dos biodigestores. Douglas Bressan, Fockink
Yanmar 1155.4
Agilidade no pomar A eficiência nas operações de campo, a boa manobracidade e a economia no consumo de combustível do Yanmar 1155.4 puderam ser comprovadas no Teste Drive Cultivar Máquinas. Essas características conferem possibilidades reais de sucesso do modelo no mercado
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ara mais um teste drive de tratores, a equipe do Núcleo de Ensaios de Máquinas Agrícolas da UFSM e a revista Cultivar Máquinas visitaram a Serra Gaúcha. Essa região tradicionalmente conhecida pela saga dos imigrantes italianos, onde o relevo é fortemente dobrado, nos surpreendeu com a mudança da paisagem à medida que nos afastamos da cidade de Caxias do Sul. Nossa equipe visitou a propriedade do Sr. Maicom Zanette, no distrito Vila Olívia, a aproximadamente 40 km da cidade de Caxias do Sul. Sua atividade principal é a fruticultura, com produção de maçã, caqui, pêssego e pêra, num total de 700 ha de terra, distribuídos em sete diferentes fazendas.
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MÁQUINAS NO POMAR
Na propriedade que visitamos, na localidade de Santa Lúcia do Piaí, os pomares ocupam uma área superior a 200 ha, entre maçã, caqui e pêra.
Na propriedade do Sr. Zanette, cada trator trabalha em média mil horas por ano. No entanto, a maior parte dos serviços mecaniza-
Motor Yanmar série TNE de 4 cilindros, injeção direta, com potência nominal de 40,44 kW (55 cv) e torque máximo de 14,8 Nm à 1700 rpm
A tampa do motor levanta totalmente, facilitando o acesso e a manutenção no motor
“A tração dianteira auxiliar (TDA) tem exclusivo sistema de esterçamento por engrenagens sem cruzetas, o que nos sugeriu que ele tivesse menor raio de giro” Fotos Charles Echer
de caixas na colheita e adubação de formulados com distribuidor centrífugo, ou por gravidade, dirigido ao pé. A adubação se restringe a produtos formulados à base de nitrogênio. O proprietário salienta que começou adquirindo tratores apenas da marca Massey Ferguson e que mais tarde mudou para Yanmar. De acordo com ele, razões não faltam. Hoje já tem em sua frota dois tratores Yanmar. O último, modelo 1155.4, foi adquirido em 2005 e conta com 558 horas trabalhadas.
MOTOR E TRANSMISSÃO
Boa localização da alavanca de tomada de potência, com acesso ergonômico
missão utiliza o mesmo óleo para todo o sistema, o que simplifica a manutenção e diminui o custo da lubrificação. O diferencial é composto por um conjunto coroa e pinhão de dois planetários e dois satélites providos com sistema de bloqueio mecânico.
TRAÇÃO Equipado com pneus traseiros 14.9-24
O Yanmar – Agritech, modelo 1155.4, vem equipado com motor Yanmar série TNE de 4 cilindros, injeção direta, com potência nominal de 40,44 kW (55 cv) e torque máximo de 14,8 Nm à 1700 rpm (NBR ISO 1585). O sistema de transmissão é de oito marchas à frente e duas à ré. Dispõe de câmbio com engrenagens deslizantes e transmissão final com engrenagens helicoidais. O sistema de trans-
dos pode ser considerada leve e, para tal, se utilizam tratores de média e baixa potência. Para dar conta da demanda de trabalho, a frota de tratores é dimensionada na proporção de um trator para cada 20 hectares de pomar. O principal trabalho mecanizado no pomar é a aplicação de produtos químicos. Para se ter uma idéia mais precisa, o número de aplicações na cultura da maçã chega a 40, o que durante o ciclo corresponde a 1-2 aplicações por semana, com freqüente necessidade de aplicação noturna. Essa tarefa é realizada com pulverizador Jacto 1000 l, modelo Airbus, o qual utiliza jatos de ar pressurizados produzido por turbinas. Em segundo lugar, vem a roçadeira, com quatro operações por ano. As demais atividades se resumem ao transporte (recolhimento)
O cano de escape está localizado na parte dianteira do trator, ao lado do motor
A tração dianteira tem exclusivo sistema de esterçamento por engrenagens sem cruzetas, o que garante maior raio de giro
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Fotos Charles Echer
Pirelli TM 93, o trator desenvolve velocidades aproximadas de 2,07 à 28,66 km/h. Nessa versão de pneus, o trator apresenta três marchas com velocidades inferiores a 5 km/h, duas marchas com velocidades entre 5 e 10 km/h e três marchas com velocidades superiores a 10 km/h. Quanto ao rodado dianteiro, o trator estava equipado com pneu Fyrestone 7.00-18. O sistema hidráulico do trator é da categoria I (segundo a SAE) e dispõe de controles de posição e ondulação, muito semelhante ao sistema Ferguson. A tração dianteira auxiliar (TDA) tem exclusivo sistema de esterçamento por engrenagens sem cruzetas, o que nos sugeriu que ele tivesse menor raio de giro. O sistema é interessante e criativo, sendo de acionamento mecânico por meio de uma alavanca. Quanto ao uso da TDA presente neste trator, vimos que ela não é vital para o trabalho de rotina, pois os implementos exigem pouca força de tração. Porém, em dias em que o solo está úmido, é muito importante, principalmente em terreno declivoso. Na fruticultura é prática comum a aplicação de produtos fitossanitários logo após a ocorrência de chuvas.
MANOBRABILIDADE Além da empolgação do proprietário, que
citava a todo instante ser essa a maior vantagem deste trator, em relação aos demais que possui na propriedade, vimos que este modelo apresenta grande facilidade em manobrar ao fim da cabeceira da linha de planta e entrar sem manobras suplementares na linha seguinte. Nesse sentido, foi importante ver que a agilidade nas manobras e o fácil acesso aos comandos têm grande importância nos trabalhos em pomares, principalmente com espaçamento de 4 metros entre fileiras de macieira. Para comprovarmos a campo o desempenho nas manobras, medimos o raio de giro do trator em superfície plana e sem ajuda do freio. O resultado foi 3.825 mm com a TDA desligada e 4.075 mm com TDA acionada. O sistema de tomada de potência (TDP) é do tipo mecânico, com acionamento independente e embreagem dupla, desenvolvendo rotação padrão de 540 rpm, o que se consegue com 2258 rpm no motor. Merece destaque a boa localização (posição) da alavanca de acionamento da TDP, com acesso ergonômico para o operador pelo lado esquerdo e acionamento independente, com trava anti-acionamento acidental. Nas operações de pulverização e roçada, a posição da alavanca e a facilidade de engate são requisitos importantes para o bom rendimento do trabalho em frutíferas.
DIMENSÕES Quanto às dimensões do trator testado vimos que ele tem facilidade em adaptar-se
A TDP é do tipo mecânico, com acionamento independente e embreagem dupla, desenvolvendo rotação padrão de 540 rpm
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Com design moderno, o 1155.4 tem dimensões apropriadas para operações em pomares de entrelinhas estreitas
O trator mostrou-se ágil nas operações de fim de linha, dispensando manobras em marcha à ré para retomar o trabalho
ao trabalho que, por vezes, é feito em reduzido espaço. A sua pequena altura, de 1,55 m até o volante, e a possibilidade de regulagem de bitola a dimensões menores que 1,3 m são características que favorecem este modelo em relação a outros tratores com a mesma potência. Entre as vantagens do modelo, merecem destaque o baixo consumo horário de combustível (3,5 l/h em serviços leves), a facili-
“Entre as vantagens do modelo, merecem destaque o baixo consumo horário de combustível (3,5 l/h em serviços leves), a facilidade de realizar manobras e a agilidade no serviço”
O modelo testado tem 558 horas e trabalha em operações de pulverização, roçadas e transporte de caixas
dade de realizar manobras e a agilidade no serviço. A tampa do rebatível do capô permite fácil acesso ao motor para operações de inspeção e manutenção. De acordo com o Sr. Maicon, a potência do trator satisfaz suas necessidades. Ele ainda nos faz um comparativo importante: “O Yanmar 1155.4 faz o mesmo serviço que o MF 265 com menos consumo”.
operações de campo e econômico em seu consumo, tem possibilidade real de grande sucesso no mercado. O teste deste modelo nos mostra que há no mercado espaço para tratores que, como este, apresentem dimensões menores aos modelos tradicionais de 4 cilindros - facilidade de manobras – tenham potência suficiente para as operações exigentes da fruticultura – equipamentos compatíveis com a exigência – apresentem baixo peso – menor compactação do terreno e menor consumo – e tenham preço reduzido - maior rentabilidade econôM mica.
José Fernando Schlosser comandou a equipe que testou o 1155.4 na região da Serra, interior do Rio Grande do Sul
OBSERVAÇÕES GERAIS Dentre as observações realizadas a campo, também verificamos o nível de ruído, o qual foi de 84 dB a 2000 rpm e 77,5 dB a 1000 rpm (marcha lenta), estando dentro dos padrões preconizados pela norma. O Yanmar 1155.4 apresentou-se um trator versátil para as atividades em pomares, parreiras e hortas. Eficiente nas
José Fernando Schlosser Marcelino J. Knob Reges Durigon Valmir Werner UFSM Informações técnicas Motor
Yanmar 4TNE88-RBS 4/2.190cm 55cv a 2700rpm/14.8kgfm a 1700rpm Direta Transmissão Dupla independente Embreagem Engrenagens deslizantes Câmbio Coroa e pinhão com bloqueio mecânico Diferencial Único para todo sistema Lubrificação Tração Dianteira - TDA Mecânico por alavanca Acionamento Engrenagens sem cruzetas Sistema de Esterçamento Transmissão eixo traseiro/dianteiro Rígido com acoplamento angular Tomada de Potência - TDP 540/2.258 rpm Rotação TDP/motor Independente Acionamento Capacidades 46 L Tanque de combustível Carter do Motor 5,3 L 25,4 L Sistema de transmissão 1.335 kg Peso de embarque 1.650 kg Peso em ordem de marcha Dimensões 3.347mm Comprimento/Largura 1.751mm Distância entre eixos Altura até o volante 1.550mm 310/3.500mm Vão livre/Raio de giro Bitolas dianteiras Min/máx 1.230/1.470mm 1.208/1.606mm Bitolas traseiras Min/máx Rodados Dianteiro Traseiro 9.50-24 7.00-18 8.00-18 14.9-24 12.4-24 8.30-24 12.4-28 12.4-38 Sistema Hidráulico 3 pontos/Cat I Engate/Categoria 850 kg Capacidade de levante De posição e ondulação Controle Montado na tampa de engrenagens Bomba hidráulica 39 l/min a 2.700rpm Vazão máx da bomba Opcionais Arco de segurança, teto, cabina, protetor frontal e contrapeso frontal Marca Modelo Nº de Cilindros/Cilindradas Potência/Torque Sistema de Injeção
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Hidrotec 3000
Novo gigante No Teste Drive Cultivar Máquinas, o Hidrotec 3000 mostrou que já nasceu grande em vários conceitos. Segurança, ergonomia e operacionalidade são alguns dos destaques do pulverizador autopropelido lançado pela SPW
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ais uma vez fomos convidados pela revista Cultivar Máquinas para avaliar um pulverizador automotriz. Trata-se de um novo membro da família de pulverizadores, o SPW Hidrotec 3000, que já nasce grande em vários conceitos como segurança, ergonomia e operacionalidade. Para a avaliação, realizada em Pejuçara (RS), utilizou-se um modelo pré-série. A produção comercial do pulverizador deverá se iniciar em breve.
TAMANHO Assim como as demais máquinas desta categoria, o SPW Hidrotec 3000 é um gigante. A máquina vazia pesa 7200 kg, com seus 4,10 m de altura, 3 m de largura e 8,50 m de comprimento. Possui também um vão livre de 1,55 m (pneus 12.4x36) e bitola mecanicamente ajustável entre 2,70 e 3,30 m (como opcional, o sistema de ajuste de bitola pode ser hidráulico). Tais dimensões representam uma certa dificuldade para o transporte “embarcado”, em caminhões de piso rebaixado, mas nenhum problema para deslocamento rodando em áreas rurais.
impactos para a máquina, assim, o sistema oferece excelente conforto ao rodar, amortecendo eficazmente os impactos das irregularidades do terreno. O estabilizador do chassi é do tipo barra pantográfica longitudinal e transversal simples.
UNIDADE MOTRIZ O motor é um MWM com 6 cilindros em linha, turboalimentado, com potência de 185 cv (136 kW). Sua montagem frontal facilita as operações de manutenção e a forma como está integrado à cabine não prejudica a visibilidade do rodado, o que permite seu adequado posicionamento na linha da cultura quando necessário. Uma proteção localizada na parte inferi-
or do motor proporciona uma excelente proteção às partes móveis, proteção esta necessária em função dos seus 1,55 m de vão livre. O sistema de transmissão é hidrostático, com tração 4x4 hidro constante e independente nas 4 rodas, realizada por motores de roda de alto torque e baixa rotação da Rexroth. A bomba utilizada também é da Rexroth e possui uma característica bastante interessante que é a de, mesmo em situação de aceleração brusca, controlar o fluxo de óleo, fazendo com que os arranques sejam mais lentos, evitando solavancos e picos de pressão nas mangueiras do siste-
SISTEMA DE SUSPENSÃO Os eixos são fixados ao chassi através de barras tensoras e suspensão pneumática ativa. Válvulas reguladoras controlam o ajuste dos movimentos da suspensão, sem transmitir os
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A máquina tem 4,10 m de altura, 3 m de largura e 8,50 m de comprimento
A suspensão é do tipo pneumática ativa e possui válvulas reguladoras que controlam o ajuste dos movimentos
“O manche de comando de velocidade é um controle multifuncional, mas pouco ergonômico, necessitando de ajustes no formato e angulação” Fotos Charles Echer, Vilso Jr. Santi e Hamilton Ramos
A cabine é ampla, possui poucos pontos cegos, tem bancos em couro, direção ajustável, painel de comando e sistema eletrônico de pulverização
ma hidráulico. Aliás, boa parte das mangueiras hidráulicas, em todo o pulverizador, foram substituídas por canos metálicos, o que ajuda no resfriamento do óleo, possibilitando que o radiador, localizado ao final da plataforma de trabalho, tenha um tamanho bastante reduzido. O sistema de transmissão hidrostático permite que o pulverizador não tenha pedais, com todos os comandos de velocidade e frenagem realizados através de um manche posicionado ao lado direito do operador. Não existe câmbio, apenas um botão no qual se limita a velocidade máxima em 18 km/h para as situações de trabalho e em 36 km/h para transporte.
CABINE A cabine é bastante ampla, com poucos pontos cegos, e possui um sistema de ar condicionado equipado com filtros de carvão ativado para elevar a segurança do aplicador. Como segurança complementar, além de possuir pressão positiva, forçando o ar a sair ao invés de entrar, nenhuma abertura oriunda do projeto da máquina que facilite a entrada do ar externo foi observada. Entretanto, apesar de a janela da direita ter a possibilidade de ser aberta, não existe, além da porta, qualquer outra abertura que possa ser utilizada como saída de emergência. Como os vidros são amplos, a incorporação de um sistema para remoção ou quebra de um deles, com a devida identificação, seria o suficiente para a correção deste problema. Amplos espelhos externos facilitam a verificação das condições de operação das barras traseiras de pulverização. O assento em couro é ergonômico, com suspensão de molas e amortecedor, é ajustável em altura, posição e inclinação e possui ajuste
O sistema de transmissão é hidrostático, com tração 4x4 hidro constante e independente nas quatro rodas
pneumático do sistema de amortecimento. Uma plataforma de 16 cm sob o apoio do pé do operador auxilia no posicionamento dos pés quando em operação. Ao lado esquerdo do operador existe um assento auxiliar, escamoteável para aumentar o espaço interno da cabine, que pode ser utilizado por um instrutor, supervisor ou aprendiz. Nenhum dos assentos possuía cintos de segurança no pulverizador avaliado, apesar de cintos para ambos estarem previstos para as máquinas de série. O volante tem regulagem de posição com relação ao operador e possui um dispositivo para apoio da mão que simplifica muito o giro em manobras. A direção é hidrostática e, na coluna de direção, observam-se mostradores analógicos com as funções de contador de rpm, horímetro, marcador de temperatura e combustível, além de indicações luminosas das setas de direção, luz alta e baixa, nível de óleo e bateria. Podem ser encontrados também botões para acionamento dos faróis e luzes de advertência, além de uma alavanca para controle de luz alta/ baixa, setas de direção e acionamento da buzina, lavador e limpador de pára-brisas. Todo o sistema hidráulico e as barras são controlados por botões dentro da cabine, com sistema on/off de acionamento, montado em painel posicionado à direita do operador que, com pouco treino, estará apto a operá-lo adequadamente. Tal painel acolhe, além dos botões, luzes de advertência e um manche de comando de velocidade. À mão do operador estão mostradores e botões que permitem visualizar a temperatura e pressão do óleo do sistema hidráulico de tração, selecionar o sistema de bombas para abastecimento ou aplicação, selecionar a velocidade para trabalho ou transporte, ajustar ou recolher o sistema de barras, travar ou destravar o quadro do sistema de barras para transporte e acionar o freio de estacionamento, além de uma chave geral. Estão também luzes de advertência para temperatura do motor, bloqueio dos filtros do motor do circuito hidráulico de tração, do circuito hidráulico de acionamento das barras e do sistema auxiliar de filtragem do cir-
cuito de tração. Entretanto, o fato desta parte do painel encontrar-se 15 cm abaixo do apoio do braço do operador faz com que a visibilidade dos botões, dos mostradores e das luzes de advertência seja prejudicada pelo braço do mesmo quando na posição de trabalho. O manche de comando de velocidade é um controle multifuncional, mas pouco ergonômico, necessitando de ajustes no formato e angulação.Também o sistema de apoio para o braço precisa ser melhorado, uma vez que, ao se posicionar o banco em sua máxima altura, o braço não toca o apoio, ficando em balanço. De qualquer forma, com pequenos movimentos de punho e dedos, controla-se a velocidade à frente, através do posicionamento do manche para frente; ou à ré, através do seu posicionamento para trás, servindo também como freio para o equipamento. Com a rotação do motor constante, obtém-se qualquer das velocidades. Além disso, através de botões posicionados à altura do polegar, pode-se controlar o sistema de articulação e altura das barras de pulverização. Ao lado direito do operador, imediatamente acima do painel de controle, está posicionado o controlador eletrônico da pulverização (marca Arag modelo Bravo 300) que, além de manter constante o volume de aplicação e facilitar ações de ligar e desligar seções da barra de pulverização, ou alterar a pressão de pulverização, ainda permite o controle de variáveis da pulverização, tais como distância percorrida, área pulverizada, horas trabalhadas, volume de calda no tanque, volume pulverizado, tensão na bateria e vazão em litros por minuto. Este controlador mostrou-se de fácil regulagem e com excelente interface com o usuário. Opcionalmente, como no caso do equipamento avaliado, o SPW pode ser equipado com sistema de navegação com barra luminosa (barra de luz) para controle das faixas de aplicação.
DESIGN, ACESSOS E PLATAFORMAS O design do pulverizador é bastante agradável, com uma adequada integração entre seus componentes. O acesso à cabine, ao motor e ao tanque de pulverização inicia-se por uma esca-
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Fotos Charles Echer, Vilso Jr. Santi e Hamilton Ramos
A escada é acionada de forma hidráulica e o recolhimento é automático, quando o freio de estacionamento é acionado
da dianteira, com 30 cm de largura e 5 degraus espaçados de 32 cm, com 7,5 cm de piso antiderrapante, estando o primeiro degrau a 50 cm do solo. O apoiador de mãos, que se inicia entre o quarto e o quinto degraus, tem dimensões adequadas para a segurança necessária ao acesso. Como diferencial em relação a outros pulverizadores automotrizes, no SPW Hidrotec 3000, a escada, acionada de forma hidráulica, é recolhida automaticamente, quando o freio de estacionamento é desativado, e abaixa-se quando o mesmo é ativado. Quando recolhida, além de funcionar como um obstáculo ao final da plataforma de trabalho, possui um revestimento plástico na sua parte inferior que protege as partes pontiagudas, reduzindo a possibilidade de acidentes e de danos à cultura. A partir da escada, caminha-se paralelamente ao motor até a cabine de comando por uma plataforma
DESEMPENHO
O
desempenho do SPW Hidrotech 3000 foi conferido através de um teste simples, já por nós utilizado em outras avaliações. A máquina foi parada na parte inferior de uma rampa de cerca de 100 m de comprimento e inclinação em torno de 45% (20 graus). Depois de posicionada, ela subiu, com carga, até alcançar a velocidade final. Verificouse que a máquina atingia facilmente a velocidade máxima nas condições de trabalho, de 18 km/h, cerca de 5 segundos após o comando para início do movimento.
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lateral com 65 cm de largura, construída de elemento perfurado para permitir a visibilidade da área de trabalho sob o pulverizador pelo operador. A plataforma, a partir da cabine, continua ao longo de todo o chassi, entretanto com largura de 51 cm e construída com piso de chapa metálica antiderrapante. Toda a plataforma, existente em ambos os lados do pulverizador, possui guarda-corpo ao longo de toda sua extensão. Entretanto, esse possui apenas um elemento horizontal e elementos verticais a intervalos de 1,22 m, constituídos pelos pontos de fixação. Tal construção, associada a um vão livre de 69 cm entre o piso da plataforma e o elemento horizontal do guarda-corpo, não é suficiente para reter uma pessoa em caso de queda. Dessa forma, uma readequação do guardacorpo, segundo normas como a ISO 4254-1, é necessária para que o mesmo possa proporcionar um adequado grau de segurança.
SISTEMA DE PULVERIZAÇÃO O tanque de calda, confeccionado em fibra de vidro, tem capacidade de 3 mil l e possui quebra-ondas internamente para melhorar a estabilidade do conjunto quando em operação. O abastecimento de água é realizado através de um sistema de engate rápido localizado na parte inferior do pulverizador. Também o sistema de drenagem do tanque, atendendo às mais modernas necessidades de descarte da calda para locais seguros, possui um sistema de engate rápido que permite a conexão de mangueiras para direcionamento da calda. O sistema de agitação da calda é hidráulico, com capacidade de até 200 l/min à pressão de 5 bar. O acesso à boca do tanque através das plataformas laterais é bastante facilitado, havendo um desnível de apenas 1,10 cm entre o piso da plataforma e a boca, sem nenhuma obstrução la-
teral, permitindo que possíveis operações manuais de abastecimento sejam realizadas de forma segura. O sistema hidráulico de pulverização possui duas bombas centrífugas, originalmente em aço inox, sendo que a primeira, com vazão de 560 l/min a 4 bar, é utilizada no circuito de abastecimento, enquanto que a segunda, com capacidade para 430 l/min a 12 bar, alimenta os sistemas de pulverização e incorporação de agrotóxicos. A alternância entre sistemas é realizada pelo operador, a partir do painel de controle na cabine de comando. Após a bomba do circuito de pulverização, observa-se que o controlador e o medidor de fluxo de calda estão separados por cerca de 45 cm de mangueira, diferentemente de outras máquinas desta categoria, onde os mesmos são montados mais próximos. Segundo os técnicos envolvidos no desenvolvimento, essa distância é necessária para que a turbulência gerada pelo controlador de fluxo não interfira na leitura proporcionada pelo medidor de vazão. Um dispositivo para incorporação de produtos ao tanque e lavagem das embalagens vazias equipa o pulverizador. Ele está localizado no lado esquerdo da máquina e, em posição de operação, a boca de abastecimento situa-se a 1,15 m do solo, altura esta que permite a operação segura com baixo risco de contaminação do operador. Possui dois bicos giratórios, sendo um acionado pelo pressionamento da embalagem vazia, e outro, fixado na tampa do reservatório, acionado por uma alavanca externa equipada com sistema de trava contra o acionamento involuntário. A bomba que aciona este dispositivo é a do sistema de pulverização. Um tanque de água limpa com capacidade de 200 l equipa o pulverizador, entretanto, ne-
“A plataforma, a partir da cabine, continua ao longo de todo o chassi, com largura de 51 cm e construída com piso de chapa metálica antiderrapante”
O sistema hidráulico de pulverização possui duas bombas centrífugas, originalmente em aço inox, com vazão de 560 l/min a 4 bar e 430 l/min a 12 bar
Um sistema pneumático de suspensão ativa associado a dois cilindros, absorve acúmulos de pressão na barra de pulverização
nhuma torneira ou mangueira saindo do mesmo pode ser observada. Segundo os técnicos da empresa envolvidos no desenvolvimento, este tanque, associado a uma bomba de acionamento elétrico com capacidade de 18 l/min, destinar-se-á a três finalidades: lavagem de embalagens vazias no novo sistema em desenvolvimento, lavagem do tanque de calda e asseio do operador. Neste caso, para atender às normas internacionais de qualidade, a capacidade do reservatório deve ser elevada para pelo menos 300 l (10% da capacidade do tanque). O sistema de levante das barras, acionado pelo operador, de dentro da cabine, através de componentes eletro-hidráulicos, aliado ao sistema de estabilidade das barras, que utiliza amortecedores hidropneumáticos, permite a adequada manutenção e rápida correção, quando necessário, da altura da barra ao alvo, mesmo nas maiores velocidades. Neste sistema, um
Tanque em fibra, e dispositivo de incorporação de devensivo e de lavagem de embalagens
cilindro, associado aos cilindros do sistema de levantamento de barras e a um sistema pneumático de suspensão ativa, absorve acúmulos de pressão originados por tentativas de oscilações do quadro, transfere este acúmulo ao sistema de suspensão que, imediatamente, faz a correção do sistema. Durante as avaliações, mesmo em velocidades acima de 15 km/h, a estabilidade proporcionada pelo sistema foi extremamente eficiente. Além disso, os pistões hidráulicos utilizados nas operações de abertura e fechamento das barras possuem freios, como forma de evitar que as barras colidam com a estrutura do pulverizador na operação de recolhimento para transporte e, por medida de segurança, as co-
nexões das mangueiras hidráulicas dos cilindros são realizadas através de dispositivos que, na eventualidade do rompimento de uma das mangueiras, impedem o vazamento proporcionado pelo retorno do óleo. A barra com uma estrutura em treliça é auto-estável (estabilidade independente do movimento do veículo), fixada ao quadro através de um sistema pendular em paralelogramo, e possui amortecimento tanto para os movimentos verticais quanto horizontais, proporcionado por cilindros hidráulicos associados a amortecedores e anéis plásticos. Está montada de forma a proporcionar proteção contra impactos aos bicos de pulverização durante a utilização do equipamento, possui um sistema de escamoteamento da ponta no caso de choques com obstáculos e 27 m de comprimento. A barra de pulverização, que pode ser regulada para trabalhar a alturas variando entre 0,60 e 2,20 m, é montada no sistema de barra úmida (calda circula dentro da barra), dividida em
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Fotos Charles Echer, Vilso Jr. Santi e Hamilton Ramos
IMPRESSÕES GERAIS
A
pesar do projeto do pulverizador automotriz SPW Hidrotech 3000 ser novo, a experiência da equipe que trabalha no seu desenvolvimento faz com que ele já nasça grande e capaz de competir em igualdade com outros do mercado. Aliás, a possibilidade de um novo projeto permitiu algumas inovações, principalmente na área da ergonomia e segurança, que devem se refletir na qualidade do trabalho realizado. Alguns pontos ainda podem ser melhorados de forma a elevar ainda mais seus padrões de qualidade e segurança, entretanto, nenhuma dúvida há de que trata-se de uma excelente máquina, com desempenho bastante satisfatório e de que muito em breve estará ocupando seu lugar no agronegócio brasileiro.
5 seções confeccionadas em aço inox, comportando no total 54 bicos da Arag com acoplamento para 4 pontas através de engate rápido e sistema anti-gotejo, espaçados de 50 cm. Todas as seções possuem controle indivi-
dual de pressão, permitindo a uniformização da vazão mesmo quando uma ou mais seções da barra estão fechadas, e o controle de abertura e fechamento de cada uma das seções é proporcionado por solenóides posicionadas próximo ao início da alimentação da seção. Todo controle e acionamento das barras é realizado de dentro da cabine de comando, sem que, no entanto, como recomendam as normas internacionais de segurança, haja mangueiras pressurizadas dentro da mesma. Todo sistema de pulverização é monitorado pelo controlador da Marca Arag, modelo Bravo 300, localizado na cabine de comando. O sistema de filtragem era composto por 3 filtros, todos da Arag: um pré-bomba, com sistema de autofechamento do circuito hidráulico ao se abrir o filtro, e peneira de um único elemento malha 50; um de linha em cada uma das 5 seções da barra, com peneira malha 100; e outro nos bicos, com peneira malha 50. Apesar desta configuração de peneiras, nenhuma das pontas que equipavam as barras necessitava o uso da malha 100. Assim, em função dos problemas de retenção que esta malha pode proporcionar quando da utilização de agrotóxicos com as formulações pó molhável (PM) ou suspensão concentrada (SC), o padrão 100 poderia ser alterado para 50 sem prejuízo à pul-
A barra, com uma estrutura em treliça, é autoajustável, com estabilidade indepentende do movimento do veículo
verização, mas com grande benefício à capacidade operacional do equipamento. Por ser um equipamento dimensionado para operar em velocidades relativamente elevadas e por ter o sistema de barras montado na parte traseira, a inexistência de um pára-lamas pode elevar a probabilidade de danos ou entupimento nas pontas localizadas atrás dos pneus, por barro ou detritos lançados pelos mesmos. Dessa forma, uma adequada forma de proteção de tais pontas M deve ser providenciada. Hamilton Humberto Ramos, IAC
Hamilton Ramos, do IAC, avaliou o Hidrotec 3000
INFORMAÇÕES TÉCNICAS Suspensão pneumática ativa Motor MWM 185 cv turbo 6 cilindros Transmissão hidrostática 4x4 Chassi totalmente reforçado para trabalhar em todo tipo de solo Barras reforçadas e quadro oscilante Bitolas reguláveis de 2,70 a 3,20 m Cabine com visão totalmente ampla Vão livre de 1,55 m Computador e controlador de vazão modelo Bravo 300 Comando elétrico de 5 secções Rodado 12.4x36 Kit misturador de produtos e lava frascos GPS (opcional)
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compactação
Raio X do solo O penetrômetro de placa é equipamento simples e barato, capaz de determinar a campo, com rapidez e boa precisão, a tensão de pré-compactação, além de fornecer um raio X do estado preexistente do solo
A
máquinas agricolas, conduzindo a compactação. Assim, a tensão de pré-compactação fornece um raio-x no estado preexistente de um solo.
ÍNDICE DE PRÉ-COMPACTAÇÃO A pressão de pré-compactação usualmente era determinada em laboratório por meio de curvas de compressão do solo obtidas pelo ensaio de compressão uniaxial confinado. Esse processo além de necessitar de equipamentos sofisticados para sua realização, demanda muito tempo desde a amostragem no campo até sua realização em laboratório. Por esta razão, se fez necessário o desenvolvimento de equipamentos baratos de técnicas simples para determinação em campo da pressão de pré-compactação do solo, permitindo ao produtor selecionar com segurança as características de pneus
agrícolas em diferentes condições de solo, cargas dinâmicas e pressão de insuflagem. Para obter uma resposta capaz de produzir com rapidez e boa precisão, em campo, a pressão de pré-compactação, o laboratório de Dinâmica da interação solo-máquina (Dinsolma) do Curso de Engenharia Agrícola da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Campus de Cascavel, procurou desenvolver um trabalho de pesquisa que consistiu na construção de um penetrômetro de placa e avaliando em campo na determinação da pressão de pré-compactação.
PENETRÔMETRO DE PLACA O equipamento consiste de uma estru-
New Holland
compactação do solo pelo tráfego de máquinas agrícolas tem efeitos importantes no sistema de produção agrícola e no meio ambiente. Em excesso, propicia a degradação dos recursos disponíveis no solo, aumenta a poluição do ar e da água, e conseqüentemente tornam-se necessários mais insumos para manter a produção agrícola em condições satisfatórias. A resistência do solo que caracteriza a compactação é identificada por camadas discretas de densidade mais forte no perfil do solo. Tal resistência é tipicamente determinada em termos de pressão máxima, também chamada de pressão de pré-compactação, ou capacidade de suporte do solo, e representa a pressão que pode ser aplicada ao solo antes de ocorrer um forte aumento na compressão deste. Para os solos agrícolas, a pré-compactação do solo é causada principalmente pelas cargas aplicadas mecanicamente durante os sistemas de cultivos pelo tráfego de
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Fotos Joaquim Odilon Pereira
Penetrômetro sendo utilizado no campo. Equipamento pequeno e de fácil manuseio
RAPIDEZ E PRECISÃO
O
penetrometro de placa pre diz com rapidez e precisão a compactação do solo, em campo, e permite ao produtor rural selecionar as maquinas agrícolas com carga dinâmica e pressão de insuflagem nos pneus para trabalho dos sistemas de cultivo do solo sendo necessário o estado estrutural do solo (densidade do solo) e a sua condição hídrica. tura modular em chapa de aço ABNT 1020 com dispositivos para fixação na furação existente na carcaça de transmissão do trator, para a sustentação do sistema hidráulico constituído de um atuador linear (cilindro hidráulico) com 1” de diâmetro interno, e curso 200mm, banhado em cromo duro a fim de obter resistência ao desgaste e à oxidação. O sistema foi utilizado com um comando hidráulico (válvula direcional) de duas vias com válvula de controle de pressão acoplada ao sistema hidráulico e a válvula direcional do trator. Em função da necessidade de se fazer o controle da pressão hidráulica e conseqüentemente da pressão aplicada ao solo, foi adicionada uma válvula direcional de duas vias com uma válvula de controle de pressão, fixada sobre a estrutura de sustentação do cilindro hidráulico e acoplada ao sistema hidráulico remoto do trator. Para mensurar a pressão de compressão foi empregada uma célula de carga com
capacidade de 50 kN, rosqueada na haste do cilindro hidráulico entre a extremidade da haste e uma placa retangular de 100 mm de largura por 200 mm de comprimento. Na medição da profundidade de penetração da placa no solo foi utilizado um sensor a laser com range de 180mm a 2000mm com erro de 2% e tensão de saída de 1 a 10V, e velocidade de 37 mm.s-1 . Nos ensaios realizados o penetrômetro foi programado para iniciar o registro dos valores quando a célula de carga identificar força de 98N (~10 Kgf) e para o término de registro dos valores quando transcorridos 30s de carga aplicada no solo. Por meio da regulagem de pressão do óleo do sistema hidráulico do trator (pela válvula de alívio de pressão existente no comando) fixou-se o limite superior da força e conseqüentemente a pressão aplicada no solo.
TESTES A CAMPO Os ensaios de campo foram realizados
FIGURA 1 – Deformação do solo em função da pressão aplicada no ensaio com penetrômetro de placa em um solo com três teores de água: A) teor de água de 26% e 27,3%; pressão de pré-compactação de 250 e 280 kPa ; B) teor de água de 35% e pressão de 200 kPa
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1) cilindro hidráulico, 2) placa de compressão, 3) válvula de velocidade e carga, 4) monômetro, 5) célula de carga, 6) sensor de deslocamento
no Núcleo Experimental de Engenharia Agrícola (NEEA) da Unioeste, localizado no Km 13 da rodovia BR 467, no município de Cascavel-PR, a 24º e 57’ de latitude sul e 53º e 26’ de longitude Oeste, com uma altitude média de 800 metros numa área de Latossolo Vermelho Distroférrico típico com relevo plano e textura argilosa.
“A pressão de pré-compactação do solo foi determinada a partir da deformação do solo em função do logaritmo da pressão aplicada” New Holland
O solo foi submetido a compressões de pressão normal vertical de 30, 50, 100, 200, 300, 400. 500, 600, 700 e 800 kPa aplicadas seqüencialmente com um penetrômetro de placa. As amostras para determinação das propriedades físicas do solo foram extraídas na mesma ocasião da compressão do solo. Foi utilizado um sistema de aquisição de dados computadorizado “Micrologger CR510X”, para monitorar e gravar continuamente, a uma freqüência de quatro leituras por segundo os sinais gerados pelos transdutores de força e deslocamento. Os dados foram armazenados temporariamente no sistema de aquisição de dados, os quais foram posteriormente transferidos em laboratório para um microcomputador. Para cada carga foram utilizadas quatro repetições. A pressão de pré-compressão do solo foi determinada da deformação do solo em função do logaritmo da pressão aplicada, utilizando-se o método de filtragem dos pares de dados pressãodeformação e aplicando-se o método da intercessão da reta de compressão virgem RCV com a regressão dos primeiros pontos lineares da parte elásticas da curva de compressão do solo. Amostras de solo foram extraídas a cada camada de 25 mm com anéis de 24 mm de altura por 70 mm de diâmetro interno para determinação da densidade e do teor de água do solo.
RESULTADOS OBTIDOS O Quadro 1 mostra que para pressões
aplicadas entre 258 e 409 kPa, o teor de água foi o fator mais importante indicando menor resistência a compressão para a densidade de 1,26 g cm-3 e teor de água de 35%, deformações de 34,2 mm e 48,3 mm contra as deformações de 27,6 mm e 45,5 mm para o solo com densidade 1,23 g cm3 e teor de água de 26%. Para as pressões inferiores a 110 kPa, mesmo a teor de água elevado o solo de densidade de 1,26 g cm-3
foi mais resistente a compressão. Com pressões superiores a 560 kPa se verifica maior deformação ocorrida com teor de água de 26% e densidade de 1,23 g cm-3 indicando que para um solo a uma determinada densidade é possível trabalhar com máquinas agrícolas com carga dinâmica mais elevada reduzindo os riscos de compactação do solo desde que a resistência mecânica dos agregados do solo apresente um estado de domínio hídrico frágil. Nesta condição o solo apresenta maior capacidade de suporte, conforme pode ser observado na Figura 1 (A). Pela Figura 1 observa-se que embora as curvas apresentem comportamento semelhante para as deformações nos teores de água em estudo, para os teores de água de 26% e 27,3% existe forte mudança na deformação a partir da pressão respectivamente de 250 e 280 kPa, - Figura 1 A enquanto paro o ensaio com teor de água de 35% ocorreu com a pressão de 200 kPa. Valores acima destas pressões poderão ter ultrapassado o limite de resistência lateral do solo, acarretando deformações acentuada na camada compactada. Verifica-se ainda pelas Figuras que para pressões abaixo de 400 kPa ocorre maior deformação para o solo de densidade 1,23 g.cm-3, mostrando que solos com baixa densidade apresentam pouca resistência a compactação. No caso da pressão de précompactação, a Figura 1 mostra que para o ensaio no solo com densidade de 1,23 g.cm-3 e teor de água de 26% a pressão de pré-compactação é de 250 kPa, enquanto que para o ensaio com teor de água de 35% e densidade do solo de 1,26 g.cm-3 indica uma pressão de pré-compactação de 200 kPa revelando que mesmo com densidade mais elevada quando se trata de um solo com estado hídrico muito elevado, o solo diminui a sua capacidade de suporte. M Carlos Alberto Breda e Joaquim Odilon Pereira, Unioeste
Detalhe do solo sob compressão (acima) e área de solo comprimida (abaixo)
Joaquim e Carlos mostram a utilização do penetrômetro de placa
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Acelera... C
om firmeza, pois nesta edição esta mos trazendo os resultados da competição de trekker-trek de Holambra (SP), realizada em 9 de outubro, e de Holambra II, realizada em 13 de novembro. As competições de força entre tratores ocorrem nos Estados Unidos desde o começo do século passado, quando, durante a entressafra, os fazendeiros disputavam entre si quem conseguia puxar com o trator uma grande pedra à maior distância. O primeiro registro de evento de provas com tratores é em Ohio em 1929. As primeiras regras do esporte começam a surgir nos anos 50 e 60, e em 1969 foi criada a Associação Nacional de Tratores. A idéia foi importada para a Europa em 1977, vindo a se fixar na Holanda, onde ganhou forças e as competições se transformaram em verdadeiros shows de peso e adrenalina que culminaram na criação da Tractor Pulling Organization. No Brasil, a competição começou a se oficializar em Holambra em 1992, através dos descendentes de holandeses. O evento recebeu o nome de Trekker Trek, termo holandês que significa “puxada com tratores”. Em 1999, foi criada a ABTT (Associação Brasileira de Trekker Trek), o órgão que regulamenta as provas das competições e as regras de segurança. Divirta-se com a leitura! RESULTADO CIRCUITO NACIONAL TREKKER TREK - 2005 TRATOR INICIANTES PT COLOCAÇÃO Fenômeno 29 1º lugar Furacão 23 2º lugar Alligator 22 3º lugar Penél.Charm 9 4º lugar Pit Bull 8 5º lugar 2400 Silver Star 28 1º lugar Yellow Power 21 2º lugar Trovão Azul 20 3º lugar Ronik 19 4º lugar Panther 17 5º lugar 3400 Bandido 28 1º lugar Dick Vigarista 18 2º lugar Roque Santeiro 6 3º lugar Tornado 15 4º lugar Yellow Power 13 5º lugar 4400 Bandido 28 1º lugar Dick Vigarista 20 2º lugar Roque Santeiro 15 3º lugar Tornado 11 4º lugar
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Arrancadão de tratores
RESULTADO TREKKER TREK - HOLAMBRA (SP) - 09/10/2005 CATEGORIA LIVRE CATEGORIA LIVRE 2400 “INICIANTES” 1º lugar FENÔMENO 68,23 m 2a puxada Renato Eltink CATEGORIA LIVRE 2400 1º lugar SILVER STAR 81,36 m 2a puxada Henricus Walravens CATEGORIA LIVRE 3400 1º lugar BANDIDO 81,03 m 2a puxada Luiz Antonio Barbosa Silva CATEGORIA LIVRE 4400 1º lugar BANDIDO 97,78 m 2a puxada Luiz Antonio Barbosa Silva CATEGORIA AGRÍCOLA CATEGORIA AGRÍCOLA 3.000 kg 1º lugar VALMET 68 45,67 m 2a puxada Sabrina Groot CATEGORIA AGRÍCOLA 5.000 kg 1º lugar VALMET 985 85,24 m 3a puxada Claudio Scheltinga CATEGORIA AGRÍCOLA 6.000 kg 1º lugar FORD 6630 57,95 m 2a puxada Fábio Souza RESULTADO TREKKER TREK - HOLAMBRA (SP) II - 13/11/2005 CATEGORIA LIVRE CATEGORIA LIVRE 2400 “INICIANTES” 1º lugar FENÔMENO 76,56 m 2a puxada Renato Eltink CATEGORIA LIVRE 2400 1º lugar SILVER STAR 83,91 m 2a puxada Henricus Walravens CATEGORIA LIVRE 3400 1º lugar BANDIDO 87,96 m 2a puxada Luiz Antonio Barbosa Silva CATEGORIA LIVRE 4400 1º lugar BANDIDO 88,21 m 2a puxada Luiz Antonio Barbosa Silva
A
3ª etapa do Circuito Nacional de 2005 foi dia 09 de outubro em Holambra (SP). Desesseis equipes participaram na Categoria Livre (tratores envenenados). Os tratores Trekker Trek, que competem na Categoria Livre, são adaptados, com até cinco motores de diversas marcas e modelos que, somados à muita criatividade e tecnologia, chegam a puxar mais de cem toneladas em uma pista de cem metros. Alguns tratores possuem motores com até 2 mil cv de potência e, em uma puxada, chegam a consumir até 28 litros de metanol. A novidade na 3ª etapa ficou por conta da primeira equipe feminina de Trekker Trek, “Equipe Penélope Charmosa”, que disputou de igual para igual na Categoria Iniciantes. O grande vencedor foi o Bandido, construído sobre um John Deere 4020, com três motores, sendo dois Chevrolet 4.8 Turbo e um Chevrolet 4.1 Turbo. Rendendo 1,5 mil cv consumindo metanol na ordem de 15 litros por puxada, compete nas categorias 3,4 e 4,4 mil kg conduzido pelo proprietário, Luiz Barbosa da Silva.
EQUIPE FEMININA A novidade na 3ª Etapa de Trekker
por Arno Dallmeyer - arnomaq@yahoo.com.br
Fotos Divulgação
Trek foi a 1ª Equipe Feminina, que entrou para competir de igual para igual na Categoria Iniciantes dos Tratores Envenenados. O trator Penélope Charmosa, conduzido por Yolanda Groot, já marcou pontos em sua primeira aparição. Tratase de um Valmet 60 ID, com motor Dodge V8 5.2 e potência de 250 cv, movido a metanol e com consumo por puxada de oito litros. Na Categoria Iniciantes, os proprietários Paulo G. Groot e Patrick H. Groot vibram com o sucesso de seu investimento.
BANDIDO Bandido campeão das Categorias 3,4 e 4.4 mil kg em Holambra II – 13/11/2005 A alegria de Luiz Antonio Barbosa da Silva foi grande depois da belíssima apre-
sentação com seu trator Bandido durante a 4ª Etapa do Trekker Trek em Holambra II, Paranapanema (SP). Luis definiu o campeonato Nacional quando ganhou a 1ª colocação tanto na Categoria 3,4 mil e como na 4,4 mil kg. O trator Tornado, pilotado por Paulo Groot, foi outro que não se fez de rogado, dando uma bela apresentação e ganhando o 2º lugar desta última etapa do Circuito, nas categorias 3,4 e 4,4 mil kg mostrando que em 2006 vai vir para brigar por uma boa colocação no campeonato nacional. Na Categoria Iniciantes, o trator Fenômeno, pilotado por Renato Eltink, assume de vez a 1ª colocação do Circuito. Na 2,4 mil kg Henricus Walravens, com seu trator Silver Star, vence a etapa e é 1º colocado no Circuito Nacional. Mas a disputa foi bastante acirrada junto a seus oponentes, ficando Silver Star com 83,91 metros, Yellow Power com 83,73 metros e Trovão Azul com M 83,08 metros.
Divulgação
Auxílio na colheita A A máquina máquina auxiliar auxiliar para para colher colherM laranjas laranjas éé provida provida de de um um sistema sistema automatizado automatizado para para transporte transporte aa granel granel ee despacho despacho dos dos frutos. frutos. Suas Suas características características possibilitam possibilitam vantagens vantagens significativas significativas em em relação relação aos aos métodos métodos convencionais convencionais de de colheita colheita dos dos frutos frutos
A
s características da máquina auxiliar para colher laranja possibilitam vantagens significativas em relação aos métodos de colheita utilizados atualmente. Ela é capaz de reduzir consideravelmente o tempo de colheita dos frutos, pois o implemento incorpora em um único conjunto o colhimento e o tranposte a granel da fruta, que já sai pronta para despacho. Na máquina, sistemas hidráulicos embarcados são capazes de acionar diversos componentes ao mesmo tempo, com alta performace e rendimento. O sistema possui a maioria das peças com interfaces eletromecânicas que interagem e contribuem para uma operação suave, além de fácil manuseio nas manobras. Os princípios da economia e da produtividade nortearam o desenvolvimento do projeto. Utilizando recursos tecnológicos de ponta, a máquina é capaz de, em menos de dez minutos, e utilizando oito apanhadores, carregar até 450 kg de laranja já embalada e pronta para despacho. O equipamento também proporciona maior con-
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forto e segurança ao operador e aos apanhadores. Através de um botão de emergência todo o sistema pode ser desligado com apenas um toque, o que ajuda a minimizar os riscos de acidentes. A máquina é constituída de um chassis veicular provido de dois eixos com quatro rodas. Sua carenagem é metálica, composta por chapas frontais, laterais, superior e posterior. A cobertura superior do equipamento se apresenta num formato de plano inclinado frontal. Nas laterais da máquina há portas de acesso para o interior da mesma. No centro desta, uma calha inclinada provida de roletas com uma esteira transportadora frontal faz o carregamento das laranjas colhidas. Seu acionamento é feito por motor de combustão a diesel ou outra fonte de energia. Este, por sua vez, alimenta uma bomba hidráulica responsável pela movimentação da maioria dos componentes. A transmissão é feita por eixos e polias. Para colher laranjas, são distribuídas na parte superior seis plataformas suspensas, três de cada lado da máquina, com as se-
guintes alturas: 1,10 m 1,50 m e 2 m respectivamente. As plataformas são fabricadas em estruturas metálicas, tendo na sua parte frontal um design arredondado para não ferir os pés de laranjas, à medida que a máquina se movimenta. Na altura dos quadris do apanhador há uma guarda metálica provida de dois botões para acionamento de um pistão hidráulico, capaz de movimentar a mesma até dois metros para frente, posicionando o apanhador próximo aos galhos mais afastados, o que facilita a colheita das laranjas. Na parte traseira da máquina há outro sistema hidráulico em operação, responsável pelo içamento das cargas de laranja. A máquina auxiliar para colheita de laranjas, provida de sistema automatizado para transporte a granel e despacho, atende perfeitamente sua aplicabilidade, obtendo resultados satisfatórios na operação realizada de maneira prática e eficaz. Ela proporciona uma série de vantagens técnicas funcionais e econômicas e se reveste de características tecnológicas inovadoras. M