Maquinas 53

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Destaques Matéria de capa

Como calibrar hidro-pneumáticos? Saiba como regular e utilizar corretamente os pulverizadores hidropneumáticos em pomares

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Baixinho invocado

Regulagem fina

Confira o desempenho do trator 1155 SRE, da Yanmar, utilizado em lavouras de café, que se destaca pelo tamanho reduzido e grande capacidade de tração

Semeadoras de grãos miúdos, ou culturas de inverno, merecem atenção especial na hora de realizar a regulagem

Índice

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Nossa Capa Vilso Júnior Santi

Rodando por aí

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V CLIA

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Grupo Cultivar de Publicações Ltda.

www.cultivar.inf.br www.grupocultivar.com

Calibração de pulverizadores

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Regulagem de hidro-pneumáticos

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Regulagem de semeadoras passo a passo 13 Teste drive - Yanmar 1155 SRE

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Manejo mecânico de invasoras no café

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Lançamentos Agrishow 2006

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Cultivar Máquinas Edição Nº 52 Ano V - Maio 06 ISSN - 1676-0158

www.cultivar.inf.br cultivar@cultivar.inf.br Assinatura anual (11 edições*): R$ 119,00 (*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)

Números atrasados: R$ 15,00 Assinatura Internacional: US$ 80,00 • 70,00

• Editor

Charles Ricardo Echer • Redação

Vilso Júnior Santi • Revisão

Silvia Maria Pinto • Design Gráfico e Diagramação

Cristiano Ceia • Marketing

Pedro Batistin

• Gerente de Circulação

Cibele Costa • Assinaturas

Simone Lopes • Gerente de Assinaturas Externa

Raquel Marcos • Expedição

Dianferson Alves • Impressão:

Kunde Indústrias Gráficas Ltda.

NOSSOS TELEFONES: (53) • GERAL

3028.2000 • ASSINATURAS

3028.2070 • REDAÇÃO

3028.2060 • MARKETING

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Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados podem solicitá-las à redação pelo e-mail: cultivar@cultivar.inf.br Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.


Dpaschoal

AGR

Milton Paulo Silva

A equipe da AGR, na Agrishow, além de apresentar sua tradicional linha de produtos destacou seus conjuntos recomendados para aplicação na hortifruticultura. Segundo Flávia Siquara de Andrade, diretora comercial da empresa, é visível a necessidade de aplicação dos conceitos de agricultura de precisão nesse setor. Ela vê na área um rico mercado para seus produtos.

Kepler Weber Milton Paulo Silva é o novo presidente da Kepler Weber Industrial S/A. O ex-diretor administrativo, financeiro e de relações com investidores, na função desde agosto de 2005, passa agora a acumular os cargos de diretor presidente da Kepler Weber Industrial S/A e da Kepler Weber Inox Ltda.

GSI O gerente de marketing da GSI no Brasil, Leandro André de Conto, ressaltou na Agrishow a exclusiva tecnologia de armazenagem de grãos que a empresa aplica em seus sistemas no país. Tratam-se de conceitos mundiais que a GSI trouxe e Leandro de Conto adaptou as necessidades locais no setor de acondicionamento de grãos.

NaanDan Egídio Osti Neto, gerente comercial da NaanDan sistemas de irrigação, durante a edição de 2006 da Agrishow, destacou as soluções que a empresa dispões para irrigação das mais diferentes culturas. Conforme Egídio a linha de equipamento para irrigação localizada da empresa merece ser conhecida de perto pelos agricultores.

Agrosystem No ano em que comemora a certificação ISO 9001/2000, a Agrosystem trouxe ao Agrishow tecnologias destinadas a máquinas agrícolas como o monitor de plantadeira PM 400, o piloto automático total FarmLap 4000 RT e o controlador de pulverização CanLink 3500. Em pós-colheita foram apresentados os medidores de umidade GAC 500 XT e o DJ FX 2000.

Triad Dan Gates A Triad Dan Gates chega ao Brasil como o único nome em válvulas de irrigação por inundação. A nova tecnologia é simples, rápida e fácil de instalar. É desenhada para uso em cano de PVC ou alumínio, tem padrões de encaixe com aberturas retangulares de fácil ajustamento e presilha de tensão no centro para lacre uniforme na frente e no fundo da válvula. O equipamento é composto por três partes principais: presilha de pressão, tampa da válvula e lacre do fundo da válvula.

A DPaschoal, principal rede de serviços automotivos do Brasil, levou para a feira sua linha de pneus e acessórios para tratores, máquinas, implementos agrícolas e caminhões. Foi apresentado no estande da empresa o pneu DT 806 Optitrac. Outra novidade trazida pela DPaschoal foi a opção especial de financiamento para o setor agropecuário. Através do Agricred, uma linha de crédito própria, o produtor passou a poder efetuar suas compras e pagar em até 18 vezes com tarifas competitivas.

Egídio Osti Neto

Goodyear A Goodyear enfatizou no Agrishow seu mais recente lançamento: o pneu radial agrícola DT 830 da família Optitrac. O modelo, destinado a tratores e colhedoras, é fabricado na medida 800/65R32. “Esse pneu conta com tração e aderência superiores em comparação aos convencionais, o que pode refletetir numa economia de combustível de até 7% nas operações agrícolas”, explicou José Carlos Moreno, gerente de marketing e vendas de pneus agrícolas da empresa.

Agrale A equipe da Agrale apresentou durante o Agrishow alternativas de tratores que contemplam da agricultura familiar a grandes propriedades. Os modelos 4100, 4100.4, 4.118.4, 4230 e 4230.4, movidos a biodiesel, são destinados a pequenos agricultores. Já a linha 5000 tem capacidade para atender às nescessidades dos produtores de pequeno, médio e grandes portes. Mereceram destaque, ainda, o BX 6110 e o BX 6150, ideais para as culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e trigo.

Randon A Randon e a Jost Brasil sistemas automotivos mostraram no Agrishow soluções para o mercado sucroalcooleiro, como reboque para cana inteira, semireboque para cana picada, graneleiro bitrem basculante e os modelos de quinta-roda SK 38DV, SK 37C e SK 38C. Foi apresentada também a linha de engates, automático e para container, além do aparelho de levantamento série B 280 (AL BiTrem) e o suspensor pneumático.

Arag O navegador GPS Skipper foi um dos destaques no estande da Arag. O equipamento é destinado à agricultura de precisão. O presidente empresa Giovanni Montorsi e um dos seus diretores Claudio Apa prestigiaram a feira e ressaltaram o aumento significativo dos investimentos em tecnologia para agricultura de ponta na qual a Arag é referência.

Apa e Montorsi

Gihal A Gihal expôs sua linha de plantadeiras GA 2511 S, GA 2800 P e GA 2700 S, com novo desingner. Discos de corte pula-pedra e com sulcador fino, rodas compactadoras, distribuição de semente a disco e de grãos finos, pneu interno articulado, rodado interno regulável e articulado e distribuição de adubo por No nonono rosca sem fim estão entre as características disponíveis nas máquinas.

Marini A metalúrgica Marini apresentou o kit rodado duplo para tratores e colhedoras, indicado para evitar a compactação de solo em plantio direto e proporcionar melhor aderência ao solo em condições específicas, como o emprego em lavouras de arroz irrigado. Destacam-se como vantagens o aumento de produtividade, economia de combustível, o menor desgaste de pneus, maior vida útil para as trações, eliminação de patinagem, aumento de até 15% na tração e melhor distribuição da força.

Lindsay A aplicação de vinhaça nas lavouras de cana-de-açúcar é uma prática comum, mas que ainda não havia sido viabilizada por meio dos pivôs de irrigação, em função do alto poder corrosivo do produto. A Lindsay, no entanto, acaba de desenvolver uma linha de revestimentos para as tubulações dos pivôs que permite a fertirrigação utilizando a vinhaça.

Gerdau

Seminario e Walter

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Estimular a inovação, a criatividade e a excelência do setor de maquinas e equipamentos agrícolas é a meta na 24a edição do Prêmio Gerdau Melhores da Terra, lançada na Agrishow. A premiação incentiva o aumento da produtividade no campo. O Melhores da Terra está com suas inscrições abertas em suas três categorias: pesquisa e desenvolvimento, novidade e destaque. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo site www.melhoresdaterra.com.br.

José Roberto Rossi


V CLIA

Miguel Neves Camargo

Engenharia nos Andes No Chile, cientistas e pesquisadores da engenharia agrícola, representantes de 28 países, debateram acerca dos rumos do setor no maior evento latino -americano da área

P

esquisadores e cientistas de 28 países e cinco continentes participaram do V Congresso Internacional de Engenharia Agrícola (CLIA) e, simultaneamente, do VII Congresso Latino-americano e do Caribe de Engenharia Agrícola (CIACH), que aconteceu na primeira quinzena de maio na cidade de Chillán, na cordilheira dos Andes, Chile. No encontro foram debatidos os rumos do setor e apresentados oralmente 86 trabalhos e 188 posters, distribuídos nas áreas de recursos hídricos na agricultura; engenharia de alimentos; mecanização agrícola; informática e automatização na agricultura; energia na agricultura; processamento de colheita; obras civis de uso agrícola; meio ambiente e agricultura sustentável e; engenharia de sistemas biológicos. Na cerimônia da abertura falou, representando o governo Chileno, Jorge de La Fuente Olguin, diretor nacional do Instituto de Investigações Agropecuária do Chile (INIA). Ele citou que foi convocado pela Presidenta do país, Michelle Bachelet, logo após a sua posse, para definir um plano estratégico para a política agroalimentar e silvícola no Chile. A convocatória epecial levou em consideração que a economia daquele país está baseada na produção primária e agro industrial, voltada principalmente para fruticultura, cereais, pescados e seus derivados. Este plano contempla principalmente os seguintes pontos:

• Consolidar a Chile como potência agroalimentar; • Provocar um desenvolvimento de caráter inclusivo que contribua para diminuir a distância sociocultural e econômica dos setores mais postergados do mundo rural; • Adequar e modernizar a instituição pública silvo agropecuária; • Contribuir para ampliar e diversificar a matriz energética do Chile, promovendo a obtenção de energia a partir de fontes renováveis; • Promover o uso sustentável dos recursos naturais renováveis e a proteção da biodiversidade. Disse também que por ordem da Presidenta sempre haverá recursos suficientes para pesquisas científicas em áreas abrangidas pelo plano estratégico de política agro alimentar e silvícola. Enquanto isto, muitos pesquisadores brasileiros, apesar de inscritos, não puderam comparecer no evento porque as universidades públicas brasileiras tiveram dificuldades em liberar recursos para as viagens. Durante a realização do VII CIACH, que ocorreu paralelamente, foi eleita a nova diretoria da Associación Latinoamericana y del Caribe de Ingenieria Agrícola (ALIA), que ficou composta da seguinte forma: Presidente: Omar Ulloa da Costa Rica; Vice-presidente: Horacio González da Nicarágua; Secretário executivo: Jose E. Hernandez da

Colômbia; Secretário executivo suplente: Wilson Esquievel do Chile; Tesoureiro: Roberto Spesny da Costa Rica; Tesoureiro Suplente: Ernesto Camarena do México; Diretor executivo: Warner Rodriguez da Costa Rica; e, Diretor Executivo Suplente: LiM zardo Reina do Equador. Miguel Neves Camargo, Fahor

Miguel Camargo foi um dos representantes brasileiros no evento internacional realizado no Chile

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calibração

Aplicação de suc A calibração adequada do pulverizador é o primeiro passo para garantir o sucesso da aplicação de agroquímicos nas lavouras cultivadas

PONTA DE PULVERIZAÇÃO Os diferentes tipos de pontas oferecem padrões de qualidade de pulverização que visam atender os objetivos de cada aplicação, sendo a escolha do bico correto fator fundamental para a eficácia do tratamento. As pontas são os componentes responsáveis pela micronização do líquido, ou seja, pela quebra da lâmina ou jato de líquido em gotas de diferentes tamanhos e padrões. Este efeito depende principalmente das características do líquido pulverizado, da construção da ponta de pulverização e da velocidade de saída do líquido pelo orifício da ponta, estando este último relacionado diretamente a pressão de trabalho. Uma das orientações iniciais para a es-

PROJETO IPP

S

egundo o Projeto IPP (Inspeção Periódica de Pulverizadores) os maiores erros em volume de aplicação ocorrem por problemas de desgaste de pontas de pulverização e por erros no processo de calibração. Estes erros podem superar a 30% do volume pretendido, acarretando aplicações com volumes superiores (sobreaplicações) ou inferiores (subaplicações), os quais podem reduzir os efeitos desejados dos agroquímicos, como a eficiência no controle de pragas, doenças e plantas daninhas, como elevar aqueles efeitos indesejáveis tais como; a contaminação ambiental e os custos devido às maiores perdas.

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colha da ponta correta é o uso de uma guia de pontas e aplicações oferecida normalmente, pelos fabricantes, as quais podem indicar as alternativas de seleção destas pontas para cada situação, como mostra a Figura 1. Fotos Charles Echer

A

calibração do pulverizador consiste em determinar as me lhores condições operacionais da máquina, tais como, volume de calda a ser aplicado, o número de gotas por área tratada e a quantidade de produto químico no alvo para satisfazer todas as condições necessárias ao sucesso da aplicação. Pelo menos três aspectos importantes podem ser considerados.

CLASSE DE GOTAS Uma vez selecionada a ponta, o usuário deverá identificar a classe de gotas que melhor atenda a sua condição podendo considerar o seguinte: • As gotas finas e muito finas devem ser usadas para as aplicações de pós-emergentes que requeiram elevada penetração na massa foliar e maior cobertura do alvo. Estas gotas são altamente susceptíveis a perdas por deriva e evaporação devendo, portanto, ser evitadas nas aplicações em condi-


“A escolha da classe correta de gota a ser usada na aplicação pode estabelecer maior eficiência do agroquímico e da aplicação, e menor contaminação ambiental”

esso ções ambientais adversas (alta temperatura, baixa umidade e ocorrência de vento forte). • As gotas médias são as mais versáteis para uso agrícola, sendo menos sujeitas às perdas e permitindo seu uso por períodos diários mais longos que as gotas finas e muito finas. Podem oferecer, inclusive, coberturas semelhantes às gotas finas com o incremento da taxa de aplicação. Servem às aplicações preferencialmente de pós-emergentes, podendo ser utilizadas para préemergentes com restrições àquelas condições ambientais extremas de temperatura do ar e umidade relativa. • As gotas grossas devem ser utilizadas preferencialmente para aplicações de préemergentes, podendo também ser aplicadas aos pós-emergentes, desde que não haja a necessidade de elevada cobertura das folhas nem alta penetração das gotas na massa foliar, já que apresentam algumas limitações quanto a estes parâmetros. Quanto às limi-

tações ambientais, estas gotas oferecem maior resistência às perdas que as classes de gotas descritas anteriormente. • As gotas muito grossas são as mais indicadas para as aplicações de pré-emergentes e são as que melhor se comportam quanto aos fatores ambientais adversos. A escolha da classe correta de gota a ser usada na aplicação pode estabelecer, além da maior eficiência do agroquímico e da aplicação, a menor contaminação ambiental devido a menor evaporação, deriva e escorrimento.

TAXA DE APLICAÇÃO A escolha da classe de gotas da ponta e sua correspondente pressão de trabalho resultarão em uma vazão absoluta da mesma, a qual proporcionará uma determinada taxa de aplicação, segundo a velocidade de deslocamento do conjunto. A obtenção destas taxas é feita consultando a tabela de vazão e pressão da ponta escolhida conforme pode ser observado na Figura 2. Caso o usuário não conheça a velocidade de deslocamento da máquina basta anotar o tempo para percorrer 50 metros e aplicar a seguinte equação. V = 180/t onde: V é a velocidade em km/h e t é o tempo

A escolha da classe de gotas e da ponta de pulverização é que vai determinar a vazão absoluta final do pulverizador

Figura 1 - Modelo de guia de utilização de pontas de pulverização Ponta

PPI

Herbicidas PÓS PRÉ CONS

Fungicidas CONS SIS

A B C D E

Fungicidas SIS

CONS

SIS

gasto para a máquina percorrer 50 metros. Tendo escolhido a ponta a ser utilizada, assim como a velocidade de deslocamento da máquina e a pressão correta para a referida ponta, basta o usuário aplicar o método do vaso calibrador descrito abaixo para o ajuste da taxa de aplicação.

VASO CALIBRADOR EXCELENTE BOM NÃO RECOMENDADO

As etapas para a calibração do pulverizador, através da utilização do vaso calibrador, são as seguintes:

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Gandolfo e Oliveira destacam a importância de uma boa calibração nos pulverizadores para aplicação de agroquímicos

a) Abasteça a máquina com água até a metade da capacidade nominal de seu deposito. Este procedimento permite que o tempo de deslocamento seja mais próximo daquele que a máquina trabalhará durante o maior tempo na operação. Com o depósito completamente vazio ou completamente cheio, o conjunto andará respectivamente mais rápido ou mais devagar, ainda que na mesma marcha de trabalho e rotação do motor. Isto ocorre devido a grande diferença de carga sobre o motor e pneus, promovendo maior diferença nas variações de rotação do motor e maior diferença na deformação dos pneus, o que resultaria em velocidades diferentes. b) Determine quantos segundos o conjunto gasta para deslocar 50 metros na mar-

cha e rotação de trabalho. Nesta avaliação é importante que o tempo seja tomado em terreno semelhante àquele onde a máquina fará a aplicação, pois diferenças na deformação do solo e dos pneus do equipamento acarretarão diferenças nos tempos de caminhamento. Quando o conjunto

trabalhará em situações de aclive e declive em regiões de relevo muito ondulado, o tempo deverá ser tomado no campo com varias repetições e o tempo real deverá ser a média dos tempos em subida e em descida. c) Funcione o pulverizador, abra o circuito de pulverização e colete o líquido no copo calibrador em uma ponta pelo tempo gasto nos 50 metros. Após funcionar o pulverizador, aguarde um minuto antes de proceder a coleta da água para que a pressão seja estabilizada ao longo do circuito de pulverização. O vaso calibrador (copo), deve ser calibrado ao menos uma vez antes de ser usado para que o mesmo não indique volumes errados na coleta. Esta calibração deve ser realizada pesando diferentes volumes de água indicados no copo e comparando com suas respectivas massas. Deve ser feita inicialmente a pesagem do copo vazio anotando-se a massa do mesmo. Coloca-se, então, meio litro de água limpa no copo pesando-o novamente. Este volume deve ser observado na coluna volumétrica correspondente a 500 ml com o copo Antes de coletar a água ao longo do circuito de pulverização aguarde estabilizar à pressão no sistema

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“Compare a vazão da ponta utilizada para a coleta com as demais do pulverizador certificando-se de que sejam semelhantes” Fotos Marco Antônio Gandolfo

Figura 2 - Taxa de aplicação segundo a vazão da ponta, pressão, e velocidade da máquina

nivelado. Faz-se então a subtração do valor pesado do copo com água e sem água, devendo o resultado ser igual a 500 gramas. Sugere-se uma diferença máxima entre o valor observado e o esperado de 5%, ou seja, o resultado da subtração pode variar de 475 a 525 gramas. Nos casos onde a diferença seja maior, o copo deverá ser descartado. O mesmo procedimento deverá ser realizado no mesmo copo também para 1000 ml (um li-

tro), o qual deverá pesar 1000 gramas, com o mesmo percentual de erro sugerido para 500 gramas. d) Faça a leitura do nível de líquido no copo, na escala correspondente ao espaçamento entre pontas da máquina em calibração. O nivelamento do copo é fundamental para esta analise. Para isto, pode-se estabelecer uma superfície nivelada padrão para todas as leituras. e) Para aumentar a vazão da ponta e o volume de aplicação gire o volante da válvula reguladora de pressão no sentido horário e para reduzir a vazão gire-o no sentido

oposto. Atenção: Ao variar a pressão observe se a mesma se encontra dentro dos limites admitidos pela ponta para produzir a classe de gotas escolhida. Compare a vazão da ponta utilizada para a coleta com as demais do pulverizador certificando-se de que sejam semelhantes. Caso a diferença de vazão da ponta supere a 10% da média de vazão de todas elas, a ponta M devera ser substituída. Marco Antonio Gandolfo e Acir Braido de Oliveira, Unespar/Falm


regulagem

Como calibrar? Os pulverizadores hidro-pneumáticos, também conhecidos como turbo-atomizadores, constituem uma das alternativas para aplicação de agroquímicos em culturas arbustivas ou arbóreas, tais como citrus, macieira, pessegueiro, cafeeiro e eucalipto, mas necessitam de cuidados específicos na hora da regulagem

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riscos de contaminação do solo, em virtude da possibilidade da não-retenção de produto pelas folhas. Além disso, esses equipamentos são muito empregados para controlar doenças em fruteiras cujas frutas serão consumidas in natura, o que aumenta bastante o perigo de intoxicação.

condições climáticas. De acordo com as recomendações do fabricante do agrotóxico, o volume de pulverização adequado para a cultura a ser tratada pode ser escolhido em função de tabelas (Tabela 1) ou pelo método do volume da planta. O método de regulagem baseado no volume da planta a ser tratada consiste em medir o volume de vegetação presente em um hectare de terreno e depois dosar o volume de calda a ser aplicado de acordo com o volume de vegetação encontrado anteriormente. Este método de calibração tem a grande vantagem de proporcionar uma apli-

REGULAGENS E CALIBRAÇÃO Entende-se por regulagem de pulverizadores o ajuste adequado de dispositivos de controles como bicos, manômetros, registros, etc. Muitas vezes a regulagem é simplesmente ignorada e, por conseguinte, a dosagem do agrotóxico sofre grandes variações durante a aplicação. Uma vez devidamente regulado, o pulverizador pode ser calibrado. Nesta etapa, verifica-se em condições de campo, o volume de calda que está realmente sendo aplicado e realizam-se os ajustes finais. A regulagem pode ser feita utilizando métodos práticos ou através de cálculos. O volume de pulverização, ou a quantidade de calda (água + agrotóxico) aplicada uniformemente por unidade de área, depende do tipo de equipamento, do tipo de produto químico, do estádio de desenvolvimento da cultura, da formulação do produto e das

Fotos Mauri Martins Teixeira

O

insucesso de alguns tratamentos com esses pulverizadores pode ser atribuído, em parte, à baixa penetração do líquido no dossel da planta, ao desvio da trajetória das gotas ou à ineficiência na regulagem e calibração dos equipamentos. Pesquisas comprovam que os pulverizadores hidro-pneumáticos em movimento proporcionam velocidade de ar menor, quando comparados com que o pulverizador estacionado, uma vez que o movimento do equipamento desloca a corrente de ar no sentido contrário ao movimento do trator, diminuindo sua intensidade ao atingir o dossel das plantas. Outro fator importante de ser considerado quanto à deposição da pulverização empregando os pulverizadores hidro-pneumáticos é o volume de calda utilizado. Comumente, o uso de alto volume de pulverização proporciona melhor cobertura do dossel. Assim, não raro, pulverizações com hidro-pneumáticos são realizadas empregando-se dose e volume de calda bem acima daquelas que normalmente seriam necessárias para um controle eficiente das pragas e doenças. Dentre os problemas observados com as pulverizações inadequadas podemos citar os

A corrente de ar formada pelo ventilador transporta as gotas até o dossel das plantas


Jacto

“A partir da vazão total, pode-se selecionar os bicos e a pressão de trabalho com ajuda da tabela de bicos fornecida pelos fabricantes”

D = Distância entre linhas, m. As recomendações quanto ao volume de pulverização ou de calda comumente recomendados para aplicações em árvores e arbustos podem variar entre 10 e 120 l/ha para cada 1000 m de vegetação, sendo mais usual de 30 a 50 litros por 1000 m do volume da planta (Tabela 2). O volume de calda recomendado por hectare pode ser determinado pela equação a seguir.

em que: Q = Volume de pulverização, l/ha; VP = Volume de plantas, m3/ha; i = Índice de volume, 1000 l/m3/103. Correta aplicação requer uma velocidade de trabalho constante, pois, como já visto, a mesma afeta a penetração do ar produzido pelo ventilador no dossel da planta. A velocidade de trabalho está relacionada com a vazão do ventilador do pulverizador que é fornecida pelo manual. A velocidade de trabalho (Km/h) pode ser determinada pela seguinte fórmula:

cação mais condizente com as características de cada cultura, sendo, portanto, mais recomendado do que o método baseado em valores de tabelas, pois estes, não levam em consideração características especificas da cultura. A seguir, teceremos maiores detalhes a respeito desse método. Primeiramente determina-se o volume das plantas. Para isso é necessário medir as dimensões a serem tratadas, tais como: altura, largura ou diâmetro das plantas e distâncias entre linhas:

em que: V = Velocidade de trabalho, Km/h; Qv = Vazão do ventilador, m3/min; f = Fator de adensamento; L = Distância entre linhas, m; H = Altura média das plantas, m. O fator de adensamento está relacionado com a densidade da folhagem das plantas. A sua escolha deve ser feita conforme a

PARÂMETROS

E

ntretanto, muitos dos proble mas observados na utilização dos hidro-pneumáticos são em virtude da falta de parâmetros para os diversos tipos de aplicações. Assim, estudos têm sido realizados na Universidade Federal de Viçosa, por equipe de pós-graduandos, sob a orientação do professor Mauri Martins Teixeira, no sentido de estabelecer parâmetros para aplicações de agrotóxicos. Estes parâmetros, além de permitir maior monitoramento da pulverização, fornecerão padrões para a rastreabilidade da aplicação e conseqüentemente servirão de critérios para o processo de certificação de produtos agrícolas. Tabela 3. Uma vez determinado o volume de aplicação desejado, a velocidade de trabalho e o espaçamento da cultura, calcula-se a vazão total necessária dos bicos do pulverizador. A partir da vazão total, pode-se selecionar os bicos e a pressão de trabalho com ajuda da tabela de bicos fornecida pelos fabricantes. A vazão total dos bicos pode ser obtida pela seguinte fórmula:

em que: qt = Vazão total dos bicos, l/min; Q = Volume de pulverização, l/ha; V = Velocidade de trabalho, Km/h;

em que: VP = Volume de plantas, m3/ha; H = Altura da planta, m; L = Largura da planta, m; Tabela 1 - Volumes de pulverização recomendados para árvores e arbustos Porte das árvores ou arbustos Alto Médio Baixo Muito baixo Ultra baixo

Volume de pulverização > 1000 l/ha 500 a 1000 l/ha 200 a 500 l/ha 50 a 200 l/ha < 50 l/ha

Um desafio para os fabricantes de semeadoras tem sido desenvolver equipamentos que garantam a precisão na colocação das semente e do fertilizante

Junho 06 • 11


Mauri Martins Teixeira

que, no momento da pulverização, seja aplicado maior volume de calda nessa aérea. De maneira geral, 30% da calda é aplicada na metade superior e 20% na metade inferior, dependendo da conformação da planta. Para tal, recomenda-se o uso de diferentes combinações de bicos ao longo da barra porta-bicos. Os bicos mais usados nos pulverizadores hidro-pneumáticos são do tipo cone vazio e do tipo leque. A escolha do bico vai depender das condições climáticas locais e da recomendação do fabricante do agroquímico. Por fim, determina-se a quantidade de agroquímico a ser adicionado no depósito do pulverizador, o que pode ser feito de acordo com a seguinte fórmula:

O conhecimento das dimensões da cultura é muito importante para a regulagem e calibração do pulverizador hidro-pneumático

F = Faixa de aplicação, m.

Tabela 2 - Índice de volume em função do porte das plantas Porte das árvores ou arbustos Muito alto Alto Médio Baixo Muito baixo Ultra Baixo

Índice de volume (Litros por 1000 m-3 de vegetação) 120 100 70 50 30 10

Fonte: Virginia Cooperative Extension Service (1989)

Tabela 3 - Fator de adensamento estimado em função da densidade da folhagem das plantas Densidade da folhagem Pouco adensada Muito adensada

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Fator de adensamento 3,0 a 3,5 2,5 a 3,0

em que: Pr = Quantidade do produto a ser colocado no depósito, l ou kg; Jacto

Se a aplicação for realizada, simultaneamente, nos dois lados do pulverizador a faixa de aplicação será igual à distância entre linhas de plantio. No caso de aplicação em apenas um lado do pulverizador (unilateral), a faixa de aplicação será igual à metade da distância entre as linhas de plantio. Para uma boa aplicação de agroquímicos, é necessário que a calda tenha distribuição uniforme em toda a parte aérea das plantas que, em geral, apresentam uma conformação irregular a partir do solo, porque o maior volume de folhas situa-se na sua parte superior da planta. Isto requer

Renato, Mauri e Gilton mostram quais são as variávies e como utilizá-las corretamente na hora de calibrar um hidro-pneumático

Ct = Capacidade do tanque, l; D = Dosagem recomendada do produto, l/ha ou Kg/ha; Q = Volume de pulverização, l/ha. Somente de posse dos parâmetros técnicos adequados à aplicação e com correta regulagem, calibração e manutenção do pulverizador o produtor poderá obter vantagens como redução de custos da aplicação, aumento da eficácia nos tratamentos, redução do volume de calda aplicado e meM nor contaminação ambiental. Mauri Martins Teixeira e Renato Adriane Alves Ruas, UFV Gilton José Rodrigues UFF


passo-a-passo

Regulagem fina Semeadoras de grãos miúdos, ou culturas de inverno, merecem atenção especial na hora de realizar a regulagem, além de uma manutenção adequada e permanente durante todo o plantio

E

m qualquer sistema, a semeadura deve possibilitar o estabelecimento rápido e uniforme da população de plantas desejada. Para isso, a semeadora deve formar um ambiente de semeadura que possibilite a absorção de água pelas sementes e as condições de temperatura e disponibilidade de oxigênio adequadas ao processo de germinação. A germinação deverá ocorrer o mais rápido possível para reduzir o risco de ataque de pragas de solo e, para isso, a semente necessita de um contato total com o solo, de modo a acelerar a absorção de água. As máquinas utilizadas para a semeadura das ditas culturas de inverno ou culturas de grãos miúdos (trigo, aveia, cevada etc), são denominadas de semeadoras

de fluxo contínuo, ou seja, apresentam sistema de distribuição de sementes através de rotores acanalados helicoidais, que distribuem as sementes de forma contínua, diferentemente das semeadoras de precisão que distribuem as sementes forma individual. Outra característica marcante das semeadoras de grãos miúdos é o espaçamento entre linhas. Estas máquinas apresentam espaçamentos entre linhas reduzido, normalmente de 17 cm.

TIPOS DE SEMEADORAS Basicamente existem dois tipos de semeadoras que podem ser utilizadas para a semeadura de grãos miúdos: • semeadoras específicas para grãos miúdos - tipo TD; • semeadoras múltiplas, que realizam

tanto a semeadura de grãos miúdos como de grãos graúdos. No caso das máquinas múltiplas, se faz necessário prepará-las para a semeadura com espaçamento reduzido, visto que o último trabalho realizado por estas máquinas foi a semeadura de culturas de grãos graúdos (soja, milho, etc.) que se utilizam de espaçamentos entre linhas maiores. A transformação destas máquinas de grãos graúdos para grãos miúdos é específica para cada modelo, mas basicamente resume-se na retirada dos sulcadores de adubo (tipo facão) e a retirada do sistema distribuidor de sementes de grãos graúdos (tipo alveolado ou pneumático). Após a retirada destes conjuntos deve-se montar e reposicionar as linhas que irão realiSemeato

Junho 06 • 13


Fotos Semeato

A correta posição dos condutores de semente de adubo influencia diretamente na qualidade de semeadura

zar a semeadura de grãos miúdos, de acordo com o espaçamento que será utilizado. Este tipo de máquina oferece uma gama maior de opções quando se trata do espaçamento entre as linhas.

ADAPTAÇÕES E REGULAGEM O conhecimento da semeadora e a velocidade empregada durante a semeadura são importantes para a uniformidade populacional de plantas e consequentemente para o rendimento de grãos. Esses fatores determinarão o sucesso na distribuição de sementes no solo e o estabelecimento da lavoura, que terão reflexos diretos na produtividade final da cultura. A recomendação oficial da quantidade de sementes para as culturas de inverno varia, conforme a cultura, de 200 a 330 sementes aptas/m². A recomendação para o trigo, por exemplo, é de 300 a 330 sementes aptas/m², já para a cevada

Molas para regulagem de pressãona linha de semente de adubo

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recomenda-se de 225 a 250 sementes aptas/m². Como o peso de mil sementes destas culturas podem variar muito em função das condições climáticas, da adubação, principalmente nitrogenada, da cultivar entre outros, o ideal é que a regulagem seja feita em função do número de sementes por metro linear. Desta forma, em uma semeadura com espaçamento de 17 cm entre linhas, deverão ser distribuídas, entre 50 até 60 sementes por metro linear, o que resultará em 300 a 330 plantas/m². A regulagem de fertilizante, por sua vez, segue o mesmo raciocínio utilizado para a regulagem de sementes, por exemplo: a quantidade desejada de fertilizante é de 250 kg/ha e a máquina apresenta es-

Sulcador da linha de semente e adubo com aro limitador

paçamento entre linhas de 17 cm (constante de 588,2), então teremos: 250 kg/ha : 588,2 = 425 gr/100metros A máquina deverá distribuir, em 100 metros percorridos, 425 gr de adubo em cada uma das linhas. Além dos aspectos relacionados a regulagem de semente e fertilizante, alguns ajustes se fazem necessários para o bom desempenho da semeadora: • Abertura de sulco: as semeadoras de fluxo contínuo, sejam elas específicas para grãos miúdos ou as múltiplas, utilizam-se para realizar a abertura do sulco o sistema de discos duplos desencontrados ou defasados. O desempenho destes sulcadores está diretamente relacionado às condições do solo no momento da semeadura e a presença de palha na superfície do solo, para isso as diferentes máquinas apresentam regulagens destes sulcadores que podem ser realizadas através de pressão de molas, número de molas, regulagem dos batentes das molas e curso dos cilindros hidráulicos. Aconselha-se que as linhas que trabalharão sobre o rastro das rodas do trator, tenham regulagem de pressão um pouco maior do que as demais linhas; • A máquina deve sempre trabalhar na posição nivelada, para que possa desempenhar satisfatoriamente bem todas as suas funções;


“O sucesso de uma cultura depende de uma boa semeadura, por isso, atenção especial deve ser dada a esta operação”

Copetti atenta para a importância de uma boa regulagem nas semeadoras de grão miúdos

• A uniformidade da profundidade de deposição das sementes no solo é um dos principais fatores para a obtenção de uma rápida emergência e estabelecimento da cultura. Seja através de aros limitadores ou de rodas limitadoras de profundidade, o controle da profundidade deve ser realizado de forma criteriosa para que não ocorram erros relativos a germinação das sementes; • Durante a semeadura a velocidade de deslocamento não deve ultrapassar 8,0 km/ h, pois até esta velocidade as máquinas conseguem manter o seu desempenho de regularidade tanto para a distribuição de sementes como para a distribuição de fertilizantes. Vale ressaltar também, que no plantio direto,

O rotor helicoidal PD do tipo acanalado é um importante dispositivo que integra a semeadora

alta velocidade é sinônimo de maior revolvimento do solo, redução da eficiência de corte da palhada e menor profundidade de semeadura; • Deve-se observar o estado geral dos dosadores de sementes e fertilizantes; • Verificar se os dosadores estão corretamente ajustados; • Verificar se os sulcadores e condutores não estão obstruídos; • Verificar a pressão dos pneus da semeadora; • Verificar se os mecanismos de transmissão estejam perfeitamente ajustados; • Manter a semeadora sempre em perfeitas condições mecânicas para evitar atrasos na semeadura.

Os produtores devem estar conscientes que a semeadura é uma operação delicada, que não aceita erros e, a atenção durante a operação é de extrema importância, pois erros cometidos durante a semeadura poderão inviabilizar a produção. O sucesso de uma cultura depende de uma boa semeadura, por isso, atenção especial deve ser dada a esta M operação. Eduardo Copetti, Semeato S.A.

Linha semente grãos finos SSM - linha da semente para grãos finos SSM

Linha semente grãos finos PD - linha da semente para grãos finos Personale Drill

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teste drive - Yanmar 1155 SRE

Baixinho invocado O trator Agritech Yanmar modelo 1155, que testamos, é dotado de super redutor e tem duas versões, cafeeiro e super-estreito. Ele, além de estreito de verdade – com bitola é inferior a 1,15 m – é muito valente. Seu motor de 55 cv lhe confere a capacidade de realizar algumas proezas na lavoura

S

abe aquele baixinho invocado que armava confusão na escola e enfrentava os colegas maiores. Pois é, o nosso test drive desta edição tem muito a ver com esta história. A Revista Cultivar Máquinas foi até a região da Alta Mogiana, em Franca (SP), para avaliar o Trator Yanmar 1155 SR dotado de um super redutor, nas duas versões, cafeeiro e super-estreito. A região de Alta Mogiana, por informações locais, conta aproximadamente com 45 mil hectares cultivados com café. A produção local dos cafezais alcança 1,5 milhão de sacas anuais de um café de ótima qualidade. Considerando-se que a produção brasileira é de 40 milhões de sacas com um consumo interno de 20 milhões de sacas, a região é responsável sozinha por 4% de toda a produção nacional.

MECANIZAÇÃO NOS CAFEZAIS Constatamos que, totalmente ao contrário de outras culturas agrícolas, no café, atualmente, reina um otimismo. Há preço razoável para cobrir integralmente o custo de produção e as safras tem se sucedido favoravelmente. Atualmen-

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te há máquinas para mecanizar todas as operações nos cafezais. Desde o preparo do solo até o beneficiamento do grão, sempre haverá uma opção à disposição do agricultor. Há alguns anos se iniciou uma tendência ao adensamento dos cafezais, como uma solução radical. Nessas áreas hoje é impossível mecanizar - a colheita manual é a saída. Para mecanizar totalmente a cultura a diminuição dos espaçamentos, nas linhas e nas entrelinhas, deve ser feita até um certo limite. Esse limite está bem próximo de ser alcançado quando a distância entre linhas fica em torno de 2,5 metros. Nestas condições, sobra um espaço útil, na fase adulta do cafeeiro, de 1,20 a 1,30 metros. Saliente-se que nessas condições o uso de tratores estreitos, a fim de não danificar as pontas onde o café efetivamente produz, é fundamental. Para atender essa demanda, no Brasil, geralmente se usa adaptar tratores standard, estreitando-os pela redução dos semi-eixos mas mantendo as outras dimensões.

Modelos mais estreitos são muito procurados, nas regiões produtoras de café

COLHEITA MECÂNICA Um importante argumento para escolha da colheita mecanizada no café é que, na prática, seu custo é mais baixo em relação a colheita manual - representa em média apenas de 35 a 45% do custo da colheita manual. Porém, não é em toda a situação em que se pode mecanizar esta etapa do ciclo de produção da cultura. Na maioria


“O Trator Agritech Yanmar modelo 1155 é dotado de super redutor e tem duas versões, cafeeiro e super-estreito” Fotos Vilso Júnior Santi

A bitola do trator testado era inferior a 1,15 metros, o que enquadra o modelo na categoria estreito, de acordo com normas internacionais

especial, no caso estreito. Como os frutos são produzidos principalmente por ramos novos, o trator deve ser estreito para não estragar a planta Um dos modelos testados, estava tracionando uma colhedora de café com aproximadamente sete toneladas

das vezes a colheita mecanizada somente inicia a partir do terceiro ano. No primeiro, com café de um ano, ocorre a chamada cata. Com dois anos é feita a primeira colheita manual. Na fase de colheita o grão não deve cair no chão, no caso de queda, ele deve ser retirado para ser aproveitado e não se decompor na linha. No café, é necessário que se entenda que, somente a brotação nova dá fruto. Por tanto, os cuidados nos tratos culturais são importantes, já que a ponta das varas não deve ser danificada, pois é ali que a planta vai realmente produzir. Assim se o produtor dispor de um trator muito largo para operação na lavoura ela vai roçar nos galhos, estragando os ramos e os frutos e comprometendo a produção da próxima safra. Por isso, a maioria dos implementos utilizados acaba sendo estreitada. Geralmente se opta por equipamentos com bitolas iguais, trabalhando sempre no mesmo rastro. No entanto, na hora do transporte, a carreta é uma exceção. Na colheita mecânica, o cuidado deve ser

O motor é um 4TNE88 RBS, com 4 cilindros com 2190 cm3, 40,5 kW (55 cv) a 2915 rpm. O torque máximo é de 145 Nm a 1700 rpm

maior. Como opções, existem máquinas de colheita automotrizes e tracionadas. É usual no café o aluguel da máquina por hora trabalhada - isso somente compensa quando o café está iniciando sua fase adulta e quando sua produtividade é realmente alta. Ao final da operação de colheita, a perda é recuperada manualmente e com auxílio de uma máquina recolhedora que na verdade funciona como um aspirador de grãos.

REALMENTE ESTREITO O Trator Agritech Yanmar modelo 1155 que testamos é dotado de super redutor e tem duas versões, cafeeiro e super-estreito. E é estreito mesmo. Sua bitola é inferior á 1,15 metros – exigência da normativa internacional para que um trator possa ser considerado

O sistema hidráulico de três pontos é acionado por duas alavancas que permitem adaptar a situação ao implemento pesado ou leve

MOTOR O motor é da marca Yanmar, importado do Japão, modelo 4TNE88 RBS, com 4 cilindros com 2190 cm3, 40,5 kW (55 cv) a 2915 rpm. O torque máximo é de 145 Nm a 1700 rpm. A bomba injetora é da marca Yanmar e o consumo de combustível estimado em 3 e 4 L/h em operações de transporte, sendo bastante econômico para a sua categoria. O sistema de arrefecimento da temperatura é a água, com um radiador bastante volumoso.

SUPER-REDUÇÃO A super-redução permite que o trator avance a velocidades inferiores a 0,5 km/h, muito útil em diversas operações, como é o caso de acionamento de colhedoras de café e conseqüentemente a tração de carretas transportadoras que tem que acompanhar o ritmo da colheita. O sistema é acionado por uma alavanca posicionada entre as pernas do operador, próximo à alavanca de marchas e que conecta um sistema de engrenagens colocado entre a embreagem e a caixa de velocidades e que reduz a rotação de saída do eixo em aproximadamente quatro vezes. É evidente que boa parte da capacidade de tração que nos impressionou na operação de colheita se consegue com a redução de velocidade de deslocamento.

O sistema de super-redução permite que o trator ande em velocidade de 500 m/h, muito útil em operações como tração da colhedora

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CAIXA DE VELOCIDADE E TDA Nas duas versões é um trator leve, ao redor de 1600 kg de peso original, com boa potência de motor, com tração dianteira auxiliar, com uma transmissão de 12 marchas à frente e três à ré. O engate de três pontos é da categoria II e opcionalmente pode ser disponibilizado o controle remoto. A tração dianteira auxiliar particularmente utiliza engrenagens na extremidade do eixo, substitu-

indo as cruzetas que, além de serem mais problemáticas em manutenção, limitam o raio de giro e as manobras. A caixa de velocidades está arranjada em quatro marchas com engrenagens deslizantes, com um sistema de super-redução, a reduzida normal e a direta ou simples. Como em algumas outras marcas de trator, a lubrificação é feita com um único óleo para todo o sistema. O eixo dianteiro motriz é acionado por meio de alavanca pelo operador.

SISTEMA HIDRÁULICO O sistema hidráulico de três pontos é acionado por duas alavancas, a primeira de posição, onde pode-se levantar e baixar os implementos e a segunda alavanca de ondulação (reação) que permite adaptar a situação ao implemento pesado ou leve. O sistema conjugado existente, dá a possibilidade de uso concomitante dos três pontos e do controle remoto quando instalado.

BITOLA X LARGURA TOTAL Na versão “cafeeiro”, a bitola é de 1,12 m com uma largura total de 1,40 m, semelhante a outros modelos de marcas diferentes já existente no Brasil e que concorrem entre si por este mercado específico. Por sinal, na cultura do café, assim como em outras frutíferas, o conceito de bitola tem pouca importância, a largura total é o que realmente interessa. Este trator tem uma relação peso/potência de aproximadamente 40 kg/kW, resultado da divisão de 1600 kg de peso original por 40,5 kW, que é a potência máxima do motor. Na versão super-estreito é o único no mercado, com esta potência (55 cv). Tem bitola de 0,93 e largura total de 1,18 metros. Vimos também este trator regulado para largura de 1,30 metros, para aumentar

a estabilidade, quando o café não é semiadensado.

DESIGN E ERGONOMIA

O modelo 1155 mostrou também muita agilidade nas manobras de final de linha

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O capô pode ser basculado para frente, o que facilita a manutenção, principalmente, do filtro de ar e motor

O Agritech Yanmar 1155 é um trator com pouco peso original, proporcionando uma pequena pressão ao solo, importante para a produtividade do café, que é susceptível à compactação do terreno. O design do modelo é bastante interessante com uma grade dianteira incorporada ao capô que pode ser basculado para frente, facilitando a manutenção, principalmente de filtro de ar e motor.


“O Agritech Yanmar 1155 é um trator com pouco peso original, proporcionando uma pequena pressão ao solo, importante para a produtividade do café” Fotos Vilso Júnior Santi

sório, mas nas condições em que testamos os tratores e em quase todas as aplicações modernas é item indispensável. O tubo de escape escamoteável pode ser modificado de posição somente com a inversão da posição de um falange. Isto possibilita que ele seja posicionando para baixo do trator, servindo se auxílio contra o rebate de galhos, quando da passagem do trator em ambientes de pouco largura.

ESTREITO NA FAZENDA Para testar e verificar o desempenho a campo das duas versões do Agritech Yanmar 1155, fomos diretamente para algumas fa-

Tração parece ser o principal diferencial do modelo da Yanmar, que mostrou excelente desempenho mesmo com carretas de 6 toneladas

zendas da região da Alta Mogiana. A primeira foi a Fazenda Santa Nilce, no município de Ribeirão Corrente. Lá encontramos um trator 1155-4, com super-redutor, tracionando uma carreta agrícola de 6 toneladas, retirando café da lavoura e levando para o terreiro. Nesta fazenda se utiliza o padrão regional de espaçamento que é de 3,5 m. Porém encontramos cultivos recentemente implantados com 2,0 metros. Neste caso, faz-se a

Tabela de velocidades com super-redutor Marcha

O acelerador, como é costume em tratores, pode ser acionado manualmente por uma alavanca colocada ao lado do painel e por um pedal na direita. O banco do operador é do tipo convencional com regulagem padrão de posição e de pressão e rebatível. O posto de operação, um dos poucos pontos deficientes do trator, é do tipo acavalado. O painel é simples, porém suficiente com instrumentos que indicam volume de combustível, rotação do motor e temperatura da água de arrefecimento. O toldo e o arco de segurança são equipamentos padrão. O comando hidráulico externo é um aces-

1.a SR 2.a SR 3.a SR 4.a SR 1.a R 2.a R 3.a R 4.a R 1.a S 2.a S 3.a S 4.a S Ré SR Ré R Ré S

Velocidades de deslocamento (km/h) com diferentes pneus traseiros 9.5x24 12.4x28 A 2258 rpm A 2700 rpm (Rotação de A 2258 rpm A 2700 rpm (Rotação de (540 rpm na TDP) Potência máxima) (540 rpm na TDP) Potência máxima) 0,337 0,403 0,404 0,483 0,537 0,642 0,644 0,770 0,822 0,983 0,986 1,178 1,092 1,305 1,308 1,565 1,396 1,670 1,674 2,000 2,223 2,660 2,664 3,190 3,403 4,070 4,079 4,880 4,518 5,400 5,416 6,480 5,586 6,680 6,696 8,010 8,891 10,630 10,659 12,750 13,613 16,280 16,318 19,510 18,072 21,610 21,665 25,910 0,537 0,642 0,644 0,770 2,223 2,658 3,664 3,186 8,891 10,631 10,659 12,745

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YANMAR NO BRASIL

A

Empresa Yanmar do Brasil S.A. tem sede no Japão, onde é um sinônimo de qualidade, nos diversos produtos que fabrica. No Brasil, antes produzia somente motores diesel e depois uma linha de pequenos tratores. Após um acordo com Grupo Stedile de Caxias do Sul (RS), uma nova empresa foi criada, a Agritech, que assumiu a linha de produção de tratores no Brasil, importando o motor da Yanmar do Japão. O novo fabricante, Agritech Lavrale S.A., que surgiu da fusão da Lavrale Máquinas Agrícolas Ltda com a Agritech Ltda, pela sua formação recente, ainda cresce no mercado. No país, a marca ainda sofre com falta de credibilidade, por parte dos agricultores em alguns casos, mas principalmente, pelos concorrentes. O nível de participação da empresa na comercialização de máquinas ainda é baixo. A Yanmar vende por ano cerca de mil tratores, num universo de aproximadamente 40 mil máquinas da produção nacional. primeira colheita manualmente e o corte da linha central na fase adulta, para proporcionar a mecanização da colheita a partir deste estágio. Isso proporciona um melhor aproveitamento do terreno por dois a três anos. O espaçamento em geral é de 4 metros, sobrando um vão livre variável, de 2,30 a 1,30 metros para a passagem das máquinas. A operação de colheita, que é a mais importan-

O Yanmar 1155 SR teve o toldo superior retirada para facilitar a comunicação entre o operador do trator e da máquina de colher café

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te, é precedida de uma roçada e da passagem da trincha, que é uma espécie de enxada rotativa de martelo. Na fazenda Santa Maria, no município de Cristais Paulistas, local denominado Chave da Taquara, fomos recebidos pelo gerente, que nos deixou a vontade para a segunda

O trator testado estava equipado com 16 pesos de 20 kg, mais o linguote de 100kg, o que dá um total de 420 kg de lastreamento

parte do teste. Na propriedade encontramos uma situação em que 70% de colheita é mecanizada. Os outros 30% da colheita são feitos de forma manual, preferencialmente com mão-de-obra vinda do norte do estado de Minas Gerais. A máquina de colheita que encontramos, acoplada ao Yanmar 1155 SR, é da marca Jacto, modelo KTR Advance. Ele foi tracionada pelo trator na marcha 1.a Super-Reduzida a 2220 rpm, com uma velocidade até menor a 472 m/h. O peso desta imponente máquina chega a 6827 kg, mesmo assim, ela é rebocada e acionada sem problemas pelo trator cafeeiro Agritech Yanmar 1155. Como agravante de fato, a tração é deslocada, pois o trator percorre as entre linhas e a máquina a linha de café. Por isto o consideramos o “baixinho invocado”. Só o sistema de bombas hidráulicas de acionamento da máquina consome em torno de 30 cv, deixando o restante da potência do motor para o deslocamento. Estimase em 45,6 cv a potência disponível na TDP


“O Yanmar 1155 SR é um trator, que em suas duas versões utilizadas no café, tem grandes possibilidades de preencher uma lacuna importante, principalmente considerando a sua dimensão e potência de motor” Fotos Vilso Júnior Santi

mecanizada há a necessidade de se fazer o repasse, operação realizada com a máquina recolhedora, que aspira os grãos caídos no chão de uma maneira bem eficiente. No caso de sua fazenda, a produção da máquina de colheita varia ao redor de 3 ha/dia. Vimos também o trabalho do pulverizador entre as linhas do café, em que o pequeno espaço obriga a utilização de máquinas e tratores estreitos que não danifiquem os ramos. Nesta fazenda o Yanmar 1155-4 é utilizado com um subsolador de 3 hastes, marca Baldan modelo ASTH semi-montado, mais uma façanha do “baixinho invocado”. Enfim, o Yanmar 1155 SR é um trator, que em suas duas versões utilizadas no café, tem grandes possibilidades de preencher uma lacuna importante, principalmente considerando a sua dimensão e potência M de motor. José Fernando Schlosser, Nema/UFSM Colaboração Sami Máquinas Agrícolas

a 540 rpm. O trator cafeeiro (SR) que traciona a máquina colhedora estava equipado com 8 pesos de 12,5 kg, o que dá 100 kg no suporte dianteiro (contrapesos originais) e com água nos pneus traseiros 12.4 x 28 e dianteiros 7.00 x 18. Na linha ao lado, deslocava-se outro 1155 SR Super-estreito (SRE), tracionando uma carreta de 4 mil kg na mesma velocidade da colhedora. Para esta operação extremamente exigente o trator necessita estar lastrado com contrapesos de 420 kg, sendo 16 pesos de 20 kg mais um lingote de 100 kg no suporte dianteiro e com pneus traseiros 9.5 x 24 e dianteiros 6.00 x 14. Esta carreta de transporte de grãos é basculante para a descarga gradual do café, que é espalhado pelo terreiro em uma camada fina. Entendeu-se nesta propriedade que a colheita mecanizada não é sempre possível, sendo a colheita manual exigida onde a máquina não consegue trabalhar adequadamente, ou seja, em linhas em que as curvas são muito fechadas e onde o café é adensado. Por sinal, a prática conservacionista de plantio

em curvas de nível é um dos fatores que prejudica a mecanização. A terceira fazenda visitada foi o Sítio da Areia, na região de Limeira, município de Pedregulho. Encontramos os proprietários movendo o café com um olho no terreiro e outro no céu, pois uma boa chuva se aproximava. Eles nos contaram que após a colheita

José Fernando Schlosser testou o Yanmar 1155 SRE no interior de Franca (SP), onde o modelo é bastante utilizado

O “pequeno invocado” é utilizado em diversas operações na lavoura de café

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mecanização

Fotos Jorge Wilson Cortez

Manejo mecânico Nos cafezais o controle mecanizado das plantas daninhas geralmente é feito por equipamentos tracionados. Ele apresenta como vantagem principal o alto rendimento e com desvantagens a necessidade de repasse e revolvimento do solo em alguns casos

O

controle de plantas daninhas é evidenciado durante as épocas de verão, pois devido à intensa insolação e chuvas freqüentes propiciam o crescimento e desenvolvimento juntamente com a lavoura cultivada. O controle mecanizado de planta daninha, feita por equipamentos de tração, apresenta como vantagem alto rendimento e desvantagens a necessidade de repasse e o revolvimento do solo em alguns casos. A existência de ervas daninhas em uma lavoura pode prejudicar seu crescimento pela concorrência por luz, água e nutrientes presentes no solo mais o gás carbônico. Normalmente as plantas daninhas conhecidas como: “mato”, “inço” ou “erva daninha” possuem um sistema radicular eficiente explorando o solo de maneira a roubar os elementos necessários ao crescimento das culturas. As plantas daninhas também podem ser benéficas, pois sombreando o solo conservam umidade, melhoram a estrutura, evitam erosão, diminuem a temperatura do solo e aumentam o teor de matéria orgânica.

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Dentre as principais culturas no Brasil o controle de plantas daninhas é feito basicamente com a utilização de conjuntos motomecanizados, ou seja, trator-máquina ou trator-implemento. Exemplo de máquinas para o controle de plantas daninhas tem-se os pulverizadores e de implementos temos os cultivadores e mesmo o “Chapão”, descrito mais adiante.

MANEJO NO CAFÉ Para as culturas perenes, dentre elas o café, a época de verão é de intenso controle de plantas daninhas. Pode-se verificar para esta cultura dois sistemas de manejos: conservacionista, sem a mobilização do solo, e convencional onde ocorre mobilização do solo na entrelinha da cultura. No sistema conservacionista que é perfeitamente possível manter uma convivência pacifica entre a cultura principal e as plantas daninhas, quando ambas forem manejadas corretamente. Para as lavouras de café em sistema adensado de cultivo (2x2 m ou menor) o manejo basicamente é todo manual utilizando-se de

enxadas e pulverizadores costais com “Chapéu de Napoleão” que evita contato do herbicida com a planta recém transplantada ao solo podendo matá-la.

MÁQUINAS X IMPLEMENTOS

N

o meio rural existe uma confusão quanto ao termo máquina e implemento, o primeiro é o conjunto de órgãos, constrangidos em seus movimentos por obstáculos fixos e de resistência suficiente para transmitir o efeito de forças e transformar energia e o segundo é o conjunto constrangido de órgãos que não apresentam movimentos relativos nem têm capacidade para transformar energia; seu único movimento é o de deslocamento, normalmente imprimido por uma máquina tratora.


“O controle mecanizado de planta daninha, feita por equipamentos de tração, apresenta como vantagem alto rendimento e como desvantagens a necessidade de repasse e o revolvimento do solo em alguns casos”

As roçadoras são utilizadas, geralmente, em lavouras orgânicas, substituindo o controle de invasoras com herbicidas

Em espaçamentos convencionais, podem ser necessárias duas ou três passadas da roçadora para limpar toda a entrelinha

Nas lavouras de café com espaçamento normal (4x1 m, sendo 4m entre fileiras e 1 m entre plantas na fileira), o manejo é todo mecanizado. Pelos dois sistemas de manejos apresentados, no conservacionista usam-se pulverizadores e roçadoras, este sistema visa manter a cobertura vegetal no solo, para que esta camada de restos possa diminuir o escorrimento superficial da água e evitar o impacto das gotas da chuva diretamente sobre o solo. O sistema convencional, utiliza-se de grades e “chapão” cuja finalidade, é picar e cortar o sistema radicular das plantas daninhas, neste caso deixa o solo exposto a chuva e a erosão. Quando este sistema corta as raízes das plantas daninhas não deixa de cortar também as do cafeeiro.

filtros, pela turbina e por um sistema de regulagem que controla o retorno de água para o tanque. Possuem também o filtro de limpeza da calda que sai do tanque retendo as impurezas maiores que poderiam vir a entupir os bicos, prejudicando a aplicação. Os bicos devem ser limpos a cada abastecida para evitar entupimentos, utilizam-se variadamente os bicos leques que formam um jato de 80º a 110º, que reproduzem gotas maiores, menor deriva e permitem o caminhamento em linha reta ao longo da faixa de deposição do produto. Um exemplo de utilização destes bicos seria um bico com numeração 110:02, ou seja, ângulo de 110º e vazão de dois galões por minuto (1 galão = 3,8 litros). Tem-se optado por bicos de menores vazões, 1 galão por minuto o que se conseguiria fazer um hectare com 75-150 litros enquanto que com bicos de 2 galões por minuto gastaria em torno de 400-500 litros por hectare, obtendo assim maior capacidade

PULVERIZADORES Dentre os equipamentos para o sistema conservacionista, os pulverizadores, baseiamse no uso de produtos químicos que agem diretamente sobre as plantas daninhas, matando-as. O uso de herbicidas se apresenta como uma alternativa, pois são rápidos, tem alto rendimento e baixo custo operacional, mantendo o solo com cobertura vegetal. Umas das vantagens citadas por diversos pesquisadores é que o uso de herbicidas promove a desinfestação gradativa de plantas daninhas problemáticas e exercem o controle por mais tempo que os outros métodos. Outra vantagem deste método é que as plantas mortas deixam suas raízes no solo que formam microporos que promovem melhor infiltração de água, aeração e estruturação do solo. Os pulverizadores consistem de uma bomba, normalmente de pistão, que pressuriza a calda levando-as até os bicos que fazem a fragmentação do líquido em pequenas gotas depositando-os no local correto. Neste trajeto do tanque ao bico o líquido passa por

operacional. Os pulverizadores para café possuem nas suas barras laterais um conjunto de molas, como dispositivo de segurança, caso haja contato com a planta de café o braço retrai-se para não danificar a estrutura do pulverizador. As barras são protegidas com plástico ou fibra de vidro formando um chapéu que impede com que o herbicida atinja as folhas do cafeeiro e ocorra deriva. Para o trabalho na lavoura pode-se utilizar toda a extensão da barra ou apenas algumas de suas partes (direito, esquerdo e centro). A capacidade do tanque varia conforme o fabricante, mas gira em torno de 200 a 400 litros. A principal vantagem desse aplicador é a alta capacidade operacional (5-10 ha por dia), a versatilidade na aplicação da área desejada e a operação com uma pessoa (tratorista). A regulagem deve-se basear no volume de água aplicado por hectare para cada quantidade de infestação, tipo de plantas daninhas e o estágio de desenvolvimento da planta. A manutenção dos pulverizadores baseiase na correta lubrificação do tubo telescópio e das juntas universais, fazer a troca do óleo da bomba conforme manual, lubrificação diária dos pontos graxeiros, verificar correias, lavar o filtro da água que sai do tanque e verificar o funcionamento do manômetro. Os bicos devem ser observados, pois quando este variar sua vazão em 10% para mais ou menos com relação ao bico novo deve-se fazer a troca de um bico ou de todo o conjunto.

ROÇADEIRAS As roçadoras muito utilizadas para siste-

O uso de herbicidas promove a desinfestação gradativa de plantas problemáticas e exerce o controle por mais tempo que os outros métodos

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CUSTO X BENEFÍCIO

A

presentamos a seguir dados de custo para o controle de plantas daninhas com diferentes manejos e ficou evidenciado que os gastos com aplicação de herbicida ficou da ordem de R$ 147 por hectare e o controle com roçadora de R$ 252 por hectare. O manejo com herbicida conteve três aplicações por anos com repasse manual, e o manejo com roçadora constou-se de três roçadas com repasse manual. Deve ser levado em consideração o preço do combustível, herbicida e a diária de cada região para fazer uma análise deste modo. mas orgânicos de cultivo onde não utiliza-se produto químico têm por vantagem fazer o corte da vegetação rente ao solo devolvendo os nutrientes absorvidos por ela ao mesmo. As roçadoras constituem-se de facas com afiamento na extremidade, acionada por um sistema de engrenagens ligadas a tomada de potência do trator pelo cardan. Possui um sistema de embreagem antes do diferencial para que não ocorra o perigo de o cardan torcer por algum obstáculo que as facas encontrem. A largura de corte varia com tipo de roçadora sendo comum entre 1,0 e 1,5 m, necessitando de duas passadas por rua para o controle da plantas daninhas. Apresenta uma capacidade operacional de um a 1,5 hectare por hora. Os dispositivos de regulagem da roçadora são o nivelamento transversal e longitudi-

nal, feito pelo segundo ponto do sistema hidráulico de três pontos e pelo terceiro ponto, respectivamente. Pode-se controlar a altura de corte das plantas daninhas pelo ajuste dos patins, dispositivos laterais apoiados por porcas para ajuste da altura da lamina ao solo, estes servem também para que a roçadora deslize sobre o solo. A roda traseira tem por função impedir que as lâminas toquem no solo e facilitar o movimento da roçadora. As lâminas não devem tocar no solo, pois ira exigir mais potência do trator, aumentar o desgaste das mesmas e expor o solo os impactos das gotas de chuva. A rotação que deve chegar a tomada de potência (TDP) é de 540 rpm. Na manutenção das roçadoras deve-se proceder à lubrificação adequada da caixa de engrenagens, do tubo telescópio (cardan) e rodas. Deve-se verificar a tensão das correias, quando possuir, e observar o afiamento das facas. Caso estejam gastas, é necessário retira-las e providenciar seu afiamento ou troca.

TRINCHA Outra máquina que vem sendo utilizada nas regiões cafeeiras para o controle das plantas daninhas é a trincha, que tem por finalidade cortar as plantas rente ao solo através de um conjunto rotativo de martelos que se deslocam à alta velocidade, cortando assim as plantas daninhas. Em comparação com a roçadora, é mais eficiente para cortes próximo ao solo, mas exige menores velocidades de trabalho o que diminui a capacidade de campo efetiva e conseqüentemente o aumento no consumo de combustível. Para os sistemas conservacionistas a exposição do solo ocasionado pela ação dos martelos no solo, ocasiona ação das chuvas sobre o mesmo e, por seu corte ser

bem menor que o da roçadora, a porcentagem de cobertura do solo fica restrita a pequenos fragmentos que rapidamente são decompostos pela ação dos microorganismos.

GRADES Os sistemas convencionais de produção adotado pelos produtores mais antigos visam manter o solo limpo de qualquer planta daninha, e assim utilizam-se de equipamentos como grades e chapão. As grades utilizadas para o manejo de plantas daninhas no cafeeiro são deslocadas a direita ou esquerda para fazer o controle mais rente à saia do cafeeiro. Estas grades possuem dois conjuntos de discos do tipo em “V” ou “off set” com discos dianteiros recortados para picar e cortar as raízes das plantas daninhas e o segundo conjunto de discos lisos para fazer a quebra de possíveis torrões e o nivelamento do solo. Estas possuem um total de 16 a 20 disO Chapão é um equipamento com um chapa de 20 mm, afiada em uma das extremidades, que faz o corte das raízes das plantas daninhas

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“ No sistema conservacionista é perfeitamente possível manter uma convivência pacifica entre a cultura principal e as plantas daninhas, quando ambas forem manejadas corretamente” Fotos Jorge Wilson Cortez

Os pesquisadores mostram quais são os principais métodos de controle de invasoras em lavouras de café

cos de 279 mm (11 polegadas) fazendo uma capina superficial na faixa de 1,8 a 2,2 metros. A velocidade de trabalho varia de 4 a 6 km/hora. O controle de profundidade de corte dos discos é feito pelo ângulo de abertura entre os dois conjuntos de discos, visto que esta grade já vem com ângulo de tração definido pelo fabricante. A grade pode ser montada ou de arrasto, podendo ter as duas opções na mesma máquina deve-se optar pelo arrasto, pois apresenta maior contato com a superfície do solo.

Devido ao espaçamento das fileiras do café são necessárias duas passadas por rua para se fazer o controle das plantas daninhas, dependendo do tamanho da grade. A manutenção das grades é simples, pois é necessário apenas conferir o aperto dos discos e fazer a lubrificação nos pontos graxeiros que estão localizados nos mancais que suportam o eixo com os discos.

CHAPADÃO O Chapão, nome popular adotado entre

os produtores, por ser um equipamento com um chapa de 20 mm, afiada em uma das extremidades, que faz o corte das raízes das plantas daninhas. Teve seu uso intenso em décadas passadas onde se preconizava intensamente que as entrefileiras do cafeeiro deveriam estar limpas. Sua constituição consta basicamente de uma torre para o engate no sistema hidráulico de três pontos, uma haste porta ferramenta que suporta a chapa que está disposta na diagonal em relação ao deslocamento do trator para fazer o corte das raízes das plantas daninhas. Foi deixado de lado seu uso por também realizar o corte das raízes do cafeeiro já que suas raízes estão superficialmente dispostas. Os diversos equipamentos e máquinas utilizadas para o controle de plantas daninhas são adaptados para diferentes condições de local de cada produtor. Cabe a cada produtor fazer uma analise das vantagens e desvantagens para seu uso especifico. Em caso de duvidas sobre o melhor equipamento em sua região deve-se proceder à consulta de um técnico devidamente qualificado para que discorra sobre o que seria de melhor controle M ambiental e financeiro. Jorge Wilson Cortez, Carlos Eduardo A. Furlani e Rouverson Pereira da Silva, Unesp Alberto Carvalho Filho, Fazu


Agrishow 2006

Divulgação

Tecnologia em ação

Apesar da redução de 34% no volume de negócios em 2006, na Agrishow de Ribeirão Preto (SP), as empresas mostraram muitas novidades para o setor agropecuário

O

principal palco da América Latina para apresentação de novidades tecnológicas no setor agropecuário, mostrou em sua última edição, todo o seu já característico dinamismo. A 13a Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia em Ação) de Ribeirão Preto encerrou seus trabalhos com cerca de R$ 500 milhões de movimentação financeira, -34% em comparação com 2005. No entanto, a mostra de novas tecnologias em insumos, máquinas, equipamentos e serviços para o agronegócio mais um vez chamou a atenção dos visitantes. O presidente do sistema Agrishow, Sérgio Magalhães, ressaltou que a primeira proposta da feira não é fechamento de negócios, mas, justamente a apresentação de inovações para o setor agropecuário. “A Agrishow Ribeirão Preto de 2006 mostrou dinamismo das empresas, que vieram ao evento, com muitos lançamentos e novidades tecnológicas”, enfatizou ele. Magalhães disse também que a queda no faturamento já era prevista, tendo em vista as dificuldades enfrentadas pelo agronegócio na atualidade, principalmente no que se refere a produção de

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grãos. Para Sérgio, efetivamente foi o segmento sucro-alcooleiro o grande responsável pela movimentação financeira da Agrishow Ribeirão Preto de 2006, junto com as lavouras de café e de laranja, que também vivem um bom momento. O público, segundo o dirigente, superou 115 mil visitantes. Em 2005, o evento tinha recebido 138 mil agricultores - recuo de 16,6%. No local, os produtores puderam conferir estandes de mais de 600 empresas expositoras, muitas delas fabricantes de máquinas e implementos para a agricultura. As principais novidades do setor apresentaremos na seqüencia.

CASE IH A Case IH lançou na Agrishow seu pulverizador autopropelido Patriot 350. A máquina que foi desenvolvida e é fabricada no Brasil já teve seu desempenho comprovado por usinas de cana e produtores de grãos na fase de testes. A empresa apresentou ainda a nova colhedora de grãos Axial-Flow 2399 Extreme. A nova máquina alia a tecnologia e performance das colhedoras axiais mais vendidas no mundo com uma maior capacidade de colheita. Outro lançamento da Case IH é o novo trator Magnum, de 220, 240 e 270 cv. Referência para o setor sucroalcooleiro, ele chega ainda mais robusto e com novas funções operacionais. Como novidade nas colhedoras de cana foi apresentado ainda o Auto Tracker, um equipamento que funciona a partir de sensores instalados no sistema hidráulico da suspensão, que eleva e abaixa a colhedora ajustando automaticamente a altura dos discos de corte de base, em relação às irregularidades do terreno.

SANTIAGO & CINTRA O autopropelido Patriot 350 é mais um dos lançamedntos da Case em 2006

Já há algum tempo, os avanços tecnológicos vêm facilitando a vida do agricultor e modernizando o campo. A San-


“No local, os produtores puderam conferir estandes de mais de 600 empresas expositoras, muitas delas fabricantes de máquinas e implementos para a agricultura” Fotos Vilso Júnior Santi

tiago & Cintra, líder no mercado brasileiro de geo-tecnologias, trouxe para o Agrishow o o que há de mais avançado para a agricultura de precisão. Os sistemas de orientação AgGPS 150 Guide®, AgGPS 150 Drive™, Taxa Variável GAP 4.0 e Autopilot™, da Trimble, possuem operações diferentes que se adequam às necessidades de cada agricultor. Através da coleta de dados por GPS, os registros são capazes de otimizar os trabalhos, garantindo maior controle da produtividade, da qualidade e resultados efetivos na colheita.

NEW HOLLAND

A New Holland lançou na Agrishow seu novo trator para o setor canavieiro: o TS 90, próprio para ser equipado com carregadeiras de cana. Ao todo, a marca expôs 14 máquinas, sendo tratores de motorizações que variam de 54 a 180 cavalos, e colheitadeiras de grãos com plataformas de 17, 23 e 30 pés. Os destaques ficaram por conta dos tratores das linhas TL Exitus, específicos para o trabalho em pomares de laranja e canaviais, além dos TM, próprios para resistir às extremas condições de trabalho exigidas pelas lavouras de cana. A New Holland também apresentou seu trator para a agricultura familiar: o TT55, de 54 cv. Atualmente, a New Holland oferece ao mercado brasileiro uma linha completa de tratores e colheitadeiras, num total de 40 modelos, próprios para o trabalho nas diversas culturas.

LANDINI/MONTANA

ro-chefe da Montana. O autopropelido hidáulico com capacidade para 3 mil litros de calda apresenta novo design das carenagens frontais e capô, nova cabine, com mais espaço e conforto interno, nova barra de pulverização, mais resistente e estável, comandos hidráulicos mais modernos, leves e de fácil manutenção.

PIRELLI O lançamento de um site para o agronegócio e a expansão no portfólio de pneus agrícolas e truck foram as novidades da Pirelli na feira. Para a empresa, a Agrishow foi mais que uma grande vitrine de produtos. Foi uma oportunidade de manter contato direto com os consumidores finais, além de consolidar o posicionamento inovador da marca no desenvolvimento de pneus agrícolas. No evento, a Pirelli lançou o pneu TM 75 direcional com a tecnologia das barras simétricas e com os diferentes planos de rigidez no fundo do desenho. A primeira medida desta linha é o 250/80-18, indicada para o emprego em microtratores e implementos. A linha PD22 também cresceu com a inclusão da nova medida 18.4-38.

VALTRA A Valtra divulgou na Agrishow importantes resultados do projeto Biodiesel. Com o aval da Agência Nacional de Petróleo, a Valtra vem realizando testes com quatro tratores de 180 cv movidos a biodiesel: B5-soja, B5 de mamona, B20 de soja, além do B100 diesel, que é o trator

O BH 180 HiFlow lançado pela Valtra é mais uma das opções para a lavoura canavieira

referência. Os quatro tratores já completaram mais de duas mil horas de teste. Outro destaque foi o trator BH 180 HiFlow - resultado da busca constante da Valtra por soluções tecnológicas para o setor canavieiro. A Linha Valtra BM com uma nova opção de rodagem (Alto Vão Livre), a versão Extra Torque do BM 100 e o novo kit hidráulico para semeadoras pneumáticas (fluxo constante) são as novidades para a linha média que a Valtra apresentou também durante a feira. Assim como a linha florestal onde a empresa mostrou o trator BM 110 com grua de carregamento e um trator 1780 com uma carreta florestal auto-carregável. Já o trator 585, de 50 cv, voltado aos pequenos produtores foi a novidade para a agricultura familiar.

MASSEY FERGUSON A Massey Ferguson lançou na Agrishow sua mais nova linha de trato-

Os visitantes da Agrishow puderam ver em exposição no estande da empresa os novos tratores Landpower com 140 e 165 HP, lançamento mundial da Landini, que vem substituir a linha Legend nos campos de todo o planeta. Eles possuem o sistema de escalonamento de marchas 36x36, possibilitando uma alta rentabilidade e uma maior economia de combustível. Os agricultores também puderam conhecer nova versão da Parruda, pulverizador de alta performance e car-

Os novos tratores Ladpawer tem motorização de 140 e 165 HP de potência

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aplicação e custo efetivo. Levando ainda mais vantagens aos seus clientes, a Parker lançou no mercado agrícola os Geradores de Nitrogênio.

JACTO

A plantadeira de cana picada SMI 10000 integra a linha GreenSystem lançada pela John Deere

res voltados para a fruticultura brasileira, a série MF 200 Compacto. Além do lançamento a empresa levou para o evento máquinas e equipamentos para as principais culturas da região, em especial a cana-de-açucar. A Massey apresentou ainda o MF 250 XE, o Brasileirinho, voltado para a agricultura familiar. O MF 600 HD e MF 6300 indicados para a operação em lavouras de cana, a carregadeira de cana montada sobre o trator MF 290 e as colhedoras de grãos MF 5650, MF 34 e MF 38. A empresa na oportunidade, também divulgou os finalistas do seu prêmio de jornalismo na edição 2006. Em sua área exclusiva de testes a Massey dispôs seis tratores, uma colhedora e um pulverizador para Test Drives. O local, foi preparado especialmente para oferecer aos visitantes a possibilidade conferir o desempenho dos lançamentos da marca. Além comprovar o desempenho das máquinas, os clientes puderam contar com a consultoria direta da equipe de engenharia e vendas da marca.

YANMAR/AGRITECH A Yanmar/Agritech levou para a Agrishow, um novo modelo de trator dimensionado para trabalhar na agricultura familiar. O trator popular de 50 cavalos modelo 1150 foi desenvolvido especialmente para atender necessidades de pequenas propriedades. “Esse trator é uma máquina que facilita o dia-a-dia do trabalhador, é compacto e leve, possui um baixo consumo de combustível e baixo custo de manutenção”, explica o gerente de pós-venda e marketing da Yanmar Agritech, Pedro Cazado Lima Filho. A empresa também lançou o único trator do mercado desenvolvido exclusivamente para a cultura de café. O trator cafeeiro super estreito, modelo 1155 SE, foi criado especialmente para atender às necessidades específicas desse tipo de cultura, diferente dos tratores adaptados até então disponíveis no mercado. A máquina possui 55 cavalos e reduzida largura de bitola externa de 1180 mm.

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O pulverizador tipo atomizador Arbus 4000 Multisprayer foi uma das novidades apresentadas pela Jacto

JOHN DEERE A colhedora 3510, que trouxe um conjunto de inovações que representa o início de uma nova geração tecnológica na mecanização da colheita da cana, foi a grande atração do estande da John Deere na Agrishow. A nova colhedora é a primeira a utilizar a marca e as cores verde e amarelo da John Deere na linha de equipamentos para a cana-de-açúcar. Além do motor John Deere, projetado para uso agrícola, a colhedora apresenta aprimoramentos técnicos que garantem facilidade de manutenção, baixo nível de perdas e alto rendimento. Estiveram também expostos dois outros produtos que integram o sistema mecanizado John Deere para o cultivo da cana. A plantadora de cana picada SMI 10000 e uma família de veículos de transbordo de oito a treze toneladas complementam a linha chamada GreenSystem.

A linha de pulverização da Jacto mais uma vez conta com novidades, desde os pequenos equipamentos costais até os autopropelidos de grande proporções. Um do lançamentos apresentado foi o pulverizador tipo atomizador Arbus 4000 Multisprayer. Ele conta com tanque de polietileno de quatro mil litros, tem aplicação bilateral e é indicado especialmente para grandes pomares de citrus com plantas de até seis metros de altura. Dotado de seis a oito ventiladores posicionados em duas linhas verticais ele tem ângulos reguláveis nos conjuntos o que promove a aproximação ideal dos jatos às plantas.Os ventiladores, de 625 mm, podem atuar com rotações e vazões que variam de acordo com o perfil da planta. Esta variação e determinada por um controlador eletrônico de vazão e pelos sensores de plantas – três em cada lado da máquina.

CUMMINS O motor QSC Tier III, foi uma das novidade tecnológica que a Cummins apresentou na Agrishow. Com 8.3 litros, o novo motor proporciona potência de até 330 cv. O QSM, ideal para quem necessita ou prefere um motor de maior cilindrada também foi destaque. Destinado para colhedora de cana e de grãos, o motor alia robustez e durabilidade. A empresa também anunciou uma nova estratégia global de marca. A partir de agora, todas as suas subsidiárias, nos 160 paí-

PARKER A mais alta tecnologia empregada nos produtos das divisões Fluid Connectors, Filtros, Hidráulica e Seals marcaram, mais uma vez, a participação da Parker na Agrishow 2006. Dentre as novidades figuraram o lançamento das Mangueiras Hidráulicas 421SN e 301SN, desenvolvidas para sistemas voltados aos mercados mobil e industrial. Em destaque, a Divisão Fluid Connectors trouxe também os Engates Rápidos Agrícolas série 2000 e 9400, especialmente direcionados para aplicações no setor, em tratores de médio e grande porte. Na ocasião, a Divisão Hidráulica fez o lançamento do Comando VO40, que proporciona suavidade e precisão nos controles dos movimentos e manutenção facilitada, com simples

A plantadora automática de cana picada PACC2L da Civemasa também foi destaque


“A 13a Agrishow Ribeirão Preto encerrou seus trabalhos com cerca de R$ 500 milhões de movimentação financeira, -34% em comparação com 2005” Fotos Vilso Júnior Santi

ses onde atua, usarão a denominação Cummins. Assim, Fleetguard, que produz filtros, passa a ser denominada Cummins Filtration, a Holset, braço da corporação voltada à produção de turbinas, passa a ser chamada Cummins Turbo Technologies. Há ainda a Cummins Emission Solutions, dedicada ao desenvolvimento de soluções na área de emissões de poluentes e a Cummins Fuel Systems, no segmento de combustíveis. A Cummins Power Generation não sofrerá alterações.

MWM INTERNATIONAL A MWM International apresentou na oportunidade suas novidades em motorização para aplicações agrícolas, veiculares e industriais. Um dos destaques da empresa é o motor eletrônico Acteon 6.12 TCE que equipa a linha VM da Volvo. O motor tem duas faixas de potência, 260 e 310 cv, 7,2 litros de capacidade e seis cilindros. Os caminhões da familia Delivery da Volkswagen, presentes no local, também utilizam motores da empresa. Eles são equipados com o Sprint eletrônics 4.08 TCE com três válvulas por cilindro. Pode-se encontrar ainda os conjuntos MWM International integrando os grupos geradores da Germek e as picapes S10 e Blazer da GM. Clientes como Agrale, Ford, Iveco, Nissan, Troller, AGCO, CNH, Valtra etc. Também utilizam os motores da empresa em muitos de seus produtos.

VOLVO Fabricante de caminhões, ônibus e equipamentos de construção, a Volvo tem um forte vínculo com o agronegócio brasileiro. Muitos de seus produtos e serviços puderam ser conferidos na Agrishow. Pincipalmente, os caminhões pesados FH, NH e VM, voltados para o transporte de grãos (bitrem e rodo-trem) e canade-açucar e os pesados e semipesados VM com aplicações para cargas frigoríficas e outros segmentos. Atualmente, mais de 50% das vendas de caminhões pesados

da empresa são para o agronegócio.

KO A empresa apresentou na Agrischow o pulverizador KO 2000 IH18 hidráulico. A máquina é equipada com comando pneumático. O pulverizador tem capacidade no tanque de dois mil litros, com barras de 18 metros totalmente hidráulicas. O comando de pulverização é feito totalmente por um sistema pneumático que substitui o sistema elétrico de acionamento das válvulas. Ele apresenta como vantagem a eliminação dos cabos elétricos do conjunto e por ser pneumático ele facilita localizar possíveis problemas quando estiver a campo. O equipamento é capaz de recolher parte da barra de pulverização sem alterar a altura do restante do conjunto possibilitanto a seqüencia da aplicação. Automaticamente, a parte da barra recolhida deixa de pulverizar.

A versão canavieira do Power Jet Automotriz da Metal Bush chama a atenção pela relação custo x benefício

STARA A busca pela eficiência total na colheita de milho levou a Stara a desenvolver e lançar a plataforma Brava. A plataforma tem ângulo reduzido o que favorece o recolhimento de espigas em situações críticas como milho acamado. O ângulo de ataque em relação ao solo é padronizado em relação aos diferentes modelos de colhedoras. A Brava possui a menor distância entre a roda motriz e a roda recolhedora do mercado, o que diminui o efeito alavanca no pescoço da colhedora não sobrecarregando o sistema hidráulico da mesma. É uma plataforma resistente e leve o que proporciona maior velocidade de trabalhos resultando no maior rendimento diário de colheita. Tem eficiente sistema regulador da altura de colheita. Sua carenagens tem sistema de articulação automática o que evita danos ao se chocar contra obstáculos na lavoura.

CIVEMASA

O novo comando pneumático de pulverização é uma das novidades do KO 2000 IH18

A plataforma Brava, da Stara, tem ângulo reduzido de ataque o que favorece o recolhimento das espigas

A Civemasa apresentou na Agrishow a plantadora automática de cana picada PACC2L. A plantadora visa atender a necessidade de redução do custo de plantio e também a necessidade de proporcionar a implantação dos canaviais no ano todo. O equipamento dispõe de sistema de acionamento individual das esteiras através de comando eletrônico e válvula

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A Planer Canavieira foi o destaque da GTS na Agrishow

A linha comercial leve para pneus radiais da Tortuga promete reduzir custos aos usuários

proporcional o que permite trabalhar com apenas uma esteira em caso de arremate de plantio e alterar a velocidade das esteiras separadamente sem ter que parar a plantadora. Também dispõe de defletor cônico central no compartimento de carga, que tem a função de direcionar a cana para as esteiras e não permitir que em terrenos com declive acentuado a carga se desloque reduzindo por conseqüências a quantidade de gemas que serão depositadas por metro. Planta duas linhas simultâneamente e tem capacidade de carga de 6.500 kg de mudas.

TORTUGA A Tortuga câmeras de ar lançou recentemente uma linha de produtos que promete reduzir custos aos produtores. A linha comercial leve da empresa para pneus radiais. Ela engloba produtos para camionetes, vans, pick-ups e furgões. As câmaras de ar permitem que o pneu radial rode por muito mais tempo com total segurança, reduzindo custos e prejuízos causados por pequenos cortes, furos e vazamentos no talão. O produto carrega as dimensões originais do pneu, considera o perfil da roda com drop center, a posição da válvula, o aceso a mesma para calibragem e as diferentes rodas existentes no mercado. A Tortuga conta ainda com garantia total de três anos contra defeitos de fabricação e para reposição do conjunto rodante, pneu e câmara, caso seja comprovado algum defeito causado pela câmara.

METAL BUSH A Metal Busch apresentou sua versão canavieira do pulverizador Power Jet Automotriz 4x4, desenvolvido para atender o cultivo da cana. O equipamento é

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moderno e tem extrema versatilidade, flexibilidade e segurança. Com barras frontais de 16 metros e 35 centímetros entre bicos, totalmente hidráulicas, proporcionam melhor visibilidade e controle por parte do operador, possibilitando assim uma operação mais rápida e eficaz. O pulverizador tem capacidade para 2,5 mil litros no tanque, motor de quartro cilindros turbo de 130 cv, altura de vão livre de 1,20 metros e rodado com pneus 149x24”. A suspensão é feita por feixe de molas combinados com amortecedores nos dois eixos. O Power Jet é o único pulverizador do Brasil com tração 4x4 mecânica e direcional no eixo dianteiro e traseiro.

GTS A GTS do Brasil, na Agrishow de 2006, apresentou toda sua tecnologia da maior linha de planas da América Latina. Com foco especial no setor canaviei-

ro a empresa apresentou aversão da Planer Canavieira. O equipamento possui deslocamento lateral inédito no mercado. Isso lhe garante eficiência na construção de canais de irrigação e terraços embutidos. Também bom desempenho na drenagem, na conservação dos solos e na construção de bases largas. O equipamento também pode ser utilizado no nivelamento e na manutenção das estradas internas nos canaviais. A linha Planer da GTS é ideal para utilização em todos os tamanhos de propriedades. A empresa também mostrou no evento sua linha de plataformas para colheita de milho, girassol e mamona.

MIAC A Miac, tradicional fabricante de máquinas e implementos especialmente direcionados para cultura do feijão, apresentou mais uma novidade que pretende dinamizar e facilitar a colheita do produto. A Master Export Múltipla recolhe e trila feijão através de um sistema do tipo axial. Além disso, tem caçamba graneleira vasculável com capacidade de até 1200 kg e barra de tração com opção de trabalho descentralizado, tanto para a esquerda como para direita. Na feira também puderam ser conferidas as inovações do Ceilex 3000T, que proporciona grande qualidade final do grão de feijão colhido, e da FZ Múltipla, a nova recolhedora de feijão da Miac para a agricultura M familiar.




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