Destaques Matéria de capa
Pequenos, porém seguros Norma ISO estabelece obrigatoriedade de diversos dispositivos para garantir a proteção de operadores de tratores menores 14
Acima da média
Como iniciar a armazenagem
Testamos a MF 32, o lançamento da Massey Ferguson que chega para preencher a lacuna entre a MF 5650 e a MF 34
Projetos enxutos, com equipamentos multifuncionais, tornam viáveis estruturas armazenadoras, inclusive em pequenas propriedades
Índice
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Nossa Capa Charles Echer
Rodando por aí
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Que destino dar ao óleo usado
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Segurança em pequenos tratores
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Lubrificação de compressores de ar
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Grupo Cultivar de Publicações Ltda.
www.cultivar.inf.br www.grupocultivar.com
Como iniciar a armazenagem em fazendas 22 Teste drive colhedora
26
Plataformas multifuncionais
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Perdas na colheita de soja
32
Pulverização eletrostática
34
Cultivar Máquinas Edição Nº 62 Ano VI - Abril 2007 ISSN - 1676-0158
www.cultivar.inf.br cultivar@cultivar.inf.br Assinatura anual (11 edições*): R$ 119,00
Passo a passo: Manutenção na entressafra 36 Técnica 4x4 - Trilhas em florestas
(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)
Números atrasados: R$ 15,00
38
Assinatura Internacional: US$ 80,00 • 70,00 • Redação
Gilvan Quevedo Charles Echer • Revisão
Aline Partzsch de Almeida • Design Gráfico e Diagramação
Cristiano Ceia • Comercial
Pedro Batistin
Sedeli Feijó • Gerente de Circulação
• Impressão:
Kunde Indústrias Gráficas Ltda.
Cibele Costa • Assinaturas
Simone Lopes • Gerente de Assinaturas Externa
Raquel Marcos • Expedição
Dianferson Alves
NOSSOS TELEFONES: (53) • GERAL
• REDAÇÃO
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Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados podem solicitá-las à redação pelo e-mail: cultivar@cultivar.inf.br Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.
Encontro
Presença forte
Hamilton Ramos
Novo comando O pesquisador Hamilton Humberto Ramos é o novo diretor do Centro de Engenharia e Automação do Instituto Agronômico de Campinas. “Será uma fase de novas oportunidades e conhecimentos em minha vida profissional, na qual pretendo auxiliar o CEA/IAC em seu crescimento e constante busca pela qualidade, onde todos são beneficiados pelos resultados. Sei que não será tarefa fácil, mas tenho a certeza de que seremos vitoriosos.”, garante. Hamilton é colaborador assíduo das revistas do Grupo Cultivar.
Patrocinador A logomarca da New Holland estará estampada nas camisas do time italiano de futebol Juventus. A ação partiu do Grupo Fiat, proprietário da New Holland, que assinou contrato com o clube no dia 28 de março. Pelo acordo, o Grupo passou a ser o patrocinador oficial da equipe em todas as competições, de 1º de julho a 30 de junho de 2010. O contrato final será assinado no dia 23 de abril e o Grupo Fiat terá o direito de explorar a imagem junto ao Juventus, incluindo logos em todas as camisas.
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A Massey Ferguson conta com uma extensa gama de produtos para atender ao mercado sucroalcooleiro, com potência entre 75 cv e 290 cv, com foco principal para os modelos seis cilindros, com potência a partir de 140 cv até 290 cv. Entre os destaques estão os tratores MF 8480 CVT (290 cv), a nova série MF 6300 HD, com os modelos MF 6350 HD, com 190 cv e o MF 6360 HD com 215 cv, com exclusivo controle remoto centro fechado de alta vazão de 127 lts/min com quatro saídas, regulagem total e individual por seção. Além dos tratores da série MF 600 HD – o modelo MF 650 HD é indicado para cultivo e transporte e o MF 680 HD para transbordo e preparo de solo. Outro trator que tem conquistado a preferência das usinas é o MF 290/4 RM Carregador Cana com nova transmissão (Shuttle 8F e 8R).
Visita O cliente paulista Antonio Titoto, prestador de serviços e produtor de cana que fornece 500 mil toneladas para usinas, visitou a fábrica da John Deere em Catalão. Usuário de tratores John Deere, conheceu a linha de produção das colhedoras de cana CH3510 e manifestou sua admiração pela qualidade do produto.
Direção segura As empresas Randon investem na formação de motoristas através da parceria com entidades especializadas. O trabalho existe desde 2003 e agora chega à Associação do Transporte Rodoviário (ATR Brasil), em Ribeirão Preto (SP), com o Projeto do Centro de Treinamento de Condutores de Veículos de Carga. Além da criação da consciência da responsabilidade nas rodovias, o trabalho traz outros benefícios diretos como o aumento da vida útil dos equipamentos e o consumo otimizado de combustível. O diretor comercial da Randon, Marcos Zanotti, destaca que a empresa se orgulha deste perfil de ação social porque sabe que o retorno é evidente na redução de acidentes e na segurança nas estradas.
Marcos Zanotti
Milésima colhedora A Case comemorou em abril a produção da milésima colhedora de cana fabricada no Brasil. A máquina saiu da fábrica de Piracicaba, que acaba de completar dez anos de atividade, e foi entregue para a Usina São Martinho, uma das maiores do mundo. Em 2006, a Case IH teve participação no mercado interno de 60% no segmento de colhedoras de cana.
Sorteio de trator A Pirelli vai sortear entre os clientes que adquirirem pneus agrícolas – trativos ou direcionais – no período de 15 de abril a 15 de julho, um trator zero quilômetro New Holland TL75E. O sorteio ocorre no dia 15 de agosto em Santo André (SP), na fábrica da Pirelli. Os consumidores receberão cupons para serem preenchidos e depositados nas urnas de uma das 350 lojas que participam da promoção. A lista das revendas pode ser consultada no endereço www.plantesuasorte.com.br.
Líder de mercado Na Coopavel e Expodireto a Agritech se consolidou mais uma vez como líder no fornecimento de equipamentos para a agricultura familiar. Em ambos os eventos, clientes lotaram o estande da empresa.
No período de 2 a 5 de maio ocorre no Rio Grande do Sul o XXII Encontro Estadual de Professores e o VI Fórum Nacional de Ensino Agrícola. Os eventos serão realizados no Cadop, em Cachoeirinha, e no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio. Outras informações pelo telefone (51) 3225.5748.
Linha completa A Toyota marca presença na 13ª edição da Agrishow Ribeirão Preto. Durante o evento, a montadora apresentará toda a sua linha 4x4: Nova Hilux, Nova Hilux SW4, Land Cruiser Prado e o novo RAV4, que acaba de chegar ao Brasil em sua terceira geração. No estande, uma equipe de vendas oferecerá condições especiais para quem quiser comprar o sedã Corolla e o Corolla Fielder. A empresa vai oferecer, ainda, uma pista off-road, onde poderão ser testados os veículos para uso em terrenos fora-deestrada.
rerrefino de óleo
O que fazer com lubrificante usado No Brasil, apenas 24% do óleo utilizado em motores e transmissões é recolhido para o rerrefino. Isso significa que 750 mil metros cúbicos do produto, por ano, são desperdiçados e descartados de forma irregular, na maioria das vezes, jogados no ambiente
A
tendendo à recomendação do fabricante da sua máquina (trator, colhedora, pick-up etc.), chegou o momento de executar a troca de óleo do motor ou da transmissão. O motivo da substituição do óleo destes mecanismos é a sua degradação. A degradação do óleo ocorre por dois motivos principais: 1) As elevadas temperaturas do meio em que o óleo trabalha no motor, degradam continuamente sua aditivação. Ou seja, os aditivos vão sendo consumidos pela ação da temperatura até que as suas presenças em pequenas quantidades os tornam ineficientes ao traba-
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lho que deles se espera. Este efeito é conhecido como degradação termoxidativa. 2) Contaminação por produtos da combustão, borras e contaminantes diversos, presentes no sistema de circulação do óleo (poeira, umidade, produtos metálicos de desgaste etc.). Portanto, após a sua retirada de serviço, a composição do óleo usado é a seguinte: • moléculas inalteradas do óleo básico; • compostos oxigenados (ácidos orgânicos e cetonas); • compostos aromáticos polinucleares de viscosidade elevada; • resinas e lacas; • aditivos que foram adicionados ao óleo básico; • metais de desgaste dos motores e das máquinas lubrificadas (chumbo, cromo, bário e cádmio etc.) e; • contaminantes diversos (água, combustível não queimado, poeira etc.). A classificação do produto óleo lubrificante usado é a seguinte, segundo normas da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas: 1. Segundo a norma brasileira NBR 10.004, o óleo lubrificante usado é classificado como um produto da Classe I – Perigosos. 2. Seu armazenamento deve obedecer às recomendações da NBR 12.235 – Armazenamento de resíduos sólidos perigosos – Pro-
“As elevadas temperaturas do meio em que o óleo trabalha no motor, degradam continuamente sua aditivação” Fotos Charles Echer
Atualmente, a maior parte do óleo usado fica na própria fazenda, descartado ou utilizado em pequenas doses para práticas como pintura ou limpeza de peças
cedimento. 3. Seu transporte é orientado pela norma NBR 13.221 – Transporte de resíduos – Procedimento. Após a drenagem do cárter quais as destinações dadas aos óleos usados? Na prática existem algumas possibilidades, sendo algumas proibidas por lei, tais como: Queima: o óleo usado é muitas vezes utilizado na substituição de óleos combustíveis. Descarte na natureza: o óleo é jogado no solo e irá contaminar o próprio solo, lençóis freáticos e cursos d’água. Algumas destas práticas fazem parte de tradicionais procedimentos aplicados em propriedades rurais, como: controle de cupins através da “pintura” da madeira com óleo queimado, ataque a bernes de bovinos etc. Porém o mais conveniente é o reaproveitamento através da reciclagem ou rerrefino do óleo usado que possibilita a obtenção do óleo básico, idêntico ao obtido do petróleo, com o que se formulará um novo óleo lubrificante. As características do óleo usado após o rerrefino
são semelhantes as do óleo básico virgem (destilado do petróleo) com especificações de viscosidade, cor, ponto de fulgor, acidez, corrosão etc, idênticas. A rerrefinadora geralmente for-
nece o óleo básico a empresas: formuladoras, misturadoras, envasilhadoras e distribuidoras de lubrificantes. Estas empresas formulam o óleo com aditivos, transformando-o novamen-
Cultivar
te em óleo lubrificante (novo), destinado ao consumidor. Foram criadas pela ANP (Agencia Nacional do Petróleo) portarias que regem o mecanismo de coleta de óleos lubrificantes usados, cujos conteúdos objetivam reforçar o cumprimento da Resolução nº 362 instituída pelo Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente). Esta resolução considera que a reciclagem do óleo lubrificante usado ou contaminado é instrumento prioritário para a gestão ambiental. Assim, todo o óleo lubrificante usado ou contaminado deve obrigatoriamente ser recolhido e ter destinação adequada, de forma a não afetar negativamente o ambiente, sendo proibidos quaisquer descartes em solos, águas subterrâneas, no mar e em sistemas de esgoto ou evacuação de águas residuais. O rerrefino de óleos lubrificantes é um processo industrial que trata de recuperar parte do óleo usado, principalmente em motores. O uso automotivo, principalmente em motores a diesel, representa 70% do consumo nacional. O rerrefino é feito por empresas rerrefinadoras que devem atender às normas impostas pela ANP através da portaria 127. As empresas deste setor devem estar cadas-
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tradas no Sindirrefino (Sindicato Nacional da Indústria do Rerrefino de Óleos Minerais). O Brasil consome anualmente cerca de 1.000.000 de m3 de óleo lubrificante, gerando 350.000 m3 de óleo usado. Em 2004, 240 milhões de litros foram coletados (24%), possibilitando a fabricação de 170 milhões de litros de óleo básico rerrefinado. Além do
óleo básico do rerrefino obtém-se também: a fração asfáltica do óleo que é usada como plastificante em derivados de petróleo, o gesso para uso agrícola, combustível pesado para fornos de alta temperatura e compostos orgânicos leves que são usados como combustível. A atual Portaria 127/99 da ANP determina que 30% do volume de óleo comercializado seja coletado e destinado ao rerrefino. Nos Estados Unidos e países da Europa a troca de óleo é normalmente feita em casa. Estes países apresentam programas bem formulados de coleta, com incentivos à devolução de óleos já utilizados, onde o consumidor obtém abatimento no preço de compra do óleo novo. A importância do rerrefino pode ser verificada em alguns benefícios, como: 1) Recuperação de produtos de vida finita (derivados do petróleo). 2) Preservação ambiental: o descarte indiscriminado do óleo lubrificante causa terríveis estragos ao meio ambiente. Por exemplo: um litro de óleo polui um milhão de litros d’água. 3) Economia: o rerrefino de lubrificantes pode se apresentar como um negócio lucrativo às empresas do ramo, e abatimento no preço do produto final ao consumidor. No Brasil as empresas de rerrefino compram o óleo usado. Atualmente há dez empresas de rerefino em operação, reunidas no Sindirrefino (Sindicato Nacional da Indústria do Rerrefino de Óleos Minerais). Desta forma, armazene o seu óleo usado adequadamente em tambor metálico ou recipiente plástico. Entre em contato com uma empresa coletora e, se for o caso, se organize em grupo para dar a destinação corM reta a este resíduo. Marcos Roberto Bórmio, Unesp
EMPRESAS DE RERREFINO NO BRASIL Saiba onde estão localizadas as empresas de rerrefino em operação no Brasil. Brasquímica Lubrificantes Ltda. – Feira de Santana (BA) Brazão Lubrificantes Ltda. – Aguaí (SP) Indústria Petroquímica do Sul Ltda. – Alvorada (RS) Lubrasil Lubrificantes Ltda. – Piracicaba (SP) Lubrificantes Fênix Ltda. – Paulinia (SP) Lwart Lubrificantes Ltda. – Lençóis Paulistas (SP) Perfilub Indústria e Comércio de Produtos de Petróleo Ltda. – Mogi Guaçu (SP) Petrolub Industrial de Lubrificantes Ltda. – Belo Horizonte (MG) Prolub Rerrefino de Lubrificantes Ltda. – Presidente Prudente (SP) Proluminas Lubrificantes Ltda. – Varginha (MG) Tasa Lubrificantes Ltda. – Nova Iguaçu (RJ)
Pequeno, mas seguro
Charles Echer
segurança
Tratores pequenos geralmente possuem menos itens de segurança. No entanto, esses dispositivos são tão importantes para a proteção dos operadores quanto em qualquer outra máquina. Agora, uma norma ISO que está em fase final de elaboração prevê a obrigatoriedade de diversos componentes para essa categoria
U
m dos princípios básicos da integração da segurança à máquina é que ela deve ser apta a realizar sua função, possibilitar regulagem e manutenção sem que as pessoas se exponham a riscos quando operada de acordo com as instruções do fabricante. A adoção desse princípio deve ser levada em conta desde a sua concepção, eliminando-se os riscos previsíveis. Não sendo possível eliminá-los totalmente, medidas de proteção devem ser tomadas. A incorporação de dispositivos de segurança nas máquinas agrícolas comercializadas no Brasil ainda não é satisfatória. Por conta disso um grupo formado por representantes dos órgãos de fiscalização do Ministério do Trabalho, de instituições de pesquisa e fabricantes de máquinas, discute há cerca de três anos a elaboração de um documento normativo que estabeleça os requisitos mínimos de segurança nas máquinas agrícolas. No subgrupo “tratores” o texto, à medida do possível pelo consenso, tem sido baseado em normas ISO. A versão final não disponibilizada para divul-
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gação, ainda depende de aprovação e carrega SEGURANÇA PARA PEQUENOS E ESTREITOS para discussões futuras um item em pendênA norma de segurança para tratores pequecia: a obrigatoriedade dos tratores pequenos nos e/ou de bitola estreita, que se encontra em portarem estrutura de proteção para capota- elaboração na ISO exigirá a adequação de digem (EPCC). A principal dificuldade seria de versos itens em tratores de pequeno porte. Adiordem construtiva face à limitação de espaço antamos as principais exigências sobre os itens na máquina, segundo os fabricantes. Teriam de segunraça, com o objetivo de torná-las coos tratores de pequeno porte menos riscos? nhecidas e para subsidiar futuras discussões a Mas o que seria um trator pequeno? Aquele respeito. com potência inferior a 52 cv? Ou aquele com bitola mínima inferior a 1.300 mm? E por que Controles de operação não adotar o entendimento dado pela ISO e Os controles operados com as mãos deOCDE? vem ter os espaços livres especificados na FiFazendo uma analogia entre as classifi- gura 1. Controles, como volante de direção, cações dos dois organismos (ISO e comunidade européia) podemos Tabela 1 – Classificação de tratores segundo a comunidade européia entender que o trator standard, o para fins de homologação trator estreito e o trator pequeno Categoria Característica da ISO correspondem, respectivaT1 Vmáx. = 40 km/h; Bit. mín. = 11150 mm; MSL > 600 kg; VL = 1000 mm mente, às categorias T1, T2 e T3 T2 Vmáx. = 40 km/h; Bit. mín. < 11150 mm; MSL > 600 kg; VL = 600 mm da comunidade européia. Seja T3 Vmáx. = 40 km/h; MSL = 600 kg; qual for, porém, a configuração de T4 Aplicação especial trator, este é objeto de aplicação V = Velocidade máxima; Bit. . = Bitola mínima; M = massa sem lastro; VL = vão livre. de normas de segurança. máx.
mín
SL
“A incorporação de dispositivos de segurança nas máquinas agrícolas comercializadas no Brasil ainda não é satisfatória”
alavancas de marcha, pedais e interruptores devem estar de acordo com a ISO/DIS 15077, norma que estabelece as forças de atuação, o deslocamento, a localização e o método de operação dos controles de operação. Na parte externa, os externos devem ser localizados de modo que o operador possa ativá-los enquanto permanece em pé fora da zona de risco, entre o trator e o implemento. Já o controle externo da TDP, se fornecido, deve ser possível de ser acionado pelo operador de um local seguro. A altura desse controle não deve ser maior que 1.800 mm.
Figura 1 – Espaço livre para os controles
Meios de acesso ao posto de operações Quando o piso do posto de operações for acima de 550 mm, (medidos com os pneus de maior diâmetro) meios de acesso que atendam às dimensões da figura 2 devem ser fornecidos.
Resistência das proteções e barreiras Proteção e barreiras, especialmente barreiras com altura acima de 550 mm, devem ser projetadas de tal modo que possam manter uma carga vertical de 1200 N, a menos que tais proteções ou barreiras não possam ser usadas como degraus.
Assento do operador Deverá ser fornecido um assento com ajuste para suportar o operador em todos os modos de trabalho e operação. Também, cinto de segurança de dois pontos que atenda aos requisitos da série de normas ISO 3776, deve ser fornecido em tratores de bitola estreita que exceda uma massa sem lastro de 600 kg. Tomada de potência (TDP) A TDP traseira deve atender aos requisitos das normas ISO 500-1 (especificação da TDP para trator standard) e ISO 500-2 (TDP para trator de estreito) ou da norma ISO 9193 (relativa a microtratores de jardinagem ). A TDP dianteira deve atender aos requisitos da ISO 8759-1 (TDP e engate de três pontos montados na dianteira). Quaisquer componentes do trator que transmita potência para a TDP e que não se enquadre na ISO 500-1 ou ISO 8759-1, devem ser protegidos por localização, por distância de segurança ou com barreiras.
Equipamento elétrico Cabos elétricos devem ser protegidos se localizados em contato com superfícies potencialmente abrasivas e devem ser resistentes e proteger contra contato com combustível ou lubrificante. Também devem ser localizados de modo que nenhuma parte esteja em contato com o sistema de gases de escape, partes móveis ou cantos agudos. Componentes hidráulicos Conjuntos de mangueiras hidráulicas flexíveis na vizinhança do assento do operador devem ser arranjados ou protegidos de modo que não representem risco ao operador em caso de falha. Tanque de combustível O tanque de combustível deve ser resistente à corrosão e satisfazer teste de vazamento a uma pressão igual ao dobro da pressão de tra-
Figura 2 – Dimensões para acesso ao posto de operação
balho ou 30 Kpa a que for maior, e também deve ser protegido das conseqüências de um impacto na frente ou na traseira do trator. O bocal de abastecimento do tanque de combustível deve ser localizado fora da cabine e a não mais do que 1.500 mm acima do solo ou de uma plataforma. Proteção contra capotamento Um sistema de proteção contra capotamento que atenda aos requisitos de ISO 12003-1 (tratores agrícolas e florestais – tratores de rodas de bitola estreita – parte 1: estrutura de proteção contra capotagem montada na dianteira) e ISO 12003-2 (idem - parte 1; estrutura de proteção montada na traseira) deve ser instalado no trator que tenha massa igual ou mai-
Charles Echer
Uma das exigências é a localização do cano de escape em local que direcione a emissão dos gases para longe do operador
diferente da sinalização de segurança no equipamento.
MELHORIA DA SEGURANÇA
or do que 600 kg. Baterias, reservatórios de óleo e sistemas de refrigeração devem ser localizados, construídos, revestidos e/ou selados para minimizar o risco de respingo que possa ser danoso ao operador em caso de tombamento. Superfícies quentes Superfícies quentes que possam ser alcançadas não intencionalmente pelo operador durante o uso normal da máquina devem ser cobertas ou isoladas. Isso se aplica às superfícies quentes próximas de degraus, corrimões, manípulos e partes da máquina usadas como meio de acesso e que possam ser inadvertidamente tocadas. Gases do escapamento O sistema de exaustão do motor deverá liberar o gás do escapamento para longe do operador e da entrada de ar da cabine.
Massey Ferguson
Sinalização instrucional e de segurança Sinalização de segurança deverá ser adequadamente visualizada quando for
Outras exigências são a proteção de superfícies quentes ou sua localização em área de difícil acesso
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necessário alertar o operador e outros do risco de injúria pessoal durante o uso normal de operação e serviço, e deverá obedecer aos requisitos da ISO 11648. A sinalização instrucional relacionada à operação e manutenção do equipamento deve ter aparência, especialmente na cor,
É certo que a melhoria do nível de segurança encarece a máquina. Entre dois equipamentos de mesma capacidade operacional, o usuário prefere comprar o mais barato, normalmente desprovido desses itens. O fabricante que investe em segurança compete em desigualdade com aquele que não oferece proteção. Os tratores de pequeno porte, principalmente pelo baixo preço tendem a ser mais onerados com as melhorias. Entretanto, não se pode por conta disso negligenciar a segurança do operador. O acompanhamento (quando não a participação) das empresas nas atividades de normalização no exterior e no Brasil pode M contribuir para isso. Ila Maria Corrêa, CEA/IAC
TRATOR ESTREITO X TRATOR PEQUENO
N
as questões de segurança o pro-jeto de norma ISO/DIS 26322-1 (tratores agrícolas e florestais – requisitos de segurança – parte 1: tratores standard) se aplica a “tratores com pelo menos dos eixos com rodas pneumáticas ou esteiras, cuja massa sem lastro seja igual ou maior que 600 kg e que a menor bitola traseira seja maior que 1.150 mm”. A maioria dos tratores agrícolas se enquadra nessas características. Por sua vez o projeto de norma ISO/ WD 26322-2 (idem – parte 2: tratores pequenos e de bitola estreita) define: a) trator de bitola estreita: trator agrícola com massa sem lastro maior que 600 kg, com bitola mínima fixa ou ajustável em um dos eixos menor que 1.150 mm quando equipado com pneus de maior largura. b) trator pequeno: trator agrícola com uma massa sem lastro igual ou menor que 600 kg. Um pouco mais detalhada, porém, é a definição das categorias de tratores com relação à homologação na comu-
nidade européia. As categorias (sintetizadas na Tabela 1) são definidas de acordo com a seguinte classificação: a) categoria T1: tratores com rodas cuja velocidade máxima de deslocamento não é superior a 40 km/h, em que a bitola mínima em um dos eixos é igual ou superior a 1.150 mm, cuja massa sem lastro é superior a 600 kg e cujo vão livre vertical é inferior ou igual a 1000 mm; b) categoria T2: tratores com rodas cuja velocidade não é superior a 40 km/ h, cuja bitola mínima é inferior 1.150 mm, cuja massa sem carga é superior a 600kg e cujo vão livre vertical é igual ou inferior a 600 mm; c) categoria T3: tratores com rodas cuja velocidade não é superior a 40 km/ h e cuja massa sem lastro é igual ou inferior a 600 mm; d) categoria T4: outros tratores com rodas cuja velocidade não é superior a 40 km/h mas, que devido à necessidade de trabalhar em situações especiais são destinados a utilizações específicas.
compressores
Trocar o óleo? Ao contrário do que muitos possam pensar, óleos lubrificantes de compressores de ar necessitam de trocas periódicas. Se não realizadas, podem abreviar a vida útil do equipamento e até mesmo provocar explosões
C
ompressores de ar são equipamentos comuns em empresas rurais e indústrias. Porém, por desconhecimento, alguns cuidados básicos com respeito à sua lubrificação são negligenciados e, com isto, a vida útil destes equipamentos é abreviada. Há vários tipos de compressores de ar. Os mais utilizados, porém, em empresas rurais e indústrias são os compressores alternativos, de pistões, e compressores tipo parafuso. Antes de falarmos sobre lubrificação de compressores temos que entender que as especificações técnicas sobre seus lubrificantes não são as mesmas que para óleos automotivos. É muito comum, principalmente em compressores alternativos de pistões, a utilização de óleo de motor como lubrificante. Apesar de muitos adotarem esta prática há alguns inconvenientes em se fazer isto, pois os óleos automotivos são óleos bastante aditivados e podem formar resíduos carbonosos na válvula de descarga dos compressores provocando o seu travamento pre-
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maturo e, até mesmo, explosões. A viscosidade de um óleo, que é a sua característica mais importante, para utilização de compressores deve ser especificada de acordo com a norma ISO 3448 conforme a Tabela 1. Os graus de viscosidade por esta norma são compostos por números que significam o ponto médio da viscosidade do óleo à temperatura de 40o C. Por exemplo, um compressor que especifique um óleo lubrificante ISO VG 100 significa que a viscosidade deste produto deve estar compreendida, a 40o C, entre 90 – 110 cSt (unidade de medida de viscosidade significando mm²/s ). Escolhendo adequadamente a viscosidade do lubrificante teremos, então, que verificar as suas propriedades físico-químicas.
É muito comum, equivocadamente, a utilização de lubrificantes automotivos em compressores
Óleos para compressores devem ter excelente resistência à oxidação, inibidores de ferrugem, anti-espumante podendo conter, também, aditivos detergentes/dispersantes e antidesgaste. Para uma seleção correta da viscosidade do lubrificante para o compressor, é impres-
“Por serem equipamentos que ficam em locais de pouca visibilidade a troca do lubrificante é, muitas vezes, esquecida” Fotos Marcos Tadeu Lobo
Se não trocado, o óleo lubrificante pode oxidar, formando borras no cárter com travamento de anéis de segmento e desgaste precoce de casquilhos ou mancais
cindível consultar os manuais dos fabricantes. Via de regra, as seguintes especificações são recomendadas pelos fabricantes de compressores: compressores alternativos (pistões) ISO VG 100 ou 150. Para compressores tipo parafuso ISO VG 46 ou 68. Outro ponto muito importante, e que freqüentemente é desconsiderado, é a periodicidade de troca do lubrificante. Por serem equipamentos que ficam em locais de pouca visibilidade, a troca do lubrificante é, muitas vezes, esquecida. Periodicidades elevadas de trocas de óleo lubrificante leva à sua oxidação, formação de borras no cárter com travamento de anéis de segmento e desgaste precoce de casquilhos ou mancais de rolamento. Para uma determinação da periodicidade correta da troca do óleo lu-
brificante deve-se recorrer ao manual do fabricante do equipamento. Para uma orientação de cunho geral que não substitui a recomendação do fabricante do compressor - têm-se visto as seguintes recomendações por parte dos fabricantes dos compressores: para compressores alternativos tipo pistões, troca de óleo a cada 300 horas de serviço ou a cada três meses (o que primeiro ocorrer). Para compressores tipo parafusos, a troca deve ser realizada entre mil e duas mil horas para óleos minerais ou a cada 12 meses (o que ocorrer primeiro). Caso esteja usando óleos sintéticos, o período pode estender-se por até oito mil horas. Para compressores tipo parafuso há uma
Esquema de funcionamento de compressores alternativos pistões
Marcos mostra quais os cuidados necessários para aumentar a vida útil dos compressores de ar
tendência bastante forte quanto a utilização de lubrificantes sintéticos. São produtos até cinco vezes mais caros que os de base mineral, mas a sua viscosidade é muito mais uniforme e a resistência à oxidação é muito maior, proporcionando uma lubrificação bastante superior aos produtos de base mineral e intervalos entre as trocas mais espaçados. Muitos usuários de compressores não se apercebem que os óleos de compressores têm temperaturas limites de trabalho. Em face disto, é vital que o compressor seja instalado em local arejado e que se verifique junto ao fabricante qual a temperatura de trabalho recomendada. Temperaturas de trabalho acima das recomendadas ou mudanças drásticas de temperatura são motivo de preocupação e devem ser corrigidas. Não se pretende, com este artigo, substituir as recomendações dos fabricantes de compressores. Todas as recomendações sobre manutenção preventiva encontram-se nos manuais de serviço e é vital que eles sejam consultados. O maior custo de manutenção do equipamento não é, na maioria das vezes, de peças de reposição; é a hora parada quando mais se necessita de seu uso. Pequenos cuidados de manutenção podem significar vida longa aos compressores. M Marcos Thadeu G. Lobo, Petrobras Distribuidora S.A Tabela 1 - Padrão ISO 3448 Lei de formação Grau de viscosidade - ISO 2 3 5 7 10 15 22 32 46 68 100 150 220 320 460 680 1000 1500
Faixa = + 10% do ponto médio
Mínimo 1,98 2,88 4,14 6,12 9,00 13,5 19,8 28,8 41,4 61,2 90,0 135,0 198,0 288,0 414,0 612,0 900,0 1350,0
Viscosidade a 40oC (cSt) Máximo Pto. Médio 2,42 2,2 3,52 3,2 5,06 4,6 7,48 6,8 11,0 10,0 16,5 15,0 24,2 22,0 35,2 32,0 50,6 46,0 74,8 68,0 110,0 100,0 165,0 150,0 242,0 220,0 352,0 320,0 506,0 460,0 748,0 680,0 1100,0 1000,0 1650,0 1500,0
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símbolos silos
GSI
Armazenagem que cabe no bolso Estruturas armazenadoras geralmente lembram altos investimentos financeiros, o que restringe a sua expansão nas fazendas. Mas existem projetos mais enxutos e menores, com equipamentos multifuncionais, viáveis, inclusive, em propriedades menores
É
consenso que a armazenagem na propriedade resulta em uma série de benefícios. Dentre eles, economia no frete, redução dos custos de armazenagem com terceiros, venda no momento mais conveniente resultando em maior lucratividade. A interação com a área de pós-colheita, nos reporta num primeiro momento a armazéns de fundo plano, ou semi-V, secadores, silos metálicos ou de concreto, equipamentos de transporte de grãos, além de uma série de termos conhecidos desse segmento da cadeia do agronegócio. Esses termos são conhecidos pelo uso diário. Quando falamos em secagem e armazenagem pensamos em estruturas babilônicas, num secador, em elevadores, silos pulmão, transportadores, silos com aeração, sendo assim, imagina-se que é impossível em propriedades menos extensas ter-se uma estrutura de armazenagem junto à propriedade. Conforme colocado anteriormente, esse é um fator cultural implantado no transcorrer de décadas, mas que tende mudar. As baixas margens no setor do agronegócio, os orçamentos apertados, ao mesmo tempo em que afetam a todos, levam-nos a refletir sobre opções como ter o produto disponível na propriedade. Porém para uma parcela dos produtores existe a idéia de impossibilidade
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na unidade de armazenagem própria, muito pelos custos de uma unidade nos moldes convencionais. Isso quando pensamos na forma convencional, porém se desenvolvidos projetos enxutos com equipamentos multifuncionais os custos certamente serão reduzidos. Para se ter uma unidade enxuta propomos um projeto simples e funcional, objetivando economia, funcionalidade e flexibilidade. Trata-se de uma unidade econômica por ser secadora e armazenadora no mesmo equipamento, funcional porque o fluxo permite que sejam efetuadas todas as operações de unidades convencionais e flexível, pelo fato de permitir ampliação para fluxos maiores.
Uma unidade nesse padrão (nível fazenda), com sistema armazenador secador, compacto, com movimentação bem dimensionada, tem o retorno do investimento em tempo reduzido, gerando lucro, passando assim a ser um modelo viável para a realidade de uma parcela significativa de produtores rurais. Como isso é possível? Eliminando equipamentos, alguns de alto custo que são utilizados apenas em curtos períodos do ano agrícola. Estamos tratando aqui de uma mudança de paradigma, essencial para o aumento da capacidade armazenadora a nível fazenda no Brasil. O começo dessa unidade deve atender a necessidade básica (limpeza, secagem e arma-
Figura 1 – Unidade compacta com sistema de secagem e armazenagem. (Perspectiva I)
Figura 2 – Unidade compacta com sistema de secagem e armazenagem. (Perspectiva II)
“Para se ter uma unidade enxuta propomos um projeto simples e funcional, objetivando economia, funcionalidade e flexibilidade”
Figura 3 – Comportamento da secagem estacionária (a), e secagem com mesclagem da massa de grãos. (b) A)
zenagem) com possibilidade de ampliação no decorrer dos anos. Uma unidade tida como compacta caracteriza-se pela utilização de um sistema secador armazenador, ou seja, um equipamento que exerce a função de secar e/ ou armazenar. Esse modelo de unidade flexível é possível, conforme Figura 1 e Figura 2 e consta de uma moega de recebimento, elevadores (dois), correia transportadora, pré-limpeza e uma unidade armazenadora secadora. A seguir detalharemos o funcionamento se um sistema armazenador secador (Starsec), utilizado na unidade proposta, porém primeiramente devemos esclarecer alguns pontos, sobre a secagem nesse sistema e a secagem em silos secadores. Secagem em silo secador trata-se de uma secagem ocasionada pelo alto fluxo de ar empregado no processo de aeração, onde no manejo emprega-se o uso de um ventilador centrífugo de elevada vazão. O sistema aqui proposto (armazenador secador) diferencia-se dos silos secadores convencionais por possuir três características específicas junto ao silo: primeira, é um silo com piso totalmente perfurado, ou seja, ar atingindo 100% dos grãos ou sementes. Segunda é equipado com um sistema ventilador aquecedor, e, terceira, possui um sistema de revolvimento de grãos que permite a secagem com homogeneidade. Além de se tratar de uma unidade enxuta, esse sistema de secagem proporciona a
B)
Tabela 1 – Secagem através de sistema silo secador com mesclador (Starsec) modelo 36 06 Umidade Umidade Temp. Temp. UR. Ar Rendimento Total de Entrada (%) Saída (%) Amb. Secagem (%) (ton/h) Horas 22,0 14,0 300C 45 0C 65 2,6 257,9 21,0 14,0 300C 450C 65 2,9 227,0 20,0 14,0 300C 450C 65 3,4 197,1 19,0 14,0 300C 450C 65 4,0 108,0 18,0 14,0 300C 450C 65 4,9 133,0 17,0 14,0 300C 450C 65 6,5 102,6 16,0 14,0 300C 450C 65 9,5 69,5 15,0 14,0 300C 450C 65 18,9 35,1 14,5 14,0 300C 450C 65 19,0 34,9
eliminação de um agravante das práti- * Especificações aferidas para o grão milho Casos de utilização desse sistema de secagem podem ser verificados em situações convencionais, cas de aeração que é à frente de secagem. ou em casos específicos, na secagem de sementes em produtos como feijão e milho pipoca, em Frente de secagem nada mais é do que a propriedades, dos estados do RS, GO, SC, MG,MS. primeira camada a receber o ar, sofrendo geralmente uma sobresecagem, o que ocasi- mentação humana como é o caso de arroz e feijão, que podem ter as características físiona perdas econômicas na comercialização. O diferencial portanto reside no fato desse cas de cocção (cozimento), modificadas se sistema de ventilação insuflar ar corrigido, secados fora das condições adequadas. A homogeneidade proporcionada pelo com características higroscópicas desejadas através de um sistema ventilador queimador, sistema de revolvimento (Figura 3a e 3b), que além da correção ainda proporciona uma ocorre pelo processo de intransilagem denhomogeneidade de secagem através de um tro do sistema. A grande vantagem do revolvimento reside no aumento do espaço interssistema mesclador de grãos. O cuidado com a secagem, principalmen- ticial (espaço entre os grãos), diminuindo a te a homogeneidade é um fator determinan- pressão estática, facilitando o fluxo de ar por te, principalmente em grãos destinados à ali- todos os pontos da massa de grãos. Figura 4 – Componentes de um sistema armazenador secador
Figura 5 – Ampliação do fluxo de secagem através de upgrade do secador
Tabela 2 – Modelos de sistema armazenador secador. (Brasil) Diâmetro Altura corpo (m) 5,48 6,40 7,31 9,14 10,97 10,97 10,97
6,73 6,73 6,73 6,73 6,73 6,73 6,73
Capacidade Armazenagem (sacos) (ton.) 1700 102 2300 138 3000 180 4700 282 6760 405 6760 405 6760 405
Capacidade Secagem (ton/h) (ton/dia) 1,78 40 2,15 51 2,68 67 3,72 89 4,75 114 4,75 114 4,75 114
Caracol Ventil. Umid. inicial Umid. Final (No) (HP) (%) 2 10 22 14 2 10 22 14 3 20 22 14 3 20 22 14 3 25 22 14 4 25 22 14 6 25 22 14
* Especificações aferidas para o grão milho.
fluxo aumenta dos 4,75 t/h para até 55 t/h (milho-baixando cinco pontos) A transformação do sistema starsec em um secador de topo, é feita através da adequação de uma câmara de secagem superior. Essa câmara pode ser instalada em modelos de silos ou secadores de 5,48 a 10,97 m. Lembramos que essa possibilidade é válida para linha de silos GSI, que já estão previamente calculados para receber os esforços advindos do telhado de secagem. “Para outros modelos é possível desde que analisado o diagrama de chapas do corpo do silo.” A previsão de ampliação futura em unidades armazenadoras deve ser planejada nos projetos preliminares para que a ampliação de fluxos de entrada, saída e o aumento do fluxo de secagem, não fiquem limitados ao subdimensionamento de tú-
Quanto às características técnicas de funcionamento do sistema starsec, as taxas de secagem (rendimento) encontram-se especificadas (Tabela 1) seguindo características ambientais pré-definidas. Os rendimentos foram tomados, considerando o corpo do secador completo, portanto variam dependendo da quantidade de produto no secador e das condições ambientais no momento da secagem.
FLUXO DE SECAGEM DA UNIDADE Com o passar dos anos há necessidades de incrementar a capacidade de armazenamento e aumentar o fluxo de secagem da unidade. Uma opção de ampliação nesse modelo de secador é aumentar a capacidade de secagem do próprio secador. Desde que planejado o upgrade da unidade através da transformação de um secador modelo starsec em um secador de topo. No sistema aqui proposto o upgrade da unidade passa pela transformação de um silo secador modelo 36 06 anéis para um secador de topo, apenas com a mudança de estrutura do telhado. O Unidade com secador top dry e armazenadores
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GSI
Componentes: 1. Cintas de nivelamento (3 un.) 2. Pilares de sustentação. 3. Sensores de enchimento da câmara. 4. Sensores de temperatura (3 un.) 5. Difusores de ar 6. Anel de reforço central 7. Chapas de piso da câmara 8. Placas de descarga 9. Vigas de suporte do piso da câmara 10. Conexão viga C, com corpo secador 11. Calhas de descarga 12. Coletor de amostras.
neis e poços de elevadores. Da mesma forma a inclusão de mais máquinas de limpeza para ampliação do fluxo deve ser prevista no projeto para aumento no fluxo de unidades. O modelo proposto é um caso específico de secadores cilíndricos. Salientamos que upgrade em secadores contínuos de configuração tradicional também é possível através da inserção de mais módulos, aumento de vazão de ar etc. A ampliação de fluxos, manejo em secadores de diferentes modelos, os princípios de funcionamento de secadores e manejo destes, o processo de retirada de umidade do grão sem dano, serão abordados em outra oporM tunidade. Clóvis Priebe Bervald, GSI
MF32
Acima da média Testamos a MF 32 antes mesmo dela chegar às revendas. O modelo, que veio para preencher a lacuna entre a 5650 e a recente MF 34, mostrou que apesar de ter tamanho médio, seu desempenho é de máquina grande
R
ecebemos o convite da Revista Cultivar Máquinas para um test drive com o novo lançamento nacional da Massey Ferguson em máquinas de colheita, a MF 32. Já sabíamos da existência de uma présérie trabalhando pelo Brasil e por outros países da América do Sul, mas ainda não tínhamos contato com a máquina, nem conhecíamos suas características e intuímos encontrar uma miniatura da MF 34, compondo mais um modelo da família Massey Ferguson. A máquina que testamos tinha pneus radiais, 28LR26 tubeless na dianteira e 16.0/70-20 na traseira, que foram postos por pedido exclusivo do produtor que acredita que traga vantagem na redução de vibrações, coisa que incomoda em qualquer máquina que utilize pneus diagonais. Mas este tipo de pneu não é de série nesta máquina e nem consta na lista de opcionais. Este modelo é uma reunião de características de duas linhas, a da antiga e eficiente 5650 e a recente 34. É uma máquina que entra para preencher uma lacuna, ou seja, superar a barreira dos limites tecnológicos da 5650 oferecendo uma máquina com alta capacidade de produção (t/h) para disputar espaço com as concorrentes da sua classe (Classe 4). A 5650 segue como opção, sendo uma
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máquina mais simples, mais barata. Esta máquina está dirigida ao mercado que exige mais tecnologia, como a que está presente no Datavision II e em outros itens, e principalmente nos chamou a atenção, as características inovadoras em separação, pois a máquina embora não tenha crescido em volume, teve um crescimento em comprimento, o que refletiu em maior área de saca-palha e peneiras. O motor é um SISU, modelo 620 DS de 6600 cm³, com potência de 200 cv a 2200 rpm. O tanque de combustível é de 470 o que confere uma boa autonomia. O motor, por sinal foi um dos itens que testamos com maior intensidade, au-
mentando a velocidade na operação para vê-lo “sofrer” e mesmo assim ele permanecia bastante regular no funcionamento, caindo muito pouco de rotação e mantendo perdas na escala baixa, como nos apresentava o painel eletrônico, sensível ao toque. Para auxiliar a melhor utilização da potência hidráulica a máquina conta com sistema sensor de carga que devolve para o depósito o óleo que não está sendo utilizado. Na maioria das máquinas este sistema é aberto fazendo circular uma grande quantidade de óleo, sem necessidade. A transmissão é hidrostática de três marchas com variador de velocidade acionado por um joystick onde diversas fun-
Sistema de dupla cascata utilizado nas peneiras auxilia na limpeza do grão e aumenta o rendimento e a capacidade operacional da máquina
A máquina MF 32 está equipada com cinco sacapalhas, mais compridos que os outros modelos, sendo mais eficiente na separação
“Para auxiliar a melhor utilização da potência hidráulica a máquina conta com sistema sensor de carga que devolve para o depósito o óleo que não está sendo utilizado” Fotos Charles Echer
ções podem ser acionadas sem a necessidade de acesso secundário ao painel de comandos. Como em todas as máquinas deste porte e categoria, o posto do operador é cabinado com eficiente sistema de climatização, que em nada lembrava o clima quente lá de fora. Pequenos sinais de modificações da plataforma do sistema automático se ouviam dentro da cabina. O acesso ao posto de operação e ao local de manutenção de serviço feito por escadas bem projetadas é fácil. Como curiosidade, vimos um inovador sistema de escamoteamento da tomada de ar, que facilita o acesso da máquina ao local de armazenamento, reduzindo a sua altura total. Aliás, é quase inevitável a atração dentro da cabina para o painel do Datavision II ®, colocado na lateral direita em que o operador pode ver instantaneamente os dados da sua colheita, como área, tempo, capacidade de produção, velocidade, monitoramento de componentes etc. Este sistema é evolucionado do an-
O produtor notou na hora da descarga que a máquina tinha maior produtividade
terior e chama-se Datavision II, diferente do Fieldstar, que possibilita o uso de agricultura de precisão, que é item opcional nesta máquina. O modelo que testamos equipado com uma plataforma de 20 pés, ou 6,1 metros, a maior das opções disponíveis para o modelo, que ainda pode vir com 16 e 18 pés. Neste item inclusive, logo que come-
Muito interessante o sistema que permite escamotear o filtro de ar, sem desconectá-lo. A altura total da máquina reduz consideravelmente para o armazenamento
çamos a tomar impressões do agricultor, ele deixou claro que a queria agora com 23 pés, pois, pela sua avaliação, poderia trabalhar com esta largura sem problemas, porque nenhuma das condições de “embuchamento” havia provocado problemas, já que a máquina processa bem a soja que ele havia colhido. Também havia satisfação pelo produtor, na questão de altura de corte, pois o sistema de autonivelamento, o controle de altura de corte e o controle de altura de plataforma funcionam satisfatoriamente. O molinete tem acionamento hidráulico, com sincronismo de velocidade de deslocamento e rotação automática. Este modelo de máquina também está sendo testado no arroz, pois suas características de baixo peso e fácil operação, Excelentes acessos para as áreas de manutenção incentivam que o agricultor realize inspeções e antecipe decisões
A MF 32 testada já está na sua segunda safra nos 500 hectares da fazenda em XV de Novembro (RS)
Por características da cultura, infestação de insetos e a seca, ocorre desuniformidade de umidade na planta. A máquina deve ser capaz de trabalhar nestas condições
resultam em alto rendimento e capacidade de produção. A nova MF 32 vem equipada com uma plataforma flexível Powerflex com as seguintes características: controle automático da altura, sistema de nivelamento automático, deslizadores plásticos para as sapatas flexíveis, pontões divisores laterais longos e controle automático da velocidade do molinete. Os controles automáticos são comandados pelo sistema Datavision II, onde o operador calibra as funções de controle da plataforma e faz o ajuste operacional. Inúmeras são as vantagens do novo modelo as quais podemos obter durante a colheita como, por exemplo, as sapatas flexíveis que faz com que a plataforma acompanhe as ondulações do terreno permitindo um corte mais baixo; o molinete apresenta movimento vertical comum às demais plataformas, mas com um diferencial de poder realizar um movimento para frente e para traz comandado eletro-hidraulicamente da cabina. Assim como a velocidade de rotação do molinete, que varia conforme a velo-
cidade de deslocamento da máquina, feita automaticamente pela presença de sensores e determinada em função do tipo de cultura e das condições de colheita, conferindo maior comodidade ao operador. O nivelamento automático permite que a plataforma acompanhe as irregularidades do terreno mediante a inclinação lateral em até 8° para ambos os lados em relação à máquina, a uma altura pré-determinada em toda a sua extensão permitindo um corte uniforme e um melhor recolhimento em relação às demais quando operando em terrenos inclinados, o que diminui as perdas. Uma outra regulagem pode ser feita na barra de corte, a qual permite ajustar o ângulo de corte em 5° na vertical objetivando diminuir a altura de corte, sendo uma opção a mais para cultivares que apresentam a inserção da primeira vagem muito baixa. Além das vantagens operacionais, há uma preocupação crescente com a segurança, e a plataforma da MF 32 possui um sistema de proteção para correias, polias e demais componentes com o ob-
jetivo de evitar acidentes, não permitindo que as partes em movimento fiquem expostas. O cilindro de trilha utiliza o sistema Maxitorque II que permite maior carga sobre as correias, resultando maior aderência às polias e conseqüentemente menor patinamento. O cilindro de trilha também é maior que o da 5650 (600 mm contra 560 mm). Manteve-se o sistema O novo modelo estará disponível a partir de maio. Esta máquina faz parte de uma pré-série de 20 máquinas que estão trabalhando no Brasil e países da América
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“Este modelo de máquina também está sendo testado no arroz, pois suas características de baixo peso e fácil operação, resultam em alto rendimento e capacidade de produção” Fotos Charles Echer
O CAMPO DE PROVAS
O
teste com a MF 32 foi realizado na localidade de Esquina São Carlos, no distrito de Pinheirinho, município de Ibirubá, centro-norte do estado do Rio Grande do Sul. Para sermos mais exatos, na propriedade de Jorge Franken, agricultor experimentado e que foi um dos que adquiriram uma das máquinas da pré-série. Por sinal, este conjunto de vinte máquinas foi vendido a diferentes agricultores em um sistema bastante criativo, que depende de uma confiança mútua entre empresário e o fabricante. E isto, de ambas as partes ficou claro que havia de sobra. Franken é cliente antigo da marca e dispõe de outra colhedora e tratores da marca. A aquisição é feita com proteção de um contrato em que o fabricante se compromete a adicionar à máquina entregue, todos os itens que tenham sido modificados, fruto da evolução para o sistema de separação rotativa, que sabíamos existir neste novo modelo. Frustramos-nos, pois para soja é opcional e não equipava a máquina do test drive. Para o arroz é item de série. Constitui-se de um rotor posicionado transversalmente atrás do cilindro. Este sistema é muito importante para a colheita com maior umidade. Na soja é comum ter-se ponto ótimo de colheita na vagem e a haste ainda verde com excessiva umida-
do projeto. Afinal, são vinte usuários, com sistemas diferentes, proporcionando informação aos diferentes departamentos da empresa fabricante e que, em muitos casos, geram novas idéias e conseqüentemente, modificações do projeto. Colaboraram para a evolução deste modelo, agricultores do Brasil, Argentina e Bolívia.
João e Jorge Franken
de para a operação. A limpeza é feita com um sistema de dupla cascata, isto é, dois degraus, um no princípio e outro já na bandeja intermediária. Quando o fluxo de massa cai na primeira cascata, recebe um jato de ar. O mesmo acontece quando a massa restante cai na segunda cascata. O interessante neste sistema é que há uma grande separação da palha dos grãos já neste estágio, não sobrecarregando as
de alta inércia do conjunto, como na MF 34. O côncavo tem 0,8 m² de superfície com 11 barras e um ângulo de envolvimento de 117 graus. Como dissemos, os cinco saca-palhas são mais compridos, sendo 50 cm maior que as duas irmãs 34 e 38, com 4950 mm e 241 mm de largura cada, o que lhe confere maior eficiência na separação. Tínhamos uma expectativa criada A plataforma de 20 pés é básica no sistema, mas pelo rendimento da máquina poderá utilizar uma plataforma de 23 pés sem problemas
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Fotos Charles Echer
Acesso fácil para manutenção em diversos pontos da máquina
peneiras. Isto confere para a colhedora, mesmo colhendo em velocidades maiores, uma alta capacidade de limpeza. Além disso, as peneiras superiores possuem quatro divisores longitudinais, que para condições de relevo inclinado, não sobrecarregam apenas uma parte lateral da peneira. O sistema de ventilação é outro ponto que nos chamou a atenção, pois apresenta fluxo transversal de ar, diferente do radial utilizado nas duas 34 e 38. Este tipo de ventilador distribui melhor o fluxo de ar no sistema, aumentando a eficiência da limpeza. Antes de irmos para o campo operar a máquina, perguntamos ao proprietário da máquina testada, Jorge Franken, qual era a sua opinião sobre a máquina e ouvimos um lacônico: “muito boa”. Sobre os pontos positivos marcantes ele mencionou a transmissão hidrostática, a boa produtividade e as reduzidas perdas. E, ainda insistiu que, em sua opinião, a fábrica deveria lançar, pelo menos como opcional, a possibilidade de plataforma de 23 pés, pois crê que poderia utilizar
A equipe de avaliação do Núcleo de Ensaios de Máquinas Agrícolas: Gismael Perin, José Fernando Schlosser, Reges Durigon e Alexandre Russini
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sem problemas, devido à alta capacidade de processamento da máquina. O fabricante informa que vê com bons olhos a possibilidade de oferecer esta alternativa de plataforma sob consulta para aqueles clientes em que há esta possibilidade e que não tenham problemas de sobrecarga do sistema de trilha, separação e limpeza. O produtor estima que, em relação a sua outra colhedora, uma 5650, seminova, a produtividade tenha superado os 50%, pois ela consegue aumentar a velocidade de operação, sem aumentar as perdas de grãos. Por
sinal, o ele ressalta como pontos importantes em uma máquina, considerando as suas condições particulares, que ela possa ser transportada entre propriedades sem a necessidade de retirar-se a plataforma, passando sem problemas por pontes, porteiras etc. Assim uma máquina estreita de bitola é a ideal. Também não deixou de elogiar o sistema de ventilação e as peneiras. Como ponto negativo, crê que um sensor de rendimento, que lhe permita montar mapas de produtividade é algo necessário, ao lado do Datavision II. Uma máquina com alto rendimento operacional permite ao agricultor trabalhar com menores jornadas, aproveitando os momentos em que a umidade está ideal. Por isso, na sua propriedade só se colhe das 12 horas às 18 horas. Durante o teste, colhemos as velocidades entre 4,7 km/h e 5,6 km/h com rotação de motor em torno de 2200 rpm, e rotação M de cilindro entre 520 e 550 rpm. José Fernando Schlosser, Gismael Perin, Reges Durigon e Alexandre Russini, UFSM
plataformas
Fotos GTS
Multifunções Plataformas para colheita de milho podem ser adaptadas para colher girassol e mamona. Kits disponíveis no mercado permitem a utilização do mesmo implemento para a colheita de mais de uma cultura
C
om crescente demanda de matéria-prima para produção de biodiesel, novas culturas estão sendo inseridas ou ampliadas na agricultura brasileira, como é o caso do girassol e da mamona. Para a sua produção, algumas máquinas específicas são necessárias, em alguns casos, ou adaptações devem ser feitas em implementos convencionais. Para colheita de girassol e mamona, por exemplo, kits com acessórios para adaptação em plataformas de milho, já estão disponíveis no mercado. A GTS do Brasil, que desenvolve e comercializa plataformas de milho, oferece também dois kits de acessórios para serem adaptados em seus implementos. Os kits foram desenvolvidos para melhor performance nas colheitas de girassol e mamona, realizando simples mudanças na plataforma original para milho.
dos recolhedores, além da troca das engrenagens dianteiras esticadoras maiores. Deve-se também incluir uma chapa de fechamento nas mesas possuindo uma contrafaca no meio para impedir que a flor caia no meio das mesas recolhedoras. O flange esticador e os guias esticadores também devem ser trocados.
KIT DE MAMONA Para a colheita de mamona, deve-se trocar as correntes com adendo por correntes com escovas nas pontas. Pode-se colher com os bicos em posição normal ou com bicos invertidos com as pontas para cima. O sistema de colheita com os kits de acessórios para mamona e girassol é o mesmo que o sistema de colheita de milho. Poucas são as alterações de peças para instalação do kit para seu devido funcionamento, mas alguns cuidados devem ser tomados.
KIT DE GIRASSOL Para a colheita de girassol, é necessário a troca de correntes com número maior de aden-
CUIDADOS Como em qualquer outro procedimento de manutenção ou regulagem de implementos, somente pessoas com o completo conhecimento do conjunto plataforma-colheitadeira devem operar os mesmos e fazer reparos nos componentes e conjuntos com máxima segurança. O motor da colheitadeira deve estar sem-
Plataforma com o kit de escovas instalado. É possível colher com os bicos em posição normal ou invertida, com pontas para cima
Um kit de correntes de escovas, para colheita de mamona, pode ser facilmente instalado no lugar das correntes com adendo
pre desligado e o freio de estacionamento ser acionado sempre que precisar fazer alguma regulagem ou outro procedimento na plataforma. Certifique-se que não foram deixadas ferramentas no interior ou sobre a plataforma. Utilize velocidade adequada durante a colheita, transporte e manobras com a plataforma. Velocidades elevadas poderão causar danos aos componentes, peças e conjuntos e ainda colocarem em risco a vida de pessoas e animais. Antes de qualquer atitude, leia atentamente o manual de operação e siga as advertências fixadas na plataforma.
MANUTENÇÃO Antes de iniciar a operação de colheita, deve-se realizar a manutenção, fazendo um reparo geral. Verifique pinos e aperto dos parafusos fixadores de todos os mancais e das peças de engate da plataforma para que se evite possíveis danos em elementos móveis, e faça uma limpeza criteriosa da plataforma. Não esqueça também de ajustar as tensões, alinhar e lubrificar os correntes recolhedores e de transmissão. Após término da safra, deverá ser feita uma limpeza completa da plataforma, com remoção dos restos de inços e pó, que atraem umidade e podem provocar corrosão em algumas peças. Se o kit for devidamente instalado e a manutenção for feita regularmente, é possível colher mamona e girassol com plataformas de M milho sem perdas ou problemas.
Na hora de controlar a ferrugem, por exemplo, geralmente são utilizadas pontas que produzam gotas menores
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perdas
Fotos John Deere
De grão em grão
Resultados mostram que a regulagem dos diversos mecanismos da colhedora diminui as perdas na colheita em até uma saca por hectare, e que a partir do sexto ano, as máquinas geralmente começam a perder em eficiência
O
crescimento da mecanização agrícola aliado às novas tecnologias permitiram a expansão das áreas cultivadas tornando o Brasil competitivo no mercado internacional. Na colheita mecanizada, dentre elas a de soja, deve-se estar preocupado com as perdas, devido ser essa a última etapa do processo de cultivo. As perdas de maneira geral podem ser parcialmente evitadas, tomando-se uma série de cuidados como: monitoramento rigoroso da velocidade de trabalho da colhedora, aferição regular dos mecanismos de trilha, limpeza e separação. Existem diversos tipos de perdas, dentre elas, pode-se citar: perdas na pré-colheita que são sementes livres (soltas), dentro das vagens existentes sobre o solo antes da operação da colheita; portanto, na colheita atrasada é de se esperar o aumento dessa perda em razão de grãos e plantas caídas que não podem ser recuperadas pela plataforma de corte; as perdas na plataforma, que ocorrem em função da altura de corte, da velocidade do molinete, do posicionamento do molinete (avançado ou recuado), e da velocidade da máquina; perdas internas devido aos sistemas de trilha, separação e limpeza e por fim as perdas totais que são o conjunto de todas as relacionadas anteriormente. Outro parâmetro que condiciona o nível de perdas é o fluxo de massa no interior da má-
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quina, fazendo com que a separação e limpeza do produto sejam feitas de maneira correta diminuindo as perdas e a quebra de grãos, quando existe um menor fluxo. Dentre as colhedoras existentes no mercado elas podem apresentar um menor ou maior nível de perda em relação à idade, sendo que as de zero a cinco anos, apresentam perdas menores, àquelas com mais de seis anos; e as máquinas com sistema de trilha axial apresentaram menores perdas em relação àquelas com sistema de trilha radial (Silva et al., 2004). As perdas na colheita mecanizada de soja podem variar desde valores de 62 kg/ha de perdas, até mais de 120 kg/ha principalmente para as colhedoras entre seis e dez anos de uso. As perdas durante a colheita mecanizada chegam a ultrapassar duas sacas por hectare, mas o referencial de tolerância é de apenas uma saca por hectare, assim, Mesquita & Hanna (1993) afirmam que é possível reduzir as perdas em ate 80% com efetuação correta das regulagens da plataforma de corte e da velocidade.
DETERMINAÇÕES Foi avaliada a colheita mecanizada na região de Jaboticabal (SP), com altitude média de 559 m, declividade média de 4%, em área de aproximadamente 1,5 ha, sob Latossolo Vermelho com a cultivar Monsoy 5942. Utilizan-
do-se a colhedora da marca SLC (John Deere), modelo 1165, ano 1997/1998, com potência de 103 kW (140 cv), com plataforma de soja de 3,8 m, dotada de trilha radial rotação de 350 rpm e com velocidade de 4 km/h. Nessas condições fizeram as seguintes determinações: massa de material não grão - MOG (Mather Other Grain), fluxo total de alimentação na colhedora, os fluxos de MOG e de grãos na colhedora. Os dados de perdas na colheita foram coletados utilizando a metodologia do copo medidor graduado desenvolvida por Mesquita et al. (1982), citada por Mesquita et al. (2001). Com o intuito de comparação, foram mensuradas as perdas de soja, em massa, obtidas pela secagem e pesagem, com seus valores corrigidos para 13% de umidade, em relação ao copo medidor. Assim atribuiu-se um erro de medida entre os métodos diretos (copo medidor) e indireto (massa), calculado pela diferença entre ambos e dividindo o resultado pelo maior valor, querendo o resultado em porcentagem, multiplicou o resultado por cem. Com o valor em massa das perdas, relacionou-se as mesmas com a produtividade, obtendo assim um referencial em porcentagem.
RESULTADOS Analisando o fluxo de MOG na Figura 1, constata-se que ocorre o aumento de fluxo
“Na colheita mecanizada, dentre elas a de soja, deve-se estar preocupado com as perdas, devido ser essa a última etapa do processo de cultivo”
Figura 1 - Fluxo de MOG na colhedora
Figura 2 - Fluxo de grãos na colhedora
Figura 3 - Fluxo total na colhedora
quando se incrementa a quantidade de plantas por metro, e de maneira geral não existe diferença entre as profundidades de semeadura na composição do fluxo de MOG. Assim densidades de semeadura acima de 17 plantas por metro incidem sobre um maior fluxo (1,7 kg/s), que é prejudicial à colheita, pois como mencionado resulta em maiores perdas. Analisando a superfície do gráfico da Figura 2 pode-se inferir que existe uma faixa de maiores valores de fluxo acima da densidade de semeadura de 17 plantas por metro, que abrange a profundidade de 11 cm, enquanto que nas profundidades de 14 e 17 cm, os maiores fluxos se encontram entre as densidades de semeadura de 18 e 19 plantas por metro. Na Figura 3 é apresentado o fluxo total na colhedora, que apresentou resultados que expressam maiores fluxos no intervalo entre as densidades de semeadura de 17 a 20 plantas por metro, que abrange as profundidades de deposição do adubo de 11 a 14 cm. A profundidade de deposição do adubo de 17 cm apresentou também maiores valores de fluxo total, no entanto ficou restrito ao intervalo de 18 a
19 plantas por metro. Observando os resultados dos altos valores de fluxo total (> 4,9 kg/s), pode-se confirmar que a quantidade de massa dentro da máquina foi elevada, quando comparada à Ferreira (2006), que encontrou valores de 2,0 kg/s, essa diferença pode-se ser explicada pela grande quantidade de massa produzida por essa cultivar. Outra explicação seria a grande presença de plantas daninhas que faz elevar significativamente a quantidade de material a compor o fluxo da colhedora. Na Tabela 1 são apresentadas as perdas totais obtidas após a colheita mecanizada da soja, e essas não foram influenciadas pelas densidades de semeadura e profundidade de deposição do adubo. As perdas foram altas se comparadas com o limite tolerável de 60 kg/ha para a cultura da soja, sendo uma das razões a colhedora apresentava sistema radial de trilha, outro motivo seria a idade da colhedora, pois as mais velhas tendem a apresentar maiores perdas. Observa-se que a porcentagem de perdas em relação à produção obtida não foi afetada pelos tratamentos.
Comparando os métodos de determinação das perdas, observa-se que o método do copo medidor apresentou perdas superiores em todos os tratamentos, apresentando perdas acima de 10%, como pode ser verificado pelo Erro. Portanto a utilização de colhedoras mais antigas, aliada à grande quantidade de plantas daninhas na área pode elevar significativamente as perdas. Também se pode inferir que a maior quantidade de plantas por metro aumenta o fluxo de material dentro da colhedora, que pode ser um motivo para o aumento das perdas. Como foi mencionado o aumento da quantidade de plantas por metro, para a cultura da soja não se justifica, pois ela compensa essa variação, não alterando a produtividade. O uso de profundidade de adubo maior que 11 cm não se justifica pois não acarreta no aumento da produtividade e por sua vez exige mais do trator na semeadura, aumentando o consumo M de combustível. Jorge Wilson Cortez, Carlos Eduardo Angeli Furlani, Rouverson Pereira da Silva, Danilo César Checchio Grotta e Gustavo Naves dos Reis, Unesp - Jaboticabal Tabela 1 - Síntese da análise de variância para perdas após a colheita Fatores 15 16 20 11 14 17
Perdas calculadas Copo medidor (kg/ha) (%) (kg/ha) Densidade 120 a 1,7 a 132 a 96 a 1,5 a 102 a 150 a 2,1 a 174 a Profundidade (cm) 132 a 2,0 a 144 a 132 a 1,8 a 150 a 102 a 1,5 a 120 a
Erro (%) 10,3 a 11,9 a 12,5 a 10,8 a 13,7 a 10,0 a
Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si.
Para minimizar as perdas é necessário monitoramento rigoroso da velocidade de trabalho, aferição regular dos mecanismos de trilha, limpeza e separação
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eletrostática
AGCO
Gotas elétricas
O uso das cargas eletrostáticas na pulverização é uma excelente alternativa para diminuir derivas e aumentar a deposição correta. Entre as principais desvantagens está o alto custo do sistema
A
s pesquisas em tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas têm aumentado de forma significativa nestes últimos tempos, no Brasil e em todo mundo. Os esforços têm se concentrado em desenvolvimento e aperfeiçoamento de técnicas já existentes como, por exemplo, assistência de ar na barra de pulverização, indução de ar em pontas de pulverização, eletrificação de gotas e aplicação a taxas variadas. Todas essas inovações visam um aumento da eficiência e eficácia dos defensivos, maior rendimento e capacidade operacional das máquinas, menor contaminação do ambiente e menor nível de resíduos nos produtos. A deposição de produtos é influenciada pelas características dos pulverizadores, condições meteorológicas (vento, temperatura, umidade relativa do ar), arquitetura da planta e características morfológicas das plantas (pilosidade, cerosidade etc), bem como do espectro e população das gotas. Para aumentar a deposição e diminuir as perdas de defensivos agrícolas, são empregadas alternativas tais como: alterações no volume de aplicação, formulação do produto, tipos de pontas, uso de adjuvantes, uso de sistema de pul-
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verização com carga eletrostática, entre outros. A deriva ou o desvio da trajetória de partículas ou gotas formadas durante a pulverização que não atingem o alvo, constitui uma das principais causas de perdas de defensivos acarretando não só prejuízos financeiros ao produtor e ao ambiente, mas também podendo ocasionar danos às lavouras próximas e à saúde humana. Vários estudos têm demonstrado que o emprego de gotas menores proporciona melhores resultados no controle de problemas fitossanitários. Portanto, gotas muito pequenas, que adquirem pouca energia cinética estão sujeitas a forças que desviam sua trajetória até o alvo, tais como as forças de inércia, força peso e a força do vento. É justamente em gotas de me-
nores tamanhos, que a indução de cargas eletrostáticas podem ser favoráveis nas deposições das pulverizações. Segundo alguns autores, de 60 a 70% dos defensivos usados não atingem o alvo. Essa porcentagem que não atinge o alvo, acaba indo para o solo ou evaporando, contribuindo de maneira bastante significativa para a contaminação ambiental. O emprego da pulverização eletrostática permite a correta deposição de produtos em determinados locais dentro das plantas, onde os sistemas convencionais, usando a gravidade e a inércia das gotas não são eficientes. O princípio da pulverização eletrostática baseia-se em duas leis básicas, sendo a primeira: cargas de polaridades opostas se
Figura 1 – Esquema mostrando as forças entre as partículas com cargas opostas (atração) e com cargas iguais (repulsão) . Fonte: Spectrum
Figura 2- Molécula de água em estado neutro, sem carga elétrica e Figura 3 – Molécula de água com carga negativa (esquerda) e molécula com carga positiva (direita). Fonte: Spectrum
atraem e semelhantes se repelem (Figura 1) e a segunda lei: a carga de um corpo carregado induzirá uma carga elétrica igual e oposta em algum outro corpo condutor aterrado próximo. A matéria pode ser considerada constituída de partículas elementares, algumas das quais são carregadas negativamente (elétrons), algumas carregadas positivamente (prótons) e algumas que estão em equilíbrio (nêutrons). Geralmente a matéria é neutra em seu estado natural (Figura 2), ou seja, a quantidade de cargas negativas é igual à quantidade de cargas positivas. Assim, para que um corpo fique carregado é necessário a adição ou remoção de elétrons.(Figura 3) Desse modo, a pulverização eletrostática consiste no carregamento das gotas com cargas positivas ou negativas, criando um campo elétrico e fazendo com que a gota não desvie de sua trajetória, entre o pulverizador e o alvo, sendo atraída pelo mesmo. A eletrificação das gotas pode ser feita com geradores de alta tensão, variando de 1.000 a 40.000 volts, e corrente na faixa de 300 a 600 microampères. No Brasil já existem equipamentos aéreos e terrestres, dotados de sistema eletrostático de pulverização.
Fotos Divulgação
Processos utilizados para eletrificação de gotas? A eficiência da pulverização eletrostática está diretamente relacionada ao processo usado para eletrificar a gota, que pode ser por efei-
Avião agrícola equipado com sistema eletrostático: menos deriva numa operação que produz bastante vento
to corona, indução com eletrificação direta ou indireta. Na eletrização por efeito corona, um eletrodo pontiagudo submetido a altas tensões ioniza o ar, e as cargas livres vão de encontro às gotas produzidas pelo bico, tornando-as eletricamente carregadas. Este processo só é eficiente em gotas com tamanhos inferiores a 20 µm. No processo de indução com eletrificação direta, a indução ocorre entre a planta e o jato de gotas mantido em alta tensão. Como não existe eletrodo de indução, a voltagem usada na eletrificação deve ser alta o suficiente para criação de um intenso campo elétrico entre o bico e a planta. Um ponto positivo deste sistema é falta da necessidade do eletrodo de indução, eliminando a necessidade de utilização de mecanismos para evitar a atração de gotas. Como não existe eletrodo de indução, a intensidade de carga das gotas será totalmente dependente da distância do bico de pulverização em relação à planta. Como o bico deverá passar a uma distância entre 30 e 50 cm das plantas, a voltagem necessária para eletrificação das gotas deverá ser superior a 30.000 volts e, neste caso, todo o circuito hidráulico ficará submetido à tensão de eletrificação de gotas. No processo de indução de cargas por eletrificação indireta, o líquido é mantido aterrado, com voltagem zero. As gotas adquirem cargas na presença de um campo eletrostático forComportamento das gotas carregadas eletricamente após a pulverização. Fonte: Eugênio Passos Schroder
Mauri e Ronaldo explicam o funcionamento do sistema de pulverização eletrostática
mado entre o eletrodo mantido em alta tensão e o jato de gotas. Neste processo de indução, as gotas adquirem cargas de sinal oposto ao eletrodo de indução, e devido ao potente campo eletrostático, elas são atraídas para o eletrodo de indução, molhando o mesmo e causando escorrimento. Devido ao molhamento do eletrodo de indução, o sistema entra em colapso e a eletrificação de gotas fica totalmente prejudicada. Devido a este problema, o sistema é mais usado em aeronaves agrícolas, onde a velocidade e o fluxo de ar evitam o molhamento do M eletrodo. Ronaldo Goulart Magno Júnior e Mauri Martins Teixeira, UFV
VANTAGENS E DESVANTAGENS
E
ntre as principais vantagens da pulverização eletrostática, podese afirmar que estão a redução da deriva, menor contaminação do operador, no caso de pulverizadores costais, melhor deposição, atingindo também a parte inferior das folhas, menor escorrimento de produto para o solo, possibilidade de redução de volume de calda, aumentando o rendimento operacional do equipamento, sem afetar o efeito biológico do defensivo e geração de gotas menores, aumentando o controle fitossanitário. Apesar do alto custo e de falta de pesquisa na área, uma das grandes desvantagens é a dificuldade de eletrificar caldas oleosas de alta viscosidade. De acordo com alguns autores, a dificuldade em eletrificar caldas oleosas, está no fato de que, ao contrário da molécula de água, a molécula de calda oleosa é apolar, ou seja, o balanço de suas cargas se dá no centro da molécula, dificultando o processo de adição ou retirada de elétrons.
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passo a passo
Hora do descanso Mesmo em períodos de inatividade o trator precisa receber manutenção para garantir que nenhum componente se deteriore
D
urante o ano, existem períodos em que o trator passa boa parte do tempo inativo, principalmente nos períodos entre a colheita e o plantio de novas culturas. Para que a máquina fique parada neste período, sem sofrer avarias, é necessário prepará-la seguindo alguns procedimentos. Basicamente, a conservação nesse período visa proteger o trator contra os agentes nocivos, como umidade, calor, frio, impurezas etc. Antes de qualquer coisa, é necessário
fazer uma lavagem rigorosa em todo o trator. Isto já o deixa livre de uma grande quantidade de resíduos causadores de oxidação das partes metálicas, bem como degradação de elementos não-metálicos como pintura, plásticos, instalação elétrica etc. A lavagem
Para paradas maiores que 30 dias, convém levantar e apoiar o trator, aliviando a pressão sobre as rodas
Realize o fechamento de saída do escape, do filtro de ar e tubo-respiro do motor.
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limpa todas as superfícies, o que evita a penetração de impurezas no interior dos compartimentos mecânicos e facilita o serviço. Aproveite também para realizar a limpeza de recipientes e funis utilizados para combustíveis e lubrificantes. Se a inatividade for maior que 30 dias, convém apoiar o peso do trator sobre calços reforçados e seguros. Retire a água do interior dos pneus e calibre-os com pressão inferior àquela recomendada para o trabalho. Caso o peso do trator incida sobre os pneus numa só posição por muito tempo, ocorre a deformação da banda de rodagem. Realize o fechamento de saída do escape, do filtro de ar e tubo-respiro do motor. É importante para impedir a penetração de insetos através destes pontos. Muitos insetos podem transportar resíduos para a confecção de ninhos, ao interior do motor, o que gera conseqüências desastrosas. Em embreagens com discos de material orgânico, é conveniente aplicar o pedal da embreagem até o final do primeiro estágio. Isto evita que o disco da transmissão cole no platô e volante. Ao desativar o trator, abasteça completamente o(s) tanque (s) de combustível, a fim de evitar a condensação da umidade e a conseqüente oxidação do interior do tanque e danos ao sistema de injeção. Se possível, abasteça os tanques com combustível especial para testes de bomba injetora. Faça o motor funcionar com este combustível alguns minutos. Além disso, proceda a lubrificação de todos os pinos graxeiros, com graxa recomendada pelo manual do operador, a fim de atender às especificações necessárias de cada máquina. Antes de realizar o procedimento, limpe os pinos e posteriormente bombeie a graxa até ela vazar pelas articula-
Aplique o pedal da embreagem até o final e trave-o. Isso evita que o disco cole no platô
“A lavagem limpa todas as superfícies, o que evita a penetração de impurezas no interior dos compartimentos mecânicos e facilita o serviço” Fotos Cultivar
Limpe adequadamente e lubrifique todos os pinos graxeiros
ções. Remova a bateria do trator, limpe-a perfeitamente e guarde-a em local seco, com nível de solução correto. Para remover a bateria, desconecte os terminais, começando sempre pelo negativo. Lave-a com água e sabão, limpe os bornes usando lixa ou escova de aço. Mensalmente, submeta-a a uma carga lenta, evitando a sulfatação das placas, que ocorre também por falta de carga. Se deixar a bateria no trator, remova o cabo negativo e execute também a carga periódica.
RETORNO AO TRABALHO Quando chegar a hora de colocar o tra-
Antes do retorno ao trabalho, lastre adequadamente os pneus dianteiros e traseiros, calibre-os com a pressão indicada no manual de operação e realize o teste de patinagem
tor no trabalho, novamente é hora de prestar um pouco de atenção em alguns procedimentos necessários. Comece removendo as proteções de escapamento, filtro e tubo-respiro, utilizadas para impedir a entrada de agentes nocivos. Revise o nível de água da bateria e reinstale-a, conectando primeiro o pólo positivo. Verifique o funcionamento das luzes do painel e comandos. Faça a calibragem e lastragem correta dos pneus. Caso não lembre da quantidade de contrapesos ou água necessária para a lastragem, consulte o manual do operador, para evitar danos no sistema de rodado ou provocar patinagens. Antes de dar a partida no motor, drene
o sedimentador e o filtro do combustível, a fim de retirar as impurezas como água ou outros líquidos que estarão depositados próximos ao dreno. Após, corte o fluxo de combustível, soltando o fio junto ao solenóide da bomba injetora. Isto permite girar o motor sem que entre em funcionamento, enquanto todas as partes receberão lubrificação evitando desgastes prematuros devido à ausência de óleo nas peças. Troque o óleo do motor e, se estiver próximo do período, também dos demais sistemas. Drene a água do radiador, faça uma lavagem interna do sistema de circulação de água quente. Após, reabasteça o sistema, utilizando inibidor de corrosão. Ligue novamente o fio do solenóide e dê a partida normalmente, certificando-se de que a luz de aviso de pressão não acenda no painel. Se esta luz permanecer acesa, desligue o motor imediatamente e verifique a causa. Acione o motor de partida durante dez segundos no máximo. Após estes procedimentos, faça um teste com os freios e seu trator estará pronto M novamente para voltar à ativa. Colaboração Cimma Ltda.
Desligue a bateria, lave-a e faça recargas mensalmente, quando a inatividade for grande
Antes de dar a partida, drene o filtro de combustível e o sedimentador
Verifique os filtros de ar e troque-os, caso seja necessário
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trilhas em florestas
Mata adentro Toyota
Cuidados básicos são importantes para evitar acidentes durante trilhas em mata fechada. Galhos de árvores, pedras e outros obstáculos escondidos entre a vegetação são armadilhas comuns nesse tipo de travessia
A
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pois a lona é muito sensível a pedaços pontiagudos de galhos e troncos de árvores. Outro cuidado importante que se deve ter é quando se tem antenas de rádio FM ou radiocomunicação. Uma boa idéia é recolhê-las ou retirá-las antes da trilha, quando possível, porque galhos mais fortes poderão entortá-las e até quebrá-las durante a travessia. Em trilhas fechadas a carroceria fica exposta a galhos e pedras, que poderão riscá-la ou até amassá-la em uma manobra infeliz, situação similar à enfrentada pelas capotas. Então faça o deslocamento com moderação, tendo tempo para frear e administrar a condução da melhor maneira.
João Roberto de Camargo Gaiotto, www.tecnica4x4.com.br
Fotos Técnica 4x4
ntes de colocar seu 4x4 em uma trilha por áreas de mata fechada, veja se é permitido circular na região com veículo motorizado. Também é importante ter em mente alguns procedimentos para evitar impactos ao meio ambiente, a você e ao seu utilitário. Estude a trilha desconhecida e procure saber se o solo é firme por baixo das folhas e galhos caídos pelo chão. Riachos ou erosões camuflados pela vegetação rasteira poderão encalhar o veículo caso ele deslize para fora da trilha. Olhe cuidadosamente os tocos pontiagudos de pequenas árvores, pois podem ter sido cortados ou quebrados há pouco tempo, o que poderá cortar os pneus, danificar a tubulação de freio, perfurar o tanque de combustível ou até o radiador. Mantenha as janelas fechadas durante a travessia, galhos próximos podem atingir você ou os passageiros. Acidentes envolvendo os olhos são comuns quando se deixam as janelas abertas, o que possibilita também a invasão de insetos, aranhas ou até cobras. Quando o seu carro estiver equipado com capota de lona, independente de ser na cabine ou apenas na carroceria, como é comum em pick-ups, redobre a sua atenção,
Após as devidas ressalvas é hora de botar o pé na estrada! Prepare o veículo engatando as rodas-livres, a tração 4x4 e o blocante, use a primeira ou segunda marcha reduzida de acordo com as possibilidades de trânsito. Cada trilha tem suas próprias peculiaridades e cabe a você determinar qual será a marcha ideal. Siga monitorando o terreno e a vegetação logo à frente. Ao ver obstáculos como troncos de árvores, pare, remova-os ou reboque-os para o lado da trilha utilizando o guincho ou as mãos. O mesmo vale para galhos e troncos que estiverem na altura do pára-brisa e do bagageiro. Não esqueça de usar luvas de couro nestas ocasiões! Dirija devagar, ficando atento aos obstáculos escondidos entre a vegetação, para frear a tempo e com segurança. Lembre-se também de manter o pé longe do pedal de embreagem e use as reduzidas para tracionar o veículo e também para freá-lo quando precisar reduzir a velocidade. O freio-motor é poderoso e deve ser usado sempre que precisar segurar o carro momentaneamente no meio da trilha. Basta aliviar o pé do acelerador que o carro praticamente pára, mas o motor não morre, dando tempo para escolher um novo trajeto e seguir adiante. Após o trecho, dê uma olhada por baixo do carro e tire pedaços de troncos e galhos que podem se enroscar na tubulação de freio e causar algum dano. Tire a lama acumulada no radiador para evitar sobreaquecimento M do motor. Boas trilhas!
Em trilhas fechadas, faça o deslocamento com moderação para evitar danos à carroceria e pneus
Após abordagens em terrenos barrentos, tire a lama do radiador, para evitar sobreaquecimento do motor