Maquinas 68

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Destaques Matéria de capa

Tratores especiais Saiba quais as principais categorias de tratores especiais existentes e as características de cada uma

Trabalho pesado

Ficha Técnica

Acompanhe o desempenho do trator Mistral 50 da Landini, testado pela Cultivar Máquinas nos terrenos acidentados da Serra Gaúcha

Conheça a colhedora CR 9060 da New Holland, a primeira axial da empresa com dois rotores

Índice

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Nossa Capa Charles Echer

Rodando por aí

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AGCO adquire a Sfil

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Pulverizadores pneumáticos

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Tratores especiais

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Ficha Técnica - Colhedora CR 9060

14

Test Drive - Mistral 50

18

Descargas elétricas em instalações

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Ficha Técnica - Pulverizador Jet Plus

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Colheita mecanizada de cana

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Lançamentos New Holland

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Técnica 4x4 - Blocante do diferencial

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Grupo Cultivar de Publicações Ltda.

www.cultivar.inf.br www.grupocultivar.com

Cultivar Máquinas Edição Nº 68 Ano VI - Outubro 2007 ISSN - 1676-0158

www.cultivar.inf.br cultivar@cultivar.inf.br Assinatura anual (11 edições*): R$ 119,00 (*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)

Números atrasados: R$ 15,00 Assinatura Internacional: US$ 80,00 EUROS 70,00

• Redação

Gilvan Quevedo Charles Echer • Revisão

Aline Partzsch de Almeida • Design Gráfico e Diagramação

Cristiano Ceia • Comercial

Pedro Batistin

Sedeli Feijó • Gerente de Circulação

• Impressão:

Kunde Indústrias Gráficas Ltda.

Cibele Costa • Assinaturas

Simone Lopes • Gerente de Assinaturas Externa

Raquel Marcos • Expedição

Dianferson Alves

NOSSOS TELEFONES: (53) • GERAL

• REDAÇÃO

3028.2000

3028.2060

• ASSINATURAS

• MARKETING

3028.2070

3028.2065

Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados podem solicitá-las à redação pelo e-mail: cultivar@cultivar.inf.br Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.


Chineses Representantes do Ministério da Agricultura da China visitaram recentemente a fábrica de colhedoras de cana da John Deere em Catalão, no estado de Goiás. Os chineses ouviram uma apresentação sobre as principais características tecnológicas da colhedora 3510, fabricada na unidade, fizeram vários questionamentos sobre a colheita mecanizada e percorreram a linha de produção. A visita ao Brasil visou contatos com empresas em busca de informações sobre a tecnologia de produção da cana-de-açúcar e de açúcar e álcool, incluindo a mecanização das lavouras canavieiras, que pretendem adotar na China.

Eduardo de Sousa Filho

Marketing Eduardo Guimarães de Sousa Filho foi promovido a gerente Marketing do Produto, sendo responsável por marketing do produto de Tratores para a marca Massey Ferguson. Formado em Agronomia, com mestrado na área de mecanização pela UFSM, Eduardo iniciou na empresa em outubro de 2002, na área de Engenharia de Vendas, passando em 2005 para especialista de Marketing em tratores agrícolas Massey Ferguson.

Francesco Pallaro

Otimismo

Prêmio O projeto “Gestão Sustentável de Recursos Hídricos: Reuso de Água” foi premiado na 5ª edição do Programa Benchmarking Ambiental Brasileiro. O projeto Reúso de Água foi implantado pela fabricante AGCO do Brasil na fábrica de tratores Massey Ferguson, em Canoas (RS), em 2005. O projeto Reuso de Água contribui para o uso racional e a conservação sustentável dos mananciais, buscando a utilização mínima de água nos processos produtivos e a máxima proteção ambiental com menor custo. Economicamente, o reuso da água representa uma economia de R$ 7.500,00 para a empresa ao mês.

Gerente 100%

Rubens Sandri

Nova casa Com a compra da Sfil pela AGCO, Rubens Sandri assumiu como gerente comercial para o Brasil e Exportação da Sfil. Até o momento, Sandri era gerente de Marketing do produto, na Massey Ferguson. “Estamos preparando a empresa para abastecer a Massey Ferguson e a Valtra do Brasil com nossos implementos projetados sob medida”, garante.

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O Encontro Internacional de Gerentes de Serviços de toda rede de concessionários Case IH, premiou os melhores gerentes de Serviços da marca, avaliados entre julho de 2006 e julho de 2007. A promoção “Gerente 100%” foi um dos pontos altos do encontro que contou com a participação de mais de 60 pessoas do Brasil e exterior, e no qual foram abordados temas voltados à gestão da área de serviços, desenvolvimento profissional, novidades e outros. Os premiados foram: Umberto Antonio Cazarin da Agronew, campeão nacional; Wesley Waideman da Ciabay Paraguay, campeão internacional; João Paulo Pirane da Riberminas, campeão regional de SP e MG; Luís Fernando Gonçalves Dias da Pivot, campeão regional de GO, BA e AL; Josoel Moreira da Tratornew, campeão regional do PR e RS e Mauro de Oliveira da Agrofito, campeão regional do MT.

Rodrigo e Umberto

Wesley , Rafael e Giancarlo

Francesco Pallaro, vicepresidente comercial e de marketing da New Holland, comentou com otimismo as estimativas para o mercado de grãos nos próximos anos. “Temos indicativos que os preços das commodities se manterão valorizados pelo menos nas próximas safras”, projeta. Ele espera um crescimento de 40% nas vendas das máquinas da empresa ainda neste ano, em comparação com o ano passado.

Valtra A Valtra anunciou o ingresso no mercado de colheitadeiras, com o lançamento de duas máquinas destinadas às culturas de grãos (BC 4500 e BC 7500). Elas serão produzidas na planta da AGCO para a América do Sul, em Santa Rosa (RS). A BC 4500, com 190 cv, é destinada às médias propriedades, é uma colheitadeira classe IV de sistema convencional de trilha, que apresenta um desempenho muito próximo ao de uma classe V. A BC 7500 terá 355 cv de potência e o principal diferencial desta máquina está no sistema axial classe VII, destinada a grandes áreas, que possibilita uma colheita sem causar dano aos grãos.


AGCO adquire Sfil

Novo dono

Com a aquisição da fábrica da Sfil, a AGCO projeta produzir implementos para todas as linhas de tratores e colhedoras comercializadas pela Massey Ferguson e Valtra no Brasil

A

AGCO, fabricante e distribuidora mundial de equipamentos agrícolas, anunciou no início de outubro a aquisição da Indústria Agrícola Fortaleza Limitada Sfil, empresa de capital fechado com grande atuação no mercado brasileiro de implementos agrícolas. Com sede em Ibirubá, Rio Grande do Sul, a Sfil estima para 2007 um faturamento em torno de US$ 35 milhões. Atualmente, a Sfil tem 20 produtos que fazem parte do portfólio, composto por semeadoras, carretas, distribuidor de fertilizantes, guincho, carregadeiras, plataformas e equipamentos para agricultura de precisão. Com um quadro 214 colaboradores, a empresa se destaca na sua gestão e ficou entre as 150 melhores empresas para se trabalhar no Brasil pelo segundo ano consecutivo, explica Rubens Sandri, gerente comercial para o Brasil e exportação. No momento, a AGCO está reavaliando os processos de fabricação com o objetivo de aumentar a capacidade da linha de produção. “Com certeza teremos que adaptar a fábrica para a demanda por produtos que será imposta”, explica. A unidade será responsável por fornecer implementos que complementam os produtos da Massey Ferguson e Valtra em todo o território nacional e exportação, o que exigirá uma ampliação na capacidade de produção, uma vez que a gama de produtos oferecidos deverá aumentar consideravelmente num futuro bem próximo. “Os tratores e colheitadeiras da AGCO,

que utilizam um alto teor tecnológico, desenvolveram fortes posições de mercado na América do Sul devido, em grande parte, à nossa rede avançada de concessionários”, comentou Martin Richenhagen, presidente e CEO da AGCO. “A família Sfil de produtos complementa o negócio de tratores e colheitadeiras e garante outro passo rumo à expansão de nossa oferta de produtos para os concessionários sul-americanos e seus clientes.”

SFIL Fundada em 1967, o conhecimento especializado da Sfil em relação às condições locais do solo e às exigências locais de plantio garantiu aos produtos uma reputação de qualidade e inovação. “O acréscimo desta

linha de implementos irá nos permitir potencializar a força de nossas marcas e nossa rede robusta de concessionários, possibilitando que o negócio se desenvolva mais na região sul-americana“, explicou André Carioba, vice-presidente sênior da AGCO América do Sul. “A AGCO tem um compromisso com o crescimento, e a aquisição da Sfil vai nos posicionar melhor em um mercado competitivo.” A AGCO fabrica equipamentos agrícolas em três fábricas brasileiras para o mercado sul-americano. As colheitadeiras são produzidas em Santa Rosa (RS) e os tratores são produzidos em fábricas localizadas em Mogi das Cruzes (SP) e em Canoas (RS). A AGCO gera aproximadamente 15% de suas vendas M mundiais na América do Sul.

Equipe da AGCO e Sfil durante o anúncio aos funcionários sobre a aquisição da Sfil

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pneumáticos

Charles Echer

Vento a favor Os sistemas de pulverização pneumática podem ser empregados para aplicação de inseticidas, herbicidas, fungicidas e adubos foliares. Entretanto, vários aspectos técnicos devem ser observados para o uso racional do equipamento visando uma boa eficiência operacional no campo

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Em função do menor tamanho das gotas, os pulverizadores pneumáticos trabalham com baixo volume de calda

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transferência da dose do ingrediente ativo e em função do aumento de custo da mão-de-obra. Em operações comerciais, esse custo pode ser substancialmente reduzido pela diminuição do volume de pulverização, tendo em vista que há um aumento no rendimento de trabalho em função da redução do número de tanques carregados por hectare. A necessidade de reduzir Divulgação

s pulverizadores pneumáticos ganharam popularidade em função da sua versatilidade, tendo sido adaptados para aplicação de grânulos e como lança-chamas na eliminação de plantas espontâneas nos campos de produção. Assim, esse tipo de pulverizador tem tido múltiplos usos apesar de ter sido, originalmente, desenvolvido para aplicação de inseticidas visando o controle de percevejos na cultura de cacau. Esses pulverizadores são tipicamente para aplicação a baixo volume (20-100 litros/ha) embora existam alguns equipamentos adaptados para aplicação a ultrabaixo volume (2 litros/ha). Nos modelos mais comuns a calda é lançada em uma corrente de ar com alta velocidade produzindo uma fina pulverização. A aplicação de defensivos utilizando grande volume de calda é ineficiente em termos de

custos resultou em esforços no sentido de aumentar a eficiência das pulverizações pela diminuição do volume de calda aplicado. Em função do menor tamanho de gotas os pulverizadores pneumáticos trabalham com baixo volume de calda. Nesse sistema o líquido é conduzido para um bocal onde encontra com um fluxo de ar em alta velocidade. A energia do ar em


“A necessidade de reduzir custos resultou em esforços no sentido de aumentar a eficiência das pulverizações pela diminuição do volume de calda aplicado”

tância de pulverização alcançada pelos pulverizadores pneumáticos há uma grande variação na faixa de deposição do líquido.

movimento cria uma mistura homogênea de micropartículas onde a maior porcentagem de gotas está compreendida entre 50 e 100 ìm de diâmetro.

EFICIÊNCIA DOS PNEUMÁTICOS

CARACTERIZAÇÃO

pulverizador costal hidráulico na cultura do cacau demonstraram melhor eficiência do pulverizador pneumático em aplicações de hidróxido de cobre para o controle de moliníase, uma doença provocada pelo fungo Moniliophthora roreri. A aplicação de herbicidas em florestas pode ser feita tanto pela pulverização aérea quanto pela terrestre. Em aplicações terrestres, os pulverizadores pneumáticos têm um desempenho superior para tratamentos em florestas. Simulação computacional sobre os fatores que afetam a deriva em aplicações florestais com pulverizador pneumático revelou que gotas com diâmetro acima de 70 ìm não foram grandemente afetadas pela variação na umidade relativa e temperatura. Embora representem uma boa alternativa para aplicação em plantas arbóreas, a utilização desse sistema de pulverização deve ser feita com cautela. A boa regulagem e calibração do equipamento para as condições de aplicação são fundamentais para a boa eficiência da pulverização.

Charles Echer

O diâmetro da mediana volumétrica (DMV) constitui um dos principais parâmetros para caracterização do espectro de gotas. Os pulverizadores pneumáticos apresentam um DMV entre 50 e 100 ìm sendo que, aproximadamente, 5% do volume das gotas pulverizadas apresentam um diâmetro inferior a 30 ìm (Gráfico 3) Diferente dos sistemas de pulverização hidráulica, os pulverizadores pneumáticos trabalham com um mecanismo de gotas transportadas onde um jato de ar produzido por um ventilador centrífugo é responsável pelo transporte das gotas até o alvo. O efeito da velocidade inicial da gota nesse sistema e da velocidade do jato de ar na distância total percorrida e diâmetro final dessas gotas é apresentado nos Gráficos 1 e 2. Tecnologia e planejamento são fundamentais para realizar pulverizações de defensivos a baixo volume, pois o tamanho de gotas constitui um dos fatores limitantes para esse tipo de aplicação. Estudos demonstram que há uma forte correlação entre deriva e tamanho de gotas sendo que grande parte dessa correlação é explicada pelas gotas com diâmetro inferior a 100 ìm. Além disso, gotas inferiores a 200 ìm são facilmente carregadas pela corrente de ar. Dessa forma, a avaliação das condições climáticas é imprescindível para a boa eficiência dos pulverizadores pneumáticos. Nos pulverizadores pneumáticos a distância horizontal ou vertical pulverizada depende da potência do motor e das características aerodinâmicas do ventilador. O alcance máximo horizontal é de aproximadamente 40 metros, embora seja usual trabalhar com distâncias entre cinco e dez metros, já o alcance vertical raramente excede 30 metros. A partir do momento em que as gotas saem do bocal de pulverização a perda de velocidade é iniciada em uma determinada distância em função da resistência do ar. Dessa forma, as gotas sedimentam ou caem a diferentes distâncias do bocal. A velocidade de sedimentação depende do tamanho da gota sendo afetada pela gravidade e resistência do ar. Assim, devido à grande dis-

As perdas por ocasião da aplicação dos defensivos agrícolas em pomares podem ocorrer, principalmente, em função do escorrimento ou deriva, totalizando mais de um terço do volume pulverizado ou até mesmo 60% da calda aplicada. Dessa forma, as condições climáticas devem ser bem analisadas antes e durante as aplicações, pois os pulverizadores pneumáticos trabalham com gotas muito pequenas que são facilmente perdidas por deriva ou evaporação. A umidade relativa do ar e a velocidade do vento podem afetar negativamente a eficiência dos pulverizadores pneumáticos. Gotas inferiores a 100 ìm são fortemente afetadas pela diminuição da umidade relativa do ar e aumento da velocidade do vento. A utilização de pulverizadores pneumáticos é mais freqüente em culturas arbóreas como o cacau, principalmente, em plantas com altura superior a cinco metros. Comparações entre técnicas de aplicação de produtos fitossanitários utilizando pulverizador costal pneumático e

Comparações entre pulverizadores hidráulicos e pneumáticos mostraram uma melhor eficiência dos pulverizadores pneumáticos

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Massey Ferguson

quando comparados com outros equipamentos que fazem a aplicação a baixo volume e têm uma maior homogeneidade do espectro de gotas. A utilização de menores volumes de calda para pulverização pode ser eficaz no controle de algumas pragas em função da fragmentação do líquido pulverizado em micropartículas, melhorando a cobertura e aumentando as chances de contato entre o alvo e as gotas da pulverização. Entretanto, é preciso tomar cuidado com a velocidade de deslocamento durante a pulverização, pois a aplicação de defensivos utilizando baixo volume de calda pode ser ineficiente quando combinada com altas velocidades de deslocamento do equipamento. Por outro lado, a aplicação excessiva de líquidos ocasiona perdas e baixa eficiência dos defensivos, pois pulverizações com gotas grandes reduzem a cobertura da área tratada e aumentam as chances de haver coalescência e perdas dessas gotas por escorrimento. Assim, pulverizadores pneumáticos são comumente utilizados em plantas frutíferas em função da possibilidade de aplicação a baixo volume, embora os hidropneumáticos sejam os mais utilizados. buscando reduzir as perdas econômicas e contaminação ambiental. Algumas pesquisas têm sido conduzidas no sentido de delimitar o espaço tratado pela pulverização numa tentativa de reduzir perdas por deriva e deposição no solo em campos de produção de uvas. Inicialmente tem sido testado um modelo de pulverizador em sistema de túnel sem assistência de ar. Posteriormente, foi introduzido o sistema de túnel em pulverizadores pneumáticos. Embora não existam estudos avaliando esse sistema em pulverizadores pneumáticos, podemos ter a idéia das suas vantagens a partir de um trabalho feito com um pulverizador hidropneumático onde a utilização do sistema de túnel reduziu em até 70% as perdas por deposição no solo, aumentando a cobertura e penetração no dossel de plantas de pêssego (Tabela 1). Pulverizador pneumático pode ser uma boa opção para aplicação de inseticidas biológicos em função de seu mecanismo de lançamento do líquido que pode cobrir uma grande distância reduzindo a mão-de-obra na aplicação. Entretanto, a uniformidade do espectro de gotas é fundamental para aplicações de inseticidas biológicos e os pulverizadores pneumáticos podem ter uma menor eficiência para essa finalidade

TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO A tecnologia de aplicação busca atingir a máxima eficácia dos tratamentos, visando economicidade, eficiência operacional, uso racional das máquinas e equipamentos, redução da contaminação ambiental e melhor segurança do operador, sendo que a qualidade tecnológica dos equipamentos bem como as condições de serviço associados à falta de conhecimento do operador são os principais fatores responsáveis pela ineficiência da aplicação de fitossanitários. Para que haja redução da contaminação ambiental além dos cuidados nas operações de campo é necessário que os equipamentos tenham uma boa qualidade tecnológica. Para isso, o uso de sistemas computacionais para estudar a dinâmica do fluido e prever o comportamento do líquido durante as pulverizações é uma ferramenta importante para determinar as características dos equipamentos de pulverização. Divulgação

O uso de pulverizadores pneumáticos para aplicação de fungicidas em cajueiros é comum na Tanzânia. Entretanto, para obter uma boa cobertura e eficiência da pulverização em pomares é preciso ter boas condições climáticas e equipamentos bem regulados e calibrados. A produção de poucas gotas inferiores a 110 ìm bem como a boa orientação do bocal reduz drasticamente a deriva. Dessa forma, a aplicação de pesticidas em áreas florestais e em pomares utilizando pulverizadores pneumáticos exige maiores cuidados, pois a maior população de gotas nesse tipo de pulverização está compreendida entre 50 e 100 ìm. Pulverizadores pneumáticos apresentam um bom resultado em termos de deposição e cobertura foliar, distribuição do ingrediente ativo e eficiência biológica em aplicações de defensivos para controle do míldio (Uncinula necator [Schw.] Burr.) quando comparado com aplicações aéreas. Apesar disso, a uniformidade de distribuição ainda é baixa quando comparada com outros sistemas de pulverização, sendo estimada uma eficiência de 45%. Em função das perdas provocadas pela deriva em aplicações utilizando pulverizadores pneumáticos em vinhedos, tem havido uma tendência em utilizar sistemas alternativos de pulverização

Tabela 1 - Comparação das perdas por deposição no solo e deposição na copa de plantas de pêssego utilizando pulverizador pneumático e pulverizador hidropneumático com sistema de túnel (Ade, 2001). Dados do ensaio 10-04-1996 27-05-1996 de pulverização Hidropneumático com túnel Pulverizador pneumático Hidropneumático com túnel Pulverizador pneumático % de deposição na copa 38 43 68 69 % de deposição no solo 31 57 10 31

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Comparações entre pulverizadores hidráulicos e pneumáticos mostraram uma melhor eficiência dos pulverizadores pneumáticos


“Pulverizadores pneumáticos são comumente utilizados em plantas frutíferas em função da possibilidade de aplicação a baixo volume, embora os hidropneumáticos sejam os mais utilizados” Gráfico 1 - Distância percorrida para diferentes combinações de velocidade inicial das gotas (V) e velocidade do jato de ar (U). Gotas liberadas horizontalmente a três metros de altura do solo com temperatura do ar igual a 301 K e umidade relativa de 69%. Sidahmed & Brown, (2002)

A maioria dos pulverizadores pneumáticos utilizados são costais, o que aumenta o risco de contaminação do operador em pulverizações. A exposição dermal nesse tipo de pulverização chega a ser dez vezes superior à exposição respiratória. Dependendo da forma de caminhamento durante a aplicação essa contaminação pode ser até 20 vezes maior. Dessa forma, o uso de EPIs e aplicação com o operador posicionado de costas para a direção do vento são fundamentais para reduzir a contaminação com os M produtos que estão sendo aplicados. Ronnie von dos Santos Veloso e Mauri Martins Teixeira, UFV

Gráfico 2 - Diâmetro final das gotas para diferentes combinações de velocidade inicial de lançamento (V), e velocidade do ar (U). Gotas liberadas horizontalmente a três metros de altura do solo com temperatura do ar igual a 301 K e umidade relativa de 69%. Sidahmed & Brown, (2002)

Gráfico 3 - Avaliação do espectro de gotas entre um pulverizador centrífugo (baixo volume) e um pneumático costal motorizado durante a aplicação de vírus para controle de Helicoverpa armigera em algodão (Parnell, 1999)


modelos especiais

Massey Ferguson

Tratores especiais Ainda é comum haver confusão na definição dos tratores por categoria. Especiais, estreitos, standard, você sabe o que caracteriza cada um desses modelos?

O

Para culturas como café, macieira e citrus, bitolas com aproximadamente 1.400 mm já permitem o trabalho sem problemas

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dois eixos onde o meio de propulsão é formado por rodas geralmente providas de pneus.

CULTURAS A utilização do trator agrícola está relaNew Holland

enquadramento de tratores em categorias é por muitas vezes dificultado, visto existência de classes de tratores muito similares em modelo e conformação gerando assim dúvidas aos usuários que, no momento da aquisição destas máquinas não sabem se estão comprando um trator especial ou apenas uma variação dos tratores considerados padrões. Segundo a norma internacional, os tratores agrícolas são conceituados como máquinas autopropelidas de rodas, esteiras ou semi-esteiras, particularmente projetadas para desenvolver força de tração, tracionar, carregar e operar todos os implementos para o trabalho agrícola (incluindo o trabalho florestal). Os tratores de rodas são tratores agrícolas, com no mínimo

cionada com os tipos de culturas agrícolas. Portanto, as características de cada cultura é que denominam as aplicações do trator segundo a seguinte classificação para as culturas agrícolas:


“Os tratores estreitos podem ser divididos em tratores para videira, estes realmente são tratores especiais, e tratores fruteiros, que são considerados alterações de adaptação a partir do modelo “Standard”” Fendt

tos”. No passado, vários destes modelos eram simplesmente conhecidos como “cafeeiros”. Entende-se por tratores estreitos aqueles que têm a sua bitola reduzida em relação a que se utiliza no tipo standard, assim podem ser considerados tratores estreitos os que tiverem a sua bitola reduzida a partir de modelos standard ou mesmo os que tiverem a bitola reduzida a partir do seu projeto inicial. Para se diminuir a bitola de um trator standard, formando um novo modelo, considerado “estreitado” basta alterar o comprimento do semi-eixo, diminuir a dimensão dos pára-lamas, readequando, se necessário, o sistema hidráulico de três pontos. Os tratores estreitos não são necessariamente tratores especiais. Para culturas como café, citrus e macieira, reduções de bitolas a aproximadamente 1.400 mm já permitem o trabalho sem problemas. Para videira sim há a necessidade de se trabalhar com larguras úteis mínimas inferiores a 1.200 mm, o que resulta em necessidade de bitolas inferiores a 1.150 mm. Alguns tratores podem ser adaptados de acordo com sua destinação no trabalho e considerando condições especiais. As adaptações básicas que podem ser aplicadas são geralmente em distância entre eixos, bitola e altura do solo. A alteração da distância entre eixos resulta em modificação na estabilidade longitudinal e as alterações de bitola e altura do solo resultam em variação na estabilidade lateral do trator em trabalho.

Tabela 1 - Classificação dos tratores segundo a Norma ISO/DIS 3339/I 1. Trator agrícola de rodas 1.1.1. Trator “Standard” 1.1.1.1. Trator “Standard” com eixo traseiro motriz 1.1.1.2. Trator “Standard” com tração nas 4 rodas 1.1.2. Trator transportador de implementos 2. Trator de esteiras 3. Tratores agrícolas especiais 1.3.1. Trator de tração nas 4 rodas e com 4 rodas diretrizes 1.3.2. Trator “Standard” de tração nas 4 rodas articulado 1.3.3. Trator tandem 1.3.4. Trator triciclo 1.3.5. Trator para trabalho em declives 1.3.6. Trator elevado ou pórtico 1.3.7. Trator de rodas para videira 1.3.8. Trator de meia esteira 1.3.9. Trator de esteiras para videira 4. Trator de rabiças 1.4.1. Trator de rabiças de roda simples 1.4.2. Trator de rabiças de duas rodas 1.4.3. Trator de rabiças de esteira

Anuais de porte herbáceo A maior parte das culturas agrícolas é deste tipo, configurando-se em plantas com uma arquitetura que compreende uma pequena altura, geralmente agrupadas em filas com um espaçamento entre essas filas que varia de 150 mm (trigo, aveia, arroz etc) a 1.100 mm (milho).

VÃO LIVRE

frutos pendentes e também deve ter pequena altura para aumentar a sua estabilidade. O trator fruteiro deve ter duas características que afetam a sua operacionalidade: estreito para entre linhas e estável para pendentes (equilíbrio lateral). Os tratores estreitos podem ser divididos em tratores para videira, estes realmente são tratores especiais, e tratores fruteiros, que são considerados alterações de adaptação a partir do modelo standard. Para adaptá-lo a diferentes condições realizam-se alterações na dimensão dos tratores, quanto a forma dos tratores e que podem ser representadas por um coeficiente, denominado, Índice de forma, dado em metros:

Um trator agrícola de utilização em fruticultura ou em culturas semiperenes deve ser baixo o suficiente para evitar danos às folhas e Antonio Carraro

Semiperenes de porte arbustivo Estas culturas têm ciclo superior a um ano e compõem cultivos que permanecem por anos no campo. O porte e o espaçamento podem variar de acordo com a cultura, mas a partir da idade produtiva, é impossível passar com máquinas sobre elas, restando a alternativa de passar somente no espaço deixado entre plantas. Este é o caso do café, dos citrus em geral, da macieira, da uva. A classificação existente dos tratores discrimina diferentes tipos de máquinas por sua constituição e função.

Os tratores da série 200 Farmer da alemã Fendt são especialmente projetados para trabalho em parreiras e fruteiras

STANDARD É um trator de rodas adaptado e projetado mais particularmente por sua construção para o trabalho com implementos fixados atrás, na frente e, de certa maneira, intercambiáveis. Trator de rodas para videira: Estes são tratores considerados especiais. Embora não haja definição deste tipo de trator na norma ISO/DIS 3339/I, a Norma ISO 3463 os define e destaca os “standard” pela sua bitola reduzida, ou seja, menor que 1.150 mm nas rodas traseiras.

ESTREITOS OU “ESTREITADOS” No mercado brasileiro estes tratores são conhecidos generalizadamente como “estrei-

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permite trabalhar nos dois sentidos. A transmissão de 32 marchas (16+16) conta com um inversor sincronizado que pode ser acionado em carga. O princípio do seu projeto é que: “A altura do operador sentado é sempre menor que a do operador em pé”. A bitola mínima é de 1.305 mm e possui um raio de giro de 1.700 mm interno e 3.000 mm externo.

Tabela 2 - Dimensões, área frontal, Índice de forma e perfil H/L de alguns tratores nacionais e importados Fabricante Massey Ferguson Massey Ferguson Valpadana Massey Ferguson Yanmar SAME Valtra Valtra Valtra Valtra Yanmar Valtra Agrale Agrale

Modelo MF 3315 3330 6060 275 SE 1045 Frutteto 75 BF65 (4X4) BF75 BF75 (4X4) BF65 2060 XT 785C 5075.4 5085.4

Bitola (mm) 800 830 860 885 960 995 1050 1050 1050 1050 1382 1499 1440 1440

Largura Altura Comprimento Área frontal Índice de Mínima (mm) total (mm) (mm) (mm2) forma (m) 1000 2200 3750 2,20 1,00 1000 2200 3850 2,20 1,00 1050 1150 3070 1,21 1,05 1350 1510 3270 2,04 1,35 1280 1250 2910 1,60 1,28 1375 2085 3050 2,87 1,38 1585 1560 3855 2,47 1,59 1700 1610 3855 2,74 1,70 1720 1610 3855 2,77 1,72 1415 1555 3855 2,20 1,42 1748 2280 3520 3,99 1,75 2125 2560 4115 5,44 2,13 1980 1900 4030 3,76 1,98 1980 1925 4030 3,81 1,98

onde: A = Área frontal, m2 C = Comprimento

Perfil H/L 2,20 2,20 1,10 1,12 0,98 1,52 0,98 0,95 0,94 1,10 1,30 1,20 0,96 0,97

A=L.H onde: L = Largura do trator, m H = Altura do trator Assim, o seu índice de forma pode ser um importante fator de diferenciação de um trator, onde o mais importante, nestes estudos de tratores estreitos, pode ser a Área frontal. Tratores que tenham um perfil H/L grande, ou seja, altos e estreitos (bitola reduzida) são adequados para ambientes restritos em largura, como entre filas de árvores, porém não são adequados para enfrentar problemas de estabilidade em terrenos inclinados. Alguns projetos europeus, projetados para estas áreas declivosas, têm altura pequena e centro de gravidade próximo ao solo.

John Deere A marca americana na Europa fabrica a série 5000N Supernarrow, com largura total de 1.200 mm, 919 mm na dianteira e 3.063 mm de raio de giro mínimo. A transmissão é de 24/24 marchas com inversor sincronizado e podendo ser comercializado nas versões aberto e com cabina. A série 5015F, recomendada para frutíferas, tem uma largura mínima de dimensões normais em tratores standard, de 1.330 mm. Porém a série 5015V, especialmente recomendada para videira, tem em todos os modelos a largura mínima inferior a 1.150 mm para versão MFWD e 1.050 mm para versão 2WD. Landini Esta marca italiana fabrica os tratores da linha REX, modelo F, para fruticultura e viticultura instaladas em áreas declivosas, com modelos de potência de 68,2, 81,6 e 98,5 CV e com TDP de 540 e 750 rpm.

Antonio Carraro Este fabricante italiano tem um modelo chamado Tigrone Tritrac Frutteto, atualmente no mercado como TGF 9400 que possui o centro de gravidade rebaixado para aumentar a segurança. Este modelo de 85 CV possui um inversor hidráulico do posto operador o que lhe

Kubota A marca japonesa de tratores que entra novamente na Europa comercializa uma linha de tratores para frutíferas e videira. Esta marca possui o modelo “M” com mais de 20 modelos e variações. Kubota

Landini

Bitola é a distância no nível do solo, entre os planos médios das rodas em um mesmo eixo, com as rodas em posição de deslocamento e em linha reta com a direção de deslocamento. John Deere

Fendt A série 200 Farmer da marca alemã é especial para fruteira e parreira com modelos de 63 a 91 CV, com inversor hidrostático, cabinado e com 58o de esterçamento. Os tratores da série possuem largura total, distância entre eixos e comprimento total que variam de 1.070 a 1.666 mm, 1.998 a 2.221 mm e 3.420 a 3.665 mm, respectivamente.

MERCADO MUNDIAL DE ESTREITOS

BITOLA DOS TRATORES

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Especial Especial Especial Especial Especial Especial Especial Especial Especial Especial Standard Standard Standard Standard

Ela pode ser definida para ambos os eixos da máquina, dianteiras e traseiras. No caso de rodados duplos, a bitola é distância entre os planos que passam entre o par de rodas. Muitas vezes a bitola é confundida com largura máxima o que não é a mesma coisa. Porém esta dimensão (largura máxima) pode em alguns casos ser mais útil para o agricultor, principalmente para o trabalho em fruticultura. Quando se pensa em alterar a bitola do trator é necessário avaliar se há necessidade real de modificá-la, se é possível de ser feita pelo próprio usuário, e em que limites esta poderá ser alterada. A Norma ISO 4004 estabelece as bitolas padronizadas para os tratores standard e a Norma ISO 6720 recomenda as dimensões como múltiplos das bitolas existentes e para reduzir a compactação do solo.

A Área frontal é determinada por:

Na Europa, a John Deere produz a linha 5000N Supernarrow, com uma largura total de 1.200 mm

Tipo

A italiana Landini tem a linha REX, para fruticulturas instaladas em áreas declivosas

A Kubota tem mais de 20 opções de pequenos tratores específicos para diversas aplicações


“Quando se pensa em alterar a bitola do trator é necessário avaliar se há necessidade real de modificá-la” Cultivar

Antonio Carraro

A Yanmar possui modelos projetados para diversos tipos de aplicações em espaços reduzidos

Alguns modelos da Carraro têm como princípio básico de que a altura do operador sentado na máquina deve ser sempre menor do que a altura do operador em pé

Massey Ferguson A série européia de tratores fruteiros da MF é a 3300C, com cinco modelos. Existe a versão fruteiro, com largura total de 1.000 mm e ângulo de esterçamento de 70º.

New Holland

New Holland A principal linha de fruteiros é a TNF – A, fabricada na Itália, com os modelos TN75FA, TN85FA e TN95FA, com motores de quatro cilindros e com os dois últimos utilizando turbocompressor, para o fornecimento de 74, 82 e 92 CV de potência respectivamente. O raio de giro é de 3,3 m e a gestão do engate da tração dianteira auxiliar no eixo dianteiro é automática. A cabina é climatizada e pressurizada. O professor Michele Cera da Universidade de Milão o conceitua como um “fruteiro largo”, pois a bitola mínima é de 1.136 mm, não sendo, portanto um trator especial. Também as linhas TNN, TNV, TND e

TNS apresentam-se como recomendadas para frutíferas e videira. A linha 3010 da antiga marca Fiat e que continuou a ser fabricada pela New Holland após a compra é um típico exemplo de um trator que tinha recomendação de utilização em frutíferas, porém tem uma bitola normal de 1.444 mm.

Cabine climatizada e raio de giro de 3,3 m são alguns dos pontos fortes dos tratores da linha TNF-A New Holland, produzidos na Itália

Renault A marca francesa tem a série Dionis Fructus, com uma ampla faixa de potência, 52, 60, 67 e 76 CV, e com bitola reduzida. Same Esta empresa italiana vende algumas séries de tratores para frutíferas e videira. A série Argon F Classic que possui dois modelos, 55 e 70, com potência de 55 e 70 cv, largura mínima de 1.380 e 1.420 mm respectivamente. A série Krypton “V”, supostamente de “Viti”, referindo-se à videira apresenta modelos 70 e 80 HP, com 67 e 72 HP respectivamente, largura mínimas de 1.180 e 1.279 mm, distância entre M eixos de 1.345 e 1.575 mm. José Fernando Schlosser, Pietro Araldi, Marçal Elizandro Dornelles e Paula Machado dos Santos, UFSM


CR 9060

Duplamente axial A primeira axial da New Holland no Brasil chega também com uma novidade, rotor duplo no seu sistema de trilha. A CR 9060 é a única colheitadeira com esse sistema no país e vem para incrementar ainda mais o mercado nacional de colhedoras

C

ultivar Máquinas mostra nesta edição a CR 9060, a primeira axial da New Holland no Brasil. Ela é uma colheitadeira da classe VII e vem com motor de 354 cv, 10,6 mil litros de capacidade de carga e plataforma de 30 até 35 pés, apresenta como principal diferencial dois rotores axiais, sistema exclusivo da marca, que promete além de aumentar a capacidade de debulha, reduzir a perda e diminuir os danos aos grãos por trabalhar com trilhas mais suaves.

PLATAFORMA Com duas opções de plataforma e configuração de rodado, 35 pés com rodado duplo e 30 pés com rodado simples, as plataformas proporcionam uma alimentação uniforme para a colheitadeira. O acoplamento dos comandos hidráulicos e elétricos é rápido. O molinete, que é acionado hidraulicamente e equipado com dedos de plástico, possui sincronismo de rotação com a velocidade de deslocamento da máquina, isto é, quando se aumenta a velocidade da máquina o molinete também aumenta a sua

velocidade, o mesmo ocorre quando a velocidade é diminuída. O controle da relação de sincronismo é feito pelo monitor (intelliview), que mantém automaticamente esta relação de acordo com a variação de velocidade. A barra de corte dupla possui um sistema de chapas de retenção, instalado logo após a barra de corte, evitando que grãos eventualmente desgranados caiam fora da plataforma, diminuindo as perdas. O acionamento, feito por um sistema de rótula que proporciona uma rotação de 1.150 cortes/min da barra de corte, é realizado por duas caixas de navalha localizadas em cada extremidade da plataforma. O sem-fim, com 660mm de diâmetro, tem duas velocidades de rotação (144 ou 126 rpm) que podem ser ajustadas com uma simples inversão de engrenagens e possui em toda a sua extensão dedos recolhedores retráteis, que auxiliam o transporte do material, proporcionando um fluxo mais uniforme para o elevador de palha e evitando o enroscamento de material no sem-fim de alimentação da plataforma. Ele tem quatro posições de ajuste hori-

O controle da relação de sincronismo da plataforma é feito pelo monitor (intelliview), que mantém automaticamente esta relação de acordo com a variação de velocidade

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zontal e de flutuação, o que favorece a admissão de grandes volumes de material sem ocasionar embuchamentos ou danos no equipamento, item importante para a cultura da soja. Em uma colheitadeira de alta capacidade e com plataforma de grande dimensão, a uniformidade da alimentação é extremamente importante, por isso, o passo do sem-fim é maior e mais alto, o que aumenta a velocidade de transporte e a quantidade de material para o elevador de palha.

ALTURA E FLUTUAÇÃO LATERAL Os controles de altura e flutuação lateral da plataforma são conjugados e acionados por sensores elétricos, eliminando assim as diferenças de altura do solo, permitindo que a plataforma fique sempre paralela ao solo. Os sensores de flutuação lateral ficam posicionados em cada extremidade da plataforma, cada sensor é acionado por uma barra individual, que funciona da seguinte maneira: por exemplo, se um dedo sensor dos apalpadores da barra oscilante do lado direito da plataforma sofre uma pressão, como conseqüência o sensor direito é acionado, levantando o lado direito da plataforma. O mesmo ocorre com o lado esquerdo e se, porventura, as duas bar-


“Com duas opções de plataforma e configuração de rodado, 35 pés com rodado duplo e 30 pés com rodado simples, as plataformas proporcionam uma alimentação uniforme para a colheitadeira” Fotos New Holland

Ejetor localizado abaixo do elevador, abre automaticamente quando é detectada a presença de alguma pedra

ras são acionadas, a plataforma como um todo se levanta.

ELEVADOR Com o mais largo elevador de palha de todas as máquinas axiais, a CR9060 garante a grande capacidade de colheita, mantendo a sua alimentação uniforme e suave para os dois rotores. A barra de alimentação do elevador é estampada em forma de “S”. O reversor hidráulico de duplo sentido tem o controle do movimento do acionado por botões na alavanca multifunções, o que possibilita desembuchar de maneira fácil e rápida. O modelo conta com coletor e um sistema eletrônico de detecção de pedras no piso do embocador do elevador de palhas, denominado ASP™, com a possibilidade de regular a sensibilidade dentro da cabine. Quando o sistema detecta uma pedra, a plataforma e o elevador de palha param automaticamente e uma mensagem com alarme é indicada no monitor

Detalhe do sistema de alimentação, dois rotores ao fundo localizados sobre as peneiras. O produto colhido chega até o sistema de trilha através do elevador, que alimenta os sem-fim do rotor

intelliview, apontando que o ejetor de pedras abriu. Deste modo o tempo de serviço diminui, assim como o dano no grão colhido e protegendo eventuais danos na máquina. O ejetor de pedras, que tem acionamento hidráulico, possui abertura automática. O sistema não restringe a alimentação da máquina, nem aumenta as partes de contato com a cultura. O material do elevador de palha é liberado exatamente embaixo do sem-fim dos rotores. Deste modo não é necessário nenhum batedor alimentador auxiliar para que se tenha uma alimentação uniforme.

DUPLO ROTOR Com mais de 32 anos de experiência no sistema de duplo rotor axial, a New Holland produziu a sua primeira

colheitadeira axial em 1975 com o modelo TR70. A tecnologia exclusiva, de duplo rotor, da marca que equipa a colheitadeira CR 9060, confere ao modelo grande capacidade de debulha e separação, além de favorecer a qualidade dos grãos colhidos. A transição do elevador de palha para o sem-fim alimentador do rotor se dá de forma suave, pois os sem-fins do rotor possuem uma alimentação alternada e rodam em sentidos opostos, o que mantém o fluxo de material mais uniforme para os rotores. O menor diâmetro do rotor, também aumenta drasticamente a força centrífuga, o que é fundamental para uma separação mais rápida com menor dano aos grãos. Com dois rotores, o sistema tem a maior área de côncavo do mercado e uma força centrífuga até 40% superior quando comparado

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O tanque graneleiro tem capacidade para 10,6 mil litros e vazão no tubo de colheita de 110 litros por segundo

Detalhe do sistema de retrilha (acima) e peneiras autonivelantes que compensam desníveis de até 17 graus

com um só rotor, o que permite que pelo menos 90% da separação já ocorra na área de trilha. O duplo rotor permite que a trilha seja feita nos dois rotores e no contato grão com grão, o que não ocorre quando se tem somente um rotor em que a debulha é concentrada praticamente apenas no lado esquerdo do rotor. O desenho do rotor é S3 em espiral, escalonado e segmentado, com os componentes distribuídos uniformemente ao redor dos rotores, permitindo que as gengivas de trilha se sobreponham, a cada três unidades em espiral, para que não passe por elas material sem ser trilhado. Na área de separação, os rotores têm placas escalonadas, segmentadas e em forma de espi-

ral. Isso mantém o material em movimento facilitando a descarga. O batedor de descarga tem quatro pás substituíveis, que aceleram a palha para o picador e esparramador. Um côncavo ajustável no batedor permite que possa haver separação de grãos adicionais em condições extremas de trilha. As grades do côncavo são feitas em três peças para facilitar a manutenção. Toda a inspeção de manutenção nos rotores, bandejão e peneiras é realizada através das grandes janelas de acesso que existem dos dois lados da colheitadeira. Para ter uma alta capacidade de trilha e separação nos rotores, a CR9060 tem um comprimento total de 2.638 cm, um diâmetro de 432 mm, rotação máxima de 1.668 rpm e força centrífuga 40% maior que a média das máquinas existentes.

SISTEMA DE LIMPEZA Todo o processo de limpeza se inicia no bandejão, que tem um comprimento de 1.730 mm e uma área de 2.284 m2 e trabalha em movimentos alternados, iniciando o processo de separação do grão do palhiço. O ventilador

O motor tem potência de 354cv e o acesso para sua manutenção é bastante facilitado, com plataforma ampla

com 680 mm de diâmetro e seis pás, impulsiona um grande volume de ar por todo o conjunto de peneiras superior e inferior, assim como de pré-limpeza. Todo o controle do ventilador é feito pelo monitor intelliview, no interior da cabine. O sistema de retrilha independente e dupla garante que o processo seja feito depois do sem-fim, voltando para o bandejão pelos dois lados da máquina, sem sobrecarregar os rotores que trabalham exclusivamente com a alimentação do elevador de palhas. O monitor intelliview informa ao operador que está sendo feita a retrilha. A linha de colheitadeiras CR possui o exclusivo sistema de mesa autonivelante, isto é, todo o conjunto bandejão, peneiras e ventilador, fica sempre nivelado como um horizonte artificial à medida que a declividade do terreno vai aumentando de 0% até 17%, sem perder capacidade operacional. O grande benefício deste sistema é o aproveitamento total da área do bandejão e das peneiras sem sobrecarregar nenhum do lados da máquina, principalmente porque o ventilador acompanha o movimento das peneiras, fazendo com que o fluxo de ar seja sempre uniforme. Com isso, é possível trabalhar em qualquer tipo de terreno com máxima produtividade, principalmente porque aproveita toda a sua grande área de peneira de 5,4 m2. Também são disponibilizados kits de espalhador ou enleirador das palhas.

TANQUE GRANELEIRO

A CR 9060 pode ser equipada com espalhador de palha ou enleirador, dependendo da preferência do produtor

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O tanque graneleiro tem capacidade para 10,6 mil litros, o que garante maior tempo de colheita. A vazão do tubo de colheita é de 110 litros por segundo, o que otimiza o tempo de descarga e possibilita a descarga durante a colheita, sem perda de rendimento da máquina.


“Para o trabalho de descarga em movimento, a máquina ganha ainda potência extra de 40 cv, o que garante que em qualquer situação de trabalho a potência do motor esteja disponível para uso” Fotos New Holland

O sistema de iluminação é composto por 14 lâmpadas de trabalho focadas para as principais regiões de circulação

Cabine com 5,8 m2 de área envidraçada e todos os comandos localizados próximos ao apóia-braço

Equipada com Giroflex standard, oferece praticidade na hora de transferir para a carreta graneleira.

MOTOR A colheitadeira possui motor New Holland Cursor 9, com injeção Common rail, potência de 354 cv, que opera a velocidade nominal de 2.100 rpm. Para o trabalho de descarga em movimento, a máquina ganha ainda potência extra de 40 cv, o que garante que em qualquer situação de trabalho a potência do motor esteja disponível para uso.

Classificada como Tier III, a máquina possui baixos níveis de emissão de poluente e ruído. O motor tem um interruptor que permite que se regule a sua velocidade, estipulando rotações, mínima e máxima de acordo com a necessidade do operador. O tanque de combustível é de 750 litros. Todo o monitoramento do motor também é feito pelo monitor intelliview. O sistema também conta com o Maxitorque, que oferece uma força extra nas polias de acionamento da correia à medida que a carga na trilha aumenta, fazendo com que as correias estejam sempre tensionadas aumentando a sua vida útil.

CABINE A cabine tem uma área envidraçada de

5,8 m2, o que proporciona melhor visibilidade, pois as colunas da cabine são apenas estruturais, o que permite que a coluna seja estreita não atrapalhando a visão com o uso de instrumentos. Todo o monitoramento da CR 9060 é feito pelo monitor itelliview, com os comandos touch screen (ao toque do painel) ou no apóiabraços. Todos os comandos estão ergonomicamente dispostos no apóia-braços que é antivibratório. A cabine vem equipada com ar-condicionado automático e assento com suspensão pneumática. O bom revestimento acústico da cabine garante o menor nível de ruído do mercado. As 14 luzes de trabalho garantem a atividade noturna. A CR 9060 tem predisposição para agricultura de precisão M

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test drive - Mistral 50

Teste no pesado Testado numa área bastante acidentada e sob condições rigorosas de trabalho, o Mistral 50 da Landini mostrou-se um trator bastante forte pelas suas dimensões reduzidas e com uma quantidade de tecnologia embarcada acima da média, comparado com tratores do mesmo porte

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“Evidentemente o foco deste produto é tornar-se um trator competitivo na fruticultura, principalmente maçã, uva e no café” Fotos Charles Echer

P

or diversas vezes temos manifestado opinião sobre a diferença tecnológica da maioria dos equipamentos agrícolas disponibilizados à mecanização da pequena propriedade. Tanto os tratores como outros equipamentos são melhores concebidos, em termos de qualidade, quando são de grande porte. Parece que a mecanização da pequena propriedade tem que ser feita com materiais mais rústicos, menos confortáveis e menos qualificada tecnologicamente. Ficamos agradavelmente surpresos com o que encontramos neste Teste Drive do Trator Landini, modelo Mistral 50, com um detalhe, era o primeiro deste modelo a trabalhar na Serra Gaúcha.

LOCALIDADE DO TESTE Fomos à localidade de Travessão Bonito, na cidade de Nova Pádua, 35 quilômetros distante de Caxias do Sul, e 12 km de Flores de Cunha, na belíssima Serra Gaúcha. O teste foi realizado na propriedade da família Panizzon, onde fomos recebidos pelo senhor Antônio e seu filho Daniel. Descendentes de italianos da região de Borgoricco, Padova, na Itália, a família é produtora de uva, alho, cebola e tomate, em uma área aproximada de nove hectares. É impressionante a capacidade de produção e a qualidade de vida que vimos em uma área tão pequena e, pasmem, de relevo muito acidentado. Ao conversarmos com a família do agricultor nota-se a satisfação pelo trabalho com a Cooperativa Santo Antônio, que os Panizzon ajudaram a construir e onde entregam a uva, produzida em sistema de latada, que está em franco processo de reforma e adequação para a mecanização. Os hortigranjeiros têm seu destino à Ceasa, levados pelo caminhão da família, pelos próprios filhos do senhor Antônio.

A MARCA Conhecemos também a estratégia de

Sua TDP é independente com 540 rpm e a capacidade de levante do hidráulico é de 1.200 kg O Mistral 50 tem potência de 47,5 cv e tanque de combustível de 40 litros. O acesso ao motor é feito com o deslocamento da tampa lateral

atendimento da marca Landini na região, baseada no concessionário Landimac, de Luis Carlos Garbin. Tivemos o apoio neste teste do especialista de produto da fábrica Landini, Eduardo Martinatti, e do responsável pelo departamento comercial da Montana, Pedro de Melo. O fabricante está estabelecido na cidade de São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, no estado do Paraná, desde o ano de 2005, em um joint venture com a fabricante de pulverizadores Montana. Produzem-se, no Brasil, modelos de tratores da linha média a pesada, a Landpower, de 140 a 180 cv, com 6 cilindros turbocomprimidos. Importam-se, neste momento, quatro modelos: de 50, 60, 75 e 100 cv, mais um modelo estreito de 80 cv. Também

a matriz italiana oferece modelos de 230, 260 e 280 cv, que poderão chegar ao mercado brasileiro, se houver demanda.

O MISTRAL 50 O modelo Mistral 50, que foi lançado na Expointer 2007, é o trator que testamos e impressiona pela sua tecnologia. Evidentemente o foco deste produto é tornar-se um trator competitivo na fruticultura, principalmente maçã, uva e no café, competindo com outros modelos de fabricantes que dominam atualmente o mercado. É um trator compacto com motor Yanmar referência 4TNV88 – K, a diesel, quatro cilindros, com volume total de 2.190 cm3, injeção direta e potência bruta de 47,5 cv a 2.800 rpm, como informa o fabricante. O tanque de combustível tem capacidade para 40 litros, quantidade suficiente para uma jornada de trabalho diária em condições normais de trabalho. Possui TDP independente de 540 rpm (a 2.600 rpm) e com a alternativa de 540 rpm econômica (a 2.100 rpm), e também há a opção para 750 rpm e uma capacidade de levante no sistema hidráulico de 1.200 kg. O acionamento do bloqueio do diferencial é eletro-hidráulico.

UTILIDADE NA PROPRIEDADE No teste, pudemos ver coisas interessantes sobre este trator, sua forma de utilização na propriedade dos Panizzon e extensivo a outras pequenas propriedades mecanizadas. A propriedade tem outro trator, um pouco maior, um Massey Ferguson modelo 5275 que se utiliza para as operações pesadas de preparo do solo, encanteiramento e transporte, operações principalmente ligadas ao cultivo do alho e da cebola. O Landini en-

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O posto de trabalho é bastante ergonômico, pois todas as alavancas estão ao alcance das mãos do operador

O piso da plataforma é antiderrapante e o posto do operador é montado sobre coxins que amortecem os impactos do trator

tra na rotina operacional principalmente para a aplicação de produtos químicos, intensa nestes tipos de culturas, e com a vantagem de ser compacto e possuir características próprias como: facilidade de manobra, agilidade e a potência de motor, imprescindível para o acionamento de equipamentos pela TDP, como é o caso do turbo atomizador que testamos, importante para a produção de uva e de tomate. Neste caso, o novo trator substituirá um trator Kubota, de 50 cv, que muito ajudou no crescimento econômico da família.

colocado junto ao acionador do indicador de direção, provoca o acionamento involuntário deste com freqüência. O banco é bem confortável, equipado com sistema de amortecimento de vibrações a gás e com ajustes de posição, altura e pressão, além disso, o posto de operação é montado em cima de coxins que amortecem os impactos do trator. Outra característica que melhora o conforto é o volante com regulagem de altura (posição), podendo ser ajustado, por meio de uma alavanca, a tratoristas de diferentes tamanhos. A parte lateral do capô pode ser retirada facilmente, deixando exposto praticamente todo o motor, o que facilita e até estimula a manutenção por parte do produtor. Nos locais de acionamento e manutenção há uma grande quantidade de adesivos de alerta de segurança. Há na parte traseira uma tomada elétrica para o engate de reboques. O painel é composto de medidor de rotações, horímetro, indicador de combustível, medidor da temperatura do líquido de arrefecimento, indicador do estado da bateria, pressão do óleo, freio estacionamento, tração, bloqueio, TDP acionada, luzes, luz de alerta do arrefecimento, luz de alerta do combustível e luz de alerta de aqueci-

ERGONOMIA Em termos ergonômicos este trator é altamente desenvolvido, como é possível perceber após alguns minutos de avaliação. O acesso ao posto de operação não apresenta maiores problemas, o piso é antiderrapante, o que dá uma maior segurança ao subir. Quanto às alavancas de acionamento, todas estão ao alcance das mãos, as maiores dificuldades são para o acionamento da tração dianteira, onde é preciso inclinar o corpo para frente para manuseá-la, mas como é uma alavanca de acionamento eventual, não chega a ser um problema. Igualmente negativa é a posição do inversor, que ao ser

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O modelo testado não era cabinado mas possuía arco de segurança com certificado europeu

mento (partida). Há disponível buzina, luz indicadora de direção (pisca-pisca) rebatível, espelho retrovisor, luz de serviço, luz para placa. Há uma proteção para os pés em acrílico e o escapamento tem saída lateral, pelo lado do posto do operador. O modelo que testamos não era cabinado, porém é item opcional e pode resultar em um acréscimo de qualidade, principalmente para a aplicação de produtos químicos, pois tem um sistema de circulação fechada e renovação de ar. O seguro na operação é também resguardado por um arco de segurança (Rops), certificado europeu pela Norma OECD OECD 6/S/O 100/2 e com dispositivo de recolhimento para trabalhos em ambientes de pouca altura, como é o caso da condução da videira no sistema de latada. Como este trator tem este dispo-


“O modelo que testamos não era cabinado, porém é item opcional e pode resultar em um acréscimo de qualidade, principalmente para a aplicação de produtos químicos, pois tem um sistema de circulação fechada e renovação de ar” Fotos Charles Echer

Durante o teste, foram realizadas operações com roçadeira, encanteiradora, subsolador e pulverizador

sitivo de rebatimento do arco de segurança, não há cinto de segurança.

TESTE A CAMPO Durante o teste, o trator estava sem lastragem nos pneus traseiros, e no pára-choques dianteiro, estava com quatro pesos de 24 kg cada. Os pneus que estavam equipando o trator eram Firestone, do tipo diagonal, nas medidas 7.00 – 18 na dianteira e Pirelli TM 95 12.4 – 24 na traseira, e como opcional é possível a colocação de pneus radiais. Fomos ao campo para testar alguns equipamentos. Tivemos algumas dificuldades, pois os equipamentos disponíveis na propriedade eram todos para o trator de 75 cv. No entanto, realizamos testes em diversas aplicações. Primeiramente, testamos o Mistral 50 com uma roçadeira superdimensionada para o seu tamanho, porém ele enfrentou o trabalho sem problemas, indicando que nesta operação o equipamento do trator de 75 cv vai servir para ele também. No teste seguin-

te, acoplamos um escarificador de cinco hastes, igualmente superdimensionado, e o pequeno trator conseguiu trabalhar de maneira satisfatória. O principal teste foi com o implemento que efetivamente será utilizado na propriedade da família Panizzon, que é um pulverizador Montana 400, tipo turbo atomizador, bastante utilizado na viticultura. Testamos o trator em 1ª marcha do grupo médio a 2.600 rpm e apesar de o pulverizador ser um pouco maior do que o recomendado para o trator, este não apresentou dificuldades durante a nossa avaliação. Foi possível observar que mesmo o parreiral sendo baixo com 1,85 m o trator não tinha problemas para trafegar por baixo, pois o arco de segurança é escamoteável, o que faz com que a altura do trator passe de 2,03 m para 1,45 m. O filho mais velho e operador de máquinas da família fez um trabalho de aplicação de fungicida com muita facilidade, dizendo-se já muito adaptado ao trator. O sistema de condução da parreira, como já dissemos, é o de latada, que necessita de um trator baixo, compacto e que seja, nas condições das áreas utilizadas, razoavelmente estável. O último teste foi com uma rotoencanteiradora, onde o trator foi mantido em 2ª reduzida a 2.600 rpm. Mesmo o local utilizado no teste não sendo o ideal, pois era necessária uma gradagem anterior, os canteiros com apenas duas passadas do equipamento ficaram montados. Fizemos uma avaliação de raio de giro, conseguindo valores de 2,95 m sem tração e sem uso de freio e 2,37 m com tração diPor causa do seu pequeno tamanho e grande capacidade de giro, as operações nas linhas do parreiral são realizadas sem maiores problemas

anteira acionada e uso de freio na roda interna. Em todos os testes, o que podemos observar, foi que, mesmo nos momentos em Motor Yanmar 4TNV88-KLAN Potência bruta a 2.800 rpm 47,5 cv Torque máximo a 1.200 rpm 141 Nm Número de cilindros 4 Volume interno, cm3 2.189 Arrefecimento Água/ar Transmissão Embreagem Independente, disco duplo, acionamento mecânico Número de marchas 12x12 Sincronzada Inversor De linha, sincronizado Tomada de potência Acionamento Mecânico Rotação 540/540E Eixo dianteiro motriz Acionamento Mecânico Sistema Planetárias Esterçamento 55º Bloqueio Acionamento eletro-hidráulico Sistema hidráulico Controles Força, posição, ondulação Capacidade de levantamento 1.200 kgf Categoria do engate Categoria II Controle remoto 2 tomadas Pneus Tipo Diagonal Dianteiros Firestone 7.00 – 18 6 lonas Traseiros Pirelli TM 95 12.4 – 24 10 lonas Dimensões Comprimento 330 mm Distância entre eixos 1.700 mm Altura total com arco de segurança 1.960 mm Largura mínima 1.290 mm Bitola 1.140 mm Peso sem lastros 1.460 kgf

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Fotos Charles Echer

Apesar de não ser cabinado, o trator emitiu baixos níveis de ruídos, causa da localização do escapamento, que fica sob o chassi

que o trator era mais exigido, ele foi bastante silencioso e com ótima manobrabilidade, não precisando de espaços muito grandes para as manobras.

PONTOS ALTOS Os pontos altos deste trator, pelo que vimos no teste e que deverão fazer diferença na sua competitividade no mercado são O motor Yanmar, que equipa este trator, é tradicionalmente reconhecido como de baixo consumo de combustível. Para uma mecanização de pequenas propriedades este parâmetro é importante. O Mistral 50 possui uma transmissão mecânica de 12 velocidades, que na verdade são 24 marchas, 12 para frente e 12 para trás, acionadas por um inversor mecânico sincronizado, ao alcance da mão do operador, que somente necessita acionar a em-

Nos testes de raio de giro, conseguimos os valores de 2,95 m sem o uso dos freios e 2,37 m com o uso da tração dianteira ligada e o freio da roda interna acionada

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breagem para mudar o sentido de deslocamento. Em determinadas operações este dispositivo pode ser decisivo para o rendimento. Como opcional também é possível solicitar um super-redutor. O sistema hidráulico tem alta capacidade de levantamento, considerando o porte e as dimensões do trator. É acionado por duas alavancas, uma controlando a posição e a outra a ondulação, existe também a possibilidade de controle da profundidade de descida dos implementos através dos braços externos do hidráulico. Com 1.200 kgf de capacidade é recomendado para aqueles

equipamentos de alto peso, como são aqueles utilizados para aplicação de produtos químicos. Esta é uma característica que o pode diferenciar dos demais tratores da sua classe. Outra vantagem observada deste trator é o vão livre. São 30 cm, suficientes na maioria das ocasiões e se for preciso, retirando– se a barra de tração eleva-se a 42 cm do solo. Esta característica é muito importante, já que este trator é projetado para trabalhar, principalmente em fruticultura (uva, maçã, citrus etc) e culturas que geralmente são instaladas em áreas acidentadas. Concluindo, vimos o dilema que os pequenos produtores que cultivam parcelas com declividade. Quando têm apenas um trator, devem adquirir equipamentos compatíveis a este tamanho, quando têm dois tratores, geralmente dividem as operações mais pesadas como preparo do solo etc. para o trator maior e as operações mais leves para o pequeno, que tem maior capacidade de M manobra em espaços reduzidos. José Fernando Schlosser, Eder Dornelles Pinheiro, Leonardo Basso Brondani e Pietro Furian Araldi, UFSM

ACOLHIDA TIPICAMENTE ITALIANA

N

a pausa para o almoço, mais uma surpresa agradável. Um almoço italiano que começou com uma sopa de fidelini e depois, churrasco, com a tradicional salada de maionese, alface e pepino e um requinte da culinária italiana: a carne lessa, que é carne variada cozida

na água que será a base para a sopa, com o crem, que é um tempero picante também conhecido como raiz forte. Para beber, um vinho colonial, suco de uva natural e água. No almoço sentimos o saudável e familiar modo de viver e receber italiano.


raios

Descargas elétricas Instalações rurais como silos, galpões e até mesmo equipamentos de irrigação estão sujeitos a descargas elétricas provenientes de raios, que podem pôr em risco maquinarias e as próprias construções. Saber quais as causas desses fenômenos e como prevenir os estragos é a melhor maneira para evitar prejuízos

O

armazenamento de grãos é de fundamental importância econômica para o agronegócio, além de ser responsável por suprir o mercado no período de entressafra. Diante desta realidade é crescente o número de unidades armazenadoras de grãos. Desde o momento da chegada dos grãos na unidade armazenadora até o ensilamento, o transporte dos grãos é automatizado, seja por correias transportadoras, elevador de canecas, transportador pneumático, transportador helicoidal, calha vibratória ou transportador por gravidade. Em todos esses processos existe um intenso atrito entre os grãos e desses com as partes metálicas, o que gera cargas eletrostáticas que podem se acumular nas estru-

turas. Para evitar que haja esse acúmulo com conseqüentes descargas eletrostáticas é necessário que as estruturas estejam aterradas e equipotencializadas, possibilitando o escoamento se-

guro de cargas para o solo. No interior do silo existem motores, cabos elétricos, lâmpadas, sensores, dentre outros possíveis equipamentos. Todos esses equipamentos são passíveis de ge-

Figura 1 – Formas diretas e indiretas de descargas atmosféricas do tipo nuvem-solo A)

B)

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Figura 3 – Módulo e diagrama de proteção em cascata

Figura 2 - Incidência de descarga direta sobre uma unidade armazenadora de grãos

ração de centelhas (Figura 2 b), seja por curtocircuito, defeito mecânico ou outros. A fim de prevenir esses incidentes utilizamse equipamentos antideflagrantes, bem como cabos especiais, devendo ser criteriosamente adotados conforme NBR 5418 Instalações elétricas em atmosferas explosivas. Serviços de soldagem e esmerilhamento podem atingir a temperatura de ignição do pó. Essas situações geralmente ocorrem durante serviços de manutenção das estruturas. Devido à periculosidade dessas situações, as manutenções devem ser criteriosamente programadas, e realizadas quando as dependências estiverem vazias e livres de pó remanescente.

elétrica ocasionada por descargas elétricas. A concessionária de energia local demanda de um tempo para a troca dos dispositivos queimados acarretando no aumento da acidez ou perda do leite. Para evitar que equipamentos sejam danificados deve-se projetar um sistema de proteção de acordo com a seletividade de proteção desejada. Podem-se utilizar protetores de surto atmosféricos (Figura 3 a) que são dispositivos que atuam quando “sentem” um aumento na diferença de potencial dos terminais em que estão conectados. O protetor de surto tem a finalidade de drenar o excesso de corrente para o aterramento (meio de menor potencial). Dispositivos de proteção como o centelhador, varistor, tranzorb, diodo zener entre outros possuem tempo de resposta da ordem de micro e nanosegundos (hs). De posse desses dispositivos, pode-se realizar um sistema de proteção em forma de cascata (Figura 3b). No mercado existem diversos módulos que realizam uma proteção valendo-se de dois ou mais dispositivos de proteção interligados em paralelo. Na mesma figura 3b observa-se um exemplo de módulo de proteção. Além do mais, verificou-se em todas as vi-

PROTEÇÃO DE EQUIPAMENTOS Em diversas visitas técnicas realizadas ao campo, na região sul de Minas Gerais, identificou-se uma queixa comum entre os agrônomos responsáveis pelas propriedades rurais. Tal queixa se refere à não atuação de dispositivos de proteção como disjuntores, fusíveis ou até mesmo relês térmicos. O que acontece é que o tempo de atuação de tais dispositivos é da ordem de milisegundos (ms) enquanto o tempo de queda de uma descarga atmosférica (raio ou relâmpago) é da ordem de microsegundos (ms). Dessa forma, esses dispositivos não respondem a necessidade contra essas descargas elétricas. Verificou-se em empresas agropecuárias na área rural da cidade de Carrancas (MG) que a densidade de descargas atmosféricas possui um valor altíssimo além de uma alta resistividade do solo. Identificou-se a situação de laticínios situados nessa região que perdem suas produções diárias quando ocorre a falta de energia

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sitas a ausência de pára-raios de baixa tensão, que devem ser instalados em redes de distribuição rural, na entrada do transformador abaixador. Esses dispositivos são de suma importância para a redução de sobretensões induzidas geradas nessas redes. Em muitos casos, os módulos de proteção podem ser instalados na entrada do medidor de energia. Esse procedimento não elimina a possibilidade de sobretensão em redes rurais de grande comprimento, mas reduz a intensidade da sobretensão. Essas redes podem estar alimentando pivôs centrais, painéis controladores de sistema de irrigação por gotejamento, unidades armazenadoras de grãos, televisores, computadores e demais equipamentos eletro-eletrônicos utilizados no campo. Portanto, devem-se instalar os módulos de proteção na entrada de cada equipamento utilizado. Para que se tenha um eficiente Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA) deve-se observar o número de atuações dos protetores, o valor da tensão remanescente, corrente suportada, tempo de resposta, entre outros fatores. A dificuldade em se realizar a escolha certa de um módulo de proteção consiste em saber para quais valores de tensão

TIPOS DE DESCARGAS ELÉTRICAS

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s descargas atmosféricas podem se apresentar de várias formas como: inter-nuvens; intra-nuvem; nuvem-atmosfera; solo-nuvem ou nuvemsolo, que são as mais estudadas. A justificativa é que essas descargas causam o maior número de danos e riscos à vida do homem e de animais, além de possibilitarem a medição e comparação com estudos teóricos. As descargas nuvem-solo (ocorrentes em 95% das incidências) e solo-nuvem podem se apresentar de forma direta ou indireta. As descargas diretas (Figura 1a), mesmo ocorrendo em menor freqüência, podem causar grandes destruições em estruturas (metálicas e de alvenaria), linhas

de transmissão e distribuição, cercas e árvores, além de equipamentos eletro-eletrônicos devido aos elevados valores de tensão e corrente. Contudo, as descargas indiretas (Figura 1b) ocorrem com maior freqüência induzindo menores valores de tensão e corrente. Entretanto essas intensidades são suficientes para ocasionar danos aos processos industriais justificando um projeto de proteção. Atualmente, o mercado oferece diversos sistemas de proteção que podem ser utilizados. Contudo, os empresários, muitas das vezes, por desconhecer de eficientes metodologias de proteção, optam por não utilizar proteção ou, até mesmo, por fazerem aquisição de seguros.


“Para que se tenha um eficiente Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas deve-se observar o número de atuações dos protetores, o valor da tensão remanescente, corrente suportada, tempo de resposta, entre outros fatores”

e corrente o mesmo será utilizado. Esses valores variam de descarga pra descarga e de região para região, ou seja, possuem variação espacial e temporal. Silva (2001) utilizou uma equação proposta por Rusck (1959) (Figura 4 b) e o “software” EMTP para simular diversos valores de tensões induzidas provocadas por diversas descargas atmosféricas. Os resultados simulados apresentaram um alto índice de precisão e exatidão, comparados aos valores medidos. Dessa forma pode-se utilizar essa metodologia para prever valores de sobretensões induzidas em diversas regiões do país. Outro ponto a se discutir é a durabilidade desses componentes de proteção. Com a utilização do mapa de curvas de isodensidades do Brasil (INPE), identifica-se o número de dias de trovadas por ano. Com esse parâmetro, podese estimar a vida útil dos protetores de surtos atmosféricos. Atualmente, é possível realizar um eficiente sistema de proteção contra descargas atmosféricas. O sucesso de qualquer projeto realizado depende de confiáveis dados de entrada. Assim como em projetos de drenagem superficial (terraços), o dimensionamento é baseado em chuvas prováveis com determinados tempos de retorno. Dessa forma quando acontece uma chuva de maior intensidade do que a prevista os terraços podem não agüentar. Em sistemas de proteção contra raios pode acontecer o mesmo. Os projetos são realizados para valores prováveis de corrente e tensão que podem não garantir 100% de confiabilidade. Entretanto, pode-se conseguir maior confiabilidade, M como em todo projeto de engenharia. Robson André Armindo e Marconi Batista Teixeira, Esalq Joaquim Paulo da Silva, Ufla

Figura 4 – Equação de Rusck para simular valores de sobretensões induzidas em que: V é a tensão induzida, (V); I é o valor do pico da corrente da descarga, (A); h é a altura da linha, (m); d é a distância entre o ponto de incidência da descarga atmosférica e a linha, (m); b é a relação entre a velocidade da corrente de retorno e a velocidade da luz

Figura 5 - Curvas isodensidades do Brasil (INPE).


K.O. - Jet Plus

Um plus no pomar Com versões de tanque de dois ou quatro mil litros, o Turbo Atomizador Jet Plus da K.O. destaca-se pela baixa necessidade de manutenção e simplicidade no projeto

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lém dos tratores e colhedoras que costumamos apresentar na Ficha Técnica, apresentamos nesta edição o Turbo Atomizador Jet Plus desenvolvido e fabricado pela K.O. Máquinas Agrícolas Ltda, para aplicação de produtos fitossanitários em pomares e outros sistemas de cultivo nas culturas de café, citrus e outras. A empresa destaca algumas características como autonomia, versatilidade, baixo

Dois sensores ligam e desligam a pulverização total ou parcial quando detectam ou não a presença de plantas

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“O chassi estrutural é reforçado com vigas de perfil “u”, enrijecidas, cortadas a frio e berço em aço tubular que apóia totalmente o tanque em sua altura mediana” Fotos K.O.

da versão, tem desenho aerodinâmico e é de polietileno, o que garante maior resistência a impactos, raios UV e maior capacidade de vedação. Possui agitador hidráulico de calda e visor de nível com escala graduada. O tanque de água limpa também é de polietileno e varia de 60 a 320 litros de acordo com o modelo. A turbina do Jet Plus, independente da versão, tem 900 mm, com rotação da hélice a 2.160 rpm, o que gera um volume de ar na casa dos 95 mil metros cúbicos por hora, a uma velocidade de 175 km/hora. Ela pode ser utilizada com ramais bilaterais com 36 bicos ou ramal unilateral com direcionador (volute) com 28 bicos, sendo 18 no ramal e dez no volute. O volute tem regulagem de ângulo progressivo, o que permite uma adaptação do facho de aplicação dependendo da

O Jet Plus tem cinco versões que variam basicamente na autonomia, com tanques de dois a quatro mil litros

variação do ambiente de trabalho, como superfícies com aclives acentuados e pomares com árvores de altura heterogênea. custo de operação e manutenção como seus pontos mais fortes. O Jet Plus tem cinco versões, que variam basicamente na capacidade de autonomia, com tanques que vão de dois e quatro mil litros, além da altura da turbina, comprimento e quantidade de bicos que variam de 28 a 36 e altura do equipamento entre 2,2 m e 3,6 m. O chassi estrutural é reforçado com vigas de perfil “u”, enrijecidas, cortadas a frio e berço em aço tubular que apóia totalmente o tanque em sua altura mediana. Essas características ajudam a aumentar a resistência a intempéries e a impactos, além de proteger o tanque. O eixo do rodeiro, para os atomizadores de café, tem regulagem telescópica e também é construído em aço tubular cortado a frio e travado por grampos. Os cubos de rodas são de alta resistência e os rolamentos superdimensionados para não sofrer maiores fadigas com o peso do tanque.

BOMBA DE PULVERIZAÇÃO A pressurização da calda é feita através de bomba de pistão (bomba positiva) e de uma válvula reguladora de pressão. A bomba é montada com gaxetas vulcanizadas adequadas para agroquímicos que trabalham dentro de camisas de cerâmica, possui três pistões, o que ameniza as pulsações no circuito hidráulico, com vazão de 100 a 180 litros por minuto. A válvula reguladora de pressão (regulador de pressão) permite ajustar a pressão de trabalho de 100 a 400 lbs/pol². Este item possui o corpo fabricado em latão, os internos em aço e na montagem, a parte

móvel (agulha) isolada da mola de pressão por uma membrana de viton, aumentando a vida do equipamento.

TRANSMISSÃO No Jet Plus a caixa multiplicadora substitui uma transmissão tradicional composta de duas polias e um jogo de correias. Esta troca simplifica o equipamento, pois, no sistema tradicional são necessárias proteções de segurança nas correias e polias para evitar acidentes. Estes dispositivos de proteção

TANQUE E TURBINA O tanque, com capacidade de dois a quatro mil litros, dependendo

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Fotos K.O.

Detalhe do incorporador de defensivos, com fácil acesso e manuseio

PNEUS Os turbos atomizadores são equipados com pneus agrícolas novos, que aumentam a segurança no tráfego do atomizador. Nos modelos com tanques quatro mil litros, são utilizados pneus com raias largas e sulgos profundos, permitindo penetração no solo e conferindo redução de resistência ao avanço, derrapagens e a correta flutuação. Para os modelos com tanques dois mil litros são utilizados pneus agrícolas com sulcos e raias que facilitam a autolimpeza e dão estabilidade às rodas livres dos mesmos. O Jet Plus tem um comprimento que varia de 4,56 a 5,35 m, largura entre 1,50 e 1,96 m, dependendo da versão. A potência do trator recomendada é de 75 cavalos para M todas as versões.

dificultam as operações de manutenção preventiva e corretiva, necessária nesta parte do atomizador. A manutenção na caixa multiplicadora é feita apenas conferindo o nível de óleo, sem a necessidade de verificação constante da tensão das correias. O sistema de acionamento da transmissão da turbina é através do eixo cardan balanceado apoiado em dois mancais, com caixa multiplicadora com coroa e pinhão banhados a óleo. Esse sistema, segundo a fábrica, confere baixo índice de manutenção e maior capacidade de transmissão de potência com um menor consumo de combustível, além de garantir uma ventilação homogênea na aplicação. Ela possui também regu-

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lagem hidráulica do facho de aplicação, facilitando o trabalho em pomares com árvores de alturas heterogêneas ou em terrenos acentuados. O cardan homocinético, item opcional no Jet Plus, permite o retorno do trator nos fins de rua, sem manobras excessivas, mesmo em curtos corredores, poupando tempo e combustível, o que conseqüentemente aumenta também o rendimento das operações. O equipamento é dotado do KO Sense, com dois sensores de pulverização que proporcionam a interrupção da pulverização total ou parcial nos casos de replantas, plantas baixas ou ausência de plantas.

Detalhe do tanque de água limpa (acima) e da transmissão (abaixo)


cana-de-açúcar

Máquinas no canavial Atualmente 40% da área colhida de cana-de-açúcar utiliza o processo mecanizado de colheita, tendência que cresce anualmente, impulsionada pela praticidade e qualidade final do produto

H

oje o Brasil se defronta com a perspectiva de aumento significativo da demanda de álcool combustível. Esta previsão se sustenta em três realidades de mercado: aumento interno do consumo de álcool hidratado pelo sucesso da introdução da alternativa flex-fuel no mercado de veículos automotivos leves, potencial de expansão das exportações brasileiras de álcool em função do crescente interesse mundial pela mistura do álcool à gasolina, opção brasileira pela produção do biodiesel utilizando etanol na transesterificação dos óleos vegetais. A produção brasileira de cana-de-açúcar, para a safra 2006/07, foi de 474,8 milhões de t de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab, 2007), 10% superior à da safra anterior, incremento este associado à expansão de 321,5 mil hectares na área, o que correspondente a 5,5% de aumento na comparação com o período anterior. A produtividade média também foi superada, 77,4 Mg/ha, resultando em 4% a mais do que na safra 2005/ 06. Os investimentos em tecnologia e em novas usinas, estimuladas principalmente pelos bons preços dos produtos no mercado, são responsáveis diretos pelo avanço projetado. Dentro deste cenário o estado de São Paulo é responsável por 60% da produção nacional e certamente o estado com maior desenvolvimen-

to tecnológico neste setor. E é justamente neste estado que o manejo da cultura de cana-deaçúcar tem sofrido alterações nos últimos anos no que se refere à colheita. Os canaviais que tradicionalmente eram queimados para facilitar o corte manual ou mecânico e para diminuir o volume de material estranho a ser transportado, passam agora, gradativamente, a ser colhidos sem a queima. Esta prática de colheita sem despalha a fogo é conhecida por colheita de “cana crua” ou “cana verde”. Por força do Decreto n° 42.056 de 6/8/97 (Governo do Estado de São Paulo, 1997) os canaviais do estado de São Paulo em áreas consideradas mecanizáveis, a partir do ano 2005 só poderiam ser colhidos no sistema de colheita de cana crua, salvo algumas exceções. Tendo em vista que as usinas do estado e principalmente os fornecedores não detinham técnicas de manejo e/ou equipamentos necessários para atender a este decreto, este foi alterado em 19/ 9/2002, passando o prazo para 2021 em áreas mecanizáveis e 2031 nas demais áreas. Contudo tem crescido nos últimos anos, por parte dos ambientalistas, a exigência de que a colheita de cana-de-açúcar seja realizada sem a queima. Fato este que encontra respaldo do setor político, à medida que a demanda por investimentos de capital em outros setores tecnológicos exige um melhor controle da qualidade do ar, resultou em um

recente protocolo assinado pelo governador Serra, que altera a data para a eliminação completa da queima da cana para 2014. Este protocolo veio ao encontro não só dos interesses da população local, mas também para atender as exigências internacionais que vinculam a compra de etanol produzido no Brasil à produção que não afete o meio ambiente. A colheita de cana picada tem se consolidado como a tecnologia mais versátil em termos de capacidade para o corte de canas em um espectro bastante largo de condições de produtividade e grau de acamamento do canavial; trata-se de um processo concebido para a colheita de canaviais queimados que sofreu sucessivas adaptações para permitir o processamento de canas sem queima prévia.

MECANIZAÇÃO Aproximadamente 40% da área colhida de cana-de-açúcar utiliza atualmente o processo mecanizado de colheita, com ou sem queima prévia para limpeza do canavial, principalmente em áreas com topografia adequada e/ou com problemas de escassez de mão-de-obra. Esta área tende a aumentar rapidamente com o aumento do número de usinas instaladas no país, principalmente na região Centro-Oeste do Brasil. A expectativa é de que até o ano de 2011, 73 novas usinas estejam em operação. Destas, 26 estão em construção e 11 delas devem entrar em operação

John Deere

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Fotos Paulo Graziano Magalhães

Detalhe do corte base, proporcionando um aproveitamento grande da cana e aumento da longevidade do canavial

ainda nesta safra. Estas novas usinas estão sendo instaladas principalmente em áreas com topografia adequada à mecanização. A indústria nacional de máquinas e equipamentos agrícolas vem se preparando para o aumento da demanda. Embora as empresas tradicionais estejam investido em inovações tecnológicas com o intuito de melhorar a qualidade de seu produto, reduzindo as perdas, melhorando a capacidade de colheita e a confiabilidade no produto, muito ainda deve ser feito para podermos atingir um patamar tecnológico compatível com a magnitude da expansão que está acontecendo para o setor, tanto no Brasil como nos demais países produtores tradicionais de cana-de-açúcar e outros que agora vislumbrando o potencial do combustível renovável passam a investir na produção de cana como, por exemplo, China, Índia e Paquistão. Exemplo deste avanço tecnológico está presente nas máquinas Case IH com o seu sistema antivortex, capaz de reduzir as impurezas vegetais e as perdas por estilhaço contribuindo com a eficiência de limpeza da cana e conseqüentemente com a eficiência de extração de álcool e açúcar. O sistema de controle automático do corte de base (CACB) presente nas colhedoras John Deere é outro importante exemplo, este sistema permite significativa redução das impurezas, além de reduzir o desgaste das facas e melhorar a qualidade do corte de base, contribuindo com a longevidade do canavial. Inovações como controle automático do corte de base é um exemplo que permite diminuição na impureza da cana picada

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A colheita da cana picada é um avanço no setor, e já é realizada em aproximadamente 40% da área total cultivada com cana

Palha de cana-de-açúcar (esq.) e bagaço gerado após o processamento (dir.). Grande potencial energético, ainda pouco aproveitado

Todavia estas soluções são apenas paliativas e devemos investir em novas tecnologias de forma a encontrar soluções para a redução do pisoteio da soqueira, redução das perdas de matéria-prima e melhorar a eficiência de limpeza. Além disso, seria necessário obter um produto capaz de trabalhar em terrenos com inclinação superior à limitação hoje existente (12%) e principalmente capaz de aproveitar o palhiço que hoje é descartado, mas apresenta um enorme potencial para aproveitamento energético. Tem surgido também no mercado máquinas desenvolvidas pelos fabricantes nacionais. Como exemplo tem-se a Santal, que apresenta rodados tandem com pneus de alta flutuação e tração 6x4, como alternativa as esteiras, de alto custo, e os pneus convencionais. Esta colhedora foi agraciada no ano de 2006 com o Prêmio Gerdau Melhores da Terra - Categoria Prêmio Especial, durante a Expointer. Outros fabricantes nacionais têm lançado no mercado colhedoras destinadas a nichos específicos do mercado como colheita de mudas ou cana para moagem de produtores independentes, como por exemplo, a Civemasa e Star. Em geral elas apresentam um menor custo inicial e menor capacidade de colheita. Outra alternativa a esta tecnologia vem sen-

do desenvolvida na Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri) da Unicamp. Batizada de Unidade Móvel de Auxílio à Colheita (Unimac), ela substitui apenas parcialmente a mãode-obra, conferindo maior segurança e conforto aos trabalhadores. A unidade consta essencialmente de uma frente de corte com largura de quatro linhas, incluindo sistema flutuante para o corte basal de cada linha, segue um conjunto de transportadores com correntes que conduz o material até uma célula de trabalho com dois operadores por linha que catam manualmente os colmos, cortam o ponteiro utilizando um disco cortador disponível para cada linha e encaixam ordenadamente os colmos em um transportador lateral que os conduz até o despalhador de rolos. O despalhador retira as folhas e lança os colmos inteiros até uma carreta de descarga vertical onde os mesmos são empilhados paralelamente uns aos outros, na direção longitudinal de marcha, para manter a densidade de carga requerida pela operação posterior de transporte. A proposta é que a Unimac seja compacta e barata. As projeções indicam que o equipamento, que pesará aproximadamente quatro t, deverá chegar ao mercado a um preço próximo de R$ 250 mil. Outra vantagem que a nova


“Muito ainda deve ser feito para podermos atingir um patamar tecnológico compatível com a magnitude da expansão que está acontecendo para o setor”

Detalhe do projeto da Unimac, desenvolvido pela Feagri, da Unicamp

COLHEITA DE CANA PICADA

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tecnologia deverá apresentar em relação aos modelos convencionais é que ela poderá operar em terrenos com declividade acentuada, visto que será dotada de tração e direção nas quatro rodas e centro de gravidade baixo, combinado com bitola larga. Esta proposta está sendo desenvolvida com o apoio da Fapesp e da empresa Agricef. M Paulo Graziano Magalhães e Oscar Braunbek, Feagri – Unicamp

s colhedoras disponíveis hoje no Brasil apresentam na sua maioria as mesmas características, com pequenas variações, dependendo do fabricante, quanto ao sistema de alimentação ou processamento do material no interior da colhedora. • São autopropelidas, com sistemas hidrostáticos e mecânicos para seu deslocamento; • Mecanismo para separar as linhas e para levantar a cana deitada transversalmente. Este mecanismo, com o avanço da colhedora, deita os colmos no sentido do eixo longitudinal da máquina para tornar viável o processo de alimentação depois do corte de base; • Eliminador de ponteiros. Este mecanismo é colocado na parte frontal superior da máquina; • Mecanismo de corte de base. Dois discos de aproximadamente 900 mm de

diâmetro, com altura de corte controlada pelo operador de modo a cortar os colmos em suas bases, próximos à superfície do solo; • Transportadores de rolos com duas funções: transportar os colmos até o picador e eliminar o grande volume de solo alimentado pelo cortador de base; • Picador de colmos com capacidade de cortá-los entre 230 e 350 mm dependendo do número de facas; • Sistemas de limpeza. Composto de dois extratores, um localizado logo após o sistema de picagem e outro no extremo superior da esteira transportadora; Esteira transportadora, capaz de girar em um ângulo de 180°, permitindo que a combinada possa cortar sempre o mesmo lado do talhão, responsável pela transferência do produto colhido para o veículo de transbordo.


New Holland

Fotos New Holland

Time completo Num megalançamento, a New Holland coloca 11 novas máquinas no mercado, ampliando a faixa de potência dos tratores e com novidades em praticamente todos os segmentos de atuação

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Costa do Sauípe, no litoral baiano, foi palco do maior lançamento da New Holland dos últimos anos. Mais de 500 pessoas entre jornalistas e concessionários de vários países da América Latina puderam conferir em primeira mão as 11 novas máquinas da marca que serão ofertadas ao mercado. Foram duas colheitadeiras novas e nove modelos de tratores, de diversas séries que compõem o portfólio que agora, além de maior, está mais potente também, já que ganhou lançamentos de peso, como a colhedora CR 9060 e os tratores da série T 7000, com motorização acima de 200 cv. Esses dois lançamentos chamam a atenção por serem máquinas com posicionamento diferenciado e inédito na New Holland no Brasil. A colhedora é a primeira axial da empresa no Brasil e a única do mercado equipada com dois rotores. Já os tra-

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tores com 200 cv e 230 cv da série T 7000, colocam a New Holland no mercado dos tratores de grande porte e de alto nível de tecnologia embarcada.

CR 9060 A colhedora CR 9060 é a máquina que mais chama a atenção dentre os lançamentos, por ser a única axial com dois rotores no mercado brasileiro. Ela vem equipada com motor de 354 cv, 10,6 mil litros de capacidade de carga e plataforma de 35 pés. “No mercado existem diversas opções de máquinas axiais, mas a New Holland é a única que oferece uma axial com dois rotores, o que contribui para alcançar a qualidade máxima, além de reduzir ao mínimo possível a perda de grãos por quebra com trilhas mais suaves”, explica Marcos Arbex, gerente de marketing de produto. O motor Iveco Cursor, que equipa a CR

9060 vem com injeção Common rail, opera a velocidade nominal de 2.100 rpm. Para o trabalho de descarga em movimento, a máquina ganha ainda uma potência extra de 40 cv, o que a torna ainda mais produtiva, explica. Vem equipada com ar-condicionado automático, assento com suspensão pneumáti-

Modelos da linha T 7000 vêm com motorização de 200 cv a 230 cv e possuem tecnologia diferenciada


“Foram duas colheitadeiras novas e nove modelos de tratores, de diversas séries que compõem o portfólio que agora, além de maior, está mais potente também”

OUTROS MODELOS

A CR 9060 tem como principal novidade o sistema axial de trilha dotado de dois rotores independentes

ca e dispositivo de ajuste longitudinal de altura e inclinação. Com apoios antivibratórios e revestimento acústico, as vibrações são praticamente eliminadas e o nível de ruído é bastante baixo. Essa máquina é produzida na fábrica da New Holland em Zeldegem, na Bélgica, que completou 100 anos de existência e é responsável pelos desenvolvimentos das reconhecidas linhas TC e CS.

TRATORES T 7000 Uma nova série de tratores foi apresentada ao Brasil, a T 7000, com os modelos T 7040 e T 7060, equipados com motores de 200 cv e 223 cv de potência máxima, respectivamente, e uma reserva de torque de até 45%. São tratores com um design diferente das demais séries da marca, que estamos acostumados a ver no Brasil. A cabine é Horizon TM com isolamento acústico, que permite menores níveis de ruídos, mantendo a média dos 69 dB (A). O interior foi projetado para permitir acesso fácil aos comandos. Além do visual arrojado, a nova série vem equipada com o sistema Memory shuttle, que permite ao operador mudar a marcha para frente ou para trás com rapidez e suavidade, sem se preocupar em aplicar a marcha adequada à velocidade do trator. A transmissão Power command com IntelliShift traz novos níveis de sofisticação ao câmbio Full powerShift porque, não importa qual seja a carga, as mudanças de velocidade são feitas com rapidez e suavidade, adaptando a velocidade do trator e a velocidade do motor para alcançar grande rendimento, sem o uso da embreagem.

com uma grande área de superfície para frenagens seguras. Todos os modelos são equipados com tração nas quatro rodas, e transmissão nas opções 8x2 e 12x3 com super-redutor no TT 3880F. Os tratores TT 3840F e TT 3880F são versões estreitas da linha TT e servem para o trabalho em culturas que exigem menores dimensões. Eles possuem uma largura reduzida – de 1,45 metro de largura, 40 centímetros a menos que o trator TT convencional – o que os tornam aptos ao trabalho em áreas com espaçamentos menores. Para alcançar uma largura adequada para trafegar entre as linhas de pomares e cafezais, o TT versão estreito possui trombetas do eixo traseiro da transmissão menores, e o eixo dianteiro da marca Carraro. Outro fator que contribui para o trânsito da máquina nos pomares e cafezais é o arco de segurança que envolve o tratorista. Ele é rebatível e pode ser reclinado com facilidade. Além disso, o escape desse novo modelo é horizontal, diferente do vertical encontrado nos tratores convencionais.

Outra máquina destaque é a colheitadeira TC 5090, que vem equipada com novo motor e novo sistema de trilha. O motor Cummins de seis cilindros e 240 vc com intercooler e Sistema maxitorque, deixa a colheitadeira mais potente, o que facilita o processo de trilha principalmente no trabalho com materiais pesados. Também aumentaram de tamanho o tanque graneleiro, que passou para 7,2 mil litros, e a plataforma, que pode chegar aos 25 pés. Ela vem agora com novo sistema de acionamento do molinete, que é hidráulico e sincronizado com a velocidade da máquina. Cabine nova e novo sistema de iluminação noturna completam as mudanças da colheitadeira líder de mercado. Os tratores modelos 7630 e 8030, campeões de venda da marca, também passaram por uma série de melhorias, incorporaram novos recursos tecnológicos e agora serão montados com motores New Holland, fabricados no Brasil pela Fiat Powertrain Technologies desenvolvidos especialmente para as máquinas agrícolas. São motores de 106 e 122 cv, com quatro cilindros turbo de 4,5 litros e intercooler no motor de maior potência. A New Holland lançou também dois tratores de média potência. O TM 7040 e TS 6040 estarão disponíveis para comercialização no primeiro trimestre de 2008. Com a introdução das novas máquinas a empresa complementa sua linha de 46 produtos e deve crescer 40% neste ano, em comparação com o ano passado, estima Francesco Pallaro, vice-presidente comercial e de marketing. Outros setores como pecuária, reflorestamento, frutas etc. também devem impulsiM onar as vendas.

SÉRIE TT O portfólio ganhou também uma linha específica para o trabalho em pequenas propriedades e em culturas que exigem máquinas menores e mais estreitas, como fruticultura e café. Três modelos constituem a linha TT, com motorização de 55 cv e 75 cv, sistema Lift-O-Matic, que permite pré-ajustar a altura de implementos. Os eixos traseiros apresentam freios multidiscos imersos em óleo,

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blocante do diferencial

Fotos Técnica 4x4

Bloqueio necessário Saiba como usar o blocante do diferencial central de seu 4x4, ferramenta indispensável para aventuras off-road

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diferencial central, também chamado de terceiro diferencial, equipa todos os modelos com transmissão 4x4 integral como o Lada Niva, toda a linha Land Rover, Mitsubishi Pajero, alguns modelos de Jeep Cherokee entre outros. O diferencial central fica instalado na caixa de transferência e sua função é atuar nas curvas transferindo torque e velocidades diferentes para os eixos dianteiro e traseiro. Observe a ilustração. Observe que na curva, cada eixo está percorrendo uma distância diferente e algum recurso deverá entrar em ação para compensar essa diferença. Quando o eixo dianteiro iniciar a curva, oferecerá menor resistência ao desenvolver maior velocidade, e através do diferencial central receberá mais torque que o eixo traseiro. Mas o diferencial central funciona permanentemente, e em situações off-road, transferirá todo o torque para o eixo que tiver uma roda girando solta, sem contato com o piso. Ele deixará sem nenhum torque o eixo que tem condições de tração e transferirá tudo para o eixo que tem uma roda patinando. Este eixo, por sua vez, terá seu diferencial retirando o torque da roda que tem tração, transferindo tudo para a roda que está girando no ar. O resultado é um veículo imóvel e sem condições de seguir adiante. Para evitar esse problema, o diferencial

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central conta com o recurso do bloqueio, que anula seu funcionamento transferindo continuamente o torque do motor para os dois diferenciais, o dianteiro e o traseiro. Isso vai possibilitar mais condições de tração em terrenos com pouco atrito como lama, areia, pedras soltas, subidas de rampas íngremes, descidas com forte inclinação e em valetas e erosões.

COMO FUNCIONA O acionamento do blocante de diferencial central é feito por comando elétrico no painel ou através de uma alavanca pequena, situada ao lado da alavanca de troca de marchas. Para desengatar o blocante, pare o veículo e desligue a chave no painel, ou coloque a alavanca na posição anterior. Caso a alavanca emperre ou o circuito ainda per-

A alavanca menor aciona o blocante e a reduzida. A seta indica a direção para o bloqueio do diferencial central

maneça ativo, após desligar a chave, volte de ré alguns metros que o sistema se desengata sem maiores problemas.

RESUMO O bloqueio do diferencial central é extremamente importante para a maioria das situações off-road. Mas nunca se esqueça que jamais se deve utilizá-lo em situações onde exista atrito pleno com o solo, como em asfalto, concreto e estradas de terra com piso firme, pois o veículo não poderá fazer curvas com a mesma facilidade proporcionada pelo diferencial central, gerando risco de danos na caixa de transferência, além de dificultar a realização de curvas. Atenção sempre! M João Roberto de Camargo Gaiotto, www.tecnica4x4.com.br

Diferencial central, distribuindo torque entre os eixos dianteiro e traseiro




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