Maquinas 71

Page 1



Destaques Matéria de capa

Lubrificantes Saiba qual o óleo correto para cada tipo de redutor de velocidade

Sem parar

Ficha Técnica

Confira quais são os ajustes necessários na colhedora antes de começar a colheita do arroz

Conheça os tratores da linha T7000 e a forrageira autopropelida 7350

Índice

20

08

12 e 24

Nossa Capa Charles Echer

Rodando por aí

06

Lubrificação de redutores de velocidade

08

Ficha Técnica - Linha T7000

12

Ficha Técnica - Semeadora MF 623

16

Regulagem de colhedoras

20

Ficha Técnica - John Deere 7350

24

Pulverização aérea em milho

28

Agricultura de precisão

30

Matéria Show Rural Coopavel 2008

34

Técnica 4x4

38

Grupo Cultivar de Publicações Ltda. www.revistacultivar.com.br

Cultivar Máquinas Edição Nº 71 Ano VIII - Fevereiro 2008 ISSN - 1676-0158

www.revistacultivar.com.br cultivar@revistacultivar.com.br Assinatura anual (11 edições*): R$ 119,00

(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)

Números atrasados: R$ 15,00 Assinatura Internacional: US$ 80,00 EUROS 70,00

• Direção

Newton PPeter eter Sch ubert K. PPeter eter Schubert • Redação

Gilvan Queved o Quevedo Charles Echer • Revisão

Alin artzsch ddee Alm ei da Alinee PPartzsch Almei eid • Design Gráfico e Diagramação

Cristiano Ceia

• Comercial

Ped edrro Batistin Sed eli Feijó Sedeli • Gerente de Circulação

Cibele Costa • Assinaturas

Simone Lopes • Expedição

Di anferson Alves Dianferson

• Impressão:

Kun de In dústri as Gráfi cas Ltd a. und Indústri dústrias Gráficas Ltda. NOSSOS TELEFONES TELEFONES:: (53) • GERAL

• RED AÇÃO REDAÇÃO

3028.2000

3028.2060

• ASSINA TURAS ASSINATURAS

• MARKETING

3028.2070

3028.2065

Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados podem solicitá-las à redação pelo e-mail: cultivar@revistacultivar.com.br Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.




Cedetec Diretores da Massey Ferguson e da Fundação Assis Gurgacz (FAG) encontraram-se durante o Show Rural Coopavel para firmar ainda mais a parceria entre as duas instituições. Inaugurado há um ano, o Centro de Desenvolvimento e Difusão de Tecnologias, da FAG, projeto que tem como apoiador a Massey Ferguson, já treinou mais de 500 pessoas e ofereceu 30 cursos em 2007. O Cedetec conta com projetos nas áreas de desenvolvimento e treinamento em mecanização, produção de biodiesel, cadeia produtiva da soja e ferrugem da soja, entre outros. Cristiano P. Buss

70 cavalos

Tecnologia A Stara apresentou no Show Rural uma linha de equipamentos para agricultura de precisão, que estará presentes em máquinas e implementos produzidos pela empresa. O gerente de Tecnologia da empresa, Cristiano Paim Buss, destacou a linha Stara Outback S3, que permite uma precisão de 2 a 6 cm, compatível com RTK e piloto automático. Outro lançamento foi o Outback L Lite, para produtores que preferem tecnologias mais simplificadas.

Marketing Rubens Campos é o novo gerente de Marketing Comercial Pneus de Caminhão, Ônibus, Agrícola Fora de Estrada e Recauchutagem da Goodyear. Há 15 anos na empresa, Rubens assumiu o cargo para reforçar as ações da empresa no segmento agrícola.

Rubens Campos

06 • Fevereiro 08

Pedro Cazado Lima

A Yanmar Agritec deu destaque especial para o seu maior trator, o modelo 1175, com 70 cavalos de potência. Pedro Cazado Lima Filho, gerente de Pós-vendas e Marketing, lembra que a principal novidade, além da potência do motor e de ser o primeiro 16 válvulas do país, é o maior número de marchas, que passou de nove para 12. “Essa máquina se destaca porque foi produzida em uma nova fase da empresa, permitindo que todo o projeto e a fabricação fossem feitos internamente”, destaca.

Linha completa

Ernani Leonel Oliveira

Gerência Ernani Leonel Oliveira assumiu o cargo de gerente geral da Sfil, após a aquisição da empresa pela AGCO. Ernani, que trabalhava na Massey Ferguson e, com a aquisição da empresa, foi transferido para Ibirubá para assumir o novo cargo.

A Sfil destacou sua linha completa de semeadoras, carretas, plataformas e demais implementos. Após a aquisição pela AGCO, a empresa realizou diversas adequações e padronizou seus produtos. “O Show Rural foi a primeira oportunidade de os produtores conhecerem os produtos que agora fazem parte da família AGCO”, explica Rubens Sandri de Moura, gerente Comercial da Sfil.

América do Sul A John Deere criou novas gerências na área de Marketing para a América do Sul. Amílcar Centeno assumiu a gerência de Inteligência de Mercado para a América do Sul. Ele será responsável pela análise de tendências de mercado e das necessidades dos clientes e pela proposição de iniciativas para o crescimento de mercado. Santiago Larroux é o responsável pela nova gerência de Marketing Tático América do Sul, que tem o propósito de desenvolver e executar o Plano Regional de Marketing para sustentar o crescimento do mercado no continente. Já Jeferson Oliveira assume a gerência de Marketing Estratégico América do Sul, sendo responsável pela implementação do portfólio de produtos e soluções e pela área de Engenharia de Jeferson Oliveira Santiago Larroux Amílcar Centeno Vendas.

Paulo Verdi e Gustavo Barden

Novas caras

Crescimento

Paulo Renato Spalding Verdi e Gustavo Sebenello Barden são os mais novos contratados para o setor de Tratores da John Deere. Paulo Verdi é engenheiro mecânico e assumiu a função de engenheiro de vendas para tratores. Gustavo Barden é engenheiro mecânico e tem MBA em gestão empresarial e gestão da área comercial e será o responsável pelo planejamento de tratores.

A Agrale apresentou sua linha completa de tratores no Show Rural e aposta no segmento de tratores de alta potência, com o modelo BX 6180, para aumentar a sua participação no mercado. Com a recuperação registrada pelo setor agrícola brasileiro em 2007, a empresa comercializou 1.560 unidades, um aumento de mais de 26% com relação às vendas do ano anterior. “Para 2008 esperamos crescer 15%”, declara Flavio Crosa, diretor de Vendas e Marketing da Agrale.

Na capa da última edição cometemos um equívoco na chamada para a Ficha Técnica. O trator da Massey apresentado é o modelo 8480 e não 8580, como divulgado.

Errata

Flavio Crosa



lubrificantes

Desgaste reduzido Os redutores de velocidade são submetidos a grandes cargas, o que exige lubrificação adequada e sempre com ponto ideal de viscosidade. Um dos principais problemas com esses equipamentos é o uso de óleos com viscosidades fora da recomendada pelos fabricantes. Por isso, a atenção deve ser redobrada para não perder o tempo da troca, nem utilizar lubrificantes errados caça do equipamento ou em seu manual. Por exemplo, suponhamos que a especificação da viscosidade do óleo seja ISO VG 320. Isto significa que a viscosidade deste óleo, a 40ºC, deve estar compreendida entre 288,0 e 352,0 cSt (unidade de medição da viscosidade cinemática). É fundamental a consulta da viscosidade do óleo lubrificante pois se estiver abaixo da especificada não formará película adequada de óleo e haverá desgaste prematuro das engrenagens. Se a viscosidade estiver Norma de viscosidade para óleos industriais ISO 3448

R

edutores e motorredutores de velocidade são equipamentos largamente utilizados no setor industrial e no agronegócio. São compostos, na realidade, de conjuntos de engrenagens que se destinam a reduzir as elevadas rotações dos motores elétricos com elevação de torque e são equipamentos freqüentemente encontrados em fitas transportadoras, elevadores de canecas, transportadores de corrente, roscas transportadoras utilizadas em unidades de armazenagem de grãos, frigoríficos, esmagadoras de soja e outras unidades industriais e agrícolas. Os redutores de velocidade são submetidos a grandes esforços e se não forem adequadamente lubrificados terão a sua vida útil bastante reduzida. Esses acionamentos se classificam como engrenagens cilíndricas, helicoidais, bi-helicoidais, cônicas de dentes retos, cônicas

08 • Fevereiro 08

Lei de formação - Faixa = + 10% do ponto médio

de dentes helicoidais, dentes retos. Também podem ser do tipo rosca sem-fim e coroa ou hipóides. Tem-se por hábito utilizar óleos SAE 90 ou SAE 140, especificados para caixas de engrenagens automotivas, em redutores de velocidade. Em temos de lubrificação não é o que de melhor pode ser feito haja vista que as condições de operação das caixas de engrenagens automotivas e dos redutores de velocidade são diferentes. Os fabricantes dos redutores de velocidade recomendam a viscosidade de seus lubrificantes baseados na norma ISO 3448 (Tabela 1) onde os graus de viscosidade são compostos por números que significam o ponto médio da viscosidade do óleo à temperatura de 40ºC. Geralmente os fabricantes dos redutores de velocidade especificam a viscosidade do óleo em plaquetas fixadas na car-

Grau de viscosidade - ISO 2 3 5 7 10 15 22 32 46 68 100 150 220 320 480 680 1000 1500

Viscosidade a 40º C (cSt) Mínimo Máximo 1,98 2,42 2,88 3,52 4,14 5,06 6,12 7,48 9,00 11,0 13,5 16,5 19,8 24,2 28,8 35,2 41,4 50,6 61,2 74,8 90,0 110,0 135,0 165,0 198,0 242,0 288,0 352,0 414,0 506,0 612,0 748,0 900,0 1100,0 1350,0 1650,0


“Os redutores de velocidade são submetidos a grandes esforços e se não ” reduzida” forem adequadamente lubrificados terão a sua vida útil bastante reduzida Fotos Marcos Lobo

Sistemas e componentes principais de uma colhedora de grãos

acima da especificada haverá superaquecimento do equipamento, consumo excessivo de energia elétrica, redução da vida útil do óleo lubrificante e, também, deficiência de lubrificação. É lamentável que os redutores de velocidade tenham arrancadas as suas plaquetas de identificação ou que seus catálogos de operação e ma-

nutenção sejam, muitas vezes, perdidos pois aí estão as especificações corretas dos lubrificantes. Uma vez que se identificou corretamente a viscosidade deve-se verificar se o nível de desempenho do produto, ou sua aditivação, é adequado. Os fabricantes dos redutores de velocidade geralmente se ba-

Redutores do tipo engrenagem helicoidal (esq.) e bi-helicoidal (dir.). Cada tipo de redução requer lubrificantes específicos

seiam em normas internacionais (AGMA, DIN, US Steel etc). Nos folhetos técnicos dos lubrificantes para engrenagens geralmente se tem estas informações e caso


Fotos Marcos Lobo

A utilização de óleos lubrificantes para engrenagens automotivas em redutores de velocidade não é indicada, por causa das condições diferentes de trabalho

do setor, como a Petrobras, por exemplo, tem corpo técnico de engenheiros em todo o país para auxiliar na recomendação de lubrificantes e cuidados de manutenção. Na dúvida, o mais prudente é procurar especialistas no assunto, evitando estragos, paradas desnecessárias e gastos para .M concertar. Marcos Thadeu Giacomin Lobo Petrobras Distribuidora S.A

elas não estejam descritas nos folhetos técnicos dos produtos é interessante consultar o fornecedor. Ponto importante a se verificar na lubrificação dos redutores de velocidade é a temperatura em que o óleo lubrificante está trabalhando (a temperatura da carcaça não é a mesma do óleo lubrificante) e se a temperatura do óleo lubrificante exceder a 80ºC é interessante que se passe a utilizar um óleo sintético haja vista que um lubrificante de base mineral tem a sua vida útil muito reduzida e não proporciona boas condições de lubrificação em temperaturas acima desta. Outra sugestão para se reduzir a temperatura dos redutores de velocidade é a instalação de trocadores de calor. A condição ideal de operação é que a temperatura do óleo lubrificante seja de até 55ºC visto que a cada 10ºC de elevação de temperatura a vida útil do óleo reduz-se à metade e viscosidades de óleos lubrificantes diminuem sensivelmente com aumentos de temperatura.

Muitos usuários de redutores de velocidade desconsideram a periodicidade de troca recomendada pelos fabricantes. Usualmente a periodicidade de troca recomendada é 2,5 mil horas de trabalho ou um ano (o que primeiro ocorrer). Porém, se o volume de óleo justificar pode-se recorrer a análises laboratoriais para se verificar tanto o estado do óleo lubrificante como acompanhar o desgaste do equipamento. Obviamente que há outros pontos a serem considerados no que diz respeito à lubrificação dos redutores de velocidade, e uma análise pontual de cada equipamento é que definirá o produto adequado a ser utilizado, a periodicidade de troca e quais os acompanhamentos necessários. A verdade é: redutores de velocidade são equipamentos muito caros e que, embora robustos, se não tiverem cuidados de manutenção adequados causarão muitos contratempos a seus usuários. Empresas

Plaquetas existentes nos equipamentos indicam a viscosidade correta do lubrificante para cada ocasião

Marcos Lobo mostra os principais cuidados a serem tomados na lubrificação de redutores de velocidade

10 • Fevereiro 08

Redutores de velocidade do tipo sem-fim. O desgaste prematuro é um dos principais problemas causados pela lubrificação inadequada

Exemplo de trocador de calor, utilizado para resfriar o óleo lubrificante em situações de temperatura elevada

Os redutores de velocidade estão presentes nas mais diversas máquinas instaladas na propriedade

.M



Tratores T7060 e T7040

Linha T7000

A nova linha de tratores da New Holland, composta pelos tratores T7060 e T7040, destaca-se pela tecnologia embarcada, design arrojado e potência

C

ultivar Máquinas apresenta nesta edição a linha T7000, da New Holland, composta pelos tratores T7040 e T7060, uma linha pesada e com muita tecnologia embarcada. Esses tratores são equipados com motor turbo intercooler com sistema de injeção common rail tier III, admissão de ar por todo o capô central, transmissão fullpowershift power comand, gerenciamento de potência e cabines projetadas ergonomicamente para facilitar a visibilidade e o trabalho do operador. O modelo T7040 possui potência de 147 kw e 200 cv, com potência extra que alcança 172 kw e 234 cv. O torque máximo é de 844 Nm e 1.400 rpm, com reserva de torque máxima de 45%. O trator T7060 tem potência de

12 • Fevereiro 08

164 kw e 223 cv e considerada a potência extra, sobe para 178 kw e 242 cv. O torque máximo é de 866 Nm a 1.400 rpm. A reserva de torque fica em 27% para esse modelo. O motor NH (FPT – Cumminis), tier III, que equipa os dois tratores, conta com seis cilindros, 6, 8 L e quatro válvulas por cilindro. A potência pode ser gerenciada com até 37 cv de potência extra e maior rendimento em aplicações da PTO e transporte. A eficiência do motor é fa-

cilitada pela menor temperatura do ar de admissão e circulação de gases, através do sistema intercooler. Com os injetores controlados eletronicamente (common rail) ocorre a melhora na combustão e diminuição no consumo de combustível (205 g/kWh). O ar de admissão é refrigerado com o intercooler. O ventilador vistronic é usado para controle preciso da temperatura. A aspiração eficiente, com quatro válvulas por ci-


“Esses tratores são equipados com motor turbo intercooler com sistema de injeção Common ier III, admissão de ar por todo o capô central, transmissão fullpowershift P ower Comand ” Tier Power Comand” Rail T

Potência

Torque Reserva de torque

Modelo T7040 T7060 Máxima (kw/cv) 147/200 164/223 Máxima com extra potência (kw/cv) 172/234 178/242 Máximo (Nm/rpm) 844 a 1.400 866 a 1.400 Máxima 45% 27%

lindro, proporciona melhora do fluxo de ar e da distribuição do combustível no motor.

TRANSMISSÃO A transmissão 18X6 fullpowershift, com acionamento eletro-hidráulico, intellishifitTM, conta com câmbio de marchas inteligente, que mede o torque no voltante do motor, dispõe de acoplamento da embreagem de acordo com a carga, compensação automática conforme a temperatura, variação da velocidade de acoplamento da embreagem de acordo com a carga, câmbios rápidos para carga pesada e câmbio mais gradual para carga leve. O power command, com função memory shuttle TM, simplifica mudanças de direção, conta com seleção automática da última marcha de frente ou ré e elimina a necessidade de cambiar continuamente. A transmissão auto-

Visão frontal e traseira da linha T7000, que vem equipada com motores de 200 cv e 234 cv, dependendo do modelo

mática mantém a velocidade constante, independentemente do tipo de terreno. Redução final, PTO e eixo dianteiro recebem transmissão direta do motor. A PTO automática desliga automaticamente quando se sobe o ter-

ceiro ponto e volta a funcionar quando se faz a operação inversa, de descida. O sistema reduz os esforços do operador, porque simplifica e diminui o número de operações, aumentando a vida útil das transmissões. A programação de fim de linha (HTS) integra as operações mais importantes, como subida e

Fevereiro 08 • 13


Radiador grande, com grande número de colméias, garante uma refrigeração adequada

descida do terceiro ponto, acionamento e desacionamento da PTO, controle de rpm do motor e das marchas de transmissão. Com uma única tecla para acionamento, conta com fácil programação, com redução nos tempos de manobra e conseqüentemente menor consumo de combustível. O sistema hidráulico funciona com bomba dupla, circuito de lubrificação e direção independentes e maior fluxo hidráulico em operações simultâneas. A bomba principal tem vazão de 120 l/min e direção e lubrificação 66,5 l/min.

REFRIGERAÇÃO O fluxo do refrigerante do motor e óleo de transmissão conta com mangueiras de maior diâmetro e trabalha com menor temperatura na transmissão. Com menos aquecimento durante as operações, o desgaste também diminui e a vida útil dos componentes do motor aumenta. Radiadores de grande área, grande número de colméias, admissão de ar por toda a parte frontal do capô, radiadores basculantes (que facilitam a limpeza e a manutenção), são características do sistema de refrigeração da linha T7000.

SISTEMA ELETRÔNICO O sistema eletrônico canbus transmite informação em tempo real ao “cérebro” do trator. A rede que conecta os módulos permite trocar informação e identificar problemas rapidamente. A linha conta, ainda, com conexão entre os principais sistemas elétricos, como motor, transmissão, painel e funções auxiliares. Entre as vantagens desse sistema estão a redução na complexidade do chicote elétrico, a menor quantidade de conexões (80%), além de permitir eliminar possíveis pontos de avaria e proporcionar menor tempo e custo na manutenção.

SISTEMA HIDRÁULICO A linha T7000 utiliza válvulas hidráulicas tipo haste, usadas nos controles remotos, com fechamento mais seguro que as válvulas esféricas standard. Esse sistema impede que as válvulas “colem” em posição

SENSORES Os sensores de efeito hall, que equipam os tratores da linha T7000, substituem com efici-

Esquema da transmissão direta do motor para redução final, PTO e eixo dianteiro

14 • Fevereiro 08

ência os interruptores mecânicos. No lugar de contatos são usadas imagens e o sistema dispensa peças móveis que se desgastam e rompem. Com o emprego de componentes de alta durabilidade, o tempo de paradas para manutenção é minimizado.

Comandos simplificados com pré-ajustes facilitam a vida do operador


“A linha conta, ainda, com conexão entre os principais sistemas ” motor,, transmissão, painel e funções auxiliares auxiliares” elétricos, como motor

aberta. Já os vedantes o-ring nos conectores de potência residual diminuem os riscos de vazamentos, mesmo depois de vários serviços de manutenção.

CABINE A cabine horizon, que equipa os dois modelos de tratores, possui visibilidade de 360º, desenhada com quatro pilares. O painel de comando está disposto de modo a não prejudicar a visibilidade e as funções de trabalho ergonomicamente dispostas, com comandos à mão do operador e funções automáticas para facilitar as aplicações. O nível de ruído e vibrações é baixo (69,6 dBA). O banco do operador é pneumático e o ar-condicionado

A cabine é ampla e o seu desenho prioriza o acesso do operador aos comandos. Banco ergonômico e alavanca de câmbio integrada ao banco são alguns dos detalhes

conta com saídas inferiores. O painel, no estilo de automóveis, facilita a leitura e conta com indicadores de advertência e manutenção. Como opcional, os tratores podem ser equipados ainda com

monitor de performance e radar. Também equipam os dois modelos apóia braços, acelerador de mão e terceiro ponto eletrônicos, programação de fim de linha (HTS) e alavanca de câmbio integrada ao banco. . M


Semeadora MF 623

Semeadora MF 623 Projetada para médias e grandes propriedades a semeadora MF 623 M17, para culturas de inverno e verão, é um dos modelos que compõem a recém-lançada linha para plantio Massey Ferguson

D

epois de tratores, colhedoras e pulverizadores, a Massey Ferguson colocou no mercado uma linha completa de semeadoras. Para que o leitor possa conhecer um pouco mais sobre essas novas máquinas, preparamos uma ficha técnica do modelo MF 623 M17, uma semeadora destinada a médias e grandes propriedades para o cultivo de culturas de inverno e verão, com características singulares de construção e funcionamento. “É uma máquina robusta, dimensi-

As linhas de adubo são desencontradas, com discos de 17"

16 • Fevereiro 08

onada para o trabalho em qualquer situação de topografia, solo e clima, mas de funcionamento e regulagens simplificados, além de ser desenvolvida com a preocupação com a segurança de seus operadores”, define o departamento de Engenharia da empresa.

RESERVATÓRIOS A MF 623 M17 possui reservatório dianteiro e traseiro, um para cada grupo de linhas, propiciando um melhor posicionamento dos condutores, evitando ângulos e montagens desfavoráveis. Possui tampa interna no compartimento da semente, permitindo o abastecimento sem a mistura dos produtos. A divi-

Rodas limitadoras de profundidade com regulagem de altura e rodas compactadoras com ajuste de pressão

sória interna removível permite a conversão dos reservatórios somente para fertilizante ou semente, ampliando a sua capacidade. Visores dianteiros nos compartimentos de fertilizantes garantem uma fácil visualização do pro-


“É uma máquina robusta, dimensionada para o trabalho em qualquer situação de topografia, solo e clima, mas de funcionamento e regulagens simplificados” Fotos Massey Ferguson

Distribuição de sementes para culturas de inverno com rotor acanalado helicoidal

duto existente no reservatório. Para garantir a segurança e facilitar o abastecimento e a operação, possui plataformas central e lateral amplas e antiderrapantes, bem como exclusiva plataforma lateral basculante que facilita o acesso à carroceria de caminhões e carretas agrícolas para abastecimento com sacaria.

REGULAGEM E DOSAGENS Sistema de câmbio rápido e prático das

Rodados de transporte facilitam o trânsito em estradas estreitas e passagem em porteiras

rodas dentadas, dispensando o uso de ferramentas e possibilitando ampla gama de combinações para a dosagem de fertilizante e semente. Dispõe ainda de sistema prático e de fácil acesso para desligamento de meia máquina para a execução de arremates. Este modelo tem três opções de distribuidores de fertilizantes. Eles podem ser por sistema de roscas sem-

fim acionadoras e rotores fundidos realizando a limpeza do sistema; por eixo rotativo com rosca sem-fim em aço-mola com passo de 1” e 2”, com carcaça de polímero revestida internamente; e por dosador de precisão. Isento de graxeiras, com lubrificação permanente, garante fertilizante na medida de cada lavoura, gerando alta germinação e desenvolvimento uniforme das culturas com mais praticidade,

Fevereiro 08 • 17


Fotos Massey Ferguson

Sistema de câmbio rápido das rodas dentadas dispensa o uso de ferramentas e possibilita várias combinações

bamento e velocidade de plantio. Regulagem de pressão é de fácil acesso. Para culturas de verão, utiliza disco de corte de 17”.

RODADOS

Plataformas central e lateral facilitam o acesso e aumentam a segurança do operador

precisão, eficiência e muito mais economia.

DEPOSIÇÃO A MF 623 M17 conta com três opções de deposição de fertilizantes. O tipo sulcador desarme-arme, uma tecnologia exclusiva que garante maior agilidade no plantio, diminuindo o número de paradas, além de proteção, garantia de durabilidade dos demais componentes da máquina e segurança do operador. Por mais que sua construção seja de certa forma complexa, o princípio de seu funcionamento é bastante simples. Enquanto desloca-se calado recebendo apenas a resistência do solo, o sulcador trabalha normalmente. Ao receber o impacto ocasionado por pedra, grande raiz ou outro obstáculo, o sulcador desnuca-se permitindo que a linha passe sem que ocorra nenhum dano. Ao superar o obstáculo, o sulcador volta a sua posição de trabalho automaticamente, sem que haja a necessidade de realizar nenhuma operação posterior ao desarme. O processo todo ocorre sem que o operador necessite descer do trator.

O dosador automático de fertilizante dispensa graxeiras e tem lubrificação permanente

18 • Fevereiro 08

Já o tipo sulcador afastado, com maior distância em relação ao solo, permite a regulagem ideal nas condições mais severas de plantio. A linha do fertilizante para culturas de verão adota o mesmo sistema de discos duplos da semente, maior economia na configuração múltipla. Tanto o sulcador afastado quanto o sulcador desarme-arme são dotados de abertura traseira, evitando a obstrução na queda do fertilizante e permitindo a distribuição do mesmo ao longo do sulco, melhorando significativamente a emergência e a germinação.

LINHA DO FERTILIZANTE As linhas do fertilizante são desencontradas, garantindo melhor vazão da palha, aca-

A MF 623 M17 possui rodados deslocáveis que possibilitam a montagem dos diversos espaçamentos, sem que os pneus passem sobre as linhas já plantadas. Um rodado articulado de atuação instantânea garante o contato com o solo e o movimento constante nas transmissões. Como opcional, existe o rodado com pneu 400x60x15,5 de alta flutuação.

DISTRIBUIÇÃO DE SEMENTES A distribuição de sementes para culturas de inverno é feita por rotor acanalado helicoidal, com regulagem fácil e precisa, visualização através de indicador escalonado. Nas culturas de verão utiliza sistema “pipoqueira”, garantindo maior qualidade e uniformidade, e compactador em “V” ou compactadores planos, adequando-se a cada situação de plantio. O sistema para a troca de culturas é rápido e prático. Para todas as versões, a linha da semente é pantográfica e utiliza discos duplos defasados, sendo um de .M 14” e outro de 15”.

A Semeadora MF 623 M17 é indicada para médias e grandes propriedades e possui tecnologia que garante maior precisão no plantio



ajustes de colhedora

Sem sobressaltos É hora de colocar em ordem as colheitadeiras para a nova safra de arroz. Aqueles probleminhas que ficaram pendentes da última temporada precisam ser corrigidos agora, para evitar paradas no decorrer da colheita

A

revisão da colheitadeira deve ser realizada com tempo, sem apuros, assim como o planejamento das peças de reposição que deve ser feito com antecedência para que estejam disponíveis no momento da realização da revisão. Pode ocorrer que determinadas peças não estejam na concessionária mais próxima, neste caso, deverão ser enviadas da fábrica ou de um depósito de distribuição e podem demorar alguns dias até chegar. Quando a safra está próxima há vários outros trabalhos a serem executados e o que deve ser feito antes não pode concorrer com o que pre-

Todas as correias, que compõem a motorização e o sistema de trilha, devem ser verificadas, recolocadas no lugar, com ajuste de tensão correto

20 • Fevereiro 08

cisa ser feito naquele momento. O bom preparo para a safra contribui para que a colheita transcorra sem sobressaltos. Antes de começar a revisão tenha ferramentas, peças e lubrificantes prontos e disponíveis.

IDENTIFICAR CORREIAS Correias gastas apresentam a sessão transversal diminuída com as superfícies laterais lisas e brilhosas. A partir do cone, a sessão pode apresentar trincas transversais. Quando este é o caso, a capacidade de transmissão de força da correia fica restrita aos cordonéis da superfície costal e pode romper a qualquer momento. Cordonéis rompidos e soltos

indicam desalinhamento das polias, tanto tensora como motora e movida.

CORRENTES GASTAS Correntes gastas aumentam o barulho característico de funcionamento e o movimento lateral. O nível de desgaste pode ser verificado através da medição de uma corrente sem uso, dividindo a dimensão total por seus elos. O recomendável é medir pelo menos dez elos para


“Quando a safra está próxima há vários outros trabalhos a serem executados e o que ” momento” deve ser feito antes não pode concorrer com o que precisa ser feito naquele momento Fotos Massey Ferguson

Quando não existe na propriedade todos os equipamentos necessários para os ajustes, deve-se chamar serviço especializado

diminuir o erro de medição. Um desgaste a partir de 50% dos roletes pode interromper o trabalho em plena colheita, por rompimento da corrente ou escape das engrenagens. Assim como as correntes, as engrenagens sofrem desgaste e precisam ser substituídas. Quando os dentes começam a ficar agudos é hora de trocá-las, pois já não transmitem a força eficazmente e podem causar rompimento da corrente.

ANTES DE REVISAR Os recursos para uma boa revisão são importantes e devem estar disponíveis e ao alcance das mãos durante o trabalho de revisão. O primeiro item é o manual do operador, ao lado das ferramentas de boa qualidade, que são igualmente importantes, inclusive algumas especiais como torquímetro, trena e paquímetro. Uma vez organizados os recursos necessários, o trabalho pode ser iniciado. Para determinados trabalhos que eventualmente não se tem os recursos adequados na proprieda-

A tensão e a lubrificação das correntes são outros itens que necessitam de atenção especial

de, convém solicitar aos especialistas da concessionária.

ROLAMENTOS GASTOS Rolamentos em bom estado giram livres, sem barulho e não apresentam folga. As vedações devem estar no lugar e impedir a entrada de sujeira e manter a graxa dentro do rolamento.

RODAGEM A revisão pode começar pelos pneus, verificando a pressão e identificando eventuais vazamentos de ar e o nível de desgaste. Pneus muito gastos rompemse mais facilmente que os em bom estado. O próximo passo são os cubos de roda e a fixação das rodas. Os cubos de roda podem ser verificados deixando a roda levantada do chão e girando-a com a mão, o girar deve ser macio, sem ruídos. Folgas excessivas podem ser o sinal

Fevereiro 08 • 21


Fotos Massey Ferguson

Pressão muito alta deixa a embreagem sem efeito e, pressão muito baixa, faz patinar o componente em trabalho normal. Tanto os discos como as superfícies das embreagens, assim como as catracas, devem ser limpas e ajustadas para o torque recomendado no manual do operador. Ao final dos ajustes o torque deve ser verificado com um torquímetro.

CORRENTES Variadores de velocidade por correia como o do cilindro de trilha, transmissão e ventilador podem estar emperrados por sujeira ou deterioração do lubrificante

e perfeitamente lisa. Do contrário as correias sofrem desgaste acelerado em muito pouco tempo. O sistema de rodagem deve ser cuidadosamente inspecionado, desde os pneus até o estado dos rolamentos internos

da necessidade de ajuste da folga entre dentes das engrenagens ou mesmo folga excessiva de rolamentos cônicos. As rodas devem estar com todos os parafusos e apertadas com torque específico. Os valores para o torque das rodas são encontrados no manual do operador. O uso de um torquímetro para o aperto é necessário para não romper o parafuso ou deixá-lo com falta de aperto. Em ambos os casos, com excesso ou falta de aperto, a fixação sofrerá danos em operação.

CORREIAS As correias devem ser recolocadas no lugar e deixadas com a tensão de trabalho. Tensão a menos faz as correias patinarem excessivamente, enquanto a tensão a mais causa desgaste prematuro das correias e rolamentos, até mesmo o rompimento do eixo. A superfície das polias deve ser isenta de ferrugem ou corrosão

Outro cuidado importante é com o alinhamento das correias e correntes, detalhe vital para evitar desgastes

22 • Fevereiro 08

EMBREAGENS DESLIZANTES As molas que dão pressão às embreagens devem ser verificadas quanto à pressão ou à dimensão. O ajuste das molas é bastante preciso para assegurar o torque específico.

As correntes podem ser de diferentes dimensões, dependente da carga a ser transmitida. Quanto ao lubrificante, ele pode ser um óleo ou uma mistura em forma de aerosol, disponível no mercado. Compostos preparados em casa, com grafite e álcool ou grafite e óleo, podem ser utilizados, igualmente, com bons resultados. O alinhamento das correias e correntes é de vital importância para a uma vida útil longa. Isto se faz preferencialmente como último passo, depois de limpas e esticadas.


“Após uma revisão criteriosa, sua colheitadeira estará pronta para enfrentar a nova safra com segurança e sem perda de tempo ” tempo”

DESGASTES POR ABRASÃO A casca do arroz, assim como a palha, tem alto grau de abrasividade, por isso causa desgaste acentuado nas peças de maior contato como chapas, dentes do cilindro e côncavo, sem-fins, barras do batedor traseiro e barras da esteira alimentadora. Estes componentes quando muito gastos deixam de cumprir eficientemente suas funções e podem chegar ao rompimento, dando vazamento de grãos ou causando danos em outros componentes quando rompem. Para fazer estes reparos é necessário mais tempo, por isso, convém fazer este trabalho durante a entressafra, com um pouco mais de tempo.

LUBRIFICAÇÃO Em muitas situações as colheitadeiras trabalham durante a safra em lavouras com água e barro, permitindo a entrada de sujeira nos rolamentos e mancais. A sujeira é altamente nociva ao metal e aos rolamentos quando não é removida imediatamente. Uma boa práti-

Sobras de culturas anteriores depositadas em locais de ventilação podem prejudicar a refrigeração de componentes importantes

ca é eliminar as impurezas lubrificando os mancais e colocar em funcionamento a máquina. Mesmo que isto tenha sido feito logo após a safra, depois de limpar a máquina, é conveniente repetir a lubrificação antes de iniciar a safra. Os lubrificantes oxidam quando parados por longo período e perdem a eficácia de lubrificação.

FILTROS Os filtros de óleo hidráulico e de motor são trocados junto com a troca dos óleos. Assim como os óleos, os filtros também deterioram, com o passar do tempo, de forma que o momento ideal de troca é antes de se iniciar a nova safra. A especificação dos óleos e graxas segue o critério do melhor desempenho com o menor custo. Para seguir esta recomendação, deve-se empregar os óleos e as graxas especificados no manual do operador.

VEDAÇÕES

Todos os filtros devem ser trocados juntamente com os óleos lubrificantes

são e ventilador que podem estar emperrados em função de sujeira ou deterioração do lubrificante. Se após a lubrificação não voltarem a funcionar, a saída é a desmontagem e uma criteriosa limpeza. Cuidado ao desmontar variadores de velocidade, uma das polias tem carga de mola e o descuido na desmontagem pode causar acidentes. Consulte o manual de oficina ou deixe este serviço para um especialista. Verifique também as polias variadoras quanto a vazamentos, eles são normalmente a conseqüência de vedantes gastos. Após uma revisão criteriosa, sua colheitadeira estará pronta para enfrentar a nova safra com segurança e sem perda de tempo. Lembre-se de que peças originais são garantidas pelo fabricante. . M José Newton Scherer, AGCO

Entre as peças móveis, tais como bandejão, canal embocador, sem-fins transportadores e caixa de peneiras, estão as vedações para evitar o vazamento de grãos. Essas tiras de borracha se desgastam e necessitam ser trocadas periodicamente. Para fazer essa troca é necessário retirar os componentes da máquina. Perdas significativas podem ocorrer quando estas vedações estiverem deterioradas.

VARIADORES Também é necessário verificar o estado dos variadores de velocidades por correia como do cilindro de trilha, transmis-

Desgastes causados devido à abrasividade da casca do arroz são comuns. Essa manutenção é mais complexa e deve ser feita na entressafra

Fevereiro 08 • 23


Forrageira Autopropelida 7350

Forrageira 7350 A John Deere acaba de lançar a forrageira autopropelida 7350, para grandes áreas e aplicações contínuas. Rendimento e potência sobram nesta máquina impulsionada por nada menos do que 479 cv

A

nova forrageira autopropelida John Deere, modelo 7350, reúne conforto, potência, rendimento e qualidade de material picado. É equipada com o novo motor 13.5 litros de 479 cv (1.900 rpm) e a nova plataforma rotativa Kemper 360, de seis metros de largura.

que, além de possuir todas as vantagens de um motor agrícola, é especialmente projetado para aplicações contínuas com altos requerimentos de potência e torque, podendo desempenhar até 479 cv a uma rotação de 1.900 rpm. Este motor possui quatro vál-

MOTOR A forrageira 7350 está equipada com o novo motor PowerTech Plus™ 13.5 litros

O motor que equipa a 7350 é um PowerTech PlusTM de 13,5 litros que gera uma potência de 479 cv a uma rotação de 1.900 rpm

24 • Fevereiro 08

vulas por cilindro, proporcionando maior torque e mais potência do que qualquer outro motor que equipa uma forrageira autopropelida. O eixo do comando de válvulas é em aço forjado, com três buchas adicionais para maior rigidez, e as novas camisas do cilindro oferecem maior resistência. Esta nova tecnologia também proporciona um melhor aproveitamento do combustível, tornando a operação mais rentável e econômica. Gerenciada eletronicamente por uma ECU (Unidade de Controle Eletrônica) que agora possui o dobro de memória e


“A nova forrageira autopropelida John Deere, modelo 7350, reúne conforto, potência, rendimento e qualidade de material picado ” picado” Fotos John Deere

A plataforma é uma rotativa Kemper série 300, modelo 360, com seis metros de largura de corte O pacote de refrigeração está localizado na parte posterior da máquina, acessível para manutenção. A tela rotativa é escamoteável a fim de facilitar o acesso

cinco vezes mais a potência computacional dos motores Tier 2, ela conta com um sistema de diagnósticos dinâmicos e é capaz de armazenar até sete conjuntos de dados de diagnóstico. Esta unidade permite obter diagnósticos, relatórios de desempenho e sinaliza ao operador sobre manutenções e possíveis falhas no equipamento.

SISTEMA DE ARREFECIMENTO Para atender as mais variadas necessidades a máquina está equipada com um moderno sistema de arrefecimento, que aperfeiçoa o fluxo de ar, fa-

zendo com que o rendimento do trabalho não seja prejudicado. Todo o pacote de refrigeração está localizado na parte posterior da máquina com grande facilidade de acesso para manutenção. Inclusive a tela rotativa é escamoteável, a fim de facilitar ainda mais o acesso ao pacote de refrigeração.

PLATAFORMA A plataforma é uma rotativa Kemper série 300, modelo 360, com seis metros de lar-

gura de corte. Com um design testado e aprovado com muitos anos de uso em diversas culturas eretas, tais como milho, sorgo, milheto etc, seu comprimento é menor, o que faz com que seja dispensado o uso de contrapesos e a carga sobre os eixos seja reduzida. Possui extremidades dobráveis, o que reduz a largura de transporte de 2,95 m. Possui tambores com discos rotativos que recolhem a cultura com rapidez e eficiência, mesmo em culturas “acamadas”. Possui lâminas de corte revestidas com carbonato de tungstênio, que proporcionam maior durabilidade e eficiência de corte. Outro grande diferencial é que para a plataforma Kemper 360 o sentido de corte não interessa, ou seja, é possível colher em qualquer direção sem precisar seguir as linhas de plantio, sem desperdícios.

Fevereiro 08 • 25


Processador de grãos, opcional para culturas que possuem grãos na silagem, como milho e sorgo Detalhes do conjunto que compõe o sistema de alimentação da 7350

SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO O sistema de alimentação é muito importante em forrageira, uma vez que a produtividade desta máquina pode passar tranqüilamente das 100 toneladas de silagem por hora. O fluxo do material segue uma linha reta, sem sofrer grandes desvios com a finalidade de diminuir as perdas de carga e o atrito do material no interior da máquina. O Fluxo de material é subdivido em seis conjuntos. Os rolos de alimentação, de aço inoxidável desmagnetizado, são dotados de soldas especiais para não causar interferência no sistema de detecção de metal. O sistema de detecção de metal fica dentro do rolo alimentador frontal inferior. Eles giram acompanhando o perímetro do cilindro de corte no sentido radial, mantendo o controle de prensagem do material a ser processado e facilitando assim o corte das partículas, diferentemente dos sistemas convencionais que se movimentam verticalmente. O cilindro de corte é composto por um conjunto de 48 facas, o seu desenho é fechado, impedindo a entrada de material no seu interior e diminuindo a recirculação de material. A rotação de trabalho é de 1.000 rpm e por ser de alta inércia, consome menos potência e um

corte mais suave, sem trepidações. O processador de grãos é um sistema utilizado nas culturas que possuem grãos na silagem, como milho e sorgo. O material já picado passa por dentro dos rolos que giram em sentido contrário e com uma rotação com diferença de 21%. Isto faz com que o material sofra uma prensagem e um leve atrito. Este atrito faz com que cada grão rompa a casca. Uma vez rompida a casca do grão, este é melhor aproveitado pelo rúmen dos animais que serão alimentados, maximizando assim, todos nutrientes contidos nos grãos. Este processo melhora significativamente a qualidade da silagem e a resposta na produção de carne ou leite. No caso de silagem pré-secada ou outra cultura sem grãos que não necessitam deste sistema, o processador de grãos é facilmente removido e em seu lugar é montada uma calha de transição. Após o material ser processado, ele passa pelo impulsor. O objetivo aqui é lançar o material no reboque ou na carroceria do caminhão com força o suficiente para evitar desperdícios. A importância deste item é percebida quando o operador enfrenta terrenos irregulares onde é preciso lançar o material a grandes distâncias.

As teclas “+/-”são utilizadas para configurar a rotação do motor e “A/B” para memorizar e selecionar 48 facas compõem o cilindro de corte, que gira a uma velocidade de 1.000 rpm

26 • Fevereiro 08

Visão geral do projeto da nova forrageira autopropelida 7350

CABINE DE CONTROLE A forrageira 7350 é equipada com uma cabine onde conforto, segurança, conveniência e visibilidade são prioridades. O volante da coluna de direção é dotado de movimento telescópico e de inclinação, para facilitar a adaptação do operador. O assento é com suspensão pneumática com vários ajustes (peso, tamanho e altura do operador). Possui assento auxiliar para maior conveniência de treinandos. O espaço interior é amplo e a cabine possui uma grande área envidraçada, a fim de proporcionar um campo de visão maior. Para auxiliar em operações noturnas, possui luzes de trabalho noturno de longo alcance. Outros itens de série como ar-condicionado ClimaTrack™, compartimento refrigerado, tomada de força de 12 volts, compartimento para agenda e celular, fazem parte dos elementos que


“Toda operação é gerenciada por um controlador eletrônico conectado a sensores de impacto, motores elétricos, potenciômetros, motores e válvulas hidráulicas ” hidráulicas” Fotos John Deere

Alavanca do controle de potência, localizada estrategicamente À esquerda, coluna onde são monitoradas as facas de corte. À direita, manche e principais comandos

dores, envia a informação para um controlador eletrônico que analisa e processa a informação e, se for realmente um metal, comanda a parada imediata do sistema de alimentação. Isto tudo em apenas 40 milissegundos. Na cabine são disparadas uma sirene e uma luz de alerta que indica ao operador onde está o metal detectado pelo sistema, a fim de facilitar a remoção pelo operador. O IVLOC, variação infinita do comprimento de corte, é um sistema que permite que o operador ajuste o comprimento de corte de dentro da cabine, girando apenas um botão em plena operação. A importância deste item está relacionada diretamente à qualidade da silagem armazenada que depende do teor de umidade do material, do tamanho da partícula e da compactação do silo. Ou seja, as variações apresentadas no teor de umidade da cultura podem ser amenizadas variando o tamanho da partícula e em conseqüência poupar combustível .M durante a compactação do silo.

compõem a cabine. A afiação de facas e o ajuste da contrafaca são acionados automaticamente de dentro da cabine, é realizado no sentido inverso do cilindro de corte, isto é, proporciona uma afiação de facas mais eficiente e com menor desgaste de pedras e facas. O ajuste da contra-faca também é realizado da mesma forma. Pressionado apenas um botão a máquina realiza toda a tarefa de ajustar milimetricamente a distância das facas e da contra-faca com precisão e segurança. Toda operação é gerenciada por um controlador eletrônico conectado a sensores de impacto, motores elétricos, potenciômetros, motores e válvulas hidráulicas. Durante a operação, o operador pode monitorar observando no display de coluna de canto. O sistema detector de metal Itelliguard™

protege o equipamento de danos físicos e os animais que consumirem a silagem de elementos estranhos na dieta. Este sistema detecta o material estranho através de um campo magnético antes dos rolos alimenta-

Posto de comando, coluna de direção com movimento telescópico e assento com suspensão pneumática

A cabine é ampla, com poucos pontos cegos e grande ângulo de visão

Fevereiro 08 • 27


aplicação

Fotos Jeferson Luis Rezende

Investida aérea Ensaio avalia desempenho da aplicação aérea de fungicidas no controle de doenças fúngicas na cultura do milho

U

ma das “novidades” no meio agrícola, diz respeito às discussões sobre o tratamento fitossanitário na cultura do milho, em particular, às aplicações de fungicidas. É sabido que as doenças causam prejuízos maiores ou menores, que em alguns casos justificam uma intervenção pontual, a fim de garantir a manutenção dos lucros e da rentabilidade do cultivo. Com a ascensão dos preços do milho, que nesta safra está batendo seus recordes históricos, e as boas condições climáticas que estão proporcionando um desenvolvimento adequado para a cultura, na maioria das regiões o tratamento fúngico voltou à cena e se tornou motivo de acaloradas discussões entre técnicos, pesquisadores e produtores rurais. Enquanto alguns defendem a aplicação de fungicida no milho, outros se opõem, cada qual com o argumento próprio e todos, de maneira geral, com alguma razão. O fato em si é que as doenças causam sim preOs testes foram realizados para verificar a eficiência dos fungicidas na cultura do milho

28 • Fevereiro 08

juízos econômicos que, em determinados “materiais”, são ainda maiores. Em razão disto, a Fundação ABC, de Castro (PR), com o apoio do Nata (PR), Núcleo e Aviação e Tecnologia Agrícola do Paraná, da Unicentro, Universidade Esta-

dual do Centro-Oeste, realizou Ensaio de Campo, contando com a participação da Basf agroquímicos, Inquima tecnologia de aplicação, e Agrovel Aviação Agrícola, visando identificar a validade do tratamento fúngico na cultura do milho, o melhor momento


“Enquanto alguns defendem a aplicação de fungicida no milho, outros se opõem, ” razão” cada qual com o argumento próprio e todos, de maneira geral, com alguma razão

Ensaios mostraram que em aplicações com dez litros por hectare a cobertura foi boa, inclusive nos terços inferiores das plantas

para realizá-lo, a qualidade de adjuvantes e, ainda, avaliar o tratamento aéreo: a sua eficácia. Os ensaios foram realizados e coordenados pelo agrônomo Carlos André Schipanski, sob a supervisão do agrônomo Olavo Corrêa da Silva, ambos pertencentes aos quadros da Fundação ABC. Uma apresentação preliminar foi realizada dia 31 de janeiro pela Fundação, em Castro, para agrônomos dos departamentos técnicos das três Cooperativas coligadas: Arapoti, Batavo e Castrolanda. Nesta oportunidade, ocorreram palestras sobre a tecnologia aeroagrícola - para desmistificar esta modalidade junto aos agrônomos; exposições sobre o desempenho das aplicações; análise de algumas plantas (trazidas do campo experimental), comparando os resultados dos diversos tratamentos efetuados, terrestre e aéreo, com diferentes tipos de adjuvantes, visando, principalmente, prevenir ou combater a ferrugem comum (Puccina sorghi) do milho, dentre outras doenças. De forma resumida, é oportuno ressaltar que para os materiais mais produtivos a aplicação do defensivo se mostrou válida e interessante economicamente. Outro ponto observado, diz respeito ao momento da entrada: a aplicação tratorizada foi realizada 15 dias antes da aérea (esta na fase de pendoamento), fato que interferiu sobre o controle da ferrugem (Puccinia sorghi), que já estava presente na lavoura. Isso é importante porque mostra que independentemente do equipamento agrícola que será usado, trator ou avião, o momento da entrada e o defensivo escolhido serão de fundamental importância para o efetivo controle sobre as doenças: fechando as “portas”

para as mesmas ou limitando os seus danos. Esta informação serviu para demonstrar que não há um momento único, fixo, para o tratamento fúngico, mas que a lavoura deve ser monitorada constantemente e que a entrada deverá ser preferencialmente preventiva. Os ensaios mostraram que a aplicação aérea é segura e eficiente, e que consegue mesmo com apenas dez litros por hectare, realizar uma boa cobertura sobre a planta, inclusive nos terços inferiores. Neste caso é importante fazer um “parêntese” e ressaltar que as aplicações com volume de vazão de 20 litros por hectare, apresentaram uma performance melhor, com um maior número de gotas atingindo o terço inferior, mas que, a princípio, não se justifica quando analisado o custo/benefício do serviço aéreo contratado. Estas informações serviram para desmistificar um pouco a tecnologia aeroagrícola, principalmente os sistemas BV e/ou BVO, que eram vistos com muita restrição em toda

a região. Uma outra questão bastante discutida foi a qualidade dos serviços aéreos, já que nesta safra voaram três empresas diferentes, com tecnologias agrícolas distintas. E, em algumas aplicações, ocorreram falhas. Isso, sem dúvida alguma, foi e tem sido o “calcanhar-de-aquiles” da aviação: um trabalho mal feito prejudica muito toda a imagem da atividade. De maneira geral, foi possível observar certo entusiasmo em grande parte dos técnicos, que começam a enxergar o avião como uma ferramenta importante para a cultura do milho, especialmente levando em consideração o ingresso definitivo das aplicações fúngicas, em boa parte (senão na maioria) dos “materiais” mais produtivos. Vale ressaltar que a Fundação ABC é uma das mais conceituadas instituições de pesquisas agropecuárias do país e está sediada numa região envolta de alta tecnologia embarcada no campo. Portanto, os resultados finais colhidos serão de grande valia e credibilidade para todos que atuam no se.M tor de agronegócios e aeroagrícola. Jeferson Luis Rezende e Sidnei Osmar Jadoski, Nata/PR-Unicentro

A escolha da empresa prestadora de serviço é outro fator que pode interferir no resultado final da aplicação

Fevereiro 08 • 29


agricultura de precisão

John Deere

A hora é agora De simples promessa, há poucos anos, a ferramenta quase obrigatória para os produtores que querem atingir a produtividade máxima atualmente, a agricultura de precisão embarca definitivamente nas máquinas

F

az mais de duas décadas que a agricultura de precisão está sendo objeto de pesquisa em todo o mundo. O que era apenas uma promessa de revolução tecnológica nas teses de mestrado de universidades americanas tornou-se realidade. À medida que as tecnologias vão sendo validadas chegam ao mercado mais rapidamente e com preços cada vez mais atraentes. Hoje, o objetivo é tornar todas as tecnologias de AP, que compreendem desde o sistema de posicionamento global (GPS), passando pelos equipamentos eletrônicos de controle, imagens por sensoriamento remoto, do

30 • Fevereiro 08

hardware e software, a máquinas e implementos específicos, acessíveis aos agricultores, fornecendo uma alternativa tecnológica que permite, comprovadamente, aumentar a rentabilidade da atividade agrícola e minimizar os impactos ambientais. Do ponto de vista tecnológico, não existem mais dúvidas com relação aos benefícios econômicos e ambientais que a agricultura de precisão entrega aos seus usuários. O simples fato de tratar personalizadamente cada mínimo local de produção, utilizando insumos de produção específicos, na quantidade necessária, no

momento certo, por si só justifica os pesados investimentos de muitas empresas públicas e privadas na oferta desta tecnologia. Enquanto as pesquisas miram o futuro buscando agregar novas tecnologias focadas principalmente em sensoriamento remoto e em tempo real, as empresas correm para oferecer equipamentos prontos e práticos para agricultura de precisão. À medida que sua adesão aumenta os preços caem, acelerando o ciclo de inovação tecnológica. Inúmeras pesquisas americanas apontam as principais razões para a adesão ou não dessa tecnologia. Do lado dos que


“À medida que as tecnologias vão sendo validadas chegam ao ” atraentes” mercado mais rapidamente e com preços cada vez mais atraentes Case IH

O processo de implementação da agricultura de precisão começa com a geração de mapas de produtividade, obtidos na hora da colheita

res levou a Argentina não somente a tornar-se referência, junto com Estados Unidos e Austrália, mas ser intimamente dependente desta tecnologia, uma vez que a questão de rentabilidade, vantagem tecJohn Deere

aderiram, o aumento da rentabilidade como conseqüência da otimização na utilização dos insumos e pelo aumento de produtividade é o motivo mais citado. Os produtores que ainda resistem, citam o medo da tecnologia e o alto investimento necessário como barreiras que impedem sua adoção. A noção de que somente empresas com escala de produção são usuárias da tecnologia perde sentido à medida que a tecnologia é simplificada e oferecida por empresas de terceirização de operações agrícolas. Na Argentina, país que mais investe e utiliza agricultura de precisão na América do Sul, aproximadamente 30% da produção de soja, milho, girassol e trigo são produzidos desta forma. Vários são os motivos que tornaram a AP tão difundida e responsável pelo crescente mercado de máquinas, equipamentos e softwares ligado a esta tecnologia. A terceirização das operações agrícolas é uma das práticas que ajudaram a levar a agricultura argentina a ser a terceira maior economia agrícola mundial. Aproximadamente 70% da colheita, 50% da pulverização e 30% do plantio são realizados desta maneira, através dos “contratistas” que, equipando suas máquinas com GPS, monitores de colheita e computadores de taxa variável, permitiram a seus clientes não só adotar como passaram a exigir a inovação de seus prestadores de serviço. Outro fator crucial é a extrema necessidade de rentabilidade na atividade que os produtores argentinos são confrontados em face, principalmente, da falta de crédito oficial subsidiado para produção e dos altos impostos cobrados na exportação. Essa combinação de fato-

nicamente comprovada, é questão de sobrevivência para seus produtores. A filosofia por trás da tecnologia, nada mais é do que a coleta e o processamento de dados dos fatores que podem influenciar de alguma maneira o processo de produção com o objetivo de gerar informações para o gerenciamento e tomada de decisão. Para que isso fosse possível numa atividade que possuiu características próprias como a agricultura, foram adaptadas algumas tecnologias como a de GPS (Sistema Posicionamento Global), que permite localizar precisamente onde estão os pontos tratados. Mas também foram desenvolvidos hardwares, dispositivos eletrônicos específicos como sensores que fazem parte dos monitores e compu-

As informações de campo são transferidas de forma cada vez mais simplificada, facilitando a vida do operador

Fevereiro 08 • 31


Massey Ferguson

tadores que executam as operações em taxa variável. Para processar todas essas informações coletadas foram criados softwares com a capacidade de produzir informações em meio a uma variada correlação de fatores e dados. Essa é a agricultura de precisão que temos hoje. A variabilidade de solo é a regra, não a exceção. O solo é vivo e invariavelmente oferece respostas que não são as esperadas, por isso a necessidade de conhecimento de suas características e seu acompanhamento ao longo dos sucessivos cultivos. Com pequenas diferenças, o ciclo de AP inicia com a confecção do mapa de fertilidade da lavoura através da coleta de solo georeferenciada. O equipamento comumente utilizado é um quadriciclo equipado com GPS e software, que gera o “grid” de amostragem, ou seja, determina quantos pontos e onde estão localizados na lavoura. Um sistema automatizado acoplado, coleta subamostras de solo na profundidade desejada até formar uma amostra homogênia. A quantidade de amostras pode ser orientada com base no mapa de produtividade da cultura anterior, conforme a identificação de áreas com menor e maior produtividade. Centenas de amostras são analisadas em laboratório e fornecem as informações físico-químicas do solo que serão utilizadas para gerar diferentes mapas de macro e micronutrientes. O estudo destas diversas características do solo acaba por gerar um mapa de fertilidade onde todos os aspectos são analisados a fim de criar um mapa de recomendação. Nesse ponto, já se sabe

Os dados obtidos na colheita serão decisivos na implementação de estratégias de correção do solo, por exemplo

32 • Fevereiro 08

em cada ponto da lavoura onde foi coletada a amostra, qual a necessidade específica de correção ou não para cada fator limitante encontrado. A segunda etapa é caracterizada pela correção de solo à taxa variável conforme mapa de recomendação. Isso porque o equipamento que faz a correção, que pode ser em linha ou a lanço, varia a dose do insumo conforme o mapa prescreve para aquele local que ele está naquele exato momento. Para isso, faz uso do GPS integrado com um sistema computacional que lê o mapa de recomendação, e em tempo real, envia ordem para um sistema eletrohidráulico instalado no equipamento variar a dose lançada no solo. Esta operação, em comparação à taxa fixa, devido à diminuição da quantidade de insumos, costuma gerar economia de até 30%. Depois de identificadas e corrigidas as carências e as limitações do solo, o passo seguinte é o plantio à taxa variável. Com um equipamento muito semelhante ao utilizado na etapa anterior, de acordo com

o mapa de fertilidade, gera-se um mapa de plantio que irá variar a densidade de sementes na linha de plantio, e adubo se for o caso, conforme a recomendação para cada local na lavoura. Para a cultura do milho e girassol, devido às suas características de produção, responde a essa prática com grandes resultados de produtividade. Na Argentina, já existem plantadeiras que além de variar a densidade de sementes na linha, variam também em tempo real o espaçamento de plantio! Segundo a lógica dos sistemas de produção agrícola, a operação de pulverização à taxa variável seria o próximo passo. No entanto, esta é uma área que ainda está um pouco atrasada em relação às demais. O entrave não está nos equipamentos de pulverização, mas sim nos mapas de recomendação. Existem basicamente dois caminhos até o momento na busca de viabilidade técnica. Um é a recomendação em tempo real através de sensores colocados no pulverizador que identificam carências, pragas e doenças no momento em que está sendo


“Alguns falam em revolução, outros em tecnologia para poucos, mas o que irá definir a velocidade de adesão vai ser o retorno financeiro produzido através de sua prática ” prática” Valtra

realizada a operação, variando conforme a necessidade o uso do agroquímico. Exemplo disto são os sensores de nitrogênio (N), localizados nas barras do pulverizador que

identifica a quantidade de N na planta, milho ou trigo, e prescreve em tempo real a dose necessária que deve ser aplicada pelo sistema pulverizador. Esta tecnologia já se encontra em áreas comerciais da Argentina com grandes resultados. Para isso tornar-se realidade aqui no Brasil só falta a disponibilidade de nitrogênio em forma líquida, que não é economicamente viável neste momento. O outro caminho, foco da maioria da pesquisas em todo mundo, é o sensoriamento remoto. Através de sensores infravermelhos e térmicos localizados em aviões e satélites, são capturadas imagens das lavouras que indicam com grande precisão a variabilidade dos níveis de estresse na cultura. Identificada na lavoura a causa do estresse, que pode ser desde falta de água até ataque de pragas e doenças, é feito o mapa de recomendação de aplicação para pulverização à taxa variável. Já existem no mercado empresas que fornecem este tipo de informação, bem como computadores de pulverização à taxa variável que podem ser instalados em todos os tipos de pulverizadores, é só uma questão de tempo até esta tecnologia estar entre nós. Finalizando o ciclo, temos a operação de colheita. Neste momento tudo que se quer é “botar o grão no saco“ mas para a agricultura de precisão esta operação vai um pouco além. As máquinas são equipadas com monitores de colheita, que entre outras informações, geram o mapa de produtividade da área colhida. Esse mapa é crucial para validar tudo o que foi feito até o momento ou para quem deseja iniciar na AP. O mapa de produtividade é o tira-teima, o termômetro do que está acontecendo na lavoura, mostra com clareza as áreas de maior e menor produtivi-

dade, que geralmente “batem” com o mapa de fertilidade. Depois de feita a correção de solo, o mapa de produtividade vai orientar o produtor nos anos seguintes, fazendo a reposição de nutrientes conforme a extração em cada cultura produzida ou ainda mostrar as áreas problemáticas que ainda persistem mesmo após a correção. Esta, na visão dos estudiosos de agricultura de precisão, é a operação indicada para o início dos investimentos na área. O monitor de produtividade oferece ainda algumas vantagens como medir em tempo real a umidade do grão e monitorar o processo de colheita, permitindo tomar decisões que diminuam as perdas durante a operação. Dito isso, parece que a hora da agricultura de precisão é agora. É essencial ficar atento para os resultados que ela promete, que são reais, mas como todas as tecnologias não admite atalhos. A pesquisa pública avança, as empresas correm para oferecer melhores serviços e equipamentos, e os preços em queda tornam a AP a tecnologia do momento. A terceirização aparece como alternativa em algumas etapas do processo facilitando e garantindo o acesso com inúmeras vantagens em relação aos custos iniciais de entrada. Alguns falam em revolução, outros em tecnologia para poucos, mas o que irá definir a velocidade de adesão vai ser o retorno financeiro produzido através de sua prática. Portanto, é preciso mensurar, não se atire com tanta sede, experimente em parte de sua lavoura, separe os custos e compare. Apesar de acreditar, nada é me.M lhor que isso! Rafael Jobim, Agroservice


Coopavel

Show Rural

20 anos de Show A A 20ª 20ª edição edição do do Show Show Rural Rural Coopavel Coopavel éé marcada marcada pelo otimismo que o setor vive vive ee pelo pelo grande grande número número de de lançamentos lançamentos de de máquinas máquinas agrícolas agrícolas

N

ada melhor para comemorar 20 anos de Show Rural Coopavel do que casa cheia e bons negócios. E foi exatamente isso que ocorreu na 20ª edição de um dos mais importantes eventos agrícolas do Brasil. Mais de 180 mil produtores passaram pelo parque de exposições da Coopavel, em Cascavel (PR), de 28 de janeiro a 1º de fevereiro, um recorde de público que superou a expectativa dos organizadores. Clima favorável, preços dos produtos agrícolas em alta e excelentes perspectivas para a safra atual foram os principais propulsores para que o evento alcançasse tamanho sucesso. Aproximadamente 320 expositores dos diversos ramos do setor agropecuário demonstraram seus produtos em exposição estática ou dinâmica. Mais de 4,7 mil parcelas experimentais e demonstrativas foram montadas em 72 hectares de área. O diretor-presidente da Coopavel e coordenador geral do evento, Dilvo Grolli, resumiu o resultado do evento como “uma das melhores edições já realizadas”. “Realmente coroamos com êxito esta 20ª edição”, disse salientando a importância da difusão de tecnologias que tem proporcionado melhorias constantes nas propriedades rurais. A previsão inicial era de um público em torno de 140 mil pessoas, mas foi superada, apesar da chuva de

34 • Fevereiro 08

segunda-feira”, comemorou. Como ocorre todos os anos, o Show Rural foi palco de diversos lançamentos na área de máquinas e implementos agrícolas. Por isso, resumimos as principais novidades apresentadas no evento.

VALTRA A Valtra surpreendeu os visitantes do Show Rural com uma série de inovações e lançamentos em seu estande. Focada apenas na produção de tratores até o ano passado, a empresa apresentou suas duas colhedoras de grãos, uma linha de semeadoras e também tratores da geração II. O principal destaque foi para as colhedoras BC 7500 e BC 4500. A BC 7500 possui sistema de trilha axial e é destinada a grandes áreas. Vem com motor Sisu Diesel Citius 84

CTA Tier III, de seis cilindros Turbo Aftercooler, com injeção eletrônica Common Rail de última geração, que gera 355 cavalos de potência. O tanque graneleiro tem 10.570 litros, o equivalente a 130 sacas de soja. A cabine tem uma área de 5,7 m² de visibilidade. O monitoramento é realizado em dois painéis eletrônicos, um localizado na coluna lateral e, o outro, sobre o pára-brisa frontal. Como item opcional, a BC 7500 conta com o sistema Fieldstar II de agricultura de precisão, tecnologia que fornece informações estratégicas sobre a produtividade do solo, umidade dos grãos, entre outras. O outro lançamento foi a BC 4500, uma colheitadeira classe 4 de sistema convencional de trilha, que tem desempenho muito próximo ao de uma classe 5. Na sua faixa, é a má-

Máquinas diferentes chamaram a atenção no estande da Valtra. Colhedoras e semeadoras passaram a fazer parte do portfólio da empresa


“ Mais de 180 mil produtores passaram pelo parque de exposições da Coopavel, em Cascavel (PR PR)), de 28 de janeiro a 1º de fevereiro, um recorde de público que superou a expectativa dos organizadores ” organizadores” Fotos Cultivar

A John Deere destacou a versão Classic dos tratores 6415 e 6615

quina que apresenta maior área de trilhas e maior capacidade de processamento do produto colhido. O motor é Sisu Diesel 620 DS de seis cilindros Turbo de 190 cavalos, o sistema de transmissão é do tipo hidrostático, com três marchas, o que proporciona velocidade e torque adequado a todas as condições de colheita. O controle é realizado por uma alavanca multifuncional, localizada no console lateral, oferecendo ótima ergonomia e controle da operação. O tanque graneleiro tem capacidade para 5.200 litros, volume equivalente a 66 sacas de soja. Além das colhedoras, a Valtra apresentou uma série completa de plantadoras e semeadoras de duas a 30 linhas de plantio e dois modelos de plataformas de milho com variações de quatro a 12 linhas de colheita.

JOHN DEERE A John Deere apresentou a versão Classic dos tratores 6415 e 6615 e dois novos modelos com motor de três cilindros, além de uma nova forrageira autopropelida. Os tratores modelos Classic 6415 e 6615 possuem motorização de 106 cv e 121 cv respectivamente e configuração simplificada. Já os novos modelos com motor de três cilindros, o trator 5303, com motor de 57 cv, e o 5403, com 65 cv, oferecem

a qualidade e a produtividade da marca John Deere para pequenos agricultores e para horticultura e fruticultura. Outra novidade na exposição foi a nova forrageira John Deere 7350. Ela é equipada com um novo motor de 479 cv que proporciona maior torque e potência, com economia de combustível. A nova plataforma Kemper Champion 360, com seis metros de largura, garante alto rendimento da colheita sem preocupação com o sentido do corte ou com o espaçamento das linhas. Os visitantes puderam conferir também o trator 7715, de 182 cv, que começa a ser produzido na nova fábrica da John Deere, em Montenegro (RS), um equipamento com força e resistência especialmente favoráveis para o trabalho nos canaviais.

CASE IH A Case IH apresentou a maior colheitadeira de sistema axial do mundo. A Axial-Flow 8010, atinge 455 cv de potência e é dotada de um tanque graneleiro de 12,3 mil litros. A máquina completa a linha de colheitadeiras da marca, composta também pelos modelos Axial-Flow 2388 e Axial-Flow 2399. O rotor único que compõe essas máquinas proporciona uma colheita com grãos mais limpos e de melhor qualidade, além de maior rendimento. As máquinas Axial-Flow são as mais tradicionais colheitadeiras de sistema axial do mundo, resultado de mais de 40 anos de pesquisa e desenvolvimento da Case IH e mais de 30 anos da utilização dessas máquinas em campo. A empresa também mostrou sua colhedora de cana-de-açúcar A7000, que tem 60% de participação no mercado brasileiro. Essa máquina tem capacidade para colher, em média, mil toneladas de cana por dia. Utiliza motorização em torno de 330 cv e pode trabalhar a uma velocidade de até 9 km/h, com rendimento acima de 40 t/h, dependendo das condições da cultura e da logística de transporte. As colhedoras A7000 apresentam chassi com uma abertura frontal de 1,1 m que, aliado aos divisores de linha 45 graus, permite uma

A maior colhedora do mundo, a Axial-Flow 8010, chamou a atenção dos visitantes no estande da Case IH

Seis lançamentos foram apresentados pela New Holland, entre eles o T7060

alimentação mais eficiente da máquina mesmo em situações mais severas, resultando numa colheita mais produtiva e cana mais limpa na usina. O disco de corte lateral possui regulagem eletro-hidráulica de altura feita pelo operador, da cabine. As facas verticais corta-palhas nos divisores de linha evitam que a palha de cana e o capim se enrosquem na espiral do divisor de linhas, causando paradas por embuchamento, o que otimiza a alimentação. Sensores presentes nos principais sistemas da máquina estão ligados à cabine e avisam o operador sobre qualquer irregularidade, oferecendo maior proteção e aumentando a vida útil do equipamento.

NEW HOLLAND A New Holland apresentou seis novos modelos de máquinas agrícolas, os modelos de tratores da Série 30, 7630 e 8030, o trator T7040, da linha T7000, e as colheitadeiras TC5090, CS660 Superflow e CR9060. A primeira colheitadeira axial da New Holland no Brasil, apresentada no evento, vem equipada com dois rotores, um sistema exclusivo da marca, que realiza um tratamento mais suave do grão em uma área de debulha e separação maior, resultando em maior produtividade e melhor qualidade do grão colhido. O modelo tem 10.600 litros de capacidade de carga no tanque graneleiro e plataforma de 30 ou 35 pés. O motor é New Holland Cursor, com injeção Common Rail, com potência de 354 cv, a uma velocidade nominal de 2.100 rpm. O pico de potência máxima é de 394cv, o que permite descarga em movimento. Esse aumento de potência de até 40 cv permite a colheita em condições críticas. Entre as inovações, estão a plataforma de 30 pés (30% maior que a maioria das colheitadeiras convencionais) e um tanque graneleiro de nove mil litros. O cilindro que tem funcio-

Fevereiro 08 • 35


Fotos Cultivar

A Stara destacou a semeadora Victória para grãos graúdos e a múltipla Prima O lançamento de uma linha completa de semeadoras com a marca Massey Ferguson foi o destaque da empresa

namento conjugado com o batedor é acionado por uma polia variadora que permite a regulagem da rotação (de 420 a 1.200 rpm). É equipada com sistema Maxitorque que, em caso de patinagem da correia, em decorrência do grande volume de material a ser processado, aumenta a tração da correia e mantém o funcionamento do sistema. Outra colhedora apresentada foi TC5090, equipada com motor Cummins seis cilindros de 240 cv com Intercooler, sistema Maxitorque, tanque graneleiro de 7,2 mil litros e plataformas de 20´´ ou 25’’ flexível e 20’’ rígida, com sincronismo do molinete com a velocidade da máquina. Na linha de tratores, foram apresentadas as linhas TT, com os modelos TT 3840, de 55 cv, e o TT 3830F, de 75 cv de potência. Essa linha se destaca pelo baixo consumo de combustível e facilidade de manutenção e vem com trombetas do eixo traseiro da transmissão menores, arco de segurança rebatível, tração nas quatro rodas, transmissão nas opções 8x2 e 12x3 com super-redutor e a maior reserva de torque da categoria. Completaram o estande as linhas TL Exitus, TS e a Linha TM.

MASSEY FERGUSON A Massey Ferguson aproveitou o Show Rural para lançar uma nova categoria de produtos. Entre as novidades, uma série completa de plantadoras e semeadoras de duas a 30 linhas de plantio, além de dois modelos de plataformas de milho com variações de quatro a 12 linhas de colheita. Os lançamentos são produzidos pela Sfil, fabricante com 25 anos de experiência no desenvolvimento de implementos no mercado nacional e que recentemente foi adquirida pela AGCO, grupo ao qual pertence a Massey Ferguson. Os implementos Massey Ferguson foram desenvolvidos com características singulares adequadas à topografia, ao solo e ao clima de cada região produtora. São quatro modelos de plantadoras de plantio direto para as culturas de verão e inverno – Série 200 para a agricultura familiar, Série 500 para mé-

36 • Fevereiro 08

versível com chapa divisória que permite alterar a capacidade de adubo e semente.

dias propriedades, Série 600 voltada para cultivo de trigo e soja e Série 700 para as grandes lavouras do Centro-Oeste. A Massey Ferguson apresentou também a nova colheitadeira axial MF 9790 ATR, vencedora do Prêmio Gerdau Melhores da Terra na Categoria Novidade. Outra novidade em colheitadeiras foi a MF 32 Advanced, desenvolvida totalmente pelo Centro de Tecnologia da Massey em Canoas (RS). Entre os tratores, a nova série MF 200 Advanced e o modelo MF 8480 CVT (290 cv) lançados em 2007 foram apresentados pela primeira vez na feira de Cascavel.

SEMEATO A Semeato deu destaque para o seu lançamento, a semeadora múltipla SSM 23/27/ 33, para grãos graúdos e grãos finos. A SSM é composta por chassi de quatro tubos, sendo dois dianteiros e dois traseiros. O cabeçalho é articulado para armazenamento e transporte. Possui um fuso para nivelamento, condutores telescópicos para condução de adubo e sementes, rodado articulado e rodado para transporte. A SSM possui opção de reservatório em aço inoxidável resistente a corrosão ou aço carbono com tratamento de superfície. Possibilita ainda reservatório re-

STARA A Stara apresentou dois modelos de plantadoras. A Plantadora para sementes graúdas Victória, disponível nos modelos de 09 a 17 linhas, possui plataforma criada em chapa expandida que facilita a autolimpeza e proporciona maior visão das linhas de plantio. Os reservatórios de adubo e sementes são em polietileno e o chassi é do tipo monobloco, que agrega maior resistência e durabilidade. Possui cabeçalho articulável com terceiro ponto de regulagem, que proporciona maior agilidade e mobilidade da máquina. A transmissão é composta por conjunto de engrenagens que possibilitam a troca rápida. A semeadora Prima é uma máquina para semeadura de culturas de verão e inverno. possui chassi tipo monobloco equipado com travessas móveis, plataforma feita de chapa expandida para facilitar a autolimpeza e proporcionar uma visão mais ampla das linhas de plantio, com opção de articulação. O cabeçalho articulável, com terceiro ponto, facilita a regulagem da plantadora sem desengatar do trator, proporciona também maior mobilidade e agilidade nas manobras necessárias durante o plantio e armazenamento da máquina. Possui transmissão tracionada pelos rodados da máquina

A Semeato apresentou a sua nova máquina para grãos finos e graúdos, a SSM 23/27/33


“Clima favorável, preços dos produtos agrícolas em alta e excelentes perspectivas para a safra atual foram os principais propulsores para que o evento alcançasse tamanho sucesso ” sucesso”

A Kuhn expôs sua linha completa de implementos, com destaque para o pulverizador Trainer

através de correntes e de rolos, composta por conjunto de engrenagens que possibilitam a troca rápida de velocidade sem o uso e ferramentas. Os reservatórios de adubo e sementes são feitos em polietileno (material anticorrosivo), com fundo cônico que facilita o escoamento do material. Ela possui sistema de articulação que possibilita a sua remoção para limpeza e manutenção, e rodado equipado com articulador, que permite alto poder de copiagem do solo. A Stara apresentou também seus produtos para agricultura de precisão.

KUHN A Kuhn levou à feira sua linha de semeadoras, pulverizadores e máquinas para preparação de forragem. O principal destaque foi para o lançamento, o pulverizador Trainer. O Trainer possui tanque principal com capacidade de 2,2 mil litros e acionamento totalmente hidráulico, na movimentação das barras. É equipado com o exclusivo sistema “Kuhn Stabili II”, que ajusta as barras mantendo a uniformidade de aplicação com o paralelismo constante ao solo. Sua configuração de fábrica que inclui tanque de rinsagem, tanque de água limpa e incorporador como equipamentos de série, agrega ao pulverizador segurança, eficiência e alto desempenho para o processo de aplicação contando com a facilidade de operação. Possui barras com 21 metros de comprimento.

INCOMAGRI

A GTS do Brasil apresentou mais um lançamento para facilitar a colheita, o sensor de altura para plataforma de milho

verizadores autopropelidos, com destaque para o Impactus, com tanque de 3,2 mil litros e barras de pulverização de 28 metros. O motor é MWM de 120 cv, com transmissão Eaton 4205 de cinco marchas. O Impactus possui também suspensão pneumática controlada em chassi e barral, freios a ar, bomba de pulverização de turbina com electropolea de 150 litros por minuto, em aço inoxidável. Além do Impactus, a Jan apresentou também os modelos de autopropelidos Matrix, Matrix 4x4 Fourtrax” e Evolucion.

GTS A GTS do Brasil, fabricante de plataformas colhedoras de milho e plainas agrícolas, apresentou o Sensor de Altura GTS Eletronic. Esse sensor de fácil e rápida instalação, incorpora muita tecnologia em qualquer modelo e marca de plataforma de colheita de milho, proporcionando grandes benefícios ao produtor rural. Com o Sensor Eletronic o controle de altura da plataforma é feito automaticamente, permite colher material acamado, garante maior durabilidade à plataforma, proporciona menos desgaste ao operador em colheita de grandes áreas, entre outras vantagens.

A Jan apresentou diversos modelos de pul-

LANDINI A Landini destacou a linha de tratores leves, com destaque para o Tecnofarm 60, Tecnofarm 75, e Globalfarm 100, todos com transmissões mecânicas sincronizadas e também com inversor de direção mecânico sincronizado, e com motorização Perkins. Para os modelos 60, 75 esta disponível as versões 4x4 e 4x2, e para o 100 disponível somente a versão 4x4, todos com três velocidades de tomada de força, para o modelo 60 e 75, 540 rpm, 750 rpm e sincronizado com a roda e para o modelo 100, 540 rpm, 1000 rpm e sincronizado com a roda. .M

MIAC A MIAC apresentou o arrancador de amendoim C 200 para duas linhs. Além de inverter a posição da planta, deixa-as com as raízes para A Miac apresentou mais uma máquina para auxiliar a colheita de amendoim

A Incomagri destacou a Sembra 1000-P AV, com kit para pomares. A semeadora possui agitador vertical, fundo dosador em inox, duplo disco de distribuição, pás de ângulo variável, comando por alavancas ou a cabo, caçamba removível de polietileno, com alcance de sete a 18 metros, mantendo a mesma uniformidade. A Semeadora tem capacidade para 1,6 mil kg e pode ser acionada por trator com potência acima de 30 cv.

JAN

cima ao mesmo tempo que o sistema de vibração elimina a terra que está junto com as vagens e raízes. O C 200 requer trator com potência a partir de 90 cv. Alem dessa máquina, a Miac levou ao evento arrancadores, recolhedoras, trilhadoras e equipamentos para secagem e classificação de amendoim, além de implementos para a colheita de feijão.

A Sembra 1000-P AV ganhou kit para distribuição de fertilizante em pomares

A Montana apresentou o Parruda 2627 e a Landini destacou a linha de tratores leves

Fevereiro 08 • 37


snorkel

Fotos Técnica 4x4

Até debaixo d’água

Travessias de trechos alagados ou com lamaçal profundo exigem cuidados especiais, pelos riscos de infiltrações nos diferenciais, caixas de marchas, motor e filtro de ar. A instalação de snorkel e de outros respiros auxiliares é uma das medidas recomendadas para manobras desse tipo

A

o atravessar trechos alagados ou com lama profunda, existe sempre a possibilidade de infiltração pela água ou lama nos diferenciais, caixas de marchas e transferência. Há risco, também, em situações radicais, de entrada de água ou lama no próprio motor, através do filtro de ar. A solução para o motor é a instalação de um tubo instalado desde a entrada do filtro de ar, que fica sempre dentro do compartimento do motor, até a parte mais alta do veículo, normalmente na altura do teto ou bagageiro. Esse tubo, ou snorkel como é mais conhecido, deve ter a ponta externa protegida por uma capa ou chapeuzinho de metal, contra a entrada de água da chuva. A instalação do snorkel requer um bom isolamento e vedação na ponta do tubo que será conectado à entrada de ar do filtro. Não poderá haver nenhuma entrada falsa de ar por onde a água possa ser aspirada pelo motor. Montagens mal dimensionadas acarretam perda de potência, leve seu veículo para um mecânico que entenda do assunto. Mas a água pode entrar também nos diferenciais, caixas de mudanças e transferência. Existem respiros nestes componentes por onde a pressão, provocada pelo aumento da temperatura do óleo lubrificante e do ar interno, é aliviada. Este aumento de temperatura é causado pelo atrito entre engrenagens e semi-eixos. Quando isto acontece, o ar é expulso atra-

38 • Fevereiro 08

vés dos respiros correspondentes, equilibrando a pressão interna. Em uma travessia de alagados a temperatura interna pode cair quando a carcaça do diferencial, caixas de marchas e transferência entrarem em contato com a água ou lama. Isto vai resfriar também o óleo e o ar interno, causando uma nova diferença de pressão e fazendo com que o ar seja sugado de volta para dentro do diferencial, caixas de marchas e transferência, equilibrando a pressão interna. Mas como há água suja em vez de ar, o que ocorre é uma contaminação do óleo por água e detritos. A perda das características lubrificantes do óleo pode trazer sérios problemas para as partes móveis destes componentes. Após uma travessia solicite que o seu mecânico verifique se houve contaminação dos lubrificantes. Se o óleo apresentar cor esbran-

quiçada e leitosa, deverá ser substituído imediatamente. É possível a montagem de um circuito de tubos, que elevem a posição dos respiros dos diferenciais, das caixas de marchas e transferência. O sistema é simples e eficaz, basta conectar o respiro do diferencial dianteiro em série com o das caixas e por último ao diferencial traseiro, tudo isto deverá estar conectado a um único respiro, que deverá ficar instalado na parte mais elevada possível como, por exemplo, dentro da cabine. Nosso valente 4x4 enfrenta trechos alagados profundos. Mas deve estar preparado para .M a manobra!

Mangueiras que elevam os respiros do diferencial dianteiro, caixas de marchas e transferência

Land Rover Defender equipado com snorkel

João Roberto de Camargo Gaiotto www.tecnica4x4.com.br




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.