Maquinas 72

Page 1



Destaques Matéria de capa

Feijão com qualidade Conheça as máquinas que auxiliam em cada etapa da colheita do feijão

26

Fio por fio

Ficha Técnica

Saiba como diminuir o desperdício na operação de colheita do algodão

Nesta edição, a colheitadeira de algodão Module Express da Case IH e o trator Valtra BM 185i

22

Índice

14 e 30

Nossa Capa John Deere

Rodando por aí

04

Máquina flamejadora

06

Pulverização aérea

08

Dimensionamento de semeadoras

12

Ficha Técnica - Module Express

14

Manutenção do sistema de corte

18

Perdas na colheita de algodão

22

Colheita de feijão

26

Ficha Técnica - Trator BH 185i

30

Matéria Expodireto 2008

34

Técnica 4x4

38

Grupo Cultivar de Publicações Ltda. www.revistacultivar.com.br

Cultivar Máquinas Edição Nº 72 Ano VIII - Março 2008 ISSN - 1676-0158

www.revistacultivar.com.br cultivar@revistacultivar.com.br Assinatura anual (11 edições*): R$ 119,00

(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)

Números atrasados: R$ 15,00 Assinatura Internacional: US$ 80,00 EUROS 70,00

• Direção

Newton PPeter eter Sch ubert K. PPeter eter Schubert • Redação

Gilvan Queved o Quevedo Charles Echer • Revisão

Alin artzsch ddee Alm ei da Alinee PPartzsch Almei eid • Design Gráfico e Diagramação

Cristiano Ceia

• Comercial

Ped edrro Batistin Sed eli Feijó Sedeli • Gerente de Circulação

Cibele Costa • Assinaturas

Simone Lopes • Expedição

Di anferson Alves Dianferson

• Impressão:

Kun de In dústri as Gráfi cas Ltd a. und Indústri dústrias Gráficas Ltda. NOSSOS TELEFONES TELEFONES:: (53) • GERAL

• RED AÇÃO REDAÇÃO

3028.2000

3028.2060

• ASSINA TURAS ASSINATURAS

• MARKETING

3028.2070

3028.2065

Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados podem solicitá-las à redação pelo e-mail: cultivar@revistacultivar.com.br Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.


Massey FFerguson erguson A Massey Ferguson recebeu o prêmio destaque na categoria máquinas agrícolas, em março, no município de Carazinho, no Rio Grande do Sul. O diretor de Marketing, Fábio Piltcher (primeiro à esquerda), recebeu o troféu do diretor de comunicação da Cotrijal, Enio Schoroeder. Ao todo foram premiadas 14 categorias na distinção oferecida pela Cotrijal e Grupo Record.

Maurício Marques

New Holland

Fabio Vallejo Garcia

Goodyear A Goodyear do Brasil tem novo coordenador de Marketing. Com 13 anos de empresa, Fabio Vallejo Garcia deixa o cargo de assessor de Vendas e Serviços para se dedicar à nova função.

KF A KF lançou na Expodireto a carreta graneleiro KF 6.0/T para transporte de grãos, forragens e calcário. Segundo o diretor da empresa, Ademir Kelm, trata-se de uma máquina bastante robusta, com tubo descarregador móvel, para realizar a descarga em qualquer posição ou ângulo. A carreta conta, ainda, com sistema de rodado em tandem, além de basculante para descarga de forragens.

Maurício Marques é o novo diretor de Negócios da New Holland para a América Latina. O executivo traz para o segmento de máquinas agrícolas a larga experiência acumulada ao longo de anos de trabalho em grandes companhias de agroquímicos.

Vence T udo Tudo

Marcelo Rosa

A Indústria de Implementos Agrícolas Vence Tudo, expôs na Expodireto sua linha de produtos com destaque para a plataforma de colheita de milho, a Bocuda, líder de vendas no segmento. Segundo Ildemar Budke, gerente comercial da empresa, o mercado está aquecido. Prova disso é a readmissão de funcionários para poder atender à demanda.

Parker A Parker Hannifin, líder mundial de tecnologias e sistemas de movimentos e controle, está presente no Brasil com os segmentos industrial e de equipamentos móveis, com sistemas e soluções para aplicações que requerem tecnologia e serviços confiáveis em pneumática, eletromecânica, refrigeração, instrumentação, hidráulica, filtragem e vedação. Marcelo Rosa, responsável pelo marketing, vendas internas e atendimento a clientes esteve à frente do estande na Expodireto para apresentar a linha hidráulica da empresa.

04 • Março 08

Case IH

Fábio Borgonhone

A Case IH lançou em março novo projeto de qualificação profissional, voltado principalmente para canade-açúcar. O projeto, resultado de R$ 10 milhões em investimentos de 2008 a 2010, é composto pelo novo Centro de Treinamento, localizado na planta paulista da montadora, e unidades móveis para treinamento no campo. “O objetivo é aumentar o atendimento ao setor sucroalcooleiro, qualificar a mão-de-obra e oferecer novas oportunidades de trabalho e renda para trabalhadores do setor”, explica o gerente de Marketing da Case, Fábio Borgonhone.

Kepler Após reestruturação na sua composição acionária, a Kepler Weber voltou a obter bons resultados no faturamento. Apenas no último trimestre de 2007 a empresa obteve receita líquida de R$ 60,6 milhões, um avanço em comparação a todo o ano, que somou R$ 151,9 milhões. Em 2007 a empresa produziu 18,2 mil toneladas sendo 8,2 mil toneladas (45%) apenas no 4º trimestre. O EBITDA, indicador usado como medida de geração de caixa, mostra que o bom desempenho nos últimos três meses de 2007 atingiu R$ 4,8 milhões, em comparação ao acumulado nos nove primeiros meses do ano, que foi negativo em R$ 20 milhões.

Dorval Schmitt

Trapp A Trapp trouxe sua linha de cortadores, aparadores e roçadeiras para a Expodireto. Dorval Schmitt, assessor de Marketing da empresa, destacou os modelos de tratores da marca para o corte de grama, com motores de quatro tempos a gasolina e potência de 13,5/15,5/18,5 e 24hp. Outro produto que chamou a atenção no estande foi a roçadeira lateral elétrica Master 3000, segundo o fabricante a única no Brasil com total isolamento contra choques.


John Deere Antoninho Rubim e filhos, clientes do concessionário Macagnan da cidade de Cruz Alta (RS), adquiriram no último dia de Expodireto, em Não-me-Toque, um pulverizador John Deere modelo 4730, lançamento da feira. De acordo com Rubim, a expectativa sobre o produto é a melhor possível, devido a sua tecnologia e à confiabilidade da marca.

Rafael Ferrari

Firestone A Firestone trouxe para a Expodireto sua linha de pneus agrícolas. Rafael Ferrari, do departamento de Marketing da empresa, apresentou o Champion Ground Grip, que chega ao mercado na medida 12.4/11-24 (4 lonas). O modelo foi especialmente desenvolvido para sistema de irrigação mecanizada (pivô) e proporciona estabilidade lateral em terrenos inclinados, com capacidade de tração e autolimpeza, além de resistência a impactos e a cortes. Em outras medidas o mesmo pneu pode ser usado também em tratores, pulverizadores e colheitadeiras.

Valtra Além dos tratores Geração II, plantadoras e semeadoras, plataformas de milho e das novas colheitadeiras BC 4500 e BC 7500, a Valtra apresentou na Expodireto sua linha exclusiva de roupas e acessórios da Valtra Store. A grife compõe moda masculina, feminina e infantil, resultado de parcerias entre a empresa e as principais fornecedoras de moda do país. São camisetas, jaquetas, calças, cintos, canetas, bonés, chapéus e muito mais. Os produtos são encontrados apenas em exposições agropecuárias ou na loja da fábrica, na sede em São Paulo.

Marcos Arbex e Luiz Feijó Paulino Jeckel

Precisão Zamprogna Presente na Expodireto 2008, a empresa gaúcha Zamprogna tem consolidado seu espaço entre as principais indústrias de transformação de aço do país. No mercado desde 1937, industrializa, entre outros produtos, tubos industriais de aço carbono e aço inoxidável, tubos de condução, chapas de aço carbono e de aço inoxidável, telhas de aço carbono e aço inoxidável e eletrodutos.

Miac A equipe da Miac destacou durante a Expodireto sua linha de equipamentos para colheita, em especial os produtos voltados para a cultura do feijão.

Paulino Jeckel, gerente de Marketing e Comunicações da Massey Ferguson, comentou durante a Expodireto sobre o crescimento do emprego da Agricultura de Precisão no Brasil. Para Jeckel, atualmente o sistema é ferramenta indispensável para o produtor que quer garantir alta produtividade.

Crescimento O segmento de Sistemas de Acoplamento de Tratores foi o que mais cresceu em 2007, com a marca de 68%, no comparativo com 2006. Entre as empresas que atuam nesta área está a Tuzzi, de São Joaquim da Barra (SP). Alexandre Tuzzi, diretor industrial, informa que a empresa superou o crescimento do setor devido à conquista de uma maior participação no mercado. “O desenvolvimento de novos produtos também viabilizou este cenário”, acrescenta. No desempenho geral a empresa cresceu 44% no mesmo período.

UPF Os alunos do Programa de Pós-graduação em Agronomia da UPF, sob a coordenação do professor Vilson Klein, apresentaram um equipamento de incorporação de calcário em solos sob plantio direto. O equipamento é acoplado em um trator e possui um escarificador que rompe o solo para que o calcário possa ser aplicado. O produto chega a mais de dez centímetros de profundidade devido ao injetor pneumático que realiza a aplicação. Segundo Klein, o calcário tem uma função determinante no crescimento radicular das plantas e o equipamento, dotado de turbina, permite que o calcário penetre em todas as fissuras verticais e horizontais causadas pelo sulcador.

Sintag De 14 a 16 de outubro, em Ribeirão Preto (SP), ocorre o IV Simpósio Internacional de Tecnologia de Aplicação de Agrotóxicos (Sintag) e o III Simpósio de Análise de Resíduos em Alimentos. O evento é uma promoção do Centro de Engenharia e Automação do Instituto Agronômico de Campinas (CEA/IAC) e da Faculdade “Dr. Francisco Maeda” (Fafram), em parceria com a Fundação de Apoio à Pesquisa Agrícola (Fundag). As inscrições para trabalhos em ambas as áreas já estão abertas e mais detalhes podem ser obtidos na página www.sintag.com.br ou através do e-mail sintag@sintag.com.br.

Estevan e Pedro

Tramontini Estevan Umberto Etges, coordenador de Marketing, e Pedro Pesqueira, engenheiro mecânico, apresentaram na Expodireto o novo trator Tramontini, com potência de 50 cavalos. Segundo Etges, o produto tem alavancado os negócios da empresa.

Março 08 • 05


flamejador

Fotos Marcos Roberto da Silva

Fogo como herbicida

Alternativa ainda pouco comum no Brasil, o uso de máquinas flamejadoras para controle de plantas daninhas e dessecação de culturas desponta como ténica promissora, principalmente para aplicações específicas

D

enomina-se “máquinas flamejadoras” os equipamentos específicos criados para tratamento físico nas culturas, no caso térmico, seja para controle de plantas daninhas, seja para tratar pragas ou doenças, ou ainda outras finalidades, conforme a necessidade e, principalmente em função da viabilidade de aplicação. O princípio técnico, um processo físico-químico, expõe a planta, trate-se de uma espécie daninha ou uma cultura, por um curto espaço de tempo, a uma temperatura elevada, causando a expansão da água intracelular e ruptura da membrana celular, o que destrói a capacidade de movimento da água e realização da fotossíntese. O resultado é o murchamento e morte. O uso destas máquinas no Brasil é ainda inexpressivo, quase inexistente. Um esforço conjunto de pesquisadores, professores, indústria da área de máquinas agrícolas e empresas distribuidoras de GLP, começa a desenvolver um projeto para difusão da tecnologia. Inicialmente a aplicação da tecnologia destinava-se aos produtores que praticam a agricultura orgânica, os quais limitam o uso de defensivos. Atualmente, com o movimento crescente da produção integrada, a técnica surge

06 • Março 08

como promissora alternativa, considerada uma tecnologia limpa. O manejo integrado é um sistema de apoio à tomada de decisões para a seleção e uso de táticas de controle de doenças, pragas e plantas daninhas harmonicamente, coordenadas em estratégias baseadas em análises de custo e benefício. A decisão de uso considera os interesses dos produtores, da sociedade e do meio ambiente. Portanto, o programa leva em conta o sistema de manejo e a capacidade do usuário, em especial sua disponibilidade de equipamentos nas diferentes fases da cultura. A escolha e a eficiência de cada um dos métodos podem variar conforme as espécies existentes na época do controle, condições climáticas, tipo de solo, tratos culturais, rotação de cultu-

ras, disponibilidade de insumos, mão-de-obra e equipamentos. Por fim, a produção integrada tem como objetivos reduzir ao máximo o uso de insumos agrícolas; utilizar, preferencialmente, tecnologias adequadas ao ambiente; manter a renda da exploração agrícola; e reduzir e eliminar a fonte de contaminação ambiental gerada pela agricultura.

FUNCIONAMENTO DO SISTEMA O equipamento flamejador (protótipo), denominado “FLAMER”, é montado no engate três pontos do sistema hidráulico do trator. Sobre uma estrutura-chassi está instalado um sistema para suprimento de gás, composto

Detalhes da operação: aplicação do calor, expansão da água e ruptura celular, seguidas do murchamento e morte da planta


“Os testes preliminares com o protótipo flamejador comprovaram a eficiência do uso do fogo na dessecação das ramas da batata ” batata”

Detalhe da chama. A foto mostra o leque de fogo produzido pelo flamejador

por um cilindro reservatório de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), componentes, tubulações e um comando eletromagnético que controla a liberação do gás para os queimadores. Na parte traseira do chassi há uma barra porta-ferramenta equipada com um conjunto de queimadores de “chama direta”, de formato achatado (tipo sino achatado), com bicos do tipo leque. Quanto ao funcionamento, o gás circula do tanque até os queimadores por tubulações flexíveis (mangueiras para alta pressão) na fase líquida e ao chegar aos queimadores é transformado para a fase gasosa, quando se realiza a combustão, gerando chamas de formato e dimensões diferentes em função da pressão de trabalho.

NA PRÁTICA Um dos experimentos foi realizado na cultura da batata. Essa cultura é colhida somente após o dessecamento natural ou artificial das ramas, devendo-se esperar alguns dias para que ocorra a perfeita fixação da pele ao tubérculo, minimizando o risco de “esfoladura” o que reduz o valor comercial. Ramas também provocam embuchamento nas colhedoras. Nos cultivos comerciais a antecipação da colheita se obtém com a aplicação de dessecantes químicos, utilizando-se produtos com forte ação de contato, que matam rapidamente os tecidos verdes, provocando a descoloração das folhas e o rompimento das membranas celulares poucas horas após a aplicação, princípio parecido com o flamejamento. A dessecação da cultura atua positivamente de forma indireta na cultura, impedindo a passagem de vírus das ramas e folhas para os tubérculos, no caso de áreas destinadas à produção de sementes, e, nas áreas comerciais, reduzindo o contágio dos tubérculos por fungos e bactérias, eliminando as pragas de final de ciclo, plantas daninhas e uniformizando a maturação.

Uma alternativa para dessecação das ramas da batata é o uso dos equipamentos lança-chamas, as “máquinas flamejadoras”, quando se pode dessecar as ramas e folhas por meio do calor da chama. Ainda que pouco conhecido no Brasil, em outros países já se encontra este tipo de equipamento utilizado em diferentes culturas e estádios de desenvolvimento, principalmente nos EUA e Europa. Nos EUA, por exemplo, na cultura da batata, as máquinas flamejadoras são utilizadas para o controle de um inseto, o besouro colorado. Neste caso aplica-se na fase entre a emergência e 20cm de altura da planta de batata. O controle pode ser efetivo tanto na forma adulta como na redução dos ovos do inseto. Já a dessecação das ramas com calor é uma prática mais

utilizada nas lavouras pelos produtores. Com a intenção de verificar o efeito do fogo na cultura da batata, realizaram-se testes com um protótipo flamejador em uma área comercial de produção de batatas na fazenda Santa Helena, em Itapetininga. Para os testes foram adotados cinco tratamentos, quatro com velocidades de deslocamento do conjunto TratorFlamejador, e um tratamento padrão com herbicida dessecante para comparação. O equipamento foi montado com dez queimadores direcionados para a leira da batata, em “V”. As imagens que ilustram essa matéria são de aplicações da máquina flamejadora na cultura da batata, para dessecação das ramas. Os testes preliminares com o protótipo flamejador comprovaram a eficiência do uso do fogo na dessecação das ramas da batata. Observou-se que ocorreu adiantamento no murchamento e morte das plantas em relação ao método químico. Algumas falhas observadas na dessecação ocorreram provavelmente pelo tipo de queimador utilizado e pelo efeito “guarda-chuva” das plantas impedindo que a chama pene.M trasse no dossel. Marcos Roberto da Silva, Univ. Fed. do Recôncavo da Bahia

O QUE É FLAMEJAR?

O

O equipamento tem projeto simples, com tanque de GLP e barras com os queimadores arranjados em “V”

Detalhes do momento da operação de flamejamento: o murchamento, diferenciação de cor das plantas após aplicação da chama e a planta dias após a operação

termo flamejador tem sua origem nas palavras “flame” – substantivo: chama; verbo intransitivo: chamejar ou flamejar e “flaming” – adjetivo: chamejante ou flamejante e, de acordo com o dicionário Aurélio, “flamejar” significa “lançar flamas ou chamas” ou chamejar; “flamejante” - que flameja; “flamejamento” – ato de flamejar, então máquina que lançaflamas; máquina para flamejamento, portanto “máquina flamejadora”.

Março 08 • 07


aplicação aérea

Cor na pulverização Novas tecnologias utilizadas na aviação agrícola ajudam a melhorar a qualidade de deposição de produtos e facilitam o acompanhamento da cobertura

O

uso de ferramentas que possibilitem um diagnóstico rápido, preciso e com baixo custo sobre a qualidade de deposição, em condições práticas de campo, tem sido uma busca constante por parte dos técnicos durante as pulverizações. Para tanto, várias técnicas freqüentemente testadas e aplicadas ao longo dos tempos estão sendo adotadas, tais como o uso de papéis sensíveis, o emprego de cromatografia e a espectrofotometria nas análises de depósitos. O emprego de traçantes e a pulverização com o uso de produtos marcadores, entre outras formas de identificação, estão sendo utilizados por di-

ferentes pesquisadores. Entretanto, muitas destas técnicas, apesar de eficientes, apresentam o inconveniente do alto custo, de necessitar de equipamentos auxiliares e demoradas operações, e de nem sempre estarem disponíveis para uma observação rápida, visando a uma verificação da qualidade de cobertura, nas mais diferentes partes da planta em condições de campo. O uso de um marcador de baixo custo, com o qual se possa avaliar os níveis de penetração da pulverização na cultura, proporcionando um diagnóstico das condições reais de deposição em qualquer parte da planta, se torna um instrumento muito importante para uma tomada de

decisão imediata durante as aplicações, sobre como se encontra o processo de pulverização, e a conseqüente aplicação do produto sobre o alvo desejado. Muitas vezes nos questionam, produtores e técnicos, sobre as dificuldades de se observar o processo de deposições nas plantas, já que não existem condições fáceis de visualização em campo de se perceber as gotas depositadas. Em razão disso, surgem dúvidas sobre a eficácia de certos processos, quando empregados principalmente menores volumes de calda, comuns nas aplicações aéreas. Muitos usuários duvidam da eficácia dessas aplicações e de que o produto aplicado por via aérea consiga atingir a superfície desejada (alvo), por se trabalhar com volumes tão reduzidos. Na busca de respostas a estas questões, temos realizado diversos ensaios em diferentes culturas sobre o comportamento da aplicação aérea e seu controle. Os resultados de controle mostram-se bastante favoráveis, comprovando que não é o volume que define a qualidade da aplicação e, sim, uma soma de fatores, seja qual Os marcadores foram utilizados também para verificar a deposição em pulverização terrestre no café

08 • Março 08


“Na busca de respostas a estas questões, temos realizado diversos ensaios em diferentes culturas sobre o comportamento da aplicação aérea e seu controle ” controle” Fotos Wellington Carvalho

for a modalidade. Influenciam no resultado, por exemplo, a observação das condições meteorológicas, o tipo de ponta de pulverização, a adequação dos tamanhos de gotas desejados, a manutenção do equipamento, além de outros aspectos operacionais. Com o uso de um novo marcador desenvolvido pela empresa Lanxess adicionado à calda, efetuamos testes em muitas regiões do país, permitindo-nos uma verificação interessante sobre a qualidade da pulverização nas mais diferentes partes da planta, em condições de campo. Esse produto é inofensivo para a planta, não agride o ambiente nem ao homem, tem fácil solubilidade, baixo custo e pode ser utilizado em qualquer tipo de mistura. Por se tratar de um produto empregado na marcação e identificação de sementes tratadas, sem comprometer a eficácia do tratamento, despertou o interesse para sua utilização em nossos dias de campo. Inicialmente pensou-se que, adicionado às caldas, permitisse a verificação da qualidade da aplicação aérea em pulverizações, inicialmente de maturadores. Em inúmeros dias de campo, promovidos por empresas de defensivos agrícolas, nas mais diferentes regiões do país, resolvemos adicionar às caldas o novo marcador e observar o seu comportamento na alteração da aplicação, e a possibilidade de empregá-lo como marcador de visualização nas deposições, na identificação da qualidade do trabalho executado.

O uso deste produto possibilitou, além da verificação dos níveis de deposição, nas mais diferentes partes da planta, a real identificação dos pontos impregnados e a dificuldade das deposições, como também permitiu verificar possíveis deslocamentos durante as aplicações (a chamada deriva). Com isto facilitou-se a proposição de ações visando à melhoria da qualidade da aplicação. Outro aspecto interessante detectado com o uso desta tecnologia é a facilidade para o operador identificar problemas nos equipamentos de aplicação, como vazamentos ou desgastes, por exemplo, eles se tornam facilmente visíveis devido à coloração e ao contraste no ponto em que surge.

EVOLUÇÃO DA AVIAÇÃO EM MILHO Não há como negar que o mercado ameri-

cano tem uma influência muito significativa em toda a cadeia produtiva mundial, com reflexos no mercado brasileiro. Os indicadores econômicos para a área de milho mostram que os estoques mundiais sofreram forte queda em 2007/2008 e que há uma tendência de que os preços se mantenham firmes neste ano. Segundo Cogo, C. citados nos informes de mercado da empresa John Deere (2008), a maior demanda por produção de etanol e a esperada redução na área plantada de milho nos Estados Unidos, na safra 2008/09, deverão pressionar para cima os preços do milho esse ano. Os autores ainda destacam que culturas de menor produção e/ou de menor rentabilidade, deverão desviar o foco da área plantada em direção ao milho e à soja em 2008/09. Ao mesmo tempo, há previsões otimistas naquele país para que ocorra um período de rápido crescimento na produção de etanol, com um aumento ex-

Março 08 • 09

Aerotex Aviação Agrícola

Detalhe da infestação de lagartas-docartucho na lavoura de milho onde foi conduzido o experimento


Fotos Wellington Carvalho

Avaliações da aplicação aérea com o auxílio de corantes foram realizadas também em lavouras de cana-de-açúcar

pressivo no consumo. Esse panorama positivo, e a fim de que se consiga atender as necessidades requeridas de consumo mundial, levará fatalmente ao aumento na produção.

ESTIMATIVA DE PRODUÇÃO

de Minas Gerais, diversos produtores experimentaram com sucesso, pela primeira vez, essa tecnologia, e há perspectiva de que a utilizem novamente no próximo plantio. Nesse sentido, a contratação de empresas qualificadas, a adoção de equipamentos ajustados, com alta performance, o emprego de produtos adequados com baixo impacto ambiental, o respeito ao momento correto de aplicação e o acompanhamento técnico obrigatório, comuns nas operações aeroagrícolas, fazem da aviação agrícola uma ótima opção para o produtor. Comparando-a com outras modalidades de pulverização, a aplicação aérea proporciona, além da qualidade semelhante de controle, a possibilidade de aplicação sem danos físicos às lavouras e ao solo, associada com a rapidez e o alto rendimento operacional. Em pulverizações com o uso de aeronaves, importa se respeitar as alturas de aplicação, diferente das aplicações terrestres, onde a barra de pulverização se mantém próxima ao solo. As aplicações aéreas são realizadas entre dois e quatro metros acima da copa da planta, quando empregados bicos hidráulicos (bicos de jato plano “leque” ou cônico), e com o uso de equipamentos rotativos (discos ou telas rotativas), estas aplicações devem remanejar-se para entre três a cinco metros. Estas condições operacio-

nais que têm apresentado os melhores resultados para uma boa cobertura e distribuição uniforme do produto. A observação das condições meteorológicas, das características do produto, da necessidade do ajuste do tamanho e densidade de gotas, do apoio técnico e, principalmente, bom senso nas operações, tem sido a chave do sucesso esperado pelos produtores. Resultados de produção empregando-se aeronaves agrícolas em grandes áreas comerciais no Centro-Oeste do Brasil apresentaram, em diversas aplicações, adotando-se a técnica de baixo volume oleoso (BVO), com volumes de cinco litros de calda/ha no estado de Goiás, ganhos de produção superior a 150 sacas/ha nas regiões de Montividiu e 151 sacas/ha na região de Planalto Verde (Aerotex, 2008), confirmando os excelentes resultados do uso desta tecnologia. .M

Essa tecnologia é mais simples e barata do que as já tradicionais, como papéis hidrossensíveis

Com o corante, é possível saber exatamente qual a penetração da calda em áreas “escondidas” da lavoura

Wellington P. A. de Carvalho e Diogo Ferreira Ricardo, Ufla

Mauro Araújo

Já para o mercado brasileiro, segundo a 5ª estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgada em fevereiro, a produção total de grãos está estimada em 136,35 milhões de toneladas, índice 3,5% superior ao da safra anterior, representando um acréscimo de 4,6 milhões de toneladas. Ainda segundo a Conab, a área cultivada com milho na primeira safra terá um incremento de 2%, passando para 9,7 milhões de hectares na safra 2007/08, 9,5 milhões na anterior. Esse aumento se justifica pelos bons preços do produto, face ao crescimento da demanda interna, e das exportações. A expansão só não foi maior em razão da recuperação dos preços à soja, o principal produto concorrente. Em contrapartida, diante deste quadro favorável de crescimento de produção, principalmente nos meses de dezembro e janeiro de 2008, houve, em muitas regiões produtoras, ataques intensos de lagarta do cartucho, ocasionando severos e graves danos, gerando contra-ataques rápidos e precisos, para manter os custos de produção e o nível da produção esperada. Na busca de minimizar estes ataques, muitos produtores procuraram auxílio nas aplicações aéreas, com resultados satisfatórios. Em algumas regiões do país, como na região do sul

Com a ajuda do corante, fica fácil avaliar o grau de cobertura da pulverização em qualquer cultura

10 • Março 08



dimensionamento de discos

Valtra

Semeadura perfeita Mesmo em sementes de uma mesma cultura encontram-se diferenças de tamanho que acabam interferindo na correta distribuição dos grãos no solo. Saber escolher o disco certo de acordo com cada situação é fundamental para garantir um estande perfeito e sem falhas

P

ara se obter maior produtividade, a pesquisa tem contribuído para cada fator de produção das culturas, tais como adubação, irrigação, genética, manejo de solos e arranjos especiais com populações e espaçamentos adequados. Um bom arranjo espacial só é possível com uma correta distribuição longitudinal de sementes. Normas, procedimentos de ensaios e trabalhos de pesquisa apontam a uniformidade de distribuição longitudinal de sementes como uma das características operacionais de semeadoras que mais contribuem para obtenção de um estande adequado de plantas e, conseqüentemente, de uma boa produtividade da cultura (Kurachi et al., 1989). A desuniformidade de distribuição longitudinal pode ainda dificultar operações posteriores, tais como pulverizações, tratos culturais e colheita, por exemplo. (Pacheco, 1994). As semeadoras mais comuns e de menor custo são as dotadas de mecanismo dosador do tipo disco perfurado horizontal. As funções de uma semeadora-adubadora para plantio direto (Asae, 1996) são: cortar a palha, A medição do comprimento, espessura e largura das sementes ajuda no dimensionamento correto dos discos da semeadora

12 • Março 08

abrir o sulco, dosar a quantidade de sementes e adubo, posicionar tanto a semente quanto o adubo no sulco, na profundidade e distância adequadas, cobrir as sementes e o adubo e efetuar a compactação lateralmente. Uma das dificuldades encontradas pelos produtores relaciona-se com a escolha dos discos com orifícios adequados às dimensões das sementes. A pesquisa vem trabalhando na forma de apresentar resultados de ensaios e metodologias, que auxiliem na escolha do disco dosador. A avaliação tecnológica de mecanismos dosadores de sementes depende de diversos fatores. Delafosse et al (1979), preconiza para o caso de semeadoras de precisão ou de grãos grossos a seleção ou a escolha do disco de semente adequado para cada necessidade. Para isso, deve-se relacionar o tamanho da semente com o do alvéolo ou

célula do correspondente disco de semeadura; observar fundamentalmente os valores de comprimento, largura e profundidade da semente, realizando um controle ou uma determinação dimensional do material usado na semeadura. É fundamental deixar sobre essa medida (tamanho médio da semente) uma folga semente-alvéolo de um pouco mais de 1mm para os lados. Nas semeadoras atuais a tendência é o uso de discos de semente de maior diâmetro, pois eles têm maior quantidade de alvéolos, o que permite seu giro mais lento, evitando falhas de carregamento das células, e proporcionando maior uniformidade de semeadura e menor possibilidade de danificação das sementes. Moreira et al. (1978), também sugerem aumentar o número de furos do dosador, podendo, assim, diminuir a velocidade pe-


“Um bom arranjo espacial só é possível com uma correta distribuição longitudinal de sementes” Fotos Alberto Nagaoka

Tabela 1 - Relação de transmissão e número de furos calculados em função do porte da cultura da mamona Porte Alto Médio Baixo

Relação de transmissão 3,530 : 1 3,116 : 1 3,339 : 1

NF = Rt x P; E onde:

Nº de furos do disco 4 6 9

NF = número de furos do disco Rt = relação de transmissão P = perímetro da roda motriz E = espaçamento entre sementes

Tabela 2 - Largura máxima, comprimento máximo, espessura máxima das sementes, espessura e diâmetro do disco dosador

riférica do disco sem a necessidade de reduzir a velocidade de avanço da semeadora. Com a menor velocidade do disco dosador, as sementes têm mais tempo para ejeção, diminuindo a porcentagem de sementes cisalhadas. De acordo com Bainer et al. (1963), para se obter uma semeadura mecanizada de precisão, exigem-se os seguintes requisitos: as sementes com tamanhos e formatos uniformes, preferencialmente, esféricas e as células do mecanismo dosador devem ser de tamanho apropriado para a semente. Com o objetivo de avaliar a qualidade de seis variedades de sementes de mamona quanto a características físicas (tamanho, volume, peso e umidade) e dimensionar os orifícios de discos dosadores de uma semeadora-adubadora para seis variedades da cultura, bem como o número de furos para cada disco, Nagaoka et al. (2005), realizaram um experimento e concluíram que as variedades de sementes variaram em suas propriedades físicas. O número de furos foi obtido em função do perímetro da roda motriz, relação de transmissão e o porte da cultura a partir da seguinte expressão: Para obter o diâmetro do furo do disco dosador seguiu-se as recomendações de Kepner et al., citado por Pacheco (1994), segundo as quais o diâmetro das células dosadoras deve ser 10% maior do que a máxima dimensão da semente empregada, e a espessura igual ao diâmetro médio ou à espessura da semente. Esta metodologia pode ser utilizada para outras culturas como milho, feijão, soja, desde que a semeadura seja realizada com semeadora de precisão. A velocidade de semeadura tem influência direta sobre a queda e cobertura das sementes, independentemente do tipo e da

marca da semeadora. A maioria das pesquisas aponta velocidades de cinco a sete km/h como corretas, de acordo com as condições topográficas e da semeadora em uso. A manutenção das semeadoras deve ser feita sempre de acordo com o manual do operador, que acompanha a máquina (Silveira, 1989), o que, por incrível que pareça, nem todos fazem. Recomendam-se: antes da semeadura – fazer uma limpeza total da semeadora, verificar peças gastas ou quebradas e substituí-las, observar sistemas hidráulicos, reapertar parafusos e conferir as regulagens da máquina. Durante a semeadura deve-se limpar a máquina periodicamente, verificar regulagens e a saída de sementes e fertilizantes, lubrificar diariamente, evitar as intempéries e inspecionar a semeadora ao término de cada dia de trabalho. Após a semeadura fazer limpeza geral, usar banho de óleo, verificar peças desgastadas e trocá-las, sempre que necessário, lubrificar, apoiar a semeadora com calços e guardar em local protegido das intempéries. . M Alberto Kazushi Nagaoka, Augusto Weiss, Caetano Luis Beber e Leonardo C. Zimermann, CCA/UFSC

De cima para baixo: depósito de sementes, medição da espessura do disco dosador, medição do diâmetro do furo do disco da semeadora-adubadora avaliada

Valtra

IAC 266 IAC 80 Comum Rajada Branqui Guarani

Maior dimensão Dimensão do da semente (mm) disco dosado Largura Comprimento Espessura Espessura Diâmetro 9,48 15,60 6,58 6,58 17,16 12,17 16,60 7,86 7,86 18,26 7,77 13,00 5,40 5,40 14,30 14,47 17,95 7,95 7,95 19,75 13,17 17,33 7,60 7,60 19,06 10,39 16,69 7,28 7,28 18,36

Março 08 • 13


Module Express

Module Express A Module Express que a Case IH trouxe para o Brasil não é apenas mais uma colhedora de algodão. É mais do que isso. Além de colher, a automotriz forma o seu próprio fardo, deixando o produto pronto para o beneficiamento

14 • Março 08

A

bordamos, nesta Ficha Técnica, a colhedora de algodão desenvolvida pela Case IH, que já produz o fardo na própria máquina. É a Module Express 625, já oferecida aos clientes nos Estados Unidos em 2007 e lançada no Brasil em 2008. A máquina possui motor de 370 cv, seis linhas, tração nas

quatro rodas e produz fardos de até 5.450kg. Ela chega para completar a família de colhedoras de algodão da Case IH, já representada no Brasil pela Cotton Express 420 e pela Cotton Express 620.

COLHE E ENFARDA A principal diferença da Module Express 625 para as outras colhedoras de algodão é a formação, pela própria máquina,


“A nova forrageira autopropelida John Deere, modelo 7350, reúne conforto, potência, rendimento e qualidade de material picado ” picado” Fotos Case IH

O sistema de descarga dos fardos é com correntes sincronizadas com a velocidade da máquina, para evitar a quebra do fardo

dos fardos, o que se torna possível porque a máquina possui, em sua câmara, três roscas sem-fim dotadas de sensores nas extremidades. Essas peças são responsáveis pela prensagem para a formação do fardo, movimentando-se longitudinalmente de cima para baixo, compactando o algodão uniformemente. O fardo é pressionado sobre uma superfície de aço, o fundo da câmara, e não sobre o

solo, como no processo tradicional, e dessa forma o algodão se conserva mais limpo, reduzindo as perdas na movimentação para o beneficiamento. A descarga do fardo se faz através de correntes, sincronizadas com a velocidade de deslocamento da máquina, evitando que o fardo se quebre ao tocar o solo. O tempo de descarregamento é o mesmo de uma máquina convencional.

SISTEMA A colheita de algodão, com as máquinas convencionais, comporta cinco etapas: colheita, transferência do algodão para um reboque especial conhecido por Bass Boy, trans-

As unidades de linha são as mesmas das Cotton Express 420 e 620, que possibilitam a colheita pelos dois lados

A proteção nos fardos pode ser colocada fora da máquina, quando os mesmos estiverem no solo

porte para a prensa, prensagem e formação do fardo e transporte para o beneficiamento. Com a Module Express 625, esse processo se resume a dois passos: colheita e transporte para o beneficiamento. Considerando que o produtor possui colhedoras convencionais trabalhando numa área, ele precisa de Bass Boys, prensas, tratores e todos os operadores e ajudantes necessários para a operação dessas máquinas. Usando a Module Express 625 a colheita é feita pelas colhedoras e seus operadores, gerando economia em máquinas, mão-de-obra e combustível. TABELA CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS Module Express 625 Motor Potência 370 cv (272 Kw) Cilindros 6 9,0 l Transmissão Tipo Hidrostática Tração 4x4 Velocidades 1ª Marcha – 0 – 6,3 km/h; 2ª Marcha – 0 – 7,7 km/h; 3ª Marcha – 0 – 24,1 km/h Unidades de Linha Números de Linha 6 Barras por linha 12/12 (frente/atrás) Fusos por barra 18 Controle de altura Sensor automático Lubrificação da barra Reservatório de 302l Limpeza dos fusos Reservatório de 1.380l Câmara do fardo Capacidade 1.800 a 5.450 kg Tipo Descarregamento traseiro com correntes sincronizadas com a velocidade da máquina Compactador Sistema inteligente de compactação automática Pneus Dianteiros 500/95-32 duplo Traseiros 23.5-26 Peso 23.133 kg

Março 08 • 15


Fotos Case IH

lhido, auxiliando o produtor na tomada de decisão. O sistema ainda informa a quantidade de algodão colhido, o peso do fardo, a porcentagem de enchimento da câmara e o estado operacional da máquina. Para controlar o descarregamento do fardo, uma câmera mostra toda a operação, facilitando o trabalho do operador e aumentando a segurança.

MONITOR AFS PRO 600

A cabine possui grande área envidraçada. O assento tem sensor de presença, que desliga alguns sistemas

Um sistema de piloto automático guiado pelas próprias plantas, ao invés de GPS, encontra-se nessas máquinas. Um sensor percebe onde estão as plantas e atua no sistema de direção da máquina, mantendo-a centralizada sobre as linhas de plantio. Esse tipo de equipamento dá ao operador uma liberdade maior para se preocupar com outras funções da máquina.

SEM ADAPTAÇÃO Os fardos produzidos não precisam ser envolvidos com uma capa em sua etapa de formação, ainda no interior da máquina. A proteção pode ser colocada sobre o fardo já no solo, depois da descarga, como é feito com os fardos convencionais produzidos pelas prensas.

CABINE Dispõe de ampla área envidraçada e ar-condicionado digital, o que a torna muito confortável. O assento do operador é pneumático e dotado de sensor de presença, que desliga os tambores caso o operador saia da posição com a máquina ainda em operação. As máquinas também possuem um sensor que avisa o operador quando as unidades de linha estiverem em operação e a rotação do motor muito baixa. Isso evita que as unidades de linha trabalhem com rotação abaixo da recomendada. A cabina é dotada ainda de assento para acompanhante. A cabine da Module Express 625 apresenta sistemas de alta tecnologia responsável por diversas funções relacionadas à colheita. Um deles é o monitor de produtividade AFS Pro 600, o mesmo utilizado na linha de colhedoras de grãos Axial-Flow. Esse sistema gera mapas detalhados, que possibilitam a visualização da produtividade de algodão em cada metro co-

O monitor AFS Pro 600 é o mesmo utilizado na linha de colheitadeira de grãos Axial-Flow

16 • Março 08

Visão geral do projeto da nova forrageira autopropelida 7350

Os comandos para a operação de colheita são semelhantes aos existentes para as demais colhedoras da Case IH. Sendo uma máquina hidrostática, para o deslocamento dispõe de uma alavanca que, além de controlar a velocidade de deslocamento tanto para frente como para trás, também concentra alguns botões responsáveis pelas funções mais acionadas durante a colheita, como o ajuste da altura de trabalho das unidades de linha.

MOTOR O motor eletrônico de 370 cv, seis cilindros, turbo alimentado ar-ar da Module Express 625 é classificado como Tier III quanto ao nível de emissão de poluentes. A tela rotativa, colocada na parte traseira da máquina, evita a contaminação, auxiliando a resfriar o


“As máquinas também possuem um sensor que avisa o operador quando as unidades de linha estiverem em operação e a rotação do motor muito baixa”

motor e facilitando a manutenção. A máquina é equipada com acelerador eletrônico acionado por potenciômetro.

UNIDADE DE LINHA As unidades de linha são as mesmas usadas nas Cotton Express 420 e 620, e mantêm o exclusivo sistema que possibilita a colheita dos dois lados, permitindo maior penetração nas lavouras e conseqüentemente maior eficiência. As unidades de linha são dotadas de 12 barras na parte dianteira e 12 na parte traseira. Cada barra com 18 fusos, cada um com três linhas de 14 farpas. O tanque de água para a limpeza dos fusos, com capacidade de 1.380 litros, tem vazão ajustada diretamente da cabina, conforme as condições de colheita. O con-

À esquerda, coluna onde são monitoradas as facas de corte. À direita, manche e principais comandos

trole de altura, de forma automática, dispõe de um sensor que analisa as irregularidades do solo, levantando as unidades de linha e aumentando a eficiência da colheita. O sistema da unidade de linha tem pouca patinagem mesmo em condições de colheita em algodão de alta produtividade. Na manutenção nas unidades de linha, os suportes das escovas podem ser substituídos de forma individual. Além dessa, outras melhorias foram incluídas nessas máquinas, como por exemplo, a possibilidade de girar o suporte das escovas, deixando-as mais expostas e facilitando a limpeza. Isso reduz o tempo com manutenção e aumenta a produtividade. Outra inovação na manutenção é o controle com botões, que aciona tanto a rotação quanto o afastamento das unidades de linha a partir do nível do solo.

LUBRIFICAÇÃO A lubrificação da unidade da colheita é automática e o sistema ajustado direto da cabina, considerando tanto a duração de cada operação quanto o intervalo entre cada lubrificação,

baseando-se sempre no número de horas de funcionamento do ventilador. A duração pode ser ajustada de zero até 25 minutos, com incremento de 30 em 30 segundos. O intervalo pode ser ajustado de zero até 25 horas, com incremento de meia em meia hora. O reservatório possui capacidade de 302 litros. O sistema de lubrificação é automático e engraxa os principais pontos do chassi e unidades de linha. O sistema garante uma lubrificação eficiente em intervalos preestabelecidos, reduzindo significativamente o tempo gasto com manutenção diária.

OS FARDOS A máquina forma, dentro de uma câmara, um bloco retangular, que pelo formato facilita o transporte. Esse fardo possui 2,4m de largura por 2,4m de altura, e um comprimento de 4,8m. As dimensões do fardo dispensam alterações no processo de beneficiamento, já tradicionalmente usado. Cada fardo pesa em média 4.500kg, mas pode variar de 1.800kg a 5.450kg, dependendo das necessidades e das condições .M da colheita.

A máquina pesa 23 mil quilos e conta com pneus de alta flutuação para diminuir a compactação e aumentar a estabilidade

Março 08 • 17


manutenção e ajustes

Corte e captação bem a Um dos principais pontos de perdas na colheita é o sistema de corte da colhedora. A manutenção adequada dos componentes desse conjunto constitui-se no primeiro passo para garantir maior eficiência na operação

N

Fotos Plínio Pinheiro

o momento da colheita do milho e da soja, buscamos condições que possam reverter o quadro de altos índices de perdas dessas culturas no processo constatado nas últimas safras, ou pelo menos que possam minimizar tal situação. O Brasil perdeu nas últimas safras em torno de 40 milhões de sacas de soja somente na colheita. Grande parte desse volume nem chegou a entrar nas máquinas colhedoras, com as perdas causadas pelo desajuste dos mecanismos de captação e corte. Baseado nisso, é oportuno informar onde e em que setores da colhedora ocorrem os problemas. É visível que a manutenção inadequada de

Detalhe de buchas do molinete desgastadas, que geram folgas no sistema, ocasionando perdas de grãos

18 • Março 08

componentes que formam o setor industrial da colhedora tem grande responsabilidade nos elevados índices de perda, o que merece um alerta para os trabalhos de preparação da máquina antes da operação. Através de acompanhamento a campo avaliou-se cada setor da colhedora em operação, obtendo-se as conclusões a seguir expostas e justificadas.

PREPARAÇÃO DA MÁQUINA Os problemas na colheita se confundem, porque fatores determinantes das perdas podem estar ou não relacionados com regulagens da colhedora. Mas não se trata apenas de regulagem. Há casos em que os componentes estão de tal forma deteriorados, pela má conservação e manutenção, que não mais podem ser regulados adequadamente. A manutenção aqui referida não está relacionada apenas com simples troca de óleo, filtros, correias e rolamentos, por exemplo, que também são importantes, porém, na questão das perdas, referimo-nos à eliminação de folgas em buchas do molinete, de caracol, dedos e navalhas, componentes do sistema industrial da colheitadeira. Em resumo, os componentes do sistema industrial devem ser alvo de grande atenção do proprietário e ou operador da colheitadeira. Com relação à regulagem, é impor-

tante ter o cuidado ao diagnosticar problemas pois raramente a solução está no setor onde aparecem. Constata-se cada vez mais a importância do treinamento do operador no sentido de conhecer internamente a colheitadeira e o funcionamento de seus sistemas para que haja um fluxo regular e contínuo do produto dentro da máquina, possibilitando o processamento do mesmo (planta, palha, grão) de forma que não haja sobrecarga do sistema. Esse treinamento gera capacidade no operador de diagnosticar corretamente quando alguma regulagem esteja incompatível com as necessidades impostas à maquina de acordo com as condições momentâneas exigidas pela cultura.


“O Brasil perdeu nas últimas safras em torno de 40 milhões de sacas de soja somente na colheita ” colheita”

justados Justifica-se a importância do conhecimento dos sistemas da colhedora pelo seu usuário e o acompanhamento técnico através de consultoria durante a colheita, pois essa atividade exige mudanças de regulagens várias vezes e em vários setores durante o trabalho. Existe o risco de querer buscar soluções onde o problema aparece mesmo que a causa esteja oculta em outro setor da máquina. Como exemplo podemos citar que problemas no sistema de limpeza (peneiras), geralmente têm origem no sistema de corte e ou de trilha.

MANUTENÇÃO A colheitadeira, pela sua complexidade tanto na composição como na função, requer conservação que garanta o funcionamento adequado de componentes determinantes com relação ao rendimento, à qualidade de grãos e a perdas na colheita, tais como molinete, conjunto de corte, sistema de trilha e peneiras. A manutenção diária de componentes como côncavo saca-palhas, bandejão e peneiras é obrigatória, pois devem receber limpeza antes da jornada inicial de trabalho e tantas vezes quantas forem necessárias de acordo com as condições impostas a colheitadeiras, que são situações determinantes para a qualidade da colheita e os índices de perdas de grãos. Qualquer um desses setores, sem a manutenção adequada, compromete tanto na trilha quanto na separação e na limpeza de grãos, resultando ainda em excesso

Folgas provocam desgastes mais rápidos, resultando em embuchamentos e maiores perdas

de retrilha, sobrecarga na colhedora e perdas através das peneiras.

MANUTENÇÃO PRÉ-COLHEITA O efeito das folgas nas buchas do molinete facilita a entrada de plantas que, presas, giram junto com o molinete provocando impacto e, como conseqüência, debulha de grãos jogados ao solo antes desses acessarem a máquina. Estas folgas provocam desgastes mais rápidos do conjunto devido à entrada de impurezas e comprometendo ainda a regulagem do ângulo do pente do molinete. Em culturas como a soja, o maior índice das perdas acontece no sistema de captação e alimentação da colheitadeira. Nesse sistema, o molinete, sem dúvida, é o grande vilão, pois a

Claas

Março 08 • 19


Fotos Plínio Pinheiro

Quando a plataforma apresentar sinais de folgas e desgastes, é necessário fazer uma verificação completa de todos os componentes

falta de manutenção do mesmo provoca perdas antes da planta entrar na máquina comprometendo ainda as regulagens.

CONJUNTO DE CORTE A manutenção do conjunto de corte também é de fundamental importância, pois

Os dedos desalinhados ou com folga devem ser ajustados corretamente

20 • Março 08

o corte inadequado provoca o mascamento da planta que, além de desuniformizar a alimentação do sistema de trilha, provoca impacto entre as plantas ocasionando debulha diretamente no solo. Essa manutenção deve ser feita antes de se iniciar a colheita e sempre que se tornar necessário. É importante saber que aqui não se tem despesas com peças e sim investimento, pois o retorno pode acontecer em poucas horas de trabalho. Cabe salientar a importância da qualidade da peça a ser adquirida e da idoneidade da empresa que vende, pois, peças de má qualidade, além de custos e transtornos, comprometem na produtividade da máquina e em perdas durante a colheita. É importante ter cuidado com outras situações de perdas durante a colheita ocasionadas por fugas através de aberturas que existem na colheitadeira e que estas, se não observadas, podem confundir com perdas no sacapalhas, dificultando para o operador a solução do problema. O caracol tem a responsabilidade de proporcionar alimentação uniforme do cilindro, ou seja, centralizar uniformemente o produto para

Operação de adequação do ângulo dos raios do molinete é simples e evita problemas maiores

os dedos retráteis e esses para a esteira, e da esteira ao sistema de trilha. Sempre que o caracol apresentar problemas de regulagem e/ou de manutenção, comprometerá todo o fluxo de massa (planta, palha, grão) e demais sistemas da colheitadeira (trilha, separação, limpeza). É bem comum problema de perdas pelas peneiras cuja causa não está neste setor, nem mesmo a solução. Cabe, então, a avaliação de como o caracol está alimentando o sistema de trilha e este os demais. Com relação à manutenção, o embuchamento dos dedos retráteis inadequado provoca o impacto contra a planta trazida pelo molinete, causando ali a debulha de grãos, jogando-os para fora da plataforma. Desgaste no sem-fim, provocado pela própria planta, faz com que o caracol não transporte uniformemente o produto até os dedos retráteis ocasionando a desuniformidade na alimentação do sistema. Já o desgaste das janelas dos dedos retráteis, além de provocar o im-

Desgastes nos dedos duplos e navalhas geram problemas no corte da planta, forçando mais a máquina e provocando embuchamentos


“O produtor deve sempre considerar que manutenção significa investimento com retorno garantido ” garantido”

Diversas aberturas existentes no sistema de corte ocasionam fuga do produto colhido, caso não sejam monitoradas adequadamente Detalhe da operação de correção das folgas nos fixadores e contrafacas

pacto desses contra a planta provocando a debulha, permite ainda a entrada de palha, pó, terra para o interior do caracol, sendo que, com impureza no interior, o caracol trabalha desbalanceado ocasionando danos no seu mecanismo e provocando debulha de grãos ainda na plataforma. A não-observância da manutenção de qual-

quer um dos itens citados provocará o comprometimento nas regulagens da esteira, ocasionando a má alimentação do sistema de trilha, pois ocorre debulha e quebra de grãos e esses retornam para a plataforma de corte e dali para fora da mesma. O recocheteamento de plantas embaixo da esteira e o refluxo de palha-grãos comprometem os sistemas de trilha e de limpeza, ocasionando ainda o alto índice de perda pela plataforma de corte. O produtor deve sempre considerar que manutenção significa investimento com retor-

Desgastes e folgas nos dedos retráteis provocam embuchamento e expulsão dos grãos para fora da plataforma

no garantido. Em todo o Brasil, existem equipes qualificadas que realizam cursos de manutenção nas fazendas ou em cooperativas e instituições. No Rio Grande do Sul, por exemplo, um desses cursos é oferecido pelo Senar (RS) e outras instituições ligadas à agricultura. . M Plínio Pacheco Pinheiro, Escola Agrotécnica de Carazinho/ RS


perdas na colheita

Fio por fio John Deere

Regulagem adequada, manutenção rotineira, velocidade correta e treinamento adequado dos operadores são fatores decisivos que interferem diretamente na qualidade da fibra e na quantidade de perdas na colheita de algodão

22 • Março 08

A

cotonicultura brasileira experimentou nos últimos tempos profundas transformações, passando de cultura familiar, com forte demanda de mãode-obra, para a produção em grande escala, com grandes investimentos de capital e alta tecnologia, principalmente nos cerrados da região Centro-Oeste. Uma etapa de grande importância dentro do processo produtivo da cultura do algodão é a colheita que, quando realizada de forma inadequada, pode acarretar prejuízos quali-quantitativos no produto final. Assim, a qualidade da colheita mecanizada depende não só das


“Uma etapa de grande importância dentro do processo produtivo da cultura do algodão é a colheita que, quando realizada de forma inadequada, pode acarretar prejuízos quali-quantitativos no produto final ” final” Fotos Rouverson Pereira da Silva

Momento de retirada da amostra de teor de água do algodão

Figura 1 - Croqui da área amostrada para a determinação das perdas

condições da lavoura, mas também da correta manutenção das colhedoras, principalmente no que se refere à substituição de fusos desgastados. Quando esses fusos estão em más condições, a colhedora não consegue retirar todo algodão do capulho, restando na planta o que se chama popularmente de “bigode”, que nada mais é do que restos de pluma de um capulho. Esse “bigode” proporciona um aspecto ruim à colheita mecanizada, além do que, o custo para se colher esses restos é muito alto e, na ocorrência de chuvas esses normalmente caem no solo. A correta regulagem das máquinas e o treinamento de operadores são fatores de extrema importância para realização de uma boa colheita, bem como a manutenção rotineira pela manhã, para lavar as unidades da máquina e retirar o excesso de graxa, evitando a contaminação da pluma com resíduos de graxa. Neste contexto deve-se atentar para as perdas na colheita, que devem ser monitoradas com o objetivo de se detectar os erros que podem

ocorrer durante o processo, pois a necessidade de se realizar a colheita no menor prazo possível, devido principalmente à ocorrência de fatores climáticos adversos, pode acarretar o aumento das perdas na hora de colher, que devem ser sempre monitoradas em busca de sua minimização. Pressupondo-se que as perdas na colheita mecanizada apresentem dependência espacial e que, portanto, os pontos amostrados possam interferir nos valores obtidos, a equipe do Lamma/Unesp, realizou-se uma avaliação de perdas quantitativas na cultura do algodoeiro no momento da colheita, no solo e na planta, no ano agrícola de 2006, em Ipameri (GO).

COLHEDORAS DE ALGODÃO Segundo a Embrapa (2006) existem dois

tipos de máquinas empregadas na colheita do algodão: a colhedora de fusos “spindles”, que retira apenas o algodão em caroço, e a colhedora “stripper”, dotada de um sistema de roldanas, que retira capulhos inteiros e os invólucros. A colhedora “stripper” oferece maior rendimento em relação às spindles, apresentando, porém, maior quantidade de impurezas. As colhedoras de arranque “stripper” colhem capulhos e frutos abertos ou semi-abertos, o que resulta em produto de baixa qualidade, quando é comparado ao produto colhido manualmente. As colhedoras de fuso “spindles”, hoje as mais usadas por colherem somente o algodão em caroço com menor índice de impurezas, dependendo da cultivar, do uso adequado de desfolhantes e de maturadores, entre outros, pode colher um algodão de boa qualidade, no

Figura 2 - Perdas na colheita mecanizada de algodão

Determinação das perdas na colheita de algodão após a passada da colhedora

Março 08 • 23


Distribuição espacial das perdas na planta na colheita mecanizada de algodão

entanto, deve ser bem regulada, com manutenção constante, para não ocorrer derramamento de óleo e graxa, um dos principais contaminantes da fibra. Atualmente as colhedoras de algodão são equipadas com cabines que proporcionam alto conforto ao operador, permitindo, devido ao uso da eletrônica embarcada, o monitoramento completo da máquina em operação, inclusive da colheita de cada fileira e o desempenho de cada unidade da colhedora, além da total concentração do operador para manter a máquina em velocidade adequada de trabalho, e do manejo dos comandos, com eficiência e rapidez.

tando-se manualmente todo o algodão presente nas plantas, em 5m de uma fileira, totalizando quatro amostras com 4,5m2 (considerando espaçamento de 0,90m entre fileiras). Ainda na primeira etapa, foi realizada a coleta para a determinação do teor de água do algodão, retirando-se quatro amostras de aproximadamente 400g, no momento de descarga do algodão colhido para o transbordo (Bass Boy). Também, na primeira etapa, avaliou-se a perda natural, constatando-se que a mesma foi desprezível, não sendo, portando, considerada neste trabalho. Na segunda fase, foi realizada a colheita, coletando-se os dados para a estimativa de Perdas no Solo (PS), na Planta (PP) e Perdas Totais (PT). As coletas referentes às perdas no solo foram feitas colocando-se a armação no solo e coletando manualmente todo algodão caído na superfície. Na mesma área de coleta das perdas no solo, foi realizada a coleta para a estimativa de perdas na planta, arrancando-se manualmente todo o algodão que permaneceu na planta após a passagem da colhedora. Todas as amostras foram colocadas em sacos de papel devidamente numerados, que posteriormente foram pesados em laboratório. Para a determinação das perdas totais, procedeu-se a soma dos resultados obtidos para as perdas no solo e na planta. Para permitir a visualização geral do comportamento dos dados, procedeu-se, inicialmen-

Manutenção criteriosa na entressafra é fundamental para iniciar a colheita sem perdas

24 • Março 08

Charles Echer

QUANTIFICAÇÃO DAS PERDAS Visando quantificar as perdas na colheita mecanizada do algodão o Lamma (Laboratório de Máquinas e mecanização Agrícola) da Unesp/Jaboticabal – SP realizou em março de 2006, um levantamento em um talhão de 1,4ha, no município de Ipameri, na região sul de Goiás. Foram demarcados 41 pontos, distanciados de 50m na direção das fileiras da cultura e 9m entre fileiras, resultando em uma malha irregular, conforme apresentado na Figura 1. Os pontos amostrados foram georreferenciados com auxílio de um aparelho de GPS, registrando-se as coordenadas em UTM. A colheita foi realizada na Fazenda Santo Antônio, localizada nas coordenadas geográficas: latitude 15º43S e longitude 47º50W, com altitude média de 837m, declividade média de 1,5%. A cultivar de algodão colhida foi o Delta Opal, com espaçamento entre fileiras de 0,90m, colhida com máquina própria, da marca John Deere, modelo 9960, do tipo spindles, com potência de 186kW (253cv), equipada com plataforma de cinco fileiras, de 4,5m de largura e velocidade de 5,8km/h. Em cada ponto da malha, foi realizada a amostragem para a determinação das perdas, utilizando-se de armação de 4,5m2 (4,5 x 1,0m). A amostragem foi realizada em duas etapas, sendo a primeira realizada anteriormente à colheita, para estimativa do Rendimento Potencial Máximo (RPM), cole-

Distribuição espacial das perdas totais na colheita mecanizada de algodão

te, a análise descritiva, utilizando-se do programa Minitab® para o cálculo das medidas de tendência central (média aritmética e mediana), das medidas de dispersão (valores máximo e mínimo, desvio-padrão e coeficiente de variação) e das medidas de assimetria e de curtose. Efetuou-se, também, o teste de Anderson-Darling para caracterizar a normalidade dos dados (Vieira et al., 2002). Para a verificação da dependência espacial das variáveis, interpolação dos dados e construção de mapas de isolinhas, empregou-se a análise geoestatística, conforme recomendado por Vieira (2000).

RESULTADOS O Rendimento Potencial Máximo na área foi de 195 @ ha-1 (2.925kg ha-1) e o teor médio de água no momento da colheita foi de 11%. As médias das perdas na cultura do algodão foram muito altas, correspondendo a 11,4, 5,3 e 16,7%, para as perdas no solo, na planta e totais, respectivamente. Segundo Vieira (2001) o nível máximo aceitável de perdas para colheita mecanizada de algodão é de 10%. Nas condições de cerrado, como é o caso da área em questão, as perdas totais situam-se entre 9,4 e 12,5% (Nogueira E Silva, 1993; Freire et al., 1995). É interessante notar que as perdas no solo foram bem maiores do que as perdas na


“Para as perdas na planta, o semivariograma ajustado foi exponencial e houve dependência espacial moderada, enquanto que para as perdas totais ajustou-se o modelo esférico, com forte dependência espacial ” espacial” Case IH

planta (Figura 2), indicando que a ação de recolhimento da colhedora não foi eficiente o bastante para proporcionar a completa colheita do algodão. Comparando-se as perdas encontradas no solo com os valores aceitáveis apresentados na bibliografia, nota-se que somente essas perdas foram suficientes para alcançar o limite tolerável. O alto índice de perdas encontrado pode ser explicado pelo fato de que, no momento da colheita, havia grande número de maçãs que não se encontravam abertas devido à ação de pragas, principalmente o bicudo do algodoeiro (Anthonomus grandis), levando-se em consideração os sintomas observados. Esse alto número de maçãs não-abertas fez com que o fluxo de entrada de algodão na máquina fosse reduzido, diminuindo a eficiência da colhedora, o que refletiu no aumento das perdas no momento da colheita.

ANÁLISE ESPACIAL As Perdas no Solo (PS) não apresentaram dependência espacial, evidenciando a dificuldade de se chegar a um ajuste devido à forte tendência para se atingir o efeito pepita puro ou à ausência total de dependência espacial para esta variável (Eguchi et al., 2002). Segundo Mello e Cataneo (2001) a independência espacial pode ocorrer devido à adoção de um espaçamento de amostragem grande, quando deveria ter-se adotado um menor espaçamento para que houvesse possibilidade de revelar a dependência espacial. Silva e Chaves (2001) afirmam que quando ocorre um ajuste menos restritivo, pode ocorrer dos valores serem adequados ao modelo tipo efeito pepita puro, o qual garante a total aleatoriedade dos dados, ou seja, que a média correspondente a esses dados pode ser usada para descrever o seu comportamento. Para as perdas na planta, o semivariograma

Monitoramento constante é necessário para manter a máquina sempre ajustada corretamente

ajustado foi exponencial e houve dependência espacial moderada, enquanto que para as perdas totais ajustou-se o modelo esférico, com forte dependência espacial (Landim, 1998). O valor de alcance obtido para perdas no solo foi de 8,2m, enquanto que para as perdas totais foi de 21,3m. Isso demonstra que os pontos mais próximos se correlacionam enquanto que os mais distantes apresentam total independência. Conforme relatado por Silva e Chaves (2001), as linhas mais próximas apresentam alta variabilidade nos mapas bidimensionais, enquanto que as mais distantes apresentam pouca variabilidade, como pode ser observado nas Figuras 3 e 4. A grande quantidade de cores nos mapas reflete que, apesar da dependência espacial encontrada, as perdas na planta e totais pouco dependem do local amostrado, chegan-

Charles Echer

Por mais trabalhoso que possa parecer, é necessário desmontar e verificar cada detalhe da unidade de linha

do quase ao efeito pepita.

CONCLUSÕES As perdas encontradas na colheita mecanizada do algodão foram muito altas, encontrando-se muito superiores ao preconizado na bibliografia para a colheita de algodão em regiões de cerrado. As perdas no solo não apresentaram dependência espacial, enquanto as perdas nas plantas e as totais ocasionaram dependência espacial moderada e forte, respectivamente. Houve grande variabilidade espacial para as perdas no solo, na planta e para as totais. . M Rouverson Pereira da Silva, Jorge Wilson Cortez e Carlos Eduardo Angeli Furlani, Unesp/Jaboticabal


opção para feijão

Feijão com qualidade

Grandes avanços já ocorreram na colheita do feijão. Nos sitemas semimecanizado e 100% mecanizado existem diversos detalhes que ajudam a preservar aa qualidade qualidade do do grão, limpeza e diminuição nas perdas

O

primeiro passo para programar a colheita do feijão é observar o ponto de colheita. Para evitar perdas e obter produtos de boa qualidade, as lavouras de feijão devem ser colhidas, preferencialmente, logo após as sementes alcançarem a maturação fisiológica, que corresponde ao estádio de desenvolvimento em que as plantas estão começando a amarelar as folhas baixeiras, com as vagens mais velhas secas e com os grãos na sua capacidade máxima de desenvolvimento. Nas cultivares de grãos de cor preta, a maturação fisiológica é alcançada ao redor de 30 a 40% e nas de cor bege ao teor de umidade de 38 a 44%. Com elevada umidade nos grãos, os feijoeiros devem ser arrancados manualmente ou ceifados mecanicamente. Em ambos procedimentos as plantas são enleiradas e deixadas no campo expostas ao sol, para reduzir a umidade dos grãos cerca de 18%, quando deve ser iniciada a operação de trilhamento. A uniformidade de maturação das plantas e das vagens é um fator de extrema importância para que a colheita seja processada em condições ótimas. Fatores relacionados ao solo, à topografia do terreno, ao ambiente, às práticas À esquerda, feijão enleirado em processo de secagem. À direita, feijão já seco, pronto para a trilha

26 • Março 08

culturais, às doenças, à disponibilidade de água para as plantas e ao hábito de crescimento das cultivares causam desuniformidade na maturação do feijoeiro. As cultivares de hábito de crescimento determinado do tipo I apresentam maturação uniforme. Algumas cultivares de hábitos indeterminados, principalmente dos tipos III e IV, apresentam maturação desuniforme. A umidade dos grãos para a trilha deve situar-se entre 15 e 18%. Umidade elevada, acima de 18%, dificulta o trilhamento fazendo com que as plantas se enrolem no cilindro batedor, provocando embuchamento. Além disso, pode ocorrer amassamento de grãos devido à umidade elevada. Umidade baixa, inferior a 15%, pode provocar trincas, rachaduras e quebra dos grãos no trilhamento, afetando a qualidade do produto.

Para cada etapa da colheita, existem máquinas específicas que realizam de forma adequada o processo necessário.

CORTE E ENLEIRAMENTO O equipamento que realiza o corte e enleiramento é o ceifador enleirador de plantas. Ele opera acoplado numa colhedora automotriz desprovida de plataforma de corte, acionado por bomba e motor hidráulico. No ceifador, a barra de corte flexível ceifa as plantas de feijoeiro e o rolo recolhedor, formado por pinos metálicos flexíveis, recolhe e direciona as plantas para as esteiras transportadoras formar uma leira central. O rolo possui ajuste de velocidade, para minimizar a deiscência das vagens. As rodas guias, juntamente com as sapatas plásticas, regulam a altura de operação da barra de corte. A operação do ceifador enleirador dispensa


“A uniformidade de matura çã o das plantas e das vagens é um fator de extrema maturaçã ção import ância para que a colheita seja processada em condi çõ es ótimas” importâ condiçõ ções

Logo após a colheita, é possível acondicionar o produto em “big bags” ainda no campo

a aplicação de dessecante químico no feijoeiro, pois a uniformização e a redução da umidade dos grãos se dão pela exposição das plantas ao sol após serem enleiradas. Pelo fato de ceifar, e não de arrancar as plantas com raízes, o processo de secagem é mais rápido e uniforme, além de não juntar terra na leira, de modo que os grãos trilhados posteriormente pela recolhedora trilhadora ficam limpos, sem barreamento. O rendimento da operação do ceifador é afetado pelo hábito de crescimento das plantas, época e horário de colheita, produtividade da lavoura e condições de nivelamento da superfície do terreno. Em geral, o equipamento deve ser operado de 2 a 3km/h, resultando numa capacidade de trabalho de cerca de 1ha/h. Em ensaios realizados na Embrapa Arroz e Feijão, num terreno plano e bem nivelado, com feijoeiros das cultivares pérola (grãos com 26% de umidade) e valente (grãos com 41% de umidade), as perdas de grãos no ceifamento e enleiramento mecânico foram de 68 e 33kg/ha, respectivamente.

de fileiras de plantas na leira o rendimento pode atingir a 2ha/h. Na operação deve se evitar velocidades excessivas de deslocamento no campo e no rolo recolhedor do equipamento e virar as leiras nas primeiras horas da manhã para minimizar perdas de grãos.

RECOLHIMENTO E TRILHAMENTO Essa operação é realizada pelas recolhedoras trilhadoras, que recolhem no campo as plantas enleiradas, que foram arrancadas manualmente ou ceifadas mecanicamente, e realizam a batedura, a separação e o ensacamento ou o acondicionamento a granel dos grãos. São acopladas aos tratores pela barra de tração e acionadas pela tomada de potência. O sistema de recolhimento das máquinas é constituído por cilindro recolhedor, roda guia, cilindro condutor e cilindro condicionador. O cilindro recolhedor é rotativo, no sentido antihorário, com dedos de molas dispostos em sua

periferia, que apanham as plantas enleiradas no solo; a roda guia acompanha os desníveis da superfície do terreno, mantendo o cilindro recolhedor bem próximo do solo; o cilindro condutor movimenta as plantas em direção ao cilindro condicionador para este juntar as plantas e alimentar o cilindro de trilha. O sistema de trilhamento é provido de um cilindro trilhador de fluxo axial, com pinos batedores dispostos na sua periferia, e de uma tela cilíndrica perfurada denominada de “côncavo”. O cilindro de fluxo axial, pelo seu movimento de rotação, conduz as plantas longitudinalmente ao seu eixo, trilhando-as até que a palhada seja descarregada da máquina. O ajuste dos pinos batedores permite controlar a intensidade e o tempo de trilha em função da maturação da planta. Plantas parcialmente maduras necessitam de maior tempo de trilhamento para o desprendimento dos grãos das vagens. Esse tempo diminui à medida que aumenta o secamento. Quanto menor o tempo de trilhamento maior poderá ser a capacidade de trabalho da máquina e a velocidade de deslocamento do conjunto trator/recolhedora. O côncavo retém a palhada durante o trilhamento, permitindo somente a passagem de grãos trilhados e de pequenas impurezas. Os grãos e as impurezas que atravessam o côncavo caem na peneira vibratória que os transporta para a parte traseira da máquina onde um duto de sucção retira as impurezas. As vagens verdes caem no depósito de vagens e os grãos limpos são direcionados para o elevador de grãos.

VIRAMENTO DE LEIRAS O viramento de leiras é feito por um equipamento agrícola, movimentado pelo trator, que transfere as leiras de um local para outro invertendo sua posição para uniformizar e acelerar a secagem natural das plantas, visando o trilhamento. Seu uso é imprescindível em feijoeiros ceifados ou arrancados com elevado teor de umidade ou quando as plantas enleiradas são umedecidas pela chuva. É provido de um rolo recolhedor de plantas formado por pinos metálicos, que recolhe e direciona a leira para a esteira transversal descarregá-la sobre o solo. O virador apresenta elevada capacidade de trabalho, pois pode ser operado em velocidade de cerca de 5km/h. De acordo com o número A operação de arranquio e enleiramento com máqui-na dispensa o uso de dessecantes, pois a uniformidade na maturação se dará pela exposição das plantas ao sol

Março 08 • 27


O rendimento da recolhedora trilhadora é afetado pelo seu modelo, umidade do feijoeiro, produtividade da lavoura e taxa de alimentação. Em geral, a máquina deve ser operada de 4 a 6km/h, resultando numa capacidade de trabalho de 1,5 a 2ha/h. Em ensaios realizados na Embrapa Arroz e Feijão, uma recolhedora trilhadora de feijão, modelo Double Master II, apresentou capacidade média de trabalho de até 1,7ha/h. A pureza dos grãos colhidos foi superior a 95% e a percentagem de grãos quebrados inferior a 3,8%. A perda média de grãos na operação foi de 24kg/ha, bem inferior à perda de 71kg/ha, provocada pelo arranquio e pelo enleiramento manual das plantas. Hoje, existem no mercado modelos de recolhedoras trilhadoras que podem ser operadas em velocidades mais elevadas, proporcionado capacidade de trabalho de até 3ha/h.

CEIFAMENTO E TRILHAMENTO As máquinas colhedoras automotrizes realizam simultaneamente as operações de ceifamento e trilhamento do feijoeiro. As automotrizes convencionais disponibilizadas no Brasil apresentam desempenho insatisfatório em relação à perda e à danificação de grãos de feijão. A melhoria de desempenho ocorreu com o desenvolvimento das plataformas de corte flexíveis e dos mecanismos para diminuir a danificação e a mistura de terra nos grãos. Em geral, a plataforma da colhedora capta muita terra que se mistura com os grãos no ato do trilhaNa operação de trilha do produto enleirado, a máquina já espalha os restos que servirão de cobertura

28 • Março 08

mento, provocando o barreamento. Essa depreciação do produto pode ser agravada na colheita dos feijoeiros cultivados em solos argilosos. Algumas colhedoras possuem ajuste do ângulo de operação da plataforma de corte em relação ao terreno, que ajuda manter baixa a altura de corte das plantas e, conseqüentemente, a perda de grãos. O mecanismo de trilhamento das colhedoras é formado por cilindro trilhador com fluxo de plantas no sentido radial ou axial. O cilindro radial possui barra de dedos ou de estrias que apresenta desempenho inferior aos dedos por danificar maior quantidade de feijão. O cilindro de fluxo axial das colhedoras tem princípio de funcionamento semelhante ao descrito acima para as recolhedoras trilhadoras. A velocidade do cilindro trilhador e o ajuste da abertura entre cilindro e côncavo são os mais importantes parâmetros operacionais em relação às perdas e à danificação aos grãos. Os valores

variam com a umidade dos grãos e com a taxa de alimentação da máquina e freqüentemente mudam durante o dia, à medida que as condições do tempo se alteram. Para melhorar o desempenho no feijoeiro as colhedoras automotrizes devem ser equipadas com um conjunto de acessórios (kit) composto basicamente de: a) dedos levantadores – acoplados à barra de corte e servem para levantar as plantas acamadas antes da ceifa; b) sapatas de plástico – facilitam o deslizamento da plataforma de corte no solo; c) chapa perfurada na plataforma de corte – serve para eliminar a terra antes das plantas entrarem na máquina; d) chapa perfurada no alimentador do cilindro trilhador – elimina a terra antes das plantas entrarem no sistema de trilhamento; e) redutor de velocidade – para reduzir a velocidade do cilindro trilhador para cerca de 200rpm; f) elevador de canecas – substitui o elevador do tipo raspador para reduzir os danos mecânicos nos grãos; g) bandejão perfurado – para eliminar a terra dos grãos após o trilhamento O rendimento da colhedora automotriz é afetado pela umidade dos grãos, produtividade da lavoura e condições de nivelamento do terreno. Em geral, a máquina deve ser operada de 3 a 4km/h, resultando numa capacidade de trabalho de até 4ha/h. Em ensaios realizados num terreno com superfície nivelada, uma colhedora, provida de plataforma flexível de 17 pés e de cilindro de fluxo axial, ceifou as plantas de feijoeiro numa altura média de 113mm e provocou perdas de grãos que variaram de 172kg/ha na cultivar pérola a 435kg/ha na carioca. Comparativamente a outros procedimentos, a colhedora automotriz pode causar mais perdas e danificação de grãos, além de sujá-los com terra, o que deprecia o valor final do produto. Conseqüentemente, existe resistência do agricultor em relação às colhedoras. Seu uso se dá quando o somatório dos custos, devido às


“O uso de condicionadores vem crescendo no campo, facilitando a armazenagem, o transporte e at é a comercializa çã o do produto” até comercializaçã ção

Detalhe do sistema de trilha axial de baixo impacto

perdas e às injúrias ao grão, for menor que aquele com a colheita semimecanizada. É necessário enfatizar que o feijoeiro geralmente não apresenta maturação uniforme e que, para a colheita com automotriz, é necessário dessecar as plantas com dessecante químico, o que pode onerar, ainda mais, os gastos. Outro fator que pesa no bolso do produtor rural é o preço para aquisição das automotrizes. A colhedora pode custar até 15 vezes mais que uma recolhedora trilhadora utilizada no sistema indireto. O ponto forte das colhedoras automotrizes reside na sua elevada capacidade de trabalho. Portanto, ao optar pela colhedora automotriz, deve-se avaliar os seguintes pontos: a) sa-

zonalidade da colhedora - é preciso considerar que uma automotriz pode ser usada para a colheita de outras espécies como soja, milho, trigo etc. Quanto mais usada, mais barato fica o investimento; b) qualidade da colhedora - deve ser uma máquina provida de mecanismos próprios para o feijoeiro como o kit descrito anteriormente e c) tipo de cultivar – muitas cultivares não podem ser colhidas com automotrizes por possuírem as vagens próximas ao solo e, portanto, fora do alcance das lâminas de corte da máquina. A colheita desse tipo de cultivar resulta em elevado percentual de perdas, o que inviabiliza a operação. As recolhedoras trilhadoras existentes no mercado descarregam o feijão através do basculamento da caçamba graneleira diretamente nos caminhões ou em carretas que fazem o transporte até o local de armazenamento. Este tipo de descarregamento, sem rosca helicoidal, reduz sensivelmente os danos mecânicos nos grãos. A indústria nacional já disponibiliza carretas que ensacam o feijão no campo em acondicionadores tipo “big bag”. Nesse caso, o descarregamento é feito por gravidade, também sem rosca sem-fim, e os acondicionadores podem ser deixados no campo sem perigo de chuva ou empoeiramento, sendo depois transportados e armazenados em galpões. O uso de con-

O mecanismo de trilhamento das colhedoras é formado por cilindro trilhador com fluxo de plantas no sentido radial (acima) ou axial (abaixo)

dicionadores vem crescendo no campo, facilitando a armazenagem, o transporte e até a comercialização do produto. As colhedoras automotrizes armazenam os grãos colhidos em seus graneleiros, que possuem capacidade para até 100 sacos e, posteriormente, descarregam em equipamentos de transportes, por meio de tubo .M com rosca helicoidal. Jose Geraldo da Silva, Embrapa Arroz e Feijao


Trator BH 185i

BH 185i

O maior e mais novo integrante Geração II dos tratores Valtra vem equipado com motor de 190cv, Intercooler e pronto para trabalhar com biodiesel B20

30 • Março 08

N

esta edição, Cultivar Máquinas apresenta a Ficha Técnica do trator Valtra BH 185i, com motor seis cilindros turbo Intercooler de 190 cavalos. O modelo é o mais novo lançamento da Linha BH Geração II dos tratores Valtra. O motor que equipa este modelo é o Sisu Diesel 620 DSRA, de 190cv, possui torque máximo de 675Nm a 1.400rpm (norma ISO 1585). O motor já é preparado para trabalhar


“Com motor seis cilindros turbo Intercooler de 190 cavalos. O modelo é o mais novo lançamento da Linha BH Geração II dos tratores V altra ” Valtra altra” Fotos Valtra

com diesel ou biodiesel B20, ou seja, 80% de diesel e 20% de biodiesel na mistura do combustível, lembrando que o biodiesel a ser utilizado deve seguir a especificação segundo a resolução da ANP 42/2004. Entre os diferenciais do BH 185i o principal é o Intercooler, que tem como função baixar a temperatura do ar de admissão e com isso obter melhor eficiência na combustão, resultando em melhor desempenho, economia no consumo de combustível e baixos níveis de emissões de poluentes.

INTERCOOLER O Intercooler, também denominado Aftercooler ar/ar, é um sistema que utiliza um trocador de calor (radiador) localizado na dianteira do trator que reduz a temperatura do ar admitido depois de ser comprimido. Mais denso, o ar frio ocupa menos espaço e com isso, uma quantidade duas vezes maior de ar pode ser comprimida dentro de cada pistão, o que se traduz em aumento

O Intercooler é um sistema que utiliza um trocador de calor (radiador) localizado na dianteira do trator, que reduz a temperatura do ar admitido depois de ser comprimido

de eficiência de combustão do motor, gerando, assim, maior potência. Além dos benefícios econômicos de redução de consumo de combustíveis, o sistema prolonga a vida útil dos componentes do motor e reduz significativamente as taxas de emissões de gases

ajudando a preservar o ambiente. No caso dos motores Sisu Diesel, o Intercooler troca calor com o ambiente e, por isso, consegue uma redução de temperatura bem maior que os demais sistemas que utilizam a troca de calor entre ar (admissão) e água (do radiador do motor). Isso se explica pela diferença de temperatura entre o ar ambiente e a temperatura da água num motor, que está entre 90 e 100 graus.

Março 08 • 31


Fotos Valtra

pelo motor, o BH 185i possui sistema de levante de três pontos com excelente controle de posição, sensibilidade e profundidade que facilita suas regulagens. Possui capacidade de levante de 7.000kg no olhal. O controle remoto independente standard vem com até quatro válvulas de dupla ação e fluxo de 51,8l/min, o que garante operações simultâneas do sistema de levante de três pontos e das válvulas de dupla ação para acionamentos de implementos. Possui ainda uma completa gama de opcionais de sistemas hidráulicos para atender a diferentes operações para cada tipo de cultura como mostra o item Opcionais, abaixo.

OPCIONAIS

O motor que equipa este modelo é o Sisu Diesel 620 DSRA, de 190cv, possui torque máximo de 675Nm à 1.400rpm (norma ISO 1585), preparado para trabalhar com B20

O motor Turbo-Intercooler do BH 185i consegue atingir uma potência maior com menor consumo de combustível. Além disso, como a combustão é mais eficiente, a temperatura de escape é mais baixa, a carga térmica do motor também é menor, preservando assim a vida útil do motor e reduzindo os custos operacionais que você teria com outros sistemas.

TRANSMISSÃO A Transmissão é a Heavy Duty (transmissão para serviços pesados) com 12 marchas para frente e quatro à ré. O escalonamento de marchas da caixa de câmbio é excelente e oferece oito opções de marchas na faixa de trabalho das principais operações agrícolas que varia de quatro a 12Km/h. O modelo possui Embreagem Simples em sua versão standard ou Dupla independente opcional. O BH 185i oferece duas opções de TDP, 540 + 1.000rpm em sua versão standard ou somente 1.000rpm como opcional.

A capacidade de levante no olhal é de 7.000 Kg

32 • Março 08

HIDRÁULICO E TRÊS PONTOS Equipado com uma bomba de engrenagem exclusiva para a direção e outra para o sistema hidráulico, que é acionada diretamente

Com relação aos sistemas hidráulicos, o BH 185i ainda tem o kit Hi-Flow, um sistema especificamente desenvolvido para o setor canavieiro. Este sistema é o único capaz de trabalhar com todas as operações do processo agrícola como transbordo, tríplice operação e cultivo, plantio de cana inteira ou picada e com carreta distribuidora de torta de filtro. O trator equipado com este sistema poderá contar com até três saídas de fluxo controlado de até 75l/min total. Com o acionamento de um úni-


“O controle remoto independente standard vem com até quatro válvulas de dupla ação e fluxo de 51,8l/min, o que garante operações simultâneas do sistema de levante de três pontos e das válvulas de dupla ação para acionamentos de implementos”

VALTRA BH 185i 4x4

Fabricante/Modelo Tração MOTOR Modelo Potência Máxima cv-rpm (Norma) Torque Máximo N.m - rpm (Norma) Reserva de Torque (%) Cilindradada (cm³) N. de cilindros - aspiração Diâmetro - Curso cilindro (mm) Relação de compressâo Sistema de alimentação

A cabine é ampla, climatizada e com posicionamento elevado para facilitar a visualização das operações

co botão no console de operação soma-se às vazões das bombas podendo chegar à 126l/ min disponíveis para o transbordo (a maior vazão da categoria). Possui ainda disponível de fábrica o kit freio pneumático, engates específicos para o setor canavieiro e a opção sem tomada de potência. A capacidade do sistema hidráulico de levante de três pontos é de

7.000kg no olhal. Como opcionais para plantio tem o kit semeadora de alta vazão com 74l/min a 2.300rpm no motor para semeadoras de grãos com mais de um motor hidráulco e o kit semeadora de média vazão com 55l/min a 2.300rpm no motor para semeadoras com apenas um motor hidráulico e baixa necessidade de vazão. Kit transbordo com 83l/min a 2.300rpm no motor para trabalhar com implementos de transbordamento que necessitam rapidez e agilidade para descarregamentos. Um kit transbordo com fluxo constante com 83l/min a 2.300rpm no motor para operações de transbordo e mais 37l/min exclusivos para operações de fluxo contínuo como por exemplo a tríplice operação para o setor canavieiro, também são opcionais para esta máquina.

CABINE O design exclusivo da Geração II, com frente inclinada, e a posição elevada da cabine garantem melhor visibilidade ao operador quando comparados com os modelos anteriores. A cabine mais ampla oferece fácil acesso às alavancas de acionamentos e controles, fazendo com que a posição de operação seja mais ergonômica e confortável, favorecendo as longas jornadas de trabalho e diminuindo assim a fadiga do operador. O acabamento interno possui ótima vedação, reduzindo o nível de ruído da cabine. A estrutura mais reforçada oferece maior segurança em caso .M de acidentes de trabalho.

Sisu Diesel 620 DS 190 - 2300 (ISO 1585) 675 - 1400 (ISO 1585) 18 6600 6 - TC intercooler 108 - 120 16,5:1 Bomba rotativa

EMBREAGEM Disco Simples/Disco Duplo Tipo 350 - N.D Diâmetro(mm) (Principal -TDP) Mecânico Acionamento BLOQUEIO DIFERENCIAL TRASEIRO Mecânico por pedal Acionamento Mecânico Destravamento TOMADA DE FORÇA Dependente/Independente Tipo Mecânico Acionamento 540 - 1747 / 1000 - 2270 Velocidade (rpm/rpm) 173 - 2270 Potência Máxima (cv) - rot.motor TRANSMISSÃO Heavy Duty - HD Tipo de transmissão 12+4 Número de marchas VELOCIDADES TEÓRICAS (km/h) 30.5 - 32 R1 / 2300 Rodagem/rpm no motor Marcha 12+4 L1 3,3 L2 4,6 L3 5,4 M1 6,4 L4 7,6 M2 9,1 M3 10,7 H1 12,8 M4 15,0 H2 18,1 H3 21,2 H4 29,8 R1 5,7 R2 8,1 R3 9,5 R4 13,3 TRAÇÃO DIANTEIRA Mecânico Acionamento Autoblocante Bloqueio diferencial SISTEMA HIDRÁULICO 180 Pressão Máxima (kgf/cm²) 51,8 Vazão de bomba (l/min) 7000 Capacidade de elevação máx. Olhal (kgf) 4700 610 mm do olhal (kgf) 1 a 4 válvulas dupla ação com destrave automático Válvula de Controle Remoto ND Hidráulico Opcional Kit Hi-Flow, kit transbordo e kit semeadora de alta e média vazão FREIOS Tipo Multidisco em banho á óleo Acionamento Hidráulico DIREÇÃO Tipo Hidrostática DIMENSÕES 4x2 / 4x4 Distância entre eixos (mm) 2870 Comprimento total (mm) 5400 Raio de Giro Min (mm) 4920 Peso de Embarque lastrado (kgf) 10000 Bitola Traseira min - max (mm) 1813 - 2105 CAPACIDADES Tanque de Combustível ( l ) 362 PNEU (STD) 4X2 ND 4X4 18.4 - 26 R1 / 30.5 L - 32 R1 CABINE Standard

Março 08 • 33


Expodireto 2008

Divulgação

Além das expectativas

A 9ª edição da Expodireto Cotrijal, no município de Não-Me-Toque, no Rio Grande do Sul, se destaca mais uma vez pela organização, sucesso de público, volume de negócios e geração de empregos temporários

A

Expodireto Cotrijal, realizada em março, no município de Não-MeToque, no Rio Grande do Sul, voltou a superar as expectativas. Em sua 9ª edição o evento reuniu mais de 153 mil visitantes, entre produtores, pesquisadores, estudantes e empresários do setor. O volume de negócios ultrapassou R$ 268 milhões, o que, segundo os organizadores, representa a quebra de um recorde histórico de vendas na feira. O número de expositores chegou a 313 e a quantidade de funcionários envolvidos somou 4,1 mil colaboradores. O presidente da Expodireto e da Cotrijal, Nei Mânica, não escondeu o entusiasmo ao divulgar os resultados. “É com muita satisfa-

Paulino Jeckel, gerente de Marketing e Comunicações da Massey Ferguson, apresentou o MF 291 cabinado

34 • Março 08

ção que passamos estes números para os senhores, porque estes registros que mostram a pujança da feira e o quanto ela cresce a cada ano”, destacou. Como nas edições anteriores, as empresas de máquinas, pneus e implementos agrícolas

deram um show à parte, com lançamentos e apresentação de novidades tecnológicas voltadas para o segmento.

MASSEY FERGUSON Um dos destaques da Massey Ferguson foi

Outra vedete da feira foi a colheitadeira MF 9790 ATR, marco da entrada da marca em axiais e que se destaca pela facilidade de manutenção


“A Expodireto Cotrijal, realizada em março, no município de Não -Me Não-Me -Me-Toque, no Rio Grande do Sul, voltou a superar as expectativas ” expectativas” Fotos Cultivar

Tratores Geração II chamaram a atenção no estande da Valtra

o MF 291 cabinado. Com potência de 100 cavalos e motor de quatro cilindros turbo, o trator conta com baixo nível de emissão de gases. Já a série MF 200 ganhou cabinas novas, com mais espaço interno e maior ergonomia nos comandos. Outra vedete da feira foi a colheitadeira MF 9790 ATR, que representa a entrada da marca no segmento de axiais. Vencedora do 25º Prêmio Gerdau Melhores da Terra, na categoria Novidade, a máquina se destaca pela facilidade de manutenção dos radiadores e do motor, com abertura lateral, baixo número de correias e poucas mangueiras. Possui variador de rotação para plataforma e conta com rotor com acionamento hidráulico, o que facilita o desembuchamento. “Em um sistema com correias, o desembuchamento demora de duas a três horas, enquanto o acionamento hidráulico permite reduzir esse tempo para não mais de cinco minutos”, explica o promotor técnico de colheitadeiras da Massey Ferguson, Valter Grando.

Colheitadeiras de grãos também foram mostradas pela empresa em Não-Me-Toque

te, o pulverizador 7430, com barra de aplicação de 30 metros e altura livre de 1,57 metro acima do solo, foi outro destaque. A forrageira autopropelida 7350, o trator 7515, de 182 cavalos, as colheitadeiras 1175 Hydro, 1450 e 9750 STS, uma plantadeira da série 1100 e os tratores 7715 e 7815 (devidamente configurados com o padrão Isobus) completaram os produtos expostos.

NEW HOLLAND A New Holland lançou nove modelos de máquinas agrícolas. Em tratores a marca apre-

sentou o TS 6020, os modelos da Série 30, 7630 e 8030, a linha TM, com o TM7010 e o TM7020, além do T7040, da linha T7000. Em colheitadeiras os destaques ficaram por conta da TC5090, CS660 Superflow e CR9060. O diretor comercial da New Holland, Luiz Feijó, prevê bons negócios para o segmento. “O ano de 2008 deve resultar num crescimento entre 10% e 15% na venda de tratores e em torno de 20% na comercialização de colheitadeiras em todo o país”, estima.

GSI A GSI expôs a linha de produtos para armazenagem e também lançamentos para o segmento de aviários. Entre as novidades mereceram destaque o Exaustor GSI 50, o comedouro Creche HD+, o bebedouro Nipple Click

VALTRA A Valtra expôs sua linha de tratores Geração II e as novas colheitadeiras de grãos, BC 4500 e BC 7500. A empresa aproveitou o evento, também, para divulgar os resultados dos testes realizados para a liberação do uso de 100% de biodiesel nos tratores da marca. Atualmente a montadora mantém a garantia de fábrica para uso de 20% de biodiesel nos tratores Valtra. Em 2007, testes de campo realizados durante 18 meses, na usina Catanduva, interior de São Paulo, comprovaram a viabilidade econômica e a segurança do emprego desse combustível alternativo para máquinas agrícolas equipadas com motor Sisu-Diesel da Valtra.

Luiz Feijó, diretor comercial da NH, prevê crescimento das vendas de tratores e colheitadeiras em 2008

JOHN DEERE A John Deere mostrou sua linha ampliada de tratores, com os modelos 5303 e 5403, voltados para pequenas propriedades, o 6415, de 106 cavalos, e o 6615, de 121 cavalos, ambos com a opção da nova versão Classic. O 7715, com 182 cavalos, um dos primeiros produzidos na nova fábrica da empresa, em Montenegro, no Rio Grande do Sul, também foi apresentado. Entre os equipamentos de grande por-

Pulverizador 7430 e tratores configurados com o padrão Isobus estiveram entre os destaques da John Deere

A GSI apresentou sua linha de produtos para armazenagem e lançamentos para o segmento de aviários

Março 08 • 35


Fotos Cultivar

Frederico Martins, analista de Marketing da Goodyear Correias, apresentou a linha de produtos agrícolas

GSI, o ninho automático Comfort Plus e o controlador de ambientes Integra-PRO CA-05.

A Yanmar Agritech focou a linha de tratores, com especial atenção ao modelo 1175, de 70 cavalos e 16 válvulas

GOODYEAR CORREIAS Frederico Martins, analista de Marketing da Goodyear, aproveitou a Expodireto para enfocar a linha completa de correias agrícolas da empresa, destinadas a colheitadeiras e tratores, além do conjunto de mangueiras hidráulicas para o mesmo segmento.

GTS A GTS apresentou seu conjunto de plainas e plataformas. O modelo Planner 510 ST possui tecnologia manual, enquanto a Planner 510 é hidráulica. Ambas apresentam soluções práticas para pequenas áreas. A Planner 710, a estradeira da GTS, também esteve exposta, juntamente com a Planner Canavieira, projetada especialmente para o trabalho em áreas de canade-açúcar. Para os produtores interessados em equipamentos de colheita a empresa apresentou a Produtiva e a Top Line, duas opções de plataformas com alta tecnologia.

YANMAR AGRITECH A Yanmar Agritech focou sua linha de tratores, entre eles o maior da marca, com 70 cavalos de potência. Único no mercado com 16 válvulas, o modelo 1175 é indicado para culturas como maçã, manga, uva e nectarina, lavouras de citros, café, cereais, além do manejo nu-

tricional de bovinos criados em sistemas de confinamento.

KO A KO destacou os pulverizadores Express, com barras de levante hidráulico de 18 metros ou 21 metros, com capacidade para dois ou três mil litros. Entre os diferenciais do produto está a altura mínima da barra em relação ao solo, de 0,40m. Em caso de choque com algum obstáculo a ponta da barra recua, evitando danificála. O sistema de amortecedores da barra permite o trabalho com pouca movimentação vertical e horizontal, o que garante uma pulverização mais uniforme. A bitola de fácil regulagem, através de grampos, possibilita o emprego do equipamento em diversas culturas.

GENIUS A Genius apresentou a linha de plantadeiras pantográficas Puma, para plantio direto e convencional. Com configurações de modelos de até 15 linhas, o produto possui, entre outras características, reservatórios reforçados de polietileno, sistema robusto de disco de corte de 18", acionamento do adubo e sementes por eixo único e linhas totalmente desencontradas, que

Plainas e plataformas foram os destaques da GTS na 9ª edição da Expodireto Cotrijal

36 • Março 08

permitem o fluxo de palhas com liberdade e evitam embuchamento.

SEMEATO A Semeato veio à Expodireto com sua linha de semeadoras, com destaque para a Múltipla, SSM 23, 27, 33, SHM 11/13 e 15/17 Roto, nas versões arrozeira, pastagens, grãos finos e grãos graúdos seed.

FANKHAUSER A Fankhauser mostrou a plataforma de milho PM 9050, com chassi robusto, acoplável a colhedoras nacionais e importadas, carenagens em polietileno, viseira para dificultar o repique do material colhido e adaptador intercambiável de acordo com a marca e o modelo da colheitadeira utilizada.

KUHN O Grupo Kuhn, líder mundial em materiais de fenação, com fábricas em vários países, ao adquirir a Metasa, de Passo Fundo, implementou ainda mais sua linha de produtos e novos segmentos de mercado, como pulverização e plantio direto. Na Expodireto 2008 foi apresentado o primeiro produto 100% produzido no Brasil, o Cultivador Rotativo, com lar-


“O volume de negócios ultrapassou R$ 268 milhões, o que, segundo os ” feira” organizadores, representa a quebra de um recorde histórico de vendas na feira

Plataforma Colhe Max foi apresentada em polietileno, com espaçamentos de 45 cm, 50 cm e 70 cm

A linha de pulverizadores da KO esteve em evidência durante a feira

gura de trabalho de 1,3m a 3,00m, alcance de profundidade de 5cm a 23cm, com várias velocidades de rotação e acionado por potentes pinhões em aço forjado e cimentado.

MAX A empresa de implementos agrícolas Max, de Carazinho (RS), deu destaque especial para a plataforma de milho Colhe Max, agora também em polietileno, com espaçamentos de 45cm, 50cm e 70cm, adaptável a todas as colhedoras disponíveis no mercado. Os modelos CM5 e CM6 possuem espaçamento de 70cm; CM7, 8, 9, 10 e 12 têm espaçamento de 45cm, 50cm e 70cm e a CM11 conta com espaçamento de 45cm e 50cm. Outras características destacadas foram plataforma leve, fácil acoplamento, linhas mais curtas e melhor ângulo de colheita.

AGRIMEC A Agrimec, especializada na fabricação de implementos agrícolas para a lavoura de arroz, destacou suas plainas niveladoras multilâminas NSA-10 e Robust, que aplainam diretamente o terreno, sem necessidade de preparo prévio, deixando a lavoura pronta para dessecar e receber o plantio direto, eliminando os desníveis, microrrelevos causados por implementos, torrões, taipas, cupins e erosão, além de facilitar a operação de todas as máquinas agrícolas subseqüentes.

lhar com agricultura de precisão, o equipamento conta com barra que trabalha em pêndulo, mantendo-se estável independentemente do terreno. Com tanque redondo, é possível usar a calda até o final, sem precisar de quebra-ondas. É equipado com tanque em polietileno e bomba de membrana de 200 litros por minuto de vazão. A capacidade é de dois mil litros. Já o tanque de água limpa conta com 300 litros de água para limpeza da barra, sem risco de misturar na calda. “O produtor pode aplicar meio tanque, fazer a limpeza e voltar a pulverizar normalmente depois, sem entupimento dos bicos”, explica Fernando Trenepohl, gerente comerci.M al da Stara.

STARA A Stara lançou o pulverizador Fênix 2000, com barra de 18 metros a 24 metros, com opções de modelo completo com desligamento automático de sessão e controlador de vazão, ou na configuração básica. Pronto para traba-

Plainas niveladoras multilâminas, da Agrimec, aplainam diretamente o terreno, sem necessidade de preparo prévio

Plantadeiras pantográficas Puma, da Genius, chamaram a atenção dos visitantes

A Fankhauser apresentou a plataforma de milho PM 9050

A Semeato trouxe novidades na sua linha de produtos

Cultivador Rotativo, 100% produzido no Brasil, foi mostrado pela Kuhn

Pulverizadores Fênix, da Stara, oferecidos nas configurações básico e completo

Março 08 • 37


radioamador

Radioamador Fotos Técnica 4x4

O acessório pode até ser dispensável para práticas de off-road, mas é a maneira mais prática e útil para fazer contatos, podendo tornar-se um grande aliado para a navegação em lugares desconhecidos

E

ste serviço de comunicação é o mais completo à disposição do cidadão comum. É um passatempo que nasceu de forma semelhante ao da prática do offroad, com equipamentos considerados sobras de guerra, que chegaram às mãos da população. Até a invenção da Internet era o meio mais eficaz para se fazer amigos pelo mundo, e mesmo com Internet a prática saudável do radioamadorismo ainda cria amizades a cada dia. Para se obter a licença de operação junto à Anatel, o candidato a radioamador precisa fazer um curso preparatório de ética de operação, aprender o Código Fonético e Código Q. Para algumas classes de operação o conhecimento de eletrônica e o Código Morse também são exigidos.

As opções para operação em radioamadorismo são amplas e aumentam de acordo com a categoria do licenciado. Existem atualmente quatro classes, a mais simples é a D e a mais aberta é a classe A, onde o futuro licenciado poderá se comunicar em todas as freqüências/ bandas liberadas para radioamador no mundo todo. A classe D é preferida no Brasil pelos corredores de rally e off-roads em geral, porque permite a operação em FM (Freqüência Modulada), nas bandas de dois metros e de 70cm, ou seja, VHF - 2m e UHF - 70cm. Os modernos equipamentos para esta faixa são pequenos e de custo “quase” acessível, pois se pode encontrar desde modelos portáteis a partir de U$ 200,00 até sofisticados equipamentos com duas bandas, os dualbanders, que têm preço a partir de U$ 500,00. Com esses transceptores conse-

Existem diversos modelos para os diferentes níveis de conhecimento dos usuários

38 • Março 08

gue-se contato em um raio de até 100km em linha reta e com visão direta entre as antenas, e de até 200km com utilização de estações repetidoras. Mas o que é uma repetidora? É uma estação que ouve seu rádio e retransmite seu sinal com mais potência a partir de uma montanha ou um edifício alto no meio da cidade. Estas estações automáticas de rádio são mantidas pelas associações de radioamadores, que as montam e dão manutenção, auxiliando a aumentar a área de abrangência dos equipamentos de VHF e UHF. Se associar a um clube de radioamador também ajuda a manter estes equipamentos incríveis funcionando para quando forem requisitados. Quando estiver em deslocamento por uma região, procure saber se há alguma repetidora de VHF ou UHF nas imediações, para qualquer emergência. E se estiver equipado com um modelo portátil (HT) não esqueça de levar ba.M terias de reserva. João Roberto de Camargo Gaiotto www.tecnica4x4.com.br Tabela classes Classe A e B HF VHF UHF EHF Classe C HF VHF UHF CLASSE D VHF UHF




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.