Maquinas 73

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Destaques Matéria de capa

Tecnologia na cana Conheça os benefícios da Agricultura de Precisão em lavouras canavieiras

Potêcia demais

Ficha Técnica

Saiba qual a média de potência dos tratores utilizado em propriedades agrícolas do Rio Grande do Sul

Nesta edição, Pulverizador JD 4730 e Cultivador CS3

Índice

28

06

16 e 34

Nossa Capa John Deere

Rodando por aí

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Agricultura de Precisão em cana

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Pivô central

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Ficha Técnica - John Deere

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Manutenção em silos

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Hastes sulcadoras

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Potência de máquinas

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Ficha Técnica - Semeato

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Fluxo em armazenagem

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Empresas - Parker

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Empresa - Zamprogna

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Grupo Cultivar de Publicações Ltda. www.revistacultivar.com.br

Cultivar Máquinas Edição Nº 73 Ano VIII - Abril 2008 ISSN - 1676-0158

www.revistacultivar.com.br cultivar@revistacultivar.com.br Assinatura anual (11 edições*): R$ 119,00

(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)

Números atrasados: R$ 15,00 Assinatura Internacional: US$ 80,00 EUROS 70,00

• Direção

Newton PPeter eter Sch ubert K. PPeter eter Schubert • Redação

Gilvan Queved o Quevedo Charles Echer • Revisão

Alin artzsch ddee Alm ei da Alinee PPartzsch Almei eid • Design Gráfico e Diagramação

Cristiano Ceia

• Comercial

Ped edrro Batistin Sed eli Feijó Sedeli • Gerente de Circulação

Cibele Costa • Assinaturas

Simone Lopes • Expedição

Di anferson Alves Dianferson

• Impressão:

Kun de In dústri as Gráfi cas Ltd a. und Indústri dústrias Gráficas Ltda. NOSSOS TELEFONES TELEFONES:: (53) • GERAL

• RED AÇÃO REDAÇÃO

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Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados podem solicitá-las à redação pelo e-mail: cultivar@revistacultivar.com.br Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.


Cotton Blue A Montana está colocando no mercado a sua primeira colhedora de algodão, a Cotton Blue. A máquina já está em testes há um ano e a planta onde será montada recebeu investimentos na casa dos 10 milhões. Carlos Magno, diretor comercial da Montana, definiu com otimismo o novo patamar que a empresa alcança com o lançamento da Cotton Blue. “Assim como a Parruda foi um divisor de águas, a nossa colheitadeira de algodão estabelece um novo marco para a agricultura brasileira. O seu desempenho nos testes de campo ultrapassou as nossas melhores expectativas. Melhor, muito melhor até do que sonhamos”, garante.

Florescer O Programa Florescer, uma das ações de responsabilidade social das Empresas Randon, formou a quarta turma no final de março. Depois de formados, os 42 alunos passarão a integrar o Programa Qualificar - Formação Básica, outra ação de responsabilidade social ligada ao Instituto Elisabetha Randon. A partir deste ano, os formandos serão totalmente incluídos aos quadros funcionais da empresa,na condição de menores aprendizes, na modalidade de iniciação profissional. O Florescer atende a 333 crianças e adolescentes de 7 a 14 anos.

Sintag

Case A Case IH e a Maxxicase entregaram, na primeira quinzena de abril, oito colhedoras de cana modelo A7700 para a Usinas Itamarati, localizada em Nova Olímpia (MT). A empresa é pioneira na região e a terceira em capacidade produtiva do país. A aquisição das máquinas faz parte do plano da Usinas Itamarati para reduzir custos no processo produtivo. “Buscamos modernizar a frota para ser mais competitivos”, afirma o diretor-presidente da Itamarati, Sylvio Coutinho. A Usinas Itamarati adquiriu também 22 tratores Magnum 240, da Case IH, em 2007.

Excelência em Qualidade

Prêmio A Tracbel S.A., distribuidor de tratores e máquinas agrícolas Massey Ferguson no norte de São Paulo, recebeu no último mês em Cancún, no México, o “Dealer Incentive Trip”, prêmio concedido pela AGCO Corporation às concessionárias que obtiveram os melhores resultados mundiais. A Tracbel foi concessionária com maior faturamento em unidades de tratores vendidos em 2007. Em dezembro de 2007 a empresa já havia conquistado pela primeira vez o título de Concessionária Diamante, no Programa Massey Ferguson Excelência em Gestão 2007, outra importante premiação da marca.

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A Divisão ZF Sistemas de Eixos e Transmissões Fora-de-Estrada, líder no segmento de eixos agrícolas no país e pertencente ao Grupo ZF, recebeu em março o prêmio “Excelência em Qualidade, Entrega e Gerenciamento de Custo”, da AGCO, 2007. O reconhecimento foi entregue pelo diretor de Compras da AGCO América do Sul, Gregory Edward Toornman, e pelo vice-presidente de Operações de Manufatura Américado Sul, Gregory Edward Toornman, e pelo vice-presidente de Operações de Manufatura América do Sul, Henrique Dalla Corte, na cidade de Canoas (RS).

O CEA do Instituto Agronômico, de Jundiaí (SP), e a FAFRAM de Ituverava (SP), em parceria com a FUNDAG, realizam IV Sintag – Simpósio Internacional de Tecnologia de Aplicação de Agrotóxicos, 14 a 16 de outubro, em Ribeirão Preto (SP). O tema deste ano será “Segurança em tecnologia de aplicação”. O evento terá 350 vagas e debaterá segurança na aplicação de agrotóxicos. O programa contempla palestras de representantes nacionais e internacionais, debates sobre o panorama mundial, e em particular da América Latina, Europa e EUA. Informações e inscrições www.sintag.com.br.

CC701

Nova loja A região Oeste da Bahia, uma das áreas de maior desenvolvimento da agricultura do país nos últimos anos, ganhou mais um concessionário John Deere. A Agrosul inaugurou sua loja em Rosário d’Oeste, no município de Correntina, na sexta-feira, dia 14, em solenidade com a presença de cerca de 400 clientes. É a quinta concessão John Deere da Agrosul, que já tem três lojas na Bahia, nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério, e uma no Piauí, em Bom Jesus.

Milésimo T rator Solidário Trator A New Holland assinou no início de março contrato de número 1.000 para entrega de máquina do programa Trator Solidário. O programa Trator Solidário financia o equipamento com prazo de 10 anos, tendo dois anos de carência, no Paraná. Os tratores que fazem parte do programa são o TT 3840, de 55 cavalos e o TL 75E, de 75 cavalos. As máquinas atendem as necessidades de pequenos produtores que não tinham acesso a compra com preços mais baixos do que os de mercado e com linha de financiamento própria para a sua faixa de renda.

A Star Máquinas Agrícolas está reapresentando a sua colhedora de cana CC701. O equipamento, lançado no Agrishow do ano passado, está com diversas melhorias e tem capacidade nominal de produção de 40 a 45 toneladas por hora, a máquina é fácil de operar e manobrar, diminui compactação do solo protegendo as soqueiras de cana por ser mais leve. “Além disso, apresenta excelente qualidade de limpeza, proporcionando menor custo operacional por tonelada de cana colhida”, explica o diretor administrativo da Star Máquinas, Célio Song.



aplicação em cana

AP no canavial Agricultura de Precisão é uma alternativa para aumentar a produtividade nas áreas canavieiras. Além de produzir mais numa mesma área, o produtor economiza com aplicações de insumos e maximiza os ganhos

E

John Deere

xistem tantas definições de Agricultura de Precisão (AP) quanto existem pessoas envolvidas nela, como ressalta o site da Universidade de Leuven, da Bélgica (2008), mas uma boa definição pode ser a apresentada por McBratney et al. (2005), que define AP como “O tipo de agricultura que aumenta o número de decisões (corretas) por unidade de área e por unidade de tempo relacionado-as com benefícios reais”. A definição destes autores fortalece o conceito de que a AP não se restringe à determinação de mapas de solo e de produtividade, e na correlação destes mapas com um sistema de aplicação de fertilizantes a taxa variada a fim de se obter melhor rendimento da área a custos inferiores por tonelada colhida. O conceito de AP evoluiu e hoje o que se busca é a aplicação de tecnologia que permita a obtenção de benefícios reais tais como o aumento concomitante da quantidade e/ou da qualidade da produção e/ ou do meio ambiente com a mesma (ou menor) quantidade de insumos, McBratney et al. (2005). A agricultura de precisão vem ganhando espaço no mundo de forma geral, talvez não com a velocidade que

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se esperava há dez anos, mas com o avanço da tecnologia da informação e da comunicação e com o auxílio da pesquisa muito se caminhou neste campo, principalmente na área de grãos. Hoje se estima que nos próximos anos alguma forma de AP será utilizada por 50% dos agricultores dos Estados Unidos (Sudduth, 2007). Com o forte incremento na demanda por etanol, a tendência é que área plantada com cana-de-açúcar continue a crescer, sendo estimado que a safra de cana 2015/16, no Brasil, deve ser de 12,2 milhões de hectares. O país produzirá cerca de 902,8 milhões de toneladas de cana-de-açúcar para a indústria, quantidade suficiente para gerar cerca de 36 bilhões de litros de álcool (Torquato, 2006). Para atingirmos estes números com sustentabilidade e para que o etanol produzido a partir da cana, que passará a ser conhecida como cana-energia, é preciso que estas novas áreas de plantio sejam iniciadas com tecnologias modernas que tragam, não só maiores retornos financeiros ao produtor, mas também causem menores impactos ao ambiente. A adoção da Agricultura de

Precisão se ajusta muito bem a esses propósitos, pois se trata de elenco de tecnologias e procedimentos utilizados para que as lavouras e o sistema de produção sejam otimizados, tendo como elemento chave o gerenciamento da variabilidade espacial da produção e dos fatores a ela relacionados. Porém, para alcançar esta meta serão necessários investimentos não só em máquinas e equipamentos específicos, mas também informações precisas sobre a produtividade da cultura e seus fatores de produção. Observa-se que o agrossistema cana-de-açúcar tem sido pouco explorado pelas técnicas de Agricultura de Precisão, principalmente no que se refere à tecnologia específica (equipamentos, resultados de aplicação, quantificação dos benefícios), apesar do seu potencial de contribuir para o aumento da produtividade com sustentabilidade. Mesmo assim, no Brasil, muitos avanços foram conseguidos neste campo nos últimos anos. Em relação à variabilidade espacial da produção, diversos trabalhos têm sido encontrados na literatura referente ao desenvolvimento de sensores de produtividade e utilização desses para o estudo da distribuição espacial da cultura. No caso específico da canade-açúcar, Magalhães e Cerri (2007) descrevem um monitor de produtividade capaz de mensurar o fluxo de rebolos que passa pela esteira antes de serem lançados ao veículo de transbordo. Estes dados, juntamente com as informações obtidas por um Sistema de Posicionamento Global “Global Positioning System” – GPS - instalado na colhedora e com o


“O conceito de AP evoluiu e hoje o que se busca é a aplicação de tecnologia que permita a obtenção de benefícios reais” Case IH

Com a grande demanda pelos derivados de cana, é preciso trabalhar com tecnologias que aumentem os retornos financeiros, mas que impactem menos o ambiente

auxílio de um Sistema de Informação Geográfica - SIG permitem a elaboração de mapas digitais que representam a superfície de produção para a área colhida. Em relação aos fatores relacionados à produção, um importante ponto é de propriedades físicas e químicas do solo. Tais atributos, além de variar no espaço, podem variar no tempo, para uma dada posição no espaço (Bernoux, 1998a e 1998b). Esta variação, decorrente da ação de agentes naturais, assim como da ação do homem, deve se manifestar com maior intensidade em algumas propriedades que em outras (Bragato & Primavera, 1998, Burke et al., 1999, Slot et al., 2001). A variabilidade de propriedades do solo tem sido abordada por vários autores, sendo atribuída a diversos fatores, tais como características do material de origem e os fatores de formação, os quais não atuam pontualmente, mas sim segundo um determinado padrão. Oliveira et al. (2002) correlacionaram as propriedades do solo e da planta com resposta espectral da cana-de-açúcar, na tentativa de produzirem mapas de produtividade. Os resul-

tados obtidos mostram boa correlação, abrindo importante horizonte para a agricultura de precisão aplicada em cana-de-açúcar baseada em informações obtidas a partir de imagens de satélite. Diante do exposto, pode-se inferir que a quantificação da variabilidade espacial da produtividade e dos atributos físicos e químicos do solo e da planta é essencial para o gerencia-

mento de uma cultura e que, por meio dessas informações, é possível o mapeamento dos atributos em questão e a elaboração de mapas de prescrição. Goering (1993) e Goering & Hans (1993) partem do princípio de que, levando-se em conta a variabilidade natural dos fatores de produção, pode-se aplicar apenas as quantidades efetivamente necessárias em cada ponto, de acordo com o mapa de prescrição previa-


Massey Ferguson

Existem dois grupos na AP, o destinado à melhoria do rendimento e o outro relacionado à melhoria no sistema de gerenciamento das máquinas

Agrale

mente elaborado e que, portanto, as técnicas de aplicação localizada de insumos se tornam muito importantes para uma agricultura rentável. No entanto, dentro deste conceito ampliado de AP na aplicação em cana-de-açúcar, para atingirmos o patamar de conhecimento já existente em outras culturas mais exploradas por esta técnica, vários projetos de pesquisa devem ser desenvolvidos e/ou aprimorados. Dentre estes podemos citar dois grupos distintos, um destinado a apresentar respostas diretas ao sistema, relacionadas à melhoria do rendimento da produtividade (toneladas por hectare x custo por tonelada), e o outro relacionado à melhoria no sistema de gerenciamento (rendimento e custo operacional) das máquinas e equipamentos de campo. Os dois grupos atendem aos requisitos da AP “aumentar os ganhos reais por unidade de área”. Dentro do primeiro grupo encontra-se uma série de pessoas e empresas preocupadas em desenvolver e/ou adaptar soluções de AP já utilizadas em outras culturas para a cana-de-açúcar. Como exemplo podemos citar os estudos de correlação entre propriedades de solo e produtividade para elaboração de zonas de manejo e aplicação de fertilizantes à taxa variada. Desenvolver modelos que permitam, a partir de informações de produtividade ou qualidade da cana, a aplicação de nitrogênio (N) como fertilizante à taxa variada é especialmente interessante para o sistema produtivo, tendo em vista seu potencial de benefícios econômicos e ambientais. Estudos realizados por Cerri (2005) mostram que um dos principais atributos do solo relacionado com a alta produtividade da cana é o N, contudo, é sabido que o N aplicado e não absorvido pela planta torna-se um agente poluidor, atingindo o lençol freático ou cursos d’água, causando sérios impactos ambientais. O método clássico de aplicação de nitrogênio às culturas obedece a padrões fixos por hectare, os quais são baseados na média da produtividade ou em análises de macros e micronu-

trientes. Modelos que permitam estabelecer zonas de manejo onde as quantidades de fertilizantes são aplicadas de acordo com o rendimento precisam ser desenvolvidos, assim como metodologias que permitam estabelecer correlações entre a quantidade deste nutriente e os atributos da cultura. Assim como este, outros exemplos como a identificação dos fatores de produção (solos, plantas daninhas, pragas e doenças, disponibilidade hídrica, compactação etc) que influenciam na produtividade da cana e sua correlação com fatores de produção visando obter subsídios para aplicação de insumos de forma mais equilibrada e economicamente vantajosa, poderão contribuir para o incremento da produtividade média. No segundo grupo encontram-se pesquisadores preocupados em desenvolver soluções tecnológicas capazes de contribuir para o aperfeiçoamento do sistema de plantio, colheita e transporte de cana utilizando a AP. No sistema de plantio constatamos que existem alguns grupos de usinas de grande porte que investiram em sistemas de controle de direção (piloto automático) utilizando os equipamentos de GPS de alta precisão RTK (real time kinetics) que

permitem o controle de conjuntos mecanizados com erros na ordem de 2cm. Dados experimentais permitem detectar ganho imediato de área plantada de até 6%, sem contar com os demais benefícios que o sistema proporciona, principalmente para o operador, reduzindo a carga de trabalho e melhorando o rendimento do conjunto. Outro benefício direto é o conhecimento exato da linha das soqueiras de cana, viabilizando a colheita mesmo em situações mais adversas, como o caso da colheita da canacrua no período noturno, reduzindo com isto as perdas e melhorando aspectos como a longevidade do canavial. Nos sistemas de colheita temos como exemplo o equipamento em desenvolvimento pela Agricef com o apoio da Fapesp que permite, durante o processo de colheita, manter o sincronismo e o paralelismo entre a colhedora e o veículo de transbordo sem a intervenção dos operadores. Estas iniciativas mostram o potencial que está sob o “guardachuva” da AP. Um dos projetos mais interessantes de aplicação desta tecnologia é a proposta de desenvolvimento de um sistema de monitoramento e controle das fases de Corte, Carregamento e Transporte (CCT) de cana-de-açúcar, em desenvolvimento pala Enalta com apoio da Fapesp e de instituições de pesquisa como Poli-USP, Feagri-Unicamp, Inpe e outras empresas particulares como Próxima e Agricef Soluções Tecnológicas para Agricultura. No processo produtivo para obtenção dos produtos da cana-de-açúcar (álcool, açúcar e seus derivados), os custos envolvidos nas atividades de A cada safra, as áreas de queimadas estão diminuindo, mudando cada vez mais o cenário das lavouras canavieiras

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“O desenvolvimento de um sistema de monitoramento do CCT de cana-de -açúcar cana-de-açúcar -açúcar,, integrado com a base de dados corporativa da usina, permitirá fornecer informações ordenadas e precisas” Valtra

Figura 1 - Esquema de funcionamento do sistema proposto

Até 2015 o Brasil deve plantar 12,2 milhões de hectares com cana-de-açúcar e novas tecnologias deverão surgir nas lavouras

colheita (corte), carregamento e transporte (CCT), representam grande parte do custo final do produto. Uma das maneiras de reduzilos é implementando novas tecnologias na mecanização agrícola, utilizando uma combinação de mecânica, eletrônica e agricultura de precisão. Em complemento, a utilização da tecnologia da informação, combinada com o uso de componentes inteligentes, pode ajudar a melhorar o desempenho de máquinas e equipamentos. O desenvolvimento de um sistema de monitoramento do CCT de cana-de-açúcar, integrado com a base de dados corporativa da usina, permitirá fornecer informações ordenadas e precisas e, dessa forma, possibilitará o melhor gerenciamento da frota com conseqüente melhoria da eficiência de campo e redução do custo operacional. O sistema de monitoramento de CCT pode ser dividido em três partes. A primeira, refere-se à aquisição de dados operacionais e de desempenho da frente de colheita. A se-

gunda parte se refere à transmissão destes dados para usina. E a terceira parte está relacionada com a análise das informações recebidas e o correspondente diagnóstico para auxiliar no gerenciamento da frota. O sistema CCT de forma resumida pode ser explicado da seguinte maneira: informações sobre o funcionamento e o desempenho da colhedora são coletadas automaticamente em campo, armazenadas em um computador de bordo e enviadas via GPRS ou Satelital Iridium para usina, na falta de cobertura de sinal GPRS, os dados são enviados via radiofreqüência ou WiFi, para um receptor (CDA) instalado nas carretas rodoviárias que transportam a cana até a usina, onde os dados são descarregados

automaticamente. Para tratar todas as informações que chegam à usina o software denominado PIMS-SIG-CCT, será utilizado, permitindo o monitoramento em tempo real da frota. Estas informações tratadas pelos engenheiros responsáveis na usina irão permitir o monitoramento preciso, rápido e integrado do CCT e, conseqüentemente, oferecendo tomadas de decisão imediatas e maior controle dos fatores que afetam este importante processo da produção, elevando, assim, as oportunida.M des de retorno financeiro para usina. Paulo S. Graziano Magalhães e Domingos Guilherme Cerri, Nononono


arroz sob pivô

Cultivar

Pivô em várzea Estudo da conversão de lavouras inundadas em irrigadas por Pivot Central mostra diversas vantagens deste modelo de produção de arroz em relação a áreas de cultivo convencional

C

om a visão de aumentar a sustentabilidade do sistema de produção de arroz em sua fazenda, o produtor Werner Arns iniciou em 1995, assistido tecnicamente pelo engenheiro agrônomo Hebert Arns, experimentações que propõem revoluções em uma atividade produtiva que tradicionalmente pode ser considerada um monocultivo, mas que agora carrega consigo todas as virtudes de uma agricultura sustentável. Tendo o arroz como a cultura principal, o novo arranjo produtivo irrigado sob Pivô Central baseia-se principalmente na rotação de culturas e plantio direto, práticas fundamentais para a sustentabilidade da lavoura. Além do arroz, culturas de inverno como o trigo e a aveia, juntamente com culturas de verão como soja, milho e pastagens, com produtividades potencializadas quando irrigadas sob pivot, passarão a ser produzidas sem os efeitos do severo déficit hídrico, comum para a região de Uruguaiana. Estrategicamente, os produtores que adotam este novo sistema estão posicionados de forma mais estável no mercado, visto que possuem uma maior diversidade de produtos para comercialização e adicionalmente melhoram as condições ambientais da região em médio e longo prazos. Como o arroz é o principal produto, a equivalência de rentabilidade alcançada pelo novo sistema é o ponto chave para a maior disseminação do mesmo entre os arrozeiros.

VANTAGENS ESTRATÉGICAS As vantagens estratégicas do sistema sob pivô podem ser resumidas em três itens: diversidade de culturas, utilização mais eficiente da água e solo e redução das emissões e aumento da fixação de CO2. De cada um destes itens derivam benefícios econômicos e ambientais que são alcançados mutuamente. A diversidade de culturas implica em um maior número de produtos a serem comercializados. O produtor adepto deste sistema não se encontra dependente apenas das flutuações do mercado de arroz. A produção de soja, milho e trigo cria oportunidades nos mercados aquecidos destas commodities. Ambientalmente, a rotação de culturas cria maior diversidade biológica nos sistemas agrícolas. Isso diminui o uso de defensivos, pois a alta pressão de pragas, doenças e plantas daninhas, comum em monocultivos, é reduzida. O arroz irrigado sob pivô produz mais arroz por unidade de água e área. Os benefícios econômicos e ambientais decorrentes da maior eficiência do uso da água e solo são explícitos. É de geral conhecimento que lavouras inundadas possuem um baixo rendimento de utilização do uso da água quando comparadas com sistemas de aspersão. O sistema de inundação na propriedade dos Arns utiliza, em média, 1.100mm/ciclo para a produção de arroz, enquanto o sistema sob pivô utiliza 550mm/ciclo

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Gráfico 1 - Comparação da variação dos teores de matéria orgânica do solo nos sistemas Gráfico 2 - Comparação dos custos para o arroz sob inundação e pivot gerados pelo sob pivot e inundação sistema Safras e Sifras

DEFININDO O SISTEMA DE PRODUÇÃO O novo sistema baseia-se em uma rotação de culturas sempre utilizando plantio direto A produção de arroz sob Pivô Central exige uma nova maneira de interagir com a lavoura. A ausência da lâmina d’água exige um manejo diferenciado

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com um ciclo completo finalizando-se com seis anos. Neste período, a mesma área será cultivada com arroz três vezes, soja três vezes, milho uma vez e trigo duas vezes. Além destas culturas, coberturas de inverno serão utilizadas como mostra a Tabela 1. Analisando apenas a cultura de arroz, a produção por unidade de área é maior para o sistema sob Pivô Central no período de seis anos, apesar da produtividade agrícola ser menor. Tradicionalmente essas lavouras seguem um sistema de pousio intercalando arroz e pastagem sem irrigação. Os proprietários evitam produzir arroz sobre uma mesma área em anos consecutivos. Esse fato, aliado à reduzida disponibilidade hídrica, faz com que o arroz ocupe em média 30% da área total disponível a cada ano. Para uma área de referência de 1.000 ha, teremos em média 300ha cultivados com arroz anualmente. Conseqüentemente, em seis anos a produção será equivalente a 1.800 ha (Tabela 2) que, com uma produtividade média de 9.100 kg/ha (média geral da propriedade para arroz inundado), totaliza 16.380 toneladas de arroz. No sistema sob Pivô Central, para a mesma referência de 1.000 ha, em seis anos serão produzidas três safras de arroz com 700 ha cada. Nos outros anos serão produzidas outras culturas de rotação como demonstra a Tabela 3. Totalizando, a produção será equivalente a uma Matheus Zanella

com variações em função do melhor aproveitamento das águas da chuva. A redução da lâmina implica em uma economia direta de 34% do consumo de energia elétrica, que em Uruguaiana é parcialmente fornecida por uma usina termoelétrica. Considerando as médias de produtividade alcançadas pelos Arns, a produção de arroz por unidade de área sob pivô é maior que no sistema convencional. Este aumento é conseguido com o sistema de rotação de seis anos que será melhor detalhado a seguir. A redução da emissão de CO2 é resultado da não- utilização do preparo convencional do solo enquanto o aumento da fixação de carbono é conseqüência do acúmulo de matéria orgânica pelo plantio direto. Convencionalmente, são realizadas as seguintes operações para o cultivo do arroz inundado: aração, desmonte de taipas, discagem, aplainamento, drenagem, rolagem, e construção de canais, condutos, taipas e remontes. Com o plantio direto todas estas operações, que chegam a utilizar tratores de 300 cv, são eliminadas. Isso implica em grande redução do consumo de combustíveis fósseis. A economia com combustíveis e máquinas chega a 20% no sistema sob pivô. O aumento da fixação de carbono pelo sistema de plantio direto pode ser considerado como senso comum para os profissionais ligados a ciências agrárias e ambientais. Análises de solo coletado na propriedade do senhor Arns indicam um maior aumento nas quantidades de matéria orgânica para o sistema sob pivô (Gráfico 1). As análises foram coletadas em 2002 para as áreas do pivot e inundação, depois novamente nas mesmas áreas em 2006 para o pivô e 2007 para a inundação. Além do aumento da matéria orgânica, houve aumento nos níveis de fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), enxofre (S) e outros nutrientes.

área de 2.100 ha no final do ciclo completo. Com uma produtividade de 8.050 kg/ha (média para os pivôs nos últimos anos), teremos uma produção total de 16.905 toneladas de arroz sob pivô. É importante frisar que as culturas de rotação não serão as mesmas para toda a área em um mesmo ano. O controle de plantas daninhas é outra grande modificação do novo sistema. A ausência da lâmina de água aumenta a importância de outros métodos culturais de controle, especialmente aqueles que promovem um rápido crescimento inicial das plantas e um bom perfilhamento. Dentre estes se destacam o plantio na época mais adequada, o uso de ácido giberélico (hormônio regulador do crescimento) e escolha de variedades com rápido crescimento e perfilhadoras. Das variedades testadas para o novo sistema, destacaram-se a BRS Taim e a BRS Querência. Ambas também são utilizadas no sistema convencional. No controle químico de plantas daninhas são utilizadas uma dessecação com glifosato e duas ou três aplicações de clomazone, herbicida pré-emergente com bom efeito residual. É feito um constante monitoramento do crescimento de competidoras até os 40 dias depois da emergência, época em que o arroz fecha as entrelinhas. O surgimento de ervas competidoras poderá implicar em aplicações de outros herbicidas que serão avaliadas pontualmente.



Assim como no sistema convencional, a sanidade da lavoura é garantida com o tratamento de sementes com fungicidas e inseticidas. Carboxina, tiram, imidacloprid e fipronil são os defensivos que combatem doenças e pragas como a broca do colo (Elasmopalpus lignosellus) e broca do colmo (Diatraea saccharalis). A lagarta das folhas (Spodoptera frugiperda) e os percevejos são controlados com base no nível de dano econômico. As recomendações de adubação feitas com base em análise de solo indicam os mesmos níveis utilizados tradicionalmente. Uma aplicação durante o plantio de NPK 10-25-27 300Kg/ha e duas coberturas utilizando as fórmulas NPK 30-00-20 e 45-00-00 com doses de 200Kg/ha e 120Kg/ha, respectivamente.

tos gerados pelo sistema Safras e Sifras são apresentados no Gráfico 2. O custo total para o sistema de inundação é de R$ 2.762,91/ha enquanto para o sistema de pivô é R$ 2.094,51/ha. A produtividade média para o primeiro sistema é de 9.100 kg/ há, enquanto para o segundo é de 8.050 kg/ha. Considerando um preço de R$ 22,00 para a saca do arroz, diminuindo os custos das receitas, obtém-se margem bruta de R$ 1.241,03/ ha para o arroz inundado e R$ 1.447,49/ha para o arroz sob pivô. Os principais fatores de redução de custo demonstrados no Gráfico 2 estão associados ao diferente sistema de preparo de solo que consome menos combustível fóssil e reduz a demanda por máquinas. No sistema administrativo utilizado pelos produtores, esses custos estão inclusos em mão-de-obra, combustíveis e lubrificantes, manutenção de máquinas, veículos leves e outros. Adicionalmente, o rendimento operacional das máquinas em serviços como o da colheita aumenta enormemente, pois não existe a dificuldade de se trabalhar com o solo molhado. O item mão-de-obra tem uma redução grande porque o Pivô Central não necessita do trabalho dos regadores, responsáveis pelo manejo de água nas taipas. A redução no custo da irrigação se dá principalmente pela redução do consumo de energia elétrica. Para o sistema de inundação é necessário aproximadamente 1,35 cv/ha trabalhando em média 2.200 horas por ano. Enquanto o sistema pivot central demanda 1,66 cv/ha trabalhando mil horas por ano. Como a média de produção por unidade de área é menor para o pivô, os custos de secagem e armazenagem também serão menores por unidade de área. A utilização de pulverizadores terrestres permite a redução dos custos com aviação. É preciso ficar claro que a modificação do sistema convencional de produção de arroz considera uma total mudança na concepção do uso da água e do solo. O arroz continua sendo o principal produto para o sistema de produção sob pivô, mas as vantagens proporcionadas (eco-

COMPARAÇÃO DE CUSTOS A administração da fazenda utiliza o software de controles administrativos fornecido pela empresa Safras e Sifras. Para comparação dos custos, foi utilizada uma planilha gerada por esse sistema considerando os custos reais da fazenda Águas Claras, no município de Uruguaiana (RS). O ano agrícola considerado foi o de 2005/2006. Para os custos do arroz inundado considerou-se a média de todas as lavouras da fazenda (558ha) sob o “sistema de cultivo mínimo com irrigação por inundação”. Já para o sistema sob pivot considerou-se o custo de uma área de 85ha sob o sistema de “plantio direto com irrigação por Pivô Central”. Os cus-

CAMINHOS PERCORRIDOS

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Matheus Zanella

O

s primeiros trabalhos foram iniciados em 1995. A mudança no sistema de irrigação por inundação foi o primeiro passo para permitir a rotação de culturas. Foram testados os sistemas por sulcos, canhão hidráulico portátil e por fim o Pivô Central. O último foi o sistema que apresentou os melhores resultados econômicos e de redução no consumo de água. Já sob Pivô Central, foram feitos testes para definir as cultivares de arroz, a distribuição de sementes, a adubação e os defensivos a serem utilizados. Estes testes geraram uma tecnologia que produz arroz com uma produtividade média de 8.050 kg/ha (safra 2005/2006), superior à média do estado do Rio Grande do Sul, que é de 6.679 kg/ha (Fonte: Irga safra 2005/2006). Associada às reduções de custo, essa produtividade média permite uma equivalência econômica entre a produção de arroz irrigado por Pivô Central com o arroz cultivado sob inundação.

Na produção de arroz sob pivô, o consumo de água cai pela metade, em relação ao plantio em áreas inundadas

Tabela 1 - Seqüência das culturas utilizadas no sistema sob pivô. A ordem de utilização das culturas poderá ser alterada até o fechamento do ciclo completo Irrigação por aspersão, através de pivô central plano de rotação de culturas p/6 anos ANOS 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

VERÃO ARROZ SOJA SOJA ARROZ MILHO ARROZ

OUTONO INVERNO PRIMAVERA Av.preta+Azv.+Corn. Av.preta+Azv.+Corn. Arroz Aveia Preta Aveia Preta Soja Nabo Forrageiro Trigo Trigo/Soja Cornichão(rincón) Cornichão(rincón) Arroz Av.preta+Ervilhaca Av.preta+Ervilhaca Milho Cornichão(rincón) Cornichão(rincón) Arroz Nabo Forrageiro Trigo Trigo/Soja

Tabela 2 - Utilização da terra no sistema tradicional Cultura Número de cultivos Área anual Total de cultivos econômicos utilizada em 6 anos (ha) no período (ha) Arroz 6 300 1.800 Pecuária 6 700 4.200 Total 1.000 6.000

Tabela 3 - Utilização da terra no sistema sob pivô. O aumento de área total de cultivos no período é devido ao cultivo de trigo no inverno Cultura Número de cultivos Área anual Total de cultivos econômicos utilizada em 6 anos (ha) no período (ha) Arroz 3 700 2.100 Soja 2 700 1.400 Milho 1 700 700 Trigo* 2 700 1.400 Pecuária 6 300 1.800 Total 1.000 7.400 *Obs.: cultivado no inverno em sucessão de culturas.

nômicas e ambientais) são alcançadas com a correta utilização das técnicas de rotação de culturas e plantio direto. Juntamente com os bons resultados, o novo sistema também apresenta desafios a serem vencidos pela pesquisa. A constante busca pelo aumento da produtividade e rentabilidade depende de melhor entendermos as particularidades do sistema como a influência da lâmina de irrigação na produtividade, melhores métodos para diminuir a compactação do solo (conseqüência de 30 anos de manejo pesado) e melhorias no sistema de cobertura vegetal e controle de ervas daninhas. Com as melhorias do sistema, aumentará a adoção do mesmo por parte dos agricultores, criando um processo de melhoria nas condições ambientais da região alavancado por um resultado econômico positivo. Dados preliminares da colheita da safra 2007/2008 indicam produtividades de 9.300 e 10.000 kg/ha para o sistema sob pivô e inundação, respectivamente. .M Marlos Schuck Vicenzi, Valmont



Pulverizador 4730

Pulverizador 4730 Depois do modelo 4720, a John Deere lança o novo pulverizador autopropelido 4730, com diversos avanços em relação ao seu antecessor

U

ma das últimas novidades da John Deere é o pulverizador que começa a ser comercializado no Brasil. O pulverizador autopropelido 4730 é uma máquina da Classe II, com 248 cv de potência, que utiliza a alta tecnologia de motores agrícolas John Deere. O motor é um dos principais diferenciais do novo modelo em relação a outros pulverizadores comercializados no Brasil e no mundo. Ele foi desenvolvido especificamente para uso agrícola e projetado para aplicações que necessitam de elevadas velocidades e de alta capacidade e produtividade no trabalho. O 4730 tem tanque de solução com capacidade de 3.028 litros. A barra de pulverização de 30 metros possui novo sistema de dobra horizontal, que melhora a visibilidade durante o transporte e nas manobras em locais de difícil operação. O novo modelo já sai da fábrica equipado com a tecnolo-

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gia AMS, sistema de Agricultura de Precisão da John Deere, que inclui piloto automático. Além disso, apresenta outros componentes e opcionais, como o sistema de nivelamento e controle de tração, que mantém a máquina operando com estabilidade mesmo em terrenos mais acidentados, com muito mais conforto para o operador.

MOTOR Os pulverizadores John Deere são equipados com motores desenvolvidos especialmente para operações agrícolas. O motor que equipa esta máquina é um John Deere PowerTech Plus 6,8 litros (seis cilindros), turbo alimentado e pós-resfriado, desenvolve 248 cv (183 kW/245 hp) de potência nominal a 2.100 rpm, com uma reserva de torque que chega até 270 cv, graças a seu sistema de gerenciamento eletrônico da injeção.

Este motor tem 20 cv de potência a mais que o usado no modelo 4720 e seu tanque de combustível, com 503 litros, permite trabalhar mais de 16 horas sem necessidade de reabastecer. O motor permite alcançar uma velocidade de transporte de 48 km/h, reduzindo o tempo nas mudanças de uma área para outra. O motor do radiador do novo modelo trabalha com uma rotação mais baixa que o do 4720. Isso representa redução de ruído dentro da cabine, proporcionando mais conforto para o operador durante a jornada de trabalho.

CHASSI E SUSPENSÃO O 4730 tem chassi, suspensão e componentes de direção construídos com materiais de alta durabilidade, o que assegura


“ O pulverizador autopropelido 4730 é uma máquina da Classe II, com 248cv de potência, que utiliza a alta tecnologia de motores agrícolas John Deere ” Deere” Fotos John Deere

O 4730 tem tanque principal para 3.028 litros e 30 metros de barras de pulverização, com sistema de dobras horizontais

maior vida útil em condições extremas de trabalho. O chassi é feito de estrutura tubular de aço para suportar melhor as forças intensas de torção registradas durante a operação da máquina em terrenos muito acidentados. Em cada uma das rodas, suspensões pneumáticas, inspiradas nas usadas em aviões, disponibilizam 20 cm de flutuação, isolando o operador do movimento da máquina. Esses dispositivos também contribuem para que o pulverizador possa manter um padrão de trabalho sem variações e com me-

lhor tração do conjunto. Os discos de freio reduzem a velocidade do pulverizador de forma macia, proporcionando uma parada controlada. O ajuste hidráulico da bitola do pulverizador é feito apenas com um toque de botão. As rodas dianteiras e traseiras podem ser reguladas em posições diferentes umas das outras para reduzir a compactação. É possível escolher bitolas entre 3.048 mm e 3.861 mm e trabalhar com o pulverizador com um vão livre de 1,57 metro, o maior dos equipamentos do mercado.

O sistema de suspensão é do tipo pneumático, que disponibiliza 20cm de flutuação

TRANSMISSÃO A transmissão é do tipo 4x4 hidrostática, acionada por duas bombas que atuam de forma cruzada. A primeira movimenta as rodas dianteira esquerda e traseira direita, e a segunda a dianteira direita com a traseira esquerda. Este sistema de transmissão permite

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Fotos John Deere

A cabine proporciona conforto ao operador, com isolamento acústico, assento com suspensão a ar e grande área envidraçada

a utilização de quatro grupos de velocidade (na rotação máxima do motor): • 1º grupo: 0 a 21,9 km/h; • 2º grupo: 0 a 28,0 km/h; • 3º grupo: 0 a 32,5 km/h; • 4º grupo: 0 a 47,5 km/h. As opções de pneus disponíveis para este modelo são 320/90R50 e 380/90R46.

CABINE E CONTROLES A cabine conta com uma nova escada frontal de acesso, de acionamento hidráulico, que facilita a entrada e a saída do operador. Dentro dela, uma grande área envidraçada proporciona ótima visualização da operação, da barra de pulverização, dos pneus e da cultura. O isolamento acústico, com vedação tripla ao redor da porta e janelas, mantém o nível de ruído bastante baixo dentro da cabine. O assento é dotado de suspensão a ar, com os principais controles posicionados de forma ergonômica e com fácil acesso. A alavanca Hidro oferece importantes funções de operação nas pontas dos dedos, como dobra das barras, velocidade, acionamento do AutoTrac, controle de seções, altura da barra e acionamento/desligamento da pulveri-

O tanque de combustível com capacidade para 503 litros permite trabalhar até 16 horas sem parar para abastecer

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As barras de 30 metros são de aço, estão divididas em sete seções, duas a mais que o modelo anterior, além de pontas retráteis, de 2,1 metros

zação. Itens de conveniência estão disponíveis, como uma tomada elétrica no painel para carregar o celular, rádio ou computador, e há compartimentos para acomodar outros objetos.

TANQUE DE SOLUÇÃO O tanque de solução é feito de polietileno resistente, com capacidade de 3.028 litros de solução, com bocal de 40,6 cm. Para a mistura dos produtos, um edutor químico grande de aço inox e o sistema QuickFillTM, de três polegadas para abastecimento do tanque com água e químicos, proporcionam facilidade na operação e maior tempo dedicado para aplicação. O sistema de agitação do

tanque é hidráulico e não mecânico, o que garante melhor uniformidade da calda.

SISTEMA DE PULVERIZAÇÃO O controlador de aplicação SprayStar e o medidor de vazão ajustam a taxa de aplicação desejada à velocidade da máquina. A bomba centrífuga tem acionamento hidráulico, com rotação variável que se ajusta às mudanças das condições de trabalho. Outros dispositivos contribuem para a alta produtividade do novo modelo da John Deere. O abastecimento, enxágüe e mistura, são realizados de forma rápida e eficaz, graças à concepção do sistema, permitindo que o pulverizador passe mais tempo traba-


“Ele foi desenvolvido especificamente para uso agrícola e projetado para aplicações que necessitam de elevadas velocidades e de alta capacidade e produtividade no trabalho ” trabalho”

lhando no campo. O edutor químico grande de aço inoxidável é padrão de fábrica e permite a adição de produtos químicos durante o abastecimento. Enquanto isso, a bomba e o encanamento de alta vazão contribuem para garantir a correta aplicação, principalmente em altas velocidades. Além disso, o tanque de lavagem tem alta capacidade, de 454 litros, fornecendo água limpa para a operação diária.

BARRA DE PULVERIZAÇÃO Os pulverizadores John Deere são conhecidos mundialmente por sua precisão e uniformidade de aplicação. As barras tubulares de 30 metros de comprimento são construídas com aço de alta durabilidade, que proporciona força e rigidez, enquanto os conjuntos de suspensões da barra isolam todos os movimentos verticais e horizontais indesejáveis. A nova geometria da barra permite a dobra horizontal da mesma (flat folding) e melhora significativamente a visibilidade durante o transporte e em manobras nos locais de acesso difícil. As molas e os amortecedores de choque estão ajustados para atender a condições difíceis de trabalho, enquanto que a nova barra é dividida em sete seções, duas a mais do que o modelo anterior, tornando o pulverizador capaz de realizar aplicações com qualidade nas áreas que têm realmente necessidade de aplicação. As barras também estão equipadas com

As bitolas podem ser ajustadas entre 3.048 e 3.861mm, trabalhando com um vão livre de 1,57 metro. As rodas dianteiras e traseiras podem ser ajustadas com espaçamentos independentes, para diminuir a compactação do solo

extremidades retráteis de 2,1 metros, com mecanismo antiquebra, protegendo-a contra danos.

AGRICULTURA DE PRECISÃO O pulverizador 4730 vem da fábrica equipado com a tecnologia AMS, o sistema de Agricultura de Precisão da John Deere, dotado de receptor StarFire iTC com correção SF1 e monitor colorido GS2 (touch screen), com piloto automático AutoTrac, que dispensa o uso das mãos do operador para manter o posicionamento correto da máquina na lavoura, pois ela é conduzida automaticamente com precisão via satélite. O Nivelamento Automático da Barra de Pulverização (Boom Trac Pro) assegura a altura de aplicação constante e o Controlador de Seções da barra (Swath Control Pro) liga e desliga automaticamente as seções da barra

A alavanca Hidro disponibiliza importantes funções como dobra das barras, velocidade e controle das seções

de pulverização nas áreas onde não se deseja pulverizar, como nas manobras de cabeceiras, sem a necessidade da atuação do operador. É, ainda, equipado com Gerenciador de Pulverização, que permite a aplicação em taxas variáveis. O monitor GS2 serve de interface única, com uma tela, na qual o operador pode controlar todas as principais funções de operação da máquina, da pulverização, de direcionamento e documentação das informações. As informações podem ser dispostas de acordo com a necessidade de cada operador.

ILUMINAÇÃO O sistema de iluminação inclui oito luzes de trabalho (quatro dianteiras e quatro laterais, sendo duas de cada lado da máquina), mais quatro luzes traseiras (duas de freio e duas de sinalização) que permitem ótima visibilidade das operações realizadas durante a noite. Lembrando que o direcionamento por satélite pela tecnologia AMS é um importante aliado para a garantia de uma operação bem feita. .M

O nivelamento automático das barras assegura altura de aplicação constante

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manutenção

Sempre em dia A manutenção preditiva é uma das melhores e mais eficientes formas de manter as unidades armazenadoras bem conservadas e em funcionamento constante

C

Cultivar

om a economia globalizada tornouse necessária a busca pela qualidade total em serviços, produtos e processos, e o gerenciamento ambiental passou a ser a meta de todas as empresas. A utilização de máquinas e equipamentos provoca seu desgaste natural. A disponibilidade de máquina e equipamentos para produção e a busca pelo aumento da competitividade no mercado, da lucratividade, da satisfação dos clientes, de produtos com alto padrão de qualidade etc passam obrigatoriamente pelo bom funcionamento e manutenção preventiva na instalação. Quando a empresa não preza por ter um bom programa de manutenção, os prejuízos são correntes e inevitáveis, pois as máquinas e os equipamentos com defeitos ou quebrados irão causar diminuição ou interrupção do trabalho e de produção, atrasos nos prazos programados (entregas e contratos), perdas financeiras, aumento dos custos, produto final com qualidade inferior, insatisfação do mercado, perda de mercado. A manutenção deve ser encarada como uma função estratégica na obtenção dos resultados da empresa e deve estar direcionada ao suporte do gerenciamento e à solução de problemas apresentados na produção. Portanto, a empresa deve ser gerida de modo a propor-

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cionar à organização um grau de funcionalidade com um custo global otimizado. A política de manutenção deve ser definida pela empresa segundo os seus objetivos organizacionais, apresentando-se como fator determinante do sucesso do planejamento da produção e, portanto, da produtividade do processo. A manutenção preventiva (que visa prevenir quebras) está baseada em intervenções periódicas geralmente programadas segundo a freqüência definida pelos fabricantes dos equipamentos. Essa política, em muitos casos, leva a desperdícios, pois não considera a condição real do equipamento. Já a manutenção preditiva caracteriza-se pela medição e análise de variáveis das máquinas, equipamentos e processos que possam indicar uma eventual falha. Com isso, a equipe de manutenção pode se programar para a intervenção e a aquisição de peças, reduzindo gastos com estoque e evitando paradas desnecessárias da produção. Na manutenção corretiva esta ocorre somente após a falha ou a quebra ter ocorrido, não sendo possível minimizar os efeitos. Para evitar que a empresa entre em colapso é obrigatória definição de um programa de manutenção com métodos preventivos, a fim de obter produtos com qualidade previamente estabelecida e na quantidade prevista. Deve conter no programa o roteiro e as ferramentas que serão utilizadas e a previsão de vida útil de cada elemento das máquinas. Uma unidade processadora e armazenadora de grãos e sementes envolve grande quantidade de equipamentos e peças que devem ser geridas de forma a sofrerem manutenção ou troca na hora correta. Isto evita paradas des-

necessárias, acidentes e prejuízos diversos. Boa parte dos equipamentos desta unidade irá funcionar apenas uma pequena parte do ano ficando parada o restante do tempo, por isto a manutenção se torna crucial para um retorno seguro às atividades. Segundo dados da Conab em 2006, em suas unidades, foram gastos R$ 9,9 milhões com manutenção, recuperação, adequação e modernização de equipamentos operacionais e na recuperação das estruturas dos armazéns. Boa parte das perdas de produtos e da sua qualidade está relacionada com equipamentos maldimensionados, com regulagem indevida ou sem manutenção. A maior parte das perdas de grãos ocorre devido à falta de manutenção e desconhecimento técnico específico durante o processamento, principalmente em virtude do manuseio impróprio dos grãos, aliado às condições inadequadas de armazenamento, beneficiamento e transporte, à má distribuição espacial da unidade e à capacidade insuficiente da rede armazenadora. Uma unidade processadora e armazenadora, independente de seu nível tecnológico, possui edificações, instalações e equipamentos que se configuram em sistemas funcionais adequadamente projetados, estruturados e gerenciados para o recebimento, limpeza, secagem, armazenagem e expedição da produção. Para isso, operacionalmente, as unidades apresentam estruturas físicas como as moegas, silos-pulmões, silos armazenadores ou graneleiros, maquinários como secadores, máquinas de pré-limpeza e de limpeza e transportadores como o elevador de caneca, transportador pneumático, correia transportadora, transportador de corrente ou redlers, transportador helicoidal ou rosca sem-fim,



calha vibradora e transportadores por gravidade (Figura 1).

Figura 1 – Fluxograma operacional básico de uma unidade armazenadora.

MANUTENÇÃO PLANEJADA

Divulgação

Com o tempo e o uso a depreciação e o desgaste dos equipamentos e das estruturas que compõem as unidades armazenadoras são inevitáveis. Por isto o planejamento e a execução de um plano de manutenção preventiva e calibração de equipamentos se tornam necessários visando desempenho e funcionamento apropriado e contínuo da planta, além do necessário e constante treinamento dos trabalhadores envolvidos no processo. Dessa forma, as manutenções devem ser contínuas e adequadamente planejadas e executadas, mesmo as de emergências. O aspecto inicial, anterior à recepção do produto, em uma unidade armazenadora, é a sanitização da mesma. Os locais devem ser rigorosamente limpos de todos os resíduos e produtos remanescentes da safra anterior que possam contaminar o ambiente ou servir de alimentos para insetos e microorganismos, evitando, assim, a ocorrência de focos de proliferação de pragas. Ao impedir a contaminação das safras posteriores, também se garante a preservação dos cabos e máquinas que podem ser danificados pela ação de roedores, além da ocorrência de bolsas de calor. Essas bolsas de calor se formam quando há o aquecimento acentuado em uma determinada região na massa de grãos armazenada, alterando as condições iniciais e propiciando a deterioração e alteração das características sensoriais predominantes, como sabor, odor e cor. Durante a recepção da produção na unidade é ideal que se realize uma pré-amostragem para se conhecer as condições iniciais do produto e a necessidade de separação de impure-

zas (terra, pedra, madeira, palha), evitando, principalmente, quebras de equipamentos e desperdícios energéticos. Desta maneira, decide-se sobre o destino do produto, ou seja, necessidade de limpeza e secagem, armazenamento imediato e outras finalidades, garantindo um planejamento adequado e o não-desperdício devido à falta das informações básicas. Para tanto, o controle pode também ser realizado através do Manejo Integrado de Pragas, ou mesmo com a aplicação de expurgo, sendo, neste caso, com um adequado controle de aplicação e treinamento do trabalhador responsável. Já, para o caso da existência de pássaros, aconselha-se a colocação de telas nas janelas para evitar a entrada na unidade armazenadora. Na parte estrutural, orienta-se a manutenção dos circuitos elétricos, como motores, lâm-

padas, quadros de comandos, transformadores, bancos de capacitores e cabos, que devido ao seu alto poder de ignição, em caso de ocorrência de faíscas, junto à poeira residuária, pode provocar explosões, principalmente em locais onde há uma intensa movimentação dos grãos, como nos locais de carga, moagem, descarga e transporte. Devido a todo o sistema se apresentar interligado, é também aconselhada a utilização de sistemas corta-fogo, principalmente nos dutos de transporte, a fim de evitar a propagação de incêndios para outros locais da planta. Além disso, as técnicas adequadas e os equipamentos apropriadamente distribuídos e dimensionados reduzem, efetivamente, o desperdício elétrico e as perdas de safras devido às individualidades dos grãos. Para a manutenção das estruturas físicas (moegas, silos-pulmões, silos armazenadores e graneleiros), deve-se praticar uma constante inspeção de: rachaduras nas calçadas ao redor do silo e evitar fendas nas paredes dos armazéns para que não ocorram contaminações dos produtos nem descontrole do teor de água do produto; sistema de termometria; sinalização de perigo de acidente e as rotas de fugas; limpeza das fossas de drenagem, para evitar alagamentos locais; verificar os estados dos ventiladores, queimadores, canalização, registros e dutos de distribuição nos sistemas de aeração. No caso da manutenção dos maquinários e transportadores, os procedimentos requerem tipos específicos de manutenção, tais como: manutenção de rotina, que é realizada de acordo com as especificações dos fabricantes, como por exemplo, a de conferir e completar o nível Boa parte das perdas de produtos ou da sua qualidade está relacionada com equipamentos maldimensionados, com regulagens indevidas ou sem manutenção

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Charles Echer

Por ficar boa parte do ano inoperante, é necessária a manutenção no período que antecede a armazenagem

É necessária também a manutenção dos sistemas de controle de temperatura, pressão, umidade relativa e aeração local

de óleo em motor-redutor, lubrificar mancais, averiguar e mudar as correias e rolamentos com vida útil esgotada; verificação e ajuste de folgas em correias; manutenção de emergência quando ocorrer pane nos transportadores durante o funcionamento; e manutenção preventiva promovendo inspeções periódicas com procedimentos rotineiros de manutenção, além de objetivar a limpeza, o ajuste, o reparo e a substituição dos equipamentos e seus acessórios com vida útil vencida. Durante todo o processamento, o transporte deve ser da forma mais organizada e controlada possível, pois é o momento mais propício a danos físicos aos grãos, como a ocorrência de trincas e quebras. No caso dos transportadores, sua função é fazer a ligação dos elementos da unidade movimentando a massa de grão. A manutenção destes equipamentos deve ser constante devido ao grande desgaste em peças sob a ação do atrito, às possibilidades de geração de faíscas, ruídos e incêndios, à necessidade de lubrificação das peças, da verificação dos rolamentos e do alinhamento, além da vedação das calhas. Contudo, deve-se sempre levar em conta as especificações e necessidades de cada tipo específico de transportador, além da manutenção das condições de higiene. A manutenção de ventiladores e peneiras deve ser realizada constantemente a partir da substituição de peças desgastadas e da regulagem do sistema de acordo com a espécie do grão. O controle do teor de água e temperatura inicial da massa de grãos é fundamental para a adequada realização da secagem e armazenamento dos mesmos. Na secagem, a manutenção de um ambiente limpo e livre de restos de grãos impede a proliferação de microorganismos e outros animais no produto que será armazenado, garantindo a qualidade, a conservação dos aspectos

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visuais ideais, o não-desperdício de energia e nem a perda da produção. Para esse processo se aconselha a utilização de aspiradores em substituição do ato de varredura, buscando a precaução devido à facilidade de desencadeamento de incêndios ocasionados pela poeira. Nesse processo também é de extrema importância a manutenção das estruturas físicas e acessórios utilizados, além do controle da temperatura, pressão, umidade relativa e aeração local.

OUTRAS MEDIDAS IMPORTANTES Medidas como o controle de ruídos por isolamento acústico, de odores através da utilização de material combustível adequado, de material particulado por colocação de filtros, do reflorestamento em locais onde a mata foi retirada para queima em fornalhas e o controle transitório de veículos no local e nas principais vias de acesso são alguns aspectos de importância a serem considerados para a manutenção das condições ideais de operação das unidades armazenadoras.

Mesmo considerando-se todas as medidas apresentadas, os trabalhadores envolvidos com esses processos devem ser treinados e adotar todas as medidas preventivas para evitar acidentes. O uso dos equipamentos de proteção individual (EPIs), como luvas, capacetes, máscaras, óculos, botas e trava-quedas, e dos equipamentos de proteção coletivos (EPCs) como ventiladores de ar, rádios de comunicação, lanternas e detectores de gases, é indiscutivelmente essencial, garantindo a segurança e a boa saúde do trabalhador. Situações onde há a necessidade de entrada do trabalhador no silo cheio deve sempre ser acompanhada e com o uso dos EPIs necessários. A entrada em ambientes confinados também deve apresentar especial atenção visto à potencialidade de ocorrência de intoxicações e à falta de oxigenação, aconselhando-se a utilização de sensores para a identificação da presença de gases tóxicos e instrumentos auxiliares para o caso de insuficiência de oxigênio. Desta forma, na etapa de pós-colheita, a manutenção preventiva de uma unidade processadora e armazenadora de grãos e sementes agrícolas se apresenta como uma realidade inevitável para a otimização e a sustentabilidade de todo o processo produtivo envolvido, garantindo a qualidade final do produto, a continuidade de produção e o retorno financeiro ao .M empreendedor. Ednilton Tavares de Andrade, Leandro Gonçalves Dias e Luciana Pinto Teixeira, UFF

ARMAZENAMENTO

O

utras medidas que aumentam a proteção de produtos agrícolas armazenados são: • proteção contra entrada de insetos, nas saídas de ar e janelas; • proteção contra ratos, nos armazéns com fundação elevada; • isolamento da área de armazenamento de outras áreas destinadas ao processamento, para evitar a penetração de pó, ar úmido e insetos; • manutenção das partes interna e externa limpas, sem acúmulo de entulho, pó, grãos ou sacarias; • aplicação periódica de inseticida em todo o armazém; • calafetamento das fendas em paredes e pisos; • utilização de estrados de madeira para evitar o contato dos sacos com o piso; • Inspeção dos grãos durante o ar-

mazenamento. Verifique semanalmente as condições como: sinais de ataque por insetos, pássaros, roedores e modificações em aspectos como cor e odor. Além de todo esse controle para a manutenção de equipamentos e da higiene local, ao se findar um adequado funcionamento de uma unidade armazenadora é ideal que haja uma periódica inspeção das condições ambientais circundantes, já que este ao impactar o ambiente interfere diretamente no desenvolvimento local e de produção. A ocorrência desses impactos pode prover condições para a paralisação da funcionalidade da unidade, à medida que estas podem originar danos à saúde do trabalhador, à população circundante, ao ambiente de forma geral, à qualidade final do produto e na imagem da empresa perante a sociedade.



hastes sulcadoras

Cultivar

Sulco perfeito Apesar dos avanços que já ocorreram, as hastes sulcadoras existentes no mercado ainda podem ser melhoradas no sentido de promover maior volume de solo mobilizado e exigir menos força de tração

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além de 5 a 7cm de profundidade e, por vezes, o sulco de semeadura apresentava profundidade bastante irregular. A solução encontrada foi a substituição dos sulcadores do tipo discos duplos por sulcadores fixos, tipo facão, adequando estrategicamente um disco de corte de palhada à frente de cada um, dispondo inclusive de regulagens para atuação em diferentes profundidades. Nos solos onde a compactação já se tornou crítica, os agricultores têm efetuado a escarificação do solo até próximo de 20cm de profundidade. Também, em outros casos, voltou a se empregar a grade aradora, tanto para aliviar a compactação, como tentar erradicar ou controlar doenças e pragas presentes no solo. Esses preparos de solo podem, no entanto, provocar a exposição de pedras para a superfície do solo, ativar o banco de sementes de invasoras, deixar a superfície do solo descoberta, favorecendo o processo erosivo em caso de chuvas intensas.

Outra solução que está sendo testada para aliviar a compactação do solo é a utilização de plantas de cobertura com sistema radicular agressivo. No entanto, os resultados indicam que é essa técnica é um processo lento. Atualmente, os sulcadores de adubo do tipo facão podem operar à profundidades de 6cm até próximo de 20cm, razão pela qual às vezes tem sido comparados a hastes de escarificadores. As principais conseqüências do uso desse tipo de sulcador no SPD são: 1) O aumento do volume de solo mobilizado na linha de semeadura, podendo alcançar de 250 a 700m³/ha (para comparação, uma aração a 20cm de profundidade mobiliza 2.000m³/ha); 2) Maior incorporação da palhada que está sobre a superfície do solo, podendo esta ser praticamente “coberta” por solo resultante da mobilização do facão, especialmente quando a operação de semeadura for efetuada em solos

Perfilômetro de varetas, usado para medir a área de solo mobilizada no sulco de semeadura por sulcador tipo facão

Exemplo de sulcador tipo facão, que equipa as plantadoras de plantio direto

Fotos Renato Levien

O

método de preparo tecnicamente denominado de semeadura direta, mais conhecido como Sistema de Plantio Direto (SPD), teve um incremento significativo de área a partir da década de 90 no Brasil. O SPD foi inicialmente baseado em reduzida mobilização do solo, em torno de 60m3/ ha, por dois motivos principais: os sulcadores de adubo das semeadoras-adubadoras eram do tipo disco duplo e o espaçamento das principais culturas que eram semeadas sob PD eram o milho e a soja, cujo espaçamento entre linhas mais freqüentemente empregado era de 90 e 60cm, respectivamente. Com o decorrer do tempo de uso do solo sob SPD e especialmente com a retirada dos terraços das lavouras, operações de semeadura, aplicações de agroquímicos e defensivos agrícolas, colheita e transporte de grãos passaram a ser feitos com máquinas e equipamentos de maior porte e peso. Como nem sempre as operações podem ou são feitas em condições adequadas de umidade do solo e como não há mais o revolvimento da camada superficial do solo a cada safra, a exemplo do que vinha sendo feito com aração e escarificação, problemas mais ou menos sérios de compactação do solo foram detectados nas lavouras, em especial naquelas com maiores teores de argila. Um problema imediato resultante do maior estado de compactação do solo no SPD foi a dificuldade de penetração dos sulcadores do tipo discos duplos das semeadoras-adubadoras de precisão, já que estes penetram no solo devido ao peso. Mesmo com adição de lastros nas semeadoras, os discos duplos não penetravam


Fotos Renato Levien

Sulcador de adubo do tipo facão, apresentando diferentes opções de regulagem de profundidade

com declive, alta velocidade (maiores do que 7,5km/h), solos muito compactados e/ou com baixa umidade na camada superficial e quando semeadas culturas com reduzido espaçamento entre linhas (38 – 45cm); 3) Com maior mobilização na camada superficial, em extensão e em profundidade, e maior incorporação dos resíduos das culturas anteriores, poderá haver, temporariamente, maior disponibilidade de nutrientes em subsuperfície, já que estes, na maioria das vezes, são aplicados superficialmente. Porém, há maior probabilidade de oxidação da matéria orgânica acumulada na camada mobilizada, maior temperatura do solo até a época em que o próprio dossel da cultura cubra totalmente a superfície do solo, maior probabilidade de escoamento superficial da água das chuvas na forma de enxurrada, especialmente se a semeadura for efetuada morro acima - morro abaixo; 4) Aumento da demanda de tração e, conseqüentemente, requerimento de mais potência e potencial de tração dos tratores que operam com semeadoras de PD. Para comparação, semeadoras-adubadoras equipadas com sulcadores de adubo tipo discos duplos, trabalhando em solo argiloso em torno de 6,0cm de profundidade e operando em nível, a uma velocidade média de 6,5km/h, com trator 4x2 TDA (Tração Dianteira Auxiliar), há necessidade de 6,0CV por linha. Caso opere morro acima (aclive médio de 7%, por exemplo), esta demanda passa para 8,0CV por linha de semeadura. Nas mesmas condições de semeadura especificadas, se fosse empregado um sulcador fixo do tipo facão e operando a profundidade média de

14cm, a exigência de potência do trator, trabalhando em nível, passaria para 11,0CV por linha e, em aclive médio de 7%, para 14,0CV por linha. Em ambas as simulações foi considerado solo argiloso com teor de umidade adequado próximo da friabilidade, a semeadoraadubadora de precisão totalmente abastecida com sementes e adubo e o trator lastrado; 5) Quando se utiliza o sulcador facão em solos com teor de argila maior do que 35% e em condição de alta umidade, a mobilização não ocorre e pode haver “espelhamento” das paredes do sulco, podendo ocasionar problemas para desenvolvimento radicular das culturas; 6) Quando se utiliza sulcadores facão com ponteiras estreitas em profundidades maiores do que cinco a seis vezes a sua largura, não ocorre a mobilização correspondente à maior demanda de tração necessária ao seu aprofundamento. As produtividades obtidas com uso de sulcadores de discos duplos nem sempre são superiores àquelas obtidas com uso de sulcadores de discos duplos, notadamente quando não há deficiência hídrica ao longo do ciclo de desenvolvimento da cultura implantada sob SPD. Entretanto, pesquisas e resultados de lavoura têm demonstrado que em

anos com deficiência hídrica moderada e em solos mais compactados, a produtividade de culturas como de milho e soja pode ser de até 15% superior. Este incremento de produtividade normalmente compensa o maior gasto com combustível (função do emprego de trator com maior potência) e/ou menor capacidade operacional (função do uso de menos linhas de semeadura) do conjunto trator-semeadora, em relação ao uso de sulcadores do tipo disco duplo. Conclui-se que há necessidade de estudos e projetos de sulcadores tipo facão que consigam atender simultaneamente os seguintes objetivos: a) proporcionar o maior volume de solo mobilizado na linha de semeadura para, efetivamente, reduzir a compactação; b) promover a menor exposição do solo em superfície, deixando toda a cobertura sobre a mesma; c) demandar o menor esforço de tração possível; d) permitir operação de semeadura a velocidades que permitam obter alta capacidade operacional de campo. Isso certamente constitui um desafio para os pesquisadores, técnicos, empresas fabricantes de semeadoras e produtores para que não haja necessidade de se voltar a utilizar métodos de preparo de solo como aração e gradagens, gradagem pesada ou escarificação em lavouras conduzidas por muito tempo sob SPD, devido ao alto grau de mobilização e ao alto investimento econômico e energético .M requerido pelos mesmos. Renato Levien, Carlos Ricardo Trein, Osmar Conte e Henrique Debiasi, UFRGS

Exemplo de mobilização do solo, causada por diferentes tipos de sulcadores

Mesma marca de semeadoraadubadora de plantio direto com diferentes tipos de sulcadores de adubo

Abril 08 • 27


potência de máquinas

Potência em excesso Estudo mostra que há mais potência nos tratores utilizados nas lavouras brasileiras do que realmente é necessário, e que a média de máquinas por hectare no RS e PR é superior à nacional

A

Universidade Federal de Santa Maria, através do Núcleo de Ensaios de Máquinas Agrícolas, preocupada com a procura de informações de agricultores da sua região de abrangência, relacionadas ao uso de máquinas agrícolas, realizou recentemente um levantamento da quantidade de máquinas existentes em empresas rurais das principais culturas do estado. O levantamento de dados obtido com a aplicação

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do questionário, é composto de informações iniciais, inventário de recursos humanos, inventário de terras, inventário de operações, inventário de tratores e colhedoras, inventário de máquinas e implementos e inventário de benfeitorias. Foram amostradas 22 propriedades rurais com área superior a 50 hectares que, dentre suas atividades, desenvolvessem exclusivamente a cultura do arroz ou soja, totalizando 12.259 hectares de superfície útil. As

unidades agrícolas dessas propriedades foram classificadas em estratos, com intervalos de áreas de 50 a 249, de 250 a 499, de 500 a 749 e maior que 749 hectares. Em cada estrato existem unidades agrícolas produtoras de soja e arroz, exclusivamente. Analisando a composição do mercado de tratores de rodas (Figura 1), encontrou-se no total da amostragem maior participação da marca Massey Ferguson, fabricada pela AGCO, representando 42,2% da amostragem, seguida


“Foram amostradas 22 propriedades rurais com área superior a 50 hectares que, ” soja” dentre suas atividades, desenvolvessem exclusivamente a cultura do arroz ou soja Massey ferguson

Figura 1 - Composição atual do parque de tratores agrícolas amostrados região central do estado do Rio Grande do Sul, 2007

tores agrícolas, de acordo com a potência unitária (cv), segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores para os tratores de rodas amostrados. Observa-se que no estudo realizado não se encontrou nenhum trator com potência de até 49cv, enquanto que a maioria, 70% dos tratores, enquadrou-se na faixa de 100 a 199cv. A Tabela 2 demonstra o número de tratores existentes nas propriedades amostradas e respectiva área (ha) por trator nos estratos aplicados. No intervalo de área entre 50 a

*Número de unidades amostradas.

Figura 2 - Composição de mercado de colhedoras amostradas na região central do estado do Rio Grande do Sul, 2007

*Número de unidades amostradas.

Figura 3 - Classificação dos tratores agrícolas, de acordo com a potência unitária (cv), segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores para os tratores de rodas amostrados

Valtra

pela New Holland, incluindo a marca antiga Ford, com 21,9% do mercado. As marcas Valtra, sucessora da Valmet, apresentou participação de 18,8%, e finalmente a marca John Deere com 8,6% do total. No que se refere a colhedoras, Figura 2, a composição de mercado encontrada na pesquisa teve maior participação da marca Massey Ferguson, com 37,5% do mercado, seguida pela marca John Deere, com 33,3% e finalmente a New Holland, com 27,1% de participação. Na Figura 3 tem-se a classificação dos tra-

Abril 08 • 29


249 hectares, tem-se 3,5 tratores por propriedade e 52,1 hectares por trator, já no maior intervalo, maior que 750 hectares, tem-se 7,5 tratores por propriedade e próximo a 146,4 hectares por trator. Segundo Anfavea (2006) o índice de mecanização agrícola no Brasil expresso em hectares por trator de rodas chegou, em 2006, a 171 hectares por trator, um dos mais altos índices desde 1975. Comparando os números da Anfavea com os valores observados na amostragem, a área por trator encontrada demonstra que na região central do estado do Rio Grande do Sul há mais tratores de rodas que para o Brasil, sendo que a média é de um trator para cada 89,8 hectares, enquanto que a média nacional é de 171ha por trator. Por outro lado, se compararmos o índice de mecanização agrícola de outros países, como Argentina, Canadá, Estados Unidos, França e Reino Unido, com valores de 93,1, 62,3, 36,4, 14,6, 11,3 hectares por trator, respectivamente, (Anfavea, 2006), a região central do estado do Rio Grande do Sul, com valor médio de 86,8 hectares por trator de roda, está mais próxima desses países com relação ao restante do país. Valores próximos aos pesquisados no Rio Grande do Sul foram encontrados por Gimenez (2006) no estado do Paraná, no qual o estrato de 100-300 hectares apresentou 2,8 tratores, de 300-600 apresentou 4,4 tratores, de 600-900, 5,9 tratores, e maior que 900 hectares apresentou 8,1 tratores por unidade agrícola. Este autor demonstrou que no Paraná também há mais equipamentos em comparação com a média brasileira, com média de seus estratos de 128 ha por trator. Na Tabela 3 apresenta-se o número de colhedoras existentes nas propriedades amostradas e respectiva área cultivada por colhedora nos estratos aplicados. Identifica-se um crescimento gradual no número de colhedo-

Tabela 1 - Distribuição das propriedades amostradas segundo estratos de área cultivada total (ha) Identificação do estrato 1 2 3 4 Total (média)

Intervalo de classe (Ha) 50 - 249 250 - 499 500 - 749 >749

Área média (ha) 182,33 320,00 595,00 1.098,33 (548,92)

Número propriedades 6 5 5 6 22

Tabela 2 - Número de tratores de rodas existentes nas propriedades amostradas e respectiva área cultivada por trator nos estratos aplicados Intervalo de classe (ha) 50 - 249 250 - 499 500 - 749 >749 Média

Média Tratores/Propriedade Hectares/Tratores 3,5 52,1 4,2 76,2 8,2 72,6 7,5 146,4 5,9 86,8

Tabela 3 - Número de colhedoras existentes nas propriedades amostradas e respectiva área cultivada por colhedora nos estratos aplicados Intervalo de classe (ha) 50 - 249 250 - 499 500 - 749 >749 Média

Média Colhedoras/Propriedade Hectares/Colhedora 0,8 218,8 2,2 145,5 2,4 247,9 3,3 329,5 2,2 235,4

Intervalo de classe (Ha) 50 - 249 250 - 499 500 - 749 >749 Total (média)

Total de ha 1.094 1.600 2.975 6.590 12.259

kW

kW.ha-1¹

1.494,6 1.674,5 3.406,5 3.778,7 10.354,2

1,37 1,05 1,15 0,57 (1,03)

Tabela 5 - Distribuição de potência (kW. ha-1) nas propriedades amostradas por cultura nos estratos aplicados Intervalo de classe (Ha) 50 - 249 250 - 499 500 - 749 >749 Média

Índice de mecanização (kW. ha-1) Soja Arroz 0,84 1,93 0,68 1,81 0,66 1,77 0,42 0,98 0,65 1,62

Rio Grande do Sul e Paraná têm média de tratores por hectares bem acima da média nacional

30 • Abril 08

New Holland

Tabela 4 - Índice de mecanização agrícola e potência total para as propriedades amostradas segundo estratos de área semeada total (ha)

Figura 4 – Distribuição de tratores por área em função da

ras por propriedade conforme aumenta a área no intervalo de estrato aplicado. Percebe-se que primeiro no estrato o número de colhedoras por propriedade é inferior a uma unidade, comprovando o uso de serviço terceirizado de colheita nas menores áreas, no qual em muitos casos torna-se inviável a aquisição de uma colhedora. A Figura 4 apresenta a distribuição de tratores por área e em função da cultura. Nota-se que, com o aumento da área de cultivo da soja, o número de tratores aumenta suavemente em comparação com o aumento que é gerado no momento em que se aumenta a área de arroz, no qual é quase proporcional ao aumento da área. Este fator se explica em função de que a cultura do arroz concentra muitas operações no período de semeadura, isso, se não for planejado antecipadamente, demanda maior número de tratores. Viu-se que a área da cultura do arroz, em sua maior parte, é arrendada e, em função disso, as operações concentram-se, pois as áreas em que a cultura será implantada geralmente são ocupadas por pecuaristas durante o inverno, que mantêm os animais sobre pastejo até o mês de agosto, dificultando e até


“Em áreas maiores notou-se maior rendimento operacional das semeadoras, tanto para o real como para o planejado”

Figura 5 - Potência média dos tratores agrícolas de rodas e índice de mecanização para os estratos aplicados

impossibilitando o preparo antecipado da área. Do ponto de vista de utilização de potência para a realização das operações, percebe-se na Figura 5 que as propriedades rurais que se enquadram nos maiores estratos possuem maior eficiência, isso devido aos tratores possuírem maior potência média e o índice de mecanização menor. A potência média por trator foi de 71,17kW para o menor estrato, 79,73kW para o segundo, 83,08kW o terceiro e 83,97 para o estrato superior a 749 hectares. Isto pode ser explicado considerando que as potências utilizadas nas menores propriedades são definidas a partir da potência necessária para tracionar o implemento na operação de maior demanda de potência, dessa forma o índice de mecanização (kW.ha-¹) das áreas menores tendem a ser maiores. Observando a Tabela 4, onde se tem índice de mecanização agrícola para as propriedades amostradas segundo estratos de área semeada Em propriedades entre 50 e 249 hectares, a média é de 3,5 tratores por propriedade

Figura 6 - Índice de mecanização (kW. ha-¹) nas propriedades amostradas por cultura

total (ha) e potência total encontrada em cada estrato (kW), percebe-se que a tendência do índice de mecanização é reduzir conforme aumenta a área. Porém, no intervalo de área de 500 a 749 hectares, esse índice volta a aumentar, devido ao número de tratores por propriedade superior ao estrato seguinte, aliado à pequena diferença de potência média entre os tratores dos dois últimos estratos e menor área do intervalo de 500 a 749 hectares. Quanto ao índice de mecanização por área de semeadura nas propriedades amostradas, considerando as culturas de arroz e soja, no Charles Echer

cultura

qual se verifica que o maior uso da potência está no estrato 1, de 50 a 249 hectares, com o índice de mecanização de 1,37 kW.ha-¹. Conforme aumenta a área, a utilização da potência (kW. ha-¹) tende a reduzir. Isso demonstra que nas maiores unidades de área a eficiência das máquinas agrícolas pode ser maior. O índice de mecanização médio observado na região central do Rio Grande do Sul considerando a amostragem usada, para as culturas de arroz e soja, foi de 1,03kW. ha-¹. Analisando separadamente o índice de mecanização tanto para a cultura do arroz,


Landini

Case IH

como para a da soja, e considerando toda a amostragem, do menor ao maior estrato de cada cultura, de modo que as propriedades somente cultivem exclusivamente uma das culturas, obteve-se uma média de 1,65kW. ha-¹ para a cultura do arroz e 0,63kW.ha-¹ para a cultura da soja. Dessa forma, verificou-se que o índice de mecanização no arroz é superior ao da cultura da soja para a mesma área observada, conforme Figura 6. A Tabela 5 apresenta o índice de mecanização (kW. ha-¹) por cultura em função do intervalo de área aplicado. Constata-se que no intervalo de 50 a 249 hectares, o índice para a soja foi de 0,84kW. ha-¹, enquanto que para a cultura do arroz, esse valor foi de 1,93kW.ha-¹. Dessa maneira ocorreu sucessivamente, na media em que os intervalos de área foram aumentando, a relação de potência por hectare foi reduzindo para as duas culturas, chegando a valores próximos à metade do utilizado no primeiro estrado em comparação com o de maior estrato. Analisando comparativamente o índice de mecanização pesquisado na cultura da soja com a do arroz percebe-se que a primeira utiliza na média 60% menos da potência por hectare usada na segunda cultura. Machado (2002), analisando o índice de mecanização da área orizícola da região central do Rio Grande do Sul, encontrou valores de 1,29kW.ha-¹ para intervalo de áreas entre 181 a 400 hectares, e 0,66kW.ha-¹ para áreas superio-

Tabela 6 - Distribuição da área (ha) de soja semeada por linha Estrato (ha) 50 - 249 250 - 499 500 - 749 >749 Total (Média)

O tempo médio de utilização dos tratores no Rio Grande do Sul é de 14,82 anos

res a 400 hectares. Verificando a utilização de semeadoras, na Tabela 6, contatou-se que a área média semeada da cultura de soja por linha no campo foi de aproximadamente 29 hectares, no entanto, com a realização dos planejamentos, obteve-se um valor superior ao real, constatando que as unidades produtoras de soja podem otimizar suas máquinas em até 11,6%. Isso pode ser realizado através da ampliação da área semeada ou redução do número de linhas, reduzindo, conseqüentemente, a necessidade de potência para tracionar o equipamento. Nota-se que, tanto para o dimensionamento planejado como para o real existente no campo, existe semelhante tendência, na qual nas menores propriedades se tem o menor rendimento por linha, enquanto que nas maiores áreas ocorre o vice-versa. Para

Semeadoras Total Nº de Área de ha propriedades média Total de linhas Ha/linha 22 25,45 560 3 186,6 38 27,37 1040 3 346,6 58 28,28 1640 3 546,6 132 35,15 4640 4 1160,0 (29,06) 7880 13

Tabela 7 - Distribuição da área (ha) de arroz semeada por linha Estrato (ha) 50 - 249 250 - 499 500 - 749 >749 Total (Média)

Semeadoras Total Nº de Área Total de linhas Ha/linha de ha propriedades média 60 8,90 534 3 178,0 42 13,33 560 2 280,0 120 11,13 1335 2 667,5 152 12,83 1950 2 975,0 (11,55) 4379 9

propriedades com até 249 hectares, uma linha de semeadora tem a capacidade de semear aproximadamente 25 hectares, como o constatado no campo e no planejado. Em áreas maiores notou-se maior rendimento operacional das semeadoras, tanto para o real como para o planejado. No maior estrato, com área superior a 749 hectares, representando 4.640 hectares de semeadura e com uma área média de 1.160 hectares cada propriedade, observou-se 35ha para cada linha no campo e mais de 42 hectares por linha no planejado. Dessa forma, a semeadura das lavouras de soja pode ser otimizada através da redução no número de linhas ou ampliando a área semeada. Na Tabela 7, apresenta-se distribuição da área (ha) de arroz semeada por linha real e planejada. Verificou-se que os produtores de arroz estão otimizando melhor as semeadoras, pois a média de hectares por linha calculada foi menor que a média de campo. Esse fato foi devido, possivelmente, à maior jornada de trabalho utilizada nas lavouras. Dessa forma, evidenciase que as lavouras de arroz estão dentro de um valor próximo ao planejado e possuem melhor utilização de suas semeadoras em comparação com a cultura da soja. Deste estudo pode-se também concluir que a cultura do arroz apresenta maior número de unidades de máquinas agrícolas que na soja, em função de ocorrer um maior número de operações concentradas no período próximo à semeadura. A utilização média dos tratores na região central do Rio Grande do Sul é de 14,82 anos. A maior parte destes tem até dez anos de .M utilização. José Fernando Schlosser, Luis Henrique Zibikoski Ereno e Marçal Elizandro Dornelles, Nema – CCR - UFSM

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Cultivador CS3

Cultivador CS3 O Cultivador CS3, da Semeato, é um implemento específico para aplicações em áreas canavieiras, projetado para facilitar a incorporação de fertilizantes no solo coberto pela palhada

R

ecém-lançado pela Semeato, o Cultivador CS3 é um projeto voltado para lavouras canavieiras. O CS3 é um equipamento que permite a realização de múltiplas tarefas em uma mesma operação, adubação incorporada na soqueira de cana-crua ou queimada, retirada da palhada existente sobre

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a linha da cana crua, aplicação de produtos fitossanitários na forma líquida, aplicação de produtos fitossanitários na forma sólida, aplicação de produtos microgranulados. O Cultivador Semeato possui três linhas duplas com espaçamentos reguláveis. A utilização de linhas duplas permite re-

alizar a adubação em ambos os lados da soqueira da cana, simultaneamente. Cada uma das linhas duplas é composta por dois sulcadores de efeito guilhotina, com discos de 26”, defasados entre si, que realizam o corte da palhada e a abertura do sulco para a deposição do fertilizante, incorporado ao solo.


“O CS3 é um equipamento que permite a realização de múltiplas tarefas em uma mesma operação ” operação” Fotos Semeato

O CS3 possui três conjuntos limpadores de palha, que a retiram da linha da cana

ma. As rodas trabalham independentes uma da outra e também do disco de corte e atuam através de pressão de molas. O CS3 possui três conjuntos limpadores de palha, um para cada uma das linhas duplas, que retiram a palhada existente sobre a linha da cana, colocando-a na entrelinha. Esta operação é realizada com a finalidade de antecipar e uniformizar a brotação. Além disso, com a retirada da palha da linha da cana, obtém-se maior índice de brotação da soqueira e ainda maior número de perfilhos brotados. O limpador de palha é montado sobre um sistema pantográfico, para melhor acompanhar as ondulações do terreno. É formado por um conjunto de quatro discos estrelados por linha, montados em um sistema de balancin. Possui regulagem de altura de trabalho e do ângulo de saída da palha. Os reservatórios de fertilizantes, em A distância entre os dois sulcadores de cada uma das linhas duplas também é regulável, permitindo que a adubação seja realizada o mais próximo possível da soqueira da cana. A distribuição de fertilizante próxima da soqueira e incorporada ao solo, resulta em maior eficiência da adubação devido ao melhor aproveitamento dos nutrientes pelas plantas. As perdas de nutrientes provocadas por volatilização, principalmente de nitrogênio (N), diminuem significativamente com a incorporação do fertilizante, aumentando, assim, a disponibilidade deste nutriente para as plantas. No cultivo da soqueira de cana crua, utiliza-se em cada sulcador, um conjunto de duas rodas pressionadoras de palha, próximas ao disco, para auxiliar o corte da mes-

Duas rodas compactadoras estão posicionadas à frente dos discos, para firmar a palha no momento do corte

número de três, são construídos em material anticorrosivo, do tipo polietileno, possuem capacidade total de aproximadamente 900kg. A distribuição de fertilizante é realizada através de roscas sem-fim duplas, com exclusivo sistema de cápsula de PVC substituível. A utilização de roscas sem-fim duplas permite a distribuição de grandes quantidades de fertilizantes em baixas rotações. O fertilizante é conduzido desde os reservatórios até os sulcadores através de condutores do tipo telescópico. A transmissão do CS3 é realizada através de sistema hidráulico, composto por

Cada uma das linhas é composta por dois sulcadores-guilhotina, com discos de 26" defasados entre si que realizam o corte da palha e a abertura do sulco para deposição do fertilizante

Abril 08 • 35


Fotos Semeato

Detalhe dos discos de corte de 26" e do sistema de deposição de fertilizantes

um motor hidráulico com válvula reguladora de fluxo de óleo, manual, ou ainda, através de sistema eletro-hidráulico, onde o controle da distribuição de fertilizantes é realizado através de um controlador eletrônico, instalado no trator. Este sistema trabalha independentemente das variações de velocidade do trator, visto que possui elementos que indicam a velocidade de deslocamento, fazendo com que a distribuição de fertilizante seja proporcional à mesma. A transmissão eletro-hidráulica possibilita operar com taxas de aplicação fixas, permitindo a armazenagem de até três doses de aplicação pré-definidas, onde o operador poderá eleger qualquer uma delas, a qualquer momento, mesmo com a máquina em movimento, com um simples

toque em um botão. O controlador fornece, ainda, informações como a área total trabalhada, área parcial trabalhada, volume total de produto aplicado, volume parcial de produto aplicado, velocidade de deslocamento, distância percorrida e momento de reabastecimento. A utilização do sistema eletro-hidráulico, permite ainda, realizar aplicações de fertilizantes em taxas variáveis, de acordo com mapa de recomendação. Isto requer a utilização conjunta de um GPS e um computador portátil, do tipo handheld. Opcionalmente o CS3 dispõe de um

sistema para aplicação de produtos microgranulados, onde a distribuição de tais produtos é realizada através rotores acanalados helicoidais, fabricados em poliuretano. A regulagem da dosagem destes produtos é realizada de maneira fácil e rápida, sem a utilização de ferramentas, através de caixa variadora de velocidades. O CS3 oferece também como opcional um sistema de pulverização para a aplicação localizada de produtos fitossanitários líquidos. Este sistema é composto por um reservatório em polietileno, bomba elétrica .M e bicos antigotejamento. ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS

Os reservatórios de fertilizantes são construídos em material anticorrosivo, do tipo polietileno, com capacidade para 900kg cada

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MODELO Capacidade de fertilizantes Capacidade do tanque de pulverização Capacidade de produtos microgranulados Número de linhas Sulcador Espaçamentos Transmissão Distribuição de fertilizantes Distribuição de microgranulados Peso aproximado Potência requerida

CS3 900 quilos 280 litros 12 litros/reservatório 3 linhas duplas Guilhotina de 26” 1,10 – 1,20 – 1,30 – 1,40 – 1,50 metros Hidráulica ou eletro-hidráulica Roscas sem-fim duplas Rotor acanalado helicoidal 2.400 quilos 150 cavalos (totalmente lastreado)



dimensionamento

Charles Echer

Dimensão exata Um dos pontos importantes da colheita é o fluxo ideal dos grãos, da lavoura até a armazenagem, e a eficiência dessa operação está diretamente ligada ao dimensionamento correto da unidade armazenadora

É

sabido que o dimensionamento de uma Unidade Armazenadora está diretamente relacionado com a capacidade de colheita ou, melhor dizendo, velocidade com que o produto vai sendo retirado da lavoura. Em algumas circunstâncias, grãos são colhidos no ponto de maturação fisiológica, quando muitas vezes ainda estão leitosos. Num país com dimensões continentais encontram-se características de agricultura específicas, tanto no tangente à colheita, tempo de colheita, época de colheita, estação de colheita bem como características específicas do tipo de cultura agricultável e finalidade do

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produto. Em regiões como o Centro-Norte do Brasil, é comum encontrarmos quatro, cinco ou seis colhedoras em áreas de 200 ha em função da necessidade de colheita rápida na estação das chuvas. Em contrapartida em regiões de minifúndios

como o Sul do país, a colheita é feita no inverno, seco, com velocidade menor. Tratam-se de duas características distintas e projetos de armazenagem diferenciados. Enquanto um limita-se a uma pequena capacidade estática de armazenamento e alta capacidade de segregação

Detalhes da operação: aplicação do calor, expansão da água e ruptura celular, seguidas do murchamento e morte da planta



Fotos GSI

Ao adquirir e dimensionar uma unidade armazenadora, deve-se observar a capacidade de fluxo e flexibilidade de processos

do produto, tanto por qualidade como por tipo de grão, outro sistema caracteriza-se pela grande capacidade de armazenagem, na maior parte das vezes para um único produto. Embora nos casos de alto fluxo precisem-se de unidades para capacidade de recebimento bem maior (+ toneladas\ hora), em ambos os casos o que vai definir o fluxo de entrada é a capacidade de secagem. O secador é que vai definir a intensidade de recebimento num intervalo de tempo da Unidade Armazenadora. Portanto, ao adquirir ou dimensionar uma Unidade Armazenadora, sempre deve ser dada uma atenção muito especial aos fluxos e à flexibilidade de processos, “caminhos do grão dentro da unidade de Recebimento”. Fluxos versáteis e bem distribuídos são necessários para que consigamos dar destino a todos os tipos de grãos advindos da lavoura, úmidos e sujos, úmidos e limpos, secos e sujos, secos e limpos (Figura 1) devendo dentro do possível ter fluxos seco e úmido simultâneos dentro do processo. O dimensionamento da unidade receptora de grãos está diretamente relacionado a velocidade de colheita. Um equacionamento simples é estabelecer-se uma igualdade entre o fluxo de colheita das lavouras e o fluxo de secagem na unidade de recebimento. “Fluxo de colheita = fluxo de recebimento”, alta velocidade na colheita = alta velocidade de recebimento e secagem. Em condições do Norte do Brasil, grãos, principalmente de soja, são retirados das lavouras devido a esparsos peExemplo do fluxo de recebimento de uma unidade armazenadora de arroz

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Sistemas de tombamento do produto para descarregamento ajudam a agilizar o processo de recebimento dos grãos

ríodos de sol com teores de umidade superiores, chegando até a 30%. A colheita, em alguns casos, é realizada com quatro, cinco colhedoras em áreas de 20 ha. Há, portanto, um maior risco no grão transportado. O transporte precisa ser rápido, em tempo hábil para evitar aquecimento da massa e danos mecânicos ao grão, a recepção deverá ter uma eficiência elevada, despachando rapidamente o “fluxo de entrada dos grãos”. Para que isso ocorra, o dimensionamento do processo deve passar pelo sistema de secagem bem dimensionado, portanto, a partir do secador (coração da unidade), dimensionam-se os demais equipamentos. Os equipamentos (trans-

portadores horizontais e verticais) necessários para alimentar e extrair o produto do secador são dimensionados a partir dele. O dimensionamento do secador, portanto, é feito baseado na quantidade de produto a ingressar por hora na unidade de armazenamento, e os fluxos de destino do grão, sendo ele soja, arroz, feijão, milho, trigo etc, são delineados em cima da finalidade do grão. Na foto abaixo, é possível verificar um fluxo de abastecimento de uma unidade de arroz, ao lado, uma unidade para soja com alta capacidade de recebimento e armazenamento. Em caso de soja os fluxos serão diferentes do arroz, pois são características bem distintas. Obedecendo-se as características de entrada de grãos, em regiões de maior fluxo, são dimensionadas, além de estruturas de recebimento normais, geralmente dois secadores para rodízio de produto advindo da lavoura com umidade muito alta, acima de 30%, sistemas de tombamento do produto para descarregamento em menor tempo. Em resumo, o dimensionamento da unidade armazenadora parte do secador, “atendendo o fluxo mínimo”, sendo o pré-secador e o pós-secador (demais equipamentos) com fluxos de 10 a 15% superiores ao mesmo e devem atender todas as possibilidades de manejo do grão dentro da unidade armazenadora. .M Clóvis Priebe Bervald, GSI Brasil


Parker

Soluções customizadas Parker Hannifin, com foco em soluções para o agronegócio, dispõe de vasta linha de produtos para fabricantes de máquinas agrícolas protocolo CANbus, o padrão de comunicação mais seguro e robusto para aplicações móbil. O IQAN trabalha igualmente bem em aplicações simples, onde a facilidade de ajustes e a configuração modular são vantagens, e em sistemas mais complexos, onde a interface homem-máquina é requerida. Todas as funções podem ser customizadas, tanto através de sua programação, quanto através de ajustes diretamente em um display, via laptop, ou, ainda, remotamente através de conexão via modem wireless. O IQAN é uma ferramenta para reduzir custos e tempo em desenvolvimentos de sistemas móbil. A tecnologia Parker está cada vez mais focada às necessidades do cliente e traz as .M melhores soluções ao agronegócio.

Fotos Divulgação

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Parker oferece aos fabricantes de máquinas e implementos agrícolas, soluções completas e customizadas para máquinas e sistemas hidráulicos, pois possui a mais completa linha de produtos hidráulicos, filtros, sistemas de monitoramento e equipamentos para condução de fluidos, vedações, mangueiras, tubos e conexões, desenvolvendo as mais inovadoras tecnologias. Dentre as novidades voltadas ao setor, está o programa Frota 100% Racor, que oferece inovações e reduz o custo operacional das frotas agrícolas. Por meio de produtos diferenciados, que possibilitam retorno financeiro, a Parker Racor inova com os benefícios no campo. Entre os itens do programa destacamos os Filtros Hydrocarbon que são projetados para filtragem de grandes vazões de combustível em condições severas. Possibilitam a troca rápida dos elementos filtrantes, podem ser instalados em reabastecedores móveis, em pontos de reabastecimento ou como um filtro primário do combustível/separador de água. Facilitam a vida do agricultor e eliminam

o tempo de parada das máquinas para reparos recorrentes da contaminação, pois obtêm alto grau de remoção de contaminantes sólidos e água do combustível, e ainda proporcionam uma queima mais eficaz e redução no consumo do combustível. Além disso, a Parker desenvolveu o IQAN, que é uma ferramenta de desenvolvimento de sistemas hidráulicos integrados baseada em um software amigável, que pode ser programado conforme a necessidade de cada aplicação, como sistemas de controle eletro-hidráulicos, transmissões hidrostáticas e motores de combustão com supervisão eletrônica. Os módulos IQAN comunicam-se através de

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Zamprogna

Crescimento sólido

Com 70 anos de atividade, a Zamprogna não pára de crescer e busca aperfeiçoamento permanente nos seus sistemas de produção

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galvanizados para condução, tubos de aço inoxidável, tubos de aço inoxidável linha SZ (sanitários), tubos eletrodutos de aço galvanizado, blanks em aço carbono e inoxidável, chapas e tiras em aço carbono e inoxidável, perfis em aço carbono e inoxidável, telhas em aço carbono e inoxidável, slitter em aço carbono e inoxidável. Os tubos de aço com costura da Zamprogna podem apresentar características especiais quanto ao seu aspecto superficial, revestimento, seção, formato e outros requisitos sob consulta. A missão da empresa é oferecer produtos e serviços de qualidade, que atendam às necessidades dos clientes, trazendo benefícios para todos que participam do negócio e manter a empresa competitiva no seu ramo de atuação através da busca da melhor tecnologia disponível. Contando com unidades de produção em Porto Alegre (RS), Guarulhos (SP) e Campo Limpo Paulista (SP), a empresa completou 70 anos de atuação em agosto do ano passado e planeja investir R$ 300 milhões nos próximos dois anos. O objetivo é consolidar sua posição no setor metal-mecânico do Brasil elevando seu faturamento dos atuais R$ 770 milhões para aproximadamente R$ 1 bilhão em igual período. . M

Fotos Divulgação

Zamprogna S.A., empresa com mais de sete décadas de atuação no segmento metal-mecânico, está comemorando a conquista inédita, em nível nacional, de ser a única empresa certificada nos padrões: ISO 9001 - Sistema de Gestão da Qualidade, ISO TS 16949 - Indústria Automobilística, ISO 14001 - Sistema de Gestão Ambiental, ISO 27001 Segurança da Informação, OHSAS 18001 Sistema de Gestão Segurança e Saúde Ocupacional, além de ter certificado de marca de conformidade, atestado pela ABNT para tubos de condução (norma NBR 5580). Sendo que é a primeira empresa do segmento metal-mecânico a ter certificação ISO 27001. Com a qualidade de produtos assegurada e reconhecida internacionalmente, a Zamprogna reafirma o seu compromisso na busca da excelência em produtos e serviços. Dispõe de uma qualificada equipe de assistência técnica capaz de oferecer apoio e informações sobre a correta aplicação, bem como suporte no desenvolvimento de novos produtos. A linha de produtos Zamprogna é composta por tubos de aço carbono industriais/ mecânicos, tubos de aço carbono pretos e

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