Maquinas 74

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Destaques Matéria de capa

Ficha Técnica Nesta edição, Semeadora Victória 3600 da Stara

Potência bem administrada

Tratores

Confira o desempenho do trator gigante da Massey Ferguson, o MF 8480 Dyna VT

Conheça os benefícios de realizar o controle detalhado da sua frota de tratores

Índice

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14

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Nossa Capa Massey Ferguson

Rodando por aí

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Necessidade de tração em semeadoras

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Máquina para aplicação de calcário

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Ficha Técnica - Victória 3600

14

Tamanho de pneus

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Compactação de pneus

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Test Drive MF 8480 Dyna VT

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Avaliação sonora de tratores

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Controle de frota

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Nova fábrica da John Deere

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Agrishow 2008

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Grupo Cultivar de Publicações Ltda. www.revistacultivar.com.br

Cultivar Máquinas Edição Nº 74 Ano VIII - Maio 2008 ISSN - 1676-0158

www.revistacultivar.com.br cultivar@revistacultivar.com.br Assinatura anual (11 edições*): R$ 119,00

(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)

Números atrasados: R$ 15,00 Assinatura Internacional: US$ 90,00 EUROS 80,00

• Direção

Newton PPeter eter Sch ubert K. PPeter eter Schubert • Redação

Gilvan Queved o Quevedo Charles Echer • Revisão

Alin artzsch ddee Alm ei da Alinee PPartzsch Almei eid

• Design Gráfico e Diagramação

Cristiano Ceia

• Impressão:

Kun de In dústri as Gráfi cas Ltd a. und Indústri dústrias Gráficas Ltda.

• Comercial

Ped edrro Batistin Sed eli Feijó Sedeli • Assinaturas

Simone Lopes • Expedição

Di anferson Alves Dianferson

NOSSOS TELEFONES TELEFONES:: (53) • GERAL

• RED AÇÃO REDAÇÃO

3028.2000

3028.2060

• ASSINA TURAS ASSINATURAS

• MARKETING

3028.2070

3028.2065

Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados podem solicitá-las à redação pelo e-mail: cultivar@revistacultivar.com.br Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.


Montana

Super T ratores Tratores

Civemasa A tradicional empresa de implementos agrícolas Civemasa esteve presente na Agrishow Ribeirão Preto expondo seus produtos, com destaque especial para a linha canavieira.

Pelotas, na região sul do Rio Grande do Sul, passa a contar com a Super Tratores Máquinas Agrícolas, concessionária New Holland. Com 2,4 mil m², a nova loja conta com grande estoque de peças originais e assistência técnica prestada por técnicos formados na fábrica da montadora, em Curitiba (PR), além de oficinas móveis completas. “Nossa concessionária é modelo em qualidade dos serviços e agilidade no atendimento aos clientes”, garante o diretor-proprietário da Super Tratores, Paulo Costa Beber. A inauguração contou com a presença do diretor comercial da New Holland, Luiz Feijó.

Paulo Beber e Luiz Feijó

Valtra Leandro Marsili, diretor de Marketing, e Orlando Silva, diretor comercial, apresentaram os resultados da Valtra durante a Agrishow. A empresa mostrou no evento as colhedoras BC4500, máquina classe IV de trilha convencional, e a BC7500, de trilha axial, para grandes áreas de alta produtividade. Também foi enfocada a linha completa de tratores da marca, com motorização de 50 a 190 cavalos, além do projeto Leandro Marsili Orlando Silva biodiesel com garantia de fábrica. Gilberto Junqueira

Gerdau

Eugenio Fronza

Nova gerência Eugenio Fronza, assumiu a recém-criada gerência específica de treinamento para toda a América do Sul da John Deere.O objetivo da nova gerência é promover o alinhamento mundial das atividades do treinamento, aproveitando ao máximo a experiência da John Deere nos Estados Unidos e Europa, onde essa área tem grande desenvolvimento. Eugenio ocupava o cargo de gerente de Suporte ao Cliente.

O diretor geral de Operações do Grupo Gerdau, Cláudio Gerdau Johannpeter, e o coordenador da comissão julgadora, Luiz Fernando de Souza, apresentaram o lançamento da 26ª edição do Prêmio Gerdau Melhores da Terra, a mais importante premiação para o segmento de máquinas e implementos agrícolas da América do Sul. A data do evento coincide com a realização da Expointer, em setembro, no Rio Grande do Sul. Outras informações através do site www.melhoresdaterra.com.br.

Cláudio Gerdau e Luiz Souza

Trelleborg A Trelleborg trouxe lançamentos. Anderson Jacon, gerente de Vendas, deu ênfase às linhas de pneus TM 900 Hig Power e TM 800, indicados para tratores e colheitadeiras agrícolas.

Maggion Sebastião Ferrari, gerente de Marketing e Comunicação da Maggion, destacou os novos pneus agrícolas Super MHF e Frontiera 2, além de câmaras de ar em diversas medidas, para o mesmo segmento.

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Gates A Gates, líder mundial na fabricação de correias e mangueiras, apresentou sua linha de produtos ao público visitante e às empresas presentes na 15ª edição da Agrishow Ribeirão

FPT A FPT - Powertrain Technologies, empresa do Grupo Fiat, participou pela primeira vez da Agrishow Ribeirão Preto e anunciou a abertura para o mercado (até então atendia somente o Grupo Fiat). Mário Casale, gerente de Marketing, e Maurício Martins Neto, confirmaram o investimento de R$ 60 milhões na unidade de Sete Lagoas (MG), na ampliação da produção de motores a diesel, projetando para até 2010, produção de 100 mil unidades. A produção atuMário Casale e Martins Neto al é de 50 mil unidades.

IAC e Arysta Sebastião Ferrari

Gilberto Junqueira Zancopé, diretor-presidente da Montana Pulverizadores, fez o lançamento oficial da Cotton Blue 2805, primeira colhedora de algodão produzida no Brasil, durante a Agrishow Ribeirão Preto. A colhedora foi um dos grandes destaques da feira.

O Instituto Agronômico de Campinas (IAC), em parceria com a Arysta LifeScience, lançou a segunda unidade do Tech Movel, parte integrante do programa Aplique Bem. O projeto, que envolve tecnologia de aplicação, uso racional de defensivos agrícolas no campo e preservação do meio ambiente, é um serviço itinerante que há um ano percorre todo o país com laboratório móvel, com o objetivo de disseminar informações e demonstrar as tecnologias de aplicação de defensivos disponíveis, além de promover regulagem de máquinas, manejo e descarte correto de embalagens.

Roland Rieger

Kuhn A Kuhn trouxe equipamentos voltados para a pecuária e grãos, como ancinhos, fertilizadores, distribuidores de ração e espalhadores de esterco, além de plantadeiras para plantio direto, pulverizadores e trituradores. “Temos como objetivo buscar a liderança de mercado no Brasil, no segmento de produtos agropecuários”, assinalou o presidente da empresa, Roland Rieger.


Parker

Kepler

A Parker Divisão Seals ampliou seu já tradicional portfólio com a adição da linha de adesivos químicos, como travas e fixadores anaeróbicos, adesivos instantâneos à base de cianoacrilato, vedante semi-secativo, adesivos ultravioletas, adesivo epóxi, silicones e vedadores anaeróbicos. A empresa desenvolveu, ainda, o IQAN, ferramenta de desenvolvimento de sistemas hidráulicos integrados, baseado em software amigável, que pode ser programado conforme a necessidade de cada aplicação, como sistemas de controle eletro-hidráulicos, transmissões hidrostáticas e motores de combustão com supervisão eletrônica.

Entusiasmo e confiança. Essas são as tônicas que regem a atual diretoria da Kepler Weber. Após dificuldades e prejuízos, a empresa dá a volta por cima e passa a ser novamente lucrativa. O diretor-presidente, Anastácio Fernandes Filho, atribui a recuperação a um trabalho intenso, que inclui mudança na visão estratégica. “A reestruturação financeira iniciada em 2007 reduziu consideravelmente nosso nível de endividamento”, explica. Economia em processos logísticos, redução em itens de fabricação e compra, além de otimização dos estoques, estão entre as medidas adotadas para reverter a má fase. Com as alterações, a empresa conseguiu avanços fundamentais, como aumentar o grau de satisfação dos clientes e resgatar a credibilidade no cumprimento de prazos de entrega e manutenção da qualidade dos produtos. O cenário favorável do agronegócio, com aumento no preço das commodities, também impulsionou o processo de recuperação. Anastácio Fernandes Filho (centro)

Miac A equipe da Miac apresentou sua linha de produtos. A empresa é líder nas culturas do feijão e do amendoim e destacou, também, os equipamentos voltados para beneficiamento de grãos.

O engenheiro Rodrigo Pellegrini Tamani liderou a equipe da Santiago & Cintra. Além do lançamento do sistema de guia por barra de luzes, o AgGPS 250, foram demonstrados os equipamentos em exposição, com destaque para um simulador do EZ-Boom 2010, sistema de controle automático para pulverização.

A Toyota ofereceu seu tradicional test drive para testar a robustez dos veículos em terrenos fora-de-estrada e apresentou a linha completa de 4x4: Hilux, SW4, Land Cruiser Prado e RAV4.

Mantovani A equipe da Industria e Comércio de Máquinas Agrícolas Mantovani apresentou sua linha voltada para a cultura do milho, como plataformas, guincho hidráulico, espigadeiras e carreta para o transporte de plataformas.

GTS

Alexandre Tuzzi

A GTS, tradicional empresa fabricante de plataformas para colheita de milho e plainas para múltiplas aplicações, apresentou a linha completa de produtos durante a Agrishow Ribeirão Preto.

Tuzzi

Diretor comercial

Rodrigo Tamani

ZF O Grupo ZF, ligado ao segmento de eixos agrícolas, expôs a linha de transmissões para colheitadeiras, eixos dianteiros tracionados e direcionais, transmissões sincronizadas para tratores, entre outras novidades tecnológicas.

Toyota

Santiago & Cintra

Agrale Os destaques da Agrale na Agrishow Ribeirão foram as linhas de tratores 5000 a 6000. Silvio Rigoni, gerente de vendas de tratores, e Eleandro Novello, supervisor de projetos de tratores frisaram o bom momento do mercado para o segmento de máquinas agrícolas

Werner Ferreira dos Santos assumiu o cargo de diretor comercial da John Deere Brasil. Werner é graduado em Engenharia Mecânica na Universidade Federal de Santa Maria e tem MBA em Gestão Empresarial com ênfase em Agronegócios pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Trabalhou na área de engenharia na Massey Ferguson e em vários cargos na AGCO, onde ocupou a vice-presidência Werner Ferreira de Marketing para a América do Sul.

Alexandre Tuzzi, diretor presidente da Tuzzi, empresa especializada na produção de componentes e peças agrícolas, molas, laminados e forjados está otimista com as perscpectivas no mercdado agrícola. Além da fabricação do sistema de três pontos e tração para tratores agrícolas, sempre com inovações nos componentes, a empresa vislumbra ampliar os horizontes e sua participação na comercialização de peças para essas máquinas.

Maio 08 • 05


necessidade de tração

Força necessária Estudo avalia o comportamento da força de tração em função do número de linhas de semeadura

Nilson Conrad

S

emear foi uma das primeiras operações agrícolas a serem mecanizadas, dentro do contexto de modernização da agricultura em todos os países do mundo e em todas as épocas da humanidade. A introdução e a consolidação do sistema de semeadura direta resultaram em grande evolução das semeadoras-adubadoras utilizadas nesse sistema, principalmente quanto à sua concepção e utilização, já que as principais mudanças ocorreram nos mecanismos de distribuição de fertilizantes, os quais eram constituídos basicamente por discos duplos, atualmente substituídos por hastes rompedoras. Essas hastes possuem maiores capacidades de penetração no solo em relação aos discos duplos. Em algumas regiões, o uso de sulcadores do tipo haste nas semeadoras diretas tem se generalizado, como alternativa para romper a compactação superficial dos solos. A maior capacidade de penetração das hastes em relação aos discos duplos causa mobilização mais in-

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tensa de solo e exige maiores esforços de tração e potência dos tratores. A necessidade de tração das semeadorasadubadoras de precisão depende de variáveis como o solo, leito de semeadura e número de linhas utilizadas. Atualmente, devido a novos métodos de preparo do solo e modelos de semeadoras, outros fatores também podem influenciar a demanda de tração, tais como peso e configuração dos órgãos ativos da semeadora em contato com o solo. Nas semeadoras de plantio direto, as molas helicoidais (de tração ou compressão) são os mecanismos responsáveis pela transferência de força vertical ao sulcador de solo e pelo controle da profundidade de semeadura. Devido à variação do peso total da máquina no decorrer do percurso (fertilizante e semente) e à carga linear da mola também variar em função da oscilação vertical das linhas da semeadora, uma eficiente transferência de carga aos rompedo-

res de solo e um adequado controle de profundidade de semeadura não são alcançados, pois sua regulagem é manual, permanecendo constante no decorrer do trabalho, sendo necessário um acompanhamento contínuo do operador para verificar se a condição de semeadura estabelecida está sendo atendida. Este comportamento da mola, na prática, pode induzir a dois extremos de magnitudes de força transmitida ao rompedor de solo. Quando a distância relativa entre o chassi da semeadora e a superfície do solo é reduzida, ocorre o acréscimo de força transmitida ao sulcador, e muitas vezes os mecanismos limitadores de profundidade não são suficientemente resistentes para suportar esta carga e nem impedir que o sulco seja mais profundo que o desejado. Por outro lado, quando esta distância relativa é aumentada, a força transferida ao sulcador é reduzida ou tende a ser nula, não sendo suficiente para que o sulco seja aberto.

TESTES DE CAMPO O presente trabalho teve por objetivo avali-


“A necessidade de tração das semeadoras-adubadoras de precisão depende de variáveis como o solo, leito de semeadura e número de linhas utilizadas” Divulgação

ar o comportamento da demanda energética solicitada por uma semeadora-adubadora com diferentes unidades de semeadura, utilizando os mecanismos sulcadores do tipo haste. Procurou-se determinar as constantes das molas dos mecanismos sulcadores e recobridores de sementes para que as pressões exercidas pelas mesmas fossem iguais em todas as linhas de semeadura. O experimento foi desenvolvido no Núcleo Experimental de Engenharia Agrícola - Neea, pertencente à Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Campus de Cascavel, em um latossolo vermelho distroférico, com relevo plano e textura argilosa. Utilizou-se uma semeadora-adubadora de precisão de arrasto, equipada com disco de liso de 15” para corte da vegetação e sulcador do tipo haste para fertilizante e disco duplo defasado para sementes. Os tratamentos foram compostos por uma, duas, três, quatro e cinco linhas de semeadura, doravante denominados T1, T2, T3, T4 e T5, respectivamente, deslocados a uma velocidade média de 5,5km h-1. No tratamento T1 utilizou-se somente a linha central na configuração da máquina. Já os tratamentos T3 e T5 foram compostos por mais uma e duas linhas em cada lado da linha central, respectivamente, enquanto que nos tratamentos T2 e T4 não

Figura 1 - Disposição das linhas de semeadura nos diferentes tratamentos

Vista geral da célula de carga utilizada na determinação da força de tração

se utilizou a linha central (Figura 1). Na determinação das constantes das molas, utilizou-se uma célula de carga, marca Transtec, com capacidade para 500kg, para monitorar a carga aplicada. Para medir o deslocamento “X” da mola, utilizou-se uma roldana com diâmetro conhecido fixado na extremidade do eixo do potenciômetro multivoltas (dez voltas) de 20K?, modelo 7221 da Beckman Instruments. Os valores gerados pelos transdutores foram coletados e armazenados no sistema de aquisição de dados computadorizado “micrologger CR23X”. Para que a pressão exercida pelas molas nos mecanismos sulcadores fosse igual em todas as

linhas de semeadura, a regulagem da semeadora foi realizada de acordo com os valores obtidos para as constantes de cada mola. Para determinar a força horizontal de tração na barra da semeadora usou-se uma célula de carga inserida entre o trator e a semeadora.


Divulgação

Tabela 1 - Valores do comprimento, diâmetro e constante das molas dos mecanismos sulcadores: adubo (MSA), sementes (MSS) e recobridores de sementes (MRS) Descrição MSA – 1 MSA – 2 MSA – 3 MSA – 4 MSA – 5 C.V. (%) DP MSS – 1 MSS – 2 MSS – 3 MSS – 4 MSS – 5 C.V. (%) DP MRS – 1 MRS – 2 MRS – 3 MRS – 4 MRS – 5 C.V. (%) DP

Comprimento (cm) Diâmetro (cm) 21,8 7,05 22,2 7,00 22,7 7,03 21,7 7,01 21,7 7,01 --------33,0 4,05 33,1 3,99 33,1 3,99 33,0 4,00 32,7 3,99 --------22,8 2,62 22,6 2,60 22,8 2,59 24,8 2,61 23,0 2,61 ---------

Constantes 18,48 BC 18,41 C 18,26 BC 18,05 C 18,93 A 0,58 0,11 1,924 BC 1,914 C 1,921 BC 2,014 A 1,944 B 0,57 0,011 0,535 BC 0,556 A 0,535 BC 0,541 B 0,530 C 0,864 0,004

Tabela 2 - Valores médios da profundidade do sulco para deposição do adubo (cm) e do consumo horário de combustível (l h-1) Tratamentos 1 linha 2 linhas 3 linhas 4 linhas 5 linhas C.V. (%) DP

Profundidade do sulco (cm) 8,84 A 6,63 B 6,52 B 6,07 B 5,94 B 8,60 0,58

Consumo de combustível (l h-1) 8,46 A 8,79 A 9,48 A 9,64 A 9,27 A 7,83 0,72

CONSTANTE DAS MOLAS Verificou-se que todas as molas ensaiadas apresentaram diferenças quanto ao comprimento, diâmetro e constantes (Tabela 1) e, que a amplitude de variação do comprimento das molas foi de 1,0cm nos sulcadoForça de tração média na barra

res de adubo (MSA), 0,4cm nos sulcadores de sementes (MSS) e 2,2cm nos recobridores de sementes (MRS). A amplitude de variação do diâmetro das molas foi de 0,04cm nos MSA, 0,06cm nos MSS e 0,03cm nos MRS. Considerando que a semeadora era praticamente nova e tinha poucas horas de trabalho, essa variação do comprimento e diâmetro das molas não pode ser atribuída a um desgaste das mesmas. Em relação aos dados das constantes das molas, os resultados mostraram a necessidade de se ter conhecimento dos valores do comprimento e das constantes das molas dos mecanismos sulcadores e recobridores de sementes nos procedimentos de regulagem de uma semeadora-adubadora. Os procedimentos normalmente utilizados pelos técnicos e agricultores levam em consideração que todas as molas tenham comprimento e constantes iguais, fazendo com que a força aplicada pelas molas nos mecanismos sulcadores ou rompedores de solo não sejam iguais em todas as linhas de semeadura, podendo ser um dos fatores que influenciam na desuniformidade de profundidade de deposição de sementes.

SULCO E CONSUMO DE COMBUSTÍVEL Para o parâmetro profundidade do sulco, o tratamento T1 foi significativamente superior aos demais. Nota-se também que, à medida que se aumenta o número de li-

Equipamentos utilizados para determinação das constantes das molas

nhas de semeadura, a profundidade do sulco diminui de 8,84cm no tratamento T1 (uma linha), para 5,94cm no tratamento T5 (cinco linhas), ou seja, houve um decréscimo de 32,80% na profundidade do sulco. Essa diminuição pode estar associada ao peso total da semeadora que está distribuído em apenas um único ponto de contato com o solo no tratamento T1, enquanto que no tratamento T5 o peso será distribuído em cinco pontos. O consumo horário de combustível não foi influenciado pelo número de linhas utilizadas. Isso pode estar relacionado ao fato de o trator ter potência disponível muito além do que necessita a semeadora. O tratamento T4 foi o que apresentou o maior valor absoluto do consumo de combustível (9,65l h-1), enquanto que o tratamento T1 obteve o menor consumo (8,46l h-1).

TRAÇÃO E POTÊNCIA NA BARRA Houve um acréscimo de 131,9% na exigência de força de tração média e 126,41% no requerimento de potência média na barra, quando se aumentou o número de linhas de semeadura de uma para cinco. O requerimento de força de tração máxima na barra deve-se a irregularida-

Força de tração máxima na barra

A cada safra, as áreas de queimadas estão diminuindo, mudando cada vez mais o cenário das lavouras canavieiras

08 • Maio 08


“A potência máxima na barra de tração apresentou o mesmo comportamento que o requerimento de força de tração máxima”

Potência média na barra

des do terreno, à diferença de profundidade de semeadura, embuchamentos momentâneos ou mesmo devido a diferenças de resistência do solo ao corte. No ensaio, observou-se que na medida em que se aumentou o número de linhas de semeadura de 1 para 2; 2 para 3; 3 para 4; 4 para 5, o aumento nos picos de força de tração foi 43,38%;1,53%; 22,02% e 2,54%, respectivamente. A força máxima de tração foi 41,41% superior à força de tração média obtida. A potência máxima na barra de tração apresentou o mesmo comportamento que

Potência máxima na barra

o requerimento de força de tração máxima. Verificou-se também que para o aumento de uma para cinco linhas de semeadura houve um incremento de 77,74% no requerimento de potência. Essas diferenças podem influenciar o cálculo do dimensionamento do conjunto motomecanizado.

CONCLUSÕES Os mecanismos de molas helicoidais mostraram-se ineficientes quanto à transferência de força vertical aos mecanismos rompedores de solo, fazendo com que a pro-

fundidade do sulco para deposição do fertilizante sofresse uma redução com o aumento do número de linhas. Não se observou o efeito do número de linhas utilizadas nos consumo horário de combustível e a força de tração máxima na barra foi 41,41% superior à força de tração .M média obtida. Alcir José Modolo, UTFPR Suedêmio de Lima Silva e Antonio Gabriel Filho, Unioeste


aplicação de calcário

Fotos Vilson Klein

Calcário a jato Equipamento desenvolvido pela Universidade de Passo Fundo realiza incorporação de calcário através de escarificador com injeção pneumática em solos de plantio direto

O

sistema plantio direto (SPD), por não requerer preparo prévio do solo para a semeadura, reduz consideravelmente os custos de produção e os efeitos negativos da erosão hídrica do solo, sendo uma prática amplamente adotada no Sul do Brasil. No entanto, a utilização do referido sistema de manejo ocasiona mudanças significativas nas propriedades físicas e químicas do solo. Dois aspectos, típicos desse sistema, podem restringir o pleno desenvolvimento e conseqüente rendimento das culturas: a compactação do solo e a concentração de nutrientes ou corretivos na superfície do solo e de elementos tóxicos ao desenvolvimento do sistema radicular na subsuperfície, resultantes da aplicação Na avaliação feita com os diferentes sistemas de plantio, o sistema com injeção pneumática de calcário foi 818kg/h superior ao sistema sem aplicação

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exclusiva de corretivos e fertilizantes na superfície do solo. Aplicações superficiais de calcário em excesso podem induzir a deficiência de micronutrientes como o zinco (Zn), manga-

nês (Mn) e o ferro (Fe), fazendo com que muitos agricultores recorram à aplicação de adubos foliares, como método paliativo de suprir as possíveis deficiências desses micronutrientes pelas plantas.


“É necessário se buscar alguma alternativa técnica para manter a sustentabilidade e a continuidade do sistema plantio direto”

RENDIMENTO DE GRÃOS EM FUNÇÃO DO TIPO DE SISTEMA UTILIZADO NO PLANTIO

Outro problema constatado é a estratificação nas camadas superficiais de nutrientes imóveis no solo, como fósforo (P), potássio (K) e zinco (Zn), oriunda da aplicação superficial aliada à ciclagem de nutrientes feitos pelas plantas, retirando os nutrientes em profundidade e deixando-os na superfície pela deposição superficial dos restos culturais. Mesmo em condições de solo com esses gradientes químicos, costuma-se observar rendimentos de grãos das culturas elevados, especificamente em situações em que as condições climáticas são favoráveis. Importante destacar que, quando as condições climáticas forem favoráveis, isto é, chover na medida certa, os efeitos das limitações químicas ao desenvolvimento do sistema radicular das plantas poderão passar despercebidos.

IMPLANTAÇÃO DO PLANTIO DIRETO Inúmeras são as publicações recomendando a incorporação de calcário até 20cm de profundidade, utilizando arado de disco antes de iniciar o sistema plantio direto. Isto efetivamente foi feito na maioria das áreas cultivadas com culturas de grãos, com exceção de algumas que foram implantadas sob campo nativo. Então no início do sistema as limitações físicas e químicas foram eliminadas. Sabe-se que com o passar dos anos ocorre uma acidificação natural do solo e sabe-se também que o calcário, principal corretivo agrícola para eliminar o efeito de elementos tóxicos e corrigir o pH do solo, é muito pouco móvel. Atualmente a recomendação, inclusive para coleta de amostras de solo, para realização de análises é de 0 - 10cm e a aplicação de calcário é realizada exclusivamente na superfície. Fica a questão, como está a camada mais profunda do solo, importante reservatório de água para as plantas?

UM DIAGNÓSTICO DE SOLOS SOB SPD Solos com distinta composição granulométrica de propriedades rurais com mais de 10cm sob sistema plantio direto foram amostrados. Constatou-se na camada abaixo de 10cm uma elevada saturação de alumínio tóxico, aliado a baixos teores de matéria orgânica, que poderia complexar este alumínio e também níveis bastante baixos de fósforo. Inúmeros estudos demonstram que o alumínio é menos tóxico em solos sob plantio direto em função da complexação deste elemento pela matéria orgânica. Ocorre que estes estudos que foram feitos na camada de 0 a 15cm demonstraram que apenas na camada superficial esse efeito foi significativo em função dos elevados teores de matéria orgânica existentes nessa camada. Pelos dados apresentados constata-se que nas camadas mais profundas, principalmente abaixo de 10cm, a saturação de alumínio é elevada e os teores de matéria orgânica são baixos.

CALCÁRIO DESCE NO SOLO? O calcário é pouco solúvel em água e, portanto, pouco móvel no perfil do solo. Alguns estudos demonstram que ele poderia se mover em torno de 1cm por ano, mas, como a sua neutralização é estimada em cinco anos, a sua eficiência torna-se bastante reduzida, se comparada a métodos tradicionais de incorporação de calcário. Um agravante que afeta diretamente o deslocamento do calcário no perfil do solo é a baixa infiltração de água no solo sob SPD, demonstrado por inúmeros estudos. Daí a diferença de resultados entre as condições de campo e aquelas encontradas em estudos realizados em vasos ou colunas de solo.

MANEJO DO CALCÁRIO EM SPD Uma prática que está sendo adotada é a aplicação de calcário em superfície com posterior preparo reduzido do solo utilizando implementos de hastes, como escarificadores ou subsoladores. Estudos, no entanto, demonstram que, em função do não-revolvimento de camadas de solo por esses implementos, esta prática não é eficiente em incorporar calcário em profundidade, ocorrendo uma pequena incorporação até a metade da profundidade de operação. É necessário se buscar alguma alternativa técnica para manter a sustentabilidade e a continuidade do sistema plantio direto.

ESCARIFICAÇÃO COM INJEÇÃO DE CALCÁRIO Para tentar resolver esse problema, a Universidade de Passo Fundo desenvolveu um equipamento capaz de descompactar o solo e injetar calcário em profundidade em solos sob plantio direto, com mínimo revol-

As áreas tratadas e não tratadas apresentaram produtividades diferentes, na avaliação da quantidade de produto colhido

Maio 08 • 11


Fotos Vilson Klein

vimento. Visando apresentar uma alternativa técnica para incorporar calcário em profundidade abaixo de 10cm adaptou-se sobre um escarificador um reservatório de calcário, com capacidade para 600kg, equipado com dosadores do tipo transportador helicoidal. Estes elementos mecânicos são acionados pela roda motriz com o auxílio de um sistema de transmissão por correntes. O calcário é conduzido pelas tubulações flexíveis e metálicas até o interior do solo, que conduzem o calcário para uma tubulação de metal fixada na parte posterior de cada haste, sendo depositado a aproximadamente 5cm acima da profundidade de trabalho das hastes. Para facilitar o transporte e a deposição profunda de calcário no solo, acoplou-se um sistema pneumático composto por uma turbina, de uma semeadora de precisão marca MAX, modelo TM 605, acionada pela TDP do trator, e um sistema de distribuição de fluxo de ar direcionado a todas as hastes. Esse sistema é composto por uma central Detalhe da construção do equipamento e no momento da aplicação, onde é possível perceber que o calcário desaparece quase completamente no interior do solo

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de distribuição e por tubulações flexíveis. Na conexão da tubulação do ar com a do calcário, junto à haste, foi instalado um sistema do tipo “venturi” para criar uma pressão negativa na tubulação e para succionar o calcário e injetá-lo para dentro do solo. As avaliações funcionais do equipamento constaram da determinação da vazão do calcário em todos os dosadores por meio de coletas e pesagens. No campo avaliou-se visualmente a distribuição do calcário cavando-se trincheiras, transversais ao deslocamento do equipamento. Aspectos que, a princípio, poderiam ser apontados como fatores limitantes, incluem a necessidade do calcário ser seco e a capacidade limitada do reservatório, que

implica em reabastecimento muito freqüente. Porém, é possível utilizar embalagens de fertilizantes com capacidade para 500kg, o que aumentaria a eficiência de campo do equipamento. Em relação à limitada capacidade do reservatório, deve-se considerar que a quantidade a ser aplicada, em geral, não será muito elevada. Embora essa quantidade varie com tipo e condição do solo, a maioria dos solos do Rio Grande do Sul, dificilmente necessita quantidades superiores a 3.000kg/ha. A época mais recomendada para se fazer a escarificação e calagem é após a colheita da cultura da soja e imediatamente antes da cultura de inverno. Nesse período, geralmente, são poucas as atividades a serem realizadas numa propriedade rural típica do RS, que é baseada em culturas de grãos. Verificou-se que o calcário quando aplicado no perfil do solo, unicamente pela força da gravidade, concentra-se em determinados pontos, formando-se um filete, o que limita muito o volume de solo corrigido, reduzindo a neutralização do alumínio tóxico. No entanto, a aplicação pneumática, com o equipamento desenvolvido, possibilita a distribuição do calcário ao longo do perfil do solo e, ainda, evita a obstrução das tubulações dos mecanismos dosadores. Nas avaliações feitas a campo, foram visualizados bulbos de calcário na direção de deslocamento com aproximadamente 20cm de diâmetro e 10cm de altura. A formação destes bulbos depende do teor de água no solo, pois quanto mais seco o solo, maiores serão as fendas de cisalhamento no solo e melhor a distribuição. A uniformidade na aplicação de calcário no perfil foi afetada pelo espaçamento entre as hastes, pois, quanto menor, melhor será a distribuição do calcário. Mesmo assim, o volume de solo na camada de 10 a 20cm que recebeu calcário foi de 50%. Este valor é, provavelmente, superior ao volume de solo corrigido com uma aplicação superficial seguida de uma aração. Para verificar a eficiência do equipamento desenvolvido, implantou-se a cultura da soja utilizando outros três sistemas de plan-


Para os pesquisadores que projetaram a máquina, essa é uma das alternativas para aumentar a produção e também a penetração da água no solo

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Detalhe de raiz com impedimentos químico e físico para crescimento em profundidade, em função da compactação do solo e da falta de nutrientes

tio direto e avaliaram-se os rendimentos correspondentes. Na área onde houve escarificação com injeção de calcário, o rendimento de grãos foi 818kg ha-1 superior ao PD sem escarificação e sem aplicação de calcário. Os resultados permitem concluir que o equipamento desenvolvido representa uma alternativa para minimizar impedimentos físicos e químicos ao crescimento do sistema radicular no perfil do solo, aumentando o rendimento de grãos de soja.

A escarificação esporádica de solos sob plantio, aliada à injeção de calcário ou de outros nutrientes pouco móveis no perfil do solo, é uma técnica viável do ponto de vista econômico e o seu efeito duradouro. Os efeitos positivos da sua ação mecânica do equipamento e da incorporação de calcário no solo poderão beneficiar mais de uma cultura, ficando, assim, este custo diluído. Do ponto de vista ambiental, aumenta a infiltração de água no solo e reduz o escoamento superficial de água e por conseqüência os riscos de erosão hídrica e todos os seus efeitos danosos à preservação da qualidade do solo e ao ambiente. Para a aplicação desta técnica é imperativo um diagnóstico correto e preciso para ver a real necessidade desta intervenção. Precisamos conhecer de forma mais detalhada as propriedades químicas do solo em profundidade. A única forma de detectar os gradientes anteriormente apresentados é coletar amostras de forma estratificada em

profundidade, de preferência, em camadas não superiores a 5 cm. Com a eliminação das barreiras químicas (saturação de alumínio) e físicas (compactação), proporcionam-se boas condições para o desenvolvimento do sistema radicular das plantas cultivadas e, conseqüentemente, maior absorção de água e nutrientes, aumentando a resistência das plantas a períodos de déficit hídrico, tão comuns em nossas regiões agrícolas. O que apresentamos nesse texto é uma alternativa técnica, para equacionar um sério problema detectado em muitos solos agrícolas sob plantio direto, sem prejuízos à “estrutura do solo”, construída durante muitos anos de plantio direto, visando manter a sustentabilidade desse sistema por .M muito tempo. Vilson Antonio Klein, Clóvis Dalri Marcolin e Márcio Luis Vieira, UPF


Semeadora Victória 3600

Victória 3600

A semeadora-adubadora de precisão Victória 3600 é específica para plantio de culturas de verão, com possibilidade vasta de regulagens de espaçamentos e ajustes

É

dos obtidos em testes com a mesma e observações gerais sobre desempenho e características operacionais, visando contribuir com o conhecimento do leitor que queira saber um pouco mais sobre essa máquina para semeadura direta. A Victória é uma semeadora de precisão, que semeia exclusivamente culturas de grãos graúdos, como milho e soja. A máquina oferece uma série de combinações que

Fotos Vilnei Dias

crescente no Brasil o leque de opções para o produtor rural em termos de máquinas para semear. Observamos a cada feira do setor, vários lançamentos, modelos, de empresas consolidadas no segmento plantio ou buscando uma fatia do mercado. Este texto traz algumas características técnicas da semeadora-adubadora Stara Victória 3600, inclusive apresentando alguns comentários sobre resulta-

A semeadora Victória é projetada para plantio de sementes graúdas, com nove linhas de plantio no espaçamento de 45cm

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são de escolha do produtor.

A MÁQUINA O modelo 3600 possui nove linhas de 0,45m, mas as possibilidades de regulagem variam, visto que as barras porta-ferramentas possibilitam o deslocamento transversal das linhas de plantio. O chassi monobloco não descamba da estrutura funcional da grande maioria das semeadoras-adubadoras de precisão do porte da 3600. Possui cabeçalho articulável para o acoplamento e desacoplamento da máquina ao trator. O sistema de rodados é robusto, com quatro pneus 7,50x16 individuais dentro do corpo da máquina em sistema que distribui o peso conforme as ondulações do terreno, tornando a semeadora menos “seca” ao transitar em caminhos ou trabalhar em lavouras com microrrelevo ondulado. O sistema de levante possui apenas um pistão central de média vazão. A plataforma de acesso é em aço expandido, permitindo boa visualização do corpo de semeadura. Os reservatórios de


“A Victória é uma semeadora de precisão, que semeia ” soja” exclusivamente culturas de grãos graúdos, como milho e soja

Os discos de corte de palha podem ser lisos, corrugados ou recortados, de acordo com a necessidade do produtor

alta capacidade são em polietileno, o que facilita o escoamento do fertilizante. Os reservatórios de sementes são móveis, o que ajuda na hora de recolher sobras e trocar os discos dosadores de sementes. Outras características favoráveis são as linhas em zi-

guezague, para facilitar o escoamento de palha e caixas de sementes que não permitem a entrada de água.

ATAQUE AO SOLO Os discos de corte de palha que compõem esse modelo podem ser lisos, corrugados ou recortados, a critério do produtor. A grande maioria das semeadoras comercializadas no Brasil utiliza disco de corte liso. O sulcador de adubo pode ser do tipo facão afastado ou duplo disco defasado. No primeiro tipo, poderia se esperar o inconveni-

Os reservatórios de fertilizantes e sementes são em polietileno, com capacidade para 1.550kg e 50kg

ente acúmulo de palha entre o disco de corte e o facão em lavouras com elevada carga de cobertura vegetal, mas isso não foi observado nos testes realizados, mesmo sobre mais de sete toneladas de matéria seca de trigo. Os sulcadores de adubo são pivotados na barra porta-ferramentas dianteira juntamente com os discos de corte, e possuem um sistema que permite o seu deslocamento mais à frente ou mais atrás. Cada um destes dispõe de mola individual para ajuste da pressão e profundidade de trabalho. O sulcador tipo facão tem espessura de 10mm, visando diminuir o volume de solo revolvido e manter a máxima cobertura do solo.

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Fotos Vilnei Dias

As linhas são em zigue-zague para facilitar o fluxo da palha

Nos testes realizados a campo com a 3600 os volumes de solo mobilizado foram bastante baixos, embora a umidade do solo estivesse alta no dia. Os sulcadores de semente são do tipo duplo-disco defasado, e na máquina pivotada as molas são verticais oferecendo pressão constante na linha de semeadura.

DOSAGEM DE FERTILIZANTES O sistema de dosagem de fertilizante é do tipo rotor transportador helicoidal (rosca sem-fim), individual para cada linha de plantio posicionado paralelamente ao sentido de deslocamento da máquina, o que favorece a operação e dosagem precisa em áreas declivosas, o que é sugerido por alguns estudos realizados com este tipo de mecanismo. A máquina pode vir equipada com sem-fim por transbordo ou por gravidade, dependendo da necessidade do cliente. O eixo transversal sextavado oferece precisão a cada volta do mecanismo, evitando que um possa girar ou simplesmente pulsar de forma diferente do

outro. As avaliações de distribuição de fertilizante, feitas em doses variando em média de 200 a 450kg por hectare de uma mistura granulada em velocidades de até 11,70km por hora, foram bastante positivas, com variações desprezíveis entrelinhas da semeadora.

DOSAGEM DE SEMENTES Não é nova, aliás, é muito antiga a afirmação de que o dosador de sementes é o

A regulagem das doses de fertilizantes e densidade de semeadura possibilita mais de 50 combinações diferentes

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“coração da semeadora”, afinal, essa é a função global básica da máquina em questão. A Victória apresenta dosador de sementes tipo disco alveolado horizontal, o qual predomina nas semeadoras brasileiras e é um sistema bastante antigo de dosagem de sementes; nem por isso deixa de ser usado, visto que tem acurácia satisfatória para tais culturas, principalmente soja e milho. Estudos realizados em 1948 já denotavam o comportamento deste mecanismo dosador, que alia baixo custo à precisão aceitável na dosagem de sementes. Nos estudos realizados com a Victória, obtiveram-se ótimos resultados de

Detalhe da regulagem das rodas limitadoras de profundidade


“A máquina pode vir equipada com sem-fim por transbordo ou por gravidade, dependendo da necessidade do cliente ” cliente”

Detalhes da linha de plantio, composta por sulcador de sementes, onde é possível observar o curto espaço entre o dosador e o solo, além das rodas limitadoras, que são de borracha e compactadoras em “V”

encontrarmos modelos novos de semeadoras que têm o dosador de sementes a mais de um metro do solo, e o tubo condutor reto, causando desvio de percurso da semente. As rodas limitadoras de profundidade são de borracha, localizadas logo atrás do sulcador de sementes

SISTEMA DE ACABAMENTO dosagem de sementes. A máquina foi submetida a diferentes densidades de semeadura (plantas por hectare) e velocidades de deslocamento. O modelo avaliado possui sistema de transmissão para o dosador por eixo cardã, visto que a linha de plantio é do tipo pivotada, mas o modelo também é oferecido na opção pantográfica, com pantógrafos de curso longo visando manter o ângulo de ataque dos discos sulcadores de sementes em relação ao solo. Outro ponto positivo é a altura do dosador, logo acima do solo, encurtando a distância a ser percorrida pela semente até chegar ao solo. Não é difícil

O sistema de acabamento é composto por rodas compactadoras em “V”

As rodas compactadoras podem ser em “V”, com sistema de fácil regulagem da pressão exercida sobre a linha de plantio, além de também ter mecanismo de ajuste do ângulo de ataque em relação ao sulco. A preferência por esse sistema de acabamento é razoável, visto que não causa selamento do sulco e promove maior contato solo-semente. A máquina também dispõe de compactadora de borracha reta com mola individual de regulagem de pressão.

REGULAGENS A regulagem das doses de fertilizante e densidade de semeadura é feita diretamente na caixa

de troca rápida, oferecendo mais de 50 combinações; os esticadores de corrente são de fácil acesso e facilitam o trabalho de regulagem. A profundidade é regulada facilmente por uma pequena alavanca com indicador lateral da profundidade praticada. Tem ainda um sistema prático de regulagem do ângulo de posicionamento em relação à linha de plantio, o que visa favorecer o aterramento do sulco sem a necessidade de discos aterradores, além de funcionar em sistema tandem, tendo sempre pelo menos uma em contato com o solo. Estudos têm mostrado efeito positivo na emergência das culturas quando algum sistema que possibilita o aterramento do sulco é utilizado. As rodas limitadoras têm regulagem de tensão e ângulo de ataque, através de duas alavancas com .M sistema de trava em cada posição. Vilnei de Oliveira Dias, Airton Alonço, Ulisses Baumhardt e Gustavo Bonotto, UFSM

Parâmetro Descrição Modelo Victória 3600 Reservatórios de fertilizante e sementes Polietileno alta densidade, capacidade de 1.550kg para fertilizante e 50kg em cada linha para semente Largura útil 3,6m Massa total 4.000kg Culturas recomendadas Soja, milho, feijão, algodão, sorgo e girassol Sistema de distribuição fertilizante Rosca sem-fim, montada paralelamente à linha de plantio Sistema de distribuição de sementes Distribuídos através de disco alveolado (distribuidor horizontal) Sistema de acoplamento Cabeçalho articulável com fuso para regulagem de altura, caixa de ferramentas acoplada no mesmo Sistema de rodado Central, acionado por cilindro; quatro pneus 7,50x16 de 12 lonas Sistema de transmissão Eixos-cardãs paralelos ao sentido de deslocamento Disco de corte de palha Liso, ondulado ou recortado de 18, 20 ou 22” Sulcador de fertilizante Facão afastado, guilhotina ou duplo disco Sulcador de semente Disco duplo defasados Tipo de linhas Pivotada ou pantográfica Espaçamento e número de linhas nove linhas de 45cm (múltiplas opções) Roda(s) compactadora(s) Lisa central, ou em “v”

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Fotos Charles Echer

aplicação

Cada um na sua Embora muitas vezes pareçam semelhantes, os pneus agrícolas possuem diversas características específicas para cada tipo de aplicação. Saber identificar o modelo certo para cada situação significa melhor desempenho da máquina, menor dano ao solo e maior vida útil ao pneu

identificação do pneu, junto com as demais características. Os principais tipos de garras são apresentados como: R1 - Pneu para trator agrícola de uso geral; (prof. da barra nível 100) R1W - Pneu para trator agrícola com garras 25% mais altas; (nível 125) R2 - Pneu para máquinas usadas em solos encharcados; (nível 200) R3 – Tração moderada – aplicação sobre grama, areia etc; R4 - Pneu industrial, usado em retroescavadeiras.

PNEUS MOTRIZES Os pneus motrizes podem ser divididos em pneus diagonais e radiais. A Figura 1 mostra os tipos de armação ou carcaça. Segundo a Associação Brasileira de Pneus e Aros (1989), o pneu radial é aquele cuja carcaça é constituída de uma ou mais lonas, cujos fios dispostos de talão a talão são colocados a 90º em relação à linha de centro da banda de rodagem, sendo esta carcaça estabelecida por uma cinta constituída de uma ou mais lonas inextensíveis. O pneu dia-

A

s atividades agrícolas que envolvem o preparo do solo exigem grande esforço de tração e rapidez de execução, o que resulta, normalmente, na utilização de veículos pesados. Tais veículos, entretanto, exercem grandes pressões no solo causando compactação do mesmo. O desafio de conseguir maior eficiência de tração com menor efeito compactante tem gerado estudos envolvendo a redução da pressão de inflação e o tipo de construção da carcaça do pneu. Nos Estados Unidos e na Europa o uso dos pneus radiais é uma realidade. As pesquisas têm mostrado que o pneu radial apresenta uma maior área trabalhada por unidade de tempo, com menor exigência de potência. Segundo

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Barbosa et al. (2005), a utilização de pneus radiais em tratores agrícolas resultou em diminuição das perdas de potência oriundas da resistência ao rolamento e patinagem, com conseqüente melhoria no desenvolvimento da tração.

IDENTIFICAÇÃO DE UM PNEU AGRÍCOLA Quanto a sua finalidade o pneu pode ser classificado como: pneu de tração, pneu direcional, pneu de transporte e pneu para motocultivadores.

TIPOS DE GARRAS E USO Existem diferentes tipos de garras nos pneus agrícolas, destinados para operações ou aplicações específicas. Essa classificação consta na

Pneu de tração acima e direcional abaixo, com construções e aplicações diferentes


“O desafio de conseguir maior eficiência de tração com menor efeito compactante tem gerado estudos envolvendo a redução da pressão de inflação e o tipo de construção da carcaça do pneu” Divulgação

Os pneus de baixa pressão e alta flutuação estão ganhando cada vez mais espaço na agricultura brasileira Figura 1 - Tipos de armação ou carcaça. Fonte allpneus.com

gonal é aquele cuja carcaça é constituída de lonas cujos fios dispostos de talão a talão são colocados em ângulos cruzados, uma lona em relação à outra, menores que 90º. Pneus convencionais (diagonais) O pneu é chamado diagonal ou convencional quando a carcaça é composta de lonas sobrepostas e cruzadas umas em relação às outras. Os fios vão de um talão ao outro, formando ângulos de 30-45º em relação ao plano mé-

dio do pneu. Pneus radiais Os pneus radiais são caracterizados por terem as telas sobrepostas, sem se cruzarem. Os fios formam ângulos de 20-25º, com o sentido de deslocamento, o que permite uma superfície de contato com o solo bastante grande. Pneus de baixa pressão e alta flutuação O uso de pneus de baixa pressão e alta flu-

APRENDA A IDENTIFICAR

O

s pneus agrícolas têm seus números e letras de identificação, cada um com seu significado. Colocamos exemplo das principais marcas existentes no mercado, para facilitar a identificação na próxima vez que você for adquirir pneus para sua máquina agrícola. Firestone 20.8-38 R-1 230 Firestone = marca do fabricante; 20.8 = largura nominal da secção do pneu em polegadas; - (traço) = indica pneu de construção diagonal; 38 = diâmetro nominal do aro, em polegadas; R-1 = pneu de tração regular (de uso geral); 23o = ângulo das garras, na banda de rodagem. Pirelli 18.4-34 TM 95 Pirelli = marca do fabricante; 18.4 = largura nominal da secção do pneu, em polegadas; - (traço) = pneu de construção diagonal; 34 = diâmetro nominal do aro, em polegadas; TM 95 = designação dada pelo fabri-

cante para o modelo da banda de rodagem que, nesse caso, apresenta garras longas e curtas alternadas, embora com desenho diferenciado do anterior. Michelin 650/75 R 32 Michelin = marca do fabricante; 650 = largura nominal da secção do pneu, em milímetro; 75 = relação percentual entre a largura e a altura da secção do pneu (série); R = pneu de construção radial; 32 = diâmetro nominal do aro, em polegadas. Goodyear - Optitrac 800/70R38 DT 830 173 A8 Goodyear = fabricante; Optitrac = conceito de aplicação; 800 = largura nominal da secção do pneu em milímetros; 70 = relação entre largura e altura da secção do pneu (série); R = construção radial; 38 = diâmetro nominal do aro em polegadas; 173 = índice de carga (6.500kg); A8 = símbolo de velocidade (40km/ h); DT830 = desenho banda de rodagem.

tuação (foto acima) tem sido muito difundido nos últimos tempos, principalmente em trabalhos em áreas florestais e de cana-de-açúcar, devido à menor compactação do solo, pois distribuem o peso da máquina sobre uma maior superfície de contato, resultando assim em menor pressão no terreno. As vantagens do uso de pneus de baixa pressão e alta flutuação sobre os pneus convencionais mais estreitos são de aumento na produtividade em solos úmidos e terrenos inclinados mais acidentados, economia de combustível, reduções substanciais nos distúrbios do terreno (sulcamento) e compactação e melhoria na estabilidade. Pneus mais largos podem reduzir o esforço de tração que é necessário devido ao aumento na flutuação e redução na resistência ao rolamento. Como desvantagem em relação ao pneu convencional, esse tipo de pneu tem um custo de aquisição mais elevado. As áreas de contato dos pneus de alta flutuação são praticamente duas vezes maior em relação aos rodados diagonais, devido à maior largura da banda de rodagem. O contato pneu/ solo é diretamente proporcional à pressão utilizada nos pneus, e sendo esta baixa, minimiza a compactação. A maior largura da banda de rodagem e a utilização de baixas pressões dos pneus reduzem o recalque do pneu no solo (profundidade de penetração), reduzindo a compactação e minimizando a resistência ao rolamento, elevando, assim, a durabilidade do pneu e diminuindo o consumo de combustível. As menores pressões de inflação destes tipos de pneus proporcionam maiores deformações dos mesmos, permitindo maior adequação às irregularidades do terreno e absorção de impactos, reduzindo a possibilidade de galope e vibrações à máquina, tendo como conseqü.M ência maior conforto ao operador. Murilo Mesquita Baesso, Ronaldo Goulart Magno Júnior, Haroldo Carlos Fernandes e Alcir José Modolo, UFV

Maio 08 • 19


compactação

Goodyear

Sob pressão

A compactação do solo é um problema constante nas lavouras mecanizadas. Empresas de pneus e instituições de pesquisa continuam buscando alternativas para minimizar o efeito sobre o solo

O

fenômeno da compactação é muito complexo e depende de múltiplos elementos, como por exemplo: capacidade de deformação do solo, composição do solo, tipo de cultura, intensidade de tráfego na lavoura, condições meteorológicas etc. Com a necessidade de termos um modelo agrícola cada vez mais competitivo, tratores de maior potência foram introduzidos no mercado e isso significa máquinas mais pesadas, havendo, conseqüentemente, mais peso atuando sobre o solo e assim a compactação deste será inevitável. Dentro da complexidade do assunto compactação, vamos nos ater em um item que muitas vezes acaba sendo erroneamente o vilão deste assunto, o pneu. No início da atividade agrícola, compactação não era um fator a ser considerado, pois não se sabia dos seus malefícios, à medida que pesquisadores se dedicaram ao assunto, dada a

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queda de produtividade das lavouras, várias teorias foram levantadas a ponto de serem temas de doutorado. Hoje muito se sabe sobre o assunto, mas pouco se faz para evitar a compactação do solo. As empresas de pneus estão se dedicando a encontrar soluções para o problema. A Goodyear do Brasil, por exemplo, desenvolveu e lançou os pneus Superflot para aplicação em transbordo de cana, onde o trânsito na lavoura é muito intenso, pelas fotos abaixo pode se ter idéia da influência da pressão de inflação dos pneus, na compactação do solo. Para uma determinada carga, quando colocamos a pressão de inflação adequada, notamos que a área de contato está proporcional ao tamanho do pneu, e a pressão no solo está livre das áreas de estresse (vermelhas), à medida que se aumenta a pressão de inflação, diminui-se a área de contato e o aparecimento de áreas com estresse tende a aumentar. Quando dizemos que um pneu diagonal

compacta mais que um pneu radial equivalente, é que a pegada no solo de ambos são diferentes. Grandes usinas e agricultores dispõem de infra- estrutura para monitorar as condições do solo, diferentemente de pequenos e médios agricultores, por isso é necessária a parceria de empresas de pneus com entidades de pesquisas para poder quantificar as perdas provocadas pela compactação, pois todos sabem que ela prejudica, mas não se sabe quanto vale estas perdas, o quanto elas reduzem do lucro. Uma vez que o produtor agrícola não põe preço no seu produto, é mandatório reduzir as perdas. Numa parceria entre empresa e instituição de pesquisa, foi adquirido um penetrômetro eletrônico que servirá para demonstrar o nível de compactação do solo de determinada área. Se o plantio for convencional, após a subsolagem, vamos sugerir o uso do pneu radial com a pressão de inflação correta e monitoraremos junto com o proprietário um comparativo en-


“A Goodyear introduziu no mercado mundial um novo conceito de pneu agrícola, onde, independentemente do tamanho, os pneus têm um diâmetro externo semelhante, variando o diâmetro do aro e conseqüentemente a relação altura/largura” Fotos Wanderley Marroni

As análises de solo foram feitas com auxílio de GPS e depois transferida para um computador que, com um software, processa e examina os dados

EFEITO DA COMPACTAÇÃO DO SOLO NO DESENVOLVIMENTO DA PLANTA

tre pneu diagonal e radial. Na relação trator/pneu/solo, sabemos que o pneu compacta o solo, porém é o peso do equipamento somado com as condições do solo (umidade, porosidade, teor de argila etc) que irá compactar o subsolo, que terá influência no desenvolvimento radicular das plantas e influenciará na baixa produtividade. Os dados coletados pelo penetrômetro, que está acoplado com um GPS, são depois transferidos para um computador que, com um software, processa todos os dados, gerando gráficos que auxiliarão na análise. O uso do GPS garantirá que as futuras tomadas serão no mesmo ponto da primeira.

Análises efetuadas pelo grupo de pesquisa do Núcleo de Ensaio de Máquinas e Pneus Agrícolas da Faculdade de Ciências Agronômicas – Unesp de Botucatu (SP), liderado pelo professor Kleber Pereira Lanças, mostrou que com o uso do pneu radial, a compactação do solo é reduzida em cerca de 15% quando comparado com o pneu diagonal. Esta vantagem é creditada pela maior flexibilidade da carcaça radial, fazendo com que o costado absorva parte desta carga e tendo assim maior área de contato, a distribuição da carga por polegada quadrada é menor que a da diagonal, reduzindo, assim, a pressão no solo. A Goodyear introduziu no mercado mundial um novo conceito de pneu agrícola, onde, Gráfico gerado pelo software, detalhando o grau de compactação da área

A análise do solo é feita com penetrômetro e com GPS, que garante que as futuras tomadas sejam no mesmo lugar da primeira

independentemente do tamanho, os pneus têm um diâmetro externo semelhante, variando o diâmetro do aro e conseqüentemente a relação altura/largura. Podendo, desta maneira, com um mesmo trator, efetuar o preparo, o cultivo e a pulverização, mudando somente os pneus traseiros pois haverá uma boa relação entre os pneus (avanço). Ver ilustração acima. Acreditamos que desta maneira estaremos contribuindo para facilitar a atividade agrícola do pequeno, médio e porque não dizer do grande agricultor. .M Wanderley Marroni, Goodyear do Brasil

Marroni explica quais as implicações da compactação em solos agrícolas

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Test Drive - trator MF 8480 Dyna VT

Sem limites Testamos o MF 8480 Dyna VT, trator gigante importado, da Massey Ferguson, que mostrou muito mais do que simplesmente força. Alto nível de tecnologia embarcada faz do modelo o mais avançado da empresa no Brasil

D

entro da programação que a Revista Cultivar Máquinas prepa rou para a sua participação na Agrishow 2008, em Ribeirão Preto (SP), realizamos o Test Drive com o trator Massey Ferguson modelo MF 8480 Dyna VT. Embora este modelo seja lançamento de dois anos, agora está em plena comercialização no país, atendendo mercados bem específicos da agricultura brasileira. Este trator é de origem francesa, montado na unidade da AGCO de Beauvais, na França. Para a montagem deste trator mobilizam-se diferentes fábricas da marca, com o motor Sisu de origem finlandesa sendo enviado à França para unir-se com o módulo de transmissão e chassi, originário da Fendt da Alemanha. Vários componentes deste modelo Massey Ferguson são comuns a um gigante da tecnologia mundial que é o trator alemão, Fendt Vario. Para este Test Drive, tivemos a oportunidade de contar com a ajuda do consultor técnico da marca, José Geraldo Rodrigues, que absorveu a missão de entender e disseminar para o Brasil e América a impressionante tecnologia contida neste modelo. Diversos treinamentos estão sendo oferecidos, em diferentes locais do país.

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MOTOR O motor deste trator é Diesel Turbo intercooler, da marca Sisu, modelo 84CTA, com seis cilindros e 8.400cm3 e a taxa de compressão é de 17,5:1. O sistema de partida é de 12 volts; o sistema de lubrificação do motor é pressurizado e a filtragem do ar é feita por elemento duplo de papel. O esfriamento da temperatura do líquido de arrefecimento é feito com auxílio de um termostato e um ventilador de velocidade variável. Este motor atende os padrões norte-americanos e europeus de restrição à emissão

de poluentes Tier 3. Há um compromisso no atendimento de determinados limites, iniciado entre 1996 a 1999 com um primeiro passo, que é o Tier 1, e chegando agora no


“Para a montagem deste trator mobilizam-se diferentes fábricas da marca, com o motor Sisu de origem finlandesa sendo enviado à FFrança rança para unir -se com o módulo de transmissão e chassi, originário da FFendt endt da Alemanha ” unir-se Alemanha” Fotos Charles Echer

O motor deste trator é Diesel Turbo intercooler da marca Sisu, modelo 84CTA, com seis cilindros e 8.400 cm3 e a taxa de compressão é de 17,5:1

Tier 3, entre 2005 e 2008, de diminuição nos índices de emissões para NOx (óxido de nitrogênio) e hidrocarbonetos. Chamava atenção durante o teste o baixo ruído no posto de condução, que não avaliamos diretamente no modelo que testamos, porém, no ensaio oficial, a Universidade de Nebraska apresenta o valor de 70dB(A) a 7,5km/h, no teste sem carga. Esse trator possui potência de 290 cv, com potência constante a partir de 1800 rpm. Sua reserva de torque é de 38%, com altos torques em baixas rotações, 1200 a 1500 rpm. A capacidade de levante no sistema de três pontos hidráulico é de 10,5 mil quilos. O controle remoto, com vazão de 150 litros/minuto, possui funcionalidade para pistões e motores hidráulicos. A transmissão chamada de Dyna-VT é do tipo constantemente variável

(CVT), isto é, sem marchas. É hora de quebrar paradigmas com esta transmissão, pois aquela idéia de que para avançar haveria que se colocar marchas mais altas, passando pela primeira geração de “caixas-secas”, depois pela segunda, com as caixas sincronizadas e recentemente pela caixa hidrostática, que possibilita o “câmbio em carga”, isto é, trocar a marcha sem pisar na embreagem e fazê-lo com o implemento atuando. Neste trator passamos ao que muitos consideravam impossível, um câmbio com variação contínua, ou seja, ao movimento de uma alavanca, sem degraus ir aumentando ou diminuindo continuamente a velocidade de deslocamento. Há duas faixas de velo-

cidade, a primeira de 0,03 a 32km/h para operações de campo, e a segunda de 0,03 a 40km/h para transporte. Este modelo tem ainda como um dos pontos fortes o gerenciamento eletrônico entre os regimes de funcionamento do motor e da transmissão (EEM). As menores velocidades, possíveis de se utilizar com esta transmissão, são consideradas ultrabaixas, pois representam velocidades abaixo dos usuais 4km/h, chegando a um mínimo de 30 metros por hora, úteis para operações bem específicas como drenagem etc. No que se refere à ergonomia, este modelo demonstra um projeto esplêndido, com muita facilidade ao acesso, um banco para o operador de classe superior, com excelente dispositivo de amortecimento de vibrações, banco auxiliar no lado esquerdo do operador, comandos bem acessíveis e ins-

Maio 08 • 23


Grande quantidade de componentes eletrônicos e variação de possibilidades de condução e trabalho impressionam

trumentos bem visíveis e de fácil leitura, embora a tecnologia embarcada seja algo de impressionar. Este modelo apresenta planejadas aplicações, por parte da Massey Ferguson brasileira, tanto em produção de cereais como no cultivo da cana-de-açúcar, e concorre pelo mercado do centro-oeste e sul baiano com dois modelos John Deere e Case. Neste contexto, chega ao Brasil em momento extremamente favorável, com boas perspectivas de crescimento de mercado, em função do aumento da demanda de tratores e máquinas, fruto da atual situação de produção de alimentos e biocombustíveis no nosso país. O trator na versão em que se encontra em comercialização no Brasil teve certa “tro-

O display principal concentra todas as informações referentes ao funcionamento do motor e à transmissão, além de programar as mais diversas operações

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picalização”, recebendo um novo suporte para os pesos de lastragem, para receber mais peso dianteiro que o modelo francês original, também para compensar a retirada do engate frontal de três pontos, indisponível na versão vendida no país, pois ainda não há implementos desenvolvidos para esta aplicação e um engate dianteiro teria pouca utilidade. É possível colocar-se 21 pesos de 42kg cada, totalizando 882kg só de pesos, mais o peso original do suporte e a água que pode ser colocada em um volume correspondente a ¾ dos pneus. Na parte traseira, além do peso de água, há disponibilidade de três discos em cada roda, de 200kg cada, totalizando, só de peso metálico, 600kg. Em resumo, para um peso original de 8.680kg, pode-se chegar a um total lastrado de aproximadamente 14 toneladas.

Os pneus que equipavam a versão testada eram 620/75R26, no eixo dianteiro, e 800/ 70R38, no traseiro, marca Goodyear. Neste modelo e versão só serão comercializados tratores com pneus de tipo radial. Pelo fato de que se trata de um trator com tração dianteira auxiliar, a fábrica fez estudos e somente recomenda a substituição de especificação de pneus dentro de “casais” para evitar o aparecimento do fenômeno do Power hop (galope do trator) e perda de eficiência, isto é, não se pode combinar qualquer tipo de pneu, sempre havendo a necessidade de verificar a especificação, dentro do que é recomendado pelo fabricante.

TESTE Para o teste, escolhemos dois implementos, que serão muito utilizados com este trator, tanto na produção de grãos, como na


“O painel deste trator é bastante completo, de funcionamento como computador de bordo”, muito utilizado em veículos de passeio ” passeio” um ““computador Fotos Charles Echer

Um dos implementos utilizados foi o arado de seis aivecas, da marca Ikeda

lavoura canavieira. O primeiro foi um arado de seis aivecas, reversível, marca Ikeda. Este é um implemento robusto, de trabalho em profundidade, recomendado para o preparo do solo em áreas compactadas e de soqueiras. Ele foi tracionado a velocidades adequadas, entre 6 e 7km/h, com sobra de motor e com patinamentos compatíveis com a operação. Como segunda operação, escolhemos duas plantadeiras Massey Ferguson, da linha 500, modelo 590M45, colocadas em paralelo, unidas por um cabeçalho MF 500CT para o acoplamento. Como cada plantadeira tinha nove linhas, estávamos

tracionando 18 linhas de soja, espaçadas a 45cm uma da outra. Nossa maior curiosidade era com relação à utilização da tecnologia de programação do controle rotação (motor) velocidade (transmissão), pois queríamos conhecer como seria o comportamento de um trator,

variando a velocidade de deslocamento e a rotação do motor, em função da carga aplicada à barra de tração ou ao sistema hidráulico. A questão é o patinamento, que é um excelente indicativo de carga. Quanto maior for o patinamento das rodas, maior é o esforço de tração e conseqüentemente aí está o “gancho” para o ajuste eletrônico. Tivemos nosso primeiro contato com a tecnologia presente no trator, reconhecendo os instrumentos de controle e informação. O painel deste trator é bastante completo, de funcionamento como um “computador de bordo”, muito utilizado em veículos de passeio. Ao simples toque em um botão, troca-se na tela os grupos de informação como velocidade, rotação do motor, patinamento, consumo de combustível, distância percorrida, capacidade operacional etc. Mas, além do painel original, os modelos comercializados no Brasil contam com o terminal GTA, que facilita a programação do regime de funcionamento. Pelo terminal é possível colocar e retirar dados por meio de um cartão de padrão SD, muito comum em máquinas fotográficas, telefones celula-

Escada auxiliar, localizada no lado oposto à entrada da cabine, dá acesso a diversas partes altas do trator

Maio 08 • 25


Fotos Charles Echer

O capô dianteiro desloca-se completamente para acesso e manutenção do motor

Partes quentes da máquina, como o escapamento, recebem proteção especial

res etc. Podem-se programar duas rotações de motor e duas velocidades de deslocamento, utilizando-se separadas ou em combinação. Por exemplo, fixando-se duas rotações de motor de 1.600 e 2.000rpm, respectivamente, e duas velocidades, de 4 e 6km/h, pode-se utilizar o trator durante os trajetos de trabalho com 2.000rpm no motor e velocidade de 6km/h e, nas manobras, através de toque de

um botão, diminuir a rotação para 1.600rpm e a velocidade para 4km/h. Em caso de sobrecargas instantâneas, automaticamente o regime de funcionamento do motor e da transmissão ajusta-se de acordo com a magnitude do patinamento e de acordo com a programação que for indicada no painel. Durante o teste, mesmo sob condições de grandes esforços, notou-se que, com pequenas variações de auto-ajuste de motor e transmissão, o trator auto-regulava-se, buscando os melhores desempenhos. Há possibilidade de se aproveitar duas funções importantes para o controle da máquina nas manobras de cabeceiras, um modo automático, em que a indicação ao trator de que se está entrando em uma situação destas, o trator modifica automaticamente os regimes de rotação e velocidade, ou no modo manual, em que somente há necessi-

dade de tocar os botões que controlam estes dois parâmetros de funcionamento. Achamos interessante a resposta do consultor- técnico, quando questionamos sobre as possíveis dificuldades que um operador acostumado a um trator normal, sem esta tecnologia, poderá ter. Ele nos contou que primeiro começa a instruir o operador como se estivesse operando um trator convencional, isto é, com acelerador de pé ou de mão e a alavanca de marchas normal, sem qualquer programação. Depois, já acostumado ao funcionamento normal, o segundo passo é acostumá-lo à programação de rotação de motor e velocidade de deslocamento, variando-as em combinação ou separadamente, apenas com o uso dos botões A e B e SV1 e SV2. A partir daí é necessário um preparo técnico para que o operador consiga aproveitar todas as vantagens da tecnologia presente. Nada assustador. Enfim, conhecemos e operamos a máquina mais desenvolvida tecnologicamente da linha MF e talvez o que se tenha de mais moderno em integração motor-transmissão atualmente no mundo, basta que se consiga aproveitar as suas potencialidades. Um marco pode estar se iniciando para a formação de novos operadores, principalmente nestes mercados do sul da Bahia, Tocantins, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e a zona canavieira de São Paulo, mas também é possível que estas máquinas consigam ser bem aproveitadas na lavoura arrozeira gaúcha e em outros locais que exijam e possam aproveitar-se de máquinas .M com alta produtividade e eficiência. José Fernando Schlosser, Nema - UFSM Fernando Schlosser e a equipe da Massey Ferguson que auxiliou na realização da avaliação

26 • Maio 08



avaliação de ruídos

Agrale

Pressão sonora Ensaios avaliam o nível de pressão sonora em tratores agrícolas, com e sem cabine, e mostram os níveis aceitáveis e quantas horas de exposição diária o operador pode se submeter, sem comprometer o sistema auditivo

O

s atuais tratores agrícolas são equipamentos com mecanismos cada vez mais modernos, mas muitas das vezes esquece-se do conforto do operador. Por esse motivo, muitos tratores estão sendo fabricados com cabines protetoras contra as intempéries do clima e da operação de trabalho. No entanto, essa cabine freqüentemente não apresenta condições isolantes adequadas, para barrar, principalmente, o ruído. Em 2007, o Ministério do Trabalho, por meio da NR – 15, determinou que os ruídos devem ser medidos em decibéis (dB) com instrumento de nível de pressão sonora, que opera no circuito de compensação "A" e circuito de resposta lenta (slow), sendo as leituras realizadas próximas ao ouvido do trabalhador, e sendo vetada qualquer exposição do operador acima do nível de 115dB (A) sem proteção auricular, tendo sido considerado como limite o valor de 85dB (A) para exposição sem protetor auricular com tempo de exposição diária máxima de oito horas. Várias pesquisas já foram realizadas para

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verificar o nível de pressão sonora, tanto em condições estáticas como dinâmicas. Assim, Souza et al. (2004) afirmam que as pessoas expostas a 82, 85, 88 ou 92dB (A), em uma jornada diária de trabalho, perdem 2, 5, 10 ou 20% da audição, respectivamente. Fernandes (1991), ao avaliar o nível de pressão sonora em tratores agrícolas de diferentes faixas de potência, observou que os tratores com potência de 74,6 a 148,4kW (100 a 199cv), em regime de trabalho, apresentaram nível médio de pressão sonora de 98,2dB (A). No entanto, quando esses tratores foram mantidos estáticos, a variação da rotação ocasionou mudança no nível de pressão sonora, sendo que a 1.800rpm, esses apresentaram nível médio de pressão sonora de 94,4dB (A). Pelo que foi apresentado, as condições estáticas se aproximam das condições de campo, assim, o presente trabalho avaliou o nível de pressão sonora em trator agrícola com cabine em diferentes rotações e condições do fluxo de ar para refrigeração da cabine (experimento I) e comparar tratores sem cabines de potência

diferentes em função da variação da rotação do motor (experimento II). O trabalho foi realizado na Unesp de Jaboticabal (SP) e conduzido pela equipe técnica do Laboratório de Máquinas e Mecanização Agrícola (Lamma).

EXPERIMENTO I Foi utilizado para se medir o nível de pressão sonora no trator, com 104,4kW (140cv) e cabine “Comfort Cab” com sistema de ar-condicionado para as posições de baixa, média e alta circulações de ar. Para aferir o nível de ruídos foi utilizado um medidor de nível de pressão sonora (decibelímetro analógico), dentro da cabine do trator. O ar-condicionado foi posicionado nas condições de média e alta velocidades de dispersão do ar, e as rotações do trator variaram de 700 a 2.200 rpm, sendo todo o ensaio conduzido em condição estática, com quatro repetições. Assim, as determinações foram realizadas a cada 5s, depois de esperar um minuto para o trator estabilizar na rotação pretendida. Para realizar


“Muitos tratores estão sendo fabricados com cabines protetoras contra as intempéries do clima e da operação de trabalho”

Gráfico 1 - Nível de pressão sonora no trator agrícola com cabine (104,4kW) em função da rotação do motor e da posição do fluxo de ar na cabine do operador

Gráfico 2 - Nível de pressão sonora no trator agrícola sem cabine (67,1 e 55,9kW) em função da rotação do motor e da potência disponível no motor do trator

Legenda: Ar MX – fluxo de ar na posição máxima; Ar MD – fluxo de ar na posição média.

Legenda: DB – decibéis; RPM – rotações por minuto.

Em modelos sem cabine, é indicado o uso de protetores auriculares, como forma de trabalhar mais tempo sem causar desconforto ao ouvido do operador

por dia com os níveis de pressão sonora apresentados, conforme a NR-15. Com relação à rotação do motor do trator, observa-se que há diferença entre a maior rotação (2.200rpm) e a rotação intermediária de 1.900rpm. Ressaltase essa rotação, pois, em condições normais de trabalho essa seria a utilizada para obter o desempenho ideal, seja para operações com equiNew Holland

as medições, colocou-se o medidor de nível de pressão sonora próximo ao ouvido do operador, entre 79cm acima, 15cm à frente e 20cm lateralmente em relação ao ponto de referência do assento - (SIP – Seat Index Point), de acordo com a norma NBR NM-ISO 5353 (ABNT, 1999). Os resultados encontrados foram comparados com os limites de tolerância estabelecidos pela NR-15 (Ministério do Trabalho, 2007). Na Tabela 1 são apresentados os resultados da avaliação do nível de pressão sonora em um trator de 104,4kW com o uso ou não do sistema de ar- condicionado. Com relação ao uso do ar-condicionado não se observa diferença na média geral para a condição sem ar, com ar na posição máxima e na posição média. Desse modo, o operador pode trabalhar até oito horas

pamentos de arrasto ou montado, que proporcionaria 540rpm na TDP. Somente em condições de alta rotação (2.200rpm) é que o operador poderia trabalhar apenas seis horas por dia sem o uso do protetor auricular, por ultrapassar o limite de 85dB (A), indicado pela NR-15. Assim, como apresentado por Souza et al (2004), quando o nível de pressão sonora é de


Valtra

Em tratores com cabine, o nível de ruído manteve-se o mesmo, independente de estar com sistema de refrigeração ligado ou desligado

EXPERIMENTO II Foram comparados dois tratores de 55,9 e Tabela 1 - Nível de pressão sonora (dB (A)) em função da rotação do motor e do uso do ar- condicionado para refrigeração da cabine (Ar MX – ar na posição máxima; Ar MD – ar na posição intermediária) e tempo de máxima exposição diária permissível (TE) nas condições em que foi conduzido o experimento RPM Sem ar 700 70 800 70 900 70 1.000 72 1.100 74 1.200 74 1.300 75 1.400 76 1.500 77 1.600 78 1.700 78 1.800 80 1.900 84 2.000 84 2.100 85 2.200 86 Média 77 a TE (horas) 8

Ar MX 71 72 73 74 74 75 76 77 78 78 80 84 84 86 86 88 78 a 8

Ar MD 68 70 72 74 74 75 76 77 77 77 80 82 82 82 84 88 77 a 8

Média TE (horas) 70 I 8 71 IJ 8 72 HIJ 8 73 GHI 8 74 EFGH 8 75 EFG 8 76 EFG 8 77 DEFG 8 77 DEF 8 78 DE 8 79 CD 8 82 BC 8 83 B 8 84 AB 8 85 AB 8 87 A 6

Médias seguidas de letras minúsculas na linha e maiúsculas na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

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potência, pode ser explicado pelas vibrações e desgaste de peças. Observa-se que o tempo de exposição diminuiu com o aumento da rotação e que, a partir de 90dB (A) ocorre diminuição drástica para quatro horas. Observa-se, de modo geral, para os tratores que, não é possível trabalhar sem proteção auricular, pois extrapola os limites de 85dB (A) propostos pela NR – 15. Pelo apresentado, o uso de cabines seria essencial para diminuir o nível de pressão sonora, além de que cabines providas de ar-condicionado e poltronas confortáveis favorecem o trabalho dos operadores de máquinas, pois a temperatura elevada, o ruído e as vibrações geram desconforto significativo. Essa observação foi constatada no Experimento I, mesmo para tratores de maior potência (104,4 kW). O uso do fluxo de ar máximo para refrigeração da cabine não interfere no nível de pressão sonora ao operador. O aumento da rotação do motor do trator acarreta aumento do nível de pressão sonora, mas somente em rotações extremas (2.200 rpm) o operador estaria submetido a uma condição de estresse, tendo que trabalhar apenas seis horas por dia sem o uso do protetor auricular. Em baixas rotações os tratores de menor potência apresentam maior pressão sonora. De modo geral, os tratores com cabine permitem melhores condições de trabalho e maiores níveis de exposição sem proteção auricular. .M

67,1kW (75 e 90cv) nas rotações de 700 a 2.200rpm em condições estáticas, ambos não apresentavam cabine de proteção. Utilizou-se para aferir o nível de pressão sonora o medidor citado anteriormente, seguindo-se os mesmos procedimentos e normas. Observa-se no Gráfico 2 que, em baixas rotações, o trator de 67,1kW apresentou menores valores de nível de pressão sonora, enquanto que nas altas rotações observa-se maior similaridade entre os tratores testados. Na Tabela 2 são apresentados os resultados da interação tratores e rotação do motor. Podese observar para os tratores que, na média não há diferença no nível de pressão sonora, mas o tempo de exposição é maior para o trator de 67,1kW. Ao se analisar as rotações, observa-se que o trator de 55,9kW apresentou maiores valores de pressão sonora nas baixas rotações, enquanto que nas maiores quase não se observa diferença significativa entre os tratores. O maior nível de pressão sonora, no trator de menor Tabela 2 - Nível de pressão sonora (dB (A)) para tratores sem cabine em função da rotação do motor e tempo de máxima exposição diária permissível nas condições em que foi conduzido o experimento II RPM Trator de 55,9kW Trator de 67,1kW 700 78,0 aF 77,0 aF 800 83,0 aF 77,5 bF 900 85,0 aEF 79,5 bEF 1.000 86,0 aDEF 80,5 bEF 1.100 88,0 aCDE 83,0 bDE 1.200 89,0 aCDE 84,0 bDE 1.300 90,0 aCD 85,5 bCD 1.400 90,0 aCD 86,0 bCD 1.500 92,0 aBC 89,0 bBC 1.600 92,0 aBC 91,0 aAB 1.700 92,0 aBC 89,0 bBC 1.800 92,5 aABC 92,0 aAB 1.900 96,0 aAB 93,0 bAB 2.000 96,0 aAB 94,0 aA 2.100 96,0 aAB 95,0 aA 2.200 97,0 aA 94,0 bA Média 90,1 a 86,9 b TE (horas) 4 6

Média TE (horas) 77,5 I 8 80,2 HI 8 82,2 GH 8 83,2 FGH 8 85,5 EFG 7 86,5 EF 7 87,7 DE 6 88,0 DE 5 90,5 CD 4 91,5 BC 3:30 90,5 CD 4 92,2 ABC 3 94,5 AB 2:15 95,0 A 2 95,5 A 2 95,5 A 2

Médias seguidas de letras minúsculas na linha e maiúsculas na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Jorge Wilson Cortez, Univasf Rouverson Pereira Da Silva e Carlos Eduardo Angeli Furlani, Unesp John Deere

88dB (A) a perda de audição pode chegar a 10%. Nessas condições, quanto aos níveis de ruído encontrados na operação de trabalho (1.900 rpm), e sob o ponto de vista de conforto do operador, com base na NR-15, os resultados indicam uma situação de extremo conforto para o operador do trator, o que gera maior concentração no serviço e maior produtividade do trabalho. Portanto, os resultados aqui obtidos demonstram que ocorreu uma evolução na construção das cabines, de modo a atender os padrões mínimos de conforto ao operador, segundo avaliado nesse experimento. No Gráfico 1 observa-se a ocorrência de relação linear entre o aumento da rotação e o incremento no nível de pressão sonora, com forte correlação (0,98), ou seja, mesmo a presença da cabine no trator não impede que o aumento na rotação afete o conforto auditivo do operador. No entanto, esse aumento não ultrapassa o limite da NR – 15. Pode-se observar, ainda, que, os dados do nível de pressão sonora para o uso do fluxo de ar na posição máxima, média e sem fluxo, são pouco distantes na mesma rotação do motor.

Em tratores sem cabine, a indicação é de que as jornadas de trabalho sejam menores



controle de frota

Cada centavo Com o aumento do preço do diesel e dos custos de manutenção, torna-se ainda mais necessário ter sob controle os custos operacionais de máquinas e veículos, como forma de gerenciar de maneira mais eficiente a frota agrícola

E

Valtra

m 2001, com mil sacos de arroz era possível comprar 30 mil litros de óleo diesel. Esta última safra foi plantada com mil sacos de arroz gerando receita para comprar 12 mil litros. Uma disparidade brutal. Se fizermos a mesma relação histórica entre o preço dos produtos agrícolas e de máquinas e veículos, a desproporção é semelhante. Este fato faz com que continuamente o custo das operações mecanizadas e de transporte nas empresas tenha um impacto mais significativo nos custos de produção. As projeções para os preços do petróleo indicam que a pressão nos custos só tende a piorar. O custo com combustível, que representa-

Tratores do mesmo modelo podem apresentar desempenho, consumo e manutenção diferenciados, mesmo se utilizados na mesma operação

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va 10% do custo-hora de uma máquina, hoje representa de 35 a 50%. Os gastos com manutenção também têm aumentado continuamente. Que outra alternativa resta às empresas do agronegócio senão buscar controlar estes custos e aumentar a eficiência e a produtividade de suas máquinas? Não há outra forma de fazêlo senão com informação. Desde o pós-guerra, vem se reconhecendo que a produtividade e a competitividade dependem cada vez mais da capacidade de lidar eficazmente com a informação para transformá-la em conhecimento. Não é possível ter informações sobre os processos, se eles não forem monitorados de alguma forma e se não existir um sistema de coleta

de dados. Isto é particularmente difícil em situações em que a escolaridade da mão-de-obra é baixa e muitas empresas têm relutado em implantar sistemas de gestão mais modernos devido a barreiras como esta. Com margens cada vez mais apertadas, entretanto, o benefício de se ter ferramentas de gestão que permitam identificar com facilidade pontos onde o dinheiro está escorrendo “pelo ralo” supera em muito os custos e as dificuldades de fazer com que esta mão-de-obra pouco qualificada se habitue em fornecer dados de campo. Logicamente que as ferramentas de controle devem facilitar o processo com a simplicidade na coleta de dados. Acontece que, da forma como os custos operacionais estão sendo pressionados (e continuarão sendo), especialmente pelo preço do aço e do petróleo, possuir sistemas de controle que possibilitem aumentar a eficiência dos processos deixou de ser preocupação de alguns gestores mais exigentes e passou a ser uma condição essencial para a sobrevivência de todas empresas na atividade. Para obter informações de qualidade, devese adotar ferramentas de controle operacional que possibilitem melhorar a administração da frota de máquinas e veículos, agrícolas e florestais. Esta ferramenta deve incluir, no mínimo, controle de horas trabalhadas, consumo de combustíveis e lubrificantes, gastos com manutenção corretiva e um eficiente controle de manutenção periódica.


“As projeções para os preços do petróleo indicam que a pressão nos custos só tende a piorar ” piorar” Charles Echer

O controle da frota garante o conhecimento dos gastos com manutenção de forma detalhada

Adicionalmente, conforme se deseja otimizar o sistema, pode-se partir para o controle das perdas de tempo produtivo, da produtividade dos operadores, da vida útil de peças e da manutenção preventiva. Manutenção de máquinas e veículos tem sido uma rubrica pesada no orçamento das empresas do agronegócio. Muitas fazem o controle dos gastos com manutenção somando o total despendido por todas as máquinas, sem saber onde está sendo gasto. Este é um primeiro passo, mas que logo se torna insuficiente. Serve para a contabilidade, mas é insuficiente para a gestão dos custos operacionais. O passo seguinte é separar os gastos de manutenção de cada máquina ou veículo. Desta forma, alguns fatos começam a saltar aos olhos e questionamentos a surgir: por que a máquina X gastou o dobro em manutenção no ano que a máquina Y, se elas têm idade semelhante? O trator Z gastou em manutenção o equivalente a 30% do preço de um trator novo, vale a pena mantê-lo na frota? Estas questões, entretanto, são difíceis de serem respondidas sem que se tenha outro dado simples de ser obtido, e de extrema importância: o número de horas trabalhadas no período analisado. Este dado é importante porque a

análise do gasto individual de manutenção, por si só, pode levar a decisões equivocadas. Vejamos o exemplo. Vamos analisar os gastos em manutenção dos tratores A e B para uma possível decisão de substituição, em que um deles deverá ser escolhido para sair da frota: Máquina Trator A + B

Gasto anual em manutenção (R$) 16.000,00

Baseado nesta informação, não há muito que se possa inferir. Agora vamos detalhar um pouco mais: Máquina Trator A Trator B TOTAL

Gasto anual em manutenção (R$) 6.000,00 10.000,00 16.000,00

Observando-se somente o gasto anual em manutenção, poder-se-ia facilmente concluir que o trator B tem um custo muito maior do

que o trator A e seria a escolha óbvia para a troca. Esta escolha, entretanto, pode ser equivocada. Vejamos o que acontece ao se acrescentar a informação de horas trabalhadas: No momento em que se analisa o número de horas trabalhadas, em conjunto com os gastos de manutenção, e se calcula o custo-hora da manutenção, observa-se que, apesar de ter gasto 66,7% a mais no total, o trator B custa, para a empresa, o mesmo que o trator A, em manutenção. Isto ocorre devido ao fato de que o trator B gastou mais, mas também trabalhou mais. O simples controle de horas trabalhadas, então, é a fonte da informação para uma análise mais precisa. Mas uma decisão precisa ser tomada. Qual será a escolha? Outro questionamento pode ser feito então: por que o trator A trabalhou somente 900 horas enquanto o trator B trabalhou 1.500 horas? Uma resposta freqüentemen-

Máquina Gasto anual em manutenção (R$) Horas trabalhadas no ano Custo-hora (R$) Diferença no gasto anual (%) Diferença no custo-hora (%) Trator A 6.000,00 900 6,67 Trator B 10.000,00 1.500 6,67 +66,7% 0% TOTAL 16.000,00

Maio 08 • 33

John Deere

GASTOS COM MANUTENÇÃO


Relatório de consumo de combustíveis Comparativo: Harvester Número P-101 P-102 P-103 P-104 P-202 P-203 P-204

consumo de combustível; • vida útil de peças e componentes, para controlar o cuidado com a operação, a qualidade do serviço mecânico e das peças; • número de dias disponíveis para o trabalho em épocas específicas do ano; dentre muitos outros. É riquíssima a quantidade de informações que se tem após alguns anos alimentando um banco de dados sistematizado. Quanto mais informações para a tomada de decisão, mais fácil e acertada ela será e mais otimizada será a estrutura da empresa.

Modelo Marca Horas trabalhadas Quantidade (I) Consumo (I/h) Diferença (%)* Diferença em rel. a média (%) 320 C Caterpillar 3.111,4 31.080,9 10,0 57,8 57,8 320 C Caterpillar 1.887,7 17.422,0 9,2 45,8 45,8 320 C Caterpillar 338,3 3.699,6 10,9 72,8 72,8 320 C Caterpillar 245,8 3.360,9 13,7 116,0 116,0 1270 B Timberjack 1.114,0 13.785,1 12,4 95,4 95,4 1270 B Timberjack 1.158,0 11.820,0 10,2 61,3 61,3 1270 B Timberjack 1.978,0 12.525,8 6,3 0,0 0,0 Média do Consumo (l/h): 10,4 Total Consumo(l/h): 72,7 Abastecimento do Período (l): 93.694,3

* Em comparação ao de menor consumo. Empresa: Otimiza Agronegócios Período: 11/1/2007 a 11/5/2008

te observada é a de que o trator A apresentou um maior número de problemas mecânicos durante o trabalho, ao contrário do trator B, que cumpriu todas as operações apresentando poucos problemas. Os gastos em manutenção do trator A ocorreram durante o tempo em que este deveria estar produzindo, enquanto os do trator B aconteceram durante um período em que não havia operações a fazer. Esta resposta vem de um controle de perdas de tempo produtivo e de manutenção corretiva. Neste momento, também ficamos cientes de que o trator A provocou atraso nas operações e pode ter gerado custos indiretos, como perda de produtividade da cultura, ou perda direta de faturamento no caso de prestadores de serviço. Alguém poderia alegar que controles formais não seriam necessários, porque a equipe do operacional conhece as máquinas e saberia que uma teve maior perda de tempo produtivo do que a outra. Neste caso, cabem três colocações: 1) Isto é fácil de “guardar na memória” quando a frota é pequena. Basta aumentar um pouco o número de máquinas para que a me-

mória não armazene tudo o que deveria; 2) Quando não se tem um sistema formal e organizado de controle, estas informações não chegam aos gestores da forma como deveriam. Muitas vezes nem chegam; 3) É comum que números concretos e corretos contrariem a percepção das pessoas de campo e tragam surpresas. Outros dois fatos devem ser levados em consideração como motivadores para adoção de sistemas de controle operacional: o investimento em máquinas agrícolas, florestais e veículos exige um significativo volume de capital imobilizado, e é uma decisão que deve ser muito bem avaliada, pois gerará custos na empresa por um longo período.

COMO COLOCAR EM PRÁTICA? Existem empresas especializadas que prestam este tipo de serviço a empresários agrícolas e florestais. Um exemplo é a Vectis, empresa voltada para a gestão da produtividade no agronegócio, e a i3 Tecnologia, empresa de tecnologia de informação, que, em sociedade, desenvolveu o sistema Optimus, que permite, de forma prática, obter o controle de máquinas, veículos e de suas operações, com o objetivo de otimizar custos e produtividade. O produtor pode optar por três módulos diferentes. O módulo Tratores, que abrange todas as operações mecanizadas com uso de tratores, para a área agrícola e florestal; o módulo Harvester e Forwarder, destinado para o controle de operações de colheita e transporte florestal, e o módulo Veículos, destinado ao controle de frotas em geral, tanto de veículos pesados, como médios e leves. A utilização do sistema possibilita que as empresas tenham na mão todas as informações necessárias para identificar objetivamente os pontos que devem ser atacados para reduzir seus custos e aumentar a produtividade de sua frota. Além disto, fornece informações sólidas para embasar as decisões de investimento de modo que estas sejam as mais acertadas e benéficas para a empresa no curto, médio e .M longo prazos.

A IMPORTÂNCIA DO HISTÓRICO Outra grande vantagem de se ter um sistema organizado de controle sobre as máquinas é a possibilidade de se montar um histórico de tudo o que diz respeito às operações e que pode auxiliar na tomada de decisão, como: • marcas e modelos que apresentam maior custo de manutenção; • marcas e modelos com maior ou menor

Divulgação

Diogo Ferreira, Vectis

Diogo mostra quais são as vantagens de realizar o controle detalhado da frota

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John Deere

Fotos Charles Echer

Mais potente Com capacidade de produção de 15 mil tratores por ano, a nova fábrica da John Deere no Brasil é uma das mais modernas da empresa no mundo e produzirá oito diferentes modelos de tratores para o mercado interno e exportação

T

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Montenegro serão produzidos apenas tratores. A unidade de Horizontina, também no Rio Grande do Sul, foi remodelada para produzir apenas colhedoras de grãos e semeadoras. A unidade de Catalão, em Goiás, continuará produzindo exclusivamente as colhedoras de cana-de-açúcar. A escolha do Brasil, entre os países de vários continentes, como sede da nova fábrica de tratores pela direção mundial da John Deere “comprovou a confiança da companhia no

crescimento do país e em sua vocação de ocupar um papel de destaque cada vez maior entre os fornecedores mundiais de alimentos, fibras e bioenergia”, afirma Aaron Wetzel, vicepresidente de Marketing, Vendas e Planejamento da John Deere para a América do Sul. A decisão da construção da nova fábrica foi anunciada no final de 2004 e não foi alterada nos dois anos seguintes, apesar da forte crise que afetou a agricultura e o mercado de equipamentos agrícolas do país.

John Deere

ratores brasileiros com tecnologia idêntica a dos tratores produzidos na Alemanha e Estados Unidos. Essa é uma das novidades da mais recente e moderna fábrica da John Deere no Brasil, inaugurada em meados de maio, no município gaúcho de Montenegro. Desde o lançamento da pedra fundamental, no final de 2004, até o início da produção, foram quase três anos. Neste período, 96 hectares de área foram transformados na atual fábrica, com capacidade para produção de 15 mil tratores de oito diferentes modelos por ano, sendo que, atualmente, a fábrica opera com 60% da sua capacidade. Atualmente 750 funcionários e mais de 1.500 prestadores de serviços indiretos fazem parte do complexo. Do efetivo, 540 funcionários contratados na região de Montenegro e 170 transferidos de outras unidades da John Deere, especialmente de Horizontina. Todos passaram por treinamento com focos em tecnologia, segurança de trabalho e ergonomia, e a maior parte desse trabalho foi feita em parceria com o Senai de Montenegro. Com a nova unidade, a John Deere passou a ter três fábricas no Brasil, sendo que em

A nova fábrica ocupa uma área de 96 hectares, dos quais 70 hectares fazem parte da planta


“Com a nova unidade, a John Deere passou a ter três fábricas no Brasil, sendo que em Montenegro serão produzidos apenas tratores ” tratores”

os tratores 7715 e 7815, vão ser entregues já preparados para a instalação dos produtos do sistema AMS, como o Piloto Automático John Deere. Com o sistema eletrônico para o AMS já preparado, a instalação desses dispositivos que utilizam o geoposicionamento por satélite torna-se muito mais fácil e rápida para os clientes.

AMBIENTE PROTEGIDO

Direção e autoridades participaram do ato de descerramento da placa de inauguração, três anos após o lançamento da pedra fundamental da nova fábrica

TECNOLOGIA A unidade de Montenegro adota os últimos avanços da tecnologia industrial, destacando como pontos principais a flexibilidade da linha de montagem, que permite alterações para atender com maior rapidez aos pedidos dos clientes, e a redução dos estoques de matéria-prima e de produtos prontos. Foi possível perceber durante a visita às novas instalações, um ambiente bastante enxuto, com linhas de montagens amplas e “limpas”, sem aquele grande número de peças que geralmente ficam armazenadas nas laterais, dando ao visitante leigo a impressão de que os tratores surgem do nada. Esse processo de montagem segue conjunto de boas práticas aplicadas em unidades da companhia, o chamado DPS – Deere Production System. A preocupação com a qualidade é demonstrada em pontos de aferição em todas as linhas e bancos de testes automatizados para verificações mais completas. Equipamentos de última geração, como os centros de usinagem, contribuem para assegurar alta qualidade na produção. O sistema de pintura utiliza tintas isentas de metais pesados e com baixa emissão de compostos orgânicos voláteis. Além disso, as cabines de aplicação contam com tecnologia de cortina d’água para controle das emissões na atmosfera. Para garantir a qualidade da pintura, os tratores passam por um pré-tratamento e por limpeza por fostatização. Depois da aplicação da pintura poliuretânica por aspersão, é feita a cura em um forno para obter superfícies de alto brilho e assegurar a durabilidade da pintura. “A tecnologia disponível na fábrica de Montenegro faz com que os modelos fabricados no Brasil sejam idênticos aos produzidos nas três principais fábricas de tratores da John Deere no mundo, as de Waterloo e Augusta, nos Estados Unidos, e a de Mannheim, na Alemanha”, afirma Antonio Garcia, diretor de Manufatura da John Deere para a

América do Sul. A linha de tratores fabricados em Montenegro tem oito modelos diferentes, com motores de potências que variam de 75cv (modelo 5603) até 202cv (modelo 7815), além de versões diferentes desses tratores. Os tratores produzidos na unidade são destinados ao mercado brasileiro e à exportação, principalmente para os países da América do Sul. Atualmente, cerca de 48% da produção fica no Brasil e o restante atende o mercado externo. Além do aumento da capacidade de produção, a nova unidade permitiu a ampliação da linha de tratores da John Deere no Brasil com a produção dos modelos 7715, com motor de 182cv, e 7815, com 202cv. Modelos de maior potência produzidos em Montenegro,

A fábrica de Montenegro ocupa uma área de 700 mil metros quadrados em um terreno de 961 mil metros quadrados situado junto ao Pólo Petroquímico de Triunfo. Desde o início de sua construção foram seguidos rigorosos critérios de proteção ambiental. Cerca de 25% do terreno foi reservado formando três áreas de preservação permanente, com realocação de árvores protegidas. Duas estações fazem o tratamento de todos os efluentes líquidos gerados pela unidade. Os efluentes gerados pelo pré-tratamento de pintura, na limpeza de pisos e pelas lavadoras de peças usinadas, são tratados por ultrafiltração, sistema usado para esse fim por apenas mais uma indústria no Brasil. Uma estação de tratamento biológico trata os efluentes de sanitários, refeitórios e lavagem dos tratores. Depois de passar por análise para verificar se estão de acordo com os parâmetros de controle do órgão ambiental, os efluentes são usados em fertirrigação na vegetação ornamental em torno da fábrica. Esse sistema, que também é único no país, é monitorado por uma equipe de engenheiros químicos e agrônomos. .M

Detalhe da linha de montagem, onde são montados oito modelos, com diferentes configurações

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Agrishow 2008

Bons ventos Aquecidas pelo bom momento da agricultura, as vendas de máquinas agrícolas no Brasil voltaram a aumentar, trazendo novo ânimo ao setor

E

ncerrando o ciclo das principais feiras agrícolas do país, a Agrishow de Ribeirão Preto seguiu a regra e superou a edição 2007, com R$ 800 milhões em negócios, R$ 90 milhões a mais que o faturado no ano passado. A boa safra de grãos e os preços acima da média das safras anteriores foram os responsáveis pelo impulso na comercialização deste ano. Com o mercado comprador, os fabricantes de máquinas e implementos agrícolas colocaram diversos lançamentos no mercado, o que diversificou ainda mais a gama de produtos para as principais culturas brasileiras.

CASE IH

gulares, com declive de até 14%.

SANTAL A Santal apresentou a primeira colhedora projetada especificamente para mudas de canade-açúcar. A máquina conta com esteiras de borracha ao invés de rolos e possui proteções com o mesmo material em todos os pontos de impacto das mudas no equipamento. Oferece corte preciso gerando toletes de tamanhos uniformes, de acordo com a necessidade. A colhedora possui tração nas quatro rodas traseiras e pneus de alta flutuação.

SERVSPRAY

A Case IH destacou três lançamentos: os tratores Maxxum, as colhedoras de algodão Module Express 625 e as colheitadeiras de grãos Axial-Flow 2388 Special. Os tratores da linha Maxxum, projetados para atender à demanda principalmente dos setores de cana, algodão e grãos, são dotados de transmissão mecânica e semipowershift (automatizada). Para os cotonicultores, a novidade ficou por conta das colhedoras de algodão Module Express 625, que colhem e também enfardam o produto na própria máquina. Já a colheitadeira de grãos AxialFlow 2388 Special pode ser equipada com peneiras autonivelantes, indicada para áreas irre-

A Servspray apresentou sua primeira plantadora de cana automotriz. A máquina produzida em parceria com a Sermag possui chassi monobloco, duas esteiras que garantem distribuição homogênea, menor consumo de mudas e também menor dano às gemas. O controlador de vazão é capaz de monitorar os três produtos (inseticida, fertilizante e muda de cana) simultaneamente com todos os dados geo-referenciados, que são armazenados em cartão de memória, permitindo a elaboração de mapas e gráficos de toda a aplicação, com a possibilidade de uso da Taxa de Vazão Variável (TVV). Ela possui tração nas seis rodas e sus-

Colhedora de mudas de cana-de-açúcar da Santal, com poucos pontos de impacto

pensão pneumática, sistema elétrico-eletrônico digital composto por sensores de corte e alarmes sonoros visuais para minimizar erros operacionais.

KUHN Além das linhas de plantio e pulverização, a Kuhn deu destaque especial para equipamentos de preparo de rações para pecuária, como os misturadores Euromix e Reel Auggie. O Euromix é composto de oito modelos diferentes de 8m3 a 27m3, com novos sem-fim de mistura, portas de distribuição à direita e ou pela traseira à esquerda, sistema eletrônico de pesagem simples, sistema eletrônico de pesagem programável, tapete de distribuição de 620mm a 2.200mm para uma adaptação nas manjedouras e tabelas de alimentação. Já o Reel Auggie é composto por amplas pás que se elevam e misturam os componentes das forragens, permitindo uma mistura lateral. O equipamento foi projetado para obter mistura rápida e completa, com menos pressão e deteriorização dos alimentos, tem transmissão do rolo de corrente fiável e robusta a banho de óleo e conta com distribuição pela esquerda.

JACTO

Colhedora Module Express 625, da Case IH, colhe e enfarda o algodão na própria máquina

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A Jacto lançou a primeira colhedora de laranjas automotriz. Inspirada nas colhedoras de café, a K5000 movimenta a copa da planta em sentido vertical para a retirada dos frutos. A máquina pode trabalhar em terrenos com até 15% de declividade e em espaçamentos reduzidos. Possui sistema copiador, composto por dois sensores de plantas e dois computadores que fazem leitura do perfil das plantas, processando informações como trajetória do derriçador, melhor forma de colheita, e localização dos frutos, tudo visível em display de LCD na cabine do operador. Pode colher até 900 metros por


“A Agrishow de Ribeirão Preto seguiu a regra e superou a edição 2007, com R$ ” passado” 800 milhões em negócios, R$ 90 milhões a mais que o faturado no ano passado Fotos Charles Echer

Tropicana da Servspray, a primeira máquina autopropelida para o plantio de cana-de-açúcar

hora e tem consumo médio de dez litros de óleo por hora.

AGRALE A Agrale destacou sua linha 5000 de tratores médios, com potência entre 75cv e 85cv, com inovações. Entre as novidades está a transmissão Side Shift, com alavanca de câmbio localizada na lateral. O novo câmbio possui dez velocidades à frente e duas à ré, com 4ª e 5ª marchas sincronizadas. Como opcional, a transmissão dispõe de recursos de super-redução e inversão. A versão com inversor de marcha possui 12 velocidades à frente e 12 à ré, para uso em áreas estreitas, com difícil manobra e nas plantações de arroz. A versão com super-redutor possibilita 20 marchas à frente e quatro à ré, indicada para operações que necessitem de deslocamento extremamente lento, podendo atingir os mínimos 180m/h. A Agrale destacou, também, o trator de grande porte BX 6180m com motores MWM de 168cv de potência.

VALTRA A Valtra destacou as suas colhedoras, que passaram a compor o portfólio da empresa desde o ano passado. A BC 7500 possui sistema de

A Kuhn destacou seus equipamentos para mistura e distribuição de rações

trilha axial e é destinada a grandes áreas. Vem com motor Sisu Diesel Citius 84 CTA Tier III, de seis cilindros Turbo Aftercooler, e injeção eletrônica Common Rail de última geração, que gera 355 cavalos de potência. O tanque graneleiro tem 10.570 litros, o equivalente a 130 sacas de soja. Outro lançamento foi a BC 4500, colheitadeira classe IV de sistema convencional de trilha, com motor Sisu Diesel 620 DS de seis cilindros Turbo de 190 cavalos e sistema de transmissão hidrostático. O tanque graneleiro tem capacidade para 5.200 litros, volume equivalente a 66 sacas de soja. A Valtra também destacou sua nova linha de semeadoras e um sistema de piloto automático com tecnologia RTK – GPS.

JOHN DEERE Dois tratores e uma colheitadeira foram os lançamentos da John Deere. O trator 8230 possui motor de 248cv e a transmissão Auto PowerShift conta com dispositivo que seleciona automaticamente a faixa mais econômica para a operação que está sendo executada, o que garante redução no consumo de combustível. Já a versão Classic dos modelos 6415, de 106cv, e 6615, de 121cv, possibilita acesso facilitado ao motor e especificação simplificada.

A Massey Ferguson destacou o MF 8480, o maior e mais avançado trator da empresa no Brasil

A outra novidade foi a colheitadeira 9570 STS, versão menor com o mesmo sistema de super-rotor já consagrado nos modelos 9650 e 9750 STS. A empresa destacou também a nova forrageira 7350 autopropelida, com motor de 479cv, e o pulverizador 4730 com 30 metros de barra, atingindo até 30km/h na aplicação.

MASSEY FERGUSON A Massey apresentou a linha completa de tratores, colhedoras e as semeadoras com marca própria. Um dos destaques foi a colheitadeira axial MF 9790 ATR, uma máquina da Classe VII, de grande porte, com alta capacidade de colheita, motor de 355cv e plataforma de 30 pés. A principal diferença está no rotor ATR – Advanced Technology Rotor – que pode ser configurado com barras, facas e dentes, permitindo a configuração adequada para cada condição da lavoura. O tanque graneleiro tem capacidade para 10.570 litros, o que representa aproximadamente 130 sacas de soja. Outro destaque da empresa foi o AutoGuide, sistema de direcionamento automático com precisão de dois centímetros. Disponível nos modelos MF 8480, MF 680 HD e MF 283, o equipamento é integrado ao trator e pode ser atualizado a maiores níveis de precisão a partir do sistema submétrico básico, aprovei-

A Agrale apresentou os tratores da linha 5000 com diversas inovações

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Os clientes da Valtra puderam conhecer as últimas novidades da empresa, que são as colhedoras de grãos e a linha de semeadoras

tando o sistema já instalado na máquina. A ferramenta permite selecionar entre trabalhos em linhas retas, curvas e pivô central.

YANMAR AGRITECH A Yanmar Agritech destacou o seu trator de 70cv. O 1175 é compacto, tem 16 válvulas com super-redução, voltado especialmente para a cultura do café, colheita de cana e outras aplicações que necessitem de baixa velocidade. O número de marchas subiu de nove para 12, com a possibilidade de passar para 24 velocidades na opção com super-redutor. O novo trator também eleva a capacidade de levante de implementos de até duas toneladas.

FPT A FPT Power Technologies, empresa do Grupo Fiat, participou pela primeira vez da feira e apresentou sua linha de motores para aplicações agrícolas, dotados de altos níveis de automação, sistemas multiválvulas, turbocompressores de geometria fixa ou variável, sistemas de injeção mecânica e de injeção Common Rail de alta pressão ou com Unit Injector gerenciados eletronicamente, que dão ao sistema de propulsão boa performance e baixo nível de consumo de combustível. Todos os motores FPT já saem de fábrica predispostos ao B5.

MONTANA A Montana inovou e entrou no mercado de colhedoras de algodão. Depois de dois anos de pesquisa, a empresa apresentou a Cotton Blue 2805, autopropelida, com cinco linhas de colheita. Possui motor Cummins, de 280 cv, e seis cilindros com aspiração a ar turbo mais intercooler. A transmissão é hidromecânica 4x2, com velocidade de colheita de até 6km/h. As cinco linhas de colheita têm espaçamento de 76cm a 90cm, com acionamento hidrostático, sistema de colheita de tambores em linha, 12 barras de colheita por rotor e 18 fusos por barra de colheita. O cesto tem capacidade para 33m3, de levantamento combinado e descarga controlados, compactador de três roscas sem- fim com acionamento manual. O transportador é do tipo fluxo de ar induzido, com ventilador de dupla aspiração com rotação de 3.900rpm.

NEW HOLLAND A New Holland destacou sete novos tratores e sua primeira colhedora axial. Os tratores fazem parte das linhas TM – TM7010, TM7020, TM7030 e TM7040 – e TS – TS6000, TS6020 e TS6040. Um dos principais destaques ficou por conta da colhedora axial CR 9060, equipada com dois rotores, tanque graneleiro de 10.600 litros de capacidade de carga e plataforma de 30 ou 35 pés. O motor pos-

A John Deere apresentou a colhedora 9570 STS, com o mesmo sistema de rotor da 9650 STS

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A Yanmar deu destaque para o trator 1175, de 70cv, com cabine

sui injeção Common Rail, com potência de 354cv, a uma velocidade nominal de 2.100rpm. O pico de potência máxima é de 394cv, o que permite descarga em movimento. Esse aumento de potência de até 40cv permite a colheita em condições críticas. A linha TS ganhou três novos tratores, de 91cv (TS6000), 110cv (TS6020) e 130cv no (TS6040). O produtor ainda tem opções de transmissão de 16X4, com o sistema Dual Power e 24X6 (super-redutor). Os novos tratores da linha TM possuem potências de 141cv (TM7010), 149cv (TM7020), 165cv (TM7030) e 180cv (TM7040). Os TM Exitus, nas versões TM7010E (141cv) e TM7020E (149 cv), são equipados com transmissão mecânica do tipo Shuttle Command 16X16, com quatro marchas em quatro gamas sincronizadas.

MIAC A MIAC apresentou sua linha completa para colheita de amendoim. Os arrancadores C 200 e C 400 da Colombo arrancam de duas linhas a quatro linhas, respectivamente, invertem a posição da planta deixando-a com as raízes para cima, ao mesmo tempo em que o sistema de vibração elimina a terra que está junto com as vagens e raízes. Os modelos C 200 e C 400 necessitam de 90cv e 130cv de potência, respectivamente. Para o recolhimento do amendoim, a empresa apresentou a Twin Master, com largura útil de 5,10 metros, possibilitando a colheita de duas leiras de amendoim, que equivalem a quatro linhas de plantio. A trilha é feita por dois

A Jacto destacou sua colhedora de laranjas, a primeira máquina do gênero


“A boa safra de grãos e os preços acima da média das safras anteriores foram os responsáveis pelo impulso na comercialização deste ano ” ano” Fotos Charles Echer

Pela primeira vez na Agrishow, a FPT expôs sua linha de motores para aplicações agrícolas

cilindros de trilhas com sistema de fluxo axial de baixo impacto desenvolvido pela Miac, que giram em sentido contrário, em conjunto com duas turbinas e dois elevadores de grãos, que transportam o produto até o tanque graneleiro. Para completar o processo, a Miac apresentou o secador de amendoim em casca, com capacidade para 15 toneladas de produto.

MANTOVANI A Mantovani destacou o guincho hidráulico Big Bag Max, com capacidade de levante de duas toneladas e elevação de até 5,65 metros. O guincho, indicado para movimentação de cargas, possui roda louca, engate traseiro para arrasto e pé de apoio vertical, torre com giro lateral de 90º, com redutor de velocidade, longarinas dobráveis, cruzeta de quatro pontos e válvula de segurança. Também são itens de série o 3º ponto e os ganchos. A altura da torre é de 3,58m, largura de 2,48m e peso bruto de 910kg.

STARA A Stara destacou o pulverizador Fênix 2000, as semeadoras Prima e Victória, além dos equipamentos para agricultura de precisão base de RTK e piloto automático. A Victória é uma plantadeira de sementes graúdas, disponível nos modelos de nove a 17 linhas, possui reservatórios de adubo e sementes em polietileno e o

A New Holland apresentou uma série de tratores novos, além da colhedora axial com dois rotores e a nova CS 660

chassi é do tipo monobloco, que agrega maior resistência e durabilidade. Já a Prima é uma máquina para semeadura de culturas de verão e inverno, possui chassi tipo monobloco equipado com travessas móveis, plataforma feita de chapa expandida para facilitar a autolimpeza e proporcionar visão mais ampla das linhas de plantio, com opção de articulação.

SEMEATO A Semeato apresentou o primeiro cultivador para cana crua e queimada, o CS3, equipamento para incorporação de adubação e produtos fitossanitários líquidos e sólidos, além da retirada da palhada da linha de cana. Possui três linhas duplas com espaçamentos reguláveis, que permitem realizar a adubação em ambos os lados da soqueira da cana, simultaneamente. Os reservatórios de fertilizantes são de polietileno e têm capacidade para aproximadamente 90kg, e o reservatório para defensivos líquidos, também em polietileno, tem capacidade para 280 litros. O sistema é composto por bomba elétrica e sistema antigotejamento. A Semeato apresentou também a semeadora múltipla SSM 33, com 33 linhas para sementes de inverno e 13 para culturas de verão, a maior múltipla do mercado brasileiro, com 7,3 metros de largura.

A Montana surpreendeu os visitantes apresentando a primeira colhedora de algodão da empresa

TUZZI A Tuzzi levou sua linha de soluções para sistema de três pontos e tração. Presente em todas as montadoras de tratores do Brasil, os sistemas expostos pela empresa no evento apresentaram modificações que facilitam a operação e oferecem maior segurança. Os itens são produzidos com matéria-prima de alta qualidade e processo de tratamento térmico que aumentam a vida útil dos seus componentes, proporcionando, ainda, alta resistência aos mais diversos esforços a que estão sujeitos. A empresa apresentou outras inovações, como engate rápido, que agiliza a operação de acoplamento dos implementos no trator.

A Miac apresentou a linha completa para colheita, secagem e limpeza de amendoim

A Semeato apresentou seu primeiro cultivador para cana crua e queimada, o CS3

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Fotos Charles Echer

Transmissões para colhedoras e eixos para aplicações canavieiras foram os destaques da ZF

Guincho com capacidade de levante de duas toneladas foi o destaque da Mantovani

K.O. A K.O. destacou dois produtos, o pulverizador Speed Jet e o Caçulão 5x1. O Speed Jet é voltado para citricultura, possui pulverização bilateral, 80 bicos dirigíveis com pontas e difusores em cerâmica de alta resistência, distribuição da saia à ponteira da planta, turbina de alta ventilação, com 900mm, e fácil adaptação do volute para pulverização unilateral. Possui as versões de dois mil e quatro mil litros. Já o Caçulão 5x1 é um pulverizador de 500 litros para microtratores, que pode ser facilmente adequado para realizar cinco funções diferentes, com a possibilidade de ser ajustado com turbina para aplicação em café, enrolador de mangueira para catação, barra para aplicação em culturas baixas, barra para aplicação de herbicidas e volute em “V” para parreirais.

ZF A ZF apresentou novos modelos de eixos da sua família As -3000, transmissões para colheitadeiras e transmissões sincronizadas para tratores, com destaque para o eixo AS-3065 para

A K.O. destacou o Speed Jet com 80 bicos dirigíveis, com versões de dois e quatro mil litros

aplicações canavieiras e a transmissão 3MD40. O AS-3065 com bitola larga foi desenvolvido especificamente para a aplicação canavieira. Possui três metros e é destinado a tratores com potência de até 180cv. Por ter maior extensão, permite que o trator se adapte à distância entre uma trilha e outra nos canaviais, evitando que as rodas passem por cima dos brotos. Outros destaques foram a transmissão 3MD-40 e o redutor S-1250, ideais para colheitadeiras com peso total de até 24 toneladas.

SANTIAGO & CINTRA A Santiago & Cintra apresentou o novo sistema de guia por barra de luzes para Agricultura de Precisão, o AgGPS 250 da Trimble. O sistema pode ser utilizado para aplicação de fertilizantes a lanço, calcário e pulverização. O AgGPS 250 garante melhor eficiência nas operações agrícolas. Além disso, é possível utilizálo com o sistema de piloto automático elétrico, melhorando ainda mais a qualidade da aplicação. O AgGPS 250 é o único sistema de barra de luzes do mercado que utiliza o tipo de guia

Semeadoras Victória e Prima foram apresentadas ao público pela Stara, além do sistema de piloto automático comercializado pela empresa

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A Tuzzi destacou seus sistemas de três pontos e tração com inovações, para tratores

FreeForm que melhora a aplicação em terrenos inclinados. O sistema também grava mapas de aplicação que facilitam a visualização das áreas aplicadas, mantendo o registro da operação. Possui tela gráfica colorida de 4.3 polegadas que facilita a visualização da área aplicada, evitando falhas e sobreposições, além de utilizar a exclusiva Tecnologia On Path que permite precisão de 15-20 cm entre passadas. .M

A Santiago & Cintra destacou o AgGPS 250 para aplicações agrícolas




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