Destaques Matéria de capa
Pulverização virtual Programa de treinamento virtual auxilia profissionais a aperfeiçoar técnicas de aplicação de defensivos
Esforço mínimo
Ficha Técnica
Sistema denominado Cultivo Mínimo traz inúmeras vantagens operacionais para áreas florestais
JD 5425N Estreito, Kuhn SDM e Kepler SCS ML-170
Índice
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28
08, 24 e 31
Nossa Capa Valtra
Rodando por aí
04
Aplicação de dose variável
06
Ficha Técnica - John Deere
08
Máquinas florestais
12
Tecnologia de aplicação
15
Prêmio Gerdau
20
Expointer 2008
22
Ficha Técnica - Semeadora SDM
24
Software para pulverização
28
Ficha Técnica - SCS ML-170
31
Técnica 4x4
34
Grupo Cultivar de Publicações Ltda. www.revistacultivar.com.br
Cultivar Máquinas Edição Nº 78 Ano VIII - Setembro 2008 ISSN - 1676-0158
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Charles Ech er Echer • Comercial
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Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados podem solicitá-las à redação pelo e-mail: cultivar@revistacultivar.com.br Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.
Valtra
Thercio de Freitas
John Deere O engenheiro agrônomo Thercio Stella de Freitas acaba de ser contratado pela John Deere como engenheiro de vendas. Anteriormente Freitas atuava como especialista de mercado agropecuário, no segmento de ferramentas motorizadas portáteis.
A Valtra aposta em pelo menos mais dois anos de mercado agrícola aquecido no Brasil. A expectativa se baseia principalmente no aumento da demanda por alimentos e energia no mundo. “Tem mais gente comendo e comendo melhor. Além disso, outro fator importante é a produção de biodiesel e etanol. Embora o petróleo não vá acabar, há um crescimento da consciência ambiental e da busca por combustíveis limpos”, lembrou Leandro Marsili diretor de Marketing, ladeado por Ricardo Hutala, da Sisu Diesel e pelo diretor Comercial da Valtra, Orlando Silva, durante entrevista coletiva da emRicardo Hutala, Leandro Marsili e Orlando Silva presa na Expointer.
Santiago e Cintra
Marcelo Marini
Marini
Durante a Expointer a equipe da Santiago e Cintra apresentou o novo sistema de guia por barra de luzes para Agricultura de Precisão, o AgGPS 250 da Trimble, indicado para aplicação de fertilizantes a lanço, calcário e pulverização. Também mereceram destaque o AgGPS500 Guide, sistema por guia de barra de luzes, o AgGPS 500 Drive, sistema de piloto automático elétrico, sistema de aplicação de taxa variável e o EZBoom2010, sistema de desligamento automático de secção de pulverização.
A Metalúrgina Marini comemorou na Expointer 2008 a venda do milésimo kit de rodado duplo para tratores MF 660 e 680. E em colhedoras MF 5650, 32 e 34. Marcelo Marini e equipe apresentaram aos visitantes as vantagens do produto.
Jacto A equipe da Jacto destacou na Expointer o pulverizador Advance 3000, Tandem, AM 24, com configuração específica para emprego na cultura do arroz.
Jorge Strina
New Holland Jorge Strina assumiu o cargo de Especialista de Marketing de Produtos de Agricultura de Precisão e Fenação e Forragem da New Holland. Há nove anos no Grupo Fiat, atuava anteriormente na Case IH.
Massey FFerguson erguson Fábio Piltcher, diretor de Marketing da Massey Ferguson, Luiz Ghiggi, vice-presidente de Engenharia da AGCO, Vicente Pimenta, gerente de Projetos Especiais da Delphi, e Guilherme Ebeling, gerente de Desenvolvimento da MWM International apresentaram na Expointer um trator MF 275, de 75cv de potência, movido a etanol e diesel, resultado de um projeto experimental desenvolvido em parceria pela Massey Ferguson, MWM International e a Delphi.
Alessandro Wojciechowski
Montana
Novo CEO
Maicon Balansin
Aral Maicon Balansin, da Aral Cabinas, de Tapejara, Rio Grande do Sul, e equipe, apresentaram na Expointer 2008 sua linha de cabinas para tratores e colhedoras.
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O engenheiro mecânico e administrador Walfner Leitão, assumiu em junho o cargo de CEO da Santal. Walfner, que ocupou cargos de alta direção em multinacionais como Husky Injection Molding, Tetra Pak e Coplay do Brasil, assume a presidência da Santal com a missão de executar um plano agressivo de estruturação e crescimento nos mercados interno e externo. Arnaldo Adams Ribeiro Pinto que acumulava função executiva e uma posição no Conselho Walfner Leitão de Administração se dedicará integralmente ao Conselho.
Tramontini A Tramontini classificou como positiva sua participação na Expointer. Segundo a diretoria da fabricante, foram protocoladas 110 propostas para a aquisição de tratores, número 7% superior ao ano passado. De acordo com o gerente comercial, Júlio Cercal, o montante só não foi maior porque muitas revendas optaram por fechar negócios nas suas regiões, sem protocolá-las na feira.
Alessandro Wojciechowski, gerente de Marketing da Montana, destacou durante a Expointer o trator Mistral 50 da Landini, indicado principalmente para o trabalho em fruticultura. O modelo possui trasmissão 12x12 sincronizada com reversor de velocidade.
Agroleite A tradicional empresa de fabricação de cabinas agrícolas, Agroleite, esteve presente na Expointer 2008. João Leite, diretor comercial da empresa comemora o bom momento do agronegócio.
taxa variável
Charles Echer
Dose variável
A aplicação de fertilizantes em taxa variável é uma das ferramentas da agricultura de precisão que acabam gerando gerando economia economia de de produtos produtos ee aumento aumento do do rendimento. E o melhor de tudo, é que o produtor pode fazer aplicação de doses variáveis mesmo sem ter equipamentos dotados de componentes especiais
A
Em lavouras de arroz, a divisão de áreas para aplicação de diferentes doses é facilitada, devido às taipas existentes
06 • Setembro 08
aplicação de fertilizantes em doses variáveis, utilizando diversas máquinas e técnicas para esta aplicação. Na agricultura de precisão, a aplicação de fertilizantes em doses variáveis é realizada a lanço por um distribuidor centrífugo, onde a abertura da comporta dosadora de produto é acionada de forma automática através de um controlador hidráulico-eletrônico. Este tipo de equipamento, associado a um GPS, permite que a máquina aplique o fertilizante de acordo com um mapa de recomendação estabelecido previamente. Reges Durigon
agricultura geralmente é manejada em grandes áreas consideradas como homogêneas, através da aplicação de insumos pela média, onde uma mesma dose de insumo é aplicada em toda a área, não considerando as necessidades específicas de cada parte da lavoura, acarretando um excesso ou falta de fertilizante em determinados locais. Excesso de fertilizantes pode gerar contaminação ambiental e reduzir a lucratividade, enquanto que a sua falta pode diminuir a produtividade e a qualidade da cultura. A aplicação de fertilizantes em doses variáveis consiste em aplicar no local correto (espaço), no momento adequado (época), as quantidades de insumos necessárias (quantidade) à produção da cultura, para áreas cada vez menores e mais homogêneas, conforme a tecnologia e o custo envolvido permitirem esta operação. Após identificar a variabilidade espacial da fertilidade do solo, é possível realizar a
Para os agricultores que não possuem maquinário instrumentado para aplicação de fertilizantes em doses variáveis, uma das alternativas é a demarcação das áreas em grandes zonas de manejo, as quais caracterizam-se como regiões de uma lavoura que expressa uma combinação de fatores limitantes para os quais uma única dose de um insumo é necessária. Em seguida, utiliza-se o maquinário disponível na propriedade como semeadoras e distribuidores a lanço tradicionais, ou seja, equipamento sem controle automático para aplicação em dose variável.
“A aplicação de calcário em doses variáveis proporcionou economia de seis toneladas do produto quando comparada com a aplicação de dose fixa ” fixa” Quadro 1 - Comparativo entre a aplicação de calcário em dose fixa e doses variáveis Item Quantidade total de calcário (Ton.) Custo total (R$)
Forma de aplicação Dose fixa Dose variável 162 156 10530,00 10140,00
em doses variáveis pode ser aumentada quando se trabalha com áreas maiores e principalmente com fertilizantes, os quais apresentam um custo maior em relação ao calcário. Os fertilizantes são considerados como o principal fator do custo de produção das culturas que pode ser manejado com aplicações em doses variáveis, visando aumentar a rentabilidade da atividade agrícola. Quando a fertilidade do solo é baixa, geralmente a aplicação de fertilizantes em doses variáveis proporciona pequena economia nas quantidades utilizadas em relação à dose fixa, em função da necessidade de construção desta fertilidade. Entretanto, quando a fertilidade do solo atinge um determinado nível, é possível racionalizar e economizar na utilização dos fertilizantes, colocando a quantidade necessária em local da lavoura, permitindo a correção nas áreas que se encontrava com teores deficientes e economizar fertilizante nas áreas com teores muito altos de nutrientes. Abaixo citam-se alguns exemplos de resultados obtidos em diferentes propriedades, onde a aplicação de fertilizantes em doses variáveis permitiu reduzir a quantidade aplicada, em relação àquela em que o produtor tradicionalmente aplicava em dose fixa: economia de 53% na adubação com fósforo e potássio em soja; economia de 19% na adubação com potássio e 14% com fósforo em milho; economia de 31% na calagem para milho; economia de 18% na adubação com DAP + KCl em arroz irrigado; economia de 30% na calagem para arroz irrigado.
Quadro 2 - Análise econômica da aplicação de calcário em doses variáveis na cultura do arroz irrigado ITENS VALOR (R$/ha) RECEITA 143,40 Aumento de produtividade de grãos 137,80 Economia em calcário 5,60 CUSTO 41,30 Análise de solo (1 amostra/ha) 18,00 Operação de aplicação de calcário (2ª passada) 23,30 LUCRO 102,10
A aplicação de fertilizantes em doses variáveis é uma das etapas do ciclo de agricultura de precisão, a qual deve ser encarada como uma nova maneira de gerenciar grandes áreas e não apenas como uma recomendação diferente da tradicional. A adoção de outras tecnologias complementares pode facilitar e melhorar a adoção da tecnologia. O mapeamento da fertilidade do solo, associado ao mapeamento da produtividade de grãos da cultura, tem se mostrado fundamental para a determinação dos fatores limitantes à produção. Não basta determinar a causa dos problemas se as suas correções não forem realizadas de forma adequada. A redução dos custos de produção através da economia em fertilizantes obtida com a aplicação em doses variáveis, associada ao aumento da receita proporcionada pelo incremento de produtividade da cultura, permite obter uma maior lucratividade na atividade agrícola, podendo garantir maior espaço no mercado com economia globalizada, o qual demanda preços .M competitivos e qualidade dos produtos. Reges Durigon, José Fernando Schlosser, Eder Dornelles Pinheiro, Alexandre Russini e André Luis Casali, UFSM
John Deere
Quando se utiliza uma semeadora, o produtor pode regular a máquina para aplicar determinadas doses de adubo em diferentes partes da lavoura ou aplicar a mesma dose de adubo na linha em toda a área e complementar as necessidades específicas de cada local na adubação de cobertura (cloreto de potássio e uréia) com o distribuidor a lanço. Em lavouras de arroz irrigado, a divisão da área para aplicação de diferentes doses de fertilizantes é facilitada pela presença de estradas, canais de irrigação e taipas. Para avaliar os benefícios da aplicação de fertilizantes em doses variáveis, realizou-se um trabalho em uma lavoura comercial de arroz irrigado no município de São Francisco de Assis (RS). A área utilizada foi de 70 hectares, mapeada com um GPS de navegação e a malha de amostragem de solo utilizada foi de um ponto (amostra) por hectare. A aplicação de calcário em doses variáveis foi realizada a lanço por quadros da área, através de um distribuidor centrífugo tradicional (sem a instrumentação para agricultura de precisão). Baseando-se no critério do índice SMP do solo em cada parte da área, elaborou-se o mapa de recomendação de calagem nas doses de 0, 2 e 4ton./ha, como é possível observar na ilustração. A aplicação de calcário foi realizada inicialmente com uma dose de 2ton./ha em toda a área (exceto a testemunha) e, posteriormente, uma segunda passada nas áreas (quadros) que necessitavam uma dose de 4ton./ha. Sob o ponto de vista econômico, a aplicação de calcário em doses variáveis proporcionou uma economia de seis toneladas de calcário quando comparada com a aplicação de uma dose fixa de calcário em toda a área (Quadro 1), representando uma economia de R$ 5,60/ha. A receita obtida com a economia em calcário, somada ao aumento de produtividade de grãos de arroz, resultou em uma receita total de R$ 143,40/ha, enquanto o custo total (análise de solo + operação de aplicação de calcário) foi de R$ 41,30/ha (Quadro 2). Isto proporcionou um lucro de R$ 102,10/ha, equivalendo a aproximadamente 308kg/ha de arroz (pelo preço da época) e uma lucratividade de 71% com a aplicação de calcário em doses variáveis. Um ponto a ser ressaltado é o custo da análise de solo (R$ 18,00/amostra), que representou apenas 0,5% do custo total de produção de arroz irrigado, mesmo quando se utiliza uma malha de amostragem densa (1 ponto/ha) como realizado neste trabalho. Na amostragem de solo em malha para trabalhos de agricultura de precisão, geralmente utiliza-se uma amostra de solo de três a cinco hectares, o que diminui os custos de análise de solo e aumenta ainda mais a margem de lucratividade com a tecnologia. A magnitude deste lucro com a aplicação
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5425N Estreito
Estreito 5425N John Deere lançou em setembro o trator compacto com motor de 78cv e largura de 1,40m, próprio para trabalhar em espaçamentos reduzidos, como lavouras de café e fruticultura
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C
om o objetivo de oferecer um equipamento que seja adequado para o trabalho em áreas reduzidas e ofereça maior rendimento, a John Deere lançou recentemente no mercado o trator 5425N Estreito, com dimensões compactas e um motor de alta potência (78cv). O trator tem 1,4 metro de largura, 3,65m de comprimento (sem os pesos frontais) e 2,35m de altura, com a estrutura de proteção (EPCC). O novo modelo apresenta um novo design de capô e a transmissão sincronizada 9x3, que
equipa atualmente os tratores de maior porte 5605 e 5705. O câmbio, em conjunto com o motor agrícola John Deere de 78cv, irá proporcionar conforto e segurança para o operador e garantir uma produtividade maior que a dos tratores deste segmento.
MOTOR O 5425N Estreito vem equipado com
“O trator 5425N vem equipado com a transmissão sincronizada TopShaft, que possibilita a troca de marca à frente e à ré sem pará-lo” Fotos John Deere
o motor diesel John Deere, de quatro cilindros, com potência de 78cv a 2400rmp. O capô escamoteável apresenta um design moderno e funcional, pois permite acesso fácil, sem obstrução, aos principais itens de manutenção como filtro do ar, bateria, fluido do radiador, alternador, radiador, bomba injetora, filtro de combustível e de óleo do motor. O capô é construído em peça única com fecho de engate rápido, não necessitando o uso de ferramentas para a sua abertura.
TRANSMISSÃO O trator 5425N vem equipado com a transmissão sincronizada TopShaft™, que possibilita a troca de marcha à frente e à ré sem pará-lo. Para a troca dos grupos, no entanto, o trator precisa estar parado. Esta transO 5425N Estreito vem com transmissão sincronizada 9x3 que equipa atualmente também os tratores 5605 e 5705
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O modelo Estreito tem 1,4m de largura, 3,65m de comprimento (sem os pesos frontais) e 2,35m de altura, com a estrutura de proteção (EPCC)
missão foi desenvolvida para aproveitar com eficiência o torque e a potência do motor de 78cv. A transmissão possui nove marchas à frente e três marchas à ré, resultantes da combinação de três grupos e três marchas. A alavanca posicionada à esquerda do operador seleciona os grupos e a localizada à direita permite selecionar as três marchas à frente e à ré. A segunda marcha à frente e à ré encontram-se na mesma linha, facilitando a troca de sentido. Essa localização permite alcançar maior produtividade em trabalhos que necessitam troca de sentido com freqüência, o que é bastante comum nas atividades de fruticultura e de cafeicultura.
TDP O trator Estreito vem equipado com a TDP econômica, que possibilita manter a rotação de 540rpm na TDP em duas rotações do motor (a 2400rpm ou a 1700rpm do motor). Assim, pode-se trabalhar com menor rotação no motor para operações mais leves sem prejudicar a eficiência da TDP, o que representa economia de combustível. O acionamento da TDP do novo modelo se dá através de uma embreagem independente, o que permite seu acionamento sem necessidade de parar o trator. Isso representa maior controle e melhor precisão das operações, resultando em maior rendimento na realização dos tratos culturais. Além disso, a alavanca de acionamento da TDP fica localizada no pára-lama. O acionamento suave da mesma permite o aumento progressivo da velocidade, trazendo maior con-
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“O trator 5425N Estreito vem equipado de série com tração 4x4 e bloqueio do diferencial ” terreno” traseiro, o que permite bom rendimento do trabalho mesmo em condições adversas de terreno Fotos John Deere
forto ao operador. Isso também evita sobrecarga sobre o implemento. Uma luz no painel de controle indica ao operador quando a TPD está acionada. O trator 5425N Estreito vem equipado de série com tração 4x4 e bloqueio do diferencial traseiro, o que permite bom rendimento do trabalho mesmo em condições adversas de terreno.
SISTEMA HIDRÁULICO O sistema hidráulico do modelo 5425N é de centro aberto de alta vazão. Este sistema permite operar diferentes tipos de implementos com grande eficiência. Ele é composto por duas bombas que operam em formato “tandem”. Enquanto uma envia vazão hidráulica para o sistema de direção, a segunda envia vazão exclusivamente para o levante hidráulico e para a válvula de controle remoto. A vazão máxima do sistema hidráulico é de 85 litros por minuto à pressão máxima de trabalho de 190kgf/cm². O trator é equipado com uma válvula de controle remoto com vazão máxima de 60l/min. O sistema de acoplamento rápido permite que as mangueiras sejam acopladas e desacopladas
O motor que equipa o 5425N é diesel John Deere, quatro cilindros com potência de 78cv a 2.400rpm. A transmissão sincronizada TopShaftT possibilita a troca de marchas à frente e à ré sem parar o trator
dos implementos sem necessidade de desligar o trator. O sistema de levante hidráulico é categoria II. Ele tem uma excelente capacidade de levante, estando apto a operar com diversos tipos de implementos. A capacidade de levante é de 1.350kgf a 610mm do engate (conforme a norma NBR 13145). O sistema de levante hidráulico permite uma regulagem precisa de profundidade do implemento e da sensibilidade, possibilitando que o implemento copie as variações do solo.
PLATAFORMA DE OPERAÇÃO A plataforma de operação do trator 5425N oferece conforto e visibilidade. As alavancas das marchas e os comandos estão posicionados nas laterais, proporcionando facilidade e conforto na operação do equipamento. Isso resulta em uma maior produtividade ao longo da jornada de trabalho. O assento do operador permite diversos ajustes proporcionando o conforto necessário para o trabalho.
A descarga do motor tem saída horizontal debaixo do capô, permitindo uma excelente visibilidade sem obstrução para o operador.
SEGURANÇA Para maior segurança do operador, a estrutura de proteção do trator é dobrável, facilitando assim o acesso do equipamento a locais com altura de passagem reduzida. O cinto de segurança é integrado ao assento e o sistema de partida é acionado somente com a alavanca de marcha e com a TDP desengatadas. O sistema de freios é em banho de óleo, que proporciona alta segurança, capacidade de frenagem e prolongada vida útil, mesmo sob uso intensivo. Os freios são auto-ajustáveis, dispensando a necessidade de ajustes periódicos. O freio de estacionamento tem acionamento manual através de alavanca localizada próximo à alavanca de seleção .M dos grupos.
Diversos componentes que visam a segurança estão presentes neste modelo, como cinto de segurança integrado ao assento, dispositivo que impede dar a partida com marchas engatadas e arco de segurança
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máquinas florestais
Arquivo VCP (Fazenda Aroeira – Candiota - RS)
Cultivo mínimo O sistema de plantação de florestas denominado Cultivo Mínimo tem inúmeras vantagens operacionais e hoje já é realizado em aproximadamente 85% das áreas de florestamento
A
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45-50m3 ha/ano. Até o fim da década de 70, as práticas silviculturais relativas ao manejo dos resíduos vegetais e ao preparo de solo seguiam um padrão tipicamente agronômico, como o enleiramento e/ou queima de resíduos e o intenso revolvimento da camada superficial do solo por arado e grade. Adotava-se uma recomendação única para extensas plantações florestais, independentemente do tipo de clima, de solo e do material genético. A proibição da queima de resíduos vegetais em São Paulo (1988), a necessidade de diminuir a velocidade de degradação dos solos, a preocupação com a preservação dos recursos naturais e o uso de herbicida foram fatores que Fotos José Gonçalves
s florestas plantadas existentes no Brasil totalizam cerca de 5,6 milhões de hectares, sendo 3,4 milhões de hectares com eucaliptos, 1,8 milhão de hectares com pínus e 330 mil hectares de outras espécies. Em 2005, foram plantados 553 mil ha. Desse total, cerca de 130 mil hectares (23,6%) originaram-se de programas de fomento florestal, coordenados por diferentes empresas, entidades e instituições em pequenas e médias propriedades, e 422 mil hectares (76,4%) de plantios próprios. A meta estabelecida pelo Programa Nacional de Florestas até 2010 é plantar um milhão de hectares por ano (Sociedade Brasileira de Silvicultura, 2008). A madeira do eucalipto é usada para produção de chapas, lâminas, compensados, aglomerados, carvão vegetal, madeira serrada, celulose e móveis. Outros produtos são também obtidos nas plantações, como os óleos essenciais e o mel. As maiores plantações estão nas regiões Sudeste e Sul, com destaque para os estados de Minas Gerais, São Paulo e Paraná. Também há amplas plantações no Nordeste, estado da Bahia, no Centro-Oeste, estado do Mato Grosso do Sul, e no Norte, estado do Amapá. Devido ao grande investimento em pesquisa e tecnologia nas três últimas décadas, o aumento de produtividades quantitativa e qualitativa foi alto. No setor de celulose, em 1965, a produtividade média do eucalipto era de 10m3 ha-1 ano-1 e, atualmente, de 38m3 ha-1 ano-1. Nos melhores sítios florestais, a produtividade média chega a
Coveador mecânico duplo que prepara covas em duas linhas de plantio, sucessivamente. As covas têm diâmetro de 40cm e profundidade variável
predispuseram e agilizaram a adoção do cultivo mínimo. O controle de plantas daninhas com herbicida foi um fator crucial, porque neste sistema não há inversão da leiva (como no sistema convencional), ficando o banco de sementes das plantas daninhas nas camadas superficiais do solo (não-soterrado). Isto causa aumento da infestação dessas plantas, dificultando ou inviabilizando, operacional e economicamente, o controle manual.
RESÍDUOS VEGETAIS As áreas mais comuns para a implantação florestal são as de pastagens degradadas, onde a quantidade de resíduos é, relativamente, pequena e os resíduos são de consistência macia e de rápida decomposição. Em contraste, em áreas de replantio (reforma florestal), a quantia de resíduos como serapilheira, casca, galhos e folhas, pode variar de cinco a 40 toneladas por hectare. Dependendo do sistema de colheita, manual (com motosserra) ou mecanizado (harvester, forwarder, feller-buncher, skidder), a distribuição dos resíduos sobre o terreno pode ser bem irregular, variando de 0 a 20kg/m2. Na Tabela 1 são apresentados alguns rendimentos operacionais, algumas vantagens e desvantagens de sistemas de colheita florestal. Os restos da colheita podem ficar distribuídos no campo de forma aleatória ou sistemática, neste caso, visando favorecer as operações subseqüentes de preparo de solo, de controle da brotação do eu-
“O Cultivo Mínimo resultou em inúmeras vantagens técnicas, econômicas e ecológicas, como a redução da erosão, a maior conservação da umidade do solo e a redução da reinfestação de plantas daninhas ” daninhas”
calipto e de plantio. Em áreas sob colheita mecanizada, em que os resíduos ficam distribuídos aleatoriamente sobre o terreno, há necessidade de picar ou remover os resíduos das linhas de preparo de solo e plantio, com objetivo de evitar o embuchamento e a redução de qualidade e de rendimento dos implementos de preparo de solo e outras práticas culturais. Em algumas plantações florestais adota-se como princípio a convivência com os resíduos vegetais, com objetivo de economizar operações e de reduzir os danos ao solo. Consiste em realizar algumas operações essenciais como o preparo de solo, sem movimentar ou alterar o mínimo possível a disposição ou as características dos resíduos. Para isso, podem-se usar alguns recursos, por exemplo: a) a adição de acessórios mecânicos nos implementos de preparo de solo, como o disco cortante e a haste retrátil do subsolador; b) o uso de limpa-trilho para afastar os resíduos da linha de subsolagem; c) a elevação do chassi do trator com rodas e/ou pneus especiais (por exemplo, pneus maiores, às vezes com uso de esteira); d) a modificação do espaçamento de plantio, de forma a possibilitar a realização de operações em faixas de terreno com menos obstáculos.
PREPARO DO SOLO A técnica do Cultivo Mínimo prevê a manutenção dos resíduos vegetais (serapilheira e sobras da colheita) sobre o solo, seguida do preparo localizado do solo nas linhas ou covas de
Limpa-trilho usado para afastar os resíduos da linha de subsolagem, que tem um rendimento operacional 1,0ha a 1,2ha por hora
plantio. Os primeiros projetos-pilotos, em escala comercial, foram estabelecidos em 1989 na região de Itatinga (SP) em plantações de eucalipto. Em um levantamento realizado em 2002, cerca de 72% das plantações florestais eram estabelecidas no sistema de Cultivo Mínimo. Atualmente, estima-se em mais de 85% das plantações. Os implementos mais usados em áreas manejadas no sistema de cultivo mínimo são o subsolador (profundidade de trabalho > 30cm) e o coveador mecânico. Este último é usado em áreas muito declivosas com forte ondulação, montanhosas ou com muitos obstáculos físicos ao subsolador, como nas áreas de replantio, com muitos tocos grossos. Em áreas com declive acima de 30-35% (dependendo da irregularidade do terreno), não é possível mecanizar o preparo de solo, que fica restrito à abertura
manual de covas. O ciclo longo de cultivo das plantações florestais constitui uma vantagem em relação às culturas anuais, pois implica em menor movimento de máquinas sobre o solo. Por outro lado, os resíduos da colheita podem representar sérios obstáculos às operações de preparo de solo e de plantio. Como exemplo, a dificuldade de correção de limitações físicas do solo, quando os resíduos dificultam as operações mecanizadas, como as realizadas pelo subsolador florestal.
BENEFÍCIOS O Cultivo Mínimo resultou em inúmeras vantagens técnicas, econômicas e ecológicas, como a redução da erosão, a maior conservação da umidade do solo e a redução da reinfestação de plantas daninhas. A construção de terraços tornou-se desnecessária. Antes do uso do Cultivo Mínimo era mais freqüente a necessidade de manutenção das estradas florestais, com objetivo de retirar sedimentos transportados das áreas adjacentes de produção. Com essas vantagens, os impactos ambientais das plantações ficaram bem menores. Como bom indicador dessa prática silvicultural, tem-se constatado que os cursos de água ficaram mais limpos e que o sistema funciona como um tampão ambiental, por exemplo, atenuando e degradando compostos nocivos ao meio ambiente. O Cultivo Mínimo do solo tem contribuído ultimamente para a internalização de valores extras à floresta e seus produtos, ao colaborar para o
Tabela 1 - Rendimento operacional, vantagens e desvantagens de sistemas semi-mecanizado (motoserra) e mecanizados de colheita Semi-mecanizada Motoserra 3 a 4 m3 h-1 por homem (sem descascar) • É possível regular a altura dos tocos (alto fuste ou talhadia - tocos finos e médios); • A serapilheira e os resíduos da colheita (ponteiros, galhos, folhas, cascas) ficam bem distribuídas sobre o terreno; • Não compacta o solo; • Sem limitação de declividade para realizar a operação; • Baixo índice de dano físico às gemas. • Baixo rendimento operacional; • Não descasca a madeira; • Demanda rebaixamento de toco pós-colheita em áreas de talhadia com tocos grossos.
Mecanizada Harvester/Forwarder Feller-buncher/Skidder Rendimento 10 a 20 m3 h -1 (+40-45 árv. h-1) 20 a 40 m3 h-1 Vantagens • O Harvester possibilita fazer o descascamento logo após o corte das árvores; • É possível regular a altura dos tocos (alto fuste ou talhadia); • A serapilheira e os resíduos da colheita (ponteiros, galhos, folhas, cascas) • Bom rendimento operacional em florestas de baixa a média produtividade (alto ficam bem distribuídas sobre o terreno; fuste ou talhadia); • É possível regular a altura dos tocos (alto fuste ou talhadia – tocos finos e • Opera em declives mais acentuados; médios); • Baixo potencial de compactação do solo (um dos motivos se deve à possibilidade de fazer trilhas de resíduos sobre os quais passa o Forwarder); • Baixo índice de dano físico às gemas. Desvantagens • Produção de fibras longas de casca, que aumentam a possibilidade de embucha- • Não é possível fazer o descascamento logo após o corte das árvores; mento de implementos de preparo de solo (p.ex., subsolador, coveador mecânico); • Os resíduos da colheita são depositados na borda do talhão (remoção de MO • Baixo rendimento operacional em sítios de baixa produtividade; e nutrientes da área) •Requer relevo plano a ondulado (até 15%) e superfície do solo homogênea. Alternativa – traçar os troncos dentro do talhão com motoserra e fazer baldeio com Forwarder; • O arraste das árvores sobre o solo varrem a serapilheira, expondo o solo e tornando irregular a distribuição de resíduos; • Alto índice de dano físico às gemas; • Maiores índices de infestação com plantas invasoras; • Maior potencial de compactação do solo (camadas compactadas distribuídas de forma não-sistemática no terreno).
Setembro 08 • 13
Tabela 2 - Estimativa do balanço de nutrientes e do número potencial de rotações (7 anos) sob três cenários de manejo florestal de uma plantação clonal de Eucalyptus grandis estabelecida num Latossolo Vermelho Amarelo distrófico (20% de argila), com incremento médio anual de madeira com casca de 45 m3 ha-1 ano-1 Componente
N
P
Ca
Mg
55
K kg ha-1 550
(Estoque) Estoque inicial de nutr. no solo (0-200 cm)(1) Estoque de nutrientes na biomassa • Folha • Galho • Madeira • Casca • Serapilheira • Raiz (grossa e fina) Perda de nutriente • (Queima) Pela queima de resíduos da colheita e serapilheira (2) • (Casca) Pela remoção da casca • (Madeira) Pela remoção da madeira • (Madeira + Casca) Pela remoção da madeira e casca (Adubação) Adição de nutrientes pela adubação (3) Balanço de Nutriente (4)
1900
3800
800
70 20 270 45 225 120
6 5 25 15 12 5
25 10 130 60 45 35
30 22 135 115 250 30
10 5 20 18 30 12
310 45 270 315 64
23 15 25 40 32
69 60 130 190 80
46 115 135 250 300
18 18 20 38 50
Cenário A: (Estoque) - (Madeira) + (Adubação) Cenário B: (Estoque) - (Madeira + Casca) + (Adubação) Cenário C: (Estoque) - (Queima) - (Madeira + Casca) + (Adubação) Cenário D: (Estoque) - (Madeira + Casca) Número potencial de rotações (7 anos) Cenário A Cenário B Cenário C Cenário C
1694 1649 1339 1521
62 47 24 -17
500 440 371 280
3965 3850 3804 3250
830 812 794 712
>7 7 3 3
>7 6 1 1
>7 5 3 2
>7 >7 >7 >7
>7 >7 >7 >7
cerca de 230kg/ha de N, 20kg/ha de P, 110kg/ ha de K, 110kg/ha de Ca, ou seja, 43% de N, 39% de P, 49% de K e 24% de Ca do estoque de nutrientes contidos na biomassa aérea do povoamento. Nesse trabalho também foi constatado que a produtividade do E. grandis diminuía em 40m3/ha (14,5%) em comparação com o tratamento em que todos os resíduos florestais foram mantidos sobre o solo. A perda de produtividade foi bem maior quando todos os resíduos foram removidos do sítio: redução de 101m3/ha de madeira (36,5%). A importância dos resíduos para a sustentabilidade da produtividade em solos de baixa fertilidade está bem demonstrada em solos brasileiros e de vários países tropicais. Avaliando o balanço de nutrientes em povoamentos de Eucalyptus grandis ao longo de várias rotações de sete anos de cultivo, pode-se constatar que a queima dos resíduos florestais, a exportação de nutrientes via madeira e casca e a baixa aplicação de fertilizantes causam drástica redução dos estoques de nutrientes em solos de textura média e arenosos (Tabela 2). A disponibilidade de P neste nível de manejo é suficiente apenas para uma rotação; as disponibilidades de K e N são suficientes para no máximo três rotações (21 anos de cultivo). Quando o manejo florestal não prevê a queima ou a remoção de resíduos, o número de rotações potenciais para o K e N mais do que duplica, evidenciando o grande efeito de práticas conservacionistas nos estoques de nutrientes. Também foi constatado que a manutenção de todos os resíduos florestais sobre o terreno e as aplicações regulares de fertilizantes possibilitam a produção sustentada de madeira por mais de sete rotações consecutivas de cultivo (50 anos), sem diminuição de produtividade. Essas estimativas são variáveis conforme os índices de produtividade obtidos em cada sítio, que depende do material genético, das condições climáticas, da fertilidade natural do solo, da eficiência de aproveitamento dos fertilizantes e do conjunto de práticas silviculturais adotadas no povoamento ao longo dos ciclos de cultivo. . M
(1)
Somente N potencialmente mineralizável, P extraível por resina e K, Ca e Mg trocáveis; Perda de nutrientes pela queima: 86% de N, 60% de P, 49% de K, 11% de Ca e 29% de Mg; Adubação: 80 kg ha-1 de N, 40 kg ha-1 de P, 100 kg ha-1 de K, 300 kg ha-1 de Ca e 50 kg ha-1 de Mg. Foi asumido uma taxa de 80% de eficiência de aproveitamento de N, P, K, e 100% para Ca e Mg; (4) Estoque remanescente no sítio após uma rotação de 7 anos. (2) (3)
PRODUTIVIDADE FLORESTAL A grande maioria dos solos ocorrentes nas regiões tropical e subtropical apresenta avançado estágio de intemperização devido aos altos índices pluviométricos e térmicos e, por ser, em grande extensão, originados de rochas sedimentares, portanto, de materiais pré-intemperizados. Cerca de 50% da área destas regiões é coberta por latossolos e argissolos e 17% por neossolos quartzarênicos, litólicos e cambissolos. Estas classes de solo ocorrem, predominantemente, sob climas chuvosos e estacionais (57% da área), onde se encontram os maiores maciços de florestamentos homogêneos. Os minerais de argila mais comuns na maioria desses solos são a caulinita, os óxidos de Fe e Al e materiais amorfos. Apenas traços de minerais do tipo 2:1 são observados nesses solos. Com essa composição mineralógica, as reservas de nutrientes na forma de minerais primários são pequenas, por conseguinte, também a capacidade de manutenção da fertilidade do solo. Os teores de macro e micronutrientes nes-
14 • Setembro 08
ses solos são considerados baixos ou muito baixos, com grandes implicações sobre o potencial produtivo desses solos. Sob tais circunstâncias, o cultivo sucessivo por várias rotações de espécies florestais com grande capacidade de extração de nutrientes tem grande impacto sobre as pequenas reservas nutricionais dos solos, resultando em quedas de qualidade dos sítios. O equilíbrio entre entradas e saídas de nutrientes é estratégico para a manutenção da produtividade em florestal. Assim, é essencial que sejam repostos os nutrientes exportados em produtos florestais por meio das fertilizações. Num latossolo vermelho distrófico textura média, representativo de grandes extensões florestais, foi verificado que os componentes dos resíduos florestais (folha, galho, casca e serapilheira) de um povoamento de Eucalyptus grandis, com sete anos, equivaleram a cerca de 40mg ha-1, ou seja, a 30% do total da biomassa aérea. Nesses componentes, estavam contidos cerca de 60% do N, 60% do P, 50% do K, 75% do Ca e 75% do Mg do estoque de nutrientes da parte aérea do povoamento. Isso demonstra a importância de se deixar esses resíduos sobre o solo após a colheita da madeira. Com a retirada da madeira, são exportados do sítio florestal
José Leonardo de M. Gonçalves, Esalq/USP José Gonçalves
endosso de atividades silviculturais visando à obtenção de certificados de boa qualidade como, por exemplo, a ISO 14.000 e o selo verde.
Subsolador florestal com haste retrátil e disco cortante de raízes e resíduos vegetais
Arma certa Estudo avalia o controle da ferrugem asiática na cultura da soja em função da tecnologia de aplicação utilizada e mostra quais as melhores alternativas em cada situação
O
consumo de produtos fitossanitários pela cultura da soja a torna a mais importante consumidora destes insumos no mercado nacional. Dos produtos fitossanitários utilizados no Brasil, em geral mais de um terço são destinados à soja, sendo mais da metade dos herbicidas e cerca de um quarto dos fungicidas. Entretanto, o sucesso do tratamento fitossanitário na soja depende estreitamente da tecnologia de aplicação utilizada para que os produtos fitossanitários atinjam o alvo. Com a finalidade de avaliar a deposição das gotas na cultura de soja, elaborou-se um trabalho de pesquisa para as aplicações simultâneas com diferentes modelos de bicos de pulverização, convencional e rotativo. A aplicação “convencional” foi realizada com um pulverizador costal, com pressão constante mantida a 210kPa, por CO2 comprimido. A barra foi equipada com quatro bicos TJ 60 11002, distanciados de 0,5m entre si, proporcionando um consumo equivalente a 200l de calda/ha. Para os tratamentos a volume baixo, utilizou-se um pulverizador manual elétrico com bico rotativo. Aplicou-se 32,2l de calda/ha, com veloci-
dade de trabalho de 7,2km/h, com distância de 0,75m entre passadas para o bico rotativo. Este volume de aplicação foi escolhido para simular condições operacionais de uma aplicação aérea em que há produção de tamanho mais uniforme de gotas, porém em pequenas parcelas experimentais, proporcionando uma melhor homogeneização das condições locais. Assim como nas aplicações aéreas e no sistema conhecido como BVO (baixo volume oleoso), foi adicionado 10% de óleo vegetal (Veget’oil) à calda aplicada com bico rotativo. Tanto para a aplicação convencional com bicos hidráulicos como na aplicação com bico
rotativo foi adicionado à calda um fungicida cúprico (Cuprogarb 500) na dosagem de um quilograma do produto comercial por hectare, como marcador da deposição em três alturas das plantas de soja, denominadas de terços superior, médio e inferior. A cultura estava com altura média de 0,7m e na fase fenológica R2/ R3. A temperatura ambiente esteve entre 33,6ºC e 34,6ºC; a umidade relativa do ar entre 58% a 60%; a nebulosidade aproximada foi de 50% e os ventos médios de 3,6km/h. A segunda aplicação foi realizada no dia 18 de março de 2005, altura 90cm a 100cm (estádio R5/R5.2 da cultura) aos 96 DAS, entre 14h30min e 16h30min. A partir desta aplicação, o depósito do pulverizador com bico rotativo foi elevado a uma altura em torno de 50cm com relação à primeira aplicação, devido ao crescimento da cultura, com a finalidade de manter constantes a distância em relação ao alvo e a vazão do equipamento. As pulverizações ocorreram com o bico distante de 15cm a 20cm do alvo. As demais calibrações foram as mesmas da primeira aplicação. A temperatura ambiente variou de 30,1ºC a 33,8ºC; a umidade relativa do ar de 66% a 65% e a nebulosidade aproximada foi de 75%. Os ventos foram intermitentes, estando no início em torno de 5,0km/h e no término, na aplicação do bico rotativo, em torno de 1,8km/h. Para melhor visualização, os tratamentos estão apresentados na Tabela 1.
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John Deere
tecnologia de aplicação
AVALIAÇÃO DA DEPOSIÇÃO Após cada aplicação, foram coletadas, ao acaso, em cada parcela, três folhas (nove folíolos) de cada altura da planta (terços superior, médio e inferior). Estas foram identificadas e levadas para o Laboratório de Ecotoxicologia dos Agrotóxicos e Saúde Ocupacional do Departamento de Fitossanidade da Unesp, Campus de Jaboticabal. No laboratório, as folhas foram colocadas em sacos plásticos contendo 250ml de solução de HCl (0,2N) e deixadas em repouso por aproximadamente duas horas. Em seguida, foram realizadas as filtragens e as leituras do extrato obtido em espectrofotômetro de absorção atômica. Ao serem lavadas, algumas folhas sofreram lesões, o que dificultou a realização da determinação da área foliar. Assim, foram escolhidas e coletadas cem folhas de diferentes posições para medição de suas áreas. Estas foram pesadas e comparadas com a matéria seca das folhas que estiveram na solução de HCl. Com isso foi possível estimar a área foliar, através da massa das folhas que sofreram a extração do cobre. As concentrações de cobre obtidas através das leituras em espectrofotômetro foram co-relacionadas às áreas foliares estimadas, resultando na quantidade de cobre expressa em µg/cm2. O delineamento experimental foi em blocos casualizados com sete tratamentos e quatro repetições, no esquema fatorial com três fatores mais uma testemunha sem aplicação (2x3x3). A análise de variância foi feita pelo teste F e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey (P < 0,05).
COBERTURA DA SUPERFÍCIE
Marcelo Ferreira
Anteriormente às aplicações com as caldas fungicidas, foram fixadas, com grampeador, lâminas de papel hidrossensível sobre folíolos de
duas plantas de soja por parcela em três posições, representando, em altura, os terços superior, médio e inferior da cultura. Imediatamente após a secagem da calda pulverizada, os papéis foram retirados e levados ao laboratório para análise de imagem com software e-Sprinkle®. Para comparação entre os métodos, foi utilizada uma escala de notas atribuídas visualmente à cobertura proporcionada pela calda às superfícies tratadas, atribuída aos papéis hidrossensíveis. A escala de notas seguiu o critério numérico seqüencial de 1 a 9, sendo atribuídas para porcentagens de cobertura: 1
< 20%, 2 - de 21 a 30, 3 – de 31 a 40 e assim sucessivamente de 10 em 10% até 9 – de 91 a 100% de cobertura Aos 121 dias após a semeadura da cultura (12/4/2005) foram colhidas quatro linhas centrais de 4m de comprimento, cada uma, perfazendo 8m2, para a avaliação do número de plantas e da produção de grãos. Esta produção foi medida pelo peso dos grãos de todas as plantas colhidas na área.
RESULTADOS E DISCUSSÃO Nos resultados da deposição do cobre sobre as plantas de soja (Tabela 2) pode-se verificar diferenças estatísticas na primeira aplicação (estádio R2/R3) com maior deposição para o tratamento com pulverizador pressurizado com CO2, quando a cultura encontrava-se com menor área foliar, ao passo que no estádio R5/ 5.2, as duas formas de aplicação equipararamse. Este fenômeno pode-se dever à maior facilidade de cobertura proporcionada pelo maior volume de calda. Entretanto, esta maior cobertura pode não resultar em maior deposição dos ingredientes ativos, uma vez que isto também dependerá da concentração da calda e da distribuição das gotas no perfil da cultura ao longo de seu desenvolvimento. Em relação à deposição do cobre nas diferentes posições da planta (Tabela 3), os resultados expressam melhores resultados no terço Extensão do suporte do tanque costal do pulverizador com bico rotativo para manutenção da distância em relação ao alvo
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“O delineamento experimental foi em blocos casualizados com sete tratamentos e quatro repetições, no esquema fatorial com três fatores mais uma testemunha sem aplicação (2x3x3)” Case IH
Tabela 1 - Equipamentos e fungicidas utilizados na cultura da soja para avaliação da calda pulverizada Tratamentos 1. Pressurizado com CO2 2. Pressurizado com CO2 3. Pressurizado com CO2 4. Rotativo 5. Rotativo 6. Rotativo 7. Testemunha
Manejo* Sist. 1 Sist. 2 Sist.3 Sist.1 Sist.2 Sist.3
Fase fenológica da soja R2/R3 1ª aplicação Ópera1 (0,5) Nativo2 + Lanzar6 (0,5 + 0,25) Sphere3 + Attach6 (0,3 + 0,25) Ópera1 (0,5) Nativo2 + Lanzar6 (0,5 + 0,25) Sphere3 + Attach6 (0,3 + 0,25) -
R5/R5.2 2ª aplicação Ópera1 (0,5) Nativo2 + Lanzar6 (0,5 + 0,25) Folicur4 + Derosal5 (0,5 + 0,5) Ópera1 (0,5) Nativo2 + Lanzar6 (0,5 + 0,25) Folicur4 + Derosal5 (0,5 + 0,5) -
* Sist. = Sistema de manejo; 1 – epoxiconazole + piraclostrobina; 2 – azoxistrobina; 3 – trifloxistrobin + ciproconazole; 4 –tebuconazol; 5 – carbendazim; 6 - óleo mineral.
superior em relação aos terços médio e inferior, para ambos os pulverizadores utilizados. Decorrente disto pode-se observar uma possível necessidade de se realizar pulverizações em diferentes fases da cultura para protegê-la, sobretudo quando houver produtos de contato envolvidos no tratamento. Estas aplicações podem resultar em maior proteção da cultura, uma vez que atingiria melhor distribuição pela menor área foliar a ser coberta e maior facilidade de penetração das gotas, além de atingir os inóculos da doença em fases iniciais de desenvolvimento. Ressalte-se que o volume de calda utilizado com o bico rotativo foi cerca de sete vezes menor ao utilizado com o pulverizador equi-
pado com bicos hidráulicos, ainda assim, este proporcionou deposições semelhantes nos três sistemas de manejo dos fungicidas (Tabela 3). Em relação ao efeito das formulações dos fungicidas utilizados sobre a deposição nas plantas de soja, não se verificou diferença significativa entre os sistemas. Porém, outras formulações poderão afetar a distribuição da calda, sobretudo para bico rotativo, em que a distância entre passadas está intimamente relacionada às características físicas da calda. Isto poderá ser decisivo na escolha do espaçamento entre bicos, uma vez que a viscosidade do líquido afeta a largura da faixa de tratamento requerendo critério na calibração do pulverizador no momento das aplicações.
ANÁLISE DE COBERTURA Foi realizada análise de imagem pelo software e-Sprinkle, versão 2004, dos papéis hidrossensíveis para determinação dos tamanhos de gotas e da cobertura pelas gotas da calda pulverizada. Infelizmente, este método não apresentou resultados confiáveis neste experimento, possivelmente pelo pouco contraste com o papel hidrossensível ou por pouca sensibilidade do método. Desta forma, a análise estatística dos dados provenientes da análise de ima-
Tabela 2 - Deposições de cobre sobre plantas de soja proporcionadas por dois pulverizadores em duas aplicações de fungicidas para controle da ferrugem Pulverizadores Pressurizado com CO2 Bico rotativo DMS (5%)
1ª aplicação 2,94 a 1,91 b 0,83
2ª aplicação 1,84 a 1,73 a 0,49
Médias seguidas de letras minúsculas iguais na coluna não diferem entre si, pelo teste de Tukey, a 5% de significância.
Tabela 3 - Deposição de cobre em três posições de plantas de soja após a aplicação de fungicidas com dois pulverizadores, um com bico hidráulico (pressurizado por CO2) e outro com rotativo, em duas aplicações de fungicidas para controle da ferrugem Posição na planta Terço superior Terço médio Terço inferior DMS (5%)
1ª aplicação 3,68 a 1,99 b 1,60 b 1,22
2ª aplicação 2,80 a 1,52 b 1,02 b 0,72
Médias seguidas de letras minúsculas iguais na coluna não diferem entre si, pelo teste de Tukey, a 5% de significância.
gem não foi considerada nestes resultados. Na Tabela 4 estão apresentadas as notas de cobertura das plantas de soja após a aplicação
Pulverizador Bico hidráulico Bico rotativo DMS (5%) Posição na planta Terço superior Terço médio Terço inferior DMS (5%)
1ª aplicação 3,05 a 1,24 b 0,38
2ª aplicação 2,96 a 1,44 b 0,36
2,75 a 2,29 a 1,40 b 0,56
3,62 a 1,90 b 1,08 c 0,52
Médias seguidas de letras minúsculas iguais na coluna não diferem entre si, pelo teste de Tukey, a 5% de significância.
Tabela 5 - Desdobramento das interações significativas entre coberturas proporcionadas por dois pulverizadores em três diferentes posições de plantas de soja, avaliadas em papel hidrossensível Pulverizadores1 1ª Aplicação 2ª Aplicação Pressurizado Rotativo Pressurizado Rotativo Terço superior A 4,04 a B 1,45 a A 5,12 a B 2,12 a Terço médio A 3,38 a B 1,21 a A 2,58 b B 1,21 b Terço inferior A 1,75 b B 1,04 a A 1,17 c A 1,00 b Posição na planta
1Médias seguidas de mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna, para cada uma das aplicações, não diferem entre si, pelo teste de Tukey, a 5% de significância.
Tabela 6 - Número de plantas e produção de grãos de soja com duas aplicações de fungicidas para controle da ferrugem asiática Pulverizadores
Número de plantas Produção de grãos (em 8m2) (kg/ha) Pressurizado com CO2 139,2 a 2927,1 a Bico rotativo 138,0 a 2909,4 a Manejo Sistema 1 134,4 a 2842,1 a Sistema 2 137,9 a 2968,8 a Sistema 3 143,6 a 2943,8 a Testemunha 137,0 2500,0 F (Trat. vs Testem.) 0,03 ns 14,29** Médias seguidas de letras minúsculas iguais na coluna não diferem entre si, pelo teste de Tukey, a 5% de significância.
dos fungicidas. Observa-se que houve cobertura significativamente maior nas parcelas que receberam aplicação com o pulverizador convencional, em ambas as aplicações. Em relação à posição na planta, na primeira aplicação não houve diferença significativa entre os terços superior e médio, sendo que ambos apresentaram cobertura significativamente maior em relação ao terço inferior. Na Dos produtos utilizados no Brasil, em geral mais de um terço são destinados à soja, sendo mais da metade dos herbicidas e cerca de ¼ dos fungicidas
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Marcelo Ferreira
segunda avaliação houve uma diminuição gradativa e estatisticamente significativa do terço superior ao inferior das plantas. Isto pode ser devido ao maior enfolhamento da cultura, inclusive com a presença das vagens (estádio R5/ R5.2), com maior superfície a ser coberta e maior dificuldade de transposição da massa de folhas do terço superior pelas gotas. Não houve efeito significativo dos fungicidas na cobertura das plantas de soja pela calda na primeira (F = 0,82ns) ou na segunda (F = 0,61ns) aplicação. Observa-se na Tabela 5 que na primeira aplicação somente houve cobertura significativa menor no terço inferior da cultura, para o pulverizador pressurizado. O pulverizador equipado com bico rotativo apresentou maior uniformidade nesta aplicação, proporcionando coberturas sem diferença estatística nas três posições avaliadas nas plantas. Entretanto, com o maior enfolhamento da cultura no momento da segunda aplicação, houve um decréscimo gradual e significativo entre cada terço amostrado das plantas para o pulverizador pressurizado. Para o pulverizador com bico rotativo, houve cobertura significativamente maior no terço superior em relação ao médio e ao inferior, que não diferiram entre si. Essa maior uniformidade é interessante e desejável. Porém, é necessário observar que somente não houve cobertura significativamente maior proporcionada pelo pulverizador pressurizado na segunda aplicação e no terço inferior das plantas de soja, demonstrando a grande dificuldade de penetração das gotas pelo dossel da cultura, para ambos os equipamentos. Na fase R5 do ciclo da soja, há uma massa de folhas no terço superior do dossel da cultura, que cria uma densa barreira à passagem das gotas de pulverização. Entretanto, nas camadas mais abaixo no dossel, a área superficial a ser coberta é bem menor, necessitando de uma Cultivar
Tabela 4 - Notas de cobertura das plantas de soja após a aplicação de fungicidas com dois pulverizadores equipados, um com bico hidráulico (pressurizado por CO2) e outro com rotativo, em três posições das plantas e em duas aplicações de fungicidas para controle da ferrugem
Papéis hidrossensíveis fixados sobre folíolos de soja antes da aplicação em duas plantas por parcela
menor quantidade de gotas. Desta forma, o desafio a se vencer consiste em fazer com que as gotas atravessem a camada superior de folhas das plantas de soja e cheguem em condições de se distribuir, depositar e cobrir adequadamente todo o dossel da cultura. É possível que seja necessária a utilização de assistência de ar ou outro método que aumente a velocidade das gotas. A carga elétrica nas gotas em pulverizadores eletrostáticos também poderia favorecer a deposição da calda sobre a superfície das plantas. Neste sentido, os trabalhos estão bem encaminhados com a formação de gotas de tamanho uniforme. Entretanto, ainda há um percurso razoável a se trilhar.
NÚMERO DE PLANTAS E PRODUÇÃO Com relação à avaliação do número de plantas colhidas por parcela, não se verificou diferença significativa entre os pulverizadores e os sistemas de manejo e entre estes e a testemunha (Tabela 6). Isto permite inferir que o estande permaneceu constante em todo o ciclo da cultura. Entretanto, em relação à produtividade, houve diferença significativa dos tratamentos em relação à testemunha, ressaltando
“Foi possível concluir que o pulverizador equipado com bico rotativo possibilita resultados satisfatórios mesmo com um volume de calda bastante reduzido em relação ao pulverizador com bicos hidráulicos” Marcelo Ferreira
Gráfico 1 - Produtividade (kg/ha) da soja em função dos tratamentos fungicidas com dois tipos de pulverizadores e volumes de aplicação
Papéis hidrossensíveis sendo recolhidos nas parcelas para avaliação da cobertura realizada pelas diferentes configurações da máquina
o efeito prejudicial da doença ao desenvolvimento da cultura. Porém, não houve diferença significativa para a produtividade entre os pulverizadores utilizados e entre os sistemas de manejo com os fungicidas aplicados (Tabela 6 e Gráfico 1). Desta forma, verifica-se que houve o controle satisfatório proporcionado por ambos os pulverizadores, independentemente do volume utilizado, e para os três sistemas fungicidas, foi suficiente para garantir a produtividade da cultura significativamente maior do que naquelas parcelas que ficaram sujeitas a incidência da doença.
CONCLUSÃO Diante dos resultados obtidos no presente
trabalho foi possível concluir que o pulverizador equipado com bico rotativo possibilita resultados satisfatórios mesmo com um volume de calda bastante reduzido em relação ao pulverizador com bicos hidráulicos, permitindo deposições de calda semelhantes na fase de maior enfolhamento das plantas e produtividade equivalente para a cultura da soja, nos três sistemas de manejo de fungicidas.
Entretanto, novos trabalhos para comparação de resultados são necessários para que esta tecnologia de aplicação de produtos fitossani.M tários seja mais seguramente utilizada. Marcelo C Ferreira, Gilson J Leite e José Rodolfo G Di Oliveira, Unesp Jaboticabal
Melhores da Terra
Gerdau
Melhores da Terra U
A GTS do Brasil recebeu o Troféu Ouro, na categoria Destaque, com a plaina 710 Canavieira
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ma cerimônia no último dia 3 de setembro marcou a entrega da premiação aos vencedores do Gerdau Melhores da Terra, no município gaúcho de Sapucaia do Sul. Em sua 26ª edição, o prêmio contou em 2008 com 225 inscritos nas categorias Destaque, Novidade e Pesquisa e Desenvolvimento. Após uma rigorosa seleção restaram 11 ganhadores: oito máquinas e equipamentos agrícolas, dois trabalhos científicos e uma invenção. O evento contou com a presença do diretor geral de Operações da Gerdau, Claudio Gerdau Johannpeter, e da governadora do estado do Rio Grande do Sul, Yeda Rorato Crusius. Para chegar ao resultado, a comissão julgadora, composta por especialistas em mecanização agrícola, percorreu este ano mais de 60 mil quilômetros em 400 municípios. Lançado em 1983, o Melhores da Terra contabiliza 600 mil quilômetros percorridos pelos organizadores, dois mil inscritos, 194 premiados e aproximadamente cinco mil usuários entrevistados. Em 2008, foram ouvidos 300 usuários que opinaram sobre
“O Melhores da T erra contabiliza 600 mil quilômetros percorridos pelos organizadores, Terra dois mil inscritos, 194 premiados e aproximadamente cinco mil usuários entrevistados” Divulgação
Fotos Gilvan Quevedo
A Agritech Lavrale ganhou Prata, na categoria Destaque, com o trator 1155, superestreito
os equipamentos inscritos na categoria Destaque.
DESTAQUE Vencedor do Troféu Ouro, categoria Destaque, com a plaina 710 Canavieira, Assis Strasser, da catarinense GTS do Brasil, destacou a importância do reconhecimento. “Em sete anos de GTS este é o terceiro prêmio Gerdau, com um produto genuinamente brasileiro, que já conquistou muitos mercados. Embaixo do logo da GTS levamos o nome do Brasil e o nosso slogan é tecnologia. Esse é o nosso lema, essa é a nossa bandeira”, discursou. O Troféu Prata ficou com a montadora paulista Agritech Lavrale, com o trator
O Cultivador Semeato CS recebeu o Troféu Prata na categoria Novidade
1155, superestreito. Foi premiada, ainda, a Colhedora de Forragens Pecus 9004 Super, da Nogueira Indústria e Comércio de Implementos e Máquinas Agrícolas, também de São Paulo. O prêmio especial Destaque foi para o dosador de fertilizantes Fertisystem, da gaúcha Agromac Indústria e Comércio de Equipamentos Agrícolas.
NOVIDADE O Troféu Ouro da categoria Novidade ficou com a Kepler Weber, empresa gaúcha especializada no segmento de armazenagem. “Esse prêmio tem significado especial e nos anima a continuar nosso trabalho que já dura 83 anos”, avaliou o diretor-presidente da empresa, Anastácio Fernandes Filho. O equipamento premiado foi a máquina de limpeza SCS. A Semeato Indústria e Comércio, do Rio Grande do Sul, recebeu o Troféu Prata pelo Cultivador Semeato – CS. A paulista Marchesan Implementos e Máquinas Agrícolas Tatu foi premiada com a Semeadora PST4 Flex Suprema EE. O prêmio especial da categoria foi para Planejar, Mobilidade Total na Gestão Pecuária, da gaúcha Planejar Informática e Certificação.
PESQUISA E DESENVOLVIMENTO
A Kepler Weber alcançou a premiação máxima da categoria Novidade com a máquina de limpeza SCS
No nível profissional foi premiado o trabalho “Mecanização da colheita de plantas aromáticas e medicinais na Agricultura Familiar”, de Antônio Carlos Valdiero, doutor em Engenharia Mecânica, da Unijuí (RS). No nível estudante venceu Franciele Aní Caovilla Follador, da Unioeste, Paraná, com o trabalho “Análise do desempenho ambiental da sub-bacia hidrográfica do Rio Mandurim utilizando técnicas de controle para Gestão da Qualidade dos recursos hídricos” O debulhador de milho, do agricultor gaúcho Afonso Inácio Lunkes, faturou o .M prêmio nível inventor.
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Expointer 2008
Ivan de Andrade
Maior da história Segmento de máquinas agrícolas teve vendas recordes durante a Expointer 2008, com crescimento de 208,35% em relação a 2007
A
Expointer 2008, realizada entre o final de agosto e começo de setembro, em Esteio, no Rio Grande do Sul, superou todos os recordes das últimas edições. A comercialização na feira alcançou R$ 383,5 milhões, um crescimento de 191,2% em relação a 2007. O setor de máquinas e implementos agrícolas foi o maior responsável pelo incremento nas vendas, com R$ 370,37 milhões, acréscimo de 208,35% em relação a 2007, quando foram comercializados R$ 120,11 milhões. O público visitante ultrapassou 400 mil pessoas. Os lançamentos das montadoras de máquinas e implementos agrícolas mais uma vez chamaram a atenção. Nos estandes das empresas o produtor pode conferir de perto uma vasta variedade de equipamentos e tecnologias voltados para atender às características e às exi-
A Agrale apresentou novidades, principalmente na linha voltada à agricultura familiar
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gências da agricultura no Sul do país.
AGRALE A principal atração da Agrale ficou por conta dos modelos da linha 4000, destinada à agricultura familiar e adequada ao programa Mais Alimento. Os tratores expostos, com potência de 15cv a 30cv e tração nas configurações 4x2 ou 4x4, receberam novos itens como o freio em banho de óleo, incorporado ao 4230.4. Os modelos da linha 4000 da Agrale são equipados com tomada de potência, barra de tração, sistema hidráulico completo de três pontos e direção hidrostática. A empresa apresentou ainda as modernizações incorporadas à linha 5000 de tratores médios, com 75cv a 85cv de potência.
Trator 5425N Estreito foi um dos destaques da John Deere na feira
A principal novidade, nesse caso, é a transmissão Slide Shift, com alavanca de câmbio localizada na lateral. O modelo BX 6180, de 168cv, o mais potente da Agrale, também foi exposto na feira.
JOHN DEERE A John Deere apresentou o novo trator 5425N Estreito, para fruticultura e produção de café. Com potência de 75cv, possui largura externa máxima de 1,4 metro, o que facilita a operação entrelinhas nos pomares. A marca mostrou também a versão Classic para os tratores 6415, de 106cv, e 6615, de 121cv, com especificações mais simples e custo menor. Outro destaque foi a colheitadeira 9570STS, com tecnologia Super Rotor (as operações de trilha, separação e limpeza são reali-
A Valtra aproveitou o evento para mostrar o BH205i, com 210cv de potência
“Nos estandes das empresas o produtor pode conferir de perto uma vasta variedade de equipamentos e tecnologias voltados para atender às características e às exigências da agricultura no Sul do país” Fotos Gilvan Quevedo
A Massey lançou o MF 255, Compacto, de 50 cavalos (à direita), e mostrou um MF 275 movido a etanol e diesel, fruto de parceria com a MWM International e com a Delphi (à esquerda)
zadas em um único rotor). A John Deere expôs, ainda, o pulverizador autopropelido 4730.
VALTRA A Valtra lançou o trator BH 205i, com 210cv de potência. O novo modelo Geração II vem equipado com motor Sisu diesel de 6,6 litros turbo Intercooler que, segundo o fabricante, proporciona redução de até 5% no consumo de combustível, diminuição na emissão de gases poluentes, ampliação da vida útil, além de mais potência, força e torque. O BH 205i conta ainda com transmissão reforçada, embreagem com acionamento hidráulico e sistema hidráulico eletrônico HiLift como equipamento standard. A empresa expôs também semeadoras e colheitadeiras, como a BC 4500 de trilha convencional e a BC 7500, de trilha axial, ambas produzidas em Santa Rosa, no Rio Grande do Sul.
MASSEY FERGUSON A Massey Ferguson lançou o trator MF 255 Compacto, de 50cv de potência, voltado para produtores de frutas e café. Com isso, a montadora amplia a linha de tratores estreitos. Equipado com Estrutura de Proteção Contra Capotamento (EPCC), permite o trabalho em locais mais baixos com maior segurança. Possui eixo traseiro com redutores finais para serviços pesados, o que, entre outras vantagens, lhe confere maior vão livre. Um trator MF 275, de 75cv de potência, movido a etanol e a diesel, foi outra novidade tecnológica mostrada pela Massey. Em fase de desenvolvimento, o motor a etanol + diesel é resultado de uma parceria entre a montadora, a MWM International e a Delphi. Os resultados iniciais divulgados pela Massey dão conta que até 60% de substituição do diesel pelo etanol proporciona o mesmo desempenho do motor e economia de até 25% no combustível. O motor bicombustível etanol + diesel ainda não está em produção comercial. O projeto visa a atender a segmentos específicos de mercado, como usinas e produtores de álcool, que já utilizam tratores a diesel.
Valetadeira rotativa para plantio direto VA 40 L, da Agrimec
A empresa expôs ainda plantadeiras e plataformas de milho, além do trator MF 8480 Dyna VT disponível com Auto-Guide, o piloto automático da Massey. O pulverizador RoGator 874, testado por Cultivar Máquinas na edição de agosto, também foi apresentado na Expointer.
AGRIMEC E INTECSOL A Agrimec destacou a valetadeira rotativa para plantio direto VA 40 L, indicada para drenagem de lavouras, canalização de água, colocação de tubos, irrigação por gotejamento, plantio de mudas ou qualquer outra operação que demande a construção de valos. A Intecsol, pertencente ao mesmo grupo, expôs sua tecnologia para o emprego de energia solar em aquecedores de água para domicílios, condomínios e empresas.
NEW HOLLAND A New Holland lançou a colheitadeira TC 5070, com plataforma flexível de 20 pés e rígida de 17 pés. A máquina conta com acionamento hidráulico do molinete, sincronizado com velocidade, sistema de flutuação lateral e controle pneumático de altura da plataforma, além de reversor hidráulico de duplo sentido. O novo modelo manteve características da TC57, como os sistemas Rotary Separator e de autonivelamento das peneiras. O tanque graneleiro permanece com capacidade de cinco mil litros e o motor é New Holland, de 180cv e intercooler.
Colheitadeira TC5070, lançada pela New Holland
A Intecsol expôs sua tecnologia para o uso de energia solar em aquecedores de água
Para as colheitas de soja e milho, a TC 5070 possui sistema de trilha (debulha) com MaxiTorque. A máquina dispõe também de configuração especial para trabalhar na colheita do arroz, com rodado duplo na frente e pneu maior na traseira. A empresa apresentou ainda sua linha completa de tratores e demais colheitadeiras da marca.
FANKHAUSER A Fankhauser focou as semeadoras-adubadoras da linha F-3100, com modelos de 15 a 32 linhas. São equipadas com distribuidores de sementes com caixa de plástico e rotor helicoidal em aço ou nylon. Os mangotes são do tipo sanfonado, o disco é duplo desencontrado 15” x 15”, rolamento cônico e os fixadores de linha largos e fixados em um tubo quadrado e baixo, para facilitar o .M corte da palhada e o trabalho no solo.
A Fankhauser apresentou semeadorasadubadoras da linha F-3100
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SDM
Semeadora SDM Com várias versões, a Semeadora SDM da Kuhn Metasa mostra-se uma máquina versátil, capaz de se adaptar a diferentes culturas e tipos de lavouras
A
Ficha Técnica desta edição traz as características da Semeadora Mecânica Rebocada para Plantio Direto SDM, da Kuhn Metasa, máquina destinada ao plantio de grãos que traz como principal referencial o chassi monobloco com dois suportes de semeadura, que permite a intercalação das linhas de plantio, trabalhando com o dobro de espaçamentos das semeadoras normais. Além disso, a distribuição de semente e adubo é realizada através de dois conjuntos de caixas distribuidoras alinhadas aos discos sulcadores, permitindo que o produtor interfira na melhor colocação do adubo ou da semente no solo, mesmo em alta velocidade. Com múltipla praticidade e funcionalidade, a SDM propicia na mesma máquina a caracterização em diferentes versões para o plantio: culturas de verão (grãos grossos), culturas de inverno (grãos finos) e versão arrozeira.
RESERVATÓRIOS Boa parte da produção final depende da qualidade da semeadura. Para uma boa produtividade, o melhor é que se consiga semear o maior número de hectares possíveis, quando as condições climáticas e do terreno se apresentam favoráveis. Para isso é essencial que a máquina possua uma capacidade de carga que possibilite o menor número de reabastecimentos por área semeada. Os modelos da SDM possuem reservatórios construídos em fibra de vidro anticorrosivo, apresentando maior durabilidade e eficiência, não proporcionando a
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aderência do adubo em suas paredes, o que gera melhor fluxo de distribuição. Além disso, a fibra possui estrutura recuperável em caso de avarias. Os reservatórios possuem ainda divisórias removíveis, transformando a caixa, subdividida em semente e adubo, em uma caixa única com maior capacidade. O sistema de caixas distribuidoras resulta num alinhamento com os discos sulcadores, evitando um possível “embolsamento” do adubo nos sistemas condutores.
LINHAS DE PLANTIO O chassi da SDM possui dois suportes de semeadura, que propiciam o dobro de espaçamentos das semeadoras convencionais. Esses suportes intercalam as linhas (uma em frente da outra) de modo a permitir defasagem, evitando embuchamentos, podendo assim trabalhar com mais umidade, agregando menos tempo e maior benefício no momento do cultivo. A disposição das linhas facilita ainda a
colocação dos mangotes na posição vertical, facilitando a caída do adubo e semente, permitindo ainda a troca de posição do adubo (ou da semente) atrás ou à frente do sulcador sem cruzamento dos mangotes. A construção das linhas permite uniformidade de plantio, acompanhando ondulações com amplitude de até 35 centímetros, e as articulações dos pantógrafos são construídas com bucha-eixo, contendo depósito de graxa em seu interior vedado contra poeira, conferindo ao conjunto vida longa em suas articulações.
RODADOS As semeadoras SDM possuem rodados articulados com grande flutuação (até 45cm), permitindo constante contato com o solo e assegurando baixa patinagem. Cada rodado é responsável pelo acionamento da transmissão
“Com múltipla praticidade e funcionalidade, a SDM propicia na mesma máquina a caracterização em diferentes versões para o plantio ” plantio” Fotos Kuhn
A distribuição do adubo é realizada através de eixo rotativo com rosca sem-fim em aço
de metade da máquina. São equipados com pneus de banda larga para baixa compactação do solo, com opção entre os tamanhos 400 x 60 e 600 x 50, ambos de baixa pressão. A semeadora possui um sistema de cabeçalho móvel que facilita a armazenagem e o nivelamento da máquina quando em plantio, que pode ser ajustado conforme o espaçamento entrelinhas.
TRANSMISSÃO O sistema de transmissão é realizado através de câmbio de engrenagens de passo fino, com esticador regulável manualmente, dispensando o uso de chaves. O sistema possui uma catraca para cada lado da máquina, facilitando os arremates durante o plantio, já que esse sistema possibilita o trabalho com apenas meia máquina.
A caixa dosadora de fluxo contínuo de sementes possui rotor acanalado helicoidal, que possibilita a regulagem
DISTRIBUIÇÃO A distribuição de semente é realizada através de caixa dosadora de fluxo contínuo, com rotor acanalado helicoidal. A variação do fluxo (saída da semente) é realizada através de regulagem na abertura ou no fechamento do rotor. A distribuição do adubo é realizada através de eixo rotativo com rosca semfim em aço mola (com passos de 1” ou de 3/4”). A rosca pode ser modificada de acordo com a dosagem de adubo desejada. O distribuidor de adubo possui carcaça de saída em polímero revestido internamente (menor aderência do adubo), tampa protetora, fixação com parafusos
A plataforma desloca-se, possibilitando a entrada do operador para regulagem da linha dianteira
inoxidáveis e engate rápido para troca das roscas, gerando facilidade para a limpeza.
SULCADORES Este modelo possui sistema de discos duplos defasados (um disco menor que outro) com tamanhos de 15½” e 16” e mí-
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Fotos Kuhn
mento rápido (haste dentada ou cremalheira) na profundidade desejada.
MODELOS
A regulagem das caixas dosadoras e limitadores de profundidade das linhas dianteiras pode ser feita pelo vão livre entre os reservatórios
Vista lateral, onde é possível verificar as plataformas de acesso, guardas de proteção e depósitos
nimo ângulo entre si, que proporcionam grande poder de corte e penetração. A diferença de diâmetro e o grau entre os discos possibilitam melhor penetração com mínima movimentação do solo. O sistema hidráulico é composto de cilindro “escravo” (um cilindro maior que outro) e válvula divisora de fluxo, usando dois cilindros de igual volume.
LIMITADOR DE PROFUNDIDADE A linha SDM possui duas versões de limitadores de profundidade: uma possui aro centrado, montado com os discos sulcadores com diferentes diâmetros, de acordo com a profundidade da cultura (2,5cm e 4cm). Os aros limitadores são recomendados para o plantio de arroz. A outra versão possui limitadores duplos com bandas de borracha com ajuste de ângulo de ataque ao solo e sistema de trava-
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A linha de Semeadoras SDM é subdivida em três grupos, cada um com seus modelos específicos. A versão múltipla é formada por máquinas com 15, 17, 19, 23 ou 27 linhas e permite a montagem de duas linhas adicionais nos seus modelos. Máquinas recomendadas para o plantio de culturas de inverno (grãos finos) como trigo, aveia, cevada. As máquinas SDM Múltipla permitem a montagem de um “kit para grãos grossos” que permite à máquina realizar o plantio de culturas de verão (grãos grossos) como soja, milho, entre outras. A versão arrozeira, com 15, 17, 19, 23 ou 27 linhas, permite a montagem de duas linhas adicionais nos seus modelos. São configuradas especialmente para o cultivo de arroz sobre taipas, com espaçamento de 17cm entrelinhas. A versão
“Para os modelos SDM existem equipamentos opcionais que podem ser inseridos ” plantio” nas máquinas, propiciando melhorias e comodidades para o processo de plantio
arrozeira se caracteriza pela capacidade de copiar precisamente as taipas durante o processo de plantio, propiciando a uniformidade da semeadura em toda a área de cultivo. São máquinas próprias para o cultivo em áreas com taipas e, por isso, não deixam sementes expostas no momento de plantio. A versão adensada, com 23, 27 ou 31 linhas, possui linhas especiais adensadas que proporcionam uma melhor e maior cobertura da área semeada. Esse modelo possui as mesmas características das SDM Arrozeira, mas difere na quantidade de linhas de plantio e seus espaçamentos reduzidos de 12,5cm, que somente é possível devido às seções de linhas intercaladas no chassi, possibilitando um espaçamento entre sulcadores de 25cm e, assim, evitando o embuchamento no momento da semeadura.
OPCIONAIS Para os modelos SDM existem equi-
Caixa de distribuição para alterar a dosagem de deposição de sementes e fertilizantes
pamentos opcionais que podem ser inseridos nas máquinas, propiciando melhorias e comodidades para o processo de plantio, como: Caixa de pastagens - De fácil instalação junto aos reservatórios, que proporciona o plantio de sementes extremamente miúdas como trevo e canola. Marcador de hectare - Acoplado junto
Os mongotes trabalham retos, o que diminui o atrito das sementes e do adubo, aumentando a precisão na deposição
à transmissão das engrenagens das linhas, possibilita o acompanhamento da área plantada com exatidão. Marcador de linhas - Acionado automaticamente através de válvula hidráulica de seqüência. Linhas adicionais - Os modelos SDM (em suas versões para o plantio de grãos finos) possuem, como diferencial, duas linhas de plantio especiais adicionais, que são agregadas à máquina proporcionando uma maior cobertura no momento do .M plantio.
Detalhe do sulcador com discos duplos defasados, além dos limpadores e duto condutor da semente
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treinamento virtual
Aplicação virtual Pesquisadores criam o sistema computacional Pulverizar, que auxilia estudantes, profissionais de Ciências Agrárias e operadores a conhecer os princípios da tecnologia de aplicação, visando o correto manejo e seleção das técnicas e equipamentos adequados
A
proteção de plantas é fundamental para se garantir a produtividade das lavouras, no entanto, não basta apenas identificar o problema, seja ele planta infestante, fitopatógeno ou inseto. É necessário determinar qual agroquímico será usado e a dose a ser aplicada, além disso, o sucesso da aplicação é determinado pelo momento e pela maneira como essa ocorre. Além de se conhecer o produto a ser aplicado, também é necessário dominar a forma adequada de aplicação, de modo a garantir que o produto alcance o alvo de forma eficiente, minimizando-se as perdas.
No entanto, o que se percebe, ao analisar a formação dos profissionais ligados à área de Ciências Agrárias, é que os mesmos, de maneira geral, têm um domínio muito pequeno do assunto, resultando em grandes problemas no campo, como por exemplo: intoxicação de aplicadores, contaminação do ambiente e de alimentos, ocorrência de deriva acentuada e erro de taxas de aplicação. Neste contexto, o ensino a distância pode ocupar um lugar de destaque, como forma de minorar esses problemas, difundindo a correta tecnologia de aplicação. O crescimento dos cursos de educação a
Tela de apresentação do software Pulverizar, que controla através dos dados do usuário o tempo de permanência até concluir o curso
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distância para aplicadores vem sendo potencializado por diversos fatores: o alto custo da educação tradicional, a rapidez da mudança dos conteúdos dos cursos de forma dinâmica e personalizada, a limitação de ordem temporal (ditada por horários de trabalho e dificuldades de deslocamento), a importância crescente da aprendizagem continuada, as limitações geográficas (impossibilitando o deslocamento de potenciais alunos localizados em regiões distantes), a evolução das tecnologias interativas de comunicação, dentre outros. Pensando nisso, uma equipe de profissionais desenvolveu um programa computacional para o ensino a distância da parte teórica de tecnologia de aplicação de agroquímicos. O sistema Pulverizar, como é chamado o programa, foi desenvolvido de forma que o aluno realiza inicialmente um cadastro com os seguintes dados: nome, CPF, formação, login, senha, e-mail, sexo, idade, cidade e estado. Todos os dados são devidamente armazenados em um banco de dados do sistema. Quando o usuário entra no sistema com sua identificação são registradas a data e a hora de sua entrada, bem como o horário de saída”, para que se tenha a informação de quanto tempo o aluno ficou registrado no sistema e quantas vezes ele precisou entrar para concluir o curso.
MÓDULOS Para se atingir os objetivos do treina-
“Uma equipe de profissionais desenvolveu um programa computacional para o ensino a distância da parte teórica de tecnologia de aplicação de agroquímicos”
mento virtual, o assunto “Tecnologia de Aplicação de Agroquímicos foi dividido em módulos”. Ao início de cada módulo são apresentados os conceitos que se espera que o aluno domine ao final do mesmo. A navegação pelo conteúdo do curso é dinâmica, onde o aluno pode seguir a frente ou voltar no momento que desejar. Ao final de cada módulo, existe uma avaliação composta por perguntas objetivas, onde o aluno é informado de sua pontuação assim que as conclui. Os módulos que compõe o curso são: (1) Conceitos básicos, (2) O que afeta a aplicação?, (3) Equipamentos, (4) Pontas de pulverização, (5) Calibração de pulverizadores, (6) Aplicação aérea, (7) Quimigação, (8) Propriedades físico-químicas, (9) Formulações, (10) Adjuvantes, (11) Qualidade da água e (12) Uso adequado de agroquímicos. Ao final do treinamento, existe um glossário de termos técnicos português/inglês, a bibliografia consultada e um questionário com a avaliação do curso por parte dos seus usuários. São 25 questões, sendo 22 objetivas e três dissertativas, onde se procura saber se o sistema cumpriu seu propósito com relação ao ambiente de estudo, seu funcio-
Tela de apresentação do conteúdo do curso, dividido em 12 módulos. A avaliação é feita através de 25 questões
namento e interatividade, a concepção pedagógica do mesmo, a relevância dos assuntos e para que o usuário faça sugestões e
comentários sobre o treinamento. Também há uma ferramenta de interação de aluno com aluno e aluno com pro-
Charles Echer
O objetivo do curso é complementar treinamentos, possibilitando sua realização em qualquer local e horário
fessor. Esta ferramenta é o fórum onde são colocadas as dúvidas que o aluno tem durante o curso. Todos os que participam podem dar suas opiniões e o gerenciador do programa interfere quando necessário. Nessa ferramenta, o gerenciador também coloca situações de problemas para que haja debate. O programa possibilita um estudo imparcial da tecnologia de aplicação, em que são quebradas as barreiras de tempo, distância e custos. O sistema foi desenvolvido para que estudantes e profissionais de Ciências Agrárias possam conhecer os princípios da tecnologia de aplicação, visando o correto manejo, seleção e desenvolvimento das técnicas e equipamentos de aplicação. Isso possibilita melhorar a eficiência das aplicações, traduzida por redução de custos, lavouras com menos problemas fitossanitários e ambiente preservado. Em relação ao ambiente do curso, todo o layout foi elaborado usando-se recursos de CSS (Cascading Style Sheets) e JavaScript, ambos inseridos no código HTML das páginas, para operar o conteúdo dinâmico, isto é, que muda de usuário para usuário e de estágio para estágio. Foram utilizados códigos PHP com dados armazenados em um banco de dados MySQL. O site criado (http://www.pulverizar.iciag.ufu.br) foi hospedado nos servidores da Universidade Federal de Uberlândia. Quando o aluno entra no sistema, ele inicia o curso ou retoma de onde parou na última vez que esteve no sistema. A tela do curso é composta por dois “frames”, sendo um “menu” contendo os módulos
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do curso e a tela com os conteúdo do curso em si. O sistema foi testado com os alunos da disciplina de “Máquinas e Implementos Agrícolas” do curso de Graduação em Agronomia da Universidade Federal de Uberlândia e com os alunos da disciplina de “Tecnologia de Aplicação de Agroquímicos” do programa de Pós-Graduação em Agronomia da UFU. O parâmetro para avaliar a eficiência do sistema foi o questionário de opinião que é feito após a conclusão do curso. De acordo com as respos-
tas dos alunos, nesse início do ciclo de vida do sistema, o ponto fraco foi a ferramenta fórum, já que a mesma não foi utilizada. Os principais problemas relatados foram relacionados com a versão do navegador utilizado e problemas com a rede e o servidor da Universidade. O programa não tem como objetivo substituir os treinamentos presenciais, mas complementá-los, tendo em vista a importância das práticas de campo neste tipo de atividade. Também contribui como complemento aos treinamentos tradicionais para a formação de profissionais da área de Ciências Agrárias em tecnologia de aplicação de agroquímicos. Disponibiliza o acesso ao conteúdo a profissionais interessados em qualquer lugar, a qualquer hora .M e com baixo custo. Bruno Maia e João Paulo Rodrigues da Cunha, UFU
O PROGRAMA
O
programa computacional para treinamento virtual em tecnologia de aplicação de agroquímicos, denominado Pulverizar, foi desenvolvido usando a linguagem de programação PHP, que significa “Hypertext Preprocessor”. Tratase de uma linguagem de programação de ampla utilização, interpretada, que é especialmente interessante para desenvolvimento para a Web e pode ser mesclada dentro do código HTML. O objetivo principal da linguagem é permitir a desenvol-
vedores escreverem páginas que serão geradas dinamicamente e rapidamente. O banco de dados utilizado foi o MySQL, que é um servidor robusto de bancos de dados SQL (Structured Query Language - Linguagem Estruturada para Pesquisas) muito rápido, multitarefa e multi-usuário. Um banco de dados é uma coleção de dados estruturados. Para adicionar, acessar e processar dados armazenados em um banco de dados digital, é necessário um sistema gerenciador de bancos de dados que funciona como a engrenagem central em qualquer trabalho de computação, como utilitário independente ou como parte de outras aplicações. Tanto a PHP quanto a MySQL são ferramentas gratuitas disponibilizadas na internet. A construção dos arquivos do sistema e o layout foram realizados utilizando-se um programa de edição de páginas.
SCS ML-170
Fotos Kepler Weber
SCS ML-170 Vencedora do Prêmio Gerdau Melhores da Terra 2008, a Máquina de Limpeza SCS ML-170 destacou-se pela baixa produção de ruído e consumo de energia
A
presentamos uma ficha detalhada da Máquina de Limpeza SCS ML-170, um equipamento projetado para fazer a limpeza dos diversos tipos de grãos, que permite separar as impurezas grossas, médias e leves, classificando os grãos inteiros dos quebrados. A máquina é composta por três módulos, sendo que estes módulos podem ser conjugados conforme os tipos de separação e limpeza desejados, proporcionando maior eficiência aliada à versatilidade para aplicação de acordo com a necessidade. Os componentes utilizados são de alta qualidade, proporcionando maior vida útil e manutenção reduzida.
Com um padrão de acabamento em pintura sintética (primer acabamento) nas cores da empresa, laranja KW e branco, a SCS ML-170 é acompanhada de plataformas de acesso facilitando a limpeza e a manutenção. A alimentação do produto na peneira é realizada através de um funil com defletores e um registro onde os grãos se distribuem de maneira mais uniforme.
DIFERENCIAIS Entre os diferenciais deste equipamento está a peneira rotativa, confeccionada em aço SAE 1060, propicia maior vida útil e conseqüentemente evita o desgaste prematuro. A forma de utilização deste item pode ser tanto independente como acoplado diretamente sobre a máquina (câmara de ar ou caixa de peneiramento) para retirada de impurezas grossas como palha, objetos estranhos, entre outros. Indicada para produtos provenientes da lavoura com grande quantidade de palha ou que não tenham passado por nenhum processo de limpeza.
Fecho rápido, que facilita o travamento das peneiras
A peneira também possui um cilindro de tela giratório, através do qual passa o produto, sendo que a impureza permanece sobre a tela e é despejada em um funil para ensaque. Este cilindro é acionado por motoredutor. Com a função de separar as impurezas leves e o pó do fluxo de grãos, a câmara de aspiração em dois estágios é outro aspecto a ser ressaltado. Em um primeiro mo-
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mento utilizando um fluxo de ar forçado em três camadas através da lâmina de grãos, tornando a limpeza de alta eficiência. Em um segundo estágio, há uma câmara de decantação para separação das impurezas coletadas do pó. Outro aspecto que merece destaque é a caixa de peneiras. Totalmente metálica e suspensa por quatro cabos de aço com movimento circular oscilatório, são independentes dos quadros tendo sua fixação facilitada através de fecho rápido. Com acabamento fechado, a atenção aqui é quanto ao cuidado com a emissão de pó para o ambiente externo. Entretanto, possui várias tampas de inspeção visual, portas de fácil acesso, auxiliando a manutenção e, tendo os quadros de peneiras divididos em células, nas quais possuem esferas de borracha, contribuem também para a limpeza das peneiras. Composta de três decks de peneiras com quatro estágios de peneiramento
cada, oferece uma ampla gama de separação e classificação, nos níveis de impurezas grossas e médias, grãos quebrados, terra e areia e grãos limpos.
A porta principal é de fácil abertura, por onde também é possível trocar as peneiras de forma rápida
Detalhe de uma das tampas de acesso para manutenção
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CAPACIDADES Para uma correta aplicação deste equipamento, é fundamental analisar as características do grão a ser processado e o padrão de limpeza desejado (% de umidade e % de impurezas – entrada/saída). A definição e a análise destes parâmetros definirão as furações das peneiras e a capacidade real de fluxo do equipamento (modelo e especificações do equipamento a ser utilizado), além da configuração dos módulos da máquina. As capacidades citadas na tabela são aproximadas (nominais), dadas como referência, podendo sofrer variações, dependendo da forma e granulometria dos grãos, do percentual de umidade do produto, bem como da quantidade e tipo de impurezas que o produto apresentar na
“Composta de três decks de peneiras, com quatro estágios de peneiramento cada, a máquina oferece uma ampla gama de separação e classificação ” classificação” Fotos Kepler Weber
Capacidades nominais (valores médios para máquina com os três módulos conjugados) CAIXA DE PENEIRAS Qualidade de limpeza X Tipo de peneiras X Capacidade Produto Soja Milho Teor de entrada (%) 4 3 3 4 3 impurezas saída (%) 2 1 0,5 2 1 Tipos impureza média 14 13 12 11 10 de grãos quebrados 3 4 5 2,5 3,5 peneiras impureza fina 1,5 1,5 2,5 1,5 1,5 Capacidade estimada 170 150 140 170 150
3 0,5 9 4 2,5 140
entrada da máquina. Para o processamento dos demais tipos de grãos, a capacidade dependerá também do peso específico e da forma do grão.
OPCIONAIS Como opcionais, a SCS oferece um completo quadro elétrico para proteção, força e comando de todos os motores elétricos e sensores da máquina. Este quadro possui incorporado um sistema de freio elétrico para o motor da caixa de peneiras. No caso de não-fornecimento do quadro de comando completo, é fornecido um quadro com o Kit de freio. Neste caso fica por conta do cliente a confecção do quadro de comando para proteção dos motores e ligação dos sensores, além da interligação com o kit de freio. São fornecidos dois sensores, os quais
têm a função de desligar o motor da caixa de peneiras em caso de movimento, além da trajetória padrão. Outro opcional é um ciclone metálico para filtragem do ar de exaustão da câmara de ar. As partículas são decantadas em um saco abaixo do ciclone, sendo que o ar limpo é eliminado na parte superior. Para os casos onde se exige maior eficiência na filtragem do ar de exaustão da câmara de aspiração, é fornecido um filtro de mangas de limpeza manual em substituição ao ciclone. Este filtro possui um saco para decantação das partículas, liberando o ar lim.M po para o ambiente.
O acabamento fechado da máquina, além de diminuir o ruído, emite menos poeira ao ambiente externo
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crianças
Técnica 4x4
Aventuras com crianças
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téria de roupas evite os trajes camuflados, pois será mais fácil achar a criançada no meio do mato se estiver usando roupas coloridas. Os calçados devem oferecer proteção contra torção do tornozelo e principalmente contra animais que habitam na floresta e nos campos, como as cobras, os escorpiões e as aranhas. Vejo com certo horror crianças descalças, com sandálias abertas ou tênis impróprios para se andar na floresta, em lama ou em pedras escorregadias. Calças compridas são preferíveis às bermudas, pois protegem contra arranhões, picadas de insetos e podem dar uma proteção extra contra picadas de cobras. Não se esqueça de mudas de roupas, trajes de banho e ca-
pas de chuva ou anorak. Durante resgates off-road mantenha as crianças distantes, cintas e cabos de aço esticados não são brinquedos que mereçam atenção dos pequenos. Eles devem se afastar e assistir de camarote. Em competições de final de semana também vemos crianças ajudando os pais em navegação e no trabalho como Zequinhas. Normalmente, em função das regras das provas, eles estão com a proteção adequada, mas nunca exija mais do que eles podem dar em termos de esforço físico. Em deslocamentos longos e expedições preveja paradas adicionais para descanso. Isto diminui a monotonia da viagem para as crianças, o que melhora o clima dentro do carro. Escolha postos de abastecimento e restaurantes movimentados e evite lugares abandonados. Mantenha sempre em uma caixa térmica ou uma geladeira elétrica bebidas, frutas e petiscos para a criançada ter o que beliscar durante a jornada. Levar os pequenos para experiências ao ar livre dá a eles uma alternativa saudável de existência, tirando-os do estresse da cidade, levando-os para longe da tela da TV com seus programas alienantes e os videogames violentos, mostrando a natureza e a vida natural por vezes difícil de ser notada em grandes centros. É sempre uma lição .M de vida!
Banco especial para os pequenos. Mas de nada adianta o banco se o cinto de segurança não for usado
João Roberto de Camargo Gaiotto, www.tecnica4x4.com.br
BMW
T
odo o final de semana em algum lugar do Brasil tem gente se preparando para sua habitual aventura e fuga da cidade. No meio da arrumação toda os filhos menores estão lá, para ajudar a preparar tudo, sempre com grande excitação e expectativa. Em nosso Curso Off-Road DPaschoal os alunos chegam no domingo trazendo seus pimpolhos a tiracolo, para a dose semanal de off-road, mas para que tudo seja divertido é importante tomar alguns cuidados para que a viagem seja tranqüila e agradável. A segurança em primeiro lugar. É comum ver jipes mais antigos sem cintos de segurança para adultos e menos ainda para as crianças. O equipamento precisa estar ajustado para os menores, pois um tombamento em trilha, coisa não tão rara como se pensa, pode ter resultado dramático se um pequeno cair do veículo por estar sem proteção. Muitas vezes um salto inesperado pode provocar a batida da cabeça no Santo Antônio ou no teto, o que pode resultar em danos à coluna cervical. Uma freada brusca no meio da trilha pode jogar para frente quem estiver sentado no banco traseiro com risco de se ferir no impacto. A bagagem deve ter repelentes contra insetos, protetor solar, chapéu ou boné para se proteger do sol forte, um estojo de primeiros socorros, alimentos de fácil preparação, água, sucos e refrigerantes. Em ma-