Maquinas 79

Page 1



Destaques Matéria de capa

Capacidade de pulverizar Estudo avalia capacidade operacional dos pulverizadores autopropelidos

Estrutura que protege

Ficha Técnica

Estrutura de Proteção na Capotagem logo será item obrigatório nos tratores agrícolas no Brasil

Agrale linha 5000 e caminhão Iveco Trakker

Índice

20

06

16 e 32

Nossa Capa John Deere

Rodando por aí

04

Pulverizadores autopropelidos

06

Cultivo de cana no RS

10

Contaminação de lubrificantes

12

Ficha Técnica - Agrale

16

Estrutura de Proteção na Capotagem

20

Matéria MDA

25

Ficha Técnica - Trakker

32

Manejo por produtividade

36

Sima 2009

40

www.revistacultivar.com.br cultivar@revistacultivar.com.br Assinatura anual (11 edições*): R$ 119,00

Técnica 4x4

42

(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)

• Editor

Gilvan Queved o Quevedo • Redação

Charles Ech er Echer • Revisão

Alin artzsch ddee Alm ei da Alinee PPartzsch Almei eid • Design Gráfico e Diagramação

Cristi an o Cei Cristian ano Ceiaa

• Comercial

Ped edrro Batistin Sed eli Feijó Sedeli • Circulação

Sim on Simon onee Lopes • Assinaturas

Ân gela Oliveir Âng Oliveiraa Gonçalves Tai an ohn Rod ri gues aian anee K Kohn Rodri rigues

Grupo Cultivar de Publicações Ltda. www.revistacultivar.com.br

Cultivar Máquinas Edição Nº 79 Ano VIII - Outubro 2008 ISSN - 1676-0158 Direção Newton PPeter eter Sch ubert K. PPeter eter Schubert Secretária eri Lisboa Alves Rosimeri Rosim

Números atrasados: R$ 15,00 Assinatura Internacional: US$ 90,00 EUROS 80,00

• Expedição

Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados podem solicitá-las à redação pelo e-mail: cultivar@revistacultivar.com.br

Di anferson Alves Dianferson Edson Kr ause Krause • Impressão:

Kun de In dústri as Gráfi cas Ltd a. und Indústri dústrias Gráficas Ltda. NOSSOS TELEFONES TELEFONES:: (53) • GERAL

• RED AÇÃO REDAÇÃO

3028.2000

3028.2060

• ASSINA TURAS ASSINATURAS

• MARKETING

3028.2070

3028.2065

Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.


B25 Pioneira no lançamento de tratores movidos a biodiesel no Brasil, na mistura B5 desde 2004, a Agrale torna-se também a primeira fabricante a aprovar o uso do biodiesel na medida B25 em sua linha 4000 de tratores de pequeno porte. Para avaliar o desempenho e a durabilidade dos motores de sua fabricação abastecidos com essa nova mistura de biodiesel, a Agrale realizou, com o apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia, da Finep – Financiadora de Estudos e Projetos e da Universidade de Caxias do Sul, exaustivos testes de laboratório e de campo com diferentes produtos, entre tratores e grupos geradores, nas regiões Norte e Sul do país, para considerar as diferentes condições climáticas.

Motores A AGCO Corporation anunciou este mês alterações estratégicas relacionadas ao seu negócio de motores, anteriormente Sisu Diesel, tornando-se AGCO Sisu Power, posicionada como uma marca especializada na criação e montagem de motores resistentes e poderosos, com liderança na indústria em performance ambiental. A AGCO anunciou também inovações tecnológicas que oferecem soluções mais econômicas para o produtor rural: motores com sistema de emissão E3 Selective Catalytic Reduction (SCR), pela primeira vez utilizados em equipamentos agrícolas, e o novo modelo AGCO Sisu Power de sete cilindros (com 9,8 litros), único no mundo na classe de potência de 400 a 500hp.

04 • Outubro 08

Presidência O engenheiro mecânico e administrador Walfner Leitão assumiu recentemente o cargo de CEO da Santal. Walfner, que ocupou cargos de alta direção em multinacionais como Husky Injection Molding, Tetra Pak e Coplay do Brasil, assume a presidência da Santal com a missão de executar um plano agressivo de estruturação e crescimento nos mercados interno e externo. Arnaldo Adams Ribeiro Pinto que acumulava função executiva e uma posição no Conselho de Administração se dedicará inWalfner Leitão tegralmente ao Conselho.

Mais alimentos A Valtra entregou seu primeiro trator financiado pelo plano Safra Mais Alimentos no final de setembro para o produtor catarinense Antonio Dacheri. O diretor de Marketing da Valtra, Leandro Marsili, acredita no crescimento do setor nos próximos quatro anos, impulsionado pela demanda por alimentos. “Com o impulso do plano Mais Alimentos, trabalhamos com um aumento de 1.500 a 1.900 unidades a mais por ano”, calcula. “O plano vai refletir no aumento do volume de negócios e também na geração de empregos”, acrescenta.

Case IH A Case IH promoveu o 1° Grande Encontro Internacional de Gerentes de Peças e Serviço da rede. Após quatro anos ocorrendo separadamente, um encontro para Peças e outro para Serviço, o primeiro evento que reuniu as duas áreas aconteceu entre os dias 22 e 25 de setembro, em Curitiba. Cerca de 170 participantes entre gerentes de peças e serviço do Brasil e América Latina participaram do evento. Segundo o gerente de Suporte ao Produto para a América Latina, Adriano Chiarini, o encontro proporcionou a troca de experiências e a integração da rede de concessionários Case IH com os vários departamentos da CNH e os principais fornecedores de Pós-venda.

AMS A John Deere promoveu em outubro o AMS Master Training, um treinamento sobre os produtos AMS que utilizam o direcionamento por satélite para tornar as operações agrícolas mais precisas e eficientes. Em semanas diferentes, participaram dos cursos funcionários de concessionárias, coordenadores de Vendas e de Pós-vendas da companhia e um grupo de clientes, com o objetivo de aprofundar os conhecimentos para que eles possam orientar os clientes na aplicação do sistema AMS nos equipamentos da empresa

Walfner Leitão

Certificação A empresa de aviação agrícola Sana Agro Aérea Ltda recebeu o selo de qualidade ISO 9001:2000, certificado emitido pelo Bureau Veritas Certification. A certificação, atrelada ao escopo “Prestação de Serviços Aéreos na Agricultura”, foi ganha depois de uma auditoria realizada na empresa nos dias 17 e 18 de setembro. A Sana, fundada em 1977 e com sede em Leme, interior do estado de São Paulo, é a primeira companhia do setor a receber o selo no segmento de aviação agrícola.

Crescimento A empresa Tuzzi iniciou recentemente um processo de modernização e reestruturação das suas unidades para atender à demanda do setor automobilístico, agrícola e de laminados, apresentando um crescimento geral de 45% no comparativo entre 2007 e 2008. A ampliação das instalações da empresa e os investimentos em novos equipamentos também são alguns dos fatores descendentes deste aumento de capacidade. “Recentemente estivemos em viagem a alguns países da Ásia e da Europa para aquisição de novos equipamentos e tecnologias a fim de intensificarmos nossa produtividade”, afirma Alexandre Tuzzi, diretor industrial.



autopropelidos

Capacidade operacional A

capacidade de campo operacional é a capacidade da máquina observada em condições reais de operação, onde se levam em conta os efeitos dos fatores operacionais, relacionando a área tratada com o tempo da máquina, por sua vez, constituindo da soma entre tempos de preparo, de interrupção e de produção (Matuo, 1990). A capacidade de campo operacional de pulverizadores é dependente de variáveis como: velocidade e volume de pulverização, tempo de virada, distância percorrida, tempo e velocidade para cada reabastecimento do tanque, largura e comprimento da faixa de tratamento que, se compreendidos e adequados, podem melhorar a eficiência da mecanização da cultura. Para racionalização de uma aplicação de produtos fitossanitários, é fundamental a sua análise operacional e econômica, já que uma correta análise permite a redução do custo da operação, sem prejuízo do controle. Essas análises podem ser feitas a partir de simulações obtidas através do conhecimento dos movimentos e tempos do pulverizador dentro da operação de pulverização. O exercício de simulação permite avaliar a influência isolada ou conjugada de vários fatores, com poupança de recursos físicos e humanos, ao mesmo tempo antecipando perspectivas e soluções. John Deere

06 • Outubro 08

Grande capacidade operacional em pulverizadores autopropelidos não depende apenas do tamanho do tanque e das barras; diversos fatores envolvidos no processo influenciam positiva ou negativamente na operação

É de suma importância ter o conhecimento sobre quais são os fatores que interferem diretamente para a redução do rendimento operacional, e dessa forma conhecer a importância de cada fator, com finalidade de melhorar o rendimento da máquina no campo. Entre esses fatores é importante pensar na diminuição dos valores do tempo de virada ou manobra de cabeceira, a distância percorrida e o tempo para reabastecimento, o volume de pulverização, a velocidade de pulverização e deslocamento para reabastecimento, a capacidade dos tanques e o comprimento das faixas a serem tratadas. É muito comum verificar uma má distribuição dos pontos de abastecimento de água nas fazendas, o que leva ao caminhamento de vários quilômetros após o esvaziamento do conteúdo de cada tanque. Um

sistema de abastecimento em que um tanque fique sempre a uma distância aproximada de 150m poderia gerar aumento na capacidade de campo operacional em torno de 122%, quando comparado ao reabastecimento realizado à distância de 1,5km. Para se conseguir atingir distâncias menores para o ponto de reabastecimento é possível pensar na utilização de caminhões-pipa com disponibilidade de realizar o reabastecimento com calda pronta. Para isso, o caminhão deve possuir agitador em funcionamento constante para assim manter homogênea a calda fitossanitária. Tem-se pensado muito em que quanto maior a capacidade do tanque, maior seria a capacidade de campo operacional. Porém, a partir de determinado tamanho a capacidade do tanque tem pouca influência na capacidade operacional

As corretas análises operacional e econômica permitem a redução do custo da aplicação sem causar prejuízos no controle


“Um sistema de abastecimento em que um tanque fique sempre a uma distância aproximada de 150m poderia gerar aumento na capacidade de campo operacional em torno de 122% ” 122%” Fotos Charles Echer

Operações com velocidades elevadas podem levar a uma excessiva instabilidade da barra, o que resultará em tratamento deficiente

da máquina, isto considerando constantes os demais fatores da pulverização (Figura 1). Entre os outros fatores que interferem diretamente na capacidade de campo operacional, a largura da barra, a velocidade de pulverização e o volume de aplicação apresentam importante função no que diz respeito ao possível aumento da capacidade operacional da pulverização. Levando em consideração os aspectos agronômicos, não se deve operar em velocidades elevadas que sejam inadequadas para o equipamento de pulverização que está sendo utilizado, pois podem levar a uma excessiva desestabilidade de barra, que resultará num tratamento fitossanitário deficiente, causado pela não-uniformidade da aplicação e com possíveis colisões da barra com o solo, podendo resultar em ruptura e entupimento de bicos, o que levaria a paradas desnecessárias. Em relação ao volume de aplicação é importante lembrar que este é uma conseqüência e não uma condição. Por isso, a sua escolha deve ser feita criteriosamente em função da localização do alvo, do estádio da cultura, da tecnologia empregada na propriedade, sempre procurando diminuir os riscos em relação ao impacto ambiental. Considerando esses fatores citados como importantes na capacidade de campo operacional, foi realizada uma simulação a partir de dados reais de movimentos e tempos obtidos a campo, com um pulverizador autopropelido com capacidade de 3.200l para

armazenagem de calda e comprimento de barra de 24m. Para simulação do tempo de pulverização foi utilizada uma fórmula adaptada de Matuo (1990), onde foi obtido o tempo necessário para pulverizar um hectare. Foram propostos para efeito de simulação cinco volumes de aplicação (100, 150, 200, 250 e 300l ha-1), cinco velocidades de aplicação (8, 11, 14, 17 e 20km h-1) e cinco larguras da barra de pulverização (12, 18, 24, 30 e 36m). Os valores obtidos como constantes foram os dados de tempo de virada (30s), comprimento da faixa de tratamento (100m), distância para reabastecimento (1.000m), velocidade de deslocamento para reabastecimento (18km h-1), capacidade do tanque (3.200l) e tempo de rea-

bastecimento (12min). Para simulação do volume de aplicação a velocidade de pulverização foi de 17km h-1. Para a velocidade de pulverização o volume de aplicação foi de 100l ha-1 e para ambas simulações a largura da barra foi de 24m. Na Figura 2 são apresentados os resultados da CcO para os volumes de aplicação. Pode-se observar a maior capacidade de campo operacional para o volume de 100l ha-1, com 14,9ha h-1. Já o volume de 200l ha-1 obteve 13,3ha h-1, apresentando 10% de CcO menor que o volume de 100l e 9% de CcO superior em relação ao volume de 300l. A diferença na CcO entre os volumes de 150 e 250l.ha-1 foi de 10%. Para o fator velocidade de pulverização pode-se observar (Figura 3) a maior CcO


Divulgação

Charles Echer

Marcelo e Rodrigo avaliaram a capacidade operacional dos pulverizadores autopropelidos e mostram os fatores que interferem positiva e negativamente na aplicação

para a velocidade de 20km.h-1 (15,7ha.h-1). A velocidade de 8km.h-1 foi 33% menor na CcO em relação à maior velocidade. É evidente o ganho de CcO com o aumento da velocidade. Velocidades acima dos 11km.h1 só podem ser atingidas por pulverizadores autopropelidos, devido à tecnologia que estes apresentam em relação à estabilidade da barra. Para o fator largura de barra, pode-se observar o aumento linear da capacidade de campo operacional. Na simulação adotada foram consideradas cinco larguras de barras diferenciadas em seis metros de largura uma da outra. Para a largura de barra mínima adotada (12m) a CcO foi de

7,9ha.h-1, para a largura de 18m a CcO foi de 11,2ha.h-1, 29% a mais na CcO, para barra de 24m a CcO foi de 14,9ha.h-1, 18% menor na CcO em relação à barra de 30m que obteve 18,1ha.h-1. A maior largura de barra adotada (36m) é pouco utilizada pela indústria de pulverizadores, é pouco comum ver pulverizadores trabalhando com largura de barra de tal dimensão. A CcO para a largura de 36m foi de 21,1ha.h-1, onde pode-se observar 64% de aumento na capacidade de campo operacional em relação à menor largura, o que mostra a importância da dimensão da largura da barra. Pode-se concluir com as observações da

simulação que: o menor volume de aplicação, a maior velocidade de pulverização e a maior largura de barra apresentam maior capacidade de campo operacional, mas é importante lembrar que não adianta fazer mais hectares por hora se o tratamento fitossanitário apresenta má qualidade. Deve-se trabalhar dentro dos limites que o pulverizador apresenta para realizar um bom tratamento, pois o melhor desempenho final deve-se encontrar na produtividade, no respeito ao trabalhador e ao ambiente, na qualidade e na .M segurança dos produtos colhidos. Rodrigo Alberto Alandia Román, Mestrando em Agronomia Marcelo da Costa Ferreira, Unesp – Jaboticabal/SP

Figura 1 - Capacidade de campo operacional em função da capacidade do tanque de pulverização em pulverização com volume de 200l.ha-1, velocidade de aplicação de 17km h-1, distância para reabastecimento de 1.000m e largura de barra de 24m

Figura 2 - Capacidade de campo operacional em função do volume de aplicação

Figura 3 - Capacidade de campo operacional em função da velocidade de pulverização

Figura 4 - Capacidade de campo operacional em função da largura da barra de pulverização

08 • Outubro 08



cana-de-açúcar

Canavial nos pampas Grupo gaúcho projeta plantio de 16 mil hectares de cana-de-açúcar e a geração de 100 milhões de litros de álcool/ano até 2012

N

o momento em que o Rio Grande do Sul se encontra a um passo de ver formalizada sua inclusão no zoneamento agrícola para o cultivo de cana-de-açúcar, uma experiência no município de São Luiz Gonzaga, na região das Missões, noroeste do estado, ganha força e marca pontos a favor dos que defendem a viabilidade de plantio da cultura em grande escala em solo gaúcho. Da área atual de 300 hectares de viveiro primário para a produção de mudas, um grupo formado por produtores e empresas privadas pretende saltar para 16 mil hectares cultivadas com cana na região nos próximos quatro anos. O empreendimento, estimado em R$ 270 milhões, prevê a construção de uma usina para a produção de 100 milhões de litros de álcool por ano. O projeto de plantio de cana em São Luiz Gonzaga nasceu em 2005, em meio à estiagem que antecedeu uma das piores crises enfrentadas pela agricultura brasileira. A inspiração veio da experiência da produção de cana no município de Porto Xavier, distante 80 quilômetros, onde já existia uma usina instalada. “Vimos que naquele ano os produtores de lá perderam toda a soja com a seca, mas com a cana isso não ocorreu”, relata Régis Augusto Giovelli, presidente do Conselho de Administração da Canasul Participações, empresa que reúne 70 agricultores e fornecedores, sócios do empreendimento.

O início do plantio de cana na região começou no ano seguinte, em 2006, dividido em sete pólos de 23 hectares cada. As novas lavouras mudaram a paisagem da região, tradicional no cultivo de milho, soja, trigo e também na exploração da pecuária. “É importante salientar que ninguém aqui vai deixar de plantar grãos. O que se pretende é cultivar cana em 20%, no máximo 30% das propriedades, em áreas menos afetadas pela geada”, adianta-se em esclarecer Giovelli, que atualmente também produz soja, milho, trigo e girassol em uma área de 1,5 mil hectares. Diferentemente do que ocorre em outras regiões produtoras de cana no Brasil, os próprios agricultores reunidos pela Canasul serão os fornecedores. “São produtores independentes, donos de suas terras, que não vão arrendá-las e sim produzir a matéria-prima”, salienta.

PLANOS AMBICIOSOS Plantar 16 mil hectares na região de São Luiz Gonzaga nos próximos quatro anos, produzir 100 milhões de litros de álcool por ano,

VANTAGENS E DESAFIOS Nos dois últimos anos foi possível testar o comportamento de diversas variedades quanto

Onde fica

Régis Giovelli, da Canasul Participações, e Cláudio Morari, da Norobios

10 • Outubro 08

gerar 1,5 mil empregos diretos e indiretos. Estas são as principais metas do empreendimento. “Os estudos da Fepagro (Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária) demonstram a aptidão para usina de álcool no Rio Grande do Sul, o que para nós já era uma certeza há mais de dois anos”, defende Cláudio Morari, diretor-presidente da Norobios, braço industrial do projeto que engloba ainda a Canasul, o grupo Rede Energia (com sede em São Leopoldo e responsável por uma rede de 40 postos de revenda de combustíveis na região metropolitana de Porto Alegre), além da Sultepa, empresa que atua há mais de 50 anos no mercado de construção civil. O início das obras da usina está previsto para o começo do próximo ano, tão logo esteja concluído o processo de licenciamento ambiental junto à Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler (Fepam). A estimativa é de que até abril de 2011 a unidade entre em operação. “Teremos colheita 100% mecanizada, sem queima de cana, conforme prevê a legislação. Isso vai demandar em torno de 20 colhedoras”, explica Morari. O projeto prevê também o uso do bagaço da cana para a produção de bioenergia. “Teremos capacidade para 30 megawatts de co-geração de energia por hora”, projeta. Já a vinhaça, rica em potássio, deve ser aproveitada para fertirrigação.


“O projeto de plantio de cana em São LLuiz uiz Gonzaga nasceu em 2005, em meio à estiagem que antecedeu uma das piores crises enfrentadas pela agricultura brasileira” Fotos Gilvan Quevedo

Luiz Antonio Mattione pretende expandir o cultivo para 200 hectares da propriedade

Marcondes Picoli trabalha na fazenda onde foi plantado o primeiro pólo de cana no município

à adaptação ao clima e ao tipo de solo da região. “Em nível comercial as que apresentaram melhor desempenho foram a RB855156, RB855536, RB855453, RB855345, RB956911, RB72454, RB928064, RB 845210 e SP81-3250”, explica o consultor Roberval Carvalho, engenheiro agrônomo, com 30 anos de experiência na cultura da cana-de-açúcar. A produtividade obtida em São Luiz Gonzaga alcançou até 167 toneladas por hectare, "A média de produtividade esperada nos plantios comerciais nos seis cortes previstos em função de padrão de solos, clima, variedades e época de plantio, está sendo estimada em 82 toneladas por hectare", relata. Para Carvalho, mais que desafio, a produção de cana no Rio Grande do Sul apresenta vantagens. “O que precisa é fazer o manejo adequado. A geada, por exemplo, pode ser usada como maturador natural. Aqui não precisa de irrigação como em outras regiões,

não se tem problemas com déficit hídrico, solo, topografia e logística”, cita. Se os picos com frio podem ser superados com manejo, na avaliação do especialista restam pelo menos mais duas dificuldades para serem transpostas: quebrar paradigmas em uma região tradicionalmente produtora de grãos e qualificar a mão-de-obra. “O entrave não é a parte técnica, mas treinar pessoas que não estão acostumadas com este tipo de cultivo para operar os equipamentos”, lembra.

DOS GRÃOS À CANA A fazenda da Agropecuária Copagril, distante sete quilômetros do centro de São Luiz Gonzaga, foi o ponto de partida da produção de cana no município. “Aqui foi plantado o primeiro pólo”, relata o engenheiro agrônomo Marcondes Picoli. Com área de 1,2 mil hectares dedicada à agricultura, a propriedade tem projeto para chegar ao plantio de até 300 hectares com cana. O restante deve continuar a ser utilizado para o cultivo de grãos como soja, milho, trigo e aveia. O produtor Luiz Antonio Mattione é outro que abraçou o projeto. Proprietário de uma área de mil hectares, onde explora pecuária e cultivo de soja, trigo e milho, busca na cana-de-açúcar mais uma alternativa de renda. “É preciso diversificar”, defende Mattione, que até 2011 pretende dedicar 200 hectares de sua propriedade à produção de cana.

Colhedora JD 3510 foi cedida pela John Deere para ser testada. Werner Santos, diretor comercial: “Participamos como um dos elos, na parte de mecanização”

CHUVA NA COLHEITA Além de vencer as barreiras para a produção da cana-de-açúcar, outro desafio enfrentado pelos produtores de São Luiz Gonzaga se refere aos picos de chuva registrados na região durante o período de colheita. Tal cenário exige pressa, para aproveitar os dias de tempo seco, o que demanda colhedoras que estejam prontas para entrar na lavoura assim que a chuva parar. Os primeiros testes com máquina de grande porte começaram a ser realizados com uma colhedora JD 3510 cedida pela John Deere. Em setembro ocorreu um dia de campo, para que produtores do município pudessem acompanhar de perto o funcionamento da máquina. A John Deere possui Unidade de Negócios Cana em Ribeirão Preto (SP) com um grupo de profissionais voltados à cultura. “Temos visto que a cana atingiu sua área em São Paulo e está migrando para outros estados. No caso do Rio Grande do Sul, a cana já é tradicional, mas ainda não na escala de produção que se pretende em São Luiz Gonzaga. Sem entrar no campo da discussão agronômica, apostamos na sua viabilidade de produção em C qualquer parte do Brasil, desde que haja empresários dispostos a levar o empreendimento adiante. Mas nossa participação se dá como um dos elos, no que diz respeito especificamente à mecanização”, explica Werner Santos, diretor comercial da John Deere para o Brasil. . M

Outubro 08 • 11


armazenagem

Fotos Marcos Lobo

Proteção limpa

Cuidados básicos para evitar a contaminação no armazenamento e manuseio dos óleos e graxas lubrificantes aumentam a proteção contra o desgaste dos equipamentos

M

uita manutenção custosa e desnecessária tem sido realizada nos equipamentos agrícolas por falta de alguns cuidados básicos com os lubrificantes. A função básica do lubrificante é inserir um filme de material lubrificante entre superfícies que sofrem movimento relativo a fim de que não haja contato metálico. Porém, se não evitarmos a contaminação dos lubrificantes a função de lubrificar fica comprometida e haverá abrasão das superfícies deslizantes, processo que se inicia de forma lenta, alimentando-se com os resíduos do desgaste. O meio agrícola já é particularmente agressivo por si só. Em épocas de estiagem a poeira, constantemente soprada pelos ventos, contamina os óleos e graxas lubrificantes. Em época chuvosa a umidade relativa do ar ou água da própria chuva acumulada sobre a tampa dos tambores também causa grandes danos aos óleos e graxas lubrificantes. Diz um adágio popular: “Difícil é enMantenha os tambores de óleo lubrificante em locais cobertos. Se isto não for possível coloque-os na posição horizontal para evitar acúmulo de água na tampa

12 • Outubro 08

xergar o óbvio”. Muito do que falaremos neste artigo são conceitos que muitos dirão: “Isto eu já sei”. Que vários já são conhecedores desses conceitos não há dúvida.

Porém, surge a pergunta: “São tomados os cuidados necessários para que a contaminação dos lubrificantes não ocorra?”. Por isso, abordamos algumas sugestões


“Se não evitarmos a contaminação dos lubrificantes a função de lubrificar fica comprometida e haverá abrasão -se com os resíduos do desgaste” alimentando-se das superfícies deslizantes, processo que se inicia de forma lenta, alimentando

Os filtros de óleo e ar não devem ser escolhidos aleatoriamente, recomenda-se obedecer as indicações específicas para cada máquina

práticas simples para evitar a contaminação dos óleos e graxas lubrificantes.

PARA EVITAR CONTAMINAÇÃO

coloque-os na posição horizontal para evitar acúmulo de água na tampa do tambor. A variação de volume do óleo lubrificante, provocada pela elevação e diminuição da

temperatura, provoca sucção da água acumulada para o interior do tambor. O almoxarifado de lubrificantes deve ser arejado e, dentro do possível, vedado à entrada de pó. Se isto não for possível, devese efetuar limpeza criteriosa da tampa do tambor antes de começar a utilizá-lo. Devemos nos lembrar que a sílica (principal componente da poeira) tem dureza muito alta e provoca desgaste abrasivo nos componentes metálicos das máquinas. É recomendável também a utilização de filtros de ar nos respiros dos sistemas hidrá-

O cuidado para evitar a contaminação ou depreciação dos óleos e graxas lubrificantes deve começar na armazenagem. Mantenha os tambores de óleo lubrificante em locais cobertos. Se isto não for possível

Recomenda-se manter os equipamentos de lubrificação limpos e abrigados

Não deixe tambores abertos após a sua utilização para evitar a contaminação do óleo lubrificante pelo pó existente no ar

Filtre óleos novos, mesmo os armazenados em tambores lacrados, porque não satisfazem os padrões de limpeza necessários para uso em sistemas hidráulicos


Fotos Marcos Lobo

Mangueiras hidráulicas devem ser plugadas na hora da manutenção no sistema hidráulico para evitar contaminação

Sem proteção, os pinos graxeiros ficam empoeirados e, na hora da lubrificação, transferem o pó para o interior do equipamento

ulicos para evitar a contaminação do óleo hidráulico por poeira. Se for utilizado filtro dessecante o resultado será bem melhor, pois, além de reter a poeira este tipo de filtro, retém a umidade existente no ar. E isso é importante, porque vale lembrar que água, mesmo em proporções mínimas, provoca desgaste corrosivo em componentes metálicos reduzindo substancialmente a vida útil do equipamento. Já os filtros de óleo não devem ser escolhidos aleatoriamente. Devem ser levados em conta a porosidade, o tipo do meio filtrante e a Razão Beta (quanto maior a Razão Beta mais partículas o filtro retém). Outra fonte de contaminação são os equipamentos de lubrificação utilizados para manusear os produtos. Por isso, mantenha funis, pistolas graxeiras e espátulas limpos e abrigados. Os equipamentos de lubrificação são fontes de contaminação dos óleos lubrificantes quando deixados ao tempo. Evite que os tambores fiquem abertos após a sua utilização para evitar a contaminação do óleo lubrificante pelo pó existente no ar. O ideal é que os óleos hidráulicos novos sejam filtrados antes do abastecimento. Óleos novos, mesmo em tambores lacrados, não satisfazem os padrões de limpeza necessários para uso em sistemas hidráulicos. Filtrações durante paradas do equipamento para manutenção são muito recomendáveis para Marcos Lobo explica quais os cuidados necessários no armazenamento e manuseio de óleos e graxas lubrificantes

14 • Outubro 08

descontaminação do óleo hidráulico. Mas de nada adiantaria cuidar do produto antes de utiliza-lo, se não forem tomadas medidas preventivas no equipamento a ser lubrificado. O ideal é que os pinos graxeiros sejam protegidos com capa plástica para que o pó acumulado na superfície do pino graxeiro não seja transferido, ao se relubrificar, para o interior dos mancais, provocando a aceleração do desgaste. Mangueiras hidráulicas devem ser plugadas quando se efetua a manutenção dos sistemas hidráulicos para evitar a sua contaminação com pó e, conseqüentemente, redução da vida útil das válvulas e da bomba hidráulica. Peças não utilizadas ou que sofreram reparos devem ser protegidas com cobertura plástica. Alguns, ao lerem este artigo, talvez se digam: “É muito difícil seguir estas práticas”. Porém, as recomendações de controle de contaminação apresentadas neste artigo já estão sendo implantadas em muitas empresas rurais com bastante êxito, mostrando que o controle da contaminação dos óleos lubrificantes é perfeitamente plausível,

Peças que recebem reparos e são deixadas paradas demandam proteção com cobertura plástica

bastando que se desenvolva esta cultura na empresa. O controle da contaminação de óleos lubrificantes é algo que se traduz, em curto prazo, em redução de custos de manutenção, sendo útil tanto para o pequeno como para o grande empresário, pois possibilita evitar aqueles conhecidos transtornos inesperados decorrentes de paradas de equipa.M mentos nas horas mais impróprias. Marcos Thadeu Giacomin Lobo Petrobras Distribuidora S.A.



Agrale 5000

Agrale 5000 A nova linha 5000 da Agrale mantém o design mas apresenta diversas alterações em relação ao modelo anterior

A

Agrale acaba de modernizar a sua linha 5000 de tratores médios, com potência entre 75cv e 85cv. Os novos modelos mantiveram a versatilidade, durabilidade e economia já tradicionais nesta família, mas receberam inovações para melhorar a ergonomia e tornar mais fácil e rápida a operação e a manutenção. A principal novidade é a transmissão Side Shift, com alavanca de câmbio localizada na lateral, que facilita as trocas de marchas e proporciona maior conforto ao operador. Outro recurso

16 • Outubro 08

é a tomada de força que pode ser acionada diretamente da rotação do motor como também ser acionada direta da caixa de velocidade utilizando todo o recurso de redução da transmissão para obtenção de alto torque na tomada.

TRANSMISSÃO E MOTOR A nova caixa de câmbio dos tratores da linha 5000 possui dez velocidades à frente e

duas à ré, com as 4ª e 5ª marchas sincronizadas. Os sincronismos da 4ª e 5ª marchas facilitam o acionamento, pois são marchas que se utilizam constantemente no translado da máquina onde exija uma maior velocidade e, conseqüentemente, a troca de marcha torna-se importante. Como opcionais, a transmissão


“Os novos modelos mantiveram a versatilidade, durabilidade e economia já tradicionais nesta família, mas receberam inovações para melhorar a ergonomia e tornar mais fácil e rápida a operação e a manutenção” Fotos Agrale

dispõe de recurso de inversão de marchas e sistema Super-Redutor. A versão com inversor de marchas proporciona 12 velocidades à frente e 12 à ré. O acionamento é totalmente mecânico, porém, sincronizado, o que dá à máquina uma característica de fácil acionamento em operações que requeiram constantes manobras. É ideal para o uso em áreas estreitas onde é difícil realizar manobras, como nas plantações de arroz irrigado. O sistema permite que o operador inverta o sentido de direção do trator conforme a necessidade (para frente e para trás), sem precisar efetuar manobras. A opção de transmissão com sistema Super-Redutor oferece velocidades adequadas às mais diversas operações agrícolas. Com 20 marchas à frente e quatro à ré, é indicada para as operações que precisam ser executadas em ritmo extremamente lento, como nas forrageiras de cana e colhedoras de café, e possibilita

A nova versão da linha 5000 vem com diversas inovações, como vedações e componentes específicos, para aplicações em terrenos alagados, no eixo dianteiro

Outubro 08 • 17


Fotos Agrale

namento da tomada de força.

MANUTENÇÃO

A principal novidade é a transmissão Side Shift, com alavanca de câmbio localizada na lateral, que facilita as trocas de marchas e proporciona maior conforto ao operador

que o trator trabalhe na velocidade mínima de 180 metros por hora. A ergonomia aprimorada dos tratores Agrale da linha 5000 também pode ser percebida nas novas alavancas de acionamento dos sistemas 4x4, de inversão e do Super-Redutor, localizadas ao alcance das mãos do operador. O acionamento do acelerador, tanto o manual quanto o de pedal, é feito por meio de hastes e não por cabo, o que facilita a regulagem e garante maior precisão.

Destinados ao cultivo de soja, milho e trigo e adequados às necessidades de produtores de grande, médio e pequeno portes, os modelos da linha 5000 (5075 e 5085) são equipados com o motor MWM TD 229-4 e contam com sistema hidráulico com capacidade de levante de até 3.300kg.

HIDRÁULICO E TRÊS PONTOS Equipado com uma bomba dupla de engrenagem, sendo que uma delas é exclusiva para a direção e a outra para o sistema hidráulico. O acionamento é diretamente do motor. Os tratores da linha 5000 possuem sistema de levante de três pontos com excelente controle de posição, sensibilidade e profundidade que facilitam nas suas regulagens e possui capacidade de levante de até 3.300kg no olhal, possuindo ainda um recurso quanto à regulagem da velocidade de levante.

FREIOS O sistema de freio é acionado hidraulicamente, diminuindo significativamente a força de acionamento do usuário sobre o pedal de freio. Quanto aos discos de freio os mesmos são imersos em óleo, garantindo vida longa e eficiência na frenagem.

EMBREAGEM O posto de comando ficou mais ergonômico, com nova localização das alavancas

18 • Outubro 08

O mesmo possui embreagem de duplo disco a seco, sendo que um dos discos é responsável pelo acionamento da tração da máquina e o outro pelo acio-

A manutenção dos novos tratores Agrale da linha 5000 também se tornou mais fácil em relação ao modelo antigo, graças à maior acessibilidade aos componentes. A tampa de acesso ao motor é simples de remover e montar, e para manusear a transmissão, não é necessário retirar toda a plataforma. A unidade de direção hidrostática e os itens relacionados à central elétrica também podem ser alcançados sem a necessidade de se retirar o painel. Todas essas mudanças no projeto do trator vão colaborar para diminuir o tempo de manutenção e, conseqüentemente, reduzir custos. A linha 5000 dispõe de eixo de tração dianteiro mais reforçado, com vedações e componentes específicos projetados para aplicações imersas em água como o cultivo do arroz, proporcionan-


“Os tratores da linha 5000 possuem sistema de levante de três pontos com excelente controle de posição ” posição”

do à tração uma maior vida útil sem efetuar manutenção.

SEGURANÇA A máquina já vem de fábrica com estrutura de proteção, como um arco de segurança feito em aço que protege o operador em caso de capotagem (Rops). Vale ressaltar que a máquina já vem com os itens exigidos pela NR31, norma regulamentadora que tem por objetivo estabelecer os preceitos a serem observados na organização e no ambiente de trabalho de forma a tornar compatíveis o planejamento e o desenvolvimento das atividades da agricultura, pecuária, silvicultura e exploração florestal com a segurança e saúde no ambiente de trabalho, que são basicamente sinalização luminosa, sinalização sonora, proteção dos itens giratórios, como tomada de força, dentre outros.

PNEUS Quanto aos pneus, pode ser utilizado tanto o conjunto de pneus R1 como R2 (com garra maior), em vários tamanhos de acordo com a necessidade do cultivo predominante na região. Vale ressaltar que ao mudar o tamanho do mesmo, não será necessária a substituição do conjunto pára-lamas, que muitas vezes dificulta ao usuário e proporciona investimento para tal modificação.

BIODIESEL A harmonia entre o motor e a nova transmissão Side Shift resulta em melhor performance, mais economia e maior produtividade. Assim como os outros tratores da Agrale, os novos modelos 5000 também estão preparados para operar com biodiesel B5 (5% de mistura de óleo de origem vegetal misturado em 95% de diesel), extraído dos óleos de palma (dendê), mamona, soja entre outros. .M

A linha 5000 já vem de fábrica com arco de segurança em aço, que protege o operador em caso de capotagem

.M

Outubro 08 • 19


segurança

Estrutura que pro Depois de anos de pesquisas e debates sobre padronização, a Estrutura de Proteção na Capotagem (EPC) logo será item obrigatório em tratores agrícolas fabricados no Brasil

V

ai mudar de nome, mas suas características e função continuam as mesmas. A expressão “estrutura de proteção na capotagem (EPC)” substitui o nome “estrutura de proteção contra a capotagem (EPCC)”, na norma de ensaio recentemente elaborada pela Comissão de Estudos de Tratores Agrícolas da ABNT. A ponderação foi que a estrutura não é contra a capotagem, isto é, não impede que ela aconteça, mas protege o operador na ocorrência da mesma. A EPC, cujo termo em inglês correspondente a Rops (Ro-

20 • Outubro 08

llOver Protective Structure), é um dos itens que breve deverão fazer parte de todos os tratores novos fabricados no Brasil, como resultado de tratativas entre o Ministério do Trabalho e a Anfavea. Algo digno de comemoração, se considerar que esta determinação chega com muitos anos de atraso em relação ao tempo em que pesquisadores vêm debatendo o assunto pela sua importância e em relação a outros países que há muitos anos já adotam o EPC como item obrigatório. A estrutura de proteção (EPC) é uma es-

trutura montada sobre o trator com a finalidade de proteger o condutor em caso de capotagem do trator durante a sua utilização normal, garantindo um espaço seguro para o operador.

RISCOS DE ACIDENTES Tratores agrícolas não são veículos de alta velocidade, mas, em geral, necessitam de grande potência e peso para bom desempenho das funções para as quais são destinados. Os riscos que podem ocorrer durante atividades envolvendo trator são: tombamento e/ou capotagem


“A EPC, cujo termo em inglês correspondente a Rops ((RollOver RollOver Protective Structure ), é um Structure), dos itens que breve dever ão fazer parte de todos os tratores novos fabricados no Brasil ” deverão Brasil” Massey Ferguson

exposição excessiva a vibrações verticais. O tombamento é resultado da perda de estabilidade do trator, o que está relacionado à distância entre eixos e à bitola utilizada. Assim, o uso de tratores estreitos oferece maior risco que os tratores convencionais. O tombamento lateral pode ocorrer em trabalhos realizados em terrenos inclinados, queda de roda em buraco no terreno, afundamento das rodas traseiras na lama, deslocamento e frenagem brusca em alta velocidade, presença de pedras e outros obstáculos que se encontrem no percurso do trator. Já o tombamento para trás normalmente ocorre quando são tracionados implementos fora da barra de tração, utilizados pontos de engate muito elevados, tentativas de puxar tocos ou outros objetos fixos com marcha para frente e carga acima do peso do trator. O tombamento para trás ocorre de forma tão rápida que o condutor muitas vezes não consegue evitá-lo. Tais situações são potencializadas quando os tratores são desprovidos de requisitos de segurança e apresentam precária manutenção (por exemplo problema no sistema de freio, EPC danificada).

tege

TOMBAMENTO E/OU CAPOTAGEM

TIPOS DE EPC São três os tipos de EPC: a) EPC de dois pontos ou dois pilares: também denominada arco de segurança, constitui-

Arquivo

A despeito de não existir estatísticas sistemáticas da ocorrência de acidentes, diversas citações bibliográficas ao longo dos anos mencionam que é expressivo o índice de acidentes com tratores: a) 70% dos acidentes são relacionados à capotagem (Rodrigues & Silva, 1986); b) Metade dos acidentes fatais na Espanha é devido ao tombamento de tratores (Márquez, 1995); c) 59,8% dos acidentes são capotagem (Debiasi, 2002); d) 47,8% dos acidentes com tratores são relacionados ao tombamento (Cor-

rêa & Ramos, 2002); e) Acidentes com tratores foram a principal causa de morte (31% dos acidentes rurais) em Queensland no período de 1990-1998, sendo 45,5% devido ao tombamento (Ferguson, 1999 citado por Pope, 2000); f) Cerca de 250 pessoas morrem todo ano nos EUA em decorrência do envolvimento de tratores em capotagem, aprisionamento e colisões em estradas (Schenker, 2004). Para quem pensa que os acidentes com tratores agrícolas é coisa muito distante de ocorrência no passado ou que acontece longe de seu meio de convívio, basta procurar na Internet relatos dos acidentes divulgados em periódicos locais. Veja Box nesta matéria.

lateral, tombamento e/ou capotagem para trás, aprisionamento por peças móveis, queda do operador. O operador pode ainda estar sujeito a adquirir doenças, como perda auditiva devido ao ruído excessivo do trator; a problemas de coluna em decorrência da inadequação do posto de operação, a problemas gastrintestinais pela Acidentes acontecem independentemente de a máquina ser nova ou usada. Falta de atenção do operador e excesso de confiança são os principais causadores

Outubro 08 • 21


Arquivo

Tratores não foram feitos para trafegar em altas velocidades, mesmo em rodovias. Por isso, deve-se respeitar os limites estabelecidos pelo fabricante

se de um elemento estrutural fixo ao trator em dois pontos resistentes no chassi, na frente ou atrás do operador. b) EPC de quatro pontos ou quatro pilares: constitui-se de um conjunto de barras resistentes que se fixam à frente e atrás do operador em quatro pontos de apoio no trator. c) Cabine de segurança: conjunto de elementos resistentes semelhantes à EPC de quatro pontos, sobre os quais são feitos recobrimentos para proteger o operador do sol, poeira, chuva, calor e frio. A EPC de dois pontos, geralmente utilizada em tratores estreitos ou de pequeno porte, é a que tem merecido maior desenvolvimento tecnológico para adequar o uso do trator às necessidades particulares como em parreirais cultivados em caramanchão, pomares e edificações para confinamento de animais. É uma alternativa interessante para adaptar em tratores velhos que permitam este tipo de EPC. Alguns projetos de EPC de dois pontos são constituídos de barras dobráveis de modo que ao operar em culturas de baixo vão livre o operador tenha a opção de abaixá-la. O que acontece, entretanto, é que muitos operadores não retornam a estrutura à posição original quando executando outras tarefas ou deslocando-se em estradas. Desta forma ficam expostos à gravidade de um acidente por tombamento. Para evitar este problema há um estudo de Powers et al, (2001) denominado Niosh Auto-

22 • Outubro 08

Rops, que consiste de uma estrutura “telescópica” que fica normalmente abaixada e está ligada a um sensor que monitora o ângulo de operação do trator (Figura 2). Se uma condição de tombamento é detectada pelo sensor a EPC retraída estenderá e trava na posição vertical antes de tocar o solo. É preciso ressaltar, porém, que qualquer que seja o tipo de EPC utilizada a proteção do operador só será garantida com o uso de cinto de segurança que também deve estar presente no trator que possua estrutura de proteção na capotagem.

EXIGÊNCIA DE USO DA EPC Segundo Schencker (2004) o desenvolvimento da EPC começou na década de 30, mas só se tornou real na década de 50. A Suécia foi o primeiro país a legislar sobre a EPC, estabelecendo a obrigatoriedade de uso em tratores agrícolas novos em 1959 (Springfeldt, 1993). Posteriormente outros países adotaram legislação semelhante. O Quadro 1, elaborado por Springfeldt (1993) apresenta as formas de adoção da EPC em alguns países. De modo geral é exigido algum tipo de EPC. Nesse quadro destacase novamente a Suécia como o único país que obriga o uso de cabine de segurança como única forma de EPC, tanto em tratores novos como em tratores velhos. Figura 1 – Zona de segurança

No Brasil, foram feitas várias tentativas de legislação, visando impor a EPC em tratores agrícolas novos produzidos no país ou importados: 1) a Fundacentro quando elaborou as Normas Regulamentadoras Rurais – NRRs, aprovadas em abril de 1988, contemplava, entre outras, a questão da segurança das máquinas e equipamentos agrícolas, entretanto, a norma foi publicada sem vários itens, inclusive sem os itens referentes a máquinas e a equipamentos agrícolas. 2) Neste mesmo período, a Fundacentro, a pedido da Secretaria de Defesa do Consumidor, tentou negociar a adoção da EPC com a Anfavea, em face de um ofício recebido de um órgão similar da Finlândia questionando por qual razão o Brasil permitia a fabricação de produto sem proteção, quando era obrigatório em seu país de origem. Infelizmente, a negociação não teve êxito. 3) Posteriormente, o deputado Antônio Carlos Mendes Thame, que teve colaboração técnica da Fundacentro, encaminhou o Projeto de Lei Nº 552/ 1991, e o deputado Carlos Nader encaminhou o Projeto de Lei Nº 532/2003, porém, ambos se perderam nos trâmites legislativos. Por outro lado sempre houve a resistência da indústria de máquinas em aceitar a adoção da EPC, apesar da maioria dos fabricantes terem exigências por lei em seus países de origem ou mesmo exportarem para países, cujas exigências estão


“É preciso ressaltar ressaltar,, porém, que qualquer que seja o tipo de EPC utilizada a proteção do operador só será garantida com ” capotagem” o uso de cinto de segurança que também deve estar presente no trator que possua estrutura de proteção na capotagem John Deere

acentuada. Eram, então, observados os danos à estrutura, o alcance destes à zona de proteção e realizados cálculos para se obter o valor da força e o sentido de direção da mesma, responsáveis pela deformação na estrutura. Devido ao custo deste teste (danos ao trator e dificuldade de repetição), a avaliação dessa forma deixou de ser realizada. Atualmente a verificação dessa resistência é feita em testes de laboratório. Nesses testes a estrutura é submetida a choques ou esforços com energia equivalente a que um tombamento real produziria. São dois os tipos de ensaios que podem ser realizados: ensaio dinâmico e ensaio estático. Ambos têm procedimentos estabelecidos em normas e/ou regulamentos técnicos (Quadro 2). estabelecidas em lei. Atualmente, diante das negociações do Ministério do Trabalho com a Anfavea, com a recente publicação da Norma Regulamentadora NR-31 (obriga a utilização de máquinas com todos os dispositivos de segurança), das exigências do mercado externo e pelo compromisso com os princípios da responsabilidade social, a indústria admite equipar seus tratores novos com EPC para o mercado interno. Equipar tratores velhos com EPC nem sempre é possível, devido às características de construção do trator que não previa este dispositivo ou porque não existem ROPS prontamente

disponíveis no mercado para o modelo em questão, e se projetadas necessitam de testes para verificar sua adequação.

MÉTODOS DE ENSAIO DA EPC Os ensaios têm como objetivo verificar se a EPC oferece a resistência mínima necessária para ser considerada como tal, ou seja, se é capaz de absorver a energia dos impactos prescritos na norma sem provocar deformações que afetem a zona de segurança do operador. No passado, faziam-se testes de tombamento real, onde o trator montado com a estrutura era forçado a cair de um talude de inclinação

ENSAIO DINÂMICO É aplicável em tratores de rodas com massa compreendida entre 600kg e 6.000kg e com bitola traseira superior a 1.150mm. A estrutura é fixada ao trator que é ancorado ao solo. O ensaio consiste de três testes de impacto (traseiro, frontal e lateral) e dois de esmagamento (traseiro e frontal). O teste de impacto é realizado por meio de uma massa pendular de 2.000kg aplicado na parte traseira, frontal e lateral da estrutura de proteção. O teste de esmagamento é realizado por meio de uma carga igual ao dobro do trator e cabine aplicada primeiramente sobre o bordo superior traseiro do teto

Ila Correa

Figura 2 – EPC de 2 pontos dobrável: facilidade para abaixamento da estrutura

Outubro 08 • 23


Valtra

Figura 3 - Niosh AutoRops, estrutura “telescópica” que monitora o ângulo de operação do trator

Para que a EPC mantenha suas características de segurança é preciso que se façam inspeções periódicas procurando detectar sinais de deterioração

da cabine com uma viga de 25cm de largura e depois sobre o bordo superior dianteiro. Para evitar a deflexão dos pneus durante o teste de esmagamento o trator é calçado.

ENSAIO ESTÁTICO No ensaio estático o conjunto trator-estrutura é submetido aos mesmos impactos e esmagamentos, porém, por meio de um cilindro hidráulico no lugar da massa pendular e de uma viga acionada por dois cilindros hidráulicos. A vantagem deste tipo de ensaio é que, devido à aplicação lenta das cargas, é menos destrutivo e permite melhor observação do comportamento da estrutura. Por ainda não existir laboratório de ensaio no Brasil os fabricantes nacionais utilizam-se de suas próprias instalações para realizar ensaios ou enviam a EPC para ensaio no exterior. Em ambos os casos a EPC, quando disponibilizada no trator, deve apresentar uma rotulagem fixada permanentemente à estrutura que informe nome e endereço do fabricante, nú-

mero de identificação da EPC, marca do trator, modelo(s) ou número(s) de série(s) para o qual(is) a EPC é projetada e referência à norma de ensaio utilizada. É a garantia atestada pelo fabricante ou laboratório de ensaio de que a EPC atende aos requisitos de segurança.

CUIDADOS COM A EPC

A presença de fertilizante granular ou esterco, combinado com umidade, pode causar corrosão acelerada. Quando detectada a corrosão o tratamento deve ser feito o mais breve possível. O usuário, entretanto, não deve fazer nenhuma modificação nos elementos estruturais na EPC, sob pena de perder a garantia do fabricante e de que ela continua segura. Se houver necessidade de reparo ou modificação esta deve ser feita pelo fabricante da mesma e reva.M lidado o teste de resistência. Ila Maria Corrêa, CEA/IAC Rosa Yasuko Yamashita, Fundacentro/MTbE José Valdemar Gonzalez Maziero, CEA/IAC

A integridade da EPC pode ser afetada ao longo de sua idade e uso Quadro 1 – Regulamento relativo ao uso da EPC em vários países. Adaptaconstante do trator. Para que a EPC do de Springfeldt, 1993. (Sigla: O = Obrigatório; R = Recomendado) mantenha suas características de sePaís Aplicação Condição* Tipo de EPC Exigido desde gurança ao longo da vida útil do traSuécia Tratores novos O EPC 4 pontos 1959 tor, é preciso que se façam inspeções Tratores velhos O EPC 4 pontos 1965 periódicas procurando detectar sinais Todos os tratores O Cabine 1970, 1983 de deterioração. Scarlett et al, (2004) Noruega Tratores novos R EPC 4 pontos 1964, 1967 apontam os seguintes indicadores de Tratores entregues O EPC 4 pontos 1977 deterioração da estrutura: furos, rupturas ou corrosão nos elementos esFinlândia Tratores novos O EPC 4 pontos 1969 truturais; falha, perda ou uso incorreTratores novos O Cabine 1985 to de parafusos na montagem da esTratores velhos O EPC 4 pontos 1976 trutura; reparos em membros estru- Grant Bretanha Tratores novos O EPC 4 pontos 1970 turais ou não-estruturais que invaliTratores novos O Cabine 1976, 1990 dariam a aprovação para uso, podenTratores velhos O Cabine 1977, 1980 do causar mais tarde deterioração em Alemanha Tratores novos O EPC de 2 1970 outra parte da estrutura. Tratores velhos R pontos 1970 No caso de cabine de segurança, Espanha Tratores novos O EPC de 2 1975 além de checagens regulares, é imporTratores velhos R pontos 1978 tante mantê-la limpa e bem vedada, EUA Tratores novos O EPC 4 pontos 1972, 1976 removendo lama ou entulhos úmidos. Quadro 2 - Normas e/ou regulamentos técnicos aplicáveis aos tratores agrícolas de rodas TIPO DE ENSAIO Dinâmico: para tratores de 600kg até 6.000kg. Estático: para tratores de 800kg a 15.000kg. Dinâmico e estático: para tratores estreitos. De 600kg a 3.500kg, com arcos dianteiros. Dinâmico e estático: para tratores estreitos. De 600kg a 3.500kg, com arcos traseiros.

ISO ISO 3463 ISO 5700 ISO 12003-1

OCDE Cód. 3 Cód. 4 Cód. 6

UE Diretiva 77/536/CEE Diretiva 79/622/CEE Diretiva 87/407/CEE

ISO 12003-2

Cód. 7

Diretiva 86/298/CEE

*A ser substituída pelo projeto de norma ABNT NBR ISO 5700:2008, em estudo na Comissão de Tratores Agrícolas.

24 • Outubro 08

BRASIL NBR 10000/87 NBR 10001/87*


mercado de tratores

Mais máquinas Com 13 bilhões de reais, a linha de financiamento Pronaf Mais Alimento promete aumentar o número de máquinas agrícolas em pequenas propriedades rurais

A

frete e do ICMS. Mas os preços podem ter descontos de até 17,5%. Para saber exatamente o valor das máquinas para cada Estado, o produtor pode acessar o site do MDA http:// comunidades.mda.gov.br/principal/ tratores_mais_alimentos e preencher os campos necessários.

AS MÁQUINAS Confira as categorias que se enquadram nesta linha de crédito e um valor aproximado, tendo por base o Estado do Rio Grande do Sul. Mas é importante lembrar que estes valores variam de acordo com cada Estado.

à ré. Com sistema de engate rápido de implementos, regulagem de bitola contínua e eixo sextavado, Sem enxada rotativa. Preço aproximado R$ 13.200,00. Motocultivador motorizado com rotativa Motor diesel refrigerado a água de 14cv de potência a 2.400rpm. Com duas rodas, caixa de transmissão com seis velocidades avante e três à ré. Com sistema de engate rápido de implementos, regulagem de bitola contínua e eixo sextavado. Equipado com enxada rotativa. Preço aproximado R$ 16.300,00.

11cv Motocultivador motorizado sem rotativa Motor diesel refrigerado a água de 11cv de potência a 2.400rpm. Com duas rodas, caixa de transmissão com seis velocidades avante e três à ré. Com sistema de engate rápido de implementos, regulagem de bitola contínua e eixo sextavado. Sem enxada rotativa. Preço aproximado R$ 10.000,00 Motocultivador motorizado com rotativa Motor diesel refrigerado a água de 11cv de potência a 2.400rpm. Com duas rodas, caixa de transmissão com seis velocidades avante e três à ré. Com sistema de engate rápido de implementos, regulagem de bitola contínua e eixo sextavado. Equipado com enxada rotativa. Preço aproximado R$ 12.500,00

15cv Trator 4x2 - Trator agrícola de quatro rodas, tração 4x2, com 14,7cv de potência. Transmissão com sete marchas à frente e três à ré, tomada de força, pneus dianteiros 400x15 e pneus traseiros 8,3/8x24 R1. Plataforma de operação aberta com estrutura de segurança e toldo, levante hidráulico de três pontos completo, barra de tração e contrapeso dianteiro. Preço aproximado R$ 24.500,00. Trator 4x4 - Trator agrícola de quatro rodas, tração 4x4, com 14,7cv de potência. Transmissão com sete marchas à frente e três à ré, tomada de força, pneus dianteiros 650/80x12 e pneus traseiros 8,3/8x24 R1. Plataforma de operação aberta com estrutura de segurança e toldo, levante hidráulico de três pontos completo, barra de tração e contrapeso dianteiro. Preço aproximado R$ 31.000,00.

14cv Motocultivador motorizado sem rotativa Motor diesel refrigerado a água de 14cv de potência a 2.400rpm. Com duas rodas, caixa de transmissão com seis velocidades avante e três

18cv Trator 4x4 - Trator agrícola de quatro rodas, tração 4x4, com 18cv de potência. Transmissão com sete marchas à frente e três à ré, tomada de força, pneus dianteiros 650/80x12 e New Holland

Agritech

nova linha de financiamento do Governo Federal, Pronaf Mais Alimento, que é parte do Plano Safra 2008/ 09, conta com recursos de R$ 13 bilhões para a Agricultura Familiar. A meta é beneficiar um milhão de agricultores familiares até 2010 e aumentar a produção de arroz, feijão, milho, trigo, mandioca, café, cebola e frutas, além de fortalecer as atividades leiteira e avícola. Para a assistência técnica vão ser destinados R$ 397 milhões e os produtores ainda vão ter descontos de até 17,5% para comprar tratores e equipamentos agrícolas. A comercialização de tratores, motocultivadores, equipamentos e implementos agrícolas com descontos é parte da estratégia do Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA) de aumentar a produção e a produtividade por meio de investimentos na infra-estrutura das propriedades da agricultura familiar. A linha de financiamento para essa finalidade concederá créditos de até R$ 100 mil, com prazo de pagamento de até dez anos, até três anos de carência e juro de 2% ao ano, a produtores que tenham renda bruta de até R$ 110 mil. São 14 categorias de produtos e mais de 30 diferentes modelos de 11cv a 75cv, que vão de motocultivadores a tratores com tração simples ou 4x4, todos com fabricação nacional. Para estarem hábeis a receber esta linha de financiamento, os agricultores precisam ter a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) e elaborar projetos junto à entidade de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) do seu município e passar por avaliação cadastral e verificação da viabilidade do seu projeto. O preço dos produtos varia de acordo com cada Estado e é definido em função do valor do

O Yanmar 1030D tração 4x4 tem motor de 26,5cv diesel, TDF de 17cv a 540rpm, transmissão de oito velocidades à frente e duas à ré

O New Holland TL75E, tem motor MWM-International, fabricado no Brasil, de 75cv, com sistema Lift-O-Matic e tração dianteira de acionamento eletro-hidráulico

Outubro 08 • 25


John Deere

tomada de força. Pneus dianteiros 8.0-18 R1 e pneus traseiros 14.9-24 R1. Plataforma de operação aberta com estrutura de segurança e toldo. Levante hidráulico de três pontos completo, com barra de tração e contrapesos dianteiros. Para tratores com aplicações específicas (frutas e café), os pneus dianteiros são 7.0-18 R1. Preço aproximado R$ 47.900,00.

JD 5603 4x4 tem motor de 75cv, embreagem de disco cerametálico, direção hidrostática com bomba independente de alta vazão e transmissão sincronizada

pneus traseiros 8,3/8x24 R1. Plataforma de operação aberta com estrutura de segurança e toldo, levante hidráulico de três pontos completo, barra de tração e contrapeso dianteiro. Preço aproximado R$ 33.400,00. 26cv Trator 4x4 - Trator agrícola de quatro rodas, tração 4x4, 26,5cv de potência e tração 4x4. Transmissão com oito velocidades avante e duas à ré. Pneus dianteiros 4.00x16 e traseiros 9.5x24 R1. Sistema hidráulico com capacidade de levante com 850 quilos, categoria I. Com estrutura de segurança e toldo, controle de ondulação e posição, embreagem simples, direção hidrostática e contrapeso dianteiro. Preço aproximado R$ 39.193,09.

39cv Trator 4x4 - Trator agrícola de quatro rodas, 39cv de potência e tração 4x4. Transmissão com oito velocidades à frente e duas à ré. Pneus dianteiros 4.00x16 e pneus traseiros 9.5x24 R1. Sistema hidráulico com capacidade de levante com 850 quilos, categoria I. Com estrutura de segurança e toldo, controle de ondulação e posição, embreagem simples, direção hidrostática e contrapeso dianteiro. Preço aproximado R$ 44.000,00. 50cv Trator 4x4 - Trator agrícola de quatro rodas, 50cv de potência e tração 4x4. Transmissão com oito marchas à frente e duas à ré, com

75cv Trator 4x4 - Trator agrícola de quatro rodas, 75cv de potência e tração 4x4. Transmissão com oito marchas à frente e duas à ré, com tomada de força. Pneus dianteiros 9.5-24 R1 e pneus traseiros 14.9-24 R1. Plataforma de operação aberta com estrutura de segurança e toldo. Levante hidráulico de três pontos completo, com barra de tração e contrapesos dianteiros. Para tratores com aplicações específicas (frutas e café), os pneus dianteiros são 7.0-18 R1. Preço aproximado R$ 64.500,00.

MÁQUINAS FINANCIÁVEIS PELO MDA A seguir, descreveremos as empresas e máquinas da marca que se enquadram neste modelo de financiamento. Todos são modelos nacionais.

YANMAR A Yanmar disponibiliza sete equipamentos

Valtra

Agrale

30cv Trator 4x2 - Trator agrícola de quatro rodas, com 30cv de potência e tração 4x2. Transmissão com seis marchas à frente e duas à ré. Tomada de força, pneus dianteiros 600x16 e pneus traseiros 9,5x24 R1. Plataforma de operação aberta com estrutura de segurança e toldo, levante hidráulico de três pontos completo, barra de tração e contrapeso dianteiro. Preço

aproximado R$ 37.252,00. Trator 4x4 - Trator agrícola de quatro rodas, com 30cv de potência e tração 4x4. Transmissão com seis marchas à frente e duas à ré. Tomada de força, pneus dianteiros 7,5 Lx15 R1 e pneus traseiros 9,5x24 R1. Plataforma de operação aberta com estrutura de segurança e toldo, levante hidráulico de três pontos completo, barra de tração e contrapeso dianteiro. Preço aproximado R$ 41.200,00.

65cv Trator 4x4 - Trator agrícola de quatro rodas, 65cv de potência e tração 4x4. Transmissão com seis marchas à frente e duas à ré, com tomada de força. Pneus dianteiros 9.5-24 R1 e pneus traseiros 14.9-24 R1. Plataforma de operação aberta com estrutura de segurança e toldo. Levante hidráulico de três pontos completo, com uma válvula de controle remoto, barra de tração e contrapesos dianteiros. Para tratores com aplicações específicas (frutas e café), os pneus dianteiros são 7.0-18 R1. Preço aproximado R$ 60.200,00.

O Valtra 585 é um trator de 47cv equipado com motor Simpson A3000 - T II 325 de três cilindros, com oito marchas à frente e duas à ré

26 • Outubro 08

O Agrale 4230.4 possui motor M790 de dois cilindros verticais em linha, de 1.200 cilindradas, 30cv e refrigeração a ar


Massey Ferguson

“A meta é beneficiar um milhão de agricultores familiares até 2010 e aumentar a produção de arroz, feijão, milho, trigo, mandioca, café, cebola e frutas, além de fortalecer as atividades leiteira e avícola”

O MF 265 XE tem motor MWM International de quatro cilindros com 65cv, de aspiração natural e tração nas quatro rodas

largura 1,45 metro, 40 centímetros a menos que o trator TT convencional. A linha TT tem aplicação em pequenas propriedades no preparo de solo e transporte com carretas, entre outras atividades. Os dois modelos na versão estreita são projetados para o trabalho em culturas que exigem máquinas de pequenas dimensões, como frutas e café. Já a Linha TL, com os modelos TL60E e TL75E, é equipada com motores MWM-International, fabricados no Brasil, de 62cv no TL60E e 75cv no TL75E. As máquinas vêm com sistema Lift-O-Matic que permite trabalhar com o implemento no terceiro ponto com apenas um toque no painel durante as manobras, mantendo o ritmo do trabalho. A tração dianteira de acionamento eletro-hidráulico e a tomada de força independente são alguns dos diferenciais. Essa linha é bastante usada no cultivo de laranja, grãos e na pecuária.

JOHN DEERE quenas propriedades. Trator modelo 1175-4 tração 4x4, motor de 75cv e 16 válvulas diesel, TDF de 59cv a 540rpm, transmissão de 12 velocidades à frente e três à ré, direção hidrostática e levante hidráulico de 2.000kg. categoria II, indicado para frutas, hortaliça, café, pecuária e pequenas propriedades.

NEW HOLLAND A New Holland possui cinco versões de duas diferentes categorias de tratores que se enquadram na linha de financiamento do MDA. Da linha TT, fazem parte os tratores TT3840, TT3840F e TT3880F, que vêm com trombetas do eixo traseiro reforçadas, arco de segurança rebatível, tração nas quatro rodas, transmissão nas opções 8x2 e 12x3 com superredutor e a maior reserva de torque da categoria. Os tratores TT3840F e TT3880F são as versões estreitas da linha. Eles possuem uma

A John Deere possui apenas um modelo disponível para esta linha de financiamento. É o JD 5603 (4x4), com motor de 75 cavalos. Este modelo possui embreagem com disco cerametálico, direção hidrostática com bomba independente de alta vazão e transmissão sincronizada com nove marchas à frente e três marchas à ré. Duas válvulas de controle remoto (VCR) de alta vazão, proteção contra capotagem, freio em banho de óleo auto-ajustável e tomada de força econômica. O 5603 pode ser empregado em uma ampla gama de aplicações em diversas culturas, como em grãos e cereais, citros, café, frutas, hortaliças e legumes, pecuária, movimentação de cargas e transporte industrial.

VALTRA A Valtra possui cinco diferentes modelos que obedecem aos critérios de financiamento do MDA. O Valtra 585 é um trator de 47cv equipado

Agritech

neste financiamento. Motocultivador (microtrator) modelo TC12, motor de 11cv diesel refrigerado a água. Opcionalmente fornecido com enxada rotativa ou sem, destinado para aplicações em horticultura, carreta para transporte, frutas, café, exclusivo para pequenas propriedades. Motocultivador (microtrator) modelo TC14, motor de 14cv diesel refrigerado a água. Opcionalmente fornecido com enxada rotativa ou sem, também destinado à horticultura, carreta para transporte, frutas, café, exclusivo para pequenas propriedades. Trator modelo 1030D tração 4x4, motor de 26,5cv diesel, TDF de 17cv a 540rpm, transmissão de oito velocidades à frente e duas à ré, direção hidrostática e levante hidráulico de 850kg, categoria I, indicado para trabalhos com fruticultura, hortaliça, café, pecuária e em pequenas propriedades. Trator modelo 1050DT tração 4x4, motor de 50cv turbo diesel, TDF de 41,5cv a 540rpm, transmissão de oito velocidades à frente e duas à ré, direção hidrostática e levante hidráulico de 850kg. categoria I, indicado para aplicações em fruticultura, hortaliça, café, pecuária e em pequenas propriedades. Trator modelo 1145-4 tração 4x4, motor de 39cv diesel, TDF de 31cv a 540rpm, transmissão de oito velocidades à frente e duas à ré, direção hidrostática e levante hidráulico de 850kg. categoria I, também para aplicações em fruticultura, hortaliça, café, pecuária e pequenas propriedades. Trator modelo 1155-4 tração 4x4, motor de 55cv diesel, TDF de 45,6cv a 540rpm, transmissão de oito velocidades à frente e duas à ré, direção hidrostática e levante hidráulico de 850kg. categoria II, destinado para aplicações em fruticultura, hortaliça, café, pecuária e pe-

O Yanmar 1145-4 tem tração 4x4, motor de 39cv diesel, TDF de 31cv a 540rpm, transmissão de oito velocidades à frente e duas à ré

Outubro 08 • 27


Valtra

Agrale

New Holland

O BF 65 é o modelo fruteiro da Valtra, com motor Sisu Diesel 320DR de três cilindros de 60cv

Três tratores da linha TT, da New Holland, fazem parte do programa, um convencional e dois estreitos

O modelo 4100 da Agrale vem equipado com motor M93, de 15cv, 668cc e tem versão 4x4

com motor Simpson A3000 - T II 325 de três cilindros e caixa de câmbio de oito velocidades à frente e duas velocidades à ré, com tração nas quatro rodas, capacidade de levante hidráulico de 2.100kgf nos olhais de levante, direção hidrostática e estrutura de proteção contra capotagem (Rops). Ele é indicado para aplicações agrícolas em pequenas propriedades, tais como preparo de solo, pulverização, plantio e serviços gerais. O modelo Valtra 685 é equipado com motor MWM D - 229 - 3 VA, 62cv, de três cilindros e caixa de câmbio parcialmente sincronizada de seis velocidades à frente e duas à ré, com tração nas quatro rodas, capacidade de levante hidráulico de 1.560kgf nos olhais de levante, direção hidrostática e estrutura de proteção contra capotagem (Rops). Este modelo é indicado para as mesmas aplicações do modelo anterior. Já com motorização maior, o modelo Valtra 785 tem 75cv MWM D - 229 - 4 VA de quatro cilindros e caixa de câmbio parcialmente sincronizada de nove velocidades à frente e três à ré ou 12 velocidades à frente e quatro à ré, com tração nas quatro rodas, capacidade de levante hidráulico de 2.600kgf nos olhais de levante, direção hidrostática e estrutura de proteção contra capotagem (Rops). O Valtra BF 65 Fruteiro tem motor Sisu

Diesel 320DR de três cilindros de 60cv e caixa de câmbio parcialmente sincronizada de seis velocidades à frente e duas à ré, com tração nas quatro rodas, capacidade de levante hidráulico de 1.560kgf nos olhais de levante, direção hidrostática e estrutura de proteção contra capotagem (Rops). É um trator indicado para operações em pequenas e médias propriedades, em culturas que exijam baixa altura e menor largura da máquina. O modelo BF 75 Fruteiro vem equipado com motor Sisu Diesel 320DSR de três cilindros de 72cv e caixa de câmbio parcialmente sincronizada de nove velocidades à frente e três à ré ou 12 velocidades à frente e quatro à ré, com tração nas quatro rodas, capacidade de levante hidráulico de 1.560kgf nos olhais de levante, direção hidrostática e estrutura de proteção contra capotagem (Rops). Baixo custo operacional e grande robustez, com ampla rede de concessionários em todo o país. Este modelo também é indicado para operações em culturas que exijam máquinas baixas e estreitas.

embreagem monodisco a seco e transmissão com sete marcas à frente e três à ré, acionamento mecânico do bloqueio do diferencial. Possui sistema hidráulico com vazão de 13,75l/ min, engate de três pontos padrão Agrale com capacidade de levante de 440kg, direção mecânica ou hidrostática e freios com sapatas expansíveis e acionamento independente ou conjugado. O modelo 4100.4 possui as mesmas características, com a diferença de ter tração nas quatro rodas. O modelo 4118.4 possui motor M95W vertical, de 18cv a 3.000rpm, 744 cilindradas, com refrigeração a água mediante circulação forçada. A embreagem é tipo monodisco seco 180mm e transmissão com sete marchas à frente e três à ré, bloqueio de diferencial com acionamento mecânico por alavanca auxiliar. O sistema hidráulico possui vazão de 25,8l/min, engate de três pontos categoria Agrale, com capacidade de levante de 440kg. Possui direção hidrostática e freios com sapatas expansíveis e acionamento independente ou conjugado. Com 30cv de potência, o modelo 4230.4 possui motor M790 de dois cilindros verticais em linha, de 1.200 cilindradas, refrigeração a ar, com turbina incorporada ao volante. A embreagem é tipo monodisco seco de 180mm e transmissão com seis marchas à frente e três à ré, sendo que o bloqueio do diferencial possui

AGRALE

Valtra

Massey Ferguson

A Agrale tem cinco modelos disponíveis para financiamento no Plano Safra Mais Alimento, com motorizações de 15cv a 30cv. O modelo 4100 vem equipado com motor M93, de 15cv, 668 cilindradas, refrigerado a ar,

O MF 250 XE tem motor Simpson TIIS 325 de 50cv, com três cilindros de aspiração natural, e possui transmissão 8x2 deslizante

28 • Outubro 08

O Valtra BF 75 Fruteiro vem equipado com motor Sisu Diesel 320DSR de três cilindros de 72cv e caixa de câmbio parcialmente sincronizada



Agrale

Com 30cv de potência, o Agrale 4230.4 possui motor M790 de dois cilindros verticais em linha, de 1.200 cilindradas e refrigeração a ar

acionamento mecânico por pedal de retrocesso automático. O sistema hidráulico possui vazão de 25,8l/min, engate de três pontos categoria I, com capacidade de levante de 650kg. A tomada de potência possui rotação nominal de 540rpm a 2.870rpm no motor. A direção deste modelo é hidrostática e os freios são com sapatas expansíveis e acionamento independente ou conjugado. O modelo 4230.4, também disponível no financiamento, tem as mesmas características do 4230, além da tração 4x4. Todos os modelos são indicados para aplicações em pequenas propriedades em operações de preparo da terra, pulverização, plantio e pequenas cargas. Devido às pequenas altura e largura, os modelos são indicados também para operações em culturas que exijam tratores com essas características.

MASSEY FERGUSON

Agritech

A Massey Ferguson tem três modelos de tratores disponíveis para esta linha de crédito, o MF 250 XE, o MF 265 XE e o MF 275 XE. O modelo MF 250 XE tem motor Simp-

O motocultivador (microtrator) modelo TC12 da Yanmar possui motor de 11cv diesel refrigerado a água

30 • Outubro 08

New Holland

O trator TT 3880F é a versão estreita, com 1,45 metro de largura, 40 centímetros a menos que o modelo convencional

son TIIS 325 de 50cv, com três cilindros de aspiração natural. Possui transmissão 8x2 deslizante e tomada de potência dependente, com rotação nominal de 540prm. Este modelo é versão 4x4 com acionamento do eixo dianteiro lateral, bloqueio do diferencial automático e direção hidrostática. O sistema hidráulico tem acionamento mecânico e capacidade de levante de 2.100kg. O modelo MF 265 XE tem motor MWM International de quatro cilindros com 65cv, de aspiração natural. Possui transmissão 8x2 deslizante e tomada de potência dependente, com rotação nominal de 540rpm, tração 4x4 com acionamento do eixo dianteiro lateral, bloqueio do diferencial automático e direção hidrostática. O sistema hidráulico possui controles mecânicos de posição, profundidade, reação, bom-

beamento constante e transporte, com capacidade de levante de 2.100kg. Já o MF 275 XE possui motor de 75cv MWM Internacional, de quatro cilindros com aspiração natural. A transmissão é 8x2 deslizante, com tomada de potência dependente, rotação nominal da TDP de 540rpm e direção hidrostática. Possui tração 4x4 com acionamento lateral do eixo dianteiro e bloqueio do diferencial automático. O sistema hidráulico possui controle mecânico de posição, profundidade, reação, bombeamento constante e transporte com capacidade de levante de 2.100kg. O controle remoto é independente, com uma válvula. Todos os modelos são indicados para operações de preparo da terra, pulverização e trans.M porte de cargas.

PASSOS PARA ENCAMINHAR O PEDIDO DO TRATOR

O

que é preciso fazer para conseguir o financiamento: 1 – O agricultor precisa ter a DAP (Declaração de Aptidão ao Pronaf). 2 – Procure a entidade de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) do seu município e solicite a elaboração do projeto. Os técnicos avaliarão os dados cadastrais e a viabilidade do seu projeto. 3 – Depois, avalie sua capacidade de crédito junto ao agente financeiro de seu município que opera com o Pronaf. Será feito um estudo e o agente de crédito dará autorização para prosseguimento do projeto. 4 – Procure o concessionário que comercializa o trator ou motocultivador escolhido em sua região para encaminhar o pedido. Concluída a negociação, solicite a emis-

são do Pedido do Concessionário e retorne à entidade de Ater para encaminhar o pedido, que será parte do projeto que vai para o agente financeiro. 5 – O agente financeiro informa a aprovação da compra à entidade de Ater e ao fabricante do modelo escolhido. A entidade de Ater informa ao agricultor e ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). O fabricante informa ao concessionário. 6 – O fabricante processa o faturamento, emite a nota fiscal e providencia o transporte até o concessionário, que encaminha cópia da nota fiscal para formalização e contratação do trator ao agente financeiro. 7 – O fabricante, após a confirmação do recebimento, autoriza formalmente a entrega do trator pelo concessionário.



Trakker

Off & Road A Iveco coloca no mercado brasileiro o Trakker, caminhão para operações fora de estrada, com 380cv e 420cv, nas versões plataforma e cavalomecânico, com tração 6x4

A

Iveco, marca de caminhões que mais cresce no Brasil, apresenta ao mercado brasileiro o novo Iveco Trakker, caminhão extrapesado com a robustez necessária para enfrentar o trabalho fora de estrada e que também executa operações em estradas asfaltadas. Desde seu lançamento, em outubro de 2004, o Iveco Trakker já soma 50 mil unidades vendidas em mais de 100 países. Somente em 2007, foram 16.800 unidades. De janeiro a setembro de 2008, o Iveco Trakker vendeu 13.800 unidades no mundo. Com ele, a Iveco passa a ingressar no segmento off-road, que representa cerca de 8% das vendas dos caminhões extrapesados no Brasil. Especificamente, o Trakker se destinará aos serviços de transporte de canade-açúcar, mineração, construção e indústria da madeira e celulose. Inicialmente oferecido na configuração 6x4, nas versões plataforma e cavalo-mecânico, o novo modelo chega ao mercado perfeitamente adaptado às condições de uso no Brasil e na América Latina. Este trabalho foi desenvolvido em dez meses e nove mil horas de engenharia no Centro de Desenvolvimento de Produtos da Iveco, em Sete Lagoas (MG), a partir de testes de campo

32 • Outubro 08

com clientes brasileiros e argentinos, que determinaram adequações do produto às condições de uso locais. A novidade do novo Iveco Trakker é o design da cabine, que repete as linhas do Iveco Stralis, o caminhão extrapesado rodoviário da Iveco que multiplicou por três as vendas da marca naquele segmento. Do Iveco Stralis vem, também, o motor Iveco Cursor 13, que tem economia de combustível, baixo custo de manutenção e durabilidade. O Trakker começa a ser pro-

duzido a partir de janeiro de 2009 na nova fábrica de caminhões pesados que está sendo erguida no Centro Industrial Integrado da Iveco, em Sete Lagoas (MG). Componentes como chassi, motor, caixa de câmbio e outros serão fabricados no Brasil. Com isso, o modelo poderá ser adquirido na modalidade Finame, um fundamental fator de competitividade para os veículos vendidos neste segmento, ao qual o modelo anterior não tinha acesso, por ser importado da Argentina.

OFF & ROAD Diferente de outros caminhões do setor, que são derivados de versões rodoviárias, o novo Iveco Trakker é resultado de um projeto específico criado para atender às duras exigências das operações off-road. Seu chassi é robusto, com longarinas de aço especial com 10mm de espessura e perfil mais alto – e, portanto, mais rígido – que os utilizados


“Desde seu lançamento, em outubro de 2004, o Iveco T rakker Trakker já soma 50 mil unidades vendidas em mais de 100 países ” países” Fotos Iveco

O chassi do Trakker é robusto, com longarinas de aço especial com 10mm de espessura e perfil mais alto - e, portanto, mais rígido - que os utilizados em versões estradeiras. Os eixos traseiros têm a marca Iveco e são de ferro fundido, com redução nos cubos, com capacidade para 16 toneladas de PBT cada um

em versões estradeiras. Os eixos traseiros têm a marca Iveco e são de ferro fundido, com redução nos cubos. Cada um deles tem capacidade para 16 toneladas de PBT. O eixo dianteiro tem capacidade técnica para nove toneladas, resultando em grande resistência, maior estabilidade do conjunto e segurança na operação. O modelo traz tam-

bém pára-choque dianteiro em aço tripartido, ideal para as difíceis condições fora de estrada, mais resistente, resultando em menor custo operacional. A suspensão da cabine é de quatro pontos, com molas helicoidais que trazem maior conforto para o motorista e durabilidade máxima do conjunto, quando comparada a uma suspensão a ar. Ao mesmo tempo, o novo Iveco Trakker possui características de dirigibilidade, estabilidade e conforto que permitem ao modelo um bom comportamento nas estradas asfaltadas, colocando-o como uma opção superior para operações mistas on e off-road.

Outubro 08 • 33


Fotos Iveco

O painel tem desenho funcional, com superfícies planas e de fácil limpeza e manutenção, a pedido dos usuários

A cabine tem bancos com nova padronização e o do motorista possui suspensão pneumática de série. O volante pode ser regulado na altura e no alcance. O climatizador de ar é de série

Isso é garantido pela suspensão em tanden, com molas semi-elípticas na dianteira e traseira, com amortecedores telescópicos, conjunto calibrado para o perfeito compromisso na estrada e em terrenos difíceis.

MOTOR CURSOR 13 O Trakker possui motor Iveco Cursor 13, o mais econômico de sua categoria, com 12,8 litros, seis cilindros, quatro válvulas por cilindro e gerenciamento eletrônico. Ele é oferecido em duas versões de potência, 380cv e 420cv, com 1.800Nm e 1.900Nm de torque respectivamente, disponíveis em ampla faixa de utilização. Já sai de fábrica homologado para rodar com o B5. O motor Iveco Cursor 13 é, no Brasil, certificado para a norma Euro 3 (em vigor), mas já é preparado para futuras e mais restritivas normativas. Na Europa, por exemplo, onde o diesel disponível permite a adoção de limites mais severos para a emissão de poluentes, o Cursor 13 já é vendido dentro da norma Euro 5. Ele vem acoplado à caixa de câmbio ZF 16S-2280 TO, uma combinação já aprovada pelo mercado, a mesma utilizada no Ive-

A suspensão da cabine é de quatro pontos, com molas helicoidais

34 • Outubro 08

co Stralis, que proporciona alta performance na operação com fácil e confortável condução e resultados operacionais. O eixo traseiro Iveco 453291 é disponível com três

relações de redução, cada uma delas apropriada para situações específicas de utilização do caminhão. Os freios são a ar nas seis rodas, tipo SCam, com circuitos independentes (dianteiro e traseiro), solução característica para este tipo de veículo. O sistema conta ainda com o eficiente freio motor ITB Iveco Turbo Brake, com acionamento optativo por meio de chave seletora no painel. Os pneus de série são do tipo 11.00R22, mistos off-road com câmara. Opcionalmente, o novo Iveco Trakker pode vir com pneus 295/80R22.5, mistos off-road sem câmara.


“A configuração 6x4 representa, hoje, por volta de 65% do mercado total de caminhões extrapesados off -road ” off-road -road”

CABINE A cabine tem linhas derivadas do Iveco Stralis, lançado no Brasil em outubro de 2007, com grande sucesso. Comparado ao modelo anterior, são muitos os sinais de renovação, como a nova grade frontal, com sulcos mais largos e profundos e que incorpora o novo e imponente logotipo tridimensional e metalizado. A mudança de posição do logotipo abre mais espaço para a aplicação da marca dos clientes. Novos e maiores espelhos retrovisores são um importante aspecto de segurança. Possui também vidros verdes de série, aerofólios laterais e pára-sol novos, sendo oferecida na versão teto baixo, a mais apropriada para a utilização neste segmento. A cabine conta com barra estabilizadora e suspensão com quatro pontos de apoio, o que contribui para suavizar movimentos e melhorar o conforto geral do motorista e do passageiro. Dentro, os bancos têm nova padronização e o banco do motorista possui suspensão pneumática de série, o que também garante mais conforto. O volante pode ser regulado na altura e no alcance. O

O motor é Iveco Cursor 13, com 12,8 litros, seis cilindros, quatro válvulas por cilindro e gerenciamento eletrônico, oferecido em duas versões de potência, 380cv e 420cv, com 1.800Nm e 1.900Nm de torque, respectivamente

climatizador de ar é de série e o ar-condicionado é opcional. O painel tem desenho funcional, com superfícies planas e de fácil limpeza e manutenção. Essa opção foi adotada depois de consultas junto a clientes e também com base na realidade de operação dos caminhões fora de estrada, cujo dia-a-dia é dominado pela poeira, umidade e lama. Além de mais prático, este painel também contribui para a favorável equação do custobenefício que o novo Iveco Trakker oferece aos operadores.

Cavalo: Trakker 720t42t Plataforma: Trakker 380t38; Trakker 380T42 A configuração 6x4 representa, hoje, por volta de 65% do mercado total de caminhões extrapesados off-road. Além disso, esta versão é a mais apropriada para o trabalho em canaviais, um dos mais dinâmicos setores da economia brasileira e que hoje comanda substanciais 60% das encomendas de veí.M culos deste segmento.

TRÊS VERSÕES 6X4 Inicialmente, o novo Iveco Trakker chega ao mercado em três configurações, todas com tração 6x4. Uma delas é o cavalo-mecânico com motor de 420cv e capacidade máxima de tração (CMT) de 172 toneladas. As outras duas são veículos plataforma, uma com motor de 380cv e outra com a opção dos 420cv. Para as aplicações do caminhão plataforma na cana-de-açúcar, madeira, mineração e construção, há duas opções de entre eixos de 3.500mm ou 4.500mm. Em ambos os casos, o PBT técnico do produto é de 41 toneladas. Os modelos seguem a denominação tradicional Iveco assim definidas:

Configuração própria para serviços off-road, pode ser vista até nos faróis

Outubro 08 • 35


mapas de produtividade

Case IH

Grãos com informação

O manejo da lavoura baseado nos dados de colheita é outra ferramenta utilizada na agricultura de precisão, que possibilita corrigir cada talhão de acordo com a produtividade na safra anterior

36 • Outubro 08

de de grãos, análise de solo, topografia, fotografias aéreas etc. O mapeamento da produtividade é a metodologia mais divulgada atualmente para definição de unidades de manejo, principalmente mapas de produtividade de várias safras seguidas. Os mapas de

produtividade fornecem informações básicas para o balanço de nutrientes e para avaliação de manchas de fertilidade, o que permite organizar a lavoura em zonas específicas de manejo. Além disso, a produtividade de grãos é responsável por materializar a resposta da cultura ao manejo realizado. Com a finalidade de determinar zonas de manejo na cultura do arroz irrigado em função da produtividade de grãos, realizou-se um trabalho em uma lavoura comercial de arroz

Figura 1 - Malha de amostragem da produtividade

Figura 2 - Sensor de rendimento Johnn Deere

A

variabilidade na produtividade de grãos tem sido utilizada como um dos recursos para a definição de zonas de manejo das culturas agrícolas. As zonas de manejo são áreas da lavoura que possuem características de solo homogêneas, as quais deveriam proporcionar a mesma produtividade da cultura e eficiência de utilização de fertilizantes. Baseado nestas zonas pode-se recomendar práticas de manejo como a aplicação de fertilizantes em doses variáveis, com o objetivo de corrigir aquelas características que estão comprometendo a produtividade, permitindo a elevação do potencial produtivo. Alternativamente, se os fatores limitantes à produtividade não são solucionáveis, devese ajustar a quantidade de fertilizantes ao potencial produtivo da área, aumentando a sua eficiência de utilização. Para a determinação de zonas de manejo dentro da lavoura podemos utilizar diversas metodologias, como mapas de produtivida-


“Os mapas de produtividade fornecem informações básicas para o balanço de nutrientes e para avaliação de manchas de fertilidade, o que permite organizar a lavoura em zonas específicas de manejo” Massey Ferguson

Os dados no arroz irrigado mostraram grandes variabilidades espacial e temporal, encontrando-se pontos que produziram a metade em relação a outros

irrigado no município de São Francisco de Assis (RS), nas safras 2004/05 e 2005/06. A área de 70 hectares foi mapeada com um GPS de navegação para gerar a malha de amostragem de um ponto por hectare (Figura 1), através do software Campeiro. A amostragem de plantas de arroz irrigado para estimativa da produtividade de grãos da cultura foi realizada em cada ponto (hectare) da malha, através da coleta manual de quatro subamostras de plantas em uma área de 0,25m2. Estas subamostras foram debulhadas manualmente e posteriormente pesadas, sendo a umidade dos grãos corrigida para 13%. Este mapeamento da produtividade pode ser feito de forma mecanizada, através da utilização de um sensor de rendimento instalado no elevador de grãos limpos de uma colhedora automotriz (Figura 2). Este sensor quantifica a massa de grãos que chega ao tanque graneleiro e, associado a um GPS que fornece a posição da máquina na lavoura, permite gerar o mapa de produtividade da

cultura. Outro método alternativo para mapeamento da produtividade é a colheita e pesagem dos grãos por partes (talhões) da lavoura, que no caso da cultura do arroz irrigado é facilitado pelos quadros delimitados por taipas, canais de irrigação e estradas presentes na área. Para a determinação das zonas de manejo em função da produtividade da cultura de arroz irrigado utilizou-se a metodologia pro-

posta por Molin (2002), baseando-se em mapas seqüenciais de produtividade, conforme descrito abaixo: a). Produtividade alta: produtividade acima de 105% em relação à média da lavoura; b). Produtividade média: produtividade entre 95% e 105% em relação à média da lavoura; c). Produtividade baixa: produtividade abaixo de 95% em relação à média da lavoura.


Ponto 202 203 204 205 302 303 304 305 306 307 308 402 403 404 405 406 407 408 409 410 411 502 503 504 505 506 507 508 509 510 511 602 603 604 605

Produtividade de arroz (kg/ha) Safra 2004/05 Safra 2005/06 6336 9390 6551 7058 8721 7615 9658 8858 8094 10142 7203 7822 6655 10264 8829 7489 10309 8374 9170 8119 10096 9095 9394 10812 7670 7705 7977 8166 7921 8576 6825 7627 8050 9651 7265 9076 6373 8825 6748 7630 8307 8241 6268 8218 9505 9304 9440 8252 9045 5853 9483 8449 6771 7884 8220 9530 8162 7694 8945 7953 8358 9331 7857 9214 7452 9180 7584 7919 6707 9467

Ponto Produtividade de arroz (kg/ha) Safra 2004/05 Safra 2005/06 606 6743 6568 607 6657 9360 608 7321 10644 609 7444 6898 610 6948 7712 702 8716 8674 703 6553 8831 704 9944 7966 705 8351 7389 706 8010 8956 707 7654 8698 708 6290 8640 709 4855 7299 803 8278 9422 804 6844 8128 805 8044 9462 806 7532 7727 807 5611 8500 808 5603 7630 809 8894 9205 902 9621 8426 903 6358 9593 904 8048 8750 905 6450 9428 906 7662 10048 907 6518 8890 908 6201 8556 1003 8547 10622 1004 7014 9500 1005 6715 8863 1006 7668 10447 1007 6986 9701 1105 8734 9043 1106 6041 7829 1107 7570 7743

Quadro 2 - Comparativo da produtividade de arroz irrigado entre as safras 2004/05 e 2005/06 Parâmetro Safra 2004/05 Safra 2005/06 Variação (%) Produtividade mínima (kg/ha) 4855 5853 + 20 Produtividade média (kg/ha) 7711 8628 + 12 Produtividade máxima (kg/ha) 10309 10812 +5 Produtividade total área (kg) 538372 603931 + 12 Coeficiente de variação (%) 15,6 11,6 - 26

Quadro 3 - Produtividade de arroz irrigado utilizada na determinação das zonas de manejo Safra 2004/05 2005/06

Mínima 4855 5853

Produtividade de grãos de arroz irrigado Máxima Média 95% da Média 105% da Média 10309 7711 7325 8097 10812 8628 8197 9060

38 • Outubro 08

Figura 3 - Área de cada zona de manejo na cultura de arroz irrigado nas safras 2004/05 e 2005/06

Os dados de produtividade da cultura de arroz irrigado mostraram grande variabilidade espacial e temporal, encontrando-se pontos que produziram a metade em relação a outros (Quadro 1). Na safra 2004/ 05, a produtividade mínima verificada foi de 4.855kg/ha, média de 7.711kg/ha e máxima de 10.309kg/ ha, apresentando um coeficiente de variação (CV) entre os pontos amostrais de 15,6% (Quadro 2). Na safra 2005/06, a produtividade mínima verificada foi de 5.853kg/ha, média de 8.628kg/ha e máxima de 10.812kg/ha, com um CV de 11,6% entre os pontos amostrais. Os dados representam um aumento na produtividade de arroz irrigado na segunda safra avaliada, verificando-se um acréscimo de 20% na produtividade mínima, 12% na média, 5% na máxima e 12% na total, indicando maior facilidade em aumentar a produtividade em zonas de baixa, através do manejo localizado. Os dados de produtividades mínima, máxima e média de arroz irrigado, bem como os valores de produtividade equivalentes a 95% e 105% em relação à média para as safras 2004/05 e 2005/06 encontram-se no Quadro 3, os quais foram utilizados para a determinação das zonas de manejo. O intervalo de produtividade de arroz para as zonas de manejo baixa, média e alta encontra-se no Quadro 4. Analisando as zonas de manejo (produtividade), verifica-se uma grande variabilidade espacial das mesmas justificada pela variação na

produtividade de arroz entre as duas safras (variabilidade temporal), sendo grande parte desta variabilidade induzida pelo manejo da área, através da aplicação de calcário a taxa variável anteriormente à safra 2005/06. Na safra 2004/05, a área da zona de manejo de baixa produtividade foi de 29 hectares, enquanto na safra 2005/06 esta área foi de 12 hectares (Figura 3), representando uma redução de 58% na área desta zona de manejo (produtividade). Em contrapartida, a área na zona de manejo de média produtividade passou de 18 hectares na safra 2004/05 para aproximadamente 34 hectares na safra 2005/06, representando um aumento de 89% na área desta zona de manejo. Para a zona de manejo de alta produtividade houve um aumento de 9% na área na safra 2005/06. A análise das zonas de manejo (produtividade) na cultura de arroz irrigado em apeJohn Deere

Quadro 1 - Produtividade de arroz irrigado em cada ponto da malha de amostragem nas safras 2004/05 e 2005/06

O mapeamento da produtividade é a metodologia mais divulgada atualmente para definição de unidades de manejo


“As estratégias dependem das particularidades e do conhecimento prévio da área, dos ” envolvidas” princípios de gerenciamento e das circunstâncias econômicas e financeiras envolvidas Valtra

O mapeamento de produtividade, bem como o manejo dessas informações, pode ser feito em qualquer cultura

Quadro 4 - Intervalos de produtividade de arroz irrigado utilizados na determinação das zonas de manejo Safra 2004/05 2005/06

Zona de manejo (Produtividade – kg/ha) Baixa Média Alta 4855 – 7325 7325 – 8097 8097 – 10309 5853 – 8197 8197 – 9060 9060 – 10812

de gerenciamento e das circunstâncias econômicas e financeiras envolvidas. Para fins de tomada de decisão é necessário estabelecer critérios. Um deles pode ser a variabilidade espacial e temporal da produtividade. Porém, ainda existem outros aspectos gerenciais a serem considerados, como atuar nas áreas de alta produtividade buscando otimizá-las ou isolar as áreas de produtividade bai.M xa para intervir nelas. nas duas safras não permitiu obter informações seguras a respeito da distribuição das zonas de baixa, média e alta produtividade dentro da lavoura. A quantidade de safras monitoradas vai definir a qualidade da informação, pois quanto maior esse número, melhor será o ajuste da medição da variabili-

dade temporal e maior será a segurança na delimitação das zonas de manejo. Existem várias possibilidades de se abordar o processo de tomada de decisão para a intervenção com manejo localizado. As estratégias dependem das particularidades e do conhecimento prévio da área, dos princípios

Reges Durigon, José Fernando Schlosser, Eder Dornelles Pinheiro, Alexandre Russini e Leonardo Basso Brondani, UFSM


Sima 2009

Olhos no leste

A venda de máquinas e equipamentos para a Rússia a partir das profundas modificações ocorridas no modelo agrícola do leste europeu é uma das apostas da edição 2009 do Sima, em fevereiro, em Paris

V

ender máquinas e equipamentos para a Rússia e demais países do leste europeu é um dos principais objetivos das empresas que participarão do Salão Internacional de Máquinas Agrícolas (Sima), de 2 a 26 de fevereiro, em Paris, no Centro de Exposições Paris-Norte Villepinte. Fabricantes de equipamentos europeus se organizam para o atendimento, em larga

40 • Outubro 08

escala, de visitantes daquela região, que reorganiza seu modelo agrícola em velocidade espantosa, para se adaptar ao crescimento econômico e às elevadas exigências de produtos agrícolas. As mudanças no mercado financeiro das últimas semanas não afetaram a demanda por equipamentos, uma vez que está em pleno andamento o processo de reescalona-


“A presença garantida de compradores de regiões do leste europeu, inacessíve inacessívell aos vendedores ocidentais até pouco mais de uma década, é a grande expectativa ” expectativa” Fotos Newton Peter

moda, em que o que se vê em Paris determinará a tendência mundial, o Sima representa uma estréia do que será apresentado nos próximos eventos, no resto do mundo.

QUEM VAI

Nos dois últimos eventos, em 2005 e 2007, ocorreram alterações importantes tanto em relação ao público como ao tipo de máquinas expostas

mento da produção agrícola. A substituição do modelo em vigor no regime político desaparecido nos anos 90, que se iniciou lentamente, precisou de tempo para que os produtores se adaptassem às tecnologias agrícolas disponíveis, porém, nos últimos anos se nota a aceleração no ritmo, comandada pela necessidade de suprir os mercados locais. A melhoria do padrão de vida das populações dos países do leste europeu significa uma elevação nunca vista no consumo de produtos agrícolas. Os organizadores do maior evento de mecanização agrícola europeu – associações de maquinaria agrícola – informaram em outubro que 95% dos espaços demarcados na área coberta de mais de 22 hectares do parque de exposições já haviam sido vendidos. Assinalaram, porém, com a oferta de bons estandes para fabricantes de equipamentos de outros países, também interessados. A presença garantida de compradores de regiões do leste europeu, inacessível aos vendedores ocidentais até pouco mais de uma década, é a grande expectativa. Nos dois últimos eventos, em 2005 e 2007, verificaram-se alterações muito interessantes tanto no tipo de equipamento apresentado quanto no público presente. Começou em 2005, por exemplo, a mostra de máquinas de menor porte, destinadas aos ainda pouco tecnificados agricultores orientais. O grande interesse demonstrado perdurou e ainda se intensificou em 2007, o que leva a uma expectativa ainda maior em 2009. Como preparação para o recebimento dos agricultores do leste europeu no grande evento em Paris, já em novembro os organizadores do Sima montarão na Rússia, começando em Moscou, uma amostra em pequena escala do que estará disponível na França. A mostra é patrocinada por uma associação de fabricantes russos de equipa-

mentos agrícolas e está centrada na mecanização das lavouras. Depois de Moscou haverá apresentações em Krasnodar, Rostov, Altai e Belgorod. Além disso, representantes do governo russo e inúmeros membros de entidades que congregam agricultores já confirmaram presença em Paris. Nas últimas décadas o Sima tem sido a melhor oportunidade para os europeus encontrarem, num só local, todas as novidades tecnológicas nos segmentos de grandes culturas, pecuária e energias renováveis, soluções concretas para cada uma de suas necessidades. Ali são mostradas as inovações em equipamentos, por exemplo, em estréia mundial. Como ocorre no mundo da

No Salão de 2007 – o evento se realiza a cada dois anos – houve 213.761 visitantes, dos quais 79% eram da Europa ocidental e 12% da oriental. Os continentes Americano, Africano e Asiático tiveram 3% de participação cada um. A estatística de 2007 conta ainda com visitantes de 107 países. O destaque, no entanto, foram os cerca de 25 mil russos e seus vizinhos, cada vez mais interessados em mecanizar suas lavouras, ainda desatualizadas tecnologicamente. Desde 2005, registra-se um crescimento de 31% na economia do que se classifica como Europa Central e da Europa do Leste. O mercado dessas regiões permanece francamente comprador. Em 2007 a metade dos 1.349 expositores era de estrangeiros. Dos visitantes, 63% são tidos como utilizadores líderes dos equipamentos e 50% exploram áreas agrícolas superiores a 100 hectares, o que, em termos europeus, é média alta. Distribuidores, concessionários, importadores e outros empresários preencheram uma fatia de 37% do total de visitantes. O Sima ocorre estrategicamente no mês de fevereiro, pleno inverno europeu, época de paralisação total da atividade agrícola, o que responde pelo acréscimo do número de .M visitantes a cada evento.

O acabamento fechado da máquina, além de diminuir o ruído, emite menos poeira ao ambiente externo

Outubro 08 • 41


radiocomunicação

Técnica 4x4

Radiocomunicação

E

stando dentro de um jipe aberto no meio de uma estrada de terra é quase impossível ouvir o que o colega do outro carro está dizendo pelo rádio, seja um PX ou radioamador. Pior ainda se for num equipamento portátil com altofalante muito pequeno. Este problema não é exclusivo do mundo off-road e, por conta disto, foram criadas algumas soluções para facilitar a compreensão das mensagens no meio de tanto barulho. Sinais tênues e com muito ruído no meio de um tiroteio na guerra fizeram a criatividade desenvolver dois sistemas de codificação de mensagens. Eles podem ser divididos em duas classes, o Código Fonético, que foi criado na Segunda Guerra Mundial e aperfeiçoado em 1956, e o Código Q. Conheça a seguir os códigos mais utilizados, memorize e procure usá-los quando falar ao rádio, quando precisar transmitir um endereço, soletrar algum nome ou palavra mais complicada. Você pode usar o código fonético, por exemplo, para transmitir dados cadastrais e endereços ao telefone, veja como é simples:(Tabela ao lado) Já o Código Q é enorme, mas para o radioamador e faixa do cidadão pode ser resumido em uma pequena lista, normalmente cedida junto com a apostila para o exame de habilitação. Seguem os códigos mais utilizados: Pratique em casa, use no dia-a-dia e facilite a compreensão de mensagens nas trilhas e aventuras em geral. Divirta-se! . M João Roberto de Camargo Gaiotto, www.tecnica4x4.com.br

42 • Outubro 08

Para participantes de off-road saber o idioma da radiocomunicação é um diferencial importante, que facilita a vida na hora de utilizar o aparelho Código Fonético A - Alfa B - Bravo C - Charlie D - Delta E - Eco F - Fox G - Golf H - Hotel I - Índia J - Juliet K - Kilo L - Lima M - Mike N - November O - Oscar P - Papa Q - Quebec R - Romeu S - Sierra T - Tango U - Uniform V - Victor X - X-Ray Y - Yanque W - Wiskie Z - Zulu

Para números use: 0 – zero ou negativo 1 – primo ou primeiro 2 - segundo 3 - terceiro 4 - quarto 5 - quinto 6 - sexto 7 - sétimo 8 - oitavo 9 - nono 10 - décimo Código Q QAP - Permaneço na freqüência determinada QRA - Qual é o nome do operador? QRG - Qual é a freqüência/canal de operação? QRM - Sua transmissão está com interferência de outras estações QRN - Sua transmissão está com interferência por efeitos atmosféricos (estática) QRO - Aumente a potência do transmissor (p/radioamadorismo) QRP - Diminua a potência do transmissor (p/radioamadorismo) QRT - Encerramento da transmissão QRV - Estou à disposição QSA - Qual é meu nível de sinal? QSB - Sua transmissão está com desvanecimento de sinal (fading) QSJ - Dinheiro QSL - Mensagem entendida QSY - Mudar para freqüência/canal QTC - Tenho uma mensagem para você QTH - Qual é a localização exata? QTI - Qual é a localização aproximada? QTR - Qual é o horário?




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.