Destaques Matéria de capa
Como está o seu pulverizador? Inspeção avalia a segurança nos pulverizadores terrestres no Rio Grande do Sul
Voando alto
Ficha Técnica
Saiba como calcular a eficiência dos aviões agrícolas na atividade de pulverização
Colhedora John Deere 9570 STS e Centerline 230BP da Teejet
Índice
20
06
14 e 39
Nossa Capa Eduardo Aráujo
Rodando por aí
04
Inspeção de pulverizadores
06
Colhedoras de cana
10
Informe empresarial - Fankhauser
13
Ficha Técnica - Colheitadeira JD 9570 STS
14
Dimensionamento de pulverizadores
18
Aviação agrícola
20
Programa Mais Alimentos
26
Coopavel 2009
34
Ficha Técnica - Centerline 230BP
39
www.revistacultivar.com.br cultivar@revistacultivar.com.br Assinatura anual (11 edições*): R$ 129,90
Coluna jurídica
42
(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)
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Cultivar Máquinas Edição Nº 82 Ano IX - Fevereiro 09 ISSN - 1676-0158 Direção Newton PPeter eter Sch ubert K. PPeter eter Schubert Secretária eri Lisboa Alves Rosimeri Rosim
Números atrasados: R$ 15,00 Assinatura Internacional: US$ 130,00 EUROS 110,00
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Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados podem solicitá-las à redação pelo e-mail: cultivar@revistacultivar.com.br
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Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.
Mais Alimentos A Marão Máquinas Agrícolas, revenda Massey Ferguson de Votuporanga, São Paulo, fez a entrega de 44 tratores MF 6350 para a Usina Noroeste Paulista, das cidades de Sebastianópolis do Sul e Meridiano. Com esta aquisição a usina tornou-se a maior frotista do Brasil em tratores Massey linha 6000.
Sérgio Ferreira
Case
Pedro Fankhauser
Sérgio Ferreira, diretor geral da Case para a América Latina, comandou durante o Show Rural o lançamento oficial de quatro novos tratores de baixa e média potência. A linha Farmall traz os tratores Farmall 80, de 80cv, e Farmall 95, com 95cv. Os outros dois tratores são da linha Maxxum, que agora ganha os modelos Maxxum 110, de 100cv, e Maxxum de 125cv.
Fankhauser
Kepler A Kepler Weber participou do Show Rural Coopavel. João Tadeu Franco Vino, gerente comercial, (quarto da esquerda para direita), informou que 2008 foi o melhor ano da história da empresa. Em 2009, por conta da crise econômica mundial, uma das grandes dificuldades tem sido o acesso ao crédito por parte dos clientes.
A Agrometal, da cidade de Monte Maiz, Cordoba, Argentina, desde de novembro 2008 é acionista da Fankhauser Implementos Agrícolas. Pedro Fankhauser, diretor-presidente da Fankhauser, informou que ainda este ano haverá nacionalização e lançamentos de produtos da Agrometal no mercado brasileiro. Na Argentina a empresa possui plantadoras de 60 linhas para trigo e 40 linhas para soja.
Valtra
Wanderley Marroni
Goodyear Pneus Wanderley Marroni, supervisor de Vendas e Serviços de Pneus Agrícolas Goodyear, destacou entre outros modelos a linha radial Optitrac com ênfase no DT 824 modelos 650/ 75R32.
A Valtra aproveitou o Show Rural Coopavel para efetuar a entrega de tratores comercializados através do programa Mais Alimentos. A cerimônia contou com a presença de representantes dos governos federal, estadual e municipal.
Teejet
Helder Zucckini e Sérgio dos Santos
Helder Zucckini e Sérgio dos Santos, da Teejet, apresentaram no Show Rural Coopavel o Centerline 230BP, GPS que traz a nova tecnologia Clear Path com sofisticado processo de combinação de códigos para obter posicionamento do GPS de alta qualidade.
Frederico Martins
Goodyear Correias Frederico Martins, gerente de Marketing da Goodyear Correias, apresentou a linha de produtos da empresa durante o Show Rural.
GTS A GTS do Brasil, tradicional fabricante de plataformas para colheita de milho e plainas, também marcou presença no Show Rural. O diretor-presidente, Assis Strasser, destacou o otimismo e a confiança da empresa no agronegócio brasileiro.
Francesco Pallaro
CNH Francesco Pallaro, diretor de Marketing para a América Latina da CNH, demonstrou otimismo durante o Show Rural 2009. Fez questão de destacar que, apesar da crise mundial, a agricultura vai bem e se mantém promissora.
04 • Fevereiro 09
Alejandro Galindo
John Deree Correias Mercúrio Márcio Afonso, gerente de Produto, liderou a equipe da Correias Mercúrio, no atendimento aos clientes durante o Show Rural Coopavel.
Alejandro Galindo, gerente de Marketing de Tratores, Implemetos e AMS da John Deere para a América do Sul, apresentou a linha de produtos da empresa durante o Show Rural Coopavel.
segurança
Fotos Marçal Elizandro Dornelles
E a segurança? Projeto avalia a situação dos pulverizadores utilizados nas lavouras do Rio Grande do Sul e mostra que no geral, de cada cinco máquinas, quatro reprovaram em algum item de segurança
C
om o objetivo de diagnosticar a situação das máquinas agrícolas utilizadas em processos de pulverização na depressão central do Rio Grande do Sul, a Universidade Federal de Santa Maria está sendo sede de um projeto de inspeção técnica de pulverizadores agrícolas. Este projeto foi realizado em sua primeira etapa entre os meses de janeiro a agosto de 2008 em propriedades agrícolas da região aleatoriamente convidadas a participar. Assim, foram analisados 84 pulverizadores e 75 tratores agrícolas utilizados nos processos de pulverização sobre os cultivos agrícolas de arroz irrigado e soja. Os projetos de inspeção técnica de pulverizadores agrícolas já são realizados em mais de 20 países ao redor do mundo e sendo de forma obrigatória em grande parte destes países. Na América do Sul, Equipes do projeto de inspeção da UFSM visitam propriedades agrícolas da região
06 • Fevereiro 09
diversos países já investem na implantação destes projetos há alguns anos, como exemplo podemos citar Uruguai, Argentina e Chile. No projeto gaúcho de inspeção foram avaliados mais de 30 itens sobre os pulverizadores e tratores agrícolas, onde foram divididos em seis partes: portabicos
e pontas, depósito de calda, elementos de proteção e segurança, sistema de filtragem de calda, manômetros, verificações sobre os tratores agrícolas e dados identificatórios sobre a forma de trabalho e área atendida pelas máquinas. Desta forma, dentre os itens que apresentaram maior reprovação, podemos ci-
“Os manômetros em operação foram testados através de bancada de teste desenvolvida especificamente para este fim pelos alunos e parceiros do Núcleo de Ensaios de Máquinas Agrícolas/Laboratório de Agrotecnologia”
Os pulverizadores inspecionados através do projeto são identificados através de etiqueta adesiva
tar o estado de conservação e o uso de manômetros e elementos de proteção e segurança. Considerada uma das partes mais importantes dos pulverizadores, os manômetros permitem que a calibração seja efetuada respeitando as tolerâncias de trabalho das pontas de pulverização quanto à pressão, de maneira a buscar a melhor uniformidade de distribuição na hora de aplicação dos agroquímicos e permitindo ajustes de volume de calda conforme desejado pelo aplicador. Mesmo assim, após inspeção de 84 máquinas aplicadoras na região, na primeira etapa do Projeto da UFSM foi observada situação crítica dos manômetros presentes sobre os pulverizadores em uso na região. A primeira avaliação feita sobre as
Condição de manômetros sobre os pulverizadores agrícolas
máquinas foi em relação à situação dos manômetros sendo classificados em operação, danificados ou ausentes. Após, os manômetros em operação foram testados através de bancada de teste desenvolvida especificamente para este fim pelos alunos e parceiros do Núcleo de Ensaios de Máquinas Agrícolas/Laboratório de Agrotecnologia. Esta bancada possui uma câmara de pressão interligada com duas conexões onde, em uma delas, o manômetro em uso no pulverizador em inspeção era acoplado e, em outra conexão, um manômetro de alta precisão e aferido periodicamente esteve instalado e aferindo os valores indicados pelos manômetros em uso nas máquinas inspecionadas. Como fonte de pressão à bancada, foi utilizado um cilindro hidráulico acionado por um macaco hidráulico verticalmente posicionado sob a câmara de pressão. Para o teste de aferição de manômetros foi considerada uma tolerância de erro de até 10% em relação ao manômetro de precisão em medições de quatro diferentes valores de pressão do sistema. Ainda foram levantadas informações quanto ao estado de conservação e condições de uso dos manômetros através de diagnose visual sobre o nível de glicerina e diâmetro externo do instrumento.
Quanto às avaliações do diâmetro externo, fizeram-se medidas com o uso de trena métrica, sendo o valor de 63mm como limite mínimo para aprovação dos manômetros, se presentes no campo de visão do operador quando este estiver posicionado no posto de operação do trator agrícola ou pulverizador autopropelido. Como resultado foi determinado que 20,5% dos pulverizadores inspecionados estavam sem manômetros, 49,4% das máquinas apresentaram manômetros em operação e 30,1% apresentaram manômetros danificados, ou seja, inoperantes.
CONDIÇÃO DE MANÔMETROS SOBRE OS PULVERIZADORES AGRÍCOLAS Assim, os manômetros em operação foram submetidos ao teste de bancada para terem a precisão de leitura de presItens de avaliação sobre os manômetros e aprovação determinada Avaliação Aprovação (%) Reprovação (%) Diâmetro externo 66,70 33,30 Em operação 49,40 50,60 Nível de glicerina 29,76 70,24 Precisão de leitura 28,60 71,40 Avaliação geral 19,05 80,95
Avaliação de elementos de proteção e segurança
Instrumento desenvolvido pelo Nema para teste de manômetros
Item Tampa do reservatório Reservatório de água limpa Incorporador de agroquímicos Proteção da tomada de potência Avaliação final
Bom estado (%) 76,3 38,0 33,3 8,33 7,1
Danificado (%) 17,8 6,0 38,07 21,4
Ausente (%) 5,9 56,0 66,7 53,6 71,5
Fevereiro 09 • 07
Fotos Marçal Elizandro Dornelles
Manômetro reprovado quanto ao nível de glicerina
Tomada de potência com “falsa proteção”, “risco constante ao operador”
são avaliada. Quanto ao nível de glicerina, foi considerado mínimo de 3/4 do volume total do manômetro para aprovação para manômetros que exigem glicerina ao trabalho. A função da glicerina sobre os manômetros é no sentido de minimizar constantes vibrações sobre as quais são submetidos durante o trabalho e elevar a vida útil destes instrumentos. Assim, a aprovação final dos manômetros ficou em 19,05%, ou seja, de 84 pulverizadores, apenas 16 apresentaram leituras precisas de pressão, diâmetro externo mínimo atendido e nível de glicerina adequado quando necessário. Quanto aos itens avaliados de proteção e segurança ao operador e ao meio ambiente, foram mecanismos de proteção da tomada de potência (TDP) e junta cardânica, dispositivo de drenagem do depósito de calda, incorporador de agroquímicos, reservatório de água limpa e
mecanismo de tríplice lavagem. Assim, todos os itens acima foram classificados em: bom estado de conservação, danificados, com proteção ineficiente, ausentes sobre a máquina ou classificados como dispositivo com proteção desnecessária (conforme o caso, tipo, conservação e projeto da máquina). Dentre os itens considerados como elementos de proteção e segurança e avaliados por este projeto, percebe-se que a proteção da tomada de potência foi o item com maior ausência dentre as máquinas, apresentando-se em bom estado apenas em 8,33% dos pulverizadores inspecionados. Embora responsável por boa parcela de acidentes envolvendo máquinas agrícolas, há grande negligência quanto à manutenção da proteção da tomada de potência em boas condições. É fundamental que itens de proteção de órgãos móveis, como a proteção da árvore cardânica, que aciona pulverizadores
agrícolas, estejam preservados para que não coloquem os aplicadores ainda mais em risco de acidentes, haja vista, estes operadores já serem obrigados a estar em contato com operações que utilizam defensivos e que já apresentam um grande risco à saúde operacional dos seres humanos envolvidos. Neste sentido, podemos concluir que apenas 7,1% das máquinas inspecionadas apresentaram-se conformes quanto às exigências sobre os itens tampa do reservatório, presente e com fechamento correto, mecanismos de tríplice lavagem, incorporador de agroquímicos e reservatório de água limpa presentes e em bom estado. Assim, 21,4% das máquinas apresentaram ao menos um destes itens presentes, porém, não cumprindo com sua função efetiva por estarem danificados, e 71,5% das máquinas apresentaram um ou mais dos itens acima ausente(s) e comprometendo, desta maneira, a segurança ambiental e/ou saúde operacional do aplicador. Quanto aos tratores agrícolas foi verificado ruído excessivo de trabalho sobre o ouvido do operador quando posicionado no posto de operação em 66,7% das máquinas inspecionadas, estrutura de proteção contra o capotamento presente em apenas 35,7% e presença de proteção solar ao operador presente em apenas 50% dos tratores utilizados nos processos de pulverização inspecionados. Quanto aos indicadores de nível de
Manômetros inoperantes observados sobre pulverizadores agrícolas
08 • Fevereiro 09
“Embora responsável por boa parcela de acidentes envolvendo máquinas agrícolas, há grande negligência quanto à manutenção da proteção da tomada de potência em boas condições”
Indicador de nível de calda com escala legível ao operador
Presença de resíduos na parte externa do reservatório de defensivos dos pulverizadores
calda, foi determinada ausência do item em 38,1% das máquinas, 5,95% apresentaram o item, porém, com escala ilegível ou sem escala. Logo, apenas 56% delas apresentaram o indicador de nível de calda em bom estado operacional (Figura 26).
INDICADOR DE NÍVEL DE CALDA COM ESCALA LEGÍVEL AO OPERADOR Ao considerarmos a presença de resíduos de defensivos sobre os itens avaliados nos pulverizadores, foi determinada maior contaminação do reservatório de agroquímicos no lado externo. Assim, 36
máquinas apresentaram presença de resíduos na parte externa do reservatório de calda. O Projeto de inspeção de pulverizadores da UFSM avalia mais de 30 itens em cada pulverizador inspecionado. Neste sentido, a proteção da tomada de potência foi o item reprovado em maior porcentagem das máquinas (91,67%) seguida de manômetros (reprovados em 80,95% das máquinas) e, em terceiro lugar, a rotação da tomada de potência esteve inadequada em 79,67% das máquinas inspecionadas. Assim, mais uma vez destaca-se a importância de implantação dos projetos de inspeção periódica de pulverizadores no Brasil, situação já levantada por diversas instituições nacionais de ensino e destacada em diversos países que realizam estes projetos há décadas e que conseguiram evolução no estado de conservação e uso das máquinas utilizadas nos processos de pul.M verização. Marçal Elizandro Dornelles, José Fernando Schlosser, Alexandre Russini, Eder Dornelles Pinheiro, Reges Durigon e Maiquel Holz Witter, Nema/UFSM
cana-de-açúcar
Corte lucrativo
Estudo garante que o uso de facas novas e afiadas no cortador de base das colhedoras melhora o rebrote para a safra seguinte, possibilitando aumento da vida do canavial
E
Edivaldo Pereira dos Santos
Pressupondo-se que o desgaste das facas do mecanismo de corte basal das colhedoras de cana-de-açúcar possa interferir na qualidade das soqueiras e, diante da inexistência de estudos específicos, a equipe do Lamma - Laboratório de Máquinas e Mecanização Agrícola - Unesp/ Jaboticabal, realizou um experimento para verificar a possível influência das facas do mecanismo de corte basal da colhedora de cana-deaçúcar, em dois estágios de desgaste, na qualidade da rebrota de duas variedades de cana-deaçúcar. A colheita de duas variedades de cana-deaçúcar (RB867515 e a SP80-3280) foi realizada com uma colhedora CASE-IH modelo A7700, cujo mecanismo de corte basal é composto por dois discos que apresentam em suas extremidades cinco facas fixas em cada rotor. Foram utilizadas facas retangulares de dois gumes, com bordas lisas, que realizam o corte por impacto.
AVALIAÇÕES REALIZADAS A avaliação da rebrota foi feita por meio de análise do crescimento da cultura, pois é um método que descreve as condições morfofisiológicas da planta em diferentes intervalos de tempo. Este procedimento foi utilizado com a finalidade de mostrar em qual condição de colheita a planta obteve melhor desenvolvimento nos primeiros meses após a rebrota.
Avaliação da altura das plantas: a) detalhe da medição realizada; b) detalhe da primeira aurícula visível, classificada como folha +1
Para isso, foram avaliados as alturas das plantas, o número de perfilhos e o número de falhas nas parcelas, aos 30, 60, 90 e 120 dias após a colheita (DAC). A altura de plantas foi mensurada com o auxílio de uma trena, medindo do nível do solo até a primeira Case IH
m geral, os canaviais brasileiros são cultivados por quatro a seis ciclos sucessivos e depois reimplantados, devido à queda de produtividade ao longo dos cortes, resultante da interação entre fatores ambientais, genéticos e antrópicos. Nos sistemas de produção vigentes, a mecanização total ou parcial da colheita de canade-açúcar se apresenta atualmente como a única opção, principalmente dos pontos de vista legal e ambiental. Entretanto, os danos ao ambiente de produção são invisíveis para os operadores de máquinas, mas podem ser facilmente detectados pelo vegetal, resultando em menor desenvolvimento, com subsequente queda de produtividade, a ponto de levar à decisão de destruição ou reforma do canavial precocemente. Apesar da alta tecnologia empregada neste processo, perdas quali-quantitativas ocorrem, como, por exemplo, os danos causados à soqueira pelo cortador de base, refletidos na rebrota da cana-de-açúcar, que por sua vez tem relação direta com a produtividade e a longevidade do canavial. Estas perdas acarretam em prejuízo direto ao produtor, havendo, portanto, a necessidade de aprimorar os estudos sobre a mecanização da colheita da cana-de-açúcar e, assim, melhorar o cenário agrícola para possibilitar a obtenção de melhores respostas em produtividade e em qualidade da matéria-prima.
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“Nos sistemas de produção vigentes, a mecanização total ou parcial da colheita de cana-de -açúcar cana-de-açúcar se apresenta atualmente como a única opção, principalmente dos pontos de vista legal e ambiental”
Figura 1 - Altura de plantas: a) variedade SP80-3280; b) variedade RB867515
aurícula visível, classificada como folha +1 (foto acima). O número de perfilhos foi obtido pela sua contagem nas parcelas amostradas, calculando-se o número médio de perfilhos em cada parcela; o número de falhas foi representado pela ocorrência de espaços maiores que 50cm sem a presença de perfilhos, ou seja, correspon-
dendo aos trechos da fileira que não houve brotação da cana-de-açúcar, resultando em falha no estande do canavial.
RESULTADOS Na avaliação de altura de planta observouse maior desenvolvimento da variedade SP803280 quando colhida com facas novas, enquan-
to que para a variedade RB867515, este comportamento não foi observado (Figura 1). Este resultado indica que a variedade SP803280 é mais sensível que a variedade RB867515 ao sistema de colheita mecanizada, podendo trazer maiores prejuízos caso a colheita não seja feita de forma mais cautelosa. Essa sensibilidade pode ser atribuída aos
Edivaldo Pereira dos Santos
Diferença visual do desenvolvimento da variedade SP80-3280 colhida com facas usadas e novas, aos 120 DAC
danos provocados pela colhedora na soqueira, pois segundo Vasconcelos (2002), algumas variedades são mais sensíveis ao sistema de colheita mecanizada, enquanto outras são mais rústicas no que se refere à brotação da soqueira. Na foto acima é possível visualizar bem a diferença de desenvolvimento da cana-de-açúcar quando colhida com uma faca usada e quando colhida com uma faca nova. Observou-se também que a variedade SP80-3280 obteve maior perfilhamento no tratamento com as facas novas até os 90 DAC e, em seguida, uma redução brusca (Figura 2). Pode-se concluir que a variedade SP80-3280 se apresentou mais sensível à colheita mecanizada, pois houve tendência de maior perfilhamento com as facas novas, diferentemente do ocorrido com a variedade RB867515, em que
o fator faca proporcionou um perfilhamento mais uniforme em todas as avaliações. A redução mais acentuada do número de perfilhos a partir dos 90 DAC, para o tratamento com as facas novas na variedade SP80-3280, pode ser atribuída ao seu grande perfilhamento nos primeiros meses de rebrota, ocorrendo maior abortamento dos perfilhos em seguida, fato justificado pelo aumento da competição intraespecífica pelos fatores de crescimento, de maneira que o processo de perfilhamento cessa, restando apenas os perfilhos que estão mais desenvolvidos, que continuam o crescimento em altura e espessura. Embora o tratamento com as facas novas na variedade SP80-3280 tenha apresentado tendência de maior perfilhamento nos primeiros meses de rebrota, não é possível afirmar que o número final de perfilhos também será mai-
or, pois a cana-de-açúcar tem como característica o aumento do perfilhamento até começar a haver competição pelos fatores de crescimento, e em seguida ocorre o abortamento dos perfilhos menos desenvolvidos. Na avaliação do número de falhas, constatou-se que na variedade SP80-3280, a canade-açúcar colhida com as facas desgastadas apresentou pelo menos o dobro de falhas em relação à cana-de-açúcar colhida com facas novas, o que pode ser um indicativo de sua maior sensibilidade ao corte mecanizado. O rápido desenvolvimento na fase inicial da cultura é um fator importante, pois proporciona o rápido fechamento do dossel, possibilitando o melhor aproveitamento da radiação por um maior período de tempo, resultando em maiores produtividades, além de inibir o crescimento de plantas daninhas. O presente estudo levantou uma questão importante no sistema de colheita mecanizada da cana-de-açúcar, ficando evidente que as facas desgastadas apresentaram tendência negativa nos primeiros meses de rebrota da canade-açúcar, fato atribuído principalmente à redução da eficiência de corte das facas, aumentando o impacto do sistema de corte basal das colhedoras com a soqueira. No entanto, é necessário um aprofundamento no assunto, a fim de quantificar os prejuízos causados pela colheita mecanizada na produtividade e na longevidade dos .M canaviais brasileiros. Edvaldo Pereira dos santos, Rouverson Pereira da Silva e Carlos Eduardo Angeli Furlani, Unesp/Jaboticabal
Figura 2 - Número de perfilhos: a) variedade SP80-3280; b) variedade RB867515
.M
12 • Fevereiro 09
Fankhauser
Fotos Fankhauser
Parceria no plantio A empresa gaúcha de implementos agrícolas Fankhauser fecha parceria com a argentina Agrometal para expandir negócios nos dois países
A
empresa de implementos agrícolas argentina Agrometal, localizada na cidade de Monte Maiz na província de Córdoba, fechou parceria recentemente com a empresa gaúcha de implementos agrícolas Fankhauser, que tem sua sede na cidade de Tuparendi (RS). Com a parceria entre as empresas ambas buscam um fortalecimento ainda maior de suas marcas, possibilitando um intercâmbio de tecnologias, proporcionando aos seus clientes maiores benefícios através do aperfeiçoamento do maquinário já fabricado. Os implementos agrícolas fabricados pela Agrometal são reconhecidos pelo seu público consumidor da Argentina pela sua “qualidade, tecnologia, rendimento e confiabilidade”, explica Pedro Fankhauser, diretor presidente da Fankhauser. “Os produtos são desenvolvidos com a mais alta tecnologia, procurando proporcionar maior produtividade e menor desperdício desde o plantio até a colheita”, garante. A Agrometal detém atualmente, grande parte do mercado argentino no setor de implementos agrícolas sendo vice-líder no segmento, e, projetando um crescimento ainda maior nos próximos anos. Apesar dos anúncios de recessão em função da crise mundial, e sobretudo a estiagem que casti-
ga o território portenho, o otimismo da empresa é evidente, buscando expandir seus negócios e entrando no comércio internacional de implementos agrícolas. A recente parceria com a empresa gaúcha, “busca suprir as necessidades dos agri-
cultores, apresentando soluções práticas para todas as propriedades sendo elas de pequeno ou grande porte”, explica Fankhauser. As duas empresas exportarão e importarão seus equipamentos, com o objetivo de expandir seus negócios nos dois países.
Agrometal apresentou suas máquinas no estande da Fankhauser no Show Rural 2009
Fevereiro 09 • 13
colheitadeira 9570 STS
9570 STS
A nova colheitadeira da John Deere é a menor da família com sistema STS, que tem por objetivo levar a mesma tecnologia das grandes máquinas para fazendas de menor porte
A
John Deere lançou recentemente no Brasil mais uma colheitadeira da família STS, que já contava com os modelos 9650 STS e 9750 STS. O novo modelo 9570 STS tem porte menor que os outros dois, mantendo, porém, todas as vantagens de rendimento e qualidade de grãos das STS já
conhecidas pelo agricultor brasileiro. Por isso mesmo, a nova STS pode ser a porta de entrada dessa tecnologia da John Deere para produtores com áreas menores, com um investimento mais baixo. As colheitadeiras STS introduziram um novo conceito com o sistema de trilha e separação longitudinal dos grãos que as diferenciam das máquinas convencionais, com sistema saca-palha. O grande diferencial das STS é o rotor. A caixa do rotor tem três diâmetros diferentes e o aumento do diâmetro permite que a palha sofra um efeito de compressão e descompressão em sequência, facilitando a separação da palha e do grão. Desta forma, a capacidade de trilha e o rendimento da máquina são ampliados.
MOTOR E TRANSMISSÃO
Motor Power Tech 6068 H, de seis cilindradas, que gera 275cv de potência
14 • Fevereiro 09
A colheitadeira 9570 STS está equipada com um motor desenvolvido especialmente para aplicações agrícolas. Esse motor entrega uma potência de 275cv (202kW) e conta com
exclusivo controlador de injeção de combustível e resfriador. O motor PowerTech™ 6068H 6 cil 6.8L tem sistema Common Rail que permite redução dos índices de emissões e melhora a utilização do combustível, garantindo menor consumo. Além da potência nominal de 275cv a colheitadeira 9570 conta também com uma reserva de potência de 294cv (216kW). O sistema eletrônico de controle é responsável por acionar esta potência em uma situação de sobrecarga da máquina. Além da reserva de potência, o sistema conta também com potência extra, que pode ser usada para a descarga do tanque graneleiro em movimento, quando a potência do motor sobe para 305cv (224kW). A transmissão é do tipo hidrostática. O módulo STS é acionado através de um sistema de polias variáveis, com PosiTorq™, que garante o aproveitamento total da potência do motor e evita a patinagem da correia da transmissão. O resultado é maior eficiência da transmissão e vida útil mais longa da correia. O motor tem duas faixas de rotação: de 210rpm a 550rpm e de 380 rpm a 1.100rpm, permitindo adequação a qualquer tipo de cultura e condição de colheita. A seleção da faixa de rotação é feita acionando
“A nova STS pode ser a porta de entrada dessa tecnologia da John Deere para produtores com áreas menores, com um investimento mais baixo” Fotos John Deere
O sistema necessita de baixas taxas de transmissão de potência
uma alavanca, sem o uso de ferramentas. O ajuste fino da rotação do módulo STS é realizado a partir da cabine de operação, por meio de uma tecla localizada no painel de comando.
SISTEMA STS O módulo STS de trilha e separação apresenta as mesmas características nos três mode-
As três seções (alimentação, trilha e separação) garantem maior fluxo de material, e o sistema de compressão e descompressão faz com que o grão trilhado se desprenda naturalmente da palha no módulo de separação
los STS. O sistema de compressão e descompressão do material faz com que o grão trilhado se desprenda naturalmente da palha no módulo de separação, garantindo com isso maior qualidade de grão e baixo índice de perdas. As três seções (alimentação, trilha e separação) garantem maior fluxo de material, o que permite alcançar alto rendimento mesmo em con-
dições adversas. A superfície corrugada dos elementos de trilha aumenta a ação trilhadora, diminuindo o esforço de rotação. Os elementos de trilha são os mesmos para todas as culturas, evitando perda de tempo na troca. Dedos com desenho e material especial são os responsáveis pela manipulação da palha ao redor da caixa de separação, permitindo que o grão encontre espaço para mover-se para baixo, o que reduz perdas de separação. As grades de separação são autolimpantes e construídas em seções independentes para maior facilidade de manuseio.
Fevereiro 09 • 15
Rotor do ventilador de 12 pás, com um desenho para empregar altos volumes contínuos de ar
sem obstruções. Detalhe do Super-Rotor STS, com a carcaça dividida em três seções com diâmetros diferentes e rotor descentrado
CONTROLE E ALIMENTAÇÃO O design do canal alimentador da colheitadeira STS fornece altos níveis de transporte de material, principalmente em grandes volumes e condições de colheita difíceis. O cilindro de alimentação não tem função de trilha, mas sim de regular o fluxo para uma alimentação mais contínua e uniforme, uma melhor qualidade do grão e maior rendimento de colheita. Esse é um diferencial das colheitadeiras STS: a uniformidade da alimentação permite uma separação mais eficiente e requer menos potência do motor. Na ponta cônica do rotor há três hélices que recolhem gradualmente o volume do material. Esta tecnologia garante a alimentação contínua, sem interrupções, do rotor STS em todas as condições de cultivo, para garantir o melhor rendimento.
COMMANDCENTER
junto do apoia-braço facilita a operação e contribui para tornar a colheita mais produtiva. O CommandCenter permite pré-ajustar as regulagens da colheitadeira e acompanhar instantaneamente as funções essenciais. Todas as funções de colheita podem ser ajustadas através do monitor. Os procedimentos de calibração são descritos passo a passo no monitor (ADU), o que torna mais fácil a realização desse processo e de reparações. O monitor também apresenta ao operador eventuais alertas ou diagnósticos de problemas na máquina.
CABINE A cabine da 9570 foi projetada para oferecer o que há de melhor em termos de conforto, conveniência e visibilidade. O design centralizado, com amplas áreas de vidro fumê e colunas estreitas, fornece uma visão da plataforma
SISTEMA DE LIMPEZA O sistema de limpeza das colheitadeiras 9570 STS é o Dyna Flo I, que realiza o processo em três etapas, resultando em alta capacidade e grãos mais limpos. O ventilador em corpo único tem velocidade ajustável eletronicamente a partir da cabine. O perfil curvado das palhetas proporciona um forte fluxo de ar com baixo nível de ruído, além de respostas precisas em qualquer rotação. O desenho do conjunto favorece a distribuição do fluxo de ar no sistema. O equilíbrio entre o diâmetro do ventilador e a área das peneiras favorece a operação de limpeza, evitando perdas e diminuindo o nível de impurezas no tanque graneleiro. Como 40% do produto é limpo na peneira frontal, o sistema evita sobrecarga nas peneiras superior e inferior. Este sistema possibilita uma maior qualidade de limpeza do grão e uma redução de perdas, devido ao fluxo constante.
Outra inovação do modelo, o CommandCenter™ tem como objetivo tornar a colheita mais simples e oferecer maior controle das informações. Além de informar todas as funções críticas da colheitadeira, ele dá acesso a mensagens de texto, a calibrações, a diagnósticos, a alarmes e ao monitor de colheita, no qual o operador verifica instantaneamente a produtividade e a umidade dos grãos colhidos. A praticidade de sua localização no con-
O picador de palha, que pica e distribui o material no solo, tem quatro fileiras de facas de alta resistência
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Desenho com detalhes Detalhededouma apoia dasbraço, linhascom da display reconfigurável com informações de plataforma diagnóstico e monitoramento da colheita, alarmes e interruptores
.M
“A capacidade de armazenamento de grãos é de 8.800 litros (aproximadamente 110 sacas de soja) e a vazão de descarga é de 78 litros por segundo ” segundo”
que pode ser produzido nas culTabela turas de alto rendimento. CARACTERÍSTICAS STS 9570 A polia de acionamento do elevador fornece uma velocida- Motor John Deere PowerTech™ 6068H - 6 cil 6.8L de de acionamento positiva e Potência 275cv - 202kW - (270HP) maior para o sistema de trans- Transmissão tipo hidrostática porte de grãos limpos, além de sistema STS™ (Single Tine Separator) um envolvimento maior da cor- Sistema de trilha Capacidade do graneleiro 8.800 litros reia, tornando-a mais forte e reHydraFlex 25 e 30 pés. duzindo a patinagem. Com Plataforma uma polia de diâmetro maior, há mais potência para aumentar a velocida- culas conforme a necessidade de cada cultura. de dos sem-fim inferior e superior e do ele- Essa troca de rotação é rápida e fácil, através de vador de grãos limpos. polia escalonada. A capacidade de armazenamento de grãos é de 8.800 litros (aproximadamente MANUTENÇÃO 110 sacas de soja) e a vazão de descarga é de O acesso ao compartimento do motor da 78 litros por segundo. Essas características 9570 STS é fácil. A escada é articulada para permitem que em menos de dois minutos o fora até o chão para facilitar a entrada na área tanque graneleiro possa ser descarregado. do compartimento do motor. Essa velocidade de descarga, o tamanho do As baterias ficam localizadas em uma platanque de grãos e a alta capacidade do tan- taforma que desce até o solo para facilitar o que de combustível (757 litros) resultam na serviço. Isso ajuda a proporcionar uma maigrande autonomia da 9570 STS, que ga- or área aberta na plataforma do motor para Na ponta cônica do rotor há três hélices que recolhem o rante um trabalho com reduzido número de permitir que o ar varra os resíduos do comvolume de palha gradualmente para a seção de trilha paradas. partimento. As baterias fechadas incluem um O ventilador, em corpo único com 12 pás interruptor de isolamento externo para faci.M PICADOR DE PALHAS de alumínio e 500mm de diâmetro ao longo da litar o arranque e a carga. O desenho do picador de palhas faz com seção transversal da máquina, proporciona um forte fluxo de ar, compatível com as altas taxas que as facas desempenhem com eficiência o de alimentação das colheitadeiras 9570 STS. A corte e a deposição dos resíduos. O perfil das velocidade de operação, controlada a partir da facas favorece a distribuição uniforme da palha cabine de operação, é de 500rpm a 1.200rpm. em toda largura de corte, conforme regulagem monitor instalado na cabine dos defletores de distribuição. Com isso, o sispermite realizar diversos ajustema de transmissão e os mancais do conjunto GRÃOS tes na máquina. Veja algumas funções A 9570 STS foi projetada para mover de sofrem menos desgaste, aumentando sua vida do monitor: maneira eficiente os grãos limpos do sistema útil e diminuindo os custos de manutenção. Menu inicial – Apresenta em 16 ícones A regulagem da rotação bem como das conde limpeza até o tanque graneleiro. O sistema informações do monitor de colheita, conficonsegue dar conta do grande volume de grãos trafacas possibilita obter o tamanho das partígurações da máquina, cultura, visualização de todos os ajustes da colheitadeira, além de informar a produtividade e a umidade da colheita pelos sensores da máquina. Monitor da colheita - Mostra todas as informações referentes à colheita, como rendimento, umidade, largura de corte ou número de linhas, desempenho, produtividade, consumo de combustível, área ou distância colhidas, totais de campo e totais da cultura. Informações da colheitadeira – Apresenta as configurações atuais da máquina, cultura, perda de grãos, tamanho da semente, propriedade e campo, largura atual da plataforma etc. Diagnóstico e calibrações – Para calibrações como folga de trilha, plataforma, alimentador do cilindro, folga da chapa recolhedora, sensor de fluxo de massa, sensor de umidade. Diagnóstico e alertas são Diferentes telas do CommandCenter, onde aparecem monitor de colheita, informados aqui. alarmes, calibrações, diagnósticos, testes e regulagens
O MONITOR
O
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dimensionamento
Dimensão ideal
John Deere
Dimensionar pulverizadores não é uma tarefa fácil, pois exige que sejam levados em conta diversos fatores que vão muito além do equipamento e dos produtos a serem aplicados
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a mesma forma que cresce o número de moléstias que atacam as culturas agrícolas, cresce a importância da aplicação de defensivos para combatê-las, visto que, mesmo quando manejadas de forma integrada, a pulverização ainda é o recurso mais utilizado para a proteção das culturas. Daí surge a necessidade dos equipamentos para a aplicação, os pulverizadores agrícolas. A regra, de maneira geral, é garantir a aplicação em tempo compatível com o progresso da praga, evitan-
do perdas que causem danos econômicos, superiores aos dispêndios na aplicação do defensivo. Este é o ponto chave: como reduzir os custos da aplicação sem comprometer a eficiência do processo e do produto. A máquina agrícola geralmente está relacionada a alto investimento inicial, o que não quer dizer, é claro, que não seja compensatório. A tarefa de redução dos custos torna-se mais árdua em tempos onde os preços dos produtos sofrem consideráveis oscilações provenientes da si-
tuação econômica mundial. Sabe-se, também, que a aquisição dos pulverizadores, seja de máquinas, como os autopropelidos, ou de implementos, como os tracionados, contribui significativamente com o custo de produção. Estudos têm demonstrado que para cálculo de custos há certo descaso com a qualidade, da mesma maneira que se dá muita importância ao produto fitossanitário e pouca ao equipamento, ao alvo e ao clima. Ilustrando, usa-se um bom produto com os adjuvantes recomendados e aplica-se no estádio inadequado, em condições climáticas desfavoráveis e com A grande questão:
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“A máquina agrícola geralmente está relacionada a alto investimento inicial, o que não quer dizer ” dizer,, é claro, que não seja compensatório compensatório”
Yanmar
equipamento pessimamente calibrado. Aí temos a questão: será que esta “correria” para aplicar não se deve à falta de equipamento? Ou então temos os inúmeros casos de superdimensionamento, acarretando em ociosidade? Para que se concilie capacidade operacional com eficiência no controle é fundamental o conhecimento do tempo disponível para a operação. Aí entram variáveis como tamanho da área a ser pulverizada, jornada diária de trabalho – que vai variar em função das condições climáticas – e progresso da moléstia. A dessecação de áreas para semeadura direta é um dos poucos exemplos de aplicação que possibilita uma certa “folga” em relação ao tempo. Por outro lado, doenças fúngicas como a ferrugem-da-soja requerem elevada capacidade operacional (área pulverizada por unidade de tempo) devido ao alto poder de dispersão na cultura. Dimensionar pela operação que exige maior urgência e considerar para isso o tempo necessário para realizar a aplicação parece ser o caminho a ser seguido. Estabelecer a rotina de aplicações na cultura, embora possa ir frontalmente contra os princípios do manejo integrado, também é de fundamental importância. Estudos realizados na Argentina mostram que quando se sabe o que será aplicado e quando serão realizadas as aplicações, os gastos poderão ser reduzidos consideravelmente, apontando, ainda, que os custos operacionais estão diretamente correlacionados com o dimensionamento do equipamento, podendo ser reduzidos sem comprometimento da capacidade de aplicação. Entre as alternativas mais empregadas para otimização do tempo estão as
Fonte: Ciba-Geigy - 13 Usinas – SP aplicações noturnas, o uso de equipamentos que propiciam condições ideais de velocidade do vento e, ainda, que possibilitem trabalhar em elevadas velocidades de trabalho sem o comprometimento com a qualidade da aplicação. A confiabilidade do equipamento ou probabilidade de que o mesmo não irá falhar é outro fator a ser considerado, pois um dia de atraso na aplicação, em alguns casos, pode comprometer boa parte da receita da atividade. Otimizar o tempo também é uma saída, seja com aplicações noturnas, uso de equipamentos que minimizem o efeito do vento ou simplesmente monitorando a equipe de trabalho. Estudos têm mostrado boa aplicabilidade de sistemas de cortina de ar em aplicações com vento acentuado. Outra vantagem destes sistemas é a possível redução do volume de calda,
claro que dentro dos padrões estabelecidos para a aplicação em questão. Dimensionar pulverizadores não é tarefa fácil. Os modelos de dimensionamento existentes, considerando apenas fatores mecânicos, não são adequados por não considerarem a ecologia do alvo e condições climáticas. Quando se parte para isso o estudo torna-se multiplicativo com inúmeras saídas. Um modelo teórico de referência que possa dimensionar pulverizadores com base na eficiência biológica deve considerar aspectos locais, adaptando-se para cada região em função das condições climáticas. Este modelo seria de fundamental importância para que, na hora da compra, o produtor possa ter pelo menos noção do tamanho do equipamento que ele precisa, seja apenas um pulverizador pequeno ou .M uma frota de autopropelidos. Vilnei de Oliveira Dias, Ulisses Benedetti Baumhardt, Airton dos Santos Alonço, Gustavo José Bonotto e Anderson Baú, UFSM Principais fontes de tempo perdido Manobras Abastecimento Manipulação de insumos Pequenos reparos Espera por outras máquinas Preparação para o trabalho Fonte: Asabe, 1994.
Reduzir custos sem comprometer a eficiência da aplicação é um dos principais pontos a serem observados
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Aviação agrícola
Voand
A aplicação aérea é uma atividade com No entanto, existem fatores que influen podendo aumentar ainda mais o des
A
produtividade do trabalho efetuado com aeronaves agrícolas assu me considerável importância do ponto de vista da rentabilidade do empreendimento, bem como da eficácia de tratamentos críticos, sensíveis ao momento da aplicação. O operador aeroagrícola necessita estimar a produtividade (ou “rendimento”) provável de cada operação, nas condições particulares de seu equipamento, tipo de serviço e área de aplicação. Como geralmente a prestação de serviços com aeronaves agrícolas é feita por empresas que têm nesta atividade a única fonte de receita, o cálculo dos custos por hectare aplicado deve ser cuidadosamente efetuado, sendo a produtividade o denominador do cálculo de custos. Tal custo, em síntese, resulta da divisão do custo da hora de voo pelo “rendimento” ou produtividade (medido em hectares/hora), para cada tipo de serviço. O presente artigo propõe o uso de fórmulas matemáticas para o cálculo teórico, prévio, da produtividade a esperar de um determinado Sete diferentes fases compõem um ciclo de trabalho em pulverização aérea, que devem ser consideradas para calcular o rendimento operacional
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trabalho, com uma razoável aproximação.
O CICLO DE TRABALHO Uma aplicação típica com aviões agrícolas engloba fases bem definidas. Assim, uma aplicação pode ser subdividida em ciclos repetitivos (um para cada decolagem) e cada ciclo, por sua vez, pode ser desmembrado em fases, as quais tipicamente são: carregamento da aeronave; táxi e decolagem; translado até a lavoura (englobando eventuais voos de reconhecimento); aplicação propriamente dita; curvas de retorno à lavoura, após a execução de cada faixa; translado de retorno à pista e pouso e táxi até o abastecimento. O ciclo acima, composto por sete fases, repete-se até completar a área em tratamento. Geralmente para tratamento de uma lavoura são necessários vários voos (ciclos), sendo cada
um deles uma repetição do ciclo descrito acima. Em cada ciclo é tratada uma determinada área (medida em hectares) e é gasto um determinado tempo (em horas). Da divisão do primeiro valor pelo segundo temos a produtividade em hectares/hora. O tempo gasto em um ciclo é o somatório do tempo gasto em cada fase. O tempo total pode ser dividido, convenientemente, em tempo no solo e tempo em voo. A maioria dos autores, ao referir-se à produtividade de aviões agrícolas, engloba como um só os tempos em voo e no solo. Nós preferimos separá-los. Assim, definimos como “produtividade por hora de voo” a área tratada por hora efetivamente voada. Como “produtividade por hora de serviço” definimos a área tratada por hora
“O operador aeroagrícola necessita estimar a produtividade (ou ““rendimento”) rendimento”) provável de cada operação, nas condições particulares de seu equipamento, tipo de serviço e área de aplicação ” aplicação”
descrito), as horas voadas em deslocamento de uma pista para outra, voos de testes, calibração etc. Já o rendimento em aplicação propriamente dita é calculado apenas com base nas horas voadas em cada ciclo, ou seja, efetivamente produzindo. Por exemplo, se ao final de um mês um determinado avião voou 60 horas e tratou três mil hectares, o seu rendimento global foi de 50 hectares por hora de voo (3.000/60). Entretanto, se das 60 horas, dez foram voadas em testes, translado entre pistas e voos de calibração, o rendimento em voos de aplicação terá sido de 60 hectares por hora (3.000/50) e o índice de horas não produtivas (outro parâmetro importante) terá sido de 16,6% (10/60x100). As horas de voo não produtivas podem – e devem – ser perfeitamente apropriadas por um controle simples e influem, evidentemente, sobre os custos. Devem ser reduzidas ao mínimo, mediante administração e planejamento eficientes. Do ponto de vista do desempenho geral da empresa, o rendimento global é o que mais interessa. Já sob o ponto de vista estritamente técnico (tecnologia de aplicação), o rendimento em aplicação é o alvo de maiores atenções, uma vez que ele permitirá, por exemplo, comparar a influência da variação de cada uma das fases de um ciclo, sobre a produtividade de um determinado serviço. Por exemplo, atribuindo-se um valor fixo para cada uma das variáveis (tempo em cada fase), pode-se variar uma delas e verificar a variação de produtividade obtida.
o alto
rendimento bastante elevado. ciam diretamente o trabalho, empenho dos aviões agrícolas
PRODUTIVIDADE DA HORA DE VOO Também conhecida como “rendimento”, define-se como sendo a área tratada, em hectares, a cada hora de voo (a qual pode englobar, ou não, as horas de funcionamento do motor durante a operação de taxiamento). O rendimento por hora voada, por sua vez, pode ser global quando se considera o total de horas voadas em um determinado período, computando, além das horas gastas em aplicação propriamente dita (ciclo anteriormente
PRODUTIVIDADE POR HORA É expressa pela área tratada por hora transcorrida – em relógio – após iniciado um determinado serviço, ou seja, é o rendimento calculado com base no tempo de voo mais o tempo no solo (reabastecimento, carregamento e, opcionalmente, táxi). Este indicador é assim se-
PRODUÇÃO Também conhecida como “capacidade de campo”. É expressa pela área (hectares) tratada em um determinado período de calendário (dia, semana, mês, ano). Neste caso o numerador é a área tratada (ou seja, o número de horas voadas multiplicado pelo rendimento global), dividido pelo período em questão). Por exemplo, se ao final de um dia o avião voou oito horas e tratou área de 400 hectares, dizemos que sua produtividade foi de 50 hectares/hora de voo. Já sua produção foi de 400 hectares/dia.
PRODUTIVIDADE Analisando as diversas fases do ciclo de aplicação podemos destacar os seguintes fatores que mais diretamente afetam a produtividade: Capacidade de carga do avião - Como regra geral, rendimentos maiores são obtidos com acréscimo da capacidade de carga do avião. Este é um fator que, por sua vez, está estreitamente relacionado com a taxa de aplicação (litros/ha) e a distância entre a pista e a lavoura: Alterações da capacidade de carga têm maiores repercussões sobre o rendimento à medida que a taxa de aplicação aumenta e/ou à medida que aumenta a distância entre a pista e a lavoura. No primeiro caso a maior capacidade de carga reduz o número de voos necessários para
Fotos Eduardo Araújo
“corrida”, após iniciado o trabalho, ou seja, englobando os tempos de voo e de avião no solo. A critério do operador, os tempos gastos no táxi podem ser somados ao tempo de voo (se o controle de horas estiver sendo feito pelo horômetro do avião) ou somado ao tempo no solo (se o tempo estiver sendo controlado por relógio em terra). A vantagem do primeiro método é ter bem separado o tempo de carregamento. Para efeito de cálculo de preços e, principalmente, para comparação entre tarefas com características diversas, a produtividade por hora voada é um indicador mais adequado.
parado porque naturalmente durante o carregamento do avião muitos dos custos não incorrem, nem receitas, e deixa-se de aproveitar o tempo de carregamento para produzir. Entretanto, tal cálculo é importante sempre que se queira, por exemplo, avaliar a eficiência da estrutura de carregamento e abastecimento do avião e sua influência sobre a produtividade. É este parâmetro que define também a capacidade de tratamento de um avião ao longo de um dia, mês ou ano (capacidade de campo).
O tempo que a equipe de solo gasta para reabastecer o avião também deve ser computado como tempo improdutivo
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GRÁFICO 1
Taxa de aplicação Distância lavoura Velocidade translado Velocidade aplicação Largura faixa Comprimento da faixa Tempo de curva Tempo carregamento
10l/ha 10km 100MPH 90MPH 20m 1.500m 50 segundos 0min
Eduardo Araújo
tratar uma determinada área, consequentemente reduzindo o tempo de voo gasto no translado pista-lavoura-pista. Tal redução de tempo proporcionada por maior capacidade de carga se faz notar mais à medida que as áreas a tratar se afastam mais da pista em uso. Importante salientar que a capacidade de carga que nos interessa para efeito do cálculo é a capacidade real média e não a capacidade nominal. Pode-se por exemplo, estar usando um avião com capacidade nominal de 1.500kg e, por qualquer motivo (clima, pista, obstáculos), cada decolagem ficar limitada a 1.000kg. Neste caso, naturalmente, será usado este último valor para calcular o rendimento previsto. (Gráfico 1). Largura da faixa de deposição efetiva - A aplicação aérea é processada usando diversos “padrões de aplicação”, todos compostos por faixas retilíneas e paralelas entre si. Entre cada faixa há a execução de uma curva de retorno que poderá ter formatos e tempos diferentes,
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de acordo com o padrão de aplicação em uso. A largura de faixa efetiva é o espaçamento existente entre o centro de duas faixas adjacentes. Este parâmetro influi diretamente sobre o rendimento do avião quando em aplicação efetiva (“válvula aberta”). A largura da faixa, multiplicada pela velocidade do avião, após feitas as necessárias conversões de unidades, resulta na área tratada por hora (ou minuto) de aplicação efetiva. A largura da faixa, por sua vez, depende do avião empregado, tipo de equipamento, produto, diâmetro das gotas e altura do voo. A largura da faixa é sempre determinada previamente, através dos denominados testes de deposição. Velocidade de aplicação - A velocidade de aplicação (velocidade efetiva, em relação ao solo, ou VS) influi de maneira direta sobre o rendimento de aplicação. Também maior velocidade reduz o tempo gasto entre a pista e a lavoura. No âmbito deste artigo usaremos a unidade MPH (Milhas por Hora) para atribuir valores à velocidade, por ser esta unidade de uso generalizado entre os operadores, principalmente pilotos. (Uma milha por hora corresponde a 1,609km/hora). Desempenho em curvas de retorno - Este parâmetro, embora possa ter grandes repercussões sobre o rendimento quando varia muito, na prática tem pouca influência, dentro dos limites estreitos em que normalmente varia, por
GRÁFICO 2
Velocidade de aplicação Carga Velocidade translado Distância pista Largura faixa Comprimento da faixa Tempo de curva Tempo carregamento
90MPH 600 litros 100MPH 10km 20m 1.500m 50 segundos 0min
conta das características da aeronave e, principalmente da segurança de voo. Entretanto, em lavouras muito curtas e largas, pode influir consideravelmente no rendimento, em função do grande número de curvas. Daí preferir-se, sempre que possível, efetuar a aplicação no sentido do maior comprimento da área. A escolha de padrão de aplicação mais adequado ao formato da área pode também reduzir consideravelmente o tempo de cada curva, sem prejuízo e até em benefício da segurança de voo. Tipo de formulação e taxa de aplicação - O tipo de produto/formulação empregado é importante de ser considerado pois a largura da faixa de deposição sofre sua influência, afetando, portanto, o rendimento da operação. O volume de aplicação (taxa de aplicação) influi diretamente na produtividade, uma vez que determina, para uma dada capacidade de carga, o número de voos necessários para tratar uma determinada área, passando a sofrer, portanto, Produtividade teórica de aeronaves Carga (litros) ---> 600 Taxa de aplicação (l/ha)----> 10 Distância pista-lavoura (km)----> 10 Velocidade de translado (mph) 100 Velocidade de aplicação (mph)-----> 90 Largura de faixa (m)----> 20 Tempo de curva (segundos)----> 50 Area ( Ha)----> 225 Comprimento da faixa (m)*----> 1500 Tempo de carregamento (minutos) 0 Rendimento (Ha/ hora) ----> 97,83
“A comparação de rendimentos entre duas aeronaves de diferentes capacidades de carga, velocidades e largura de faixa ” compra” e diferentes custos de aquisição, operação e manutenção é outra utilidade, inclusive para auxiliar na decisão de compra
a maior ou menor influência do tempo gasto no deslocamento pista-lavoura-pista. Naturalmente, quanto menor o volume de aplicação, maior será o rendimento. (Gráfico 2) Características da área - Da lavoura a ser tratada depende também muito a produtividade. Lavouras pequenas, com formas muito irregulares, ou ainda aquelas com topografia muito acidentada, reduzem consideravelmente o rendimento. O comprimento médio das faixas é fator da maior importância. Faixas (“tiros”) longas proporcionam acréscimos de rendimento apreciáveis por reduzirem o tempo gasto nas curvas de retorno. Distância da pista à lavoura - Naturalmente este é item também de grande importância, que deve sempre ser levado em consideração na etapa do planejamento. Grandes distâncias reduzem muito o rendimento, podendo inclusive tornar o trabalho antieconômico. Quanto maior a taxa de aplicação (litros/hectare) e/ou menor a capacidade de carga da aeronave, mais crítico se torna este parâmetro. Por exemplo, distâncias pista-lavoura de 10km poderão ser aceitáveis em aplicações de inseticidas a baixo e a ultrabaixo volume, mas inaceitáveis em serviços a 30 litros/hectare, usando aeronaves de médio porte. Características da pista de pouso/decolagem - A pista utilizada em uma aplicação pode exercer papel limitante no aproveitamento da capacidade de carga do avião, influindo, assim, indiretamente no rendimento. O comprimento da pista, a natureza do solo, a altitude, a declividade e os obstáculos são os itens principais que definem o tipo de pista e sua influência no aproveitamento da capacidade de carga. Lembrando, novamente, que o que interessa, no cálculo da produtividade, é a capacidade de carga efetiva e não a capacidade de carga nominal. Distância entre pistas de pouso e frequência de deslocamento - Embora não influa no
rendimento em aplicação, este parâmetro repercute sobre o rendimento global, devendo ser considerado com atenção. Ele reflete sobre o percentual de horas não produtivas, o qual pode e deve ser minimizado pelo planejamento cuidadoso das operações e agrupamento das áreas de trabalho. Outros fatores Uma série de outros fatores influem no rendimento por hora voada. Entre eles alguns já citados: a) Voos de calibração, treinamento e experiência; b) Clima (temperaturas altas, por exemplo, podem limitar a carga paga do avião; c) Pessoal (capacitação e experiência); d) Planejamento.
RENDIMENTO POR “HORA DE SERVIÇO” Além dos fatores anteriormente analisados, que estimulam também o rendimento por hora voada, outros fatores juntam-se a eles, influindo no rendimento por hora de serviço (“hora corrida”). Dentre eles destacamos: Tempo de carregamento e reabastecimento - A área tratada ao final de um período de calendário (hora, dia, semana, mês, ano) é fortemente influenciada pelo tempo que a equipe de solo gasta para reabastecer/ carregar o avião. O tempo que o avião gasta no solo em tais operações é um tempo improdutivo, ainda que necessário, e deve ser abreviado. Este tempo é mais crítico, evidentemente, quanto maior o número de voos necessários para tratar uma determinada área (função da capacidade de carga
GRÁFICO 3
Velocidade de aplicação Carga Velocidade translado Distância pista Taxa de aplicação Tempo de curva Largura da faixa Comprimento da faixa
90MPH 600 litros 100MPH 10km 10l/ha 50 segundos 20 metros 1.500 metros
do avião, da taxa de aplicação e dimensões da área a tratar). (Gráfico 3) Interrupções devido ao clima - É comum, durante o dia, ocorrerem condições de temperaturas muito elevadas, umidade relativa muito baixa e/ou ventos muito fortes, que forçam a interrupção do serviço por várias horas, o que naturalmente influi na produtividade global, sendo, entretanto, de difícil previsão, daí não ser levada em conta nos cálculos matemáticos da produtividade. Interrupções para manutenção - Quando ocorrem com frequência, podem causar severas reduções da produção.
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Eduardo Araújo
Cada tipo de produto tem tempos diferentes de recarga e também de aplicação
PREVISÃO DA PRODUTIVIDADE A produtividade pode ser prevista usando fórmulas matemáticas, em que os parâmetros anteriormente descritos são as variáveis. Fórmulas como a do Box podem ser utilizadas para este fim. Como demonstrativo, vamos calcular o rendimento previsto por hora de voo, de uma aplicação com as seguintes variáveis: C (carga) = 600 litros Tx (taxa de aplicação) = 10 litros/hectare Dp (distância da pista) = 10km vt (velocidade de translado pista-lavoura) = 100MPH Lf (largura de faixa) = 20 metros va (velocidade de aplicação) = 90MPH Tc (Tempo de curva) = 50 segundos Cf (comprimento das faixas = 1.500 metros Ts (tempo no solo) = 10 minutos Substituindo-se os valores na fórmula do Box, teremos:
O resultado será R = 76,9 hectares por hora de serviço. Atribuindo-se o valor 0 (zero) à variável Ts, o resultado será R = 97,8 hectares por hora de voo (taxiamento incluído)
EMPREGO DAS FÓRMULAS As fórmulas acima são teóricas e, portanto, os resultados obtidos são os rendimentos máximos a esperar, os quais naturalmente sofrerão alterações na prática. Devem, portanto, os resultados ser usados com alguma reserva, para efeito de cálculos de preços, por exemplo. Normalmente o resultado final, após comparação com resultados práticos, deve ser corrigido por algum tipo de fator de correção. Entretanto, ainda que teóricas, as fórmulas podem ser de grande valia para calcular os efeitos da variação de um dos fatores (por exemplo, capacidade de carga, largura de faixa, distância da pista etc) sobre o rendimento, mantendo-se fixos os valores das demais variáveis. A comparação de rendimentos entre duas aeronaves de diferentes capacidades de carga, ve-
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locidades e largura de faixa e diferentes custos de aquisição, operação e manutenção é outra utilidade, inclusive para auxiliar na decisão de compra. Usando este método, é possível mostrar os resultados através de gráficos. (Gráficos 1 a 3). A fórmula do Box pode ser introduzida em uma “planilha eletrônica” de forma a automatizar e facilitar o processo, tornando-o rápido, inclusive para a construção dos gráficos, como os que ilustram este artigo. Abaixo, um exemplo típico de uma seção de planilha eletrônica programada para tal finalidade:
ANÁLISE Os gráficos a seguir, construídos utilizando
planilha baseada naquela fórmula, permitem visualizar os efeitos da alteração de qualquer uma das variáveis, fixando-se as demais. Note que os Gráficos 1 e 2 refletem o rendimento por hora de voo (tempo de carregamento desconsiderado = 0). O Gráfico 3 reflete o rendimento por hora de serviço, sendo atribuídos valores variáveis ao tempo de carregamento. Nos gráficos acima apresentamos apenas três exemplos. Outros gráficos podem ser construídos para espelhar o reflexo da variação das demais variáveis (largura de faixa, velocidade .M etc). Eduardo Cordeiro de Araújo, Agrotec Tecn. Agrícola e Indl. Ltda.
PREVISÃO DO RENDIMENTO TEÓRICO NA APLICAÇÃO
U
sando-se alguns dos principais fatores previsíveis descritos anteriormente é possível calcular matematicamente o rendimento teórico obtido em uma aplicação aeroagrícola. É bastante conhecida, para tal finalidade, a “Fórmula de Baltin”, que é assim expressa:
Em que: t = tempo por hectare (segundos) Tr = tempo ¦de carregamento e táxi (segundos) Q = taxa de aplicação (litros ou kg por metro quadrado) Qf = Carga de decolagem (litros ou kg) v = velocidade (metros por segundo) b = largura de faixa (metros) Tw = tempo de cada curva (segundos) L = comprimento médio da lavoura (metros) C = distância média entre as áreas (metros). Obs: Múltiplas áreas F = área média das lavouras (m2) a = distância média entre a pista e as áreas (metros) Fonte: Handbook for Agricultural Pilots. International Agricultural Aviation Centre The Hague. 1973 Tendo em vista adaptar-se às unidades de medida mais comumente usadas e às fases anteriormente descritas, podemos trabalhar com variações daquela fórmula, como a desenvolvida por Araújo E.C. (1976), a seguir reproduzida:
Em que: R= Rendimento = Produtividade (hectares/hora) C= Carga efetiva (kg ou litros) Tx = Taxa de aplicação (litros ou kg/hectare) Dp = Distância pista à lavoura (km) vt = Velocidade de translado Pista – lavoura (milhas/hora) Lf = largura de faixa efetiva (metros) va = Velocidade de aplicação (Milhas/ hora) Tc = Tempo de cada curva de retorno (segundos) Cf = comprimento médio das faixas (metros) Ts = Tempo no solo entre cada voo (minutos) 1,25 = constante de conversão 2,8 = constante de conversão 0,16 = constante de conversão 0,0167 = constante de conversão .M Embora a fórmula acima pudesse ser simplificada, preferimos deixá-la assim para efeitos didáticos. Note que cada grupo do denominador representa, respectivamente: o tempo de deslocamento pista-lavoura; o tempo gasto em aplicação efetiva; o tempo despendido em curvas e o tempo gasto no solo. Importante: se atribuirmos um valor maior que zero à variável “Ts”, o resultado será o rendimento por hora de serviço. Se atribuirmos valor zero a esta variável, o resultado será o rendimento por hora de voo (aí incluído o taxiamento).
Mais Alimentos
Vedetes da feira Impulsionado por linha de crédito governamental, segmento de tratores para a agricultura familiar promete alavancar vendas na 10ª edição da Expodireto Cotrijal
T
ratores de médio e pequeno porte são a grande promessa para sustentar as vendas de máquinas agrícolas no Brasil no primeiro semestre de 2009. Impulsionado por programas governamentais como o Mais Alimentos, o segmento ganha força e se transforma na fatia de mercado mais disputada pela indústria, em meio à turbulência econômica mundial, escassez de crédito e adversidades climáticas. É dentro deste contexto que o município de Não-Me-Toque, no Rio Grande do Sul, prepara a 10ª edição da Expodireto Cotrijal, evento que pretende movimentar R$ 300 milhões em negócios e atrair 160 mil visitantes. O aumento da participação do segmento da agricultura familiar no mercado de máquinas agrícolas reflete nas estatísticas. Dados da Associação Nacional de Veículos Automotores (Anfavea) apontam que a venda de tratores de roda no Brasil cresceu 17,7% em janeiro de 2009, em relação ao mesmo período do ano passado. Os modelos nacionais (financiáveis por programas governamentais como o Mais Alimentos) tiveram aumento de 23,6%, enquanto os importados despencaram 88,8%. A comercialização de colheitadeiras também encolheu (27,4%), puxada principalmente pela estia-
gem em regiões do Brasil e da Argentina. Mesmo sem precisar que percentual o programa representa na estimativa de alcançar R$ 300 milhões em negócios, o presidente da Expodireto Cotrijal, Nei Mânica, demonstra otimismo com os efeitos da linha de crédito sobre o evento. “O Mais Alimentos trouxe um incentivo bastante grande para o mercado de tratores que se enquadram neste segmento. Isso tem ajudado em outras feiras e certamente na Expodireto não será diferente”, avalia.
O QUE O PRODUTOR VAI ENCONTRAR NA FEIRA De olho nesta fatia de mercado as montadoras desfilarão os modelos disponíveis para atender ao segmento. O diretor de Marketing da Valtra, Jak Torretta, estima que 70% das vendas de tratores da marca na Expodireto serão através do Mais Alimentos. A empresa conta com seis modelos compatíveis com o programa: 585 de 50cv, 685 de 65cv, 785 de 75cv, BL 77 de 77cv e os dois modelos estreitos para fruticultura BF 65 de 65cv e BF 75 de 75cv. “Entre os mais vendidos temos os três modelos da família 85, sendo que o 785 é responsável por 78% das vendas do Mais Alimentos.” A tradição da marca e os custos de manutenção são a aposta para cativar a
Fruteiro BF 75, da Valtra, conta com motor Sisu Diesel 320DSR de três cilindros
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clientela da feira. “A Valtra tem 50 anos de Brasil, foi a primeira indústria de tratores a se instalar no País. Além disso, temos como diferencial o baixo custo de manutenção, com tratores robustos e confiáveis. A exemplo do grande produtor, quem adquire um trator pela primeira vez tem que buscar custos competitivos. No Brasil garanto que nossa marca tem o menor custo de manutenção, se considerados fatores como peças de reposição, durabilidade e consumo de combustível”, defende. O Valtra 585 é um trator de 47cv equipado com motor Simpson A3000 - T II 325 de três cilindros e caixa de câmbio de oito velocidades à frente e duas velocidades à ré, com tração nas quatro rodas, capacidade de levante hidráulico de 2.100kgf nos olhais de levante, direção hidrostática e estrutura de proteção contra capotagem (Rops). É indicado para aplicações agrícolas em pequenas propriedades, tais como preparo de solo, pulverização, plantio e serviços gerais. O modelo 685 é equipado com motor MWM D - 229 - 3 VA, 62cv, de três cilindros e caixa de câmbio parcialmente sincronizada de seis velocidades à frente e duas à ré, com tração nas quatro rodas, capacidade de levante hidráulico de 1.560kgf nos olhais de levante, direção hidrostática e estrutura de proteção contra capotagem (Rops). É indicado para as mesmas aplicações do mo-
Jak Torretta estima que 70% das vendas de tratores da Valtra ocorrerão via Mais Alimentos, na Expodireto
Presidente da Expodireto Cotrijal, Nei Mânica, está otimista com reflexos do programa na feira
delo anterior. Já com motorização maior, o modelo 785 tem 75cv MWM D - 229 - 4 VA de quatro cilindros e caixa de câmbio parcialmente sincronizada de nove velocidades à frente e três à ré ou 12 velocidades à frente e quatro à ré, com tração nas quatro rodas, capacidade de levante hidráulico de 2.600kgf nos olhais de levante, direção hidrostática e estrutura de proteção contra capotagem (Rops). O Valtra BF 65 Fruteiro tem motor Sisu Diesel 320DR de três cilindros de 60cv e caixa de câmbio parcialmente sincronizada de seis velocidades à frente e duas à ré, com
Paulo Kowalski lembra a presença forte de pequenos agricultores no Rio Grande do Sul
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tração nas quatro rodas, capacidade de levante hidráulico de 1.560kgf nos olhais de levante, direção hidrostática e estrutura de proteção contra capotagem (Rops). É indicado para operações em pequenas e médias propriedades, em culturas que exijam baixa altura e menor largura da máquina. O BF 75 Fruteiro vem equipado com motor Sisu Diesel 320DSR de três cilindros de 72cv e caixa de câmbio parcialmente sincronizada de nove velocidades à frente e três à ré ou 12 velocidades à frente e quatro à ré, com tração nas quatro rodas, capacidade de levante hidráulico de 1.560kgf nos olhais de levante, direção hidrostática e estrutura de proteção contra capotagem (Rops). O modelo também é indicado para operações em culturas que exijam máquinas baixas e estreitas. O BL 77 possui 77 cavalos, é equipado com motor da série 20, com três cilindros turboalimentado, com 3,3 litros. Conta com reserva de torque de 23,5%. A transmissão é puramente mecânica, evitando o uso de hidráulicos de baixa pressão. Conta com capacidade de levante de 3.300Kg.
JOHN DEERE A John Deere conta com o modelo JD 5603 (4x4), com motor de 75 cavalos. As características do estado gaúcho e os atributos do trator são a principal aposta da empresa para alavancar as vendas durante a Expodireto. “O Rio Grande do Sul é um estado com presença forte de pequenos produtores, empenhados em aumentar sua produtividade, e as condições do programa do Ministério de Desenvolvimento Agrário são muito favoráveis para esses agricultores”, lembra Paulo Kowalski, gerente de Vendas da John Deere. A tecnologia presente no modelo 5603 é o principal argumento da montadora para conquistar clientes. “A John Deere cadas-
trou no Programa Mais Alimentos um produto com uma especificação a mais do que as exigidas pelo programa. O trator 5603 tem transmissão sincronizada, com nove marchas à frente e três a ré. Com essa especificação, o agricultor vai obter melhor rendimento do equipamento, com maior facilidade de trabalho e conforto. A transmissão do 5603 oferece também alta durabilidade. Além disso, o trator conta com motor agrícola com baixo consumo de combustível, embreagem com disco cerametálico, com alta durabilidade e eficiência, e a TDPE, tomada de potência econômica independente”, frisa. O 5603 pode ser empregado em diversas culturas, como grãos e cereais, citros, café, frutas, hortaliças e legumes, pecuária, movimentação de cargas e transporte indus-
JD 5603 4x4, da John Deere, possui transmissão sincronizada, com nove marchas à frente e três à ré
“Impulsionado por programas governamentais como o Mais Alimentos, o segmento ganha força e se ” mundial” transforma na fatia de mercado mais disputada pela indústria, em meio à turbulência econômica mundial
O MF 265 conta com largura reduzida, o que facilita o trabalho em pomares e diminui os riscos de danos às plantas provocados pelo trator em operação
trial.
MASSEY FERGUSON A Massey Ferguson oferecerá os tratores MF 250, MF 265 e MF 275, com potência de 50cv a 75cv, inclusive com versões fruteiros. Embora evite arriscar estimativa de vendas, Everton Pezzi, analista de Marketing da Massey, admite que a expectativa é grande quanto ao desempenho dos tratores da marca, financiados pelo Mais Alimentos. “Esse segmento está crescendo forte e na Expodireto, vamos contar com o modelo 275 fruteiro, que é o trator que mais vende pelo programa”, lembra. Para fisgar os clientes, a montadora aposta também na tradição da marca e na rede de concessionários. “A Massey Ferguson é líder, com produtos mais robustos, de maior valor de revenda e manutenção mais econômica. O produtor pode contar com as vantagens de uma marca de tradição, através da maior rede de concessionários espalhada por todo o território brasileiro. São mais de 217 pontos de distribuição, que contam com equipes treinadas e especializadas.” O modelo MF 250 XE tem motor TIIS 325 de 50cv, com três cilindros de aspiração natural. Possui transmissão 8x2 deslizante e tomada de potência dependente, com rotação nominal de 540rpm. Trata-se da versão 4x4 com acionamento do eixo dianteiro lateral, bloqueio do diferencial automático e direção hidrostática. O sistema hidráulico tem controle mecânico e capacidade de levante de 2.100kgf.
O modelo MF 265 possui motor A4-3.9 de quatro cilindros com 65cv, de aspiração natural. Pode ser equipado com transmissão 8x2 deslizante ou 12x4 engrenamento constante. A tomada de potência é dependente, com rotação nominal de 540rpm, tração 4x4 com acionamento do eixo dianteiro lateral, bloqueio do diferencial automático e direção hidrostática. O sistema hidráulico possui controles mecânicos de posição, profundidade, reação, bombeamento constante e transporte, com capacidade de levante de 2.100kgf. Já o MF 275 conta com motor de 75cv A4-4.1, de quatro cilindros com aspiração natural. É possível optar pela transmissão 8x2 deslizante ou 12x4 engrenamento cons-
tante. Tomada de potência dependente, com rotação nominal de 540rpm e direção hidrostática. Possui tração 4x4 com acionamento lateral do eixo dianteiro e bloqueio do diferencial automático. O sistema hidráulico possui controle mecânico de posição, profundidade, reação, bombeamento constante e transporte com capacidade de levante de 2.100kgf. O controle remoto é independente, com uma válvula. Esses modelos são indicados para todas as operações agrícolas, de preparo da terra à pulverização e transporte de cargas. Os tratores compactos MF 265 F e MF 275 F são equipados com os motores A43.9 e A4-4.1 de quatro cilindros de aspiração natural, com 65cv e 75cv, respectiva-
Pedro Cazado Lima Filho, da Yanmar Agritech, lembra que o modelo 1155, de 55cv, está entre os mais vendidos no Rio Grande do Sul
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Linha TL da New Holland pode ser empregada em operações em pomares
mente. Estes modelos são versão 4x4, vêm com Estrutura de Proteção Contra Capotamento (EPCC) articulada, transmissão 8x2 e tomada de potência dependente, com rotação nominal de 540rpm. O sistema hidráulico tem acionamento mecânico e capacidade de levante de 2.100kgf, o controle remoto é independente, com duas válvulas. Esses tratores têm a sua largura reduzida, o que permite trabalharem dentro de pomares, passando entre plantas sem danificá-las.
YANMAR Aumentar em 20% o volume de vendas em relação ao ano passado por conta do Mais Alimentos. Essa é a meta da Yanmar Agritech para a Expodireto. A empresa dispõe de modelos que vão de motocultivadores até tratores de 75 cavalos. Os tratores 1145, de 39cv, e 1155, de 55cv, são os modelos da marca que mais vendem no Rio Grande do Sul, principalmente entre produtores de frutas. Pelas características da região onde ocorre a Expodireto, que demanda tratores com maior potência, a empresa aposta também em boas vendas para o 1175, de 75 cavalos. O diferencial de ofertar modelos exclusivos, a qualidade técnica dos equipamentos e o trabalho prévio da rede de concessionários, com dias de campo, demonstrações e testes dos produtos, são as principais ferramentas da Yanmar Agritech para alavancar as vendas. “Organizamos excursões de produtores para a feira e não tenho medo que cheguem no parque e resolvam optar pelo produto do concorrente. Com o Mais Alimentos o preço deixa de ser diferencial, porque todos se equivalem. O que muda mesmo é o relacionamento com o cliente e
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a qualidade do produto. Temos tratores compactos, versáteis, de baixo consumo de combustível e de manutenção, com vantagens como a tração exclusiva, blindada, sem desgaste prematuro de peças”, defende Pedro Cazado Lima Filho, gerente de Marketing e de Pós-vendas da Yanmar Agritech. Entre os modelos da marca estão motocultivadores (microtratores), destinados à horticultura, a frutas, ao café, exclusivos para pequenas propriedades e usados também como carreta para transporte. O TC12, conta com motor de 11cv diesel refrigerado a água. Já o TC14, conta com motor de 14cv diesel refrigerado a água. Ambos possuem enxada rotativa como opcional. Ainda para aplicações em pequenas propriedades, em áreas de fruticultura, horta-
Marcos Arbex, da NH, estima que 50% das vendas de tratores da marca ocorrerão através do Mais Alimentos
liça, café e pecuária, a empresa dispõe de mais cinco modelos. O trator 1030D, com tração 4x4, tem motor de 26,5cv diesel, TDF de 17cv a 540rpm, transmissão de oito velocidades à frente e duas à ré, direção hidrostática e levante hidráulico de 850kg, categoria I. O 1050DT tem tração 4x4, motor de 50cv turbo diesel, TDF de 41,5cv a 540rpm, transmissão de oito velocidades à frente e duas à ré, direção hidrostática e levante hidráulico de 850kg. categoria I. O 1145-4, possui tração 4x4, motor de 39cv diesel, TDF de 31cv a 540rpm, transmissão de oito velocidades à frente e duas à ré, direção hidrostática e levante hidráulico de 850kg. categoria I. O 1155-4 tem tração 4x4, motor de 55cv diesel, TDF de 45,6cv a 540rpm, transmissão de oito velocidades à frente e duas à ré, direção hidrostática e levante hidráulico de 850kg. categoria II. O 1175-4 tração 4x4, motor de 75cv e 16 válvulas diesel, TDF de 59cv a 540rpm, transmissão de 12 velocidades à frente e três à ré, direção hidrostática e levante hidráulico de 2.000kg. categoria II.
NEW HOLLAND A New Holland espera que 50% das vendas de tratores na Expodireto sejam através do Mais Alimentos. “O Rio Grande do Sul é o estado que mais se destaca dentro do programa, portanto a expectativa é muito positiva”, afirma Marcos Arbex, gerente de Vendas de Especiais da New Holland. Para alavancar a comercialização a empresa vai contar com espaço exclusivo para o programa. “A ideia deste espaço é mostrar os diferenciais dos tratores New Holland dentro do programa, como por exemplo o TL75 Exitus, mais vendido do Brasil, que possui plataforma do operador, transmissão sincronizada 12x4, tomada de força independente, duas válvulas de controle remoto e rotação da tomada de força sincronizada com a velocidade do equipamento”, explica. A montadora conta com os modelos TT3840, TT3840F, TT3880F, TL60E e TL75E TT3840, TT3840F, TT3880F, TL60E e TL75E. Da linha TT, fazem parte os tratores T T3840, T T3840F e TT3880F, que vêm com trombetas do eixo traseiro reforçadas, arco de segurança rebatível, tração nas quatro rodas, transmissão nas opções 8x2 e 12x3 com super-redutor e grande reserva de torque. Os modelos TT3840F e TT3880F são as versões estreitas da linha, possuem largura de 1,45 metro (40 centímetros a menos que o trator TT convencional).
“Todos os modelos são indicados para aplicações em pequenas propriedades em operações de preparo da terra, pulverização, plantio e pequenas cargas ” cargas”
O QUE É
O
Pronaf Mais Alimentos é uma linha de financiamento do Governo Federal que integra o Plano Safra 2008/2009. Com recursos da ordem de R$ 13 bilhões destinados à agricultura familiar, pretende beneficiar um milhão de pequenos produtores até 2010. A linha de financiamento para tratores, motocultivadores, equipamentos e implementos agrícolas concede crédito de até R$ 100 mil a produtores com renda bruta de até R$ 110 mil. O prazo de pagamento é de até dez anos, com carência de três anos e juro de 2% ao ano.
Agrale 4118.4 é um dos modelos da marca que se enquadram nos requisitos do Mais Alimentos
A linha TT tem aplicação em pequenas propriedades no preparo de solo e transporte com carretas, entre outras atividades. Os dois modelos na versão estreita são projetados para o trabalho em culturas que exigem máquinas de pequenas dimensões, como frutas e café. Já a linha TL, com os modelos TL60E e TL75E, é equipada com motores MWM-International, fabricados no Brasil, de 62cv no TL60E e 75cv no TL75E. As máquinas vêm com sistema Lift-O-Matic, que permite trabalhar com o implemento no terceiro ponto com apenas um toque no painel durante as manobras, mantendo o ritmo do trabalho. A tração dianteira de aci-
onamento eletro-hidráulico e a tomada de força independente são alguns dos diferenciais.
OPÇÃO FORA DA FEIRA A Agrale não participa da Expodireto, mas dispõe de cinco modelos para financiamento no Plano Safra Mais Alimento, com motorizações de 15cv a 30cv. O modelo 4100 vem equipado com motor M93, de 15cv, 668 cilindradas, refrigerado a ar, embreagem monodisco a seco e transmissão com sete marcas à frente e três à ré, acionamento mecânico do bloqueio do diferencial. Possui sistema hidráulico com vazão de 13,75l/min, engate de três pontos
padrão Agrale com capacidade de levante de 440kg, direção mecânica ou hidrostática e freios com sapatas expansíveis e acionamento independente ou conjugado. O modelo 4100.4 possui as mesmas características, com a diferença de ter tração nas quatro rodas. O modelo 4118.4 possui motor M95W vertical, de 18cv a 3.000rpm, 744 cilindradas, com refrigeração a água mediante circulação forçada. A embreagem é tipo monodisco seco 180mm e transmissão com sete marchas à frente e três à ré, bloqueio de diferencial com acionamento mecânico por alavanca auxiliar. O sistema hidráulico possui vazão de 25,8l/ min, engate de três pontos categoria Agrale, com capacidade de levante de 440kg. Possui direção hidrostática e freios com sapatas expansíveis e acionamento independente ou conjugado.
Com 30cv de potência, o modelo 4230.4 possui motor M790 de dois cilindros verticais em linha, de 1.200 cilindradas, refrigeração a ar, com turbina incorporada ao volante. A embreagem é tipo monodisco seco de 180mm e transmissão com seis marchas à frente e três à ré, sendo que o bloqueio do diferencial possui acionamento mecânico por pedal de retrocesso automático. O sis-
tema hidráulico possui vazão de 25,8l/min, engate de três pontos categoria I, com capacidade de levante de 650kg. A tomada de potência possui rotação nominal de 540rpm a 2.870rpm no motor. A direção deste modelo é hidrostática e os freios são com sapatas expansíveis e acionamento independente ou conjugado. O modelo 4230.4, também disponível no financiamento, tem as
mesmas características do 4230, além da tração 4x4. Todos os modelos são indicados para aplicações em pequenas propriedades em operações de preparo da terra, pulverização, plantio e pequenas cargas. Devido às pequenas altura e largura, os modelos são indicados também para operações em culturas que exi.M jam tratores com essas características.
Tabela tratores Mais Alimentos no Rio Grande do Sul Tipo Potência 11cv Motocultivador motorizado sem rotativa 11cv Motocultivador motorizado com rotativa 14cv Motocultivador motorizado sem rotativa 14cv Motocultivador motorizado com rotativa Trator 4x2 15cv
15cv
Trator 4x4
18cv
Trator 4x4
26cv
Trator 4x4
30cv
Trator 4x2
30cv
Trator 4x4
39cv
Trator 4x4
50cv
Trator 4x4
65cv
Trator 4x4
75cv
Trator 4x4
Descrição Motor diesel refrigerado a água de 11cv de potência a 2.400rpm. Com duas rodas, caixa de transmissão com seis velocidades avante e três à ré. Com sistema de engate rápido de implementos, regulagem de bitola contínua e eixo sextavado. Sem enxada rotativa. Motor diesel refrigerado a água de 11cv de potência a 2.400rpm. Com duas rodas, caixa de transmissão com seis velocidades avante e três à ré. Com sistema de engate rápido de implementos, regulagem de bitola contínua e eixo sextavado. Equipado com enxada rotativa. Motor diesel refrigerado a água de 14cv de potência a 2.400rpm. Com duas rodas, caixa de transmissão com seis velocidades avante e três à ré. Com sistema de engate rápido de implementos, regulagem de bitola contínua e eixo sextavado. Sem enxada rotativa. Motor diesel refrigerado a água de 14cv de potência a 2.400rpm. Com duas rodas, caixa de transmissão com seis velocidades avante e três à ré. Com sistema de engate rápido de implementos, regulagem de bitola contínua e eixo sextavado. Equipado com enxada rotativa. Trator agrícola de quatro rodas, tração 4x2, com 14,7cv de potência. Transmissão com sete marchas à frente e três à ré, tomada de força, pneus dianteiros 400x15 e pneus traseiros 8,3/8x24 R1. Plataforma de operação aberta com estrutura de segurança e toldo, levante hidráulico de três pontos completo, barra de tração e contrapeso dianteiro. Trator agrícola de quatro rodas, tração 4x4, com 14,7cv de potência. Transmissão com sete marchas à frente e três à ré, tomada de força, pneus dianteiros 650/80x12 e pneus traseiros 8,3/8x24 R1. Plataforma de operação aberta com estrutura de segurança e toldo, levante hidráulico de três pontos completo, barra de tração e contrapeso dianteiro. Trator agrícola de quatro rodas, tração 4x4, com 18cv de potência. Transmissão com sete marchas à frente e três à ré, tomada de força, pneus dianteiros 650/80x12 e pneus traseiros 8,3/8x24 R1. Plataforma de operação aberta com estrutura de segurança e toldo, levante hidráulico de três pontos completo, barra de tração e contrapeso dianteiro. Trator agrícola de quatro rodas, tração 4x4, 26,5cv de potência e tração 4x4. Transmissão com oito velocidades avante e duas à ré. Pneus dianteiros 4.00x16 e traseiros 9.5x24 R1. Sistema hidráulico com capacidade de levante com 850 quilos, categoria I. Com estrutura de segurança e toldo, controle de ondulação e posição, embreagem simples, direção hidrostática e contrapeso dianteiro. Trator agrícola de quatro rodas, com 30cv de potência e tração 4x2. Transmissão com seis marchas à frente e duas à ré. Tomada de força, pneus dianteiros 600x16 e pneus traseiros 9,5x24 R1. Plataforma de operação aberta com estrutura de segurança e toldo, levante hidráulico de três pontos completo, barra de tração e contrapeso dianteiro. Trator agrícola de quatro rodas, com 30cv de potência e tração 4x4. Transmissão com seis marchas à frente e duas à ré. Tomada de força, pneus dianteiros 7,5 Lx15 R1 e pneus traseiros 9,5x24 R1. Plataforma de operação aberta com estrutura de segurança e toldo, levante hidráulico de três pontos completo, barra de tração e contrapeso dianteiro. Trator agrícola de quatro rodas, 39cv de potência e tração 4x4. Transmissão com oito velocidades à frente e duas à ré. Pneus dianteiros 4.00x16 e pneus traseiros 9.5x24 R1. Sistema hidráulico com capacidade de levante com 850 quilos, categoria I. Com estrutura de segurança e toldo, controle de ondulação e posição, embreagem simples, direção hidrostática e contrapeso dianteiro. Trator agrícola de quatro rodas, 50cv de potência e tração 4x4. Transmissão com oito marchas à frente e duas à ré, com tomada de força. Pneus dianteiros 8.0-18 R1 e pneus traseiros 14.9-24 R1. Plataforma de operação aberta com estrutura de segurança e toldo. Levante hidráulico de três pontos completo, com barra de tração e contrapesos dianteiros. Para tratores com aplicações específicas (frutas e café), os pneus dianteiros são 7.0-18 R1. Trator agrícola de quatro rodas, 65cv de potência e tração 4x4. Transmissão com seis marchas à frente e duas à ré, com tomada de força. Pneus dianteiros 9.5-24 R1 e pneus traseiros 14.9-24 R1. Plataforma de operação aberta com estrutura de segurança e toldo. Levante hidráulico de três pontos completo, com uma válvula de controle remoto, barra de tração e contrapesos dianteiros. Para tratores com aplicações específicas (frutas e café), os pneus dianteiros são 7.0-18 R1. Trator agrícola de quatro rodas, 75cv de potência e tração 4x4. Transmissão com oito marchas à frente e duas à ré, com tomada de força. Pneus dianteiros 9.5-24 R1 e pneus traseiros 14.9-24 R1. Plataforma de operação aberta com estrutura de segurança e toldo. Levante hidráulico de três pontos completo, com barra de tração e contrapesos dianteiros. Para tratores com aplicações específicas (frutas e café), os pneus dianteiros são 7.0-18 R1.
• Valores válidos para não contribuintes de ICMS; Fonte: Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA)
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Preço R$ 11.626,56 R$ 14.336,96 R$ 15.030,80 R$ 18.589,97 R$ 27.933,96
R$ 35.564,63
R$ 38.321,14
R$ 44.652,72
R$ 42.696,27
R$ 47.240,26
R$ 50.908,62
R$ 54.658,03
R$ 68.591,68
R$ 73.547,64
“O aumento da participação do segmento da agricultura familiar no mercado de máquinas agrícolas reflete nas estatísticas”
MAIS IMPLEMENTOS E EQUIPAMENTOS AGRÍCOLAS
O
Plano Safra Mais Alimentos conta também com uma linha de crédito específica para financiar equipamentos e implementos agrícolas. Um acordo entre Governo Federal, Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) e Sindicato das Indústrias de Máquinas e Equipamentos Agrícolas do Rio Grande do Sul (Simers), concede descontos médios de 15% nos preços de fábrica de equipamentos e implementos agrícolas. Os preços disponibilizados no programa são o máximo estabelecido por produto. Os valores, assim como os tratores e motocultivadores, variam de estado para estado porque sobre eles incidem frete e ICMS. As especificações técnicas que excedam às listadas nos catálogos são de responsabilidade do fabricante e não configuram outra categoria, o que implica a manutenção do preço estabelecido. Da mesma forma, qualquer acessório pode ser negociado entre o agricultor familiar e o concessionário. Fazem parte desta longa lista de im-
plementos: desde enxadas rotativas até pulverizadores que se enquadrem na faixa de preço. A lista completa de implementos está disponível no site do MDA (http:// comunidades.mda.gov.br/principal/equipamentos-mais-alimentos). Para acessar, o produtor precisa escolher o estado onde vai efetuar a compra e depois optar pelas máquinas nas categorias Cereais, Frutas, Café, Cana, Mandioca, Hortaliças, Leite ou Utilitários.
PASSO A PASSO Para adquirir equipamentos e implementos agrícolas através deste projeto, o produtor precisa ter a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) e procurar a entidade de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) do seu município, onde será elaborado o projeto. Os técnicos avaliarão os dados cadastrais e a viabilidade do seu projeto, além da capacidade de crédito junto ao agente financeiro que opera com o Pronaf na região, que autorizará a compra. Superada esta etapa, basta procurar o concessionário que
comercializa o equipamento ou implemento agrícola escolhido e encaminhar o pedido. Concluída a negociação, é necessário retornar à entidade de Ater para encaminhar o pedido, que será parte do projeto que vai para o agente financeiro. Com a informação dos dados referentes ao bem financiado em mãos, o agente financeiro preenche o instrumento de crédito e formaliza a operação de crédito e o fabricante processa o faturamento, emite a nota fiscal e providencia o transporte do produto até o concessionário, que encaminhará a nota fiscal ao produtor e promoverá a entrega do bem.
Coopavel 2009
Divulgação
Sem crise
Superando as expectativas de organizadores e expositores, o Show Rural da Coopavel bateu recorde de público e apresentou as primeiras novidades do setor agrícola para 2009
A
pesar de iniciar com clima de desconfiança entre os expositores e participantes, o Show Rural Coopavel 2009 superou as expectativas e amenizou os efeitos do fantasma da crise, que pairava sobre o setor agrícola neste início de ano. Contrariando algumas projeções mais pessimistas, a feira emplacou, segundo seus organizadores, o maior público em suas 21 edições. Foram 193.108 visitantes de vários cantos do Brasil e do mundo, número superior ao ano de 2008, que foi de 180.729 pessoas. A meta inicial, segundo o presidente da Coopavel Dilvo Grolli, era de 140 mil visitantes e foi superada, assim como as previsões de vendas também foram além das expectativas, com um crescimento 20% em relação ao evento anterior. Este ano foram 325 expositores e mais de 3,5 mil profissionais do setor agropecuário. Atenta às novidades, a Cultivar Máquinas destaca os principais produtos lançados no Show Rural edição 2009.
NEW HOLLAND A New Holland apresentou duas novi-
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dades, o TT4030 Standard, com 75cv de potência, e a forrageira autopropelida FR9000. Com motor New Holland, o novo trator é indicado para trabalhos em pequenas e médias propriedades, podendo ser usado no preparo do solo, plantio, cultivo, pulverização, transporte e tração de implementos e colhedoras forrageiras, entre outros, aplicado em todas as culturas. Já a FR9000 chega ao mercado brasileiro ostentando prêmios internacionais. No ano passado ganhou o prêmio de Máquina do Ano 2008, na Agritechnica, na Alemanha. Também foi premiada na Fima, na Espanha, como Novidade Técnica Destacada com o Sistema Turbo CompoundTM e Novidade Técnica com o Sistema VariflowTM. A cabeça de corte da FR9000 é até 15% maior e até 30% mais larga, comparada às outras forrageiras. É composta por camadas de 8, 12 ou 16 facas que asseguram maior capacidade e qualidade nos mais diferentes comprimentos de corte. Uma linha de corte mais larga, além de aumentar a capacidade de colheita, reduz a espessura da camada de colheita e suaviza a ação de cor-
te. O exclusivo sistema de reposicionamento de acelerador VariflowTM economiza energia na descarga, reduzindo custos de operação, e o sistema Power CruiseTM adapta automaticamente a velocidade em relação ao solo.
CASE IH A Case IH apresentou quatro novos tratores. A Farmall é a nova linha de tratores de menor porte, para atender pequenas propriedades. Em duas diferentes versões, os tratores contam com motores Case IH de 3,9 litros, quatro cilindros e bomba injetora rotativa. O modelo Farmall 80 tem motor de 80cv com aspiração normal, enquanto o modelo Farmall 95 oferece motor de 95cv de potência e vem equipado com turbo e reserva de torque de 33%. A transmissão desta linha é mecânica e sincronizada, com 12 velocidades à frente e 12 à ré. O sistema hidráulico de centro aberto proporciona uma vazão de 51,7 litros/minuto, com duas válvulas de controle remoto. O sistema oferece também grande capacidade de levantamento – até 2.700kg a 610mm do olhal –
“Contrariando algumas projeções mais pessimistas, a feira emplacou, segundo seus organizadores, o maior público em suas 21 edições ” edições” Fotos Cultivar
A FR9000, destaque no estande da New Holland, chega ao Brasil com diversos prêmios internacionais
e engate de três pontos com sensor mecânico de engate inferior. A Case IH também ampliou sua linha de tratores Maxxum, lançando os modelos Maxxum 110, de 110cv de potência, e Maxxum 125, de 125cv de potência. Os dois são oferecidos nas versões cabinada e plataformada, com motor Case IH turbo-intercooler e potência de 110cv (Maxxum 110) e 125cv (Maxxum 125) e transmissão mecânica 12x12 com inversor e opção de super-redutor (creeper).
MASSEY FERGUSON A Massey Ferguson apresentou a nova série 7100 de tratores de alta rentabilidade, com potência entre 140cv e 180cv. A série 7100, com quatro modelos, foi totalmente projetada no Centro de Tecnologia da empresa no Brasil. Os modelos MF 7140, MF 7150, MF 7170 e MF 7180 são indicados para trabalhos que exigem precisão e eficiência em grandes áreas. A nova série traz novo design, mais arrojado que os modelos anteriores e alinhado com o atual padrão internacional da Massey Ferguson. O câmbio é sincronizado
A linha Farmall terá duas versões diferentes, com 80cv e 95cv, ampliando a faixa de potência da Case IH
com 12 velocidades à frente e cinco à ré e possui excelente escalonamento de marchas na faixa de trabalho. Os motores que equipam a linha são AGCO Sisu Power, mundialmente reconhecidos por seu desempenho, o controle remoto de centro fechado com 138l/min e o sistema de três pontos com controle eletrônico de alta capacidade de levante, conferem maior desempenho e versatilidade de uso para esses tratores. Os modelos cabinados da nova série podem ser configurados com sistema de direcionamento automático Auto-Guide, que guia a máquina de forma automática na trajetória desejada, mantendo uma distância constante entre uma passada e outra. A linha de implementos da empresa também ganhou mais reforços com a Plantadeira e Semeadeira Múltipla MF 621 e o MF 2013, distribuidor duplo a disco, para sementes e fertilizantes, e tem capacidade de 1.300 litros, acionamento mecânico ou hidráulico, reservatório em material polimérico e distribuição com largura de 18 a 36 metros, ajustável, por exemplo, à largura da barra dos pulverizadores, reduzindo o índice de amassamento na lavoura.
A Semeadeira MF 621L complementa a linha de semeadoras MF 600L, que está disponível com modelos de quatro a dez linhas para culturas de verão e 21 linhas para culturas de inverno. Possui reservatório em material polimérico anticorrosivo, atendendo as normas de segurança para os operadores. Ela possui sulcador desarme-arme, sulcador afastado e disco duplo para deposição de fertilizante e a dosagem de sementes por sistema de “pipoqueira”, além de opcionais como limitador de profundidade no adubo e caixa de sementes finas para plantio de pastagens.
VALTRA A Valtra apresentou o novo trator BH 205i e o sistema de ATS de Agricultura de Precisão. O BH 205i, de 210cv, é o mais novo modelo da Geração II, voltado para atividades que exigem alta potência e maior desempenho. Esse modelo foi desenvolvido para atender à demanda dos clientes, possui Intercooler que aumenta o desempenho e a eficiência dos motores, reduzindo em até 5% o consumo de combustível e diminuindo a emissão de gases poluentes e aumentando a força, o torque e a vida útil do motor.
A linha de implementos da Massey ganhou reforço com a Semeadeira Múltipla MF 621 e o distribuidor MF 2030. A linha de tratores também ganhou reforços de peso, com os modelos MF 7140, MF 7150, MF 7170 e MF 7180, da série 7100
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A John Deere apresentou a colheitadeira 9570 STS com tecnologia Super-Rotor e o trator estreito John Deere 5425N para pequenas propriedades
O sistema ATS – Advanced Technology Solutions, atende a três nichos especiais: agricultura de precisão, controle e gerenciamento de máquinas, permitindo por exemplo, desde o gerenciamento da frota até gerenciamento agronômico da propriedade agrícola. O sistema já está disponível em diversas máquinas da empresa.
JOHN DEERE A John Deere teve como principal destaque o lançamento da colheitadeira 9570 STS, que complementa a família de colheitadeiras STS, com a tecnologia do Super-Rotor, fabricadas no Brasil. Nos modelos STS, as operações de trilha, separação e limpeza são realizadas em um único rotor. Esse modelo também pode vir com piloto automático integrado e monitor com mapa de colheita, produtos do sistema AMS, instalados na fábrica ou no campo. Outro destaque foi para o lançamento do trator John Deere 5425N Estreito, projetado para atender às necessidades do trabalho na
fruticultura e lavouras de café, ele tem motor de 78cv e dimensões compactas. Sua largura, de até 1,4 metro, facilita as operações entre as linhas dos pomares. A transmissão é sincronizada, tendo nove marchas à frente e três marchas à ré (TSS). O eixo traseiro tem redução final tipo planetária com bloqueio do diferencial acionado mecanicamente através de pedal. Possui tomada de potência econômica (TDP/ETDP) de acionamento independente (mecânico, sem a necessidade de parar o trator) com 540rpm a 2.400rpm e 540rpm a 1.750rpm no motor (econômica). A direção é hidrostática com uma bomba exclusiva e o sistema hidráulico aberto com bomba de engrenagem, que tem uma vazão total de 85 litros por minuto, sendo 60,2 litros por minuto no levante hidráulico e 24,9 na direção. Ajuste de profundidade do implemento e sensibilidade, permitindo precisão na regulagem. A John Deere também destacou o pulverizador autopropelido 4730 e a enfardadora cilíndrica 568.
A linha completa de tratores para agricultura familiar esteve exposta no estande da Agrale
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AGRALE A Agrale destacou os modelos destinados à agricultura familiar e adequados ao Programa Mais Alimentos do Governo Federal. A linha 4000 da Agrale atende às necessidades dos pequenos produtores rurais, com baixo custo de manutenção e operação. Com design arrojado, os tratores têm potência de 15cv a 30cv, tração 4x2 ou 4X4, direção hidrostática e são equipados com tomada de potência, barra de tração e sistema hidráulico completo de três pontos, que permite a utilização de diversos implementos. Os tratores de médio e grande portes da Agrale também foram expostos. A linha 5000, de tratores médios, possui potência entre 75cv e 85cv e transmissão Side Shift, com alavanca de câmbio localizada na lateral para facilitar as trocas de marchas e proporcionar maior conforto ao operador. Na linha 6000, o destaque será o modelo BX 6180, o mais potente da Agrale. Com motor MWM de 168cv de potência e levante hidráulico, o BX 6180 é ideal para médios e grandes produtores, prin-
O modelo 1175 foi o destaque da Yanmar, também com foco em agriculturas de pequeno e médio porte
“A meta inicial, segundo o presidente da Coopavel Dilvo Grolli, era de 140 mil visitantes e foi superada, assim como as previsões de vendas também foram além das expectativas ” expectativas” Fotos Cultivar
Semeadora de grãos graúdos pantográfica Sol Master para sete até 15 linhas, da Semeato
cipalmente para as culturas de grãos e à canade-açúcar. Robusto, garante alta produtividade na lavoura com baixo consumo de combustível e pode ser usado em diferentes aplicações durante todo o ano.
YANMAR A Agritech Lavrale, fabricante de tratores agrícolas Yanmar Agritech, apresentou sua linha de tratores para agricultura familiar, com destaque ao trator 1175, um projeto totalmente nacional, desenvolvido e fabricado pela Agritech. “Atualmente 75% da nossa produção é destinada ao Programa Mais Alimentos. Nosso objetivo é manter essa média e crescer 10% este ano”, completa Watanabe. Segundo o gerente de Vendas, a empresa cresceu 20% em 2008, contrariando todas a expectativas e a crise mundial. Toda a linha Yanmar Agritech está apta a utilizar biocombustível B5. “Nossos tratores
Com foco no Plano Mais Alimentos, a Miac destacou a colhedora de milho, amendoim e feijão, FZ Múltipla
foram desenvolvidos especialmente para a utilização em terrenos menores. São mais leves e por conta disso não compactam o solo, além de serem bastante econômicos e indicados para diversas culturas”, completa Watanabe.
KUHN METASA A Kuhn Metasa destacou a SDM, Semeadora Mecanica Rebocada especializada em plantio direto, que em sua versão Múltipla pode ser utilizada em duas versões de plantio: grãos finos e grãos grossos. A SDM pode ser configurada com chassi monobloco, cabeçalho móvel, reservatórios duplos em fibra de vidro, transmissão por recâmbio de engrenagens, rodados articulados, linhas de plantio pantográficas, distribuição dos grãos finos através do rotor acalandrado helicoidal e para grãos grossos através do sistema de disco alveo-
lado, distribuição de adubo por eixo rotativo com rosca sem-fim, sulcador da semente com Discos Duplos Defasados, limitador de profundidade e sistema hidráulico com cilindro escravo em série. Como opcionais possui caixa de pastagem, marcador de hectare, marcador de linhas, kit grãos grossos, carro transportador e linhas adicionais. A SDM pode ser encontrada na versão múltipla 2213/15 a 2227/29, versão arrozeira 2217/19A a 2227/29A e versão adensada 2217/23 AD a 2223/31 AD.
SEMEATO A Semeato deu destaque para sua semeadora de grãos graúdos pantográfica Sol Master, máquina versátil e de fácil regulagem. Ela possui reservatório de semente individual por linha (bujão) e sistema de guilhotina unilateral, que proporciona maior fluxo de palha entre as linhas. Os discos de cor-
Fotos Cultivar
A Kuhn Metasa apresentou a semeadora mecânica rebocada SDM para grãos graúdos e finos
te podem ser configurados com discos de 18” a 22”, as rodas limitadoras possuem duplo posicionamento, junto com disco ou afastado dele, além de ter ângulo de abertura e fechamento. O sistema de corte possibilita utilização de facão afastado com disco de corte, triplo disco e guilhotina unilateral. O sistema de linha pantográfica é movido por eixos cardãs. Este modelo pode ser adquirido com versões de sete a 15 linhas.
MIAC A MIAC destacou a FZ Múltipa, uma colhedora de milho que também recolhe e trilha amendoim e feijão. A FZ, quando configurada para feijão, recolhe uma leira ou seis linhas de feijão sem necessidade de mão-de-obra para abastecê-la. Configurada com plataforma de milho, ela tem um corte regulável através de controle remoto e colhe e trilha uma ou duas linhas por vez. Trabalha acoplada na barra de tração e a transmissão mecânica é acionada por TDP em 540rpm, exigindo tratores com pelo menos 70cv de força e duas válvulas de controle remoto.
Novo integrante da linha de pulverizadores autopropelidos da Montana, o Boxer, tem barras de 21 metros e capacidade para 1.500 litros
GTS A GTS lançou a transportadora de plataformas Transpor 300, que possui suspensão com molas planas, perfil de apoio com ângulo de inclinação ajustável em várias posições, estrutura modulada, ajustável ao tamanho da plataforma, permitindo o transporte de até duas plataformas por vez. Possui sistema de apoio com ampla área de acomodação, que não danifica os esquis de nylon da plataforma de corte. Possui rodado duplo de aro 16, sendo que o rodado dianteiro possui engate que permite maior estabilidade e segurança no transporte, evitando risco à plataforma. Com dimensões de 2,15m de largura e comprimento ajustável entre 11m e 14m, a Transpor tem capacidade para transportar plataformas de corte de 19 a 35 pés ou plataformas de milho de quatro a 20 linhas.
MONTANA A Montana apresentou o Boxer, mais novo integrante da família de pulverizadores autopropelidos da empresa. Com motor MWM de 115cv, turbinado, o pulverizador vem com barras de 21 metros e tanque em
polietileno com capacidade para 1.500 litros. Apesar de ter uma construção mais simples do que os demais integrantes da família, o Boxer vem com suspensão pneumática, freios a disco com acionamento hidráulico nas quatro rodas, transmissão 4x4 mecânica com cinco velocidades à frente e uma à ré. Possui misturador de produtos e lava-frascos com capacidade de 20 litros. A cabine vem com ar condicionado, direção hidrostática, comando eletro-hidráulico de barras, comando elétrico de pulverização e computador de bordo como item opcional.
FANKHAUSER A Fankhauser destacou sua plantadoraadubadora 5045 com versões de nove a 16 linhas de plantio. Ela possui rodas limitadoras largas, discos de corte de 20” instalados em braço do tipo garfo, distribuidor de semente mancalizado com rolamento, pantógrafo largo e robusto para aumentar a eficiência em terrenos ondulados, transmissão de sementes por eixo cardã, marcador de linhas com pistão hidráulico e sistema de distribui.M ção de sementes pneumático.
No estande da Fankhauser, o destaque foi para a plantadora-adubadora 5045, além de semeadoras da empresa argentina Agrometal, com quem a empresa fechou recente parceria
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Centerline 230BP
Centerline 230BP O gerenciamento automático das seções de barra, aliado ao novo sistema Clear Path Teejet Technologies, faz do Centerline® 230BP uma ferramenta de precisão atual para operações em lavouras uso no mercado nacional chamado de sistema E-Diff e também comparado com o sistema Waas utilizado na América do Norte, fica claro que a precisão é a mesma em todos os sistemas.
SEÇÕES DE BARRA
A
Teejet Technologies, empresa focada em tecnologia de aplicação, lançou recentemente seu mais novo equipamento GPS de orientação, o GPS Centerline® 230BP, que destacaremos nesta Ficha Técnica. O equipamento traz a nova tecnologia Clear Path, sistema adotado recentemente pela Teejet Technologies que utiliza um sofisticado processo de combinação de códigos para obter um posicionamento do GPS de alta qualidade, e maior precisão, mesmo em locais de baixa cobertura de satélites. Isso resulta em menos erros de direção e dirigibilidade para o operador e fornece uma excelente precisão na orientação linha após linha, necessária para a maioria das operações na agricultura.
CONSOLE Construído em um console robusto e
compacto com 180 x 140mm, o Centerline® 230BP possui um display luminoso de 36 x 68,5mm que facilita as operações de orientação, inclusive noturnas, onde podem ser observadas durante a operação, informações de linha de aplicação, distância da linha de referência, velocidade de avanço, estrada virtual, número de seções em operação, área aplicada total e parcial. O console é fixado na parte interna da cabine por meio de uma ventosa de segurança, para que o operador tenha a melhor visibilidade possível do equipamento.
O Centerline® 230BP, através da utilização de um cabo especial para conexão com um controlador de vazão, pode gerenciar a abertura e o fechamento das várias seções de barra do pulverizador, suportando até 15 seções. Este recurso evita a sobreposição da aplicação de defensivos em áreas que já foram aplicadas, gerando assim uma economia no gasto com o defensivo, além de evitar fitotoxidade e reduzir os riscos ambientais. O controle da sobreposição pode ser regulado pelo
PRECISÃO Diversos testes de campo já foram efetuados no Brasil e no exterior comprovando que a precisão real do sistema encontra-se entre 0 a 50cm entrelinhas, trabalhando na maior parte do tempo entre 0 e 15cm. O sistema Clear Path foi comparado ao sistema já em
O controle de sobreposição pode ser regulado pelo operador de acordo com a necessidade de sobreposição, de 0%, 50% ou 100%
O controlador de vazão pode gerenciar a abertura e o fechamento de até 15 seções
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nhas retas baseadas em uma linha de referência A-B. A linha original A-B é utilizada para calcular todas as outras linhas paralelas. Marque o ponto A e dirija executando a primeira faixa de aplicação. Marque o ponto B para estabelecer a linha no final da faixa de aplicação. A orientação por curva A-B é similar à orientação em reta A-B, exceto que neste caso a referência é uma curva. É necessário marcar o ponto A e dirija executando a primeira faixa de aplicação. Marque o ponto B para estabelecer a linha no final da faixa de aplicação. A orientação ocorrerá apenas entre os pontos A e B, não se estendendo além deles.
O usuário pode fazer upgrades no sistema, adicionando piloto automático e sensores de inclinação e de giro
operador de acordo com a necessidade de cada operação para uma sobreposição de 0%, 50% ou 100%.
UPGRADES
terrenos encontrados no campo. A orientação pode se dar nos modos, em reta AB ou curva AB. A orientação em modo reta A-B fornece orientação em li-
O equipamento permite ainda várias possibilidades de upgrade, sendo necessários para isto apenas adquirir o kit e efetuar a instalação. O piloto automático hidráulico permite que o operador se concentre nas operações de monitoramento das barras e pontas de pulverização minimizando o estresse e o cansaço do operador. Os sensores de inclinação e de giro mantêm o operador na direção correta mesmo trabalhando em terrenos íngremes ou em manobras rápidas.
CONEXÕES E INSTALAÇÃO O Centerline® 230BP é de fácil instalação, pois as conexões são todas de engate rápido. Para o funcionamento do equipamento, basta uma conexão do cabo de energia diretamente aos terminais da bateria do trator e a conexão da antena que deve ser instalada na parte superior do trator, e a partir daí o equipamento já está em funcionamento. Opcionalmente o cabo CAN, que se conecta ao controlador para efetuar o gerenciamento das seções de barra. O cabo de velocidade pode ser utilizado opcionalmente para enviar informações de velocidade via GPS para o controlador de vazão, e uma porta serial para comunicação com um computador.
MODOS DE ORIENTAÇÃO O Centerline® 230BP orienta o operador nos mais diversos tipos de situações e
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Os sensores de inclinação e de giro mantêm o operador na direção correta mesmo em terrenos íngremes
A orientação em bordadura permite até duas passadas ao redor do perímetro da área aplicada
“O Centerline® 230BP é de fácil instalação, ” rápido” pois as conexões são todas de engate rápido
É possível também utilizar as orientações em reta AB e em curva AB, conforme mostra a figura
ORIENTAÇÃO EM PIVÔ CENTRAL A orientação em pivô central encaminha a direção ao redor de um ponto central em círculos concêntricos. O procedimento é bastante simples. Basta marcar o ponto inicial A, continuar dirigindo ao redor do círculo e marcar o ponto B quando estiver a, pelo menos, ½ volta do ponto inicial. O CL230BP começará automaticamente a fornecer informações de orientação através da barra de luzes e da tela.
BORDADURA SEQUENCIAL A orientação em modo de bordadura sequencial é utilizada para se estabelecer
um perímetro ao redor da área de aplicação. O CL230BP permite executar duas passadas ao redor do perímetro do campo de aplicação – O perímetro original mais um perímetro interno a este. A orientação iniciará a partir da segunda passada, após o primeiro perímetro ser completado. Posteriormente, basta dirigir até o local desejado onde será estabelecido o ponto A. Com o veículo em movimento, marque o ponto A. Dirija ao redor do perímetro da área. O CL230BP irá fechar o perímetro automaticamente quando o veículo estiver próximo ao ponto A. Os pontos A e B podem ser estabelecidos
A orientação em modo pivô permite trabalhar em círculos, com a mesma precisão do trabalho em reta
a qualquer momento durante o trajeto da cabeceira. Estes pontos poderão ser utilizados como referência para os modos “reta” ou “curva A-B” (a serem utilizados no interior do perímetro). Para isso, deve-se marcar os pontos A e B nos locais desejados, sendo que estes pontos serão utilizados para referência futura. O CL230BP irá fornecer informações de orientação para completar a segunda passada da cabeceira. A aplicação no interior da área poderá ser completada utilizando o .M modo “reta” ou o modo “curva A-B”.
Justiça em debate
Schubert K. Peter - schubert.peter@revistacultivar.com.br
União estável e concubinato
O
Supremo Tribunal Federal decidiu pela impossibilidade de se reconhecer uma união estável simultânea ao casamento. Essa interpretação tende a se tornar domi-
nante. Até o advento da Constituição de 1988, as consequências da segunda relação eram poucas. Instituída a união estável, passou-se a questionar os direitos dela advindos em diversas situações, como quando existente na constância de casamento. Resolve-se a questão com simplicidade quando há separação de fato. Se os cônjuges deixam de viver maritalmente, embora legalmente casados, existe possibilidade de ambos manterem outros relacionamentos. Haverá amparo legal. Por outro lado, se os cônjuges mantêm a vida em comum, está-se diante de um caso complicado. Parcela significativa do sistema jurídico seria alterada pelo reconhecimento de duas uniões simultâneas. A solução do caso passou por minucioso estudo de dispositivos constitucionais. Inicialmente, os ministros analisaram o artigo 226 da Constituição, que trata das relações familiares. Verifica-se ali a proteção deferida à união estável. Todavia, não se pode confundi-la com casamento. O texto constitucional clarifica a superioridade hierárquica do casamento ao determinar a facilitação da conversão nele da união estável. Fossem iguais as duas figuras, inexistiria tal previsão. Outro ponto importante reside na análise dos impedimentos ao casamento. Dentre eles, consta a existência de outro casamento. Ora, se a relação privilegiada no sistema legal impede a constituição de outra equivalente, deve, como resultado natural de sua prevalência, afastar a hierarquicamente inferior. O resultado desse julgamento foi a qualificação de concubinato a essa relação paralela a um casamento. Tal qual define o Código Civil: “As relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar, constituem concubinato”. Três perguntas podem restar aos leigos. Qual o status dos filhos nascidos no concubinato? Toda relação com pessoa casada é concubinato? Falecida uma das partes, como se divide a herança? A Constituição Federal veda qualquer discriminação entre filhos. Havidos ou não do casamento, são sujeitos dos mesmos direi-
tos e deveres. Sobre o segundo questionamento, a jurisprudência entende que concubinato somente existe quando uma das pessoas está casada de fato e de direito. Se há separação de fato, conforme exposto acima, pode-se constituir união estável, o que afasta a figura do concubinato. Por fim, concubina não é herdeira. No máximo, poder-se-ia invocar a existência de sociedade de fato.
Energia
N
em todos pagam o mesmo valor pela energia elé trica que utilizam. Dentre os beneficiados por custo menor estão os consumidores rurais. Por muito tempo discutiu-se particularidade acerca da correção dessa cobrança. Atualmente, consolidou-se o entendimento sobre esses valores diferenciados. Dois motivos o embasam: em primeiro lugar, a atual redação do Decreto 62.724/68 expressamente determina; em segundo lugar, nas palavras do Ministério Público em processo sobre a questão, “a tarifa especial rural foi estabelecida com a finalidade de promover, incentivar e desonerar a atividade agropecuária”. Aspecto importante reside na inaplicabilidade do critério da localização. Tal qual na discussão acerca de ITR ou de IPTU, define-se o caráter rural do imóvel a partir da atividade lá desenvolvida.
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Despejo
A
ções de despejo podem se prolongar demasiadamente se cuidados não forem tomados. Ao propô-la, pode-se pedir ao juiz que determine a desocupação imediata do imóvel. Dois são os caminhos no caso de imóveis urbanos: por meio da Lei de Locações ou por meio da antecipação de tutela, prevista no Código de Processo Civil (CPC). Utilizando-se o CPC, os requisitos são: pedido, verossimilhança da alegação, fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação e urgência no deferimento do pedido. Já a liminar de desocupação prevista no art. 59 da Lei de Locações (nº 8.245/91) baseia-se em outros requisitos, mais complexos. Mais informações sobre o assunto podem ser obtidas na edição nº 43 da revista Cultivar Justiça.