Destaques Matéria de capa
Armazenagem O que é armazenagem de precisão e quais as suas vantagens
Tecnologia de aplicação
Ficha Técnica
Confira os ganhos obtidos com a diminuição do volume de água na aplicação de defensivos, que aumentam a capacidade operacional das máquinas em até 30% 20
Semeadoras com taxa variável Vence Tudo Panther e Fankhauser 5045
Índice
10
16 e 26
Nossa Capa Amazone
Rodando por aí
04
Armazenagem equilibrada
06
Armazenagem de precisão
10
Agrishow 2009
13
Ficha Técnica - Panther Precision
16
Tecnologia de aplicação
20
Ficha Técnica - Fankhauser 5045
26
Empresas - Agrimec
29
Grupo Cultivar de Publicações Ltda. www.revistacultivar.com.br
Cultivar Máquinas Edição Nº 85 Ano IX - Maio 09 ISSN - 1676-0158 Direção Newton PPeter eter Sch ubert K. PPeter eter Schubert Secretária eri Lisboa Alves Rosimeri Rosim
Planejamento e qualidade na mecanização 30 Fertirrigação
34
Coluna Estatística Máquinas
37
www.revistacultivar.com.br cultivar@revistacultivar.com.br Assinatura anual (11 edições*): R$ 129,90
Coluna jurídica
38
(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)
• Editor
Gilvan Queved o Quevedo • Redação
Charles Ech er Echer • Revisão
Alin artzsch ddee Alm ei da Alinee PPartzsch Almei eid • Design Gráfico e Diagramação
Cristi an o Cei Cristian ano Ceiaa
• Comercial
Ped edrro Batistin Sed eli Feijó Sedeli • Circulação
Sim on Simon onee Lopes • Assinaturas
Ân gela Oliveir Âng Oliveiraa Gonçalves
Números atrasados: R$ 15,00 Assinatura Internacional: US$ 130,00 EUROS 110,00
• Expedição
Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados podem solicitá-las à redação pelo e-mail: cultivar@revistacultivar.com.br
Di anferson Alves Dianferson Edson Kr ause Krause • Impressão:
Kun de In dústri as Gráfi cas Ltd a. und Indústri dústrias Gráficas Ltda. NOSSOS TELEFONES TELEFONES:: (53) • GERAL
• RED AÇÃO REDAÇÃO
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Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.
Gates
Magnojet
Suzan Petter, gerente de Vendas e Aplicação da Gates, juntamente com a equipe da empresa, apresentou na Agrishow 2009 a linha completa de produtos da marca, com destaque para o segmento de correias e mangueiras agrícolas.
Carolina Dias
Agrosystem A Agrosystem mostrou na Agrishow produtos das linhas agrícola, analítica, meteorológica e de biotecnologia. Carolina Dias é a nova gerente de Marketing da empresa.
Mantovani A equipe da Mantovani destacou na Agrishow produtos como a carreta para transporte de plataforma de colheita de milho e plataforma de grãos, o guincho Big Bag para dois mil quilos, a colhedora de espigas de milho, o desintegrador de grãos e forragens e a capota aberta para tratores.
Eduardo Gonzaga
K.O .O..
GEO line e Comet Tiziano Ferrari, Giampaolo Dall’aglio, Miguel Tale e Daniele Bianchini, da Yama Group, marcaram presença na Agrishow, em Ribeirão Preto. A empresa comercializa os produtos da Comet, responsável pela industrialização de bombas agrícolas e industriais, e da GEO line, especializada na produção de peças e componentes para pulverização.
Luciana Antoniosi
Baldan Luciana Antoniosi, gerente de Marketing da Baldan, destacou a semeadeira SPA Megaflex, com caixa de engrenagem a banho de óleo, de troca rápida com 62 combinações de velocidade para regulagem de distribuição de adubo e sementes.
04 • Maio 09
Eduardo Gonzaga, técnico em aplicação da Magnojet, destacou na Agrishow os bicos com jato de impacto (defletor) usados em áreas onde não se entra com barras de aplicação, como reflorestamento, pecuária e curva de nível. O produto é confeccionado em cerâmica.
Ronaldo Nogueira da Cruz, diretorpresidente da K.O. lançou na Agrishow o atomizador Speed Jet com ramal auxiliar e o K.O 600 eucalipto (de 800l), equipamento que não possui cardan, movido por motor hidráulico.
AGCO A AGCO esteve presente na Agrishow apresentando os implementos da Valtra e Massey Ferguson. Dois novos modelos de plantadeiras, a MF 500, da Massey Ferguson, e a BPM 2711 M, da Valtra, foram apresentados aos visitantes. Rubens Sandri, gerente Comercial, e Jones Escobar, coordenador de Marketing, foram responsáveis pela apresentação dos produtos no estande da empresa.
Rubens Sandri e Jones Escobar
Ronaldo Nogueira da Cruz
IAC O pesquisador científico Cláudio Alves Moreira, do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), apresentou na Agrishow uma máquina para testar cardans. O projeto é patrocinado pelas Indústrias Reunidas Colombo.
Montana
Maggion
Eduardo Martinatti apresentou junto com a equipe da Montana o trator Telescópico com múltiplas funções, com capacidade para acoplagem de até 15 implementos.
Sebastião Ferrari, gerente de Marketing da Maggion Pneus, e Daniela Schadtich, da Dclemente & Associados, participaram da Agrishow 2009. A Maggion tem como carro chefe pneus para tratores e colheitadeiras, além do fornecimento deste produto para implementos agrícolas.
Daniela Schadtich e Sebastião Ferrari
Aquarius
Cláudio Alves Moreira
Goodyear A coordenadora de Marketing da Goodyear Pneus, Rosana Silva Sacramento, participou da Agrishow 2009 juntamente com a equipe da empresa.
No início de abril, o Projeto Aquarius realizou a colheita de soja em dois talhões pertencentes a cooperados da Cotrijal nas cidades de Passo Fundo e Lagoa dos Três Cantos (RS), em uma área total de cerca de 42 hectares. A demonstração de Agricultura de Precisão foi realizada com uma colheitadeira Massey Ferguson modelo MF 32 Advanced equipada com o sistema Fieldstar com sensor de umidade, com bons resultados. Na área de 13,57 ha localizada em Passo Fundo foram colhidas 2,95 toneladas por hectare, o que dá um rendimento médio de 49 sacas de soja.
Santiago e Cintra A Santiago e Cintra participou da Agrishow 2009. Rodrigo Tamani, gerente comercial, Inácio Rosolem, gerente de Vendas do Mato Grosso e Goiás, Constantino Júnior, gerente de Vendas de Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e Rinaldo Lorenzon, gerente de Monitores e Controladores, aproveitaram o evento para expor os produtos comercializados pela empresa e estreitar o relacionamento com os clientes.
Rosana Silva Sacramento
Odilo Pedro Marion
Vipal Rodrigo Martini Refatti, coordenador de Marketing da Vipal, apresentou na Agrishow a linha de pneus Fate, produto argentino que já estava presente no mercado brasileiro e que agora passa a ser distribuído exclusivamente pela empresa.
Rodrigo Martini Refatti
Agrimec Odilo Pedro Marion, diretor-presidente da Agrimec, lançou na Agrishow o Multicultivador Pulverizador sob palha, equipamento projetado para o setor canavieiro.
Eduardo Martinatti
Plastro A Plastro Brasil, fabricante de equipamentos de precisão no segmento de irrigação localizada, incluindo gotejamento, microaspersão, miniaspersão e nebulização, expôs sua linha de produtos na Agrishow. A empresa foi fundada em 1966, em Israel, e conta atualmente com 14 fábricas no mundo, seis delas na América Latina. Miguel Gutierrez, diretor comercial para a América Latina, Joseph Szyfer, gerente de Vendas para a América Latina e Espanha, Marcelo Ziochevskjy, diretor comercial para o Brasil, Uri Goldstein, diretor de Marketing, Tereza Reis, gerente de Projetos Especiais, e Eurico G. S. Camões, gerente regional de Vendas, fizeram parte da equipe que esteve presente na feira.
Cooperação A John Deere assinou um termo de cooperação técnica com o Senar do estado do Mato Grosso para promover atividades de formação e atualização técnica dos instrutores da entidade. O convênio prevê formação técnica inicial, aperfeiçoamento ou atualização dos instrutores do Senar, com foco na operação e na manutenção básica de máquinas e implementos agrícolas. Os cursos serão ministrados por profissionais da John Deere ou indicados pela empresa.
Maio 09 • 05
automatização
Charles Echer
Em busca do equilíbrio
A conservação de grãos por longos períodos exige, antes de mais nada, armazenamento em local adequado, atendendo às condições físicas necessárias para tal. Como estes lugares estão sujeitos a variações de temperatura e umidade, o monitoramento deve ser constante para alcançar a qualidade desejada
O
monitoramento da qualidade dos grãos armazenados incorrerá numa melhor conservação e em perdas menos expressivas relacionadas a quebras. O mercado permite que grãos sejam negociados com umidade de 13%, portanto, quanto mais próximo o produto estiver desses teores no pós-armazenamento, maior será o lucro gerado ou menor a quebra oriunda do processo de conservação. Dois são os elementos a serem trabalhados em conjunto na massa de grãos para obtenção do equilíbrio, água e ar. A água é o fator chave a ser monitorado no elemento armazenado e o ar é o fator a ser controlado. O processo pelo qual os grãos armazenados são “cuidados” ou é regulado o seu estado de conservação chama-se aeração. Aeração é a técnica pela qual uma massa de grãos ou qualquer outro produto é submetida à passagem de ar em condições ambientais adequadas (termodinâmicas ideais) obedecendo a forma de transferência de calor por convecção. Convecção Processo de transferência de temperatura nos meios líquidos ou gasosos. No caso em questão a água é o agente de transferência de tempera-
06 • Maio 09
tura (de camadas profundas até a superfície), por isso a importância do monitoramento desse elemento. No processo de aeração, volumes de ar com temperatura menor que a temperatura interna da massa de grãos são insuflados por ventiladores pré-dimensionados para tal, de modo que, após a passagem desse ar pela massa, este atinja o lado oposto com temperatura mais elevada e carregado de água. A movimentação de ar uniformemente retirando água elimina a infestação de fungos e insetos. Em resumo, o sucesso da conservação relaciona-se exclusivamente à administração da água no produto. A movimentação da água ocorre pelo ar. A água é um constituinte elementar para qualquer ser vivo e comporta-se de maneira específica em cada tecido vivo. No grão e em alimentos, o comportamento da H2O tem parâmetros já traçados e sua interatividade no meio afeta as estruturas química e física dos solutos constituintes dos tecidos, existindo aí uma relação bem estreita entre a água livre e conservação. O que é água livre ou, o que chamamos de
água livre? Existem alguns estudos, inclusive, com equações aferidas para cada tipo de alimento ou grão. (1)Numa teoria, demonstra-se essencialmente que a água livre é dada por uma relação direta entre a pressão de vapor da água em equilíbrio sobre o elemento em análise e a pressão de vapor da água pura em uma mesma temperatura. (2) Numa outra forma de entendimento do comportamento da atividade da água, afirmase que água livre é a umidade relativa em equilíbrio com o produto a uma mesma temperatura considerada. Essa atividade pode ser medida e já foi colocada em gráficos (Figura 1a). Analisando a figura, verificamos que existe um valor 1,0, onde a atividade da água é máxima. Em alimentos ricos em água, um número de água livre acima de 0,90 resulta em soluções diluídas que servem para substratos. É nesse ponto onde pode ocorrer crescimento microbiano devido a reações químicas internas (emboloramento e presença de fungos, resultando conforme o meio em cimentação da massa armazenada após a reação química). Na faixa entre 0,40 e 0,80 existe um au-
“O processo pelo qual os grãos armazenados são ““cuidados” cuidados” ou é regulado o seu estado de conservação chama-se aeração ” eração”
Figura 1– Velocidade Relativa de Reações em função da Atividade de Água (A) e atividade de água em função da Umidade (B) (Alonso,2001)
A)
B)
mento de velocidade nas reações químicas pelo aumento da concentração de substratos. Em torno de 0,60, a atividade microbiana fica praticamente estática e para a água livre, inferior a 0,30, entra-se na zona de adsorção primária. A água recebe uma nomenclatura específica, conforme o seu comportamento, sendo: Água livre - Comportamento físico semelhante à água pura, com pressão de vapor igual à água pura; Água ligada - Comportamento reduzido. A água torna-se menos ativa, não mantendo mais as propriedades químicas e físicas da água pura, passando a não mais poder atuar como solvente em reações. A água nessa forma pode estar presa tanto em alimentos processados, como em grãos in natura com força menor ou maior. Portanto, cabe-nos administrar a pequena faixa entre a água tida como ligada e a água livre. Em particular, no armazenamento de grãos o acompanhamento do comportamento da água de forma segura dá-se através das isotermas de sorção, que são as curvas de equilíbrio para o referido grão (milho, soja, feijão, trigo
etc). Estas curvas (Figura 1 b) são compostas pelas umidades do grão, as umidades relativas desse grão ou da atividade da água para uma dada temperatura. Através da isoterma sabe-se qual a umidade de equilíbrio para conservação de cada produto em questão. O conhecimento dessas curvas é essencial para determinar o teor de umidade final possível para armazenamento e estabilidade do produto, sendo ele processado ou pré-processado (in natura). Utilizando-se desses conhecimentos básicos, essenciais, pesquisados ao longo de décadas, que se desenvolveram sistemas mecânicos de modo a satisfazer as condições de temperaturas e umidades anteriormente mencionadas. Falando a partir de agora, especificamente em armazenamento de produto in natura, soja, milho, arroz etc, e mais especificamente em construções horizontais de alvenaria (armazéns horizontais), passamos então ao mais importante o controle de altos volumes de produto. “Armazéns horizontais ou silos horizontais caracterizam-se por ter a dimensão horizontal maior que a vertical, independentemente de
Fotos Clóvis Bervald
Figura 2– Armazém Graneleiro Modelo V com sistema de turbinas centrais e sifonamento de ar
serem retangulares ou cilíndricos.” O dimensionamento do sistema de insuflação de ar depende das dimensões do armazém, do tipo de armazém (modelo plano, cônico, semi-V, V ou W), do produto a ser armazenado, das condições de temperatura e umidade ao longo do ano para o referido local, além dos caracteres de ordem técnica pertinentes à fisiologia do grão a ser armazenado. A partir das definições de todos esses parâmetros de produto ou produtos a serem armazenados, que se parte para o dimensionamento de uma estrutura de monitoramento de massa. Essa estrutura é constituída por um sistema de monitoramento de temperatura e um sistema capacitado a insuflar ar em condições necessárias para conservação. Definido o tipo de grão armazenado, parte-se ao dimensionamento do layout de distribuição do ar, podendo ser por túneis primários e secundários, turbinas centrais, túnel central, sifonamento, móvel ou fixo, tipo de chapa, % de área vazada nas chapas de aeração e, por final, a estrutura e a potência necessárias dos ventiladores. Sempre obedecendo aos parâme-
Figura 3– Produto soja deteriorado por insuficiência de Aeração em Armazém Semi-V. (Não detectada por falta de sistema de termometria)
Maio 09 • 07
Fotos Clóvis Bervald
Figura 4– Sonda para obtenção da Temperatura da massa em pontos específicos; Controle de Umidade relativa e temperatura Externa em unidade armazenadora
tros físicos de pressões estáticas e dinâmicas em cada caso. Existem métodos de aeração lateral, constituídos de aeradores laterais em número devidamente calculados, bem como métodos longitudinais, onde a ventilação é feita pelo túnel central. Nessa opção aproveita-se a mesma estrutura de descarregamento do armazém. No Método longitudinal, uma maneira de distribuir melhor o ar é a utilização de sifões (Figura 2). Sua utilização aumenta a superfície de contato, proporcionando assim a movimentação do fluxo de ar na totalidade da massa de grãos. Essa é uma prática que evita a condensação da umidade nas paredes do armazém, pois extrai quaisquer eventuais focos de aquecimento. Modelo de aeração por turbinas aeradoras e sistema de sifões perfurados para distribuição do ar por toda a superfície do armazém. A importância do monitoramento é indiscutível, umidade de entrada, produto a ser recebido e fim de destino (alimentação humana ou animal) devem ser plenamente monitorados. No Brasil, desde 2000, a Lei 9.973 exige recursos tecnológicos de termometria e aeração para credenciamento junto à Companhia Nacional de Abastecimento. Num demonstrativo da Conab de 2006, afirmou-se que a capacidade estática de armazenamento encontrava-se em torno de 110 milhões de toneladas, desses, 25% em armazéns convencionais. Três anos antes, a revista Safra afirmou através de citação de Silva (UFV), que 70% das unidades armazenadoras encontravam-se abaixo dos padrões técnicos mínimos. Com certeza para 2009, acrescentouse em muito na capacidade estática e praticamente na totalidade, adequando-se as normas vigentes. As normas precisam ser cumpridas, embora a norma principal para o armazenador não afetar o bolso. Sendo assim, o importante dentro de armazéns graneleiros é o monitoramento constante da massa armazenada. Pequenos descuidos no controle da massa de grãos podem incorrer em prejuízos de relativa amplitude. Uma camada de três a 4cm de massa estragada, conforme Figura 3, incorre em prejuízos significativos dentro da totalidade do processo de armazenamento. Agregados mais alguns pon-
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tos com umidade inadequada, somadas outras falhas ou imprevistos, o número aumenta. Além de o número aumentar unidades com problemas de produto danificado, acabam sendo colocadas em segundo plano pelos depositários de produto, em função dos riscos. Armazéns antigos, ou nos que não foi optado por um sistema de monitoramento de temperatura através de conjunto de cabos termométricos, o levantamento dos dados de temperatura pode ser feito através de sondas portáteis (Figura 4). O monitoramento da massa sob essa estrutura é feito através da leitura de inúmeros pontos, onde, através dessa análise, executam-se as medidas cabíveis. Sendo elas aeração da massa nos pontos de necessidade ou intransilagem da massa dentro do armazém.
SISTEMA DE MONITORAMENTO A construção e o formato do armazém estão relacionados aos fatores de maior peso dentro do processo, podendo ter ponderação maior o sistema de descarga, a forma construtiva, o número de funcionários envolvidos no processo etc. Em algumas decisões os fatores de maior peso, no entanto, não são as facilidades, mas sim fatores ligados ao condicionamento do terreno para execução da construção, sendo características determinantes a profundidade do perfil, a profundidade do lençol freático, a capacidade do solo a cargas verticais, a coesão do solo, entre outras. Todos esses fatores devem ser considerados quando da construção de um
sistema de armazenagem de grandes dimensões horizontais. Os sistemas em V são de construção mais custosa, porém, seu descarregamento ocorre de forma mais fácil. Utilizados em terrenos com perfis profundos, perfis de solo acima de 20m e lençol freático bem profundo. Uma estrutura semi-V geralmente é construída em regiões com limitação de lençol freático. Tem a vantagem de poder ser utilizada em alguns casos como depósito de fertilizantes e galpão de máquinas. O dimensionamento dos sistemas de manejo, implícita aqui aeração, engloba a estrutura de dutos total do sistema (Figura 5) , dos dutos primários (dutos de alimentação) aos de distribuição (aeração), diminuição e aumento dos dutos, aquecimento nos aeradores, rendimentos, temperaturas ambientais locais da região e umidade relativa padrão para a região na época de armazenamento. O monitoramento de temperatura através de cabos termométricos (cabos com sensores equidistantes) é feito através da distribuição dos cabos junto aos arcos de sustentação do telhado por sistemas de olhal de encaixe rápido (Figura 7). Compostos de um sistema de cabos de aço internos geralmente são presos na parte inferior, piso do armazém por cordões de pequeno diâmetro, possibilitando a ruptura conforme o enchimento. A distribuição é feita em linhas longitudinais em números de 1, 2, 3 ou mais, dependendo das dimensões do armazém a ser considerado. Na Figura 7 verifica-se a utilização de 19 cabos termométricos distribuídos em três linhas longitudinais. Na Tabela 1, observam-se os dados levantados no monitoramento de um armazém carregado com milho com os dados de umidade de equilíbrio gerados durante o armazenamento Observa-se através de uma parte da tabela anexada que em temperatura próxima a 20°C, com uma umidade em torno de 70%, a massa de milho armazenada está próxima ao limite de umidade para conservação, expedição. Conservação em umidades relativas muito baixas, a partir desse ponto, incorre em perdas quanti-
Figura 5– Sistema de Aeração dimensionado para Armazém Graneleiro modelo Semi-V, com divisória, para dois tipos de produto
“No Brasil desde 2000, a lei 9.973 exige recursos tecnológicos de termometria e aeração para credenciamento junto à Companhia Nacional de Abastecimento ” Abastecimento” Tabela 1 – Teor de umidade x temperatura do grão armazenado (milho)
Figura 6– Armazém graneleiro modelo V com soja sem aeração com termometria e armazém graneleiro modelo V com milho com sistema de aeração e termometria
tativas (quebras) na massa armazenada. A detecção através dos cabos termométricos de regiões de aquecimento provocado por insetos ou outros agentes dentro da massa armazenada, deverá ser indicativo de insuflação imediata de ar em condições adequadas. Deve procurar-se preferencialmente períodos noturnos para não incorrer em diminuição de teor de umidade do grão abaixo dos níveis interessantes comercialmente. A Tabela 2 informa umidades praticadas para armazenamento de algumas culturas comerciais no período de um ano.
CONSIDERAÇÕES FINAIS 1) Trata-se de um investimento percentualmente insignificante comparado a uma unidade armazenadora e ao produto armazenado (em lei desde 2000); 2) Leva à racionalização e à redução do consumo de energia elétrica; 3) Permite a manutenção do peso do produto;
ºC 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
72 14,91 14,82 14,72 14,63 14,53 14,44 14,34 14,25 14,16 14,07 13,97 13,88 13,79 13,70 13,61 13,52 13,43 13,35 13,26 13,17
73 15,23 15,13 15,03 14,93 14,84 14,74 14,65 14,55 14,46 14,36 14,27 14,18 14,08 13,99 13,90 13,81 13,72 13,63 13,54 13,45
74 15,55 15,45 15,35 15,25 15,15 15,05 14,96 14,86 14,76 14,67 14,57 14,48 14,38 14,29 14,20 14,11 14,01 13,92 13,83 13,74
75 15,87 15,77 15,67 15,57 15,47 15,37 15,27 15,18 15,08 14,98 14,88 14,79 14,69 14,60 14,50 14,41 14,31 14,22 14,13 14,04
UMIDADE REALTIVA DO AR % 79 77 78 76 16,21 16,56 16,91 17,28 16,11 16,45 16,81 17,17 16,01 16,35 16,70 17,06 15,90 16,24 16,60 16,96 15,80 16,14 16,49 16,85 15,70 16,04 16,39 16,74 15,60 15,94 16,28 16,64 15,50 15,83 16,18 16,53 15,40 15,73 16,08 16,43 15,30 15,63 15,97 16,32 15,20 15,53 15,87 16,22 15,11 15,43 15,77 16,12 15,01 15,33 15,67 16,01 14,91 15,24 15,57 15,91 14,82 15,14 15,47 15,81 14,72 15,04 15,37 15,71 14,62 14,94 15,27 15,61 14,53 14,85 15,17 15,51 14,44 14,75 15,08 15,41 14,34 14,66 14,98 15,31
80 17,66 17,55 17,44 17,33 17,22 17,11 17,00 16,89 16,79 16,68 16,58 16,47 16,37 16,26 16,16 16,06 15,95 15,85 15,75 15,65
82 18,44 18,32 18,21 18,10 17,99 17,87 17,76 17,65 17,54 17,43 17,32 17,21 17,10 17,00 16,89 16,78 16,68 16,57 16,47 16,36
81 18,04 17,93 17,82 17,71 17,60 17,49 17,38 17,27 17,16 17,05 16,94 16,84 16,73 16,63 16,52 16,42 16,31 16,21 16,10 16,00
83 18,85 18,73 18,61 18,50 18,38 18,27 18,16 18,04 17,93 17,82 17,71 17,60 17,49 17,38 17,27 17,16 17,05 16,95 16,84 16,73
Tabela 2 – Teores de umidade para grãos de algumas culturas Recomendados para armazenamento de grãos de agumas culturas pelo período de 1 ano % ATÉ 1 ANO PÓS-1 ANO % ATE 1 ANO PÓS-1 ANO MILHO 12-13 10-11 TRIGO 12-13 11 ARROZ 13-14 11-12 AVEIA 13-14 12 SOJA 11 9-10 CEVADA 13 11 SORGO 12 10-11 AMENDOIM 9 7-8 ALGODÃO 11 11 GIRASSOL 9 8 FEIJÃO 12 12 CAFÉ 12 11
4) Possibilita o monitoramento da qualidade dos grãos na totalidade da massa armazenada; 5) Prevenção, objetivando ao máximo a redução de temperatura, evitando o aquecimento da massa do grão e Figura 7– Sistema de Termometria dimensionado para Armazém Graneleiro modelo V consequentemente perda de peso por danos físicos e por insetos; 6) Permite o armazenamento com teores de umidade maiores, aumentando a capacidade e a velocidade do complexo de recebimento (secador); 7) O sistema de aeração e termometria em armazéns graneleiros constitui de 5-10% do investimento total em infraestrutura, percentual relativamente pequeno em relação ao
todo; 8) Tomando como base a importância de não termos perdas por aquecimento, nada justifica a construção de uma estrutura sem sistema de controle e monitoramento da massa. As empresas do segmento pós-colheita calculam e disponibilizam todos os dados para .M execução da infraestrutura necessária. Clóvis Priebe Bervald, GSI Group Brasil Marcos Fioravante, Camera Alimentos
Clóvis e Marcos alertam para os principais cuidados no processo de armazenagem de grãos com qualidade
Maio 09 • 09
informatização
Fotos Adriano Mallet
Armazenagem de precisão
Além de ajudar a diminuir perdas e apresentar ganhos em relação à eficiência dos equipamentos e à precisão das informações, os sistemas de informatização das unidades armazenadoras permitem acompanhamento remoto da qualidade dos grãos em tempo real, com menor esforço
A
busca contínua pela redução das perdas quantitativas e qualitativas no processo de armazenagem é de fundamental importância para a conquista de uma liderança mundial no que se refere à produção e à estocagem de grãos. A busca por essa proposta e desafio levou o Brasil a desenvolver equipamentos avançados de gerenciamento (Sistemas Controladores Automatizados) de forma gradativa e isolada em relação às demais etapas da cadeia agrícola do produtor, acompanhando a evolução da informática e engenharia eletrônica. Os avanços e a possibilidade de unificá-las entre si, possibilitaram termos uma a armazenagem com mais precisão em todas as etapas do processo de beneficiamento - recepção, limpeza, secagem, armazenagem/conservação de grãos e gestão administrativa/operacional. Existem sistemas para secagem e monitoramento da massa de grãos armazenada em silos verticais ou armazéns que têm como objetivos reduzir erros de processo e desvios de operação, registrando e formando um banco de dados para tomada de decisão imediata e correção do processo instantaneamente. Na secagem, o objetivo da atividade é processar com uma temperatura contínua e dentro dos parâmetros definidos pelo fabricante, reduzindo a danificação dos grãos (queima, fis-
10 • Maio 09
suras no tegumento etc) e manter a capacidade nominal dentro de um fluxo (t/h) que proporcione rendimento máximo do secador com equilíbrio termodinâmico. Os sistemas evitam problemas de falta de alimentação de combustível (lenha, casca de arroz, óleo ou outros) na fornalha (fonte geradora de calor), risco de incêndio, danificação dos grãos por estarem expostos a altas temperaturas e promovem um equilíbrio entre vazão de ar (quente e frio). Controlar as pressões internas e as temperaturas na torre de secagem é requisito que buscamos continuamente, melhorando o rendimento de se-
A implementação do conceito de armazenagem de precisão é possível também na unidade armazenadora em nível de fazenda
cagem (fluxo) e proporcionando economia de combustível com qualidade final. Os sistemas atuais indicam e controlam a temperatura em até quatro ou mais sensores instalados e distribuídos dentro do secador, indicando umidade de entrada e saída do grão, monitorando o nível mínimo e máximo da coluna de secagem, com alarmes de temperatura, umidade e nível interno, comandam e controlam todos os tipos de descarga - pneumática, mecânica-temporizada ou com inversores de frequência - variando a velocidade no painel de comando. São operações que anteriormente eram realizadas de forma manual e registradas em planilhas avulsas e não impossibilitavam o cruzamento de informações que, muitas vezes, eram perdidas nas salas de comando. Estes dispositivos de medição podem ser instalados em qualquer secador, atual ou antigo. De fácil adaptação, são colocados sensores (temperatura, umidade, pressão e outros) e equipamentos de regulagem de entrada de ar no secador, todos gerenciados por um software. Os sistemas de precisão permitem o acesso e acompanhamento do processo de secagem e outros de qualquer lugar, via Internet, com dados visualizados no equipamento pelo software, em tempo real. Toda a informação armazenada é compilada em forma de gráficos e planilhas.
“Os sistemas inteligentes de gerenciamento da armazenagem abrangem termometria, aeração e controle de estoque ” estoque” Sistema de Monitoramento de Temperatura para silos e armazéns
Os sistemas inteligentes de gerenciamento da armazenagem abrangem termometria, aeração e controle de estoque. São equipamentos que controlam com máxima eficiência a qualidade dos grãos armazenados e possibilitam ao operador inúmeros recursos para realizar um trabalho de precisão. Com isso, acontece um gerenciamento completo da unidade, acompanhando a aeração, volume de estoque, temperaturas máxima e mínima e as médias internas dos grãos. Os focos de calor são detectados por sensores (cabos de termometria) e visualizados através do recurso de imagem térmica de forma dinâmica, podendo fixar pontos com valores e realizar comparações da variação de temperatura durante um período. O gerente da unidade tem a possibilidade de programar o envio automático de relatórios de temperatura e alarmes de focos de calor e outros dados para endereços de e-mails e celulares, acompanhando 24 horas por dia o comportamento da massa de grãos e a eficácia da operação de forma total. Como segurança, também existe a opção de observar o nível do talude dos grãos em cada silo ou armazém e obter informações sobre carga ou descarga dos grãos com a possibilidade de valorizar o produto estocado e o que está sendo expedido, com precisão.
Na aeração é possível definir os padrões de trabalho que desejamos para cada cultura (soja, milho, arroz, trigo, cevada, aveia etc) quanto aos limites de temperatura e umidade dos grãos armazenados. De forma programada, este sistema é acoplado a uma estação meteorológica que realiza leituras instantâneas das condições climáticas vigentes. Assim, a previsão de termos desvios de calibragem e leitura é mínima. Nas condições determinadas pelo operador, os ventiladores (exaustores) são acionados para realizar aeração de resfriamento, correção, secaaeração ou manutenção. Assim, conseguimos registrar todos os dados disponíveis para análise e verificar também o consumo de energia, possibilitando calcular o custo/benefício da armazenagem. Hoje o processo de armazenamento de grãos está simplificado na medida em que dominamos as ferramentas automatizadas que o mercado disponibiliza para nós. Ficamos com históricos de operação acima de dez anos, o que contribui muito para desenvolver e perceber como são as variações e as características na região que está instalada a unidade armazenadora. Armazenar no Sul do Brasil é muito diferente de armazenar no Centro-Oeste, onde as temperaturas são mais elevadas e a umidade relativa (U.R.) é, em média, mais baixa. Estes
Modelo de controlador automatizado de máquina de limpeza
registros nos possibilitam criar metas de ação de redução das perdas técnicas (quantitativas), ou seja, só podemos determinar metas quando possuímos uma sequência de históricos e suas variações. No processo de limpeza, para melhorar a qualidade final do produto, existem equipamentos que regulam a rotação do exaustor, aumentando ou diminuindo a velocidade do ar dentro do corpo da ventilação (câmara gravitacional), evitando arraste de produto para o ciclone ou excesso de impureza na massa de grãos. Em caso de excesso de impurezas, o sistema bloqueia a alimentação numa ação em cascata, da máquina até a moega (ponto inicial da alimentação). Para a variação de tamanho dos grãos, os sistemas operam na inclinação das peneiras, aumentando ou diminuindo a capacidade de processamento. No ciclone, temos controle de nível máximo para quando estiver no limite das impurezas e, também, sensores
Esquema de automatização de secadores
de pressão interna do mesmo, facilitando a regulagem da abertura do ar que atravessa a massa de grãos arrastando as impurezas leves, quando da entrada na máquina. Todos os sistemas que compõem este conjunto de precisão possibilitam a verificação das horas trabalhadas de cada motor (equipamento) e tempo de parada para manutenção. Com estes dados podemos calcular o desgaste das peças e atuar ou programar uma manutenção preventiva, tendo as peças críticas em estoque para agilizar o ritmo de trabalho quando das paradas necessárias. Na armazenagem de precisão também incluímos os sistemas de gestão que geram todos os processos administrativos de uma unidade armazenadora, como romaneios, notas fiscais, contratos, serviços contábil, financeiro, fiscal, produção, suprimentos, atendimento a clientes e custos de manutenção - preventiva e/ou corretiva. São ferramentas que geram todos os tipos de controles, desde o recebimento até a expedição e comercialização do produto, incluindo custo de produção e margem de lucratividade atual e futura, com previsões de valores e controles rigorosos de dados e informações precisas para tomada de decisão. Inclui, também, a gestão de contratos com controles integrados de saldos de produtos, classificação, quebra técnica e prestação de serviços (secagem e armazenagem). Ao conjunto dos sistemas de operação de
Adriano Mallet, da Agrocult, mostra como é possível implantar um sistema de armazenagem de precisão
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Painel de controle de automação de secadores de grãos
limpeza, secagem e armazenagem, com a gestão dos processos administrativos/operacionais, conceituamos como “Armazenagem de Precisão”, que possibilita ao produtor aumentar sua rentabilidade, reduzir as perdas (quantitativas e qualitativas), que na armazenagem chegam até 7,5% dependendo da cultura. É fato que o mercado onde o Brasil está inserido apresenta ferramentas para sermos competitivos, o que, aliado à capacitação dos profissionais que operam estes processos, permite dimensionar a extrema importância e saber quais as consequências e os custos de uma armazenagem inadequada e mal operacionalizada. O Brasil é a ultima fronteira agrícola do mundo. Necessitamos avançar de forma profissional, rentabilizando o campo e reduzindo as perdas, pois estas, caso ocorram, têm seu custo dobrado. O processo de transferência de um sistema
manual para um automatizado de forma completa, como acima descrito, pode ser executado em etapas, minimizando o investimento inicial. A cada etapa implantada, somente com o ganho de operação e produtividade, já acontecerá enorme contribuição não somente para pagar o investimento já realizado, mas também o próximo e, assim, sucessivamente até o final de toda a implantação. A partir desse momento, os ganhos financeiros serão destinados a novos investimentos, tanto em máquinas e implementos agrícolas como também em armazenagem e infraestrutura no campo. A visão de empreendedor mostra que necessitamos avançar tecnologicamente e sermos treinados, para sermos competitivos mundialmente. . M Adriano Mallet, Agrocult Consultoria & Treinamento em Armazenagem
Tela com gráficos e relatórios gerados pelo sistema de monitoramento
Agrishow 2009
Fotos Pedro Batistin
Aposta Apesar da crise que atinge alguns setores da economia, fabricantes de máquinas e implementos agrícolas apostam no mercado brasileiro e apresentam novidades aos produtores
O
s fabricantes de máquinas e implementos agrícolas brasileiros estão otimistas em relação ao mercado interno. Prova disso é o que ocorreu durante a Agrishow 2009, no período de 27 de abril a 2 de maio, em Ribeirão Preto, São Paulo. Diversas empresas apresentaram novidades e destacaram produtos, apostando no otimismo dos produtores agrícolas e nas vantagens oferecidas por diversas linhas de financiamento.
VENCE TUDO A Vence Tudo mostrou sua linha de semeadoras adubadoras de arrasto, com destaque para a linha Panther SM. Destinada especialmente aos produtores que cultivam em terrenos pedregosos, vem equipada com o sistema Pula Pedra, destinado a garantir plantio uniforme e mais eficiente, com melhor germinação, além de prevenir problemas com quebras e paradas, comuns neste tipo de operação.
SEMEATO
JUMIL
A Semeato destacou a semeadora Sol Tower, indicada para o sistema de plantio direto, com capacidade para até 15 linhas, no espaçamento de 45cm. O equipamento é compatível com diversos sulcadores para a linha de adubo, conforme a necessidade do produtor, considerando o tipo de cobertura, textura do solo e cultura a ser desenvolvida.
BALDAN Entre os destaques da Baldan esteve a semeadora de plantio direto SPD-e com Speed Box, caixa de engrenagem a banho de óleo, de troca rápida com 62 combinações de velocidade para regulagem de distribuição de adubo.
Entre os destaques da Jumil esteve a colhedora de cereais JM 390G, desenvolvida para acoplamento em tratores com potência mínima de 75cv. Possui opção de fornecimento com plataformas para colheita de milho, com espaçamento de 45cm a 90cm; plataforma de cereais de 2m de largura para a colheita de soja, sorgo, trigo e arroz ou plataforma para recolher feijão.
AGRIMEC A Agrimec deu ênfase ao Multicultivador e Pulverizador Canavieiro sob palha, projetado, desenvolvido e testado pela empresa. O equipamento reúne quatro operações tratorizadas. Executa subsolagem, adubação e pul-
A Sol Tower, da Semeato, tem capacidade para 15 linhas de 45cm
O ECO-DVE, despolpador vertical ecológico com separador de verde, foi um dos destaques da Miac
verização sob a palha, além de servir para a operação de retirada do material pós-colheita de cima da soca, o que facilita o rebrote.
MIAC A Miac destacou três produtos da linha Eco-Café. O depolpador vertical ecológico com separador de verde, Eco-DVE, consome apenas 0,3 litro de água para cada litro de café cereja processado. O separador de cascas EcoSCA, como o próprio nome já sugere, elimina a casca proveniente do depolpador e envia o café com mucilagem diretamente para o des-
SPD-e com Speed Box, da Baldan, possibilita 62 combinações de velocidade para distribuição de adubo
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Sistema pula-pedra e possibilidade de trabalhar com taxa variável são os diferenciais da Panther
mucilador vertical Eco-Dev, que completa o trabalho. O conjunto processa cinco mil litros de café cereja por hora.
SANTIAGO & CINTRA No segmento de equipamentos de precisão, a Santiago & Cintra mostrou o monitor FMX, com barras de luzes externas, tela 35% maior (30,73cm), barra de luzes virtual que fornece informação em tempo real, opções internas de rádio (de 450MHz a 900MHz integrados e entrada de vídeo externa), troca de perspectiva ao toque do dedo, dois receptores (GPS + Glonass que oferecem precisão tanto com o veículo como com o implemento atrás do trator), além de contar com a tela integrada AgGPS FmX, que suporta todas as aplicações oferecidas pela Trimble (fabricante).
K.O. A K.O. levou para a feira sua linha de pulverizadores. Entre os destaques esteve o turbo atomizador Speed Jet Cerrado, com turbina de 900mm de diâmetro. A altura do volute bilateral alcança 3,6 metros, o que auxilia na distribuição uniforme do volume de ar e facilita a cobertura da planta desde o ponteiro até a saia. O equipamento conta ainda com 60 bicos laterais (30 posicionados de cada lado).
A Maggion lançou o Super MHF, pneu diagonal de alta flutuação para uso em implementos agrícolas
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Um dos destaques da Jumil foi a colhedora de cereais para acoplamento em tratores, JM 390G
MAGGION A Maggion levou sua linha completa de pneus agrícolas e lançou o modelo de alta flutuação Super MHF nas medidas de 400/6015,5 e 400/50-22,5. Trata-se de um pneu diagonal, sem câmara de ar e de alta flutuação para uso em implementos agrícolas. Sua construção reforçada resiste a cortes e quebras de carcaça e oferece um alto desempenho e durabilidade no campo. Outro lançamento foi o pneu para uso em tratores e implementos modelo Frontiera 2, com barras de tração projetadas para obter alto índice de tração.
MONTANA A Montana apresentou na Agrishow o trator telescópico em três modelos: 75cv, 100cv e 130cv. Os modelos 75cv e 100cv vêm com barra de tração e comando individual. O modelo 130cv tem comando duplo, barra de tração, hidráulico e tomada de força. São vários os implementos acopláveis: concha, suporte de Big Bag, lança para empilhadeira, lança com até seis metros de altura e capacidade de levante de até 2.500kg no modelo 75cv, lança de sete metros e capacidade de levante de 3.500kg no modelo de 100cv, lança de nove metros e capacidade de levante de 4.500kg no modelo de 130cv. Também é possível acoplar plantadeiras, roçadeiras, grua para manutenção geral, entre outros. Possui 4x4 integral e opção de giro nas quatro rodas.
A Valtra lançou a semeadora Multiple BPM 2711 M, para plantios de inverno e verão
O Multicultivador e Pulverizador Canavieiro sob palha chamou a atenção no estande da Agrimec
MANTOVANI A Mantovani lançou na Agrishow a carreta universal para transporte de plataformas em três modelos. De 16 a 23, de 23 a 30 e de 30 a 35 pés. A carreta possui sistema de suspensão tanden com aro 16, chicote e iluminação traseira.
AGCO Os implementos Massey Ferguson estiveram presentes na Agrishow 2009 com sua completa linha de plantadoras, semeadoras, plataformas para milho e distribuidores de semente e fertilizantes. Destaque para a série MF 500, plantadoras para culturas de verão, disponíveis de três até 30 linhas, atendendo às mais variadas situações de solo e topografia, além dos dosadores de fertilizante e semente de precisão. A Valtra apresentou seu mais novo lançamento, a série de semeadoras Multiple, para plantio de culturas de verão e inverno, com reservatórios em polietileno e exclusivo sistema de inversão, aumentando a capacidade de sementes. A Valtra apresentou ainda a linha completa de plantadoras, plataformas para milho e distribuidores de sementes e fertilizantes.
TOYOTA A Toyota apresentou novidades na picape Hilux e no utilitário esportivo SW4, ambos com visual novo, maior lista de equipamentos e agora com versões também a ga-
A Massey destacou a série MF 500 para culturas de verão, disponível em até 30 linhas
“Lançamentos demonstram otimismo de fabricantes de máquinas e ” economia” implementos agrícolas, apesar da crise em alguns setores da economia Fotos Pedro Batistin
O destaque da Santiago & Cintra foi o monitor FMX com tela de 30,37cm
Turbo atomizador Speed Jet Cerrado exposto pela K.O.
solina. Entre as mudanças apresentadas, ambos os modelos têm nova grade frontal, novo para-choque frontal e novas lentes dos faróis. A Hilux vem com computador de bordo, comando do rádio e do computador
A carreta universal para transporte de plataformas, da Mantovani, está disponível em três modelos
no volante, painel de instrumentos tipo Optiron, ar-condicionado digital, bancos em couro de série e console central com portaóculos. Já a SW4 tem terceira fileira de bancos traseiros, novo sistema de ar-condicio-
nado com saída no teto e controle individual para 2ª e 3ª fileiras de bancos, comando de rádio e computador de bordo no volante, interior com acabamento bege premium e retrovisor interno eletrocrômico. .M
Semeadora
Panther Precision Primeira semeadora da Vence Tudo que trabalha com taxa variável, a Panther Precision tem diferenciais como caixa de adubo dupla e sistema pula-pedra
C
om o desenvolvimento do sistema de agricultura de precisão, a Vence Tudo lançou no mercado a semeadora Panther Precision, equipada com moderno sistema de distribuição de fertilizantes e sementes. O sistema de taxa variável para fertilizante e duplo reservatório possibilita dosagens diferentes de acordo com a necessidade de cada área analisada e a distribuição de semente tem o exclusivo sistema de regulagem digital com taxa variável. A Panther Precision é a primeira plantadeira do Brasil com duas caixas de fer-
tilizantes trabalhando em taxa variável, com regulagem instantânea de semente, que oferece tecnologia para baixar custos de operações e melhorar o rendimento do cultivo.
A Panther pode ser configurada com rodas compactadoras simples ou duplas em “v”
Detalhes dos discos de corte e das linhas desencontradas para facilitar o ataque ao solo
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DISTRIBUIÇÃO DE ADUBO
mente tipo pipoqueira, acionados por um sistema eletro-hidráulico, programável, controlado por um painel instalado na cabine do trator, que permite uma programação fácil e rápida. O sistema é equipado com sensores e receptores GPS que permitem à máquina aplicar em qualquer
Este modelo sai de fábrica com duas caixas de fertilizantes e reservatório de se-
Detalhes do sistema sulcador com discos duplos (acima) ou facão (abaixo) para fertilizantes
“A P anther Precision é a primeira plantadeira do Brasil com Panther duas caixas de fertilizantes trabalhando em taxa variável ” variável” Fotos Vence Tudo
O dosador Fertisystem Auto-Lub AP distribui fertilizantes e corretivos com diferentes propriedades físicas e granulometrias
ponto da lavoura, controlar a taxa variavél e a quantidade de fertilizante de forma precisa e em tempo real. O princípio de funcionamento proporciona regularidade na distribuição do fertilizante ao longo da linha de plantio. O fertilizante é acionado pelo impulsiona-
dor (sem-fim) autolimpante e flutuante, conduzindo até uma câmara de represamento. O transbordo em quantidades volumétricas uniformes e homogêneas é feito através do regulador de nível para o bocal de descarga e deste até o solo. Na taxa variável, os mapas de aplicação são arma-
zenados em uma memória do sistema que pode guardar mais de mil hectares. A transferência desses mapas é feita conectando um pendrive no controlador. A distribuição precisa e uniforme favorece a absorção dos fertilizantes pelas plantas em quantidades corretas, sem desperdícios,
Fotos Vence Tudo
A Panther possui sistema de cardan que dispensa o uso de correntes
proporcionando um efetivo desempenho a campo e o desenvolvimento vegetativo e produtivo das mesmas. A Panther Precision é aprimeira no mercado que faz aplicação de adubos a taxa variável em dois reservatórios (fósforo e potássio ), uma grande ferramenta para agricultores que buscam na tecnologia formas de aumentar sua produção reduzindo custos. Vários trabalhos de pesquisas se somam positivamente à questão da adubação no sulco por taxa variável, como um maior aproveitamento do fertilizante pela planta, deixando-a com um sistema radicular mais profundo e resistente a estiagens prolongadas. A Panther Precision pode vir nas configurações de seis a 16 linhas para grãos grossos. Os produtores que ainda não possuem toda as áreas mapeadas têm a possibilidade de trabalhar com a regulagem digital instantânea de sementes e adubo.
Sistema de molas que facilita o ajuste da pressão sobre as linhas de planio
CARDAN A linha pantográfica da Vence Tudo vem com transmissão a cardan, ligado entre pontos fixos no paralelogramo, tem uma articulação do conjunto de sua posição de trabalho para diferentes ângulos, sem necessidade de correntes, luvas e eixos, usando apenas um eixo e ligado entre pontos centrados no mesmo giro do paralelogramo.
PRESSÃO DAS LINHAS Sem uso de ferramentas e com fácil e ampla regulagem, é possível configurar a pressão das linhas de plantio, garantindo pressão constante e uniforme em qualquer situação de terreno. Um anel corretor de folga, com três pontos de ajuste, é responsável por fazer a correção de possível folga entre o disco alveolado e o mecanismo dosador conforme espessura do disco, mantendo a pres-
O acionamento por motores hidráulicos substitui o tradicional sistema de correntes acionado pelo rodado da semeadora
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O modelo Panther Precision sai de fábrica com duas caixas de fertilizantes
são na distribuição das sementes.
RODAS LIMITADORAS E PULA-PEDRA As rodas, de profundidade de borracha flexível e independente acompanham as irregularidades do terreno e compactadoras em “v” são facilmente reguláveis. Atenta aos apelos de diversos produtores que cultivam em terrenos pedregosos, a Vence Tudo desenvolveu um eficiente sistema de penetração e ataque ao solo, batizado e patenteado de Pula-Pedra, nome simples, que exemplifica de forma prática seu funcionamento indispensável para plantio uniforme e muito mais eficiente, garantindo melhor germinação e evitando significativamente as quebras e paradas, comuns nestas situações de solos, reduzindo também tempo e gastos de plantio. Com o desencontro de 320mm entrelinhas a Panther proporciona maior fluxo de palha, gerando um melhor desempenho de plantio, otimizando o tempo de .M trabalho.
Anel corretor de folga permite ajuste entre o disco alveolado e o mecanismo dosador
tecnologia de aplicação
Essência
P
or definição, a tecnologia de aplicação de defensivos é o emprego de todos os conhecimentos científicos que proporcionem a correta colocação do produto biologicamente ativo no alvo, em quantidade necessária, de forma econômica e com o mínimo de contaminação de outras áreas. Por envolver conhecimentos em diferentes campos, muitas vezes é reduzidaa adoção de volume de calda por hectare, ou quando muito a volume associado a tamanho de gotas especificado. Entretanto, quando se pergunta a técnicos ou a produtores, não quantos l/ha se utilizam, mas o porquê da utilização daquele volume, as respostas quase sempre são “não sei” ou “porque este é o mais usual”. Quase nunca os volumes empregados tomam por referência avaliações ou testes preliminares de cobertura, deposição e controle. Apesar da pouca importância atribuída, o volume de água para aplicação de defensivos é hoje um dos principais itens na composição do custo operacional do tratamento fitossanitário. A cana-de-açúcar não é exceção a esta regra. Apesar das grandes áreas e da qualidade das máquinas empregadas, principalmente pelas usinas, o mais comum é que os volumes utilizados na aplicação de herbicidas sejam préfixados, independentemente de todos os fatores envolvidos, em volumes que variam de 200l/ Em todos os campos montados, os equipamentos utilizados na pulverização foram os mesmos que as usinas adotam nas suas aplicações
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Projeto avalia redução do volume de água nas aplicações de defensivos em cana-de-açúcar e atesta ganho na capacidade operacional próximo de 30%, o que, além de gerar economia, auxilia na preservação do ambiente
ha a 300l/ha. Quando se busca o porquê disso, ou mesmo parâmetros básicos à correta regulagem dos equipamentos (como qual a cobertura do solo necessária para que os herbicidas consigam expressar adequadamente seu potencial de controle), tais respostas não são encontradas. O fato de o volume de aplicação (l/ha) não ter influência direta no resultado biológico - uma vez que a quantidade de água por unidade de área tem a finalidade única de diluir, transportar e facilitar a distribuição do ingrediente ativo sobre a superfície alvo (solo, palha ou planta), com a cobertura necessária - simplesmente não é considerado no processo de regulagem. Dessa forma, principalmente em épocas de preços mais baixos, a redução do volume na aplicação de herbicidas, aumentando a capacidade operacional dos equipamentos, pode ser ferramenta essencial na redução dos custos da aplicação, além do ganho ambiental associado ao menor consumo da água. Provar isso tem sido o objetivo do Programa de Valorização da Água em Pulverizações Agrícolas (Provar), parceria entre o Centro de Engenharia e Automação do
Instituto Agronômico (CEA/IAC), a Basf e usinas de cana-de-açúcar de São Paulo.
O INÍCIO Para comprovar a possibilidade de redução nos volumes de água na aplicação de herbicidas em cana-de-açúcar e possíveis limites a esta redução, o CEA/IAC, em parceria com a Faculdade Doutor Francisco Maeda (Fafram), de Ituverava (SP), e a Usina Buriti, em Buritizal (SP), desenvolveu em 2007 um ensaio preliminar. O objetivo foi avaliar as interferências do volume de calda (50 l/ha, 100l/ha, 150l/ha e 200l/ha) e do tamanho de gotas (grossa, muito grossa e extremamente grossa) sobre a deposição, a cobertura e a uniformidade da pulverização proporcionadas pela aplicação de cobre sobre amostradores colocados no solo plantado com cana-de-açúcar. Os resultados mostraram que, quando se analisa a deposição, ou seja, a quantidade de produto por cm2 de solo, volumes acima de 50 L/ha não são justificáveis para aplicação de herbicidas em cana-de-açúcar para qualquer dos tamanhos de gotas avaliados, uma
“Em todos os campos montados os equipamentos foram os mesmos utilizados pelas usinas ” usinas” 120 dias após a aplicação, os tratamentos com variação de 70 l/ha a 250 l/ha apresentavam o mesmo controle
vez que não apresentaram resultados significativamente melhores. Nestas situações, os coeficientes de variação das amostras sobre a barra também foram bastante baixos, entre 3,86% a 7,67%, representando uma adequada uniformidade da deposição. Por outro lado, como era de se esperar, a cobertura (% do solo coberta pela pulverização) foi influenciada pelo tamanho da gota e pelo volume de aplicação, variando entre 4,97% e 34,64%. Portanto, uniformidade e deposição não se mostraram problema, restando responder à seguinte pergunta: qual a cobertura do solo (cana queimada) ou da palha (canacrua) necessária para que os herbicidas consigam expressar adequadamente seu potencial de controle?
O PROVAR Para buscar resolver tal pergunta, o CEA/ IAC e a Basf apresentaram em 2008 o Programa de Valorização da Água em Pulverizações Agrícolas (Provar), a ser desenvolvido no período de 2008 a 2010 para avaliar a interferência de diferentes volumes de água sobre a eficácia e a capacidade operacional da aplicação de herbicidas em cana-de-açúcar. No seu primeiro ano, os ensaios foram realizados em áreas comerciais de seis usinas parceiras no estado de São Paulo (Usina Buriti, Usina Colorado, Usina Santa Elisa Vale, Usina da Pedra, Usina São Martinho, Usina Cruz Alta).
TRATAMENTOS E APLICAÇÕES Em todos os campos montados, os equipamentos de pulverização foram os mesmos utilizados pelas usinas para as aplicações nas áreas comerciais. Empregaram-se os volumes: mínimo possível aplicado pelo pulverizador (70l/ha a 80l/ha), 100l/ha, 150l/ha, 200l/ha e o padrão da usina (250l/ha ou 300l/ha). As condições-padrão, bem como os tratamentos adotados em cada um dos ensaios, são descritos na Tabela 1. Na determinação dos tratamentos, o modelo da ponta de pulverização e a classe de tamanho de gotas utilizada não foram alterados em relação ao padrão adotado pelas usinas, tendo-se empregado para regulagem dos diferentes volumes somente a alteração da vazão e pressão das pontas. A menor pressão
considerada na determinação do mínimo volume de aplicação foi de 1,5bar, uma vez que com pressões próximas a 1,0bar podem ocorrer falhas na pulverização (por estar muito próxima à pressão de abertura do antigotejante, podendo o sistema não funcionar de forma adequada, interferindo assim negativamente na qualidade de aplicação). Também, pontas que utilizem peneiras malhas 100 não foram consideradas por elevar o risco de retenção de produtos nos filtros, o que prejudica a eficácia operacional. As aplicações foram realizadas no “Início” (junho-julho), “Meio” (agosto-setembro) e “Final” (outubro-novembro) da safra e as condições ambientais monitoradas (mas não controladas), buscando representar as condições reais de aplicação. O Plateau (imazapic) foi padronizado como o herbicida adotado em todas as áreas (para que não se constituísse em mais uma fonte de variação), com doses entre 140g/ha em mistura e 240g/ha, de acordo a textura do solo e a comunidade infestante de plantas daninhas. Cada tratamento, representado por um volume de pulverização, foi instalado em um talhão comercial com aproximadamente dez hectares de cana-crua (aplicação sobre a palha) ou queimada (aplicação sobre o solo). Na fase “Início”, em cada tratamento foi deixada uma área testemunha sem aplicação com a extensão da barra de pulverização de largura por 10m de comprimento. Nas demais fases, três áreas semelhantes foram deixadas como testemunhas, a fim de se avaliar as plantas daninhas presentes. Um resumo dos dados de cada área pode ser observado nas Tabela 2 (Início), Tabela 3 (Meio) e Tabela 4 (Final).
AVALIAÇÕES E RESULTADOS
Cobertura Para possibilitar a análise da cobertura do solo e, posteriormente, relacioná-la com o controle, seis papéis hidrossensíveis foram colocados sob a barra na área aplicada, sendo três sob a barra direita e três sob a barra esquerda do pulverizador. Após a amostragem, os papéis foram armazenados em sacos de papel devidamente identificados e encaminhados ao laboratório para análise da cobertura. No laboratório, os papéis hidrossensíveis trazidos do campo foram digitalizados por meio de “scanner” e as imagens assim obtidas analisadas através do software de análise de imagem Idrisi, para determinação da porcentagem de cobertura em função do contraste de cores, conforme método desenvolvido e avaliado pelo CEA/IAC. Uma amostra das coberturas obtidas nos diferentes tratamentos pode ser observada na Figura 1. Pelos dados obtidos (Tabela 5), a cobertura do solo variou de 8,34% a 51,81%, o que permitiu relacionar controle com uma faixa bastante ampla de cobertura.
CONTROLE Às testemunhas e a pontos selecionados foram atribuídas notas percentuais de cobertura total e específica para as espécies aos 30 dias, 60 dias, 90 dias e 120 dias após a aplicação e, quando possível, em função do porte da cultura, também aos 150 dias depois da aplicação. As notas foram atribuídas individualmente por cada um de três observadores, devidamente treinados. Os pontos para avaliação da eficácia dos tratamentos foram escolhidos ao acaso, em número de cinco, no caminhar entre uma testemunha e outra dentro da parcela, obedecendo à forma W. Os observadores aplicaram uma nota percentual de cobertura geral
Figura 1 - Exemplos das coberturas obtidas nos papéis hidrossensíveis nos diferentes tratamentos e usinas
70l/ha (9,75%)
100l/ha (15,93%)
150l/ha (27,02%)
200l/ha (37,96%)
250l/ha (50,24%)
300l/ha (40,80%)
Maio 09 • 21
Tabela 1 - Dados dos equipamentos, da regulagem dos pulverizadores e dos tratamentos utilizados. USINA
CONDIÇÕES DE APLICAÇÃO Trator Marca/Modelo Marcha Rotação Velocidade (km/h) Pulverizador Marca/Modelo Capacidade de tanque (l) Pontas Bicos na barra Espaçamento entre bicos (m) Controlador Marca/Modelo Pulverização padrão Volume de calda (l/ha) Tamanho de gotas 250/300 l/ha Ponta Vazão (l/min) Pressão Gota 200 l/ha Ponta Vazão (l/min) Pressão (bar) Gota 150 l/ha Ponta Vazão (l/min) Pressão (bar) Gota 100 l/ha Ponta Vazão (l/min) Pressão (bar) Gota Mínimo l/ha Ponta Vazão (l/min) Pressão (bar) Gota
Sta Elisa Vale
Pedra
Guarani /Cruz Alta
Colorado
São Martinho
Pedra / Buriti
MF 2585 2a B 1800 10
Uniport 3a 1800 15
Parruda
MF 292 1a B 1700 6,9
Valtra BM 100
12
John Deere 6300 2a C 2000 8,2
FMCopling 1400 TTI 11003 27 0,50
2500 AVI 11005 69 0,35
2000 TTI 11004 55 0,5
Falcon Vortex 1400 AVI 11003 27 0,50
Albatroz 1800 AVI 11004 24 0,63
Falcon 1400 AI 11004 29 0,50
Teejet 844 E
JSC 6000
Arag Bravo
JSC 5000
200 XG
250 MG
300 XG TRATAMENTOS
250 G
AVI 11005 2,19 3,7 MG
TTI 11005/300 3,00 7,0 XG
AVI 11003 1,71 6,3 G
TTI 11003 1,67 6,0 XG
AVI 11004 1,75 3,7 MG
TTI 11004 2,00 4,8 XG
TTI 11003 1,25 3,4 XG
AVI 11004 1,31 2,0 MG
TTI 11002 0,83 3,3 XG
AVI 11002 0,88 3,7 MG
70 TTI 11002 0,58 1,6 XG
74 AVI 11002 0,65 2,0 MG
entre 0% e 100% sobre a comunidade infestante presente na parcela, sendo 0% correspondente à ausência de infestação e 100% à total infestação da área (cobertura geral em relação à área observada). Posteriormente, foram identificadas as cinco espécies mais presentes na parcela e aplicou-se uma nota visual de frequência específica considerando o indivíduo (planta da-
22 • Maio 09
1700 10
JSC 5000 200 MG
200 MG
AVI 110025 1,37 5,7 G
AVI 11004 1,45 2,5 MG
AI 11004 1,67 3,4 MG
TTI 11004 1,5 2,7 XG
AVI 11002 1,03 5,0 G
AVI 11003 1,09 2,6 MG
AI 11003 1,25 3,4 MG
TTI 11002 1,00 4,8 XG
AVI 110015 0,68 4,0 G
AVI 11002 0,72 2,5 MG
AI 11002 0,83 3,4 MG
70 AVI110015 0,48 2,0 G
ninha), sendo que a somatória das notas deveria totalizar 100%. Os dados assim coletados foram utilizados para o cálculo da porcentagem de controle. As avaliações visuais de controle não apresentaram diferenças significativas para qualquer dos volumes, épocas de aplicação ou usina considerados, conforme o exemplificado nas fotos
78 AI 11002 0,65 2,0 MG das avaliações aos 120 dias e 155 dias após a aplicação, evidenciando a semelhança entre os tratamentos. Dessa forma, coberturas do solo de até 8,34%, como as obtidas na avaliação de cobertura, foram suficientes para a máxima eficácia do herbicida utilizado. Deve-se destacar que o Plateau é um produto de alta solubilidade e portanto com elevada capacidade de redis-
“C oberturas do solo de até 8,34%, como as obtidas na avaliação, “Coberturas foram suficientes para a máxima eficácia do herbicida utilizado ” utilizado” Tabela 2 - Dados operacionais e climáticos observados durante a aplicação na fase “Início da safra” Usina Área Aplicada (ha) Dose (g/ha) Data de Aplicação Umidade Relativa (%) Temperatura (ºC) Velocidade do Vento (m/s)
Buriti Crua 57,6 230 5/6/2008 37 a 65 22 a 32 0,5 a 1,5
Colorado Crua Queimada 35,07 46,01 140 Plateau+ 350 Contain 10/6/2008 10/6/2008 28,5 a 37 43 a 60 29 a 34 24,7 a 29,3 1a3 0,5 a 5
Cruz Alta Crua 54,2 200 8/7/2008 19 a 45 20 a 31,5 0,5 a 4,5
São Martinho Crua 52,59 210 3/7/2008 22 a 45 23,5 a 33 0,5 a 2,5
Vale do Rosário Crua Queimada 61,93 40,41 230 230 16/5/2008 21/6/2008 39 a 59 24 a 55 26 a 31,7 25,4 a 32,7 0,3 a 2,5 0,3 a 3,5
Pedra Queimada 53,74 220 3/6/2008 32 a 44 26 a 32,7 2a6
Tabela 3 - Dados operacionais e climáticos observados durante a aplicação na fase “Meio da safra” Usina
Buriti Crua Área Aplicada (ha) 39,57 Dose (g /ha) 210 Data de Aplicação 11/8/2008 Umidade Relativa (%) 20 a 49 Temperatura (ºC) 27 a 36 Velocidade do Vento (m/s) 1,1 a 7,1
Colorado Queimada 60,78 230 19/8/2008 19/8/2008 17 a 48 35 a 61 21 a 33 19 a27 0,1 a 1,4 1,5 a 5 Crua 34,87
CruzAlta Crua 41,39 200 17/8/2008 22 a 43 18 a 30,8 0,1 a 4,5
São Martinho Crua 210 28/8/2008 15 a 30 27 a 35 2,5 a 4,7
Vale do Rosário Crua Queimada 33,19 28,37 210 6/8/2008 13/8/2008 29 a 80 18 a 51 21 a 33 19 a 36 1,1 a 4,7 1,4 a 6,5
Pedra Queimada 40,05 200 28/08/2008 15 a 30 23 a 39 0,1 a 5
Tabela 4 - Dados operacionais e climáticos observados durante a aplicação na fase “Final da safra” Usina Área Aplicada (ha) Dose (g /ha) Data de Aplicação Umidade Relativa (%) Temperatura (ºC) Velocidade do Vento (m/s)
Buriti Crua 44.88 230 3/10/2008 29 a 63 1.6 a 3.4
Crua -x-x-x-x-x-
tribuição na solução do solo e de penetração na palha. Tal cobertura talvez não se aplique a herbicidas de solubilidade muito baixa.
Colorado Queimada -x-x-x-x-x-x-
CruzAlta Crua -x-x-x-x-x-x-
São Martinho Crua 14.23 180 24/10/2008 15 a 39 31 a 40 1.5 a 3.9
Pedra Queimada 29.92 200 22/10/2008 68 a 84 21 a 25 0,1 a 2.6
Tabela 5 - Médias das coberturas obtidas nos papéis hidrossensíveis nos diferentes tratamentos, usinas e épocas de aplicação Usina
Cobertura
Gota
Min
Colorado Colorado Cruz Alta Sta Elisa Sta Elisa São Martinho Pedra Buriti
Crua Queimada Crua Crua Queimada Crua Queimada Crua
G G XG XG XG MG MG MG
8.65 8.84
CAPACIDADE OPERACIONAL Durante toda a operação, com a finalidade de possibilitar a comparação econômica em função da adoção dos diferentes volumes considerados, foram coletados os tempos referentes ao abastecimento do pulverizador com a calda, às manobras nos carreadores para esgotamento do tanque de pulverização, ao necessário para deslocar do abastecimento até a área, além de medido o comprimento do talhão. Os dados operacionais médios das três fases são descritos na Tabela 6 O ganho na capacidade operacional, calculada com base no tempo necessário para se pulverizar um ha, foi analisado considerando-se a seguinte fórmula: As capacidades operacionais e as porcentagens de ganhos operacionais obtidos nas três fases, considerando-se os dados médios coletados em cada usina, alterando-se apenas o volume de aplicação, são apresentadas nas Tabelas 7 e 8, respectivamente. Observa-se que as capacidades operacionais não são muito diferentes entre as usinas, exceto para a Cruz Alta e a
Vale do Rosário Crua Queimada 32.48 22.43 240 30/10/2008 3/11/2008 70 a 87 36 a 63 21 a 29 25 a 35 0.4 a 4.4 1,1 a 2.9
8.77 8.34 13.22 10.70
Pedra, que já adotam o sistema de calda pronta, com tempos de abastecimento e de deslocamento para abastecimento bastante reduzidos. No entanto, em todas, o ganho na capacidade operacional foi significativo, variando entre 4,18% e 29,80%. A análise conjunta dos dados mostrou que o herbicida Plateau, aplicado com volumes de até 65l/ha, com cobertura do solo de até 8,34%, controlou as plantas daninhas de forma eficiente na cultura da cana-de-açúcar quando aplicado no “Início”, “Meio ou “Final” de safras. Apesar da não interferência no controle, a ado-
Tratamentos (l/ha) 100 150 200 250 Coberturas Médias das 3 Fases (%) 28.42 50.87 14.94 45.78 15.09 24.26 40.12 48.05 21.31 18.89 30.26 30.40 17.45 35.46 16.63 28.29 44.36 13.09 32.63 34.15 22.50 51.81 16.74 38.73 14.57 28.32 34.86
300
40.80
t = 10000 + 10000 . TV + d . v + Tr . V Vp . L C.L Vd. Ca Ca Onde: t = Tempo para pulverizar 1 hectare (min/ha) Vp = Velocidade de pulverização (m/min) L = Largura da faixa de pulverização (m) Tv = Tempo de virada (min) C = Comprimento da faixa de tratamento (m) d = Distancia total percorrida para cada reabastecimento (m) V = Volume de pulverização (L/ha) Vd = Velocidade de deslocamento para reabastecimento (m/min) Ca = Capacidade do tanque (L) Tr = Tempo de reabastecimento do tanque (min)
Abril 09 • 23
Tabela 6 - Identificação dos dados operacionais médios das três fases da aplicação de herbicidas em cana-de-açúcar Item Analisado Abastecimento (min) Manobra (min) Secar o Tanque (min) Tiro (min) Deslocamento a área (min) Comprimento do talhão (m)
Buriti Crua 15,53 0,47 64,5 7,51 4,65 564,00
Crua 4,28 0,42 76,00 7,27 5,92 550,00
Colorado Queimada 6,91 0,33 68,37 5,68 4,78 560,00
Cruz Alta Crua 7,35 0,28 60,88 6,01 4,33 501,25
Usina São Martinho Crua 8,27 0,30 77,81 10.28 5,79 553,00
Vale do Rosário Crua Queimada 11,30 15,32 0,35 0,29 76,46 86,29 9,48 6,33 4,72 3,42 541,00 405,00
Pedra Queimada 7,41 0,45 55,64 6,63 3,84 656,00
Tabela 7 - Tempos médios para a pulverização de 1ha utilizando-se diferentes volumes de calda, por usina Volume
Mínimo 100 150 200 250/300
Buriti Crua
Colorado Queimada Crua
6.25 6.54 7.26 7.98
6.84 7.04 7.38 7.72 8.06
6.71 6.94 7.33 7.71 8.10
Usina Cruz Alta Vale do Rosário Crua Crua Queimada Tempo para pulverizar 1 ha (min) 6.05 6.28 6.40 6.68 2.75 6.97 7.35 3.04 7.54 8.02 3.33 3.92
São Martinho Crua
Pedra Queimada
6.98 7.35 7.72
2.46 2.58 2.80 3.02 3.25
Tabela 8 - Porcentagem de ganhos operacionais para a pulverização de 1ha utilizando-se diferentes volumes de calda, por usina Usina
Volume Buriti Crua Minimo 100 150 200 250/300
21.67 18.06 9.03 0.00
Crua 15.05 12.54 8.36 4.18 0.00
ção de menores volumes de água pode representar para as usinas reduções no custo operacional da aplicação (que variam de 4,18% a 29,80% do total investido).
ANÁLISE DA ECONOMIA Para que se possa possibilitar a análise do que tais resultados podem representar no custo operacional da aplicação de herbicidas, consideremos uma usina que possua 30 mil hectares de cana-de-açúcar (área média aproximada das usinas parceiras), utilizando 200l de calda/ha com
Colorado Queimada 17.16 14.30 9.53 4.77 0.00
Cruz Alta Sta Elisa Crua Queimada Crua Redução em relação ao volume máximo (%) 19.71 21.67 15.16 16.67 29.80 22.35 7.58 8.33 0.00 0.00 14.90 0.00
um tanque com capacidade de 1.400l, a um custo operacional de R$ 30,00 por ha. Supondo que esta usina resolva não adotar o menor volume possível (por ser muito técnico e próximo do limite do equipamento), mas o de 100l/ha, a redução média chega a 17% no seu custo operacional (desempenho obtido nos dados do Provar). Tal opção representaria para a usina, sob diferentes aspectos, a economia de 3.000.000 de litros de água, ou 2.143 tanques, ou ainda R$ 143.000,00 (30.000 ha x R$ 30,00/ha x 17%) de redução no custo operacional por safra.
Visualização do controle na Usina Colorado com variações de 74l/ha a 250l/ha, 155 dias após a aplicação
São Martinho Crua
Pedra Queimada
9.53 4.77 0.00
24.25 20.66 13.78 6.89 0.00
CONCLUSÃO Os resultados do Provar apresentados referem-se apenas ao primeiro ano de avaliações e em maio de 2009 iniciaram-se as aplicações do segundo ano, com os mesmos parceiros. Para esta nova fase, como única diferença, definiu-se trabalhar apenas com cana-crua, uma vez que esta é a tendência da canavicultura brasileira. Confirmando-se os resultados obtidos, o Provar vem confirmar os ganhos ambientais e econômicos passíveis de serem obtidos pelo adequado investimento em tecnologia de aplicação, servindo como modelo de trabalho para diferentes culturas e condições .M de aplicação. Hamilton Humberto Ramos, Kiyoshi Yanai, Caio Eduardo Pínola, Eduardo Pedrosa, Rodrigo Soares Ferreira e Willian Garofo Amim, CEA/IAC
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Plantadora-adubadora
Fankhauser 5045 O modelo 5045 da Fankhauser vem equipado com o sistema de agricultura de precisão, que possibilita aplicações em taxa variável de adubo e sementes
É
crescente a quantidade de plantadoras e equipamentos agrícolas cujas suas funções são coordenadas mediante equipamentos eletrônicos (computadores e GPS), na Ficha Técnica desta edição iremos apresentar a Plantadora-Adubadora 5045 da Fankhauser, que possibilita o plantio com taxa variável de sementes e fertilizantes. O sistema de agricultura de precisão taxa variável Fankhauser tem como objetivo, atingir os mais variados tipos de dosagem de sementes e fertilizantes durante a sua aplicação, visando corrigir as irregularidades de produção que existem em determinados pontos das lavouras. Este sistema garante uma aplicação precisa e uniforme de acordo com as necessidades de cada solo. Fazendo-se um mapeamento da área a ser plantada e obtendo uma análise em determinados pontos da mesma, o sistema permite fazer uma aplicação correspondente à necessidade de cada ponto estipulado, alterando sua dosagem durante a aplicação, dispensando o mar-
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cador de linhas. A distribuição é feita através de motores movidos com fluxo de óleo, os quais são controlados por um computador que é levado até a cabine do trator. As dosagens de aplicação são preestabelecidas em um programa de mapeamento e dosagem, o qual levará as informações para o computador do sistema que está equipado com GPS, eliminando qualquer regulagem pelos operadores das máquinas. Todas as linhas de plantio são monitoradas por sensores de fluxo de sementes e sensores de fluxo de fertilizantes. A operação pode ser acompanhada pelo operador através do monitor e alarmes são acionados em eventuais obstruções dos condutores ou irregularidades de dosagem e velocidade. Este sistema pode ser instalado também nas Plantadoras-Adubadoras Fankhauser modelos 5030, 5040. As Plantadoras-Adubadoras modelo 5045 foram desenvolvidas para o plantio direto e convencional e projetadas para atender aos requisitos de um ótimo plantio, sendo indicadas para médias até grandes
e modernas propriedades rurais. Esse modelo executa plantio de precisão de grãos graúdos como soja, milho, girassol, sorgo, algodão, amendoim e mamona e apresenta sistema dosador de sementes tipo discos horizontais, sistema padrão brasileiro ou pneumático a vácuo. Os reservatórios de fertilizantes são confeccionados em polietileno de alta durabilidade e resistência contra a corrosão ocasionada pelo adubo e intempéries do tempo. O espaçamento entrelinhas é regulável ao longo do chassi e há um amplo acesso para o compartimento de carga de fertilizante através de escada e estribo. A 5045 possui rodados internos ajustáveis, os quais facilitam a troca de espaçamentos quando necessário, também em cada rodado há um cilindro independente que nivela a máquina de forma proporcional ao erguer e baixá-la nas posições de trabalho e transporte. Possui molas triplas para regulagens da profundidade e da pressão no braço do sulcador. Seu conjunto de ataque ao solo é composto por disco de corte, sulcador para o adubo com ponta cambiável e diversas opções de regula-
“As Plantadoras-Adubadoras modelo 5045 foram desenvolvidas para o plantio direto e convencional e projetadas para atender aos requisitos de um ótimo plantio ” plantio” Fotos Fankhauser
A distribuição é feita através de motores movidos com fluxo de óleo, controlados por um computador
Funcionamento das linhas de plantio pode ser acompanhado pelo operador através do monitor e alarmes são acionados em eventuais obstruções dos condutores ou irregularidades de dosagem e velocidade
gens de profundidade e disco duplo defasado para a incorporação de sementes. A profundidade de trabalho é mantida constante pela ação das rodas limitadoras articuladas. O sulco é fechado por um par de rodas compactadoras, com regulagem de pressão e abertura sobre o sulco. Para a incorporação de adubo podem ser utilizados discos duplos defasados como opcionais. Ela possui grande altura para dar fluxo à palhada e melhor visualização entre linhas. As Plantadoras-Adubadoras modelo 5045 Fankhauser são equipadas com braços panto-
gráficos de grande amplitude e movimentação vertical que acompanham as ondulações do terreno. Ainda na distribuição da semente, possui eixos sextavados retráteis (cardan), isto garante que a transmissão se mantenha em movimento constante na distribuição da semente. Possui disco duplo 18x20’’ para adubo e disco duplo 14x15’’ defasado ou 13x15’’ desencontrado para semente. Para adubo e semente, há possibilidade de optar entre transmissão por caixa de câmbio (opcional), que através de uma simples troca
nas posições das alavancas se consegue colocar a dosagem necessária oferecendo maior gama de regulagens, conjunto troca rápida de engrenagens ou ainda sistema de agricultura de precisão taxa variável. Sistema dosador de fertilizantes do tipo rosca sem-fim passo longo e passo curto para altas e baixas dosagens, com opção pelo sistema fertysistem. Duas rodas limitadoras trabalham de for-
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Fotos Fankhauser
É possível optar pela transmissão por caixa de câmbio que ajusta a dosagem através das posições das alavancas
O disco para adubo é duplo nas medidas de 18x20'’
ma independente umas das outras para proporcionar melhor uniformidade na distribuição de sementes, possibilitando mantê-las na mesma profundidade durante o todo o plantio. As duas rodas compactadoras também são independentes umas das outras, confeccionadas em ferro fundido, com sistema que dispensa qualquer tipo de chave para realizar as regulagens no conjunto. O disco de corte possui regulagens especiais e até mesmo podem ser colocados calços para aumentar a profundidade quando necessário. Os discos são de 20’’ que otimizam o trabalho na palhada, facilitando e aumentando a eficiência do sulcador e consequentemente o fluxo da palhada por todo este conjunto, evitando o embuchamento. O distribuidor de semente mancalizado proporciona maior vida útil ao sistema e consequentemente menor manutenção. A transmissão da semente é feita por meio do eixo cardan,
Os discos de corte são de 20”, que otimizam o trabalho na palhada, aumentando a eficiência do sulcador
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dispensando o uso de correntes. O pantógrafo é largo e robusto por se tratar de uma máquina de porte maior, o que proporciona maior eficiência em terrenos ondulados e a transposição de terraços. O chassi é reforçado e o tubo de engate da linha de adubo com dimensional maior, o que proporciona maior vida útil ao equipamento. Caso a máquina não esteja equipada com o sistema de agricultura de precisão com GPS, podese utilizar o marcador de linhas de acionamento hidráulico convencional. Também como opcional, é oferecido conjunto tandem, que permite trabalhar com duas máquinas unidas, aumentando ainda mais a autonomia de trabalho. Este equipamento pode ainda ser equipado com o sistema pneumático de distribuição de sementes (opcional). O cliente Fankhauser que já possui máquinas sem o sistema taxa variável e tiver interesse em adquiri-lo poderá instalar em sua maquina, consultando a fábrica para maiores esclarecimentos.
Sistema dosador de fertilizantes do tipo rosca sem-fim passo longo e passo curto para altas e baixas dosagens
As rodas compactadoras são duas e independentes umas das outras, confeccionadas em ferro fundido
A 5045 pode ser equipada com o sistema pneumático de distribuição de sementes
O distribuidor de sementes mancalizado proporciona maior vida útil ao sistema
Agrimec
35 anos N
o mês de maio deste ano, a Agrimec Agro Industrial e Mecânica Ltda completou 35 anos de atuação no mercado de implementos agrícolas. Fundada em 1974, em Santa Maria, a empresa é, atualmente, a maior fabricante de implementos para a lavoura arrozeira da América Latina. Nos últimos anos, a empresa expandiu sua atuação de implementos agrícolas para os segmentos da cana-de-açúcar e de outras culturas de terras altas, como feijão e soja. Além de crescer no mercado interno, as exportações representam hoje 25% do seu faturamento. A marca já atende todo o continente sul e centro americano, com negócios também em países africanos como Angola e Moçambique. Compõe a linha de produtos implementos para preparo do solo, preparo e irrigação, irrigação, colheita e terraplanagem. O grande destaque da linha de preparo do solo é a plaina niveladora multilâminas, oferecida em seis modelos para melhor se adequar as potências dos tra-
tores e cuja tecnologia foi desenvolvida na própria empresa. Para o mercado canavieiro empresa dispõe o Pulverizador e multicultivador canavieiro sob palha, cujo protótipo foi lançado na Agrishow deste ano. O equipamento concilia o melhor das práticas de preparo de cultivo ao executar quatro operações simultâneas: a subsolagem, a adubação, a pulverização de herbicida e o enleiramento da palha nas entrelinhas, desobstruindo as soqueiras, sendo todas estas executadas por baixo da palha.
EXPANSÃO A Agrimec se consolidou como um grupo fundando e expandido outras empresas: Insumec Insumos e Mecanização Agrícola Ltda, que atua no ramo de ferragens em geral; Acespeças Máquinas e Implementos, especializada em corte e conformação de peças e componentes industriais próprias e para terceiros; Intecsol Indústria de Tecnologia Solar, que atua no ramo de energia renovável. Numa retrospectiva dos últimos cinco anos, destacam-se em 2005, o fechamento de contrato de fornecimento de componentes para a Santa Fé Vagões, a conquista do Mérito Indus-
trial do Setor Metal-Mecânico e o troféu Destaque Indústria de Santa Maria, já recebido anteriormente em 1979, ambos pela Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Santa Maria - Cacism. Em 2006, a empresa recebeu novamente o Mérito Industrial do Setor Metal-Mecânico, mesmo ano em que seu fundador Odilo Pedro Marion foi eleito Empresário do Ano de Santa Maria. Em 2008, o grupo Agrimec ampliou sua área de abrangência entrando para o ramo de energias renováveis, fabricando painéis solares para aquecimento d’água através da marca própria Intecsol – Tecnologia em Energia Limpa. Para coroar de êxito a boa fase por que passa a empresa, a mesma repetiu a performance dos últimos anos conquistando o Mérito Industrial do Setor Metal-Mecânico de 2009. Segundo Odimara Marion Lamb, diretora de marketing da empresa, a divulgação e as comemorações dos 35 anos da Agrimec se estenderão até o final do ano, acompanhando todas as ações de comunicação da empresa, in.M cluindo as feiras e eventos do setor.
Odilo Pedro Marion, fundador da empresa há 35 anos e responsável pela expansão do grupo
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projetos
Valtra
Qualidade total
Métodos de de planejamento planejamento de de qualidade qualidade aplicados aplicados aa empresas empresas agrícolas agrícolas Métodos garantem retorno retorno financeiro, financeiro, além além de de auxiliar auxiliar na na organização organização de de todos todos garantem os itens itens desde desde oo plantio plantio até até oo armazenamento armazenamento da da produção produção os
A
agricultura brasileira é desafiada constantemente por diversos fatores, dentre eles: instabilidade econômica, aumento dos custos de produção, barreiras técnicas impostas por mercados consumidores e exigências ambientais. Nesse contexto, os empresários agrícolas estão sempre em busca de melhores métodos e soluções tecnológicas para garantir a qualidade e a competitividade de seus produtos e a sobrevivência do seu negócio. A dinâmica natural e a complexidade dos sistemas agrícolas, devido às interações entre a planta, o ambiente, as máquinas, a mão de obra e os avanços tecnológicos, exigem um gerenciamento sistêmico, com visão holística, sobre o imenso volume de variáveis e informações disponíveis. Sabe-se que para gerir bem qualquer atividade, seja uma fazenda ou simplesmente uma operação agrícola, é imprescindível ter em mãos uma boa fonte de dados e indicadores de desempenho. Os indicadores devem mostrar se a atividade caminha rumo aos objetivos, dando suporte às tomadas de decisões. Definir adequadamente os indicadores de desempenho é extremamente importante para monitorar e
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garantir o sucesso. Quando se trata de processo ou operação agrícola, são inúmeros os indicadores que vêm em mente: profundidade, espaçamento, altura, umidade, temperatura, produtividade, perdas, consumo, taxa de aplicação e muitos outros. Quantificar todos eles é uma tarefa complexa. É necessário definir quais indicadores são os mais importantes, prioritários e, dentre eles, quais devem ser medidos e controlados. Dessa forma, é possível concentrar esforços e agir diFigura 1 – Matriz da qualidade
retamente sobre aqueles que trarão os resultados esperados, com melhor eficiência e eficácia. Mas como definir as prioridades de um processo agrícola? Quais são os indicadores que monitorados e controlados garantem a qualidade desejada da operação? Um dos métodos possíveis é utilizar o “planejamento da qualidade” conhecido pela sigla QFD (Quality Function Deployment). No Brasil, o QFD é conhecido como Desdobramento da Função Qualidade, sendo muito utilizado como ferramenta de planejamento, no desenvolvimento e melhoria de produtos, processos e serviços. O método tem como principal característica traduzir, na forma de parâmetros técnicos, os desejos e necessidades dos consumidores em relação à qualidade de um determinado produto ou serviço. Esses parâmetros devem ser obtidos pelas áreas operacionais da empresa, atendendo assim as necessidades dos consumidores. Inserido no contexto do Controle da Qualidade Total, (TQC-Total Quality Control) o QFD foi desenvolvido na década de 60 por Yoji Akao, no Japão, com o principal objetivo de garantir a qualidade de um produto desde a fase de planejamento do projeto, para agir de forma preven-
“Definir adequadamente os indicadores de desempenho é extremamente importante para monitorar e garantir o sucesso”
John Deere
tiva e eliminar os problemas potenciais antes da produção. Atualmente, o método é utilizado em todo o mundo nas mais variadas áreas do conhecimento. A fase mais conhecida do método é a Matriz da Qualidade (Figura 1), também chamada de “Casa da Qualidade”. A Matriz da Qualidade traduz e prioriza as exigências dos clientes, (O quê?), em especificações técnicas de um produto, processo ou serviço, (Como?), de forma a atender as exigências dos clientes. O processo de construção pode ser dividido, basicamente, nas etapas: (1) Qualidade Exigida; (2) Qualidade Planejada; (3) Características da Qualidade; (4) Matriz de Relações; (5) Qualidade Projetada; (6) Matriz de Correlações. Antes de iniciar um projeto de QFD é preciso que algumas questões estejam bem definidas. Primeiramente, é necessário formar uma equipe de profissionais experientes, de seis a oito integrantes, e com bom conhecimento técnico sobre o produto, processo ou serviço a ser analisado. Essa equipe será a responsável pelo desenvolvimento de todo o projeto. Em seguida, deve-se definir com clareza e objetividade, qual o cliente e produto foco do projeto. A primeira etapa de construção da matriz, a Qualidade Exigida (1), também chamada de “O quê?”, identifica os desejos e necessidades dos clientes. No caso de um processo agrícola, uma operação de preparo de solo, por exemplo, procura-se responder às perguntas: “O que é um bom preparo?”; “O que é necessário para se obter um bom preparo de solo?”; “O que deve conter um bom preparo de solo?”. Dessa forma, serão listados numa tabela itens que descrevam a qualidade exigida no processo. Essa etapa é considerada como a mais importante do QFD, pois ela define o que o cliente quer, direciona o foco do trabalho e garante a eficácia do projeto. Na segunda etapa, Qualidade Planejada (2), a equipe de desenvolvimento é responsável por decidir o que a empresa, ou fazenda, pode e se dispõe a fazer para atender a Qualidade Exigida. Nesse momento são estabelecidas as prioridades dentre os itens da etapa anterior. No processo de extração das Características da Qualidade (3), terceira etapa, a equipe busca definir características técnicas mensuráveis (indicadores) que estabeleçam “Como?”
Figura 2 – Visão parcial da Matriz da Qualidade
garantir e atender às exigências da qualidade. A próxima etapa, Matriz de Relações (4), é responsável por estabelecer as relações entre os itens da Qualidade Exigida com cada Característica da Qualidade. A equipe deve classificar cada possível relação como: forte, média, fraca ou inexistente. Relacionando-se as prioridades estabelecidas na Qualidade Planejada com as relações entre a qualidade exigida e a característica da qualidade, obtém-se a Qualidade Projetada (5). Essa etapa apresenta o resultado final da Matriz da Qualidade. Ela define quais as priorida-
des dentre as Características da Qualidade e permite à equipe estabelecer o “Quanto?”, em números, para atender a qualidade desejada do produto, processo ou serviço em questão. É muito importante aqui analisar se esses valores são passíveis de serem obtidos com a atual tecnologia empregada. A última etapa, Matriz de Correlações (6), também conhecida como Telhado ou Matriz Auxiliar, apresenta as possíveis correlações entre as Características da Qualidade. Através do uso de correlações, positivas e negativas, demonstra como a alteração de uma característica interfere na outra. Ela fornece suporte à equipe para escolher entre agir direta ou indiretamente num determinado indicador. Há aproximadamente uma década, o QFD é utilizado no Brasil no desenvolvimento e melhoria de produtos, processos e serviços voltados ao agronegócio. Particularmente, a Esalq Para garantir a qualidade desejada no processo de plantio é preciso compreender as variáveis existentes
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Figura 3 – Itens da qualidade exigida no plantio mecanizado de cana-de-açúcar e representação gráfica dos seus pesos relativos
- Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP), por meio do Programa de Pós-graduação em Máquinas Agrícolas, desenvolve trabalhos de aplicação do método QFD na melhoria da qualidade de processos agrícolas mecanizados. O método já foi aplicado ao planejamento da qualidade do preparo de solo para plantio de florestas de eucaliptos, à produção de mudas de café e atualmente aos processos mecanizados de plantio e colheita de cana-deaçúcar.
PLANTIO DE CANA A qualidade do processo de plantio na cultura da cana-de-açúcar é fundamental para garantir o bom desenvolvimento da cultura e o desempenho dos processos subsequentes como os tratos culturais e a colheita. Atualmente, os produtores de cana podem optar por realizar o plantio de forma totalmente mecanizada. As operações de sulcação, distribuição de mudas e cobertura de sulcos são realizadas simultaneamente por uma mesma máquina (plantadora). Muitos produtores encontram ainda dificuldades com o plantio mecanizado por se tratar de um processo com implantação relativamente recente e com muitas variáveis envolvidas. As variáveis abrangem desde as características do viveiro de mudas ao estabelecimento e desenvolvimento inicial da cultura. Para se garantir a qualidade desejada nesse processo é preciso compreender como e com que intensidade as variáveis se relacionam e estabelecer as prioridades entre elas, definindo indicadores críticos que, quando controlados, garantam o sucesso do plantio. Nesse contexto, realizou-se um trabalho de planejamento da qualidade do plantio mecanizado de cana-de-açúcar, o qual teve como principal objetivo estabelecer as prioridades técni-
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Unesp
cas e definir as metas de desempenho para esse processo. Para tanto, formou-se uma equipe de seis engenheiros, gerentes e coordenadores da área agrícola de uma usina sucroalcooleira, que, utilizando o método QFD, definiu as estratégias para atender a qualidade desejada pela empresa. Na Figura 2 é apresentada uma visão parcial da Matriz da Qualidade, referente apenas às operações de “Plantio” realizadas pela plantadora. A análise da Matriz inicia-se a partir do primeiro nível da Qualidade Exigida. Primeiramente, verifica-se o que é necessário para realizar um “bom plantio” (item 4). Para tanto, é preciso ter uma “boa deposição e distribuição de mudas” (item 4.2), a qual é possível por meio de uma “distribuição em quantidade adequada” (item 4.2.2). Através da Matriz de Relações observa-se que o item 4.2.2 possui forte relação com quatro Características da Qualidade (indicadores): densidade de gemas viáveis (item 2.4), gemas
Figura 4 – Características técnicas da qualidade (indicadores) do plantio mecanizado de cana-de-açúcar e representação gráfica dos seus pesos relativos
“Muitos produtores encontram ainda dificuldades com o plantio mecanizado por se tratar de um processo com implantação relativamente recente e com muitas variáveis envolvidas” Massey Ferguson
danificadas (item 2.5), consumo de mudas (item 2.6) e espaços vazios no sulco (item 2.7). Logo abaixo dos indicadores, na Matriz, encontram-se os símbolos (setas) que indicam o desempenho desejado de cada um deles e as unidades de medida que os expressam. Na parte inferior da Matriz (Qualidade Projetada), são estabelecidas as prioridades do plantio. A partir da classificação dos pesos observa-se que os itens 2.4 e 2.6 ocupam as primeiras colocações. Logo abaixo, na “avaliação técnica comparativa”, a equipe apresenta a condição “real” do indicador na empresa e a considerada como “ideal” e, com base nessas informações, são estabelecidas as “metas de desempenho”. Para auxiliar a tomada de decisão, por meio da Matriz de Correlações, verifica-se que os itens 2.4 e 2.6 possuem correlação fortemente positiva (++). Isso demonstra que ao reduzir o “consumo de mudas”, a “densidade de gemas viáveis” também será reduzida, o que permite controlar indiretamente um indicador através do controle de outro. Portanto, a Matriz da Qualidade torna-se praticamente um mapa do plantio, no qual é possível identificar a importância dos parâmetros do processo e entender como e com que intensidade eles se relacionam. De forma geral, na Figura 3 é possível visualizar “O quê?” a empresa exige em relação à qualidade do plantio. Ela apresenta os itens que
Com a possibilidade de optar pelo plantio completamente mecanizado, produtores de cana conseguem controlar melhor a qualidade da operação
a empresa julga necessário para atender no processo de plantio. Já na Figura 4, são listados os itens que estabelecem “Como?” atender as exigências descritas na Figura 3. A Figura 4 também traz em destaque os indicadores considerados como metas de desempenho pela equipe. Essas metas expressam em quais fatores a empresa concentrará esforços. Num primeiro momento, identificaram-se 59 características da qualidade, um número relativamente grande de indicadores. Por meio da matriz, esses foram priorizados e reduzidos para 36, que, por fim, a equipe estabeleceu que somente 15 deles fossem considerados como
metas de desempenho. Vale ressaltar que as informações contidas nas Figuras 2, 3 e 4 não constituem uma receita de como deve ser realizado um plantio mecanizado de qualidade. Tais informações foram obtidas a partir da realidade da empresa em questão e representam características específicas do processo realizado por ela. Além de priorizar esforços e mostrar à empresa o melhor caminho para alcançar a qualidade de sua atividade, a utilização do QFD proporciona um melhor relacionamento entre áreas funcionais da empresa e promove a aprendizagem organizacional, uma vez que todas as etapas de execução são realizadas em consenso com os integrantes da equipe de desenvolvimento. A partir desse trabalho, verificou-se que o método QFD, como ferramenta de planejamento, possui um grande potencial de aplicação em sistemas produtivos agrícolas, principalmente nos mecanizados, em que o número de variáveis envolvidas é grande e geralmente difícil de serem controladas. A Matriz da Qualidade permite definir “O quê?” e “Como?” atender as exigências da qualidade e, dessa forma, atingir a eficácia e a eficiência nas atividades, concentrando e priorizando ações para re.M duzir custos, desperdícios. Daniel Gustavo de Pauli, Marcos Milan e José Vitor Salvi, Esalq/USP
gotejadores
Charles Echer
Conta-gotas
grande variabilidade em relação à distância do ponto de emissão, quando comparada à microaspersão onde a distribuição depende quase que exclusivamente do próprio emissor e dos parâmetros operacionais (Laurindo, 2005). O conhecimento da conformação dos bulbos para as diferentes condições de solo é fundamental, para projetos de irrigação e para o correto manejo da prática de fertirrigação (Zanini, 1991).
SOLUÇÃO DO SOLO A solução do solo compreende a sua fase aquosa, da qual as raízes das plantas retiram os nutrientes necessários ao seu desenvolvimento e produção. O conhecimento da concentração de nutrientes na solução do solo é desejável para o manejo racional da adubação e, mais recentemente, da fertirrigação, técnica que permite grande flexibilidade no parcelamento da adubação ao longo do ciclo das culturas.
MONITORAMENTO
O monitoramento do sistema de fertirrigação com extratores de cápsula porosa possibilita aumento da racionalização no uso da água, da energia e dos insumos utilizados no processo
A
fertirrigação, aplicação de fertilizantes via água de irrigação, é uma prática empregada na agricultura irrigada, constituindo-se em um meio eficiente de nutrição, pois combinam dois fatores essenciais para o crescimento, desenvolvimento e produção das plantas: água e nutrientes. Esta técnica também permite um melhor ajuste no fornecimento dos nutrientes nos diferentes estádios de desenvolvimento da cultura. O manejo inadequado da fertirrigação, além de reduzir a produtividade e a qualidade do produto, por efeito do desequilíbrio nutricional, pode aumentar o custo de produção, ampliar a perda de água e de fertilizantes, causar a salinização dos solos devido à aplicação excessiva e, ainda, por meio de lixiviação, contaminar mananciais de águas, causando danos ao ambiente (Villas Boas et al, 2001). O monitoramento de forma eficiente do sistema de fertirrigação resulta em um melhor e racional uso da água, da energia e dos insumos utilizados no processo. Nesse capítulo pretende-se alertar ao usuário que utiliza a técnica de fertirrigação sobre a importância do moni-
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toramento da solução do solo e a formação do bulbo molhado.
IRRIGAÇÃO LOCALIZADA Os sistemas de irrigação localizada são propícios à implantação da fertirrigação, quer pela elevada eficiência na irrigação localizada característica do método, quer pela facilidade de injeção do adubo no sistema de irrigação e sua distribuição às plantas. A extensa rede de tubulações e emissores disposta, quando se adota essa irrigação, facilita a fertirrigação. Nesse contexto, já existe um consenso de que a fertirrigação é uma técnica viável em larga escala (Pires et al, 2005). Segundo Benani e Ofen (1994), na irrigação por gotejo, a água aplicada pelo gotejador penetra no solo e move-se para baixo e para os lados, formando um bulbo. O tamanho e a forma do bulbo são afetados principalmente pela vazão do gotejador, tipo de solo e tempo de aplicação (Figura 1). No gotejamento, a distribuição horizontal da água no solo depende muito mais dos atributos físico-hidráulicos do solo, portanto, com
A amostragem e a realização de análise periódica do solo, com a finalidade de acompanhar as concentrações dos íons na solução durante as fases de crescimento e desenvolvimento da cultura, são inviáveis economicamente em uma atividade agrícola comercial, além de não ser uma metodologia instantânea, que possibilita tomada de decisões imediatas. Entretanto, a amostragem da solução do solo é uma alternativa capaz de solucionar o problema de forma eficaz e a um baixo custo, principalmente se associada a determinações rápidas no campo (Silva et al, 2000). Em se tratando do monitoramento da solução do solo, algumas propriedades têm utilizado o extrator de solução como ferramenta para avaliar na solução extraída do solo, se a quantidade de fertilizante aplicada está adequada, restrita ou excessiva, quer seja pela determinação da condutividade elétrica ou pela avaliação dos teores de nutrientes. Há ainda a vantagem de poder reajustar a quantidade de nutrientes aplicada, em um mesmo ciclo da cultura, desde que feito um adequado monitoramento. Tabela 1 – Profundidade de instalação dos extratores para algumas culturas (Santana et al, 2002) Cultura Alface Batata Cebola Cenoura Citros Melão Morango Pimentão Tomate
Profundidade de instalação do extrator (cm) 25 22,5 30 25 60 30 30 20 15 a 30
“O manejo inadequado da fertirrigação, além de reduzir a produtividade e a qualidade do produto, por efeito do desequilíbrio nutricional, pode aumentar o custo de produção”
EXTRATORES DE SOLUÇÃO DO SOLO O extrator de solução do solo é um equipamento que retira parte da solução do solo, nas condições de umidade do solo em que a planta se desenvolve. Constitui de um tubo de PVC conectado, em sua parte inferior, a uma cápsula de cerâmica porosa, e sua extremidade superior fica hermeticamente fechada com uma rolha ou uma borracha de silicone, conforme ilustra a Figura 2.
INSTALAÇÃO A instalação do extrator de solução do solo é simples, sendo necessário apenas um trado que tenha diâmetro igual ou menor que o da cápsula porosa, se o solo estiver úmido facilitará a instalação, pois é necessário que a cápsula fique em contato com o solo. Dependendo do tamanho do tubo de PVC a cápsula de cerâmi-
ca porosa pode ser enterrada até a profundidade que se deseja amostrar a solução, sendo esta a profundidade efetiva do sistema radicular das culturas (profundidade em que fica a maioria das raízes). A Tabela 1 apresenta a profundidade recomendada de instalação dos extratores de solução do solo para diferentes culturas. Segundo Dias et al, (2004), antes de levar os extratores ao campo, estes devem ficar em um balde com água limpa por 24 horas no mínimo, para saturação dos poros da cápsula com água. Os extratores devem ser instalados em locais representativos no campo. Devido à grande variabilidade dos solos e dos sistemas de cultivo, não é possível recomendação específica com respeito ao número de extratores necessários por área e o local de instalação. No caso de irrigação localizada se sugere instalar o extrator a uma distância de 10 a 20cm de um emissor,
Figura 2 – Extrator de solução do solo Fotos Alessandra de Oliveira
Figura 1 – Formação do bulbo molhado na irrigação por gotejo em função do tempo (A), da textura do solo (B) e de diferentes vazões do emissor (C)
porém, deve-se considerar o tamanho do bulbo molhado e o tipo de cultura. A instalação de extratores de solução do solo abaixo da profundidade efetiva do sistema radicular também é recomendada, pois permite monitorar a presença ou ausência de lixiviação.
COLETA DA SOLUÇÃO DO SOLO A solução do solo é obtida com a aplicação de um vácuo (retirada do ar) de aproximadamente 80kPa na parte interna do extrator, este procedimento deve ser realizado com o auxílio
DETERMINAÇÕES Feita a coleta da solução o conteúdo da seringa deve ser colocado em um frasco com a identificação do extrator, nesta solução poderão ser determinados, direto no campo, os valores de pH e condutividade elétrica, com o auxílio respectivamente de um peagâmetro e um condutivímetro portátil também poderá ser determinada a concentração iônica utilizando medidores de íons específicos (Cardy – Horiba).
PH O acompanhamento dos valores de pH na solução do solo é muito importante para verificar principalmente problemas de acidificação. Geralmente solos ácidos são pobres em cálcio, magnésio e potássio, possuem alto teor de alu-
Figura 3 – Aplicação do vácuo (A) e coleta da solução do solo (B) Fotos Alessandra de Oliveira
de uma bomba de vácuo elétrica, manual ou uma seringa (Figura 3A), isso forçará a entrada da solução pela cápsula porosa. Entre 12 a 24 horas após a fertirrigação se aplica o vácuo e aproximadamente de 12 a 24 após a aplicação do vácuo deve ser feita a coleta da solução com o auxílio de uma seringa descartável conectada a um microtubo, que percorre toda a parte interna do extrator (Figura 3B). Dias et al, (2004) sugere coletar a solução do solo semanalmente ou a cada 15 dias para que ocorra um bom monitoramento da solução durante o ciclo da cultura.
mínio e este apresenta um efeito tóxico para a vida das plantas. Sabe-se que a disponibilidade de nutrientes adequada no solo ocorre em uma faixa de pH que varia de 6,0 a 6,5 (Malavolta, 2006). Nas adubações convencionais, nas quais fertilizantes sólidos são aplicados em uma área maior do solo, o efeito da acidificação pelo uso de fertilizantes com reação ácida pode ser importante após alguns anos de sua utilização. No entanto, quando esses fertilizantes são aplicados via irrigação, principalmente no caso de gotejamento, onde o fertilizante se encontra na zona de molhamento que é um volume de solo restrito, o efeito de acidificação é intenso e pode promover o abaixamento do pH em um único ciclo da cultura (Villas Boas et al, 1999). Na Tabela 2 são apresentados os valores de pH de alguns fertilizantes em diferentes concentrações na solução.
Tabela 2 – Efeito de diferentes concentrações de fertilizantes no pH da solução (adaptado de Vivancos, 1992) Concentração (%) Ácido fosfórico 1 1,88 5 1,52 10 1,35 25 0,94 50 0,66
Nitrato de amônio 5,17 (506)1 5,05 5,00 4,80 4,78
Uran 7,64 7,79 8,89 8,05 8,19
Sulfato de amônio 5,61 (5,5) 5,62 5,72 5,83 5,87
Ureia 7,28 (5,08) 8,98 9,20 9,61 9,65
1Valores dentro dos parênteses foram obtidos nos folhetos de divulgação da empresa SQM.
Tabela 3 – Tolerância relativa de algumas culturas à salinidade (Lorenz e Maynard, 1988) Cultura Cebola Cenoura Feijão Morango Alface Batata Brócolos Couve Espinafre Milho Doce Pepino Pimentão Rabanete Tomate Abobrinha Beterraba
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Limite máximo de salinidade do solo sem registro de perda de produtividade (dS m-1) 1,2 1,0 1,0 1,0 1,3 1,7 2,8 1,8 2,0 1,7 2,5 1,5 1,2 2,5 4,7 4,0
Efeito na produtividade quando se aumenta 1dS m-1 no limite máximo de salinidade (%) 16 14 19 33 13 12 9 10 8 12 13 14 13 10 9 9
CONDUTIVIDADE ELÉTRICA A condutividade elétrica está relacionada ao conteúdo de sais na solução do solo. O excesso de sais na zona radicular, sem considerar o tipo de espécie iônica, prejudica a germinação, o desenvolvimento e a produtividade das plantas. O teor de fertilizantes no solo deve ser sempre o adequado às plantas cultivadas, assim, a manutenção da concentração da solução do solo a níveis inferiores ao máximo tolerado pela cultura e superiores ao mínimo necessário para sua nutrição é uma prática considerada ideal, por ser mais econômica e menos agressiva ao ambiente (Dias, 2004). A condutividade elétrica obtida por extratores de cápsulas porosas reflete as condições reais em que a planta desenvolve-se e deve ser mantida no limiar da cultura. A Tabela 3 mostra o efeito que ocorre com a produtividade de algumas culturas, quando se aumenta 1dS m-1 na condutividade elétrica em relação ao limite máximo registrado sem perdas de produtividade.
NUTRIENTES A aplicação de fertilizantes, na fertirrigação, deve ser diferenciada ao longo do ciclo da cultura, visto que a absorção de cada nutriente é função do estádio em que a cultura se encontra. A análise no próprio campo da concentração de nutrientes na solução do solo pode ser feita utilizando medidores de íons específicos de N-NO3, K e Na, estes devem ser calibrados antes do início das análises de acordo com as recomendações do fabricante. Caso seja necessário avaliar outros elementos e nutrientes, o frasco identificado, contendo a solução do solo, deve ser encaminhado a um laboratório.
CONSIDERAÇÕES FINAIS O extrator de solução do solo pode ser considerado uma ferramenta auxiliar no monitoramento da fertirrigação, principalmente se associado a determinações rápidas no campo, além de possuir um baixo custo. Utilizando esta ferramenta espera-se tornar a fer.M tirrigação mais eficiente. Thais Regina de Souza e Alessandra Conceição de Oliveira, FCA/Unesp
VENDAS INTERNAS DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS AUTOMOTRIZES NACIONAIS E IMPORTADAS - ATACADO Unidades Total Nacionais Importadas Tratores de rodas Nacionais Importados Tratores de esteiras Nacionais Importados Cultivadores motorizados Nacionais Importados Colheitadeiras Nacionais Importadas Retroescavadeiras Nacionais Importadas Mil unidades 2007 2008 2009
JAN 1,8 2,9 3,1
2009 MAR B 4.149 4.033 116 3.408 3.325 83 51 43 8 154 154 0 288 270 18 248 241 7
ABR A 3.930 3.645 285 3.328 3.072 256 54 35 19 127 127 0 205 195 10 216 216 0 FEV 2,4 4,0 3,6
MAR 3,0 4,3 4,1
ABR 2,9 4,5 3,9
2008 JAN-ABR C 14.798 14.100 698 12.019 11.543 476 169 116 53 533 533 0 1.131 1.082 49 946 826 120 MAI 3,2 4,7
JUN 3,4 5,1
ABR D 4.477 4.332 145 3.640 3.502 138 53 49 4 152 152 0 287 284 3 345 345 0 JUL 3,5 5,1
JAN-ABR E 15.647 15.245 402 12.046 11.719 327 167 163 4 572 572 0 1.625 1.554 71 1.237 1.237 0 AGO 3,9 5,1
SET 3,6 5,5
Variações percentuais A/D -12,2 -15,9 96,6 -8,6 -12,3 85,5 1,9 -28,6 375,0 -16,4 -16,4 -28,6 -31,3 233,3 -37,4 -37,4 -
A/B -5,3 -9,6 145,7 -2,3 -7,6 208,4 5,9 -18,6 137,5 -17,5 -17,5 -28,8 -27,8 -44,4 -12,9 -10,4 0,0 OUT 4,2 5,5
NOV 3,7 4,3
DEZ 2,8 3,7
C/E -5,4 -7,5 73,6 -0,2 -1,5 45,6 1,2 -28,8 1.225,0 -6,8 -6,8 -30,4 -30,4 -31,0 -23,5 -33,2 ANO 38,3 54,5 14,8
PRODUÇÃO DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS AUTOMOTRIZES Unidades Total Tratores de rodas Tratores de esteiras Cultivadores motorizados Colheitadeiras Retroescavadeiras Mil unidades 2007 2008 2009
JAN 3,2 5,9 4,7
2009 MAR B 5.622 4.654 74 168 471 255
ABR A 5.245 4.647 49 161 200 188 FEV 4,1 6,6 4,4
MAR 5,0 6,6 5,6
ABR 5,2 7,0 5,2
2008 JAN-ABR C 19.926 16.737 300 606 1.653 630 MAI 5,6 6,5
JUN 5,7 7,3
ABR D 7.025 5.360 325 150 754 436 JUL 6,5 7,6
JAN-ABR E 26.075 19.625 1.190 530 3.130 1.600 AGO 6,8 8,0
SET 5,8 8,0
Variações percentuais A/D -25,3 -13,3 -84,9 7,3 -73,5 -56,9
A/B -6,7 -0,2 -33,8 -4,2 -57,5 -26,3 OUT 6,8 8,8
NOV 6,3 7,4
DEZ 4,1 5,4
C/E -23,6 -14,7 -74,8 14,3 -47,2 -60,6 ANO 65,0 85,0 19,9
MÁQUINAS AGRÍCOLAS AUTOMOTRIZES POR EMPRESA Unidades Total Tratores de rodas Agrale Case CNH John Deere Massey Ferguson (AGCO) New Holland CNH Valtra Outras Empresas Colheitadeiras Case CNH John Deere Massey Ferguson (AGCO) New Holland CNH Valtra Cultivadores motorizados (1) Tratores de esteiras (2) Retroescavadeiras (3)
ABR A 3.930 3.328 92 62 571 986 942 519 156 205 17 90 7 81 10 127 54 216
2009 MAR B 4.149 3.408 94 31 449 1.095 761 806 172 288 37 134 62 50 5 154 51 248
2008 JAN-ABR C 14.798 12.019 385 205 1.638 3.687 3.036 2.484 584 1.131 141 463 171 324 32 533 169 946
ABR D 4.478 3.640 114 62 660 972 890 805 137 287 41 110 33 98 5 152 54 345
(1) Empresas não associadas à Anfavea. (2) Caterpillar, New Holland CNH (sucede Fiatallis CNH a partir de 1º/02/05), Komatsu. (3) AGCO, Case CNH, Caterpillar, New Holland CNH (sucede Fiatallis CNH a partir de 1º/02/05). Fonte: ANFAVEA - Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores
JAN-ABR E 15.648 12.046 474 160 1.577 3.674 2.699 2.980 482 1.625 192 572 265 562 34 572 168 1.237
A/B -5,3 -2,3 -2,1 100,0 27,2 -10,0 23,8 -35,6 -9,3 -28,8 -54,1 -32,8 -88,7 62,0 100,0 -17,5 5,9 -12,9
Variações percentuais A/D -12,2 -8,6 -19,3 0,0 -13,5 1,4 5,8 -35,5 13,9 -28,6 -58,5 -18,2 -78,8 -17,3 100,0 -16,4 0,0 -37,4
C/E -5,4 -0,2 -18,8 28,1 3,9 0,4 12,5 -16,6 21,2 -30,4 -26,6 -19,1 -35,5 -42,3 -5,9 -6,8 0,6 -23,5
Justiça em debate
Schubert K. Peter - schubert.peter@revistacultivar.com.br
Saída mais difícil
O
grande número de processos onde se questionam cláusulas de contratos celebrados com bancos gerou interessante manifestação do Judiciário. A partir de agora, o mero ajuizamento de ação contra a instituição bancária não tem o condão de embasar decisão que a impeça de inscrever o devedor em cadastros de restrição ao crédito. Trata-se de resposta às ações onde os autores poucas chances têm de obter êxito: buscam o Judiciário simplesmente para ganhar tempo. Não esperam vencer, apenas protelar. De acordo com a nova orientação, prolatada sob o regime do art. 543-C do Código de Processo Civil, a concessão de antecipação de tutela ou de medida liminar para impedir inscrição no cadastro de inadimplentes depende: 1. De ser a ação fundada em questionamento da totalidade ou de parte do valor; 2. Da demonstração efetiva da aparência do bom direito (não basta dizer genericamente, deve-se demonstrar) e do embasamento em jurisprudência do STF ou do STJ; 3. Se apenas parte do débito for contestado, deve ser depositada a parte incontroversa. Como essa decisão ocorreu sob o regime dos Recursos Repetitivos, haverá dificuldade de se fazer prevalecer tese contrária. O entendimento serve também como base para a recente Súmula 380 do STJ: “a simples propositura da ação de revisão de contrato não inibe a caracterização da mora do autor”. Já em termos de sentença, será legítima a inscrição caso fique caracterizada a mora. Por fim, essa decisão não vale para os seguintes casos: cédulas de crédito rural, industrial, bancário e comercial; contratos celebrados por cooperativas de crédito; contratos regidos pelo Sistema Financeiro de Habitação, bem como os de crédito consignado. . M
Sócio devedor
M
aiores cuidados são requeridos dos sócios em empresas. Decisão recente, também sob os efeitos do regime de recursos repetitivos, consolidou entendimento do Superior Tribunal de Justiça sobre o redirecionamento das execuções fiscais contra pessoas físicas. Caso o nome do sócio conste, juntamente com o da pessoa jurídica, na Certidão de Dívida Ativa, haverá alteração do ônus da prova. Caberá à pessoa sustentar a ausência de responsabilidade tributária. Antes, a incumbência era suportada pelo Fisco. A dificuldade na produção de prova negativa é grande. Como demonstrar um não acontecimento? Em muitos casos, inexistem meios.
38 • Maio 09
Sem casamento
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ara que ocorra casamento, os nubentes devem declarar, perante o oficial, que realizam o ato por livre e espontânea vontade. Se há um momento certo para dizer o “sim”, podese ser indenizado por rompimento de noivado? Em regra, não. Eventuais reparações devem ser baseadas nas circunstâncias. Em um dos casos onde houve condenação a indenizar, o noivo rompeu o compromisso no dia da festa de “despedida de solteira” da noiva, faltando um mês para a data do casamento e quando os convites para a cerimônia haviam sido distribuídos. A partir do conjunto fático foi determinado o dever de indenizar. Não se tratou do mero rompimento, portanto, mas do momento e da forma escolhida para o desfazimento do vínculo.