Maquinas 88

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Cultivar Máquinas • Edição Nº 88 • Ano IX - Agosto 09 • ISSN - 1676-0158 Matéria de capa

Nossa capa

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Charles Echer

Test Drive New Holland TC 5090

Testamos a colheitadeira TC 5090 da New Holland e avaliamos o desempenho da série que chega à marca de 25 mil colhedoras comercializadas no Brasil

Destaques

Índice

Pulverizadores

Armazenagem

Ensaio mostra eficiência de pulverizadores com diversas regulagens no controle da ferrugem asiática

Os sistemas de exaustão em unidades armazenadoras serão itens obrigatórios a partir do início do próximo ano

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• Editor

• Circulação

• Redação

• Expedição

Gilvan Quevedo Charles Echer

Dianferson Alves Edson Krause

• Design Gráfico e Diagramação

Pedro Batistin Sedeli Feijó

NOSSOS TELEFONES: (53) • GERAL

• REDAÇÃO

• ASSINATURAS

• MARKETING

3028.2000 3028.2070

Tecnologia de aplicação em soja

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Ficha Técnica - Semeadeiras 2100

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Ficha Técnica - PDM PG Maxima

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Pulverização de calda pronta

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Test Drive - New Holland TC 5090

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Agricultura de precisão

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Ficha Técnica - Plainas Agrimec

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Ficha Técnica - Corte Automático Arag

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Ficha Técnica - MF 275

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Sistemas exaustores em silos

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Informe e Coluna jurídica

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Assinatura anual (11 edições*): R$ 129,90

Aline Partzsch de Almeida • Impressão: Kunde Indústrias Gráficas Ltda.

• Comercial

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(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)

Simone Lopes

• Revisão

Cristiano Ceia

Rodando por aí

3028.2060 3028.2065

Grupo Cultivar de Publicações Ltda. www.revistacultivar.com.br Direção Newton Peter Secretária Rosimeri Lisboa Alves www.revistacultivar.com.br cultivar@revistacultivar.com.br

Números atrasados: R$ 15,00 Assinatura Internacional: US$ 130,00 EUROS 110,00 Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados podem solicitá-las à redação pelo e-mail: cultivar@revistacultivar.com.br

Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.


rodando por aí

John Deere

Empossado no dia 1º de agosto o novo presidente mundial e CEO da Deere & Co, Samuel Allen. Ele escolheu a América do Sul para sua primeira viagem no cargo. Acompanhado por um grupo de diretores da companhia, esteve nas unidades da John Deere em Horizontina e Montenegro, no escritório regional de Porto Alegre e no Centro de Distribuição de Peças em Campinas.

Khun

Um encontro entre o presidente da Emater/Rio Grande do Sul, Mário Augusto Ribas do Nascimento, a gerência regional de Passo Fundo e dirigentes da Kuhn, fabricante de máquinas e implementos agrícolas, marcou o início de aproximação entre a instituição e a empresa. Também participaram o gerente regional adjunto, Cláudio Dóro e o chefe de gabinete da presidência, Marcos Mattos. A Kuhn esteve representada pelo diretor-geral, Mário Wagner; o gerente comercial, Antônio Oliveira; o gerente de Vendas, Belarmino Peres; o coordenador de Marketing, Evandro Chioquetta e o gerente regional Centro-Oeste, Mariclésio Mattana.

Walter Horita

Valtra

A Valtra participou em agosto da 10ª Feira de Agronegócios Coopercitrus (Feacoop), na Estação Experimental de Citricultura de Bebedouro, em São Paulo, onde levou tratores como o BH 205i, o BH 185i, o BH 180 cabinado HF, o BH 165, o BH 145, o 785, o BF 75, o Challenger, o BC 4500. Mereceu destaque na feira a Série A, lançada em julho, com os modelos A750, A850 e A950. “A Feacoop é um evento regional com visibilidade nacional e nos orgulha muito participar de todas as edições até agora”, diz Jak Torretta Júnior, diretor de marketing da Valtra.

Massey Ferguson

Agricultores familiares do Ceará receberam em agosto as chaves dos 100 primeiros tratores Massey Ferguson adquiridos pelo governo do estado para o Projeto São José. A entrega foi realizada na Secretaria de Desenvolvimento Agrário pelo titular da pasta, Camilo Santana, e pelo governador Cid Gomes, que operou um dos veículos. Seis mil famílias de 93 municípios foram beneficiadas. Cada uma vai receber um MF 265, adquirido através da concessionária Cequip, que venceu a licitação realizada pelo governo do Ceará para aquisição de 137 tratores.

Fankhauser

A Fankhauser participou de Dia de Campo, na última semana de julho, juntamente com a nova revenda Plantar Agropecuária e Máquinas, nas cidades de Turvo, Araranguá, São João do Sul, Imbituba, Jaguaruna, Praia Grande e Meleiro, em Santa Catarina. Os trabalhos foram realizados com a semeadora de arroz hidráulica 2115, equipamento desenvolvido para a região.

BRDE

Artur Schierenbeck e Leandro Luiz Kich

Agrale

A Agrale acaba de desenvolver o trator Compactador 4230.4 para a coleta de lixo seletivo e orgânico em locais de difícil acesso. O modelo possui câmbio sincronizado (alta/ baixa) de seis marchas à frente e duas à ré, utiliza motor Agrale M 790 com 30cv de potência máxima e torque de 6,9Nm – 7,0kgfm – a 2.550rpm. Tem capacidade para transportar 6 m³ de lixo seco ou 4,5 m³ de lixo orgânico.

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Vera Lúcia Ambrozi e Marco Antônio Coelho apresentaram no 24º Seminário da Cooplantio a linha de irrigação e armazenagem financiáveis pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). Os objetivos do programa são ampliar o uso da irrigação na agricultura, reduzir perdas por estiagens, otimizar e racionalizar o uso

Pró-Trator

Produtores da região de Limeira, São Paulo, receberam durante o 1º Encontro Regional de Agricultores as chaves de tratores adquiridos através do Programa Pró-trator. O evento contou com a participação de 900 produtores.

Prevenção

Nos dias 20 e 21 de julho a Agrimec promoveu palestras aos colaboradores da empresa sobre os efeitos e consequências do uso do crack. O evento contou com a participação da Polícia Civil e teve o apoio da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa).



pulverização

O que funciona? Experimento com aplicação de fungicidas mostra que aumento de volume de calda e uso de adjuvantes não ajudam a melhorar a qualidade de aplicação e mostra que as pontas de jato plano defletor e de jato plano duplo foram superiores à ponta de jato plano duplo com indução de ar

O

controle químico da ferrugem asiática da soja [Glycine max (L.) Merrill], causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, tem sido de grande importância para a viabilidade da cultura. Na ausência de controle químico eficiente, a ferrugem pode causar prejuízos variando entre 10% e 75% da produtividade esperada, como já observado no Brasil no ano de 2001. Em geral, é dada maior importância ao produto a ser utilizado no controle e menor à maneira de utilização desse na lavoura. A ferrugem asiática tem seu controle baseado principalmente em fungicidas. Entretanto, embora os fungicidas sejam bastante eficientes, o controle dessa doença nem sempre é satisfatório. Isso ocorre principalmente pelo fato da mesma iniciar nas partes mais baixas da cultura e, dessa forma, as aplicações de fungicida precisam vencer a barreira imposta

pela massa de folhas e promover uma boa cobertura da planta. Uma das formas de se obter essa boa deposição em alvos biológicos é a escolha correta da ponta e da técnica de aplicação do fungicida, bem como o momento da aplicação. As pontas de pulverização são os componentes mais significativos dos pulverizadores. Atualmente, existem no mercado diferentes tipos, as quais conferem uma variada capacidade de cobertura do alvo. Outro fator importante na aplicação do fungicida é o volume de calda empregado. Uma aplicação correta tem por objetivo colocar o defensivo em um determinado alvo com a maior eficiência possível. Antigamente, isso só poderia acontecer quando a cultura era bem molhada, com grande volume de calda por área. Esse conceito, no entanto, vem mudando, pois esse alto volume pode levar à perda de produto por escorrimento, além de onerar a aplicação. As técnicas de pulverização precisam oferecer gotas com boa capacidade de penetração e cobertura da massa foliar, mesmo para a aplicação de fungicidas sistêmicos. Já é conhecido

que quanto menor a gota na pulverização, maior o risco de deriva, e se a gota for muito grande, a planta pode ter dificuldade em relação à retenção e à absorção. Outra forma de também melhorar a eficiência das aplicações, além da seleção correta das pontas, é a adição de adjuvantes à calda. Os adjuvantes atuam de maneira diferente entre si, promovendo melhoras no molhamento, na aderência, no espalhamento, na redução de espuma e na dispersão da calda de pulverização. Alguns possíveis benefícios dos adjuvantes podem ser destacados: aumento da absorção do ingrediente ativo, aumento da retenção no alvo e aumento da persistência. O efeito dos adjuvantes nas aplicações é um processo complexo, que envolve aspectos físicos, químicos e fisiológicos. Desta forma, neste trabalho avaliou-se o controle químico da ferrugem asiática da soja em função da deposição de calda no dossel da cultura, levando em consideração pontas de pulverização, volumes de calda e adição de adjuvante à calda.

O experimento

O presente trabalho foi conduzido na Fazenda Mandaguari, localizada no município de Indianópolis – MG, à altitude de 970m do nível do mar. Realizou-se a semeadura direta da cultivar Matheus Zanella

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Cultivar

de soja M-SOY 8001 (ciclo semiprecoce). O espaçamento de semeadura utilizado foi 45cm entre fileiras, com 12 plantas por metro. O ensaio foi conduzido no delineamento em blocos casualizado, com quatro repetições, em esquema fatorial (3 x 2 x 2): três tipos de ponta de pulverização (jato plano defletor TT 110-03, jato plano duplo AD/D 110-03 e jato plano duplo com indução de ar ADIA/D 110-03), dois volumes de calda (200 e 250l/ ha-1) e presença ou ausência de adjuvante adicionado à calda. Foi utilizado como fungicida a combinação de 200g de azoxistrobina + 80g de ciproconazol por litro, formulação suspensão concentrada, na dose de 0,3l/ha-1. O fungicida foi aplicado com as diferentes pontas e volumes de calda quatro vezes, em intervalos de aproximadamente 14 dias. A primeira aplicação foi realizada no estágio V5, quando a soja apresentava uma severidade de ferrugem de 2%, a segunda em R1, a terceira em R3 e a quarta em R5. O adjuvante comercial utilizado foi o dodecil benzeno, combinado com 172,5g/l-1 de N e 46,0g/l-1 de P2O5, empregados na concentração de 100ml de produto para 100l de água. As aplicações foram realizadas utilizandose um pulverizador autopropelido, com barra de 23m, contendo 46 bicos espaçados de 0,5m e capacidade do tanque de 2.000l. Equipa-

Fatores como volume de calda e utilização de adjuvantes no produto ajudam a aumentar a eficiência da aplicação

mento este dotado de controlador eletrônico de pulverização, previamente conferido por meio da determinação da velocidade de deslocamento e vazão das pontas de pulverização. A altura de aplicação em relação à cultura foi de 0,5m. A pressão empregada foi 483kPa (70lb pol-2) e a velocidade de deslocamento foi 9,0km/h-1 e 7,5km/h-1, para os volumes de 200l/ha-1 e 250l/ha-1, respectivamente. O controlador realiza automaticamente pequenas alterações de pressão para compensar oscilações ocorridas na velocidade. Utilizaram-se pontas de pulverização hidráulicas, selecionadas de forma a se obter os

volumes de aplicação testados (Tabela 1). A avaliação da eficácia dos tratamentos no controle da ferrugem da soja foi feita mediante a comparação da severidade da doença, massa de 1.000 grãos e produtividade. Também se avaliou a deposição da calda fungicida pulverizada. Esse estudo foi realizado na quarta aplicação do fungicida (100% de fechamento da área pela cultura – Estágio R5), nas parcelas com volume de calda de 200l/ha-1. Analisou-se a distribuição de fungicida sobre a cultura da soja, por meio da quantificação das gotas depositadas em papéis sensíveis à água (76mm x 26mm).


Ponta TT 110-03 AD/D 110-03 ADIA/D 110-03

Tabela 1 - Descrição das pontas de pulverização utilizadas Descrição Jato plano defletor Jato plano duplo Jato plano duplo com indução de ar

toraram-se as condições ambientais de temperatura, umidade relativa do ar e velocidade do vento. A temperatura, a umidade relativa do ar e a velocidade do vento foram favoráveis, durante as aplicações do fungicida: temperatura inferior a 29°C, umidade relativa superior a 55% e velocidade do vento variando entre 3,2km/h-1 e 6,4km/h-1.

Classe de gotas* Média-grossa Fina-média Muito grossa

* Classe de gotas indicada pelo fabricante, podendo variar de acordo com a pressão de operação.

Tabela 2 - Efeito da ponta de pulverização e do uso de adjuvante na densidade de gotas depositadas nos terços inferior, médio e superior do dossel da cultura da soja, cultivar M-SOY 8001 em estágio R5, considerando o volume de calda de 200l/ha-1 Densidade de gotas (gotas cm-2) Ponta Água + Adjuvante Média Água Terço superior ADIA/D A139c 130 A120a* AD/D A241b 200 B159a TT A378a 271 B164a Média 253 148 CV: 14,4% Terço médio ADIA/D A105b 93 B81a AD/D A144ab 116 B88a TT A189a 159 B128a Média 146 99 CV: 21,9% Terço inferior ADIA/D A42b 45 A47b A103a AD/D 113 A122a TT A145a A126a 136 Média 96 98 CV: 27,6%

Resultados

De acordo com a Tabela 2, observa-se o efeito das pontas de pulverização e do adjuvante na densidade de gotas depositadas no dossel da cultura da soja. Com relação às pontas, a densidade de gotas depositadas nos terços superior e médio foi semelhante quando não se utilizou o adjuvante. No entanto, quando o mesmo foi empregado, a ponta TT se destacou, promovendo maior densidade de gotas. No terço inferior, a ponta com indução de ar promoveu a pior cobertura, independentemente do uso de adjuvante. É possível notar também grande desuniformidade de cobertura em relação aos terços das plantas, sendo a deposição no terço superior maior que no inferior. No caso de doenças que têm seu desenvolvimento inicial na parte baixeira, como a ferrugem da soja, esse tipo de aplicação pode não ser eficiente, comprometendo o desenvolvimento da cultura. Não ocorreram condições de vento propícias à deriva durante as aplicações do fungicida, o que auxiliou os resultados obtidos. Possivelmente, em condições de vento acentuado, as gotas pequenas produzidas principalmente pela ponta de jato plano duplo seriam arrastadas pelo vento, dificultando ainda mais uma boa deposição. Salienta-se que esta ponta, por possuir dois orifícios de saída de tamanho menor quando comparada às pontas de apenas um orifício para o mesmo volume nominal, promove maior pulverização do líquido, gerando gotas de menor diâmetro. De maneira geral, o uso do adjuvante promoveu aumento de densidade de gotas depositadas nos terços superior e médio do

Tabela 3 - Efeito da ponta de pulverização, do uso de adjuvante e do volume de calda na severidade de ferrugem, massa de 1.000 grãos e produtividade da cultura da soja Tratamento Severidade 1* (%) Severidade 2(%) Massa de 1.000 grãos (g) Produtividade(kg/ha-1) Ponta de pulverização ADIA/D 39,4a** 66,9a 119,2c 2508,7b AD/D 38,5a 61,3b 134,9a 2894,3a TT 36,3a 62,5ab 128,4b 2775,5a Calda de pulverização Água 35,0a 59,6a 123,7b 2639,0b Água + Adjuvante 41,0a 67,5a 131,3a 2813,3a Volume de calda (l/ha-1) 200 38,3a 63,8a 127,1a 2712,7a 250 37,7a 63,3a 127,9a 2739,6a CV (%) 19,8 8,2 10,4 4,3 *A primeira avaliação de severidade foi realizada aos 100 DAE (Estágio R6) e a segunda, aos 121 DAE (Estágio R8). ** Médias seguidas por letras distintas, nas colunas, diferem significativamente entre si, a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.

A severidade foi quantificada com auxílio da escala diagramática proposta por Godoy et al, (2006). As avaliações foram realizadas aos 100 e 121 dias após a emergência (DAE), em dez plantas aleatoriamente marcadas em cada parcela. A colheita foi realizada ao final do ciclo da

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cultura, sendo avaliada a massa de 1.000 grãos e a produtividade. Os dados obtidos de deposição, severidade de ferrugem, massa de 1.000 grãos e produtividade foram submetidos à análise de variância e ‘às médias comparadas pelo teste de Tukey, a 5% de significância. Durante as aplicações do fungicida, moni-

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Fotos Divulgação

* Médias seguidas por letras distintas maiúsculas, nas linhas, e minúsculas, nas colunas, por terço da planta, diferem significativamente entre si, a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.

As pontas de jato plano defletor e de jato plano duplo mostraram-se superiores às pontas com indução de ar


dossel, mas não melhorou a deposição no terço inferior. As propriedades físicas da calda podem interagir com o tipo de ponta utilizada, promovendo a formação do jato de maneira singular para cada situação. Isso pode explicar a existência de resultados diferentes entre as pontas, com relação ao uso do adjuvante. Na Tabela 3, tem-se os resultados de severidade, massa de 1.000 grãos e produtividade. Observou-se que, na avaliação de severidade, o volume de aplicação e a presença de adjuvante não a influenciaram, contudo, a severidade na segunda avaliação foi maior nas parcelas tratadas com a ponta de jato plano com indução de ar. Como a deposição de fungicida nas folhas foi menor com a ponta com indução de ar, o controle da ferrugem foi menos eficiente, o que refletiu na redução da produtividade. Com relação à massa de 1.000 grãos, o uso do adjuvante e da ponta de jato plano defletor promoveu o seu maior incremento. As maiores produtividades foram obtidas com o uso do adjuvante e das pontas de jato plano defletor e jato plano duplo. A ponta de jato plano duplo com indução de ar gera gotas de maior diâmetro em relação às outras duas, o que reduz a cobertura das folhas,

As aplicações foram feitas utilizando um pulverizador autopropelido com 23 metros de barra

resultando em menor controle da doença. A variação do volume de calda não influenciou a severidade de ferrugem, a massa de 1.000 grãos e a produtividade. Dessa forma, recomenda-se utilizar o menor volume testado, objetivando aumentar a capacidade operacional dos pulverizadores e reduzir os custos operacionais.

Conclusões

As pontas de jato plano defletor e jato plano duplo mostraram-se superiores à ponta de jato plano duplo com indução de ar quanto à produtividade da cultura da soja. O uso do adjuvante testado resultou em maior densidade de gotas nos terços médio e superior do dossel e maior produtividade.

O pesquisador João Paulo da Cunha, da UFU, conduziu o ensaio na cultura da soja

No entanto, seu comportamento em relação à qualidade da pulverização variou dependendo da ponta empregada. O aumento do volume de calda de 200l/ ha-1 para 250l/ha-1 não proporcionou melhor controle da doença, não resultando em .M ganho de produtividade. João Paulo R. da Cunha e Thiago C. Peres, UFU


FICHA TÉCNICA

Série 2100 A John Deere introduz mais uma configuração na série de plantadeiras 2100, com a finalidade de incrementar o portfólio e atender as mais diversas necessidades de seus clientes

A

s plantadeiras da série John Deere 2100 foram desenvolvidas para obter facilidade de manutenção e regulagens, possuem tecnologia para aumentar o desempenho e o rendimento em todas as condições de solo. Uniformidade na distribuição de sementes e de adubo, facilidade de abastecimento, elevada resistência e durabilidade são outros itens que se destacam nesta série.

DOSADORES VACUOMETER

O mecanismo do dosador a vácuo, VacuoMeter, disponível na série 2100, utiliza uma pressão negativa para puxar e segurar de maneira sutil a semente individualmente, contra a célula do disco de semente para controlar o espaçamento e em consequência a população de sementes. O sistema a vácuo pode plantar uma grande gama de culturas e tipos de sementes, com a simples troca do disco de vácuo e ajuste do nível de vácuo ao tipo de semente. Este dosador permite plantio em velocidades superiores aos dosadores mecânicos, podendo manter a precisão a uma velocidade de até 12km/h. Porém, este limite de velocidade depende do tipo de sulcador do adubo utilizado e das condições do solo. O mecanismo é de fácil manutenção e possui somente uma parte móvel, o disco distribuidor de semente. O sistema de vedação é composto por escova, anel e retentor, que são facilmente trocados, quando necessário, sem uso de ferramentas, permitindo ajustes instantâneos. Ele possui um fluxo de ar mais baixo, quando comparado aos outros dosadores

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a vácuo oferecidos no mercado. Esta característica faz com que os tratamentos utilizados na semente são sejam removidos da dela pela sucção do sistema. O dosador a vácuo da John Deere também é equipado com uma mola extremamente forte no cubo (carcaça) do dosador e um sistema de trava rápida do disco. Isto faz com que o sistema opere com a repetição constante da dosagem de sementes, mesmo com níveis elevados de vácuo.

TUBO CONDUTOR

O tubo condutor de sementes é considerado um item crítico quando se trata de plantio de precisão com velocidade. O tubo com curvatura especial serve para fazer com que a semente chegue com velocidade zero ao fundo do sulco, evitando trepidações e diferentes espaçamentos entre as sementes. Ele direciona a semente no sentido contrário ao deslocamento da plantadeira, diminuindo a velocidade da queda.

DUALFLEXPRO

A partir de agora as plantadeiras da série 2100 contam o novo sistema DualFlexPro. Este sistema melhora ainda mais a capacidade de manobras no campo por aumentar o ângulo de giro de 45 graus para 80 graus, oferecendo um incremento de 77%. Isto faz com que a eficiência operacional de plantio (tempo efetivo de plantio/horas diárias de plantio) seja ainda maior, melhorando significantemente o desempenho do conjunto na janela de plantio. Entre as novidades deste sistema, estão a

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facilidade de acoplamento/desacoplamento das seções e a capacidade destas de copiar o solo, melhorando ainda mais a qualidade do plantio.

CAIXA CENTRAL DE SEMENTES

A tecnologia CCS – Caixa Central de Sementes - é exclusividade da John Deere. Esta característica facilita o reabastecimento, que pode ser realizado com o auxílio de um tanque graneleiro ou embalagens tipo “big-bag”. A limpeza do sistema ficou mais prática para ocasiões onde é necessário trocar de semente ou de cultura. A CCS fica alocada sobre o chassi da máquina e comporta mil litros de semente. Isto proporciona a redução da variação da pressão sobre a linha de plantio, quando comparada a uma plantadeira convencional, além de diminuir o tempo de abastecimento. A pressão e o peso sobre a linha de plantio não variam durante o plantio, seja em condições de caixa de sementes cheia ou quase vazia. A série 2100 possui sensores que estão conectados ao monitor dentro da cabine do trator, os quais avisam o operador quando está na hora de reabastecer com sementes. Este sistema é recomendado para o plantio de milho, soja, pipoca, algodão, girassol, sorgo e milheto.

CONTROLADORES/MONITORES

O monitor de semente PM400 tem capacidade de monitorar até 36 linhas simultaneamente e foi projetado para máquinas com características de agricultura de precisão. Ele grava até três pré-configurações (ex: algodão, milho e soja), que podem ser protegidas por senha. Na tela, é possível ter a visualização personalizada durante a operação, com informações de sementes (população, espaçamento entre as


Fotos John Deere

A série 2100 possui caixa central de sementes e minicaixas localizadas nas linhas, que mantêm o peso constante, deixando o estande mais uniforme. No detalhe, o sistema dosador de sementes a vácuo, que trabalha com pressão negativa

sementes e sementes por metro), velocidade do trabalho, área trabalhada, capacidade operacional, indicativos sonoro e visual das linhas com distribuições ou problemas de plantio e painel com iluminação de fundo.

TRANSMISSÃO

Para aqueles que dão valor à alta performance com a facilidade de operação, a série 2100 vem com transmissão por cabo flexível ProDrive, que tem como vantagens a alta durabilidade, por eliminar por completo as quebras de correntes em condições de plantio direto com palha, bem como as proteções, que são necessárias nas transmissões convencionais. Este sistema elimina completamente a manutenção diária e a necessidade de lubrificação. Tem fácil e rápido acoplamento, pois dispensa ferramentas, basta mover a trava e retirar o cabo da caixa de transmissão. Substitui o sistema convencional de transmissão por correntes.

DOSADOR DE ADUBO PROMETER

O dosador de adubo Prometer, juntamente com a combinação das engrenagens da transmissão, permite uma ampla gama de regulagens da quantidade de adubo a ser distribuída, adequando-se às necessidades das principais culturas. Este tipo de dosador é recomendado para adubos com uma boa granulometria (exemplo NPK no grão), alcançando boa precisão na distribuição do fertilizante. A taxa do adubo é determinada pela combinação de engrenagens na transmissão e pelo tipo de helicoide que acompanha a plantadeira, está disponível como acessório.

WALKING SYSTEM

As rodas calibradoras de profundidade permitem movimento independente das rodas, ou seja, enquanto uma sobe a outra desce, com a finalidade de manter uma profundidade me-

diana entre os deslocamentos das duas rodas, funcionando com movimento compensatório. O sistema WalikngSystem possui características como rodas com aros raiados e de fácil ajuste, que reduzem o risco de embuchamentos. A regulagem da profundidade da semente é efetuada através de um manípulo de 5mm em 5mm, dispensando uso de ferramentas. A possibilidade de afastar ou aproximar as rodas calibradoras do disco pela simples troca de posição dos contrapinos, movendo-se o braço da roda calibradora para dentro ou para fora, resulta numa melhor adequação às condições de umidade do solo. Este sistema permite também que as rodas calibradoras acompanhem as ondulações do terreno mantendo sempre a mesma profundidade da semente, resultando em uma excelente germinação.

ROLAMENTOS VEDASYSTEM

Todos os rodados das plantadeiras John Deere nos elementos que entram em contato com o solo, como sulcadores de adubo, sulcadores de semente, rodas cobridoras, rodas calibradoras de profundidade e discos dos marcadores de linha possuem rolamentos Vedasystem. Esses roLamentos proporcionam maior confiabi-

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Fotos John Deere

O chassi é composto por uma estrutura rígida e por longarinas móveis para ajuste das linhas e caixas de adubo

durabilidade da plantadeira. É composto por uma estrutura rígida reforçada e por longarinas móveis para ajuste das linhas e caixas de adubo, que facilitam a operação quando há a necessidade de troca dos espaçamentos. Para aumentar ainda mais a vida útil, são reforçados nas laterais proporcionando maior resistência. Os parafusos de fixação são de alta resistência aos esforços, no mínimo 8.8.

CAIXAS DE FERTILIZANTE

Detalhes do sistema de distribuição de sementes, formado pelas minicaixas, e dos dosadores pneumáticos VacuoMeter, que proporcionam maior precisão mesmo em velocidades mais altas

lidade e vedação, por possuírem cinco lábios de borracha. Possuem um intervalo de lubrificação de 50 horas, o que diminui o tempo de manutenção na máquina. A grande vantagem deste sistema é a relação custo-benefício, uma vez que possui uma alta durabilidade, quando comparado aos rolamentos blindados.

SULCADORES DE ADUBO

O suporte Multissulcador tipo haste é um sulcador recomendado para solos pesados com mais de 40% de argila e com problemas de compactação. Ele é composto por um disco de 18” de diâmetro e uma haste posicionada atrás do disco conjugado com um tubo de deposição do adubo, que coloca o fertilizante na linha do disco de corte e abaixo da semente. A profundidade de trabalho varia de 10cm a 20cm. Ele faz um pequeno preparo na linha de plantio, descompactando o solo superficialmente, o que favorece algumas culturas para melhor germi-

As rodas cobridoras de sulco possuem várias regulagens de pressão sem ferramentas

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nação e enraizamento das plantas. Sistema com braços paralelos (pantográficos) mantém o ângulo de ataque ao solo, que possui diferentes regulagens dependendo das condições do solo. O suporte com extensor permite desencontrar os sulcadores de disco duplo desencontrado e tipo haste. O novo design garante menos consumo de potência e menos revolvimento de palha, além de possibilitar a troca do conjunto ativo no solo, com o mesmo suporte. O disco cortador de palha não é fixo e possui um ângulo livre que permite que este desempenhe satisfatoriamente mesmo em curvas mais fechadas. O movimento dos braços paralelos pode ser ajustado facilmente em quatro posições. O sistema todo é de fácil ajuste e permite maior adequação de profundidade do fertilizante ao tipo de solo.

As caixas de fertilizantes são fabricadas em polietileno roto moldado translúcido e anticorrosivo, o que confere elevada durabilidade e maior resistência a impactos. Possuem uma capacidade de 200kg/linha, aproximadamente. O que resulta em uma grande autonomia de plantio. Além disso, possui como acessório, peneiras para evitar fertilizantes empedrados nos dosadores. A John Deere disponibiliza o modelo 2126 sem sistema de fertilizante. Estão disponíveis duas configurações, 2126, com 24 linhas de 50cm, e 2126, com 26 linhas de 45cm. Esta nova configuração vem para atender à demanda dos agricultores que fazem plantio sem a fertilização de base no sulco. Esta máquina mantém o disco de corte frontal, como nas atuais configurações, e todo .M o sistema de semente.

CHASSI

O chassi é principal responsável pela

Sistema pantográfico mantém o ângulo de ataque ao solo, não deixando embuchar a palhada

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Detalhe do ajuste do sistema de pressão das linhas, feito sem a utilização de ferramentas



FICHA TÉCNICA

PDM PG e PG Maxima Tendo como principais conceitos uniformidade de plantio e precisão na distribuição, as plantadoras com linhas pantográficas da Kuhn prometem produtividade e alto rendimento em terrenos irregulares

A

s plantadoras PDM PG e PDM PG Maxima, fabricadas pela Kuhn, são máquinas destinadas ao plantio direto de culturas de verão (grãos grossos) e possuem como diferencial suas linhas de plantio com sistema de paralelogramo. São máquinas que reúnem robustez, praticidade e distribuição de sementes com uniformidade no plantio. As linhas de plantio são desenvolvidas especialmente para copiar com precisão as irregularidades do terreno, permitindo maior uniformidade na profundidade da semeadura. Possuem grande amplitude de flutuação, proporcionando a distribuição precisa da semente, realizada de acordo com a superfície do solo. Os modelos PDM PG e PDM PG Maxima são máquinas com a mesma configuração estrutural (chassi, rodados, transmissão e reservatórios). Possuem os modelos 700, 900, 1000, 1200, 1300, 1500, 1700 e 1900 e diferenciamse uma da outra pelo tipo de distribuição de semente que realizam: mecânica para PDM PG ou pneumática para PDM PG Maxima, modelo que possui o exclusivo Sistema de Distribuição Pneumática Kuhn.

Os modelos PDM PG possuem distribuição de semente mecânica, realizada através de discos alveolados em nylon, que trabalham no sentido horizontal. Os discos possuem perfurações específicas adequadas para tipos distintos de cultura a ser semeada. As sementes são posicionadas nos discos alveolados através de roletes posicionados em caixas distribuidoras montadas sobre a base das linhas de plantio. As máquinas podem sair configuradas de fábrica com diferentes tipos de discos, destinados a culturas específicas. A troca dos discos na base das linhas de plantio é realizada de maneira fácil e prática, sem a necessidade de utilização de ferramentas. Os modelos PDM PG Maxima utilizam o vácuo para distribuição da semente, efetuando com perfeição a semeadura das mais variadas culturas. O vácuo é gerado através de uma turbina acionada por dois sistemas disponíveis: cardan ou motor hidráulico. A distribuição é realizada pelo distribuidor com discos perfurados que trabalha no sentido vertical. Os discos podem ser facilmente substituídos (sem a utilização de ferramentas), de acordo com cada cultura a ser semeada. As plantadoras

O cabeçalho funciona como base para o suporte da turbina do sistema de distribuição de sementes

Diferenças estruturais entre os modelos PDM PG e PDM PG Maxima

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PG Maxima possuem um exclusivo sistema de distribuição pneumático, composto por distribuidores construídos em alumínio injetado, evitando fissuras ou rachaduras na câmara de vácuo. O sistema pneumático possui um ventilador frontal que produz vácuo em uma câmara hermeticamente fechada, fazendo com que a semente permaneça “colada” ao disco distribuidor vertical. Esse sistema permite que em diferentes velocidades de plantio e com diferentes “calibres” de semente seja possível de se obter a uniformidade permanente na lavoura. O sistema de distribuição pneumática Kuhn é amplamente utilizado na Europa e possui comprovada qualidade de distribuição confirmada através de inúmeras pesquisas e testes.

CHASSI

O chassi da linha de plantadoras PG e PG Maxima apresenta em sua configuração, estrutura tubular soldada, tipo monobloco, o que garante grande resistência e estabilidade à máquina durante o processo de plantio. A montagem do chassi é especialmente concebida, tendo suas paredes superiores com perfil em formato de “cunha”, não propiciando o


Fotos Kuhn

acúmulo de sujeira sobre a máquina. A composição do chassi permite a absorção de impactos provenientes da flutuação das linhas e das imperfeições do solo.

CABEÇALHO

Nas plantadoras PDM PG Maxima, o cabeçalho funciona como base para o suporte da turbina. Para seu armazenamento, o suporte com a turbina pode ser removido, propiciando a elevação do cabeçalho para a estocagem da máquina. A elevação do cabeçalho ocorre através de sistema basculante junto ao chassi (assim como ocorre nos modelos PDM PG). O cabeçalho dos modelos PG possui ponteira regulável, adaptável a diferentes tipos de tratores, e macaco auxiliar de manuseio, para o nivelamento da máquina junto à barra de tração do trator.

LINHA DE PLANTIO

As plantadoras PDM PG e PDM PG Maxima possuem linhas de plantio equipadas com paralelogramos que possibilitam copiar precisamente as irregularidades do solo, garantindo a perfeita uniformidade na profundidade da distribuição. Os paralelogramos possuem articulações com buchas eixos, tratamento térmico e lubrificação permanente, dispensando a lubrificação diária e gerando maior vida útil ao sistema.

RESERVATÓRIOS

Os reservatórios de adubo são construídos em material anticorrosivo, que evita a aderência do adubo em suas paredes interiores, gerando um melhor fluxo e consequente melhor distribuição do produto. Feitos em fibra de

Detalhes do reservatório de adubo (esquerda), reservatório de sementes do modelo PDM PG (centro) e reservatório de sementes da PDM PG Maxima (direita)

vidro, possuem suas estruturas recuperáveis em caso de choques ou avarias. O acesso a sua manutenção é facilitado pela articulação total de suas estruturas (conjunto berço e reservatório). Suas capacidades variam de 985 a 2.730 litros, dependendo do modelo de máquina. Os reservatórios de semente são confeccionados em material polimérico de alta resistência, possuindo o desenho adequado ao volume e distribuição da semente. Esses aspectos contribuem para uma melhor uniformidade no plantio e praticidade de manuseio. Possui tampa articulável e capacidade individual de 60 litros por linha (nos modelos PDM PG) e 75 litros por linha (nos modelos PDM PG Maxima).

a transmissão da máquina em movimento e permitindo a constante deposição de semente e adubo, mesmo em terrenos irregulares.

PLATAFORMA

As máquinas PDM PG e PDM PG Máxima possuem um sistema de plataforma amplo e resistente. Em suas extremidades, as plataformas possuem sistemas telescópicos, que criam “pontes” entre a máquina e o ponto de abastecimento de adubo, diminuindo o esforço e o deslocamento durante o abastecimento. As plataformas são confeccionadas em material

RODADOS

Os dois modelos possuem rodados articulados estreitos para o posicionamento entre as linhas, deixando a máquina mais compacta (sulcador do adubo mais próximo do sulcador da semente), o que facilita o plantio em curvas. O sistema de rodados é independente, com possibilidade de deslocamento sobre o eixo alternador, sempre que for necessária a modificação do espaçamento, assegurando a facilidade e a praticidade do ajuste de espaçamentos entrelinhas. Os rodados possuem um sistema de compensação, em que todos os desníveis da lavoura são acompanhados, mantendo toda

Regulagens do sistema cobridor de linha e do limitador de profundidade sem uso de ferramentas

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Fotos Kuhn

As plataformas podem ser estendidas para facilitar a operação de reabastecimento de sementes e adubo

antiderrapante.

TRANSMISSÃO

O sistema de transmissão é realizado através do recâmbio de engrenagens, sendo independente para o acionamento das distribuições de adubo e semente. Possui uma variada gama de velocidades, tendo seu acionamento realizado pelos rodados. A regulagem das distribuições de adubo e semente deve ser realizada nas caixas de transmissão encontradas na parte frontal da máquina, permitindo seu fácil acesso e rápida troca de velocidades, dispensando o uso de chaves.

DISTRIBUIÇÃO

O distribuidor de adubo (com rosca semfim) possui carcaça de saída em polímero (menor aderência do adubo), tampa protetora e engate rápido para troca das roscas, eliminando o risco de embuchamentos, gerando facilidade para a limpeza. A máquina pode sair de fábrica configurada com distribuidor Fertisystem.

ABERTURA DO SOLO

Regulagem do distribuidor pneumático (esquerda) e detalhe do distribuidor mecânico (direita)

Parte interna do distribuidor pneumático e detalhe do acionamento da turbina geradora de vácuo

respeito à deposição de adubo e semente em profundidades preestabelecidas, fazendo com que a planta se desenvolva de maneira rápida e uniforme, coletando todos os nutrientes oferecidos pelo adubo depositado, pelo solo e pelo ambiente onde esta se encontra. Cabe ressaltar, que estes elementos, por sua construção, possibilitam o plantio em diferentes situações de palha, umidade e tipos solo (pedregoso, argiloso etc), por possuírem proteção que evita a entrada de objetos indesejáveis entre os discos, evitando que o sistema trave e, por consequência, “embuche” a máquina.

chamado “Emergência máxima”. Nesse sistema os limitadores ficam posicionados junto aos discos duplos defasados onde realizam o acompanhamento constante da profundidade com que o disco penetra no solo, sem a obstrução de obstáculos, gerando melhor uniformidade da profundidade de plantio. É permitido afastar o limitador com simples troca do suporte, evitando um possível embuchamento em condições de solo muito agressivo. O compactador possui um sistema de paralelogramo que permite copiar melhor as irregularidades do solo, contribuindo para uma correta e uniforme compactação, isto é, a pressão que o solo exerce sobre a semente é igual em todos os tipos de topografia e estruturas de solo.

SISTEMA HIDRÁULICO

O sistema hidráulico proporciona a movimentação e o acionamento da máquina (levante). É composto por cilindro hidráulico de dupla ação, fixo ao eixo alternador e ao chassi da máquina. O cilindro possui regulagem no curso da haste, onde o agricultor pode, através desta regulagem, suspender ou não a máquina em relação ao solo, melhorando o contato das linhas com o solo, otimizando seu poder de corte, requerendo um menor esforço do trator para rebocar o implemento.

LIMITADORES DE PROFUNDIDADE

Composto por sulcador com sistema de discos duplos defasados, ou seja, um disco menor que outro, com diâmetros de 16” e 15” ½ com mínimo ângulo entre si, proporcionando alto poder de corte e penetração. A diferença de diâmetro e o grau de inclinação existente entre os discos possibilitam a melhor penetração com mínima movimentação do solo, atendendo a todas as necessidades de plantio no que diz

Devido aos inúmeros tipos de solos, terrenos, teores de umidade e nutrientes, as plantadoras Kuhn possuem diferentes tipos de limitadores e compactadores que podem ser configurados de fábrica de acordo com a necessidade do produtor. Para a linha PG Maxima existe um sistema exclusivo

A distribuição dos fertilizantes é feita através de rosca sem-fim

Opções de turbina movimentada com cardan ou com motor hidráulico

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OPCIONAIS

As plantadoras PDM PG e PG Maxima podem sair montadas de fábrica com diferentes configurações de espaçamentos entrelinhas, configuração da linha de adubo - com opções de discos de corte (de 17”, 18” e 20” podendo ser liso, corrugado, ondulado ou ranhurado) - e sulcadores - tipo facão (aço ou fundido), discos duplos defasados, facão aproximado, facão efeito tesoura ou sistema non-stop. Possuem a opção de distribuição de adubo (com rosca sem-fim de fluxo contínuo ou de rampa), linhas de semente desencontradas, marcador de linhas hidráulico, marcador de hectares (mecânico ou eletrônico), além de discos suplementares de distribuição para diferentes tipos de cultura. Os modelos PG possuem ainda opção de configuração para máquinas “Só Semente”, kit 3ª caixa (para distribuição de calcário), desligador hidráulico das catracas e ampla linha de compactadores e limitadores. .M

Detalhe do desenho do condutor de sementes localizado junto ao disco duplo defasado



PULVERIZAÇÃO

Calda pronta

O uso da calda pronta na pulverização pode reduzir pela metade o tempo de aplicação de uma determinada área e gerar uma economia de defensivos entre 5% e 10%

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nominal médio de 61,6ha por hora, para um produtor que cultiva os seus 1.000ha de soja, cuja produção bruta poderá chegar a R$ 2.700.000,00 parece ser uma atitude sensata. Isto pode até ser real, quando não se tem uma outra alternativa, pois sabemos a pressão de um ataque severo de doenças fúngicas, num período de chuva, poderá frustrar totalmente os objetivos, restando um prejuízo muitas

vezes bem maior do que o investimento. Neste sentido, vimos a eficiência da atitude fazendo a coisa certa ou adquirindo a máquina. Por outro lado, sabemos que para aproximar do rendimento operacional nominal de um pulverizador, dependemos de toda uma logística ao entorno do mesmo, começando pelo pessoal bem treinado para manipular os produtos, pela disponibilidade de água para o reabastecimen-

Matheus Zanella

globalização da economia nos mostra com clareza que não existe e nunca existirá uma moeda de uma face só. Em toda a mudança ou em todo o empreendimento sempre teremos presentes o custo e o benefício. Sem sombra de dúvidas a análise feita pelos comentaristas econômicos acerca dos benefícios que a globalização trouxe para nós brasileiros está repleta de evidências, porém, como não poderia deixar de ser, tudo isto teve um custo, custo este que tem sido impagável por certas pessoas que não souberam aproveitar os benefícios na sua plenitude. No agronegócio vimos verdadeiros impérios sendo detonados de um dia para o outro, tanto dentro como fora da porteira, decorrentes de falhas no entendimento das diferenças entre eficiência e eficácia. Ou seja, algumas vezes não souberam fazer a coisa certa ou, ainda, não viram que a coisa certa não estava completa. Vejamos o caso da pulverização. Comprar um pulverizador automotriz por R$ 500.000,00 que oferece um rendimento

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Além do ganho de tempo, sistema proporciona economia de defensivos que pode chegar a 10%


John Deere Charles Echer

Com calda pronta o reabastecimento ocorre de forma mais rápida

to e, por fim, da calda pronta.

COM E SEM CALDA PRONTA

Para justificar o uso da calda pronta, vamos analisar os dados do rendimento operacional em duas situações: sem e com calda pronta. Na primeira situação temos, um pulverizador com um tanque de 3.000 litros, com 28 metros de barra, que se desloca a uma velocidade média de

22km por hora. Com uma boa disponibilidade de água, gastamos 20 minutos para reabastecimento, mais dez minutos para deslocamento. Resumindo, o pulverizador trabalha 15 minutos, que é o tempo que leva para esvaziar, e gasta mais 30 minutos entre recarga e deslocamento, ou seja, 45 minutos para pulverizar 15 hectares, o que, no final de uma jornada de trabalho de dez horas, deverá ter pulverizado aproximadamente 200 hectares e reabastecido 13 vezes, no caso da fazenda de 1.000 hectares, são cinco dias para terminar a tarefa. Na segunda situação, temos todas as condições idênticas trabalhando com calda pronta, para agilizar o processo de reabastecimento e evitar o deslocamento tanto da máquina vazia como da máquina cheia até o ponto onde a calda acabou. Quando se usa calda pronta, um número de reabastecimentos será maior, pois a máquina nunca virá completamente vazia, no entanto, os reabastecimentos são muito mais rápidos, além de não termos perda de tempo no deslocamento, uma vez que a máquina será reabastecida sempre que for constatado que a calda no interior do tanque poderá acabar no meio da lavoura. Estimamos que serão gastos oito minutos: cinco minutos para reabastecimento e três minutos para parada e retomada. Supondo que nos reabastecimentos tenham sido fornecidos em média 2.400 litros de calda, pode-se concluir que a cada 20 minutos serão pulverizados 12 hectares - oito minutos reabastecimento e mais 12 minutos para pulverizar 12 hectares -, ou seja,

numa jornada de dez horas, serão pulverizados 360 hectares. Vejam que ganho espetacular de tempo. A tarefa que levaria cinco dias para defender os 1.000 hectares poderá ser cumprida em pouco mais de 2,5 dias. Este é o primeiro aspecto da eficácia. Outro aspecto talvez mais importante ainda é o que os técnicos chamam de efeito oportunidade, isto é, a área pulverizada já está protegida, uma vez que o que ainda não foi pulverizada pode ser perdida ou ter uma redução significativa no rendimento, caso ocorram fatos que impeçam a continuidade dos trabalhos no dia seguinte. Por último, destacamos um fato econômico muito interessante que poderá garantir os recursos para serem investidos no equipamento da calda pronta que é a economia de defensivos na ordem de 5% a 10%, sem contar a redução no desgaste do maquinário e no consumo de combustíveis, que também não é pouco. Com relação à economia de defensivos, que poderá chegar a 10%, a explicação é a seguinte: primeiro, o pulverizador nunca é totalmente esvaziado para que não haja problemas de falhas pela entrada de ar ou espuma na bomba. Segundo, é de praxe o operador reabastecer o pulverizador quando sua percepção diz que a calda restante deverá acabar no meio da lavoura, portanto, no sistema convencional sempre haverá um certo volume de calda dentro do tanque que não é considerado na hora de medir os produtos, acamando por haver sucessivos remontes de calda, gerando, assim, um gasto excessivo na conta defensivo que hoje é uma das maiores. Cremos, que a partir desta linha de raciocínio, muitos poderão avaliar a eficácia do rendimento operacional do seu pulverizador, seja na produção de grão, café, fruticultura, cana-de-açúcar, horticultura ou silvicultura e, assim, contribuir para a redução de perdas de alimentos. Com este raciocínio, é possível concluir que não basta sermos eficientes, temos quer ser eficazes, buscando a alternativa correta e usando-a .M corretamente. Carlos Renato de Almeida Dias, Solomaq


capa

TC 5090

Avaliamos a TC 5090, da New Holland, que já conta com mais de 25 mil máquinas comercializadas desde o lançamento da primeira unidade em 1993, e exploramos os pontos fortes e fracos desta colhedora que virou líder de mercado no Brasil

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TC 5090, juntamente com a 5070, substitui a tradicional linha TC 55, TC 57 e TC 59. O motivo para que estivéssemos avaliando uma máquina que já está no mercado e não um lançamento é a comemoração do número de 25.000 máquinas da linha TC vendidas, o que ocorreu em maio de 2009. No Brasil, esta linha se constitui em campeã de vendas, com aproximadamente 20 mil máquinas comercializadas, desde o ano de 1993. Cerca de 20% da produção é destinada a outros países em que a New Holland atua e, segundo informações

da empresa, é a linha de colheitadeiras mais vendida no mundo. Este modelo é fabricado no Brasil e distribuído para diversos países, principalmente da América latina. Embora este ano o patamar do mercado esteja abaixo do que os anos anteriores, são aproximadamente dez anos de liderança. Em relação à TC 59, que foi substituída por este modelo, as principais mudanças são a substituição do motor, a opção de rodado duplo, a ampliação da cabine do operador e o depósito graneleiro que foi aumentado para 7.200 litros.

MOTOR E TRANSMISSÃO

Esta máquina utiliza um motor marca Cummins de 240 cv, 8,3 L em substituição ao antigo Genesis, que equipava a TC 59 de 220 cv. O pessoal da empresa

O motor que equipa a TC 5090 é um Cummins de 8,3 litros, que gera uma potência de 240cv

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afirma que mesmo com o ganho de potência, uma das vantagens foi a economia de combustível. Este motor, que tem seis cilindros, produz 240 cv de potência a 2200 rpm, utiliza um turbo intercooler da marca Holset e bomba injetora Bosch em linha, com regulador mecânico. A rotação de trabalho recomendada é de 2100 rpm. O cárter tem capacidade para 23 litros incluindo os filtros. O depósito de combustível tem capacidade para 400 litros de Diesel. Por informações dos técnicos, o Biodiesel B5 já está liberado, validado pelo fabricante. Notamos, que para a verificação dos trocadores de calor do motor e do ar condicionado há uma boa janela, acessível, o que torna fácil a verificação das condições de acúmulo de material, fator causador de superaquecimento em máquinas que trabalham sob condições de muita palha seca. A potência é transmitida às rodas por uma transmissão hidrostática de três velocidades, que na versão de pneus que testamos, as máximas velocidades possíveis à frente são de 6,6 km/h, em 1ª velocidade, 11,9 km/h, em 2ª velocidade, e 25 km/h, que é a máxima admitida, para transporte, em 3ª velocidade. Os pneus que equipavam esta máquina


Fotos Charles Echer

Detalhe do “Rotary Separator”, localizado entre o batedor e o início dos saca-palhas

A plataforma utilizada pela colhedora testada era modelo BM 670 com seis linhas e espaçamento de 70cm

testada eram da especificação 14.9-24 R1 no eixo traseiro e 30.5L-32 R1 no eixo dianteiro motriz. Esta versão standard pode ser variada com outras opções de pneus segundo as necessidades, inclusive para o arroz, com a colocação de esteira metálica e pneus 14.9-26 R2. Outra opção para a transmissão de potência é a tração traseira Sauer Danford hidráulica por solenóide, acionada diretamente da hidro, com motores hidráulicos de roda. Para testarmos efetivamente a máquina, trabalhamos na colheita de milho a uma

velocidade de 4 km/h. Notamos que, mesmo com as dificuldades inerentes de um terreno bastante ondulado, a máquina mostrou boa estabilidade e nos chamou a atenção a agilidade nas manobras.

SISTEMA DE COLHEITA

Em referência aos sistemas de corte, trilha, separação, limpeza e transporte dos grãos iniciamos nossa avaliação sobre a máquina, pela plataforma para colheita de milho, que equipava

o modelo testado. O espaçamento entrelinhas do milho que colhemos era de 0,70 m, com uma população 54.200 plantas/ha e 60.000 espigas/ ha. Para as condições da lavoura e a velocidade de deslocamento utilizada não foram observadas perdas de grãos, nem de espigas. A plataforma para colheita de milho avaliada é do modelo BM 670, com seis linhas espaçadas em 0,70 m, existindo outras versões com espaçamento de 0,80 m e 0,90 m para cinco e seis linhas. Também são disponibilizadas opções com espaçamento de 0,45 m ou 0,50 m, em que as plataformas de oito e nove linhas são recomendadas para a TC 5070 e de 11 linhas com chassi de aço e 13 linhas, com chassi em alumínio, para a TC 5090.

Cenário e apoio para o Teste

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Comunidade de Canjarana, no município de Mamborê, localizado na região centro ocidental do estado do Paraná (proximidades de Campo Mourão) foi o local do teste que realizamos com a Colhedora New Holland TC 5090. Mais especificamente estivemos na propriedade dos irmãos Renato e Reinaldo Ludwig que nos receberam para que conhecêssemos em detalhe este modelo, campeão de vendas da marca. Por sinal, uma excelente oportunida-

de para ver uma região linda, com lavouras de trigo, em fase de floração e de milho, em ponto de colheita, nesta época. O revendedor que nos apoiou nesta avaliação foi a New Agro, que possui lojas em Campo Mourão, Londrina, Maringá, no estado do Paraná e Assis e Marília no estado de São Paulo. Fomos atendidos pelos técnicos João Luiz Szimanski, especialista de produto colheitadeira, área de marketing e Eduardo Nicz, coordenador da marca, marketing.

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Durante o teste a colhedora apresentou um nível tão baixo de perdas que não justificou a medição dos grãos perdidos na lavoura

Verificamos que para soja e trigo são oferecidas plataformas flexíveis medindo 20 pés e 25 pés e para arroz plataformas rígidas com 20 pés de largura de corte, cuja altura de corte pode variar entre –256 mm e 1.505 mm. As plataformas flexíveis possuem sistema de controle de altura de corte e de flutuação lateral (até três graus para cada lado), que permite um corte rente ao solo com o acompanhamento automático das ondulações do terreno. Este mecanismo baseia-se em sensores que “tateiam” o solo e através de um mecanismo pneumático comandam o sistema de levante hidráulico para que este mantenha a plataforma paralela ao terreno e com a altura de corte de acordo com uma regulagem preestabelecida. Para colheita de cereais de inverno, as plataformas flexíveis podem ser transformadas em rígidas. Neste caso e também na colheita de milho o controle de flutuação lateral da plataforma passa a ser manual. O molinete é de acionamento hidráulico, possui rotação sincronizada com a velocidade de avanço da máquina, seus dedos são de material plástico para plataformas flexíveis e de aço nas plataformas rígidas. Na barra de corte, os dedos duplos, dentro dos quais se desloca a navalha alternativa para o corte das plantas, apresentam uma abertura na sua posição frontal e a extremidade dianteira das lâminas da navalha fica projetada para frente da extremidade dos dedos. Este mecanismo (exclusivo em plataformas New Holland) confere uma capacidade de “autolimpeza” da barra de corte, permitindo manter o corte rente ao solo, sem que haja acúmulo de folhas secas e restos de culturas anteriores a sua frente. Na colheita de soja, usuários da máquina constataram que este fato amplia a “janela de trabalho diária” da colhedora TC 5090 em regiões ou épocas em que no início da noite ocorre orvalho. O sem-fim de alimentação da TC 5090 apresenta maior diâmetro, dedos retráteis ao longo de toda a sua extensão, maior espaço entre as hélices da espiral e maior altura das espirais. O acionamento dos mecanismos da plataforma

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é feito através de uma tomada de potência, com árvore cardânica protegida e equipada com embreagem de segurança. O elevador de palhas possui um reversor hidráulico de duplo sentido (único no mercado), com acionamento a partir da cabine do operador. Em caso de obstrução do elevador de palhas, ocorre o “disparo” de uma embreagem de segurança. O mecanismo reversor, acionado ora no sentido inverso, ora no sentido normal da alimentação, na maioria dos casos, permite a desobstrução do elevador de palhas a partir da plataforma do operador com pouco esforço e economia de tempo. Embora não tenha sido necessário, fizemos a verificação do funcionamento do reversor, que é acionado por meio de duas válvulas pneumáticas comandadas pelo pé. Pisando na que está colocada no lado esquerdo, o comando é de alimentação, e na da direita, a reversão para expulsar o material.

Detalhe do saca-palhas, acima, e das peneiras autonivelantes, abaixo

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Fotos Charles Echer

Porém, por segurança, isto só se faz ativando o botão que está na alavanca multifunção. Entre a extremidade superior do elevador de palhas e a entrada do mecanismo de trilha, encontra-se um coletor de pedras, de fácil acesso, que se destina à proteção dos mecanismos internos da colhedora contra a entrada de pedras e de objetos estranhos. Para um bom desempenho, o coletor de pedras deve ser limpo diariamente.

SISTEMA DE TRILHA E SEPARAÇÃO

Quanto ao sistema de trilha, encontramos um cilindro com diâmetro de 607 mm e largura de 1.560 mm, que opera com rotação de 425 rpm até 1.150 rpm e possui oito barras de debulha intercaladas por barras de alta inércia, que também exercem a função de fechamento do cilindro para a colheita de milho. As barras de alta inércia possuem pinos removíveis que podem auxiliar na limpeza do côncavo. O acionamento do cilindro apresenta um sistema denominado Maxi-torque, que ajusta automaticamente a tensão da correia às necessidades de transmissão de potência, promovendo menor deslizamento desta nos momentos críticos e operando com menor tensão, quando as exigências de potências são menores. Este sistema, combinado com as barras de alta inércia, permite ao cilindro superar da melhor forma possível as sobrecargas e, ao mesmo tempo, prolonga a vida útil da correia. Uma embreagem pneumática situada entre o motor e o batedor desarma ao sofrer sobrecarga excessiva, oferecendo proteção ao sistema de trilha. Em caso de desarme da embreagem o operador da máquina é alertado por uma luz e por um sinal sonoro que acusam a redução da rotação do cilindro

de trilha. O côncavo apresenta nove barras para soja e milho e 14 barras para cereais de inverno e o ajuste da sua folga com o cilindro é feito desde a cabine do operador. Para a colheita de arroz são recomendados o cilindro e o côncavo de dentes. O sistema de separação também foi por nós avaliado e resultou em ótima impressão. O grande destaque deste mecanismo das colhedoras da linha TC é um conjunto de côncavo e separador rotativo localizado entre o batedor e o início dos saca-palhas denominado “Rotary Separator”. Este separa os grãos da palha pela ação da força centrífuga e foi projetado para minimizar as perdas na colheita de culturas com elevado rendimento de grãos e volume de palha. Sendo semelhante ao mecanismo de trilha, o “Rotary Separator” possui duas velocidades e dois ajustes de folga entre o seu côncavo e o seu cilindro, que devem ser reguladas de acordo com a cultura a ser colhida. Uma cortina retardadora posicionada entre o “Rotary Separator” e os saca-palhas faz com que a palha e os grãos soltos caiam sobre o início dos saca-palhas. O mecanismo de separação é complementado pela ação de seis saca-palhas, que “agitam” a palha através de movimento rotativo alternado e permitem a separação dos grãos soltos da palha por gravidade. Estes possuem cristas reguláveis e conduzem a palha para fora da máquina e os grãos separados para o bandejão. O bandejão conduz e estratifica todo o material que atravessa o côncavo do cilindro de trilha, o côncavo do “Rotary Separator” e os saca-palhas, separando os grãos do palhiço. Para operar em terrenos inclinados, os divisores do bandejão podem ser automaticamente ajustados de modo a direcionar o

A escada de acesso à cabine tem superfície antiderrapante e degraus com bom espaçamento, além de permitir o escamoteamento lateral

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Fotos Charles Echer

Ventilador auxilia na indução de ar para o sistema de ar condicionado e radiadores

O picador de palha pode ser basculado com facilidade por uma só pessoa, com o auxílio de uma mola a gás

material, cada qual para a secção da peneira superior correspondente.

colocados juntos ao painel. Esta calibração é recomendada sempre que se iniciar uma nova operação e é feita adequando a posição do potenciômetro à magnitude das perdas encontradas, após um deslocamento prévio da máquina, ou seja, desloca-se a máquina por uma determinada distância, verificam-se as perdas e regula-se o potenciômetro para aquela magnitude. Toda vez que a perda for maior que o nível aceitável, uma linha vertical de luzes subirá e o operador deverá verificar a causa. Na máquina não há informação ou registro numérico que possa ser utilizado para o mapeamento da colheita ou em sistema de agricultura de precisão.

SISTEMA DE LIMPEZA

O sistema de limpeza é um dos pontos que mais chamam atenção e que mais destaque recebe dos técnicos. Para operar em solo plano, a peneira superior é fixa e para terrenos declivosos, é oferecido um importante diferencial que é a peneira superior autonivelante. Declividades laterais do terreno de até 23% são compensadas pelo autonivelamento das seis secções da peneira, mantendo a capacidade de limpeza próxima àquela verificada em solo plano e minimizando as perdas de grãos. Constatamos que o funcionamento das peneiras autonivelantes pode ser verificado através de uma alavanca localizada na extremidade traseira direita da peneira superior. A mesma peneira superior pode ser usada para milho e soja. As peneiras superior e inferior movem-se em sentidos opostos. O ventilador de seis pás opera com velocidade entre 350 rpm e 1.000 rpm, ajustada por uma tecla no painel da plataforma do operador, fornecendo um fluxo de ar constante para remover o palhiço e a poeira que chegam até a peneira superior. Dois defletores horizontais e oito verticais auxiliam na regulagem da velocidade e da direção do fluxo de ar. Durante a operação quisemos observar o indicador de perdas existente neste modelo e que funciona por um sistema de barras de luzes verticais no painel do operador. As perdas de grãos nas peneiras e nos saca-palhas serão indicadas com precisão se forem adotados os cuidados de calibração, que é um procedimento bastante simples, feito com o auxílio de dois potenciômetros,

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GRANELEIRO

O mecanismo de transporte e armazenagem de grãos é constituído pelos sem-fins e pelos elevadores de retrilha e de grãos limpos, pelo depósito graneleiro e pelo tubo de descarga dos grãos. Verificamos a facilidade

para a retirada e recolocação das calhas dos sem-fins dos elevadores de retrilha e dos grãos limpos, que facilita a limpeza destes condutos para evitar a contaminação entre diferentes lotes de sementes. O depósito de grãos, com capacidade para 7.200 litros, possui uma porta de inspeção por onde se pode retirar amostras de grãos no início da operação, a partir da cabine. Na altura da cabeça do operador encontra-se um visor amplo que permite visualizar os grãos que chegam ao depósito graneleiro. O tubo de descarga, com 4,90 m de comprimento, é bastante longo e apresenta altura máxima de 4,68 m. A sua capacidade de descarga é de 63 L/s e durante o teste a máquina descarregou a carga completa com milho a 25% de umidade em 135 s. No final do processo, há um picador de palha com duas opções de rotações (1.600 rpm e 2.800 rpm) e que entra em funcionamento quando se aciona o sistema de debulha. Este possui 35 lâminas móveis e um pente com 18 contrafacas fixas, onde se regula o comprimento dos fragmentos de palha produzidos. Um sensor com aviso sonoro e luminoso dispara em caso de queda de rotação e um defletor com aletas ajustáveis é responsável pela distribuição da palha picada ao longo da largura de corte da plataforma da colhedora. Para facilitar a sua manutenção, o picador pode ser basculado com facilidade por uma só pessoa, com o auxílio de uma mola a gás, o que sugere segurança e conforto.

OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO

No que se refere à facilitação da operação de manutenção da TC 5090, verificamos a presença de amplos painéis e de janelas de inspeção. Acoplada a um dos saca-palhas existe uma lâmpada, que oferece boa iluminação para inspeção do bandejão e das peneiras. Quanto à ergonomia, encontramos vários itens a ressaltar, entre eles, uma

Na cabine, todos os comandos estão posicionados à direita do operador. Uma alavanca multifunção controla direção do deslocamento, altura da plataforma, rotação e altura do molinete, do cano de descarga e reversor hidráulico

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Porta de inspeção, para retirar amostras do graneleiro no início da operação

escada de acesso ao posto de condução com bom espaçamento entre os degraus, com superfície antiderrapante e que pode ser escamoteada lateralmente. Há bons pega-mãos e apoios, para acesso à cabine. Ressalta-se que para a TC 5090 a versão cabinada é standard. Ao entrar na cabine e sentar no posto de operação, verificamos que a máquina é toda comandada pela mão direita do operador, com a alavanca multifunção, alavanca do freio de estacionamento, de marchas, de comando da descarga e de todos os controles de botões, colocados em um painel. Não há comandos para a mão esquerda. A alavanca multifunção é uma excelente inovação dos últimos anos e no caso da TC 5090 contém vários interruptores na parte da frente, como o de posicionamento do tubo de descarga, de posicionamento vertical do molinete, de posicionamento horizontal do molinete, para levantar e baixar a plataforma de corte e estabelecer a flutuação lateral (manual). Nas partes lateral e traseira, acionados pelos dedos indicador e polegar, os botões de acionamento do controle automático da altura da plataforma e do reversor.

Painel possibilita ao operador ativar todos os controles manualmente, em caso de pane elétrica

A colhedora testada foi adesivada com estampas comemorativas às 25 mil unidades da linha TC vendidas

Ao lado esquerdo do operador há um assento auxiliar, para acomodar um acompanhante. Embora isto não seja frequente em colhedoras, acreditamos que poderia haver mais espaço interno na cabine, proporcionando mais amplitude de movimentos ao operador e seu acompanhante. Como item de segurança importante, há uma luz de alerta, tipo giroflex, que se aciona automaticamente quando enche o depósito de grãos e quando está ligada a descarga. Quando existe uma carreta graneleira acompanhando a colhedora, isso permite maior agilidade e menor perda de tempo na descarga do depósito de grãos, reduzindo o tempo de parada da colhedora e aumentando a sua capacidade de colheita por dia trabalhado. Quando já estávamos concluindo a avaliação percebemos um importante diferencial, que auxilia em caso de pane elétrica. Um simples giro de uma alavanca na central do sistema eletropneumático possibilita operar os sistemas da máquina manualmente, até que seja restabelecido o funcionamento do sistema elétrico. Há um painel na lateral direita da máquina em que o operador pode ativar os controles.

tradição, confiança de uma grande parcela de agricultores do nosso país, a versatilidade que exige na nossa agricultura diversificada. Também o fato de que um produto venda tantas unidades, tendo estabilidade no projeto, é algo que chamou a atenção da equipe de avaliação. Acreditamos que os grandes diferenciais deste produto residem no reversor hidráulico de duplo sentido, no Maxi-torque, nas peneiras autonivelantes, no Rotary Separator e no sistema eletropneumático. .M José Fernando Schlosser, Nema– UFSM Walter Boller, FAMV - UPF

IMPRESSÕES FINAIS

Foi muito interessante o teste porque queríamos conhecer este produto do qual se reconhece, além da liderança, conceito de

O teste acorreu na propriedade dos irmãos Rinaldo e Renato Ludwig, em Mamborê (PR)


mapeamento

Agricultura inteligente

Claas

Acessar os dados de colheita, relatórios, mapas de produtividade e tomar decisões a quilômetros de distância da lavoura já é uma realidade, com o uso da Web como auxílio na Agricultura de Precisão

N

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todas as atividades econômicas, talvez seja a que esteja mais vulnerável a inúmeros fatores naturais incontroláveis que afetam implacavelmente empresas, agricultores e famílias no mundo todo, diariamente. Exatamente por isso, que tomar decisões

certas no dia-a-dia exige uma nova postura, uma nova quebra de paradigma, um passo adiante e inevitável que é a adoção das melhores práticas de gestão e as mais avançadas tecnologias, que, integradas, tornarão a agricultura inteligente.

Agroprecision

ão é de hoje que a velocidade das informações e a criação de novas tecnologias condicionam o nosso dia-a-dia, principalmente nos negócios. Como se não bastasse, essa velocidade nos empurrando a tomar decisões rapidamente, a enorme quantidade de informações que recebemos é inversamente proporcional ao número de decisões que tomamos. Não que isso seja ruim, pelo contrário, é bom, pois podemos tomar melhores decisões baseados em dados confiáveis e informações úteis. Mas é justamente aí que reside um verdadeiro desafio a ser vencido, que é produzir informações válidas para tomar decisões corretas. Alguém já disse que o sucesso é tomar mais decisões certas do que erradas. Na agricultura não é diferente, apenas mais necessário. Primeiro porque é a atividade econômica mais antiga da humanidade e como estamos hoje aqui vivos e alimentados, prova ser indispensável. Segundo, porque entre

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Para os próximos anos estima-se que a área em agricultura de precisão no país chegue a cinco milhões de hectares


Exemplo de telas com dados da lavoura acessados através da AP/Web. O sistema permite visualizar, consultar e incluir informações de produtividade, manejo, rotação de culturas, realizar orçamentos e solicitar on-line recomendações para as próximas lavouras

Faço um parêntese aqui. A agricultura inteligente é um processo que irá culminar num futuro não muito distante na industrialização da agricultura, onde os processos produtivos e gerenciais serão automatizados, nanotecnológicos, microeletrônicos, robotizados, interligados, menos dependente de mão de obra, com o objetivo de aumentar produtividade, eficiência e competitividade, tendo como pano de fundo a biotecnologia e a sustentabilidade ambiental. Parece que em longo prazo isso será inevitável e transformará radicalmente a maneira como fazemos a agricultura moderna de hoje, onde a histórica incerteza de resultados e riscos da atividade pode ser finalmente abolida. Mas a agricultura inteligente que refiro é o que já existe concretamente no mercado e que formará a base para as tecnologias e avanços que estão por vir. Podemos dividir essas práticas e tecnologias em três grandes grupos: Gestão do Negócio, Educação e Tecnologia. Exemplos disso é a terceirização de operações agrícolas, biotecnologia, gestão in-

formatizada, gerenciamento de risco, agrometeorologia, agroquímicos inteligentes, insumos biológicos, e-learning, máquinas e equipamentos computadorizados e, principalmente nesse momento, a agricultura de precisão como uma tecnologia que aprimora a gestão do processo produtivo. A agricultura de precisão é uma tecnologia relativamente recente nas lavouras do Brasil. Trilhou um árduo caminho até tornar-se disciplina nas mais conceituadas universidades de Agronomia do país e ainda assim tem um enorme potencial científico a ser explorado. Já é adotada em quase todos os estados, recentemente o Governo Federal criou incentivos específicos para acelerar localmente o desenvolvimento desta tecnologia, praticamente todas as indústrias de máquinas e equipamentos criaram departamentos específicos de AP e os maiores interessados, os produtores, adotam cautelosamente a tecnologia com a impressionante taxa de crescimento de 30% a cada safra. Para os próximos anos estima-

se que a área em Agricultura de Precisão no país chegue a cinco milhões de hectares. O modelo de AP que se desenvolve nas nossas lavouras é baseado na terceirização e na consultoria tecnológica. A terceirização se dá mais pela necessidade de escala e garantia de qualidade do que ser um serviço que simplesmente necessite de mão de obra especializada. Já na consultoria tecnológica existe uma complexidade nos modelos matemáticos e algoritmos utilizados pelos softwares de SIG, que exige profundo conhecimento técnico agronômico lastreado em pesquisas, onde técnicos altamente capacitados, não raramente mestres e doutores, conseguem produzir informações relevantes, maioria delas em forma de mapas temáticos georreferenciados, com consistência suficiente para orientar a tomada de decisão. De uma maneira geral, estes softwares, ainda que não fossem tão complexos, são muito caros e com pré-requisitos de conhecimento de informática que inviabilizam a sua utilização por conta própria.


Fotos Agroprecision

A terceirização de diversas atividades agrícolas, entre elas máquinas e equipamentos computadorizados, e principalmente nesse momento a agricultura de precisão, são uma tendência atual

Outra característica é a enorme quantidade de dados que são produzidos a cada safra e que depois de processados precisam ser armazenados, formando um histórico onde a cada novo ciclo orientam e fornecem informações imprescindíveis para o planejamento da cultura a ser implantada. As informações georreferenciadas de fertilidade do solo, compactação, produtividade, rotação de culturas, uso de agroquímicos e fertilizantes, infestação de pragas e doenças, entre outras, aprimoram a gestão de produção, aumentando a eficiência, a produtividade e a rentabilidade do negócio e ainda contribuiu para diminuição do impacto ambiental. O armazenamento e o gerenciamento dessas informações tornam-se inúteis se não tiverem disponíveis no momento e no lugar certos quando se mais precisa. Imagine-se em uma oportunidade de discutir algum problema específico na sua lavoura com um renomado técnico em um encontro casual. Ele fará perguntas a fim de entender o problema e arriscar um diagnóstico. Provavelmente dirá que precisa ver a área e solicitará mais dados para balizar sua recomendação. Até aí tudo bem, se não fosse o fato que a relação de compra produto x insumos não tivesse atingido os níveis ideais e a tomada de decisão teria que ser imediata. Ah, a visita não tem data marcada. A oportunidade certamente foi perdida por não ter as informações necessárias disponíveis naquele momento. Essa situação hipotética mas muito plausível, ilustra como a velocidade dos negócios nos pressiona cada vez mais a sermos ágeis, eficientes, profissionais e acertarmos as decisões na maioria das vezes, de preferência.

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Essas são as premissas que inspiraram um novo modelo de gerenciamento de informações de agricultura de precisão, que fosse simples, completo, acessível e disponível a todos os usuários desta tecnologia. Esse mesmo ambiente que nos empurra avidamente por informação, nos traz grandes soluções. A Internet é um instrumento que, segundo as últimas pesquisas, está presente em 30% das propriedades rurais do país, enquanto que o telefone celular está nas mãos de 75% dos agricultores. Através da Internet hoje é possível obter cotações das commodities, previsões meteorológicas, comprar produtos e insumos, consultar sobre pragas e doenças, enfim, uma infinidade de informações que logo também serão acessadas facilmente pelo celular. E é justamente essa ferramenta, sempre

presente no nosso dia-a-dia, tal qual uma peça de roupa, que nos permite que aquelas informações tão necessárias para a nossa tomada de decisão esteja disponível na hora e no lugar certos. A tendência atual de migrar softwares, processamento e armazenamento de dados para Web, é a chamada computação em nuvens. Isto poupa investimentos, diminuiu riscos, aumenta a disponibilidade com a atual portabilidade de notebooks e smartfones, que estão cada vez menores e mais potentes. Nesse ambiente, gerenciar as informações de produção em algum local da Web se torna uma tecnologia prática e acessível. A AP/Web nada mais é que um sistema de gerenciamento de informações georreferenciadas armazenadas num site da Internet onde estarão disponíveis para os clientes, a partir de um usuário e senha, dados brutos e processados, imagens de satélite e fotográficas, mapeamentos, recomendações, por propriedade, lavoura, safra e cultura, enfim, todos os dados de produção. O sistema permite, ainda, visualizar, consultar e incluir informações de produtividade, manejo, rotação de culturas, realizar orçamentos e solicitar on-line recomendações para as próximas lavouras. É uma ferramenta de apoio sempre disponível para o planejamento da produção onde estão concentrados mais de 50% dos custos da atividade e responsável pelos fatores controláveis que determinam boa parte do sucesso de cada safra. Este é mais um exemplo de tecnologia que se desenvolve a fim de qualificar o processo de gestão na lavoura. A agricultura inteligente é um patamar a ser buscado integrando essa e outras tecnologias e práticas de gestão que incessantemente teimamos e postergar seu uso, achando que em time que está .M ganhando não se mexe. Rafael B. Jobim, Agroprecision

Dados recém-coletados na lavoura podem estar disponíveis na Internet, prontos para tomadas de decisão

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Nesse ambiente, gerenciar as informações em algum local da Web se torna uma tecnologia prática e acessível



FICHA TÉCNICA

Plaina Niveladora

A Plaina Niveladora Multilâminas, projeto pioneiro da Agrimec, executa simultaneamente o preparo mínimo do solo e o nivelamento do mesmo, sem a necessidade de preparo prévio

A

s Plainas Niveladoras Multilâminas, fabricadas pela Agrimec, são indicadas para preparar e nivelar o terreno, e têm como vantagem executar duplo serviço em uma única operação. Com o trabalho da plaina, a lavoura fica pronta para dessecar e receber o plantio direto, eliminando os desníveis causados por implementos, torrões, taipas, cupins, erosão etc. Este implemento também pode ser usado como primeira operação em áreas novas (terrenos brutos), beneficiando todo o cultivo posterior, e ainda no acabamento antes do plantio. De um modo geral, o uso da plaina diminui os investimentos com operações tratorizadas e melhora o desempenho dos equipamentos subsequentes, como tratores, plantadeiras, pulverizadores, colhedoras, reduzindo custos e mão de obra.

MODELOS

atender aos tratores de maior potência a partir de 200cv, sendo da linha pesada.

COMPOSIÇÃO

A Plaina Niveladora Multilâminas é formada por chassi principal, conjunto de lâminas, carro dianteiro, carro intermediário e carro traseiro. O chassi principal é composto por estrutura monobloco superdimensionada feita de chapa de aço com segunda dobra, o que torna

Fotos Agrimec

A ampla linha de modelos de Plainas Niveladoras Multilâminas leva em conta a potência do trator. Os modelos NSA-8, NSA-10, Robust 440 e 480 são considerados linha leve e usados para tratores a partir de 90cv. Os modelos Robust 500, 540 e 600 são superdimensionados para

Visualização das três lâminas dianteiras em forma de V e duas transversais traseiras

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Detalhe do giro livre do carro dianteiro (acima), e opcional “eixo traseiro dirigível” (abaixo)

seu chassi rígido para desempenhar melhor o seu trabalho de nivelamento. Uma das inovações do implemento está na distribuição e no formato de suas lâminas, distribuídas num conjunto de três lâminas em forma de “V” dispostas na parte dianteira, seguidas por uma lâmina esquerda que, juntas, fazem o trabalho de minipreparo do solo. Outra lâmina transversal na parte traseira completa o conjunto, tendo por função fazer um primoroso acabamento ao serviço. O eixo dianteiro articulado lhe permite fazer manobras mais agudas, aproveitando melhor o terreno. Este ângulo de giro facilita a operação nos cantos da lavoura e evita esforço extra para o implemento e para o trator. Opcionalmente pode ser acrescentado


um movimento direcional no rodado traseiro, o que melhora ainda mais as manobras durante o trabalho ou transporte.

REGULAGEM

As plainas niveladoras possuem pontos de regulagem que lhe permitem ajustar as posições de trabalho conforme o tipo de solo que nivelará. A regulagem na parte dianteira é feita por um batente com rosca para determinar a quantidade de terra a ser trabalhada pelas lâminas em seu “minipreparo”. O limite baixo é travado através deste batente para facilitar a operação do tratorista, este limite é determinado pela potência do trator, velocidade desejada e profundidade de trabalho requerida. Quanto menor o porte da plaina, menor a capacidade de aprofundar o corte das lâminas dianteiras. A regulagem na parte traseira, nos modelos da linha leve: NSA 8 e 10, Robust 440 e 480, é feita por uma barra com rosca localizada no centro do chassi. Usando o rosqueador de três alavancas, cujo batente é a parte mais baixa, se consegue uma regulagem permanente da lâmina de acabamento. A parte traseira deve estar regulada de maneira que a lâmina possa eliminar a terra por baixo, diferente das demais lâminas que soltam a terra pelas pontas. Se bem regulada, não deixa sobra de terra em excesso na ponta da lâmina traseira, nem se joga para a direita. Caso isso ocorra, o operador deverá aumentar a altura da lâmina para acertar a regulagem. Depois de realizado o ajuste da plaina no trabalho desejado e de acordo com a potência disponível do trator, deve-se dar uma volta com a mesma no quadro, observando o comportamento do conjunto de lâminas dianteiras. Se um dos bicos fizer mais terra do que o outro, deve-se buscar a regulagem “fina” das rodas traseiras, ajustando-as para a uniformidade de movimentação de terra desejada entre os bicos sulcadores. As plainas da linha pesada, modelos

Especificações Largura de Trabalho (mm) Largura Total (mm) Comprimento (mm) Altura (mm) Altura da Lâmina (mm) Potência Mínima (cv) Sistema de Levante (hidr) Pneus Dianteiros Pneus Traseiros Peso Aproximado (kg) Conjunto de Lâminas

NSA 8 3830 3850 9900 920 345 90 1 cilindro aro 14” aro 15” 1410 3

Linha Leve NSA 10 ROB 440 4350 4400 4750 4800 10000 11500 856 900 400 450 110 140 1 cilindro 1 cilindro aro 15” aro 15” aro 20” aro 20” 2530 2910 5 5

Robust 500, 540 e 600 possuem regulagem nos batentes que se encontram no chassi, na parte de trás, bem próxima ao carro traseiro, e uma regulagem nas rodas traseiras para o ajuste final.

OPERAÇÃO

ROB 480 4800 5200 12500 1000 450 170 1 cilindro aro 15” aro 22” 3370 5

ROB 500 5000 5500 14630 1400 500 200 2 cilindros aro 16” aro 24” 5240 5

Linha Pesada ROB 540 ROB 600 5400 6000 5900 6500 16630 14630 1600 1500 600 600 240 240 2 cilindros 2 cilindros aro 16” aro 16” aro 24” aro 24” 6485 6260 5 5

como das condições do terreno. Ao término da operação, deve-se desengatar a plaina tendo o cuidado de calçar sua parte dianteira em aproximados 15cm, o que facilitará posteriormente o reengate.

Manutenção

A operação deve ser sempre realizada no sentido anti-horário, ou seja, da direita para a esquerda. Se executada corretamente evita-se o uso excessivo da embreagem, mudança de marcha ou acionamento do acelerador do trator, podendo a plaina operar sem paradas até o término do trabalho. A velocidade de operação é variável, dependendo tanto da potência disponível do trator

Para prolongar a vida útil da plaina e evitar interrupções na operação, recomendamos seguir alguns cuidados básicos: • Reapertar todas as porcas e parafusos nas primeiras 24 horas de trabalho. • Lubrificar as articulações do carro, o puxador do carro dianteiro e a rótula do cambão a cada 50 horas de trabalho. • Lubrificar os cubos de roda a cada 1.000 .M horas de uso.

Todos os modelos possuem regulagem nas rodas traseiras

Detalhes das regulagens das partes dianteira e traseira da plaina linha leve

A operação deve ser sempre realizada no sentido anti-horário, ou seja, da direita para a esquerda, a fim de evitar esforço do implemento

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Ficha técnica

Corte automático

A Arag passou a oferecer aos produtores a automatização do corte de seção das barras de pulverizadores, tecnologia que evita a sobreposição de defensivos e gera economia de produtos na aplicação SKIPPER

O Skipper é um GPS oportunamente estudado para agricultura e pensado para o usuário mais exigente. A tela em cores de 4” rígida e protegida, o exclusivo design e o inovador software ligado ao Bravo 300S RCU para o gerenciamento de fechamento e abertura automático das seções tornam os instrumentos perfeitos para a aplicação de defensivos. Ele tem como principais características: Porta USB, entrada para sinal externo do tratamento, porta serial RS232 para conexão GPS com Bravo 300S RCU, relógio interno auto alimentado, display gráfico e tensão 12 Volts. O receptor GPS que faz parte do conjunto possui correção diferencial gratuita EGNOS, indicadores de estado para sinal GPS válido e fixagem atravé de base magnética ou suporte roscado.

O

GPS Skipper, trabalhando em conjunto ao controlador Bravo 300S RCU, consegue facilitar a operação de pulverizar, gerando também economia do produto aplicado. O fechamento e a abertura

BRAVO 300S

automática de seção fazem com que a sobreposição nas áreas que já receberam tratamento seja reduzida, evitando desperdícios e aumentando a precisão do tratamento. Visualização em tela do corte automático

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O Bravo 300S RCU é um controlador de média e alta vazão. A unidade de controle descentralizada e a conexão Canbus gerenciam todos os dados de aplicação como velocidade, volume aplicado, áreas tratadas, horas trabalhadas, dosagem


CORTE AUTOMÁTICO

O Skipper já acompanha um cabo para ligar ao Bravo 300S RCU podendo gerenciar o corte automático de até 13 seções. Com base no resultado que deseja obter e o tipo de tratamento que será efetuado é possível programar a porcentagem de sobreposição, que pode variar de 0 a 100%. O Skipper informará ao Bravo 300S RCU onde deve fechar ou abrir automaticamente a seção de barra, mesmo trabalhando em modo contorno, paralelo e curvilíneo.

Fotos Agrojet

programada, dosagem real aplicada, data e hora que foi iniciado o trabalho e também a ponta de pulverização que foi selecionada. Todas essas informações podem ser armazenadas em cartão SD. Suas principais características são: leitor de cartão SD integrado, unidade de controle RCU, portal serial RS232 para conexão com Skipper, relógio interno auto alimentado, saída para gerenciar até 13 seções de barra, saída para gerenciar até 9 funções hidráulicas (opcional), display gráfico 240 73 pixels retro-iluminado e tensão de alimentação.

Controlador de alta e média vazãao, Bravo 300S RCU, que gerencia os dados de aplicação, com ovelocidade, volume aplicado, áreas tratadas e dosagens

Com isso o operador não precisa se preocupar onde deve fechar ou abrir as seções de barra, podendo focar a sua atenção nas manobras e também no movimento das barras no caso de algum obstáculo, fazendo com que aumente o rendimento. O GPS Skipper tem um porta-USB que permite o uso de um pen drive para exportar os dados de trabalhos efetuados,

acompanha também um programa (Skipper Navigator Manager) que fará com que o usuário possa levar e visualizar em seu computador pessoal o replay do tratamento efetuado, as marcações, área tratada, além de poder imprimir todos os dados do tratamento. Com todas essas informações será possível o total monitoramento da apli.M cação a ser realizada.


FICHA TÉCNICA

MF 275 4x4

Produzido no Brasil há 15 anos, o MF 275, com potência de 75cv, se mantém atual e traz características que agradam produtores de todas as regiões brasileiras

O

MF 275 é o trator mais comercializado na história da mecanização agrícola brasileira e segue líder de mercado graças às diversas atualizações e inovações tecnológicas que vem recebendo desde 1975, quando foi lançado pela Massey Ferguson. Nos últimos 15 anos (1994 a 2008), ele representou 40,7% das vendas no segmento de 75cv, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). O modelo tracionado (4x4) foi o mais vendido no Brasil no primeiro trimestre de 2009. De acordo com as estatísticas da Anfavea, foram comercializadas 1.672 unidades do MF 275/4, o que representa 19,2% de todos os tratores de rodas vendidos no período. O modelo é o mais

procurado pelos agricultores familiares que participam do Programa Mais Alimentos. Com motor econômico, câmbio de 12 velocidades, maior vazão no controle remoto (42l/ min) e capacidade de levante de 2.500 quilos, ele trabalha com uma ampla gama de implementos. Sua configuração garante robustez e durabilidade no campo.

MOTOR

Com motor tradicional de quatro cilindros (A4_4.1), considerado o mais econômico nesta faixa de potência (75cv), o MF 275/4 atende as necessidades não apenas da agricultura familiar, mas também do médio e grande produtor rural. Tecnologicamente avançado, ele já está apto para o uso de biodiesel B20. Concebido para ser usado em tratores agrícolas, possui um regime

Foco no Programa Mais Alimentos

L

ançado em 2008, o Programa Mais Alimentos chega ao primeiro semestre de 2009 com mais de 11.000 tratores comercializados. De janeiro a junho de 2009 já foram comercializados no programa mais de 8000 tratores e a Massey Ferguson

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consolida a sua posição de liderança com 36,3% do mercado. O modelo MF 275 da Massey Ferguson mantém a sua posição histórica de trator mais vendido no Brasil, contabilizando no Programa Mais Alimentos 32,8% do mercado, com 2701 unidades.

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Motor de 75cv do MF 275 está apto ao uso de biodiesel B20

de rotações que não ultrapassa 2.200rpm. O motor de quatro cilindros do MF 275/4 produz força máxima a 1.400rpm, o que possibilita seu uso em rotações econômicas, entre 1.500rpm e 1.900rpm. Com a cilindrada de aproximadamente um litro por cilindro, chega 4,1 litros de cilindrada total. O menor volume admitido por ciclo resulta em mais eficiência.

TRANSMISSÃO

A caixa de câmbio de 12 marchas do MF 275/4 disponibiliza sete marchas na principal faixa de trabalho, de 4 a 12km/h. Para cada ope-


Fotos Massey Ferguson Fotos Valtra

A caixa de câmbio de 12 marchas oferece sete marchas na principal faixa de trabalho, de 4km/h a 12km/h

ração, como lavração, gradeação, subsolagem, plantio, obtenção de feno, roçadas e pulverização, há uma marcha com a velocidade ideal que produz alto rendimento com economia de combustível. Além disso, a transmissão do tipo engrenamento constante proporciona um engate mais fácil das marchas e baixo custo de manutenção.

A força de tração do MF 275/4 permite o uso de implementos de três pontos ou de arrasto

TOMADA DE POTÊNCIA

A tomada de força do MF 275/4 fornece alta potência a 540rpm, em um regime de rotações de economia de combustível, a 1.900rpm do motor. Para as variações de carga há uma reserva de torque elástica para vencer os obstáculos naturais do trabalho.

LEVANTE HIDRÁULICO

O sistema de levante hidráulico tem capacidade para levantar 2.500 quilos, capacidade que permite manusear todos os implementos com insumos que um trator dessa classe utiliza para trabalhar.

Principais características do MF 275 A

O

modelo MF 275 da Massey Ferguson é o trator mais vendido do Programa Mais Alimentos, tendo como destaque nas suas especificações, os seguintes itens: Potência (cv)...............................75 Tração........................................ 4x4 Caixa de câmbio....................... 12x4 Tomada de potência .......540@1900 Capacidade de levante 3P (kgf).2.500 Estabilizadores 3P .........Telescópico Braços do levante .......................HD Controle remoto (l/min)...............42 Pneus – (principais opções) (Diant./Tras.): 8.30-24R1 / 14.9-28R1 12.4-24R1 / 13.6-38R1 12.4-24R1 / 18.4-30R1 12.4-24R1 / 18.4-30R2 14.9-24R1 / 23.1-26R2 O MF 275 oferece a maior relação peso-potência da categoria, atendendo

a todas as operações, oferecendo um desempenho superior na categoria. Dentro da robustez, que é uma característica do MF 275, as suas versões apresentam braços de levante hidráulico reforçados, com capacidade de levante de 2500 kg e estabilizadores telescópicos. O paralamas do modelo Massey Ferguson MF 275 é envolvente, por isso protege mais o operador. O toldo tem dimensões que dão maior proteção ao operador contra as intempéries do trabalho no campo. Corrigindo a informação veiculada na edição no 86 (junho/2009), o modelo MF 275 da Massey Ferguson vem equipado com uma transmissão do tipo 12x4 constant mesh. Esta configuração permite que o trator tenha doze velocidades à frente e quatro à ré. Para cada operação há uma marcha com a velocidade ideal que produz alto rendimento com economia de combustível.

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A direção hidráulica e a simplicidade operacional são pontos fortes do modelo

componentes com baixo custo de manutenção garantem ao trator MF 275/4 um alto valor de revenda. A simplicidade operacional torna o aprendizado rápido. Um novo operador se sentirá preparado em pouco tempo para operar o trator e obter alto rendimento.

29 VERSÕES

Com capacidade para levantar 2,5 mil quilos, modelo permite manusear todos os implementos com insumos que um trator dessa classe utiliza para trabalhar

As duas alavancas (controles de profundidade e posição) estão posicionadas na lateral direita para facilitar o serviço do operador. O sistema Ferguson de transferência de peso e controle dos três pontos do MF 275/4 regula automaticamente a força e a posição do implemento. Este sistema de controle simples e funcional, reduz a patinagem e o consumo de combustível proporcionando um rendimento maior ao trator.

CONTROLE REMOTO

A elevada força de tração do MF 275/4

Circuito está configurado com válvula de controle remoto de dupla ação, que fornece vazão de 42 litros por minuto

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permite a utilização de implementos de três pontos ou de arrasto. Esses implementos necessitam de controle hidráulico remoto, tal como utilizado para levantar e abaixar grades, reverter arados ou articular a descarga de forrageiras. O circuito está configurado com uma válvula de controle remoto de dupla ação, que fornece vazão de 42 litros por minuto.

EMBREAGEM E DIREÇÃO

O MF 275/4 tem embreagem dupla, de 305mm e 254mm respectivamente, com revestimento orgânico que garante durabilidade e está de acordo com as melhores práticas ergonômicas. A direção hidráulica – que oferece mais conforto na operação – é uma das facilidades buscadas pelos agricultores familiares que estão conquistando seu primeiro trator através do Programa Mais Alimentos. A estrutura robusta, a durabilidade e os

Atualizações tecnológicas mantêm o MF 275 no mercado brasileiro desde 1975

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A Massey Ferguson oferece grande diversidade de tratores no Programa Mais Alimentos. Entre as mais de 500 versões disponíveis na Série MF 200 Advanced, 29 foram selecionadas para atender todas as necessidades da agricultura familiar, das lavouras de arroz, soja e milho, aos pomares de laranja. Nos três modelos tracionados, com potência entre 50cv e 75cv - MF 250 XE, MF 265 e MF 275 - estão presentes todas as qualidades da marca, como conforto, segurança, economia e confiabilidade. O MF 265/4 e o MF 275/4 estão disponíveis com tração lateral e central, transmissão 12 x 4 e paralamas envolventes. Desde abril, todos os modelos da Série MF 200 Advanced estão com cores diferentes. O vermelho ganhou uma tonalidade nova e o preto foi substituído pelo cinza. Eles fazem parte do padrão mundial criado pelo AGCO em homenagem aos 50 anos da marca Massey Ferguson no mundo. As novas tintas proporcionam alta resistência às intempéries e à corrosão, garantindo proteção aos tratores .M por mais tempo.

No Programa Mais Alimentos o MF 275/4 está disponível com trações lateral e central



ARMAZENAGEM Fotos Agrocult

Extratores de

Exaustores instalados na cobertura dos silos verticais e armazéns retiram a massa de ar quente e saturado existente entre o telhado e os grãos, evitando a deterioração da massa armazenada. Esta e outras ferramentas importantes para a conservação dos grãos deixarão de ser opcionais, tornando-se itens obrigatórios a partir do próximo ano, quando entra em vigor a Certificação de Unidades Armazenadoras

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ealizamos investimentos em todas as etapas do processo de produção, mecanização, genética, correção de solos, defensivos e herbicidas, muitos destes com auxílio e aplicação de sistemas como GPS e software de última geração. Quando focamos o tema referente à armazenagem e à conservação de grãos, percebemos que pouco avançamos na prática de trabalhar este conceito no Brasil nos últimos anos. Possuímos perdas de até 7% (qualitativa e quantitativa) conforme a cultura, por não termos o conhecimento completo do que significa e a importância em saber armazenar e capacitar a equipe de trabalho para reduzir estas perdas. Essa etapa se reveste de importância ainda maior com a necessidade da Certificação das Unidades Armazenadoras que entra em vigor dia 1º de janeiro de 2010, onde estão descritos todos os itens significativos para termos uma armazenagem de qualidade, comparada à dos países desenvolvidos, sempre mantendo a identidade preservada dos grãos colhidos. Nas unidades armazenadoras a granel,

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dos 7% mencionados acima, cerca de 3% dos grãos depositados são perdidos no período de conservação. Este percentual tem origem na condensação e apodrecimento dos grãos, aumentando os custos por contaminação, remoção de produtos danificados e consumo de energia elétrica para minimizar os danos, através da aeração forçada.

O processo de Certificação das Unidades Armazenadoras visa fortalecer a relação do setor produtivo e a sociedade em geral, aumentando o profissionalismo do setor e reduzindo os prejuízos que ocorrem durante a estocagem, garantindo à produção de grãos as principais credenciais de qualidade e pureza, atingindo os menores níveis acei-

O sistema de exaustão alem de proporcionar qualidade de armazenagem, será um item obrigatório para que a unidade armazenadora receba a certificação

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táveis de desperdícios e contaminação em competitividade a nível mundial, cada vez mais rigorosa nas exigências dos produtos que adquire. A Instrução Normativa Nº 33, de 12 de julho de 2007, estabelece, como “Requisito Técnico Obrigatório”, que toda Unidade Armazenadora em Ambiente Natural (grãos e fibras) deverá possuir o sistema de Exaustão de Ar. Com essas melhorias, nossa produção credencia-se para circular entre os mais exigentes mercados nacionais e internacionais, com maiores lucros, desenvolvimento e renda no campo para o produtor rural. Observando o desenvolvimento e a construção dessa Normativa, constatamos o fortalecimento do conceito de “Exaustão”, sendo colocado como quesito “Obrigatório”. Essa posição de destaque conceitua que a Conservação e Armazenagem de Grãos estão alicerçadas em três grandes sistemas, com a premissa de já termos executado a secagem e a limpeza de acordo com os padrões atuais de qualidade de processamento e das especificações (instruções) do fabricante: primeiro - Sistema de Monitoramento da Massa de Grãos (Termometria); segundo - Sistema de Aeração (ventiladores e chapas perfuradas para passagem de ar); terceiro - Sistema de Exaustão (exaustores instalados na cobertura dos silos verticais e armazéns para retirada da massa de ar quente e saturado que estaciona entre o telhado e o talude de grãos no interior). Para o monitoramento da temperatura possuímos sistemas de gerenciamento, local ou a distância, que registram dados através de cabos com termo-sensores instalados e distribuídos no interior da massa de grãos, que são monitorados por software, proporcionando ao operador uma relação de dados (planilhas eletrônicas) para tomadas de

Em vermelho zona de temperatura elevada entre a massa e cobetura e no interior da mesma

decisões imediatas e assertivas. O Sistema de Aeração também tem sua importância e deve ser dimensionado para as condições de armazenamento conforme perfil local – geográfico - não desconsiderando o histórico climático e possibilitando que todas as partes da massa sejam ventiladas (aeradas).

SISTEMA DE EXAUSTÃO

Sobre os itens mencionados acima temos o “Sistema de Exaustão”, que é um novo conceito na armazenagem, fundamental para termos uma qualidade, tanto para períodos curtos como longos. Essa aeração natural ou intensificada proporciona equalização do ar entre à massa de grãos e à cobertura do telhado, diminuindo o calor proveniente da radiação solar e eliminando o “bolsão de ar quente” (massa de ar quente e saturada), bem como a condensação sob o telhado, nas chapas laterais dos silos e paredes dos armazéns, e o consequente gotejamento sobre os grãos. Este sistema proporciona outros benefícios relevantes como uniformidade na massa de grãos (temperatura e umidade), aeração permanente e contínua (extrai calor do ambiente, pó, ga-

ses, umidade do ar), evita o apodrecimento da camada superior da massa (deterioração, mofo, germinação), inibe a proliferação de pragas e, aliado a tudo isso, preserva a estrutura física do ambiente, pois evitando a condensação, elimina itens como o surgimento de pontos de corrosão na estrutura metálica do telhado, o umedecimento das correias (borracha) dos transportadores dos armazéns com carga realizada por Correia Transportadora (cinta transportadora) e o sobreaquecimento nos acionamentos, aumentando a vida útil dos mesmos e suas transmissões.

FENÔMENO DA CONDENSAÇÃO

A condensação em silos e armazéns, ou seja, o gotejamento, é um fenômeno físico e inimigo da armazenagem. A taxa de umidade varia conforme a temperatura e umidade do grão armazenado, significando que, quando o ar quente aumenta sua capacidade de absorver umidade, diminui quando o ar esfria. A radiação solar provoca o aquecimento da cobertura (telhado) e, pela condução térmica, aquece o ar interno, reduzindo a umidade relativa do ar (U.R.).


Fotos Cycloar

Exemplificação de como se origina o bolsão de ar dentro dos silos

Grãos deteriorados servem como barreira contra a aeração, geram camadas de até 70cm de espessura

Esse ar, com a temperatura elevada, absorve a umidade contida nos grãos armazenados pelo efeito da evaporação. Em contrapartida, quando este ar úmido entra em contato com a cobertura resfriada, pela variação de temperatura externa, cai a temperatura do mesmo, elevando a umidade relativa interna, podendo, com isso, ultrapassar o ponto de saturação, condensar e gotejar sobre o produto armazenado, gerando o mofo, a deterioração e até a germinação dos grãos na camada superior da massa. Em alguns casos acontece o gotejamento e, no dia seguinte, com a irradiação da chapa decorrente do sol, seca a camada superior, mas como os grãos são um isolante térmico, as camadas úmidas mais profundas acabam apresentando mofo e demais consequências já mencionadas. Ou seja, uma camada incrustada e invisível para quem observa a massa numa visão superior, por cima grãos de forma bonita (sadios), mas abaixo, grãos podres.

PERDA DA EFICIÊNCIA

Esta camada deteriorada cria uma grande barreira para a passagem do fluxo de ar quando se realiza a aeração forçada. Dependendo da espessura (media de 12cm) e dos graus de deterioração desta faixa,

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chegamos a uma perda de eficiência de até 60% (medido in loco), criando uma pressão positiva dentro do ambiente armazenador, reduzindo a vazão de ar que atravessa a massa de grãos, comprometendo a aeração e aumentando as perdas técnicas (qualitativas e quantitativas) e gerando um aumento de amperagem no acionamento dos ventiladores. Esta perda de eficiência é compensada por mais horas de aeração aumentando o consumo de energia elétrica e o custo (R$), que em muitas ocasiões não é suficiente, obrigando a remoção manual da camada deteriorada ou movimentação da massa (transilagem).

EFEITOS DO BOLSÃO DE AR

O bolsão de ar, além de ser a fonte geradora da condensação, por ser um ar quente e úmido (saturado), também gera um fenômeno que impossibilita a convecção natural do ar dentro da massa de grãos. O ar que está no interior (intergranular) sofre um aquecimento natural

decorrente do processo respiratório do grão e, por ser quente, tem seu fluxo para o topo da massa (fluxo vertical para cima), ou seja, para o espaço entre a massa e a cobertura. Como neste local existe o “Bolsão de Calor” estático, este faz com que o ar aquecido não saia da massa, se mantendo no interior, criando um fluxo reverso (fluxo vertical para baixo). Verificamos este processo observando os rotores dos ventiladores quando estão girando no sentido contrário em relação ao giro normal de trabalho. O que está ocorrendo é uma saída (fuga) do ar frio pelas canaletas e chapas de aeração, por não existir o fluxo natural da convecção interna do ar quente. Outra evidência também para comprovar é observar as temperaturas nos cabos de termometria, as mais elevadas (quentes) sempre estão próximas à parte superior da massa (topo – talude). Com a retirada do “bolsão de ar quente” de forma contínua através da exaustão, este fluxo de ar inverte. Com o aquecimento, o mesmo tende a subir e sair pela parte superior do talude e, consequentemente, ocorrerá uma entrada de ar natural pelas canaletas perfuradas de aeração e demais entradas existentes na base do silo ou armazém, deixando o interior sempre a uma temperatura adequada para armazenagem. O sistema de aeração não é recomendado para realizar a retirada do “bolsão de ar quente”, pois sempre que estamos aerando de forma inadequada, podemos estar gerando perda de peso. A aeração deve ser sempre acionada quando existem focos de aquecimento ou uma condição climática (temperatura e umidades relativa do ar) de tal forma que não realizem secagem abaixo dos padrões de comercialização. Devemos sempre considerar, quando o ar ambiente passa pelo ventilador, o mesmo sofre um aquecimento médio de até 3ºC, considerando um ventilador corretamente

Vantagens da Exaustão

A

utilização de um sistema de exaustão entre a massa de grãos e a cobertura do telhado traz inúmeras vantagens: 1) Evita a condensação (gotejamento) na camada superior e a condensação da umidade nas paredes laterais. 2) Evita o mofo, deterioração e germinação. Preserva a homogeneidade da massa de grãos (B.U.) 3) Inibe a proliferação de pragas. 4) Evita a compactação na camada superior, contribuindo com a aeração forçada,

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economizando energia elétrica. 5) Extrai gases, pó em suspensão (explosão) no interior dos silos verticais e armazéns, casa de máquinas e moegas. 6) Preserva a estrutura física do silo/ armazém (corrosão/ferrugem), decorrente da umidade dos grãos alojados junto às paredes de silos metálicos e condensação na estrutura da cobertura (telhas e treliças metálicas). 7) Redução da quebra técnica na armazenagem. 8) Viabilidade e realização contínua da aeração natural e intensificada.


balanceado, que esta elevação de temperatura é decorrente do atrito molecular do ar ao passar pelo rotor. A condição do ar sofrerá uma alteração, pois no momento em que aquecemos três pontos no ar, a condição do equilíbrio higroscópico alterará. Exemplificando: Produto soja: com a condição de ar natural com temperatura de 22ºC e umidade relativa de 60%, o equilíbrio higroscópico será de 10,67% e os grãos buscarão este ponto de estabilidade de umidade no interior da massa. O ar, ao passar pelo ventilador (rotor), terá um acréscimo estimado de 3ºC, alterando a temperatura para 25ºC, a umidade relativa para 49,8% e o equilíbrio higroscópico para 8,61%, baixando 2,06 pontos que provocarão uma quebra técnica de peso (ver exemplo). O sistema de exaustão provocará a convecção natural no interior da massa, reduzindo horas de aeração. Desta forma, a aeração deve ser praticada somente quando houver sintomas de aquecimento na massa. Jamais para realizar exaustão para remoção do “bolsão de calor”. Outra consequência que a falta de exaustão provoca é a criação de um ambiente favorável ao surgimento e à proliferação de pragas. Alta temperatura e umidade são as principais condições que favorecem o desen-

volvimento de fungos (temperatura > 25ºC / umidade dos grãos > 13%), além do PH, taxa de oxidação, período de armazenagem, condições físicas dos grãos (quebrados) e outros. Enormes prejuízos econômicos são decorrentes da utilização de alimentos contaminados por estas substâncias tóxicas em seres humanos e animais, quando não provocam a morte destes. As micotoxinas determinam diminuição de peso e conversão alimentar, aumento da suscetibilidade, doenças infecciosas e parasitárias, problemas reprodutivos etc. O aumento de temperatura do ambiente e do grão no momento da pulverização provoca a degradação e redução da eficiência dos inseticidas ao longo do tempo, aumentando as perdas na armazenagem. Com comprovação do conceito descrito acima, julgamos o “Sistema de Exaustão” como principal item para toda a preservação da Identidade e Conservação dos Grãos. A falta de aplicação e operação provocará redução de resultados em todos os investimentos anteriores. As instalações armazenadoras devem focar sua concepção para garantir a qualidade final do produto, segurança, valorização dos benefícios e aplicação das ferramentas que as indústrias e profissionais especializados disponibilizam aos armazenadores, como:

Termometria Computadorizada, Sistemas de Exaustão, Consultorias em Armazenagem .M e Capacitação dos Funcionários. Adriano Mallet, Agrocult - Consultoria e Treinamento em Armazenagem


INFORME

N-Sensor

o potencial produtivo das culturas.

COMO FUNCIONA

Stara

Equipamento avalia em tempo real a exigência de nitrogênio na planta e permite a distribuição e pulverização localizada de acordo com a necessidade específica de cada ponto da lavoura

A

Stara participa de estudos com o N-Sensor, um equipamento que lê em tempo real a necessidade de nitrogênio, desenvolvido pela Yara

Fertilizantes. O N-Sensor é uma ferramenta de análise pontual, que determina a exigência da cultura em nitrogênio, auxiliando a reduzir os efeitos ambientais, maximizando

O N-Sensor determina a demanda de nitrogênio da cultura através da medida da sua reflectância de luz. Usando esta informação, o N-sensor pode medir o potencial produtivo da cultura traduzindo os dados em uma taxa de aplicação e enviando a informação para o Falcon 3500 de um Hércules/Twister ou pulverizador que ajustará as doses de aplicação. O N-Sensor mede a reflectância de luz a partir da emissão de dois feixes de luz no comprimento de onda do infravermelho, um para cada lado do trator, atingindo três metros de largura da vegetação em ambos os lados. As medidas são realizadas a cada segundo e enviadas ao controlador, o que não interfere na velocidade e na largura de aplicação. Os testes feitos em parceria com o Projeto Aquarius realizam a distribuição à taxa variável instantânea, ou seja, o N-sensor lê a quantidade de fertilizantes necessária e o distribuidor Hércules ou Twister realiza a distribuição à taxa variável em tempo real. Com esse método de avaliação e aplicação em tempo real foi constatada maior eficiência no uso do nitrogênio, proporcionando uma economia de 3% de fertilizante aplicado e aumento da produtividade de milho em 15 sacas por hectare.

JUSTIÇA EM DEBATE Schubert K. Peter - schubert.peter@revistacultivar.com.br

A

Pedestre bêbado

cidentes de trânsito envolvendo pedestres embriagados são comuns. Mesmo quando resultam em morte, raramente se pode atribuir a culpa ao motorista do veículo, pois as ações perpetradas por pessoas alcoolizadas fogem ao razoável, ao previsível. Em caso recente, envolvendo atropelamento em estação rodoviária, motorista de ônibus eximiu-se de responsabilidade pela morte de pessoa embriagada que caiu sob o eixo traseiro do veículo. Os desembargadores que analisaram a apelação consideraram caso de culpa exclusiva da vítima, uma das excludentes de responsabilidade. Aliás, as excludentes de responsabilidade rompem o nexo causal (que liga a conduta ao resultado), impedindo a ocorrência do dever de indenizar. O dispositivo do art. 945 do Código Civil, que prevê a culpa concorrente, explica a culpa exclusiva: “se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano”. Logicamente, se somente a vítima for a causadora do dano, suportará todas as suas consequências.

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Com base nesses argumentos, em recente decisão, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul manifestou-se: APELAÇÃO. ACIDENTE DE TRÂNSITO. ATROPELAMENTO EM RODOVIA ESTADUAL. EMBRIAGUEZ DO PEDESTRE. CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA. 1. Impõe-se a manutenção do veredicto de improcedência, se a prova indica que o pedestre, embriagado, efetuou arriscada travessia de rodovia estadual à noite, em trecho de precária iluminação pública, vindo a ser colhido por caminhão. Conduta imprudente e imprevisível. Ainda que o motorista do caminhão estivesse imprimindo velocidade ligeiramente acima da permitida no trecho, forçoso concluir que o fatídico resultado seria o mesmo, pois se trata de veículo pesado. [...] (Apelação Cível Nº 70027615863, Décima Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Orlando Heemann Júnior, Julgado em 02/07/2009) Por outro lado, cumpre alertar para a possibilidade de tribunais interpretarem a questão sob outro ângulo. Podem considerar que a embriaguez do pedestre obriga o motorista a redobrar seus cuidados. Já ocorreu. . M

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