Maquinas 89

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Cultivar Máquinas • Edição Nº 89 • Ano IX - Setembro 09 • ISSN - 1676-0158

Nossa capa

Pelo melhor traçado

Estudo mostra a diferença de eficiência entre diversos traçados na hora de realizar a colheita, com diminuição das manobras em até 60% entre os modelos

Destaques

Capa: Massey Ferguson

Matéria de capa

20

Índice Rodando por aí

06

Aplicação de adubo

08

Eventos - Prêmio Gerdau Melhores da Terra 11

Distribuidores de adubo

Ficha Técnica

Entenda os métodos de fertilização do solo e qual é o mais indicado para cada situação

Trator TL 75 Exitus da New Holland e colhedora 5650 SR da Massey Ferguson

08

16 e 30

• Editor

• Circulação

• Redação

• Expedição

Gilvan Quevedo Charles Echer

• Comercial

Pedro Batistin Sedeli Feijó

Dianferson Alves Edson Krause

• Impressão:

Kunde Indústrias Gráficas Ltda. NOSSOS TELEFONES: (53) • GERAL

• REDAÇÃO

• ASSINATURAS

• MARKETING

3028.2000 3028.2070

16

Eficiência na colheita

20

Eventos - Expointer 2009

24

Secagem de grãos

28

Ficha Técnica - MF 5650 SR

30

OFF-ROAD Anfíbio

34

Empresas - ZF

36

Coluna Estatística Máquinas

37

Coluna jurídica

38

Assinatura anual (11 edições*): R$ 129,90

• Design Gráfico e Diagramação

Cristiano Ceia

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Ficha Técnica - TL 75 Exitus

(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)

Simone Lopes

• Revisão

Aline Partzsch de Almeida

Instrumentação de máquinas

3028.2060 3028.2065

Grupo Cultivar de Publicações Ltda. www.revistacultivar.com.br Direção Newton Peter Secretária Rosimeri Lisboa Alves www.revistacultivar.com.br cultivar@revistacultivar.com.br

Números atrasados: R$ 15,00 Assinatura Internacional: US$ 130,00 EUROS 110,00 Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados podem solicitá-las à redação pelo e-mail: cultivar@revistacultivar.com.br

Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.




rodando por aí

Montana

A Montana deu destaque especial ao pulverizador autopropelido Boxer e ao trator de esteiras de pequeno porte, Trekker 90 da Landini. O Trekker 90 tem como foco propriedades com terrenos acidentados e que exijam máquinas pequenas mas potentes, explica Alessandro Wojciechowski, do departamento de marketing da empresa.

Santiago & Cintra

A Santiago & Cintra apresentou aos visitantes da Expointer o Monitor AgGPS FMX TM da Trimble, display que permite fazer todas as operações de agricultura de precisão num único console, além do sistema de guia por barras de luzes AgGPS 250 também da Trimble, com tela colorida e que também pode ser utilizado para o sistema de piloto automático elétrico Ag500, oferecido pela empresa.

Walter Horita

AMS

Mais financiamentos

O Consultor do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Francisco Hercílio da Costa Matos, marcou presença na Expointer 2009, onde visitou empresas e o espaço do MDA na feira. Matos anunciou a inclusão de veículos de carga na lista dos financiáveis nesta linha de crédito. “A inclusão já está autorizada. Agora estamos negociando com a Anfavea as características dos veículos que se enquadrarão”, garante. A expectativa é que o Francisco Hercílio da C. Matos financiamento comece ainda em outubro.

100% Biodiesel

A Valtra e a AGCO Sisu Power anunciaram o início da comercialização de tratores com motores 100% movidos a biodiesel. Jack Torreta, diretor de marketing da Valtra; Paulo Beraldi, gerente comercial, e Ricardo Huhtala, diretor da AGCO Sisu Power, divulgaram com entusiasmo os resultados positivos obtidos nos últimos oito anos de pesquisas em campo com tratores da empresa.

A Equipe de Soluções em Gerenciamento Agrícola (AMS) da John Deere teve espaço exclusivo na Expointer para apresentar novos produtos de AMS, como o monitor GreenStarTM 1800 com tela colorida de 18cm, que tem transmissão de dados por porta USB e a tecnologia ISOBUS. No mesmo espaço foi apresentado o monitor de plantio MPA 2500, que evita falhas no plantio, e o computador de bordo MTA 3100, para gerenciamento de frota.

FPT

A FPT anunciou o lançamento de um motor para caminhões movido a etanol para o início de 2011. O Cursor 9 Diesel-Etanol terá dois sistemas de injeção e dois tanques diferentes, possibilitando ao motorista escolher qual dos dois combustíveis pretende utilizar no veículo. O foco inicial será para o setor sucroalcooleiro, mas posteriormente também será voltado para utilização em tratores e colheitadeiras.

Agrale

Topcon

A Valtra passou a comercializar a Barra de Luzes Topcon System 110. Segundo Rafael Adorno, coordenador de Produto, a comercialização é fruto de parceria da divisão de Tecnologia -ATS da AGCO e Topcon Positioning Sistemas, que passa a ser a fornecedora dos equipamentos para agricultura de precisão para a AGCO.

Flavio Crosa, diretor de Vendas e Marketing da Agrale, destacou a importância do Programa Mais Alimentos para o setor agrícola brasileiro. “O sucesso programa impediu que o segmento registrasse forte queda este ano e está permitindo o desenvolvimento de produtos específicos e o crescimento da agricultura familiar”, explica. Silvio Rignoni, gerente de Vendas de Tratores, comemorou o lançamento do modelo 5065.4, que aumenta para oito tratores a linha da empresa financiável pelo MDA. Silvio Rignoni e Flavio Crosa

ZF

Antônio Carolos Garcia e Silvio Furtado, da ZF Sistemas de Eixos e Transmissões Fora-de-estrada, visitaram pela primeira vez a Expointer, oportunidade para ampliar o relacionamento com clientes. No mês de agosto, a empresa atingiu a marca de 250 Antônio Garcia e Silvio Furtado mil eixos agrícolas produzidos no país.

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distribuidores

Adubo com tecnologia

Na hora de pensar em adubação, diversos são os métodos e as tecnologias disponíveis. No entanto, o produtor deve avaliar com critério quais são as aplicações mais recomendadas para cada situação, pois dependendo do tipo de solo, cultura e clima, algumas técnicas são mais apropriadas que outras

N

o momento da semeadura, além da decisão de implantação de culturas, o agricultor deve optar também pela forma de aplicação do adubo (nitrogênio, fósforo e potássio). O método de aplicação em sulcos é o mais utilizado (profundidade) no momento da semeadura. No entanto, existem aqueles que fazem a distribuição do adubo na superfície do solo, ou seja, a lanço em pré-semeadura, e pode ser em mistura com as sementes da cultura principal, que pode acarretar danos à germinação. A adubação em profundidade, demonstrada em alguns trabalhos, proporciona maior produtividade das culturas devido às menores perdas e ao adubo se encontrar próximo às raízes. Neste momento da semeadura, pode-se utilizar convencionalmente as semeadoras-adubadoras, equipadas com haste sulcadora ou disco duplo. Sendo que a deposição do adubo e da semente irá acontecer em única operação. As profundidades de aplicação do adubo normalmente seguem a

regra geral: o adubo deve ser colocado ao lado da semente (5cm a 8cm) e de 2,5cm a 5cm abaixo da semente. Desse modo, semeaduras a 3cm de profundidade exigem que o adubo seja depositado entre 5,5cm e 8cm de profundidade. Normalmente o adubo é aplicado entre 8cm e 11cm de profundidade. Isto faz com que o adubo não se encontre próximo à semente, o que, devido à higroscopicidade, capacidade de absorver água, poderia matar a semente. As hastes sulcadoras utilizadas para depositar o adubo no solo reduzem a potência exigida e mobiliza menos o sulco, quando comparada aos discos duplos, outro mecanismo utilizado para abrir o sulco no momento da semeadura, trabalhando a mesma profundidade. A haste ideal é aquela que possui um ângulo de ataque de 20º, espessura da ponteira de 2cm e espessura da haste de 1,3cm, que movimenta o solo, comprime-o p a r a f r e n t e e para cima fazendo com que se rompa em camadas trans-

Fotos Jorge Wilson Cortez

A aplicação do adubo a lanço em pré-semeadura tem maior flexibilidade na execução da adubação

versais em razão de esforços de cisalhamento, que corresponde ao modo natural de ruptura do solo. Os discos duplos são mais utilizados quando requer profundidades menores para aplicação do adubo, suas características principais são o diâmetro, que é em torno de 11 polegadas, e a abertura entre os discos, que refletirá na quantidade de solo mobilizada (2cm a 3cm). Outro método é a aplicação do adubo a lanço em pré-semeadura, apresenta vantagens operacionais como flexibilidade na execução da adubação, racionalização do uso de máquinas e mão de obra. No sistema plantio direto, a aplicação antecipada de adubos que contêm fósforo e potássio pode ser uma alternativa para tornar mais rápida a operação de semeadura, uma vez que as perdas de tais adubos são mínimas. A aplicação a lanço pode ser realizada utilizando máquinas classificadas em virtude do dosador, gravitacional ou volumétrico, e em virtude dos distribuidores, tipo queda livre, forças centrífuga e pendular. As máquinas destinadas à aplicação do adubo são distintas basicamente por dois mecanismos principais: o dosador e o distribuidor. O dosador controla o fluxo de material que irá ao distribuidor e o distribuidor é responsável pela distribuição homogênea do adubo sobre a superfície do solo. Valtra

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As hastes sulcadoras (esquerda) utilizadas para depositar o adubo no solo reduzem a potência exigida e mobilizam menos o sulco, quando comparadas aos discos duplos. Já os discos duplos (direita) são mais utilizados quando a operação requer profundidades menores para aplicação do adubo

O dosador gravitacional utiliza a própria força da gravidade para levar o adubo até o mecanismo distribuidor. Já o volumétrico normalmente é composto por uma esteira que possui uma janela, comporta, que auxilia no controle do fluxo de material que vai para o mecanismo distribuidor. O mecanismo de distribuição pode ser queda livre, em que a força da gravidade auxilia na distribuição; este tipo

de equipamento deixa rastro no solo, ou seja, o adubo forma fileira ao longo da superfície do solo. O distribuidor por força centrífuga possui pratos giratórios, com aletas laterais, que lançam o adubo sobre a superfície do solo. O pendular utiliza-se da força de inércia do material, ocasionada pelo movimento oscilante de um pêndulo. Outros estudos avaliando a adubação antecipada (pré-semeadura) a lanço obser-

varam que o sistema é viável, pois reduz o número de conjuntos na semeadura, os custos operacionais e totais e possibilita o aumento na receita líquida, quando comparado ao sistema tradicional, independentemente do período de semeadura (Matos et al, 2006). Assim, em plantio direto, quando se utiliza a antecipação de parte do nitrogênio, em anos de precipitação normal, não há diferença de produtividade das


Fotos Jorge Wilson Cortez

culturas, mas em anos com elevada precipitação reduz a produtividade. A adubação antecipada aumenta a disponibilidade de N no início do crescimento e minimiza o efeito da imobilização pelos microrganismos, mas estes fatores dependem de alguns requisitos das áreas de plantio direto: vários anos de adoção, aporte de matéria orgânica, áreas com considerável liberação de nitrogênio no período de demanda máxima pelo milho, que as chuvas de primavera ocorram numa intensidade normal e áreas de solos que sejam de textura média ou argilosa. Algumas pesquisas, realizadas no Sul do Brasil, têm demonstrado vantagens na aplicação do N em pré-semeadura do milho. O principal argumento é de que o N pode ser imobilizado momentaneamente pela matéria orgânica, em especial pelos resíduos com alta relação C/N, e se tornar disponível para a cultura posteriormente nos estádios de maior demanda. Em áreas com mais de seis anos de implantação do plantio direto, ou seja, nos locais com aumento e estabilização de matéria orgânica do solo, é provável o uso mais eficiente de fósforo pelas plantas. Desse modo, no sistema plantio direto a aplicação de fósforo pode ser realizada em superfície, pois as plantas de cobertura podem influenciar no aproveitamento de fósforo, aumentando a disponibilidade. Já o potássio, importante na fase inicial das culturas, tem sua máxima absorção no estádio vegetativo de 30 a 40 dias de desenvolvimento, com taxa superior à do nitrogênio e à do fósforo, o que sugere maior necessidade de potássio na fase inicial, como elemento de arranque, o que sugestiona a aplicação antecipada.

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ADUBAÇÃO ANTECIPADA

Quando se fala em máquinas para a aplicação de adubo, a velocidade de deslocamento é um quesito importante e é determinada pelo escalonamento de marchas do trator; assim, quando se utiliza a adubação de pré-semeadura, no momento da semeadura pode-se optar por trabalhar a maiores velocidades com o conjunto tratorsemeadora. Estudos demonstraram que pode aumentar em até 40,4% a velocidade (km/h) de semeadura sem a aplicação de adubo e sem afetar a distribuição das sementes. Consequentemente, a capacidade de campo efetiva (ha/h) é afetada, uma vez que a mesma é dependente da velocidade de deslocamento do trator. Já para o consumo efetivo de combustível, quando se realiza a adubação em pré-semeadura, no momento da semeadura o trator apresenta o menor consumo de combustível operacional (30,3%), devido à maior capacidade de campo efetiva.

Como se trabalha a maiores velocidades durante as operações de semeadura, deve-se tomar cuidado com a eficiência de distribuição de sementes pela semeadora-adubadora. No entanto, as semeadoras atuais compostas por mecanismos dosadores eficientes, sejam eles mecânicos (disco horizontal), sejam pneumáticos (discos verticais com sistema de pressão negativa ou positiva), apresentam elevada eficiência. E alguns fabricantes falam de velocidades de até 11km/h sem afetar a distribuição das sementes. Com isso, se ganha em desempenho no momento da semeadura, momento em que a condição ideal para depositar as sementes no solo é curta, devido às questões de umidade. Verificou-se nos resultados de pesquisa, tanto para a cultura do milho como da soja, que velocidades maiores no momento da semeadura 6,6km/h e 9,4km/h, respectivamente, devido à aplicação do adubo antecipada, não afetaram a distribuição de sementes. Com relação à produtividade das culturas, quando se aplica o adubo (NPK) todo a lanço para a cultura do milho, verificou-se a produtividade de 10.100kg/ha tanto na pré-semeadura quanto na semeadura convencional. Para a cultura da soja, a aplicação a lanço de adubo (PK) apresentou 4.900kg/ ha, enquanto que a adubação convencional produziu 5.500kg/ha. Portanto, o produtor deve atentar para suas condições locais, tempo de adoção da área em sistemas conservacionistas, fertilidade do solo e máquinas disponíveis para a implantação do correto sistema de aplicação do adubo. Com a correta aplicação do adubo, isso dará condições da cultura desenvolver todo se potencial genético, .M obtendo-se altas produtividades. Jorge Wilson Cortez, Univasf Carlos Eduardo Angeli Furlani e Rouverson Pereira da Silva, Unesp

Exemplo de implemento com distribuidor por força centrífuga, que possui pratos giratórios, com aletas laterais, responsáveis pelo lançamento do adubo sobre a superfície do solo

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eventos

Tecnologia premiada Tratores, semeadora, equipamento de armazenagem, pulverizador e recolhedor de dejetos animais estão entre os nove vencedores do Gerdau Melhores da Terra 2009

Mathias Cramer

U

ma cerimônia na sede da Gerdau Riograndense, no município gaúcho de Sapucaia do Sul, marcou a entrega de troféus aos nove vencedores da 27ª edição do Gerdau Melhores da Terra, maior premiação para o setor de máquinas e equipamentos agrícolas da América do Sul. Em 2009 o Prêmio registrou 215 inscritos em suas três categorias: Destaque (48), Novidade (53) e Pesquisa & Desenvolvimento (114). Para avaliar os inscritos na categoria Destaque, a Comissão julgadora percorreu 47,2 mil quilômetros no Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. O grupo entrevistou 442 usuários dos equipamentos. Desde a primeira edição, já foram contabilizados 2,3 mil inscritos, 203 premiados e 5,6 mil usuários entrevistados. Com um total de 101 máquinas e equipamentos inscritos em 2009, as categorias Destaque e Novidade registraram aumento de quase 80% no número de participantes em relação a 2008. “Isso mostra que, neste momento em que

os produtores rurais demandam soluções que aumentem a produtividade e a eficiência de suas propriedades, os fabricantes têm respondido com novas opções, aliando tecnologia e foco na

qualidade”, avalia Claudio Gerdau Johannpeter, diretor-geral de Operações da Gerdau (COO) e coordenador-geral do Prêmio Gerdau Melhores .M da Terra.

os premiados Categoria Destaque Troféu Ouro – Trator TL 75E da New Holland Troféu Prata – Vagão Tratador VF TM 4.0 RS-15, Ipacol Máquinas Agrícolas Troféu Prata – Secador KW ADS 100 Coluna, Kepler Weber Categoria Novidade Troféu Ouro – Semeadora Panther Precision, Vence Tudo Troféu Prata – Turbopulverizador Tospray, Herbicat Troféu Prata - Trator Magnum 305, Case IH

Categoria Pesquisa e Desenvolvimento Estudante - “Avaliação de um Dispositivo Acionador para Sistemas de Irrigação”, Engenharia Agrícola da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. O primeiro autor do trabalho é Hermes Soares da Rocha Profissional - “Construção e Validação de Sondas de TDR para o Monitoramento Ambiental”, Universidade de Taubaté (SP). O autor principal do estudo é Bruno de Lima Santoro Inventor – Estrumaq (pequeno veículo automotor utilizado para recolher e uniformizar dejetos animais). Projetado pelo agricultor Edemar da Silva Macedo, Vila Maria, norte do Rio Grande do Sul

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tratores

Exame completo

Agrale Fotos Agrocult

A instrumentação de máquinas agrícolas permite aos usuários obterem informações precisas e detalhadas sobre todas as características do veículo, como potência, consumo e força

A

determinação da potência demandada pelos conjuntos mecanizados torna-se uma informação da mais alta importância para aplicação de modernos critérios de gerenciamento dos serviços que envolvam máquinas e implementos agrícolas. Tendo em vista o alto custo dos tratores e máquinas agrícolas, as operações mecanizadas devem ser adequadamente planejadas, de forma a compatibilizar as exigências agronômicas a uma otimização no uso da energia requerida para executar tais operações. O superdimensionamento dos conjuntos mecanizados reflete em aumento dos custos de produção nacional. Para avaliação adequada do

desempenho dos tratores e equipamentos por eles tracionados, vários parâmetros devem ser mensurados. É, portanto, de suma importância que os instrumentos e aparelhos de medição forneçam dados de campo precisos, para que possam ser comparados com os obtidos em ensaios de laboratórios e com valores simulados por modelos matemáticos. O objetivo da instrumentação de máquinas agrícolas para a realização de ensaios em nível de campo é gerar informações que possibilitem dimensionar e racionalizar o uso de sistemas motomecanizados na agricultura, já que o superdimensionamento leva a investimentos desnecessários, maior consumo de energia,

Figura 1 – Célula de carga (1), placa de fixação (2), barra de tração (3) e cabeçote da semeadora (4)

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menos estabilidade do solo, entre outros, como consequência, menor produtividade, aumento dos custos de produção e sérios problemas de desgaste do solo. Nos ensaios de campo, o objetivo é conhecer o comportamento e obter dados do conjunto mecanizado durante a realização de uma determinada operação agrícola. Os parâmetros usualmente considerados nestes ensaios são a força necessária para a tração, velocidade de trabalho, rotação e torque na tomada de potência (TDP), consumo de combustível, deslizamento das rodas motrizes, distância efetivamente percorrida, duração do ensaio, temperatura do motor, entre outros.

Figura 2 – Célula de carga modelo NA330 para 250kgf (Transd. Tecnologia)


Fotos Haroldo Carlos Fernandes

Fonte: SILVA, 1997

Figura 3 - Unidade de radar para medição da velocidade instantânea (1) e chapa de ferro para fixação do radar ao monobloco do trator (2)

FORÇA DE TRAÇÃO

A força de tração requerida pelo implemento pode ser medida por dinamômetro ou por célula de carga, podendo ser hidráulico ou um extensômetro elétrico de resistência (E.E.R.) - (strain gauge). Com a determinação da força de tração pode-se avaliar o conjunto motomecanizado, visando conseguir o menor esforço de tração com o máximo de rendimento operacional, reduzindo desta forma os custos operacionais de produção. A célula de carga deve ser inserida entre o trator e o implemento, devendo a mesma ficar perfeitamente alinhada horizontalmente com a barra de tração e o implemento a ser tracionado.

DESLOCAMENTO

A velocidade desenvolvida durante a ope-

ração pode ser obtida com o uso de uma unidade de radar (Figura 3), neste caso tem-se a velocidade instantânea durante toda a operação ou, pode ainda, ser determinada através de forma indireta (equações), onde a velocidade obtida Figura 4 - Disposição esquemática dos indicadores digitais (acima) e é a velocidade média conjunto: roda dentada (1) e sensor ótico de rotação (2) (abaixo) verificada durante o ensaio. Espera-se que durante a realização de fabricante que especifica a rotação de trabalho, uma operação não haja grandes variações de ve- respectivamente. locidades, já que a marcha e a rotação do motor são pré-fixadas pelo operador da máquina em ROTAÇÃO DA TDP função da operação a ser desenvolvida e pelo A rotação da TDP (tomada de potência) é


Fonte: SILVA (2000)

Fonte: MAZIERO et al., 1992

Figura 5 – Medidor de combustível

Figura 7 – Medidor de combustível Flowmate M-III, modelo LSN40, com sinal de saída do tipo impulso e precisão de 1ml impulso-1 (esquerda); medidor de combustível acoplado ao trator (direita)

1 – Alimentação do medidor. 2 – Retorno de combustível do motor. 3 – saída de combustível para o motor do trator. 4 – Acoplamento para o termômetro ou termopar

medida utilizando-se transdutores indutivos, magnéticos ou fotoelétricos. As medições são efetuadas contando as ocorrências de pulsos dentro de um intervalo de tempo préprogramado e mostrado no display ou por indicadores digitais. Os geradores de impulsos são equipamentos eletromecânicos, utilizados para a conversão de movimentos rotativos ou deslocamentos lineares, em impulsos elétricos Fonte: MAZIERO et al., 1992

Figura 6 – Sistema de medição de combustível

dadas pelas rodas motrizes. Para isso, utilizamse geradores de impulsos, que são equipamentos eletromecânicos utilizados para a conversão de movimentos rotativos ou deslocamentos lineares, em impulsos elétricos de corrente contínua e amplitude basicamente igual à tensão de alimentação, gerando uma relação precisa de impulsos por volta em uma distribuição perfeita dos pulsos o longo dos 360º do giro do eixo, Figura 8.

de corrente contínua e amplitude basicamente igual à tensão de alimentação, gerando uma relação precisa de impulsos por volta em uma distribuição perfeita dos pulsos ao longo dos 360º do giro do eixo.

TORQUE DA TDP

O torque na TDP é medido com o uso de um dinamômetro de transmissão ou torciômetro que mede a força de torque ou torque liberado por um motor, transmitindo deste para uma máquina movida, ou, o torque exigido para movimentar os órgãos de uma máquina movida ou motora. Estes dinamômetros medem a deformação produzida (pelo trabalho realizado pela fonte de potência) sobre certos elementos que rodam. Deste fato, advêm à designação de torciômetros ou torquímetros. Os principais tipos de torciômetros são os de correia, mola e eletrônico (strain gauge), sendo este último o mais utilizado em ensaios no campo.

OUTROS ENSAIOS RELEVANTES

A distância efetivamente percorrida em cada ensaio pode ser medida com auxílio de uma quinta roda, chamada de roda odométrica. Pode-se usar como roda odométrica um pneu de bicicleta instrumentado com transdutores magnéticos, responsáveis pela geração dos pulsos elétricos, os quais são enviados para um contador digital. Sabendo-se o comprimento do pneu usado e a quantidade de pulsos registrados, determina-se a distância percorrida pela máquina. A duração do ensaio pode ser determinada pelo uso de um cronômetro no painel de instrumentos, que é acionado quando do início do ensaio, registrando o tempo total de realização do mesmo. Este tempo é utilizado para calcular a velocidade média de operação e o consumo de combustível. Outra variável que pode ser determinada

Na realização de ensaios em campo é importante determinar a quantidade total de combustível gasto durante a realização do mesmo. Para se determinar o volume total consumido pode-se usar um recipiente de volume conhecido e/ou graduado. Quando é iniciado o ensaio o fornecimento do combustível é feito por este recipiente. Ao final do ensaio, verifica-se na escala do recipiente a quantidade de combustível gasto, caso exista escala. Em não havendo escala, o recipiente é cheio novamente verificando-se quanto combustível foi necessário para voltar à condição do início do ensaio. Uma outra maneira é a utilização de medidores de fluxo, onde o volume é medido em uma unidade de tempo. Estes medidores mostram o consumo instantâneo e armazena internamente o volume total gasto. 1 – Tanque alimentador do medidor. 2 – Válvula de acionamento manual. 3 – Medidor. 4 – Acoplamento para termômetro ou termopar. NA 1 e NA 2 – Eletroválvulas normalmente abertas. NF1 e NF 2 – Eletroválvulas normalmente fechadas. Fluxo de combustível em operação normal () e durante a medição ( - - - -)

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Fonte: SILVA (2000)

CONSUMO DE COMBUSTÍVEL

RODAS MOTRIZES

Para se conhecer o deslizamento, que é uma determinação direta, é necessário conhecer a distância percorrida e a quantidade de voltas

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Figura 8 - 1) gerador de impulso, 2) suporte de fixação do gerador de impulso e 3) chapa de ferro fixada no aro


Fonte: SILVA, 1997 (Figura 10A), TIEPPO, 2004 (Figura 10B) Fonte: SILVA, 1997

Figura 9 – À esquerda, disposição esquemática dos indicadores digitais (vista frontal), e à direita, vista traseira do painel

nos ensaios de máquinas agrícolas são as temperaturas do motor, do coletor de admissão e escapamento, do óleo do motor e câmbio. Todos esses parâmetros podem ser determinados com a utilização de sensores do tipo termopar ou termorresistência, acoplados no bloco do motor. Os termopares são junções de dois materiais diferentes e quando submetidos a certa temperatura geram uma diferença de potencial (ddp) entre os materiais constituintes. Em função desta diferença de potencial calibra-se o mesmo, correlacionando a diferença de potencial com o valor equivalente em ºC.

INDICADOR DIGITAL e/ou SISTEMA DE AQUISIÇÃO DE DADOS

Os dados gerados por cada um dos transdutores instalados na máquina devem ser apresentados em um determinado sistema de unidade, de maneira que possam ser manuse-

ados e interpretados posteriormente. Para que isto ocorra, se faz necessário o uso de equipamentos que possam transduzir e apresentar a informação recebida dos transdutores, estes equipamentos são os indicadores digitais e/ou sistema de aquisição de dados. Nos indicadores digitais são exibidos os valores instantâneos que devem ser anotados manualmente. O uso de sistemas de aquisição de dados via computador ou datalogger, além de eliminar a anotação manual dos dados, consegue registrar uma quantidade bem maior de dados, enriquecendo as informações obtidas no ensaio, conhecendo-se, assim, mais detalhes do comportamento do conjunto motomecanizado. .M João Cleber Modernel da Silveira, Haroldo Carlos Fernandes e Paula Cristina Natalino Rinaldi, UFV

Figura 10A - Sistema de aquisição de dados computadorizado: (multiplexador) de pulso (1)

Figura 10B - Sistema de aquisição de dados computadorizado Datalogger CR510


FICHA TÉCNICA

TL 75 Exitus

Com 78cv, o TL 75 Exitus, da New Holland, é um dos integrantes do Plano Mais Alimentos e tem como aliados o baixo consumo e a praticidade na manutenção

C

ontinuando a série de fichas técnicas dos modelos que integram o Plano Mais Alimentos, abordamos o TL 75 Exitus da New Holland, um trator de 78cv, desenvolvido para realização de multitarefas em fazendas dos mais diversos portes, com bom custo-benefício, baixo consumo de combustível e ótima tração.

MOTOR

O TL 75 Exitus possui motor MWM Internacional Aspirado D 229-4, com 3.922 cilindradas por centímetro cúbico, cabeçotes individuais, alimentado por uma bomba injetora rotativa Delphi de injeção direta, decantador primário e

O TL 75 Exitus foi projetado para trabalhos em atividades realizadas em propriedades médias e pequenas, aplicações em pomares, hortas e pecuária

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Fotos New Holland

O TL 75 Exitus possui motor MWM International Aspirado D 229-4, com 3.922 cilindradas por centímetro cúbico, alimentado por uma bomba injetora rotativa Delphi de injeção direta

filtro de combustível com drenos incorporados. Um motor que fornece um torque de 264Nm. Com excelente potência e alta reserva de torque, estes motores foram desenvolvidos exclusivamente para atender às mais diversas atividades no campo. Oferecem boa relação custo-benefício

entre potência e consumo, proporcionando menor consumo por hectare trabalhado e baixo custo de manutenção, características reconhecidas dos motores MWM. O capô de fácil abertura permite acesso aos principais componentes, onde todas as inspeções de rotina podem ser feitas de forma rápida e com o operador ao nível do solo.

TRANSMISSÃO

oferecidas pela transmissão totalmente sincronizada com variadas configurações de velocidades, a padrão como 12 marchas à frente e quatro marchas à ré, podendo-se optar pelo modelo com alavanca de reversão que proporciona 12 marchas à frente e 12 marchas à ré. Também há como opcional o super-redutor de velocidade, que proporciona 20 marchas à frente e 12 marchas à ré.

Maximização da relação torque x potência e velocidade exata para cada tarefa são

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As plataformas podem ser estendidas para facilitar a operação de reabastecimento de sementes e adubo

O modelo 4x4 mede 4.027mm de comprimento, 1.850mm de largura, com distância entre eixos de 2.350mm, vão livre do eixo dianteiro de 419mm e altura do solo até o escape de 2.700mm

Esta transmissão dispõe de uma exclusiva alavanca de reversão, ideal para serviços que exijam um alto número de manobras, propiciando maior conforto do operador e maior rendimento. A transmissão 20x12 com super-redutor, que está disponível também nos modelos de 85cv e 95cv, possibilita trabalhar na velocidade de 0,3km/h. A transmissão dianteira é feita com acionamento eletro-hidráulico, podendo ser utilizada com o trator em movimento, o eixo é confeccionado em peça única oferecendo uma maior resistência a todo o conjunto.

EMBREAGEM E FREIOS

A embreagem dos tratores da linha TL Exitus é com discos cerametálicos, do tipo dupla de acionamento independente, uma atua na transmissão e a outra na tomada de força. Com maior área de contato esta embreagem proporciona um melhor aproveitamento da potência do motor, resultando num melhor rendimento e grande vida útil no campo. O sistema de freios é com discos em banho de óleo com acionamento hidráulico por pedais duplos interacopláveis suspensos com atuação nas quatro rodas. O freio de estacionamento é com acionamento manual.

TOMADA DE FORÇA

A tomada de força na linha TL Exitus é de acionamento mecânico, com acoplamento progressivo. Essa TDF permite a transmissão de toda a potência requerida pelo implemento, de forma suave, evitando qualquer risco para o conjunto. Além da velocidade de 540rpm acionada pelo motor, esses tratores dispõem do sistema de velocidade sincronizada com a roda, resultando em economia de combustível e produtos aplicados. Alem disso a opção de tomada de força independente garante maior economia de combustível para todas as operações que necessitem grande número de horas de uso da tomada de força.

SISTEMA HIDRÁULICO

O sistema hidráulico nos tratores da linha TL Exitus possui bomba de engrenagem independente e levante hidráulico categoria II, além da maior capacidade de levante do segmento igual a 3.340kg e duas válvulas de controle remoto. Todos vêm equipados com o exclusivo Lift-O-Matic, um mecanismo simples e prático que com apenas um toque na tecla levanta o implemento e com um

O sistema hidráulico nos tratores da linha TL Exitus possui bomba de engrenagem independente, levante hidráulico categoria II e capacidade de levante de 3.340kg

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A plataforma tem grande área livre com comandos ergonomicamente posicionados


Fotos New Holland

segundo toque retorna-o para a posição previamente programada, permitindo manter o ritmo de trabalho ao final sem interrupções para ajustes do implemento. resultando ganho em tempo e qualidade operacional.

PLATAFORMA DO OPERADOR

A linha TL Exitus possui plataforma com grande área livre, sem obstáculos e com comandos ergonomicamente posicionados. Possui painel de instrumentos dotado de horímetro, indicador de combustível, indicador de temperatura, tacômetro, luzes de advertência para pressão de óleo, alternador, restrição do filtro de ar, bloqueio do diferencial, acionamento da TDF e luzes direcionais. O sistema de direção é do tipo hidrostática, com bomba independente de engrenagens e vazão de 32,5l/min.

o TL 75 Exitus recebeu recentemente o Troféu Ouro na categoria Destaque do Prêmio Gerdau Melhores da Terra

DIMENSÕES

O trator TL 75 Exitus tem dimensões projetadas para trabalhos em atividades rea-

lizadas em propriedades médias e pequenas, bem como aplicações em pomares, hortas e pecuária. Tendo como base a configuração do modelo 4x4, o comprimento total é de 4.027mm e largura de 1.850mm, com distância entre eixos de 2.350mm e vão livre do eixo dianteiro de 419mm e altura do solo até o escape de 2.700mm. O tanque de 110 litros garante uma alta autonomia.

DESTAQUE

O TL 75 Exitus recebeu recentemente o Troféu Ouro na categoria Destaque do Prêmio Gerdau Melhores da Terra de 2009. Esta categoria avalia as máquinas que estão disponíveis no mercado há mais de um ano. Além da análise da comissão técnica, o vencedor é escolhido com base em entrevistas feitas com produtores rurais sobre a máquina. Na avaliação geral feita pelos clientes, o TL75E foi reconhecido como um trator que reúne baixo consumo de combustível, facilidade de manutenção, tecnologia acessível, conforto do operador, rendimento operacional, transmissão sincronizada e .M hidráulica de grande capacidade.

A tomada de força é de acionamento mecânico, com acoplamento progressivo

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capa

Caminho certo

Análise do trabalho mecanizado na operação de colheita mostra que a escolha do traçado correto pode significar um aumento de eficiência da operação, onde é possível diminuir em até 60% as manobras com a máquina, dependendo do modelo de trajeto escolhido

O

aumento da eficiência de uma operação agrícola deve ser objetivo constantemente do operador da máquina agrícola, na tentativa de diminuir o custo operacional. Existem vários fatores que podem aumentar a eficiência da operação de colheita mecanizada, entre elas o formato e o tamanho do talhão, a produtividade da cultura, as prováveis paradas para manutenção, o trajeto escolhido para a operação, entre outros. Abordaremos neste artigo apenas da eficiência do trajeto, que visa diminuir o número de manobras e aumentar o tempo que a máquina permanece colhendo, pelo planejamento da viagem de trabalho. Uma viagem é meia volta ou a viagem de um extremo do campo ao outro. Uma volta se refere à viagem de uma colhedora ao longo ou ao redor do campo, desde um ponto de partida determinado a um ponto adjacente ao primeiro. Em trabalho de pesquisa realizado, em duas parcelas de agricultura comercial, uma equipe do Laboratório de Agrotecnologia do Núcleo de Ensaios de Máquinas agrícolas desenvolveu uma análise detalhada do padrão das manobras realizadas na operação de colheita mecanizada

de soja e estudaram-se outras possibilidades de percurso na qual poderíamos aumentar a eficiência operacional. Também foi avaliada a eficiência do percurso e a eficiência de trajeto em diferentes modelos de trajetos percorridos. A figura 1 mostra seis diferentes modelos de trajetos que poderiam ser utilizados pelo operador da colhedora em um primeiro talhão. A figura 1[a] mostra o trajeto percorrido real, escolhido e praticado pelo operador, enquanto que os demais são padrões de trajetos que poderiam ser adotados pelo operador. A partir destes modelos foi possível estimar qual seria o melhor modelo a ser adotado pelo operador para que ele pudesse aumentar a eficiência de percurso, diminuindo o número de manobras e conseqüentemente aumentando a eficiência operacional. Analisando a figura 1[a], que representa o trajeto adotado pelo operador, podemos comparar a eficiência do percurso com a eficiência do trajeto, pois temos a distância percorrida pela colhedora. A distância em metros foi obtida com receptor GPS colocado na colhedora. Na operação de colheita, a eficiência de percurso foi de 83,3% o que significa que neste percentual da distância

Como calcular a Eficiência do Percurso Mialhe (1974) propõe que a determinação da eficiência do percurso para avaliar o percentual deslocamento da colhedora colhendo efetivamente, pode ser feito, através da fórmula, a seguir:

Onde: w = largura de trabalho da colhedora (m); W = largura do talhão (m); F = comprimento da faixa de operação = comprimento do talhão (m). Analisando esta equação, podemos concluir que quando a largura de corte da colhedora for teoricamente igual à

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largura do talhão, a eficiência de percurso (EP) é máxima (EP = 100%). Portanto, o planejamento da viagem de trabalho na operação mecanizada deve seguir os seguintes critérios: •Utilizar colhedoras com grande largura de corte ou talhões cujas larguras sejam relativamente pequenas; •Estabelecer geometrias para os talhões que resulte, para uma mesma área, comprimentos (F) relativamente bem maiores que a largura do talhão (W). Então, a eficiência de percurso é mais afetada pela relação entre o comprimento do talhão com sua largura do que a relação da largura do talhão com a largura da colhedora.

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percorrida, a colhedora estava realizando efetivamente a colheita. O restante da distância percorrida foi gasto com descargas e manobras, principalmente. Podemos perceber que a largura da plataforma tem pouca influência na determinação da eficiência do percurso, mas sua significância aparece quando determinamos a eficiência do trajeto. Pela tabela 1 vemos que a largura de 100% da colhedora é de 7,72 m e 90% de sua largura corresponde a 6,95 metros. Na prática, dificilmente o operador consegue colher com 100% da largura da plataforma, pois a atenção necessária é máxima, o que elevará a fadiga do operador e qualquer descuido fará com que haja falhas na colheita. Devido a isto se poderia recomendar que o operador trabalhasse com 90% da largura efetiva da plataforma. Se observarmos o valor da eficiência de percurso, notamos que não há diferença significativa em seu valor quando mudamos o percentual de largura utilizada da plataforma. Este padrão é normal, pois a influência da largura da plataforma para a eficiência do percurso é maior em talhões de menor tamanho. Em contrapartida, caso a colhedora trabalhe com 100% da largura efetiva comparado com o trabalho de 90%, seu deslocamento total no talhão deverá ser 10% menor. Só que esta


New Holland

Os trajetos devem ser planejados de acordo com cada área e cultura específicas. Uma mesma área pode ter traçados diferentes de uma safra para a outra, dependendo da cultura plantada

circuito (modelo 1[f]), o número de manobras totais seria de 109. Comparando com o modelo adotado pelo operador, este valor é 19% menor que as 134 manobras realizadas na operação. Em termos de tempo de operação total, adotando o modelo 1[f], o percentual de tempo seria diminuído 0,55%, aumentando assim a eficiência operacional total. Analisando mais detalhadamente o trajeto simulado do modelo de operação em circuito (Tabela 2), 28,75 ha ou 83,1% da área seriam colhidos até chegar ao limite onde a largura do talhão mínima estaria toda colhida, deixando assim pequenas áreas separadas entre si, que deverão ser colhidas consecutivamente (Figura 1[f]). O interessante é que, das 109 manobras totais necessárias neste modelo, para colher os 83,1% da área são necessárias apenas 45 manobras ou 41%. Portanto, para os formatos de talhão irregulares, como é o caso dos talhões analisados, o planejamento operacional é de fundamental importância para o aumento da eficiência, pois com ele podemos escolher previamente o melhor modelo de trajeto a ser adotado na área. Para outra área, foram analisados quatro modelos de percurso para a operação de colheita mecanizada (Figura 2). Seguindo a mesma linha de raciocínio utilizado para a primeira parcela, o modelo 2[a] corresponde ao trajeto adotado pelo operador no momento da colheita. Diferentemente da primeira parcela, não é necessário realizar subdivisões na segunda parcela para almejar o aumento da eficiência de percurso, pois esta área apresenta um formato

geométrico bom que resulta em maior eficiência operacional. Percebe-se que o operador optou por um modelo de percurso satisfatório pelo formato da área, da mesma forma como ocorreu na escolha do modelo de percurso na primeira parcela. Se analisarmos a tabela 4, veremos que a tendência da eficiência de percurso é igual para ambas as larguras e a eficiência de trajeto com 90% da largura da plataforma semelhante à EP se repete comparada com a primeira parcela. Da mesma forma, as considerações sobre a eficiência de trajeto são semelhantes ao do talhão anterior. Avaliando a tabela 5, sobre a eficiência de percurso em diferentes modelos de trajetos que podem ser adotados pelo operador, na segunda parcela, percebemos que o modelo 2[a] utilizado na operação de colheita mecanizada de soja teve uma eficiência de percurso de 80,1%, ficando com a segunda melhor eficiência de percurso no talhão. Da mesma forma que ocorreu na primeira parcela, o modelo em circuito apresentou a melhor eficiência de percurso, com um valor de 86%. Se compararmos a figura 1 [f] e a figura 2[d], que tratam de modelos de circuito, porém de talhões diferentes, visualmente a segunda parcela teria melhor eficiência de percurso quando comparada com a primeira parcela. Esta tendência não é confirmada matematicamente e a explicação está no fator largura do talhão. Por mais que na segunda parcela sobraria um percentual menor de área para ser colhida (área hachurada, Figura 2[d]), a relação entre comprimento pela largura do talhão é maior na primeira parcela, o que confere uma maior eficiência do percurso. Devido a isto é que se deve, sempre que possível, utilizar modelos de trajetos com o maior comprimento ou

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Nilson Konrad

diferença não aparece quando calculamos a Eficiência de percurso. O valor de eficiência de trajeto com 90% da largura da plataforma ficou semelhante com a Eficiência de percurso. Isto pode significar que o operador trabalhou, em média durante toda a colheita, com 90% da largura da plataforma. Se fosse trabalhar com 100% da largura da plataforma a distância percorrida neste talhão seria de 53 435 metros. A tabela 2 mostra os diferentes modelos de percurso que poderiam ser adotados pelo operador para a operação de colheita. A largura da plataforma utilizada para o cálculo de Eficiência de percurso foi de 6,95 metros ou 90% da largura total. As visualizações dos modelos estão presentes na figura 1. Analisando a tabela 2 percebemos que o trajeto adotado pelo operador (Figura 1[a]) apresentou a segunda melhor eficiência de percurso, totalizando 83,3% do deslocamento da colhedora em operação. Entretanto, o melhor modelo a ser adotado seria o F da Figura 1, que apresenta a Eficiência de percurso de 94,2%. Este modelo é chamado de modelo de circuito, de fora para dentro. Caracteriza-se pela operação em voltas que começam pelas cabeceiras do talhão e termina próximo ao centro. Para este modelo, é necessário que junto com a colhedora haja um conjunto mecanizado trator/reboque, que efetue o transporte dos grãos colhidos para fora do talhão, este modelo pode ser adotado nesta operação, sem prejuízo de tempo de descarregamentos. Analisando estes dois modelos (Figura 1[a], utilizado na operação e figura 1[f], melhor eficiência de percurso), podemos efetuar algumas comparações para melhor entender suas eficiências (Tabela 3). Se fosse utilizado o modelo de operação de


Tabela 1 – Comparação entre eficiência de percurso (EP) e eficiência perímetro possível. Com relação a manobras na segunda de trajeto (ET), na operação de colheita mecanizada nesta parcela parcela, não houve grande diferença no núF* (m) W (m) (m) colhedora Distância (m) EP (%) ET (%) mero delas comparando o modelo utilizado 100% 7,72 83,3 75,4 (Figura 2[a] e o modelo de circuito 2[d]), 1 071 436 59 411 90 % 6,95 83,3 83,8 pois o modelo utilizado é bem parecido com o modelo de melhor eficiência de per* F é o comprimento do talhão, W é a largura do talhão e  é a largura da plataforma. curso. A diferença no tempo de manobras Tabela 2 – Eficiência de percurso de diferentes modelos na é de menos de dois minutos, se fosse adotado parcela para operação de colheita o modelo 19[d], e sua contribuição no tempo total é de 0,16%. Área Modelo F* (m) W (m) EP (%) EP (%)

E F

1 071 918 718 363 853 773 561 3 570 267 366 236

436 718 918 340 369 293 291 231 113 211 87

Hectares 36,4 36,4 36,4 9,19 27,21 21,15 15,25 28,75 1,55 3,13 1,17

% 100 100 100 26,5 73,5 61 39 83,1 4,5 9,0 3,4

Parcial 68,5 81,4 84,4 79,8 96,9 83,4 78,2 85,5

Total 83,3 72,1 61,2 78,0

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O modelo de trajeto que o operador da colhedora define está diretamente ligado com a eficiência operacional, justificando com isso o planejamento da operação previamente, principalmente quando o tamanho da área for grande, a velocidade de operação for elevada e grande largura de operação. Vale lembrar que este planejamento é único para uma mesma área e uma mesma operação,

82,6 94,2

A

B

C

Valtra

A B C D

Figura 2 – Diferentes modelos possíveis de trajetos para a colheita na segunda parcela

* F é o comprimento do talhão, W é a largura do talhão e  é a largura da plataforma.

Tabela 3 – Diferença de número e tempo de manobra para colheita na parcela, em comparação de dois modelos Modelo A F F-A

Número de manobras 134 109 - 25 (-19%)

Tempo por manobra (s) 16 16 -

Tempo total (s) 2144 1744 - 400

D

% tempo de operação 2,96 2,41 - 0,55

Empresas que terceirizam a colheita geralmente fazem cálculos de eficiência dos trajetos

Figura 1 – Diferentes modelos possíveis de trajetos para a colheita na primeira parcela. [a] – modelo adotado pelo operador; [b] a [f] – modelos possíveis de serem adotados

A

D

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B

E

Durante o teste a colhedora apresentou um nível tão baixo de perdas que não justificou a medição dos grãos perdidos na lavoura

C

F


não necessitando de novo planejamento a cada ciclo cultural. Devido a isto, justifica a realização deste planejamento mesmo que este contribua pouco para o aumento da eficiência operacional. Prestadores de serviços que fazem uso de máquinas de grande largura de trabalho, e intenso trabalho anual, terão com este incre-

mento de eficiência pelo planejamento Tabela 4 – Comparação entre eficiência de percurso (EP) e eficiência de do trajeto, um aumento significativo em trajeto (ET), na operação de colheita mecanizada na segunda parcela .M suas receitas. F* (m)

Gismael Francisco Perin, URI/Erechim José Fernando Schlosser, Nema - UFSM

Como calcular a Eficiência do Trajeto

E

xiste outra forma de avaliarmos a eficiência do percurso, através da distância percorrida pela colhedora na operação como variável principal, conforme a fórmula a seguir:

Onde: ET(%) = eficiência de trajeto; A = área do talhão (m²); D = d i s t â n c i a p e rc o r r i d a n a operação(m); L = largura da plataforma (m). Esta expressão está baseada na teoria que se a colhedora não efetuasse

manobras na operação e não houvesse sobreposição em suas voltas, a eficiência de trajeto seria de 100%, pois a distância percorrida seria a mínima necessária para que a operação mecanizada fosse realizada no talhão. Como isso não ocorre na realidade, esta eficiência sempre será inferior a 100%. Entretanto, o planejamento operacional adotado pelo operador da colhedora influencia diretamente na Eficiência de trajeto. A forma como a colhedora irá percorrer as viagens de trabalho no campo fará com que haja uma maior ou menor distância percorrida para concluir o trabalho planejado. A quantidade de manobras realizadas também será influenciada.

100% 90 %

731

W (m) (m) colhedora Distância (m) EP (%) ET (%) 7,72 80,1 74,4 371 24 538 6,95 80,1 82,7

* F é o comprimento do talhão, W é a largura do talhão e  é a largura da plataforma.

Tabela 5 – Eficiência de percurso de diferentes modelos na segunda parcela para operação de colheita Modelo A B C D

F (m) 731 429 371 825 144 102

W (m) 371 731 731 275 34 50

Área Hectares 14,1 14,1 14,1 13,3 0,21 0,62

% 100 100 100 94,1 1,5 4,4

EP (%) EP (%) Parcial Total 80,1 54,2 50,6 86,0 91,4 86,0 82,6

Tabela 6 – Diferença de número e tempo de manobra na segunda parcela, para colheita, em comparação de dois modelos Modelo A F F-A

Número de manobras 134 109 - 25 (-19%)

Tempo por manobra (s) 16 16 -

Tempo total (s) 2144 1744 - 400

% tempo de operação 2,96 2,41 - 0,55


EVENTOS

Superação Impulsionada pelos financiamentos voltados ao agronegócio, a Expointer 2009, realizada em Esteio (RS), alcançou números históricos em vendas e superou todas as expectativas dos organizadores e expositores

Ele tem 3,075m de comprimento, 2,025 m de distancia entre eixos, o que ajua a aumentar a manobrabilidade e realizar manobras sem mudança de torque e rotação do motor. O 5065.4 Compact vem equipado com motor MWM Internacional 229 EC – 3, que proporciona 65 cv de potência. A posição do operador e o posicionamento das alavancas de comando ao lado direito do operador estão ergonomicamente instaladas a fim de minimizar os desgastes do condutor nas jornadas de trabalho.

JOHN DEERE

Novo modelo 5065.4 Compact, de 65cv, voltado para o Programa Mais Alimentos, foi o lançamento da Agrale

Magnum 305 da Case IH é o maior trator produzido no Brasil e ganhou o Troféu Prata na categoria Novidade

om o incentivo dado pelo governo ao setor agrícola, através de diversas linhas de financiamentos, a Expointer deste ano vai entrar para a história da feira com uma das melhores edições. Somente o setor de máquinas agrícolas comercializou R$ 795 milhões, contra R$ 370,37 milhões da edição passada. Segundo dados do Governo do Estado, a feira alcançou a casa de R$ 1 bilhão comercializados, entre máquinas agrícolas, animais, artesanatos, automóveis e obras de infra-estrutura para o campo. Segundo a governadora Yeda Crusius, a feira superou todas as expectativas e o resultado é um indicador de crescimento muito positivo para o Rio Grande do Sul. A edição 2009 contou com 2,2 mil expositores, mais de 5 mil animais expostos e um público visitante de 420 mil pessoas.

Diversas empresas de máquinas agrícolas aproveitaram o evento para apresentar novidades, com um destaque especial para o crescimento do número de equipamentos para fenação e forragem apresentadas na feira. Agricultura de precisão e tratores de pequeno porte voltados à agricultura familiar também chamaram atenção pela quantidade de modelos apresentados. Confira alguns dos principais lançamentos e destaques da edição 2009.

C

AGRALE

A Agrale lançou o novo trator 5065.4 Compact com largura da bitola dianteira de 1,06 m, um dos mais estreitos no segmento. As dimensões reduzidas são os principais atributos deste modelo projetado para áreas com espaço reduzido, como cafezais, parreirais e pomares.

John Deere destacou sua nova série de colheitadeiras e linha completa para fenação e forragem

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A John Deere apresentou diversas novidades ao público do Rio Grande do Sul. Um dos destaques foi a nova série 70 de colheitadeiras, com os modelos 1470 e 1570, que apresentam, entre outras mudanças, novos sistemas elétrico e hidráulico e de alimentação e iluminação. Outro lançamento foi a colheitadeira 9570 STS versão arrozeira, que tem todos os elementos configurados especialmente para as condições mais severas encontradas na cultura do arroz, inclusive a plataforma de corte rígida série 600 de 22 pés. A linha de produtos para a pecuária foi outra novidade do estande da empresa. Três novos equipamentos oferecem solução completa para o processo de feno e forragem. A enfardadora cilíndrica 568 enfarda feno, palha ou silagem, contando com desenho exclusivo do recolhedor projetado para não deixar resíduos na superfície. A forrageira 3955 conta com um cilindro de corte de 36 facas segmentadas, que proporciona movimento mais rápido do material, e correias de recolhimento de borracha para melhor alimentação. Já a segadora condicionadora 630 tem seis discos rotativos, com duas facas em cada um, que proporcionam um corte preciso e eficaz.

CASE IH

A Case IH lançou o maior trator produzido no Brasil. O quarto integrante da família, o Magnum 305 tem motorização de 305 cv, com motor Cummins de 8,3 litros, com bomba injetora mecânica e transmissão Full Powershift,


Fotos Cultivar

TL 75 Exitus, de 78cv, ganhou o Troféu Ouro na categoria Destaque do Prêmio Gerdau Melhores da Terra

sistema hidráulico de 121 L/min de vazão, automatização de tarefas, ajustes eletrônicos e limitador de patinagem. Assim como os demais modelos da série, o Magnum 305 tem transmissão Full Powrshift 18x4, que permite ao operador trocar de marcas, da 1ª a 18ª com um simples toque no botão, sem necessidade de utilizar o pedal da embreagem. Este sistema de transmissão permite a variação de velocidade automaticamente, de 4 a 40 km/h. Outros itens como alavanca de inversão de direção Power Shuttle, unidade de controle de transmissão e embreagem mestra no centro na transmissão fazem parte do conjunto. A cabine do 305, pressurizada e com ar condicionado, é uma das maiores existentes em tratores brasileiros, com uma área de 6,3 metros quadrados, cerca de 10% maior do que as demais máquinas. O Magnum 305 ganhou o Troféu Prata na categoria Novidade do Prêmio Gerdau Melhores da Terra, que premia as inovações tecnológicas do setor.

NEW HOLLAND

Os destaques da New Holland na Expointer ficaram por conta do premiado TL 75 Exitus, que levou o Troféu Ouro na categoria Destaque do Prêmio Gerdau Melhores da Terra, e da série de TC de colheitadeiras, que registrou a marca de 25 mil unidades comercializadas desde o

Série A recentemente lançada chamou atenção dos visitantes no estande da Valtra, com destaque para o modelo A 750, financiável pelo Programa Mais Alimentos

lançamento da primeira unidade há 18 anos. O TL 75 Exitus é um dos integrantes do Plano Mais Alimento do MDA, tem motor MWM International, com 78 cv de potência, sistema Lift-O-Matic, que memoriza a posição dos braços de levante, tração dianteira de acionamento eletro-hidráulico e tomada de força independente. Possui transmissão 12x4 na versão standard, com opcional 12x12 e 20x12 com super-redutor, tomada de força mecânica, independente com velocidade de 540 rpm e capacidade de levante de 3.340 kg. O TL 75 Exitus é indicado para variadas atividades no campo em culturas como laranja, grãos e pecuária.

MASSEY FERGUSON

A Massey Ferguson apresentou a série de tratores MF 7100 e a colheitadeira MF 5650 R para a cultura do arroz irrigado, além das plataformas rígidas de 16, 18 e 20 pés também desenvolvidas para esta cultura. Quatro modelos compõem a recém lançada série de tratores MF 7100, com motorização de 140 a 180cv de potência. Os modelos MF 7140, MF 7150, MF 7170 e MF 7180 apresentam desenho mais arrojado que os modelos anteriores, alinhados com o padrão internacional da empresa, câmbio sincronizado com 12 velocidades à frente e cinco a ré. Os motores da série

são AGCO Sisu Power, com controle remoto de centro fechado com 138 l/min e sistema de tres pontos com controle eletrônico de alta capacidade de levante. Os modelos cabinados podem ser configurados com sistema de direcionamento automático Auto-Guide. Já a colheitadeira MF 5650 SR para a cultura de arroz irrigado foi um dos atrativos não só do estande da Massey, como também da feira. O projeto, desenvolvido especialmente para a cultura do arroz traz sistema de separação por duplo rotor que proporciona maior quantidade de produto colhido por hora, facilidade de manutenção dos componentes e maior limpeza dos grãos, além de possibilitarem o processamento da palha do arroz com mais rapidez. A MF 5650 SR possui versões 4x2 e 4x4 com semiesteira e versão 4x4 com rodagem dupla.

VALTRA

Nova série tratores e motores movidos com 100% de biodiesel foram os principais atrativos da Valtra na Expointer. Recém lançada no mercado, a Série A da Valtra chega com três modelos e motorizações de 78cv, 85cv e 95cv, todos equipados com motor AGCO Sisu Power 3 3 e 4 cilindros turbo, com construção robusta e apoio de camisas úmidas removiveis. Neste sistema, as camisas do cilindro possuem acabamento interno em Plateau Honing, com

Linha de tratores 7100 e colheitadeira híbrida com duplo rotor para a cultura de arroz irrigado foram os principais destaques da Massey no evento

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Fotos Cultivar

A Yanmar expôs sua linha completa de tratores para agricultura familiar e pequenos conjuntos automotrizes para pulverização

característica de baixo desgaste e baixo consumo de óleo. O apoio intermediário proporciona maior estabilidade e rigidez, reduzindo as possibilidades de cavitação e vibração, além de maior refrigeração. A série oferece quatro opções de transmissão totalmente sincronizadas: normal 8F+4R, redutor 12F+8R, multiplicador 16F+8R e reversor 12F+12R.As engrenagens com dentes helicoidais e garfos seletores com teflon, garantem uma alta durabilidade e baixo custo de manutenção. O sistema hidráulico pode ser configurado com até três válvulas de dupla ação no controle remoto o que garante versatilidade para as mais diversas aplicações de campo. A TDP tem 3 opções de velocidades (540 rpm ou 540 rpm + 540 rpm Econômica ou 540 rpm + 1000 rpm). Após oito anos de pesquisas, a Valtra, em parceria com a AGCO Sisu Power, anunciou a liberação dos primeiros tratores com motores capacitados para usar 100% de biodiesel em seus tanques. Com essa liberação, a empresa passa a garantir bom desempenho e durabilidade em seus equipamentos. Isto significa que a Valtra não só disponibilizará de tratores com esta opção de motorização, como também dará garantia de bom funcionamento e durabilidade do equipamento.

AGRITECH

O empresa apresentou na Expointer sua linha compacta que compreende os microtratores e tratores, tendo como destaque o conjunto de pulverização automotriz modelo CM com

5 tipos de aplicações diversas. Na linha de tratores, os destaques foram os modelos parreira e fruteiro, exclusivamente desenvolvidos para essas aplicações. “Somos a empresa recordista do Mais Alimentos porque nossa linha é completa e atende todas as necessidades dos agricultores familiares”, afirma o gerente de vendas da Agritech, Nelson Okuda Watanabe.

LAVRALE

A Lavrale deu destaque para seus implementos voltados à agricultura familiar, principalmente o pulverizador/atomizador PVU 400, que possui bomba de diafragma com alta durabilidade, agitador hidráulico, sistema de limpeza de frascos e incorporador de defensivos, tanque auxiliar de água limpa, tanque e turbina em politileno, porta bicos duplos com antigotejo e ramais de bico em aço inox. Este modelo tem tanque com capacidade para 400 litros e requer tratores com potência entre 45cv e 75cv. A Lavrale também destacou diversos outros produtos destinados à agricultura familiar, para tratores com potência de até 75cv, faixa de potência, como enxadas rotativas, distribuidores centrífugos e plainas.

FANKHAUSER

A Fankhauser apresentou sua semeadora Múltipla FM 3090 para plantio de cereais de inverno e verão. Este modelo possui caixa em semi-inox, marcadores de linha com acionamento hidráulico e regulagem de distribuição de sementes por transmissão por engrenagens, troca

Múltipla FM 3090, da Fankhauser, para plantio de culturas de inverno e verão, pode ser configurada para aplicações em taxa variável de sementes e fertilizantes

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Com mais de 40 produtos, a Lavrale mostrou seus implementos financiáveis pelo Programa Mais Alimentos, do MDA

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rápida ou caixa de câmbio. A FM 3090 tem como opcional o sistema de agricultura de precisão, que possibilita aplicações em taxa variável de adubo e sementes através de um sistema computadorizado com GPS, sendo que este controla todas as linhas de plantio e adubação individualmente. A distribuição é movida por motores hidráulicos, controlados por computador, com regulagens pré-estabelecidas pelo operador. A construção é feita sobre chassi com duplo quadro, que possibilita a montagem das linhas de forma intercalada. Possui reservatórios de sementes e fertilizantes confeccionados em chapa de aço carbono, que passam por um processo de tratamento para maior proteção contra oxidação. A FM 3090 pode ser configurada com até 21 linhas com 17 cm ou 9 linhas de 50 cm de largura.

JUMIL

A Jumil deu destaque para a Plantadora Adubadora JM2400 Natura de 04 a 07 Linhas, o único implemento totalmente nacional destinado a horticultura. Possui espaçamento mínimo de 22,5cm que permite a plantação de uma única linha ou linhas duplas com 10cm de espaçamento entre linhas. Um rotor nivelador nivela e comprime o solo antes do equipamento depositar a semente. Possui compressor radial acionada por cardan, oferece tanto a sucção para o sistema distribuidor de sementes quanto o sopro para limpeza dos discos distribuidores. O distribuidor de Sementes possui sistema

Única plantadora adubadora nacional destinada à horticultura, a JM 2400 Natura chamou à atenção no estande da Jumil


Com conceito inovador para controle de invasoras em pastagens, o pulverizador Campo Limpo despertou curiosidade nos visitantes

de seleção e distribuição de sementes pneumático por aspiração, pressão negativa (vácuo). A regulagem de distribuição de semente e efetuada através do seletor e da variação na pressão negativa. O kit de adubação é composto de um reservatório em polietileno de 235L de capacidade, engrenagens de transmissão e unidades adubadoras com disco duplo paralelo de 13”. Possui ainda sistema pantográfico e rodas controladoras de profundidade.

GRAZMEC

A Grazmec promete inovar o sistema de controle de invasoras em pastagens com o novo equipamento denominado Campo Limpo. O equipamento foi projetado para o controle seletivo de plantas daninhas inclusive gramíneas invasoras como o capim-annoni. A principal diferença em relação aos equipamentos convencionais é que este implemento não pulveriza, mas sim umidifica as plantas através do contato de cordas umedecidas localizadas ao longo dos 3,8 metros de largura da máquina. Invasoras como o capim-annoni geralmente são mais altas que as pastagens, por isso é possível regular o pulverizador na altura certa, atingindo apenas as daninhas, sem prejudicar a pastagem. Este pulverizador tem tanque em polietileno, com capacidade para 200 litros, o que garante uma autonomia de aproximadamente 10 hectares. Possui também bomba com regulador eletrônico de vazão, sistema de rodado com regulagem de altura entre 5 cm e 70 cm e marcador de linha.

O distribuidor Hércules 10.000 da Stara ganhou versão com reservatório em inox para evitar corrosão

STARA

A Stara lançou durante a feira a versão inox do já conhecido distribuidor de fertilizantes Hércules 10.000. A versão AP 10000 Inox vem com rodado tandem, que proporciona maior estabilidade no trabalho em solos irregulares; discos especiais para produtos em pó e granulados, como calcário seco ou úmido, gesso agrícola, fertilizantes, diversos tipos e tamanhos de sementes, inclusive em dosagens pequenas. Possui sistema de amortecimento de choques, que protege o chassi e cabeçalho da máquina, aumentando a vida útil do implemento. As paredes laterais do reservatório tem grande inclinação, garantindo fluxo do produto sobre a esteira sem formar galerias. Dois sistemas de discos de distribuição (granulado com palhetas reguláveis e pó) com sistema de troca rápida, facilitam a regulagem do perfil, permitindo uma largura de distribuição de 10 a 36 metros, onde através de bandejas coletoras pode se fazer a análise do perfil de distribuição. Possui roletes localizados no centro da esteira auto-centralizadora e caixa do reservatório afixada no chassi da máquina . Uma esteira de borracha auto-centralizadora proporciona maior prescisão na distribuição e um chapéu chinês evita a formação de galerias, garantindo a uniformidade de produto na esteira.

KUHN

A Kuhn levou à Expointer sua enfardadoras LB 8200, para fardos quadrados e grandes, que tem sistema de Rotor Integral de grande capa-

Enfardadora modelo LB 8200 da Kuhn possibilita fardos de 80cm de largura e altura por três metros de comprimento

cidade, patenteado com uma distância menor entre o pick-up, de 230 cm, até o rotor. Esse sistema permite trabalhar com leiras de todos os tamanhos em alta velocidade. Sua principal característica é sua capacidade de enfardar qualquer tipo de material, seja ele palha de trigo, milho, resíduos de cana de açúcar ou mesmo materiais murchos para pré-secado. Os modelos LB 8200 produzem fardos de 80 cm de largura e 70 cm ou 80 cm de altura, com com comprimento que poderá variar de 80 cm até 3 metros, ajustável conforme as características físicas do caminhão que os estiver transportando. Todas as enfardadeiras LSB são compatíveis com ISOBUS, um sistema de comunicação standard entre trator e máquina. Esse sistema universal é de uso comum entre a maioria dos fabricantes de tratores e máquinas agrícolas do mundo.

LANDINI

A Landini apresentou o trator de esteira de pequeno porte Trekker 90, com motorização de 83 cv e quatro cilindros. Este modelo vem com alavancas de mudança e inverso localizadas à frente e ao lado do operador; alavancas de direção hidrostática Hi-Drive que funcionam com embreagens multidiscos banhadas a óleo combinadas com o freio. A transmissão de base é um 8x8 que vem com Overdrive para fornecer 16 marchas a frente e 8 marchas a ré. O Trekker 90 tem largura de 1,46 m e comprimento de 3,5 m com vão livre de 32cm. O hidráulico tem capacidade de .M levante de 2.650 kg.

Trekker 90 da Landini chamou a atenção dos visitantes pelo seu rodado de esteiras, ainda pouco comum em tratores pequenos no Brasil

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ARMAZENAGEM

Prática difícil

Adriano Mallet

A falta de informações é um grande desafio dos produtores no processo de secagem e armazenagem de grãos, que nem sempre conseguem aplicar na prática as teorias que apontam para as soluções da atividade

O

Rio grande do Sul é o maior produtor de arroz do Brasil, além de produzir um cereal de excelente qualidade. Essa busca por qualidade e a redução de seu custo é preocupação constante dos produtores, embora muitos tenham acesso a informações que os auxiliem nesse processo. É notório o avanço de tecnologias de plantio, associadas aos insumos aplicados, o que proporcionou novas variedades, muito resistentes e produtivas. Isso, de maneira geral, contribui para que o orizicultor se preocupe ainda mais com a velocidade de colheita, investindo em colheitadeiras eficientes e muitas vezes esquecendo de investir na estrutura de secagem e de armazenagem, ficando, assim, à mercê de mão de obra terceirizada, de cooperativas nem sempre sadias ou da indústria para armazenar o seu produto. Durante o período de colheita é comum ouvir de secadoristas e/ou encarregados de unidades de secagem que o problema da quebra de grãos vem da lavoura. Isso, de certa forma, até pode ser verdade. Porém, na maioria das vezes o problema é causado

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por outros fatores da pós-colheita, principalmente a secagem mal conduzida. Como o grão é um ser vivo, suas características precisam ser conhecidas e respeitadas. Vários aspectos podem levar à quebra dos grãos, entre eles estão: alta temperatura inicial, onde a umidade ainda não consegue migrar para a superfície do grão; excesso da temperatura que certas variedades suportam em sua massa; descarregamento do secador sem o controle absoluto do resfriamento, ocasionando choque térmico, não só pela falta de conhecimento de secadoristas, mas muitas vezes pela falta de instrumentos de controle que os tornem capacitados para tal; defeitos na movimentação de secadores, ocasionando quebra mecânica por esmagamento ou demora na secagem, o que, por fazer o grão circular muitas horas, também auxilia nessa quebra ou obriga os operadores a trabalharem com temperaturas maiores, trazendo também prejuízos para o grão. Um fator ainda pouco levado em conta é o da aquisição de secadores mal dimensionados, que trazem prejuízos muitas vezes não calculados por

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seus proprietários, por não conhecerem a fundo a dinâmica de secagem. Um drama maior ainda enfrentam aqueles produtores que se veem obrigados a comercializar seu produto com percentual de umidade de 10,5% ou 11% de umidade e não mais com 13% como acontece ainda na zona sul do Rio Grande do Sul. Esses produtores, além de terem um prejuízo de 2,25% em peso, amargam um alto custo de energia, desgastes de equipamento e mão de obra que podem facilmente ultrapassar 20% do custo total de secagem e nem sempre ser recompensados por isso, já que esse excedente na secagem leva no mínimo duas horas a mais por cada carga do secador. Em algumas regiões do estado o produtor ainda é bonificado pelo rendimento de grãos inteiros, o que possibilita uma contrapartida por essa secagem além dos 13%, já que quanto mais seco, maior será o rendimento de grãos inteiros, desde que a secagem seja bem conduzida, caso contrário, maior será a quebra, ou seja, prejuízo dobrado. Uma alternativa que resolve parte do contratempo e que já é adotada com sucesso


Charles Echer

Com calda pronta o reabastecimento ocorre de forma mais rápida

Em lugares com alta umidade do ar, não é recomendável a secagem de grãos em baixas temperaturas

são o GLP ou o gás natural (este ainda indisponível nas fazendas). Por ser totalmente controlável, o gás permite a utilização de sistemas automatizados com chamas modulares, que irão consumir somente o necessário para a correção precisa do ar de secagem. O contrário ocorre com as resistências elétricas e com a lenha. Há ainda um agravante com as fornalhas a lenha, por tratar-se de um trocador de calor que obstrui a passagem do ar do ventilador, diminuindo sua eficiência, o que se torna um risco para

o sucesso do processo, podendo ainda furar com a alta temperatura que os canos alcançam, permitindo a passagem de fuligem que entope o fundo do silo, causando prejuízo irreparável. É preciso lembrar que o consumo do gás é baixo se comparado à secagem em secadores, pois o aquecimento na secagem a baixas temperaturas é de no máximo 5°C além da temperatura ambiente, se necessário. Já na secagem em secadores, essa temperatura pode variar de 60°C a 120°C. O manejo correto é fundamental para o sucesso da secagem e isso depende de como cada um recebe essa informação. Há alguns anos, houve algumas tentativas, por parte de muitos agricultores, de implantar esse sistema a GLP, mas faltava o entendimento necessário, além de existir oportunismo por parte de algumas empresas que hoje nem estão mais no mercado. Isso gerou, para muitos desses pioneiros, grandes prejuízos e insatisfações, dando banho de água fria num sistema que é defendido por muitos pesquisadores e universidades do país como sendo uma saída para o grande gargalo que é a época de colheita, proporcionando o máximo de qualidade e um custo razoavelmente baixo, comparado aos secadores. Muitos estudos no sentido de resolver estas questões já foram feitos, mas colocar toda teoria em prática tem sido um grande desafio. Quem ganha com esses avanços é o produtor, que pode hoje contar com tecnologia e profissionais cada vez mais preparados, embora poucos, para .M um problema tão antigo. Jader Diarone, Consultor em secagem de grãos

Divulgação

por poucos é a secagem em baixas temperaturas, baseada em equilíbrio higroscópico e realizada em silos secadores com sistema de correção de umidade relativa. Contudo, assim como em qualquer sistema, se fazem necessários conhecimentos técnicos e equipamentos com as características ideais para tal. A construção de silos cada vez mais altos - e consequentemente com aeração cada vez mais ineficiente - vem na contramão daqueles que visualizam na secagem em baixas temperaturas uma saída para os problemas de recepção ou até mesmo de secagem. Caso se leve em conta o tempo e o custo de energia necessária para esse sistema, nota-se que quanto mais baixo e mais largo for o silo, menores serão as potências dos motores utilizados nos ventiladores, mais baixos serão os elevadores, menores serão os riscos de tombamento por ventos fortes e menor será a compactação dos grãos, o que representa um dos maiores problemas nesse tipo de secagem. Quando se compara uma secagem em dois silos com a mesma capacidade, porém com alturas e larguras diferentes, constata-se nos silos mais altos que a economia na base de concreto se perdeu em menos de duas safras em virtude do alto custo de energia elétrica. Custo que será para sempre. Em estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso e em muitos outros, a secagem em baixas temperaturas não pode ser conduzida somente com ar natural, pois o tempo de secagem se prolonga por muito tempo, visto que a alta umidade do ar na época de colheita não propicia uma secagem rápida, o que traz prejuízos latentes para o grão, podendo ocasionar grãos manchados ou amarelados, além de fungos. Um problema que é pouco levado em conta por aqueles que ainda hoje secam seus produtos somente com ar natural é a perda de peso de massa seca, ou seja, quanto mais tempo o grão estiver exposto à umidade, menos peso ele terá no final desta secagem, pois estando ele com o metabolismo acelerado por conta desta umidade, faz com que respire muito, consumindo a própria massa. Torna-se necessária uma fonte de aquecimento na entrada do ventilador para que se possa então corrigir a umidade do ar de secagem, possibilitando, em conjunto com outros fatores, uma secagem em até 30 dias de um grão colhido com umidade média de 20% até atingir a umidade de 12%. Em muitos casos, para a correção da umidade do ar utilizam-se resistências elétricas, em outros, fornalhas a lenha ou queimadores de gás liquefeito de petróleo (GLP). Todas essas fontes de aquecimento funcionam. No entanto, as mais indicadas

É importante realizar a secagem dos grãos num período de tempo não muito longo, pois quanto mais tempo o grão estiver exposto à umidade, menos peso ele terá no final da secagem

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FICHA TÉCNICA

MF 5650 SR

Massey Ferguson lança a MF 5650 SR, uma colheitadeira híbrida com sistema de separação por duplo rotor, indicada para lavouras de arroz irrigado

A

colheitadeira MF 5650 SR tem motor AGCO Sisu Power 620 DS, de 175cv, e rotação nominal de 2.400rpm, com seis cilindros e 6,6 cilindradas/litro. O tanque

de combustível que equipa a colhedora tem capacidade para 312 litros de diesel. Possui transmissão mecânica 3+1, que proporciona capacidade de deslocamento entre 1km/h e 18,5km/h. O sistema

Visualização das três lâminas dianteiras em forma de V e duas transversais traseiras

Modelo 5650 SR é uma máquina híbrida, com dois rotores, exclusiva para colheita em lavouras de arroz irrigado

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de freios é a disco com acionamento hidráulico. A nova colhedora apresenta maior capacidade de colheita se comparada com os modelos anteriores em função do seu sistema híbrido de trilha e separação. Os grãos são separados da palha por dois rotores, o que permite uma velocidade de operação mais alta do que as obtidas pelas máquinas com saca-palhas. Além disso, o fluxo de alimentação mais uniforme e mais rápido da nova plataforma de corte rígida ajuda a proporcionar mais produtividade. O tubo de descarga, com vazão de 55ℓ/s, aumenta a rapidez do trabalho e permite descarregar em qualquer posição, inclusive em operação, o que proporciona maior rendimento operacional na lavoura. A MF 5650 SR possui versões 4x2 e 4x4 com semiesteira e


Fotos Nilson Konrad

Grelhas com ampla área de separação envolvem os rotores desde o alimentador até as peneiras

versão 4x4 com rodagem dupla, para melhorar o desempenho em terrenos irrigados. O conjunto de duplo rotor proporciona menor índice de perdas no campo, mais produto colhido por hora e aumento do número de horas diárias trabalhadas. A MF 5650 SR tem alta capacidade de tração, o menor peso na sua categoria e manutenção simples e rápida graças à facilidade de acesso ao novo sistema de separação.

SISTEMA HÍBRIDO

Na MF 5650 SR, a trilha é realizada com côncavo e cilindro de dentes de alta inércia, de forma tangencial

O sistema de trilha realiza a debulha e a separação primária dos grãos. Na MF 5650 SR, a trilha é realizada com côncavo e cilindro de dentes de alta inércia, de forma tangencial. Após a trilha, o material é conduzido ao mecanismo de separação, composto pelo duplo rotor, e grelhas, para a separação final. Permanecem no corpo da nova versão arrozeira da colheitadeira Massey Ferguson o sistema tangencial de

trilha, o batedor traseiro e os sistemas de limpeza e de armazenagem. No lugar do saca-palhas estão os rotores. O material recebido na parte inicial é conduzido pelos rotores e grelhas. Aletas helicoidais conduzem a palha para fora da máquina. Os rotores giram em sentidos contrários: o da esquerda gira no sentido horário e o da direita no anti-horário. Desta forma, os grãos são uniformemente distribuídos sobre o alimentador e peneiras. As grelhas

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Fotos Nilson Konrad

Visualização das três lâminas dianteiras em forma de V e duas transversais traseiras

Os componentes do con fácil remoção, o que facilit

FACILIDADE DE MANUTENÇÃO

Fotos Agrimec

A manutenção da MF 5650 SR é extremamente rápida, pois ela possui acesso fácil ao interior da máquina. A remoção dos seus componentes é simples, a maioria deles nem necessita de ferramentas. As peças que sofrem maior desgaste em função do contato intenso com os grãos, como as hélices na área de alimentação e os dedos postiços do rotor, são facilmente substituídas.

CILINDRO DE TRILHA

O sistema de trilha com côncavo e

Com dois rotores, localizados no lugar do saca-palhas, a palha é processada mais rapidamente, possibilitando realizar a colheita em velocidades maiores se comparada a colheitadeiras com sistema convencional

com ampla área de separação envolvem os rotores desde o alimentador até as peneiras. Na saída dos rotores, defletores levam a palha até o atirador, que a conduz eficazmente para fora.

MAIOR CAPACIDADE

A MF 5650 SR apresenta um aumento significativo de rendimento na colheita, pois a separação centrífuga, realizada pelos dois rotores, tem maior capacidade de separação. O principal diferencial da nova colheitadeira é a rapidez com que a palha

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do arroz é processada pelos rotores e conduzida para fora da máquina, trabalhando um maior volume de palha e permitindo que ela opere em velocidades mais altas. Uniformizando a alimentação da máquina, as novas plataformas de corte rígido proporcionam um fluxo contínuo e com mais velocidade, conduzindo a MF 5650 SR a um novo patamar de produtividade. Essas inovações proporcionam à colheitadeira um aumento na capacidade de colheita, menor perda de grãos e menos impurezas.

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A MF 5650 SR vem também com nova plataforma de corte rígida


junto de rotores são de a a manutenção do sistema

cilindro de dentes de alta inércia reduz o consumo de combustível, vencendo eventuais sobrecargas sem potência

Os rotores giram em sentidos contrários: o da esquerda gira no sentido horário e o da direita no antihorário, para distribuir os grãos de maneira mais uniforme sobre o alimentador e as peneiras

extra do motor. O batedor traseiro da nova colheitadeira MF 5650 SR entrega o material debulhado aos rotores, que

realizam uma eficiente separação dos grãos de arroz que ainda estiverem entre .M a palha.


Fotos Argo

off-road

Utilitários anfíbios

Mercado brasileiro off-road passa a contar com veículos capazes de se deslocar em qualquer terreno, desde lagoas e córregos, até lama, areia, rochas e gelo, sem demandar preparação prévia

O

mercado de off-road no Brasil passa a contar com veículos utilitários anfíbios. Comercializados com a marca Argo, são resultado da parceria entre a Greenext, especializada em equipamentos e máquinas para a manutenção de áreas verdes, e a canadense ODG, empresa com mais de 40 anos de experiência no mercado. São três modelos: Avenger, Frontier e Centaur. Se dividem pela tração nas rodas: 6x6 ou 8x8, pela potência do motor e pelos opcionais. Com exceção do Centaur, os demais são anfíbios, indo da terra para a água de forma rápida e sem demandar preparação prévia. Sem exigir muito do piloto, atravessam lagoas e córregos, viajam através da lama, areia, rochas e gelo. O piloto tem total controle das rodas, o tempo todo, e dependendo da carga, a velocidade máxima do veículo 8x8 varia entre 28km/h e 32km/h. Nos modelos 6x6 o deslocamento fica entre 32km/h e 37km/h. Para o terreno que o Argo é projetado, a velocidade não é problema. A direção do Centaur é por meio de volante, já a dos outros modelos, por guidão. Nas áreas de agricultura esses veículos podem rebocar e chegar onde o trator ou caminhonete não chegam. Devido ao seu

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pequeno tamanho, baixo peso e grande capacidade de tração, têm como principal característica a mobilidade em terrenos difíceis. E ao contrário do que muitos pensam, não é um simples quadriciclo ou adaptação de algum conceito que já existe. Trata-se de veículo projetado para explorar todos os terrenos.

Modelos 6x6

Os modelos 6X6 são divididos em três, de acordo com a potência do motor: • 6x6 Frontier 480 – Motor de 14 HP e 480cc • 6x6 Frontier 580 – Motor de 18 HP e 580cc • 6x6 Frontier 650 – Motor de 23 HP e 627cc

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A capacidade de carga dos veículos é de até 317 quilos na terra e 227 quilos na água. Neste caso os veículos podem carregar quatro pessoas em percursos terrestres e duas na água, dependendo da versão e modelo.

Modelos 8x8

Os modelos 8x8 são divididos em quatro tipos, também de acordo com a potência do motor: • 8x8 Frontier 650 – Motor de 23 HP e 627cc • 8x8 Avenger 700 – Motor de 26 HP e 674cc • 8x8 Avender 750 EFI – Motor de 31 HP com injeção eletrônica de combustível e potência de 31 HP. O modelo Centaur do 8x8 é cabinado

Modelo pode ser utilizado também para aplicações como pesca ou em qualquer operação sobre a água, neve, gelo, areia ou pedras


Fotos Argo

e, apesar de poder passar em lugares alagados, não é recomendado como anfíbio. É projetado para situações de trabalho como bombeiros, inspeção de linhas de transmissão e outros serviços. Por ser um veículo de serviço, seu peso é maior, o que diminui a capacidade de flutuar. Por outro lado, a resistência do Centaur permite fazer trabalhos realmente difíceis, quando o assunto é terrenos pouco amigáveis. O Centaur possui plataforma traseira adaptável à montagem de equipamentos especializados ou como meio-veículo de engate. A capacidade de carga é de até 521kg na terra e 454kg na água. Carregam seis pessoas na terra e quatro pessoas na água, dependendo da versão e modelo.

Escolha os acessórios e a cor

Todos os modelos podem ser personalizados pelo proprietário, que pode optar por acessórios de conforto, de tração, de proteção, conveniência, resgate e aplicação na água. Para alguns dos acessórios é necessária a solicitação no ato da compra, porque são instalados ainda na linha de montagem da fábrica da ODG. Em determinadas situações também não é financeiramente viável a aquisição posterior. Existem acessórios como guincho da marca Warn com acionamento do guidão do veículo ou por controle remoto, luzes de freio, para-brisas, capota, santo antônio, faróis especiais de longo alcance, carreta rebocável para carga e até mesmo maca para resgate. Os veículos também têm opções de

Diversos modelos estão disponíveis, com configurações para aplicações mais específicas

cores preestabelecidas. Há cores para todos os gostos, desde as vivas como o vermelho e amarelo até as camufladas. A Greenext já tem no Brasil unidades à venda com configuração preestabelecida de acessórios, mas nada impede de se fazer o pedido de acordo com os acessórios e cor que o cliente escolher. Os veículos saem da empresa com um ano de garantia.

Possibilidades de aplicação

Os setores agrícola, florestal, turístico, público, emergência, logístico, esportivo e de defesa podem se utilizar desse

Todos os modelos satisfazem as normas vigentes de emissão de gases

tipo de veículos, que carregam cargas, transportam pessoas, rebocam, flutuam, auxiliam em salvamentos, andam na neve, exploram áreas difíceis e remotas. Um outro ponto forte é o baixo impacto ambiental. Os modelos satisfazem as normas vigentes de emissão de gases e os pneus foram reforçados para minimizar o impacto por onde passam. Pousadas, resorts e operadoras adventure podem oferecer aos seus clientes o multipassageiro Argo, ideal para exploração selvagem, safári e aventura. No setor público, onde algumas tarefas exigem emergência extra, o veículo pode proporcionar soluções a catástrofes, busca e salvamento, serviços médicos de emergência, manipulação com materiais perigosos, além de oferecer suporte no controle de pestes e prevenções. Terrenos e redes de linhas elétricas a inspecionar, novas perfurações, obras e construções, exploração de recursos geológicos são umas das áreas que o veículo também atende, dentro da gestão de .M equipamentos de comunicação.

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EMPRESAS Fotos ZF

Marco de produção ZF comemora mais de 250 mil eixos agrícolas produzidos no Brasil

P

resente no Brasil há 50 anos, a ZF Sistemas de Eixos e Transmissões Fora-de-Estrada acaba de superar a marca de 250 mil eixos agrícolas produzidos no país. O eixo de número 250 mil é o AS 3065, um dos modelos mais fabricados pela empresa. Com sede na Alemanha, a empresa conta com 119 unidades em 25 países, faturamento de 12,6 bilhões de euros em 2007 e mais de 57 mil colaboradores no mundo. Em 2008, impulsionada pelo crescimento em ritmo maior que o do mercado, a ZF iniciou a melhor fase da sua história na América do Sul e planeja a entrada em novos segmentos e a ampliação de suas atividades no mercado agrícola e de carros de passeio. Nos últimos anos a Divisão ganhou ainda mais relevância dentro do Grupo ZF, no Brasil e no mundo. Transformou-se em centro de competência mundial para o desenvolvimento de eixos dianteiros tracionados e transmissões sincronizadas para tratores, conjuntos completos de transmissão e redutores de rodas (driveline) para colheitadeiras. O crescimento da atuação da ZF no segmento agrícola mistura-se com a história da agricultura brasileira, mais precisamente com a expansão e modernização da cultura canavieira, na década de 70, para atender às

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necessidades do Proálcool e com a expansão da fronteira agrícola na região Centro-oeste, com as culturas de soja e cereais. Nesta época surgia a necessidade por equipamentos mais modernos, eficientes e potentes para atender às novas áreas de cultivo. O eixo dianteiro tracionado passou a ser essencial para que os tratores pudessem puxar os novos implementos e executar as operações mais pesadas. Os modelos passaram a ser produzidos em 1980, na unidade de Sorocaba. Os primeiros tratores a serem equipados com os eixos ZF foram da linha Massey Ferguson e Valmet. Hoje a empresa fornece para as indústrias Massey Ferguson, Valtra, John Deere, New Holland, Agrale e Ursus, exportando também para

New Holland (Polônia), RSM (Rússia), ITMco (Irã), Pronar (Polônia), Erkunt (Turquia), além das vendas dentro do Grupo (Estados Unidos e Alemanha). “Estamos muito felizes com a marca alcançada porque consolida a posição da ZF como a principal fornecedora de eixos para tratores produzidos no Brasil. Esta posição de destaque foi conquistada ao longo de muitos anos de trabalho no desenvolvimento de produtos de alta tecnologia, durabilidade e de uma ampla e sólida rede de serviços em todo o País. Hoje, possuímos participação de mais de 50% no mercado nacional de máquinas agrícolas”, destaca Antonio Carlos Garcia, diretor da ZF Sistemas de Eixos .M e Transmissões Fora-de-estrada.

Para comemorar a marca dos 250 mil eixos produzidos no Brasil, a ZF promoveu eventos e convocou a imprensa para conhecer a fábrica de Sorocaba (SP)

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MÁQUINAS EM NÚMEROS

VENDAS INTERNAS DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS AUTOMOTRIZES NACIONAIS E IMPORTADAS - ATACADO Unidades Total Nacionais Importadas Tratores de rodas Nacionais Importados Tratores de esteiras Nacionais Importados Cultivadores motorizados Nacionais Importados Colheitadeiras Nacionais Importadas Retroescavadeiras Nacionais Importadas Mil unidades 2007 2008 2009

JAN 1,8 2,9 3,1

2009 JUL B 4.807 4.655 152 4.150 4.025 125 39 31 8 131 131 0 163 156 7 324 312 12

AGO A 5.049 4.889 160 4.242 4.107 135 68 62 6 156 156 0 249 237 12 334 327 7 FEV 2,4 4,0 3,6

MAR 3,0 4,3 4,1

ABR 2,9 4,5 3,9

2008

JAN-AGO C 32.914 31.592 1.322 27.324 26.330 994 376 283 93 1.154 1.154 0 1.784 1.698 86 2.276 2.127 149 MAI 3,2 4,7 4,0

JUN 3,4 5,1 4,2

AGO D 5.090 4.909 181 4.214 4.050 164 82 75 7 116 116 0 304 304 0 374 364 10 JUL 3,5 5,1 4,8

JAN-AGO E 35.534 34.505 1.029 28.392 27.471 921 485 462 23 1.214 1.214 0 2.707 2.632 75 2.736 2.726 10 AGO 3,9 5,1 5,0

SET 3,6 5,5

Variações percentuais A/D -0,8 -0,4 -11,6 0,7 1,4 -17,7 -17,1 -17,3 -14,3 34,5 34,5 -18,1 -22,0 -10,7 -10,2 -30,0

A/B 5,0 5,0 5,3 2,2 2,0 8,0 74,4 100,0 -25,0 19,1 19,1 52,8 51,9 71,4 3,1 4,8 -41,7 OUT 4,2 5,5

NOV 3,7 4,3

DEZ 2,8 3,7

C/E -7,4 -8,4 28,5 -3,8 -4,2 7,9 -22,5 -38,7 304,3 -4,9 -4,9 -34,1 -35,5 14,7 -16,8 -22,0 1.390,0 ANO 38,3 54,5 32,9

MÁQUINAS AGRÍCOLAS AUTOMOTRIZES POR EMPRESA Unidades

2009 JUL B 4.807 4.150 135 41 805 1.202 997 758 212 163 29 47 19 60 8 131 39 324

AGO A 5.049 4.242 181 72 577 1.334 1.005 878 195 249 37 109 30 67 6 156 68 334

Total Tratores de rodas Agrale Case CNH John Deere Massey Ferguson (AGCO) New Holland CNH Valtra Outras Empresas Colheitadeiras Case CNH John Deere Massey Ferguson (AGCO) New Holland CNH Valtra Cultivadores motorizados (1) Tratores de esteiras (2) Retroescavadeiras (3)

2008

JAN-AGO C 32.914 27.324 952 386 4.130 8.179 6.892 5.414 1.371 1.784 258 679 252 539 56 1.154 376 2.276

AGO D 5.086 4.214 151 96 663 1.134 1.018 1.037 115 304 15 110 51 120 8 116 78 374

JAN-AGO E 35.531 28.392 1.081 514 3.902 8.162 6.545 7.160 1.028 2.707 286 862 432 1.069 58 1.214 482 2.736

Variações percentuais A/D -0,7 0,7 19,9 -25,0 -13,0 17,6 -1,3 -15,3 69,6 -18,1 146,7 -0,9 -41,2 -44,2 -25,0 34,5 -12,8 -10,7

A/B 5,0 2,2 34,1 75,6 -28,3 11,0 0,8 15,8 -8,0 52,8 27,6 131,9 57,9 11,7 -25,0 19,1 74,4 3,1

C/E -7,4 -3,8 -11,9 -24,9 5,8 0,2 5,3 -24,4 33,4 -34,1 -9,8 -21,2 -41,7 -49,6 -3,4 -4,9 -22,0 -16,8

Fonte: ANFAVEA - Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores

(1) Empresas não associadas à Anfavea; (2) Caterpillar, New Holland CNH (sucede Fiatallis CNH a partir de 1º/02/05), Komatsu; (3) AGCO, Case CNH, Caterpillar, New Holland CNH (sucede Fiatallis CNH a partir de 1º/02/05).

PRODUÇÃO DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS AUTOMOTRIZES Unidades Total Tratores de rodas Tratores de esteiras Cultivadores motorizados Colheitadeiras Retroescavadeiras Mil unidades 2007 2008 2009

JAN 3,2 5,9 4,7

2009 JUL B 5.586 4.739 88 140 238 381

AGO A 5.705 4.751 96 130 336 392 FEV 4,1 6,6 4,4

MAR 5,0 6,6 5,6

ABR 5,2 7,0 5,2

2008

JAN-AGO C 39.710 33.485 601 1.226 2.290 2.108 MAI 5,6 6,5 4,5

JUN 5,7 7,3 4,1

AGO D 7.967 6.356 306 150 711 444 JUL 6,5 7,6 5,6

JAN-AGO E 55.449 43.131 2.408 1.186 5.361 3.363 AGO 6,8 8,0 5,7

SET 5,8 8,0

Setembro 2009 • www.revistacultivar.com.br

Variações percentuais A/D -28,4 -25,3 -68,6 -13,3 -52,7 -11,7

A/B 2,1 0,3 9,1 -7,1 41,2 2,9 OUT 6,8 8,8

NOV 6,3 7,4

DEZ 4,1 5,4

C/E -28,4 -22,4 -75,0 3,4 -57,3 -37,3 ANO 65,0 85,0 39,7

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JUSTIÇA EM DEBATE Schubert K. Peter - schubert.peter@revistacultivar.com.br

Dedução legal É preciso ter atenção ao reduzir a base de cálculo do Imposto de Renda da base de cálculo do IRPF os valores despendidos com uma terapia japonesa denominada Jin Shin Jyutsu. Nas palavras de um de seus mestres, trata-se de “uma arte de harmonização do corpo, mente e espírito através de toques com as mãos em 26 áreas do corpo onde a energia vital se concentra”. O contribuinte tentou argumentar que a técnica por ele escolhida muito de aproxima de terapia ocupacional. Mas não foi assim que decidiu a Justiça Federal. A relatora do processo decidiu que Jin Shin Jyutsu “não pode ser enquadrada como terapia ocupacional, pois essa é uma profissão regulamentada, com inscrição do profissional no Conselho de Fisioterapia, o que não se observa das informações colhidas nos recibos juntados aos autos”.

A

Note-se o que diz a lei sobre terapia ocupacional e o seu exercício s deduções possíveis no cálculo do Imposto de Renda Pessoa Física são poucas. Muitas vezes baseiam-se em profissional: critérios difíceis de aceitar. Por isso, deve-se agir com Art. 4º. É atividade privativa do terapeuta ocupacional executar cautela. Nem sempre o Fisco e o Judiciário acatarão critérios métodos e técnicas terapêuticas e recreacionais, com a finalidade de que parecem óbvios ao contribuinte. restaurar, desenvolver e conservar a capacidade mental do paciente. (Decreto-Lei 938/69) Vamos a um exemplo... No processo, sequer houve questionamento acerca da eficáPrevê a alínea “a”, do inciso II, do art. 8º da Lei 9.250/95, cia da técnica. Ela não serviu para efeitos de dedução no IRPF as seguintes deduções: simplesmente porque não constava expressamente no texto legal “pagamentos efetuados, no ano-calendário, a médicos, dentistas, (não se trata de terapia ocupacional, definida legalmente). .M psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias.” Muitas pessoas adotam premissa equivocada ao analisar esse dispositivo. Afinal, na lista de profissionais e terapias acima se pode enquadrar grande número de situações... Errado. Quando se trata de não pagar tributos, ou de pagá-los a menor, a lei é bastante restritiva. Dispositivo do Código Tributário Nacional determina: Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: I - suspensão ou exclusão do crédito tributário; II - outorga de isenção; III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. O significado desse artigo fica claro quando se utiliza um caso concreto na explicação. Contribuinte decidiu deduzir

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