Cultivar Máquinas • Edição Nº 93 • Ano IX - Fevereiro 2010 • ISSN - 1676-0158
Nossa capa
Com cautela
Uso de adjuvantes na pulverização requer cuidados especiais e observância de aspectos como regulagem do pulverizador, características do alvo a ser atingido e condições climáticas
Destaques
Ficha Técnica
Como manejar resíduos sólidos em áreas de plantio
Enfardadoras JD 568 e Kuhn LSB, Colhedora Valtra BC 6500 e Distribuidor Fankhauser F-10000
14
10, 18, 30 e 42
• Editor
Gilvan Quevedo Charles Echer
• Revisão
Aline Partzsch de Almeida
Pedro Batistin Sedeli Feijó
• Expedição
Dianferson Alves Edson Krause Kunde Indústrias Gráficas Ltda. NOSSOS TELEFONES: (53) • GERAL
• REDAÇÃO
• ASSINATURAS
• MARKETING
3028.2000 3028.2070
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Agricultura de precisão
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Ficha Técnica - JD 568
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Manejo de resíduos
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Ficha Técnica - Enfardadora LSB
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Pulverização com adjuvantes
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Deriva em pulverização
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Ficha Técnica - BC 6500
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Lançamentos do Show Rural 2010
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Ficha Técnica - F-10000
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Coluna Estatística Máquinas
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Coluna jurídica
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(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)
Simone Lopes Alessandra Willrich Nussbaum
• Impressão: • Design Gráfico e Diagramação
Rodando por aí
Assinatura anual (11 edições*): R$ 129,90
• Circulação
• Redação
• Comercial
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Índice
Implementos
Cristiano Ceia
Capa: Charles Echer
Matéria de capa
3028.2060 3028.2065
Grupo Cultivar de Publicações Ltda. www.revistacultivar.com.br Direção Newton Peter Secretária Rosimeri Lisboa Alves www.revistacultivar.com.br cultivar@revistacultivar.com.br
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Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.
rodando por aí
Agrale
A equipe da Agrale apresentou no Show Rural Coopavel 2010 novas tecnologias desenvolvidas para o setor agroindustrial. Além dos caminhões Agrale 6000 E-mec e 8500 E-mec, recém-incluídos no Programa Mais Alimentos, e o Trator 5065.4 Compact, também mostrou sua completa família de tratores, com modelos das séries 4000, 5000 e 6000, bem como a linha de motores de pequeno porte Agrale-Lintec.
Reinke
A Reinke, especializada em equipamentos de pré-limpeza e limpeza de grãos, lançou no Show Rural Coopavel o Fechamento das Máquinas Reinke, feito de vidro de alta resistência e janelas de inspeção em plástico rotomoldado. O equipamento processa de 30 toneladas de grãos/hora a 200 toneladas de grãos/hora.
Kepler
Agritech
O diretor comercial da Agritech Lavrale, Pedro Cazado Filho, e sua equipe, além de apresentarem toda a linha de tratores da empresa no Show Rural comemoraram os três anos de liderança da empresa nas vendas de tratores de até 59cv, contabilizados desde a criação do programa Mais Alimentos, do Ministério do Desenvolvimento Pedro Cazado Filho Agrário (MDA).
Pirelli
Melissa Trevisan Laione assumiu a gerência de Marketing da Kepler Weber. No Show Rural a empresa apresentou sua tradicional linha de produtos como silos, secadores ADS, máquina de limpeza e prélimpeza, transportadores e KW Fazenda.
Melissa Trevisan Laione
Pagé
Amilcar Rostro Junior, supervisor comercial da Industrial Pagé, esteve à frente da equipe no Show Rural Coopavel, onde a empresa apresentou sua linha de pré-limpeza, silos armazenadores, secadores e todo transporte de cereais a granel. Também fabrica equipamentos de Amilcar Rostro Junior parboilização de arroz.
Jacto
A Pirelli fez o lançamento oficial da linha agrícola radial Earth RT:01 no Show Rural Coopavel. Flávio Bettiol Junior, diretor de Negócios Unit Truck & Agro, explica que a empresa desenvolveu um pneu para atender às novas exigências dos fabricantes de máquinas e insumos agrícolas e de grandes produtores rurais. Estes pneus estão voltados especialmente para tratores de alta potência, colheitadeiras e pulverizadores.
O destaque da Jacto no Show Rural ficou por conta do Uniport 2000 Plus, que conta com mudanças no ar-condicionado, cabine, iluminação, circuito de pulverização, novo freio estacionário e controlador de pulverização JSC-5000.
Flávio Bettiol
Goodyear
Eduardo Gualberto assumiu como gerente de Marketing da Divisão de Pneus Comerciais da Goodyear. Presente no Show Rural Coopavel, a empresa apresentou lançamentos como o G677 MSD (MixedService Drive Aplication), para aplicação no serviço misto em eixos de tração, e o G686 MSS (Mixed-Service Steer Aplication), para serviço misto em eixos direcionais e livres. Este último modelo também pode ser utilizado nos eixos de tração moderada. Além destes dois pneus para serviço misto foi apresentado o G677 OTR (Off the Road Service Drive Aplication), de tração robusta, Eduardo Gualberto exclusivo para o serviço fora de estrada.
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Goodyear correias
Frederico Martins, gerente de Marketing da Veyance Tchnologies do Brasil (Goodyear Correias), destacou durante o Show Rural Coopavel a durabilidade da correia de cilindro duplo dentada. Outra novidade é o catálogo de produtos, que passa a contar com maior número de empresas do setor agrícola.
Frederico Martins
Landini
Eduardo Tremea, gerente comercial, e Edson Stefani, diretor comercial da Landini, participaram do Show Rural Coopavel. A empresa está se adequando às leis nacionais para inserir os produtos na comercialização do programa Mais Alimentos, do governo federal.
Miac
Nelson Gabriel Corá e Carlos Castilho, juntamente com a equipe da Indústrias Reunidas Colombo, apresentaram no Show Rural Coopavel a FZL Múltipla, agora com plataforma de corte. Apenas mudando a boca, a mesma máquina recolhe feijão e amendoim.
Nelson Gabriel Corá e Carlos Castilho Eduardo Tremea e Edson Stefani
Fankhauser
A equipe da Fankhauser apresentou a linha de produtos da empresa no Show Rural Coopavel, com destaque para os lançamentos dos distribuidores de fertilizantes a lanço: F-10000l arrasto, F-5500l arrasto, e F-1500 (arrasto e três pontos), todos com possibilidade de serem incorporados ao sistema de agricultura de precisão com taxa variável. Outra vedete foi a plantadora adubadora modelo 5046, robusta, com linhas pantográficas, novo sistema de distribuição de sementes pneumática, com caixa de sementes inteiriça, com deslize de grãos por meio de mangotes até recipientes individuais.
Teejet
Kleber Colomarte e Helder Zucckini lançaram no Show Rural Coopavel o equipamento Matrix, com a tecnologia Realview, sistema que proporciona ao operador visualizar a imagem do campo em tempo real utilizando uma câmera de vídeo voltada para frente da máquina e sobrepor a esta imagem as linhas de orientação geradas pelo GPS. A tecnologia de guia sobre vídeo está disponível nas duas versões: Matrix 570G e Matrix 840G apresentadas pela Teejet pela primeira vez no Brasil.
Kleber Colomarte e Helder Zucckini
Kuhn
A Kuhn, além de mostrar sua completa linha de plantadeiras e de pulverização, comemorou no Show Rural o lançamento dos equipamentos de forragens Haybob 300 e Haybob 360, espalhador e enleirador combiados.
Valtra
Fabrício Muller, coordenador comercial da linha de colheitadeiras da Valtra, destacou o lançamento da colheitadeira BC 6500, opção axial para médios produtores de grãos que querem migrar para um novo patamar de qualidade e produtividade na colheita.
GTS
Fabrício Muller
Semeato
A equipe da GTS apresentou sua linha de plataformas e plainas. O destaque ficou por conta da colhedora Flexer, com sua composição em seções, similar à utilização de três plataformas juntas.
Jalsomir Bruneto coordenou a equipe da Semeato durante o Show Rural Coopavel. O destaque da empresa foi a Sol Tower. A inovação principal é a facilidade de acoplar duas máquinas para plantar em Jalsomir Bruneto grandes áreas.
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AGRICULTURA DE precisão
AP sem custos
Cultivar
Com a utilização de softwares gratuitos como Google Earth e Campeiro 7 é possível realizar medições e demarcações de áreas rurais de forma simples e sem custos
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D
epois da publicação de um artigo na revista Cultivar Máquinas, edição de julho de 2009, tratando da confecção simplificada de mapas com o uso de softwares disponíveis na rede mundial de computadores, como o GPS trackmaker e o Google Earth, nos motivamos a contribuir com a divulgação de uma técnica que usamos no Laboratório de Agrotecnologia, da UFSM, como um apoio à Agricultura de Precisão. Em linhas gerais, a agricultura de precisão consiste no manuseio de um talhão de forma a subdividi-lo, para análise de decisões em áreas menores, objetivando basicamente uma maior qualidade do manejo. Assim, tem-se a real possibilidade de aumentar a eficiência na realização de grande parte das atividades agrícolas, desde as mais triviais até as que exijam maior cautela por parte do produtor, englobando procedimentos como semeadura, aplicação de fertilizantes, manejo fitossanitário e colheita. Também tornase pertinente salientar que o mercado de máquinas agrícolas tem acompanhado concomitantemente os avanços inerentes à agricultura de precisão, desenvolvendo equipamentos e sistemas de controle e ofertando softwares capazes de suprir as necessidades referentes a este conjunto de técnicas. Apesar destas práticas de gerenciamento serem provenientes de épocas em que a maior parte do trabalho ainda era realizada de forma manual, o advento de tecnologias que englobam eletrônica embarcada em máquinas agrícolas, informatização do meio rural e capacitação de técnicos e usuários colaborou para uma maior difusão do conceito, o qual figura como um ponto-chave no enlace da sustentabilidade e da lucratividade dentro da atividade agrícola. Esta modalidade diferenciada de gerenciamento constitui uma ferramenta de grande potencialidade, a qual objetiva fornecer o aporte necessário ao usuário para que o mesmo possa realizar inferências sobre os parâmetros de produção, considerando a variabilidade das áreas, no intento de otimizar o uso dos recursos agrícolas. Evidencia-se o fato de que além de aumentar a eficiência da atividade agrícola, os princípios formadores do conceito de agricultura de precisão cumprem uma importante função ambiental. Segundo Cox
(1998) a produtividade tende a nivelar-se com o aumento das doses de nitrogênio (N) aplicadas, todavia, a quantidade de nitrogênio lixiviado aumenta de forma substancial. Sob esta ótica é possível constatar que a racionalização de insumos proporciona benefícios não só a quem utiliza de forma direta esta modalidade de manejo como também ao ambiente e aos recursos hídricos disponíveis à população em geral. Dentro do conjunto de técnicas que compõem o sistema de gerenciamento, conhecido como agricultura de precisão, trata do manejo localizado da cultura com o objetivo de proporcionar o reconhecimento e o respeito pela variabilidade, nos parâmetros de produção e o melhor aproveitamento dos recursos utilizados. Neste contexto, ocorre a fusão de uma gama de técnicas com a finalidade de propiciar um manejo abarcante de tais parâmetros. Esta tecnologia ancora-se basicamente em um princípio essencial: o aumento da eficiência no manejo de talhões e culturas. O domínio das ferramentas envolvidas no manejo localizado de talhões e culturas requer certa dedicação, mas oferece ao profissional um novo nicho de trabalho, o qual lhe permite agregar técnicas gerenciais inovadoras e incorpora uma nova conotação ao seu conhecimento e aos serviços que o mesmo possa prestar. De acordo com esta realidade, destaca-se o fato de que ainda existem muitos questionamentos por parte de usuários e técnicos, sendo que a maior parte destas dúvidas relaciona-se a questões operacionais e/ou interpretativas, ou seja, é possível depararse com incertezas no momento da coleta de dados e na geração e interpretação de mapas de manejo diferenciado. O Sistema de Posicionamento Global (Global Positioning System – GPS), o qual
Fotos Cultivar
Atualmente, ainda é possível deparar-se com incertezas no momento da coleta de dados e na geração e interpretação de mapas de manejo diferenciado
baseia-se na recepção de sinais de satélites, é atualmente citado como um sistema de grande confiabilidade. Tal sistema foi criado pelo Departamento de Defesa dos EUA, na década de 70 sob o nome de projeto Navstar (Navigation Satellite with Time And Ranging) sendo declarado integralmente operacional em 1993. Salientase que o correto funcionamento do sistema ancora-se em sua constelação composta de 24 satélites, sendo três de reserva. Tais satélites são especificamente destinados para o sistema GPS permanecendo dispostos de maneira a proporcionar que a qualquer hora e em qualquer lugar do mundo, pelo menos quatro satélites permaneçam disponíveis para utilização. Para isso foram criadas seis órbitas, espaçadas em 60º cada uma, onde os satélites estão posicionados a 20.200km da Terra. Como outros sistemas de radionavegação, todos os satélites enviam seus sinais de rádio
exatamente ao mesmo tempo, permitindo ao receptor avaliar o lapso entre a emissão e a recepção. Com tal tecnologia torna-se possível determinar posição, velocidade e tempo durante as 24 horas do dia, em qualquer lugar do mundo. O sensoriamento remoto é uma técnica que utiliza sensores para aquisição de informações sobre objetos, utilizando a energia radiante chamada radiação eletromagnética (Menezes, 2001). Os instrumentos que são capazes de captar as informações destes objetos são chamados de sensores remotos e pode-se citar como exemplo câmeras fotográficas, scanners e radares. Um dos produtos resultantes do sensoriamento remoto é a imagem de satélite, a qual apresenta grande utilidade na atividade agrícola (Novo, 1992). O uso de imagens de satélite como fonte de informações para produção de mapas é um dos grandes incentivadores para as
Exemplos de telas do programa Campeiro 7, onde é possível realizar a confecção da malha de amostragem, mapas de atributos do solo e mapas de aplicação
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inovações no ramo do geoprocessamento, o qual define-se de forma clara como um conjunto de tecnologias voltadas à coleta e ao tratamento de informações espaciais para um objetivo específico. Atividades que envolvam o geoprocessamento são executadas por sistemas específicos denominados Sistemas de Informação Geográfica (SIG) e permitem, através da criação de banco de dados georreferenciados, realizar análises complexas e integrar dados de diversas fontes. O SIG é um poderoso conjunto de ferramentas para coleta, armazenamento, recuperação, transformação e visualização de dados reais, para um objetivo específico. Uma forma de popularização do imageamento da superfície da Terra vem sendo proporcionada pelo aplicativo Google Earth, programa cuja função é oferecer a visualização de um modelo tridimensional do globo terrestre, construído a partir de imagens de satélites, oriundas de variadas fontes com diversas definições de imagem. O satélite Ikonos, por exemplo, carrega a bordo um sensor capaz de gerar imagens pancromáticas com resolução espacial de um metro e multiespectrais de 4m (Toutin e Cheng, 2000). Um dos instrumentos mais utilizados, objetivando a realização de levantamentos de áreas destinadas à agricultura de precisão, é o GPS de mão, sendo o Garmin e-trex um dos mais empregados, com uma precisão que situa-se em torno de cinco metros. Este tipo de receptor proporciona ao usuário a realização das medições de áreas necessárias, permitindo posteriormente o download dos dados para o software de Agricultura de Precisão selecionado pelo usuário. Neste contexto torna-se importante salientar a utilização de ferramentas alternativas para procederse o levantamento da área de um talhão, como é o caso do Google Earth. Para tal, o usuário necessita ter em seu computador o software Google Earth, disponível até
mesmo em versões gratuitas na Internet, além de uma habilitação do programa Campeiro versão 7 (software desenvolvido pelo departamento de Geomática da UFSM, utilizado para administração rural, levantamentos topográficos, entre outros, e comumente empregado em agricultura de precisão) e disponibilidade de conexão com a Internet. Inicialmente, deve-se proceder a abertura do programa Google Earth, com as coordenadas da área onde será realizada a medição. É conveniente que se tenha uma imagem com boa resolução, afim de se ter um maior grau de confiabilidade na precisão da área do talhão a ser medido. O Google Earth possui em sua interface três botões de navegação, um para movimentação da imagem em relação ao norte geográfico e movimentação vertical quando há imagens em três dimensões (3D) da área, outro para movimentação da imagem na tela e ainda um botão para aproximação ou afastamento da imagem. Através destes botões de navegação é possível uma maior aproximação e visualização, resultando em melhor seleção do polígono para posterior confecção da área. Deve ser realizada a alocação de pontos em torno do talhão, com a finalidade de selecionar-se um polígono, sendo que quanto maior for a aproximação da imagem (até um certo limite onde a baixa resolução torna-se um empecilho) mais preciso será o cálculo da área. Selecionado o polígono, é preciso enviá-lo para o programa Campeiro 7, procedendo a abertura do polígono selecionado e transformando-o para o padrão de arquivos deste programa, tornando o arquivo apto a ser utilizado no sistema de Agricultura de Precisão deste software. O próximo passo é a abertura deste sistema especialista e a confecção da malha de amostragem, mapas de atributos do solo, mapas de aplicação e demais modelos. Propõe-se um exemplo onde se procede a medição a campo com um
receptor GPS do modelo anteriormente citado, resultando em uma área de 23,51 hectares, sendo que no dimensionamento da mesma área, porém utilizando como base o software Google Earth, obteve-se uma área de 23,71 hectares. Salientase que esta variação não representa um maior obstáculo à prática da agricultura de precisão, uma vez que a amplitude representada não é de grande magnitude, sendo possível a utilização de ambos os métodos para este fim. Outro exemplo também corroborou com a constatação anteriormente citada, sendo realizada a medição de uma área onde as dimensões,
Detalhe de imagens de áreas já trabalhadas no programa Campeiro 7 e com as medições realizadas
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Cultivar
utilizando o receptor GPS, foram de 60,53 hectares, e utilizando a ferramenta Google Earth foram de 61,15 hectares. Evidentemente, em alguns casos preconiza-se a verificação de possíveis atualizações na geração das imagens mostradas no software Google Earth, uma vez que as mais antigas podem não expressar de forma adequada a real situação da área em questão. Nestes casos, preconiza-se a utilização do receptor GPS para a execução das medições a campo, proporcionando ao usuário a obtenção de informações in loco, no momento da realização desta atividade. Torna-se conveniente salientar que esta técnica não deve ser utilizada para levantamentos topográficos de áreas, demarcações de áreas e demais atividades onde é exigida maior precisão. É importante que o usuário saiba das restrições de uso dos produtos Google Earth, sua política de privacidade, direitos de propriedade e condições de uso, os quais estão contidos no contrato exibido no momento que an.M tecede o download deste software. Ulisses Giacomini Frantz, José Fernando Schlosser e Gustavo Heller Nietiedt, Nema - UFSM
FICHA TÉCNICA
JD 568
A John Deere colocou no mercado linha de produtos voltados à pecuária. Um dos lançamentos é a enfardadora cilíndrica 568, dirigida a produtores de feno
A
John Deere está lançando no Brasil novos produtos para atender às necessidades de pecuaristas e prestadores de serviços. A enfardadora cilíndrica 568, um dos lançamentos, é dirigida para os produtores de feno que buscam maior eficiência na conservação do alimento para o gado. A 568 também enfarda restos de diferentes lavouras, como milho, sorgo e arroz, entre outros. Outra qualidade da máquina é a resistência de seu chassi e de suas correias de formação, formadas por três camadas de tecidos de poliéster e nylon. Essa resistência contribui para assegurar maior capacidade de trabalho no campo, com menos horas paradas para manutenção. Seu projeto também levou em conta o trabalho em áreas mais extensas e nos cultivos mais difíceis,
como lavouras úmidas e escorregadias. As correias começam a enrolar o produto e formar o fardo mais rápido. Isto contribui para a produção de fardos uniformes que são mais fáceis de mover, armazenar, desenrolar e dar de comer para os animais.
MONITORAMENTO
O sistema de monitoramento BaleTrak™ PRO permite que o operador, na cabine do trator, controle todas as funções da enfardadora. O sistema eletrônico controla as funções de forma que o operador possa concentrar-se na direção do trator sem necessidade de voltar-se constantemente para observar a conformação dos fardos.
RECOLHEDOR
O desenho exclusivo do recolhedor Mega
Recolhedor com largura de trabalho de 2,20 metros conta com 120 dentes, que fazem o recolhimento da forragem
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As correias são confeccionadas com três camadas de nylon e poliéster para absorver os esforços
Wide Plus permite recolher maior volume de material, alcançando altas velocidades de trabalho em campos mais extensos. Ele é equipado com as correias de formação Diamond Tough™, que asseguram robustez e durabilidade. O recolhedor é montado diretamente na frente das rodas
Fotos John Deere
Monitor-controlador BaleTrack supervisiona e controla as funções da enfardadora desde a cabine do trator
da enfardadora e abaixo da câmara de formação, permitindo uma largura de trabalho de 2.200mm e conta com 120 dentes, que fazem o recolhimento da forragem de maneira
mais rápida. Ele dispõe de um rolo defletor autoajustável que produz um fluxo de material mais homogêneo e, por consequência, um fardo mais compacto, com maior capacidade de conservação da forragem. O projeto e a produção dos dentes do recolhedor fazem com que eles durem por muito tempo, mesmo em cultivos difíceis. O desenho de baixo perfil reduz as perdas de cultivo e garante um bom começo do fardo em variadas condições de cultivo. A regulagem da densidade do fardo (compactação) é feita facilmente através de uma válvula reguladora de densidade localizada na
Maior número de carretéis de fios armazenados aumenta tempo de trabalho até a troca
frente da máquina.
CORREIAS DE FORMAÇÃO
As correias de formação Diamond Tough™, com três camadas de nylon e poliéster, estão muito juntas uma da outra e cobrem 91% da câmera de formação, característica que ajuda a garantir menor perda de material. O desenho exclusivo em forma de losango permite maior capacidade de tração, assegurando que toda a pressão hidráulica seja transmitida à forragem. O resultado é maior compactação, facilitando o início do fardo. A pressão também contribui para reduzir a adesão da forragem às correias, problema comum especialmente quando se trabalha com material com alto teor de umidade.
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Fotos John Deere
cliente. Os cilindros hidráulicos mantêm a pressão constante sobre o fardo para garantir a melhor densidade.
ARMAZENAGEM DOS FIOS
A 568 enfarda restos de diferentes culturas, como milho, sorgo e arroz, entre outras
FORMAÇÃO DO FARDO
O processo de compactação na enfardadora 568 é mais eficiente desde o seu início, devido às características da câmara de compactação e das correias de formação. O material é introduzido e é levado através
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da câmara de formação vertical, onde as correias seguram o material rapidamente, o enrolam e começam a formar um núcleo denso e compacto. Com a opção do kit de núcleo frouxo é possível controlar a densidade do fardo de acordo com a necessidade do
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A amarração dos fardos é feita por braços de fios duplos. A capacidade de armazenamento de rolos de fios também contribui para a maior produtividade da enfardadora. São oito rolos colocados, quatro de cada lado da máquina, o que permite que a 568 complete maior número de fardos antes de ter que recarregar os fios. Campos limpos com altas velocidades de trabalho em áreas grandes, menores perdas de folhas e palha e conservação da qualidade nutritiva do material enfardado são alguns dos resultados que a tecnologia da enfardadora cilíndrica 568 promete aos produtores. .M
mecanização Fotos Jorge Wilson Cortez
Preparo simples
Existem várias maneiras de manejar resíduos de vegetações na hora de preparar o solo para o plantio. No entanto, é necessário avaliar as características de cada ferramenta para definir qual a melhor opção
O
s sistemas conservacionistas preconizam manter a superfície do solo coberta o maior tempo possível, e que essa cobertura esteja distribuída o mais uniforme possível. O manejo da vegetação tem por finalidade cortar ou reduzir o comprimento da mesma e fornecer condições adequadas para utilização de máquinas de preparo do solo e principalmente de semeadoras-adubadoras. Em condições superiores a 5.000kg/ha de palha, é necessário triturá-la com máquinas de manejo para vegetações, acelerando a decom-
posição, visando facilitar a semeadura. O rolo-faca, também denominado de rolo picador, tem como função promover pré-acamamento da vegetação, provocando o esmagamento dos vasos condutores de seiva das plantas, resultando na morte e/ou impedindo a rebrota, sendo muito utilizado no manejo de restos culturais e adubos verdes. Neste caso, os resíduos manejados ficam inteiros e a sua decomposição é mais lenta do que quando manejados com trituradores ou roçadoras. O rolo-faca deve ser operado de forma
a golpear as plantas, cortando o vegetal ou apenas impedindo a circulação da seiva das plantas. Um cuidado que se deve ter com esta ferramenta é que ela pode causar compactação do solo, e deve ser utilizada com o solo em baixa umidade, condição em que o mesmo é mais resistente à deformação por pressão. O rolo-faca normalmente é um equipamento de arrasto quando de maiores dimensões e montado quando de menores dimensões, possui facas dispostas na periferia, largura de corte variável, em média de 2,1m e massa variável,
O triturador requer potência elevada do trator, tendo menor rendimento operacional do que o rolo-faca
O rolo-faca pode ser de arrasto ou montado, dependendo do tamanho do equipamento
As roçadeiras são equipamentos de rotor horizontal, com sistema de facas oscilantes na periferia
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Fotos Jorge Wilson Cortez
dependendo do lastro utilizado. Outro equipamento utilizado para o manejo de resíduos é o triturador de palhas. Este é constituído de eixo longitudinal, que por meio de flanges são acopladas facas ou martelos oscilantes e reversíveis. As facas podem ser no formato em “V” e os martelos no formato em “T” invertido. Estes equipamentos requerem potência elevada do trator, tendo menor rendimento operacional do que o rolo-faca. Possuem também um sistema de embreagem, evitando que os impactos das facas com o solo sejam diretamente enviados ao sistema de cardan que aciona a máquina. Normalmente estes equipamentos são montados no trator, ou seja, acoplados ao sistema hidráulico de três pontos. O triturador de palhas possui largura de corte variável, com sistema de regulagem de altura de corte. Os resíduos vegetais após o manejo apresen-
tam pedaços pequenos, quando comparado à roçadora e ao rolo-faca, sendo sua distribuição sobre a superfície do solo mais homogênea que os demais. As roçadoras são equipamentos de rotor horizontal, podendo ser único, duplo ou triplo, com sistema de facas oscilantes na periferia, que podem ser afiadas quando desgastadas. O acionamento do equipamento é feito por meio de cardan, que está ligado ao sistema de embreagem da roçadora para evitar impactos, que podem vir a danificar elementos do trator. O manejo de resíduos vegetais pode ser realizado por meio de pulverizadores, fazendo-se a aplicação de herbicidas. Este tipo de manejo vem sendo muito utilizado devido à capacidade operacional dos pulverizadores de barras ser elevada. No entanto, o uso indiscriminado dos herbicidas faz com que haja resistência das plantas, assim, a cada aplicação há a necessidade de aumentar a dose para fazer o controle das plantas daninhas. Por isso, o manejo mecânico dos resíduos (rolo-faca, triturador e roçadora) pode auxiliar no menor uso de herbicidas, principalmente no sistema plantio direto. Resultados do manejo de resíduos vegetais, constituídos basicamente de plantas invasoras e restos da cultura do milho, podem ser observados na Tabela 1. Observa-se que a massa de resíduos, de maneira geral, diminuiu após o manejo, principalmente para o triturador.
Detalhes das lâminas de um triturador (acima) e de uma roçadeira (abaixo)
Esse proporciona resíduos de menor tamanho que favorece a decomposição. Quando utilizam-se equipamentos de manejo de resíduos que entram em contato com o solo, pode ocorrer a formação de camadas compactadas (resistência a penetração do solo) na camada superficial. Resultados demonstraram que o triturador de palhas, devido ao contato das facas ou dos martelos com o solo, os condiciona com maior resistência (1,1MPa) do que o rolo-faca e a roçadora nas camadas de 0-10cm e de 20-30cm, mas não alterou a porosidade total do solo. Portanto, sistema mecânico de manejo de resíduos vegetais tem por vantagem reduzir o uso de herbicidas sem afetar a quantidade de resíduos. No entanto, deve-se tomar cuidado com o momento da operação, pois pode favorecer a formação de camadas compactadas, principalmente nos primeiros centímetros de solo. .M Jorge Wilson Cortez, Univasf Carlos Eduardo Angeli Furlani e Rouverson Pereira da Silva, Unesp
Tabela 1 - Síntese da análise de variância para os atributos de biomassa seca no solo antes do manejo, após o manejo e depois da semeadura Biomassa no solo
Área manejada com rolo-faca (acima) e roçadeira (abaixo)
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Fatores
Antes do manejo (Mg ha-1)
Pós-manejo (Mg ha-1) Manejo
Depois da semeadura (Mg ha-1)
Rolo-faca Triturador Roçadora
9,6 A 9,9 A 10,5 A
9,3 B 10,2 A 9,7 B
8,1 A 6,8 A 9,0 A
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem pelo Teste de Tukey.
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FICHA TÉCNICA
Enfardadora LSB A
A Kuhn coloca no mercado quatro diferentes modelos de enfardadoras para fardos grandes quadrados da linha LSB
s enfardadoras da linha LSB da Kuhn possuem sistema de Rotor Integral para grandes capacidades, com grandes sem-fins de alta resistência nas extremidades, com ou sem dispositivo de corte. Seu rotor integral garante que a alimentação da enfardadora seja constante com todos os tipos de produtos. O design único da câmara de précompactação Power Density garante a formação de leivas compactas, densas e uniformes, produzindo sistematicamente fardos de formato perfeito em todas as condições de forragem, sendo atados através do sistema Twin-Step.
ROTOR INTEGRAL
A tecnologia chamada de Rotor Integral consiste num rotor sem-fim de grande diâmetro, que é incorporado nas extremidades do rotor. Esse sistema simples, sem manutenção e com uma distância menor entre o recolhimento e a câmara de enfardamento, comparado com outras enfardadoras, assegura uma alimentação regular, independentemente do tipo de produto. Com este sistema, até os
produtos mais pesados podem ser forçados através da sua entrada, tendo como resultado uma maior velocidade de avanço e proporcionando rendimentos excepcionais com menor perda de produto. Os modelos LSB 870 & 890 possuem um comprimento de corte nominal de 70mm utilizando dez facas protegidas por molas individuais. Estas facas podem ser acionadas direitamente a partir da cabine do operador. Nos modelos 1270 e 1290, a Kuhn oferece o Rotor Integral OmniCut para substituir o rotor integral standard (sem dispositivo de corte). Este rotor de grande diâmetro, em forma de “V”, conduz o produto direitamente do recolhimento até a câmara de pré-compactação, cortando-o e distribuindo-o com regularidade.
SELEÇÃO DE FACAS
Quando há necessidade de corte do produto, podem ser ativados diferentes grupos de facas, através da simples utilização de uma válvula hidráulica. Colocando-se ao lado da enfardadora, o operador pode selecionar a utilização
Atrás das portas laterais podem ser armazenados 24 rolos de barbantes, que ficam protegidos
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de 11, 12 ou 23 facas (45mm de comprimento de corte, nominal), tendo a possibilidade da não utilização das mesmas. Cada faca está hidraulicamente protegida contra danos provocados por objetos ou corpos estranhos. O controle e a substituição das facas é um processo rápido, limpo e simples. As facas de reposição podem ser armazenadas em local de fácil acesso. Todas as enfardadoras LSB possuem uma abertura para inspeção na sua base visando o controle e acesso facilitado à parte inferior da pré-câmara. Após ter abaixado a estrutura que sustenta as 23 facas, estas podem ser facilmente retiradas do lado direito da enfardadora e substituídas em alguns minutos, sem a necessidade de ferramentas complementares. Quando não há necessidade de picar o produto, podem ser facilmente colocadas facas cegas visando evitar que os orifícios das mesmas fiquem obstruídos.
Fotos Kuhn
A tecnologia chamada de Rotor Integral (esquerda) consiste num rotor sem-fim de amplo diâmetro, que é incorporado nas extremidades do rotor. À direita, os modelos de rotor OptiCut e OmniCut
POWER DENSITY
Com um sistema inovador de alimentação, o Power Density, as enfardadoras Kuhn formam fardos de grande densidade e formato perfeito em todas as condições e tipos de forragem. Este sistema permite enfardar produtos de baixa densidade como alfafa de primeiro corte ou produtos de grandes dimensões ou, ainda, enfardar leiras irregulares produzidas por colheitadeiras
ou leiras uniformes feitas por segadoras. Nestas situações, a LSB promete leivas consistentes e fardos retangulares com compactação uniforme em toda sua extensão. Com o sistema Power Density, o produto é retirado diretamente do Rotor Integral através do garfo alimentador. Este garfo alimentador funciona duas vezes mais rápido que o pistão, limpando continuamente a entrada da pré-câmara e levando o produto pré-compactado
para a câmara de enfardamento. O enchimento completo da câmara de pré-compactação gera uma pressão nos calços, localizados na parte superior da pré-câmara, fazendo disparar o garfo alimentador que transporta a leiva de produto pré-comprimida à câmara de enfardamento onde será prensada pelo pistão formando um fardo denso.
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Fotos Kuhn
A LSB é dotada do sistema de alimentação Power Density, que assegura fardos de grande densidade e formato regular em todas as condições e tipos de forragem
COMANDOS ELETRÔNICOS E MONITORES
Todas as enfardadoras Kuhn são compatíveis com o sistema Isobus. Assim, qualquer trator compatível com Isobus não terá a necessidade de uma caixa de comando específica para a enfardadora. Como alternativa, os monitores Focus ou Tellus poderão ser usados com tratores que não são compatíveis com Isobus. As regulagens feitas pelo operador, tais como densidade do fardo e posição das facas, são acessíveis através do monitor. Além disso, os avisos ao operador, tais como sobrecarga, percurso do barbante, quantidades de leivas por fardo e número de fardos, também estão disponíveis. O monitor Tellus é compatível com Isobus e possui uma tela colorida com imagem de alta qualidade. Os ajustes dos fardos são feitos através das teclas do monitor, que podem ser utilizados também com outras máquinas com padrão Isobus. O monitor Focus oferece controle total numa tela monocromática, com grande qualidade de imagem, que permite que os ajustes sejam realizados a partir da cabine. Ele disponibiliza todas as informações necessárias para a movimentação dos fardos, bem como os avisos em caso de erro.
batidas/minuto através da caixa de transmissão principal. Este pistão necessita de um suporte preciso e robusto para trabalhos pesados, que lhe é fornecido através de canais reforçados e de rolamentos de grande diâmetro (150mm). Os rolamentos de esferas são montados no exterior da câmara de fardos, facilitando o acesso para o controle e a manutenção. Os modelos LSB 890 e 1290 disponibilizam uma câmara de fardos ajustável, que proporciona aos clientes a opção de produzir dois tamanhos diferentes de fardos com a mesma enfardadora.
Todos os modelos de enfardadoras da Kuhn possuem o seu próprio sistema hidráulico, independente do sistema do trator. A pressão hidráulica na câmara de enfardamento de 3m é monitorada através do terminal Isobus. Em caso de sobrecarga, o software Isobus regula automaticamente a pressão a fim de evitar danos na enfardadora.
EMBREAGENS
As enfardadoras LSB apresentam proteção
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS 1) Portas laterais para acesso interno 2) Proteção do sistema de alimentação por limitador de torque. 3) Pistão de alta capacidade - 46 batidas por minuto 4) Engate do cabeçalho ajustável 5) Tecnologia Rotor Integral 6) Macaco hidráulico standard 7) Caixa de armazenamento de barbante
DESEMPENHO E MANUTENÇÃO
O pistão e a câmara de enfardamento da Kuhn são concebidos para produzirem fardos de alta densidade e compactos. As enfardadoras LSB possuem uma câmara de enfardamento com três metros de comprimento e cilindros hidráulicos montados na sua traseira para abranger a totalidade do fardo. Este design aplica uma força de alavanca máxima no fardo durante a sua formação, evitando indesejáveis dilatações e perda de densidade. O pistão trabalha com 46
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SISTEMA HIDRÁULICO
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articulada (maior acesso aos componentes da máquina) 8)Câmara de pré-compactação Power Density 9) Eixo em tandem direcionado com pneus de alta flutuação 10) Esteira com rolos dobrável para descarga de fardos 11) Câmara de enfardamento de 3m 12) Sistema de corte OmniCut
completa via embreagem de todos os componentes do fluxo de entrada, eliminando a necessidade de parafusos fusíveis e a consequente perda de tempo para substituí-los. O sistema de recolhimento rotor integral e o garfo alimentador são protegidos por embreagens limitadoras de torque, as quais são automaticamente ativadas em caso de sobrecarga. Cada embreagem é localizada o mais próximo possível das peças a serem protegidas. Ao receber a sobrecarga, a embreagem afetada desengata a transmissão, parando o fluxo de entrada. A embreagem é novamente ativada quando o operador reduz a velocidade da TDP. O sistema de alimentação então funciona a uma velocidade baixa e torque elevado a fim de retirar o bloqueio automaticamente, eliminando geralmente a necessidade de o operador sair da cabine.
ATADURA TWIN-STEP
O comprovado sistema de amarração TwinStep combina nó simples com barbante livre, limitando a tensão no fio de amarração. Com este sistema, consegue-se uma atadura eficiente através de duas fases. Durante o processo de amarração, a tensão no fio é diminuída para uma atadura rápida. Um parafuso fusível protege cada atador de forma individual, o qual proporciona uma maior segurança à enfardadora e evita eventuais danos ao sistema de amarração
Monitores Tellus e Focus que equipam as enfardadoras LSB
e perda de tempo. Durante o enfardamento, os atadores estão em descanso e o fio é guiado pela alavanca de relaxamento da tensão na posição vertical. A tensão é mantida no fio para assegurar a máxima densidade do fardo.
MANUTENÇÕES
A inspeção diária e o serviço de manutenção são reduzidos devido aos pontos de lubrificação
de fácil acesso aos atadores e pistão, além de um sistema de lubrificação automático, oferecido como opcional. Exaustores de alto desempenho são utilizados para manter a área de atadura limpa. Os intervalos de tempo para o funcionamento dos exaustores são totalmente ajustáveis através do monitor de controle localizado na cabine do trator. Os exaustores são montados na cobertura do atador para permitir um acesso facilitado aos serviços e manutenção na área da atadura. Atrás das portas laterais de fácil acesso, podem ser armazenados 24 rolos de barbantes. O armazenamento do barbante é protegido para evitar que os respectivos rolos possam vir a ser contaminados com material ou poeira, o que poderia afetar o sistema de amarração. Para facilitar o serviço e a manutenção, as portas laterais podem ser levantadas, permitindo acesso completo aos depósitos de barbantes e demais componentes internos da enfardadora.
OPCIONAIS
Como opcionais, a linha LSB oferece rolo para forragens curtas, comprimento de fardo ajustado via comando elétrico, sensor de umidade, sensor de carga de fardo, sistema automático de lubrificação e opcionais de engate. .M
John Deere
capa
Com cautela
Uso de adjuvantes é uma prática comum na pulverização. No entanto, cada produto tem características diferentes e exige regulagens e técnicas específicas que, se não respeitadas, podem frustrar as expectativas do produtor
U
ma pulverização eficiente, técnica e econômica inicia-se por compreender que fatores como o alvo a ser atingido, características do produto utilizado, a máquina, o momento da aplicação e as condições ambientais não agem de forma isolada, sendo a interação desses fatores a responsável direta pela eficácia ou ineficácia do controle. Tais interações já foram amplamente analisadas em diferentes artigos e publicações, entretanto, um conceito que ainda precisa ser discutido e que tem sido alvo de muitas discussões no campo é o uso de adjuvantes. Muita verdade e muito mito têm sido ditos a respeito deste tema, muito mais mitos que verdades, diga-se de passagem, que precisam ser esclarecidos para que o produtor possa buscar a máxima eficácia no controle fitossanitário ao menor custo possível. Como o tema é amplo, neste artigo buscaremos analisar o uso de um dos adjuvantes mais utilizados na agricultura, que são os tensoativos, ou como são mais conhecidos, espalhantes, e sua
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importância na pulverização. Adjuvantes, por definição, são substâncias que melhoram a eficácia de uma determinada formulação de agroquímicos. Tal melhoria pode ser realizada por diferentes ações como a retirada do meio de íons que possam interferir negativamente na eficácia do defensivo (quelatizantes), a elevação da aderência da gota à superfície do alvo (adesionantes), a elevação da velocidade de penetração do produto na cutícula da folha (penetrantes), pela redução da tensão superficial da água (espalhantes) etc. Dentre estes, desde que não haja escorrimento da calda na superfície do alvo, os espalhantes têm uma importância significativa, pois estão diretamente relacionados à cobertura do alvo. Cobertura nada mais é do que o número de gotas por unidade de área ou a porcentagem do alvo coberta pela calda, obtida na aplicação e representa, na realidade, o objetivo final da pulverização. Qualquer que seja o alvo selecionado, o sistema de pulverização deverá ser capaz
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de produzir a cobertura adequada do mesmo. Para entender o que é a cobertura e os fatores que interferem nela, consideremos a fórmula proposta por Courshee (1967): C = 15
V.R.K2 A.D
Onde: C = cobertura (%) V = volume de aplicação (L/ha) R = taxa de recuperação (%) K = fator de espalhamento A = superfície foliar (ha) D = diâmetro das gotas (µm) Pela fórmula acima, observa-se que o aumento na cobertura do alvo pode ser conseguido com a elevação do volume de aplicação (pulverizações a “volume alto”), com a elevação da taxa de recuperação de calda pela cultura
(adequação do tamanho de gotas ao alvo ou pulverização eletrostática) ou pelo aumento no fator de espalhamento da calda (tensoativos ou espalhantes). Por outro lado, a redução no tamanho das gotas poderá também elevar a cobertura, mantendo-se os demais fatores constantes. Qualquer que seja a ação adotada, fatores positivos e negativos deverão ser observados. Com o crescimento da planta, aumentando a área foliar existente no hectare (A) e mantendo-se as demais condições, a cobertura fatalmente será prejudicada. Por isso, à medida que a planta cresce e aumenta o índice de enfolhamento, os necessários ajustes nos outros fatores devem ser efetuados. Via de regra, esse ajuste tem sido buscado através do aumento do volume de aplicação (V). Tais volumes, em alguns casos, têm se tornado tão elevados que a interferência dos demais fatores é praticamente insignificante. Em contrapartida, o rendimento operacional dos pulverizadores (área tratada/ hora de trabalho) é bastante baixo, resultando na necessidade de investimentos em um número maior de pulverizadores por área ou em sistemas de transporte da água para abastecimento dos pulverizadores, elevando o custo da operação. A elevação do volume de água como forma de aumentar cobertura é a mais antieconômica das possibilidades, entretanto, a
Hamilton Ramos
Espalhamentos obtidos por gotas de mesmo volume, formadas sobre folhas de citros, com água e doses crescentes de um espalhante
mais prática, a que requer menor conhecimento técnico e por isso a mais utilizada. Outra solução para o aumento da cobertura seria então a utilização de gotas menores, caminho este que tem se mostrado bastante promissor. Nestes casos, deve-se ter em mente que a utilização de gotas menores implica em
certas limitações, entre as quais a evaporação e a deriva se destacam, necessitando, portanto, de uma abordagem mais técnica da operação. A simples utilização de gotas finas pode implicar em perdas que, na horticultura, por exemplo, podem chegar a 70% da calda aplicada. Por outro lado, a utilização de gotas grossas, com a
finalidade de controlar evaporação e deriva, prejudica a penetração destas na copa das plantas, fazendo com que a maior parte da pulverização pare na parte externa e apenas uma pequena proporção desta tenha a capacidade de atingir alvos internos. Assim, o tamanho de gotas que não seja tão fino, a ponto de potencializar perdas por evaporação e deriva, e nem tão grosso, que possa prejudicar a penetração da calda na planta ou sua retenção pelo alvo, deverá ser buscado. Nesse momento, o auxílio de um técnico capacitado e a utilização de papéis hidrossensíveis para análise da pulverização poderão se constituir em importantes ferramentas de decisão. Uma terceira solução, tão importante que entra ao quadrado na fórmula acima, mas que raramente tem sido adequadamente utilizada pelos agricultores é o fator de espalhamento (K), ou seja, a redução da tensão superficial da calda para permitir um maior espalhamento desta sobre o alvo, aumentando a cobertura. Este efeito é conseguido pela utilização de espalhantes. Para utilizar adequadamente um espalhante, inicialmente é importante conhecer algumas características desse adjuvante, como a capacidade que tem de quebrar a tensão superficial em diferentes doses. Todos eles têm uma dose mínima, a partir do qual são efetivos, e uma dose máxima, a partir do qual a tensão superficial e, consequentemente, o espalhamento, não são mais alterados. Além disso, como o espalhamento é função de uma interação entre as características da folha (tipo e quantidade de cera, pilosidade etc) e do espalhante, uma mesma dose pode agir de forma diferente em diferentes culturas, assim, a dose adequada deve ser analisada. Por outro lado, muitas vezes a utilização de um espalhante deve, necessariamente, ser acompanhada de uma redução no volume de calda para que a pulverização seja efetiva. Tomemos como exemplo os espalhamentos obtidos por gotas de mesmo volume, formadas sobre folhas de citros, com água e doses crescentes de um espalhante, observadas nas Figuras de 1 a 4. Caso a cobertura adequada da pulverização
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tenha inicialmente sido determinada com água, para que seja mantida, os volumes de aplicação terão de ser decrescentes com a dose do espalhante. Caso não se tenha esse cuidado, ao utilizar, por exemplo, a maior dose com o mesmo volume anteriormente utilizado para a água pura, haverá uma coalizão das gotas que resultará em escorrimento, em menor retenção de produto na folha e finalmente em menor eficácia do produto aplicado. Dessa forma, caso o volume não seja readequado, não é o espalhante que será ruim, como pode parecer em um ensaio de comparação entre as eficácias de controle com e sem o produto, mas sim a tecnologia de aplicação que não poderá ser a mesma nas diferentes situações.
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Qualquer que seja o espalhante a ser utilizado, exija informações técnicas do seu fornecedor e o registro do mesmo como tal. Desconfie sempre de produtos espalhantes registrados como adubos foliares. Não raramente, tais produtos não foram adequadamente avaliados com relação a sua capacidade de espalhamento e a sua interação na calda de aplicação. Ao se avaliar o resultado da cobertura com e sem a utilização de um espalhante na calda, a utilização de papéis hidrossensíveis como amostradores poderá levar a erros grosseiros na avaliação. Como já citado, o espalhamento é função da interação de características da folha com características do espalhante. Como o papel hidrossensível não possui a superfície similar à da folha, com a presença de cera por exemplo, o resultado obtido no papel poderá ser significativamente diferente do obtido na folha. Nestas situações, dê preferência por utilizar um corante na calda e por utilizar folhas da própria cultura como amostradores. A cobertura ideal a ser conseguida no processo de pulverização pode ser variável em função principalmente do agente a ser controlado (praga) e do modo de ação do produto aplicado. Para o controle de insetos por exemplo, a cobertura certamente deverá ser menor que aquela necessária para o controle de fungos, visto que o inseto, por se locomover, terá uma maior probabilidade de entrar em contato com o produto, mesmo que não
Massey Ferguson
Fotos Cultivar
A cobertura ideal no processo de pulverização pode ser variável em função principalmente do agente a ser controlado e do modo de ação do produto aplicado
tenha sido diretamente atingido. Por outro lado, para uma mesma praga, a cobertura necessária para um controle eficiente através da utilização de produtos com ação sistêmica deverá ser inferior àquela necessária para produtos de ação localizada (baixa redistribuição), visto que a capacidade de redistribuição dos sistêmicos se encarregará de levar o produto a locais não atingidos inicialmente. Uma vez definida a cobertura necessária, o tamanho de gotas e a necessidade ou não da utilização de espalhante na calda serão utilizados como ferramentas para adequação do volume de aplicação, que deverá ser avaliado de forma prática, através do uso de amostradores, como passo final da regulagem. Diferentes tecno-
logias certamente resultarão em diferentes volumes de aplicação mais adequados para uma mesma cobertura. Na correta definição da cobertura necessária e na adequada análise das variáveis que a compõem podem estar a diferença entre sucesso e o insucesso no tratamento fitossanitário ou mesmo diferenças significativas no .M custo de uma mesma operação. Hamilton Humberto Ramos, Kiyoshi Yanai, Maria Aparecida Lima, Marcelo da Silva Scapin e Viviane Corrêa Aguiar, CEA/IAC
pulverização Charles Echer
Charles Echer
Ações antideriva Conhecer e saber como lidar com os limites toleráveis para aplicar com segurança, além de utilizar tecnologias e produtos adequados, são alguns requisitos que colaboram para uma pulverização sem deriva de produtos
D
eriva é o “desvio da trajetória das partículas liberadas pelo processo de aplicação” (Matuo, 1990). Na aplicação de produtos fitossanitários, a deriva de pulverização é um termo usado para aquelas gotas que não foram depositadas no alvo. Isto pode ocorrer, portanto, com gotas de todos os tamanhos. Porém, o termo “deriva” é comumente associado àquelas gotas finas, com diâmetros menores que 150 micra, facilmente movidas para fora da área tratada pelo vento. Alguns autores mais restritivos consideram gotas menores que 200 micrometros já suscetíveis à deriva. A deriva de produtos fitossanitários pode causar a deposição em áreas não desejadas, com consequências indesejáveis, tais como: danos aos cultivos sensíveis em áreas adjacentes, contaminação de reservatórios e cursos de água, riscos à saúde de pessoas e animais, possibilidade de contaminação na área alvo e áreas ad-
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jacentes, sobreposição em excesso na área alvo, insucesso do tratamento fitossanitário. O aumento de custos do tratamento para compensar as falhas na aplicação, decorrentes da deriva, também compõe a lista dos efeitos indesejáveis. A deriva ocorre principalmente devido a fatores relacionados ao equipamento de pulverização e aos meteorológicos. No equipamento de pulverização, dificuldades no direcionamento do jato de calda e de controle na trajetória das gotas aspergidas fazem com que grande parte do volume aplicado não chegue ao alvo. Quando a aplicação é realizada visando algumas frutíferas, por exemplo, há estágios de desenvolvimento em que as plantas estão com uma menor superfície foliar a ser coberta, o que dificulta o direcionamento da calda. Para ilustrar este fato, tomemos como exemplo a cultura da uva na qual as plantas são podadas anualmente, ficando apenas com caule e
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ramos. Neste caso, a superfície a cobrir em um tratamento fitossanitário diminui drasticamente. Quando as primeiras folhas começam a surgir, há a necessidade de pulverizações para controle de pragas e doenças. Por outro lado, na fase de pleno desenvolvimento da cultura ainda haverá necessidade de aplicações, com maiores volumes de calda. Ocorre, porém, que os equipamentos e calibrações geralmente são os mesmos para as fases distintas da cultura. Isto faz com que boa parte do jato aspergido em culturas pouco enfolhadas acabe passando pelas plantas, depositando pouca quantidade sobre o alvo, perdendo-se por deriva. Há dificuldades operacionais no processo, uma vez que o piso da lavoura contém irregularidades, os equipamentos são grandes e potentes, há variações no posicionamento e no tamanho das estruturas vegetais a cobrir. Algumas destas di-
Fotos Marcelo da Costa Ferreira
ficuldades são de difícil solução e podem requerer tecnologias mais apropriadas como a aplicação eletrostática, em que as gotas projetam-se em direção ao alvo, quando aplicadas na fase, tamanho, velocidade e calda adequados. Quanto ao tamanho da gota, é um fator que interfere intensamente na quantidade de deriva. Os modelos de pontas de pulverização interferem no diâmetro das gotas, sendo que a mediana de volume que caracteriza o diâmetro de gotas de uma determinada ponta de pulverização pode variar de tamanho, sendo classificadas desde gotas muito finas até extremamente grossas. De maneira geral, quanto menor o orifício de saída da ponta e maior a pressão de pulverização, menores serão as gotas produzidas. Consequentemente, maior quantidade delas será sujeita à deriva. Outra característica agravante nas pontas de pulverização mais comumente utilizadas é de que as gotas são produzidas sob pressão hidráulica, o que resulta em gotas de vários tamanhos simultaneamente. Esta situação faz com que, mesmo em aplicações utilizando gotas grandes, uma parcela das gotas terá diâmetro reduzido, na classe das gotas suscetíveis à deriva. Dentre os fatores meteorológicos que influenciam na evaporação, volatilização e fotodecomposição dos líquidos destacamse a umidade relativa e a temperatura do ar, radiação solar e ventos. Embora atuem conjuntamente, a intensidade destes fatores são muito variáveis durante um dia. Entre os fatores meteorológicos que afetam a deriva, a velocidade do vento tem o maior impacto, sendo que quanto maior a velocidade, maior a deriva. Rudolf Geiger há quase um século já havia verificado que, de maneira geral, a velocidade do vento atinge um máximo por volta do meio-dia e um mínimo antes do nascer do Sol. Para uma pulverização isto é importante indicando o trabalho
Dificuldades no direcionamento do jato de calda e de controle na trajetória das gotas aspergidas fazem com que grande parte do volume aplicado não chegue ao alvo
nas horas relativamente “calmas” do dia, quanto ao vento. O início da manhã e o início da noite são geralmente mais calmos. No decorrer da aplicação, é interessante mensurar a velocidade do vento com utilização de anemômetro e, desta forma, tomar a decisão para diminuir a pressão ou trocar o modelo de ponta por outro que apresente gotas maiores, com menor suscetibilidade à deriva. Internacionalmente recomenda-se evitar pulverizações em dias quentes, ensolarados e com velocidades dos ventos de zero a 3,2km/h, pois não haverá energia suficiente para deposição das gotas nos alvos. Para velocidades dos ventos entre 6,5 e 9,6km/h, recomenda-se que se evitem pulverizações de herbicidas e acima de 9,6km/h, dizem-se inviáveis quaisquer pulverizações, em função do alto grau de deriva. Entretanto, para países de clima tropical, como é o Brasil, na maior parte do ano, sobretudo em épocas de realizar os tratamentos fitossanitários, estas condições estão presentes. Sendo assim, aumenta a importância da tecnologia de aplicação para que se consiga colocar os produtos no alvo. Em relação à temperatura, em ambientes acima de 25ºC, com baixa umidade relativa, as gotas pequenas são
especialmente propensas à deriva e à evaporação. O tempo de duração da gota de água, estimado através da fórmula de Amsden, para temperatura de 20°C, umidade relativa do ar 80% e gotas de 50 e 100µm de diâmetro inicial, os tempos de extinção foram de 14 e 57 segundos, e as distâncias de queda foram de 12,7cm, 6,7m, respectivamente. Para uma temperatura de 30°C, umidade relativa 50%, gotas de mesmo diâmetro inicial anterior, os tempos de extinção serão de quatro e 16 segundos e as distâncias de queda 3,2cm, 1,8m, respectivamente. Considerando-se estes resultados de tempo de duração da gota d’água, verifica-se que nas condições de maior temperatura e menor umidade o tempo de duração foi reduzido. Este fenômeno, que ocorre com as gotas de água, influencia na porcentagem do volume pulverizado que é retido nas plantas. O uso de adjuvantes, com destaque para os não voláteis, deve atuar positivamente neste aspecto.
CONTROLE DA DERIVA
No contexto da agricultura brasileira, onde em muitas regiões o tamanho das áreas a serem tratadas com produtos fitossanitários é de dimensões consideráveis e em função da praga ou doença
Pulverizador com bicos rotativos do lado esquerdo e bicos “antideriva” do lado direito com nuvem de gotas sendo arrastadas por deriva, ambos nas mesmas condições de aplicação
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pontas com pré-orifício ou ainda mais, as pontas com pré-orifício e indução de ar. Estes modelos de pontas apresentam o espectro de gotas caracterizado como muito grossas a extremamente grossas, isto em função do modelo escolhido. Muitas vezes, em função do alvo, a utilização deste tipo de modelo de pontas, ao reduzir a deriva pode comprometer o controle, já que, dependendo da situação, muitas gotas serão perdidas por escorrimento ou pelo efeito guarda-chuva, muito visto na cultura da soja principalmente, quando se trata do controle de ferrugem-da-soja ou Pseudoplusia includens. Nestes casos, onde a cobertura é um fator importante, são utilizadas pontas que produzam gotas finas, onde há suscetibilidade a perdas
Charles Echer
presente, realizar paradas por condições de vento e alta temperatura, assim como baixa umidade relativa compromete a fitossanidade da lavoura. Da mesma forma, já foi citado que existem certos limites de vento, temperatura e umidade relativa a serem considerados para evitar perdas por deriva, mas com a utilização de estratégias em conjunto com tecnologia, estes limites podem ser vencidos sem riscos de deriva e consequentemente gerando aumento da capacidade de campo operacional. Entre as estratégias que podem ser utilizadas, uma das mais importantes e de baixo custo é a utilização de pontas de pulverização de tamanho de gota com baixa suscetibilidade à deriva. É o caso das
Mesmos equipamento e regulagem são usados na uva em diferentes fases de enfolhamento
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em certas horas do dia. Desta maneira, deve-se pensar na troca de pontas, não retirando as pontas do pulverizador, operação demorada e que gera perdas na capacidade operacional, e sim com utilização de conectores múltiplos, capazes de suportar desde dois até cinco pontas de pulverização, dependendo do modelo, onde apenas com o giro o modelo de ponta é trocado (Figura 1). No caso da soja, as pontas de gotas finas podem ser alteradas por aquelas que produzam gotas médias. Desta forma, a deriva será reduzida e o controle do alvo não estará comprometido. Em relação à utilização de pontas de energia hidráulica o gargalo envolvido neste processo de produção de gotas é a deficiente uniformidade do espectro de gotas, onde, da mesma forma que se produzem gotas grossas ou muito grossas que podem ser perdidas por escorrimento, há uma porção de gotas finas ou muito finas, que serão arrastadas ou perdidas pelos efeitos da deriva, neste contexto, a utilização da tecnologia CDA pode significar melhoria devido à uniformidade de gotas. Bicos rotativos trabalham com a formação de gotas por energia centrífuga, onde a calda é liberada sobre o disco girando, sendo transportada até as bordas onde há formação da gota propriamente dita. Neste tipo de bico, utilizado geralmente na aplicação de herbicidas, o tamanho da gota pode ser ajustado em função da rotação do disco, quanto maior a rotação menor o tamanho da gota e vice-versa. Desta forma há uma boa versatilidade na aplicação. Para a diminuição da deriva são utilizadas rotações que produzem gotas maiores e, devido à alta uniformidade do espectro de gotas, há uma grande porção de gotas úteis. Já quando se trata de pontas de energia hidráulica mesmo utilizando as pontas chamadas de “antideriva”, há uma porção significativa de gotas sujeitas à deriva. Entre outras tecnologias, a utilização da assistência de ar em pulverizadores de barra horizontal vem ganhando espaço cada vez maior. Este tipo de tecnologia consiste na utilização de uma cortina de ar gerada por ventiladores que têm por função arrastar as gotas até o alvo, desta forma a velocidade de transporte da gota é aumentada assim como também a folhagem é movimentada por efeito do ar, facilitando a penetração das gotas em culturas com dossel adensado. A utilização de assistência de ar é uma boa ferramenta para a diminuição de deriva, mas se utilizada de maneira errada pode-se converter
Fotos Marcelo da Costa Ferreira
Barra de pulverização posicionada a 80cm do alvo (esquerda) e barra posicionada a 50cm do alvo (direita). Além de influenciar diretamente na distribuição volumétrica, alturas acima do recomendado permitem um elevado arraste das gotas pelo vento
num inimigo que, ao invés de diminuir perdas irá aumentá-las. Isto devido ao processo de calibração e escolha da velocidade de ar a ser utilizada em cada situação. Por exemplo, o caso de aplicação de herbicidas em pré-emergência, onde não há presença de vegetação, se forem utilizadas velocidades de ar elevadas pode ocorrer o fenômeno chamado de deflexão de ar, onde, esta corrente de irá ocasionar um turbilhão sobre o solo, arrastando gotas fora do alvo e expondo-as ao ambiente. Nestes casos, de aplicação em pré-emergência, pelo fato do alvo ser o solo, a utilização de gotas extremamente grossas já se torna uma ferramenta viável para redução de deriva. Outro fator que deve ser considerado é a utilização de controladores eletrônicos, estes equipamentos apresentam muitas vantagens e facilidades da operação de pulverização. Porém, requerem muita atenção, já que a correção do volume de aplicação nestes equipamentos é pelo regulador de pressão e muitas vezes são atingidas pressões acima do especificado ou mesmo pressões que interferem direta-
mente no tamanho de gota, aumentando significativamente a quantidade de gotas suscetíveis à deriva. Outra situação onde este fato é observado é na utilização da técnica de aplicação à taxa variada, onde equivocadamente a variação é dada apenas pelo volume de aplicação, atuando novamente no regulador de pressão como componente de variação e elevando em muitos dos casos a suscetibilidade à deriva. Entre os fatores que podem influenciar também na deriva está a distância entre a ponta e o alvo. Além de influenciar diretamente na distribuição volumétrica, alturas acima do recomendado permitem um elevado arraste das gotas pelo vento. Estes efeitos podem ser dados também pela instabilidade da barra na hora da aplicação, por isso é importante ressaltar a utilização de pulverizadores com sistema estabilizador de barra, já que são estes que por meio de molas e amortecedores irão diminuir os efeitos negativos dos movimentos de ziguezague assim como os movimentos rotacionais,
que são os principais responsáveis pelo aumento de deriva, elevando a barra acima do recomendado. Muitas são as possibilidades e estratégias que podem ser utilizadas para diminuir as perdas por deriva. Começando pelo conhecimento dos limites toleráveis para uma aplicação com segurança e como lidar com estes limites, desde a escolha certa da ponta de aplicação, a utilização de adjuvantes adequados, tecnologias como assistência de ar ou barra protegida, utilização correta de controladores eletrônicos e ajuste do sistema estabilizador de barra entre outros, o importante é ter a consciência dos problemas que são gerados pela deriva, desde a contaminação a áreas adjacentes até o ambiente num todo, incluindo o trabalhador rural. É importante adequar as operações aos conceitos da tecnologia de aplicação e, desta forma, respeitar o meio ambiente .M e a segurança no trabalho. Marcelo da Costa Ferreira e Rodrigo Alberto Alandia Román, Unesp
FICHA TÉCNICA
BC 6500
A nova colheitadeira da Valtra BC 6500 chega com características semelhantes ao modelo BC 7500, com motorização de 305cv e tanque graneleiro com capacidade para 10.570 litros
D
entro da proposta de crescimento no segmento de colheitadeiras que começou em outubro de 2007, a Valtra do Brasil cumpre mais uma etapa do seu planejamento e apresenta a sua mais nova colheitadeira de grãos axial, a BC 6500, produzida junto com o modelo BC 7500 na planta da AGCO em Santa Rosa (RS). A BC 6500 axial é uma colheitadeira classe VI, destinada a todos os produtores da América Latina. Ela conta com motor Sisu Diesel Citius 84 CTA, ecológico, de seis cilindros Turbo intercooler, injeção eletrônica Common Rail de última geração, 305 cavalos de potência, tanque de grãos de 10.570 litros, rotor axial de 3,65m de comprimento e plataforma de 25 pés. A BC 6500 mantém as principais características da irmã maior, ou seja, mesmo rotor, mesma área de trilha e separação, mesma capacidade do tanque de grãos e, principalmente, as especificações que atendem as mais diversas expectativas em relação a desempenho e qualidade de colheita.
PLATAFORMA DE CORTE
A BC 6500 axial é equipada com a plataforma de corte série 500 de 25 pés (7,60m). A barra de corte das plataformas série 500 é sustentada por uma estrutura em paralelogramo que visa manter o ângulo de corte sempre estável, sem oscilações independentemente das irregularidades do terreno. Além desta característica, a barra de navalhas pode ser inclinada em até
cinco graus para baixo, resultando em um corte mais rente ao solo. A garantia dos cortes é feita pela nova caixa de navalhas com movimento contínuo, com 1.100 cortes/minuto. O grande diâmetro e as hélices altas do sem-fim somadas às guias dispostas longitudinalmente, conferem uma maior capacidade de alimentação e transporte do material, além disto, o caracol conta com novas janelas de inspeção que facilitam a manutenção dos componentes internos sem a necessidade de remover o caracol da plataforma. Os dedos retráteis localizados em toda a extensão do caracol são ajustáveis e fazem o material fluir homogeneamente sem sobressaltos até o canal alimentador. A rigidez e a resistência do conjunto, mesmo com grandes cargas, são garantidas pela aplicação de uma parede dupla de chapas no centro do caracol. Os controles de altura de corte e inclinação lateral são automáticos, os deslizadores de poliuretano e a rotação proporcional do molinete conferem à plataforma um melhor desempenho de corte e alimentação em diferentes velocidades, culturas e condições de solo.
CANAL ALIMENTADOR
O canal alimentador da BC 6500 é pouco menor em relação a sua irmã BC 7500 - 1,13m contra 1,41m -, mas mantém o mesmo conceito de interface entre plataforma e colheitadeira, ou seja, o acoplamento rápido e fácil entre estes dois equipamentos. O engate das funções elétricas e hidráulicas através do conector único
Fotos Valtra
A BC 6500 é uma máquina classe VI destinada a médios produtores de cereais
(single-point) e do acoplador de engate simples é feito com apenas um giro. A esteira de transporte de três correntes possui barras bipartidas, reforçadas em formato de “U” e fixadas por parafusos de meia polegada, proporcionando maior robustez ao conjunto. As barras lisas evitam maiores danos aos grãos quando da passagem da cultura pelo alimentador e garantem um fluxo homogêneo de material colhido. As correntes que compõem a esteira movem-se em cima de anéis soldados ao rolo frontal em forma de “W”. Isto ajuda a manter o alinhamento e eliminar o desgaste excessivo do contato da corrente com o rolo, reduzindo o tempo e o custo de reparo. Além disto, os pinos da corrente são cromados e proporcionam maior vida útil ao conjunto e menor frequência de manutenção.
ROLO ALIMENTADOR
A BC 6500 axial usa um sistema de alimentação e transição para o rotor composto por um rolo alimentador com guias helicoidais. Este conjunto maximiza e direciona o fluxo de entrada do material para o rotor, oferecendo ainda a proteção contra entrada de corpos estranhos, como pedras. O rolo alimentador de guias helicoidais possui três funções principais e básicas, que são: acelerar a cultura que sai do canal alimentador para o rotor, separar as pedras da cultura com a ajuda da caixa de pedras e alimentar o rotor em 360°.
TRILHA E SEPARAÇÃO AXIAL
O seu sistema único de trilha e separação
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Fotos Valtra
O projeto da BC 6500 procurou usar um número mínimo de correias, correntes, sem-fins, polias e engrenagens, com o objetivo de reduzir o número total de partes móveis e de itens que requerem manutenção mais complexa
axial é o mesmo da BC 7500. O rotor projetado para usar todos os benefícios disponíveis em tecnologia de processamento axial (HiTresh) foi mantido. Com um comprimento total de 3,56m e diâmetro de 70cm, o rotor pode ser configurado com barras, facas e raspadores, permitindo a configuração adequada para cada condição de lavoura. O acionamento do rotor é hidrostático e utiliza um sistema de bombas de fluxo variável exclusivo ligado diretamente a uma caixa de duas velocidades. Este conceito versátil e confiável já foi comprovado operacionalmente no campo pelo produtor e, lembrando, este sistema elimina a necessidade de controles de velocidade variáveis por polias e correias e diminui o tempo de parada de máquina para manutenção, ou seja, em caso de leve sobrecarga, alteração da velocidade e/ou necessidade da reversão da rotação do rotor, a transmissão hidrostática simplifica todas estas operações. O rotor pode operar de 175rpm a 980rpm na caixa alta e de 175rpm a 755rpm na baixa. Os côncavos disponíveis para a BC 6500 são os mesmos da BC 7500 e oferecem uma trilha suave, porém com agressividade suficiente para trilhar e manter limpos os grãos colhidos em culturas com alta umidade ou de difícil debulha. As regulagens disponíveis para o côncavo visam prevenir ao máximo as perdas e danos ao grão. As barras e os arames dos côncavos são de materiais de grande dureza, aumentando o período de trabalho em condições de colheitas abrasivas.
portadores tipo rosca sem-fim, que aumentam a complexidade e a possibilidade de danos mecânicos aos grãos já trilhados. O ventilador Max flow é de fluxo transversal e opera em uma ampla gama de velocidades (590rpm a 1.350rpm), as peneiras são de escamas ajustáveis com área total de limpeza de 4,84m².
TRANSPORTE E ARMAZENAGEM DOS GRÃOS
A BC 6500 tem tanque de grãos de 10.570 litros de capacidade. A abertura e o fechamento das tampas do tanque para transporte ou armazenamento são simples, rápidos e não requerem o uso de ferramentas. O sistema de descarga foi projetado para descarregar o tanque de grãos a uma capacidade de 88L/s ou 135 segundos para a descarga completa. O tubo descarregador tipo torre, de 4,37m de altura, e controles tornam a descarga fácil, sem preocupação, em qualquer lugar, em movimento ou no final do talhão.
CONFORTO OPERACIONAL
A cabine e os controles da Valtra BC 6500 também são os mesmos do modelo 7500. Na
SISTEMA DE LIMPEZA
O sistema de limpeza da BC 6500 está perfeitamente equalizado com a capacidade de processamento do rotor e dos côncavos. O processo de limpeza em forma de cascata tem início através da bandeja recolhedora. A bandeja, através de movimentos alternados, transporta o material processado até as peneiras para a separação do palhiço dos grãos e, muito importante, não é necessário o uso de trans-
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Monitores na cabine informam as principais funções e rotações da colhedora
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cabine, o banco do operador é ajustável a ar e conta com apoio de braço, assento lateral para mais uma pessoa, sistema de ar-condicionado eletrônico, retrovisores com controles elétricos, vidros verdes e um layout otimizado do sistema de controle e monitoramento ao alcance da mão do operador. O monitoramento das funções da colheitadeira é realizado através de dois painéis eletrônicos, um montado na coluna do lado direito da cabine e o outro, chamado de EIP (Electronic Instrument Panel), sobre o para-brisa frontal. Na coluna são monitoradas perdas e algumas funções do motor e do rotor. O EIP monitora a rotação dos principais eixos da máquina, área colhida, distância percorrida, funções elétricas e hidráulicas, umidade dos grãos, temperaturas e inclui ainda as proteções do motor. O controle operacional da colheitadeira é realizado por uma alavanca multifunção, ergonomicamente incorporada ao console do lado direito do operador. A alavanca multifunção controla o deslocamento e a velocidade da colheitadeira hidrostaticamente, além deste controle, controla ainda as operações de colheita mais comuns como: baixar e subir a plataforma e o molinete; controlar a flutuação lateral e altura de corte da plataforma, variar a rotação do alimentador e da plataforma de milho; avanço e recuo do molinete; descarga, abertura e fechamento do tubo de descarregador e, ainda, fazer a navegação nas funções pré-reguladas do painel da coluna lateral da cabine. O conjunto todo da alavanca gira mantendo o braço e a mão do operador em um ângulo desejado para reduzir a fadiga operacional. O conjunto de iluminação é composto por 14 luzes; oito luzes de trabalho, duas dianteiras na soleira, duas de apoio na traseira e mais um farol de entrada/saída da cabine. A iluminação da operação de descarga noturna é acionada automaticamente com a abertura do tubo.
TOMADA DE POTÊNCIA
O novo modelo vem equipado com motor
Ventilador Max flow é de fluxo transversal e opera em ampla gama de velocidades Manutenção em correias e polias pode ser feita a partir do solo
Acesso aos espalhadores de palha é simples e fácil
AGCO Sisu Power Citius 84 CTA turbo, de 305cv a 2.100rpm, com intercooler eletrônico, quatro válvulas por cilindro (24 válvulas) tipo cross-flow, que aumentam a circulação de ar pela câmara de combustão. Quando em alguma operação ou motivo a rpm do motor diminui para 1.900rpm, o motor disponibiliza uma reserva de potência de mais 20cv, elevando a potência total para 325cv. Quando em rotação de trabalho, a 2.100rpm e em operação de descarga de grãos, o motor automaticamente disponibiliza uma potência extra de 30cv, chegando a 335cv. A capacidade do tanque de combustível é de 600 litros.
hidráulicas e oferece ainda algumas características não disponíveis em outros sistemas. O sistema hidráulico é de centro fechado com leitura de carga (load sensing) para o controle da força hidráulica, garantindo que cada função tenha um correto fluxo de óleo para o pleno funcionamento. Caso os requisitos de fluxo sejam alterados, o sistema load sensing atua nas válvulas de compensação aumentando ou diminuindo a pressão e o fluxo na bomba para atender às novas exigências. Com isto o sistema hidráulico fica carregado e pronto para reagir a uma nova solicitação de carga ou pressão. Com o uso desta tecnologia, o sistema consome menos potência do motor melhorando a produtividade da colheitadeira e eficiência do uso de combustível. O projeto reduz a emissão de calor no sistema hidráulico e aumenta o tempo de vida dos componentes.
AGRICULTURA DE PRECISÃO
O novo modelo pode ser equipado com o sistema Fieldstar II, a ferramenta de agricultura
de precisão da Valtra. Quando equipada com este opcional, a colheitadeira passa a contar com sensores de rendimento e umidade, antena GPS e com um kit de interface com o computador (Kit de Escritório). Com o Fieldstar II, diversos dados de colheita, tais como produtividade (base úmida e base seca), umidade dos grãos, capacidade da colheitadeira, velocidade de avanço, nível do tanque de grãos e outros, ficam disponíveis na tela do monitor. O Fieldstar II também permite, através do Kit de Escritório, gerar mapas georreferenciados de produtividade, velocidade, perdas, entre outros.
SERVICIBILIDADE
Tanto a BC 7500 quanto a BC 6500 foram projetadas com o que há de mais novo em tecnologia de colheita axial com um nível mínimo de complexidade. O projeto procurou usar um número mínimo de correias, correntes, semfins, polias e engrenagens, buscando sempre reduzir o número total de partes móveis ou itens que requeiram uma manutenção mais complexa, sem prejudicar a performance de colheita. A segurança de operação depende da manutenção e do monitoramento apropriado .M da máquina.
SISTEMA DE TRANSMISSÃO
O sistema de transmissão da Valtra BC 6500 axial consiste em uma caixa de marchas de quatro velocidades acionada hidrostaticamente e com reduções finais de alta capacidade. O eixo traseiro oferece ajustes de bitola de 3,02m para 3,63m em espaçamentos de 152mm, possibilitando a manutenção de força de tração em condições adversas, como em terreno úmido. O eixo traseiro conta ainda com a opção da tração 4X4 hidrostática.
SISTEMA HIDRÁULICO
A BC 6500 usa um avançado controle eletro-hidráulico que simplifica as operações
Na cabine, o banco do operador é ajustável a ar, além de contar com assento lateral para mais uma pessoa, sistema de ar-condicionado eletrônico, retrovisores com controles elétricos e vidros verdes
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EVENTOS
O Show 2010
Coopavel
Embalado pelo otimismo do agronegócio brasileiro, o Show Rural da Coopavel foi palco de inúmeros lançamentos de máquinas agrícolas
C
onhecido como o termômetro do agronegócio por ser o primeiro grande evento do ano, o Show Rural da Coopavel vem mantendo também a fama de grande vitrine para lançamentos e negócios. A edição de 2010 superou a marca de 180 mil visitantes e 342 estandes. As linhas de crédito bastante atrativas também
incentivaram a comercialização principalmente de máquinas agrícolas. Confira alguns dos principais lançamentos no setor de mecanização apresentados no Show Rural 2010.
VALTRA
A Valtra apresentou a sua nova colheitadeira, a BC 6500, uma máquina
A Valtra apresentou seu último lançamento, a colhedora BC 6500, além da plataforma de milho Série 500
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da classe VI, uma das alternativas entre a classe VII, axial de alta performance e mais cara, e as classes IV e V, tradicionais e mais baratas, com menor capacidade e tecnologia disponível. Ela conta com motor Sisu Diesel Citius 84 CTA, ecológico, de seis cilindros turbo intercooler, injeção eletrônica Common Rail de última geração, 305 cavalos de potência, tanque
Fotos Cultivar
A John Deere apresentou as novas colheitadeiras 1470 e 1570, com possibilidade de trabalhar com o sistema AMS, e a plataforma de milho série 600, com opções de quatro a 17 linhas
de grãos de 10.570 litros, rotor axial de 3,65m de comprimento e plataforma de 25 pés. Segundo o coordenador de Marketing de Produto da Valtra, Douglas Vincensi, o processo de trilha axial garante menor índice de quebra de grãos. O foco da nova máquina é atender médios produtores de grãos que buscam agregar valor a seus produtos com máquinas de melhor desempenho, substituindo as colheitadeiras convencionais por modelos axiais com maior tecnologia embarcada. A Valtra destacou também a plataforma de milho Série 500 e a caixa suspensa de armazenamento de sementes, uma adaptação para a linha Hi Tech de plantadoras de culturas de verão.
JOHN DEERE
A John Deere deu destaque para as novas colheitadeiras 1470 e 1570, à plataforma de milho série 600 e à nova colhedora de cana 3520. As novas colheitadeiras 1470 e 1570 lançadas pela John Deere no segmento de saca-palhas trazem inovações em seus sistemas, como a possibilidade de operar com agricultura de precisão AMS. O objetivo destes novos modelos é aumentar a eficiência no trabalho e oferecer mais conforto e controle das operações de campo. Já a plataforma de milho 600C oferece maior capacidade de colheita tanto para equipamentos de saca-palhas como para modelos com rotor. Ela traz para grande diversidade de opções de quatro até 17 linhas e de espaçamentos indo de 45cm até 90cm. Na linha de plantadeiras, os modelos da série 1100 passam a oferecer mais eficiência e precisão com a versão a vácuo. Esta série de plantadeiras foi desenvolvida para trabalhar com alta produtividade mesmo em condições difíceis de plantio direto em solos muito úmidos e pegajosos, situação muito comum no Paraná e em toda a região Sul do
país. O sistema VacuMeter proporciona maior precisão na deposição da semente no solo e maior velocidade de operação, está disponível agora nos modelos 1109, 1111 e 1113. Outro destaque foi a nova colhedora de cana 3520, equipada com o motor PowerTech 9.0L, projetado para uso agrícola e equipado com Field Cruise, sistema eletrônico que limita e controla a rotação do motor e garante uma redução acentuada de consumo.
NEW HOLLAND
A New Holland trouxe para o Show Rural a primeira colheitadeira rotary da New Holland fabricada no Brasil. Ela vem equipada com sistema de duplo rotor, exclusivo da marca, que confere tratamento mais suave do grão em uma área de debulha e separação maior. O modelo tem 10,2 mil litros de capacidade de carga no tanque graneleiro e plataforma de 30 ou 35 pés. O motor é New Holland Cursor, com injeção Common Rail, com potência de 354cv, a uma velocidade nominal de até 2.100rpm. O pico de potência máxima é de 394cv, o que permite
descarga em movimento. Esse aumento de potência de até 40cv permite a colheita em condições críticas. A CR 9060 também foi apresentada em campo, numa área exclusiva destinada a dinâmicas de campo para produtores e concessionários.
CASE IH
A Case IH deu destaque para a série Farmall, tratores de pequeno porte, lançados pela empresa no ano passado e que agora passam por um projeto de nacionalização. A linha Farmall é reconhecida mundialmente há 85 anos e tem como características simplicidade de operação e versatilidade de uso. Os tratores Farmall 80 e Farmall 95, de 80cv e 95cv de potência, respectivamente, podem ser utilizados nas mais variadas aplicações por pecuaristas, produtores de grãos, na cafeicultura e na cana, bem como por hortifrutigranjeiros, em diferentes tamanhos de propriedades. Eles possuem motores Case IH de 3,9 e cinco cilindros com bomba injetora mecânica, transmissão mecânica e sincronizada com 12
A primeira colheitadeira CR 9060 fabricada no Brasil pode ser testada por clientes em área de dinâmicas
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Fotos Cultivar
Linha Farmall da Case IH está passando por processo de nacionalização
velocidades à frente e 12 à ré e sistema hidráulico de centro aberto com vazão de 51,7 litros por minuto, dotados com duas válvulas de controle remoto.
MASSEY FERGUSON
A Massey Ferguson lançou no Show Rural a nova série MF 7000 Dyna-6, com transmissão inteligente, e a nova colheitadeira axial MF 9690 ATR, com acionamento hidrostático do rotor. Os quatro modelos de tratores da Série MF 7000 Dyna-6, de 150cv a 215cv de potência, estão equipados com a transmissão inteligente Dyna-6, que permite selecionar automaticamente a marcha com a melhor relação entre economia e desempenho. Com a transmissão Dyna-6, a troca de marchas pode ser completamente automática ou de forma manual. Os tratores da Série MF 7000 Dyna-6 são equipados com os motores AGCO Sisu Power, que também estão aptos a operar com 100% de biodiesel (B100). Outro lançamento foi a colheitadeira
Os tratores da linha MF 7000 Dyna-6 da Massey Ferguson são dotados de transmissão automática inteligente, que escolhe a melhor marcha para cada situação
axial MF 9690 ATR, equipada com Rotor de Tecnologia Avançada (ATR), com acionamento hidrostático. Esta característica permite que a velocidade seja ajustada e mantida independentemente das oscilações de carga do motor, mantendo uniformes a trilha e a separação dos grãos. Os modelos MF 9690 ATR e MF 9790 ATR têm motores com potências de 305cv e 355cv, respectivamente, ambos preparados para saírem de fábrica equipados com o sistema Fieldstar II de Agricultura de Precisão. Já a divisão de tecnologia da Massey Ferguson apresentou o Controle Automático de Seções de Barra ASC-10, uma solução de controle de aplicação da Massey Ferguson, disponível como um acessório da barra de luzes System 110. Com ele é possível controlar automaticamente a abertura e o fechamento das seções da barra do pulverizador quando este entra
A colhedora FZL da Miac para colheita de milho, feijão e amendoim, passa a contar também com nova plataforma para colheita de soja, feijão e sorgo
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em uma área já aplicada da lavoura. Uma área exclusiva foi utilizada para testes com tratores da série MF 7000 Dyna-6 e demonstrativos do controle automático de barras, onde os produtores puderam operar e conhecer os novos produtos, além de tirar dúvidas com equipes especializadas.
MIAC
A Miac apresentou a colhedora FZL para colheita de milho, feijão e amendoim, que passa a contar também com nova plataforma para colheita de soja, feijão e sorgo. A FZL múltipla colhe até duas linhas de milho com altura regulável e recolhe até seis linhas de feijão enleirado. A transmissão é feita com eixo cardã com duas embreagens de disco que protegem a caixa de transmissão de solavancos ocasionados por materiais estranhos no sistema de trilha. A colhe-
Espalhador e Enleirador Combinados nos modelos Haybob 300 e Haybob 360, da Kuhn, alcançam larguras de até 3,6 metros
A Sol Tower/Quadra da Semeato permite acoplamento de duas semeadoras lado a lado
dora é engatada numa estrutura fixada no trator, que permite uma oscilação vertical em relação ao trator, facilitando a movimentação do conjunto em áreas irregulares e com terraços, sem transferir esforço ao trator.
KUHN
A Kuhn destacou o Espalhador e Enleirador Combinados nos modelos Haybob 300 e Haybob 360. O Haybob 300 possui uma largura de trabalho de três metros e tem descarregamento central. Já o modelo Haybob 360 possui uma largura de trabalho de 3,6 metros e o descarregamento é feito pela lateral. A largura de trabalho dupla dos enleiradores de feno é de seis metros em duas ou três passadas, dependendo do modelo. A Kuhn também destacou a linha completa de enfardadeiras, embaladoras de fardo, segadeiras de tambor e colhedoras de
Uniport 2000 Plus tem barras de 21 metros e motorização com 130cv de potência
forragens, com modelos que se adequam a diferentes tamanhos de propriedades e necessidades de trabalho.
SEMEATO
A Semeato tem nova semeadora adubadora, a Sol Tower/Quadra, disponível nas versões Pipoqueira e Seed, para semeadura de grãos graúdos com precisão em até 17 linhas de 45cm. Os modelos possibilitam a montagem de sulcadores linha de adubo conforme a necessidade do produtor, levando em conta o tipo de solo, cobertura e a cultura a ser implantada. A Sol Tower/ Quadra possui cabeçalho articulável que permite posição de operação ou armazenamento, com regulagem de altura da ponteira para nivelamento da máquina, através do fuso regulador. Ela possui também rodado articulado e a opção de utilização de tandem, que permite o acoplamento de duas semeadoras Sol lado a lado.
A Montana deu destaque para o autopropelido Boxer 4x4 nas versões 2021M mecânica e 2021H hidro
JACTO
A Jacto destacou o novo Uniport 2000 Plus, com tanque de dois mil litros e barras de 21 metros com acionamento hidráulico. Ele vem equipado com motor MWM Internactional 4.10 T de quatro cilindros com turbo compressor com pósarrefecimento do ar e potência de 130cv. O Uniport 2000 Plus possui controlador de pulverização JSC-5000 com porta-bicos bijet ou quádruplos, espaçamento entre bicos e 35cm ou 50cm e possibilidade de utilizar 61 ou 43 porta-bicos. A bomba de pulverização pode ser do modelo JP-100 ou JP-150, com capacidade de recalque de 100 a 150 litros/minutos a 540rpm. Entre as novidades do modelo estão nova cabine, com maior espaço interno e visibilidade, novo condicionador de ar específico para uso agrícola, sistema de iluminação com 14 faróis e novo circuito de pulverização, com ramais sem solta e conexões em aço
A Goodyear levou ao Show Rural sua linha completa de pneus para aplicações agrícola e fora de estrada
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A Pirelli lançou o pneu Earth Agro RT:01 voltado para tratores de alta potência, colheitadeiras e pulverizadores
inox. Sensor de altura de barras e GPS são itens opcionais.
MONTANA
A montana destacou os pulverizadores autopropelidos Boxer 4x4 2021M e 2021H nas versões com transmissão mecânica e hidro. Possuem tanque com capacidade para 2.000 litros em polietileno, suspensão pneumática, bomba centrífuga com capacidade de 150L/min, misturador de produtos e lava-frascos com capacidade de 20 litros para tríplice lavagem, tanque de 42 litros para água limpa e barra de 21 metros autoestável. Na versão hidro, possui quatro motores de roda-hidro. Os dois modelos possuem cabine com ar-condicionado, direção hidrostática e escamoteável, comando eletro-hidráulico de barras e comando elétrico de pulverização, computador de bordo para manutenção da vazão, com informações sobre controle de distância percorrida, horas trabalhadas, volume de calda, litros pulverizados, fluxo
em litros por minuto e tensão da bateria.
GOODYEAR
A Goodyear apresentou novos modelos da Série 600, com os pneus G677 MSD, G686 MSS para uso misto, e G677OTR para fora de estrada. O G677 MSD (Mixed-Service Drive Aplication) é indicado para aplicação no serviço misto em eixos de tração e o G686 MSS (Mixed-Service Steer Aplication) para aplicação no serviço misto em eixos direcionais e livres. Este último modelo também pode ser utilizado nos eixos de tração moderada. Além destes dois pneus para aplicação no serviço misto, foi apresentado também o G677 OTR (Off the Road Service Drive Aplication), que é um pneu de tração robusto, exclusivo para o serviço fora de estrada.
GOODYEAR CORREIAS
A Goodyear Engineered Products
Matrix 570G e Matrix 840G, da Teejet, apresentam informações de orientação e vídeo simultaneamente
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A Colhedora de Cereais JM 390G, com possibilidade de alternar as plataformas de milho e cereais, foi o destaque no estande da Jumil
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trouxe para o Show Rural sua linha completa de correias voltadas para equipamentos e máquinas que operam na área agrícola. Segundo Frederico Martins, gerente de marketing da empresa, “os produtos estão cada vez mais superando as expectativas dos seus consumidores, com rendimento e durabilidade, superando muito mais horas de trabalho”, garante. A Goodyear Engineered Products, também conta com uma linha completa de mangueiras para agricultura e também mangueiras hidráulicas para implementos e máquinas.
PIRELLI
A Pirelli apresentou o pneu radial agrícola da linha Earth Agro RT:01, voltado para tratores de alta potência, colheitadeiras e pulverizadores utilizados em cultivo de grãos e usinas de cana-deaçúcar. Entre as características do novo pneu estão aumento da transmissão da
Goodyear Engineered Products destacou linha completa de correias e mangueiras para utilização agrícola
Fotos Cultivar
linha da empresa. O modelo F-10000 tem capacidade para dez mil litros, com largura de trabalho de até 36 metros e acionamento hidráulico independente do trator, mediante acionamento por cardã na tomada de força. Ele foi desenhado em módulos para facilitar o transporte e a substituição de peças quando necessário. Todas as superfícies são tratadas por um sistema de lavagem especial, com aplicação de uma camada de base epóxi e pintura com esmalte poliuretânico. Nos pontos de contato direto com o fertilizante, as peças são construídas em aço inoxidável. A esteira transportadora é construída de um material emborrachado que não sofre ataque, sendo resistente aos fertilizantes, e o esvaziamento do produto é feito de forma homogênea dentro do reservatório, evitando a concentração do peso de forma excessiva sobre o cabeçalho ou sobre a parte traseira da máquina.
REINKE
O distribuidor de fertilizantes F-10000 da Fankhauser tem capacidade para dez mil litros, com largura de trabalho de até 36 metros
potência da máquina para o solo, melhor autolimpeza e tratividade, por conta dos planos diferenciados de rigidez da banda de rodagem. A camada de borracha entre a banda de rodagem e a carcaça está 70% maior e as barras de tração receberam um reforço na sua base para resistir aos picotamentos e às lacerações.
JUMIL
A Jumil destacou a Colhedora de Cereais JM 390G, desenvolvida para acoplamento em tratores com potência mínima de 75cv. A colhedora possui opção de fornecimento com plataformas para colheita de milho com espaçamentos de 45cm a 90cm, plataforma de cereais de dois metros de largura para a colheita de sorgo, soja, trigo e arroz, além de plataforma para colher feijão. O sistema de trilhagem é axial, composto de um rotor sem-fim com pinos batedores reguláveis envolvidos por peneira cilíndrica. Em uma só operação despalha, debulha e limpa o produto colhido. O graneleiro possui capacidade para 1.300 litros.
sensor de inclinação, módulo de seleção de vídeo para quatro câmeras no modelo 570G e oito câmeras no modelo 840G. Ele possui também opção para uso de receptor externo com outras antenas.
FANKHAUSER
A Fankhauser apresentou o distribuidor de fertilizantes F-10000 que, junto com os modelos F-1500 e F-5500, completa a nova
A Reinke trouxe seu ultimo lançamento para a sua linha de máquinas de limpeza de grãos. Trata-se de um opcional para fechamento das máquinas, feito em fibra de vidro de alta resistência e janelas de inspeção em plástico rotomoldado. Esta opção proporciona maior segurança aos operadores e proteção ambienta, pois um dos objetivos é não emitir pó e reduzir o barulho no ambiente de trabalho. O fechamento foi projetado em módulos, que permitem a adaptação em qualuqer modelo de máquina da marca, seja nova ou comprada há mais tempo. .M
TEEJET
A Teejet destacou o RealView, que apresenta informações de orientação e vídeo simultaneamente, nos modelos Matrix 570G e Matrix 840G. Os dois modelos possuem guia com gráfico 3D, mapeamento e exportação de dados, tela visível mesmo com intensa luminosidade, console de 5,7” ou 8,4”. O Matrix inclui piloto automático, controle automático de seções de barra,
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Fechamento das máquinas, produzido pela Reinke, é feito em fibra de vidro de alta resistência e tem janelas de inspeção em plástico rotomoldado
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FICHA TÉCNICA
F-10000
Lançado no início de 2010, o Distribuidor de Adubos Sólidos F-10000 é o maior integrante da nova família de pulverizadores da Fankhauser
A
Fankhauser lançou em fevereiro uma nova linha de distribuidores, com três diferentes modelos: F-1500 três pontos e arrasto, F-5500 e F-10000, ambos arrasto. Na ficha técnica desta edição apresentaremos o modelo F-10000 com largura de trabalho de até 36 metros e acionamento hidráulico independente do trator, mediante acionamento por cardan na tomada de força, utilizando-se de multiplicadores por polias e correias para o acionamento da bomba. Há também a possibilidade de acoplamento de um computador que possibilita trabalhos georreferenciados em agricultura de precisão com dosagens variáveis, além da possibilidade de instalação de uma balança para pesagem
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do produto. Esta nova linha de distribuidores de fertilizantes tem como seu carro-chefe o distribuidor F-10000, o qual teve seu desenho e sua fabricação idealizados em módulos que facilitam e melhoram o transporte e a substituição de peças quando necessário. Todas as superfícies são tratadas por um sistema de lavagem especial, com aplicação de uma camada de base epóxi e pintura com esmalte poliuretânico. Nos pontos de contato direto com o fertilizante, as peças são construídas em aço inoxidável. A esteira transportadora é construída de um material emborrachado que não sofre ataque, sendo resistente aos fertilizantes, com um alto coeficiente antidesgaste por atrito. A tração da esteira transportadora é obtida mediante rolos
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autocentrantes, com barrotes, construídos em aço inoxidável. Seu formato evita o acúmulo de partículas na superfície. Estes rolos recebem a tração mediante uma transmissão redutora por correntes e engrenagens, partindo de um motor orbital hidráulico. O esvaziamento do produto é feito de forma homogênea dentro do reservatório, evitando a concentração do peso de forma excessiva sobre o cabeçalho ou sobre a parte traseira da máquina, por conta de uma chapa protetora ao fundo da mesma. O acionamento da máquina se obtém através do acoplamento ao trator com o cardan, o qual, por sua vez, aciona uma bomba de duas secções, sendo a primeira para a esteira transportadora e a segunda para o giro dos motores
Fotos Fankhauser
trava, os pneus traseiros do balancim podem trabalhar livres, facilitando manobras. O vão de rodagem é variável de 1,60 a 2,10 metros, permitindo trabalhos de cultivos em fileiras de 0,525 ou 0,70 metros.
DISTRIBUIÇÃO
O acionamento dos dois pratos distribuidores de fertilizantes se dá com motores hidráulicos orbitais e o sistema de pás dos pratos é constituído por duas longas e duas curtas em cada disco. A posição das pás com relação aos furos e à inclinação dos discos tem relação direta com o tipo de fertilizante e suas condições no momento da aplicação, ventos etc. Com as pás posicionadas no primeiro furo (adiantadas), a largura de trabalho aumenta, além de ser indicada para utilização de fertilizantes muito deslizantes, como ureia granulada, por exemplo. As pás posicionadas no furo médio são utilizadas para larguras menores de trabalho e para utilização com fertilizantes com menor capacidade de deslizamento. A posição das pás no terceiro furo (atrasadas) é indicada para aplicação de gesso, excremento de aves etc.
MONITOR
Como opcional há uma balança para pe-
nos discos distribuidores de fertilizantes. O sistema exige o uso de tratores com potência mínima de 100cv, liberando totalmente o uso da parte hidráulica do mesmo, além de permitir o funcionamento equilibrado de todo o sistema, já que sua capacidade de vazão foi projetada para acionar todos os elementos que incorporam o equipamento. Um sistema de proteção com uma lona enrolável, de grande praticidade, evita inconvenientes como chuvas e ventos fortes inesperados. Seu chassi é reforçado, construído com tubos conformados de grande espessura. O rodado é formado por quatro rodas reforçadas para pneus 14.0/65-16BKT e dois balancins (tandem) direcionáveis com travas de retrocesso. Com a retirada dos pinos de
sagem do produto distribuído, que pode ser instalada na cabine do trator, e um computador (opcional) para controle da dosagem, a qual pode ser regulada manualmente pelo operador ou georreferenciada, que fornece vários dados como área trabalhada, velocidade e outros. A interface gráfica é composta por uma tela gráfica em cores, com alto brilho e amplo ângulo de visão e intensidade da iluminação da tela regulável pelo usuário. O monitor apresenta parâmetros durante o trabalho, como velocidade do implemento (em Km/h), tempo de trabalho parcial, tempo de trabalho total, hectares trabalhados parciais, hectares trabalhados totais, distância percorrida (em metros), tensão da bateria e dose de semeadura/ fertilizante aplicadas. Um único cabo possibilita a comunicação entre o computador e o implemento.
Conexão com GPS
O monitor possui conexão direta com o receptor de GPS e suporta distintas configurações de comunicação serial RS-232, além de ser compatível com distintos tipos de receptores. A função Escritura/leitura de arquivos permite a leitura e a escrita em cartões SD/
A tração da esteira transportadora é feita por rolos autocentrantes, com barrotes, construídos em aço inoxidável, tracionados por motor orbital hidráulico
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Fotos Fankhauser
O acionamento dos dois pratos distribuidores de fertilizantes se dá com motores hidráulicos orbitais
Dosificação variável automática ou manual
A dosagem pode ser configurada no monitor como variável automática ou manual, sendo possível variar a quantidade de adubos em forma automática, processando um mapa de prescrição de doses multivariável e a posição determinada por um receptor de GPS. Permite variar a quantidade de adubos em forma manual, selecionando entre doses préprogramadas pelo usuário. Uma função permite o registro de trabalho de dez lotes, com informação detalhada na tela para cada lote, como: hectares trabalhados (em frações de hectares), tempo trabalhado (em frações de hora), rendimento real (média de hectares realizados por hora de trabalho), quilogramas de fertilizantes aplicados por hectares (em lote e em total), velocidade
Balança para pesagem do produto distribuído, pode ser instalada na cabine do trator
máxima de trabalho no lote, registro de trabalho georreferenciado (mapeamento), doses de fertilizante aplicado (único valor utilizável em sistemas hidráulico). Para cada ponto do mapa são armazenados dados como latitude, longitude, hora e velocidade. Os arquivos gerados são arquivos de texto com valores dos distintos atributos separados por vírgula que podem ser interpretados com softwares de processamento GIS. A capacidade de armazenamento dependerá diretamente da capacidade do cartão de memória SD. Assim, por exemplo, em um cartão de 1 GB (gigabyte) ou 1.024 MB (megabytes), se poderão armazenar .M mais de sete mil horas de trabalho.
As pás dos pratos de distribuição de fertilizantes podem ser instaladas com diferentes ângulos
MMC de alta capacidade e pen-drive USB. Utiliza o sistema FAT (file-assignation table) para total compatibilidade com distintos sistemas operativos de PC. Permite também carregar os arquivos de prescrições de doses no formato normalizado: arquivos de formas (SHP) e bases de dados de prescrições (DBF). Cria arquivos com dados georreferenciados do trabalho realizado para efetuar posteriores análises no PC (mapas de velocidade de trabalho, doses aplicadas, momentos de aplicação).
Chapa protetora instalada no fundo do tanque evita concentração de peso sobre a correia
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Monitor opcional fornece dados georreferenciados ao operador
DADOS TECNICOS
O F-10000 possui rodado com dois balancins (tandem) direcionáveis com travas de retrocesso
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Capacidade volumétrica: 10.000L Comprimento: 5.522mm Altura: 2.960mm Largura: 2.616mm Peso aproximado: 2.580kg Largura de trabalho: 36m Potência requerida: 100hp Rodado: 14.0/65 16bkt 14 Vão de rodagem: 1.740 – 2.100mm Tração: arrasto
MÁQUINAS EM NÚMEROS
VENDAS INTERNAS DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS AUTOMOTRIZES NACIONAIS E IMPORTADAS - ATACADO Total Nacionais Importadas Tratores de rodas Nacionais Importados Tratores de esteiras Nacionais Importados Cultivadores motorizados Nacionais Importados Colheitadeiras Nacionais Importadas Retroescavadeiras Nacionais Importadas Mil unidades 2008 2009 2010
JAN 2,9 3,1 4,6
2010 DEZ/O9 B 5.457 5.393 64 4.054 4.024 30 50 45 5 210 210 0 791 762 29 352 352 0
JAN A 4.584 4.519 65 3.545 3.493 52 52 50 2 91 91 0 570 563 7 326 322 4
Unidades
FEV 4,0 3,6
MAR 4,3 4,1
ABR 4,5 3,9
2009
JANC 4.584 4.519 65 3.545 3.493 52 52 50 2 91 91 0 570 563 7 326 322 4 MAI 4,7 4,0
JUN 5,1 4,2
JAN D 3.079 2.950 129 2.398 2.351 47 30 19 11 121 121 0 315 308 7 215 151 64 JUL 5,1 4,8
JANE 3.079 2.950 129 2.398 2.351 47 30 19 11 121 121 0 315 308 7 215 151 64 AGO 5,1 5,1
SET 5,5 5,4
Variações percentuais A/D 48,9 53,2 -49,6 47,8 48,6 10,6 73,3 163,2 -81,8 -24,8 -24,8 81,0 82,8 0,0 51,6 113,2 -93,8
A/B -16,0 -16,2 1,6 -12,6 -13,2 73,3 4,0 11,1 -60,0 -56,7 -56,7 -27,9 -26,1 -75,9 -7,4 -8,5 OUT 5,5 6,2
NOV 4,3 5,3
DEZ 3,7 5,5
C/E 48,9 53,2 -49,6 47,8 48,6 10,6 73,3 163,2 -81,8 -24,8 -24,8 81,0 82,8 0,0 51,6 113,2 -93,8 ANO 54,5 55,3 4,6
MÁQUINAS AGRÍCOLAS AUTOMOTRIZES POR EMPRESA 2010 DEZ/10 B 5.457 4.054 128 22 341 1.221 1.095 1.108 139 791 134 261 117 257 22 210 50 352
JAN A 4.584 3.545 117 60 416 1.115 762 901 174 570 42 271 89 146 22 91 52 326
Unidades Total Tratores de rodas Agrale Case CNH John Deere Massey Ferguson (AGCO) New Holland CNH Valtra Outras Empresas Colheitadeiras Case CNH John Deere Massey Ferguson (AGCO) New Holland CNH Valtra Cultivadores motorizados (1) Tratores de esteiras (2) Retroescavadeiras (3)
2009
JANC 4.584 3.545 117 60 416 1.115 762 901 174 570 42 271 89 146 22 91 52 326
JAN D 3.079 2.398 120 58 214 679 661 543 123 315 47 126 40 93 9 121 30 215
JANE 3.079 2.398 120 58 214 679 661 543 123 315 47 126 40 93 9 121 30 215
Variações percentuais A/D 48,9 47,8 -2,5 3,4 94,4 64,2 15,3 65,9 41,5 81,0 -10,6 115,1 122,5 57,0 144,4 -24,8 73,3 51,6
A/B -16,0 -12,6 -8,6 172,7 22,0 -8,7 -30,4 -18,7 25,2 -27,9 -68,7 3,8 -23,9 -43,2 0,0 -56,7 4,0 -7,4
C/E 48,9 47,8 -2,5 3,4 94,4 64,2 15,3 65,9 41,5 81,0 -10,6 115,1 122,5 57,0 144,4 -24,8 73,3 51,6
Fonte: ANFAVEA - Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores
(1) Empresas não associadas à Anfavea; (2) Caterpillar, New Holland CNH (sucede Fiatallis CNH a partir de 1º/02/05), Komatsu; (3) AGCO, Case CNH, Caterpillar, New Holland CNH (sucede Fiatallis CNH a partir de 1º/02/05).
PRODUÇÃO DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS AUTOMOTRIZES Unidades Total Tratores de rodas Tratores de esteiras Cultivadores motorizados Colheitadeiras Retroescavadeiras Mil unidades 2008 2009 2010
JAN 5,9 4,7 5,8
2010 DEZ/09 B 6.155 4.744 89 100 774 448
JAN A 5.838 4.437 102 90 776 433 FEV 6,6 4,4
MAR 6,6 5,6
ABR 7,0 5,2
2009
JANC 5.838 4.437 102 90 776 433 MAI 6,5 4,5
JUN 7,3 4,1
JAN D 4.652 3.824 98 132 550 48 JUL 7,6 5,6
JANE 4.652 3.824 98 132 550 48 AGO 8,0 5,7
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SET 8,0 6,1
Variações percentuais A/D 25,5 16,0 4,1 -31,8 41,1 802,1
A/B -5,2 -6,5 14,6 -10,0 0,3 -3,3 OUT 8,8 7,0
NOV 7,4 7,3
DEZ 5,4 6,2
C/E 25,5 16,0 4,1 -31,8 41,1 802,1 ANO 85,0 66,2 5,8
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JUSTIÇA EM DEBATE Schubert K. Peter - schubert.peter@revistacultivar.com.br
Vistoria questionável
A
Decisões do STJ desafiam a utilidade da inspeção veicular quando da alteração de registro
utilidade das vistorias realizadas pelos Detrans quando da alteração do registro de propriedade de veículos automotores é objeto de questionamento. Isso porque, em mais de uma decisão, o Superior Tribunal de Justiça decidiu que inexiste responsabilidade do Estado quando da não percepção da adulteração em chassi de veículo. Se a vistoria não objetiva a verificação de ilícitos, qual a sua utilidade? Em recente caso, agricultor teve caminhão apreendido por policial que constatou adulteração nas marcas numéricas do bem. Alegando prejuízos decorrentes da perda da posse do bem e a falha na prestação do serviço por parte do Detran (autarquia), ingressou com ação judicial pleiteando indenização. Alguns fatos sobre o caso, narrados em parecer pelo procurador de justiça Cláudio Mastrangelo Coelho: “Com efeito, o caminhão em questão fora furtado em 24/06/99 (fl. 57), vindo o autor a adquiri-lo em 11/08/99 (fl. 19), após passar pela vistoria
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de praxe e transferi-lo para o seu nome (fls. 20 e 21), ante a inexistência de qualquer óbice para tanto. [...] Em acréscimo, releva notar que, em 24/05/00, ou seja, mais de 9 meses após a aquisição do bem, ainda não constava qualquer informação acerca de furto ou roubo na certidão de registro expedida pelo DETRAN (fl. 19)”. Em primeiro grau, a ação foi julgada improcedente. Em sede de apelação, o Tribunal Estadual reformou a sentença. Reconheceu que o adquirente agiu de boa-fé e que o Estado fora negligente. O STJ, todavia, reformou a decisão estadual. A ministra Eliana Calmon, relatora do recurso, considerou que, mesmo realizada a vistoria, inexistiu nexo de causalidade entre a conduta do agente público que não constatou a adulteração e o prejuízo do agricultor. Há diversas decisões similares. No caso exposto, cabe recurso. E a utilidade da vistoria segue merecendo uma explicação... .M
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