Maquinas 96

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Cultivar Máquinas • Edição Nº 96 • Ano IX - Maio 2010 • ISSN - 1676-0158

Nossa capa

Test Drive Yanmar 1155-4

Veja como se comportou o trator fruteiro 1155-4 da Yanmar, que testamos puxando diversos implementos nos terrenos acidentados da Serra Gaúcha

Destaques

Potência de motores

Entenda como funcionam os sistemas de irrigação autopropelidos e quais as suas aplicações

Conheça os diferentes tipos de avaliação para medir a potência dos motores

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• Editor

Gilvan Quevedo

• Circulação

Simone Lopes Alessandra Willrich Nussbaum

• Redação

Charles Echer Lisandra Reis Aline Partzsch de Almeida

• Expedição

Dianferson Alves Edson Krause

• Impressão:

Kunde Indústrias Gráficas Ltda.

• Design Gráfico e Diagramação

Pedro Batistin Sedeli Feijó

NOSSOS TELEFONES: (53) • GERAL

• REDAÇÃO

• ASSINATURAS

• MARKETING

3028.2000 3028.2070

C Cultivar

• Revisão

• Comercial

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Índice

Irrigação autopropelida

Cristiano Ceia

Capa: Charles Echer

Matéria de capa

3028.2060 3028.2065

Grupo Cultivar de Publicações Ltda. www.revistacultivar.com.br Direção Newton Peter www.revistacultivar.com.br cultivar@revistacultivar.com.br CNPJ : 02783227/0001-86 Insc. Est. 093/0309480

Rodando por aí

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Perdas em colheita de milho

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Armazenagem

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Ficha Técnica - Agrimec

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Irrigação por autopropelido

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Test Drive - Yanmar 1155-4

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Ficha Técnica - John Deere

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Potência de tratores

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Agrishow 2010

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Comparativo MF 9690

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Coluna Estatística Máquinas

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Assinatura anual (11 edições*): R$ 129,90 (*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)

Números atrasados: R$ 15,00 Assinatura Internacional: US$ 130,00 EUROS 110,00 Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados podem solicitá-las à redação pelo e-mail: cultivar@revistacultivar.com.br

Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.


rodando por aí

Brasil

Aaron Wetzel, vice-presidente da John Deere para a América Latina, destacou a importância do Brasil para a empresa, em sua visita à Agrishow 2010. “Estamos lançando produtos aqui que ainda não foram comercializados no hemisfério Norte”, garante. Para Paulo Herrmann, diretor de Marketing da John Deere, o Brasil é visto atualmente como um dos principais mercados agrícolas do mundo.

Nova linha

O lançamento da nova série de tratores 4200 encheu de otimismo o time da Massey Ferguson. Para Carlito Eckert, diretor comercial da Massey, com o cenário positivo no setor de grãos e previsão de crescimento de 10% no setor de tratores, será uma alavanca nas vendas da nova série, que chega cheia de melhorias em comparação com a substituída Série 200. Para Fábio Piltcher, diretor de Marketing da Massey, a nova série ajudará a ampliar a participação da empresa nas vendas pelos programas financiamento de máquinas agrícolas.

Inovação

Odilo Pedro Marion, diretor-presidente da Agrimec, destacou durante a Agrishow a aposta da empresa na inovação, com produtos como o Multicultivador e Pulverizador Canavieiro Sob Palha e o Cultivador Quebra-Lombo Rotativo com Aplicador de Herbicida, que agregam várias operações em um mesmo implemento. “Hoje se busca eficiência, economia e produtividade. Ser eficiente no rendimento e eficaz no resultado. A preocupação do agronegócio atualmente é com o custo, já que o agricultor não manda no preço e precisa ganhar na redução de custo. Essa é a ideia central da minha atividade Odilo Pedro Marion como fabricante de máquinas.”

Novos rumos

Edmilson Tumoli é o novo gerente comercial da Santal. Com 30 anos de experiência no mercado de cana-de-açúcar, chega para reforçar a equipe da empresa, especializada no fornecimento de colheitadeiras canavieiras.

Edmilson Tumoli

Pulverização

Fábio Piltcher e Carlito Eckert

Sucesso

O diretor comercial da Valtra, Paulo Beraldi, definiu como sucesso as vendas da Série A lançada no Brasil em 2009. O mesmo entusiasmo está presente em relação à Série BT lançada durante a Agrishow. Segundo o diretor de Marketing, Jack Torreta, apesar de toda a tecnologia embarcada que a série apresenta, os tratores são extremamente simples de operar e irão conquistar os produtores.

Jack Torreta e Paulo Beraldi

Equipe

Flávia de Andrade, diretora da AGR, coordenou durante a Agrishow a equipe da empresa, que distribui os produtos Raven no Brasil. O sistema de agricultura de precisão Slingshot, para monitoramento de frota, e o sistema de injeção direta de insumos líquidos, SCS Side Nick, foram as novidades apresentadas pela marca no evento.

Gislene Pessin, especialista em Marketing de Produto de Pulverização da John Deere, destacou na Agrishow o lançamento do Pulverizador 4630, com motor de 165 cavalos, reserva de potência de 5% e tanque de solução com capacidade para 2.270 litros, próprio para aplicações em culturas Gislene Pessin de grãos e algodão.

Soluções

A Auteq exibiu na Agrishow 2010 soluções para gestão de frota e monitoramento em plantio. Os principais destaques foram o computador de bordo CBA3100 e o monitor MPA2500. Foi a primeira vez que a John Deere e a Auteq apresentaram seus equipamentos de forma conjunta, após a formalização da joint-venture entre ambas.

Orlando Magri e Rodrigo Villella

Visita

Sue Otten, diretora corporativa de Marketing e Comunicação Mundial do Grupo AGCO, visitou a edição 2010 da Agrishow, em Ribeirão Preto, São Paulo. Baseada na Geórgia, Estados Unidos, a executiva aproveitou para conferir as novidades apresentadas no Brasil pelas empresas que Sue Otten integram o grupo.

Direcionais e de tração

Eduardo Gualberto, gerente de Marketing da Goodyear Pneus, apresentou na Agrishow lançamentos como os pneus G677 MSD, para aplicação no serviço misto em eixos de tração, e G686 MSS, para serviço misto em eixos direcionais e livres.

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Eduardo Gualberto


Precisão

A Agrosystem destacou na Agrishow o RDS Ceres 8000i. Adaptável em qualquer colhedora, o Ceres 8000i, oferece precisão na coleta de dados, como rendimento, velocidade, teor de umidade dos grãos, peso e gravação instantânea de rendimento para fins de mapeamento.

Familiar

A Tramontini, fabricante de máquinas agrícolas voltadas, principalmente, para a agricultura familiar, expôs na Agrishow a linha de tratores de 32cv e 50cv, financiáveis pelo programa Mais Alimentos. Docelino Santos, que acaba de ingressar na empresa, participou pela primeira vez do evento como gerente comercial da Tramontini.

Docelino Santos

Extragrande

Anderson Jacon, gerente de Vendas, e Eduardo Luiz Placca, assistente de Marketing, ambos da Trelleborg, apresentaram na Agrishow o lançamento do pneu extragrande TM900 Hig Power, recomendado para máquinas com alta potência, como tratores com motorização acima de 180 cavalos.

Aplicação

A KO Máquinas Agrícolas, há 43 anos no mercado, apostou na Agrishow para implementar a linha de produtos com a KO 600 Pecuária, desenvolvida para aplicações de herbicidas em pastagens, Speed Jet Cerrado, ideal para a pulverização completa de cafezais, e KO 2000 Seringueira, indicada para aplicação em seringais com árvores de até 12 metros de altura. Segundo o diretor-presidente da empresa, Ronaldo Nogueira da Cruz, a empresa se diferencia no setor pelo custo-benefício da tecnologia oferecida. “Temos equipamentos de qualidade reconhecida mundialmente, por um preço acessível para o pequeno e médio produtor”, afirma.

Anderson Jacon e Eduardo Luiz Placca

Multiuso

Filipe Oliveira, gerente de Marketing, e Rinaldo Lorenzoni, gerente de Vendas, ambos da Santiago e Cintra, destacaram na Agrishow o Ag 500 EZ-2010 com sistema de aplicação à taxa variável (sólido e líquido) via GPS, com abertura automática de seção, para pulverizador, plantadeira e distribuidor.

Filipe Oliveira e Rinaldo Lorenzoni

Turboatomizadores

Uma das novidades da Jacto na Agrishow foi o pulverizador atomizador Arbus 2000/4000 . José Tonon Junior, gerente de Produtos Turboatomizadores da empresa, lembrou que o equipamento foi desenvolvido para atender à grande demanda no segmento de árvores frutíferas, como José Tonon Junior citros, manga e caqui.

Linha completa

Pedro Cazado Filho, diretor comercial da Agritech, e equipe de concessionárias e revendas de São Paulo e do sul de Minas Gerais participaram da Agrishow. Mostraram aos visitantes a mais completa linha de microtratores e tratores de até 75cv desenvolvidos especialmente para atender às necessidades da agricultura familiar. A Agrishow 2010 marcou a consolidação dos programas governamentais de incentivo à mecanização, como o Pró-Trator, criado pelo Governo do Estado de São Paulo, e o Mais Alimentos, que passou a ser uma política pública permanente. A Agritech ofertou 15 máquinas para demonstrar aos visitantes como preparar o solo, fazer canteiros, pulverizar, plantar, entre outras aplicações.

Eixos

A ZF do Brasil, presente no país desde 1958, apresentou aos visitantes da Agrishow os modelos de eixos da família AS-3000, transmissões e redutores para colheitadeiras e transmissões sincronizadas para tratores. Silvio Furtado, gerente de Vendas, e Ricardo Zentner Junior, gerente de Marketing, dos modelos AS-3000, destacaram o eixo dianteiro AS-3065, com bitola estendida, desenvolvido especificamente para a aplicação canavieira.

Silvio Furtado e Ricardo Zentner

GeoCrop

Tiziano Ferrari, Paolo Bertani e Miguel Tale, da Geoline, apresentaram, durante a Agrishow, o GeoCrop, equipamento que elimina os cabos elétricos de ligação entre a cabine e o atomizador, possui controle remoto leve, compacto e fácil de usar, receptor modular e de rápida instalação.

Pedro Cazado Filho

Paolo Bertani, Tiziano Ferrari e Miguel Tale

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colhedoras

Onde se perde Na maioria das vezes a máquina leva a culpa pelas perdas que ocorrem na hora da colheita. No entanto, muito mais fatores do que simplesmente operador e colhedora devem ser levados em conta, como uniformidade da altura de plantas e condições topográficas da lavoura

M

uitas vezes ao se deparar com problemas de desempenho de colhedoras de grãos, principalmente devido a perdas significativas no campo, é comum deduzir que estas perdas são causadas por desgaste ou problemas de regulagem nos componentes da máquina. Mas nem sempre perdas de grãos na colheita podem estar associadas apenas a problemas de desempenho mecânico, deve-se lembrar que a relação máquina-solo-planta é existente e que a má adaptação da colhedora para com as variáveis de porte da cultura pode levar a perdas no campo. Na colheita é preciso ficar atento para fatores como uniformidade da altura da inserção de espiga, acamamento de plantas, teor de água dos grãos, distribuição de plantas na linha e vários outros. Portanto, antes da colheita, é ideal que ocorra uma boa verificação das condições presentes no campo, para realizar as regulagens que tornem a colhedora adaptada para tais condições de forma a reduzir ao máximo as perdas. No caso da colheita de milho, uma das variáveis que se deve ter bastante atenção como exemplo é o teor de água nos grãos. Quando o teor de água dos grãos cai para 24%, já é possível a colheita, porém, com este nível de água, os grãos ainda se encontram muito aderidos na espiga, dificultando a debulha, desta maneira a rotação do cilindro trilhador deve de ser elevada.

Quando o teor de água do milho decresce para 13% ou menos, pouca energia é necessária para remover os grãos da espiga, portanto, um nível baixo de rotação do cilindro será suficiente para debulhar. Deve-se atentar também ao fato de que alta rotação para debulhar espigas com baixo teor de água pode levar à ocorrência de danos físicos e à quebra nos grãos. Atentando-se ao fato de que os parâmetros inerentes ao porte da cultura e às condições de campo podem influenciar nas perdas de colheita, este trabalho teve objetivo de mapear a variabilidade espacial de perdas de grãos e de parâmetros presentes na cultura de milho que podem influenciar na colheita (altura de inserção de espigas, diâmetro de colmos, quantidade de plantas por metro de linha e teor de água dos grãos), desta forma comparando-se os mapas de perdas com os mapas das variáveis de campo, na busca de possíveis relações entre as mesmas, determinando-se qual variável, quanto e como ela pode influenciar nas perdas. Um trabalho com o objetivo de avaliar estas perdas foi realizado na Fazenda Experimental de Ensino e Pesquisa (Feep) da Unesp Jaboticabal (SP) em área do Laboratório de Máquinas e Mecanização Agrícola (Lamma), do departamento de Engenharia Rural da Instituição. Foi semeado milho, em 0,8ha no início de 2008, sendo já considerada época de milho safrinha para região. Tomando-se os cuidados necessários com pragas e doenças e fazendo as

adubações corretas de acordo com a análise de solos, foi atingida uma produtividade média de 6,8 toneladas por hectare (113 sacas). Na área foram selecionadas 30 regiões de amostragem espaçadas em 20 metros entre elas, de forma a se ter uma malha de regiões de amostra. Todos os dados e amostras das variáveis do experimento foram coletados nestas regiões, desde as leituras de porte da cultura, até amostras de perdas de colheita, conforme esquematizado na Figura 1. Após a realização da colheita, os dados foram tabulados de forma regionalizada, ou seja, cada dado foi composto por três valores; dois valores de coordenadas e um valor da própria variável estudada. Estes dados compostos por três valores foram processados em softwares de geoestatística. Inicialmente nestes softwares foram feitas análises para verificar se as variáveis apresentam realmente dependência e distribuição espacial coerente. A análise geoestatística permite estimar valores das variáveis em regiões não amostradas, portanto, com poucos pontos de amostragem bem distribuídos numa área é possível se obter um mapa da distribuição destas na área total. Porém, a confiabilidade destes mapas depende se a variável em questão apresenta dependência espacial, ou seja, sua variabilidade está associada com a posição que esta se encontra. Após feita a verificação de dependência espacial, as variáveis que apresentaram índice John Deere

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médio ou forte de dependência espacial e foram aprovadas em outras análises de confiabilidade, poderão ser processadas para gerarem os mapas de distribuição espacial. Nesta fase do trabalho, foram gerados mapas das seguintes variáveis: Perdas de colheita - Que foram subdivididas em perdas na plataforma de corte, “perdas de plataforma” e perdas decorrentes dos processos de trilha, separação e limpeza da colhedora, chamadas de “perdas na máquina”. Variáveis relacionadas à cultura que possam influenciar nas perdas, “variáveis causadoras”: teor de água nos grãos no momento da colheita, altura de inserção de espigas, quantidade de plantas por metro de linha e diâmetro de colmos. Depois de gerados, os mapas de cada variável foram comparados entre si, buscando-se manchas de eventos que estavam ocorrendo no mesmo local ou próximo, em variáveis diferentes, verificando se os parâmetros do campo estavam influenciando nas perdas de colheita (Figura 2).

RESULTADOS ENCONTRADOS

Nas Figuras 3, 4 e 5 são apresentados alguns exemplos dos resultados encontrados neste trabalho, onde a variabilidade das perdas

Figura 1 - Metodologia do trabalho

em determinado local está associada a uma possível variável causadora que estava neste mesmo local. Nestas figuras, são apresentadas algumas das faixas por onde a colhedora passou,

medindo 3,60 x 100,00 metros. Conforme apresentado na legenda, a coloração dos mapas segue padrões determinados por estudos e revisão de literatura para cada variável.


Figura 2 - Comparação dos mapas de perdas com os mapas das possíveis variáveis causadoras, que ocorreram na faixa de colheita

Faixa de Colheita

PERDAS PELOS MECANISMOS INTERNOS

A dependência espacial da variável “perdas na máquina”, foi avaliada como baixa. Assim, é comum que os mapas de baixa dependência espacial tenham aspecto de mosaico, como apresentado na Figura 4. Dentre todas as variáveis causadoras, apenas o “teor de água nos grãos” apresentou baixa dependência no espaço e, consequentemente, nos mapas tem-se o mesmo aspecto em mosaico. Portanto, apoiando-se em vários experimentos que já comprovaram que o teor de água nos grãos pode interferir nas perdas, pode-se concluir que se a distribuição espacial do teor de água nos grãos foi de baixa dependência espacial, consequentemente os reflexos nas perdas de máquina tiveram o mesmo aspecto.

Legenda das classes para referência nos mapas Variável Perdas de grãos na colheita (%) Teor de água nos grãos (%) Densidade de plantas (planta m-1) Altura de inserção da espiga viável (cm) Diâmetro de colmos (mm)

sionando perdas. A menor altura de inserção pode ocasionar o tombamento da espiga fora da calha de coleta abaixo dos rolos despigadores, podendo a mesma ser pega pela plataforma e ser triturada, gerando perdas de grãos ou até mesmo de espigas.

Muito inferior <8 <3 < 80 < 16

* Valores acima de 120 cm não foram encontrados no experimento

PERDAS NA PLATAFORMA DE CORTE

Case IH

Em vários mapas gerados, foram observadas maiores perdas na plataforma em locais onde se encontravam plantas com menores alturas de inserção de espiga e maiores ou menores diâmetros, como exemplo das Figuras 2 e 3. Diâmetros elevados de colmos geram maior resistência no corte, podendo ser apenas triturados, tombando a planta para frente, perdendo-se a espiga na colheita. Diâmetros de colmos finos podem ocasionar efeito semelhante pelo fato de a

Valores das classes consideradas Superior Ideal 0a2 0 16 a 21 9 a 12 13 a 15 7 3a5 6 * 80 a 99 100 a 125 23 a 26 17 a 19 20 a 22 Inferior

Muito superior >2 > 22 >8 * > 27

colhedora não conseguir coletar o mesmo com firmeza. A densidade de plantas acima do normal também pode estar relacionada a maiores perdas na plataforma, visto que este fator pode causar sobrecarga na plataforma de corte oca-

CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

Conclui-se, então, que a distribuição espacial das perdas de grãos no campo tem forte influência do ambiente e dos parâmetros de porte da cultura. Portanto, ao se regular uma colhedora, é fundamental, inicialmente, dar uma boa verificada na área da cultura, mensurando-se as variáveis que mais possam .M interferir na colheita. Everton Fernando Precaro Rouverson Pereira da Silva Unesp/Jaboticabal

Figura 3 - Perdas na plataforma de corte e possíveis causas. Observa-se que as manchas azuladas e pretas nas variáveis causadoras, encontram-se na mesma região da mancha azulada que determina ocorrência de perdas

Perdas na Plataforma Possíveis Causas

Plantas por metro de linha

Diâmetro de colmos

Figura 4 - Perdas na plataforma x altura de inserção de espigas. O nível muito inferior da altura de inserção de espiga (região avermelhada em destaque) pode ter sido responsável por excesso de perdas (região negra em destaque)

Perdas na Plataforma Possível Causa

Altura de inserção de espiga

Figura 5 - Perdas nos mecanismos internos e teor de água nos grãos: ambos apresentam baixa dependência espacial, possivelmente por terem dependência e relação entre eles

Ao regular a colhedora é fundamental avaliar bem as condições da cultura que será colhida

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Perdas nos mecanismos internos Possível Causa

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armazenagem

O preço do desconto

Cultivar

Estudo avalia o percentual de desconto em função de umidade e impurezas dos grãos na hora de comercializar o produto e mostra que a construção de secadores e máquinas de beneficiamento na fazenda pode ser um investimento que se paga a médio prazo

O

setor primário de produção brasileiro tem como uma das suas principais atividades a produção de soja. O Brasil gerou na safra 2007/2008 aproximadamente 60.017 mil toneladas de soja (Conab, 2009). Porém, nota-se um contraste entre a produção de soja e a capacidade de armazenamento desse produto. Segundo Conab (2009), o Brasil tem uma capacidade de armazenamento de 125.708 toneladas de grãos (armazéns cadastrados), ou seja, somente a produção de soja já ocuparia cerca de 47% da capacidade estática. É válido salientar que o Brasil produziu na safra 2007/2008, 144.137 mil de toneladas de grãos, Conab (2009). Em particular, o estado de Mato Grosso destaca-se por ser o maior produtor de soja do Brasil, na safra 2007/2008, o cultivo de soja atingiu uma área de 5.704.160ha, obtendo uma produção de 17.406.835 toneladas, Imea (2009). Porém, o estado apresenta problemas graves em logística e um déficit acentuado na capacidade estática de armazenagem de grãos. A Figura 1 demonstra a evolução da produção de soja e a evolução da capacidade de armazenagem para os estados do Paraná (PR) e Mato Grosso (MT). Na Figura 1, é possível observar a evolução da produção dos estados do PR e MT, em relação às safras 2000/2001 e

2007/2008, onde o aumento da produção foi de aproximadamente 37% e 85% e o aumento da capacidade estática em armazéns cadastrados foi de 38% e 80% respectivamente. Porém, analisando apenas a safra 2007/08, a produção de soja ocupa 48% da capacidade estática no estado do Paraná e 72% no estado de Mato Grosso, ou seja, para essa situação o PR ainda possui 52% dos seus estoques para armazenamento de outras culturas, já o Mato Grosso possui 27%. A capacidade estática de ambos os estados são próximas, porém, o estado de Mato Grosso produziu na safra 2007/08 aproximadamente 50% a mais do que o estado do Paraná. Nota-se que há uma necessidade de construção de novas unidades de armazenamento de grãos no Brasil, principalmente no estado de Cerrado. Para enfatizar a questão, a Figura 2 demonstra a produção e a capacidade estática de armazenagem de grãos para os estado

O Cerrado é a região mais carente de unidades armazenadoras e beneficiadoras de grãos

de Mato Grosso. Conforme a Figura 2, a capacidade estática de armazenamento de grãos do estado de Mato Grosso não acompanhou a sua produção, promovendo um déficit de 15% de capacidade estática em relação à produção. Ainda analisando a Figura 2, na safra 2007/08 o Mato Grosso produziu 28.193 mil toneladas de grãos, sendo 17.406 mil toneladas de soja, ou seja, 63% da produção de grãos é oriunda do cultivo de soja. A instalação de uma unidade armazenadora de grãos, além de permitir ao produtor a possibilidade da comercialização do seu produto em um momento mais oportuno, permite também que o produtor minimize suas perdas referentes aos descontos de umidade, impureza e danos mecânicos no

Agrocult

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momento da entrega do seu produto. Os investimentos em novas tecnologias agrícolas, que permitiram aumentar a produção de grãos nos últimos anos, não foram acompanhados pelo investimento em ampliação, modernização e adequação das estruturas armazenadoras. O Brasil sofre as consequências da ineficiência de sua rede, pagando com elevadas perdas na cadeia produtiva, fato inconcebível para uma nação, que possui problemas com alimentação e pretende tornar-se um país de primeiro mundo.

A ENTREGA DA SOJA

No momento da comercialização dos produtos necessários para a condução do cultivo de soja, os produtores muitas vezes realizam a chamada “troca de produto”, ou seja, trocam insumos (fertilizantes, defensivos entre outros) pelo produto que será colhido. Nos contratos que regem as regras da comercialização realizada, estão especificadas as condições de entrega dos produtos, assim como as características dos grãos a serem entregues. Quando o produto a ser entregue não está dentro do padrão estabelecido pelo contrato, a empresa que recebe os grãos aplica uma metodologia de desconto, onde o excesso de umidade e a impureza são descontados. Porém, na maioria das vezes, a metodologia utilizada para realizar os descontos não é explícita no contrato, dessa forma, o produtor fica à mercê das condições estabelecidas pela empresa que recebe os produtos. Uma das maneiras de minimizar o desconto na entrega dos grãos é a realização da limpeza e secagem dos grãos colhidos, dessa forma os mesmos estariam no padrão de comercialização. No entanto, para realizar a limpeza e a redução do teor de umidade dos grãos, o produtor pode terceirizar o serviço ou instalar uma unidade de beneficiamento

de grãos em sua propriedade. Ambas as opções implicam em custos, porém, podem promover custos inferiores aos descontos praticados pelas empresas recebedoras dos grãos. Para se ter uma estimativa dos descontos que o produtor pode sofrer na comercialização da sua produção, realizou-se para uma propriedade um levantamento dos descontos realizados na entrega da safra de soja por uma trading no município de Sorriso (MT). Os valores dos descontos foram obtidos por meio de romaneios oriundos da empresa que recebeu os grãos, assumindo uma tolerância de 1% para impurezas e 14% para umidade. A Tabela 1 demonstra as características das

Figura 1 - Produção de soja, capacidade de armazenamento e relação em % entre a produção de soja e a capacidade estática de armazenagem para os estados do PR e do MT. Fonte Indea (2009)

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safras de soja consideradas:

propriedade estudada

Esta propriedade que cultiva 7,6 mil hectares de soja a cada safra, depende extremamente das condições climáticas para a realização de uma boa colheita, pois o produto que é colhido com umidade elevada necessita ser entregue o mais rápido possível para a trading devido à ausência de uma unidade armazenadora. Caso o grão não seja entregue rapidamente, poderão ocorrer outras perdas, entre elas os grãos ardidos. Analisando a safra 2007/2008 nota-se um maior desconto de umidade, esse fato

Figura 2 - Evolução da produção e capacidade de armazenagem para o estado de MT. Fonte Conab (2009)


Agrocult

TABELA 1 - Características das safras de soja da propriedade estudada Safra 06/07 07/08 08/09 Total

Área (ha) Produção bruta (kg) Desconto de impurezas (kg) Desconto de umidade (kg) Preço médio (R$/kg) 0,519 7.626,97 27.027.668 222.189,50 1.471.718,00 0,625 7.622,70 27.692.274 111.519,00 1.891.787,00 0,627 7.567,00 27.587.603 40.488,00 1.084.894,00 22.816,67 82.307.545,00 374.196,50 4.448.399,00

ocorreu devido aos altos índices pluviométricos que foram característicos da safra em questão. Contudo, realizando os cálculos de umidade do produto entregue para as safras encontramos os valores de 18,7%, 19,8% e 17,3% para as safras 06/07, 07/08 e 08/09, respectivamente, sendo que esses valores de umidade poderiam ser reduzidos por meio de um secador e, consequentemente, minimizar os descontos de umidade, ação que aumentaria as receitas da propriedade. Ainda temos a questão dos descontos oriundos das impurezas, que apesar de representarem valores bem inferiores em relação à umidade, representam aproximadamente 13% dos descontos para as três safras. Este valor poderia ser reduzido com a utilização de máquinas de beneficiamento. Para o caso em questão os descontos

Desconto (R$) 878.573,36 1.252.066,25 705.614,51 2.836.254,12

atingiram o total de R$ 2,8 milhões apenas para impureza e umidade, ou seja, não foram contabilizados os custos com frete (propriedade – tading), que no pico de safra é elevado, e a perda de tempo no momento da entrega devido às grandes filas nas unidades de recepção dos grãos. Existem estudos sobre viabilidade econômica de unidades armazenadoras que demonstram resultados positivos para a implantação das mesmas, todavia, notase a falta de investimentos dos empresários do setor, que são justificados por falta de políticas de incentivo. A questão que se deixa para reflexão é se os valores pagos pelos descontos são suficientes para o investimento em uma unidade de beneficiamento de grãos? .M Rafael Cesar Tieppo, Univ. do Estado de Mato Grosso


FICHA TÉCNICA

RFC 1500

O Recolhedor de Feno Agrimec possibilita a realização das operações de recolhimento, transporte e estocagem de fardos cilíndricos de feno com um único operador e sem a utilização de outros implementos

A

Agrimec lançou recentemente o Recolhedor de Fardos Cilíndricos de Feno, equipamento exclusivo, que possibilita realizar sem auxílio de outras máquinas as operações de recolhimento, transporte e estocagem dos fardos na mesma posição em que estavam no solo, possibilitando maior agilidade no processo. Devido à sua concepção, os recolhedores cilíndricos acionados através do sistema hidráulico possuem alta capacidade de recolhimento e velocidade de transporte dos fardos. Este implemento recolhe os fardos espalhados no campo de forma rápida, um a um ou enfileirados, envelopados ou não, transporta-os pela distância necessária e descarrega-os em fileiras ou um a um ou conforme a necessidade do produtor. A disposição em fileira possibilita o armazenamento de maior número de fardos por metro quadrado, otimizando o espaço disponível para o estoque. Toda esta operação é realizada apenas pelo tratorista através do acionamento hidráulico

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do trator, o que proporciona economia de tempo, mão de obra e combustível. Por recolher os fardos diretamente do solo após a ação da enfardadeira, deixa o mesmo livre para as operações subsequentes. A forma como os fardos são carregados e descarregados (deitados) permite que não absorvam tanta água e mantenham sua forma seca, própria para o uso. O modelo RFC 1500 carrega fardos de até 1,5m de diâmetro por qualquer comprimento.

COMPOSIÇÃO E OPERAÇÃO

O RFC 1500 trabalha conectado à barra de tração e ao sistema hidráulico do trator. Projetado para carregar fardos de até 1,5m de diâmetro, o recolhedor possui duas câmaras cilíndricas de seis metros de comprimento que em pouco tempo carrega, transporta e descarrega grande quantidade de feno. As câmaras são acionadas por cilindros hidráulicos conectados ao controle remoto do trator

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Eixo tandem facilita o transporte em terrenos irregulares

que possibilitam baixá-las à altura do solo para realizar o recolhimento do fardo por arraste e levantá-las até a posição de transporte. Possui limitador traseiro móvel para proteção dos fardos durante a carga e o transporte. Durante o processo de recolhimento, os limitadores são acionados através de cilindros hidráulicos para fecharem a câmara de forma a impedir a saída dos mesmos ao serem carregados. Estes limitadores são abertos durante a descarga, possibilitando a saída dos fardos pela traseira das câmaras. Em sua composição, ainda apresenta eixo


Fotos Agrimec

O recolhedor possui limitador traseiro móvel para proteção dos fardos durante a carga e o transporte. Na hora da descarga os limitadores são abertos para os fardos saírem pela traseira das câmaras

tandem para facilitar o transporte em terrenos irregulares.

MANUTENÇÃO

Para manter a máquina em boas condições de operação, é necessário lubrificar semanalmente as graxeiras dos pinos de .M articulação. CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS RFC 1500 Altura (mm) Comprimento total (mm) Largura de transporte (mm) Peso aproximado (kg) Capacidade máxima (kg) Diâmetro máximo dos fardos (mm) Comprimento das câmaras (mm) Capacidade Pneus Acionamento controle remoto

RFC 1500 2860 8500 3100 2610 8000 1500 6000 8 fardos de 1.500mm 4 pneus 10x16,5 Cilindros hidráulicos

Cilindros hidráulicos conectados ao controle remoto do trator são acionados pelo operador dentro da cabine, baixando e levantando as câmaras do implemento

.M

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tratores Divulgação

Canhão autopropelido Comercialmente conhecido como “rolão”, “carretel enrolador”, “turbomaq”, dentre outros, o autopropelido é um sistema de irrigação mecanizada com deslocamento contínuo, tendo como características principais a aplicação de água através de canhões hidráulicos de grande porte e o uso de mangueiras flexíveis de grande diâmetro

É

incontestável que a evolução dos sistemas de irrigação autopropelidos se deu devido à necessidade de redução de mão de obra no campo, sendo que os aprimoramentos técnicos envolvidos na sua concepção construtiva estão sendo aplicados em novas áreas de fronteira agrícola e no setor sulcroalcooleiro. Este último é hoje o maior usuário deste equipamento, para aplicação de água e fertirrigação com efluentes industriais (vinhaça + água residuária). Dentre os aprimoramentos técnicos citamse o desenvolvimento de características que facilitam a operação, manejo e transporte do equipamento; sua adaptabilidade a diferentes tipos de cultura e diferentes tipos de solo, embora tenha melhor desempenho nos de textura grossa com alta taxa de infiltração e cobertos com vegetação, em declives menos acentuados, não sendo fator limitante a irregularidade do terreno. Citam-se como principais limitações do uso deste equipamento a sua baixa eficiência de aplicação de água e o elevado consumo energético. O primeiro ponto trata das perdas de água em condução e, durante o processo de aplicação, em condições de velocidade de

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vento média-alta, por evaporação e arraste de gotas, oriundas do canhão hidráulico, que trabalha sob alta pressão (4,0 – 10kgf/cm²) e vazão (20 a 170m³/h), grandes espaçamentos (largura de faixa – até 100m), fracionamento contínuo de jatos d’água (movimentação do canhão-angulação), velocidade de deslocamento (recolhimento do equipamento) e bocais. No segundo ponto somam-se às elevadas pressões de trabalho requeridas pelo aspersor, às perdas de carga na mangueira (20 – 40mca), na turbina do equipamento (5 – 10mca), além daquelas oriundas do desnível geométrico do local, que resultam em bombeamentos mais potentes, robustos e mais exigentes em demanda energética para seu perfeito funcionamento. Podem-se listar como principais componentes do sistema: (I) estação de bombeamento; (II) tubulação de sucção, recalque, adutora e distribuição (secundária); (III) tomadas de água (hidrantes de linha). Como constituintes do equipamento propriamente dito tem-se: um aspersor de grande porte (canhão hidráulico) normalmente com ângulo de giro de até 3600, embora usualmente trabalhe em 3300, visando manter seca a faixa de deslocamento do equipamento; carro asper-

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sor deslocável - suporte do canhão; mangueira flexível – condução de água; sistema de deslocamento: sistema de tracionamento e cabo de aço ou mangueira; carretel enrolador (chassi fixo) – ausente no deslocável por cabo de aço. Os dois principais tipos de autopropelido podem ser resumidamente descritos como: deslocável por tracionamento do cabo de aço e deslocável por tracionamento da mangueira de irrigação. Deslocável por tracionamento do cabo de aço: neste tipo de equipamento todo o conjunto motriz é montado sobre um carrinho que recebe a água bombeada para irrigação e aciona o sistema de pistão ou turbina. Esta, por sua vez, aciona um sistema de engrenagens (15, 17 e 19 dentes) que enrolam o cabo de aço num tambor específico também alojado no carrinho. O cabo é esticado e ancorado na extremidade oposta ao ponto inicial de irrigação e, uma vez tracionado, enrola-se no tambor promovendo o deslocamento do carrinho aspersor (Figura 1). Como a mangueira é ligada no hidrante localizado no centro da área e o cabo de aço ancorado na extermidade oposta, o comprimento total do cabo é duas vezes o comprimento da mangueira.


Fotos MTU

Figura 1 - Detalhe do autopropelido tracionado por cabo de aço

Fotos Luiz Fabiano Palaretti

Tem como principais desvantagens a necessidade de maquinário específico para enrolamento da mangueira após o final da irrigação no local e a baixa durabilidade da mangueira pelos danos físicos causados em seu arraste. Deslocável por tracionamento da mangueira de irrigação: tem o mesmo princípio de funcionamento do anterior, porém, a transmissão do giro, da turbina ao equipamento, ocorre através da passagem por uma turbina que por intermédio de um redutor de velocidade transmite toda energia motriz necessária para o que o carretel promova o tracionamento e o enrolamento da mangueira (Figura 2). Outra diferença básica está na constituição da mangueira, que neste caso é de Polietileno de Média Densidade (PEMD), com diâmetro variando de 50 a 140mm, com 150 a 550m de comprimento. A flexibilidade proporcionada pelo PEMD permite operação do equipamento em curvas de nível e áreas com declive acentuado. Uma extremidade é fixa ao carretel (entrada de água) e aportada no mesmo à medida que é enrolada. A outra extremidade é conectada ao carro irrigador, contendo somente o canhão aspersor (saída de água). O carretel enrolador é composto por um

chassi robusto montado sobre duas, quatro ou seis rodas que serve de base e alicerce a todo sistema de tracionamento/enrolamento da mangueira. Os mecanismos de controle automático de velocidade de deslocamento (painéis digitais) substituem os antigos sistemas de pistões/engrenagens. Estes painéis trazem informações em tempo real, de velocidade de deslocamento, tempo de trabalho e restante da operação, vazão e lâmina aplicada, dentre outras. A configuração mais recente deste equipamento possui travas de segurança para desacionamento do equipamento a qualquer momento. Melhorias significativas ocorrem nos componentes do acionamento mecânico, com destaque para a turbina hidráulica do tipo Pelton (potência de 4cv), responsável pela transferência de potência (mecânica) pela ação de um eixo movimentado por rotor em caracol, para o equipamento; o redutor de velocidade, responsável por aumentar o torque do equipamento (≅ 10 m.ton.), pela redução da velocidade vinda da turbina, transmitindo a cremalheira ou corrente de transmissão. A marcha de engate deste é proporcional à velocidade de deslocamento, devendo-se evitar trancos, e a lubrificação deste com óleo apropriado (SAE90) é um diferencial

importante na sua durabilidade. E por último e não menos importante citam-se os painéis eletrônicos de acionamento, que associados ao sensor de velocidade da turbina, são responsáveis pela regulagem da velocidade de deslocamento do equipamento. Necessitam de uma fonte de alimentação elétrica externa (bateria), sendo opcional o carregamento da mesma via placa solar, que exclui a necessidade de cargas na bateria, comumente dadas fora do equipamento (carregador elétrico) ou no alternador do motor a diesel. Pelo reportado acima se observa que as áreas irrigadas contíguas e paralelas (faixas) pelo equipamento são calculadas em função da largura (esp. de hidrantes) x comprimento (mangueira), da velocidade de deslocamento do equipamento, da lâmina aplicada e do número de horas de funcionamento diário. Manejo operacional em campo: a eficiência no processo de irrigação deste equipamento depende muito de seu manejo em campo, ou seja, da disposição do mesmo ao longo dos pontos de tomada de água (hidrantes) e as áreas a serem irrigadas. É primordial que se tenha em mente buscar uma sistematização das áreas no que se

Figura 2 - Detalhe do autopropelido tracionado por mangueira

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Irrigabrasil

Luiz Fabiano Palaretti

Figura 3 - Detalhe interno da turbina e do redutor

Carretel enrolador é composto por um chassi robusto montado sobre 2, 4 ou 6 rodas que serve de base e alicerce a todo sistema de tracionamento/enrolamento da mangueira

relaciona com as dimensões (largura x comprimento), uma vez que no processo de irrigação, a mangueira do equipamento deve estar totalmente esticada (desenrolada). Portanto, deve-se adquirir um equipamento compatível com as dimensões disponíveis ou adequá-las para receber o equipamento com as devidas especificações. Uma breve descrição do procedimento de uso do equipamento, tracionado por mangueira, será abordada visando principalmente focar a sequência de uso correto do equipamento, podendo servir de modelo aos usuários, mas não como regra. Assim sendo, montam-se as redes de adução e distribuição de água, desloca-se o equipamento até o local respeitando a velocidade máxima informada pelo fabricante (máximo 10km/h – 2a reduzida). Posiciona-se o carretel enrolador próximo à tomada de água (hidrante ou motobomba) girando-se o mesmo para 90º (perpendicular ao eixo das rodas) travando-o, juntamente com as rodas do chassi do equipamento e fixando-o ao solo com uso das âncoras. Uma vez feitas as devidas conexões, coloca-se o redutor em ponto-morto (posição 0); libera-se a trava antirrecuo do carretel; mantém-se o redutor levemente freado, para que o desenrolamento da mangueira não exceda 5km/h (velocidade máxima de tracionamento); retira-se o pino-trava do varão de desarme do

redutor e destrava-se o carro irrigador. Engata-se o carro irrigador no trator, desenrolando em linha reta 100m para somente depois fazer curvas, ocasionalmente. Deve-se respeitar a velocidade citada acima, acionando a segunda marcha reduzida no trator. A mangueira deve ser esticada em sua totalidade, não deixando mais que três voltas no carretel, o que aumentaria a perda de carga no equipamento. Em situações onde a mangueira é maior que as dimensões da área é comum fazer o serpenteamento da mangueira “S”, servindo como uma medida paliativa que afetará diretamente a uniformidade de distribuição e eficiência de aplicação de água do equipamento. Este processo de desenrolar termina quando a mangueira restante no carretel atinge a marca pintada no mesmo, geralmente esta se localiza a uma volta do final do densenrolar total. É comum nesta etapa a desconexão da mangueira do carretel por falha humana, tanto do operador do equipamento, que não observa as marcações na mangueira, quanto do tratorista, que a estica demasiadamente. Com o carro irrigador posicionado no início da faixa a ser irrigada e com a mangueira totalmente esticada (desenrolada) a uma distância igual ao comprimento da mangueira do equipamento, destrava-se o canhão hidráulico, setorizando o mesmo (≅ 330º), evitando-se assim molhar o caminho antes da passagem do carrinho.

Este procedimento deve ser feito com o equipamento desligado (sem água), uma vez que em funcionamento alguns canhões têm a característica de “chicotear” rapidamente para completar a setorização, podendo causar danos físicos ao operador. No primeiro momento da irrigação o carro irrigador funciona temporariamente estacionado, irrigando um comprimento de faixa equivalente a 1/3 do diâmetro molhado do canhão hidráulico. Isto se faz necessário para uma melhor uniformização na distribuição de água do equipamento, uma vez que, se o carro irrigador deslocasse imediatamente, esta área inicial receberia uma lâmina (mm) (vazão/área) menor que o restante da faixa. Finalizado o processo estacionário, é preciso acionar a trava antirrecuo, liberar o freio redutor, ligar o painel eletrônico, programar a velocidade de deslocamento desejada, engatar o redutor, sendo que este procedimento somente deve ser realizado quando o sistema estiver pressurizado e a turbina com potência suficiente para acionar o redutor. Assim, o equipamento inicia seu deslocamento, pelo recolhimento da mangueira, ao longo de toda a faixa de irrigação (comprimento x esp. hidrantes). O tempo necessário para percorrer toda a extensão é em função da lâmina a ser aplicada, sendo para lâminas maiores a velocidade de deslocamento menor, ou seja, maior tempo de recolhimento e vice-versa. Montovani

Figura 4 - Disposição dos equipamentos no campo, com a opção do canhão de espera

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A disposição dos carreadores também influencia a qualidade da irrigação, principalmente nas perdas por arraste do vento, sendo melhores as performances daqueles construídos perpendicularmente à direção predominante do vento somado a aspersores operando com bocais cônicos e menos inclinados (jato dirigido). Convencionalmente e por questões de custos, não é indicado o uso de autopropelido para irrigação diária e sim com base em acúmulos de déficits de pelo menos seis a sete dias. Isso possibilita que o equipamento seja pouco movimentado, evitando perdas de tempo efetivo de irrigação e desgaste do mesmo, permitindo que o equipamento fique o máximo de tempo em funcionamento (nas posições) e irrigue uma área cada vez maior por posição (maior comprimento de mangueira x espaçamento), aumentando, assim, sua eficiência de uso. Os principais equipamentos existentes no mercado já apresentam tabelas de conversão rápida entre lâmina aplicada x velocidade de enrolamento. E uma vez programado nos painéis elétricos o controle da velocidade é sincronizado com a turbina hidráulica aumentando ou reduzindo o fluxo de líquido que gira o mecanismo. Momentos antes da finalização da irrigação o carro irrigador se aproxima do carretel, encostando-se no mesmo, acionando-se, assim, o mecanismo de desligamento (trava de segurança) e levante do carro irrigador, finalizando o processo de irrigação por desligamento automático do canhão. Dessa forma, gira-se o carretel num ângulo de 180o (paralelo às rodas) travando-se o mesmo e o canhão hidráulico. Desconecta-se o mangote de sucção da tomada de água, encaixase no engate do trator e inicia-se o transporte até o próximo ponto, recomeçando todo o processo. Este novo ponto corresponde à metade da faixa

Os pesquisadores Luiz Palaretti, Rubens Coelho, Marconi e Glauber Gava explicam o funcionamento e as aplicações de sistemas de irrigação autopropelidos

de irrigação subsequente, sendo normalmente múltiplo de seis metros. Todos estes procedimentos devem ser feitos dentro da maior segurança e rapidez possível, uma vez que a eficiência de manejo do sistema no campo é definida pelo tempo total da operação realizada (TT), ou seja, acoplamento, tempo de irrigação (TI) e desacoplamento do equipamento na tomada de água. Utiliza-se como artifício para aumento no desempenho no tempo total um aspersor estacionário, dito “canhão de espera”. Este equipamento nada mais é do que um aspersor canhão montado sobre um carro com rodas, que fica acoplado no ponto adjacente ao do equipamento, sendo colocado em funcionamento durante o processo de desacoplamento e transporte do autopropelido para a próxima posição a ser irrigada. Com esse procedimento, evita-se que o sistema de bombeamento tenha que ser desligado durante o processo de troca de posição, uma vez que este geralmente se localiza longe do ponto de aplicação. Com a forte expansão do uso destes equipamentos para aplicação de vinhaça em canade-açúcar, algumas outras variações podem ser observadas no manejo em campo. Um exemplo é o funcionamento instantâneo de dois ou mais autopropelidos de uma só vez, na mesma adutora. O manejo resume-se em esticar

escalonadamente cada um dos equipamentos, evitando-se que todos cheguem ao ponto final ao mesmo tempo. Dessa forma, sempre que um equipamento estiver sendo transportado, outros dois vão estar em funcionamento, sendo que um mais próximo e outro mais distante do ponto final. Este tipo de manejo não obriga o uso do canhão da espera, podendo ou não ser usado (Figura 4). Após esta discussão pode-se dizer que para um perfeito desempenho do equipamento não existe uma receita pronta, sendo necessário obedecer a critérios técnicos estabelecidos pelo fabricante em associação aos propostos por um profissional capacitado para tal. Por apresentarem investimentos significativos e grande probabilidade de insucesso no uso errôneo dos equipamentos, a contratação de um profissional tanto para projetos quanto para treinamento de equipes de operação é necessária, uma vez que este atuará em avaliação de índices que permitiram a máxima eficiência de uso do equipamento. .M Luiz Fabiano Palaretti e Rubens Duarte Coelho, Esalq/USP Marconi Batista Teixeira, Instituto Federal Goiano Glauber José de Castro Gava, Apta - Polo Centro-Oeste/SAA


capa

Yanmar 1155-4

O pequeno trator Yanmar 1155-4 mostrou muita agilidade e potência durante o nosso teste entre os parreirais da Serra gaúcha. Configurado para realizar diversas atividades que uma vinícola exige, o modelo mostrou-se eficiente e bastante prático

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U

ma paisagem de cinema. Assim podemos descrever o local onde realizamos o test drive com o pequeno trator Yanmar 1155-4. A Vinícola Luiz Argenta Vinhos Finos, no município de Flores da Cunha (RS), está estrategicamente implantada num terreno cheio de significados para os habitantes da cidade, descendentes dos imigrantes italianos que chegaram na cidade


Fotos Charles Echer

há mais de um século trazendo, além de seus pertences, a arte de cultivar parreirais e de produzir vinhos. Quando falamos em localização estratégica, não é simplesmente por estar implantada numa das principais regiões produtoras de vinho do Brasil. Na verdade, os idealizadores da Luiz Argenta, que tem hoje uma das mais modernas técnicas de elaboração de vinhos tintos do país, escolheram esta área de pouco mais de 60 hectares porque ali foram implantadas as primeiras uvas viníferas do Brasil no ano de 1931. Foi ali, onde nasceu o vinho varietal nacional e que hoje conquista o paladar refinado dos apreciadores de vinho em todo o mundo, que eles decidiram fazer história novamente.

Mas pouco do que se vê na propriedade ainda lembra o século passado. Além do casarão de madeira devidamente bem conservado e que é um atrativo turístico da região, somente o pioneirismo e o espírito empreendedor remetem ao que se viu ali em outros tempos. A propriedade passou a receber grandes investimentos na pesquisa dos mais avançados métodos de cultivo, desde que os irmãos Deunir e Itacir, filhos de Luiz Carlos Argenta, um pequeno produtor de vinhos, adquiriram a propriedade em 1999. Os parreirais, que eram cultivados em sistema de latada, foram replantados

em espaldeira, com importação de mudas da Europa das variedades Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot, Moscato Gialo, Trebiano Romaiolo, Chardonnay, Ancelota, entre outras. Até o terreno sofreu alterações topográficas para que os parreirais tivessem um melhor aproveitamento dos raios solares. A diferenciação dos produtos desta vinícola está justamente na combinação de elementos que, juntos, agregam a qualidade desejada e garantem um selo exclusivo no Brasil, que certifica processos produtivos no mundo inteiro. O Terroir, por exemplo, é reconhecido como um dos melhores do país. Trata-se de uma área de parreirais que

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O Yanmar que testamos é um modelo 1155-4 Fruteiro 4x4, de 55cv, configurado para uso em uva no sistema tipo espaldeira e operações na área da vinícola

compreende 65 hectares de uvas viníferas, com uma produção de aproximadamente 300 toneladas entre uvas brancas e tintas. O sistema de vinificação por gravidade, também inédito no Brasil, permite que o vinho seja produzido sem qualquer tipo de bombeamento. Desde a etapa de moega até o engarrafamento e armazenamento, o produto é processado em equipamentos distribuídos estrategicamente pelos quatro andares da vinícola, para que o líquido passe de uma etapa para outra sem sofrer qualquer tipo de agressão mecânica. Todo o processo produtivo é controlado de forma informatizada por quadras separadas de acordo com sua posição geográfica, topografia, insolação e composição do solo. Desta forma é possível monitorar os elementos que vão compor os vinhos e cada

variedade de uva é cultivada na área que melhor corresponde às suas características. E é dentro deste conceito de planejar cada parte do processo que entra o trator Yanmar 1155-4, testado pela nossa equipe. Ele foi escolhido entre diversos outros modelos porque tem características que permitem a sua utilização entre as parreiras, no sistema utilizado e também nas variadas operações dentro da vinícola. O trator Yanmar é um produto da Empresa Agritech Lavrale que produz e comercializa no Brasil e na América do Sul os produtos da marca Yanmar Agritech. A empresa, que faz parte do Grupo Francisco Stedile, tem sede em Indaiatuba, no interior de São Paulo, e tem na sua linha de fabricação os pequenos tratores e cultivadores motorizados, que utilizam motores da marca

japonesa Yanmar. Pela faixa de potência dos tratores fabricados, até 75cv, a marca é caracterizada por atender o setor da agricultura familiar e teve um grande impulso recente pela entrada do financiamento pelo programa Mais Alimentos do Governo Federal. Além deste modelo, a Yanmar oferece aos seus clientes os modelos 1030, 1045, 1050-Turbo, 1055 e o 1175. Na linha de produção de Indaiatuba, se fabricam a caixa de velocidades e o eixo de tração dianteiro e do Japão vem o motor já montado. Para o atendimento dos clientes a marca montou, em Indaiatuba, um centro de distribuição de peças, que, segundo o pessoal da revenda, atende em poucas horas as solicitações dos concessionários. Neste ambiente europeu e de beleza ímpar, realizamos o test drive do 1155-4 Fruteiro 4x4 para uso em uva no sistema tipo espaldeira, com o apoio da concessionária da marca nas regiões de Caxias do Sul, Montenegro e Vacaria, que é a Unyterra Máquinas Agrícolas e Ferramentas, líder brasileira entre as revendas da marca Yanmar Agritech, na faixa que vai até 55cv, tendo como carro-chefe das vendas, o modelo testado. A justificativa da liderança da revenda se explica pela adequação do produto ao que o agricultor deseja, que é um bom nível de qualidade aliado a um preço compatível. Em outro sentido, uma boa dose de confiança no produto e no serviço de manutenção e atendimento pósvenda e finalmente a adaptação ao sistema regional, com bitola adequada, ao mesmo

O teste mostrou que nas manobras de final de linha de plantas, há possibilidade de se fazer esta conversão em um pequeno espaço, proporcionando a entrada e a saída em linhas adjacentes, mesmo no espaçamento de 2,5m entre filas

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Fotos Charles Echer

O capô do motor bascula totalmente para a frente, possibilitando o acesso às partes móveis do motor e facilitando as manutenções diárias

tempo atende requisitos de segurança e manobrabilidade. Neste aquecido mercado de tratores, o perfil do comprador é em grande parte para pagamento a prazo, com aproximadamente 75% das vendas apoiadas pelo programa Mais Alimentos, 15 a 20% do programa PSI e o restante com os recursos do próprio agricultor. É necessário explicar que o modelo do teste estava equipado com pneus dianteiros nas medidas 7.00-18 e 12.4-28 nos rodados traseiros, perfeitamente adaptados para os trabalhos em videira, no sistema espaldeira. É também uma versão ideal para aplicação em pomares de frutas. Nesta versão testada a bitola traseira é aproximadamente 1,19 metro, contra 1,23 metro dos modelos da versão standard, somado a um vão livre que o deixa perfeitamente adaptado ao cultivo da uva nestas condições, que no caso da propriedade onde foi executado o teste, o espaçamento entre filas de plantas é de 2,5 metros, com um metro de espaçamento entre plantas na fila. Este sistema moderno de cultivo consiste não mais em ter as parreiras conduzidas pelo sistema antigo, conhecido como latada e que dificultava a mecanização e principalmente o uso de proteções de segurança contra capotamento. Para a produção de uvas finas, como é o caso da empresa Luiz Argenta Vinhos Finos, está se mostrando o mais adequado, pois induz a uma melhor qualidade da uva produzida e facilita os trabalhos mecanizados. Do trator se pode destacar em primeiro lugar o motor de quatro cilindros, modelo 4TNV88, marca Yanmar de 40,5kW (55,0cv), com injeção direta. Durante os testes, vimos que o comportamento é excelente e justifica o respeito que a rede de concessionários demonstra por ele. Mesmo com o uso de implementos bastante exigentes, ele demonstra bom torque e muda pouco o comportamento mesmo durante

Por ser uma versão 4x4, o eixo dianteiro deste trator é motriz e tem como principal característica positiva a presença de um par de engrenagens cônicas, ao invés de cruzetas

altas exigências. Em outros testes com os motores Yanmar já tínhamos nos certificado desta qualidade. O trator que usamos no teste já possuía algumas horas de uso na propriedade da empresa Luiz Argenta e não apresentava nenhum vazamento de óleo lubrificante aparente. A transmissão de potência, marca Yanmar, inicia com uma embreagem dupla, composta por dois discos a seco. O primeiro para a tomada de potência e o segundo para a transmissão do motor à caixa de velocidades de oito velocidades à frente e duas à ré do tipo mecânico, com engrenagens deslizantes. Também é disponível, para este modelo, a versão Super-Redução, que proporciona o trabalho com velocidades mínimas de 400m/h. A tomada de potência com uma só velocidade nominal de 540rpm é independente de linha, com o oferecimento de 45,6cv no eixo estriado. O sistema hidráulico de três pontos é da categoria II, com o já conhecido sistema de duas alavan-

cas, com controle de posição e de ondulação e capacidade máxima de levantamento de 850kg no olhal dos braços inferiores. A vazão da bomba é bastante alta, com 39 litros por minuto e pressão de 170MPa. Como este trator tem versão 4x4, o eixo dianteiro é motriz e já nosso conhecido de outros testes, tendo como principal característica positiva a presença de um par de engrenagens cônicas, em vez de cruzetas, que geralmente enfraquecem este componente, incrementando a manutenção. O peso deste trator é de aproximadamente 1.600kg, com possibilidade de incremento pela adição de pesos ao suporte dianteiro e discos metálicos às rodas traseiras e a autonomia é aumentada pela presença de um depósito de combustível para 44,5 litros. Na questão referente à servicibilidade estes modelos há muito possuem um item disponível em grandes tratores que é a possibilidade de bascular o capô dianteiro do trator e acessar de modo fácil as partes

As operações realizadas no terreno bastante acidentado com implementos como pulverizadores ou carretas carregadas exigem alta demanda de potência

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Fotos Charles Echer

O posto de comando tem diversos pega-mãos e painel bastante simples e de fácil entendimento

O modelo estava equipado com pneus dianteiros nas medidas 7.00-18 e 12.4-28 nos rodados traseiros

interiores, facilitando a manutenção. A abertura é para frente, expondo o motor e seus componentes. Na questão de segurança, encontramos a linha toda com atendimento à norma do Ministério de Trabalho e Emprego, NR-31, que obriga os tratores a utilizarem, entre seus itens de proteção do operador, o arco de segurança, que evita os riscos ao operador nos casos de capotamento. Este item é de série, juntamente com os retrovisores, as luzes de trabalho, a buzina e o sistema de alerta de marcha à ré, outros requisitos especificados pela norma. Mesmo com o arco de proteção, há a possibilidade de colocar a capota de proteção contra sol e chuva. Também vimos que é bastante abundante o número de pega-mãos, em posições bastante apropriadas. Pelo porte do trator, o acesso também é facilitado, mesmo com a natural dificuldade em função da presença das alavancas de câmbio, na posição entre pernas do operador. O painel é bastante simples, com instrumento central de visualização da rotação e das horas trabalhadas

e dois indicadores laterais de volume de combustível no tanque e temperatura do líquido de arrefecimento. No teste de campo estruturamos a atividade para que de um lado víssemos uma operação com alta demanda de potência e de outro o comportamento do modelo em manobras em espaço restrito. Levamos o trator e alguns implementos, normalmente utilizados no processo de produção da empresa. Para atender o primeiro objetivo, da exigência, tínhamos para o teste um triturador de resíduos, marca Agritech, modelo TCL 160, com martelos leves de 1,5kg, acionamento por correia e velocidade de trituração de 2.400rpm. Este implemento exige que o trator trabalhe a uma rotação de 2.100rpm a 2.150rpm, no nosso caso de terreno pedregoso, com acentuada declividade, foi necessário trabalhar em quarta marcha reduzida, o que ocorreu morro acima e abaixo com o trator a 5,5km/h, sem dificuldade para o motor. Vimos que seguidamente o implemento rompia restos de poda, galhos e pedras, sem a mínima dificuldade para o trator. Também testamos o trator com um pulverizador da marca Agritech modelo PVU-400, objetivando ver o seu comportamento nas manobras. Este pulverizador, ligado ao sistema de três pontos do sistema hidráulico, nos surpreendeu pela aparente qualidade de produto. Dotado de eixo cardã protegido, com bom aspecto visual, bom

sistema de regulagem de direcionamento dos bicos e bom sistema de controle de vazão e pressão, colocado ao alcance do operador. Embora não tivéssemos a oportunidade de testá-lo pessoalmente, pelo requerimento de uso de equipamento de proteção, que não dispúnhamos, vimos que nas manobras de saída e entrada nas entre filas de plantas, há a possibilidade de se fazer esta conversão em um pequeno espaço, proporcionando a entrada e a saída em linhas adjacentes, mesmo neste espaçamento de 2,5m entre filas. Foi uma grata surpresa, a facilidade, mesmo com o uso moderado do freio individual. Por último, trabalhamos em uma área de contorno e nas entre filas de plantas, com uma roçadeira marca Agritech, tipo convencional, que se igualava em largura com o trator, que não oferecia nenhuma dificuldade ao mesmo e onde concluímos que o consumo de combustível seria bastante baixo pela facilidade com que o motor funcionava, nesta operação e pelo que nos contaram os operadores da empresa, que controlam absolutamente todos os detalhes da manutenção e dos custos de operação das máquinas. Enfim, além do trator e seu teste, pudemos aproveitar as belezas da serra gaúcha e de uma empresa que pode servir de modelo à mecanização da agricultura familiar no .M Brasil. José Fernando Schlosser e Marcelo Silveira de Farias, UFSM

O teste foi realizado na Vinícola Luiz Argenta Vinhos Finos, em Flores da Cunha (RS), e contou com o apoio da revenda Unyterra Máquinas Agrícolas

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ficha técnica

JD 4630

Fotos John Deere

Para complementar a linha de pulverizadores autopropelidos, a John Deere lança o 4630, menor que o modelo 4730 e vem com motorização de 165cv, tanque de calda de 2.270 litros e barras com 24 metros de

O

grande número de novos equipamentos apresentados pela John Deere na Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), incluiu também uma opção de alta tecnologia para o trabalho de pulverização. De menor porte que o modelo 4730, já comercializado no país, o novo pulverizador 4630 apresenta uma série de inovações para garantir alto rendimento no trabalho. Com este modelo, a John Deere amplia sua presença no mercado de pulverizadores, passando a oferecer produtos para atender médias e grandes propriedades. O autopropelido 4630 tem suspensão pneumática dotada também de um sistema de amortecimento e é equipado ainda com barras estabilizadoras. São quatro barras na parte dianteira e quatro na parte traseira que,

mesmo em áreas inclinadas e com desnível, mantêm o chassi sempre nivelado ao solo, o que garante estabilidade na aplicação e conforto para o operador.

PROTEÇÃO PARA BICOS

A barra de pulverização tem 24 metros, com acionamento totalmente hidráulico, e oferece a opção de trabalho com 18 metros, quando a última seção é dobrada. Uma característica importante da barra é seu formato tridimensional, que proporciona maior estabilidade e, consequentemente, maior durabilidade. Com esse formato, o sistema de pulverização fica dentro da estrutura da barra, o que garante proteção para os bicos. A barra de pulverização tem altura de aplicação variável de 40cm até 1,93m. O

O projeto do novo modelo também garantiu uma distribuição equalizada de peso nas partes dianteira e traseira do equipamento, em 50/50

O acesso à cabine é feito por uma escada frontal automática, longe da barra de pulverização

modelo conta com bomba de pulverização centrífuga com vazão que varia de 15 a 360 litros por minuto. O projeto do novo modelo também garantiu uma distribuição equalizada de peso nas partes dianteira e traseira do equipamento, em 50/50, tanto com o tanque vazio como cheio. Com isso o equipamento consegue tração melhor em terrenos difíceis. O pulverizador oferece ainda controle de tração em formato de “X” para ajudar na eficiência da aplicação em condições desfavoráveis de terreno. Quando uma das rodas está em situação difícil, ao acionar o controle de tração ela é isolada e as outras três trabalham de forma a ajudar o equipamento a superar o obstáculo. O raio de giro do novo pulverizador, de 4,9 metros, é o menor entre os equipamentos da categoria, com a grande vantagem da facilidade das manobras e da redução do tempo gasto com elas.

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Fotos John Deere

A suspensão do Pulverizador 4630 é pneumática dotada também de um sistema de amortecimento e é equipada ainda com barras estabilizadoras, para manter o chassi sempre nivelado ao solo, mesmo nas áreas em declive

O tanque de solução do modelo 4630 tem capacidade para 2.270 litros. O tanque de combustível também contribui para maior autonomia de trabalho, com capacidade, de 268 litros, a maior nesta categoria de equipamentos, e permite um dia inteiro de aplicação sem necessidade de reabastecer.

com que o operador não tenha contato com a barra de pulverização ao entrar ou sair da cabine. O novo equipamento vem com o sistema

CABINE

O projeto da cabine é semelhante ao do modelo 4730 e conta com assento pneumático, que permite o trabalho por mais horas, com menor cansaço. O novo design, com uma ampla área envidraçada, garante excelente visualização dos rodados dianteiros e da barra de pulverização. A cabine é pressurizada e conta com filtro de ar de carvão ativado para oferecer proteção ao operador, evitando contaminação interna com os defensivos aplicados. O acesso é feito por uma escada frontal automática, fazendo

O JD 4630 tem motor de 165cv de potência nominal mais 5% de reserva

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AMS completo instalado na fábrica, com o monitor colorido GS-1800, receptor StarFire iTC com correção SF1, software de piloto automático AutoTrac e controlador auto-


A barra de pulverização tem 24 metros, com acionamento totalmente hidráulico, e oferece a opção de trabalho com 18 metros, quando a última seção é dobrada

mático de seções de barras (Swath Control), recursos tecnológicos que têm como objetivo economia de tempo e de insumos. Em um único monitor, o operador controla todas as

principais funções de operação da máquina, do sistema de pulverização e também do piloto automático e do controlador de seções. O controlador liga e desliga automa-

ticamente as seções da barra de pulverização nas áreas onde não se deseja pulverizar, sem a necessidade de atuação do operador. Já o piloto automático, além de tornar mais fácil o trabalho, evita sobreposição, melhorando a eficiência da pulverização e garantindo economia de produtos químicos. O ajuste da bitola para adaptação às linhas da lavoura é hidráulico e independente, feito de dentro da cabine. Isso proporciona agilidade para as operações em diferentes culturas com redução no tempo de ajustes. O ajuste permite variação que vai de 2,28m até 3,05m, evitando o pisoteio das linhas de plantio. O pulverizador conta com motor agrícola John Deere, turboalimentado, de 6,8 cilindros e 165cv de potência nominal. O motor conta também com 5% de reserva de potência, que permite alcançar 173cv no caso de trabalho em condições adversas. A transmissão hidrostática 4x4, com embreagem eletro-hidráulica, é outra característica do modelo. Com tudo isso, ele alcança uma variação de velocidade de trabalho, que vai de cinco a 27 quilômetros por hora na pulverização. Sua velocidade de transporte chega até 43 quilômetros por hora. .M

A cabine é pressurizada, conta com filtro de carvão ativado e o assento é pneumático

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mecanização

Medindo forças

As diferentes formas de avaliação da potência de motores por parte dos fabricantes geralmente geram dúvidas no consumidor na hora de comparar entre os diferentes modelos e potências. Como no Brasil não há uma padronização na divulgação das potências, um motor pode apresentar variações de até 10% na sua potência real, dependendo da norma utilizada, confundindo os clientes na no momento de escolher sua máquina

É

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equipamentos o que se mede é o comportamento do torque em relação à rotação do motor, podendo-se, a partir daí, calcular a potência em cada uma das situações de interesse, sempre considerando as especificidades do local, das

condições climáticas e da configuração utilizada pelo motor, pelo uso de fatores de correção (atmosférico e do motor). Neste sentido começam as divergências entre as diferentes normas que possuem especificidades nos procedimentos de

Massey Ferguson

natural que um consumidor encontre sempre à disposição e de modo fácil a informação do produto que adquire. No entanto, é frequente a ocorrência de dúvidas, por parte dos agricultores, sobre a informação de potência fornecida pelos fabricantes de tratores e outras máquinas agrícolas, providas de motor, em seus catálogos, folhetos ou manuais. Referindo-nos especificamente aos tratores agrícolas, muitas vezes surgem dificuldades no reconhecimento dos valores de potência, dos motores que os propulsionam, que muitas vezes impede a comparação de modelos similares, devido à informação de dados de origem diferentes, o que resulta de variação na forma e procedimentos de ensaio, para avaliação destas magnitudes. Em termos conceituais, a potência é uma das maneiras de estimar a eficiência na transformação de uma fonte química (combustível) de energia em energia mecânica (movimento). É importante salientar que deveríamos todos estar utilizando o mesmo padrão de avaliação e que os procedimentos de ensaio são realizados com a utilização de bancadas dinamométricas como instrumento de avaliação. Com estes

Potência é uma das maneiras de estimar a eficiência na transformação de uma fonte química (combustível) de energia em energia mecânica (movimento)

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Valtra

nado modelo de trator quando se estabelece as comparações com outros modelos similares. Neste contexto, se utilizam como indicadores a potência máxima e/ou a potência nominal dos motores, que teoricamente expressam a potência máxima obtida na avaliação, sob um regime de funcionamento máximo recomendado pelo fabricante. A potência, como dissemos, pode ser calculada em função da rotação de funcionamento e do torque, da seguinte forma:

ensaio e apresentação dos resultados. De maneira geral, a potência é uma das características técnicas mais importantes e que mais se utiliza na escolha de um determi-

N = 0,000104719 x M x n Onde N: Potência, em kW M: Torque, em Nm n: Rotação, em rpm Durante muitos anos pôde-se verificar que os valores de potência máxima e potência nominal coincidiam para um determinado motor, todavia, vários motores que equipam os modelos de tratores atualmente comercializados passaram a expressar seus valores de potência máxima a um regime de rotação inferior ao regime estabelecido para a obtenção da potência nominal (rotação nominal). Tais motores são conhecidos como motores de potência constante, nos quais uma parte da potência máxima é comprometida para que se obtenha uma curva de potência quase horizontal em uma faixa de rotação bastante ampla. Logo, torna-se possível, ao utilizar o trator em uma atividade que exija grande esforço, reduzir a troca de marchas que, via de regra, interrompe o trabalho. Cabe ressaltar que motores com este comportamento descrito adaptam-se com relativa facilidade às diferentes atividades, para as quais os mesmos são solicitados, todavia, quando o trabalho passa a ser executado em uma faixa de rotação crescente, mesmo após ser atingida a rotação de potência máxima, pode-se incorrer em um

consumo desnecessário de combustível. É o custo desta vantagem. Diga-se, de passagem, que isto é característica facilmente obtida nos motores com injeção comandada eletronicamente e dificilmente conseguida em motores com injeção mecânica convencional. Os motores de potência constante trazem vantagens ao consumidor, porém, podem “penalizar” o fabricante no momento da homologação do trator, considerando-se a potência nominal como base de referência. Assim, alguns pesquisadores e técnicos ligados à área de máquinas agrícolas acreditam que seja coerente proceder-se com a utilização dos valores de potência líquida, os quais levam em consideração o desempenho do motor dotado de todos os seus componentes e acessórios, em seu funcionamento autônomo. Nestas condições podem-se obter valores menores de potência, porém mais próximos dos quais o usuário realmente irá dispor para a execução de uma operação qualquer.

NORMAS PARA ENSAIO DE POTÊNCIA

Geralmente, as normas que se utilizam para os ensaios de potência dos motores que equipam tratores e demais máquinas agrícolas apresentam algumas diferenças entre elas, visando adaptá-las às diferentes condições de funcionamento e aos distintos procedimentos adotados pelas estações de ensaio. Estas diferenças originam-se a partir das variações nas condições do ambiente e nas configurações do motor (presença ou não de equipamentos e acessórios que possam consumir parte da potência gerada), como foi comentado anteriormente. Além dos fatores citados, a obrigatoriedade da utilização de certas normas em relação a outras, em determinados países, também se apresenta como um fator impeditivo para a correta comparação dos modelos de mo-


Fotos Nema

Bancada dinamométrica, como instrumento de avaliação do Núcleo de Ensaio de Máquinas Agrícolas da Universidade Federal de Santa Maria. Estes equipamentos medem o comportamento do torque em relação à rotação do motor, podendo-se, a partir daí, calcular a potência em cada uma das situações de interesse

tores. Desta forma, acreditamos ser importante fazer uma breve contextualização das principais normas atualmente adotadas neste âmbito, bem como os fatores que as diferenciam.

SAE J1995

Esta norma de ensaio prevê que a potência deverá ser medida em um motor praticamente sem acessórios, excluindo assim elementos como filtro de ar, silenciador de escape, alternador e ventilador do motor. Portanto, o valor de potência obtido é mais alto, quando comparado ao motor funcionando em condições reais no trator agrícola que o utiliza. Logo, a potência obtida é definida como potência bruta.

ISO TR 14396

SAE J1349

Esta norma, de origem americana, é praticamente equivalente à ECE R24, já que inclui todos os elementos necessários ao correto funcionamento do motor, como o ventilador e o radiador oferecendo um valor designando de potência líquida. Pode-se dizer que esta norma é pouco utilizada no âmbito europeu, já que, por costume, interpreta-se que qualquer referência à potência SAE deve ser considerada como potência bruta, embora sob orientação desta norma o valor que se obtém é o de potência líquida.

NBR ISO 1585

Esta norma define que a potência efetiva

John Deere

Este instrumento, de certa forma substitui a norma ISO 2288, que permitia a medida da potência líquida em motores agrícolas. Em linhas gerais, trata-se de um documento elaborado para avaliar as emissões contaminantes dos motores, mas que não tem a imponência da uma norma ISO, figurando assim como um informe de caráter técnico. Este dispositivo é admitido na homologação do tipo CE (Comunidade Europeia), sendo utilizada nas referências de características oferecidas pelos

fabricantes de tratores, já que se trata de um dos procedimentos estabelecidos para o controle de emissões gasosas dos motores de veículos rodoviários. Durante o ensaio, são retirados do motor tanto o radiador como o ventilador, permitindo assim a manifestação de valores de potência mais elevados. A pressão atmosférica de referência utilizada no ensaio é de 0,99bar. Os valores posteriormente obtidos também são designados como potência bruta.

ECE R24

Este procedimento da União Europeia é adotado pela maioria dos países da Comunidade, sendo designado ao controle das emissões de fumaça de escape dos tratores agrícolas. Assim, necessita-se determinar conjuntamente a potência disponível no motor, nas condições preestabelecidas pelo fabricante. As condições de referência relativas à pressão atmosférica são de 0,99bar. Na medida em que também se desejam controlar parâmetros referentes aos demais gases de escape, este regulamento perdeu seu interesse e utilização. Todavia, o procedimento de medição da potência é totalmente válido e permite obter a potência líquida tradicionalmente indicada como potência DIN.

DIN 70020

Esta norma figura como o procedimento tradicionalmente adotado para determinação da potência líquida de motores em utilização contínua. A partir dela foi desenvolvida a norma ISO 2288, a qual foi posteriormente substituída pela norma ISO TR 14396. A diferença mais significativa em relação ao regulamento 2288 é o fato de que o ventilador deve estar conectado e em funcionamento. Esta condição aliada à referência de 0,99bar de pressão atmosférica, estabelecida pela ECE R24, faz com que a potência obtida pela norma DIN apresente valores menores. A potência é uma das características técnicas mais importantes e que mais se utiliza na escolha de um determinado modelo de trator

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líquida é a potência desenvolvida pelo motor dotado de todos os seus equipamentos e acessórios. Teoricamente, exclui-se a aplicação dos ensaios em motores para uso em tratores agrícolas, no entanto, na prática, os procedimentos e as fórmulas de correção da potência se equivalem aos utilizados pela norma ISO 2288 (atualmente extinta), a qual se referia especificamente aos motores de uso agrícola. Esta norma substitui a antiga norma NBR ISO 5484.

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80/1269/CEE:

Esta é uma Diretiva Comunitária Europeia


Case IH

As diferenças entre potências de motores originam-se a partir das variações nas condições do ambiente e nas configurações do motor, como presença ou não de equipamentos e acessórios

especialmente elaborada para reduzir as emissões de contaminantes dos motores dos veículos em geral e equivale-se à norma DIN 70020 no que se refere aos procedimentos de medição da potência do motor. Os valores de potência que se obtêm com a sua aplicação são levemente menores que os valores aplicados pela norma DIN 70020 (aproximadamente 1% menor). As condições de referência para a pressão atmosférica nesta Diretiva são de 0,99bar.

OCDE

O procedimento de medição utilizado por este Código exige que o motor esteja montado ao trator e em condições de funcionamento padrão, assim, torna-se necessário considerar as perdas de potência devido ao funcionamento do sistema hidráulico e da transmissão. É importante salientar que tais perdas acumulam-se durante a transferência da potência gerada pelo motor até a tomada de potência. Disto pode resultar que as perdas entre o motor e a tomada de potência sejam maiores e variem de acordo com o tipo de transmissão do trator. Assim, são considerados limites de perdas bastante amplos (4,5 a 12% de perdas em relação à potência líquida do motor). Vale lembrar que o procedimento de medição da potência

na tomada de força estabelecida pela OCDE é correspondente à norma ISO 789.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Fica evidente que a padronização das informações fornecidas pelos fabricantes em seus folhetos e catálogos de tratores agrícolas seria um benefício grande para o consumidor, pois este teria a sua disposição mais facilidade ao comparar as informações de um modelo e outro. Tal facilidade auxiliaria a correta seleção de tratores, por parte dos usuários, visando atender de forma adequada as necessidades de cada tipo de atividade a ser desenvolvida. Aos interessados em averiguar os valores de potência dos motores que equipam seus tratores, segundo cada uma das normas anteriormente citadas, e comparar as “potências” apresentadas, disponibilizamos no site http:// agrotecnema.blogspot.com um software que realiza a conversão da potência para qualquer .M que seja a norma desejada. Rodrigo Lampert Ribas, Gustavo Heller Nietiedt, Ulisses Giacomini Frantz e José Fernando Schlosser, Nema/UFSM

Tabela 1 - Comparação das potências obtidas ao aplicar diferentes normas de ensaio no mesmo motor, tomando como referência a norma DIN 70020 Norma SAE J1995 ISO TR 14396 SAE J1349 NBR ISO 1585 ECE R24 DIN 70020 80/1269/CEE OCDE

Pressão Atmosférica (bar) 1 0,99 1 1 0,99 1 0,99 > 0,96

Temperatura Ambiente (oC) 25 25 25 25 25 25 25 16-30

Temperatura Combustível (oC) 40 37-43 40 40 40,5 40 40,5 Fabricante

Potência Obtida (*) (%) 111 107 104 101 104 100 99 -

(*) Um motor que consegue fornecer uma potência de 100cv na norma DIN 70020, forneceria segundo a norma ISO TR 14396, 107cv. Adaptado de Márquez, L. (2001).


EVENTOS

Agrishow 2010

Palco dos principais lançamentos agrícolas do ano, a Agrishow de Ribeirão Preto apresentou nova cara com exposição de produtos de 45 países e 730 empresas

A John Deere lançou 50 produtos na Agrishow e os destaques foram a plantadeira 2130 DualFlexPro, com capacidade para plantar 30 linhas com 45cm de espaçamento, e o pulverizador 4630, indicado para grãos e algodão, com motor de 165cv e barra de 24 metros

C

om diversas modificações na estrutura do parque, a Agrishow 2010 recuperou o posto de maior feira do agronegócio brasileiro e foi considerada a maior de todas as edições. O balanço final do evento mostrou que os números em negociações atingiram R$ 1,15 bilhão. Cerca de 142 mil visitantes participaram do evento que também contou com a participação de 730 empresas expositoras, de 45 países, sendo 123 estreantes – 103 nacionais e 12 vindas do exterior. Como não poderia ser diferente, as empresas do setor aproveitaram para realizar lançamentos nos mais variados segmentos agrícolas. Confira alguns dos lançamentos apresentados pelas montadoras durante o evento.

JOHN DEERE

A John Deere apresentou 50 lançamentos

durante a Agrishow. Entre as novidades, o pulverizador 4630, indicado para grãos e algodão. A máquina conta com motor de 165cv, reserva de potência de 5%, barra de 24 metros, tanque de solução de 2.270 litros, suspensão pneumática, com barras estabilizadoras que auxiliam nas operações em terrenos com maior declive, mantendo o chassi nivelado ao solo. Possui acesso central à cabine. Já vem equipado com piloto automático e controlador de seção de barras. Em tratores a empresa também trouxe novidades, com mudanças de nomenclatura, modelos, novas faixas de potência e design. A série batizada de 6D passa a contar com os modelos 6110D e 6125D (os números 110 e 125 indicam a potência aproximada da máquina, enquanto a letra se refere ao nível de especificação). A série 6E é formada pelos modelos 6110E e 6125E. A série 6J conta com 6110J, 6125J, 6145J, com destaque para

O destaque da Trelleborg foi o pneu extragrande TM900 Hig Power, recomendado para máquinas com potência acima de 180 cavalos

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o 6165J. Na série 7, a John Deere apresentou com destaque o 7225J, juntamente com o 7185J e o 7205J. Já a nova linha 8R chega ao mercado com os modelos 8245R, 8270R e 8320R. No segmento de colheitadeira a empresa também apresentou lançamentos, como a 9470 STS, inserida no conceito de máquinas de cinco e seis saca-palhas. Com potência de 238cv, o tamanho da plataforma é variável, de 20, 22 e 25 pés. O tanque graneleiro tem capacidade para 6,7 mil litros. Vem com opção de AMS, que permite o uso do mais simples ao mais avançado sistema de agricultura de precisão. Em plantadeiras a Jonh Deere mostrou o modelo 2130 DualFlexPro, com capacidade para plantar 30 linhas com 45cm de espaçamento, reservatório para dois mil litros de sementes e seis toneladas de fertilizantes. Mas a principal novidade ficou por conta da

A Pirelli apresentou novas medidas do seu pneu agrícola radial, agora nas versões 710/70R38 e 600/65R28


Fotos Cultivar

O Motocultivador e Pulverizador Canavieiro Sob Palha da Agrimec permite a aplicação de defensivos sob a palhada da cana-de-açúcar

nova série DB, só para sementes. Segundo o fabricante, a máquina é capaz de plantar 180 hectares em uma única jornada. A autonomia de 3,5 mil litros de sementes em tanques com o sistema CCS permite o plantio da soja com apenas três abastecimentos de menos de dez minutos por dia. O chassi frente articulado facilita o transporte da máquina, transformando 22,5 metros de largura de trabalho em apenas seis metros no momento de ser transportada.

TRELLEBORG

A Trelleborg, especializada em pneus agrícolas, lançou o pneu extragrande TM900 Hig Power, recomendado para máquinas com alta potência, como tratores com motorização acima de 180 cavalos. A empresa aproveitou a Agrishow para anunciar o acordo global firmado com o grupo AGCO, proprietário das marcas Massey Ferguson e Valtra, para o desenvolvimento de projetos conjuntos. A Trelleborg também acaba de firmar parceria

A Santiago e Cintra lançou o Ag 500 EZ-2010 com sistema de aplicação à taxa variável (sólido e líquido) via GPS

O destaque da Santal foi a colhedora de cana Tandem SII com caixa principal com cinco saídas e sistema tandem de tração (6x4), que permite deslocamento de até 26km/h

com a New Holland para fornecer pneus com exclusividade para equipar dois tratores (T 7060 Power Command e T7070 Autocommand) da montadora.

MAGGION

A Maggion destacou os pneus diagonais com câmara de ar de alta resistência para tratores e implementos agrícolas da linha Frontiera 2, lançada no ano passado inicialmente para aros 24 (dianteiros) e que agora passa a contar com a medida 12.4.28 (traseiros). O reforço em pneus diagonais sem câmara de ar de alta flutuação, da linha de transbordo, com o Super MHF 400x60x15,5 e 600x5022,5, também foi outro destaque da empresa no evento.

PIRELLI

600/65R28.

AGRIMEC

Dois equipamentos para o mercado de cultivo de cana-de-açúcar foram destacados pela Agrimec durante a Agrishow. O Motocultivador e Pulverizador Canavieiro Sob Palha agrega quatro operações em um único implemento (recolher, transportar a palha, aplicar insumos diretamente na terra e devolver a palha ao solo de forma enleirada). A máquina foi selecionada para concorrer ao prêmio Melhores da Terra, do Grupo Gerdau, e acaba de ser agraciada com o troféu Distinção Indústria, oferecido pelo Sistema Fiergs, no quesito inovação. Outro destaque da empresa foi o Cultivador Quebra-Lombo Rotativo com Aplicador de Herbicida.

SANTIAGO E CINTRA

A Pirelli destacou seu primeiro pneu radial para veículos agrícolas, como trator, sprayer e colheitadeiras. Na Agrishow a empresa expôs as medidas 710/70R38 e

A Santiago e Cintra destacou o Ag 500 EZ-2010 com sistema de aplicação à taxa variável (sólido e líquido) via GPS, com aber-

A Agrosystem apresentou o RDS Ceres 8000i, equipamento de alta precisão no acompanhamento da colheita

O turbo pulverizador Topspray foi o destaque da Herbicat na Agrishow

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Fotos Cultivar

Arbus 2000/4000 Tower, pulverizador tipo atomizador de 2000 ou 4000 litros, foi lançado pela Jacto durante o evento

tura automática de seção, para pulverizador, plantadeira e distribuidor. Conta com precisão disponível de 3cm a 20cm, taxa variável de fertilizantes e corretivos em apenas um console, mapa de prescrição compatível com todos os softwares do mercado, entrada USB para carregar os mapas de aplicação, além de gerar mapa, relatório e permitir rastrear informações.

SANTAL

No ano em que completa 50 anos de atividades a Santal destacou na Agrishow a colhedora de cana-de-açúcar Tandem SII. Lançada em setembro de 2009, a máquina conta com caixa principal com cinco saídas e motor diesel 12 litros 1.800rpm. Através de frentes intercambiáveis, a máquina é projetada para atender colheitas em espaçamentos de 1,40m, 1,50m, 1,0m e 1,10m. Outra característica da colhedora é o sistema tandem de tração 6x4 que permite deslocamento de

até 26km/h e tráfego em rampa de até 15% de inclinação, sem a necessidade de caminhão prancha. Como opcional a máquina oferece o kit mudas, de fácil substituição, que permite colheitas de mudas e industrial.

AGROSYSTEM

A Agrosystem apresentou o RDS Ceres 8000i, equipamento de alta precisão para o acompanhamento da colheita, permitindo ver o mapa de rendimento. Com uma série de sensores, mede rendimento, velocidade, teor de umidade, posição do cabeçalho e do ângulo de posição. Adaptável a qualquer máquina, é facilmente configurável para atender aos diversos modelos de colheitadeiras disponíveis no mercado.

JACTO

A Jacto lançou na Agrishow o Arbus 2000/4000 Tower, pulverizador tipo atomizador de dois mil ou quatro mil litros,

Mangueira Compact Sipiral, nos modelos 787TC e 797TC, da Parker, foi desenvolvida para acompanhar as novas tendências de mercado

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A Jumil destacou a plataforma JM P4-90, com quatro linhas e espaçamento de 90cm para a colheita de milho, sorgo e outras culturas para forragens plantadas em linha

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desenvolvido para atender à grande demanda no segmento de árvores frutíferas. Conta com um ventilador axial de 850mm de diâmetro montado em uma caixa defletora de aço inox. O sistema de aplicação é do tipo “torre” para pulverizar simultaneamente ambos os lados das plantas.

HERBICAT

O turbo pulverizador Topspray foi o destaque da Herbicat na Agrishow. Menor volume de calda, economia de diesel e agroquímicos e maior capacidade operacional são alguns dos diferenciais. O equipamento trabalha com turbina e direciona as gotas pulverizadas por baixo, pelos lados e por cima da planta cítrica.

JUMIL

A Jumil lançou na Agrishow a plataforma JM P4-90, com quatro linhas, espaçamento de 90cm, para colheita de milho, sorgo e

Pulverizador autopropelido Parruda MA 3027 BL, com motor MWM de 185cv, foi o destaque da Montana


A ZF destacou o eixo dianteiro AS-3065, com bitola estendida, desenvolvido especificamente para a aplicação canavieira

A AGR apresentou o sistema Slingshot, que coloca em contato o operador, gerentes e o suporte via internet

outras culturas de forragens plantadas em linhas, e a plataforma JM PC-4, para colheita de milheto, aveia, momboça e braquiária. Ambas são acopláveis às colheitadeiras John Deere, New Holland e Massey Ferguson.

PARKER

A Parker apresentou na Agrishow a nova mangueira Compact Sipiral. Comparados aos convencionais, os modelos 787TC e 797TC têm como características fortes a facilidade de instalação, redução de peso e tamanho do produto final, menor volume de mangueiras e do estoque de componentes. Foram desenvolvidas para acompanhar as novas tendências do mercado de mangueiras de alta pressão, que tem migrado da norma SAE J517 para as especificações da norma ISO.

regulagem de inclinação na própria plataforma, de 0º a 16º, totalizando cinco pontos de inclinação.

AGR

A AGR, distribuidor Raven no Brasil, apresentou o sistema de agricultura de precisão Slingshot. O coração da experiência está no Slingshot Field Hub, pequeno dispositivo para instalação na cabine do veículo. O Hub conecta o seu hardware ao sinal RTK de correção e coloca em contato o operador, os gerentes e o suporte do produto via internet. O Slingshot On-line permite o monitoramento da localização dos veículos e coleta de dados da frota em tempo real. Sem interromper o serviço, dados podem ser enviados e recebidos dos operadores. As informações de campo e de aplicativos ficam armazenadas em um banco de dados seguro, que pode ser acessado em qualquer lugar em que seja possível o funcionamento de computador. Integra também o sistema a Estação Base RTK Slingshot, com alcance de

pelo menos 50 quilômetros, capaz de atender mais de 800 mil hectares com sinais de correção RTK. O outro destaque da empresa ficou por conta do SCS Side Nick, sistema de injeção direta de insumos líquidos, que elimina a mistura em tanques e a necessidade de lavagem, possibilitando a aplicação da quantidade exata do produto.

ZF

O Grupo ZF apresentou, entre outras tecnologias, os modelos de eixos da família AS-3000, transmissões e redutores para colheitadeiras e transmissões sincronizadas para tratores. O destaque em eixos ficou por conta do dianteiro AS-3065, com bitola estendida, desenvolvido especificamente para a aplicação canavieira. Conceito apresentado ao público da Agrishow, em 2008, entrou em produção e já está sendo fornecido para modelos Valtra série BH. Com as mesmas características técnicas peculiares à família AS-3000, possui bitola de três metros e é destinado a tratores com potência de até 185cv.

MONTANA

O lançamento principal da Montana ocorreu no segmento de nutrição animal, com o Nutrix Magnum, fabricado na Itália. Para acoplamento em tratores com motorização de 90cv a 100cv, conta com 7,3 metros de comprimento, 2,75 metros de altura e capacidade para até 7,5 mil quilos de silagem. Possui quatro sensores de balança, duas velocidades de redutor e uma carga pode alimentar 160 animais de leite ou 240 bovinos de corte. Outro destaque da empresa foi o pulverizador Parruda MA 3027 BL, com motor MWM de 185cv.

GTS

A GTS lançou a maior plataforma de milho do mercado, a X-10, de 24 linhas de 50cm, com sistema novo de sem-fim alimentador e adaptável às diversas marcas de colheitadeiras. Para o acoplamento basta comprar os espelhos direito e esquerdo. O modelo oferece também a possibilidade de

O trator 5065, de 65 cavalos, lançado em 2009, foi apresentado pela primeira vez no evento de Ribeirão Preto. Com motor MWM de três cilindros, é indicado para culturas como café e laranja

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Fotos Cultivar

A colhedora axial BC 6500 da Valtra tem motorização de 305cv e tanque graneleiro com capacidade para 10.570 litros

AGRALE

Além de apresentar caminhões da marca, financiáveis pelo programa Mais Alimentos, a Agrale levou para a Agrishow o trator 5065, de 65 cavalos, lançado em 2009 na Expointer, no Rio Grande do Sul, e mostrado pela primeira vez no evento de Ribeirão Preto, São Paulo. Indicado para culturas como café e laranja, conta com motor MWM de três cilindros. É equipado com super-redutor para colhedoras de café, que permite 24 velocidades à frente e à ré. A menor largura (1,08m) e distância entre eixos (2,25m) da categoria são características que facilitam a manobrabilidade e as operações.

VALTRA

A Valtra apresentou a série BT HiSix, nova linha de tratores desenvolvida para clientes que buscam alta tecnologia. São quatro novos modelos a integrar o portfólio: BT150 (150cv), BT170 (170cv), BT190 (190cv) e BT210 (210cv). Os lançamentos apresentam novo design de carenagem que, aliado ao capô escamoteável, oferece maior facilidade das manutenções periódicas, além de melhor ângulo de visão para o operador. Um dos principais atrativos da nova série é a transmissão HiSix, inteligente e

A Linha BT HiSix da Valtra foi apresentada com quatro modelos que serão comercializados imediatamente: BT150 (150cv), BT170 (170cv), BT190 (190cv) e BT210 (210cv)

com powershift de 24 velocidades à frente e 24 velocidades para ré. Ela permite fazer programações para cada tipo de operação e, se necessário, realizar trocas de marcha sem o auxílio de embreagem e alavancas de câmbio. Possui também o sistema hidráulico de três pontos eletrônicos, que utiliza bomba de vazão variável para facilitar os ajustes na utilização de implementos. O hidráulico eletrônico tem capacidade de levante de 8.000kgf. Os quatro modelos lançados vêm equipados com os motores agrícolas AGCO Sisu Power da série 620 e 634 DSR, turbo de seis cilindros. Com a série BT, a Valtra quer reforçar a linha de produtos e ampliar o nicho de atuação, que compreende colheitadeiras, tratores e implementos agrícolas próprios, para atender com qualidade os médios e grandes agricultores de grãos, algodão, amendoim e cana-de-açúcar. A Valtra apresentou também a sua nova colhedora axial BC 6500, uma nova opção de máquina na classe 6 e alternativa entre as das classes 7 e 8, de alta performance e mais caras, e as das classes 4 e 5, mais baratas porém com menos tecnologia disponível. A BC 6500 surge como alternativa para os produtores que querem começar a investir

na agricultura de precisão.

MASSEY FERGUSON

A Massey Ferguson lançou a série de tratores MF 4200, com oito modelos com potência de 65cv a 130cv. Esta série substitui os tratores da Série MF 200, líder de vendas da empresa. Um dos destaques é a Tomada de Potência Independente (TDPI) com acionamento hidráulico. Também é padrão na série a plataforma plana com piso emborrachado, o que confere maior conforto na operação reduzindo vibrações e ruídos. A fábrica leva ao mercado opções cabinadas ou plataformadas em todos os modelos. Para melhorar a servicibilidade e facilitar a manutenção, os oito modelos ganham capô basculante. O tanque de combustível é produzido em plástico, o que diminui os riscos de contaminação do combustível, proporciona maior autonomia de trabalho com o acréscimo de 25 litros na capacidade, totalizando 100 litros. Também standard, os tratores são equipados com freio de acionamento hidráulico, o que melhora a capacidade de frenagem. Entre os demais destaques estão os tratores da nova Série MF 7000 Dyna-6, que está equipada com a transmissão inteligente Dyna-6 e que utiliza quatro grupos sincronizados de troca automatizada, cada uma com

Série MF 4200 da Massey Ferguson foi lançada durante a Agrishow e contará com oito modelos que têm a tarefa de substituir a Série 200. Outro destaque foi a novas Série MF 7000 Dyna-6 que está equipada com a transmissão inteligente Dyna-6. Os visitantes puderam conferir os efeitos da transmissão numa máquina suspensa

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de baixa potência, que marcam a entrada da Case IH neste segmento no Brasil. Os tratores Farmall 80, de 80cv, e Farmall 95, de 95cv, lançados para o mercado brasileiro no ano passado, se adequaram às necessidades dos produtores, o que fez com que o projeto de nacionalização da linha fosse antecipado. Este ano os tratores foram nacionalizados e poderão ser financiados pelos programas de incentivo à aquisição de máquinas agrícolas.

NEW HOLLAND

A Case IH apresentou a Axial-Flow 8120, equipada com um motor eletrônico de 425cv de potência nominal e tanque graneleiro com capacidade de 12,3 mil litros

seis velocidades Dynashift, resultando em 24 velocidades para frente e 24 velocidades para trás, sem a necessidade do uso do pedal de embreagem. A troca de marchas pode ser completamente automática, controlada pelo sistema eletrônico do trator, ou de forma manual. Os quatro tratores da nova Série MF 7000 Dyna-6: MF 7350 (150cv), MF 7370 (170cv), MF 7390 (190cv) e MF 7415 (215cv) são equipados com os motores AGCO Sisu Power aptos a operar com 100% de biodiesel (B100). Também foi apresentada a nova colheitadeira axial MF 9690 ATR, com o rotor mais longo do mercado, e motorização de 305cv.

GOODYEAR

Como parte da ampliação da Série 600, a Goodyear lançou o pneu G677 MSD (MixedService Drive Aplication), para aplicação no serviço misto em eixos de tração, e o G686 MSS (Mixed-Service Steer Aplication), para aplicação no serviço misto em eixos direcionais e livres. Este último modelo também pode ser utilizado nos eixos de tração moderada. Além dos pneus para aplicação no serviço misto, a empresa também expôs o G677 OTR (Off the Road Service Drive Aplication), que é um pneu de tração, exclusivo para o serviço fora de estrada. E a outra novidade foi a Banda Pré-Curada G600EL, desenvolvida para aplicação no serviço regional e rodoviário, produto ideal para o uso em carretas, rodotrens, treminhões e demais aplicações em eixos livres.

pelo mercado e que agora passaram por uma espécie de upgrade, ficando muito próximos dos equipamentos vendidos nos EUA. A linha ganhou mais capacidade hidráulica e um reservatório de grãos maior, aumentando a eficiência e melhorando a logística de campo. Controles eletrônicos das funções da máquina também foram introduzidos, assim como um sistema de direção controlado por GPS. A maior colheitadeira do Brasil em capacidade, a Axial-Flow 8120, é equipada com um motor eletrônico de 425cv de potência nominal (atinge potência máxima de 468cv com Power Boost) e um tanque graneleiro com capacidade de 12,3 mil litros. A máquina possui rotor de acionamento hidráulicomecânico, eliminando correias e simplificando a manutenção. A área de limpeza, de 6,6 metros quadrados, mais os 2,7 metros quadrados da bandeja de preparação, é 43% maior do que de outras máquinas existentes de mesma categoria. Sua capacidade de descarga é de 113L/seg. A empresa também apresentou ao público da Agrishow a linha Farmall de tratores

Um dos destaques da New Holland na Agrishow foi a colheitadeira de duplo rotor CR9060. A versão nacionalizada deverá chegar aos clientes ainda este ano, completando a linha da empresa no mercado brasileiro. A CR9060 possui motor New Holland Tier III, com injeção Common Rail e potência de 354cv, atingindo a potência máxima de 394cv e tem 11.100 litros de capacidade de carga no tanque graneleiro e descarga de 110L/seg. A CR9060 opera com plataformas convencionais de 30 ou 35pés e draper de 35 e 40pés. Outro destaque foi o lançamento da linha de tratores TM 7000 Canavieiro, composta pelos modelos TM7010, de 141cv, TM 7020, de 149cv, TM7030, de 168cv e TM 7040, de 180cv. Seu eixo dianteiro extensível de 1,55 metro até três metros, permite que eles trabalhem em qualquer espaçamento na cultura de cana-de-açúcar, rodando na entrelinha. Esta linha canavieira também tem a opção do kit cana, composto do freio pneumático e do sistema de engate traseiro próprios para engates com transbordos e plantadeiras. Os motores que equipam a Linha TM 7000 são New Holland de seis cilindros, tecnologia turbo com intercooler, 6,7 litros e sistema de injeção com bomba rotativa. A linha tem duas versões de transmissão disponíveis: com câmbio mecânico ou transmissão eletro-hidráulica, ambas com embreagem hidráulica. .M

CASE IH

A Case IH apresentou a atualização das três versões de suas colheitadeiras axiais: Axial-flow 2688, Axial-Flow 2799 e AxialFlow 8120. As duas primeiras são atualizações dos modelos 2388 e 2399, já conhecidos

Um dos destaques da New Holland na Agrishow foi a versão nacionalizada da colheitadeira de duplo rotor CR9060, que tem motor de 354cv e tanque graneleiro de 11.100 litros

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dia de campo Fotos Lisandra Reis

Para plantar

Colhedora MF 9690 participou de um comparativo com outras colhedoras axiais, que teve como objetivo descobrir qual modelo gera menor índice de perdas e danos aos grãos que serão comercializados como sementes

A

200 quilômetros de Goiânia, na fazenda Capão do Meio, propriedade da B&F Sementes, a equipe da Massey Ferguson apresentou em testes de campo o mais novo empreendimento para colheita de sementes. A colhedora axial MF 9690 passou por 87 testes em condições de colheita de sementes e os resultados foram aprovados e comprovados por técnicos, produtores e agrônomos. O test drive serviu para apresentar aos produtores o desempenho da nova máquina que insere a Massey na disputa desse mercado e aumenta o seu portfólio de máquinas agrícolas. Para os sócios e produtores da B&F Luciano Fontanella, Juliano Fontanella e Alexandre da Silva Bevilacqua, parceiros da Massey e da Nidera Sementes, durante os testes realizados com a MF 9690, o resultado superou as expectativas. “Buscamos essa parceria porque acreditávamos que a nova máquina nos daria os resultados que posteriormente foram comprovados. Os testes atingiram os resultados

que esperávamos dentro dos requisitos de qualidade praticados pela nossa empresa e das exigências da Nidera Sementes, que nos beneficia com seu produto.” A agrônoma da Nidera Sementes, Daniella Guimarães, confirmou os resultados obtidos em campo. “Durante os testes pude comprovar e me surpreender com o rendimento da colheita. A máquina apresentou ótimos resultados, garantindo a qualidade da semente. O valor tolerável da perda pode chegar até 6% e a MF 9690 não atingiu nem 3%.” Para o diretor comercial da Massey, Carlos Alberto Amaral, além dos resultados da colheita, a nova máquina gerencia a lavoura. “Disponibilizamos uma tecnologia ímpar ao produtor que terá condições de monitorar a sua plantação de forma direta e com resultado certeiro.” Outro fator importante e que deve ser considerado na colheita de grãos para sementes é o índice obtido nas análises de tetrazólio, que, no caso do produto colhido com a MF 9690, ficou

em 1%. Este teste quantifica a perda de vigor e a viabilidade de germinação da amostra. O índice obtido na amostra colhida pela MF 9690 é baixo, o que mantém praticamente imutável a capacidade de germinação das sementes, mesmo após passar por todo o sistema de colheita e trilha da máquina. No mesmo teste, outras colhedoras com sistema axial de trilha atingiram o índice de 5%. O coordenador comercial da Massey, Joaquim Ferreira, ainda aproveitou a oportunidade para detalhadamente apresentar o sistema operacional da máquina. “Queremos que a MF 9690 torne-se referência na hora da compra para o produtor. Através dos resultados que estamos apresentando temos condições positivas de concorrer com o que hoje existe no mercado.”

CARACTERÍSITICAS

A MF 9690 é uma máquina classe VI e, assim como a colheitadeira MF 9790 ATR,


Equipe da Massey Ferguson avalia a quantidade de grãos perdidos após a passagem da colhedora

“disponibiliza ao produtor rural tecnologia de ponta, simples de operar e de fácil manutenção”, explica Ferreira. Com poucos componentes, elas têm acionamento hidrostático do rotor, o que permite que a velocidade seja ajustada e mantida independentemente das oscilações de carga do motor, mantendo uniformes a trilha e a separação dos grãos. O rotor mais longo garante capacidade plena de alimentação, simplicidade de configuração para diferentes culturas e sistema de descarga direta, que dispensa um acionamento de cilindro extra para expelir a palha da máquina. O sistema de limpeza foi dimensionado para atender a grande capacidade de alimentação, trilha e separação. Um bandejão com movimentos alternativos, que se estende sob todo o comprimento do rotor, inicia o processo de limpeza, colocando o material em camadas, que ao ser transportado para as peneiras sofre duas quedas. Desta forma, o material é submetido ao fluxo de ar do ventilador ao alcançar as peneiras. Esta característica única, além de aumentar a eficiência de limpeza, ainda proporciona a vantagem de que a máquina não necessita de acionamentos mecânicos para transportar os grãos às peneiras, reduzindo o consumo de potência, número de componentes de desgaste e eliminando os danos aos grãos no processo de limpeza.

A agrônoma da Nidera Sementes, Daniella Guimarães, realizou os testes que comprovaram os resultados

Ferreira espera que a colhedora torne-se referência na hora da escolha do produtor

O motor hidráulico da máquina dispensa o uso de correias e polias e disponibiliza exclusivo sistema de reversão hidráulica do rotor. Além disso, o cilindro alimentador da trilha distribui de maneira uniforme o produto do rotor e a bandeja transportadora de grãos para as peneiras. A MF 9690 possui tanques graneleiros com capacidade para 10,5 mil litros e uma área total de peneiras de 4,7 metros. A cabine, com

ar-condicionado, conta com acabamento automotivo com revestimento interno antirruídos e grande área envidraçada, que permite melhor visibilidade da plataforma de corte. A Massey Ferguson oferece neste modelo o Sistema Fieldstar II de Agricultura de Precisão, que fornece mapas de produtividade e informações sobre o desempenho da máquina que .M facilitam o gerenciamento da frota.


MÁQUINAS EM NÚMEROS

VENDAS INTERNAS DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS AUTOMOTRIZES NACIONAIS E IMPORTADAS - ATACADO Total Nacionais Importadas Tratores de rodas Nacionais Importados Tratores de esteiras Nacionais Importados Cultivadores motorizados Nacionais Importados Colheitadeiras Nacionais Importadas Retroescavadeiras Nacionais Importadas Mil unidades 2008 2009 2010

JAN 2,9 3,1 4,6

2010 MAR B 6.606 6.531 75 5.432 5.371 61 58 53 5 170 170 0 484 477 7 462 460 2

ABR A 6.034 5.988 46 5.144 5.102 42 60 59 1 158 158 0 210 207 3 462 462 0

Unidades

FEV 4,0 3,6 5,3

MAR 4,3 4,1 6,6

ABR 4,5 3,9 6,0

2009

JAN-ABR C 22.545 22.312 233 18.384 18.194 190 247 236 11 509 509 0 1.806 1.781 25 1.599 1.592 7 MAI 4,7 4,0

JUN 5,1 4,2

ABR D 3.930 3.645 285 3.328 3.072 256 54 35 19 127 127 0 205 195 10 216 216 0 JUL 5,1 4,8

JAN-ABR E 14.798 14.100 698 12.019 11.543 476 169 116 53 533 533 0 1.131 1.082 49 946 826 120 AGO 5,1 5,1

SET 5,5 5,4

Variações percentuais A/D 53,5 64,3 -83,9 54,6 66,1 -83,6 11,1 68,6 -94,7 24,4 24,4 2,4 6,2 -70,0 113,9 113,9 -

A/B -8,7 -8,3 -38,7 -5,3 -5,0 -31,1 3,4 11,3 -80,0 -7,1 -7,1 -56,6 -56,6 -57,1 0,0 0,4 0,0 OUT 5,5 6,2

NOV 4,3 5,3

DEZ 3,7 5,5

C/E 52,4 58,2 -66,6 53,0 57,6 -60,1 46,2 103,4 -79,2 -4,5 -4,5 59,7 64,6 -49,0 69,0 92,7 -94,2 ANO 54,5 55,3 22,5

MÁQUINAS AGRÍCOLAS AUTOMOTRIZES POR EMPRESA 2010 MAR B 6.606 5.432 159 87 658 1.739 1.172 1.404 213 484 62 154 74 169 25 170 58 462

ABR A 6.034 5.144 193 95 945 1.543 893 1.253 222 210 31 63 32 71 13 158 60 462

Unidades Total Tratores de rodas Agrale Case CNH John Deere Massey Ferguson (AGCO) New Holland CNH Valtra Outras Empresas Colheitadeiras Case CNH John Deere Massey Ferguson (AGCO) New Holland CNH Valtra Cultivadores motorizados (1) Tratores de esteiras (2) Retroescavadeiras (3)

2009

JAN-ABR C 22.545 18.384 626 335 2.555 5.678 3.733 4.643 814 1.806 217 643 281 581 84 509 247 1.599

ABR D 3.930 3.328 92 62 571 986 942 519 156 205 17 90 7 81 10 127 54 216

JAN-ABR E 14.798 12.019 385 205 1.638 3.687 3.036 2.484 584 1.131 141 463 171 324 32 533 169 946

Variações percentuais A/D 53,5 54,6 109,8 53,2 65,5 56,5 -5,2 141,4 42,3 2,4 82,4 -30,0 357,1 -12,3 30,0 24,4 11,1 113,9

A/B -8,7 -5,3 21,4 9,2 43,6 -11,3 -23,8 -10,8 4,2 -56,6 -50,0 -59,1 -56,8 -58,0 -48,0 -7,1 3,4 0,0

C/E 52,4 53,0 62,6 63,4 56,0 54,0 23,0 86,9 39,4 59,7 53,9 38,9 64,3 79,3 162,5 -4,5 46,2 69,0

Fonte: ANFAVEA - Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores

(1) Empresas não associadas à Anfavea; (2) Caterpillar, New Holland CNH (sucede Fiatallis CNH a partir de 1º/02/05), Komatsu; (3) AGCO, Case CNH, Caterpillar, New Holland CNH (sucede Fiatallis CNH a partir de 1º/02/05).

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PRODUÇÃO DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS AUTOMOTRIZES Unidades Total Tratores de rodas Tratores de esteiras Cultivadores motorizados Colheitadeiras Retroescavadeiras Mil unidades 2008 2009 2010

JAN 5,9 4,7 5,9

2010 MAR B 7.902 6.391 168 195 573 575

ABR A 7.813 6.520 136 177 488 492 FEV 6,6 4,4 6,4

MAR 6,6 5,6 7,9

ABR 7,0 5,2 7,8

2009

JAN-ABR C 28.061 22.397 534 612 2.571 1.947 MAI 6,5 4,5

JUN 7,3 4,1

ABR D 5.214 4.618 49 161 198 188 JUL 7,6 5,6

JAN-ABR E 19.895 16.708 300 606 1.651 630 AGO 8,0 5,7

Maio 2010 • www.revistacultivar.com.br

SET 8,0 6,1

Variações percentuais A/D 49,8 41,2 177,6 9,9 146,5 161,7

A/B -1,1 2,0 -19,0 -9,2 -14,8 -14,4 OUT 8,8 7,0

NOV 7,4 7,3

DEZ 5,4 6,2

C/E 41,0 34,0 78,0 1,0 55,7 209,0 ANO 85,0 66,2 28,1




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