Maquinas 97

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Cultivar Máquinas • Edição Nº 97 • Ano IX - Junho 2010 • ISSN - 1676-0158

Nossa capa

Buscando a precisão

Capa: John Deere

Matéria de capa

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Entenda o conceito de Agricultura de Precisão e saiba quais os passos devem ser seguidos para que a prática seja eficiente

Destaques

Índice

Efeito colateral

Pneus

Rodando por aí

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Integração lavoura-pecuária

06

Manutenção de silos verticais

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Desgaste em pneus agrícolas

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Agricultura de precisão

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Ficha Técnica - Jumil

24

Aplicação aérea

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Conheça os impactos positivos e negativos da integração lavoura/ pecuária na mecanização agrícola

Ensaio avalia eficiência de pneus em diferentes tipos de solo, em relação à altura das garras

Ficha Técnica - John Deere

30

Colheita de cana

34

06

14

Coluna Estatística Máquinas

38

• Editor

Gilvan Quevedo

• Circulação

Simone Lopes Alessandra Willrich Nussbaum

• Redação

Charles Echer Lisandra Reis

Cultivar

• Expedição

Dianferson Alves Edson Krause

• Revisão

Aline Partzsch de Almeida

• Impressão:

Kunde Indústrias Gráficas Ltda.

• Design Gráfico e Diagramação

Cristiano Ceia

• Comercial

Pedro Batistin Sedeli Feijó

NOSSOS TELEFONES: (53) • GERAL

• REDAÇÃO

• ASSINATURAS

• MARKETING

3028.2000 3028.2070

C

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Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.


rodando por aí

Curso Aviação

O Conjunto Agrotécnico Visconde da Graça (CAVG), em Pelotas (RS), está promovendo a edição 2010 do seu Curso de Executores em Aviação Agrícola (CEAA), que será realizado nas dependências do próprio colégio. O curso, que tem o apoio do Ministério da Agricultura, Schröder Consultoria e Mirim Aviação Agrícola Ltda, destina-se a técnicos agrícolas ou técnicos em agropecuária e para alunos formandos no CAVG. Nesta edição, serão oferecidos dois cursos em 2010, com 25 vagas cada, o primeiro no período de 19 a 23 de julho e o segundo de 26 a 30 de julho. As turmas deverão ter no mínimo 20 alunos. Inscrições e informações podem ser obtidas nos contatos ceaa.cavg@gmail.com e (53) 3277-6700, setor de Agricultura.

Plataforma gigante

Aldivio e Assis Strasser, diretores da GTS do Brasil, apresentaram os lançamentos da empresa na Agrishow. Entre os destaques esteve a plataforma X-10 de 24 linhas, que segundo o fabricante tem potencial para aumentar em até 15% o rendimento na colheita do milho.

Tratores

Thercio de Freitas, da área de Engenharia de Vendas e Marketing Tratores da John Deere, apresentou as novidades da empresa nesse segmento. Mudanças na nomenclatura, aumento das faixas de potência, alterações no design e novos modelos e linhas integram os lançamentos da marca mostrados na Agrishow.

Nova série

Aldivio e Assis Strasser

Reboque

A Stara destacou durante a Agrishow 2010 o Reboque Ninja 3200, com capacidade para 32 mil litros, o que equivale a aproximadamente 400 sacos de milho ou soja. Cintia dos Santos Dal Vesco e Felipe Willers, da equipe de Marketing da Stara, garantem que as expectativas em relação ao equipamento foram superadas.

Guilherme Belardo, coordenador de Marketing do Produto da Valtra, apresentou na Agrishow a nova série de tratores BT. Entre os pontos altos do lançamento estão design inspirado nos modelos finlandeses, capô escamoteável e o conforto da cabine, com baixo nível de ruído, espaço e alavancas ergonomicamente posicionadas do lado direito, facilmente acessadas pelo Guilherme Berardo operador.

Tecnologia

Rafael Antonio Costa, coordenador de Marketing do Produto ATS, e João Carlos Coelho, coordenador de Pós-Venda ATS, apresentaram as novidades da Valtra em agricultura de precisão. Em espaço instalado junto à área de dinâmicas mostram soluções como o Accomand Telemetria, semelhante ao sistema utilizado na Fórmula 1, que permite o monitoramento via internet de aspectos como velocidade, rotação e posição da máquina durante a operação.

Cintia Dal Vesco e Felipe Willers

Colheita

Eudes Arli Veit, da área de Planejamento de Produtos Colheitadeiras e Plataformas, apresentou as novidades da John Deere para o segmento de colheita. Um dos destaques foi a peneira autonivelante que equipa todas as colheitadeiras STS Série 70 da marca. Uma das principais características do produto é a capacidade de compensação extra, que serve para a redistribuição uniforme do material na peneira após o acúmulo nas laterais por conta da inclinação da máquina em terrenos acidentados.

Túnel do tempo

Eudes Arli Veit

Plantio

A apresentação dos lançamentos da John Deere na área de plantio coube a Fábio Schavinski. Entre os destaques da marca no evento esteve a nova série de plantadeiras DB, exclusivas para sementes, destinadas a produtores que fazem a adubação separada Fábio Schavinski do plantio.

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Thercio de Freitas

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A Valtra instalou em seu estande um espaço temático, batizado de Túnel do Tempo, para contar a história dos 50 anos da montadora no Brasil. A fábrica, construída em Mogi das Cruzes, em 1960, produzia o trator Valmet. Em meio século no Brasil, produziu mais de 350 mil tratores. Atualmente a Valtra detém 28% de participação na produção e vendas de tratores agrícolas no país.


Maggion

Pulverizador

Com a reestruturação da feira, a Maggion dobrou a sua área de exposição. A empresa aproveitou o maior evento do agronegócio brasileiro para apresentar a linha completa de pneus. A equipe conta hoje com reforços na equipe, como Wanderley Marronni, José Eduardo e Reinaldo Costa.

Mayara Cabrera, assistente de Marketing da Herbicat, apresentou, juntamente com a equipe da empresa, o turbopulverizador Topspray. O equipamento tem como diferenciais a cobertura com menor volume de calda, economia de diesel e agroquímicos e maior capacidade operacional.

Mayara Cabrera

Grande e pequenas

A Semeato expôs máquinas de grande e pequeno porte na Agrishow 2010. A semeadora Soltower, que em 2009 foi exposta como protótipo, nesta edição entrou como carro-chefe das vendas. Outro lançamento foi a colheitadeira Multi Crop 4100 para o pequeno e médio produtor.

Colhedora

O destaque da New Holland na Agrishow 2010 foi a colheitadeira de duplo rotor CR9060. A partir deste ano a máquina será produzida no Brasil. Segundo Eduardo Sperandio Nicz, coordenador de Comunicação da empresa, a nacionalização permitirá que a máquina atenda, ainda mais, as necessidades dos produtores brasileiros, além de possibilitar que a compra seja feita através do Finame PSI.

Kunh

Agrale

A Agrale está bastante otimista em relação ao mercado de tratores, principalmente pelo impulso dado pela facilidade no financiamento de tratores de menor porte. Flávio Crosa e Silvio Rignoni apostam na continuidade dos programas de incentivo para fortalecer os produtores rurais e o mercado de máquinas agrícolas continuar aquecido.

ISO

Eduardo Sperandio Nicz

A Kuhn foi para a Agrishow com 11 novos lançamentos. Além da tradicional linha de plantio, foi implementada a linha de pulverização e o distribuidor de fertilizantes e sementes com capacidade de 1.600 litros e largura útil de distribuição de 12 a 36 metros. Segundo Filipe de Carvalho, gerente de Marketing da empresa, a Agrishow é a única feira do país que consegue vender todas as linhas de produtos.

A Molbor, empresa especializada na produção de bandas compactadoras para plantadeiras de grãos para grandes do setor de máquinas, acaba de ter todos os seus processos certificados por uma das mais importantes normas internacionais de qualidade, a ISO 9001: 2008. “Aumentamos consideravelmente nossa qualidade em desenvolvimento de bandas compactadoras, investimos em novas tecnologias, equipamentos e infraestrutura, o que nos conduziu à conquista da ISO”, explica Jader Ribeiro, diretor da Molbor.

Liderança

A Agritech, fabricante de tratores e microtratores Yanmar, participou da Hortitec 2010, com sua linha completa de produtos voltados ao setor de Hortaliças e Frutas. Pedro Cazado Filho, gerente comercial da empresa, destacou a importância do evento e de sua localização estratégica. “Somos líderes de vendas nesta região”, lembrou. Entre os destaques em tratores, Cazado Filho ressaltou o modelo 1155-4, de 55 cavalos.

Pedro Cazado Filho

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mecanização

Efeito colateral

O

Prática comum e bastante antiga, o sistema de integração lavourapecuária traz benefícios, mas, também, inúmeros impactos negativos para o solo e para o bolso do produtor se alguns aspectos não forem analisados com cuidado e algumas práticas respeitadas pode se adaptar a diferentes condições de manejo nas mais diversas partes do mundo. Especificamente no Brasil, a ILP teve grande relevância na abertura de novas fronteiras agrícolas, como na implantação de sistemas de produção agropecuária na região Centro-Oeste do país, todavia, a aplicação deste tipo de manejo sobre o

Agrale

conceito tecnológico que define a integração de lavoura e pecuária (ILP) é tão ou mais antigo que a domesticação de animais e plantas. Sabe-se que vários países utilizam a ILP, a qual acarreta em ganhos e impactos sobre o sistema onde a mesma é implantada. Logo, pode-se constatar a diversidade potencial do sistema, o qual

sistema de plantio direto (SPD) ainda gera uma série de dúvidas e discussões entre técnicos e produtores. Mesmo assim, observa-se forte crescimento na adoção do manejo em ILP, principalmente nas regiões Centro-Sul do país, respeitando as particularidades de cada região. No Cerrado o enfoque da integração está na rotação de culturas, recuperação dos solos e de pastagens degradadas. No Sul do país o enfoque tem sido não só a rotação de culturas e diversificação produtiva, mas principalmente a geração de alternativas de renda e utilização das terras nos períodos que se estendem do final do verão até o início da primavera, tido que o preço de comercialização da maior parte dos cereais cultivados no inverno não vem sendo atraente ao produtor, que vê na produção animal uma maior viabilidade econômica.

VANTAGENS DO SISTEMA ILP

No Cerrado, a integração lavoura/pecuária é utilizada na rotação de culturas, recuperação dos solos e de pastagens degradadas

É pertinente ressaltar algumas das vantagens da ILP, para que se possa analisar a relevância dos impactos gerados pelo sistema. Uma destas vantagens é a formação de pastagens hibernais que viabilizam a terminação de bovinos durante a entressafra e colabora com a melhoria dos índices zootécnicos. Se bem manejada a pressão de pastejo, ajustes de lotação, rotação e o repouso das áreas utilizadas, há uma tendência de não comprometimento da quantidade de palha necessária à implantação de um bom sistema de plantio direto. Em relação às condições do solo, a ILP, utilizando o consórcio de gramíneas e leguminosas, pode trazer algumas vantagens tais como: incrementos na

Case IH

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fertilidade do solo devido ao aumento da atividade de fixação biológica de Nitrogênio (N) e incorporação de Fósforo (P), Potássio (K) à matéria orgânica ativa do solo; aumento da reciclagem de nutrientes pela ação das gramíneas; e geração de melhores condições de controle de plantas daninhas, bem como quebra do ciclo de pragas e moléstias. Na medida em que a produção animal passa a gerar uma renda capaz de competir com a lavoura, cria-se um cenário favorável à manutenção da atividade em níveis aceitáveis pelos produtores. Estas atividades não são antagônicas e, sim, se tornam atividades complementares, sendo que em períodos de frustração de safras, comuns na região Sul devido ao comportamento climático (geadas e excesso de chuvas no inverno e estiagens no verão), podem compensar possíveis perdas.

IMPACTOS E CONSEQUÊNCIAS DO SISTEMA ILP

Sabe-se que uma das maiores consequências da ILP, quando mal manejada, é a compactação dos solos agrícolas, que sem dúvida influencia no desenvolvimento radicular, no acúmulo de água e na aeração dos solos agrícolas. A

Massey Ferguson

Se bem manejados a pressão de pastejo, os ajustes de lotação, a rotação e o repouso das áreas utilizadas, há uma tendência de não comprometimento da quantidade de palha necessária à implantação de um bom sistema de plantio direto

compactação do solo pode ser definida como um processo dinâmico e progressivo, que acarreta em um aumento da densidade do solo (maior massa de solo por unidade de volume) proporcional ao volume de cargas ou pressões exercidas sobre o mesmo. Tais cargas são geradas a

partir do tráfego intenso de máquinas e implementos agrícolas em condições de umidade elevada e do pisoteio animal sobre condições de maiores pressões de pastejo, sendo esta última causa apontada como um dos principais “vilões” da degradação do solo em áreas de lavoura.


Quanto às operações a serem realizadas, percebe-se que nas situações de manejo utilizando o sistema de plantio direto ocorre, naturalmente, um aumento do consumo de combustível do trator e

John Deere

Também se devem evitar generalizações que associem a compactação dos solos à maioria das áreas sob plantio direto, uma vez que é comum verificar-se um aumento na densidade do solo pela prática do plantio direto, porém sem o comprometimento do sistema e da produtividade em virtude de tal adensamento. As consequências da compactação são mais facilmente diagnosticadas em anos com déficit hídrico, tido que o processo de compactação provoca a redução da macroporosidade e também da porosidade total do solo, afetando a capacidade de aeração e a infiltração da água da chuva ao longo do perfil do solo. Constata-se também que em condições de excesso de umidade os solos compactados podem proporcionar condições de falta de oxigênio às plantas. Além da redução da capacidade de aeração do solo, a compactação pode restringir significativamente a permeabilidade do solo, devido à diminuição do número e volume de macroporos. Desta forma, áreas com problemas de compactação tendem a criar um cenário de exposição das culturas ao estresse hídrico, devido à menor capacidade de absorção e armazenamento de água pelo solo. Ressalta-se também a limitação do volume de solo explorado pelo sistema radicular das plantas que crescem em solos compactados, acarretando em uma diminuição da capacidade de absorção de água pelas plantas.

Em comparação com áreas de cultivo convencional, as lavouras que praticam integração lavoura/pecuária têm solos mais compactados e menos porosos, dificultando a penetração da água e o desenvolvimento radicular das culturas

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da força de tração demandada pela semeadora. Em certos casos relatam-se valores que se aproximam do dobro de consumo horário (L/h) e operacional (L/ha) de combustível, para uma mesma operação de semeadura, comparando o sistema de plantio direto em relação ao convencional. Obviamente, em situações de solo com camadas superficiais compactadas, seja por tráfego de máquinas ou pelo pisoteio animal excessivo, este consumo apresenta uma tendência de aumento, passando a representar em torno de 20 a 30% de incremento em relação ao sistema de plantio direto associado a boas práticas de ILP. Quanto ao efeito da compactação sobre a vida útil das máquinas agrícolas sabe-se que, ao longo de um dado período de tempo, a mesma acarreta em maiores custos de manutenção e, principalmente, em uma redução da confiabilidade da máquina em questão. Na tentativa de reduzir o consumo de combustível e aumentar a capacidade operacional da máquina (ha/h), pelo aumento da velocidade durante a operação de semeadura, pode-se lançar mão da utilização de sulcadores do tipo duplo disco em substituição às tradicionais hastes sulcadoras para a deposição de fertilizantes, no entanto, a menor mobilização do solo e a redução da profundidade de trabalho, promovidas pelo sistema de dis-


New Holland

cos duplos, podem acarretar em maiores índices de perdas durante a germinação, seja devido à proximidade de deposição das sementes em relação ao fertilizante ou devido à menor disponibilidade de água nas camadas superficiais de solos mais compactados.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao abordarem-se os pontos positivos e negativos da utilização do sistema ILP constata-se que as consequências geradas por este sistema, quando conduzido de forma inadequada, podem ser bem mais impactantes do que os lucros contabilizados pelo produtor com a diversificação produtiva. Desta forma, deve-se proceder com maiores estudos acerca da correta implantação e condução da ILP e certificar-se da real necessidade de implantação do sistema, caso a caso, pensando sempre na sustentabilidade da atividade agropecuária de cada região e, se possível, de .M cada produtor em específico. Gustavo Heller Nietiedt, Ulisses Giacomini Frantz, José Fernando Schlosser e Rodrigo Lampert Ribas, UFSM


armazenagem Fotos Agrocult

Conservação completa

Para manter manter os os grãos grãos armazenados armazenados devidamente devidamente conservados conservados éé necessário necessário que que Para os silos silos também também estejam estejam em em condições condições ideais ideais de de funcionamento. funcionamento. Por Por isso, isso, as as os manutenções periódicas periódicas ee realizadas realizadas de de forma forma adequada adequada são são fundamentais fundamentais para para manutenções manter as as estruturas estruturas ee os os grãos grãos em em boas boas condições condições manter

S

aber operar e manter um silo metálico vertical é tão importante quanto saber operar secadores de grãos e máquinas de limpeza. Devemos ter cuidados para manter a estrutura metálica em boas condições de conservação e ambiente para receber o produto, juntamente com os aspectos de segurança na carga e descarga e manutenção do produto armazenado. Antes da próxima utilização os silos e armazéns devem passar por um processo de limpeza, varrendo e recolhendo resíduos como grãos deteriorados e impurezas, e destinar esta colheita para incineração ou enterrá-la, de tal forma que não seja retornada para a massa de grãos, provocando a contaminação. A limpeza deve ser realizada em todas as partes do silo como telhados, paredes laterais (chapas), canais de aeração, estruturas de sustentação (treliças, montantes etc). Essa limpeza também pode ser realizada e é até recomendável a utilização de água, lavando todo o interior do silo e, na sequência, pulverizar com inseticida higienizando o ambiente. Recomenda-se usar sempre silos com montantes externos para evitar pontos de contaminação entre o montante (estrutura de

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sustentação) e a chapa lateral do silo.

CARGA E DESCARGA

A operação de carga do silo vertical deve ser sempre realizada pela parte central do telhado (centro do silo/ talude), em função da necessidade de manter o equilíbrio das cargas verticais, radiais e de embucho, geradas pela massa de grãos armazenados ou em movimento. Realizado de forma descentralizada, este processo poderá gerar um desequilíbrio de forças provocando um recalque na base do silo e, con-

sequentemente, um tombamento do mesmo ou deformação das chapas laterais. O mesmo risco ocorre na hora da descarga, quando realizada de forma descentralizada. Nesta situação, quando tivermos mais de um registro para executar a função, devemos acionar inicialmente o central e posteriormente os laterais, de forma que o talude interno da massa desça equilibrado. Por medida de segurança, recomenda-se utilizar sistema de fechadura (cadeado) nos registros laterais para evitar abertura em momentos errados (ver ilustração do esquema de carga e descarga em silos).

OPERAÇÃO DE CARGA

Foco de contaminação ocasionando presença da estrutura de sustentação instalada na parte interna do silo

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Antes de iniciar o carregamento, observar as recomendações importantes, conforme veremos a seguir: Espalhador de grãos - Verificar seus componentes para que estejam em perfeitas condições de funcionamento. Testar para se certificar de que todos os elementos móveis estejam girando sem nenhum tipo de interferência. Para um perfeito funcionamento na distribuição dos grãos, é importante que a capacidade de fluxo (t/m³) do espalhador esteja compatível ao de


Exemplos de situações corretas e erradas nas operações de carga e descarga dos silos armazenadores

carga do silo. Rosca varredora - Verificar seu posicionamento na base do silo. Em caso de existir mais de um registro de descarga, posicionar a rosca próxima aos mesmos, cuidando para não obstruir o fluxo de saída dos grãos (não posicionar sobre os registros laterais na base). Testar a rosca em movimento para verificar se todos os elementos móveis estão girando livremente, sem interferência. Roscas com cobertura meiacana devem ser colocadas na direção da lateral para o centro do silo, de tal forma que a última a ser colocada seja a primeira a ser retirada para iniciar a remoção do talude natural da massa de grãos. Cabos de termometria - Cuidar para que as fixações dos cabos (pêndulo), junto à base dos silos, estejam nos pontos determinados e com um sistema de fixação seguro. O pêndulo deve ser composto por cabos de aço duplos (dois por pêndulo), com resistência de até 1.250kgf para camada de grãos até 28m, e 2.500kgf para até 50m. Observar que a cobertura do silo e o telhado do armazém estejam dimensionados estruturalmente para resistir à carga dos cabos (peso próprio) mais o embucho que este realizará sobre a sua fixação, devido ao atrito dos grãos nos mesmos no momento da descarga. Controle de nível - É fixado na primeira chapa do corpo, a uma distância média de aproximadamente 300mm do telhado, para evitar o excesso de carga no silo. O acionamento se dá através do contato com o grão e sinalizando no quadro de comando, desliga o sistema de carga (elevador de caçambas ou transportadores horizontais). Deve-se testar o controle para certificar-se de seu funcionamento junto ao quadro de comando e realizar limpezas periódicas para retirar o acúmulo de pó e grãos.

OPERAÇÃO DE DESCARGA

A abertura dos registros de descarga deve ser individual, partindo do centro para a extremidade do silo e somente após o escoamento total do produto por gravidade, pelo registro central. Todos os registros deslocados ou descentralizados devem ser seguramente chaveados ou controlados de modo a evitar a

abertura acidental por pessoas desautorizadas. Eles somente podem ser abertos, após a saída de todo o produto pelo registro central, restando somente o talude natural. após acabar o escoamento por gravidade e abertos os registros, ligar a rosca varredora. Iniciar a retirada das coberturas (meias-canas), uma de cada vez, na medida em que a rosca retirar o produto do centro para a extremidade (lateral do silo). Após a formação do cocho na massa de grãos, desengatar o suporte de fixação e travar a roda para que seja iniciado o processo de avanço sobre o talude. Depois da descarga total por gravidade do produto e antes de acionar a rosca varredora, soltar os cabos de termometria que estão fixados na base do silo e enrolá-los, de modo que não interfiram com a rosca quando a mesma estiver em movimento.

ESTRUTURA FÍSICA

A corrosão metálica em chapa galvanizada (zincada), conceitualmente, é a transformação de um material metálico ou liga metálica pela sua interação química ou eletroquímica num determinado meio de exposição, processo que resulta na formação de produtos de corrosão (ferrugem) e na liberação de energia. Quase sempre, a corrosão metálica por mecanismo eletroquímico está associada à exposição do metal (chapa galvanizada) num meio no qual existe a presença de moléculas de água (umidade), juntamente com oxigênio (ar) num meio condutor.

Composição padrão

U

m silo padrão é composto por telhado (cobertura) com sistema de exaustão para remover o ar quente e saturado que fica localizado internamente entre a massa de grãos e o telhado, portas de inspeção, plataforma de acesso, escadas com guarda-corpo, controle de nível, espalhador de grãos, rosca varredora, termometria e sistema de aeração (ventilador e canais de aeração).

A corrosão branca é o nome dado aos depósitos brancos que se formam na superfície das chapas zincadas, originados das condições de má ventilação e umidade. Comumente chamada de “ferrugem”, quando encontrada em silos verticais e estruturas metálicas da cobertura dos armazéns, esta corrosão afeta não apenas o aspecto estético do material, como também e principalmente, a sua resistência mecânica e vida útil. A durabilidade da chapa galvanizada (zincada) dependerá diretamente do tempo que levar o processo de oxidação da camada de zinco e do grau de proteção (espessura/quantidade de zinco por m²). A adoção de um processo preventivo anticorrosão, ou seja, a eliminação do ambiente úmido e quente em silos metálicos e armazéns, é a utilização de um “sistema de exaustão”, que retirará do interior do ambiente a umidade proveniente da massa de grãos quando esta perde água, devido à busca do equilíbrio higroscópico da mesma. A oxidação prematura das chapas galvanizadas e montantes (estruturas verticais) de silos verticais é decorrente da condensação (gotejaCálculo do volume de água evaporada Estudo: Silos Verticais

Produto: Soja Quebra Técnica: 1,69% Umidade Inicial: 13% - Final: 11,50% Diamentro (m) 9,00 11,00 11,00 14,50 14,50 18,00 18,00 22,00 31,00

Altura (m) 11,00 13,00 16,50 13,50 18,50 15,00 19,00 20,50 18,00

Capacidade (Sacos) 10.000 15.000 20.000 30.000 40.000 50.000 65.000 100.000 200.000

Volume (*) (Agua - Litros) 407 595 693 899 1.084 1.305 1.488 2.070 3.248

Nota: # Forma de armazenagem: Talude emparelhado; # Saco: 60 kg (P.e: 0,75 t/m³); # Espessura média da massa de grãos que perde umidade: Talude superior: 12 cm Lateral do silo: 10cm (*) Volume de agua evaporada.

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Detalhe de sistema exaustor utilizado em silos

Fotos Agrocult

evitar este fenômeno e a oxidação decorrente do mesmo, devemos ter um sistema de exaustão instalado na cobertura (telhado) na parte mais elevada.

SISTEMA DE EXAUSTÃO

mento) que ocorre nas chapas do telhado e na lateral do silo. Essa umidade (água) é oriunda dos grãos armazenados (ver cálculo de volume de água evaporada por silo). A condensação e o gotejamento em silos verticais e armazéns são um fenômeno físico de fácil comprovação técnica e visual. A taxa de umidade do ar (umidade relativa) varia conforme sua temperatura, significando que, quando o ar ambiente aquece, aumenta a sua capacidade de absorver umidade e diminui quando esfria (temperatura baixa – frio). Este processo acontece da seguinte forma: a radiação solar provoca o aquecimento da cobertura do silo ou armazém (telhado metálico) e pela condução térmica aquece o ar interno, baixando a umidade relativa do ar. Esse ar com temperatura elevada absorve a umidade contida nos grãos armazenados pelo efeito da evaporação (processo de equilíbrio higroscópico dos grãos). Em contrapartida, quando este ar úmido entra em contato com a cobertura (telhado) resfriada, pela variação climática (noite ou período frio), cai a temperatura do mesmo elevando a umidade relativa interna, podendo, com isso, ultrapassar o ponto de saturação (orvalho), condensar e gotejar sobre a massa de grãos armazenada. Esta água irá iniciar o processo de oxidação nas chapas e nas estruturas do telhado e lateral do silo vertical, gerar mofo, deterioração e até a germinação dos grãos na camada superior do talude. Para

Sistema de exaustores instalados na parte superior dos silos armazenadores

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Com a instalação de um sistema de exaustão na cobertura dos silos verticais e também em armazéns graneleiros, em quantidades proporcionais às características do ambiente, renova-se o ar interno entre o telhado e a massa de grãos, o qual está quente e saturado (úmido/ água), equilibrando a temperatura interna com a externa e eliminando, desse ambiente, o fenômeno físico da condensação. A aplicação de um sistema de exaustão também proporciona outros benefícios ao produto armazenado, como a aeração permanente (natural), extraindo, além do calor da massa de grãos, elementos como pó, gases e a umidade do ar presentes no ambiente armazenador. Também evita apodrecimento, mofo e germinação indesejada, inibe a proliferação de pragas e insetos e aumenta a eficiência de inseticidas e fungicidas. Também impede a compactação da camada superior dos grãos, mantendo a uniformidade da temperatura da massa (b.u.) e facilitando a passagem do ar da aeração forçada. Economiza até 50% da energia elétrica por gerar uma equalização de temperaturas na massa de grãos, reduzindo horas de aeração e, consequentemente, a quebra técnica (perda de peso).

CUIDADOS NA OPERAÇÃO

Todas as atividades desenvolvidas em silos armazenadores devem ser muito bem planejadas, para evitar acidentes pessoais. Regras básicas de segurança devem ser seguidas. Evite entrar no silo durante o processo de carga e descarga, mas havendo necessidade tenha muito cuidado e observe cuidados como desligar todos os motores ou equipamentos elétricos, usar equipamentos de segurança para evitar quedas, utilizar máscara contra poeiras e gases, coloque uma pessoa do lado externo para auxiliá-lo, em caso de necessidade operacional e segurança e evite caminhar sobre a massa de grãos, caso seja imprescindível, usar sistema de segurança (Equipamento de Proteção

Detalhe de problema ocasionado pela condensação interna dos silos

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Grãos germinados por altas temperaturas e umidade no interior dos silos

Individual).

MANUTENÇÃO DA ROSCA VARREDORA

Para evitar problemas com a rosca varredora é necessário verificar a união das calhas e base do acionamento e se a rosca está torcida ou com uma flecha fora do padrão limite de trabalho, além de fazer reparos quando observar algum parafuso frouxo. Quanto ao caracol, realizar um controle periódico, a fim de verificar o desgaste, roda emborracha e demais itens móveis. Em roscas varredoras que possuem caixa redutora na roda emborracha e acionamento por motorredutor ou motor-redutor, deve-se observar, sistematicamente, o nível do óleo. Para uma maior durabilidade do equipamento, após a operação, executar uma limpeza. Isto pelo fato de os grãos desprenderem um pó muito fino que, com a umidade e calor, poderão fermentar e iniciar um processo de corrosão.

DESCARGA LATERAL

Os silos verticais possibilitam a descarga lateral. Este acessório tem como principal objetivo realizar a descarga do silo, sem a utilização de energia elétrica, somente por gravidade. Dessa forma reduzem-se os danos mecânicos nos grãos (quebra e fissuras). Este dispositivo é composto de uma escada interna que possibilita a descarga de forma gradual, por camadas, movimentando a massa por faixas no sentido de cima para baixo, para evitar o efeito de embucho natural dos grãos nas chapas laterais do silo. Existe uma chapa de proteção instalada entre a escada e a chapa lateral do silo para facilitar a passagem do fluxo dos grãos, que é abrasivo. A não instalação desta proteção provocará desgaste e consequentemente riscos de ruptura do corpo (cilindro – lateral). Um registro de descarga com sistema de segurança (cadeado) evita a abertura fora do período de expedição é instalado do lado externo do silo, junto ao corpo. Este sistema de descarga lateral pode ser instalado em qualquer altura (anel) do silo vertical e, quanto mais próximo ao nível do solo, maior será o percentual de descarga da massa de grãos por gravidade. É importante levar em consideração que a


aplicação deste sistema sem a escada interna e a chapa de desgaste, usando somente uma abertura na chapa lateral do silo e um registro, provocará deformação na estrutura física e consequentemente acidentes. Para instalação de uma descarga lateral, consultar sempre o fabricante do silo e adquirir o sistema por ele fornecido, garantindo o funcionamento e a segurança na operação.

MANUTENÇÃO NAS CHAPAS

Outra tarefa que exige atenção e cuidados é a manutenção e substituição das chapas galvanizadas dos silos metálicos e/ou telhados (coberturas) de armazéns graneleiros. As chapas galvanizadas (zincadas) são entregues na obra com um tratamento de superfície (passivação). Este tratamento fornece uma proteção periódica/temporária contra a corrosão branca, a qual é a oxidação do zinco que se forma na superfície da chapa, na presença de água ou umidade excessiva. Na hora de estocar as chapas zincadas, mantenha-as em local coberto, seco, longe de vãos e/ou portas abertas e livres de qualquer poluição até sua instalação. O estoque das chapas deve ser feito sobre estrado de madeira ou metálico, evitando contato com o chão e permitindo a ventilação de ar por baixo. Mantenha o produto embalado, evitando condensação de

Silos Metálicos e Graneleiros

O

s silos metálicos verticais são projetados para utilização na armazenagem de produtos granulados - grãos e cereais - não coesivos, com peso específico de até 0,83t/m³ ou 0,60t/m³, para silos destinados à armazenagem somente de arroz. O ângulo de repouso médio considerado é de 27º (ver tabela de ângulos de repouso). Os silos para armazenagem de arroz se diferenciam dos demais (tipo padrão - para estocar grãos com peso específico de até 0,83t/ m³) apenas na estrutura do corpo, tendo as chapas laterais e montantes com espessuras menores do que no padrão. Desta forma, não podem ser armazenados grãos com peso específico acima do arroz, evitando riscos de acidentes decorrentes da ruptura das chapas laterais e tombamento do mesmo. Para determinação da capacidade de armaumidade entre as chapas galvanizadas. Faça inspeções periódicas – no caso de molhamento direto (chuva) ou por condensação de umidade e seque o produto imediatamente com ar comprimido e/ou por outros meios. Estas instruções também são válidas para

zenagem de um silo ou armazém graneleiro deve ser considerado o volume em metros cúbicos (m³), devido ao grau de compactação da massa de grãos armazenada que é em média de 6% a mais. Ângulo e repouso Umidade (%B.U.) Ângulo (graus) Grão / Produto 12 = 16 27 Soja (grão) 12 = 16 27 Milho (grão) 12 = 16 28 Trigo (grão) 12 = 16 36 Arroz com Casca 12 = 16 30 Cevada (grão) 50 Malte 35 Farelo de Soja (peletizado) 39 à 41 Farelo de Soja (comum) 38 Areia grossa seca (de jato) 21 Linhaça Semente 38 Calcário Moído (pó de pedra)

todos os equipamentos e peças galvanizadas que recebemos em obra, para montar um equipa.M mento ou realizar manutenção. Adriano Mallet, Agrocult


Altura não é documento

Divulgação

pneus

Fotos Kléber Lanças

A altura das garras dos pneus interfere no consumo e no desempenho dos tratores agrícolas. Mas engana-se quem pensa que as altas são mais eficientes; dependendo das condições do solo e da quantidade de palhada, pneus com garras baixas ou desgastadas podem ter um rendimento superior a 12% em relação aos de garras mais altas

O

s rodados pneumáticos de um trator agrícola são responsáveis por diversas funções importantes, tais como promover o equilíbrio, o direcionamento, o deslocamento e a capacidade de tração de equipamentos e, também, gerar um amortecimento entre as irregularidades do solo e o trator. Esses rodados influenciam significantemente nos resultados de desempenho operacional do trator, através do seu tipo construtivo, da pressão de inflação, da carga aplicada, do tipo de tração e do desgaste das garras. O tipo de solo, o seu teor de água, a cobertura vegetal e a declividade do solo também são importantes fatores que influem no desempenho do trator, além de interferirem na qualidade e na quantidade de serviço executado no campo. As garras dos pneus agrícolas foram desenvolvidas inicialmente com a função primordial de penetrar no solo agrícola, aumentando a capacidade de transformação do torque da roda em força de cisalhamento do solo e, posteriormente, tração. Gill & Vandenberg (1968) definiram como sendo a principal função do rodado agrícola, a transformação da rotação do motor, transmitida para seu eixo, em translação do veículo. O contato rodado/solo ou mais especificamente do pneu/solo, depende da sua área de contato, da carga aplicada e, logicamente, das condições do solo, para que a patinagem (rotação da roda sem movimento transversal) seja minimizada, pois é uma fonte de perda de energia.

Medição das alturas das garras dos pneus desgastados traseiro e dianteiro

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Gráfico 1 - Patinagem do trator em solo mobilizado

Gráfico 2 - Velocidade de deslocamento em solo mobilizado

Gráfico 3 - Velocidade de deslocamento em superfície com palhada

Gráfico 4 - Consumo de combustível do trator em superfície com palhada

Com isso, os fabricantes de pneus agrícolas nos primeiros projetos, se inspiraram nas rodas primitivas de aço e introduziram as garras nos pneus. Porém, a realidade agrícola do Brasil e de alguns outros países vem sendo modificada substancialmente em função da adoção do Sistema de Plantio Direto na Palha. Hoje em dia, mais da metade da área cultivada no Brasil é conduzida neste sistema e, portanto, todo o tráfego de máquinas e tratores vem

sendo realizado sobre uma camada de palha ou restos culturais que, via de regra, é espessa e densa, não permitindo que as garras dos pneus cravem no solo. Assim, uma das principais funções da garra dos pneus deixou de ser aplicada nos solos cobertos com vegetação. Também, quando se trafega em solos compactados e consistentes, as garras perdem totalmente sua função e, em muitos casos, passam a ser inconvenientes. Um trator, quando equipado com pneus

adequados para diferentes condições de superfície do solo, resulta em melhor desempenho, com consequente aumento da capacidade operacional, aumento da vida útil, melhor qualidade do serviço, menor custo e ainda preserva as condições estruturais do solo. Dentro de uma economia global, na qual se insere a agricultura brasileira, a importância e a difusão de informações são essenciais para tomada de decisões,


Figura 2 - Efeito de pás (garras) instaladas ao longo do perímetro de uma roda na sua tração

Figura 1

principalmente quando estão relacionadas à otimização da relação custo/benefício. No campo ainda existem muitas dúvidas com relação ao tipo de pneu a ser utilizado, pressão de inflação etc. Em muitas ocasiões os pneus dos tratores agrícolas são descartados ou separados para ressolagem quando os proprietários o julgam ineficientes baseados na visualização das alturas das garras de tração. Nos países europeus já se utilizam pneus agrícolas com um desenho de garras mais baixas (R3 ou R4) com excelente eficiência trativa dos tratores. Este tipo de pneu propicia maiores velocidades de deslocamento do trator sem perder as características de tração e esta tendência agora vem chegando aos agricultores brasileiros com estudos mais aprofundados sobre o tema. O Núcleo de Ensaios de Máquinas e Pneus Agroflorestais (Nempa), do Departamento de Engenharia Rural da Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA/Unesp) de Botucatu, vem realizando estudos com pneus diagonais desgastados e os resultados mostraram que em algumas situações específicas esses pneus com acentuado desgaste têm uma eficiência melhor que os pneus novos. Nos ensaios, as garras dos pneus foram medidas segundo a Asae S296.4 (1999) utilizando-se

um medidor de garra. Nos primeiros estudos avaliou-se um conjunto de pneus “diagonais com 60% de desgaste” nos pneus traseiros e “41% de desgaste” nos pneus dianteiros, sendo comparado com um conjunto de pneus “Diagonais Novos”, operando em três superfícies de rolamento (solo mobilizado, solo com cobertura vegetal - restos da cultura de milho e solo firme). Na pista de solo mobilizado (solo arado e gradeado), os valores médios de patinagem dos rodados para o conjunto de pneus desgastados foram maiores, o que já era esperado, evidenciando menor eficiência trativa nesta condição de superfície para pneus com as garras mais baixas, apresentando maior consumo horário de combustível e redução na velocidade de deslocamento do trator, conforme mostram os Gráficos 1 e 2. Na condição de solo mobilizado (arado e gradeado) as garras do pneu exerceram o importante papel de cisalhamento, quando a força é transmitida aos rodados para gerar tração. As garras mais altas dos pneus novos cravaram no solo, os espaços entre uma garra e outra foram preenchidos com solo, aumentando a superfície de contato pneu/solo e, no momento da tração, esses fatores somados melhoraram a eficiência trativa desses pneus

Gráfico 5 - Consumo horário de combustível em solos com superfície firme

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nestas condições. Na pista com cobertura vegetal, a camada de palha interferiu na eficiência trativa dos rodados. Nesta condição de superfície os resultados mostraram que os pneus com garras mais baixas aumentaram em 4% a velocidade de deslocamento e reduziram em 9% o consumo horário de combustível, sendo que os pneus desgastados apresentaram um desempenho melhor do que os pneus novos, conforme apresentado nos Gráficos 3 e 4. Em solos firmes os resultados foram ainda mais favoráveis para os pneus de garra baixa, apresentando redução no consumo horário de

Figura 3 - Detalhes construtivos de um pneu agrícola, a evolução do rodado de aço que equipava os primeiros tratores


Fotos Kléber Lanças

Deformação das garras dos pneus durante a tração em solo duro

combustível de 12,8% menor comparado ao consumo horário dos pneus novos, conforme mostra o Gráfico 5. Os resultados mostraram que nas condições de operação em que a superfície do solo está com algum tipo de cobertura vegetal ou em solo firme, os pneus desgastados apresentaram melhor rendimento tratório do que os pneus de garras mais altas. Outro fator negativo das garras nestas condições foi que elas se deformaram (dobraram) durante a tração, significando com isso uma perda de energia que poderia estar sendo utilizada para gerar tração, já com os pneus desgastados ou com garras mais baixas, a deformação é mínima e, com isso, conseguiu-se mais borracha em contato com o solo e maior

Valtra

Os pesquisadores Kléber, Saulo e Leonardo conduziram o ensaio em Botucatu (SP)

superfície de contato e, consequentemente, aumentou-se o rendimento de tração. Para solos mobilizados ou soltos este fenômeno se inverteu, tendo os pneus de garras mais altas (novos) melhor rendimento tratório. Mais pesquisas a respeito estão sendo realizadas, mas os primeiros resultados são bastante positivos para utilização desses pneus com menor altura da garra ou com um perfil de garras mais baixas (R3 ou R4) em áreas de plantio direto e áreas de canade-açúcar, principalmente nas operações com trasbordo de cana-de-açúcar. .M Kléber Pereira Lanças, Saulo Philipe Sebastião Guerra, Paulo Roberto Jesuíno e Leonardo de Almeida Monteiro, Nempa


capa

Em busca da precisão

A

Massey Ferguson

Cada etapa da Agricultura de Precisão é importante dentro do processo, desde a coleta de dados até a aplicação de insumos em taxa variável. A técnica, para ser eficiente, deve seguir uma série de cuidados que definirão a qualidade da informação que servirá de base para qualquer interferência realizada no futuro

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tualmente a Agricultura de Precisão (AP), antes de qualquer coisa, está se consolidando como um modelo de gestão das principais informações técnicas de manejo das lavouras. Primeiramente, através do mapeamento dos níveis de fertilidade do solo que permitem otimizar as aplicações de corretivos e fertilizantes. Outra forma de AP é elaboração de mapas de produtividade que permitem identificar a variabilidade da produção dentro de um mesmo talhão, proporcionando informações que qualificam o processo decisório. Essas duas “ferramentas” já estão disponíveis ao mercado brasileiro e podem proporcionar resultados significativos no aumento de produtividade com rentabilidade. No entanto, o mapeamento da fertilidade do solo tem se destacado pela maior facilidade de execução e interpretação em relação ao mapeamento da produtividade, que além de ser uma técnica com elevado grau de sofisticação, depende de vários fatores de produção controláveis (fertilizantes, agroquímicos, genética etc) e incontroláveis (insolação, precipitação, temperatura etc). Mesmo sendo uma técnica com maior facilidade de interpretação, até porque leva em consideração apenas alguns fatores de produção (índices de fertilidade, relevo, histórico de manejo e produtividade média), o mapeamento da fertilidade do solo deve seguir uma série de cuidados que definirão a qualidade da informação, sendo que a obtenção de resultados positivos a partir da intervenção a taxa variável, estará diretamente associada à qualidade da informação inicialmente gerada. O objetivo deste artigo é apresentar e discutir as principais etapas no processo


Drakkar

A)

B)

Figura 2 - Quadriciclo amostrador com broca e amostras de solo com excesso de resíduos orgânicos (A). Foto tirada em julho de 2009 no Laboratório de Análise de Solo da UFSM (B). Fonte: Drakkar Solos Consultoria

de geração da informação a partir de mapas de fertilidade desenvolvidos pela equipe da Drakkar Solos Consultoria no Rio Grande do Sul e destacar a importância de cada etapa para a obtenção de resultados significativos com a adoção da Agricultura de Precisão.

A IMPORTÂNCIA DE CADA ETAPA

O processo de AP ocorre em etapas sucessivas e interdependentes entre si. A primeira etapa é a vetorização das lavouras (aquisição da georreferência do contorno por GPS), juntamente com a

elaboração de mapas de relevo, indispensáveis agronomicamente para a interpretação dos resultados (Figura 1). É importante que nesta etapa a vetorização seja a mais fiel possível da lavoura e que sejam marcados pontos de referência que ajudarão a situar o produtor na área, como, por exemplo, as estradas e a sede. A segunda etapa está no estabelecimento do grid amostral ideal. Sem dúvida, quanto menor o grid, maior é o nível de detalhamento e, consequentemente, maior a eficiência da técnica. Hoje se preconiza utilizar grids de um hectare para áreas irrigadas de alto investimento e de dois a três hectares para áreas de sequeiro. A variabilidade, o tamanho da área e a quantidade de recursos financeiros disponíveis também são fatores decisivos no estabelecimento do grid. Não se recomenda fazer grids menores que um hectare em função da relação

custo/benefício. Entre as etapas mais importantes está o processo de amostragem de solo, pois tem influência direta sobre a qualidade Figura 1 - Mapa de relevo. Fonte: Drakkar Solos Consultoria

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Figura 3 - Mapas de fertilidade com grid de 1 hectare comparativos de 2006 e 2008 padronizados em termos cores e escala. Fonte: Drakkar Solos Consultoria

das informações geradas e, consequentemente, sobre a tomada de decisão. Nesta etapa temos outro paradigma da AP: qual o equipamento de coleta de solo ideal? O uso do quadriciclo amostrador tem sido popularmente associado ao processo de amostragem, ideia tão difundida que muitos produtores acreditam, erroneamente, que AP somente é possível com o uso deste tipo de equipamento. Teoricamente, o processo de amostragem independe do instrumento de coleta, desde que seja respeitado o número de Tabela 1 – Interpretação do teor de potássio conforme as classes de CTC do solo a pH 7,0 CTC pH 7,0 (cmolc/dm3)

Interpretação

Muito baixo Baixo Médio Alto Muito Alto Fonte: COMISSÃO..., 2004

20

> 15,0

5,1 – 15,0 mg de K/dm3

≤ 5,0

≤ 30 31-60 61-90 91-180 > 180

≤ 20 21-40 41-60 61-120 > 120

≤ 15 16 - 30 31 - 45 46 - 90 > 90

subamostragem suficiente e o volume de solo coletado para representar o ponto amostral, buscando evitar contaminações entre camadas e diferentes pontos da lavoura. Salienta-se ainda que o uso do quadriciclo com brocas tem sido alvo de inúmeras especulações quanto à qualidade de amostragem, pois é conhecido o fato de que a broca é o instrumento menos qualificado para a realização da amostragem de solo por apresentar desvantagens como: menor volume de solo, perda da camada superficial, contaminação com solo úmido, imprecisão na profundidade de coleta em função do microrrelevo do solo, além de que a posição do operador não permite enxergar a ponta da broca e retirar os resíduos orgânicos, dificultando ainda mais o processo de amostragem com qualidade (Figura 2). O processo manual, com pá de corte e balde, apesar de trabalhoso, ainda é o método de referência, pois permite selecionar melhor o local de amostragem, retirar os resíduos superficiais, coletar

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um volume bem maior de solo (2 a 3kg, sendo que somente 400g são enviados ao laboratório), coletar sempre na entrelinha da cultura anterior, ter precisão na camada de amostragem, além de ser um instrumento simples e barato. Neste sistema, ainda é possível amostrar camadas diferentes, possibilitando a geração de mapas de duas ou mais camadas. A análise laboratorial do solo é outro ponto de grande discussão. Muitos produtores e técnicos alegam que os laboratórios não são confiáveis e que amostras coletadas no mesmo ponto têm resultados diferentes até no mesmo laboratório. Neste sentido, há de se salientar que a variabilidade em uma amostra de solo pode ser de 10% a 20%, mesmo dentro da própria amostra, sendo uma interação entre a variabilidade de mineralogia, procedimento de preparo da amostra e métodos de análise. Por isso, em parte, se utilizam faixas de fertilidade e não valores pontuais (Tabela 1). Assim, por exemplo, um solo de CTC de 12cmolc dm-3, com 62 ou 100mg dm-3 de potássio,


está dentro da mesma faixa considerada alta e tecnicamente tem a mesma interpretação. Outro ponto a ser mencionado é que os valores muito altos de nutrientes ficam fora da faixa de precisão das curvas de calibração dos equipamentos laboratoriais, pois teoricamente pouco importa se o teor de potássio é de 300 ou 400mg dm-3, pois acima de 180mg dm-3 já é considerado um nível muito alto. Poderia se fazer uma diluição da amostra e provavelmente se encontraria 350mg dm -3, analiticamente correto, tecnicamente indiferente, mas operacionalmente custoso. Sem dúvida, a análise laboratorial é o problema mais fácil de resolver. Primeiro porque há amostras de referência que reduzem erros sistemáticos; há normas padronizadas entre os laboratórios, onde uma comissão técnica avalia constantemente as variações entre os laboratórios credenciados (por exemplo, no Rio Grande do Sul é a Rede Oficial de Laboratórios de Análises de Solos (Rolas) que tem essa atribuição), além de que, na dúvida, sempre há contraprovas armazenadas por até seis meses. O tratamento dos dados é outro ponto importante a ser considerado

Figura 5 - Mapa de aplicação de correção e manutenção. Fonte: Drakkar Solos Consultoria

para a correta interpretação dos resultados obtidos dos laboratórios. A partir destas informações são gerados mapas de fertilidade e de aplicação de corretivos e fertilizantes que devem seguir procedimentos técnicos que preservem a qualidade de interpolação dos dados, como os raios de alcance e tamanho das

quadrículas. A padronização das cores e escalas também são fundamentais para facilitar a interpretação e discussão dos resultados (Figura 3), bem como a simplificação dos dados para interpretação e comparação dos resultados, pois uma propriedade média de 500 hectares pode ter mais 100 mapas para serem avaliados,


isto no primeiro diagnóstico realizado. Um exemplo deste procedimento são os fertigramas, gráficos onde é possível rapidamente identificar os fatores químicos limitantes e a intensidade do problema, resumindo vários mapas em apenas uma figura (Figura 4). Por exemplo: na lavoura “A” praticamente não temos problemas graves, na lavoura “B” tem problemas com vários elementos, na lavoura “C” apenas o potássio tem problema grave e na lavoura “D” há problemas com fósforo. A classificação em faixas ruim, médio, bom, muito bom e acima do muito bom é baseada nos padrões de fertilidade da Comissão Sul-Brasileira de Ciência do Solo (2004), permitindo comparar os níveis de fertilidade entre lavouras de diferentes partes do estado do Rio Grande do Sul, favorecendo a comunicação entre produtores e técnicos. A padronização das recomendações com metas claras e expostas nos mapas de aplicação também são fundamentais para a sustentabilidade dos trabalhos em longo prazo, além de permitir a discussão técnica dos efeitos pós-correções (Figura 5). Apesar de ainda existirem muitos estudos a serem desenvolvidos com a finalidade de melhorar as recomendações, não poderemos fazer uma avaliação com qualidade dos resultados se não tivermos uma base de dados clara e de qualidade das metas de intervenção. A correção a taxa variável tem sido o último obstáculo para a adoção em larga escala da AP no RS. O número de equipamentos com esta tecnologia tem aumentado significativamente a cada ano

e promete otimizar o uso de corretivos/ fertilizantes e melhorar a qualidade de aplicação. Há muitos produtores e técnicos ainda céticos quanto ao uso desses equipamentos, pois alegam que ainda

não temos qualidade nas máquinas de calibração “simples” para que possamos utilizar máquinas a taxa variável. Sem dúvida, essa resistência é fruto da falta de conhecimento sobre o assunto, pois as

Figura 4 - Fertigramas que resumem a classificação dos resultados dos mapas de fertilidade de modo a facilitar a interpretação. Fonte: Drakkar Solos Consultoria

O capô do motor bascula totalmente para a frente, possibilitando o acesso às partes móveis do motor e facilitando as manutenções diárias

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Por ser uma versão 4x4, o eixo dianteiro deste trator é motriz e tem como principal característica positiva a presença de um par de engrenagens cônicas, ao invés de cruzetas


John Deere

principalmente no que se refere à calibração dos equipamentos, mas não podemos negar que esse é um processo sem volta e que, mais cedo ou mais tarde, todos terão que enfrentar esse desafio e temos a certeza que os produtores se farão a seguinte pergunta: por que não adotei esta tecnologia antes?

PERSPECTIVAS E DESAFIOS

máquinas com tecnologia eletrônica têm o funcionamento mais simples que suas antecessoras mecânicas e por incrível que pareça os produtores que têm adotado essas máquinas estão aprovando pela simplicidade e precisão de fazer alteração na dose fixa de um produto e não necessariamente pela possibilidade de taxa

variável. Esta situação também é constatada nos produtores norte-americanos, segundo relatos de um diretor da John Deere americana, em uma reunião com a equipe da Drakkar Solos, em novembro de 2009. Enfim, sabemos que há muito a melhorar em termos de qualidade de aplicação,

Mesmo fazendo considerações significativas quanto aos procedimentos mais adequados para adoção da AP dentro de nosso panorama técnico brasileiro, podemos dizer que ainda estamos enxergando a ponta de um “iceberg”. A crescente adoção, o aumento do número de prestadores de serviços, pesquisadores, profissionalização constante dos produtores e os resultados positivos dos trabalhos pioneiros que adaptaram as técnicas às diversas situações de manejo, prometem tornar a agricultura de precisão no Brasil a terceira revolução na agricultura moderna, antecedida pelas tecnologias do sistema plantio direto e dos transgênicos. Salienta-se ainda que a adoção da agricultura de precisão já está em franca expansão, sendo adotada mais como um modelo de gestão do que uma técnica que evita a imprevisibilidade da agricultura. Isso porque a técnica proporciona um maior conhecimento sobre os principais fatores técnicos de produção e permite manipulá-los de forma a reduzir custos e aumentar a eficiência de cada produto aplicado na lavoura. .M Alan Acosta, Claudio Lemainski, Marcelo Busato, Gabriel Santi e Guilherme Londero Drakkar Solos Consultoria


FICHA TÉCNICA

JM MCF 3000

A

A Multicolhedora de Forragem JM MCF 3000, lançada recentemente pela Jumil, pode ser acoplada em diversas colhedoras automotrizes e disponibiliza opcionais para colheita de milho e colheita de capins

Jumil lançou recentemente sua Multicolhedora de Forragem JM MCF 3000 Jumil, desenvolvida especialmente para ser acoplada a colheitadeiras de grãos. Como pontos fortes do produto, a empresa destaca o design moderno e a estrutura reforçada, além da sua funcionalidade elevada, capacidade de produção de silagem de boa qualidade e baixo custo. Ela permite o acoplamento da plataforma de quatro linhas JM P4-90, desenvolvida para a colheita de milho, sorgo e outras forrageiras plantadas no espaçamento de 90 centímetros, possuindo ainda opção de uso da plataforma de capim JM PC-4, com largura de corte de 3,80 metros, que efetua com precisão o corte e recolhimento de milheto, aveia, mombaça, braquiária e outras gramíneas.

ALIMENTAÇÃO E CORTE

O sistema de alimentação da JM MCF 3000 é composto de quatro rolos, sendo dois rolos superiores dentados serrilhados oscilantes, um rolo dentado estriado fixo e um rolo liso fixo. Os rolos de alimentação

comprimem a forragem direcionando para o rotor picador permitindo a alimentação constante e o comprimento uniforme de corte. A regulagem de corte é efetuada através da substituição das engrenagens laterais que permitem o tamanho de corte de 5, 10, 15, 25, 35, 45 e 50mm, de acordo com o tipo de silo, teor de umidade, fibra e eficácia às necessidades da ração. As engrenagens estão posicionadas na lateral do equipamento, proporcionando a troca de maneira rápida, assegurando uma excelente capacidade e qualidade com ampla gama de comprimento de corte. O rotor picador é equipado com 40 facas posicionadas de forma helicoidal que impedem a entrada de material no seu interior, evitando o recorte, exigindo desta maneira menor potência da colheitadeira. Giram acompanhando o perímetro do cilindro de corte no sentido radial, mantendo o fluxo uniforme de material direcionadas para bica de saída. O sistema permite que os grãos de milho sejam triturados obtendo desta forma uma melhor qualidade da silagem e um alimento com maior digestibilidade para o gado. A câ-

Detalhe da Multicolhedora de Forragem JM MCF 3000 com plataforma para quatro linhas de 90cm - JM P4-90, utilizada para colheita de milho, sorgo e outras forrageiras plantadas em espaçamento de 90cm

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mara de proteção dos rolos possui uma seção curvada de transição entre o processador de grãos e o tubo de descarga, eliminando a possibilidade de acúmulo de material. Desta maneira, aumenta a capacidade da máquina, colhendo mais quantidade por hora.

FLUXO AERODINÂMICO

Após a forragem ser picada ela é direcionada para o rotor impulsor de alta inércia (ventilador) que foi projetado para atingir a máxima eficiência na aceleração, independente se a cultura colhida é leve e seca ou pesada e aderente. O sistema permite um fluxo contínuo da forragem colhida, reduzindo as turbulências e a dispersão do material colhido, eliminando desta maneira o risco de bloqueios e entupimentos. A bica de saída é equipada com sistema hidráulico, acionado diretamente da cabine da colheitadeira. O sistema efetua a transmissão do movimento da bica de saída, permitindo direcionar o fluxo do material colhido para ambos os lados da colheita-

Detalhes do rotor picador, equipado com 40 facas posicionadas de forma helicoidal


Fotos Jumil

Os rolos de alimentação comprimem a forragem direcionando para o rotor picador, permitindo a alimentação constante e o comprimento uniforme de corte

Detalhe da bica de saída, equipada com sistema hidráulico, acionado da cabine da colheitadeira, que possibilita movimentação com ângulo giratório de 240º

deira, permitindo a movimentação com ângulo giratório de 240º, que proporciona o direcionamento da forragem picada nos pontos ideais do veículo de transporte da forragem. Possui ainda sistema de acionamento elétrico do bico quebra jato da bica de saída. Ela pode ser acoplada nas colhedoras John Deere, modelos 1550, 1450, 1185, 1175 e 7500; New Holland, modelos TC59 e TC57; e Massey Ferguson, modelo 5650.

PLATAFORMA JM P4-90

A plataforma de corte permite a colheita de quatro linhas de forragens plantadas no espaçamento de 90 centímetros. Colhe milho, sorgo e outras culturas de porte ereto. Efetua ainda o corte de soqueiras de algodão para ser utilizado como combustível para caldeiras. Este modelo é acionado através do sistema de transmissão da Multicolhedora de Forragens JM MCF 3000, que transmite o movimento aos cardãs dos rolos alimentadores e às rosetas e correntes dentadas de corte e alimentação da plataforma. Possui sistema de acoplamento rápido à Multicolhedora de Forragem JM MCF 3000, permitindo facilidade na manutenção e agilidade no acoplamento e desacoplamento. O sistema de alimentação é composto

.M

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Fotos Jumil

Braços condutores direcionam a planta para as rosetas alimentadora e corrente dentada, que corta a planta

Rolos alimentadores da JM P4-90 possuem ajuste de pressão de um rolo sobre o outro, de acordo com a cultura

A barra de corte é acionada pela caixa mecânica a banho de óleo que possui um volante que absorve os golpes

por braços condutores, que direcionam a planta para as rosetas alimentadora e corrente dentada, efetuando o corte do caule da planta e conduzindo para o sistema de rolos alimentadores da plataforma. Os rolos alimentadores da plataforma JM P4-90, possuem sistema de ajuste de pressão de um rolo sobre o outro de acordo com a cultura a ser colhida, garantindo a alimentação do rotor picador da multicolhedora, de maneira uniforme, permitindo uma alimentação constante, compensando os picos de carga repentinos. Isso resulta a ação de corte contínua do rotor picador, garantindo, desta maneira, uma produtividade insuperável na colheita.

possui um volante que tem a finalidade de absorver os golpes sofridos pelas facas, protegendo desta maneira o sistema de acionamento. O sistema hidráulico efetua o acionamento do sistema de transmissão do transportador sem-fim, efetuando ainda as regulagens no molinete, permitindo o movimento vertical para a altura do molinete e movimento horizontal para avançar ou recuar o molinete. Possui depósito de óleo, filtro e motor hidráulico. O molinete tem a função de formar um anteparo junto à planta, a fim de facilitar a ação da barra de corte, efetuando o corte e, a seguir, o recolhimento da planta para o interior da plataforma, conduzindo para o transportador sem-fim (caracol). A plataforma JM PC-4 permite regulagens do molinete com movimento vertical (subir e descer), movimento longitudinal (avançar e recuar), inclinação dos pentes

e velocidade de rotação, adequando desta maneira às várias condições da cultura a ser colhida.

PLATAFORMA DE CAPIM JM PC-4

A plataforma de capim JM PC-4 efetua o corte e o recolhimento de milheto, aveia, mombaça, braquiária e outras gramíneas. O sistema de barra de corte permite o deslizamento livre das facas ceifadoras permitindo o corte uniforme da forragem. O molinete é equipado com dedos coletores reguláveis, ajustados próximos ao transportador semfim (caracol), efetuando uma excelente alimentação para o sistema picador da JM MCF 3000. O acionamento da barra de corte é efetuado através de polias e correias em “V”, que, acionadas pelo sistema hidráulico, transmitem rotação à caixa mecânica de banho de óleo da barra de corte. O sistema de acionamento do transportador sem-fim (caracol) é efetuado por correntes acionadas pela transmissão. A barra de corte é acionada pela caixa mecânica a banho de óleo, que

O acionamento da barra de corte é efetuado através de polias e correias em “V”

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VANTAGENS E MANUTENÇÕES

A Multicolhedora de Forragens JM MCF 3000 Jumil permite o acoplamento às colhedoras automotrizes de cereais, com facilidade e simplicidade, permitindo ainda o uso da colhedora para as outras diversas funções de colheita. Permite em um único equipamento o acoplamento de plataforma para colheita de quatro linhas e plataforma com barra de corte com 3,80m de largura, permitindo a colheita de variedades de forragens ou leguminosas para a suplementação volumosa no trato dos animais. A Multicolhedora de Forragem JM MCF 3000 possui sistema de acionamento simples, componentes de alta durabilidade, que reduzem a necessidade de manutenção. .M

A plataforma de capim JM PC-4 efetua o corte e o recolhimento de milheto, aveia, mombaça, braquiária e outras gramíneas. O sistema de barra de corte permite o deslizamento livre das facas ceifadoras, permitindo o corte uniforme

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pulverização

Por terra ou ar

Técnica pouco usada na cultura da batata, a aplicação aérea já começa a dar seus primeiros passos também nesta cultura. Um ensaio avaliou a eficiência da aplicação de defensivos realizada com aviões agrícolas e pulverizadores terrestres

U

ma alternativa para contornar as doenças na cultura da batata é a aplicação de defensivos agrícolas. Os fungicidas diminuem a severidade das doenças e garantem um maior rendimento da cultura em relação a áreas não tratadas, no entanto, é preciso melhorar as técnicas e os equipamentos de aplicação empregados para se obter um eficiente controle das enfermidades da batata. Dentre as diferentes técnicas de aplicação de defensivos disponíveis, as que se baseiam na pulverização hidráulica terrestre são as mais difundidas, graças à flexibilidade que oferecem em distintas aplicações. Outra alternativa empregada para aplicação de defensivos nas lavouras de batata, mas ainda muito pouco estudada, é a aplicação aérea. Ela, assim como a aplicação terrestre, apresenta vantagens e desvantagens. Como principal vantagem tem-se a grande capacidade operacional, isto é, a possibilidade de tratamento de grandes áreas em pequeno tempo. Como consequência deste alto rendimento, possibilita também a realização do tratamento no momento mais oportuno para o controle. Além disso, evita a compactação do solo e as injúrias às culturas, tão frequentes nas aplicações tratorizadas. Estima-se uma perda por amassamento das plantas de até 5% do rendimento, depen-

dendo da cultura. No entanto, se a operação não for bem executada, dentro dos parâmetros técnicos recomendados, a aplicação aérea pode causar a deriva dos defensivos (arrastamento pelo vento) para áreas vizinhas. Além disso, como o volume de pulverização (água + defensivo) é bastante reduzido, muitas vezes inferior a 40L ha-1, requer estratégias que assegurem a boa deposição e cuidado redobrado com as condições climáticas durante as aplicações. Nas décadas passadas, pouca atenção se dava à uniformidade de distribuição durante as aplicações de produtos fitossanitários, pois o que interessava era molhar bem a cultura, o que se conseguia mediante um volume de calda bastante alto. Atualmente, entretanto, existe uma tendência em reduzir o volume de calda, visando reduzir os custos e aumentar a eficiência da pulverização. No caso da batata é muito comum, na aplicação terrestre, o uso de volumes de pulverização de 400L ha-1 ou superiores. No entanto, os produtores anseiam por pesquisas que subsidiem a recomendação de volumes inferiores. O uso de menor volume de calda aumen-

ta a autonomia e a capacidade operacional dos pulverizadores e diminui os riscos de contaminação ambiental, pois reduz o escorrimento e, em muitos casos, a evaporação e a deriva. Com o incremento da capacidade operacional, a máquina passa a pulverizar áreas maiores num período de tempo menor, com boas condições de temperatura, umidade e velocidade do vento. Essa redução de volume de pulverização requer, no entanto, um aprimoramento da tecnologia de aplicação empregada no campo. A ação dos defensivos é, em geral, dependente de constituintes da calda de pulverização, que, embora não compondo o ingrediente ativo, melhoram sua eficácia. Alguns adjuvantes encontrados no mercado podem favorecer o desempenho dos produtos fitossanitários. De acordo com alguns fabricantes, um único produto pode apresentar características de tensoativo, adesivo, antiespumante, antivolatilizante, quelatizante, redutor de deriva e acidificante. Hoje, no entanto, uma série de produtos está disponível no mercado, o que, muitas vezes, dificulta a seleção por parte dos técnicos. O efeito dos adjuvantes nas aplicações é um processo complexo, que envolve muitos aspectos físicos, químicos e fisiológicos. Dentro do contexto apresentado, fazse necessário, portanto, o estudo sobre o

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O experimento foi conduzido avaliando-se seis formas de aplicação, 60 dias após plantio e duas composições de calda. As formas de aplicação foram compostas pela combinação de tipo de pulverização (aérea e terrestre) e volume de aplicação

controle de doenças da batata utilizando novas técnicas, o que permitirá uma melhor adequação das doses de fungicidas e, sem dúvida, uma melhor eficiência de aplicação, traduzida por redução de custos, lavouras com menos problemas fitossanitários e ambiente preservado. Desta forma, desenvolveu-se um trabalho com o objetivo de avaliar a deposição de calda pulverizada na cultura da batata proporcionada pela aplicação aérea e terrestre, em diferentes condições operacionais. O trabalho foi conduzido na Fazenda Água Santa – Grupo Rocheto, situada no município de Perdizes (MG). As análises laboratoriais foram realizadas no Laboratório de Mecanização Agrícola, do Instituto de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Uberlândia. O experimento foi conduzido sob área de pivô central, com plantio convencional de batata Asterix, com espaçamento de 0,38m entre plantas e 0,8m entrelinhas. Os tratos culturais pertinentes à cultura, como adubação, amontoa e tratamentos fitossanitários, foram realizados de acordo com a necessidade da cultura e cronograma da fazenda. O experimento foi conduzido avaliandose seis formas de aplicação (60 dias após plantio) e duas composições de calda. As formas de aplicação foram compostas pela combinação de tipo de pulverização (aérea e terrestre) e volume de aplicação. Na aplicação terrestre, foram avaliados dois tipos de pontas de pulverização: jato plano duplo com indução de ar (AD-IA/D 11002 e ADIA/D 11004 - espectro de gotas grossas) e jato cônico vazio (MAG-2 e MAG-4 - espectro de gotas finas); nos volumes de pulverização de 200L ha-1 e 400L ha-1. Na aplicação aérea, foram avaliados os volumes de 15 e 30L ha-1. A calda foi composta por água e água mais o

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adjuvante fosfatidilcoline + ácido propiônico (712,88g L-1), na dose recomendada pelo fabricante de 0,50% v/v. Nas aplicações terrestres utilizou-se um pulverizador costal de pressão constante, a uma velocidade de aplicação de 4km h-1. Já nas aplicações aéreas, utilizou-se uma aeronave agrícola AG Truck - 300, dotada de atomizadores rotativos Micronair AU 5000. A altura de voo foi de 3m em relação à cultura e a velocidade de aplicação de 110 milhas h-1 (177km h-1). As condições ambientais foram monitoradas por um termo-higro-anemômetro digital, sendo adequadas à aplicação. A deposição da calda de pulverização no dossel da cultura da batata foi analisada por meio de um traçador (corante) adicionado à calda, na mesma dose para todos os tratamentos, para quantificação por espectrofotometria. Após a pulverização, folhas foram coletadas nas partes superior e inferior das plantas. Com uso de curvas de calibração, Tabela 1 - Massa de traçador retida na folhagem da batateira (µg cm-2 de folha) na parte superior e inferior após a aplicação com e sem adjuvante, em seis formas de aplicação Formas de Aplicação Aérea 15 L ha-1 Aérea 30 L ha-1 Terrestre 200 L ha-1 IA Terrestre 400 L ha-1 IA Terrestre 200 L ha-1 CV Terrestre 400 L ha-1 CV Adjuvante Com Sem

Traçador retido na folhagem Parte Superior 0,625 a 0,719 a 0,639 a 0,455 b 0,662 a 0,543 b Parte Superior 0,646 a 0,569 b

Parte Inferior 0,267 a 0,280 a 0,325 a 0,293 a 0,350 a 0,282 a Parte Inferior 0,325 a 0,271 b

*Medias seguidas por letras distintas na coluna diferem entre si pelo teste de Scott Knott, a 0,05 de probabilidade. IA - ponta de jato plano duplo com indução de ar; CV – ponta de jato cônico vazio.

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os dados de absorbância foram transformados para unidade de massa do traçador em relação à área foliar (µg cm-2). Os resultados encontram-se na Tabela 1. Não houve interação significativa entre os dois fatores (formas de aplicação x composição de calda), mostrando a independência dos mesmos. Como já era esperado, a quantidade de traçador retida nas folhas superiores foi maior que nas folhas inferiores, uma vez que a folhagem da planta funciona como uma barreira física à passagem das gotas para o interior da mesma. Tal fato, não só para a batateira, mas também para a maioria das culturas, prejudica a boa uniformidade de aplicação e o controle de doenças no baixeiro das plantas. Uma boa distribuição de calda é fundamental para o controle eficaz do alvo biológico. Esse princípio se aplica tanto a produtos de contato quanto a produtos sistêmicos. Pelo modo de ação, teoricamente produtos sistêmicos poderiam ser translocados em toda a planta, independentemente de onde a gota seja depositada. Porém, são poucos os produtos que têm a capacidade de se redistribuir realmente ao longo de toda a planta. Desse modo, um produto que foi depositado apenas nas folhas superiores, dificilmente chegará ao baixeiro da planta, e, consequentemente, a eficiência da aplicação e a eficácia do produto serão comprometidas. Portanto, é preciso buscar estratégias que incrementem a deposição na parte inferior das culturas. Nas folhas superiores, apenas os tratamentos com volume de calda de 400L ha-1, nas duas pontas utilizadas (indução de ar e cone vazio) diferiram dos demais apresentando menor deposição de calda (Tabela 1). Isso demonstra que a tendência de reduzir os volumes de calda nas aplicações terrestres


não comprometeu o tratamento fitossanitário e há um ganho na capacidade operacional dos equipamentos utilizados nessas aplicações. O escorrimento pode ter contribuído com o resultado alcançado. A utilização da pulverização aérea com volumes de calda ainda menores também se mostrou tão eficiente quanto à aplicação terrestre na deposição de gotas nas folhas superiores da batata para os dois volumes estudados (15 e 30L ha-1). Isto, juntamente com os aspectos positivos já citados (alta capacidade operacional, redução de perdas por amassamento e custo compatível à aplicação terrestre), comprova a eficiência da aviação como método de pulverização de fitossanitários. É importante que se tenham boas condições climáticas durante as aplicações com avião para reduzir ao máximo as perdas, principalmente por deriva. Essa premissa vale também, evidentemente, para a aplicação terrestre. Já para a deposição nas folhas inferiores, não houve diferença quanto ao tipo de ponta, volume de calda e nem quanto ao equipamento utilizado. Com relação à utilização de adjuvante, este proporcionou maior deposição de calda tanto nas folhas superiores quanto nas

Os pesquisadores Guilherme, João Paulo e Mariana conduziram os experimentos em lavoura comercial na Fazenda Água Santa, situada no município de Perdizes (MG)

inferiores, ou seja, a utilização do adjuvante contribuiu para uma melhor retenção do produto aplicado nas folhas das plantas de batata. É importante que, antes de utilizar um desses produtos, se tenha conhecimento das formulações e de suas indicações e, principalmente, se esses produtos são devidamente registrados. Qualquer generalização no que se refere a adjuvantes é perigosa! Baseado nos resultados obtidos nesse estudo e que continua em andamento vi-

sando uma comprovação destes resultados iniciais, nota-se que a aplicação aérea foi eficiente em comparação à aplicação terrestre e que a adição do adjuvante testado à calda proporcionou melhor deposição de gotas na cultura. .M João Paulo Rodrigues da Cunha, Mariana Rodrigues Bueno e Guilherme Sousa Alves. UFU


ficha técnica

Plantadeira DB

A

Com 45 linhas de plantio, que abrangem a largura de 22,5 metros, as plantadeiras DB da John Deere, que impressionam pelo tamanho, foram projetadas para trabalho em grandes propriedades

presentada pela primeira vez no Brasil no estande da John Deere na Agrishow de Ribeirão Preto (SP), em abril, a plantadeira da série DB chamou a atenção dos visitantes de imediato por suas dimensões. Com 45 linhas de plantio e 50cm de espaçamento, a DB 74, configuração apresentada na feira, tem 22,5 metros de largura de trabalho. Outra característica específica do lançamento é que, diferentemente das plantadeiras convencionais, ela não conta com sistema de adubação. A dedicação exclusiva ao plantio e a grande largura de trabalho permitem que essa série possa alcançar alta velocidade e grande rendimento para garantir o melhor aproveitamento das janelas de plantio em regiões que necessitam destas características. O público alvo das novas plantadeiras da John Deere tem um perfil bem definido: são produtores com propriedades com fertilidade de solo relativamente alta e que fazem apenas uma adubação complementar por ano, antes ou depois do plantio, a lanço ou por outro tipo de aplicação. O equipamento é indicado para grandes propriedades, localizadas em regiões como o Cerrado brasileiro, nas quais o clima determina épocas de plantio com duração muito curta. A rapidez e eficiência do plantio

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tornam-se, assim, decisivas para atingir altas produtividades. O tempo gasto para o reabastecimento de fertilizantes em grandes quantidades e os problemas com os sistemas de aplicação desses produtos fazem com que a eficiência da operação de plantio das máquinas convencionais tenha uma redução considerável. Mesmo com boa logística, o plantio em conjunto com a fertilização pode colocar em risco o cumprimento dos prazos para a implantação da lavoura. Já com uma plantadeira exclusiva de sementes, a capacidade de operar em altas velocidades é reforçada. No caso da DB, ela pode atingir, dependendo das condições de campo, uma velocidade de até 12 quilômetros por hora. Se for considerada uma velocidade média de nove quilômetros/hora, a DB 74, com largura de 22,5 metros, é capaz de plantar uma área de soja de 180 hectares por dia, usando somente um trator e um operador. Os outros parâmetros usados no cálculo são 90% de eficiência de campo, índice determinado pela relação entre o tempo efetivo de plantio (gasto colocando sementes no solo) dividido pelo tempo total gasto na lavoura (colocando sementes e mais nos reabastecimentos, ajustes, manobras e deslocamentos, manutenções etc) e dez horas

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de trabalho por dia.

CHASSI FRENTE ARTICULADO

Fabricado nos Estados Unidos pela empresa Bauer Built, em parceria com a John Deere, o chassi das plantadeiras é composto por três seções, que oferecem uma flexibilidade de até 15 graus entre cada seção, o que garante o trabalho mesmo em solos desnivelados. A articulação frontal permite que a largura de trabalho possa ser reduzida dos 22,5 metros, no caso da DB 74, para seis metros para ser transportada. A abertura e o fechamento da máquina são feitos com o acionamento do sistema eletro-hidráulico, a partir da cabine do trator. O sistema hidráulico de cilindros de levante, do tipo de duplo acionamento, permite um espaço suficiente para que a máquina seja transportada com segurança em estradas irregulares.

CCS

A plantadeira conta com caixa central de


Fotos John Deere

Acionamento da abertura e do fechamento da máquina é feito a partir da cabine do trator

sementes (CCS), com capacidade de 3.500 litros e que comporta aproximadamente 2.800 kg (de soja) de sementes distribuídas através de sistema pneumático. O abastecimento é rápido e o operador tem fácil acesso à caixa através de uma escada na parte traseira da máquina. A abertura de uma janela de inspeção na parte inferior da caixa facilita a limpeza.

REFUGE PLUS

O sistema de caixa de sementes já prevê a necessidade, no caso de utilização de sementes transgênicas, do estabelecimento de áreas de refúgio para preservar a eficiência dessa tecnologia. A CCS tem um terceiro compartimento chamado de Refuge Plus, que pode ser usado exclusivamente para as sementes não transgênicas e o agricultor pode plantar o milho Bt e o convencional sem misturar as sementes. Ela conta também com o monitor

Monitor localizado na cabine integra diversas funções, entre elas o Autotrac, que guia o trator na direção correta para evitar sobrepasses ou falhas, indica o fluxo de sementes e possibilita alterar a população das sementes

de sementes Seed Star 2, capaz de controlar o fluxo de sementes, guiar o trator na direção certa e evitar sobreposição ou falhas. Seu console tem uma tela colorida, de fácil compreensão e controlada por toques manuais, garantindo controle absoluto da operação de plantio. Através do acionamento de motores hidráulicos que comandam a rotação dos eixos sextavados da transmissão das sementes, o sistema permite que a taxa de sementes seja alterada durante a operação sem que o operador precise sair da cabine do trator. Basta acessar o campo

“População de sementes” no menu do monitor. A população é determinada pela inserção manual dos dados ou pela prescrição agronômica baseada nas condições de fertilidade do solo. No caso da prescrição realizada pelo programa Apex a plantadeira vai alterar automaticamente a população de sementes de acordo com as condições do solo. Além do controle automático da população é possível desligar as seções manualmente para fazer arremates no final dos talhões, economizando sementes. A utilização do sistema de orientação Autotrac, piloto automático do sistema AMS da John Deere, reduz sensivelmente a ocorrência de sobreposição de sementes na operação, com grandes vantagens em termos de redução de custos. A orientação via satélite também permite

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Motores hidráulicos comandam a rotação dos eixos sextavados da transmissão da semente

que o operador possa concentrar a atenção no monitor das sementes e nas funções do trator, garantindo o melhor desempenho do equipamento com menor cansaço.

SISTEMA VACUMETER

Responsável pela parte mais importante da operação, ao pegar as sementes uma a uma e colocá-las no sulco, a unidade de sementes das plantadeiras DB tem capacidade de operação de até 12km por hora, com controle de profundidade e espaçamento, condição essencial para garantir um estande perfeito de plantas. A unidade de sementes da DB conta com características como o Walking System, um sistema que permite o movimento independente das rodas calibradoras para manter uma profundidade mediana entre o deslocamento das duas rodas. Os discos sulcadores da semente têm diâmetro de 16 polegadas e dispõem de raspadores internos que permitem melhor desempenho em condições de umidade alta. Já o sistema VedaSystem foi desenvolvido para garantir maior durabilidade aos rolamentos e, com isso, aumentar o intervalo de lubrificação. O bom desempenho da unidade de semen-

O sistema de dosagem de sementes VacuMeter (esq) permite plantar em velocidades superiores ao sistema mecânico. A unidade de sementes (dir) permite depositar os grãos em profundidade e espaçamento homogêneos

tes tem como base o sistema VacuMeter. Desenvolvido pela John Deere, é um sistema dosador pneumático que opera com pressão negativa, captando semente por semente e largando-as no tubo de semente com a mesma distância entre elas. O sistema inclui ainda o dosador de sementes, discos de vácuo e a turbina de vácuo. Ele pode ser aplicado em uma grande gama de culturas e de tipos de sementes, simplesmente trocando o disco de vácuo e ajustando o nível de vácuo ao tipo de semente. O funcionamento do disco de sementes (5) se dá a partir da entrada da semente no distribuidor (1). Depois, a sucção do vácuo faz cada semente alojar-se em uma célula do disco (2). O disco gira então até passar por um selo, onde a sucção é cortada (3)e a semente cai por gravidade (4) através de um tubo ligeiramente curvo, sendo depositada suavemente no sulco (imagem acima). A John Deere dispõe de uma grande gama de discos para os vários tipos de culturas e formatos de sementes. O sistema eliminador de duplas evita os problemas com sementes de

Um terceiro compartimento de sementes, chamado de Refuge Plus, pode ser usado para sementes de milho não BT, em áreas que exijam o plantio de refúgios

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formato irregular, difíceis de serem alojadas na célula. Ele permite o ajuste manual de acordo com o tamanho da semente, para que não haja duplas ou falhas.

DISCOS DE CORTE

A plantadeira conta com discos de corte Coulter, projetados para operar em plantio direto com altos volumes de palha. Eles têm grande capacidade de corte de palha com baixo revolvimento do solo. A amplitude dos discos, de 25cm, permite um desempenho satisfatório em terrenos irregulares. Os discos contam com sistema de pressão para adaptar-se a solos com baixa resistência à penetração e também para solos compactados. Podem ser utilizados discos de tipos diferentes (lisos, corrugados, ranhurados ou oito ondas) para atender à necessidade de minipreparo de solo no sulco.

TUBO DE SEMENTES

O tubo de sementes tem face plana e é feito de policarbonato translúcido, protegido contra raios ultravioletas. A transparência do material possibilita que o sensor seja montado de fora do tubo. Com isso, ele não causa interferência na trajetória da semente. Tubos de outros materiais requerem furos para o posicionamento do sensor, dificultando a passagem das sementes. A DB traz o conceito de transmissão Pro-Shaft, transmissão por cabo flexível na

Sistema hidráulico de cilindros de levante, de duplo acionamento


Fotos John Deere

A ZF destacou o eixo dianteiro AS-3065, com bitola estendida, desenvolvido especificamente para a aplicação canavieira

unidade de semente. Este sistema elimina a tradicional transmissão por correntes e também acaba com a necessidade de manutenção diária, antes requerida nas correntes de transmissão, e com as inconvenientes

falhas do sistema convencional. O sistema é composto de duas caixas de engrenagem, conectadas por um cabo de aço flexível altamente resistente. Além da DB 74, dois outros modelos

vão estar disponíveis no mercado brasileiro: a DB 50, com 30 linhas de 50cm e 15 metros de largura de trabalho, e a DB 90, com 36 linhas de 76cm, alcançando 27,3m .M de largura de trabalho.


colhedoras

Onde se perde

A

Perdas quantitativas na colheita mecanizada de cana-de-açúcar crua em função do microrrelevo do solo podem ter como base do problema a operação de plantio da cultura

colheita mecanizada de canade-açúcar crua, atualmente se tornou uma operação inevitável visto às exigências e necessidades que a rodeia, tais como escassez de mão de obra para o corte na colheita semimecanizada, políticas ambientais contra a queimada e melhores rendimentos. O sucesso de colheita mecanizada está relacionado, entre outros fatores, à qualidade do plantio realizado, destacando o tipo de manejo do solo. De acordo com medições feitas pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), 10% da matéria-prima colhida é perdida

no campo quando o corte é mecanizado, representando prejuízo da ordem de US$ 450 milhões por ano (Magalhães et al, 2006). Associam-se as perdas na colheita mecanizada de cana-de-açúcar a uma série de fatores, tais como: declividade, tipo de solo, experiência do operador, microrrelevo e variedade da cana-de-açúcar. Devido às máquinas não terem eficientes sistemas de corte, a altura onde o colmo é cortado pode chegar a 50cm, sendo normal o corte a 20cm do solo. A altura de corte do colmo em relação ao solo será maior quanto pior o sistema de cultivo da lavoura. Quando o sulco de plantio é muito profundo e a colocação de terra sobre a muda é reduzida, podem se formar leiras muito altas, as quais limitam a máquina quanto ao atingimento à base do colmo (Balsalobre et al, 1999).

A qualidade do plantio de cana-deaçúcar, no aspecto físico focando o tipo de preparo do solo, é de tal importância que as consequências desta operação mal executada e/ou mal administrada são refletidas na colheita da cultura não só no primeiro ano (primeiro corte), mas em todo o ciclo da lavoura até o ponto de renovação do canavial.

ENSAIO DE CAMPO

Sob a hipótese de que o microrrelevo do solo interfere nas perdas quantitativas de cana-de-açúcar, uma equipe da Unesp Jaboticabal realizou trabalho utilizandose a colhedora de marca Case IH, modelo A7000 em área de cana-planta (primeiro corte), cujo solo foi classificado por Fernandes (2005) como argissolo amarelo de textura arenosa/média, com relevo suave ondulado, conforme o Sistema Brasilei-

Tabela 1 - Estatística descritiva para microrrelevos Tratamentos

Média

Amplitude

Mediana

Perfilômetro utilizado para obter o desenho do microrrelevo do solo sobre a linha plantada

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AR+GM GP+GM

1,83a 1,67b

1,84 1,68

0,23 0,27

Coeficiente (%)

Desvio

(m2) 0,05 0,06

Variação 2,89 3,55

Curtose 2,49 2,47

Assimetria -0,94 -0,56

AR = arado de aivecas; GP = grade pesada; GM = grade média. Médias seguidas de mesmas letras minúsculas entre atributos não diferem entre si, pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.* Distribuição de freqüência pelo teste de Anderson-Darling (α =0,05): N = normal; A = assimétrica.

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Valtra

Figura 1

ro de Classificação de Solos (Embrapa, 1999). Os tratamentos pré-plantio foram feitos com arado de aivecas seguido de grade de discos média (AR+GM) e grade de discos pesada seguida da grade de discos média (GP+GM).

METODOLOGIA UTILIZADA

Obteve-se o desenho do microrrelevo do solo por meio de perfilômetro

de dimensões (1,40 x 0,40m), largura e profundidade respectivamente, graduado em precisão de 5 e 2,5cm. O equipamento foi posicionado aleatoriamente nas áreas amostrais, sobre a linha plantada de canade-açúcar antes do tráfego das máquinas na colheita, totalizando 50 amostras de microrrelevo em cada tratamento. Determinaram-se as perdas visíveis por meio de amostragem realizada logo após a colheita, utilizando-se armação


Tabela 2 - Estatística descritiva para perdas ATRIBUTOS RR CI CP PF PS L E T TOTAIS

AR+GM GP+GM AR+GM GP+GM AR+GM GP+GM AR+GM GP+GM AR+GM GP+GM AR+GM GP+GM AR+GM GP+GM AR+GM GP+GM AR+GM GP+GM

Média 1418,1a 1320,0b 497,6a 394,7a 430,0a 285,4a 583,0a 338,3a 87,8a 81,1a 449,9a 523,4a 197,7a 138,9a 3444,0a 2167,0b 7108,0a 5249,0b

Mediana 1333,3 1143,0 146,7 286,7 358,4 261,7 347,0 211,7 0,0 0,0 456,7 500,0 163,3 128,3 3502,0 2062,0 6865,0 5050,0

Amplitude 2760,0 4553,0 2920,0 1980,0 1658,4 1156,7 3507,0 1456,7 906,7 806,7 866,7 1370,0 960,0 510,0 5433,0 3503,0 7060,0 3527,0

Coeficiente

Desvio 683,9 842,0 678,0 480,1 385,7 293,6 786,0 388,0 243,9 175,7 195,0 325,1 194,2 112,5 1260,0 864,0 1699,0 1031,0

Variação 48,2 63,8 136,3 2,6 89,7 102,9 135,0 114,7 277,9 216,6 43,3 62,1 98,2 81,0 36,6 39,9 23,9 19,7

Curtose 0,05 4,40 3,08 1,96 1,31 1,01 5,57 0,79 5,22 5,57 0,08 0,12 7,32 1,44 0,17 -0,64 -0,13 -1,19

Assimetria 0,16 1,77 1,71 1,46 1,25 1,16 2,27 1,22 2,59 2,35 -0,03 0,40 2,39 0,93 0,32 0,24 0,65 0,28

Médias seguidas de mesmas letras minúsculas entre atributos não diferem entre si, pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.RR=rebolo repicado; CI=cana inteira; CP=canaponta; PF=pedaço fixo; PS=pedaço solto; L=lasca; E=estilhaço; T=toco. *Distribuição de frequência pelo teste de Anderson-Darling (α =0,05): N = normal; A = assimétrica

de 30m 2 (7,0 x 4,3m) colocada nos 50 pontos escolhidos aleatoriamente em cada tratamento. Após a coleta, as perdas visíveis foram separadas, pesadas e quantificadas de acordo com seguintes tipos: RR - rebolo repicado; CI - cana inteira;

CP - cana-ponta; PF - pedaço fixo; PS - pedaço solto; L - lasca; E - estilhaço; T - toco; PT - perdas totais.

RESULTADOS

Na Tabela 1, são mostrados os parâmetros de estatística descritiva para os microrrelevos nos tratamentos (AR+GM) e (GP+GM) Nota-se diferença estatística entre os tratamentos para os valores de média, indicando maior área de microrrelevo para

o tratamento AR+GM, comparado com o GP+GM. Essa diferença no microrrelevo entre os tratamentos estudados influencia nas perdas em função da geometria mais profunda, afetando a qualidade do corte basal, refletindo em maiores tocos deixados no campo. Na Figura 1, nota-se conformação mais profunda de sulco no tratamento AR+GM, comparada ao tratamento GP+GM. Considera-se que a profundidade maior de sulco afeta negativamente as perdas na cultura, principalmente toco e rebolo repicado. Foi verificado também que houve diferença estatística entre os tratamentos na Tabela 2, para os atributos do tipo RR, T e Totais, sendo os maiores valores de perdas quantificados para o tratamento utilizado de arado seguido de grade média. Os outros atributos estudados não diferiram estatisticamente entre os tratamentos, pelo teste de médias de Tukey a 5% de probabilidade. Com base nestes dados é possível concluir que a maior profundidade de sulco obtida no tratamento AR+GM, acarreta em maior área de microrrelevo, influenciando negativamente as perdas na colheita de cana-de-açúcar crua, principalmente nos atributos rebolo repicado, .M toco e perdas totais. Gustavo Naves dos Reis, Alexis Calafange, Ana Karina Gurgel Barreto, Rouverson Pereira da Silva e Anderson de Toledo, UNESP/Jaboticabal

Armações de 30m2 foram utilizadas em 50 pontos para determinação das perdas

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Junho 2010 • www.revistacultivar.com.br



MÁQUINAS EM NÚMEROS

VENDAS INTERNAS DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS AUTOMOTRIZES NACIONAIS E IMPORTADAS - ATACADO Total Nacionais Importadas Tratores de rodas Nacionais Importados Tratores de esteiras Nacionais Importados Cultivadores motorizados Nacionais Importados Colheitadeiras Nacionais Importadas Retroescavadeiras Nacionais Importadas Mil unidades 2008 2009 2010

JAN 2,9 3,1 4,6

2010 ABR B 6.031 5.986 45 5.144 5.103 41 60 59 1 158 158 0 210 207 3 459 459 0

MAI A 6.400 6.369 31 5.549 5.531 18 88 79 9 195 195 0 162 161 1 406 403 3

Unidades

FEV 4,0 3,6 5,3

MAR 4,3 4,1 6,6

ABR 4,5 3,9 6,0

2009

JAN-MAI C 28.942 28.679 263 23.933 23.726 207 335 315 20 704 704 0 1.968 1.942 26 2.002 1.992 10 MAI 4,7 4,0 6,4

JUN 5,1 4,2

MAI D 4.016 3.868 148 3.379 3.266 113 53 41 12 171 171 0 126 113 13 287 277 10 JUL 5,1 4,8

JAN-MAI E 18.814 17.968 846 15.398 14.809 589 222 157 65 704 704 0 1.257 1.195 62 1.233 1.103 130 AGO 5,1 5,1

SET 5,5 5,4

Variações percentuais A/D 59,4 64,7 -79,1 64,2 69,4 -84,1 66,0 92,7 -25,0 14,0 14,0 28,6 42,5 -92,3 41,5 45,5 -70,0

A/B 6,1 6,4 -31,1 7,9 8,4 -56,1 46,7 33,9 800,0 23,4 23,4 -22,9 -22,2 -66,7 -11,5 -12,2 OUT 5,5 6,2

NOV 4,3 5,3

DEZ 3,7 5,5

C/E 53,8 59,6 -68,9 55,4 60,2 -64,9 50,9 100,6 -69,2 0,0 0,0 56,6 62,5 -58,1 62,4 80,6 -92,3 ANO 54,5 55,3 28,9

MÁQUINAS AGRÍCOLAS AUTOMOTRIZES POR EMPRESA 2010 ABR B 6.031 5.144 193 95 945 1.543 893 1.253 222 210 31 63 32 71 13 158 60 459

MAI A 6.400 5.549 194 116 661 1.755 1.401 1.199 223 162 40 2 24 86 10 195 88 406

Unidades Total Tratores de rodas Agrale Case CNH John Deere Massey Ferguson (AGCO) New Holland CNH Valtra Outras Empresas Colheitadeiras Case CNH John Deere Massey Ferguson (AGCO) New Holland CNH Valtra Cultivadores motorizados (1) Tratores de esteiras (2) Retroescavadeiras (3)

2009

JAN-MAI C 28.942 23.933 820 451 3.216 7.433 5.134 5.842 1.037 1.968 257 645 305 667 94 704 335 2.002

MAI D 4.016 3.379 100 50 512 1.074 868 605 170 126 22 33 15 51 5 171 53 287

JAN-MAI E 18.814 15.398 485 255 2.150 4.761 3.904 3.089 754 1.257 163 496 186 375 37 704 222 1.233

Variações percentuais A/D 59,4 64,2 94,0 132,0 29,1 63,4 61,4 98,2 31,2 28,6 81,8 -93,9 60,0 68,6 100,0 14,0 66,0 41,5

A/B 6,1 7,9 0,5 22,1 -30,1 13,7 56,9 -4,3 0,5 -22,9 29,0 -96,8 -25,0 21,1 -23,1 23,4 46,7 -11,5

C/E 53,8 55,4 69,1 76,9 49,6 56,1 31,5 89,1 37,5 56,6 57,7 30,0 64,0 77,9 154,1 0,0 50,9 62,4

Fonte: ANFAVEA - Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores

(1) Empresas não associadas à Anfavea; (2) Caterpillar, New Holland CNH (sucede Fiatallis CNH a partir de 1º/02/05), Komatsu; (3) AGCO, Case CNH, Caterpillar, New Holland CNH (sucede Fiatallis CNH a partir de 1º/02/05).

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PRODUÇÃO DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS AUTOMOTRIZES Unidades Total Tratores de rodas Tratores de esteiras Cultivadores motorizados Colheitadeiras Retroescavadeiras Mil unidades 2008 2009 2010

JAN 5,9 4,7 5,9

2010 ABR B 7.814 6.519 136 177 490 492

MAI A 8.049 6.909 162 180 271 527 FEV 6,6 4,4 6,4

MAR 6,6 5,6 7,9

ABR 7,0 5,2 7,8

2009

JAN-MAI C 36.111 29.305 696 792 2.844 2.474 MAI 6,5 4,5 8,0

JUN 7,3 4,1

MAI D 4.459 3.823 47 175 60 354 JUL 7,6 5,6

JAN-MAI E 24.354 20.531 347 781 1.711 984 AGO 8,0 5,7

Junho 2010 • www.revistacultivar.com.br

SET 8,0 6,1

Variações percentuais A/D 80,5 80,7 244,7 2,9 351,7 48,9

A/B 3,0 6,0 19,1 1,7 -44,7 7,1 OUT 8,8 7,0

NOV 7,4 7,3

DEZ 5,4 6,2

C/E 48,3 42,7 100,6 1,4 66,2 151,4 ANO 85,0 66,2 36,1




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