Maquinas 99

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Cultivar Máquinas • Edição Nº 99 • Ano IX - Agosto 2010 • ISSN - 1676-0158

Nossa capa

Test Drive CR9060

Capa: Cultivar

Matéria de capa

22

Testamos a CR9060 em lavouras de soja e avaliamos o sistema de trilha e separação axial com rotor duplo desta colhedora que teve produção nacionalizada pela New Holland em 2010

Destaques

Índice

AP em arroz irrigado

Peso e potência

Aplicação da Agricultura de Precisão no arroz irrigado mostra os benefícios e o retorno para quem investe na tecnologia

Estudo inédito aponta relação peso/potência dos tratores comercializados no programa Mais Alimentos do MDA

14

38

• Editor

Gilvan Quevedo

• Circulação

Simone Lopes Alessandra Willrich Nussbaum

• Redação

Charles Echer Lisandra Reis

• Revisão

Aline Partzsch de Almeida

Cultivar

• Expedição

Grupo Cultivar de Publicações Ltda. www.revistacultivar.com.br

Edson Krause

• Impressão:

Kunde Indústrias Gráficas Ltda.

• Design Gráfico e Diagramação

Cristiano Ceia

• Comercial

Pedro Batistin Sedeli Feijó

NOSSOS TELEFONES: (53) • GERAL

• REDAÇÃO

• ASSINATURAS

• MARKETING

3028.2000 3028.2070

C

3028.2060 3028.2065

Direção Newton Peter www.revistacultivar.com.br cultivar@revistacultivar.com.br CNPJ : 02783227/0001-86 Insc. Est. 093/0309480

Rodando por aí

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Máquinas na Europa

06

Ficha Técnica - Metalfor

10

Agricultura de Precisão

14

Biocombustíveis

20

Test Drive - CR9060

22

Pneus agrícolas

28

Ficha Técnica - Corrente

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Ficha Técnica - Fankhauser

34

Programa Mais Alimentos

38

Ficha Técnica - MF 4299

42

Coluna Estatística Máquinas

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Assinatura anual (11 edições*): R$ 129,90 (*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)

Números atrasados: R$ 15,00 Assinatura Internacional: US$ 130,00 EUROS 110,00 Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados podem solicitá-las à redação pelo e-mail: cultivar@revistacultivar.com.br

Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.


rodando por aí

Comemoração

Na Kepler Weber, a equipe comemora o resultado do segundo trimestre deste ano. A receita bruta da empresa totalizou R$ 91,1 milhões, indicando aumento de 168% em relação ao mesmo período do ano passado. Tudo decorrente da recuperação do mercado interno de sistemas de armazenagem de grãos. O diretor-presidente da Kepler Weber, Anastácio Fernandes Filho, explicou que com esse resultado o lucro acumulado da companhia no ano atingiu R$ 1,5 milhão. Anastácio Fernandes Filho

Trator 30 mil

A Case IH participou no final de julho de um evento organizado pelo governo federal marcando a entrega do veículo de número 30 mil do programa Mais Alimentos. A entrega ocorreu no Centro de Formação Sustentável do Movimento de Pequenos Agricultores (MPA), no município de Santa Cruz do Sul (RS). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez a entrega de um caminhão e seis tratores vendidos através do programa, entre eles um Farmall 80, da Case IH.

Cinemóvel

Após três meses de atividade, chega ao fim o Cinemóvel – Mostra itinerante de filmes nacionais. O projeto promovido pela Fundação John Deere percorreu 25 cidades do interior de São Paulo de maio a julho. Nesta temporada, foram promovidas 249 sessões de cinema gratuitas, que divertiram um público de 6.519 pessoas, principalmente crianças. O objetivo da iniciativa é facilitar o acesso à cultura e ao entretenimento e, ao mesmo tempo, valorizar produções brasileiras.

Nury Jafar Abboud

Marketing AL

João Pontes é o novo diretor de Marketing para América Latina da John Deere. Antes de assumir o cargo, Pontes foi responsável pelo desenvolvimento e pela implantação da área de Gerenciamento de Contas Estratégicas da região. João ingressou na companhia em 1996 como gerente distrital para produtos florestais no Brasil, passando por funções de crescente responsabilidade nas áreas de Suporte ao Cliente, Marketing e Vendas da Divisão Florestal. Em 2007, Pontes passou a integrar a divisão Agricultura & Turfe, como João Pontes gerente divisional de Vendas.

Nova equipe

Conbea

A Massey Ferguson participou do 39º Congresso Brasileiro de Engenharia Agrícola (Conbea) e do 9º Congresso Latinoamericano e do Caribe de Engenharia Agrícola (Clia), realizado no final de julho em Vitória (ES). Durante o evento, os visitantes puderam utilizar o simulador de piloto automático e controle automático das seções de barra de pulverização. A Massey Ferguson também levou à feira um trator da nova série MF 4200, que substitui os tratores mais vendidos no país há mais de 30 anos.

O engenheiro agrônomo José Tonon Junior acaba de assumir a Gerência de Comunicação de Marketing da Jacto. Na empresa desde 1992, começou sua carreira pela Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia e já trabalhou nas áreas de Serviços Agronômicos, Eventos, Gerência de Produtos e Comunicação de Marketing. Para o novo trabalho contará com uma equipe segmentada em quatro áreas: Daniel Alan, encarregado de Comunicação Técnica; Anderson Rolim, encarregado de Propaganda; Newton Campos, encarregado de eventos, e Alfredo Perozo, engenheiro de Vendas.

Zeus

Topper 4500

A Stara lançou recentemente o Topper 4500, o primeiro controlador para agricultura de precisão desenvolvido pela empresa. O Topper 4500 atende todas as necessidades da agricultura de precisão em um único equipamento, como: controlador à taxa variável, podendo ser utilizado no plantio, na distribuição, subsolagem e escarificação, estrada virtual (DGPS/RTK), piloto automático, balança eletrônica, desligamento automático de seções/tanques, controlador de pulverização, monitoramento de produtividade e umidade (mapa de colheita). Ele possui tela colorida com capacidade de processamento de gráficos 3D, visualização tridimensional da aplicação e visualização do mapa com a taxa durante a aplicação.

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A Carmetal Indústria e Comércio de Implementos Rodoviários, de Carazinho (RS), está criando a divisão agrícola que atuará especificamente no ramo de equipamentos para distribuição de insumos. A nova divisão fornecerá produtos para serem usados na agricultura, onde a principal necessidade é a diminuição de custos e a padronização da fertilidade dos solos através da agricultura de precisão. A linha de distribuidores hidráulicos preparados para utilização de taxa variável, denominada Zeus, é produzida sobre chassi de caminhão ou de arrasto para tratores.



mecanização

Ventos europeus

As oscilações nos números de produção e de vendas de máquinas na Europa ao longo dos anos mostram que o comportamento do setor é semelhante ao que ocorre no Brasil e em outras partes do mundo, tendo as condições de produtividade e preços como fatores fundamentais no aquecimento das vendas

O

s países europeus sempre figuraram como fonte geradora e disseminadora de novas tecnologias no setor de máquinas e implementos agrícolas. Atualmente o clamor por tecnologias mais “limpas”, com um forte apelo pelo desenvolvimento de produtos economicamente viáveis e ambientalmente adequados, faz com que a indústria europeia aplique com maior rigor os conceitos de desenvolvimento e produção de máquinas e motores mais eficientes, além da projetação de estruturas mais seguras e confortáveis visando à integridade e ao bem-estar dos operadores. O elevado nível de produção da indústria de máquinas agrícolas nos países europeus, bem como no restante do mundo, tem relação direta com a elevação dos níveis de produção agrícola, principalmente a produção de cereais. Como exemplo, podem ser cita-

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dos os consistentes incrementos registrados em países como França, Alemanha e Reino Unido, os quais atingiram, no ano de 2008, uma alta na produção de cereais na ordem de 17% a 25%, sendo que na Romênia, onde foi registrado um grande pico de produção, os patamares produtivos tiveram o excepcional aumento de 126% na comparação com o ano de 2007. É pertinente ressaltar que a fase positiva da economia, no que tange ao setor agrícola, é altamente dependente do volume de produção e dos incrementos de preços para tais produtos. Os motivos que levam à competitividade imposta ao agronegócio têm sido objeto de análise ao longo dos últimos anos, sendo que a abertura comercial e a intensificação do comércio entre países desempenham um importante papel no setor de máquinas e implementos agrícolas. Realizamos uma breve análise do mercado de máquinas agrícolas

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na Europa, fazendo uso de uma visão geral dos dados referentes aos últimos quatro anos de produção destes países, mencionando o registro atual do “parque de máquinas” europeu, algumas referências às movimentações financeiras do setor realizadas no período atual e estratégias da indústria europeia de máquinas agrícolas para se manter competitiva no mercado.

A INDÚSTRIA DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS

A indústria de máquinas agrícolas na Europa segue uma regra geral, a qual vigora também no restante do mundo: há uma variação cíclica na produção de máquinas agrícolas em função da variação dos preços pagos pelos produtos agrícolas comercializados. Em linhas gerais, os países que formam o subgrupo 12 da União Europeia (países associados até o ano de 1990) vêm apre-


Claas

REGISTRO ATUAL DE TRATORES

O número de tratores registrados em alguns países da Europa contrasta entre grandes incrementos nos registros de máquinas em alguns países e decréscimos ou estabilidade de registros em países tradicionalmente conhecidos no setor de máquinas agrícolas. O fenômeno que faz com que alguns países tenham incrementos e outros apresentem decréscimos nos índices que alimentam os dados do mercado agrícola se relaciona, entre outros fatores, com o funcionamento cíclico do mercado de máquinas agrícolas. Os dados podem ser visualizados no Quadro 2.

tratores que se situam na faixa entre 45cv e 99cv, sendo esta última classe a mais produzida durante o referido período. Os maiores índices de produção de tratores de maior porte devem-se, em parte, ao maior nível de eletrônica embarcada dos mesmos, disponibilizando um maior aporte tecnológico e otimizando a eficiência das tarefas. As demais classes mantiveram-se constantes devido a menores alterações em seus respectivos nichos de mercado. Esses dados podem ser visualizados no Quadro 3.

PERFIL EUROPEU

Em poucos anos, tem-se vivenciado vários cenários nos mercados agrícolas, que passaram repentinamente de fases de crise a fases de franca expansão. Todavia, torna-

Fendt

sentando incrementos significativos na produção, exportação, importação e vendas internas de máquinas agrícolas. Todavia, países formadores do subgrupo 15 da União Europeia (associados a partir de 1995) não apresentam significativos incrementos, encontrando-se em uma fase estacionária, salvo a exportação que se manteve em patamares mais elevados. A partir do Quadro 1 é possível constatar que os incrementos mais significativos dizem respeito à exportação de máquinas agrícolas e que os países do subgrupo 12 contribuem, mesmo que em menor grau, para a manutenção de uma boa média em movimentações financeiras, uma vez que apresentam um consistente incremento anual.

EVOLUÇÃO POR CLASSE DE POTÊCIA

No decorrer do período que se estendeu de 2006 a 2009, constatou-se uma maior produção de tratores de faixas mais elevadas de potência (mais de 189cv) e uma estabilidade referente à produção de tratores de classes de potência mediana à alta (de 100cv até 189cv) e de tratores de baixa potência (menos de 45cv), e um decréscimo na produção de

Tratores com potência acima dos 189cv tiveram um acréscimo na produção, enquanto os abaixo de 45cv recuaram


Landini

se evidente que o enorme crescimento da economia agrícola em países emergentes representa uma grande oportunidade para a indústria. As estratégias devem, no entanto, ser diversificadas, de acordo com cada país. Os grandes fabricantes de máquinas agrícolas da Europa possuem certas estratégias para se manterem competitivos no mercado atual, sendo que a maioria cita a redução de custos, o aumento de qualidade e o desenvolvimento de novas tecnologias como fatores primordiais para a manutenção desta competitividade, principalmente frente a países em desenvolvimento. Os resultados deste comportamento podem ser visualizados no Quadro 4.

CONCLUSÃO

A partir deste breve estudo pode-se fazer algumas inferências relativas ao mercado de máquinas agrícolas em alguns países europeus. Os fabricantes de máMáquinas agrícolas Produção

Exportação

Importação

Vendas

2004 1.155,40 19.246,80 4.637,50 727,6 3.793,40 2.130,50 1.261,90 1.720,10 15.364,50 1.728,30 17.092,70

Sub grupo EU-12 EU-27 EU-15 EU-12 EU-27 EU-15 EU-12 EU-27 EU-15 EU-12 EU-27

2005 1.331,90 20.106,20 5.115 887,1 4.027,90 2.413,50 1.624,10 2.038 15.699,80 2.124,40 17.824,20

2006 1.568,60 21.332,60 5.797,20 1.089,10 4.491,60 2.565,70 2.004,90 2.119,90 16.601,90 2.536,20 19.138

(%) 2006/2007 18 6 13 23 12 6 23 4 6 19 7

Valores em milhões de euros. Adaptado de Eurostat, VDMA, CEMA

Quadro 2 - Tratores registrados na Europa em 2006 e 2007 Áustria Bélgica Dinamarca Finlândia França Alemanha Grécia Islândia Irlanda Itália Luxemburgo Holanda Noruega Portugal Eslovênia Espanha Suécia Suíça Ucrânia

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2006 7.926 3.738 3.447 4.171 36.024 29.011 2.757 361 4.221 29.665 180 4.119 4.371 3.885 2.100 16.668 4.408 2.362 14.941

2007 7.558 3.472 3.961 4.245 37.778 28.470 2.999 368 5.029 26.836 224 4.678 4.187 4.199 2.084 17.261 4.634 1.974 17.089

% -4,64 -7,12 14,91 1,77 4,87 -1,86 8,78 1,94 19,14 -9,54 24,44 13,57 -4,21 8,08 -0,76 3,56 5,13 -16,43 14,38

Quadro 3 - Evolução da produção de máquinas agrícolas por classe de potência 2006 2007 2008 2009

< 45cv 45-99cv 100-129cv 130-189cv 42% 27% 22% 3% 39% 26% 23% 3% 36% 26% 24% 4% 33% 26% 24% 3%

quinas agrícolas na Europa e no mundo devem propor projetos de máquinas com constantes inovações tecnológicas. Serão comuns máquinas cada vez mais confortáveis, com menores níveis de ruído e vibrações e com maior aporte referente à segurança do operador. Também será habitual a produção de máquinas adaptadas à realidade da agricultura de precisão bem como adaptadas às novas diretrizes ambientais europeias. Todavia, cabe ressaltar o fato de que qualquer alteração nos patamares de produção de máquinas agrícolas deve-se ao elemento cíclico, ou seja, ao mercado de máquinas agrícolas Valtra

Quadro 1 - Movimentação financeira da indústria europeia de máquinas agrícolas

> 189cv 7% 9% 10% 10%

Quadro 4 - Estratégias prioritárias para os 160 fabricantes de máquinas agrícolas da Europa Redução de custos Aumento de qualidade Novas tecnologias Exportação para outros mercados Serviço de venda Diversificação na produção Estrutura de financiamento Modelos de produto Treinamento Diversificação Possibilidades externas

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nº de fabricantes 65 45 43 38 32 30 26 21 20 18 12

Tecnologias limpas e menos poluentes são crescentes nos projetos das máquinas agrícolas na Europa


que não é constante. A procura por máquinas agrícolas na Europa segue em torno destas considerações: tratores com menos de 55cv são requisitados para o cultivo de frutas e hortaliças e se apresentam como um mercado estável; entre 55cv e 110cv de potência tem-se um mercado em leve ascensão, porém, também próximo à estabilidade; tratores com mais de 110cv de potência, onde se tem uma maior busca por eletrônica embarcada, situam-se com leves incrementos dentro do setor de produção de máquinas agrícolas. Assim sendo, o presente estudo forma uma base que reproduz uma mensagem clara: a necessidade de constantes modificações na estrutura produtiva de máquinas agrícolas por parte dos países europeus. Estas modificações são a forma mais eficaz de se manter a competitividade frente aos países em desenvolvimento, evitando agravar possíveis perdas neste .M setor. Gustavo Heller Nietiedt, Ulisses Giacomini Frantz, Marcelo Silveira de Farias, Rodrigo Lampert Ribas e José Fernando Schlosser, Nema/UFSM

Fendt

A redução de custos, o aumento de qualidade e o desenvolvimento de novas tecnologias são apontados pelos fabricantes europeus como fatores primordiais para a manutenção da competitividade


ficha técnica

Multiple AB A Multiple AB, em suas duas versões 2.500 e 3.000 litros, apresenta opções mais avançadas ou com menor nível de tecnologia, de acordo com a necessidade do produtor

A

Metalfor apresentou neste ano de 2010 a nova linha do seu pulverizador autopropelido, Multiple AB. Este modelo constitui a terceira geração dos autopropelidos que a empresa está produzindo e vendendo no Brasil desde o ano 2001 e, agora, tem o incremento de novos opcionais, possibilitando ao usuário adequar o equipamento a sua realidade e necessidades de trabalho. Entre as opções a maior novidade é a possibilidade de escolher o tipo de rodado do equipamento, podendo ser 12,4x36 ou 12,4x46, aumentando significativamente o vão livre do equipamento. As versões oferecidas em 2010 também estão equipadas com bombas de pulverização e de carga com maior vazão, em relação aos modelos anteriores.

MOTOR E TRANSMISSÃO

O sistema de transmissão da Multiple AB é de tração mecânica 4x2, formado por um conjunto de caixa e diferencial fornecido pela empresa Eaton. A caixa é de cinco marchas para frente e uma ré. O diferencial possui reduzida pneumática, permitindo um escalonamento de dez marchas para frente e duas na ré, com uma relação entre marchas de 1,5 a 2,8. O dimensionamento do conjunto de caixa e diferencial é um dos pontos fortes do equipamento, o mesmo foi pensado e é utilizado em veículos que transportam cargas que apresentam o dobro do peso do pulverizador carregado de produto, assegurando, desta maneira,

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que o equipamento tenha o suficiente torque para enfrentar as condições mais adversas de terreno. A transmissão é de tração nas rodas traseiras por meio de corrente asa 1,1/2” ou 1,3/4”, dependendo do rodado, que trabalham lubrificadas em banho de óleo resultando em maior durabilidade ao conjunto de corrente e engrenagens. O motor utilizado é da marca Cummins, produzido no país, com seis cilindros, turbo com potência de 152cv e refrigeração a água. O destaque é o baixo consumo, isso devido à combinação entre potência do motor com o conjunto de transmissão, permitindo, em condições normais de trabalho, que o motor funcione com baixa rotação constante. Tudo isso resulta em uma economia significativa no consumo de óleo diesel, em média de sete a dez litros/hora, dependendo da velocidade de trabalho e condições de terreno. O motor já sai de linha equipado com o sistema Vigia que opera como salva-vida do motor, desligando-o automaticamente caso ocorra problemas por falta de água ou óleo. A localização do motor, caixa e diferencial permite o fácil acesso por cima ou por baixo

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Fotos Metalfor

Os modelos de 2010 vêm com freio estacionário localizado no diferencial

do equipamento para realizar as manutenções necessárias.

CHASSI, EIXOS E SUPORTE DE PULVERIZAÇÃO

O chassi está construído com tubos de aço; a estrutura é robusta e reforçada; é fechado evitando o ingresso e acumulação de produtos durante a aplicação que poderiam produzir a corrosão. O desenho do equipamento conta com passarelas laterais, frontais e traseiras que permitem ao operador percorrer o equipamento com segurança se apoiando nos corrimãos, para realizar as manutenções e limpezas da máquina. As bitolas traseira e dianteira são variáveis, podendo ir de 2,70 metros quando fechada a 3,20 metros quando está na posição totalmente aberta. A regulagem da bitola pode ser totalmente hidráulica ou semi-hidráulica. Na opção hidráulica a regulagem é feita da cabine, pelo operador, acionando um comando eletrohidráulico, que vai variar a distância entre as rodas até a posição desejada, por meio de pistões hidráulicos posicionados em cada uma das rodas. O ajuste é controlado num display lu-


Na opção com rodados 12,4x36 o vão livre do equipamento chega a 1,43 metro, já com rodado 12,4x46, o vão livre vai para 1,50 metro

minoso localizado na cabine da máquina. Já na alternativa semi-hidráulica, o equipamento vem com um pistão de abertura hidráulico numa das rodas dianteiras, a regulagem é individual levando o pistão a cada uma das rodas. Nesta última opção o equipamento tem as mangueiras hidráulicas com as distâncias adequadas para ir do engate rápido até cada roda, e os comandos hidráulicos se encontram na lateral do equipamento para a operação dos mesmos. A regulagem nesta opção semi-hidráulica é de fácil e rápida operação, permitindo ser realizada em menos de uma hora com duas pessoas envolvidas. Nas duas alternativas a abertura da bitola pode ser realizada centímetro a centímetro, adequando ao distanciamento exato pretendido pelo usuário. A Multiple AB, conta com um sistema de

O suporte de pulverização possui sistema de quadro duplo, com um quadro fixo e um móvel, o que ajuda a reduzir a oscilação das barras de pulverização

suspensão pneumática ativada, feita por meio de quatro pulmões de suspensão localizados nos eixos traseiro e dianteiro em cada uma das rodas. O funcionamento é ativo já que cada um dos pulmões conta com uma válvula individual que corrige rapidamente o nível de ar dentro do pulmão para manter o chassi nivelado, evitando a torção do mesmo. A correção individual de cada um dos pulmões também evita que as rodas fiquem no ar quando se passa por curvas de nível ou terraços. O sistema

de suspensão se completa com quatro amortecedores traseiros e dois dianteiros. As barras estão locadas na parte traseira do equipamento distanciando o agroquímico do pulverizador e do operador. São construídas totalmente em tubos de aço, fechados. Além do tamanho de barramento mais longo que é de 28 metros, as outras opções de barramento são de 25 e 22 metros. A estrutura da barra tem um desenho em torre que resulta em maior durabilidade e deixa protegida a linha de bicos no meio da mesma. Cada uma das barras está formada por uma asa maior, uma asa média e uma asa menor, com sistema de dobra na ponteira em caso de encontrar algum obstáculo na operação. O suporte de pulverização se completa com um sistema de quadro duplo, com um quadro fixo e um móvel. O sistema permite que quando as barras estão abertas, o quadro móvel e as barras trabalhem num só corpo com movimento basculante ante as oscilações do terreno, evitando os golpes em sentido vertical. As barras se unem ao chassi por meio de um braço de levante. O suporte

Sistema de suspensão pneumática ativado, com quatro pulmões de suspensão nos eixos traseiro e dianteiro

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Fotos Metalfor

de pulverização trabalha amortecido nos pistões os quais são assistidos por nitrogênio. Conta com três depósitos de nitrogênio, um para os pistões do braço de levante e outro para cada um dos pistões de primeira abertura das barras. A abertura de barras, assim como o nível de altura das mesmas, é totalmente eletro-hidráulica, contando com uma tecla de acionamento para cada uma das asas. Nos modelos 2010 foi modificado o sistema hidráulico, conseguindo maior agilidade na operação das barras mesmo com baixa rotação do motor. O sistema de suspensão pneumática mais o sistema basculante no suporte de pulverização confere ao Multiple AB três níveis de absorção dos impactos provenientes das irregularidades nos terrenos. Primeiro os eixos, segundo o chassi e por último as barras, permitindo uma correta aplicação e maior durabilidade do conjunto. Toda a estrutura leva um tratamento anticorrosivo e pintura epóxi que evitam a corrosão.

RODADOS

O Múltiple AB tem duas opções 12,4x36 e 12,4x46. Na primeira opção o vão livre do equipamento chega a 1,43 metro, já no rodado 46 o vão livre vai para 1,50 metro. O pneu utilizado no rodado 36 é de 12 lonas com câmara; no rodado 46 o pneu é 12 lonas radial. O sistema de freios do equipamento é a disco nas quatro rodas, de acionamento pneumático. Também tem incorporado nos modelos 2010 o freio estacionário localizado no diferencial.

CABINE

A cabine está posicionada na frente do pulverizador e é totalmente pressurizada. O espaço interior permite o ingresso de duas pessoas, o operador e uma pessoa no banco do lado. A coluna de direção é regulável, per-

Sistema de freios a disco nas quatro rodas, com acionamento pneumático

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mitindo o ajuste às necessidades do operador. O banco da mesma é com suspensão pneumática e se adapta ao peso do operador. Os comandos eletro-hidráulico e de pulverização se encontram ao fácil alcance do usuário, no joystick da alavanca de marchas e no painel. O equipamento da cabine se completa com o ar-condicionado com filtro de carvão ativado, equipamento de som e painel de controles de motor e vigia. A parte frontal e as portas laterais são de vidro curvo, permitindo uma boa visão, de fácil acesso para utilização e limpeza. Conta com dois espelhos retrovisores divididos, cada um deles, em duas partes que permitem uma regulagem para a correta e fácil visualização das barras. A iluminação do pulverizador para trabalhos noturnos conta com 16 faróis e refletores

Espaço interno da cabine possibilita a permanência de duas pessoas, graças ao banco auxiliar

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distribuídos em todo o equipamento.

TANQUES E CARENAGEM

O depósito de produto tem duas opções de capacidade, 2.500 litros e 3.000 litros. O desenho do mesmo é afunilado no fundo, permitindo o aproveitamento total do produto aplicado. O seu desenho permite que o peso do pulverizador carregado se concentre no meio do equipamento, conferindo melhor distribuição da carga nas quatro rodas. Conta com quebraondas e duas duchas para a lavagem interna do mesmo quando terminada a aplicação. A agitação dentro do tanque se realiza por dois agitadores hidráulicos que trabalham com a mesma pressão da bomba de pulverização, não precisam de manutenção e estão locados na parte inferior do tanque, melhorando a mistura da calda.

Bomba de carga centrífuga com acionamento hidráulico (acima) e bomba de pulverização (abaixo)


Os comandos eletro-hidráulico e de pulverização se encontram no joystick da alavanca de marchas e no painel

A estrutura da barra com um desenho em torre garante maior durabilidade e deixa protegida a linha de bicos

A Multiple AB conta com um tanque de água limpa locado na frente do equipamento, com capacidade para 200 litros, utilizada para a lavagem de frascos. A carenagem e os tanques estão construídos em PFRV.

fechando o leque mais alto, possibilitando trabalhar com a barra até no mínimo 40cm de distância do alvo, evitando a deriva. As canarias são de aço inox. Opcionalmente o equipamento pode sair com porta-bicos triplo, com três jogos de bicos, ou porta-bicos quíntuplo, com cinco jogos de bicos. Os bicos utilizados pela empresa são da marca Teejet, líder mundial em tecnologia de aplicação. A barra está dividida em cinco ou sete seções. A filtragem é feita por um filtro principal, um filtro de linha para cada uma das seções e um filtro em cada bico. O computador é da marca italiana Arag, no modelo Bravo 300S, que regula a quantidade de litros aplicada por ha em função da velocidade de trabalho, conseguindo manter constante a aplicação.

CIRCUITO DE PULVERIZAÇÃO E CARGA

A bomba de pulverização é centrífuga acionada por eletroímã, com vazão de 500 litros/minuto. Esta bomba utilizada nos equipamentos modelo 2010 pode alcançar até 10bar de pressão, e tem a possibilidade de realizar aplicações em baixo volume (exemplo 40 litros/h) até altos volumes. Também se encontra preparada para a utilização de adubos líquidos. Os bicos estão a uma distância de 35cm,

Computador de pulverização e equipamentos de direcionamento garantem maior precisão na aplicação

A Multiple AB tem uma bomba de carga centrífuga com acionamento hidráulico para o abastecimento do tanque de produto. Junto ao abastecimento pode-se realizar a mistura da calda utilizando o misturador de produto locado na lateral do equipamento. Estes equipamentos permitem baixar os tempos nas operações de abastecimento, aproveitando ao máximo as horas ótimas de trabalho para a aplicação.

AGRICULTURA DE PRECISÃO

A Multiple AB pode vir com as últimas tecnologias para agricultura de precisão, GPS, desligamento automático de secções, pilotos automáticos elétricos ou hidráulicos, que são opcionais e podem ser adquiridos no momento da compra. .M


agricultura de precisão

Precisão expandida

Fotos Drakkar

A aplicação de técnicas de Agricultura de Precisão na cultura de arroz irrigado mostra que os benefícios da tecnologia não têm limites e o retorno do investimento é percebido em pouco tempo

P

raticamente uma década após o surgimento dos primeiros trabalhos de Agricultura de Precisão (AP) com mapeamentos em áreas das culturas de soja e milho, agora é a vez da cultura de arroz irrigado experimentar as potencialidades dessa tecnologia. O primeiro mapa de colheita em arroz irrigado de São Gabriel (RS) foi realizado na safra de 2009/2010 pela Formosa Agropecuária, da família Giuliani, depois da aquisição de duas MF34, colheitadeiras Massey Ferguson, equipadas com o sistema Fieldstar. O objetivo foi buscar delimitar as zonas de baixo e alto rendimento dos 1.400 hectares de arroz e com a ajuda de um mapeamento detalhado dos atributos químicos do solo, identificar e quantificar os principais fatores limitantes para obtenção de produtividades acima de 12.000kg de arroz por hectare. Apesar de já apresentar inúmeras informações e resultados positivos em áreas de sequeiro, a Agricultura de Precisão em arroz irrigado ainda é incipiente. Além do mais, o sistema de manejo é muito diferente, com grande variabilidade de tipos de solo e em uma nova fase onde os produtores estão buscando investir em novas tecnologias e tendo ainda como alternativa a entrada da cultura da soja em rotação em algumas áreas. A expectativa é que projetos

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pioneiros como este irão ajudar a esclarecer lacunas técnicas que existem no manejo da fertilidade na cultura do arroz e proporcionar melhores condições para o desenvolvimento da cultura da soja em solos de várzea. O objetivo deste artigo é mostrar alguns detalhes deste projeto e discutir resultados já obtidos com as primeiras intervenções.

ARROZ IRRIGADO NO RS

A cultura de arroz irrigado ocupa aproximadamente 1,08 milhão de hectares no Rio Grande do Sul, o que representa cerca de 61% da produção de arroz do Brasil. Anualmente são produzidos 7,5 milhões de toneladas nas regiões da Fronteira Oeste, Campanha, Depressão Central Zona Sul, Planície Costeira Interna,

A área de 1,4 mil hectares foi mapeada detalhadamente para ultrapassar os 12 mil kg de arroz por hectare

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Planície Costeira Externa (Irga, 2010). Na lavoura orizícola a adubação destaca-se como sendo um dos principais componentes no custo de produção. Na safra 2007/2008, o custo médio com a adubação no Rio Grande do Sul representou 8,4% do custo total, sendo o terceiro custo variável, perdendo apenas para os custos de secagem (11,4%) e de combustíveis para preparo da lavoura (9,4%) - (Irga, 2008). Dessa forma, além dos benefícios técnicos pela utilização do uso da Agricultura de Precisão, uma adubação bem equilibrada está relacionada com a obtenção de maiores rendimentos com uma melhor lucratividade. Por muitos anos a cultura do arroz foi vista como uma cultura de baixo investimento em termos de fertilidade por ser cultivada em áreas arrendadas, pouco potencial produtivo dos materiais até então existentes e também em função dos processos químicos que ocorrem no solo após a entrada da água, elevando o pH e aumentando a disponibilidade de nutrientes, principalmente de fósforo. No entanto, com os problemas de infestação de arroz vermelho, que causa perdas de produtividade e qualidade do grão de arroz produzido, os produtores têm buscado alternativas, sendo a rotação com a cultura da soja um delas. Porém, diferentemente da cultura do arroz, a soja é uma cultura mais


responsiva à adubação, demandando melhores condições de fertilidade do solo. Outros fatores a serem considerados é a variabilidade dos tipos de solos nos quais o arroz irrigado é cultivado e as características de manejo desta cultura, que demanda um intenso revolvimento de solo, seja para formação de taipas, seja pelas sistematizações, com cortes e aterros. Estas condições intensificam a variabilidade do solo, que é a principal característica motivadora para o uso de técnicas de manejo localizado, popularmente denominada de Agricultura de Precisão (Pires, 2004). O uso de Agricultura de Precisão na cultura do arroz ainda é algo novo quando comparada ao estágio de tecnologia e informação já existente em áreas de sequeiro no estado do Rio Grande do Sul. Entretanto, as poucas informações que existem apontam resultados promissores, principalmente em termos de variabilidade de solo (Durigon, 2007).

QUALIDADE TÉCNICA

Diferentemente do início do processo de adoção das primeiras áreas de Agricultura de Precisão de sequeiro no Rio Grande do Sul, onde baseava-se na adaptação das técnicas de AP e tentativas de implantação, a Formosa Agropecuária contou com as melhores ferramentas tecnológicas disponíveis atualmente no mercado de AP. Além dos mapas de colheita das MF34, a propriedade investiu na contratação da

Após o mapeamento das áreas, foram realizadas aplicações a taxas variáveis de N, P e K com o objetivo de elevar os níveis de fertilidade e a eficiência da adubação

Drakkar Solos Consultoria, empresa especializada em projetos de AP. Também procurou precisão nas amostragens de solo com elaboração de mapas de fertilidade com grid de um hectare e conta com equipamentos de última geração para aplicação de fertilizantes à taxa variável (calcário, fósforo, potássio e nitrogênio). São iniciativas como esta, de alta tecnologia associada ao conhecimento, que garantem a qualidade das informações para o sucesso das intervenções em projeto de AP. É importante salientar que o sucesso de um bom projeto de AP está baseado em cinco fatores essenciais: coleta de solo com qualidade, análise em laboratórios de referência, geração de mapas dentro de padrões técnicos, interpretação dos resultados por profissionais especializados, que possam determinar com precisão as quantidades de

fertilizantes e/ou corretivos necessários, além de contar com equipamentos de precisão à taxa variável bem calibrados (Acosta et al, 2010).

INÍCIO DO TRABALHO

O trabalho teve início em agosto de 2009, com uma área piloto comparativa entre manejo convencional e manejo com Agricultura de Precisão, buscando potencializar a produção do híbrido de alta produtividade Avaxi da Ricetec. Entretanto, o objetivo principal foi avaliar a variabilidade química do solo e o potencial de retorno técnico e econômico de curto prazo da aplicação de técnicas de Agricultura de Precisão em relação ao manejo convencional de adubação na cultura do arroz irrigado. O trabalho foi conduzido em uma área de 140 hectares com um solo classificado como


Fonte: Drakkar Solos Consultoria

Figura 1 - Mapas de fertilidade com grid de 1 hectare em 2009 comparando a área de Agricultura de Precisão (AP) com Agricultura Convencional (AC)

correção e manutenção de potássio foi aplicada em uma única aplicação à taxa variável, utilizando uma adição fixa de 30kg/ha de K2O de manutenção (Figura 2). As correções à taxa variável ocorreram em pré-plantio com utilização de um aplicador centrífugo (Twister 1500 – Stara APS). A aplicação de nitrogênio ocorreu 20 dias após a germinação, sendo que a dose média foi igual em ambas as áreas, porém a área 2 recebeu doses variáveis de 50 e 160kg/ha de N, em função da variação dos teores de matéria orgânica do solo. Os demais tratos culturais foram iguais em ambas as áreas avaliadas. A colheita de arroz foi realizada entre os dias 5 a 10 de março de 2010, com duas colheitadeiras MF34, equipadas com sensores de rendimento e umidade dos grãos. Ambas as máquinas foram pré-calibradas em área adjacente e permitiram a obtenção de informações georreferenciadas da produtividade.

RESULTADOS INICIAIS E PERSPECTIVAS

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tássio (KCl - 60% K2O), mais uma adubação de manutenção de 120kg/ha de DAP (18-46-00) na base, além de 108kg/ha de nitrogênio à taxa variável a partir dos mapas de matéria orgânica. A partir de parâmetros técnicos foram gerados mapas de correção para elevação dos níveis de fósforo até 9mg/dm3 e nível de saturação de potássio até 2,0% na CTC do solo. A dose de Drakkar

planossolo háplico Eutrófico (Embrapa, 2006). O clima da região é do tipo “Cfa2” (subtropical úmido), de acordo com a classificação climática de Köppen, com precipitação média anual de 1.434mm e temperatura média anual de 19,3ºC, variando entre 13,7ºC e 24,9ºC. Inicialmente duas áreas próximas de 70 hectares foram vetorizadas com GPS de navegação (Global Positioning System), estabelecendose uma malha amostral com grid de uma amostra de solo composta por hectare, a partir de cinco subamostras (camada de zero a 15cm de profundidade). A amostragem foi realizada manualmente com pá de corte, onde um volume de dois a 3kg de solo foi homogeneizado, sendo que 400g de solo foram embalados e enviados para análise laboratorial dos atributos químicos do solo (Figura 1). A partir dos resultados analíticos foram gerados mapas de fertilidade do solo estabelecendo-se que a primeira área (área 1) receberia um tratamento convencional de adubação: 200kg/ha 05-20-30 e 112kg/ha de nitrogênio em cobertura e que na segunda área (área 2) receberia doses de fertilizantes para correções de fósforo com superfosfato triplo (SFT - 45% de P2O5) e potássio na forma de cloreto de po-

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Os resultados obtidos em termos de variabilidade dos atributos químicos do solo mostram variações entre 2,9 até 63,3%, considerando as duas áreas em estudo (Tabela 1). A área 1 foi a que apresentou menor variação do CV médio (21,6%) em relação a área 2 (28,7%). Em ambas as áreas o pH foi o elemento com menor variação (2,9 e 3,7%, áreas 1 e 2, respectivamente). O fósforo foi o atributo que mais variou na área 1 (44,7%), seguido do potássio (37,5%) e do cobre (32,7%). Já na área 2, o atributo que mais variou foi o cobre (63,3%), seguido do fósforo (49,4%) e do boro (37,3%). Pode-se observar que mesmo as duas áreas sendo vizinhas e com o mesmo histórico de manejo, a variabilidade entre si foi significativa, tanto que se comparando as duas áreas, através da média numérica de cada atributo, dos 16 atributos relacionados, a área 1 tem 11 atributos com valores superiores, dois iguais e três com valores inferiores, em relação à área 2. Na mé-


Figura 2 - Mapas de aplicação à taxa variável de nitrogênio (ureia), fósforo (SFT) e potássio (KCl) da área 2

dia, a área 2 apresenta níveis de fertilidade 11% inferiores aos teores médios da área 1, sendo potencialmente mais fértil (Figura 3). Em termos de fertilidade média e de valores absolutos, ambas as áreas estão classificadas dentro da mesma faixa de recomendação da CQFS-RS/SC (2004), não havendo indicação de calagem e teores médios de P e K são considerados altos para a cultura do arroz. Entretanto, os pontos com valores mínimos

Figura 3 - Comparativo dos níveis fertilidade entre cada elemento avaliado, da média geral e da produtividade alcançada entre a área manejada com Agricultura de Precisão e manejada de forma convencional

de P e K, são considerados teores médios e possíveis de resposta à adubação, mas sendo, muitas vezes, desconsiderados na agricultura convencional. Em função da maior variabilidade da área 2 em relação à área 1, a mesma foi a escolhida para utilização dos princípios e das técnicas de Agricultura de Precisão. Assim, aplicações a taxas variáveis de N, P e K foram utilizadas buscando a elevação dos níveis de fertilidade

e aumento da eficiência da adubação. Apesar de ter uma média relativa de fertilidade 11% inferior à área 1, a mesma produziu 3% a mais que a área manejada convencionalmente no primeiro ano, após aplicações à taxa variável de fósforo, potássio e nitrogênio. Entretanto, para isso necessitou-se incrementar o custo da adubação com AP em 38%. Considerando o aumento do custo e o incremento de produtividade proporcionado, a rentabilidade


Figura 4 - Mapas de colheita da área de Agricultura de Precisão e da área de Agricultura Convencional

no primeiro ano do trabalho (curto prazo) foi positiva de apenas R$ 18,97 ha (Tabela 2). Salienta-se que o investimento no mapeamento e na correção de pontos críticos de fertilidade tem um efeito residual de médio prazo, não devendo se esperar, necessariamente, um retorno do investimento já no primeiro ano, mas um incremento gradativo da produtividade. A partir dos mapas de colheita (Figura 4), gerados com as MF34 equipadas com sensores de rendimento, foi possível avaliar a correlação entre a adubação variável de N, P e K, em relação ao incremento pontual de produtividade (Tabela 3). Encontraram-se correlações positivas à aplicação de N (0,24) e K (0,12) e negativa para o P (-0,03). Os resultados desse trabalho indicaram que as adubações à taxa variável, na condição de grid amostral de um hectare e equipamento à taxa variável, podem proporcionar incrementos significativos na produção de grãos de arroz, quando há acentuada

Figura 5 - Mapas de colheita da área de Agricultura de Precisão e da área de Agricultura Convencional

variabilidade química do solo. Também a partir dos mapas de colheita foi possível avaliar o retorno da taxa variável, principalmente com a aplicação de nitrogênio, que deixou a produtividade mais uniforme, reduzindo significativamente as áreas com mais baixa produção (Figura 5). A avaliar detalhada dos resultados do trabalho através dos mapas de colheita permitirá futuras intervenções localizadas e tomadas de decisão mais apuradas, pois a previsão é que o projeto continuará até 2012, buscando acumular informações de diferentes safras, reduzindo a forte influência do clima sobre os resultados, pois em novembro de 2009 ocorreu um evento climático (enchente) que pode ter comprometido a expressão de todo potencial produtivo das áreas, pois além da inundação de grande parte da lavoura por mais de duas semanas, houve uma redução significativa da insolação, em função das intensas precipitações do

Tabela 1 - Comparativo dos atributos químicos do solo entre a área de Agricultura Convencional e a área de Agricultura de Precisão Elementos/Parâmetros1 Argila (%) Matéria Orgânica (%) pH Saturação por Alumínio (%) Cálcio (cmolc/dm-3) Magnésio (cmolc/dm-3) CTC (cmolc/dm-3) Saturação por Bases (%) Fósforo (mg/dm-3) Potássio (mg/dm-3) Saturação de Potássio (%) Enxofre (mg/dm-3) Zinco (mg/dm-3) Cobre (mg/dm-3) Boro (mg/dm-3) Manganês (mg/dm-3)

Mín 22,0 1,7 4,7 1,5 5,1 2,3 11,0 53,1 5,3 56,0 0,8 6,3 2,6 0,9 0,2 13,1

Área 1 – Agricultura Convencional Máx Média DP 40,0 31,2 4,0 3,8 2,8 0,5 5,3 5,0 0,1 8,5 4,4 1,2 11,3 8,9 0,9 5,4 4,1 0,5 29,3 20,6 3,0 77,9 65,2 6,5 34,5 8,8 3,9 320,0 101,4 38,1 4,1 1,3 0,5 14,6 8,2 1,2 9,7 4,4 0,9 4,2 2,0 0,6 0,5 0,4 0,1 54,2 32,1 9,4 Média

CV% 12,9 16,6 2,9 27,6 10,7 13,3 14,7 10,0 44,7 37,5 37,2 14,0 20,7 32,7 21,1 29,3 21,6

Mín 18,0 1,6 4,4 1,8 5,2 1,4 10,9 48,9 3,0 56,0 0,7 6,3 2,1 0,5 0,1 13,8

Área 2 – Agricultura de Precisão Máx Média DP 29,0 29,6 5,1 3,9 2,7 0,5 5,4 5,0 0,2 8,3 4,7 1,6 12,7 8,5 1,8 5,4 3,1 1,8 27,8 19,1 4,2 75,4 62,6 6,6 44,6 9,8 4,9 212,0 91,5 27,4 3,0 1,3 0,4 18,6 10,1 2,3 7,5 4,1 1,1 2,7 1,1 0,7 0,5 0,3 0,1 43,6 25,8 6,6

1 Conjunto de dados obtidos de análise estatística de 138 análises químicas: 65 amostras da área 1 e 73 amostras da área 2.

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Média

CV% 17,2 19,2 3,7 33,8 20,9 20,9 21,8 33,8 49,4 29,4 31,8 23,2 28,0 63,3 37,3 25,4 28,7

período, algo fundamental para maximizar a produtividade do arroz. Há de se salientar ainda que o trabalho está apenas no começo e ainda há muitas informações a serem obtidas e traduzidas em produtividade. Entretanto, o sucesso do trabalho de Agricultura de Precisão tem origem do comprometimento da técnica e da busca pela qualidade operacional de todo o processo produtivo, meta perseguida pela direção da Formosa Agropecuária, sendo a Agricultura de Precisão apenas mais uma tecnologia que aumenta a eficiência da .M tomada de decisão. Alan Acosta, Claudio Lemainski, Marcelo Busato, Guilherme Londero, Gabriel Santi, Drakkar Solos Consultoria Tabela 2 - Total de fertilizantes utilizado (NPK), custos envolvidos com fertilizantes e com AP, produtividade alcançada e rentabilidade obtida N P2O5 K2O Custo da Adubação3 Produtividade Rentabilidade4 --- kg ha-1 --- --- R$/ha --- --- Kg ha-1 --- --- R$/ha --1 0 AC 123 40 60 384,08 9.875 AP 130 70 108 530,71 (+38%)2 10.151 (+3%) +18,97 1 AC – Agricultura Convencional e AP – Agricultura de Precisão. 2 Incluso o custo da AP – Grid 1 hectare, amostra completa, aplicação a taxa variável terceirizada de 3 elementos (N, P e K) diluído em 3 anos. 3 Custo de adubação: valores médios de mercado fertilizantes em 30/04/2010. DAP: R$ 1.080,00, KCl: R$ 860,00, Uréia: R$ 750,00 e 05-20-30: R$ 980,00. Valor de comercialização da saca de arroz de 50 kg em 22/05/2010: R$ 30,00. 4 Rentabilidade: ganho em reais pelo aumento de produtividade, reduzido os custos com incremento de fertilizantes de correção e serviços de AP, neste caso específico.

Tabela 3 - Correlação entre as quantidades de fertilizantes de correção e a produtividade na área de Agricultura de Precisão 1 2 3 4

N (ureia) P (SFT) K (KCl) Produtividade

1 1 -0,09 ns -0,03 ns 0,24 ***

2

3

1 0,42 * -0,03 ns

1 0,12 ns

ns = não significativo; *,** e *** = significativo a 1, 5 e 10%, respectivamente.



combustível

Energia do campo

Agrale

Além de diminuir consideravelmente a emissão de poluentes, a utilização de biocombustíveis em máquinas agrícolas reduz os custos das operações agrícolas, mantendo a potência dos motores inalterada

O

crescimento da economia mundial tem relação direta com a maior demanda de energia, sendo assim, as fontes renováveis têm um papel fundamental na matriz energética mundial, uma vez que os combustíveis fósseis têm suas reservas limitadas e estão cada vez mais escassos. A agricultura, inserida nesse contexto, apresenta grande expansão, uma vez que a demanda de alimentos é cada vez maior e apresenta-se, também, como grande fornecedora de matérias-primas de biocombustíveis. Essa nova situação acarretou na necessidade de aumentar a produtividade em todas as etapas da cadeia de produção e no campo, as máquinas e os implementos agrícolas estão acompanhando as tendências tecnológicas proporcionando maior eficiência no processo produtivo. O biodiesel é um combustível que possui características físico-químicas semelhantes às do diesel, obtido a partir da transesterificação de óleos vegetais, in natura ou residuais. Uma ação estratégica do Governo Federal é a expansão da biomassa, para fins energéticos, em que as oleaginosas destacam-se para a produção de biodiesel, em substituição ao diesel mineral que é amplamente utilizado nas máquinas agrícolas.

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No Brasil, o lançamento do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB) no final do ano de 2004, inseriu esse combustível na matriz energética nacional. Sua comercialização está amparada no marco regulatório composto por atos legais que definem percentuais de mistura do biodiesel ao diesel, sendo obrigatória a mistura de 2% de biodiesel ao diesel (B2) desde 2006. O PNPB é um programa interministerial encarregado Tabela 1 - Produtividade de matérias-primas usadas na fabricação biodiesel Teor de Produtividade Produção de Matériaóleo (%m) (kg/ha.ano) óleo (kg/ha.ano) prima 95 Gorduras animais 45 a 55 500* 1.000* Mamona 45 a 55 713 1.425 Girassol 40 a 50 1.060 2.353 Amendoim 48 a 55 306 600 Gergelim 39 a 45 462 1.100 Canola 20 a 22 3.000 15.000 Dendê 18 a 21 468 2.400 Soja 11 a 12 215 1.950 Algodão 6a7 1.625 25.000 Babaçu 4a5 149 3.300 Milho Fonte: Conab, Ceplac, UFPA, * Produtividade média assumida pela Petrobras

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de estudos sobre a viabilidade de utilização de óleos vegetais para fins energéticos que visam, dentre outros objetivos, implantar um desenvolvimento sustentável promovendo a inclusão social. Diversas são as matérias-primas que já são objetos de estudo na produção de biodiesel (Figura 1) como dendê, algodão e as mais conhecidas como soja e cana-de-açúcar. Estas últimas já apresentam mecanização avançada e que cresce a largos passos, o que foi de fundamental importância para atingir os níveis de produtividade alcançados. No entanto, as demais culturas ainda possuem processo de produção mais simples, sem utilização de máquinas muito sofisticadas e as que são usadas ainda estão em fase de adaptação e desenvolvimento. Para o biodiesel, que é misturado obrigatoriamente ao diesel, há incidência monofásica de PIS/Cofins no produtor industrial com desoneração total ou parcial da tributação, em função do tipo de produtor, região e oleaginosa, com alíquotas menores para Norte e Nordeste e para os produtos que apresentem o selo social. Nesse caso, os incentivos ou as reduções variáveis nas alíquotas de PIS/Pasep e Cofins dependem da origem da matéria-prima e da região do país: a taxa cobrada é de R$ 0,22/L para os produtores


que não têm o selo e que compram todo tipo de matéria-prima em qualquer região do país; de R$ 0,15/L para os que não têm o selo, mas utilizam palma e mamona originárias das regiões Norte e Nordeste; de R$ 0,07/L para os que foram certificados com o selo, mas adquirem matéria-prima de qualquer região; e nula para os que têm o selo e utilizam palma e mamona vindas do Norte e do Nordeste.

Figura 1 - Principais matérias-primas utilizadas na produção de biodiesel. Dezembro de 2008

Vantagens dos biocombustíveis

A substituição do óleo diesel por biocombustíveis ou misturas desse com diesel, é a questão mais focada atualmente para suprir a escassez dos combustíveis derivados do petróleo e reduzir os níveis de emissão de poluentes gasosos. Nesse contexto, as pesquisas de melhoramento genético e domesticação de matérias-primas com potencial para produção de óleo renovável cada vez mais são financiadas a fim de investir na produção eficiente, em larga escala e viabilizar de forma efetiva o atendimento da demanda energética crescente. Na Tabela 1, alguns dados referentes à produtividade de algumas matérias-primas utilizadas para produção de bioenergia. Pesquisas realizadas com uso de 12 combustíveis alternativos, produzidos pela mistura de óleos vegetais com óleo diesel tipo 2, utilizados em um motor diesel, em bancada dinamométrica, mostraram que o desempenho do motor foi similar ao obtido com óleo diesel indicando que não haveria efeito no desempenho do motor após 200 horas do funcionamento no dinamômetro. Para confirmar este estudo, outros pesquisadores avaliaram o efeito a longo prazo de uma mistura de óleo diesel e biodiesel (B20) em relação ao desempenho e ao desgaste de um motor diesel, constatando-se que o motor operou satisfatoriamente por 148 horas, e a

potência, o torque e o consumo específico de combustível mantiveram-se constantes. A análise do óleo do motor a intervalos de 45 horas mostrou que a redução na necessidade após 100 horas de operação foi típica de uma operação normal com diesel. A emissão de gases poluentes pelas combustões de biodiesel e de óleo diesel de petróleo foi analisada, obtendo resultados favoráveis para o biocombustível, concluindo que o SO2 é totalmente eliminado, a fuligem diminui em 60%, o monóxido de carbono e os hidrocarbonetos diminuem em 50%, os hidrocarbonetos poliaromáticos são reduzidos em mais de 70% e os gases aromáticos diminuem em 15%. Os ganhos ambientais são advindos da redução direta das emissões de gás carbônico, como da fixação de carbono atmosférico pela fotossíntese, durante o crescimento das culturas que produzem óleo. Os impactos econômicos e ambientais decorrentes do sucesso na implantação do uso generalizado do biodiesel de vegetais podem ser verificados. No contexto econômico, o Brasil consome cerca de 37 bilhões de litros de petrodiesel a cada ano, dos quais 7,5% em

média importados, com o que a adição de 5% de biodiesel representaria economia de divisas. Por outro lado, há impactos ambientais decisivos como a redução da emissão de gás carbônico (-7%, -9% e -46% para 5%, 20% e 100% de adição); redução de hidrocarbonetos não queimados (-7%, -9% e -36% para 5%, 20% e 100% de adição); redução da emissão de enxofre (-17%, -25% e -100% para 5%, 20% e 100% de adição); e redução de emissões de material particulado - fumaça preta (-13%, -23% e -68% para 5%, 20% e 100% de adição). É preciso, cada vez mais, maiores pesquisas e investimentos nessa área a fim de contornar os obstáculos presentes na produção desses combustíveis alternativos e, dessa forma, propiciar a sua inclusão em grande escala nas matrizes energéticas mundiais, reduzindo a dependência energética, que representa um grande gargalo ao desenvol.M vimento sustentável dos países. Jadir Nogueira da Silva, Conceição Trindade, Svetlana Fialho Soria Galvarro UFV


capa

CR9060

Testamos a CR9060 da New Holland, uma colhedora com sistema de trilha e separação com duplo rotor que, além de impressionar pelo tamanho e desempenho, mostrou muita agilidade e versatilidade nas manobras

D

urante o período de colheita da soja no Sul do Brasil, a equipe da Cultivar Máquinas teve a oportunidade de testar a colhedora da New Holland, CR9060 com sistema de trilha e separação com duplo rotor. Comercializada na Europa há cerca de oito anos, desde 2007 está disponível também para o mercado brasileiro. Este modelo é importado da Bélgica e conta com mais de 170 exemplares vendidos no Brasil. Devido à aceitação do produto e ao progressivo aumento na procura por máquinas com sistema de rotor, a empresa iniciou em julho a fabricação nacional deste modelo na sua fábrica localizada na cidade paulista de Sorocaba.

ESPECIFICIDADES DO TESTE

O teste foi feito na zona rural de Jaguarão (RS), na região sul do estado, onde fomos recepcionados pelos técnicos João Luiz Szimanski, especialista em marketing para colheitadeiras, e Fernando Menezes, coordenador de serviços para a região Sul do país, além dos representantes da revenda Super Tratores, com sede na cidade de Santa Maria (RS) e que desde maio de 2008 presta assistência à região. Esta região destaca-se como uma importante fronteira agrícola dentro do Estado, onde áreas anteriormente destinadas à pecuária extensiva deram espaço ao cultivo do arroz irrigado, que por sua vez vem progressivamente compartilhando suas áreas com a cultura da soja. O teste foi realizado na Fazenda Santa Izabel, onde o produtor Rogério D’Agostini cultiva 1.150ha de soja. A máquina foi testada em duas cultivares de soja: a VMax 7054 RR, com aproximadamente 18% de umidade, e a 6445RR, com umidade ao redor dos 13%, ambas implantadas com espaçamento de 0,45m entrelinhas. Constatamos que a altura de corte e a velocidade de resposta da plataforma foram

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excepcionais frente às dificuldades impostas pelas condições do terreno. A velocidade de trabalho da máquina variou de 4,5 a 6,5km/h (irregularidades do terreno, não permitiam uma velocidade maior) e cabe ressaltar que sob tais condições de operação as perdas resultantes da trilha, separação e limpeza foram praticamente nulas.

MOTOR E TRANSMISSÃO

CR9060 é uma colhedora da classe VII e disputa mercado com máquinas como a John Deere STS 9670, Case 2799, BC 7500 e a Massey Ferguson 9790, sendo equipada com um motor NH, modelo Cursor 9, com 8,6L de volume, que desempenha 354cv de potência a um regime de 2.100rpm e proporciona um aumento para 394cv de potência em caso de queda de rotação para 2.000rpm. Este modelo conta ainda com um sistema eletrônico de injeção do tipo Common Rail e sobre alimentação por um conjunto turbo e intercooler, fatores que

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A barra de corte é composta por dedos duplos e a navalha conta com exclusivo sistema de autolimpeza

conferem ao conjunto a inserção na categoria Tier III de emissão de poluentes - que na prática se traduz em uma menor emissão de poluentes, menor nível de ruídos e menor consumo de combustível. O sistema de arrefecimento por circulação de água conta com um tanque de derivação que se comunica com o radiador, proporcionando uma capacidade máxima de 50L ao conjunto. Uma tela rotativa auxilia na limpeza da superfície externa dos radiadores de óleo hidráulico e líquido de arrefecimento, sendo que a admissão de ar pelo motor dá-se a partir desta tela, o que proporciona uma maior qualidade do ar aspirado, principalmente em condições mais severas de poeira. Entre os radiadores existe ainda uma hélice, responsável pela eliminação de resíduos que possam se acumular nesta região. A preocupação com a manutenção


Fotos Cultivar

Uma tela rotativa, por onde é feita a admissão do ar pelo motor, auxilia na limpeza da superfície externa dos radiadores de óleo hidráulico e líquido de arrefecimento. Entre os radiadores existe ainda uma hélice, com acionamento pneumático, responsável pela eliminação de resíduos que possam se acumular nesta região

condições normais. A potência gerada pelo motor é transmitida às rodas por um sistema de transmissão hidrostática com acionamento eletrohidráulico de quatro velocidades. Já os pneus que equipavam esta colhedora tinham as seguintes especificações: 900/60 R 32 176 A8 radial no eixo dianteiro e 540/65 R 30 no eixo traseiro, com opções de rodados duplos para o eixo dianteiro, com medidas 20.8-38 e traseiros 600/65 R 28. A escolha dos pneus, se diagonais ou radiais, fica a critério do cliente. Além da bomba hidrostática, responsável pela transmissão de potência às rodas, o conjunto conta ainda com mais duas bombas, uma de alta e a outra de baixa pressão que dão suporte ao sistema hidráulico da colhedora. O peso total desta colhedora é de 14.360kg, vazia, sem plataforma e sem picador de palhas, seguindo a distribuição de 60% do

peso sobre o eixo dianteiro e 40% sobre o eixo traseiro. A facilidade na realização de manobras, que impressionou a nossa equipe, resulta da combinação da grande largura de corte e do raio de giro reduzido, obtido através da inclinação das rodas diretrizes durante as manobras. Assim, torna-se possível realizar a manobra tão logo seja concluído o corte de uma determinada faixa e ainda retornar exatamente na próxima faixa de corte, proporcionando economia de tempo e uma menor utilização do espaço disponível.

SISTEMA DE COLHEITA

A colhedora que testamos operava com uma plataforma de 30 pés de corte (9,1m de largura útil) e controle automático de altura e flutuação lateral, destinada, entre outros grãos, à colheita da soja. Este modelo apresenta como opcional

Massey Ferguson

da limpeza estende-se também ao motor, pois um ventilador de alto fluxo, posicionado atrás do conjunto de radiadores, evita o acúmulo de resíduos sobre a superfície do mesmo. O circuito de alimentação apresenta três filtros: o primeiro (pré-filtro), localizado na lateral da máquina, é responsável pela detecção e separação de água no combustível e impurezas maiores, os demais se localizam próximos ao sistema de injeção do motor. Já o filtro de ar é ligado diretamente ao sistema de exaustão do motor, prolongando a vida útil do elemento filtrante. O reservatório de combustível tem capacidade de 750 litros, o que proporciona uma boa autonomia de trabalho em

Devido à largura da plataforma de corte, existem duas caixas de acionamento das navalhas, acionadas por dois eixos cardânicos distintos, que proporcionam menor esforço ao sistema

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A escada de acesso à cabine apresenta base giratória, que facilita a movimentação da mesma para a lateral ou para frente da máquina

uma versão de plataforma com 35 pés de corte para colhedoras com rodado duplo, e ainda duas versões de plataforma Draper (com duas esteiras em substituição ao sem-fim de alimentação) com 35 e 40 pés de corte. Nos impressionou a mínima altura de corte possível de ser obtida com esta plataforma, devido, em grande parte, ao seu sistema conjugado de controle de altura e flutuação lateral. Este sistema permite que a plataforma “copie” o terreno, o que possibilita um corte rente ao solo mesmo em superfícies irregulares. O molinete tem acionamento hidráulico e rotação sincronizada com a velocidade de avanço da colhedora. Já a barra de corte, composta por dedos duplos dentro dos quais se desloca a navalha alternativa para o corte de plantas, apresenta o exclusivo sistema de autolimpeza, que funciona graças a uma abertura na posição frontal dos dedos, tendo-se uma projeção da extremidade dianteira das lâminas da navalha

Alavanca multifuncional possibilita controlar as principais funções de colheita e de deslocamento da máquina

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para frente da extremidade dos dedos. Este sistema facilita a operação em condições de maior umidade da cultura (ocorrência de orvalho, por exemplo). Devido à largura da plataforma de corte, há a presença de duas caixas de acionamento das navalhas, acionadas por dois eixos cardânicos distintos, um de cada lado da plataforma, proporcionando um menor esforço ao sistema. O sem-fim de alimentação desta colhedora funciona sob dois regimes de velocidade, podendo-se variar de acordo com a cultura, umidade ou quantidade de material a ser recolhido. Dedos retráteis percorrem toda a extensão

do sem-fim, sendo que os mesmos apresentam um rebaixe (entalhe) e uma trava. Em caso de quebra, estes são “recolhidos” para dentro do tubo do sem-fim, evitando que entrem no sistema de trilha e danifiquem os mecanismos internos. Na parte traseira e ao fundo da plataforma existem ainda três chapas raspadoras que visam impedir que o material colhido retorne para frente do sem-fim de alimentação. O acoplamento da plataforma é feito de forma simples e rápida, sendo que os cinco tubos hidráulicos encontram-se centralizados em um único ponto de acoplamento e o sistema elétrico acopla-se através de um único chicote. O elevador de palhas é acionado por correias e conta com um reversor hidráulico de duplo sentido, facilmente controlado a partir da cabine pelo comando presente na alavanca multifuncional. Este mecanismo permite uma economia de tempo e um menor esforço nos casos em que o sistema exige a desobstrução do canal alimentador. A entrada do elevador apresenta uma largura de 900 mm, este estreitamento é proporcional à largura dos rotores, o que acarreta em uma alimentação constante e uniforme, não existindo a necessidade de qualquer mecanismo de aceleração do material. Destacamos também a presença de um sistema de detecção integrado ao piso do canal alimentador, que graças a um sensor acústico identifica a entrada de pedras e demais objetos estranhos. Nestes casos, o funcionamento da plataforma é automaticamente interrompido e um alarme é disparado, simultaneamente abrese uma janela no piso do elevador, expulsando a pedra ou qualquer objeto estranho. A tampa é fechada automaticamente durante a elevação

A cabine do operador tem grande área envidraçada, poltrona com amortecimento pneumático e acesso facilitado aos instrumentos de navegação. Dentro há uma ampla janela para inspeção do reservatório dos grãos limpos

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da plataforma.

SISTEMA DE TRILHA E SEPARAÇÃO

A CR9060 apresenta dois rotores longitudinais com diâmetro reduzido (432mm) e comprimento de 2.638mm, os quais operam sob duas faixas de velocidades: a faixa de menor velocidade, recomendada para culturas de mais fácil debulha como a soja, por exemplo, varia entre 357 e 950 rpm e a de maior velocidade, recomendada para cereais de inverno que varia entre 750 e 1.699rpm. O acionamento dos rotores dá-se mecanicamente através de um conjunto composto por coroa/pinhão, movimentado por correias e polias variadoras (Maxitorque). Este sistema de duplo rotor sincronizado, onde os rotores giram em sentidos opostos, possibilita uma distribuição regular e homogênea do material a ser trilhado, devido à maior força centrífuga e ao peso reduzido do conjunto, proporcionando uma debulha mais suave. Devido à melhor distribuição do material na área de trilha e separação esta máquina tem a capacidade de manter a qualidade desta atividade mesmo em culturas de baixa produtividade e dispensa o uso de mecanismos de reversão dos rotores para solucionar problemas de “embuchamento”. Os técnicos responsáveis pela explanação salientaram a adaptabilidade do conjunto de rotores e côncavos a qualquer tipo de cultura, sem a necessidade de maiores modificações na configuração dos mesmos. Os côncavos de trilha, posicionados logo abaixo de cada um dos rotores, apresentam um ângulo de envolvimento de 121º. São compostos por barras arredondadas para soja e milho e para a colheita de cereais de inverno devem ser substituídos por côncavos com arames. A folga entre os rotores e os côncavos é ajustada através de atuadores elétricos, com acionamento a partir da cabine de operação. Já os côncavos de separação são compostos de três secções com um ângulo de envolvimento de 148º. Esta colhedora conta também com

Inclinação das rodas diretrizes durante as manobras proporciona reduzido raio de giro, o que possibilita a manobra tão logo seja concluído o corte de uma determinada faixa e ainda retornar exatamente na próxima faixa de corte

batedor traseiro, com 1.300mm de largura e 400mm de diâmetro, além de um côncavo transversal com área de envolvimento de 54º que auxilia na recuperação de possíveis grãos mantidos na palha e provenientes da área de separação dos rotores. Estes grãos são projetados sobre a peneira superior, ao mesmo tempo em que a palha é projetada para fora da máquina.

SISTEMA DE LIMPEZA

Esta colhedora apresenta uma área de limpeza bastante ampla, com 5,4m². Um dos pontos de destaque desta máquina é o exclusivo sistema de mesa autonivelante, onde bandejão, peneiras e ventilador compensam em até 17% as declividades laterais do terreno, proporcionando maior qualidade na limpeza de grãos, além de menores níveis de perdas. O sistema Cross Flow de ventilação permite uma limpeza eficiente dos grãos, graças a um ventilador de alto fluxo e corrente de ar ajustável.

O motor é um NH, modelo Cursor 9, com 8,6L de volume, 354cv de potência a um regime de 2.100rpm, proporcionando um aumento para 394cv em caso de queda de rotação

Este ventilador possui seis pás e opera sob um regime de velocidade entre 475 e 1.100rpm. Cabe ressaltar que a velocidade do ventilador pode ser controlada diretamente da cabine de operação. Já a pré-peneira e o bandejão apresentam movimentos opostos de oscilação horizontal, o que auxilia na estratificação do material mais denso (grãos) e na separação do palhiço. Esta máquina apresenta ainda o sistema Roto Tresher de retrilha independente, onde dois pequenos rotores localizados nas laterais das estruturas de peneiras realizam a retrilha e devolvem o material diretamente no bandejão, reduzindo ainda mais os danos aos grãos. Para soja e milho a tampa (alça) do elevador de retrilha é revestida por material liso e para cereais de inverno a tampa apresenta superfície com maior rugosidade (presença de dedos), que aumenta o atrito e favorece a retrilha dos grãos no interior do mesmo.

A entrada do elevador tem 900mm, relativamente estreita, mas é proporcional à largura dos rotores, o que acarreta em uma alimentação constante e uniforme

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A CR9060 está equipada com uma ampla cabine centralizada com 3,4m³ de volume e 5,4m² de visibilidade e apóia-se sobre quatro coxins de borracha, que favorecem o amortecimento de vibrações e a absorção de impactos. Os parâmetros inerentes ao conforto desta cabine também são respaldados pelo excelente isolamento acústico. A escada de acesso à cabine apresenta base giratória, que facilita a movimentação da mesma para a lateral ou para frente da máquina. Ao fundo da cabine existe uma ampla janela de inspeção do depósito de grãos limpos. Destaca-se também o conforto da poltrona do operador, que conta com amortecimento pneumático e massageador lombar mecânico. Já a coluna de direção apresenta diferentes regulagens do ângulo de posicionamento e da altura do volante (até 30cm de variação) o que permite a adaptação específica a cada perfil de operador. O monitoramento de todas as atividades realizadas pela colhedora se dá em um único monitor, o Intelliview II. Este moderno sistema embarcado de monitoramento utiliza uma tela

de 10” com múltiplas regulagens de posicionamento, permitindo ao operador posicioná-la em locais que não atrapalhem seu campo de visão. Para navegação e exposição dos dados, uma série de botões, posicionados no lado direito da tela e na borda frontal da mesma, permitem o acompanhamento de informações relacionadas ao funcionamento do motor, à produtividade da cultura, à área trabalhada, ao nível de perdas (graças aos sensores instalados nas peneiras e nos rotores) e à rotação dos principais eixos de trabalho da máquina (velocidade do ventilador, dos rotores, do picador de palhas, entre outros). Este mesmo modelo que será fabricado no país utilizará a tecnologia de monitoramento Intelliview III com tela touchscreen. As principais funções de colheita podem ser controladas por uma única alavanca multifuncional, a qual também controla a velocidade de deslocamento da máquina. Como medida de segurança esta alavanca apresenta um mecanismo de trava, posicionado na parte de trás e que mantém a máquina na posição neutra de avanço até que seja desbloqueada, com apenas um toque. Junto aos comandos desta alavanca também existe um botão de emergência que, quando acionado, paralisa as funções da plataforma da máquina, diminuindo assim o risco de acidentes. Nos impressionou a facilidade e a agilidade de resposta dos comandos da plataforma de corte acionados a partir desta alavanca. Existe também a possibilidade de se configurar e memorizar duas alturas de corte, habilitando e desabilitando a mesma com um ou dois toques, respectivamente. As demais funções estão dispostas em um console integrado à poltrona do operador e a seleção das marchas dá-se por um botão seletor giratório, onde é possível selecionar quatro marchas e a posição neutra. Em caso de o operador levantar do seu assento, imediatamente a plataforma e o alimentador de palha são desligados, a tração é desligada, a máquina é freada e somente os mecanismos internos permanecem ligados. A partida do motor se dá com 1.000rpm. Ao ligar a trilha, este passa para 1.400rpm e em plena carga passa para 2.100rpm, sendo que a trilha somente funciona nas três primeiras marchas,

Ampla plataforma localizada na parte traseira da colhedora permite fácil acesso para manutenções

Janela localizada na cabine permite a visualização do tanque graneleiro

A coluna de direção apresenta diferentes regulagens do ângulo de posicionamento e da altura do volante O capô do motor pode ser levantado permitindo total acesso para manutenções diárias

GRANELEIRO E DESCARGA DE GRÃOS

O sistema de transporte e armazenamento de grãos limpos é composto pelos sem-fins e elevadores de retrilha e de grãos limpos e pelo depósito graneleiro de alta capacidade volumétrica, além de um eficiente sistema de descarga de grãos. O elevador de grãos limpos está equipado com um sensor de fluxo de material e um sensor de umidade da massa de grãos. O depósito graneleiro comporta até 10.220L, sendo que no modelo nacional o mesmo passará a apresentar maior capacidade (cerca de 11.100L). Próximo à base da escada de acesso à cabine de operação existe uma janela de inspeção de grãos limpos, que permite a retirada de amostras de forma simples e rápida. Sensores acionam avisos sonoros e luminosos na tela do monitor de atividades em dois estágios, indicando a necessidade de descarga de grãos: quando o nível dos grãos chega a 75% e quando o nível chega a 100% da capacidade. A parte superior do depósito graneleiro é coberta por lona e sustentada por quatro arcos desmontáveis, sendo que a capacidade de descarga é de 110 L/s, permitindo a descarga total do depósito em aproximadamente 1,5 minuto. Quando o cano de descarga encontra-se aberto, a altura máxima da colhedora chega a 6,20m, sendo que para o transporte, com a estrutura de suporte da lona de cobertura desmontada, a altura máxima da colhedora é de 3,96m.

manual. Logo abaixo do picador de palhas localizam-se os espalhadores de palhiço, que visam tornar mais homogênea a distribuição dos resíduos sobre a superfície colhida.

OPERAÇÃO, MANUTENÇÃO E SEGURANÇA

DISTRIBUIÇÃO DE RESÍDUOS

A distribuição de resíduos é auxiliada por um conjunto de batedor traseiro e côncavo transversal, que projeta a palha para fora da máquina. Esta palha pode ser encaminhada para um picador/esparramador ou para um enleirador, sendo a seleção facilmente executada por meio de uma alavanca de acionamento

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Fotos Cultivar

Para a distribuição de resíduos pode ser configurada com espalhador/picador ou enleirador

pois a quarta marcha funciona apenas no modo estrada, onde nenhum mecanismo interno pode ser acionado. Sobre o motor encontra-se uma espécie de capô, que pode ser levantado para permitir total acesso ao motor e, associado ao ventilador de limpeza do motor, evita o acúmulo de poeira, prevenindo a formação de possíveis pontos de incêndio. Para facilitar a manutenção existe uma conexão de ar sob pressão próxima ao motor e outra próxima ao eixo traseiro da máquina. Merece destaque também o conjunto de 14 luzes de trabalho que proporcionam maior visibilidade ao operador durante a atividade de colheita, além da luz tipo giroflex que sinaliza o enchimento do depósito graneleiro.

Os pesquisadores Walter Boller e Gustavo Nietiedt (centro) realizaram o teste no município de Jaguarão (RS) e tiveram apoio da concessionária Super Tratores e da equipe de marketing da New Holland

IMPRESSÕES FINAIS

O elevado padrão tecnológico presente nesta colhedora é realmente impressionante. Todavia, alguns pontos positivos se sobressaíram, e são estes detalhes que podem fazer a diferença em um cenário com disputas de mercado cada vez mais acirradas, onde absolutamente todos os produtos apresentam diferenciais que pesam na tomada de decisão do cliente. O primeiro diferencial que impressionou a nossa equipe refere-se ao conforto que a cabine de operação proporciona ao usuário. Não bastasse a elevada qualidade do ambiente interno de trabalho, o sistema de monitoramento das atividades também impressiona pela riqueza de informações e pela facilidade

de acesso às mesmas. Quanto à operação, merece destaque o sistema de duplo rotor, que proporciona uma trilha mais suave do material colhido e a agilidade na realização de manobras. Não podemos deixar de mencionar a facilidade de manutenção da CR9060. Somando todos estes pontos positivos é possível dizer que se trata de uma máquina que visa proporcionar ao produtor um elevado desempenho na atividade de colheita, justificando .M assim o investimento realizado. José Fernando Schlosser e Gustavo Heller Nietiedt, Nema/UFSM Walter Boller, FAMV/UPF


Pneus

Consumo calibrado Estudo realizado em operações de tratores em lavouras de algodão mostra que diferentes calibragens de pneus interferem diretamente no consumo de combustível da máquina

O

desenvolvimento da agricultura atual nas pequenas e grandes propriedades rurais está diretamente ligado à mecanização agrícola e, às vezes, à agricultura de precisão. O possível aumento na demanda dos insumos energéticos nos próximos anos, aliado a questões voltadas ao meio

ambiente, torna fundamental o desenvolvimento de estudos que visem um melhor aproveitamento da energia na agricultura. Diversos fatores podem influenciar no rendimento energético de um trator agrícola, dentre esses fatores o pneu agrícola surge como um dos mais importantes,

Landini

Panorama das áreas utilizadas durante o ensaio no Centro de Agricultura de Maricopa (MAC), da Universidade do Arizona nos Estados Unidos

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pois é responsável por diversas funções no trator tais como promover o equilíbrio, o direcionamento, o deslocamento e a capacidade de tração de equipamentos e, também, gerar um amortecimento entre as irregularidades do solo e o trator. Um trator, quando equipado com pneus adequados para diferentes condições de superfície do solo, resulta em melhor desempenho, com consequente aumento da capacidade operacional, aumento da vida útil, melhor qualidade do serviço, menor custo e ainda preserva as condições estruturais do solo. A utilização da correta pressão de inflação dos pneus pode também influenciar diretamente na eficiência produtiva e no consumo de combustível do trator agrícola. De acordo com Mialhe (1996), a mensuração da quantidade de combustível consumida constitui-se um dos mais importantes aspectos da avaliação do rendimento de um motor, ou seja, do seu desempenho como máquina térmica


Fotos Gustavo Montanha

Figura 1 - Esquema de instalação dos fluxômetros e reguladores de fluxo

A

conversora de energia. O consumo de combustível pode ser expresso de duas maneiras: em relação ao tempo (L.h -1; kg.h-1 etc) e em relação ao trabalho mecânico desenvolvido (consumo específico = g cv.h-1; g kW.h-1 etc). O consumo horário geralmente é obtido por leitura direta de instrumentos de mensuração que podem ser expressa em termos ponderais (kg.h-1) ou volumétrico (L.h -1). O preparo de solo realizado pelos

tratores agrícolas compreende em um conjunto de práticas que têm como objetivo a preservação das características físicas, químicas e biológicas do solo, oferecendo condições ideais para semeadura, germinação e desenvolvimento das plantas. Esta operação é considerada uma das mais importantes no manejo do solo, pois o uso excessivo de implementos inadequados rapidamente degrada o solo. Portanto, é necessário planejar o uso

B

C Figura 2 - Painel digital (A), fluxômetros (B) e reguladores de fluxo de combustível (C)

racional com implementos adaptados às condições e aos tipos de solo, procurando manter ou aumentar o seu potencial produtivo (Embrapa, 2010). Nos Estados Unidos, a cadeia do


Figura 3 - Consumo de combustível (L.ha-1) do trator agrícola nos diferentes tipos de solo

algodão é a quinta em geração de valor dentre as cadeias agrícolas, o que confere poder econômico e político considerável aos seus agentes. Os principais estados americanos produtores são Texas, Mississippi e Califórnia, e as principais espécies cultivadas são o Upland (Gossypium hirsutum) e a Pima (Gossypium barbadense). Cerca de 40% da produção do algodão é cultivada sob irrigação e mais de 90% é colhida mecanicamente, fazendo-se uso intenso de variedades transgênicas resistentes a insetos (mais que 95%). Atualmente existem vários tipos de sistemas de direcionamento via satélite que proporcionam uma melhor eficiência nas operações de campo para os tratores agrícolas. A acurácia do sistema de direcionamento via satélite é dependente da acurácia do receptor GNSS, pois é este equipamento que vai fornecer as informações de posicionamento. Além dos sistemas de direcionamento via satélite, outras tecnologias podem auxiliar os tratores e equipamentos agrícolas nas operações de campo, tais como o uso de sensores, fluxômetros e sistemas de aquisição de dados. Os sensores e transdutores têm como finalidade principal adquirir dados e alimentar o sistema de aquisição de dados, que posteriormente serão processados em um microcomputador. O Centro de Agricultura de Maricopa (MAC), pertencente à Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, vem realizando estudos com diversas tecnologias voltadas à agricultura nos tratores e equipamentos agrícolas com o objetivo de obter informações por meio de ensaios para um melhor aproveitamento energético nas propriedades rurais da região. Dentro das operações de preparo de solo para o algodão irrigado, alguns fatores como o tipo de pneu utilizado, a

30

Figura 4 - Consumo de combustível (L.ha-1) do trator agrícola nas diferentes pressões de inflação dos pneus agrícolas

pressão de inflação e o tipo de solo estão sendo estudados a fim de auxiliar os agricultores na tomada de decisões. Um estudo realizado no Centro de Agricultura de Maricopa durante o preparo de solo para a cultura do algodão irrigado mostrou que o tipo de solo e a pressão de inflação nos pneus podem influenciar no consumo de combustível do trator agrícola. Para o estudo foram analisadas duas áreas denominadas Área 1 e Área 2, com classificação de textura de solo franco arenoso (71% areia, 12% argila e 17% silte). Para a realização do ensaio foi utilizado um trator agrícola Case 4x2 TDA, com potência de 88kW (120cv) equipado com sistema de piloto automático Trimble com pneus dianteiros tipo 320/85R38, e 329/90R54 para os traseiros. O equipamento de preparo de solo utilizado foi o lister, usado nos Estados Unidos para realizar a mobilização inicial do solo na cultura do algodão. Para a obtenção das coordenadas

o cálculo

P

ara o cálculo de consumo de combustível, utilizou-se a equação (1):

(1)

onde: Cha - consumo de combustível (L.ha-1); Ce - consumo de combustível no fluxômetro de entrada (ml); Cret- consumo de combustível no fluxômetro de retorno (ml); Atr - área trabalhada (ha);

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geográficas pelo GNSS (Global Navigation Satellite System), foi utilizado um receptor modelo AgGPS 332 da marca Trimble, apropriado para aplicações em agricultura de precisão. O receptor GNSS foi utilizado também no sistema de direcionamento piloto automático do trator com auxílio do sistema de correção diferencial cinemático em tempo real (RTK). A técnica RTK é destinada ao posicionamento de alta precisão em tempo real. A estação de referência deve ser equipada com um receptor GNSS e um rádio modem transmissor. Por meio de programas computacionais específicos, ela gera correções diferenciais e as transmite via rádio para uma estação móvel, que se utiliza destas informações para determinar sua posição com precisão. O consumo de combustível foi medido com a utilização de um fluxômetro modelo/série 7500/7600 desenvolvido pela empresa Floscan Instrument Inc. O sistema consiste em dois fluxômetros instalados um na entrada do motor e outro no retorno de combustível para o tanque, auxiliados por três reguladores de fluxo. O sistema permitiu mensurar o consumo de combustível durante os ensaios determinando a diferença dos valores de fluxo em unidade de volume (ml), antes do motor e durante o retorno do combustível para o tanque. O sinal gerado pelo fluxômetro é um sinal de pulso com relação de um pulso por ml de combustível, alimentado por 12VDC. Durante a realização dos ensaios, as informações geradas pelos sensores e pelo receptor GNSS foram armazenadas em um sistema de aquisição de dados e posteriormente processadas em um microcomputador. A rotação do motor foi 1.600rpm, constante em todas as repetições, e a


marcha utilizada foi a A-4 com velocidade média de 7km/h. A partir dos resultados observou-se uma redução de 8,6% no consumo de combustível operando no solo franco argilo arenoso (Figura 3). Solos com textura mais argilosa, comparados com os de textura mais arenosa, tendem a exigir maior esforço trativo nas operações de campo, o que consequentemente acarretam maior consumo de combustível do trator. Observando a pressão de inflação dos pneus, houve uma redução de 3% no consumo de combustível utilizando a pressão de inflação mais baixa de 124kPa em relação à mais alta de 242kPa (Figura 4). Os resultados obtidos corroboram com os trabalhos de Lanças et al (1995), Corrêa (1997) e Potier (1990) que confirmaram quantitativamente que pressões mais baixas em pneus radiais resultam em menor consumo de combustível, menor compactação do solo, maior desempenho operacional e maior capacidade de campo. O trabalho mostrou que para a cultura do algodão irrigado na região semiárida dos Estados Unidos, o trator

Gustavo Montanha

O ensaio foi feito com um trator Case 4x2 TDA, potência de 120cv, com o equipamento lister, utilizado nos Estados Unidos para realizar a mobilização inicial do solo na cultura do algodão

agrícola apresenta menor consumo de combustível utilizando pressões menores de inflação nos pneus, tanto para solos mais arenosos quanto para os solos mais argilosos. .M

Gustavo Kimura Montanha, Saulo Philipe Sebastião Guerra, Kléber Pereira Lanças e Pedro Andrade Sanchez, FCA/Unesp


ficha técnica

Rolo Corrente

Equipamento diferente do que costumeiramente se vê na lavoura, o Rolo Corrente produzido pela Metalúrgica Scarabelot é um implemento que alia simplicidade e rendimento e pode ser configurado de acordo com o tamanho da área a ser trabalhada

D

esenvolvido pela Metalúrgica Scarabelot, o Rolo Corrente é um equipamento em forma de corrente com elos, cilindros, distorcedores, garras (facas) e rolamentos que, acoplados aos engates traseiros de dois tratores, trabalham paralelamente realizando várias operações no campo. Inteiramente fabricado com aço 1045, onde todos os componentes passam por um processo de tratamento térmico de mais de 800°C. De uma extremidade a outra o equipamento pode chegar a 150 metros de comprimento, em sua maior composição, quando deve ser acoplado a dois tratores de potência acima de 300cv. A menor composição trabalha com 40 metros acoplada a dois tratores a partir 100cv.

O Rolo Corrente pode ser utilizado em velocidades superiores a 15km/hora. Nesta velocidade o equipamento pode produzir um rendimento de 16 hectares/ hora por cada metro trabalhado, com esse rendimento o equipamento pode produzir mais de mil hectares num único dia. É considerado por produtores o

equipamento de maior rendimento em operações agrícolas do mundo e de melhor relação custo-benefício, podendo chegar a menos de R$ 1,00 por hectare trabalhado. É uma tecnologia simples que tem manutenção simples, de custo baixo e de fácil operação. O Rolo Corrente pode ser empregado em várias operações no campo mantendo o mesmo rendimento, em cobertura de forrageiras e culturas de entressafra, como milheto, crotalária, brachiária, sorgo, aveia, sementes de pastagens e quaisquer sementes jogadas a lanço. Com o rendimento alto pode-se cobrir mais rapidamente as áreas aproveitando mais o período das chuvas de final de

O Rolo Corrente é um equipamento em forma de corrente com elos, cilindros, giradores, garras (facas) e rolamentos que podem ser acoplados uns aos outros, formando composições de até 150 metros de comprimento

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Fotos Scarabelot

O implemento pode ser utilizado em velocidades superiores a 15km/hora e produzir um rendimento de 16ha/hora por metro trabalhado, podendo atingir mil hectares num dia

ciclo e aumentando a germinação em mais de 40%. O Rolo Corrente pode ser utilizado também no serviço de nivelamento de áreas gradeadas e subsoladas, onde consegue destruir torrões e nivelar o terreno

O Rolo Corrente pode ser utilizado para o nivelamento de solo, incorporação de adubos químicos, calcário, gesso e restos de vegetação, deixando o terreno pronto para o plantio

substituindo niveladoras com rendimento dez vezes maior. Ele também serve para incorporar restos de culturas de milho, sorgo, girassol, trigo, aveia, cevada, brachiária e outras. Nesta operação, o terreno fica com a superfície adequada para

o plantio da cultura seguinte. Em áreas onde é necessário incorporar calcário, gessos, adubos químicos ou orgânicos, o equipamento pode ser utilizado com o mesmo desempenho e rendimento que .M nas demais operações.


ficha técnica

Fankhauser 5056

A Plantadora Adubadora 5056 da Fankhauser vem com a novidade de ser autotransportável e pantográfica, desenvolvida para aplicação em grandes propriedades

O cabeçalho é acionado totalmente com cilindros hidráulicos que alternam as posições de transporte e de plantio

A

Fankhauser está lançando a Plantadora Adubadora Autotransportável Pantográfica Modelo 5056, uma máquina competitiva, com vários recursos tecnológicos que garantem desempenho na lavoura e retorno ao empresário rural. A nova máquina foi idealizada para atender lavouras de grande porte, possui de 22 a 32 linhas de plantio, sendo duas má-

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Detalhe do sistema pneumático de linhas de sementes e da turbina pneumática que equipam as plantadoras

quinas montadas em Tandem, com chassis independentes e rodados pantográficos que oferecem praticidade e flexibilidade no plantio, podendo ser equipada também com sistema de agricultura de precisão. A plantadora adubadora autotransportável 5056 executa plantio de grãos graúdos e adubação em linha, seus reservatórios são confeccionados em polietileno de alta

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durabilidade e resistência contra corrosão do adubo e intempéries do tempo. A distribuição de adubo é realizada por dosadores de precisão. Seu conjunto de ataque ao solo é composto de disco de corte para palhada 20”, sulcador com ponta cambiável ou disco duplo 18x20” para incorporação de adubo, com diversas opções de regulagem e disco duplo defasado 14x15” ou desencontrado 13 x15” para incorporação de semente. A profundidade da semente é mantida por duas rodas limitadoras articuladas indepen-


Fotos Fankhauser

Reservatório de fertilizantes e sementes proporciona boa autonomia ao implemento

dentes, com várias regulagens de pressão e altura sobre o sulco. As rodas compactadoras são independentes em ferro fundido com regulagens de pressão. O chassi tem construção robusta e foi desenvolvido para uso em diversas situações, com tubos de grande proporção que propiciam maior durabilidade ao equipamento. O sistema de autotransporte padrão, sem rodas adicionais, facilita o deslocamento da máquina. Seus rodados independentes para transmissão possuem caixas variadoras de

velocidade/dosagens acopladas de 27 câmbios para diferentes tipos de regulagens. O cabeçalho é acionado totalmente com cilindros hidráulicos que mudam da posição de trabalho para a posição de transporte sem esforço por parte do operador. Os marcadores de linha também são totalmente hidráulicos. Conforme opção do cliente a máquina pode ser montada na versão apenas para

sementes, aumentando ainda mais a autonomia de plantio, sendo que a distribuição das mesmas pode ser mecânica, através de discos horizontais com distribuidor mancalizado, de longa vida útil, ou pneumático

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Fotos Fankhauser

Motor hidráulico utilizado em máquinas configuradas com kit para agricultura de precisão

com discos verticais. Ela possui reservatórios de fertilizantes e sementes com grande capacidade de armazenamento e ótimo acesso aos mesmos. Este modelo pode ainda ser equipado com sistema de Agricultura de Precisão Fankhauser (APF) taxa variável, o que irá eliminar caixas de transmissão e rodados de transmissão, oferecendo ainda mais recursos. Este sistema tem como objetivo atingir os mais variados tipos de dosagem de sementes e fertilizantes durante a sua aplicação, visando corrigir as irregularidades de produção que existem em determinados pontos das lavouras. Também garante uma aplicação precisa e uniforme de acordo com

Rodados do sistema de autotransporte, com acionamento hidráulico

Kit para agricultura de precisão possibilita trabalhar com taxas variáveis de fertilizantes

as necessidades de cada solo. Fazendo-se um mapeamento da área a ser plantada e obtendo uma análise em determinados pontos da mesma, o sistema permite fazer uma aplicação correspondente à necessidade de cada ponto estipulado, alterando sua dosagem durante a aplicação.

A distribuição é feita através de motores movidos com fluxo de óleo, os quais são controlados por um computador que é levado até a cabine do trator. As dosagens de aplicação são preestabelecidas em um programa de mapeamento e dosagem, o qual levará as informações para o computador do sistema que está equipado com GPS, eliminando qualquer regulagem pelos operadores das máquinas. Todas as linhas de plantio são monitoradas através de sensores de fluxo de sementes e sensores de fluxo de fertilizantes. O monitoramento pode ser acompanhado pelo operador através do monitor e alarmes são acionados em eventuais obstruções dos condutores ou irregularidades de dosagem .M e velocidade.

Os marcadores de linha que equipam a máquina também são hidráulicos

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tratores

Peso específico

Análise dos tratores agrícolas de quatro rodas comercializados pelo Pronaf Mais Alimentos no ano de 2009 mostra relação entre peso e potência dos modelos oferecidos no programa e quais as vantagens e desvantagens das máquinas mais e menos pesadas

N

empresas fabricantes parceiras. Os principais itens adquiridos pelos agricultores são os tratores agrícolas, que em 2009 por intermédio do programa foram responsáveis por 80,7% do total de vendas na faixa de potência de 11cv a 78cv (incluindo motocultivadores), totalizando 17.410 unidades vendidas e entregues. Até o momento, os oito fabricantes cadastrados que produzem tratores de quatro rodas, disponibilizam 35 opções dentro de dez categorias predefinidas pelo programa, as quais variam de 15cv a 75cv de potência.

TRATORES DE QUATRO RODAS E A RELAÇÃO PESO/POTÊNCIA

Mesmo em pequenas propriedades a utilização de tratores agrícolas é de fundamental importância para a produção de alimentos, e está inserido no meio agrícola há mais de um século, sendo que hoje é o principal precursor do desenvolvimento da mecanização agrícola e da redução do trabalho braçal. O peso destes trato-

res, além da potência do motor e o tamanho e/ ou desenho construtivo, pode ser uma premissa de escolha pelo agricultor, já que o preço é o mesmo em cada categoria, independentemente da marca. Sendo assim, é oportuno avaliar a relação peso/potência (peso específico) a fim de fornecer uma nova informação do produto ao cliente do Mais Alimentos, informação que está relacionada com as atividades a serem executadas na pequena propriedade rural. Para Mialhe (1996), a caracterização ponderal de uma máquina agrícola é parte do ensaio e trata especificamente da caracterização e da mensuração relativas ao peso desta. Segundo Márquez (1990), da Universidade Politécnica de Madrid (Espanha), o peso do trator influi diretamente no seu desempenho a campo e a redução do peso é explicada pela prática da redução de materiais e/ou otimização destes por meio de novos projetos, reduzindo custos de produção. Em uma análise criteriosa do peso específico de 103 modelos de tratores fabricados

38

Agrale

Massey Ferguson

o Brasil, de acordo com o último senso agropecuário (MDA, 2006), pequenas propriedades que englobam a mão de obra familiar representam 74,4% da ocupação de pessoal, e o número de estabelecimentos agrícolas destas é representado por 84,4% de todas as propriedades rurais. Ao todo no Brasil são mais de 4,3 milhões de propriedades, sediadas em 80,25 milhões de hectares, sendo 91,2% menores que 200 hectares. Melhorias da infraestrutura produtiva destas propriedades são fomentadas por incentivos financeiros oferecidos aos produtores pelo Governo Federal. Atualmente o principal financiamento utilizado é o programa Mais Alimentos, que é uma linha de crédito do Pronaf voltada à modernização da propriedade rural familiar. De acordo com o Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA), atualmente o agricultor familiar pode acessar financiamento de até R$ 130 mil, com taxa de juros de 2% ao ano, três anos de carência e prazo de pagamento de até dez anos, contando com mais de 230

Um dos modelos da Massey Ferguson é o MF 4275 com motor MWM International, quatro cilindros, gerando 75cv de potência

O Agrale 5075 tem motor MWM/D229-4 de 75cv, com transmissão parcialmente sincronizada com dez marchas à frente e duas à ré

Figura 1 - Vantagens e desvantagens de tratores leves e pesados

Figura 2 - Representação gráfica do crescimento do peso dos tratores de acordo com o aumento potência dentro de cada categoria

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John Deere

JD 5603 da John Deere tem motorização com 75cv de potência, embreagem mecanica sincronizada e transmissão com nove marchas a frente e três a ré

no Brasil, Schlosser et al (2005) verificou um aumento no peso em função do aumento da potência, porém, com uma desproporcionalidade da relação peso/potência (kg/kW). Segundo o autor, tratores com potência até 50kW apresentaram média de 2.649,80kg e peso específico de 66,37kg/kW, enquanto que nas faixas de 50kW a 100kW e maior que 100kW o peso específico caiu respectivamente para 55,96kg/ kW e 48,05 kg/kW. Tratores de menor potência são comumente utilizados para trabalhos leves e que exigem menor força de tração, sendo assim, para essa categoria Márquez (1990) recomenda uma relação de 35kg/kW. Por outro lado, de acordo

New Holland

O NH TL 75E da New Holland tem motor MWM de 75cv, com sistema de direção hidrostática com bomba independente

com Schlosser et al (2005), se esses tratores, ao executarem operações leves estiverem com excesso de peso, os mesmos perdem potência e energia para vencer a resistência ao rolamento adicional, resultando assim em diversos prejuízos, como consumo de combustível, aumento da compactação do solo e menor capacidade operacional. Lopes et al (2003) verificou que um trator em condição de lastragem com água nos pneus, apresentou consumo específico de combustível significativamente superior à condição de não lastragem. Por outro lado, tratores com maior peso estão propensos a realizar maior força de tração, apresentam maior desempenho na barra

de tração (Correa, 2003) e, assim, executam tarefas mais pesadas. O objetivo do trabalho foi avaliar a relação peso/potência de tratores de pequeno porte inseridos nas dez categorias cadastradas no programa, a fim de verificar correlações deste dado com fatores que estão ligados ao uso ou à atividade predominante de uma pequena propriedade rural.

MÉTODOS DE AVALIAÇÃO

A análise foi desenvolvida a partir de dados fornecidos pelos fabricantes de tratores que comercializam tratores de quatro rodas e estão cadastrados junto ao programa Pronaf Mais Alimentos do Governo Federal, e também


Figura 3: Peso específico médio dos tratores de acordo com a categoria

RESULTADOS DA ANÁLISE

O peso dos 35 modelos avaliados ficou entre 885kg para o trator de menor potência inserido na categoria 15cv 4x2 (11,04kW) e 4.080kg para a categoria 75cv TDA (55,2kW). A menor relação peso/potência foi de 38,66kg/ kW e a maior foi 96,01kg/kW. Na Figura 2 observa-se que há um aumento do peso de acordo com o aumento da potência, divergindo apenas para a categoria 39cv TDA a qual se mantém mais leve que as duas categorias anteriores. Com a vizualização da Figura 3, percebe-se que o crescimento do peso não é proporcional ao crescimento da potência, havendo assim uma queda da relação peso/potência. Percebe-se também que tratores considerados de pequeno porte possuem uma relação muito alta, não permitindo assim a redução do peso, o que obviamente implica em todos os fatores mencionados por Schlosser (2005) e estão fora da relação ideal de 35kg/kW para trabalhos leves sugerida por Márquez (1990). No entanto, devemos lembrar que relações altas permitem melhor desempenho em atividades pesadas, aumentando a capacidade de tração. Na Figura 4 observam-se as médias para cada fabricante, lembrando que cada um possui um número diferenciado de tratores cadastrados, sendo assim, a relação peso/potência não condiz com a média de todos os tratores que

as empresas comercializam no Brasil, dessa forma, esses valores devem ser considerados apenas para os tratores cadastrados no Mais Alimentos. O MDA possui duas categorias novas (41cv TDA e 47cv TDA) e os dados referentes a estas estão dentro das categorias 39cv TDA e 50cv com tração dianteira auxiliar (TDA), respectivamente, sendo que a maior mudança está no preço (não abordado aqui) e não afeta a análise proposta.

CONDIDERAÇÕES FINAIS

Dentre as 35 opções de tratores cadastra-

o cálculo

P

ara o cálculo da relação peso/ potência (kg/kW) foi utilizada a seguinte equação:

Onde temos: Pe = Peso específico, kg/kW; Pt = Peso do trator sem lastro, kg; Nm = Potência do motor segundo norma ISO NBR 1585, cv; 0,736 = Fator de conversão para kW.

Cultivar

Tramontini

pelos respectivos catálogos de produtos ou arquivos técnicos fornecidos pelos fabricantes. A análise efetuada para os modelos atuais inclui oito fabricantes, dez categorias e 35 modelos de tratores ofertados, variando a potência do motor de 11,04kW a 58,88kW (15cv a 80cv,) segundo especificação da norma ISO 14396, que considera questões ambientais e é adotada pela maioria dos fabricantes. Quando esta não estava disponível utilizou-se a informação do catálogo. Apenas para esclarecimentos, alguns fabricantes informam, ainda, a potência de acordo com a norma ISO NBR 1585 ou NBR 5484. As categorias dos tratores são oferecidas para trabalhos em pequenas propriedades, especialmente as que empregam mão de obra familiar. As informações encontradas ou repassadas pelos fabricantes expressam o valor da potência do motor em cv (cavalo vapor), no entanto, as referências bibliográficas para embasamento deste trabalho, expressam os dados de peso específico em kW, necessitando, assim, realizar a conversão no momento de calcular a informação. Peso será utilizado como sinônimo de massa e, para melhor compreensão, as categorias serão mencionadas de acordo com a informação disponibilizada pelo MDA e da forma como são comercializados, ou ou seja, potência do motor em “cv”, e apenas convertida em kW no momento da realização dos cálculos.

Figura 4 - Peso específico por fabricante cadastrado no programa Mais Alimentos

Um dos modelos da Yanmar que integram o Programa Mais Alimentos, o 1155-4 de 55cv de potência, foi testado pela Revista Cultivar Máquinas

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O T5045-4 Série Brasil, com 50cv de potência, é o trator da Tramontini que, desde 2009, é financiável pelo Programa Mais Alimentos


Case IH

O Farmall 80 da Case IH foi nacionalizado recentemente, tem 80cv e é o trator com maior motorização do programa

das no programa Mais Alimentos é possível encontrar modelos com relação entre 38,66kg/ kW e 96,01kg/kW. Relações maiores reduzem a versatilidade do trator, tendo em vista que não é possível retirar peso do mesmo, por outro lado, tratores com relações menores permitem o adicionamento de lastros metálicos ou água nos pneus, possibilitando assim o aumento da força de tração, principalmente em atividades mais pesadas como gradagem pesada, subsolagem e/ou outras atividades em terrenos com declividade acentuada. Para tratores com relação baixa, quando operando em atividades que não exigem alta demanda de tração, permite ao produtor a retirada dos

Cultivar

Trator Valtra A 750, de 75cv, passou a integrar o Programa Mais Alimentos em 2009 quando substituiu o modelo 785

lastros, melhorando a autonomia no consumo de combustível e a eficiência de trabalho, reduzindo a compactação do solo e otimizando a vida útil do trator. As categorias de 50cv, 65cv e 75cv TDA são as que mais disponibilizam opções de compra, tendo no total 27 modelos, sendo que para essas, a opção de relação peso/ potência varia de 38,66 a 84,24kg/kW e essa informação pode ser utilizada pelo produtor no momento da aquisição, dependendo das atividades predominantes em sua propriedade. Nas outras categorias apenas para 30cv TDA há opções que permitem comparação, o restante há apenas um trator por categoria. A categoria que teve a relação maior (96,01kg

kW-1) foi 15cv TDA e a menor foi a categoria 39cv TDA (49,30kg/kW). Tratores pesados (considerando o peso sem lastro) indicam a falta da otimização de material no momento da projetação e produção, no entanto, existe a vantagem de serem considerados mais .M resistentes. Diego Augusto Fiorese, Arno Udo Dallmeyer, André Bisognin e Leonardo Nabaes Romano, UFSM Cornélio Primieri, Unioeste


ficha técnica

MF 4299

Lançada no Brasil em abril de 2010, a Série MF 4200, com oito modelos entre 65cv e 130cv, tem como um dos seus principais destaques o MF 4299 com nova motorização e potência de 130cv

A

nova série MF 4200 da Massey Ferguson evidencia de forma ampliada e renovada itens como robustez, simplicidade operacional, servicibilidade, design, conforto e a melhor relação custobenefício do mercado. Os novos tratores da série MF 4200 seguem o design mais moderno e arrojado do atual padrão internacional da Massey Ferguson. O conjunto da grade frontal e capô confere um visual diferenciado com linhas marcantes e imponentes. Além do visual mais moderno, o

posto do operador proporciona maior visibilidade e a ergonomia dos comandos resultando num maior conforto operacional. O capô basculante facilita o acesso para a manutenção, reduzindo o tempo gasto nas inspeções diárias, estimulando o operador a manter o trator na sua melhor condição de trabalho. O complemento dos para-lamas abriga as sinaleiras arredondadas e seu desenho torna o conjunto com o para-lamas como uma peça única. Os para-lamas metálicos possuem um

O MF 4299 possibilita diversas configurações do controle remoto

complemento plástico (polainas) que intensifica a estética e a funcionalidade, adicionando uma proteção extra em caso de projeção de objetos, principalmente para bitolas mais abertas. Os degraus largos e antiderrapantes proporcionam o acesso seguro e confortável ao ambiente do operador.

AMBIENTE DO OPERADOR

O ambiente do operador oferece diversas facilidades e conforto, inclusive na versão plataformada. O espaço está mais amplo e os comandos ergonomicamente posicionados, como as alavancas de câmbio posicionadas na lateral, o que proporciona realizar tarefas com menor esforço. A plataforma ampla é plana, revestida com um tapete de borracha, auxiliando a aumentar o isolamento do calor. Na série MF 4200, todos os modelos possuem freio de serviço acionado por circuito hidráulico. Com isso a ação dos freios é mais eficaz e traz conforto para o operador já As cabines da nova série foram atualizadas e ganharam novos acabamentos, reposicionamento das alavancas e instrumentos

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Fotos Massey Ferguson

.M

que o esforço é menor. Os faróis de serviço agora são elípticos e estão posicionados nos defletores laterais para auxiliarem nas operações noturnas. A cabine da nova série 4200 também foi atualizada, com novos acabamentos e reposicionamento das alavancas e instrumentos.

MOTOR

Com o lançamento da série MF 4200, os motores de seis cilindros que eram padrão em alguns modelos da série anterior foram substituídos por motores de quatro cilindros. O emprego de novas tecnologias permitiu a fabricação de motores com menor número de cilindros, porém com desempenho otimizado e menor consumo de combustível. O motor que equipa o MF 4299 garante alta potência e torque para todos os tipos de trabalhos. Estes

motores são desenvolvidos exclusivamente para atender as exigências das aplicações agrícolas, e o projeto promete melhor desempenho, alta durabilidade e baixo custo operacional. Os novos motores estão preparados para operar inteiramente por biodiesel (B100), mantendose os mesmos níveis de potência e consumo. O MF 4299 é equipado com o motor modelo AGCO Sisu Power 420 DSA, 130cv de potência, turbo-aftercooler, quatro cilindros e 4,4 litros. Esse motor possui bloco em ferro fun-

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Fotos Massey Ferguson

A plataforma está totalmente plana, revestida com um tapete de borracha para aumentar a segurança e isolar o calor do ambiente do operador

dido com nervuras internas e maior espessura de parede que dão maior rigidez e resistência estrutural, reduzindo a vibração e o ruído. As camisas do motor possuem acabamento interno em “Plateau Honing” com características de baixo desgaste e baixo consumo de óleo. As curvas de potência e torque expressam grande desempenho na faixa de rotação de trabalho com baixo consumo de combustível. Uma importante característica desses motores é a potência constante entre 1.800rpm e 2.200rpm. Isto significa que o trator mantém a capacidade de trabalho estável mesmo com a variação de carga, resultando em menor consumo de combustível, desgaste do motor e uma operação silenciosa. O capô basculante da nova série facilita a manutenção diária para o acesso aos componentes que exigem limpeza ou verificação frequente. O filtro de ar de alta capacidade está localizado na parte frontal, facilitando a manutenção e a troca. Já o tanque de combustível, de plástico, além de garantir a qualidade do combustível, permite a montagem de implementos frontais. O modelo MF 4299 está equipado com um resfriador de ar, tendo como resultado mais potência e economia de combustível. O pré-filtro com ejetor localizado sob o capô faz a pré-limpeza do ar de admissão e, assim, aumenta a vida útil do elemento filtrante e do motor.

O pré-filtro com ejetor localizado sob o capô faz a pré-limpeza do ar de admissão para aumentar a vida útil do elemento filtrante e do motor

estrutura monobloco compacta em ferro fundido formada pela união dos eixos dianteiro e traseiro, motor e transmissão. Essa estrutura confere uma elevada resistência ao conjunto, podendo suportar os mais rigorosos esforços, além de facilitar os serviços de manutenção. A capacidade do levante de três pontos do MF 4299 é de 3.800kg.

e o implemento. Para situações de alto requerimento de fluxo hidráulico no CR é possível somar a vazão da bomba de três pontos, o que proporciona um volume máximo de 75L/min.

PERFORMANCE DO MF 4299

Há várias possibilidades de configurações de controle remoto, a opção mais solicitada é a versão com retorno por mola. Estão disponíveis outras opções com duas ou três válvulas, podendo ser configuradas para atuação em pistões hidráulicos por exemplo, essa a mais comum no campo, usada para abertura de grades ou elevação para transporte. Motores hidráulicos, sendo as plantadeiras pneumáticas a aplicação bastante conhecida, e ainda o floating que permite que os implementos acionados por pistão hidráulico copiem o relevo do solo, estabelecendo um fluxo livre entre o trator

O bom desempenho e o menor consumo de combustível do motor do MF 4299 ficaram evidentes nos testes de campo realizados em três diferentes operações comparando com o modelo MF 299. Ambos os tratores estavam operando em condições de trabalho iguais e simultâneas, os testes foram realizados em abril de 2010. Nas três operações testadas com o MF 4299, comparativamente com o MF 299, obteve-se um rendimento similar com uma média de consumo de combustível em torno de 10% abaixo. Com a garantia do rendimento operacional, agregando-se a economia e todos os demais itens acrescidos, comprova-se o excelente potencial do trator. .M

O motor que equipa o MF 4299 é AGCO Sisu Power 420 DSA, 130cv de potência, turbo-aftercooler e 4 cilindros

Em operações com reboque, o novo modelo mostrou economia de 12,5% no consumo em relação ao anterior

SISTEMA HIDRÁULICO E CONTROLE REMOTO

VERSATILIDADE

As diferentes configurações do MF 4299 permitem ao agricultor encontrar a versão ideal para as mais diversas operações. Os recursos do comando hidráulico e da tomada de força independente permitem mais precisão e rendimento nas mais variadas operações. Ele possui diversas opções de rodados, raio de giro reduzido e o equilíbrio na relação peso por cv. Os tratores dessa série utilizam uma

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MÁQUINAS EM NÚMEROS

VENDAS INTERNAS DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS AUTOMOTRIZES NACIONAIS E IMPORTADAS - ATACADO Total Nacionais Importadas Tratores de rodas Nacionais Importados Tratores de esteiras Nacionais Importados Cultivadores motorizados Nacionais Importados Colheitadeiras Nacionais Importadas Retroescavadeiras Nacionais Importadas Mil unidades 2008 2009 2010

JAN 2,9 3,1 4,6

2010 JUN B 6.060 6.015 45 5.139 5.110 29 110 95 15 175 175 0 189 188 1 447 447 0

JUL A 6.431 6.394 37 5.506 5.476 30 58 52 6 166 166 0 200 199 1 501 501 0

Unidades

FEV 4,0 3,6 5,3

MAR 4,3 4,1 6,6

ABR 4,5 3,9 6,0

2009

JAN-JUL C 41.414 41.069 345 34.578 34.312 266 503 462 41 1.045 1.045 0 2.357 2.329 28 2.931 2.921 10 MAI 4,7 4,0 6,4

JUN 5,1 4,2 6,1

JUL D 4.807 4.655 152 4.150 4.025 125 39 31 8 131 131 0 163 156 7 324 312 12 JUL 5,1 4,8 6,4

JAN-JUL E 27.865 26.703 1.162 23.082 22.223 859 308 221 87 998 998 0 1.535 1.461 74 1.942 1.800 142 AGO 5,1 5,1

SET 5,5 5,4

Variações percentuais A/D 33,8 37,4 -75,7 32,7 36,0 -76,0 48,7 67,7 -25,0 26,7 26,7 22,7 27,6 -85,7 54,6 60,6 0,0

A/B 6,1 6,3 -17,8 7,1 7,2 3,4 -47,3 -45,3 -60,0 -5,1 -5,1 5,8 5,9 0,0 12,1 12,1 OUT 5,5 6,2

NOV 4,3 5,3

DEZ 3,7 5,5

C/E 48,6 53,8 -70,3 49,8 54,4 -69,0 63,3 109,0 -52,9 4,7 4,7 53,6 59,4 -62,2 50,9 62,3 -93,0 ANO 54,5 55,3 41,4

MÁQUINAS AGRÍCOLAS AUTOMOTRIZES POR EMPRESA 2010 JUN B 6.060 5.139 169 138 655 1.456 1.220 1.296 205 189 45 11 13 117 3 175 110 447

JUL A 6.431 5.506 176 96 769 1.615 1.425 1.238 187 200 23 84 45 36 12 166 58 501

Unidades Total Tratores de rodas Agrale Case CNH John Deere Massey Ferguson (AGCO) New Holland CNH Valtra Outras Empresas Colheitadeiras Case CNH John Deere Massey Ferguson (AGCO) New Holland CNH Valtra Cultivadores motorizados (1) Tratores de esteiras (2) Retroescavadeiras (3)

2009

JAN-JUL C 41.414 34.578 1.165 685 4.640 10.504 7.779 8.376 1.429 2.357 325 740 363 820 109 1.045 503 2.931

JUL D 4.807 4.150 135 41 805 1.202 997 758 212 163 29 47 19 60 8 131 39 324

JAN-JUL E 27.865 23.082 771 314 3.553 6.845 5.887 4.536 1.176 1.535 221 570 222 472 50 998 308 1.942

Variações percentuais A/D 33,8 32,7 30,4 134,1 -4,5 34,4 42,9 63,3 -11,8 22,7 -20,7 78,7 136,8 -40,0 50,0 26,7 48,7 54,6

A/B 6,1 7,1 4,1 -30,4 17,4 10,9 16,8 -4,5 -8,8 5,8 -48,9 663,6 246,2 -69,2 300,0 -5,1 -47,3 12,1

C/E 48,6 49,8 51,1 118,2 30,6 53,5 32,1 84,7 21,5 53,6 47,1 29,8 63,5 73,7 118,0 4,7 63,3 50,9

Fonte: ANFAVEA - Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores

(1) Empresas não associadas à Anfavea; (2) Caterpillar, New Holland CNH (sucede Fiatallis CNH a partir de 1º/02/05), Komatsu; (3) AGCO, Case CNH, Caterpillar, New Holland CNH (sucede Fiatallis CNH a partir de 1º/02/05).

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PRODUÇÃO DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS AUTOMOTRIZES Unidades Total Tratores de rodas Tratores de esteiras Cultivadores motorizados Colheitadeiras Retroescavadeiras Mil unidades 2008 2009 2010

JAN 5,9 4,7 5,9

2010 JUN B 7.693 6.494 172 170 342 515

JUL A 8.544 7.177 190 180 470 527 FEV 6,6 4,4 6,4

MAR 6,6 5,6 7,9

ABR 7,0 5,2 7,8

2009

JAN-JUL C 52.356 42.984 1.058 1.142 3.656 3.516 MAI 6,5 4,5 8,1

JUN 7,3 4,1 7,7

JUL D 5.586 4.739 88 140 238 381 JUL 7,6 5,6 8,5

JAN-JUL E 34.005 28.734 505 1.096 1.954 1.716 AGO 8,0 5,7

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SET 8,0 6,1

Variações percentuais A/D 53,0 51,4 115,9 28,6 97,5 38,3

A/B 11,1 10,5 10,5 5,9 37,4 2,3 OUT 8,8 7,0

NOV 7,4 7,3

DEZ 5,4 6,2

C/E 54,0 49,6 109,5 4,2 87,1 104,9 ANO 85,0 66,2 52,4




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