EMPRESAS
Na fonte da tecno
Numa viagem de conhecimento, comitiva brasileira visita a sede coreana da LS Tractor para o presente e os projetos futuros da empresa, que comemora em 2023 dez anos de pres
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o ano em que completa dez anos de presença no Brasil, a LS Tractor comemora também 46 anos de fundação da sua fábrica de trato-
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res na Coreia do Sul. Em 1977, a LG empresa que conhecemos no Brasil pelo comércio de eletrônicos - dava início à produção dos primeiros tratores com a sua marca naquele país.
Parte de uma holding, o negócio de tratores prosperou e, a exemplo de outros produtos da empresa como eletrônicos, cabos elétricos e componentes militares, começou a ga-
a conhecer a história, sença no Brasil nhar mercados ao redor do mundo. Para entender um pouco dessa história de sucesso, a LS Tractor do Brasil levou um grupo de parceiros à Coreia do Sul, para conhecer a ma-
rial e o impressionante volume de negócios que a marca desenvolve, em nível mundial. Mais que um fabricante de tratores, o Grupo se envolve em negócios relacionados ao setor elétrico, a materiais e energia. A corporação LS é uma holding que compreende diversas empresas como a LS Cable & System, que desenvolve condutores de energia e para comunicação. Outra empresa é a LS Eletric, que fabrica equipamentos elétricos e sistemas de automação. Também faz parte do grupo a LS Nikko Copper, que atua no
Fotos Charles Echer
logia
triz da marca. O grupo formado por 36 pessoas, entre gestores da empresa, representantes de concessionários do Brasil e da Argentina, clientes e parceiros da LS, como a Revista Cultivar, embarcou para uma viagem de oito dias, entre 13 e 21 de outubro. Partindo de São Paulo, via Emirados Árabes Unidos, o grupo chegou no dia 15 de outubro a Seoul, para no dia seguinte realizar uma visita à LS Mtron, especificamente à LS Yongsan Tower, que é uma das sedes da empresa. Um cartão de visitas que revelou o tamanho do Grupo Empresa-
O trator autônomo da LS Tractor, o MT7115, já comercializado na Coreia do Sul, fez demonstrações à comitiva brasileira
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Fotos Charles Echer
Linha de montagem onde a cada dez ou 12 minutos, um novo trator está pronto para ser comercializado
setor de fundição e refinação de cobre, e outro ramo industrial da LS projeta e fabrica máquinas para moldagem por injeção. A empresa que conhecemos no Brasil é a LS Mtron, que fabrica tratores e máquinas, assim como componentes mecânicos e eletrônicos, por isso o nome, M de “machinery” e “tron” de eletrônicos. Uma visita a esse prédio, que não é o principal do Grupo, ajuda a compreender alguns pontos de destaque na sociedade e cultura coreana. É uma sociedade industrial, voltada à produção eficiente, desenvolvendo produtos de alto nível tecnológico e baseada na juventude dos trabalhadores. Tanto na área administrativa como na técnica é possível visualizar que os jovens predominam entre os colaboradores. A mesma impressão se tem ao visitar outros espaços, com a presença de muitos trabalhadores jovens, que dão ao país uma marca de dinamismo, agilidade e modernidade. Por isso tudo, a empresa valoriza o bem-estar do funcionário, dotando seus prédios com áreas de descanso e lazer, incluindo áreas de relaxamento
e massagem, assim como uma academia de ginástica e musculação, as quais o trabalhador pode acessar no momento em que sinta necessidade. O trabalho é flexibilizado em função do bem-estar e da obtenção da máxima produtividade. No local, um museu da história da LS, inaugurado em 2013, expõe, de maneira bem interativa, a linha do tempo, desde a fundação em 1977, ainda ligada à marca LG, passando pela separação do Grupo LG, entre os anos 2003-2005, até chegar ao novo Grupo LS, como está constituído atualmente. O início da história da empresa data de 1936 começando os negócios de fundição, passando pela produção de cabos, em 1947, e pela Lucky Packing de energia, que vem a ser a precursora da atual LS Eletric. Também se criou um setor dentro da empresa para a fabricação de esteiras militares, em 1974, que atende a indústria de defesa coreana. A origem dos tratores vem da aquisição, na década de 1980, da Gunpo Factory. Também, desde 1986, o grupo
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projeta e produz componentes eletrônicos, incluindo cabos de transmissão com e sem fio. O lema de empresa “Leading solutions for you”, que em uma tradução livre pode ser “Levando soluções para você”, demonstra a filosofia da empresa de desenvolver produtos e pro-
Encontro co onde
cessos que facilitem a vida do cliente.
A LS MTRON
A LS Mtron é a parte do grupo que produz tratores. Atualmente, o volume de produção atinge ao redor de 30 mil tratores ao ano, somente em território coreano, com um potencial de produção de 43 mil tratores ao ano. Além da Coreia do Sul, a LS possui fábricas nos EUA, na China e no Brasil. São mais de 500 pontos de distribuição em 40 países ao redor do mundo. O negócio de tratores da LS no mundo se baseia em quatro pilares principais: a unidade de Jeonju, na Coreia do Sul, a fábrica de Qingdao, na China, a fábrica de Garuva (SC), no Brasil, e o Centro de Vendas da LS na Carolina do Norte, nos Estados Unidos. Somados, os números de tratores que podem ser produzidos nessas fábricas são 73 mil unidades de capacidade potencial de produção, o que pode dar a dimensão da resposta que a LS pode oferecer ao mercado. A fábrica de tratores na Coreia do Sul fica na cidade de Jeonju, a menos de 200 quilômetros (km) da capi-
m executivos da fábrica de tratores de Jeonju, podem ser produzidos 43 mil tratores por ano
tal Seoul, onde são produzidos os tratores LS e de outras três marcas que a empresa produz como acordos comerciais. A fábrica é bastante organizada e, em uma linha de produção que se inicia a partir da transmissão, vão se juntando os componentes até a conclusão, com um teste de operação. Cada trator demora de dez a 12 minutos para ser produzido. Jeonju abriga a fábrica da LS Tractor desde outubro de 2005 e compreende uma área de 152 mil metros quadrados, com 565 trabalhadores, divididos em 44% na administração e 56% na área técnica e de engenharia. São cinco pavilhões, com prédios de fundição, armazenamento de componentes para abastecimento da linha de produção, linha de montagem de tratores, avaliação de qualidade e fábrica de componentes, além de um prédio exclusivo para o restaurante e um auditório. Grande parte dos modelos produzidos na unidade de Jeonju é direcionada para o mercado de exportação, sendo que cada unidade que vai para o exterior é montada completamente
e posteriormente desmontada para a entrega como CKD. A agricultura coreana é de pequeno porte e absorve principalmente os modelos de menor potência. Por isso, os modelos de maior potência são direcionados para o mercado externo. Desde 1977, até agora, as linhas de tratores foram sendo modernizadas e incrementadas em modelos e atualmente a fábrica de Jeonju produz 11 séries de tratores, que vão desde a MT1 até a maior, que é a MT7. A séxxx rie MT1 é de tratores subcompactos, com dois modelos, o MT125, de 24,7 cavalos-vapor (cv), e o MT122, de 21,5 cv. O grupo de tratores compactos engloba sete séries, XJ, MT3E, MT225E, MT3, MT2S, MT2EC e MT2E, com potências que vão dos 24,4 cv até 57 cv, e o grupo dos utilitários com três séries e quatro modelos, que vão de 58 cv até o maior, que é o MT7, com 100 cv. Na mesma cidade, não muito distante da fábrica de tratores, está a unidade de desenvolvimento e produção de motores LS, com uma área de 23 mil metros quadrados, que abriga um prédio de escritórios, concluí-
Fábrica de motores tem capacidade para produzir 30 mil motores ao ano, com diferentes tecnologias
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do há menos de dez anos, e um pavilhão de produção de sete mil metros quadrados. Bastante moderno, dotado de muita automação, o sistema industrial desta unidade é capaz de produzir 30 mil motores ao ano. Vimos vários “robots” – pequenos carrinhos autônomos - transportando motores da linha de produção para o controle de qualidade, em rotas predefinidas. Estima-se que a taxa de automação nesta indústria chegue a 30% das atividades. Ali são produzidos motores de alta tecnologia, que atendem a normas de emissões compatíveis com rígidos protocolos, como o norte-americano Tier no estágio 4. Os tratores produzidos com esta especificação recebem a designação de EcoPower, atendendo Tier 3 e 4 e vários outros protocolos existentes no mundo. O início da produção de motores próprios da LS se deu com uma coo-
peração técnica com a Mitsubishi Heavy Industries (MHI) em 1993, o que gerou o modelo S4QL e ao longo dos anos foram se desenvolvendo motores de injeção mecânica e eletrônica de combustível, que atenderam os progressivos protocolos de controle de emissões de poluentes, chegando atualmente aos L3 e L4, que são considerados motores ecológicos pela empresa, por atenderem os controles EPA Tier4 Final (EUA) e EU Stage V da comunidade europeia. Atualmente, os motores modernos da série L3CRNV vão de 30 cv a 57 cv e os L4CRTV vão de 58 cv a 73 cv. No final da linha de produção dos motores há uma célula, composta por seis dinamômetros que avaliam os parâmetros de desempenho e emissões dos motores, para o controle de qualidade. No mesmo site, fica o prédio da
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LS Parts & Solution Center, que concentra os componentes que são direcionados ao mercado de pós-venda e concessionários locais e estrangeiros. Mais moderno ainda que as demais instalações, o sistema de armazenamento separa peças por tamanho e organiza de forma que a distribuição seja a mais rápida possível no atendimento aos consumidores. O diretor administrativo da fábrica de Jeonju, Lee Sangmin, relembrou um encontro que teve com produtores brasileiros, onde foi surpreendido por um produtor que afirmou que no Brasil “uma empresa que não tenha mais de dez anos, não é reconhecida pelos produtores”. Pela lógica desse produtor, somente as empresas estabelecidas é que merecem a confiança do cliente brasileiro. Lee lembrou a trajetória da LS em Garuva, que completou em 2023 dez anos de inaugu-
Fotos Cultivar
Um dos primeiros tratores da marca, restaurado, em exposição na fábrica de Jeonju
ração e pode se considerar estabelecida no mercado, pela lógica daquele produtor. De fato, depois das dificuldades gerais que as empresas passaO grupo de brasileiros, formado por colaboradores, concessionários e parceiros da LS Tractor, pôde conhecer os principais sites da empresa na Coreia do Sul
Atualmente, a fábrica de Jeonju está produzindo 30 mil tratores por ano
ram no período de pandemia, já se verifica que a marca é uma das mais importantes no mercado brasileiro. Ao falar do lançamento dos modelos estreitos, no próximo ano, também citou o trator autônomo, recentemente lançado na Coreia do Sul e que pode encontrar mercado atrativo no Brasil. A LS possui dois locais de treinamento, um para a temática institucional e outro que é um centro de treinamento efetivamente, onde mecânicos dos concessionários realizam cursos e atividades práticas. Nesse mesmo local, numa pista com solo agrícola, a comitiva brasileira pôde conhecer em primeira mão o trator autônomo da LS, modelo MT7115, projeto designado como LS Smarttrac, conduzido por uma equipe exclusiva para este desenvolvimento. Alguns visitantes puderam operar o sistema e acompanhar o trator autônomo de dentro da cabine. A Revista Cultivar Máquinas também teve a oportunidade de interagir com o MT7115 e contaremos a experiência num outro texto exclusivo sobre o trator autônomo. O produto apre-
sentado à comitiva já está em linha de produção e disponível aos clientes da Coreia do Sul. Considerando o que vimos e sentimos após a impressionante visita, se pode concluir que a marca LS e especificamente a parte da empresa que trata dos tratores agrícolas, LS Mtron, é uma empresa com o espírito da Coreia do Sul, jovem, dinâmica e rica em tecnologia. Entre os concessionários da marca que fizeram parte da visita reinou a sensação de que estão frente a um grande desafio, entrando de vez no mercado competitivo do país, com um produto forte, tecnológico e com uma história de sucesso ao redor do mundo. Pelos relatos de vários representantes dos concessionários a hora é de investir, confiar na qualidade do produto e esperar pelos resultados. A comitiva brasileira foi acompanhada pelo presidente da LS Mtron no Brasil, Ju Chan Kim, por executivos da fábrica brasileira da marca, além do vice-presidente da LS Mtron Brasil, An.M dré Rorato. A Cultivar viajou à Coreia do Sul a convite da LS Tractor
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