Test Drive MF 7318 Dyna-3

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CAPA

MF 7318 Dyna-3 Com 180cv e motor de quatro cilindros, o MF 7318 Dyna-3 da Massey Ferguson tem como foco produtores de cana e de grãos que necessitam de uma máquina potente, mais econômica e com tecnologia embarcada

O

destino da equipe da revista Cultivar Máquinas para esta edição de fevereiro foi a cidade de Bilac, próximo a Araçatuba, no estado de São Paulo, para conhecer na prática o trator Massey Ferguson, modelo MF 7318 Dyna-3. Este modelo faz parte da série 7300, que é composta pelos modelos MF 7316 Dyna-3, de 160cv, e MF 7318 Dyna-3, de 180cv. O lançamento oficial desta nova série ocorreu no final de 2020 para toda a rede de concessionários Massey Ferguson e agora está chegando às lojas para os primeiros clientes. Estes dois modelos da série são tratores exclusivos para o mercado nacional brasileiro e são fabricados integralmente na planta de Mogi das Cruzes, em São Paulo. A empresa já está testando no campo há algum tempo estes dois modelos, encontrando valores interessantes de redução de consumo de combustível e eficiência operacional, em relação à oferta anterior. A empresa utiliza uma lógica de identificação dos modelos, onde o primeiro número, no caso o 7, identifica a série, o segundo, 3, é a geração do trator e os dois últimos algarismos são relacionados à potência do motor, no caso 18, relacionando-se a 180cv. Este trator, pela sua potência e especificação, vai ter

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Charles Echer

Aponte a câmera do seu celular e assista ao vídeo do test drive

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O MF 7318 Dyna-3 tem motor quatro cilindros de 180cv de potência

um amplo marcado na agricultura brasileira, no entanto projeta-se que os produtores de cana-de-açúcar e os médio-grandes produtores de grãos e arroz irrigado do Sul do País sejam o público-alvo mais frequente.

MOTOR

Tanto o modelo que testamos, com 180cv, como o modelo MF 7316 Dyna-3, de 160cv, utilizam motor AGCO Power de quatro cilindros, equipados com turbo com intercooler, com potência máxima obtida na rotação de 2.100rpm. O torque do motor é de 620Nm para o modelo de 160cv e de 700Nm para o modelo testado, o MF 7318 Dyna-3. Para o tratamento de gases, o sistema utilizado é o EGR interno. O sistema de injeção de combustível é acionado eletronicamente por uma central e sensores que interagem, proporcionando utilização melhor do combustível consumido. Este motor vem sendo desenvolvido há algum tempo na companhia para substituir o motor de seis cilindros, utilizado anteriormente com esta faixa de potência, para garantir uma redução no consumo horário e nos níveis de emissões poluentes, seguindo a tendência mundial de todos os fabricantes de tratores. Mesmo com este downsizing dos motores, a potência e o torque têm se mantido na mesma faixa.

TRANSMISSÃO

O sistema de transferência de potência e torque é feito com a transmissão Dyna-3 PowerShift. O arranjo do sistema é feito em três grupos, dois subgrupos ou marchas mecânicas e três marchas que podem ser acionadas em carga, ou seja, há três velocidades de deslocamento que o operador não necessita do auxílio da embreagem e imobilização do trator para a troca. Um simples toque em um botão na alavanca de marchas proporciona a elevação ou redução da velocidade de deslocamento e modificação da quantidade de torque que chega às rodas. Além disso, há a possi-

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Comandos dos sistemas hidráulicos localizados no para-lamas traseiro

bilidade de automatizar a troca. Combinando os grupos L, M e H, os subgrupos I e II com as três marchas PowerShift, pode-se chegar a 18 marchas à frente e 18 à ré. Em se tratando do modo manual, o operador escolherá o grupo e o subgrupo e fará a troca manualmente, com o auxílio dos interruptores colocados na parte superior da alavanca e identificados com sinais de (+) e (-). Mas há mais três modos de configuração. Na programação do modo Auto 1, a marcha será trocada automaticamente pela carga do motor. Neste modo o operador não configura nada e os parâmetros são colocados pelo fabricante. Uma função interessante neste modo é a kick-down, que facilita a redução de uma marcha PowerShift apenas pisando até o final no pedal do acelerador. No modo Auto 2 o usuário pode programar uma rotação máxima e mínima em que ocorrerá a troca da marcha, em função de características especiais da operação e do implemento que está sendo usado. No modo Auto N pode ser configurado de maneira que a marcha só engata ou desengata quando a rotação chegar a 1.200rpm. Este modo é aquele direcionado a atender à demanda de operações que exigem paradas constantes e por isso, ao invés de necessitar colocar a alavanca PowerShuttle em neutro sempre que quiser parar o trator, o pedal do freio é configurado para fazer esta função, isto é, acionando o pedal, automaticamente o trator para na posição neutro. No sistema e em qualquer modo é possível programar a marcha da arrancada. Tudo isso é possível porque a transmissão utiliza pacote de discos nas marchas e é o próprio fluido que nos seus caminhos aciona ou desliga uma ou outra embreagem, alterando o movimento. Também há um pacote de discos no sistema de reversão PowerShuttle, que possibilita a inversão no sentido do movimento. O fabricante, para resguardar a segurança em operação, dispôs um bloqueio para evitar a reversão em altas velocidades, permitindo a inversão do sentido apenas quando a velocidade de desloca-


Fotos Charles Echer

mento for menor que 2km/h. Dentro da faixa que vai dos 2km/h até os 29km/h há 18 marchas, onde seis são adequadas a operações que exigem baixas velocidades, até 6km/h, cinco que objetivam velocidades entre 6km/h e 10km/h, quatro que podem servir ao transporte a baixa velocidade e à pulverização, e as demais para o transporte. Nestes modelos com câmbio em carga, o pedal da embreagem somente é utilizado para ligar e colocar o trator em movimento e para as trocas de grupos e subgrupos. Mas há uma funcionalidade extra que é o sistema easy-shift, em que o acionamento do pedal da embreagem passa a ser substituído para um interruptor colocado na alavanca de regi-

me (grupos e subgrupos). Há um painel com informações da transmissão na coluna dianteira direita da cabine. Nele, o operador pode receber várias informações, como o sentido do movimento, a marcha engatada, o modo selecionado e a temperatura do óleo da transmissão, ou se estiver sendo utilizada, a rotação da TDP. Para uma imobilização segura do trator há duas medidas, colocar a alavanca PowerShuttle na posição parking e acionar o freio manual de estacionamento. Sem que o operador retire estes bloqueios o motor entra em funcionamento, mas o veículo não se desloca. A tomada de potência (TDP) é standard para duas velocidades, 540rpm e

1.000rpm. A alavanca de seleção do regime de rotação está colocada no console lateral direito e o acionamento do movimento é feito por um interruptor eletro-hidráulico ou mesmo colocado no modo automático.

POSTO DO OPERADOR

Nesta gama de potência os tratores são dotados de cabine nos dois modelos. A cabine é ampla e a visibilidade é muito boa, apenas restringida pela altura do capô dianteiro. O acesso à cabine é feito por uma escada de quatro degraus com superfície antiderrapante e com uma porta de grande amplitude e abertura. A entrada da cabine é apenas pela porta colocada no lado esquerdo e a saída de emergência é pela

O operador que eleOdeseje utilizar, para otem trajeto ou parapara as manobras O sistema hidráulico pode ser configurado com vazões de 90L/min ou 162L/minpode comfixar duas,uma três rotação-alvo ou quatro válvulas. sistema de levante capacidade 8.000kg

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O modelo testado estava lastrado com pesos metálicos na frente e nas rodas traseiras, além de água nos pneus

janela traseira. O assento mecânico na versão standard tem detector de operador, que previne acionamento involuntário ou inadequado de comandos. O posicionamento do operador pode ser feito com as regulagens normais do assento, como altura e aproximação, mas também com a alteração da posição do volante, que se articula, afastando e aproximando do operador pela ação de um pedal, colocado à frente e entre os pedais de freio e embreagem. A regulagem de profundidade pode ser alterada com o auxílio de uma pequena alavanca colocada na coluna de direção. Acima da coluna da direção vemos um painel com visores, indicadores e interruptores. Há um tacômetro analógico, dois mostradores - um do volume de combustível no depósito e outro, um termômetro do líquido de arrefecimento - e um pequeno painel digital LCD. As informações deste painel digital podem ser mudadas com auxílio de um interruptor de navegação. As informações proporcionadas são o número de horas do motor ou o consumo de combustível, o tempo de trabalho em horas e a rotação da TDP. É neste painel que o ope-

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rador será avisado de eventuais falhas detectadas pela unidade central eletrônica. Além dos retrovisores externos, há um retrovisor interno e outro colocado na parte de trás, junto à janela traseira, que permite ao operador ver a posição dos braços de engate do sistema hidráulico e todos os outros pontos de engate e conexão traseiros. Na parte inferior do console lateral direito, em vez de uma alavanca do acelerador, há um interruptor que é o potenciômetro do acelerador, que permite o acionamento manual da rotação do motor, com um simples movimento de giro. Além deste sistema manual, o fabricante manteve o pedal do acelerador no lado direito. Neste mesmo painel é possível memorizar uma determinada rotação que o operador deseje voltar, ou para manobras ou retomada de trabalho, por exemplo.

Como era de se esperar nesta faixa de potência e na versão cabinada, o fabricante colocou nichos para os objetos pessoais, com porta-objetos para resguardar copos, telefone móvel etc.

SISTEMA HIDRÁULICO

Embora o tradicional sistema de alavancas do modelo Ferguson tenha sido substituído por interruptores e comandos mais modernos, as funções originais continuam disponíveis, com os mecanismos de controle de posição, profundidade, reação e velocidade de descida do implemento. Todos os controles estão colocados na parte superior do console à direita do operador. É possível configurar nove posições de trabalho, elevar e abaixar o implemento com o toque em um interruptor, realizar penetração rápida ou lenta do sistema hidráulico e, através de um interruptor, determinar a sensibilidade em que sistema trabalhará. A

A cabine ampla possui os comandos à direita do operador. Diversas alavancas foram substituídas por botões que facilitam ainda mais a operação


A Série MF 7300 foi lançada no final de 2020 e já está sendo comercializada em toda a rede de concessionários da marca

capacidade de levante de implementos no sistema hidráulico de três pontos é de 8.000kg, bastante grande para a classe de potência. Para atender aos diversos perfis de clientes, a Massey Ferguson disponibilizou versões do sistema hidráulico que podem ser analisadas no momento da compra. Na versão standard o sistema é de centro aberto com bomba de engrenagem e a vazão é de 92 litros por minuto, com duas ou três VCRs com controle de vazão, alcançando uma pressão máxima de 185bar. Na versão opcional, o sistema utilizado é de centro fechado, o que proporciona uma vazão ampliada para 162 litros por minuto, pressão máxima de 195bar, podendo ser incrementada uma válvula a mais. Como vem sendo comum nos tratores do fabricante, o sistema hidráulico e o sistema de transmissão utilizam diferentes óleos, hidráulico e lubrificante. Interessante opcional é que o fabricante oferece a possibilidade de substituir o sistema de braços inferiores do sistema hidráulico por outros de engate rápido, com um sistema onde se podem substituir as esferas por maiores e menores, dependendo do implemento utilizado.

pode ser utilizado com rodado simples e duplo, com as opções de bitola dadas pelas diferentes posições do rodado e do disco central. Com eixo passante, o ajuste da bitola fica mais fácil e com mais opções de ajuste fino. Este trator tem várias opções de

pneus. O modelo que nós testamos estava com pneus nas medidas 650/65 R 38 na traseira e 540/65 R 30, e com lastragem com 75% de água nos pneus e seis pesos em forma de disco com 40kg em cada roda, ou seja, 480kg no eixo traseiro. Na parte dianteira do tra-

Equipe de campo

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stiveram nos acompanhando no teste, representando o concessionário Massey Ferguson Disma, os senhores Ricardo Rodrigues, gerente-geral, Celso Antonio Pitol, coordenador de Vendas, Abdias José Filho, ge-

rente de Serviços, e David Ribeiro Ferreira, coordenador, além do representante do fabricante, engenheiro Eder Dornelles Pinheiro, que é coordenador de Marketing do Produto – Tratores da AGCO América do Sul.

ESPECIFICAÇÃO

Na questão relacionada ao tipo de eixo, o cliente pode escolher entre eixo flangeado como standard ou eixo passante como opção. O eixo flangeado

Nossa equipe contou com o apoio de profissionais da fábrica e do concessionário da região

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receber os itens oferecidos, sendo que o produtor pode optar pelos pacotes tecnológicos na compra ou mesmo colocar depois de utilizar o trator. Os itens à disposição são o sistema de piloto automático Trimble, da parceria com a AGCO, podendo ser o piloto automático decimétrico ou o centimétrico com rádio RTK. Também há a possibilidade de instalação do sistema de telemetria como opcional. Verifica-se o cumprimento integral das normas de segurança, como pega-mãos, reservatórios de recolhimento de fluidos, travas, mecanismos de bloqueios, etiquetas e alertas etc., como se espera de um equipamento desta categoria.

TRABALHO

O acesso à cabine ampla e de boa visibilidade é feito por escadas projetadas para garantir uma subida confortável e sem esforços

tor há duas formas de lastragem, no suporte inferior e no suporte à frente do eixo. No suporte à frente havia 14 peças de 37,5kg cada e no suporte inferior havia mais oito peças de 46kg cada, o que totalizava 893kg na parte dianteira do trator. As opções de pneus do tipo radial vêm crescendo como uma alternativa, que tem sido bem aceita nas lavouras mais tecnificadas e, principalmente, nas de cana-de-açúcar. O eixo dianteiro central é da marca ZF central com bitolas normais ajustáveis pela posição da roda e disco central, mas a possibilidade de instalação de um eixo com três metros de comprimento, utilizado na cana-de-açúcar e em operações especiais, como naquelas em que se pratica o tráfego controlado. Para a instalação do eixo de três metros, o fabricante disponibiliza os semieixos e um espaçador que vai colocado entre a caixa central e a trombeta.

TECNOLOGIA

Este modelo MF 7318 Dyna-3 é um trator preparado para uso de toda a tecnologia disponível do fabricante. De fábrica, todos os tratores da série vêm predispostos para

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O teste de campo foi realizado no município de Bilac, próximo a Araçatuba, estado de São Paulo, especificamente na Fazenda São Luiz, localidade Córrego do Feijão. A área era de reforma de cana-de-açúcar, com uma primeira gradagem. Para o trabalho havia à disposição uma área enorme e dois equipamentos, uma grade da marca Civemasa modelo SAC em V, com 28 discos, e um arado de aivecas fixo marca Ikeda, linha padrão MF L. Tivemos oportunidade de trabalhar aproximadamente duas horas contínuas com o equipamento e verificar quase todas as funções disponíveis. Trabalhamos em geral no modo manual, alternando marchas com o sistema Power Shift, verificando que para as condições do momento a melhor escolha foi do grupo M, na marcha mecânica I, e a segunda do câmbio em carga. Vimos que mesmo com um trabalho duro, o motor apresenta ótimo torque, que para nós é um dos destaques. Também foi possível verificar que a cabine atenua bastante o ruído externo provocado pelo conjunto e que a visibilidade, principalmente lateral, é bastante boa. A visibilidade à frente fica um pouco prejudica-

.M


Destaques do MF 7318 Dyna-3 Motor

No motor o destaque é para o torque e a reserva dele, que responde com bastante facilidade às exigências que submetemos o trator neste teste de campo. Embora seja um motor de quatro cilindros, o torque de 700Nm a 1.500rpm é muito satisfatório.

Transmissão

No sistema de transmissão destacamos a facilidade da troca de marchas no sistema PowerShift e a rápida resposta ao acionamento. Outros modelos que testamos demoravam algum tempo para fazer a transição. Também destacamos a facilidade em programar as mudanças das marchas de forma automática, utilizando os modos.

Reversor

O reversor PowerShuttle aplicado em vários tratores nacionais é uma grande evolução pela facilidade de operação e pela eficiência. Ao mesmo tempo em que serve como freio de estacionamento, pode fazer a inversão de sentido com esforço mínimo, de forma rápida.

Cabine

A amplitude da cabine é notável. Há muito espaço para movimentação do corpo e dos braços ao acessar os comandos colocados nos painéis e nos consoles.

Comandos

Destacamos a substituição de várias alavancas por comandos menos exigentes em esforço e com a mesma funcionalidade. O sistema de elevação de implementos em três pontos ficou muito mais confortável e menos desgastante.

da pela posição do capô, mas nada significativo. Para uma pessoa com maior dificuldade de locomoção, a solução

do primeiro degrau alinhado com o segundo degrau só permite a descida .M de frente para a escada.

José Fernando Schlosser, Laboratório de Agrotecnologia Núcleo de Ensaios de Máquinas Agrícolas - UFSM

Concessionário que nos apoiou

O

concessionário Disma atende à maior mesorregião do estado de São Paulo, que é o Noroeste Paulista. É uma região em que antigamente predominava a pecuária de corte e que se estabeleceu como grande produtora de cana-de-açúcar e café. A Disma pertence ao Grupo Shark e é um dos tradicionais concessionários da marca, com atuação de mais de 60 anos no comércio e atendimento de usuários de máquinas agrícolas.

A loja matriz fica em Araçatuba e tem outras seis lojas filiais em Adamantina, Andradina, Ourinhos, Penápolis, Presidente Prudente e Tupã. Atualmente, a empresa atende ao mercado abastecendo com tratores, implementos, máquinas de colheita, pulverizadores, equipamentos para biomassa e fenação e todos os equipamentos de alta tecnologia oferecidos pela AGCO, principalmente o piloto automático.

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