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ideia não é nova, mas demorou para pegar. Quando David Libeskind construiu o Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, combinava em um único edifício espaços comerciais e residenciais instalados sobre uma galeria de serviços e lazer. Eram os anos 50 e possivelmente ele estivesse prevendo o futuro. “Edifícios mistos são uma tendência real”, fala o arquiteto Gianfranco Vannucchi, nosso entrevistado, que credita ao trânsito caótico das megalópoles a criação dos mixing buildings, que reúnem trabalho, moradia e lazer em um único edifício, em todo o mundo. Foi esse novo pensar a arquitetura que nos levou a criar o Especial Escritórios, uma grande matéria que aborda as principais tendências para ambientes de trabalho modernos. Arquitetura sustentável, novas tecnologias de construção, plantas flexíveis são apenas alguns dos temas tratados. Há outros. Falamos, também, sobre escritórios descontraídos, onde a gravata foi substituída pela roupa casual, os funcionários trabalham em total sinergia, e existem espaços de lazer para descansar a cabeça. Alguns exemplos são as sedes do Google e do Facebook, nos Estados Unidos, ou a biblioteca da Universidade de Amsterdã. Imaginamos como seriam os escritórios do futuro e concluímos que o futuro é hoje: as novas tecnologias e plataformas de trabalho já são realidade inclusive em empresas como a Coca-Cola. E mostramos que o uso da internet carece de um manual de boas maneiras, não apenas no uso da ferramenta em ambientes profissionais como na forma de se comunicar pelo correio eletrônico.
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Lindenberg & Life
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Sem jamais esquecer a arte, um dos focos de nossa revista, convidamos o fotógrafo Cássio Vasconcellos para mostrar seu trabalho mais pessoal, fotos aéreas que desconstroem a realidade. O arquiteto João Mansur, que abriu seu apartamento na edição 34, de aniversário, cumpre a promessa de mostrar seu novo Lindenberg, sua segunda casa, no mesmo edifício onde mora. Cinco jovens, entre 14 e 24 anos, contam suas primeiras grandes emoções nas carreiras que pretendem seguir. E, aproveitando as férias que estão chegando, ouvimos as experiências de alguns jovens que pedalaram pela Europa. Encerrando com chave de ouro, e abrindo a edição, São Caetano é o tema, a cidade com um dos melhores índices de qualidade de vida do País, que cresce e se moderniza, é onde estamos erguendo, no Espaço Cerâmica, um bairro inteiramente revitalizado, os empreendimentos Premier e Reserva. Adolpho Lindenberg Filho e Flávio Buazar representante exclusivo
ENTREPOSTO www.entrepostolareiras.com.br
Fotos: Divulgação
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Especial Escritório Gianfranco Vannucchi, mixing buildings, os novos espaços descontraídos, arquitetura sustentável, revolução virtual, o que vem por aí, outras posturas, etiqueta on line e alimentação
Foto Sílvia Zamboni
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08 Notas Exposições, livros e mais 16 Urbano Qualidade de morar 30 Poéticas Urbanas Olhar através do vidro 32 Um Outro Olhar Cássio Vasconcellos
Conselho Editorial
Marketing
Renata Ikeda Direção de arte
Lili Tedde
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Editora-chefe
Maiá Mendonça Colaboradores
Fotos: Divulgação
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Adolpho Lindenberg Filho, Flávio Buazar, Ricardo Jardim, Rosilene Fontes, Renata Ikeda Foto Mari Vaccaro
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é uma publicação da Construtora Adolpho Lindenberg. Ano 9, número 37, 2011
Você reconhece o padrão Ornare nos mínimos detalhes.
Adriana Brito, Alexandre Staut, Flávio Nogueira, Instituto Azzi, Mari Vaccaro, Maria Eugênia, Patricia Favalle, Renata Gallo, Roberto Taddei, Rosilene Fontes, Valentino Fialdini, Zé Renato Maia Revisor
Claudio Eduardo Nogueira Ramos Arte
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Operários, Tarsila do Amaral, 1933. Tarsila do Amaral pintou a tela ao voltar de uma viagem à antiga União Soviética, e usou o rosto de artistas como Mario de Andrade e Anita Malfatti entre seus trabalhadores. Tarsila foi a primeira artista plástica brasileira a retratar temas sociais.
Foto Romulo Fialdini
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Nossa Capa
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66 Tendência O melhor de Milão 72 Personna Estilo João Mansur 80 5 Experiências Cinco jovens, cinco histórias 84 Turismo Europa de bicicleta 90 Filantropia Incentivo fiscal 94 Vendo um Lindenberg 96 Em obras
Cláudia Campos, tel. (11) 3041-2775 lindenberglife@lindenberg.com.br Gráfica
Pancrom Lindenberg & Life não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados. As pessoas que não constam do expediente da revista não têm autorização para falar em nome de Lindenberg & Life ou retirar qualquer tipo de material para produção de editorial caso não tenham em seu poder uma carta atualizada e datada, em papel timbrado, assinada por pessoa que conste do expediente.
Linha Vintage
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R. Joaquim Floriano, 466, Bloco C, 2º andar, São Paulo, SP, tel. 3041-5620 www.lindenberg.com.br Jornalista Responsável
Maiá Mendonça (Mtb 20.225) A tiragem desta edição de 10.000 exemplares auditada por PwC. WWW.ORNARE.COM.BR WWW.BLUM.COM.BR
notas
Mil e uma noites
Imagine as histórias que Sherazade contava, noite após noite, para distrair o sultão. Pense no cenário, no vento que soprava do deserto, nas muralhas da medina, na profusão de cores e nos aromas de especiarias e flores que perfumavam os contos. É esse ambiente mágico que se encontra no Royal Mansour, o mais novo hotel de Marrakesh, instalado em 3,5 hectares dentro das muralhas da cidade. Mandado erguer pelo próprio Mohammed VI, rei do Marrocos, o Royal Mansour é uma obra-prima de luxo, glamour e tranquilidade, como um oásis no deserto. Construído seguindo a tradição artesanal marroquina, ele é formado por 53 riads (casas), que substituem as tradicionais suítes, dispostos como se estivessem no centro da medina que olha Marrakesh. Cada riad é revestido com sedas preciosas, mobiliário feito por artesãos locais e envoltos em um clima de mistério e de sedução. O Royal Mansour tem dois restaurantes estrelados pelo Michelin que servem culinária francesa e marroquina em louças Limoges e taças de cristal. Privacidade e mimo são as palavraschave para o hotel que busca nos menores detalhes agradar aos seus hóspedes e, como não poderia deixar de ser, os tratamentos do spa são indescritíveis e inesquecíveis.
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Fotos: Divulgação
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www.royalmansour.com
notas
É joia?
A grife tem pouco mais de dois anos e a proposta da designer de interiores Clarisse Rittes não poderia ser mais curiosa: ela faz utensílios domésticos moldados à mão, enfeitados com fios de alumínio e contas de Murano. O resultado são talheres, bandejas, taças e outros objetos com um ar de joia. SAC (11) 3871-5214, www.pinkish.com.br
Um clássico de hoje
Com base de cerâmica e madeira e cúpula de tecido, a luminária Channel, da Startec, mesmo moderna pode ser considerada um clássico que vai bem em qualquer ambiente. www.startecimport.com.br
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Graça na cozinha
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E ele queria ser músico
Mas era melhor como artista plástico. Newton Mesquita dispensa apresentações: desenhista, pintor, aquarelista, escultor, gravurista, fotógrafo, é um artista múltiplo e, como ele mesmo diz, delicado. A sensibilidade de cada trabalho elaborado nas últimas décadas inspiraram a Editora Decor a lançar o livro Newton Mesquita, um apanhado de seu trabalho mais significativo que está espalhado pelo Brasil por museus, em coleções particulares e, ciumentamente, das obras guardadas com ele.
Fotos: Divulgação
A inglesa Typhoon by Alimport, reconhecida pelo design e por fabricar seus eletrodomésticos com materiais 100% recicláveis, acaba de aportar por aqui e estréia com a balança de cozinha de design retrô mas com precisão superatual – ela pesa tanto um grama quanto quatro quilos.
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Arquitetura Ecológica
Muito bem alinhavados pela jornalista francesa Dominique Gauzin-Müller, os temas qualidade de vida das futuras gerações e desenvolvimento sustentável aplicado à arquitetura, urbanismo foram transformados no livro Arquitetura Ecológica (Editora Senac), um compilado de textos, fotos, desenhos e plantas que valem a leitura.
Suspense e mistério
Cinquenta e quatro longas-metragens, cinco curtas e 117 episódios da série Alfred Hitchcock Presents serão apresentados, com curadoria de Arndt Roskens, pela primeira vez, em São Paulo, no Centro Cultural Banco do Brasil. Para os apaixonados pela arte do mestre Alfred Hitchcock essa é a oportunidade única de assistir a uma sessão com narração e música ao vivo de O Inquilino, de 1926, seu primeiro sucesso, a raríssima versão alemã de O Assassinato, de 1930, os curtas Aventure Malgache e Bon Voyage (1944), feitos na França na 2ª Guerra Mundial, ou as versões muda e falada de Chantagem e Confissão, de 1929, entre outras pérolas imperdíveis.
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Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo, Rua Álvares Penteado, 112 tel. (11) 3113-3651 / 3113-3652, www.bb.com.br/cultura. Até 14 de julho de 2011, sempre de quarta-feira a domingo.
Selo Verde
Novo design brasileiro
Poltrona Primavera, da linha Kaos, do designer revelação Paulo Franco, que une o fuxico, técnica singular do artesanato brasileiro, ao design conceitual da peça.
Oito produtos da Clarus Technology receberam o Selo Sustentax que significa que o desmoldante, impermeabilizante e as tintas e revestimentos (foto) passaram por rigorosos procedimentos e estão em conformidade com normas nacionais e internacionais para os chamados produtos verdes.
Vale a pena entrar no site para obter mais informações: www.umtetoparameupais.org.br
Fotos: Divulgação
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Um teto para meu país
É o nome de uma ONG criada por um grupo de jovens universitários sul-americanos para minimizar a pobreza no continente onde 200 milhões de pessoas vivem em estado de extrema pobreza. Presente em 15 países, o mote da ONG é uma América Latina sem pobreza, onde todos tenham moradia e a possibilidade de melhorar de vida. Mais de 50 mil casas de emergência foram construídas por toda a América Latina e no Brasil, onde está presente desde 2002, foram levantadas mais de 200 casas.
notas
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Tatame
Curiosa, a Chaise Tatame by Inove B+D pode ser interpretada como um tatame com todos os seus futons. A estrutura e os pés são de alumínio, uma manta de couro faz o apoio, e os três tatames sobrepostos têm cores e resistência diferentes. Na Ilustre www.ilustre.com.br
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Guia da maçã
Uma revista para os índios
Pode parecer estranho o lançamento de um revista que fale sobre índios. Mas não é. A revista ÍNDIO, uma publicação voltada para a cultura indígena que valoriza as raízes e respeita a diversidade e apoiada pelo Ministério da Cultura, é um projeto interessante, com primoroso tratamento gráfico, reportagens inteligentes, ensaios fotográficos, artigos e entrevistas sobre as 220 etnias brasileiras, seus rituais, seus desafios e suas conquistas do ponto de vista da compreensão histórica e da condição contemporânea da ascensão dos indígenas brasileiros.
A ideia não poderia ser melhor: um guia sobre Nova York on-line que é atualizado sempre que alguma coisa bacana acontece, vai rolar ou acabou de inaugurar. Basta se cadastrar para saber o que é quente na big apple. www.mylocalguides.com
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Vestimos janelas e ambientes com seus sonhos. Essa é nossa missão. Pesquisamos pelo mundo o que há de mais novo em produtos e materiais para trazer até você.
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Atraente
São Caetano Cercada pelo prestígio de ser uma das melhores cidades para se viver no Brasil, São Caetano do Sul agora vira referência por desenvolver um dos maiores projetos de revitalização do País
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Por Flávio Nogueira | Fotos Mari Vaccaro
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Parque Chico Mendes: impecável
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ão Caetano do Sul é um desses lugares que têm muito a oferecer. Explorar suas ruas é saborear cada metro quadrado de muita história e evolução. Eleita como uma das melhores cidades para se viver no País, com 100% de pessoas alfabetizadas e infraestrutura completa. O município arborizado conta com bairros sofisticados como o Jardim São Caetano, o novo Espaço Cerâmica e parques como o Chico Mendes, o Ibirapuera de lá, que tem cerca de 140 mil metros quadrados e oferece pista de cooper, lagos e playground. Isso sem falar nos belos teatros como o Fundação das Artes, Museu Municipal, bares e restaurantes para todos os gostos. Não bastassem todos esses atributos, São Caetano do Sul possui uma localização estratégica, tendo como municípios vizinhos Santo André, São Bernardo do Campo e São Paulo. Também próximo aos grandes centros financeiros, ao projeto do Rodoanel Sul, que já
o interliga pelo trecho oeste às rodovias Anhanguera, Bandeirantes, Castello Branco, Raposo Tavares e Régis Bittencourt. Habitada em meados do século 16, quando era conhecida por Tijucuçu, a área era apenas de sítios e fazendas, muitos deles propriedades de bandeirantes. Mas, com a inauguração da estrada de ferro inglesa, iniciou-se um novo período: a imigração de italianos e a formação de núcleos coloniais apoiados pelo governo imperial, que fundam a cidade em 1877 e a batizam com o nome por influência do catolicismo. Aos poucos, a região começou a ser ocupada pela indústria, seguida de pessoas que migraram de vários lugares da metrópole. Uma delas é cabeleireira aposentada, Helena Batista, 81 anos, mais conhecida como dona Nenê que chegou à cidade no dia 18 de junho de 1959, vinda do Tucuruvi, zona norte de São Paulo, e
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NA CASACOR, VOCÊ IMAGINA. NA BRENTWOOD, VOCÊ REALIZA. que durante esses 52 anos acompanhou as evoluções locais. “Quando vim morar aqui, muitas ruas eram de terra, tinha mais chácaras e poucas casas”, revela. Com boa memória dona Nenê diz sentir orgulho por ter criado seus filhos e de ver netos e bisnetos crescerem na cidade. Mas a história que sente mais emoção é certamente quando se lembra da “profecia” do seu pai Antonio: “Um dia ele me disse que São Caetano seria uma cidade de prédios e de grandes empreendimentos. E não é que ele tinha razão? Vi o primeiro ser construído aqui no bairro Santa Paula”, lembra. E de tempos em tempos dona Nenê e os são-caetanenses têm visto outros grandes desenvolvimentos. Nesse município de aproximadamente 152 mil habitantes, numa área de 15,3 quilômetros quadrados, onde o PIB per capita é o triplo do PIB do Estado de São Paulo, destaca-se um espaço de 300 mil metros quadrados, no antigo bairro Cerâmica, no qual está sendo erguido um dos maiores projetos de revitalização urbana e sustentabilidade do país. A maior delas é o progresso do sistema viário e trabalhos contra enchentes.
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Aulas de dança e ensaio de orquestra, duas atividades da Fundação das Artes
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Entre as principais ações, a restauração dos fornos da antiga Cerâmica São Caetano já está concluida para ser transformada em um centro cultural; a ampliação da Avenida Fernando Simonsen; e a duplicação da Rua Engenheiro Armando de Arruda Pereira e da Avenida Guido Aliberti, nessa última ainda foi construída uma ligação com a Av. do Estado e futuramente haverá outra com a Via Anchieta.
As obras antienchentes que favorecerão toda a São Caetano do Sul também já foram desenvolvidas: foi construída uma galeria e também um piscinão que comportam 235 mil metros cúbicos de água. Um empreendimento de parceria público-privada entre a Prefeitura Municipal, Sobloco, Eletropaulo e o Departamento de Águas e Esgotos do Estado.
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Perspectiva da piscina do edifício Premier. Quadra de tênis, fitness center e as torres do Reserva, dois lançamentos Lindenberg no Espaço Cerâmica
Espaço Cerâmica Com toda essa estrutura privilegiada, a cidade se prepara para um novo jeito de morar: “Work, live and play”. Moradia, trabalho e lazer arquitetados com mais de 30 mil metros quadrados de áreas verdes, praças e parques públicos, uma comunidade com muito mais qualidade de vida. Um bairro sustentável com construções residenciais - como os edifícios Premier e seus apartamentos de 162 e 198 metros quadrados, e o Reserva, três suítes em apartamentos de 234 e 304 metros quadrados, ambos com cozinha integrada ao terraço comerciais e de lazer. Os benefícios não param por aí, morar próximo ao trabalho é privilégio de poucos, fugir dos grandes congestionamentos é missão quase impossível, com isso, o novo bairro ganha um edifício corporativo de 16 mil metros quadrados, trazendo mais qualidade de vida aos moradores.
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O amplo living abre-se para um terraço com vista. A cozinha é compacta e prática. A decoração que opta pelo uso da madeira clara e dos tons crus, sugestão da Lindenberg que pode ser conferida no apartamento modelo decorado do Reserva Espaço Cerâmica, decorado por Cristina Barbara
Para quem curte umas comprinhas, a área de lazer conta com o novo Park Shopping São Caetano, que será inaugurado em novembro de 2011, totalmente integrado ao conceito de modernidade e sustentabilidade do Espaço Cerâmica. Com a mais recente tecnologia, o empreendimento privilegia espaços para os clientes e lojistas tornando-se uma referência no mercado nacional, contando com um mix completo e diversificado de atrações. Cinema de última geração com seis salas do tipo Stadium, praça de alimentação
de 4.360 metros quadrados, restaurantes com área gourmet e charmosas varandas com vista para o bairro. E reúne também mais de 240 lojas, sendo 15 lojas-âncoras, megalojas e mais de duas mil vagas de estacionamento. A arquitetura, a decoração e o paisagismo farão toda a diferença. Um bom exemplo serão os painéis de vidro, que integram a área externa, projetados para trazer mais iluminação ao mall agradável.
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Para os apreciadores de arte, na Rua Visconde de Inhaúma a Fundação das Artes abriga um teatro – Timochenco Wehbi – e uma escola nos quais já passaram personalidades como Cássia Kiss, Fábio Assunção, Marcos Frota e André Segati. Também estudaram por lá Eugênio Kusnet, um dos maiores estudiosos de
teatro do País, e os músicos Amílton Godoy, Nelson Aires, Roberto Sion e Adenílson Telles, ex-aluno que completa a Orquestra Filarmônica de Berlim. Não bastando todo esse menu de entretenimento, perto da Fundação há também um espaço que rende um ótimo programa cheio de história: o Museu Histórico Municipal, que resguarda cerca de 5 mil peças dentre objetos pessoais de antigos moradores, quadros de artistas da cidade, utensílios domésticos, ferramentas de trabalho, quadros com fotos dos pioneiros da colonização, peças sacras, cerâmicas, móveis e objetos das olarias. Parada obrigatória para entender a atraente São Caetano do Sul.
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Além do shopping, para os que curtem um programinha com os amigos, a dica é explorar os arredores do bairro, as avenidas Goiás e Robert Kennedy são os locais com maior número de bares e restaurantes. A região proporciona também boas pedidas aos gourmands como a kebaberia Kebarbaro e a pizzaria Vitorio Venetto com cardápios de dar água na boca.
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Alquimia é transformar o que há de mais simples em algo de valor Por Rosilene Fontes
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s alquimistas queriam transformar qualquer metal em ouro e possivelmente se inspiraram em experimentos primitivos com o fogo capaz de transformar profundamente a matéria. Uma de suas descobertas mais geniais foi o vidro. Presente em nosso dia a dia, seja em um copo onde bebemos água, um vaso que testemunha nossa alegria ao colocar flores, na forma de uma taça de cristal com um bom vinho, e não nos damos conta de que essa matéria translúcida e encantadora nasce basicamente da areia. Vidro e cristal são compostos de sílica, uma pedra cinzenta encontrada nos leitos dos rios. A fusão da sílica com alguns óxidos transforma a areia em vidro, já o cristal tem em sua composição o óxido de chumbo, que proporciona mais brilho e qualidade. A descoberta do vidro se deu por volta de 4 mil anos a.C., possível data de alguns objetos encontrados nas necrópoles egípcias e dos cubos de vidro colorido que formavam mosaicos bizantinos. Mas foi em Veneza, com seus cristais e espelhos, que a arte de trabalhar o vidro atingiu seu apogeu, fama que perdura até hoje.
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Um conjunto de vidros coloridos montados em uma grade metálica, os vitrais, conhecidos desde o antigo Egito, alcançaram sua mais alta expressão nas catedrais da França, onde não apenas contam o evangelho, a vida dos santos e cenas do cotidiano de camponeses de maneira simples, como criam uma atmosfera de espiritualidade e de beleza incomuns. As catedrais góticas podem ser consideradas um prelúdio da arquitetura do vidro. Mas foi na Revolução Industrial que o vidro e o ferro fundido foram tratados de maneira nova que permitia a construção de estruturas gigantescas e magníficas que por terem pele de vidro, proporcionavam iluminação natural, uma novidade para aqueles tempos. Poetas, arquitetos e filósofos em longas discussões, criaram a “corrente do vidro”, idéias sobre o uso do vidro
na arquitetura, trabalhando sua transparência como a representação da mentalidade da época. Mesmo que essa corrente tenha terminado em 1920, provocou a abertura para o pensar uma nova arquitetura, quebrando os padrões construtivos da época. Mas foi no modernismo que o vidro ganhou toda a força, diluindo os limites da arquitetura, integrando a natureza com a casa através dos amplos panos de vidro. Curiosamente, foram os primeiros edifícios de escritórios revestidos com panos de vidro, que por deixarem as pessoas expostas, influenciaram na mudança no modo de as pessoas se vestirem, pensar e até morar.
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O que seria das catedrais sem os vitrais, das janelas sem as vidraças, das lojas e galerias sem as vitrines?... Quem, ao olhar pela janela para ver o tempo, ou refletir sobre a vida, não se deparou com as próprias emoções refletidas no vidro? Olhar através do vidro é como ser Alice atravessando o espelho, ou sair da caverna de Platão, é ver a realidade do mundo, é encontrar a verdade que a cidade reflete: a arquitetura antiga refletida nos panos de vidro dos edifícios contemporâneos nos conta um pouco da nossa história. As vidraças refletem nossas emoções. As vitrines, nossos desejos. Os faróis iluminados nos lembram quando parar e quando prosseguir. Atrás das lentes dos óculos vemos o olhar do outro. Não estamos sós. O vidro me faz lembrar uma poesia de Raquel de Queiróz sobre uma moça da cidade que foi morar na fazenda, em uma casa velha, onde o quarto em que ela dormia não tinha um lugar que entrasse luz, então ela mandou buscar uma telha de vidro e tudo mudou em sua vida. “Agora, o quarto onde ela mora é o quarto mais alegre da fazenda, tão claro que, ao meio-dia, aparece uma renda de arabesco de sol nos ladrilhos” E a poesia termina “ponha telha de vidro em sua vida”.
foto www.sxc.hu
poéticas urbanas
Olhar através do vidro
um outro olhar
Desconstrução Fotógrafo dos mais festejados, autor do premiado ensaio Noturnos, Cássio Vasconcellos abre seu arquivo e mostra sua paixão: as fotos aéreas Por Maiá Mendonça | Fotos Cássio Vasconcellos (arquivo pessoal)
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ra um dia qualquer de férias quando Cássio Vasconcellos pegou a máquina fotográfica do pai. O que ele enxergou no visor da câmera descortinou um novo mundo para o garoto de 15 anos. A primeira providência foi matricular-se em uma escola de fotografia, onde passava as tardes, mesmo quando não era dia de aula. Xeretava, conversava, fotografava, revelava e trabalhava imagens. Tamanha paixão resultou na primeira exposição, aos 16 anos. O menino, hoje pai de três filhos, tinha encontrado sua vocação. Queria ser fotógrafo.
Salar do Atacama, Chile. Na página ao lado, recifes de Itacolomis, Bahia
um outro olhar
Filho do antiquário Paulo Vasconcellos, Cássio cresceu cercado por arte e artistas de todas as áreas. Talvez tenha sido o pai, amante do concretismo, quem tenha influenciado o olhar geométrico do fotógrafo, “a imagem não se forma para mim se não for geométrica”, diz ele. Mas com certeza foi ele que deu o empurrão para que Cássio seguisse seu caminho, “por que fazer faculdade se você é fotógrafo?”, perguntou o pai quando chegou a hora de escolher uma profissão. Um pai atípico para aqueles tempos. Cássio Vasconcellos foi firmando-se aos poucos como fotógrafo, meticulosamente como tudo o que ele faz. Trabalhou na Folha, na Abril, morou em Paris fotografando, participava de coletivas, fotografava o profissional e o pessoal, “separo muito bem os dois departamentos”, explica ele que divide seu tempo entre editoriais e publicidades e sua fotografia autoral. Passou pelo estúdio da DPZ, mesmo que o trabalho apresentado não tivesse nada a ver com publicidade, escutou do Petit, um dos papas da propaganda da época: “Você tem olho”, e finalmente seguiu seu voo solo.
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Andes, Mendoza, Argentina. Na página ao lado, Carolina do Norte, Estados Unidos
construir e desconstruir, transformar o conhecido em irreconhecível: essa é a linguagem do fotógrafo
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Lagoa da Conceição, Santa Catarina. Na página ao lado, deserto do Atacama, Chile
O que ele gosta de fotografar? “Questões urbanas e São Paulo”, responde o autor do premiado trabalho Noturnos (Melhor Exposição para a APCA), “essa é uma maneira de conhecer e entender a cidade”, explica ele que procura na cidade a arquitetura, a beleza escondida, a transformação de alguns ângulos que o olho comum não vê. “Estive em lugares fantásticos como a cabeceira da pista de Congonhas de madrugada, no cemitério de noite, passei por becos, vi uma nova São Paulo diferente da que eu conheço”, lembra. É a geometria e a simetria que levam Cássio Vasconcellos a buscar a forma para depois desconstruir a imagem em outra, muitas vezes irreconhecível. “Busco o verossímil e o inverossímil, construir e desconstruir, o possível e o impossível. Não gosto de mostrar o que a realidade é, gosto de criar outra realidade”, conta ele que algumas vezes interfere no resultado de seu trabalho com tinta, caneta, colagens.
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“não gosto de mostrar a realidade como ela é, gosto de criar uma nova realidade, a minha realidade”
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Salina de Grossos, Rio Grande do Norte. Abaixo, deserto do Atacama, Chile
Cássio segue expondo pelo mundo (há pouco estava em Princeton e na Pensilvânia), continua com seu projeto de fotos aéreas – ele é apaixonado por aviação e helicópteros e tem uma coleção deles (de brinquedo) em seu estúdio –, que vai fotografando sempre que descola uma carona em algum helicóptero, tem planos de fazer um livro sobre o Brasil e criou, com os fotógrafos André Andrade e Lucas Lenci, o fotospot.com.br, um site para a venda de fotografias fine art que reúne 27 dos melhores fotógrafos brasileiros. Quer saber mais? www.fotospot.com.br e www.cassiovasconcellos.com.br
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Atualização: JUNHO / 2009
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OCUPADO 96,4%
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Obras de mestre Gianfranco Vannucchi é um dos arquitetos mais respeitados, e comentados, do momento por conta de sua arquitetura e de suas ideias Por Roberto Taddei | foto Sílvia Zamboni
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ianfranco Vannucchi vive no Brasil há 50 anos e há pelo menos 30 é sócio do escritório de arquitetura Königsberger | Vannucchi, um dos mais renomados e requisitados de São Paulo. O escritório é responsável por um dos últimos grandes marcos arquitetônicos da cidade, as Top Towers – dois edifícios de salas comerciais modulares na região da Paulista e Av. 23 de Maio. O projeto é destaque em revistas de arquitetura em todo o mundo. “É um projeto que não passa despercebido”, diz Vannucchi. “Tem gente que adora o projeto, outros o detestam.” Em um ambiente geralmente marcado pelo conservadorismo do mercado imobiliário, avesso aos riscos de perda nos investimentos, Vannuchi diz que, nesse caso, o projeto inovador acabou alavancando as vendas. “Parece que aqui só se vende aquilo que se vendeu no dia anterior. Até que alguma empresa quebra o paradigma, vira sucesso, e aí todo mundo vem atrás.” Gianfranco Vannucchi recebeu a revista Lindenberg para uma conversa sobre, claro!, arquitetura.
Quais são as tendências para novos edifícios de escritórios?
As multinacionais e os fundos de investimento, hoje, raramente compram edifícios corporativos de grandes lajes sem que os projetos e os edifícios sejam certificados em termos de sustentabilidade. Ao longo do tempo, esse edifício consome menos energia – onde está o grande impacto de custos – e também tem manutenção de fachadas mais em conta. A tecnologia dos vidros hoje é fantástica. Eles são isolantes térmicos, sonoros, autolimpantes, e a manutenção é muito mais simples do que antigamente. Tem também tecnologias de piso elevado, de ar-condicionado inteligente, elevadores, sistema de proteção solar. Tem todo um arsenal de coisas que entram nesses projetos. Só que essas soluções têm um custo elevado. Você não pode passar esse custo de um edifício corporativo para edifícios de salas pequenas. É outro público. As salas são para quem tem dinheiro para comprar uma sala ou duas. Não dá mais para falar de escritórios, hoje, misturando as duas coisas. Além disso, a gente percebe também a
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necessidade de o ambiente de trabalho ser mais descontraído. Começamos a ver cafés com mesinhas nos pavimentos térreo dos edifícios, pequenas pracinhas internas. Não é só fumódromo. A sede da Google é o exemplo mais exacerbado disso, com mesa de pingue-pongue, lanchonete... No fundo, a empresa quer reter o funcionário na empresa o maior tempo possível e para isso é preciso oferecer mais. Muitas vezes, o trabalhador não tem nem mais mesa fixa, para conviver com pessoas diferentes e não estar sempre no mesmo espaço de trabalho. Os edifícios corporativos investem mais dinheiro em desenvolvimento de tecnologias. No caso de salas comerciais, o que se aproveita das inovações?
O mercado corporativo de grandes lajes é, de certa forma, mais inovador. Ele está mais disposto a trazer mais tecnologia, novos materiais. Aos poucos essas tecnologias e materiais vão barateando. E aí começam a ser incorporados nas salas. Antigamente, não se falava em piso elevado em salas comerciais. Hoje em dia já se pensa nisso. Há muita mudança de layout e adoção de tecnologias novas que justificam o uso do piso elevado em salas comerciais.
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Os espaços coletivos de trabalho são uma tendência?
No modernismo é que começaram os espaços abertos, com todos trabalhando juntos. O começo disso, na verdade, é para possibilitar um controle maior do funcionário. Quando você tem um monte de salinhas, é muito mais difícil de controlar o que as pessoas estão fazendo, se estão trabalhando ou lendo jornal. Os grandes layouts abertos dão também um aproveitamento maior de pessoas por metro quadrado. Hoje, é assustadora a quantidade de pessoas trabalhando em uma mesma área de uma grande empresa. Como você não tem mais papel e o equipamento onde estão todas as informações que o funcionário precise é pequeno, é possível você fazer isso. O ambiente de controle com tudo de vidro tem suas vantagens. O primeiro presidente do Bradesco, Amador Aguiar, foi um pioneiro nisso. Na sala da presidência estavam todos os diretores do banco. Ele queria saber o tempo todo o que estava acontecendo. Se você está perto do outro, você não precisa fazer reunião para saber o que está acontecendo. Eu, já, tenho dificuldade, porque sou muito dispersivo. Para mim, se estou com muita gente, não consigo projetar. Mas a moçada hoje interage muito bem nessa sala. Isso é uma coisa irreversível. Ao mesmo tempo, a questão da mobilidade, de não se ter posto fixo, é uma tendência. Mas depende muito, é claro, do tipo de empresa.
Em termos de aproveitamento do clima da cidade, de circulação do ar?
Um bom projeto de arquitetura sempre previu esses tipos de coisas, insolação, ventos, circulação de ar. O edifício mais sustentável de São Paulo ainda é o do Rino Levi, da Avenida Paulista. Acontece que hoje, em uma cidade como São Paulo, falar em circulação de ar é uma balela. Não por que não se possa fazer, mas porque você tem uma poluição atmosférica e sonora que inviabilizam a ideia. Se eu abrir uma janela, a gente não conversa nessa sala. O ambiente em São Paulo é muito agressivo. Na Alemanha as ruas são silenciosas. Até em Nova York, você anda na rua, está passando carro e ônibus ao seu lado e você consegue conversar na calçada. Circulação de ar no Brasil você faz em uma casa, no campo, mas não em prédios corporativos. Mas o que faz uma boa cidade é a arquitetura média. Não é a arquitetura de impacto, uma igreja, um museu. É a arquitetura que é silenciosa, que não é arrogante, não é exibicionista. Como em Buenos Aires, onde, na média, os edifícios são bem projetados. Aqui a gente tem um atacadão de arquitetura e de vez em quando alguma coisa exemplar. Acho que aqui falta um pouco
a boa arquitetura do dia a dia. O Niemeyer carregou a imagem no Brasil de que o arquiteto tem que ser genial. Você tem que querer que o seu projeto seja um bom projeto, não necessariamente que seja um projeto genial. Nesse sentido, São Paulo parece carecer de marcos arquitetônicos mais contemporâneos, que estimulem a reflexão para essa arquitetura média?
É verdade. O Kevin A. Lynch fala dessa coisa dos marcos em uma cidade, que são fundamentais, como os rios, pontes, monumentos e edifícios. Para ele, quanto mais fortes forem esses marcos, e quanto mais marcos você tiver em uma cidade, melhor você se localiza nela. E assim você se sente bem na cidade. Em Nova York, em dois dias você já sabe se locomover. É tão simples aquilo. São Paulo é uma cidade muito difícil de você se orientar. As pessoas se perdem aqui. Porque você não tem referências. Tem a Avenida Paulista, os dois rios, o Borba Gato (risos). Em São Paulo, e no Brasil em geral, existem poucos edifícios altos. Porque em uma cidade sem transporte público como São Paulo, que depende do automóvel, o que você constrói para cima você também constrói para baixo [em garagens]. Você
Perspectiva das Top Towers, dois edifícios de salas modulares
O que falta é a boa arquitetura do dia a dia, silenciosa, nada arrogante ou exibicionista
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todas as obras. O pedreiro acabou virando mestre de obras, o servente virou pedreiro e o meia-colher, como o pessoal chama no canteiro, virou servente. Hoje isso está se repetindo novamente. Nós estamos sofrendo muito com qualidade na construção. O que resolveria isso seria a racionalização e a industrialização da construção, com fachadas prontas, por exemplo. Nós fizemos alguns trabalhos aqui e o resultado foi fantástico. Como os materiais são feitos fora das obras, você não tem a imperfeição do trabalho manual. Os prumos são perfeitos, a massa é toda igual. Isso agiliza o processo. Mas a construção tem que ser pensada desde o começo para isso.
Edifícios mistos que reúnem trabalho, moradia e lazer são uma tendÊncia real
Perspectiva artística de projeto Lindenberg em desenvolvimento
Com a Copa do Mundo e as Olimpíadas no Brasil, você acha que muitas empresas vão querer se instalar aqui?
A gente recebe visitas de escritórios de arquitetura do mundo inteiro querendo fazer parcerias. Mas eu sempre falo: “Vocês têm clientes?” Porque se não tem cliente, não faz sentido. Nós não vamos dividir os nossos clientes. Não é fácil investir aqui, não. Em São Paulo, para você conseguir um terreno é uma briga de faca. Não é só trazer o dinheiro. Eu acho que a Copa e as Olimpíadas são projetos muito específicos. Aumentam o trabalho da meia dúzia de escritórios de arquitetura que estão fazendo estádios e aeroportos. E só. E em relação ao impacto da mão de obra?
vai na Sears Towers, em Chicago, e no subsolo cabem 50 carros, talvez para os presidentes, apenas. Ninguém vai de carro trabalhar. No Brasil, é difícil você fazer edifício alto por causa disso.
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Parte da solução seria recuperar os Centros das cidades brasileiras?
É mais fácil você transformar um antigo edifício de escritório em residencial do que o contrário. Edifícios muito antigos você não consegue “retrofitar” porque não têm pé-direito. Para transformar em residencial, basta colocar um banheiro a mais e uma cozinha e tudo bem. No Rio de Janeiro está se fazendo mais retrofit do que em São Paulo. Porque lá vale a pena investir, tem comprador, por causa da orla. Aqui em São Paulo tem muita coisa deteriorada ainda. Mas vai acontecer também. O truque no Centro é levar moradores para ter vida 24 horas e não apenas 8 horas. Mesmo aqui na Avenida Berrini está acontecendo isso, por conta da
dificuldade de circulação. Já tem muito edifício residencial. Isso é uma ótima novidade. As áreas de usos mistos, onde você pode trabalhar, morar, consumir, ter lazer, são uma tendência real. São as novas centralidades urbanas. Você não vai ter mais só um Centro, vai ter vários. O último plano diretor de São Paulo fez mudanças positivas para estimular o uso misto nos bairros. É claro que é preciso se aprender a conviver com isso. Em Paris, e não é querer falar de Paris, mas lá você tem cafés e restaurantes embaixo dos edifícios residenciais e as pessoas conseguem dormir. Aqui é uma bagunça. Nós vamos ter que aprender a usar o espaço público. Mas vamos chegar lá. Para você, o conservadorismo do mercado imobiliário é também uma questão histórica?
A diferença é que aqui em São Paulo se vende muito edifício na planta. Lá fora você compra o edifício já pronto. E aí você vê a diferença de projeto, de
acabamento, de construtora. Em planta e em perspectiva em 3D, animação e virtual, tudo é uma beleza. Mas o edifício tem que ficar bom quando está pronto. Então, lá fora é um pouco diferente. Aqui parece que só se vende aquilo que se vendeu no dia anterior. Entre os anos 50 e 80, houve uma época de boas construções em São Paulo, com bons acabamentos, que resistem ao tempo, onde se tinham alguns valores como pé-direito amplo, luz entrando por todos os cantos. Os valores modernistas ainda, mas que são valores reais, não são de enfeite. Esses edifícios ainda têm muita procura. Com o milagre econômico nos anos 70, houve um boom da construção civil e consequentemente aconteceu um deslocamento na hierarquia construtiva. Antigamente, quem ensinava os engenheiros a construir eram os mestres de obras, ainda os espanhóis e italianos imigrantes, os capomaestri. Eles entendiam muito de como fazer, e fazer bem feito. No boom dos anos 70, não tinha gente suficiente para
Isso vai ser mais um agravante. O pessoal está deixando para a última hora, todo mundo sabe. Vão ter que achar gente para trabalhar dia e noite, arrumar mão de obra e pagar bem, pegando de outros lugares. Principalmente para as obras de infraestrutura. A gente está com um problema gravíssimo no Brasil de infraestrutura. E não é só aeroporto. É porto, estrada... Se esse governo quiser realmente deixar uma marca, será na infraestrutura do País, que está falida. Quais características específicas você destacaria como questões importantes nos edifícios comerciais hoje?
Eu diria que durabilidade é a chave para o que seria uma boa arquitetura. Você vê edifícios que são construídos hoje e que no ano seguinte estão uma vergonha. E a questão do silêncio, também. Os edifícios corporativos hoje têm vidro blindado. Você chega perto da janela, de frente para a Marginal do Rio Pinheiros, e é um silêncio total. Quando você sai do prédio, aí é que cai no inferno real da cidade.
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A cidade dentro da cidade O nome correto é mixing building, mas, se preferir, pode chamá-lo de complexo multiuso ou, melhor, de cidade perfeita Por Renata Gallo
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As três torres do Trio Ribeirão, e seu shopping. Ao lado, perspectiva do hall de entrada
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oradia, trabalho e lazer, separados por poucos passos, uma espécie de paraíso em meio ao caos das grandes cidades, não deve ser chamado de outra forma. “É o sonho da cidade perfeita e a tendência é que essa utopia se torne cada vez mais realidade”, diz o arquiteto Gianfranco Vannucchi, responsável pelos mixing buildings Trio Ribeirão, no interior de São Paulo. Foi-se o tempo em que vida moderna era morar em bairros estritamente residenciais e trabalhar no Centro da cidade. O trânsito e a falta de segurança nos grandes centros urbanos acabaram por criar um modelo mais eficiente de moradia. “Hoje a questão do deslocamento é um fato decisivo, por isso há tanta aceitação para esse tipo de produto”, diz Renato Barbosa, diretor comercial da Toledo & Associados, empresa especializada em pesquisa de mercado e opinião pública.
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Além da praticidade e da comodidade, esses empreendimentos também valorizam a qualidade de vida e tornam o dia a dia de seus frequentadores mais agradável. De acordo com Barbosa, em cinco anos, só a cidade de São Paulo receberá mais nove empreendimentos desse tipo. “São produtos de forte valor agregado e a velocidade da venda é maior do que a de um empreendimento comum”, diz.
Um Trio em Ribeirão O Trio Ribeirão, complexo multiuso que deve ser concluído em junho de 2013, conta ainda com uma série de serviços diferenciados para fazer jus ao sonho da cidade perfeita. “Ele será um residencial com serviços pay-per-use, como dog walker, pet shop e arrumação”, explica Ana Paula Vasconcellos, gerente de incorporações da Lindencorp.
Prova disso é o Trio Ribeirão, o primeiro mixing building da Lindencorp com parceria com WTB e Rossi. Nos dois primeiros dias do lançamento foram vendidas todas as unidades residenciais e 70% das salas comerciais. Além das torres Home e Office, o Trio Ribeirão terá ainda um pequeno mall, com um mix de lojas e serviços.
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O Conjunto Nacional, projeto de David Libeskind dos anos 50, pode ser considerado o precursor dos mix buildings
Convivem também visitantes e moradores do entorno. “Após o expediente e nos finais de semana, é comum a população ocupar esses empreendimentos, o que é excelente do ponto de vista econômico, pois, quanto maior produtividade tiver o metro quadrado, mais sucesso terá o empreendimento”, diz Gianfranco Vannucchi. Na visão futurista do arquiteto, os complexos multiuso, aos poucos, vão ocupar o lugar das praças e parques públicos. “São empreendimentos privados, mas de uso público. São espaços de lazer e contemplação, como os parques, mas com segurança e limpeza”, diz.
Um shopping para chamar de seu, que atende o condomínio e o público: quem ganha é a cidade
Facilidade para seus usuários, desafio para seus criadores. De acordo com Vannucchi, fazer a sinergia entre as diversas atividades de um mixing building é tarefa árdua. Apesar de estarem em um mesmo espaço, cada edifício precisa ter sua individualidade. “É um projeto complexo onde a grande questão é separar e juntar o fluxo de pessoas diferentes. Cada edifício precisa ter sua realidade e acessos distintos”, explica. Desafios existem, como em qualquer cidade. Enquanto isso, no mundo Produtos da vida moderna, os mixing buildings ganham cada vez mais espaço nas grandes cidades, em diferentes formatos. A Trump Tower, em Nova York, concentra em um único edifício diversas funções. São 68 andares, sendo 28 deles destinados a uso comercial e 30 para residências. Na área comum, cafeterias, restaurantes, lojas de luxo e uma cascata gigante, ao estilo Donald Trump. A dez minutos do Centro de Londres, um empreendimento no mesmo estilo acabou se transformando em um pequeno bairro planejado. O complexo de edifícios comerciais Canary Wharf, onde estão os três maiores prédios do Reino Unido, sedes de grandes empresas, hotéis e shoppings, conta também com torres de residências de diversos padrões. Entre elas está o Pan Peninsula que abriga, além de duas torres residenciais, restaurantes, shopping, cinema privativo, spa, entre outros luxos, como um bar com vista panorâmica.
Em Los Angeles, na Califórnia, o complexo LA Live é uma espécie de cidade do entretenimento. Além de shopping, hotéis e imóveis residenciais e comerciais conta com teatro, museu, boliche e até estádio, o Staples Center, onde foi celebrado o funeral de Michael Jackson. Estamos falando de Hollywood, afinal.
Os empreendimentos comerciais estão cada vez mais flexíveis. Hoje, é possível encomendar desde pequenas salas até andares inteiros, de acordo com a necessidade de cada empresa. A torre Trio Office, em Ribeirão Preto, por exemplo, terá desde salas de 44 metros quadrados até lajes corporativas com 660 metros quadrados. “Trabalhamos com paredes em drywall e com piso elevado, para eventuais mudanças da fiação, o que facilita na hora de unir duas, quatro ou quantas salas o cliente precisar”, diz Ana Paula.
Espaços comerciais, residenciais, lojas e restaurantes ocupam a Trump Tower, em Nova York. Abaixo, a Cabot Square no complexo Canary Wharf, em Londres
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A tendência da arquitetura de juntar em um mesmo espaço diferentes funções não é nova. Um dos edifícios ícones de São Paulo, o Conjunto Nacional, nada mais é do que um mixing building prestes a completar 50 anos de idade. No projeto do arquiteto David Libeskind convivem em harmonia uma torre residencial, duas comerciais e um centro de compras e serviços, considerado o primeiro shopping center da América Latina.
As 127 unidades residenciais terão entre 52 e 83 metros quadrados, com um ou dois dormitórios. Já a torre Trio Office terá 257 salas comerciais, de 44 a 89 metros quadrados, além de business center e salas de reuniões equipadas e decoradas. O mall, com cerca de 2 mil metros quadrados de ABL (área bruta locável), irá comportar 18 unidades e o estacionamento terá 578 vagas cobertas. “É um bairro completo, em um único terreno”, diz.
Ter flexibilidade para que cada pessoa faça o melhor uso do seu espaço é uma tendência também em imóveis residenciais. “É comum hoje o morador querer suprimir um quarto para ampliar a sala, transformar a dependência de empregados em escritório ou adega e até dividir a varanda em área gourmet e social”, diz Renato Barbosa, da Toledo & Associados. Cada qual com suas necessidades – e seus sonhos.
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Novos espaços de trabalho:
despojados, alegres e silenciosos Tendência mundial para espaços corporativos ou salas de escritórios, os conceitos de conforto para o funcionário, bom clima de trabalho e alta produtividade aparecem associados a lazer e descontração Por Roberto Taddei
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m escritório brasileiro formado por jovens arquitetos e um escritório holandês, tocado por uma também jovem arquiteta em Amsterdã. Em comum, os dois são responsáveis por modernos projetos para bibliotecas. Em Amsterdã, para a universidade. Em São Paulo, para um escritório de advocacia. Os dois aliam conceitos modernos de circulação e utilização dos espaços com o intuito de reforçar e renovar a imagem das instalações, ao mesmo tempo em que estimulam o uso, o silêncio e a concentração dos frequentadores.
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Na biblioteca flutuante de um escritório de advocacia, ideia da FGMF, os livros ficam à mostra, enquanto a biblioteca criada por Ira Koers para a Universidade de Amsterdã guarda os volumes em caixas vermelhas fechadas. Na página ao lado, luz natural banha as Casas Natura
O escritório FMGF, de Fernando Forte, Lourenço Gimenes e Rodrigo Marcondes Ferraz, foi responsável pelo projeto de um escritório de advocacia, e transformou a antiga biblioteca de uso privado dos funcionários em ponto central e ícone do escritório. O FMGF é também responsável por desenhos inovadores que destoam da maioria dos edifícios de escritórios construídos recentemente no Brasil. Entre vários destaques está o projeto de salas com mezanino e pé-direito duplo, varandas e jardins privativos, no bairro da Vila Madalena, menção honrosa na categoria projetos na 8ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo.
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Já Ira Koers, em conjunto com o estúdio Roelof Mulder, criou uma biblioteca onde os livros não estão à mostra; um espaço para os usuários chamarem de segunda casa. A Biblioteca da Universidade de Amsterdã recebe, diariamente, cerca de 5 mil usuários para retirada de livros, armazenados em caixas plásticas vermelhas em um projeto vencedor do Prêmio Holandês de Design em 2010 na categoria melhor interior privado. Koers, que é também a responsável pelo projeto Merry-GoRound, uma casa de campo projetada do centro para fora, com janelas verticais intercaladas por alvenaria reproduzindo um carrossel em movimento, usou pouca tecnologia na os novos reforma do prédio da biblioteca, consespaços truído nos anos 1960.
De Ira Koers, a casa Merry-Go-Round
são cada vez mais generosos, interativos
“O prédio estava muito gasto e ultrapassado. A grande mudança foi no sistema automático de empréstimo. Ele mudou toda a organização do prédio e provocou uma grande mudança mental para usuários e funcionários. Até pouco tempo, os livros para empréstimo só podiam ser retirados no balcão da biblioteca durante o horário de funcionamento. Agora, os estudantes podem eles mesmo retirar os livros em uma sala vermelha que fica aberta até a meia-noite, inclusive aos finais de semana”, diz Koers. Em espaços vermelhos com 1.105 caixas de plástico, os livros ficam à disposição dos usuários. Como os volumes chegam de diversos locais diferentes, essa sala passou a ser o coração da
biblioteca, com um escritório nos fundos, escondido do público, onde os funcionários fazem a triagem e colocam os livros nas caixas para os alunos.
A única tecnologia usada na reforma foi na opção pelo uso de lâmpadas econômicas e na reutilização de material já existente. As colunas foram transformadas em “árvores iluminadas” com lâmpadas de baixo consumo. A economia em tecnologia no projeto, diz Koers, foi toda revertida para o sistema operacional desenvolvido por uma companhia de tecnologia, o que tornou possível a mudança no sistema de empréstimo dos livros e o sucesso da ideia. Se o projeto de Koers esconde os livros, a biblioteca projetada pelo FMGF faz questão de deixar todos à mostra do público. Com paredes de vidro e prateleiras
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“flutuantes” no ar, o escritório emprestou um ar despojado a um acervo que sugere segurança e tradição mas que ficava escondido dos olhos dos clientes. Segundo Fernando Fortes, o escritório BPGM Advogados queria “parecer contemporâneo, exprimir conhecimento, mas, ao mesmo tempo, queria ser um escritório que passasse a sensação de tradição e solidez, até por conta da natureza delicada da profissão de advocacia e do porte dos seus clientes. Como não acreditamos que existam materiais ruins ou bons, apenas aplicações corretas ou equivocadas, foi bastante simples aliar uma linguagem um pouco mais sóbria em uma palheta de cores (cimento, madeira, preto, branco) com elementos mais irreverentes ou surpreendentes, como a biblioteca flutuante”. Os dois projetos seguem tendências que têm alterado os projetos de escritórios no Brasil e no mundo. Para Fortes, “os escritórios corporativos têm mudado muito com a chegada de uma nova geração ao comando das empresas. Grandes escritórios como Google, Facebook apontam o caminho de um ambiente de trabalho mais irreverente e descontraído, além de áreas de descompressão e até lazer, para manter um clima agradável e uma produtividade alta entre os funcionários”.
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Dois momentos antagônicos e complementares da biblioteca de Amsterdã: a sala de pesquisa que proporciona interação e o espaço de leitura, ou sala de espera, quase uma instalação
Descontração, espaços abertos, tubulação aparente compõem o escritório do Facebook, em Palo Alto, na Califórnia e provam que a tendência veio para ficar
Escritórios que podem ou não ter ar condicionado, com ventilação cruzada, uma agradável e generosa varanda que possibilita reuniões ao ar livre protegidas, além de jardins privativos para cada escritório, são uma forma diferente de pensar o local de trabalho, mais brasileira,
mais sustentável, que leva em conta o clima local e que seria impossível na Europa, por exemplo”, diz Fortes. Nas Casas Natura, projeto também desenvolvido pelo FMGF em parceria com o escritório de comunicação e branding Epigram, o conceito foi o de criar espaços agradáveis para que os consultores se sentissem em casa. “Foi um trabalho árduo para aliar os conceitos muito fortes de uma empresa do porte da Natura com uma arquitetura diferenciada. Embora muito longo, o processo foi bastante enriquecedor e acabou até virando livro”, diz Fortes. Os arquitetos destacam a importância do space planning nos projetos das áreas de trabalho. “É fundamental não apenas para a saúde do funcionário, que deve vir em primeiro lugar, mas para um bom clima de trabalho e alta produtividade, seja qual for a atividade do escritório”, ressalta Fortes. Para a arquiteta Koers, o conceito principal que norteia a biblioteca é o dos espaços abertos. “Abertura nos espaços e no uso. Os espaços foram desenhados como páginas em branco onde os estudantes são as cores que preenchem as histórias. Por exemplo, em um dos espaços de estudo você encontra uma porção de mesas de cozinha onde se pode estudar em grupo sob uma lâmpada, poltronas de couro para leitura de periódicos, algumas áreas para descanso para pequenas pausas e áreas especiais para uso de telefones celulares. Importante em todas as áreas é estimular o silêncio e a concentração.”
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a energia dissipada na descida de um elevador para outro que está subindo. Outra tecnologia que estará presente é o sistema automatizado de persianas que, conforme a incidência solar, faz com que as cortinas roll-on se abram ou se fechem para economizar o uso do ar-condicionado, e possivelmente, um sistema de automação que permitirá que as janelas de todos os andares se abram para resfriar o edifício no período noturno e também em casos de incêndio, para facilitar a entrada de ar e a extração da fumaça. “Os ganhos de um edifício certificado são diversos. Redução de 30% a 50% no consumo da água, 30% menos de energia e uma redução de custo operacional de cerca de 8%”, enumera Casado. Para ganhar o selo LEED, explica ele, é preciso pontuar em diversas categorias, como eficiência energética, uso racional da água, inovações e tecnologia.
Selo verde Cresce vertiginosamente o número de edifícios comerciais com selo de certificação sustentável, uma nova postura da arquitetura que gera economia para todos: ao condomínio, ao bolso e ao planeta Por Renata Gallo
Hora do almoço para os funcionários do Bank of America: pausa no parque particular
Se em 20 anos, de 1986 a 2006, apenas 500 empreendimentos no mundo eram considerados ecologicamente corretos, hoje esse número é 200 vezes maior. São mais de 100 mil edifícios comerciais e quase um milhão de residências. “No Brasil existem 255 edifícios em processo de certificação, incluindo os estádios de futebol que estão sendo construídos para a Copa de 2014”, diz Marcos Casado, gerente técnico do Green Building Council (GBC) Brasil, organização presente em mais de 100 países, responsável por emitir um dos principais certificados verdes, o LEED (Leadership in Energy Environmental). São edifícios que farão o reuso de águas pluviais economizando milhares de litros de água potável em descargas e irrigação e terão elevadores de alta eficiência com frenagem degenerativa, um sistema que transfere
• Uso de lâmpadas de led • Bacias sanitárias com caixas acopladas • Sistema de descarga dual flush (6 ou 3 litros por fluxo) • Captação da água de chuva para irrigação e descargas • Tratamento e reuso de águas cinzas (chuveiros, lavabos, pias de cozinha) • Telhados verdes
Utilizar fontes alternativas de energia é um dos tópicos principais. Hoje, a energia solar é usada tanto para aquecer a água como para gerar energia elétrica. Em muitos países da Europa, o governo subsidia a compra de geradores de energia. Se é produzida energia além da necessidade daquele imóvel é possível vender o excedente ao governo – e, melhor, receber por isso. “Nos EUA, as grandes indústrias alugam a área de cobertura para a instalação desse tipo de equipamento para gerar energia e dinheiro”, completa o gerente técnico do Green Building Council. Outra fonte de energia renovável é a eólica, já usada em alguns estabelecimentos no Brasil, principalmente no Nordeste. O custo inicial da obra de um green building ainda é maior, de 1% a 7%, mas esse número vem decrescendo consideravelmente. “Em 2006, quando uma agência do banco Real instalou o sistema de energia fotovoltaica, o custo foi de cerca de R$ 60 mil. O mesmo sistema hoje custa cerca de R$ 11 mil, com payback de 5 a 8 anos”, lembra Casado. Segundo ele, paga-se mais caro para construir, mas a valorização do imóvel para locação e venda é de 10% a 15% e a taxa de condomínio tende a ser menor.
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A torre de captação de energia solar que fica no topo do Bank of America Tower, em Manhattan, já indica sua vocação sustentável. Em sua construção, grande parte do material utilizado veio de fontes recicladas ou de locais situados até 50 quilômetros de Nova York. O aço da estrutura foi feito com 87% de material reciclado, assim como o concreto, que foi produzido com cimento contendo 45% de material reciclado. Quase todo o resíduo da obra, cerca de 90%, foi reutilizado ou desviado dos aterros.
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ocê chega ao trabalho, estaciona sua bicicleta na garagem e, depois de entrar em um elevador de alta velocidade, está na sua mesa, no 40º andar, trabalhando sob a luz do dia. Não, não se trata de ficção, mas da realidade dos funcionários de prédios como o 30 St Mary Axe, em Londres, ou do Bank of America Tower, em Nova York. Em comum, além de terem modificado o skyline das duas cidades, os dois empreendimentos têm o maior selo de certificação sustentável. Da escolha do terreno, da definição do projeto até a instalação da última lâmpada tudo foi pensando para causar o menor impacto possível ao meio ambiente.
A forma espiralada do 30 St. Mary, em Londres, permite melhor circulação do ar e aproveitamento da luz, gerando economia de energia
Um mínimo de sustentabilidade
Para ajudar na preservação do meio ambiente, no entanto, não é necessário ter um imóvel 100% verde. “Não é preciso gerar 100% de energia, se gerar 10% já ajuda bastante”, explica Casado. Medidas como o uso de lâmpadas de led, mais econômicas, e de bacias sanitárias com caixas acopladas são formas simples de economizar energia e água. Mas, fundamental é a eficiência do projeto arquitetônico do imóvel. “Um bom arquiteto faz projetos sustentáveis pelo próprio projeto: pé-direito alto e amplas janelas significam maior área de ventilação e iluminação e, consequentemente, economia de energia elétrica”, completa.
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Revolução virtual Em vez de grandes escritórios, só o imaginário. Atualmente, o que determina o sucesso de uma empresa é o tamanho de sua nuvem Por Patricia Favalle | Ilustração Maria Eugênia
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escritor norte-americano Philip Dick, embora tenha vivido no século 20 (morreu em 1982, aos 53 anos), esboçou o futuro em diversos de seus livros. Com roteiros instigantes, os contos acabaram no cinema e logo inauguraram a estética que aliou o caos às facilidades do cotidiano.
De Blade Runner a Minority Report, a realidade se apropriou de alguns “inventos” sacados da ficção. O novo queridinho entre os gadgets que o diga: o iPad, cria de Steve Jobs, permite navegar na internet com manobras de touchscreen, numa versão minimal do supercomputador usado por Tom Cruise, na película de Steven Spielberg.
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A busca pelos avanços tecnológicos sempre esteve no norte que conduziu os passos da humanidade rumo à evolução. Foi assim que se fez o fogo, se moldou a roda. Com a vinda da chamada Computação em Nuvem (Cloud Computing), os ambientes de trabalho já não são mais os mesmos; são maiores. De acordo com o guia preparado pela Microsoft sobre o assunto, “Com o advento, as pequenas empresas ganham poder computacional e passam a competir de igual para igual com as grandes, o que poderá servir de base para a construção de um mercado corporativo mais equilibrado”. A plataforma dos sonhos vem sendo desenvolvida há 15 anos pela turma de Bill Gates – e pela concorrência, é claro –, com o objetivo de proporcionar três condições básicas para as instituições que pretendem manter-se na liderança: controle de custos; aumento de produtividade e inovação. Tudo isso, partindo da substituição de servidores físicos de banco de dados por uma espécie de data center virtual comandada via internet – daí o termo “nuvem”, que sugere a ideia de flutuante, ilimitado.
A partir da análise de 110 experiências de implantação do produto, a Academia de Tecnologia da IBM traçou um perfil das companhias que adotaram o serviço. Sabe-se, por exemplo, que os setores ligados ao governo, os bancos, as teles, as companhias de seguros e de finanças representam mais da metade dos clientes. Para eles, os modelos inteligentes de cobrança, armazenamento de conteúdo e recursos de aplicações analíticas, além do número de usuários logados, são detalhes valiosos para a escolha do sistema. Como garantir a segurança das informações e das imagens trocadas entre empresas e nuvens? Três tipos de espaços foram idealizados, os privados, comandados pelo cliente; os públicos; e os modelos híbridos. Com benefícios a toda prova, resta minimizar os percalços, como os gastos para a implantação dessas plataformas virtuais. Contudo, a economia com itens como infraestrutura e licença de software compensará o investimento no longo prazo. A Microsoft garante que assume as responsabilidades em relação à qualidade e à eficiência, com sistemas certificados e auditados. Para unir sua força de trabalho, a Coca-Cola se viu obrigada a trocar seus 50 servidores pela cloud computing. “Gerir aquele tipo de rede era caro”, disse John Key, diretor de Tecnologias de Colaboração. Num período de cinco meses os resultados foram impressionantes: aproximadamente 30 mil endereços eletrônicos foram direcionados para a nova base, e-mails passaram a chegar com agilidade às equipes que atuam na rua, e melhorou a comunicação com os consumidores que, literalmente, flutuaram de satisfação. É ou não é essa transformação toda?
Modus Operandi Valorizar pessoas está na pauta do dia – não é à toa que os escritórios estão se transformando numa extensão do home sweet home Fotos Divulgação
Por Patrícia Favalle
No Brasil, a bola da vez está situada numa região em pleno processo de revitalização, na Nova Luz. A Fess’Kobi Comunicação investiu no décor lúdico para conquistar clientes e fidelizar colaboradores. Já no eixo Belo Horizonte-São Paulo, a agência de publicidade Reciclo paginou os interiores de acordo com o próprio nome, além de apostar no luxo alinhavado por texturas e tonalidades suaves. Uma combinação perfeita para viabilizar ideias.
décadas que separam os costumes empresariais, não foram apenas as formalidades que caíram por terra, os investimentos também mudaram de foco – e o maior patrimônio das companhias passou a ser o funcionário.
Descontração é a palavra de ordem: acima, lanchonete no escritório do Facebook, na Califórnia e mesa comunitária para os funcionários do Google, em Nova York
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Gigante por fora e acolhedor por dentro, o Google salta aos olhos com enredo pra lá de tentador; e, sem modéstia, avisa aos felizardos que se juntarem a eles, que desfrutarão de um lugar estimulante, divertido e inspirador. “É verdade que compartilhamos de alguns atributos que são usados em organizações bem-sucedidas, mas sem desviar o foco das pessoas. Aqui é possível saber o que cada um pensa e o que tem a dizer.”
magine qualquer recinto corporativo 50 anos atrás: o layout pálido e sem graça, cheio de mesas enfileiradas, ternos escuros sobre os encostos das cadeiras e pés impacientes ritmados pelo tique-taque dos relógios de ponto. A visão causa calafrios, especialmente para as gerações autointituladas Y e Z – aquelas nascidas no boom dos anos 80 e 90, acostumadas à interatividade da era digital. Se para os avós dessa trupe a cadência mecanizada se arrastava das 8 às 18 horas, para quem está estreando no mercado de trabalho a bossa tem batidas eletrônicas e quase nenhuma partitura para ser seguida. Nas
Entretanto, para que essa lógica desse certo, o jeito foi reformular os conceitos e afrouxar os colarinhos. O cenário que se viu depois pode ser descrito como um misto de encantamento e benfeitorias. Os horários se tornaram maleáveis, as redes foram estendidas ao lado das estações de atendimento e o videogame ganhou status de entretenimento relaxante. Até as empresas mais convencionais aderiram ao casual day, oportunidade em que se permite circular pelo corredores com visual menos ortodoxo, e já existem empresas adotando o happy day, que pode ser traduzido para “no dia do aniversário não é preciso ir trabalhar”. Na rota do Silício – de Seatle à Califórnia, nos Estados Unidos –, essa dinâmica já dita os manuais de estilo há bastante tempo. Na sede de concreto, aço e enormes vidraças do site de relacionamentos Facebook, que leva a assinatura do badalado Studio O+A, o uso das cores quentes e o design confortável foram as únicas regras impostas. Outro traçado que tem DNA semelhante é o da Yelp. A web especializada em conectar indivíduos e empresas através de resenhas que compõem um guia de informações locais, está debruçada sobre
De acordo com o levantamento feito pela IBM através do CEO Study, que ouviu mais de mil presidentes de grandes corporações, a tendência daqui pra frente é que a flexibilidade seja o fio condutor para adequar os contextos de empreendedorismo à dinâmica mercadológica. Neste contexto, à frente do desenvolvimento de soluções práticas, o arquiteto Maurício Queiroz esbanja 21 anos de expertise vistos nas concepções dos endereços comerciais em solo brasilis da MontBlanc, Pandora, Swarovski Crystallized, Boutique dos Relógios, Faber-Castell e KitchenAid. “O que ofereço é a noção de branding, ou seja, o espelho de como a grife
é percebida pelo público; assim, apresento os pontos falhos e os fortes a serem explorados a partir de elementos reais disponíveis no segmento, como pesquisa, por exemplo.” Na engenharia do presente, estudar o público-alvo e os costumes do cliente, analisar a comunicação visual e observar o posicionamento da marca, detalhar a logística, descobrir o que funciona e o que não dá certo no negócio ou mesmo definir o esquema completo, desde a circulação do staff ao tipo de fechadura a ser instalada
Fotos Divulgação
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a paisagem de San Francisco, onde a base minimalista foi recheada por desenhos geométricos e paredes revestidas com post-its e asteriscos. Por ali, as bikes são estacionadas verticalmente e o mobiliário garante o toque vintage saudosista.
Dois momentos relax no escritório do Google, em Nova York: o jogo de bilhar e a divertida poltronamão. Terno e gravata não fazem parte do uniforme. Ao lado, mesa de reunião em escritório projetado por Debora Aguiar: ambiente claro e integrado
são questões que rodeiam as demandas do consumo e lançam luzes ao hit do momento: o coworking – estrangeirismo que promete movimentar o circuito por meio da interação profissional. Realidade um passo atrás do imaginário futurista, o neoconceito se traduz na locação temporária de ambientes que contam com centros de reuniões, área de eventos, cozinha e infraestrutura de ponta. Trocando em miúdos, enquanto os homens não são trocados por holografias, a busca entre os empreendedores consiste na soma da versatilidade, agilidade, segurança, privacidade, bem-estar e integração. Enfim, todas as variáveis capazes de transformar a matemática numa ciência quase humana.
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No que você está pensando
agora?
As janelas tecnológicas subverteram a ordem no trabalho. Ainda assim, é possível ser múltiplo sem comprometer a eficiência Por Adriana Brito | Ilustração Maria Eugênia
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ada de espanto. Depois que o sustenido virou hit, ou melhor, hashtag para medir a audiência sobre os assuntos que estão bombando na internet e o mundo convencionou pensar em até 140 caracteres, não resta alternativa a não ser aderir ao compasso da evolução hi-tech. Mas antes de perder o controle – e a pose –, preste atenção às regras para não terminar na fila do desemprego.
Um dos tópicos que mais desperta o interesse, pelo menos do empresariado, é quanto aos limites saudáveis para o uso corporativo da rede. Pesquisa feita pelas empresas AppData e Inside Network, e publicada na revista Exame, fez um traçado que percorreu o mapa dos games online: do meio bilhão de jogadores registrados por mês, 63 milhões se ocupam da famosa Fazendinha (Farmville, by Zynga). Cada um dos players passa 90 minutos diários em frente ao computador e 4% deste contingente compra artigos para turbinar a cena, como carros e tratores. Por fim, só em 2010, o faturamento das representantes do setor foi de US$ 1,5 bilhão num total que triplicará até 2015. Nada de mais se boa parte desses PCs não estivesse conectada em pleno horário comercial.
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Para quem contrata ou comanda equipes de colaboradores, além do cenário acima, outro dado precisa ser colocado à mesa: os tais 90 minutos. Eles seriam usados em que momento? Isso, o levantamento não conta; mas é certo que há gente preocupada por aí, sobretudo porque na esteira do lazer virtual caminham as poderosas mídias sociais, o Facebook, o Twitter e o Orkut. “As grandes empresas têm estabelecido controles rígidos quanto à utilização de suas ferramentas tecnológicas e estão atentas em relação à segurança da informação e da produtividade. Entretanto, todas sabem que restringir é prejudicial. Para encontrar o equilíbrio, essas organizações devem adotar condutas de comportamento”, afirma Roberto Sanches, psicólogo especializado na área de Recursos Humanos. É o que também pensa Esther Cohen, terapeuta e consultora em Programação Neurolinguística. “Desenvolver um trabalho de qualidade pede por dedicação e comprometimento. Às vezes, com tantos canais abertos – telefone, celular, MSN e e-mail – fica difícil concentrar-se num assunto que exige 100% de envolvimento. Acredito que uma boa ideia esteja na criação de salas específicas para o uso dessas novas plataformas.” O que soaria como hora do recreio, na verdade, poderia ter muitas vantagens, como evitar a fuga da atenção
de quem está na cadeira ao lado; poupar os excessos e abusos; proteger a rede principal de vírus e conteúdos inadequados, e apresentar os valores e objetivos das companhias. “Uma corporação é feita por gente, indivíduos interessados em mostrar suas capacidades e diferenciais. Assim, se os funcionários são internautas, isso gera saldos positivos para aquela marca”, considera Esther. Já Roberto afirma que algumas instituições mostram certo despreparo para lidar com tais meios; seja no relacionamento com o cliente, seja no diálogo com os empregados, principalmente aqueles que são da geração Y. “Entre os riscos potenciais destaca-se a velocidade. Divulgar tudo rapidamente expõe as qualidades dos produtos e dos serviços, contudo, funciona como uma porta de saída para defeitos inesperados.”
Evite cair nas armadilhas da net A flecha e a palavra dita não voltam mais. Então, reflita antes de escrever. Ao aderir a uma nova comunidade saiba mais sobre ela e que pontos a mesma defende. Não critique, não generalize e não distorça. Se a primeira impressão que teve não for boa, espere pelos próximos contatos antes de julgar. Mesmo que a internet permita grafias diferentes – caso de “vc” em vez de “você” – mantenha a elegância, a cordialidade e até alguma cerimônia ao dialogar com parceiros de trabalho. Há coisas que só os amigos entendem. Antes de postar, leia e releia. Há casos em que os erros de português podem ser fatais!
O xis de tantas questões talvez resida na análise da linguista Laila Vanetti, expert em comunicação empresarial. “O mal não está nos recursos, está em quem os usa. Antes de pensarmos na restrição, na elaboração de uma cartilha de etiqueta, é preciso refletir que tudo isso veio pra ficar. Ou seja, será melhor saber lidar com os novos paradigmas. Esses problemas que surgem de como se portar nas redes de relacionamento ou o que vale ou não “tuítar” estão conectados à educação, ao que se aprende na escola sobre ética e respeito. E enquanto essa defasagem, que é notória, não for contornada, a lição ficará por conta de quem contrata.” E do bom-senso coletivo, claro.
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Top chef Para acompanhar o corre-corre da rotina profissional é preciso manter a energia em equilíbrio, e o corpo também Por Adriana Brito | Ilustração Maria Eugênia
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izem os especialistas que a receita ideal para manter-se bem está em comer a cada três horas. Assim, o organismo é condicionado a receber novas “recargas” de nutrientes e não tenta estocar calorias. Mas para quem trabalha fora, será que é possível cultivar essa dieta sem romper a conduta corporativa? Não só dá para fazer, como é recomendável. “Mesmo no escritório, pare o que estiver fazendo e dispense alguns minutos para saborear a comida”, diz a nutricionista Janete Carrete, da Apoio, clínica voltada à gestão de Recursos Humanos.
Luminárias individuais
A Twist Led dá ao usuário a possibilidade de controlar a incidência de luz sobre a mesa de trabalho com um simples movimento, além de consumir até 50% menos energia que as tradicionais soluções de iluminação sobre gabinetes. A luminária foi projetada para fornecer luz por mais de 20 anos. O projeto é do designer Yves Béhar, também responsável pela premiada luminária Leaf.
por roberto taddei
Controle remoto
Mesa personalizada
Um controle remoto integrado no seu telefone celular ou tablet para controlar todos os aparelhos eletrônicos do seu escritório. É isso o que faz o Unity Remote, da Gear 4. A pequena base de 5 centímetros de altura por 6 de diâmetro funciona a bateria e pode ser colocada em qualquer lugar da sala.
Nesta sopa de letrinhas, os restaurantes destrincham um bê-á-bá de tentações incalculáveis. “Comece pelas saladas, deixando menos espaço para os carboidratos. Em seguida, escolha legumes, carnes magras e opções integrais. Para os cardápios à la carte, adote a mesma regra e não se esqueça das pequenas porções de frutas que rendem sobremesas incríveis”, alerta Maria Christina.
A Envelop Desk, projetada por Bill Stumpf e Jeff Weber, se ajusta à altura e costumes do usuário. O tampo da mesa desliza para a frente e para baixo. Um pequeno recorte em “U” facilita o encaixe e favorece o suporte dos braços e punhos.
Nova linha de cadeiras
TV escondida Fotos Divulgação
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Eles vem aí Produtos mais coloridos, aparatos tecnológicos cada vez mais discretos, luminárias individuais e assentos ergonômicos estão na ordem do dia
A dica é elaborar um cardápio saudável (e saboroso) de pequenos snacks; aqueles ingeridos entre as refeições principais – desjejum, almoço e jantar –, e escolher ingredientes que possam ser consumidos de maneira simples, caso das frutas, barras de cereais e biscoitos integrais ou de água e sal. Ao abastecer a gaveta, algumas lições são valiosas, lembra Maria Christina Pelicciari, Mestre em Nutrição e professora da Universidade Guarulhos e do Centro Universitário São Camilo. “As bolachas recheadas devem ser evitadas, e caso haja estrutura de refrigeração de alimentos, os iogurtes são ótimas pedidas. Vale tudo o que não for rico em gordura ou açúcar. A fartura, neste caso, só é bem-vinda para as fibras, já que elas aumentam a percepção de saciedade.”
Se os compromissos estenderem-se noite afora é importante conservar o esforço feito nos períodos anteriores. As pizzas, melhores amigas das horas extras, não estão proibidas, mas devem vir acompanhadas de moderação. Entre as alternativas mais leves, como os lanches naturais, esfihas e grelhados, destaque para a gastronomia japonesa e os “restôs” vegans. “O vegetariano realmente tem uma tendência light, uma vez que não incorpora as gorduras das carnes. Ainda assim, preste atenção nos molhos, queijos cremosos e frituras que se escondem em cada pedido”, finaliza a nutricionista.
Vidro colorido
Byo Work é o nome do modelo de mesas para reunião ou espaços coletivos de trabalho da Cinex, com estrutura para embutir fiação e vidro-divisória. É vendida em mais de 32 opções de cor.
A Cinex, de Bento Gonçalves, projetou uma porta de vidro com aparelho de TV e fiação embutidos. A TV fica escondida quando desligada. Ideal para salas de reunião e escritórios.
A Herman Miller trouxe para o Brasil as cadeiras Sayl com encosto em tela, que facilita a circulação de ar. A estrutura foi inspirada na arquitetura da ponte pênsil, com a suspensão traseira sem armação. A coleção chega com uma paleta variada de cores no conjunto e possibilidades de combinações de assento e encosto.
foto divulgação
design
Luminária modular Nearco Design, Karin Rachid para Artemide. Na página ao lado presença brazuca no Salão, instalação com luminárias Bossa de Fernando Prado para Lumini
ventos italianos A megafeira de móveis e design de Milão comemorou seus cinquenta anos mostrando disposição juvenil e muita novidade texto e fotos Zé Renato Maia
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haja disposição! Em sua 50ª edição, o Salão Internacional do Móvel de Milão mostrou que o tempo só lhe fez bem. Mais de 1,5 mil expositores em 200 mil metros quadrados apresentaram a 400 mil visitantes o que há de mais novo e excepcional no universo do design. De marcas consagradas aos novos talentos do Salone Satellite, estavam todos lá – I Saloni têm espaços reservados para todos. Mas a festa do design não fica restrita ao salão oficial. Milão explode no Fuori Salone, um festival de mostras e eventos paralelos que agitam a cidade e seus bairros, com destaque para a zona Tortona e Brera, onde o design mais autoral e alternativo dá o tom. A revista Lindenberg fez um apanhado do que foi mostrado e selecionou o que considera o mais novo, o melhor.
design
Luxo na estréia da Maison Hermès: biombo machetado reedição da linha de mobiliário de Jean Michel Frank. Poltrona Lou Read de Philippe Starck para Driade
fotos divulgação
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Do Salão Satellite, ceramica Feed Ne da designer Vesa Kattelus, do coletivo finlandes Kaamos. A ilusão do papel na poltrona de Tyvek do grupo italiano Alba
design
cores, formas inusitadas, materiais idem são algumas das principais tendências que foram mostradas no Salão do móvel em Milão
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Luminária Campana dos Irmãos Campana para Edra, e poltrona Biknit de Patrícia Urquiola para Moroso. Na página ao lado, instalação de cadeiras Thonet do estudio Tengbom & Gemla, apresentada no Superstudio Più, evento do Fuori Salone na Zona Tortona
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casa de
surpresas João Mansur sabe misturar épocas, cores, o novo e o antigo. E faz isso como ninguém
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Por Maiá Mendonça | Fotos Valentino Fialdini
As paredes pintadas de abacate aquecem o living biblioteca, que tem como estrela o sofá Chesterfield e as estantes com livros e objetos blanc de Chine. No centro, par de mesas bandeja de madame Journell, com coleção de potiches de porcelana blue and white. Poltrona Luís XV, século 18, assinada e ladeada por litogravuras de Calder e gravura de Charles le Brun, século 18
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Detalhe do bar montado sobre escrivaninha e coleção de garrafas de cristal sobre bandeja de madame Journell. Hall de entrada forrado com tecido inglês, litogravuras de Matisse. Cabeça de mouro com colares índianos
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uem conhece o arquiteto João Mansur reconhece seu estilo a distância: misturas de cores, estilos, peças de antiquariato com objetos modernos, paredes forradas de quadros, lustres poderosos, uma profusão de coisas que poderia resultar em um desastre. Não nas mãos de João Mansur, um mestre na arte de mélanger. O olho e o gosto João jura que trouxe do Rio de Janeiro, cidade de cores fortes, com tradição vinda dos tempos da corte, e o savoir-vivre e receber típicos dos cariocas. Talvez ele tenha razão, mesmo que seus interiores sejam cosmopolitas com leve sotaque tropical. Basta conferir o resultado desse Lindenberg feito para ser a segunda casa da família, a três andares de distância de onde ele vive com a mulher Tim.
A sala de jantar ganhou molduras vermelhas, mesa Georgiana, século 19, cercada por cadeiras com chinoiserie, jardineira blanc de Chine e par de Chien de Fo. Biombo Coromandel chinês, século 17, colunas laqueadas inglesas. Aparador francês capeado de alpaca e tela escola italiana século 18. Lustre St. Louis e tapete chinês art déco
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Detalhe da porta de entrada verde. Mesa montada com porcelana inglesa monogramada, taças de cristal, jardineira blanc de Chine e Chien de Fo. Na página ao lado, aparador do século 16, gravura de Picasso, blackmoor que faz de abajur e espelho com moldura capeada de alpaca. Escultura de Buda
clássico ou contemporÂneo? O apartamento de joão Mansur é uma boa mistura dos dois estilos
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A história é curiosa. Desde 1979 João Mansur mora com a família em um Lindenberg (antes tinha vivido em outro Lindenberg, estilo mediterrâneo, arquitetura típica dos anos 70, alvenaria), um dos raros que dão direto na rua, “como em Paris ou Buenos Aires”, explica. Ter uma segunda casa era uma farra, e um bom investimento, quando surgiu um apartamento para vender no mesmo prédio, a brincadeira estava completa. O retrofit, que manteve as características originais do imóvel, demorou mais de ano. O apartamento ganhou duas suítes que seguem o estilo do edifício, teve a parte hidráulica e elétrica modernizadas, assim como a cozinha e o banheiro, sempre preservando a linguagem de época.
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mestre em combinar o novo e o antiquariato o arquiteto surpreende, sempre
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Cozinha e banheiro foram modernizados, mas ganharam azulejos retrô da Eliane. No terraço, o arquiteto João Mansur
A decoração é um caso à parte. As paredes foram pintadas de verde abacate, algumas com frisos vermelhos, o tecido inglês do hall é vermelho, a porta de entrada verde-escuro, como as inglesas. Santos barrocos, mesas francesas, sofás Chesterfield, cômodas orientais, coleções de blanc de Chine, chinoiserie, litogravuras, blackmoors se misturam em uma agradável combinação que ocupa o living e a sala de jantar. Os quartos foram forrados com tecido ou papel, sendo que um deles imita uma biblioteca digna de um intelectual. Invencionices divertidas que João se permite testar em seu (quase) laboratório de ideias.
No quarto de hóspedes, o papel de parede de Andrew Martin é a estrela, mesa de cabeceira Andrew Martin
Fotos Arquivo Pessoal
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inco jovens, cinco histórias. Experiências de vida de quem já sabe o que quer. Beatriz Haddad Maia tem 14 anos, carrega sua raquete de tênis desde os cinco anos de idade, está entre as melhores 200 tenistas do mundo, e é uma das promessas do esporte no Brasil e nas Olimpíadas do Rio, em 2016. Desejo que divide com Rafael Maia, de 19 anos, que no ano passado arrumou as malas e mudou-se para os Estados Unidos, para estudar basquete, esporte que pratica desde os 11 anos. Inspiração não lhe falta quando está na quadra. Já Victor Brunetti e Juliana d’Agostini têm a arte nas veias. Victor fez cinema, participou com duas produções do Pocket Film Festival, na França, e está finalizando um documentário na África, enquanto Juliana, linda como uma top model, usa as passarelas para pagar suas aulas de piano nas melhores escolas e com os melhores professores, e seguir sua verdadeira paixão, a música. Enquanto Renata Vanzetto aprendeu a cozinhar com sua avó, aos 16 anos foi eleita a melhor chef de Ilhabela, no litoral paulista, e com 20 comandava dois restaurantes. Precisa falar mais?
Olho na tela Paixão e rigor são palavras que fazem parte do vocabulário do jovem cineasta Victor Brunetti, de 21 anos. Ele descobriu cedo sua vocação. Aos 14 anos, disse para os pais: “Vou fazer cinema”. E foi. “O momento mais comovente até agora foi perambular pela África atrás de boas histórias para contar no documentário Sanibonani (bem-vindo num dialeto da África do Sul). Encontrei pessoas maravilhosas pelo caminho e cada uma das histórias daria um belo filme. Estudava cinema nos Estados Unidos quando resolvi – com um grupo de seis colegas – descobrir quais são os projetos de vida do povo africano. Logo que escrevemos o projeto de filmagem conseguimos um patrocínio. Tudo parece que tem caminhado bem para que o filme se realize.”
Arquivo pessoal
talento
Foto Mari Vaccaro
que esbanja
Foto Arquivo Pessoal
5 experiências
Juventude
5 experiências
Forno & fogão
Arquivo pessoal
Arquivo pessoal
Com pouco mais de 10 anos, Renata Vanzetto fazia bolos, sanduíches, pimenta em conserva e vendia na escola onde estudava, em Ilhabela. Com 16 anos, foi eleita a melhor chef da cidade no litoral paulista e, aos 20 passou a comandar, sozinha, a cozinha de dois restaurantes de sucesso, o Marakuthai, em São Paulo e na Ilhabela. Foram dois os momentos mais emocionantes na vida da chef que hoje tem 22 anos. “Em 2009, quando assistia, da plateia, à premiação do Guia Quatro Rodas, de repente fui chamada no palco para receber o prêmio de chef revelação do Brasil. O outro foi quando uma revista convidou a mim e à minha avó de 88 anos, com quem aprendi a cozinhar, para uma sessão de fotos em meu restaurante de São Paulo. Foi uma choradeira só. Até o fotógrafo e a repórter derramaram lágrimas.”
Sacada
Foto Mari Vaccaro
A bela Juliana D’Agostini (na foto com o contrabaixista Catalin Rotaru) é um prodígio da música erudita nacional. Aos 23 anos, concilia oito horas de estudos com a carreira de modelo (com a qual obteve dinheiro para estudar em escolas de música como o New England Conservatory of Music, em Boston, onde foi orientada por Wha Kyung Byun e nas Academies Internationales d’Eté du Grand Nancy, na França). Com o segundo CD em mãos, Juliana conta que começou a estudar aos cinco anos. “Tinha 19 anos quando ganhei o 14º Concurso Nacional de Piano Arnaldo Estrella. Fiz o teste em um teatro em Minas e, como achei que tinha ido mal, resolvi ir embora. Estava na porta quando ouvi meu nome ser anunciado no palco. Parei, eu tinha escutado bem? Repetiram meu nome. Demorei até me dar conta de que havia ganhado o concurso.”
Cestinha
Arquivo pessoal
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A pianista
Apesar da pouca idade, Rafael Maia, 19 anos, já aprendeu um certo número de coisas e acumulou alguma experiência. No ano passado, arrumou as malas e mudou-se, sozinho, para os Estados Unidos, para estudar basquete, esporte que segue à risca desde os 11 anos. “Sair de casa tão cedo e morar em um outro país foi como conquistar o mundo. Há diversos momentos de muito prazer na minha carreira até agora. Poderia citar vários. Um deles foi quando, aos 16 anos, fui chamado para ser capitão da seleção da Brown University. Fiz 40 pontos e vibrei na quadra.”
Cheia de vivacidade, cara de menina, olhos brilhantes, a tenista Beatriz Haddad Maia, de 14 anos, se concentra num ponto, arma a raquete, rebate a bola e dificulta a devolução do adversário. “O momento de maior emoção? Acho, que senti a pele arrepiar quando fui convocada, aos 12 anos, para representar o Brasil num torneio mundial na República Tcheca. Não sabia o que encontraria pela frente. Logo que vi as meninas com quem ia jogar, tive medo. Eram enormes e muito talentosas. Depois, percebi que jogo é isso. Uma partida você ganha a outra você perde.”
turismo
Pedalando pelo
mundo
Conhecer países sobre duas rodas pode parecer uma ideia maluca, ou romântica, mas é uma das melhores maneiras de se ver o mundo com outros olhos por Alexandre Staut
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Viajar de bicicleta pode parecer pouco ortodoxo, mas é uma maneira diferente de se conhecer bem um país. E não é preciso ser atleta para encarar a empreitada. A maioria das agências que prestam esse tipo de serviço tem infraestrutura, apoio e guias. Cansou? É só descer da bike e terminar o passeio de carro. Quer jantar em um restaurante delicioso? Ele estará reservado, assim como um charmoso e sofisticado hotel cinco estrelas, com todo o conforto para uma noite de sonhos. Já os mais aventureiros podem montar seus próprios roteiros ou sair pedalando sem destino.
Foto Arthur Simões
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ara sentir de perto o perfume das flores que margeiam estradinhas de terra, descobrir vilarejos escondidos, experimentar a culinária local e passar a noite em hotéis de charme, nada melhor do que viajar de bicicleta. Sair sem compromisso de chegar, pelo simples prazer de pedalar e aproveitar a vida.
Conselho de atleta Alugue a bicicleta do tipo que você usa ou escolha a bike mista, que tem mais marchas; Use roupas adequadas como a bermuda com enchimento, capacete, óculos; Sapatilhas só se você estiver acostumado com elas, caso contrário use tênis; Esteja preparado para a época do ano da viagem, na Europa faz frio também no verão; Treine pelo menos dois meses antes da viagem; As melhores épocas para pedalar na Europa são do final de maio a julho e no mês de setembro.
Vinhedos ladeiam a estrada de St. Aubin, no sul da França, pedalada programada pela Teresa Perez
Pedalando pela estreita passagem nas falésias calcárias que levam a Gorges de Galamus, em Langedoc-Roussilon, nos Pirineus Orientais. No detalhe, Luis e Helena curtem as belezas da Provença
Independência total Tem gente que prefere se perder pelas estradinhas, descobrir lugares completamente fora do convencional. Ou gosta de conhecer cidades pelo olhar do ciclista, encontrar hoteizinhos charmosos, curtir um bom restaurante.
Fotos Luis Damato
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Angélica Mari e Mark Hillary, casal de empresários, fizeram um tour pela Grã-Bretanha e descobriram alguns dos hotéis mais exclusivos da Inglaterra; Gustavo Belarmino, crítico de gastronomia do Nordeste, ensina como é simples alugar uma bicicleta e pedalar por Berlim; chocólatra assumido, o fotógrafo Arthur Maia, que já fez a volta ao mundo em cima de duas rodas, dá dicas sobre a Grécia. Pequenos hotéis ingleses Imagine uma mansão do século 17, no final de um caminho sinuoso no condado de Hampshire. Conhecido como Lainston House, o casarão foi transformado em hospedaria de luxo, a decoração é original em seus mínimos detalhes, os quartos aconchegantes com banheiros confortáveis com hidromassagem. A gastronomia é um show à parte. Este paraíso foi descoberto por Angélica Mari e Mark Hillary em uma viagem de bicicleta por terras britânicas.
Fotos divulgação
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De bike e infraestrutura Luis Damato prefere a opção com o conforto de uma operadora, para cuidar da logística. Ele e a mulher Helena já rodaram a França três vezes, e pedalaram duas pela Itália, a primeira na lua de mel pela Toscana. “A França é o melhor país para pedalar, a sinalização é boa, as estradas idem e em qualquer lugar a paisagem é deslumbrante e a culinária maravilhosa”, conta ele que fez duas vezes o sul da França. O casal saiu de Uzés, na Provença, em direção à Espanha. No caminho, uma parada em Saint-Guilhem-le-Dèsert, uma cidadezinha montada na montanha e depois Carcassone, a cidadela cercada por muralhas, Patrimônio Histórico da França, “ficamos no Château de Cavanac e seu restaurante é maravilhoso”, lembra. Pedalaram até Lignant sur l’Orbe, em Prades hospedaram-se no Château de Riell, e na véspera da volta subiram o cume do Col de Jau, e deram uma volta pela praia em Collieur. Foram dez dias intensos, pedalando pela região de cada parada, troca de hotéis a cada dois dias e um dia livre para descansar. A volta pode ser por Paris, cidade que parece feita para quem pedala, onde existe uma estação Vèlib (aluguel de bicicletas) a cada trezentos metros.
Hotel frequentado por celebrities, o Lainston Hotel, na Inglaterra, descoberta dos Hillary
Foi em Londres que Angélica e Mark alugaram suas bicicletas e partiram sem lenço e sem documento em direção a Hampshire. A proposta da viagem era curtir a paisagem durante o dia e encontrar um hotel charmoso para dormir. “Cheguei sem saber que o Lainston é o hotel das celebridades. Estrelas pousam seus helicópteros e entram sorrateiramente pela porta dos fundos”, conta Angélica, que recomenda o chá das cinco. Na busca pelo hotel perfeito, o casal descobriu uma hospedaria vitoriana, com vistas deslumbrantes da praia de Eastbourne. “Os quartos são de estilo típico inglês, com direito a tecidos florais e rendas e o spa é
turismo
imperdível. Curioso foi encontrar no lobby mulheres vestidas para festa e homens de smoking. Eram hóspedes trajados para tomar coquetéis no bar do hotel e depois dançar ao som de uma banda de jazz ao vivo”, diz ela. The Old Whyly, em East Sussex, é o bed & breakfast de luxo que encantou o casal recebido por Sarah Burgoyne, a dona da casa, que acolhe seus hóspedes como amigos em uma residência georgiana construída por volta de 1100. “A casa é rodeada de campos verdejantes, um lago e muita paz. O café da manhã é servido com ovos das galinhas que ela cria e os biscoitos e bolos são feitos por ela”, diz Angélica.
Gustavo circulou pelo Tiergarten, o maior parque de Berlim, que corta quase toda a cidade. Seguiu até a Potsdamerplatz, local conhecido por abrigar um trecho do Muro ainda em pé. Depois, foi até a Alexanderplatz, seguindo para o East Side Galery, o maior pedaço de Muro conservado da cidade. “Antes passei pela ilha dos museus, com o famoso Altes Museum (onde estão os portões da Babilônia) e o Neues (o busto de Nefertite)”, conta ele que sugere passeios pelas margens do Rio Spree, onde não faltam bons restaurantes e a Nollendorfplatz, área mais alternativa, com seus cafés charmosos. Cheio de energia, Belarmino seguiu para Potsdam, cidade do leste da Alemanha e a capital do Estado
Fotos: Arthur Simões; www.sxc.hu
Berlim de magrela Crítico de gastronomia do Recife, Gustavo Belarmino decidiu conhecer uma Berlim para ele desconhecida: de bike. Sua primeira impressão foi a estrutura da cidade para quem anda de bicicleta, com diferentes tipos de
respeitados e também devem respeitar as rigorosas leis alemãs. “Existem blitz de bike e fui parado em uma delas, porque não percebi a sinalização. Os policiais notaram que eu era turista e foram atenciosos.”
Gustavo Belarmino conheceu uma Berlim diferente pedalando pela cidade. Na página ao lado, o templo de Poseidon e Arthur Simões chegando de barca em Atenas: de bike ele se apaixonou pela Grécia
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Fotos: www.sxc.hu; arquivo pessoal
faixas exclusivas, ciclovias e o respeito dos motoristas por quem está pedalando. Em Berlim existem postos para aluguel de bicicleta 24 horas. Turistas deixam um documento de identidade e assinam um contrato que garante o pagamento em caso de danos. Ciclistas são
Federal de Brandemburgo, à beira do Rio Havel. O Palácio de Sanssouci, declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco, em 1990, é visita obrigatória. “O passeio é muito bacana, passa por cidadezinhas encantadoras.”
Cálidas paisagens gregas O fotógrafo Arthur Simões já rodou o mundo de bicicleta e posta suas viagens no site Pedal na Estrada. Viajou pela Europa por oito meses, passando pela Bélgica, Grécia, França, Itália, Portugal e Holanda. Foi pedalando que nosso fotógrafo se apaixonou pela Grécia, por suas belas ilhas, os estreitos caminhos que sobem e descem e levam a vilazinhas encantadoras, igrejas, e praias quase desertas. Visitar o templo de Poseidon, no Cabo de Sounio, foi inesquecível. “No alto de um penhasco olhando para o Mediterrâneo fica o templo dedicado ao deus do mar, com seus sete pilares construídos para segurar os sete mares do mundo, de onde se assiste a um inacreditável sol vermelho que se põe no mar.”
Inspiration Travel (representante da Butterfield & Robinson), Bike Expedition ou Special Trip, entre outras. Um dos roteiros sugeridos começa em Avignon e o Domaine de Grangeneuve é onde se degustam vinhos AOC Coteaux. A tarde é reservada para pedalar até o Château de Massillan, em Uchaux. Pedalar até Vaison la Romaine, e mais tarde até o Hotel Crillon Le Brave são os próximos passeios. A estrada cercada por campos de lavanda leva a Venasque, a Gordes, vilazinha na beira de um penhasco, e à hospedagem no La Bastide de Gordes & Spa. Depois da visita à vinícola Domaine de la Citadelle, é hora de voltar, retornar as bicicletas e tomar o trem de volta para Avignon. Serviço: www.bikeexpedition.com.br; www.marcolini.be, www.teresaperez.com.br, www.inspirationtravel.com.br,
Muitas estrelas Campos de lavanda, pomares de cerejeiras, montanhas, vilas e vinhos fazem parte do “tour en vélo” criado pelas agências de turismo como Teresa Perez,
www.lainstonhouse.com, www.grandeastbourne.com, www.oldwhyly.co.uk, www.cotswold-inns-hotels.co.uk, www.callebaut.com, www.pedalnaestrada.com.br; www.worldbiketour.net; www.specialtrip.com.br
filantropia
M
filantropia
em xeque
Seriam a falta de cultura filantrópica ou a falta de incentivos fiscais os principais culpados pelo baixo volume de doações no Brasil?
Foto www.sxc.hu
Lindenberg & Life 90
Por Rodrigo Pontes | instituto azzi
uito se fala sobre a debilidade da filantropia quanto o doador estiver vivo. Isso leva o imposto a incino Brasil. Poucas doações para universida- dir também sobre doações a organizações sem fins ludes, centros de pesquisas e organizações crativos, ou seja, a filantropia. Assim, qualquer doação sem fins lucrativos. Alguns números comprovam o ta- que uma pessoa física faça para uma ONG que ultramanho do problema. Nos últimos 20 anos, é notável o passe um determinado valor (hoje cerca de R$ 43 mil), crescimento da riqueza no País. Somos a sétima eco- o donatário deve pagar um imposto de 4%. Uma taxa nomia do mundo. Pulamos de três para 30 bilionários relativamente baixa em se tratando de herança (nos Esna lista da Forbes, de 60 para quase 150 mil milio- tados Unidos, o imposto sobre herança é de 47%, ennários, pelo estudo da riqueza mundial World Wealth quanto no Japão é de 70%), mas inexplicável quando se Report Capgemini-Merrill Lynch. O fala em filantropia, doações com fins investimento social privado de emprede apoiar organizações que executam sas passou de R$ 1 bilhão para quase projetos sociais e ambientais. Falta de R$ 6 bilhões, por ano. Enquanto isso, incentivos A principal ferramenta atual para a filantropia praticada por pessoas fífiscais, apoio a projetos sociais por meio de sicas, há 20 anos gira em torno de R$ incentivo fiscal é o Fundo Municipal 1 bilhão por ano. O brasileiro poderia impostos da Criança e do Adolescente (Fudoar mais e tem dinheiro para isso. Por altos sobre mcad), mecanismo implementado que então não doa? doações: junto com o Estatuto da Criança e é possível Dois são os culpados preferidos: “Falta do Adolescente (ECA), há quase 20 ajudar? de cultura filantrópica” e “falta de inanos. Um fundo criado pelo municícentivos fiscais”. Vilões convenientes, pio que seleciona e distribui recursos pois um torna o problema intransponíentre projetos que tenham como foco vel, o que leva à não ação. Outro culpa o governo. A fal- de ação crianças e adolescentes. As doações para esse ta de cultura filantrópica não é uma desculpa inventa- fundo, que posteriormente são repassadas às organida, é uma causa real para o baixo volume de doações no zações responsáveis, podem ser deduzidas do Imposto Brasil. Mas existem maneiras de estimular a filantropia, de Renda até um valor de 6% do imposto devido. Mas de mudar o modo como as pessoas encaram as doações, mesmo essa única ferramenta é mal explorada. Quese de incentivar uma mudança cultural. É justamente tões como excesso de burocracia, demora na chegada sobre incentivos que vamos falar nessa coluna. Deba- do dinheiro às organizações, falta de divulgação e clareteremos aqui um dos caminhos, diria um dos atalhos, za sobre como fazer as doações são motivos capazes de mais citados: o incentivo fiscal. explicar porque, de um potencial arrecadador de mais de R$ 700 milhões, o Fumcad de São Paulo levantou, Está certo que hoje o governo mais atrapalha em 2010, apenas R$ 53 milhões. Outra questão a se do que ajuda... pensar é que esse incentivo pode não atender às causas Será que a solução para a prática mais relevante da fi- e interesses pessoais dos potenciais doadores. Famílias lantropia no País é uma lei forte de incentivo fiscal? interessadas em apoiar projetos ambientais, para idosos, Antes de discutir o que pode ou não ser feito por meio para alfabetização de adultos, entre muitos outros, não de uma canetada presidencial, é bom entender o pano- podem se valer do Fumcad. A conclusão evidente é: se rama atual. a única ferramenta disponível de incentivo fiscal à filantropia não promove o benefício previsto em lei, mesmo É inegável que hoje, no Brasil, há poucos mecanis- considerando os razoáveis motivos acima, é no mínimo mos eficientes de incentivo fiscal, assim como existe duvidoso imaginar que o incentivo fiscal seja o que a um desincentivo fiscal para doações. O Imposto sobre filantropia brasileira precisa. Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos (ITCMD) é um desses casos. Criada ...mas o dinheiro da filantropia deve sair como taxação sobre heranças, a legislação do imposto do seu bolso acaba abarcando, também, doações de pessoas físicas, Independentemente das questões específicas do Fumprovavelmente visando não deixar brechas na lei que cad, existem outras questões em debate. O que será permitam a transferência de patrimônio hereditário en- melhor: doar dinheiro diretamente para organizações
Lindenberg & Life 92
Porém, é importante notar que criar mecanismos oficiais que incentivem a filantropia não é, necessariamente, retirar recursos do governo. Uma saída seria criar um programa de prêmios e incentivos como o usado pela Nota Fiscal Paulista. Por exemplo: se a cada R$ 1.000 o doador ganhasse um cupom que concorresse a prêmios, esse valor poderia ser revertido para as organizações ou para os próprios doadores, o que equivaleria a, vamos dizer, 5% do total doado ao longo do ano. É importante notar que essa não é uma conta positiva para o governo, diferentemente da Nota Fiscal Paulista, onde o valor dos prêmios é tirado do próprio crescimento da arrecadação estimulada pelo pedido de notas fiscais. Porém, pode ser encontrado um valor percentual a ser usado nessa premiação que otimizaria o gasto do governo com o benefício social gerado. Outro ponto a ser levado em conta é o comportamento do filantropo diante desses incentivos. A pergunta inicial foi sobre como tornar a filantropia no Brasil mais relevante, e relevância não é medida apenas pelo número de zeros. Muito da efetividade de uma doação vem de como o filantropo a encara. Entender bem a causa que o move, conhecer as abordagens para se atacar aquela questão, conhecer as organizações que atuam na área, escolher bem qual organização apoiar, que projeto, que uso se fará do recurso, acompanhar a execução do projeto, avaliar o impacto gerado. Tudo isso acontece quando temos um doador envolvido com a causa. Uma ação efetiva de filantropia não precisa mudar o padrão de vida de ninguém. Mas quando o valor é demasiadamente pequeno, se torna insignificante e, com isso, o doador acaba não se importando muito para quem ou para o que está doando o dinheiro. Os motivos da doação são frágeis e não evoluem para um
comprometimento relevante do doador com a causa e a organização apoiada. Agora, quando a quantia é significativa, o interesse natural por saber para onde ela está indo aparece. Isso é bom não só para o doador, como também para a organização e para a causa social ou ambiental em questão. A pessoa se sentirá mais satisfeita conhecendo o impacto gerado pela sua doação, a organização tenderá a ter uma atuação mais transparente e melhor governança por estar sendo acompanhada de perto e quem doa se tornará um conhecedor e um porta-voz que irá promover um maior entendimento sobre determinado problema social. Mudar uma cultura começa pelo modo que você quer utilizar Incentivo fiscal é um atalho para o aumento da filantropia? Sem dúvida. O ponto aqui é saber como pode ser formulado esse incentivo, se lutar por um incentivo fiscal deve ser a principal bandeira do setor social, ou quanto um aumento do valor de doações virá acompanhado de um aumento na efetividade da filantropia, se motivado por incentivos fiscais. O mecanismo de como será esse incentivo é um ponto chave que responde a várias outras questões. Se for possível elaborar uma legislação que crie incentivos econômicos para a doação a ONGs, que não se reflita na queda significativa de arrecadação do governo, nem na quantidade de dinheiro que o doador efetivamente se desfaz, esse incentivo não correrá o risco de desvirtuar o papel da filantropia como agente complementar – e não substituto – ao governo, nem promoverá uma filantropia não comprometida por parte do doador. Como resultado final, podemos ter um mecanismo que induza ao amadurecimento de doadores regulares e sirva de atração para novos filantropos que serão atraídos para um processo que, se bem conduzido, pode resultar na criação de uma nova geração de filantropos efetivos. Mesmo com todos esses cuidados e bom planejamento, a falta de incentivo fiscal não pode ser colocada nem como principal barreira, nem como principal bandeira na busca por uma filantropia mais relevante. Mobilização do setor social, esclarecimento do papel das ONGs no desenvolvimento social do País, atuação profissional e competente no trato com os doadores são caminhos mais certos e bem embasados para alcançar esse objetivo. Buscar atalhos criados por “canetadas” no governo pode ser um jeito brasileiro de mudar as coisas, mas se queremos mudar nossa cultura filantrópica, não podemos incentivar a cultura das soluções rápidas e fáceis que levam a resultados dúbios, para dizer o mínimo.
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honestas que atuam em causas nobres, ou para o governo distribuir? A filantropia não deve visar a substituir o Estado, do mesmo modo que não pode se julgar o melhor mecanismo de alocação de recursos para desenvolvimento social. É notório que o Estado brasileiro tem sérios problemas de eficiência e de transparência na alocação de recursos, o caminho para corrigir isso não é pensarmos em como evitar que os recursos cheguem até ele. Não devemos estimular a crença de que “é melhor doar para uma ONG qualquer do que para o bolso de corruptos”. Se é grande a preocupação com a corrupção, o ideal seria valer-se da filantropia para apoiar organizações que combatam a corrupção. Diminuir em 0,00001% a quantia de dinheiro que o corrupto consegue roubar não parece o incentivo mais inteligente para ajudar a sanar os sérios problemas sociais do nosso país.
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