1ª Edição da Revista FullEnergy

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Editorial

O primeiro passo

Edmilson Jr. Caparelli Publisher

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empre admirei grandes empresários que vencem, dia a dia, as dificuldades, as oscilações do mercado e as incertezas econômicas. Ter como única certeza que nada é definitivo requer uma boa dose de experiência e criatividade para driblar os mais diversos obstáculos que a vida nos traz. Em se tratando do atual cenário econômico que estamos vivendo, acrescento também a coragem como determinante para seguir de maneira sensata e inteligente os negócios. Contudo, estamos vivendo tempos difíceis. Além de a economia jogar contra o nosso time, o setor de energia vive também o stress hídrico que vem tirando o sono de nossos executivos. Somase também a alta da conta de luz, que está sendo paga não só pela fonte, como também por todos os brasileiros. Algo que, cedo ou tarde, iria acontecer. Bastou tempo.

Mas, como há males que vem para o bem, talvez agora seja a hora de, finalmente, a sustentabilidade, ainda que tardia, entrar por definitivo na pauta das discussões e ações. Este é o momento de repensarmos o modelo de negócios, explorar fontes alternativas de energia e acreditar no potencial brasileiro. E essa foi a hora que nós, do Grupo Mídia, encontramos para lançar a primeira edição da Full Energy. Queremos conversar com todos de nosso setor, abranger o diálogo entre CEOs, CFOs, CIOs do segmento e levar para esses executivos uma leitura atual, criativa, com diversas soluções para os negócios. Esse é o nosso primeiro passo de uma longa caminhada que nos espera. Ainda temos muito que aprender, mas também temos muita energia para colaborar com o setor.




Perspectiva

Implantando a Liberdade Mercado Livre pode ser elemento eficiente na expansĂŁo da matriz elĂŠtrica brasileira 6

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Reginaldo Medeiros, Presidente da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel)

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resente de forma integral em 27 países europeus, atingindo diretamente mais de 450 milhões de habitantes, o Mercado Livre de Energia, implantado de maneira parcial no Brasil desde 1995, ainda busca a vitória diante de grandes desafios. Entre eles, a necessidade da adoção de uma agenda progressiva de ampliação para aliar preços mais competitivos com fontes limpas e segurança do sistema. Segundo o Presidente da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), Reginaldo Medeiros, outro grande desafio é fazer com que as autoridades entendam que o modelo pode ser um eficiente elemento de expansão da matriz elétrica brasileira, por meio de leilões destinados também ao Ambiente de Contratação Livre (ACL). “A Abraceel já encaminhou uma proposta ao BNDES no sentido de facilitar financiamentos necessários para a viabilidade de novas usinas de energia www.fullenergy.net

limpa, como as eólicas, solares, PCHs e biomassas”, diz. A necessidade de atenção defendida pelo presidente da instituição pode ser justificada em números. Atualmente, o Mercado Livre (ML) de Energia é responsável pela comercialização de 27% de toda a energia do País. “Nada menos do que 60% do PIB Industrial brasileiro está no Ambiente de Comercialização Livre (ACL)”, afirma. Medeiros ainda afirma que a estimativa é de que o ACL tenha ajudado o setor produtivo a economizar em torno de R$ 50 bilhões nas contas de luz. Para o presidente da associação, o ML passa por um período de estagnação após um rápido crescimento no volume de vendas entre os anos de 2004 e 2009. Ele acredita que uma série de regulamentos em análise irão criar condições objetivas para um novo período de expansão. Entre eles: (a) comercializador varejista; (b) cessão de montantes pelos consumidores livres;

(c) simplificação dos requisitos de medição; (d) financiamento para expansão da oferta destinada ao mercado livre; (e) novos mecanismos de garantias financeiras que dão mais seguranças ao mercado. Outro ponto salientado por Medeiros é a diferença entre o preço da eletricidade no ML e o preço spot. No segundo caso, o valor passa por um período de alta no valor, devido à escassez de oferta e também pelo atraso de obras, consequentemente, o uso pleno das termelétricas. “As recentes intervenções governamentais na área tinham boa intenção, mas foram danosas para o ML ao discriminar seus consumidores. Estima-se que a conta a ser paga pelos consumidores cativos nos próximos anos seja de R$ 50 bilhões em razão dos empréstimos tomados pelas distribuidoras de energia para honrar seus compromissos. Isto traz boas perspectivas para o mercado livre nos próximos anos”, afirma. 7


Perspectiva

Contornando a Crise Para Medeiros, o Brasil realizou uma forte expansão do sistema nos últimos anos com a inclusão de uma parcela significativa de consumidores, porém, sofre com uma dependência excessiva do regime pluviométrico, pois sua matriz é baseada principalmente em hidrelétricas. “Nesse sentido, é importante ampliar a presença do setor privado para continuar a garantir a expansão, com a diversificação de fontes, sobretudo as de menor impacto ambiental”, afirma. Segundo o presidente da associação, a abertura do mercado é uma das poucas saídas, se não a única para a crise setorial. “O Estado brasileiro não tem mais recursos para investir e não há muitas mágicas financeiras novas a se fazer. Todos os consumidores, inclusive residenciais, na União Europeia, na Austrália, na Nova Zelândia e em 22 estados dos Estados Unidos são totalmente livres para escolher seu provedor de energia elétrica. O Brasil precisa caminhar no mesmo sentido para obter baixo custo tarifário, expansão da matriz verde e eficiência energética”, diz. Medeiros afirma também que não há solução para o mercado livre sem uma solução para as três dimensões da crise atual do setor. “A primeira, a crise financeira na qual as empresas reguladas passaram a ser instrumento da política econômica do governo via intervenção no preço. A segunda, a crise de oferta, com a necessidade de aprimoramento no monitoramento das obras de geração, após sua outorga, bem como a unificação entre as outorgas de concessões de geração e transmissão”, diz.

Futuro Na opinião do presidente da Abraceel, os planos de energia precisam evoluir para uma maior participação da demanda no equacionamento da questão energética. Para os próximos anos, Medeiros, acredita que será preciso observar um importante avanço nas chamadas energias alternativas, como eólica, solar e biomassa. Outro ponto que deve se constatar nos próximos anos é a estimulação da eficácia energética, uma vez que, cada vez mais, os consumidores pretendem gerar a sua energia em casa.

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Petróleo, óleo e Gás

Indústria de petróleo e gás sugere mudanças à política de Conteúdo Local O Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) apresentou, no Rio de Janeiro, os resultados de um estudo sobre o que seria necessário para evolução e aprimoramento da Política de Conteúdo Local aplicada ao setor de óleo e gás do Brasil. Entre as propostas para os próximos leilões de petróleo e gás estão: as diretrizes de Conteúdo Local pré-estabelecidas no processo licitatório, como ocorre com o Conteúdo Local no Regime de Partilha; a simplificação da forma de ser aplicada e foco nos setores com maior valor agregado, em relação ao potencial de geração de emprego e tecnologia; a quitação de penalidades por meio de ações compensatórias de interesse do governo; a regulamentação pela ANP da cláusula Waiver, de Isenção da Obrigação de Cumprimento de Conteúdo Local; e reequilíbrio dos pesos dos itens do que será produzido, de acordo com o cenário vigente. Segundo Jorge Camargo, presidente da entidade, essas são propostas simples de aperfeiçoamento de políticas, não de mudança de política.

Nova data de novo leilão para exploração de petróleo é divulgada

O Ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, anunciou que o próximo leilão para exploração de petróleo e gás no Brasil será realizado em outubro. A 13ª Rodada de Licitações reunirá 269 blocos fora da área do présal que poderão ser explorados por qualquer empresa interessada que cumpra os requisitos, sem necessidade de associação com parceira brasileira, informou o governo. Segundo o ministério, Braga anunciou ainda que as próximas rodadas de licitação para concessão de áreas serão planejadas levando-se em conta vários fatores, entre os quais as necessidades das empresas petrolíferas, a demanda nas indústrias fornecedoras de serviços, a capacidade da indústria local, e os estudos realizados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) inclusive sobre as descobertas mais recentes.

Shell atinge produção de 100 milhões de barris no Espírito Santo Cem milhões de barris de petróleo. Essa é a marca que a Shell alcançou no Parque das Conchas, no Espírito Santo. O projeto, que é operado pela Shell, tem como sócios as empresas ONGC (27%) e QPI (23%). Já a Shell é dona de metade do projeto. O bloco tem atualmente 17 poços produtores em três campos (Argonauta, Ostra e Abalone), todos ligados ao navio-sonda Espírito Santo. A companhia está na fase 3 do projeto, que consiste na instalação dos equipamentos submarinos e que incluiu cinco novos poços de produção. Quando entrar em produção, a fase 3 do projeto deve atingir um pico de 28 mil barris de óleo equivalente por dia. 10

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USP inaugura novo laboratório no curso de Engenharia de Petróleo O curso de Engenharia de Petróleo da unidade de Santos da Escola Politécnica (Poli) da USP inaugurou o Laboratório Integrado de Simulação Tecnológica (Listec). O investimento de US$ 5,7 milhões em infraestrutura e hardware também inclui doações e licenças de uso de software. Os equipamentos adquiridos foram complementados por alguns dos mais modernos softwares utilizados na área, entre eles o Reservoire Managment Software (RMS), que permite tanto a visualização, quanto à interpretação de dados sísmicos, e a vinculação destes com os dados físicos do poço (geralmente obtidos junto à ANP ou às próprias empresas exploradoras).

Petrobras estuda ampliar canais de acesso de terminais aquaviários na baía de Guanabara A Petrobras já começou a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e de seu respectivo relatório (Rima). A pesquisa refere-se aos Terminais Aquaviários da Ilha Comprida e da Ilha Redonda, ambos na Baía de Guanabara, e será encaminhada ao Instituto Estadual do Meio Ambiente. O estudo trará uma análise sobre a viabilidade ambiental da realização de dragagem para formação do canal de acesso e adequação da bacia de evolução dos terminais. Essa etapa é necessária para aprovação do requerimento feito pela estatal de Licença Prévia feito ao Inea. Os terminais da Ilha Redonda e da Ilha Comprida são interligados por gasoduto à Refinaria Duque de Caxias (Reduq) e com eles são realizadas operações de cabotagem, importação e exportação de gás liquefeito de petróleo (GLP), butadieno e propeno.

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Petrobras consegue financiamento de US$ 3,5 bi da China A Petrobras conseguiu um empréstimo de US$ 3,5 bilhões, o equivalente a R$ 11,2 bilhões, com o Banco de Desenvolvimento da China (CDB). O acordo feito pelo Diretor Financeiro da estatal, Ivan Monteiro, é o primeiro passo de um plano de cooperação arquitetado pelas duas partes para os anos de 2015 e 2016. O financiamento chega em um momento que a Petrobras necessita preservar seu caixa. Além disso, também serão reduzidos os investimentos, com um corte de US$ 13,7 bilhões para os próximos dois anos. Em nota, a Petrobrás classificou o acordo como “um importante marco para dar continuidade à parceria estratégica entre o CDB e a Petrobras, fortalecendo sinergias entre as economias dos dois países”.

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Sustentabilidade

Foco na conscientização A missão de gerar energia com qualidade e sustentabilidade

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m dos desafios quanto ao compromisso empresarial no fornecimento de energia elétrica à população está na proposta de oferecer um serviço sustentável através de um processo de melhoria contínua. Os departamentos de meio ambiente, responsáveis pelas compensações sociais e ambientais como forma de mitigar impactos gerados pela instalação de usinas hidrelétricas, têm levado empresas a integrarem as considerações ambientais aos processos de tomada de decisão. Essa estratégia busca o aperfeiçoamento contínuo nas práticas de gestão ambiental em toda a cadeia produtiva da distribuição de energia e direciona o

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planejamento corporativo das empresas que atuam no setor elétrico. Essa prática sustentável é uma realidade na Usina Hidrelétrica Corumbá IV, em Luziânia (GO), no entorno do Distrito Federal. A Corumbá Concessões desenvolve nos sete municípios da área de abrangência do reservatório mais de 15 Programas Básicos Ambientais (PBAs), tais como Revegetação de Área da Preservação Permanente (APP), Monitoramento da Qualidade da Água, Controle de Processos Erosivos, Educação Ambiental, entre outros. Todas estas iniciativas são estabelecidas pelo Órgão Licenciador (Ibama). Um exemplo dessas ações é o Programa Alternawww.fullenergy.net


VOCÊ SABIA? A Corumbá Concessões recebeu, em 2012, a primeira renovação da Licença de Operação (LO) pelo Ibama, válida por seis anos.

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tiva Produtiva, que oferece capacitação às comunidades ribeirinhas para geração de renda de forma sustentável. Hoje, o projeto “Viveiros-Escola” ensina a população local a produzir mudas de espécies do Cerrado, estimulando a venda para complementação da renda familiar e o plantio para a recuperação de nascentes da região. Também fez parte deste programa o projeto “Balde Cheio” que, durante quatro anos, beneficiou cerca de 100 pequenos produtores de leite da região, que tiveram sua produtividade aumentada de 300 a 500%, em média. Esse resultado positivo refletiu diretamente na melhoria da qualidade de vida dos participantes do projeto. Já pelo Programa de Educação Ambiental, oficinas são realizadas nas escolas rurais com alunos e professores. O objetivo é diagnosticar problemas socioambientais dentro e fora do ambiente escolar. A iniciativa também trabalha com a conscientização do turista por meio das “Paradas Ecológicas”. Durante essas ações, os frequentadores do reservatório recebem orientações sobre o uso do lago, sobre a preservação da Área de Preservação Permanente (APP) e sobre a destinação com os resíduos gerados. Além disso, recebem material educativo e sacos de lixo biodegradáveis. Outra iniciativa que faz parte dessa proposta sustentável é Programa de Comunicação Social, que informa a população sobre as ações da empresa, principalmente aquelas relativas ao meio ambiente, saúde, educação e cidadania. As informações são divulgadas por meio do programa de rádio Ondas da Corumbá IV, veiculado na mídia da região, e do Informativo UHE Corumbá IV, de produção trimestral, que é distribuído aos moradores do entorno do reservatório. Além dessas práticas, a Corumbá Concessões realiza ações sociais de iniciativa própria, como construção/reforma de escolas rurais e construção de casa para famílias de baixa renda que foram desapropriadas, tudo visando ao equilíbrio ambiental e à melhoria da qualidade de vida das populações adjacentes ao reservatório. 13


Sustentabilidade

Marconi Araújo, Diretor-presidente da Corumbá Concessões S.A., conta que por se tratar de um reservatório de uso múltiplo, a companhia tem notado um crescimento e um potencial do ramo do turismo, o que dá oportunidades para moradores do entorno do lago. “Quando um empreendimento do porte da Corumbá IV chega a uma região, ele fica ali para sempre. Acreditamos que a convivência entre a Usina, os moradores e os gestores dos sete municípios do entorno acaba se tornando uma parceria”, afirma. Marconi revela que todos estes trabalhos são desenvolvidos por meio do Departamento de Meio Ambiente, com uma equipe multidisciplinar que atua de forma integrada na execução de todas as ações dentro dos PBAs de meios físico, biótico e socioambiental, estabelecidos pelo Ibama.

UHE CORUMBÁ IV EM NÚMEROS: • Volume de água do reservatório: 3,8 trilhões de litros. • Capacidade de geração de energia: 129,6 megawatts, suficiente para abastecer uma cidade de 250 mil habitantes; • Principais rios tributários: Corumbá, Antas, Alagados, Descoberto e Areias; • Cidades abrangidas pelo reservatório: Abadiânia, Alexânia, Corumbá de Goiás, Luziânia, Novo Gama, Santo Antônio do Descoberto e Silvânia.

Marconi Araújo, Diretor-presidente da Corumbá Concessões S.A. 14

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PLANOS Neste ano de 2015, a empresa continua investindo na conscientização do ribeirinho e do turista quanto à importância da preservação da APP e do uso responsável do reservatório. Segundo Araújo, outra meta da empresa é promover mais conscientização sobre a importância da recuperação e pre-

servação de nascentes. Por isso, a empresa está trabalhando na implementação de um novo projeto, chamado Água Viva, que pretende garantir a existência de água em quantidade e qualidade, já que é um recurso essencial a todos, não só à geração de energia. Por meio da Comunicação Social

proprietários têm sido orientados para regularizar estradas de acesso para o lago, passando pela APP, e para recuperar suas áreas degradadas. “O trabalho da empresa se intensifica quando há a participação do ribeirinho, o que fortalece o desenvolvimento sustentável da região”, destaca Araújo.

CONHEÇA ALGUMAS AÇÕES SUSTENTÁVEIS PARALELAS À GERAÇÃO DE ENERGIA • Proteção da fauna e flora Na Usina Hidrelétrica (UHE) Corumbá IV, antes do enchimento do reservatório, a empresa realizou uma grande ação de resgate de fauna e soltura de animais em locais apropriados. Hoje, a Área de Preservação Permanente (APP) do reservatório, que serve como um cinturão de proteção da água, permite a preservação da fauna e da flora. Há uma ação da empresa para recuperar áreas degradadas na APP com o plantio de espécies do Cerrado, o que inevitavelmente atrai mais animais e permite a reconstituição do ecossistema local. • Qualidade da água O reservatório da UHE Corumbá IV conta com um Programa de Monitoramento da Qualidade da Água que é realizado trimestralmente com o objetivo de monitorar a qualidade da água dos afluentes e do reservatório (no total são 21 pontos de coleta), por meio de análises físico-químicas e biológicas. Através desses monitoramentos é possível identificar, prevenir e indicar aos órgãos responsáveis ações de mitigação para os focos de fontes contaminantes que possam desaguar nos tributários do reservatório. • Compensação financeira A compensação financeira aos municípios é importante, pois tem a finalidade de mitigar o impacto provocado pelo empreendimento nos municípios atingidos pela inundação de terras. Na UHE Corumbá IV, a administração dos recursos repassados é feita pelo poder público municipal e a Corumbá Concessões não tem participação na gestão destes recursos, como ocorre em outras usinas.

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Gestão

Precaução Pesquisa revela como estão os ânimos dos CEOs do setor de energia. 48% dos executivos afirmam que estão preparados para entrar em novos negócios

O

s CEOs do setor de energia estão cautelosos quanto aos rumos da economia. Segundo a 18ª Pesquisa Global com CEOs da PwC, apenas 29% acreditam que o cenário econômico irá melhorar neste ano. Além disso, os executivos dizem estar menos confiantes quando questionados em aumentar, em pequena ou média proporção, as receitas comparados com os CEOs de outros setores. Toda essa cautela deve-se às tendências globais que estão influenciando os negócios, trazendo profundas implicações na indústria. Trata-se de fatores como mudança no comportamento dos clientes, concorrência com novos operadores, além dos rivais tradicionais e também da mudança na produção de tecnologias. “Contudo, são as questões regulatórias que mais preocupam os CEO do setor de energia. Cerca de 90% afirmam se preocupar com este fator, contra 66% de outros CEOs”, ressalta a pesquisa. 16

A pesquisa também revela que mais da metade dos CEOs ouvidos esperam uma maior competição para os próximos três anos se comparado aos outros executivos. Cerca de 30% de executivos de indústrias do campo da engenharia e de construção expressaram interesse em entrar para o setor de energia e mineração. Outro setor que também afirma investir em energia são os executivos do setor florestal, de papel e embalagens, que já estão migrando para o segmento através dos resíduos da madeira. E diante de um cenário instável, 48% dos executivos afirmam que já estão preparados para entrar em novos negócios ou estão analisando esta possibilidade. Os executivos do setor de energia também estão explorando oportunidades para criar novos valores através de novas tecnologias. Eles estão focados em tecnologias relativas à energia de alimentação, cyber segurança e data analytics. www.fullenergy.net


Investir em tecnologias móveis não é prioridade desses CEOs, diferentemente de outros executivos. Contudo, eles se mostram preocupados com o ritmo que a tecnologia está avançando, de 52% para este ano contra 32% no ano passado. Mas os CEOs que já utilizam as novas tecnologias digitais afirmam que os benefícios foram consideráveis, alcançando significativas melhorias operacionais, melhor uso dos dados coletados e mais capacidade da empresa em inovar. “Contudo, eles enfatizam que aumentar o valor desses investimentos não é tarefa fácil. É preciso uma visão clara e competitiva das vantagens a serem obtidas, um plano robusto e um CEO que defenda a utilização das tecnologias digitais”, ressalta a pesquisa. Alianças dinâmicas A porcentagem de CEOs que planejam formar novas alianças saltou de 39% para 52% este ano. Muitos ainda têm a esperança de unir forças com os fornecedores, governos ou clientes, mas 60% dos executivos entrevistados estão até mesmo trabalhando em conjunto com seus concorrentes. Os principais motivos para esta colaboração são o acesso a novas tecnologias, compartilhar riscos e reforçar a capacidade de inovação. Quanto à contratação de novas pessoas, 36% dos executivos afirmaram que este planejamento mantêm-se estável. Apesar de 70% estarem preocupados com a disponibilidade de profissionais com competência-chave, apenas 47% buscam talentos em outros países, em diferentes indústrias e segmentos demográficos. www.fullenergy.net

Os líderes dos setores de Energia elétrica e serviços de utilidade pública estão cautelosos sobre os rumos da economia e as perspectivas dos seus negócios: 68% acreditam que conseguirão elevar suas receitas nos próximos 12 meses, um índice bem abaixo da média global de 84%. Apenas 29% apostam que a economia crescerá este ano. Para eles, a regulação é um ponto sensível: 89% afirmam que isso terá um forte impacto sobre o seu negócio nos próximos cinco anos.

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Artigo de

mariano Ortega e Leonardo Benitez

Mariano Ortega, Especialista em Energia da Indra

Grandes desafios na evolução das redes inteligentes

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ontextualizar os desafios da energia no âmbito mais amplo da transformação que o setor está sofrendo é fundamental, devido à evolução tecnológica e de processos que implica as Redes Elétricas Inteligentes ou Smart Grids. Um de seus principais objetivos é a sustentabilidade, baseada na redução das emissões de CO2 e a melhoria na eficiência do sistema elétrico. O único modo de alcançar estes objetivos é estabelecer um modelo de abastecimento que fomente o surgimento e integração de novas formas de produção e consumo distribuído em uma operação coordenada e f lexível de geradores, operadores e consumidores. Para que isso se torne realidade, será neces18

sária a aplicação massiva de tecnologias da informação, como sensores, modelos, simulação em tempo real e avanços em pesquisas em relação a novos meios de armazenamento, inovação na eficiência das renováveis, entre outras. Estes elementos devem dar suporte a um novo mix de geração e integração da energia nas redes, com foco no uso das energias renováveis e em diferentes meios de armazenamento. Por outro lado, devem apoiar um novo formato das redes elétricas e dos mecanismos de operação, para assegurar a estabilidade das mesmas, o que implica na melhoria/transformação das atuais redes de transmissão e distribuição. O desenho de um mercado mais aberto é outra das exigências que podem ser apoiadas pela tecnologia. É de especial importância a www.fullenergy.net


Leonardo Benitez Diretor de Smart Energy da Indra

aplicação de um novo f luxograma de consumo de serviços, envolvendo um novo agente, o consumidor. O prossumidor, termo que significa produtor mais o consumidor, representa o elemento mais inteligente das Smart Grids com novas responsabilidades, como a predizer o preço da energia, fornecedor de armazenamento, produtor de energia ou fornecedor para outros consumidores. No entanto, o consumidor atual desconhece o papel que poderá desempenhar no novo cenário energético. A tecnologia também é um fator chave para impulsionar a integração dos serviços energéticos com outros serviços públicos e as grandes cidades, dentro do conceito de Cidade Inteligente ou Smart City. A partir da primeira geração de soluções tecnológicas orientadas às Smart Grids, que geralmente tratavam de estender as soluções clássicas ao novo cenário, hoje, vivemos a adoção das tecnologias mais inovadoras. É o caso das tecnologias que permitem o desenvolvimenwww.fullenergy.net

to sobre as redes de elementos de processamento inteligente, a exemplo: • Modelos de predição e simulação; • Detecção avançada de padrões em tempo real; • Emprego de novos canais de comunicação como as redes sociais para fomentar a relação entre as empresas de eletricidade e seus clientes e, com isso, a socialização dos futuros usuários de serviços públicos; • Desenvolvimento de modelos e ferramentas Cloud que proporcionam serviços finais (SaaS). Infraestruturas (IaaS) ou plataformas (PaaS), os quais permitem que negócios baseados na sensorização, medição e aplicação de algoritmos de otimização ou simulação deem serviço a múltiplos clientes. A relação da tecnologia com o setor energético é mais que um mero uso instrumental. Ser capaz de articular esta relação com empresas tecnológicas e energéticas latino-americanas de projeção global é um dos mais importantes desafios que temos. 19


Hidrelétrico

Autorizada a instalação de 1,8 mil km de linhas de transmissão Miracema-Sapeaçu

Novas tecnologias para a crise hidrelétrica Com o objetivo de aumentar o nível dos reservatórios do País, o governo vem buscando novas tecnologias, mais linhas de transmissão e também diversificando a fonte de geração de energia. “Estamos nos preparando fortemente para vencer o desafio de 2015 e poder entregar um modelo e um sistema elétrico a partir de 2016 que seja mais barato, mais seguro e com maior inovação tecnológica”, afirmou o Ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, em evento na sede da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAN). O estudo de uso de placas fotovoltaicas em flutuadores em uma área limitada dos reservatórios de hidrelétricas é uma das soluções inovadoras. Para tanto, serão espalhados milhares de metros quadrados de boias com painéis solares sobre o espelho d’água das usinas. Segundo técnicos do ministério, o uso desses flutuadores solares sobre os reservatórios pode aumentar em até 15 mil megawatts de potência. As barragens escolhidas para este plano foram a do Rio São Francisco (BA), no lago de Sobradinho. E a outra é no Amazonas, na barragem de Balbina. A escolha deve-se pelo tamanho das represas e também hidrelétricas serem controladas por estatais. 20

O Ibama autorizou a construção da linha de transmissão Miracema - Sapeaçu e das subestações associadas. O empreendimento é composto por 1.854,51 km de linhas de transmissão, que atravessam 47 municípios de Tocantins, Maranhão, Piauí e Bahia e cruzam os rios Tocantins, Parnaíba e São Francisco. Com isso, a região Nordeste passará a receber energia gerada na UHE Belo Monte e fazem parte das obras estruturantes que permitirão ampliar para 6.000 MW a capacidade de transferência de energia para a região Sudeste. Para este ano, está prevista a expansão das linhas de transmissão em 7.120 Km. No ano passado, a expansão das linhas de transmissão foi de 8.876 km.

Justiça do RS autoriza a retomada das obras da Usina Hidrelétrica de Baixo Iguaçu As obras da Usina Hidrelétrica de Baixo Iguaçu, localizada no sudoeste do Paraná em uma área vizinha ao Parque Nacional do Iguaçu (PNI), poderão ser retomadas a qualquer momento. A decisão é do Tribunal Regional Federal (TRF) da 4º Região, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. A construção estava parada desde junho de 2014, quando o Tribunal emitiu uma liminar suspendendo a licença ambiental do Instituto Ambiental do Paraná (IAP). O TRF afirmou que ao emitir a liberação o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) não considerou a manifestação prévia do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que administra o parque. A suspensão continuaria vigorando até que o ICMBio emitisse um novo consentimento sobre a construção da usina, o que foi feito no dia 8 de janeiro deste ano.

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Linhas para escoar energia de Belo Monte têm leilão previsto para junho Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), as linhas de transmissão para escoar a energia da usina de Belo Monte somarão um investimento de R$ 7,7 bilhões. O leilão dessa linha que ligará a hidrelétrica, no Pará, às regiões Sudeste e Centro -Oeste está previsto para ser realizado no dia 26 de junho. São mais de 2.500 quilômetros de linha. O consórcio vencedor terá que construir duas estações conversoras, mas subestações Xingu, no Pará; e também o Terminal Rio, no Rio de Janeiro. O projeto prevê a construção de uma corrente contínua, com subestações apenas no início e fim da linha, diminuindo perdas do transporte de energia. A entrega das obras está prevista para setembro de 2020 e a ANEEL prevê a geração de 15,4 mil empregos com a construção do linhão. Os interessados em disputar a linha deverão depositar R$ 77 milhões para participar do leilão e o vencedor deverá apresentar uma garantia de fiel cumprimento de R$ 770 milhões, o equivalente a 10% do valor do investimento. Também deverá ter patrimônio líquido mínimo de R$ 770 milhões. O primeiro linhão foi leiloado em fevereiro do ano passado e será operado pela concessionária formada pela chinesa State Grid (51%), Furnas (24,5%) e Eletronorte (24,5%). Esta também será de corrente contínua de 800 kV e custará cerca de R$ 5 bilhões.

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Programa Cultivando Água Boa, da Itaipu, é premiado pela ONU O programa “Cultivando Água Boa”, da Itaipu Binacional, foi reconhecido pela ONU entre as melhores práticas de gestão de recursos hídricos do mundo. O projeto concorreu com 40 iniciativas de todo o mundo e conquistou o 1º lugar na categoria “Melhores práticas em gestão da água” da 5ª edição do Prêmio Água para a Vida 2015. O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-Moon, afirmou que o programa “é uma iniciativa que tem potencial para transformar a vida de milhões de pessoas, porque apresenta possibilidades extraordinárias”. O programa fundamenta-se na gestão integrada de bacias hidrográficas e atua por bacia, sub-bacia e microbacia. O objetivo é garantir a quantidade e a qualidade das águas, além, claro, da sustentabilidade do território. Hoje, o programa Cultivando Água Boa é desenvolvido nos 29 municípios da Bacia do Paraná 3, no Oeste do Paraná, onde vivem mais de um milhão de pessoas. As ações socioambientais são feitas em parcerias com prefeituras, órgãos públicos, empresas e a comunidade, somando mais de dois mil parceiros. 21


Artigo de

Adriano Pires

Adriano Pires, Diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE)

Racionamento ou Racionalização

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governo lançou em março um conjunto de medidas pela garantia de segurança no fornecimento de energia elétrica sem que seja necessário o decreto de racionamento de energia elétrica no País. Mesmo diante da conjuntura atual do setor, a hipótese de racionamento de energia elétrica é afastada pelo governo, que teme o impacto político negativo e econômico da decisão. No entanto, investidores e agentes do setor elétrico temem a opção pela racionalização. Com a finalidade de evitar o racionamento de eletricidade no País em 2015, o governo iniciou um conjunto de ações visando ampliar a oferta de energia, sendo a

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principal o tarifaço. A expectativa do governo é que os reservatórios das usinas hidroelétricas (UHEs) do Sistema Interligado Nacional (SIN) atinjam 30% de nível de armazenamento médio em abril, quando acaba o período úmido. Dessa forma, considerando que historicamente o nível dos reservatórios recua cerca de 20 pontos percentuais no período seco, a estimativa é chegar a novembro com ao menos 10% de estoque, o limite operacional das UHEs, de acordo com o governo e seus agentes. Com base nas expectativas de redução do consumo pelo segmento industrial e no tarifaço, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) tem uma proje-

ção oficial de consumo de energia elétrica de 2015: uma elevação de 3,2% para um aumento de 0,2% em relação ao consumo de 2014. Os agentes do setor temem os impactos da racionalização do consumo de energia elétrica. A redução voluntária do consumo poderá gerar mais prejuízo para geradoras e distribuidoras do que a diminuição compulsória da demanda, além de adiar o risco de desabastecimento para 2016. A complexidade atual do setor elétrico torna a racionalização do consumo elétrico um agravante para as geradoras, que enfrentam pressão de custos por conta do déficit de geração hídrica. Isso, porque a redução voluntária do www.fullenergy.net


consumo e o acionamento térmico permanente, a fatia da geração por fonte hídrica seria menor. Tal fato obrigará as UHEs a incorrer em custos mais elevados, porque a diferença entre a garantia física (GSF - generation scaling fator) das UHEs e o que elas efetivamente produzem deverá ser adquirido no mercado de curto prazo, sujeito as oscilações e elevações do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD). Estima-se que em 2014, com déficit de geração de 10%, as geradoras de energia hidroelétrica tiveram gastos de cerca de R$ 20 bilhões. Em 2015, uma demanda menor pode levar o déficit hídrico a 30%, de acordo com estimativas de mercado, o que exigirá desembolsos em torno de R$ 52 bilhões. Em um cenário em que o racionamento fosse decretado, as garantias físicas das UHEs seriam www.fullenergy.net

reduzidas, diminuindo a necessidade de contratação de energia elétrica no mercado spot e o impacto disso sobre os custos. Segundo estimativas de agentes do mercado, caso o governo decrete racionamento de 10% na demanda, as receitas das UHEs cairiam 47% no ano. Em caso de redução voluntária da demanda, também, em 10%, a queda de receita chegaria até a 62% em 2015. As distribuidoras também podem ser mais prejudicadas pela racionalização do que pelo racionamento, embora em menor proporção. No caso de um decreto para reduzir a demanda, há cláusulas de reequilíbrio de contrato que compensam as perdas com o volume menor entregue aos consumidores. Sem esse decreto, as companhias ficam sujeitas a perdas de faturamento por conta do consumo menor. Dessa forma, a

racionalização pode causar um descompasso entre os custos e as receitas. Há ainda a possibilidade de ampliação do índice de perdas das concessionárias de distribuição, com o aumento da inadimplência e o furto de energia. A opção do governo pela chamada racionalização do consumo de energia elétrica, denota que as decisões permanecem unilaterais, sem considerar as ponderações dos principais atores do setor. Além disso, o cunho curto prazista e populista do governo conservamse como característica principal, também, dessa nova estratégia. Ao escolher a racionalização, ao invés de decretar o racionamento de energia elétrica, os problemas do setor estão sendo empurrados para frente, ao não fornecer uma solução sólida para o adequado equilíbrio entre a oferta e a demanda nos próximos anos. 23


biomassa Banana e laranja podem ser fonte de Bioetanol A produção de energia por biomassa está indo mais longe, e já permite o desenvolvimento de energia veicular, o bioetanol, através de resíduos de duas das frutas mais cultivadas no Brasil: laranja e banana. A Unesp (Universidade Estadual Paulista), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), desenvolveu um estudo coordenado pelo professor Crispin Humberto Garcia Cruz, professor titular da Unesp, no campus de São José do Rio Preto, e desenvolvido pela doutoranda Michelle Cardoso Coimbra. Segundo os pesquisadores, as respostas obtidas em laboratório ainda não podem ser simplesmente extrapoladas para um processo industrial em grande escala, mas servem como uma estimativa. Cruz acredita que, se todos os resíduos resultantes das culturas de laranja e banana fossem convertidos em etanol, haveria uma produção anual de 658 milhões de litros. O alto valor das enzimas necessárias para a liberação dos açúcares na etapa de hidrólise da celulose e da hemicelulose é um dos principais problemas para a produção em larga escala deste biocombustível. Apesar dos altos custos, os pesquisadores consideram o etanol de resíduos de frutas uma opção comercialmente promissora.

Baixa na cogeração por biomassa em março Durante os primeiros 23 dias do mês de março, foram ofertados 648,695 megawatts médios (MW) de energia de biomassa no Brasil. Número 3,27% menor se comparado aos 670,632 MW produzidos no mesmo período de 2014. De acordo com o balanço realizado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), do Ministério das Minas e Energia (MME), a oferta de MW por biomassa representou 4,2% dos 15,7 mil MW médios gerados por térmicas nos primeiros 23 dias de março. 24

Governo prepara três leilões de biomassa em 2015 Em entrevista coletiva no primeiro trimestre deste ano, a Ministra da Agricultura, Kátia Abreu, afirmou que o governo realizará ao menos três leilões de biomassa neste ano. O primeiro, ocorreu em 24 de abril com geração de energia programada para começar a partir de janeiro de 2016. O segundo, chamado de A5, aconteceu em 30 de abril, com geração a partir de janeiro de 2020. O terceiro leilão está programado para 24 de julho, com geração para janeiro de 2018. www.fullenergy.net


Usinas de Bioeletricidade recebem selo de energia verde

AQUI TEM ENERGIA VERDE O selo lançado pela UNICA em parceria com a CCEE já certificou 30 usinas sucroenergéticas que produzem bioeletricidade para consumo próprio e para o Sistema Elétrico Nacional (SIN). A certificação, primeira no Brasil focada estritamente na energia produzida a partir da cana-de-açúcar, visa reconhecer tanto as usinas que produzem bioeletricidade para a rede, como aquelas que produzem apenas para o próprio consumo. Caso a unidade produtora de bioeletricidade seja exportadora de energia para a rede, adicionalmente deverá estar adimplente junto à CCEE e promover geração de bioeletricidade conforme os critérios determinados de eficiência energética.

Energia de Biomassa poupa água em hidrelétricas Um dado divulgado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) apontou que a a bioeletricidade representou mais de 4% do consumo nacional de eletricidade ao longo de 2014. Foram ofertados para o Sistema Elétrico Brasileiro quase 21 mil GWh, um valor 18% maior em relação a 2013. Esta fonte alternativa de energia chegou a atingir 7% durante o chamado período seco, entre os meses de maio e novembro. Essa geração através de fonte biomassa foi equivalente a poupar 14% da água nos reservatórios das hidrelétricas do submercado elétrico Sudeste/Centro -Oeste, principal do País, responsável por 60% do consumo de eletricidade. Segundo Vice-presidente da COGEN, Newton Duarte, isto demonstra o papel estratégico da fonte biomassa para a matriz elétrica brasileira. Além disso, os 21 mil GWh de biomassa evitaram a emissão de 10,7 milhões de toneladas de gás carbônico (CO2) em 2014.

Inovação no setor Pesquisadores da Universidade de Houston (EUA) desenvolveram uma bateria feita com material orgânico, de baixo custo e sem afetar o meio ambiente, empregará, como ingrediente, um polímero feito a partir da biomassa. A matéria-prima é produzida a partir do polímero naphthalene-bithiophene. Com o uso de íons de lítio, os pesquisadores descobriram que o polímero de biomassa tem significativa contribuição de condutividade eletrônica e manteve-se estável durante centenas de ciclos e cargas e descargas de energia. www.fullenergy.net

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Oléo e Gás

Visão 2040

Estudo realizado pela Deloitte mostra como questões econômicas, sociais e geopolíticas influenciarão o setor de óleo e gás mundialmente 26

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E

nquanto diversos setores do País vivem o pesadelo da crise econômica e política, a exploração das reservas da camada de pré-sal parece não sentir tamanhos problemas. O País pode se preparar para um salto na produção diária de óleo. Contudo, diversas variáveis interferem para que este sucesso seja, de fato, alcançado. O estudo realizado pelo Centro de excelência (CoE) de Óleo e Gás da Deloitte em conjunto com a Monitor Deloitte trouxe um completo levantamento de como as incertezas do mercado poderão alterar o panorama da indústria até 2040. Intitulado “Visão 2040 – Cenários mundiais para a indústria de óleo e gás”, a pesquisa traz a análise de especialistas sobre o contexto atual da indústria e as forças que influenciam o setor, levando em conta o cenário econômico,

questões geopolíticas, dados demográficos e sociais e análises de fatores específicos. Foram combinados três ambientes distintos. São eles o contextual (mudanças socioeconômicas, avanços tecnológicos e geopolíticas); indústria (dados sobre mercado, clientes, competidores, produtos, serviços e operações); organizacional (provê o conhecimento sobre a empresa que vai utilizar o cenário em sua estratégia). Somam-se a esses dados as tendências, que são direcionamento esperados para a indústria, e incertezas críticas, fatores sobre os quais há maior grau de imprevisibilidade. Por fim, têm-se os cenários que vislumbram o futuro em questão. No estudo foram identificadas quatro tendências determinantes para a indústria de óleo e gás. São elas:

Fatores sociodemogr áficos Haverá mais demanda de energia devido ao crescimento a população mundial. Segundo o estudo World Urbanization Prospects, concluído pela ONU, em 2011, a população crescerá em um ritmo de 0,8% ao entre 2010 e 2040, o que equivale a 6,9 bilhões em 2010 para 8,9 bilhões de pessoas em 2040. Vale ressaltar também o crescimento da população urbana, que demanda mais energia. Segundo projeções da ONU, até 2040 a população urbana global equivalerá a quase o dobre da população rural. Eficiência energética Os avanços tecnológicos acabam por resultar em um aproveitamento energético. Exemplo disso é a busca por produtos como automóveis, eletrodomésticos, maquinário e dispositivos eletrônicos que consomam menos energia. Pesquisa realizada pelo banco Mundial afirma esta tendência, indicando que entre 1980 e 2010, o PIB global aumentos, contudo o consumo de energia caiu 33%. Custo da extr ação Exceto as reservas do Oriente Médio, grande parte do petróleo no mundo requer operações mais caras e complexas, como aquelas concentradas na Venezuela, Rússia e Canadá, que contém óleo pesado ou estão localizadas em areias betuminosas, fatores estes que interferem no custo da exploração. Segundo o estudo, o Brasil será uma área de forte crescimento da produção petrolífera nos próximos anos, devido à exploração das vastas reservas do pré-sal. Vale ressaltar que esses recursos encontram-se em áreas offshore ultraprofundas, a cerca de 300 quilômetros da costa, com elevado custo de extração. www.fullenergy.net

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Oléo e Gás

Gás não convencional Ainda de acordo com a pesquisa, as fontes não convencionais de gás natural devem manter sua relevância no panorama energético nos Estados Unidos e Canadá. Segundo a EIA (United States Energy Information Administration), em 30 anos – 2010 a 2040 – a participação do gás não convencional na da produção de gás natural nos Estados Unidos saltará de 61% para 79%. Prevê-se que em 2020, o País deverá ter condições de passar a ser um exportador líquido. Outro caso que se destaca é o Canadá, que é um País exportador cuja fatia do shale gas no total da produção será de 84% maior do que nos Estados Unidos em 2040. Por se tratar de um forte crescimento apenas na América do Norte, o estudo pontua este fator como incerteza, não uma tendência. Incertezas críticas O estudo também traz as incertezas críticas sob duas esferas: ambiente político-econômico global e a competitividade das fontes de energia. Na primeira questão estão as tensões políticas regionais que possuem dois extremos. Há o acirramento das tensões políticas regionais, dificultando o livre comércio e diminuindo da produção de riqueza. Por outro lado, há um ambiente político mais pacífico, ofertando condições um “período prolongado de bonança econômica”. Neste caso, surgiria um crescimento ordenado, com a retomada da integração de mercados globais, novos acordos multilaterais e resolução das negociações em curso na OMC. Com isso, a indústria de óleo e gás sofre forte influência, afinal tempos estáveis oferecem condições favoráveis; e períodos de guerra e disputas levam às oscilações de oferta e preço. As movimentações sociais precisam ser olhadas com atenção, principalmente pela indústria de petróleo, uma vez que várias delas localizam-se em países importantes para a cadeia internacional de óleo e gás. Cabe salientar o desenvolvimento econômico de países emergentes, como a China, que

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na década passada registrou um crescimento superior a 10%, e hoje assiste esse desenvolvimento caindo, refletindo na queda das importações. Os estudiosos apostam na Índia, que pode assumir o papel de “locomotiva global”, porém ainda falta para o País a capacidade de suprir a carência de infraestrutura. Ao lado da Índia, outros País também fazem parte do novo ciclo de crescimento global, como é o caso do Brasil, México, Colômbia, Turquia, Vietnã, Malásia e Indonésia. “Todos apresentam como potencial vantagem a proximidade de grandes centros econômicos e um forte crescimento demográfico, o que contribui com a força de trabalho e com o mercado consumidor. Entretanto, assim como a Índia, todas essas nações precisam sanar lacunas básicas de infraestrutura e elevar seus patamares de produtividade”, ressalta o estudo. Cinza ou verde? O estudo levanta a questão sobre a redução do consumo de combustíveis mais poluentes. Logo, os investimentos em fontes alternativas tendem a crescer e alguns exemplo já podem ser citados, como o desenvolvimento do mercado de gás natural na América do Norte e a procura de veículos motores flex no Brasil. Contudo, tais fontes ainda não provaram sua total viabilidade econômica, apresentando custos mais altos que os do petróleo e carvão. Isso sem contar a falta de políticas de incentivo para a adoção dessa nova matriz energética. Despontam-se dois tipos de futuros. O cinza que, segundo a pesquisa, reflete uma economia muito dependente de fontes www.fullenergy.net

convencionais. E o verde, com o uso de energias alternativas, renováveis e menos poluentes. Com isso, o mercado global de gás natural também emergiria, aproveitando a expansão da produção em vários pontos. Mercado global A pesquisa afirma ser possível pensar na expansão de uma rede internacional de distribuição de gás natural, aumentando, assim, a relevância do recurso na matriz energética do mundo. Para tanto, é preciso um aumento na produção global para a oferta aos mercados consumidores, consequentemente, barreiras e especificidades de cada País produtor devem ser consideradas nos acordos de exportação. Deve-se, também, comparar o poder real de competitividade do gás natural liquefeito (GNL) com outras fontes de energia. Ainda analisando o mercado global, desponta o papel dos Estados Unidos, que possuem restrições legais sobre o volume de gás que o País pode exportar. Por outro lado, vale ressaltar que o Governo de Barack Obama aprovou 29


Oléo e Gás

a construção de grandes instalações de liquefação que, quando concluídas, poderão exportar gás natural para Europa e Ásia. Mesmo com todas essas previsões, muito provavelmente os principais produtores de petróleo continuarão exercendo influência no mercado global. Ressalta-se aqui o papel do México que, com a recente mudança de sua legislação que derrubou o monopólio da estatal Pemex, poderá produzir até 2025, 4 milhões de barris por dia, tornando o quinto maior produtor do mundo. O futuro O estudo da Deloitte apresenta diversos cenários para o setor. Entre eles está a globalização sustentável, em que predomina a estabilidade geopolítica, favorecendo o crescimento econômico e a cooperação comercial entre os países. Predomina-se o crescimento ordenado e um futuro verde, com maior demanda por fontes renováveis e limpas de energia. A Índia substituiria a China como “motor do mundo”, em seguida estão México, Indonésia, Malásia, Vietnã, Colômbia, Brasil e Turquia. O mercado global de gás natural líquido (GNL) seria abastecido pelo boom na produção dos Estados Unidos, Austrália, China, Argentina e costa leste da África. Segundo a pesquisa, neste cenário o GNL passa a ser “um substituto viável e mais sustentável que o petróleo, com custos mais baixos e menor impacto ambiental, inclusive para prover suporte à crescente demanda por eletricidade, proveniente das grandes frotas de carros elétricos, finalmente viáveis em autonomia, performance e custo”. 30

Outra visão para o futuro é a queda da importância do petróleo, sendo substituído pelo forte impulso das fontes alternativas de energia diante de uma demanda menor de óleo por conta de um crescimento econômico menor, combinada com inovações e avanços tecnológicos nas fontes alternativas. Neste caso, desponta um eixo geopolítico em estagnação conflituosa e um possível futuro verde. Quanto ao contexto mundial, o desenvolvimento da China declinaria e a nenhum outro País emergente despontariam. O gás natural teria a oportunidade de ser uma alternativa mais viável e presente. A diminuição da demanda por petróleo e o aumento de gás natural faria com que o preço de ambas as commodities viesse a cair. Com isso, a extração do pré-sal brasileiro poderia se tornar economicamente inviável, www.fullenergy.net


ou seja, o recurso poderia assumir funções hoje cumpridas pelo petróleo, como matéria-prima para várias indústrias e como combustível. Para tanto, seria necessária a expansão da atual infraestrutura do setor, no Brasil e em toda a América Latina. Um terceiro cenário muito se assemelha com o anterior, com a diferença de que manteria no poder os países que, hoje, são líderes no mercado de óleo e gás, com o petróleo na dianteira da composição energética global. Com uma recessão mundial, a formação de um mercado globalizado seria comprometida, pois não haveria recursos para investimentos na infraestrutura, ou seja, países como China e Argentina não aproveitariam seu potencial. Com o petróleo mantendo a sua importância, países da Opep seguiriam no controle da oferta mundial, relativamente imunes às tensões políticas regionais. Para o Brasil, se os preços controlados pela Opep forem mantidos em nível baixo, automaticamente prejudicaria a exploração das reservas do pré-sal. Com a viabilidade econômica das operações no pré-sal em dúvida, o País poderia voltar a ser um importador líquido de combustível. A pesquisa também traz o cenário em que houvesse a competitividade entre as fontes de energia pendendo para o extremo cinza, sem a firmação das energias alternativas e o gás natural não seria comercializado em um mercado global. Consequentemente, as fontes de origem fóssil se uniriam à exploração convencional de óleo e gás a fim de suprir a demanda das economias emergentes. Com o aquecimento da demanda, o petróleo manteria-se em alta, mas também surgiria novas fontes fósseis. Segundo a pesquisa, “O www.fullenergy.net

óleo não convencional (tight oil e shale oil) ganharia grande impulso nos Estados Unidos e contribuiria com um aumento de mais de 50% na produção do País, até o fim da década de 2040. Os desafios operacionais da exploração em águas profundas e regiões inóspitas, como o pré-sal brasileiro e o continente ártico, seriam vencidos, trazendo mais oferta ao mercado”. Diante disso, o sucesso brasileiro com o pré-sal tornaria o País um alvo de investimentos estrangeiros; empresas chinesas e indianas deveriam marcar maior presença nas subsequentes rodadas de licitação de blocos exploratórios. Cenário alvo O estudo da Monitor Deloitte mostra um “cenário-alvo”, tendo como base a hipótese de que os combustíveis fósseis continua31


Oléo e Gás

rão sendo a principal fonte de energia do mundo. Consolida-se o mercado global de gás natural através da convergência de preços de GNL e à construção de infraestruturas. As fontes alternativas vão, aos poucos, ganhando seu espaço. Economias emergentes como a Índia, o México, a Indonésia, a Malásia, o Vietnã, a Colômbia, o Brasil e a Turquia, liderarão o crescimento mundial, assumindo papel cada vez mais relevante. Neste cenário a Índia também substitui o lugar da China, sendo o grande motor do de32

senvolvimento global. A oferta de petróleo segue em crescimento e com preços altos sob o controle da Opep, com seus países membros respondendo por 47% da produção global de óleo em 2038. A pressão nos preços favorece a exploração de reservas não convencionais e a exploração offshore de hidratos de gás começa a surgir perto de 2040 com uma nova alternativa. O caso base prognosticado pela Monitor Deloitte assume que “a demanda mundial por petrówww.fullenergy.net


Gás não convencional

leo vai atingir 100 milhões de barris por dia em 2040. A produção global de óleo cru deve crescer a uma taxa média de 1% ao ano; os países da Opep devem ultrapassar essa média, apresentando um crescimento anual de produção em torno de 1,4%”. Entre o período analisado na pesquisa, estima-se que as exportações de petróleo da América Latina tripliquem, puxadas inicialmente pelas reservas do pré-sal brasileiro e, na próxima década, com o aumento da participação da Venezuela e do México. Na Colômbia e no Peru, a produção também deve seguir essa tendência, mas sem grandes impactos sobre as exportações da região. Em nossa região, o Brasil deverá ser o principal consumidor de gás natural na região, com aumento constante da produção interna e elevação das importações de GNL a partir de 2034. Já a Venezuela desponta como fornecedora importante de GNL também a partir de 2025, aproveitando os preços bons e sua base de recursos, exportando principalmente para a Ásia (assim como o Chile). www.fullenergy.net

Uma cadeia eficiente de exploração, produção e comercialização de gás não convencional depende da formação de uma força de trabalho experiente, complementada por um setor de serviços bem desenvolvido. Para vencer os desafios tecnológicos e operacionais da extração do recurso, a cooperação entre indústria, universidades, laboratórios e demais centros de inovação é indispensável. Os altos custos das operações demandam condições favoráveis de crédito e financiamento. De sua parte, os governos precisam facilitar a atuação das empresas privadas, criando legislações mais favoráveis, oportunidades de cooperação e incentivos fiscais. Por fim, a instalação de uma infraestrutura de processamento e distribuição, viabilizando o acesso aos novos mercados consumidores, é fundamental, conforme informa o estudo “Visão 2040 – Cenários mundiais para a indústria de óleo e gás”, do Centro de excelência (CoE) de Óleo e Gás da Deloitte.

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Sustentabilidade

Bons Ventos

Presidente-executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) conta como setor alcançou maturidade aliando sustentabilidade e preços justos

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M

esmo com a atual crise econômica, o setor eólico brasileiro atravessa uma boa fase, marcada principalmente pelos bons resultados dos leilões. Pode se considerar que o segmento alcançou o nível de maturidade necessário para que toda a cadeia de suprimentos se desenvolva de modo sustentável. Um dos fatores mais favoráveis ao atual momento é a comercialização de energia eólica a preços adequados. De acordo com a Presidente-executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Elbia Melo, os gestores têm um papel importante na manutenção desta maturidade, com a constante busca de melhorias e desenvolvimento tecnológico, inovando nos processos e mecanismos das máquinas utilizadas no setor. Tudo isso, seguindo sempre o caminho mais adequado para a sustentabilidade econômica e ambiental. “As empresas têm se empenhado significativamente em desenvolver máquinas mais específicas e personalizadas de acordo com as características dos ventos Brasileiros, aproveitando mais eficientemente o recurso eólico”, diz. Com princípios governistas, Elbia afirma que, nos dias atuais, percebe uma maior aceitação da fonte eólica, principalmente pela participação nos leilões regulados promovidos a partir de 2013. “O governo tem ciência da importância e dos benefícios que a fonte

eólica proporciona. Diferentemente de outros países, onde esse tipo de energia é subsidiada, no Brasil não existe a necessidade de aporte financeiro governamental, justamente devido ao modelo de mercado que prioriza fontes mais competitivas”, afirma. E é exatamente no ponto de vista competitivo que a energia eólica também se destaca no mercado energético brasileiro, sendo a segunda fonte com maior poder de competição, perdendo apenas para as grandes hidrelétricas. Desafios Apesar do momento fortalecido, o mercado de energia eólica ainda enfrenta desafios, que, de acordo com Elbia, devem ser vencidos nos próximos anos. “Eles são consequência de uma cadeia produtiva, que se consolidou recentemente e venceu muitas etapas da curva de aprendizado, natural para o avanço do segmento”, diz. De acordo com a representante da associação, um deles são as novas regras do FINAME (BNDES), que estão em vigor desde janeiro de 2013 e contemplam quatro critérios a serem atendidos para ter a fabricação de equipamentos financiada por meio do FINAME. “Todos estes critérios estão relacionados com o aumento da produção de peças e componentes em território brasileiro, em unidades fabris próprias. Esta é uma medida que visa participação brasilei-

Os gestores têm um papel importante na manutenção da maturidade do setor, inovando nos processos e mecanismos, seguindo sempre o caminho da sustentabilidade econômica e ambiental”, Elbia Melo, Presidente-executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica)

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Sustentabilidade

ra nos processos e incentiva o aumento conhecimento industrial e tecnológico do setor. Atualmente, os fabricantes estão empenhados para atender as diretrizes da nova regulamentação”, afirma. Outro ponto ressaltado por Elbia é a logística, já que existem dificuldades em escoar a produção dos equipamentos eólicos e seus componentes para os locais onde os parques são instalados. Existe também o obstáculo da falta de dimensionamento desejável na malha rodoviária nacional para o setor, exigindo assim, mais investimentos em transporte por cabotagem. “A logística ainda precisa ser muito discutida, com o foco nos custos de transporte, qualidade das estradas e burocracia envolvida”, afirma. Elbia ainda cita temas como o licenciamento ambiental e patrimônio histórico, tributação, operação dos parques eólicos e os grandes blocos de parques eólicos que entrarão em operação, como pontos que merecem a atenção da ABEEólica. Futuro Voltado a se adequar às exigências e às necessidades atuais do Mercado para suprir a demanda do setor brasileiro, que cresce a uma taxa de, pelo menos, 2 GW a cada ano, Elbia, entende que, no futuro, é possível que a produção brasileira também seja destinada a outros países, com a tendência em ser um hub exportador. Atualmente, a capacidade instalada é de 5,05 GW distribuídos em 203 parques eólicos e a expectativa é fechar os próximos meses, alcançando os 7GW de potência eólica, chegando a 2ª posição no ranking mundial de países que mais instalou parques do tipo. Em 2013, o Brasil ficou na 7ª colocação. Outra expectativa da ABEEólica é de que em 2022, a fonte eólica deve representar 9,5% da energia elétrica no Brasil, correspondendo uma capacidade instalada de 17 GW.

Peças e Equipamentos Para Elbia, as novas regras para financiamentos do BNDES contemplam o aumento gradativo da nacionalização das peças e componentes dos aerogeradores ao longo dos anos. “O ponto é muito importante, pois reflete a fixação da tecnologia e conhecimento da indústria brasileira em nosso País”, diz. A presidente executiva da associação acredita que os fabricantes estão se desenvolvendo de forma satisfatória e com trabalhos voltados, cada vez mais, com foco na produção de peças em território nacional. Apesar de ainda importarmos parte dos insumos necessários para a indústria eólica, os fabricantes têm se adaptado fortemente às novas regras se mantendo no mercado brasileiro.

Confira o gráfico abaixo:

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Artigo de

Maria Tereza Vellano

Maria Tereza Vellano, Projeto Smart Grid da AES Eletropaulo

Automação na busca pela eficiência na era das redes inteligentes

O

s primeiros sistemas automatizados surgiram por volta da década de 1970. À época, o objetivo para essas aplicações era voltado, principalmente, para as indústrias. Em seguida, a automatização se estendeu para outras áreas. Daí nasceu os chamados prédios inteligentes, normalmente voltados para fins comerciais, com serviços de telecomunicações, segurança patrimonial, controle de acesso etc. Para entendermos os avanços da automação, é importante conceituarmos essa tecnologia. De acordo com o Wikipedia, automação (do latim Automatus, que significa mover-se por si) é um sistema automático de controle

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pelo qual os mecanismos verificam seu próprio funcionamento, efetuando medições e introduzindo correções, sem necessidade da interferência do homem. Automação também pode ser traduzida como um dispositivo controlado. Por isso, é usado em diferentes setores, como automotivo, industrial, construção, residencial e, inclusive, na área de energia. O uso dessa tecnologia em diferentes segmentos tem em comum as funcionalidades, aquisição de dados, monitoramento e controle, utilizando software e hardware específicos, comunicação e dispositivos de sensores automáticos e/ou controlados remotamente.

É impossível melhorarmos a eficiência na distribuição de energia elétrica, sem utilizarmos a automação. Além do mais, estamos em uma era digital, no qual estão sendo desenvolvidas tecnologias que possibilitam os investimentos em automação em larga escala. Os chamados Smart Grids (redes inteligentes), nada mais são do que a aplicação intensiva da automação em todos os níveis, desde os centros de operação até os consumidores, abrangendo a rede elétrica como um todo. Os equipamentos de automação instalados na rede elétrica, principalmente na aérea, funcionam integrados e são controlados remotamente pelos sistemas SCADA (Suwww.fullenergy.net


pervisory Control And Data Acquisition), instalados nos Centros de Operação da Distribuição (COD) das concessionárias. Os CODs monitoram desde as subestações até a energia que chega nas casas das famílias. Nessas centrais também existem softwares, como o OMS (Outage Management System), DMS (Distribution Management System) e MWM (Mobile Workforce Management), que analisam as informações recebidas via call center, identificam o local da ocorrência, enviam a equipe mais próxima e acompanham todo o processo até a finalização do atendimento. No setor elétrico, dispositivos automatizados possibilitam a autoconfiguração da rede elétrica, dependendo do tipo de ocorrência. Entre estes, os principais são os religadores automáticos. Esses www.fullenergy.net

equipamentos, como o nome já diz, possibilitam o religamento automático da rede, em caso de defeitos transitórios, como um galho de árvore que bate nos fios e depois cai. Neste caso, não é necessário que uma equipe de manutenção vá até o local para inspecionar e religar o sistema, evitando deslocamento e reduzindo o tempo de interrupção. Outra característica de uma rede automatizada é o isolamento do defeito, por meio de detectores de falhas em conjunto com os religadores automáticos. Com isso, o trecho afetado por uma ocorrência é muito menor, além de melhorar a assertividade na identificação dos pontos de rede elétrica com problemas. Essa função também é utilizada em casos dos desligamentos programados para modernização do sistema elétrico. Automação é uma das cha-

ves para se alcançar o padrão de qualidade exigido, e merecido pelo cliente, já que contribui para reduzir a duração da falta no suprimento de energia e o tempo de deslocamento das equipes para reparo no sistema. Em alguns casos, o cliente nem irá perceber que houve alguma alteração no fornecimento de energia, tendo em vista que os equipamentos irão fazer a reconfiguração automática da rede elétrica, diminuindo o trecho afetado por algum problema. Por tudo isso, todas as empresas do setor elétrico, principalmente as distribuidoras, devem estar atentas às inovações tecnológicas, a fim de aprimorar a eficiência do sistema de energia e colocar o Brasil na vanguarda das redes inteligentes. Não basta termos um “Grid”, é necessário termos uma rede “Smart”. 39


eólica Novos Centros Dois novos centros voltados para a operação e manutenção de aerogeradores serão construídos no Brasil. Os espaços contarão com técnicos e engenheiros da GE dentro de complexos eólicos operados pela Casa dos Ventos e outros clientes na Chapada do Araripe (PI/PE) e em Garanhuns (PE). Dois centros de serviços próprios da GE já estão operando, o primeiro na Bahia e o segundo no Rio Grande do Norte. Os dois novos centros virão para servir às mais de 900 turbinas da empresa que estão em operação ou instalação no Brasil.

Expectativa de crescimento Encomenda de energia eólica

A empresa americana MidAmerican Energy acaba de fazer à Siemens Energy a maior encomenda de energia eólica do mundo. A encomenda de 448 aerogeradores e capacidade total de 1,05 GW representa também a maior encomenda de turbinas eólicas para a Siemens, cada uma com 2,3 MW e 108 metros de diâmetro, devem ser instaladas em cinco diferentes projetos em Iowa (Estados Unidos) e abastecerá cerca de 660 mil lares com energia limpa. Os projetos eólicos fornecerão a energia “eco-friendly” para 660 mil lares, que serão concluídas em 2015. A Siemens já instalou 1,2 GW de capacidade eólica para MidAmerican Energy até o momento. 40

Projeções da Abeeolica (Associação Brasileira de Energia Eólica) indicam que, em 2015, a capacidade instalada de energia eólica no Brasil deve aumentar dos atuais 6 gigawatts (GW) para 9,8 GW, cerca de 60%. A energia eólica representa 4,5% dessa matriz, atualmente, com 241 usinas instaladas, gerando pouco mais de 6 GW. O crescimento da energia eólica no Brasil tem sido constante nos últimos anos. Em 2013, foram contratados 4,7 GW de projetos eólicos, e em 2014, 2,3 GW - todos a serem implantados até 2019, quando a capacidade eólica brasileira deverá atingir 15,2 GW.

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Aerogerador inovador A Siemens acaba de instalar o seu novo aerogerador de acionamento direto de 6 MW, pronto a comercializar, nos terrenos de teste do fornecedor de energia SSE, o maior produtor de energia renovável do Reino Unido. A empresa prevê a realização de testes finais com o cliente para preparar a produção em série, tanto para o mercado britânico como para o mercado internacional.

Investimentos no Amazonas Conforme anunciado pelo Ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, o Governo deverá investir cerca de R$ 6 bilhões até 2018 no Estado do Amazonas. Os novos recursos embasarão a construção de novas usinas, a integração de novos municípios ao Sistema Interligado Nacional (SIN), a criação de novas linhas e subestações, instalação de novas redes de distribuição, e a expansão do Programa Luz para Todos. Também será aprimorada a gestão da Eletrobras Amazonas Energia, modernizando seus processos e garantindo um atendimento de qualidade a todos os seus consumidores. As redes de distribuição receberam aportes de R$ 754 milhões, sendo R$ 490 milhões para redução de perdas de energia. O programa Luz para todos prevê 10.200 novas ligações em 2015 e 2016 com, aproximadamente, 51 mil pessoas atendidas e um investimento de R$ 195 milhões. A estimativa do Ministério de Minas e Energia é que, até 2018, o Luz Para Todos atinja 12 mil novas ligações em todo o Estado do Amazonas.

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Panamá terá maior parque eólico da América Central

O Panamá recebeu, recentemente, a instalação da primeira turbina do Parque Eólico Penonomé. O parque eólico é um dos três maiores da América Latina e de longe o maior da América Central. O governo panamenho planeja ainda outros 16 projetos eólicos com a intenção de transformar a energia eólica na solução para o problema de fornecimento elétrico no verão. O País tem 60% de sua matriz composta por hidroelétricas e estiagens são comuns entre dezembro e fevereiro.

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Em cordas bambas 42

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Os reflexos da crise econômica no setor de energia

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uais são os principais desafios do setor de energia do Brasil frente ao atual cenário econômico? São várias as respostas para essa complexa questão, contudo, os primeiros sintomas já vêm antes dos contratempos do cenário atual. A emissão da Medida Provisória 579, já convertida em lei, foi o primeiro passo. “O governo federal, visando à modicidade tarifária como benefício ao consumidor final, decidiu, entre outros assuntos, promover a antecipação do vencimento das concessões de geração, transmissão e distribuição para os contratos assinados antes de 1995 com vencimento concentrado em julho de 2015. O governo federal deu a opção às empresas de renovar as concessões por um prazo adicional de 30 anos, alterando a remuneração das concessões de geração e transmissão. Ou seja, as empresas teriam direito a receber indenização do valor residual dos ativos existentes (infraestrutura), ajustado por critérios www.fullenergy.net

definidos pelo governo (valor justo regulatório)”, afirma Iara Pasian, Sócia-líder para atendimento das empresas de energia e infraestrutura da Deloitte. E para continuar operando os ativos existentes, as concessionárias que optaram pela renovação da concessão tiveram na receita garantida dos novos contratos o recebimento do custo de operação e manutenção regulatório (base teórica de empresa eficiente), acrescida de remuneração de 10%. “Com essa nova lei, o governo previu uma redução de até 20% nas tarifas de forma permanente. No entanto, a redução amplamente divulgada naquele momento não produziu os efeitos desejados.” Entre as consequências está o desequilíbrio no setor. Hoje, por exemplo, a grande questão para o governo está em atrair interessados para participar desses leilões. Caso essa remuneração não seja melhorada, o risco é de ocorrer reestatização dessas empresas, alterando o acionista de governo estadual

para governo federal. “Nesse caso, se o governo alterar a remuneração estabelecida pela nova Lei, como fica a situação das concessões que optaram pela renovação antecipada em 2013?”, questiona Iara. Outro fator que deve ser pontuado é a receita garantida de operação e manutenção (O&M) que tem sido difícil de ser alcançada pelas transmissoras e geradoras, em virtude da eficiência estabelecida pelo modelo, que não representa a realidade dessas empresas. Exemplo disso é o custo dos planos de benefícios pós-emprego (direitos já adquiridos) para os funcionários ativos e inativos. A redução das tarifas em 2012 também é outra consequência sentida pelo setor de energia. Tal fato aconteceu em um momento de falta de água nos reservatórios de algumas regiões do Brasil e a necessidade de utilização de usinas termelétricas com custo mais caro de geração de energia provocou um aumento de consumo sem 43


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ter ocorrido nenhum tipo de racionalização. Assim, as termelétricas passaram a ser operadas de forma contínua para manter o nível mínimo de água nos reservatórios, visando o evento da Copa do Mundo. Vale lembrar que essas usinas estão operando desde setembro de 2012 e deverão continuar durante todo este ano, sendo que elas têm um custo de geração mais alto, por serem de back up. Como decorrência desses fatos, as distribuidoras vêm passando por uma séria situação financeira, em virtude de o governo não ter permitido o repasse extraordinário do aumento dos custos pelo acionamento das termelétricas. “O governo negociou uma linha de financiamento especial paras as distribuidoras através da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e o Fundo CDE. Em 2014, essas empresas apresentavam saldo a receber dessa conta. A partir de 2015, através da implementação da conta de bandeiras tarifárias, a situação financeira deverá ser minimizada para os novos déficits”, explica. As indenizações definidas na nova lei para as empresas de geração e transmissão que optaram pela renovação foram recebidas, em parte, no maior valor referente aos investimentos realizados subsequentemente ao projeto original com valor residual que ainda não foram homologados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Esses valores deverão ser repassados aos consumidores finais (por meio das tarifas) uma vez que os fundos setoriais não têm recursos para arcar com esse custo. “Se o Tesouro Nacional decidisse quitar essa dívida, poderia gerar o descumprimento de metas. Atualmente, a expectativa é de que esses custos sejam repassados nas tarifas pelo período remanescente da concessão.” 44

“Com essa nova lei, o governo previu uma redução de até 20% nas tarifas de forma permanente. No entanto, a redução amplamente divulgada naquele momento não produziu os efeitos desejados.” Iara Pasian, Sócia-líder para atendimento das empresas de energia e infraestrutura da Deloitte www.fullenergy.net


Mudanças O setor elétrico precisará passar por uma profunda transformação, o que inclui: (1) Revisão do planejamento estratégico de longo prazo e adequado monitoramento; (2) Investimentos em geração e transmissão devem estar sincronizados, com acesso a linhas de financiamento compatível com o valor dos investimentos; questões fundiárias e socioambientais que geram atrasos na execução das obras precisam ser revisadas para minimizar o aumento do valor do CAPEX inicial estimado - que hoje vem dificultando a taxa de retorno (TIR) dos investidores desses projetos e respectiva cadeia de fornecedores; ampliação de incentivos fiscais para investimentos em energia renovável que auxiliam na diversificação da matriz energética. (3) Modificação do formato dos leilões de energia nova; (4) Revisão do Marco Regulatório atual, incluindo o modelo de remuneração das concessões de geração e transmissão renovadas ou a serem renovadas; (5) Modificação das regras de comercialização; Gastos Em 2012, as distribuidoras formalizaram o interesse pela renovação das suas concessões www.fullenergy.net

por um período adicional de 30 anos, assumindo que essa renovação não terá custo adicional, mas, sim, o estabelecimento de regras para aprimoramento dos índices de qualidade. Essas concessões têm o vencimento concentrado em julho de 2015 e, até hoje, o governo federal não divulgou as regras oficiais para a renovação das concessões, fato que vem gerando incerteza regulatória. O novo Ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, informou que o governo está estudando incluir custo de outorga como condição para renovar as concessões de distribuição. “Vale lembrar que a distribuidora tem a função de repassar aos consumidores todos os custos de geração, transmissão e distribuição. Imputar outorga com custo significa que ele também será repassado aos consumidores, aumentando o valor da tarifa, não devendo afetar os acionistas. Neste caso a distribuidora terá a função de arrecadadora desse novo encargo para o governo para repor recursos dos fundos setoriais”, afirma Iara Pasian, sócia-líder da Deloitte para o atendimento das empresas de energia e infraestrutura. 45


Termoelétrica, Nuclear e Práticas Sustentáveis

Standard & Poor’s confirma Grau de Investimento do grupo Neoenergia Pela sexta vez consecutiva, a agência Standard & Poor’s manteve o Selo “Grau de Investimento” do grupo Neoenergia. “Esse reconhecimento de qualidade tem um significado ainda mais especial nesse momento de extrema dificuldade que vive o setor elétrico brasileiro”, informa a Diretoria da Neoenergia. No relatório divulgado em março deste ano, para o mercado mundial, a Standard & Poor’s informou que o grupo continua com o conceito triplo AAA na escala local e BBB- na escala global, mas que teve revisado o risco financeiro de intermediário para significante, sob o impacto das métricas de crédito negociadas para as distribuidoras de energia do Brasil. Os conceitos se estendem às distribuidoras do grupo: Coelba, Celpe e Cosern.

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Governo brasileiro vai gastar R$ 60 mi para reformar e doar usina para Bolívia

Hidrelétricas marinhas para explorar energia das marés

O governo brasileiro vai gastar R$ 60 milhões para reformar e doar uma usina térmica para a Bolívia. A doação refere-se à usina térmica Rio Madeira que pertence à Eletronorte, uma das empresas do grupo Eletrobras. Com potência de 90 megawatts, o empreendimento fica em Porto Velho (RO). Conforme divulgado na imprensa, a usina precisa passar por uma “recauchutagem geral” para entrar novamente em operação. Antes de doá-la, a Eletronorte vai converter a usina para gás natural, combustível abundante na Bolívia. O Ministério de Minas e Energia informou à imprensa que o acordo teve como objetivo “promover a cooperação energética com a Bolívia”. O ministério disse que os recursos que serão gastos foram autorizados por meio da Medida Provisória 625/2013.

A exploração da energia das marés vem sendo estudada com o uso de turbinas flutuantes ou de conjuntos de turbinas submersas, todas girando em baixa velocidade conforme as marés fluem em sentidos diferentes. A empresa britânica Tidal Lagoon Power pretende fazer algo bem ousado, construindo uma verdadeira “hidrelétrica marinha”. A empresa apresentou seis projetos, que consistem na construção de lagoas em baías, quatro delas no País de Gales e duas na Inglaterra. O projeto da lagoa de Swansea, no País de Gales, que já recebeu apoio do governo mas ainda terá que vencer a resistência dos ambientalistas, tem custo previsto de 1 bilhão de libras (cerca de R$ 4,37 bilhões) e poderá gerar energia para 155 mil residências.

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Cientistas dos EUA propõem uso de CO2 capturado para produzir energia limpa Durante a reunião europeia de geociência realizada em Viena, cientistas americanos apresentaram uma proposta que visa conter o escape de CO2 na atmosfera, além de aproveitá-lo para gerar energia limpa, já que o dióxido de carbono é um dos grandes responsáveis pela mudança climática. A proposta segue os conceitos da já existente técnica de captura de dióxido de carbono emitido pelas usinas termoelétricas, na qual o gás é injetado a grandes profundezas em açudes naturais onde fica preso pela rocha impermeável que o cobre. A ideia dos americanos é que o gás não seja somente armazenado, mas também aproveitado para produzir energia. Com essa tecnologia será um dos caminhos para combater a mudança climática, produzir energia e economizar água.

Região do Araguaia, no Mato Grosso, terá usina termelétrica

Costa Rica utilizou somente energia renovável no primeiro trimestre de 2015 Nos três primeiros meses de 2015, a Costa Rica foi um exemplo de sustentabilidade. O País gerou energia sem queimar combustível fóssil. Por causa das fortes chuvas, as hidrelétricas estão fornecendo eletricidade suficiente para abastecer todo o País. Com a ajuda da energia solar, eólica e geotérmica (obtida a partir do calor do interior da Terra), o País não precisa nem pensar em carvão e petróleo para manter as luzes acesas. Comparado ao Brasil, a Costa Rica é bem pequeno, somente 51,1 mil km², pouco menor do que o Estado do Rio Grande do Norte. São 4,8 milhões de habitantes, em um lugar onde a indústria não exige tanta energia, já que não é tão forte. Para completar, as características topográficas também favorecem energia renovável.

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A região do Araguaia, em Mato Grosso, ganhará uma usina termelétrica, que deverá ser implantada em Querência ou Vila Rica. A autorização foi dada em abril deste ano, pelo Ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga. A expectativa é que sejam gerados pela usina cerca de 20 megawatts. O objetivo com a Usina Termelétrica na região do Araguaia é garantir um reforço na oferta de energia, equilibrando assim o sistema energético e amenizando as recorrentes interrupções de energia na região. Braga afirmou que iria reunir-se com representantes da “Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) para ajustarem o preço desses leilões.

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Artigo de

Fabio rubens Soares

Energia e o Desenvolvimento Sustentável

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ustentabilidade é um princípio chave no gerenciamento dos recursos naturais, e isso envolve eficiência operacional, minimização de impactos ambientais e considerações sócio-econômicas; sendo todas elas interdependentes. A energia é um dos aspectos chave do desenvolvimento sustentável. Neste contexto, é necessário que iniciativas de pesquisa sejam incentivadas na busca de alternativas de fontes renováveis, de modo a garantir os princípios de sustentabilidade, considerando os aspectos econômicos, sociais e ambientais do processo de conversão energética. A contínua exploração dos recursos fósseis para conversão energética é insustentável, cara e geradora de gases poluentes, como o CO2, o qual pode ser considerado o principal gás atmosférico responsável pelo efeito estufa e apontado como o fator determinante das mudanças climáticas. Dessa forma, não é apenas uma opção econômica a necessidade de direcionamento dos esforços da ciência, tecnologia e inovação para as chamadas energias alternativas. Por isso é inevitável um processo de movimentação em direção a novas tecnologias que permitam a identificação de novas fontes, o desenvolvimento de tecnologias que permitam seu uso a custos viáveis para solucionar os maiores problemas energéticos contemporâneos: oferta e demanda de energia e de recursos naturais; ditaduras petroleiras; mudanças climáticas; perda de biodiversidade e pobreza energética. As nações que liderarem essas mudanças serão detentoras de maior fonte de valor agregado e nessa corrida rumo a eficiência energética terão maior sucesso em relação a aquelas que não se anteciparem a definir políticas publicas e instituições capazes de induzir a nova e necessária onde de energias limpas e sus-

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Fabio Rubens Soares Professor do Centro Universitário SENAC/SP

tentáveis. Nesse contexto evolutivo, é que se coloca a energia como questão fundamental e essencial para o desenvolvimento sustentável. Genericamente a energia poderia ser definida como a capacidade de produzir transformações em um sistema. Esta pode se manifestar de várias formas como, por exemplo: energia mecânica, energia térmica, energia química, energia nuclear, energia magnética, energia solar entre várias outras formas de energia. Todas elas podem ser convertidas umas nas outras trazendo dessa forma as inúmeras aplicações das transformações energéticas em utilidades para a manutenção da vida moderna. A histórica evolução da vida indica que com o aumento da população e consequentemente as comodidades que vieram em decorrência dos períodos do homem caçador até o homem moderno houve um incremento www.fullenergy.net


exponencial no consumo de energia diário saltando de 12000 a 230000 kcal per capita. A população humana cresceu de 500 mil habitantes no planeta na era primitiva a aproximadamente 6,5 bilhões nos dias de hoje e estima-se que o consumo de energia tenha crescido 1 milhão de vezes. O uso de diferentes fontes de energia caracterizou esses períodos, como, por exemplo, inicialmente o uso da madeira e animais como fonte de energia, passando pelo carvão, água e vento em tempos mais recentes e ainda pelos combustíveis fósseis na era contemporânea e evoluindo para mais recentemente a utilização de tecnologias inovadoras como a energia solar, eólica e nuclear, embora estas ainda pouco exploradas ao redor do globo por várias razões. Entre estas últimas ainda podemos citar a energia geotérmica, das marés e a biomassa. Como citado anteriormente, a vida moderna exige o consumo de energia constantemente devido ao fato de os seres humanos terem a necessidade de serviços energéticos como o aquecimento, os transportes e a refrigeração que podem ser fornecidos a partir de diferentes fontes com maior ou menor eficiência. Dessa forma, não é correto pensar que a única forma de resolver os problemas energéticos é o aumento das fontes primárias e sim o que realmente faz e fará diferença é a eficiências das transformações em serviços energéticos. Sabemos que, atualmente, o sistema energético mundial é fortemente dependente dos combustíveis fósseis por várias razões que não serão discutidas neste trabalho. Para se ter uma idéia, em 2004 o consumo era de 11 Gtep e as estimativas mostram para o ano 2030 um consumo de 19 Gtep, ou seja quase o dobro em pouco mais de 25 anos. No entanto, esse sistema energético com base nos combustíveis fósseis representando aproximadamente 80% da energia primária em 2008, é responsável pelo grande avanço da humanidade na era moderna. Considerando a matriz energética global, ainda as formas de energia provenientes de fontes renováveis é muito pequena, chegando a 13% da energia primária. Já no Brasil este percentual chega a 83% contando com a imwww.fullenergy.net

portante contribuição da energia elétrica proveniente das usinas hidroelétricas. É bom citar que mesmo assim, existem enormes diferenças entre o consumo de energia dos países ditos de primeiro mundo em relação aos emergentes, dessa forma levando a busca de maior equilíbrio global per capita no acesso a energia, sendo este uma das principais metas para o denominado desenvolvimento sustentável. Embora a era moderna seja caracterizada pelo consumo de combustíveis fósseis e isto tenha sido um fator positivo para o desenvolvimento, existem três problemas básicos que demonstram claramente que o rumo sendo tomado não é sustentável devido a exaustão de reservas, a segurança no abastecimento e os impactos ambientais. A primeira quer dizer que as reservas de combustíveis fósseis são finitas e, portanto, serão levadas a exaustão. Segundo estimativas o petróleo deve se extinguir em 40 anos, enquanto que o gás natural em 60 anos e o carvão em 240 anos. Quanto à segurança no abastecimento, pode-se dizer que esta é vital para a geopolítica mundial, sendo que as reservas internas representam fortemen49


Artigo de

Fabio rubens Soares te suas posições em negociações internacionais. O Oriente Médio, por exemplo, é uma região de vital importância estratégica que é definida pela dependência das importações de petróleo do Oriente, onde os maiores consumidores são Estados Unidos, Europa e Ásia. Essa dependência causa desconforto nos países consumidores de petróleo, pois esse processo não garante a sustentabilidade. O terceiro problema trazido para a “insustentabilidade” são os impactos ambientais. Os problemas relacionados a impactos ambientais podem se dar de formas diferentes. Aqueles de âmbito natural que pelos quais temos pouco ou nenhum controle. No entanto, aqui é preciso ressaltar que se refere a impactos ambientais causados pelas transformações energéticas conduzidas pelo ser humano. Podemos citar algumas delas como exemplo: a emissão de gases do efeito estufa, causando o aquecimento global, a chuva acida causada pela emissão de poluentes a atmosfera e a degradação da fauna e flora decorrentes de desmatamento, queimadas, vazamentos de petróleo, etc. Esses problemas certamente são muito mais representativos no mundo moderno, não somente pela escala da produção e consumo em que se encontra a atualidade, mas também pelo crescente e exponencial aumento demográfico que se apresenta. Assim, podemos dizer que os problemas ambientais têm inúmeras causas entre elas o aumento da população, os transportes, a agricultura, a indústria e até mesmo o turismo. Daí resume-se o problema da poluição do ar, dos recursos hídricos e do solo, causado pelas formas de transformação da energia. No entanto, existem soluções propostas para o avanço na utilização responsável e inteligente das diversas fontes de energia, minimizando o impacto causado pelo uso predominante dos combustíveis fósseis e os problemas decorrentes destes. Estas soluções podem ser classificadas em três categorias, a saber: produção e uso mais eficiente da energia, utilização crescente de energias renováveis, desenvolvimento e utilização de novas tecnologias. Entre as várias possibilidades que existem de melhorar a eficiência energética, podemos citar várias etapas, entre elas 50

o denominado potencial teórico que representa a otimização com base nas considerações termodinâmicas relacionadas ao uso da energia; o potencial técnico que representa a economia de energia pelo uso de tecnologias mais eficientes; o potencial de mercado representado por condições tais como o preço, disponibilidade, políticas publicas, etc. e por último o potencial social representado pela economia da energia em decorrência das externalidades como, por exemplo, os danos causados ou evitados a saúde, poluição do ar e outros impactos ambientais. Atualmente, a eficiência energética do atual sistema energético mundial é da ordem de 37%, mas acreditase que nos próximos 20 anos haja avanços da ordem de 30% nos países industrializados e até 40% nos países em desenvolvimento. Outra solução viável é a utilização de energia renováveis. Dentre elas pode-se citar a geotérmica, oceânica, solar, eólica, biomassa, entre outras. Algumas vantagens podem ser comentadas como sendo as principais quando comparadas as fontes de energia chamadas não-renováveis. As fontes de energia renováveis emitem www.fullenergy.net


muito menos gases promotores do efeito estufa e poluentes convencionais do que as fontes de energia fósseis. Além disso, as energias ditas renováveis são menos propícias a falhas no abastecimento, são mais constantes nos preços. E ainda, as energias renováveis dependem menos das importações e do mercado externo, contribuem para a geração de empregos localmente e assim promovem o desenvolvimento. Vale a pena lembrar que a energia é essencial para as atividades humanas e que predominantemente a energia utilizada nos dias de hoje provem de combustíveis fósseis. Para que essa situação seja mantida, e isto é fundamentalmente a ideologia da sustentabilidade, é necessário que uma maior quantidade de energia seja incorporada ao sistema, já que também é necessário incorporar parte da humanidade que não tem acesso a este insumo neste processo. Dessa forma o cenário pode se agravar e então precisamos de soluções

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baseadas na melhoria da eficiência energética e a utilização de novas tecnologias. Se analisarmos tecnicamente, existem soluções que permitirão conduzir o planeta a uma condição sustentável em relação à energia, no entanto é fundamental que com esse desenvolvimento sejam adotadas tecnologias mais limpas e eficientes além da adoção de energias renováveis para que então realmente seja encontrado o caminho para a sustentabilidade.

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Artigo de

Carlos Monteiro

Carlos Monteiro Diretor Industrial da Eldorado Brasil Celulose

Biomassa é uma opção eficiente para indústria

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á tempos a questão energética no Brasil se tornou tema obrigatório para a indústria. Em um cenário político e econômico instável, as companhias de diversos setores têm buscado cada vez mais opções eólicas, nucleares e a base de biomassa para atender à demanda crescente por energia. Somada à necessidade de consumo energético para produção industrial, a busca por opções cada vez mais sustentáveis, que mantenham plantas fabris operantes, permitam projetos de expansão e ofereçam alternativas viáveis nos âmbitos econômicos, social e ambiental, são urgentes para garantir a sobrevivência das empresas. Neste cenário, o uso de biomassa e o aproveitamento de subprodutos do processo industrial são soluções viáveis e internacionalmente indicadas. O aumento da capacidade fabril é acompanhando pelo crescimento do potencial em cogeração de energia. Para grandes indústrias de commodities e semifaturados, por exemplo, o desafio vem se tornando

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também uma oportunidade. Depois de anos investindo em tecnologia de ponta na busca de soluções para uso da biomassa para geração própria de energia, essa decisão se mostrou não só viável para o caixa da empresa como também importante na estratégia de produção. Hoje em dia, um modelo de solução eficiente vem das mais modernas empresas de celulose do mundo, que já são superavitárias em energia elétrica a partir da biomassa in natura (madeira) e podem contribuir positivamente para a oferta de energia limpa no Brasil. A autossuficiência não é positiva apenas por gerar economia para a indústria, quando uma empresa deixa de comprar energia elétrica da rede, contribui com uma sensível questão mundial. Se somarmos o montante excedente apenas das indústrias de celulose www.fullenergy.net


nacionais que já usam este processo, o volume produzido passa de 300 megawatts hora (MWh), energia mais que suficiente para abastecer uma cidade como Campo Grande (MS), com 843 mil habitantes. E mais: como as indústrias desse segmento possuem instalações e know-how para produzir energia limpa, existe a possibilidade de geração complementar e independente do processo da celulose. O setor deu um grande salto nos resultados há pouco mais de cinco anos, quando a primeira produtora de celulose à base de eucalipto plantado iniciou o processo de recuperação de resíduos provenientes da madeira para geração de energia. Com as recentes temporadas atípicas de seca, que prometem se prolongar para os próximos meses, inclusive em regiões extremamente produtivas, as companhias autossustentáveis energicamente são menos penalizadas. Considerando ainda que o Brasil tem solo e clima adequado para o cultivo de eucalipto e, somando a isso, a qualificação dos profissionais no País, temse uma opção viável para aumentar a produção de energia limpa para somar às demais opções e atender à demanda industrial e de consumo comum. Para deixar clara a eficiência que temos em nossas terras, enquanto o rendimento de celulose por hectare de uma f loresta canadense ou finlandesa dificilmente supera os 10m3 por ano, no Brasil, um hectare de f loresta já rende 50m³ por hectare por ano. Isso significa que as empresas equipadas com tecnologia de ponta têm capacidade para aumentar com qualidade a produção de celulose, o que ref lete direta e proporcionalmente ao auwww.fullenergy.net

mento de produção de energia à base de biomassa. Fatos como estes nos levam a considerar a produção de energia de uma fonte renovável garantida por modernas indústrias do segmento uma opção viável e uma solução que pode contribuir com o País em um momento sensível como o que passamos, mas ainda e principalmente no longo prazo, uma vez que o Brasil permanecerá demandando cada vez mais energia e precisa encontrar opções sustentáveis econômicas, mas principalmente ambientais.

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Solar

Projeto-piloto

Está previsto para o primeiro semestre deste ano, pelo Ministério de Minas e Energia, os testes do projeto-piloto de geração de energia solar em reservatórios de hidrelétricas. O Ministro Eduardo Braga declarou, em entrevista coletiva, que a ideia é ter uma política pública de financiamento para esses projetos na Região Sudeste, no segundo semestre deste ano. A novidade usa flutuadores com placas solares e está sendo adotada na Europa e Estados Unidos. O primeiro reservatório a ser testado é o da Usina Hidrelétrica de Balbina, no Amazonas. “Temos uma ociosidade de subestação e de linhas de transmissão com circuito duplo. Nós vamos fazer lá os primeiros 350 megawatts (MW) testados”, disse o ministro.

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Leilão de contratação Está previsto para o dia 14 de agosto, o primeiro leilão de energia reserva de 2015. A ocasião prevê a contratação apenas de energia gerada a partir de fonte solar fotovitálica para iniciar o suprimento em 2017 e duração de contrato de 20 anos. O objetivo do leilão é diversificar a matriz elétrica e propiciar uma competição isonômica, garantindo o suprimento. O valor teto da concorrência será calculado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e, posteriormente, aprovado pelo ministério. Para participar do leilão, o empreendedores interessados precisaram estar interligados ao Sistema Interligado Nacional.

Avião solar A energia solar já está alimentando também aeronaves. O avião de propulsão solar, “Solar Impulsione 2”, realizou seu primeiro voo no mês de abril. A rota levou a aeronave de Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, até Omã, na primeira etapa de uma viagem de cinco meses ao redor do mundo. Com asas de 72 metros de envergadura, o Boeing 747 Jumbo está coberto por uma fina camada de fibra de carbono que possui 17.248 células solares para dar autonomia por até cinco noites e cinco dias. O avião poderá voar a até 90 km/h ao nível do mar e de 140 quilômetros/hora na sua altitude máxima, 8.500 metros. Além disso, aeronave é completamente fechada, o que a permitirá voar sem problemas sob a chuva.

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Energia Solar mais barata

Usinas fotovoltaicas

O Governo brasileiro pretende desonerar o valor de painéis solares para o consumidor final. De acordo com o declarado pelo ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, a ideia é que a união abra mão da cobrança de PIS e Cofins sobre os equipamentos, enquanto os governos estaduais barateiem o ICMS a energia produzida pelos painéis. A medida faz parte da campanha do governo para reduzir o consumo de energia, devido à seca e a consequente queda no nível dos reservatórios das hidrelétricas, que reduziu a capacidade de geração de energia do País. O objetivo é incentivar a população a instalar painéis solares em suas casas.

A empresa italiana de energia Enel Green Power (EGP) deverá investir US$ 18 milhões no Brasil através da construção de duas usinas fotovoltaicas no município de Tacaratu (PE). O espaço terá uma capacidade instalada total de 11 MW e será o maior parque fotovoltaico da EGP no Brasil. De acordo com a companhia, quando em funcionamento o parque poderá gerar mais de 17 GW/h ao ano. Sustentável, esta energia evitará a emissão à atmosfera de mais de 5.000 toneladas de dióxido de carbono por ano.

SunEdison investirá no Brasil Com investimento de US$ 30 milhões a SunEdison, fabricante de equipamentos para o segmento de energia solar, planeja duas fábricas no Brasil. Os dois projetos em estudo pela empresa ainda não têm local definido e devem entrar em operação em 2016. A primeira fábrica será de montagem de módulos solares e a segunda de rastreadores (trackers).

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Gestão

Passos lentos Com potencial para gerar 1,3 GW de energia elétrica a partir de resíduos sólidos, Brasil ainda engatinha na exploração desta fonte alternativa de energia

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racionamento de energia trouxe à tona a discussão sobre fontes alternativas a fim de complementar a matriz energética do País. Segundo a ABRELPE (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais), o Brasil tem o potencial para gerar 1,3 GW de energia elétrica vinda de resíduos sólidos urbanos, o que equivale a um fornecimento adicional de cerca de 932 mil MWh/mês. “Trata-se de um potencial de geração de energia importante, de uma fonte alternativa capaz 56

de atender seis milhões de residências no Brasil. Se houvesse um planejamento adequado para geração de energia a partir dos resíduos sólidos teríamos capacidade instalada de 1,3 GW e fornecimento adicional de 932.000 MWh/mês na rede elétrica nacional”, afirma Carlos Silva Filho, Diretor-presidente da ABRELPE. Conforme explica o diretor, do total de 1,3 GW de capacidade instalada, seria possível obter 536 MW a partir do biogás produzido em aterros sanitários e 742 MW por meio de usinas de recuperação energética de rejeitos, material que não pode ser reciclado ou reaproveitado, que www.fullenergy.net


representam 17% do total dos resíduos sólidos urbanos. O levantamento mostra também que, se os resíduos sólidos urbanos gerados no Brasil tivessem uma destinação final adequada em aterros sanitários, seria possível gerar até 536 MW de energia a partir do biogás produzido. Atualmente, na maioria dos aterros em operação no Brasil esse gás é apenas captado e queimado, não havendo a exploração de seu potencial energético. Outra alternativa para complementar o biogás é a geração de energia por meio da recuperação energética de rejeitos, ou seja, através do tratamento térmico do material que não pode ser reaproveitado ou reciclado. Neste caso, o potencial chega a 742 MW, considerando que, de acordo com a ABRELPE, 17% da composição dos resíduos sólidos urbanos são rejeitos, o equivalente a 13 milhões de toneladas por ano. Mas não é apenas no fornecimento energético que essa alternativa solucionaria grande parte do problema. Há de se levantar também que esses tratamentos possibilitam a adequação de um problema de saneamento ambiental, pois envolve a regularização da destinação final dos resíduos. “Além disso, otimiza a logística de transporte dos resíduos sólidos, já que não há necessidade de se percorrer longas distâncias até um aterro sanitário, bem como permite a produção de energia elétrica descentralizada e evita as emissões de metano, um gás de efeito estufa”, explica Filho. www.fullenergy.net

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Gestão

Evolução no Brasil Os quase cinco anos de vigência da lei que determina a PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos) não foram suficientes para a maioria dos municípios brasileiros de adequarem o mínimo da sua gestão. Isso significa encerrar os lixões e realizar o encaminhamento do que for somente rejeito aos aterros sanitários. “Também há muito a ser feito em termos de aproveitamento do potencial dos resíduos sólidos enquanto matéria-prima para a indústria, para a produção de energia elétrica e biogás”, ressalta. Desponta-se a importância de realizar um aprimoramento da coleta nos municípios brasileiros. Uma coleta separada em três frações, possibilitando o melhor aproveitamento dos diferentes grupos de resíduos sólidos urbanos. A fração dos recicláveis secos (mais conhecida), a fração dos orgânicos (restos de alimentos, de poda) e a fração de rejeitos, que são os resíduos sem aproveitamento no momento. No caso dessas duas últimas frações, ainda pouco discutidas diante de seu grande potencial energético, vale destacar a fração orgânica, que corresponde a 50% do que é gerado. “Os tratamentos pela compostagem e pela digestão anaeróbica geram composto e biogás, que podem ser convertidos em energia elétrica e combustível dentro de plantas de aproveitamento energético. Já para a parcela de rejeitos, que atualmente representa 17% do que é gerado, há a possibilidade do seu tratamento térmico em uma usina de recuperação energética, também dentro de uma cidade e que converte o rejeito em energia elétrica.” Novos rumos Considerando que o Brasil é um País hidrelétrico, é muito importante haver uma diversificação da matriz a fim de garantir segurança energética em momentos de estiagem, como o atual. A geração de energia a partir dos resíduos sólidos urbanos seria mais uma alternativa nesse sentido, ao mesmo tempo em que contribui com 58

a diversificação, adiciona eletricidade ao sistema elétrico brasileiro. “A participação da energia proveniente dos resíduos sólidos diminuiria o uso de combustíveis fósseis nas usinas termelétricas e, como consequência, haveria redução das emissões de gases de efeito estufa, que pode chegar a quase 13 milhões de toneladas de CO2 equivalentes por ano”, ressalta Filho. Tecnologias O principal processo de recuperação energética de rejeitos é o tratamento térmico, que foi por muito tempo questionado. Entretanto, com o avanço das tecnologias existentes, essa solução passou a ser utilizada em larga escala em diversos países, como nos Estados Unidos e Japão, e na Europa. “No Brasil, da mesma forma, há tecnologia disponível, sendo que um projeto em Barueri deve entrar em operação ainda esse ano. Trata-se de uma alternativa viável principalmente para centros urbanos que não dispõem de áreas para a instalação de aterros sanitários”, salienta o diretor. Por fim, Filho ressalta que em relação à energia a partir da decomposição de lixo, que também é considerada uma fonte atrativa, já há algumas plantas em funcionamento no País. www.fullenergy.net


Economia

Diversificar é a solução Fontes alternativas de energia podem evitar crise de abastecimento e levar energia a populações menos favorecidas

O

s desafios do governo brasileiro no que tanque à energia vão muito além de evitar a crise de abastecimento, que pode ser ocasionada pelas baixas nos reservatórios das hidrelétricas. Além de encontrar saída para não deixar a população as escuras, o Poder Público precisa levar energia elétrica a toda população do País. De acordo com dados da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), no Brasil, existem mais de 1.700 empreendimentos em operação, gerando cerca de 101.063.856 kw, www.fullenergy.net

em que 77% da energia elétrica produzida são provenientes de fontes de hidroeletricidade. O restante provém, principalmente, de usinas termoelétricas e termonucleares. Para suprir o déficit de energia que ainda existe no País, o Governo Federal criou o programa Luz para Todos, objetivando promover energia elétrica para mais de dez milhões de pessoas do meio rural. Para vencer este desafio, uma saída seria recorrer a fontes de energia alternativas aquelas 59


Economia

comumente utilizadas, segundo o Seminário Internacional de Fontes Alternativas de Energia e Eficiência Energética. “Isso porque sendo o Brasil um País de recursos naturais significativos, existe a possibilidade de ter-se um crescimento da matriz energética e, consequentemente, mantendo o comprometimento do País com a sustentabilidade, a inserção social e o crescimento econômico da população brasileira”, diz Silvia Regina Vanni, Mestre em Ciências na área de Tecnologia Nuclear – Reatores e autora do Estudo de Viabilidade Econômica de Fontes Alternativas de Energia de Uma Comunidade Típica da Região Nordeste do Brasil. Apesar de o Governo Federal enxergar as hidroelétricas como a solução mais viável em curto prazo para suprir a demanda e também cumprir uma das etapas do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), Silvia enxerga novas possibilidades para isso. “Talvez esta solução não seja possível em curto prazo, pois o cumprimento das etapas do processo de licitação para a contratação das empresas responsáveis pela execução das obras e a obtenção das licenças ambientais necessárias, demandam um tempo maior”, acredita. Segundo a Mestre em Ciências, o projeto só poderá ser concluído com sucesso se houver um cenário de sustentabilidade que atinja diretrizes políticas rígidas para um planejamento energético eficaz, visando a utilização de fontes de energia alternativa como a solar, eólica e biomassa para geração de eletricidade. “Esse tipo de procedimento, com certeza, gerará novos empregos, preservará a biodiversidade e contribuirá, significativamente com a redução das emissões dos gases causadores do efeito estuda”, afirma. Em seu estudo, Silvia propõe fontes alternativas de energia, escolhidas para suprir a demanda existente, conhecidas como as que causam menor impacto ambiental. No caso das fontes alternati60

vas de energia eólica e solar, existe a viabilidade de construção e de geração de energia elétrica em curto prazo de tempo. No caso da fonte de biomassa, a previsão de geração para instalações de médio porte é em longo prazo, considerando que a matéria prima não esteja disponível no momento e seja necessário o seu plantio. Para incentivar a utilização de fontes alternativas de energia, foi criado em 26 de abril de 2002, pela lei nº 10.438, o Proinfa, que posteriormente, foi revisado pela lei nº 10.762, de 11 de novembro de 2003, incentivando a participação de um maior número de estados no programa e garantindo o incentivo a indústria nacional e a exclusão dos consumidores de baixa renda do rateio da compra da nova energia. O objetivo do programa é financiar, com suporte do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), projetos de geração de energias a partir dos ventos, de pequenas entrais hidrelétricas e de biomassa de bagaço de cana de açúcar. “Somente a energia solar não está contemplada neste programa. Isso porque ela é direcionada a sistemas de pequeno porte para comunidades isoladas e o Proinfa é direcionado a tecnologias mais amadurecidas, com possibilidade de manter unidades de maior porte e que podem ser interligadas ao Sistema Elétrico Integrado Nacional (SIN)”, explica a Mestre. Como a energia produzida por fontes de energias alternativas é mais cara do que as tradicionais, ela não seria viável para os leilões de energia. Para tal, o governo, através da Eletrobrás, assegura a compra da energia a ser produzida por ela por um prazo de 20 anos, a partir da data de entrada de operação. “Desta forma, as energias de fontes alternativas se tornam economicamente viáveis no Brasil, principalmente aquelas construídas para suprir as necessidades das comunidades isoladas do País.” www.fullenergy.net


Resumo das fontes de energias alternativas

Comparação dos custos totais de um sistema, solar, éolico e de biomassa, nos tempos de vida correspondentes, em função de números de habitantes

Investimento A estimativa de custos para a geração de energia é a etapa mais importante dentro de um planejamento de sistemas energéticos. Eu exemplo está na seguinte comparação: a Eletrobras recomenda a utilização do índice custo/benefício da instalação, dado em unidades monetária por unidades de energia produzida ($/MWh), no qual considera, além do custo, o desempenho da usina. O numerador desta relação engloba os custos associados à geração de energia para cada tipo de fonte, enquanto o denominador representa a energia produzida pela instalação, ou seja, seu benefício para o sistema elétrico. Na comparação feita durante o estudo desenvolvido pela Mestre em Ciências para averiguar o custo na produção de energia para cada uma das fontes alternativas de energia (eólica, solar e biomassa). A comparação entre os índices custo/benefício das www.fullenergy.net

energias alternativas. Diante da análise dos resultados obtidos com relação ao índice custo/benefício e o custo total do empreendimento, conclui-se que a fonte de energia eólica é a mais viável, pois estes custos são significativamente mais baixos do que das outras fontes de energia analisadas. Além disso, considera-se também o longo tempo de vida útil da instalação eólica, que é de 20 anos, com a vantagem de ser uma solução em um curto espaço de tempo. Com relação à fonte de energia de biomassa, os resultados obtidos para o índice custo/ benefício e o custo total do empreendimento, também são relativamente baixos. No entanto, a biomassa não é atrativa, pois o tempo de vida útil da instalação é 50% menor do que a instalação eólica. “Além disso, precisa ser considerado também o tempo de plantio e colheita da biomassa a ser utilizado como combustível dos geradores, que torna esta fonte uma alternativa a ser utilizada em médio e longo prazo”, salienta. A fonte de energia solar fotovitálica é a que apresenta maior índice custo/benefício e também o maior custo total de empreendimento, mas em relação ao tempo de vida útil da instalação é a que tem a maior durabilidade, que é de 30 anos. “Outro ponto importante 61


Economia

Eletricidade: Expansão da geração de fontes alternativas Composição do parque de fontes renováveis 2030

Unidade: MW

Fonte: EPE

considerado neste estudo de viabilidade econômica foi o do impacto ambiental. Pode-se concluir que a fonte eólica e de biomassa são ambientalmente mais favoráveis”, ressalta Silvia. A energia solar fotovitálica, dentro de seu cenário limitado de utilização mostra que seu impacto ambiental não constitui um problema. No entanto, na medida em que houver um crescimento na sua utilização serão necessários procedimentos mais adequados e eficazes com relação às fases de produção dos módulos e de descomissionamento do sistema, evitando assim riscos ao meio ambiente. “Pode-se concluir que as fontes eólicas e de biomassa são viáveis para suprir a demanda de 62

energia dos municípios rurais do Maranhão, por exemplo, e que sua utilização impulsiona a sustentabilidade e contribui com a diminuição do aquecimento global”, revela. No que tange ao benefício econômico, os habitantes de municípios menos favorecidos, especialmente no Norte do País, terão a sua inclusão social, com consequente desenvolvimento da região, contribuindo assim com o ciclo do crescimento econômico do Brasil. As informações obtidas durante as pesquisas realizadas por Silvia, poderão ser utilizadas no desenvolvimento de projetos futuros e em pesquisas que colaborem com o desenvolvimento energético do País. www.fullenergy.net


Ponto Final

Alerta vermelho Suposta crise energética brasileira levanta polêmica e propõe novas fontes

S

obre a crise energética brasileira, há um contraponto: enquanto o Governo nega o risco de racionamento, o ONS (Operador nacional do Sistema Elétrico) clama às distribuidoras pela redução do fornecimento de energia. Isso sem falar dos “apagões” que andaram deixando o País à luz de velas. Dizem os especialistas, que a atual crise energética pela qual o Brasil está passando é a pior da história, pois traz dois graves problemas: o financeiro, gerado pela renovação das concessões, obrigando as empresas a reduzirem as tarifas em um momento de aumento do custo, somado com o incentivo ao consumo, causando problemas no abastecimento. O atraso nas obras de geração e transmissão de energia, assim como os leilões com baixo preço sem dar retorno ao mercado, somaram-se a falta de chuva e a dependência do País das hidrelétricas colaboraram para o colapso. Para evitar o colapso, há quem diga que a saída é investir em fontes de energia renovável. Uma vez que a utilização das termelétricas para suprir as necessidades das hidroelétricas, elevam o custo da energia. Porém, para isso, é preciso mapear todos os planos públicos e privados de investimento em geração de energia, identificando as possíveis sobreposições regionais ou setoriais destes planos e incentivar o crédito para os investidores. Mas não é só isso, a eficiência energética no País depende de como empresas e indústrias estão utilizando a energia e a água disponíveis.

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