Full Energy 34ª Edição

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Editorial

Tapete vermelho da Energia

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m país soberano se constrói com planejamento e investimento permanente no setor energético. Com a expectativa de que o Brasil recupere o crescimento sustentável a partir dos próximos anos, é imprescindível que a Energia seja prioridade do novo governo federal e dos governos estaduais que assumem seus mandatos no início do próximo ano. Reformas importantes precisam ter continuidade. Os investidores pleiteiam previsibilidade E a aposta no desenvolvimento tecnológico pode fazer do país não um mero importador de soluções, mas referência mundial em inteligência no setor energético. A tecnologia agrega valor e permite que o país encontre alternativas para suas especificidades. Embora o tom seja de otimismo para os próximos anos, é muito bom ter a certeza de que o país já conta com profissionais de primeira grandeza traba-

lhando diariamente em prol do desenvolvimento dos diferentes elos da cadeia energética brasileira. Muitos deles inclusive passarão pelo tapete vermelho do prêmio 100 Mais Influentes da Energia que o Grupo Mídia e a Revista Full Energy promoverão pela terceira vez em 2018. Uma grande celebração que já se tornou tradicional e encerra com chave de ouro o calendário da Energia. E, mais do que isso, brindará a chegada de um ano novo muito esperado. O jantar e a solenidade de premiação do Oscar da Energia ocorrerão na cidade de São Paulo, no dia 6 de dezembro. Esta edição da revista Full Energy, a última de 2018, presta um tributo às personalidades que serão homenageadas no 100 Mais Influentes da Energia, trazendo uma breve apresentação de cada um dos laureados. Um time de profissionais e autoridades comprometidos com o setor energético brasileiro e com a construção de um país próspero e soberano.

Edmilson Jr. Caparelli CEO | Publisher

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NESTA EDIÇÃO

NOV | DEZ 2018 Código de Cores

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Sustentabilidade a todo vapor Mercado de Certificados de Energia Renovável passa da marca de 1 milhão de certificados comercializados em 2018

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Uma trajetória de legados Antônio Dias Leite Júnior, engenheiro, economista e ex-ministro de Minas e Energia, deixou grande contribuição ao setor energético brasileiro

A Full Energy organiza suas editorias pelo código de cores abaixo: Líderes e Práticas Sustentabilidade Tecnologia e Inovação Mercado Gente e Gestão Ideias e Tendências Estratégia Bioenergia

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A força da onda Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro desenvolvem pesquisas sobre a energia das ondas

É tempo de otimismo Andrew Frank Storfer, CEO da América Energia, faz balanço de 2018 e apresenta suas perspectivas para 2019

Articulista:

80 Alessandro Gardemann, presidente da ABiogás (Associação Brasileira de Biogás e Biometano) 86 Gustavo Augusto, publicitário na Multiverso Studios e autor do blog Domine Seu Mundo

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Welcome Energia 2019

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Missão técnica com destino à Austrália Profissionais ligados ao setor sucroenergético brasileiro formaram um grupo que trocou experiências e acessou novas tecnologias junto aos produtores de cana-de-açúcar australianos

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Boas práticas no setor energético Lei Anticorrupção completa 4 anos no Brasil, trazendo benefícios a empresas com boas condutas Os dilemas do carvão Tecnologias buscam assegurar sustentabilidade à exploração e consumo do carvão mineral; fonte pode impulsionar desenvolvimento e gerar empregos

I - Eficiência Energética

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II - Entidades Setoriais

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III - Geração, Transmissão e Distribuição

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IV - Gestão

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V - Indústria

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VI - Mercado e Negócios

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VII - Personalidades Púbicas

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VIII - Qualidade e Sustentabilidade

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IX - Referência

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X - Tecnologia, Pesquisa e Inovação

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Digitalização: um mundo sem limites A digitalização faz cada vez mais parte das operações no setor energético brasileiro; um processo que está apenas no começo

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Perguntas para...

Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar)

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Perfil

Alessandra Torres de Carvalho, vice-presidente da Associação Brasileira de Pequenas Centrais Hidrelétricas e Centrais Geradoras Hidrelétricas (ABRAPCH)

94- Ponto

Final

Maior competitividade para o gás natural

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ALTA TENSÃO

Rota 2030 A medida provisória Rota 2030, que define regras para a fabricação dos automóveis produzidos e comercializados no Brasil nos próximos 15 anos, foi regulamentada e publicada no Diário Oficial da União no mês de novembro. A regulamentação foi assinada pelo presidente Michel Temer durante abertura do Salão do Automóvel, em São Paulo. O programa cria um novo regime tributário que estimula investimentos em pesquisa e desenvolvimento de produtos.

ENERGIA EM NÚMEROS

US$ 40 milhões

A Enel, por meio de sua subsidiária Enel Green Power Brasil Participações, iniciou a construção da expansão do parque eólico Delfina, em operação na Bahia, com investimentos previstos de US$ 40 milhões.

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Biodiesel 15% O Ministério de Minas e Energia publicou a resolução com aumento gradual de 10% para 15% do volume obrigatório de biodiesel no diesel vendido no Brasil. A proposta do CNPE (Conselho Nacional de Pesquisa Energética) estabelece que a adição de biodiesel cresça um ponto percentual ao ano, passando do atual patamar de 10% (mistura B10) para 11% (mistura B11) em junho de 2019. A ampliação será feita até 2023, quando todo o diesel comercializado ao consumidor final conterá 15% de biodiesel.

R$ 3 bilhões

...será a média de investimento anual do Brasil em pesquisa e desenvolvimento no setor de óleo e gás ao longo dos próximos 30 anos, na previsão de Décio Oddone, diretor-geral da ANP.


Horário de Verão Segundo avaliação da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (ABESCO), o horário de verão já não significa economia de energia. Na verdade foi constatado um aumento no consumo de eletricidade nos últimos anos. Em vigor desde 1931, o horário de verão entrou em vigor no último dia 4 de novembro. A associação afirma que o aumento de consumo de energia no país se deve ao uso prolongado do ar-condicionado.

Futuro presidente da Petrobras Roberto Castello Branco, pós-doutor em economia pela Universidade de Chicago, foi anunciado como presidente da Petrobras a partir de janeiro de 2019, quando começa o governo do presidente Jair Bolsonaro. O economista é consultor para a área energética da equipe de transição do próximo governo federal. A informação de que Castello seria o novo presidente da Petrobras, substituindo Ivan Monteiro, foi confirmada no dia 19 de novembro pela assessoria de imprensa do futuro ministro da Fazenda de Bolsonaro, Paulo Guedes.

76%

Segundo dados da ANP, o Brasil concentrou 76% do valor arrecadado em bônus em leilões de licitação de áreas de produção de petróleo no mundo nos últimos três anos (o equivalente a cerca de R$ 26 bilhões).

2035

O Ministro do Meio Ambiente da França anunciou que o país pretende reduzir a participação de eletricidade produzida por reatores nucleares para 50% até 2035.

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Palavra do Editor

Eventos de conteúdo e networking: novidades da Full Energy para 2019

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o longo de 2018, a revista Full Energy primou por caminhar sempre ao lado do setor da Energia do país. Focada em todas as fontes energéticas e em todos os elos da cadeia, a publicação informou os leitores, discutiu questões relevantes e se aprofundou nos temas mais importantes e atuais. Já reconhecida no mercado como importante ferramenta de comunicação de gestores, pesquisadores, autoridades e profissionais de diferentes níveis, a Full Energy prepara-se para muitas novidades em 2019. Além de manter a qualidade da publicação, dando voz aos seus maiores especialistas e players, e pautando os temas mais relevantes, a Full Energy e o Grupo Mídia promoverão no próximo ano eventos de difusão de conhecimento, de networking e premiações a profissionais, empresas e instituições que são vanguarda nos diferentes segmentos. Logo no início de 2019, realizará a primeira edição do Welcome Energia. Será um fórum organizado na cidade de São Paulo que discutirá os temas mais importantes da Energia e que nortearão a pauta do segmento ao longo do ano. Este evento terá uma importância maior ainda por acontecer logo no início do mandato do novo Presidente da República. Um momento em que toda a cadeia estará ávida por respostas. Afinal, quais serão as prioridades do novo governo federal para o setor, quais são os principais pleitos

Clivonei Roberto

das empresas e entidades representativas, e o que dizem os principais gestores da área energética que assumem no início do próximo ano? Já em meados de 2019, o Grupo Mídia e a Full Energy realizarão o primeiro prêmio Líderes da Energia e a segunda edição do Fórum Full Energy. Estes dois eventos serão promovidos pelo Grupo Mídia nos moldes dos que já realiza há alguns anos no setor da Saúde. E com muito sucesso! O fórum discutirá com profundidade os temas mais atuais do setor energético, como o novo marco legal do setor elétrico, a expansão das energias renováveis, a retomada dos investimentos, o surgimento de tecnologias disruptivas, entre outros assuntos. Questões que sempre serão abordadas com a participação dos maiores especialistas em cada área. Já o prêmio Líderes da Energia homenageará as instituições do setor e empresas geradoras de energia que mais se destacaram ao longo do ano. E como já é tradição, o prêmio 100 Mais Influentes da Energia encerrará o calendário da Energia no país no próximo ano, homenageando as personalidades de maior destaque em diferentes áreas da cadeia energética brasileira. Apesar de tantas novidades, uma coisa não muda: o compromisso da revista Full Energy e do Grupo Mídia em levar para os profissionais do setor informações atuais e de qualidade, além de promover momentos de networking, troca de experiências e difusão de conhecimento. Entendemos que um setor energético forte se faz assim: caminhando junto sempre!

Editor da Revista Full Energy

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Perguntas para...

Em duas décadas, a energia solar será a fonte número 1 do Brasil 12

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É o que apontam estudos sobre a energia solar fotovoltaica no país, que deverá, em 2040, representar 32% da matriz elétrica. Ou seja, ultrapassará as hidrelétricas em geração de energia

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crescimento da energia solar fotovoltaiFULL ENERGY: Em maio desse ano o senhor ca é um fenômeno entre os países mais assumiu a presidência do Conselho de Admidesenvolvidos do mundo. São diversos nistração da Absolar para o biênio 2018-2020. os motivos que elevam a fonte a um paQuais são seus objetivos no cargo? tamar de protagonismo na matriz energética mundial. Ronaldo Koloszuk: O principal desafio da Absolar é A “energia do sol” apresenta os três aspectos necessáaumentar a participação da energia solar fotovoltaica na rios para se enquadrar como uma fonte sustentável: é matriz elétrica brasileira, gerando oportunidades para econômica, ecológica e proporciona desenvolvimento quem quer trabalhar e investir no setor. Como temos social. Não à toa as duas maiores potências econômicas feito isso do ponto de vista interno? Uma associação é do mundo têm investido nesse segmento. China e Esfeita de gente, de voluntários. Temos o corpo técnico, profissional, que atua pra gente, mas você tem inúmetados Unidos são, respectivamente, os dois países com ros voluntários, assim que funciomaior capacidade instalada. O Brasil, apesar de não fi“AS PROJEÇÕES FALAM POR na a dinâmica de uma associação. Começamos nossa gestão com uma gurar entre os dez maiores geradores de energia solar SI SÓ. O MUNDO DO FUTURO grande oportunidade de descentrada entidade. Criamos, num fotovoltaica do mundo, tem É DO CARRO ELÉTRICO, DA lização primeiro momento, três vice-preum dos territórios com maior sidências: de geração distribuída, potencial para a fonte. A con- ENERGIA LIMPA, DA ENERGIA de geração centralizada e de cadeia ta é simples: muita incidência SOLAR FOTOVOLTAICA.” produtiva. Com isso, ampliamos os solar durante quase todos os espaços de trabalho. dias do ano, somada a uma grande área territorial. Se os recursos naturais privileFULL: Como analisa o ano de 2018 para a giam o Brasil, os entraves regulatórios e o investimento energia solar no Brasil e para a Absolar? pequeno impedem o país de se tornar um dos grandes Koloszuk: A Absolar fez uma reestruturação desse segmento. Por enquanto. interna, criamos um novo alicerce. ComeçaO potencial solar do Brasil é, de fato, pouco explomos o ano com cerca de 200 associados e devemos terrado atualmente, mas o desenvolvimento segue a pasminar com mais de 300. Estamos em um crescimento sos largos. O futuro do país nesse setor é promissor. muito acelerado e precisávamos reestruturar a base da Segundo o empresário Ronaldo Koloszuk, presidente associação. E fizemos isso nesses primeiros seis meses do Conselho de Administração da Associação Brasileira de gestão. Do ponto de vista de mercado, foi um ano de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), a energia solar positivo para a geração distribuída. Houve uma aceitacresceu 313% no ano de 2015, 320% em 2016 e 160% em ção muito positiva dos empresários. A grande maioria 2017, que foram anos de recessão econômica do país. subestimou as previsões de venda, e acabou vendendo “Mesmo durante esse período de instabilidade, fomos mais do que se esperava. As empresas estão com um voum nadador contra a correnteza. Agora, a gente espelume muito maior de negócios, estão contratando mais, gerando mais empregos, investindo. Na geração centrara nadar a favor da corrente”, diz Koloszuk. Confira a lizada, houve um acontecimento importante: no último entrevista que ele concedeu para a Revista Full Energy.

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Perguntas para...

leilão de energia, a nossa fonte foi a segunda mais barata para ser contratada, rompendo aquele estigma de que a energia solar fotovoltaica é uma energia cara.

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FULL: Quais as expectativas e projeções para o desenvolvimento do setor solar para o ano de 2019 no Brasil? Koloszuk: As expectativas são muito otimistas, porque em geração distribuída faltava conhecimento, as pessoas simplesmente não conheciam a energia solar fotovoltaica. Mas hoje tudo isso está sendo muito difundido. Os preços caíram muito, ao mesmo tempo em que a conta de energia subiu. O retorno do investimento ficou muito atrativo. Hoje o retorno de investimento na geração distribuída varia de três a sete anos, para equipamentos que têm garantia de fábrica, que podem durar até 35 anos. Em 2015 houve uma queda de 3,8% no PIB, enquanto a GD cresceu 313%. Em 2016, a queda foi de 3,6% e a energia solar cresceu 320%. Em 2017, o PIB cresceu 1%, e a energia solar, 160%. Mesmo durante esse período de instabilidade, nós fomos um nadador contra a correnteza. Agora, a gente espera nadar a favor da corrente.

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FULL: Quais são as demandas da Absolar junto ao novo poder executivo? Koloszuk: Estamos construindo pontes com o novo Governo. Entendemos que até agora nunca houve uma política de estado para a energia solar fotovoltaica no Brasil. Nunca houve uma política de estado como China, Estados Unidos ou Alemanha fizeram, de olhar para a energia solar fotovoltaica como uma força do futuro, uma força competitiva. O que esperamos é que exista uma visão de estado por parte do próximo Governo para essa fonte. O mundo demostra que essa vai ser a fonte dominante em poucos anos. Segundo estudos, em 2050, a fonte solar fotovoltaica vai representar mais de 40% da matriz mundial.

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FULL: Quais são os maiores entraves, maiores problemas, para o desenvolvimento da fonte solar fotovoltaica? Koloszuk: Falta uma visão de estado. Esperamos que isso seja corrigido nesse novo governo. É preciso ter uma visão estratégica, não de curto prazo, uma visão para daqui dez anos, que perpassa governos. Nos últimos anos a fonte cresceu mesmo em meio à recessão, e ainda assim conseguimos expandir. Com a eco-

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nomia crescendo, a energia solar fotovoltaica vai crescer mais rápido ainda, porque a demanda vai ajudar. A RN 482, uma das regulamentações para a geração distribuída brasileira, considerada uma das mais modernas do mundo, passa por um momento de revisão, pela Aneel. Essa revisão traz alguma insegurança, algumas incertezas para quem pensa em investir no setor.

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FULL: Recentemente, o estado da Califórnia (EUA) adotou diretrizes para implantar a tecnologia solar fotovoltaica em todas as residências a partir de 2020 e em edificações comerciais a partir de 2030. Pensando no Brasil, é algo ainda muito longe da nossa realidade? Koloszuk: Os incentivos para a energia solar fotovoltaica no Brasil são praticamente zero. Quando você olha para o que o mundo está fazendo para a energia solar fotovoltaica, percebemos que é possível fazer muita coisa. A Califórnia, como você citou, é um estado superdesenvolvido. A energia solar fotovoltaica lá é uma realidade. Mas no Brasil, quando você sai para andar pelas ruas, quantos telhados se encontra com sistemas fotovoltaicos? Quase nenhum. O consumidor não pode escolher quem será seu fornecedor de energia. A única escolha é colocar um sistema fotovoltaico no telhado, dando liberdade ao consumidor. Costumo dizer que o setor de energia é o setor de telecomunicações de 20 anos atrás, que passa por uma enorme transformação. Vamos fechar os olhos e quando abrirmos vamos ter um setor completamente transformado.

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FULL: Grandes empresas chinesas têm feito altos investimentos e aquisições no setor energético brasileiro. Como isso pode beneficiar o setor de energia solar? Koloszuk: O mercado, o capital privado, enxerga sempre oportunidades. Se o capital está vindo para o Brasil, é porque está enxergando oportunidades por aqui. Para quem investe em energia solar fotovoltaica, tem que ver isso como um mercado ainda maior. Hoje, em São Paulo, você tem uma demanda de energia muito grande durante o dia, mas em pouco tempo vai haver um crescimento muito grande de demanda de energia para o período noturno, por conta do advento do carro elétrico, da internet das coisas. Esse aumento é bom para o setor como um todo, mas também é muito bom para o setor de energia solar fotovoltaico, para quem produz sua própria energia.


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FULL: A implantação de painéis de energia solar fotovoltaica tem sido uma tendência em ambientes rurais no país. Como essa iniciativa pode beneficiar os produtores rurais? Koloszuk: É a redução de custos de produção. Temos hoje, para produtores rurais, uma das linhas de financiamento mais baratas, que é o Pronaf, com juros muito baixos. Nesse cenário, o produtor rural que faz o investimento em sistemas fotovoltaicos consegue reduzir muito o custo da energia. Percebemos que o produtor rural já enxergou essa enorme possibilidade e está investindo em sistemas fotovoltaicos, justamente para poder ser mais competitivo.

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FULL: A participação da fonte solar fotovoltaica ainda é pouco expressiva na matriz energética brasileira. Você tem mais dados sobre essa participação? Como mudar esse cenário? Koloszuk: Atualmente, a energia solar fotovoltaica representa 0,8% da matriz energética brasileira. A projeção da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), para 2030, é de que a energia solar fotovoltaica representará 10% da matriz. Um crescimento bastante acentuado em apenas 11 anos. Outros estudos apontam que, em 2040, a energia solar fotovoltaica representará 32% da matriz elétrica. Ou seja, ultrapassará as hidrelétricas em geração de energia. A fonte número 1 do Brasil será a fotovoltaica. As projeções falam por si só. O mundo do futuro é do carro elétrico, da energia limpa, da energia solar fotovoltaica.

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FULL: Hoje a fonte renovável com maior presença na matriz energética brasileira é a eólica. A solar fotovoltaica precisa seguir os passos da eólica? Koloszuk: A eólica é uma excelente fonte, mas está restrita a algumas localizações no Brasil, em que necessariamente tem que ter o fator vento. Já a solar não. Em qualquer lugar do Brasil, seja em campos, fazendas, usinas de solo, usinas de pequeno ou grande porte, no telhado de residências, empresas, comércios, não há restrição. O Brasil todo é uma oportunidade de crescimento, e a tendência de queda de custo dos equipamentos solares é muito acentuada.

“O PRINCIPAL DESAFIO DA ABSOLAR É AUMENTAR A PARTICIPAÇÃO DA ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA NA MATRIZ ELÉTRICA BRASILEIRA, GERANDO OPORTUNIDADES PARA QUEM QUER TRABALHAR E INVESTIR NO SETOR.” Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar)

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