Revista Brasil em Código 26ª Edição

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EDIÇÃO 26

BRASIL EM

BRASIL EM CÓDIGO • GS1 Brasil – Associação Brasileira de Automação

Uma publicação da GS1 Brasil – Associação Brasileira de Automação • out/nov/dez 2017 • www.gs1br.org

EDIÇÃO 26

CÓDIGO

VISÃO DE

NEGÓCIOS Com a harpia simbolizando a força e a agilidade das empresas, Prêmio Automação comemora 20 anos celebrando quem investe nos padrões GS1 para alcançar a excelência no mercado

EDUCAÇÃO

CONHEÇA OS DESAFIOS NA FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DO FUTURO


A GSl Brasil - Associação Brasileira de Automação está nessa com você. A lém do código de barras, que só t raz benefícios e transparência para a comunidade de negócios, oferecemos uma série de soluções que podem te ajudar a se destacar no mercado: ferramenta o n-line para gestão de produtos, cursos técnicos e de gestão focados em automação, além de estudos que mostram as tendências de mercado e o comportamento dos novos consumidores brasileiros. O momento pede mais? Então vamos fazer mais e melhor. GSl Brasil. A força da nossa parceria faz o mundo dos seus negócios girar.



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AO LEITOR

Foto: Paulo Pepe

Força e visão estratégica A harpia, a maior ave de rapina do mundo, serviu de inspiração, há alguns anos, para a GS1 Brasil definir a identidade do Prêmio Automação, um dos pontos altos das várias atividades que a organização promove ao longo do ano. Isso porque a harpia destaca-se por sua grandiosidade e agilidade, assemelhando-se às empresas inovadoras e merecedoras deste troféu. É possível fazer um paralelo entre a visão precisa desta ave com a atitude das empresas que enxergam além e investem em inovação e automação. A força desse ícone que personaliza o Prêmio Automação representa nossa disposição em apoiar os associados em seu desenvolvimento no mercado. Portanto, neste ano em que a premiação completa duas décadas, a comemoração torna-se especial, destacando a excelência das empresas, da microempresa à multinacional, no que diz respeito à adoção da automação. A matéria de capa conta a trajetória desta grande celebração, que, em 20 anos, agregou novos setores, categorias e participantes, e mostra as companhias premiadas em 2017 que investiram em soluções que utilizam os padrões GS1. Neste ano, os dez cases vencedores destacam empresas e profissionais que atuam de maneira diferenciada, apostam na automação, inovação e produtividade, apesar do momento econômico e político pelo qual o País atravessa. Não poderíamos deixar de dedicar também um troféu à imprensa, que reverbera a um amplo público como a automação e a padronização podem fazer a diferença nos negócios. Considerando que o sucesso desses e outros negócios nasce da paixão e do perfil visionário de empreendedores, esta edição da Brasil em Código traz várias reportagens que ressaltam o potencial dos pequenos negócios, a exemplo da entrevista com o subsecretário da Subsecretaria de Empreendedorismo, Micro e Pequena Empresa do Governo do Estado de São Paulo, Roberto Sekiya. O tema se estende, ainda, à reportagem com dicas para explorar novas oportunidades e melhorar a performance das vendas, bem como a matéria que revela o perfil das startups que estão inovando os processos do agronegócio. Outro destaque é a reportagem sobre um promissor nicho de mercado: as barbearias voltadas ao público masculino, que chegam totalmente repaginadas e com a oferta de serviços adicionais e entretenimento. É com exemplos desse tipo que esperamos que uma visão positiva e de longo alcance permeie a atuação de nossos associados e empresas de todo o País em 2018.

Um forte abraço, João Carlos de Oliveira presidente



[EXPEDIENTE

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Harpia dá identidade ao Prêmio Automação A revista Brasil em Código é uma publicação trimestral da GS1 Brasil dirigida e distribuída gratuitamente aos seus associados, aos parceiros e à comunidade de negócios. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores e não representam a opinião da entidade e da editora.

GERENTE DE MARKETING E SUSTENTABILIDADE Frederico Bellini COORDENAÇÃO DA REVISTA Andréa Palmer GS1 BRASIL Rua Henrique Monteiro, 79 Pinheiros – 05423-020 – São Paulo Telefone: (11) 3068-6229 www.gs1br.org REDES SOCIAIS facebook.com/gs1brasil www.linkedin.com/company/gs1-brasil www.youtube.com/gs1brasil www.flickr.com/gs1brasil FALE COM A REDAÇÃO revista@gs1br.org PRODUÇÃO EDITORIAL E GRÁFICA G&T Comunicação Ltda. Telefone: (11) 2503-4618 redacao@gtcomunica.com.br EDITORA Denise Turco – MTB 43.537 EDITORA-ASSISTENTE Kathlen Ramos REVISÃO Helder Profeta FOTOGRAFIA Paulo Pepe e Eliane Cunha CAPA Marcelo Gorzoni ARTE Adriano Cristian Fernandes COLABORAÇÃO Adriana Bruno, Camila Guesa, Flávia Corbó, Juliana Jadon, Katia Simões, Patrícia Lucena e Ticiana Werneck (texto) IMPRESSÃO Referência Gráfica TIRAGEM 3 mil exemplares


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SUMÁRIO

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52 8 CURTAS 12 INSTITUCIONAL 14 NEGÓCIOS 28 EMPREENDEDORISMO 34 EVENTOS 42 INSPIRAÇÃO 44 SAÚDE 50 OPINIÃO 56 DESCONEXÃO 58 RADAR 64 VITRINE DE SOLUÇÕES 66 PADRÃO DE QUALIDADE

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CAPA Conheça a trajetória do Prêmio Automação, que completa 20 anos estimulando a adoção de padrões GS1 em toda a cadeia de abastecimento

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ENTREVISTA O subsecretário da Subsecretaria de Empreendedorismo e da Micro e Pequena Empresa do Estado de São Paulo, Roberto Sekiya, fala sobre cultura empreendedora

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EDUCAÇÃO Os desafios para formar profissionais em sintonia com as necessidades do século 21

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PERFIL Calçados Bibi adota

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RECURSOS HUMANOS Para dar

novo posicionamento para se tornar uma marca global

uma pausa no estresse, profissionais partem para um período sabático

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GESTÃO Lean ajuda as

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INOVAÇÃO Startups

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empresas a produzirem mais com menos

criam soluções para melhorar a produtividade no campo

MERCADO Novas barbearias oferecem serviços ao público masculino, aliando o tradicional ao contemporâneo


CURTAS

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Conferência global de saúde

Foto: Divulgação GS1

A GS1 Global realizou, entre 17 e 19 de outubro, a conferência GS1 Healthcare, em Chicago, nos Estados Unidos. O encontro é promovido duas vezes por ano e reúne líderes da área de saúde com o objetivo de compartilhar os resultados dos esforços de empresas e órgãos governamentais na implementação dos padrões GS1, visando a segurança do paciente e a eficiência da cadeia de suprimentos. Estiveram presentes no evento representantes da GS1 Brasil – a gerente de negócios, Ana Paula Maniero, e o executivo de negócios, Marcelo Sá –, além de Bianca Zimon Giacomini Ribeiro, da Assessoria de Assuntos Internacionais da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Ana Paula Maniero e Marcelo Sá, da GS1 Brasil, e Bianca Ribeiro, da ANVISA (ao centro), durante a Conferência GS1 Healthcare

Desenvolvimento dos pequenos negócios

8 out/nov/dez 2017 [ BRASIL EM CÓDIGO ]

bilidade da GS1 Brasil, Herbert Kanashiro, reforçando que essa parceria faz parte de uma série de iniciativas da GS1 Brasil de apoio às micro, pequenas e médias empresas. Confira mais em: https://aliancaempreendedora.org.br/tamojunto/tudo-o-que-voce-precisa-saber-sobre-codigo-de-barras/

Imagem: Divulgação

Oferecer apoio a microempreendedores de baixa renda e grupos produtivos comunitários de todos os setores e idades para o desenvolvimento de seus negócios. Este é o objetivo da Aliança Empreendedora, entidade que nasceu em Curitiba (PR), em 2005, e que, agora, ganhou um novo parceiro. A GS1 Brasil passou a apoiar a instituição por meio de conteúdos para a plataforma on-line Tamo Junto, desenvolvida pela Aliança Empreendedora e direcionada para ajudar a gestão de um empreendimento. A primeira ação desta parceria já pode ser vista no site da instituição, que explica tudo o que o empreendedor precisa saber sobre o código de barras. “A ideia principal da parceria é a troca de conteúdo e apoio na divulgação de ambas as entidades, gerando valor tanto para os nossos associados que se enquadram no perfil de Micro Empreendedor Individual (MEI) quanto para o público atingido pelo Tamo Junto”, explica o analista de sustenta-


Atividade industrial

Fotos/Imagens: Thinkstock

O Índice GS1 Brasil de Atividade Industrial, que mede a intenção de lançamento de novos produtos no País por meio dos pedidos de códigos barras pelas empresas, voltou a crescer em setembro após duas quedas consecutivas. O indicador, calculado pela GS1 Brasil com o apoio da 4E Consultoria, apresentou retração de 17% no acumulado do ano. Apesar da leve recuperação no dado dessazonalizado, o resultado ainda reflete um momento difícil para a indústria, que mantém níveis de produção em patamares modestos. “A GS1 Brasil vem apoiando seus associados para que superem esse momento. Esperamos melhores resultados para a indústria no próximo ano”, aponta a CEO da GS1 Brasil, Virginia Vaamonde.

Satisfação elevada

Empoderados pela tecnologia

Em tempos de crise econômica, quem opta pelo próprio negócio está muito satisfeito com a decisão. A conclusão é da pesquisa “MEI 2017”, recém-realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas de São Paulo (SEBRAE-SP), sobre o perfil do Microempreendedor Individual (MEI) do Estado paulista. Entre os entrevistados, 86% disseram estar satisfeitos ou muito satisfeitos em ser MEIs. A maioria decidiu empreender porque, além de precisar de uma fonte de renda (79%), queria ser independente (81%). Além disso, 28% afirmaram que a formalização é vantajosa porque permite a legalização perante o governo, e 23,3% porque pagam poucos impostos.

Dados de uma pesquisa realizada pelo SPC Brasil e Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), em todas as capitais do País, mostram que 47% dos consumidores com acesso à internet sempre fazem pesquisas on-line antes de concretizar a compra em loja física. As informações mais buscadas são: preços (30%); detalhes e características dos produtos ou serviços (12%); e opinião de outros clientes (5%). Os itens que mais geram pesquisas eventuais na internet antes de se efetivar a compra na loja física são: celulares (59%), eletrodomésticos (54%) e eletrônicos (50%).

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CURTAS

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Plenamente capacitados

Mulheres no comando Não possui carteira de trabalho assinada, mora na região Sudeste do País, tem o ensino médio completo, renda em torno de R$ 2.000 e idade entre 23 e 30 anos. Este é o perfil da mulher empreendedora brasileira, de acordo com o “Mapeamento Simplic do Crédito Online”, que ouviu mais de 25 mil pessoas do sexo feminino com intenção de empreender nos primeiros seis meses de 2017. O estudo indica que mais de 50% das entrevistadas que solicitaram crédito on-line para investir no próprio negócio sinalizaram que usariam o recurso para empreender de maneira autônoma, uma vez que estão fora do mercado.

Vitórias de Daniel Dias O Comitê Paralímpico Internacional anunciou que os Mundiais de Natação e de Halterofilismo, adiados em setembro último por conta de um terremoto na Cidade do México, foram remarcados. Os dois campeonatos serão realizados de 2 a 8 de dezembro, na capital mexicana. O Brasil garantiu presença mantendo as equipes previamente convocadas para as duas modalidades. Sem dúvida, um dos destaques da competição é o medalhista paralímpico Daniel Dias, atleta patrocinado pela GS1 Brasil e que se classificou para o seu quinto Mundial de Natação. Ele conquistou sete medalhas de ouro e uma de prata na última edição, em Glasgow (Escócia). Daniel Dias também está confirmado para o Circuito Loterias Caixa de Atletismo, Halterofilismo e Natação. Composto por quatro fases regionais e três nacionais, o circuito tem a meta de melhorar o nível técnico das modalidades e dar oportunidades para atletas de elite e novos talentos do esporte paralímpico brasileiro. As provas de natação serão realizadas nos dias 28 e 29 de outubro, no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo (SP). Na ocasião, ele participará de quatro provas: 50 m costas S5, 200 m livre S5, 100 m livre S5 e 50 m livre S5. Estamos todos na torcida! Para mais informações, acesse: www.gs1br.org/danieldias 10 out/nov/dez 2017 [ BRASIL EM CÓDIGO ]

Foto: Alexandre Urch/CPB

No mesmo compasso que as empresas procuram pessoas cada vez mais qualificadas, os profissionais também investem em estudos visando melhores oportunidades. É o que aponta o “Relatório de Trabalho Independente e Empreendimento 2017”, desenvolvido pela Workana, plataforma de trabalho freelance com atuação na América Latina. O levantamento indica que 80% dos entrevistados fizeram algum curso no último ano. “Hoje em dia temos mudanças muito rápidas no mercado, gerando uma demanda muito alta de pessoas qualificadas. É um movimento positivo tanto para as empresas quanto para os trabalhadores”, analisa o CEO da Workana , Guillermo Bracciaforte.


Comportamento das gerações no e-commerce A preferência das pessoas por comprar pela internet já é uma realidade entre todas as gerações. Segundo a pesquisa Rakuten Digital Commerce, 87% da geração Z, consumidores nascidos depois de 1995, declaram estar mais propensos a usar o e-commerce para comprar produtos ou contratar serviços. Já os millennials, ou geração Y, gostam mais ainda do canal virtual: 95% das pessoas com idade entre 27 e 37 anos priorizam a compra pela web em detrimento das lojas físicas, especialmente de produtos de saúde e beleza, entretenimento e casa e decoração. Os babyboomers, nascidos logo após a Segunda Guerra Mundial, também demonstram alta inclinação para a compra on-line, 84%.

Gestão de estoques Como alinhar a política de estoque com a estratégia da cadeia de suprimentos? Este é o tema do novo curso da GS1 Brasil, que será realizado no dia 25 de novembro, das 9h às 18h, na sede entidade, em São Paulo (SP). O programa contempla tópicos como análise de rentabilidade de estoque e tipos de demanda versus inventário, entre outros. O instrutor do curso será Fábio Gonçalves, profissional com 15 anos de experiência em empresas como Sephora, Pepsico, LBR e Whirpool, além de expertise em projetos Lean e Six Sigma. As inscrições podem ser feitas até 22 de novembro, e associados da GS1 Brasil têm 10% de desconto. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (11) 3068-6214.

O termo “shoppercracia”, criado pela especialista em consumo Fátima Merlin, dá nome a seu novo livro, lançado pela Poligrafia Editora, que convida profissionais do varejo e da indústria a refletirem se estão oferecendo o que realmente seus clientes buscam e se, de fato, há coerência entre o que prometem e o que cumprem. Após três anos do lançamento de seu livro Meu Cliente Não Voltou, e Agora?, Fátima sugere ao leitor um olhar ainda mais aprofundado sobre o shopper. Nesta primeira abordagem sobre a “shoppercracia”, a escritora compartilha ações relacionadas ao gerenciamento por categorias, mostrando que ele influencia positivamente na gestão do negócio, principalmente se tiver o shopper no centro das decisões.

Foto: Divulgação

Um novo olhar sobre o cliente

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[INSTITUCIONAL

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Abastecimento ideal Por Kathlen Ramos

12 out/nov/dez 2017 [ BRASIL EM CÓDIGO ]

balagens dos produtos no caixa da loja, o software computa essas informações. Após três meses de análise do desempenho de cada SKU, o DRP desenvolve cálculos que estimam em quanto tempo uma determinada mercadoria irá faltar. Em varejistas com o sistema de gestão mais avançado, o DRP integrado ao ERP é capaz de alertar a indústria e os distribuidores sobre os produtos que estão prestes a acabar e, automaticamente, fazer a reposição dos pedidos. O DRP está no mercado desde 2012 e tem alcançado bons resultados. A Via Varejo, um dos 50 clientes da Neogrid que utiliza esta solução, reduziu a ruptura em mais

de 30% e aumentou as vendas em cerca de 40%. Além disso, diminuiu a cobertura do estoque em 5%, o que influenciou diretamente no capital de giro. Em virtude dessa otimização do processo, a companhia conseguiu, inclusive, aumentar o mix de produtos. Com a presença no CIT, a Neogrid espera aumentar a visibilidade do DRP, bem como ganhar novos mercados. “Temos no nosso DNA as empresas de grande porte. Entretanto, por meio desta parceria com a GS1 Brasil, projetamos democratizar essa solução, fazendo com que pequenos e médios varejistas também possam se beneficiar”, finaliza Munhoz. 7 898357 410015

Foto/Imagem: Divulgação

A falta de produtos no ponto de venda, a chamada ruptura, é um problema constantemente discutido no setor varejista. Afinal, o consumidor pode abandonar toda a lista de compras ou ir para a loja concorrente, caso não encontre o que procura. Portanto, as empresas direcionam seus esforços para ter o produto adequado, na hora certa e na quantidade ideal. A automação pode ser uma solução para contornar esse tipo de falha, a exemplo do software da Neogrid, exposto no Centro de Inovação e Tecnologia (CIT), da GS1 Brasil. O espaço passou a disponibilizar demonstrações de funcionalidade do Distribution Requirements Planning (DRP), ou Planejamento de Distribuição, que atua, justamente, para diminuir esse gap. “Esta solução, disponível para varejistas de todas as áreas, desenvolve algoritmos que indicam o volume ideal de produtos para o abastecimento da loja, evitando rupturas ou excesso de estoque”, conta o vice-presidente de operações da Neogrid para a América Latina, Robson Munhoz. O sistema funciona da seguinte forma: a cada vez que é feita a leitura do código de barras presente nas em-

Foto: Eliane Cunha

Software da Neogrid que ajuda a reduzir a ruptura nas lojas é a mais nova solução em funcionamento no Centro de Inovação e Tecnologia (CIT), da GS1 Brasil

Robson Munhoz, da Neogrid Solução indica o volume ideal de produtos para abastecer a loja


Como implantar com eficiência um software de gestão na sua empresa? Thiago Santos,

Há décadas, o uso da tecnologia no ambiente corporativo consolidou-se como um fator praticamente obrigatório para empresas de todos os segmentos. Desde os anos 1960, quando os computadores passaram a ser usados corporativamente, existe o desejo de que essas máquinas pudessem integrar informações, facilitando as tarefas administrativas. Segundo os dados confirmados pelo estudo “Mercado Brasileiro de Software e Serviços 2016”, divulgado pela Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES), o mercado de software no Brasil cresceu 30,2%, representando U$ 12,3 bilhões em investimentos. O Software de Gestão Empresarial, também conhecido como sistema ERP (Enterprise Resource Planning), é uma plataforma de software de gestão administrativa que conta com recursos de gerenciamento financeiro, comercial, tributário, controle de suprimentos e estoque, entre outros. Muitos gestores questionam qual o método mais adequado para realizar o processo de implantação de um software nas empresas. A resposta correta para essa pergunta é iniciar a elaboração de um planejamento estratégico, com uma equipe de implantação do sistema formada por funcionários de diferentes setores, como vendas, contabilidade, atendimento ao cliente, compras, operações e gerenciamento.

Cada membro da equipe deverá estar comprometido com o sucesso do projeto como um todo. É necessário elaborar um cronograma de implantação e finalização dos objetivos e, ainda, formular um plano de treinamento e de capacitação dos colaboradores da empresa. Em seguida, é necessário identificar os nós críticos, respondendo questões como a atualização dos procedimentos, automatização dos processos, tempo de processamento dos pedidos e, principalmente, a integração da equipe de vendas e de atendimento ao cliente em tempo real. Definir os objetivos da instalação do software, desenvolver um plano de trabalho, revisar o projeto de implantação e os recursos do software são medidas essenciais para implantar com sucesso um sistema de gestão empresarial. A avaliação da automatização também é fundamental no processo de implantação, os softwares necessitam da criação de parâmetros de operação. Por fim, é preciso treinar seus colaboradores adequadamente, definindo metas e objetivos razoáveis, delegando aos membros da equipe as responsabilidades pela implantação, testando o software em todos os departamentos e reavaliando-o constantemente para maximizar o retorno do investimento das empresas. 7 898357 410015

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Informe publicitário - Foto: Divulgação

diretor de Implantação da Procfit


[negócios

Fotos: ThinkStock

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Novas perspectivas Da Redação

Diante de um cenário de profundas mudanças na economia e no comportamento do consumidor, supermercados se reinventam para sustentar o crescimento Os supermercados surgiram no Brasil em 1953. Em mais de seis décadas, o setor evoluiu acompanhando o comportamento dos consumidores, investindo em novas tecnologias e processos de gestão mais efetivos. Esse movimento de renovação não para. Afinal, estão aí os desafios que a era digital traz para o setor, que fatura R$ 338,7 bilhões, o que representa 5,4% do Produto Interno Bruto (PIB) do País. O segmento emprega 1,8 milhão de funcionários, que atuam nas 89 mil lojas espalhadas pelo território nacional, por onde passam 27,7 milhões de pessoas diariamente, de acordo com dados da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS).

14 out/nov/dez 2017 [ BRASIL EM CÓDIGO ]

Nesse sentido, estão na pauta dos supermercados temas como redução de perdas, novas tecnologias, entendimento do consumidor, legislação, cenário econômico e meios de pagamento. É com base nesses assuntos que as empresas devem fortalecer suas operações nos próximos anos, como mostraram as tendências e os debates durante a 51ª edição da Convenção ABRAS 2017, realizada de 12 a 14 de setembro, no Bourbon Convention & Resort, em Atibaia (SP). O encontro, que reúne líderes supermercadistas do Brasil, teve como tema “Mudanças – Vamos juntos!” e contou com palestrantes nacionais e internacionais.

“Entender o que os nossos clientes esperam de nossas lojas e saber como fidelizá-los são desafios cada vez maiores. É preciso olhar além, mudar a forma de atuar e se preparar para o novo consumidor que está chegando, que é mais conectado, exigente, multicanal, e não se contentará com as mesmas lojas, estratégias de vendas e experiências”, disse, na ocasião, o presidente da ABRAS, João Sanzovo Neto. No que diz respeito à gestão, os supermercados concentram esforços para reduzir as perdas, que, em 2016, representaram um rombo de R$ 7,11 bilhões do faturamento bruto do setor, um aumento de 0,14 ponto percentual em relação a 2015, de acordo com a 17ª Avaliação


Responsabilidade social Frederico Coelho, da GS1 Brasil, e Monica Wahlbuh (de azul), da Nova Projeto, apresentaram programa de capacitação e inserção de jovens com deficiência intelectual no mercado

de Perdas nos Supermercados Brasileiros, estudo da ABRAS em parceria com a Fundação Instituto de Administração (FIA/Provar). Conhecimento A convenção também apresentou iniciativas internacionais, a exemplo da apresentação do CEO da SPAR International, Tobias Wasmuht. De acordo com informações da reportagem da SuperHiper, publicação da ABRAS, Wasmuht contou como funciona a organização holandesa que une atacadistas e varejistas de alimentos independentes num modelo de cooperativa. A SPAR reúne 12.500 lojas em 44 países e faturou 33,1 bilhões de euros em 2016. Outro destaque foi o painel que discutiu responsabilidade social, abordando temas como a equidade de gênero, inclusão e diversidade nos supermercados. Para mostrar um exemplo prático, o gerente de marketing e sustentabilidade da GS1 Brasil, Frederico Bellini Coelho, e a diretora-executiva da Nova Projeto, Monica Wahlbuh, contaram sobre a parceria entre as duas instituições focada na capacitação e na

inclusão de pessoas com deficiência intelectual no mercado de trabalho. A Nova Projeto, instalada na capital paulista, é uma entidade dedicada a programas socioeducativos e profissionais para pessoas com deficiência intelectual. A organização oferece treinamentos gratuitos que visam a capacitação e a inclusão no mercado de trabalho. Um deles é o curso de Práticas Administrativas, que ensina rotinas de escritório. Já o de Práticas no Varejo prepara para atividades como repositor e atendente. A parceria entre as entidades começou em 2003 e faz parte do Programa Sustentabilidade em Código, da GS1 Brasil. Desde então, 482 pessoas foram qualificadas, das quais 80% entraram no mercado de trabalho. Os treinamentos oferecem vários benefícios: as pessoas com deficiência se tornam mais independentes e seguras e os empregadores contam com profissionais preparados. Além disso, há o ganho social, com a inclusão desse público na economia do País. Já a gerente de negócios da GS1 Brasil,.Ana.Paula.Maniero,.participou. do painel sobre combate ao des-

perdício, com a palestra “Padrões GS1: Prevenindo o Desperdício de Alimentos e Aumentando a Eficiência na Cadeia de Suprimentos”. Automação Mais da metade das empresas que atuam no segmento do comércio possuem um sistema de gestão, de acordo com o mais recente Diagnóstico de Automação da GS1 Brasil. Atualmente, 53% das companhias utilizam essa ferramenta para controlar suas operações com mais eficiência. Os principais dados deste estudo, foram apresentados na palestra ministrada pela gerente da área de educação da GS1, Flávia Costa, durante a Convenção ABRAS 2017. E, para ajudar os supermercadistas a criar novas oportunidades e melhorar a operação dos negócios, com base na inovação, o evento promoveu também a 7ª Exposição e Feira de Tecnologia ABRAS. A GS1 Brasil, uma das patrocinadoras da convenção, apresentou em seu estande a importância da qualidade de dados com base no Cadastro Nacional de Produtos (CNP), plataforma on-line para o cadastro e o gerenciamento de informações das mercadorias, geração e controle da numeração e impressão do código de barras.

Fotos: Divulgação ABRAS

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De olho no futuro Convenção ABRAS 2017 reuniu líderes supermercadistas para discutir as tendências e os desafios do setor

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[entrevista

Potencial empreendedor Por Katia Simões

Nesse momento de crise, pequenas empresas estão no centro das atenções, porém lidam com desafios que passam por gestão, qualificação e inovação Não há como negar que, nos últimos dois anos, o Brasil passou por uma intensa mudança em decorrência da crise político-econômica. O índice de confiança do consumidor e dos investidores despencou, o desemprego bateu recordes, o dinheiro deixou de circular. Empreender tornou-se, ao mesmo tempo, mais difícil e uma saída escolhida por milhares de brasileiros. De acordo com a”Pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM)”, a taxa de empreendedorismo no ano passado foi de 36%, contra 39% em 2015. A queda, contudo, não trouxe sinais tão negativos quanto um rápido olhar possa revelar. Cerca de 75% dos empreendedores envolvidos na abertura de uma empresa, em 2016, buscaram esse caminho porque encontram um nicho. Em 2015, metade das pessoas com empresas recentes investiu no próprio negócio por causa da necessidade. A evolução, embora ainda discreta, pode indicar o início de reação da economia. É o que revela, em entrevista à Brasil em Código, o subsecretário da Subsecretaria de Empreendedorismo e da Micro e Pequena Empresa do Estado de São Paulo, Roberto Sekiya. Bacharel em administração de empresas pela Fundação

16 out/nov/dez 2017 [ BRASIL EM CÓDIGO ]

Armando Álvares Penteado (FAAP), com MBA em tecnologia da informação aplicada à gestão estratégica de negócios pela Fundação Getulio Vargas (FGV), ele fundou o movimento Causa Empreendedora. É um defensor da ideia de que o empreendedorismo pode transformar positivamente a economia e o aspecto social. A seguir, confira os principais momentos da entrevista: BRASIL EM CÓDIGO Como o Estado de São Paulo está trabalhando o empreendedorismo em tempos de crise? Roberto Sekiya São Paulo abriga empresas de todos os perfis, do microempreendedor individual às gigantes multinacionais, de economia de base à alta performance. Há dois anos, enfrentamos o desafio de fazer todos os atores dessa cadeia trabalharem em conjunto e não sozinhos. A empreitada é gigantesca. Em 2015, implantamos o Via Rápida de Empresas, um sistema que permite abrir empresas de baixo risco totalmente on-line. Em setembro deste ano, passou a funcionar, também, a evolução do que popularmente se chama de ‘Poupatempo das Empresas’, que possibilita enviar toda

a documentação dos negócios que precisam de aval da Vigilância Sanitária, Bombeiros e meio ambiente, por exemplo, para um único canal. O próprio sistema distribui para o órgão competente. No que diz respeito aos MEIs, a parceria com um número maior de prefeituras expandiu a atuação do Banco do Povo Paulista, que oferece crédito social a taxas de 0,35% ao mês. Já as microempresas contam com o Desenvolve São Paulo, além da parceria com o Sebrae para prática de juro zero. Por fim, ainda investimos em linhas especiais para inovação. BC O Estado conta com muitos bolsões de inovação e empreendedorismo, eles interagem entre si? RS São muitos. Aqueles que apresentam maior traço de inovação são os que crescem em ambientes onde há presença forte de universidades, parques tecnológicos, incubadoras. Ribeirão Preto, São Carlos, Campinas, São José dos Campos, Piracicaba são alguns deles. Nem todos, porém, estão no mesmo grau de desenvolvimento. Alguns já começaram a se adaptar ao novo momento da economia, com a presença das empresas digitais, da economia criativa e compartilhada. Outros ainda


Fotos: Eliane Cunha

“O desafio é grande para se criar com efetividade uma cultura empreendedora”


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ENTREVISTA

restringem o desenvolvimento mais rápido desse perfil de negócio. A rede como um todo precisa interagir melhor, atualizar seus modelos de atuação com a nova economia. BC Os brasileiros estão empreendendo mais por necessidade do que por oportunidade? rs Empreender por necessidade não significa ter preparação rasa e operar mais do mesmo. É preciso somar competências, buscar informação, qualificar-se, oferecer produto ou serviço diferente. Hoje tem muita coisa que pode ser oferecida de forma personalizada, disruptiva. Isso é o que fará a diferença e ajudará na perpetuação do negócio. Há muitas empresas entrantes e um volume igual de outras que saem do mercado na mesma velocidade. Falta ao micro e pequeno empreendedor instrumentos de gestão. Informação há, mas muitos não abraçam as ofertas. BC Qual é a importância das Micro e Pequenas Empresas (MPEs) para o crescimento do País? rs Elas são a força motriz. No Estado de São Paulo, 99% das empre-

sas são MPEs, as quais respondem por 70% da força de trabalho e por 52% do volume de carteiras assinadas. Mas, em contrapartida, elas perdem em participação econômica. No Estado, respondem por 27% do Produto Interno Bruto (PIB). O 1% composto de médias e grandes representa 73% do faturamento. Nesse momento de crise, o mercado começou a prestar mais atenção nas micro e pequenas empresas, porque nelas está a mola de transformação. Nessa linha, o governo desenhou um novo modelo de compras públicas, dando exclusividade às compras de até R$ 80 mil para esse perfil de negócio. Além de incentivar às MPEs, isso gera um impacto econômico grande, porque o dinheiro circula na região. Ajuda no melhor funcionamento da economia local e regional. BC Com o crescimento das startups, o que muda no cenário? rs Embora em volume sejam ainda poucas, têm mudado muito o jeito de fazer negócio, de investir, de se comportar. Traz conceitos diferentes, que se adaptam melhor ao jeito de empreender dos brasileiros, que por tradição não conseguem planejar a longo prazo. Traz inovação, um novo olhar de como oferecer produtos e serviços; agilidade, porque diminui etapas e corrige os erros com a coisa já andando; sem contar que agiliza a injeção de inovação nas grandes companhias, por meio de parcerias. O próprio governo vem se beneficiando com isso. Por meio do Pitch Gov, startups são desafiadas a resolver um problema do governo. O chatbot Poupinha [atendente virtual do Poupatempo], foi resultado desse tipo de iniciativa. A aproximação com as startups deve ser mais amadurecida e incen-

tivada. Os atores ainda estão soltos. O potencial pode ser bem maior. BC Qual o estágio de inovação das MPEs brasileiras com relação ao demais países? rs Estamos aquém dos grandes centros de inovação. Temos mais quantidade do que qualidade. O desafio é grande, passa pelo ensino do empreendedorismo a partir do ensino básico, para se criar com efetividade uma cultura empreendedora. BC Como o governo tem contribuído para a mudança do ecossistema empreendedor? rs Embora tenha criado linhas de financiamento e leis, como a da Inovação, ainda falta integração entre os poderes federais, estaduais e municipais. É preciso alinhar as conversas para que as propostas ganhem sinergia e sejam potencializadas. As pessoas enchem os olhos quando conferem os números do empreendedorismo em São Paulo. São gigantes porque o Estado é grande. Mas, se bem analisados, constamos que São Paulo só aproveita 10% do potencial empreendedor. É preciso se comparar com o mundo, não com os Estados vizinhos. BC Falta dinheiro para fomentar o empreendedorismo no Estado ou faltam projetos que cumpram todas as exigências? rs Dinheiro com certeza não falta, muitas vezes até sobra. Faltam, sim, empresas com ideias realmente inovadoras e um projeto que atenda todas as exigências das linhas de financiamento. Por isso, é preciso trabalhar toda a cadeia, inclusive o ensino do empreendedorismo desde a base. No Brasil, a capacidade de execução e de entrega ainda não é boa. Os empreendedores precisam de melhor formação e treinamento. 7 898357 410015

18 out/nov/dez 2017 [ BRASIL EM CÓDIGO ]



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Fotos/Imagens: GS1 Brasil/Eliane Cunha

Prêmio Automação,

Trajetória de sucesso A evolução do troféu ao longo do tempo

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há 20 anos valorizando o Brasil Por Katlhen Ramos

Consolidando-se como referência nacional em inovação, gestão e empreendedorismo e consagrando-se como maior prêmio de automação do País, evento chega a 20ª edição com muitas histórias para contar O Prêmio Automação nasceu em 1998 e tornou-se um evento emblemático da história da GS1 Brasil. A tradicional premiação, criada na época em que a entidade era reconhecida no mercado por EAN Brasil, surgiu com o propósito de marcar o 15º aniversário da organização. Para tanto, foi criado este grande encontro, que até hoje é tão importante para a entidade e seus associados. Desenvolvido para estimular a excelência na prestação de serviços, a primeira edição do Prêmio Automação foi realizada com o tema “Perspectivas para o Próximo Milênio” e já contemplava as empresas que mais contribuíam para estimular o crescimento da área. Na época, foram consideradas

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duas categorias: a de Melhor Parceiro Industrial e a de Melhor Fornecedor de Equipamentos, Softwares ou Serviços relacionados à automação. Com o decorrer dos anos e a disseminação dos padrões entre as empresas, houve a necessidade de que se tornasse mais diversificado, apreciando cases de sucesso expressivos de diversos segmentos. “Fomos aperfeiçoando o modelo do evento, criando diferentes categorias e pensando, sempre, em novos setores e empresas de todos os portes. Não queríamos que o Prêmio fosse direcionado apenas para um nicho de mercado”, pontua a CEO da GS1 Brasil, Virginia Vaamonde, que acompanha desde o início a trajetória da premiação.

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Assim, a cada ano, o Prêmio Automação passou a considerar os trabalhos de organizações que se destacam pelas contribuições aos grupos de trabalho da entidade, fabricantes de equipamentos, desenvolvedores de softwares, indústrias, supermercadistas, atacadistas, drogarias, laboratórios, hospitais, universidades, entidades governamentais, entre outros. Segundo descreveu o presidente da GS1 Brasil no período de 2000 a 2009, Wanderlei Saraiva Costa, a lista de premiados ao longo do tempo, desde microempresa até multinacional, espelha o perfil dos associados que, com suas diferenças, recebem, cada um, a mesma atenção. “O Prêmio Automação estimula a excelência na prestação de serviços entre

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os diversos elos da cadeia de suprimentos. Sua conquista é altamente significativa para as empresas e tornou-se sinônimo de eficiência, segurança nas operações logísticas e, sobretudo, respeito aos fornecedores e parceiros comerciais”, afirmou Costa, no ano 2000, em uma publicação da entidade. O fortalecimento do Prêmio fez, inclusive, com que ele extrapolasse os limites da cadeia de suprimentos. Assim, em 2012, mais uma categoria passou a ser prestigiada: a Imprensa. Nessa vertente, passaram a ser reconhecidos os trabalhos de jornalistas que produzem reportagens pautadas em soluções globais de tecnologia, automação, padronização de processos e códigos de produtos, identificação de uma forma geral e seus benefícios. Analisando o Prêmio desde o início até hoje, após 20 anos, as mudanças mais marcantes da solenidade foram a representatividade e a força que ganhou entre os participantes. “Hoje temos diretores, autoridades e executivos de empresas prestigiando o evento, que recebe, anualmente, cerca de 700 convidados”, conta Virginia. Para ela, outra conquista é a procura espontânea de companhias de todos os portes para inscrever os cases. “Antes

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era um desafio atrair as empresas para concorrerem ao Prêmio. Hoje, muitas desejam disputar o troféu, aumentando as dimensões dessa celebração”, conclui a CEO da GS1 Brasil. HARPIA, UM MARCO Em 2015, a harpia passou a representar o troféu do Prêmio Automação. Essa ave de rapina – a maior do seu gênero no mundo – escolheu o Brasil como seu habitat natural. Além de sua grandiosidade, ela chama a atenção por ser exuberante, majestosa e ágil, assemelhando-se às empresas inovadoras e merecedoras da premiação. Somam-se a estas características, os olhos desta ave, que trazem outra mensagem importante. Eles alcançam visão elevada, bem como as empresas que investem em cases de inovação. Também são olhos atentos, assim como os da GS1 Brasil, que observa e apoia seus associados, para que tenham uma trajetória de sucesso no mercado brasileiro. Por conta de toda essa representatividade, a harpia personaliza o prêmio. “Nossa identidade tornou-se definitiva, assim como outras grandes premiações. Da mesma maneira como Caio tem, como ícone, o jacaré; Cannes, o leão; e o Oscar,

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Foto: Arquivo GS1

Os primórdios A primeira edição do Prêmio Automação ocorreu em 1998 durante um congresso da EAN Brasil. O evento, que teve duração de três dias, foi realizado num navio, com cerca de 500 participantes. Na ocasião, a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) e a IBM receberam o troféu

uma pessoa; com a Harpia, temos o nosso”, disse o presidente da GS1 Brasil, João Carlos de Oliveira. 2017: VOANDO ALTO Com o tema “Empresas que Voam Alto Made in Brazil”, a GS1 Brasil recebeu seus convidados para a 20ª edição do prêmio, realizado na noite de 7 de novembro, no Tom Brasil, em São Paulo (SP). Neste ano, os participantes foram recebidos no compasso da brasilidade. A inspiração veio das Olimpíadas de 2016, que fez suscitar o orgulho de ser brasileiro e o patriotismo em toda a população, mesmo frente à crise política e econômica que o País atravessa. Os jornalistas Sabrina Simonato e Nivaldo Prieto conduziram a apresentação dos cases vencedores. E, para seguir em homenagem ao País, o encerramento do evento valorizou grandes nomes da música nacional. Fernanda Abreu, Paulo Miklos, Emanuelle Araújo e Thiago Abravanel animaram o público ao fechamento das comemorações.

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GRANDES VENCEDORES DO ANO

CATEGORIA: Educação VENCEDOR: Centro Paula Souza O Centro Paula Souza é uma autarquia do Governo do Estado de São Paulo, vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (SDECTI). Presente em aproximadamente 300 municípios, a instituição administra 221 Escolas Técnicas (ETECS) e 68 Faculdades

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(Subsecretaria de Empreendedorismo e da Micro e Pequena Empresa), Flávia Borelli (Associação Nacional dos Hospitais Privados – ANAHP), Fernando Ricci (camara-e.net), Silvia Martins (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo – Sindusfarma), Eliseu Scorsim e Eber Martins (conselheiros da GS1 Brasil), e Roberto Matsubayashi (diretor de tecnologia da GS1 Brasil). Esses profissionais elegeram cases de categorias que abrangem áreas como sustentabilidade, educação e negócios. Conheça os vencedores.

de Tecnologia (FATECS) estaduais, ultrapassando o número de 290 mil alunos em cursos técnicos de nível médio e superior tecnológico. Com o objetivo de treinar constantemente o corpo docente, uma das iniciativas da instituição foi realizada em conjunto com a GS1 Brasil ao longo de 2017. A parceria contempla duas frentes: capacitação dos professores e alunos e visitas ao Centro de Inovação e Tecnologia (CIT). Os cursos ministrados pela GS1 Brasil têm como enfoque a automação, em

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especial nos temas ligados à logística. Até agora, foram cerca de 100 professores e 700 alunos capacitados por meio da parceria.

Foto: Gastão Guedes

Em 2017, o Prêmio Automação reconheceu cases de empresas brasileiras que utilizaram soluções e padrões do Sistema GS1 em seus processos. Para escolher os vencedores, um júri de renome foi convocado. Participaram das votações Wanderson Assis (Instituto Mauá de Tecnologia), Jeferson Moreira (Associação Brasileira de Supermercados – ABRAS), José Damaceno (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – FIESP), Jairo Migues (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE), Roberto Sekiya

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CATEGORIA: Gestão Logística na Indústria VENCEDOR: Via Marte

Fotos: Divulgação

Desde 2003, a Via Marte é usuária dos padrões GS1, aplicando o SSCC nas unidades logísticas despachadas

CATEGORIA: EPC/RFID VENCEDOR: Oxford Porcelanas Uma das maiores fabricante de cerâmica e porcelana da América Latina, a Oxford possui 2,5 mil SKUs e produz 6 milhões de unidades/mês. Instalada em São Bento do Sul (SC), a companhia exporta seus produtos e, por isso, precisa utilizar padrões mundiais de identificação. Nesse sentido, investiu em uma solução de RFID para agilizar as operações. Depois de produzidas, as mercadorias são embaladas e identificadas com etiquetas inteligentes, que carregam dados relativos a todo o conteúdo da caixa. Isso é necessário porque uma única caixa contém uma diversidade de itens, como vários tipos de pratos, por exemplo. Na movimentação dos volumes da área de embalagem para a de estoque,

de suas fábricas. Até fevereiro de 2016, as unidades logísticas recebiam certificação eletrônica por meio do cruzamento da leitura dos códigos de barras contidos nos volumes versus o SSCC. A partir de investimentos em leitores bidimensionais, também conhecidos como 2D, e da adição da impressão do GS1 DataMatrix na etiqueta de identificação dos calçados, a empresa migrou esta verificação para uma na qual cada GTIN, mais o número de série do par (SGTIN), é cruzado com o número de série da unidade logística, o SSCC. A motivação primária para a adoção do SGTIN foi a necessidade de melhorar controles internos para

garantir maior precisão na rastreabilidade dos calçados. O novo processo ajudou a reduzir problemas da manufatura, reforçou a organização interna da empresa e melhorou o relacionamento com lojistas e consumidores finais. O retorno do investimento ocorreu antes do término do primeiro ano da aposta. A companhia conseguiu mitigar, diariamente, em torno de 3% a 4% de erros no fechamento das unidades logísticas. Além disso, o despacho correto passou a garantir uma avalição positiva da Via Marte na visão do cliente, acelerou os processos em todos os elos da cadeia e eliminou custos de reentrega.

há um portal RFID que faz a leitura das tags, identificando todas as mercadorias contidas nos volumes. No estoque, além de a RFID permitir a localização e identificação exatas dos itens armazenados, a tecnologia vem sendo utilizada para dar velocidade e eficiência na separação dos pedidos. Com a implementação da RFID, os processos tornaram-se mais organi-

zados e a companhia reduziu a zero os erros nos embarques e entregas. A empresa atingiu o Retorno sobre o Investimento (ROI) em RFID nos primeiros 12 meses de uso da tecnologia e, em virtude disso, já planeja novas aplicações. Os parceiros para a realização deste projeto foram a Parson Serviços em Tecnologia e a Auto Adesivos Paraná.

CATEGORIA: Imprensa Autores de reportagens de jornal, revista e na web que discorrem sobre os padrões globais de identificação GS1 e seus benefícios para a cadeia de abastecimento foram avaliados na categoria Imprensa. Neste ano, a vencedora foi a repórter Thaíne Belissa, do Diário do Comércio de Belo Horizonte, autora da matéria “Startups Protagonizam Mudanças no Varejo”, que aborda soluções inovadoras baseadas no código de barras.

24 out/nov/dez 2017 [ BRASIL EM CÓDIGO ]


CATEGORIA: Segurança do Paciente VENCEDOR: Cristália Produtos Químicos Farmacêuticos e Hospital da Mulher – CAISM Unicamp Considerado o maior fabricante de anestesias da América Latina, o Laboratório Cristália tem grande parte do seu trabalho focado no atendimento ao segmento hospitalar. A maneira que o Cristália achou para contribuir com a segurança na administração de medicamentos dentro dos hospitais e reduzir os riscos que o paciente está submetido foi a utilização de uma identificação em doses unitárias de medicamentos padronizadas com o código GS1 DataMatrix. Isso possibilitou a automação e a gestão eficaz dos recursos das farmácias hospitalares, viabilizando a rastreabilidade interna desde a entrada

do medicamento no estoque até a dispensação no leito. Sempre com foco na segurança dos pacientes, o Hospital da Mulher CAISM Unicamp – Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher, localizado em Campinas (SP), viu a necessidade de melhorar seus processos de gestão de medicamentos (recebimento, movimentação interna para farmácia, dispensação junto aos pacientes). Assim, estabeleceu uma parceria com o Laboratório Cristália. Com o uso do GS1 DataMatrix, o hospital reduziu drasticamente o processo de reembalagem e reidentificação dos produtos da Cristália. Isso porque o CAISM passou a receber os medicamentos do laboratório identificados unitariamente, contendo diversas informações, como: ID do produto, lote e data de validade. Com o GS1 DataMatrix já impresso nas embalagens da Cristália, 70% dos

medicamentos deixaram de ser unitarizados na farmácia do CAISM. Os ganhos do projeto foram múltiplos: aumento da segurança do paciente com checagem automática de informações beira leito, com alertas em casos de divergências considerando prescrição médica versus produtos, otimização de tempo dos profissionais da farmácia, melhora na gestão de riscos, otimização de recursos e redução de custos.

Empresas ganhadoras se destacaram pelo uso inteligente dos padrões GS1 em seus processos CATEGORIA: Gestão Logística no Varejo VENCEDOR: Carrefour Com o intuito de melhorar o processo de inspeção de qualidade no recebimento de alimentos perecíveis refrigerados e agilizar a transmissão da informação para análise estratégica, o Carrefour, em parceria com a PariPassu, implementou um aplicativo para coleta de dados e emissão de relatórios em tempo real, utilizando tablets e smartphones, por meio da

leitura do código de barras GS1-128. Assim, o padrão também tornou possível a integração no fluxo dos resultados dos laudos com os fornecedores de forma automática. Antes da implementação do novo modelo, a inspeção de qualidade era realizada por meio do preenchimento manual de questionários em papel e registro de fotos. O tempo gasto nesse processo demorava dias antes de chegar ao conhecimento das áreas internas da companhia e dos fornecedores. Com o novo processo, os relatórios passaram a ser encaminhados

automaticamente para a gerência de qualidade, área comercial, logística e fornecedores. O principal ganho foi a redução de tempo nas operações e de erros na coleta das informações.

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Fotos: Divulgação

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CATEGORIA: Têxtil VENCEDOR: Brascol A Brascol é líder no comércio atacadista de roupas de bebê e infantojuvenil. Há mais de 28 anos no mercado, possui duas lojas em São Paulo (SP), que contam com a tecnologia RFID desde o recebimento das mercadorias etiquetadas de seus fornecedores até o ponto de venda. A tecnologia, implantada pela iTAG Tecnologia, proporcionou à Brascol o troféu do XVII Prêmio Automação, em 2014. Recentemente, a Brascol aprimorou ainda mais suas operações apoiada nesta tecnologia. A empresa precisava garantir que os volumes estavam sendo entregues às transportadoras e aos clientes, já que alguns alegavam que não os recebiam. Assim, adicionou o controle de entregas de volumes pela RFID padrão SSCC (Serial Shipping Container Code) com GS1 DataMatrix e geolocalização, para dar mais acuracidade ao processo de expedição e fazer a rastreabilidade das entregas. Caso as mercadorias não cheguem ao cliente, o software envia aviso ao motorista informando que o produto está sendo entregue de forma errada.

26 out/nov/dez 2017 [ BRASIL EM CÓDIGO ]

CATEGORIA: Segurança do Consumidor VENCEDOR: Pinheiro Supermercado Para o Grupo Pinheiro Supermercado, presente no mercado cearense desde 1979, a segurança alimentar dos consumidores é um dos principais focos. Por isso, a empresa apostou em inovação utilizando o GS1 DataBar para fazer a gestão dos alimentos processados em loja. O processo é realizado por meio da inclusão da data de validade diretamente no código de barras, criando, dessa maneira, controle automatizado para segurança do consumidor. Na primeira fase do projeto, os códigos foram utilizados para carnes, embutidos, frios e frutas fatiadas. Entre os benefícios iniciais da implementação estão: melhoria da gestão de loja, aumento dos índices de controle e maior segurança do consumidor nas compras dos alimentos processados pelo supermercado. Futuramente, a empresa planeja ampliar a utilização de GS1 DataBar para frutas, verduras e legumes (FLV), visando a rastreabilidade dos alimentos comercializados. O projeto contou com o engajamento de parceiros de software e hardware, Casa Magalhães e Toledo do Brasil.

CATEGORIA: Identificação Comercial VENCEDOR: Santana Centro Eletrônico Fundada há 30 anos, a Santana Centro Eletrônico, instalada em São Paulo (SP), consolidou-se no mercado como atacadista e distribuidora de componentes eletrônicos. Para seguir destacando-se, passou a desenvolver produtos de marca própria, ampliando o portfólio com linhas de produtos voltados para uso doméstico, como cabos HDMI, ferramentas, antenas, pilhas e baterias, entre outros. A implementação do código de barras (GTIN-13 e GTIN-14) foi essencial nessa nova fase, já que os padrões possibilitaram a entrada dos artigos em grandes redes do varejo do País. Essas lojas já são automatizadas e exigem que os fornecedores identifiquem os produtos com código de barras para facilitar os processos de logística, estoque e vendas. Assim, a adoção de padrões ajudou a Santana a conquistar clientes de peso, aproximar a marca dos consumidores finais e aumentar as vendas. A empresa também aderiu ao InBar – aplicativo da GS1 Brasil para leitura de códigos de barras lineares e bidimensionais – para agilizar o processo de conferência de produtos. Com ele, uma atividade que levava três horas, com alta possibilidade de erro, passou para 30 minutos e com a confiabilidade de resultados, já que os dados das mercadorias passaram a ser inseridos diretamente do Cadastro Nacional de Produtos (CNP).


CATEGORIA: Sustentabilidade VENCEDOR: Adere A Adere é uma instituição sem fins lucrativos que promove a inclusão de jovens e adultos com deficiência intelectual no mercado de trabalho. Em 2014, a entidade inaugurou uma loja no Shopping Ibirapuera, na capital paulista, na qual comercializa os produtos desenvolvidos nas oficinas de capacitação. Movida a apoiar a causa da Adere, a GS1 Brasil aproximou-se da instituição para profissionalizar e automatizar a gestão dos artigos, a fim de melhorar o controle de estoque e de vendas. Com a parceria concretizada, a GS1 automatizou os processos da loja a partir da identificação dos itens com o código de barras EAN-13 e da utilização do CNP. Além disso, as caixas foram identificadas com o ITF-14, que é o código utilizado em etiquetas para expedições e pacotes. A Adere também passou a contemplar a certificação do Código de Barras GS1, que garante a leitura do código de barras na primeira passagem, em qualquer equipamento e em qualquer lugar do mundo. Antes da automação, no momento venda, a contagem dos produtos era manual e a soma dos valores feita com

calculadora. Após o pagamento, a loja enviava os dados do cliente para sua sede, via e-mail, a fim de emitir a nota fiscal. Hoje, com o uso do EAN-13 e de leitores de código de barras, é possível incluir os dados dos produtos no sistema automaticamente, fechar a compra do cliente e fazer a emissão imediata da nota fiscal. O ato da venda tornou-se, assim, seis vezes mais rápido após a automação. Também houve melhora na produtividade, eficiência da gestão e redução de perdas e erros humanos. Foram parceiros neste projeto a MarkeUP (forneceu uma solução web de gestão), Sweda Automação Comercial (proporcionou solução de hardware para gestão da loja, como leitor de código de barras) e Colacril (doou as etiquetas).

HOMENAGEM ESPECIAL

CATEGORIA: Micro e Pequena Empresa (MPE) VENCEDOR: Mascky Comércio e Distribuição A Mascky Comércio e Distribuição iniciou sua operação em 2013, com a venda de presentes, como brinquedos, bolas, pelúcias, carrinhos em miniatura, isqueiro, óculos de sol, brincos e acessórios de prata para lojas de conveniências, padarias, bancas de jornal e comércio em geral. De olho no mercado, a empresa paulista identificou a oportunidade de desenvolver uma marca própria de carregadores de celular. Para isso, investiu em uma embalagem diferenciada e também na automação, inserindo o código de barras nas caixas, a fim de otimizar as vendas. Isso porque os varejistas precisavam colar, em cada item, uma etiqueta contendo o preço do produto ou ter uma tabela em papel contemplando os valores praticados, algo que tomava o tempo dos vendedores e era muito passível ao erro. Com o código de barras, as vendas aumentaram em 50%. A Mascky também utiliza o CNP para o registro das mercadorias, facilitando a gestão e o controle da numeração. Neste ano, a empresa iniciou as vendas via e-commerce e, para tanto, o GTIN do produto passou a ser crucial para separação e entrega do item selecionado. Os padrões também fizeram com que fosse possível entrar no marketplace de dois grandes players: Americanas.com e Mercado Livre. 7 898357 410015

Neste ano em que o Prêmio Automação completa duas décadas, a GS1 Brasil presta uma homenagem especial às organizações que, ao longo desse tempo, investiram na utilização e na disseminação dos padrões GS1. Confira: ABRAS ABAD SEBRAE NACIONAL ENCAT/SEFAZ

Fotos: Paulo Pepe

Hospital Israelita Albert Einstein Seal Sistemas e Tecnologia Grupo Pão de Açúcar RR Etiquetas

[ BRASIL EM CÓDIGO ] out/nov/dez 2017 27


[EMPREENDEDORISMO

Por Denise Turco

Conheça oportunidades para pequenos e médios empresários melhorarem a performance dos negócios Sua empresa precisa rever os processos de vendas e descobrir novos caminhos nesta época de crise? Com o objetivo de gerar insights para pequenos e médios empresários aumentarem o faturamento dos negócios, a GS1 Brasil promoveu o II Seminário para a Micro e Pequena Empresa, em setembro, na sede da entidade, em São Paulo (SP). Os empreendedores tiveram um momento de capacitação e de relacionamento – tão necessários para quem está à frente do próprio negócio. Com o tema “Vender Mais, Que Mal Tem?”, as palestras apontaram diferentes oportunidades para melhorar a performance das vendas. Acompanhe as dicas.

28 out/nov/dez 2017 [ BRASIL EM CÓDIGO ]

Discurso afiado Hoje, para vender, não adianta apenas fazer propaganda da empresa. É preciso sensibilizar o cliente, mostrando, com base em informações de mercado, como reduzir custos, lucrar ou aumentar a produtividade com o produto/serviço oferecido. Este foi o recado da consultora de marketing e vendas do Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (SEBRAE-SP), Ariadne Mecate. “Vendas é como um funil. Depois de pegar os contatos dos potenciais clientes, veja quais interessam, qualifique-os e envie uma proposta. Não esqueça de fazer follow-up para tirar dúvidas e partir para a negociação”, orientou Ariadne.

Aposta na gestão “O pequeno lojista tem de ser um otimista por natureza e deve acreditar que vai vender todo dia.” Com essas palavras, o presidente na Câmara de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo (CDLESP), Mauricio Stainoff, traçou um panorama atual do varejo, destacando a importância da gestão. “O segmento teve crescimento negativo no primeiro semestre, mas, aos poucos, está se recuperando. Para 2018, esperamos um cenário melhor”, aposta. Assim, no momento atual, é preciso aprimorar controles e processos para aumentar a produtividade. Também vale investir em treinamento, usar a tecnologia, entrar no comércio eletrônico e automatizar os processos.

Foto: Thinkstock

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Vender mais, que mal tem?


NETWORKING E NEGÓCIOS Nos intervalos do II Seminário para a Micro e Pequena Empresa, os empreendedores interagiram com os palestrantes, consultores, especialistas, fornecedores e apoiadores do evento, como a Aliança Empreendedora, entidade dedicada a apoiar pequenos empresários de baixa renda. O subsecretário da Subsecretaria de Empreendedorismo e da Micro e Pequena Empresa do Governo do Estado de São Paulo, roberto Sekiya, também marcou presença (leia entrevista nesta edição) . O evento contou com o patrocínio da Procfit, que oferece soluções de gestão empresarial e tecnologia da informação, como ErP, CrM, BI, automação comercial, e-commerce, plataforma de fidelidade, entre outras. Segundo o executivo de vendas da companhia, rafael Silva, a Procfit atua junto a empresas de todos os portes nos segmentos de varejo, indústria e distribuição.

COMÉrCIO ELETrÔNICO Apesar da crise, o e-commerce segue em expansão no Brasil. Dados da Ebit indicam que o segmento deve crescer 12% em 2017, em comparação com o ano passado. “Procure um nicho para atuar no e-commerce e você pode se dar muito bem”, aconselhou o secretário-executivo da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net), fernando ricci. Para fazer o planejamento da loja virtual, é preciso se cercar de dados de mercado, como perfil dos compradores, produtos mais consumidos, vendas por região, e estar de olho nas tendências, como a expansão das compras via smartphone. ricci também enfatizou a importância de planejar os meios de pagamento que a loja virtual disponibiliza aos clientes, oferecendo conveniência e segurança.

EXPOrTAÇãO O mercado externo pode ser um destino certo para as vendas das pequenas empresas. Isso porque, ao exportar, elas diversificam clientes e têm acesso a novas tecnologias, certificações e padrões, apontou a coordenadora de competitividade da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX-BrASIL), Adriana rodrigues. A entidade possui diversos programas para apoiar empresas de todos os portes a se estruturar para a internacionalização. Para as organizações menores, o destaque é o Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX), no qual uma equipe de consultores faz um diagnóstico da empresa e, junto com o gestor, elabora um projeto completo para exportação de forma planejada e segura.

VENDAS PArA O GOVErNO Bons negócios também podem ser feitos com órgãos do Poder Público, a exemplo da Bolsa Eletrônica de Compras do Governo do Estado de São Paulo (BEC/SP). “Trata-se de um portal de compras eletrônicas, por meio do qual os órgãos de administração estadual precisam fazer a aquisição de materiais e serviços”, explicou a diretora de operações da BEC/SP, Sheila dos Santos Silva. Atualmente, há cerca de mil unidades compradoras (escolas, empresas públicas, hospitais, municípios, etc.), utilizando esse sistema, que opera com diferentes modalidades de compra. As MPEs têm preferência nas negociações via BEC, além de participarem de licitações específicas. Para se tornar um fornecedor, é preciso fazer um cadastro único, on-line e gratuito.

Fotos: Eliane Cunha

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Ariadne Mecate, do SEBRAE-SP

Fernando Ricci, da camara-e.net Mauricio Stainoff, da CDLESP

Sheila Silva, da BEC/SP Adriana Rodrigues, da APEX-BRASIL [ BRASIL EM CÓDIGO ] out/nov/dez 2017 29


Novos rumos da educação

Fotos: Thinkstock/Divulgação

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[ EDUCAÇÃO

Por Denise Turco

Tecnologia e novos comportamentos impactam a educação, colocando uma série de desafios para professores, instituições de ensino e empresas Em um passado não muito distante, para ter êxito na carreira, os alunos deveriam ter as mesmas habilidades básicas que seus pais e avós sobre leitura, escrita e matemática. Para fornecer esses conhecimentos, professores de muitas escolas do País adotavam, sem erro, as estratégias clássicas de ensino: aula expositiva com lousa e giz, repetição e memorização. Nesse modelo, o trabalho do professor consistia apenas em transmitir conteúdo. Ao

30 out/nov/dez 2017 [ BRASIL EM CÓDIGO ]

estudante, caberia aceitá-lo, mesmo sem entender como poderia aplicá-lo de maneira prática em sua vida. Nas últimas décadas, na passagem da sociedade industrial para a era da informação, a tecnologia teve forte impacto na maneira como se adquire conhecimento (hoje muito mais acessível), transformando o mercado de trabalho e moldando novos comportamentos das pessoas.


Mas quando o assunto é educação, com algumas exceções no País, ela ainda está pautada nos paradigmas da sociedade industrial, que visava preparar as pessoas para produzir no mercado de trabalho. “Temos sala de aula do século 19, com as carteiras enfileiradas, professores formados no século 20 e alunos do século 21. Esse modelo não combina com a velocidade que a informação acontece hoje o tempo todo. O conflito é inevitável”, analisa a mestre em educação e especialista em educação para nativos digitais, Carolina Defilippi. Advogada e professora de direito, ela também é coordenadora da pós-graduação de inovação na educação do Instituto Brasileiro de Formação de Educadores (IBFE). Nesse contexto, quais são os desafios da educação no século 21? São muitos, a começar pelo modelo educacional voltado para transmissão de informação, característica ainda muito forte no Brasil. Basta observar que as provas dos vestibulares e do ENEM cobram dos estudantes informações que precisam ser decoradas. “Paulo Freire falava que insistimos em uma educação bancária, ou seja, depositamos muita informação na cabeça dos alunos e depois sacamos na hora da avaliação. É um ensino que tem pouquíssima produtividade”, avalia Carolina. O estudo com base na memorização de temas, datas, fórmulas, geralmente sem saber como aplicá-las no dia a dia, tem reflexos futuros. Afinal, quando os alunos ingressam no mercado de trabalho, são exigidas outras habilidades,

como criatividade e flexibilidade de pensamento, que não foram exercitadas no período escolar. É fato que hoje as empresas buscam profissionais que pensem “fora da caixa”, sejam proativos e tenham jogo de cintura para lidar com os mais diversos tipos de situações. Em geral, a escola prepara o aluno tecnicamente. “Ele se forma e começa a trabalhar na empresa, que dá um treinamento focado em gestão. Mas, conforme a pessoa vai subindo na carreira, surgem os problemas de ordem comportamental: dificuldade de delegar, de cobrar e de se comunicar com a equipe”, analisa o especialista em foco e produtividade da Inova Business School, Rubens Pimentel. Tanto é que empresas e escolas de negócios começam a se preocupar, além da questão técnica, também com a qualidade e a saúde mental das pessoas, a fim de formar um profissional mais completo. “Por isso, hoje há treinamentos mais focados nas disciplinas comportamentais, como gestão de tempo, inteligência emocional, comunicação assertiva e até mindfulness”, diz Pimentel. Nova visão Diante deste cenário, na visão de Carolina, é preciso repensar os currículos escolares, o que depende de ações governamentais a longo prazo, e os métodos de trabalho, que podem ser transformados agora pelos professores. “Essa é uma mudança possível e necessária hoje, porque os nativos digitais, ou seja, as pessoas que nasceram em meados dos anos 1990 e que fre-

Carolina Defilippi, do IBFE É necessário repensar os métodos e os currículos escolares quentam a escola atualmente, não têm condições de assistir a uma aula expositiva de 50 minutos. Eles estão acostumados com uma troca de informação rápida, então a aula tradicional torna-se entediante. Com isso, muitos apresentam problemas de indisciplina, porque a escola não consegue motivá-los”, ressalta Carolina. Entretanto, é preciso se preparar para essa nova era, porque a tecnologia, por si só, não resolve o problema. “Colocar a tecnologia e não mudar a metodologia é um fracasso. É como o professor que lê slides no Power Point durante a aula. Não adianta nada”, reflete. Os educadores, portanto, precisam se apropriar das ferramentas tecnológicas e, ao mesmo tempo, libertar-se dos modelos de ensino nos quais foram formados. Na visão de Carolina, hoje o papel do professor não é transmitir informações, mas fazer uma curadoria de conteúdo, porque há um excesso de informação disponível. “O professor não perde o seu papel, pelo contrário, ganha uma importância maior porque está na mão dele transformar informação em conhecimento.” Pensando nos novos rumos da educação, um exemplo de sucesso

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EDUCAÇÃO

de metodologia de aprendizagem foi a criada por Salman Khan, que fundou a Khan Academy, uma ONG dedicada a oferecer videoaulas em diversas áreas do conhecimento gratuitamente. Salman Khan, que é engenheiro e matemático, idealizou esse projeto com uma série de princípios para repensar a educação. “Ele defende a aprendizagem por domínio, ou seja, quando a pessoa aprende 100% sobre determinado tema. Se o aluno tira média 6 na escola e passa para a série seguinte, como fica o restante da matéria que ele não aprendeu? Fica um buraco, que vai se aprofundando com o passar do tempo”, explica Carolina. Escola do futuro A Khan Academy é um sucesso na internet há alguns anos. Os conteúdos estão disponíveis em vários idiomas, inclusive em português, e, no Brasil, são utilizados como apoio das aulas em algumas escolas. Esse é um exemplo de como a tecnologia tem importância decisiva na educação, facilitando o acesso e mostrando um mundo de possibilidades. Uma pesquisa do Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic), divulgada recentemente, mostra que 52% das escolas do Brasil utilizaram

Lars Janér, da Instructure Na educação a distância, tecnologia não pode ser um obstáculo, mas um apoio smartphone em atividades com os alunos em 2016. Nesse sentido, os cursos a distância devem representar uma revolução no processo de ensino e aprendizagem. “Hoje a educação acontece em qualquer hora e lugar. Com isso, o ensino torna-se mais especializado para atender à demanda de local, horário e forma, já que é possível aprender por meio de vídeo, texto ou imagem. E, com certeza, passa pelo consumo desse conteúdo via smartphone”, avalia o consultor e professor convidado em ensino híbrido do IBFE, Lars Janér. Para ele, o principal desafio do ensino on-line é criar um conteúdo capaz de prender a atenção. “Quando você está sozinho, precisa de um conteúdo muito interessante e uma plataforma amigável, na qual a tecnologia não seja obstáculo, mas um apoio.” Um exemplo é o da Instructure, empresa norte-americana que detém plataformas on-line de ensino na qual alunos e professores interagem e consomem conteúdo. Em 2011, a companhia criou um software destinado a universidades e instituições de ensino chamado Canvas, que hoje é utilizada por mais de 2 mil instituições no mundo, incluindo Harvard, Stanford, Yale e Berkeley. No Brasil, é usada pela Fundação Roberto Marinho, Fundação Lemann, Inova Business School, entre outros. Em virtude do crescimento dessa plataforma, recentemente, a

Instructure criou outra nos mesmos moldes, a Bridge, porém direcionada para treinamentos corporativos. “Essas plataformas de aprendizagem permitem integrar conteúdos e ferramentas de outros provedores, como arquivos do Google Docs, vídeos do YouTube e da Khan Academy, ferramentas de gameficação, entre outras”, conta Janér, que também é diretor para a América Latina da Instructure. Rubens Pimentel aposta igualmente na força que o ensino a distância deve ganhar no futuro. “No entanto, a primeira barreira são as próprias pessoas, que, em sua maioria, têm dificuldade de estudarem sozinhas e manter a frequência.” Assim, ter o espaço físico da escola ainda é uma questão que deve permear as discussões sobre educação. “A presença do professor e dos grupos sempre será fundamental na aprendizagem, porque ela acontece nas interações. O modelo presencial deverá se manter na forma de debate e com a presença de um facilitador, que vai mediar essa conversa, e não apenas passar um conteúdo de forma unilateral”, aposta Janér.

Fotos: Divulgação

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Rubens Pimentel, da Inova Business School Escolas de negócios apostam em disciplinas voltadas para questões comportamentais



[EVENTO

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, l a i c e p s e o ã i s s o Oca d a r b o d e r s o cuidad Por Camila Guesa

Saiba como planejar um evento de sucesso para sua empresa

Fornecedores confiáveis, espaço apropriado e um bom planejamento são fundamentais para a realização de um evento. Não importa o tamanho da empresa, este é um excelente recurso de marketing e vendas para aprimorar a comunicação interna ou externa, divulgar produtos e serviços, melhorar o relacionamento com clientes ou treinar e motivar os colaboradores. “Porém, é preciso que tudo seja planejado e organizado da maneira correta, de acordo com as possibilidades e as necessidades de cada um”, pondera a presidente da Associação Brasileira de Empresas de Eventos (ABEOC Brasil), Ana Cláudia Bittencourt. Para começar a organizar uma ocasião importante para a empresa, o primeiro passo é considerar o pú-

34 out/nov/dez 2017 [ BRASIL EM CÓDIGO ]

blico (interno ou externo); seguido pelo tipo de evento (workshop, curso, convenção, treinamento, festa, etc.) e o objetivo (tema abordado, o que se deseja alcançar com esse evento, etc.). “Esses pontos vão influenciar nas próximas decisões. Se o evento for para os colaboradores, por exemplo, não é preciso muita formalidade e robustez, podendo ser realizado nas dependências da empresa”, exemplifica Ana Cláudia. Confira, a seguir, algumas dicas. ORÇAMENTO A ocasião deve ser pensada e inserida no planejamento anual, com reserva de um budget estipulado pelo empresário ou organizador do evento, para evitar prejuízo. A partir da verba disponível, é possível

definir: local, fornecedores, formato e número de convidados. FORNECEDORES Segundo a representante da Unidade de Atendimento Setorial de Comércio e Serviços do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (SEBRAE-SP), Graziele Vilela, espera-se que os fornecedores entreguem o produto ou serviço com qualidade, agilidade e, se for o caso, observem normas técnicas. É importante ter atenção especial com a manipulação de alimentos e bebidas, por exemplo. “Conheça bem os fornecedores envolvidos para que haja uma relação de confiança e de comprometimento”, ressalta.


Fonte: Eventbrite

CRITÉRIOS NA ESCOLHA DE FORNECEDORES

realizar a comunicação. Vale agir com antecedência para que todos possam se programar.

Opte por empresas que ofereçam um ótimo serviço e apoiem o sucesso e crescimento do seu evento. Faça cotação com, pelo menos, três fornecedores. Analise a experiência da empresa e o tempo de mercado dela. Pesquise sobre os últimos trabalhos realizados. Pergunte quais foram os maiores desafios, para que possa analisar qual fornecedor tem mais capacidade de contornar situações difíceis. Escolha fornecedores que possuam boas parcerias. Exija contrato sempre. Estipule prazos e acompanhe o andamento de cada entrega.

STAFF É necessário planejar a contratação de recepcionista, garçom, palestrantes, técnico multimídia, etc. Caso não tenha experiência, pesquise eventos similares e veja qual estrutura foi utilizada. Se for contratar palestrantes, avalie os nomes de profissionais gabaritados e aderentes ao propósito do evento.

LOCAL O lugar ideal precisa ter infraestrutura para atender o formato do evento, o número de convidados ou de ingressos que serão disponibilizados. Faça as contas e sempre aumente em 10% o número total de convidados para ter uma margem de segurança. A dica é da GS1 Brasil, que elaborou um e-book para orientar as empresas que utilizam as dependências da organização para promoverem seus eventos. INFRAESTRUTURA Também é essencial pensar na localização e no acesso ao público (estacionamento ou facilidade de transporte público, por exemplo), na

disponibilidade do espaço para a data e horário desejados e na estrutura de segurança. “No caso de treinamento, curso ou workshop, é necessário conferir se o espaço oferece materiais como projetor, telão e internet. No caso de uma festa, checar se possui pista de dança, DJ ou outras facilidades que ajudarão a fazer do evento um sucesso”, diz o country manager da Eventbrite, Hugo Bernardo. CONVIDADOS Estudantes, profissionais com perfil técnico ou parceiros. Qual público sua empresa deseja convidar? Depois de definir esse ponto, a recomendação da GS1 Brasil é buscar endereços, telefones e e-mails para

PLANO B No planejamento, contemple a gestão de riscos. Tudo que pode dar errado precisa ser listado e associado a um plano de contingências. Considere a necessidade de geradores e verifique também as condições para lidar com uma possível necessidade de evacuar a área, com saídas sinalizadas e profissionais de apoio preparados. “Caso chova e a estrutura do evento fique comprometida, os organizadores também deverão ter uma solução para o problema”, pontua Graziele, do SEBRAE-SP. Outro aspecto que exige cuidado é a ausência de convidados, como palestrantes, cantores e atores, quando estes desmarcam o compromisso de última hora. Neste caso, a organização deve ter substitutos. 7 898357 410015

ETAPAS DE PLANEJAMENTO

1. Defina os objetivos

2. Conheça o público-alvo

3. Trace uma linha estratégica do evento

4. Analise a viabilidade técnica e econômica

Confira essas e outras dicas no e-book Manual do Organizador de Eventos, produzido pela GS1 Brasil. O material gratuito está disponível em: http://blog.gs1br.org/e-book-gratuito-manual-organizador-de-eventos [ BRASIL EM CÓDIGO ] out/nov/dez 2017 35


[PERFIL

Passos para ser uma marca global

Fotos: Divulgação

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Por Ticiana Werneck

Calçados Bibi começou suas atividades há 68 anos com foco no público infantil. Hoje é uma rede de franquias com 110 lojas e inicia sua expansão internacional O fundador da Calçados Bibi, Albino Eloy Schweitzer, era fã da atriz Bibi Ferreira e quis homenageá-la ao nomear sua empresa, em 1949. Desde essa época, o comando da fábrica em Parobé, no Rio Grande do Sul, foi norteado pelo princípio de produzir calçados de qualidade para o universo infantil. Ao longo do tempo, a empresa ultrapassou as crises e se reinventou frente às adversidades do mercado. Uma delas foi a entrada forte, há alguns anos, dos produtos chineses, com o apelo do preço baixo. “A China é o maior fabricante de calçados, produzindo 70%

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do que é consumido no mundo. Para fazer frente a isso, focamos em nossos diferenciais e hoje já exportamos 26% de toda nossa produção para mais de 70 países, incluindo a própria China”, explica o presidente da Calçados Bibi, Marlin Kohlrausch. Os diferenciais a que ele se refere são o uso do couro (enquanto concorrentes usam materiais similares), não utilização de produtos tóxicos, design que valoriza o conforto (calçados fisiológicos) e uma preocupação com a sustentabilidade. A marca também é pioneira em desenvolver produtos a partir de pesqui-

sas e estudos científicos em busca da criação do calçado ideal para cada fase da criança, o que originou a criação da palmilha Fisioflex Bibi. Tal decisão, inclusive, levou a empresa a abrir mão de um sucesso que ela mesma criou: o tênis com rodinhas. Segundo o presidente, quando os especialistas disseram que o uso do produto era similar ao de salto alto e que poderia prejudicar as crianças, a companhia retirou o modelo do portfólio. Kohlrausch acredita que ações como essa fazem parte de um “capitalismo mais consciente”, que hoje norteia o código de ética da Bibi.


Feito para as crianças Marca investe em calçados com design, conforto e sem o uso de materiais tóxicos

A empresa teve aumento de 29% na receita do primeiro semestre e espera fechar o ano com faturamento de R$ 117 milhões ENTRADA NO VAREJO Além da fábrica em Parobé, a empresa mantém outra em Cruz das Almas (BA). Ao todo, são 1,5 mil funcionários. Do total de 2,6 milhões de pares de sapatos produzidos por ano pela Bibi, 42% são vendidos para lojas multimarcas e 32% por unidades próprias e franquias. Aliás, outro plano ousado de Kohlrausch foi investir, há dez anos, no varejo para fortalecer a marca e ter o controle do processo. Após observar e analisar o mercado, decidiu, então, abrir lojas próprias. Atualmente, a Bibi possui 97 lojas, devendo chegar a 110 até o final de 2017. Do total, 20 são próprias e o restante em formato de franquias, com produtos nos tamanhos de recém-nascidos até 12 anos ou número 37. “Estar no varejo nos permitiu entender melhor o comportamento do consumidor, suas preferências e costumes, tudo em tempo real”, comenta. Foi assim, por exemplo, com o mais recente lançamento, o tênis Bibi Display. Tecnológico, possui uma tela de LED que permite escrever ou desenhar no display de luz, de forma personalizada.

“Assim que esse modelo começou a chegar nas lojas, percebemos que seria um sucesso e adequamos nossa produção. Antes, isso não seria possível”, explica o presidente. Para se aproximar ainda mais do público infantil, em setembro, a empresa lançou em seu canal do YouTube, uma websérie que ensina crianças a fazer brinquedos com as caixas de papelão dos calçados. “É uma forma lúdica que encontramos para conscientizar as crianças a reutilizar materiais recicláveis, além de explorar a criatividade e incentivar a interação com os pais”, explica a diretora de marketing, Camila Kohlrausch. O primeiro vídeo já contabiliza 150 mil visualizações. NOVOS MERCADOS A Calçados Bibi está presente em mais de 3,5 mil pontos de venda multimarcas, além do e-commerce, e acaba de iniciar sua expansão internacional com uma franquia no Peru,

a primeira no exterior, inaugurada em setembro, em Lima. “De acordo com a aceitação e bons resultados, pretendemos implantar mais cinco lojas no Peru até 2019. Outro país que está em nossos planos é a Costa Rica. Além disso, estamos prospectando a implantação de unidades na Argentina, Chile, Colômbia, Equador e Bolívia”, afirma a diretora de franquias, Andrea Kohlrausch. O intuito da marca é dar prosseguimento à atuação em outros países da América Latina, que contam com o clima e estações do ano semelhantes ao do Brasil para, em seguida, galgar espaços físicos nos Estados Unidos e na Europa. O plano é ambicioso. “Queremos ser uma marca global”, afirma o presidente. “Temos todos os elementos necessários para chegarmos lá: produto de qualidade, inovação e um propósito claro de contribuir para o desenvolvimento feliz e natural da criança”, completa Andrea. 7 898357 410015

Marlin Kohlrausch, da Calçados Bibi Empresa planeja tornar-se uma marca global no varejo

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[RECURSOS HUMANOS

Fotos: Thikstock/Divulgação

Pausa necessária

Por Flávia Corbó

Diante de um mundo corporativo cada vez mais competitivo e estressante, cresce o número de profissionais que parte rumo a um período sabático A publicitária Heloisa Andrade considerava-se uma pessoa feliz. Chegava a trabalhar 15 horas por dia, mas fazendo aquilo que amava. Redação publicitária era sua paixão. E, como uma típica apaixonada, entregava suas madrugadas e fins de semana ao trabalho sem reclamar. Tal dedicação ganhou ainda mais força quando ela abriu sua própria agência de publicidade, juntamente com um sócio. Ainda que atribulada, a vida parecia sob controle. Eis que um problema pessoal obrigou Heloisa a frear a montanha-russa em que se encontrava. Seu pai adoe-

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ceu e precisou ser internado. Para lhe fazer companhia no hospital, ela cancelou reuniões, adiou compromissos e postergou pendências até então consideradas urgentes. Durante os dias em que passou ao lado do leito do pai, teve tempo e silêncio para olhar para si – algo que não fazia há muito tempo. Ela já havia percebido que algo precisava mudar, mas a gota d’água veio com o falecimento do pai. “Tive contato com a finitude da vida. Foi um sinal de alerta definitivo. É a hora que a gente percebe que a vida acaba e deixamos muitos sonhos para trás”, lembra Heloisa,


Heloisa Andrade Publicitária rompeu um ciclo frenético de trabalho, viajando para Irlanda, onde estudou inglês e escreveu um livro que na época tinha 42 anos. O choque de realidade a fez decidir desacelerar. Aproveitando a entrada de um cliente do Rio de Janeiro, mudou-se para solo carioca com a esperança de que, em uma cidade mais próxima da natureza, conseguiria relaxar. “No fim, aconteceu o contrário. Pegava tanta ponte aérea que me cansei mais ainda”, conta. O último recurso foi fazer terapia. A estratégia funcionou. Foi dentro do consultório que Heloisa teve o insight: precisava viajar, mudar a rotina radicalmente e ter novas experiências. Começou, então, a pesquisar sobre “período sabático”. O termo tem origem na palavra sabá, período entre sexta-feira e sábado em que os judeus não realizam nenhum tipo atividade para se dedicar ao descanso religioso. No século 19, o costume ganhou um sentido mais amplo, quando as universidades americanas passaram a conceder licença aos professores, a fim de que eles pudessem reciclar o conhecimento. Aos poucos, a prática foi se inserindo no universo corporativo. Na Europa e nos Estados Unidos, a pausa na carreira já é vista com naturalidade na maioria das companhias.

No Brasil, o período sabático ainda causa estranhamento e resistência, mas para Heloisa não foi tão difícil, já que ela comandava o próprio negócio. Em uma conversa com o sócio, recebeu o aval para fazer o projeto sair do papel e planejar tudo com calma. Durante três anos ela economizou dinheiro para finalmente se dedicar a estudar inglês, plano que vinha sendo interrompido por falta de tempo. O local escolhido foi a Irlanda do Sul, pois, além do idioma, o país era o ambiente propício para a segunda meta do período sabático de Heloisa: escrever um livro. “A capital Dublin é uma cidade literária, berço de grandes escritores. É cheia de bibliotecas, de pessoas que sentam em cafés e ficam horas ali sozinhas”, descreve. De fato, o clima era tão convidativo que, ao final de dez meses de viagem, a publicitária fez amizades profundas e voltou para São Paulo com um livro quase finalizado. Chamado Sabático 45 (Editora Poligrafia), em referência à idade em que ela teve a coragem de romper um ciclo frenético de trabalho, o livro reúne crônicas sobre as experiências vividas na viagem.

PLANEJAMENTO O desejo de fazer uma pausa na carreira pode ter diferentes motivações. Para a psicóloga intercultural e coaching, Andrea Sebben, foi a crise. Durante anos, ela teve a agenda preenchida por palestras e viagens. Até que o mal momento da economia do País fez cair drasticamente o número de clientes. Ao invés de desesperar-se, ela aproveitou a calmaria forçada e as economias que não tinha tempo de gastar por conta da carga de trabalho e fez as malas. Passou seis meses estudando inglês na minúscula e montanhosa cidade de Banff, no Canadá. Independentemente da motivação, é preciso ter cautela antes de jogar tudo para o alto e se aventurar em algum outro canto do mundo. O primeiro passo é compreender o sentido de um sabático. Não se trata de férias, de um período de ócio ou puro descanso. “É uma pausa para refletir sobre os rumos na carreira profissional ou repensar a vida como um todo. Um respiro para ganhar fôlego. Vivenciar experiências diferentes que abram o olhar para novos horizontes e novas possibilidades de escolhas”, explica a coach e facilitadora da Mayu Coaching, Claudia Fuji. Para que esse intervalo na carreira seja realmente proveitoso, é necessário ter uma meta bem definida. “Preciso amadurecer em algum aspecto ou refletir para tomar uma grande decisão? Quero desenvolver alguma habilidade?”, indaga o sócio-fundador da Alliance Coaching, Alexandre Rangel. A partir do objetivo também são definidos outros pontos importantes, como destino, duração e planejamento financeiro. Um ano sabático para estudar inglês nos Estados Unidos exige mais recursos do que três meses de trabalho voluntário na África, por exemplo. “Quando a meta é aprender um idioma, um trimestre

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RECURSOS HUMANOS

DESTINOS MAIS PROCURADOS PARA UM ANO SABÁTICO América do Sul: indicado

para quem deseja conhecer outras culturas, entrar em contato com a natureza e ter tranquilidade para refletir sobre os próximos passos da vida profissional. Índia: é ideal para quem quer se desligar totalmente da correria e cobranças do mundo corporativo. Centros de meditação oferecem retiros espirituais. Austrália, Irlanda e Canadá: locais propícios para aprimorar o inglês, com preço e custo de vida mais acessível que os Estados Unidos. África: possibilidade de realizar trabalho voluntário, além de apresentar contato com a natureza e com uma cultura bem distinta da brasileira. Fonte: CI Viagens

não é suficiente. Mas se a ideia é apenas dar uma pausa para a tomada de uma decisão, 90 dias talvez sejam suficientes”, complementa Rangel. Independentemente do local e atividade escolhidos, a viagem só deve ocorrer quando há uma reserva de dinheiro para permanecer sem apertos durante o período definido e, mais importante, para garantir uma se-

Andrea Sebben Sabático no Canadá ajudou a sair da zona de conforto e a se encontrar

gurança financeira no retorno. “Não gaste tudo na viagem. Guarde certa quantia para se manter quando voltar, para não ter de chegar na pressão e correria para retomar ao mercado de trabalho”, aconselha Heloisa, que voltou com o suficiente para manter um padrão de vida enxuto, mas confortável, por seis meses. EXPECTATIVAS Prepare-se! Os primeiros dias ou semanas do período sabático podem ser assustadores. “Eu não tinha ninguém para me dizer o que fazer, qual era meu próximo compromisso. É como uma dieta detox. No começo você sente culpa, porque acha que o mundo vai acabar sem seu trabalho”, conta Andrea. “Depois, percebe que nada vai mudar se não responder seus e-mails imediatamente. Você encontra o tão desejado equilíbrio.” Outra consequência é entrar em contato com a sua essência. “Ao longo da vida, vamos colecionando etiquetas das quais nos orgulhamos – ‘sou empresário’, ‘moro em tal bairro’, ‘ganho tanto por mês’. Esses rótulos nos sustentam, mas também nos aprisionam. Quando você par-

te para um período sabático, saindo da zona de conforto, se descola das etiquetas e encontra-se a si mesmo. Surge espaço para ser, e não somente ter”, avalia Andrea. Ao final de um período sabático bem-sucedido, espera-se renovação. Seja no modo de lidar com a vida ou com o trabalho, seja na tomada de uma decisão importante, no desejo de embarcar em uma nova profissão ou apenas no encontro de uma maneira mais saudável de lidar com a carreira. Heloisa hoje fala inglês com desenvoltura, tem um livro publicado e trocou a loucura da agência por trabalhos freelances feitos em esquema home office, ainda na área de redação publicitária. Andrea segue como psicóloga e coaching, mas aprendeu a ter calma e se livrou de angústias que carregava sem saber por quê. “Sem dúvida, um dos principais benefícios é restabelecer a qualidade de vida. Quando o profissional se dispõe a isso, a pausa por si só já gera essa qualidade. Respirar novos ares traz vigor, energia ou quietude, além de gerar novas compreensões sobre si mesmo. Podem surgir insights e a descoberta de talentos”, define a coach Claudia. 7 898357 410015

40 out/nov/dez 2017 [ BRASIL EM CÓDIGO ]



[INSPIRAÇÃO

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Imagem/Foto: Thinkstock/Divulgação HBO

Da tela para a vida real

Por Juliana Jadon

Conheça alguns filmes e seriados que podem inspirar a gestão e os negócios Não se sabe ao certo se a arte imita a vida ou se a vida imita a arte. Mas uma certeza persiste: tanto a realidade quanto a ficção exercem uma influência importante entre si. No mundo dos negócios, não é diferente. O mercado de seriados e filmes, em amplo crescimento, está abarrotado de exemplos que podem auxiliar, e por que não inspirar, executivos dos mais diversos segmentos. Pensando nisso, a revista Brasil em Código consultou alguns gestores e empreendedores para saber quais as séries ou filmes que mais lhes chamaram a atenção e lhes trouxeram ideais relevantes para tomada de decisão. Confira a seguir:

Seriado: Silicon Valley - Seis programadores tentam construir uma carreira bem-sucedida no Vale do Silício, Califórnia. Quem indica: Giuliano Machado, gerente de atendimento da Mega Sistemas. Principais lições: “Uma boa ideia, sem um planejamento bem executado, tende a ser apenas mais uma ideia. Além disso, se o profissional não tiver know-how específico para o desenvolvimento do negócio, deve procurar ajuda o mais rápido possível. Os em-

42 out/nov/dez 2017 [ BRASIL EM CÓDIGO ]

presários do setor de tecnologia, em Silicon Valley, tinham como objetivo alavancar os negócios. Mesmo em um cenário cheio de percalços e difíceis decisões, eles sabiam que, por meio de um bom planejamento, seria possível alcançar o sucesso.” Por que recomenda? “A série retrata, de forma cômica e ao mesmo tempo realista, a rotina dos profissionais da área de tecnologia. Também traz lições de empreendedorismo e ressalta a importância de uma equipe motivada.”


Fotos: Divulgação

Seriado: The Crown - História biográfica sobre o reinado da Rainha Elizabeth II, do Reino Unido. Quem indica: Marcos Dei Santi, vice-presidente e diretor de novos negócios da Cemara Loteamentos. Principais lições: “Aceitar grandes desafios é primordial para o crescimento. A rainha Elizabeth assumiu o desafio de reinar o país quando ainda era muito jovem, mas manteve por perto conselheiros de seu pai e, com isso, preservou a seriedade de seu reinado. Ela alinhava os interesses da família aos da Inglaterra, e, se fosse necessário, os interesses do país ficavam acima dos pessoais. Tinha, de fato, a preocupação com a nação e os impactos de suas decisões.” Por que recomenda? “É interessante ver como a rainha equilibrava o poder e a família. Sem dúvida, um seriado que nos ensina como é necessário olhar para todos os públicos que se relacionam com o nosso negócio.”

Filme: Clube do Imperador - William Hundert (Kevin Kline) é um professor que passou a carreira dedicando-se ao ensino. A chegada de um novo estudante, filho de um poderoso senador, provoca uma série de conflitos que muda a vida do docente. Quem indica: Romeo Busarello, diretor de marketing e ambientes digitais da Tecnisa e professor da ESPM e do Insper. Principais lições: “O fim depende do começo. Você nunca sabe onde termina a sua influência. Na vida, é o que você sabe versus quem você conhece. Assisti a este filme quatro vezes com caderno em mãos anotando seus ensinamentos. Sem dúvida, o melhor filme da minha vida.” Por que recomenda? “O filme tem um arsenal de insights relacionados a crenças, valores e convicções sobre redes de relacionamento.”

Seriado: Black Mirror - Ficção científica centrada em temas que examinam a sociedade moderna, com foco nas consequências imprevistas das novas tecnologias. Quem indica: Raphael Mattos, CEO da PremiaPão Franchising. Principais lições: “Não subestimar o quanto a evolução da tecnologia impacta diretamente no comportamento humano e o quão rápido esta evolução está acontecendo. Embora não seja a mensagem direta do seriado, me faz enxergar que existem diversas oportunidades no âmbito da tecnologia que podem transformar a convivência melhor no planeta.” Por que recomenda? “Ao contrário de seriados que possuem conteúdo de entretenimento, Black Mirror possui uma mensagem forte sobre como a humanidade está evoluindo. Nos faz abrir os olhos para uma realidade futura completamente fria e desumanizada.”

Seriado: Better Call Saul - A história de Saul Goodman (Bob Odenkirk) se passa alguns anos antes de o advogado ser contratado por Walter na famosa Breaking Bad. Quem indica: Carlos Alexandre Gomes, diretor-executivo da startup Chama o Seu Zé. Principais lições: “As dificuldades iniciais enfrentadas, após uma decisão de mudança de vida do protagonista, são ainda mais agressivas após seus primeiros passos acertados. A série reforça, no dia a dia dos personagens, a luta entre continuar no caminho certo e descambar para o mais fácil.” Por que recomenda? “A perseverança, as loucuras e atropelos na tentativa de ‘resolver’ são muito interessantes. Fez muito bem para mim. Acredito que diverte e aguça pela inteligência do enredo.” 7 898357 410015

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[SAÚDE

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Imagens: Thinkstock

Colaboração em cadeia

Por Kathlen Ramos

Os processos de rastreabilidade de medicamentos avançam no Brasil, apontando para a necessidade de maior integração entre os agentes da supply chain Os benefícios da rastreabilidade na área de saúde são inúmeros. por princípio, o que se busca é garantir a segurança do paciente, seja em um hospital ministrando o medicamento certo, seja no ponto de venda ofertando o que o consumidor deseja. Mediante processos de rastreabilidade implementados, as empresas conseguem atuar de maneira rápida e eficiente, respondendo a qualquer demanda do mercado para apoiar processos de recall, bem como demandas de cliente e/ou de um órgão fiscalizador. Os processos de gestão também tornam-se mais eficientes e precisos a qualquer momento, e, caso ocorra alguma intercorrência, consegue-se identificar a origem do problema ou acionar os envolvidos com mais facilidade. Esses foram os temas que permearam o Seminário de Tecnologia para a Rastreabilidade de Medicamentos e produtos para a Saúde (SETRM&2017), realizado em 5 de outubro, no hospital das clínicas, em São paulo (Sp).

44 out/nov/dez 2017 [ BRASIL EM CÓDIGO ]

O evento foi realizado pela GS1 Brasil e o GAESI, grupo que atua nas áreas de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias de automação e gestão de processos, da Escola politécnica da universidade de São paulo (uSp), em conjunto com a Faculdade de Medicina do hospital das clínicas. O objetivo foi explorar as mudanças que estão em curso em termos de rastreabilidade na área de saúde no país. O Seminário promoveu a integração e a troca de experiências entre órgãos governamentais, academia, associações e empresas, a fim de acelerar a implantação do Sistema Nacional de controle de Medicamentos (SNcM). Instituído pela lei 13.410, o Sistema vai monitorar todo medicamento produzido, dispensado e vendido no país, e o código GS1 dataMatrix, assim como foi definido pela Rdc 157/2017 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), será a tecnologia para fazer a captura de dados das embalagens secundárias de medicamentos.

A abertura do encontro contou com a participação de representantes da ANVISA, Ministério da Saúde (MS), Ministério de desenvolvimento, Indústria e comércio Exterior (MdIc), Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO), GS1 Brasil, parque Tecnológico - São José dos campos e hospital das clínicas. O diretor financeiro da GS1 Brasil, charles Sampaio, participou do início dos trabalhos, comentando a importância da atuação da entidade no evento. “O setor de healthcare é extremamente importante para a comunidade GS1. Atuamos globalmente para o desenvolvimento de padrões e melhores práticas para o setor da saúde. No Brasil, também temos uma participação importante neste segmento, com grupos de trabalhos, seminários e assessorias. Inclusive, nosso centro de Inovação e Tecnologia (cIT) contempla uma área destinada ao setor da saúde demonstrando na prática a aplicação do código GS1 dataMatrix”, disse


Fotos: Eliane Cunha

Saúde em foco Da esq. p/ dir.: Serafim Branco Neto, da Abrafarma; Ana Paola Negretto, do Hospital Santa Joana; Eliane Kihara, da PwC; e Marcelo Sá, da GS1 Brasil, que mediou o debate sobre rastreabilidade horizontal

o executivo, convidando todos a conhecerem o espaço. O presidente da ANVISA, Jarbas Barbosa, não pôde comparecer à ocasião mas enviou um vídeo parabenizando a iniciativa que, neste ano, abordou a rastreabilidade não só de medicamentos, mas também de áreas relacionadas, como a de produtos para a saúde. Supply chain alinhada A colaboração efetiva entre as empresas que atuam na área de saúde permeou as discussões ao longo de todo o evento. O Seminário contou com vários painéis de discussão. O primeiro deles abordou os desafios da rastreabilidade entre os membros da cadeia de saúde e a ANVISA, conceito caracterizado como rastreabilidade vertical, para a realização do projeto piloto ou fase experimental, como propõe a RDC 157/2017. Participaram deste debate os executivos da Johnson & Johnson, Roche, Aché e Libbs. “Não há uma receita para a implementação, pois cada empresa tem a sua linha de produção. Por isso, é fundamental entender o próprio negócio, ter mão de obra de qualidade, fazer a implementação por fases e ter bons fornecedores”, sinalizou o diretor de operações da Libbs, Carlos Reis. Também é essencial que os fabricantes façam planos de contingência para fornecedores, equipamentos e ferramentas, destacou o gerente de TI da Aché, Leandro Roldão.

Os benefícios dos novos processos na gestão serão múltiplos. “Ganharemos eficiência na conferência de materiais, picking, entre outros. Mas é preciso começar a se mobilizar desde já para que a implementação seja desenvolvida com calma, até 2021”, aconselhou o gerente sênior de suprimentos da Johnson & Johnson, Leandro Oliveira. Padronização O executivo de negócios da GS1 Brasil, Marcelo Sá, fez a mediação do segundo painel, que discutiu a rastreabilidade de medicamentos entre os agentes da cadeia de distribuição, chamada de rastreabilidade horizontal. Também participaram a sócia da PwC, Eliane Kihara; a coordenadora corporativa do Hospital Santa Joana, Ana Paola Negretto; e o representante da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Serafim Branco Neto. “No Santa Joana, já fazemos a rastreabilidade horizontal, desde o recebimento do produto até o paciente. Para nós, uma caixa de 30 comprimidos significa 30 pacientes ou 30 locais diferentes de dispensação”, disse Ana Paola. Para Eliane, da PwC, as oportunidades da rastreabilidade já funcionam entre os

grandes players, mas é preciso considerar, também, a realidade dos hospitais públicos. Nesse processo, a relevância da adoção de padrões únicos para a rastreabilidade é fundamental. “Para falar a mesma linguagem em todo o País, sem dúvida, precisa-se de padronização”, afirmou Branco Neto. “Ter os códigos padronizados facilita a entrada de produtos no hospital, picking e inventário, já que temos a mesma codificação”, completou Ana Paola. Outra questão em pauta no SETRM&2017 foi a necessidade de fazer a rastreabilidade e implementar os padrões GS1 também em produtos para a saúde e itens feitos sob medida. Esse foi o tema do terceiro painel, também mediado por Sá, da GS1 Brasil, que contou com a participação de representantes do Ministério da Saúde, do Boston Scietinfic, do Grupo Fix e da Universidade Federal de Itajubá. 7 898357 410015

Charles Sampaio, da GS1 Brasil Entidade dedica esforços na área de saúde

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[GESTÃO

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Mais por menos Imagens: Thinkstock

Por Adriana Bruno

Filosofia Lean busca aumentar a competitividade das empresas com uma nova forma de olhar para o negócio, reduzindo custos, simplificando processos e somando resultados

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Fotos: Divulgação

Produzir mais, sem desperdício, aproveitando todo o potencial dos colaboradores, com processos mais simplificados e aumentando a eficiência e a competitividade. Este é o sonho de dez entre dez empresários. Parece irreal, mas é possível, segundo especialistas na filosofia ou sistema Lean, que surgiu no Japão, após a Segunda Guerra Mundial, por uma necessidade da montadora de veículos Toyota, que buscava tornar-se mais competitiva frente à concorrência das empresas americanas. “O Lean pode ser traduzido como um novo olhar sobre a empresa, um conjunto de práticas, métodos e técnicas que promovem uma verdadeira mudança na forma de pensar e entender a gestão. O Lean vem de uma busca incessante por agregar valor para o cliente, promovendo o máximo desenvolvimento e capacitação das pessoas, ou seja, explorando todo do seu potencial”, explica o fundador e presidente do Lean Institute Brasil, José Roberto Ferro. Apesar de ter nascido dentro de uma linha de produção de automóveis, a filosofia não foca somente na manufatura, mas pode e deve ser expandida para outras áreas da organização, como vendas, inovação e recursos humanos, por exemplo. Empresas de qualquer setor podem adotar esse método. Um projeto de Lean tem como ponto de partida o mapeamento dos processos e suas respectivas atividades. Para cada uma, deve-se identificar a fração do tempo e o esforço realizado, convertendo esses aspectos em valor. Desse modo, o sistema questiona to-

Ana Paula Tozzi, da AGR Consultores Sistema Lean deixa a empresa mais enxuta e ágil

dos os processos da companhia sob a ótica do cliente (interno ou externo), de forma que todas as atividades que não agreguem valor sejam eliminadas. “Ou seja, além de deixar a empresa mais enxuta, normalmente, a deixa mais ágil”, afirma a CEO da AGR Consultores, Ana Paula Tozzi. O consultor em gestão e fundador da Telos Resultados, Luiz Muniz, acrescenta que o Lean é uma forma de se conduzir as equipes a aumentarem a cadeia de valor da empresa (todas aquelas atividades que se interagem para entregar os produtos e/ou serviços), para alcançar um conjunto de metas que levarão a companhia a uma sobrevivência saudável. Em outras palavras, Lean é um meio para se alcançar um determinado resultado. Sendo assim, é fundamental começar sempre pela meta organizacional a ser alcançada. Pode ser algo relacionado a elevar o market share ou a lucratividade, por exemplo. Depois, é necessário desdobrar essas metas até serem identificados os pontos de desperdício que devem ser melhorados, para que os produtos tornem-se mais competitivos e haja a racionalização de gastos. “Esse modelo de gestão conduz a redução expressiva de custos com baixíssimo investimento. Não é José Roberto Ferro, do Lean Institute Brasil Método promove mudanças profundas na gestão das companhias

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GESTÃO

Marcelo Scharra, da Inside Business Design Demandas devem ser puxadas quando o cliente solicita, e não empurradas

necessário comprar melhores máquinas ou investir em sistemas informatizados evoluídos. O Lean se baseia em fazer certo da primeira vez, com a quantidade exata de recursos, sem desperdícios”, reforça Muniz. PEÇA FUNDAMENTAL Não há como implementar o Lean sem formar uma equipe multidisciplinar e capacitada para conduzir os projetos de melhoria. Segundo o consultor do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de São Paulo (SEBRAE-SP), Crenildo Freire Araújo, o Lean é transformador para as empresas porque preconiza, primeiramente, o engajamento das pessoas que estão envolvidas diretamente nos processos a serem melhorados. “A empresa deve formar um grupo de trabalho e fazer um planejamento para implementar o

Lean, definindo os pontos críticos que devem ser melhorados. De posse desta informação, a equipe deve iniciar os trabalhos para definir causas, pontos de melhorias e traçar o plano de ação”, orienta Araújo. Embora a filosofia possa parecer simples e óbvia, nem todas as empresas conseguem implantá-la com sucesso. Na análise de Luiz Muniz, a razão é simples: não é fácil. “Na prática, um processo como esse impõe uma mudança radical de mentalidade, valores e disciplina. Replicar as ferramentas não significa, necessariamente, sucesso na implementação”, ressalta.

E, pelo fato de representar uma mudança estrutural na forma pela qual as pessoas enxergam o negócio, é importante que o Lean tenha o total apoio da alta direção da empresa. “Do ponto de vista técnico, é fundamental contar com a participação de especialistas neste tipo de implantação para liderar a aplicação das ferramentas”, orienta Muniz.

5 MOTIVOS PARA ADOTAR O LEAN Qualidade total imediata: ir em busca do “zero defeito”, detecção e solução dos problemas em sua origem.

Minimização do desperdício: eliminação de todas as atividades que não têm valor agregado. Melhoria contínua: redução de custos, melhoria da qualidade, aumento da produtividade e compartilhamento da informação.

Fotos: Divulgação

Processos pull: os produtos são puxados pelos pedidos do cliente final, e não empurrados para o fim da cadeia de produção.

Luiz Muniz, da Telos Resultados Implementação do Lean exige baixo investimento

Flexibilidade: produzir rapidamente diferentes lotes, de grande variedade de produtos.

Fonte: Crenildo Freire Araújo, do SEBRAE-SP

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FIQUE POR DENTRO O termo Lean foi cunhado originalmente no livro A Máquina que Mudou o Mundo (The Machine that Changed the World), de Womack, Jones e Roos, publicado nos Estados Unidos, em 1990. Trata-se de um abrangente estudo sobre a indústria automobilística mundial realizada pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT). Nesse trabalho, ficaram evidentes as vantagens do desempenho do Sistema Toyota de Produção, que traz enormes diferenças em produtividade, qualidade, desenvolvimento de produtos, etc., além de explicar o sucesso da indústria japonesa.

Crenildo Araújo, do SEBRAE-SP Equipe multidisciplinar deve conduzir os processos de melhoria

Fonte: Lean Institute Brasil

RESULTADOS EFETIVOS Dentre os ganhos proporcionados pelo Lean, no aspecto da performance dos funcionários, por exemplo, a produção torna-se mais efetiva quando se considera a capacidade de entrega do colaborador. “As empresas em geral têm muitas demandas, e o tempo deve ser utilizado de maneira racional e planejada. O ideal é que apenas os colaboradores que efetivamente possam contribuir para esse processo estejam envolvidos. As demandas devem ser priorizadas com base na geração de valor e elas devem ser puxadas quando o cliente solicita, e não empurradas”, avalia o consultor de gestão da Inside Business Design, Marcelo Scharra.

Scharra conta que, recentemente, a alemã Hennig Global Vision passou pelo processo de Lean com resultados surpreendentes. O setor de cotação da empresa levava de 50 a 60 horas para entregar pedidos de cotação, enquanto o ideal para os clientes era que o prazo fosse de, no máximo, 20 horas. A partir desse desafio foi criada uma agenda de trabalho que incluía coach para os funcionários, mudanças na forma de entender os processos, entre outras medidas. “Em menos de três semanas, a empresa conseguiu que as cotações fossem realizadas no mesmo dia de sua solicitação, um grande avanço”, relata.

Outro exemplo dado pelo consultor reporta à britânica Ekemp. A consultoria de leis trabalhistas tinha como desafio reduzir o tempo para processar reivindicações de 28 para 7 dias. “Seis semanas após iniciarem a implementação do Lean, o tempo de processamento foi reduzido para uma hora, o que possibilitou novas solicitações de negócios (um aumento de 90%), isso porque a equipe que se dedicava a solucionar as reivindicações agora está focada em gerar novos negócios”, finaliza. 7 898357 410015

CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA LEAN Visão sistêmica de resultados Simplicidade Capacidade de usar as pessoas como fonte de conhecimento Foco em planejamento Treinamento exaustivo Capacidade de analisar fatos e dados Foco nos problemas (não nas pessoas) e nas soluções Fonte: Luiz Muniz, da Telos Resultados

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opinião

O futuro do Gerenciamento por Categorias A compreensão profunda do comportamento do consumidor e o avanço do Big Data são algumas das mudanças que devem orientar a aplicação desta técnica

‘ Brian Harris,

criador do conceito de Gerenciamento por Categorias, especialista em Shopper Marketing e fundador e chairman da The Partnering Group

No final dos anos 1980, o Gerenciamento por Categorias (GC) passou a evoluir conforme as novas tendências de consumo (segmentos e estilos de vida) e novas dinâmicas de competitividade (tais como discounters internacionais, lojas on-line e, mais recentemente, o varejo que integra loja física e virtual) deram novas formas a essa atividade. Tal evolução contínua seguirá no futuro. Contudo, esse avanço deu-se principalmente no modo como o GC é utilizado. Os princípios básicos dessa técnica, que foram definidos há mais de 25 anos, ainda são relevantes e orientam as mudanças que ocorrem na maneira como o trabalho de GC é feito. A noção de que todas as decisões de

O Big Data moldará o futuro do GC, com sua capacidade para identificar rapidamente e com precisão os fatores que motivam a performance das categorias marketing e propaganda para o varejo devem estar centradas no consumidor ainda é o pressuposto fundamental. Nos últimos anos, tem havido uma profusão na disponibilidade de informações e insights a respeito dos shoppers e seu comportamento. Seu desencadeamento ocorreu porque o foco dos fabricantes está voltado para pesquisas sobre os shoppers e também

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por conta da disponibilidade dos dados obtidos pelo varejo sobre a fidelidade dos clientes às marcas e aos varejistas. No entanto, não há dúvida de que as mudanças drásticas que ocorreram no comportamento do shopper, por causa do crescimento das compras on-line, também exigiram uma perspectiva totalmente nova sobre suas escolhas e decisões sobre como e onde adquirem categorias e produtos. Diferentemente de como era no início do GC, quando o foco primário era entender o comportamento de compra na loja física, hoje é essencial que tenhamos uma visão muito mais ampla e holística, considerando o contexto do varejo omnichannel. Essa visão holística foi definida pelo conceito de jornada do consumidor, que começa com a necessidade de consumir ou usar uma categoria ou produtos. Isso desencadeia uma série de decisões, incluindo missão de compra, escolha de canal (loja física ou virtual), escolha de uma opção dentro desse canal (banner publicitário, website) e, finalmente, a decisão de comprar um produto dentro de uma categoria. A jornada termina, então, onde começou, com o consumo ou uso do produto e a avaliação se a compra foi ao encontro das necessidades e expectativas do consumidor. A cada passo da jornada, vendedores e fabricantes contam com opções para influenciar a escolha final da categoria e do produto. Hoje, o GC é parte desse processo amplo e holístico. Isso só se tornou possível por meio da adaptação do processo original dessa técnica para um processo mais amplo de GC e


Plano de Negócios por Categoria em tempo hábil para a tomada de medidas corretivas. Avanços nas áreas de ferramentas táticas também moldarão a próxima geração do GC. Isso é evidente especialmente na área de pricing. Por exemplo, novos algoritmos de pricing baseados no Big Data proporcionarão novos entendimentos sobre o modo como as decisões podem ser flexibilizadas, com base em demandas do consumidor e da competição. Isso desvelará novas oportunidades para o aumento das vendas e lucros por categoria. Novas ferramentas nas áreas de Realidade Virtual (VR), Realidade Aumentada (AR) e Inteligência Artificial (AI) também serão mais utilizadas na orientação de decisões táticas para a categoria, incluindo, apresentação e promoção nas gôndolas e on-line. Uma das forças do GC, desde a sua instituição, tem sido a habilidade para se adaptar a novas oportunidades e desdobramentos. Isso dialoga com a simplicidade e a lógica de seus processos de negócios

e princípios tradicionais. Embora esses princípios sejam tão relevantes hoje quanto foram à época em que o GC foi introduzido, o processo por meio do qual ele é feito evoluiu para se adequar à realidade do novo cenário competitivo e da disponibilidade de novas informações sobre o comportamento de consumidores e shoppers. O processo original de oito passos – ainda que continue sendo o melhor ponto de partida para aprender a fazer o trabalho diário de GC – evoluiu para uma abordagem de “Desenvolvimento de Categorias e Shoppers” mais integrada. Embora alguns dos passos sejam os mesmos do processo original, o novo procedimento é mais otimizado, tira proveito das novas tendências e informações em torno do comportamento do shopper e tem maior foco em gerenciar uma categoria com o objetivo de proporcionar diferenciação ao varejista. A capacidade que o GC tem para se adaptar tem sido um ponto forte dessa técnica, e isso continuará a dar novas formas ao modo como as categorias serão gerenciadas no futuro. 7 898357 410015

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As opiniões deste artigo não expressam o pensamento da GS1 Brasil ou da editora. Fotos: Divulgação/Thinktock

Shopper Marketing, que é guiado por uma compreensão profunda da articulação entre o comportamento de consumidores e de shoppers. A integração desses comportamentos continuará a ser uma das principais influências sobre o modo como a técnica de GC se desenvolverá no novo mundo do marketing de varejo omnichannel. Outro fator que moldará o GC no futuro serão os avanços no Big Data, com sua capacidade para identificar mais rapidamente e com maior precisão os fatores que motivam a performance das categorias. A capacidade de analisar grandes bancos de dados, que cobrem todas as dimensões da jornada do shopper-consumidor (incluindo o uso de dados das mídias sociais) fornecerá muitos novos insights sobre como as categorias podem ser melhor gerenciadas com intuito de maximizar resultados para o varejo e fabricante. Isso também permitirá mais agilidade nas respostas a serem dadas em decisões de propaganda e marketing, quando o monitoramento da performance mostrar que as estratégias e táticas em uso não entregam os resultados esperados. Isso auxiliará na resolução de um dos pontos fracos do processo de GC – a dificuldade em identificar o que não está funcionando num


[INOVAÇÃO

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Fotos: Thinkstock/Divulgação Agrosmart

O campo se rende à inovação

Por Katia Simões

Startups do setor agrícola despontam Brasil afora criando soluções para melhorar a gestão e a produtividade


O nome não importa – Agricultura 4.0 ou Era da Agricultura Digital. O certo é que a chegada da tecnologia ao campo está promovendo a integração de vários setores, como os de máquinas agrícolas, agroquímica e empresas de tecnologia, a fim de buscar soluções conjuntas e oferecer um sistema mais completo aos produtores. O movimento faz nascer um número cada vez maior de startups no setor, as quais já respondem por 5% da base das 5.010 em atividade no País, de acordo com a Associação Brasileira de Startups (ABSTARTUPS). “O agronegócio precisa cada vez mais de tecnologia, e o segmento de agritechs, como são chamadas as startups que atuam nesta área, cresceu 70% de 2015 para 2016, com previsão de triplicar até o final do ano”, afirma o diretor-executivo da ABSTARTUPS, Rafael Ribeiro. Disposta a solucionar o problema da crise hídrica na fazenda da família em 2014, Mariana Vasconcelos uniu-se a dois colegas, Raphael Pizza e Thales Nicoleti, e desenvolveu uma tecnologia de monitoramento do cultivo para melhorar a tomada de decisão, gerando aumento de produtividade, redução de custos e economia de água de até 60%. Sensores são instalados nas áreas de cultivo captando, por exemplo, dados das condições do solo, do vento, da temperatura, da umidade, do crescimento da planta. Os dados são cruzados com imagens de satélite e, a partir dos resultados, são gerados relatórios que podem ser acompanhados em tempo real. A Agrosmart, como foi batizada a startup dos três sócios, com sede em Campinas (SP), é a única da América Latina a integrar o programa Climate Ventures, criado pelo governo Obama para amenizar as mudanças climáticas do mundo. A plataforma, que entrou em operação em 2016 e já monitora mais de 80 mil hectares no Brasil, além da América Latina, Israel e Estados

Unidos, chamou a atenção de investidores nacionais e até da NASA. “O nosso viés inovador tem aberto muitas portas. Despertou o interesse do secretário da ONU para o Programa de Mudança Climática e Objetivos Sustentáveis, a ponto de ele aceitar o nosso convite para integrar o Conselho de Administração da Agrosmart”, afirma Mariana. A empresa, que conta com 40 grupos agrícolas na carteira de clientes e espera faturar R$ 10 milhões neste ano. Mercado favorável Oportunidades para as agritechs se multiplicarem não faltam, pois há muito a ser feito em gestão de fazendas, produtividade do solo, previsão e melhoria das safras, biotecnologia para controle de pragas e para aumento de reprodução de rebanhos, sensoriamento remoto para coleta de dados, irrigação, entre outros. “Hoje, o Brasil deixa de produzir 40% a mais por conta do desconhecimento e má gestão de dados”, afirma Pedro Martins Dusso, sócio-fundador da AEGRO, criada em 2015, no Rio Grande do Sul. “A startup nasceu da demanda de um dos sócios, um especialista no cultivo de arroz irrigado, que precisava organizar melhor os dados da lavoura”, lembra Dusso. Era preciso conhecer com riqueza de detalhes as datas da semeadura, tipo de herbicida usado em que área e em que momento, entre outros pontos. “A nossa ideia era criar uma solução que

pudesse ser personalizada e não massificada”, diz. Com esse propósito, eles desenvolveram uma ferramenta eficiente e de baixo custo, a uma média de R$ 2 por hectare/ano. Em menos de dois anos, a AEGRO já soma mais de 100 clientes, desde produtores com áreas de 20 hectares até os que cultivam em 5 mil hectares, com ênfase em soja, milho, arroz e feijão. Na visão de Francisco Jardim, socio do SP Ventures, um dos principais fundos de investimento de startups do agronegócio, embora as inovações se multipliquem, ainda há um grande gargalo. “O processo é muito lento e há dificuldades em distribuir a tecnologia entre os produtores. A mudança dessa realidade passa pela criação de hubs de empreendedorismo e inovação em várias partes do Brasil”, afirma. Alguns já ganham destaque, a exemplo de Porto Alegre, Viçosa, Lavras e Londrina. Mas, sem dúvida, o mais importante é Piracicaba, distante 170 quilômetros de São Paulo. A cidade, com forte vocação para pesquisa no setor há várias décadas, tem na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – ESALQ, ligada à Universidade de São Paulo (USP), o ponto central de incentivo à pesquisa e inovação. Ao seu redor foi criado o programa AgTech Valley, com a proposta de fortalecer e criar centros tecnológicos, além de incubadoras e empresas voltadas ao agronegócio de diferentes portes. De acordo com o I

Mariana Vasconcelos, da Agrosmart Startup desenvolveu tecnologia de monitoramento de cultivo, reconhecida pela NASA e pela ONU [ BRASIL EM CÓDIGO ] out/nov/dez 2017 53


Foto: Gerhard Waller/USP-ESALQ/DvComun

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INOVAÇÃO

Luiz Gustavo Nussio, da ESALQ Instituição direciona esforços para transformar pesquisa em produto Censo Agtech Startups Brasil, realizado em 2016, Piracicaba abriga 19% das startups de agro do País, sendo o maior cluster brasileiro. “Nos últimos anos, o polo de Piracicaba chamou tanto a atenção dos investidores quanto das grandes empresas do setor”, observa Sérgio Barbosa, gerente-executivo da incubadora da ESALQ, criada em 2006, que soma 90 projetos apoiados e 12 empresas graduadas. Segundo ele, o Brasil tem geração de conhecimento e tecnologia própria em função do ambiente diferenciado de agricultura tropical. Isso garante vantagem competitiva às startups nacionais e desperta interesse dos investidores MUDANÇA DE PENSAMENTO Pesquisar para atender às demandas do mercado, e não apenas para gerar papers ou patentes. Talvez esteja aí a resposta para a ESALQ, em Piracicaba, tornar-se, efetivamente, um celeiro de nascimento de novas empresas inovadoras em seus laboratórios. “Os centros de pesquisa começaram a di-

recionar seus esforços para resolver os problemas do mercado, transformando pesquisa em produto, com transferência de tecnologia”, afirma o diretor da ESALQ, Luiz Gustavo Nussio. Um exemplo é o da Delta CO2, que nasceu dentro da incubadora da ESALQ, em 2008, e, cinco anos depois, foi uma das primeiras a se instalar no Parque Tecnológico de Piracicaba. Com 60 projetos realizados, a empresa possui 30 clientes do porte do Governo do Estado de São Paulo, Prefeitura de Piracicaba e Associação dos Produtores de Gado de Corte do Mato Grosso. “A empresa teve origem no trabalho de pesquisadores, com o objetivo de medir o nível de emissão de gás estufa por determinada atividade no campo”, afirma o gerente de projetos, Bruno de Almeida Castigioni. “A proximidade com a academia e o ambiente de inovação foi essencial para nosso desenvolvimento. Nosso maior desafio ainda é tirar a pesquisa do papel e levá-la ao mercado. As empresas querem resultado antes da validação dos testes.”

Quem também deu os primeiros passos dentro da universidade foi o ex-pesquisador da USP, Antonio Morelli, que abriu, em 2015, em São José dos Campos (SP), a Agronow. “O mercado amadureceu muito, as universidades começaram a entender que desenvolver pesquisa para resolver um problema de mercado era muito mais produtivo, e o homem do campo tornou-se mais digital, o que nos permite falar com boa parte dos produtores sobre tecnologia e não apenas de máquinas”, afirma Morelli. Com a ajuda de imagens de satélite, o sistema desenvolvido pela Agronow pode levantar dados de uma propriedade agrícola em qualquer época do ano. Com um único comando, é possível saber o que o agricultor produz, colhe e seu potencial de produção, projetando o futuro com intervalo de 90 dias e precisão de até 96%. 7 898357 410015

STARTUPS APOSTAM DE IRRIGAÇÃO À ROBÓTICA Biomateriais e bioquímicos Saúde e nutrição animal Tecnologia de alimentos Drones e robótica Agricultura indoor Irrigação e tecnologias ligadas ao consumo de água Segurança alimentar e rastreabilidade Comercialização de produtos agropecuários Comercialização de insumos Proteção de cultivos Consultoria Outros

4,00% 5,30% 5,30% 9,30% 9,30% 10,7% 12,0% 13,3% 14,7% 16,0% 18,7% 21,3% Fonte: I Censo Agtech

62 out/nov/dez 2017 [ BRASIL EM CÓDIGO ]



[DESCONEXÃO

Fotos: Divulgação

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Budista tecnológico Por Flávia Corbó

Com a prática de meditação diária, Charles Betito Filho, da Hive Marketing Technology, trabalha mergulhado na esfera digital sem perder a consciência da vida que ocorre fora dos computadores e da internet Formado em administração pela Fundação Getulio Vargas (FGV), Charles Betito Filho terminou a graduação com a certeza de que o sucesso viria fácil. Mesmo diante das conhecidas dificuldades do ambiente empresarial brasileiro, decidiu empreender. Para tirar do papel um projeto avaliado em R$ 3 milhões, tomou um empréstimo volumoso no banco. Diante de uma imensa responsabilidade, sentia o estresse consumir até os raros momentos de lazer. Pressionado a bater metas atrás de metas, tornou-se um sujeito de poucos sorrisos. Em certa ocasião, teve um surto de raiva e gritou com uma das sócias. “Aquilo me deixou consternado”, lembra Betito. Infeliz, ele decidiu trilhar outro caminho. “Percebi como usamos nossa atenção de maneira errada. Deixamos de apreciar o que está na nossa frente”, relata.

56 out/nov/dez 2017 [ BRASIL EM CÓDIGO ]

Disposto a mudar de estilo de vida, passou a ler livros sobre espiritualidade. Nessa busca, identificou-se com a filosofia do budismo e conheceu a meditação. “Trata-se da prática de exploração da mente, da natureza básica do ser humano. É o exercício de olhar o mundo de forma diferente, sem os filtros que encobrem o pensamento”, explica. Quanto mais ele estudava e aprofundava-se nos preceitos da meditação, mais distanciava-se daquele executivo em constante estado de estresse. Em um novo período da vida, decidiu também dar uma guinada no lado profissional. Há dez anos, ajudou a fundar a Hive Marketing Technology, desenvolvedora de plataformas de promoção on-line, aplicativos de celular e de incentivo de força de venda usando conceitos do universo dos games. “Aten-


demos clientes como P&G, Ambev, BRMalls, Porto Seguro, entre outros”, conta. Em uma década de empresa, Betito atuou em diferentes áreas, como finanças e comercial. Hoje, por conta do perfil centrado que construiu com a ajuda da meditação, trabalha com resolução de conflitos e negociação. “A cooperação é melhor do que ganhar sempre. O resultado a longo prazo é mais importante”, garante. Em 2012, ele vivenciou uma das experiências mais marcantes de sua vida. Naquele ano, aproveitou o período de férias para fazer um retiro budista (foto à esquerda) no Butão, um pequeno país asiático, localizado entre a Índia e a China, onde a religião oficial é o budismo. Uma pesquisa publicada pela revista BusinessWeek avaliou o Butão como o país mais feliz da Ásia e a oitava nação mais feliz do mundo. Por isso, o destino recebe muitos turistas interessados em conhecer os segredos ali escondidos. Betito mergulhou fundo na viagem. Alojado em um templo, meditava de oito a dez horas seguidas. “Chega um ponto que, por mais que você estude e pratique, não consegue evoluir muito. Tem de partir para algo mais difícil e desafiador, como esses retiros. Nesses momentos ocorrem as transformações profundas”, afirma. SABEDORIA COMPARTILHADA Betito voltou do Butão transformado e disposto a passar os ensinamentos daquela experiência única adiante. “Queria mudar tudo dentro da empresa, mas dei com os burros n’água”, lembra, rindo. Veio, então, mais um aprendizado: “é preciso respeitar o momento das pessoas, só vai mudar quem quiser. O que posso fazer é me manter inspirado nesta visão e dar o exemplo”. O executivo passou a frequentar o Centro Shambala de Meditação São Paulo, localizado na zonal sul da capital paulista. Ali, encontrou o espaço ideal para compartilhar a sabedoria e os ensinamentos conquistados. Hoje, por meio da entidade, ele dá workshops e palestras para executivos Brasil afora, onde fala sobre meditação como meio de controle emocional. O objetivo é ensinar esses profissionais a lidar melhor com situações de estresse e, assim, aprimorar a qualidade de vida e desenvolver uma maior espiritualidade. Betito gosta de destacar que todos os cursos passam longe da pregação religiosa e tratam muito mais da ciência da mente.

Charles Betito Filho, da Hive Marketing Executivo trabalha com tecnologia, mas sem se desvencilhar da espiritualidade

De acordo com o executivo, a prática da meditação pode ter influência direta no desempenho de um profissional. Sem o excesso das emoções e com facilidade de enxergar a realidade com menos filtros, decisões importantes são mais facilmente tomadas. “Além disso, lidamos diariamente com o processo de inovação e, para isso, mais importante que ter ideias, é saber ouvir, observar o que acontece na vida dos clientes e das pessoas cujos problemas queremos resolver. É muito importante olhar para a vida delas com o mínimo de filtros possível.” Em casa, todos os dias, antes de dormir, Betito medita por cerca de uma hora. Sua esposa não é budista e ele não interfere na escolha dela. Ao mesmo tempo, ela compreende o ritual diário de meditação. “Deixo os aparelhos eletrônicos de lado e isso me ajuda ter uma noite de sono melhor”, revela, explicando que cada um deve achar o seu melhor momento para a prática da meditação, não há regras. “Priorize mais a frequência do que a quantidade. Assim como uma arte marcial, para se tornar mestre, é preciso criar o hábito.” Foi com essa prática constante que Betito adquiriu conhecimento suficiente para seguir trabalhando com tecnologia sem se desvencilhar da espiritualidade. Ele, inclusive, acredita que é possível utilizar recursos tecnológicos para a evolução do ser humano. “A tecnologia é neutra. Não é boa, nem ruim. É o uso que fazemos dela que define isso. Acabei de voltar do Massachusetts Institute of Technology (MIT). Fui exatamente para entender como alta tecnologia pode manifestar o que há de melhor no ser humano”, conta. 7 898357 410015

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[RADAR

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Foto: Ascom Sedetur AL

Um milagre a ser descoberto

Por Patricia Lucena

Com praias incríveis e uma natureza encantadora, São Miguel dos Milagres é um verdadeiro paraíso ainda pouco explorado por turistas um mar azul de tirar o fôlego com piscinas naturais que permitem conhecer uma infinidade de peixes exóticos. Pousadas cheias de charme e uma culinária simples e deliciosa. esse verdadeiro paraíso fica em São Miguel dos Milagres, pequena cidade a menos de 100 quilômetros de Maceió (al) e ainda pouco explorada pelos turistas. Com apenas uma rua principal e uma praça central, este é um destino para quem busca tranquilidade em meio à natureza – o principal atrativo da região. a paisagem é um convite para atividades como caminhada pelas praias sombreadas por coqueiros, mergulho nas piscinas naturais ou passeios de jangadas e a cavalo. Com pouco mais de 7 mil habitantes, São Miguel dos Milagres é um paraíso ainda a ser descoberto. a população é formada por pescadores e jangadeiros, que vivem dos recursos que a natureza oferece. “Quem prefere quase nenhum sinal de civilização por perto se apaixona pelas praias desse destino”, diz o co-Ceo e cofundador da agência de viagens zarpo, alexis Manach. Por isso, o local é ideal para casais que procuram romantismo e tranquilidade. a seguir, conheça um pouco mais sobre essa região.

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PraiaS Caminhar ou cavalgar à beira mar são ótimas opções de passeios, aproveitando as águas transparentes e os coqueiros como cenário. a Praia do toque, a 4 quilômetros da cidade, possui as maiores piscinas naturais de São Miguel dos Milagres. as águas são tão transparentes que é possível ver diferentes espécies de peixes a olho nu. outras praias imperdíveis são a Porto da rua e a Praia do toque, esta é uma das mais procuradas na alta temporada pela sua infraestrutura, com várias opções de restaurantes e hospedagem. jaNGada Passear de jangada motorizada é algo essencial a se fazer em São Miguel dos Milagres. Mas é preciso que a maré esteja baixa para chegar até as piscinas naturais com tons verde-água e azul-turquesa. Como a água é cristalina, é possível mergulhar de snorkel perto dos recifes. todos os dias, os jangadeiros vão até as pousadas para levar os turistas. Para quem não está hospedado na cidade, é possível encontrar muitos jangadeiros na Praia Porto da rua à disposição para desfrutar deste passeio.


Natureza Se a ideia é explorar a natureza, não deixe de ir ao Santuário do Peixe-Boi-Marinho. “Esse é um dos poucos lugares no Brasil onde é possível ver de perto o mamífero ameaçado de extinção. Você consegue aprender tudo sobre eles durante o passeio pelo Rio Tatuamunha”, conta Manach. A visita ao Santuário é restrita a certo número de turistas e, por isso, vale a pena agendar o passeio.

Onde ficar A maioria das pousadas locais é praticamente “pé na areia”. São lugares charmosos que deixam o visitante relaxado e à vontade. “A cidade oferece opções para todos os gostos e bolsos. Há pousadas familiares, hotéis três estrelas e pousadas mais luxuosas”, diz o gestor de produtos nacionais da empresa turística Schultz, Woody Garcia. Mas é preciso atenção: por ser um destino mais voltado para casais, muitos locais não aceitam crianças menores de 15 anos. Como chegar É possível chegar a São Miguel dos Milagres por Maceió ou Recife e, depois, pegar um carro até a cidade. Ao optar por Maceió, o percurso de carro

Fotos: Jonathan Lins/ Sedetur AL

Vilarejo Como a cidade é pequena, faça uma caminhada para conhecer o dia a dia dos habitantes. Não deixe de ir às lojinhas de artesanatos espalhadas pela cidade. Para quem gosta de levar uma lembrança, a dica é visitar o artesão Ciro Procópio, que usa o coqueiro como matéria-prima para fazer faqueiros, luminárias, jogos americanos e outras peças. Outra opção é o artesão

Wilson Ferreira da Silva, que produz bancos, mesas e molduras com troncos de jaqueira e mangueira.

Quando ir “Esse é um lugar para ir a qualquer época do ano. Entre abril e agosto tem um pouco mais de chuva, mas como o calor é enorme, esse pode ser até um ponto positivo para deixar o tempo mais fresco”, diz Manach, da Zarpo. Diz a lenda São Miguel dos Milagres antes se chamava Freguesia de Nossa Senhora Mãe do Povo. Reza a lenda que o nome mudou depois que um pescador levou para casa uma peça de madeira coberta de musgos e algas-marinhas encontrada na praia. Após limpá-la, descobriu que se tratava de uma imagem de São Miguel Arcanjo, provavelmente caída de alguma embarcação. Mas não para por aí. Ao terminar de limpar a peça, o pescador percebeu que uma ferida que há tempos o incomodava estava totalmente cicatrizada. A notícia logo se espalhou, fazendo com que outras pessoas aparecessem na cidade em busca da cura e novos milagres. 7 898357 410015

Foto: Divulgação Schultz

Foto: Divulgação Schultz

Contato com a natureza Passeio de jangada pelas piscinas naturais é um dos atrativos da região

leva cerca de duas horas. Já por Recife, o trajeto dura quatro horas. Mas não se preocupe com o tempo de viagem, porque o caminho é cercado por uma paisagem paradisíaca de coqueiros e praias. Assim, antes mesmo de chegar ao destino, o turista já entra nesse universo relaxante.

Para fugir da agitação Em meio a um cenário de muita sombra e água fresca, o local é perfeito para curtir dias tranquilos

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[MERCADO

Foto: Divulgação Confraria da Barba

Vaidosos assumidos

Por Kathlen Ramos

O setor da beleza, antes dominado por mulheres, ganha um novo mercado focado nos homens. Nessa tendência, as barbearias voltam com força e estilo renovado, aliando o tradicional ao contemporâneo Cuidar dos cabelos, da pele e do visual são rituais que acompanham a rotina de boa parte das brasileiras, reconhecidas, mundialmente, pela sua vaidade. Entretanto, os homens têm mostrado, nos últimos anos, que essa realidade tem mudado e ganhado novos adeptos. O ato de barbear, por exemplo, passou a incorporar novos “protocolos”, já que as tradicionais lâminas não são mais suficientes. O que eles querem são barbas cheias, benfeitas e delineadas. Para acompanhá-las, cabelos bem penteados e pele impecável.

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Essa realidade abre um mercado bastante promissor. O relatório “Men’s Grooming in Latin America: Key Trends & Opportunities”, da Euromonitor International, que estudou esse setor e aponta tendências, mostra que o segmento de produtos de beleza voltados ao público masculino movimentou US$ 10 bilhões em 2016. Até 2021, a perspectiva é de alta de 27%. “Essa área vem apresentando um crescimento sustentável na América Latina, sendo a segunda categoria que mais cresceu entre 2011 e 2016”, afirma o


analista sênior da Euromonitor, Elton Morimitsu. No Brasil, o mesmo segmento cresceu 11% de 2015 para 2016, movimentando R$ 19,6 bilhões. Até 2021, a projeção é atingir R$ 26,7 bilhões. Diante desse cenário, o desafio para a indústria consiste em quebrar estereótipos. “Produtos voltados aos cuidados com a pele, por exemplo, ainda são muito associados à feminilidade”, diz Morimitsu. O mesmo alerta acompanha o setor de serviços, que – de olho nesses homens contemporâneos que se renderam aos benefícios da beleza e bem-estar – procura criar novas soluções. Um exemplo são as barbearias moderninhas que se multiplicam no Brasil. Para ganhar mercado, esses espaços se inspiraram nos formatos antigos, no qual o ambiente era tipicamente masculino, mas passaram por um processo de “gourmetização”, atendendo a um público bastante exigente. Assim, nas atuais barber shops, enquanto cuidam do visual, os homens podem aliviar o estresse com bons momentos de lazer. Videogames, sinuca, música e um chope gelado são alguns dos diferenciais. “Esta nova tendência surge como uma inovação da antiga barbearia, geralmente frequentada pelo público de mais idade, onde o cliente ia apenas para cortar o cabelo e fazer a barba rapidamente e sem muitos benefícios adicionais”, comenta a assessora econômica da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FECOMERCIOSP), Fernanda Della Rosa. Assim, com essa nova “roupagem”, a barbearia passa a ser um ponto de encontro e um lugar que proporciona bem-estar. “Sem a pressa de ir embora, o cliente desfruta

da experiência, faz amizades e tem acesso a serviços adicionais”, acrescenta. APENAS MODISMO? Quando questionados se as barbearias seriam apenas um negócio da moda, empresários do setor e especialistas em negócios afirmam que não. Para eles, as barbearias vieram para ficar. “Sem dúvida, é uma tendência que cria um novo hábito para o consumidor masculino, proporcionando melhor qualidade de vida e de entretenimento. Assim, este hábito deve perpetuar e, assim, surgir novas ideias de serviços ao longo do tempo”, analisa Fernanda. O mercado ainda não dispõe de dados sobre a quantidade de barbearias no País. Mas alguns números do setor de franquias já apontam para o crescimento deste segmento, embora sejam mais comuns os negócios independentes ou várias lojas de um mesmo proprietário. Em 2015, por exemplo, existiam no Brasil três redes de barbearia, segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF). No primeiro semestre deste ano, chegou-se ao número de sete redes. Para o mesmo período, em termos de unidades franqueadas, passou-se de 10 para 23. E, mesmo diante da crise econômica, o faturamento das franquias de barbearias cresceu mais de 130% no primeiro semestre de 2017, uma taxa bastante expressiva.

Algumas lojas chegam a atender 1.200 clientes por mês, com um tíquete médio que varia de R$ 65 a R$ 150, considerando apenas os clássicos barba e cabelo. “Estamos acompanhando um crescimento vertiginoso e alguns players podem não conseguir manter o ritmo. Porém, este segmento atende a um comportamento mais bem estabelecido e a um público muito vasto. Mesmo que os cuidados com a beleza masculina mudem, as barbearias têm tudo para se reinventar e sofisticar suas ofertas”, pondera o diretor institucional da ABF, Juarez Leão. MODELO TRADICIONAL Com quatro unidades em São Paulo, a Barbearia Cavalera – projeto idealizado pelo diretor da marca de roupas Cavalera, Alberto Hiar, e pelo ex-baixista da banda Pavilhão 9, Marinho – resgata o estilo dos anos 1940, quando cuidar da barba e do cabelo era parte fundamental do dia a dia masculino. A decoração das lojas ganhou referências latinas e californianas, sob forte influência da cultura lowrider, aquela dos famosos carros com o sistema de suspensão modificado. E se a atmosfera retrô impera por todos ambientes, o mobiliário não foge à regra. Por lá, são encontrados armários do início do século 20 e cadeiras de couro reclinável, autênticas e restauradas do ano de 1600. “Marinho e eu nos conhecemos desde 1990. Em 2013, inauguramos a primeira Barbearia Cavalera com duas cadeiras, e hoje esse número triplicou, assim como a procura dos clientes”, lembra Hiar. Para Marinho, as perspectivas são promissoras. “Acho que é um mercado crescente e está apenas no começo. Para os homens em geral, se cuidar já se

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MERCADO

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tornou algo natural, sem preconceitos e exageros”, acredita. Exercendo a profissão há quatro anos, Marinho faz uma espécie de imersão com os novos barbeiros contratados por cerca de dois meses, tempo necessário para ensinar o conceito tradicional de atendimento. Eles também são capacitados a criar cortes de cabelo e barba, que têm direito a toalha quente, uso de técnicas tradicionais de navalha e espuma de barbear aquecida para relaxar. “Nossos profissionais são barbeiros, e não cabeleireiros. Eles ficam um bom tempo observando o atendimento, o procedimento dos serviços e conhecendo a cultura das barbearias clássicas, assim como o universo que envolve a Barbearia Cavalera. Cada barbeiro tem o seu tempo, leva de 15 dias e 6 meses para termos um profissional como gostamos”, conta Marinho. Ele reforça a necessidade de manter a qualidade dos serviços e não mudar o conceito do negócio para modinhas. “Temos orgulho em dizer que prezamos em

ser um espaço tradicional para homens que buscam um serviço impecável. Oferecemos uma boa música e bom atendimento, o que faz do lugar um espaço especial. O cliente pode tomar cerveja e dar boas risadas. Muitos acabam saindo amigos”, finaliza. BELEZA E ENTRETENIMENTO A Confraria da Barba nasceu em 2013, em Campinas (SP), depois que um dos sócios e hoje responsável para área de projetos, Ronal Balena, voltou da China, onde morou por seis anos. No retorno, chamou alguns amigos com tino empreendedor e começou a questioná-los sobre como estava o serviço de barbearias no Brasil. Na época, ele e mais quatro sócios, Rafael Falk (que hoje é diretor-geral da empresa), Paulo Guilhon e Douglas Balena (sócios-investidores) e Mauro Cardoso (sócio que, junto com Balena, é responsável pelos projetos) chegaram à conclusão de que existia um gap para esse serviço no País. “Constatamos que os homens

continuavam a cortar os cabelos num salão unissex, sendo que a maioria deles era pensado para mulheres”, relembra Falk. Foi quando os sócios – todos vindos de multinacionais e sem experiência na área – resolveram apostar nesse mercado. Os planos eram ambiciosos, mas foram muito elaborados. “Cada um de nós deu uma ideia. Um queria que fosse servida uma cerveja de boa qualidade. Outro gostava de esportes e achava importante um espaço com TV para acompanhar os jogos. Outro sugeriu que os homens fossem atendidos com hora marcada. Assim foi surgindo um esboço de como seria o negócio”, conta o empresário. A Confraria da Barba deu certo e se consolida por ter, na essência, a visão masculina e por trazer um espaço que vai além dos serviços tradicionais. Por lá, além do corte de cabelo e barba, são oferecidos tratamentos químicos e coloração, manicure, pedicure, podologia, massagem terapêutica ou relaxante, depilação e limpeza de pele. “Além

Fotos: Cleiby Trevisan

Estilo retrô Os fundadores da Barbearia Cavalera, Alberto Hiar (esquerda) e Marinho, resgataram a atmosfera dos anos 1940, com serviço impecável e boa música

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disso, em breve, planejamos disponibilizar planos de redução de gordura corporal e outros que ajudam no crescimento da barba”, revela Falk. Todos os serviços são regados com uma boa dose de entretenimento, com cerveja gelada, estação de games, mesa de sinuca e de póquer. Os clientes também têm a oportunidade de ter o dia do noivo ou se prepararem para algum evento em especial. Desde a fundação do negócio, os sócios da Confraria da Barba tinham a ideia de criar uma rede de barbearias. Assim, depois de um ano em

Foto: Divulgação

Conceito masculino Confraria da Barba, que oferece serviços tradicionais e de bem-estar, cresce por meio de franquias

andamento, decidiram expandir por meio de franquias. Nesse período, a Confraria também ganhou um novo sócio, Leonardo Benites, que atua impulsionando essa expansão. “Em 2016, inauguramos a primeira loja franqueada e, até outubro deste ano, estaremos com 18 lojas. Nossa ideia

é, em 2018, ter 35 unidades, consolidando a marca nas principais capitais do País”, diz Falk. Para manter o padrão de qualidade em todas as lojas e continuar crescendo, a empresa investe em treinamento constante tanto para os barbeiros como para os franqueados. 7 898357 410015

QUER INVESTIR NUMA BARBEARIA? Acompanhe os principais passos: ELABORE UM PLANO DE NEGÓCIOS: se a ideia é investir na abertura de uma barbearia, deve-se ter em mente que, assim como qualquer outra área, o estabelecimento dessa natureza exige a elaboração de um planejamento. Estude o conceito da empresa, contemplando o que se pretende oferecer, para quem vai vender, aonde pretende chegar, quais serão os preços e como pretende-se alavancar o crescimento. ANALISE O MERCADO: para a comercialização de qualquer serviço, é necessário entender o mercado de atuação e verificar a demanda da região. CONHEÇA OS CONCORRENTES: após análise do mercado, é preciso pesquisar sobre os concorrentes e avaliar quais são os seus pontos fortes e fracos. ENTENDA O PÚBLICO-ALVO: é preciso verificar o seu público-alvo e suas condições econômicas e sociais. Deve-se ter cuidado em oferecer produtos e serviços que estejam de acordo com o potencial de consumo do seu público. PROCURE ESPECIALISTAS: o risco de se abrir um negócio sem o conhecimento prévio do mercado de atuação e das condições empresariais poderão ser um fator desfavorável para o sucesso do empreendimento. Fonte: FecomercioSP

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VITRINE DE SOLUÇÕES

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TENDÊNCIAS E NOVIDADES EM AUTOMAÇÃO

Cardápio especial

Fotos/Imagens: Divulgação

O MarketUP, sistema de gestão e vendas grátis e sem limite de uso, lança um pacote de ferramentas para bares e restaurantes. O software atende às necessidades deste segmento, fazendo a gestão do salão (mesas e comandas) e retaguarda (controle financeiro e estoque). Além disso, a solução está adequada à nova lei da gorjeta e conta com um aplicativo para tirar pedidos, controlar o tempo de preparação e entrega do prato, imprimir pedidos por ambiente (pratos na cozinha, bebidas no bar) e um módulo de delivery. Outro atrativo são os relatórios e gráficos, por meio dos quais os gestores podem acompanhar as vendas, número de clientes, comparativos, etc., em tempo real. www.marketup.com

Mobilidade no varejo A impressora portátil PP-10B oferece flexibilidade aos processos do varejo. O dispositivo fabricado pela Bematech, provedora de soluções de automação comercial, é leve, tem conexão sem fio Bluetooth e possibilita fácil integração com softwares de frente de caixa. O equipamento imprime documentos fiscais, códigos de barras, etiquetas de preço, etc., e, por isso, é indicado para qualquer segmento do varejo e restaurantes. De acordo com a Bematech, uma das principais vantagens da impressora é a mobilidade, já que ela vem com uma alça de conexão para cinto e pode ficar junto do operador. www.bematech.com.br

Processos mais ágeis Kairos Store é o novo software da Seal voltado para a gestão de lojas do varejo e que ajuda a resolver problemas operacionais. A ideia é otimizar o trabalho do operador, permitindo que ele faça, a partir da leitura do código de barras dos produtos, tarefas estratégicas de forma simples, automatizando os processos do chão de loja. Entre eles, recebimento de mercadorias, troca de preço, auditoria de ruptura, inventário e controle de saída, por exemplo. O sistema proporciona ganho de produtividade e melhor performance no atendimento, além de reduzir custos e perdas. A solução funciona em smartphones ou coletores de dados e está disponível para Android e Windows. www.seal.com.br.

Gestão de IoT A Tecexpert Brasil, consultoria especializada em soluções de conectividade e Internet das Coisas (IoT), lança a plataforma IoT X, desenvolvida para otimizar o controle de processos nos setores de indústria e varejo. A solução funciona por meio de beacons, com detectores de temperatura, pressão, umidade, vazão, entre outros. Desse modo, as empresas conseguem monitorar, em tempo real, as operações e tomar decisões rapidamente. A plataforma pode ser utilizada, por exemplo, tanto para o rastreamento de produtos em Centros de Distribuição quanto para controlar alimentos perecíveis no varejo. A IoT X gera dados de produtividade, testes funcionais e outros indicadores, resultando em melhorias de processo, predição e reduções de custos. www.tecexpert.com.br 64 out/nov/dez 2017 [ BRASIL EM CÓDIGO ]



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[ PADRÃO DE QUALIDADE

Cidadania corporativa Empresas também podem implementar práticas de negócios que atendam às demandas do desenvolvimento sustentável mundial Virginia Vaamonde,

Estima-se que, em 2050, o planeta Terra terá 9 bilhões de habitantes. Como garantir boas condições de vida para todos, tendo em vista que a água, os alimentos e os recursos naturais estão cada vez mais escassos? Como lidar com questões que podem se agravar, como a pobreza, a desigualdade social e as mudanças climáticas? A solução está no comprometimento de toda a sociedade, inclusive das empresas, com o desenvolvimento sustentável. Nesse sentido, como resultado de experiências, debates e negociações globais, a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou a Agenda 2030, contemplando 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), com 169 metas, a serem cumpridas pelos países nos próximos anos. Nesta agenda estão previstas ações mundiais para erradicação da pobreza, segurança alimentar, saúde, educação, igualdade de gênero, redução das desigualdades, padrões sustentáveis de produção e de consumo, mudança do clima, entre outros. A GS1 Brasil incluiu a sustentabilidade como uma pauta estratégica por meio do Programa Sustentabilidade em Código. E, acompanhando o avanço dessa agenda global, fez um mapeamento verificando que, dos 17 ODS, a aplicação dos padrões GS1 têm sinergia com, pelo menos, quatro desses desafios. Por exemplo, no que diz respeito à saúde e bem-estar, os padrões ajudam a promover a segurança do paciente. Já em relação ao consumo e produção responsáveis, a padronização apoia os processos de combate ao desperdício de alimentos ao longo da cadeia de suprimentos. Ação contra a mudança global do clima é outro ponto de conexão, pois apoiamos iniciativas de logística reversa. No que refere-se a parcerias e meios de implementação, fortalecemos cada vez mais nossa atuação como Associação Brasileira de Automação no diálogo com todas as instâncias da sociedade, na disseminação da automação como ferramenta essencial para o progresso da economia nacional e para o bem-estar dos consumidores. A partir desse diagnóstico, criamos uma proposta de valor que está direcionando todas as nossas ações em sustentabilidade neste e nos próximos anos, com o intuito maior de atender aos ODS. Assim, de forma colaborativa e por meio dos padrões GS1, vamos apoiar iniciativas escaláveis que visem beneficiar a sociedade nos três principais aspectos da sustentabilidade – econômico, social e ambiental. Reforçando o compromisso de cidadania corporativa, a GS1 Brasil demonstra que pode atender a uma demanda mundial apoiada em seu core business – a automação.

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Foto: Paulo Pepe

CEO da GS1 Brasil



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