Revista Brasil em Código 25ª Edição

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EDIÇÃO 25

BRASIL EM

CÓDIGO EDIÇÃO 25

TEMPOS

MODERNOS Uma publicação da GS1 Brasil – Associação Brasileira de Automação • jul/ago/set 2017 • www.gs1br.org

BRASIL EM CÓDIGO • GS1 Brasil – Associação Brasileira de Automação

A Quarta Revolução Industrial inaugura uma nova era com a robotização e a digitalização dos negócios

ESTRATÉGIA

GRANDES EMPRESAS CONTAM COMO CRESCEM NA CRISE BRASILEIRA




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AO LEITOR

Foto: Paulo Pepe

Empresas 4.0 A crescente demanda dos consumidores por produtos personalizados e a evolução que diversas tecnologias atingiram nos últimos anos, como o avanço da capacidade dos computadores, a digitalização e o surgimento de novas estratégias de inovação, culminaram na Quarta Revolução Industrial, também conhecida como Indústria 4.0. Neste conceito disruptivo, que rapidamente ganha terreno em todo o mundo, estão envolvidas robotização, Internet das Coisas (IoT), Inteligência Artificial (AI), Big Data, computação em nuvem, realidade aumentada e impressão 3D. Na prática, isso significa o nascimento das fábricas inteligentes, nas quais insumos, máquinas e produtos são capazes de se comunicar, tornando a produção mais integrada e flexível, além de propiciar a customização de mercadorias e serviços. Há diversas oportunidades para as empresas, já que o conceito de Indústria 4.0 pode ser aplicado em qualquer setor. No Brasil, as organizações estão estudando e absorvendo essas ideias, sendo que as grandes companhias vêm liderando a implementação das novas práticas. A GS1 Brasil está atenta aos avanços da Quarta Revolução Industrial e disposta a apoiar toda a cadeia de abastecimento nesta nova realidade. Tanto que elegeu este tema como reportagem de capa desta edição, que é especialmente dedicada às grandes empresas associadas à entidade. A matéria mostra como os padrões globais podem servir como diferencial tecnológico, possibilitando a identificação única de produtos, facilitando a rastreabilidade e a interoperabilidade. As fábricas inteligentes podem aplicar, por exemplo, o padrão GS1 EPC/RFID para controlar a produção, oferecendo ao mercado produtos conectados. O advento da Indústria 4.0 também é um dos temas comentados pelo economista, diplomata e diretor da BRICLab na Universidade Columbia, Marcos Troyjo, que, na Entrevista, também aponta outras megatendências globais que devem impactar o mundo dos negócios. Nesse cenário repleto de desafios, é importante que as novas tecnologias também façam parte dos currículos e das atividades acadêmicas. Não é à toa que empresas e universidades têm, cada vez mais, se unido para desenvolver pesquisas e tecnologias em conjunto. Pensando nisso, esta edição traz uma reportagem mostrando o apoio da GS1 Brasil a diversas instituições de ensino do País, sempre ressaltando a importância da automação e do uso de padrões globais. Esta edição também traz a opinião de executivos de grandes companhias que atuam no Brasil e que, apesar da crise, continuam apostando no mercado nacional e criando estratégias inteligentes, a fim de manterem seus negócios ativos por muito tempo.

Um forte abraço, João Carlos de Oliveira presidente



[EXPEDIENTE

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Confira as tendências em Indústria 4.0 e Internet das Coisas A revista Brasil em Código é uma publicação trimestral da GS1 Brasil dirigida e distribuída gratuitamente aos seus associados, aos parceiros e à comunidade de negócios. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores e não representam a opinião da entidade e da editora.

GERENTE DE MARKETING E SUSTENTABILIDADE Frederico Bellini COORDENAÇÃO DA REVISTA Andréa Palmer GS1 BRASIL Rua Henrique Monteiro, 79 Pinheiros – 05423-020 – São Paulo Telefone: (11) 3068-6229 www.gs1br.org REDES SOCIAIS facebook.com/gs1brasil www.linkedin.com/company/gs1-brasil www.youtube.com/gs1brasil www.flickr.com/gs1brasil FALE COM A REDAÇÃO revista@gs1br.org PRODUÇÃO EDITORIAL E GRÁFICA G&T Comunicação Ltda. Telefone: (11) 2503-4618 redacao@gtcomunica.com.br EDITORA Denise Turco – MTB 43.537 EDITORA-ASSISTENTE Kathlen Ramos REVISÃO Helder Profeta FOTOGRAFIA Paulo Pepe e Eliane Cunha CAPA Marcelo Gorzoni ARTE Adriano Cristian Fernandes COLABORAÇÃO Flávia Corbó, Graziele Marronato, Juliana Jadon, Katia Simões e Patrícia Lucena (texto) IMPRESSÃO Referência Gráfica TIRAGEM 3 mil exemplares


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SUMÁRIO

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58 8 CURTAS 12 SAÚDE 14 INOVAÇÃO 28 NEGÓCIOS 30 AUTOMAÇÃO 32 DIGITAL 44 RECURSOS HUMANOS 48 PESQUISA 54 EVENTO 64 VITRINE DE SOLUÇÕES 66 PADRÃO DE QUALIDADE

CAPA A combinação dos novos recursos da automação industrial com a digitalização dá início à Quarta Revolução Industrial, uma nova era nos negócios

ENTREVISTA O economista e diretor da BRICLab na Universidade Columbia, Marcos Troyjo, aponta as megatendências globais

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PERFIL 3M aposta em sua subsidiária

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EDUCAÇÃO Conheça as iniciativas da GS1 Brasil em parceria com importantes universidades do País

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JOGO RÁPIDO Ana Hickmann conta

brasileira, uma das que mais contribui com inovação no mundo

sobre o seu lado empresária e os planos de expansão da marca assinada por ela

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MARKETING Especialistas ensinam técnicas para realizar apresentações em público

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RADAR Grécia é destino certo para

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ESTRATÉGIA Grandes companhias redefinem diretrizes para seguir crescendo durante a crise

quem busca praias paradisíacas, boa gastronomia e cultura


[CURTAS

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A GS1 Brasil apoia constantemente startups e micro e pequenas empresas que desejam se destacar no mercado. Por isso, sempre está presente nos eventos que envolvem esse universo, com o objetivo de acompanhar tendências e novas demandas. A entidade participou, por exemplo, do Startup SP Capital – programa de mentorias para startups em São Paulo (SP), realizado de março a julho. A iniciativa ofereceu capacitação e mentoria para dez empresas em estágio inicial que estavam com o modelo de negócios mais avançado. Vanessa Siqueira, da equipe de pesquisa e desenvolvimento da GS1 Brasil, foi uma das mentoras do programa, contribuindo com conhecimentos sobre experiência do usuário e design thinking. A entidade também marcou presença no 7º Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), realizado em junho último, também

na capital paulista. “Discutiu-se muito sobre o chamado ‘ecossistema da inovação’ e como o relacionamento entre indústria, academia, instituições, governos e startups pode favorecer o desenvolvimento de inovações”, conta Vanessa.

Fortalecimento institucional R�G��S

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Uma pesquisa da consultoria global Protiviti, em parceria com a CrossKnowledge, que atua com soluções de educação digital, mostrou como as empresas estão treinando os funcionários em práticas de compliance após a eclosão da Operação Lava Jato. Segundo o ��N�S����DE estudo, do total de empresas ouvidas, 62% afirmam que utilizam o treinamento como instrumento de fortalecimento de imagem e reputação da companhia no mercado, não limitando-se apenas à questão regulatória. A modalidade de ensino a distância lidera o levantamento, sendo usada por 38% das companhias respondentes. Um ponto de atenção refere-se ao fato de que 42% das emVE���DE presas treinam menos do que 50% de seus funcionários na temática compliance.

8 jul/ago/set 2017 [ BRASIL EM CÓDIGO ]

Foto: Divulgação

Parceria com startups e MPEs


Consultas de produtos Com o objetivo de incentivar startups e desenvolvedores a criarem aplicações para o consumidor final, a GS1 Brasil lança a API de informações de produtos. Uma das metas do serviço é garantir ao consumidor a consulta por informações registradas pelos fabricantes no Cadastro Nacional de Produtos (CNP). Nesta plataforma on-line criada pela entidade, é possível obter características detalhadas inseridas pelos fabricantes, como a descrição específica de um item, a marca e até mesmo um link para direcionar ao site do produto ou da indústria. Mais informações: https://apigs1.gs1br.org

E-commerce em discussão Fotos: Divulgação E-commerce Brasil

O Fórum E-Commerce Brasil 2017, considerado o principal evento do segmento da América Latina e o terceiro maior do mundo, apresentou resultados expressivos. Ao total, foram 13 mil congressistas, 150 expositores e 108 palestrantes presentes na conferência, realizada de 25 a 27 de julho, na capital paulista. Durante três dias de atividades técnicas e de negócios, grandes nomes e cases de sucesso fizeram parte das discussões sobre empreendedorismo digital, propondo ideias inovadoras para superar crises e garantir os melhores resultados no segmento.

Convenção de moda A cidade do Rio de Janeiro será palco da próxima edição da convenção de moda mundial da International Apparel Federation (IAF), que acontece de 16 a 18 de outubro. O tema do encontro, realizado pela primeira vez no País, será “Conformidade e Tecnologia – Fatores-chave para a Indústria e Varejo”. A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT) é a responsável pela realização do evento e estima receber cerca de 400 pessoas (70% do público nacional e 30% do exterior), entre empresários, representantes das principais empresas do setor, entidades, autoridades, academia, estudantes, pesquisadores e imprensa. Mais informações: www.abit.org.br.

[ BRASIL EM CÓDIGO ] jul/ago/set 2017 9


Nova unidade na capital federal A GS1 Brasil inaugurou o Centro de Inovação e Tecnologia (CIT), em sua sede em Brasília. Esse escritório estratégico trará a possibilidade de os associados conhecerem, na prática, as vantagens dos padrões globais – assim como já acontece no espaço de São Paulo. “Esse novo espaço consolida a presença da GS1 na capital federal, onde atuamos junto às mais importantes entidades nacionais e ao Poder Público”, comenta o presidente da entidade, João Carlos de Oliveira.

Calendário de eventos A GS1 Brasil está desenvolvendo uma série de encontros com o objetivo de capacitar associados, empresários e seus colaboradores nos mais diversos temas. Acompanhe, a seguir:

Seminário Saúde

Seminário Internacional de Segurança do Alimento

Seminário MPE

O objetivo é apresentar a evolução, as novidades e os preparativos para adoção de processos de rastreabilidade na cadeia hospitalar. 5/10| das 8h30 às 14h Local: Hospital das Clínicas, São Paulo (SP)

O foco é expor informações e ferramentas necessárias para que as empresas ampliem as oportunidades no País e se preparem para atender o mercado global.

A proposta é mostrar a importância da rastreabilidade para a segurança do alimento, apresentar tendências e como a aplicação do uso dos padrões GS1 pode auxiliar o setor.

21/9 | das 8h às 14h

26/10 | das 8h às 14h

Local: Sede da GS1 Brasil São Paulo (SP)

Local: Sede da GS1 Brasil, São Paulo (SP)

Mais informações no site: www.gs1br.org 10 jul/ago/set 2017 [ BRASIL EM CÓDIGO ]

Foto: GS1 Brasil

CURTAS

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Premiação RFID A recém-criada Associação Brasileira da Indústria de Identificação por Radiofrequência (ABRFID) promoveu o 1º Prêmio IoT RFID, a fim de reconhecer o trabalho de desenvolvedores e implantadores da tecnologia no País. O prêmio contou com o patrocínio da GS1 Brasil e foi entregue no dia 31 de agosto, no estande da ABRFID, durante o Latam Retail Show, realizado na capital paulista. Quatro empresas foram reconhecidas pelo pioneirismo e inovação na implantação da tecnologia RFID ou do conceito de Internet das Coisas (IoT): SmartX Technology, Identhis, Valid e iTAG. A premiação também elegeu Kami Saidi, executivo da HP, como Personalidade IoT RFID 2017. Os troféus da premiação foram confeccionados por impressora 3D, com material reciclado, usando RFID em seus processos de recuperação de materiais descartados, como impressoras, cartuchos de tinta e celulares.

Imagem: Divulgação

Ranking do varejo A Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) lançou a terceira edição do ranking “300 Maiores Empresas do Varejo Brasileiro”, resultado de uma coleta de dados durante o período de maior crise do setor, entre 2015 e 2016. Foram mapeadas empresas nacionais de todos os segmentos de varejo com faturamento acima de R$ 216 milhões/ ano e 107 gigantes com faturamento anual acima de R$ 1 bilhão. O estudo mostra, por exemplo, que as empresas precisaram otimizar recursos, mudar processos e estruturas de negócios. Como resultado, 82% das companhias tiveram aumento nominal de vendas no ano passado. A pesquisa contou com apoio técnico da BTR-Varese e do Centro de Estudos e Pesquisas do Varejo (CEPEV), da Universidade de São Paulo (USP).

Preocupados com o meio ambiente Uma pesquisa da GfK sobre a preocupação dos brasileiros com o futuro do planeta mostrou que os consumidores querem, cada vez mais, saber informações sobre os produtos que utilizam. Quase 50% dos entrevistados afirmaram que leem rótulos de algumas categorias (alimentos, cuidados pessoais e limpeza da casa), buscando referências relacionadas à sustentabilidade, tais como: se são naturais ou produzidos com ingredientes naturais, se são livres de transgênicos, se são produzidos usando práticas sustentáveis em seus processos e se são orgânicos.


[SAÚDE

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Foto:Thinkstock

Remédio certo

Da Redação

ANVISA define os mecanismos para implementar a rastreabilidade de medicamentos no País Em breve, o setor de saúde deve dar mais um passo rumo à rastreabilidade efetiva de medicamentos. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) regulamentou o Sistema Nacional de Controle de Medicamentos (SNCM), instituído pela Lei 13.410, que foi aprovada pelo Congresso em dezembro de 2016. O SNCM visa controlar a produção, a distribuição, a comercialização, a dispensação e a prescrição médica de medicamentos no País. A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 157, publicada no Diário Oficial no último mês de maio, trata da implementação do SNCM, ou seja, as normas que determinam como o mercado deve aplicar a lei. Nela, são detalhados os mecanismos e os procedimentos para rastreabilidade de medicamentos que as empresas atuantes nessa cadeia devem seguir – fabricantes, importadores, distribuidores, atacadistas, varejistas, hospitais, estabelecimentos de saúde, armazenadores, comerciantes e dispensadores de medicamento. No que diz respeito à tecnologia a ser utilizada para captura de dados referentes aos diversos eventos que

acontecem no caminho de um medicamento, desde a sua origem até o usuário final, a RDC 157 estabelece que as embalagens secundárias dos produtos deverão ter o código GS1 DataMatrix. Trata-se de uma simbologia bidimensional que permite a codificação de uma grande quantidade de informações em um espaço compacto. As empresas devem criar um Identificador Único de Medicamentos (IUM), que estará codificado pelo GS1 DataMatrix. O IUM deve conter os seguintes dados: GTIN (identificador do item comercial, internacionalmente reconhecido), número de registro junto à ANVISA, código serial de até 20 dígitos, data de validade e lote de fabricação. Assim, por meio de um IUM, cada item será único e estará associado a informações desde a origem, que serão utilizadas em todas as etapas da cadeia de suprimentos, diminuindo erros e aumentando a segurança. “A regulamentação traz mais confiança para as empresas implementarem a rastreabilidade. Isso porque a aplicação dos mecanismos de rastreabilidade envolve investimentos significativos por parte das companhias, como, por exemplo, na adaptação das linhas de produção”, comenta o executivo de negócios da GS1 Brasil, Marcelo Sá. Outro ponto a favor é que a norma está embasada em um padrão já existente e utilizado em todo o mundo. A partir de agora, as empresas devem iniciar os pilotos para testar os novos processos. 7 898357 410015

12 jul/ago/set 2017 [ BRASIL EM CÓDIGO ]



[INOVAÇÃO

Da Redação

Novas soluções expostas no Centro de Inovação e Tecnologia (CIT), da GS1 Brasil, mostram como é possível agregar inteligência aos processos de um centro de distribuição Com a proposta de renovar a demonstração de novas soluções para os visitantes, o Centro de Inovação e Tecnologia (CIT), da GS1 Brasil, recebeu recentemente duas soluções voltadas à área de logística. A MHA instalou no espaço o ArMHAzena, um WMS (Warehouse Management System), ou sistema de gerenciamento de armazém. A ferramenta foi desenvolvida há 17 anos e coleciona cases de sucesso no mercado. Atualmente, a solução opera em versão 100% web, na nuvem, o que facilita a im-

14 jul/ago/set 2017 [ BRASIL EM CÓDIGO ]

plementação e utilização, além de reduzir custos de projeto e manutenção. “A MHA foi idealizada para proporcionar acesso à tecnologia de ponta a seus colaboradores e parceiros, e o CIT é uma referência mundial em conhecimento e capacitação tecnológica, ajudando a ampliar nossa visão e perspectivas sobre automação logística na cadeia de suprimentos. Para a MHA, a parceria com a GS1 Brasil só vem para agregar, tanto para a empresa quanto para os visitantes do CIT”, afirma a diretora administrativa da empresa, Carina Ferreira.

Fotos: Eliane Cunha

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Logística mais eficiente


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O WMS é modular e foi desenhado para atender qualquer operação da cadeia logística que tenha necessidade de gestão da informação e controle de itens, desde uma fábrica até um operador logístico. É possível administrar vários centros de distribuição (CDs) remotamente pela web ao mesmo tempo, utilizando apenas um único servidor e banco de dados. Para empresas de pequeno e médio porte, a companhia oferece o ArMHAzena BOX, uma opção reduzida do WMS para atender operações que necessitam de uma ferramenta de gestão de estoque, mas que não dispõem de recursos financeiros para aquisição e implementação. Ele possui quase todas as funcionalidades da versão padrão, como portaria, agendamento, recebimento, armazenagem, separação, inventário, ressuprimento, movimentações, conferências, expedição, módulo de gestão com relatórios consultas e BI (Business Intelligence). A diferença é que o sistema para as empresas menores possui uma única forma de parametrização e configuração das regras logísticas de recebimento a expedição.

VOZ DE COMANDO A Consinco, desenvolvedora de sistemas de gestão (ERPs) para o autosserviço alimentar – que já é parceira da GS1 Brasil, demonstrando o Self Checkout no CIT – expõe, a partir de agora, mais uma solução: o Di.Vo. Trata-se de um sistema de voice picking, que permite aos funcionários de um CD separar os produtos “ditados” por um sistema de voz sintetizada. A inovação da plataforma é o reconhecimento dos comandos por meio de um aplicativo instalado em smartphones. A ferramenta é distribuída com exclusividade no País pela Consinco, em parceria com a fabricante italiana Di.Tech, especializada em sistemas de gestão para o varejo. “O sistema Di.Vo permite aos colaboradores trabalharem com as mãos livres, sem ocupá-las com listagens, leitores de códigos de barras ou coletores de dados, aumentando a rapidez na separação dos produtos e eliminando erros na operação”, explica o diretor comercial da Consinco, Silvio Sousa.

A ferramenta já vem sendo adotada no mercado com bons resultados. A Rio Quality, distribuidora de produtos para o segmento de food service, implementou o sistema em seu CD localizado na Pavuna, zona norte do Rio de Janeiro (RJ). Conseguiu agilizar a separação de produtos e aumentar a produtividade em quase 90% na comparação com o antigo sistema, que mesclava o uso de mapas de papéis e coletores de radiofrequência. A nova tecnologia permitiu melhorar o abastecimento de produtos para restaurantes, hotéis, hospitais e escolas. Com o atendimento de aproximadamente 800 pedidos diários e uma frota de 50 caminhões, a Rio Quality, com o sistema Di.Vo, passou a entregar 85% dos pedidos em menos de 24 horas. O ganho operacional ainda possibilitou reduzir em quase 50% a equipe de separadores, realocando os funcionários para outras áreas da empresa. Já os conferentes, responsáveis por examinar 100% dos itens separados à procura de erros, passaram a trabalhar por sistema de amostragem, reduzindo tempo no processo. 7 898357 410015

Gestão versátil Solução para gerenciamento de armazém da MHA demonstrada no CIT atende desde uma fábrica até um operador logístico

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[ENTREVISTA

Megatendências globais Por Kathlen Ramos

Para o economista, diplomata e diretor da BRICLab na Universidade Columbia, Marcos Troyjo, o movimento de desglobalização e o advento da Indústria 4.0 são realidades que o mundo precisa dar mais atenção Entre 1992 e 2008, quando o mundo viveu um movimento de “globalização profunda”, parecia haver um livre mercado global, com democracias em expansão e países unindo-se em blocos regionais. Entretanto, agora, os tempos são outros, na visão de Marcos Troyjo, diretor do BRICLab (um fórum sobre Brasil, Rússia, Índia e China) da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, onde também atua como professor de relações internacionais e políticas públicas. Para ele, há um movimento contrário se desenvolvendo, denominado desglobalização, e que está se consolidando como megatendência global. Este cenário já se manifesta sob diversas formas: no individualismo do governo de Donald Trump, na intolerância cultural na Europa ou no crescimento exponencial da China frente a outras grandes potências mundiais. A Indústria 4.0 é outro ponto que merece atenção. Com ela, termos como Internet das Coisas (IoT) e Inteligência Artificial (AI) tornam-se cada vez mais presentes e reais nos negócios. “Esse ‘choque de globalizações’ e a Indústria

16 jul/ago/set 2017 [ BRASIL EM CÓDIGO ]

4.0 são as principais megatendências hoje em operação”, considera Troyjo. Na Universidade Columbia, os principais interesses de Troyjo, que também é economista, residem em temas como inovação, mudança tecnológica e desenvolvimento econômico, economia global e mercados emergentes. Neste momento, ele também realiza vários projetos centrados em estratégias de desenvolvimento, com foco nos países dos BRICS. Além das aulas e estudos, Troyjo é colunista do jornal Folha de S.Paulo e colaborador regular da mídia eletrônica e impressa no Brasil e no mundo, com destaque para Financial Times, The World Financial Review e CNN en Español. Em seu vasto currículo, ele acumula títulos como diplomata de carreira e secretário de imprensa da Missão do Brasil junto à Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York (1997-2001), além de chefe de gabinete do Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério das Relações Exteriores do Brasil (1994-1997). Seu livro mais recente é Desglobalização:

Crônica de um Mundo em Mudança (Agbook, 2016). Acompanhe, a seguir, os principais momentos deste bate-papo. BRASIL EM CÓDIGO Quais são as principais megatendências que devem transformar o mundo? MARCOS TROYJO Podemos dizer que são a desglobalização/reglobalização e o advento da Indústria 4.0. A desglobalização manifesta-se na intolerância cultural na Europa; na inoperância da ONU; nos termos de comércio internacional impactados, negativamente, pela onda protecionista; no individualismo nacionalista de Donald Trump; e na China, que canta odes às virtudes da globalização econômica, mas pratica uma política industrial de favorecimento ao conteúdo local mediante robusto programa de compras governamentais. Por um lado, são muitas intersecções entre a tensão de um mundo cada vez mais conectado versus políticas industriais e comerciais desglobalizantes e, por outro, as crescentes ramificações da Indústria 4.0.


Fotos: Divulgação

“Estima-se que, em dez anos, tudo o que pode ser conectado estará conectado”


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ENTREVISTA

BC Como essas mudanças vão afetar as relações sociais e as relações de consumo? MT A Quarta Revolução Industrial decretará, não há dúvida, o fim de certos postos de trabalho, profissões e setores da economia. Longe de ser um antídoto aos males da globalização ou da Indústria 4.0 – pelo contrário, surge como alavanca para o aproveitamento de novas oportunidades –, ganha tração uma tendência em que indivíduos, empresas ou países terão de embarcar. Trata-se do reskilling,

reinventar e “reabilitar-se”, e o país converteu-se, mais recentemente, num dos mais produtivos hubs da indústria de games do mundo.

termo que pode ser traduzido como “recapacitação”, “retreinamento” ou “construção de novas habilidades”. A Finlândia é um exemplo deste movimento. Até há pouco, o país era “o” hub inovador da telefonia celular, do qual a Nokia era um exemplo sobressalente. Atropelada pela ascensão irresistível da Apple, a Nokia – e a Finlândia – teve de se

como Brasil, Rússia, Índia e China, mas mesmo na Europa e Estados Unidos – tornaram-se mais restritivas à “exportação de postos de trabalho” e mais voltadas ao conteúdo local. O Brexit e Donald Trump são elementos novos na paisagem dos últimos meses, mas, desde 2008, é crescente o risco de desglobalização. A primeira consequência dessa retração foi o abandono do TPP

18 jul/ago/set 2017 [ BRASIL EM CÓDIGO ]

BC De que maneira a desglobalização deve mudar os negócios? MT No período de 1992 a 2008, que podemos chamar de “globalização profunda”, o mundo parecia um livre mercado global. Mas se estes eram os objetivos, estamos mais distantes deles do que 20 anos atrás. As políticas industriais – e não apenas em países

(Parceria Transpacífico), um acordo [entre 12 países] que envolvia não apenas tarifas e cotas mas também padrões e regras que se estendiam a áreas como a trabalhista, a ambiental, a propriedade intelectual e a de compras governamentais. Em paralelo, há uma política industrial “desglobalizadora”. Quando a General Motors não puder sair dos Estados Unidos para montar uma fábrica na Índia, isso representará uma reversão das cadeias globais de produção e da eficiência trazida pela lógica das redes de suprimento mundiais. Aí, temos o principal elemento da desglobalização. Mas minha aposta é a de que a desglobalização vai durar menos do que se está supondo. Se os Estados Unidos perderem capacidade exportadora, vão dirimir os benefícios de contar com uma cadeia global de suprimentos. Isso deve abreviar o ciclo de desglobalização. Num futuro nada distante, os números corporativos começarão a cair. Ficarão mais claros os custos do protecionismo, do conteúdo local, de uma política industrial sustentada na substituição de importações. Se houver, e essa hipótese é provável, uma retaliação por parte dos parceiros comerciais dos Estados Unidos, isso também afetará negativamente a performance global das empresas norte-americanas, além de frear fluxos de investimentos estrangeiros diretos. BC Pensando na atual situação do Brasil, quais são os desafios para o desenvolvimento do País? MT O diagnóstico mais elementar que se oferece a situações de múltiplas crises (econômica, política, moral) enfrentadas por nações vale-se, na maioria das vezes, de um familiar senso comum. Com o Brasil atual não é diferente. Haveria de aumentar o grau


de honestidade da relação público-privado. Caberia ao brasileiro trabalhar melhor, pois norte-americanos e alemães apresentam produtividade quatro vezes maior. Seria função do empresariado investir mais. Cumpriria, ao governo, mais acordos no campo do comércio e de cooperação industrial e tecnológica, pois só assim ofereceríamos novos mercados e parceiros a nossas empresas, garantindo-lhes competitividade e, portanto, longevidade. BC Sobre a Quarta Revolução Industrial, quais devem ser as grandes marcas desse movimento? MT Não importa se sua empresa atua no setor de sementes ou na tecelagem. Provavelmente, você já participou de alguma reunião em que tenham aparecido conceitos como Internet das Coisas (IoT) ou Inteligência Artificial (AI). Vários fatores confluem para acentuar esses fenômenos disruptivos. Os smartphones são mais populares do que nunca. Bancos de dados, impressoras 3D, plantas industriais robotizadas, chips de geoposicionamento, tecnologia vestível, veículos motorizados, aeronaves não pilotadas, como os drones das Forças Armadas dos Estados Unidos, compõem o vasto estoque de itens conectáveis. Estima-se que, em dez anos, tudo o que pode ser conectado estará conectado. Hoje, o número de objetos interconectados (14 bilhões), segundo a consultoria Gartner, é o dobro da população mundial. IoT e

AI são, portanto, alguns dos principais aceleradores da chamada Quarta Revolução Industrial. Nessa nova realidade, cabe perguntar: se as máquinas poderão ser cada vez mais criativas e tomar decisões independentes, não nos arriscamos a que elas optem por ações contra nós? Alguns, como Ginni Rometty, presidente da IBM, argumentam que os benefícios de plataformas de AI em muito superarão as ameaças que emergem com tais tecnologias. O campo da medicina é um deles. Que dizer de uma tecnologia, como o Watson, que já assimilou toda a literatura publicada até o presente sobre o câncer, em seu papel de aconselhar os médicos quanto ao melhor tratamento possível? Para o comércio global, a disseminação dessas tecnologias levaria a um gigantesco processo de desintermediação. Isso poderia gerar oportunidades para empresas de pequeno e médio porte, bem como para o perfil exportador de países mais periféricos. A Indústria 4.0 suscita medo e resistência, mas também ilimitadas possibilidades. BC Pensando no futuro, já se fala em Quinta Revolução Industrial? Como seria essa nova era? MT Não sei se podemos falar em Quinta Revolução Industrial, mas desponta um novo e determinante fator: consolida-se uma nova Era do Talento. Esta, contudo, era tida como sinônimo de vocação. Cabia desen-

volver aptidões naturais. Em 2008, Malcolm Gladwell popularizou em seu best-seller Outliers a “regra das 10 mil horas”. O talento emergiria da devoção de tal estoque de tempo a atividades tão distintas, como tocar violoncelo ou programar computadores. Quanto mais cedo começar, melhor. A reglobalização que chegará no futuro prenuncia a pós-especialização. Há seis anos, computação em nuvem, tablets e seu ecossistema de aplicativos eram incipientes. Hoje permitem um atalho da história. É possível compactar as 10 mil horas. Novas tecnologias catalisam talentos. Assim, pessoas, empresas e nações têm de ser multifuncionais e complexas. Engenheiros que escrevem bem. Agronegócio preocupado com design. Países produtores de petróleo transformando-se em hubs de entretenimento. Surge, assim, um duplo desafio. Se falamos em parâmetros além das 10 mil horas, que dizer dos que, no início da idade adulta, sequer têm mil horas de foco em aptidões? Os brasileiros nascem com expectativa de viver 75 anos. Sem o potencial do talento, terão pouca utilidade à economia do conhecimento. E, na ponta mais sofisticada, o Brasil tem de alimentar sua elite de talentos para que ela própria não seja crescentemente marginalizada da redefinição dos rumos globais. 7 898357 410015

Confira esta entrevista na íntegra em www.gs1br.org/revista

“Novas tecnologias catalisam talentos. Assim, pessoas, empresas e nações têm de ser multifuncionais e complexas”

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Imagens: Thinkstock

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[ CAPA

Negรณcios inteligentes


Por Denise Turco

A Quarta Revolução Industrial inaugura uma nova era com a conectividade, a robotização e a digitalização dos negócios. Sua empresa está preparada? Em 130 anos, o Grupo Bosch passa, atualmente, pela maior transformação de sua história, migrando de uma companhia essencialmente automotiva para uma empresa de Internet das Coisas (IoT), com base em 3S – software, sensores e serviços – e foco no atendimento das novas demandas do mercado. Até 2025, a pretensão é tornar-se um dos maiores players de IoT. Detalhe: além de ser uma das precursoras na aplicação dessas novas tecnologias no mundo, a organização passou a fornecer soluções 4.0 para companhias de outros segmentos. A Bosch entende que essa é uma ação sem volta. “Temos de integrar e conectar toda a cadeia produtiva para tornar o chão de fábrica transparente, conectar máquina com máquina e máquina com pessoas, e, a partir disso, gerar dados para gerenciar e melhorar a qualidade do produto e do processo produtivo. Isso já está acontecendo”, avalia o engenheiro de aplicações e especialista em Indústria 4.0 do Grupo Bosch, Fábio Fernandes. Esse é apenas um exemplo de como a combinação dos novos recursos da automação industrial com a digitalização, associada aos avanços da computação e da internet, dá início a uma nova etapa no mundo dos negócios e do consumo. A Quarta Revolução Industrial é caracterizada pela integração e controle da produção a partir de sensores e equipamentos conectados em rede e da fusão do mundo real com o virtual, criando os chamados sistemas ciberfísicos. A crescente demanda por produtos personalizados e a evolução que diversas tecnologias estão alcançando nos últimos anos pavimentou o terreno para começar essa revolução. Tanto é que, hoje, o cotidiano de pessoas e empresas

já se tornou 4.0. São exemplos desse conceito disruptivo, os aplicativos para táxi ou refeições. A Quarta Revolução está a todo vapor. PRODUÇÃO INTELIGENTE A Indústria 4.0 tem origem em um projeto do governo alemão, lançado em 2013, para promover a transformação digital na manufatura com uma estratégia robusta e bem alinhada entre governo, setor privado e sociedade. “O próprio termo foi cunhado pela Alemanha e é utilizado quase como uma marca”, comenta o diretor do departamento de inovação e tecnologia da Câmara Brasil-Alemanha, Bruno Vath Zarpellon. O conceito se espalhou pelo mundo e outras nações criaram projetos semelhantes, utilizando diferentes nomenclaturas, como Manufatura Avançada, aqui no Brasil. “Atualmente, a Alemanha realiza diversas iniciativas, como a Plataforma 4.0, que mapeia todas ações realizadas naquele país relacionadas a esse tema; os Centros de Competência, voltados a promover a integração de pequenas e médias empresas à Quarta Revolução Industrial e a cooperação com outros países”, diz Zarpellon. As principais tecnologias habilitadoras, ou seja, aquelas que estão por trás da Manufatura Avançada são: robotização, IoT, Inteligência Artificial (AI), integração de sistemas, Big Data, computação em nuvem, realidade aumentada e manufatura aditiva (conhecida como impressão 3D). “São soluções já conhecidas e aplicadas no mercado. A Indústria 4.0 nada mais é do que a integração disso tudo de maneira inteligente”, resume o diretor-executivo de tecnologia da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ), João Alfredo Delgado. E, ao contrário das revoluções industriais anteriores, em que uma única tecnologia se destacava, na Quarta elas combinam-se de forma diferente e não necessariamente ao mesmo tempo, acrescenta o gerente-executivo da unidade de política industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), João Emilio Gonçalves.

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Foto: Eliane Cunha

NOVO PATAMAR A Indústria 4.0 representa uma disrupção em relação ao que era feito antes nas empresas. Um dos fatores que explicam esse cenário é evolução dos algoritmos de AI, que conseguem tirar conclusões e fazer recomendações com grande nível de acerto. “Isso fez com que computadores se tornassem aptos a competir com pessoas em áreas em que acreditávamos que as habilidades humanas seriam insuperáveis, como reconhecimento de padrões visuais, diagnósticos e tarefas que exigem estratégia. Combinado com Big Data e computação na nuvem, conseguimos tomar decisões que otimizam toda a cadeia de valor das empresas”, comenta o diretor-executivo de Indústria X.0 da Accenture na América Latina, Constantino Seixas. Outro exemplo foi o avanço da IoT em âmbito industrial, que produziu objetos e equipamentos inteligentes, dotados de sensores e com capacidade de comunicação de dados. Portanto, a Manufatura Avançada é algo que vai além da automação industrial. Afinal, nas indústrias inteligentes, máquinas e insumos “conversam” ao longo do processo de fabricação. Os dispositivos localizados em diferentes unidades da empresa, ou até mesmo de organizações diferentes, trocam

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informações, permitindo otimização logística e integração da cadeia. Assim, essa integração ocorre de maneira horizontal – com todas as etapas da fábrica funcionando em harmonia – e também vertical, ou seja, a possibilidade de integração digital com fornecedores e clientes, monitorando em tempo real o que é vendido na ponta e o que é produzido no fornecedor, segundo Gonçalves, da CNI.

tiva e o desenvolvimento de sistemas de automação altamente flexíveis, possibilitando a produção de bens customizados para os consumidores. A McKinsey estima que, até 2025, os processos relacionados à Indústria 4.0 poderão reduzir custos de manutenção de equipamentos entre 10% e 40%, diminuir o consumo de energia entre 10% e 20% e aumentar a eficiência do trabalho entre 10% e 25%.

BENEFÍCIOS A partir do momento que consegue alocar de maneira eficiente suas máquinas, a empresa identifica problemas rapidamente e reduz gargalos, otimiza processos e previne problemas. Além da maior produtividade, o uso de simulações virtuais de produtos e processos deve diminuir o tempo para um novo artigo chegar ao mercado. Outra vantagem é que o uso de sensores nas máquinas, partes e peças permite a flexibilização da linha de produção, reduzindo a necessidade de escalas elevadas para se conseguir um custo médio competitivo. Com isso, é possível fazer a customização em massa, uma das novas características da atividade industrial atual. De acordo com a CNI, a customização em massa é a comunicação instantânea entre diferentes elos da cadeia produ-

TENDÊNCIAS “As empresas estão trabalhando ativamente para desenvolver planos estratégicos de Indústria 4.0”, afirma Constantino Seixas, da Accenture. Ele conta que muitas delas estão executando projetos que centralizam as operações em centros integrados de controle, onde toda a informação coletada de diversos processos é visualizada em sistemas de predictive analytics, conjunto de técnicas para extrair o máximo de informações de grandes bases de dados, a fim de auxiliar na tomada de decisão. “O próximo passo para quem já tem tudo isso são os chamados digital twins, ou gêmeos digitais, que simulam centenas de cenários operacionais diferentes. É parecido com um programa inteligente que joga xadrez. Ele examina muitos lances à frente conside-

Rafael Rapp, da HP Empresa criou plataforma digital que dá acesso a informações estratégicas em tempo real para todas as equipes, no computador ou celular


CENÁRIO NACIONAL Os novos conceitos sobre o uso de tecnologias digitais ainda são pouco conhecidos no Brasil. É o que apurou a “Sondagem Especial Indústria 4.0”, pesquisa realizada pela CNI com 2.225 empresas de todos os portes, em janeiro de 2016. Do total das indústrias, 58% conhecem a importância dessas tecnologias para a competitividade da indústria, porém menos da metade as utiliza. Entre as empresas consultadas, 43% não identificaram quais tecnologias digitais, em uma lista com dez opções, têm o maior potencial para impulsionar a competitividade da indústria. O desconhecimento é maior entre as pequenas empresas (57%). “Isso ainda é um processo em desenvolvimento no mundo todo. A tendência é que se inicie pelas grandes empresas e vá se disseminando ao longo das suas cadeias produtivas e entre os setores. O importante é que

Transformação Bosch passa a atuar como uma empresa de IoT, sendo usuária e provedora de tecnologias 4.0 para outras companhias

a velocidade de difusão tende a ser maior do que nas revoluções industriais anteriores e isso exige agilidade da indústria e do Estado brasileiro para promover o desenvolvimento da Indústria 4.0 por aqui. Um desafio é desenvolver instrumentos para promover a digitalização de pequenas e médias empresas, com foco no aumento da produtividade”, acredita Gonçalves, da CNI. Na visão de Seixas, da Accenture, as organizações brasileiras já se movimentam, porém num ritmo mais lento se comparado aos líderes mundiais. “Embora a maior parte dos nossos cases de sucesso sejam de companhias dos Estados Unidos e Ásia, o número de workshops para discutir as oportunidades das empresas brasileiras tem aumentado. Nesse momento, estamos desenvolvendo projetos de centros integrados de operações para duas novas empresas brasileiras e discutindo um plano para uma terceira”, conta. Para entrar nesse novo universo, Delgado, da ABIMAQ, dá algumas dicas. “Sugerimos que as empresas façam um planejamento estratégico incorporando os conceitos da Indústria 4.0. A partir daí, comecem com um pequeno piloto em uma área para depois ampliar para os outros departamentos.” Além disso, não é preciso trocar todo o parque tecnológico. Basta dar “inteligência” aos equipamentos antigos. “Temos um projeto para colocar um torno da década de 1980 funcionando na Indústria 4.0, a partir da instalação de sensores. As empresas podem fazer um investimento

em pequena escala enquanto vão aprendendo os novos processos para colocar os sistemas para ‘conversar’. Não é necessário mudar tudo de uma vez”, reforça Delgado. Outra sugestão é que as companhias estabeleçam parcerias com startups, que são especialistas em customização de soluções tecnológicas. POLÍTICA PÚBLICA Para apoiar as empresas com políticas públicas alinhadas a essa nova realidade, o governo brasileiro também vem se movimentando para entender o cenário de IoT, que anda de mãos dadas com Indústria 4.0. O tema já vem sendo tratado pelo governo federal desde 2012, quando definiu uma desoneração fiscal para comunicação máquina a máquina (M2M). Em 2014, o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) criou a Câmara de IoT, pelo Decreto 324. Com o avanço desses trabalhos, em 2016, foi feita uma parceria entre o BNDES, a Fundação CPqD, o escritório Pereira Neto Macedo Advogados e a McKinsey para formatar o Plano Nacional de IoT. Desde então, vem sendo desenvolvido o estudo “Internet das Coisas: Um Plano de Ação para o Brasil” (disponível em bndes.gov.br), que têm três fases. “Primeiro, fizemos

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Foto: Emerson Oliveira

rando um grande número de possíveis opções que o adversário pode tomar e, depois, sugere o melhor movimento possível. O sistema analisa milhões de possibilidades, enquanto um operador humano não chega a uma dezena”, explica Seixas. A base para que esses métodos sofisticados sejam realizados com sucesso está em coletar e analisar os dados gerados em cada etapa da cadeia de abastecimento. O diretor-líder da prática de analytics da Delloite, Jefferson Denti, destacou a importância do Big Data e do analytics na Manufatura Avançada, em evento realizado pela GS1 Brasil (confira na página 27). “Todas as conexões geram dados e é preciso extrair o melhor deles. Hoje, o dado é o novo petróleo. Temos grande abundância de informação no mundo. No entanto, é necessário selecionar os dados e saber a melhor maneira de utilizá-los para trazer insights e tomar decisões”, afirma.


Thales Marçal Vieira Netto, do MCTIC Governo federal deve lançar Plano Nacional de IoT ainda neste ano

um diagnóstico para ver o que o Brasil pretende com a IoT e um benchmarking de políticas públicas de outros países, observando o papel do Estado”, disse o coordenador-geral de ciência e tecnologia do MCTIC, Thales Marçal Vieira Netto, durante evento na sede da GS1 Brasil. Na segunda fase, foram estudados 20 ambientes onde a IoT é aplicada: casa, fábricas, saúde, rural, lojas, veículos, logística, indústrias, etc. A partir daí, foi feita uma avaliação dos segmentos priorizados: cidade, saúde e rural, além de uma frente mobilizadora de IoT para manufatura, segundo Vieira Netto. A terceira fase será a elaboração do plano, com lançamento previsto para outubro. CASES No Brasil, o Grupo Bosch, que registrou, em 2016, um faturamento líquido de R$ 4,4 bilhões, utiliza várias tecnologias 4.0 em suas unidades no País, tais como: processamento em nuvem, algoritmos de AI e impressoras 3D. “Um exemplo de aplicação é o sistema de comunicação máquina a máquina, o chamado M2M, no qual a linha de freios ABS da Bosch Campinas, em São Paulo, está conectada a outras dez linhas em diversos países. As linhas se

comunicam para avaliar a qualidade da produção em tempo real, independentemente de onde ele é fabricado”, conta Fábio Fernandes, acrescentando que estas são algumas das tecnologias utilizadas pela empresa que, em grande parte, são desenvolvidas internamente. Tanto que a organização passou a atuar como provedora de tecnologias 4.0, com foco nos segmentos de manufatura, agricultura e mineração. “Desenvolvemos um equipamento que permite conectar máquinas antigas com sensores, possibilitando usar as ferramentas 4.0 numa indústria com estrutura mais antiga, com cloud e tudo o mais”, exemplifica Fernandes. A companhia também possui uma divisão especializada em desenvolver soluções de AI, que criou, por exemplo, uma plataforma de pecuária de precisão (hardware e software) destinada a acompanhar e avaliar a pesagem de gado, considerando diversos fatores, inclusive, as características genéticas dos animais. A HP, fabricante de computadores e impressoras, também já está com os pés na Quarta Revolução Industrial, a partir do investimento na digitalização. Para a companhia, que no Brasil foi pioneira na adoção da RFID em sua

Foto: Eliane Cunha

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operação logística há mais de dez anos, a automação é estratégica para manter a competitividade e a flexibilidade para atender os clientes. Há cerca de dois anos, a HP vem implementando uma plataforma digital com dados de planejamento e engenharia que podem ser acessados em tempo real. A ideia é que mais dados da operação interna, de outros departamentos, sejam inseridos. O sistema está disponível na versão web, para acesso a partir de um PC, ou por meio de aplicativo para celular. Essa é uma maneira de democratizar as informações para toda a equipe – do administrativo até a fábrica. “Com as informações disponíveis em tempo real, já conseguimos diminuir o tempo nos processos ad-

A EVOLUÇÃO DA MANUFATURA

Fonte: ABIMAQ/Manufatura Avançada

1784

Primeira Revolução Industrial – Séculos 17 e 18

A introdução do tear mecânico foi o grande avanço da época, com equipamentos movidos a água ou vapor, dando início a aplicações industriais, como movimentação de navios, fábrica de teares, máquinas de usinagem, entre outros.

1870

Segunda Revolução Industrial – Século 19

É caracterizada pela produção em massa, divisão de tarefas e equipamentos movidos a energia e elétrica. Surgem motores, locomotivas e bondes elétricos, por exemplo.


Manutenção Preditiva

IoT

Robotização

Data Analytics

TECNOLOGIAS POR TRÁS DA INDÚSTRIA 4.0

Manufatura Aditiva

Big Data

Realidade Aumentada

Rastreabilidade

ministrativos e reduzir inventário. Melhoramos também o planejamento e baixamos os custos. Com a digitalização dos dados, a equipe de vendas consegue ofertar rapidamente e com mais assertividade os produtos para os clientes”, conta o gerente de operações da HP, Rafael Rapp. Prova de que a Quarta Revolução Industrial está em todos os setores é o projeto que está nascendo na Universidade de São Paulo (USP) para criar o Hospital 4.0. Duas faculdades da instituição – a Engenharia Elétrica da Poli

1969

Terceira Revolução Industrial – Século 20

Inicia-se o uso da eletrônica e da tecnologia da informação para automação a produção. Criação de máquinas com capacidades de armazenagem e processamento de dados. Henry Ford cria a primeira linha de montagem, com a produção em série.

Computação em Nuvem

e a Medicina – uniram-se na criação de um projeto para definir como as novas tecnologias podem contribuir para melhorar a jornada do paciente dentro do hospital. As duas faculdades, que já tinham se unido anteriormente para estudar a rastreabilidade de medicamentos, criaram em conjunto, no final de 2016, a matéria de pós-graduação Automação & Saúde na Medicina. Especialistas do mercado, médicos e estudantes estão em torno dessa disciplina para construir de forma colaborativa o projeto do Hospital 4.0.

HOJE

O projeto conta com a colaboração de diversos agentes. A disciplina Automação & Saúde na Medicina, por exemplo, foi idealizada pelo presidente do Conselho Diretor do Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas (HC), Giovanni Guido Cerri, e pelo coordenador do GAESI-USP e professor titular da Escola Politécnica da USP, Eduardo Mário Dias, com o suporte do superintendente do HC, Antônio José Rodrigues Pereira. A responsabilidade pela implantação é do diretor do HC, Marco Bego. O pro-

Quarta Revolução Industrial – Século 21

Os sistemas ciberfísicos são a grande marca deste novo tempo. O conceito de Indústria 4.0 nasce na Alemanha e combina recursos de automação industrial com os avanços dos sistemas de computação, informação e comunicação via internet, permitindo que linhas de montagem e produtos troquem informações entre si e que indústrias tomem decisões sem interferência humana.


CAPA

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jeto conta também com a parceria do CPqD e da consultoria PwC. Segundo o sócio da SPI Integradora e colaborador técnico do projeto do Hospital 4.0, Elcio Brito, a ideia é criar uma plataforma que possa conectar os ambientes ciberfísicos do hospital. “A proposta é integrar gêmeos digitais, que são como um espelho da realidade que une o mundo físico com o digital. Com isso, é possível ganhar eficiência, reduzir custos e otimizar processos”, diz Brito, que também é pesquisador do GAESI, grupo da USP que age nas áreas de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias de automação e gestão de processos. Com o projeto pronto, está prevista a realização de piloto e testes no HC, um dos maiores da América Latina. Posteriormente, o objetivo é transformar o piloto em um modelo de negócios que possa ser aplicado em hospitais públicos e privados. NOVO PROFISSIONAL Com a Quarta Revolução Industrial devem surgir atividades e profissões, que demandarão novas competências e habilidades.

Nesse sentido, o SENAI trabalha em várias frentes em suas unidades no País. Com o objetivo de preparar os professores, em Santa Catarina, criou o Master em Business Innovation (MBI) em Educação para o Profissional do Futuro, hoje com três turmas em andamento. “Já para os tomadores de decisão das empresas, lançamos um programa de imersão nas tecnologias da Quarta Revolução Industrial, chamado MBI Indústria Avançada, com o objetivo de prover ferramentas para auxiliar a identificar, avaliar e explorar as oportunidades”, conta o diretor-regional do SENAI-SC, Jefferson de Oliveira Gomes. Recentemente, a instituição também criou o curso Gestão de Pessoas 4.0: Desafios e Oportunidades. O SENAI-SC também possui três laboratórios de inovação, que atendem alunos e empresas. Atualmente, esses centros trabalham em projetos como desenvolvimento de máquina-ferramenta híbrida integrando requisitos da Indústria 4.0, criação de um robô para desobstrução de dutos de óleo, desenvolvimento e implantação de sistema integrado para tomada de decisão

automatizada da linha de fabricação, entre outros. Em São Paulo, a Escola SENAI Armando de Arruda Pereira, localizada em São Caetano, município da região metropolitana da capital, foi reinaugurada em agosto, ganhando novos laboratórios, oficinas e biblioteca. Mas duas estruturas se destacam: o UpLab, espaço para o desenvolvimento de projetos e criação de startups; e o Demonstrador de Manufatura Avançada – Indústria 4.0, uma linha de produção equipada com robôs, célula de soldagem, sensores, gravadores a laser e centros de usinagens. O Demonstrador de Manufatura Avançado é resultado de parceria com a ABIMAQ, 20 empresas, 6 startups e 2 institutos de ensino. O Demonstrador se insere no conceito de open lab, que possibilita às empresas testarem tecnologias e aos alunos aprender, na prática, a manufatura avançada. Esta unidade do SENAI-SP oferece cursos técnicos , em nível superior e de pós-graduação que envolvem mecatrônica, automação industrial; Indústria 4.0; robótica, entre outros.

Fotos: Eliane Cunha

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Base de testes Demonstrador de Manufatura Avançada Indústria 4.0 foi instalado no SENAI em São Caetano (SP), em parceria com a ABIMAQ, para estudantes, startups e empresas testarem e desenvolverem novas soluções


GS1 BRASIL DISCUTE IOT E INDÚSTRIA 4.0

Denti; e o gerente de operações da HP, Rafael Rapp. O diretor de novos negócios da GS1 Global, Enzo Blonk, apresentou um panorama global das aplicações de IoT que empregam os padrões GS1 como diferencial tecnológico. Segundo ele, os padrões GS1 facilitam a interoperabilidade nas operações que envolvem IoT nas indústrias. No entanto, muitas empresas ainda não utilizam uma identificação única dos produtos, o que gera problemas de falsificação e de rastreabilidade. “Há necessidade de se adotar uma identificação global única para apoiar os processos fabris”, reforça Blonk. As fábricas inteligentes podem aplicar, por exemplo, o padrão GS1 EPC/RFID para controlar a produção, oferecendo ao mercado produtos conectados. Segundo o diretor técnico da GS1 Brasil, Roberto Matsubayashi, o padrão GS1 EPC/RFID é o dispositivo IoT de menor custo existente no

Enzo Blonk, da GS1 Global Padrões GS1 são diferencial tecnológico quando se fala em IoT aplicada à indústria momento, disponível a R$ 0,25. “Este padrão entrega a conectividade e interoperabilidade não somente dentro da fábrica. Quando implementado na Indústria 4.0, ele agrega valor continuamente enquanto o produto ‘caminha’ pela cadeia de suprimento, além de entregar uma experiência diferenciada ao consumidor no ponto de venda”, ressalta Matsubayashi.

Fotos: Eliane Cunha

A GS1 Brasil promoveu o “Seminário Internacional IoT e Indústria 4.0”, reunindo especialistas e representantes de diversas empresas e instituições para discutir as tendências e as oportunidades de negócios que estão surgindo a partir da aplicação das novas tecnologias. O evento foi realizado no dia 10 de agosto na sede da entidade, na capital paulista. Sistemas ciberfísicos, IoT, processos de produção customizáveis e outros conceitos inovadores foram debatidos entre importantes agentes que atuam nessa área, como o coordenador-geral de Ciência e Tecnologia do MCTIC, Thales Marçal Vieira Netto, e o gerente-executivo de política industrial da CNI, João Emílio Gonçalves. Para enriquecer o debate, marcaram presença o pesquisador do GAESI-USP e presidente da SPI Integradora, Elcio Brito; o diretor líder da Prática de Analytics da Deloitte, Jefferson

Debate produtivo entre palestrantes Da esq. p/dir.: Thales Vieira Netto, do MCTIC; João Emílio Gonçalves, da CNI; Enzo Blonk, da GS1 Global; Roberto Matsubayashi, da GS1 Brasil; Rafael Rapp, da HP; Elcio Brito, da SPI; Jefferson Denti, da Delloite; e Ricardo Melo, da GS1 Brasil

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[NEGÓCIOS

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Fotos: Paulo Pepe

Preço na medida certa Por Juliana Jadon

Economia fatiada – em que o cliente paga apenas por aquilo que consome – representa nova forma de rentabilizar o negócio Quem nunca sentiu uma dorzinha no bolso ao pagar uma diária de hotel sem permanecer as 24 horas contratadas? Ou, ainda, por desembolsar a mensalidade da academia mesmo tendo ido apenas cinco dias no mês? Atentas a uma demanda de consumidores que prezam por custos apropriados, algumas empresas criaram uma solução para situações como essas: a cobrança de valores apenas referente ao que foi consumido. Essa nova forma de fazer negócios ganhou o nome de economia fatiada.

28 jul/ago/set 2017 [ BRASIL EM CÓDIGO ]

De acordo com o Sebrae Inteligência Setorial, a economia fatiada é uma tendência no Brasil e no mundo. O conceito deve se fortalecer devido ao atual cenário econômico, que exige produtos e serviços com preço justo e também por ser uma maneira de rentabilizar o negócio, além de atrair e fidelizar clientes. Assim opera a HotelQuando.com, plataforma de reservas on-line de hotéis que permite ao hóspede escolher um quarto por 3, 6, 9 ou 12 horas e pagar o equivalente ao período de permanência. “Na maioria das vezes, eu viajava a trabalho e utilizava apenas o período entre 22h e 7h no hotel, mas precisava pagar uma diária toda. Isso me fez entender que existia a oportunidade de criar um modelo de reserva sob medida”, afirma o fundador, Max Campos. Para facilitar a vida do cliente corporativo, a empresa especializou-se na oferta de quartos de hotéis próximos a aeroportos. Quem estiver de passagem

por alguma cidade, como executivos que se deslocam apenas para reuniões, pode utilizar as horas contratadas para descansar, tomar um banho ou utilizar a área de lazer. Com uma rede composta por mais de 700 hotéis parceiros no Brasil, a HotelQuando.com utiliza a capacidade ociosa dos estabelecimentos para ofertar ao público hospedagens em horários alternativos. A aposta deu tão certo que, neste ano, a empresa anunciou sua estratégia de internacionalização, com a chegada do serviço à Colômbia e aos Estados Unidos. Outro exemplo é o site Gympass, que fornece ao consumidor a “academia sob medida”. O internauta pode contratar uma visita à academia escolhida, onde poderá usufruir dos treinos e modalidades esportivas disponíveis no dia ou, ainda, fechar pacotes mensais em que pode desfrutar das diversas academias parceiras Brasil afora. Mais de 12 mil unidades já


Ian Puech e Maurício Alcântara, da Preto Café Clientela decide o valor que irá pagar pelo que consumiu

QUANTO VALE A SUA COMPRA? A Preto Café vai além do conceito de economia fatiada para satisfazer o cliente. Na cafeteria situada no Largo do Arouche, em São Paulo (SP), a clientela decide o valor que irá pagar pelo que consumiu – café, bolos ou pães. A planilha de despesas do estabelecimento é aberta ao consumidor, que define o pagamento de acordo com a experiência que teve no local. O cofundador e um dos cinco sócios da empresa, Maurício Alcântara, explica que, além dos insumos básicos (como café e leite), há custos de estrutura (aluguel, energia elétrica, equipamentos, etc.) e de mão de obra (atendimento, preparação das bebidas, limpeza, transporte). A ideia é provocar o visitante, de maneira transparente, a pensar o quanto custa o que é consumido. A novidade gera um boca a boca e uma exposição espontânea que, segundo os donos, um negócio convencional jamais alcançará. O resultado desse modelo de atuação é satisfatório. “Comparando nosso

controle de pedidos com uma média de preços que cobraríamos caso tivéssemos uma operação convencional, com valores fechados, o nosso faturamento seria igual ao que temos com os custos abertos”, conta Alcântara. Ele ressalta que, apesar de a Preto Café ter aberto as portas há um ano, em nenhum mês foi preciso investir para cobrir os custos, pois a operação (aluguel, fornecedores, etc.) já se paga desde o primeiro mês de funcionamento. SATISFAÇÃO GARANTIDA De acordo com o professor de finanças, marketing e planejamento estratégico de varejo do MBA da Fundação Getulio Vargas (FGV), Roberto Kanter, a economia fatiada cria uma relação ganha-ganha para os públicos envolvidos. Ele explica que uma diarista, que cobra R$ 100 por dia, por exemplo, pode receber R$ 70 por período e lucrar R$ 140. O cliente, por sua vez, também sai satisfeito, já que a limpeza foi adequada para o tamanho da residência e gerou uma economia de R$ 30. A mesma forma de rentabilizar o negócio, aponta Kanter, pode ser ob-

servada em maior proporção e escala nas empresas de grande porte, a exemplo dos hotéis que ofertam quartos por hora. “Empresas que fornecem serviços plenos podem fracioná-los, atendendo aos anseios do cliente e gerando maior oferta e oportunidade de maximizar os resultados financeiros”, aponta. Para que esse modelo de cobrança seja próspero, é preciso investir em tecnologia. “O sucesso da economia fatiada para uma empresa está diretamente ligado à capacidade tecnológica de gerir e organizar todos os processos que envolvem essa oferta. Por isso, as plataformas on-line possuem destaque nesse modelo de negócios”, descreve o especialista. E você? Já pensou em acompanhar essa tendência? 7 898357 410015

Foto: Divulgação

fazem parte dessa rede, presente em cerca de 900 cidades.

Max Campos, do HotelQuando.com Plataforma on-line utiliza a capacidade ociosa de hotéis parceiros para ofertar hospedagens

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[AUTOMAÇÃO

Por Kathlen Ramos

Pesquisa da GS1 Brasil mostra que empresas de grande porte apostam na automação de processos para melhorar o desempenho das operações Automatizar os processos é, sem dúvida, um pilar importante para uma empresa que pretende crescer e se tornar global. Por meio da automação, é possível reduzir tempo e custos dos processos, evitar erros e atingir resultados cada vez mais assertivos no mundo dos negócios. A pesquisa “Diagnóstico da Automação no Brasil”, realizada pela GS1 Brasil, com o apoio da GfK, comprova esta realidade. No período de setembro de 2016 até maio de 2017, o estudo ouviu organizações de todos os portes, em todo o País. Considerando apenas o universo das grandes companhias, foram consultadas 371 negócios do segmento de comércio e serviços (acima de 100 funcionários) e 206 indústrias (acima de 500 colaboradores). Os respondentes foram os profissionais que estão à frente do processo de automação. A margem de erro, no caso de comércio e serviços, é de 5%; na indústria é de 6,4%. Detectou-se, por exemplo, que as grandes indústrias têm, em média, 12 linhas de produção, sendo que 69% delas são

30 jul/ago/set 2017 [ BRASIL EM CÓDIGO ]

automatizadas. Já no comércio, 81% adotam o uso de leitores de código de barras no checkout; 49% conseguem visualizar as informações do ponto de venda remotamente (via tablet e celular); e 45% têm os seus caixas com tecnologia integrada ao back office. “O diagnóstico do uso da automação obtido com o estudo revela que o uso de tecnologias não apenas facilita os processos mas também caracteriza a aplicação da inovação no dia a dia das empresas”, avalia a gerente de pesquisa e desenvolvimento da GS1 Brasil, Marina Pereira. Acompanhe, a seguir, como os grandes negócios têm usado a tecnologia a favor do crescimento nas mais diversas áreas. GESTÃO Trabalho árduo, muito esforço e boas ideias não são mais suficientes para garantir o sucesso de uma empresa. Diante do cenário de instabilidade do País, é fundamental que

Fotos/Imagens: Thinkstock

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Apoio para os negócios


a gestão seja minuciosa, inteligente, integrada e capaz de utilizar a tecnologia como um diferencial competitivo. A pesquisa da GS1 Brasil mostra que as grandes companhias entendem essa importância. Quando analisados apenas os negócios nas áreas de comércio e serviços, constatou-se que 89% deles possuem um sistema de gestão, a exemplo do ERP – Enterprise Resource Planning (Planejamento dos Recursos da Empresa). Outras ferramentas também são utilizadas, como o CRM – Customer Relationship Management (Gestão de Relacionamento com o Cliente), 40%; BI – Business Intelligence (ferramenta de gestão de resultados), 55%; e WMS – Warehouse Management System (Sistema de Gerenciamento de Armazém), com 30% dos entrevistados. Já entre as indústrias de grande porte, 95% possuem um sistema de gestão. O CRM é usado em 40% delas; o BI em 64%; e o MRP – Material Requirement Planning (Planejamento das Necessidades de Materiais), por 53%. LOGÍSTICA Um bom planejamento logístico é crucial para quem deseja estar à frente da concorrência. Portanto, são constantes os investimentos nesta área a fim de otimizar os processos e torná-los mais rápidos, eficientes e automáticos. De acordo com o levantamento, 95% das grandes organizações da área de comércio e serviços possuem ferra-

AUTOMAÇÃO É REALIDADE NAS GRANDES EMPRESAS

81%

das companhias de comércio e serviços adotam leitores de código de barras no checkout

mentas para o recebimento de notas fiscais via sistema (arquivo em formato XML); 77% têm padronização na comunicação com fornecedores (pedidos e notas fiscais); e 62% contam com sistema que dispara aviso para o setor de compras/vendas, conforme diminui o estoque. Na indústria, a realidade é similar, com as porcentagens de 97%, 84% e 67%, respectivamente. ATENDIMENTO Atender um grande volume de clientes, gerando uma boa experiência a qualquer hora do dia e em diversas plataformas, é um desafio diário para as grandes empresas, que têm usado a automação como recurso para atingir estes objetivos. No segmento de comércio e serviços, 85% possuem um canal de atendimento ao cliente e, deste contingente, 44% apostam no sis-

69% das linhas de produção das indústrias são automatizadas

tema de URA (Unidade de Resposta Audível). Nas grandes indústrias, esse recurso tem sido igualmente utilizado: das 85% que detêm um canal de atendimento, 58% fazem uso de URA. CLIENTES Hoje, o consumidor está no centro das estratégias das companhias. Por isso, é fundamental entender a fundo suas necessidades, a fim de oferecer produtos e serviços assertivos ao mercado. Nesse sentido, algumas empresas estão aperfeiçoando as formas de identificar o perfil de seus consumidores, usando a automação como aliada. O estudo mostra que 36% dos negócios na área de comércio e serviços, por exemplo, detêm tecnologias capazes de identificar características como sexo, idade e preferências do cliente. Nas grandes indústrias, esse número é de 24%. 7 898357 410015

PROCESSOS AUTOMATIZADOS NAS GRANDES COMPANHIAS Comércio e serviços

Indústria

Possuem sistema de gestão automatizado

89%

95%

Têm ferramentas para o recebimento de notas fiscais

95%

97%

Dispõem de um canal de atendimento ao cliente

85%

85%

Detêm tecnologias para identificar o perfil dos consumidores

36%

24%

SOLUÇÕES APLICADAS

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[DIGITAL

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O brasileiro e o aplicativo Por Graziele Marronato

Foto/Imagens: Thinkstock

Pesquisa indica os apps preferidos da população, que está mais madura em relação ao uso dessas ferramentas e aberta à experimentação de novidades

Utilizar um aplicativo é como estar num grande festival de música – diversas atrações podem interessar, mas, certamente, você optará pelas principais que o fizeram comprar o ingresso. Essa tem sido a lógica do brasileiro para escolher os apps que irão “estrelar” na tela do celular. Há três anos, a pesquisa “Panorama Mobile Time/Opinion Box – Uso de Apps no Brasil” acompanha a ocupação da tela principal (também chamada de home screen) dos smartphones no País. O levantamento é realizado pelo site de notícias Mobile Time e a empresa de soluções em pesquisas Opinion Box. A última edição do estudo, divulgado em junho, entrevistou 1.904 brasileiros que acessam a internet e possuem smartphone, respeitando as proporções de gênero,

32 jul/ago/set 2017 [ BRASIL EM CÓDIGO ]

idade, faixa de renda e distribuição geográfica desse grupo. Nota-se uma queda de gigantes, como o WhatsApp, que, embora permaneça firme como o aplicativo mais presente no smartphone do brasileiro, vem perdendo força. Em janeiro de 2017, ocupava 78,3% dos smartphones, caindo para 66%, em junho. Já o Facebook subiu de 49% para 57,4%, o Instagram de 29,7% para 32,4% e o Facebook Messenger de 17,6% para 20,4%, no mesmo período. Outro fenômeno de popularidade é o Uber, que há um ano sequer constava na lista do 20 mais apreciados e hoje ocupa o quinto lugar, com 12,3%. Ele é requisitado em todo País, exceto na região Norte, onde tem baixa penetração. Na avaliação do diretor de operações do Opinion Box, Felipe Schepers,

essa rotatividade de apps pode ser vista como um sinal de amadurecimento do usuário e também da popularização dos aparelhos, uma vez que fabricantes passaram a disponibilizar modelos mais acessíveis de smartphones e as operadoras a oferecer pacotes de dados atraentes e econômicos. “O brasileiro está ficando mais maduro em relação ao uso do mobile em razão de um conjunto de fatos, como maior intensidade do uso, que envolve novas opções de apps, e exploração das funcionalidades dos serviços”, afirma. Em relação à queda do WhatsApp, o iOS developer do BTG Pactual e instrutor de iOS development da Impacta, Felipe Miranda, acredita numa falta de confiança na disponibilidade do aplicativo. “As pessoas optaram por se comunicar por Facebook Messenger e


PANORAMA DOS APPS Download pago Apenas 13,3% dos internautas brasileiros com smartphone já pagaram pelo download de um aplicativo móvel

Eles x Elas É mais comum encontrar apps de redes sociais na tela principal de smartphones de mulheres do que de homens

Compras 46,2% dos internautas brasileiros com smartphone já fizeram compras dentro de um aplicativo

Telegram, após bloqueios do WhatsApp pela justiça.” O motivo também pode ser certo cansaço do usuário com o excesso de mensagens recebidas diariamente, enquanto que outras redes adicionaram ferramentas novas ao longo deste período e ganharam público. O coordenador do curso de TECH da ESPM, Rodrigo Tafner, acredita que o consumo dos aplicativos espe-

cíficos apresentados no relatório está ligado a dois fatores: o perfil socioeconômico e cultural dos usuários com acesso a smartphones e o estágio do ciclo de vida (descoberta, adoção, avaliação, abandono ou uso a longo prazo) dos que utilizam esse tipo de aparelho no Brasil. “Todo mundo entra no universo digital pelo navegador e vai direto ao Google, então descobre

QUANDO FOI A ÚLTIMA VEZ QUE ALGUÉM... Instalou um APP?

Há mais de 6 meses

Há menos de 24 horas Há mais de 1 mês e menos de 6 meses Há mais de 24 horas e menos de 1 mês

Base: 1.904 internautas com smartphone

Desinstalou um APP?

17,1% 17% 47,6% 47,9% 32,1% 31% 3,2% 4,1%

um mundo de possibilidades. Depois, parte para aplicativos de comunicação, como redes sociais, troca de mensagens, etc. No próximo estágio, tem contato com jogos, apps de bancos, serviços de streaming e outros. Finalmente, acessa apps de e-commerce e de produtividade”, explica Tafner, acrescentando que os brasileiros ainda estão nos estágios iniciais. PAGAR OU NÃO PAGAR? Explorar possibilidades não significa, no entanto, pagar por elas. O Panorama MobileTime/Opinion Box aponta que apenas 13,3% dos internautas brasileiros com smartphone sacaram o cartão de crédito para realizar o download de algum aplicativo móvel. Nota-se, ainda, que o perfil médio desse grupo é bem específico: homens entre 16 e 29 anos, das classes A ou B, com iPhone. A questão da compra de apps está ligada ao tipo de sistema do aparelho. Enquanto 34% dos entrevistados com iPhone já compraram um aplicativo, o percentual baixa para 11,6% entre aqueles com Android. A diferença por gênero também é marcante: 19,2% dos homens já pagaram por um app, contra 9,7% das mulheres. Vale ressaltar que a grande maioria dos brasileiros opta pelo sistema Android (87%) e apenas uma mino-

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DIGITAL

ria possui iOS (8%). Como mercado emergente na telefonia móvel, o Brasil tem uma base de smartphones crescente, ainda não consolidada, e composta por modelos Android de custo menor, mas com pouca memória, o que obriga os usuários a viverem um constante malabarismo de instalar e desinstalar aplicativos, de acordo com suas prioridades. Isso explica porque um terço dos brasileiros instala e desinstala apps todo dia. Contudo, embora não paguem pelos apps, os usuários compram in-app, ou seja, dentro do próprio aplicativo. Segundo a pesquisa, 46,2% dos brasileiros declararam já ter feito compras dessa forma. A pesquisa comprova o sucesso do modelo de negócios freemium, em que o app é distribuído de graça, mas oferece uma série de opções pagas, como desbloqueio de funcionalidades, acesso a conteúdo extra, etc. Schepers aponta que as opções de compra in-app devem, em breve, impactar o comércio eletrônico. “Hoje ele é percebido como uma unidade de negócios separada do e-commerce, mas num mundo em que é possível chamar táxi via aplicativo, pedir comida sem pegar no telefone, deve haver um progresso natural nas demais formas de compras”, constata. ENTRETENIMENTO Dentre os serviços que podem ser baixados gratuitamente, mas exigem assinatura para poder usufrui-los, estão os de entretenimento com pagamento de mensalidade e cuja utilização acontece, via mobile. Estes ficaram praticamente estáveis de janeiro a junho na preferência do público, passando de 24,8% para 23,6%, sendo o hábito mais comum entre homens, com idade entre 16 a 29 anos, das classes A e B e donos de iPhone. O serviço de entretenimento líder absoluto é o Netflix: 63% dos internautas brasileiros com smartphone pagam por ele. Em segundo lugar vem o Spotify, consolidado como o principal

player no segmento de streaming de música no País, cujo usuário médio é predominantemente jovem, das classes A e B e dono de iPhone. Praticamente metade (47,3%) de quem paga por algum serviço de entretenimento móvel é assinante do Spotify. Os jogos parecem não ter conquistado tantos adeptos. Em seis meses, a proporção de internautas brasileiros que declararam usar seu smartphone para jogos caiu de 64% para 57,2%. O Candy Crush, jogado majoritariamente por mulheres, continua sendo o mais popular do País, seguido do Clash of Clans, este é preferido pelos homens. Pode ser apenas uma questão de sazonalidade, mas de todo modo há de se registrar uma queda de interesse brusca por algo que foi febre mundial, o Pokémon GO. TENDÊNCIAS De maneira geral, observa-se adiversificação de serviços oferecidos e a vontade de experimentação do brasileiro. O professor Tafner, da ESPM, lembra de outra questão: do ponto de vista tecnológico, há uma grande discussão sobre as tendências para o futuro dos apps em função dos distintos estágios de uso dessa tecnologia ao redor do mundo, que naturalmente são bastante diferentes. “Há uma vertente de analistas que prevê que os apps serão instalados, utilizados e desinstalados automaticamente toda vez que forem demandados pelo usuário. Isso liberaria espaço e, virtualmente, tornaria a capacidade dos smartphones infinita. Por outro lado, o consumo de dados seria muito maior e, em certos locais do mundo, tornaria esse modelo complicado, dadas as dificuldades de estrutura de telecomunicações de algumas regiões, como o Brasil”, salienta. Felipe Miranda endossa o coro que prevê mudanças. Para ele, o caminho dos aplicativos deve ser a centralização em um único ou em poucos players, como o

OS 20 APPS MAIS POPULARES ENTRE OS BRASILEIROS 1º - WhatsApp 66% 2º - Facebook 57,4% 3º - Instagram 32,4% 4º - Facebook Messenger 20,4% 5º - Uber 12,3% 11,5% 6º - YouTube 7º - Banco do Brasil 10,1% 8,1% 8º - Twitter 7,7% 9º - Caixa 7,6% 10º- Gmail 7,3% 11º- Netflix 12º- Google Chrome 7,3% 7,1% 13º- Snapchat 6,8% 14º- Bradesco 15º- Itaú 6,5% 16º- Spotify 5,9% 17º- Waze 5,4% 18º- Google 4,4% 19º- Google Maps 3,8% 20º- OLX 3,6% % de smartphones com o app na homescreen

Facebook, a Apple ou o Google. “Hoje, o WeChat, aplicativo muito utilizado no Japão, China e países do oriente, mas não muito conhecido na América Latina, possibilita fazer transações financeiras e há até uma espécie de Instagram para fotos. Pelos eventos que acompanho, a tendência do futuro é justamente a unificação”, aposta. 7 898357 410015

34 jul/ago/set 2017 [ BRASIL EM CÓDIGO ]



[PERFIL

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Fotos: Divulgação

Inovação no DNA

Por Katia Simões

Brasil está entre as dez principais subsidiárias globais da 3M e contribui para a estratégia e a criação de soluções para o mundo todo, como as desenvolvidas, de forma customizada, no Centro Técnico para Clientes (foto) Se a palavra crise teve um impacto muito forte no mercado nacional nos últimos dois anos, a gigante americana 3M fez questão de não sentir. Pelo contrário, a companhia continuou aplicando entre 5% e 6% do faturamento em pesquisa e desenvolvimento – percentual superior à média mundial, de 3,5%. Em 2016, a empresa investiu no Brasil nada menos do que US$ 27 milhões, a maior parte no segmento de saúde, onde a marca atua com uma vasta gama de produtos, que variam de estetoscópios a brakets para aparelhos ortodônticos e soluções de esterilização. “O Brasil é a principal economia da América Latina e sempre será prioridade para a corporação, o que fica evidente pelos nossos investimentos contínuos”, afirma o gerente de marketing corporativo da 3M Brasil, Luiz Serafim. “A companhia se instalou no País em 1946, para sediar uma de suas primeiras operações fora dos Estados Unidos.” 36 jul/ago/set 2017 [ BRASIL EM CÓDIGO ]

Atualmente, a 3M tem três grandes plantas em solo nacional, nos Estados de São Paulo e Amazonas. Aliás, na fábrica de Manaus, foram expandidas as atividades há pouco mais de um ano, com investimentos da ordem de US$ 30 milhões. A companhia conta, ainda, com um laboratório de pesquisa e desenvolvimento, de onde saíram cerca de 280 patentes, entre 2010 e 2015. A divisão é essencial para atingir a meta global da 3M de gerar 40% das receitas com novos produtos. No Brasil, esse índice foi de 28% em 2015. Soma-se a esta estrutura, um Centro Técnico, que desenvolve tecnologia customizada para clientes. Localizado em Sumaré (SP), este espaço, que foi recentemente remodelado, recebe visitas de 7 mil pessoas por ano. Hoje, 70% dos produtos da marca disponíveis no Brasil são fabricados localmente.


Expertise Criado pela 3M, Post-it é considerado um dos marcos de inovação no mundo

Serafim assinala que, independentemente do cenário turbulento, a 3M continua apostando no Brasil. “O contexto exige uma priorização estratégica ainda mais forte dos negócios, criatividade e um controle mais minucioso da operação, além de muita velocidade na ação”, afirma o executivo. Segundo ele, o País está entre as dez principais subsidiárias da companhia e sua contribuição para o crescimento dos negócios da 3M global é muito importante. “Em certos mercados, somos tão relevantes que influenciamos

OPERAÇÃO NACIONAL 3,6 mil funcionários 7 fábricas 150 funcionários envolvidos com inovação 78 novos produtos lançados em 2016

R$ 3,6 bilhões foi o faturamento bruto em 2016

a estratégia e o desenvolvimento de soluções para o mundo todo.” Com 26 unidades de negócios, a empresa apostará no Brasil nos próximos anos nas áreas de saúde, segurança do trabalho, indústria automotiva, soluções de empacotamento e limpeza doméstica. “São mercados que trazem maior impacto para os negócios. As opções têm a ver com a relevância já elevada desses setores, alimentada pelo impacto das megatendências e reforçada pela posição de liderança da 3M”, afirma Serafim. APOSTA CONSTANTE Criadora do Post-it e da fita adesiva Durex, a 3M acumula no portfólio mais de 55 produtos, e a meta é crescer constantemente essa lista. O Brasil tem papel de peso nesse desafio, integrando a expertise da companhia às demandas do mercado. Uma das inovações nascidas no Centro Técnico, ponte para impulsionar os projetos em parceria com os clientes, foi a fita adesiva para embalagens promocionais criada em parceria com a Natura. Parecida com Post-it, pode ser colocada e removida, sem danificar a superfície original, além de reduzir os custos em 29%. A solução foi incorporada ao portfólio da 3M e tem perspectivas de uso em outras operações da companhia pelo mundo. Segundo Serafim, o principal ingrediente do modelo de inovação da 3M é a valorização das pessoas, com enorme investimento no desenvolvimento de talentos e na formação de líderes. “O ambiente cultivado favorece para que os colaboradores se tornem intraempreendedores, com autonomia, desafios e reconhecimento. Para incrementar o sólido processo de ino-

vação, a companhia se aproxima constantemente do ecossistema de startups nacionais há alguns anos.” A empresa também tem patrocinado o movimento das 100 Open Startups. “Temos um time corporativo focado neste relacionamento para projetos mais disruptivos, funcionando como uma incubadora interna”, afirma Serafim. Além disso, firmou um acordo de cooperação com as secretarias de Ciência e Tecnologia dos Estados. Na visão da companhia, inovação não é apenas sinônimo de produtos e serviços. Por isso, tem trabalhado para

Luiz Serafim, da 3M Nos próximos anos, aposta será nas áreas de saúde, limpeza, segurança do trabalho e indústria automotiva

melhorar a experiência dos usuários e em novos canais de e-commerce. Serafim observa, ainda, que uma transformação significativa que está acontecendo nas empresas manufatureiras é a oferta de serviços associados com produtos. “Considerando que a 3M é líder mundial em equipamentos de proteção individual (EPIs), este ano a companhia começou a ofertar serviços de gestão para segurança do trabalho com o sistema 3M Connectes Safety, além de consultoria e treinamentos para trabalho em altura”, finaliza. 7 898357 410015

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Fotos Ilustrativas/Thinkstock

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[ EDUCAÇÃO

colaborar para inovar Por Denise Turco

Parcerias entre universidades e organizações ajudam a promover o desenvolvimento de pesquisas e tecnologias, além de permitir a responsabilidade social. GS1 Brasil aposta nesse tipo de iniciativa A relação colaborativa entre organizações e universidades torna-se cada vez mais intensa no Brasil. Dessa forma, ajudam a desenvolver as habilidades dos estudantes, enriquecer os conhecimentos e mostrar o lado prático do mercado para complementar a formação acadêmica. A GS1 Brasil apoia esse tipo de ação, tanto que vem estabelecendo uma série de parcerias com instituições de ensino nos últimos anos. “As empresas criam empregos e precisam de profissionais preparados. Muitas delas também desenvolvem soluções apoiando os laboratórios de universidades. As instituições de ensino, por sua vez,

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investem no conhecimento e tecnologias. As duas partes têm um interesse comum: gerar conhecimento contribuindo para o avanço da sociedade”, afirma a gerente de educação da GS1 Brasil, Flávia Ponte. Apesar de trabalhar com questões técnicas, a entidade acredita no poder transformador da educação. “Preparamos pessoas para ajudá-las a melhorar a performance no seu trabalho, antenadas com novas tecnologias”, acrescenta Flávia. A Brasil em Código ouviu algumas instituições de ensino do País com as quais GS1 Brasil estabeleceu parcerias. Confira, a seguir.


Na era da Quarta Revolução Industrial, a digitalização é um fator determinante para o mercado. Além disso, diversas tecnologias como a robótica avançada e a Inteligência Artificial (AI) estão cada vez mais presentes na vida contemporânea. “Nesse cenário desafiador, a aproximação entre a academia e as empresas torna-se obrigatória para o sucesso de ambos”, na visão do professor do departamento de engenharia de produção do Centro Universitário FEI, Fábio Lima. “É fundamental, por um lado, desenvolver pesquisas e projetos em conjunto visando a solução de problemas das empresas. Por outro, proporcionar a preparação mais completa de profissionais em formação e daqueles já inseridos no mercado de trabalho”, afirma, acrescentando que a FEI possui diversas iniciativas nesse sentido, a exemplo da recente inauguração de dois laboratórios em parcerias com empresas: o de manufatura digital e o de Internet das Coisas. Em conjunto com a GS1 Brasil, os alunos da FEI têm participado de várias atividades.“Por meio do suporte oferecido pela GS1, envolvendo material para a realização de projetos dos alunos, apresentação de palestras e visitas técnicas, entendemos que as atividades de ensino e pesquisa, bem como a consolidação dos laboratórios já existentes, serão aceleradas”, diz Lima.

FundaÇÃo getulIo Vargas (FgV) Integrar experiências práticas com a perspectiva acadêmica é um pilar extremamente importante na formação do aluno, segundo a coordenadora do Centro de Excelência em Logística e Supply Chain da GVCelog, da Fundação Getulio Vargas (FGV), Priscila Miguel. “O aluno precisa vivenciar a teoria aprendida em sala de aula e o contato com profissionais de mercado permite que ele faça esta ponte. Outra questão importante é fornecer desafios práticos a estes alunos. Nesse sentido, a parceria com empresas pode ajudá-los a desenvolver seus trabalhos ao passo que as companhias têm a oportunidade de contarem com estudantes pensando e propondo novos caminhos para problemas mais complexos”, afirma. A parceria com a GS1 Brasil está em fase inicial e começou com visita de algumas turmas ao Centro de Inovação e Tecnologia (CIT), que permite aos alunos conhecerem questões práticas de codificação, rastreabilidade e controle. “No segundo semestre, ainda teremos a GS1 Brasil participando de um dos nossos eventos do centro de estudos. Para o futuro, devemos trabalhar mais em pesquisas conjuntas e também na possibilidade de nossos alunos desenvolveram seus trabalhos em áreas relacionadas”, adianta Priscila.

unIFeI Para a Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), a promoção de iniciativas em conjunto com empresas é necessária e vantajosa para ambos os lados. “Essa interação deve ocorrer durante a formação dos estudantes, como, por exemplo, por meio de projetos de Iniciação Científica, para motivá-los com desafios reais e atuais das empresas”, pontua o professor da UNIFEI, Danilo Henrique Spadoti. Apesar de a parceria entre UNIFEI e GS1 Brasil ter começado recentemente, em 2016, já foi possível demonstrar a importância dos padrões e da RFID em diferentes áreas de aplicação. “Normalmente, um palestrante da GS1 vem até a UNIFEI nos eventos de divulgação entre empresas e academia ou durante a “Semana de Engenharia” e apresenta as novidades desenvolvidas no mercado de RFID, casos práticos de soluções adotadas nas grandes empresas e possíveis futuras aplicações da tecnologia RFID”, conta Spadoti. [ BRASIL EM CÓDIGO ] jul/ago/set 2017 39

Foto ilustrativa/Thinkstock

FeI


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EDUCAÇÃO

Na área de engenharia, que envolve o desenvolvimento e o emprego de novas tecnologias, é fundamental a união entre a academia e a indústria. “Como as mudanças são constantes, é por meio dessa aproximação que as instituições conseguem propor atualizações nos seus planos pedagógicos de cursos para atender às necessidades do mercado”, acredita o coordenador de engenharia elétrica e eletrônica do Instituto Mauá de Tecnologia, Wânderson de Oliveira Assis. Nesse cenário, a parceria entre a instituição e GS1 Brasil tem contribuído para o aprendizado de alunos dos cursos de engenharia elétrica, engenharia eletrônica e engenharia de controle e automação. Entre as iniciativas realizadas estão: palestras com profissionais da GS1 sobre padrões de identificação e RFID; visitas ao CIT; apoio para estabelecimento de parceria com a empresa Synergy (que contribuiu para a realização de disciplina na área de RFID e obtenção de equipamentos para laboratórios da universidade); colaboração na orientação de projetos; participação em eventos da Semana de Engenharia; entre outras. “Essas atividades permitem ao aluno aprimorar seu conhecimento técnico, bem como obter uma visão mais clara de aplicações nas quais são empregados os conceitos teóricos. Além disso, propiciam compreender a importância de acompanhar as tendências e a evolução das novas tecnologias”, acredita Assis.

Istituto Europeo di Design (IED) O Istituto Europeo di Design (IED) e a GS1 Brasil assinaram um acordo de cooperação técnico educacional, além de visitas dos alunos ao CIT e aulas na sede da GS1. “Essa parceria é bem-vinda e importante para o fomento da cultura da inovação”, afirma o diretor-geral do IED, Victor Falasca Megido. Na visão dele, uma faculdade é um centro de geração de ideias procurado por empresas. Por isso, essa colaboração precisa ser benéfica. “A ideia é oferecer um espaço de estudos no qual as pessoas possam ter as condições para trabalhar, pesquisar, com e sem a pressão do resultado imediato. O propósito é desenvolver a cultura do design.” Nesse sentido, a faculdade deve ser uma experiência transformadora, capaz de acompanhar cada aluno em toda a sua vida. “Queremos que cada um de nossos membros ingresse e aprimore sua participação na sociedade, incluindo também sólidas conexões com o trabalho; que faça parte das redes de atuação mais legítimas, importantes e influentes no Brasil e no mundo”, pontua Megido.

40 jul/ago/set 2017 [ BRASIL EM CÓDIGO ]

espm “As empresas se transformam em instituições educadoras. E as instituições educadoras se transformam em companhias de educação. A fusão entre essas duas orientações sobre o futuro resulta em algo muito desejado na aprendizagem – o aprender fazendo.” A frase é do professor José Luiz Tejon, da ESPM, que aposta que a escola é um local onde as pessoas aprendem juntas, fazendo, estudando, divertindo-se, criando. O apoio da GS1 Brasil ocorre no núcleo de Agronegócio da ESPM, no curso Master Science and Food Management Agribusiness, em parceria com a Audencia Business School de Nantes, na França. Os alunos têm aulas sobre rastreabilidade com profissionais da GS1 Brasil e também visitam as instalações do CIT. “Recebemos alunos do mundo inteiro nesse programa. Ao visitarem a GS1 Brasil, saem com uma experiência ampliada e com o necessário impacto comovente. Dessa forma, a aula in loco, com a prática concreta, promove sentido e propósito no aprendizado. A razão orienta, mas é a emoção que movimenta”, conclui Tejon.

Foto ilustrativa/Thinkstock

Instituto Mauá de Tecnologia


Faculdade de engenHarIa de sorocaBa (Facens) A parceria entre GS1 Brasil e a Faculdade de Engenharia de Sorocaba (FACENS) tem propiciado aulas e palestras para os alunos, seja no campus, seja nas dependências do CIT, da GS1. “É uma imersão de desprendimento conceitual quando nossos alunos vão até o CIT, porque todas as ideias pré-concebidas da academia podem ser confirmadas ou revolucionadas nessa visita. As novas possibilidades causam uma disrupção no aluno, que volta com vontade de aprender novas tecnologias e conceitos”, avalia o coordenador de pós-graduação e extensão da FACENS, Adriano Pila. Segundo ele, a aproximação da academia com as empresas é fundamental para garantir a sustentabilidade da geração de conhecimento. “A academia justifica sua existência apenas em si para produzir artigos e teorias fabulosas? Claro que não! O conhecimento e a ciência gerados na academia devem ter caráter mandatório na aplicação e sustentabilidade para a promoção da sociedade e das empresas onde ela está inserida”, aposta Pila. Em 2016, a FACENS foi uma das vencedoras do Prêmio Automação, promovido pela GS1, com o projeto Smart Campus.

Nos seus 52 anos de existência, o Instituto Nacional de Telecomunica-ções (INATEL), de Santa Rita do Sapucaí (MG), sempre teve como premissa estar próximo das corporações, desenvolvendo soluções em conjunto. “Nesse sentido, a parceria entre o INATEL e a GS1 Brasil é extremamente positiva e agrega enorme valor aos nossos discentes e docentes”, afirma o coordenador dos cursos de graduação em automação industrial (engenharia e tecnologia) do INATEL, Alexandre Baratella. “Em um mercado tão acelerado como o de tecnologia, as empresas necessitam de mão de obra qualificada e com boa formação técnica para desenvolver os seus projetos. A academia precisa alocar seus alunos no mercado de trabalho. Logo, torna-se um ciclo contínuo”, ressalta Baratella.

conhecimento prático Alunos do Centro Paula Souza e da FGV em visita ao CIT, da GS1 Brasil

centro paula souZa Estreitar o relacionamento com o mercado de trabalho por meio de parcerias com atores das várias áreas da economia é uma das missões do Centro Paula Souza, autarquia do Estado de São Paulo que admistra as ETECS e FATECS e que possui cerca de 300 mil alunos em mais de 300 unidades de ensino. “As ações de nossas políticas educacionais devem ocorrer em um contexto ampliado e integrado, o que nos leva à necessidade de estabelecer parcerias com propostas de desenvolvimento local integrado e sustentável, de acordo com os arranjos produtivos e a economia do entorno das unidades que já cobrem uma grande extensão do Estado de São Paulo”, conta o professor coordenador de projetos do Centro Paula Souza, Gislayno Monteiro. “Estamos em um momento bastante interessante do ponto de vista econômico e cada segmento está procurando redefinir seus papéis, as parcerias ajudam a compreender essa realidade”, destaca. As atividades desenvolvidas com o apoio da GS1, como as visitas técnicas ao CIT, vinculam conhecimentos práticos ao contexto teórico, com a participação ativa de professores e alunos, proporcionando uma formação mais ampla aos participantes. A GS1 Brasil também contribui nos cursos de capacitação para os professores do Centro Paula Souza.

Foto: GS1 Brasil

Inatel

[ BRASIL EM CÓDIGO ] jul/ago/set 2017 41


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[jogo rápido

Por Katia Simões

Ana Hickmann não é apenas uma referência em moda e beleza mas também no mundo dos negócios. A marca que leva seu nome já movimenta cerca de R$ 400 milhões

Gaúcha de Santa Cruz do Sul, Ana Hickmann virou modelo aos 15 anos. Ganhou o mundo desfilando para grifes como Emporio Armani, Versace, Prada, Victoria’s Secret, Kenzo e Yohji Yamamoto. De volta ao Brasil, estreou como apresentadora em 2004, pouco tempo depois de ter dado os primeiros passos como empreendedora. A convite do então diretor criativo da revista Vogue Brasil e stylist, Giovanni Frasson, ela criou sua primeira linha, uma “cápsula” com três modelos como minicoleção paralela à coleção principal da estação. Em 2002, começou o trabalho com a GO Eyewear, que até hoje fabrica seus óculos. Desde então, o portfólio de produtos não parou de crescer. São mais de 3.500 itens, entre perfumes, acessórios, etc. Ana não esconde que, no início, o mercado acreditava que seria uma marca de oportunidade. O tempo provou que não. “Estou há mais de uma década à frente dos negócios, porque faço questão de acompanhar cada etapa, de pesquisar muito antes de aliar minha assinatura a um produto”, afirma. “Empreender é um aprendizado diário.” A mais recente iniciativa atende pelo nome de Ana Hickmann Collection, marca de roupa assinada pela mo-

42 jul/ago/set 2017 [ BRASIL EM CÓDIGO ]

delo, que foi lançada em julho do ano passado. A primeira coleção contou com mais de 240 peças, de vestidos a macacões, passando por biquínis e lingeries. “A ideia é encerrar 2017 com 12 lojas, sendo 4 próprias e 8 franqueadas”, adianta Ana. Como você define a Ana Hickmann empreendedora? Eu tenho uma participação muito ativa na marca, nas empresas, mas o que eu realmente gosto de fazer é a parte de criação, do marketing visual. Somos uma empresa familiar. Tenho como sócios meu marido e meu cunhado. Fazemos reuniões semanais, nos falamos o tempo todo, a fim de que todos estejam informados a respeito não só dos assuntos financeiros mas também dos novos projetos e produtos. Minha agenda é muito corrida, mas, embora exija fôlego e disposição, a exposição que tenho nas redes sociais, programas ao vivo e mídia impressa ajuda muito a divulgar a marca e todo o trabalho.

Fotos: Divulgação

Empreendedora modelo


“É importante buscar aprimoramento constante, ter vontade de crescer, mas sempre com os pés no chão” Ana Hickmann, empresária

Quantos negócios levam a sua assinatura? Além do projeto Ana Hickmann Collection, cerca de 3.500 itens levam o meu nome. O processo de licenciamento começou há 15 anos. São semijoias, esmaltes, perfumes, jeans e até iogurte. A linha de óculos, por exemplo, está presente em mais de 47 países e vende mais de 280 mil unidades por ano. A marca Ana Hickmann já movimenta no varejo cerca de R$ 400 milhões em vendas. O que te faz investir em um novo negócio? Eu não sei vender uma mentira. Tudo o que segue para as minhas lojas é licenciado, ou passa pelo meu aval. Preciso ter a certeza de que usaria em algum momento do meu dia e da minha vida. Tudo o que está ligado à moda me atrai, porque a moda faz parte da minha história de vida. Nesse universo, eu meu envolvo 100%. Outro cuidado é escolher produtos que estejam muito bem alinhados com meu público-alvo. A mulher para quem eu trabalho é aquela que é chefe de família, mãe, esposa, dona de casa, mas tem pouco tempo para fazer isso. Ela tem de estar muito bem vestida para o ambiente corporativo, mas não abre mão do conforto. Qual era a expectativa de entrar no ramo do varejo? Era enorme. Estar em contato direto com a cliente, escutar o que ela pensa da marca, o que busca, o que gosta ou não gosta, é fascinante. É um aprendizado diário e me ajuda em todo o processo de criação. Eu sou a minha marca, por isso sou criteriosa na escolha dos produtos, desde a seleção da matéria-prima até a divulgação.

Por que investir no mercado brasileiro em plena crise? Muita gente me pergunta porque decidi lançar minha marca própria no Brasil, e não em outros lugares, já que a minha carreira começou fora do País. Respondo sempre o mesmo: sou uma brasileira que acredita no meu País. Sei que estamos passando por um furacão de problemas políticos e econômicos, mas acredito na moda brasileira, que é extremamente promissora. Acredito no mercado de beleza do Brasil, que cresce muito, e quero fazer parte desta história como cidadã, como empresária e como pessoa que ama moda e beleza. É do Brasil que quero partir para o mundo. Como pensa o futuro dos negócios? Queremos expandir as lojas. Contamos com uma consultoria especializada, que desenhou a Ana Hickmann Collection desde o início. Nosso principal diferencial é comercializar produtos que já tenham venda expressiva, alta exposição da marca na mídia e sejam novidades no segmento. Atualmente, a grife conta com quatro lojas próprias, em shoppings de São Paulo e Jundiaí, e três franquias em Bauru, Maringá e Foz do Iguaçu. Até o final do ano, a meta é somar 12 unidades, sendo 4 próprias e 8 franqueadas espalhadas pelo País. O que você acredita ser fundamental para quem deseja empreender? Foco, muito trabalho e acreditar realmente naquilo que faz. Eu insisto que só vendo produtos que acredito, que usaria no meu dia a dia. Além disso, é importante se atualizar e buscar aprimoramento constante; e ter vontade de crescer, mas sempre com os pés no chão. 7 898357 410015

[ BRASIL EM CÓDIGO ] jul/ago/set 2017 43


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[RECURSOS HUMANOS

Desafios dos jovens líderes Por Katia Simões

Fotos: Thinkstock

Eles esbanjam energia e agilidade, mas, muitas vezes, falta experiência para lidar com as adversidades da vida profissional. Conheça os desafios enfrentados por jovens que já assumiram a liderança de uma equipe


Até os 22 anos, a gaúcha Fernanda Snel só havia feito estágios na carreira. Aos 23, formada em publicidade e propaganda pela PUC-RS, já coordenava três pessoas em uma agência de performance, em Porto Alegre. Um ano depois, estava em São Paulo para trabalhar como analista plena e logo virou analista sênior. Hoje, aos 27, é supervisora de SEO e conteúdo da iProspect, agência de marketing digital e performance. “Quando virei supervisora, há um ano, fiquei muito feliz pela oportunidade. Sempre tive vontade de desenvolver pessoas, gostava de ler sobre liderança, embora a prática seja diferente”, diz Fernanda. De acordo com ela, embora a posição de liderança desperte um brilho nos olhos, o grau de responsabilidade é muito grande. “A minha geração tem a expectativa de crescer rápido, de alcançar seus objetivos pulando etapas, mas esbarra na falta de experiência, que só o passar dos anos é capaz de trazer”, admite. “Sinto falta de ter mais tempo para me aprimorar. Queria poder sentar do lado, dar mais feedback, porque a função do líder não é apenas desenvolver a própria carreira mas também a do time.” Fernanda Snel é um exemplo clássico dos novos líderes que começam a marcar presença nas empresas brasileiras, dos mais variados portes. Integrantes da geração Y (formada por

pessoas nascidas entre as décadas de 1980 e 1990 – e em alguns casos, até da geração Z, nascidos no início dos anos 2000) são jovens que curtem tecnologia, fazendo com que sua visão do mundo seja mais ampliada e ágil. Soma-se a isso, a alta capacidade criativa, busca pela atualização constante, entusiasmo e coragem para tomar decisões, características que o mundo corporativo atribui grande valor. Mas, se por um lado, eles esbanjam energia, por outro, têm pouca experiência de vida, muitas vezes são incapazes de escutar e inspirar-se no outro. “Falta amadurecimento, trabalhar a inteligência intrapessoal. Isto é, se autoconhecer e saber se relacionar com o outro. Esta geração não foi criada com limites, portanto, tem dificuldade em impolo-los”,”, afirma a coach Renata Sottero. E a culpa não é do jovem que não se prepara para assumir postos de liderança, mas das mudanças cada vez mais rápidas na sociedade. Antes, passar de uma geração para outra, levava, em média, 25 anos, tempo suficiente para se formarem líderes. Atualmente, em decorrência da tecnologia e da inovação, esse prazo foi reduzido para uma década. As transformações são claras e os desafios também. Ao contrário da geração X, que vive da estabilidade e da meritocracia, a geração Y é mais impaciente e imediatista, enquanto a Z tem essas

Arthur Alves Coordenador de marketing de canais da Locaweb 25 anos

“Procuro trabalhar o co-

nhecimento e a comunicação com a equipe”

características ainda mais exacerbadas. É chamada, também, de geração silenciosa, pelo fato de estar sempre de fones de ouvido e falar menos, enxergando o mundo off-line e o on-line como únicos. Desse modo, o contato virtual se sobrepõe ao mundo real. “Para a maioria, o sucesso precisa vir rápido, e os passos da carreira são construídos com base no curto prazo”, afirma a diretora de desenvolvimento de talentos da Lee Hecht Harrison (LHH), Silvana Mello. “Liderar uma equipe implica em desenvolver um

Fernanda Snel Supervisora de SEO e conteúdo da iProspect 27 anos

Fotos: Divulgação

“Minha geração tem a

expectativa de crescer rápido, mas esbarra na falta de experiência que só o passar dos anos é capaz de trazer” [ BRASIL EM CÓDIGO ] jul/ago/set 2017 45


[

[

RECURSOS HUMANOS

conjunto de ações interativas que irão influenciar e inspirar as pessoas a darem o seu melhor. Por isso não acredito que a geração Z esteja preparada para exercer esse papel.” RESPEITO PELA COMPETÊNCIA Saber integrar quatro gerações presentes no mercado de trabalho é um dos maiores desafios dos jovens líderes, na visão da coach Renata Sottero. Muitas vezes, eles terão de gerir pessoas experientes e com o dobro de sua idade. Na prática, significa trabalhar com os baby boomers, hoje com cerca de 70 anos; com a geração X, já na casa dos 45 a 50 anos; com os parceiros da Y, na faixa do 25 a 35 anos; e com os que estão chegando ao mercado, a chamada geração Z, na casa dos 17 a 18 anos. “São gerações que não se conversam. O líder tem de se esforçar para conseguir extrair o melhor de cada uma, assim como saber respeitar os limites de cada um, porque nem todos acompanham a evolução tecnológica, por exemplo”, reforça Renata. Esta é uma tarefa bastante difícil, admite Felipe Alvarez, 28 anos, geren-

te da BDO Auditoria e Consultoria, responsável por liderar um time de 35 profissionais. “Sou o mais novo gerente da empresa. Assumi o cargo aos 27 anos”, revela. Formado em administração de empresas pela Universidade Metodista de São Paulo, ele entrou na BDO como trainee, rapidamente passou a atender clientes sozinho e, aos 21 anos, já era encarregado, tendo sob sua responsabilidade trainees mais velhos do que ele. “Quando se é muito jovem, as pessoas tendem a te testar e a te colocar na parede para que você prove suas competências técnicas”, declara. “Além de provar meu conhecimento, procurei agir inspirado em líderes mais experientes, como o sócio da consultoria Vitor Almeida, que consegue escutar as pessoas e tenta dar uma solução para problemas que elas não enxergam.” Outro cuidado, segundo Felipe, é criar um bom ambiente de trabalho e ser mais humano nas relações. APOIO PARA O LÍDER Apostar nas próprias competências como forma de compensar a fal-

Felipe Alvarez Gerente da BDO 28 anos

“Quando você é muito jovem, as pessoas tendem a te colocar na parede para que você prove suas competências técnicas” ta de experiência tem sido, também, a receita adotada por Marlon Vieira, CEO da Buddys Brasil Franchising, rede de franquias de educação, com

PARA FACILITAR O TRABALHO Acostumado a lidar com jovens líderes,o coach da SBCoaching, Rodrigo Collino, diz que os jovens destacam-se pela paixão, criatividade, agilidade na execução e no pensar diferente. “Porém, muitas vezes, não questionam, não estão abertos a ouvir, praticando uma liderança autocrática, e não democrática. É o que chamamos de armadilha da liderança”, afirma. Outra “pedra no sapato” é a difi-

Respeito

culdade em gerir conflitos, já que lhes falta, na maioria das vezes, habilidade para criar consenso. Falta, ainda, coragem para dar feedbacks e para corrigir

Autodesenvolvimento

o que precisa ser corrigido de forma neutra, sem emoção. “Isso é muito difícil na juventude”, diz. A fim de tornar mais fácil a tarefa, Collino sugere três comportamentos básicos:

46 jul/ago/set 2017 [ BRASIL EM CÓDIGO ]

Networking


dam que eu sei para onde devemos seguir”, afirma Arthur. Se por um lado, os jovens precisam trabalhar melhor suas deficiências como líderes, por outro, as empresas devem entender que essa geração tem anseios específicos que a motiva encarar novos desafios, gosta de tomar decisões rápidas e quer galgar cargos de alto escalão. Mais do que isso, acredita que a satisfação não está atrelada, necessariamente, ao fator financeiro, mas ao reconhecimento pelo trabalho realizado. Assim, é interessante que as companhias ofereçam acompanhamento constante, deem feedback e suporte para que as novas gerações compreendam que as organizações são feitas de projetos de longo prazo. Talvez esteja aí, na visão de Silvana Mello, um dos maiores desafios dos jovens líderes. “Eles têm de aprender a se adaptar e a navegar em modelos organizacionais, na maioria das vezes tradicionais, ou seja, focados no resultado e alta produtividade”, afirma. “Ao mesmo tempo, precisam gerenciar as suas próprias expectativas de

Fotos: Divulgação

12 unidades, todas instaladas em Minas Gerais. “Tenho apenas 25 anos e uma responsabilidade imensa, pois não envolve apenas o sucesso da minha empresa, mas de cada unidade franqueada”, diz Marlon. O desejo de empreender veio quando ele tocava um projeto de iniciação científica na França. De volta, investiu com os irmãos mais novos numa escola de ensino de tecnologia para crianças e adolescentes. “Para compensar a falta de experiência em liderança, busco muitas referências, seja me inspirando em pessoas, seja buscando conhecimento na literatura.” Aos 25 anos e há dois conduzindo equipes na Locaweb, o coordenador de marketing de canais Arthur Alves afirma que existem três maneiras de liderar: a autoritária, a que revela um conhecimento profundo e a por relacionamento, que faz com que todo mundo permaneça ao redor do líder. “Acredito que não tem como unir esses três pontos. Assim, procuro trabalhar muito o conhecimento e a comunicação com a equipe. Estudo muito para que os mais velhos enten-

Marlon Vieira CEO da Buddys Brasil Franchising 25 anos

“Para compensar a falta de

experiência em liderança, busco inspiração em pessoas e conhecimento na literatura”

carreira em termos de desenvolvimento, qualidade de vida, trabalho e crescimento profissional.” 7 898357 410015

Respeito

Autodesenvolvimento

Networking

É essencial praticar a confiança,

O líder deve se preocupar em

Quanto mais próximo do topo da

honrar com a palavra, fazer o que

entregar resultados e a melhorar

pirâmide na hierarquia, menos pares

fala, além de ter regras claras e ob-

sua performance. Para isso, é

a pessoa tem. Com isso, os jovens

jetivos bem delineados para cada

importante pedir o feedback

acabam se fechando no cargo. É pre-

pessoa dentro da equipe.

da equipe e dos superiores. O

ciso se relacionar com pessoas que

desenvolvimento sem perder a

possam inspirar e ouvir opiniões de

própria identidade deve ser um

fora do “olho do furacão”. Isso é es-

exercício constante.

sencial para diminuir o estresse e melhorar a qualidade de vida.

[ BRASIL EM CÓDIGO ] jul/ago/set 2017 47


[PESQUISA

Por Denise Turco

Desde a pesquisa sobre um produto na internet até a compra, o consumidor deseja ter informações detalhadas e experiências inovadoras Com o objetivo de compreender como a busca por informações de produtos impacta na experiência do consumidor e de que forma o uso do código de barras auxilia nas compras, a GS1 Brasil apresenta os resultados do estudo “Consumidores e Empresas – 5ª Edição: Tendências e Comportamento no Mercado Nacional”. Com abrangência nacional, o estudo foi realizado em maio deste ano, com o apoio da consultoria H2R Pesquisas Avançadas, e retrata a jornada de compra do consumidor, desde a busca por uma mercadoria até o pós-venda. O levantamento consultou 400 pessoas maiores de 18 anos com acesso a smartphones e 550 empresas dos setores de saúde e alimentos, além de indústrias que oferecem produtos para o consumidor final. Uma das conclusões é que, no mundo conectado, os consumidores querem mais informações para embasar as compras. E as empresas, por sua vez, estão adaptando-se para desenvolver novas estratégias capazes de gerar experiências diferenciadas para os clientes. O estudo mostra que, no início da jornada de compra, as pessoas buscam informações dos produtos em diferentes fontes: 84% procuram na internet, 45% vão até uma loja e 34% recorrem aos aplicativos de celular. 48 jul/ago/set 2017 [ BRASIL EM CÓDIGO ]

A marca é o principal fator que influencia a opção por um produto ou loja, impactando 63% dos entrevistados. Mas o consumidor também quer saber o que está comprando. Por isso, 55% entendem que as informações detalhadas dos produtos são outro fator decisivo, bem como diferentes opções de pagamento (53%), promoções (52%) e variedade de opções (47%). O consumidor está mudando seu comportamento. De acordo com a pesquisa, quanto maior o valor agregado do produto, maior é a motivação de compra pela internet, afinal, lá é possível comparar preços, características e marca. Já para os perecíveis, como frutas, pães, legumes e verduras, ele ainda tende a escolher pessoalmente para analisar a qualidade. A jornada de compra presencial ou on-line vem sendo impactada, e os consumidores valorizam as experiências diferenciadas: 67% dos entrevistados afirmaram que a possibilidade de efetuar o pagamento pelo smartphone proporcionou sensação de inovação e influenciou a decisão de compra. E como motivar esse consumidor omnichannel, que “navega” por todos os canais, a voltar depois de concluir a compra? Fidelizando-o ou encantando-o. Para

Fotos: Thinkstock

[

Jornada de compra conectada


NOVAS FUNÇÕES

Como o consumidor pretende usar o código de barras no futuro:

79%

76%

77%

para ler o rótulo dos produtos

para obter informações de composição do produto

para rastrear o que consome

isso, os programas com esse foco passam a ser essenciais. A partir da identificação do consumidor, é possível captar o que ele consome e oferecer soluções personalizadas. Os principais argumentos dos entrevistados que participam de programas de fidelidade (52% do total da pesquisa) são os clubes de descontos (81%), as promoções que combinam com suas preferências (54%) e as milhas para viagens (53%). Interagir nas mídias sociais é uma forte característica do brasileiro. A pesquisa indica que os consumidores leem as avaliações postadas por outras pessoas e assistem a vídeos de consumidores que ensinam como utilizar produtos, aumentando, assim, o seu relacionamento com a marca e com possíveis influenciadores.

CÓDIGO INTELIGENTE O código de barras já está estabelecido como um elemento importante na rotina de compras. Vale lembrar que 70% dos produtos vendidos no Brasil já são identificados com ele. No futuro, a expectativa de 79% dos entrevistados é usar o código de barras para ler o rótulo dos produtos, 77% para rastrear o que consome e 76% para obter informações da composição dos produtos. Quando se trata de alimentos, 85% desejam usá-lo para saber a validade. Na área da saúde, 79% vão utilizá-lo para acessar informações dos medicamentos e 76% para acompanhar e consultar exames médicos. O estudo indica que o smartphone será uma das principais ferramentas para efetuar a leitura do código de barras e aproximar consumidor e produto.

IMPORTÂNCIA DAS INFORMAÇÕES DOS PRODUTOS NA VISÃO DAS EMPRESAS 82%

evitar falsificações

72%

evitar perdas e furtos

71%

78%

fazer reposição contínua de produtos

alertar sobre falta de estoque

64%

otimizar regras de preços

72%

facilitar a negociação

60%

agilizar promoções

DADOS CONFIÁVEIS A qualidade da informação é primordial também para as empresas, a fim de fortalecer seu relacionamento com consumidores e parceiros comerciais, além de apoiar processos internos. A pesquisa detectou que as companhias consultadas sabem que o consumidor é exigente e, por isso, precisam ter um cadastro de produtos com dados organizados, precisos e confiáveis. No entanto, já enfrentaram algum tipo de problema nesse sentido: 39% entregaram o produto errado ao varejista, 21% afirmaram que o varejo recusou a mercadoria por conta de dados errados na nota fiscal e 19% perderam vendas por problemas no cadastro. A identificação e a qualidade da informação do produto, com dados padronizados, traz vários benefícios aos processos. Das companhias entrevistadas, 82% entendem que usar as informações das mercadorias pode evitar falsificações, 78% sabem que auxilia na reposição contínua de itens, 72% que facilita a negociação. “Os dados dos produtos são substancialmente importantes para os aumentar o fluxo eficiente de mercadorias e melhorar os níveis de resposta para os consumidores. Por isso, trabalhamos por uma padronização global de informações”, destaca a gerente de pesquisa e desenvolvimento da GS1 Brasil, Marina Pereira. De acordo com o estudo, 73% das empresas consideram que os padrões da GS1 Brasil podem contribuir para a inovação dos processos. 7 898357 410015

[ BRASIL EM CÓDIGO ] jul/ago/set 2017 49


[MARKETING

[

Fotos: ThinkStock

SUCESSO NA PONTA DA LÍNGUA

Por Flávia Corbó

Comunicação eficaz é fundamental no universo corporativo. Especialistas da área ensinam técnicas importantes para os executivos realizarem boas apresentações em público

50 jul/ago/set 2017 [ BRASIL EM CÓDIGO ]


Em 2008, durante a disputa presidencial dos Estados Unidos, o então senador Barack Obama conseguiu resumir, em três palavras, o espírito de sua campanha: “Yes, we can”. Elas soaram tão fortes e apropriadas ao momento, que se tornaram o mote principal da vitoriosa campanha. Não à toa, Obama é citado como exemplo de bom orador por muitos especialistas em comunicação. “É simpático, tem postura elegante, gesticula de forma adequada, fala com envolvimento, defende temas elevados e sabe considerar os ouvintes. E, talvez, a sua maior qualidade: sabe adaptar a mensagem dos seus discursos ao tipo de público que tem na plateia”, descreve o mestre em ciências da comunicação, palestrante, professor de oratória e escritor, Reinaldo Polito. Políticos, em geral, reúnem muitas dessas características. Seja por dom natural, seja por formação, apresentam alta capacidade de comunicação e, assim, conseguem tocar audiências muito grandes. No campo corporativo, os executivos também precisam estar preparados para não titubearem nas palavras durante uma apresentação para clientes, funcionários ou para o mercado. De acordo com o presidente do TED, Chris Anderson, em uma passagem do livro TED Talks – O Guia Oficial do TED para Falar em Público, o medo de expor pensamentos frente a uma plateia é comum. Nas pesquisas que pedem para as pessoas listarem seus maiores temores, falar em público aparece à frente de outros clichês, como medo de altura, de insetos e até da morte. Uma das razões para tamanho receio é a falta de treinamento em oratória. Apresentações frente a uma audiência são comuns desde

a escola, mas são feitas de maneira obrigatória e intuitiva, sem qualquer orientação técnica. No ambiente corporativo, muitas vezes, desenvolver a habilidade de comunicação não entra na lista de prioridades. Esse pode ser um caminho perigoso, segundo o cofundador da consultoria especializada em apresentações estratégicas Soap, Rogerio Chequer. “A comunicação é fundamental para exercer uma boa liderança”, lembra. FOCO NO TEMA O ideal é que todo executivo faça um curso de oratória. O treinamento permite que o profissional identifique características pessoais, desenvolva técnicas próprias para falar em público e amplie seu potencial. “É um processo natural, espontâneo, e nunca mais o executivo se esquecerá do que aprendeu”, garante Polito. No entanto, para aqueles que têm pressa em aprender, é possível tomar nota de algumas lições fundamentais para ser um bom orador. Em primeiro lugar, é preciso conhecer com profundidade o assunto que irá expor. Polito dá a dica: “se tiver de falar durante uma hora, tenha estoque de informações para, pelo menos, uma hora e meia. Deve sobrar conteúdo para que se sinta confortável”. É importante não confundir conhecimento amplo com divagações. Foco é essencial. Um exercício indicado por Anderson, é resumir a linha mestra da apresentação em apenas 15 palavras que sintetizem a ideia exata que o orador quer inserir na mente dos ouvintes. Definido o tema central, é hora de organizar a estrutura. Nesse momento, surge o tão falado storytelling: método de narrativa que utiliza uma

Foto: Divulgação

Reinaldo Polito, escritor Curso de oratória ajuda a desenvolver técnicas para falar em público de maneira natural e espontânea

história para passar uma mensagem relevante, normalmente, acompanhada de recursos audiovisuais. “Essa técnica estrutura as mensagens de uma maneira eficiente. Aproxima as pessoas por meio de uma narrativa planejada para conectar a audiência”, explica Chequer. No meio corporativo, parece um recurso inovador, que foge das formalidades desse universo, mas, na verdade, trata-se de uma prática antiga. E, hoje, apesar das novas tecnologias de comunicação, a narrativa de histórias exerce o mesmo fascínio de antes. “Não nos surpreende que muitas das melhores palestras se baseiam na narração de histórias. Todo mundo aprecia e compreende uma história, o que nem sempre acontece no caso de explicações difíceis e argumentos complexos”, afirma Anderson, em trecho do livro TED Talks. Transformar uma apresentação corporativa em uma narrativa capaz de entreter a audiência, sem perder o foco na informação, parece complicado. No entanto, Anderson garante que basta seguir as premissas de uma boa e velha história: um personagem que cause empatia; construção de um momento clímax de tensão; nível correto de detalhamento; e satisfatória, que pode ser engraçada, comovente ou reveladora. “O mais importante é que o storytelling respeite uma estrutura ló-

[ BRASIL EM CÓDIGO ] jul/ago/set 2017 51


[

[

MARKETING

TOQUE DE EMOÇÃO Depois de definir a estrutura da narrativa e os recursos audiovisuais que a acompanham, é hora de prestar atenção na maneira como a mensagem será passada. É aí que entra a oratória. Uma boa comunicação reúne narrativa, material auxiliar (recursos audiovisuais) e forma de apresentação. Usar o tom de voz adequado para o ambiente é essencial. Todas as pessoas, mesmo aquelas sentadas mais no fun-

NÃO HÁ FÓRMULA PRONTA! Antes de definir o estilo de apresentação, é preciso considerar cinco pontos:

3. Tempo:

quanto mais reduzido, menor detalhamento e maior destaque às informações mais relevantes. Fonte: Rogério Chequer, da Soap

do da sala, devem ser capazes de ouvi-lo sem esforço. “Pronuncie bem as palavras para que sejam compreensíveis. Alterne o volume da voz e a velocidade da fala para que o ritmo seja interessante e atraente”, indica Polito. Considerando que uma mesma apresentação pode ser feita para plateias distintas, deve-se adequar o vocabulário para cada tipo de ouvinte. Quando se trata de um grupo que atua na mesma área que o executivo, ele pode lançar mão de um vocabulário mais técnico, pois facilitará a compreensão do público e projetará imagem profissional positiva. Já diante de pessoas leigas, é necessário “traduzir” o vocabulário técnico para seja bem assimilado. Por fim, Polito orienta: “a postura precisa ser elegante, sem rigidez. A gesticulação harmoniosa, acompanhando bem o ritmo e a cadência da fala. Sem falta e sem exagero. O semblante deve ser expressivo, arejado e coerente com a mensagem transmitida”.

Fotos: Divulgação

gica. Não adianta montar história linda em cima de argumentos mal organizados. O material visual também precisa ser adequado. Hoje, as pessoas são muito visuais. Se esse material não se conectar com a história, você perde a audiência”, completa Chequer.

Rogério Chequer, da Soap Storytelling ajuda a aproximar as pessoas por meio de uma narrativa planejada

Atento a todos esses aspectos e com uma boa história para contar, um executivo pode ir longe. Uma comunicação eficaz acessa canais não perceptíveis, que se conectam à emoção das pessoas. “A qualidade da oratória pode determinar se você tem sucesso ou não em um momento decisivo. Dependendo da experiência oferecida pelo orador, o ouvinte fica mais ou menos propenso a fazer compra, a assinar o contrato ou a fechar o negócio”, garante Chequer. 7 898357 410015

1. Audiência:

uma palestra para mil pessoas exige uma apresentação totalmente diferente daquela em um almoço de negócios, principalmente porque não há ajuda de recursos visuais.

4. Preparação do orador:

define a profundidade na abordagem do tema.

2. Contexto:

palestras em auditórios e apresentações para clientes demandam posturas distintas.

5. Objetivo:

mais de 90% das apresentações têm foco mal definido. Cuidado!



[EVENTO

Da Redação

GS1 Brasil participa da ABAD 2017 São Paulo apresentando soluções para ajudar atacadistas e distribuidores a melhorar suas estratégias

Fotos: Eliane Cunha

[

Centro de negócios


Foco na automação Equipe da Zanthus explicou os benefícios dos softwares de gestão para os visitantes do estande da GS1 Brasil

Com o objetivo de facilitar as operações das empresas, promover o relacionamento e o desenvolvimento de novos negócios, a GS1 Brasil participou da ABAD 2017 São Paulo, evento anual promovido pela Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (ABAD) que reúne líderes deste segmento, responsável por abastecer o pequeno varejo e o food service de todo o País.

O estande da GS1 Brasil foi idealizado para mostrar a importância de um cadastro de produtos consistente e divulgar produtos dos seus associados, com diferentes atividades. Entre elas, a entidade aproveitou, por exemplo, para reforçar a importância o Cadastro Nacional de Produtos (CNP), plataforma on-line para o cadastro e o gerenciamento de informações das mercadorias, geração e controle da numeração e impressão do código de

barras. Com a solução, que pode ser usada por organizações de todos os portes e segmentos, é possível obter características detalhadas inseridas pelos fabricantes dos produtos, como descrição do item, marca e até mesmo um link para direcionar ao site do produto ou da indústria. A falta de padronização pode gerar falhas de fornecimento e recebimento em toda a cadeia de suprimentos. Portanto, é essencial que o segmento atacadista distribuidor, que faz a ponte entre indústria e varejo, invista em qualidade de dados e padronização das informações por meio do CNP, com informações precisas que garantam agilidade e evitem perdas. O cadastro sincronizado entre as empresas ajuda a aprimorar a gestão das mercadorias. Por meio do CNP também é possível utilizar a descrição

Qualidade de dados Profissionais do setor atacadista distribuidor conheceram a plataforma on-line CNP, da GS1 Brasil, que auxilia na padronização de informações das mercadorias [ BRASIL EM CÓDIGO ] jul/ago/set 2017 55


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EVENTO

detalhada do produto no cupom fiscal e etiquetas de gôndolas. O sistema possibilita, ainda, reduzir custos e melhorar o relacionamento entre os parceiros de negócios. O consumidor é beneficiado com informação correta daquilo que está adquirindo. TECNOLOGIA PARA CRESCER Os visitantes do evento que pas-

saram pelo estande da GS1 Brasil também puderam conhecer como funcionam algumas soluções tecnológicas para apoiar as operações com o patrocinador máster do estande, a Zanthus. A empresa, que está no mercado há 39 anos dedicando-se à automação comercial, demonstrou um software de gestão para empresas de atacado e varejo. “O sistema é desti-

nado para frente de loja e atende estabelecimentos do atacarejo. Makro, Tenda Atacado, Máximo e Bate Forte estão entre os usuários”, conta a gerente de marketing da Zanthus, Silvia Lodi. Outra solução apresentada foi o sistema papa-fila, que, instalado em tablet ou leitor portátil, possibilita escanear os produtos ainda dentro do carrinho de compras. Assim,

NEGÓCIOS POR ATACADO Com o objetivo de estimular os negócios, a GS1 Brasil montou uma exposição de itens fabricados por 30 empresas de pequeno e médio porte em seu estande na ABAD 2017 São Paulo. Confira as empresas associadas e os produtos expostos no estande:

Empresa

Produtos fabricados

Contato

Zanthus

Software de automação para o varejo

www.zanthus.com.br

Taty Decorações

Cortinas

www.tatydecor.com.br

Big Onion

Molho de cebola

www.bigonion.com.br

Wanderson P. Guimarães

Suporte de sacolas

levafacilsuportesacolas@gmail.com

S. de Alencar Moreira & Filhos

Doces

www.docesfronteira.com.br

Mandiervas

Chá

www.mandiervas.com.br

Aggily Cosméticos

Máscara de volume

www.cosmeticosaggily.com.br

Natumelo

Cogumelo shimeji

natumelo.com.br

Zodyak

Peças para guitarra

zoadiak14@gmail.com

Café com Doce

Café com doce em creme

www.cafecomdoce.com.br

Brasil Criart

Vela debutante

www.brasilcriart.com.br

Eat Pices

Sal refinado

andersonrasbold@icloud.com

Decorex

Quadros decorativos

www.decorex.com.br

Família Silva

Suco de uva

www.sucosfamiliasilva.com.br

Nabi Cosméticos

Gel massageador

nabicosmeticos.com.br

Biscoitos Mãe Maria

Biscoitos

www.biscoitosmaemaria.com.br

56 jul/ago/set 2017 [ BRASIL EM CÓDIGO ]


Apoio ao atacado distribuidor O presidente da GS1 Brasil, João Carlos de Oliveira, e a CEO, Virginia Vaamonde, prestigiaram o evento

quando o cliente passa no caixa, o processo de pagamento torna-se mais ágil. A Zanthus também mostrou um software que possibilita desenvolver vários tipos de promoções – sorteios, descontos, etc. Além de incentivar o uso da automação em toda a cadeia de suprimentos, a GS1 Brasil também auxilia as empresas associadas a incrementar os negócios. Tanto que, durante a ABAD 2017, a entidade preparou uma exposição de itens fabricados por 30 associados de pequeno e médio porte (confira ao lado) em seu estande. Representantes dessas empresas circularam no local para fazer contato direto

com atacadistas e distribuidores, ou seja, compradores em potencial. PERFIL DO SETOR A ABAD 2107 foi realizada de 7 a 9 de agosto, no São Paulo Expo, na capital paulista. O evento reuniu 70 expositores e patrocinadores e recebeu a visita de 14 mil profissionais. A programação de palestras foi ampla, abordando desde temas que envolvem o cenário político do País, passando por assuntos para melhorar a operação das empresas do setor, até insights para inspirar as estratégias de negócios. O governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, esteve

presente no evento ao lado de outras autoridades e empresários. Na ocasião, a ABAD lançou o Portal Varejo Melhor Play, plataforma que disponibiliza videoaulas de curta duração para capacitação do varejo independente, com conteúdos elaborados pela entidade e seus parceiros. O segmento atacadista distribuidor faturou R$ 250,5 bilhões em 2016, um crescimento nominal de 6,9% em relação ao ano anterior. Hoje, os agentes de distribuição respondem por 53,7% do mercado mercearial nacional, que inclui categorias, como alimentos, bebidas, limpeza e higiene, segundo dados da ABAD. 7 898357 410015

ESTANDE DA GS1 BRASIL

Momento lúdico O mágico Celio Amino fez truques mesclando ilusionismo com tecnologia para mostrar os benefícios do CNP [ BRASIL EM CÓDIGO ] jul/ago/set 2017 57


[RADAR

[

Fotos: Thinkstock

De portas abertas

Por Patricia Lucena

Praias lindíssimas, arquitetura única e gastronomia diversificada são alguns dos motivos para a Grécia ser um destino imperdível Um dos berços da civilização ocidental, a Grécia, provavelmente, faz parte dos sonhos daqueles que desejam conhecer uma cultura surpreendente, permeada por deuses e mitos. A começar pelas ruas da capital, Atenas, onde há ruínas de 2 mil anos de idade, cheias de histórias para contar. A cidade é, ao mesmo tempo, tradicional, boêmia e divertida – um ótimo ponto de partida para uma viagem. lá é possível conhecer a Acrópole, na parte mais alta da cidade, e a Ágora, onde ocorriam

58 jul/ago/set 2017 [ BRASIL EM CÓDIGO ]

as discussões políticas e os tribunais populares – essenciais para a constituição dos primeiros estados gregos. Além dos diversos roteiros, quem visita a Grécia tem a chance de conhecer um povo acolhedor e simpático, capaz de fazer com que o turista sinta-se em casa. segundo o diretor da agência de turismo Grécia Viagens, stelios Kokkinakis, a melhor época para visitar o país e suas ilhas é entre meados de abril e outubro, entre o verão e a primavera. isso porque o clima mais

quente possibilita aproveitar melhor as praias. ACrÓPOle em Atenas, a Acrópole é a parte mais elevada da cidade, onde foram construídos grandes templos e palácios. A dica é fazer uma visita guiada, que custa cerca de 30 euros por pessoa, durante o período de uma hora e meia. O Partenon é um dos templos mais conhecidos. Grandioso, foi construído no topo da Acrópole como símbolo de que a deusa Atena estava olhando pela cidade.


Pura história Nas ruas de Atenas, há ruínas de 2 mil anos de idade

Bem pertinho, está localizado o Museu da Acrópole. No segundo andar, todas as paredes são de vidro, e a vista para a capital é espetacular. Na mesma região, é possível caminhar por Plaka, antigo bairro do centro histórico de Atenas e considerado um dos mais coloridos da capital. O local parece um labirinto, com ruas estreitas e ladeiras, mas ótimo para comprar presentes típicos, como o olho grego (talismã contra inveja e mau-olhado) ou as esculturas das casinhas brancas, que simbolizam a arquitetura local. Compras Não deixe de visitar o Mercado de Pulgas Monastiraki, em Atenas. Vale parar nas lojinhas de antiguidade e caminhar pelo labirinto com vendedores oferecendo de tudo um pouco. Para terminar o dia, uma sugestão é conhecer o A for Athens, um rooftop também com vista para a Acrópole. Gastronomia Moussaka (lasanha de berinjela), Gyros (kebab turco), Souvlaki (espetinho) e a famosa salada grega (com

ingredientes locais, como tomate, azeitona e queijo feta) são apenas alguns dos pratos tradicionais oferecidos nos restaurantes da região. Outra boa pedida é o Ouzo (pronuncia-se uzo), bebida produzida por meio da fermentação de casca de uva, aromatizada com anis e com alto teor alcoólico. Puro ou com gelo e água, é bem refrescante. Ilhas gregas Banhadas pelos mares Egeu, Mediterrâneo e Jônico, com águas cristalinas e um céu azul de tirar o fôlego, as ilhas mais famosas são Santorini e Mykonos, mas também vale a pena visitar Rodes, que foi tombada como patrimônio da humanidade pela Unesco e possui bons restaurantes e ruas em estilo medieval. “Cada ilha tem sua particularidade. Algumas são indicadas para jovens, com baladas. Outras são mais tranquilas, com praias sem ondas, ideais para casais em lua de mel ou famílias”, conta Kokkinakis. Segundo ele, para se locomover entre as ilhas, utilize os ferryboats e alugue carros pequenos, scooters e quadriciclos.

Santorini O pôr do sol mais bonito da Grécia

Santorini O pôr do sol mais bonito da Grécia. Apesar de a capital da ilha ser Thira, o lugar mais lindo para visitar é Oia, vilarejo onde estão as famosas igrejas de teto azul. A região é uma das preferidas dos turistas que desembarcam de diversos navios. Portanto, se a busca for por uns dias de calma, hospede-se em Oia para curtir as manhãs e as noites de tranquilidade, antes e depois das chegadas dos grupos. Mykonos Águas transparentes, praias cinematográficas e muita badalação fazem com que a ilha seja bastante frequentada por jovens. Além de praia e muita festa, a marina é um cartão-postal de Mykonos com diversos bares e restaurantes. Outro passeio imperdível é subir as escadarias até os famosos cata-ventos, para curtir um pôr do sol maravilhoso. Conheça também Little Venice – um conjunto de casas construídas literalmente penduradas sobre o mar. 7 898357 410015

Mykonos Praias cinematográficas e muita badalação

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[ESTRATÉGIA

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O SEGREDO DAS GRANDES EMPRESAS Por Kathlen Ramos

Concorrência acirrada, consumidores mais conscientes e exigentes, redução nos gastos das famílias e grande variação cambial. Essa é uma realidade que muitas grandes companhias têm enfrentado e que, a princípio, parece difícil de ser vencida. Sem dúvida, os desafios são muitos, e as empresas de sucesso têm se reinventado para driblar as adversidades. Aquele velho clichê de que toda crise traz uma oportunidade torna-se, para elas, mais do que comprovado. A indústria farmacêutica Prati-Donaduzzi é um exemplo. Especializada no desenvolvimento e produção de medicamentos genéricos e similares, a empresa também foi afetada pela crise, principalmente, pela oscilação do dólar, que contribuiu para a queda dos lucros entre 2015 e 2016. Diante dessa realidade, foram necessárias

60 jul/ago/set 2016 [ BRASIL EM CÓDIGO ]

algumas mudanças na condução dos negócios, conforme explica o presidente da companhia, Eder maffissoni. “A estratégia para 2017 foi segurar investimentos de alto risco, o que resultou em um crescimento de 19,7% no faturamento do primeiro quadrimestre.” Apesar da cautela, a aposta em novos processos seguiu em andamento. maffissoni conta, por exemplo, que a apresentação do bromidrato de galantamina, substância utilizada para tratar a demência do tipo Alzheimer de intensidade leve a moderada, em 2015, foi um dos maiores ganhos da companhia em inovação. “A partir deste produto, conseguimos adquirir a expertise na fabricação de medicamentos na forma farmacêutica de pélete, que são cápsulas duras de liberação prolongada”, explica. Isso significa que o princí-

Imagens: thinkStock

Para vencer a crise brasileira, elas redesenham as estratégias para seguir crescendo, sempre baseadas em inovação, automação e foco no consumidor


pio ativo, após administração pelo paciente, libera a droga no organismo de forma controlada durante o tempo, trazendo o benefício de se tomar apenas uma cápsula ao dia. Por desenvolver essa tecnologia no País, dispensando a necessidade de importações, os custos de compra para o governo (licitações) caíram sensivelmente, passando de r$ 8,00 (dose), para r$ 3,50. A Prati-Donaduzzi também inovou ao investir numa plataforma para o desenvolvimento de cápsulas moles, técnica que poucas empresas no Brasil dominam. “Já implantamos uma área exclusiva para produção desses produtos, que está apta para atender tanto mercado brasileiro quanto internacional, criando novas oportunidades de negócios”, relata maffissoni. Assim, neste cenário, a companhia projeta fechar o ano com crescimento de 15% na comparação com 2016.

Fotos: Divulgação

DE oLHo No CoNSumIDor Além de inovar para crescer, outra aposta é colocar o consumidor no centro de todas as estratégias. Na indústria da moda, por exemplo, esse conceito fica bastante cla-

ro. Caracterizada como uma área muito dinâmica da economia, hoje, o grande desafio do ramo tem sido o de atender ao modelo fast fashion de consumo, no qual os produtos são fabricados, consumidos e descartados com muita rapidez pelos usuários. Isso exige um novo modelo de produção e gestão, segundo o diretor da fabricante de calçados Via marte, Daniel marcelino Gewehr. “Hoje atendemos pedidos em volumes menores, mas com frequência maior. A ideia é atender consumidores ávidos por novidades e com o comportamento que foi maximizado com a velocidade da comunicação e interação através das redes sociais”, esclarece. No segmento do e-commerce, as companhias têm reinventado os negócios no compasso acelerado do mundo digital. Segundo o CEo do Walmart.com, Paulo Sérgio Silva, as vendas via celular, por exemplo, que já representam 50% do tráfego da empresa, devem ser um grande alavancador das vendas em geral. Portanto, as empresas varejistas precisam estar atentas a esse movimento. “As pessoas não vão esperar chegar à

frente do desktop para fazer uma compra. Hoje, o consumidor é estimulado a comprar em qualquer lugar e momento”, diz Silva, salientando que a realidade aumentada também é algo que merece atenção. “Essa tecnologia vai permitir que o consumidor tenha uma experiência diferenciada. Ele poderá checar, por exemplo, se um determinado móvel se adapta à casa dele”, exemplifica. o marketplace, no qual grandes empresas abrem espaço para lojas menores, está cada vez mais forte. “No Walmart.com, com esse formato, agregamos valor ao negócio na medida em que conseguimos trazer mais sortimento e variedade aos nossos clientes, que se sentem seguros com as empresas envolvidas, já que sabem que terão a chancela do Walmart.com diante de qualquer problema”, explica Silva. o executivo conta que, nos últimos quatro anos, a companhia, que atua de forma independente do Walmart, levantou a bandeira de crescer de maneira sustentável e inteligente. “Não estamos numa disputa de crescimento a qualquer preço, pois buscamos o desenvolvimento sustentável e duradouro. mesmo num momento de crise, selecionamos como, para quem e em que região vender. Assim, tivemos um grande primeiro semestre em termos de crescimento.”

Eder Maffissoni, presidente da Prati-Donaduzzi Empresa apostou na inovação de produtos, o que ajudou a reduzir custos

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[ Foto: Divulgação

estratégia

Investimento essencial Via Marte adota três pilares logísticos: identificação global GS1, processos para amarração do físico ao virtual e troca eletrônica de informações

Automação A automação – aliada à padronização de processos – tem sido outra base fundamental para as grandes evoluírem no mercado nacional. Na Prati-Donaduzzi essa é uma realidade. “Nos reinventamos a cada dia para buscar soluções inteligentes de automação para as principais necessidades da empresa”, comenta Mafissoni. Um exemplo foi a adoção do GS1 DataMatrix em blísteres de alumínio para medicamentos em doses fracionáveis. Essa medida se deu a fim de atender às necessidades dos hospitais brasileiros, onde cada dose de medicamento é fracionada, gerando retrabalho e custos adicionais de perda de validade e etiquetagem, muitas vezes feita de forma manual, ficando suscetível a erros e perdas. “Desde a implantação do GS1 DataMatrix, tivemos resultados financeiros positivos e, por sermos pioneiros nesta tecnologia, também alcançamos novos mercados como hospitais particulares, por rastrearmos etapa por etapa onde os nossos suprimentos estão”, mostra Maffissoni. No setor da moda, a automação também mostra-se um investimento essencial para bons resultados, especialmente na logística, a exemplo do que ocorre na Via Marte.“Na nossa produção, a operação é 100% rastreada nos três pilares logísticos: identi-

62 jul/ago/set 2017 [ BRASIL EM CÓDIGO ]

ficação global GS1; processos firmes para amarração do físico ao virtual; e troca eletrônica de informações”, diz Daniel Gewehr. Na empresa, a liberação de cada par de calçado produzido passa pela ativação do GTIN no momento do controle de qualidade dentro da produção até o despacho do caminhão. O produto passa, ainda, pela certificação eletrônica do picking, onde garante-se que cada volume contenha, exatamente, o conjunto de produtos previsto para ele. Segundo Gewehr, o principal ganho com esse processo foi a organização interna do negócio com efetiva redução de custos operacionais. Outro ganho foi a rastreabilidade. “Como não temos lojas próprias, precisamos garantir a maior precisão possível entre a venda e a entrega para alcançar o consumidor final”, finaliza. O CEO do Walmart.com também acredita que quanto maior for a automação logística, maior será a eficiência da empresa. “A automação é essencial porque, com ela, conseguimos ser rápidos, assertivos e ter menos manuseio, ganhando na experiência do consumidor”, indica, reforçando que o código de barras é crucial para negócios do ramo. “Se os operadores da área não utilizarem os mesmos padrões, não se consegue ‘rodar’ a automação na cadeia de suprimentos. O código de barras é o coração de todo o

processamento no centro de distribuição”, conclui Paulo Silva. Outro ponto que expressa a importância dos padrões está no desejo do consumidor por informações consistentes do produto na hora da compra. A unicidade de dados também se faz necessária entre os envolvidos na cadeia de suprimentos que, igualmente, precisam de informações alinhadas. “Para nós, é um desafio gigante. Temos uma cadeia complexa por trás do nosso negócio, desde a pesquisa de tendências, passando pelo desenvolvimento de insumos e afins, até o calçado no pé da consumidora. Os investimentos devem estar focados na integração da cadeia, processos e ferramentas que permitam acelerar os negócios”, reforça Gewehr. Futuro padronizado Quando os grandes executivos do mercado compartilham sobre como enxergam o uso de padrões, a exemplo dos desenvolvidos pela GS1, vê-se que a adoção deles tende a ser uma rota sem possibilidade de desvios. O CEO do Walmart.com afirma que os padrões podem ser facilitadores para compras on-line. “O consumidor tira uma foto do código de barras do produto em uma loja física, mas pode fechar a compra on-line em um clique, já que tem o aplicativo no celular e os dados do cartão de crédito


POTENCIAL INDISCUTÍVEL mesmo com a crise, as grandes empresas não duvidam do potencial do mercado brasileiro. Confira: A Prati-Donaduzzi vê a possibilidade de crescimento da indústria de medicamentos genéricos, justamente em razão dos efeitos da crise. Com a diminuição do poder de compra, são muitos os brasileiros que trocam os medicamentos de marca por versões mais acessíveis. Segundo dados do QuintilesImS, fornecidos pela Associação Brasileira das Indústrias de medicamentos Genéricos (PróGenéricos), as vendas de genéricos para o tratamento do colesterol (em unidades), por exemplo, registraram expansão de 35,92% no primeiro semestre de 2017 comparado com o mesmo período do ano anterior. Na área calçadista, a Via marte também acredita no potencial do produto nacional. “Desenvolvemos calçados no Brasil com a mais alta qualidade e tecnologia e não perdemos para nenhum player global”, pontua o diretor da empresa, Daniel Gewehr. Já o mercado brasileiro de e-commerce deve dobrar de tamanho nos próximos cinco anos, aposta o CEo do Walmart.com, Paulo Sérgio Silva. “Hoje, esse setor deve representar entre 5% e 7% de todo o varejo nacional. Números como esses já apontam, por si só, o potencial enorme que tem pela frente”, sinaliza.

armazenados. Não será preciso ficar digitando informações no celular para poder comprar. É algo extremamente poderoso nesse sentido”, prevê Silva. Considerando a evolução da computação, dos equipamentos vestíveis, da Internet das Coisas (Iot), das

redes sociais, da Indústria 4.0 e das formas como são feitas as transações comerciais, Gewehr, da Via marte, acredita num mundo mais conectado, no qual a informação irá fluir rapidamente de uma ponta a outra. “Este ambiente está baseado em padrões

globais. Estamos no caminho da transformação digital, com a efetiva convergência entre o físico e o digital. mais rápido do que muitos imaginam, as empresas que não aderirem a essa realidade não encontrarão lugar nesta nova era”, alerta. o diretor técnico da GS1, roberto matsubayashi, valida a visão dos executivos. “No futuro, os padrões vão ajudar as empresas a navegarem por esses mares, onde passam Iot, big data ou inteligência artificial. Num mundo desconhecido, as referências tornam-se ainda mais imprescindíveis, e este é o papel dos padrões: facilitar a aplicação de tecnologias em melhorias de processos”, considera.

Foto: Paulo Pepe

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Paulo Silva, CEO do Walmart.com A automação é essencial para uma operação mais assertiva e que valorize na experiência do consumidor [ BRASIL EM CÓDIGO ] jul/ago/set 2017 63


TENDÊNCIAS E NOVIDADES EM AUTOMAÇÃO

Dados coletados A Acura Global, que atua no mercado de identificação eletrônica por radiofrequência (RFID), apresenta o UHF BTL-1000, um leitor RFID que faz escaneamento de código de barras 2D. O equipamento opera com grande variedade de tecnologias sem fios Bluetooth, como dispositivos touchscreen, MP3 players, telefones e computadores. A linha conta, ainda, com o leitor na versão vestível, com dimensões compactas e baixo consumo de energia. O equipamento é fabricado pela TSL, da qual a Acura é distribuidora oficial. www.acura.com.br

Mobilidade O dispositivo ScanPal EDA50K foi projetado para apoiar operações com necessidade de mobilidade e acesso a informações em tempo real, como entrega e coleta de encomendas, gerenciamento de inventário, vendas em campo, etc, proporcionando eficiência e redução de custos. O computador portátil faz a leitura de códigos de barras linear e 2D, oferece conectividade Wi-Fi e possui bateria com vida útil suficiente para durar todo um turno de trabalho. O equipamento é fabricado pela Honeywell, que atua em âmbito global na criação e produção de diversas soluções tecnológicas. www.honeywell.com

Impressão na linha de produção A United Barcode Systems (UBS), fornecedora de soluções para identificação de embalagens e sistemas de rastreabilidade, apresenta o Codificador Ink Jet LCX 72, que imprime imagens, textos, logotipos, datas, além de códigos de barras linear e 2D. Segundo a empresa, propicia redução de custos e otimização de processos, uma vez que a impressão é feita diretamente nas caixas de embarque, de qualquer tipo e tamanho, diretamente na linha de produção. O equipamento utiliza tinta ecológica, livre de solventes. www.ubscode.com

Fotos: Divulgação

VITRINE DE SOLUÇÕES

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Trabalho seguro A impressora térmica direta TH2 é destinada a ambientes onde o controle de higiene e a prevenção de contaminação são críticos, como restaurantes, laboratórios e hospitais, por exemplo. O equipamento, que é antimicrobiano, móvel e funciona com bateria, imprime textos e códigos de barras linear e 2D. Além disso, possui software que permite criar etiquetas personalizadas. A TH2 é produzida pela Sato, fabricante de etiquetadoras, impressoras, coletores de dados, entre outros produtos, com sede no Japão e presente no Brasil desde 2011. www.satobrasil.com.br

Apoio para a logística Para ajudar na movimentação de materiais em centros de distribuição, a Cassioli, multinacional italiana com fábrica no Brasil há 21 anos, destaca o Isat – Radio Shuttle, um carro automático destinado ao transporte de paletes, que pode ser operado por meio de empilhadeira ou sistemas automáticos, como transelevadores. Produzido no País, ele adapta-se a estruturas de armazenagem do tipo drive-in, tem autonomia de trabalho de até oito horas e possui versões com capacidade de carga para 1.200 kg e 1.500 kg. www.cassioli.com.br 64 jul/ago/set 2017 [ BRASIL EM CÓDIGO ]


20

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DE DESCONTO PARA ASSOCIADOS GS1 BRASIL.


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[ Padrão de qualidade

Crise de identidade chega aos produtos

‘ Virginia Vaamonde,

CEO da GS1 Brasil

Entrega de mercadorias não compatíveis com as compras feitas no e-commerce é gerada pela falta de padronização da informação entre parceiros comerciais

As fronteiras entre varejo físico e on-line estão desaparecendo rapidamente, o que impulsiona as empresas a trabalharem de forma cada vez mais integrada e colaborativa. Isso porque, antes, o roteiro de compras limitava-se ao que era encontrado no varejo físico. Hoje, o consumidor continua indo às lojas, mas também busca informações confiáveis e precisas a respeito dos produtos na internet e nas redes sociais, compara itens, preços e, muitas vezes, prefere fechar o negócio pelo comércio eletrônico. Prova disso é que, na contramão da crise, o segmento de e-commerce vem prosperando. Em 2016, faturou R$ 44 bilhões, um crescimento nominal de 7,4% em relação a 2015, segundo o estudo “Webshoppers”, produzido pela Ebit. Já uma pesquisa recente do IBOPE indica que 57% das pessoas acessam a internet várias vezes ao dia procurando informações de produtos ou serviços. Esse levantamento aponta, ainda, que 55% dos entrevistados tiveram algum tipo de problema no processo de compra on-line, dentre eles: atraso na entrega, mercadoria com defeito e item entregue diferente do que foi comprado. E é justamente sobre este último tópico que chamamos a atenção. Por que muita gente compra um determinado produto pela internet, mas recebe outro? Claramente ocorre uma falta de alinhamento entre os parceiros comerciais, pois cada um está criando o seu próprio cadastro de produtos. Geralmente, o código de identificação da mercadoria comercializada pelo dono do site não é o mesmo adotado pelo fabricante/distribuidor. Nesse sentido, a GS1 Brasil destaca algumas diretrizes para evitar este tipo de situação. No mundo físico, a numeração usada em um código de barras representa o Número Global do Item Comercial ou GTIN, que é o RG do produto. Essa identificação deve ser a mesma em todas as partes da cadeia de suprimentos. No caso do e-commerce, basta utilizar o GTIN também nas páginas da internet. Outro ponto é que o cadastro de produtos precisa ser íntegro. Isso significa que tanto o dono da mercadoria quanto seus parceiros comerciais devem zelar pela qualidade da informação, que precisa estar correta e completa. Assim, garante-se uma informação segura, que pode ser utilizada por todos os envolvidos na cadeia. A identificação única combinada com a integridade dos dados gera outros benefícios: ajuda a preservar a reputação da marca, a diminuir os custos com logística reversa e a aumentar as vendas. Essa dinâmica impacta positivamente os negócios de toda a cadeia do e-commerce e propicia uma experiência de compra muito melhor para o consumidor.

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Foto: Paulo Pepe

A identificação única combinada com a integridade dos dados ajuda a preservar a reputação da marca, a diminuir custos e a aumentar as vendas




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