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Chibamba
“Ê vem o Chibamba, neném, ele papa minino, cala a boca!...”, dizem os mineiros quando querem assustar as crianças que choram sem parar. Esse fantasma que anda envolto em uma longa esteira de bananeira, que ronca e funga bem alto como se fosse um porco e que gosta de dançar num compasso lento é uma personagem bem falada entre os que vivem no sul de Minas Gerais. Acredita-se que essa lenda vem da África, pois em Angola e no Congo os negros costumam dançar vestindo folhas, ramos e galhos. Segundo a mitologia africana, o Chibamba (lá eles escrevem com dois bês) é o rei dos animais encantados, é o único que se recusou a ser divino para ficar aqui neste mundo, presidindo toda a obra criada. Assim que a terra, céus, águas e o ar se formaram, ele surgiu, e por sua vontade nasceram todos os animais, plantas, a natureza como um todo. Ele observa e dirige tudo o que existe e não tem nenhuma religião nem apoia qualquer culto. Como se diz por lá, ele realmente é “o bamba”, o sábio, o criador, o juiz, o mago... tudo ao mesmo tempo agora! Por outro lado, pode ser que sua origem também esteja ligada aos índios brasileiros, pois os pajés de alguns povos indígenas, como os Pankararu e os Xerentes, também dançavam vestidos com folhas. Em São Paulo, o Chibamba é um velho escravo que, de tanto apanhar num tronco, de tanto sofrer, passou a ajudar todos os outros escravos na mesma situação. Nessa região também há quem diga que, na verdade, ele é uma espécie de Saci-Pererê ou um cabrito que aparece de repente em algumas festas para assustar os convidados.
REGIÃO DO PAÍS: Sudeste (MG, SP) ORIGEM: Africana, indígena PERSONAGENS RELACIONADAS: Bicho-Papão, Saci-Pererê, Rainha Quiximbi
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