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Mãozinha-Preta

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Bibliografia

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Literalmente o que chamamos de “uma mão na roda”: uma mão solta no ar que faz todos os trabalhos da casa de maneira eficiente, com uma força e resistência que nenhum ser humano tem. Se você precisar de alguma ajuda, é só chamar: “Mãozinha de Justiça! Quero merecer a sua ajuda”. Porém, ao que parece, a Mãozinha-Preta é uma assombração que mais mete medo do que ajuda. As “mãos errantes”, como também é conhecida a Mãozinha-Preta, tanto fazem carinho, como ajudam nas tarefas corriqueiras e ainda aplicam castigos, fazendo justiça, literalmente, “com as próprias mãos”. Sua tarefa só acaba quando alguém manda: “Chega, Mãozinha de Justiça!”. E, por ser negra, é claro que nunca castigava nem assustava os escravos, como conta o escritor Herberto Sales em O Lobisomem e outros contos folclóricos (1975), numa lenda em que a escrava tenta explicar à sua dona como consegue obter a ajuda da Mãozinha:

— Só quero saber quem lhe ensinou o segredo da mãozinha [questiona a dona da escrava que viu a mão fazendo o serviço].

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— Foi um sonho que eu tive. Uma mulher alta me apareceu no sonho, e me ensinou como pedir a ajuda da mãozinha [...]

— Mulher alta, preta que nem você, só pode ser a finada sua mãe [...] Pegue aquela crioulinha e traga ela até aqui! [...]

Mas a mãozinha, se parada estava, parada ficou. Pois sendo ela da mesma cor da crioulinha, nenhum mal lhe ia fazer. [...] a crioulinha gritou:

— Mãozinha de Justiça! Venha em meu socorro! [...] começou a bater-lhe [na dona da escrava, D. Leonor) e a escrava Júlia fugiu.

A Mãozinha-Preta é famosa nos folclores europeus e das Américas. No Brasil, é mais conhecida em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

OUTRO NOME: Mãozinha de Justiça REGIÃO DO PAÍS: Sudeste (MG, RJ, SP) ORIGEM: Europeia

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