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Amazonas

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Bibliografia

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Dizem que essas índias, mulheres fortes e guerreiras, deram nome ao rio, à floresta e ao maior estado brasileiro, o Amazonas. Quem primeiro nos conta sobre as Amazonas é o frei Gaspar de Carvajal, escrivão da esquadra espanhola vinda ao Brasil em 1542. Houve uma luta entre os espanhóis e os índios na foz do rio Nhamundá - localizada na fronteira entre o Pará Amazonas - e o frei conta que os europeus foram surpreendi dos por essas mulheres alvas, altas, encorpadas, com cabelos longos, trançados e enrolados na cabeça, que andavam nuas usando apenas um tapa-sexo e arco e flecha nas mãos, e luta vam ferozmente, capitaneando os índios homens: “Aqui dimos de golpe en la buena tierra y señorio de las Amazonas”, escreveu o frei em “Descobrimento do rio de Orellana”. Alguns também dizem que elas carregavam escudos feitos de casco das tartarugas gigantes. Nessa guerra, o general Francisco de Orellana conseguiu matar umas sete ou oito, o que não foi suficiente para ganhar a batalha. Intrigados com essas misteriosas mulheres que se pintavam de verde para se confundirem com a mata e que possuíam apenas um seio (o outro elas cortavam ou queimavam para melhor apoiar o arco e flecha), os espanhóis capturaram um índio que lhes contou a história delas. Ele disse que naquela região havia pelo menos uns setenta grupos de Amazonas,

contabilizando 12 mil mulheres e crianças. Suas aldeias eram feitas de pedra e interligadas aos povoados por portas, onde havia sempre uma Amazona virgem cobrando pedágio de quem quisesse passar. Eram mulheres sem marido e, quando queriam engravidar, capturavam índios e faziam filhos com eles. Dizem, ainda, que elas esperavam os filhos no lago do Espelho da Lua (iaci-uaruá). Se nascessem homens, elas matavam e entregavam os corpos aos pais; se fossem mulheres, elas presenteavam o índio-pai com um talismã da sorte, uma pedra verde de diversos formatos chamada de Muiraquit, e pegavam a menina para criar, ensinando a ela as artes marciais. Esses Muiraquitãs, eram, na verdade, peixes transformados em pedras verdes com o sangue que as virgens Amazonas derrubavam no rio depois do ato amoroso. A simbologia do peixe é muito adequada para elas, uma vez que o peixe fértil pode ser fecundado várias vezes. E para quem quiser crer, apesar de a pedra verde aparecer em vários amuletos encontrados na América Central, nunca se conseguiu achar uma jazida sequer da origem desse mineral. Esse índio contou que a rainha delas se chamava Conhori e possuía muito ouro, prata, louças etc., e que na cidade principal havia cinco casas com local para adorar o Sol. E foi assim que os espanhóis, confundindo essas índias com as Amazonas da mitologia grega, batizaram aquele rio em que as encontraram, antes chamado de Mar Dulce, de rio de Las Amazonas, que depois virou rio Amazonas, nome que permanece até hoje. Não à toa, amazonas, em grego, significa “sem mamas”. Essas personagens são tão fortes que acabaram sendo incorporadas à literatura, como, por exemplo, no romance Macunaíma, de Mário de Andrade, em que há um capítulo inteiro dedicado a elas, o “Carta pras icamiabas” (outro nome das Amazonas).

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OUTROS NOMES: Coniupuiaras, Icamiabas REGIÃO DO PAÍS: Norte (AM) ORIGEM: Europeia, indígena PERSONAGEM RELACIONADA: Jurupari

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