Di Rolê 15

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REVISTA

BrasĂ­lia, Jan | Fev. 2016

Ano III Ed.15

ZABUMBAZUL Mistura Popular brasileira da capital Genuinamente brasiliense, a banda fala sobre os planos para 2016




EDITORIAL

Iniciamos um ano desafiador para diversos setores. Para a Di Rolê o ano de 2016 chegou renovado e com muitas boas novas! Para embalar esse ritmo de alegria e otimismo, a banda brasiliense de forró pé de serra, Zabumbazul, é capa desta primeira edição do ano, com novidades e uma agenda cheia para o público candango. Esporte, literatura e empreendedorismo local são alguns dos temas abordados nesta edição que está imperdível. FELIZ ANO TODO PARA NÓS!

JÚLIA DALÓIA Diretora Executiva Revista Di Rolê

A Di Rolê oferece ao leitor comodidade e praticidade. Pensando nisso, por meio deste QR Code, você poderá se conectar à nossa fanpage no facebook e ficar por dentro da programação cultural de Brasília e região. Acesse e curta esta ideia!

EXPEDIENTE Jornalistas: Bianca Bruneto, Bianca Ramos, Giulia Roriz, Kirk Moreno, Juliana Mendes, Mariana Dâmaso, Ludmilla Brandão, Priscilla Teles e Thalyne Carneiro. Fotografia: Carlos Eduardo Jr. e Ítalo Amorim Projeto Gráfico e Diagramação: Gueldon Brito Diretora Executiva: Júlia Dalóia

ESPAÇO DO LEITOR Expresse sua opinião, sugestão ou comentário acerca das matérias abordadas nesta edição. Envie sua sugestão de pauta para o email: revistadirole@gmail.com /revistadirole @revistadirole www.arevistadirole.com.br


DESTINO: TAILÂNDIA ANTROPÓLOGA DE BRASÍLIA CONTA EM LIVRO COTIDIANO DE PRESAS DO COLMÉIA

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ACELERANDO PARA ATLANTA...

“SOMOS A BANDA ZABUMBAZUL, FORRÓ PÉ DE SERRA E MISTURA POPULAR BRASILEIRA”

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PROJETO “BICICLETA VIVA” ALIA MOBILIDADE E SUSTENTABILIDADE NA CIDADE ESTRUTURAL INTEGRAÇÃO SEM LIMITES

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VENDA DE PRODUTOS A GRANEL É A NOVA MODA NA CAPITAL O PODER DO NÃO

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AMOR, DE MESMO SEXO

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SUMÁRIO

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EXPEDIÇÃO DI ROLÊ

Destino: Tailândia Comer o que nunca imaginei, encontrar a paz nas preces de um povo tão feliz e amar infinitamente cada pedacinho de um país tão diferente do nosso. Seja bem vindo à Tailândia Por Priscilla Teles

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EXPEDIÇÃO DI ROLÊ

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ecidir arrumar a mochila e viajar para o outro lado do mundo, sem companhia e para uma cultura tão diferente da nossa pode parecer loucura, e acredite eu ouvi muito isso. Eu, inexperiente nessa vida de mochileira, me senti no começo do planejamento perdida e encantada com a quantidade de informações e possibilidades. Foram nove meses me preparando para a minha própria versão de Comer, Rezar e Amar, nove meses cultivando uma expectativa que depois foi mais do que provada. Por que a Tailândia? Para encontrar a mim mesma na paz dessa terra abençoada e para estar entre eles, os elefantes.

A Culinária, um dos tópicos mais presentes nas conversas com amigos que ficaram

aqui no Brasil, é totalmente diferente da nossa. Por lá você pode comer iguarias como gafanhoto, escorpião, aranha e vermes fritos, mas além disso é impossível não se deliciar com um quentinho pad thai feito nas barraquinhas de rua e com uma cerveja Chang gelada. O uso da pimenta até quando pedimos No spicy no preparo do prato pode deixar os organismos mais sensíveis desconfortáveis. O sal não é muito presente na culinária, confesso que por vezes sonhava com um churrasco tipicamente gaúcho. Em tudo sentia um gostinho doce, até mesmo na água engarrafada, o resultado foi achar tudo muito salgado quando voltei. Por todo lado você consegue encontrar fruta fresca e sucos feitos na hora, o consumo de frutas na região é incrível, são diversos carrinhos com muita variedade de frutas. Acho até que a ideia poderia ser adotada por aqui.

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Priscilla Teles

Sempre senti vontade de participar de algum trabalho voluntário, na época da faculdade eu até me organizei para esse sonho, mas pelo caminho surgiram outros sonhos e outras responsabilidades.

Com um atraso de quatro anos resolvi retomar meu plano inicial: me jogar por ai para fazer algo que valesse à pena. Conheci por meio de pesquisas o Surin Project e me encantei com a possibilidade de poder ajudar elefantes a saírem da exploração turística muito conhecida na Ásia. Me inscrevi, marquei a data e me senti a pessoa mais feliz do mundo. A Tailândia mudaria a minha vida e eu ainda não sabia. Esse país tão feliz e colorido me recebeu de braços abertos e por lá pude me sentir em casa desde o primeiro momento, fiz amizades preciosas, passei por lugares que infelizmente em poucos anos não existirão mais e visitei aqueles que se reergueram depois de tantas dores. A Tailândia realmente é uma terra especial.

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EXPEDIÇÃO DI ROLÊ A peregrinação por templos budistas de norte a sul do país me fizeram conhecer um outro lado do ser humano, doce, bondoso. Cultivar a paciência não é uma coisa fácil para a maioria das pessoas. Mas eu não sei se foi a água, os monges pelas ruas ou a atmosfera de lá, tudo inspirava paciência, inspirava calma. Até mesmo o trânsito caótico do país não consegue te tirar isso. Regras de trânsito não são seguidas por lá, essa realidade de saber que os automóveis vão parar na faixa de pedestre que temos aqui em Brasília não é conhecida por lá, apenas feche os olhos e atravesse, os carros vão parar. Por mais que eu enxergasse uma bagunça no trânsito tailandês, não vi nenhum acidente ou briga. Outro ponto que me deixou surpresa foi poder me sentir mais segura andando de madrugada por Bangkok com um mapa na mão do que andar

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no mesmo horário no Plano Piloto. Ninguém nunca me abordou ou tentou me furtar, nenhuma vez. Enquanto isso não posso andar na minha própria quadra na Asa Norte sem correr o risco de ser sequestrada ou ter todos meus pertences levados. Quando avisei aos familiares e amigos sobre a minha decisão de viajar sozinha para a Ásia escutei várias indagações sobre a falta de suporte e de segurança que eu encontraria. Enganam-se aqueles que veem esses países tão distantes de nós e com uma história tão diferente da nossa como pobres e decadentes. A estranheza que podemos sentir quando nos deparamos com uma realidade tão diferente da nossa, que na maioria das vezes só vemos pela televisão, não nos dá direito de julgar e “crucificar”. O diferente não é ruim, pelo contrário, o diferente me completou e posso dizer com toda certeza

que a Tailândia deve ser visitada por todos nós - e quem sabe seus ensinamentos de vida e de como tratar o próximo possam ser usados por aqui onde ainda encontramos tanta ignorância. TRABALHO VOLUNTÁRIO O Surin Project fica no nordeste tailandês, a 7 horas de Bangkok. O projeto traz para a vida em uma reserva elefantes que foram utilizados no turismo e ajuda no dia a dia e no sustento das famílias donas dos animais. Trabalhei com 12 elefantes e 12 mahouts – assim são chamados os donos que guiam os animais. O valor pago pelos voluntários é destinado a manutenção e às famílias que participam do projeto. Conheça http://www. surinproject.org MERCADO FLUTUANTE Pelo país existem vários mercados flutuantes. Poder navegar pelo mercado num barco típico é divertido. Você consegue ver

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EXPEDIÇÃO DI ROLÊ de perto a cultura e provar de tudo da culinária local. TEMPLO DOS TIGRES Essa experiência é a que mais me arrependo de ter tido. É triste ver os animais sem nenhuma vontade de viver, dopados, quase sem forças para levantar as cabeças. Não vale a pena pagar para tirar uma foto com um tigre sonolento, para contribuir para esse tipo de exploração e exposição. Não indico o passeio. BUDISMO Na Tailândia é praticado o budismo Theravada. Podemos ver traços bem femininos no Buda, o que influencia a cultura do país. YI PENG E LOY KRATONG O festival das Lanternas – Yi Peng - é um espetáculo no céu tailandês, onde pude presenciar a festa em Chiang Mai, contribuí com minhas próprias

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lanternas, agradeci tudo o que me fez chegar até lá e desejei muito mais. Loy Kratong é um espetáculo nas águas tailandesas, poder colocar seu enfeite feito de tronco, folha de bananeira, vela, incenso e moedas para os espíritos das águas é renovar seus bons sentimentos e esperanças. O REI Pude participar do aniversário do rei e ver de perto o amor do povo por seu monarca. Em Bangkok– onde eu estava na época da comemoração – as ruas foram enfeitadas com luzes, lanternas, muito amarelo e a noite com muitos fogos de artifício. LADY BOY É admirável a ausência de preconceito pelas ruas d o p aís . A e xis tê n cia da homossexualidade e da transformação de gênero é aceita – podemos encontrar os lady boys trabalhando em

atividades do dia a dia como no comércio, além dos famosos shows. A história de que alguns são facilmente confundidos com mulheres é verdade. O bonito é ser feliz, sempre. PING PONG SHOW O que o pompoarismo não faz? Fiquei incrédula em ver

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EXPEDIÇÃO DI ROLÊ de perto o que a força de uma contratura muscular vaginal bem treinada pode fazer, desde atirar bolinhas de ping pong e dardos até assoprar velas, desenhar e fumar um bom charuto. AYUTHAYA A antiga capital é cheia de templos - presentes desde a época da guerra, por isso tão antigos e cheios de história. Alguns infelizmente estão com seus dias contados. Com o passar do tempo a terra está ficando fofa e por isso algumas paredes estão desabando. Se puder passe por lá antes disso tudo desaparecer, veja com seus próprios olhos os budas por entre as raízes de árvores. CHIANG MAI E CHIANG RAI Você se apaixona por Chiang Mai a primeira vista, uma cidade no norte do país com o conhecido Mercado Noturno

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– ruas abarrotadas de lojas e bancas que só abrem a noite -, o pico mais alto da Tailândia e um maravilhoso pôr do sol que pode ser contemplado no Templo Wat Doi Suthep. Chiang Rai abriga o famoso Templo Branco, criação do artista Chalermchai Kositpipat. É um templo diferente de todos os outros, trás ensinamentos do caminho de Buda e da cultura ocidental. ILHAS DO SUL E MAYA BAY A Tailândia e suas ilhas deixam qualquer um de queixo caído. São águas que vão do mais vivo azul turquesa à transparência cristalina em questão de metros. Koh Phi Phi Don que já teve um capítulo triste em sua história com o tsunami em 2004 se reergue a cada dia e encanta por sua infinita beleza; do View Point é possível deslumbrar-se com os dois lados da ilha. Maya Bay, a famosa

praia do filme A Praia com Leonardo Di Caprio, faz jus à sua fama. São águas cristalinas entre rochas com um céu maravilhosamente estrelado, sem contar os plânctons luminosos que aparecem à noite durante um mergulho noturno.

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chicagopolicyreview.org

LITERATURA

Antropóloga de Brasília conta em livro O cotidiano de presas do Colméia O presídio tem 637 mulheres que se acomodam em 87 celas. A capacidade do local é para 432 pessoas Por Karyne Graziane

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gua fria para o banho, insetos, comida ruim, dormida precária, falta de afeto e abandono são alguns dos problemas vividos pelas presidiárias da Penitenciária Feminina do Distrito Federal, mais conhecida como Colméia. Localizado a 40 km do centro de Brasília, o presídio tem 637 mulheres que se acomodam em 87 celas. A capacidade do local é para 432 pessoas. Para falar um pouco dessa realidade, a antropóloga e professora

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da Universidade de Brasília (UnB), Débora Diniz, escreveu o livro “Cadeia: relatos sobre mulheres”. A narrativa tem um lado peculiar: são 50 histórias baseadas no que Débora ouviu durante seis meses dentro da Colmeia. É uma obra sensível, que conta a rotina de mulheres que estão invisíveis aos olhos do Estado e da sociedade. Débora relatou um pouco desta experiência e de como

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LITERATURA foi a construção do livro em entrevista exclusiva para a Revista Di Rolê. Segundo ela, o seu contato com as cadeias já era longo. Em 2011, a antropóloga lançou o estudo “A custódia e o tratamento psiquiátrico”. O mapeamento foi o primeiro a traçar o perfil nacional dos hospitais de custódia e tratamento psiquiátrico do país. A autora conta que nesta época interessou-se sobre a história das mulheres encarceradas. “Ao chegar no presídio para contar sobre os homens loucos e presos, fui apresentada ao arquivo do Colméia. Ali estavam as 12 mil mulheres que já passaram pelo presídio. Havia uma administradora do arquivo, uma mulher genial que me contou histórias únicas do que se escondia pelos papéis. Foi aproximação imediata, e então saí à procura das autorizações para retornar como pesquisadora de cadeia”, explica. ELAS NÃO SÃO A PRIORIDADE DO SISTEMA PRISIONAL No Brasil há mais de 37 mil mulheres presas. A cada três delas, duas são negras. Em geral, possuem idades variando entre 18 e 29 anos, e a maioria (68%) responde por tráfico de drogas. Para Débora era preciso sensibilizar este universo. Era preciso ouvi-las. Ir além de uma ficha. Fazer um resgate. “O livro Cadeia conta a história de 50 delas, não só pela perseguição de por quê cometeram crimes, mas o que mais me interessava era saber quem eram elas, como viviam,

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o que esperavam, quando caíram na cadeia ou como estavam sobrevivendo à pena”, explica. A autora também critica a masculinização do tema penitenciário. Para ela, as questões das mulheres, quando são agendadas no debate nacional, são pelo marco de uma essencialização do feminino. “Falar de mulheres presas seria falar de maternidade, de filhos recém-nascidos no presídio, o que é muito importante, é verdade, mas não resume o universo das necessidades das mulheres no sistema prisional. Sim, para as mulheres esse cenário é ainda pior, pois repito: elas não são a prioridade do sistema.” No Colméia, os blocos são separados para as internas em prisão provisória, regime semiaberto e fechado. No local há oficinas, salas de aula e biblioteca. Existe ala para gestantes e para lactantes, que permanecem com os bebês, até pelo menos os seis meses de idade. Há assistência médica (clínica geral e psiquiatria),

psicológica e odontológica. Na penitenciária também se encontra a Ala de Tratamento Psiquiátrico (ATP), com enfermaria, farmácia e consultório médico. “A Ala das mães e bebês é um lugar de muita alegria, mas também de tristeza. Presídio não é lugar para ninguém, menos ainda para recém-nascido. Ali, as mulheres encontram algum sentido para a sobrevivência no presídio, mas é um sentido em contínua ameaça. Aos seis meses, o bebê sai do presídio para fora – é um momento descrito como entrega. É um dia terrivelmente triste”, conta. Estas e outras histórias poderão ser lidas no livro Cadeia: Relato sobre mulheres.

LIVRO | Cadeia: Relato Sobre Mulheres AUTORA | Débora Diniz ANO | 2015 EDITORA | Civilização Brasileira - Grupo Record PREÇO | Entre R$25 e R$35 nas principais livrarias da cidade

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ESPORTE

Acelerando para Atlanta... Piloto brasiliense disputa vaga na base da Fórmula Indy Por Thalyne Carneiro

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uem vê Daniel Cunha - de apenas 17 anos -, nem acredita que o garoto está a caminho de sua primeira competição internacional. Piloto de kart desde os oito anos de idade, o atleta se prepara para visitar Atlanta, nos Estados Unidos, que pode torna-lo piloto de base da Fórmula Indy.

explica orgulhosa. O orgulho, aliás, parece ser um sentimento comum a todos que participam da rotina do piloto. “A mãe dele é a principal incentivadora. Quando ele está em competições ou nos treinos e ela pode acompanhar, fica gritando o tempo inteiro ‘Corre mais rápido, bebê! Vai lá!’’’, se diverte Suênia.

Daniel é um adolescente comum. Tem amigos, namorada, vai à escola, e tem planos de fazer faculdade de administração. Entre os compromissos característicos da idade, o piloto tenta conciliar suas atividades rotineiras com o trabalho duro de treinar para um dia realizar o seu objetivo de pilotar um carro da Fórmula Indy.

Para continuar competindo, o Daniel conta com o apoio da família que sempre dá um jeitinho de ajudar para que ele não pare com o esporte. “A gente faz vaquinha online e eles estão lá sempre compartilhando, doando dinheiro” Relata Daniel “É um esporte que todo mundo fala que é caro, mas quando junta a minha família, pegando dez reais de um, vinte reais de outro, dá pra bancar. Até para bordar o meu macacão, eu coloco o selo da família”.

“O Daniel é um menino muito tranquilo, fácil de lidar. Mas ele é de extrema responsabilidade” conta Suênia Dantas, assessora de imprensa do jovem. ”Ele é muito focado. Só fala de corrida, só pensa em corrida. Ele luta pelo sonho dele, dá gosto de trabalhar,”

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Pedro Magalhães

Bicampeão Brasiliense, o desafio agora é nos Estados Unidos. Em maio, o piloto vai para Atlanta, onde disputará a primeira de uma série de provas que podem ser seu ingresso na tão sonhada Fórmula Indy. Ele mantém uma rotina equilibrada, entre os amigos, escola e treinos, tendo que abrir mão de pequenos prazeres para alcançar seus objetivos. “Quando tem viagem ou tem que comprar coisas para o kart, deixo até de lanchar na escola ou sair com os amigos para guardar dinheiro. Se você se dedica a nada, você não ganha nada. Tudo que se quer tem que ter dedicação,” finaliza. Pensando no sucesso do jovem brasiliense, a Di Rolê apoia e deseja sorte a Daniel.

ACOMPANHE A JORNADA DE DANIEL NAS REDES SOCIAIS: www.facebook.com/PilotoDanielCunha

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CAPA

“Somos a banda Zabumbazul, forró pé de serra e mistura popular brasileira” Por Juliana Mendes

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CAPA fotos

Italo Amorim

Dentre os maiores sucessos da Zabumbazul estão Forró no Cerrado, Xote e Peyote e Tocantins. Entre os festivais de música dos quais participaram, levaram o 2º lugar no IV Festival Nacional de Forró de Itaúnas/ES (FENFIT) com a música Menina Forrozeira. Apesar de terem tido mais repercussão no sudeste do Brasil, o talento da banda é reconhecido por onde passam, tanto que já dividiram palco com grandes nomes da música brasileira como Dominguinhos, Elba Ramalho, Geraldo Azevedo, Falamansa, entre outros.

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m meados de 2000, na frente da Universidade Católica de Brasília, surgia, entre um de grupo de seis amigos estudantes, a banda inusitada que é uma mistura de ritmos e estilos. Nascia a Zabumbazul, a cara da Capital com toda sua diversidade. Tendo como ritmo principal o forró pé de serra, mas sempre agregando outras vertentes como reggae, samba, manguebit e rock a banda atualmente é formada por Nando Ferreira - voz e triângulo; Flavinho José - voz e sanfona e Luizão - voz e zabumba.

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Começaram tocando e animando barzinhos de Brasília e desde então gravaram dois CDs, sendo o primeiro demonstrativo de produção independente que ganhou o terceiro lugar entre as 154 bandas participantes do Festival de Música Estudantil da América Latina (FICO) em 2003, e no ano seguinte lançaram, por uma gravadora de São Paulo e com produção musical de Marcos Farias, o segundo CD contendo 12 músicas entre composições próprias e releituras de sucessos de Mestre Zinho.

A correria da vida tirou a banda do circuito profissional por um tempo, mas voltou com tudo e promete grandes novidades para 2016 com a colaboração dos produtores, Professor Marcão e Duda Barreto, de músicos de apoio que tocam outros instrumentos nos shows e ajudam a dar à Zabumbazul a cara que tem hoje, além da retomada da parceria com o Maestro Marcos Farias. E para começar bem o ano, a recém-lançada música Calabouço do Amor já ultrapassou 30 mil visualizações nas redes sociais. Di Rolê: Qual foi o momento mais marcante na história da banda? Zabumbazul: O IV Festival de Itaúnas em 2004. Onde recebemos o prêmio das mãos de Dominguinhos, que é a referência para qualquer um que toca forró pé de serra. Receber esse prêmio das mãos de uma

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CAPA pessoa que dedicou a vida inteira a tocar esse estilo, para nós foi muito gratificante, foi um momento mágico, especial em nossas vidas. Outro momento importante foi abrir o show no Natiruts, temos lembranças muito boas.

cia mesmo. O forro pé de serra a gente sabe do valor que ele tem para a cultura brasileira, mas ele ainda não chega para as grandes mídias, não tem o mesmo espaço em TV, rádios como sertanejo universitário e outros.

Di Rolê: Teve momentos de dificuldades que marcaram também? Zabumbazul:Desde 2000 todo ano (risos). Nunca tivemos dificuldades, de perrengue. A dificuldade talvez seja conseguir espaço para mostrar o trabalho, em rádios às vezes, que ficam restritas a determinados gêneros, e quando você traz uma proposta diferente é difícil ter esse acesso, tem alguns locais específicos, mas você disseminar o forró pé de serra para a grande mídia é complicado. E a gente não diversifica os nossos estilos por conta da mídia não, é porque é nossa referên-

Di Rolê: Por que a Zabumbazul é uma mistura? Como surgiu essa ideia? Zabumbazul: É uma maneira de a gente conseguir ampliar os horizontes, ampliar o leque de divulgação do pé de serra, a gente mesclar com outras referências, com outras essências. Até uma maneira de ajudar as pessoas a conhecer o forró pé de serra. Nesses 15 anos que a gente toca desde sempre a gente colocou essas outras facetas da banda, e não foi uma coisa que a gente inventou. O próprio Luiz Gonzaga tinha uma guitarra em seus shows. Ele tocava com um trio de forró, mas tem nas grava-

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ções dele músicas com guitarra do mesmo jeito que nós temos também, não que isso distorça do forró. Isso que é o bacana. É a gente conseguir botar nossa identidade sem fazer um frankenstein. Fazer um negócio que as pessoas consigam entender de pronto. É um complemento que às vezes se funde com a própria sanfona. Se você pegar um contrabaixo de baião com uma percussão de jazz, por exemplo, casa legal de uma forma que as pessoas vão absorver de uma forma natural. É essa diversidade que dá a identidade da nossa banda. Di Rolê: Vocês citaram Dominguinhos. Ele é o ídolo inspirador da banda? Zabumbazul: Cada um da banda tem um estilo. Eu mesmo (Luizão) gosto mais de pé de serra, é o que ouço em casa, no carro. Mas o Flavinho mesmo tem outros estilos de que gos-

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CAPA ta. É o que dá a cara da banda. Para a banda, para nós três seria o Dominguinhos que é uma referência com quem tivemos contato, tivemos oportunidade de tocar com ele. Dos que convivemos, por mim (Nando) é o Dominguinhos. E pela sofisticação do estilo. De tocar uma sanfona, o estilo como ele tocava, tocou com grandes músicos de jazz. A sofisticação em outros estilos. Eu (Flavinho) acho que Dominguinhos retrata bem isso, além de ser grande referência para todos que querem fazer forró. Acho que Dominguinhos e Luiz Gonzaga são referências primordiais. Di Rolê: E referente à meta da banda desde o início, o que é mais importante para vocês, ter o reconhecimento do público, ter espaço no mercado ou ganhar dinheiro com o que gostam de fazer? Zabumbazul: Eu (Nando) acho que tudo é consequência. Mas acho que principalmente o reconhecimento, porque a partir do reconhecimento abrem-se

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os espaços, as oportunidades. O principal ponto realmente é o reconhecimento dessa cara diferente, desse estilo diferente da linha do pé de serra. Eu (Luizão) acho que não teve ninguém em vida que tenha sido reconhecido que não tenha ganhado dinheiro (risos), mas acho que o dinheiro é consequência. Claro que a gente se preocupa porque tem conta para pagar, mas a gente não faz isso por conta do dinheiro, mas sabemos que virá naturalmente, Deus queira. Di Rolê: Vocês falaram sobre a dificuldade em relação ao mercado cultural de Brasília. Como vocês lidam com essa falta de espaço? Zabumbazul:Deveria haver uma política consolidada em relação à cultura de Brasília. A cultura sempre fica em último plano. Acho que a grande dificuldade é não haver políticas claras para as bandas terem acesso a esses recursos para poderem montar festivais, ficando dependentes de festas privadas. Os espaços abertos

não são muitos na cidade, então as oportunidades acabam se fechando. Sem recurso público, próprio ou parceria privada fica difícil fazer cultura aqui em Brasília. Para esse ano estamos com planejamento de desenvolver nossos próprios eventos, então nosso principal foco em termos de espaço e divulgação é esse. Importante ressaltar que um dos projetos é uma parceria com a Associação Atlética Banco do Brasil (AABB) que abriu espaço para a cultura no DF, para nossa banda. É bom destacar essas parcerias para que outras pessoas abram espaço para fazer música dentro dos clubes. Brasília tem bons espaços, cabe aos presidentes dos clubes se mobilizarem e abrirem. Di Rolê: Quais são as expectativas e os planos para 2016? Zabumbazul: Para nós três é um ano de boas expectativas. Em 2015 a gente fez um trabalho muito legal de busca de repertório justamente para mostrar a cara agora em 2016 com esses novos projetos que estão se abrindo. A gente pretende lançar um novo CD até o fim do ano. Então é um ano com muitas perspectivas boas, estamos muito animados. Teremos a 2ª edição do evento Roda de Forró, que acontecerá dia 23/01 com a presença de forró Kalunga, Trio Sacolejo, 3 de Maria, Marcos Farias e o projeto é um evento que será realizado uma vez por mês, sábado à tarde no bangalô da AABB,

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CAPA com entrada gratuita para associados e convidados. Tem outro projeto, os musicais, mas temos certa dificuldade de acesso ao FAC (Fundo de Apoio à Cultura). A ideia é musicar as sagas nordestinas, principalmente conteúdos que caem nas provas do Enem para divulgar nas escolas públicas. Por exemplo, fazer uma peça sobre a guerra de canudos com a música nordestina como pano de fundo, a banda musicar isso e rodar nas escolas do Distrito Federal. Mas a dificuldade no acesso a recursos acaba embarreirando. A gente acredita que seria de grande utilidade, os atores das peças seriam alunos da rede pública. Então é um projeto que a gente quer viabilizar. Até deixamos espaço aberto para empresas privadas que tenham interesse, entrar em contato pra gente conversar melhor

sobre essa ideia, e outros parceiros, o próprio governo, para podermos levar a cultura para quem precisa e está em formação. E mais um evento seria um forró samba rock, uma festa nossa misturando forró, samba e samba rock. E o trabalho com nossas composições da banda. O CD novo terá 10 musicas nossas, inéditas. E a gente sempre prima por lançar

um CD com releituras de outros artistas, mas com a ideia de trabalhar com composições próprias com essa nossa identidade um pouco doida, tendo o forró como eixo principal, mas agregando essa diversidade musical. A gente fala banda Zabumbazul, forró pé de serra e mistura popular brasileira.

Para acompanhar as novidades da banda, o site oficial da Zabumbazul é www.bandazabumbazul.com.br Facebook: www.facebook.com/zabumbazul Instagram: @bandazabumbazul. Entre nos eventos do Roda de Forró como convidado enviando e-mail para: bandazabumbazul@gmail.com. Agendamento de shows Prof. Marcão: (61) 9292-0640 Duda Barreto: (61) 9613-0259

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fotos ASCOM

Rodas da Paz

MOBILIDADE

Projeto “Bicicleta Viva” alia mobilidade e sustentabilidade na Cidade Estrutural Cidade Estrutural dá exemplos para todo o DF de cidadania e mobilidade urbana Por Karyne Graziane

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MOBILIDADE

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m Brasília ela recebe vários apelidos: magrela, camelo. . . Seja lá por qual nome você a conhece, a bicicleta promete ser o transporte da vez por aliar mobilidade urbana, sustentabilidade e economia. Um exemplo disso é a Oficina Comunitária de Bicicletas da Estrutural, que organiza o Projeto Bicicleta Viva. Em um espaço simples, com ferramentas penduradas nas paredes, crianças, jovens e adultos da comunidade têm aulas para aprender a reciclar, consertar e a montar bicicletas. A ação, que surgiu em 2011, conta com o apoio das ONGs Coletivo da Cidade e Rodas da Paz, além do Movimento Nossa Brasília. Além disso, a iniciativa tem uma rede de compartilhamento de bikes. Todas as bicicletas do projeto são padronizadas com a cor ver-

melha e o adesivo “BIKES COLETIVAS – uma bicicleta a mais”. Os equipamentos são utilizados principalmente por mães de jovens que par ticipam de atividades promovidas pelo Coletivo da Cidade na região. O curso tem duração de dois meses e as aulas são gratuitas. O Projeto Bicicleta Viva promove várias atividades lúdicas como debates, oficinas, seminários e passeios ciclísticos na cidade. Os encontros visam conscientizar a população local para o uso da bicicleta como meio de transporte ecológico, uma vez que o cenário urbano do Distrito Federal tem pelo menos 1,5 milhões de carros em circulação. A lógica da cidade sustentável e a qualidade de vida também são repassadas aos moradores durante as oficinas.

Conforme pesquisa divulgada em setembro de 2015 pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), a Estrutural é a segunda região mais carente do DF. A renda per capita da maioria das famílias é de R$350. Segundo a coordenadora geral da ONG Rodas da Paz, Renata Florentino, a população tem abraçado o projeto. “Na cidade Estrutural a bicicleta é realmente um meio de transporte complementar. A maioria das pessoas ali não tem carro e se locomove a pé ou com a bicicleta. E estamos falando de uma das regiões mais carentes do DF e com um transporte público que chega a ter passagem a R$4. E a bicicleta é uma solução também nesses tempos de crise”, explica a coordenadora. Conheça o projeto ou faça sua contribuição doando aquela bicicleta que não utiliza mais.

Endereço da oficina: Quadra 3, conjunto 4, lote 1, Setor Norte, Cidade Estrutural. ONG Coletivo da Cidade: (61) 3465-6351. ONG Rodas da Paz: http://www.rodasdapaz.org.br/ ou (61) 9333-7880.

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ESPORTE

Integração sem limites Além de ser uma opção de lazer Parque Ecológico de Brasília traz também como opção a prática de esporte para pessoas com necessidades especiais

foto Arquivo

Raia Norte

Por Mariana Dâmaso

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ESPORTE

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rasília não tem praia, mas nem por isso nas férias e durante os finais de semana de muito calor ficamos sem opção de lazer para refrescar e aproveitar a natureza. Pelo contrário, as opções da capital estão crescendo cada vez mais. Entre elas a Raia Norte, localizada no Parque Ecológico das Garças – fim da península do Lago Norte – que oferece aulas como canoagem, kitesurf, stand up paddle, slackline, fortalecimento e alongamento no bambu. O projeto foi iniciado há cinco anos pelo educador físico Daniel Lino, o pedagogo Jerônimo Santoro e o fisioterapeuta André Garcez, com o objetivo de oferecer uma opção de lazer para quem procura unir a prática de esportes com a apreciação da natureza. Dentre as várias opções de modalidades oferecidas criaram também o Projeto Superação, que consiste em um stand up adaptado para cadeirantes. “Um cadeirante me procurou perguntando se tinha o esporte adaptado e não

tinha. A gente já tinha visto que existia em outros países, então estudamos a melhor forma de fazer, testamos em nós mesmos e vimos que dava certo. Hoje já passaram mais de 50 cadeirantes aqui,” explica Daniel. O Projeto superação acontece aos finais de semana no parque e é gratuito para os praticantes. Sempre de forma monitorada e acompanhada o projeto garante a liberdade para quem tem a oportunidade de remar no Lago. Outro projeto também levado em conta pelos frequentadores é a conscientização ambiental. Um exemplo é a distribuição dos saquinhos para que os donos de animais recolham seus dejetos e evitem que as pessoas deixem lixo espalhado na natureza. Aos interessados em curtir um programa mais light, envolvendo natureza e esporte radical, O Parque Ecológico está aberto para visitas de segunda à domingo, das 6h às 20h.

Lazer no Lago Paranoá? Raia Norte: EPPN, s/n - Lago Norte, Brasília - DF Telefone:(61) 8151-4085

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EMPREENDEDORISMO

Venda de produtos a granel é a nova moda na capital Empreendedores estão apostando nessa novidade que tem dado certo Por Elisabete Martins

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ma novidade no mercado local, a loja Ponto Natural é uma das lojas de produtos a granel que oferece esse tipo de serviço em Brasília, onde os clientes podem comprar produtos alimentícios como Goji Berry, carne de soja, aveia, castanha de caju e até mesmo chás na quantidade desejada, de apenas uma unidade a grandes quantidades. Mas afinal, o que são produtos a granel? “Nós compramos produtos a granel quando optamos por não levar o pacote fechado e sim por frações, podendo escolher somente a quantidade desejada, em que o produto será pesado na balança. Nós já vimos esse formato de venda em feiras, mas agora podemos encontrar em lojas também.”

dício. A jovem procurou essa franquia justamente por esse diferencial, já que em Brasília não havia nenhuma loja, na época, que vendesse produtos nesse formato. “O cliente leva a quantidade que ele realmente precisa, podendo optar por pouca quantidade e sempre ter o produto fresquinho”, conta. A loja está estabelecida em Brasília há dois anos e é um grande sucesso entre os clientes. Para os donos, a novidade tem agregado muitos adeptos ao novo modelo de

compra, por ser uma novidade no mercado. Os clientes da loja preferem comprar a granel pelo custo benefício de levar apenas a quantidade desejada. A ponto Natural foi a primeira filial a trazer essa novidade à capital e, atualmente, existem mais duas lojas em Brasília que também vendem produtos nesse formato. Interessou-se em conhecer essa novidade? A loja está localizada no endereço a seguir.

CLN 215 Bloco C Lojas 29/33

Para maiores informações acesse o site www.pontonaturalbrasil.com.br/lojas/brasilia

De acordo com Ana Luisa Avelar, empreendedora do ramo em Brasília e dona da Ponto Natural, o principal objetivo é facilitar e diminuir o desper-

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PALAVRAS AO VENTO

Não quero mais você Não precisamos mais de seus serviços Não tenho medo Não gosto

Não consigo dormir Não sinto nada Não sou orgulhoso Não posso

Não penso nisso Não faz mais sentido Não sinto saudade Não guardo

O Poder do Não Bianca Ramos

Não quero morrer Não tenho vaidade Não como isso Não sonho

E assim a vida segue O tempo passa As coisas mudam E o poder do não continua sempre sendo

REVISTA DI ROLÊ | JAN|FEV2015

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PALAVRAS AO VENTO

Amor, de mesmo sexo Bianca Bruneto

Liberdade! fala a hipocrisia, [Agonia] de mãos atadas. A tal normalidade sem pé nem cabeça não tem coração. Nem parâmetro. Estapeia o cara por ser o que é, Apedreja a moça [por não ser] como querem. Vive na realidade cheia de cores, Regada a flores e espinhos. De histórias, melodramas arritmados como muitos. Rejeições, Tantas na vida Interjeições Ai de mim! Diante de um Apartheid Implorar: Perdoe-me, por nascer. [assim]

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