ano Xxi • nº 256 março de 2014
marca
comercial
Os similares poderão ter uma nova embalagem. A exemplo do que ocorre com os genéricos, existe a possibilidade de comercialização em embalagens com as letras EQ, que fazem referência à palavra Equivalente
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editorial
Polêmica no ar
A proposta do Governo Federal prevê que os medicamentos similares custem no máximo 65% do preço do medicamento de referência
DIRETORIA Gustavo Godoy, Marcial Guimarães e Vinícius Dall’Ovo EDITORA-chefe Lígia Favoretto (ligia@contento.com.br) assistente de redação Flávia Corbó EDITORa de arte Larissa Lapa Assistentes de arte Junior B. Santos e Rodolpho A. Lopes DEPARTAMENTO COMERCIAL executivas de contas Jucélia Rezende (jucelia@contento.com.br) Luciana Bataglia (luciana@contento.com.br)
Uma proposta governamental tem causado grande movimentação no setor nos últimos dias. A iniciativa do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) prevê que os medicamentos similares custem no máximo 65% do preço do medicamento de referência. No entanto, essa mudança não interfere apenas na política de preços. Ela amplia a penetração dos similares à medida que permite que essa classe de medicamentos passe a ter condição semelhante a dos genéricos. Com isso, o farmacêutico poderá indicar o produto como substituto do medicamento de marca para o consumidor, ou seja, ele será intercambiável, uma prerrogativa nunca antes pensada. Se aprovadas as novas regras, os similares passarão a ser comercializados em embalagens com as letras EQ, que fazem referência à palavra Equivalente. Em linhas gerais, a mudança proposta quer impor testes mais rigorosos de bioequivalência entre os medicamentos similares e os de marca. Isso significa que toda medicação similar deverá ter comprovação de funcionamento semelhante aos chamados “medicamentos de referência”. Entidades do setor não quiseram se
assistentes do Comercial Juliana Guimarães e Mariana Batista Pereira DEPARTAMENTO DE assinaturas Morgana Rodrigues
manifestar, já que existe a possibilidade de que as propostas dessa consulta pública não vinguem. Acompanhe na íntegra os dados apurados e os debates que permeiam os novos possíveis rumos para a fabricação e comercialização dos similares. Outro grande assunto de destaque fica por conta do reajuste de preços de medicamentos para 2014. O índice deve ser revelado no fim deste mês. Depois de um ano com fortes oscilações do dólar, inflação em alta e crescimento da renda do trabalhador, a expectativa dos fabricantes é de que o índice de reajuste deste ano seja superior ao teto de 6,31% estabelecido em 2013. Nos últimos cinco anos, a média foi de 5,78%. O valor está pouco acima da média de inflação de 5,69%. A nós, resta esperar a determinação da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). Acompanhe o desdobramento do assunto na próxima edição. Boa leitura. Lígia Favoretto Editora-chefe
MARKETING DIGITAL Andrea Guimarães Noemy Rodrigues
> www.guiadafarmacia.com.br
DEPARTAMENTO FINANCEIRO Fabíola Rocha e Cláudia Simplício
Colaboradores da edição Revisão Raquel Alves Textos Adriana Bruno, Egle Leonardi, Rodrigo Rodrigues, Tassia Rocha e Vivian Lourenço Colunistas Benny Spiewak, Gustavo Semblano, Silvia Osso e Yara Leal de Carvalho
ASSESSORIA TÉCNICA E LISTA DE PREÇOS Kátia Garcia e Antônio Gambeta
IMPRESSÃO Abril Gráfica
Marketing e Projetos Luciana Bandeira
capa Shutterstock
coordenador DE CIRCULAÇÃO Cláudio Ricieri
Guia da Farmácia é uma publicação mensal da Contento. Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010. Tel.: (11) 5082 2200. E-mail: contento@contento.com.br Os artigos publicados e assinados não refletem necessariamente a opinião da editora. O conteúdo dos anúncios é de responsabilidade única e exclusiva das empresas anunciantes.
analista de marketing Lyvia Peixoto
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sumário #256 março 2014
e mais
72 CAPA
34 > debate O Governo Federal quer impor testes mais rigorosos de bioequivalência e lançar uma nova linha de ‘‘medicamentos equivalentes’’. O mercado vê as mudanças com bons olhos, mas teme criminalização dos medicamentos de referência
40 > Pesquisa Enquanto o Ministério da Saúde aplica medidas de redução de custos dos medicamentos similares em até 35%, a maioria dos consumidores afirma que não consideram a redução do preço prioridade na área da saúde
50 > Conjuntura Grandes empresas e pequenos varejistas aguardam com ansiedade a divulgação do índice de reajustes de preços dos medicamentos para 2014, que será feita pela CMED. Expectativa do setor é para reposição de perdas da inflação e do aumento do dólar
56 > Ponto de venda Ainda que o brasileiro tenha sofisticado o consumo e busque diferentes atributos no momento da compra, o preço segue como fator determinante no varejo e ganha a preferência quem oferecer as melhores condições
62 > Mercado A força e o tamanho da classe C garantiram a estabilidade da economia brasileira nos últimos anos. Mas nem essa poderosa faixa populacional é capaz de resistir aos efeitos da alta da inflação e do excesso de endividamento
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06 > Guia On-line 10 > Entrevista 16 > Antena Ligada 24 > Atualizando 32 > Guia da Farmácia Responde 72 > Atendimento 78 > Categoria 86 > Recursos Humanos 92 > Gestão 96 > Carreira
Caderno Saúde 102 > Coração 108 > Azia e má digestão 114 > Artigo 116 > Olhos 122 > Alergias de pele 126 > Mix 130 > Sortimento 134 > Produto 142 > Beleza 148 > Legislação 154 > Evento 166 > Sempre em Dia 170 > Serviços
colunas 31 > Consultor Jurídico Gustavo Semblano 84 > Varejo Silvia Osso 100 > Treinamento Yara Leal de Carvalho 162 > atualidade Benny Spiewak
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Classe forte
O tamanho continental do Brasil faz com que a presença e o comportamento da classe C varie de região para região.
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Discussão calorosa Anvisa promove debates sobre o controle da venda de anti-inflamatórios tarjados.
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o que rola nas redes sociais
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Viagra feminino começa a ser comercializado
sua opinião é muito importante para nós Para fazer elogios, críticas ou dar sugestões ao Guia da Farmácia, escreva para a redação: Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010 ou ligia@contento.com.br. Queremos saber o que você pensa!
Novidade nas gôndolas
E quando a gente acha que não dá mais para se surpreender, a indústria farmacêutica lança uma dessas! Thais Morais, em respostas à nota Viagra feminino começa a ser comercializado, publicada no dia 12 de fevereiro, no Facebook do Guia da Farmácia
Revolta contra pagamento Aplicativo vai dedurar as farmácias ilegais
Mentira, o que falta é remuneração digna. As farmácias comerciais oferecem vagas com salário de R$ 1.000 a R$ 2.000. Daqui a pouco teremos que trabalhar por um salário mínimo. Nara Cristina Caldas, em respostas à nota Faltam farmacêuticos nas farmácias do Brasil, publicada no dia 31 de janeiro, no Facebook do Guia da Farmácia
Indignação comercial Vacinação contra esquistossomose em 2016
Vitamina B12 injetável está em falta nas farmácias locais Abradilan realiza a maior feira do setor farmacêutico
Farmácia é igual à decadência total. A essência da farmácia se perdeu com o decorrer dos anos, pois os custos operacionais são altíssimos. Hoje em dia não vale a pena ser dono de farmácia, tenho dois estabelecimentos e não vejo nenhuma vantagem. Rafael Carvalho de Oliveira, em resposta à nota 35% das farmácias não têm farmacêutico em tempo integral, publicada no dia 21 de janeiro, no Facebook do Guia da Farmácia
Pergunte e nós responderemos! Se você tem dúvidas ou qualquer tipo de curiosidade sobre o mercado, empresas ou sobre suas atribuições, escreva para nós! Nossos colunistas estão de plantão para atendê-lo na seção Guia da Farmácia Responde. Veja mais na pág. 32. 2014
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Entrevista - Mundipharma
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fotos: felipe mariano
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Gerenciando
a dor
Pacientes que sofrem de doenças crônicas graves e incuráveis podem se deparar com uma nova onda de analgésicos e anti-inflamatórios que garantem melhor qualidade de vida
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Por Lígia Favoretto
Líder no gerenciamento da dor, a Mundipharma inicia suas operações no Brasil em função do mercado e da relevância no cenário mundial. A empresa tem uma grande missão, que é trazer aos pacientes acesso a tratamentos inovadores não apenas em dor, mas também em oncologia, reumatologia e doenças respiratórias. O Guia da Farmácia conversou, com exclusividade, com o diretor-geral da Mundipharma no Brasil e América-Latina, Amaury Guerrero, sobre a importância de oferecer alternativas que aliviem e garantam uma qualidade de vida melhor à parcela da população que sofre com doenças graves, que causam muita dor. O executivo tem mais de 25 anos de experiência na indústria farmacêutica, ocupando cargos de liderança no Brasil, EUA, Chile e México. Graduado em Administração de Empresas e Marketing pela Escola Superior de Propaganda & Marketing e MBA em Programa Executivo Global OneMBA pela Fundação Getulio Vargas (FGV), é natural de São Paulo, casado e tem 2 filhos.
Guia da Farmácia • A Mundipharma veio para o Brasil em setembro 2013. Por que investir no Brasil? Amaury Guerrero• O Brasil tem uma forte presença na economia internacional e oferece um grande espaço para a expansão na área farmacêutica. Além disso, o mercado da dor, um dos mais importantes para nós, tem um enorme potencial de crescimento aqui. Existe uma grande necessidade não atendida no tratamento de pacientes com dores causadas pelo câncer e por outras enfermidades, e a nossa responsabilidade como líder global em dor é oferecer inovação e acesso a novas tecnologias terapêuticas para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Guia • Além do Brasil, a Mundipharma está se estabelecendo também na Colômbia e no México. Haverá expansão para outros países? Guerrero • As operações da Mundipharma na América Latina se estenderão à Venezuela e Argentina em 2014. Nos próximos anos, pretendemos abrir escritórios no Chile, Equador, Peru e América 2014 março guia da farmácia
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Entrevista - Mundipharma
Central, onde operamos com distribuidores locais através de licenciamento de nossos produtos. Atualmente, a empresa está presente nos EUA, Europa e Ásia, onde somos reconhecidos como a principal companhia no gerenciamento da dor. Guia • A Mundipharma, por meio de empresas independentes, está presente em todos os continentes. Como funciona essa forma de atuação? Guerrero • Esse modelo de negócio, chamado de companhias associadas independentes, oferece ao mercado as vantagens de ter empresas que são globais, trabalhando de uma maneira mais independente nos mercados regionais. Ou seja, permite agilidade nas decisões e um melhor aproveitamento de oportunidades locais. Guia • Nesse modelo de negócio existe uma sede? Guerrero • No nosso modelo de negócio, não temos um HQ Global. Nossa sede regional Ásia Pacífico e América Latina fica em Cingapura. As origens da Mundipharma vêm de 1950, com a aquisição da Purdue Pharmaceuticals nos Estados Unidos. Em menos de duas décadas, a companhia expandiu-se para diferentes países da Europa a partir do estabelecimento da Mundipharma na Suíça, em 1957. Guia • O objetivo é oferecer soluções para o alívio da dor crônica moderada a severa, de origem oncológica ou outras condições malignas, através de analgésicos de liberação imediata e controlada. Por que o mercado da dor e, especificamente, a oncologia são interessantes para a Mundipharma? Guerrero • De acordo com os estudos da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED), a dor crônica afeta, em média, 40% dos brasileiros, um número que varia de acordo com cada região do País. O nicho de tratamento da dor corresponde a 70% da receita global da Mundipharma. Muitas pessoas sofrem com a dor e quase sempre ela é subtratada. No Brasil, existe uma grande necessidade não atendida no tratamento de pacientes com dores causadas pelo câncer e outras enfermidades, e a nossa responsabilidade como farmacêutica é oferecer inovação e acesso mais fácil às estratégias terapêuticas para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. 12
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Guia • A população acometida pelo câncer ainda sofre muito com a ausência de medicamentos que tratam a dor de forma eficaz? Guerrero • Existem opções no mercado, porém há espaço para alternativas inovadoras e isso é o que a empresa busca, oferecer inovação e acesso mais fácil para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Outro ponto importante é investir cada vez mais em atualizações para os médicos, um importante pilar da nossa estratégia, para que eles fiquem a par de todas as inovações e tecnologias que estamos trazendo para os pacientes que sofrem de dores crônicas, oncológicas ou não. Guia • Os produtos Mundipharma se diferenciam dos demais disponíveis no mercado em que aspecto? De que forma eles propiciam alívio e melhor qualidade de vida aos doentes crônicos? Guerrero • A Mundipharma é responsável pelo Oxycontin® (oxycodona), um analgésico usado nos tratamentos da dor moderada a severa, no período pós-operatório, nas dores oncológicas, entre outros. Como diferencial, o produto contém oxicodona imerso em uma matriz com camada dupla, que permite uma liberação gradual do medicamento na corrente sanguínea, após a ingestão. Esse sistema inovador de liberação gradual impede a presença de doses elevadas na circulação, proporcionando um controle mais eficaz da dor, com apenas dois comprimidos por dia. Guia • Esse é o único produto disponível no portfólio brasileiro? Guerrero • A empresa possui o Oxycontin® e já pensa em novas soluções inovadoras para o mercado. Neste ano traremos uma nova formulação do Oxycontin® com uma tecnologia exclusiva e segura ao paciente, já que dificulta o uso indevido. A nova versão desse medicamento, o Oxycontin®ORF®, foi lançada em 2010 nos EUA e está chegando ao Brasil. O diferencial está na infusão de polímeros (macromoléculas) que compõem o comprimido, tornando difícil o esmagamento da pílula e impedindo que os ingredientes de efeito prolongado sejam dissolvidos ou inalados. Em poucas palavras, em vez de virar um pó triturado, o medicamento se transforma em uma espécie de gel que não pode ser utilizado indevidamente. Ainda em 2014 lançaremos o Restiva®, que é a
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buprenorfina na forma de um adesivo transdérmico, destinado ao tratamento de dores crônicas. O produto tem algumas características muito interessantes, como o fato de disponibilizar três doses diferentes, o que permite ao médico individualizar o tratamento. Outro aspecto é a liberação do medicamento ao longo de uma semana, sem a necessidade de múltiplas tomadas diárias, como é o caso dos tratamentos por via oral. Isso pode ser uma vantagem para qualquer tipo de paciente, mas, sobretudo, para os idosos, que já tomam muitos medicamentos. Guia • Qual a expectativa de novos lançamentos ano a ano? Guerrero • O Oxycontin® nova fórmula ORF® e Restiva® são aguardados para este ano e estão em aprovação. Além disso, estamos submetendo 15 novos produtos à aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nos próximos cinco anos. A Mundipharma investe 14% do seu faturamento global em pesquisa e desenvolvimento, um dos mais significantes valores da indústria farmacêutica. Os centros de pesquisa estão localizados nos Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha, liderados por renomados médicos e cientistas. Guia • Importar produtos é, normalmente, mais vantajoso do que fabricá-los em territó-
rio nacional. A Mundipharma manterá essa linha ou, em algum momento, haverá fabricação brasileira? Guerrero • Nosso objetivo é proporcionar o melhor nível de acesso dos nossos produtos à população. Vamos considerar essa possibilidade a partir do momento em que for possível produzir localmente e colocar os nossos produtos no mercado com uma melhor condição de acesso aos pacientes. Atualmente, os produtos Mundipharma são fabricados em complexos industriais em diferentes países como EUA, Canadá, Inglaterra e Alemanha. No caso do Brasil, nossos produtos são produzidos nos EUA. Guia • De que forma a Mundipharma se comunica com o varejo farmacêutico, sobretudo para a comercialização dos OTCs? Guerrero • Estamos compartilhando com o varejo nossa abordagem estratégica de desenvolvimento da categoria de analgésicos, com uma estrutura de força de vendas robusta e investimentos em longo prazo no Brasil. O varejo precisa naturalmente se preparar para atender à demanda crescente de Oxycontin®, afinal, tivemos um rápido crescimento de vendas, ajudando a aumentar o tíquete médio das farmácias e nossos principais parceiros. Quanto a nossa linha OTC, estamos ainda em uma fase de introdução dos produtos. 2014 março guia da farmácia
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Mercado aquecido
Brasil tem novo ministro da Saúde. Arthur Chioro assume o posto e conduzirá o programa “Mais Médicos”, já que Alexandre Padilha concorrerá ao governo de São Paulo Mais regras
O Comitê Orientador para Implantação dos Sistemas de Logística Reversa (CORI) aprovou, em janeiro, o pedido de prorrogação do prazo de encerramento do edital, aberto desde outubro de 2013, para receber propostas de acordo setorial para implantação do sistema de logística reversa de resíduos de medicamentos. A reunião foi presidida pelo secretário executivo do ministério do Meio Ambiente, Francisco Gaetani. • http://portalsaude.saude.gov.br 16
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Novo Ministro
Médico e pesquisador especializado em saúde coletiva, o novo ministro da Saúde, Arthur Chioro, vai conduzir um dos programas tidos como carro-chefe do governo Dilma, o “Mais Médicos”. Chioro assumiu o cargo no dia 3 de fevereiro, já que Alexandre Padilha irá se candidatar ao cargo de governador do Estado de São Paulo. • http://portalsaude.saude.gov.br fotos: shutterstock/uol/João Yosikasu Maeda
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ANO DE ACORDOS
O ritmo quente de negócios nos setores farmacêutico e de biotecnologia de 2013 não deve arrefecer este ano, graças às novas tecnologias direcionadas a necessidades médicas que ainda não são atendidas. Entre 2011 e 2016, patentes em mercados desenvolvidos vão expirar sobre medicamentos de marca que, de outro modo, gerariam vendas de 127 bilhões de dólares segundo a empresa de dados do IMS Health. • www.imshealth.com
CIFARMA NA ABRADILAN
De 19 de 21 de março, a Cifarma estará presente na maior feira de negócios da indústria farmacêutica: a Abradilan Farma & HPC 2014. Novidades aguardam os clientes no estande nº 57 da Cifarma. Cifarma – Cuidando da qualidade da vida • www.cifarma.com.br
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Investimentos farmacêuticos A Abbott Brasil anuncia que completou a separação do negócio de farmacêuticos baseados em pesquisa no Brasil, que passa a se chamar AbbVie, uma nova empresa biofarmacêutica independente. Em outubro de 2011, a Abbott anunciou a separação em duas empresas independentes, já que seus negócios evoluíram em duas diferentes características de investimento. Leia, na próxima edição do Guia da Farmácia, uma entrevista exclusiva com o gerente-geral da Abbott no Brasil, Juan Carlos Gaona. • www.abbottbrasil.com.br
Consumo nas farmácias
O verão impulsiona a venda de vários produtos da área de beleza e higiene pessoal nas farmácias. É nesse período, de dezembro a março, que cresce a procura por repelentes, bronzeadores, hidratantes, protetores e bloqueadores solares, sendo os dois últimos os campeões da estação. Nas Farmácias Pague Menos, única varejista presente em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal, as compras desses itens têm um acréscimo de mais de 50% em comparação com os meses de inverno. • http://loja.paguemenos.com.br
Oportunidades no Brasil
O grupo farmacêutico suíço Roche, primeiro produtor mundial de tratamento contra o câncer, sinaliza interesse em fazer aquisições, inclusive no Brasil, usando parte dos quase US$ 18 bilhões que tem em caixa. O presidente executivo da Roche, Severin Schwan, afirmou que a empresa está atenta a oportunidades que surgirem no Brasil, porque o País continua a ser um mercado muito importante, está crescendo e, por isso, querem aumentar sua presença. • www.roche.com.br 18
Reconhecimento Mundial
Em sua lista das “Melhores Empresas para Líderes 2014”, a revista americana Chief Executive apontou pelo terceiro ano consecutivo a P&G como a melhor empresa global para o desenvolvimento de líderes. Desde 2005, a revista identifica as empresas que se destacam no desenvolvimento de seus líderes. Em colaboração com o Chally Group Worldwide, organização americana especializada em vendas e na gestão de talentos e líderes, e com Human Capital Institute, a publicação relaciona uma série de empresas de nível mundial por meio de pesquisas e entrevistas, com o objetivo de entender o que elas fazem para identificar e treinar as pessoas que estão três ou mais níveis abaixo do CEO. • www.pg.com/pt_BR
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Grupo Tommasi desponta no mercado farmacêutico
Morre ex-presidente do CFF
A morte do ex-presidente do Conselho Federal de Farmácia (CFF), Jaldo de Souza Santos, ocorrida no dia 3 de fevereiro, em Goiânia, encerra um ciclo da história da Farmácia, no Brasil, e deixa de luto toda uma categoria profissional. Souza Santos exerceu a profissão desde 1955, quando adquiriu a modesta Farmácia do Povo, numa rua central da capital goiana. Pioneiro no bairro, o estabelecimento transformou-se numa referência em saúde, num tempo em que havia poucos médicos na cidade. “Eu atendia por dever, por prazer, por sacerdócio”, costumava dizer. Mas, ali na farmácia, Souza Santos também começava a articular sua incursão na política farmacêutica. Disse que sofreu na pele a ação do interesse financeiro, que buscou rebaixar o medicamento à condição de mercadoria e transformar muitas farmácias em mercearias. Ajudou a implantar o Conselho Regional de Farmácia de Goiás, do qual foi Presidente. Depois, elegeu-se, por sete vezes seguidas (de 1998 a 2011), Presidente do CFF. • www.cff.org.br
Com mais de 50 anos de atuação no mercado brasileiro, o Grupo Tommasi se consolida como uma empresa de soluções laboratoriais e pesquisas diagnósticas, e diversifica seus serviços investindo no ramo de importação de produtos farmacêuticos, sendo alguns já bastante conhecidos dos consumidores, como o Fleet Enema. Visitando o histórico, o grupo deu início às atividades com a Tommasi Laboratório, focada em oferecer atendimento em exames de análises clínicas com exigente controle de qualidade. Para tanto, investe constantemente em modernos equipamentos laboratoriais, treinamento da equipe e avançados recursos de tecnologia que possibilitam cada vez mais rapidez, confiabilidade e comodidade aos seus clientes. Na sequência, vieram outras divisões, como o Instituto Tommasi, a Tommasi Analítica, o E-dna, entre outras. A mais recente aposta do grupo é a divisão de importação e comercialização de produtos farmacêuticos, e de outros segmentos, a Tommasi Trading. É uma empresa que pesquisa o mercado global em busca de oportunidades de negócios com a expertise necessária para realizar transações internacionais, abrangendo as fases administrativa, fiscal e cambial dos processos de importação e exportação. Nesse sentido, a Tommasi Trading é a detentora da patente do Fleet Enema, produto presente no Brasil há mais de 30 anos, vendido em mais de 60 países, e tradicionalmente conhecido e recomendado pela classe médica. • www.tommasi.com.br
Aposta em suplementos
Com 115 anos de história e presente em mais de 60 países do mundo, uma das mais bem-sucedidas multinacionais europeias do ramo farmacêutico e de suplementos alimentares, a alemã Queisser Pharma GmbH, anuncia a entrada da marca Doppelherz® aktiv no Brasil. A aposta no potencial do mercado nacional em produtos do segmento de suplementos alimentares de vitaminas e minerais coloca o País como principal operação da América Latina. • http://queisser.com 20
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VALOR A PAGAR
NOVA VERSÃO
Uma nova versão do Guia de Submissão Eletrônica de Bulas foi publicada para orientar o envio dos arquivos eletrônicos à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), visando à publicação das bulas no bulário. Na versão 5, há a definição do prazo de 30 de junho deste ano para que as empresas submetam todas as bulas dos medicamentos que não possuem Bula Padrão, caso ainda não a tenham realizado. • http://portal.anvisa.gov.br
Uma corte determinou que a Bayer não pagou o suficiente para alguns ex-acionistas da Schering na aquisição de sua rival alemã em 2007, devendo pagar, agora, mais de € 300 milhões (US$ 392 milhões) em compensações, informaram os advogados dos acionistas. Investidores da Schering que não aceitaram a oferta da farmacêutica rival alemã de € 89,36 por ação, em julho de 2006, são elegíveis a receber € 124,65, mais juros, para cada ação que tinham antes de a Bayer assumir o controle completo da Schering, afirmou o escritório de advocacia Dreier Riedel. • www.bayer.com.br
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Novo banco de dados
Falta de medicamentos
Diabéticos, hipertensos e pessoas com problemas de infecção estão enfrentando dificuldades para conseguir os medicamentos indicados para o tratamento de suas doenças nas farmácias das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da capital paulista. Isso porque, desde o ano passado, quase 70 milhões de produtos de 28 diferentes tipos deixaram de ser entregues pela Fundação para o Remédio Popular (Furp) às UBSs. Um sofrimento ainda maior especialmente para quem não tem outros meios para obter os medicamentos. • www.furp.sp.gov.br
Com 27 anos de atuação na região sul, a Rede de Farmácias e Drogarias Nissei adquiriu dois Oracle Exadata Database Machine X3-2, com o objetivo de simplificar e fortalecer sua infraestrutura tecnológica a fim de apoiar seu ritmo acelerado de crescimento, incluindo a abertura de 40 novas lojas por ano. A partir da implementação realizada em maio de 2013, o Oracle Exadata Database Machine melhorou os processos operacionais da rede de farmácias e agilizou o processamento de três áreas estratégicas: vendas, compras e logística. Com isso, a empresa também passou a contar com backup das informações nos dois equipamentos. • www.drogariasnissei.com.br
Assinaturas foram entregues ao Congresso Nacional
O abaixo-assinado da campanha “Sem imposto, tem remédio”, uma parceria entre a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) e a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), foi entregue ao Congresso Nacional no dia 12 de fevereiro. A ação teve início em outubro de 2013 e coletou 2,7 milhões de assinaturas em cadernos que ficaram disponíveis em seis mil farmácias de todo o País, e mais 22 mil no abaixo-assinado digital no Avaaz, site de petição eletrônica. O documento será registrado em cartório. Atualmente, cerca de 70% dos medicamentos consumidos pelos brasileiros são pagos do próprio bolso. “Por ser um mercado regulado pelo governo, se hoje os medicamentos fossem livres de tributação, ficariam imediatamente cerca de 30% mais baratos para o consumidor final”, explica o presidente executivo da Interfarma, Antônio Britto. Com alíquotas de 34%, o Brasil é um dos campeões mundiais em tributação sobre medicamentos. “O consumidor paga imposto como se estivesse adquirindo um bem supérfluo, incompatível com sua renda econômica, comenta o presidente executivo da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto. • www.abrafarma.com.br • www.interfarma.org.br 22
Vendas no varejo
As vendas do comércio varejista brasileiro registraram alta de 0,7% em novembro de 2013, na comparação com outubro de 2013, de acordo com a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a nona alta consecutiva, influenciada pelos ramos de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, e pelo de tecidos, vestuário e calçados, que apresentaram altas de 1,6% e 1,5%, respectivamente. Na comparação anual, houve expansão de 7,0% em relação a novembro de 2012, a maior em 12 meses. • www.ibge.gov.br
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O Herbarium, laboratório referência no segmento fitoterápico, lança o xarope Alcatoss®, produzido com extrato seco padronizado das raízes da planta Glycyrrhiza glabra. Indicado para bronquite e tosse com expectoração, o produto ocupa uma lacuna do mercado gerada pela ausência de xaropes à base de alcaçuz, tradicionalmente associado à prevenção e ao tratamento de problemas respiratórios. O alcaçuz era utilizado na Grécia antiga para acalmar a tosse. Com o passar dos anos, seu uso foi associado ao combate dos sintomas, como a tosse carregada (com catarro) e crises de bronquite. MS 1.1860.0091 www.herbarium.net FOTOS: DIVULGAÇÃO
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COSELEN Multilab
Hynib Tabs Teuto
Ampliando ainda mais seu portfólio, o laboratório Teuto disponibiliza o produto Hynib tabs no mercado. Trata-se de um suplemento mineral à base de picolinato de cromo e cálcio, que auxilia na redução de peso quando associado a uma dieta equilibrada e exercícios regulares. Hynib tabs está disponível em embalagem com 60 tabletes mastigáveis sabor coco, sendo de uso prático, pois a ingestão recomendada é de 2 tabletes ao dia. O produto não contém açúcar. MS Produto isento de registro, de acordo com a RDC 27/10 www.teuto.com.br
Chega ao mercado mais uma novidade da Multilab: Coselen (tioconazol 280 mg/ mL). O medicamento é indicado para o tratamento tópico de micoses na unha causadas por fungos suscetíveis ao tioconazol. Para facilitar a aplicação, o frasco possui tampa com pincel e indicações de uso na própria embalagem. Coselen é a única solução para unhas do mercado à base de tioconazol e com 28% de concentração. Além disso, é isento de prescrição médica. MS 1.1819.0117 www.multilab.com.br
Besilato de anlodipino Cimed
Flora 5 Cifarma
Flora 5 é o probiótico da Cifarma que foi desenvolvido com 5 cepas (5 bilhões UFC – Unidades Formadoras de Colônias). É indicado nos casos de desequilíbrio da microbiota intestinal (tipo de bactéria), promovendo equilíbrio e bem-estar. Flora 5 vem em uma caixa com 6 sachês de 2 g cada um. MS 6.5426.0006.001-2 www.cifarma.com.br 26
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O Grupo Cimed acaba de lançar o genérico do besilato de anlodipino que está entre as 30 principais moléculas do mercado. O produto possui duas apresentações: 5 mg com 30 comprimidos e 10 mg com 30 comprimidos. É indicado como medicamento de primeira escolha para o tratamento da hipertensão arterial e angina de peito devido à isquemia miocárdica. MS 1.4381.0161.002-3 (5 mg) MS 1.4381.0161.005-8 (10 mg) www.grupocimed.com.br
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FLEET ENEMA GRUPO TOMMASI
O Fleet Enema é um produto tradicional, importado dos Estados Unidos, onde é comercializado desde 1953. Chegou ao Brasil em meados de 1976, e desde então é conhecido pelos pacientes e indicado pelos médicos, mas também tem sua venda livre ao consumidor final. Hoje o produto é largamente utilizado para procedimentos pré e pós-operatórios, limpeza do intestino constipado e alívio rápido para casos de prisão de ventre. Sua embalagem não contém látex, o que reduz o risco de alergia, além de portar uma cânula lubrificada, o que oferece mais conforto na aplicação, e ser higiênico e pronto para o uso em dose única. É simples de aplicar e eficiente na ação. Atualmente, pode ser encontrado nas principais redes de farmácia de todo o Brasil. MS 1.2847.0001 www.tommasi.com.br
CARTOLIFE NATURELIFE
Um produto à base de óleo de cártamo, vitamina E e ácidos graxos essenciais – linoleico (70%) e oleico (20%). Ele acelera o metabolismo, acarretando a perda de gordura, aumenta a tonicidade muscular, auxilia na redução do apetite e na regularização do LDL (colesterol ruim) e triglicérides. É um antioxidante natural, que age em mulheres com tensão pré-menstrual. MS 4.8627.0024.001-5 www.naturelife.ind.br
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TEUCIPROX® Teuto
O laboratório Teuto disponibiliza no mercado mais um medicamento similar. Trata-se do antibiótico Teuciprox®. O produto, que possui o cloridrato de ciprofloxacino como princípio ativo, é utilizado para o tratamento de infecções complicadas e não complicadas causadas por microrganismos sensíveis ao ciprofloxacino. Teuciprox® está disponível na concentração de 500 mg na forma farmacêutica de comprimido revestido, em apresentação com 7 e 14 comprimidos. MS 1.0370.0569.002-6 (com 7 comprimidos) MS 1.0370.0569.004-2 (com 14 comprimidos) www.teuto.com.br
MAXIMUS Cifarma
A Cifarma lança o Maximus AZ com ômega 3, um suplemento completo com vitaminas e minerais de A a Z e ômega 3, desenvolvido para atender às necessidades nutricionais do brasileiro. Todas as vitaminas de Maximus AZ estão dentro da IDR (Ingestão Diária Recomendada, RDC 269/05), que traz segurança para o consumidor. Maximus AZ vem em blíster (praticidade e segurança) com 30 e 90 cápsulas gelatinosas moles. Maximus AZ é o máximo em suplementação. MS 6.2582.0020.001-9 www.cifarma.com.br
CONTHENC Multilab
A Multilab lança ConthenC, sua vitamina C em comprimidos de 500 mg, disponível na apresentação com 30 comprimidos. Indicado como suplemento vitamínico, o ConthenC auxilia no sistema imunológico, possui propriedades antioxidantes e não contém açúcar. A dose diária recomendada é de 1 comprimido duas vezes ao dia. MS 1.1819.0131 www.multilab.com.br 28
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PLANTOLAXY Natulab
O Plantolaxy® é um medicamento fitoterápico à base de Plantago ovata Forsk . O lançamento da Natulab mantém a regularidade do intestino, sendo indicado nos casos de constipação intestinal (prisão de ventre) e diarreia. O produto está disponível nas versões farma e hospitalar, com cartuchos contendo 10, 50, 100 e 200 envelopes de 5 g cada um. MS 1.3481.0059 www.natulab.com.br
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consultor jurídico
Funcionamento
E
Esta não é a primeira vez que escrevo um artigo envolvendo o Programa Farmácia Popular do Brasil (PFPB), mas o faço com base em recentes casos concretos que recebi como advogado. A Portaria MS nº 971/2012 é a norma básica do PFPB, a qual estabelece que obrigatoriamente em cada operação devem ser emitidas duas vias do cupom fiscal e do cupom vinculado, contendo este diversas informações, sobretudo a assinatura do beneficiário ou do seu representante legal (arts. 19, III, e 21), após a prévia apresentação de documento oficial com foto no qual conste seu CPF e sua fotografia (art. 23, I). Tem sido cada vez mais frequente a realização de auditorias por parte do Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus), órgão do Ministério da Saúde, nas farmácias e drogarias que aderiram ao PFPB, com o objetivo de verificar a idoneidade das autorizações realizadas. No entanto, tem sido visto um aumento considerável de farmácias e drogarias vinculadas ao PFPB que, após a auditoria, acabam tendo descobertas vendas a pessoas falecidas. O problema é que a venda a pessoas falecidas por meio do programa não gera apenas multas e descredenciamento do estabelecimento por parte do Ministério da Saúde. O parágrafo único do art. 42 da Portaria MS nº 971/2012 autoriza
foto: DIVULGAÇãO
Artigo Consultor juridico256.indd 31
ilegal
claramente o Ministério da Saúde a encaminhar cópias dos autos à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal para a apuração de crimes contra bens, serviços e interesses da União. Isso por que, em tese, a utilização do PFPB para a venda a pessoas falecidas caracteriza o crime de estelionato, previsto no art. 171 do Código Penal, que assim dispõe: Art. 171 – Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento: Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos de réis. A Justiça Federal, o Ministério Público Federal e a Polícia Federal entendem que, a partir do momento em que a drogaria ou farmácia integrantes do PFPB, por meio de seus sócios, vende produtos a pessoas falecidas, acaba por obter vantagem ilícita em prejuízo da União (Ministério da Saúde) e por meio fraudulento. A rigor, o processo criminal é direcionado para os sócios da farmácia ou drogaria que praticou o crime de estelionato, por se compreender que são os responsáveis pela gestão da empresa e que poderiam – ou ao menos deveriam – ter tido mais cuidado com o dinheiro público. É mais um alerta aos que utilizam o programa.
A VENDA A PESSOAS FALECIDAS NO PROGRAMA FARMÁCIA POPULAR DO BRASIL E O CRIME DE ESTELIONATO
G u s tav o S e mb l ano Advogado e consultor jurídico da Associação do Comércio Farmacêutico do Estado do Rio de Janeiro (Ascoferj) e da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), regional Estado do Rio de Janeiro. Atualmente, cursa pós-graduação em Direito da Farmácia e do Medicamento na Faculdade de Direito de Coimbra (Portugal)
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Faço um curso técnico em farmácia e Gostaria de saber se os técnicos podem ter inscrição no conselho. Nossa profissão é reconhecida pelo CFF e CRF? 3 32 2 g gu ui ai a d da a f fa ar rmmá ác ci ai a mma ar rç ço o 2 20 01 14 4
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fotos: shutterstock/divulgação
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envie sua pergunta, nós respondemos!
Dr a . S i l m a r a A lv e s B o net t i
Pergunta enviada por Pierrison Danilo, técnico em farmácia, de queimadas (PB)
O
O Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP) informa que, de acordo com o artigo 4° da Resolução 521 de dezembro de 2009, do Conselho Federal de Farmácia (CFF), poderão se inscrever no Conselho Regional de Farmácia farmacêuticos, auxiliares técnicos em laboratórios industriais farmacêuticos, laboratórios de análises clínicas, de pesquisas relativas a alimentos, drogas, tóxicos ou medicamentos. O profissional deve preencher requerimento padronizado, ter capacidade civil, diploma, certificado ou atestado comprobatório da conclusão do curso para a atividade profissional e não ser nem estar proibido de exercer sua atividade profissional. O CRF-SP lembra que não há previsão de técnico em farmácia, o que impossibilita a inscrição nos quadros dos Conselhos Regionais de Farmácia do País. “Os Conselhos Federal e Regionais de Farmácia foram criados pela Lei nº 3.820/60, tendo por finalidade legal zelar pela fiel observância dos princípios da ética e da disciplina dos que exercem a atividade farmacêutica no País (artigo 1º), possuindo, entre várias atribuições, o dever de zelar pela saúde pública, promovendo a assistência farmacêutica (art. 6º, “p”). Determina a lei, entre inúmeras competências, o registro dos profissionais de acordo com sua lei instituidora (artigo 10). Entretanto, o texto legal, ao estabelecer quem são os profissionais passíveis de inscrição em seus quadros, não previu a categoria do técnico em far-
Gerente de atendimento do CRF-SP
mácia, estabelecendo que somente os farmacêuticos (artigo 15, I); os auxiliares técnicos de laboratório (artigo 14, “a”) e os oficiais de farmácia (artigo 14, “b”) poderão obter inscrição perante os Conselhos Regionais. Portanto, considerando que o ente público somente pode fazer aquilo que a lei autoriza, verifica-se não ser possível ao CRF-SP admitir a inscrição do técnico em farmácia por ausência de previsão legal.” De acordo com o artigo 4° da Resolução do Conselho Federal de Farmácia 521, de 16 de dezembro de 2009, poderão se inscrever no Conselho Regional de Farmácia os seguintes quadros: I. Farmacêutico. II. Não Farmacêutico: a) Auxiliares-técnicos em laboratórios industriais farmacêuticos, laboratórios de análises clínicas e laboratórios de pesquisas relativas a alimentos, drogas, tóxicos ou medicamentos; b) PO. 1 – Prático ou Oficial de Farmácia Licenciado; c) PO. 2 – Prático ou Oficial de Farmácia Provisionado. Parágrafo único. Para inscrever-se nos quadros constantes na alínea “a”, acima, o profissional deverá preencher requerimento padronizado e satisfazer os seguintes requisitos: a) ter capacidade civil; b) ter diploma, certificado ou atestado comprobatório da conclusão do curso para a atividade profissional; c) não ser nem estar proibido de exercer sua atividade profissional. 2014 março guia da farmácia
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debate
Novo
competidor
Para elevar a concorrência no mercado brasileiro, o governo federal prevê nova linha de “medicamentos equivalentes”. Mercado encara as mudanças com bons olhos, mas teme criminalização dos medicamentos de referência P o r R o d r i g o R odr i g u es 34
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Tida como a grande mudança do mercado brasileiro de medicamentos desde a implantação do genérico, em 1999, o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciaram a abertura pública de consulta para a criação de uma nova linha de medicamentos chamada de “similares equivalentes”. A mudança proposta pelas duas entidades quer impor testes mais rigorosos de bioequivalência entre os medicamentos similares e de foto: shutterstock
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medicamento similar de qualidade comprovada e de eficácia, um genérico ou até mesmo o medicamento de referência. Antes os similares faziam alegações de similaridade na Anvisa, mas não comprovavam técnica e cientificamente. Isso não quer dizer que até aqui fosse arriscado comprar um medicamento similar. Não. Mas até então não se exigia a comprovação de que aquele medicamento tinha o mesmo efeito do medicamento de referência”, explica Spiewak. O advogado alerta, porém, que há uma certa apreensão da indústria em relação à criação dessa nova categoria de medicamentos, porque ela pode ter por trás uma tentativa de “criminalização” do medicamento de marca pelo governo. “Qualquer consolidação de regra a indústria olha como algo muito positivo, porque cria um cenário mais transparente e previsível. Com a nova medida, aqueles players que são menos sérios estarão fora do mercado com a mudança de regra. Mas existe também uma apreensão de que isso seja feito à custa da criminalização dos medicamentos de referência. Ou seja, que essa mudança de regra faça com que as pessoas fujam do medicamento de marca não só pelo preço, mas também pelo fato de eles serem feitos por um fabricante estrangeiro. É o temor de que se privilegie apenas as coisas feitas aqui”, adverte Benny Spiewak. “Isso é uma coisa muito assustadora para o mercado e cria uma atmosfera de medo na indústria. O receio é de que, sob o lençol de algo muito positivo, esteja por trás a criminalização do medicamento e da indústria de marca”, completa.
Enquanto os genéricos são “idênticos” aos medicamentos de marca, os similares são considerados apenas “semelhantes”. essa diferença se mede pelos testes a que cada um é submetido marca. Isso significa que toda medicação similar deverá ter comprovação de funcionamento semelhante aos chamados “medicamentos de referência”. A Consulta Pública aberta pela Anvisa propõe que os similares sejam intercambiáveis com os medicamentos de referência. Nas palavras do ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, “ser intercambiável significa que o produto de referência pode ser substituído por um similar que teve os estudos de equivalência apresentados, analisados e aprovados pela Anvisa”. Com a mudança proposta, o paciente poderá usar a mesma prescrição para escolher entre o medicamento de referência, similar ou genérico na hora da compra. A ideia do governo e da Anvisa é ampliar a oferta ao consumidor e baratear os preços, como já acontece com os genéricos. A proposta que começou a ser debatida com a sociedade prevê que até o fim de 2014 todos os medicamentos similares do mercado sejam tecnicamente iguais aos produtos de referência. Ao anunciar o programa, Alexandre Padilha, até então ministro da Saúde, afirmou que o governo defenderia junto à Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) que os novos medicamentos chamados de “intercambiáveis” entrem no mercado com um preço 35% menor que o medicamento de referência da categoria, como já acontece com os genéricos. Profundo conhecedor do mercado farmacêutico brasileiro, o advogado Benny Spiewak, mestre em Propriedade Intelectual e especialista em Direito Farmacêutico, classifica a mudança como “interessante, moderna e inovadora”. Segundo Spiewak, a proposta cria um modelo brasileiro de equivalência que não existe em outras partes do mundo e possibilita o barateamento do medicamento para o consumidor em todas as cadeias de produção. “É uma inovação muito interessante para o consumidor, porque ele terá a opção de comprar um 36
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Intenção governamental Autor da proposta, o ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, rechaça qualquer segunda intenção do governo de criminalizar os medicamentos de marca. De acordo com ele, a única ideia do governo foi unificar as regras e dar transparência para as operações, na tentativa de criar mais competição no mercado brasileiro. “Nossa intenção foi detalhar a regra e estabelecer que, até o fim deste ano, todo medicamento similar tenha as mesmas regras de qualidade do medicamento genérico. Isso aumenta a disputa entre os medicamentos e gera mais competição no mercado. As pessoas terão
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Diferença entre as três categorias de medicamentos Referência É o medicamento inovador, registrado na Anvisa e comercializado no País, cuja eficácia, segurança e qualidade foram comprovadas cientificamente. A eficácia e a segurança do medicamento de referência são comprovadas através de apresentação de estudos clínicos.
Similar
Genérico
É aquele medicamento que contém o mesmo ou os mesmos princípios ativos, apresenta mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica, e que, desde 2003, passou a comprovar a equivalência com o medicamento de referência registrado na Anvisa. Hoje, representa 24% do mercado nacional.
É o medicamento que contém o mesmo princípio ativo, na mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e com a mesma indicação terapêutica do medicamento de referência. Já é intercambiável pela norma atual e responde, hoje, por 37% do mercado nacional.
Fonte: Ministério da Saúde
para trocar por genérico ou medicamento equivalente. Toda vez que tem mais concorrente, reduz-se o preço do produto para a população”, explica Padilha em rápida entrevista na Sala São Paulo, durante a abertura do ano judiciário do Estado. Na visão do pesquisador Eduardo Freitas, mestrando da Universidade Estadual Júlio de Mesquita (Unesp), a entrada dos chamados “similares equivalentes” no mercado brasileiro deve elevar a transparência e confiança dos consumidores em relação ao próprio grupo de similares, que ainda é visto com desconfiança. “Apesar de dominarem boa parte das vendas de medicamentos no Brasil, os similares dividem a opinião dos médicos com relação à eficácia. Enquanto alguns especialistas dizem que são seguros e confiáveis, outros são mais resistentes e evitam receitá-los para os pacientes”, lembra o pesquisador. “Os similares possuem o mesmo princípio ativo, na mesma quantidade e com as mesmas características que o medicamento original. Com a mudança, os médicos devem se sentir mais seguros em receitar o equivalente similar para tratamento”, completa Freitas.
Visão prática Enquanto os genéricos são “idênticos” aos medica38
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mentos de marca, os similares são considerados apenas “semelhantes”. E essa diferença se mede pelos testes a que cada um é submetido. Os similares passam por provas de equivalência farmacêutica e de biodisponibilidade relativa. Enquanto o primeiro certifica que o similar contém o mesmo princípio ativo, na mesma quantidade e com as mesmas características que o medicamento de referência, o segundo se relaciona à quantidade e à velocidade de absorção do princípio ativo na corrente sanguínea. Contudo, além de passarem pela equivalência farmacêutica, os genéricos também passam pelo teste de bioequivalência, que é mais completo que o de biodisponibilidade. A bioequivalência assegura que o medicamento genérico é o equivalente terapêutico do de referência. Isso quer dizer que o genérico tem a mesma eficácia clínica e a mesma segurança em relação ao produto de marca. Com as mudanças de regra, os “similares equivalentes” passarão pelos menos testes dos genéricos e poderão ser considerados intercambiáveis com os medicamentos de referência do que eram antes. A conclusão da normatização de todo o processo e a chegada desses novos medicamentos ao mercado não têm data específica.
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pesquisa
Similares: protagonistas da vez Anvisa e Ministério da Saúde se esforçam para diminuir o preço dos medicamentos, mas pesquisa do ICTQ mostra que atualmente apenas 35% da população brasileira confia nos similares
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Por Egl e Le onardi
Segundo pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisas e Pós-Graduação para Farmacêuticos (ICTQ), em parceria com o Datafolha, a medida de redução de custos dos medicamentos similares em até 35%, proposta pelo Governo Federal, tem pouco impacto na percepção do mercado consumidor de medicamentos. Para a população, somente 41% consideram a redução dos custos de medicamentos uma prioridade dentre outras ações catalogadas que o governo brasileiro poderia fazer para melhorar a área da saúde. A medida citada é uma iniciativa do Ministério da Saúde que deseja que similares custem no máximo 65% do preço do medicamento de referência, um princípio que já é utilizado para os genéricos. No entanto, essa mudança não interfere apenas na política de preços. Ela amplia a penetração dos similares à medida que permite que essa classe
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pesquisa 40
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de medicamentos passe a ter condição semelhante a de genéricos. Com isso, o farmacêutico poderá indicar o produto como substituto ao medicamento de marca para o consumidor, uma prerrogativa atualmente restrita aos genéricos. Os similares passarão a ter uma nova embalagem. A exemplo do que ocorre com genéricos (cujas caixas estampam a letra G em destaque), os similares passarão a ser comercializados em embalagens com as letras EQ, que fazem referência à palavra Equivalente. A política deverá ser regulada por uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), cujo texto foi colocado em consulta pública até o dia 16 de fevereiro e, até o fechamento desta edição (em 18 de fevereiro), não foram apuradas novas propostas ou modificações. De acordo com a pesquisa do ICTQ, embora a média nacional seja de 41% que consideram essa redução dos custos relevante, as demais localidades têm comportamentos diferentes. Na região Sul, a expectativa com a redução de fotos: shutterstock
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Na questão regulatória, desde 2007, as legislações para registros de genéricos e similares convergem, porém a intercambiabilidade está prevista apenas para os medicamentos genéricos, considerando que os similares ainda estão em período de adequação
preço dos similares está acima da média nacional, demonstrando 47%; nas regiões Norte e Centro-Oeste, o índice cai para 37%. Já no Sudeste, o percentual é de 42% e, no Nordeste, de 38%. Em todo o País, os brasileiros das classes C e D são os mais interessados na redução dos custos com medicamentos. Dos indivíduos dessas classes sociais, 78% esperam pela aprovação da medida, enquanto somente 28% dos participantes da classe A veem como necessária a redução dos custos desses itens. “O estudo do ICTQ mostra que é elevado o hábito de compra de medicamentos genéricos entre os entrevistados (67%). Do total, 25% declarou consumir medicamento de referência, percentual que sobe na classe A para 42%. Já o consumo consciente e declarado de medicamentos similares como opção de escolha cai para 2%”, complementa o diretor de pesquisa, comunicação e marketing do ICTQ, Marcus Vinícius de Andrade.
Confiança em xeque O estudo mostrou ainda que atualmente apenas 35% da população brasileira confia em medicamentos similares. Outros 33% confiam mais ou menos e 32% não confiam de forma alguma nesse tipo de medicamento. Andrade comenta que o Ministério da Saúde e a Anvisa colocaram o tema em consulta pública justamente com a intenção de
mudar esse quadro. “A aprovação dessas novas regras fará do similar um produto bem próximo do que é o genérico, cujo índice de confiança da população atinge 70%”, ressalta Andrade. Ele acredita ainda que, caso aprovadas as medidas propostas em consulta pública, principalmente a redução do custo do medicamento, elas devem impactar diretamente em 54% da população que faz em uso regular de medicamentos, ou seja, 73,8 milhões de brasileiros, com base no último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para a professora do ICTQ e especialista em assuntos regulatórios da indústria farmacêutica, Claudia Fadiga, a confiança virá com o tempo. “Todos os medicamentos similares que foram registrados desde 2007 já possuem comprovação de segurança, eficácia e qualidade perante a Anvisa. Porém, os que já possuíam registro ainda estão em período de adequação. Como não há atualmente uma forma de identificar quais possuem a comprovação e quais estão em fase de adequação, não há como o farmacêutico ou o consumidor distingui-los.” Ela acredita que, com as alterações nas embalagens e a inserção dos dizeres EQ Medicamento Equivalente –, isso estará evidente, e, então, eles poderão ser dispensados com a mesma confiança que ocorre com os genéricos. Claudia diz que os similares possuem uma parcela significativa no mercado brasileiro – existem quase quatro mil registros desses medicamentos ativos no Brasil: “Entendo que as medidas gerarão mais estímulo ao desenvolvimento do setor farmacêutico nacional, ampliando, assim, a concorrência no mercado”. 2014 março guia da farmácia
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Para entender melhor a questão • Os medicamentos genéricos permitem o acesso da medidas serão tomadas para a adequação dos população a tratamentos por um custo até 35% memedicamentos similares, e uma delas é o estabenor do que os chamados medicamentos de referência lecimento de novo preço de entrada no mercado, ou de grife – aqueles que ainda são protegidos por paou seja, deverão custar 65% do valor do produto tente e, em geral, são distribuídos apenas pelo fabride referência. Essa medida aumentará o acesso cante que o desenvolveu. da população aos medicamentos, e também re• Os genéricos precisam, necessariamente, ter a mesduzirá os valores das compras públicas. ma composição e o mesmo efeito terapêutico dos itens nos quais são baseados. • A Lei nº 9.787, de 1999, autoriza tanto o médico quanto o farmacêutico a fazerem a intercambialidade do medicamento original peda população brasileira confia lo genérico, sem qualquer prejuízo para a saúem medicamentos similares de do paciente. Esse tipo de produto é vendido obrigatoriamente sob o nome de seu princípio ativo (a substância que provoca o efeito 35% confiam parcialmente desejado), em uma embalagem com tarja amarela e a letra G em destaque. Índice de não confiam • De acordo com a Pro Genéricos, no Brasil, a
35% 33% 32%
Anvisa já tem registrados genéricos de 431 princípios ativos, totalizando mais de 18.585 apresentações e aproximadamente 30 classes terapêuticas, englobando as patologias que mais frequentemente acometem a população brasileira e grande parte das doenças crônicas de maior prevalência. Segundo dados da Interessados IMS Health, no País, os genéricos respondem por 27,15% das vendas em unidades na queda de no conjunto do mercado farmacêutico. preços dos • Além dos genéricos, os brasileiros têm similares acesso também aos medicamentos similares. Assim como os genéricos, os similares utilizam princípios ativos que já tiveram o período de proteção pela patente encerrado. • A Consulta Pública nº 01/2014, de 16 de janeiro de 2014, estabele28% ceu o prazo de 30 dias para o envio de comentários e sugestões ao texto da proposta sobre medos indivíduos da didas a serem adotadas junto à classe veem como Anvisa pelos titulares de registro necessária a redução de medicamentos para a interdos custos cambiabilidade de medicamentos similares com o medicamento de 72% referência. Nessa consulta, muitas
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confiança da população
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da população das classes C e D estão interessados na redução dos custos 78%
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Fonte: ICTQ/Datafolha
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4º
42%
Capitais que mais confiam nos medicamentos similares 1º Porto Alegre (RS)
44%
9º
10º
28%
63% 54%
7º
34%
44%
5º Belo Horizonte (MG) 6º Rio de Janeiro (RJ)
54%
9º
31%
37%
34%
8º Curitiba (PR)
32%
9º São Paulo (SP) e Recife (PE) 10º Salvador (BA)
28%
11º Fortaleza (CE)
23%
6º
35%
8º
35%
7º Goiânia (GO)
5º
37%
2º
42%
4º Manaus (AM)
23% 31%
2º Campo Grande (MS) 3º Belém (PA)
11º
3º
32%
1º
31%
63%
Fonte: ICTQ/Datafolha
Se aprovadas as alterações, os similares passarão a ter uma nova embalagem. A exemplo do que ocorre com genéricos (cujas caixas estampam a letra em destaque), eles passarão a ser comercializados em embalagens com as letras , que fazem referência à palavra Equivalente.
G
EQ
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pesquisa
Sobre a pesquisa O estudo do ICTQ/Datafolha foi realizado em 135 municípios brasileiros distribuídos em todas as regiões. Foram entrevistadas 2.061 pessoas em pontos de fluxo populacionais. A margem de erro é de apenas 2 pontos percentuais. Os índices apresentados são recortes de dois estudos: O Primeiro Levantamento Acerca do Perfil do Consumidor de Medicamentos, realizado no final de 2012 e que terá uma segunda edição no fim de 2014, e o trabalho sobre Saúde, Medicalização e Qualidade de Vida. Os dois estudos visaram compreender o comportamento do paciente consumidor de medicamentos. As pesquisas foram quantitativas, com abordagem pessoal e individual dos entrevistados, em pontos de fluxo populacionais, mediante aplicação de questionários com, em média, 20 minutos de duração. Foram pesquisados homens e mulheres com idade a partir dos 16 anos, que têm o hábito de consumir medicamentos.
Já o professor do ICTQ e ex-presidente da Anvisa, Dirceu Raposo, ressalta que a maioria quase absoluta dos usuários, pacientes e consumidores de medicamentos é incapaz de comparar e avaliar a qualidade dos produtos pela complexidade que os envolve. “Em saúde, dizemos que o usuário toma o medicamento, mas quem realmente o consome, sob a perspectiva econômica de mercado, é o médico ou o farmacêutico que determinam o que o usuário vai utilizar. Assim, essa percepção de qualidade é essencialmente 46
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construída por opiniões de terceiros ou pela propaganda, e que são absorvidas pelo cidadão comum”, polemiza ele.
Impacto das mudanças Os impactos tendem a ser significativos no mercado. A alteração nas embalagens gerará um grande trabalho nas indústrias, devido à necessidade de mudança de todos os cartuchos, rótulos e bulas dos medicamentos. “Para fins de registro, os pilares de comprovação de qualidade, segurança e eficácia ficarão mais fortemente consolidados, aumentando a confiabilidade da população em novos medicamentos, ficando tanto os genéricos quanto os similares intercambiáveis aos itens de referência”, defende Claudia. Ela acredita que, para o varejo e consumidores, além da questão da queda do preço, haverá um acréscimo na concorrência e ampliará o acesso à informações sobre a intercambiabilidade, a qual atualmente está restrita apenas aos medicamentos genéricos. Na questão regulatória, desde 2007, as legislações para registros de genéricos e similares convergem, porém a intercambiabilidade está prevista apenas para os medicamentos genéricos, considerando que os similares ainda estão em período de adequação. “Portanto, do ponto de vista regulatório, a maioria das ações já foram tomadas, e agora resta apenas o retorno da Anvisa quanto à aprovação dos testes apresentados”, fala a especialista do ICTQ. Já Raposo relembra que a Anvisa editou, em 2003, uma série de resoluções para disciplinar o registro de medicamentos e comprovar sua eficácia, segurança e qualidade.
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O objetivo deste momento é avaliar o grau de confiança dos medicamentos similares e a proposta de queda de preços dessa categoria, e se aprofundar em temas de igual relevância Uma delas determinava que todos os medicamentos similares se submetessem a provas de biodisponibilidade relativa. Essa resolução definia um prazo iniciado a partir de 18 meses da data de sua publicação, em que todos os medicamentos similares que pretendessem permanecer ou ingressar no mercado deveriam cumpri-lo. “O prazo para o cumprimento da norma termina em 2014, de maneira que até o fim deste ano todos os medicamentos similares disponíveis no mercado brasileiro terão (ou deveriam ter) cumprido a regra”, diz Raposo. Dessa maneira, como esses medicamentos se submeteram às mesmas exigências feitas para os genéricos, do ponto de vista farmacoterapêutico, em tese, eles são como o de referência, ou seja, intercambiáveis. “Pois bem, uma questão é, portanto, inegável: eles poderão ser (farmacoterapeuticamente falando) intercambiáveis aos utilizados como referência. O Governo Federal encontra-se diante de um dilema que perseguiu a Agência e o Ministério por dez anos: se a questão da qualidade está resolvida, como tratar a questão de preço? A solução parece simples: ora, se os genéricos são por lei 35% no mínimo mais baratos que os medicamentos de referência, logo...”, polemiza o especialista. Ele continua o debate dizendo que o mercado de medicamentos de marca (e os similares diferem dos genéricos porque mantêm uma marca comercial) investe na promoção dela, na sua fixação junto aos profissionais que prescrevem, disponibilizando verdadeiras fortunas para consolidá-las. Esse investimento, para os genéricos, (teoricamente) não necessita ser feito.
Política de medicamentos O objetivo deste momento é avaliar o grau de confiança dos medicamentos similares e a proposta de queda de preços dessa categoria, e se aprofundar em temas de igual relevância: “A real questão é o propósito da política de genéricos e porque se lutou tanto para que ela se consolidasse”, observa Raposo. Ele alerta que, inicialmente, deve-se levar em conta que a política de medicamentos genéricos é estimulada 48
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mundialmente pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Ela tem por princípio garantir atributos técnicos essenciais do medicamento: a segurança, a eficácia e a qualidade, além de promover o acesso, por meio da redução de preços. Durante aproximadamente 50 anos, a OMS estimula a implantação da política de medicamentos genéricos no mundo, advogando ainda que, para além dos quatro atributos essenciais, são fundamentais a busca e a garantia do uso racional (a partir de prescrição e dispensação adequadas). Nas décadas de 1980 e 1990, e no início deste século, o Ministério da Saúde (posteriormente a Anvisa e todas as entidades envolvidas com o campo da saúde e uso racional de medicamentos) apoiou e estimulou a política de genéricos de forma absoluta. “Estarão as autoridades públicas em questão revendo sua posição? Elas voltarão a estimular ou criarão um ambiente propício à prescrição por marca, como outrora?”, indaga Raposo, que continua: “A resposta a essa questão, para mim, é que o mercado (indústria e varejo), de uma forma ou outra, se adaptará. A perda maior está justamente nos avanços quanto ao uso racional que se conquistaram no passado recente”. O fato de que somente 41% consideram a redução dos custos de medicamentos uma prioridade dentre outras catalogadas, conforme a pesquisa do ICTQ, é o reflexo de um processo de ampliação do acesso aos medicamentos que se tem conquistado com as políticas implementadas. Caso aprovadas as medidas propostas em consulta pública, a redução do custo do medicamento deve impactar diretamente em 54% da população que faz uso regular de medicamentos. Apesar disso, Raposo considera essa questão periférica. Ele diz que o País tem uma política de genéricos implantada com sucesso. Os medicamentos similares no mercado cumpriram as regras de qualidade e segurança exigidas e o parque industrial brasileiro é comparável ao do primeiro mundo. “Se as autoridades do Governo quiserem discutir acesso e uso racional de medicamentos, proponho que coloquem na pauta questões como organização e cumprimento das regras e leis pelo varejo farmacêutico e, principalmente, pela desoneração de impostos sob os quais os medicamentos estão sujeitos e que são os mais altos do mundo. Ao focar diretamente nessas duas questões, o resto se compara à perfumaria”, finaliza o especialista.
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Compasso de espera A Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos divulgará nos próximos dias o índice de reajuste de preços para 2014. a Expectativa do setor é a reposição de perdas da inflação e do aumento do dólar, mas pequenos varejistas temem impacto nas vendas
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Por Rodrigo R odrigues
O mês de março é a data em que finalmente o mercado saberá sobre o aumento decidido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), órgão do Governo Federal para o reajuste do preço dos medicamentos em todo o Brasil. Depois de um ano com fortes oscilações do dólar, inflação em alta, crescimento da renda do trabalhador, a expectativa dos fabricantes é de que o índice de reajuste deste ano seja superior ao teto de 6,31% estabelecido em 2013 pelo órgão. Nos últimos cinco anos, a média do teto para o reajuste dos medicamentos foi de 5,78%. O valor está pouco acima da média de inflação de 5,69% registrada pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), número oficial do governo no mesmo
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período, mas não prevê as constantes desvalorizações do dólar frente às moedas estrangeiras. Embora o mercado pressione o governo por um reajuste mais condizente com a realidade da indústria, o professor do Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Educação Continuada (Cepdec) da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Rodnei Domingues, acha que os valores não devem ter grandes mudanças em relação aos anos anteriores. “A indústria, como sempre, deverá pleitear aumentos maiores, mas o governo, com base principalmente nos estudos do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), que demonstram que os preços nos últimos anos aumentaram acima da inflação, não permitirá níveis mais elevados de aumento”, justifica. fotos: shutterstock
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Os valores de reajuste ano a ano Ano
Reajuste
2013
de 2,70% a 6,31%
2012
de 2,80% a 5,85%
2011
de 3,54% a 6,01%
2010
de 4,45% e 4,83%
2009
de 3,98% a 5,9%
Média
5,78%
Inflação do período Ano
IPCA
2013
5,91%
2012
5,84%
2011
6,50%
2010
5,91%
2009
4,31%
Média
5,69%
A pesquisa mencionada por Domingues foi realizada pelo Idec em abril do ano passado e constatou que 65% da mostra de 40 produtos utilizados pela CMED para avaliação dos valores médios tiveram aumento de preços acima da inflação acumulada no período, após a decisão de reajuste anunciada pelo órgão. “O governo já percebeu que o preço teto estabelecido pela política de regulação está acima do preço real praticado. Isto é, existe um espaço enorme entre o praticado e o estabelecido pelo governo. Esse é o principal motivo para que o governo não conceda um aumento significativo. Outro aspecto importante é que alguns medicamentos similares estão com preços próximos aos medicamentos de referência. Com isso, deverá haver na CMED maior controle para que a diferença mínima de 35% seja respeitada”, argumenta Domingues.
Apesar da apreensão em relação ao valor do reajuste que será apresentado, a indústria prevê que as vendas de medicamentos no Brasil deverão continuar firmes em 2014 O presidente do grupo Farma&Farma e também da Associação Brasileira dos Farmacêuticos Proprietários de Farmácias do Brasil (AFPFB), Rinaldo Ferreira, concorda que o índice de reajuste não deve superar muito a inflação acumulada de 2013, que foi de 5,91%. Preciso na avaliação, Ferreira aposta num índice que flutue entre 5,7% e 6,3%. “Em 2013, a CMED considerou, além do IPCA, um fator de produtividade, uma parcela de fator de ajuste de preços relativos intrassetor e uma parcela de fator de ajuste de preços relativos entre setores, sendo que o teto de reajuste coincidiu com o IPCA acumulado. Acredito que o reajuste máximo fique entre 5,7% e 6,3%, pois estaria de acordo com o IPCA dos últimos 12 meses”, avalia o empresário.
Impacto nas vendas Quanto mais próximo da inflação o índice de reajuste dos medicamentos, menor o impacto da variação de preços na vida financeira das farmácias de pequeno e médio portes do País. “A estabilidade dos preços é melhor para o mercado varejista. Se o aumento dos medicamentos for próximo ao da inflação, as farmácias manterão sua lucratividade. O aumento de preços tende a provocar uma diminuição das unidades vendidas, mas o mercado farmacêutico brasileiro vem crescendo acima de 10% nos últimos anos, e isso faz com que não se perceba a retração nas vendas”, revela Ferreira. O professor Rodnei Domingues, da Unicamp, também concorda que os preços muito elevados dos produtos tendem a impactar direto nas finanças das pequenas e médias farmácias, principalmente aquelas que não estão associadas a marcas e grandes bandeiras. “A regra geral é que o aumento de preço diminui a demanda, essa regra serve para qualquer produto, inclusive medicamentos”, avalia. 2014 março guia da farmácia
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Unificação do ICMS reduziria impacto da inflação, mas está travada em Brasília desde 2012 Prometida pelo ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, como esforço para reduzir o preço dos medicamentos no País, a unificação do Imposto sob Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) ainda não saiu do papel. Apesar do esforço do ex-ministro, os 26 estados que fazem parte do Conselho Nacional Fazendário (Confaz), mais o Distrito Federal, não entraram num acordo e a matéria continua parada desde 2012. Os Estados não abrem mão da arrecadação oriunda desse imposto nos medicamentos e se recusam até mesmo a aceitar a proposta do Governo Federal de ao menos zerar a cobrança da alíquota para os itens que fazem parte dos programas “Farmácia Popular do Brasil” e “Aqui tem Farmácia Popular”. O assunto voltará a ser discutido na reunião do conselho ainda este mês, mas os especialistas ouvidos pelo Guia da Farmácia acham que não haverá acordo, especialmente em se tratando de ano eleitoral como este. “A unificação do ICMS certamente iria gerar benefícios não só para os consumidores, mas também para a indústria. O que impede o avanço dessa mudança do ICMS é a impossibilidade de obter o consenso entre os governadores, porque a unificação gera perdas para alguns Estados. Os representantes fazem de tudo para impedir o andamento desse processo no Confaz”, afirma Rodnei Domingues, professor da Unicamp. A opinião é compartilhada pelo empresário Rinaldo Ferreira, presidente da Associação Brasileira dos Farmacêuticos Proprietários de Farmácias do Brasil. “Toda redução de carga tributária beneficia o consumidor e aumenta o acesso aos medicamentos. Cada Estado tem uma visão diferente sobre a perda de receita tributária e o ganho social. Na minha opinião, todos os impostos sobre medicamentos deveriam ser zerados”, adverte.
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A indústria, como sempre, deverá pleitear aumentos maiores, mas o governo, com base principalmente nos estudos do Idec, que demonstram que os preços nos últimos anos aumentaram acima da inflação, não permitirá níveis mais elevados de aumento A opinião é compartilhada pelo pesquisador da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), Eduardo Freitas, mestre em Farmácia e especialista em varejo. Segundo ele, a elevação dos preços inibe a compra de outros produtos e até de medicamentos em mais quantidade. “Por mais que a indústria reclame, existe o lado do consumidor e o do varejista que não pode ser desprezado. O aumento excessivo impacta no bolso de todos os compradores, principalmente dos idosos e enfermos que precisam de tratamento contínuo. Em vez de levar três caixas para o mês, ele vai levar apenas uma e esperar que acabe para adequar o orçamento a esses novos valores praticados pelo mercado. O aumento impede também as compras daqueles que entram nas lojas para buscar o medicamento, mas levam produtos de perfumaria e higiene pessoal. Com menos dinheiro na mão, menos compras ele vai fazer”, explica Freitas. No ano passado, ao saber do índice de reajuste liberado pela CMED, o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma) publicou uma nota criticando o teto de 6,31% autorizado pelo governo que, segundo a entidade, não repunha as perdas do setor com custos de produção. Na nota, o sindicato questionou o que eles chamam de um “discutível cálculo de produtividade que reduz o índice de reajuste e prejudica muitas empresas”. “A continuidade dessa situação vai afetar a saúde financeira das empresas, podendo comprometer o lançamento de produtos e os investimentos necessários ao desenvolvimento de medicamentos inovadores”, afirmou a entidade.
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Procurado pela reportagem, o Sindusfarma preferiu aguardar a divulgação do índice nos próximos dias pelo governo antes de se posicionar. Rodnei Domingues, da Unicamp, acredita, porém, que o setor tem total condição de absorver um índice de reajuste menor que a correção inflacionária do período. “A indústria de medicamentos é muito bem administrada. Seus executivos são experientes e sabem como manter ou aumentar a lucratividade nos mais diversos cenários. Certamente a maioria das indústrias tem um plano estratégico eficaz para enfrentar a decisão do governo, seja ela qual for”, aponta Domingues.
Dúvidas do setor A maior preocupação da indústria farmacêutica nesse momento é com a alta do dólar e seus impactos na produção. Como se sabe, a maior parte dos insumos utilizados na fabricação dos medicamentos é oriunda do mercado externo e, portanto, muito dependente do humor internacional. Em 2013, o dólar acumulou alta de 15,37%, atingindo a maior valorização desde 2008, quando a moeda americana subiu 31,34% em plena crise financeira global. Com esse índice, o real encerrou o ano no grupo das moedas que registraram a maior perda frente ao dólar, diante da mudança de cenário de menor liquidez nos mercados mundiais. O real apresentou a sexta pior performance no ano frente a um grupo de 14 moedas emergentes, só ficando à frente do peso argentino, rupia indonésia, o rand sul-africano, a lira turca e o dólar australiano, respectivamente. “Esse é um fator de preocupação da indústria e não por causa dos índices do ano passado, que já foram 54
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absorvidos pela produção. O que preocupa é o que pode ocorrer em 2014, já que a moeda brasileira continua se desvalorizando frente ao dólar e ninguém sabe onde isso vai parar. É um item que deve ser muito observado pela CMED para que não haja injustiças contra os fabricantes”, declara o pesquisador Eduardo Freitas, da Unesp. Para Rodnei Domingues, a alta do dólar é de fundamental importância na precificação da indústria, mas deve ser deixada de lado pelo governo na hora de fazer os cálculos pela CMED. “A alta do dólar aumenta o custo de produção, mas não será um motivo para o aumento do preço dos medicamentos, porque o governo acredita que manterá o dólar sob controle, isto é, sem grandes oscilações”, explica. Apesar da apreensão em relação ao valor do reajuste que será apresentado, a indústria prevê que as vendas de medicamentos no Brasil deverão continuar firmes em 2014, mas com menor rentabilidade dos laboratórios que atuam no País. Segundo o Sindusfarma, a expectativa é de que o setor cresça de 12% a 13% em receita este ano, saltando para R$ 56 bilhões, se confirmadas as estimativas. No ano passado, a receita bruta do setor foi de R$ 49,6 bilhões.
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Quanto custa? Preço é e sempre foi fator determinante no varejo e nas farmácias não é diferente. O consumidor dá preferência para quem oferece as melhores condições P o r A d r i a n a B r u no
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Foi-se o tempo em que, para pesquisar preços, era preciso sair de casa, com um caderninho na mão, percorrendo o varejo até encontrar o lugar que oferecesse a melhor condição de compra. Hoje, sentado à frente do computador, o consumidor tem em mãos não só o preço mas também a possibilidade de receber o que precisa em casa e com frete grátis. Essa realidade tornou o fator preço ainda mais importante para o varejo. A concorrência está cada vez mais ampla não apenas entre o segmento, mas também entre os canais de vendas e, portanto, para conquistar o consumidor tem de ser competitivo. A gerente de projetos de consultoria fotos: shutterstock
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Como oferecer desconto sem perder a lucratividade • Determinar o público-alvo da farmácia. Escolher o público que se quer atingir e fazer ações focadas nesse público. • Determinar qual é o objetivo de se dar o desconto (formação de imagem, aumentar o giro de um produto, trazer fluxo para a loja, entre outros). • Escolher as categorias que podem atingir o objetivo pretendido. • Utilizar corretamente a ferramenta de oferta de preços, ou seja, uma promoção deve ter data para início e término a fim de causar senso de urgência de compra. • Verificar se, mesmo dando desconto, o preço final cobre o custo da mercadoria, ou seja, se o desconto não está dando prejuízo. Fonte: Tatiana Ferrara Barros
da GS&MD – Gouvêa de Souza, Laís Bissordi, destaca que, com a inflação avançando, os orçamentos cada vez mais apertados e a economia dando sinais de crescimento mais moderado, os consumidores estão cada vez mais atentos aos preços. “O crescimento dos medicamentos genéricos contribuiu para essa pressão. Além disso, o segmento de medicamentos é representado por grandes indústrias, cujo poder de barganha é incomparavelmente maior do que de pequenos varejistas de farmácias”, comenta. Para a consultora e diretora da Ferrara Soluzioni Consultoria, Assessoria e Treinamentos, Tatiana Ferrara Barros, o preço é um aspecto muito importante para o
cliente, mas, ao contrário do que muitos pensam, o consumidor julga o preço de forma bastante emocional e não avalia o número em si, mas sim o valor do produto que está sendo oferecido. “Esse valor é formado por uma balança, ou seja, o consumidor coloca de um lado todos os benefícios que estão sendo oferecidos e, do outro, todos os custos e sacrifícios que ele terá de fazer para obter esse produto. Na prática funciona assim, quando pensamos em custo ou sacrifícios, estamos falando não só do dinheiro que deverá ser desembolsado, mas também de outros aspectos, como o tempo dispendido para a obtenção do produto e o custo psicológico da compra. Do outro lado, ele coloca todos os elementos considerados por ele como benefícios, o produto em si e sua função, o ambiente da loja, atendimento, orientação fornecida, experiência de compra e outros aspectos que são importantes e diferenciais para ele”, comenta. Ela ainda diz que o consumidor faz isso de modo inconsciente e julga se o produto está caro, barato ou aceitável avaliando o lado da balança que pesar mais. Se a balança de custos é mais pesada que a de benefícios, o produto é caro; se a balança pende para os benefícios, trata-se de um bom negócio e, se estiver equilibrada, é um preço aceitável. “Se pensarmos em um medicamento, o custo psicológico envolvido na compra é alto, ninguém gosta de gastar dinheiro com a grande maioria dos medicamentos, por isso a balança do cliente tende para o lado de custo. As farmácias, em geral, não oferecem nada além do produto em si, assim a única coisa que resta ao consumidor é avaliar 2014 março guia da farmácia
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Política de preços: erros e acertos
O preço beneficia o empresário, é útil ao cliente e também facilita o trabalho da equipe. Por meio de uma boa política, a farmácia agrega os seguintes benefícios: • Pode ser usada como ferramenta de marketing. • Atrai clientes. • Melhora a percepção de preços, contribuindo com a imagem da empresa de bons preços. • A precificação correta auxilia no equilíbrio das contas, no fluxo de caixa. • A precificação correta faz com que a empresa venda exatamente dentro do preço justo e do mercado. • Amplia a oportunidade de atender as classes C e D que gostam de vantagens. • Oferece vantagens reais aos clientes. • Ajusta-se as contas com base na precificação.
Uma política de preço errônea causa os seguintes impactos: • Desequilibra o caixa da empresa. • Afasta clientes no caso de a empresa possuir produtos “caros”, acima do mercado. • Atrai clientes, mas prejudica o andamento da empresa e não traz lucro, atrapalhando o fluxo de caixa. • Cria uma imagem negativa da empresa no mercado.
Fonte: Marcelo Cristian Ribeiro, diretor da Desenvolva Consultoria e Treinamento
o preço do produto e, nesse momento, ele se torna determinante porque o consumidor não tem nada além para colocar na balança. No Brasil, a farmácia se focou tanto em ser mais barata e todas entraram em uma guerra de preços que é insustentável a longo prazo e o consumidor adquiriu a cultura de sempre pedir descontos e reclamar do preço, assim será necessário ressaltar os benefícios oferecidos pela loja para conquistar os clientes”, avalia.
Margens e preços Melhorar as margens no canal farma é um grande desafio. Em todo o varejo, torna-se cada vez mais necessária a busca por produtividade. “Melhorar índices de produtividade por funcionário e por metro quadrado de loja – considerando-se preços de aluguéis cada vez mais altos 58
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em virtude de valorização imobiliária – é o caminho para reduzir custos e ampliar margens. Além disso, explorar adequadamente categorias de higiene e cosméticos, que possibilitam margens maiores, é também uma alternativa para equilibrar margens enxutas de medicamentos, assim como investir na exposição de produtos dessa categoria de conveniência pode melhorar significativamente os resultados”, avalia Laís Bissordi, da GS&MD. No Brasil, o preço dos medicamentos é regulado pelo governo. A Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estipula o preço máximo ao consumidor e o reajusta uma vez ao ano. “Assim, o varejo farmacêutico trabalha, na prática, não com a decisão de preço, mas sim de desconto”, explica Tatiana Ferrara
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Barros. A consultora ainda ressalta que cada loja deve ter uma estratégia de precificação diferente dependendo do local em que a drogaria está inserida. “O giro dos produtos é diferente de um bairro para outro e até mesmo lojas na mesma rua podem ter públicos diferentes, assim é preciso adaptar as táticas de precificação ao consumidor. Além disso, o preço auxilia no posicionamento da empresa, assim deve-se escolher com cautela os níveis de descontos para cada categoria de produtos”, diz. Tatiana reforça que, para encontrar o equilíbrio entre preços competitivos e lucratividade, é importante comprar bem os produtos para a empresa, trabalhando a negociação com os fornecedores. “Em segundo, para melhorar a margem, é necessário se diferenciar da concorrência, ou seja, agregar benefícios aos produtos oferecidos para que não seja tão necessário trabalhar altos descontos. Outro caminho para a diferenciação é aumentar o mix de serviços farmacêuticos oferecidos”, diz. Como em medicamentos a “briga” é apenas por descontos, as farmácias e drogarias devem avaliar frequentemente o portfólio de produtos versus o potencial de consumo da loja, região e também do seu cliente. Segundo a professora do Programa de Administração de Varejo da Fundação Instituto de Administração (Provar/Fia), Teresa Cristina Zanon, é necessário que se faça o acompanhamento constante da concorrência para evitar uma reação inesperada de redução de margens com o objetivo de se manter competitivo com alguma categoria de produto. “Também é importante desenvolver parcerias com as indústrias para promoções e campanhas através de um calendário promocional. O varejo, ao realizar uma previsão de vendas dessas categorias aliada ao gerenciamento dos estoques, alcançará uma eficiência melhor em suas compras e melhores margens a serem aplicadas aos seus produtos, promoções ou serviços”, orienta.
Ações valiosas Para oferecer descontos sem perder a lucratividade, a professora Teresa Cristina Zanon sugere que a loja tenha uma gestão financeira e operacional adequada ao seu negócio. “O planejamento das promoções colabora para aproveitar as oportunidades de preço, prazo, volume de produto, entrega planejada e investimentos que o mercado oferece. O varejo exige movimento constante para atrair e atender bem o seu cliente com: a) o produto certo no lugar certo; b) preço competitivo e c) qualidade no atendimento”, indica. Dispor de indicadores de desempenho para a correta gestão de margens e estoques é cada vez mais importante, segundo os especialistas. “Os produtos da categoria destino (aquela que atrai o cliente para a loja e determina 60
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Comportamento do consumidor Os clientes não são influenciados somente pelos preços. Ele pode ser um incentivo positivo ou negativo. Existem outros elementos a serem considerados: • Atender os desejos e as necessidades do consumidor. • Oferecer uma experiência de compra diferenciada. • Disponibilizar serviços que a concorrência não tem. • Apresentam produtos complementares, correlatos ou substitutos com qualidade. • Desenvolver produtos inovadores e com nível tecnológico diferenciado. • Possuir atendimento mais consultivo, para entender o que de fato se deseja e poder oferecer o produto adequado. Isso não tem preço. Fonte: Teresa Cristina Zanon, do Provar/FIA
a imagem do varejista perante o consumidor) requerem mais atenção. É necessário que tenham preços atrativos. Porém, eventuais descontos nesses produtos precisam ser compensados em outras categorias. Deve-se trabalhar com margens ponderadas entre as categorias, para que se atinja o objetivo de lucratividade desejado”, diz Laís Bisordi. Um aspecto não menos importante, que possui um peso significativo na decisão de compra, é o atendimento. “Investir em diferenciação no atendimento é fundamental. Ter equipes preparadas, com profundo domínio da oferta de produtos, que saibam compreender necessidades e dispensar um atendimento eficiente e acolhedor, pode ser fator-chave no competitivo mercado de farmácias”, orienta.
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O fim de uma era? A expansão da classe C e de seu poder de consumo garantiu o crescimento da economia brasileira nos últimos anos. Mas a alta da inflação e o endividamento ameaçam a estabilidade desse cenário
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Por Flávia Corbó
Desde 2008, quando uma crise internacional assolou o mundo, o Brasil adotou uma política de incentivo ao consumo para manter a economia interna aquecida. A grande mola propulsora desse modelo foi a classe C, que, diante da estabilidade da moeda, baixa inflação, políticas de distribuição de renda e ampla concessão de crédito, tornou-se mais numerosa e essencial para o crescimento do País. Entre 2004 e 2010, 32 milhões de pessoas migraram para a classe média, composta por famílias que possuem uma renda mensal entre quatro e dez salários mínimos. Atualmente, os membros da classe C somam 100 milhões de pessoas, o equivalente à população total da
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Alemanha ou quatro vezes a da Colômbia. A representatividade dessa faixa populacional é tão grande que, caso fosse um país, estaria em 12º lugar quanto ao número de habitantes. Mas a magnitude dessa classe social não tem peso apenas quantitativo. Os membros da classe C registram um consumo médio de R$ 1,17 trilhão ao ano. O montante colocaria esse “país” de classe média dentro do G20 de consumo mundial, na 18ª posição, segundo a pesquisa ‘‘Um país chamado classe média’’, realizado pelo Data Popular. Tamanha sede de consumo pode ser explicada por algumas características próprias brasileiras. A primeira grande mudança que os migrantes para a classe C sentiram foi o poder de escolha. O preço deixou de ser fotos: shutterstock
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o único fator decisivo, para competir com outras variáveis. A classe C brasileira agora possui poder aquisitivo para deixar um universo de restrições e passar a satisfazer necessidades e desejos. Também é possível escolher produtos que tragam uma sensação de inclusão e pertencimento. A soma dessas características faz com que a classe média brasileira consuma mais que a de países desenvolvidos como Holanda e Suíça.
Problemas no paraíso Com a tática de incentivar o consumo, o Brasil conseguiu escapar com poucos arranhões da crise de 2008 e seguiu com um ritmo forte de crescimento nos anos seguintes. No entanto, a fórmula mostrou-se finita. O primeiro índice a dar sinais de alerta foi o Produto Interno Bruto (PIB), que há três anos seguidos registra um crescimento inferior à media da América Latina e países caribenhos. Em 2014, não deve ser diferente. Projeções da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) apontam que a economia brasileira irá apresentar um crescimento de 2,6% neste ano, enquanto a América Latina e o Caribe devem crescer, em média, 3,2%. Outro grande vilão que vem tirando o sono de economistas e empresários é a alta da inflação. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado como base para os cálculos do governo, fechou o ano passado em 5,91% – acima da taxa de 5,84% de 2012. Além de produzir um aumento real nos preços dos produtos e mercadorias, a inflação já está corroendo parte do salário médio do trabalhador, que aumentou apenas 1,8% em 2013, menos da metade dos 4,2% de 2012 e menor ganho desde 2005. Há, ainda, um terceiro fator que vem minando o poder de consumo da classe C: o endividamento. Após anos de uma livre concessão de crédito, que beirava a irresponsabilidade, é hora de pagar a conta. “A classe C está gastando hoje 15% a mais do que ganha”, revela o diretor de atendimento da Nielsen, Olegário Araújo. “Cerca de 20% das famílias acha que não vão conseguir quitar as contas do mês e 25% dos lares têm alguma conta atrasada. Pelo menos 66% das casas de classe média fazem compras parceladas e 56% estão usando cheque especial”, complementa. Todos esses entraves já causaram impacto no volume de consumo no País. “A desaceleração está ocorrendo. Em 2012, o consumo registrou um crescimento de 11%, por causa da desaceleração da inflação. 64
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Com a tática de incentivar o consumo, o Brasil conseguiu escapar com poucos arranhões da crise de 2008 e seguiu com um ritmo forte de crescimento nos anos seguintes. No entanto, a fórmula mostrou-se finita Em 2013, esse número não chegou a 2,3%. A freada existiu e não foi pouca”, ressalta o presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar), Claudio Felisoni. O impacto também já foi sentido pelo varejo. Em 2012, o crescimento foi de 8% e, em 2013, esse percentual caiu pela metade, chegando a 4%.
E agora? O cenário atual já se mostra bastante instável e a tendência é que se torne ainda mais delicado no decorrer do ano. Dois eventos atípicos irão marcar 2014 e definir os rumos da economia. Apesar de a Copa do Mundo estar gerando grandes expectativas aos empresários, a previsão é de que o crescimento do consumo e do varejo não sofra grandes melhorias em relação ao ano passado. Outro evento que deve gerar impactos são as eleições. O governo deverá lutar para adiar cortes em despesas e manter a economia aquecida, criando a sensação de um ambiente favorável. Mas a tarefa não será simples, a pressão inflacionária deve se manter alta, provocando um impacto real na renda das famílias. Em meio a esse cenário turbulento, a classe C se vê diante do desafio de manter as conquistas já adquiridas nos tempos de águas mansas. “O consumidor está tenso, porque uma coisa é você conviver sem algo. Outra coisa é você aprender a gostar de algo, passar a consumir e se ver diante da perspectiva de perder o bem adquirido”, analisa Araújo. As conquistas desse consumidor ao longo dos últimos anos não foram poucas. Com o aumento da renda, a classe C passou a comprar produtos com mais
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a classe média brasileira consome mais que a holanda ou a suíça Despesa de consumo das famílias por país, 2012
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Suíça
Holanda
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praticidade, mais conveniência e mais sofisticação, gerando uma qualificação do consumo. Também tornou-se possível praticar a autoindulgência, adquirindo produtos que trazem autoestima e status.
Luz no fim do túnel A situação para os varejistas de farmácia está delicada, mas há uma boa notícia. Pesquisas da Nielsen revelam que a cesta de higiene e beleza é a menos afetada quando o bolso do consumidor aperta. Isso pode ser explicado pelo fato de que o brasileiro aceita se privar de algumas coisas, mas sem perder a autoestima. A importância dada aos produtos de higiene e beleza pode ser ainda mais ampliada se o varejista souber
a classe C é a menos propensa à experimentação, pois não pode se dar ao luxo de errar na compra de um produto, já que isso significaria prejuízo lidar com o público da classe C. Diante da inflação e da estagnação dos salários, o brasileiro médio passou a utilizar algumas artimanhas para continuar adquirindo produtos que garantem as compras de indulgência.
Mudanças no perfil da classe C brasileira
As regiões que antes eram de baixo desembolso agora crescem na compra de despensa Frequência caindo e a chance de ser escolhido é cada vez menor
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Classe D/E não sustenta o aumento dos preços. O que esperar para o fechamento do ano?
ejo tradicional
O canal, que antes era de baixo tíquete e volume, agora junta-se aos grandes
Em 2013, a classe C, que migrou da D/E, continua consumindo e impulsionando a compra
Fonte: Kantar Worldpanel
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Fonte: Data Popular
racional. O consumidor pode diminuir a frequência de uso, sem deixar de comprar o que gosta. Essa variedade do sortimento deve ser bem comunicada ao público de interesse. Quando se trata de farmácia, uma das ferramentas mais importantes é o tabloide. Normalmente, os produtos exibidos no tabloide são escolhidos apenas com base em critérios comerciais, mas o certo é que sejam definidos diante de uma estratégia de posicionamento. “Por meio dos produtos e das mensagens centrais, é preciso mostrar que aquela loja atende às necessidades do consumidor. O tabloide tem de refletir sobre a estratégia da empresa e atingir o público-alvo dela”, aconselha o executivo da Nielsen.
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• Inclusão, pertencimento • Saída do universo das restrições • Oportunidade, investimento • Satisfação das necessidades • Sensação imediata de prazer
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O que é consumo para essa classe?
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Preço e promoção passam a ter um papel fundamental nessa fase da vida do consumidor, que procura racionalizar o momento da compra. “Primeiro, ele procura alternativas de canais. Em seguida, avalia opções de marcas que prometem entregar o mesmo benefício”, relata Araújo, lembrando que a classe C é a menos propensa à experimentação, pois não pode se dar ao luxo de errar na compra de um produto, já que isso significaria prejuízo. Diante desse comportamento, o varejista deve ficar atento a algumas questões. Uma delas é o conceito de consumidor multicanal, que ganha ainda mais força. “Esse é um ponto de atenção do varejo. Para manter-se competitivo, é preciso combinar localização, sortimento, ambiente e serviço”, destaca. O mix também ganha ainda mais relevância. É preciso oferecer opções de preço variadas. A exposição de um produto premium, outro de posicionamento médio e um terceiro mais barato garante que o consumidor construa uma imagem boa da loja quanto a preço e tenha condições de continuar consumindo. “Preços próximos deixam o consumidor confuso e sem opções. E isso vale para as duas pontas. Se a loja está qualificando o consumo, não dá para ter só produtos com preço baixo. O consumidor vai achar que ali não tem o que ele procura”, ressalta Araújo. O sortimento do varejo farmacêutico também tem de oferecer diversas opções de desembolso, que envolvem embalagens menores e econômicas. Esses produtos de tamanhos diferenciados estimulam a experimentação, além de serem uma opção de economia
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A força da classe C varia de região para região do País.Confira! www.guiadafarmacia.com.br
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Fármacos em atenção A população brasileira desconhece os riscos de tomar anti-inflamatórios sem orientação profissional e farmácias ignoram a tarja vermelha que muitos possuem, por isso a categoria exige um tratamento mais cauteloso
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Por Flávia Corbó
Entre os medicamentos sempre presentes na caixa de medicamentos dos lares brasileiros estão os anti-inflamatórios, utilizados para combater a dor, edemas e outras alterações provocadas por processos inflamatórios. Ainda que boa parte da população desconheça a informação, os anti-inflamatórios são divididos em duas categorias, com ações e uso distintos. Os anti-inflamatórios não esteroides (Aine) ou não hormonais possuem propriedades analgésica, antitérmica, anti-inflamatória e antitrombótica, e são mais comumente utilizados para tratamentos sintomáticos. Alguns exemplos mais comuns são o ácido acetilsalicílico e o ibuprofeno. Esses fármacos não esteroides são classificados como Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs) e podem ser vendidos livremente, sem a prescrição médica. O mecanismo dos Aines se dá por meio da inibição da enzima ciclo-oxigenase, que diminui a
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formação de precursores das prostaglandinas e dos tromboxanos a partir do ácido araquidônico. Essa substância reduz a ação desses mediadores no termostato hipotalâmico e nos receptores de dor (nociceptores). Apesar de os não esteroides serem mais conhecidos e utilizados, a maioria dos produtos dessa categoria pertence a outra classe: anti-inflamatórios esteroides (AIE). Esses fármacos são glicocorticoides, classificados em relação à duração de ação, que se mostra mais eficaz que os Aines. As substâncias mais comuns são hidrocortisona, cortisona, prednisolona, betametasona, dexametasona. Os corticosteroides exercem efeitos sobre quase todas as células, influenciando em todo o metabolismo. Também interferem nas células sanguíneas, atingindo a cascata inflamatória. Sua utilização é reservada para situações mais crônicas e específicas, uma vez que tem vários efeitos adversos. Devido a essas caracterísitcas, os anti-inflamatórios esteroides possuem tarja vermelha e, portanto, só podem ser vendidos sob prescrição médica. fotos: shutterstock
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Realidade brasileira Por ser essencialmente heterogênea, seja na condição socioeconômica, seja na bagagem cultural, o comportamento da população brasileira quanto ao uso de medicamentos é bem diversificado. “Muitas vezes os medicamentos são adquiridos para uma possível emergência futura e essa situação gera o excedente de produtos domésticos, favorecendo, assim, a automedicação, além de estimular a indicação para outros da família ou vizinhos e a utilização de medicamentos já fora do prazo de validade”, descreve a farmacêutica responsável pela Farmácia-Escola do Departamento de Farmácia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP) e professora titular do curso de Farmácia da Universidade Guarulhos (UnG), Maria Aparecida Nicoletti. O que poucos se atentam é que qualquer medicamento usado de maneira inapropriada tem potencial para representar um risco à saúde. “Medicamento precisa ser administrado com a orientação de um profissional. Atualmente, a grande preocupação no mundo é a garantia da segurança do usuário. Sem a orientação correta, o paciente poderá ficar comprometido em diferentes níveis”, lembra. No caso dos anti-inflamatórios, as consequências do uso irresponsável são muitas, e algumas delas graves. A intoxicação com AAS, por exemplo, pode levar a choque cardiovascular e insuficiência respiratória. Em idosos e crianças, a consequência pode ser fatal. Já o diclofenaco pode causar vômito, diarreia, cefaleia, hemorragia gastrointestinal e convulsões. “O anti-inflamatório deve ser prescrito baseado na história clínica, em outras doenças e nos medicamentos que esse paciente utiliza, para minimizar os eventos adversos. Por exemplo, se o paciente for idoso ou apresentar disfunção renal, poderá ter necessidade de uma diminuição da dose normalmente administrada”, detalha a docente do curso de Farmácia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Campinas (Unicamp), Patricia Moriel.
Orientações essenciais Mesmo diante de um consumidor que chega à farmácia com a prescrição médica e, principalmente diante daqueles que compram MIPs apenas por orientação de conhecidos ou por já terem feito uso em outra ocasião, o farmacêutico tem um papel fundamental de orientacão. “A dispensação de medicamento deve ser um ato em que o produto é adquirido com toda a informação necessária para assegurar que 74
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No caso dos anti-inflamatórios, a orientação do profissional torna-se ainda mais importante, devido às inúmeras reações adversas que a má administração pode causar a sua utilização seja realizada de modo seguro e para que o tratamento possa ser efetivo”, destaca Maria Aparecida. No caso dos anti-inflamatórios, a orientação do profissional torna-se ainda mais importante, devido às inúmeras reações adversas que a má administração pode causar. “O simples uso de um medicamento contendo ácido acetilsalicílico por crianças que apresentam problemas como catapora ou ainda gripes causadas por vírus influenza poderá gerar dano hepático grave”, alerta a farmacêutica. No caso da utilização do paracetamol (ou acetaminofeno), que apresenta efeito analgésico menos intenso, a tendência é que o paciente aumente a dosagem por conta própria e o excesso pode provocar lesões hepáticas. O profissional deve salientar que a ingestão de uma quantidade superior a 4 g – o equivalente a quatro comprimidos de 750 g – já excede a dose máxima estabelecida e o risco de intoxicação é eminente. O mesmo pode ocorrer se o paciente tomar dois comprimidos de paracetamol e ingerir, durante o dia, outras pílulas que contenham esse fármaco em associação. Antigripais, por exemplo, costumam conter a susbtância. “Outra consideração a ser comentada é que pacientes que tomam o paracetamol para alívio de dores reumáticas ou musculares, quando já estão tomando medicamento anti-inflamatório como o diclofenaco, podem potencializar o risco de lesão nos rins, principalmente depois dos 40 anos”, destaca Maria Aparecida. No caso de usuários que já tenham ingerido uma dose posológica acima da indicada, as providências necessárias não poderão ser tomadas por um farmacêutico. A indicação é que se procure um médico imediatamente para que ele dê os encaminhamentos cabíveis, dependendo da
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Problema a ser combatido
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A busca do farmacêutico para obter informacões ainda não é um procedimento adotado por grande parte da população brasileira, mas Maria Aparecida acredita que em curto ou médio prazo a retomada dessa interação, que antigamente era muito intensa, será efetivada. “Com as orientações recebidas, o indivíduo começa a entender um pouco mais a respeito da abrangência das consequências do uso indevido de medicamentos e há uma melhoria em sua educação em saúde.” Para que isso se torne realidade, é necessário trabalhar a conscientização também dos profissionais envolvidos na orientação correta do uso racional de medicamentos, para combater a dispensação irresponsável. “O farmacêutico tem a possibilidade de estar em contato direto com o usuário do medicamento e essa oportunidade deverá ser conduzida para que o indivíduo utilize o medicamento de maneira segura e eficaz”, complementa.
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Mudando o cenário
Veja o que já foi debatido a respeito do controle de anti-inflamatórios tarjados.
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condição clínica do indivíduo, quantidade ingerida, idade, condição nutricional, peso, administração concomitante de outros medicamentos, via de administração utilizada etc. Há, ainda, outras orientações mais básicas, mas que podem fazer toda a diferença no sucesso do tratamento, como horário e forma de administração. “De uma forma geral, os fármacos orais devem ser ingeridos com um copo cheio de água, porém cada fármaco tem sua característica peculiar”, ressalta Patricia, da Unicamp.
O diclofenaco, por exemplo, deve ser ingerido com água, de preferência antes das refeições. Já para o AAS recomeda-se que o uso seja feito após as refeições ou com um pouco de leite. O farmacêutico também deve informar o período adequado da utilização do medicamento e aconselhar que se evite fumar e ingerir álcool, pois essas substâncias aumentam o risco de desenvolver úlcera gástrica.
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Além da automedicação, há outra séria questão permeando a relação entre farmácia e cliente. Todo farmacêutico e também balconista sabem que a dispensação de um medicamento tarjado por uma drogaria é considerada prática inadequada do farmacêutico, que caracteriza um ato ilegal e antiético. Porém, há ainda muitas drogarias que dispensam os tarjados sem prescrição. Muitas farmácias são vistas e gerenciadas apenas como comércio, não como estabelecimentos de saúde, por isso a venda de tarjados sem receituário é tratada como fonte de lucro. Para a docente do curso de Farmácia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Campinas (Unicamp), Patricia Moriel, os caminhos da mudança envolvem uma conscientização de que a drogaria é um estabelecimento de saúde, além de uma fiscalização mais agressiva e frequente, que resulte em penas mais rígidas tanto para o farmacêutico como para o proprietário. “Um bom exemplo é o processo realizado com os antibióticos, que já eram tarjados, mas seguiam sendo vendidos livremente. Foi necessário que as prescrições fossem retidas para que a legislação fosse cumprida”, relembra a professora, reforçando que vendas ilegais de medicamentos sejam denunciadas aos Conselhos Regionais de Farmácia (CRFs). Diante das reclamações já recebidas, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estuda a possibilidade de adotar para os anti-inflamatórios um sistema de retenção de receita semelhante ao de antibióticos.
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Alívio para a dor Cerca de 60 milhões de brasileiros sofrem de dor crônica. Os analgésicos são os grandes aliados, mas ainda são subprescritos no País Por Flávia Corbó
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Sentir dor é uma sensação muito incômoda, independente da intensidade ou da causa. Para os brasileiros, o problema parece ser ainda maior. Segundo a avaliação de especialistas, a dor é uma questão subtratada no País. E a culpa recai tanto nos profissionais da saúde quanto na falta de informação da população. De acordo com dados da Sociedade Brasileira
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de Estudos para a Dor (SBED), a média de tempo que um paciente com dor leva até procurar um ambulatório ou serviço especializado é de oito anos. Nesse estágio, muitos indivíduos já estão bem debilitados, ou até mesmo incapacitados. Mesmo quando esse paciente procura a ajuda de um médico, nem sempre o fim da dor está garantido. Em casos de pacientes com câncer, por exemplo, é cofoto: shutterstock
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mum que o foco do tratamento esteja no combate à doença, enquanto a dor é vista como algo secundário. No entanto, o correto seria que ela fosse tratada em paralelo, já que é vital para trazer qualidade de vida e adesão ao tratamento. Entre a população mundial, 20% a 30% sofrem com dores. No Brasil, os índices não são muito diferentes, mas apresentam acentuadas variações de região para região. De 15% a 40% da população geral sofre de alguma dor, o que equivale a 60 milhões de pessoas. Em São Luís (MA), o índice de queixas de dores crônicas chega a 47%, enquanto em Salvador (BA) chega a 41% e, em São Paulo, fica entre 30% e 40%.
Aliados do combate Ainda que não tão bem prescritos nem bem utilizados pelos pacientes, os analgésicos e antitérmicos da classe não opioides representam 14% de todos os Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs) disponíveis no mercado. Enquanto a venda de MIPs em geral representou 17 bilhões – os analgésicos e antitérmicos venderam sozinhos cerca de 2,3 bilhões, segundo informações do diretor de relações institucionais da Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de Prescrição (Abimip), Aurélio Saez. Uma prescrição mais efetiva de analgésicos e uma consciência por parte da população a respeito da importância de se investigar as causa da dor trariam bens a todos os elos da cadeia farmacêutica. Os pacientes seriam mais bem assistidos, enquanto a indústria ganharia mais fôlego para continuar investindo em melhorias das fórmulas atuais. Por enquanto, as inovação estão estagnadas. “O que tinha que sair de analgésicos genéricos já saiu. Pode ser que, caso entre um novo produto no mercado, crie-se um novo genérico, mas, por enquanto, as possibilidades estão esgotadas. Quanto aos similares, é algo que varia muito. Sempre existe empresa nova que busca ter similares nesse setor. Sempre tem uma movimentação”, analisa Saez. Enquanto as indústrias farmacêuticas tentam encontrar novos caminhos para a inovação, cabe ao varejista saber trabalhar bem o sortimento existente. Depois que os MIPs foram autorizados a sair de trás do balcão e voltar ao alcance do consumidor, ressurgiram as dúvidas sobre a melhor exposição dos medicamentos. A quantidade de produtos disponíveis no mercado é enorme. Medicamentos mais populares chegam a ter
Apesar da venda livre, cabe ao farmacêutico orientar os clientes de que, inclusive os analgésicos não opioides, característicos por ação mais branda e recomedados para dores moderadas, podem representar risco à saúde, se mal utilizados mais de 50 similares e 5 genéricos, o que exige muita organização no ponto de venda. Para Saez, a melhor opção é distribuir os produtos conforme a indicação terapêutica – medicamentos para gripe em uma mesma prateleira, para dor de cabeça em outra, e assim sucessivamente. “Isso é o que facilita mais a escolha do consumidor. Já separado em ordem alfabética, o cliente teria de percorrer a farmácia inteira para comparar o preço de um produto com o outro”, pondera Saez. E, ainda que 95% dos clientes entrem na farmácia já sabendo qual medicamento querem comprar, o executivo acredita que investir em ações de marketing dos fabricantes gera resultados. Apesar da venda livre, cabe ao farmacêutico orientar os clientes de que, inclusive os analgésicos não opioides, característicos por ação mais branda e recomedados para dores moderadas, podem representar risco à saúde, se mal utilizados. “A automedicação quase sempre traz consequências, mas, por terem acesso facilitado, as pessoas acabam minimizando os riscos. Mas os analgésicos podem provocar distúrbios gastrointestinais e problemas hepáticos quando tomados em excesso”, alerta a oncologista e diretora médica da Mundipharma Brasil, Dra. Andréa Naves.
Situação oposta Com atuação voltada para dores medianas a severas, como alívio de dores oncológicas ou de infarto agudo do miocárdio, os opioides possuem ação mais forte no organismo e devem ser vendidos somente sob prescricão médica. As substâncias mais comuns são morfina e 2014 março guia da farmácia
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Mantenha seu cliente informado: Com a regulamentação da prescrição farmacêutica, torna-se ainda mais imprescindível que o farmacêutico saiba informar bem o consumidor a respeito dos medicamentos disponíveis no mercado. Abaixo segue a descrição dos analgésicos e antitérmicos mais comuns: CLASSE TERAPÊUTICA GRUPO
ANALGÉSICOS ANTITÉRMICOS OPIOIDES ou HIPNOANALGÉSICOS
FÁRMACOS
MORFINA
TRAMADOL
NÃO OPIOIDES AAS
Inibe a biossíntese de prostaglandina (inativa a cicloxigenase por Como Como acetilação irreversível hipnoanalgésico, hipnoanalgésico, da prostaglandina COMO AGEM deprime seletivamente deprime seletivamente sintetase) e age como o SNC, afetando o SNC, afetando analgésico, antipirético, os processos de os processos de anti-inflamatório, percepção da dor percepção da dor antirreumático, antiagregante plaquetário, antitrombótico
INDICAÇÕES
Dores intensas como alívio de dores oncológicas ou de infarto agudo do miocárdio; dores de anemia falciforme
CONTRA-INDICAÇÕES
Diarreia por intoxicação, depressão respiratória aguda, gravidez, lactação
REAÇÕES ADVERSAS
DIPIRONA
PARACETAMOL
Do grupo das pirazolonas, tem propriedades analgésicas, antipiréticas e anti-inflamatórias
Possível inibição das prostaglandinas, atua eficientemente como analgésico antipirético, sem ação anti-inflamatória
Dor de intensidade moderada ou grave
Dores moderadas e leves, contra febre, artrite reumatoide, artrite juvenil
Dores de leve a moderadas de diversas origens
Alternativo ao AAS empregado contra dores leves e moderadas e quadros febris
Gravidez, lactação
Asmáticos, problemas ulcerosos gastrointestinais, riscos de hemorragias, gravidez, trombocitopenia e crianças com inflenza viral ou varicela
Glaucoma de ângulo fechado, nefrites, discrasias sanguíneas, asma, infecções respiratórias crônicas
Indivíduos com hepatopatias
Distúrbios gastrointestinais, náusea, vômitos
Discrasias sanguíneas
Dor de garganta inexplicável, febre, cansaço. Doses em excesso podem causar hepatoxicidade
Tontura, depressão Depressão respiratória; respiratória, constipação, constipação, hipotensão, retenção hipotensão, retenção urinária, hepatoxicidade urinária, hepatoxicidade
INTERAÇÕES
Outros hipnoanalgésicos, anti-hipertensivos, álcool
Outros hipnoanalgésicos, anti-hipertensivos, álcool, com varfarina altera INR
Inúmeras interações atentando para as condições que podem alterar chances de sangramento
Álcool, anticoagulantes cumarínicos, alopurinol, anticoncepcionais, barbitúricos, clorpromazina
Anticoagulantes. Álcool, anticonvulsivantes, anticoncepcionais
POSOLOGIA
Via oral: de 20 a 25 mg a cada 4 horas
Via oral: de 50 a 100 mg de 2 a 3 vezes ao dia. Máx.: 400 mg
De 500 a 1000 mg a cada 4 horas. Dose máxima de 3 a 6 g, dependendo do paciente
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COMO USAR
Com água
Com água
É preferível com alimento para evitar efeito gástrico
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ORIENTAÇÕES
Medicamento para uso em dor intensa. Causa dependência e, por isso, necessita de controle rigoroso de uso
Medicamento para dor intensa. Evitar uso abusivo
Todo medicamento pode causar problemas, não use medicamento sem necessidade ou sem orientação médica ou farmacêutica; atente para possíveis sangramentos
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Fonte: professora associada ao Departamento de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP), Julieta Ueda
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A DOR EM NÚMEROS No Brasil, de 15% a 40% da população geral sofre de alguma dor, o que equivale a 60 milhões de pessoas
Entre a população mundial, 20% a 30% sofrem com dores
O ÍNDICE DE QUEIXAS DE DORES CRÔNICAS CHEGA A: SÃO LUÍS
SALVADOR
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uso incorreto. “Quando as taxas de abuso da nova e da antiga formulação são comparadas, estudos de pós-comercialização feitos nos EUA demonstram que houve uma redução de cerca de 40% de uso indevido depois que a nova formulação foi aprovada”, garante Naves. O resultado foi tão eficiente que o FDA passou a impedir o registro e a venda de versões desse analgésico sem a nova tecnologia. No Brasil, o medicamento aguarda aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A expectativa é de que a autorização para a comercialização saia ainda neste primeiro trimestre.
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O consumidor se baseia em fatores decisivos na hora de comprar MIPs. Confira alguns deles.
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tramadol, que, por causarem dependência, devem ser administradas com controle rigoroso de uso. Enquanto, no Brasil, essas substâncias são subprescritas, já nos Estados Unidos a situação é oposta e virou problema de saúde pública. Cerca de 2 milhões de americanos são viciados em opioides e quase 14 mil tiveram overdose com essas drogas no ano de 2012, segundo o Departamento de Saúde e Serviços Humanos do País. Os opioides são revestidos por uma camada dupla de proteção, que faz com que a ação analgésica seja liberada, aos poucos, ao longo de 12 horas. No entanto, os viciados maceram o comprimido e inalam o pó, ou o misturam com um solvente e injetam na corrente sanguínea. Dessa maneira, a ação do medicamento ocorre de uma só vez, gerando um pico de euforia. Diante do problema, o Food and Drug Administration (FDA) – órgão regulatório americano – estimulou que as indústrias buscassem soluções. A Mundipharma, então, desenvolveu uma nova tecnologia que criou um comprimido quase impossível de ser quebrado, o que dificulta o
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Reuniões produtivas
com a equipe
Fazer encontros periódicos nivela, dissemina as informações e anula os motivos que levam os colaboradores a serem improdutivos
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silvia o s s o Palestrante e consultora especializada em treinamento, desenvolvimento e marketing de varejo. É autora dos livros Atender Bem Dá Lucro, Programa Prático de Marketing para Farmácias e Administração de Recursos Humanos para Farmácias E-mail siosso@uol.com.br 84
Poucos farmacistas têm o hábito de reunir-se com seus funcionários habitualmente e os que têm o fazem sem cuidado e planejamento, por isso resolvi “conversar” um pouco sobre isso. A comunicação interna com os colaboradores traz envolvimento, participação da equipe, satisfação por “pertencer” ao grupo e, consequentemente, melhores resultados para a empresa e equipe. Funcionários bem informados produzem mais e com mais satisfação. O objetivo de se realizar reuniões formais na loja é desenvolver e enfatizar a filosofia da empresa, as metas do gerente, da loja e da empresa ou comunicar algo de importância para todos. Não é necessário um local formal para realizar as reuniões, mas, se existir um espaço confortável para isso, ela será mais produtiva. É importante lembrar que, em caso de farmácias, temos mais de um turno, portanto a reunião deve ser repetida com o mesmo entusiasmo outras tantas vezes quanto os turnos existirem. Mas o que realmente deve acontecer em uma reunião na loja? Todas as reuniões de uma forma ou de outra focalizam o atendimento ao cliente. Mesmo as decisões relativas a normas e procedimentos operacionais são meios para atingir o objetivo de aumentar a satisfação dos clientes. Dessa forma, o gerente deve ser incansável ao perseguir a meta de criar e manter um ambiente na loja que encante os clientes, mas que, acima de tudo, harmonize os colaboradores. Para conseguir realizar e planejar uma reunião produtiva é simples, basta querer e seguir os seguintes passos: • Faça um plano estudando o conteúdo; • Informe com antecedência o horário,
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o local e a pauta da reunião; • Comece e termine na hora marcada; • Faça reuniões rápidas; • Anote o que deve falar para não esquecer de pontos importantes; • Faça com que os funcionários participem, fazendo perguntas e estimulando-os a falar, ouvindo-os sem interrompê-los; • Assuma o controle; • Realize reuniões a cada 15 dias; • Faça uma Lista de Presença para certificar-se dos que compareceram à reunião; • Torne a reunião divertida, tranquila e alegre, mas não desorganizada nem cheia de piadinhas; • Antes de encerrar, repita os pontos importantes, recapitulando o que ficou “combinado”; • Após o término, faça um pequeno resumo, por escrito, do que foi tratado e arquive junto com a Lista de Presença. Isso vai servir de base em caso de dúvidas. Quando são feitas reuniões periódicas, a equipe vai sendo informada em “doses homeopáticas” e aprende a participar de forma madura. Reuniões não são momentos de chamar a atenção, repreender ou “lavar roupa suja”. Ainda que alguém do grupo ou o todo mereça, essa não é a hora. Reunir é hora de COMUNICAR e OUVIR! O coordenador das reuniões deve lembrar-se ainda do poder do elogio feito em público. Todo ser humano precisa de reconhecimento e o elogio é uma das formas mais eficientes de se reconhecer o bom desempenho. Elogiado, o funcionário responde muitas vezes aos estímulos externos despertando sua motivação. Portanto, quando um gerente tem noção clara do que motiva cada um de seus colaboradores, ele poderá acenar com estímulos compatíveis a cada uma das pessoas. foto: divulgação
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recursos humanos
O valor de cada um A forma como a empresa conduz seus negócios, seu comportamento frente aos clientes e a direção que dá à sua equipe são elementos estratégicos para um caminho de sucesso Por Adri a n a Bruno
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A abertura de uma empresa não se dá por acaso. Ao investir tempo e recursos em um negócio, o empresário já tem em mente o que quer oferecer ao mercado e como fará isso. Ao abrir uma empresa, um dos passos fundamentais é ter claramente definido o tripé da organização, ou seja, sua missão, visão e seus valores. Esses elementos interligados irão nortear todo o histórico do negócio, o que não significa algo imutável, pelo contrário, eles podem evoluir, serem aprimorados, mas jamais esquecidos, antes disseminados tanto para o mercado quanto para toda a equipe de trabalho. De acordo com a professora do Programa de Administração de Varejo/Fundação Instituto de Administração (Provar/FIA), Dayse Maciel, quando a empresa não tem esses elementos definidos, apresenta dificuldade para compartilhar decisões. “A missão, a visão e os valores da empresa são fundamentais para a tomada de decisões desde as coisas rotineiras até mesmo sobre qual será sua postura em momentos de crise. Isso porque a missão é aquilo que a empresa faz, o seu propósito, ramo de atuação, público-alvo, ou seja, porque ela existe; a visão é o que essa empresa quer do futuro, aonde quer chegar, onde fará investimentos para atingir suas metas; e, finalmente, os valores, a moral, a ética, as regras que essa empresa irá seguir, sejam elas com clientes, fornecedores ou com seus colaboradores. A missão e a visão podem até mudar com o tempo, serem aprimoradas, mas os valores são inegociáveis”, diz. Valores expressam diretamente a cultura de uma empresa. Quando se deseja modificar esse ponto, deve-se atuar nos valores. Um comportamento, uma atitude é consequência dos valores e das regras de conduta dos envolvidos, visto que toda ação antecede uma avaliação, que pode ser positiva ou negativa no que diz respeito a pessoas ou situações. “Quando ouvimos, e isso não é incomum, pessoas dizerem a frase ‘aqui é assim ou sempre foi assim’, significa que crenças estão se perpetuando no inconsciente coletivo daquela organização. Valores são geradores de riquezas e será fundamentalmente necessário exterminar as crenças limitadoras. Valores são aprendizados
estratégicos, perenes no tempo e têm por objetivo informar funcionários em todos os níveis e mercado, incluindo aqui toda a cadeia de fornecimento, que um comportamento é melhor do que o seu oposto. E esses quesitos são a melhor forma de atingir os objetivos estratégicos. Eu costumo dizer que valores são comportamentos incorruptíveis”, avalia a diretora de educação corporativa da Leme Consultoria, Márcia Vespa.
Base tem que ser forte Assim como a construção de um imóvel precisa de um alicerce benfeito, forte o suficiente para suportar toda a estrutura que virá por cima dele, uma empresa precisa de uma base sólida que irá sustentar toda a sua história, mais uma vez, os valores. E quem define que valores são esses? O fundador da empresa. Esse conceito está intrínseco ao pensamento daqueles que irão abrir as primeiras valas, que irão prepará-las para receber toda a ferragem e o concreto do tal alicerce. É na cabeça do dono da empresa que está a forma como ela será conduzida, o tratamento que irá dar ao mercado e à equipe. “Normalmente, são valores também comungados pelo empreendedor, o criador do negócio, e podem ser alterados ao longo do tempo, principalmente em função das mudanças sociais e da sucessão na gestão. Esses valores influenciam a estratégia e as políticas da organização. Nesse sentido, irá impactar nos diversos stakeholders (exemplos: clientes, fornecedores, funcionários, entre outros) da empresa, e a reação destes, por sua vez, será um fator determinante do desempenho organizacional”, diz o professor de administração da Trevisan Escola de Negócios, João Maurício Gama Boaventura. Para definir os valores da empresa, o fundador ou a direção podem usar a estratégia de trabalhar por temas. “Uma coisa que se deve levar em conta é que, quando a empresa
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Quando missão, visão e valores não são bem definidos, a empresa apresentará dificuldade para compartilhar decisões começa a crescer, o dono não consegue estar em todos os lugares, participando de tudo, portanto é fundamental que, ausente ou não, as coisas continuem a acontecer como deveriam. Daí podemos lançar mão da estratégia de definir valores por temas, por exemplo: qual a postura da empresa em relação à remuneração de acionistas e equipe; meio ambiente, fornecedores, clientes, associações, contratação de colaboradores; processo seletivo, entre outros. Ou seja, definir os elementos que fazem parte da direção da empresa e torná-los conhecidos pelos gestores e demais colaboradores. Quando todos sabem o que a empresa quer e pensa, fica mais fácil garantir e atingir os objetivos”, orienta Dayse Maciel, do Provar/FIA. Para o profissional de comunicação e o palestrante que ministra treinamentos na área de performance organizacional e desenvolvimento humano, Eduardo Zugaib, uma política sustentada em valores transparentes ajuda a empresa na consolidação das equipes, no fortalecimento das lideranças e na criação de propósito junto a todos os colaboradores. “Daí a importância dos valores serem algo vivo, perceptíveis nas práticas do negócio, e não apenas impressos em uma placa bonita na recepção, para impressionar as visitas”, ressalta. As ideias e os ideais do fundador da empresa podem, sim, sofrer alterações durante o processo de crescimento diante do momento do mercado, pelo amadurecimento de ambos e até mesmo por mudanças na direção. Ao mesmo tempo em que alguns valores podem ser perdidos no caminho, outros vão surgindo, principalmente quando há alterações na direção da empresa. Um novo rumo pode manter ou alterar radicalmente as crenças do fundador, seja pelos resultados momentâneos da empresa, o seu momento histórico e a influência de consultores. Toda forma de aprendizagem afeta diretamente as crenças de uma organização. Isso significa, portanto, que crenças e valores se intercambiam o tempo todo, principalmente em função dos resultados, que acabam sendo responsáveis pela revitalização 88
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ou desvitalização dos valores empresariais. O que quero dizer é: se valores são comportamentos nobres e incorruptíveis, será nas dificuldades que as pessoas se certificarão se eles têm credibilidade.
Política transparente ajuda a empresa na consolidação das equipes
Comunicação é fundamental Não adianta escrever um lindo texto, debater horas, passar noites sem dormir para definir os valores da sua empresa se isso ficar dentro da gaveta do escritório, em um quadro em algum lugar da empresa ou apenas no site. Para serem aplicados no dia a dia, os valores da empresa precisam ser conhecidos por todos os envolvidos em suas operações, e a única forma de fazer isso é comunicar. “Quando os valores da empresa são compartilhados, a comunicação se fortalece, ganha-se em assertividade e os propósitos do trabalho de cada um tornam-se mais sólidos. O ‘contrato psicológico’, que é muito mais forte do que o contrato trabalhista quando o foco é a motivação, torna-se mais evidente. Mas que fique claro às lideranças que ‘compartilhar’ não significa apenas informar, mas, sim, vivenciar os valores em cada atitude tomada dentro (e por que não também fora?) da empresa”, diz Eduardo Zugaib. Ele ainda reforça a importância dos gestores estarem afinados com os valores da empresa e, além disso, estarem preparados para repassar esses pensamentos ou conceitos à equipe. “As equipes executiva e operacional, que ocupam as linhas de frente de uma empresa (seja em produção, atendimento, vendas, administração etc.), em grande parte, têm seus líderes como modelos aspiracionais. Afinal, eles ocupam ‘posições’ que todos gostariam de merecer e ocupar um dia. Se o comportamento do líder é caótico, destrutivo e totalmente avesso aos valores da empresa, seus liderados tendem a reproduzi-lo nos escalões de baixo. Afinal, ‘se para estar lá é preciso ser assim, então começarei desde já’. A declaração, sustentada pela vivência real dos valores, ajuda a fortalecer a cultura vislumbrada pela organização. A equipe muda na medida em que seus líderes mudam, seja de forma negativa ou positiva”, orienta. Antes de comunicar, deve-se ter certeza do que se quer institucionalizar como valor e, principalmente, se os principais executivos estão dispostos a honrar esse compromisso por meio de uma perfeita congruência entre o seu discurso e a sua prática. Do contrário, não precisa nem começar. Uma empresa que decida levar
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Não adianta escrever um lindo texto, debater horas, passar noites sem dormir para definir os valores da sua empresa se isso ficar dentro da gaveta do escritório adiante uma gestão por valores de forma responsável deve fazê-lo para dar apoio estratégico concreto, para lá do discurso. Qualquer desconexão entre o que se prega e o que se faz desmoralizará a iniciativa e impactará diretamente na credibilidade da empresa perante colaboradores e demais envolvidos. A comunicação deve começar pela liderança como exemplo e principal fomentador dos valores da empresa. Invista no desenvolvimento dos seus líderes e inclua práticas de meritocracia para reconhecer (e também punir, se for necessário) aqueles que materializam e estimulam os comportamentos nobres sustentadores do negócio. A comunicação na empresa não é crucialmente importante apenas para gerar a mudança mas também para sua efetividade em geral. Quanto mais convincente for a comunicação para sustentar e desenvolver cada um dos 90
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valores essenciais da empresa, melhor cumprirá sua função como ferramenta para a mudança.
Transparência Objetiva A missão, a visão e, principalmente, os valores da empresa devem ser apresentados aos colaborados já no momento da contratação. “A empresa pode ter esses conceitos impressos em um documento que o futuro funcionário deverá assinar no momento da contratação, mas é importante que não fique na gaveta. Também é interessante promover palestras, encontros regulares para fortalecer esses valores e, obviamente, demonstrar como eles são colocados em prática”, comenta Dayse Maciel. Para Eduardo Zugaib, é fundamental estabelecer planos de treinamento e desenvolvimento, nos quais o compartilhamento da visão, da missão e dos valores da empresa aconteçam de forma horizontal (palestras, treinamentos) e vertical (counseling, coaching e reuniões estratégicas). “No primeiro grupo de ações, trabalha-se o alinhamento dos valores desejados. E, para que a equipe trabalhe de forma integrada a esses conceitos, é necessário estabelecer uma política de comunicação transparente, objetiva, assertiva e motivadora, sustentada em forte feedback , o qual deve não apenas apontar as correções mas também celebrar os acertos individuais e do grupo”, diz.
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Planejamento cumprido É por meio dos funcionários que as metas serão realizadas, portanto é essencial conhecer o perfil de cada pessoa, suas qualidades e limitações para a melhor execução do projeto
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Por Vi vian Lourenço
Para o sucesso do varejo, é fundamental um bom planejamento, que deverá levar em conta as conquistas e os infortúnios do ano anterior, assim como as metas a serem cumpridas em determinados meses, além de ações específicas focando o calendário sazonal. Porém, de nada adianta um planejamento bem idealizado se a equipe que for executá-lo não estiver focada e alinhada para que os resultados possam apare-
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cer. Toda empresa precisa de um time de profissionais motivados, para que as ações sejam realizadas de forma adequada e tragam os resultados esperados. Por essa razão, é importante que os gestores percebam quem – e quais – são os profissionais da sua equipe. A gerente de RH da Catho, Angélica Nogueira, pontua que as pessoas são essenciais para a organização das tarefas e o cumprimento dos prazos e resultados. “Uma equipe estrutufotos: shutterstock
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rada é sempre positiva para o planejamento dos negócios e o alcance dos objetivos”. A sócia e coach da Questão de Coaching, Ticiana Tucci, exemplifica essa importância de outra maneira. “O técnico Bernardinho diz que, por mais que se tenha um trabalho altamente tecnológico, no final das contas sempre precisamos de uma pessoa para executar, se reportar ou servir.” Por isso que os especialistas são unânimes em afirmar que quem faz a diferença são as pessoas. “Elas são de fundamental importância porque sem o trabalho delas a concretização do planejamento não seria possível”, complementa a palestrante, psicóloga, mestre em administração de empresas e consultora organizacional, Meiry Kamia. Por esses motivos, para os funcionários, ter um planejamento é imprescindível. Angélica, da Catho, destaca que todo profissional precisa entender qual seu objetivo (e papel) dentro da empresa, para que assim possa contribuir de forma efetiva, além de conseguir se organizar, utilizar melhor os recursos que possui e trabalhar com mais propriedade. É importante que eles estejam a par do planejamento para amenizar a expectativa e a ansiedade. Meiry ressalta que saber o que vem pela frente ajuda os funcionários a se planejarem melhor, evitando que dispersem energia em preocupações, fofocas, boatos etc.
Resultados esperados Além de um planejamento detalhado, com foco em resultados reais, é necessário que também contenha o detalhamento dos papéis e das responsabilidades para cada parte da equipe envolvida no planejamento. Além disso, deve-se estabelecer planos de ação com cronogramas e prazos. A executiva da Catho explica que, em primeiro lugar, é importante o gestor fazer cada pessoa da equipe entender o seu papel no projeto e que, principalmente, consiga visualizar a importância deste para a organização como um todo. “A partir disso, é possível definir as funções de cada um, bem como prazos e metas, sempre focando no resultado”, destaca. Com tudo isso estruturado, fica a responsabilidade do gestor fazer o acompanhamento e, se necessário, correções de rota. Meiry Kamia ainda destaca que a comunicação é fundamental nesse processo. “O líder deve criar a imagem mental de futuro juntamente com a equipe; inspirá-la de modo que ela se sinta motivada a realizar os esforços necessários para a transformação do projeto em algo real.” Além dessa imagem final, a especialista reforça que é preciso que o líder saiba delegar as funções de maneira clara e objetiva, dizendo o que se espera de cada pessoa da equipe. “Ele deve conhecer bem sua equipe em termos de compe-
Pontos-chave: • Entender claramente o que deve ser obtido para a concretização de um projeto e se o meu entendimento é o mesmo de quem solicita. • Saber o tempo necessário para realizar o trabalho/projeto. É preciso ter um plano B em caso de contingência. • Verificar se consigo realizar o trabalho sozinho ou se preciso da ajuda de uma equipe. • Conhecer os recursos: financeiros, materiais e pessoais/competência/habilidade para realizar o projeto. • Definir objetivos claros. • Estabelecer esforço necessário para o projeto (tempo x pessoas). • Acompanhar a execução dos projetos. • Estar sempre pronto para imprevistos. • Avaliar os resultados, identificando pontos positivos e apontando pontos de melhoria. Fontes: gerente de RH da Catho, Angélica Nogueira, e sócia e coach da Questão de Coaching, Ticiana Tucci
tências. Deve saber o limite de cada componente, para quem irá delegar as funções e preparar previamente os integrantes da equipe caso eles não estejam aptos para os novos desafios”, define. Uma equipe também tem fases e, durante o percurso do plano, surgem as dificuldades. É nesse momento que o líder precisa estar pronto para dar suporte e fazer os ajustes necessários para que o plano prossiga.
Atenção com o que pode dar errado Durante esse processo, algumas oportunidades de crescimento podem se perder, por isso é fundamental que o gestor esteja atento aos principais erros que ele pode cometer no percurso. Algumas oportunidades perdidas, de acordo com Ticiana, da Questão de Coaching, significam o não acompanhamento das ações estabelecidas no plano de ação; a não sinalização de que uma tarefa do cronograma não será cumprida dentro do prazo estipulado, comprometendo diretamente o prazo final. “É importante perceber o engajamento das partes envolvidas para garantir o bom andamento do plano.” A falta de planejamento, assim como delegar as tarefas sem deixar clara a sua importância ou planejar projetos extensos, 2014 março guia da farmácia
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esquecendo-se de focar as metas para o dia a dia, são pontos importantes e, por vezes, negligenciados, “além da falta de acompanhamento para prever possíveis atrasos e/ou novas possibilidades”, orienta Angélica, da Catho.
Pontos-chave para o sucesso Após as regras e metas estabelecidas e passadas de forma clara para os funcionários, Meiry aconselha a ficar de olho no prazo. ”A equipe precisa saber para onde está indo, qual a direção, precisa conhecer as normas estabelecidas para cometer menos erros e cumprir os prazos.” O principal é que o profissional realmente vista a camisa e se sinta parte importante do projeto. Outros fatores como ter recursos, sentir-se motivado e enxergar o projeto como um todo são fundamentais para o cumprimento do que foi planejado. Além disso, é fundamental o acompanhamento por meio de reuniões, sempre tendo o cuidado de fazer com que o planejamento faça sentido para a equipe. “Deve ser algo em que as pessoas vejam valor e entendam o motivo pelo qual o plano deverá ser realizado”, orienta Ticiana. Meiry ainda orienta que o exercício da boa liderança é fundamental para o sucesso do trabalho em equipe. “Liderar é educar, é fazer as pessoas se superarem.” Pesquisas indicam que seres humanos têm muita satisfação quando sentem que estão aprendendo algo ou se superando em alguma atividade. Para manter uma equipe motivada, é preciso ajudá-la no processo de desenvolvimento. 94
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em primeiro lugar, é importante o gestor fazer cada pessoa da equipe entender o seu papel no projeto e que, principalmente, consiga visualizar a importância deste para a organização como um todo Entretanto, muitos líderes cometem o erro de reduzir o exercício da liderança a apenas comunicar metas ou dizer o que tem de ser feito, e param por aí. “Não tomam o cuidado de perceber se a equipe está tendo algum problema, se ela não tem as competências necessárias já desenvolvidas, se a equipe dispõe de estrutura necessária etc., ou seja, não dá suporte.” Os especialistas alertam que, sem esse suporte, não há como desenvolver confiança entre os membros da equipe. E o resultado são pessoas preocupadas em cometerem erros. O foco muda, em vez de buscarem as metas, concentram-se no erro por conta da sensação de falta de apoio, dando início ao ciclo da autossabotagem.
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Sempre para
o alto
Indústria farmacêutica brasileira inova, cria novos cargos e busca profissionais capacitados para preencher as posições recém-criadas
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Por Rodrigo R odrigues
A indústria produtiva farmacêutica é uma das que mais emprega trabalhadores no Brasil. Mesmo num contexto de crise e estagnação econômica, em 2013 o setor registrou alta de 6% em relação à geração de empregados do ano anterior, fechando o período com mais de 83 mil trabalhadores, segundo dados do Sindicato da Indústria Farmacêutica do Estado de São Paulo (Sindusfarma). Com cerca de 500 empresas do País, a maior parte da indústria está localizada na região Sudeste, em Estados como São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Goiás (Centro-Oeste) e Amazonas (Norte). Só em São Paulo são 200 empresas do setor. Embora o Estado seja o mais rico do País, os empregos no setor industrial farmacêutico cresceram menos que a média nacional, chegando a 4% e somando cerca de 43,6 mil funcionários. “No Estado de São Paulo, o aumento está abaixo da média nacional por causa
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da questão tributária que o setor enfrenta. A maioria dos novos postos que surgiram ali não é apenas da parte industrial das empresas. São contratações de áreas administrativas e de vendas dos laboratórios”, afirma o presidente executivo do Sindusfarma, Nelson Mussolini. “Há crescimento de empregos muito mais forte em outros Estados, como Goiás, Minas Gerais e Paraná, justamente pela política tributária mais favorável que há nessas localidades”, completa. Com esse clima de avanço do setor, novas oportunidades na cadeia produtiva também têm crescido. São novas posições de trabalho que foram criadas e complementam a malha de profissionais que dão suporte ao setor industrial farmacêutico. “São posições geralmente mais técnicas, mas que respondem pela diversificação dos negócios da cadeia de produção e vendas”, diz a associate director e partner da Fesa, Silvia Carvalho, empresa especializada em recrutamento de executivos para o mercado de Life Science oriunda da fusão com a Abrahams Executive Search, uma fotos: shutterstock
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das maiores recrutadoras de talentos do mundo. “Por conta da concorrência, da entrada de novos players do mercado internacional no Brasil e do avanço da indústria de genéricos, o setor está se reinventando e abrangendo mais os negócios para continuar com as margens de lucro estabilizadas e ampliar a participação no mercado”, analisa. Quando se fala em diversificação dos negócios, o que se compreende é que as empresas farmacêuticas não estão mais investindo apenas no mercado. Mas também passaram a dar mais importância para as vendas ao governo, em virtude dos grandes investimentos em programas como Aqui tem Farmácia Popular e Farmácia Popular do Brasil, do Governo Federal, ou ainda o programa Dose Certa, do governo de São Paulo. Só os programas do Governo Federal têm, somados, mais de R$ 3 bilhões por ano no orçamento para investimento em saúde e compra de medicamentos. “Ter boas relações com secretarias, ministérios e agências de regulamentação conta muito para os profissionais que desejam ingressar em uma dessas novas posições oferecidas pelo mercado”, diz a executiva de recursos humanos da empresa Hays Pharma, Adriana Vianna, outra grande operadora global de recrutamento no setor farmacêutico.
Inovação atrativa Uma dessas novas profissões que se destacam no chamado “novo mercado farmacêutico” é o cargo de gerente de acesso ao mercado, que justamente vai cuidar do relacionamento da empresa com os órgãos governamentais. “Em virtude do avanço das pesquisas e da evolução tecnológica, os custos de tratamento também têm se elevado. O papel dele é garantir, através do relacionamento, que o medicamento gerido por ele esteja contemplado nas
políticas de saúde das administrações públicas das três esferas”, comenta Silvia Carvalho, da Fesa. Da mesma forma que o governo tem suas políticas públicas de saúde, o setor privado, principalmente as operadoras de planos de saúde e os grandes hospitais privados, também tem. Para essa vertente, a indústria farmacêutica tem buscado profissionais para se relacionar com os principais players do mercado, através do cargo de gerente de acesso ao mercado privado. “Tal ação acontece nos casos em que o médico recomenda um tratamento e a droga não está ‘padronizada’ na seguradora, ou seja, não está autorizada para ser administrada no paciente. Assim, esse profissional busca incluir a droga nessa lista, facilitando o acesso do segurado ao tratamento recomendado”, explica Silvia Carvalho. Outro cargo muito requisitado pelas empresas da cadeia de produção de medicamentos é o de gerente de farmacoeconomia. Como o nome diz, a função desse profissional é fazer estudos de custos, eficiência e valores para oferecer ao mercado condições vantajosas aos medicamentos de altíssimo custo, como, por exemplo, para doenças raras ou cânceres. “A principal função desse cargo é provar para o cliente, através de estudos, que a aplicação daquele produto vai trazer vantagens a médio, curto ou longo prazo, que tornam o medicamento vantajoso, mesmo com altos custos. É uma atividade fundamental para a tomada de decisão do gerente comercial da conta, que, através desses números, poderá traçar uma estratégia de atuação no mercado”, comenta a representante da Fesa.
Mais opções O mercado tem apostado bastante também na carreira de medical scientific liaison. Um cargo com um nome bastante rebuscado, cuja função essencial é estreitar as relações com a comunidade científica e o mundo acadêmico para tratar das novidades da indústria e interagir com os médicos sobre o uso dos novos medicamentos, moléculas, resposta a tratamentos etc. “É um cargo extremamente técnico e dedicado, na maioria das vezes, a profissionais com
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formação em medicina ou biomedicina. É preciso entender as fórmulas, os efeitos e as respostas dos medicamentos e apresentá-los aos formadores de opinião da medicina e das ciências médicas”, conta Adriana Vianna, da Hays Pharma. Já o gerente de educação médica, que na maioria das vezes tem formação na área da saúde, é responsável por desenvolver e implantar iniciativas de educação médica (geralmente para medicamentos de alto custo) em concordância com a prática da profissão. Ele mantém atualizadas as novas técnicas de tratamento, estratégias e ferramentas que permitem ao médico se aprimorar e se desenvolver de maneira eficiente, efetiva e integrada à prática. “É um profissional que está presente em seminários, congressos e simpósios, entendendo e traçando experiências sobre as novidades da indústria”, detalha Vianna. Devido à especificidade técnica, a maioria das novas áreas apresentadas aqui exige profissionais com formação em medicina, biomedicina ou ciências farmacêuticas. Mas, além disso, é preciso ter inglês e espanhol fluentes na maioria das vezes, além de vivência na área. “São posições que nem sempre se consegue preencher do dia para a noite. Quanto mais técnica, maior o tempo de procura por esses profissionais no mercado. Cada vez mais as empresas investem em pacotes de benefícios por resultado para segurar esses profissionais e impedir que eles migrem para a concorrência”, conta o gerente de healthcare da Michael Page, Raphael Revert, outra consultoria estrangeira com foco no mercado de saúde e fármacos.
Seleção rara A dificuldade em achar esses profissionais também é imputada ao forte crescimento e à expansão do mercado nacional, que atraiu investimentos, estimulando a expansão das plantas, a entrada de players internacionais no mercado e os estímulos governamentais para a área. Segundo o Instituto IMS Health, o setor alcançou um faturamento de R$ 49,6 bilhões em 2012, apresentando um incremento de 15,8% em relação ao ano anterior. Ano a ano, a cadeira de produção farmacêutica tem conseguido se destacar como geradora de empregos e negócios no Brasil, crescendo, inclusive, acima das médias ponderadas da economia nacional. “É um mercado que deve continuar aquecido em 2014, estimulado pelo mercado de OTC e similares, além da entrada no Brasil de novos medicamentos para doenças especiais, oncológicas e reumatológicas”, prevê Raphael Revert. O mercado tem se movimentado e diversificado tanto que, para o preenchimento de vagas como gerente de trade 98
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um cargo muito requisitado é o de gerente de farmacoeconomia. esse profissional estuda custos, eficiência e valores para oferecer ao mercado condições vantajosas marketing, gerentes comerciais ou gerente de mercado, as empresas têm buscado expertise de companhias especializadas em ações para o varejo, como P&G, Colgate, Unilever, entre outras. “São profissionais que entendem o movimento do mercado e, com certo grau de entendimento técnico, são capazes de trazer resultados positivos apenas na análise de comportamento do consumidor”, diz Adriana Vianna.
Processos inovadores Segundo os especialistas, apesar da dificuldade de encontrar profissionais como os chamados gerentes de assuntos regulatórios, que atuam diretamente com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na liberação de novos medicamentos, testes e toda a burocracia que envolve o processo de introdução dos produtos farmacêuticos no mercado nacional, as perspectivas são de que, cada vez mais, procurem-se profissionais nacionais. “Em 2013 tivemos uma procura pelo menos 30% maior do que em 2012. Conforme o setor de saúde ganha mais importância na vida das pessoas e nas discussões da sociedade, que já se preocupa com o envelhecimento muito mais do que no passado, essa indústria vai se tornando mais requisitada”, declara Revert, representante da Michael Page. A opinião é compartilhada com Adriana Vianna, executiva de recursos humanos da empresa Hays Pharma. Na visão dela, o avanço do mercado de genéricos com a queda de patentes tem pressionado a indústria local a produzir e investir em novos produtos, a fim de se manter nos atuais patamares de participação mercadológica. “As quebras de patentes obrigam a indústria a pensar, investir e ir buscar no mercado internacional outras fórmulas para substituírem seus campeões de vendas. É uma indústria que vai continuar se reiventando e, para cada novo produto introduzido, é preciso um desses profissionais, como gerentes médicos, comerciais e de negócios. As perspectivas são muito boas para o futuro”, prevê Vianna.
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Coaching!
Isso é para mim?
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Ter a humildade para buscar apoio é uma atitude sábia. Recorra a um profissional especializado para auxiliá-lo no direcionamento de suas metas
Yara Leal de Carvalho Sócia e coach da Questão de Coaching, psicóloga com MBA Executivo em Negócios, formação internacional em coaching pela Sociedade Latino-Americana de Coaching 100
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g u ia d a f arm á c ia M a r ç o
Todos, inclusive os profissionais do segmento farmacêutico, querem ser felizes, ter sucesso e alcançar seus objetivos, mas algumas vezes obstáculos aparecem, incertezas tomam conta e nossa convicção desaparece. O farmacêutico, que tem como principal eixo de atuação profissional o medicamento, inserido na assistência integral à saúde, enfrenta grandes desafios relacionados à qualidade e precisão que seu trabalho exige. Atuar no segmento de saúde é muito gratificante e também exige alto grau de comprometimento, uma vez que os resultados de suas ações podem ter impacto direto na vida das pessoas. Ser farmacêutico exige uma série de competências, tais como: capacidade de tomar decisões, boa comunicação, saber lidar com a pressão, atualização permanente, atenção concentrada, competências essas que precisam ser desenvolvidas e aperfeiçoadas ao longo de toda a carreira. Durante nossa rotina diária, vamos deixando a vida nos levar, sem ter clareza de onde estamos indo. Essa é a forma mais fácil para começar a reclamar do destino. Experimente fazer as perguntas abaixo: • Sei aonde quero chegar? • Estou agindo de forma a caminhar na direção certa? • Estou utilizando todo o meu potencial para alcançar meus objetivos? • Tenho clareza dos recursos disponíveis e dos que me faltam? O encaminhamento de nossa carreira e vida com criatividade e coragem muitas vezes pode não emergir naturalmente em função de obstáculos externos, crenças e hábitos improdutivos. Coaching é um processo estruturado no qual o coach estabelece uma parceria com o cliente a fim de ajudá-lo a atingir
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seus sonhos e metas. O principal objetivo é auxiliar o cliente a assumir o poder que está em suas mãos a fim de expandir sua capacidade de ação. Por meio de perguntas, reflexões, exercícios e outras ferramentas práticas, o profissional incentiva a mudança, a ação e o aprendizado para que o cliente obtenha respostas novas e eficazes na realização daquilo que deseja. Uma pesquisa da PricewaterhouseCoopers, encomendada pela International Coaching Federetion (ICF), entidade que reúne mais de 14 mil profissionais da área em todo o mundo, mostra os seguintes resultados em relação aos benefícios do processo de Coaching: • 73% melhora na capacidade de relacionamento entre pares; • 72% melhora nas habilidades de comunicação pessoal e interpessoal; • 67% obtém equilíbrio entre trabalho e vida pessoal; • 62% consegue novas oportunidades de carreira; • 61% melhora a organização pessoal; • 57% otimiza a gestão do tempo; • 51% tem habilidade de trabalhar em equipe de modo fácil; • 27% possui organização financeira. O papel do coach é o de apoiar o cliente a refletir sobre as situações nas quais está sentindo dificuldades, estabelecer uma forma adequada de tratá-las e definir um plano de ação para fazê-lo. O coaching se tornou uma ferramenta importante para o desenvolvimento das pessoas e organizações. Ele estimula o crescimento e a motivação dos mais diversos grupos e pessoas. A prática é ainda mais essencial para os profissionais da área de saúde, que precisam cuidar de si mesmos para poder cuidar melhor dos outros. foto: DIVULGAÇãO
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vermelho Incentivar hábitos saudáveis como a prática regular de atividade física, bons hábitos alimentares e manter o controle do peso são atitudes benéficas para o sistema de condução Por Vi v ian Lourenço cardíaca do paciente 102
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Dentre tantas preocupações que o brasileiro precisa ter com a saúde, o coração parece estar sendo negligenciado. Sentimentos à parte, a válvula que bombeia o sangue para o funcionamento do corpo é o campeão de mortes entre a população; nas mulheres, chega a matar de quatro a seis vezes mais que o câncer de mama. De acordo com alguns especialistas, até 2040, os problemas cardíacos serão a principal causa de morte no Brasil, fazendo com que o País se torne o campeão nessa categoria. Entre os principais motivos apontados para esse aumento estão os hábitos da população, que mudaram drasticamente nos últimos anos, para pior. Ressaltando esse quadro, o cardiologista e diretor do Serviço de Eletrocardiologia do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (Incor), Dr. Carlos Alberto Pastore, avisa que, daqui a 30 anos ou 40 anos, as pessoas ainda continuarão a morrer de doenças cardiovasculares. “A doença mais prevalente será a coronariana por causa do acúmulo de gordura nas artérias.” Ele ressalta que esse quadro leva a duas outras doenças graves, que são o infarto e o acidente vascular cerebral (AVC, popularmente conhecido como derrame). “Obesidade, sedentarismo, diabetes e o fumo são os principais causadores dos problemas cardíacos”, enfatiza o diretor de promoção da saúde cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Dr. Carlos Costa Magalhães. Se no País as doenças cardiovasculares não estão sob controle adequado, os países desenvolvidos já conseguiram um grau de estabilização na incidência de doenças cardíacas (com medidas de prevenção). O Brasil, junto com outros países subdesenvolvidos, continua com uma alta taxa de complicações decorrentes de fatores de risco cardiovasculares mal controlados (hipertensão arterial, diabetes, obesidade, tabagismo, colesterol, sedentarismo etc.). O especialista ressalta ainda que esse quadro pode ser pior. “De acordo com um estudo realizado em duas cidades do interior do Brasil, 32% das crianças (de 6 a 16 anos) apresentaram sobrepeso e isso já é um fator de risco.”
Principais problemas Entre as doenças coronarianas mais frequentes, a principal a afetar o coração é a aterosclerótica (formação de placas de gordura que obstruem as artérias coronarianas, que irrigam o coração). “Isto le-
va a diversas complicações, como infarto, insuficiência cardíaca, arritmias e até a morte”, ressalta o cardiologista do Hospital TotalCor, Dr. Antônio Calvilho Junior. A hipertensão é considerada o maior fator de risco, segundo o cardiologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Dr. Humberto Freitas. Além disso, ele ressalta que os principais problemas ainda são as doenças coronarianas, infarto, angina e dor no peito. “Sem dúvida, o infarto do miocárdio é a doença mais perigosa, pois pode levar à morte súbita nos primeiros dias da doença e até tardiamente, dependendo das suas complicações”, destaca o Dr. Calvilho Junior. De acordo com os especialistas, a questão mais preocupante nas doenças coronarianas é que elas não estão atingindo apenas adultos. “A incidência em adultos jovens, que não deveriam ter esses problemas, está aumentando”, diz o Dr. Magalhães, da Sociedade Brasileira de Cardiologia. O especialista também alerta que as mulheres são as mais propensas a terem doenças relacionadas ao coração. “A partir dos 45 anos, elas estão mais sujeitas à doença e, por isso, precisam de mais atenção”, aponta. Por causa dos fatores de risco, as doenças relacionadas ao coração têm índices elevados na sua taxa de mortalidade, sendo que a hi-
Quando prescritos, os fármacos mais utilizados para tratar as doenças cardiovasculares são à base de estatinas, que ajudam no controle do colesterol elevado, os betabloqueadores, como o ácido acetilsalicílico, e os vasodilatadores, que ajudam na circulação sanguínea 2014 março guia da farmácia
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Como orientar o consumidor a se prevenir
1 Aconselhe os check-ups. Qualquer pessoa acima de 18 anos precisa fazer o acompanhamento das suas taxas de colesterol, da pressão arterial e das funções cardiovasculares pelo menos a cada dois anos. Esses exames ajudam a identificar precocemente os riscos.
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Incentive a prática de exercícios regularmente, isso faz o corpo precisar de mais oxigênio e o sangue passa a circular mais depressa. Esse processo faz com que o coração seja estimulado a trabalhar mais.
Peça para que o consumidor esteja atento aos alimentos ingeridos. As gorduras saturadas estão presentes nas carnes vermelhas, no leite e em óleos como o de palma, coco e dendê. A gordura trans, que compõe boa parte dos produtos industrializados, também deve ser evitada. É recomendado também consumir 5 porções de frutas, verduras e legumes diariamente.
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Atenção aos níveis de colesterol, pressão arterial e glicemia, que são os principais causadores das doenças cardiovasculares.
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Desaconselhe o hábito do fumo, pois ele se tornou o principal fator de risco em todo o mundo, inclusive contribuindo para os índices altos de ataque cardíaco.
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pertensão é a principal responsável por esses números. “Ela é uma epidemia, uma doença crônica que não gera sintomas até que apareçam as placas (seja no coração, nos rins, no cérebro etc.), portanto, esta doença pouco sintomática é muito perigosa”, alerta. O mesmo quadro pode ser aplicado a outras complicações, como o diabetes e alterações do colesterol, que também são fatores de risco para desencadear doenças do coração.
Formas de prevenção Por ser um risco para a população, os médicos da área aconselham atenção especial aos métodos de prevenção e às orientações que devem ser passadas à população. Muitas vezes, a mudança de hábitos de vida já é um passo importante para melhorar as estatísticas, porém, em vários casos, o uso de medicamentos ainda se faz necessário. “A prevenção primária começa com homens e mulheres acima dos 40 anos e todos aqueles que possuem pressão alta, colesterol alterado ou outros fatores de risco, além dos fumantes”, aconselha o Dr. Humberto. O estresse também tem se tornado o vilão do coração, de acordo com o Dr. Pastore. “Ele acelera esse processo das doenças cardiovasculares. Para quem tem casos na família, a prevenção deve começar em torno dos 15 anos”, alerta o especialista. Quando prescritos, os fármacos mais utilizados para tratar as doenças cardiovasculares são à base de estatinas, que ajudam no controle do colesterol elevado, os betabloqueadores, como o ácido acetilsalicílico, e os vasodilatadores, que ajudam na circulação sanguínea. “Porém, a ênfase precisa ser na mudança de hábito e no reforço das medidas preventivas”, completa Dr. Freitas, do Hospital São Camilo. A negligência, muitas vezes, ocorre mais nos fatores de risco (hipertensão, por exemplo) e não pelas complicações (como no caso do infarto), já que não geram muitos sintomas. Por meio de hábitos de vida saudáveis (dieta balanceada, exercícios físicos, evitar tabagismo etc.) é possível reduzir os riscos. “Além disso, mesmo quando a pessoa tem hipertensão e está bem tratada (controle
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Até 2040, os problemas cardíacos serão a principal causa de morte no Brasil, fazendo com que o País se torne o campeão nessa categoria adequado, medicamentoso ou não), pode-se reduzir a taxa de complicações”, salienta o Dr. Calvilho Junior.
Arritmias cardíacas também pedem atenção Outra doença cardiovascular que endossa o aumento da taxa de risco para a população são as arritmias cardíacas, divididas entre supraventriculares e ventriculares. As mais prevalentes são extrassístoles, taquicardia sinusal, taquicardia atrial, fibrilação ventricular e taquicardia ventricular, como explicou a coordenadora de arritmias cardíacas da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac), Dra. Fatima Dumas Cintra. A especialista ressalta que a doença apresenta comportamento eletrofisiológico, manifestação clínica, prognóstico e resposta terapêutica de maneira diversificada na população. “Assim, uma mesma arritmia pode ter repercussões diferentes e abordagens diferentes de acordo o paciente.” Todas as arritmias devem ser analisadas e tratadas com cuidado, entretanto duas merecem destaque: taquicardia/fibrilação ventricular e fibrilação atrial. A prevenção, nesse caso, é a mesma das demais doenças cardiovasculares. Hábitos saudáveis como prática regular de atividade física, bons hábitos alimentares, peso controlado e dormir bem são atitudes benéficas para o sistema de condução cardíaca. “Além disso, realizar exames cardiológicos, de rotina, para manter a pressão, glicemia e colesterol controlados também são fundamentais”, finaliza a Dra. Fatima.
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Azia e má digestão
Disciplina
decisória
os brasileiros cometem excessos alimentares e alcoólicos em diversas épocas do ano, basta acontecer uma festa. A união desse quadro com o calor provoca o aumento da venda de produtos específicos
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Por Egl e Le onardi
O período de janeiro até meados de março é marcado por férias escolares e o Carnaval, o que faz com que muitos consumidores mudem a rotina diária e acabem fazendo mais refeições fora de casa, além do uso de bebidas alcoólicas em exagero, por conta do clima de festividade. Os alimentos consumidos no Brasil englobam um cardápio de comidas gordurosas e
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muita fartura. De acordo com o nutrólogo consultor da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (Abiad), Helio Osmo, o problema é que os exageros acontecem na estação mais quente do ano, o que acaba agravando o quadro. “No entanto, o maior prejuízo é a associação de álcool em excesso com volume alimentar, que resulta numa digestão demorada, gerando mal-estar, náuseas fotos: shutterstock
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Especial saúde
azia e má digestão
e vômitos. O álcool em excesso causa gastrite, principalmente em quem tiver predisposição. Quem tem problemas de vesícula biliar também vai ter mais enjoo”, pondera Osmo. “O excesso de comida pode sobrecarregar o sistema digestivo”, fala o gastroenterologista, membro da Federação Brasileira de Gastroenterologia, Laércio Tenório Ribeiro. Ele continua: “Nosso estômago é extremamente resistente. Não estamos falando apenas em alimentos, mas no excesso deles”. O fígado também sofre, já que é o responsável por metabolizar o álcool. De acordo com a Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (Abead), esse órgão só metaboliza, em média, uma dose de bebida alcoólica por hora (como uma lata de cerveja de 360 mL, uma taça de vinho de 100 mL ou uma dose de destilado de 40 mL).
Números de representatividade Os sinais mais comuns de uma indigestão, ou dispepsia, são bastante desagradáveis, como dilatação gástrica, ruídos abdominais, cólicas, flatulência, náuseas, vômitos e azia. Nesse último caso, para realizar a digestão, o estômago produz um ácido que pode subir pelo esôfago e provocar uma sensação de ardor. Segundo dados de um estudo publicado pela revista Arquivos de Gastroenterologia, mais de 60% dos brasileiros apresentam azia. Desse total, 12% têm o sintoma uma ou duas vezes por semana, enquanto 7% sofrem com o problema mais de uma vez por semana, o que caracteriza a Doença do Refluxo Gastroesofagiano (DRGE). De todas as pessoas entrevistadas – 14 mil habitantes de 22 cidades –, entre 9% e 10% sofrem com o refluxo. Esse quadro é agravado com os excessos alimentares e de bebidas alcoólicas.
As farmácias devem utilizar ações de marketing para otimizar as vendas e aumentar a lucratividade tanto para a indústria quanto para o varejo 11 0
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O problema ainda necessita de dados mais precisos sobre sua incidência, mas estudos apontam que cerca de 7% da população mundial sofre de azia diariamente, 15% semanalmente e 50% apresentam em intervalos mensais.
controle do mal Para o tratamento dos casos de simples desconfortos provocados por azia e indigestão, que provocam o refluxo, a indicação são medicamentos que apresentam em sua fórmula o alginato de sódio, hidróxido de alumínio, hidróxido de magnésio, bicarbonato de sódio ou carbonato de cálcio, que proporcionam alívio imediato dos sintomas. Esses produtos podem ser encontrados em diferentes apresentações, como os efervescentes e as pastilhas. É importante que o farmacêutico oriente o consumidor para que não se deite após uma farra alimentar. Nessa posição, a gravidade pressionará para que os ácidos voltem juntamente com o excesso de comida. O nutrólogo consultor da Abiad, Helio Osmo, explica que a embriaguez se dá porque o álcool atrapalha a comunicação entre os neurônios – as células do sistema nervoso. Depois de passar pelo intestino e alcançar o sangue, o etanol presente na bebida ativa a produção de substâncias que amplificam a ação dos neurotransmissores, responsáveis pelo prazer. Em um primeiro momento, o álcool causa euforia e o aumento do apetite. Posteriormente, causa sono profundo. A pessoa fica deprimida e começa a perder a coordenação motora e parte dos sentidos. Isso acontece porque, em concentrações maiores, o álcool interfere na ação de outro neurotransmissor. Uma pessoa desidratada apresenta mal-estar intenso, dor de cabeça e náuseas. Algumas pessoas já apresentam os sintomas de gastrite causados pelo excesso de álcool. Esse quadro comum inclui dor de
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60% dos brasileiros apresentam azia. Desse total, 12% têm o sintoma uma ou duas vezes por semana, enquanto 7% sofrem com o problema mais de uma vez por semana
Para o tratamento dos casos de simples desconfortos provocados por azia e indigestão, que provocam o refluxo, a indicação são medicamentos que apresentam em sua fórmula o alginato de sódio, hidróxido de alumínio, hidróxido de magnésio, bicarbonato de sódio ou carbonato de cálcio 11 2
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cabeça, mal-estar geral, sensibilidade à luz, diarreia, perda de apetite, tremores, náusea, fadiga, aumento dos batimentos cardíacos e da pressão arterial, desidratação, problemas de concentração, ansiedade, dificuldade para dormir e fraqueza.
Rentabilidade ao canal O presidente da Sociedade Brasileira de Farmácia Comunitária (SBFC), Amilson Álvares, comenta que essas datas são lucrativas para a indústria e o varejo. Por isso, o especialista aconselha que a sazonalidade seja valorizada nas farmácias, utilizando ações de marketing para otimizar as vendas de produtos que tratam o problema, pelos visuais e todas as ferramentas que podem levar o cliente ao interior da loja. Ela é um ponto importantíssimo que o empresário precisa levar em conta, principalmente para reforçar seus estoques e mudar a posição de produtos de época para localizações estratégicas, como a entrada, perto de caixas e em cabeças de gôndolas.
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artigo
Reflexões sobre
o diabetes
Atualmente, treze milhões de brasileiros sofrem da enfermidade, que está entre as cinco que mais matam no País
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Gabriela Francelino Mendes Enfermeira do Instituto Corpore 11 4
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Todos os profissionais da Saúde têm extrema importância social, pois são responsáveis por alarmar a população para a prevenção e o tratamento da doença, que está entre as cinco que mais matam no Brasil. Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de mais de 13 milhões de brasileiros são portadores do diabetes, sendo que a maior incidência está entre as mulheres. Em novembro de 2012, o número de pessoas com diabetes no mundo chegou a 371 milhões. Quando não tratado de maneira adequada, o diabetes tem como consequências sérios problemas de saúde, alguns irreversíveis, como a amputação de membros inferiores. É sempre necessário realizar uma conscientização sobre a importância de ter hábitos saudáveis para uma boa saúde. Se pararmos para refletir, devemos estar em constante atenção aos sinais da doença, pois falta a população se conscientizar a respeito da realização de exames de rotina, adoção de uma dieta saudável e prática de exercícios físicos. No geral, os sintomas do diabetes são muita fome, sede e aumento de micções à noite. O diabetes tipo 1, também conhecido como diabetes juvenil, ocorre quando o corpo produz uma dosagem de insulina muito baixa ou não a produz. Entre seus principais sintomas
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estão a vontade de urinar diversas vezes, fome frequente, sede constante, perda de peso, fraqueza, fadiga, nervosismo, mudanças de humor, tremores, distúrbios visuais, náuseas e vômito. Já no diabetes tipo 2, o qual pode ocorrer devido a fatores externos como obesidade e sedentarismo, os pacientes podem apresentar infecções frequentes, alteração visual (visão embaçada), dificuldade na cicatrização de feridas, formigamento nos pés e furúnculos. Independentemente do tipo de diabetes, o paciente necessita de hábitos de vida saudáveis, entre eles a alimentação. É necessário que o diabético evite a ingestão de açúcares, modere o consumo de carboidratos e mantenha o controle do peso. Outra recomendação é a prática de exercícios físicos regularmente, tanto para ativar a circulação como para abaixar os níveis de glicose circulante. Entre as principais complicações que o diabetes pode causar estão os distúrbios neurológicos e visuais, sensibilidade na pele e nas extremidades dos pés, levando ao aparecimento de rachaduras e lesões que podem acarretar amputações, doenças do sistema urinário, comprometimento do sistema imunológico, aumento do colesterol, hipertensão arterial e outros problemas cardíacos. foto: divulgação
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Olhos
Atenção especial Estima-se que a incidência do olho seco nas pessoas com mais de 65 anos gire em torno de 15% a 40% Da população brasileira. O quadro clínico varia de queixa de desconforto aos casos mais graves que podem levar o paciente à cegueira Por Vi v ian Lourenço
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Sensação de areia ou corpo estranho nos olhos, ardor e queimação são apenas alguns dos sintomas do distúrbio ocular denominado “olho seco” ( dry-eye ). Os pacientes se queixam de desconforto ocular, fotofobia, fisgadas nos olhos, secura ocular e, às vezes, vermelhidão. Esse é um desconforto bastante comum, porém dificilmente identificado pelos seus portadores. Nos EUA, cerca de 20% das consultas oftalmológicas são resultado do olho seco. Alguns estudos epidemiológicos sugerem que a doença atinja, aproximadamente, 10% da população geral, e que, no Brasil, cerca de 18 milhões de pessoas sofram da síndrome. O olho seco é uma doença crônica, caracterizada pela deficiência na quantidade ou na qualidade da lágrima que o corpo produz. “Este distúrbio no filme lacrimal e na superfície ocular pode produzir áreas secas sobre a conjuntiva e córnea, o que facilita o aparecimento de lesões”, explica a especialista do corpo clínico do Hospital das Clínicas e do Hospital Sírio Libanês, Dra. Amaryllis Avakian. A lágrima é produzida pelas glândulas lacrimais e tem a função de proteger o olho das agressões do meio ambiente e de micro-organismos. A doença está relacionada à exposição a determinadas condições do meio ambiente (clima seco, baixa umidade do ar, poluição, uso de computador, de ar-condicionado, fumaça etc.), trauma (queimaduras químicas, exposição à radiação, doenças cicatriciais da conjuntiva), alguns medicamentos (antidepressivos, antialérgicos), idade avançada, uso de lentes de contato, menopausa e doenças do sistema imunológico (artrite reumatoide, síndrome de Sjögren, Stevens-Johnson e outras). “Quando não diagnosticada e corretamente tratada, pode evoluir para lesão da superfície ocular, com consequente erosão e ulceração em alguns casos, pode levar até a perda da visão”, ressalta a oftalmologista. Esses sintomas costumam piorar no fim do dia, nas condições de baixa umidade e após
Como o problema pode ser evitado? Orientação aos pacientes da farmácia é fundamental. Recomende que: • Caso façam uso de lágrimas artificiais mais de quatro vezes ao dia, não utilizem as que contenham preservativos (conservantes). • Nos casos mais graves, é importante fazer uso de pomada lubrificante de vaselina oftálmica sem preservativo para aliviar a secura por tempo mais prolongado. • Quando dormir em ambiente com arcondicionado ou com ventilador, é preciso colocar a máscara sobre os olhos para protegê-los. • Deve-se beber água com frequência para manter o organismo úmido. • Usar umidificador ou vaporizador para manter um nível confortável de umidade do ar no ambiente. • Caso seja necessário fazer uso de nebulização, não se pode esquecer de proteger os olhos com compressas de água boricada ou com óculos de natação. • Proteger os olhos evitando exposição ao vento e ao sol com protetores adequados. • Usar loções hidratantes na pele e soluções salinas no nariz. uso excessivo da visão para perto. “O quadro clínico varia dos casos mais brandos, com queixa básica de desconforto, aos mais graves, por vezes com sérias complicações, como úlcera e perfuração da córnea”, salienta Dra. Amaryllis, ressaltando ainda que as mulheres frequentemente têm esse problema agravado quando estão na menopausa por causa das mudanças hormonais. Estima-se que a incidência do olho seco na população de mais de 65 anos gire em torno de 15% a 40% da população. A oftalmologista do Instituto de Moléstias Oculares (IMO), Dra. Sandra Alice Falvo, explica que os sintomas de quem tem o distúrbio são “queimação” ocular ou sensação de ardência; olhos vermelhos, prurido, secreção mucosa, sensação de corpo estranho ou “areia”; dor, sensação de olho seco, fotofobia, peso palpebral e fadiga ocu2014 março guia da farmácia
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como os pacientes devem utilizar o colírio:
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Lavar as mãos;
Movimentar a cabeça para trás e olhar para cima;
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Suavemente, pingar uma gota sem deixar a ponta do frasco tocar os olhos;
Usar a ponta dos dedos e puxar a pálpebra para baixo até formar uma “bolsa”;
Apenas o número de gotas prescrito
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Fechar suavemente os olhos e permanecer assim por aproximadamente 30 segundos;
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Para maximizar a eficácia e minimizar reações adversas, é importante pingar apenas o número de gotas prescrito pelo oftamologista;
Caso esteja utilizando algum outro colírio, é importante manter um intervalo de 5 minutos entre as instilações.
lar. “Por não existir teste definitivo absoluto para olho seco, o diagnóstico deve estar baseado na suspeita clínica, com anamnese criteriosa e presença de sinais associados a testes laboratoriais”, explica a Dra. Sandra. 11 8
Alguns estudos epidemiológicos sugerem que a doença atinja, aproximadamente, 10% da população geral, e que, no Brasil, cerca de 18 milhões de pessoas sofram da síndrome Apesar de não haver nenhum método preciso, o teste de Schirmer é o mais utilizado para o diagnóstico de olho seco. Ele consiste na colocação de uma tira de papel de filtro de 35 mm x 5 mm, com os primeiros 5 mm dobrados no fundo do saco conjuntival inferior. Após cinco minutos, mede-se a quantidade de umedecimento da tira de papel. Valores superiores a 15 mm são considerados normais. As colorações por corantes vitais (fluoresceína, Rosa Bengala ou Lisamina Verde) são utilizadas para detecção das células superficiais da córnea/conjuntiva que estejam sendo comprometidas pelo olho seco. Testes mais específicos podem ser utilizados, mas isso não é procedimento de rotina. A oftalmologista Dra. Sandra Alice Falvo ressalta que não há dados precisos sobre a incidência da doença do olho seco na população brasileira em decorrência, principalmente, da ausência de método bem definido de diagnóstico clínico.
Métodos de tratamento Não há cura para os casos mais graves de olho seco, mas alguns tratamentos podem amenizar o desconforto. Atualmente, existem várias formas de terapêutica, que podem ser usadas isoladas ou associadas, de acordo com as características e as respostas dos pacientes. A Dra. Sandra Alice Falvo relata que são cinco estágios de tratamento para o olho seco: 1 – Substituição da lágrima: existem as lágrimas artificiais aquosas e as viscosas para quadros mais severos. Atualmente, algumas lágrimas artificiais não possuem ou neutralizam os conservantes. Esse tipo pode ser utilizado mais frequentemente do que o habitual. 2 – Conservação da lágrima: a oclusão dos pontos lacrimais pode ser feita com plugs provisórios de colágeno ou permanentes de silicone, que permanecem dentro dos ductos lacrimais.
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Saiba mais! Das situações do dia a dia, as capazes de desencadear olho seco são: • Atividades que exijam maior concentração: ler, usar computadores ou dirigir. • Ver TV acima da posição dos olhos provoca maior abertura da fenda palpebral, levando maior evaporação das lágrimas. • Condições ambientais, como o uso de aparelho de ar-condicionado e o vento. • Baixa umidade do ar (olho seco é mais comum nos meses do outono e inverno). • Mulheres na pós-menopausa por alterações hormonais. • Idade (com o avanço da idade, a produção de lágrimas diminui). • Causas sistêmicas: artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico, esclerodermia, sarcoidose, diabetes mellitus. • Anomalias das pálpebras e do epitélio corneano. • Fármacos que diminuam a produção de lágrimas (anti-histamínicos, descongestionantes, antidepressivos, anticontraceptivos orais, betabloqueadores). • Pós-operatório de cirurgia de refração ocular. • Lentes de contato (secura ou agravamento de uma situação pré-existente). • Fumaça de cigarro, poluição do ar. Outra opção é a cauterização dos pontos lacrimais ou oclusão cirúrgica. 3 – Estimulação da produção de lágrimas: existem certos medicamentos que aumentam o lacrimejamento, como a pilocarpina, porém possuem efeitos colaterais. 4 – Terapia anti-inflamatória: esse tipo de tratamento pode ser baseado no uso adequado e controlado de corticoide tópico e da ciclosporina tópica. Alguns estudos estão sendo realizados para avaliar a importância da chamada “dieta no tratamento do olho seco”, rica em ômega 3. 5 – Terapia hormonal: utilização de hormônios andrógenos orais ou tópicos, ainda em estudo, que parecem ser úteis em pacientes na menopausa. Algumas medidas gerais podem ser tomadas para evitar a evaporação excessiva da lágrima, como o uso de óculos especiais com proteção lateral, umidificadores de ar e o fechamento adequado dos olhos durante o sono. “Evitar correntes de ar oriundas de aparelhos de ar-condicionado, leques, ventiladores ou aparelho 120
de calefação. Além disso, é muito importante proteger os olhos, evitando a exposição ao vento e ao sol, sem protetores adequados”, diz a Dra. Amaryllis do Hospital Sírio-Libanês.
Cuidado com os colírios É necessário um cuidado especial com os colírios receitados para o tratamento. Eles aliviam e tratam os sintomas, mas é preciso ter acompanhamento médico. No consultório, muitas vezes, o paciente não presta a atenção devida à receita médica. “A oportunidade de orientar e reforçar a posologia prescrita na receita, em linguagem clara e acessível, é do farmacêutico, profissional que tem contato mais direto e informal com o paciente”, alerta. Portadores da síndrome do olho seco precisam de acompanhamento oftalmológico frequente. Sem tratamento, podem ocorrer lesões na córnea que comprometem a qualidade da visão de forma temporária ou mesmo definitiva.
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alergias de pele
Desarranjos cutâneos
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Atuação do farmacêutico é imprescindível para auxiliar o paciente a identificar e sanar o problema que causa desconforto e constrangimento
Coceira, pele avermelhada e irritação nos olhos podem ser sinais de uma reação alérgica. Alergias são manifestações de hipersensibilidade do corpo frente a agentes externos, podendo aparecer por meio de lesões cutâneas (manifestação somente na pele, como coceira ou manchas avermelhadas) ou manifestações sistêmicas (alterações mais generalizadas, como falta de ar, taquicardia ou queda da pressão arterial). Qualquer tipo de substância pode causar alergia cutânea, mas tudo depende do sistema imunológico e da sensibilidade de cada indivíduo. Os corantes ou pigmentos utilizados em cosméticos ou medicamentos, como o amarelo de
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Por tassia ro ch a
tartrazina, por exemplo; certos metais como a prata, o iodo e o mercúrio; substâncias usadas como conservantes de cremes e loções são os mais comuns. Segundo o dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Dr. André Simião, as alergias ocorrem quando o corpo entra em contato com algum agente reconhecido como algo danoso ao organismo. Na tentativa de eliminá-lo, acontece a produção de anticorpos que agridem o próprio indivíduo, provocando as manifestações clínicas. As alergias são relativamente comuns, mas é importante que os pacientes de farmácias e drogarias saibam que fatores genéticos e ambientais podem favorecer o surgimento do problema. Como exemplo, as dermatites fotos: shutterstock
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de contato, que ocorrem quando a pele entra em contato direto com um produto ou substância. Nesse caso, as lesões surgem no próprio local. “Algumas pessoas são alérgicas a cosméticos, esmaltes, níquel (metal extremamente comum em bijuterias), entre outras. Existem as alergias provocadas por substâncias absorvidas pela boca ou pelas vias aéreas. Esse tipo de alergia se manifesta em qualquer região da pele, diferente das alergias de contato. Nesse grupo, as causas mais frequentes são os medicamentos, especialmente os analgésicos e antitérmicos”, explica o dermatologista e coordenador científico do Departamento de Dermatologia da Associação Paulista de Medicina (APM), Dr. Gustavo Alonso Pereira. De acordo com o professor farmacêutico e consultor técnico da Global Sports, Luiz Cavalcante, existem várias substâncias usadas na forma de cremes, loções, comprimidos, cápsulas ou injetáveis para o tratamento da reação alérgica, como a hidroxizine, cetirizina e fexofenadina, drogas bloqueadoras dos receptores histamínicos H1. Dependendo do caso, os corticosteroides e as autovacinas também podem ser utilizadas.
Perigo iminente As temidas picadas de insetos costumam ser mais frequentes do que se possa imaginar. Elas podem envolver mecanismos alérgicos ou não alérgicos. Nos mecanismos alérgicos, acontece o aparecimento de lesões intensamente pruriginosas (que causam coceira), papulares (elevação de um certo ponto da pele), sem uma localização fixa, disseminada, podendo infectar como resultado da coçadura. Vespa, formiga e abelhas são os insetos voadores que apresentam risco mortal, já que seus venenos, ao entrarem em contato com o organismo de um indivíduo alérgico, podem provocar episódios de choque anafilático. No caso da abelha, por exemplo, o organismo reage imediatamente ao veneno, liberando várias substâncias, como a histamina, bradicinina e a substância P, que provocam uma reação de inchaço, vermelhidão e dor. O choque anafilático, ou anafilaxia, é uma reação alérgica, de hipersensibilidade imediata e severa, que afeta o corpo todo. A sua manifestação mais grave é quando provoca inchaço e obstrução de vias aéreas superiores e/ou hipotensão, que pode ser fatal. Ele acontece quando um indivíduo entra em contato com algum agente (antígeno) que excite demais o sistema imunológico, fazendo com que ocorra uma reação exagerada, chamada de reação de hipersensibilidade do organismo produzindo os sinais e sintomas da anafilaxia num período curto após a exposição ao alérgeno.
muitos consumidores não sabem se têm alergias a medicamentos. por isso, é importante que o farmacêutico, ao recomendar algum tipo de produto, questione e informe corretamente a composição do fármaco De acordo com o médico especialista em oftalmologia pela Universidade do Rio Grande do Norte, do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), Dr. Arthur Frazão, o tratamento inicial para o choque anafilático é uma injeção intravenosa de adrenalina de 0,3 a 0,5 mg, que pode ser repetida de 3 a 5 minutos e oferecer oxigênio ao indivíduo, por meio de uma máscara. Se a garganta estiver fechada e impedir a passagem do ar, é necessário realizar uma cricotireotomia, que é um procedimento cirúrgico para manter a respiração, a oxigenação e a integridade cerebral, até que a situação seja normalizada. Os sinais e sintomas de um choque anafilático podem ser: dificuldade em respirar, sudorese, pele pálida e fria, pulso rápido, chiado ao respirar, coceira, vermelhidão pelo corpo, confusão mental, inconsciência, colapso vascular, incontinências, vômito e dor abdominal. Oriente os clientes que, em caso de suspeita de um choque anafilático, chamem uma ambulância o mais rápido possível. Enquanto esperam, é preciso avaliar o que causou a reação alérgica. Se foi uma picada de inseto ou cobra, por exemplo, é preciso retirar o ferrão do animal da pele e aplicar uma pedra de gelo no local; além disso, deve-se amarrar com força um tecido limpo alguns centímetros acima da mordedura do animal, para diminuir a disseminação do veneno.
Medicamentos como agentes causadores Muitos consumidores desconhecem se possuem ou não alergias a medicamentos ou, simplesmente, se esquecem do fato. Por isso, é importante que o farmacêutico, ao recomendar algum tipo de produto isento de prescrição médica, questione e informe corretamente sobre a 2014 março guia da farmácia
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Especial saúde
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Diferenças entre tipos É fundamental que o farmacêutico saiba diferenciar alguns tipos de alergias, para que possa auxiliar os pacientes no tratamento: • Dermatite atópica: é a dermatose inflamatória em que há uma deficiência na barreira cutânea, tornando a pele hiperreativa e produzindo coceira, pele seca e vermelha e descamativa. • Urticária: é um inchaço transitório e migratório, podendo apresentar-se em pápulas (como se fosse picada de inseto) ou em placas, provocando coceira intensa. • Fotodermatites: são alergias que aparecem após a exposição solar. • Fitodermatoses: são alergias causadas por plantas e necessitam da exposição solar para surgir. Para se evitar alergias, é importante orientar os consumidores a manterem a pele bem hidratada, que usem produtos e cosméticos de boa qualidade. A casa precisa estar sempre limpa e arejada, deve-se evitar carpetes e cortinas, ou lavá-los a cada 15 dias. Capas em colchões e travesseiros são indicadas para diminuir o contato com aeroalérgenos, entre outros. Fonte: Dra. Cristina Abud de Almeida, da rede de Hospitais São Camilo, de São Paulo
composição do fármaco. A reação alérgica à droga ocorre em uma parcela pequena da população e não está, necessariamente, relacionada à quantidade administrada. “Na ausência de exposição prévia, os sintomas e sinais clínicos de alergia surgem somente após uma semana de tratamento contínuo. Após a sensibilização, mesmo que anos antes, a reação alérgica desenvolve-se rapidamente após a exposição”, informa a alergologista da rede de Hospitais São Camilo, de São Paulo, Dra. Cristina Abud de Almeida. As reações alérgicas desaparecem poucos dias após a suspensão da droga. 124
Alergia alimentar A alergia alimentar geralmente começa na infância, mas pode aparecer em qualquer idade. Reações adversas aos alimentos é a denominação empregada para qualquer reação anormal à ingestão de alimentos ou aditivos alimentares, independentemente de sua causa. Elas podem ser classificadas em tóxicas e não tóxicas. “As reações tóxicas são aquelas que independem da sensibilidade individual e ocorrem quando uma pessoa ingere quantidades suficientes do alimento para desencadear reações adversas, como toxinas bacterianas presentes em alimentos (intoxicação alimentar). As reações não tóxicas são aquelas que dependem de uma suscetibilidade individual e podem ser classificadas em não imunomediadas (intolerância alimentar) e imunomediadas (hipersensibilidade alimentar)”, destaca a Dra. Cristina. As principais manifestações da alergia alimentar são urticária, broncoespasmo e até mesmo anafilaxia. Podem ocorrer também dermatite atópica, náuseas, vômitos, dor abdominal, asma etc. O tratamento consiste na exclusão do alimento desencadeante das manifestações clínicas. Ultimamente, tem-se feito a posterior dessensibilização do alimento para tentar reintroduzi-lo novamente na dieta. Os medicamentos utilizados para solucionar o problema atuam tentando diminuir a resposta inflamatória do organismo frente ao alérgeno externo a fim de melhorar os sintomas do paciente, diminuindo o inchaço, a vermelhidão e também a vontade de coçar.
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Troca de estação A proximidade dos dias frios exige alterações no sortimento de medicamentos isentos de prescrição e higiene pessoal, perfumaria e cosméticos. Chegou a hora de planejar o estoque
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Por Lígia Favoretto
A chegada da temporada de outono e inverno faz com que aconteça uma reestruturação em todos os setores varejistas. No farmacêutico, a dinâmica não foge à regra. Com o clima mais seco e frio, alguns efeitos típicos acontecem, entre eles o ressecamento da pele e dos cabelos, além do aumento da incidência de gripes e resfriados. Isso faz com que algumas categorias de pro-
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dutos ganhem destaque no ponto de venda (PDV), como os hidratantes corporais e faciais, além dos medicamentos isentos de prescrição (MIPs): analgésicos, antitérmicos, antigripais, xaropes, pastilhas e vitaminas. Essa dinâmica confere uma oportunidade sazonal de vendas ao canal farma, que deve se preparar e abastecer as gôndolas para atender à nova demanda de consumo da população. foto: shutterstock
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A tendência é de que as vendas de medicamentos isentos de prescrição, como antitérmicos e analgésicos, vitamina C, além de produtos de beleza como hidratantes, aumentem no canal farma, neste período O inverno brasileiro é diferente de região para região. Estados do Sudeste e Sul apresentam frio rigoroso, enquanto no Norte e Nordeste o clima quente permanece ativo praticamente o ano todo. Essas especificidades, além do perfil do público-alvo da loja, devem ser levadas em consideração para que o varejista possa realizar as compras de inverno. “O principal é que o lojista saiba como o consumidor se comporta nesta época do ano. Se compra itens básicos ou se vai investir em produtos mais elaborados”, revela o consultor do Grupo Friedman no Brasil, João Laurentino. É importante ter em mãos o histórico de vendas e o climático, do ano anterior, para preparar as compras. As lojas devem ter um controle de estoque que sinalize o momento certo de comprar de acordo com o seu volume de vendas. A pior experiência de um cliente é entrar na loja e não ter o produto que ele procura. “Por isso, a parceria com o fornecedor é fundamental para que a logística não atrapalhe a venda. O reabastecimento deve ser feito em função das variáveis do mercado em que atua. Existem, ainda, os lançamentos feitos durante os meses de inverno”, explica Laurentino. O histórico de vendas define as metas, dimensiona o tamanho do quadro de pessoal, orienta a equipe de vendas e dá parâmetros para que o gestor saiba identificar onde acertou, onde errou e a partir daí fazer um bom planejamento para o ano vigente. “Não existe gestão sem números ou indicadores.”
Antecedência necessária O professor do Programa de Administração de Varejo (Provar), José Lupoli Junior, recomenda que as compras sejam feitas com antecedência de cerca de três meses, o que ajuda a conquistar melhores condições. “É fundamental se planejar para receber os produtos perto do período (fim de abril ou primeira semana de maio), isso é importante para a questão de espaço na farmácia e para ter melhores prazos de pagamentos das faturas de compras.” Para realizar uma boa compra sazonal, o professor recomenda que os varejistas consultem os fornecedores 128
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sobre os lançamentos de produtos das categorias sazonais de inverno. “Destacar os produtos líderes de vendas do período é uma ação importante para esta fase.” Para projetar os resultados do novo período, Lupoli ensina quantificar o volume vendido em anos anteriores, calcular a taxa de crescimento das vendas da farmácia e comparar com a taxa de crescimento das vendas do setor como um todo. “Com essa proporção, basta apenas fazer uma regra de três para se ter uma taxa estimada, ou seja: estimativa do aumento de vendas do ano atual (%) = crescimento das vendas da farmácia x anos anteriores (média anual) x crescimento do setor x anos anteriores (média anual) = crescimento esperado de aumento nas vendas do setor (ano atual).”
Reestruturação física A tendência é de que as vendas de medicamentos isentos de prescrição, como antitérmicos e analgésicos, vitamina C, além de produtos de beleza como hidratantes, aumentem no canal farma, neste período. Para organizar o estoque e expor os produtos da melhor forma possível, a gestão de loja é fundamental. Através de um plano de layout é possível entender como o consumidor circula no ponto de venda, o que facilita o planejamento das áreas de exposição de modo que elas estejam sempre no acesso ao raio de visão do cliente e/ou na rota de tráfego da loja. O professor do Provar, José Lupoli Junior, recomenda a criação de espaços especiais para os produtos de inverno na loja, ilhas, pontas de gôndolas etc. Ele diz ainda que a exposição deve ser feita sempre na altura média dos olhos dos clientes e que não se deve expor produtos em pontos mortos na farmácia. É possível, por exemplo, privilegiar as gôndolas com produtos que vendem mais e diminuir, por exemplo, a seção de protetor solar, repelente, desodorantes, que são categorias com alta das vendas no verão. Existe a possibilidade de instalação de gôndolas ou pontos que favoreçam a exposição desses produtos e até mesmo de promoções com kits de vitamina C ou produtos de beleza para o frio como protetores labiais e hidratantes.
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Rentabilidade assegurada Atualmente, o canal farma representa, em média, de 40% a 70% do faturamento total de coloração. As maiores e mais importantes motivadoras da categoria continuam sendo as tendências de moda
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Por Vi v ian Lourenço
Quando a consumidora pensa em mudar a tonalidade dos fios, logo se dirige a uma farmácia ou drogaria para comprar tinturas e colorações. Esse é o canal destino preferido para a compra dos produtos de consumo próprio. No passado as mulheres coloriam o cabelo basicamente para esconder os fios brancos, hoje as consumidoras estão em busca de transformações, sobretudo as que as deixem cada vez mais jovens.
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Elas são mulheres modernas, executivas, com um ritmo de vida dinâmico, ou seja, almejam uma aparência mais jovem e impactante: um visual mais fashion. A representatividade do canal pode variar de 40% a 75% das vendas totais de coloração, de acordo com dados da Nielsen. O diretor de marketing da Beauty Color, Amaury Daguano, explica os motivos para o canal ser tão rentável: “primeiro, por ser uma categoria destino do shopper e, segundo, pelas altas margens proporcionadas por essa categoria. fotos: shutterstock
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Atualmente, o canal representa, em média, 42% do faturamento total de coloração. Esse percentual divide-se entre canal farma independente (cerca de 28%) e canal farma cadeia (14%). As perfumarias ficam com uma fatia próxima a 29%. Portanto, temos praticamente 71% do mercado de coloração para cabelos nos canais farma e perfumaria”, revela.
Tendências da próxima estação Com a chegada do outono e inverno, a procura pelas tonalidades muda. Saem os diversos tons de loiro e entram os tons marrons, vermelhos e ruivos. Por serem cores quentes, essas nuances, em geral, têm grande procura durante os meses mais frios do ano, apesar de serem cores clássicas que costumam ser revisitadas com frequência nas temporadas de moda. Por isso, as indústrias revelam que inovação e novidades andam de mãos dadas no setor de higiene e beleza. As empresas têm investido em novas nuances de cores que se adaptam à personalidade e ao tipo de pele da mulher brasileira. “Koleston ainda quebra o mito que o ruivo e o marrom não caem bem em todas as peles, pois oferece uma variedade de nuances de vermelhos, dos mais intensos aos mais naturais, que se adaptam aos diferentes biótipos da mulher brasileira”, explica a gerente de marketing da Wella, Laura Vicentini. A diretora de marketing da Biocolor, Daniella Brilha, ressalta essa mudança de comportamento da consumidora quando há troca de estação. No período do verão, a venda se concentra nos tons mais claros (loiros e ruivos). “Tons mais escuros (marrons e pretos) no período de inverno, porém a estação não é a única. As maiores e mais importantes motivadoras da categoria continuam sendo as tendências de moda.” Além dos fios mais escuros, a gerente de produto da Cor&Ton, Delane D´Azevedo, ressalta que, entre as principais tendências de cores de cabelo para o outono/inverno 2014, imperam os tons naturais, resultando numa coloração de cabelo menos artificial. “Os acobreados também marcarão presença nesta época do ano.” Com a força das escovas progressivas no mercado brasileiro, as indústrias estão apostando cada vez mais em colorações sem amônia, o que se torna um investimento promissor. A consumidora busca produtos que ela possa utilizar junto com outros (coloração, alisamentos, escovas diversas, processos de redução de volume etc.), por isso a expansão ficará cada vez mais forte com o passar dos anos. “Outro segmento que estamos acompanhando é o mercado de pó descolorante. A moda de mechas californianas,
Dicas básicas e importantes para a venda: • Coloração permanente ou tintura cobre 100% dos fios brancos e necessita de retoque após o crescimento do cabelo. Ideal para quem deseja mudar o visual. Possui amônia. • Semipermanente ou tonalizante e coloração sem amônia cobrem até 50% do fio branco e a cor é eliminada progressivamente, ideal para quem deseja apenas realçar a cor das madeixas. • Quando a consumidora for utilizar uma coloração permanente, recomendar que não lave o cabelo por pelo menos 24 horas antes, pois a oleosidade natural protege o couro cabeludo. • Reforçar a importância de ler as instruções de aplicação no folheto explicativo e seguir as orientações, respeitando o tempo de ação para garantir um perfeito resultado. • O resultado final de uma coloração depende da estrutura, da cor natural ou da cor que se quer obter com o produto. • Ter o sortimento correto com variedades de nuances é fundamental, pois a farmácia é muito estratégica para a categoria. As consumidoras ficam mais de um minuto na frente da gôndola (muito mais que outras categorias) e, se elas não encontram a marca e cor que costumam utilizar, 40% não efetuam nenhuma compra e 35% buscam o produto em outra loja. Fonte: gerente de marketing da Wella, Laura Vicentini
ombrè e highlights, pelo jeito, é um estilo que conquista cada vez mais as mulheres brasileiras”, destaca Delane. A gerente de marketing da Nouvelle, Marcia Cezar, revela que o chocolate se mantém na liderança na preferência das consumidoras. Versáteis também são os tons vermelhos e acajus, que realçam as peles claras e também as peles morenas. As peles negras não ficam de fora, destacando-se por meio dos tons avermelhados. Em relação às tonalidades, Marcia garante que, quanto “mais suave”, melhor, já que as consumidoras hoje optam pelos mais diversos tratamentos existentes no mercado. “As novidades no segmento são puramente tecnológicas no que diz respeito a novas moléculas para pigmentação, além de matérias primas de origem vegetal, que são 2014 março guia da farmácia
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modificadas para ajudarem no tratamento e na durabilidade da cor, tornando os produtos cada vez mais eficientes.”
Organização do PDV Conhecer a categoria e oferecer um mix ideal é fundamental para alavancar as vendas da categoria. É importante ter o conhecimento dos diferentes tipos de colorações (tonalizantes, semipermanentes e permanentes). Só assim as dermoconsultoras e os balconistas poderão ser capazes de recomendar uma coloração à consumidora e fidelizá-la. A presença de uma profissional bem treinada passa confiabilidade e credibilidade à marca, além de melhorar seu nível de conhecimento e alavancar vendas. “Ela pode auxiliar as consumidoras a escolher o melhor tom para seu tipo de pele e tirar dúvidas sobre a aplicação do produto”, orienta Daniela da Biocolor. De forma geral, as empresas explicam que o pequeno varejista possui pouco espaço para expor seu mix de produtos. Por conta disso, o sortimento deve ser assertivo e garantir as nuances de alto giro. Em pontos de vendas de médio e grande porte, é importante também oferecer mais opções de cor e explorar outros locais de exposição, pois se trata de uma categoria geradora de tráfego: caso a consumidora não encontre a marca e a nuance que procura, ela trocará de ponto de venda até encontrar o que está buscando. “Em canais como farmácia e perfumaria, por exemplo, essa categoria deve ter destaque, uma vez que essas lojas são especializadas em beleza, e são um canal importante”, destaca a diretora de trade marketing da divisão consumo da Hypermarcas, Ana Aparecida Biguilin. O local indicado para exposição dos produtos é a seção de higiene e beleza, preferencialmente próximo aos produtos de cuidado capilar ou na própria sessão de coloração. 132
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Conhecer a categoria e oferecer um mix ideal é fundamental para alavancar as vendas. É importante ter o conhecimento dos tipos de colorações. Só assim as dermoconsultoras e os balconistas poderão ser capazes de recomendar uma coloração à consumidora As dermoconsultoras devem ser treinadas sobre o tema Colorimetria (estudo das cores naturais dos cabelos, bem como todas as modificações que podem ser feitas a partir do uso de cosméticos). “Tendo como base esse estudo, ela realizará um diagnóstico capilar. Só assim a demonstradora poderá orientar a consumidora se é possível ou não a mudança de tonalidade que ela deseja. Em alguns casos, como a descoloração, é necessário realizar esse processo com um profissional de confiança”, diz Delane. Assertividade no mix de produtos, nos sortimentos obrigatórios por região e tipo de loja, excelência em logística para índices de ruptura próximos ao zero e não fazer estoque na gôndola são algumas das apostas necessárias. Ou seja: ter a marca certa, na medida certa e na hora certa do consumo são as grandes apostas.
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Oportunidade de negócios
A categoria fraldas, além de essencial ao mix, impulsiona a venda de outros itens relacionados à higiene e ao bem-estar do bebê. Investir no sortimento e na exposição dos produtos é primordial para aumentar a lucratividade e as vendas
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Por Adri a n a Bruno
Quem tem bebê em casa invariavelmente vai precisar de fraldas. O Brasil ainda consome as de tecido, mas as descartáveis ganham espaço na cesta de compras das famílias a partir do momento em que sua praticidade é testada, mesmo nas camadas sociais mais baixas da população. E é a necessidade de reposição da compra que torna a fralda uma
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categoria destino, ou seja, aquela que exige a ida do consumidor ao ponto de venda. “Normalmente é a categoria que leva o consumidor até a loja e auxilia também nas vendas de outros itens, como os relacionados ao cuidado com o bebê: lenços umedecidos e cremes para assadura, por exemplo”, comenta o analista de mercado da Nielsen, Gabriel Fagundes. Ainda de acordo com informações da fotos: shutterstock/felipe mariano
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O grande desafio para o canal é trabalhar corretamente o mix de produtos da categoria, que a cada ano ganha lançamentos e novidades e exige adequação no ponto de venda para ter um bom espaço e oportunidade de faturamento na loja
Nielsen, o consumidor vai ao ponto de venda para comprar fraldas 15,4 vezes ao ano, em média, considerando o mercado como um todo. E para termos uma ideia do tamanho desse potencial, o Brasil apresentou crescimento no último ano (2013 x 2012), principalmente em valor, com uma variação de 15%, enquanto a venda de unidades (pacotes) apresentou um incremento de 1%. “Esse movimento se deu pelo aumento de preço da categoria, puxado tanto pelo ganho de importância de pacotes maiores, como o de marcas e versões com um posicionamento de preço mais alto”, avalia. A assessoria de imprensa da Hypermarcas destaca que, com o crescimento das classes C e D, o mercado de fraldas descartáveis infantis tem passado por uma sofisticação. Os consumidores têm preferido produtos mais caros, porém de melhor qualidade. Segundo pesquisa da Nielsen, nos dez primeiros meses de 2013, o mercado faturou cerca de R$ 3,3 bilhões – alta de 15% frente ao mesmo período de 2012. Porém, em volume, o crescimento foi menor: 4% na comparação entre os dez primeiros meses do ano passado e o mesmo período do anterior, passando de 5,1 bilhões para 5,3 bilhões de fraldas. 136
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Dividida em quatro segmentos – econômico, valor, premium e super premium –, a categoria encontra boa representatividade no canal farma. “Farma cadeia mais farma independente representam, juntas, cerca de 40% do volume de fraldas, com tendência de crescimento ao longo dos anos. Dentre os segmentos da categoria, os que mais crescem são o premium e o super premium. É uma categoria com alto envolvimento emocional e 85% das compras no canal farma e alimentar são planejadas”, relata a gerente de marca Huggies Turma da Mônica, marca da Kimberly Clark, Ana Bandle. Dados da Nielsen reforçam a importância das farmácias independentes para a categoria. “Além de ter maior representatividade, contribuem para o ganho de importância do canal como um todo, incrementando suas vendas em 27%. Esse é o canal que mais cresceu, tanto em valor quanto em volume, no ano de 2013. O crescimento (vendas em R$) das farmácias cadeia é no mesmo patamar do grande varejo (lojas com 10 ou mais checkouts), com aproximadamente 10%, e abaixo do pequeno varejo (lojas tradicionais e até nove checkouts) com 18%”, conta Gabriel Fagundes.
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representatividade consolidada
O Brasil apresentou crescimento no último ano (2013 x 2014), principalmente em valor, com uma variação de
O consumidor vai ao ponto de venda para comprar fraldas
15,4 vezes ao ano, em média
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Nos dez primeiros meses de 2013, o mercado faturou cerca de
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enquanto a venda de unidades (pacotes) apresentou um incremento de
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na comparação entre os dez primeiros meses do ano passado
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e o mesmo período do anterior, passando de
do volume de fraldas vendidas, com tendência de crescimento ao longo dos próximos anos
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Com relação às vendas por tamanhos, não há grandes movimentações nos últimos anos, porém os tamanhos grande, médio e extra grande são os mais representativos, concentrando 85% das vendas em valor da categoria. O único tamanho que apresentou crescimento no último ano foi o super grande, porém ainda é pouco representativo, com 5% das vendas em valor da categoria no Brasil. 138
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O gerenciamento da categoria O produto fralda “se vende” praticamente sozinho. Mas é um erro imaginar que a categoria não precisa ser trabalhada e gerenciada no ponto de venda, só porque o consumidor precisa dela com frequência e irá aparecer para comprar. É exatamente por isso que a loja deve investir em mix, sortimento e exposição, aproveitando a oportunidade para vender outros itens que façam parte
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O produto fralda “se vende” praticamente sozinho. Mas é um erro imaginar que a categoria não precisa ser trabalhada e gerenciada no ponto de venda. a loja deve investir em mix, sortimento e exposição, aproveitando a oportunidade para vender outros itens que façam parte do universo de cuidados do bebê do universo de cuidados, higiene e bem-estar do bebê e também para garantir a preferência daquele consumidor, que não irá comprar fraldas para sempre, mas que pode se tornar cliente fiel da loja caso tenha tido boas experiências de compras no período em que precisou do produto. Período esse que deve ir até os dois anos, dois anos e meio do bebê, quando se inicia o processo de retirada da fralda. Ressaltando que esse mesmo cliente continuará precisando de outros itens como produtos para pele, cabelos, higiene oral da criança, entre outros. Para a diretora de Trade Divisão Consumo da Hypermarcas, Ana Aparecida Biguilin, o grande desafio para o canal é trabalhar corretamente o mix de produtos da categoria, que a cada ano ganha lançamentos e novidades e exige adequação no ponto de venda para ter um bom espaço e oportunidade de faturamento na loja. “O ideal é garantir que uma marca tenha todas as opções de tamanhos para fidelizar o shopper. Segmentar a gôndola agrupando por marca e seguindo um gradiente de preço e tamanho também facilita a organização do ponto de venda. Dependendo do tamanho da loja, a exposição pode ser feita com as marcas na vertical para gerar visibilidade da marca como um todo e facilitar a escolha do produto”, orienta. Evitar ruptura é sempre um ponto importante e, por isso, a loja deve disponibilizar sempre todos os tamanhos de fraldas que o mercado ofereça, ou seja, do RN ao XXG, trabalhando a exposição dos itens de acordo com cada marca. “Exposição fora da gôndola com cestões é de grande importância nesse sentido. A solução de troca de fralda é uma grande oportunidade para o canal alavancar faturamento e rentabilidade na categoria de cuidados com o 140
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bebê. Importante buscar essas ativações (por exemplo: exposição adicional, desconto para compra da solução completa) em loja, trazendo esse benefício ao shopper”, diz.
Tendências e preferências do consumidor
Proteção, absorção, conforto e custo-benefício é o que o shopper espera encontrar ao comprar fraldas para o seu bebê. A indústria, por sua vez, investe tanto no lançamento de novas variantes como na modernização dos processos tecnológicos, das embalagens, além de novidades na formulação dos produtos. Das fitas que permitem abrir e fechar as fraldas quantas vezes forem necessárias a modelos que podem ser vestidos na criança, os lançamentos não param de chegar ao mercado e, segundo a assessoria de imprensa da Hypermarcas, a indústria visa, com isso, atender às expectativas do consumidor tradicional e conquistar novos consumidores, com opções que atendem a um público exigente e moderno. A marca ainda declara que “a tendência é investir cada vez mais em tecnologia e na seleção da matéria-prima utilizada na fabricação dos produtos. No mercado de fraldas infantis, as mães buscam principalmente qualidade (marca) e preço. As embalagens promocionais com fralda grátis também são um atrativo para as consumidoras desta categoria”. A Hypermarcas, que detém as marcas Pom Pom, Cremer Disney e Sapeka, investe em fraldas estampadas e também no tamanho grandinhos, ambos da Pom Pom. “Grandinhos é o único tamanho do mercado que atende crianças que pesam entre 15 e 24 kg”, informa a assessoria da marca. A absorção ainda é o principal atributo que o shopper busca ao comprar fraldas, seguido de ajuste, uma dupla que garante proteção e mais conforto para o bebê. Ana Bandle, da Kimberly-Clark, destaca que nem sempre o shopper é fiel a marcas. “A consumidora brasileira tem o perfil de experimentadora, além de ser muito comum ganhar pelo menos duas marcas no Chá de Bebê”, diz. Em relação às tendências para a categoria, a Kimberly aposta nas fraldas de vestir. “A grande vantagem é que essas fraldas permitem liberdade de movimento ao bebê. Além de superconfortáveis porque se ajustam como roupinha, o bebê não precisa parar a brincadeira para ter sua fralda trocada. As mamães podem trocar com o bebê em pé onde ele estiver”, finaliza.
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Cuidados noite e dia Os dermocosméticos auxiliam na manutenção da saúde e da beleza da pele. A aplicação correta deve ser a principal orientação das dermoconsultoras na hora da venda P o r v i v i a n lou r enç o
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Os dermocosméticos se tornaram aliados das consumidoras na busca por uma pele mais bonita e saudável. Eles são produtos que agem nas partes mais profundas da derme, produzindo melhorias na aparência. O corpo é influenciado por diversos hormônios e, por isso, funciona de diferentes maneiras e velocidades. Assim, os produtos têm seu desempenho melhorado quando aplicados em horários específicos. “Produtos do dia necessitam ter ativos que combatam fotos: shutterstock
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A mulher brasileira é uma das mais vaidosas com sua aparência
as agressões sofridas em função da radiação solar, estresse, poluição, entre outros. Esses ativos precisam ainda fornecer energia às células para que elas suportem o estresse gerado por esse excesso de toxinas que são produzidas diariamente”, explica a gerente de produto do Grupo Bioclean, Flaviana Ferreira. Durante o dia, a pele está propícia a receber radiações solares, deixando-a mais sensível, por isso as empresas recomendam sempre o uso de filtros solares. Os cremes diurnos precisam ter ativos que protejam a pele das radiações solares, além de ativos que constituem um sistema antioxidante de amplo espectro. Precisam, também, combater as várias fontes de radicais livres, além de possuir ativos que hidratam a pele. “Os dermocosméticos são cremes que preparam a cútis para as dificuldades e as diferenças do dia a dia”, detalha o farmacêutico da Porto Bianco, Giovani Geraldo Stephani. Já os produtos da noite precisam ter ativos que potencializem a renovação celular, pois é durante esse período que as células estão mais aptas a se renovarem e absorverem os nutrientes, repondo as defesas e a imunidade para o dia seguinte. “A principal diferença entre produtos para a noite e para o dia ocorre porque, à noite, o usuário está mais propenso ao tratamento. Dessa forma, os produtos para a noite normalmente são um pouco mais ricos em ingredientes, fazendo, algumas vezes, com que o produto seja um pouco mais pesado do que os para o uso diurno”, ressalta a gerente de gerenciamento por categoria da Johnson & Johnson, Patrícia Gimenes. Isso não quer dizer que não se tenha produtos noturnos com cosmética agradável, mas é um ponto que, às vezes, é sacrificado em favor de uma maior hidratação ou emoliência da pele. De acordo com o diretor executivo da divisão farma da Hypermarcas, Walker Lahmann, os dermocosméticos para o uso noturno possuem ativos que potencializam a renovação celular, pois é nesse período que as células se renovam e absorvem mais facilmente os nutrien144
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tes. “Dessa forma, é possível repor as defesas e a imunidade para o dia seguinte.”
Rentabilidade assegurada O mercado de dermocosméticos vem atraindo cada vez mais a atenção dos consumidores por conta de produtos dotados com a mais alta tecnologia e com resultados comprovados cientificamente. A mulher brasileira é uma das mais vaidosas com sua aparência, por isso que, nos últimos anos, um número cada vez maior de consumidoras tem exigido produtos com cosmética superior. “Devido ao alto valor agregado e demanda crescente, o dermocosmético tornou-se um grande atrativo para a indústria e farmácia”, revela Patrícia.
Dicas de higiene Além da diferença entre os produtos para o dia e a noite e a melhor aplicação de cada um, as dermoconsultoras também precisam orientar o shopper com relação aos cuidados com a higiene da derme. Para garantir pele macia, limpa e com aspecto saudável, é preciso indicar a higienização diária facial, com produtos específicos, pois eles são importantes aliados para remover a gordura e os poluentes que causam irritação. É fundamental salientar que produtos de higiene, como sabonetes, devem ser individuais. “O ciclo de higienização pode ser feito duas vezes ao dia, de manhã e à noite. Oriente a escolha do produto de acordo com a pele e reforce a importância de enxaguar em abundância. Se for durante o dia, é importante secar o rosto com toalhas de papel e depois aplicar um hidratante e fotoprotetor. Se for à noite, utilizar somente um hidratante ou creme noturno, mantendo, assim, uma higienização facial perfeita”, detalha o farmacêutico da Mesoestetic, Eugênio Silva.
Aplicação e uso corretos É importante que se respeite os protocolos e a frequência do tratamento no uso de dermocosméticos. “Lembre-se de que o resultado de cada produto está diretamente ligado à forma de aplicação”, revela Flaviana, do Grupo Bioclean.
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O primeiro passo é identificar o tipo de pele da consumidora e indicar a limpeza adequada. “Além disso, oferecer produtos que tragam o resultado esperado é fundamental”, diz o diretor-geral da Futura Biotech, Wagner Falci. O consumidor deve ser orientado a usar corretamente os cosméticos de acordo com as instruções do seu fabricante. “A maneira correta de aplicação, para potencializar a sua ação, usando as espátulas, para evitar o contato com as mãos, deve ser a principal recomendação. Não exagerar na quantidade a ser aplicada e ainda realizar a massagem complementar ao tratamento, como, por exemplo, nos cremes para ‘celulite’, são informações essenciais. Orientar também sobre a importância da armazenagem do produto para assegurar a qualidade”, orienta o farmacêutico da Porto Bianco. O trabalho das dermoconsultoras é essencial para a aceitação por parte do shopper. “É
O mercado de dermocosméticos vem atraindo cada vez mais a atenção dos consumidores por conta de produtos dotados com a mais alta tecnologia e com resultados comprovados cientificamente fundamental porque supre a necessidade que o consumidor tem de saber sobre os benefícios dos produtos, para que serve, qual é mais indicado para o tipo de pele, sempre respeitando a indicação e prescrição do dermatologista”, diz Lahmann, da Hypermarcas. Os profissionais que desejam trabalhar nesta área devem possuir informações sobre os modos de uso e as finalidades dos produtos, suas especificações e aplicações para os diferentes tipos de pele e as opções de modelos disponíveis, pois isso impacta diretamente na qualidade do atendimento junto aos consumidores.
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Direitos e
deveres O universo das leis, portarias, artigos e RDCs para o setor farmacêutico é muito vasto e complexo, mas os players devem empreender esforço para conhecê-lo P o r E g l e Le o na r di 148
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A palavra lei vem do latim lex , que significa uma obrigação imposta. Dentro de um conceito de sociedade, as leis são criadas para impor limites individuais e coletivos, além de direitos e deveres a serem cumpridos. O advogado especialista em Direito Farmacêutico e sócio do escritório ZCBS Advogados, Benny Spiewak, comenta que mais de dez mil normas regulam o setor farmacêutico e aquele referente às atividades reguladas pelas autofoto: shutterstock
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ridades sanitárias: “Estabelecer prioridades é tarefa muito complexa. De toda forma, a principal regra é a Constituição, seguida pela Lei nº 6.360/76, que estabelece as bases para a vigilância sanitária no Brasil”. Ele ressalta que as regras do setor farmacêutico são extremamente rígidas, e não sem razão. Elas precisam proteger a saúde dos cidadãos, garantir a qualidade efetiva dos produtos sanitários regulados e, especialmente, permitir e administrar a relação entre Governo e o setor privado. “Contudo, a rigidez não poderia ser equiparada à inflexibilidade ou engessamento, que atrapalham a cadeia industrial de saúde. Todos os agentes privados do mercado aceitam a rigidez, mas questionam a incerteza e insegurança do marco regulatório”, pondera o especialista. No entanto, ele argumenta que o Brasil regula o setor de forma tão rígida como qualquer outro mercado. “O que precisamos melhorar e aperfeiçoar são a dinâmica e os processos internos de funcionamento. Por exemplo, uma empresa que objetiva comercializar um dispositivo médico inovador pode ter de esperar quase quatro anos para fazê-lo, tamanha a quantidade e complexidade dos processos”, critica Spiewak. É claro que não há apenas leis (ordinárias e suplementares). O mercado farmacêutico (assim como qualquer outro segmento) é regulado também por portarias, artigos e resoluções, entre outros instrumentos. Há uma hierarquia entre eles, já que cada um tem seu papel. De acordo com a professora do Instituto de Pesquisa e Pós-graduação para Farmacêuticos (ICTQ) e tecnologista em Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz, Valéria Sant’Anna Dantas Esteves, lei é uma norma ou conjunto de normas jurídicas criadas por meio dos processos próprios do ato normativo e estabelecidas pelas autoridades competentes para o efeito. É a regra geral justa e permanente, que exprime a vontade imperativa do Estado, a que todos são submetidos, ou seja, uma norma jurídica obrigatória, de efeito social emanada do poder público competente. A professora do ICTQ e gerente de assuntos regulatórios e qualidade da empresa Cromo Life, Ana Carolina Paz, comenta que, no âmbito do Direito, a lei é um preceito obrigatório que é legitimada pelo Poder Legislativo, ou seja, é responsabilidade do Estado criar normas a fim de garantir e proteger os direitos e deveres com base na Constituição Federal. “Vale ressaltar que, dentro do conceito do Estado De-
A consulta pública é a formalização do diálogo entre aquele que pretende estabelecer uma nova norma e os cidadãos, que serão potencialmente regulados por tal nova norma mocrático de Direito, o Poder Legislativo, aquele que produz e mantém o sistema normativo, deve assegurar a soberania da justiça para todos”, ressalta ela, que complementa dizendo que há lei ordinária (que exige maioria simples dos votos, ou seja, 50% mais um dos presentes no plenário) e lei complementar (que exige a maioria absoluta dos votos, ou seja, 50% + 1 de todos os parlamentares). “Não há hierarquia entre as duas, entretanto a principal diferença é no quórum necessário para a sua aprovação; além disso, a lei complementar, como o próprio nome diz, completa uma matéria da Constituição.”
Outras ferramentas legais Há também as portarias, que são atos pelos quais as autoridades competentes determinam providências de caráter administrativo, dão instruções sobre execução de leis e de serviços, definem situações funcionais e aplicam medidas de ordem disciplinar. A Portaria é um ato administrativo oriundo de uma autoridade da Administração Pública com o objetivo de esclarecer ou informar sobre questões específicas internas de órgãos públicos. Vale citar que um artigo é a subdivisão de uma norma, podendo ter alíneas (a, b, c etc.) e parágrafos. Também pode ser um texto de trabalho que contém a opinião do autor sobre determinado assunto. Não tem qualquer poder de lei, e exprime uma opinião. Já as resoluções são atos administrativos normativos que partem de autoridades superiores, mas não do chefe do Executivo, por meio das quais disciplinam matéria de sua competência específica. No caso da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC), como o próprio nome diz, é editada pela Diretoria Colegiada da Anvisa, e regulamenta todos os aspectos de atuação da Agência. 2014 março guia da farmácia
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Principais leis que regem o setor farmacêutico Há diversas normas de caráter infraconstitucional e infralegal de grande relevância para o setor farmacêutico, e os players devem conhecê-las. No entanto, há aquelas de leitura obrigatória para quem atua no mercado farmacêutico. 1) Lei n° 5.991/73: dispõe sobre o controle sanitário do comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, e dá outras providências. 2) Decreto n° 74.170/74: regulamenta a Lei nº 5.991, de 17 de dezembro de 1973, que dispõe sobre o controle sanitário do comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos. 3) Lei n° 6.360/76: dispõe sobre a vigilância sanitária a que ficam sujeitos os medicamentos, as drogas, os insumos farmacêuticos e correlatos, cosméticos, saneantes e outros produtos, e dá outras providências. 4) Decreto n° 8.077/2013: regulamenta as condições para o funcionamento de empresas sujeitas ao licenciamento sanitário, e o registro, controle e monitoramento, no âmbito da vigilância sanitária, dos produtos de que trata a Lei nº 6.360, de 23 de setembro de 1976, e dá outras providências. 5) Lei n° 6.437/77: configura infrações à legislação sanitária federal, estabelece as sanções respectivas, e dá outras providências. 6) Lei nº 9.782/99: define o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, cria a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, e dá outras providências. 7) Lei nº 9.787/99: altera a Lei nº 6.360, de 23 de setembro de 1976, que dispõe sobre a vigilância sanitária, estabelece o medicamento genérico, dispõe sobre a utilização de nomes genéricos em produtos farmacêuticos e dá outras providências. Além dessas, é importante ler os Códigos de Ética do respectivo Conselho de Classe, onde são definidos os campos de atuação e, ainda, as Políticas Públicas definidas pelo Governo, que podem afetar a área em que se atua. Fontes: Ana Carolina Paz, professora do ICTQ e gerente de assuntos regulatórios e qualidade da empresa Cromo Life, e Valéria Sant’Anna Dantas Esteves, professora do ICTQ e tecnologista em Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz
as regras do setor farmacêutico precisam ser rígidas. Elas protegem a saúde dos cidadãos, garantem a regularidade dos produtos e administram a relação entre Governo e setor privado Existe também a Resolução Específica (RE), que trata de assuntos específicos, tais como concessão de registros (medicamentos, alimentos, cosméticos, saneantes, produtos para a saúde, produtos fumígeros etc.), certificação de boas práticas, entre outros. As competências da Diretoria Colegiada (Dicol) estão definidas no art. 15 da Lei nº 9.782/99. A consulta pública é a formalização do diálogo entre aquele que pretende estabelecer uma nova norma e os cidadãos, que serão potencialmente regulados por 150
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tal nova norma. Basicamente, a autoridade legislativa apresenta sua proposta de regramento e permite com que o público faça seus comentários e críticas. Em alguns casos, muitos dos comentários e críticas transformam o texto inicial para o texto final. Isso é bastante relevante para o Estado Democrático de Direito. “Basicamente, a consulta pública é a expressão mais clara da democracia, permitindo com que aqueles que serão regulados por uma determinada norma a comentem”, destaca Spiewak. De acordo com Valéria, há a necessidade de publicação no Diário Oficial da União dessa consulta à população sobre o tema de interesse expresso. Além do texto da proposta de regulamento, a publicação também indica o período, o endereço e a forma para envio das contribuições, além de outras informações relevantes para a participação dos interessados. Já Ana Carolina defende que a ferramenta é um método rápido e eficaz de coletar propostas e informações para aprimorar determinado tema, já que as consultas públicas buscam aproximar Estado e sociedade dentro do regime democrático.
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Pirâmide de Kelsen
constituição federal
leis complementares
leis ordinárias
medidas provisórias e leis delegadas
resoluções
Hierarquia respeitada Em Direito Administrativo, há um escalonamento normativo que foi muito bem definido e estudado pelo jurisfilósofo Hans Kelsen. Ele definiu a chamada Pirâmide de Kelsen, que é a hierarquia das leis e determina a soberania entre as normas do ordenamento jurídico. No topo da pirâmide está a Constituição da República, logo abaixo as leis complementares, seguidas das leis ordinárias, que, por sua vez, são seguidas das medidas provisórias e leis delegadas, posteriormente resoluções e assim por diante. A máxima dessa teoria é simples: uma lei não dispõe de forma contrária a nenhuma matéria tratada na Constituição, assim como as resoluções não podem ser contrárias às leis, e assim sucessivamente. Vale lembrar que a portaria e a resolução encontram-se quase no final da pirâmide, e servem para discipli152
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nar assuntos diferentes. Em linhas gerais, a portaria é superior à resolução. Já a consulta pública não tem efeito de lei, logo ela não entra na pirâmide. Essa hierarquia das normas e regras, que tem como soberana a Constituição Federal, possui as portarias e as RDC como normas emitidas por autoridade específica, como a Anvisa. Todas são igualmente importantes, mas a norma de hierarquia superior é sempre aquela que deverá prevalecer no caso de conflito. Por exemplo, uma RDC da Anvisa não poderá ir contra uma regra da Constituição. “Se isso acontecer, há um caso de inconstitucionalidade, ou seja, violação da maior das leis. O questionamento de violação da Constituição por outra norma de menor hierarquia se dá por meio da chamada Ação Direta de Inconstitucionalidade, ou Adin”, finaliza Spiewak.
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Tendências da NRF 2014 apontam para a combinação entre as vendas on-line e off-line. Atendimento personalizado torna-se o grande diferencial
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Por Vi vian Lo ure n ço
O consumidor
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no poder
De 12 a 15 de janeiro ocorreu, na cidade de Nova Iorque, a 103ª Convenção Anual da National Retail Federation (NRF). O evento é voltado ao varejo e reuniu cerca de 30 mil pessoas de 82 países, recebendo quase 2 mil brasileiros; foram 500 expositores. O evento é composto de palestras ministradas por presidentes e fundadores de grandes empresas multinacionais. O foco é reunir as tendências para os próximos anos, assim como soluções e tecnologias para o setor de varejo. Porém, nem tudo o que é apresentado na NRF pode ser aplicado em um primeiro momento no Brasil. “Um tema muito discutido foi a mudança do modelo de mercado. Antes, o foco era apenas no varejo – vou comprar o que me interessa. Com a multiplicação das marcas, o consumidor
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tem mais poder; ele exige produtos”, detalha o sócio-diretor da GS&BW, Luiz Alberto Marinho. O omni-channel, que é uma forma de integração entre canais, ou seja, é a integração entre a venda física e a virtual – um produto comprado on-line pode ser trocado na loja física ou vice-versa, por exemplo –, continua em pauta. Essa ação já é consolidada no exterior, porém ainda é uma novidade no País. “Uma pesquisa apresentada pela GS&MD – Gouvêa de Souza mostrou que no Brasil o consumidor pesquisa em um canal e compra no outro”, revela Marinho. De acordo com os dados apresentados, 53% dos compradores on-line visitam a loja física antes. No Brasil acontece o inverso: 61% visitam a loja física para comprar no meio virtual. O gerente comercial da Virtual Gate, Caio Camargo, ressaltou que o grande debate é se o on-line vai matar fotos: National Retail Federation/Caio Camargo
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a loja física. “No Brasil, o farmacêutico foi perdendo o seu papel, já que a compra no balcão tornou-se muito similar à virtual.” De acordo com ele, os dois métodos de venda se completam: no on-line não é possível tocar o produto e, no físico, não existe a comodidade de ser ágil. A diretora vogal do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar), Grasiela Tesser, ressalta que a questão da experiência do consumidor em conseguir aliar o físico e o virtual, aos poucos, vem chegando ao Brasil. “Lojas com espaços para alimentação, que englobem todas as áreas da vida do consumidor, serão um diferencial.” Ela ressalta o foco que o consumidor deve ter nesse novo modelo de varejo. “Ele quer encontrar algo além daquilo que vai buscar na farmácia, ou seja, além do medicamento. A loja deve ter tudo o que ele precisa para uma vida saudável. É uma mudança de conceito: o canal farma estava associado a doença, e precisa ser lembrado como bem-estar.”
Processo de globalização A questão de mudança de comportamento no varejo é fruto do processo de globalização. “Em 2013, o Brasil possuía 15 empresas das 250 maiores no Brasil. Em 2014, serão 22”, revela o vice-presidente do Ibevar, Eduardo Terra. Ele complementa afirmando que o varejo como um todo está em busca de novos mercados e o Brasil está no centro das atenções. Segundo a consultora especialista em marketing de varejo, Tatiana Ferrara, um dos pontos mais altos do 156
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evento foi a palestra do 43º presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, que abordou o tema liderança. “Segundo ele, o líder deve ser proativo, não ter pena de si mesmo e cercar-se de pessoas competentes. Nas demais palestras ministradas, as principais tendências discutidas foram o uso do celular smartphone, big data, analytics, omni-channel, e customer experience.” Outro fenômeno observado é que o varejo moderno tem diversas formas de entregar seus produtos para o consumidor. Antes, aquilo que era vendido somente na loja física agora está disponível em plataformas de e-commerce. ”Ou seja, o consumidor pode efetuar a compra por diversos canais (multicanal), pelo notebook, celular ou até mesmo ir à loja! Porém, isso não é suficiente para os consumidores da atualidade: eles querem uma evolução maior, como o omni-channel.”
Customização do atendimento Nessa competição entre virtual e físico, há espaço para todos. A consultora de varejo ressalta que a prática do omni-channel não coloca fim às lojas físicas. “Afinal de contas, se os consumidores podem comprar pela internet com mais comodidade e praticidade, porque as pessoas sairiam do conforto da sua casa para entrar em um ponto de venda? A resposta é simples: customer experience, ou seja, experiência de compra.” De acordo com Tatiana, a loja física deve tornar-se mais do que um local para efetuar a compra: o consumidor precisa viver uma experiência durante a aquisição do produto. Na loja física é possível que o cliente preencha a necessidade de ter contato e ser guiado
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A questão de mudança de comportamento no varejo é fruto do processo de globalização. Em 2013, o Brasil possuía 15 empresas das 250 maiores no Brasil. Em 2014, serão 22
Os cases apresentados no evento revelam a importância de oferecer ao cliente uma experiência de compra diferenciada
pelo vendedor. “Para isso, é preciso criar uma atmosfera de loja, trabalhando o merchandising e o layout. Rever a forma de atender os clientes, oferecer novos serviços e mais: fazer com que o consumidor sinta-se bem-vindo. Assim, o fator-chave é que o cliente deve ser o foco total da empresa”, completa. Essa personalização é consequência do poder do consumidor. “Ter o histórico das transações do cliente sobre as compras para oferecer produtos que se encaixam no perfil. O uso do big data pode aumentar em seis vezes as vendas”, exemplifica o sócio-diretor da GS&BW, Luiz Alberto Marinho. Ele ainda completa dizendo que o consumidor que utiliza a loja física e a internet gasta 3,5 vezes; quem utiliza o móbile e a loja física compra 4 vezes mais. Nesse processo, o papel do vendedor também precisa ser revisto. Ele deve estar mais preocupado em ser um consultor do que apenas realizar a venda. “O treinamento é mais focado nessa personalização”, acrescenta Marinho. Para essa customização, será necessário aplicar ferramentas tecnológicas, de acordo com o gerente comercial da Virtual Gate, Caio Camargo. “Será preciso 158
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suprir a carência do atendimento pessoal. Hoje se tem muita informação na rede e é preciso reconhecer o que o consumidor busca exatamente.” A tendência, segundo Camargo, é que, ao entrar no PDV, o consumidor faça o login com a loja e receba no celular ou tablet ofertas especiais para o seu perfil. “É importante saber também por onde essa pessoa anda na loja, para oferecer um merchandising de acordo com as necessidades.” Além dessa personalização, Eduardo Terra, do Ibevar, destaca que as marcas precisam buscar o engajamento: sair do bolso e ir para o coração do cliente. “Não que o bolso não seja importante, mas precisa ir além; construir isso para os clientes.” O engajamento deve envolver o consumidor a cada ida à loja. “Por exemplo, a cada compra, um mesmo produto é doado para quem precisa”, destaca Camargo. Porém, ele alerta que esse engajamento não deve ser feito de maneira simples, já que não surte resultado no consumidor. “Atualmente, ele é muito mais forte que a sustentabilidade.”
Ideias a serem aplicadas A consultora Tatiana Ferrara observou que a convergência de tecnologias foi um ponto discutido durante a NRF. “O móbile, conhecido no Brasil como celular: mais do que efetuar ligações, o celular acessa e-mails, sites, efetua e finaliza compras, fornece informações sobre os clientes, proporciona dados sobre produtos e recebe mensagens com anúncios e promoções.”
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Novo modelo de varejo 1. A farmácia não pode ser somente depósito de mercadoria. É necessária uma experiência de compra agradável. 2. O omni-channel não pode ser segmentado, há necessidade de sinergia entre os canais, ou seja, um híbrido desse universo atual. 3. Atendimento das pessoas: é necessário ter o histórico de compras do consumidor para se diferenciar dos demais. 4. Engajamento com as pessoas: a qualidade de venda melhora e é sempre recomendável procurar insights dentro do canal farma.
Entre as inovações de tecnologia, ela destaca o caso, por exemplo, da câmera que detecta o humor dos clientes e de outra capaz de efetuar o reconhecimento facial das pessoas, cruzando com dados disponíveis na internet, como o perfil do Facebook. “O RFID (Radio-Frequency IDentification) e NFC (Near Field Communication) são outras ferramentas tecnológicas que estão cada vez mais se consolidando e estão presentes constantemente nos estandes das empresas.” Caio Camargo citou o exemplo da etiqueta que é lida pelo smartphone e coloca no provador a roupa que o consumidor deseja, partindo de suas últimas compras realizadas. Além dos provadores virtuais, a diretora vogal do Ibevar, Grasiela Tesser, destaca os softwares que captam a reação do consumidor na gôndola. “A venda móvel, dentro do ambiente, também é interessante: o consumidor faz a compra sozinho, sem precisar do caixa.” Porém, todo esse investimento em novas tecnologias, de acordo com Camargo, deve ser feito para suprir as necessidades do varejo. “Entender as necessidades e ver o potencial de venda, analisar as rupturas, filas etc. e ver qual tecnologia se encaixa mais na proposta.”
Desafios a serem superados No Brasil, o uso das tecnologias pode ser uma barreira, segundo os participantes da NRF. Grasiela explica que limitações como pagamentos, insegurança e legislação que proíbe que as farmácias se tornem lugares nos quais os consumidores encontram o que 160
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Novas tecnologias de interação com consumidor foram destaque da NRF
A 103ª edição da NRF reuniu 30 mil pessoas
precisam (como a venda de alimentos, por exemplo) atrapalham o processo. A modernização deve ter atenção especial para o on-line, tendo uma boa plataforma de e-commerce para disponibilizar o produto que o consumidor precisa. A integração entre as plataformas de consumo ainda precisa melhorar, assim como os novos modelos fiscais. “É preciso se reinventar para que o consumidor volte sempre”, finaliza Grasiela. O presidente do Ibevar, Claudio Felisoni de Angelo, destaca que o evento mostrou a dificuldade que algumas empresas possuem para as operações internacionais. “Não tem como haver uma competitividade dessa maneira. A internacionalização ainda tem muito espaço no Brasil.”
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Debate
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Mudança nas regras para medicamentos similares consolida o marco regulatório nacional
Benny Spiewak Mestre em Direito e Propriedade Intelectual, Especialista em Direito Farmacêutico e Sócio do Escritório ZCBS Advogados 162
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Um novo marco regulatório elevará o padrão para a aprovação dos medicamentos similares, que poderão substituir os medicamentos de referência ou de marca. Em janeiro deste ano, o ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Dirceu Barbano, anunciaram consulta pública que discute mudanças nas regras para o mercado de medicamentos similares. A proposta prevê a exigência da apresentação de testes específicos para a aprovação dos medicamentos similares que permitirão com que tais medicamentos sejam efetivamente intercambiáveis com os medicamentos de referência, ou seja, os de marca. Atualmente, o intercâmbio automático é permitido apenas para os medicamentos genéricos, que já demonstraram a bioequivalência e a biodisponibilidade em relação ao medicamento de referência. Acredito em uma abordagem equilibrada e cuidadosa em relação ao custo-benefício da substituição dos medica-
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mentos similares e ao bem-estar geral da população brasileira. A proposta também poderá guiar a Anvisa no tratamento de medicamentos biológicos e medicamentos não biológicos e de cadeias moleculares complexas. A proposta alinha-se aos planos do governo brasileiro de estimular os medicamentos genéricos e similares, mas é preciso cautela. Com os medicamentos químicos ou de cadeia molecular mais simplificada, a indicação de intercâmbio automático do medicamento de referência para o genérico é baseada em testes laboratoriais e em protocolos bem definidos. Para os medicamentos biológicos ou de cadeias moleculares complexas, a habilidade de intercâmbio merece atenção especial por parte da Anvisa, porque a substituição do medicamento de referência pelo seu chamado biossimilar não deverá ser automática, já que os mecanismos de comprovação de intercâmbio requerem uma estrutura e pesquisas clínica e não clínicas específicas. foto: DIVULGAÇãO
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to e a realização de negócios entre em presas expositoras e visitantes. Paralelamente à feira, os participan tes poderão assistir a palestras com pro fissionais renomados nas suas áreas de atuação. Para esta edição já estão con firmadas as palestras com experien tes consultores: José Luiz Tejon, Carlos Gadelha, Jussier Ramalho e o técnico da seleção brasileira, Felipão. A ABRADILAN FARMA e HPC vem su perando expectativas a cada edição e demonstrando aos nossos expositores e visitantes que o evento possibilita ex celente forma de relacionamento e ne gócios, enriquecido pelo compromisso com a difusão de um conjunto de prin cípios voltados ao desenvolvimento do setor de distribuição e varejo de produ
tos farmacêuticos e HPC no Brasil. Já temos vários expositores de gran de porte confirmados, como laborató rios farmacêuticos, empresas de produ tos para a saúde, empresas de cosméti cos e empresas de serviços. Para sua maior comodidade, sugeri mos que faça o cadastramento pelo si te: www.abradilan.com.br ou, se pre ferir, poderá fazer o credenciamento na entrada do evento, apresentando o convite que está sendo distribuído pe la organização do evento, pelos expo sitores, pelos associados da Abradilan e também, encartado nessa edição do Guia da Farmácia. A participação de todos é de extrema importância para nós. Aproveite a oportu nidade e estreite seus relacionamentos.
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Precursora no segmento de barbeadores descartáveis e segunda maior empresa de barbeadores do mundo, a BIC amplia sua presença no segmento e lança o BIC 3, presente em duas versões, Acqua e Intensity. A companhia, que democratizou o barbear com a produção do primeiro aparelho descartável no mercado mundial (BIC Sensitive), conta hoje com uma produção anual de três bilhões de lâminas. Preço sugerido: R$ 4,50 Na gôndola: descartáveis/ cuidados masculinos Site: www.bicworld.com fotos: shutterstock/divulgação
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Proteção para homens
Protex, o sabonete antibacteriano pioneiro no mercado a lançar uma linha desenvolvida especialmente para o público masculino, Protex for Men, apresenta a mais nova opção para os homens que têm uma rotina agitada e necessitam de proteção: Protex for Men Power. A nova variante, que possui notas amadeiradas, chega para completar a família que já conta com as linhas Energy e Sports, que oferecem 10 vezes mais proteção contra odores e eliminam 99,9% das bactérias. Preço sugerido: barra – R$ 2,90 líquido – R$ 7,53 Na gôndola: pele/cuidados masculinos Site: www.colgate.com.br
Feito para homens
Sempre preocupada em atender às necessidades de seus consumidores, Head & Shoulders, a marca de xampu anticaspa mais vendida no mundo, lança a versão Head & Shoulders 3 em 1 para completar a linha de produtos desenvolvida especialmente para o público masculino. Com uma rotina agitada, repleta de atividades e compromissos, todo homem precisa de alternativas práticas e rápidas na hora de conquistar o visual que deseja. Por isso, a marca traz xampu, condicionador e anticaspa em um único produto. Preço sugerido: head & shoulders 3 em 1 (200 mL) – R$ 10,29 head & shoulders 3 em 1 (400 mL) – R$ 15,99 Na gôndola: cabelos Site: www.headandshoulders.com.br
Longe das manchas
No verão, mesmo reforçando os cuidados com a proteção solar, às vezes é inevitável o aparecimento das indesejáveis manchas causadas pelo sol que insistem em aparecer no rosto. Por isso, RoC®, uma das marcas de dermocosméticos mais recomendadas por dermatologistas brasileiros, oferece um aliado no combate às áreas escurecidas da pele: RoC® Clarifiant. Preço sugerido: R$ 99,00 Na gôndola: pele/dermocosméticos Site: www.jnjbrasil.com.br
Saúde dos cabelos
Manter a saúde dos cabelos não se restringe apenas à escolha de um bom xampu, condicionador ou de uma máscara de tratamento. Usar uma escova de qualidade, que faça mais do que alinhar os fios, também é importante. Por isso, a Bio Extratus Cosméticos Naturais, que já oferece uma linha completa de produtos para tratamentos dos fios, traz, com exclusividade para o Brasil, a escova desembaraçante Michel Mercier. Preço sugerido: R$ 69,90 Na gôndola: cabelos Site: www.bioextratus.com.br
Obs.: Os preços sugeridos são informados pela indústria fabricante de cada produto. 168
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3M http://solutions.3m.com.br
F FDA www.fda.gov
A AACD www.aacd.org.br Abimip www.abimip.org.br Abbott www.abbottbrasil.com.br Abrahams executive search http://abrahams.com.br Accumed-Glicomed www.glicomed.com.br AFPFB www.farmaefarma.com.br Anvisa http://portal.anvisa.gov.br APM www.apm.org.br
B Bayer www.bayer.com.br Beauty Color www.beautycolor.com.br Biocolor www.biocolor.com.br
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SBED www.dor.org.br
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IBGE www.ibge.gov.br
IDEC www.idec.org.br
SBD www.sbd.org.br
Teuto www.teuto.com.br
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IDC www.idcbrasil.com.br
Sanofi Aventis www.sanofi.com.br
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Ibevar www.ibevar.org.br
ICTQ www.ictq.com.br
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q Questão de Coaching http://questaodecoaching.com.br
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U Unesp www.unesp.br UNG www.ung.br Unicamp www.unicamp.br Unifesp www.unifesp.br USP www5.usp.br
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