Guia da Farmácia
anuário Farmacêutico Anuário Farmacêutico 201 4
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CARTA DA EDITORA
Cenário em alteração
O
Brasil reveza com o Reino Unido na sexta posição entre as maiores economias do mundo, com o Produto Interno Bruto (PIB) na casa dos R$ 4,5 trilhões (cerca de US$ 2 trilhões). Nas Américas, ocupa o segundo posto, perdendo apenas para os EUA. A economia brasileira deve se tornar a quarta maior do mundo por volta de 2050. Para o fechamento de 2013, a expectativa do mercado segue a análise do Fundo Monetário Internacional (FMI), aceita recentemente pelo Banco Central, de crescimento na casa dos 2,5%. Não é o fim do mundo – o vizinho México deve crescer 1,2%. Quem espera uma crise no País ou quem imagina um crescimento substancial apostará errado. Não teremos nem uma coisa nem outra. Para o curto prazo não deve haver mudanças significativas na economia como um todo. Mas, em um período maior, a combinação de fatores negativos pode trazer problemas. Em meio ao cenário oscilante, alguns setores têm se sobressaído e crescido de forma sustentada. Entre eles, o agronegócio e o segmento de serviços. Já no ramo industrial, quem tem se destacado, sobretudo na última década, é o setor farmacêutico, com crescimento recorrente de dois dígitos. Entre 2003 e 2011, o Brasil passou da décima para a sexta posição no mercado farmacêutico mundial. Um fator que tem influenciado e vai continuar influindo nas vendas é uma mudança da rotina do consumidor. O crescimento que vemos atualmente no segmento de grandes redes é, em parte, fruto da visão antecipada de que ele modificaria seus hábitos, substituindo produtos básicos, commodities, por produtos premium e especializados. Os resultados mostram que, entre independentes e grandes redes, a venda de produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPC) mostra-se mais vantajosa nas farmácias de pequeno e médio porte que estão na periferia, com atendimento especializado. Uma pesquisa da Nielsen revela que os consumidores das classes C e D estão endividados, devido aos reflexos da inflação. Hoje eles tendem a agir de forma mais racional e menos emocional, não querem se privar dos itens que passaram a consumir, mas podem buscar novas alternativas, como embalagens menores ou, ainda, experimentar novas marcas que lhes confiram o mesmo valor. Fique por dentro de tudo o que acontece no mercado e das principais tendências para este ano. O objetivo deste Anuário Farmacêutico é oferecer conteúdo de qualidade, de forma a nortear os seus negócios. Boa leitura. LÍGIA FAVORETTO EDITORA-CHEFE
DIRETORIA Gustavo Godoy, Marcial Guimarães e Vinícius Dall’Ovo EDITORA-CHEFE Lígia Favoretto (ligia@contento.com.br)
DEPARTAMENTO COMERCIAL EXECUTIVAS DE CONTAS Jucélia Rezende (jucelia@contento.com.br) Luciana Bataglia (luciana@contento.com.br)
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COLABORADORES DA EDIÇÃO Revisão Helder Profeta Textos Egle Leonardi, Flávia Corbó e Marcelo de Valécio IMPRESSÃO Prol
> www.guiadafarmacia.com.br Anuário Farmacêutico é uma publicação anual da Contento. Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010. Tel.: (11) 5082 2200. E-mail: contento@contento.com.br Os artigos publicados e assinados não refletem necessariamente a opinião da editora.
2014 Anuário Farmacêutico 3
SUMÁRIO
06 CONJUNTURA
28 ATUALIDADE
11 PANORAMA
32 RETROSPECTIVA
O Brasil evoluiu no PIB e deve fechar 2013 com 2,5% de alta. Apesar da melhora, os economistas não projetam grandes mudanças
O varejo farmacêutico contabiliza crescimento de dois dígitos nas vendas, mantém otimismo para 2014 e deve continuar crescendo acima da média da economia nacional
14 DESEMPENHO
Indo na contramão do cenário econômico, a indústria farmacêutica segue crescendo em ritmo mais forte. Acompanhe a evolução
20 TENDÊNCIAS
O futuro dos tratamentos de saúde passa pela inovação contínua dos grandes laboratórios globais, associado com novas formas de financiamento
24 DISTRIBUIÇÃO
O segmento deverá fechar 2013 com 15% de crescimento, impulsionado pela melhoria da renda da população e pelo crescimento dos genéricos
4 Anuário Farmacêutico 2014
Os consumidores das classes C e D estão endividados. Agora, eles agem de forma racional e buscam a melhor opção para o seu bolso
Veja os principais fatos e histórias que marcaram o ano de 2013 para o canal farma, que é um dos que mais cresce
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37 patrocinadores
48 patrocinadores
INDÚSTRIAS 38 Boehringer Ingelheim 40 Grupo Cimed 42 Meda Pharma 44 Natulab 46 Takeda
DISTRIBUIDORES 49 Baratela 50 Andorinha 52 Dislab 54 MedWay Log 56 Suprafarma 58 Dismed 59 Distrimed 60 Emefarma 61 Riosfarma 62 Tfarma
63 patrocinadores
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SOFTWARE HOUSES 64 Softpharma 65 Trier 66 Big Automação 66 Conecta Softwares 66 Procfit 2014 Anuário Farmacêutico 5
CONJUNTURA
Economia brasileira mantém crescimento acanhado Comparado ao ano de 2012, quando o PIB cresceu pífios 0,9%, o Brasil avançou, devendo fechar 2013 com 2,5% de alta. Melhorou, mas ainda é pouco para as potencialidades do País. Para 2014, economistas acreditam que não haverá grandes mudanças
C
6 Anuário Farmacêutico 2014
Por Marcelo de Valécio om o Produto Interno Bruto (PIB) na casa dos R$ 4,5 trilhões (cerca de US$ 2 trilhões), o Brasil reveza com o Reino Unido na sexta posição entre as maiores economias do mundo. Nas Américas,
ocupa o segundo posto, perdendo apenas para os EUA. Segundo o banco de investimento Goldman Sachs, a economia brasileira deve se tornar a quarta maior do mundo até 2050. Potencial é o que não falta ao Brasil. Porém, depois de registrar um crescimento “chinês” em 2010 (7,5%), o País
teve um revés importante em 2012, quando cresceu menos de 1%. No primeiro semestre de 2013, a economia melhorou em relação ao ano anterior. De abril a junho, especialmente, surpreendeu economistas e o mercado ao crescer 1,5%, índice superior a de países como o México e a Coreia do Fotos: shutterstock
Sul. Se continuasse nesse ritmo, o crescimento chegaria a 6%. Porém, na virada do semestre, veio a ducha fria: a economia encolheu 0,12% em comparação ao segundo trimestre. Não chega a ser um desastre – ao se olhar para o terceiro trimestre de 2012, houve crescimento de 2,32%. Para o fechamento de 2013, a expectativa do mercado segue a análise do Fundo Monetário Internacional (FMI), aceita recentemente pelo Banco Central, de crescimento na casa dos 2,5%. Não é o fim do mundo – o vizinho México deve crescer 1,2% neste ano, ou seja, menos da metade do índice previsto para o Brasil. Mas fica aquém das necessidades brasileiras e, com a alta do dólar nos últimos meses e a insistente inflação, a estabilidade do emprego e a contínua elevação da renda podem ficar abaladas, influindo negativamente no consumo. Se as projeções se confirmarem, o País terá a menor taxa de crescimento entre os Brics – China, Índia, Rússia e África do Sul. Embora também esses países tenham tido suas previsões de crescimento reduzidas para 2014. O novo cenário, menos favorável aos emergentes, deve-se a problemas regulatórios, de infraestrutura e desajustes fiscais não resolvidos e ao arrefecimento dos estímulos à economia implementados pelos países desenvolvidos, principalmente pelos EUA, para enfrentar a crise iniciada em 2008. Esse novo cenário global em que os emergentes perdem fôlego pegou o Brasil no contrapé, fazendo com que os gargalos – problemas na infraesturtura e logística, exportações em baixa, inflação mais alta – se sobressaíssem. A inflação perto do teto da meta (6,5%) obrigou o Banco Central (BC) brasileiro a promover seguidas elevações da taxa básica de juros (Selic), que atingiu 9,5%, podendo comprometer ainda mais o crescimento da economia. Já o dólar, que chegou perto de R$ 2,45 em agosto de 2013 e perdeu fôlego com ações do BC, teve outra alta em meados de novembro (atingindo R$ 2,35),
motivada pelos bons resultados da economia dos EUA. Segundo analistas de mercado, isso fez crer que o Fed (banco central norte-americano) retiraria até o fim do ano os estímulos monetários à economia, enxugando dólares no mundo. Mas as declarações de membros do Fed derrubaram essa versão. Por enquanto, fica como está. Além disso, o Banco Central do Brasil interveio, segurando a cotação do real. O câmbio ainda preocupa, pois, se o real se desvalorizar mais fortemente, pressionará a inflação, reduzindo o consumo e tornando mais caro a compra de insumos e de máquinas pelas empresas brasileiras. Nesse contexto todo, crescer 2,5% não será de tudo mau.
Histórico factual “Nos últimos anos, o Brasil sobreviveu, de forma razoável, a duas grandes crises financeiras no cenário internacional – a de 2008 e a de 2009, que teve como ator principal os EUA e, mais recentemente, entre 2011 e 2013, tendo a Europa como protagonista. Diante de cenários mais recentes, não afirmo que o pior já passou. Fatores como crédito e consumo são muito influentes no humor da economia brasileira. De modo geral, o cenário econômico nacional aponta para perspectivas positivas, e a oscilação que sentimos não demonstra um mercado nervoso ou incerto para os investidores”, avalia o diretor-executivo do Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para Farmacêuticos (ICTQ), Marcus Vinícius Andrade. Segundo o executivo, as medidas que o governo vem tomando para o controle da inflação, como a elevação da Selic, estão gerando melhora nos indicadores, mesmo que proporcionem uma letargia na atividade industrial. Para o professor de pós-graduação e pesquisador associado do FGV-Saúde, da Fundação Getulio Vargas, Wilson Rezende, no curto e médio prazo não se vislumbra um cenário de grandes solavancos na economia. “Quem espera uma crise no País ou quem imagina um
A queda de 10,7% da produção ocorrida em julho pode ser considerada um ponto fora da curva para a indústria farmacêutica brasileira. O ano de 2013 foi bom. O setor manteve o mesmo ritmo de atividade do ano anterior e deve fechar com um índice de crescimento de dois dígitos (entre 10% e 12%) crescimento substancial apostará errado. Não teremos nem uma coisa nem outra”, diz Rezende. “No curto prazo, não há crise no horizonte nem um período mais virtuoso. Teremos um crescimento modesto, na casa dos 2,5%. Por alguns anos será assim.” Para o professor, o País mantém, dessa forma, média histórica tímida de crescimento com alguns picos. “O chamado voo de galinha continua como uma boa metáfora para a economia brasileira. Mesmo durante o chamado milagre econômico (início dos anos 1970), quando o País registrou crescimento de dois dígitos, este não se sustentou. Nos últimos 40 anos, a média de crescimento oscila entre 2% e 3%”, observa o professor. Considerando o varejo, o presidente do Conselho do Programa de Administração do Varejo (Provar) da Fundação Instituto de Administração (FIA) e do Instituto Brasileiro de Executivos do Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar), Claudio Felisoni de Angelo, acredita que 2013 foi um ano bom, com 4% de alta. “O resultado não foi ruim, pois apesar de ter 2014 Anuário Farmacêutico 7
CONJUNTURA
Medicamentos mais consumidos pelos brasileiros A maior taxa de consumo regular de medicamentos é encontrada entre as mulheres ( 65%)
Entre os mais velhos, com 60 anos ou mais, é de 79%
18% dos
brasileiros com idade acima dos 18 anos têm o hábito de consumir analgésicos regularmente
As projeções desse consumo são de crescimento, principalmente nas regiões Sul e Sudeste do País
O consumo regular de medicamentos está associado ao poder aquisitivo do entrevistado, sendo mais expressivo na classe A ( 63%) e entre os que possuem renda superior a dez salários mínimos ( 64%)
54%, ou seja, 73,8 milhões dos
brasileiros têm o hábito de tomar algum medicamento regularmente (de vitaminas a antidepressivos)
Evolução do PIB brasileiro (2008 – 2012) Posição na Variação economia global 0,9% 7° 2,7% 6°
Ano
PIB (trilhões)
2012 2011
R$ 4,403 R$ 4,143
2010
R$ 3,675
7,5%
7°
2009
R$ 3,143
-0,2%
8°
2008
R$ 3,032
5,2%
8°
Fonte: IBGE
8 Anuário Farmacêutico 2014
Taxa média de crescimento do PIB do Brasil (1950 – 2009) 7,1%
8,9% 6,1% 3%
1950
19 60
Fonte: IBGE/Ipea
1970
1980
1,7% 1990
3,3% 2000
crescido menos, a elevação ocorreu sobre uma base elevada, de 2012, quando a alta foi de 8%”, diz. O que preocupa, explica o professor, é a inflação, que afeta a renda e, junto com a alta dos juros, pode reduzir o consumo. Outra fonte de preocupação são os gastos crescentes do governo e a estagnação dos investimentos. “Para o curto prazo não deve haver mudanças significativas na economia como um todo. Mas, em um período maior, a combinação de fatores negativos pode trazer problemas”, avalia Felisoni. Ele também vê esgotamento da política econômica centrada no consumo interno, que representa hoje 62% do PIB brasileiro.
Destaque notório Em meio ao cenário oscilante, alguns setores têm se sobressaído e crescido de forma sustentada. Entre eles, o agronegócio e o segmento de serviços. Já no ramo industrial, quem tem se destacado, sobretudo na última década, é o setor farmacêutico, com crescimento recorrente de dois dígitos. Entre 2003 e 2011, o Brasil passou da décima para a sexta posição no mercado farmacêutico mundial. Segundo projeção do IMS Health, entidade que mede o desempenho do setor, a posição da indústria farmacêutica brasileira no cenário internacional vai ganhar ainda mais destaque nos próximos anos. Para 2016, a previsão é que o País ocupe a quarta colocação, atrás apenas dos EUA , China e Japão. “Esse cenário oferece as projeções mais otimistas possíveis para a indústria farmacêutica brasileira”, acredita Marcus Vinícius Andrade, do ICTQ. Os gastos com saúde no Brasil mais do que dobraram na última década. A queda de 10,7% da produção ocorrida em julho pode ser considerada um ponto fora da curva para a indústria farmacêutica brasileira. “O ano de 2013 foi bom. O setor manteve o mesmo ritmo de atividade do ano anterior e deve fechar com um índice de crescimento de dois dígitos (entre 10% e 12%), em linha
com a tendência dos últimos anos. A indústria farmacêutica deve faturar ao redor de R$ 55 bilhões em 2013, com venda estimada de 2,8 bilhões de caixas”, afirma o presidente-executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini. Mas, a exemplo de 2012, a queda de rentabilidade é o que causa maior preocupação. “Houve variação cambial, o dólar saltou de R$ 1,80 para R$ 2,20, o reajuste salarial de 8,5% foi superior à inflação do período e os preços das tarifas e insumos subiram. Tudo isso influiu diretamente nos custos da indústria farmacêutica, pressionando o caixa das empresas e achatando a rentabilidade.” Apesar disso, segundo o
executivo, a indústria farmacêutica se mantém otimista em relação às perspectivas da economia brasileira em 2014 e nos anos vindouros. “O processo de inclusão ao mercado de milhões de consumidores das classes C, D e E perdura e deve continuar por um bom tempo. Esse quadro reforça as perspectivas favoráveis para o setor. Vide as grandes e recentes aquisições e fusões no varejo farmacêutico.” No geral, 2013 registrou aumento nas vendas apesar da queda ocorrida em julho. ‘‘Tivemos ao longo do ano inaugurações de plantas fabris de larga produção, o que aumenta o poder produtivo farmacêutico no País”, revela o presidente-executivo da Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais (Alanac), Henrique Uchió Tada. 2014 Anuário Farmacêutico 9
CONJUNTURA Contudo, o executivo ressalta a preocupação com a elevação da moeda norte-americana. “A alta do dólar influencia os custos para aquisição de matéria-prima, uma vez que 85% dos princípios ativos usados na produção de medicamentos no País são importados. Com o dólar elevado fica mais caro importar os insumos farmacêuticos”, diz Tada. A mesma avaliação pode ser feita para aquisição dos equipamentos e máquinas utilizados na produção de medicamentos, visto que a maioria é de fabricação estrangeira. Nelson Mussolini concorda que o dólar elevado preocupa, mas vê saída no próprio mercado brasileiro. “O aumento da cotação é sempre preocupante para uma indústria importadora de matérias-primas, mas os planos das empresas são de médio e longo prazo. Por isso, eventuais variações cambiais não afetam diretamente as decisões estratégicas. Vale a percepção de que o mercado tem potencial de crescimento”, diz. Essa é, segundo ele, a razão dos expressivos investimentos que grandes empresas nacionais e internacionais têm feito no mercado farmacêutico brasileiro nos últimos anos. “A realidade do canal não vivencia a crise na indústria, mesmo com as oscilações do dólar e o risco de inflação”, acrescenta Marcus Vinícius Andrade. “Ao contrário, as projeções são as mais otimistas possíveis. Observamos algumas movimentações de fusão e aquisição, como a da rede de farmácias paraense Extrafarma, que anunciou, no final de setembro de 2013, fusão com o grupo Ultrapar”, diz Andrade. Com a união, os acionistas do grupo paraense receberão cerca de R$ 1 bilhão. A Ultrapar explica que a fusão com Extrafarma permitirá a aceleração do plano de expansão da rede de farmácias por meio de maior capacidade de investimentos. Isso permitirá, também, abertura de drogarias nos postos Ipiranga e revendas Ultragaz, que totalizam mais de 10 mil pontos de varejo em todo o País. Outro 10 Anuário Farmacêutico 2014
exemplo de fusão foi divulgado em outubro de 2012, com a venda da Drogaria Onofre para a gigante americana CVS. “Todas essas movimentações do setor farmacêutico, somadas às aquisições e fusões e ao direcionamento do governo no sentido da melhoria na infraestrutura dos portos, aeroportos, estradas e da participação mais efetiva nos gastos com a saúde para a população, certamente darão fôlego para a indústria avançar em uma trajetória de expansão”, conclui Andrade.
Consumo registrado Segundo o estudo do Datafolha/ICTQ – Pós-Graduação para Farmacêuticos, intitulado Saúde, Medicalização e Qualidade de Vida, realizado em 132 municípios, atualmente 18% dos brasileiros com idade acima dos 18 anos têm o hábito de consumir analgésicos regularmente. E as projeções desse consumo são de crescimento, principalmente nas regiões Sul e Sudeste do País. Essa pesquisa revelou ainda que, atualmente, 54% (73,8 milhões) dos brasileiros têm o hábito de tomar algum medicamento regularmente (de vitaminas a antidepressivos). A maior taxa de consumo regular de medicamentos é encontrada entre as mulheres (65%) e entre os mais velhos, com 60 anos ou mais
(79%). O estudo aponta ainda que o consumo regular de medicamentos está associado ao poder aquisitivo do entrevistado, sendo mais expressivo na classe A (63%) e entre os que possuem renda superior a dez salários mínimos (64%). Segundo Marcus Vinícius Andrade, três fatores são os principais responsáveis pelo crescimento da indústria farmacêutica acima da média nacional no Brasil nos últimos anos: ascensão da classe C, que elevou o poder de consumo em mais de 50% dos brasileiros; envelhecimento da população que, cada vez mais, busca por qualidade de vida frente à falta de infraestrutura médico-hospitalar no Brasil; e mudanças no âmbito regulatório, que colocam os Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs) ao alcance dos pacientes e dos consumidores. “Alguns gargalos, como falta de profissionais qualificados, ainda podem ser uma ameaça ao desenvolvimento do setor, no entanto, há outros fatores que sinalizam oportunidades de crescimento no médio prazo, principalmente para as indústrias brasileiras, como a revisão da lei de patentes”, aponta Andrade. “O setor é alavancado por emprego e renda, no contexto de um país que incorporou cerca de 25 milhões de pessoas ao mercado de consumo na última década, o Brasil viveu e ainda vive um período especialmente propício neste aspecto”, finaliza Nelson Mussolini.
PANORAMA
Ano bom para o setor Apesar do desaquecimento da economia, o varejo farmacêutico contabiliza crescimento de dois dígitos nas vendas e mantém otimismo para 2014 Por Marcelo de Valécio
“A
pesar de o crescimento estar um pouco abaixo das expectativas mais otimistas, 2013 foi um bom ano para o varejo farmacêutico.” Com essas palavras, o presidente-executivo da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Sergio Mena Fotos: shutterstock
Barreto, resume como se desenvolveu o setor de farmácias, particularmente das redes, ao longo de 2013. O segmento que a Abrafarma representa e que inclui as maiores redes do País alcançou R$ 27,66 bilhões em vendas nos 12 meses até setembro. “Esse resultado revela uma grande performance. Crescer 13,2% ao ano em meio a muitos países que ainda se recuperam da crise econômica é um assombro sob o olhar dos estrangei-
ros que acompanham a evolução do mercado brasileiro”, diz. “Mesmo internamente, avaliando os índices que temos alcançado de crescimento pífio do Produto Interno Bruto (PIB) do País e comparado ao baixo crescimento de outros setores da economia, como o de supermercados, o farma é realmente um ponto fora da curva”, enfatiza o executivo da Abrafarma. O atual momento da economia brasileira é estável. De acordo com o pro2014 Anuário Farmacêutico 11
PANORAMA fessor de economia da Trevisan Escola de Negócios, Alcides Domingues Leite Júnior, não há perspectivas de mudanças no curto prazo. “Em 2013 e 2014, a inflação, o crescimento do PIB, a cotação do dólar e o nível de emprego e renda devem se manter no patamar atual. O ponto que mais preocupa é o alto déficit em conta-corrente, que já se aproxima de 4% do PIB. Sem um maior esforço fiscal e sem aumento no nível de investimentos não há possibilidade de sairmos desta situação. Rigor fiscal e incentivo ao investimento privado tornaram-se condições indispensáveis”, acentua. Segundo informa o especialista, o setor farmacêutico deve continuar crescendo acima da média da economia nacional. “O envelhecimento da população, a maior prioridade dada pelos governos para a saúde e as pressões populares nesse sentido devem continuar contribuindo para a expansão”, confirma Leite Júnior. Ele comenta que o Brasil está se consolidando como um dos maiores mercados mundiais do ramo farmacêutico, de higiene pessoal e de produtos de beleza. Isso deve atrair cada vez mais empresas estrangeiras que ainda não têm fábricas no País”, sustenta. A indústria da saúde, que inclui também outros segmentos além da produção de medicamentos, como serviços hospitalares, varejo farmacêutico e planos de saúde, é a que mais cresce no mundo. “Se o PIB crescer 3%, por exemplo, o setor de serviços avança 4,5% e a indústria de saúde, 6%. No Brasil, a realidade não é diferente”, adiciona o professor de pós-graduação e pesquisador associado do FGV-Saúde, da Fundação Getulio Vargas, Wilson Rezende.
Projeções favoráveis Entre os executivos do comércio farmacêutico, a visão predominante é de otimismo, segundo informa o Mena Barreto, da Abrafarma. “Para 2014, apostamos numa performance ao menos igual a que tivemos em 2013. Os investimentos continuam, e as associadas à Abrafarma devem abrir cerca de 500 novos pontos de venda no 12 Anuário Farmacêutico 2014
Varejo farmacêutico: vendas e crescimento por país E
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Fonte: I
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próximo ano, pois o crescimento orgânico sempre foi a tônica nas grandes redes”, diz o executivo, que revela um fato curioso: grandes eventos, como a Copa do Mundo, podem atrapalhar as vendas. “Ao contrário do que muita gente pensa, acontecimentos grandiosos derrubam vendas. A visita do papa ao Rio de Janeiro foi prejudicial para as lojas localizadas naquela cidade. E caso se confirme a ideia dos feriados nos dias de jogos, isso pode impactar negativamente não só o desempenho nas capitais onde haverá partidas mas até mesmo nas cidades que só assistirão aos jogos pela TV”, observa. Um fator que tem influenciado e vai continuar influindo nas vendas das redes é uma mudança da rotina do consumidor. “O crescimento que vemos atualmente no segmento de grandes redes é, em parte, fruto da visão antecipada de que o consumidor modificaria seus hábitos, substituindo produtos básicos, commodities, por produtos
premium e especializados”, afirma Mena Barreto. Esse novo cliente, que apenas experimentava esses produtos eventualmente, passou a incluí-los em sua cesta mensal de compras. “É óbvio que tal venda migrou para a farmácia em razão de ser uma compra assistida, impossível de ser feita num supermercado, por exemplo.” Ele explica que, para oferecer melhor assistência a este novo cliente, as redes passaram a oferecer, além das linhas completas desses produtos, profissionais mais qualificados para ajudá-lo a se decidir na hora da compra. “Quem enxergou essa dinâmica e se antecipou à necessidade do cliente saiu na frente.” Quanto ao futuro, o presidente-executivo da Abrafarma acredita que passa pelas megastores, por lojas que vão explorar conceitos como conveniência, bem-estar e autocuidado, entregando ao cliente uma experiência bem diferente da que é oferecida atualmente, que está baseada ainda em entraves legais e ideológicos. O futuro passa também, segundo o execu-
O Brasil está se consolidando como um dos maiores mercados mundiais do ramo farmacêutico, de higiene pessoal e de produtos de beleza. Isso deve atrair cada vez mais empresas estrangeiras que ainda não têm fábricas no País tivo, pela integração de vendas nos canais loja e não loja, pelos serviços farmacêuticos especializados, bem como por uma revolução nos sistemas e processos que incluam prescrição eletrônica, gestão de histórico de pacientes e reposição automática e de longo prazo.
Realidade das independentes Já entre as farmácias independentes, há também otimismo. “O varejo não teve nenhum sobressalto em 2013, e tudo o que havia sido previsto pelos analistas e pelos consultores de mercado aconteceu. Ou seja, crescemos muito acima do PIB, houve expansão na venda de genéricos, as grandes redes continuam seu processo de expansão e o varejo independente está trilhando a profissionalização, sobretudo o varejo ligado ao associativismo”, salienta o presidente da Federação Brasileira das Redes Associativistas de Farmácias (Febrafar), Edison Tamascia. “Creio que 2014 não será diferente de 2013. Aliás, se olharmos as previsões dos analistas, devemos seguir um período de bonança nos próximos cinco anos e nada indica que esse cenário mude, até porque o mercado farmacêutico tem a característica de não sofrer alteração com as crises externas”, diz Tamascia.
Números altos De fato, o varejo farmacêutico cresce em ritmo forte no Brasil e a projeção é que as vendas dobrem em cinco anos,
atingindo a casa dos R$ 100 bilhões. A venda de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos responde por boa parte do bom desempenho do setor. Cerca de 30% do faturamento das redes é gerado por esses produtos e a previsão é que esse percentual chegue a 50% nos próximos anos. Não por acaso, o setor tem atraído tanto a atenção de empresas de outros segmentos, como bancos e supermercados (Walmart, Pão de Açúcar e Carrefour à frente), que têm investido em lojas. Em fevereiro de 2013, a CVS, uma das maiores redes de drogarias dos EUA, que fatura R$ 128,3 bilhões, abriu sua primeira loja, através da Drogaria Onofre, com faturamento de R$ 452 milhões e 44 lojas espalhadas pelo Brasil. No mercado é dado como certa também a entrada no País de outra gigante americana, a Walgreens. A empresa tem se encontrado com empresários locais e deve anunciar em breve uma associação ou aquisição. Para fazer frente a essa onda, empresas nacionais têm se mexido. A cearense Pague Menos, segunda maior rede de farmácias em faturamento e com 600 lojas no portfólio, pretende expandir sua presença para além dos grandes centros, chegando aos municípios menores, com até 100 mil habitantes. A meta é ter mil lojas até 2017 em vários Estados. Em 2013, os investimentos para essa estratégia superaram os R$ 150 milhões, sendo que a receita
esperada era de R$ 3,9 bilhões, um crescimento de 18% em relação a 2012. A consultora especialista em varejo Silvia Osso acha que é cedo para dizer se haverá uma onda de empresas de capital estrangeiro no comércio farmacêutico. “Com a política econômica que estamos tendo, o capital estrangeiro vai demorar a vir para cá com toda força. A recuperação do mercado americano e de alguns países da Europa também afasta investimento estrangeiro do Brasil. É certo que a CVS está estudando nosso mercado, mas sabe também que somos regidos por outra legislação e que o modelo que usam nos EUA não pode ser implantado aqui, a não ser que consigam fazer lobby e mudar a legislação. Coisa difícil, pois os supermercados não conseguiram nem com a força do Abílio Diniz e da Abras”, afirma. Ao mesmo tempo, as lojas populares e as farmácias independentes têm ganhado espaço, aumentando a capilaridade, chegando a 58,7 mil lojas em 2013, segundo a IMS Health – apesar de as redes abocanharem 55,4% do faturamento. “O Brasil tem mais de 5,5 mil municípios, as redes estão presentes no máximo em 600. Ou seja, há cerca de 5 mil cidades com grande potencial para lojas independentes”, avalia Edison Tamascia. 2014 Anuário Farmacêutico 13
DESEMPENHO
Indústria farmacêutica segue crescendo
Enquanto o PIB brasileiro não deve avançar mais de 2,5%, setor fecha o ano com alta de dois dígitos e mantém otimismo para 2014
P
rojeções da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgadas em meados de novembro, indicam que a economia mundial fecha 2013 com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mais baixo dos últimos quatro anos: 2,7%. A instituição projeta expansão do PIB global de 3,6% para 2014 e 3,9% para 2015. As previsões anteriores, divulgadas em maio, eram de 3,1% para 2013 e de
14 Anuário Farmacêutico 2014
Por Marcelo de Valécio e Lígia Favoretto 4% para 2014. A OCDE assinala que a desaceleração dos emergentes é uma das principais causas da queda das projeções, associada aos problemas econômicos e políticos dos EUA, sobretudo a guerra entre Congresso e Executivo, e a difícil recuperação da Europa, com a persistente alta do desemprego, que continua em níveis alarmantes em vários países. Em relatório de 2010, a OCDE antevia o peso cada vez maior dos emergentes na economia mundial, prevendo que, em 2030, 60% do PIB mundial
estaria concentrado nos países em desenvolvimento. O problema, segundo a instituição, é que os emergentes eram o motor para o crescimento global em tempos de crise. Agora não estão conseguindo cumprir esse papel como antes, ao passo que as economias avançadas continuam buscando alternativas de consolidação. A China também viu seu crescimento cair e promoveu reajustes, mas ainda continua crescendo muito. Seu PIB deve aumentar 7,7% neste ano e 8,2% em 2014. A Índia crescerá 3,8% em 2013 e 5,1% em 2014, Fotos: shutterstock
enquanto a Rússia deve crescer 1,5% em 2013 e 3% em 2014. O crescimento dos EUA deve ser de 1,7% em 2013 e de 2,9% em 2014, enquanto o PIB japonês deve aumentar 1,8% e 1,5%, respectivamente. Já para a zona do euro, a OCDE estima contração de 0,4% em 2013 e expansão de 1% em 2014. Para o Brasil, a OCDE também reduziu suas projeções de crescimento – para 2013, o PIB deverá fechar em 2,5%, contra 2,9% de alta projetada em maio pela instituição. Em 2014, o crescimento estimado pela entidade revela crescimento de 2,2% do PIB brasileiro, percentual bem abaixo da estimativa anterior, de 3,5%. As projeções da OCDE coincidem com as de 2013 do Fundo Monetário Internacional (FMI), que, contudo, projeta crescimento ligeiramente maior para o ano que vem: 2,5%. No primeiro semestre deste ano, a economia brasileira ensaiava uma recuperação mais acentuada em relação a 2012. De certa forma, descolada do cenário macroeconômico nacional, a indústria farmacêutica segue crescendo em um ritmo mais forte do que o PIB brasileiro. Há uma década o setor farmacêutico tem mantido crescimento recorrente de dois dígitos. O presidente-executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini, destaca, ainda, como tendência de médio e longo prazo, a melhoria das condições socioeconômicas da população brasileira, com a consequente ampliação do seu acesso aos planos de saúde privados e aos serviços de assistência médica em geral. Outro aspecto que promete alavancar o consumo de medicamentos é a mudança no perfil demográfico do País, que vê aumentar o contingente de pessoas da terceira idade.
Rendimento por segmento De acordo com levantamento da IMS Health, entre setembro de 2012 e o mesmo mês de 2013, o segmento de medicamentos de referência apresentou
alta de 7,9% em faturamento, atingindo R$ 17,6 bilhões, e de 1,5% em unidades (684,9 mil). Já o ramo de similares apresentou expansão de 19% em receita, atingindo R$ 25,1 bilhões, e 14,1% em unidades (1,37 milhão). Os genéricos cresceram no mesmo período 22% em valores, chegando a R$ 13 bilhões, e 14,7% em unidades (761,6 mil). Para este segmento, 2013 não foi dos mais expressivos, se comparado aos últimos anos, quando as vendas cresceram na casa dos 25%. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos), a previsão é fechar o ano com 17% de crescimento das vendas em volume em relação a 2012. “Foi um ano positivo para o setor. Embora não tenhamos repetido os mesmos índices de crescimentos expressivos que obtivemos em 2010 e 2011, tendência que detectamos desde o ano passado, devemos fechar 2013 ainda com dois dígitos de crescimento das vendas em volume em relação ao ano passado”, afirma a presidente-executiva da Pró Genéricos, Telma Salles. “Se considerarmos que o País não deve crescer acima dos 3% e que o mercado farmacêutico total deve crescer perto dos 11%, podemos afirmar que os genéricos seguem apresentando bons resultados para as indústrias e para o varejo também.” De acordo com a executiva, as empresas de genéricos continuam apostando no setor. Em 2013, houve a inauguração de duas grandes fábricas, o que demonstra, segundo ela, o dinamismo do setor. “Nossa meta é crescer 20% nas vendas em unidades em 2014. Obviamente que estamos sujeitos a variações, de acordo com a situação macroeconômica do País. A renda da população é determinante para o desenvolvimento do nosso mercado”, diz Telma.
Nicho específico Entre os empresários do segmento de Medicamentos Isentos de Prescrição (MIP), 2013 não foi
Entre os laboratórios, a expectativa é de que a indústria farmacêutica mantenha crescimento acima da média nacional. Este cenário deverá se manter no curto (2014) e médio prazo (cinco anos) considerado um ano excepcional, mas foi bom. “A previsão que tínhamos de crescer entre 14% e 15% mostrou-se muito otimista. Crescemos na média do setor, cerca de 11%. Não dá para reclamar desse número. Foi um ano bom”, diz o diretor de relações institucionais da Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de Prescrição (Abimip), Aurelio Villafranca Saez. Para o exercício de 2014, o executivo projeta alta muito semelhante à de 2013, na casa de 10% a 12%, com a expectativa de novas classes de produtos entrarem no portfólio ao longo do ano. “Quais são esses produtos ainda não podemos dizer, pois estão em análise na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Mas, quando forem liberados, devem representar novas opções ao consumidor”, diz Saez, lembrando que esses produtos já são comercializados no exterior. “O mercado brasileiro tem fôlego e espaço para crescer, o que é diferente do mercado europeu que está saturado”, avalia o 2014 Anuário Farmacêutico 15
DESEMPENHO
Crescimento por segmento (12 meses – set 12/set 13 – %)
34,6
22 19 14
7,9 Valores
1,5 Similar
Unidades
Referência
Genérico Mercado total
Valores (R$)
25.089.945.130
17.610.051.547
13.040.790.951
55.740.787.628
Unidades
1.367.649.894
684.898.950
761.675.357
2.814.224.201
Comparativo das taxas de crescimento do setor farmacêutico (12 meses – set/set – %) 40 16,5 35 30 25 19,9 20 15 10 5 0 set 2010 x 2009
14
11,7
18,6
set 2011 x 2010 Valores
Fonte: IMS Health
16 Anuário Farmacêutico 2014
17,1
set 2012 x 2011 Unidades
10,9 15,9
set 2013 x 2012
Ranking dos maiores laboratórios do País (faturamento – set/13)
1º 3º 5º 7º 9º
Ranking dos medicamentos mais vendidos (set/13)
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º
Neosoro Ad, da Neo Química
Puran T-4, da ano ent
2º
Ciclo 21, da União Química
4º
Salonpas, da Hisamitsu
o a, a Bayer Pharma
8º
10º
Buscopan Composto, da Boehringer Ingelheim
9º
o e , a ano ent
6º
Glifage Xr, da Merck Serono
8º
Dipimed Medquímica
10º
t ena a , da Neo Química
2014 Anuário Farmacêutico 17
DESEMPENHO presidente-executivo da Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais (Alanac), Henrique Uchió Tada.
Resultados individuais Entre os laboratórios, a expectativa é de que a indústria farmacêutica mantenha crescimento acima da média nacional. Este cenário deverá se manter no curto (2014) e médio prazo (cinco anos), na avaliação do presidente do Grupo Cimed, João Adibe. “Com todos os desafios, mantemos o crescimento médio dos últimos anos e devemos fechar 2013 com elevação de 36%, influenciado pelos lançamentos e pelas campanhas de vendas que realizamos ao longo do ano”, diz. Já a operação brasileira realizada pela Aspen Pharma encerra o ano fiscal 2012/2013 com R$ 170 milhões de faturamento e alta de 42% em vendas. “A companhia espera fechar o próximo ano fiscal com faturamento de R$ 175 milhões, revela o CEO da companhia, Alexandre França. Segundo o executivo, a Aspen tem projeto aprovado para ampliação da fábrica atual em Serra (ES). “A alta do dólar influencia o valor e o tempo do investimento, mas não altera o plano inicial de ampliá-la”, sustenta França.
Comportamento sazonal “O ano de 2013 foi bastante positivo, apesar de as manifestações sociais que ocorreram no meio do ano terem apresentado um impacto negativo, mas que rapidamente foi compensado nas semanas seguintes. Devemos terminar o ano com quase 60% de crescimento em vendas”, assinala o diretor da Boiron para o Brasil, Ricardo Ferreira, destacando que os medicamentos de inverno tiveram crescimento expressivo, fruto de uma sazonalidade mais intensa no ano. Para 2014, segundo o executivo, a expectativa é bastante positiva. “Prevemos lançar um medicamento logo no início do ano, assim como reforçar o lançamento feito em 2013. Além disso, estamos com plano de expansão geográfica da nossa 18 Anuário Farmacêutico 2014
equipe comercial que, seguramente, será mais um eixo de crescimento para 2014”, aposta Ferreira. Na Eli Lilly, as expectativas são também muito boas. De acordo com a diretora de assuntos corporativos, Regiane Salateo, a empresa está focada no investimento em pesquisa e desenvolvimento para a ampliação do portfólio. “Mais de 20% dos nossos resultados com vendas são investidos nas pesquisas e desenvolvimento de novos produtos. Estamos muito animados porque temos o pipeline mais robusto da história da companhia, contando com o maior número de moléculas em estágios médio e avançado de desenvolvimento”, diz a executiva, lembrando dos investimentos na unidade fabril. “Aplicamos mais de R$ 8 milhões na modernização do segmento de embalagens da nossa fábrica.”
Foco brasileiro O Brasil está entre os mercados considerados prioritários para os investimentos da MSD, principalmente em função dos negócios de vacina, diabetes, fertilidade e hepatites. A informação é do diretor de relações com o governo e comunicação corporativa, Guilherme Leser. “Temos uma estratégia agressiva de crescimento no País que inclui aumento de pesquisa clínica e da capacidade produtiva.” Um exemplo apontado pelo executivo é a ampliação e a transformação da fábrica de Sousas, na região de Campinas (SP), em polo exportador. A empresa espera que, com a expansão, a planta aumente em 60% seu volume de produção, em 17% o número de funcionários e passe a exportar para 19 países da América Latina. Segundo Leser, os países emergentes responderam por aproximadamente 20% das vendas de produtos farmacêuticos no terceiro trimestre de 2013, com forte crescimento no Brasil, onde a MSD registrou crescimento comercial importante, assumindo a sétima posição no ranking do setor. A Novartis tem a expectativa de
lançar 30 produtos e novas indicações nos próximos quatro anos, segundo informa o presidente do Grupo Novartis Brasil, Adib Jacob Neto. “Esses produtos trarão grande nível de inovação nas respectivas áreas terapêuticas. Isso coloca a empresa em uma situação muito positiva e diferenciada em termos de crescimento para os próximos anos”, afirma. Além disso, a Novartis está construindo uma fábrica de biotecnologia em Jaboatão dos Guararapes (PE). A unidade é a única de biotecnologia da Novartis da América Latina e o investimento é de R$ 1 bilhão. Desde 2009, o laboratório contratou 15 engenheiros, biólogos e farmacêuticos brasileiros que estão envolvidos no projeto e recebem treinamentos nas outras fábricas da empresa na Europa e nos EUA. O início das operações da fábrica está previsto para 2016 e tem como objetivos ser um polo exportador na área de vacinas de meningite B e se firmar como uma fábrica de biológicos. “Permanecemos, portanto, muito otimistas com as oportunidades que o mercado brasileiro oferece”, enfatiza Jacob Neto.
União de forças Já a japonesa Takeda tem crescido no Brasil à base de aquisições. Em pouco mais de quatro anos, conseguiu se fixar no ranking dos dez maiores laboratórios, com faturamento acima de R$ 800 milhões. Sua primeira ação de peso para ganhar mercado no País foi a aquisição da Nycomed, que permitiu sua entrada na área de MIPs e, mais recentemente, da Multilab, entrando no setor de genéricos. “O ano começou com demanda abaixo da expectativa em vários mercados e no mercado farma não foi diferente, exigindo mais criatividade por parte de todos para atingir os objetivos, que deverão ser conquistados neste ano. Para 2014, temos a previsão de diversos lançamentos nas áreas de prescrição, MIPs e oncologia”, afirma o diretor-executivo comercial da Takeda, Eduardo Martins, lembrando que a
Multilab também terá lançamentos importantes no mercado de similares e genéricos.
Novo posicionamento Com o objetivo de se tornar cada vez mais conhecido no varejo farmacêutico e consequentemente entre a população, o laboratório Prati-Donaduzzi, de Toledo (PR), investe pesado em ações para o trade e em nova planta fabril. A empresa possui 203 apresentações de produtos no canal farma e 59 estão na fila de espera de aprovação da Anvisa. Segundo informa diretor de marketing do laboratório, Marco Aurélio Miguel, boa parte dos produtos que aguardam aprovação da Anvisa já passam de 18 meses. “Temos medicamentos que estão lá desde 2008.” O executivo comenta que quanto maior o número de produtos lançados, mais acirrada fica a concorrência, o que faz com que se reduza o preço dos produtos.” Os medicamentos Prati-Donaduzzi estão inseridos em maior quantidade nas farmácias independentes, mas continuam avançando nas grandes redes. “Estamos presentes hoje em 43 mil pontos de venda, unindo esforços para expandir para todos os pontos de venda do Brasil, já que 75% das vendas de medicamentos estão concentradas em 9 mil PDVs, ou seja, temos muito espaço para crescer. Hoje nosso principal comprador é o governo, queremos agora que todas as pessoas conheçam nosso portfólio e possam escolher o genérico Prati em farmácias e drogarias.” Diante desta expectativa, a atual planta fabril não conseguirá atender à demanda que está por vir em até 2015, por esse motivo, a empresa investe em uma nova planta fabril que produzirá portfólio farma e hospitalar. “Acreditamos que com o programa Mais Médicos, do governo federal, será necessário oferecer à população uma quantidade maior de medicamentos, e nós queremos estar preparados para isso. Vamos transferir a
De certa forma, descolada do cenário macroeconômico nacional, a indústria farmacêutica segue crescendo em um ritmo mais forte do que o PIB brasileiro. Há uma década o setor farmacêutico tem mantido crescimento recorrente de dois dígitos fabricação de alguns produtos que já temos em linha para o novo prédio e abriremos espaço para produzir os cerca de 60 produtos que serão liberados pela Anvisa em breve. Essa expansão envolve a contratação de 400 novos funcionários.” O investimento está estimado em R$ 125 milhões e a ampliação é de 10 mil m2. A planta atual conta com 35 mil m2 de área construída. “O crescimento será da ordem de 6 bilhões de doses/ano, com incremento de 50% em faturamento. A planta atual tem capacidade de produção de 12 bilhões de doses, ou seja, o objetivo é chegar a 18 bilhões em um ano e meio”, revela o vice-presidente do laboratório Eder Maffissoni. A companhia detém hoje o terceiro maior portfólio de genéricos e a expectativa é de assumir o primeiro lugar em pouco tempo, passando na frente de Medley e EMS. Das 11 bilhões de doses produzidas ao ano pelo laboratório, mais de 8 bilhões são de genéricos. “Vinte e oito por cento de todas as doses terapêuticas consumidos no Brasil são da Prati-Donaduzzi”, revela. 2014 Anuário Farmacêutico 19
tendências
O futuro dos tratamentos de saúde Medicamentos inovadores, muitos baseados na biotecnologia, geram otimismo para tratar uma série de moléstias complexas. Ao mesmo tempo, iniciativas criativas ampliam as pesquisas para doenças negligenciadas Por Marcelo de Valécio
20 Anuário Farmacêutico 2014
Fotos: shutterstock
E
m uma ponta, as doenças complexas, como câncer e esclerose múltipla, ganham tratamentos inovadores de base biotecnológica. Na outra, moléstias negligenciadas, como leishmaniose, doença de Chagas e malária, têm a opção de novos tratamentos, promovidos por iniciativas globais de instituições sem fins lucrativos que, graças a formas criativas de atuação, têm conseguido financiar e elevar o número de medicamentos para esses tipos de doenças, muito comuns em países menos desenvolvidos. O futuro dos tratamentos de saúde passa pela inovação contínua dos grandes laboratórios globais, associado a novas formas de financiamento e compromisso entre ONGs, organismos multilaterais e governos, de forma a produzir medicamentos inovadores a preços acessíveis. De acordo com a Interfarma, o setor farmacêutico é o que mais investe em inovação e pesquisa no mundo, em torno de US$ 137 bilhões anuais, o que representa aproxima-
damente 15,1% das vendas líquidas totais. Esse número supera significativamente o de outros setores também considerados de alta tecnologia, como os da indústria de softwares (9,5%), hardwares (7,9%), eletrônica (5,1%), automobilística (4,2%) e aeroespacial (4,1%). “Após um breve soluço, provocado pela crise mundial de 2008-2009, o setor retomou os níveis de investimento anteriores e a tendência é de contínuo crescimento”, afirma o diretor da Interfarma, Marcelo Liebhardt. A indústria farmacêutica tem investido bastante em doenças complexas, como o câncer e a esclerose múltipla. Segundo Liebhardt, houve recorde no número de aprovações pelo FDA (órgão do governo dos EUA que aprova medicamentos e produtos alimentícios) em 2012, quando 43 novos medicamentos, dos quais dez eram biológicos, foram aprovados, indicando que alguns dos problemas apresentados no pipeline farmacêutico começam a ser superados. “As aprovações em 2013 indicam um caminho bastante promissor”, diz o executivo da Interfarma. Com o envelhecimen-
to da população mundial, fenômeno que deverá afetar também de forma significativa a população brasileira nas próximas décadas, aumenta a prevalência de patologias complexas, como o câncer, e também de diabetes e doenças reumáticas. “Estima-se que, aproximadamente, 20% dos investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) estão direcionados à oncologia”, diz.
Biológicos: a bola da vez Um novo tipo de tratamento, cada vez mais individualizado, vem recebendo pesados investimentos da indústria nos últimos anos. Com menos efeitos colaterais e mais eficiência terapêutica, os medicamentos biológicos – produzidos a partir de organismos vivos e moléculas complexas – ganham espaço nas decisões médicas, sobretudo para tratar doenças complexas, como câncer, artrite reumatoide e fibrose cística. Normalmente eles
2014 Anuário Farmacêutico 21
tendências
Investimentos brasileiros em P&D
Medicamentos biológicos
O setor farmacêutico é o que mais investe em inovação e pesquisa no mundo, em torno de
custam de
sintéticos
US$ 137 bilhões 15,1%
10 anos
anuais, o que representa aproximadamente
das vendas líquidas totais
Esse número supera significativamente o de outros setores também considerados de alta tecnologia
softwares
9,5%
50
hardwares
7,9%
a mil vezes mais do que os
e, na maioria das vezes, são necessários
de pesquisas para que um novo produto chegue ao mercado
Estima-se que, aproximadamente,
20% dos investimentos em P&D estão direcionados à
oncologia
Espera-se que até
2018
eletrônica automobilístico aeroespacial
5,1% 4,2% 4,1%
os biológicos representem
50%
Infográfico Larissa Lapa
custam de 50 a mil vezes mais do que os sintéticos e, na maioria das vezes, são necessários dez anos de pesquisas para que um novo produto chegue ao mercado. Apesar dos custos, o foco da indústria farmacêutica mundial são os medicamentos para tratar das doenças de alta complexidade. “Um esforço de P&D que envolve anualmente dezenas de bilhões de dólares e está voltado atualmente para o desenvolvimento de medicamentos biotecnológicos, baseados nos novos conhecimentos da engenharia genética”, revela o presidente-executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), Nelson 22 Anuário Farmacêutico 2014
Mussolini. A P&D de medicamentos biológicos está avançando a passos acelerados no mundo graças aos avanços propiciados pelas novas tecnologias, acrescenta Mussolini, que tem uma visão otimista sobre esse tipo de medicamento. “Espera-se que até 2018 os biológicos representem 50% do faturamento dos cem medicamentos mais vendidos no mundo. Eles deverão atender a um variado número de patologias, inclusive das denominadas doenças órfãs, ainda que a oncologia, diabetes, doenças reumáticas e antivirais continuem liderando o mercado”, diz.
Quantia insuficiente Segundo a Interfarma, a indústria
farmacêutica instalada no Brasil investe em torno de US$ 200 milhões por ano em pesquisa e desenvolvimento de medicamentos. “Os laboratórios farmacêuticos brasileiros nunca investiram tanto em P&D”, acrescenta Mussolini. “Acontece que o montante ainda é modesto se comparado às verbas das grandes farmacêuticas internacionais. Para dar uma noção da disparidade, tome-se como exemplo o ranking das empresas que mais investiram em inovação no mundo em 2012 elaborado pela consultoria Booz & Company. As cinco indústrias farmacêuticas que estão entre as Top 10 – Roche, Novartis, Merck, Pfizer e Johnson & Johnson – investiram US$ 43,3 bilhões em P&D naquele ano. Um valor 70%
maior do que todo o faturamento do mercado farmacêutico brasileiro no mesmo período, de US$ 25,4 bilhões”, completa. Marcelo Liebhardt concorda que o montante do investimento é muito inferior ao que a indústria poderia e gostaria de investir no Brasil. Segundo ele, uma proporção significativa do custo de desenvolvimento de medicamentos é representada pelos testes clínicos exigidos pelas autoridades regulatórias que são cada vez mais rigorosos. Estima-se que os testes de Fase III representam hoje em torno de 40% dos gastos totais em P&D das empresas farmacêuticas de pesquisa. Em relação à produção de medicamentos biológicos, exceto o tradicional segmento das vacinas, em que os laboratórios oficiais vêm recebendo transferências de tecnologia há algum tempo e também a fabricação de insulina no País, a implantação ainda é bastante incipiente apesar do crescente interesse, avalia o diretor da Interfarma. Apesar de o avanço não ser o mesmo do exterior, já é possível encontrar medicamento biológico produzido no Brasil. É o caso do hormônio do crescimento injetável Omnitrope, primeiro medicamento biológico produzido pela Sandoz brasileira. Ele é utilizado para o tratamento de crianças e adultos com deficiência do hormônio do crescimento (DGH), síndrome de Turner, insuficiência renal crônica, síndrome de Prader Willi e recém-nascidos pequenos para idade gestacional. Sua substância ativa é a Somatropina.
Incentivo financeiro O Ministério da Saúde (MS) anuncia que vem desenvolvendo uma política articulada de atração de investimentos, internalização de tecnologia e redução da dependência para o desenvolvimen-
to no País de diversas drogas. Uma delas em vigor é a da Política de Desenvolvimento Produtivo para a transferência de tecnologia entre instituições públicas e privadas e encomendas tecnológicas para o Sistema Único de Saúde (SUS). O sucesso dessa política pode ser atestado, segundo o ministério, pela formalização de 88 parcerias voltadas para o desenvolvimento produtivo de insumos, medicamentos, vacinas e produtos para saúde, mobilizando 70 parceiros – 53 laboratórios privados e 17 públicos – para o tratamento de doenças, como o câncer, Aids, doenças mentais, Alzheimer e negligenciadas. “O acordo entre a Merck Serono e a Bionovis, intermediado pelo Ministério da Saúde, vai permitir a fabricação de produtos de última geração e de alto custo para o tratamento de doenças como câncer e artrite reumatoide, com a participação dos institutos públicos Fiocruz e Instituto Vital Brasil”, afirma a assessoria de imprensa do MS. “Para se ter noção da importância desse programa, até 2012, a economia gerada com as aquisições de dez produtos via PDP foi da ordem de R$ 544,4 milhões e incrementou o faturamento dos laboratórios públicos em R$ 1,6 bilhão”, afirma nota do MS. Na outra ponta do desenvolvimento de medicamentos estão as doenças negligenciadas, que não receberam esse nome por acaso. Elas afetam mais de 1 bilhão de pessoas e incapacitam ou matam centenas de milhares, representando uma necessidade médica importante que permanece não atendida. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), são enfermidades que prevalecem, principalmente, em países pobres, como a malária, tuberculose, 17 doenças tropicais, 11 doenças diarreicas e 19 outras doenças relacionadas à pobre-
O Ministério da Saúde (MS) anuncia que vem desenvolvendo uma política articulada de atração de investimentos, internalização de tecnologia e redução da dependência para o desenvolvimento no País de diversas drogas za, excluindo HIV/Aids. No mundo todo, as doenças negligenciadas representam uma carga de 11% de todas as doenças. Estudo em conjunto da ONG Medicamentos para Doenças Negligenciadas (Drugs for Neglected Diseases initiative – DNDi), Médicos Sem Fronteiras, OMS e três universidades europeias (Oxford, Grenoble e Joseph Fourier) revela que, apesar de progressos, apenas 4% (34) dos 850 novos medicamentos e vacinas aprovados entre 2000 e 2011 foram para doenças negligenciadas, revelando o desequilíbrio entre as necessidades de boa parte da população mundial e a produção industrial. Segundo o levantamento, a maioria dos produtos terapêuticos desenvolvidos recentemente são versões reformuladas de fármacos já existentes. Dos 336 novos medicamentos (novas entidades químicas ou NCEs, na sigla em inglês) aprovados para conjunto total das doenças no período de 2000 a 2011, apenas quatro ou 1% do total foram destinados às doenças negligenciadas. 2014 Anuário Farmacêutico 23
DISTRIBUIÇÃO
Parte de um todo Segmento acompanha crescimento da indústria e do varejo e deve fechar o ano com 15% de alta, mantendo otimismo para 2014. Mas gargalos logísticos preocupam
P
rodução e consumo de medicamentos fecham 2013 crescendo dois dígitos. Ao mesmo tempo, o varejo é beneficiado pelo crescente interesse do consumidor por produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPC). “Em 2013, o percentual de crescimento deverá situar-se, aproximadamente, em 15%, impulsionado principalmente pela melhoria da renda da população e pelo crescimento dos genéricos”, afirma o diretor-executivo da Associação Brasileira do Atacado Farmacêutico (Abafarma), Jorge Froes de Aguilar. Com mais um ano de pleno emprego e renda estável, a indústria farmacêutica se beneficiou, pois a cadeia é sensível às taxas de ocupação da mão de obra e à evolução da massa salarial. De acordo com dados da consultoria especializada em mercado farmacêutico, IMS Health, entre setembro de 2012 e o 24 Anuário Farmacêutico 2014
Por Marcelo de Valécio e Flávia Corbó mesmo mês de 2013, o crescimento do faturamento avançou 15,9%, atingindo R$ 55,7 bilhões. Em unidades, a alta no mesmo período foi de 10,9%, registrando a venda de 2,8 bilhões de caixas. O segmento de HPC é um dos que mais tem avançado. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), nos últimos 17 anos o setor cresceu, em média, 10%, com picos de 17% ao ano. Para se ter ideia do salto verificado pela indústria de HPC, o faturamento oscilou de R$ 4,9 bilhões, registrado em 1996, para R$ 34 bilhões, obtido em 2012. Com isso, o Brasil passou a ser o terceiro mercado consumidor mundial, ficando atrás apenas dos EUA e do Japão, conforme dados registrados em 2012, pelo Instituto Euromonitor. Estudo do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar) revela que as farmácias e drogarias se tornaram o principal
canal para comercialização desses produtos no País. Segundo dados da Nielsen, 53% dos itens comuns encontrados nas farmácias e autosserviços são mais baratos nas farmácias do que em supermercados ou outros estabelecimentos. “Observamos que farmácias e drogarias vêm ganhando mercado no Brasil pela praticidade e proximidade com o consumidor na hora da compra”, salienta a executiva de comunicação e marketing da Kantar Worldpanel, Carolina Andrade. Nos últimos tempos, segundo a consultora, esses estabelecimentos se especializaram e se estruturaram melhor, proporcionando ao consumidor uma experiência de compra mais agradável com um grande sortimento de produtos específicos para cada parte do corpo e elitização das marcas. Para o setor de distribuição, essa movimentação tem trazido bons resultados. De acordo com o diretor-presidente do Grupo Interplayers, Arnaldo Sá Filho, 2013 marcou desempenho importanFoto: shutterstock
te. “Nos últimos anos, crescemos pouco acima das taxas do mercado farmacêutico, o que nos deixa otimistas para fecharmos 2013 e superarmos a marca de 8 bilhões em transações comerciais trafegadas em nossas plataformas”, afirma Sá Filho. “Nossa principal conquista foi a inauguração da nova sede, com maior capacidade, tecnologia e segurança.” A partir da entrada do novo sócio DLM Invista (primeiro fundo de private equity focado em tecnologia SAAS) no final do ano, os planos da empresa são de lançar novas soluções que gerem melhoria na efetividade da demanda, no acesso ao medicamento, além de gerenciar a diminuição da ruptura de estoque no canal. Somente os filiados à Associação Brasileira dos Distribuidores de Laboratórios Nacionais (Abradilan) arrecadaram R$ 5,92 bilhões em 2012, movimentando 444 milhões de unidades. As empresas registraram um crescimento de 39% em faturamento e 29% em unidade, em relação ao ano de 2011. Os 135 associados da Abradilan visitam 86% das cidades do Brasil, atendem 79% das 72,7 mil farmácias e drogarias do Brasil e representam 26% nas vendas de medicamentos genéricos no País. Para o fechamento de 2013, as projeções são otimistas. Segundo pesquisa realizada pela entidade, 9,1% dos associados esperam um crescimento de até 10%, acompanhados de 36,4% que acreditam no aumento de 11 a 20% e 24,6% projetam crescimento de 21 a 30%. Além desses, 30% dos associados projetam crescimento acima dos 30%. “As empresas como um todo têm investido tanto na ampliação dos Centros de Distribuição (CDs) quanto na qualificação da equipe para poder atender a essa demanda cada vez mais crescente. E, obviamente, se atentando à questão do serviço prestado aos clientes”, diz o diretor-executivo da Abradilan, Geraldo Monteiro. Ele revela que a distribuição no Brasil depende do trabalho do gover-
no em desenvolver a economia, combater o desemprego e gerar renda. “Se todas essas variáveis forem positivas, irão influenciar no desempenho dos negócios”, avalia.
Entraves enraizados Mas nem tudo são flores para quem depende da logística de transporte no Brasil, como os distribuidores de medicamentos e HPC. “Existem vários entraves, sendo os principais associados à infraestrutura, o que dificulta o fluxo otimizado de veículos. Em se tratando de medicamentos, a oferta de transporte especializado contribui para a dificuldade na oferta deste tipo de serviço”, avalia o vice-presidente de comunicação e marketing da Associação Brasileira de Logística (Abralog), Edson Carillo. “A presidente Dilma Rousseff tem sinalizado com oportunidade de investimento em infraestrutura para logística, mas sabemos que, mesmo que se concretizem os projetos, ainda não atenderemos ao patamar necessário. Há uma defasagem de cerca de R$ 200 bilhões para infraestrutura e cerca de R$ 5 trilhões para colocarmos o País em um grau de desenvolvimento compatível com nossa economia, o que é praticamente impossível”, completa Carillo. Vale destacar que o modal rodoviário, um dos mais caros em instalação e manutenção, é o principal meio utilizado para a distribuição no Brasil – responde por praticamente 95% do total de viagens. “O transporte é um componente muito importante nos custos da logística. Temos uma malha viária razoável, o que falta é manutenção na qualidade dessa malha, ocasionando elevação dos custos de manutenção dos veículos e atrasos na movimentação”, acrescenta Jorge Froes de Aguilar, da Abafarma. “Além da questão rodoviária, temos custos elevados nas entregas urbanas pela falta de planejamento adequado, principalmente nas grandes cidades.” Em geral, os produtos farmacêuticos exigem um nível de serviço especializado de transporte e logística,
O modal rodoviário, um dos mais caros em instalação e manutenção, é o principal meio utilizado para a distribuição no Brasil – responde por praticamente 95% do total de viagens o que se torna um grande desafio devido às dimensões do País e à precária infraestrutura da malha viária. “O transporte, assim como todos os segmentos envolvidos na distribuição, vem sofrendo maior demanda pela formalização, planejamento e gestão para atender às exigências regulatórias, fiscais e trabalhistas”, diz Arnaldo Sá Filho. “O crescimento previsto para nosso canal deve absorver parte desses custos adicionais e as organizações como um todo devem se preparar para o desafio de uma gestão eficiente capaz de proporcionar a real visão dos custos, ganhos de escala e produtividade operacional. Todos esses avanços devem trazer crescimento para todo o segmento, entretanto o investimento exigido e já realizado pelo setor privado deve ser acompanhado pelo setor público, seja em infraestrutura viária, seja com a desoneração e simplificação dos processos fiscais”, completa o presidente da Interplayers. Manter centros de distribuição em vários pontos do País é uma estratégia que as empresas têm investido para contornar os gargalos. “São maneiras de minimizar o problema e ficar mais próximo aos locais onde estão os clientes. É 2014 Anuário Farmacêutico 25
DISTRIBUIÇÃO
CADEIA DO SEGMENTO FARMACÊUTICO entrais de distribuição de redes de drogarias
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uma alternativa, mas com enorme elevação de custos, pois, se por um lado minimiza os problemas de logística, por outro gera enormes desembolsos, haja vista que cada centro de distribuição é praticamente uma empresa, com toda a infraestrutura da matriz”, diz Aguilar. Avançar os estoques como forma de assegurar nível de serviço é uma estratégia emergencial, visto que não exatamente se está otimizando o uso de recursos, ana26 Anuário Farmacêutico 2014
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lisa Edson Carillo, da Abralog. “A principal vantagem é a melhoria do nível de serviço, mas com uma desvantagem no aumento dos custos logísticos totais, em especial os níveis de estoques”, diz o executivo da Abralog. Na visão do presidente da Interplayers, é preciso ter cuidado com essa estratégia, pois se deve considerar as dimensões continentais do País e o crescimento anual na casa dos dois dígitos do setor, além da necessidade de
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2013
crescimento da área de armazenagem de produtos com nível de exigência sanitária do setor. “Vale dizer que a área de armazenagem de uma farmácia é muito diferente de um supermercado. Não devemos embarcar em diagnósticos simplistas e generalistas, sob pena de piorarmos uma estrutura de distribuição especializada, fazendo estudos, projeções ou construções de modelos logísticos equivocados. O maior custo, devemos sempre
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lembrar, é o da saúde. A falta de acesso ao medicamento por um planejamento de demanda e uma estrutura logística equivocados será nossa maior perda”, pondera Arnaldo Sá Filho.
Crimes comuns Outro fator que preocupa o setor de distribuição, prejudica a movimentação de cargas, encarece o transporte e aumenta o custo Brasil é o roubo de cargas.
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“Gerenciamento de risco, seguro, escoltas são fatores que encarecem as mercadorias. Mesmo com as ações de polícia que estão sendo tomadas, o efeito não parece estar sendo sentido. Estima-se que a falta de segurança encarece em cerca de 10% o produto”, diz o executivo da Abralog. Esse aspecto permanece crítica na visão de Jorge Froes de Aguilar, da Abafarma. “O aumento da criminalidade em todos os setores consume a atenção do efetivo
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policial, então o transporte acaba ficando sem o devido cuidado. Isso provoca o encarecimento do processo, com manutenção de escoltas, rastreamento, vigilantes, tecnologias”, diz o executivo. Para tentar inibir o roubo de cargas, algumas medidas preventivas têm sido adotadas pelas empresas, entre elas, a aplicação de inteligência no monitoramento, mapeamento de rotas, fracionamento de cargas, flexibilização de horários. 2014 Anuário Farmacêutico 27
ATUALIDADE
Racionalização do consumo Modelo de crescimento do País baseado no consumo interno e no crédito chegou ao limite. Shopper está em busca de novas alternativas para não deixar de comprar itens que qualificaram sua cesta Por Lígia Favoretto e Flávia Corbó
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bom momento que a economia vive com o poder de compra das classes C e D pode sofrer alterações devido à inflação. O governo está tentando controlar, mas o que se observa é retração nos gastos. Quarenta e cinco por cento da renda delas, em média, já está comprometida com crédito. Consumidores que passaram a experimentar novas experiências e produtos podem ter que abrir mão de alguns itens
28 Anuário Farmacêutico 2014
da lista de compras. O consumo não irá parar, mas preço será fator determinante. “Com o não ter você convive, agora, quando você muda de degrau, conquista algo e precisa abrir mão, é muito difícil. Esse consumidor do qual estamos falando conquistou uma série de coisas muito boas nos últimos anos, indiscutivelmente”, revela o diretor de atendimento da Nielsen, Olegário Araújo. No período de ascensão, de melhoria de renda, aconteceram algumas conquistas nas categorias de consumo,
como, por exemplo, produtos mais práticos e sofisticados, que geraram uma qualificação do consumo. “Ele conseguia se premiar com produtos que antes nunca havia usado.” A pesquisa da Nielsen Consumidor 360º revela que a classe C está gastando, hoje, 15% a mais do que ganha. “Esse é um desafio grande, porque a classe C, que é a maior fatia da população, está endividada.” O endividamento é um fator que pode fazer com que o consumidor deixe Fotos: shutterstock
de comprar, mas segundo Araújo, isso não irá acontecer. “A classe C não está conseguindo quitar todas as suas contas. Vinte por cento acham que não vão conseguir pagar as contas do mês e 25% dos lares têm alguma conta atrasada. É crítico! Sessenta e seis por cento dos lares fazem compras parceladas. Cinquenta e seis por cento dos lares está usando cheque especial. Tem muita gente que não entende o impacto disso no bolso. A responsabilidade num cenário desse é social. Vamos perder como sociedade.” Nos lares endividados, há impacto na cesta de consumo de maneira geral. “Em primeiro lugar, em alimentos e bebidas, depois, em limpeza. A cesta que menos sofre – e ela é muito grande – é a higiene e beleza. Por quê? Tem uma lógica. Se você tem que abrir mão da roupa, daquele vestido novo, do salão de beleza, tudo bem, mas o xampu nunca deixará de ser comprado. O shopper pode escolher um produto de embalagem menor ou, então, procurar outras alternativas que entregarão o mesmo benefício, mas não abrirá mão de sua autoestima.” Ao buscar novas opções para adequação do preço ao seu orçamento, o consumidor começa a ser mais racional e menos emocional, primeiro procura alternativas de canais de compra. A segunda atitude é trocar de marca. Isso porque, segundo explica o executivo da Nielsen, o consumidor não pode errar, por isso é menos propenso à experimentação. Não porque é conservador e não quer experimentar o novo, mas porque não pode errar na escolha. “Essa é a decisão.” Araújo pontua que, nesse caso, entram dois desafios para o varejo: ter mais opções na gôndola e opções de preço. “A gôndola não é de elástico. Não adianta ter dois produtos com preços muito próximos. É melhor ter uma grade de opções: um premium, outro de posicionamento
Vendas de H&B no canal farma A
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médio e outro baixo. Isso garante que o consumidor continue consumindo na loja e construa uma imagem de preço. Preços próximos deixam o consumidor confuso e sem opções.” A executiva de atendimento da Nielsen, Gabriela Benezra Maia, complementa dizendo que o varejo tem de oferecer diversas opções de desembolso. “Isso envolve embalagens menores, para que o consumidor possa continuar comprando. Isso pode gerar experimentação e é uma opção de economia racional. Eu consumo menos, mas consumo o que eu gosto.” Ela mostra que as categorias que acabam mais impactadas são: absorvente, antisséptico, creme dental, papel higiênico e tintura. Nessa ordem. “Absorvente é possível trocar de marca. Creme dental e antisséptico, também. Já tintura é mais difícil, mais arriscado.” Nesse cenário, vê-se o atacarejo ganhando terreno, inclusive em higiene e beleza, que são categorias mais básicas. O consumidor fica mais atento às promoções. Então vem aí o desafio das embalagens promocionais, opções de desembolso e alternativa de canais. O que acontecerá daqui para frente com mais intensidade? É o que se chama de inflação de custo, pensando na perspectiva do varejo. Ficará mais caro de se operar, sem falar no custo do produto e da concorrência que fica mais acirrada. Todo mundo irá brigar para conquistar o consumidor. Aí entra a gestão da melhoria da produtividade e de gestão. “Uma das coisas
mais críticas que vejo é varejista precificando pelo markup e não estabelecendo margens adequadas. No markup ele coloca percentual sob o custo e nem olha de fato para a composição disso. Dessa forma, pensa que está com uma margem alta, quando de fato não está. Pode chegar o momento que ele fique sem capital de giro”, comenta Araújo.
Quem se destaca nesse cenário Farma continua se destacando com bons resultados, de maneira geral. “O canal farma é interessante devido ao número de produtos premium que só ele tem – 55% do sortimento do farma é só dele, não tem em supermercado, por exemplo. Quando olhamos os itens em comum, no supermercado e no farma, o farma já está vendendo 49% dos itens com preço mais baixo do que no supermercado. E ele é, em média, 13% mais barato”, destaca Gabriela. Ela explica que a cesta de higiene e beleza hoje é a terceira que mais cresce na comparação da variação das cestas Nielsen de 2002 para 2012. “Temos um índice de higiene e beleza de 102%, o que nos diz que a cesta de beleza está crescendo 2% acima da média do total nos últimos dez anos. Ela fica atrás só da cesta de perecíveis, que tem índice de 122%, e da cesta de bebidas não alcoólicas, com índice de 109%. Pode-se dizer que alimentação e higiene atendem às necessidade básicas, porém, dentro dessas cestas, podemos encontrar algumas categorias e 2014 Anuário Farmacêutico 29
ATUALIDADE
até alguns segmentos de categoria que atendem a necessidades secundárias e até a necessidades terciárias.” Ela fala que o xampu, por exemplo, seria uma necessidade primária, porém, dentro de xampu, existem segmentos voltados para outras necessidades, como um xampu premium voltado para a coloração. Ou até mesmo sabonete, que em barra atende às necessidades básicas, mas, depois, vemos sabonetes líquidos, sabonetes antibacterianos, que estão mais relacionados à qualidade de vida, conforto. “O crescimento de higiene e beleza foi de 2,4% no canal farma e perfumaria. É o segundo canal em importância no Brasil, fica atrás apenas do autosserviço”, finaliza a executiva.
Redes vs. independentes Na briga concorrencial, as independentes saem à frente e ganham percentuais melhores. O shopper quer comprar cada vez mais perto de casa. 30 Anuário Farmacêutico 2014
A conveniência buscada fica em evidência. Depois, o que também fica claro é que o consumo em várias categorias tende ser cada vez mais intensa – é o crescimento das pequenas e médias cidades brasileiras. Araújo conta que o crescimento não está nos grandes centros. Os centros até podem crescer em serviços, mas, quando se analisa as categorias nos grandes centros, já estão mais estabilizadas – com algumas oportunidades na periferia. “As independentes estão onde se tem mais oportunidades. Nos grandes centros, o que o farma faz com mais intensidade é tirar clientes dos supermercados.” A missão de compra em uma farmácia é diferente. Tirando a parte da saúde, tende a ser um momento mais prazeroso. “O sortimento é diferenciado, tem a vantagem de ser uma compra mais rápida. O consumidor pensa no processo: tenho uma farmácia perto de mim, compro mais
rápido, encontro produtos diferentes, tenho atendimento e não preciso ficar em filas enormes.” De acordo com Gabriela, as cadeias podem se diferenciar com sortimento variado, maior valor agregado, oferecendo atendimento especializado e preços competitivos com o autosserviço, sempre tendo em mente que é preciso oferecer opções ao consumidor. Araújo acredita que as redes precisam atuar cada vez mais em duas frentes: ampliar presença em cidades médias e pequenas e aumentar a presença na periferia das grandes cidades. “O Brasil está condenado a crescer. Estamos enfrentando uma turbulência momentânea com inflação e endividamento, mas vamos chegar ao destino. Tem mais gente no mercado de trabalho, estamos melhorando a educação. O cenário a longo prazo continua positivo, o desafio está no curto prazo. São dois olhares que os executivos precisam ter. Como eu
lido com os próximos dois anos e como me preparo para o futuro, com consumidor mais maduro, mais informado, mais exigente. A humanidade quer crescer. Sobe um degrau, quer subir, outro e outro. É natural. Atingimos um momento que é difícil voltar para o patamar anterior, a gente vai subindo. Isso não muda.”
Opções multicanal O brasileiro visita, em média, 4,5 canais de compra diferentes para comprar a mesma categoria. Ele compra parte da mesma categoria de higiene e beleza no supermercado, no atacarejo, na perfumaria, outra parte na drogaria e ainda pode mesclar com as compras pela internet ou porta a porta. Ao entrar no pequeno varejo, aquela loja perto de sua residência, encontra a conveniência que tanto procura. “O shopper hoje convive com muitos canais e tem diferentes experiências de compra. Como a drogaria vai trazer isso para o negócio dela? O consumidor avalia: sortimento, localização, questão de preço, ambiente da loja, atendimento. Se a farmácia só tem o componente preço, ele pode comprar em outro lugar. Agora, se olha para um componente mais emocional pensa: ‘o preço não está tão bom, mas aqui tem tudo isso que eu gosto’. Não é uma ação apenas transacional, ‘paguei vou embora’, tem mais valor. Então isso é importante para esse consumidor.”
Alta conectividade Desde 2008, o Brasil apostou num modelo de crescimento focado no incentivo do consumo interno. Então, é preciso entender esse consumidor e saber quem ele é, em diferentes aspectos, como ele interage com a mídia, como ele se relaciona nos meios eletrônicos, quais são seu hábitos, expectativas, como está a confiança dele, a renda, a cesta de consumo, enfim. Quem é esse consumidor? Ao analisar o comportamento desse público, foi identificado que a TV é o
maior meio de interação. Mas o que chama a atenção, segundo Araújo, é que, ao olhar para a internet, ela já está com 65 horas de acesso, ou seja, ganha um espaço impressionante na vida das pessoas. Os principais meios utilizados são: redes sociais, e-mails, ferramentas de busca. Só depois disso é que o rádio aparece. “Esse consumidor é multimeio. Como as drogarias estão interagindo com o cliente dela? O tabloide é o principal meio de interação, mas é necessário pensar em novos meios de influência.” Em 2005 existia 7% de internet paga, hoje 50% dos lares possuem a ferramenta. TV paga foi de 7% para 40% no mesmo período. O executivo comenta que essa é uma mudança muito grande. “Trata-se de uma transformação no modo como interagimos e recebemos a informação. É totalmente diferente do que foi no passado. O número de celulares, entre 2005 e 2011, segundo dados da Anatel, cresceu três vezes. É muita coisa. Tem muitas famílias que têm dois aparelhos ou, ainda, aqueles que compram aparelhos com dois chips para poder economizar. Então, esse é o impacto dos meios de comunicação. Não dá para as drogarias desconsiderarem esse cenário de influência direta ou indireta.” Preço no Brasil é extremamente importante e está diretamente relacionado ao que é divulgado no tabloide. Araújo ressalta que, independentemente do porte das empresas, é imprescindível dar atenção aos tabloides. “Os produtos que entrarão para um tabloide, de maneira geral, são definidos muito pela facilidade que a área comercial tem, mas isso precisa sofrer uma inversão. O tabloide precisa ser um instrumento de comunicação. Ele é, definitivamente, o instrumento de comunicação do varejo com o cliente e ele tem que refletir, por meio dos produtos e mensagens centrais, essas necessidades do consumidor e não colocar apenas o que é mais fácil de comercializar.” Segundo
Desde 2008, o Brasil apostou num modelo de crescimento focado no incentivo do consumo interno. Então, é preciso entender esse consumidor e saber quem ele é, em diferentes aspectos ele, o consumidor vai entender o que a loja que ele escolheu faz. “Vai identificar: este ponto de venda só trabalha com isso, só trabalha deste jeito, só tem este perfil. Por exemplo, determinada farmácia começará a trabalhar com uma nova linha de medicamentos ou produtos de higiene e beleza, o tabloide está refletindo isso? Reflete que há produtos diferentes quando comparados a outros tipos de varejo? Reflete uma ideia de sortimento diferente? Será que nesse tabloide é possível encontrar aquilo que está movendo as categorias de produtos, que são praticidade, conveniência e qualificação?”, pondera. Mesmo diante de tanta tecnologia disponível, Araújo afirma que o tabloide não pode deixar de existir. “Com um tabloide em mãos, o cliente consegue olhar para o preço e identificar uma informação estratégica. O desafio consiste em buscar um alinhamento entre o tabloide e a TV, porque a TV é o principal canal para esse consumidor.” 2014 Anuário Farmacêutico 31
RETROSPECTIVA
Fatos e histórias que marcaram 2013
O mercado farmacêutico é um dos que mais cresce e não sofre grandes abalos econômicos. Veja a seguir os principais acontecimentos do ano Por Lígia Favoretto
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Fotos: shutterstock
Novas regras para a venda de similares e genéricos As diferenças entre as regras para venda de drogas genéricas e similares podem deixar de existir, tudo depende da decisão a ser tomada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Esses dois tipos de cópia do medicamento original serão tecnicamente iguais em 2014. É quando passará a valer a obrigatoriedade para que os similares comprovem funcionar no corpo da mesma maneira que os originais – a chamada bioequivalência que os genéricos já têm que provar. Como consequência, a Anvisa estuda unificar, também, as regras para a venda de genéricos e similares e mudar a identificação das categorias. A regra atual determina que, se o médico prescreve o medicamento de referência, a farmácia só pode oferecer o genérico como substituto – o similar fica de fora.
Brasil terá teste de Aids vendido em farmácias Um teste caseiro para diagnóstico de HIV começará a ser usado no País neste ano. Desenvolvido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o exame é feito com base em análises de saliva. Organizações não governamentais já começam a ser treinadas para o uso adequado do kit. Na primeira etapa, o exame será oferecido para populações consideradas vulneráveis à doença, como profissionais do sexo, gays, usuários de drogas e travestis. Depois de abril, ele deverá ser vendido em farmácias. “Esse é o futuro”, disse o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa. “O teste é uma ferramenta valiosa para ampliar o diagnóstico da doença”, completou. Nos últimos anos, várias campanhas para incentivar a testagem foram realizadas. Exames rápidos também passaram a ser oferecidos em serviços públicos de saúde. Os números obtidos até agora, no entanto, são considerados tímidos.
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CVS compra a prestadora de serviços Coram A empresa americana CVS realizou um acordo para adquirir a Coram, empresa prestadora de serviços médicos. A negociação foi fechada por US$ 2,1 bilhões. A Coram oferece aos clientes o tratamento de infusão domiciliar e atende cerca de 20 mil pacientes por mês, além da rede contar com 85 unidades físicas e 65 locais de infusão laboratorial. Segundo a CVS, a operação deverá ser concluída no primeiro trimestre de 2014 e faz parte da meta da companhia de investir em negócios que poderão impulsionar seu crescimento. Com a aquisição, a rede farmacêutica espera gerar US$ 1,4 bilhão na receita durante os primeiros 12 meses, após o fechamento da compra.
O a a se do govern mana d S e que ul, An ador do Comba te d c E r r é i Com a a Puc stado à Autom S c d das bate à eman inelli o Ma edicaç , ã a C de M onseq Autom de C sancio to Gros o o s n u o e e n o ê d d sc u men icam ncia i s d cação ientiz a lei te, en De na prim tos, a s o uso I e Div ação e vida acord eira er com ndisc ulgaçã vern des dev o com semana emora rimina o d o d lestr o, pod erão se texto do mê a, anu o s a e r p a pro s de e ndo o desen ublica de ma lg s c i v d de f ramas clarecim orrer e olvida o, as a o. s olhe em v t i e p e nt nt el r Sup erin tos info ádio e e o para os com o goCon t a o m r sum endênc mativo TV e popu pal a idor ia d see d ç (Pro e Pro xpli istribu ão, c iç con ). teção e ativos p ão Def ela esa do
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RETROSPECTIVA
Desoneração do ICMS sobre medicamentos Vacina gratuita contra HPV A partir de 2014, o Sistema Único de Saúde (SUS) incluirá a vacina gratuita contra o HPV em seu calendário oficial de vacinação, com foco nas meninas com idade entre 10 e 11 anos. Os cuidados preventivos, porém, precisam ser feitos de maneira rotineira, durante toda a vida, para evitar o desenvolvimento de problemas mais graves, como o câncer do colo de útero. Existem dois tipos de vacina contra o HPV: bivalente, que protege contra os dois tipos que têm mais chance de provocar câncer de colo de útero, e a vacina quadrivalente, que protege contra os dois tipos oncológicos e também contra outros dois mais ligados ao aparecimento de verrugas. A vacina que entra no calendário do SUS é a quadrivalente. O público-alvo são meninas de 10 e 11 anos, justamente por não terem iniciado a vida sexual.
O Brasil vive atualmente uma guerra silenciosa que destrói famílias, empresas e empregos: a dos impostos. Não é de hoje que a alta carga tributária corresponde a mais de 33,7% do valor final do medicamento para o consumidor, segundo estudos do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). A média mundial é de 6,3%, mas, na Inglaterra, Canadá, Estados Unidos, Suécia e até na vizinha Colômbia, esse valor é zero. O principal vilão do momento no Brasil é o ICMS (Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços), cuja alíquota varia de Estado para Estado da federação e tem dizimado empregos em muitas partes do País. Na maioria dos Estados, a alíquota média é de 17%, o Rio de Janeiro cobra 19% e São Paulo, 18%. Mas essa alta taxa já tem causado prejuízos a esses Estados, e o mercado farmacêutico de medicamentos está no centro de uma batalha, que, no Brasil, habituou-se a chamar de Guerra Fiscal.
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Primeiro registro de medicamento biológico 100% nacional é concedido A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu registro para a fabricação do primeiro medicamento biológico 100% nacional. O Etanercepte, que trata de artrite reumatoide e outras doenças crônicas que afetam as articulações, será fabricado pela Bionovis em parceria com os laboratórios públicos Instituto Vital Brasil e Biomanguinhos. O produto brasileiro deverá custar 50% menos que o importado em cinco anos, segundo o Ministério da Saúde (MS). Esse é o período de vigência da parceria a partir da oferta do medicamento. A expectativa do MS – um dos únicos compradores do medicamento – é economizar R$ 726 milhões no período. Hoje o Etanercepte é oferecido a 16.431 pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).
Profa
Primeira Onofre com a marca CVS foi inaugurada Teve abertura em Santos, no litoral paulista, a primeira farmácia Onofre/ CVS Caremark. Apesar da compra da rede de drogarias brasileira pela maior rede de farmácias e serviços de saúde dos Estados Unidos, o nome Onofre foi mantido para que a marca brasileira prevaleça. O grupo norte-americano comprou a rede de drogarias brasileira Onofre em fevereiro de 2013. A Onofre tinha administração familiar e era de propriedade dos irmãos Marcos e Ricardo Arede.
Pesquisa do ICTQ revela importância da presença no profissional farmacêutico Setenta e nove por cento dos consumidores das farmácias nacionais consideram a presença de um farmacêutico nesses estabelecimentos muito importante; enquanto 16% afirmam que a presença de um profissional responsável é imprescindível na loja. Somados esses resultados, conclui-se que 95% dos consumidores brasileiros de farmácias consideram essencial a presença de um profissional farmacêutico. Esse é um dos resultados que o Datafolha, em parceria com o Instituto de Pós-Graduações para Farmacêuticos (ICTQ), extraiu do estudo Datafolha/ ICTQ – Pós-Graduações para Farmacêuticos, que teve o objetivo de verificar qual a visão que os consumidores brasileiros têm do profissional farmacêutico e dos pontos de venda onde atuam. Divulgada exclusivamente para o Guia da Farmácia, a pesquisa também indicou que 68% dos entrevistados acham que o farmacêutico é muito importante para sua saúde, e 22% reforçam que ele é importante. Dessa forma, constata-se que 90% dos consumidores acreditam que o farmacêutico tenha um papel de destaque na saúde da população.
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Escrituração eletrônica entrou em vigor Em mais uma atitude para controlar as vendas de antimicrobianos (comumente conhecidos como antibióticos), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou que a escrituração eletrônica do medicamento seja obrigatória para as farmácias e drogarias do País. Na prática, significa que todas as entradas e saídas de antibióticos deverão ser registradas no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC), operado pela Anvisa desde 2008. “As farmácias e drogarias que não estejam no sistema não poderão comercializar antibióticos”, enfatiza a coordenadora do SNGPC, Márcia Gonçalves. Os estabelecimentos que não se enquadrarem nas determinações da Anvisa poderão receber multas que variam entre R$ 2 mil e R$ 1,5 milhão, dependendo do caso. Sem contar que a farmácia poderá sofrer interdição e até cancelamento de licença se infringir as regras. A determinação entrou em vigor em abril de 2013.
2014 Anuário Farmacêutico 35
RETROSPECTIVA
Compra da Exrafarma pela Ultrapar é aprovada A Ultrapar concluiu a compra de 100% da Imifarma, proprietária da rede de drogarias Extrafarma. O player se une a outras empresas do grupo: Ipiranga e Ultragaz, de distribuição de combustíveis; Oxiteno, de indústria química; e Ultracargo, que atua no segmento de armazenagem. A transação foi anunciada no final de setembro de 2013 e aprovada pela Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O negócio foi avaliado em um total de R$ 1,006 bilhão.
Consolidação do varejo farmacêutico Os negócios que cercam as farmácias brasileiras foram estudados pela Brasilpar, assessoria financeira em fusões e aquisições. A pesquisa mostra que as redes RaiaDrogasil, DPSP (Drogarias Pacheco e São Paulo), Pague Menos, Brasil Pharma e Araujo acrescentaram R$ 9,12 bilhões às suas receitas, alta decorrente de fusões, aquisições e da abertura de novas lojas entre 2008 e 2012. Juntas, elas respondem por 29% do faturamento do mercado em 2012, de R$ 49,6 bilhões, ante uma participação de 20% cinco anos antes. A expectativa é que a pulverização do setor diminua gradativamente, culminando com uma participação de 30% das lojas independentes e o restante nas mãos das médias e grandes redes nos próximos dez anos.
36 Anuário Farmacêutico 2014
Cade aprova aquisição da Big Ben pela BR Pharma O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, por unanimidade, a aquisição da rede de drogarias do grupo Big Ben pela BR Farma – do Grupo BTG Pactual. Além do varejo e distribuição de produtos farmacêuticos, parte das unidades do Grupo Big Ben oferece serviços de correspondente bancário, comércio de telefones celulares e chips, acessórios de telefonia, alimentos, papelaria, informática e produtos diversos.
Hypermarcas reduz número de marcas A Hypermarcas decidiu colocar na “prateleira” 26 marcas de sua divisão de bens de consumo. “Enxugamos de 60 para 34 marcas para concentrar em portfólio que faz mais sentido para a companhia”, diz o presidente dessa área, Nicolas Fischer. Na ponta do lápis, significa que a empresa reduziu em 40% o volume de marcas e apresentações desses produtos. As 60 marcas, que representavam 2.034 apresentações (diferentes formatos e tamanhos, por exemplo), recuaram para 34, com 1.224 apresentações. “Decidimos retirar marcas que tinham apelo regional e colocá-las no armário, mas podemos relançá-las no futuro”, diz Fischer. Segundo ele, o impacto sobre as vendas com a saída dessas marcas é pequeno, uma vez que a maioria tinha baixas margens, pouca representatividade.
CFF aprova prescrição farmacêutica Uma nova resolução do Conselho Federal de Farmácia (CFF) autoriza os farmacêuticos a prescreverem medicamentos que não exijam prescrição médica, como analgésicos e antitérmicos. Com a norma, eles poderão tratar o que chamam de “transtornos menores”, como uma dor de cabeça ou diarreia. O cliente que chegar ao balcão da farmácia para comprar um analgésico poderá passar por uma “consulta” e receber um receituário com a assinatura e o carimbo do farmacêutico. A prescrição, no entanto, não será obrigatória.
FURP fecha parceria com EMS A empresa farmacêutica EMS venceu o processo de licitação para firmar uma Parceria Público-Privada (PPP) com a Fundação para o Remédio Popular (Furp) de Américo Brasiliense. Com o acordo, a Furp projeta, dentro de dois anos, aumentar em 740% sua produção, partindo das atuais 150 milhões para 1,26 bilhão de unidades fabricadas por ano. Segundo a assessoria de imprensa da Furp, a parceria deverá ampliar, também, o número de títulos de medicamentos produzidos na unidade de Américo Braziliense. Estima-se que passe de 70 para 166 — um aumento de 140%.
RETROSPECTIVA
Compra da Exrafarma pela Ultrapar é aprovada A Ultrapar concluiu a compra de 100% da Imifarma, proprietária da rede de drogarias Extrafarma. O player se une a outras empresas do grupo: Ipiranga e Ultragaz, de distribuição de combustíveis; Oxiteno, de indústria química; e Ultracargo, que atua no segmento de armazenagem. A transação foi anunciada no final de setembro de 2013 e aprovada pela Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O negócio foi avaliado em um total de R$ 1,006 bilhão.
Consolidação do varejo farmacêutico Os negócios que cercam as farmácias brasileiras foram estudados pela Brasilpar, assessoria financeira em fusões e aquisições. A pesquisa mostra que as redes RaiaDrogasil, DPSP (Drogarias Pacheco e São Paulo), Pague Menos, Brasil Pharma e Araujo acrescentaram R$ 9,12 bilhões às suas receitas, alta decorrente de fusões, aquisições e da abertura de novas lojas entre 2008 e 2012. Juntas, elas respondem por 29% do faturamento do mercado em 2012, de R$ 49,6 bilhões, ante uma participação de 20% cinco anos antes. A expectativa é que a pulverização do setor diminua gradativamente, culminando com uma participação de 30% das lojas independentes e o restante nas mãos das médias e grandes redes nos próximos dez anos.
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Cade aprova aquisição da Big Ben pela BR Pharma O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, por unanimidade, a aquisição da rede de drogarias do grupo Big Ben pela BR Farma – do Grupo BTG Pactual. Além do varejo e distribuição de produtos farmacêuticos, parte das unidades do Grupo Big Ben oferece serviços de correspondente bancário, comércio de telefones celulares e chips, acessórios de telefonia, alimentos, papelaria, informática e produtos diversos.
Hypermarcas reduz número de marcas A Hypermarcas decidiu colocar na “prateleira” 26 marcas de sua divisão de bens de consumo. “Enxugamos de 60 para 34 marcas para concentrar em portfólio que faz mais sentido para a companhia”, diz o presidente dessa área, Nicolas Fischer. Na ponta do lápis, significa que a empresa reduziu em 40% o volume de marcas e apresentações desses produtos. As 60 marcas, que representavam 2.034 apresentações (diferentes formatos e tamanhos, por exemplo), recuaram para 34, com 1.224 apresentações. “Decidimos retirar marcas que tinham apelo regional e colocá-las no armário, mas podemos relançá-las no futuro”, diz Fischer. Segundo ele, o impacto sobre as vendas com a saída dessas marcas é pequeno, uma vez que a maioria tinha baixas margens, pouca representatividade.
CFF aprova prescrição farmacêutica Uma nova resolução do Conselho Federal de Farmácia (CFF) autoriza os farmacêuticos a prescreverem medicamentos que não exijam prescrição médica, como analgésicos e antitérmicos. Com a norma, eles poderão tratar o que chamam de “transtornos menores”, como uma dor de cabeça ou diarreia. O cliente que chegar ao balcão da farmácia para comprar um analgésico poderá passar por uma “consulta” e receber um receituário com a assinatura e o carimbo do farmacêutico. A prescrição, no entanto, não será obrigatória.
FURP fecha parceria com EMS A empresa farmacêutica EMS venceu o processo de licitação para firmar uma Parceria Público-Privada (PPP) com a Fundação para o Remédio Popular (Furp) de Américo Brasiliense. Com o acordo, a Furp projeta, dentro de dois anos, aumentar em 740% sua produção, partindo das atuais 150 milhões para 1,26 bilhão de unidades fabricadas por ano. Segundo a assessoria de imprensa da Furp, a parceria deverá ampliar, também, o número de títulos de medicamentos produzidos na unidade de Américo Braziliense. Estima-se que passe de 70 para 166 — um aumento de 140%.
Patrocinadores Indústrias
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aboratórios anunciam investimentos e suas estratégias para manter o ritmo de crescimento para o próximo ano. Setor aposta em pesquisa e amplia a infraestrutura. Conheça os detalhes do planejamento das principais empresas no canal farmacêutico, patrocinadoras deste Anuário 2014.
As matérias a seguir são publi editorias. Foto: Shutterstock/divulgação
2014 Anuário Farmacêutico 37
INDÚSTRIA
Há 128 anos estimulando a promoção de saúde em todo o mundo O diretor de relações internacionais da Boehringer Ingelheim no Brasil, Adrian von Treuenfels, durante evento de lançamento da competição internacional, desafio Changemakers, do Mais Saúde
A empresa alemã investe anualmente cerca de 20% de suas vendas líquidas no desenvolvimento de tecnologias e medicamentos inovadores
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elhorar a qualidade de vida das pessoas e ampliar o acesso à saúde. Esses sempre foram os principais compromissos da Boehringer Ingelheim ao longo dos 128 anos da companhia, fundada no final do século 19. Com esses
38 Anuário Farmacêutico 2014
objetivos, a empresa alemã inova para desenvolver produtos e encontrar parceiros estratégicos que a auxiliem nesse desafio constante. Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) é um pacto que a Boehringer Ingelheim tem com o presente e com o futuro da humanidade. Por essa razão, a companhia investe anualmente cerca de 20% de suas
vendas líquidas no desenvolvimento de tecnologias e medicamentos inovadores. Além disso, a empresa conta com mais de 7 mil pesquisadores de alta performance e qualificação, distribuídos em centros de pesquisa no Canadá, Estados Unidos, Áustria, Alemanha, Argentina e Japão. Entre 2002 e 2012, a Boehringer Ingelheim conduziu e paFotos: divulgação
O projeto Making More Health (Mais Saúde, no Brasil) visa estimular a promoção de saúde. Iniciativa totalmente alinhada com a missão e a visão da Boehringer
trocinou 1.348 estudos clínicos com 111 substâncias em 91 países de todos os continentes, envolvendo aproximadamente 1 milhão de pacientes. Assim como na área de saúde humana, o aprimoramento constante é umas das prioridades da companhia no segmento veterinário. Todos esses esforços resultam em uma posição de destaque no mercado: a Boehringer Ingelheim é a maior fornecedora mundial de vacinas para a suinocultura. No Brasil, a empresa passou a atuar também no mercado de pequenos animais, com o lançamento, em 2013, de vacinas da linha Duramune para cães e gatos.
Outras parcerias Além de investimentos em P&D, a realização de alianças estratégicas com entidades que buscam melhorias no campo social – e, consequentemente, da saúde – também é uma das apostas da Boehringer para elevar a qualidade de vida da população mundial. Exemplo disso é a parceria que a empresa mantém, desde 2010, com a ONG mundial Ashoka, pioneira no campo da inovação social, do trabalho e apoio aos empreendedores sociais. A entidade é uma das criadoras do conceito e da caracterização do empreendedorismo social como campo de trabalho, estando presente em mais de 60 países.
Desse trabalho conjunto nasceu o programa global Making More Health (Mais Saúde, no Brasil), cujo objetivo é estimular a promoção de saúde. “Essa é uma iniciativa totalmente alinhada com a missão e a visão da Boehringer Ingelheim em apoiar lideranças e inovações que melhorem a qualidade de vida de indivíduos, famílias e comunidades”, diz o diretor de Relações Institucionais da Boehringer Ingelheim no Brasil, Adrian von Treuenfels. Para atingir os objetivos dessa parceria, Boehringer Ingelheim e Ashoka realizam todos os anos o desafio Changemakers, concurso on-line colaborativo para identificar e premiar em todo o mundo modelos que visem uma verdadeira transformação na área da saúde e garantam acesso em locais onde o atual sistema não consegue atuar. “Os empreendedores sociais incentivam a população a ter um comportamento preventivo, ou seja, a modificar a ideia de que apenas quando se está doente deve-se procurar assistência médica”, aponta o executivo. Mais de 40 entidades ou idealizadores já recebem apoio para conduzir e ampliar suas atividades, entre elas quatro brasileiras: duas de São Paulo (SP), uma do Rio de Janeiro (RJ) e uma de Curitiba (PR). O trabalho em conjunto com a Ashoka também tem como foco despertar o interesse dos jovens pelo em-
preendedorismo social. Este é o caso do projeto Youth Venture, que integra o programa de estágio da Boehringer Ingelheim, o Geração BI. A iniciativa conta com módulo específico para estimular os estudantes na discussão e criação de projetos sociais. Com o apoio da ONG, as ações idealizadas pelos universitários são realizadas de forma contínua e reforçam conceitos de responsabilidade socioambiental. No Brasil, uma iniciativa que ganha destaque a cada dia é o programa institucional Ajudar é o Melhor Remédio, lançado em 2010 para reforçar os valores da empresa (paixão, respeito, confiança e empatia) por meio de ações on e off-line. A página do programa no Facebook, por exemplo, conta hoje com mais de 650 mil seguidores, que discutem diariamente temas como saúde e prevenção, bem-estar, sustentabilidade, responsabilidade socioambiental, entre outros assuntos. Somente em 2013, os cerca de 750 posts geraram mais de 40,5 milhões de impactos. Parte deste programa institucional, o projeto Ajudar Mais Saúde foi criado com o objetivo de estimular o voluntariado entre os funcionários da empresa. Para isso, a Boehringer Ingelheim criou, em parceria com a ONG Atados, uma agenda de experiências que garantem a interação de seus colaboradores com instituições e projetos que estão transformando a realidade e a qualidade de vida das pessoas. Lançada no segundo semestre de 2013, a iniciativa envolveu mais de 60 funcionários de todas as unidades da multinacional (no escritório, em São Paulo; na fábrica, em Itapecerica da Serra; e na Fazenda Solana, no Paraná). “Sabemos que transformar o mundo em um lugar melhor não é uma tarefa fácil, mas temos a certeza de que, com seriedade, profissionalismo e parceiros certos, podemos fazer a diferença”, finaliza von Treuenfels.
Boehringer Ingelheim SAC: 0800 701 6633 Site: www.boehringer-ingelheim.com.br 2014 Anuário Farmacêutico 39
INDÚSTRIA
Empresa multi em 2013
Com três novas empresas, companhia confirma plano de expansão e detém toda a cadeia do seu negócio
C
om a meta de fechar 2014 com R$ 700 milhões de faturamento e R$ 1 bilhão em 2015, o Grupo Cimed cresce em torno de 36% ao ano, resultado dos altos investimentos realizados durante toda a sua história. A linha de medicamentos (farma, genéricos, MIP e HPC) representa 80% da receita do Grupo, sendo que os genéricos
40 Anuário Farmacêutico 2014
apresentam a maior evolução. O anti-inflamatório Cimelide é o segundo medicamento mais vendido em todo mercado brasileiro! Mas a companhia tem diversas outros itens nesse ranking, o antigripal Cimegripe, na sétima posição, e o DiaD, pílula do dia seguinte, na oitava. A loratadina em comprimido mais vendida do mercado é da Cimed, Loratamed. E o captopril líder de vendas na apresentação
genérica também é da Cimed. A lista ainda tem o Flucomed (fluconazol), Sinvastamed (sinvastatina), Probenxil comprimido (o diclofenaco potássico), Ginkomed (ginko biloba) e Valerimed (valeriana) como líderes de mercado. Além disso, o Grupo colocou em prática, no ano de 2013, vários projetos inovadores. Lançou três novas divisões de negócios, ampliou o portfólio de produFoto: divulgação
tos e se consagra como um conglomerado de nove empresas que atuam em diversos segmentos e gera muitos empregos. A criação da escuderia Voxx Racing Team na Stock Car, a maior categoria do automobilismo nacional, foi o primeiro projeto grandioso que tomou forma em 2013. A equipe nasceu para ser uma ferramenta de divulgação da linha Voxx Suplementos, da Nutracom e liderada pelo vitorioso chefe de equipe William Lube, que conquistou o sétimo lugar na temporada. “Já tínhamos tido experiência no esporte a motor como patrocinadores, mas, nesse ano, fizemos um investimento maior no marketing esportivo com nossos produtos da linha Voxx. Montamos uma estrutura totalmente nova e com uma dupla jovem e ao mesmo tempo experiente na pilotagem, trazendo bons resultados para nós”, afirma o presidente do Grupo Cimed, João Adibe. O piloto Sérgio Jimenez terminou o ano na nona colocação, um feito excelente para um estreante, e Denis Navarro, na 20a, entre 34 competidores.
Mercado explorado Outro segmento que tem recebido investimentos do Grupo Cimed é o de beleza e cosméticos, que cresce, em média, 10% ao ano, há 17 anos (dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos – Abihpec). Desde a aquisição da Tec Color, uma das mais respeitadas empresas de private label no Brasil, em 2011, que é responsável pela pesquisa e desenvolvimento de todos os produtos da marca Nouvelle e de terceiros, o Grupo tem trazido inúmeras novidades ao se-
tor, que faturou US$ 42 bilhões no Brasil em 2012. Assim, com os diferenciais e o potencial dos produtos da Nouvelle, mais um projeto foi concretizado em 2013: a rede de salões de beleza Comece pela Cor, especializada em serviços de cabeleireiro e com foco em transformação, tratamentos, manutenção e finalização. Trata-se de um modelo de negócio que promete ser a melhor opção para os cabeleireiros terem seu próprio negócio ou adaptarem seu salão com esta nova marca do mercado, trabalhando com parcerias, e não no modelo de franquias. A primeira unidade, localizada no bairro de Pinheiros, em São Paulo, foi inaugurada em julho deste ano, dando início à meta agressiva de inaugurar 200 lojas em apenas 36 meses. Segundo a sócia-diretora do Grupo Cimed, Mariana Marques, a proposta inovadora de salão de beleza conseguiu reunir excelência no atendimento, preços acessíveis e mais agilidade na prestação dos serviços, atendendo homens e mulheres exigentes e que buscam evidenciar sua beleza todos os dias. “A nossa expectativa é vender os produtos de marca própria Comece pela Cor, linha profissional e varejo. Queremos alcançar um grande volume de salões e fazer com que a Nouvelle fique ainda mais conhecida, atingindo maior número de vendas”, explica. Após a inauguração da rede, o alvo do Grupo foi a gráfica Petropolitana, localizada em Petrópolis, no Rio de Janeiro, com o objetivo de aprimorar os serviços de produção e impressão das embalagens. Com 20 anos de história, a gráfica, adquirida em agosto, agora se chama Indústria de Embalagens
Claudia Marques (IECM) e tem mais de cem colaboradores. O diretor de Operações & Supply Chain do Grupo Cimed, Oscar Teixeira Basto Júnior, ressalta que o investimento trará mais economia e flexibilização total na produção e atendimento das necessidades das empresas do grupo, reduzindo ao máximo o estoque de materiais na fábrica. “Vamos poder planejar e programar a confecção de novas embalagens com mais rapidez, além da redução da dependência de terceiros no processo de produção. A expectativa é conseguir ter embalagens com mais diferenciais. Todo esse processo viabilizará uma melhora na qualidade das embalagens e a redução de custos”, finaliza. Para 2014, o Grupo tem a previsão de investir mais de R$ 35 milhões em construção e novos equipamentos. No planejamento está a expansão da rede Comece pela Cor; a inauguração da nova fábrica Nutracom e do depósito central com 10 mil m2 de área construída e espaço para 7 mil paletes, em São Sebastião da Bela Vista, cidade vizinha a Pouso Alegre, que vai unificar os estoques de todas as marcas para abastecer todos os centros de distribuição do Grupo; a nova fábrica de sólidos, que vai aumentar em 40% a capacidade produtiva; a abertura de mais três CDs: Piauí, Bahia e interior de São Paulo; e o lançamento de mais de 200 novos produtos.
Grupo Cimed SAC: 0800 704 4647 Site: www.grupocimed.com.br Facebook: facebook.com/GrupoCimedOficial 2014 Anuário Farmacêutico 41
INDÚSTRIA
Multinacional sueca inicia atividades no Brasil
Companhia chega ao País com previsão de compor um portfólio de cerca de dez produtos até 2016
A
Por Egle Leonardi
multinacional sueca Meda iniciou suas operações de venda no Brasil no segundo semestre de 2013, comercializando produtos adquiridos da Roche. Através do foco na distribuição desses produtos, a empresa pretende dar sua contribuição para que os médicos possam receitar medicamentos já consagrados, com a segurança de 42 Anuário Farmacêutico 2014
que o paciente terá mais facilidade para encontrá-los nos pontos de venda. O processo de introdução da Meda no Brasil passa por duas etapas: a primeira, quando a empresa assumiu a distribuição exclusiva de produtos adquiridos da Roche e, a segunda, quando, após aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a empresa se tornará a detentora desses registros e de outros que estão sendo submetidos.
O presidente e CEO da empresa, Jörg-Thomas Dierks, explica a visão estratégica da companhia sobre o começo das operações no Brasil: “Estamos avançando no terceiro estágio do nosso planejamento, lançando novos produtos e, em paralelo, investindo na expansão em novos mercados.” A Meda vem crescendo exponencialmente desde a sua fundação e, atualmente, já ocupa a 48ª posição no ranking Fotos: divulgação/felipe mariano
mundial, tendo subido duas posições em relação a 2012. Possui operação própria em mais de 55 países e disponibiliza seus produtos em mais de 120, por meio da exportação, cobrindo cerca de 81% do mercado farmacêutico mundial. A empresa foi formada a partir da comercialização de produtos especiais, medicamentos desenvolvidos com base no modelo incremental ou adquiridos no mercado. Um exemplo de aquisição é o Tilatil® (tenoxicam), medicamento fabricado pela Roche, distribuído pela Meda no Brasil e indicado para o tratamento de doenças inflamatórias, como artrite reumatoide, osteoartrite, artrose, afecções extra-articulares, como tendinite, bursite e dor pós-operatória. De acordo com as últimas estimativas da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), as doenças reumáticas atingem cerca de 12 milhões de brasileiros. Outro medicamento fabricado pela Roche e também adquirido e distribuído agora pela Meda é o Marcoumar® (femprocumona), usado para a profilaxia e tratamento de tromboses e para o tratamento de embolias e infarto do miocárdio. Com ou sem dor, o infarto é uma das principais causas de mortes no Brasil. Conforme dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), a doença é responsável por 27% das mortes no País, um índice superior ao de mortalidade por câncer. Além das áreas de reumatologia – dor e inflamação – e cardiologia, a companhia também atuará nas áreas terapêuticas respiratória/alergia e dermatologia.
Lançamentos Para o futuro, a Meda Brasil possui planos de expansão lançando novos medicamentos, por aquisição ou por meio de desenvolvimento próprio. “Alguns desses medicamentos desenvolvidos já foram submetidos à aprovação da Anvisa e serão novas alternativas de tratamento que vão ampliar o arsenal terapêutico da classe médica, para doenças já bastante conhecidas”,
A gerente-geral da Meda no Brasil, Alessandra Volpon Marques, revela que a empresa lançará dois produtos inovadores nos próximos três anos
comenta a gerente-geral da Meda no Brasil, Alessandra Volpon Marques. A previsão para os próximos três anos é de que a empresa lance, ao menos, dois produtos inovadores, ambos desenvolvidos pela Meda. Eles serão destinados ao tratamento de rinite alérgica e farão parte de um mercado de mais R$ 372 milhões (IMS – MAT jul/2013). “A expectativa com o principal produto, dentre esses dois, é alcançar em 18 meses cerca de 5% de market share em unidades, em um mercado que possui, atualmente, 18 concorrentes. Apenas para referência, nos Estados Unidos, o produto foi lançado há pouco mais de um ano e já assumiu a posição de segunda marca mais prescrita na classe terapêutica”, ressalta a executiva. A companhia também está se programando para retomar alguns produtos inovadores e exclusivos, que estão hoje sendo trabalhados por outras empresas. Tais produtos ainda requerem investimentos promocionais e de educação médica continuada. O portfólio total pretendido até 2016 engloba pelo menos dez produtos.
Segundo a executiva, as perspectivas são muito boas, considerando o foco da companhia em produtos especiais – adquiridos no mercado ou desenvolvidos com base no modelo incremental. Esse tipo de produto proporciona à Meda um grande dinamismo na formação e atualização do seu portfólio, pois promove equilíbrio financeiro, uma vez que os produtos adquiridos, normalmente, são estabelecidos e, por isso, tornam-se fundamentais para a geração do fluxo de caixa. “Já os produtos provenientes do crescimento orgânico, por serem medicamentos desenvolvidos a partir dos últimos estágios dos estudos clínicos, conseguem ser disponibilizados para o mercado mais rapidamente e por um custo menor, promovendo ao mesmo tempo valor agregado à classe médica e acesso aos pacientes”, finaliza Alessandra.
Meda Pharma SAC: (11) 3467 1109 Site: www.medapharma.com.br 2014 Anuário Farmacêutico 43
INDÚSTRIA
Criação de bases para crescimento sustentado
O Grupo Natulab deu um grande passo a fim de conseguir alcançar as metas para 2017, conforme previsto em seu planejamento estratégico
C
om metas ambiciosas de crescimento, o Grupo Natulab se associou ao Fundo Pátria Investimentos, o que resultou num casamento perfeito: ambos têm fortes características de empreendedorismo e um longo histórico de sucesso. O fundo foi escolhido depois que a diretoria estudou profundamente o mercado e optou por se associar a um parceiro que está entrando não apenas com 44 Anuário Farmacêutico 2014
Por Egle Leonardi capital mas também com pessoal qualificado em gestão para garantir o crescimento da empresa. Os diretores continuam em suas funções e foi mantida a política baseada na meritocracia e gestão por resultados. A associação entre o Grupo Natulab e o Fundo Pátria foi um casamento perfeito: ambos têm fortes características de empreendedorismo e um longo histórico de sucesso. A empresa continuará valorizando o trabalho em equipe, buscando cada vez mais a melhoria nos processos de
produção e aperfeiçoando a governança corporativa. Outro compromisso para 2014 é a manutenção da política de valorização e retenção de talentos por meio do financiamento de bolsas de estudos, cursos de capacitação e convênios com universidades e faculdades. O Grupo Natulab desenvolve ainda uma ação de responsabilidade social por meio do programa Jovem Aprendiz, que dá oportunidade de aprendizado e prepara o indivíduo para ser um bom profissional e exercer sua função com competência. Fotos: divulgação
As práticas voltadas para a sustentabilidade também fazem parte da estratégia de crescimento da empresa, assim como o incentivo ao esporte, com o patrocínio de atletas da região e atividades esportivas, além do apoio a atividades culturais. A chegada do Fundo Pátria já está produzindo efeitos, como a entrega do Centro de Distribuição (CD) no novo complexo industrial da empresa, na BA-028, a fábrica fica em Santo Antônio de Jesus. O novo CD tem dez docas para carga e descarga, vagas para 11,5 mil paletes, além de toda a infraestrutura que requer um equipamento desse porte. Graças a todo esse trabalho, a Natulab é atualmente uma das mais promissoras indústrias do setor farmacêutico nacional. Produz medicamentos, fitoterápicos, suplementos alimentares, nutracêuticos, alimentação enteral e alimentos para fins especiais e, em breve, vai lançar uma linha destinada a atletas. Consolidou-se como uma grande companhia, ancorada no capital humano, remuneração por resultados e sólidas parcerias com distribuidores e farmácias, além do respeito aos clientes e consumidores. A empresa deseja continuar garantindo o acesso a Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs) com foco nas classes C e D a um custo reduzido, favorecendo, assim, uma fatia da população desprovida de recursos. O mercado já aprendeu a confiar nos medicamentos e suplementos fabricados pelo Grupo Natulab, que tem um portfólio focado na promoção da saúde e do bem-estar, com várias apresentações voltadas para a prevenção. A empresa entende que a população não quer apenas viver mais, quer também qualidade de vida e consumir produtos seguros e de boa procedência. É esse o propósito maior de cada colaborador do Grupo Natulab:
É propósito de cada colaborador do Grupo Natulab transformar a matéria-prima que chega à empresa em produtos que levam saúde e bem-estar para a população
transformar a matéria-prima que chega à empresa em produtos que levem saúde e bem-estar para a população.
Expansão Continuar crescendo de forma sustentável é um dos maiores desafios do grupo, que, em 2012, cresceu mais de 108% em relação a 2011 e vem aumentando significativamente sua participação no mercado nacional. Entre julho de 2012 e junho de 2013, cresceu 137%, se comparado com o mesmo período do ano anterior. Além disso, garante o emprego de cerca de 900 colaboradores, sendo um dos maiores empregadores privados da região. Todo esse crescimento não seria possível sem o empenho dos representantes da empresa, que trabalham com afinco para cumprir as metas e atingir os resultados esperados. Além disso, os produtos da Natulab também dão grandes resultados, a exemplo do Seakalm, que hoje é líder de mercado na categoria dos calmantes à base de passiflora no Brasil. O investimento em inovação e tecnologia também é uma aposta da empresa, que sempre valorizou essas duas áreas por entender que elas são estratégicas e merecem uma atenção especial.
O Grupo Natulab espera ser, em breve, o maior laboratório fitoterápico do País e uma das dez maiores empresas da indústria farmacêutica do Brasil. Para coroar esse desempenho, a Natulab ficou em 23º lugar entre as empresas que mais crescem no Brasil, num ranking de 250 companhias publicado pela revista Exame PME. Foi a empresa que mais cresceu na Bahia, entre todos os segmentos e a segunda no Brasil dedicada ao consumo. São números incontestáveis e que mostram que a empresa está no caminho certo. A diretoria do grupo Natulab preza por um ambiente de trabalho sadio e alegre, por isso é considerada na região como uma das melhores empresas para se trabalhar. Desde o princípio foi assim: cada colaborador que entra na empresa sabe que vai encontrar uma série de benefícios trabalhistas e educacionais, mas que também tem responsabilidade não só com as metas a serem alcançadas mas com a promoção da saúde e bem-estar da população.
Natulab SAC: (75) 3311 5555 Site: www.natulab.com.br 2014 Anuário Farmacêutico 45
INDÚSTRIA
Takeda é uma das 10 maiores do País
O laboratório consolidou seu posicionamento no mercado nacional e pretende concretizar a visão local da companhia para 2016, que é estar entre as maiores empresas do mercado farmacêutico brasileiro Por Egle Leonardi
A
46 Anuário Farmacêutico 2014
Takeda é uma companhia global orientada para pesquisas com foco no desenvolvimento de produtos farmacêuticos. Na qualidade de maior companhia farmacêutica do Japão, e uma das líderes globais da indústria, a
Takeda tem o compromisso de lutar pela melhoria da saúde das pessoas em todo o mundo por meio da liderança na inovação de medicamentos. As principais áreas terapêuticas incluem cardiologia, endocrinologia, oncologia, gastroenterologia, otorrinolaringologia, pneumologia, imunologia, neuropsiquiatria
e vacinas. Com a integração da Millennium Pharmaceuticals e da Nycomed, a Takeda vem se transformando, aumentando sua expertise terapêutica e alcance geográfico. Com cerca de 2 mil funcionários no Brasil, a Takeda fabrica e comercializa cerca de 40 produtos, distribuídos entre as linhas de Fotos: divulgação
Com cerca de 2 mil funcionários no Brasil, a Takeda fabrica e comercializa cerca de 40 produtos
prescrição médica e uso hospitalar (RX) e Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs). A afiliada no Brasil adquiriu, em julho 2014 Anuário Farmacêutico 47 de 2012, o laboratório nacional Multilab – com portfólio focado em MIPs, genéricos e genéricos de marca – com o objetivo de diversificar a carteira de produtos da companhia e aproximar-se ainda mais da nova classe média, atingindo um novo perfil de consumidor e criando sinergia na distribuição de medicamentos. Dessa forma, consolidou seu posicionamento no mercado nacional como uma das dez maiores farmacêuticas do País, aproximando-se ainda mais de concretizar a visão local da companhia para 2016, que é estar entre as maiores empresas do mercado farmacêutico e ser a primeira entre os mercados emergentes da Takeda, com crescimento sustentável, sendo reconhecida como a melhor empresa para se trabalhar nesse setor. As duas marcas (Takeda e Multilab) serão mantidas e o grupo passa a operar no Brasil com duas fábricas, em Jaguariúna (SP) e em São Jerônimo (RS), além da matriz em São Paulo e da força de vendas espalhada pelo País.
A fábrica de Jaguariúna conta com uma área construída de 36.777 m 2. Inaugurada em fevereiro de 2002, com investimento de US$ 55 milhões, é considerada uma das mais modernas da América Latina e, além de produzir medicamentos da Takeda, ainda terceiriza a produção de outros importantes laboratórios. Em março de 2013, quebrou o recorde histórico de produção, alcançando 77 milhões de unidades. Além disso, em fevereiro do mesmo ano, a fábrica recebeu a certificação ISO 14001. Inaugurada também em 2002, a fábrica de São Jerônimo conta com uma área construída de 18 mil m2. A unidade tem três ilhas de produção (uma exclusiva para antibióticos), um laboratório de Pesquisa & Desenvolvimento e um Centro de Distribuição. Fundada em 1781 e com sede em Osaka, Japão, a Takeda é a maior companhia farmacêutica do país e ocupa a 12ª posição no ranking global das maiores companhias farmacêuticas de pesquisa. Alinhada com a sua missão, de lutar por uma saúde melhor para pacientes de todo o mundo, a Takeda adquiriu, em outubro de 2011, a Nycomed e expandiu seus negócios pelo mun-
A visão local da Takeda para 2016 é estar entre as maiores empresas do mercado farmacêutico e ser a primeira entre os mercados emergentes do, fortalecendo sua presença nos mercados emergentes, em especial Rússia, Brasil e China. Desde então, a empresa está presente em 70 países, aliando inovação e pesquisa para atender às mais complexas necessidades de pacientes do século 21.
Takeda SAC: 0800 771 0345 Site: www.takedabrasil.com.br
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istribuidores de medicamentos e produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPC) revelam inovações e expectativas para o novo ano. Conheça o planejamento e resultado de cada um deles.
As matérias a seguir são publi editorias. 48 Anuário Farmacêutico 2014
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Os diferenciais da Baratela Atingir 100% do mercado capixaba em 2014, com possibilidades de expansão para outros Estados da região Sudeste, é a perspectiva da distribuidora Por Egle Leonardi
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O presidente da empresa, Irineu Baratela, afirma que o foco está na inovação
á mais de 20 anos no mercado farmacêutico, a Distribuidora Baratela atua no Espírito Santo com visão no seu mercado e seus clientes, que são tratados com diferencial, ou seja, como sócios no negócio. É assim que define o presidente da empresa, Irineu Baratela. “Buscamos inovar todos os dias com tratamento atípico, em que nosso representante é para o cliente uma fonte segura de informação. Treinamos mensalmente nossa equipe, fazemos uma avaliação do planejado e do realizado e traçamos o plano de ação para o mês seguinte.” Ele começou seu negócio com apenas dois laboratórios de pequena expressão, numa área com menos de 50 m². Atualmente, são mais de cem fornecedores, com depósito em área de 5,8 mil m² divididos em seis galpões. O presidente relembra que, no início, conquistou cada cliente pessoalmente e tem em sua equipe de vendas pro-
Fotos: divulgação
fissionais que o acompanham desde a inauguração da empresa. “Meu maior orgulho é saber que meus funcionários têm satisfação em trabalhar na Baratela. Isso é um referencial do mercado, cujo turnover é muito grande”, ele ressalta. O foco de atuação da Baratela são medicamentos (referência, genéricos e similares) e perfumaria. Seus principais fornecedores são a Hypermarcas, Sandoz, Neo Química, Nova Química, Multilab, Takeda, Divicom e GSK. Em 2013, a distribuidora teve um crescimento de 20% e tem perspectivas de conquistar 100% do mercado capixaba em 2014, com possibilidades de expansão para outros Estados da região Sudeste. “Somos referência em atendimento e entrega rápida no canal farma. Nosso televendas é símbolo de credibilidade no momento de efetuar as negociações com os clientes”, destaca o gerente comercial, Jadelson Marvilla. Ele conta que premia o canal com viagens para os colaboradores e proprietários de far-
mácias e faz investimentos nos pontos de venda que demonstram fidelidade. Como ferramentas desenvolve promoções com brindes. A Baratela tem um centro de treinamento para os clientes com capacidade para 120 pessoas, intitulado Cezira Furlani Baratela. Além do corpo diretivo e gerencial, a distribuidora conta com 60 funcionários internos, dez no televendas, 25 representantes de medicamentos e dois supervisores.
Baratela em números Representantes de perfumaria (HPC): 20 Itens trabalhados: 6 Indústrias: 180
Baratela SAC: 0800 2839 655 Site: www.baratela.com.br 2014 Anuário Farmacêutico 49
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Andorinha em franco crescimento
A empresa é a maior distribuidora de suplementos alimentares para farmácias e drogarias do Estado de São Paulo Por Egle Leonardi
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Distribuidora Andorinha está entre as cinco maiores no ramo de similares e genéricos do Estado de São Paulo em termos de faturamento. Trabalha com medicamentos, suplementos, correlatos e varejinho, que são o foco da empresa. “Esses produtos representam
50 Anuário Farmacêutico 2014
a maior parcela de atuação no mercado”, fala o diretor comercial da Andorinha, Juliano Sacco. A Andorinha é uma empresa que, ao longo dos seus 40 anos, trabalha exclusivamente na ampliação e modernização de toda a sua infraestrutura, bem como na formação e capacitação de seus profissionais. Sua visão de futuro é ser uma re-
ferência em seu setor de atuação e uma empresa onde as pessoas tenham orgulho de trabalhar. Instalada na cidade de Valinhos (SP) em uma planta com mais de 20 mil m 2 de terreno e cerca de 4 mil m 2 de área construída, opera com o sistema flow rack – um dos mais modernos na área de armazenamento e movimentação de Fotos: divulgação
Instalada em Valinhos, em uma área de 20 mil m2 de terreno e 4 mil m2 de área construída, a Andorinha opera com tecnologias modernas
A Andorinha destaca-se por seus programas de relacionamento e fidelização mercadorias, em ambientes climatizados que seguem os mais rígidos padrões de exigência dos órgãos que regulam o setor. Sempre preocupada com a inovação, emprega tecnologias de última geração em todas as áreas, técnica e administrativa. Possui 120 funcionários efetivos e 60 representantes comerciais. Conta com um excelente suporte de vendas e pós-vendas. Além disso, destaca-se por seus programas de relacionamento e fidelização,
promoções diferenciadas, programas de treinamento e capacitação e por suas campanhas cooperadas, que contribuem para que o cliente possa promover sua própria marca. Sempre preocupada com as tendências de mercado, desde 2012 entrou em operação a Dismais, uma empresa do grupo que opera dentro dos moldes do comércio eletrônico. A empresa trabalha de forma consultiva junto ao canal farma. Seus representantes atuam de maneira a encontrar a melhor solução para os clientes. Além disso, a distribuidora coloca à disposição dos clientes o projeto Caravana do Conhecimento, que leva treinamento e capacitação para dentro do negócio do cliente. “Por meio dos nossos consultores especializados, temos condições de preparar adequadamente a força de venda dos clientes e parceiros”, finaliza Sacco, que destaca: “Em 2013 a Andorinha criou a marca fantasia Andorinha Wellness, que pretende divulgar a empresa como a maior e mais especializada distri-
O atendimento está focado em encontrar a melhor solução para as necessidades dos clientes
buidora de suplementos alimentares e produtos para o bem-estar do Estado de São Paulo.” A empresa desenvolve diversos projetos de marketing ligados aos produtos que comercializa. “Entre os vários mecanismos de divulgação, podem-se destacar a parceria com o Guia da Farmácia para distribuição aos clientes”, ressalta Sacco. Ele cita ainda outras ações que beneficiam seus clientes, como a Expomanagement – feira de negócios associada a seminários em que palestrantes renomados apresentam as novas tendências de mercado. A companhia também apoia o Andorinha Gourmet, um projeto composto de eventos gastronômicos realizados junto com clientes e fornecedores. “Nós desenvolvemos ainda o MBA Andorinha, que é um curso de MBA ( in house ) fornecido aos líderes da empresa com participação de fornecedores e clientes, além da Revista AD – publicação própria produzida a cada quatro meses e distribuída a todos os clientes”, comenta Sacco.
Andorinha SAC: 0800 16 9663 Site: www.andorinhamed.com.br 2014 Anuário Farmacêutico 51
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Mudança e gestão: impulsos para o crescimento
A Dislab entra em 2014 com um depósito novo de 5 mil m² e com capacidade para alocar 9 mil itens – o dobro da capacidade atual Por Egle Leonardi 52 Anuário Farmacêutico 2014
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Dislab é uma das maiores distribuidoras de produtos genéricos, similares, alimentos funcionais e itens para a saúde do Estado de São Paulo. Apesar disso, seu processo de expansão já foi iniciado. “Devido a nossa falta de espaço físico, o que comprometia a logística, optamos, em 2013, por
focar na consolidação da empresa junto à indústria e aos clientes. Alcançamos a nossa meta. O crescimento foi orgânico, ou seja, qualitativo e dentro do esperado”, revela o diretor de marketing e compras, Flavio Andrei. Ele relata que sua maior expectativa para 2014 é a mudança de prédio, no início do ano. Com essa troca, a empresa contará Fotos: divulgação
Participação da Dislab por categoria A E O A
PA
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en ri o imilar utros
Em 2014, a empresa estará em novo prédio, com um depósito duas vezes maior do que o atual
produtos. Os similares promovem rentabilidade, são opções a mais para o ponto de venda e oferecem marcas consagradas. Já os alimentos funcionais tornam-se um diferencial para o varejo farmacêutico”, destaca o diretor. Em sua carteira, a Dislab detém indústrias como a Hypermarcas (Neo Química Smart e genérico), Medley, Sandoz, Germed, Teuto (similar e genérico), Cimed e Multilab, que correspondem a 55% do faturamento.
Canal farma com um depósito de 5 mil m², com capacidade para alocar 9 mil itens – o dobro da capacidade atual. Pretende também introduzir novas linhas de suplemento alimentar, Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs), itens de higiene pessoal, além de aumentar as linhas atuais. Além da mudança, contrataram a consultoria do Instituto de Ensino e Pesquisa em Administração (Inepad), para auxiliar no desenvolvimento de um planejamento estratégico e de gestão, capaz de garantir a continuidade do crescimento da empresa. “Nossa atuação é planejada. Trabalhamos com os genéricos porque participam de um mercado em crescimento, com vasto mix de
A distribuidora mantém contato direto com os clientes por meio dos representantes comerciais e gerentes de negócios, que possuem autonomia para negociações. Disponibiliza ainda os canais de vendas: televendas, pedido eletrônico, portal de vendas e operação logística para a indústria. “Constantemente criamos promoções específicas e diferenciadas para facilitar a visualização de produtos e descontos vantajosos. Mantemos uma participação atuante em feiras e convenções das redes associativistas. Outro fator de destaque são os brindes que enviamos aos clientes. Por meio de promoções Compre e Ganhe, o cliente adquire determinados combos de
produtos e ganha brindes como celulares, videogames, entre outros”, ressalta Andrei. A empresa prima pela transparência, respeito e comprometimento com fornecedores e clientes. Faz pesados investimentos em tecnologia e acredita em treinamento, reconhecimento e meritocracia junto aos colaboradores. “A Dislab tem a satisfação de olhar a sua trajetória. Desde o princípio conseguiu oferecer um trabalho de qualidade e se destaca no setor farmacêutico com inovação e profissionalismo. Em 2014, a empresa completa quatro anos de existência e comemora a consolidação no mercado em novas instalações, o que garantirá crescimento mais agressivo e um destaque ainda maior”, comemora Andrei. A companhia tem 150 colaboradores internos, 13 profissionais de venda externos e 95 representantes comerciais. Está localizada em Ribeirão Preto (SP) e distribui em todo o Estado, atendendo atualmente 8,5 mil empresas do varejo farmacêutico.
Dislab SAC: 0800 941 0567 Site: www.dislab.com.br 2014 Anuário Farmacêutico 53
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MedWay Log movimenta 500 mil unidades Em menos de quatro anos, a distribuidora mostrou forte capacidade de expansão, assumindo a liderança no segmento no interior de Minas Gerais Por Egle Leonardi
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undada em março de 2010, a MedWay Log tem uma proposta de distribuição calcada em forte sensibilidade de leitura do mercado público e hospitalar regional e em valores empresariais muito bem definidos. Atua de maneira proativa, antecipando a resolução de pendências e evitando rupturas. Segundo o sócio-administrador, Nikita Sigiani, a empresa movimenta mensalmente cerca de 500 mil unida54 Anuário Farmacêutico 2014
des de embalagens primárias de medicamentos, em todas as especialidades. Ela trabalha sob supervisão farmacêutica, dispensando todos os cuidados e requisitos descritos no Plano de Boas Práticas de Armazenagem e Distribuição. “Asseguramos aos nossos clientes a entrega dos produtos com o mesmo nível de qualidade com que coletamos os produtos nos fabricantes”, ele fala. A MedWay Log atua em três turnos diários com 100% de atividade logística, compreendendo desde a
recepção do pedido, avaliações farmacêuticas, intercambialidade, orçamentos, separação, double-check, expedição e embarque. A companhia detém contratos de fornecimento com quase 500 prefeituras, universidades, autarquias e fundações em Minas Gerais, além de mais de 300 hospitais e clínicas públicas e privadas. “Nosso core business engloba os mercados de oncologia, hospitalar, vacinas, produtos de alto custo e lançamentos especiais e, principalmente, Fotos: divulgação
as licitações públicas para o fornecimento de medicamentos via farmácia básica, assistência social e demandas especiais. O diferencial competitivo é centrado em equipes multidisciplinares com grande conhecimento técnico e jurídico em legislação, logística operacional e estratégica e assistência farmacêutica, sempre orientadas e pautadas por grande senso de urgência e responsabilidade no atendimento ao cliente”, ressalta Sigiani. A MedWay Log vem sendo reconhecida por sua constante busca de aperfeiçoamento nos processos e atendimento. Essa motivação para o profissionalismo da equipe de trabalho, aliada à fidelidade das estratégias empresariais, vem propiciando uma elevada taxa de crescimento anual, muito acima do mercado farmacêutico. “Partimos de uma base consolidada e arrojamos em fixar e perseguir metas de penetração e crescimento de mercado de dois dígitos”, comemora. A MedWay Log assumiu a liderança na distribuição de medicamentos para o mercado público – prefeituras – e hospitalar no interior do Estado de Minas Gerais. Atualmente detém contratos de fornecimento para quase metade dos municípios mineiros – englobando uma população próxima de 20 milhões de pessoas. Nossos veículos rodam aproximadamente 8 mil quilômetros por dia em estradas do Estado. É a única empresa do segmento que informa todos os dados do IMS Health, exercendo uma relação de transparência e colaboração com os fornecedores e respectivas equipes. Além disso, elabora e transmite relatórios analíticos e gerenciais por praça, produto e classe terapêutica, propiciando ao fornecedor uma visão clara sobre seu desempenho. “O ano de 2013 foi caracterizado por uma forte estratégia de expansão de área. Isso foi realizado com grande responsabilidade logística e operacional, assegurando um nível de serviço de 98%, sem rupturas no atendimento. Também melhoramos nossa performance nas áreas comercial,
A MedWay Log vem sendo reconhecida por sua constante busca de aperfeiçoamento nos processos e atendimento
financeira e jurídica, suportando o crescimento em novos clientes e contratos”, destaca o executivo. As perspectivas para 2014 são de a distribuidora continuar com um alto índice de crescimento, com qualificação de processos comerciais e logísticos e com a diversificação no portfólio de produtos. Mas também há a tendência de expansão dos negócios na prestação de serviços na área farmacêutica, como promoção médica dirigida, positivação de produtos e operações logísticas. A área de estocagem está sendo quintuplicada para a empresa prestar serviços também na estocagem e armazenagem de produtos.
Atuação pública e hospitalar “Buscamos formar gestores de contratos com amplos conhecimentos de legislação, de aspectos regulatórios e comerciais. Mantemos um continuado contato com todas as áreas, desde a farmácia até a parte administrativa,
como compras, licitações, contabilidade, tesouraria e secretarias”, fala o administrador. Ele afirma que seu sistema operacional permite uma constante troca de informações e arquivos de orçamentos que são disponibilizados diariamente. Isso assegura transparência e legalidade ao processo no canal público. “Já no canal hospitalar, nossas ações são permeadas com preços competitivos, atendimento de qualidade e diversificado portfólio. Atuamos também com profissionais capacitados na divulgação e positivação de produtos em hospitais, expandindo as oportunidades muitas vezes não alcançadas pelas equipes da indústria”, finaliza Sigiani.
MedWay Log SAC: (35) 2105 3999 Site: www.medwaylog.com.br 2014 Anuário Farmacêutico 55
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Excelentes expectativas para 2014
Com faturamento crescente, a distribuidora mantém portal com vendas eletrônicas 24 horas Por Egle Leonardi 56 Anuário Farmacêutico 2014
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econhecida pela agilidade, a Suprafarma faz suas entregas na capital do Estado do Rio de Janeiro em até 24 horas e no interior em até 48 horas. Trabalha com mais de
30 indústrias de peso para oferecer ao segmento farmacêutico um vasto mix de medicamentos genéricos e similares, bem como medicamentos de referência e isentos de prescrição médica. Tem foco também em itens correlatos, cosméticos, suplementos naturais e os ligados à área de saúde, Fotos: divulgação
beleza e bem-estar. Seu portfólio é composto por produtos das linhas mais lucrativas do mercado para o varejo farmacêutico. Com faturamento crescente em 2013, sua participação em linhas exclusivas é de 100% e de linhas não exclusivas, de 20% do mercado. Em 2014, a empresa lançará o seu portal com vendas eletrônicas 24 horas, sete dias por semana. Para isso a equipe de vendas recebe treinamentos contínuos. O foco da companhia está na distribuição de produtos no Estado do Rio de Janeiro, mas, desde 2010, a empresa iniciou uma grande expansão em seus negócios, atuando de forma expressiva também em outros Estados. “O ano de 2013 foi de crescimento robusto comparado à economia nacional. Entre nossas inovações estão o estabelecimento de pedido eletrônico 24 horas on-line. Houve também grande crescimento de mercado no setor de suplementos e medicamentos genéricos”, fala o CEO da Suprafarma, Alexandre Gomes Martins. Em termos de perspectiva para 2014, Martins destaca a ampliação em 100% do Centro de Distribuição (CD), a continuidade dos investimentos em tecnologia, o estoque totalmente automatizado e o reforço de parcerias estratégicas. No canal farma, a empresa se orgulha de ter um relacionamento muito consistente, sendo a distribuidora com rejeição praticamente zero no mercado. Seus principais fornecedores são Hypermarcas, Cimed, Multilab, Herdade Martins, Nova Química, ADV, Farmax, Brasterápica, Vitalab,
Em termos de perspectiva para 2014, a Suprafarma destaca a ampliação em 100% do CD, a continuidade dos investimentos em tecnologia, estoque automatizado e reforço de parcerias Natulab, Laboris e demais empresas de grande representatividade. A participação de cada um deles gira em torno de 5% a 15%. “Desenvolvemos ações estratégicas junto aos representantes e aos nossos clientes, sempre privilegiando a produtividade e o profissionalismo, mantendo campanhas com parceiros, trabalhando com promotoras no PDV e com foco no sell-out”, diz o CEO. Ele complementa citando que foram iniciadas transações para o próximo inverno, buscando negociações dos produtos que tenham a venda privilegiada nessa época do ano. “Continuaremos nosso investimento em pessoas em 2014. O aumento de nosso CD também será outro grande desafio. A tecnologia da informação
é outro tema sobre o qual estamos trabalhando”, fala Martins. A distribuidora também tem forte tendência social, desenvolvendo ações de endomarketing, utilizando caixas de papelão 100% recicláveis e participando de projetos sociais em um orfanato de crianças especiais em Nova Iguaçu e no Orfanato Maria Imaculada, em Duque de Caxias.
Empreendedorismo A história da Suprafarma começou em 1990, com o empreendedorismo de Manuel Martins, que tinha meta de construir uma distribuidora na área da saúde para oferecer muitos diferenciais a seus clientes. A empreitada deu certo. Após mais de duas décadas de muito trabalho e compromisso com seus consumidores, conseguiu conquistar um espaço consolidado no mercado, sendo grande referência no Estado do Rio de Janeiro. Atualmente conta com uma área total de 4,6 mil m² de estoque e escritórios. Está localizada no bairro da Penha, na capital carioca, e em Duque de Caxias (município fluminense). Possui 25 funcionários internos e 40 representantes externos que atuam em todo o Estado do Rio de Janeiro, parte de São Paulo e parte do Espírito Santo. Para maior projeção, a companhia está presente nas principais mídias sociais, realizando diversas ações, e mantém constantes promoções sazonais.
Suprafarma SAC: (21) 3865 0071 Site: www.suprafarma.com.br 2014 Anuário Farmacêutico 57
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Dismed prima por excelência Há 23 anos como uma das mais importantes distribuidoras regionais, posiciona-se segundo os valores da qualidade, bom atendimento e aprimoramento contínuo Por Egle Leonardi
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Dismed é uma distribuidora de medicamentos que atua com um mix de produtos composta de 20% de genéricos e 80% de similares. Tem como fornecedores, por exemplo, os principais laboratórios nacionais e multinacionais que fabricam essas classes de produtos. Com 23 anos de história, a Dismed tornou-se uma das mais importantes distribuidoras regionais. Durante todo esse período, a empresa construiu uma trajetória sólida, baseada em valores como qualidade, bom atendimento, aprimoramento contínuo e crescimento dos parceiros e funcionários. A estrutura da companhia reflete sua busca pela excelência: um moderno centro de distribuição, funcionários altamente treinados, 58 Anuário Farmacêutico 2014
call center ativo e receptivo e um eficiente sistema logístico, que garante entregas rápidas e pontuais. “Como resultado desse comprometimento com a qualidade e com a evolução contínua, a Dismed é uma empresa moderna, muito conceituada em seu segmento e que possui, principalmente, clientes plenamente satisfeitos”, orgulha-se o diretor comercial da empresa, Sergio Otaviano. “O ano de 2013 foi de muita concorrência, um período de desenvolvimento de novas linhas, como os suplementos alimentares. Apesar de muita competição, conseguimos superar nossos objetivos. Este ano promete grandes desafios, com a introdução de novas linhas e, por consequente, a expansão da empresa para 5.640 m2”, revela. A distribuidora mantém um importante relacionamento com
o canal farma. Faz visitas diárias aos pontos de venda por meio de seus 70 representantes. Além disso, empenha-se na oferta de venda por pedido eletrônico, site e televendas. Para estreitar ainda mais essa relação, a Dismed participa de feiras no segmento e faz parcerias com associativismo e redes corporativas. Oferece também programa de milhagem chamado Dismed+, em que, em cada compra efetuada, o cliente acumula pontos para resgate de prêmios, entre outras ações. A empresa possui atualmente 230 funcionários atuando nos Estados de São Paulo e Minas Gerais focados no canal farma.
Dismed SAC: 0800 702 0102 Site: www.dismed.com.br Foto: divulgação
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Visão voltada para o futuro
A distribuidora projeta crescimento de cerca de 32% e prevê a construção e inauguração de um novo centro de distribuição Por Egle Leonardi
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ocalizada em Pimenta, no centro-oeste de Minas Gerais, a Distrimed foi fundada há 21 anos por seus atuais diretores. A empresa atua no ramo farmacêutico, distribuindo medicamentos e produtos na área da saúde, as vendas são feitas pelos consultores de vendas e teleoperadoras. A Distrimed iniciou com uma pequena equipe interna e atuava apenas do centro-oeste e sul de Minas Gerais. Atualmente, está situada em uma área de 2,6 mil m 2 e atende todo o Estado de Minas Gerais, em seus 853 municípios. Utiliza as mais modernas técnicas de armazenamento e distribuição e possui 5.711 clientes ativos. “Há um importante relacionamento entre funcionários e diretores da
Fotos: divulgação
empresa. Todos são companheiros de trabalho e possuem o mesmo objetivo de crescimento cada vez maior da empresa. Todos têm a consciência de sua importância para o bom desempenho da equipe”, fala o gerente administrativo, Joaquim Tarciso da Silva. O foco de atuação no mercado é atender prontamente às necessidades dos clientes e indústrias. As principais categorias trabalhadas são os genéricos, similares e Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs). “Trabalhamos atualmente com mais de 130 fornecedores, e a todos é dedicada a importância que o mercado requer”, destaca o gerente. “Sempre atuamos para conseguir atingir o objetivo planejado. Foi em 2013 que conseguimos conquistar todas as metas planejadas. A projeção para 2014 é de crescimento de 32% no ano”, comemora o exe-
cutivo. Ele ressalta que há a previsão de construção e inauguração de um novo centro de distribuição para triplicar toda sua capacidade de armazenamento. Atualmente o quadro é composto de 205 funcionários, contando os 90 consultores de vendas, sete gerentes de vendas, um gerente comercial, um gerente administrativo e 106 funcionários internos. “A Distrimed é atualmente conceituada e respeitada em todo o Estado mineiro, pela seriedade do trabalho que é desenvolvido por toda a equipe que está sempre motivada a fazer com que a empresa atinja suas metas”, finaliza o executivo.
Distrimed SAC: 0800 283 7073 Site: www.distrimed.com.br 2014 Anuário Farmacêutico 59
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A consolidação da Emefarma Rio O crescimento acima da média da empresa está associado à busca constante por melhores condições de negócios para clientes e fornecedores Por Egle Leonardi
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Emefarma Rio é uma empresa atacadista especializada em distribuição de medicamentos e produtos farmacêuticos. Com sede no Rio de Janeiro (RJ), a empresa, idealizada por Eurico Farias de Sousa, em 1988, consolidou-se no mercado de distribuição por estar sempre à frente das mudanças do setor e por investir pesado em tecnologia e recursos humanos. Com 25 anos de atuação, a distribuidora já fez sua quarta ampliação de estoque para atender, com rapidez e segurança, mais de 3 mil clientes ativos em todo o Estado do Rio de Janeiro, que são atendidos por seus 360 funcionários. “Nós, da Emefarma Rio, acreditamos que o crescimento acima da média da empresa está associado à busca constante por melhores condições de negócios para nossos clientes e fornecedores”, fala o diretor da empresa, Jony Sousa. 60 Anuário Farmacêutico 2014
Por ser focada em inovação e atendimento diferenciado, a distribuidora Emefarma Rio vem investindo na capacitação dos colaboradores, melhoria dos processos e investimento tecnológico para melhor atender a todos. Ela atua no mercado de genéricos e similares e seus principais fornecedores são a Hypermarcas, Grupo EMS, Sandoz, Merck e Takeda/Multilab, entre outros. “Com tudo isso, nossas expectativas para 2014 são as melhores. O mercado está crescendo e tem previsão de dobrar até 2018. Os investimentos no nosso Estado estão aumentando e o poder de compra dos consumidores também, o que melhora a venda consequentemente”, comemora o executivo. Ele acrescenta que a companhia está investindo em automação da sua linha de produção para atender, com mais agilidade, a demanda dos quase 3 mil clientes no Estado, sempre com o apoio de seus 56 vendedores e seis supervisores.
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Emefarma SAC: 0800 704 2042 Site: www.emefarmario.com.br Foto: divulgação
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Riosfarma cresce 40% no ano
Depois de sua ampliação, a distribuidora está com uma capacidade maior de quase cinco vezes e é considerada uma das melhores estruturas do Norte e Nordeste
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esde 1997, época de sua fundação, a Riosfarma vem sendo reconhecida no segmento pela qualidade no atendimento ao cliente e pela eficiência e pontualidade na prestação de serviços. A distribuidora atua em todo o Estado do Ceará e se destaca por ter uma das melhores entregas do mercado, com um prazo máximo de 18 horas. “Atualmente trabalhamos com mais de 50 laboratórios e nossa equipe de vendas é toda informatizada, utilizando tablets e, com isso, agilizando ainda mais o envio dos pedidos”, comemora o sócio-diretor da empresa, Ernane Rios. A distribuidora tem como foco de atuação o canal farma e as categorias trabalhadas são os medicamentos similares, os genéricos e os de marcas. Seus principais fornecedores são a Hypermarcas (Neo Química Smart e Genéricos), Foto: divulgação
Por Egle Leonardi
Prati-Donaduzzi, Germed, Geolab, Natulab, Medquimica, Catarinense e mais outros 50 fornecedores de igual importância. “Atualmente temos 65 funcionários e estamos focados na linha de medicamentos, que correspondem a mais de 90% de nosso faturamento”, destaca Rios. Em fevereiro de 2012, deu início à construção da sede própria com área de 3,2 mil m2, aliado a um alto investimento em nosso depósito de armazenagem, com implantação de um software de gestão de deposito (WMS), que proporcionou uma capacidade maior de quase cinco vezes e a posicionou como uma das melhores estruturas do Norte e Nordeste. A distribuidora fechou 2013 com crescimento superior a 40%. Para 2014, o objetivo é continuar focada no canal farma, mantendo sua base de crescimento sempre acima do mercado. “Planejamos a implantação do
nosso portal de compras on-line e a abertura de uma filial no Ceará com um sistema de logística denominado broker, em parceria com o laboratório Prati-Donaduzzi. Seremos, assim, o primeiro distribuidor broker do canal farma no Estado“, celebra o empresário. A Riosfarma vem tendo destaque no canal graças a diversas ações focadas nos clientes. Sendo assim, consegue ter um bom relacionamento com os players do setor. “Anualmente fazemos nossa feira, denominada Top Pharma, em que conseguimos reunir, em um mesmo evento, aqueles clientes que representam 80% do nosso faturamento, além de promover viagens para a feira da Abradilan”, ele finaliza.
Riosfarma SAC: (85) 4005 4888 Site: www.riosfarma.com 2014 Anuário Farmacêutico 61
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mpresas desenvolvem sistemas de gestão para o varejo farmacêutico. O software auxilia no crescimento e otimização de processos. Veja o que há de mais inovador no mercado.
As matérias a seguir são publi editorias. Fotos: Shutterstock/divulgação
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A essência da Tfarma O faturamento da distribuidora aumenta 20% ao ano, e a empresa tem projeções de crescimento ainda maior Por Egle Leonardi
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esde 2006 no mercado, a Tfarma tem estado sempre à frente em termos de inovação e ainda busca se aprimorar mais a cada dia. “A empresa se adaptou às demandas do mercado e, atualmente, está sólida e se prepara para o futuro com a mesma certeza de que nada resiste ao trabalho”, fala o gerente comercial, Ivan Manuel dos Anjos. Ele atribui o sucesso da distribuidora à sua resistência em transpor as principais mudanças que ocorreram no mercado: nota fiscal eletrônica, controle especial dos antibióticos, entre outras. Atualmente a empresa mantém um grande grupo de colaboradores internos e externos atuando em todo o interior de São Paulo, com o destaque para as regiões de Bauru, São José do Rio Preto e Ribeirão Preto. “Trabalhamos com foco em medicamentos, similares e genéricos 62 Anuário Farmacêutico 2014
de todas as classes terapêuticas, que representam a totalidade de nosso negócio, ou seja, são a nossa essência”, revela Anjos. A Tfarma possui atualmente como parceiros e fornecedores as principais indústrias do mercado, além de laboratórios exclusivos, que representam não só grande parte de sua carteira mas também do mercado. A distribuidora está em todo o interior com sua linha geral, atendendo o pequeno, médio e grande varejista. O faturamento da Tfarma cresce 20% ao ano, e a empresa tem projeções de crescimento ainda maior. “O ano de 2013 foi especial. Alinhamos a estratégia, aumentamos a nossa e equipe e fechamos o ano com um faturamento muito acima do esperado. Para 2014 esperamos manter nosso ritmo de crescimento e buscar mercados que ainda não estamos presentes com a força que temos. Nosso Estado representa o pulmão do País e queremos estar cada vez
mais presentes, com uma ação profissional e qualificada”, ele destaca. A empresa está ativa no canal farma com equipe de representantes, pedido eletrônico, site e televendas. Dessa forma abrange toda a necessidade do cliente, em seu dia a dia. Em termos de promoção para o canal, a Tfarma utiliza atividades diferenciadas, produtos exclusivos e mix completo. “Temos ações que nos diferenciam da concorrência e tornam marcante nossa presença no cliente”, fala Anjos. Ele complementa dizendo que a companhia usa os canais digitais para estar próxima dos clientes, e suas ações de marketing (e-mails promocionais, anúncios de lançamentos e campanhas de brindes) reforçam a presença no ponto de venda.
Tfarma SAC: 0800 774 7373 Site: www.tfarma.com.br Foto: divulgação
SOFTWARE HOUSE
Informação centralizada a um click A empresa leva tecnologia e inovação ao varejo farmacêutico Por Egle Leonardi
A
Softpharma completará 20 anos de atuação em 2014. Durante esse tempo especializou-se no desenvolvimento de sistemas de gestão para o varejo farmacêutico. É líder nacional no mix de oferta de soluções para farmácias. Seus produtos e serviços são completos e possuem diferentes versões que atendem de maneira flexível às necessidades de farmácias individuais e redes de pequeno, médio e grande porte. As versões Light, Bronze, Prata e Ouro são planejadas e implementadas de acordo com a necessidade de gestão de cada cliente. A Softpharma também possui uma linha de soluções avançadas para gestão. O BI-Business Intelligence, Escrita Fiscal, Integrador de dados para redes associativas e serviços de assessoria são ofertados para empresas que desejam aprofundar seu nível de gestão. A empresa beneficia o varejo farmacêutico permitindo ao empresário implantar controles que proporcionam 64 Anuário Farmacêutico 2014
segurança na movimentação de produtos e recursos financeiros. Também assegura processos na organização e fechamento das informações de compra e venda de estoque, financeiro e contábil. Pela ótica estratégica, suas soluções auxiliam o farmacista a implementar suas políticas de descontos, mix de produtos e demanda, comissionamento, gestão de metas, fluxo de caixa, curva ABC de produtos e avaliação de indicadores de resultados. Como diferencial, orgulha-se de ser a única empresa nacional do segmento que possui a certificação MPS.Br nível “F” das melhores práticas de software fornecidas pela Softex, título que lhe confere um processo de fabricação mais qualificado e seguro. Outro diferencial é o fato de ser a única empresa do segmento que desenvolveu sua própria escrita fiscal e sistema contábil integrado com o sistema de gestão de lojas. O sistema Softpharma é acessado diariamente por aproximadamente
12 mil usuários, distribuídos nos 26 Estados da federação e Distrito Federal. É reconhecido por ser uma solução completa que atende às necessidades regionais e também às principais integrações nacionais, como SNGPC, Farmácia Popular, Pedidos Eletrônicos, Convênios, TEFs, sistemas de fidelidade, PBMs e IMS Health. Para 2014, a Softpharma inovará ao lançar o Cockpit Web – um sistema que contém um painel de indicadores de gestão. Com ele os clientes poderão saber o desempenho em tempo real, do dia, semana ou mês da sua farmácia diretamente do tablet ou smartphone. A mobilidade garantirá conforto e comodidade aos gestores de farmácias. Mais uma inovação que assegura a liderança nacional na oferta de soluções para o varejo farmacêutico.
Softpharma SAC: 0800 727 0880 Site: www.softpharma.com.br Fotos: divulgação/ana luiza rei de assis
SOFTWARE HOUSE
Trier oferece inovação e excelência em atendimento em 2014 A empresa atua em todo o território nacional e está voltada exclusivamente para o segmento farma Por Egle Leonardi
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Trier atua no mercado de software para farmácias e drogarias e atende mais de 7 mil estabelecimentos no Brasil. A empresa disponibiliza programas para farmácias e drogarias individuais, redes com matriz e filiais, além de soluções para redes associativas, com produtos voltados exclusivamente para esse perfil. A empresa dispõe ainda de itens para gestão de convênios e crediários e é integrada a todos os maiores players de mercado. A Trier atua em todo o território nacional adequando-se às fortes exigências do segmento farma em relação às questões fiscais. “Somos integrados aos programas Farmácia Popular com concentrador próprio e também às novas determinações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em se tratando do Sistema Nacional de Gerenciamento de Foto: divulgação
Produtos Controlados (SNGPC)”, fala o diretor da empresa, Roberto Michels. Ela detém mais de 10% do número de farmácias do Brasil com seus softwares e atua em todos os Estados brasileiros, oferecendo diferenciais, como atendimento de suporte, software desenvolvido em tecnologia Java, portabilidade, mobilidade, informação em tempo real e gestão especializada. Hoje a Trier conta com mais de 110 pessoas somente em sua central de atendimento Trier – CAT. “Temos administrado, nos últimos dois anos, um trabalho sem precedentes no atendimento à forte regulamentação do mercado farma, assim como todas as determinações por parte dos órgãos do governo, principalmente nas áreas fiscais e legislações estaduais. Mesmo assim, a Trier vem inovando seus softwares. Para 2014, devemos trabalhar forte nas inovações voltadas para web, para aplicativos móveis”, revela o diretor.
Benefícios aos players do segmento , players
software ,
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Tfarma
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SAC: Site: 2014 Anuário Farmacêutico 65
SOFTWARE HOUSE
Sistemas para o varejo farmacêutico área de atuação Em todo o Brasil. Principais softwares trabalhados Sistema BIG: permite realizar o controle de vendas,
Hoje em dia é praticamente impossível uma empresa crescer sem um software de gestão.
financeiro e de inventários, além de automatizar as atividades. Big Conecta: administração de convênios e cartão fidelidade do associativismo. Big Indicadores: ferramenta flexível para visualizar e analisar as operações. Pode ser utilizado em dispositivos móveis, além de permitir criar gráficos para definir e acompanhar indicadores. EmpresaNet: website que fornece ferramentas para que o RH das empresas conveniadas possa gerenciar o cadastro e gastos dos funcionários. Principais clientes Redes de associativismo e redes próprias. Inovações para 2014 Módulo para farmácias de manipulação iFarma, acesso a indicadores e relatórios via web. Matriz Bebedouro (SP).
(17) 3344 3717 www.bigsistemas.com.br
Produtora de software de gestão Devido às obrigações fiscais, aliado às exigências que o mercado impõe, investir em software é uma ação imprescindível ao varejo farmacêutico. Através dele é possível obter informações essenciais para maximizar os resultados. (54) 3021 2121 www.conecta.com.br
área de atuação Drogarias, indústrias, atacados, distribuidores, varejo e escolas. Principais softwares trabalhados ERP para indústrias, ERP para atacado, ERP
para escolas, ERP para drogarias e frente de caixa.
Principais clientes Farmácias do Círculo Operário, farmácias do Grupo Fátima
Saúde, farmácias do Grupo Central, Conesul Importadora e Exportadora e Salute Distribuidora de Alimentos. Inovações para 2014 Biometria na venda, venda assistida com tablet, venda com celular emitindo cupom eletrônico. Matriz Caxias do Sul (RS).
Ferramenta que agrega e otimiza resultados O software para o varejo é a ferramenta essencial para o atendimento da legislação e a garantia de controle do negócio.
Área de atuação Tecnologia e desenvolvimento de software. Principais softwares trabalhados Procfit Business Suíte e Procfit for Sales. Principais clientes Ultrafarma, Droga Verde, Farmelhor, Drogaria Estação,
BR Pharma, 4Bio, TEIU, Megamamute e Baker Tilly Auditores.
Inovações para 2014 Monitor Procfit. Um novo service está em desenvolvimento para
0800 772 8559 www.procfit.com.br
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ser contratado sob demanda que irá monitorar o uso do Procfit no atendimento de obrigações legais do cliente, informando ao gestor que a empresa pode estar desrespeitando alguma obrigação acessória, como envio do Sintegra na data certa. Matriz Santos (SP). Fotos: divulgação