Edição 260 - Mudanças na farmácia

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DIREITOS

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ano XXi • nº 260 julho de 2014

ANSEIOS

REVELADOS

Pesquisa inédita do ICTQ mostra oito quesitos elencados pela população como ações que poderiam melhorar a qualidade da saúde no Brasil

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EDITORIAL

Proposta dúbia Em resposta a uma pesquisa do Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico (ICTQ), a população brasileira elegeu oito itens tidos como prioritários para a melhoria da saúde no País. São eles: o aumento da quantidade de hospitais (64%); combate à corrupção (45%); incentivo à formação de médicos no Brasil (41%); redução do custo dos medicamentos (41%); criação de programas de combate às drogas, como crack e cocaína (36%); criação de programas de prevenção de doenças (29%); programas realizados em farmácias, clínicas e hospitais para diminuir os riscos de doenças (25%); e ter farmacêuticos na rede básica de saúde que orientem sobre o uso de medicamentos (17%). Embora as alternativas ligadas à área farmacêutica não tenham sido as mais citadas, tiveram expressiva menção, a redução nos preços dos medicamentos (41%) e a criação de programas realizados em farmácias, clínicas e hospitais para diminuir os riscos de doenças (25%). De acordo com especialistas do setor, os farmacêuticos devem ver o

DIRETORIA Gustavo Godoy, Marcial Guimarães e Vinícius Dall’Ovo EDITORA-CHEFE Lígia Favoretto (ligia@contento.com.br) ASSISTENTE DE REDAÇÃO Flávia Corbó EDITORA DE ARTE Nicole Partos ASSISTENTES DE ARTE Junior B. Santos e Rodolpho A. Lopes DEPARTAMENTO COMERCIAL EXECUTIVAS DE CONTAS Jucélia Rezende (jucelia@contento.com.br) Luciana Bataglia (luciana@contento.com.br) 4

População revela seus anseios em relação à melhoria da saúde no País

Boa leitura. Lígia Favoretto Editora-chefe

ASSISTENTES DO COMERCIAL Juliana Guimarães e Mariana Batista Pereira DEPARTAMENTO DE ASSINATURAS Morgana Rodrigues COORDENADOR DE CIRCULAÇÃO Cláudio Ricieri DEPARTAMENTO FINANCEIRO Fabíola Rocha e Cláudia Simplício ASSESSORIA TÉCNICA E LISTA DE PREÇOS Kátia Garcia e Antônio Gambeta

MARKETING DIGITAL Andrea Guimarães Noemy Rodrigues COLABORADORES DA EDIÇÃO Revisão Maria Elisa Guedes Textos Adriana Bruno, Egle Leonardi, Kathlen Ramos, Marcelo de Valécio, Rodrigo Rodrigues, Tassia Rocha e Vivian Lourenço Colunistas Gustavo Semblano, Marco Antonio Zanini, Sandra Takata, Silvia Osso, Silvio Abrahão Laban Neto, Tatiana Ferrara e Vicente Sevilha

MARKETING E PROJETOS Luciana Bandeira

IMPRESSÃO Abril Gráfica

ANALISTA DE MARKETING Lyvia Peixoto

CAPA Shutterstock

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fato com otimismo, há uma revelação pelo anseio de transformar a farmácia em estabelecimento de saúde. Tanto isso é verdade que o Projeto de Lei que constitui a farmácia definitivamente como estabelecimento de saúde está para ser votado na Câmara. Esse é um assunto de destaque nesta edição, já que a aprovação da subemenda aglutinativa ao substitutivo de Ivan Valente ao PL 4385/1994 (da ex-senadora Marluce Pinto), ao mesmo tempo que valoriza o farmacêutico e define a farmácia como uma unidade de prestação de serviços, destinada a dar assistência farmacêutica e orientação sanitária individual e coletiva é cheia de imprecisões que podem restringir a atividade do varejo farmacêutico brasileiro e inviabilizar o atual modelo de farmácias e drogarias existentes no País. Acompanhe na íntegra as diversas opiniões divididas sobre o assunto.

> www.guiadafarmacia.com.br Guia da Farmácia é uma publicação mensal da Contento. Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010. Tel.: (11) 5082 2200. E-mail: contento@contento.com.br Os artigos publicados e assinados não refletem necessariamente a opinião da editora. O conteúdo dos anúncios é de responsabilidade única e exclusiva das empresas anunciantes.

FOTO: SHUTTERSTOCK

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SUMÁRIO #260 JULHO 2014 E MAIS

118 36 > ATUALIDADE Uma proposta polêmica que modifica normas de funcionamento das farmácias do País levanta opiniões divergentes entre varejo e Congresso Nacional

CAPA

44 > PESQUISA Brasileiros acreditam que ações realizadas em farmácias, clínicas e hospitais podem diminuir os riscos de doenças

8 12 18 24 42 60 66 70 80 98 104 110 124 132

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ESPECIAL SAÚDE 136 144 150 158

> > > >

DOR GARGANTA E OUVIDO CONSTIPAÇÃO VIROSES E VERMINOSES

166 172 178 182

> > > >

CATEGORIA PELE TENDÊNCIA SEMPRE EM DIA

COLUNAS 34 >

54 > EXPANSÃO Passado um ano e meio desde a chegada da CVS Caremark ao Brasil, a gigante americana agita o mercado nacional ao fazer proposta para comprar o grupo DPSP

GUIA ON-LINE ENTREVISTA ANTENA LIGADA ATUALIZANDO GUIA DA FARMÁCIA RESPONDE TECNOLOGIA DIGITAL RASTREABILIDADE PRODUÇÃO FORMAÇÃO ECONOMIA FINANCIAMENTO INVESTIMENTO MERCADO

52 > 58 > 78 >

90 > CENÁRIO

88 >

Especialistas indicam o caminho para corrigir pequenos erros que impedem que o varejo brasileiro atinja o ápice de desenvolvimento

96 > 102 >

CORPORATIVO Vicente Sevilha CONSULTOR JURÍDICO Gustavo Semblano INTERNACIONAL Tatiana Ferrara COMPETITIVIDADE Silvio Abrahão Laban Neto PANORAMA Marco Antonio Zanini COMUNICAÇÃO Sandra Takata VAREJO Silvia Osso

118 > NEGÓCIOS Contar com o respaldo de uma rede de franquias na abertura de uma farmácia pode fazer a diferença no sucesso do empreendimento

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ERRATA Diferente do que foi publicado na edição anterior, o nome correto do autor da coluna ‘Corporativo’ é Vicente Sevilha.

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INFORMAÇÕES COMPARTILHADAS A influência das redes sociais no varejo cresce a cada dia. Confira.

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O QUE ROLA NAS REDES SOCIAIS

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PROJETO DE LEI QUE LIMITA FARMÁCIAS SERÁ VOTADO HOJE ANVISA SUSPENDE DUAS EMPRESAS DISTRIBUIDORAS DE MEDICAMENTOS

OPOSIÇÃO OBSTRUI VOTAÇÃO E IMPEDE APROVAÇÃO DO ‘‘FARMÁCIA ESTABELECIMENTO DE SAÚDE’’

DROGARIA SÃO PAULO CHEGA A PERNAMBUCO E AUMENTA CONCORRÊNCIA ONU LANÇA CAMPANHA CONTRA AIDS PARA A COPA DO MUNDO EM SALVADOR

SUA OPINIÃO É MUITO IMPORTANTE PARA NÓS Para fazer elogios, críticas ou dar sugestões ao Guia da Farmácia, escreva para a redação: Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010 ou ligia@contento.com.br. Queremos saber o que você pensa!

LEGISLAÇÃO ERRÔNEA

O sentido da vida é a evolução, mas nosso País, cada dia regride, é por isso que estamos vivendo um verdadeiro caos, pense nisso BRASIL! Eronildo Melo, em resposta à nota Projeto de lei que limita farmácias será votado hoje, publicada no dia 10/06, no Facebook do Guia da Farmácia

OPINIÃO REGISTRADA

Palhaçada! Existe muita gente a favor deste absurdo, mas quando precisa, vai à farmácia comprar desodorante, sorvetes, absorventes, lâmina de barbear, chips, fraldas, recargas de celular... Pura hipocrisia!!! David Belchior, em resposta à nota Projeto de lei que limita farmácias será votado hoje, publicada no dia 10/06, no Facebook do Guia da Farmácia

GOVERNO INJUSTO

Esses políticos não votam em nada que não seja de seu interesse. Yasmin Machado, em resposta à nota Oposição obstrui votações e impede aprovação do “Farmácia Estabelecimento de Saúde”, publicada no dia 11/06, no Facebook do Guia da Farmácia

PERGUNTE E NÓS RESPONDEREMOS! Se você tem dúvidas ou qualquer tipo de curiosidade sobre o mercado, empresas ou sobre suas atribuições, escreva para nós! Nossos colunistas estão de plantão para atendê-lo na seção Guia da Farmácia Responde. Veja mais na pág. 42.

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ENTREVISTA - GRUPO CIMED

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Nichos

explorados GRUPO CIMED SE ESTRUTURA COM A FORMAÇÃO DE EMPRESAS QUE PROSPERAM DE FORMA INDEPENDENTE EM DIVERSOS SEGMENTOS, MAS O CORE BUSINESS CONTINUA SENDO MEDICAMENTOS

C

POR LÍGIA FAVORETTO

Com a meta de fechar 2014 com R$ 700 milhões em faturamento e R$ 1 bilhão em 2015, o Grupo Cimed cresce cerca de 35% ao ano, resultado dos altos investimentos realizados durante toda a sua história. A empresa colocou em prática vários projetos inovadores. Lançou novas divisões de negócios, ampliou portfólio de produtos e se consagra como um conglomerado de dez empresas que atuam em segmentos distintos. São elas: Cimed Farmacêutica, Neckerman Indústria Farmacêutica, Tec Color, Comece pela Cor, Predileta, Instituto Claudia Marques de Pesquisa e Desenvolvimento (ICM P&D), Nutracom, Voxx Racing Team, One Farma, Indústria de Embalagens Claudia Marques (IECM) e Associação Educacional Claudia Marques

(AECM), que continua crescendo e fazendo aquisições para evoluir cada vez mais. A expectativa é de que fechem 2014 com 200 lançamentos. O presidente do Grupo, João Adibe Marques, concedeu uma entrevista exclusiva ao Guia da Farmácia e fala sobre a ousada estratégia de estar presente em todas as frentes de mercado. Ele revela ainda que por ser uma empresa genuinamente brasileira, o Grupo Cimed conhece perfeitamente o País e que a meta é conquistar cada vez mais espaços e regiões. O executivo tem 42 anos de idade e atua no setor desde os 15 anos, quando começou a trabalhar com o pai, nas horas vagas. A energia que move a vida dele é a mistura de três ingredientes: paixão pelo trabalho, apreço pelos esportes e o compromisso permanente com os resultados, não importa a atividade em que esteja envolvido. 2014 JULHO GUIA DA FARMÁCIA

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ENTREVISTA - GRUPO CIMED

Guia da Farmácia • A Cimed se transformou em um Grupo, com 10 marcas. Por que isso aconteceu? Esse posicionamento foi algo planejado ou aconteceu devido às novas oportunidades de mercado? João Adibe Marques • Eu digo que foi um crescimento planejado de acordo com as oportunidades de mercado. Sempre estamos atentos à necessidade de melhor atender nossos clientes. Com isso, criamos nossa própria rede de distribuidoras, hoje com 23 CDs, fato que nos possibilita atender diretamente a mais de 40 mil farmácias ao mês. A expansão do mix de produtos oferecidos nesses pontos de venda, devido à procura do consumidor por cosméticos, dermocosméticos e suplementos alimentares nos fez entrar também nesses mercados. A gráfica, por exemplo, veio com o objetivo de otimizar custos e ganhar em qualidade e escala. Para termos tudo isso, o Instituto Claudia Marques de Pesquisa e Desenvolvimento (ICM P&D) foi fundamental, pois é um centro avançado de referência na realização de estudos clínicos, de equivalência farmacêutica, biodisponibilidade relativa e bioequivalência. Além de testes para os nossos produtos, a entidade terceiriza as pesquisas para outras empresas do segmento. Temos ainda a Associação Educacional Claudia Marques, dentro da fábrica, que atende cerca de cem crianças, de 3 meses até 5 anos, em período integral. Guia • As marcas caminham de forma independente, como se fossem empresas individuais? Marques • Sim, tratamos todas como empresas independentes, mas nunca esquecendo que o fundamental é o crescimento do Grupo como um todo. Por isso estamos sempre conectados, trocando informações e trabalhando juntos. Guia • O mercado de medicamentos continua sendo atrativo ou as segmentações de higiene 14

pessoal, beleza e nutrição estão tendo resultados mais satisfatórios? Marques • Não podemos reclamar do mercado de medicamentos, pois é o nosso core business e representa 80% do nosso faturamento, mas a entrada nos outros canais, há 3 anos, nos faz crescer mais que o dobro do mercado farmacêutico nacional. Guia • A grande parte dos negócios da Cimed se dá no varejo farmacêutico. Qual o tipo de relacionamento que a empresa tem com este canal? Marques • Posso afirmar que, hoje, a Cimed é a empresa que está mais presente, diretamente, no ponto de venda. Oferecemos uma gama enorme de itens, produtos de qualidade e uma margem de lucro atrativa para o canal, e com preços acessíveis para o consumidor.

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Estamos presentes nas grandes redes, mas principalmente nas farmácias independentes, em toda extensão do território nacional. Guia • se or a redi a que a i d s ria ar au i a ode a uar o o u a e e que a a i a o are o o que di res ei o ao e or a e die o e o seque e e e au e o de e das Marques • Acredito sim. Nos últimos meses, investimos em treinamentos sobre suplementação e marcas próprias no canal farma, assuntos que demandam informações mais específicas para melhorar a venda desses itens. Além disso, os treinamentos de coloração e beleza, nas lojas especializadas em cosméticos, também são frequentes. Guia • or raba ar o e da dire a a i ed o se ue u a a ro i a ão aior o o are o uais os be e ios e os ri i ais desa os dessa or a de a ua ão Marques • Os benefícios são ter uma força de vendas que entende o que os clientes querem e estão intimamente ligados com os valores da companhia, colaboradores capacitados que entendem do nosso negócio. O desafio é administrar outra empresa, dentro do mesmo grupo, pois a parte de logística própria e armazenagem é complexa e de extrema importância. Guia • A ar a e ar a e a ao er ado o a ro os a de e da e usi a aos dis ribuidores sso os a er que a i ed dese a es ar rese e e odas as re es o odos os i os de rodu o isso Marques • Sim. Estudando o mercado, observamos que havia uma lacuna em itens de larga escala, em vários segmentos, e criamos a nova marca que vem com característica de empresa low coast, uma inovação na indústria farmacêutica. Essa marca ainda vai dar muito o que falar. Guia • uais as o idades que o er ado ode es erar ai da ara Marques • Está chegando agora em julho a 4 Fuel, marca de suplementos alimentares para esportistas, que

‘‘UMA EMPRESA INOVADORA NÃO PODE FICAR A MERCÊ DE PATENTES PARA CAIR. CONSTANTEMENTE, VAMOS EM BUSCA DE NOVOS ITENS NO MERCADO INTERNACIONAL, PARA AUMENTAR NOSSO MIX DE PRODUTOS’’ terá venda exclusiva nas lojas especializadas (body shops). Teremos novidades na linha de polivitamínicos, de dermocosméticos e a primeira linha de cosméticos infantis produzida por uma indústria farmacêutica nacional, a Babymed. Guia • o o ser u a e resa i o adora dia e de u er ado es a ado e re a ão a esquisa e dese o i e o de o os r a os e o ou as a e es ara air Marques • Uma empresa inovadora não pode ficar a mercê de patentes para cair. Constantemente, vamos em busca de novos itens no mercado internacional, para aumentar nosso mix de produtos, hoje temos mais de 800 itens. Para inovarmos sempre, ampliamos e modernizamos nossas fábricas, apostamos em novas embalagens e em profissionais qualificados. Guia • A i ed u a e resa e ui a e e brasi eira sso a i i a os e ios Marques • Facilita muito. Todos os profissionais que trabalham na Cimed sabem que, por sermos uma empresa nacional, precisamos ganhar em agilidade nas ideias, nos processos de tomada de decisão e isso é uma das nossas vantagens competitivas. Conseguimos lançar um produto totalmente novo, como o Shampoo Bomb, em 3 meses. E mais de 150 itens em um ano. Por sermos brasileiros, entendemos nossos consumidores e nosso mercado. 2014 JULHO GUIA DA FARMÁCIA

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ANTENA LIGADA

CUSTOS COM MEDICAMENTOS O BRASILEIRO VEM SOFRENDO O IMPACTO REFERENTE AOS ÚLTIMOS AJUSTES DE PREÇOS. O VALOR DESTINADO AOS PRODUTOS DE SAÚDE PESA NO BOLSO DO CONSUMIDOR QUE ACABA OPTANDO, EM GRANDE PARTE, PELOS GENÉRICOS VALORES ALTOS

Os reajustes nos preços dos medicamentos e nas tarifas de energia elétrica residencial foram o principal impulso para a inflação percebida pelas famílias de baixa renda em abril deste ano. Os medicamentos subiram 2,45%, enquanto a tarifa de eletricidade avançou 2,41%. Com isso, o Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1) saiu de 0,85% em março para aumentar 1,05% em abril. Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), os grupos que mais pressionaram o indicador foram Saúde e Cuidados Pessoais (0,29% para 1,68%) e Habitação (0,54% para 0,73%), impactados pelos dois itens de destaque na inflação de abril. Também aceleraram Transportes (0,28% para 0,68%) e Vestuário (0,33% para 0,71%). •  http://portal.fgv.br 18

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REAJUSTE ANUAL

Não bastasse os gastos com água, luz, telefone e alimentação, os aposentados brasileiros veem seus benefícios serem engolidos com as despesas médicas. Há um mês, os beneficiários já sentiram o bolso ficar mais vazio por conta dos medicamentos, ajustados em 3,35%, em média, pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), neste ano. •  http://portal.anvisa.gov.br FOTOS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO

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ACORDO MILIONÁRIO

A Pfizer aceitou pagar 325 milhões de dólares em acordo envolvendo o Neurotin®. O acordo põe fim a uma ação civil de dez anos sobre a venda do medicamento pela Pfizer e pela sua unidade Warner-Lambert. O acordo preliminar foi divulgado no Tribunal Distrital dos Estados Unidos, em Boston. Em comunicado, a Pfizer disse que não admitia erro de conduta como parte do acordo. Em 21 de abril, a Pfizer concordou pagar 190 milhões de dólares para resolver um litígio em separado num tribunal federal de Nova Jersey, no qual compradores do Neurontin® acusaram a empresa de tomar medidas para manter as versões genéricas mais baratas do fármaco fora do mercado. •  www.pfizer.com.br

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ANTENA LIGADA

SUSPENSÃO E DISTRIBUIÇÃO

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou, no dia 2 de junho, a suspensão da distribuição, comercialização e uso de todos os medicamentos comercializados pelas empresas J C Bressaglia Distribuidora ME e Medlecy Distribuidora Ltda. As empresas citadas não possuem Autorização de Funcionamento (AFE), não apresentam licença sanitária e já foram interditadas pela vigilância sanitária local. Apesar de declararem um endereço, elas não possuem um estabelecimento físico. •  http://portal.anvisa.gov.br

CRESCIMENTO NO SETOR

A Torrent do Brasil, laboratório farmacêutico, registrou crescimento de 22% nas vendas nos quatro primeiros meses do ano em relação a igual período de 2013. Se esse ritmo continuar, a empresa fechará 2014 com resultado 20% acima do anterior, quando obteve um faturamento de 295 milhões de reais, 18% a mais do que em 2012. Multinacional de origem indiana, a Torrent está no Brasil desde 2002, fornecendo medicamentos similares e de acordo com o diretor-presidente, Luis Tadeu Strongolli, o bom desempenho do quadrimestre pode ser atribuído em especial à entrada da Torrent no segmento de genéricos, ano passado, contribuindo com cerca de 5% do crescimento. Outro fator positivo foi o sucesso do lançamento do Neblock, medicamento anti-hipertensivo de última geração. Resultado de um investimento de 10 milhões de dólares, o nebivolol da Torrent foi desenvolvido na Índia e será o primeiro similar em um mercado que movimenta pelo menos U$ 20 milhões ao ano. Com o Neblock, a Torrent espera conquistar 20% desse total, contando para isso com sua política de preços, que o torna pelo menos 50% mais barato que a marca de referência. •  www.torrent.com.br 20

4º ENCONTRO DA FARMÁCIA ATUAL

Gestão de categoria e relacionamento com fornecedores foi o tema do 4º encontro dos grupos de Farmácia Atual, realizado nos dias 16, 17 e 18 de maio, no Hotel Fazenda Canto da Siriema, em Jaboticatubas (MG). O público-alvo foi formado por empresários do varejo farmacêutico de várias cidades de Minas Gerais. Além da novidade da Rodada de Negócios do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), mais de 10 palestras foram ministradas durante o evento. O presidente do Sincofarma Minas e do Sistema Fecomércio MG, Sesc, Senac, Sindicatos e do Sebrae Minas, Lázaro Luiz Gonzaga, fez a abertura do evento e ressaltou a importância do Farmácia Atual para a capacitação dos empresários e a valorização das pequenas empresas. O vice-presidente do Sincofarma Minas, Gilvânio Eustáquio Rodrigues, frisou que o evento está cada vez melhor. “Este ano tivemos palestras com grandes especialistas e a rodada de negócios.” O Farmácia Atual já esteve em 70 cidades, 290 drogarias participaram do projeto, resultando em 700 pontos de vendas atendidos. Durante o evento, estandes de fornecedores e do Sistema Fecomércio MG, Sesc, Senac contaram com representantes para apresentação dos serviços oferecidos por cada entidade. •  www.fecomerciomg.org.br

NOVAS OFERTAS

A Abbott Laboratories, a maior fabricante de stents cardíacos e bebidas nutricionais para adultos, entrou em uma onda de ofertas que está movimentando a indústria de saúde com um acordo para adquirir a CFR Pharmaceuticals do Chile por US$ 2,9 bilhões. A Abbott vai adquirir a matriz que indiretamente possui 73% da CFR e realizará uma oferta à vista para as ações restantes, disse a empresa com sede em Abbott Park, Illinois, em um comunicado. A Abbott também assumirá uma dívida líquida de aproximadamente US$ 430 milhões e não disse quanto pagará por ação. •  www.abbott.com

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SETOR FARMACÊUTICO

Em maio de 2014, chamaram a atenção do mercado, os diversos movimentos bilionários entre companhias gigantes do setor farmacêutico. As ofensivas da Pfizer sobre a AstraZeneca, a oferta da Valeant pela Allergan, as trocas de ativos entre Novartis, GlaxoSmithKline e Eli Lilly, além da recente compra pela Bayer da área de produtos de consumo da Merck. Apesar do agito, a indústria não aponta para uma maior concentração do mercado, com crescentes fatias sendo abocanhadas por um menor número de empresas: as gigantes envolvidas nestas operações. Na verdade, o movimento é contrário. •  www.astrazeneca.com.br •  www.allergan.com.br •  www.lilly.com.br

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ANTENA LIGADA

INADIMPLÊNCIA DO CONSUMIDOR

Em maio de 2014, o número de pessoas devedoras registradas no banco de dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) apresentou aceleração recorde e cresceu 9,56%, em relação a maio de 2013. Esta é a maior variação anual já registrada desde o início da série histórica. A partir desse dado, o SPC Brasil estima que um total de 55,04 milhões de CPFs de adultos vivos estavam registrados em serviços de proteção ao crédito no País até o fim de maio. •  www.cndl.org.br

NÃO MEDICAMENTOS

GASTOS EXORBITANTES

Os gastos com medicamentos na América Latina deverão somar US$ 80 bilhões ao fim deste ano. A projeção é da consultoria especializada IMS Health e significa um avanço importante frente aos US$ 67 bilhões registrados nos doze meses até fevereiro. “Os países emergentes continuam guiando o crescimento do setor. O avanço vem dos genéricos e das companhias locais, e a expansão do acesso das populações aos medicamentos tem sido a base deste crescimento”, afirmou o diretor executivo do IMS Health, em evento em São Paulo, Murray Aitken. •  www.imshealth.com

As Farmácias Pague Menos anunciaram o balanço financeiro e patrimonial do primeiro trimestre de 2014 e um dos maiores destaques é a crescente participação dos não medicamentos no montante total comercializado na rede. De 26,7% no primeiro trimestre de 2013, o número aumentou para 29,8% entre janeiro e março de 2014, com movimento superior a R$ 295 milhões. A rede obteve no período a receita bruta de R$ 991 milhões, significando um crescimento de 18,4% frente aos R$ 837 milhões contabilizados nos três primeiros meses do ano passado. •  www.paguemenos.com.br

FARMÁCIAS BRASILEIRAS

As vendas das redes de farmácia brasileiras cresceram 14,74% entre janeiro e abril de 2014 na comparação com o mesmo período do ano anterior. No acumulado dos primeiros quatro meses do ano, o faturamento do varejo farmacêutico alcançou R$ 10 bilhões. O maior crescimento se deu nas vendas de itens da categoria não medicamentos, que inclui itens de higiene e beleza. No período, esses produtos responderam por uma receita de R$ 3,3 bilhões, aumento de 18,27% na comparação com os mesmos meses de 2013. Segundo a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), as redes associadas cresceram em número de lojas, encerrando março com 5.188 estabelecimentos abertos, aumento de 7,94% na comparação com 2013. •  www.abrafarma.com.br 22

NOTA FISCAL

O governo federal decidiu adiar a aplicação de multa aos comerciantes varejistas que não puderem cumprir com a determinação de discriminar o valor dos impostos na nota fiscal das vendas ao consumidor. A informação consta da Medida Provisória (MP) 649, publicada na edição de 6 de junho de 2014 do Diário Oficial da União. De acordo com a MP – que já tem força de lei, mas ainda precisa passar pelo crivo do Congresso Nacional –, a fiscalização, no que se refere à informação relativa à carga tributária na nota fiscal, será exclusivamente orientadora até 31 de dezembro de 2014. •  www.brasil.gov.br

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ATUALIZANDO

EMAGRECER COM SAÚDE PENSANDO NA QUALIDADE DE VIDA DOS BRASILEIROS, A INDÚSTRIA FARMACÊUTICA VEM APRESENTANDO PROPOSTAS QUE AUXILIAM NO GERENCIAMENTO E REEDUCAÇÃO ALIMENTAR. O USO DE PRODUTOS NO CONTROLE DE PESO É CADA VEZ MAIS COMUM ENTRE OS CONSUMIDORES

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SORINE ACHÉ

FONT D EM CÁPSULA GELATINOSA UNIÃO QUÍMICA

Font D acaba de lançar nova apresentação com 60 minicápsulas gelatinosas de fácil deglutição e agrega valor às apresentações já existentes no portfólio (gotas, frasco com 10 ml e 20 ml). Além do diferencial das minicápsulas, Font D ainda possui como veículo o óleo de amendoim, semente que possui nutrientes importantes para o equilíbrio do organismo. A vitamina D auxilia na prevenção da perda óssea (osteosporose), protege o corpo contra a fraqueza muscular e promove maior absorção de cálcio no sangue. Cada cápsula contém 200 UI de vitamina D3 (colecalciferol). Não contém glúten. MS Produto isento de registro, conforme RDC 27/10 www.uniaoquimica.com.br

VITALIDADE

PHOSTHER ALGAMAR PHOS

A Phosther Algamar, pioneira na fabricação de produtos de origem vegetal marinha, lança a nova identidade visual do Vitalidade Suplemento de Minerais®, produto totalmente natural, sem aditivos químicos e de alta biodisponibilidade. Com mais de 50 minerais, o Vitalidade contribui para a manutenção de uma boa suplementação de minerais. Em sua composição, destacam-se: cálcio, magnésio, ferro, cromo e molibdênio. MS Produto isento de registro, conforme a RDC 259/02 http://vitalidadesempre.com.br/vitalidade

O Sorine é uma marca tradicional no Brasil, reconhecida pelos consumidores e médicos do País e cujo amplo portfólio atende às diversas necessidades de cada membro da família quando o assunto é limpeza nasal. E para deixar a lista ainda mais completa, o Aché lança Sorine SSC Jato Contínuo, prática versão que tem como destaque o jato suave e contínuo, podendo ser aplicado em qualquer posição (360º), com a alta eficácia e custo acessível. MS 1.0573.0362 www.ache.com.br

CLORIDRATO DE MEMANTINA INA TEUTO

O Laboratório Teuto disponibiliza ao mercado o seu mais novo genérico para o tratamento da Doença de Alzheimer, moderada a grave. Trata-se do medicamento cloridrato de memantina, um antagonista não competitivo dos canais iônicos associados ao receptor NMDA. Cloridrato de memantina genérico do Laboratório Teuto está disponível em caixas com 30 e 60 comprimidos de 10 mg. O comprimido pode ser partido e a dose inicial recomendada é de 5 mg/dia, não podendo exceder a dose de manutenção de 20 mg diárias. MS 1.0370.0595.012-5 (com 30 comprimidos) MS 1.0370.0595.014-1 (com 60 comprimidos) www.teuto.com.br 2014 JULHO GUIA DA FARMÁCIA

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ATUALIZANDO

TENOXICAM

ACNUSS PLUS GEL SERUM

MEDQUÍMICA

GERMED PHARMA

A acne, causadora de baixa estima especialmente entre os adolescentes, atinge 80% de homens e mulheres entre os 13 e 18 anos. Desses, 50% a apresentam em grau leve, 40%, moderado e 10%, a forma mais grave. Assim, o Acnuss Plus Gel Serum foi desenvolvido especialmente pela Germed Pharma. Com tecnologia inovadora, Acnuss Plus propicia rápida absorção e reúne em sua formulação ativos naturais que não afetam a flora normal da pele. Trata-se da evolução no tratamento de acne grau 1 e grau 2, um coadjuvante na acne de grau 3 e potente controlador e redutor de oleosidade da pele. MS Produto isento de registro, conforme RDC 27/10 www.germedpharma.com.br

A Medquímica apresenta o lançamento Tenoxicam, anti-inflamatório não esteroide, que tem como referência o Tilatil®. O medicamento é recomendado para tratamentos de inflamações degenerativas e dolorosas do sistema musculoesquelético, como artrite reumatoide, osteoartrite, osteoartrose, espondilite anquilosante, gota, dor pós-operatória, tendinites e bursites. Tenoxicam é encontrado na apresentação de 20 mg em caixa com 10 comprimidos revestidos e é mais um lançamento da linha de genéricos da Medquímica. MS 1.0917.0094.001-3 www.medquimica.ind.br

BESILATO DE ANLODIPINO GEOLAB

CARDOMARIN (SILYBUM MARIANUM L.) NATULAB LABORATÓRIO

A Natulab Laboratório está lançando o Cardomarin® (Silybum marianum L.), um medicamento fitoterápico indicado em casos de distúrbios digestivos e problemas de fígado. O produto está disponível em cartucho contendo frasco âmbar com 100 ml, 120 ml e 150 ml de suspensão oral, com copo dosador. MS 138410061 www.natulab.com.br 28

O anti-hipertensivo besilato de anlodipino, nas concentrações 5 mg e 10 mg, que fez o coração da linha Genéricos Geolab bater ainda mais forte, é indicado como medicamento de primeira escolha no tratamento da hipertensão e angina de peito devido à isquemia miocárdica. Contraindicações: Hipersensibilidade às diidropiridinas, ao anlodipino ou a qualquer componente da fórmula. Não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista. Não utilizar durante a amamentação sem orientação médica. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. MS 1.5423.0207 www.geolab.com.br

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ATUALIZANDO

PICOLINATO DE CROMO NEBILET® BIOLAB

Reconhecido medicamento para tratamento da hipertensão, o Nebilet® – betabloqueador e vasodilatador – agora apresenta uma nova versão econômica: embalagem com 56 comprimidos de 5 mg, o equivalente a oito semanas de tratamento. Atualmente, o produto está disponível em embalagem com 28 comprimidos, na mesma dosagem, o que corresponde ao tratamento de quatro semanas. Isso representa, a cada oito semanas, uma redução de custos em torno de 30% para o paciente, considerando que se trata de um medicamento de uso diário e contínuo. MS 1.0974.0211 www.biolabfarma.com.br

VITERC + ZINCO

NATULAB LABORATÓRIO

A família de produtos ViterC ganhou um novo integrante, o Viter C + Zinco. O medicamento é indicado como suplemento vitamínico e mineral, auxiliando o sistema imunológico, pós-cirúrgico, cicatrizante e antioxidante. Ele também funciona no período de recuperação após intervenção cirúrgica e dietas restritivas e inadequadas. Além disso, os componentes ativos desse medicamento combatem os radicais livres, favorecendo a defesa do organismo contra diversas doenças. A linha já contava com ViterC comprimidos, efervescentes e gotas. MS 13841.0060 www.natulab.com.br

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ORANGE HEALTH

A vontade de comer doces e alimentos ricos em carboidratos pode ser controlada. Para atender o público que busca qualidade de vida e necessita de uma alimentação mais controlada, a Orange Health lança cápsulas de Picolinato de Cromo, que prometem auxiliar no emagrecimento. O suplemento auxilia na reposição do cromo, mineral responsável pelo controle da insulina. MS produto isento de registro, conforme RDC 27/10 www.orangehealth.com.br

PROSURE® ABBOTT

Para promover a melhora da qualidade de vida de pacientes oncológicos e, consequentemente, uma resposta mais eficaz ao tratamento, a Abbott apresenta ao mercado as versões de Prosure® enriquecidas com Ômega 3: a RTH, para a nutrição enteral (sonda), e a RPB, em garrafinha de 220 ml, com tampa dosadora – o que assegura mais conforto ao paciente que pode armazená-la na geladeira caso não consuma todo o conteúdo de uma só vez. O Ômega 3 é um ácido graxo que combate as alterações metabólicas relacionadas ao emagrecimento induzido pelo tumor. Seu uso em pacientes com câncer reduz o processo inflamatório da doença e auxilia na redução de consequências, como falta de apetite e degradação da massa muscular. MS 4.7432.0304 www.abbott.com

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MIRACÁLCIO VIT D GEOLAB

Depois de avaliar o mercado de repositores de cálcio, a Geolab optou em descontinuar a apresentação anterior do produto com 500 mg de cálcio + 200 UI de vitamina D, onde existem muitos produtos com registro de alimento, para entrar com duas novas associações do medicamento com mais vitamina D, que promove e facilita a absorção do cálcio pelo organismo. Indicado na prevenção e tratamento da osteoporose, o Miracálcio está disponível com 500 mg ou 600 mg de cálcio, ambos com 400 UI de vitamina D na composição. MS 1.5423.0154 www.geolab.com.br

OSS-FOR CIFARMA

A Cifarma lança no mercado Oss-For, um suplemento de cálcio citrato malato, vitamina D3 e vitamina K2 para fortalecimento da saúde óssea. A harmonia dos elementos de Oss-For melhora a absorção do cálcio, aumenta a massa óssea, retarda a perda óssea pós-menopausa, evita a calcificação arterial (papel da vitamina K2), entre vários outros benefícios, fazendo a sua administração a mais avançada ferramenta na prevenção da osteoporose. Oss-For vem apresentado em caixas de 30 e 60 comprimidos. Oss-For é a harmonia dos elementos fortalecendo a saúde óssea. MS Produto isento de registro, conforme RDC 27/10 www.cifarma.com.br

IBUPRIL® TEUTO

HIDROCLOROTIAZIDA MEDQUÍMICA

Hidroclorotiazida é o novo diurético simples da Medquímica. Tendo como referência o Clorana®, Hidroclorotiazida é indicado no tratamento da hipertensão arterial, quer isoladamente ou em associação com outros fármacos anti-hipertensivos. Também é eficaz no edema relacionado a várias formas de disfunção renal, como síndrome nefrótica, glomerulonefrite aguda e insuficiência renal crônica. MS 1.0917.0093.006-9 (20 comprimidos) MS 1.0917.0093.001-8 (30 comprimidos) MS 1.0917.0093.002-6 (60 comprimidos) www.medquimica.ind.br

O Laboratório Teuto disponibiliza ao mercado seu mais novo produto. Tratase do lançamento de Ibupril® na apresentação de suspensão oral gotas. O Ibupril® é indicado para redução da febre (antitérmico) e para alívio de dores (analgésico), tais como as decorrentes de gripes e resfriados, dor de garganta, dor de cabeça, dor de dente, dor nas costas, cólicas menstruais, dores musculares, entre outras. O produto, que possui sabor de tutti-frutti, encontra-se disponível em apresentação de 50 mg/ml com frasco de 30 ml. MS 1.0370.0076.020-4 www.teuto.com.br 2014 JULHO GUIA DA FARMÁCIA

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CORPORATIVO

O impacto do SETOR FARMACÊUTICO DEVE SE ORGANIZAR PARA ATENDER ÀS EXIGÊNCIAS DA INOVAÇÃO. O OBJETIVO É NÃO SER PUNIDO POR FALTA DE INFORMAÇÃO, ATENÇÃO OU TEMPO

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VICENTE SEVILHA CEO da Sevilha Contabilidade, também é palestrante de temas como gestão corporativa e contabilidade, além de autor de best-sellers 34

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e-Social

Muito se tem falado por aí a respeito do e-Social instituído pelo governo federal em procedimento interministerial que envolve, especialmente, a Receita Federal do Brasil, o Ministério do Trabalho e Emprego e a Caixa Econômica Federal. Você, por exemplo, do segmento farmacêutico, pode ter a visão equivocada de que: minha contabilidade, meu advogado ou minha área de Recursos Humanos cuidará disso, sem necessidade de que o restante da empresa se envolva. Tome cuidado, esse tipo de atitude pode levá-lo a grandes problemas. O e-Social representa uma importante mudança na forma de como empresas vão se relacionar com seus trabalhadores e com os órgãos do governo. Lembre-se: o e-Social não introduz nenhuma modificação na legislação trabalhista, previdenciária ou de fundo de garantia, mas introduz a possibilidade para que o governo seja capaz de monitorar, em tempo real, se as empresas estão ou não cumprindo as obrigações já previstas na lei. Com o novo sistema, passa a ser necessária a transmissão, eletronicamente, da informação da admissão de um trabalhador, com todos os seus dados cadastrais, até no máximo a véspera do início da prestação dos seus serviços. Quem não fizer fica sujeito à multa de R$ 1.500,00. Outro ponto importantíssimo para que todos fiquem atentos é que os órgãos do governo envolvidos no e-Social

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utilizam controles diferentes para identificar os trabalhadores. A Receita Federal usa o Cadastro de Pessoa Física (CPF), enquanto o Ministério do Trabalho e a Caixa Econômica Federal acabam utilizando o Programa de Integração Social (PIS). Todas as empresas, antes de iniciarem o e-Social, precisam realizar um processo de Qualificação Cadastral, que consiste em transmitir um arquivo eletrônico, para análise do governo, contendo todos os dados dos trabalhadores. É grande o número de indivíduos com mais de um número de PIS e, neste caso, o sistema irá solicitar que a empresa o oriente a comparecer à Caixa Econômica para regularizar a situação antes de iniciar o uso do sistema. Atualmente, as empresas do setor farmacêutico controlam em seus arquivos cerca de cem dados de cada trabalhador, informações como nome, endereço, CPF, entre outras. O e-Social passa a exigir uma quantidade muito maior de dados – cerca de 160. Campos, como data de emissão do RG, que antes não constavam nos cadastros, passarão a existir. Com isso, as empresas precisarão solicitar diversas informações adicionais a seus trabalhadores, tudo antes da entrada em vigor da obrigação. A grande preocupação do setor agora é se organizar para atender às exigências do e-Social e não cair em multas “bobas” por falta de atenção e tempo hábil. FOTO: DIVULGAÇÃO

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Mercado em alerta CONGRESSO NACIONAL ESTÁ PRESTES A VOTAR PROJETO DE LEI QUE MODIFICARIA NORMAS DE FUNCIONAMENTO DAS FARMÁCIAS DO PAÍS E ABRE NOVA DISCUSSÃO SOBRE EXCESSO DE REGULAÇÃO

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POR RODRIGO RODRIGUES

A queda de braço entre Estado e mercado farmacêutico de varejo – que antes era vista apenas no embate direto entre associações do setor e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) – acaba de ganhar novo protagonista: o Congresso Nacional. Não bastasse as duras negociações entre fabricantes, revendedores e reguladores para tentar implantar uma nova categoria de medicamentos similares no Brasil, agora o setor se vê diante de um projeto de lei que tramita

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acelerado na Câmara dos Deputados, em Brasília, e que tenta restringir a liberdade de vendas do mercado varejista de farmácia. O PL 4385/94, denominado substitutivo Ivan Valente – por ter sido proposto pelo deputado federal do PSOL-SP –, tenta regulamentar a atividade farmacêutica, transformando a farmácia em estabelecimento de saúde pública, não apenas num ponto de venda de objetos de conveniência. Apesar da boa intenção, contudo, o projeto é cheio de imprecisões que podem restringir a atividade do FOTOS: SHUTTERSTOCK

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AUTOR DO PROJETO DE LEI 4385/94, O DEPUTADO IVAN VALENTE DIZ QUE NÃO TEM A INTENÇÃO DE CERCEAR O MERCADO DE VAREJO FARMACÊUTICO. SEGUNDO ELE, A IDEIA DO PROJETO É ALINHAR A POLÍTICA FARMACÊUTICA NO BRASIL ÀS NORMAS QUE NORTEIAM O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

varejo farmacêutico brasileiro e inviabilizar o atual modelo de farmácias e drogarias existentes no País, segundo o presidente executivo da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Sérgio Mena Barreto. A Abrafarma representa as maiores redes de farmácia do País, que hoje significam quase 50% do mercado total no Brasil. Entre os pontos da proposta criticados pela entidade, está a proibição dos chamados MIPs (medicamentos que não necessitam de receita médica) – que mais uma vez voltam à baila com o novo PL em tramitação – a proibir a divulgação de produtos e preços, além da proibição da venda de produtos de conveniência. “É um projeto extremamente danoso à sociedade brasileira. Se aprovado, provocará efeitos colaterais irreversíveis para o consumidor, especialmente aos de mais baixa renda”, diz Mena Barreto. Segundo o presidente da Abrafarma, o PL em tramitação na Câmara provocará aumento generalizado de preços, por inibir

a concorrência entre as bandeiras, restringindo a oferta de produtos e obrigando os varejistas a diluir os custos de salários, impostos, despesas administrativas e aluguéis no preço geral dos produtos. “O aumento de preço dificulta a adesão dos pacientes ao tratamento medicamentoso, principalmente de pessoas de baixa renda. É uma medida que também reduzirá empregos e pode criar desabastecimento em inúmeras farmácias, especialmente nas cidades menores do Brasil, onde a venda de outros produtos fora do catálogo oficial é base da sobrevivência das lojas”, argumenta. Entre os itens mencionados anteriormente, a maioria deles já foi objeto de tentativa de regulação por órgãos sanitários, como é o caso dos MIPs, por exemplo. Em 2009, a Anvisa publicou a RDC 44/09, restringindo a venda dos produtos sem necessidade de receita médica para trás dos balcões. Dois anos depois, a resolução foi suspensa pelo próprio órgão, que reconheceu que não houve mudanças no quadro de intoxicação e de venda de medicamentos dessa natureza com a restrição. O que mais preocupa a Abrafarma, contudo, é o item que tenta dificultar a abertura de novas farmácias/ drogarias no País, criando critérios “demográficos e epidemiológicos para abertura” de novas unidades, segundo diz a lei proposta pelo parlamentar. Na visão da entidade, a restrição é antidemocrática e fere o livre direito de empreendedorismo dos profissionais farmacêuticos e comerciantes do País. Segundo Mena Barreto, a proposta inibirá a concorrência e geração de novos empregos no setor, impedindo o avanço do mercado brasileiro. “Pela ideia do projeto, será criado um verdadeiro cartório de interesses corporativistas, pois estes 2014 JULHO GUIA DA FARMÁCIA

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QUALQUER PROJETO SÓ PODERÁ SER VOTADO NA VOLTA DO RECESSO PARLAMENTAR, APÓS A COPA DO MUNDO. ATÉ LÁ, MUITA DISCUSSÃO SOBRE O ASSUNTO AINDA DEVE ROLAR NO SETOR FARMACÊUTICO critérios (de abertura de novas farmácias) serão definidos pelos ‘Conselhos Municipais de Saúde’, conhecidamente aparelhados por militantes ligados a facções ideológicas de esquerda nada moderada”, opina Mena Barreto. Sobre a restrição de venda de produtos de conveniência em saúde, a Abrafarma diz que a medida desmantela a estrutura das farmácias, porque é desse percentual de vendas que o comerciante consegue tirar margens para pagamento de despesas fixas. “No Brasil, o valor dos medicamentos é tabelado. O que os defensores do atraso não entendem é a importância do atual modelo, que é fundamental para garantir a competitividade entre as empresas do setor e dar fôlego aos varejistas. A venda de não medicamentos viabiliza melhor remuneração aos colaboradores e empregados, a abertura de lojas mais modernas, a contratação de avançados sistemas de tecnologia e logística”, declara o presidente executivo da Abrafarma.

ARGUMENTOS DE DEFESA Autor do Projeto de Lei 4385/94, o deputado Ivan Valente diz que não tem a intenção de cercear o mercado de varejo farmacêutico. Segundo ele, a ideia do projeto é alinhar a política farmacêutica no Brasil às normas que norteiam o Sistema Único de Saúde (SUS). “Uma farmácia não pode ser um empório, onde se vende bateria de carro, chuveiro e fita isolante. É preciso que se alinhem mais à política nacional de assistência farmacêutica, se tornando referência em atendimento à saúde e ajudando a desafogar o sistema público”, declara Valente. De acordo com o deputado, a lei traz muitos avanços na área de assistência farmacêutica, além da 38

corresponsabilidade do dono da farmácia pelo atendimento errado aos pacientes. “Na atual legislação, o farmacêutico é o único responsabilizado por problemas de ordem técnica em relação ao atendimento errado aos clientes. Com a aprovação do projeto, o proprietário da farmácia também tem a responsabilidade compartilhada ou solidária. A lei também obriga que o empresário tenha um farmacêutico 100% do tempo em que o ponto de venda estiver aberto. É uma tentativa de elevar a qualidade do atendimento e valorizar o trabalho dos farmacêuticos”, diz. O projeto de lei substitutivo de Ivan Valente já passou por todas as comissões necessárias da Câmara dos Deputados e está pronto para ser votado no plenário da casa. O deputado admite, contudo, que há dificuldades de passar a matéria em virtude das pressões do mercado farmacêutico e propôs um novo projeto, retirando os itens polêmicos indicados pela Abrafarma. Já o presidente do Conselho Regional de Farmácia do Rio de Janeiro (CRF-RJ), Marcus Athila, discorda do acordo e diz que o projeto na maneira original como estava contemplava os interesses da população em geral. “Precisamos cuidar para que as farmácias no Brasil não sejam meras casas de venda de medicamentos. É preciso pensar que tipo de saúde queremos para o Brasil. Como foi apresentado, o projeto era extremamente benéfico para a população, porque tornava as lojas em unidades de saúde que, no futuro, poderiam até atender à demanda por vacinação pública do governo, que não tem perna para bancar campanhas longas”, alerta Athila. Sobre a restrição aos MIPs, como já tem sido discutido tantos anos no mercado, o presidente do CRF-RJ diz que é preciso ter controles mais rigorosos sobre os itens: “Todos os anos, vemos milhares de casos de dengue onde as pessoas recorrem ao paracetamol irregularmente, causando prejuízos ao próprio corpo. Muitos brasileiros são diagnosticados todos os anos com cirrose hepática medicamentosa por conta do uso incorreto de medicamento e nós vamos achar isso normal?”, avalia Marcus Athila.

SITUAÇÃO ATUAL O Guia da Farmácia teve acesso ao projeto que deve ir à votação no plenário e constatou a supressão dos itens repudiados pela Abrafarma. O projeto seria votado no último dia 10 de junho e foi adiado

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pela Mesa Diretora da Câmara, até a data do fechamento desta edição, 16 de junho, não havia nenhuma novidade. A oposição formada por PSDB, DEM e PPS trancou a pauta da Câmara até que a Presidência da República reveja o decreto que determina a implantação da Política Nacional de Participação Social (PNPS) e do Sistema Nacional de Participação Social (SNPS). O acordo pela votação do PL foi assinado por todas as entidades de classe envolvidas e endossadas pelos deputados Ivan Valente (PSOL-SP), Alice Portugal (PCdoB-BA), Leonardo Quintão (PMDB-MG), pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), além das principais lideranças dos partidos. A Casa Civil também declarou apoio, prometendo trabalhar para que a base de apoio não derrube o projeto de emenda aglutinativa. Presentes em Brasília para acompanhar a votação do projeto no plenário, os dirigentes farmacêuticos se revoltaram contra a obstrução feita pelos três partidos. “É lamentável como a nossa democracia não 40

assegura o interesse público acima dos privados e eleitoreiros. Nessa votação, vários projetos de interesse público estavam pautados e nenhum deles foi votado. Temos um Congresso que não está nem aí para a vida do País e só pensa nos interesses privados de certos grupos”, desabafa Marcus Athila, do CRF-RJ. Principal interessado na votação, o deputado Ivan Valente também lamentou a obstrução da pauta no último dia de votação antes do recesso parlamentar e declarou que é preciso se manter confiante para a aprovação da nova medida após o recesso. “Muito já se fez e a população será a principal beneficiada com a aprovação desse projeto. As entidades precisam manter a mobilização para que o mercado não influencie na hora do voto dos parlamentares”, afirma o deputado do PSOL. Com a obstrução da pauta da Câmara, qualquer projeto só poderá ser votado na volta do recesso parlamentar, após a Copa do Mundo. Até lá, muita discussão sobre o assunto ainda deve rolar no setor farmacêutico.

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GOSTARIA DE SABER QUAL A MELHOR FORMA DE ARMAZENAR OS PSICOTRÓPICOS NA GELADEIRA DE UMA FARMÁCIA. ELA DEVE TER CADEADO? 42

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FOTOS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO

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ENVIE SUA PERGUNTA, NÓS RESPONDEMOS!

V E R A PIV EL L O Farmacêutica-bioquímica, mestranda pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP)

PERGUNTA ENVIADA POR SHEENA RODRIGUES DA SILVA, FARMACÊUTICA, DE BRASÍLIA (DF)

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Os medicamentos psicotrópicos, ou medicamentos sob controle especial, como a legislação os denomina, devem obedecer à Portaria 344/1998 da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde (a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa seria criada no ano seguinte). A Portaria (de âmbito nacional), no artigo 67, determina a forma de guarda para todas as substâncias nela listadas, independentemente de marca, forma farmacêutica ou dosagem. Transcrevo o artigo, para maior clareza: “Art. 67 As substâncias constantes das listas deste Regulamento Técnico e de suas atualizações, bem como os medicamentos que as contenham, existentes nos estabelecimentos, deverão ser obrigatoriamente guardados sob chave ou outro dispositivo que ofereça segurança, em local exclusivo para este fim, sob a responsabilidade do farmacêutico ou químico responsável, quando se tratar de indústria farmoquímica.” Assim, devem realmente ser guardados a chave, ou no caso de um produto que necessite de refrigeração, o que nos parece mais adequado seria manter esse refrigerador em uma sala fechada a chave (e não colocar um cadeado ou outro dispositivo no próprio refrigerador), de forma a manter o produto restrito ao acesso do farmacêutico. Para todos os medicamentos que necessitam de refrigeração, a Resolução 44/09 da Anvisa determina que, sobre a temperatura a ser mantida, devem ser obedecidas as especificações do fabricante, declaradas na

embalagem do medicamento, devendo a temperatura ser medida e registrada diariamente (Artigo 35, §3º). Os registros de temperatura devem ficar à disposição da autoridade sanitária, se forem solicitados em vistorias. Recomenda-se fazer a medição no período mais provável de maior temperatura e umidade (no meio do dia, por exemplo). É importante que existam meios de constatar possíveis defeitos no sistema de refrigeração, e que já estejam definidas as providências a serem tomadas para que os medicamentos não fiquem expostos a condições inadequadas de conservação. Todos esses procedimentos devem estar descritos nos Procedimentos Operacionais Padrão (POPs) elaborados para o estabelecimento, conforme descrito na Resolução 44. Salienta-se que a verificação dos prazos de validade dos itens sob refrigeração não pode ser esquecida, e que não devem ser armazenados alimentos na geladeira destinada a medicamentos. Não conseguimos identificar nenhum produto que tenha seu princípio ativo sob controle da Portaria 344, mas se houver algum nessa condição, deve ser armazenado como explicado acima. Os antibióticos, que também são comercializados com retenção da receita (Resolução nº 20/2011 da Anvisa) permanecem com os outros medicamentos, não requerendo guarda diferenciada (há alguns antibióticos que precisam sim de refrigeração, sem necessidade de estarem sob chave). 22 00 11 44 JJ UU NL H O G U I A D A F A R M Á C I A

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PESQUISA

Vinte e cinco por cento querem programas em prol da saúde PESQUISA DO ICTQ REVELA QUE UM QUARTO DA POPULAÇÃO ACREDITA QUE AÇÕES REALIZADAS EM FARMÁCIAS, CLÍNICAS E HOSPITAIS PODEM DIMINUIR OS RISCOS DE DOENÇAS POR EGLE LEONARDI

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O estudo do Instituto de Pesquisa e PósGraduação para o Mercado Farmacêutico (ICTQ), intitulado Ações que Poderiam Melhorar a Área da Saúde, investigou oito temas relacionados ao assunto junto à população. A pesquisa foi realizada de forma estimulada, com a apresentação de alternativas em que os entrevistados poderiam especificar quais ações seriam mais importantes, em primeiro, segundo e terceiro lugares. Embora não tenham sido as alternativas mais citadas, aquelas ligadas à área farmacêutica tiveram expressiva menção, como a redução nos preços dos medicamentos (41%), a criação de programas realizados em farmácias, clínicas e hospitais para diminuir os riscos de doenças (25%) e a manutenção de farmacêuticos na rede básica de saúde que orientem sobre o uso de medicamentos (17%). Os oito quesitos elencados pelos entrevistados como ações que poderiam melhorar a saúde

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foram, por ordem de citação, o aumento da quantidade de hospitais (64%); combate à corrupção (45%); incentivo à formação de médicos no Brasil (41%); redução do custo dos medicamentos (41%); criação de programas de combate às drogas, como crack e cocaína (36%); criação de programas de prevenção de doenças (29%); programas realizados em farmácias, clínicas e hospitais para diminuir os riscos de doenças (25%); e ter farmacêuticos na rede básica de saúde que orientem sobre o uso de medicamentos (17%). “É importante salientar que, apesar de a população considerar temas como a construção de hospitais mais importantes do que a inclusão da farmácia como um dos principais atores na prevenção de doenças, os farmacêuticos devem ver o fato com muito otimismo”, fala o diretor de Pesquisa do ICTQ, Marcus Vinicius de Andrade. Ele afirma que os assuntos mais citados são os veiculados diariamente na mídia de massa e os ligados à farmácia foram citados espontaneamente e revelam

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os anseios da população por transformar a farmácia em estabelecimento de saúde. “Tanto isso é verdade que existe um Projeto de Lei que constitui a farmácia definitivamente como estabelecimento de saúde a ser votado”, comemora o diretor. A aprovação da subemenda aglutinativa ao substitutivo de Ivan Valente ao PL 4.385/1994 (da ex-senadora Marluce Pinto) valoriza o farmacêutico e define a farmácia como um estabelecimento de saúde e uma unidade de prestação de serviços, destinada a dar assistência farmacêutica e orientação sanitária individual e coletiva, onde se processe a manipulação ou dispensação de medicamentos magistrais, oficinais, farmacopeicos ou industrializados, cosméticos, insumos farmacêuticos, produtos farmacêuticos e correlatos. Vale lembrar que pesquisa realizada pelo ICTQ, em parceria com o Datafolha, revela que 79% dos entrevistados consideram a presença do farmacêutico na farmácia muito importante e 16% acham que é importante, somando 95% dos que acreditam ser fundamental a presença do farmacêutico nos pontos de venda.

CRIAÇÃO DE PROGRAMAS NAS FARMÁCIAS Para o professor do ICTQ, Leonardo Doro Pires, a inclusão da farmácia como estabelecimento de atenção primária à saúde e a presença do farmacêutico na rede básica também são duas das principais bandeiras carregadas pela população. Isso amplia o debate para uma esfera menos imediatista e menos óbvia. “Esperamos que o profissional farmacêutico assuma sua responsabilidade nessa empreitada e dê sua parcela de contribuição para melhorar o acesso que a população brasileira tem aos serviços formais de saúde”, desabafa ele. A citação na pesquisa pela criação de programas realizados em farmácias, clínicas e hospitais para diminuir os riscos de doenças (apontada por 25% dos entrevistados) pode não ser considerada favorável aos farmacêuticos. “Temos uma cicatriz muito profunda na profissão farmacêutica. No passado, muitos profissionais sujeitavam-se, por uma baixa remuneração, a assumir a responsabilidade técnica em farmácias, sem efetivamente comparecer ao estabelecimento para exercer a profissão. Essa negligência contribuiu para o distanciamento entre o farmacêutico e a população brasileira”, lamenta Pires. O professor comenta que, felizmente, na última década, o farmacêutico vem assumindo o seu lugar e realizando funções estratégicas nas grandes empresas farmacêuticas.

NO QUE TANGE OS CUSTOS DOS MEDICAMENTOS, ELES SÃO RESPONSÁVEIS POR QUASE METADE DE TODOS OS GASTOS DOS BRASILEIROS COM SAÚDE, DEVIDO ESSE ITEM COMPROMETER O PODER DE COMPRA DAS FAMÍLIAS Ele e a população já estão colhendo os frutos da valorização do profissional, que cada vez mais deixa de ser visto como um dispensador do medicamento e assume um importante papel de prestador de serviços em saúde. A Resolução 586/13, que regula a prescrição farmacêutica e coloca o profissional farmacêutico, definitivamente, como protagonista da atenção primária à saúde, contribuiu, na opinião de Pires, para a melhoria da saúde no Brasil, que passa pela prestação da atenção farmacêutica de qualidade: “É preciso que essa prática seja implantada de forma efetiva nas farmácias e drogarias brasileiras, com procedimentos sistematizados e bem definidos, capazes de serem incorporados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e promover uma revolução na atenção básica à saúde.” De acordo com a farmacêutica responsável pela Farmácia-Escola, do Departamento de Farmácia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP) e professora titular do curso de Farmácia da Universidade Guarulhos (UnG), os programas de prevenção de doenças, quando realizados em farmácias, clínicas e hospitais, são fundamentais para a melhoria da qualidade de vida da população: “Na verdade, o contato do profissional possibilita uma integração muito importante em que as informações poderão ser colocadas de maneira clara, considerando as características individuais dos pacientes e usuários de medicamentos e favorecendo uma orientação específica, em função do desconhecimento evidenciado.” Maria Aparecida acredita que a inserção do profissional farmacêutico como referência em saúde precisa ser mais bem comprovada porque grande parte da população ainda não tem compreensão do que está envolvido na formação do farmacêutico e qual a sua competência. “A intensificação da postura do farmacêutico como 2014 JULHO GUIA DA FARMÁCIA

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PESQUISA

AÇÕES QUE PODERIAM MELHORAR A ÁREA DA SAÚDE (ESTIMULADA E ÚNICA, EM %)*

1º + 2º + 3º LUGARES

REGIÃO

TOTAL em %

SEXO

CLASSE

SE

S

NE

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Masculino

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B

C

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Aumentar a quantidade de hospitais

64% (95,3 mi)

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2

Combater a corrupção

45% (66,9 mi)

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33

4

3

Incentivar a formação de médicos no Brasil

41% (61 mi)

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Reduzir os custos dos medicamentos

41% (61 mi)

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Criar programas de combate às drogas como crack e cocaína

36% (53,6 mi)

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3

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Ter programas de prevenção de doenças

29% (43,2 mi)

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Criar programas preventivos realizados em farmácias, clínicas e hospitais para diminuir os riscos de doenças

25% (37,2 mi)

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Ter farmacêuticos na rede básica de saúde que orientem sobre o uso dos medicamentos

16% (23,8 mi)

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536

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NENHUMA Base

* População brasileira, 16 anos ou mais: 148.886.995 habitantes (Fonte: Censo 2010/Estimativa 2013). Fonte: ICTQ

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NATUREZA DO MUNICÍPIO

IDADE

ESCOLARIDADE

OCUPAÇÃO

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60 ou +

RM

Interior

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PEA

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Obs:. Agora, vamos falar um pouco sobre saúde. Pensando nas ações que o governo brasileiro pode fazer para melhorar a área da saúde, na sua opinião, qual das alternativas que estão nesse cartão é a mais importante? E em segundo lugar? E em terceiro lugar? Base: Total da amostra – 2.061 entrevistas

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PESQUISA

METODOLOGIA DA PESQUISA Para realizar o estudo Ações que Poderiam Melhorar a Área da Saúde, o ICTQ, desenvolveu pesquisa quantitativa, com abordagem pessoal em pontos de fluxo populacional, mediante aplicação de questionário estruturado. O desenho amostral foi elaborado com base em informações do Censo 2010/Estimativa 2013 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e contempla os seguintes estágios: • Estratificação por Unidade Federativa e porte dos municípios; • Sorteio dos municípios; • Sorteio do ponto onde foi realizada a pesquisa; • Seleção do entrevistado utilizando cota de sexo e idade. Foram realizadas 2.061 entrevistas por todo Brasil, com pessoas de 16 anos ou mais, pertencentes a todas as classes econômicas, distribuídas em 135 municípios, de forma a representar as regiões geográficas do País, sendo 40% nas regiões metropolitanas e 60% no interior. A margem de erro máxima para essa amostra é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro de um nível de confiança de 95%. As entrevistas foram realizadas entre os dias 26 e 27 de novembro de 2013.

educador e profissional da saúde com o envolvimento da população atendida em seu local de atuação é fundamental, já que sua formação é ampla e generalista, o que permite a inserção em várias áreas, sejam públicas ou privadas”, destaca ela. Já o presidente do Conselho Regional de Farmácia do Rio Grande do Sul (CRF-RS), Roberto Canquerini, defende que as ações em saúde devem ser centradas em prevenção e não em tratamento, que é o modelo praticado atualmente. “A população tem pouquíssimo acesso ao farmacêutico nas unidades de saúde (os postos), pois há poucos profissionais na atenção básica e em contato com os pacientes”, lamenta ele, que completa: “Estamos participando desse movimento de reprofissionalização do farmacêutico e está em voga sua atuação clínica. Creio que será uma crescente essa inserção no nível primário de atenção à saúde. Trabalhar com a educação continuada dos 48

farmacêuticos é fundamental para apoiar essa transformação das práticas e da forma que fazem a atenção à saúde”. Canquerini afirma que a população poderia ver o farmacêutico como peça fundamental se ele não fosse sugado pela demanda gerencial da farmácia: “A formação clínica deficiente serve de bengala para que o profissional evite se comprometer com a atenção à pessoa que recebe seus serviços. O currículo atual enfatiza a orientação da formação farmacêutica enquanto profissional da saúde. Estamos ainda nos primeiros degraus do processo de mudança.”

MAIS HOSPITAIS Mais de seis de cada dez brasileiros adultos apontam o aumento da quantidade de hospitais (64%) como a iniciativa mais importante que o governo poderia tomar para melhorar a saúde no Brasil, segundo a pesquisa do ICTQ. A presidente do Sindicato dos Farmacêuticos de Goiás (Sinfar-GO) e vice-presidente do Conselho Regional de Farmácia de Goiás (CRF-GO), Lorena Baía, não acredita ser essa a melhor alternativa para o SUS, até mesmo porque existem vários estudos em que a sustentabilidade dos sistemas de saúde baseados nos modelos médico-hospitalocêntricos tem demonstrado evidentes sinais de esgotamento, caracterizados pela atenção individualizada e fragmentada. “Devemos investir no fortalecimento da atenção primária à saúde, visando promover a qualidade de vida e a equidade e reduzir vulnerabilidade e riscos à saúde relacionados aos seus determinantes e condicionantes – modos de vida, ambiente, educação, condições de trabalho, moradia, lazer, cultura e acesso a bens e serviços essenciais, entre eles, os medicamentos”, dispara ela. Pires compartilha a opinião de Lorena: “Esse resultado deriva de uma percepção equivocada por parte da população, e até mesmo dos governantes, de que o principal problema da saúde brasileira é a falta de hospitais“. Ele acredita que esse é um problema grave que afeta profundamente a qualidade da assistência em saúde ofertada no País, porém é necessário investigar mais profundamente as causas da superlotação das unidades hospitalares brasileiras. “Essas causas vão além do número de leitos disponíveis para a população. É preciso enxergar que a ineficiência da atenção básica à saúde contribui, de maneira significativa, para a lotação dos centros hospitalares”, defende ele. Já Maria Aparecida, da USP, entende que os hospitais estão em número insuficiente para o atendimento da população, considerando que todos são usuários do SUS e, portanto, teriam acesso ao órgão. “O número de

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unidades está insuficiente assim como o número de profissionais que estão vinculados às áreas da saúde, com sobrecarga absurda de trabalho normalmente usada para compensar muitas vezes a falta de contratação de novos postos”, explica. Para Canquerini, a população desconhece o funcionamento do sistema de saúde. Todos apostam erroneamente no modelo hospitalocêntrico, em que as pessoas buscam resolver seus problemas de saúde (maiores ou menores) indo até o hospital. “O modelo atual proposto pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) coloca a atenção primária em saúde (no Brasil, atenção básica) como o centro do sistema, o que ainda é desconhecido por muitos profissionais e grande parte da população”, destaca ele. Essa proposta visa desafogar os hospitais, fomentando que as pessoas criem vínculos com as unidades de saúde (por isso a estratégia de saúde da família). Um grande idealizador das redes de atenção à saúde no Brasil, Eugênio Vilaça Mendes, diz que, com o fortalecimento da atenção básica, seria possível até fechar hospitais. As pessoas teriam um vínculo permanente com o SUS, com acesso à prevenção, promoção e recuperação da saúde nas unidades da saúde. “O Brasil tem desenvolvido políticas públicas para fortalecimento da atenção básica, mas da política até a prática existe um vácuo enorme que estamos tentando preencher com estratégias de formação em serviço, como as residências e educação permanente”, ressalta Canquerini.

CUSTOS DE MEDICAMENTOS Na pesquisa do ICTQ, a população brasileira indica outras três possíveis ações para melhoria da saúde: combate à corrupção (45%), incentivo à formação de médicos no Brasil (41%) e a redução do custo dos medicamentos (41%). “A questão da corrupção verificada em todas as esferas da política nacional tem sido nauseante além da incompetência muitas vezes verificada nos gestores públicos. É impressionante a quantidade de ações praticadas pelos parlamentares em benefício próprio, em todos os níveis de atuação da política pública, em detrimento da população”, dispara Maria Aparecida, indignada. Ela afirma ainda que, entretanto, a população não poderá ser excluída da responsabilidade do cenário atual porque os governantes foram eleitos legitimamente, como o processo democrático estabelece. Lorena acredita que na saúde uma das formas de se colaborar para o combate à corrupção é participando do controle social. No processo de descentralização da política 50

A INCLUSÃO DA FARMÁCIA COMO ESTABELECIMENTO DE SAÚDE E A PRESENÇA DO FARMACÊUTICO NA REDE BÁSICA SÃO DUAS BANDEIRAS CARREGADAS PELA POPULAÇÃO. ISSO AMPLIA O DEBATE PARA UMA ESFERA MENOS IMEDIATISTA E ÓBVIA de saúde, a criação dos Conselhos de Saúde é uma exigência legal para o repasse de recursos da esfera federal para as esferas estaduais e municipais (Lei 8.142/90). “O Conselho pode ser um instrumento para este fim, já que planos, programas, projetos, relatórios financeiros, entre outros, têm de passar pela sua aprovação”, diz. Quanto à formação médica no Brasil, ela menciona que esse tema tem sido objeto de estudos, pesquisas e formulações novas, influenciados por aspectos políticos, didático-pedagógicos, culturais e comunitários relacionados às mudanças nos sistemas e serviços de saúde. O modelo tem evoluído ao longo dos tempos, mas ainda requer um foco no SUS que atenda às necessidades de saúde da população. “Quanto ao incentivo à formação de médicos, não há dúvidas sobre a relevância desta ação. Porém chamo a atenção para algo menos perceptível: a importância de uma distribuição mais equitativa do contingente de médicos nas regiões brasileiras”, defende Pires. Nos últimos 20 anos, a razão médico/habitante no País passou de 1,30 para 1,86 médicos por mil habitantes. Apesar dessa tendência de crescimento, percebe-se uma grande concentração desses profissionais na região Sudeste. Segundo Pires, as projeções publicadas na Demografia Médica no Brasil (CFM, 2013) indicam que, em 2015, o estado do Maranhão terá 0,85 médico para cada mil habitantes, enquanto que, no estado do Rio de Janeiro, esse número será de 3,65 profissionais por mil habitantes. Para ele, é preciso que o governo desenvolva políticas de retenção desses profissionais nas regiões mais pobres, só assim poderemos equalizar a balança da saúde brasileira. É preciso incluir nessa discussão não apenas o médico, mas a formação de uma equipe multidisciplinar.

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VID A

DIREITOS

OS PROGRAMAS DE PREVENÇÃO DE DOENÇAS, QUANDO REALIZADOS EM FARMÁCIAS, CLÍNICAS E HOSPITAIS, SÃO FUNDAMENTAIS PARA A MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA DA POPULAÇÃO: NA VERDADE, O CONTATO DO PROFISSIONAL POSSIBILITA UMA INTEGRAÇÃO MUITO IMPORTANTE No que tange os custos dos medicamentos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), eles são responsáveis por quase metade de todos os gastos dos brasileiros com saúde, daí a preocupação por parte da população, devido esse item comprometer o poder de compra das famílias. Segundo Pires, em 2014, baseando-se em um modelo de teto de preços calculado com base na variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o governo federal autorizou um aumento de até 5,68% no preço dos medicamentos, o que leva a pensar que estes produtos não sofrem ajustes acima da inflação. O fato concreto é que a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) determina o preço máximo para a venda de cada produto, mas na prática as farmácias trabalham com preços menores, o que na teoria seria benéfico para o consumidor. Todavia o teto determinado pelo governo está elevado demais em relação ao mercado, o que tira a eficiência do sistema de controle e permite que muitos medicamentos tenham ajustes acima da inflação. “Vale ressaltar que o acirramento da competitividade entre grandes redes varejistas tende a atuar como fator atenuador do aumento de preços dos medicamentos”, afirma ele.

DROGAS CITADAS Outra sugestão para a melhoria da saúde citada na pesquisa do ICTQ seria a criação de programas de combate às drogas, como crack e cocaína (36%). Acredita-se que a população tem percebido que as ações realizadas por todos os níveis do governo não têm sido capazes de barrar essa epidemia que assola o Brasil. Os dados sobre o uso de drogas são considerados preocupantes: a partir

de meados dos anos 1990, o crack surgiu na cidade de São Paulo, expandiu-se para o interior do Estado e nos últimos dez anos, atingiu todo o País. Um estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) mostrou que cerca de 30% dos primeiros usuários de crack morreram em até cinco após iniciar o consumo da droga, mostrando a grande dificuldade encontrada pelos familiares em achar algum tipo de tratamento para os usuários. Maria Aparecida diz que os programas devem ser contínuos desde a infância no entendimento das consequências que as drogas poderão causar: “Não me refiro somente às drogas ilícitas. Insiro a necessidade de termos programas para as drogas lícitas também como o álcool e o tabaco. A educação em saúde deve ser uma ação praticada continuamente, utilizando-se todas as ferramentas possíveis”. A professora está convencida de que a educação em saúde deve ser realizada desde o nascimento, passando por todas as fases do crescimento, para que os futuros adultos possam promover mudanças importantes e que resultem em benefício próprio e da comunidade como um todo em relação às condições de vida e à melhoria do nível de escolaridade. Para Canquerini, é fundamental o atendimento à Política do Ministério da Saúde para a Atenção Integral a Usuários de Álcool e Outras Drogas. “Já temos uma política que sustenta o desenvolvimento dessas ações e que se propõe a ser um projeto para redução de danos: integrar a pessoa ao sistema de saúde e desenvolver junto com esse indivíduo sua autonomia e sua cidadania”. Pires acredita no papel renovador do farmacêutico em todos os processos e na maioria das ações determinantes para a melhoria da qualidade da saúde dos brasileiros. Para ele, a mudança coletiva é a soma de mudanças individuais. “É preciso que cada farmacêutico, independentemente da área de atuação, assuma a responsabilidade como profissional de saúde. Essa mudança de postura inevitavelmente elevará o patamar da profissão e trará ganhos imensuráveis para a qualidade de vida da população. Temos uma dívida histórica com a sociedade e chegou a hora de pagá-la e colher os frutos da adimplência profissional”, finaliza ele. 2014 JULHO GUIA DA FARMÁCIA

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VAREJO CONSULTOR JURÍDICO

O registro de empresas e o STJ

O

O QUE INTERESSA É O QUE CONSTA DE LEIS FEDERAIS SOBRE O ASSUNTO, E NÃO UMA RESOLUÇÃO EMITIDA PELO CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA, POIS, COMO SE SABE, LEI E RESOLUÇÃO NÃO SÃO SINÔNIMOS

GUSTAVO S E M BLANO Advogado e consultor jurídico da Associação do Comércio Farmacêutico do Estado do Rio de Janeiro (Ascoferj) e da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), regional Estado do Rio de Janeiro. Atualmente, cursa pós-graduação em Direito da Farmácia e do Medicamento na Faculdade de Direito de Coimbra (Portugal) 52

O artigo 24 da Lei nº 3.820/60 diz que todas as empresas e estabelecimentos que exploram serviços para os quais são necessárias atividades do profissional farmacêutico deverão provar perante os Conselhos Regionais de Farmácia (CRFs) que essas atividades são exercidas por profissional habilitado e registrado, isto é, devem ser devidamente registradas nos CRFs. Como se trata de uma lei deveras vetusta, logo se constata que ela não definiu quais são estas “atividades do profissional farmacêutico”, havendo, assim, um espaço aberto para interpretações das mais diversas ordens. O Conselho Federal de Farmácia (CFF), com o objetivo de aclarar este espaço, editou no ano de 2009 a Resolução CFF nº 521/09, que dividiu em dois artigos as empresas que obrigatoriamente devem se registrar nos Conselhos Regionais de Farmácia (art.49) e aquelas que opcionalmente podem fazê-lo. De acordo com essa norma, o critério é a exigência do farmacêutico como responsável técnico ou a faculdade de tê-lo, tudo de acordo com as atividades exercidas pela empresa. Certo? Para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), não. Em um julgamento ocorrido recentemente (1/4/2014), a Segunda Turma do STJ, tendo como relator o ministro Dr. Humberto Martins e ao julgar o Recurso Especial nº 1.439.094/SP, entendeu que não pode o Conselho

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Regional de Farmácia exigir o registro de uma empresa em seus quadros por reputar que o responsável técnico é necessariamente um farmacêutico, sem que isto conste expressamente em uma lei federal. Para esse julgamento, o que interessa é o que consta de leis federais sobre o assunto, e não uma resolução emitida pelo Conselho Federal de Farmácia, pois, como se sabe, lei e resolução não são sinônimos. Isso porque o artigo 1º da Lei nº 6.839/80 diz que é em razão da atividade básica da empresa que esta deverá ou não se registrar nos conselhos profissionais, e não pela pessoa do profissional que será seu responsável técnico. Apenas para esclarecer: a Resolução CFF nº 521/09 diz no inciso XLIV de seu artigo 50 que empresas que fabricam material para usos em medicina e cirurgia devem se registrar no Conselho Regional de Farmácia, caso seu responsável técnico seja o profissinal farmacêutico. No caso do recurso julgado pelo STJ, um Conselho Regional de Farmácia lavrou um auto de infração contra uma empresa que comercializa produtos ortopédicos e materiais cirúrgicos e hospitalares, por pressupor que deve ter um farmacêutico como responsável técnico, tendo tal empresa sido obrigada a ajuizar uma ação declaratória para ser liberada não apenas da autuação (indevida), mas da obrigação de ser registrada naquela autarquia. FOTO: DIVULGAÇÃO

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EXPANSÃO

Avanço estrangeiro MENOS DE UM ANO E MEIO DEPOIS DE ENTRAR NO BRASIL, A CVS NORTE-AMERICANA APRESENTA PROPOSTA PARA ADQUIRIR O GRUPO DPSP E OBRIGA A CONCORRÊNCIA A ACELERAR OS PLANOS DE DESENVOLVIMENTO POR RODRIGO RODRIGUES

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Quando a gigante norte-americana CVS Caremark desembarcou no Brasil, comprando as ações da Drogaria Onofre por R$ 670 milhões, o mercado nacional todo se perguntou até onde iria o apetite da primeira empresa estrangeira a aportar em solo nacional e quais seriam os próximos passos. Dona de uma marca mundial que vale US$ 15 bilhões, a CVS é a quinta maior empresa de varejo do mundo, com mais de 7.600 pontos de vendas espalhados pelos Estados Unidos, Europa

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e Brasil, além da segunda maior bandeira farmacêutica do planeta. O verdadeiro apetite da empresa tornou-se público no final de abril deste ano, quando jornais e revistas publicaram a proposta de R$ 4,5 bilhões feita para o grupo Pacheco/Drogaria São Paulo. O valor corresponde a 13 ou 14 vezes à chamada margem Ebtida da marca brasileira, que é o lucro antes de juros, amortização e depreciação. Apesar de ser a mais alta proposta já vista no mercado nacional, foi considerada insuficiente pelos acionistas do grupo, visto que a empresa já está bastante consolidada no mercado após a fusão FOTOS: SHUTTERSTOCK

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milionária de 2011, estando na terceira colocação entre as maiores bandeiras do varejo farmacêutico brasileiro. Se as conversas realmente avançarem, a CVS entra de cabeça no mercado brasileiro, rumo à liderança do mercado que hoje pertence ao grupo Raia/Drogasil, que, no ano passado, faturou cerca de R$ 6,24 bilhões em receita líquida. A soma da receita líquida da DPSP e Onofre daria à gigante “gringa” uma margem líquida de R$ 6 bilhões em faturamento anual. No último balanço de 2013, o grupo DPSP atingiu receita líquida de R$ 5,47 bilhões, 14% a mais que no mesmo período de 2012. O lucro líquido da bandeira foi de R$ 186,6 milhões, segundo os dados da empresa. Em número de farmácias, a fusão entre Onofre e Pacheco/Drogaria São Paulo saltaria de 44 para 844 em todo o Brasil. Segundo o doutorando em farmácia pela Universidade Júlio de Mesquita (Unesp) e consultor Eduardo Freitas, o negócio deve impor uma nova dinâmica ao mercado atual e achatar ainda mais a margem de lucro das bandeiras rivais. “Embora se trate de transferência de capital de uma empresa para outra, esse meganegócio deve mergulhar a CVS de vez no mercado brasileiro, elevando a concorrência como um todo e obrigando o comerciante a reduzir mais as margens para competir. Por outro lado, a CVS tem uma expertise em serviços agregados que pode ser um diferencial da bandeira para crescer mais rapidamente e ocupar a liderança do mercado”, argumenta Freitas.

ESTRATÉGIA LOCAL Nos Estados Unidos, o grande diferencial da CVS está no que eles chamam de “MinuteClinic” – que são clínicas rápidas instaladas dentro das próprias farmácias ou ao lado delas, onde o cliente pode ter acesso a serviços médicos, como curativos, tratamento de lesões, infecções de garganta, bexiga ou ouvido, entre outras enfermidades comuns ao dia a dia familiar. Nessas unidades, existem enfermeiros e médicos que examinam ou prescrevem medicamentos para os pacientes, que compram dentro da própria loja os produtos de que necessitam. Apesar do entusiasmo, contudo, o modelo norte-americano esbarra em sérias restrições sanitárias no Brasil. Os serviços de atenção farmacêutica estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária

O VERDADEIRO APETITE DA EMPRESA TORNOU-SE PÚBLICO NO FINAL DE ABRIL DESTE ANO, QUANDO JORNAIS E REVISTAS PUBLICARAM A PROPOSTA DE R$ 4,5 BILHÕES FEITA PARA O GRUPO PACHECO/DROGARIA SÃO PAULO (Anvisa) ainda são limitados no País e só contemplam aplicação de injetáveis, aferição de pressão e curativos superficiais. Além disso, em muitos estados não é possível nem a venda de alimentos e produtos fora do catálogo de saúde, como eletrônicos, roupas e produtos de limpeza – como é possível adquirir na maioria das lojas da CVS nos Estados Unidos. Para o consultor e sócio diretor do Instituto Bulla de Goiânia, Cadri Awad, o negócio entre a CVS e o grupo DPSP deve acelerar, contudo, uma terceira geração de fusões e consolidações no mercado de varejo farmacêutico. “A CVS é uma gigante com expertise suficiente para causar problemas aos concorrentes do Brasil. Se o negócio se consolidar de fato – o que não é 100% garantido, em virtude do alto valor pedido pelos atuais detentores, as concorrentes devem mudar os planos de fechamento de novas lojas e até abertura, incentivando inclusive novas aquisições de bandeiras de médio porte no Brasil”, avalia Awad. O consultor Eduardo Freitas não descarta nem a vinda de uma nova bandeira internacional ao Brasil, dado o alto interesse da CVS no mercado brasileiro. “Quando adquiriu a Onofre, a CVS estava apenas tateando o mercado. Quase um ano e meio depois, eles voltam às compras desejando estarem entre os três maiores players do mercado, mirando a primeira colocação. Ninguém investe R$ 5 bilhões num mercado sem promessas. Esses investimentos devem despertar atenção novamente da Boots, por exemplo, que já esteve no Brasil meses atrás com interesses no nosso mercado interno”, prevê Freitas. 2014 JULHO GUIA DA FARMÁCIA

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EXPANSÃO

NO ÚLTIMO BALANÇO DE 2013, O GRUPO DPSP ATINGIU RECEITA LÍQUIDA DE R$ 5,47 BILHÕES, 14% A MAIS QUE NO MESMO PERÍODO DE 2012. O LUCRO LÍQUIDO DA BANDEIRA FOI DE R$ 186,6 MILHÕES RESULTADOS NACIONAIS O negócio entre CVS e DPSP chega numa época um tanto dúbia para as grandes bandeiras, que resolveram buscar maior rentabilidade e processos internos mais alinhados. A Brazil Pharma, por exemplo, que é a segunda maior rede do Brasil, fechou 40 lojas em 2013 – 13 delas só no último trimestre. O braço farmacêutico do grupo BTG Pactual, de André Esteves, acumulou prejuízo líquido de R$ 188,246 milhões sem ajustes, enquanto a receita operacional líquida atingiu R$ 3,253 bilhões, crescimento de 13,13% sobre 2012. Na última entrevista de apresentação de resultados que deu em abril passado, o ex-presidente da companhia, André Sá – que fora substituído por José Ricardo Mendes da Silva – admitiu que a empresa passava por turbulências em busca de consolidação de processo entre as redes adquiridas desde 2009, quando resolveu entrar nesse mercado. “Nosso foco hoje é gerar caixa 56

e estabilizar a companhia. Não estamos preocupados em capturar sinergias administrativas, mas capturar sinergias operacionais”, disse. Por outro lado, as redes Raia/Drogasil, Pague Menos e Panvel resolveram expandir a participação no mercado, abrindo lojas nas regiões onde não têm tradição de operações. O grupo Raia/Drogasil anunciou nas últimas semanas a chegada em mais três estados, totalizando mais de mil lojas no País. A intenção da marca é se expandir mais para o Nordeste, onde não tem presença relevante, principalmente em Pernambuco. O mesmo acontece com a Panvel, que deve deixar o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, em busca de horizontes novos em São Paulo, inclusive. “O mercado de varejo ainda tem muito espaço para evoluir, apesar do mau momento econômico. Os ajustes dos últimos tempos certamente buscam consolidar as margens, por conta da concorrência que avança. Na atual conjuntura, a rentabilidade se torna tão essencial quanto a presença em novos mercados”, diz o presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Ronald Nossig. Segundo Cadri Awad, a terceira geração de fusões e aquisições deve consolidar um modelo cujo controle de custos e receitas seja mais rigoroso: “A consolidação de um player tão poderoso quanto a CVS obriga todos a modernizarem ainda mais as gestões, mesmo num mercado que ainda dá sinais de solidez e espaço para avanços, como o Brasil”, declara o consultor. Em 2013, a receita bruta do grupo CVS Caremark lá fora foi de US$ 123 bilhões no ano.

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VAREJO INTERNACIONAL

Ter informação faz a diferença

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A OBTENÇÃO DE DADOS TEM DIVERSAS S FONTES. ALGUMAS DELAS SÃO PRINCIPALMENTE NETWORKING, FEIRAS, JORNAIS, VISITAS A CONCORRENTES E OUTRAS EMPRESAS E A INTERNET

TAT IANA FE RRARA Farmacêutica e consultora do Guia da Farmácia para a NRF 2015 58

A mudança é o único fator constante no varejo. As empresas que desejam ser bem-sucedidas devem prever as mudanças que ocorrem no ambiente de negócios. Para isso, os varejistas necessitam obter informações atualizadas. As principais são sobre o concorrente, o desempenho das lojas e, em especial, sobre o consumidor. As empresas devem ter um processo constituído de pessoas, equipamentos e procedimentos dedicados a coletar, classificar, analisar, avaliar e distribuir as informações necessárias para aqueles que tomam as decisões. Essas informações precisam ter quatro principais características: relevância, qualidade, atualidade e completude. Relevância é a característica que determina que as informações coletadas devem ser importantes para a empresa. A segunda característica é a qualidade, pois as informações necessitam ser constituídas de dados que façam a diferença para a empresa. Além disso, a informação deve ser o mais atual e completa possível. A obtenção de informação tem diversas fontes. Algumas dessas fontes são principalmente networking, feiras, jornais, dados internos da empresa,

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visitas a concorrentes e outras empresas que a princípio não têm relação com o setor, mas que podem gerar ideias. Outra fonte atual é a internet. Com a evolução da tecnologia possibilitou-se uma maior e melhor coleta de dados. A quantidade, velocidade e variedade de informações criaram o Big Data. Esse termo é usado para denominar todas as informações que estão sendo geradas na atualidade e foi amplamente discutido pela CEO da IBM, Ginni Rometty, na última edição da Retail Big Show, promovida pela National Retail Federation (NRF), entre 12 e 15 de janeiro deste ano em Nova York. Na NRF, foram também apresentadas diversas tecnologias capazes de coletar dados, principalmente sobre os hábitos de consumo. As câmeras têm se desenvolvido muito e são capazes de contar pessoas numa loja, reconhecê-las, saber o humor do cliente e ainda cruzar com o perfil de redes sociais. No ramo de farmácias e drogarias, devido à grande competitividade, ter informações e saber quais serão as inovações podem fazer toda a diferença! Venha visitar a NRF conosco e conheça as tendências do varejo para os próximos anos! FOTOS: DIVULGAÇÃO/SHUTTERSTOCK

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TECNOLOGIA

Ao alcance

das mãos

OS SMARTPHONES TORNARAM-SE VITAIS PARA O ESTILO DE VIDA CONTURBADO E APRESSADO DA SOCIEDADE ATUAL. AGORA, É POSSÍVEL ADMINISTRAR NEGÓCIOS E CUIDAR DA SAÚDE PELO CELULAR P O R F L Á V IA C OR B Ó

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Cabeça baixa, olhar fixo e dedos que teclam incessantemente são alguns dos sintomas de uma epidemia de abrangência global: o vício em smartphones. Ainda que a febre tenha demorado um pouco para se instalar em solo brasileiro, o fato é que o País também foi atingido. Somente no segundo semestre de 2013, foram vendidos 8,3 milhões de smartphones no Brasil, o que representa um crescimento de 110% em relação ao mesmo período do ano anterior. Pela primeira vez, os aparelhos celulares tecnológicos superaram a venda dos celulares comuns, também conhecidos como feature phones. De acordo com estudo da consultoria IDC, os smarthphones já representam 56% do total de unidades de celulares vendidos no Brasil. A tendência acompanha o mercado global que, já no primeiro trimestre do ano passado, comerciali-

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zou 216,2 milhões de smartphones, valor correspondente a 51,6% do total de telefones celulares vendidos (total de 418,6 milhões). O sucesso dos smartphones está diretamente ligado à praticidade que estes aparelhos oferecem. Com acesso à internet, é possível ter à mão inúmeras funcionalidades, muitas delas representadas em forma de aplicativos – programas que podem ser baixados e instalados em determinados equipamentos eletrônicos. As possibilidades são infinitas. Há aplicativos que ajudam no controle das finanças, outros oferecem informações sobre a previsão de tempo, alguns tratam de moda e muitos trazem diversos jogos como opção de entretenimento. Como a preocupação com o bem-estar está cada vez mais evidente no mundo atual, também não faltam apps que ajudam na manutenção da saúde. De acordo com o gerente de digital e multicanais da Roche Farmacêutica, Felipe Catão, há dois fatores que FOTOS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO

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beneficiam muito o crescimento do uso de aplicativos: o aumento do acesso à internet móvel, com as operadoras oferecendo planos mais viáveis, e a mobilidade. “Isso possibilita ter o conteúdo a qualquer tempo, em qualquer lugar. A mobilidade otimiza nosso tempo, facilita o consumo de conteúdo e serviços e nos mantém conectados o tempo todo.“ E é justamente dessa necessidade de praticidade e mobilidade que surge, normalmente, o conceito de um aplicativo. A intenção é solucionar problemas da vida real no ambiente digital. “O mercado mobile está bombando, há várias estatísticas que mostram isso e vai ficar cada vez mais comum. Estamos passando por um processo de adaptar todas as nossas informações físicas para as mídias modernas e, assim, obter um maior alcance”, acredita o sócio e gerente de produto e desenvolvimento da Ambiente Medicamentos, Marcelo Wadt. Para realizar essa migração do ambiente físico para o digital, é utilizado o trabalho de profissionais de Tecnologia da Informação (TI). “A partir de uma ideia, ou de um site que já existe, surge o conceito de um aplicativo. Em seguida, é desenvolvida a arte, momento em que são definidas as funcionalidades, o layout e a organização das informações. Depois, vem a etapa da construção desse aplicativo, que vai depender da plataforma – as mais comuns são Android e IOS, da Apple – e, em seguida, a publicação e homologação. É como se fosse um site. O processo é o mesmo, só que para mobile“, detalha o diretor da Livetouch, Márcio Pissardo.

EM USO Fundada há pouco mais de um ano, a Ambiente Medicamento surgiu da união de três sócios, que, desde os anos 1990, trabalhavam juntos no setor farmacêutico. Diante da expansão do universo mobile, os profissionais passaram a investir na criação de aplicativos voltados à saúde. A primeira empreitada – batizada de Caixa de Remédios – tem o objetivo de facilitar o controle da administração de medicamentos e, assim, colaborar para a adesão ao tratamento, além de minimizar a carência de informação. Com um layout semelhante ao de uma caixa de medicamentos existente em quase todos os lares brasileiros, o aplicativo oferece a possibilidade de programar os horários de administração dos medicamentos emitindo lembretes. É possível cadastrar mais de um

APP GUIA DIGITAL O Guia da Farmácia deu o primeiro passo para estar mais acessível aos leitores. Neste mês, foi lançado o aplicativo Guia Digital, que contará com informações atualizadas em tempo real de mais de 17 mil medicamentos. Com a mesma base de dados da lista de preços impressa e on-line, o aplicativo permitirá a consulta do preço final dos medicamentos, além de informações a respeito do princípio ativo, tipos de apresentação e existência de genéricos ou similares. Para facilitar a busca pelo medicamento, a pesquisa pode ser realizada a partir de diferentes filtros, como marca, laboratório fabricante e composição. O principal diferencial do aplicativo é que os dados são atualizados no primeiro dia de cada mês, o que garante a atualidade das informações pesquisadas. O aplicativo é gratuito e está disponível tanto para o sistema IOS quanto para Android. Também é possível fazer o download da ferramenta por meio do Portal www.guiadafarmacia.com.br.

paciente; então, além de cuidar de si, o usuário pode auxiliar familiares. Outra função disponível é a pesquisa do nome ou código de barras de mais de 16 mil medicamentos, atualizados mensalmente com formulação, concentração, alerta, tipos de riscos de interação. Tudo em linguagem prática e simples, voltada para pessoas comuns. A aposta foi certeira. Criada no fim de dezembro, a ideia já tem tido boa aceitação entre os usuários de smartphones. “Começamos com o pé direito. Temos um nota 4,3 na avaliação dos usuários, que já somam mais de dez mil downloads. Aproveitamos os feedbacks que recebemos e já fizemos algumas mudanças. A nova versão está disponível para Android e para Iphone. A estratégia foi começar aos poucos mesmo”, comemora Wadt. 2014 JULHO GUIA DA FARMÁCIA

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TECNOLOGIA

ALGUNS APPS DISPONÍVEIS NO MERCADO Nutrabem – disponível para IOS e Android; gratuito Principais funcionalidades: • alcula o índice de massa corporal • nalisa o perfil de consumo do usu rio para a ade uação dos itos alimentares • ossi ilita o re istro di rio das refeiç es e aponta as calorias consumidas recomendadas • ermite simular as refeiç es antes do consumo para orientação das decis es • alcula a necessidade di ria de ener ia para a meta de peso ue se dese a atin ir • ermite entrada de peso e i indo um ist rico da sua evolução de peso • E porta dados imputados para envio ao nutricionista

Diálogo Roche – disponível para IOS e Android; gratuito Principais funcionalidades: • acesso a ul rio • ossui lassificação nternacional de oenças • ossi ilita o uso de calculadoras • onta com co ertura de con ressos e eventos • isponi iliza podcasts e videocasts do i lo o • em lista de aplicativos recomendados e eBooks • ermite webmeetings

Caixa de Remédios – disponível para Android e IOS; gratuito Principais funcionalidades: • ossui cadastro de mais de mil medicamentos com informaç es so re composição posolo ia indicação para administração e possíveis riscos para ravidez • pes uisa do medicamento pode ser feita pelo nome ou leitura do c di o de arras • ermite cadastrar mais de um paciente com indicação dos medicamentos de uso contínuo e or rios de administração • lerta a respeito do or rio de tomar o medicamento cadastrado

Dr. Teuto – disponível para IOS e Android; gratuito Principais funcionalidades: • isponi iliza vídeos • ermite consulta de ulas de medicamentos com foto • ossui calculadoras m dicas • ant m espaço para cadastro de pacientes • Faz lançamentos financeiros

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TECNOLOGIA

A autonomia que os aplicativos dão aos usuários no cuidado com a saúde gera certa polêmica

Há mais tempo no mercado, a Livetouch está na área de aplicativos voltados à saúde desde 2009, com a criação do Nutrabem, em parceria com o Instituto Nutra e Viva. O programa, considerado o primeiro a oferecer serviço de controle de calorias no mercado brasileiro, permite monitorar o peso de forma saudável. Desenvolvida especificamente para o hábito alimentar brasileiro, a ferramenta conta com uma extensa lista de alimentos – desde naturais até pratos prontos – e suas respectivas quantidades de calorias. O usuário relata o que foi consumido durante todas as refeições do dia e o aplicativo calcula o consumo energético, informando se foi adequado ou excessivo, baseado no seu Índice de Massa Corporal (IMC) e na meta de perda de peso. A autonomia que os aplicativos dão aos usuários no cuidado com a saúde e o bem-estar é um tema que gera certa polêmica, já que pode levar ao descarte de um acompanhamento profissional. Márcio, da Livetouch, afirma que o aplicativo deixa claro que o programa não substitui o atendimento nutricional personalizado feito nos consultórios, mas pode potencializá-lo como instrumento dos profissionais para monitoramento dos seus clientes. Inclusive, uma das funcionalidades permite que o histórico alimentar registrado no aplicativo possa ser exportado em formato de texto para facilitar o acompanhamento do nutricionista ou endocrinologista.

PROFISSIONAL CONECTADO Além dos usuários comuns, já existem no mercado muitos aplicativos desenvolvidos para o uso de profis-

AS POSSIBILIDADES SÃO INFINITAS. HÁ APLICATIVOS QUE AJUDAM NO CONTROLE DAS FINANÇAS, OUTROS OFERECEM INFORMAÇÕES SOBRE A PREVISÃO DE TEMPO, ALGUNS TRATAM DE MODA E MUITOS TRAZEM DIVERSOS JOGOS COMO OPÇÃO DE ENTRETENIMENTO 64

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sionais da saúde. Uma pesquisa da Manhattan Research feita com médicos brasileiros apontou que 81% deles já utilizam smartphones para atividades profissionais. “Para a Roche, os apps representam uma oportunidade de criar serviços relevantes para a prática diária desses profissionais, com informações de qualidade em um único lugar”, afirma Catão. Diante dessa visão da relevância do mercado digital, o laboratório desenvolveu o Diálogo Roche, que tem como principal objetivo facilitar a prática clínica dos profissionais de saúde, compilando diversos recursos necessários no smartphone ou no tablet. Além de oferecer informações sobre os produtos da Roche, o programa tem como recursos a cobertura de congressos e eventos da área da saúde, podcasts, videocasts, bulário completo de medicamentos, informações sobre interações medicamentosas, Classificação Internacional de Doenças, calculadoras, esquemas terapêuticos, solicitação de artigos e referências bibliográficas e reportes de farmacovigilância. Outro laboratório bastante familiarizado com o universo mobile é o Teuto. A ideia de criar ferramentas para smartphones surgiu a partir do Portal Dr. Teuto, que já reúne uma série de informações voltadas ao profissional de saúde. “O aplicativo é uma extensão do Portal. Usamos o mesmo conceito, oferecendo, assim, uma ferramenta eficaz para a gestão de tempo do profissional”, define o diretor de marketing do Teuto, Ítalo Melo. No aplicativo Dr. Teuto, é possível acessar conteúdos exclusivos, como vídeos 3D, com os quais se pode mostrar aos pacientes as doenças e suas formas de tratamento. Também é dado acesso a bulas de medicamentos, calculadoras funcionais que auxiliam na gestão orçamentária, agenda de consultas e cadastro de clientes e convênios. A experência do Teuto no terreno dos aplicativos é bem mais extensa. “Ao longo do ano, investimos em aplicativos para os diferentes públicos. Para balconistas, farmacêuticos e farmacistas, oferecemos uma plataforma durante o Campeonato Gaúcho, dentro do concurso Palpite Premiado, onde o público pode testar o conhecimento sobre futebol em um quiz e cadastrar os pontos no game center. Para nossa força de vendas, também disponibilizamos um aplicativo exclusivo e lançamos, no ano passado, o Bullas, que reúne as bulas de todos os medicamentos do laboratório”, detalha Melo.

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DIGITAL

Gestão

facilitada HÁ TEMPOS A ADMINISTRAÇÃO DE UMA FARMÁCIA PASSOU A SER INFORMATIZADA, JÁ QUE OS PROCESSOS MANUAIS NÃO DAVAM MAIS CONTA. A NOVIDADE É GERIR O NEGÓCIO NA PALMA DA MÃO, COM A AJUDA DOS APLICATIVOS DE SMARTPHONES

O

POR FLÁVIA CORBÓ

O fortalecimento do setor farmacêutico resultou em uma expansão no número de farmácias e drogarias e, consequentemente, no aumento da concorrência. Oferecer um atendimento exemplar, que envolve um bom gerenciamento de estoque e mínimos índices de ruptura, tornou-se fundamental para sobreviver no mercado. Já há alguns anos, a solução encontrada para aumentar a produtividade e rentabilidade do varejo farmacêutico foram os softwares de gestão. Instalados nos computadores das lojas, os sistemas possibilitam organizar os processos da farmácia de maneira integrada e conferir agilidade na captura dos dados de operação.

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Dessa maneira, decisões organizacionais são tomadas com assertividade e apresentam maior chance de obter sucesso. Os softwares permanecem sendo amplamente utilizados e seguem como alternativa vital para a boa gestão de uma farmácia e drogaria. Mas o mundo da tecnologia gira a uma velocidade impressionante e novas soluções já foram criadas para aumentar ainda mais a efetividade da gestão. Agora, o controle das funções administrativas da loja pode ser feito de qualquer local, a qualquer horário, por meio dos aplicativos para smartphones. A migração dos softwares instalados nos computadores para a palma da mão é consequência direta da mudança de comportamento do brasileiro. Atualmente, o número FOTOS: SHUTTERSTOCK

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de celulares já superou o volume de habitantes, e, entre os aparelhos vendidos, cerca de 56% são smartphones. Além disso, um investimento nas melhorias das tecnologias 3G e 4G ampliou a possibilidade de acesso. “Consequentemente, o modo como fazemos gestão também tende a mudar e migrar para plataformas cada vez mais dinâmicas, como é o caso do mobile. Nossos clientes precisam que as informações estratégicas de suas empresas sejam recebidas de maneira rápida, o que proporciona agilidade, assertividade e dinamismo em seu cotidiano”, afirma a gestora comercial e de marketing da Softpharma, Francielle Roman. Ao analisar esse cenário, a empresa decidiu investir em plataformas para celular, por compreender que a mobilidade não é algo supérfluo, mas sim uma necessidade para o empresário do varejo farmacêutico. O produto da Softpharma ainda está em fase de lançamento, mas já tem as funcionalidades definidas. O objetivo principal será dar ao empresário e seus gestores a capacidade de analisar de maneira rápida e em tempo real diversos indicadores operacionais e estratégicos da farmácia, possibilitando a tomada rápida de decisão.

EM AÇÃO Fundada em 2007, a Procfit nasceu com o objetivo de prestar consultoria em processos de gestão de varejo. No entanto, ao se deparar com ferramentas de mercado pouco flexíveis, a empresa decidiu desenvolver o próprio software, de acordo principalmente com as particularidades dos segmentos que atendia, inclusive o farmacêutico. O ingresso no universo de aplicativos mobile também aconteceu de maneira natural, seguindo uma demanda existente. “Em um passado não muito distante, vivíamos na frente dos microcomputadores grande parte do nosso tempo. Fazíamos de tudo com eles – gestão da empresa,

NÃO É MAIS POSSÍVEL QUE A GESTÃO DA FARMÁCIA SEJA FEITA DE FORMA MANUAL, NÃO APENAS PELO VOLUME DE INFORMAÇÕES QUE DEMANDA, MAS TAMBÉM PORQUE A PRÓPRIA OPERAÇÃO COTIDIANA ESTÁ CADA VEZ MAIS COMPLEXA acompanhávamos as notícias pela internet, falávamos com outras pessoas via chat, enviávamos e recebíamos e-mail –, mas tínhamos de estar próximo deles para nos manter ligados em tudo o que estava acontecendo”, relembra o CEO da Procfit, Marcelo Guidugli. Esse comportamento começou a mudar com a diminuição dos preços dos notebooks, que permitia o acesso às mesmas coisas com muito mais mobilidade. “Agora, com os smartphones, fazemos de tudo a qualquer hora e em qualquer lugar. É inevitável que coisas importantes dos sistemas de gestão sejam transferidas para aplicativos móveis.” Diante da constatação, a Procfit já criou três aplicativos, dois deles relacionados à realidade das farmácias e drogarias. O primeiro é voltado à gestão empresarial, com informações em tempo real dos principais indicadores de performance, como volume de vendas, desconto médio concedido, tíquete médio, margem bruta e margem líquida acumulada no dia e mês corrente. O segundo foi desenvolvido especialmente para fazer inventário de mercadoria, pré-venda dentro da loja e checkout de conferência de mercadoria na expedição, tanto de vendas

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DIGITAL

no delivery quanto na saída de mercadorias do Centro de Distribuição para a loja. “Os aplicativos estão disponíveis para IOS e Android e são gratuitos para quem utiliza nosso sistema de gestão. Já varejistas que usam outros sistemas precisam pagar, pois, nesse caso, será necessário um serviço de integração”, explica Guidugli. A Trier, empresa especializada em softwares para farmácias, percebeu a necessidade de investir em mobilidade já há cerca de três anos, por isso desde o primeiro software preocupou-se em criar sistemas que pudessem ser acessados a partir de qualquer equipamento conectado à internet. Em janeiro deste ano, a empresa deu mais um passo e criou seu primeiro aplicativo – o Trier Gestão. Informações como tíquete médio, compras, vendas, contas a pagar e receber, quantidade de pessoas que passaram pela loja são apresentadas ao proprietário em tempo real. A ferramenta é gratuita e está disponível tanto para Android quanto para IOS. “Em um mercado globalizado e que muda muito rapidamente, é essencial ter informações confiáveis para tomadas de decisões rápidas, sendo isso fator primordial para o desenvolvimento das farmácias e maximização dos resultados”, ressalta o diretor da Trier, Roberto Michels. “Além disso, nosso aplicativo pode ser baixado por qualquer pessoa que tenha interesse no segmento farma, pois é repleto de informações e notícias do mercado, deixando o usuário por dentro das últimas informações do segmento”, complementa.

REALIDADE CONSOLIDADA Muitos gestores de pequenas e médias farmácias ainda insistem no pensamento de que em lojas de pequeno porte não há necessidade de se fazer uso de tecnologias avançadas de gerenciamento. Os especialistas de mercado discordam veementemente. “Atualmente, não é mais possível que a gestão da farmácia seja feita de forma manual, não apenas pelo volume de informações que demanda, mas também porque a própria operação cotidiana está cada vez mais complexa, seja pelas exigências como as da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ou fiscais, como pela exigência do consumidor, que quer ser tratado de forma diferenciada”, opina Francielle, da Softpharma.

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Diante desse cenário, a informatização deixou de ser opção há muito tempo. As empresas que não evoluíram sofrem com a concorrência direta de quem utiliza recursos tecnológicos avançados e também com os Governos Estaduais e Federal, que estão muito bem preparados tecnologicamente. “É provável que as secretarias de fazenda dos Estados e até mesmo a Receita Federal saibam mais sobre determinada empresa do que seus próprios gestores, principalmente aqueles que insistem em utilizar planilhas eletrônicas e controles manuais”, destaca Guidugli, da Procfit. No entanto, é importante ter em mente que os aplicativos não chegaram para substituir totalmente os softwares. Em primeiro lugar, porque nem todas as atividades de gestão são facilmente realizadas em um celular. “Já pensou uma empresa fazendo a contabilidade no smartphone? Não dá”, pontua Guidugli. “Já a pré-venda é possível. Temos muitos clientes que atendem seus consumidores. No universo fora do PDV, esse atendimento a clientes também pode ser feito por meio de dispositivos móveis. A Big Sistemas permite que farmácias que utilizam os seus softwares tenham acesso ao Big Indicadores por meio de smartphones. A ferramenta possibilita visualizar e analisar as operações da loja em tempo real, além de viabilizar a criação de gráficos para definir e acompanhar os indicadores. Já o atendimento ao consumidor por meio de aplicativos ainda não se encaixa à realidade de toda farmácia. “Principalmente as pequenas ainda valorizam muito a compra olho no olho. Nesses casos, a tecnologia de uma venda por tablet, por exemplo, não seria bem-vinda”, acredita. Em meio a esses entraves, a perspectiva é que ocorra uma complementariedade entre as plataformas. Muitas operações cotidianas das organizações poderão sim migrar para o mobile, mas, para algumas, o desktop ainda continuará sendo a melhor opção. “Tudo vai depender da análise do produto e do público que se pretende atingir, sem contar o fator de acesso à internet, uma vez que nem todas as regiões do País apresentam hoje as mesmas condições de acesso às tecnologias 3G ou 4G, ou seja, migrar totalmente um software para a plataforma mobile pode fazer com que ele fique regionalmente limitado”, analisa Francielle, da Softpharma.

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RASTREABILIDADE

Viabilidade a caminho DESDE O INÍCIO DAS DISCUSSÕES DE COMO OBTER MAIOR CONTROLE SOBRE ORIGEM E DESTINO DOS MEDICAMENTOS COMERCIALIZADOS NO BRASIL, MUITOS AVANÇOS FORAM FEITOS, MAS AINDA HÁ DETALHES PENDENTES POR FLÁVIA CORBÓ

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Dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estimam que a informalidade no setor de medicamentos no Brasil represente cerca de 30% do mercado nacional. Enquadram-se nessa categoria, os medicamentos falsificados, adulterados, sem registro no órgão sanitário, de origem desconhecida (fruto de roubo de carga, por exemplo), comercializados sem o recolhimento de tributos ou em desacordo com as exigências legais, inclusive de retenção de receita. Devido à preocupação com essa informalidade, desde 2001, a Anvisa estuda maneiras de aperfeiçoar o mecanismo das embalagens de medicamentos de modo a conferir maior segurança aos consumidores no Brasil. Inicialmente, a maior preocupação era em relação ao controle epidemiológico. Saber de onde veio e para onde foi tal medicamento, por exemplo, seria fundamental na hora de conter os danos de um lote falsificado sendo distribuído à população. FOTO: SHUTTERSTOCK

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RASTREABILIDADE

Em 2003, a Agência iniciou conversas com o setor produtivo e, a partir de 2008, oficializou os encontros por meio de Audiências Públicas, que visavam receber sugestões de como implementar o controle dos medicamentos comercializados no País. Nesses encontros, as possibilidades oferecidas por um sistema de rastreabilidade foram ampliadas. “Hoje se cogitam outros tipos de aplicação e benefícios, pois, ao longo dos anos, o mercado apresentou a necessidade de reduzir ocorrências de roubos e falsificações”, conta o sócio diretor da Yugue Assessores, fornecedora de serviços de consultoria e treinamento às áreas de qualidade, produção e desenvolvimento de medicamentos para as indústrias farmacêuticas, Ricardo Yugue.

NEGOCIAÇÕES DIFÍCEIS Assim como o assunto já era tratado internamente há muitos anos pela Agência, empresas e entidades ligadas ao setor farmacêutico também já vinham estudando possíveis processos para a adoção da rastreabilidade. “Existiam há certo tempo iniciativas no setor farmacêutico, mas a tecnologia ainda não permitia colocar uma determinada quantidade de informações de um produto em um código pequeno”, lembra o diretor de tecnologia da T2 Software, Rodrigo

se manifestaram contra a decisão. DataMatrix “Naturalmente, seria muito custoso é um código bidimensional, para o setor, porque além de mande alta qualidade ter um transporte e armazenamende leitura to seguro, teríamos de pagar o custo individual do selo”, afirma Klein. Por meio de ações jurídicas, o modelo inicial foi barrado e o tema rastreabilidade ficou parado até 2012. Já prevendo que o assunto voltaria a ser debatido, empresas e associações seguiram trabalhando em torno da rastreabilidade.

EXEMPLOS INTERNACIONAIS Uma das principais medidas adotadas pelos grupos engajados no tema rastreabilidade foi conhecer países que já adotam o sistema. A primeira viagem organizada foi rumo à Turquia. Apesar de ter um mercado de medicamentos bem menor que o brasileiro, o país já adotou a rastreabilidade em toda a cadeia – indústria, atacado e varejo. Por lá, a necessidade surgiu em virtude do sistema de reembolso, que garante gratuidade na compra de medicamentos. Para combater as inúmeras fraudes, o governo turco decidiu implementar a tecnologia. A visita esclareceu dúvidas, mas também criou receios nos empresários. Algumas empresas perderam produtividade de 20% depois da implantação do sistema. ‘‘Não é um investimento, é despesa, pois não vai agregar aumento de velocidade e outros benefícios paralelos à linha de produção”, ressalta o presidente executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini. O grupo de entidades e empresariado também esteve na Argentina, onde o processo de rastreabilidade tem a mesma intenção de diminuir fraudes no sistema de reembolso. Porém, o país sul-americano utiliza a rastreabilidade apenas para uma lista de medicamentos, não à totalidade. A opção traz algumas vantagens, como redução da complexidade de implantação, mas também apresenta pontos negativos. “É preciso lidar com unidades de marcação diferente na cadeia, além de não ser possível apresentar uma demanda do setor capaz de empurrar preço dos equipamentos e da tecnologia para baixo”, pondera Klein.

É JUSTAMENTE NA QUESTÃO DO COMPARTILHAMENTO DE DADOS EM QUE RESIDE O GRANDE IMPASSE ENTRE EMPRESARIADO E ANVISA. É PRECISO HAVER UMA PADRONIZAÇÃO ENTRE SISTEMAS Klein. Um grupo que planejava fazer um projeto-piloto junto a algumas multinacionais estabeleceu um convênio com a Anvisa e passou a executar estudos com aval da Agência. O projeto-piloto estava previsto para ser realizado em 18 meses, mas acabou sendo executado em apenas seis meses. Isso porque havia uma apreensão do mercado em relação à proposta que seria apresentada pela Anvisa. “Para tentar diminuir esse efeito, entregamos rapidamente o projeto à Anvisa, mostrando que era possível fazer a rastreabilidade com a impressão do código na unidade de venda.” No entanto, o temor se justificou quando a Agência tomou outro rumo. Em 2012, instruções normativas foram publicadas, determinando que cada caixa de medicamento fosse identificada com um selo produzido pela Casa da Moeda. Prontamente, as entidades e empresas 72

COMO FUNCIONA? Desde que se começou a pensar em rastreabilidade, ocorreram algumas alterações na ideia original, mas o

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RASTREABILIDADE

RESPONSABILIDADE COMPARTILHADA

ANVISA

LABORATÓRIO

DISTRIBUIDOR

VAREJO

CONSUMIDOR 74

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é uma agência reguladora vinculada ao Ministério da Saúde do Brasil. Juridicamente concebida como uma autarquia de regime especial, exerce o controle sanitário de todos os produtos e serviços (nacionais ou importados). É ela quem estabelece as regras da rastreabilidade dos medicamentos e determina como os produtores devem atuar.

Os laboratórios farmacêuticos são os produtores dos medicamentos que devem ser rastreados. Eles devem mudar sua rotina ao imprimir nas embalagens dos produtos o selo DataMatrix, o que irá gerar novos custos e nova metodologia de trabalho. Por outro lado, irá assegurar a qualidade final da mercadoria até o consumidor final.

O distribuidor de medicamentos é responsável por comprar o produto do laboratório e vender ao varejo (farmácias e drogarias). Ele faz o transporte e é o principal atingido por roubos de carga. Nessa fase, a rastreabilidade seria aplicada de forma mais eficaz.

Pontos de venda que compram o medicamento de um distribuidor e comercializam o produto ao consumidor final. Esses estabelecimentos precisam se assegurar de estar comprando cargas verdadeiras, para que a saúde do cliente seja assegurada. Por meio da rastreabilidade, será possível confirmar todas as informações de procedência.

Todo cidadão usuário de medicamento, que precisa ter sua saúde assegurada pelo consumo de produtos idôneos, que farão com que o resultado final do tratamento seja atingido.

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RASTREABILIDADE

sistema não sofreu mudanças nas essências e elementos mais importantes, como a necessidade de identificação por número de série e não apenas por lote, para assim saber a origem e o destino de cada unidade comercializada. A mudança mais significativa foi a chave de rastreabilidade a ser adotada. A ideia do selo da Casa da Moeda foi rejeitada e decidiu-se que um código rastreável seria impresso diretamente na embalagem. Para padronizar o processo, as entidades e Anvisa concordaram em adotar o código DataMatrix como mecanismo de captura, armazenamento e transmissão eletrônica de dados. Produzido pela GS1 Brasil – Associação Brasileira de Automação, organização especializada em soluções para aumentar a eficiência da cadeia de suprimentos, “o DataMatrix é um código bidimensional, de alta qualidade de leitura, com superfície pequena e variável, de acordo com a quantidade de dados codificados”, explica a assessora de negócios da GS1 Brasil, Patrícia Amaral. A tecnologia é perfeita para ser utilizada em sistemas “abertos”, no qual o fornecedor quer que todos os parceiros comerciais sejam capazes de “ler” e interpretar corretamente os dados codificados. A grande vantagem do DataMatrix em relação ao EAN-13 – o código de barras já aplicado em todos os produtos – é a capacidade de armazenar uma maior quantidade de dados, função primordial para permitir uma rastreabilidade eficaz. Cada unidade de medicamento passa a ter uma identificação única, que a diferencia das outras milhares de unidades produzidas. Se antes você tinha 50 unidades de medicamento, agora você tem ‘as’ 50 unidades”, detalha Rodrigo Klein, da T2 Software. As unidades já devidamente identificadas poderão, então, ser acompanhadas ao longo de toda a cadeia de suprimentos. “Será possível verificar onde essa unidade entrou, em qual caixa entrou, esta caixa está em qual pallet, este pallet foi para qual distribuidor ou lojista”, detalha Rodrigo Klein, da T2 Software. Tanto no processo produtivo, como no logístico, será possível tratar as unidades de forma única, com a leitura do código de forma automatizada.

A Avisa caso seja necessário”, enumera Ricardo determinou que Yugue, da Yugue Assessores. a rastreabilidade É justamente na questão do comseja implantada até 2016 partilhamento de dados em que reside o grande impasse entre empresariado e Anvisa. Além da necessidade de haver uma padronização entre sistemas e disposição dos dados, ainda não se chegou a um entendimento do quão profunda será essa troca de dados entre empresas e órgão regulador. “Existem informações comerciais a serem protegidas, mas é muito difícil separar onde estão as informações vitais para o processo de rastreabilidade e onde começam aquelas de interesse comercial”, explica Klein. De acordo com o especialista, a Anvisa não tem se colocado muito disponível quanto à negociação banco de dados, mas as empresas e entidades já chegaram a um consenso. “Na Turquia, o governo paga 96% dos medicamentos por sistema de reembolso, mas aqui, como não temos isto, então não seria muito lógico que essas informações

SABER DE ONDE VEIO E PARA ONDE FOI TAL MEDICAMENTO SERIA FUNDAMENTAL NA HORA DE CONTER OS DANOS DE UM LOTE FALSIFICADO SENDO DISTRIBUÍDO À POPULAÇÃO fiquem na Anvisa”, defende Klein. Os empresários argumentam que seria melhor manter um banco de dados compartilhado entre as empresas, em que as informações seriam dividas por setores e liberadas mediante o interesse do parceiro comercial. “Esses dados pertencem à empresa, elas só têm de garantir que a infraestrutura de datacenter permita a leitura de dados em pelo menos três níveis – indústria, atacado e varejo.” Para isso, é necessária a utilização de um software padronizado que consiga transformar as informações de maneira legível a todos os players do mercado, garantindo a produtividade.

O QUE FALTA?

E

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NTEÚDO

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A Avisa determinou que a rastreabilidade seja implantada até 2016. As discussões avançaram muito, mas ainda há pontos a serem definidos entre órgão regulador, entidades e empresariado. “A implantação do código não é complicada, mas exige equipamento, previsão de orçamento, planejamento e alteração em processos. Os dados armazenados no código precisam ser lidos pelos sistemas e disponibilizados,

RA N O POR

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Outro tema que envolve todos os elos da cadeia é a logística reversa. Saiba mais. www.guiadafarmacia.com.br

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COMPETITIVIDADE

Varejo farmacêutico: uma Metamorfose

T

OS PONTOS DE VENDA SE TRANSFORMARAM EM PONTOS DE SOLUÇÃO ONDE OS CLIENTES DESEJAM ENCONTRAR RESPOSTA AOS MAIS DIVERSOS PROBLEMAS DE CONSUMO

SÍLVIO ABRAHÃO LABAN NETO Professor de marketing e coordenador do MBA Executivo do Insper E-mail silvioaln@insper.edu.br 78

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Ambulante

Talvez nenhum segmento de varejo tenha passado por tantas transformações nos últimos anos quanto o varejo farmacêutico brasileiro. O setor vem se consolidando, repetindo o movimento já ocorrido em outros segmentos: surgem grandes grupos operando centenas de lojas, com atuação multirregional e faturamento na casa dos bilhões de reais. Além da concorrência do próprio setor, varejistas de alimentos passam a desenvolver suas próprias operações e players estrangeiros voltam seus olhos ao Brasil e começam a realizar investimentos no País. Pesquisa realizada pelo POPAI Brasil, em 2012, aponta que o consumidor das farmácias frequenta o varejo farmacêutico não apenas para a compra de medicamentos, como também busca soluções de higiene, beleza e cosméticos, entre outros produtos relacionados à saúde e ao bem-estar. A face visível dessas mudanças está nos pontos de venda (PDVs): entrar numa loja do varejo farmacêutico é uma experiência muito distinta daquela de 5, 10, 15, 20 anos atrás e cada vez mais os pontos de venda começam a trabalhar aspectos de sortimento, gerenciamento de categorias, trade marketing, serviços e ambientação. As lojas mantêm suas características de farmácias, porém oferecem sortimentos cada vez mais amplos e com-

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plexos de produtos e serviços diversos. Dessa forma, os PDVs se transformaram em Pontos de Solução aos quais os consumidores acorrem para encontrar resposta aos mais diversos problemas de consumo. Esse conjunto de transformações traz profundas implicações para os varejistas do segmento farmacêutico, entre as quais, podemos citar: • esenvolver e e ecutar novos processos e sistemas: trade marketing, processo de reposição, comércio eletrônico, entre outros; • Espaço físico e am iente do ponto de venda precisam ser adaptados e estar alinhados aos produtos e serviços oferecidos; • capital umano precisa aprimorar competências típicas dos encontros de serviço em que a empatia, a assertividade, o relacionar-se e o bom humor são ingredientes básicos e fundamentais; • on ecer e relacionar se com o cliente de forma cada vez mais pessoal e específica torna-se ainda mais importante. Todas essas mudanças demandam um novo olhar e uma reflexão profunda, uma vez que as oportunidades e os potenciais benefícios são relevantes: diferenciação, maior rentabilidade, fidelização, entre outros. Diante de tudo isso, emprestamos o título da famosa música de Raul Seixas para, em poucas palavras, definir o atual momento. FOTO: DIVULGAÇÃO

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PRODUÇÃO

Importação de insumos triplicou em uma década BOA PARTE DA MATÉRIA-PRIMA DE MEDICAMENTOS CONSUMIDA PELA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA BRASILEIRA CONTINUA VINDO DE FORA, TENDO CHINA E ÍNDIA COMO PRINCIPAIS FORNECEDORES. CONTROLE DE QUALIDADE DO PRODUTO É RIGOROSO, GARANTEM ANVISA E LABORATÓRIOS P O R M A R CELO DE V A LÉC I O

I

Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs), tradução direta da expressão inglesa Active Pharmaceuticals Ingredients (APIs) e oficializada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para designar farmoquímicos ou princípios ativos, são a principal matéria-prima dos medicamentos. Farmoquímicos são obtidos por processos extrativos dos reinos animal (por exemplo, a heparina), mineral (cloreto de sódio) e vegetal (rutina). Podem, ainda, ser obtidos por síntese química (omeprazol), por processos biotecnológicos clássicos, como fermentativos (penicilina) e enzimáticos (amoxicilina). Por fim, dá para se obtê-los por processos biotecnológicos (alfainterferona). Apesar de ser um dos maiores produtores de medicamentos do mundo, o Brasil importa a maior parte dos insumos que utiliza para fabricá-los. Concomi-

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tante ao crescimento da indústria farmacêutica, as importações de farmoquímicos mais do que triplicaram na última década, saltando de US$ 886 milhões, computados em 2003, para US$ 2,9 bilhões, registrados no ano passado. Somente entre 2012 e 2013, a alta foi de 10,3%. Os dados são da Associação Brasileira da Indústria Farmoquímica e de Insumos Farmacêuticos (Abiquifi). De todos os insumos farmacêuticos fornecidos para o Brasil, 48% provêm da China; 30% são fabricados na Índia (os dois maiores produtores mundiais); 7%, na Itália; e 4%, na Alemanha, segundo a Anvisa. Em relação aos insumos biotecnológicos e biológicos, os Estados Unidos são os maiores fornecedores mundiais. O principal insumo farmacêutico comprado no exterior pelo Brasil é a insulina. Utilizado no tratamento de diabetes, o hormônio sintético, que teve sua produção nacional interrompida em 2001 – quando a Biobrás, empresa FOTOS: SHUTTERSTOCK

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PRODUÇÃO

RESULTADOS DA CADEIA DE IMPORTAÇÃO X EXPORTAÇÃO

IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE INSUMOS FARMACÊUTICOS (US$ MILHÕES) – FOB (free on board) – valor total até o embarque no navio ou transportadora, quando o comprador assume os valores de frete.

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2.880 2.612 2.561 2.108 2.086

10 PRINCIPAIS PRODUTOS

IMPORTADOS NO ANO DE 2013

(US$ MILHÕES – TEC – Tarifa Externa Comum)

95,1 Insulina 47,7 Acetato de alfa-tocoferol 37,3 Amoxicilina e seus sais 37,1 Heparina 36,2 Acetato de ciproterona 25,2 Bromero de butil escopolamina 24,8 Dipirona 19,2 Desogestrel 14,6 Cetoprofeno 14,6 Cloridrato de lincomicina Fonte: Abiquifi

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EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE INSUMOS FARMACÊUTICOS (US$ MILHÕES) – FOB (free on board) – valor total até o embarque no navio ou transportadora, quando o comprador assume os valores de frete.

2013 2012 2011 2010 2009

744 857 904 596 441

10 PRINCIPAIS PRODUTOS

EXPORTADOS NO ANO DE 2013

(US$ MILHÕES – TEC – Tarifa Externa Comum))

44,9 Ácidos biliares 38,0 Virginamicina 33,7 Ácido glutâmico 28,2 Heparina 20,6 Celulose microcristalina 10,8 Sulfato de condroitina 10,4 HCG 8,1 Outras cefalosporinas 7,2 Lisina 6,4 Nitrato e cloridrato de pilocarpina

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PRODUÇÃO

fornecedora do Sistema Único de Saúde (SUS) foi vendida a um grupo multinacional –, representou desembolso de US$ 95,1 milhões. Em seguida, vêm o acetato de alfa-tocoferol, utilizado em vitaminas, com US$ 47,7 milhões, e a amoxilina e seus sais, com US$ 37,3 milhões. A produção nacional de farmoquímicos corresponde a apenas 2% do utilizado pela indústria farmacêutica e a maior parte está restrita a excipientes, que são commodities, e algumas moléculas. Os excipientes, também conhecidos como adjuvantes farmacotécnicos, são produtos químicos que, embora sem ação farmacológica, são usados para a elaboração de formas farmacêuticas que carreiam os farmoquímicos para os organismos a que se destinam (humano ou veterinário). Entre eles, estão os espessantes, aglutinantes, lubrificantes e diluentes. Ainda que a produção não seja expressiva, o País exportou US$ 744 milhões de farmoquímicos no ano passado. Os principais produtos exportados foram: ácidos biliares (US$ 44,9 milhões), virginiamicina (US$ 38 milhões) e ácido glutâmico (US$ 33,7 milhões). Contudo, as exportações de insumos brasileiros têm recuado nos últimos três anos, interrompendo uma ascensão contínua desde 2003. Entre 2012 – quando registrou US$ 857,6 milhões de vendas ao exterior – e o ano passado, a queda foi de 13,3%. Em relação a 2011 (US$ 904,6 milhões), quando interrompeu o ciclo de crescimento, o recuo soma 17,7%.

FISCALIZAÇÃO RÍGIDA Farmoquímicos representam o início da cadeia produtiva da indústria farmacêutica. Para assegurar a qualidade na produção de medicamentos, a Anvisa exerce controle burocrático junto aos laboratórios farmacêuticos, que são incumbidos de qualificar fornecedores, realizar inspeções e controlar a qualidade da documentação e do insumo. Não existe um controle específico da Agência sobre a matéria-prima dos medicamentos. “Somente sobre o produto local, que é bem severo e nos moldes das melhores agências sanitárias do mundo”, afirma o presidente executivo da Abiquifi, Onésimo Ázara Pereira. “Em raros casos, do produtor externo, existe uma reduzidíssima lista de compostos para os quais a Anvisa obriga o registro compulsório. Para a imensa maioria de compostos importados, não existe nem a inspeção prévia e nem tampouco registro”, revela Pereira. Apesar disso, a Agência tem cadastrado todos os insumos farmacêuticos ativos usados no Brasil e acompanha sua utilização, sobretudo, as notificações de farmoquímicos com desvios de qualidade. Para registrar um medicamento, a empresa farmacêutica tem de apresentar uma série de requisitos de quali84

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CONTROLE DE REGISTROS O caminho para os insumos importados, seja de terceiros ou do próprio laboratório fabricante do medicamento, é o mesmo dos nacionais, exceto no quesito de inspeção das unidades de fabricação. Na grande maioria dos casos, a análise é apenas documental. Com o intuito de monitorar de forma mais eficiente o mercado de IFA, a Anvisa revela que vem implementando desde 2009 um programa de registro de IFA isolado do registro do medicamento. De forma que, caso o produto esteja enquadrado na lista de insumos descrita nas instruções normativas (INs) 15/2009 e 03/2013, deve-se solicitar o registro do IFA. Essas normativas estabeleceram prazos para a solicitação desses registros. Para os listados na IN 15/2009, não é mais possível serem utilizados na produção de medicamentos se não tiverem o registro do insumo deferido pela Anvisa. Esse controle é aplicável tanto para os fármacos produzidos no Brasil quanto aos importados. Para os importados, há também o controle da área de Portos, Aeroportos e Fronteiras. Fontes: Abiquifi e Anvisa

dade, inclusive da utilização de determinado insumo. A formulação é claramente delineada, com todas as matérias-primas que compõem o medicamento, incluindo o IFA e os excipientes, que não têm ação farmacêutica. A Anvisa avalia como a empresa realiza o controle de qualidade dos insumos, considerando informações quanto à fabricação, rota de síntese, validação de metodologia, estabilidade, entre outros itens. Todos os fornecedores de matérias-primas devem realizar o controle de qualidade da sua matéria-prima, incluindo os laboratórios que também fabricam insumos. Além da exigência de que os fabricantes de medicamentos cumpram as Boas Práticas de Fabricação, que incluem a qualificação de fornecedores terceirizados, a empresa farmacêutica também deve testar cada matéria-prima adquirida antes de utilizar o insumo em um lote de medicamento, de forma a assegurar sua identidade e pureza. “Em geral, os laboratórios iniciam a checagem da qualidade dos insumos comprados de terceiros pela qualificação documental do fornecedor”, explica Pereira. No caso de produtores nacionais, é realizada também uma qualificação de Boas Práticas de Fabricação com inspeção na unidade produtora. “Em alguns casos especiais, os laboratórios também realizam a ins-

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PRODUÇÃO

peção in loco de fornecedores estrangeiros”, diz o executivo. Na sequência, é feita uma análise documental do Drug Master File (DMF) do produto em si, com avaliação da rota de síntese e várias outras características do produto antes, durante e após sua fabricação. Por fim, é feito o envio de amostras para desenvolvimento de testes farmacotécnicos – se para uma formulação nova – ou de testes de adequação a formulações já existentes.

RESULTADO FINAL Um medicamento que utilize insumo cujas características físico-químicas e microbiológicas estejam em desconformidade com o registro pode apresentar alterações que comprometem o desempenho do produto e que, consequentemente, podem alterar a segurança, eficácia e qualidade do medicamento. De forma que a utilização de um insumo de má qualidade pode acarretar em prejuízo do tratamento de um paciente, que pode ser intoxicado ou não ter o efeito desejável do tratamento. “Um produto nessas condições é impróprio para o uso porque é impossível determinar sua condição de qualidade após uma formulação. Além disso, é impossível precisar o que pode suceder com a estabilidade da formulação e os efeitos colaterais do medicamento a ser utilizado pelos pacientes. O risco de um produto nessas condições é muito grande e constitui uma infração grave do ponto de vista sanitário, civil e criminal”, salienta Pereira.

MATÉRIA-PRIMA NACIONAL Para um insumo novo (IFA) fabricado no Brasil entrar no mercado, é preciso seguir um roteiro específico. Em primeiro lugar, segundo a Anvisa, somente pode ser produzido e comercializado o medicamento com o insumo ativo após aprovação do registro do medicamento. As informações de quais são os fornecedores de IFA, onde são produzidos, bem como todas as características de impurezas, solventes residuais, rota de síntese, controle de qualidade, validação de metodologia analítica e estabilidade são obrigatórias a todos os medicamentos industrializados em seus respectivos registros na Anvisa. Essas informações do IFA necessárias para o registro devem ser fornecidas pelo fabricante do fármaco diretamente à Anvisa ou por meio da própria indústria farmacêutica solicitante do registro. Na hipótese de que seja um insumo conhecido e já comercializado como formulação farmacêutica, explica Onésimo Ázara Pereira, apresenta-se ao fabricante do medicamento o DMF com todos os testes analíticos respectivos, inclusive estabilidade e, no interesse do laboratório farmacêutico, são enviadas amostras para que o 86

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produto faça os testes farmacotécnicos e submeta sua formulação à estabilidade e a outras análises. Aprovado o produto, a substituição do antigo fornecedor ou a submissão do novo registro do medicamento é submetida a Anvisa para aprovação.

NA PRÁTICA Um dos maiores fabricantes de medicamentos do País, o grupo FQM, por exemplo, utiliza 100% dos IFAs importados e 90% dos excipientes produzidos no Brasil. Para o gerente de Suprimentos do FQM, Alexandre S. Issa, a produção brasileira de insumos farmacêuticos está restrita a excipientes e os ativos disponíveis não possuem representatividade no portfólio da companhia. “Na visão de curto e médio prazos, existe um grande desafio ao crescimento interno da produção de insumos no Brasil, pois há uma complexidade e dificuldade de atingir a escala necessária para a viabilidade e competitividade em termos de preços”, revela o executivo. Sobre os insumos importados, Issa assegura que o rigor com sua procedência é fundamental. “Devemos tomar todos os cuidados no sentido de garantir a qualidade dos insumos que farão parte de nossas formulações, pois somos responsáveis pela segurança, eficácia e qualidade dos produtos finais”, enfatiza. “O insumo de baixa qualidade influi negativamente no desempenho do medicamento (biodisponibilidade), na sua estabilidade (prazo de validade) e no próprio processo de fabricação do medicamento”, acrescenta a gerente de Garantia da Qualidade do FQM, Márcia Weiss, e vai além. “É imprescindível controlar a qualidade dos insumos com análise lote a lote. Ainda assim, isso não é o suficiente para garantir a qualidade. É necessário também ter um bom programa de qualificação de fornecedores, com critérios definidos para o monitoramento por meio de questionários, auditorias in loco e acompanhamento do histórico de fornecimento. Somente dessa maneira podemos garantir a qualidade dos insumos adquiridos”, finaliza a executiva.

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PANORAMA

Prepare-se para mais

um passo tecnológico

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NESTE SEGUNDO SEMESTRE, A MODERNIZAÇÃO ALCANÇA A ÁREA DO VAREJO COM A NOTA FISCAL DO CONSUMIDOR FINAL. O PROJETO TEM ENTRE AS MELHORIAS, SUBSTITUIR O TRADICIONAL CUPOM FISCAL POR UM SISTEMA DE COMUNICAÇÃO TOTALMENTE ON-LINE

MARCO ANTONIO ZANINI Diretor da NFe do Brasil, empresa especializada em inteligência fiscal eletrônica 88

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A Tecnologia da Informação (TI) é uma facilitadora do cotidiano, seja para o lazer, trabalho ou compromissos, como a gestão tributária. É notório que a TI não é sinônimo apenas de modernidade, mas também uma estratégia que amplia o faturamento de forma coesa e, acima de tudo, traz sucesso para os negócios. Um estudo da Boston Consulting Group (BCG) revela que se todas as PMEs adotassem novas tecnologias, a economia brasileira teria um acréscimo de 122 bilhões de dólares na criação de mais empregos, uma vez que seriam necessários 2,5 milhões de funcionários a mais no mercado. O governo também está atento a essas melhorias. Apenas o governo federal, por exemplo, tem investido em projetos de desenvolvimento tecnológico, como o Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) para facilitar a vida do cidadão e, principalmente, do empreendedor. Iniciada em 2007, a medida propõe informatizar a troca de informações entre o governo e seus contribuintes. Neste ano, a modernização alcança a área do varejo com a Nota Fiscal do Consumidor Final (NFC-e). Previsto para iniciar no segundo semestre de 2014, o projeto tem entre as melhorias, a possibilidade de substituir o tradicional cupom fiscal emitido em lojas e comércio varejista em geral por um sistema de comunicação totalmente on-line e sem a necessidade de investimento e equipamentos específicos e caros. A medida traz vantagens para as empresas, porque simplifica os procedimentos de gestão tributária, por meio da TI e garante a segurança dessas informações. Porém, como foram desenvolvidos dois modelos de tecnologia para essa medida

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– o Sistema Autenticador e Transmissor de Cupons Fiscais Eletrônicos (SAT) e o NFC-e –, surgiram dúvidas entre os envolvidos sobre qual será adotado como padrão brasileiro. Em São Paulo, por exemplo, foi adotado o SAT, que necessita de um hardware específico para a sua utilização. O sistema substituirá os atuais Emissores de Cupons Fiscais (ECFs) nos estabelecimentos varejistas e, caso o acesso à internet seja interrompido, a tecnologia mantém o procedimento até o seu reestabelecimento. Além disso, os cupons fiscais podem ser emitidos de qualquer impressora. Já nos estados do Amazonas e Mato Grosso, está em teste o NFC-e, um sistema com inúmeras características iguais ao SAT, mas com a diferença que o seu funcionamento é por meio de um software integrado à plataforma em nuvem de uma SEFAZ estadual, realizando o envio dos dados da transação no ato da compra. Essas informações ficam armazenadas na cloud de cada secretaria estadual e não precisa de um hardware específico para a sua utilização. Universalmente, os dois sistemas trarão melhorias expressivas ao varejista, como redução de custos, uso de novas tecnologias de mobilidade, flexibilidade de expansão de PDV, apelo ecológico e integração de plataformas de vendas físicas e virtuais. Assim como foi a implementação da Nota Fiscal Eletrônica no Brasil, teremos um longo percurso para que a medida seja concluída e que todos estejam conectados a um sistema-padrão e seguro. O varejista deve manter-se atento às inovações tecnológicas para que ele consiga melhorar os seus negócios e possa reduzir os riscos com a burocracia tributária. FOTO: DIVULGAÇÃO

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Não insista no FALHAS PEQUENAS, MAS CONSTANTES, IMPEDEM QUE O VAREJO BRASILEIRO ATINJA O ÁPICE DE CRESCIMENTO E TORNE-SE UM MERCADO MADURO POR FLÁVIA CORBÓ

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Entre os principais setores da economia brasileira, o varejo farmacêutico não tem muito do que reclamar. Apesar da alta da inflação e do baixo índice de confiança do consumidor, o setor consegue manter um crescimento na casa dos dois dígitos. No entanto, é preciso ter cuidado ao deduzir que as farmácias e drogarias brasileiras atingiram a maturidade, por isso são capazes de sustentar esse bom desempenho financeiro e comercial. Ainda há muito para crescer, consertar e aprimorar, principalmente em comparação a mercados mais sólidos, como o americano e o europeu. Enquanto as empresas filiadas à Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma)

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tiveram um faturamento de R$ 28,705 bilhões em 2013, o equivalente a cerca de 13 bilhões de dólares, a gigante Walgreens, com 7.530 lojas, vendeu sozinha US$ 43 bilhões, ou seja, mais de três vezes que as principais redes de varejo farmacêutico brasileiro. Não muito atrás está a CVS, com faturamento em torno de 38 bilhões de dólares. Por que tanta disparidade? Por meio de um compilado de pesquisas, o coordenador do Núcleo de Estudos do Varejo da ESPM, Ricardo Pastore, conseguiu definir o que falta para que o varejo farma no Brasil se desenvolva por completo e faça voos mais altos. Acompanhe algumas das medidas que o especialista recomenda que sejam tomadas pelos varejistas que desejam estar um passo à frente da concorrência: FOTOS: SHUTTERSTOCK

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CENÁRIO

EXISTIR UMA LOJA EM CADA ESQUINA Um dos primeiros pontos levantados pelo professor é o baixo número de farmácias no País. Nos grandes centros, podem-se encontrar lojas de diferentes bandeiras situadas a poucos metros uma da outra, mas isto está longe de ser a realidade brasileira. No interior dos estados, há ainda muito terreno a ser explorado. Enquanto nos Estados Unidos diversas redes varejistas atuam com mais de mil lojas, um levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) aponta que no Brasil há apenas quatro empresas brasileiras neste patamar – nenhuma delas do setor farmacêutico. Já entre as companhias que operam com mais de 500 lojas, apenas o Grupo Raia/Drogasil e a rede de Farmácias Pague Menos, com sede em Fortaleza (CE), marcam presença. Trabalhar a capilaridade é um desafio imenso, considerando o tamanho do território nacional, mas a expectativa é que o cenário não demore muito a mudar. O grupo situado entre 500 e 999 lojas cresce a uma velocidade ainda maior que os gigantes do varejo. A Pague Menos planeja abrir 90 lojas este ano, com investimento estimado em R$ 100 milhões. Assediada por fundos de investimentos, a empresa afirma estar se preparando para abrir de 25% a 33% do capital da rede varejista de farmácia na BM&fBovespa. A iniciativa pretende levantar R$ 1 bilhão, que deverá ser destinado à expansão de lojas e ao projeto de internacionalização da rede.

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AUMENTAR O TAMANHO DAS LOJAS Os números mostram que o varejo farmacêutico está em evolução, mas ainda guarda fortes resquícios de um modelo retrógado, caracterizado por uma farmácia montada apenas com um balcão, onde o farmacêutico aguarda pelo cliente, segundo Pastore. Com o passar do tempo, os espaços vazios começaram a ser preenchidos por gôndolas e uma inúmera variedade de produtos, mas os estabelecimentos mantiveram-se os mesmos. “Esse modelo de loja está ultrapassado. É preciso montar farmácias mais amplas, bonitas e agradáveis.” Neste momento, surge mais uma vez a inevitável comparação com as farmácias americanas, que impressionam pelo tamanho e diversidade de categorias à venda. Empresários brasileiros reclamam que a legislação brasileira, que proíbe a venda de artigos de conveniência em um espaço de saúde, é a grande culpada pelos layouts das lojas brasileiras serem considerados atrasados. Para Pastore, esse é um grande empecilho, mas não uma justificativa. Mesmo com o sortimento atual, as lojas já não oferecem uma boa experiência de compra. “São apertadas, tem checkout lotado, apresentam dificuldade na localização dos produtos e na leitura dos preços. Há pequenos detalhes com falhas muito grandes.”

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AUMENTAR O SORTIMENTO DE PRODUTOS E SERVIÇOS Apesar dos clientes já darem claros sinais de que somente bom preço não é mais suficiente para garantir uma venda, muitos varejistas brasileiros ainda mantêm esta estratégia. “O preço ainda exerce um diferencial no produto, mas não necessariamente na rede. Não há redes com posicionamento muito claro em relação ao preço baixo. Até existem empresas que carregam esse atributo no nome, mas, de uma maneira geral, não há um diferencial muito claro entre quem oferece preço, atendimento ou outra vantagem.” A visão de que preço é o mais importante é uma das características do chamado varejo 1.0, um modelo arcaico, fortemente influenciado pelo pensamento da época da Revolução Industrial. Com foco único em venda, os consumidores são vistos de maneira massificada, apenas como uma fonte de transação comercial. Sai na frente quem produz mais com menos. Boa parte dos empresários já enxerga esse modelo como falho e está começando a traçar novas estratégias, condizentes com varejo 2.0, que já concentra o foco na fidelização do cliente. Quando toda a concorrência consegue oferecer preços similares, é o momento de trabalhar a satisfação e retenção do consumidor, por meio de variedade de sortimentos, serviços diferenciados e ações que incentivem o relacionamento e um atendimento mais individualizado e costumizado. A menina dos olhos dos varejistas 2.0 são os programas de fidelização do cliente. Uma das maneiras mais utilizada para isso são os programas de acúmulo de pontos, que oferecem posteriores benefícios. “Mesmo assim, a pontuação ainda não é clara, ninguém sabe como trocar os pontos. É algo recente que precisa ser mais bem trabalhado”, opina Pastore. Boa parte da culpa pela ineficácia dos sistemas de fidelização é a falta de conhecimento que o varejista possui em relação ao cliente. “É preciso partir de uma análise de comportamento de compra. Nem todo mundo é igual, nem todos querem produtos mais baratos. Existem outros fatores que pesam na decisão de compra”, alerta. 2014 JULHO GUIA DA FARMÁCIA

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CENÁRIO

CONHECER O COMPORTAMENTO DO CLIENTE A dificuldade dos varejistas farmacêuticos em montar a base de clientes e, a partir dela, oferecer serviços e benefícios customizados, vem muito da falta de olhar externo. De acordo com Pastore, a maioria das redes é muito fechada em si mesma e pouco leva em consideração parcerias com universidades, por exemplo, que, por estudarem o varejo, poderiam contribuir com pesquisa e conhecimento. Sozinhas, as redes acabam por levar mais tempo para desvendar o cliente ou partem para soluções mais caras. Um dos caminhos mais comumente escolhidos é o investimento em tecnologia. Softwares são capazes de monitorar o histórico de compra de cada cliente e, a partir disto, criar diferentes segmentos. Independente da maneira como se escolhe acompanhar o consumidor, essa é a maneira mais eficaz de traçar estratégias de fidelização do mesmo. “Esse é o modelo de varejo 2.0, entender o comportamento e direcionar ações para cada perfil”, detalha Pastore. No entanto, nota-se que essa ainda não é uma estratégia prioritária nas farmácias brasileiras, talvez porque as lojas registrem bons patamares de venda e ainda não se sintam tão pressionadas pela concorrência. Para esses que não estão dispostos a fazer investimentos a fim de conhecer a fundo os frequentadores da sua loja, sempre é possível contar com as informações disponibilizadas por estudos de mercado. Uma das características mais claramente apontadas por estudos é que o varejo é predominantemente frequentado por mulheres. Por ainda serem as grandes responsáveis pelo cuidado do lar, dos filhos e do marido, as compras para o lar e cuidados com a família seguem concentradas na figura feminina. Outro dado

interessante é que mesmo as mulheres solteiras, que não realizam compras para familiares, gastam mais que homens solteiros e frequentam mais vezes as farmácias. Logo, toda a concepção de layout, sortimento e exposição deve ser pensada prioritariamente no comportamento e desejos femininos. Alguns pequenos detalhes podem fazer a diferença e deixar a mulher mais à vontade para gastar mais. “Mulher não gosta de tomar decisão de compra próxima a homens, principalmente em relação a produtos íntimos. Ela gosta de espaço, pouco trânsito nos corredores e não se sente à vontade para se curvar muito em busca de um produto. É atenta ao preço, mas, ao mesmo tempo, analisa outros atributos, como qualidade e segurança”, enumera Pastore.

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NTEÚDO

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A reivenção do varejo também deve ocorrer por meio das redes sociais. Confira. RA N O POR

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www.guiadafarmacia.com.br

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COMUNICAÇÃO

Acima da linha

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UMA ESTRUTURA BEM ELABORADA DIFERENCIA VOCÊ DE SEUS CONCORRENTES E O COLOCA ACIMA DA LINHA. MAS COMO FAZER ISSO SE, EM PLENA ERA DIGITAL, MUITAS FARMÁCIAS NÃO TÊM NEM SITES?

SANDRA TAKATA Diretora de Atendimento e Mídia Digital da Versátil Comunicação e especialista em SEO Site: www.versatilcomunicacao.com.br 96

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As grandes redes têm o seu departamento de marketing e comunicação em plena ebulição. Possuem estratégias para os sites, anúncios em links patrocinados, otimização, propaganda na tevê, conteúdo de relacionamento para Facebook, vendas em e-commerce... No entanto, as pequenas e médias farmácias independentes contam somente com o proprietário (e talvez seus familiares) para cuidar de toda essa gestão. Das mais de 72 mil farmácias e drogarias espalhadas pelo Brasil, tenho certeza de que uma pequena porcentagem focou seus esforços na comunicação. Também, com tantos afazeres do cotidiano, é compreensível que alguma área fique mesmo descoberta. Nós, especialistas do setor, sempre comentamos que as verbas de comunicação são as primeiras a ser cortadas pelos clientes. No entanto, como diferenciar-se dos concorrentes? Como ganhar credibilidade, admiração e ficar acima da linha? Participei recentemente de um evento e o palestrante montou um jogo muito interessante. Ele dividiu a sala em seis grupos de dez pessoas e entregou um pacote com papéis picados. Só pediu que considerássemos as outras turmas como concorrentes e que teríamos quatro minutos para montar o “quebra-cabeça”. E não contou mais nada. Para surpresa de todos os envolvidos, um dos grupos conseguiu resolver a façanha em 40 segundos. Passados quatro minutos, ninguém mais terminou a montagem. Ele então questionou por que tinha sido difícil? Foram várias respostas. “As peças

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não se encaixavam!”, “Não tínhamos noção do que estávamos montando!” etc. E por que o grupo que venceu a dinâmica solucionou a charada em 40 segundos? “Foi muito fácil”, contou uma integrante. “Só seguimos a sequência da numeração impressa nos papéis.” Todos se entreolharam, procuraram os números nos papéis e nenhum possuía numeração. O palestrante explica. “Sabe o que o grupo vencedor tinha a mais que vocês? Informação. Só eles possuíam os papéis numerados. Portanto, sai na frente quem tem mais informação.” E o palestrante tem razão. Pergunte-se: possuo informação ou conheço os meus clientes? Em caso negativo, comece com ações pequenas e simples. Construa o seu site com capacidade para fazer cadastros, faça promoções ou sorteios para conhecer os hábitos de compra, envie mensagens no WhatsApp... Hoje o consumidor quer mais que comprar. Quer relacionamento! É como nos tempos antigos em que o farmacêutico ia até à casa das pessoas para aplicar a injeção e fazia seus relacionamentos. Ele era conhecido em todo bairro ou cidade. Agora nos tempos modernos, o relacionamento está mais presente que nunca, no entanto, de outra forma. O consumidor tem hoje o poder. Eles possuem poder para falar, opinar nas redes sociais, querem ser ouvidos e ter respostas em tempo real. E o quanto não vale a opinião desse cliente? É ele quem vai determinar e compartilhar os valores de sua empresa. O quanto não vale isso? Pense bem e faça-se presente! FOTO: DIVULGAÇÃO

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FORMAÇÃO

Defasagem profissional ENTIDADE REPRESENTANTE DA INDÚSTRIA RECLAMA QUE AS FACULDADES DE FARMÁCIA ESTÃO ESTAGNADAS E NÃO FORMAM PROFISSIONAIS CAPACITADOS PARA ATUAR NO SETOR

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POR FLÁVIA CORBÓ

Por ser uma profissão com mais de uma década de existência, a atuação farmacêutica sofreu diversas alterações ao longo dos anos. O trabalho manual dos boticários na fabricação de venenos, pomadas e medicamentos foi ganhando importância, até tornar-se uma profissão formal. A Faculdade de Farmácia da Universidade do Rio de Janeiro foi a primeira a oferecer uma graduação, em 1825. Desde então, o formato dos cursos no Brasil sofreram diver-

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sas mudanças, influenciados pelas características de mercado de cada época. Nos anos 50, o estudante de Farmácia era preparado para atuar no varejo. No final da década, algumas disciplinas voltadas ao trabalho na indústria foram incluídas no currículo, pois grandes empresas farmacêuticas começavam a se instalar no País e demandar mão de obra especializada. Já na década de 1960, os cursos foram ganhando ênfase na área de análises clínicas e bioquímicas, transFOTOS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO

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formando, inclusive, o nome da profissão para farmacêutico bioquímico. Poucas alterações foram feitas até que, em 2002, se instituíram as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Farmácia. O documento determina que a organização curricular deve formar um profissional generalista, capaz de atuar em todos os níveis de atenção à saúde. Ao deixar a graduação, o formando deve estar apto a exercer atividades referentes aos fármacos e aos medicamentos, às análises clínicas e toxicológicas e ao controle, à produção e à análise de alimentos. Passados 12 anos desde a criação das Diretrizes, outras mudanças ocorreram no mercado. Hoje, a velocidade do desenvolvimento da ciência e a adoção de novas tecnologias são fatores predominantes na produção de fármacos e medicamentos. Diante do atual cenário, o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma) questiona se a grade curricular vigente contempla todas as mudanças ocorridas nos últimos anos. “Existe um descompasso entre a evolução das ciências, tecnologia e regulamentação, em comparação à preparação de farmacêuticos para o mercado de trabalho. Os programas de disciplinas das faculdades permanecem estáticos e não estão acompanhando a demanda da indústria por profissionais capacitados”, opina o vice-presidente executivo do Sindusfarma, Lauro Moretto.

ÁREAS PRIVILEGIADAS Com 13 anos de experiência no meio acadêmico, a farmacêutica industrial, professora assistente do Curso de Farmácia da Faculdade de Ceilândia, Universidade de Brasília (FAR/FCE/UnB), Micheline Meiners, confirma o perfil generalista dos cursos brasileiros. E aponta que, na instituição onde leciona, algumas áreas de atuação são de fato privilegiadas com maior carga horária na grade curricular, pois apresentam maior número de oportunidades de trabalho no setor. “A maior parte dos empregos está disponível nas drogarias ou no serviço público, tanto na área hospitalar como no laboratório de análises clínicas, por isso damos mais ênfase para estas áreas. Mas temos disciplinas ligadas à indústria, como controle de qualidade, tecnologia farmacêutica, tecnologia do alimento e outras optativas.” Para Moretto, mesmo após cinco anos de curso, os formandos ainda deixam de receber conhecimento a respeito de áreas muito importantes, como farma-

covigilância, reações adversas, boas práticas de fabricação e validade de processos. Mas o fator mais prejudicado pela falta de profundidade nas disciplinas é a inovação. A biotecnologia e nanotecnologia, que surgiram como novas promessas na produção de medicamentos mais eficazes, acabam sendo pouco exploradas. “Poucos farmacêuticos entendem de DNA recombinante, organismos modificados. Não consta nas grades.”

Lauro Moretto, vicepresidente executivo do Sindusfarma, diz que existe um descompasso entre a evolução do setor e a preparação dos farmacêuticos

CONHECIMENTO COMPLEMENTAR As Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Farmácia já previam que os alunos não sairiam da faculdade com pleno conhecimento de todas as áreas que envolvem a profissão. Por isso, em um dos artigos do documento está descrito que uma das obrigações de um farmacêutico é garantir a educação permanente. “Os profissionais devem ser capazes de aprender continuamente, tanto na sua formação, quanto na sua prática. (…) Devem ter responsabilidade e compromisso com a sua educação e o treinamento/estágios das futuras gerações de

INTERAÇÃO ENTRE UNIVERSIDADE, CATEGORIAS PROFISSIONAIS E ENTIDADES DA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA Problemas constatados: • Ensino desnivelado entre faculdades; • ro ramas est ticos de disciplinas curriculares; • arreira docente não motivadora; • oucos pro ramas de p s raduação; • rofissionais e docentes desatualizados; • us ncia de re uisitos para as atividades; • oucos pro ramas de atualização profissional; • eduzida oferta e aus ncia de estímulos para programas de desenvolvimento profissional.

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FORMAÇÃO

profissionais (…), inclusive, estimulando e desenvolvendo a mobilidade acadêmico-profissional, a formação e a cooperação por intermédio de redes nacionais e internacionais.” O estímulo à ampliação do conhecimento deve começar ainda na universidade, segundo Micheline. Na UnB, os alunos são incentivados à iniciação científica, desenvolvendo projetos em áreas de seus interesses. “Inclusive, temos pelo menos cinco professores que trabalham com temas voltados à indústria, como nanotecnologia. Assim como já era na minha época, coisas mais diferenciadas vamos aprender em campo mesmo.” Depois do ambiente acadêmico, o farmacêutico passa a se especializar na prática ou em cursos de especialização, fundamentais para aqueles que desejam ter um conhecimento mais específico em determinado segmento. “Qualquer outra área em que for atuar e deseje adquirir um conhecimento mais específico, ele terá de ter uma formação diferenciada. Não tem como se aprofundar dentro de uma abordagem generalista. Foi o modelo escolhido, após muito debate”, lembra Micheline. Para Moretto do Sindusfarma, a contínua aprendizagem não é suficiente para conferir especialização e capacitação necessária ao mercado atual. O conhecimento deve vir de dentro da graduação. “Deveria existir uma formação especializada para indústria. Hoje, os profissionais são polivalentes, servem para atuar em alimentos, análises clínicas, cosméticos. Mas, para a indústria de verdade, não temos profissionais pontualmente formados para isso. A contribuição seria melhor se o ensino fosse mais pontual.” Para o Sindusfarma, os profissionais farmacêuticos estão sendo utilizados na indústria em atividades recentemente introduzidas em regulamentos, mesmo sem qualificação. Uma das sugestões apresentadas pelo especialista para solucionar o problema é adotar o formato dos cursos de engenharia. Em certo ponto da formação, os alunos são obrigados a escolher uma especialidade e mergulham profundamente na área escolhida. “O modelo da engenharia faz todo sentido. Um engenheiro mecânico não se mete a ser engenheiro civil. Hoje, o ensino farmacêutico, dada a demanda tanto na indústria quanto em outros segmentos, teria de ter formação especializada.” Entre as outras soluções apontadas pelo Sindusfarma estão: a pro100

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DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA DETERMINAM QUE A ORGANIZAÇÃO CURRICULAR DEVE FORMAR UM PROFISSIONAL GENERALISTA, CAPAZ DE ATUAR EM TODOS OS NÍVEIS DE ATENÇÃO À SAÚDE moção de atualização e desenvolvimento de profissionais formados há mais de cinco anos, atuação das entidades no processo de promover desenvolvimento e educação continuada e o desmembramento de profissões para formar novas categorias de profissionais.

PARCERIA INDÚSTRIA E UNIVERSIDADE Uma saída apontada por Micheline da UnB, para melhorar o nível de capacitação dos profissionais da indústria farmacêutica, depende das próprias empresas. Caberia à indústria investir mais em programas de estágio e trainees. “É preciso abrir mais campos para que os alunos possam aplicar seus conhecimentos. Depois, a indústria deve seguir apostando nesses profissionais. Os alunos que procuram oportunidades têm dificuldade de encontrá-las.” De acordo com a professora, a iniciativa prioritária deve partir das empresas, pois, mesmo para as instituições públicas, seria inviável estruturar pequenas indústrias no campus da universidade. “Houve épocas em que existiam pequenos laboratórios industriais, mas, hoje, com todas as exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), isto é inviável.” O Sindusfarma faz a sua parte e promove cursos de capacitação, mas Moretto acha que é preciso ir além. “Também é necessário investir nos docentes, para que eles tenham acesso às novidades. Seja com ida a congressos, seminários, participações em eventos internacionais. Os docentes precisam participar, mas nem sempre têm acesso, porque não há recursos, nem bolsa de estudo.

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VAREJO

Passos para cuidar do merchandising

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CLIENTES SÃO INFLUENCIADOS PELA AMBIENTAÇÃO DA LOJA E POR SEUS FUNCIONÁRIOS. SOMENTE A APLICAÇÃO CORRETA DAS TÉCNICAS DESSA FERRAMENTA DE MARKETING GARANTIRÁ QUE A LOJA NÃO PERCA OPORTUNIDADES DE VENDA

SILVIA O S S O Palestrante e consultora especializada em treinamento, desenvolvimento e marketing de varejo. É autora dos livros Atender Bem Dá Lucro, Programa Prático de Marketing para Farmácias e Administração de Recursos Humanos para Farmácias E-mail siosso@uol.com.br 102

As lojas vêm sofrendo mudanças significativas nos últimos anos, o que provoca muitos questionamentos dos farmacistas, como: girar rapidamente os estoques; fazer com que os clientes comprem mais; destacar-se em meio aos concorrentes; integrar canais e melhorar resultados; etc. A resposta a essas questões é fazer um bom merchandising. Pesquisas indicam que mais de 80% das compras são decididas por impulso e visualmente. Somente o merchandising correto garantirá boas oportunidades de vendas. Vejamos aspectos importantes: 1. A fachada deve permitir comunicação visual adequada. As paredes, vitrines e calçadas devem estar limpas, livres de propaganda inútil. 2. O layout deve permitir a circulação tranquila dos clientes e a visualização de toda a loja. Mesmo lojas do tipo misto, com autosserviço para alguns itens e assistido para outros, devem privilegiar o layout da área de autosserviço. Para alcançar o balcão, o cliente deve passar por corredores entre as gôndolas. 3. O piso, a iluminação e o conforto térmico devem ser bem pensados, já que a farmácia vende saúde. Evite cores fortes e excesso de sinalizadores visuais. 4. Os móveis devem possibilitar a exposição de maior variedade de produtos em menor espaço, reduzindo a necessidade de grandes estoques. O equipamento deve oferecer a mobilidade de prateleiras, bem como a utilização de réguas e“gancheiras”. A altura das gôndolas deve garantir que todos possam ver a farmácia por inteiro e que os funcionários possam ver-se entre si.

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5. A localização do caixa também precisa ser criteriosa. O melhor local é aquele que privilegia o cliente e não o lojista. 6. Geladeiras de sorvete ou bebidas devem estar antes do caixa e não depois. Erro frequentemente encontrado. 7. Se houver cadeiras para clientes, crie um ambiente diferenciado e com uma decoração mais atraente. 8. Evite que o cliente veja: caixas vazias, estoques e material de limpeza, isto é, tudo que demonstre desorganização. 9. Os produtos devem ser dispostos obedecendo a uma adequada separação por categorias, preservando os grupos e subgrupos. As frentes mínimas devem ser definidas de acordo com o giro dos produtos. Os sazonais devem ser privilegiados com mais frentes. Também é interessante liquidar sempre os produtos sem giro há mais de 120 dias. 10. A limpeza dos produtos, dos equipamentos e da loja contam pontos. Produtos bem cuidados vendem mais. 11. As pontas de gôndolas são pontos nobres e permitem melhor visualização dos produtos, incentivando a compra por impulso. Use para promoções em datas festivas. 12. Cuide da identificação de preços nos produtos para que o cliente não fique procurando o valor das mercadorias. Os produtos em promoção devem ter seus preços destacados. 13. No caixa, pergunte ao cliente se ele encontrou tudo que desejava. Com as respostas, é possível saber: se o produto acabou na gôndola, se acabou no estoque, se está mal exposto ou se não pertence ao mix. A partir da resposta, é possível tomar atitudes que evitem perda de venda no presente e no futuro. FOTO: DIVULGAÇÃO

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ECONOMIA

Bolso enxuto DADOS DO DIEESE MOSTRAM QUE ATUAL SALÁRIO MÍNIMO É QUATRO VEZES MENOR QUE O VALOR IDEAL PARA QUE UMA FAMÍLIA DE QUATRO PESSOAS SUPRA SUAS NECESSIDADES BÁSICAS

N POR FLÁVIA CORBÓ

No Brasil, 70% dos assalariados possuem um rendimento equivalente a dois salários mínimos. Outros 31 milhões de brasileiros, entre trabalhadores ativos e beneficiários de programas de seguridade social, vivem com apenas um salário mínimo, atualmente fixado em R$ 724. Ou seja, a estrutura salarial do País é muito concentrada em baixos valores e sofre grandes impactos com os reajustes da remuneração-base. Essa característica da economia brasileira torna-se preocupante quando cálculos realizados pelo Departamento Intersindical de Estatísticas

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e Estudos Econômicos (Dieese) apontam que o valor nominal do salário mínimo deveria ser de R$ 3.019,07 para suprir as despesas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência. Ou seja, 4,17 vezes maior que o salário real. Para chegar a esse valor, o Dieese calcula todos os meses o custo da cesta básica em 18 cidades, registrando o gasto mensal do trabalhador com alimentação. Esse valor unitário é multiplicado por três, pois leva em conta uma família de dois adultos e duas crianças – que, somadas, equivalem a um adulto. Definido o gasto com alimentação, que representa 35,71% dos gastos totais FOTOS: SHUTTERSTOCK

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de uma família média brasileira, o órgão estende o valor a outras despesas, considerando o peso delas no orçamento familiar, e chega a um salário mínimo ideal. “Esse salário mínimo necessário é apenas um indicador. A gente sabe que o Brasil não pode acordar amanhã com o valor almejado porque quebraria, mas passa a ser uma referência do que seria ideal para uma família”, ressalta a supervisora técnica da área de preços do Dieese, Patrícia Costa. O valor considerado o adequado à realidade atual aumenta mês a mês, pressionado pela inflação e pelo consequente aumento do custo de vida. Em março, o mínimo necessário era de R$ 2.992,19, ou 4,13 vezes o piso vigente. Em abril de 2013, o valor para atender às despesas básicas de uma família chegava a R$ 2.892,47, o que representava 4,26 vezes o mínimo de então – R$ 678. Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em abril, 47,23% de seus vencimentos para comprar os mesmos produtos que em março demandavam 46,27%. Em abril de 2013, o comprometimento do salário mínimo líquido com a compra da cesta equivalia a 48,46%.

CONTEXTO ATUAL A defasagem entre o valor pago e o realmente necessário para a sobrevivência do trabalhador começou a surgir quando o objetivo inicial do salário mínimo foi desvirtuado. Em 1938, quando se criou o decreto que instaurava o salário mínimo, o objetivo era garantir um valor mínimo para um trabalhador se sustentar, impedindo que fossem pagos salários mais baixos. Era, portanto, uma ferramenta de distribuição de renda e inclusão social. Com o passar dos anos e as mudanças no cenário econômico, esse caráter inicial foi sofrendo modificações. “Devido aos inúmeros processos inflacionários ocorridos no País, os governantes tomaram a decisão de passar a utilizar o salário mínimo como ferramenta de correção política monetária. Quase todos os diagnósticos identificavam que a inflação era um problema de demanda, ou seja, de salário. Então, os dirigentes passaram a frear os reajustes fixados pelo Governo, para impedir o crescimento da inflação”, explica a supervisora técnica da área de preços do Dieese, Patrícia Costa. Com a diminuição contínua dos reajustes, o salário mínimo foi perdendo o poder de compra e, assim, sua

DEFASAGEM DO SALÁRIO MÍNIMO TORNA-SE UM PROBLEMA MAIS GRAVE NO BRASIL, PORQUE O PAÍS FOCA SEUS ESFORÇOS NO ESTÍMULO AO CONSUMO INTERNO PARA MANTER A SAÚDE DA ECONOMIA essência. Somente a partir de 2007, por meio de negociações entre movimentos sindicais e Governo, retomou-se o propósito inicial. Desde então, os reajustes têm sido fixados acima da inflação. “Hoje, o salário mínimo voltou a ser referência para empregadas domésticas, aposentados e trabalhadores informais. Beneficia muita gente. Por isso, um dos indicadores que mostra que o Brasil vem melhorando em relação à desigualdade de renda é o aumento do salário mínimo”, detalha Patrícia.

REFLEXOS SENTIDOS A política de aumentar os reajustes do salário mínimo foi muito importante para estimular o modelo econômico baseado no consumo do mercado interno, mas não o suficiente para nivelar a disparidade entre o rendimento mínimo real e o ideal. Conforme os dados apresentados pelo Dieese, o crescente valor mínimo necessário para a sobrevivência de uma família brasileira mina o poder de consumo do trabalhador, aposentado e pensionista. Além da grande vilã inflação, que, insistentemente, aparece muito próxima ao teto máximo estipulado pelo Governo, outros fatores do cenário macroeconômico seguem aumentando esse descompasso. “A confiança do consumidor cada vez mais baixa, os juros altos e a inadimplência, ainda que esta esteja estável, contribuem para a desaceleração da economia”, detalha o diretor do núcleo de estudos e projeções econômicas da GS&MD – Gouvêa de Souza, Eduardo Yamashita. Dentro desse pacote, encontra-se o varejo, que já apresenta índices de retração. Em março de 2014, as vendas caíram 1,1%, em comparação ao mesmo mês do ano passado. Essa é a maior queda registrada no mês desde 2003, segundo dados fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). No mês anterior, a retração registrada foi de 0,5%. 2014 JULHO GUIA DA FARMÁCIA

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ECONOMIA

EVOLUÇÃO DO SALÁRIO MÍNIMO

2007 R$ 380

2008 R$ 415

2010 R$ 510

2009 R$ 465

2011 R$ 545

2012 R$ 622

2014 R$ 724

2013 R$ 678

Os números ruins fizeram com que o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), medido pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), caísse pelo terceiro mês consecutivo. O indicador, que mede a confiança no varejo da cidade de São Paulo, caiu 1,66% para 109,07 pontos em abril, na comparação com março. O resultado se aproxima de cem pontos – que é o limite entre pessimismo (quando fica abaixo dessa marca) e otimismo (acima). Para Yamashita, não há razão para tamanho desânimo. “Apesar de desacelerar, o varejo está longe de cair, principalmente no setor de farmácias e drogarias, 106

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que cresceu 12,7% no primeiro trimestre de 2014. É um excelente crescimento dado o contexto econômico deste ano”, afirma o diretor da GS&MD. “Sabemos que a defasagem evidenciada pelos números do Dieese, somada aos problemas macroeconômicos, de fato freia o consumo das famílias, mas está longe de ser uma queda vertiginosa.”

EXPECTATIVAS DEFINIDAS Uma defasagem do salário mínimo torna-se um problema mais grave no Brasil, porque o País foca seus esforços no estímulo ao consumo interno para manter a saúde da economia. Talvez, se existisse um maior poder de exportação de produtos de alto valor agregado, a situação

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ECONOMIA

TEMPO DE TRABALHO

Fonte: Dieese

São Paulo

108 horas e 44 minutos

Florianópolis

106 horas e 51 minutos

Vitória

106 horas e 44 minutos

Rio de Janeiro

105 horas e 12 minutos

Belo Horizonte

104 horas e 4 minutos

Curitiba

102 horas e 1 minuto

Brasília

100 horas e 44 minutos

Campo Grande

100 horas e 28 minutos

Belém

94 horas e 29 minutos

Manaus

94 horas e 6 minutos

Goiânia

89 horas e 7 minutos

Recife

87 horas e 43 minutos

Fortaleza

87 horas e 38 minutos

Natal

85 horas e 52 minutos

Salvador

83 horas e 23 minutos

João Pessoa

82 horas e 5 minutos

Aracaju

72 horas e 20 minutos

alguns setores do varejo, principalmente os de alimentos e eletroeletrônicos. Quanto ao salário mínimo real, também há expectativas de melhora. O governo federal enviou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) ao Congresso Nacional com a estimativa do valor do salário mínimo, de R$ 779,79, a vigorar em 2015. Esse novo valor representa uma elevação de 7,71% sobre o atualmente vigente, de R$ 724,00. Esse percentual é composto por uma taxa de inflação estimada, pelo Poder Executivo, em 5,28%, para o corrente ano, mais 2,3% correspondente ao crescimento do PIB, em 2013, conforme a política de recuperação do valor real do salário mínimo, definida em lei.

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109 horas e 12 minutos

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TEMPO DE TRABALHO

Porto Alegre

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fosse mais tranquila. Mas, mesmo assim, os consultores da GS&MD – Gouvêa de Souza acreditam que é possível continuar investindo nesse modelo de gestão. “O Brasil não vai entrar em colapso. Investimento em infraestrutura e foco no consumo não são objetivos antagônicos do governo. Indicadores como crédito, emprego, juros e inadimplência estão indo bem, ou pelo menos estão estáveis”, destaca Yamashita. O único indicador que segue tirando o sono dos analistas de mercado é mesmo o Índice de Confiança do Consumidor. Por que tanto pessimismo, se o cenário não é tão desfavorável assim? “Entendemos que a alta da inflação tem um impacto muito forte, porque o consumidor sente muito na hora das compras. Outro aspecto importante é o noticiário, em que é veiculada uma série de notícias preocupantes. Além disso, há o fator eleições, que gera um clima de instabilidade”, analisa Yamashita. Mas ao contrário do que pensa o consumidor, os analistas têm boas expectativas em relação aos dois próximos trimestres. A Copa do Mundo deve alavancar

CIDADE

Conheça o perfil da renda do brasileiro e elabore estratégias de vendas. AL

Em abril de 2014, para comprar os gêneros alimentícios essenciais, o trabalhador remunerado pelo salário mínimo precisou realizar, na média das 18 capitais pesquisadas, jornada de 95 horas e 36 minutos, tempo superior às 93 horas e 39 minutos exigido em março do mesmo ano. Em relação a abril de 2013, a jornada comprometida no mês passado foi menor, já que naquele mês eram necessárias 98 horas e 5 minutos. Veja ao lado as cidades onde mais se trabalha para comprar cesta básica:

RA N O POR

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FINANCIAMENTO

Na ponta do lápis QUANDO NÃO HÁ OUTRA SAÍDA SENÃO RECORRER À CONTRATAÇÃO DE CRÉDITO, AVALIAR A CAPACIDADE DA EMPRESA EM HONRAR O COMPROMISSO FUTURO É IMPRESCINDÍVEL PARA EVITAR PROBLEMAS QUE POSSAM COMPROMETER A SAÚDE DO NEGÓCIO P O R A D R I ANA B R U NO

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FINANCIAMENTO

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A contratação de crédito bancário não é uma decisão que possa ser tomada sem profunda análise das reais necessidades da empresa, ou seja, se é possível sanar as finanças com outras medidas de gestão, como, por exemplo, renegociação de dívidas e prazos junto a fornecedores, bem como das linhas disponíveis, prazos e taxas de juros e, principalmente, da capacidade financeira da empresa em honrar as parcelas do financiamento, evitando, por exemplo, a necessidade de refinanciamento da dívida, o que pode ou não ser aprovado pela instituição financeira. Além disso, é preciso ter na ponta do lápis a certeza de que o negócio tem rentabilidade suficiente ou maior do que a taxa de juros que será cobrada no financiamento. “A empresa pode agravar sua situação financeira caso a necessidade de capital seja reflexo de dificuldades no controle e gestão financeira da empresa. A análise a ser feita é sobre quais os motivos que estão levando a empresa a requerer os recursos financeiros. Se para investimento a fim de alavancar o negócio ou se servirá para suprir deficiências financeiras ou falta de capital de giro, por exemplo. Neste segundo caso, o empréstimo poderá não ser saudável e contribuir para agravar ainda mais a situação da empresa”, alerta o diretor da unidade de EC&D – Excelência Competitiva e Desenvolvimento da GS&MD – Gouvêa de Souza, Fernando Chinaglia. Essa análise também deve levar em consideração se a linha de crédito que será tomada é adequada ao tipo de necessidade de que a empresa precisa naquele momento. “Geralmente quando necessitamos de recursos financeiros para capital de giro, as operações financeiras são de curto período, porém se o recurso é para investimento em ativos (equipamentos, instalações, etc.), é prudente que a linha de crédito seja de longo prazo para que o pagamento do empréstimo coincida com o prazo do retorno do investimento a ser feito. Avalie também a qualidade do banco que está emprestando. Usualmente, bancos grandes de varejo são os que buscam relacionamento e prestam serviços, além de emprestar recursos, assim, vale priorizar a tomada de recursos com eles, pois tendem a acompanhar a companhia no médio ou longo prazo”, orienta o professor de finanças do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), Ricardo Mollo. O professor ainda acrescenta que se a companhia já está em atividade e precisa de recursos para

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Uma decisão capital de giro, os cuidados describem tomada deve ser pautada em tos anteriormente são suficientes. É informações e prudente fazer planejamento finanestudos ceiro, ou seja, entender a sua capacidade de pagamento e suas necessidades de capital ao longo do tempo. “Porém, quando a companhia ainda não está em atividade e busca financiamentos para investir na sua constituição, é importante fazer um plano de negócios no qual se planeja o seu desenvolvimento, entendendo como os recursos gerarão resultados no futuro, inclusive para o pagamento das dívidas”, diz. Quando a empresa está com furos de caixa, há diversas possibilidades que devem ser consideradas além do crédito: novas capitalizações de acionistas, negociação de prazos mais extensos de pagamento com fornecedores, venda de ativos, pedido de adiantamento a clientes, parcelamento de pagamentos, antecipação de recebimento de cartões de crédito, etc. “Nesses casos, é importante se comparar o custo de cada um deles, bem como a rapidez para a liberação dos recursos. Quando se pensa em expansão, aumento de unidades ou diversificação de negócios, a tomada de crédito é algo que pode ajudar a viabilizar, porém é importante entender a rentabilidade deste potencial investimento e se ele gerará recursos suficientes para o pagamento da dívida”, comenta Mollo.

PLANO DE NEGÓCIOS E INVESTIMENTOS Uma decisão bem tomada deve ser pautada em informações e estudos realizados pela empresa ou até mesmo por consultorias especializadas, é o que defende o diretor da Improve Consultoria Empresarial, Plínio de Oliveira Junior. Segundo ele, o plano de negócios é uma ferramenta destinada à análise de resultados, volumetria de vendas necessárias para suportar despesas, investimentos, impostos, entre outros. “Essa ferramenta é utilizada para apresentar cenários otimistas, realistas e pessimistas, o que terá suma importância na tomada de decisão. Ao longo dos anos, pude perceber que, se um plano de negócios pessimista apresentar um resultado satisfatório, a possibilidade do novo negócio ser promissor é muito mais viável. O plano de negócios otimista é importante para vislumbrar onde podemos chegar se tudo der certo”, comenta. Aliás, o plano de negócios é um documento fundamental para obtenção de financiamentos junto a instituições financeiras ou para apresentar a potenciais parceiros e investidores. “É por meio do plano de negócios que os investidores poderão analisar diversos indicadores relacionados à viabilidade do negócio, como previsão de

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FINANCIAMENTO

receitas, projeção de custos, despesas, margem de lucro, prazo de retorno do investimento entre outros or m o empres rio deve estar atento uma vez ue todos os aspectos do plano devem fazer sentido na apresentação dos números e projeções realizadas e estar baseado em informaç es realistas diz ina lia da S Essa ferramenta de gestão torna clara a viabilidade de uma ideia, ajuda a orientar o varejista e foca na visão de lon o prazo plano de ne cios era estrat ia e estratégia gera objetivos e capacitação para alcançar resultados, planejar crescimento, traçar metas e reduzir perdas e riscos Esse um tra al o de preparação para ual uer empreendimento no ual se esta elecem os o etivos etapas prazos e meios para a sua concretização Eficaz tanto para alcançar os resultados da empresa uanto no aperfeiçoamento do trabalho de seus colaboradores, permite ver a empresa como um todo e desenvolver métodos e estrat ias eficientes para o seu crescimento e plica o consultor da Foco estão Empresarial e professor do cleo de Estudos e e cios do are o da Escola Superior de ar etin ES o erto ascimento l m do plano de ne cios a an lise para investimento na empresa um camin o promissor e ue deve ter a atenção voltada para a ori em dos recursos diretor da mprove línio de liveira unior e plica ue muitas empresas aca am se complicando uando realizam o investimento usando o capital de giro da empresa, algumas delas não conse uem so reviver com as ta as co radas pelos bancos e acabam fechando as portas depois de décadas de e ist ncia ideal ue a empresa ten a recursos para o investimento ou ainda ue a parcela a ser contraída unto a ancos se a em menor completa Um projeto de investimento deverá considerar detal adamente a finalidade e aplicação dos recursos ue se pretende obter e demonstrar como estes recursos ajudarão a empresa a atin ir seu o etivo ais importante tamm evidenciar ue a empresa ter condição de pa ar as parcelas do financiamento sem comprometer a saúde financeira do ne cio or isso deve se ela orar de forma criteriosa o u o de cai a com a previsão das parcelas mais os uros e encar os so re o financiamento pretendido orienta Fernando ina lia

PLANO DE NEGÓCIOS DEVE SER DINÂMICO E SEM COMPLICAÇÕES Um plano de ne cios não precisa ser al o e tremamente comple o por m não deveria ser apenas uma pe uena descrição da ideia inimamente um plano de ne cios tem 11 4

ETAPAS DO PLANO DE NEGÓCIOS Ao adotar um plano estratégico, a empresa deve seguir algumas etapas, são elas: • nalisar e mensurar o seu ne cio para ue o projeto seja bem-sucedido, é importante obter informaç es e con ecer o ne cio Sem isso as outras etapas ficam pre udicadas • osicionar e se mentar ap s recol er e organizar as informações necessárias, o pr imo passo definir a se mentação ou se a con ecer detal adamente o p lico alvo nessa etapa ue a empresa deve analisar o seu foco e posicionamento perante o mercado e perante o consumidor • efinir o mi de produtos e marcas nessa etapa devem se or anizar as informaç es ue vão orientar o ne cio ou se a sa er uais são os concorrentes e fazer algo diferente da maioria servando a concorr ncia possível perce er randes possi ilidades de mel oria • riar a visão e missão a visão como a empresa deve ser vista o ue dese a realizar ou aonde uer c e ar ue a sua empresa uer ser no mercado ual o seu son o o contr rio da missão ue descreve o presente o a ora a razão de a empresa e istir Fonte: consultor da Foco Gestão Empresarial e professor do Núcleo de Estudos e Negócios do Varejo da Escola Superior de Marketing (ESPM), Roberto Nascimento

uma visão so re o ue se pretende desenvolver por ue a empresa ter sucesso e como ser o seu desenvolvimento ale analisar a concorr ncia entender se o cliente tem necessidade do seu tipo de produto ou serviço, além evidentemente de se fazer uma pro eção de resultados via um u o de cai a entendendo tam m se a compan ia vi vel e se gerará recursos suficientes para pagar financiamentos; bem como remunerar seus s cios de acordo com suas e pectativas de renta ilidade e plica icardo ollo do nsper ara Fernando ina lia o mais importante sa er ue o plano de ne cios um documento din mico e deve ser revisto e alterado sempre ue necess rio eve servir de refer ncia para as decis es e estrat ias da empresa e não deve ser elaborado para ficar guardado na aveta do escrit rio E istem diversos modelos ou formas de ela orar um plano de ne cios não e iste um

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FINANCIAMENTO

padrão único. Minimamente, deve conter informações detalhadas sobre o produto ou serviço que se pretende oferecer ao mercado, dados sobre o setor de atividade, mercado de atuação, informações sobre a concorrência, as características e os diferenciais que tornam o negócio mais competitivo, estratégias de comercialização, recursos físicos e humanos necessários e, claro, o plano financeiro com detalhes sobre o capital exigido para iniciar e manter o negócio em atividade”, diz.

CRÉDITO OU RECURSO PRÓPRIO? Usar recursos próprios é, obviamente, sempre a melhor opção, mas apenas quando não há risco de descapitalizar a empresa. “Quando há dinheiro sobrando na empresa para investir em coisas, como ampliação, reforço ou compra de equipamentos, por exemplo, é muito mais interessante fazer uso desse recurso do que contratar crédito. Porém, é preciso analisar e avaliar se essa sobra de dinheiro não irá descapitalizar a empresa, neste caso, é mais interessante procurar por linhas de crédito mais baratas e que possam ser pagas com prazo de carência e deixar o dinheiro na empresa”, comenta o consultor do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP), Emerson Rabelo. Também é preciso destacar que, com recursos próprios, o empresário detém maior controle e autonomia sobre o uso e aplicação de seus recursos, onde investir e como aplicar, por exemplo. Porém, para Fernando Chinaglia, a sua capacidade de expansão está limitada ao montante de capital que possui, podendo tornar mais lento o crescimento da empresa. “A obtenção de um financiamento pode acelerar o crescimento da empresa caso apresente capacidade financeira além dos recursos próprios que dispõe. Contudo, a autonomia do empresário fica reduzida uma vez que deverá aplicar os recursos estritamente de acordo com as condições e regras do agente financeiro e de acordo com as características das linhas de financiamento”, vislumbra o executivo da GS&MD. Já Ricardo Mollo alerta para os riscos do financiamento. “Qualquer financiamento traz riscos financeiros para a companhia, além do risco de seu negócio. É importante que o empresário entenda claramente em que momento conseguirá pagar esse financiamento, ou mesmo refinanciá-lo, porém, no segundo caso, é necessário combinar com o banco antes para não ser surpreendido”, diz. Segundo Mollo, financiamentos são alavancadores de rentabilidade, ou seja, permitem aumentar os negócios de uma companhia que vê oportunidades de crescimen11 6

TRÊS PONTOS Quando a contratação de crédito é inevitável, existem três pontos fundamentais a serem observados: 1. Conhecer o custo efetivo total para obtenção do empréstimo, pois além da taxa de juros nominal, existem tarifas e tributos que incidem direta ou indiretamente sobre o empréstimo e devem ser computados, como componentes do custo do empréstimo. 2. Verificar se o valor da prestação cabe no orçamento da empresa e conciliar o prazo da dívida com a finalidade e com os recebimentos da empresa. 3. Pesquisar tarifas e condições em diversas instituições financeiras, pois pode haver grande variação de um banco para outro.É necessário, portanto, que o empresário pesquise e analise cuidadosamente as várias modalidades de financiamento oferecidas e disponíveis no mercado. Fonte: diretor da unidade de EC&D – Excelência Competitiva e Desenvolvimento da GS&MD – Gouvêa de Souza, Fernando Chinaglia

to e desenvolvimento, porém trazem consigo um risco maior. “Farmácias são negócios que possuem margens reduzidas num mercado de alta competição, assim, o empresário deveria ter sempre uma reserva de caixa em vez de recorrer com frequência aos financiamentos, e agir de forma conservadora em relação à manutenção de endividamentos bancários”, ressalta. Entre as linhas de créditos disponíveis no mercado, Mollo diz que, para empréstimos de curto prazo, os descontos ou antecipação de recebíveis de cartão de crédito ou mesmo de cheques costumam ter taxas atrativas. “Outro produto bastante comum é o capital de giro. Os bancos também oferecem crédito rotativo, como cheques empresariais ou contas garantidas para saques de curto prazo. Porém essas modalidades costumam ser as mais caras, assim, é importante sempre saber qual a taxa de juros que será paga para entender se está abaixo das outras possibilidades. Para investimentos, o BNDES e alguns bancos apresentam linhas de financiamento de longo prazo atrativas, geralmente para a compra de máquinas e equipamentos”, orienta.

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NEGÓCIOS

Crescimento das franquias ABRIR UMA FARMÁCIA JÁ CONTANDO COM O APOIO NA GESTÃO DO NEGÓCIO, COM TREINAMENTO E AS VANTAGENS DA COMPRA EM ESCALA, FAZ TODA A DIFERENÇA NO CAIXA DE UMA EMPRESA INICIANTE

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POR EGLE LEONARDI

De acordo com a consultoria IMS Health, até 2017, as redes de farmácias e drogarias serão responsáveis por 61% do faturamento do mercado nacional, estimado em R$ 49,6 bilhões. Os grandes já respondem por pelo menos 50% dessa receita, mas do total de 65 mil farmácias do Brasil, pelo menos 58,5 mil são independentes. Há o modelo das franquias que parece atrair essas independentes, cujos players desse segmento destacam vantagens para ambas as partes. O franqueado recebe qualificação nos processos, controle de gastos, gestão profissionalizada, compra acompanhada, treinamento para equipe e faturamento aumentado. O franqueador tem reforço na marca e expansão do negócio. Empresas como a Farma&Farma e a

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Rede Bem atuam nesse negócio tanto com lojas próprias como com as franqueadas, com faturamento por loja entre R$ 100 mil e R$ 150 mil. Com foco nas farmácias independentes, a Rede Bem Drogarias é uma franqueadora e planeja fechar 2014 com 70 franquias, chegando ao faturamento de R$ 36 milhões com as redes. Já com planos de longo prazo traçados, a expectativa é atingir a meta de 300 lojas até 2016. Para alcançar esses números, a rede foca inicialmente as regiões Centro-Oeste, Nordeste e Sudeste. A proposta da empresa é fornecer para os franqueados todas as ferramentas de gestão usadas pelas grandes redes, além de reduzir os preços dos medicamentos e cosméticos graças a acordos comerciais firmados com as principais indústrias e distribuidores do País. Em relação às compras, cada unidade faz as suas FOTOS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO

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REDE BEM A Rede Bem Drogarias foi fundada por executivos do setor de franchising que, após pesquisa junto ao mercado de varejo farmacêutico na atuação das drogarias independentes, identificaram grandes oportunidades de negócio. As drogarias independentes sofrem com a forte concorrência das grandes redes por não possuírem poder de compra e venda compatíveis com o mercado, com isso, muitas fecharam as portas e viram seus resultados caírem de forma drástica e foram obrigadas a rever sua forma de atuação. Muitas buscam um novo formato para seus negócios visando competir com as grandes redes. A Rede Bem Drogarias visualizou essas necessidades e implementou um conjunto de fatores que transforma a atuação da drogaria independente em referência em sua região. A marca foi constituída em formato de franchising, e não associativismo ou compra coletiva, o que configura um grande diferencial já que o franqueado não é obrigado a comprar medicamentos e perfumaria da franqueadora. A aquisição desses produtos é realizada diretamente nos fornecedores homologados da Rede

de forma independente, sem precisar adquirir determinados itens compulsoriamente. “O pequeno varejista farmacêutico está fadado a fechar as portas caso não se profissionalize. A concorrência é brutal e somente as empresas estruturadas irão sobreviver,” afirma o diretor corporativo da Rede Bem, Cesar Vieira. “Conseguimos alavancar os resultados com algumas mudanças práticas. Muitas vezes, o dono do negócio não percebe o que pode fazer para alcançar a melhor margem de lucro e aí é que entra a Rede Bem, apresentando estratégias que fazem toda a diferença a curto, médio e longo prazos”, completa Vieira. O foco inicial da Rede Bem é a conversão de bandeira, ou seja, fazer com que os donos de pequenas farmácias entrem para a rede e passem a usufruir os benefícios oferecidos. Porém, quem não está no mercado, mas possui identificação com o setor, também pode se candidatar e ser franqueado. De acordo com a franqueadora, o mercado cresce em uma média de 17% ao ano – número atraente

Bem e nas quantidades que o franqueado necessita para gerir seu negócio e com total acompanhamento da franqueadora. • mero de unidades pr prias • mero de unidades fran ueadas • nvestimento inicial estimado de a • apital de iro estimado • a a de fran uia novas convers es • a a de royalties de a sal rios mínimos • a a de pu licidade não co rança • Faturamento m dio mensal ruto estimado • ucro m dio mensal do faturamento • razo de retorno meses • mero de funcion rios • rea da unidade a partir de m • razo de contrato anos • Site rede emdro arias com r

para quem busca um setor para investir. Atualmente, a Rede Bem possui dez unidades com olhar voltado inicialmente para o estado de São Paulo, com posterior expansão para os demais estados. Vieira comenta que o custo para ingresso à rede é relativamente baixo (taxa de franquia, padronização da loja interna e externa, papelaria e uniformização), sendo este custo totalmente absorvido em poucos meses pelo aumento do faturamento e da lucratividade. O diretor tem como estratégias de negócio migrar a maior quantidade de drogarias independentes para compor a rede de franquias, fortalecendo a atuação dessas unidades com melhores condições comerciais de compra de medicamentos e perfumarias junto à indústria. “Além disso, a meta é estabelecer políticas agressivas de vendas, aliadas a um efetivo plano de gestão da unidade, constantes treinamentos para as equipes e levar à região de atuação da drogaria o conceito de estabelecimento agente de saúde”, ressalta Vieira. 2014 JULHO GUIA DA FARMÁCIA

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NEGÓCIOS

MARCAS ASSOCIADAS À ABF DO RAMO DE FARMÁCIA Nos segmentos da ABF, farmácia está dentro do segmento de Beleza, Saúde e Produtos Naturais. Seq.

Marca

Estado

Unidades de Rede

1

DROGARIAS FARMAIS

São Paulo

500

2

AMERICANA SAÚDE

Minas Gerais

195

3

FARMELHOR

Minas Gerais

159

4

FARMA&FARMA

Santa Catarina

150

5

DROGARIAS MAX

Rio de Janeiro

64

6

PHARMAPELE

Pernambuco

45

7

VICO FARMA FARMÁCIA DE MANIPULAÇÃO

São Paulo

23

8

FARMÁCIA ARTESANAL

Goiás

21

9

PHITOFARMA

São Paulo

17

10

FARMACENTRO

São Paulo

14

11

FARMÁCIA ROVAL

Pernambuco

13

12

COMPANHIA DA FÓRMULA

Rio Grande do Norte

12

13

FARMÁCIA ALQUIMIA

Espírito Santo

11

14

VICOFLORA

São Paulo

10

Fonte: Associados ABF

2011

2012

2013

Evol. 12x11

Evol. 13x12

16,2%

11,9%

27,0%

-1,7%

Faturamento (Bilhões) Brasil

88.854

103.291 115.582

Beleza, Saúde e Produtos Naturais

6.505

8.262

8.118

% Participação

7,3%

8,0%

7,0%

2.031

2.426

2.703

19,4%

11,4%

262

306

298

16,8%

-2,6%

12,9%

12,6%

11,0%

93.098

Redes Brasil Beleza, Saúde e Produtos Naturais % Participação Unidades (PR+FR) Brasil

104.543 114.409

12,3%

9,4%

Beleza, Saúde e Produtos Naturais

9.521

11.299

9.328

18,7%

-17,4%

% Participação

10,2%

10,8%

8,2%

*Dados Desempenho Brasil

Fonte: Associados e Não Associados ABF

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NEGÓCIOS

FARMA&FARMA A Farma&Farma se originou em Itajaí, em 1997, como a Associação de Farmacêuticos Proprietários de Farmácias do Brasil. Em 2002, os farmacêuticos perceberam que essa associação não atendia a todas as necessidades de suas farmácias e criaram a Farma&Farma S.A., na qual todos os acionistas são farmacêuticos. Essa empresa passou a ser a franqueadora das farmácias Farma&Farma. Desde que foi criada, a empresa sempre deu lucro e o faturamento das suas farmácias tem crescido a cada ano. • mero de unidades pr prias • mero de unidades fran ueadas • nvestimento inicial estimado • apital de iro estimado • a a de fran uia • a a de royalties • a a de pu licidade • Faturamento m dio mensal ruto estimado R$ 113.000,00. • ucro m dio mensal do faturamento • razo de retorno meses • mero de funcion rios por farm cia • rea da unidade m2. • razo de contrato anos • Site farmaefarma com r

MODELO ESTRATÉGICO De acordo com o responsável pelo setor de franquias da Farma&Farma, Rinaldo Ferreira, o negócio vem crescendo substancialmente, com índice de crescimento (em faturamento das farmácias) de 36% em 2013. “O negócio tem potencial de crescimento já que o mercado farmacêutico no Brasil vem dobrando a cada cinco anos e deve continuar com aumento de dois dígitos nos próximos anos”, fala ele. A Farma&Farma possui uma loja própria e mais 150 franqueadas. O faturamento médio mensal por farmácia é de R$ 113.000,00. “A taxa inicial de franquia é relativamente baixa, mas o custo com mobiliário, equipamentos, ponto, estoque, reforma do imóvel pode dificultar a abertura da farmácia”, declara Ferreira. 122

O FRANQUEADO RECEBE QUALIFICAÇÃO NOS PROCESSOS, CONTROLE DE GASTOS, GESTÃO PROFISSIONALIZADA. O FRANQUEADOR TEM REFORÇO NA MARCA E EXPANSÃO DO NEGÓCIO A franqueadora colabora nas compras (negociação com indústrias e distribuidoras realizada pela sede, pedido realizado pela farmácia), na gestão (treinamentos e suporte) e nas vendas (estratégia para precificação e marketing). Segundo o executivo, a principal vantagem para o franqueado é ter um parceiro apontando caminhos a serem seguidos a fim de se ter sucesso. “A Farma&Farma oferece todo o suporte para abertura e gestão da farmácia. Está credenciada como franqueadora na Caixa Econômica Federal, que oferece linhas especiais de financiamento para abertura de farmácias, reformas e capital de giro”, lembra ele. Para abertura da farmácia, a franquia auxilia desde a escolha do ponto; primeiro pedido; projeto externo, interno; layout; setorização; planograma; indicação de sistema gerencial; equipes de apoio à farmácia (serviço de atendimento ao franqueado e consultores de Campo & Negócios); tabloide; site de compras; treinamentos (Oficina para franqueado, Inove sua Farmácia para Gestor, Inove sua Farmácia para Farmacêuticos, Inove sua Farmácia para Colaboradores); reuniões regionais; convenção; simpósio; e planejamento estratégico realizado em conjunto com os franqueados. Apesar de todo o sucesso, um candidato a franqueado deve analisar bem antes de entrar no negócio, pois os riscos de insucesso existem em qualquer modelo de administração. “O pretendente à franquia deve avaliar se tem o capital necessário para iniciar o negócio, se tem capital de giro para manter a farmácia no primeiro ano, se tem espírito empreendedor e se sabe trabalhar em grupo e liderar equipe”, destaca Ferreira. Vale lembrar que aproximadamente 2% das farmácias franqueadas fecham nos dois primeiros anos de funcionamento. Os motivos principais são pontos comerciais inadequados, concorrência, motivos pessoais do franqueado e falta de perfil empreendedor, entre outros.

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INVESTIMENTO

Líderes de merchandising na TV ACOMPANHADAS DA INDÚSTRIA DA BELEZA, AS FABRICANTES DE MEDICAMENTOS ESTÃO ENTRE AS QUE MAIS APOSTAM NESSE TIPO DE MÍDIA POR KATHLEN RAMOS

A

Apresentadores de TV explicando os benefícios de um artigo e até mesmo personagens de novelas utilizando produtos da vida real são ações bastante comuns nos canais abertos e ações conhecidas como o famoso “merchan”. Apesar de criticado por boa parte dos telespectadores (afinal, muitos programas dedicam 25% do tempo total para esse tipo de abordagem), o merchandising tem se mostrado um investimento estratégico para muitas empresas, especialmente nos canais abertos. Essas ações crescem ao passo em que garantem a sobrevivência de muitos programas; e também porque suprem a necessidade da indústria, em mostrar seus lançamentos e conquistar novos públicos. No ranking que elenca os setores que encabeçam a lista de maiores anunciantes nessas mídias, os farmacêuticos e a indústria da beleza aparecem na liderança. Dados do Merchanview, ferramenta do Ibope Media, apontam que 22% do merchandising exibido em TV aberta, nos três primeiros meses do ano, veio da indústria de

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medicamentos, com 1.004 ações. Na sequência, aparecem as fabricantes de higiene pessoal e beleza, com 11% do total. O diretor de mídia da FCB Brasil e da divisão de integração do Grupo de Mídia de São Paulo, Sergio Brotto, avalia que este formato auxilia marcas e produtos a ficarem mais próximos do target em questão. “Os comunicadores de ‘merchan’ são quase como ‘amigos próximos’ da audiência dos espectadores. Eles recomendam e reprovam produtos e serviços com grande facilidade; humanizam a comunicação em uma linguagem próxima do público-alvo; e têm grande poder de explicação sobre o que é anunciado”, diz. Embora os retornos devam ser avaliados caso a caso, a realidade mostra que o merchadising é bastante positivo e faz com que a mensagem seja transmitida de forma mais simples e clara aos consumidores. “Além da proximidade com o target, pois o comunicador fala na mesma ‘linguagem’ do público-alvo, o ‘merchan’ é um formato que está inserido dentro do conteúdo editorial da programação e, portanto, traz um momento de maior atenção e retenção da mensagem”, avalia Brotto.

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FRAMES DE PROPAGANDA

Gisele Bündchen assina as ações de Pantene desde 2007. O cabelo da übermodel é o mais desejado pelas mulheres do mundo todo.

Cauã Reymond é o garoto-propaganda de Pharmaton. A marca optou por uma celebridade que tivesse um estilo de vida parecido com a proposta do produto.

O tipo de público a se atingir é selecionado de acordo com o perfil da programação. O executivo fornece alguns exemplos. “Para atingir o jovem, podem ser utilizados programas como o Pânico na Band, o Altas Horas, da Rede Globo, ou o Legendários, da Record. Para falarmos com donas de casa, o Mais Você, na Globo, e o Programa da Tarde, na Record, são boas opções. Tudo depende da estratégia do plano e dos objetivos das empresas”, mostra. O investimento monetário para que tudo isso aconteça é diretamente proporcional à audiência do programa onde se deseja fazer a inserção. “Existem programas

regionais em que conseguimos fazer uma ação de merchandising com menos de R$ 5 mil. No entanto, algumas ações em programas com alta audiência podem custar mais de R$ 1 milhão”, avisa Brotto.

OS PRIMEIROS COLOCADOS As necessidades da indústria de medicamentos comprovam os motivos pelos quais esse setor figura na liderança das ações de merchandising no Brasil. A comunicação de medicamentos, em geral, passa por uma exigência de detalhamento da mensagem que é inerente a esta categoria. Muitos medicamentos precisam 2014 JULHO GUIA DA FARMÁCIA

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INVESTIMENTO

O RANKING DE INVESTIMENTO PUBLICITÁRIO DE 2013 MOSTRA O SETOR DE COMÉRCIO E VAREJO AINDA NA LIDERANÇA, PORÉM AGORA SEGUIDO PELO DE HIGIENE PESSOAL E BELEZA, QUE ATINGIU R$ 11 BILHÕES, CRESCIMENTO DE 39% EM RELAÇÃO AO MESMO PERÍODO DO ANO ANTERIOR comunicar benefícios racionais e, somado a isto, existe o desafio das fabricantes em chamar a atenção do consumidor. Sendo assim, em muitos casos, os comerciais tradicionais, de 30 segundos, não são suficientes. É nesse momento que a ações de merchandising passam a ser uma ferramenta interessante. “Além de permitir que o produto seja ‘explicado’, esse formato entrega o endosso do apresentador, que por sua vez pode agregar credibilidade à comunicação”, considera a gerente de mídia da Boehringer Ingelheim, Daniela Pereira. A TV aberta está entre os principais investimentos desse laboratório alemão, especialmente com merchandising. “Atualmente, usamos ações nesse formato para os produtos Anador, Antistax e, no passado, já consideramos este formato para quase todas as marcas”, conta Daniela, reforçando que os retornos são bastante favoráveis. “Além do papel de detalhamento, engajamento e credibilidade, usamos o merchandising para entregar ao consumidor uma prestação de serviços. Ao término das ações, é informado onde o medicamento pode ser encontrado (parceiro comercial). Dessa forma, temos um termômetro do resultado e, usualmente, temos nos surpreendido positivamente.” Ainda de acordo com a gerente de mídia da empresa, atualmente, o investimento da Boehringer com essas ações gira em torno de R$ 1 milhão. Esse valor está concentrado em programas regionais, refletindo um investimento absoluto inferior quando comparado aos programas nacionais. Além do merchandising, a participação da indústria de medicamentos na TV também acontece, numerosamente, nas inserções publicitárias tradicionais, especialmente entre os programas de grande audiência. A Sanativa é um exemplo. Um dos últimos investimentos da empresa foram com Detox, suplemento com ação desintoxicante. Além da marca estar presente nos intervalos comerciais de novelas da Rede Globo, também estava inserida entre a grade de programação matinal da emissora, em programas, como Mais Você, Bem Estar 126

e Encontro com Fátima Bernardes. “Com a TV, conseguimos mostrar, de forma mais simples e rápida, a comprovação científica dos nossos produtos, o que é muito importante para os usuários”, conta o gerente de marketing da empresa, Guilherme Moraes. Além disso, de acordo com o especialista, a TV é capaz de atingir, democraticamente, uma camada grande da população e de diferentes perfis, o que é bastante positivo. “Fidelizamos aqueles que já conhecem a marca e atraímos novos consumidores, que podem conhecer as novas linhas de produto da Sanativa. Com Detox, por exemplo, como essa categoria de produtos teve um grande boom nos últimos tempos, conseguimos mostrar que também atuamos nessa linha”, justifica. Moraes lembra, ainda, que, aproximadamente um mês antes das inserções na TV, é feito um trabalho maciço nos PDVs para garantir que os produtos já estejam nas lojas.

NA VICE-LIDERANÇA Junto com a indústria de medicamentos, está a da beleza, que aposta nesse tipo de comunicação. A P&G é uma delas, utilizando essas ações em todo o seu portfólio, entre eles, os HPCs. Segundo o gerente de mídia da P&G Brasil, José André Oliveira, o merchandising tem uma grande importância não só para a emJosé André Oliveira, gerente de mídia da P&G presa, mas para o mercaBrasil, diz que as ações da do publicitário do Brasil coempresa visam atingir um mo um todo. “Muito se fala público maior e diferente do crescimento/importância do branded content hoje em dia. Com o crescimento das mídias digitais, estar dentro do conteúdo como forma de entretenimento e não apenas nos intervalos

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INVESTIMENTO

LÍDERES NOS RANKINGS Farmacêuticas e indústria da beleza lideram merchandising na TV no 1º trimestre de 2014 Setor

Ações

Participação

Farmacêutico

1.004

Higiene pessoal e beleza

Programas de auditório e femininos lideram lista de preferidos no 1º trimestre de 2014 Gênero de Programas

Ações

Participação

22%

Auditório

1.814

39%

526

11%

Feminino

1.008

22%

Serviços ao consumidor

422

9%

Show

723

16%

Bebidas

389

8%

Esporte

308

7%

Comércio varejo

377

8%

Reality show

296

6%

Serviços de telecomunição

308

7%

Humorístico

178

4%

Mercado financeiro e seguros

297

6%

Game show

92

2%

Mídia

148

3%

Reportagem

65

1%

Cultura, lazer, esporte e turismo

146

3%

Novela

46

1%

Alimentação

141

3%

Série

41

1%

Higiene doméstica

115

2%

Entrevista

34

1%

Veículos, peças e acessórios

113

2%

Infantil

24

1%

Eletroeletrônicos

97

2%

Minissérie

1

0%

Bens e serviços industriais

92

2%

Musical

-

0%

Multissetorial

70

2%

Moda

-

0%

Outros

385

8%

Documentário

-

0%

4.630

100%

4.630

100%

Total

Total

Fonte: Ibope Media – Merchanview

comerciais se tornou algo fundamental para os anunciantes”, argumenta. Hoje, a P&G tem um plano robusto durante o ano todo para o merchandising na TV e está nos principais programas da televisão brasileira. Como uma companhia de bens de consumo que possui linhas de produtos para todas as necessidades dos consumidores, pretende atingir todas as classes sociais. “A P&G fala com a massa, então, nossas ações na TV visam atender um público maior e diversificado. Recentemente, estivemos nos programas Domingão do Faustão, Caldeirão do Huck e Mais Você (Rede Globo), O Melhor do Brasil com Rodrigo Faro (Record), e Pânico na Band”, lembra o executivo. Segundo ele, quando a indústria consegue contextualizar a sua marca dentro da linha editorial de um programa (inserindo-a numa novela ou programa de auditório), os retornos são diferenciados. “Temos investido nesse formato há alguns anos. Anunciar um lançamento de beleza durante uma novela, por exemplo, 128

pode trazer um retorno mais efetivo do que durante o intervalo comercial de um noticiário”, conta Oliveira.

CELEBRIDADES NA MIRA Os custos para ter uma celebridade falando de uma determinada marca podem ser bastante onerosos, especialmente se o artista estiver em evidência no período. “Grandes estrelas cobram entre R$ 2 milhões e R$ 4 milhões em alguns casos”, avisa o especialista do Grupo de Mídia de São Paulo. Mas para a indústria, os valores investidos nas celebridades parecem valer a pena. A P&G, por exemplo, conta com um time de mais de 20 celebridades que são embaixadores de suas marcas. A modelo Gisele Bündchen é garota-propaganda de Pantene desde 2007. “É uma parceria de sucesso da marca que tem contribuído muito na comunicação dos benefícios de Pantene a todas as mulheres que desejam cabelos bonitos e saudáveis. Ela é reconhecida mundialmente como um ícone de beleza,

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INVESTIMENTO

especialmente por seus cabelos, admirados por mulheres em todo o mundo”, conta o executivo, reforçando que o Brasil é um País muito influenciado por celebridades. A Boehringer também investiu no “poder das estrelas” para atingir seus objetivos na campanha de Pharmaton. “Precisávamos de um ‘gatilho’ que alavancasse o conhecimento desde polivitamínico diferenciado, mas que está em um mercado extremamente competitivo. Portanto, o uso da celebridade fez todo sentido. Contratamos o Cauã Raymond para ser o porta-voz da nossa campanha 2014 e não só maximizar a divulgação de Pharmaton, mas também agregar valores verdadeiros à comunicação (como saúde, energia, equilíbrio físico etc.)”, conta Daniela Pereia.

TRADE SE CONSOLIDA COMO FORMA CERTEIRA DE INVESTIMENTO Tendo em vista que hoje em torno de 35% das decisões de compras são feitas diretamente no PDV, o trade marketing se consolida como uma importante estratégia para que as empresas consigam maximizar suas vendas no varejo. “Ações no trade são tão importantes quanto as ações de merchandising. Elas representam o último ponto de contato com o público-alvo antes da venda ser feita”, resume Sergio Brotto, do Grupo de Mídia. A P&G também considera muito importante a realização de ações de divulgação para ajudar o consumo no trade. “Acreditamos que, com nosso parceiro/cliente gerando sellout e vendendo, estamos criando um 130

modelo saudável e sustentável para continuarmos em crescimento”, assinala o gerente de mídia da empresa. A Boehringer tem percepção semelhante. “Acreditamos que sempre deva existir sinergia em todas as ações de comunicação. O trade tem o poder de potencializar todo o trabalho desenvolvido previamente. Logo, não pode ficar de fora de nenhum plano de comunicação”, finaliza Daniela Pereira da Boehringer.

UNILEVER É O MAIOR ANUNCIANTE DO PAÍS O ranking de investimento publicitário de 2013 mostra o setor de comércio e varejo ainda na liderança, porém agora seguido pelo de higiene pessoal e beleza, que atingiu R$ 11 bilhões, crescimento de 39% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse levantamento, divulgado em fevereiro de 2014, é do Monitor Evolution, serviço do Ibope Media que monitora, mensalmente, os investimentos das categorias de produtos veiculados nos principais meios de comunicação. O segmento de beleza foi impulsionado, principalmente, por Unilever e Genomma, que ocupam a primeira e terceira posição, respectivamente, na lista dos maiores anunciantes. Ainda de acordo com o estudo, o setor farmacêutico quase dobrou sua verba em publicidade. Em 2013, os investimentos totais somaram R$ 94,9 bilhões. A TV aberta, novamente, foi o meio que mais recebeu verba. Na comparação com o ano anterior, o aumento foi de 16%. No entanto, em 2013, essa mesma pesquisa ganhou novas praças e mídias. Desconsiderando essas mudanças, a alta fica em 9%.

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MERCADO

Consumidor tem o poder de decisão OS MEDICAMENTOS GENÉRICOS SÃO UMA ALTERNATIVA MAIS ECONÔMICA À POPULAÇÃO, MAS SÃO OS CLIENTES QUE DEVEM ESCOLHER O QUE COMPRAR. AOS VAREJISTAS CABE APRESENTAR AS MELHORES OPÇÕES POR MARCELO DE VALÉCIO

D

Desde que foi lançado no Brasil, há 15 anos, o segmento de medicamentos genéricos mantém crescimento superior ao do setor farmacêutico. Ao longo da primeira década de existência, cresceu quase sempre acima dos 25% ao ano, em alguns exercícios, além dos 30%, como ocorreu em 2010 (32,6%, o melhor resultado da série histórica). No ano passado, o crescimento no volume de unidades vendidas foi de 15,8% em comparação a 2012. Foram comercializadas 786,9 milhões de unidades frente aos 679,6 milhões registrados no ano anterior. O segmento cresceu acima do mercado total de medicamentos que evoluiu 11,6% no período, movimentando 2,8 bilhões de unidades contra 2,6 bilhões em 2012. Os dados são da Associação Brasileira das Indústrias

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de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos), segundo a qual a evolução ficou dentro do esperado pela entidade, que previa crescimento anual entre 15% e 20%. Em valores, as vendas do segmento movimentaram R$ 13,6 bilhões em 2013, montante 22% superior aos R$ 11,1 bilhões aferidos no ano anterior. O valor, auditado pela consultoria especializada em mercado farmacêutico IMS Health, não considera os descontos de mais de 50% oferecidos pela indústria ao varejo e se baseia nos registros de preços feitos pelos laboratórios na Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). Também em faturamento, a evolução dos genéricos superou o resultado alcançado por toda a indústria. O mercado total apresentou crescimento de 16%, referente as vendas que somaram R$ 57,6 bilhões frente a R$ 49,6 bilhões no ano anterior. FOTOS: SHUTTERSTOCK

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MERCADO

OPÇÃO DE COMPRA É inquestionável a importância dos genéricos para a saúde brasileira, pois representam uma alternativa concreta para aquisição de medicamento por boa parte da população. Criados com o objetivo de reduzir o preço final ao consumidor, esses medicamentos se tornaram um dos fatores mais importantes para o acesso da população aos tratamentos. Um cuidado que o estabelecimento deve ter é orientar seus farmacêuticos a oferecer o que é melhor para o consumidor no momento da compra que, em determinada situação, pode ser o genérico, em outra, o de marca e, futuramente, dependendo do resultado da consulta popular da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o similar, que poderá ser intercambiável com o medicamento de referência. Quando o consumidor solicita um determinado produto ou apresenta uma receita, o farmacêutico deve oferecer primeiramente o medicamento de referência ou já pode indicar o genérico? E o farmacêutico, qual deve ser sua postura, considerando que determinados produtos têm melhores margens ou oferecem bonificações ou comissões? “Se o consumidor pediu o que está na receita e não fez cara de assustado com o preço, deve-se entregar o produto pedido”, sugere a presidente do Instituto de Estudos em Varejo (IEV), Regina Blessa, Caso fique espantado com o preço ao receber o produto, o balconista deve informar que existem versões genéricas”, diz a consultora. “O que não pode é ir apresentando versões mais baratas para alguém que não pediu, só porque vai ganhar uma pequena 134

comissão. Corre-se o risco de perder os clientes exigentes e que estão dispostos a pagar mais. Uma loja que só fica oferecendo produtos baratos e desconhecidos ficará com fama de empurra-empurra. Na hora de um problema mais grave, o consumidor procurará por uma rede mais séria”, ensina. “O correto é atender o consumidor e não deixar que os balconistas fiquem levando vantagem na ‘empurroterapia’ baratinha. As grandes rede já proibiram essa prática faz tempo, pois prezam por sua imagem”, assinala. De acordo com o presidente executivo da Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Sérgio Mena Barreto, depende da circunstância. “Pode oferecer tanto o de referência como o genérico. No âmbito das grandes redes, a predominância é pelo medicamento de referência. Mas, se o consumidor pedir, o farmacêutico irá lhe entregar o genérico correspondente”, diz, lembrando que os genéricos representam 18% das vendas nas grandes redes de farmácias e drogarias. “Quem promove a troca é o farmacêutico e não o balconista e o procedimento para a intercambialidade segue a Lei nº 9.787/99”, enfatiza o presidente da Federação Brasileira das Redes Associativistas de Farmácia (Febrafar), Edison Tamascia, lembrando a lei federal que estabelece o genérico como único intercambiável com o medicamento de referência. Um fator decisivo de adesão ao tratamento é, sem dúvida, o preço, pois pode reduzir ou não o custo mensal do tratamento. Em razão disso, a prática de descontos é muito comum para atrair clientes, sobretudo os que utilizam medicamentos para doenças crônicas.

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DOR

Diversas manifestações, um único objetivo SEJA SOB FORMA AGUDA OU CRÔNICA, A DOR É UMA IMPORTANTE ALIADA DO ORGANISMO, SINALIZANDO QUE ALGO ESTÁ ERRADO. CONHEÇA OS ESTÁGIOS E TRATAMENTOS PARA CADA CASO P O R K AT H L EN R A M O S E V I V I A N LOU R ENÇ O

“U

“Uma experiência sensorial e emocional desagradável que é associada a lesões reais ou potenciais, ou descrita em termos de tais lesões. A dor é sempre subjetiva e cada indivíduo aprende a utilizar este termo por meio de suas experiências.” Essa é a explicação usada pela Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP) para definir o problema. O neurocirurgião responsável pelo Grupo de Controle de Dor do Hospital São Camilo de São Paulo, Dr. Alexandre Walter de Campos, reforça que nem sempre dor está relacionada a um dano tecidual real.

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FOTOS: SHUTTERSTOCK

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ESPECIAL SAÚDE

DOR

“Ela ocorre após uma lesão tecidual acidental ou provocada (no caso das cirurgias) ou pode também existir sem a presença de uma lesão tecidual observável”, diz. Mesmo considerada subjetiva por especialistas, é indiscutível que a dor se mostra como um sinal de alerta fundamental do corpo, avisando que algo pode estar errado. Aliás, na medicina, a dor tem sido incluída como quinto sinal vital básico, junto com temperatura corporal, pulso ou frequência cardíaca, pressão arterial e frequência respiratória. “A dor sinaliza que algo não se encontra bem no organismo e que merece uma atenção especial. Ela pode ser por uma agressão ao tecido ou nervo, por exemplo. Quando a agressão ocorre, imediatamente existe liberação de uma série de substâncias que irão desencadear a dor em diferentes intensidades”, explica o fundador e responsável pelo Serviço de Terapia da Dor do Serviço Médico de Anestesia no Hospital Alemão Oswaldo Cruz (HAOC), Dr. Mauricio Nunes Nogueira. De acordo com o gerente geral da Mundipharma no Brasil, Amaury Guerrero, esse problema, sem dúvida, está entre as principais causas de busca por atendimento médico. “Pacientes com dores crônicas não controladas, por exemplo, acabam necessitando de avaliação médica mais frequente. A dor ainda é subtratada em nosso País, e ainda há espaço para que os profissionais recebam mais informação científica sobre o tema”, acredita. O Dr. Campos, do Hospital São Camilo, também concorda que, não só no Brasil, como no mundo, a dor é inadequadamente tratada. “É muito comum as pessoas se automedicarem ou procurarem ajuda de conhecidos para se orientar sobre algum analgésico no caso de dores agudas de leve ou até moderada intensidade. Já no caso das dores crônicas, existe um subdiagnóstico e um tratamento ineficaz pelos serviços de saúde, pois como a dor é subjetiva, muitos serviços de atendimento interpretam a queixa dolorosa crônica como sendo relacionada a questões de ordem psicológica ou psiquiátrica, não a valorizando”, lamenta.

TRATAMENTO VARIA DE ACORDO COM INTENSIDADE E ETIOLOGIA Existe uma escala analgésica feita pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para orientar os profissionais no tratamento de dor. “Nessa escala, cada degrau corresponde a um nível de intensidade de dor e de138

RAIO X DA DOR 1. As mulheres relatam maior incidência de dor que os homens; 2. A dor de maior incidência na população brasileira é na coluna lombar e torácica; 3. Acima dos 65 anos, cerca de 50% das pessoas relatam algum tipo de dor; 4. De acordo com os estudos da SBED – 2013, a dor crônica afeta em média 40% dos brasileiros, um número que varia de acordo com cada região do País. A dor crônica afeta de 20% a 30% da população mundial; 5. Noventa e cinco porcento das pessoas vão ter pelo menos um episódio de dor de cabeça na vida; e 85%, de dor nas costas; 6. Um estudo conduzido por Queiroz e colaboradores estimou que, no Brasil, ao ano, aproximadamente, 72% da população sofra por dor de cabeça. Mundialmente, inclusive no Brasil, admite-se que 95% das pessoas têm ou terão um episódio de cefaleia ao longo da vida.

termina quais drogas analgésicas são indicadas para tratar cada estágio”, explica o Dr. Mauricio Nunes, do HAOC, acrescentando que são quatro ‘‘degraus’’ para o tratamento da dor: • Primeiro degrau (dores fracas): nestes casos são utilizados analgésicos comuns, como dipirona, paracetamol e anti-inflamatórios, somados a adjuvantes, como gabapentina, pregabalina, carbamazepina e amitriptilina. • Segundo degrau (dores moderadas): são usados opiáceos fracos e anti-inflamatórios, somados aos adjuvantes. • Terceiro degrau (dores fortes): indicação para opiáceos fortes, anti-inflamatórios e adjuvantes. • Quarto degrau (casos de difícil controle, seja pela dor persistente, mesmo após medicação, ou em função dos efeitos colaterais provocados pela própria dor): tratamento da dor com procedimentos invasivos (neste caso, o tratamento varia de acordo com o histórico do paciente e o grau da dor). O vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED), Dr. Durval Campos Kraychete, acrescenta,

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ESPECIAL SAÚDE

DOR

DEPENDENDO DO TIPO DE LESÃO, O TRATAMENTO PARA A DOR AGUDA É FUNDAMENTAL. A DOR PODE CESSAR EM POUCO TEMPO, COMO UMA CÓLICA. NO ENTANTO, DEPENDENDO DO CASO, SE FOR PROLONGADA, PODE SE CRONIFICAR

AS CINCO DORES MAIS COMUNS: • • • • •

ores ores ores ores ores

de ca eça nas costas nas pernas ou p s musculares a dominais

ainda, que o tratamento da dor é multifatorial e multidisciplinar e depende da etiologia. “Se a dor tiver caráter nociceptivo (dor somática ou visceral), utilizamos anti-inflamatórios, analgésicos simples, opioides e adjuvantes (corticoides, neurolepticos, relaxantes musculares). Tudo isso associado a recursos não farmacológicos, com fisioterapia, exercícios físicos e acupuntura (eletroterapia e terapia manual). Por outro lado, para dor neuropática (dor por lesão ou doença do sistema nervoso somato-lenitivo), o tratamento é com anticonvulcionantes, antidepressivos, anestesias locais tópicas e adjuvantes. Além disso, é possível utilizar técnicas intervencionistas, caso as medidas falhem, ou como complemento de técnica”, descreve. E, felizmente, a evolução para os medicamentos dirigidos ao tratamento da dor é bastante considerável. O diretor executivo de assuntos científicos da Takeda, Dr. Marcelo Freire, comprova esse desenvolvimento usando como exemplo o progresso nos medicamentos para dor de cabeça. “Medicamentos com propriedade analgésica, produzidos em escala industrial, tornaram-se disponíveis ao público a partir do século 21. Entre 140

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A DOR SINALIZA QUE ALGO NÃO SE ENCONTRA BEM NO ORGANISMO E QUE MERECE UMA ATENÇÃO ESPECIAL. ELA PODE OCORRER POR UMA AGRESSÃO AO TECIDO OU NERVO os primeiros compostos produzidos, podemos citar a aspirina e o paracetamol, com eficácia analgésica menor se comparados a analgésicos introduzidos posteriormente no mercado, como triptanos, ergotamina ou isometepteno”, destaca. A associação de fármacos, como o isometepteno com a dipirona e a cafeína, é outra evolução ao tratamento da dor de cabeça, já que, assim, o medicamento pode agir em diferentes mecanismos causadores do problema.

TERAPÊUTICA DEPENDE DA INTENSIDADE DA DOR Os tratamentos farmacológicos para a dor aguda variam de acordo com a amplitude da mesma. O Dr. Mauricio Nogueira enumera os medicamentos mais utilizados. “Para dores agudas de intensidade fraca, dipirona e paracetamol surtem resultados satisfatórios. Para dores moderadas, são ministrados anti-inflamatórios e drogas adjuvantes (antidepressivos e anticonvulsivantes), tramadol, tylex e nubain. Para casos intensos, o uso passa a ser de morfina, ketamina, metadona, durogésic, hidromorfona, entre outros.” Dependendo do tipo de lesão, o tratamento para a dor aguda é fundamental. “A dor pode cessar em pouco tempo, como uma cólica. No entanto, dependendo do caso, se for prolongada, pode se cronificar, especialmente se não houver tratamento adequado”, alerta o fundador e responsável pelo Serviço de Terapia da Dor do Serviço Médico de Anestesia no Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dr. Mauricio Nunes Nogueira, reforçando, ainda, que os benefícios para o tratamento vão muito além, sendo fundamentais para a manutenção da qualidade de vida do paciente. “O tratamento da dor melhora o grau de satisfação do paciente porque

pode proporcionar um tempo de hospitalização menor, com menor custo. Possibilita uma fisioterapia adequada ao paciente e um levantar mais rápido com alta hospitalar precoce e retorno ao convívio social e trabalho mais cedo. Quando tratada inadequadamente, pode levar a estresse físico e emocional, angústia, irritabilidade, insônia e depressão”, adverte o especialista.

OS MAIS PREJUDICADOS De modo geral, as mulheres sofrem mais de dores crônicas, e a causa é multifatorial, segundo explica o fisiatra e titular da equipe de medicina de reabilitação do Hospital do Coração (HCor), Dr. Gilson Tanaka Shinzato. “Diferenças anatômicas predispõem as mulheres a alguns tipos de lesões, como os desgastes patelofemorais (devido aos joelhos naturalmente valgos, com angulação para dentro), e as bursites, acompanhadas das tendinites glúteas, devido à geometria do quadril e fêmur”, descreve, reforçando que a maior prevalência de tireoidite e hipotireoidismo expõe a mulher a uma maior incidência de dores musculares. Além disso, na menopausa, a mulher fica exposta à osteoporose e às fraturas por insuficiência. O próprio estilo de vida da mulher moderna também faz com que esteja mais suscetível a dor. “A sobrecarga postural e de trabalho é agravada pela dupla ou tripla jornada, com afazeres domésticos e o cuidado com os filhos, aumentando muito a carga sobre o esqueleto. O padrão de sono fragmentado e não reparador, muitas vezes adquirido no período de amamentação, também impedem o relaxamento muscular e a produção dos neurotransmissores moduladores da dor e da estabilidade emocional”, comprova o especialista do HCor. E seja mulher ou homem, pacientes acometidos por dor crônica, quando não tratados adequadamente, podem perder, e muito, em qualidade de vida. De acordo com o Dr. Gilson Shinzato, o afastamento do trabalho e suas repercussões econômicas, o isolamento social e familiar, e a perda de perspectivas prejudicam muito o paciente com dor crônica. “A falta de compreensão e apoio no ambiente de trabalho, em casa e mesmo dos profissionais da saúde provocam a retração do paciente, que se sente envergonhado e culpado pela sua dor. E a falta de diagnósticos adequados e a classificação errônea de quadros de origem orgânica como distúrbios psicossomáticos agravam seu isolamento”, lamenta o médico do HCor. 2014 JULHO GUIA DA FARMÁCIA

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GARGANTA E OUVIDO

Atenção redobrada nos dias mais frios AS VIROSES COSTUMAM SER MAIS FREQUENTES NESTA ÉPOCA DO ANO, O QUE OCASIONA O APARECIMENTO DE PUS OU SECREÇÕES PURULENTAS. POR ISSO É QUE SE FAZ NECESSÁRIO O USO DE ANTIBIÓTICOS P O R V I VI A N LOU R ENÇ O

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C

Com a chegada dos dias mais frios, não é só a mudança no comportamento das pessoas que é notada. Saem os programas ao ar livre, as roupas leves e as comidas saudáveis que dão lugar aos programas caseiros, vestimentas mais quentes e alimentos mais calóricos. Somado a isso, a saúde também fica mais debilitada. É no inverno que o corpo fica mais sujeito a infecções, principalmente, nas vias respiratórias. E são as crianças e adolescentes que mais sofrem com problemas relacionados à garganta e ao ouvido. As otites são infecções bacterianas do ouvido médio, uma região que fica entre o tímpano e o ouvido interno. Essa doença é muito comum nas crianças, porém, pode atingir adultos com certa frequência. Ela geralmente é causada por vírus e bactérias que infectaram a garganta e vão migrando FOTOS: SHUTTERSTOCK

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ESPECIAL SAÚDE

GARGANTA E OUVIDO

até o ouvido e se multiplicam, graças às secreções da área. Por isso, dores de garganta e ouvido estão interligadas. Isso ocorre, como relata o otorrinolaringologista do frio interfere em mecanismos de defesa das vias aéreas, como na redução do transporte mucociliar e, também, pela tendência de as pessoas permanecerem mais tempo em ambientes fechados, aumentando a transmissão de vírus e bactérias. Entre os motivos do aumento da incidência de problemas na região, segundo o pediatra, Dr. Sylvio Renan peratura, ar mais seco, maior poluição ambiental e maior contato interpessoal, principalmente em locais fechados. Porém, nem toda infecção de garganta ou de ouvido é igual. Algumas necessitam de antibióticos e outras são curadas apenas com a administração de anti-inflamatórios. ciosos que necessitam de antibioticoterapia, o paciente é febre alta e persistente. “Usualmente, as infecções virais não necessitam de tratamento com antibiótico, enquanto as infecções bacterianas, sim”, esclarece o pediatra Dr. Sylvio. De acordo com o especialista, as viroses tendem a apresentar febre por períodos de 24 a 48 horas, cedendo em seguida. Já nas infecções bacterianas, a febre tende a permanecer. Assim, sempre que um quadro respiratório febril persistir por mais de 48 horas, há a necessidade de avaliação médica.

SINAIS DE ALERTA De acordo com os especialistas, crianças e adolescentes são o grupo mais atingido por essa enfermidade nos meses mais frios do ano. Crianças entre sete e 48 meses apresentam uma queda de imunidade natural, quando iniciam a produção de seus

OS SINTOMAS EM CRIANÇAS MAIS VELHAS OU EM ADULTOS INCLUEM: • • • • • •

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CAUSAS DAS DORES DE OUVIDO: • ler ias • esfriados e sinusites • E cesso de secreção e saliva produzidas durante a dentição • denoides infectadas ou aumentadas • Fumaça de ci arro ou outros irritantes

próprios anticorpos. Assim, essa é a fase de maior incidência das infecções do ouvido e garganta. Um dado interessante, relatado pelo Dr. Raposo, do Hospital Santa Paula, é que algumas pesquisas mostram que, até os 7 anos de idade, 90% das crianças terão apresentado pelo menos um episódio de infecção de ouvido. Por isso, o cuidado e a atenção com essa faixa etária se tornam essenciais. Para identificar rapidamente os primeiros sintomas e já procurar tratamento, a otorrinolaringologista do Seconci-SP, Dra. Ana Elisa Patrício, orienta que a dor é o primeiro sinal de alerta, seguido de febre. “A rouquidão e a tosse podem ser os próximos sintomas. No ouvido, após a dor e a febre, pode ocorrer a supuração.” Ao analisar pela incidência, o Dr. Sylvio diz que as infecções de gargantas são muito mais importantes, por serem mais frequentes. Quanto ao risco de complicações, as infecções de garganta, quando devidas a alguns tipos específicos de estreptococos, se não tratadas, podem evoluir para complicações graves, cardíacas ou renais. Já as infecções de ouvido, embora um pouco menos frequentes que as de garganta, também, se não bem tratadas e acompanhadas, podem evoluir para perda de audição.

DORES INTERLIGADAS Geralmente quando a garganta é atingida, o ouvido também fica comprometido e vice-versa, já que de certa forma estão interligados. Em 60% das infecções de vias aéreas superiores (nariz e garganta) ocorrem a evolução para infecção de ouvido (otite média aguda) devido à proximidade e ligação na anatomia dos mesmos, ressalta o otorrinolaringologista do Hospital Santa Paula. Na criança, há uma grande interação entre ouvido e garganta, explica o pediatra Dr. Sylvio. Isso acontece porque a tuba auditiva tem a função de drenar secreções produzidas no ouvido médio para a região da garganta.

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PROBLEMA INTERLIGADO

Ouvido externo

io éd om vid Ou

Ou vid o in ter no

Trompa de eustáquio

Pavilhão auditivo (orelha)

Tímpano

Osso temporal

Germes e bactérias infectam a garganta

Os vírus migram até o ouvido (a multiplicação deles se dá por secreção da área)

Canal auditivo

Amídala

Cordas vocais

Traqueia Esôfago

Língua

Ilustração: Shutterstock

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ESPECIAL SAÚDE

GARGANTA E OUVIDO

COMO OS PACIENTES PODEM SE PROTEGER? • •

• • • • • • • •

Fonte: Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH)

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TRATAMENTO E ORIENTAÇÕES -

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CONSTIPAÇÃO INTESTINAL

Relatos de um

mecanismo preguiçoso INTESTINO PRESO É UM DISTÚRBIO COMUM E PRATICAMENTE 15% DA POPULAÇÃO, EM ALGUMA FASE DA VIDA, PODE APRESENTAR O PROBLEMA. É IMPORTANTE RESSALTAR QUE O MAL É UM SINTOMA E NÃO UMA DOENÇA

P

Para o bom funcionamento do organismo, é preciso consumir alimentos saudáveis a fim de que o corpo retire deles o que é necessário para as funções vitais e o que não é usado, precisa ser descartado. Por isso que tão importante quanto a ingestão, é a evacuação e quando há dificuldades neste processo, a saúde pode ser prejudicada. A dificuldade em eliminar o que não se faz necessário para o organismo, chama-se constipação intestinal – também conhecida como prisão de ventre ou intestino preso. Há pessoas que têm dificuldade e precisam fazer um esforço maior para evacuar e existem indivíduos que evacuam

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POR VIV IAN LO URE N ÇO

em quantidade insuficiente, mesmo que diariamente. Nesses casos, eles podem são considerados constipados. A constipação é definida pela evacuação irregular, difícil ou ainda que seja pouco frequente. Em geral, a queixa vem como “intestino que não funciona bem”, “intestino preguiçoso” ou que a defecação é insatisfatória. “Medicamente falando, definimos constipação como diminuição da frequência das evacuações (menos de três evacuações por semana); dificuldade na eliminação das fezes (esforço para evacuar); fezes endurecidas ou ressecadas; sensação de evacuação incompleta e necessidade de manobras manuais ou uso sistemático de laxantes ou supositórios para facilitar a evacuação”, completa a gastroenterologista do Hospital Santa Paula, Dra. Débora Poli. FOTOS: SHUTTERSTOCK

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COMO OS MEDICAMENTOS ATUAM NO ORGANISMO? Existem diversos medicamentos que podem ser usados na constipação. Os laxativos podem ser agentes formadores de bolo fecal, osmóticos, lubrificantes ou estimulantes (irritativos). Agentes formadores de bolo fecal agem de forma semelhante às fibras da dieta. Os laxativos osmóticos agem fluidificando as fezes por meio de substâncias osmoticamente ativas que não são absorvidas e produzem fluxo de água para dentro do intestino. Os lubrificantes agem justamente lubrificando as paredes do intestino e diminuindo a absorção de água pelo cólon. “Os laxativos estimulantes ou irritantes agem provocando aumento da motilidade intestinal por estímulo do plexo mioentérico (neurônios que se comunicam com a musculatura própria do intestino), mas estes devem ficar reservados para situações especiais”, explica a Dra. Débora, do Hospital Santa Paula. Existem ainda os medicamentos serotoninérgicos, que agem diretamente nos neurônios que regulam o funcionamento do intestino. Os laxantes fitoterápicos, que são aqueles com componentes de origem vegetal, são indicados para constipação intestinal tanto crônica como em casos passageiros (situacionais), como viagens, mudanças de alimentação e período menstrual. “O extrato de Senna, por exemplo, aliado a princípios ativos como glicosídeos diméricos, estimula a motilidade do intestino grosso, acelerando o trânsito intestinal, reduzindo a absorção de fluidos (aumenta a quantidade líquida no interior do intestino) e, consequentemente, proporcionando consistência mais adequada para as fezes”, orienta o Dr. Eduardo André, da FMUSP. Mesmo para a pessoa que tem evacuações diárias, a consistência adequada das fezes é um desejo constante.

EXISTEM VÁRIAS AÇÕES ENVOLVIDAS NA CONSTIPAÇÃO, MAS, DE MANEIRA GERAL, O INTESTINO TRABALHA MAIS LENTO E A MUSCULATURA SE CONTRAI MENOS Além disso, o gastroenterologista do Hospital 9 de Julho, Dr. Matheus Azevedo, complementa dizendo que a obstipação intestinal crônica (outra nomenclatura) é uma das enfermidades gastrointestinais mais frequentemente diagnosticadas em todo o mundo. Entretanto, a sua definição é bastante controversa. Historicamente definida como uma diminuição na frequência das evacuações, a definição de obstipação evoluiu ao longo dos anos e, atualmente, deve ser encarada como uma síndrome composta por sintomas intestinais decorrentes. O Dr. Azevedo conta que estudos americanos estimam uma prevalência em torno de 12% a 19% da população. “No entanto, esse dado deve ser subestimado, pois pelo menos 65% dos indivíduos que sofrem de constipação procuram assistência médica imediata.” A prevalência, em geral, aumenta com a idade, sendo estimado que mais de 30% dos indivíduos com mais de 60 anos de idade apresentem obstipação crônica. A prevalência também é maior no sexo feminino (relação mulher:homem de 1,5:1) e em pacientes institucionalizados. De acordo com pesquisas da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), esse mal é mais comum em mulheres, especialmente durante a gravidez, nos idosos e nas crianças. “Também sabemos que há atitudes que podem provocar ou agravar o problema, como a má alimentação, sedentarismo e falta de regularidade de horário para evacuação (inibição do reflexo)”, ressalta o doutor em Gastroenterologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e pós-doutor pela Universidade de Londres, Eduardo André.

COMO ELA SE DESENVOLVE A constipação pode ter diversas causas, como doenças intestinais obstrutivas, algumas até que necessitam de intervenção imediata, inclusive cirúrgica. 2014 JULHO GUIA DA FARMÁCIA

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ESPECIAL SAÚDE

CONSTIPAÇÃO INTESTINAL

CAUSAS DA CONSTIPAÇÃO Obstrução mecânica

Câncer colorretal, retocele, estenoses, compressão extrínseca por neoplasias malignas, complicações pós-operatórias.

Doenças neurológicas

Doença de Parkinson, acidente vascular encefálico, esclerose múltipla, lesões medulares (meningocele, tabesdorsalis, traumas), neuropatia autonômica, tumores do sistema nervoso central.

Doenças endócrino-metabólicas

Diabetes mellitus, hipotireoidismo, hipopituitarismo, hiperparatireoidismo, uremia, hipocalemia, hipomagnesemia, hipercalcemia.

Outros

Amiloidose, esclerodermia, porfiria, Doença de Chagas, Doença de Hirschsprung, depressão.

Fonte: gastroenterologista do Hospital 9 de Julho, Dr. Matheus Azevedo

A Dra. Débora, do Hospital Santa Paula, esclarece que os fatores relacionados à constipação são: idade (quanto maior a idade, mais frequentemente ocorre); falta de atividade física e dieta pobre em fibras. Além disso, diversas doenças estão associadas à constipação (doenças autoimunes, doenças neurológicas, como Parkinson e AVC, diabetes mellitus etc.). Alguns medicamentos também podem provocar constipação (esteroides anabolizantes, analgésicos, anticonvulsivantes, antialérgicos, anti-hipertensivos etc.). A constipação intestinal pode ser classificada em dois tipos, como aponta o Dr. Eduardo André: • Funcional: a mais frequente e decorrente de vários fatores, como má alimentação (deficiência de fibras), sedentarismo, falta de regularidade de horário para a evacuação e alterações motoras ou da inervação do intestino; • Orgânica ou secundária: neste caso, a constipação intestinal é causada por outra doença intestinal, como estreitamento do canal retal, ou não intestinal, como doenças sistêmicas (diabetes e hipotireoidismo). “Se a causa da constipação não for identificada, esta deve ser considerada como um distúrbio primário ou idiopático (alguns autores classificam esses pacientes como “funcionais”)”, destaca o Dr. Azevedo, do Hospital 9 de Julho. Existem vários mecanismos envolvidos na constipação, mas, de maneira geral, o intestino passa a trabalhar de modo mais lento e a musculatura própria desse órgão se contrai com menor frequência e menor força. 152

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ESPECIAL SAÚDE

CONSTIPAÇÃO INTESTINAL

OS SINTOMAS GERALMENTE ENVOLVEM A NÃO REGULARIDADE INTESTINAL. SÃO IMPORTANTES O DIAGNÓSTICO E O TRATAMENTO CORRETO INDIVIDUAL PARA CADA PESSOA SINTOMAS MAIS COMUNS Dor abdominal, mal-estar, vômitos, sangue nas fezes, estão entre os sintomas mais comuns da constipação, salienta o pediatra Dr. Sylvio Renan Monteiro de Barros. Ainda podem acontecer diminuição do número de evacuações, pequena quantidade de fezes, alteração na frequência das evacuações, fezes endurecidas, dificuldade de evacuação, sensação de evacuação incompleta ou fezes retidas. Podem vir associados sintomas da síndrome do intestino irritável, como desconforto abdominal, gases e sensação de estufamento. Isso, muitas vezes, pode ser reflexo do mau funcionamento dos intestinos, devido a uma dieta pobre em fibras, pouca ingestão de líquidos, falta de exercícios e consumo excessivo de alimentos industrializados. O desconforto no caso da constipação pode ser algo subjetivo, alerta a Dra. Débora, do Hospital Santa Paula, podendo interferir de forma importante na qualidade de vida do indivíduo. “Existem pessoas com constipação intensa e com poucos sintomas, enquanto há pessoas muito sensíveis que têm muitos sintomas. O simples fato de não realizar uma função fisiológica pode preocupar muito as pessoas e isto é que acaba gerando muito desconforto; além disso, um desconforto diário e de forma prolongada também gera ainda mais desconforto.” Por outro lado, a sensibilidade varia muito de pessoa para pessoa e é muito frequente termos a síndrome do intestino irritável associada, em que há uma hipersensibilidade e em que pequenas alterações no intestino levam a muito desconforto ou dor. “A escassez de evacuação por um longo período pode provocar hemorroidas, que são dilatações dos vasos junto ao reto (como se fossem varizes), que podem ser internas ou externas”, destaca o Dr. Eduardo André, da FMUSP. Esses sintomas podem aparecer em 154

ORIENTAÇÃO SOBRE POSSÍVEIS REAÇÕES ADVERSAS • visar ue o uso cr nico de la antes poder levar depend ncia desses medicamentos • o caso da lactulose avisar ue poder ocorrer um aumento da licemia • o caso dos la antes irritativos poder ocorrer alteração idroeletrolítica • uso de e aserode dever ser evitado por cardiopatas e pacientes acima de anos Fonte: clínico-geral e gastroenterologista do Seconci-SP, Dr. Moacir Augusto Dias

pessoas com intestino preso e geralmente ocorrem pelo esforço prolongado para evacuar. Outro problema que é o aparecimento de fissuras anais, devido a pequenos traumas (lacerações) na região ao redor do ânus, que podem ser provocadas pela dificuldade de evacuar ou fezes endurecidas. Conforme as fissuras surgem, pela dor intensa, o indivíduo fica com receio de evacuar, o que pode piorar a situação. O gastroenterologista do Hospital 9 de Julho alerta que as altas taxas de constipação, principalmente nos idosos, resultam não só na diminuição da qualidade de vida, como também contribuem para o desenvolvimento de complicações, como a impactação fecal e úlceras estercorais, além de maior incidência de hospitalizações, com grande impacto econômico associado.

COMO TRATAR O PROBLEMA Os sintomas geralmente envolvem a não regularidade intestinal, os acometidos podem ficar dias sem evacuar. Por isso são importantes o diagnóstico e o tratamento correto individual para cada pessoa. Na grande maioria dos casos, a constipação está relacionada a maus hábitos e pode ser facilmente revertida, praticando-se atividades físicas regulares e mantendo uma dieta rica em fibras, orienta Dra. Débora, do Hospital Santa Paula. Para o tratamento, o clínico-geral e gastroenterologista do Seconci-SP, Dr. Moacir Augusto Dias, salienta que é importante que os pacientes aumentem a ingestão de água, façam atividade física, passem por

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ESPECIAL SAÚDE

CONSTIPAÇÃO INTESTINAL

FÁRMACOS MAIS USADOS • Fi ras preferencialmente as sol veis causam menos ases como o s llium ou as sint ticas como a olicar ofila c lcica • a antes osm ticos lactulose polietileno licol • a antes estimulantes ou irritativos Sene icossulfato s dico e isacodil ro i ticos e aserode e rucaloprida Fonte: clínico-geral e gastroenterologista do Seconci-SP, Dr. Moacir Augusto Dias

um processo de reeducação para o reflexo da defecação, aumentem o consumo de fibras na dieta, usem laxantes osmóticos (lactulose), laxantes irritativos (Sene, Bisacodil), Tegaserode, Prucaloprida, probióticos. “Medicamentos que causam constipação devem ser suspensos ou trocados, se possível. O uso de produtos para tratar a constipação deve ser feito de forma gradativa, dependendo da resposta de cada indivíduo”, orienta a Dra. Débora, do Hospital Santa Paula. A dieta rica em fibras é fundamental, uma vez que elas têm capacidade de reter água e aumentar o bolo fecal, melhorando a consistência das fezes e aumentando o estímulo para o intestino. Atividade física 156

MAIS DE 30% DOS INDIVÍDUOS COM MAIS DE 60 ANOS DE IDADE APRESENTAM OBSTIPAÇÃO CRÔNICA. A PREVALÊNCIA TAMBÉM É MAIOR NO SEXO FEMININO E EM PACIENTES INSTITUCIONALIZADOS também ajuda a melhorar a motilidade do intestino, além de reforçar a musculatura abdominal, que participa da evacuação. A reeducação visa melhorar os hábitos diários com relação às evacuações, como, por exemplo, ter um horário para ir ao banheiro com tranquilidade, de preferência após as refeições, e inclui um tipo de fisioterapia da musculatura do assoalho pélvico (biofeedback). A administração de laxantes fitoterápicos, de acordo com o Dr. Eduardo André, que possuam componentes de origem vegetal, como o extrato de sena, pode ser indicada tanto para constipação intestinal crônica, como em casos passageiros – viagens e mudanças.

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VIROSES E VERMINOSES

Perigo

iminente FALTA DE SANEAMENTO BÁSICO, CONDIÇÕES PRECÁRIAS DE HIGIENE E AGLOMERADO DE PESSOAS PROPICIAM O SURGIMENTO DE PROBLEMAS DESENCADEADOS POR VERMES POR LÍGIA FAVORETTO

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Sintomas como vômitos, náuseas, dor abdominal em cólica e aumento da frequência de evacuação, com redução da consistência das fezes, são indicativos de doenças virais ou contaminação por vermes de diversas espécies. O problema recorrente acomete o aparelho digestório e pode ser causado por parasitas intra e extraintestinais. Os mais comuns são o Ascaris (popularmente conhecida por lombriga), o Oxiurus, o Trichuris, a Giárdia e a Amebiase. A professora doutora médica-chefe do Laboratório de Parasitologia DLC – do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP), Vera Castilho, diz que a contaminação pelos parasitas citados se dá por meio da forma fecal-oral. Parasitas (ovos ou cistos) nos alimentos, em frutas, e mesmo na água, na areia ou

na terra. Algumas verminoses podem ser transmitidas pela penetração na pele, como a esquistossomose. “A ausência ou a precariedade de saneamento básico estão diretamente relacionadas ao contágio por verminoses. Ainda há muita incidência e subnotificação das parasitoses.” A infectologista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, Dra. Claudia Mello, relata que, de acordo com as características anatômicas, os vermes podem ser divididos em dois grupos diferentes: A) Os nematelmintos, entre eles a lombriga (Ascaris lumbricoides), o ancilostoma (que provoca o amarelão), os oxiúros e as filárias. B) Os platelmintos (as tênias causadoras de doenças como a solitária e a cisticercose e os esquitossomos, por exemplo). “Os sintomas variam de acordo com a verminose em questão, como doença diarreica aguda, desnutrição, atraso no desenvolvimento infantil, anemia, problemas respiratórios e convulsões.” Segundo dados do Ministério da Saúde, a esquistossomose apresenta prevalência elevada e vem expandindo sua área de ocorrência. A ascaridíase (lombriga) pode acometer o pulmão em uma forma chamada síndrome de Loffler. Esse mesmo verme pode levar a problemas de desnutrição na infância, acarretando atraso do desenvolvimento. O Ministério da Saúde informa que as parasitoses intestinais mais comuns na população brasileira e que causam maiores impactos na saúde pública são a esquistossomose mansoni, a ascaridíase, a tricuríase e a ancilostomíase. A esquistossomose mansoni causada pelo Schistosoma mansoni é doença grave, transmitida por caramujos aquáticos do gênero Biomphalaria. A doença é endêmica em 19 estados brasileiros com maior intensidade nas regiões Nordeste e Sudeste do País. A prevenção consiste em evitar o contato com águas onde existam os caramujos hospedeiros intermediários infectados. O tratamento para os casos simples é domiciliar, com praziquantel distribuído gratuitamente na rede pública de saúde. Os casos graves requerem internação hospitalar e tratamento cirúrgico.

OUTROS TIPOS As helmintíases transmitidas pelo solo mais comuns são causadas pelo Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiuiria e

INCIDÊNCIA DE VERMINOSES NO BRASIL • 191.880 portadores de esquistossomose. • 75.010 parasitados com Ascaris lumbricoides. • 40.445 com Trichuris trichiuiria. Fonte: Ministério da Saúde

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ESPECIAL SAÚDE

VIROSES E VERMINOSES

INFECÇÃO POR ROTAVÍRUS Existem sete sorotipos diferentes de Rotavírus, mas somente três deles infectam o homem e causam gastrenterite aguda. Essa variedade de sorotipos explica por que a pessoa pode ser infectada mais de uma vez, embora seja possível desenvolver certo grau de proteção cruzada que torna mais leve a infecção por um tipo diferente de Rotavírus. O problema pode ocorrer em qualquer idade. A estimativa é que até os cinco anos todas as crianças terão pelo menos um episódio de infecção e que uma em cada 300 infectadas pode morrer em consequência das complicações. Nos adultos, a infecção costuma ser mais benigna. O Rotavírus é transmitido por via fecal-oral, pelo contato direto entre as pessoas, por utensílios, brinquedos, água e alimentos contaminados. Medidas de saneamento básico são fundamentais para prevenir a transmissão do vírus. Sintomas Em alguns casos, a infecção pode ser assintomática. Quando os sintomas aparecem, os mais importantes são: 1) diarreia aguda, geralmente aquosa, sem sinais de muco e sangue; 2) vômitos; 3) febre e mal-estar; 4) coriza e tosse, às vezes; 5) desidratação, nos quadros graves. Os quadros leves são autolimitados: a infecção dura alguns dias e regride. Os mais graves estão associados à desidratação e podem ter complicações fatais. Diagnóstico O diagnóstico clínico pode ser confirmado por um exame laboratorial específico para pesquisar a existência do vírus nas fezes do doente. A amostra deve ser coletada nos primeiros dias da infecção. Tratamento Não existem medicamentos específicos para combater a infecção por Rotavírus. O fundamental é manter a criança hidratada, repondo constantemente o líquido perdido nos vômitos e nas evacuações. São sinais de desidratação: letargia, irritabilidade, muita sede, diminuição do volume da urina, boca seca, olhos encovados, ausência de lágrimas, perda do turgor da pele. Os quadros leves podem ser tratados em casa, com soro caseiro, muito líquido e alimentação normal, especialmente se for leite materno, mas sempre respeitando a orientação médica. Os quadros graves exigem internação hospitalar. Vacina A vacina contra o Rotavírus é produzida com vírus humano atenuado e não faz parte do calendário do Programa Nacional de Imunizações. Segundo estudos realizados, o grau de proteção não é total e depende de que as duas doses sejam ministradas precocemente. Não há consenso entre os pediatras sobre sua indicação. Evitando o problema Os pacientes devem: * Lavar as mãos cuidadosamente e com frequência, especialmente depois de usar o banheiro e de trocar as fraldas das crianças, antes das refeições e quando for preparar os alimentos; * Lavar bem e deixar mergulhados em solução desinfetante frutas e legumes que vão ser ingeridos crus; * Usar água tratada para beber e no preparo dos alimentos; * Manter sempre bem limpos os utensílios de mesa e os que são usados na cozinha; * Lembrar-se de que o soro caseiro e os produtos equivalentes contêm sais minerais importantes para reidratar o paciente não encontrados na água pura; * Procurar o médico tão logo a criança apresente episódios de diarreia aguda. Fonte: Dr. Dráuzio Varella

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ESPECIAL SAÚDE

VIROSES E VERMINOSES

os ancilostomídeos Ancylostoma duodenale e Necator americanus que são responsáveis por uma série de alterações no estado de saúde dos portadores, podendo levá-los ao óbito. Em crianças, eles afetam a situação de nutrição e os processos cognitivos, causando complicações que exigem intervenção cirúrgica. O homem adquire a ascaríase e a tricuríase ingerindo água ou alimentos contaminados, ou no caso da ancilostomíase, também com a penetração das larvas infectantes, presentes no ambiente, pela pele. A prevenção consiste em cultivar hábitos de higiene como a lavagem das mãos e dos alimentos antes do consumo. De acordo com o Ministério da Saúde, não existem dados da prevalência das geo-helmintíases no Brasil, mas sabe-se que elas estão disseminadas por todo o território nacional, principalmente nos bolsões de pobreza, onde a população local não dispõe de adequadas condições de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Estima-se que a prevalência do País varia entre 2% e 36% em municípios de baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e 70% em escolares. Os inquéritos realizados no período de 2000 a 2012 nos estados endêmicos para esquistossomose detectaram 191.880 portadores de geo-helmintos. Em 2011, foram 75.010 parasitados com Ascaris lumbricoides, 40.445 com Trichuris trichiuria e 36.169 com ancilostomídeos.

BRASIL ATUA NO COMBATE O Ministério da Saúde está formulando estratégias para a implantação do controle das geo-helmintíases em áreas prioritárias, que consiste no tratamento preventivo, com carbamato de metil N-(5-propilsulfanil-3H-benzoimidal-2-il), de crianças de 7 a 14 anos residentes em localidades com altas prevalências. Com o objetivo de conhecer a prevalência atual da esquistossomose mansoni no Brasil, o MS está realizando um inquérito nacional para análise de amostras de fezes de 222.474 crianças com idades entre 7 e 14 anos, residentes em 542 municípios das 27 unidades federadas. O resultado servirá para subsidiar a formulação de políticas de saúde.

OS FARMACÊUTICOS PODEM SEMPRE ORIENTAR O PACIENTE A FAZER O EXAME DE FEZES NA REDE PÚBLICA OU PARTICULAR, PARA QUE RECEBA A MEDICAÇÃO CORRETA

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Outra iniciativa é a inclusão de intervenções para a ampliação de diagnóstico e tratamento para esquistossomose e geo-helmintíases, doenças que contribuem para a manutenção da pobreza, no Plano Brasil sem Miséria, do governo federal, que tem o objetivo de melhorar a condição de vida dos mais pobres para romper barreiras sociais, políticas, econômicas e culturais que segregam pessoas e regiões.

POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES As verminoses podem evoluir para quadros mais graves como a neurocisticercose, causada pela ingestão dos ovos de Taenia, e há os que vão desenvolver cisticercos no cérebro e em outros tecidos do corpo no homem; a esquistossomose, que pode causar ascite (barriga d’água), o Strongyloides stercoralis, que causa a estrongiloidiase e pode causar óbito em pacientes imunodeficientes ao se submeterem a pulsoterapia. “Existem casos de pessoas que vivem em condições precárias de higiene e saneamento e nunca são contaminadas, mas são minoria. A resposta imunológica a uma infecção por vermes não é homogênea e alguns podem desenvolver resistência. Para prevenir, recomenda-se realizar exames protoparasitológicos de fezes de seis em seis meses. Há ainda muita incidência e subnotificação das parasitoses”, explica a Dra. Vera Castilho. A especialista afirma que fazer uso de medicamento para vermes uma vez ao ano é mito. Os medicamentos não devem ser usados indiscriminadamente, eles mascaram a verminose e podem trazer complicações para os pacientes, além de causarem a resistência medicamentosa e intoxicação em vários níveis que dependem da quantidade e frequência da utilização. “Os farmacêuticos podem sempre orientar o paciente a fazer o exame de fezes na rede pública ou particular, a fim de que receba a medicação correta para a verminose e para que não se perca o dado epidemiológico.” “O tratamento depende do tipo de verminose em questão. Para ascaridíase, por exemplo, o tratamento é feito com carbamato de metil N-(5-propilsulfanil-3H-benzoimidal-2-il) e para esquistossomose, o tratamento é feito com praziquantel. Existem alguns medicamentos que agem contra diversos tipos de vermes.” Ela complementa: “Os antimicrobianos (incluindo vermífugos) devem sempre ser prescritos por um médico. O ideal é sempre tentar obter um diagnóstico preciso sobre o verme que deverá ser tratado para poder haver a orientação da medicação mais adequada. O paciente que faz uso de outras medicações deve sempre informar este dado.”

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CATEGORIA

Cuidados bucais UMA HIGIENIZAÇÃO COMPLETA E EFICIENTE PASSA POR ESCOVAÇÃO, FIO DENTAL E SOLUÇÃO DE BOCHECHO. CONSUMIDORES APOSTAM EM PRODUTOS PREMIUM, CUSTOMIZADOS E QUE PRIVILEGIAM O CLAREAMENTO DOS DENTES

POR VIV IAN LOURENÇO E EGLE LE O N ARD I

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O mercado de higiene oral cresce a cada dia. As linhas de produtos premium têm ganhado cada vez mais a preferência do consumidor. Ainda há, porém, muito espaço para os itens de maior valor agregado crescerem no Brasil. Esse é um movimento natural de mercado e acontece à medida que o consumidor entende a importância da saúde bucal, além do aumento de seu poder aquisitivo. O mercado está dividido em, aproximadamente, creme dental com 48% do mercado total (25% do mercado de clareamento) e escova manual com 27% (5,3% de clareamento). Já as tiras específicas para o branqueamento dos dentes possuem apenas 2% do mercado, mostrando excelente potencial de crescimento, segundo dados da Oral-B. “O sistema de branqueamento dental de Oral-B 3D White Whitestrips branqueia os dentes por meio da remoção das manchas de sua superfície, assim como das manchas incrustadas na camada

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mais profunda do esmalte, explica o gerente de marketing de Oral-B no Brasil, Luis Henrique Siqueira. Ele comenta que o período de tempo em que os dentes permanecerão mais brancos depende de vários fatores, incluindo a frequência com que o cliente ingere café, chá, refrigerantes de cor escura, vinho tinto ou fuma cigarros. Em geral, as Whitestrips mantêm os dentes mais brancos por 12 meses. Ele afirma que já o novo creme dental Oral-B 3D White Luxe e a nova escova Oral-B 3D White Luxe Pro-Flex devem ser usados juntos e branqueiam os dentes removendo 90% das manchas superficiais em apenas cinco dias.

ORIENTAÇÃO DE VENDA Como o produto é de alto valor agregado, é importante que os atendentes de farmácia e perfumaria conheçam bem suas características para poder efetuar mais vendas. Os cremes dentais com benefício de branqueamento removem as manchas da camada superficial dos dentes e podem ser utilizados diariamente para clarear os dentes e prevenir futuras manchas. Para dentes ainda mais brancos, deve-se optar por um sistema de clareamento que atinja as camadas mais profundas do esmalte. As fitas branqueadoras contêm peróxido de hidrogênio, que é o mesmo ingrediente utilizado pelos dentistas. “Se o consumidor precisa ou está em tratamento odontológico ou possui manchas em razão do uso de medicamentos, deve consultar um

HÁBITO SAUDÁVEL De acordo com os especialistas, o incentivo dos pais na hora da escovação é fundamental para uma higiene bucal eficiente. “Mesmo sem a necessidade, até o uso do fio dental e da escova interdental deve ser incentivado; o risco de cárie diminui muito durante a vida”, explica o Dr. Hugo Lewgoy, da USP. Outro ato que pode ajudar é deixar a criança escolher a sua escova de dente, isso a incentivará a ter uma boa higiene bucal. Também é importante adotar uma alimentação equilibrada, com pouco açúcar e amido, por produzirem os ácidos da placa que causam cáries.

COMO OS CLIENTES DEVEM USAR AS FITAS BRANQUEADORAS As fitas que prometem promover o clareamento dos dentes são finas e flexíveis e cobertas por gel desenvolvido exclusivamente para se adaptar ao contorno dos dentes. O peróxido, que vem num filme de polietileno, em contato com os dentes, promove o clareamento sem causar dano ao esmalte. O produto deve ser usado duas vezes ao dia durante 30 minutos. Oriente o consumidor a:

Retirar uma tira para uso imediato. Para melhores resultados, não escovar os dentes antes da aplicação.

Aplicar a tira sobre os dentes e alinhá-la à gengiva, pressionando levemente para um perfeito contato. Dobrar a sobra da tira na parte de trás dos dentes.

Deixar o produto agir por 30 minutos, duas vezes ao dia. Descartar a tira. Se tiver resíduo de gel nos dentes, basta enxaguar com água ou retirá-lo com a ajuda da escova de dente.

Fonte: Oral-B 3D Whitestrips

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PROBLEMAS DA FALTA DE HIGIENE ORAL Nem sempre as pessoas dão a devida atenção aos sinais que a boca e os dentes enviam para o resto do corpo. “De forma geral, há uma série de problemas de saúde que têm foco inicial na cavidade oral, como endocardite infecciosa, dor de cabeça crônica e até pneumonia”, explica o dentista especialista em Odontologia Estética e Reabilitação Dental, Dr. Victor Rogerio. Qualquer lesão na gengiva pode servir de porta de entrada para as bactérias presentes na placa dental invadirem o corpo pela corrente sanguínea, favorecendo doenças infecciosas. A má higiene bucal, além de facilitar o aparecimento de cáries e doenças gengivais, provoca mau hálito. “A maior e mais popular doença da boca nessa idade é a cárie dentária. Trata-se de um processo infeccioso”, relata o dentista da Odontobalance Dr. Rogério Pavan.

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dentista para determinar se o sistema é apropriado”, alerta Siqueira. Outra novidade na linha de oral care é o Listerine Zero (Johnson & Johnson), o enxaguatório bucal sem álcool e com sabor mais suave, que acaba de ganhar uma embalagem maior, na versão de 1,5 litro. “Listerine Zero teve um grande sucesso no mercado e percebemos que havia a demanda dos consumidores por uma versão maior e mais econômica – especialmente por parte das famílias, e dos dentistas”, explica a gerente de oral care da marca, Ana Antunes. A opção sem álcool é uma alternativa para os consumidores que gostam do enxaguatório, devido à sua tradição e eficácia comprovada, mas consideram seu sabor muito intenso. Além disso, para celebrar o momento único que o País está vivendo em 2014, a Johnson & Johnson lançou a linha de escovas com o tema da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014. Os modelos escolhidos para comemorar com os brasileiros são a escova adulta Reach Eco Essencial e a infantil Reach Essencial Junior. “Como patrocinadores oficiais da Copa do Mundo da FIFA 2014, queremos festejar, deixando a vida ainda mais verde e amarela. Para isso, unimos essa paixão com o nosso comprometimento na melhoria da saúde bucal dos brasileiros”, diz o gerente de mercado para a categoria de oral care da marca, Ronaldo Art. O executivo destaca ainda que a escova Reach Eco Essencial é a primeira com 40% do cabo feito de material reciclado pré-consumo e agora terá suas embalagens nas cores verde e amarela, disponíveis nas versões média e macia. Já a infantil Reach Essencial Junior chega para animar ainda mais a escovação, contando com a estampa do Fuleco, mascote oficial do evento. Entrando no clima de Copa do Mundo, a versão Curaprox 5460 cerdas BRASIL trouxe qualidade e beleza para os sorrisos dos brasileiros. A nova versão apresenta uma novidade para os consumidores, as escovas vêm em pares, pois, quando juntas, formam a bandeira nacional. Os cabos continuam extremante anatômicos, fashion e coloridos, prestigiando as cores da bandeira. “O cabo oitavado possibilita a angulação correta durante o ato da escovação, onde a escova deve ficar inclinada em um ângulo de 45° (metade das cerdas apoiada sobre a coroa dental e metade apoiada sobre a margem gengival). Sempre vale destacar que a grande quantidade de cerdas possibilita desorganizar a placa bacteriana de forma atraumática e sem prejudicar o brilho do esmalte dos dentes”, garante o cirurgião-dentista e professor, mestre e doutor em Odontologia pela Universidade de São Paulo (USP), Hugo Lewgoy.

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A estação pede proteção

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O CALOR FOI EMBORA E O INVERNO CHEGOU. PORÉM, OS CUIDADOS COM A PELE DEVEM ACONTECER EM TODAS AS ÉPOCAS DO ANO. NESTE PERÍODO, HÁ INEVITÁVEIS MUDANÇAS DE HÁBITO NOS RITUAIS DE BELEZA. O FILTRO SOLAR NÃO PODE SER ESQUECIDO P O R TA S S I A RO C H A 172

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A proteção solar é essencial para preservar a pele e também prevenir o envelhecimento em qualquer fase do ano. Deixar de fazer o uso do filtro solar durante os dias mais frios pode trazer consequências graves para a pele. A radiação solar também está presente nos dias nublados. Apesar de a luminosidade ser maior em dias sem nuvens e durante o verão, o cuidado deve ser diário. De acordo com a dermatologista da Clínica Ephesus, Dra. Daniela Schimidt Pimentel, enquanto houver claridade, há a emissão dos raios UVA e UVB, que são os mais prejudiciais à pele. Por isso, as pessoas também ficam expostas aos riscos dos raios solares durante o outono/inverno. Logo, a aplicação do protetor solar, em um país ensolarado como o Brasil, deve acontecer até mesmo nestes dias, pois 80% das radiações ultrapassam as nuvens. FOTOS: SHUTTERSTOCK

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O IDEAL É RECOMENDAR AO CONSUMIDOR O USO DE UM PROTETOR SOLAR QUE ATENDA ÀS CARACTERÍSTICAS DA PELE. MAS HOJE EXISTEM DIVERSAS APRESENTAÇÕES DE PRODUTOS ASSOCIADOS A FATORES ANTI-IDADE, POR EXEMPLO, DISPONÍVEIS NO MERCADO

É importante destacar que os níveis de radiação ultravioleta dependem de um conjunto de fatores meteorológicos, geográficos e temporais, como, por exemplo, ozônio, altitude, hora do dia, estação do ano, e todos juntos interferem na forma como esta radiação atinge a pele. “Em uma situação de céu claro, quanto mais ‘alto’ o sol estiver no céu, maiores os níveis de radiação ultravioleta. Em horários próximos ao meio-dia, a radiação UV atinge seus valores mais elevados”, informa a dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Dra. Tatiana Steiner. Assim, é importante considerar que apesar de no inverno os níveis de radiação serem menos intensos, eles existem e a proteção deve ser mantida. A presença de nuvens tende a atenuar a radiação UV e diminuir a quantidade de radiação em superfície. No entanto, o nível de atenuação pode variar bastante e nem sempre a nuvem exerce uma proteção adequada à radiação UV”, completa.

Apesar de não emitirem R-UV, as lâmpadas são fontes emissoras de luz visível e apresentam variações dentro do espectro eletromagnético que podem afetar indivíduos com tendência a manchas e a outras enfermidades da pele. “De qualquer forma, é importante ressaltar que não há qualquer relação entre a exposição às lâmpadas artificiais comuns em residências e escritórios e o câncer de pele” conclui.

INCIDÊNCIA DE RAIOS ULTRAVIOLETA NO VERÃO E NO INVERNO O grande problema, ainda hoje, é que muitos consumidores associam proteção solar ao verão, nos dias de temperatura elevada. Nos dias mais frios, a proteção é deixada de lado. Segundo a Dra. Tatiana, no verão, o sol atinge posições mais elevadas em relação ao horizonte do que no inverno e, portanto, os fluxos de R-UV são mais intensos. As diferenças entre as estações do ano são mais relevantes quanto maior for a latitude. Isto é, nos trópicos, há pouca diferença entre a posição do sol no verão e no inverno, enquanto que, em latitudes mais elevadas, esta diferença é bastante significativa.

TRADICIONAIS X DERMOCOSMÉTICOS O ideal é recomendar ao consumidor o uso de um protetor solar que atenda às características da sua pele. Mas hoje existem diversas apresentações de produtos associados a fatores anti-idade, por exemplo, disponíveis no mercado. Há apresentações associadas ao ácido hialurônico, que tem ação hidratante e preenchedora de pequenas linhas. A associação a vitaminas A, C e E tem ação antioxidante, interessante na redução dos radicais livres produzidos

LUZES DE ESCRITÓRIOS, COMPUTADOR E TELEVISÃO Em 1990, um estudo indicou as principais situações de risco à R-UV proveniente de fontes artificiais: câmaras de bronzeamento artificial, fototerapia médica e odontológica, fotoprocessos industriais, esterilização e desinfecção, pesquisas de laboratório, armadilhas para insetos e luzes para ambientes em geral. “Há poucos trabalhos publicados relacionados à transmissão de radiação UV pelas fontes de luz artificiais. A quantidade de UVA e UVB emitida por lâmpadas de uso comum é muito pequena e é totalmente bloqueada pela película protetora presente nos invólucros de vidro. Sendo assim, não há relatos de emissão de R-UV pelas lâmpadas presentes no mercado”, relata Dra. Tatiana. 174

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pela ação da radiação ultravioleta, responsável pelo dano cutâneo. Já a associação dos filtros com vitamina C 5%, além da ação antioxidante, também gera estímulo para produção de fibras colágenas, agente importante no tratamento do fotoenvelhecimento. No Brasil, os filtros solares são categorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como cosméticos (grau de risco 2), o que dispensa a prescrição médica para sua comercialização. Entretanto, há regulamentação e regras para a sua aprovação, além dos estudos de segurança. O mais importante é saber escolher o FPS correto para cada tipo de pele. Os diferentes tipos de protetores disponíveis no mercado trazem formas de aplicação diferenciadas e mais indicadas para algumas situações, como a prática de esportes, o uso com a pele molhada e para o dia a dia, mas tanto as loções quanto os produtos em spray ou aerossol oferecem uma proteção eficiente, desde que sejam aplicados corretamente. “As peles secas combinam com texturas cremosas, que protegem e hidratam, já as peles mais oleosas podem optar por produtos em gel. A aplicação deve acontecer de 20 a 30 minutos antes da exposição ao sol”, esclarece a diretora de marketing de Cenoura & Bronze, Regiane Erasto Bueno A executiva informa que a proteção do rosto deve ocorrer durante o ano inteiro, inclusive no inverno, não se esquecendo dos lábios e das orelhas que são áreas mais sensíveis e expostas. “Para essas regiões, as loções costumam ser mais indicadas, mas os produtos em formato stick também são opções com toque seco e fácil aplicação, o que facilita o uso inclusive em crianças”, conclui.

DICAS E PREVENÇÃO • Neste inverno, recomende ao consumidor o uso de gel de limpeza neutro para lavar a face pela manhã e à noite; • Uso de protetor solar pela manhã e reaplicação do produto a cada 3 horas; • À noite, é recomendável o uso de hidratantes com princípios ativos para cada tipo de pele. A indicação desses produtos deve seguir orientação e avaliação de um dermatologista. Fonte: dermatologista do Centro Dermatológico Skinlaser, Ana Paula Pedrino

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ORIENTAÇÃO NO PDV As maquiagens de hoje podem ser usadas como verdadeiros dermocosméticos, muitas têm protetor solar, hidratantes, antioxidantes e outros ativos. Além do efeito químico do protetor solar, o resultado físico da maquiagem auxilia ainda mais na proteção solar. É importante lembrar que o uso 176

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do protetor solar deve ser consciente, no entanto, sem exageros. Sua ação tem como objetivo diminuir a probabilidade de câncer de pele e de outras alterações que estão principalmente relacionadas ao envelhecimento da pele. Hoje, esses produtos estão cada vez mais desenvolvidos e adaptados a cada tipo de pele. É recomendado o uso diário de um FPS igual ou maior de 30 e aplicá-lo 30 minutos antes de se expor ao sol. A reaplicação deve ser após 2 horas de contato com o sol e também se houver transpiração excessiva. Pessoas com pele seca ou mista podem optar por produtos em creme ou loção. Já para quem tem pele oleosa, o ideal são produtos em gel-creme e oil-free, para não aumentar a oleosidade e evitar a ocorrência de cravos e espinhas. Dependendo da cor da pele, o fator de proteção precisa ser maior. “Peles claras necessitam de FPS 30. Já em peles negras, apenas o FPS 15 já é eficaz. Como o brasileiro tem uma mistura de raças, quanto maior o FPS, mais seguro é. Para nós que moramos num país tropical e estamos expostos ao sol praticamente todos os dias do ano, o ideal é no mínimo o FPS 30 diariamente”, acrescenta a Dra. Daniela.

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TENDÊNCIA

Cápsulas lucrativas OS NUTRICOSMÉTICOS SÃO PRODUTOS QUE TÊM ALTO VALOR AGREGADO, COM UM GRANDE POTENCIAL DE AUMENTAR O TÍQUETE MÉDIO DA FARMÁCIA. POR ISSO, INVESTIR NA CATEGORIA, DE MANEIRA CORRETA, É ESSENCIAL POR VIVIAN LOURENÇO

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Quanto mais o mercado inova em soluções para a manutenção da saúde e principalmente, da beleza, mais os consumidores ficam atentos às novidades da indústria. Nesse sentido, os nutricosméticos ganham destaque nos pontos de venda. Os produtos são cápsulas que contêm formulações que agem no corpo de dentro para fora, como, por exemplo, nas camadas mais profundas da derme, onde cremes e loções não conseguem agir. O grande público consumidor desse tipo de produto, como detalha a gerente de marketing

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da Nutracom, Mariana Espindola, são as mulheres das classes A/B entre 30 e 50 anos de idade. Assim, a maior demanda está associada ao emagrecimento ou à ação anticelulite, porém já existe uma camada da população brasileira que faz o uso contínuo de algumas formulações para pele, cabelos e unhas. Os componentes das fórmulas, como explica a nutricionista clínica, Solange Ventura, costumam trazer substâncias encontradas em uma dieta equilibrada, por isso, não fazem mágica, mas podem ajudar bastante. Essas cápsulas repõem nutrientes que estão em deficiência no organismo, não só por condições patológicas FOTOS: SHUTTERSTOCK

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como, muitas vezes, pela dificuldade de se alimentar corretamente devido à correria da vida moderna. Antioxidantes como vitamina C e E, betacaroteno, selênio e zinco podem ter seus efeitos potencializados com a da ingestão dos nutricosméticos. Normalmente, as consumidoras optam por produtos que otimizam sua rotina de beleza. “Por isso incorporam itens que ajudam a melhorar o aspecto da pele e prevenir o aparecimento de rugas/linhas de expressão”, diz a gerente de marketing da IMEDEEN, Juliana Lian.

COMO AGEM NO ORGANISMO? Atualmente, o segmento possui produtos para diferentes necessidades: luminosidade, hidratação, anti-idade, anticelulite, cuidados com o cabelo, proteção solar, entre outros. Cada um desses grupos trabalha com formulações específicas. Os nutracêuticos agem complementando a necessidade diária que o organismo tem de diferentes vitaminas e minerais. Sendo assim, o paciente consegue um equilíbrio maior no metabolismo corporal, destaca a gerente da FQM Derma, Cinara Oliveira. Seus benefícios são comprovados por estudos científicos publicados. Os comprimidos podem conter, por exemplo, complexo biomarinho em sua fórmula, além de vitamina C e zinco, que são reconhecidos antioxidantes que combatem os radicais livres. Esses ingredientes ajudam na produção de colágeno e agem nas camadas mais profundas da derme. Os nutricosméticos também agem promovendo a hidratação e a luminosidade da pele, além de melhorar a estrutura e qualidade por meio do aumento da síntese de colágeno e elastina. Ao atuar como antioxidantes, produtores de colágeno etc., acabam por promoverem benefícios para todo o corpo e não somente para a pele. Agem na redução do envelhecimento precoce, melhora da aparência da pele, melhora da flacidez, melhora dos cabelos e unhas, entre outros.

CONSUMO CONSTANTE A possibilidade de uso contínuo atrelado à satisfação do cliente com o resultado do produto geram fidelização da categoria, com tíquete médio alto, proporcionando o retorno do shopper ao ponto de venda periodicamente. Com pouco mais de cinco anos no Brasil, o mercado de nutricosmético torna-se cada vez mais relevante, com crescimento superior a 50% ano no volume de vendas, chegando à marca de R$ 240 milhões, apenas

UMA DAS FORMAS DE INCREMENTAR OS RESULTADOS ESTÁ EM CRIAR A VENDA CASADA COM PRODUTOS CORRELATOS, O CHAMADO CROSS SELLING. UM BOM EXEMPLO É EXPOR OS NUTRICOSMÉTICOS PARA QUEDA CAPILAR E CASPA no canal farma. Atualmente, são oferecidas mais de 80 referências de 15 laboratórios diferentes, com preço médio atrativo ao consumidor. Pela sua forte procura, expor de forma eficiente o produto é um diferencial. Eles devem estar ao alcance do consumidor, com boa exposição e materiais informativos. “Com o crescimento de espaço para HPC nas farmácias, muitas já trabalham gôndolas específicas para este fim, e não dividem espaço com vitaminas e suplementos”, explica a gerente de marketing da Nutracom, Mariana Espindola. Os farmacêuticos e balconistas ainda precisam de treinamentos sobre essa categoria, pois é um pouco complexa. Primeiramente, como explica a gerente de beauty da Nutrilatina, Jeanne Botelho Maciel, é necessário que o profissional conheça alguns conceitos básicos e que diferenciam os nutricosméticos de vitaminas, além de saber e entender que a demanda principal chega por intermédio dos dermatologistas ou de clientes que os querem utilizar, pois foram impactados por alguma mídia (em especial notas, reportagens de jornais e revistas). “A Nutrilatina investe bastante no treinamento e qualificação da equipe de farmacêuticos e dermoconsultoras em parceria com o varejo nacional.” Nesse sentido, é fundamental explicar ao consumidor que os especialistas de saúde garantem que os nutricosméticos podem ser tomados por tempo indeterminado. Por esses motivos, torna-se fundamental uma excelente exposição dos produtos no ponto de venda. A gerente da FQM Derma, Cinara Oliveira, explica que a farmácia no Brasil precisa criar um espaço exclusivo para nutracêuticos, como já acontece no mercado americano e europeu. Por isso que investir em espaços diferenciados, com foco em nutricosméticos, para sinalizar a categoria, treinamento de qualificação da equipe interna de dermoconsul2014 JULHO GUIA DA FARMÁCIA

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TENDÊNCIA

AÇÃO DOS NUTRICOSMÉTICOS

Celulite: trata e reduz o aspecto “casca de laranja” e dá maior firmeza e elasticidade à pele.

Pele: retarda o envelhecimento cutâneo e equilibra a hidratação da derme.

Peso: acelera o metabolismo, controla o apetite e diminui peso e medidas.

Cabelos e unhas: fortalecimento e restauração do crescimento, equilíbrio e beleza.

Bronzeado: intensifica e prolonga o bronzeado, proporciona uma cor mais dourada e uniforme e previne o fotoenvelhecimento.

Flacidez: drenagem corporal e delineamento do corpo e das pernas.

Fonte: Nutrilatina

POSSIBILIDADE DE USO CONTÍNUO ATRELADO À SATISFAÇÃO DO CLIENTE COM O RESULTADO DO PRODUTO GERAM FIDELIZAÇÃO DA CATEGORIA, COM TÍQUETE MÉDIO ALTO toras e possuir um mix de produtos adequados favorecem ao atendimento da compra, seja ela por meio da receita médica ou espontânea. É sempre importante lembrar que o tratamento com nutricosméticos é por tempo superior a seis meses para melhor obtenção de resultados. Uma das formas de incrementar os resultados está em criar a venda casada com produtos correlatos, o 180

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chamado cross selling. “Um bom exemplo é expor os nutricosméticos para queda capilar e caspa, com os xampus antiqueda e anticaspa; assim como expor os que preparam a pele para a exposição solar, com os filtros solares etc.”, detalha a diretora-geral de Innéov no Brasil, Júlia Séve. Assim como na venda de outros produtos, as dermoconsultoras devem ser treinadas para esclarecer as dúvidas das consumidoras e orientá-las sobre o uso e funções de cada produto. “É preciso prestar atendimento personalizado, sugerindo produtos que complementem a rotina diária de beleza. Elas certamente fazem diferença na hora da compra e podem aumentar a rentabilidade”, finaliza Júlia. As farmácias de menor porte devem agrupar essa categoria em gôndola próxima ao segmento de produtos de bem-estar e saúde. “A categoria de nutricosmético complementa, muitas vezes, o tratamento com dermocosmético”, ressalta Jeanne, da Nutrilatina.

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SEMPRE EM DIA

PARA CADA TIPO, UM PRODUTO OS CUIDADOS COM A PELE VÊM GANHANDO ESPAÇO SIGNIFICATIVO NOS RITUAIS DE BELEZA DOS CONSUMIDORES BRASILEIROS. A INDÚSTRIA INVESTE EM NOVOS ITENS COM FORMULAÇÕES CUSTOMIZADAS QUALIDADE DA DERME

Em uma pesquisa feita pela Vichy com mais de 9 mil mulheres em todo o mundo, 7 entre 10 delas declararam ter pelo menos um tipo de comportamento por dia que afeta a qualidade da sua pele. Noites mal dormidas, o estresse do dia a dia, longas jornadas de trabalho e alimentação desequilibrada são alguns males da vida moderna. Os reflexos desses excessos na qualidade da pele são poros abertos, tonalidade irregular, perda de viço e linhas de expressão, que não devem ficar registrados no rosto. Pensando nisso, Vichy traz para o Brasil Idéalia Life Serum, um sérum multifuncional capaz de transformar a qualidade da pele, mesmo se afetada pelas agressões externas e excessos da vida cotidiana. Preço sugerido: R$ 179,90 Na gôndola: dermocosméticos Site: www.vichy.com.br 182

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EFEITO CLAREADOR

Após perceber que 17 milhões de mulheres do Brasil são afetadas por manchas e constatar que este é o segundo maior motivo de visita aos dermatologistas, La Roche-Posay, maior marca de dermocosméticos no País, lança a linha Pigmentclar. Os novos produtos trazem uma ação clareadora com resultados prolongados. A linha apresenta dois tipos de produto: Pigmentclar Serum e Pigmentclar Olhos. Preço sugerido: Pigmentclar Serum (30ml) – R$ 149,90 Pigmentclar Olhos (15 ml) – R$ 129,90 Na gôndola: dermocosméticos Site: www.laroche-posay.com.br FOTOS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO

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SEMPRE EM DIA

CUIDADOS BUCAIS

Sanifill, marca completa de cuidados bucais, apresenta sua nova linha de escovas dentais: Sanifill Infinite. Com cores vibrantes e design inteligente, a escova vai além do apelo estético, proporcionando eficiência na hora de escovar os dentes. Com design inovador, a nova escova possui um cabo ergonômico e com desenho contínuo que evita o acúmulo de resíduos e umidade. A cabeça compacta e a configuração dos tufos permitem uma quantidade de cerdas superior a dos modelos tradicionais de cabeça compacta e proporcionam uma escovação mais suave e eficiente. Preço sugerido: R$ 6,90 Na gôndola: oral care Site: www.sanifill.com.br

REGENERADOR LABIAL

A Bayer HealthCare acaba de lançar no mercado brasileiro um produto que será grande aliado do público feminino, principalmente no inverno. Trata-se do tão esperado Bepantol® Derma Regenerador Labial, desenvolvido com uma fórmula inovadora que promove uma ação antioxidante e reparadora. A novidade incrementa o portfólio da linha Bepantol®, líder em cuidados com a pele adulta e infantil na Europa, e insere a marca na categoria de lip balms. Preço sugerido: R$ 29,00 Na gôndola: dermocosméticos Site: www.bayerhealthcare.com.br

CONTRA QUEDA

Entre as principais queixas do público masculino, está a queda de cabelo. Para ajudar a minimizar essa perda pela quebra dos fios, chega ao mercado Dove Men + Care Controle de Queda. O xampu e tratamento capilar da linha foram desenvolvidos para deixar os fios ainda mais fortes e resistentes. Os produtos contêm uma formulação exclusiva composta por cafeína fortificante (conhecida por ajudar na estimulação capilar), Trichazole ativo, conjunto de ingredientes que proporcionam maior resistência, e silicone (responsável por proteger e reduzir a queda devido à quebra). Preço sugerido: Xampu Controle de Queda – R$ 11,39 (200 ml) e R$ 17,90 (400 ml) Tratamento Capilar Controle de Queda – R$ 18,00 (150 ml) Na gôndola: cuidados masculinos/cabelos Site: www.dove.com.br 184

ÁGUA TERMAL

Chegou às farmácias, em junho, a tão esperada Água Termal de Vichy de 300 ml, com quantidade que você sempre desejou. O tamanho “big size” tem a melhor relação custobenefício do mercado. A água termal hidrata, aumenta a defesa cutânea e promove a sensação de frescor. Enriquecida com minerais, é indicada para homens e mulheres, possui propriedades anti-inflamatória e cicatrizante e estimula as defesas naturais da pele, além de nutri-la. Água Termal de Vichy de 300 ml é ideal para toda família. Preço sugerido: R$ 66,90 (300 ml) Na gôndola: dermocosméticos Site: www.vichy.com.br

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SEMPRE EM DIA

CUIDADOS FEMININOS

ATENÇÃO AOS PÉS

A prática de esportes e o uso contínuo de tênis podem provocar bolhas e feridas nos pés. A 3M, sempre pensando nas necessidades do consumidor, apresenta sua mais nova solução para cuidados com os pés: os Curativos para Bolhas Nexcare™. Além de proteger a região da bolha, o produto permite que a pele transpire, o que é muito importante para a cicatrização. Desenvolvidos para proporcionarem o máximo de cuidado à pele lesada, os Curativos para Bolhas reúnem as principais características para se criar um ambiente ideal à cicatrização. Preço sugerido: R$ 14,00 Na gôndola: cuidados tópicos Site: www.nexcare.com.br

Trabalhando incansavelmente para proporcionar saúde, contribuir para o bem-estar e qualidade de vida e disponibilizar produtos e serviços de qualidade, o Laboratório Teuto lança no mercado sua mais nova linha de produtos para os cuidados femininos. A Linha Mulher® Teuto foi especialmente desenvolvida para suprir as necessidades das mulheres, com produtos de altíssima qualidade e a preços acessíveis em um mercado praticamente escasso para este público. Essas mulheres precisam de um momento só delas, para que possam cuidar de si mesmas, olharem no espelho e se sentirem bem com seus corpos e com sua saúde. Muito mais importante do que uma boa roupa ou uma maquiagem impecável, é a mulher ter a confiança de estar bem cuidada.

Preço sugerido: não informado Na gôndola: pele Site: www.teuto.com.br

CONTRA O RESSECAMENTO

Disponível em embalagens de 200 g, Materskin® é rico em propriedades nutritivas que melhoram a flexibilidade e a elasticidade da pele, além de evitar o surgimento de estrias, garantindo uma pele saudável e hidratada. Sua ação refaz a barreira cutânea e alivia o estiramento, além de repor os lipídios que o corpo perde naturalmente. Além disso, o produto é fácil de aplicar – graças à diferenciada combinação de silicones –, tem aroma agradável, rápida absorção e toque suave. Sua fórmula diferenciada contém três óleos fundamentais na hidratação cutânea, que criam uma barreira que evita a perda de água e o consequente ressecamento: Óleo de amêndoas doces, Óleo de macadâmia e Óleo de calêndula. Preço sugerido: R$ 80,00 Na gôndola: dermocosméticos/mamãe e bebê Site: www.biolabfarma.com.br 186

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SEMPRE EM DIA

PARA CRIANÇAS

A Mustela®, marca de dermocosméticos precursora em produtos para os cuidados da frágil e delicada pele dos recém-nascidos, bebês, crianças e mamães, apresenta uma composição exclusiva com seu clássico perfume Musti. Disponível nas principais farmácias de todo País, agora, a marca apresenta um kit composto por uma fragrância e um delicado ursinho. Preço sugerido: R$ 91,00 Na gôndola: cantinho do bebê Site: www.mustela.com.br

ESPUMA PARA BARBEAR

Bozzano, marca líder no segmento de cuidados masculinos no País, relança seu portfólio e apresenta novidades nas linhas de pré e pósbarbear. A espuma de barbear está com nova fórmula com a exclusiva tecnologia b-Effect System que proporciona mais energia, renovação celular e hidratação, deixando a pele naturalmente equilibrada, hidratada e saudável. Preço sugerido: R$ 12,99 Na gôndola: cuidados masculinos Site: www.bozzano.com.br

RECÉM-NASCIDOS

Composta por três produtos – Sabonete Líquido, Loção Hidratante e Óleo Puro –, a nova linha Johnson’s® baby RecémNascido foi desenvolvida juntamente com dermatologistas pediatras. Os novos produtos têm fragrância suave e não contêm corantes, são hipoalergênicos e oferecem uma solução completa para a rotina dos cuidados com a pele do bebê, desde o primeiro dia de vida. Todos eles trazem a suavidade da exclusiva tecnologia Chega de Lágrimas®. Preço sugerido: Sabonete Líquido – R$ 13,50 Loção Hidratante – R$ 15,30 Óleo Puro – R$ 10,30 Na gôndola: cantinho do bebê Site: www.jnjbrasil.com.br 188

XAMPU ANTIRRESÍDUOS

Os resíduos, causados pelo uso frequente de produtos capilares, como xampus, condicionadores, máscaras, finalizadores, géis, entre outros, podem provocar o efeito build up (acúmulo), oleosidade excessiva, além de atrapalharem o desempenho de outros processos químicos utilizados para tratamento. Com isso, é comum a sensação de cabelo “pesado” e aspecto de “vício” nos fios. Bomb L – Explosão de limpeza atua na remoção desses resíduos por meio da sua fórmula balanceada e com pH neutro, que limpa profundamente sem agredir os fios e o couro cabeludo. Preço sugerido: R$ 18,90 Na gôndola: cabelos Site: www.nouvelle.com.br

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SEMPRE EM DIA

CREME CONTRA ASSADURAS

As terríveis assaduras atingem cerca de 35% dos bebês e aparecem em áreas como coxas, bumbum e a parte de baixo do abdômen, regiões que ficam constantemente coberta pelas fraldas. Para prevenir esse desconforto nos pequenos, a Betulla Cosméticos indica o uso do Creme Preventivo de Assaduras da Galinha Pintadinha a cada troca. O produto forma uma camada protetora da pele, evitando o contato com agentes irritantes. Sua fórmula enriquecida com vitamina E e óleo de amêndoas, ingredientes hidratantes e emolientes, nutre a pele e a mantém sempre saudável e livre de assaduras. Preço sugerido: R$ 11,00 Na gôndola: cantinho do bebê Site: www.betulla.com.br

OUTONO/INVERNO

Com a chegada da temporada outono-inverno 2014, opções de cores não faltam no segmento nail art. Isso porque a coleção Street Style Moda, da DNA Italy, vem repleta de tonalidades que vão tomar conta das ruas nas estações mais frias do ano. As cores foram inspiradas na moda inverno da Europa e apresentam um contraste entre o colorido, tão querido das brasileiras, com as cores rosa-doce e azul-royal; e o tradicional, com o vinho, o preto e o cinza. Para as mais extravagantes, a aposta é no preto com um leve toque perolado. Preço sugerido: City - R$ 5,00 e R$ 3,20 (os demais da coleção). Na gôndola: cutelaria Site: www.dnaitaly.com.br

A COR DO MOMENTO CABELOS DANIFICADOS

Cabelos secos e danificados precisam de cuidados intensivos e, para isso, produtos capazes de hidratar e renovar a estrutura capilar são indispensáveis. Renewing Moroccan Argan Oil Treatment, da Organix, é uma máscara de tratamento intenso que proporciona hidratação e recuperação dos fios graças aos seus ativos naturais, como os óleos de argan e jojoba. Sua fórmula contém ainda silicones, glicerina, óleo de lanolina e pantenol, que garantem aos cabelos força e brilho. Preço sugerido: R$ 53,00 Na gôndola: cabelos Site: www.hartycosmeticos.com.br

A cor azul é a nova queridinha entre as mulheres. A tonalidade está fazendo sucesso nas unhas, roupas e até mesmo em maquiagens. Pensando sempre em suas consumidoras, a Archy Make Up, marca especializada em produtos de maquiagem, apresenta diversas opções em seu portfólio que serão essenciais para valorizar o olhar da mulher brasileira. A Sombra Azul Duo Mosaico possui textura aveludada e de alta pigmentação. Seu acabamento em HD facilita a aplicação e aumenta a durabilidade do produto sobre a pele. Preço sugerido: R$ 13,50 Na gôndola: maquiagem Site: www.archy.com.br

Obs.: Os preços sugeridos são informados pela indústria fabricante de cada produto. 190

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A importância do

relacionamento interpessoal

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OS GESTORES TÊM UM DOS MAIORES DESAFIOS EM SUAS MÃOS: AUXILIAR SEUS COLABORADORES A ALCANÇAR REALIZAÇÃO PROFISSIONAL E PESSOAL, ALÉM DE FAZER COM QUE TENHAM REMUNERAÇÃO ADEQUADA

O

J O N Y S O U SA - PR ES I DENTE DO C O NS ELH O DI R ET IVO DA ABRADILAN

O mundo dos negócios passou e ainda passa por muitas transformações e, consequentemente, a velha crença do individualismo caiu, dando lugar à necessidade de se trabalhar em equipe, por conta da multiplicidade de tarefas e da competitividade, cada vez mais crescente. Dessa forma, para as distribuidoras regionais de medicamentos formarem equipes, passou a ser uma estratégia que agrega valor, uma vez que as pessoas passam a auxiliar no crescimento da empresa, de maneira responsável e compromissada com os objetivos da empresa. Assim, atualmente, a atividade de qualquer profissional é a de relacionar-se com pessoas, isto é, trabalhar corretamente os chamados relacionamentos interpessoais, com os superiores hierárquicos, com seus pares e com seus subordinados. Nesse sentido, representa desafio maior para os gestores, que devem auxiliar seus colaboradores a alcançar realização e sa-

tisfação pessoal, além de valorizar o trabalho realizado por eles e fazer com que tenham uma boa remuneração. Ao mesmo tempo, cabe a esses gestores trabalharem pela empresa, aumentando a produtividade e, no aspecto comportamental, buscar criarem na organização um clima de lealdade, comprometimento e confiança. Portanto, não devem ser paternalistas, fazendo exageradas concessões ao time em detrimento dos resultados da empresa, nem exploradores, que tiram o máximo dos colaboradores sem a devida compensação. Assim, os gestores devem estar cientes de algumas fases: • nal, verificando se possui a qualificação necessária estipulada; • sidades de complementação; • claro os limites de cada um;

• petitividade pela cooperação; • membros da equipe deixam o individualismo e passam a trabalhar coletivamente; • da equipe constantemente informados sobre o que ocorre no ambiente externo e interno e, o mais importante, a evolução do trabalho executado e seus resultados; • quadas de capacitação; • lhorar o ambiente; • ponsabilidade na solução de problemas; • • e resultados; • • •

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ABRAFARMA www.abrafarma.com.br

DIEESE www.dieese.org.br

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SBD www.sbd.org.br

ABIQUIFI www.abiquifi.org.br

DROGARIA ONOFRE www.onofre.com.br

IBGE www.ibge.gov.br

SBED http://dor.org.br

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DPSP www.drogariasaopaulo.com.br

IBOPE www.ibope.com.br

SBVC www.gsgroup.com.br/sbvc/

ICEC www.icec.edu.br

SEBRAE-SP www.sebraesp.com.br

ICTQ www.ictq.com.br

SECONCI-SP www.seconci-sp.org.br

IEV www.iev.net.br

SINDUSFARMA www.sindusfarma.org.br

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SINFAR-GO www.sinfargo.org.br

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ODONTOPEDIATRIA www.abodontopediatriadf.org.br

E ESPM www2.espm.br

B BDF NIVEA BRASIL www.nivea.com.br BEÊ COSMÉTICOS www.knutcosmeticos.com.br BIOTHERM www.biotherm-usa.com BOEHRINGER INGELHEIM www.boehringer-ingelheim.com.br BRAZIL PHARMA http://brph.com.br BTG PACTUAL www.btgpactual.com

C CENOURA & BRONZE www.cenouraebronze.com.br CENTRO DERMATOLÓGICO SKINLASER www.skinlaser.com.br CIMED www.grupocimed.com.br CLÍNICA EPHESUS www.clinicaephesus.com.br COMPLEXO HOSPITALAR SANTA CASA DE PORTO ALEGRE http://santacasa.org.br CRF-GO www.crfgo.org.br CRF-RJ http:// crf-rj.org.br CRF-RS www.crfrs.org.br CVS CAREMARK www.caremark.com

F FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO www.fm.usp.br FEBRAFAR www.febrafar.com.br FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE GASTROENTEROLOGIA www.fbg.org.br FARMA&FARMA www.farmaefarma.com.br FCB BRASIL http://fcbbrasil.com.br FECOMERCIOSP www.fecomercio.com.br FQM DERMA www.fqmderma.com.br

G GS&MD – GOUVÊA DE SOUZA www.gsmd.com.br GRUPO DE MÍDIA DE SÃO PAULO www.gm.org.br GS1 BRASIL http://gs1br.org

H HOSPITAL 9 DE JULHO www.hospital9dejulho.com.br HC-FMUSP www.hcnet.usp.br HOSPITAL ALEMÃO OSVALDO CRUZ www.hospitalalemao.org.br HOSPITAL SANTA PAULA www.santapaula.com.br HOSPITAL SÃO CAMILO www.saocamilo.com

IMS HEALTH www.imshealth.com INNÉOV www.inneov.com.br INSPER http://insper.edu.br

M MINISTÉRIO DA SAÚDE www.saude.gov.br

N NUTRACOM www.grupocimed.com.br NUTRILATINA www.nutrilatina.com.br

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T TAKEDA www.takedabrasil.com.br T2 SOFTWARE www.t2software.com.br

V VICHY www.vichy.com.br VITA SEIVA http://vitaseiva.com.br

U UFRGS www.ufrgs.br UNESP www.onofre.com.br

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UNILEVER www.unilever.com.br

P PAGUE MENOS http://loja.paguemenos.com.br

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA www.unb.br UNIVERSIDADE DE LONDRES http://lon.ac.uk

PANVEL www. panvel.com

UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL www.cruzeirodosul.edu.br

P&G www.pg.com/pt_BR

USP www5.usp.br

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