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ANO XXI • Nº 259 JUNHO DE 2014
SINAL DE
ALERTA Sentir dor não é normal. Ela é a representação de que algo não vai bem com o organismo. No Brasil, mais de 60 milhões de pessoas sofrem de forma crônica
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EDITORIAL
Sensação desagradável
Muitos indivíduos convivem com a dor por muito tempo, tendo a sua qualidade de vida prejudicada
DIRETORIA Gustavo Godoy, Marcial Guimarães e Vinícius Dall’Ovo EDITORA-CHEFE Lígia Favoretto (ligia@contento.com.br) ASSISTENTE DE REDAÇÃO Flávia Corbó EDITORA DE ARTE Nicole Partos ASSISTENTES DE ARTE Junior B. Santos e Rodolpho A. Lopes DEPARTAMENTO COMERCIAL EXECUTIVAS DE CONTAS Jucélia Rezende (jucelia@contento.com.br) Luciana Bataglia (luciana@contento.com.br) FOTO: SHUTTERSTOCK
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Sentir dor por um longo período pode fazer com que uma pessoa se torne incapaz para as atividades rotineiras. Por esse motivo, apesar de muitos pensarem da mesma maneira, sentir dor não é normal. Para fazer esse alerta e conscientizar tanto os profissionais da saúde, quanto os pacientes, a Mundipharma, em parceria com Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED) realizaram uma pesquisa que mapeou o comportamento da população sobre os diferentes tipos de dor, assim como as medidas tomadas para combatê-las. Foram entrevistadas 801 pessoas, em 11 capitais das cinco regiões brasileiras. A repórter Vivian Lourenço apurou o assunto e detectou que muitos indivíduos convivem com a dor por muito tempo, tendo a sua qualidade de vida prejudicada. O que muitos pacientes com dores não sabem é que existem diferentes tipos de dores e que elas precisam ser investigadas. Tão importante quanto diagnosticar corretamente a doença de base é lançar mão dos recursos apropriados para controlar a dor, encarando-a como uma doença. Acompanhe a reportagem de capa desta edição na íntegra para que seu atendimento seja diferenciado.
ASSISTENTES DO COMERCIAL Juliana Guimarães e Mariana Batista Pereira DEPARTAMENTO DE ASSINATURAS Morgana Rodrigues
Quando um paciente se sente acolhido, ele retorna ao seu ponto de venda, o que gera fidelidade, bom relacionamento e vendas. Outro destaque fica por conta da leitura de bulas. Uma pesquisa do Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico (ICTQ) revela que, nas regiões onde existe maior disponibilidade de profissionais da saúde e, consequentemente, maior acesso aos serviços médicos, o hábito de leitura da bula é menor, o que pode indicar a possibilidade de que nesses Estados os usuários conseguem, de alguma forma, acessar as infomações básicas sobre a medicação em contato direto com os prescritores. Veja ainda de que forma os medicamentos fracionados contribuem para a economia do País e o crescimento exponencial da venda de ansiolíticos. O Guia da Farmácia apresenta também um panorama sobre a atual situação das novas regras para a comercialização de similares. Boa leitura. Lígia Favoretto Editora-chefe
MARKETING DIGITAL Andrea Guimarães Noemy Rodrigues
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MARKETING E PROJETOS Luciana Bandeira
COLABORADORES DA EDIÇÃO Assistente de redação Vivian Lourenço Revisão Raquel Alves e Gabriel Miranda Textos Egle Leonardi, Kathlen Ramos, Raquel Sena, Rodrigo Rodrigues, Tassia Rocha e Vivian Lourenço Colunistas Gustavo Semblano, José Ricardo Ferreira, Luiz Fernando Sambugaro, Márcia Nacif, Silvia Osso e Tatiana Ferrara IMPRESSÃO Abril Gráfica
ANALISTA DE MARKETING Lyvia Peixoto
CAPA Shutterstock
COORDENADOR DE CIRCULAÇÃO Cláudio Ricieri DEPARTAMENTO FINANCEIRO Fabíola Rocha e Cláudia Simplício ASSESSORIA TÉCNICA E LISTA DE PREÇOS Kátia Garcia e Antônio Gambeta
Guia da Farmácia é uma publicação mensal da Contento. Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010. Tel.: (11) 5082 2200. E-mail: contento@contento.com.br Os artigos publicados e assinados não refletem necessariamente a opinião da editora. O conteúdo dos anúncios é de responsabilidade única e exclusiva das empresas anunciantes.
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SUMÁRIO #259 JUNHO 2014 E MAIS
56 40 > ATUALIDADE O mercado de similares pode ganhar novo contexto. A disputa tende a acirrar a concorrência com os medicamentos genéricos, já que a proposta prevê intercambialidade
56 > PESQUISA Dados do ICTQ revelaram que o brasileiro não tem o hábito de ler a bula dos medicamentos, o que pode levar a sérios prejuízos para a saúde e a sociedade. São Paulo e Rio de Janeiro são as capitais onde menos se lê o documento
CAPA
74 > ESTUDO Vários brasileiros sofrem constantemente com dor e acham normal. O estudo da Mundipharma, em parceria com a SBED, revela o comportamento dos acometidos e as alternativas existentes no mercado para amenizá-la
06 10 16 24 34 50 66 82 90
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GUIA ON-LINE ENTREVISTA ANTENA LIGADA ATUALIZANDO GUIA DA FARMÁCIA RESPONDE DEBATE ASSOCIATIVISMO PANORAMA CONJUNTURA
ESPECIAL SAÚDE 96 102 112 116 124 128 130
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COLUNAS
150 > PELE Durante os meses mais frios do ano, a epiderme necessita de atenção especial, principalmente para prevenir o ressecamento. Conheça os benefícios dos hidratantes e renove seu mix
182 > PONTO DE VENDA Explorar datas comemorativas é a melhor maneira de alavancar a lucratividade, porém é necessário investir em estratégias que aumentem as vendas. O Dia dos Namorados está chegando e torna-se uma oportunidade para alavancar as vendas
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36 > 38 > 48 > 54 > 64 > 72 >
INTERNACIONAL Tatiana Ferrara VAREJO Silvia Osso CONSULTOR JURÍDICO Gustavo Semblano CENÁRIO José Ricardo Ferreira CORPORATIVO Dr. Pedro Oliveira COMPETITIVIDADE Luiz Fernando Sambugaro
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ESTE SELO NOS ARTIGOS DA REVISTA INDICA CONTEÚDO EXTRA. ACESSE O PORTAL E CONFIRA
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CONTEÚDO EXTRA NO PORTAL (A PARTIR DO DIA 15 DE CADA MÊS) ENERGIA TOTAL A população brasileira sente-se cansada. Ela está disposta a fazer uso de produtos que proporcionem mais disposição física e mental.
LOJAS ESPECIALIZADAS O crescimento do número de diabéticos faz com que farmácias e drogarias brasileiras se especializem no assunto e abram lojas com mix exclusivo para esse público.
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FOCO NAS VENDAS O modelo associativista de negócios rende bons frutos ao varejo. Saiba como se dá sua estratégia de negociação.
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O QUE ROLA NAS REDES SOCIAIS
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SUA OPINIÃO É MUITO IMPORTANTE PARA NÓS Para fazer elogios, críticas ou dar sugestões ao Guia da Farmácia, escreva para a redação: Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010 ou ligia@contento.com.br. Queremos saber o que você pensa!
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MEDICAMENTOS ELEVAM CUSTOS DAS FAMÍLIAS DE BAIXA RENDA
ANVISA SUSPENDE COMERCIALIZAÇÃO E USO DE LOTES DE MEDICAMENTOS ANTIDEPRESSIVOS TESTE ORAL DE HIV É NOVIDADE NO BRASIL
MERCADO NA AMÉRICA LATINA DEVERÁ SOMAR US$ 80 BILHÕES
LUTA PELA VALORIZAÇÃO FARMACÊUTICA VAI SER TEMA DE FÓRUM
NEGOCIAÇÃO EM ANDAMENTO
Bala na agulha. Aguardando os desdobramentos dessa negociação. Renato Giglio Breves, em resposta à Nota Pfizer sinaliza oferta maior de US$ 106 bi pela AstraZeneca, publicada no dia 14/05, no Facebook do Guia da Farmácia
ALTO CUSTO
Reajuste nos medicamentos e em outros setores da economia encarece ainda mais a vida do brasileiro. Daqui a pouco vamos ter de retirar itens básicos da lista de compras. Aline Martins, em resposta à Nota Medicamentos elevam custos das famílias de baixa renda, publicada no dia 13/05, no Facebook do Guia da Farmácia
TECNOLOGIA A SERVIÇO DA SAÚDE
Muito bom. Com o celular se tornando cada vez mais parte da vida das pessoas, um aplicativo como esses pode salvar várias vidas! Luciano dos Reis, em resposta à nota Aplicativo da Torrent para médicos e farmacêuticos avalia risco cardiovascular, publicada no dia 08/05, no Facebook do Guia da Farmácia
PERGUNTE E NÓS RESPONDEREMOS! Se você tem dúvidas ou qualquer tipo de curiosidade sobre o mercado, empresas ou sobre suas atribuições, escreva para nós! Nossos colunistas estão de plantão para atendê-lo na seção Guia da Farmácia Responde. Veja mais na pág. 34.
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ENTREVISTA - PRÓ GENÉRICOS
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Genéricos completam
15 anos
LANÇADOS EM 2001 COM A PRERROGATIVA DE OFERECER À POPULAÇÃO UMA ALTERNATIVA DE ACESSO A SAÚDE, ESSA CLASSE MEDICAMENTOSA CUMPRIU E CONTINUARÁ CUMPRINDO SEU PAPEL
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POR LÍGIA FAVORETTO
Desde que os genéricos surgiram no mercado brasileiro, em 2001, as vendas da indústria farmacêutica brasileira cresceram 84% em volume (2,8 bilhões em unidades frente 1,2 bilhão em 2001). O papel do genérico como regulador de preços e única categoria com o objetivo de substituir os medicamentos de referência nas receitas médicas trouxe milhares de consumidores que antes estavam excluídos do mercado. Eles promoveram forte competição entre as indústrias do setor e permitiram também a disponibilidade de novos produtos, é o que afirma a presidente executiva da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos), Telma Salles, que concedeu uma entrevista exclusiva ao Guia da Farmácia. A executiva, com 19 anos de atuação no segmento farmacêutico, ocupa o cargo desde junho de 2012. Ela revela que mais do que medicamentos, os genéricos são a principal ferramenta de acesso à saúde disponível hoje no Brasil. Guia da Farmácia • Depois de 15 anos, os genéricos cumpriram seu papel? A proposta inicial foi atingida? Telma Salles • Eu acredito que sim. Nós podemos dizer que o genérico é um vencedor, com uma política bem sucedida. Lógico que passamos
por todos os ajustes, a crença das indústrias, a crença do usuário, do próprio Governo que pôde desenvolver ao longo do tempo alguns privilégios para a compra de produto nacional, com 20% na margem. Nesses 15 anos o que vimos é crescimento das empresas e o genérico como propulsor. Grandes indústrias têm sua performance e o seu crescimento com base no genérico. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também foi construindo um marco regulatório consistente, comparável aos marcos regulatórios internacionais.Eu posso dizer que foram os genéricos que trouxeram a qualidade regulatória, a qualidade de processo fabril, a expansão do setor, os investimentos, os novos conhecimentos na área de patentes. O Brasil aprendeu a se posicionar como um player mundial, as exportações estão aí, temos 30% de mercado, precisamos avançar mais. Guia • Ao longo desses 15 anos, qual o comportamento de crescimento dos genéricos? Telma • Quando começou não tínhamos genérico algum e fomos crescendo gradativamente. No início eram pouquíssimos os participantes desse mercado. Genéricos não são apenas medicamentos, mas o principal instrumento de saúde pública que veio de uma forma muito pertinente para a solução da falta de acesso a medicamentos que hoje ainda afeta milhares de cidadãos brasileiros. 2014 JUNHO GUIA DA FARMÁCIA
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ENTREVISTA - PRÓ GENÉRICOS
Em 2002, tínhamos 5,9% de mercado, hoje nós temos 27,9% e eu uso aqui o IMS Health, que só cuida de varejo. Se for colocar as compras de Governo e hospitais, passamos dos 30%. Em 2002, eram 203 princípios ativos, hoje nós temos 436. Em 2002 tínhamos 605 princípios ativos, hoje temos aproximadamente 3.600. Eram 1.500 apresentações em 2002, hoje temos 20.200, tínhamos 24 laboratórios, hoje temos 117 que participam desse mercado. A gente acredita que o setor deve avançar 20% neste ano, puxando o crescimento da indústria, que deve registrar 15%, mas ao olhar todos os anos, o crescimento do genéricos tem sido maior que o da indústria. As 16 empresas associadas à Pró Genéricos têm 90% do mercado. Guia • e me a es am e em esas se e a a es e me ame s e s Telma • Trata-se de uma questão não só de competência, mas de mérito das empresas que apostaram nesse mercado. Se temos hoje 117 empresas participando, devemos levar em consideração que algumas delas são pequenas, não têm o portfólio muito grande. Olhe para o tamanho de uma prateleira de farmácia, não cabem todos os produtos, vão permanecer aqueles que tiverem portfólios maiores, pois é muito mais fácil negociar uma linha inteira do que negociar um produto aqui e outro ali. Tem empresas que souberam se estabelecer muito bem, tiveram muita competência comercial e obviamente de portfólio para poder fazer frente às outras. Guia • es a a e aa ese l me as as em esas Telma • Se elas participarem com moléculas novas, sim. As empresas sempre pensam no que faz você ganhar mercado no genérico: quem entra primeiro. Se há o vencimento da patente de uma molécula e rapidamente consegue-se colocá-la no mercado, este andará bem com aquela marca durante um tempo, mesmo que outras ingressam. Um mercado novo demora de dois a três anos para ficar maduro, então, vê-se que outras entram, mas a primeira marca de confiança fica como a pioneira. Os genéricos não são uma cópia simples, é preciso desenvolvê-los em bancada, fazer testes, porque senão o produto não será bioequivalente. Isso exige investimento e nem todas as empresas têm a mesma “folga”. Fazer genérico não é barato, não é simples. 12
Guia • essas em esas a e a al e as m l a asa a es a e e Telma • As multinacionais participam desse mercado com 40%. Das dez maiores empresas (Top 10) que comercializam medicamentos de uma forma geral, oito tem medicamentos genéricos: EMS, Hypermarcas, Medley, Aché, Teuto, Eurofarma, Novartis, Takeda. As únicas que não têm linha de genéricos são Bayer e União Química. 90% do que é comercializado é produzido aqui no Brasil, então, o genérico também traz esse atributo da produção local que gera emprego e capacitação técnica. Guia • se me a m a el m a e a a la ame e ss ma ma e s e a s e es a a e me ame s l a s a a as mesmas e as se ea a e s em a as sem a Telma • Existem produtos que estão sob proteção patentária e as empresas têm que esperar. Então existem muitos produtos que poderão ter genéricos sim. Não vamos ter na mesma quantidade que tivemos no passado, mas as empresas têm lançado também menos produtos, os inovadores têm sumido, embora as empresas façam muitos investimentos, as doenças têm sido mais específicas e mais difíceis, mas para 95% das doenças que hoje atingem a população há um genérico correspondente. Vamos ter as drogas de alto custo, como os biológicos que não serão genéricos, mas serão biossimilares, ou seja, cópias. Assim, existe um mercado que ainda vai precisar ser copiado para fazer
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“OS GENÉRICOS REPRESENTAM 1/3 DAQUILO QUE SE CONSOME DE MEDICAMENTO NO BRASIL. NINGUÉM COMPRA DUAS VEZES SE A COISA NÃO DEU CERTO” frente as epidemias que o mundo tem. As doenças que mais matam no mundo são as crônico degenerativas, cardíacas, hipertensão, colesterol, doenças do sistema nervoso central e cânceres, para essas doenças há o genérico, mesmo para câncer. O primeiro genérico para câncer de mama, por exemplo, o Tamoxifeno foi lançado em 2001 por uma empresa multinacional e é um produto utilizado de forma contínua para evitar a recidiva. Na medida em que a patente cai, as empresas já começam a fazer o seus desenvolvimentos de genéricos, se os órgãos regulatórios responderem no tempo certo, conseguiremos colocar no mercado novas moléculas mais rapidamente. Guia • a se ma es a a me a e ma ma e al la ame s e s me ame s e ss a e e Telma • Hoje temos doenças mais rebuscadas, mais difíceis. O tempo para conseguir um medicamento novo é longo e os custos são altíssimos. Quando chega na fase III está muito próximo de ser o produto que vai obter registro, mas alguns não conseguem, tem que dispensar algumas etapas, voltar alguns passos ou descartar tudo o que foi feito e começar de novo. Hoje se tem muito mais informação do que se tinha no passado, sob todos os aspectos. A partir do momento que se descobre uma necessidade, vai-se descobrir a forma de solucionar mais para frente. Guia • ala em e e e sas e as e am se e a as s e ss ma a e esse se e al a m e as l a a es e a a s e a Telma • Precisamos de ações conjugadas, a informação não pode faltar porque só através do conhecimento é que as pessoas efetivamente vão poder tomar alguma medida preventiva. A conscientização tem que ser maciça, todos os dias. As crianças têm carteira de vacinação,
mas elas não têm histórico de saúde. O Brasil precisa caminhar para o conhecimento da saúde das pessoas de uma forma mais ampla, desde o momento em que nasce, até sua puberdade a fim de que possa encontrar alternativas de tratamento para as necessidades locais. Guia • e e ma e a a m ls s e s Telma • 85% do que é dispensado pelo Saúde Não Tem Preço são formulações genéricas. Significa dizer que o Governo reembolsa pelo genérico. Os programas são vários. Para o genérico efetivamente, o Governo lançou uma política, tem uma diretriz da presidenta Dilma Rousseff que diz que o Brasil deve ser autossuficiente na produção de genéricos, tem os instrumentos de lei que dão preferência pela compra pública quando engloba genérico, ou seja, o Governo faz algumas coisas que podem ajudar o genérico a expandir, mas o Brasil carece de muita coisa. O maior comprador de genéricos é a população. Guia • ea a e s e a m ess e e s e s a em e e Telma • Os genéricos representam 1/3 daquilo que se consome de medicamento no Brasil. Das doenças crônico degenerativas, principalmente, ou seja, para uso contínuo, ninguém compra duas vezes se a coisa não deu certo, depois vem a terceira, a quarta. O acesso vem ampliando em cima dessas moléculas. É irracional pensar que empresas que fabricam lotes-mães, ou seja, embalam um lote como marca e outro como genérico, retirem a qualidade e a eficácia dos produtos quando muda a embalagem. Isso não existe. De 15 receitas, 13 são de medicamentos genéricos, 68% dos consumidores compram genéricos e 79% compraram ou costumam comprar genéricos. Guia • e al a e aa e e me le ae e a e s e s Telma • Falta o que falta para construir qualquer coisa: divulgação e disponibilidade do produto no varejo. Onde se tem mais informação e mais produto no ponto de venda é onde o genérico é melhor dispensado. Não se tira a qualidade do genérico, ele tem tanta qualidade quanto qualquer outro produto de marca. Qualquer mercadoria comprada que não funcione deve ser denunciado e com o genérico não é diferente. O crivo de qualidade das indústrias farmacêuticas é enorme. As empresas não podem se dar ao luxo de colocar seu nome em risco. 2014 JUNHO GUIA DA FARMÁCIA
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EM BUSCA
DE MERCADO
INDÚSTRIA FARMACÊUTICA INVESTE EM NOVAS AQUISIÇÕES E PARCERIAS PARA CONQUISTAR CADA VEZ MAIS ESPAÇO. PORTFÓLIOS SÃO FORTALECIDOS, ACORDOS FORAM FIRMADOS E HÁ APOSTAS EM NOVAS TECNOLOGIAS MOVIMENTO DE AQUISIÇÃO
Uma série de acordos propostos ou aprovados está sinalizando uma nova era de aquisições no setor de laboratórios farmacêuticos não vista desde a última década em um momento em que as empresas focam em suas especializadas e abandonam operações com desempenho mais fraco. Um exemplo vem da Novartis e GlaxoSmithKline, que concordaram em trocar mais de 20 bilhões de dólares em ativos, em uma série de operações que impulsionarão os negócios da Novartis em tratamento de câncer e os da Glaxo voltados a vacinas. • www.novartis.com.br 16
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CONTRATO ASSINADO
Merck, empresa líder internacional nos setores farmacêutico, químico e de ciências da vida, com presença no Brasil há mais de 90 anos, e Bionovis, companhia biofarmacêutica brasileira, anunciaram a criação de uma parceria através da assinatura de um acordo de colaboração para o desenvolvimento, a fabricação e a comercialização de medicamentos biológicos, com foco principalmente em câncer, artrite reumatoide, esclerose múltipla e outras indicações terapêuticas. Como parte do acordo, a Merck será o fornecedor exclusivo de tecnologia à Bionovis (e para seus Laboratórios Públicos parceiros) de uma série de produtos biológicos, concordando em transferir sua tecnologia de produção ao longo dos próximos anos, com o objetivo de que sejam todos fabricados localmente no Brasil. • www.merck.com.br FOTOS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO
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REFORÇO NO PORTFÓLIO
A Cifarma, seguindo as tendências do mercado e sempre atendendo as necessidades do consumidor e, claro, agregando valor aos pontos de venda (farmácias), reforça seu portfólio com a Linha de Suplementos Nutricionais-UP LIFE, que tem na farmácia uma grande aliada de vendas devido ao perfil do consumidor. Hoje, cuidar da saúde e ter qualidade de vida é o que deseja a população. Com a UP LIFE as necessidades nutricionais são amplamente supridas. São 15 tipos de suplementos que atendem satisfatoriamente diversos consumidores. • www. i en trition.com.br
FÁRMACOS NA TV
Saem as maquiagens, os xampus e os cremes anti-idade e entram os comprimidos e xaropes. As ações de merchandising na TV foram tomadas pelos medicamentos no primeiro trimestre de 2014. Segundo dados de ferramenta do Ibope que afere as ações na TV aberta, 22% do merchandising exibido vieram da indústria farmacêutica. • www.ibo e.com.br
ATUALIZAÇÃO DE NORMAS
81º ANIVERSÁRIO DO SINDUSFARMA Em palestra na comemoração do 81º aniversário do Sindusfarma, o médico e escritor Drauzio Varella transmitiu uma mensagem simples: fazer atividade física e controlar o peso são cuidados fundamentais para quem aspira uma boa qualidade de vida. “O corpo tem que durar muito tempo, tem que passar dos 80 anos”, disse a uma plateia de profissionais das empresas associadas que se reuniram no fim de abril no auditório da entidade. • www.sin s armacom nica.or .br
Foi publicada a RDC 22/14 que dispõe sobre o Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC) e revoga as normas até então vigentes, entre elas a RDC 27/07, a Instrução Normativa nº 7/07 e a Instrução Normativa nº 11/07. A norma apresenta a atualização do texto para regulamentar situações novas, como a inclusão da escrituração eletrônica dos medicamentos antimicrobianos e outros aspectos referentes às novas ferramentas evolutivas implementadas no SNGPC, muitas delas fruto das sugestões levantadas por essa Comissão. Os detalhes da consulta pública estão no link abaixo: tt orta .anvisa. ov.br w s content anvisa orta anvisa re acao sanitaria ass ntos e interesse cons tas b icas ass ntos e interesse cons tas b icas encerr a as 2014 JUNHO GUIA DA FARMÁCIA
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CORTES EM PESQUISA
O plano da Pfizer Inc. de comprar a AstraZeneca Plc provavelmente levará a cortes de bilhões de dólares em pesquisa, ao fechamento de laboratórios e à demissão de milhares de cientistas se a história se repetir. Embora os fabricantes de medicamentos geralmente se refiram a “sinergias” ao propor grandes aquisições, o resultado para os pacientes costuma refletir em menos medicamentos novos investigados, de acordo com uma revisão das últimas grandes aquisições realizadas pela Pfizer. • www.astrazeneca.com.br • www.pfizer.com.br
PRODUÇÃO DE MEDICAMENTOS
DIRETORIA RENOVADA
A Fundação Ezequiel Dias (Funed) deve gerar 97 milhões de medicamentos neste ano e fazer parcerias internacionais. No ano passado, foram 27 milhões de medicamentos produzidos – vacina e comprimidos –, e, neste ano, a meta do presidente da Funed, Francisco Antônio Tavares Júnior, é de quadruplicar o volume, além de fazer 500 mil análises laboratoriais. “Em dois anos, quero chegar a 400 milhões de medicamentos”, planeja Tavares, animado com os novos rumos que a autarquia do governo de Minas Gerais está tomando. • tt ne .m . ov.br
André Brázay é o novo diretor-geral da Sandoz, divisão de medicamentos genéricos do Grupo Novartis, no Brasil. Ele substitui Fernando Mateus, que assume a diretoria regional do Oriente Médio e África do Norte. Brasileiro, Brázay já passou por cargos em países como República Tcheca, Espanha, México, Hungria e Alemanha. • www.san o .com.br
ESTABELECIMENTO AUTÔNOMO Farmácias podem funcionar dentro de supermercados, mas desde que de maneira autônoma, obedecendo aos critérios da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Segundo decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, a autorização às farmácias não prejudica em nada a proteção da saúde individual ou coletiva, já que só são autorizadas a funcionar as drogarias que cumprirem os requisitos legais. • tt orta .anvisa. ov.br 20
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NOTA DE FALECIMENTO
AUMENTO NAS VENDAS
A multinacional americana de produtos farmacêuticos e de higiene pessoal Johnson & Johnson (J&J) conseguiu aumentar suas vendas e reduzir gastos no primeiro trimestre, o que resultou em alta de 35,2% de seu lucro líquido, quando comparado com o mesmo período do ano passado. A última linha do balanço fechou em US$ 4,73 bilhões. Em mesmas bases, a receita líquida subiu 3,5% , para US$ 18,12 bilhões. Não fosse o peso do efeito cambial adverso em suas operações, contudo, a alta teria chegado a 5,3% , sendo que a maior perda com a desvalorização das moedas foi sentida nas Américas, excluindo as atividades no mercado americano. • www. n brasi .com.br
Morreu o presidente do Conselho de Administração do Laboratório Teuto/Pfizer, Walterci de Melo, no dia 8 de maio. Nascido em Anápolis (GO), iniciou sua vida profissional na década de 1970, como representante do Laboratório Teuto nas regiões que atualmente abrangem os estados de Goiás, Tocantins, Pará e Maranhão. Empreendedor, em 1983 já era proprietário de uma rede de farmácias em Araguatins (TO) e Gurupi (TO) e da Distribuidora Melo, em Anápolis (GO). Walterci de Melo também foi o responsável pela construção do maior complexo farmacêutico da América Latina, após sua aquisição, em 1986, ao lado de seu irmão, Lucimar de Melo. Em 1993, o Laboratório Teuto foi transferido para a cidade de Anápolis (GO). O empresário deixa um legado para a indústria farmacêutica nacional à frente da companhia que, há 67 anos no mercado, é modelo para o segmento de fármacos e é destaque internacional. • www.te to.com.br
TRANSPORTE ESPECÍFICO
A Polar Técnica, empresa fabricante de elementos refrigerantes para produtos que requerem temperatura controlada, ressalta a importância do transporte e armazenamento adequado dos medicamentos para a integridade física do paciente, principalmente quando se refere aos medicamentos biológicos, uma vez que são produzidos a partir de células vivas e que em sua maioria devem ser mantidos entre 2º e 8º C impreterivelmente, para que não haja riscos ao paciente usuário nem ao medicamento. • www. o artecnica.com.br
GUIA DE INGLÊS E ESPANHOL PARA FARMÁCIAS
Sempre preocupada com seus clientes, a EMS, por meio da unidade de Genéricos, disponibiliza mais uma ferramenta para auxiliar os colaboradores das farmácias no atendimento aos turistas durante o período da Copa do Mundo. O Guia de Atendimento Farmacêutico, nas versões Inglês e Espanhol, contempla as principais dicas, frases e situações que seus clientes poderão se deparar neste período. Em parceria com a Editora Globo, a EMS elaborou um material prático e diferenciado, com conteúdo fácil e didático, no intuito de que todos possam utilizá-lo. • www.ems.com.br 22
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VENDAS VIRTUAIS
O comércio eletrônico brasileiro faturou R$ 12,74 bilhões no primeiro semestre de 2013, de acordo com o relatório Webshoppers, do e-bit, e a expectativa é de que a arrecadação total chegue a R$ 28 bilhões até o final do ano. O segmento de “Cosméticos e Perfumaria/Cuidados Pessoais/Saúde” ocupa a terceira posição, responsável por uma parcela de 12,2%. Se a projeção se confirmar, os ganhos desse setor devem ultrapassar os R$ 3 bilhões. • www.ebit.com.br
CB FARMA
Nos dias 23, 24 e 25 de abril, foi realizado no Palácio de Convenções Anhembi, em São Paulo, o primeiro Congresso Brasileiro do Profissional de Farmácia (CB Farma) no País. O objetivo foi trazer conhecimentos para valorizar o profissional de farmácia, além de reunir as principais entidades da indústria e do varejo. O Congresso, que foi realizado pelo EnterSSP em parceria com a Limay, contou com 26 expositores. Foram apresentados simpósios de empresas como Johnson & Johnson, Takeda, Biolab e Allergan que abordaram temas como Dor de Cabeça, Dengue, Pressão Alta e Saúde dos Olhos. O evento contou com o apoio do Sindusfarma, Interfarma, Abimip, Pró Genéricos, ANF, Febrafar, Abradilan, Sincofarma, Sinprafarma, IMS Health, ESPM, São Paulo Convention & Visitors Bureau, entre outras. O diretor da Limay, José Carlos Assef, informou que a receptividade foi bastante positiva. “Fiquei muito entusiasmado com o retorno da indústria, os patrocionadores confiaram e apostaram na importância desse evento”, afirmou. • www.cbfarma.com
PRAZO DE PATENTES
A Justiça Federal começou a julgar os processos propostos pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) para alterar o prazo de vigência de patentes depositadas entre 1995 e 1997, o que, na prática, reduziria o tempo de proteção. As primeiras sentenças são contrárias à tese da autarquia, mas ainda cabe recurso. Por meio de 37 ações, o Inpi tenta alterar as patentes concedidas a 247 medicamentos e agroquímicos. De acordo com informações veiculadas pela autarquia na época em que os processos foram propostos, os registros questionados são de medicamentos usados no tratamento de câncer, aids, disfunção erétil, enxaqueca, candidíase e psoríase. • www.inpi.gov.br
FCE PHARMA 2014
Aconteceu nos últimos dias 12, 13 e 14 de maio, em São Paulo, a FCE Pharma, principal plataforma de negócios da cadeia produtiva do mercado farmacêutico na América Latina. Além de contar com mais de 500 marcas em exposição, a FCE Pharma recebeu quatro eventos paralelos. Os visitantes tiveram uma experiência completa, que incluiu área de exposição, o Seminário FCE Pharma, Powtech Arena, o Plastics News Brazil Pharma Summit 2014 e a I Jornada Sindusfarma. A I Jornada Sindusfarma apresentou gratuitamente, durante a FCE Pharma, palestras sobre o tema “A evolução do conhecimento na indústria farmacêutica. Onde estamos? Para onde vamos?”. O conteúdo promoveu uma análise sobre visão global, questões tarifárias, regulatórias, produção, registros, boas práticas, legislação sindical, trabalhista, entre outros. • www. ce arma.com.br 2014 JUNHO GUIA DA FARMÁCIA
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O MELHOR É PREVENIR A INDÚSTRIA FARMACÊUTICA BUSCA ATRAVÉS DOS MEDICAMENTOS ATINGIR UM PÚBLICO PREOCUPADO EM GARANTIR O BOM ANDAMENTO DA SAÚDE DO CORPO E DA MENTE
H. BACTER IBP LINHA A CONFIRME
ANALITIC LITIC TECN TECNOLOGIA T ECNOLOGIA ECNOLOGI OLOGI A DE PRECISÃO P
As embalagens da Linha Confirme ganharam novo design. São três tipos de testes de gravidez expostos nas farmácias e drogarias. Cada um para melhor atender às necessidades individuais de cada mulher. O teste pode ser feito a partir do primeiro dia de atraso do período menstrual. Ele detecta a presença do hormônio Gonodotrofina Coriônica Humana (GCH) na urina – as quantidades desse hormônio aumentam durante os primeiros três meses de gravidez. MS 10252080067 www.confirme.net 24
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CIFARMA
H. Bacter IBP voltou e voltou renovado. H. Bacter IBP é o esquema tríplice para erradicação do H. pylori com Amoxicilina, Claritromicina e Lansoprazol. H.Bacter IPB está com fórmula bioequivalente, nova embalagem e a mesma qualidade de sempre. Vem em caixa com 7 cartelas para 7 dias de tratamento e mais 28 cápsulas adicionais de lansoprazol. H. Bacter IBP é o clássico que permanece atual. MS 1.7794.0012.005-9 www.cifarma.com.br FOTOS: DIVULGAÇÃO
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VITAONE QUEIMALIVE SUN CIFARMA
O já conhecido Queimalive pomada agora é apresentado na versão loção spray. Queimalive Sun é indicado para queimaduras solares e domésticas. A versão loção spray facilita a aplicação e proporciona o alívio imediato das queimaduras. MS 1.1560.0081.002-6 www.cifarma.com.br
ONE FARMA (GRUPO CIMED)
O Grupo Cimed lança a nova linha de vitaminas da One Farma. VitaOne Homem é um suplemento de vitaminas e mineirais completo de A a Z com fórmula balanceada especialmente desenvolvida para os homens. VitaOne Mulher tem fórmula balanceada e foi especialmente desenvolvido para atender as necessidades nutricionais das mulheres. Além de conter vitaminas A, C, D, complexo B, ferro, zinco e manganês, também possui ácido fólico, essencial para uma gravidez saudável. VitaOne Ômega 3 é um suplemento de óleo de peixe rico em ômega 3, possui em sua formulação os ácidos EPA e DHA, ácidos graxos essenciais para a manutenção de níveis saudáveis de triglicerídeos. VitaOne D é um suplemento líquido de vitamina D essencial para a absorção de cálcio e fósforo no organismo. MS Produto isento de registro, conforme RDC 27/10 www.grupocimed.com.br
COLCHICINA GEOLAB
Anti-inflamatório indicado no tratamento das crises agudas de gota e na prevenção das crises agudas nos doentes crônicos (artrite gotosa aguda e crônica). Pode ser indicado ainda em casos de escleroderma, poliartrite da sarcoidose e psoríase ou febre familiar do Mediterrâneo. Contraindicações: nas insuficiências renais, hepáticas ou cardíacas severas e durante a gravidez. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. MS 1.5423.0203 www.geolab.com.br 26
DORENE ACHÉ
O Aché apresenta ao mercado Dorene, que tem como princípio ativo a molécula pregabalina, tratamento de primeira opção em casos de dor neuropática e síndrome de fibromialgia. O medicamento atua regulando a transmissão de mensagens excitatórias entre as células nervosas, diminuindo a sensibilização central e restaurando as vias inibitórias da dor (noradrenérgicas e serotoninérgicas). É indicado para o tratamento da dor neuropática em adultos (seja dor devido à lesão e/ou mau funcionamento dos nervos e/ou do sistema nervoso) e controle de fibromialgia. MS 1.0573.0457 www.ache.com.br
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AGE D’OR NUTRIOX
CIMEGRIPE 4 CÁPSULAS ÁPSU
Dando continuidade à linha Age D’or, a Cifarma lança Age D’or Nutriox. Nutriox é um nutracêutico com ação antioxidante na prevenção do envelhecimento cutâneo. Nutriox possui vitaminas, minerais e licopeno com ação antioxidante. Além disso, Nutriox melhora o sistema imunológico e auxilia no crescimento saudável dos cabelos e das unhas. Nutriox vem em caixa com 30 cápsulas gelatinosas moles e está dentro da IDR (ingestão diária recomendada – RDC/269). MS 6.2582.0018.001-8 www.cifarma.com.br
Cimegripe, marca consagrada no mercado de antigripais, lança sua mais nova apresentação com 4 cápsulas em luva. Indicado para o tratamento dos principais sintomas de gripes e resfriados, como febre, coriza, dor no corpo e congestão nasal, Cimegripe possui uma fórmula completa e chega ao mercado para fortalecer a linha. Contraindicação: Cimegripe é um medicamento. Durante seu uso não dirija veículos ou opere máquinas, pois sua agilidade e atenção podem estar prejudicadas. MS 1.4381.0057 www.grupocimed.com.br
CIFARMA
CIMED
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MELXI
A de re e
ASPEN PHARMA
CEREMIL MELCON
Ceremil 250 mg (cloridrato de terbinafrina) é mais um lançamento Melcon. Medicamento indicado para tratar infecções fúngicas de pele, couro cabeludo, unhas e infecções cutâneas causadas por leveduras do gênero Candida. Ceremil 250 mg pode ser encontrado em duas apresentações: caixa com 14 ou 28 comprimidos. Este é mais um similar de marca (com BQV*) da Melcon. * Bioequivalência – Unifag/Schentryphar MS 1.5589.007.002-0 (14 comprimidos) MS 1.5589.0007.004-7 (28 comprimidos) www.melcon.com.br 28
As alterações climáticas do outono e do inverno predispõem a diversas doenças respiratórias como resfriado, gripe, crise de asma, bronquite, sinusite e pneumonia. Para tratar esses incômodos, a Aspen Pharma apresenta Melxi, numa combinação de mel de abelhas com extrato de Ananas comosus (espécie de abacaxi). O produto atua como tratamento coadjuvante nas traqueobronquites e qualquer outra anomalia na região respiratória causada por muco. O produto não apresenta efeitos gastrointestinais, risco de superdosagem e interação medicamentosa. MS 1.3764.0121.001-9 www.aspenpharma.com.br
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DEVÍ®
SUN C
GEYER MEDICAMENTOS
Geyer Medicamentos, há mais de 80 anos atuando no desenvolvimento e na fabricação de medicamentos, lança mais um produto. O Deví® chega para ampliar o portfólio da companhia, que já possui experiência na área de suplementos e vitaminas. Devi® é uma vitamina D, desempenhando importante papel no sistema imunológico e na formação e manutenção dos ossos e dentes. Além disso, estudos indicam que essa vitamina é essencial para o bom funcionamento de todo o organismo. Deficiências de vitamina D são comuns e desenvolvidas, principalmente, pela exposição inadequada à luz solar ou ao consumo insuficiente dessa vitamina na dieta. MS Produto isento de registro, conforme RDC 27/10 www.geyermed.com.br
SUNDOWN NATURALS
Para contribuir com o sistema imunológico e evitar gripes e resfriados, a DIVINA (Distribuidora de Vitaminas Naturais) traz o Sun C, da Sundown Naturals, composto por ácido ascórbico puro, a vitamina C. O produto estimula a produção das células de defesa que formam uma barreira para possíveis infecções. Esse efeito impede o desenvolvimento do vírus, principalmente em pessoas acima de 35 anos, idosos, sedentários ou até mesmo cansados e estressados. MS 1.3795.0017.002-8 (500 mg) MS 1.3795.0017.005-2 (1.000 mg) www.sundownnaturals.com
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FORXIGA®
ASTRAZENECA
A AstraZeneca lança o medicamento FORXIGA® (dapagliflozina), primeiro e até o momento único produto que funciona de forma diferente das drogas disponíveis para o tratamento do diabetes tipo 2. A dapagliflozina age diretamente nos rins inibindo uma proteína que é responsável pela reabsorção de glicose para o sangue (SGLT2-cotransportador de sódio e glicose tipo 2). Quando o SGLT2 é inibido, a glicose em excesso não retorna para a circulação sanguínea e é removida do corpo pela urina. Consequentemente, ocorre uma redução dos níveis de açúcar no sangue. MS 1.0180.0404 www.astrazeneca.com
FLUIJET
ASPEN PHARMA
A Aspen Pharma, uma das principais indústrias farmacêuticas do Brasil, apresenta o fitomedicamento Fluijet. O produto é elaborado a partir do extrato seco da planta Hedera helix , indicada no tratamento sintomático de afecções broncopulmonares. Entre os pontos positivos do Fluijet estão o fato de possuir a menor concentração de sorbitol do mercado; conter seringa dosadora, garantindo a administração da dose correta ao paciente; e sua apresentação em cápsulas, sem açúcar, é segura para o uso por pacientes diabéticos. O produto, apresentado em xarope e em cápsulas, possui efeito expectorante, mucofluidificante e broncodilatador. MS 1.3764.0137 www.aspenpharma.com.br
PARACETAMOL + FOSFATO DE CODEÍNA GEOLAB
COLLAGEN ACTIVE BUONA VITA COSMÉTICOS
Arrojada e precursora no desenvolvimento de cosméticos científicos, a Buona Vita Cosméticos sabe que os resultados estéticos podem ser potencializados quando vêm “de dentro para fora”, ou seja, quando aliam o tratamento tópico à ingestão de nutricosméticos. Por isso, conta com um produto que engloba sabor, saúde e estética: o CollaGen Active, uma bebida proteica à base de colágeno hidrolisado com sabor morango que ajuda a proteger a pele e os tecidos da ação do tempo. Livre de glúten, o CollaGen é enriquecido com vitamina C, ingrediente necessário para realizar a síntese do colágeno no organismo. MS Produto isento de registro, conforme RDC 27/10 www.buonavita.com.br 30
Indicado para o alívio de dores de grau moderado a intenso, como nas decorrentes de traumatismo (entorses, luxações, contusões, distensões, fraturas), pós-operatório, pós-extração dentária, neuralgia, lombalgia, dores de origem articular e condições similares. Contraindicações: o paracetamol + fosfato de codeína deve ser administrado com cuidado a pessoas idosas e debilitadas e àquelas com doenças graves no fígado e nos rins. Não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista. O risco de exposição do lactente à codeína e à morfina pelo leite materno deve ser ponderado em relação aos benefícios da amamentação para a mãe e o bebê. Deve-se prescrever a menor dose pelo menor período de tempo para obter o efeito clínico desejado. MS 1.5423.0201 www.geolab.com.br
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DUNIA E ACETATO DE CIPROTERONA + ETINILESTRADIOL MELCON
Dois lançamentos Melcon auxiliam no tratamento de doenças femininas. Dunia e seu genérico acetato de ciproterona + etinilestradiol são medicamentos indicados para o tratamento de doenças relacionadas aos hormônios andrógenos na mulher, tais como a acne, principalmente nas formas pronunciadas e naquelas acompanhadas de seborreia, inflamações ou formações de nódulos (acne papulopustulosa, acne nodulocística); queda excessiva de cabelos; casos leves de hirsutismo (excesso de pêlos) e síndrome de ovários policísticos (SOP). MS 1.5589.0009.001-3 (Dunia 21 comprimidos) MS 1.5589.0009.003-1 (Dunia 63 comprimidos) MS 1.5589.0004.001-6 (Acetato de Ciproterona + Etinilestradiol 21 comprimidos) MS 1.5589.0004.003-2 (Acetato de Ciproterona + Etinilestradiol 63 comprimidos) www.melcon.com.br
PRE BLACK PROBIÓTICA
BALLAD CIFARMA
A Up Life Nutrition, linha de suplementos de nutrição avançada, ideal para atletas, praticantes de atividades físicas e pessoas da terceira idade, lança no mercado o Ballad. Trata-se de uma bebida energética que combina substâncias naturais com efeitos energéticos como a taurina, guaraná em pó (cafeína), suco de laranja amarga, inosital, cromo e vitamina B5. Tem efeito estimulante e atua no metabolismo das gorduras. Ballad é a energia instantânea para baladas e exercícios físicos de longa duração. MS Produto isento de registro, conforme RDC 27/10 www.cifarma.com.br
A Probiótica Laboratórios lança o PRE BLACK: um suplemento pré-treino que ajuda a melhorar a performance durante o treinamento de força, aumentando a disposição física e mental dos atletas. Combinando nutrientes como dextrose, aminoácido, cafeína, taurina e minerais, em fórmula exclusiva e de baixa caloria, o PRE BLACK está disponível nos sabores açaí com guaraná e laranja. O objetivo do suplemento pré-treino é aumentar a concentração durante o treino, de modo a aumentar os indicadores de força, bem como reduzir o tempo necessário para a recuperação durante os intervalos entre as repetições. MS Produto isento de registro, conforme RDC 27/10 www.probiotica.com.br 2014 JUNHO GUIA DA FARMÁCIA
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A PROIBIÇÃO DOS ANTIBIÓTICOS SEM RECEITA É LEI, NÃO TEM RECURSO, É DEFINITIVA? POR QUE OS ANTICONCEPCIONAIS TÊM TARJA VERMELHA E 100% DELES SÃO VENDIDOS SEM RECEITA? NÃO É HIPOCRISIA? 34
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FOTOS: SHUTTERSTOCK/LEANDRO KENDY
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ENVIE SUA PERGUNTA, NÓS RESPONDEMOS!
M A R I A A PA R E C I D A N IC O L ET T I
PERGUNTA ENVIADA POR RUDI BATISTELLO, FARMACÊUTICO E PROPRIETÁRIO DE FARMÁCIA, DE CHAPECÓ (SC)
A
Farmacêutica responsável pela Farmácia-Escola do Departamento de Farmácia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP) e professora titular do curso de Farmácia da Universidade de Guarulhos (UnG)
A publicação de medidas restritivas em relação aos antibióticos está relacionada ao problema mundial que a população está vivendo em relação à resistência microbiana, ou seja, os microrganismos estão ficando resistentes à administração de antibióticos. A contenção da resistência microbiana humana e o uso não humano se fazem emergenciais com o aparecimento das bactérias super-resistentes que não respondem ao uso dos antibióticos disponíveis atualmente. Há a necessidade de desenvolver a educação, prover a informação adequada aos médicos, equipes de saúde e consumidores e não poderá ser esquecido o setor agropecuário, que utiliza antimicrobianos para as criações animais e, portanto, também deverá estar sujeito a restrições. São duas as Resoluções da Diretoria Colegiada (RDC) que tratam do uso restritivo de antibióticos: • RDC 20 publicada em 2011, que aborda o controle de medicamentos à base de substâncias classificadas como antimicrobianos, de uso sob prescrição, isoladas ou em associação. Define: critérios para prescrição, dispensação, controle, embalagem e rotulagem. Sua abrangência é para farmácias e drogarias privadas, unidades públicas de dispensação municipais, estaduais e federais (por exemplo: Programa Farmácia Popular do Brasil). A dispensação é mediante retenção de receita e escrituração. • RDC 61 publicada em 2010, que traz a lista de substâncias antimicrobianas. Considerações adicionais importantes: O farmacêutico no ato da dispensação de antimicrobianos deve levar em conta que a educação e a orientação ao paciente usuário são fundamentais não só para a adesão ao trata-
mento, como para a minimização de ocorrências de resistência bacteriana. Após orientação, o farmacêutico deverá registrar o ato no Sistema de Monitoramento de Serviços Farmacêuticos (SMSF), criado pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), em 2010, e entregar a segunda via do registro ou da declaração dos seus serviços ao paciente. A respeito de anticoncepcionais A RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA – RDC Nº 44, DE 17 DE AGOSTO DE 2009, dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário do funcionamento, da dispensação e da comercialização de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências. Em sua Seção V – que trata da Dispensação de Medicamentos, está disponibilizado o Art. 43: Os medicamentos sujeitos à prescrição somente podem ser dispensados mediante apresentação da respectiva receita. Portanto, os medicamentos com tarja vermelha que indicam “Venda sob prescrição médica” deverão ser tratados como tal. O não cumprimento da legislação está sujeito à Infração Sanitária. No site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) podemos encontrar as disponibilizações dos medicamentos segundo o tipo de prescrição. Os medicamentos são classificados conforme o risco que oferecem à saúde do paciente. Os medicamentos de tarja vermelha, mas sem a retenção da receita, apresentam diversas contraindicações e podem provocar efeitos colaterais graves, razão da exigência da apresentação da prescrição. 2014 JUNHO GUIA DA FARMÁCIA
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VAREJO INTERNACIONAL
O Costumer Experience pode
ser o futuro das farmácias? TODAS AS INOVAÇÕES E TENDÊNCIAS DO VAREJO PODEM SER VISTAS E O CONHECIMENTO APRIMORADO EM EVENTOS TÉCNICOS
TAT IANA FE RRARA Farmacêutica e consultora do Guia da Farmácia para a NRF 2015 36
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Imagine a experiência de comer um hot dog em um dos carrinhos nas ruas de Nova Iorque, como nos filmes a que assistimos. Imagine o frio, combinado com o cheiro de cachorro-quente, os carros passando naquelas avenidas enormes, pessoas ao seu redor falando em outra língua e você se sentindo no coração do mundo, onde tudo acontece. Provavelmente você vai até querer tirar uma foto! Esse envolvimento racional, emocional, sensorial, físico e espiritual compõe o Costumer Experience. Com o surgimento do e-commerce, o consumidor pode fazer suas compras na comodidade do seu lar. Assim, a grande questão é: por que as pessoas iriam até as lojas físicas? Na última edição da Retail Big Show promovida pela National Retail Federation (NRF), entre 12 e 15 de janeiro em Nova Iorque, Rick Caruso, consultor de varejo americano, fez uma apresentação sobre como as lojas devem se reinventar para atrair o consumidor para o ambiente físico. Por meio do Costumer Experience ou experiência de compras é possível desenvolver uma experiência positiva de compra para os clientes, com o objetivo de que ele compre mais, queira voltar àquele ambiente e indique a loja aos seus conhecidos. O ambiente atual de negócios, altamente competitivo, faz com que as empresas varejistas, principalmente nos Estados Unidos, adotem práticas inovadoras. Em todas as lojas da 5ª avenida é possível ter uma experiência de compra surpreendente. O ato da compra torna-se extremamente prazeroso e divertido. Mesmo sem as crianças vale a visita à Toys R Us, para ver a roda-gigante
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dentro da loja, na FAO para ver o Big Piano do filme Quero ser grande e Build a Bear, um grande exemplo de cocriação, pois o próprio cliente cria seu urso de pelúcia. Na Rice to Riches, localizada no bairro de Soho, é possível ver uma empresa fazer com que um cliente pague U$ 8,00, equivalente a aproximadamente R$ 18,00, em um punhado de arroz. A loja oferece arroz doce de todos os sabores que são possíveis de imaginar, combinado com um ambiente divertidíssimo, pois existem placas com frases engraçadas como “Coma tudo que você quiser... você já está gordo mesmo!” ou “vários sabores deliciosos e três que são horríveis”. A experiência vivenciada no loja cria valor para o consumidor que acaba pagando, feliz, os U$ 8,00. Criar uma experiência de compra que faça o cliente se sentir maravilhado envolve desenvolver uma atmosfera de loja com interações sensoriais, diversão no processo de compra, interação com os produtos. Além disso, oferecer atendimento de excelência, evitar falhas no serviço, ter uma equipe bem treinada e motivada, ser inovador e associar a tecnologia ao processo de compras são fatores essenciais. O desafio agora é: como podemos proporcionar uma experiência de compra para os clientes da farmácia? A resposta pode ser encontrada na próxima edição da NRF que ocorrerá entre 11 e 14 de janeiro de 2015. A oportunidade de visitar diversas empresas varejistas em Nova Iorque é enriquecedora, combinada com as palestras e a feira da NRF fazem com que repensemos os nossos negócios no Brasil, inclusive o varejo farmacêutico. FOTOS: DIVULGAÇÃO/SHUTTERSTOCK
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VAREJO
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VAREJO VAREJO
Você tem ou
teve um mestre?
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PARA APRENDER É PRECISO VONTADE, PARA ENSINAR TAMBÉM. TRANSMITIR CONHECIMENTO É UMA ARTE QUE ESTÁ CADA VEZ MAIS EM MODA
SILVIA O S S O Palestrante e consultora especializada em treinamento, desenvolvimento e marketing de varejo. É autora dos livros Atender Bem Dá Lucro, Programa Prático de Marketing para Farmácias e Administração de Recursos Humanos para Farmácias E-mail siosso@uol.com.br 38
Você sabe o que é mentoring ou ter um mentor ou mestre? Se pesquisar em dicionários vai encontrar a definição que diz: “Mentor é um indivíduo experiente que dá conselhos a outra pessoa; guia ou mestre. Pessoa ou mestre que direciona, desenvolve, produz ou cria projetos, ideias, obras etc.” Mentoring é um termo inglês, normalmente traduzido como “tutoria“, ou “apadrinhamento“. É uma ferramenta de desenvolvimento pessoal e profissional consistindo em uma pessoa mais experiente que ajuda outra menos experiente. O mentor é um conselheiro, alguém que tem vasta experiência profissional no campo de trabalho do indivíduo que está sendo ajudado. O mentoring inclui conversas e debates acerca de assuntos que podem também não estar necessariamente ligados ao trabalho. O processo possibilita o aprendizado e o consequente desenvolvimento da carreira profissional dos menos experientes. Projetos de mentoring normalmente são utilizados nas empresas, e geralmente acontecem quando é prevista a substituição de um funcionário quer seja por aposentadoria ou promoção funcional. Dessa forma, o funcionário que vai se ausentar, pode transmitir o seu conhecimento ao seu substituto, para que ele possa cumprir de forma eficaz as tarefas que eram da sua responsabilidade. No mundo empresarial, o mentoring tem ganhado popularidade nos últimos anos, porque é uma ferramenta muito mais eficaz do que outros treinamentos. O mentoring utiliza o potencial que existe dentro da empresa, como a sabedoria de funcionários mais experientes, impulsionando a inova-
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ção e a criatividade, tornando-a mais competitiva e produzindo resultados positivos. O benefício do mentoring não é exclusivo para o aprendiz. O mentor recebe grande motivação, sentindo que está contribuindo para o crescimento profissional e pessoal de um colega, e ao mesmo tempo está equipando a empresa para um futuro promissor. No Brasil, recente pesquisa apontou que apenas 11% das empresas utilizam mentores. A melhor maneira de colocar em prática o mentoring é fazer uma triagem e selecionar os melhores profissionais, gerentes, líderes em geral de sua empresa ou de fora dela que possam auxiliar no processo que precisa desenvolver. Identificados os mentores, se externos têm geralmente experiência nesse trabalho e podem começar a trabalhar imediatamente. Se internos, é necessário um pequeno treinamento no qual serão orientados a como passar seus conhecimentos, práticas e experiências adquiridas aos novos profissionais que se formarão. Essa é uma parte delicada e a empresa deve deixar claro que não é uma troca de cargos, ou seja, ao ensinar tudo o que sabe o mentor não será dispensado ou menosprezado, pelo contrário, ele será gratificado ou promovido e, da mesma forma, poderá voltar ao estágio de aprendiz para uma nova etapa dentro da organização. Em minha trajetória profissional tenho feito em muitas empresas ou farmácias processos de mentoring que têm permitido contribuir para que elas cresçam ou sigam caminhos ainda não pensados por elas. Penso que “quem nasceu para ensinar nunca deve parar de aprender...”. FOTO: DIVULGAÇÃO
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Disputa PLANO DA ANVISA QUE PRETENDE CRIAR NOVA CATEGORIA DE MEDICAMENTOS SIMILARES INTERCAMBIÁVEIS VIRA NOVO CABO DE GUERRA ENTRE GOVERNO E EMPRESAS FARMACÊUTICAS CONTRÁRIAS AO PROJETO, QUE PODE TRAZER CONCORRÊNCIA DIRETA AOS GENÉRICOS P O R R O D R I G O RO DR I G U ES
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Considerada a maior mudança no mercado brasileiro desde a chegada dos genéricos às prateleiras em 1999, a intercambialidade de medicamentos similares passa por um difícil debate entre os membros da Câmara de Regulamentação do Mercado de Medicamentos (CMED). Anunciada pelo Governo como a solução para uma nova onda de barateamento de preços no País, a criação dos chamados “medicamentos similares equivalentes”, fruto da intercambialidade com os produtos de referência ou de marca, a proposta enfrenta mais uma vez dura resistência da indústria farmacêutica no debate em Brasília.
No final de janeiro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Saúde criaram um grupo de trabalho (GT) para analisar a proposta e aparar as arestas da mudança, que deve se dar através de portaria publicada pela Agência. O grupo teria que apresentar um relatório sobre o resultados das discussões em 120 dias, contados a partir da data de publicação da portaria – em 31 de janeiro. O prazo vence no fim de maio, mas tudo indica que a falta de acordo deve protelar os trabalhos do grupo e atrasar a implantação da nova categoria de medicamentos em todo o País. A lista de medicamentos similares equivalentes fora prometida pelo ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, para estar na praça já no fim deste ano. 2014 JUNHO GUIA DA FARMÁCIA
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ATUALIDADE
O ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, defende a ideia da nova categoria de similares
DIFERENTE DO QUE ACONTECEU NA CRIAÇÃO DOS GENÉRICOS, QUE FOI UMA INICIATIVA DO PARLAMENTO BRASILEIRO, INCLUSIVE DA BANCADA DO PT, DESSA VEZ SE TRATA DE UMA CONSTRUÇÃO DE QUALIFICAÇÃO DE POLÍTICA FARMACÊUTICA NO BRASIL DE ORIGEM DO MINISTÉRIO DA SAÚDE
As disputas em torno dessa nova categoria de medicamentos similares se dão não só no campo técnico, mas também e principalmente no campo econômico. Segundo apuração do Guia da Farmácia junto a alguns membros e representantes do setor e do Governo, a introdução do novo modelo nos moldes que o Governo pretende – estabelecendo teto máximo de custo da nova categoria em até 65% do preço praticado pelo medicamento de referência, coloca pressão sobre toda a indústria de marca e também sobre os genéricos. Na visão dos empresários, o barateamento dos similares na proposta do Governo gera concorrência direta entre medicamentos que já operam dentro de uma margem estreita de ganhos, podendo significar perdas de faturamento no curto e médio prazos para os laboratórios que já estão no mercado. Antes que as disputas do GT cheguem ao debate público, o Sindicato da Indústria Farmacêutica no Estado de São Paulo (Sindusfarma) já se adiantou em anunciar que é contra a mudança de regras nos moldes propostos pelo Ministério da Saúde. Segundo o presidente da entidade, Nelson Mussolini, a intercambialidade apresentada pelas autoridades brasileiras é “desnecessária” e não produz os benefícios alardeados pelo Governo federal. “O Sindusfarma entende que produto de marca pode ser substituído somente por genérico. Isto porque temos um mercado consolidado, que contempla as três principais categorias de produto – de referência, genéricos e similares. Entende também ser desnecessário mudar a regra atualmente em vigor. Hoje a 42
variedade de opções e preços já atende às necessidades do consumidor. Justamente por isso, a intercambialidade irrestrita não resultaria em redução de preço, como tem sido propalado”, argumenta Mussolini. O presidente do Sindusfarma também diz que a Anvisa tem assuntos mais urgentes na pauta sanitária do que tentar introduzir uma nova categoria de medicação, num mercado absolutamente consolidado como o brasileiro. “Hoje a Anvisa se defronta com questões sanitárias muito mais importantes, como a revisão das regras e exigências para a dispensação de medicamentos, por exemplo. Há produtos que deveriam ser isentos de prescrição, outros que poderiam ter prazos mais amplos de validade da receita médica etc.”, defende o executivo. Mentor da proposta, o ex-ministro Alexandre Padilha – que hoje é pré-candidato ao Governo do Estado de São Paulo pelo Partido dos Trabalhadores (PT) – defende a ideia da nova categoria de similares e diz que a intenção do projeto é baratear os preços para o consumidor final. “Nossa intenção foi detalhar a regra e estabelecer que, até o fim deste ano, todo medicamento similar tenha as mesmas regras de qualidade do medicamento genérico. Isso aumenta a disputa entre os medicamentos e gera mais competição [no mercado]. As pessoas terão mais opções para trocar por genérico ou medicamento equivalente. Toda vez que tem mais concorrente, reduz o preço do produto para a população”, explica Padilha. Nelson Mussolini, entretanto, rebate o ministro e diz que não vê ganhos tão claros para o consumidor final no horizonte. “É improvável que a unificação
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O QUE É A INTERCAMBIALIDADE DE MEDICAMENTOS? Ser intercambiável significa que o produto de referência pode ser substituído por um genérico que teve os estudos de equivalência apresentados, analisados e aprovados pela Anvisa. Num exemplo prático, medicamentos como o Melhoral Infantil, do laboratório DM, e o AAS, do Sanofi Aventis, por exemplo, são similares da Aspirina – o medicamento de referência feito pelo laboratório Bayer. Já os genéricos são chamados pelo nome do princípio ativo, que no caso é o ácido acetilsalicílico – usado como analgésico e anti-inflamatório. Enquanto os genéricos são idênticos aos medicamentos de marca, os similares são considerados apenas semelhantes. E essa diferença se mede pelos testes a que cada um é submetido. Os similares passam pelos testes de equivalência farmacêutica e de biodisponibilidade relativa. Enquanto o primeiro certifica que o similar contém o mesmo princípio ativo, na mesma quantidade e com as mesmas características que o medicamento de referência, o segundo se relaciona à
de genéricos e similares proposta pelo Governo estimule o aumento da oferta de produtos, porque o mercado já está consolidado. Medicamentos genéricos, similares e de referência são identificados como tal e são escolhidos por suas fórmulas, propriedades terapêuticas, reputação dos fabricantes e preço, num contexto de ampla oferta de produtos e grande concorrência entre empresas, já em benefício do consumidor”, declara. O Ministério da Saúde é hoje o maior comprador individual de medicamentos do Brasil. Neste ano o orçamento da pasta para a compra de medicamentos é de R$ 12,4 bilhões. Para o atual ministro da Saúde, Arthur Chioro, a criação da nova categoria de medicamentos intercambiáveis significa também economia de recursos para o Sistema Único da Saúde (SUS) e para os programas de distribuição de medicamentos, como o “Aqui tem Farmácia Popular”. “Um aperfeiçoamento na política nacional de atenção farmacêutica, como nós estamos fazendo agora e desde o início do Governo Lula, também tem o objetivo 44
quantidade e à velocidade de absorção do princípio ativo na corrente sanguínea. Com as mudanças de regra, os “medicamentos similares equivalentes” passarão pelos menos testes dos genéricos e poderão ser considerados mais intercambiáveis com os medicamentos de referência do que eram antes. A nova regra possibilita até a substituição pelo próprio genérico.
COMO VAI FUNCIONAR? Para diferenciar os novos medicamentos equivalentes, a Anvisa deverá incluir novas embalagens no mercado, que serão simbolizadas pela sigla “EQ”. A marca vai permitir que os consumidores e médicos identifiquem produtos que têm comprovação de equivalência e desempenham a mesma função terapêutica do genérico ou do medicamento de referência. Segundo o Ministério da Saúde, o uso do símbolo seguirá padrões semelhantes aos que já existem para os medicamentos genéricos, com o uso da faixa amarela obrigatória em todos os produtos.
de reduzir os custos da compra de medicamentos pelo Governo brasileiro, cujo SUS é o maior comprar público e, portanto, tem um poder de regulação sob o mercado. Ao mesmo tempo, ele diminui o custo final para aumentar o acesso regulado e qualificado dos brasileiros ao medicamento sem custo”, aponta Chioro. O atual ministro da Saúde admite que há entraves internos no grupo de trabalho que analisa a proposta – o que deve atrasar a conclusão dos trabalhos sobre o assunto. Chioro diz que as discussões devem ter um desfecho breve, mas não se compromete, porém, com uma data para a publicação da portaria pela Anvisa. “Num prazo adequado a gente vai anunciar. [Os entraves] não são só questões relacionadas aos custos. Porque para os próprios empresários a ampliação da capacidade de compra do Governo também é interessante. Eles não ganham apenas pelo preço final do produto, mas também pela quantidade de produtos adquiridos. São questões que envolvem toda a dificuldade técnica, toda a construção da proposta”, afirma o ministro em conversa com o Guia da Farmácia.
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ANTES QUE AS DISPUTAS DO GT CHEGUEM AO DEBATE PÚBLICO, O SINDICATO DA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA NO ESTADO DE SÃO PAULO JÁ SE ADIANTOU EM ANUNCIAR QUE É CONTRA A MUDANÇA DE REGRAS NOS MOLDES PROPOSTOS PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE. O SINDUSFARMA ENTENDE QUE PRODUTO DE MARCA PODE SER SUBSTITUÍDO SOMENTE POR GENÉRICO Caso saia realmente do papel, a proposta deve avançar pela campanha eleitoral de presidente e governadores de Estados, o que gera mais motivos de críticas à proposta de revisão de Alexandre Padilha. Os adversários e as fontes do mercado acusam nos bastidores que o ministro só levantou a lebre sobre a nova categoria de similares para criar impacto político e colher dividendos eleitorais como candidato. O próprio Padilha se defende e diz em conversa com o Guia da Farmácia que a retomada das discussões sobre a intercambialidade de medicamentos similares estava prevista na legislação sanitária. “A lei é de 2004, de dez anos atrás. O que a Anvisa fez foi colocar em consulta pública o debate de uma lei que há dez anos atrás estabeleceu esse prazo, que em 2014 teria que ser resolvido o tema dos similares e dos genéricos. Então a Anvisa fez apenas o que estabelecia a lei. Torço para que os tucanos, que adoram copiar o Governo federal mas em ano eleitoral só criticam, que eles tenham políticas com mesmo efeito rápido e imediato como os programas do Governo federal”, argumenta Alexandre Padilha. Afiado, o novo ministro da Saúde também defende a legalidade do debate sobre a nova categoria de similares intercambiáveis. Segundo Arthur Chioro, a coincidência com o calendário eleitoral não é intencional e a revisão das normas para os similares faz parte das mudanças na Política de Assistência Farmacêutica Nacional iniciadas pelos Governos do PT desde 2002. “Diferente do que aconteceu na criação dos genéricos, que foi uma iniciativa do parlamento brasileiro, inclusive da bancada do PT, dessa vez se trata de uma construção de qualificação de política farmacêutica no Brasil de origem do Ministério da Saúde. Se era o 46
ministro Padilha ou a presidenta Dilma nós não temos culpa. Mas foi o nosso Governo, dando continuidade às políticas de assistência farmacêutica qualificadas feitas pelo presidente Lula, que está propondo esse debate da intercambialidade. É um debate que se encontra numa análise profunda do mérito, inclusive envolvendo o setor produtivo. E nós esperamos num curto espaço de tempo fazer aperfeiçoamentos na Política de Assistência Farmacêutica que o Brasil vem fazendo desde o início do Governo Lula e têm permitido que milhões de brasileiros sejam incluídos e vivam com mais saúde”, afirma Chioro. O GT proposto pelo Ministério da Saúde é composto por representantes do Ministério da Saúde, Anvisa; cinco entidades da indústria farmacêutica; duas entidades do varejo e duas entidades dos distribuidores de medicamentos. Caso não se chegue a um acordo sobre os entraves do projeto, o tempo de trabalho do grupo deve ser estendido por mais 30 ou 60 dias, segundo fontes do Governo. Enquanto o debate não evolui, o presidente da Associação Brasileira dos Farmacêuticos Proprietários de Farmácia do Brasil (AFPFB) e do grupo Farma&Farma, Rinaldo Ferreira, se posiciona a favor da inserção da nova categoria de similares intercambiáveis no mercado. Para o empresário, a chegada de novos produtos para concorrer com os genéricos e medicamentos de barca deve melhorar as margens do varejo e trazer mais competição. “Não há justificativa técnica para que essas mudanças não sejam feitas. Está na lei. A preocupação da indústria é com queda no faturamento. A chegada de novos produtos traz mais competição e obriga os laboratórios a negociarem mais com os varejistas, dando mais descontos e possibilitando que o comerciante trabalhe melhor a margem de lucro das lojas”, analisa Ferreira.
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VAREJO CONSULTOR JURÍDICO
Está em vigor a
Resolução nº 596/14 O CFF, EM SUA ATUAL GESTÃO, TEM SIDO PROGRESSIVO EM QUESTÕES NORMATIVAS
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GUSTAVO S E M BLANO Advogado e consultor jurídico da Associação do Comércio Farmacêutico do Estado do Rio de Janeiro (Ascoferj) e da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), regional Estado do Rio de Janeiro. Atualmente, cursa pós-graduação em Direito da Farmácia e do Medicamento na Faculdade de Direito de Coimbra (Portugal) 48
Dentre as variadas normas emanadas do Conselho Federal de Farmácia (CFF), as mais conhecidas são as resoluções. Até bem pouco tempo, o farmacêutico que quisesse compreender o Código de Ética deveria analisar a Resolução CFF nº 417/04; o que quisesse entender o funcionamento do processo ético-disciplinar deveria se aprofundar na Resolução CFF nº 418/04. Por fim, quem quisesse saber as sanções que poderia sofrer na prática de infrações ético-disciplinares deveria se debruçar sobre a Resolução CFF nº 461/07. De forma inteligente, o CFF unificou os três assuntos em uma única norma, a saber, a recente Resolução CFF nº 596/14. A Resolução CFF nº 596/14 está dividida em três partes, destacando aqui algumas novidades: Anexo I – Código de Ética Farmacêutica – contendo 28 artigos: • constar como dever do armac utico • comunicar ao Consel o Regional de Farmácia (CRF), em cinco dias, o encerramento de seu vínculo profissional de qualquer natureza, independentemente de retenção de documentos pelo empregador (art. 12, XIII); • recusar o recebimento de mercadorias ou produtos sem rastreabilidade de sua origem, sem nota fiscal ou em desacordo com a legislação vigente (art. 12, IV); • a amplia o do prazo para o armacêutico comunicar sua ausência do estabelecimento quando tal afastamento ocorrer por motivo de férias, congressos, cursos de aperfeiçoamento, atividades administrativas ou outras previamente agendadas, passando de 1 dia para 48 horas de antecedência mínima (art. 13, § 2º);
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• a proibi o de e ercer a pro ss o em estabelecimento não registrado, cadastrado e licenciado na Junta Comercial e na Secretaria de Fazenda da localidade de seu funcionamento (art. 14, XVI); • a proibi o de intitular se responsável técnico por qualquer estabelecimento sem a autorização prévia do CRF, comprovada mediante a Certidão de Regularidade correspondente (art. 14, XXXIV). Anexo II – Código de Processo Ético – contendo 38 artigos: • amplia o de 20 para 0 dias o prazo para o Presidente da Comissão de Ética entregar a análise sobre a viabilidade de abertura de processo ético-disciplinar (art. 8º, § 1º); • amplia o de 20 para 0 dias o prazo para o presidente do CRF analisar o parecer do Presidente da Comissão de Ética e despachar sobre o arquivamento ou a instauração de processo ético-disciplinar (art. 9º); • amplia o de sete para dez dias o prazo do indiciado em arrolar suas testemunhas (art. 12, V, alínea “c”). Anexo III – Infrações e Sanções – contendo 14 artigos: • a modi ca o do conceito de reincidência, que passa a ser quando se comete outra infração ética durante o prazo de 5 anos após o trânsito em julgado da decisão administrativa que o tenha condenado anteriormente (o prazo anterior era de 1 ano) (art. 4º, parágrafo único); • ser considerado in ra o tica a ser devidamente sancionada fazer declarações injuriosas, caluniosas, difamatórias ou que depreciem o farmacêutico, a profissão ou instituições e entidades farmacêuticas, sob qualquer forma (art. 8º, XVII). FOTO: DIVULGAÇÃO
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DEBATE
Passos lentos LEI DE MEDICAMENTOS FRACIONADOS COMEÇA A GERAR FRUTOS NO SETOR PÚBLICO, MAS AINDA SOFRE GRANDE BOICOTE DAS INDÚSTRIAS FARMACÊUTICAS OITO ANOS DEPOIS DE ENTRAR EM VIGOR NO PAÍS
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POR RODRIGO RODRIGUES
Como já é de conhecimento público, o fracionamento de medicamentos é mais uma daquelas leis nacionais que não vingou. Prometida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelo Ministério da Saúde como a solução para os problemas de intoxicação e descarte irregular de medicação, a resolução de 2006 caiu no esquecimento e em qualquer canto do Brasil é quase impossível achar uma farmácia que venda medicamentos em doses exatas de uso, como manda a lei. Apesar disso, em algumas regiões do País o fracionamento tem significado ganhos econômicos
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para a sociedade. É o caso do Estado de São Paulo, que já economizou R$ 380 milhões em medicamentos desde que a lei dos fracionados entrou em vigor, há oito anos. Segundo a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), que administra quatro grandes hospitais públicos de São Paulo através do sistema de Organizações Sociais (OS), a implantação do fracionamento de medicamentos no sistema hospitalar trouxe grandes benefícios para toda a cadeia de saúde das unidades que passaram pelo processo. “Com o fracionamento, tivemos a redução das perdas de medicamentos por mau armazenamento pelo paciente
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FRACIONAMENTO TEM BENEFÍCIOS DE APROXIMAÇÃO DO PACIENTE COM A FARMÁCIA, JÁ QUE EXIGE MAIS ATENÇÃO DO FARMACÊUTICO, CRIA RELAÇÃO DE CONFIANÇA PARA O MANUSEIO e também da automedicação, muito perigosa e que pode acontecer em virtude da quantidade de produto estocado em casa. O paciente cai na tentação de usá-lo sempre que uma dorzinha aparece”, relata o médico superintendente da Associação Paulista para Desenvolvimento da Medicina (SPDM), Dr. Nacime Salomão Mansur. “Com a dispensação de quantidades exatas, o usuário é obrigado a voltar às farmácias hospitalares e, consequentemente, às consultas médicas para garantir um novo lote de produtos. Isso significa mais rigor no tratamento e acompanhamento médico evolutivo”, lembra ele. Além dos ganhos clínicos, a SPDM afirma que o fracionamento trouxe benefícios financeiros e estruturais para os hospitais administrados pela entidade que se adaptaram à norma: “O fracionamento reduziu perdas de medicamentos e, obviamente, trouxe economia nas compras. Esse valor pôde ser investido na melhoria de equipamentos e estruturas, gerando mais agilidade e qualidade de atendimento”, conta o Dr. Mansur. Para aplicar as novas regras, contudo, os hospitais administrados pelo SPDM tiveram de fazer investimentos a curto prazo para atingir os resultados apresentados. Segundo o superintendente da entidade, as unidades de saúde tiveram de contratar farmacêuticos profissionais e especializados para administrar as doses, balanças de precisão, material de armazenamento físico, além de adaptar os espaços para o manuseio dos produtos, conforme manda a portaria da Anvisa sobre o assunto. “Não se trata de uma iniciativa fácil e rápida de aplicar. É preciso de gente especializada, investimento em capacitação e equipamentos para garantir a segurança dos pacientes que estão recebendo. Foram mudanças que aconteceram dentro e fora do hospital, para os pacientes internos e os que continuariam o tratamento em domicílio. Mas a nossa experiência serve para mostrar que os resultados de longo prazo valem a pena e que com planejamento é possível trazer ganhos para toda a cadeia hospitalar”, diz o Dr. Salomão Mansur. Estimativa da Anvisa aponta que 20% dos medicamentos comprados nas farmácias acabam indo para o lixo. Em um ano, R$ 20 bilhões em medicamentos são descartados por algum motivo no Brasil.
Apesar do sucesso, a iniciativa da Secretaria de Saúde de São Paulo e da SPDM não é uma regra no País. Oito anos depois de baixada a norma sanitária normatizando a atividade fracionada, o Sistema Único de Saúde (SUS) não tem uma determinação que obrigue o fracionamento em todas as unidades de saúde pública do País. A maioria dos hospitais já aplica o fracionamento nos pacientes internados e na distribuição para os usuários que voltam para casa depois da internação. Mas muitos postos de saúde e Unidades Básicas de Saúde (UBS) ainda não utilizam o método, mesmo sendo os principais pontos de distribuição de medicamentos gratuitos no Brasil. “Como principal entidade de Saúde no País, o SUS precisa encorajar e aplicar recursos para incentivar o fracionamento na rede pública como um todo. Se o Poder Público não faz uso de uma regra que o beneficia e economiza recursos, não pode cobrar que o setor privado siga o exemplo”, argumenta o Dr. Mansur.
RESISTÊNCIAS À LEI O médico da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina diz que a lei de medicamentos fracionáveis fracassou no setor privado por conta da falta de interesse da indústria no assunto e também devido à falta de adesão das grandes redes de farmácias. Na versão dos empresários, “a indústria farmacêutica é contra a obrigatoriedade prevista no projeto de lei por entender que decretos não resolvem questões complexas como a introdução do fracionamento de medicamentos no Brasil”, afirma nota do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma). Ao contrário do que alega a Anvisa e o Governo, para o sindicato dos fabricantes de medicamentos o fracionamento pode estimular a automedicação e facilitar a introdução de medicamentos falsificados no mercado. Segundo o setor, “o fracionamento não avança porque não há demanda suficiente para alavancar o mercado e incentivar os altos investimentos necessários”. “Isso se dá por razões diversas: baixa procura dos consumidores, poucas encomendas do varejo, falta de hábito e/ou informação de médicos e pacientes”, diz a nota do Sindusfarma sobre o assunto. 2014 JUNHO GUIA DA FARMÁCIA
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ESTIMATIVA DA ANVISA APONTA QUE 20% DOS MEDICAMENTOS COMPRADOS NAS FARMÁCIAS ACABAM INDO PARA O LIXO
Do lado dos varejistas farmacêuticos também não há interesse na aplicação do método de fracionamento das redes de farmácias e drogarias. Para a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), a venda fracionada facilita a falsificação de medicamentos, uma vez que dificulta a rastreabilidade dos produtos. “O suposto benefício econômico da compra de quantidade menor de cápsulas e comprimidos perde todo o sentido frente à falsificação e ao roubo de medicamentos (...) Ao obrigar que o farmacêutico abra a embalagem original e entregue os comprimidos em pequenas embalagens fracionadas, quebra-se todo o ciclo de segurança pretendido, e o próprio selo a ser implantado pela Casa da Moeda perde sua eficiência”, justifica nota pública da entidade. O empresário Edison Tamascia, presidente da Federação das Redes de Farmácias Associativistas (Febrafar), também diz que não encoraja os associados a entrarem no fracionamento. Para ele, a lei não tem sentido prático para o varejista. “A lei não pegou porque não existe interesse econômico. Não sei de quem é a culpa, mas posso dizer que desde o primeiro dia afirmei com todas as letras que essa lei não iria pegar e pessoalmente sempre trabalhei contra ela. Nunca entrei no mérito se a lei exige altos investimentos do empresário para funcionar porque é uma lei furada desde o início”, aponta o empresário. Na opinião do presidente da Associação Brasileira dos Farmacêuticos Proprietários de Farmácia do Brasil (AFPFB) e do grupo Farma&Farma, Rinaldo Ferreira, as críticas 52
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feitas pelas associações varejistas fazem sentido, mas deveriam ser colocadas à prova pelos próprios usuários. “É fato que a intoxicação medicamentosa é um problema de saúde pública e que o fracionamento pode inibir a sobra de medicamentos. O que está por trás é a perspectiva da indústria vender e lucrar menos, à medida que o paciente compra apenas a exata medida do que vai precisar. Ao fazer um boicote declarado, a indústria fere o direito de escolha do paciente”, argumenta Ferreira. O empresário do grupo Farma&Farma diz que no início da portaria da Anvisa, em 2006, os cerca de 150 farmacêuticos proprietários de lojas do grupo se prepararam para ajustar o negócio às exigências da lei, mas foram surpreendidos pela falta de oferta da indústria na fabricação do medicamento em forma fracionável. “O fracionamento tem benefícios de aproximação do paciente com a farmácia e ganhos de marketing para a farmácia, já que exige mais atenção do farmacêutico, cria relação de confiança para o manuseio e gera benefícios econômicos diretos para o paciente que economiza dinheiro. Contudo, a falta de empresas fabricando a medicação de forma fracionável fez com que muitos desistissem da ideia”, conta. De acordo com a Anvisa, apenas 22 laboratórios do Brasil inteiro se dispuseram até hoje a entrar no mercado fracionado de medicamentos. O número é considerado muito baixo para uma lei que vigora há tanto tempo. A Agência não se pronuncia sobre possíveis falhas na negociação da resolução há oito anos. Pelo sim ou pelo não, o Brasil convive com mais uma de tantas normas que apenas no papel trazem benefícios para a população.
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DELIVERY DE MEDICAMENTOS PELA INTERNET REPRESENTA COMODIDADE PARA O CONSUMIDOR E FATURAMENTO PARA FARMÁCIAS
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JOSÉ RICARDO FERREIRA CEO do Grupo Entire Technology Partnerse desenvolvedor do 3Farma 54
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O comércio eletrônico brasileiro faturou R$ 12,74 bilhões no primeiro semestre de 2013, de acordo com o relatório Webshoppers, do e-bit, e a expectativa é de que a arrecadação total chegue a R$ 28 bilhões até o final do ano. O segmento de “Cosméticos e Perfumaria/Cuidados Pessoais/Saúde” ocupa a terceira posição, responsável por uma parcela de 12,2%. Se a projeção se confirmar, os ganhos desse setor devem ultrapassar os R$ 3 bilhões. A grande vantagem da compra pela internet em relação ao telefone é a possibilidade de pesquisar por cada medicamento, verificar indicações e contra-indicações, ler a bula e visualizar remédios similares. Além disso, é possível consultar frete e tempo de entrega. O número é representativo se considerarmos as peculiaridades das lojas virtuais, que sempre favoreceram a venda de itens de uso não tão pessoal, como CDs, DVDs, livros e eletroeletrônicos. O cenário começou a mudar recentemente, com um rápido crescimento nas vendas de roupas, calçados e acessórios, produtos que requerem tempo na escolha e possuem variáveis como tamanho e caimento. O segmento de moda ocupa atualmente o primeiro lugar no e-commerce nacional, responsável por 13,7% do faturamento. O aumento do comércio eletrônico de medicamentos faz parte de uma
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nova fase, influenciada por uma mudança de cultura dos usuários, no qual o serviço de delivery começa a migrar do telefone para a web. Essa tendência foi inaugurada por locadoras de DVDs, seguidas por redes de fast food e chegou até as farmácias. Trata-se de um serviço que preza pela máxima comodidade, importante para quem precisa de um medicamento e pode estar com a saúde debilitada. Por se tratar de produtos que requerem cuidados na utilização, a venda de medicamentos pela internet é regulamentada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e precisam seguir algumas exigências, como a existência de uma loja física e a disponibilização de um farmacêutico on-line para tirar dúvidas sobre posologia e interações medicamentosas. A comercialização de antibióticos e medicamentos tarja preta só pode ser realizada em lojas físicas devido ao rígido controle e retenção da receita médica. Apesar das restrições, o delivery on-line de medicamentos é extremamente eficiente para o usuário, que evita o deslocamento até o local e ganha tempo que despenderia na fila do caixa. Também é lucrativo para a drogaria, podendo representar até 40% de faturamento de um mercado que cresce 15% ao ano e deve arrecadar R$ 100 bilhões em 2017. FOTO: DIVULGAÇÃO
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Onde menos se lê a bula A NÃO LEITURA PODE TRAZER SÉRIOS PREJUÍZOS INDIVIDUAIS E SOCIAIS, SENDO O PRINCIPAL A FALTA DE INFORMAÇÃO SOBRE OS RISCOS QUE DETERMINADO MEDICAMENTO PODE APRESENTAR POR EGL EGLEE LEONARDI LE ONARDI
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Para descobrir os hábitos de leitura da bula e, considerando que ela é de suma importância para o uso racional de medicamentos, o Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico (ICTQ) realizou uma pesquisa que apresenta a relação que o usuário mantém com essa leitura. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), esse documento legal sanitário contém informações técnico-científicas e orientadoras sobre medicamentos. Ele deve ser disponibilizado aos usuários em linguagem apropriada, ou seja, de fácil compreensão, nos estabelecimentos com atividade de dispensação de medicamentos, conforme lei vigente. Esse instrumento traz informações preciosas sobre a ação do medicamento, indicações, riscos, modo de uso, reações adversas, conduta em caso de superdose, cuidados de conservação, posologia e outras informações importantes. Na pesquisa foi perguntado aos entrevistados: “Você sempre lê as bulas dos remédios que consome?”. As respostas estão equilibradas, pendendo para o Sim (53,9%). Os extremos ficam para as capitais de São Paulo (78,2% disseram Não) e Rio de Janeiro (62,4% disseram Não). Do outro lado estão Belém, no Pará (76,8% disseram Sim), e Fortaleza, no Ceará (74% disseram Sim). “Ao cruzarmos os dados fornecidos pelo ICTQ com a Pesquisa Demografia Médica no Brasil (Conselho Federal de Medicina – 2013), podemos
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SÃO PAULO E RIO DE JANEIRO FORAM OS MAIORES ÍNDICES NA RESPOSTA QUE NÃO LÊ A BULA, CONCLUINDO-SE QUE A VIDA AGITADA DA POPULAÇÃO NESSAS GRANDES METRÓPOLES INFLUENCIA, DE MANEIRA NEGATIVA, NA OBTENÇÃO DE INFORMAÇÕES DETALHADAS SOBRE OS MEDICAMENTOS CONSUMIDOS verificar que os Estados do Rio de Janeiro e São Paulo estão entres os três entes federativos de maior concentração de médicos do País, ocupando, respectivamente, o segundo e o terceiro lugares, atrás apenas do Distrito Federal”, fala o professor do ICTQ e farmacêutico, Leonardo Doro Pires. Diante disso, Pires afirma que nas regiões onde existe maior disponibilidade desses profissionais da saúde e, consequentemente, maior acesso aos serviços médicos, o hábito de leitura da bula é menor, o que pode indicar a possibilidade de que nesses Estados os usuários conseguem, de alguma forma, acessar as informações básicas sobre a medicação em contato direto com os prescritores. Já o Pará e o Ceará estão entre os sete que possuem menor concentração de médicos per capita no País, sendo o Pará o penúltimo colocado, gerando indícios de que o hábito de leitura das bulas pode ter alguma correlação com a carência de acesso a serviços de saúde, levando ao desenvolvimento de hábitos de automedicação. Para o diretor de Pesquisa do ICTQ, Marcus Vinicius de Andrade, é fundamental entender o papel do farmacêutico nesse processo, pois ele é o profissional da saúde que consegue ter contato com o paciente no momento da aquisição do medicamento. “A relevância desse estudo se dá porque o serviço de atenção farmacêutica tornou-se uma importante ferramenta de conscientização sobre o uso racional de medicamentos e de melhoria da qualidade de vida do paciente. A leitura e compreensão da bula é parte desse processo e deve ser incentivada”, fala o executivo. Segundo pesquisas promovidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a bula é dirigida a dois tipos de leitores – o profissional de saúde e o paciente – e em ambos os casos ela apresenta problemas. A bula dirigida aos profissionais de saúde tem falhas em relação a pouca informação do conteúdo. Por outro lado, na bula dirigida ao paciente (o leigo) identificam-se problemas que dificultam a sua leitura e compreensão, principalmente com relação ao tamanho da letra (muito pequeno), ao excesso de informação e de termos técnicos, frases longas, complexas e confusas, excesso de nominalização e uso predominante da voz passiva. Por conta disso o presidente do Conselho Científico
do ICTQ e ex-presidente da Anvisa, Dirceu Raposo de Mello, em sua gestão à frente da Agência criou o Guia de Redação de Bula (2009). O documento padroniza de forma ampla as regras de redação de todo o conteúdo das bulas, e deve ser seguido pelas indústrias farmacêuticas no momento de sua confecção. No cerne da orientação da Agência reguladora, pode-se verificar que as bulas devem conter impreterivelmente dois tópicos: bula para o paciente e para o profissional de saúde. Isso deixa claro que a Anvisa entende que tanto o paciente quanto o profissional da saúde devem ler, cuidadosamente, o documento pertinente ao medicamento que está sendo receitado ou dispensado. Para Pires, o farmacêutico deve atuar como incentivador da prática dessa leitura por parte dos usuários, fomentando, assim, o uso racional de medicamentos.
FALTA DE TEMPO O estudo do ICTQ mostra ainda que, dos que não leem a bula, a falta de tempo foi a justificativa de maior índice (38,1%). Como São Paulo e Rio de Janeiro foram os maiores índices na resposta que não lê a bula, conclui-se que a vida agitada da população nessas grandes metrópoles influencia, de maneira negativa, na obtenção de informações detalhadas sobre os medicamentos consumidos. Para Pires, essa pesquisa reforça a importância da oferta de serviços de atenção farmacêutica nos pontos de dispensação. O segundo lugar ficou para a justificativa de que os usuários não entendem o que está escrito na bula (23,9%), o que evidencia uma real necessidade de melhorar a linguagem presente nos documentos relativos ao medicamentos comercializados no Brasil, que trazem muitas vezes textos de cunho estritamente técnico, dificultando a compreensão por parte do usuário final. De acordo com a professora titular e farmacêutica responsável pela Farmácia Escola da Universidade de São Paulo (USP), Maria Aparecida Nicoletti, a vida na cidade tem um ritmo frenético no qual o tempo é o fator limitante considerando a dificuldade que a população enfrenta quanto à locomoção e a outras situações que a cidade impõe. “Acredito que as pessoas em qualquer situação façam uma 2014 JUNHO GUIA DA FARMÁCIA
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LEITURA DA BULA Escolha única: Você sempre lê as bulas dos remédios que consome?
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RECIFE
SALVADOR
SÃO PAULO
PORTO ALEGRE
FORTALEZA
BELÉM
BELO HORIZONTE
RIO DE JANEIRO
GOIÂNIA
MANAUS
SIM
53,90%
60,90%
58,00%
65,70%
81,70%
21,80%
53,00%
74,00%
76,80%
64,00%
37,60%
62,00%
72,00%
NÃO
46,10%
39,10%
42,00%
34,30%
18,30%
78,20%
47,00%
26,00%
23,20%
36,00%
62,40%
38,00%
28,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
BRASIL
BRASÍLIA
CIDADES
TOTAL 100,00%
Múltipla escolha: Se não lê, por quê?
CURITIBA
RECIFE
SALVADOR
SÃO PAULO
PORTO ALEGRE
FORTALEZA
BELÉM
BELO HORIZONTE
RIO DE JANEIRO
GOIÂNIA
MANAUS
Não entendo o que está escrito
23,90%
0,00%
16,70%
0,00%
22,20%
23,30%
16,70%
55,60%
33,30%
0,00%
27,30%
5,60%
60,00%
As letras são pequenas
17,20%
0,00%
16,70%
25,00%
11,10%
27,90%
16,70%
11,10%
0,00%
20,00%
9,10%
22,20%
0,00%
Falta de tempo
38,10%
50,00%
50,00%
50,00%
55,60%
39,50%
33,30%
0,00%
66,70%
20,00%
45,50%
33,30%
20,00%
15,70%
50,00%
16,70%
25,00%
11,10%
9,30%
16,70%
22,20%
0,00%
60,00%
9,10%
27,80%
0,00%
5,20%
0,00%
0,00%
0,00%
0,00%
0,00%
16,70%
11,10%
0,00%
0,00%
9,10%
11,10%
20,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
BRASIL
BRASÍLIA
CIDADES
O texto é muito grande Não tenho interesse no texto Outros
Fonte: ICTQ
estimativa do tempo que demorará para realizar determinada atividade e, portanto, como a bula normalmente apresenta inúmeras informações, as pessoas acham que dispenderiam muito tempo na leitura. Já no Rio, a característica da população é mais descontraída e, com uma cidade que oferece tanta beleza, acredito que a população prefira utilizar o tempo em outras atividades”, comenta ela. A especialista destaca, com relação às respostas de quem não entende o que está escrito na bula, que a educação em saúde é necessária e precisa ser intensificada. Normalmente, 58
a população não tem informação sobre o malefício ou benefício dos medicamentos. A segurança do paciente tem sido uma tônica muito discutida em nível mundial e a educação em saúde da população é essencial para um desfecho terapêutico favorável porque o indivíduo tem responsabilidade no processo de recuperação da saúde. A professora acredita que a questão do entendimento do que está descrito em bula é importante para o usuário do medicamento fazer seu uso racional. “Certamente, o farmacêutico no momento da dispensação poderá fazer um
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PESQUISA
ótimo trabalho na educação em saúde ao usuário de medicamento com as orientações necessárias para a utilização com segurança e efetividade, no esclarecimento das dúvidas em relação às orientações descritas em bula e evidenciando a responsabilidade do indivíduo no processo”, ressalta ela. Já para Pires, entre o perfil daquelas pessoas que não leem a bula, os dados mais alarmantes da pesquisa estão entre os jovens (51%), seguidos dos adultos acima de 55 anos (49,7%). O fato de o jovem brasileiro se interessar pouco pela leitura das bulas demonstra a necessidade de conscientização sobre o uso racional de medicamentos nas escolas. No caso dos idosos, os dados são ainda mais preocupantes quando se correlaciona essa informação com o maior índice de politerapia medicamentosa observado nesse recorte populacional, podendo levar a maiores incidências de interações medicamentosas, muitas vezes já informadas nas bulas dos medicamentos. Em termos de escolaridade, as pessoas que possuem nível fundamental se destacaram por não lerem a bula (49,8%). O nível de renda da classe C também apresentou dados preocupantes (48,1%). Esses resultados mostram que o acesso à educação tem ligação direta com o uso racional de medicamentos e, consequentemente, com a busca por informações que podem diminuir os riscos inerentes ao consumo desses
METODOLOGIA DO ESTUDO A pesquisa realizada pelo ICTQ é quantitativa, com abordagem pessoal e individual dos entrevistados. Foi realizada em pontos de fluxo populacional, mediante aplicação de questionário com, em média, 12 minutos de duração. A checagem foi simultânea (in loco) e também posterior à coleta de dados (telefônica) cobrindo, no mínimo, 20% do material de cada pesquisador. O universo pesquisado incluiu homens e mulheres, com 16 anos ou mais, que consomem medicamentos. Foram abordadas 1.480 pessoas entre os dias 25 de março e 3 de abril de 2014. O estudo foi aplicado em 12 capitais brasileiras: Goiânia (GO), Brasília (DF), Manaus (AM), Belém (PA), Fortaleza (CE), Recife (PE), Salvador (BA), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR) e Porto Alegre (RS).
60
produtos. O baixo nível de escolaridade e a falta de acesso ao ensino de qualidade são fatores limitantes para a leitura e compreensão das informações presentes nas bulas, muitas vezes de difícil entendimento para o público geral. Para a professora Maria Aparecida, as pessoas com escolaridade maior normalmente são mais exigentes e buscam dados para assegurar a utilização do bem adquirido. “As informações descritas em bula para as pessoas com menor índice de escolaridade tornam-se de difícil entendimento porque são dados que não fazem parte do cotidiano. Esses indivíduos, muitas vezes, não têm conhecimento do próprio corpo, o que poderá ser evidenciado a partir das perguntas realizadas aos Serviços de Atendimento ao Consumidor (SAC) das indústrias farmacêuticas, por exemplo”, alerta ela.
OUTROS MOTIVOS O estudo aponta ainda que no quesito que indica o motivo pelo qual as pessoas não leem a bula, separado por perfil, há os seguintes destaques: homens e mulheres alegam não ter interesse em ler o documento, assim como as pessoas de 25 a 40 anos e os que cursam o ensino médio. “A falta de tempo é uma realidade para quem vive em metrópole. O período gasto no deslocamento torna-se um estresse diário e as pessoas selecionam as atividades a serem realizadas no curto tempo que lhes sobra e, certamente, ler a bula de medicamentos não é uma ação preferencial. A classe B tem um padrão mais elevado de vida e, muitas vezes, há conciliação de mais de uma fonte de renda para a manutenção do padrão, então, acredito que a rotina diária das inúmeras atividades que necessitam ser executadas é a prioridade”, comenta a farmacêutica. Com o conhecimento das informações descritas o usuário tem um aprendizado mais amplo sobre as consequências do uso indevido de medicamentos, bem como situações importantíssimas relacionadas às possíveis interações medicamentosas e contraindicações. Para Maria Aparecida a administração errônea de medicamentos traz prejuízos tanto na esfera pessoal do usuário do medicamento quanto ao sistema público de saúde, considerando que os recursos são escassos e várias situações na administração correta de medicamentos evitariam o ônus público em saúde, como as inúmeras interações que ocorrem devido ao uso irracional de medicamentos. “Todos nós, da área da saúde, temos um papel de relevância na educação. O medicamento tem de estar vinculado à educação em saúde para a segurança de todos e, como consequência, para a diminuição dos gastos envolvidos”, fala a professora.
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PESQUISA
VOCÊ SEMPRE LÊ A BULA DOS REMÉDIOS QUE CONSOME? Escolha única: Você sempre lê as bulas dos remédios que consome? – O perfil de quem não lê:
DE 25 A 40 ANOS
DE 41 A 55 ANOS
56 OU MAIS
FUNDAMENTAL
MÉDIO
SUPERIOR
ATÉ R$ 2.034,00
DE R$ 2.035,00 ATÉ 6.780,00
DE R$ 6.781,00 ATÉ 13.560,00
ACIMA DE R$ 13.560,00
NÃO SABE OU NÃO QUER RESPONDER
RENDA
DE 16 A 24 ANOS
SUPERIOR
FEMININO
IDADE
MASCULINO
SEXO
SIM
54,5%
56,9%
49,0%
56,9%
56,5%
50,3%
50,2%
51,7%
57,3%
57,0%
51,9%
69,6%
56,7%
43,7%
NÃO
45,5%
43,1%
51,0%
43,1%
43,5%
49,7%
49,8%
48,3%
42,7%
43,0%
48,1%
30,4%
43,3%
56,3%
100,00%
100,00%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
TOTAL 100,00%
Múltipla escolha: Se não lê, por quê? – Perfil
DE 25 A 40 ANOS
DE 41 A 55 ANOS
56 OU MAIS
FUNDAMENTAL
MÉDIO
SUPERIOR
ATÉ R$ 2.034,00
DE R$ 2.035,00 ATÉ 6.780,00
DE R$ 6.781,00 ATÉ 13.560,00
ACIMA DE R$ 13.560,00
NÃO SABE OU NÃO QUER RESPONDER
RENDA
DE 16 A 24 ANOS
SUPERIOR
FEMINIO
IDADE
MASCULINO
SEXO
Não entendo
14,0%
18,5%
10,7%
15,3%
24,2%
21,1%
25,5%
20,6%
8,1%
21,2%
15,5%
11,8%
0,0%
12,6%
Letras pequenas
15,6%
21,5%
10,2%
13,2%
24,2%
46,1%
28,3%
18,0%
13,8%
23,6%
13,8%
5,9%
27,3%
18,6%
17,4%
18,5%
15,6%
23,0%
23,5%
6,6%
5,7%
12,9%
29,3%
12,8%
17,2%
35,3%
27,3%
26,9%
21,5%
14,8%
29,3%
14,5%
11,4%
2,6%
8,5%
16,9%
21,6%
15,3%
22,2%
5,9%
0,0%
15,6%
28,3%
23,5%
31,1%
33,6%
12,9%
14,5%
23,6%
30,1%
24,7%
24,1%
27,6%
41,2%
18,2%
25,1%
Outros
3,1%
3,4%
3,1%
0,4%
3,8%
9,2%
8,5%
1,5%
2,5%
3,0%
3,8%
0,0%
27,3%
1,2%
TOTAL
100,00%
100,00%
100,00%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
Falta de tempo Texto muito grande Não tenho interesse
Fonte: ICTQ
Para Pires, no Brasil, criou-se o hábito de banalizar o consumo de medicamentos isentos de prescrição médica (MIPs), levando ao conceito, totalmente equivocado, de que esses produtos não possuem reações adversas ou não podem oferecer riscos aos usuários. Erros comuns como superdosagens, subdosagens, associações não indicadas e armazenagem inadequada de medicamentos poderiam ser evitados 62
caso os usuários realmente avaliassem as informações referentes aos medicamentos que estão utilizando. “Cabe ao farmacêutico combater a automedicação e, no dia a dia da sua atuação profissional, buscar formas de conscientizar a população da importância da leitura da bula, como instrumento de fomento para o uso racional de medicamentos”, finaliza o farmacêutico.
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CORPORATIVO
O impacto do e-Social SETOR FARMACÊUTICO DEVE SE ORGANIZAR PARA ATENDER AS EXIGÊNCIAS DA INOVAÇÃO. O OBJETIVO É NÃO SER PUNIDO POR FALTA DE INFORMAÇÃO, ATENÇÃO OU TEMPO
M
DR. PEDRO OLIVEIRA CEO da Sevilha Contabilidade, também é palestrante de temas como gestão corporativa e contabilidade, além de autor de best-sellers 64
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Muito se tem falado por aí a respeito do e-Social instituído pelo Governo Federal em procedimento interministerial que envolve, especialmente, a Receita Federal do Brasil, o Ministério do Trabalho e Emprego e a Caixa Econômica Federal. Você, por exemplo, do segmento farmacêutico, pode ter a visão equivocada de que: minha contabilidade, meu advogado ou minha área de Recursos Humanos cuidará disso, sem necessidade de que o restante da empresa se envolva. Tome cuidado, esse tipo de atitude pode levá-lo a grandes problemas. O e-Social representa uma importante mudança na forma de como empresas vão se relacionar com seus trabalhadores e com os órgãos do Governo. Lembre-se: o e-Social não introduz nenhuma modificação na legislação trabalhista, previdenciária ou de fundo de garantia, mas introduz a possibilidade para que o Governo seja capaz de monitorar, em tempo real, se as empresas estão ou não cumprindo as obrigações já previstas na lei. Com o novo sistema, passa a ser necessária a transmissão, eletronicamente, da informação da admissão de um trabalhador, com todos os seus dados cadastrais, até no máximo a véspera do início da prestação dos seus serviços. Quem não fizer fica sujeito à multa de R$ 1.500,00. Outro ponto importantíssimo para que todos fiquem atentos é que os órgãos do Governo envolvidos no e-Social
2014
utilizam controles diferentes para identificar os trabalhadores. A Receita Federal usa o Cadastro de Pessoa Física (CPF), enquanto o Ministério do Trabalho e a Caixa Econômica Federal acabam utilizando o Programa de Integração Social (PIS). Todas as empresas, antes de iniciarem o e-Social, precisam realizar um processo de Qualificação Cadastral, que consiste em transmitir um arquivo eletrônico, para análise do Governo, contendo todos os dados dos trabalhadores. É grande o número de indivíduos com mais de um número de PIS e, nesse caso, o sistema irá solicitar que a empresa o oriente a comparecer à Caixa Econômica para regularizar a situação antes de iniciar o uso do sistema. Atualmente, as empresas do setor farmacêutico controlam em seus arquivos cerca de 100 dados de cada trabalhador, informações como nome, endereço, CPF, entre outras. O e-Social passa a exigir uma quantidade muito maior de dados – cerca de 160. Campos como data de emissão do RG que antes não constavam nos cadastros passarão a existir. Com isso, as empresas precisarão solicitar diversas informações adicionais a seus trabalhadores, tudo antes da entrada em vigor da obrigação. A grande preocupação do setor agora é se organizar para atender as exigências do e-Social e não cair em multas “bobas” por falta de atenção e tempo hábil. FOTO: DIVULGAÇÃO
21/05/14 12:17
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ASSOCIATIVISMO
PARCERIA ENTRE FEBRAFAR E IMS HEALTH REVELA NÚMEROS A RESPEITO DO DESEMPENHO DO ASSOCIATIVISMO NO VAREJO FARMACÊUTICO POR FLÁVIA CORBÓ
A
Modelo de sucesso
A agressividade das grandes redes é dificil de ser combatida em pé de igualdade, mas a Federação Brasileira das Redes Associativistas de Farmácias (Febrafar) está disposta a entrar na briga. Para isso, se aliou a um companheiro de peso: IMS Health. Fundada em 1954, a entidade monitora o setor farmacêutico mundial por meio de 29 mil fornecedores de dados espalhados ao redor do mundo. No Brasil, são mais de 630 informantes regulares, que conseguem cobrir 98% do mercado. Em meio à avaliacão de tamanha quantidade de dados, o IMS Health pode perceber a força que o associativismo representa no varejo farmacêutico, mas, além disso, detectou grandes possibilidades ainda não exploradas por esse modelo de negócio. Ao se juntarem, IMS e Febrafar pretendem dar maior visibilidade ao associativismo e mostrar ao mercado o quão rentável pode ser investir nesse canal.
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É possível notar a representatividade do associativismo diante da análise de dados gerais sobre o varejo farmacêutico no País. No ano passado, foram vendidos mais de R$ 2,9 bilhões de unidades de produtos nas farmácias, o que representa um crescimento médio de 13% do mercado. A Febrafar participou com 11,6% do total de vendas, avançando 17% entre 2012 e 2013. O crescimento foi maior do que o das grandes redes e das independentes, que evoluíram 12,5% e 12,8%, respectivamente. Na análise do preço de compra da farmácia (PTT) o cenário segue favorável aos associativistas. Enquanto o setor avançou como um todo 14,8% entre 2012 e 2013, a Febrafar cresceu 18,7%. Além de manter-se acima da média, superou também o desempenho das grandes redes (15,2%) e das independentes (13,3%). Boa parte desse desempenho deve-se aos ganhos em volume obtidos pelas farmácias associadas à Febrafar nos últimos anos. Entre 2011 e 2012, foi registrado um crescimento de 16%. De 2012 para o ano passado, 15%. FOTO: SHUTTERSTOCK
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AS CATEGORIAS DE CUIDADOS PESSOAIS, ATENÇÃO AO PACIENTE E NUTRICIONAL REPRESENTAM R$ 28 BILHÕES NO CANAL FARMA De acordo com o diretor de relacionamento com provedores de informações do IMS Health, Eduardo Rocha, o desenvolvimento baseado em volume é sustentável e é o que melhor se aplica à realidade do varejo farmacêutico nacional. “Estamos em um País onde o controle de preço de medicamento impede que se tenha um grande ganho em cima do preço. Novas lojas podem trazem crescimento, mas fica por volta de 2%. O grande ganho está mesmo no aumento de volume de vendas”. E quem souber trabalhar bem tem grandes chances de se benificiar com o momento, marcado pelo aumento do acesso ao consumo da população.
DESENVOLVIMENTO NACIONAL Além do bom desempenho econômico, a força do modelo associativista pode ser afirmado pela presença em território nacional. As 8,645 mil lojas ligadas à Febrafar estão presentes em 2 mil municípios e cobrem uma população de 83 milhões de habitantes – quase metade da população brasileira. O Sudeste ainda representa grande parte dos negócios da Febrafar, com 52% das farmácias, mas a presença em outras regiões já é significativa. Somente no Nordeste estão situados 25% dos associados. Já a região Sul concentra 17% das lojas, o Centro-Oeste 8%, Norte 5%. E, apesar da prevalência de lojas no Sudeste, são outras regiões que se expandem com maior efetividade. Em 2013, os associativistas situados no Norte do País cresceram 44% e os do Centro-Oeste, 35%. Ambas as localidades apresentaram melhor resultado do que a região mais rica do País, que registrou 22% de avanço. Para Eduardo Rocha, o comportamento das redes da Febrafar, que parecem estar, aos poucos, voltando
atenção para outros locais que não os grandes centros, está de acordo com as necessidades do País. “O Brasil deixou de ser um País em que somente as regiões Sul e Sudeste crescem, para ser um País que consegue avançar continentalmente. Esse é o grande desafio econômico do nosso tempo. Nós temos que ser grandes de Norte a Sul, Leste a Oeste.” Em função do espaço que ainda há para ser conquistado fora dos grandes centros, é lá que se concentram grandes desafios e oportunidades para o crescimento do varejo farmacêutico. Mas ainda que no Sul e Sudeste haja uma aglomeração de pontos de venda (PDVs) e uma concorrência muito acirrada, ainda existe espaço para crescer, segundo o IMS Health. Os cinco maiores estados do País – São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul – concentram praticamente 64% da demanda nacional e a Febrafar tem representatividade de 47% nessas mesmas localidades. “Está um pouco descolada, ainda tem bastante coisa para conquistar”, garante Rocha. O estudo que o IMS Health fez a respeito do potencial do modelo de negócio associativista inclui também uma análise do poder de compra do brasileiro, segmentado por classes sociais. Para isso, a consultoria dividiu a população brasileira em dez categorias, segundo a renda familiar: A1, A2 (alta renda); B1, B2 (média alta renda); C1, C2 (média renda); D1, D2 (média baixa); E1, E2 (baixa). Em seguida, foi comparada a representatividade de cada camada social com o número de PDVs dos associativistas. A análise do perfil de renda dos clientes das lojas Febrafar mostrou que 2,6 mil PDVs atingem a faixa de renda altíssima. A importância dessa camada social é de 15%, com crescimento de 9,6%, entre 2012 e 2013. A classe média alta tem relação com 8,5 mil PDVs e participa com praticamente 30% das vendas e registra crescimento de 12%. As faixas de média e média baixa renda foram analisadas juntas, pois correspondem a mais de 40 mil PDVs e praticamente 50% da renda. “Em seguida, aparece a classe de baixa renda, com 20 mil PDVs e 10% da renda. Ou seja, média, média baixa e baixa representam 60% de toda a renda disponível no Brasil”, explica Rocha. Essa é uma boa notícia para a Febrafar. “Onde a entidade é mais forte é que está a maior parte da renda. As grandes redes têm dificuldades de chegar a esses rincões.” 2014 JUNHO GUIA DA FARMÁCIA
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ASSOCIATIVISMO
DINÂMICA DE EVOLUÇÃO DO VAREJO FARMACÊUTICO Independentes Redes Febrafar
AS LOJAS ASSOCIADAS À FEBRAFAR APRESENTAM CRESCIMENTO SUPERIOR AO MERCADO NOS 2 ÚLTIMOS ANOS MERCADO FARMACÊUTICO VAREJO (BILHÕES DE UNIDADES) 2011
43,5%
2012
42,8%
2013
42,7%
45,9%
10,6% 2,3
11,4%
11,3% 2,5
45,9% 45,7%
11,6% 2,9
13,1%
CRESCIMENTO 13 X 12 FEBRAFAR ................+17,0% REDES ........................+12,5% INDEPENDENTES ...+12,8%
MERCADO FARMACÊUTICO VAREJO (R$ BILHÕES À PREÇO PPP) 2011
36,8%
2012
35,6%
2013
35,1%
8,7% 29,1
54,5%
11,0%
9,1% 32,3
55,2% 55,4%
9,5% 37,1
14,8%
CRESCIMENTO 13 X 12 FEBRAFAR ................+18,7% REDES ........................+15,2% INDEPENDENTES ...+13,3%
FEBRAFAR APRESENTA CRESCIMENTO SÓLIDO, ATRELADO AO AUMENTO DE VOLUME NOS ÚLTIMOS 2 ANOS EVOLUÇÃO DE VENDAS EM R$ PPP (2011 VS 2012) MERCADO
0%
2% 11% 2% 17%
-1% 16%
FEBRAFAR REDES INDEPENDENTES
9%
-2%
9%
1%
3%
9%
1% 8%
13%
Preço médio Volume Abertura/fechamento de loja +˜500 LOJAS +˜400 LOJAS
EVOLUÇÃO DE VENDAS EM R$ PPP (2012 VS 2013) MERCADO
11%
FEBRAFAR
15%
REDES
10%
3%
INDEPENDENTES
11%
1% 2% 13%
2%
2% 15%
% de lojas Febrafar 2% 2% 19% Redes Independentes 2% 15%
2011 10,4 11,9 77,7
2012 10,9 13,0 76,1
2013 11,1 13,6 75,4
PDVs independentes perdem espaço em vendas e lojas
Fonte: Estudo de Distribuição do Varejo Farmacêutico – PMB – IMS Nota: As lojas Febrafar consideradas se referem ao cadastro mais atualizado da associação; considera-se Rede bandeiras com mais de 6 lojas; PPP = Pharmacy Purchase Price
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ASSOCIATIVISMO
PREVISÕES DE MERCADO Grandes redes seguem com planos de abertura de novas lojas, porém com desafios: • Encontrar bons pontos em cidades grandes. • Desenvolver formatos apropriados à cidades menores. • Novo Player com novo modelo de Negócio (EXTRAFARMA/GRUPO ULTRA). • Entrada de capital estrangeiro no varejo (compra da Onofre pela CVS). Independentes, médias e pequenas redes buscam diferentes tipos de modelos para ganhar poder de barganha e eficiência no negócio: • Consolidação do Canal Associativista. • Especialização como forma de capturar clientela segmentada – por exemplo: Diabetes, Manipulação, Personal & Beauty Care, Espaço do idoso, Nutricionais etc. • Modelos com foco em nichos específicos (ex: Farmácia Ultrapopular). Regulamentação segue sendo um debate com possíveis impactos significativos: • Rastreabilidade, intercabialidade, logística reversa, exigência de receituário médico (Port. 185). • Adequação do portfólio ao perfil da loja e à velocidade de giro do produto deve direcionar as negociações de espaço. Espera-se maior resistência ao cadastramento de novos produtos e/ou recadastramento frente ao aumento das reposições automáticas de estoque.
N T E Ú DO
XT
E
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Nos Estados Unidos, isso chega a mais de 50%”, alerta Rocha. Inclusive as independentes saem um pouco na frente, ao dedicaram 19% dos sortimento a essas categorias. Enquanto as associativistas estão perdendo oportunidades na escolha do sortimento, muitas acertaram ao adotar o Farmácia Popular em seus PDVs. Praticamente metade das lojas (4,059) da Febrafar aderiram ao programa, que, atualmente, conta com quase 24 mil lojas e dispensa 150 milhões de unidades. A Febrafar tem 17% de participação, contra 39% das grandes redes e 44% das independentes. As associativistas participantes do programa alcançaram um crescimento de 54% nas vendas, entre 2012 e 2013. Já as que estão de fora não passaram dos 20%. Conforme apontam os dados, o programa ajuda, inclusive, nas vendas de produtos fora da lista de descontos. As lojas que possuem farmácia popular tiveram uma evolução de 13% em relação aos produtos que não estão no programa, enquanto as demais farmácias cresceram 10%.
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Nas inúmeras pesquisas de mercado que o IMS Health realiza, uma das tendências mais fortes detectadas pelo canal é a de que a farmácia deixou de ser um ponto de venda para tornar-se um canal de saúde e bem-estar. Essa visão mudou por completo o comportamento do consumidor e deve influenciar diretamente nas escolhas do varejista. “O canal de saúde e bem-estar é completamente diferente daquele comportamento tradicional da farmácia, mais soturna, que as pessoas entram por obrigação para comprar medicamento”, destaca Rocha. O principal impacto dessa mudança de visão é no sortimento. Hoje em dia, as categorias de cuidados pessoais, atenção ao paciente (curativo, bandagem, medidores de pressão, fraldas geriátricas) e nutricional (multivitamínicos, fórmulas infantis, adoçantes, barras de ceral) representam R$ 28 bilhões de reais. Cerca de 14% é correspondente a cuidados pessoais, que participa com R$ 10 bilhões, o trato ao paciente surge com R$ 3,3 bilhões e nutricional que corresponde a R$ 1 bilhão. O ponto de alerta é que o sortimento das lojas da Febrafar não refletem a nova realidade. No mercado em geral, 30% do volume vendido é de não medicamento. No entanto, nas redes associativistas apenas 17% do sortimento é composto por não medicamento. “Olha o tamanho desta oportunidade. Se olharmos as grandes redes, 40% das vendas já são de cuidados pessoais, ao paciente e nutrição.
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ERROS E ACERTOS
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COMPETITIVIDADE
Prevenção de perda POR QUE TEM SE FALADO TANTO NO ASSUNTO NOS ÚLTIMOS DOIS ANOS?
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LUIZ FERNANDO SAMBUGARO Diretor de Comunicação da Gunnebo Gateway Brasil 72
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A mais recente pesquisa, realizada pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar) junto à Nielsen, avaliou a situação do pequeno e médio varejo, com destaque especial ao segmento farmacêutico. Os números mostraram o índice geral de perdas: 1,96% sobre o faturamento. Os índices referentes às farmácias atingiram, na pesquisa, 0,33% de perdas sobre o faturamento. Dado relacionado ao segmento dos grandes varejistas, os quais já possuem alguma estrutura de prevenção de perdas. Por outro lado, o percentual relacionado ao pequeno e médio varejo de farmácia foi de 4,6%. Alguns desafios do varejista para cumprir suas metas com os resultados, como a redução das perdas: 1. Fazer da prevenção de perdas estratégia e não apenas administração. Isso só pode ser decidido pela presidência da empresa ou qualquer um que seja seu principal gestor. E, a partir deste, todos os demais funcionários se engajarem e cumprirem as normas e os procedimentos inerentes ao tema. 2. Conseguir a participação de todos os colaboradores. É fator primordial para o sucesso de qualquer estratégia de controle de perdas. Isso só se consegue com programas adequados, mas principalmente respeito ao funcionário, pois esse item é um dos maiores fatores de redução ou do aumento do furto interno ou da conivência com fatores externos. 3. Sazonalidade. Como as lojas se preparam para cada evento ou data comemora-
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va, a prevenção de perdas deve seguir essa mesma tendência. Estratégia e intensidade diferentes, para cada data específica. 4. Vá além do âmbito prevenção de perdas, restrito de sua empresa. Como? Muito simples. Sua empresa deve participar de associações no segmento a que pertence, das entidades ligadas à prevenção de perdas, participar de pesquisas que as ajudam a conhecerem seu próprio desempenho e a identificar problemas e soluções comuns. 5. Tecnologia. Hoje, ninguém, consciente e conhecedor do mercado de prevenção de perdas, pode alegar a indisponibilidade de tecnologia e de empresas altamente qualificadas. 6. Profissional adequado. A. Muitas empresa não vêem o profissional de prevenção de perdas e sua área de atividade com real importância. Não seja esse tipo de empresa! O retorno sobre o investimento com esses profissionais é maior que a área comercial. B. É necessário que ele possua um conhecimento geral da estratégia da empresa. C. A visão de um profissional de prevenção de perdas contribuirá, sem dúvida, para a redução significativa das perdas e, por consequência, para a lucratividade. Normas, procedimentos e tecnologias de nada adiantam nas mãos de pessoas erradas. Enquanto o investidor varejista não se conscientizar de que prevenir perdas é tão importante quanto organizar as vendas, o ladrão, segundo maior beneficiário do seu investimento, agradece. FOTO: DIVULGAÇÃO
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ESTUDO
Sentir dor não é normal A DOR É SINAL DE QUE ALGO NÃO VAI BEM NO ORGANISMO. OS SINTOMAS ESTÃO NO COTIDIANO E É ESSENCIAL SABER A DIFERENÇA ENTRE A DOR CRÔNICA E A AGUDA PARA BUSCAR O TRATAMENTO POR VIVIAN LOURENÇO
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Qualquer dor já é motivo para tirar o sono de uma pessoa. E, dependendo do local que dói, acaba prejudicando a rotina da vida cotidiana e a mais fácil das tarefas se torna um obstáculo a ser ultrapassado até que a pessoa deixe de realizar ações simples e cesse o convívio social. Não é raro que esses episódios se repitam com frequência, porém sentir dor por um longo período pode fazer com que a pessoa se torne incapaz. É por esse motivo que, apesar de muitos pensarem da mesma maneira, sentir dor não é normal. Para fazer esse alerta e conscientizar tanto os profissionais da saúde quanto os pacientes, a Mundipharma, em parceria com a Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED), realizou uma pesquisa que mapeou o comportamento da população sobre os diferentes tipos de dor, assim como as medidas tomadas para combatê-los. Foram entrevistadas 801 pessoas, em 11 capitais das 5 regiões brasileiras. Aproximadamente um terço dos entrevistados pratica atividades físicas, proporção semelhante à obtida nas pesquisas realizadas por outras instituições a esse respeito. Entre os que praticam, 65% declaram se exercitar três ou mais vezes por semana. O estudo apontou que as dores de cabeça afligem pouco mais de 80% dos brasileiros. Distantes, mas ainda assim atingindo quase 50% dos entrevistados, aparecem as dores nas costas e nos membros inferiores. Também foi relevante o lugar ocupado pelas dores musculares. Não houve citações do tipo “nunca senti dor”. Dos entrevistados, 65% afirmaram que sentem uma dor específica e 11% que a sentem continuamente; 80% declararam não estar fazendo nenhum tratamento, sendo que a medicação (66%) e a fisioterapia (25%) são os controles mais realizados para a dor. Desse total, 60% acreditam que a consulta médica pode resolver o problema, 25% confessaram se automedicar e 11% dos entrevistados simplesmente ignoram o problema e não fazem nada. 76% afirmaram que a dor interfere na rotina diária. Porém, apenas 37% declararam não saber que existe medicação para tratar a dor crônica e 70% declararam não ser normal sentir dor.
SINAIS E SINTOMAS DE DOR CRÔNICA • mobilidade e suas possíveis consequências ao sistema musculoesquelético. • Depressão do sistema imune e susceptibilidade a doenças secundárias. • Dist rbios do sono. • ueda de apetite e desnutrição. • Dependência de medicação. • Superdependência na família e de outros cuidadores próximos. • Sobreuso ou uso inapropriado de cuidadores e do sistema de saúde. • ueda de produção no trabalho, incapacidade. • Ansiedade e medo. • Amargura, frustração, depressão e suicídio.
DOR CRÔNICA X DOR AGUDA O que muitos pacientes com dores não sabem é que existem diferentes tipos de dores. A dor aguda é recente e serve como sinal de alerta e se torna muito importante para o quadro clínico. Já a dor crônica é aquela que persiste por mais de seis meses; a aguda pode ser controlada e a crônica ainda é um desafio, já que o tratamento é totalmente diferente; ela é física e emocional e afeta por volta de 20% a 30% da população brasileira. Uma primeira grande demarcação entre os tipos clínicos de dor é a diferenciação entre dor aguda e dor crônica. A dor aguda em geral é acompanhada de manifestações predominantes de ansiedade, e de comportamentos mais específicos em busca de alívio da dor, enquanto a crônica frequentemente está associada a manifestações depressivas e a comportamentos muito mais complexos. A dor aguda, portanto, está cumprindo uma função adaptativa, sendo um poderoso sinal de alarme de que algo não está bem no organismo. De acordo com o presidente da SBED, Dr. José Tadeu Tesseroli de Siqueira, a dor aguda é recente e funciona como um alerta, promovendo a cicatrização de qualquer área machucada. Embora ela seja desagradável, promove a sobrevivência. “O problema é que a dor aguda pode evoluir para a dor crônica, ela persiste entre 10% a 50% dos 2014 JUNHO GUIA DA FARMÁCIA
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ESTUDO
COMO VOCÊ AVALIA A DOR EM SUA VIDA EM RELAÇÃO AOS SEGUINTES ITENS?
42%
Humor e disposição
No relacionamento com familiares No relacionamento com amigos No relacionamento no trabalho
Muito impacto
27%
22%
20%
Algum impacto
13%
28%
26%
27%
27%
Nem muito nem pouco impacto
1%
3,9
17%
1%
3,3
16%
14% 15%
14%
10% 7%
17%
14%
Pouco impacto
3,1
19%
19%
Nenhum impacto
7%
4,0
S.O. (sem opinião)
Fonte: Mundipharma
pacientes que se submetem a tratamento cirúrgico, e ocorre de 2% a 20% desses pacientes. As evidências sugerem que o controle inadequado da dor aguda é causa de dor crônica.” A dor crônica se caracteriza por ser de longa duração, mais de três meses. Geralmente ela permanece mesmo após o tratamento da sua causa e pode derivar de diversos fatores. Exemplo de dor crônica: dor neuropática diabética, enxaqueca, fibromialgia, entre outras.
POR QUE SENTIR DOR? A falta de informação e a questão cultural são apontadas pelo coordenador do Centro de Dor e Neurocirurgia Funcional do Hospital 9 de Julho, Dr. Claudio Fernandes Corrêa, como principal causa de as pessoas acharem normal sentir dor. “Os brasileiros têm o hábito de se automedicar, muitas pessoas convivem com a dor por muito tempo, tendo a sua qualidade de vida prejudicada. Lembrando que a dor é um sinal de que algo no nosso corpo não está indo bem, sendo essencial ser investigada.” 76
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Por esses motivos, como complementa a oncologista e diretora médica da Mundipharma Brasil, Dra. Andréa Naves, é que um grande número de doentes, especialmente nos países em desenvolvimento, não recebe tratamento para as dores agudas e crônicas. Existem várias razões para esse problema, que incluem a falta de profissionais de saúde adequadamente treinados, a indisponibilidade de fármacos, especialmente opioides e o receio da utilização de alguns tratamentos. “O primeiro grande passo para mudar essa realidade é treinar adequadamente os profissionais envolvidos com os pacientes que sofrem de dor, não apenas médicos e enfermeiros, mas também os demais profissionais da área de saúde.” Porém, nem sempre a dor é uma inimiga. Sentir e perceber a sensação dolorosa é algo normal e necessário, como descreve o diretor cientifico da SBED, Dr. Alexandre Annes”. Precisamos ter esse tipo de sensação para percebermos quando algo está ‘fora do equilíbrio’ em nosso corpo e procurarmos algum auxílio. Nessa situação, a dor tem uma função de nos alertar.”
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ESTUDO
DADOS DA DOR NO BRASIL A presença de dor crônica varia com a idade 10% entre 15-24 anos
10%
35% entre 75 anos ou mais
De incapacitação pela dor crônica
A prevalência de DC varia de
20%
da população; sendo de intensidade leve-moderada em 2/3 dos casos, e severa no terço restante
Quase 1/5 dos indivíduos que buscam assistência médica geral referiram dor moderada ou contínua com dano físico ou comprometimento funcional, com duração maior de 6 meses
A DOR É CONSTANTE EM METADE DOS CASOS
41%
Em até 2/3 dos casos, a dor crônica geralmente localiza-se na região lombar e nas articulações; e em 1/4 ocorre no segmento cefálico
Fonte: Mundipharma
Um dos problemas preocupantes é quando a presença da dor não é mais um sinal de alerta, mas está cronificada e torna-se uma doença em si, denominada “Dor Crônica”. Mas também há situações de Dor Aguda, que facilmente seriam manejadas, mas costumam ser sub-tratadas, por negligência ou puro desconhecimento das alternativas de tratamento. Deve-se levar em consideração diversos aspectos do indivíduo para entender a sua dor. “Portanto, quando pensamos nos tipos de dor podemos descrever de forma simplista como: as dores do corpo e as dores da alma. As descrições mais atuais e técnicas tentam separar de forma mais didática dentro de uma visão fisiopatológica, como: inflamatória (relacionada a 78
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um quadro de inflamação), neuropática (associada a uma alteração no nervo) ou a disfuncional (refere-se a uma doença em que o paciente sente dor sem que apresente alguma lesão tecidual aparente, denotando um problema no funcionamento cerebral)”, pontua Dra. Andréa.
TRATAMENTOS PARA A DOR Tão importante quanto diagnosticar corretamente a doença de base é lançar mão dos recursos apropriados para controlar a dor, encarando-a como uma doença, orienta a Dra. Andréa. Outro aspecto de maior relevância é a possibilidade de dor desencadeada por alguns tipos de tratamento, tais como quimioterapia, radioterapia e alguns tipos de cirurgia. Muitas vezes, esses
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ESTUDO
IMPACTO DA DOR As dores que mais impactam o dia a dia da população
66%
Dores de cabeça
41%
Dores nas costas Dores nas pernas ou nos pés
37% 33%
Dores musculares Dores abdominais
22%
Dores nos braços e/ou nas mãos Dor de dente
20% 11%
Média
6,2 6,4 6,1 5,7 6,4 6,4 7,0
Dores relativas a sentimentos ou psicológicas
7%
7,8
Dores no coluna
6%
7,0
Não lembra
0,1%
4,0
Outros
4%
Para o cálculo das médias, as escalas tiveram as respostas ponderadas segundo valores de 1 a 10, sendo 1 o menor e 10 o maior valor. A base considerou somente as respostas expressas, desprezando-se as não respostas (‘‘sem opinião’’). Fonte: Mundipharma
tratamentos, por si só, produzem dor moderada ou intensa, que deve ser tratada com a mesma veemência que outras dores crônicas. Hoje em dia existem vários tipos de medicamentos que combatem a dor. Cabe aos médicos a utilização apropriada desses recursos. Pesquisas, estudos e descobertas vêm para ajudar os portadores de doenças que geram dor crônica, avalia o Dr. Corrêa. Além do avanço em novas medicações, procedimentos cirúrgicos tem-se desenvolvido para esse fim. A fim de conscientizar a população a pesquisar e tratar as causas da dor, as pesquisas em torno do assunto estão cada vez mais desenvolvidas e, no Brasil, há, cada vez mais, uma maior parcela de pesquisadores e cientistas dedicados a isso. As tendências mais recentes estão na busca por no80
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vos medicamentos, pesquisas genéticas, tratamentos não invasivos de estímulo cerebral, otimização da equipe de saúde e modalidades psicoterapêuticas com protocolos específicos para pacientes com dor. “Está cada vez mais claro que o paciente também deverá ter um papel ativo no seu tratamento”, ressalta o Dr. Annes.
CONSCIENTIZAÇÃO NECESSÁRIA “É importante que as pessoas saibam que sentir dor não é normal”, destaca a Dra. Andréa. A dor é consequência de algum outro fator, seja do mais simples, como uma batida de perna, os mais complexos e preocupantes, como no caso de câncer. O importante, de acordo com os especialistas, é identificar a frequência, a intensidade e o tipo des-
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to. A percepção da dor envolve muitos mecanismos complexos AS CINCO DORES MAIS COMUNS do nosso sistema nervoso, não apenas físicos, mas também asOs tipos de dores mais petos emocionais. A sensação de sentidos pela população dor, principalmente a dor prolongada ou crônica, envolve vários DORES DE CABEÇA aspectos subjetivos que passam por questões familiares, sociais e religiosas. “Portanto, é fundamental que a dor seja vista pelos profissioDORES NAS COSTAS nais como uma condição médica que requer avaliação sistemática, assim como acontece com DORES ABDOMINAIS a pressão arterial, a temperatura e o número de batimentos cardíacos. Tudo isso é medido de rotina, em praticamente qualquer consulta médica”, aconselha a oncologista e diretora médica da Mundipharma Brasil. Assim deve ser também com a dor, DORES MUSCULARES que já é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) o quinto sinal vital, juntamente com pressão, temperatura etc. Por último, de acordo com o Dr. Claudio Fernandes Corrêa, é importante lembrar que toda dor DORES NAS PERNAS tem tratamento e pode ser ateOU NOS PÉS nuada, mas nem todas as dores são curáveis. O importante é que o paciente seja assistido por um Fonte: Mundipharma profissional que contemple um programa multidisciplinar que se adeque da maneira mais eficiente possível para o seu caso e lhe permita mais quasa dor. Dores que ultrapassam o tempo esperado para a resolução do quadro podem sinalizar a presença de um lidade de vida, seja qual for a sua doença de base. O diretor científico da SBED termina afirmando problema mais grave ou uma evolução para uma dor crônica, sendo fundamental procurar um médico. que os profissionais de saúde devem efetuar a psiNo Brasil, mais de 60 milhões de pessoas sofrem de alcoeducação sobre dor, que é explicar ao paciente e sua família todas as possíveis causas da situação gum tipo de dor crônica. “Se considerarmos a dor crônide dor, as alternativas terapêuticas, e como imca atrelada ao câncer, esse número pode ser ainda maior: plantá-las. “Folhetos educativos também podem 60% a 90% dos pacientes com câncer avançado conviser disponibilizados nas salas de espera dos convem com alguma dor cronicamente”, alerta a especialista. sultórios. Atualmente, é direito do paciente não Por ser uma condição subjetiva, é extremamente imsentir dor, como é dever da equipe de saúde proportante que o próprio paciente avalie ou “meça” a inmover tratamentos adequados.” tensidade de dor que ele experimenta naquele momen-
81%
46%
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Ansiolíticos
figuram entre os controlados mais vendidos do País APESAR DE SEREM BENÉFICOS PARA AQUELES QUE, DE FATO, NECESSITAM DESSES MEDICAMENTOS, NOTA-SE QUE, NO BRASIL, O USO PASSA A SER ALARMANTE E, POR VEZES, BANALIZADO ENTRE MÉDICOS E PACIENTES, TRAZENDO DIVERSOS RISCOS POR KATHLEN RAMOS 82
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Estresse, ansiedade, cansaço e necessidade de rendimento. É grande o contingente de pessoas que apresentam esses sintomas, e muitas delas buscam, nos medicamentos, uma solução prática e imediata para todos esses obstáculos, mesmo sem orientação médica. “A vida atual é muito intensa e estressante. Há um sentimento de angústia antecipada, agitação, ou seja, uma sensação permanente de ansiedade. Consequentemente, a procura por meios para melhorar essa condição recai no uso de medicamentos, pois é o caminho supostamente mais fácil e rápido de resolver o problema”, conclui a professora de Farmácia Clínica na Universidade Presbiteriana Mackenzie e assessora técnica do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo (CRF-SP), Amouni Mohmoud Mourad. O psiquiatra do Hospital Samaritano de São Paulo, Dr. Sérgio Klepacz, destaca que uso dos ansiolíticos tem se revelado epidêmico no Brasil, com um aumento substancial nos últimos 10 anos, contrariando as tendências nos países mais desenvolvidos. “Pessoalmente acredito que a desinformação, a má qualidade dos serviços públicos e a ampliação da base dos profissionais capazes de prescrever os calmantes podem ser a causa desse fenômeno”, avalia. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apresentou, em 2012, a segunda edição do Boletim do Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC). O documento, com dados relativos ao comércio de medicamentos controlados no Brasil, mostrou que os ansiolíticos Clonazepam, Bromazepan e Alprazolam foram as substâncias controladas mais consumidas pela população brasileira no período de 2007 a 2010. Usados no tratamento dos distúrbios da ansiedade, esses medicamentos ocuparam, durante todo o período analisado, as três primeiras posições de venda. Só em 2010, segundo a Agência, foram vendidas cerca de 10 milhões de caixas do medicamento Clonazepam – o primeiro da lista. “Acredito que os principais motivos para esse aumento constatado pela Anvisa estejam no fato de essas medicações terem um efeito imediato sobre os sintomas de ansiedade,
PERFIL DOS USUÁRIOS Segundo levantamentos realizados nos últimos 10 anos, a maioria dos usuários de ansiolíticos costuma ter mais de 35 anos, e em todas as faixas etárias observa-se um predomínio de uso maior no sexo feminino. Parte desses usuários possui transtornos psiquiátricos, mas muitas pessoas que não fecham um diagnóstico procuram as medicações como uma forma de controlar a ansiedade e melhorar o sono. Fonte: psiquiatra da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Antonio Carlos Seihiti Yamauti
provocando um estado de relaxamento e bem-estar; mudanças no comportamento das pessoas, que buscam soluções rápidas e simples para seus problemas; a relativa facilidade com que os médicos têm prescrito essa medicações; o preço relativamente acessível; e, muitas vezes, a dificuldade de acesso da população a especialistas para a prescrição de medicações mais adequadas aos seus distúrbios”, resume o psiquiatra da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Dr. Antonio Carlos Seihiti Yamauti. Dados fornecidos pelo IMS Health mostram índices de vendas ainda maiores. No ranking dos calmantes mais vendidos do País, no qual os ansiolíticos estão inseridos, o Clonazepam aparece na liderança novamente, com mais de 22 milhões de unidades vendidas em 2013, alta de 27,2% em relação a 2009, quando foram comercializadas, aproximadamente, 17,4 milhões de embalagens do medicamento.
INDICAÇÕES DE USO Em geral, os ansiolíticos podem ser utilizados em períodos de estresse agudo, conforme adianta o Dr. Yamauti. “Eles são usados em pacientes que possuem crises de ansiedade intensas, em episódios de pânico, e no início do tratamento de pacientes com transtornos de ansiedade e depressão, uma vez que os antidepressivos costumam levar, em média, duas semanas para começar a fazer efeito”, diz o médico. Pacientes psiquiátricos com risco de agitação psicomotora, como aqueles em surtos 2014 JUNHO GUIA DA FARMÁCIA
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OPÇÕES DE TRATAMENTO Hoje, os benzodiazepínicos contam com formulações de liberação prolongada, o que possibilita uma maior duração do efeito das medicações e menor risco de dependência. Existem, ainda, fármacos que não provocam vício. “A buspirona é uma medicação da classe dos ansiolíticos com um modo de ação diferente dos benzodiazepínicos, não provocando dependência química, tolerância ou mesmo sedação e relaxamento muscular”, conta o psiquiatra da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Dr. Antonio Carlos Seihiti Yamauti. “Sua desvantagem é que, como no caso dos antidepressivos, eles levam cerca de duas semanas para começar a agir. Além disso, são menos potentes que os benzodiazepínicos, em especial em pacientes que já são dependentes ou acostumados com essas medicações”, pondera o médico. Ele acrescenta, ainda, que alguns antipsicóticos atípicos em baixas doses, como a quetiapina, podem funcionar como ansiolíticos, com a vantagem de não provocarem dependência química. Seu uso, no entanto, também deve ser sob orientação médica e supervisionado, pois essas medicações possuem também efeitos colaterais. Por fim, é importante lembrar que o tratamento de escolha para a maioria dos transtornos de ansiedade e dos transtornos depressivos são os antidepressivos. “Essas medicações garantem um controle e remissão dos sintomas dessas doenças e podem ser utilizadas com maior segurança que os benzodiazepínicos, sem risco de dependência química”, justifica o Dr. Yamauti.
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psicóticos ou em mania, também podem se beneficiar dessas medicações associadas aos antipsicóticos e/ou estabilizadores de humor. “Os ansiolíticos também são as medicações de escolha para o tratamento da síndrome de abstinência ao álcool e podem ser utilizados como anticonvulsivantes”, acrescenta o médico. Os benzodiazepínicos, que são os ansiolíticos mais comumente utilizados, atuam aumentando a ação do GABA (gamma-aminobutyric acid ou ácido gama-butírico) ao nível da amídala e do córtex pré-frontal. “O GABA é o principal neurotransmissor inibitório do cérebro e tem uma ação regulatória ao reduzir a atividade em diversos neurônios. Como resultado do uso dessas
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OS ANSIOLÍTICOS CLONAZEPAM, BROMAZEPAN E ALPRAZOLAM FORAM AS SUBSTÂNCIAS CONTROLADAS MAIS CONSUMIDAS PELA POPULAÇÃO BRASILEIRA NO PERÍODO DE 2007 A 2010 medicações pode então ocorrer uma diminuição da ansiedade, indução do sono, relaxamento muscular e redução do estado de alerta”, esclarece.
EFEITOS COLATERAIS Os ansiolíticos estão cercados por diversos efeitos colaterais que podem trazer prejuízos importantes para a saúde do usuário. Portanto, é fundamental a prescrição e o acompanhamento médico durante o uso. “Os efeitos colaterais mais comuns dos benzodiazepínicos estão relacionados à sua ação sedativa e relaxante muscular, variando de indivíduo para indivíduo. A sedação produz sonolência, tonturas, diminuição da atenção e concentração. A falta de coordenação muscular pode resultar em quedas e lesões, especialmente entre os idosos, além da dificuldade para andar”, enumera a especialista do Mackenzie. Outros efeitos podem estar relacionados, como confusão mental; dificuldade de concentração e de memória, náusea, dor de cabeça, alteração do andar (cambaleante); problemas de sono; ansiedade e depressão; overdose e morte, principalmente se usado com o álcool que potencializa, substancialmente, seus efeitos no organismo. “A longo prazo, os benzodiazepínicos têm sido responsabilizados pelo aumento de três a cinco vezes na taxa de mortalidade entre os seus usuários.
RISCOS DE DEPENDÊNCIA Os medicamentos da classe dos benzodiazepínicos também podem provocar tolerância e dependência, após poucos meses de uso, bem como sintomas significativos de abstinência com a retirada abrupta do medicamento. “Cinquenta porcento dos pacientes que usam benzodiazepínicos por mais de 12 meses evoluem com síndrome de abstinência. Os sintomas começam 86
progressivamente dentro de 2 a 3 dias após a parada de benzodiazepínicos de meia-vida* curta e de 5 a 10 dias após a parada de benzodiazepínicos de meia-vida longa, podendo também ocorrer após a diminuição da dose”, alerta Amouni Mourad. Após constatada a dependência, caso o usuário tente deixar de usar o ansiolítico, as dificuldades podem ser grandes. O Dr. Yamauti conta que é comum em dependentes, quando na falta dessas medicações, a síndrome de abstinência caracterizada por sintomas físicos. “Esse usuário pode sentir tremores, sudorese, palpitações, letargia, náuseas, vômitos, anorexia, sintomas gripais, cefaleia e dores musculares. Também pode ter sintomas psíquicos, como insônia, irritabilidade, dificuldade de concentração, inquietação, agitação, pesadelos, disforia e prejuízo de memória. Em casos mais graves podem ocorrer convulsões, alucinações e delirium (quadro confusional orgânico)”, avisa. Para que esses sintomas sejam evitados, deve-se retirar essas medicações de forma lenta e gradual. * O tempo de meia-vida de um fármaco é o intervalo de tempo no qual sua concentração plasmática se reduz pela metade.
CUIDADOS NA ORIENTAÇÃO E DISPENSAÇÃO O fato de pesquisas atuais confirmarem o quadro de uso excessivo de sedativos ou benzodiazepínicos traz a preocupação em definir estratégias para melhorar a qualidade das informações quanto aos possíveis riscos de dependência, além das reações adversas que podem surgir com seu uso indiscriminado. E as farmácias têm um papel muito importante nesse alerta. Na visão do psiquiatra da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, o ideal é que esses estabelecimentos disseminem os cuidados com essas substâncias usando, por exemplo, materiais informativos impressos e linguagem simplificada. “Apesar de essas medicações serem comercializadas apenas com receituário especial, muitas vezes os pacientes “emprestam” suas medicações para familiares e pessoas próximas. Acredito que informações fornecidas pelas farmácias possam reforçar as orientações para que isso não ocorra”, avisa, fazendo um único alerta: deve-se ter cuidado, apenas, não se “demonizar” os ansiolíticos e prejudicar a aderência de quem realmente necessita dessas medicações e faz uso delas com orientação médica.
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CALMANTES MAIS VENDIDOS NO BRASIL (UNIDADES)
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Princípio ativo (Molécula)
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2010
2011
2012
2013
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Clonazepam
17.418.891
18.443.746
20.610.289
21.685.449
22.158.557
2
Alprazolam
7.528.403
7.876.368
8.836.826
8.903.677
9.374.639
3
Bromazepan
9.198.627
8.620.802
8.579.654
8.081.366
7.864.345
4
Diazepam
4.309.681
3.904.281
4.031.997
3.881.692
3.916.831
5
Lorazepam
3.969.309
3.952.873
3.982.001
3.895.047
3.785.406
6
Cloxazolam
3.784.870
3.497.911
3.582.538
3.495.173
3.348.093
7
Clobazam
1.425.555
1.478.440
1.534.114
1.585.093
1.670.457
8
Midazolam
582.899
562.150
597.444
569.487
564.457
9
Bromazepam + Sulpiride
646.032
636.236
608.819
569.870
556.012
10
Buspirone
428.975
333.128
385.608
425.969
462.139
OUTROS
336.636
185.492
155.261
145.919
118.963
TOTAL
49.629.878
49.491.427
52.904.551
53.238.742
53.819.899
Fonte: IMS Health. No total de calmantes, os ansiolíticos estão inclusos (podendo estar cruzado em diversos mercados)
Na hora da dispensação, as farmácias precisam garantir que ela só ocorra mediante apresentação da notificação do medicamento (os benzodiazepínicos são da lista B1 – psicotrópicas, que devem ser prescritas na Notificação de Receita “B”, de cor azul). “O farmacêutico deve observar se todos os itens estão corretamente prescritos, sem rasuras e se a data da prescrição não excede os 30 dias previstos na Portaria 344/98 do MS”, explica a professora de Farmácia Clínica no Mackenzie e assessora técnica do CRF-SP, Amouni Mourad. As notificações de receitas 88
dispensadas precisam ser carimbadas no verso ou na frente para comprovar seu aviamento. De acordo com a Portaria 344/98: “§ 5º A Notificação de Receita será retida pela farmácia ou drogaria e a receita devolvida ao paciente devidamente carimbada, como comprovante do aviamento ou da dispensação”. Ademais, também é de suma importância a possibilidade de orientar o paciente quanto ao uso correto do benzodiazepínico, suas reações e, principalmente, o risco das interações com outros medicamentos e alimentos.
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CONJUNTURA
Ministério da Saúde divulga
pesquisa Vigitel 2013 OS DADOS REVELAM QUE O NÚMERO DE PESSOAS COM DIABETES AUMENTOU NO PAÍS E O NÚMERO DE FUMANTES TEVE QUEDA DE 28% NOS ÚLTIMOS OITO ANOS
E
Estudo recente do Ministério da Saúde informa sobre o crescimento de diabetes no País. O percentual de pessoas que declararam ter recebido diagnóstico da doença passou de 5,5% para 6,9% de 2006 para 2013. A pesquisa também mostrou que o diabetes é mais comum em mulheres (7,2%) que em homens (6,5%). Segundo a pesquisa, o avanço do diagnóstico está relacionado à melhoria do acesso na atenção básica. No entanto, as doenças crônicas têm forte relação com o excesso de peso, a falta de exercícios físicos, a má alimentação e o envelhecimento da população. Ambas
90
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as doenças se tornam mais frequentes com a idade. Se, entre 18 e 24 anos, a proporção de hipertensos é de 3,0% e de diabéticos é de 0,8%, aos 65, a prevalência sobe para 60,4% e 22,1%, respectivamente. De acordo com uma pesquisa realizada pela Abbott, em parceria com a Sociedade Brasileira de Diabetes, 60% da população desconhece formas de prevenir ou retardar o início da doença. “A iniciativa de pesquisar não apenas a prevalência do diabetes no País como também a presença de fatores de risco e os principais desafios no controle da doença é algo com o qual a Abbott compactua e que faz parte da estratégia da empresa em busca FOTOS: SHUTTERSTOCK
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PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL, DIABETES E DISLIPIDEMIA POR FAIXA ETÁRIA 70 60 Hipertensão arterial 50 40 30 Dislipidemia 20 10 Diabetes 0 18 a 24
25 a 34
35 a 44
45 a 54
55 a 64
65 ou mais
Fonte: Vigitel
A DIMINUIÇÃO CONSISTENTE ANO A ANO DO PERCENTUAL DE FUMANTES NO BRASIL MOSTRA COMO É IMPORTANTE O DESENVOLVIMENTO DE POLÍTICAS PÚBLICAS TANTO DE PREVENÇÃO COMO DE ASSISTÊNCIA A QUEM DESEJA PARAR DE FUMAR de soluções de prevenção e controle do diabetes”, afirma o diretor médico da Divisão Nutricional da empresa no Brasil, Dr. Ricardo Rosenfeld. Segundo Rosenfeld, o estudo da Abbott mostra que 62% dos brasileiros possuem ao menos um fator de risco para a doença; e que a mudança nos hábitos alimentares é o desafio mais difícil no controle do problema. “Por isso, a nutrição em doenças crônicas como o diabetes é um campo de estudo importante e frequente na Abbott”, completa.
Muitos têm o entendimento equivocado de que tomar os medicamentos é o suficiente, e acabam deixando de lado mudanças no estilo de vida capazes de trazer benefícios não somente ao controle da glicose, mas também à prevenção de doenças associadas ao diabetes, como as cardiovasculares e o controle de peso. “A pesquisa revela que, quando se trata do controle da doença, a modificação no estilo de vida é difícil. Médicos entrevistados destacam que mais de 95% dos seus pacientes têm dificuldades em seguir métodos de controle do diabetes, como controle de peso, dieta saudável e exercícios regulares”, afirma.
CAI NÚMERO DE FUMANTES A parcela da população brasileira acima de 18 anos que fuma caiu 28% nos últimos oito anos. A Pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2013) registrou que 11,3% da população brasileira fuma, enquanto em 2006 o índice era de 15,7%. A frequência maior permanece entre os homens (14,4%) que entre as mulheres (8,6%). Segunda a pesquisa, a queda da frequência das pessoas que fumam 20 ou mais cigarros é de 4,6% em 2006 para 3,4% em 2013. O estudo também revela a redução na frequência de fumantes passivos no domicílio, 2014 JUNHO GUIA DA FARMÁCIA
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CONJUNTURA
PREVALÊNCIA DE FUMANTES COM CONSUMO DE 20 OU MAIS CIGARROS POR DIA 7% Total
Masculino
Feminino
6%
5%
4%
3%
2%
1%
0%
2006
Fonte: Vigitel
2007
2008
2009
2011
2012
2013
Redução significativa entre homens e mulheres (2006-2013) – p<0,01
EM RELAÇÃO AO EXCESSO DE PESO, OS HOMENS ACUMULAM PERCENTUAIS MAIS EXPRESSIVOS, 54,7% CONTRA 47,4% DAS MULHERES que passou de 12,7% em 2009 para 10,2% em 2013, e no local de trabalho, embora não seja uma redução expressiva, o índice passou de 12,1% para 9,8%. “A diminuição consistente ano a ano do percentual de fumantes no Brasil mostra como é importante o desenvolvimento de políticas públicas tanto de prevenção como de assistência a quem deseja parar de fumar. Reduzir o tabagismo é fundamental para diminuir 92
2010
o desenvolvimento de doenças como o câncer e doenças cardiovasculares na população brasileira”, afirmou o ministro da Saúde, Arthur Chioro.
EXCESSO DE PESO E OBESIDADE NO PAÍS Levantamento mais recente do Ministério da Saúde revela que, pela primeira vez em oito anos consecutivos, o percentual de excesso de peso e de obesidade se manteve estável no País. A Vigitel 2013 indica que 50,8% dos brasileiros estão acima do peso ideal e que, destes, 17,5% são obesos. Os resultados do estudo cessam a média de crescimento de 1,3 ponto percentual ao ano que vinha sendo registrada desde a primeira edição, realizada em 2006 – quando a proporção de pessoas acima do peso era de 42,6% e de obesos era de 11,8%. O estudo mostrou ainda uma queda de 28% no total
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CONJUNTURA
EXCESSO DE PESO E OBESIDADE POR SEXO 54,7% 50,8% 47,4%
TOTAL
MASCULINO
FEMININO
Excesso de peso – IMC ≥ 25
17,5%
17,5%
17,5%
TOTAL
MASCULINO
FEMININO
Obesidade – IMC ≥ 30
Fonte: Vigitel
de fumantes entre a população brasileira acima de 18 anos nos últimos oito anos. A proporção de obesos entre homens e mulheres é a mesma: 17,5%. No entanto, em relação ao excesso de peso, os homens acumulam percentuais mais expressivos, 54,7% contra 47,4% das mulheres. Essa edição do estudo também indica que a escolaridade se mostra um forte fator de proteção entre o público feminino. O percentual de excesso de peso entre as mulheres com até 8 anos de estudo é de 58,3%. Já entre as mulheres com escolaridade de no mínimo 12 anos, esse percentual cai para 36,6%. A prevalência de obesidade também cai pela metade entre esses dois grupos de mulheres, atingindo 24,4% e 11,8%, respectivamente. “O maior acesso à informação pode ter um peso importante nesse resultado. Isso é fundamental porque demonstra claramente que é possível persistir e ampliar as políticas públicas para expandir os resultados que temos nos mais escolarizados para as outras faixas”, afirmou o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa. 94
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CANSAÇO
Fadiga permanente PESQUISA MOSTRA QUE, MESMO APÓS HORAS DE SONO, O DESÂNIMO E A FALTA DE DISPOSIÇÃO PARECEM SER COMPANHEIROS CONSTANTES DOS BRASILEIROS NA REALIZAÇÃO DAS INÚMERAS TAREFAS DO DIA A DIA P O R F L ÁV I A C OR B Ó
O
O toque do despertador anuncia a chegada de um novo dia. Trabalho, estudo, trânsito, tarefas domésticas. As atividades são tantas que, mesmo após uma noite de sono, muitas pessoas já acordam cansadas e sem disposição para encarar a maratona diária. Para investigar o nível de cansaço do brasileiro, o laboratório Sanofi encomendou ao Ibope a realização de uma pesquisa. Por meio do CONECTAí, painel do Ibope Inteligência, foram realizadas 1.499 entrevistas on-line com homens e mulheres, de 18 a 64 anos, das classes A, B, C e D, residentes nas principais capitais do País.
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Os resultados obtidos são alarmantes. Pelo menos 98% dos entrevistados alegam estarem cansados. Apesar de ser uma constatação quase unânime, existem algumas variações no nível de exaustão. De acordo com os dados obtidos no levantamento, 24% dos brasileiros estão muito cansados, 37% estão bastante cansados, outros 37% um pouco cansados e apenas 2% afirmam não estarem nada cansados. A cada três internautas respondentes da pesquisa, dois dizem que já acordam indispostos e sem energia. Em geral, as mulheres estão mais cansadas que os homens – 41% delas se queixam de estarem bastante cansadas, contra 32% deles. FOTOS: SHUTTERSTOCK
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mulheres se queixam um pouco mais do que os homens – 13% delas julgam a qualidade de vida ruim e péssima contra 11% deles. Considerando a faixa etária, a população entre 40 e 49 anos é a que apresenta maior índice de avaliação péssima (3%). Já entre os que avaliaram a qualidade de vida como ruim, os adultos entre 20 e 29 anos saem na frente. Quando avaliado o cansaço ao acordar, os jovens se mostraram menos dipostos. Mas, quando se trata de qualidade de vida, a situacão muda. Apenas 5% dos participantes entre 16 e 19 anos julgam ter uma qualidade de vida ruim. O percentual se assemelha aos maiores de 50 anos, com 6%. “Os mais velhos julgam ter uma boa qualidade de vida, por mais incrível que isso possa parecer. A avaliação regular está mais presente entre 30 e 49 anos, que é o pessoal mais ativo, que é multitarefa, que tem de lidar com casa, família, trabalho etc.”, avalia a diretora executiva de marketing & desenvolvimento de negócios do Ibope Inteligência, Laure Castelnau.
DE NORTE A SUL A região do País e a classe social também são responsáveis por algumas variações nos resultados obtidos pela pesquisa do CONECTAí. Em relação à qualidade de vida, a população do Norte se mostrou a mais insatisfeita – 15% julgam ter uma qualidade de vida ruim ou péssima. Já os nordestinos são os que apresentam maior nível de satisfação, pois apenas 9% escolheram as opções “ruim” ou “péssima”. Quanto à classe social, dinheiro pode não trazer felicidade, mas colabora com a qualidade de vida. Entre os pertencentes à classe A, 56% dizem ter uma ótima ou boa qualidade de vida. O percentual cai para 39% entre os membros das classes C e D. Padrão semelhante pode ser observado em relação ao nível de cansaço do brasileiro. Entre os integrantes da classe A, apenas 13% dizem se sentir muito cansados. Quando avaliada a classe C, o percentual sobe para 27%. Considerando as regiões do País, os sulistas são os mais relaxados – 46% deles se dizem apenas um pouco cansados e 2% nada cansados. Já na região Sudeste, 41% julgam estar bastante cansados e 24% muito cansados. E, por mais que tenham mais saúde e vitalidade, os jovens mostraram-se mais cansados que os adultos e idosos. Entre a população de 16 a 19 anos, 56% dizem se sentir um pouco indispostos ao acordar e 16% muito cansados. Na faixa etária entre 20 e 29 anos, os ligeiramente cansados somam 55% e os muitos indispostos, 13%. Já entre os adultos maiores de 50 anos, 50% garantem que despertam bem dispostos. A avaliação da qualidade de vida também não apresenta índices muito positivos. Dentre os entrevistados, 46% consideram ter uma qualidade de vida regular e 10% ruim. Apenas 4% assinalaram a opção “ótima” e 39% “boa”. As
OS VILÕES E AS CONSEQUÊNCIAS As causas de tanto cansaço são variadas, mas as principais – apontadas por 70% dos entrevistados – são o estresse e a correria do dia a dia. Outros motivos apontados pelos participantes do estudo foram: falta de condicionamento físico (45%), problemas pessoais (33%), alimentação desequilibrada (32%) e até acomodação e preguiça sem motivo aparente (22%), entre outros. Devido às inúmeras fontes, 54% dos entrevistados afirmam sentir cansaço tanto físico quanto mental. Entre os 2014 JUNHO GUIA DA FARMÁCIA
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ESPECIAL SAÚDE
CANSAÇO
NÍVEL DE CANSAÇO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA
2% 24% 37%
98%
DOS BRASILEIROS APRESENTAM ALGUM NÍVEL DE CANSAÇO
MUITO CANSADO
BASTANTE CANSADO
UM POUCO CANSADO
NADA CANSADO
37%
MULHERES UM POUCO MAIS CANSADAS QUE HOMENS, OS MAIS VELHOS SE MOSTRAM MENOS CANSADOS (%) 22
24
32
43
37
25
27
25
39
33
33
32
37
35
38
39
2
2
1
3
2
3
2 Base: Amostra
14 37
41
41
98%
37
20
25
42 7
TOTAL
MASCULINO
FEMININO
16 A 19
20 A 29
30 A 39
40 A 49
50 +
(1.499)
(717)
(782)
(184)
(582)
(321)
(202)
(210)
SEXO
IDADE
Fonte: CONECTAí
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CANSAÇO
RAZÕES DO CANSAÇO O estresse e a correria do dia a dia são as principais razões do cansaço.
70%
Estresse e correria do dia a dia
45%
Falta de condicionamento físico
33%
Problemas pessoais
32%
Alimentação desequilibrada
22%
Acomodação e preguiça sem motivo
21%
Problemas no trabalho
12%
Problemas de saúde
XT
E
100
N T E Ú DO
Fonte: CONECTAí
CO
7%
Outros
que alegam sentir mais cansaço mental (26%), destacam-se, ligeiramente, homens de 20 a 29 anos, da região Sudeste, pertencentes à classe B. Já entre aqueles que garantem que estão mais cansados fisicamente (20%), há uma predominância entre os mais velhos, moradores da região Sul e integrantes das classes C e D. As consequências desse cansaço também são variadas. Uma delas é que 44% dos brasileiros deixam, às vezes, de cumprir alguma obrigação por causa do cansaço. Outros 15%, frequentemente, não vão a algum compromisso por conta da falta de disposição e 2% fazem isso sempre. Outro grande prejudicado pelo cansaço é o humor – 42% dos entrevistados afirmam que, às vezes, têm o bom humor prejudicado quando estão indispostos, 24% sofrem essa consequência frequentemente e 6% sempre. Além do cansaço diminuir a leveza com que se encara as tarefas do dia a dia, a vida sexual também é afetada por esse inimigo. Para pelo menos 31% do entrevistados, às vezes, a falta de ânimo prejudica o desejo pelo parceiro. Outros 14% dizem que isso ocorre com frequência e 4% sempre. Nesse item, os jovens apresentam maior disposição, enquanto 64% dos maiores de 50 anos afirmam que o desempenho sexual é afetado pelo cansaço em algum nível. A vontade de praticar atividades físicas é outro aspecto da vida que é afetado pelo cansaço quase unânime sentido pelo brasileiro. De acordo com os dados coletados pelo CONECTAí, 40% das pessoas tendem a não fazer nada quando chegam em casa. A razão da inércia é que 30% dos entrevistados afirmam ter baixa ou nenhuma disposição para o lazer e 53% têm disposição apenas mediana. Nesse quesito é possível observar uma contradição. Apesar de apenas 26% dos participantes da pesquisa praticarem alguma atividade física, 88% concordam com a afirmação: “Quanto mais em forma você está, mais disposto e menos cansado você estará”. “O sedentarismo tem um ciclo vicioso, que está intimamente ligado às facilidades da vida moderna. Cada vez que a gente aperta um botão, diminuímos as atividades físicas que fazíamos antigamente”, avalia a fisioterapeuta da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep), com doutorado em Reabilitação pela Universidade Federal de São Paulo (UFSCar), Gerseli Angeli.
AL
ESPECIAL SAÚDE
R A N O P OR
T
Os brasileiros se mostram dispostos a fazer uso de produtos que combatem o cansaço. Confira os dados obtidos pela pesquisa e prepare seu sortimento. www.guiadafarmacia.com.br
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CONTRACEPÇÃO
Liberdade de escolha O NÍVEL DE INFORMAÇÃO E DE CONHECIMENTO DA MULHER BRASILEIRA DA ATUALIDADE FAZ COM QUE ELA OPTE POR MÉTODOS CONTRACEPTIVOS QUE MAIS LHE AGRADAM PELOS BENEFÍCIOS EXTRAS QUE OFERECEM P O R L Í G I A FAV O R ETTO E K ATHL EN R A M O S
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FOTOS: SHUTTERSTOCK
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O
O perfil da mulher brasileira sofre alterações constantes. Pode-se considerar que o número de conquistas supera aspectos que ainda precisam ser vencidos. Hoje, a população feminina assume novos papéis sociais, familiares e profissionais, com influência direta na economia do País. O psiquiatra e psicoterapeuta do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Dr. Luiz Cuschnir, acredita que a leitura do perfil da mulher varia na sociedade, conforme o que
é esperado dela e o que ela está disposta a oferecer. “Algumas se desenvolvem mais em alguns aspectos, outras em outros, por isso, temos perfis variados e de acordo com a faixa etária.” Ele divide: mulher na faixa dos 30 anos de idade. “É uma jovem que está ingressando no mercado de trabalho e na vida familiar própria, iniciou uma vida conjugal, está tendo ou já tem filhos.” Na faixa dos 40, está emocionalmente mais madura, tem maior vivência, está em um casamento com filhos, ou está indo para o segundo casamento, assume novos patamares na 2014 JUNHO GUIA DA FARMÁCIA
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ESPECIAL SAÚDE
CONTRACEPÇÃO
PODER CONTROLAR A ÉPOCA DA MENSTRUAÇÃO, EVITAR A GRAVIDEZ INDESEJADA, ATENUAR SINTOMAS COMO SANGRAMENTOS INTENSOS E CÓLICAS, ALÉM DA LIBERDADE SEXUAL, FIZERAM COM QUE A MULHER TIVESSE UM MAIOR CONTROLE DE SUA VIDA PESSOAL E PROFISSIONAL carreira e apresenta algumas novidades: “Essa mulher hoje pode ter filhos dentro dessa faixa etária com maior frequência do que nos anos 1980 ou 1990, é uma mulher que inclusive assume a responsabilidade de ter filhos sem estar casada através da fertilização in-vitro, recorrendo a um banco de esperma; além disso, existe uma parte das mulheres casadas que não querem ter filhos e parte delas que não casa e quer ter filhos”, diz. Para o médico, é preciso analisar de maneira multifatorial, já que novos perfis estão surgindo, o que interfere nas novas gerações que ficam suscetíveis às mudanças dos diversos espaços nos quais as mulheres estão inseridas. Hoje se posiciona na vida profissional diferente do que nos anos anteriores. A mídia investe muito na mulher informada e bem preparada para o cuidado pessoal. “Ela tende a buscar novas propostas para os parâmetros de saúde físicos e mentais e tem como financiar isso.”
ALTERNATIVAS PARA A VIDA A mulher exerce diversos papéis diariamente. As responsabilidades são inúmeras, ao mesmo tempo em que cuida da família, ela quer estar bem fisicamente. A alternativa é buscar opções que unam benefícios tanto para a saúde quanto para a beleza e o bem-estar. Poder controlar a época da menstruação, evitar a gravidez indesejada, atenuar sintomas como sangramentos intensos e cólicas, além da liberdade sexual, fizeram com que a mulher tivesse um maior controle de sua vida pessoal e profissional e isso pôde ser conquistado 106
com o auxílio das pílulas anticoncepcionais, grandes aliadas do público feminino. As pílulas da antiguidade tinham altas taxas hormonais e causavam diversos efeitos colaterais, como dor de cabeça, inchaço, ganho de peso, celulite, aumento de vasos nos membros inferiores e trombose. Hoje, uma cartela inteira tem a mesma quantidade de hormônios contida em apenas uma unidade da pílula da metade do século passado. Elas permitem que as mulheres escolham quando querem engravidar, melhoram a pele com a redução de acnes, as dores das cólicas, a Tensão Pré-Menstrual (TPM) e ainda podem atuar como preventivas ao câncer. Esses são os principais benefícios que as pílulas acumulam ao longo dos anos e que as fazem ganhar cada vez mais novas adeptas. Há registros de que no mundo todo existam cerca de 100 milhões de usuárias. A tendência é de que o índice
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MAIS ADESÃO AO TRATAMENTO Com preços no mínimo 35% menores, os genéricos estão colaborando para que mais brasileiras, que não se medicavam ou que tinham dificuldade em dar continuidade ao tratamento devido ao custo, encontrem uma alternativa mais viável e segura. Felizmente, algumas pílulas anticoncepcionais já podem ser encontradas nessas versões.
aumente cada vez mais, já que com o uso das pílulas nota-se aumento da qualidade de vida. O departamento de Ginecologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em parceira com a
Bayer HealthCare Pharmaceuticals, realizou a pesquisa Pílula por quê? para conhecer o perfil da mulher brasileira que faz uso do contraceptivo e entender suas expectativas em relação à inovação e aos benefícios desse método. “De forma geral, os resultados mostram que o uso do anticoncepcional oral é mais comum entre mulheres jovens, com menos de 30 anos e solteiras, algo muito diferente do perfil da usuária de pílula nas décadas de 1960 e 1970, por exemplo”, comenta o chefe do departamento de ginecologia da Unifesp, Dr. Afonso Nazário. De acordo com a pesquisa, os principais motivos para que as mulherem escolham usar a pílula como método contraceptivo são a segurança e a eficácia (61%). Para 41% delas, uma pílula inovadora seria aquela formulada com hormônio natural. A criação de um contraceptivo oral que diminuísse o fluxo menstrual seria a principal inovação para 30% das mulheres e 2014 JUNHO GUIA DA FARMÁCIA
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ESPECIAL SAÚDE
CONTRACEPÇÃO
MULHER NO MERCADO DE TRABALHO COM MENOS FILHOS Diante do macrocenário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a mulher está inserida cada vez no mercado de trabalho e cada vez mais com menos filhos, filhos únicos ou sem filhos em detrimento das famílias maiores. Filhos únicos Com irmãos Sem filhos 2008 29% 43% 28% 2009 30% 40% 30%
Fonte: Kantar Worldpanel e IBGE
a presença de vitaminas na composição ficou com a preferência de 22%. Elas desejam novidades e esperam por produtos inovadores, que ofereçam segurança para a saúde. 68% delas afirmaram que usuariam uma pílula de hormônio natural e 31% disseram que talvez usassem essa pílula. “Os resultados refletem bem as necessidades da mulher hoje, que quer um método anticoncepcional seguro e que proporcione benefícios para o seu cotidiano”, explica o ginecologista. 11 0
Ainda com relação aos benefícios adicionais, a melhora da TPM, das cólicas e da acne foi citada por 48% das participantes como motivo para tomar pílula.
OUTROS MÉTODOS Além da pílula anticoncepcional, dentre os métodos mais modernos e eficazes disponíveis no mercado, está o Dispositivo Intra-Uterino (DIU) com hormônio. De acordo com o médico membro da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), Dr. Marcelino Poli, com esse DIU a mulher não menstrua e sua eficiência é considerada mais alta do que a ligada de trompas e vasectomia. “Isso porque mesmo na ligadura há 0,4% de estatística de falha, seja ela por problema técnico ou mesmo pela recanalização espontânea da trompa”, explica. Além do DIU, os contraceptivos injetáveis, os implantes de hormônios e os métodos de barreira são outras opções, além dos tradicionais preservativos. Há, ainda, a famosa pílula do dia seguinte. O nome correto é contracepção de emergência. “Algumas são feitas com alta dose de progestágenos e só devem ser usadas caso a mulher tenha uma relação desprotegida e esteja próxima de seu período fértil. A mulher deve tomar duas pílulas de 750 microgramas ou uma única dose com 1,5 miligrama”, orienta.
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INCONTINÊNCIA URINÁRIA
Momento
delicado O PROBLEMA ACOMETE QUALQUER TIPO DE PESSOA, DE QUALQUER GÊNERO, EM QUALQUER IDADE. A DOENÇA CAUSA CONSTRANGIMENTO, MAS TEM SOLUÇÃO P O R L Í G I A FAV O R ETTO E RA QU EL SENA
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A perda involuntária de urina pela uretra, mais conhecida como incontinência urinária, afeta ambos os sexos em diferentes faixas etárias. Atos corriqueiros como tossir, espirrar ou dar risada podem acarretar perda de urina e colocar a pessoa em uma situação desconfortável. Por falta de informação ou até por vergonha, muitos indivíduos optam por não procurar um especialista e partem direto para o uso de fraldas ou absorventes, sem saber que é algo que pode ser resolvido, muitas vezes até sem intervenção cirúrgica. A incidência aumenta progressivamente com a idade. De acordo com o urologista do Instituto da Próstata e Doenças Urinárias do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dr. Ricardo Vita, estima-se que em torno de 25% dos idosos apresentem algum grau FOTOS: SHUTTERSTOCK
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A FRALDA GERIÁTRICA É UM PRODUTO QUE PESA NO ORÇAMENTO. O FATOR PREÇO É O QUE FAZ COM QUE OS CONSUMIDORES BUSQUEM SEMPRE A MELHOR RELAÇÃO CUSTO–BENEFÍCIO de incontinência urinária. As mulheres, contudo, têm mais chances de sofrer da doença por estarem mais expostas a lesões pélvicas decorrentes de gestações e partos, pela maior fragilidade anatômica da musculatura de contenção e menor resistência uretral, devido ao seu menor comprimento, e também pela queda nos níveis de estrogênio depois da menopausa. “Acredita-se que 10 milhões de mulheres são acometidas pela doença”, afirma o urologista do Hospital Vitória, Dr. Marcos Brólio. No caso dos homens, a estimativa gira em torno de 2%, comum em pacientes que tenham realizado cirurgia prostática. Para entender por que surge a disfunção é preciso antes conhecer o sistema do controle urinário. A bexiga é o órgão responsável por armazenar temporariamente a urina produzida pelos rins ao longo do dia. A parte mais baixa da bexiga é circundada por um músculo – o esfíncter urinário – que se contrai e mantém fechado o canal que leva a urina para a uretra. A bexiga enche e a eliminação é controlada pelo sistema nervoso. O controle da micção pode ser comprometido devido a algumas anormalidades, tendo como resultado a incontinência urinária. “A disfunção pode ocorrer devido à deficiência de contenção muscular pélvica, a uma contração forte da musculatura da bexiga ou por extravasamento. Nas mulheres os principais fatores de risco são a quantidade de partos, a idade avançada e doenças associadas como hipertensão e diabetes”, garante o urologista do Hospital São Camilo, Dr. Adriano Cardoso Pinto. Outras situações também podem facilitar sua ocorrência como: diabetes, tosse crônica, obesidade, doenças neurológicas, infecção urinária, tumores pélvicos e cirurgias pélvicas ou irradiação local. A incontinência urinária pode ser classificada nos seguintes tipos:
• I de es or o a perda ocorre simultaneamente realização de um esforço (tosse, espirro, movimentos bruscos, pegar peso e até ao andar ou falar); • I de urg ncia a perda ocorre sequencialmente a um desejo imperioso de urinar, sendo impossível adiá-lo e segurar a urina antes de chegar ao banheiro; • I mista associa o dos dois tipos anteriores, podendo haver predominância de um ou outro; • I parado al ou de transbordamento quando o indivíduo não consegue esvaziar sua bexiga adequadamente, o que gera uma sobrecarga de volume de urina podendo acarretar extravasamento pela uretra. No caso da perda urinária durante o sono, o Dr. Ricardo explica que se trata de enurese noturna e ocorre principalmente em crianças que apresentam imaturidade neurológica do controle da bexiga.
INVESTIGANDO A ORIGEM Para descobrir as reais causas dessa doença, o paciente deve contar com o auxílio de um especialista. A partir de análise médica, um tratamento eficaz pode ser aplicado, com grandes chances de sucesso. “O diagnóstico é basicamente clínico, a partir de uma história clínica condizente com a ocorrência das perdas urinárias. O exame físico pode evidenciar essa ocorrência, firmando seu diagnóstico, porém apenas em uma condição dessa entidade isto costuma ser possível (incontinência urinária de esforço). Na dúvida sobre a etiologia da incontinência, pode ser realizado o estudo urodinâmico, que consiste na avaliação funcional da bexiga, tanto de seu armazenamento quanto de seu esvaziamento, e que pode diferenciar as causas das perdas”, detalha o Dr. Vita.
TRATAMENTO IDEAL O tratamento deve ser individualizado e depende da causa da incontinência. Pode ser único ou associado e, segundo a etiologia, comportamental, fisioterápico, medicamentoso ou cirúrgico. As medidas comportamentais visam melhor adequação em relação ao controle do armazenamento da bexiga, desde o nível de ingestão de líquidos e alimentos até o correto uso de medicações e seus horários, micções programadas, proximidade de banheiros, entre outras. O tratamento fisioterápico, ou reabilitação do assoalho pélvico, de modo geral, visa reforçar as estruturas anatômicas envolvidas no processo de continência e facilitar o reconhecimento e o comando do indivíduo sobre essas estrutu2014 JUNHO GUIA DA FARMÁCIA
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INCONTINÊNCIA URINÁRIA
dem ajudar a prevenir a doença, como evitar cafeína, ingerir líquidos, parar de fumar, entre outras.
ORIENTAÇÕES PARA O CLIENTE PRODUTO INDISPENSÁVEL Para lidar com a incontinência urinária os pacientes devem: • Evitar a obesidade e o sedentarismo. • Controlar o ganho de peso durante a gestação. • Praticar exercícios fisioterápicos para fortalecer o assoalho pélvico. • Regular o intestino para evitar a prisão de ventre. • Parar de fumar para reduzir a tosse e a irritação da bexiga. • Evitar bebidas alcoólicas e cafeinadas, principalmente o café, que pode estimular a bexiga. • Evitar alimentos e bebidas que possam irritar a bexiga, como comidas picantes, bebidas gaseificadas, frutas e sucos cítricos. • Manter o aç car do sangue sob controle, caso o paciente tenha diabetes. • ratar as doenças que podem vir a in uenciar o sistema urinário, como as pulmonares. • Urinar em intervalos programados. Fonte: ortopedista do Hospital Alvorada, Dr. Paulo Satiro
ras. A terapia medicamentosa é indicada para diminuir a atividade da musculatura da bexiga, quando esta se encontra aumentada, provocando contrações involuntárias com possível perda urinária decorrente. “No caso da bexiga hiperativa – contrações involuntárias –, por exemplo, prescrevemos medicação para inibir as contrações, associada ou não à fisioterapia de reabilitação pélvica. Já no caso da incontinência de esforço são orientados fisioterapias e/ou tratamento cirúrgico, a depender do caso”, afirma o chefe do Departamento de Urologia Feminina da Sociedade Brasileira de Urologia, Dr. Julio Resplande de Araújo Filho. O caso extremo de procedimento cirúrgico se aplica apenas para pacientes que têm incontinência urinária de esforço. “Existem várias técnicas possíveis, mas nos últimos anos tem-se utilizado mais comumente a técnica de sling, que consiste na colocação de um tecido autólogo ou não (segmento de tela) debaixo da uretra por via vaginal, com bons resultados”, conta. O médico também garante que algumas atitudes po11 4
Com a chegada da incontinência urinária, o uso de fraldas geriátricas acaba se tornando indispensável, em alguma fase do tratamento. Os varejistas precisar ter cautela e delicadeza para não causar constrangimento na oferta do item. A fralda geriátrica é um produto que pesa no orçamento. Segurança e conforto são fundamentais para o shopper ; além disso, o fator preço é o que faz com que os consumidores busquem sempre a melhor relação custo-benefício. De acordo com o grupo Incofral, detentor da marca Adultcare, nesse segmento, a baixa qualidade do produto, em geral, não é perdoada, pois um vazamento da fralda gera grande constrangimento ao usuário. A empresa revela que mais de 70% das pessoas que efetuam a compra não são os próprios usuários, mas parentes próximos, como filhos, cônjuges ou ainda enfermeiros/cuidadores, mas o usuário tem poder de opinião, daí a grande fidelidade à marca no segmento. A Biofral ressalta a importância de nunca perguntar se o produto é ou não para a pessoa que está sendo abordada. Segundo informa a empresa, o contato deve ser técnico, explorando os diferenciais do produto e, principalmente, os benefícios para o usuário. Na exposição, é importante deixar a categoria de fraldas geriátricas em uma área de menor movimento, com pacotes e informações acessíveis, para que o shopper não tenha de buscar informações complementares dentro da loja. Toda a comunicação deve explorar aspectos de plenitude e bem-estar. As indústrais fabricantes estão sempre inovando, com o objetivo de oferecer produtos de alta qualidade. A Roger do Brasil, por exemplo, apresenta novas embalagens da linha Big Roger para o público adulto. O design inovador é mais justo e moderno. A embalagem apresenta informações importantes para o usuário como seu tamanho (M, G e XG), benefícios, instruções de uso e linguagem nos idiomas inglês e espanhol. A marca apresenta fraldas descartáveis com embalagens intituladas Plus, Mega Plus, Soft e Mega Soft. Outra oportunidade para farmácias e drogarias é oferecer também absorventes geriátricos, para uso adulto, indicados para pessoas que foram recém-operadas, para mulheres que estão com sangramento natural pós-parto e também para incontinência urinária, de forma mais leve.
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Muito mais do que uma simples alergia UMA DAS DOENÇAS CRÔNICAS MAIS COMUNS QUE AFETA TANTO CRIANÇAS QUANTO ADULTOS, A ASMA ACABA SENDO UM PROBLEMA MUNDIAL DE SAÚDE E ACOMETENDO CERCA DE 300 MILHÕES DE PESSOAS PO R VI V I A N LO U R E NÇ O
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Respirar fundo e mesmo assim não sentir o pulmão encher de ar; tentar uma, duas, três, inúmeras vezes e ter a mesma sensação acompanhada por chiado, aperto no peito, seguida de tosse seca. Se lendo os sintomas já aparece um mau estar, passar por isso, diariamente, é sinal de alerta e preocupação para os portadores da asma. Esses são alguns dos sintomas que um asmático sente quando está em crise. Estima-se que no Brasil existam aproximadamente 20 milhões de portadores. FOTOS: SHUTTERSTOCK
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A doença é uma causa importante de faltas escolares e no trabalho. Segundo o DATASUS, o banco de dados do Sistema Único de Saúde (SUS), ligado ao Ministério da Saúde, ocorrem no Brasil, em média, 350 mil internações anualmente. A asma está entre a terceira ou quarta causa de hospitalizações (2,3% do total). A doença é considerada crônica e atinge todas as faixas etárias, sendo que o 1º episódio acontece, 90% das vezes, nos primeiros 5 anos de vida. Ao contrário do que muitos pensam, a asma não é uma doença hereditária. Ela é, de acordo com coordenadora da comissão de asma da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), Dra. Márcia Pizzichini, uma doença complexa geralmente determinada por fatores hereditários e ambientais. “Se o pai ou a mãe, ou ambos, têm asma, os filhos terão uma probabilidade maior de desenvolver o problema. Mas, não existe certeza, como em outras doenças hereditárias, de quem irá ter ou não ter.” Não que a predisposição genética não tenha influência nos casos da asma, como explica a médica pneumologista e intensivista do Hospital Israelita Albert Einstein e professora livre-docente da disciplina de pneumologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Dra. Carmen Silvia Valente Barbas: “O paciente precisa ter uma predisposição genética para iniciar um quadro de asma, que é uma doença inflamatória das vias aéreas, mais comumente iniciado após infecção respiratória, contato com alérgeno, frio, exercício físico.”
RINITE PODE SER A PORTA DE ENTRADA A maioria dos asmáticos, ao redor de 70%, já apresentava rinite antes de ter os sintomas clássicos de falta de ar, chiado no peito ou tosse com catarro. Alguns estudos avaliaram, por exemplo, crianças na idade de 1 ano e, 4 anos depois, registravam quais pacientes tinham asma. A grande maioria dos asmáticos já espirrava e coçava o nariz ao final do primeiro ano de vida. O grande fator que pode predizer a evolução da via aérea com sintomas futuros é a presença de alergia. “Ou seja, pacientes com rinite e exames de anticorpo de alergia (IgE) aumentados têm mais chance de desenvolver asma”, revela o Dr. Emerich. Os sintomas de rinite e asma costumam aparecer com mais frequência em crianças, provavelmente devido à sequência de infecções virais que agridem a mucosa nessa faixa etária. Homens e mulheres têm praticamente a mesma chance de contraírem doença respiratória. Alguns estudos apontam índices ligeiramente superiores de mulheres alérgicas, sem um esclarecimento do motivo desses resultados. No entanto, um estudo recente, bastante amplo, teve resultado oposto, com mais homens alérgicos do que mulheres.
ESMIUÇANDO O PROBLEMA A asma, segundo os especialistas, é caracterizada por uma resposta inflamatória, do tipo alérgica, na mucosa respiratória e que resulta em uma hiperatividade brônquica. Os principais sintomas são cansaço, tosse noturna, tosse induzida por exercícios físicos, vômitos pós-tosse, entre outros. A principal característica clínica, como explica a Dra. Márcia, da SBPT, é a ocorrência de episódios intermitentes (crises) de falta de ar, principalmente à noite ou de madrugada, seguida por chiado, sensação de aperto ou peso no peito, tosse seca (que pode ser manifestação isolada). De acordo com a especialista, inicialmente, esses sintomas podem aparecer somente quando o paciente pratica algum exercício físico, mas se houver agravamento da doença eles passam a existir mesmo em repouso, sendo piorados pela atividade. Além disso, o mestre e doutor em alergia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), integrante
da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (Asbai), Dr. Raul Emerich, esclarece que existem variações da asma. “Por exemplo, existe a que só aparece em crianças pequenas, junto com doenças virais febris e desaparece com o crescimento; a que só aparece com exercício, a não alérgica que surge na vida adulta etc.” Em muitas dessas situações existirá a necessidade de tratamento prolongado, visando a uma vida melhor. Tratar, nesse caso, de acordo com o médico, não significa curar, mas permitir uma boa qualidade de vida. Quando o indivíduo passa por uma mudança de fase na vida (por exemplo, da infância para a adolescência, ou após uma gravidez), é possível que a asma se modifique ou “sossegue”. Recentemente, a diretriz internacional chamada de GINA (iniciativa global para asma, ou Global Initiative for Asthma – www.ginasthma.com) propôs os termos Asma Controlada e Asma Não Controlada. “Asma não tem cura, mas hoje existem tratamentos eficientes para 2014 JUNHO GUIA DA FARMÁCIA
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A COMPANHEIRA DOS ASMÁTICOS A bombinha é um dispositivo que armazena o medicamento na forma de aerosol que é inalado, muito segura e eficiente, mas deve ser usada corretamente para ter o seu efeito otimizado. “Pode conter broncodilatadores, corticoide inalatório ou associações dos dois”, salienta a pneumologista do Seconci-SP, Dra. Marice Ashidoni. O mestre e doutor em alergia pela Unifesp, integrante da Asbai, Dr. Raul Emerich, ressalta que é importante entender que uma bombinha é apenas o dispositivo, geralmente feito de plástico e alumínio, que facilita a aplicação do medicamento. O fato de algumas pessoas ficarem preocupadas quando se deparam com um inalador de bolso é explicado por uma série de mal-entendidos que ocorreram no passado. Primeiro mal-entendido: a bombinha “vicia”. “Quando as crises são intensas e frequentes, um erro grave é usar somente o medicamento que produz alívio temporário dos sintomas, sem tratar a causa da doença, que é a inflamação”, alerta o Dr. Emerich. Assim, cada vez mais e em intervalos cada vez menores, será necessário usar o produto de alívio, dando a impressão que o paciente está ficando viciado no uso da bombinha. Segundo mal-entendido: a bombinha faz mal ao coração. De fato, o pesquisar da Unifesp esclarece que a medicação que costuma causar a sensação de alívio é um relaxante muscular brônquico. Por ter uma ação muscular, ao cair na circulação sanguínea o broncodilatador pode produzir tremor em outros músculos do corpo, com efeito inclusive no coração, causando taquicardia.
minimizar ao máximo todos os sintomas e controlar eficientemente a inflamação da asma, evitando crises e hospitalizações, proporcionando ao paciente uma excelente qualidade de vida”, completa.
INCIDÊNCIA NO BRASIL A asma é uma das doenças crônicas mais comuns que afetam tanto crianças quanto adultos, sendo um problema mundial de saúde e acometendo cerca de 300 milhões de pessoas no mundo inteiro, calcula a Dra. Carmen, do Albert Einstein e da FMUSP. 11 8
No Brasil, o predomínio da doença se dá, principalmente, em crianças menores de 2 anos de vida e nos idosos. “Os mesmos correspondem aos grupos mais preocupantes dos asmáticos, devido à deficiência do sistema imunológico e à perda das elasticidades dos tecidos alveolares (enfisema)”, chama a atenção o pediatra Dr. Antônio Turner. De acordo com a pneumologista do Seconci-SP, Dra. Marice Ashidani, o Brasil é o 8º no mundo em prevalência da asma. No País, se considerarmos uma prevalência média de 10% de asma diagnosticada por médico, existem aproximadamente 20 milhões de asmáticos, ocupando o 5º lugar. Os cincos países com maior prevalência de asma clínica em adultos são Austrália (21,5%), Suécia (20,2%), Reino Unido (18,2%), Países Baixos (15,3%) e Brasil (13%).
FATORES QUE DESENCADEIAM A CRISE Para o controle eficaz da asma, é necessário observar atentamente os primeiros sintomas que o paciente pode apresentar. A Dra. Carmen, do Albert Einstein e da FMUSP, aponta intensidade da falta de ar, a dificuldade para falar frases inteiras, o uso de musculatura respiratória acessória e sensação de fadiga. Além disso, o Dr. Emerich, da Asbai, avisa que é necessário esclarecer que asma é uma palavra técnica da área médica. Significa o mesmo que “bronquite”, “bronquite catarral”, “bronquite asmática” e outros tantos nomes utilizados pelos leigos. Também é importante não confundir com bronquite crônica, que é a tosse repetida dos fumantes. De fato, na via respiratória existem minúsculos tubos que permitem a passagem do ar até a região profunda dos pulmões, onde o oxigênio será extraído e passará ao sangue. Se a parede desses tubos está irritada, um pouco inchada e produzindo secreção em excesso (em termos médicos, inflamada), os sintomas podem acontecer repetidamente. A surpresa, para muitos, é constatar que a inflamação persiste mesmo em períodos de “calmaria”, em momentos de sintoma algum. Ou seja, os asmáticos têm uma inflamação constante (geralmente de fundo alérgico) que acomete os brônquios. “É essa a razão de definirmos a asma como uma doença inflamatória crônica. Curiosamente, muitos pensam que o termo crônico quer dizer algo grave, ou perigoso, mas na verdade quer dizer prolongado, elucida o Dr. Emerich. A asma, além do desconforto respiratório, também pode ser responsável pelo desencadeamento de outras
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ASMA
NÚMEROS DA ASMA
1º 2º 3º Existem aproximadamente de portadores de asma no Brasil
1º
20milhões
O episódio de asma acontece, das vezes, nos primeiros anos de vida
90% 5
4º 5º 6º
7º
8º
O Brasil é o 8º no mundo em prevalência da asma
Ocorrem no Brasil, em média, mil internações anualmente, pelo SUS
350
Os cincos países com maior prevalência de asma clínica em adultos são:
(21,5%) Suécia (20,2%) Reino Unido (18,2%) Países Baixos (15,3%) Brasil (13%) Austrália
A asma está entre a terceira ou quarta causa de hospitalizações
(2,3% do total)
enfermidades, como alerta o Dr. Turner. Pode causar infecções secundárias como pneumonias, desidratação e até levar ao óbito. Em alguns casos mais alarmantes, pode causar um esforço respiratório acentuado, aumentando a frequência cardíaca. Em outros, sudorese, dor torácica, sinais de torpor e cianose. Nesse estágio, o paciente necessita de internação e tratamento em terapia intensiva. Apesar do estado de atenção necessário, a maioria dos pacientes asmáticos tem asma leve e com pequenas doses de medicamento fica muito bem. “Uma pequena proporção de asmáticos tem asma mais grave, mas, mesmo assim, usando tratamento de forma correta vive-se muito bem”. Atualmente se sabe que essas crises são extremante prejudiciais não apenas para o funcionamento dos pulmões, mas também para a qualidade de vida do asmático. Além disso, mesmo que um asmático tenha asma 120
muito leve, pode ter uma crise grave e inclusive, morrer. “Só para que se tenha uma ideia, no Brasil ainda morrem sete pessoas por dia, o que é completamente inaceitável, pois a asma pode ser facilmente tratada”, alerta a Dra. Márcia, da SBPT.
DURAÇÃO DAS CRISES DE ASMA Como são desencadeadas por outros fatores, as crises dependem muito do paciente e do ambiente com o qual tem contato. As crises costumam estar associadas com um irritante (gatilho): poeira domiciliar, mofo, pelos de animais, grãos de pólen, ácaros, fumaça de cigarro, perfumes, mas podem também ser disparadas por outros fatores: frio intenso, exercício físico, resfriados e gripes, alterações emocionais (choro, por exemplo) ou, ainda, por exposição a agentes irritantes no ambiente de trabalho. “Elas podem durar de minutos até mesmo horas”, alerta a Dra. Carmen, da FMUSP. Quando a asma está
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O QUE OS CLIENTES DA FARMÁCIA PRECISAM SABER SOBRE A BOMBINHA COM ESPAÇADOR?
tratada e controlada, as crises desaparecem e, se ocorrerem, são muito leves e infrequentes. Nos paciente com asma não tratada ou mal controlada as crises podem variar em frequência desde duas a três crises/ano até crises mensais.
O QUE FAZER DURANTE UMA CRISE Muitos atendimentos no setor de emergência poderiam ser evitados por meio de programas de educação da asma para pacientes e familiares, elucida o pediatra Dr. Antônio Turner. Segundo o especialista, devem ser oferecidas instruções a respeito dos mecanismos básicos da doença, dos potenciais desencadeantes e como minimiza-los, além do uso apropriado de medicações para prevenir e controlar os sintomas. A principal orientação de forma de tratamento é o uso de broncodilatadores inalatórios (bombinhas) que irão liberar o fluxo respiratório o mais precoce possível. Além disso, é necessária uma boa hidratação com água ou outros líquidos, e o uso de fluidificantes naturais, como o mel, e fluidificantes fitoterápicos, como a bromelina e o Hedera hélix. “O tratamento atual da asma consiste no uso diário de medicação anti-inflamatória inalada sob a forma de 122
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Encaixar a bombinha no espaçador.
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Agitar a bombinha antes de coloca-la na boca.
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Soltar, tranquilamente, todo o ar que estiver no peito.
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Encaixar a boca no espaçador.
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Apertar apenas 1 vez a bombinha.
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Puxar o ar pela boca.
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Segurar a respiração por 10 segundos.
8
Soltar o ar tranquilamente pela boca.
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Lembrar sempre de enxaguar a boca após o uso do medicamento.
pó seco ou aerossol. Esse tipo de tratamento não apenas desinflama os brônquios como previne as crises ou ataques de asma, reduz as faltas a escola e ao trabalho e melhora a qualidade de vida dos asmáticos”, garante a Dra. Márcia Pizzichini, da SBPT. O tratamento da asma pode ser prescrito para as épocas de crise ou de manutenção, como relata a Dra. Marice, do Seconci-SP. “Nas crises utilizam-se os broncodilatadores (salbutamol, fenoterol e xantinas), medicações para o controle do processo inflamatório das vias respiratórias (corticoide) e, eventualmente, antibióticos para o tratamento da infecção respiratória, se houver.” Para manutenção ela cita o uso de corticoide inalatório associado ou não a um broncodilatador de ação prolongada. Por isso o farmacêutico tem papel fundamental nesse processo educativo. “Orientar o paciente a usar o aerossol dosimetrado de maneira adequada. Caso a crise persista, é recomendado associar o uso de corticosteroides inalatórios e, nas mais graves, corticosteroides orais”, explica a Dra. Carmen. O profissional pode ajudar a desmistificar o uso dos medicamentos, colaborando para o paciente fazer o tratamento corretamente e, assim, obter o controle da doença.
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Em estado de alerta APROXIMADAMENTE 12% DA POPULAÇÃO ACIMA DE 40 ANOS NO BRASIL É PORTADORA DE DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA. O PROBLEMA NÃO TEM CURA E O PRIMEIRO PASSO DO TRATAMENTO É O FIM DO TABAGISMO POR VIVIAN LOURENÇO
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Os malefícios do tabaco são inúmeros e os alertas estão por toda parte, até mesmo nas caixas dos cigarros. Muitos se preocupam com o risco de câncer no pulmão, de enfisema e até mesmo de impotência sexual. O leque de enfermidades provocadas pelo cigarro é muito maior e entre elas está a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), que já é a 4ª causa de morte no mundo e a 5ª no Brasil. A evolução dessa doença é progressiva e irreversível, além de prejudicar a qualidade de vida. Esse é um problema que afeta os pulmões do paciente e faz parte de um espectro de doenças que inclui a bronquite crônica e o enfisema pulmonar. Com o aumento da longevidade e o enorme contingente de fumantes, a DPOC, antes rara, passou a afetar um grande número de pessoas. Segundo o médico pneumologista do Hospital Samaritano de São Paulo, Dr. Mauro Gomes, a DPOC é uma doença que acomete preferencialmente os fumantes e engloba a bronquite crônica e o enfisema pulmonar. Quando manifestada, ocorre uma inflamação crônica dos brônquios e a destruição das paredes dos alvéolos pulmonares. Esse grupo de doenças que ela engloba faz com que o paciente apresente uma diminuição do fluxo de ar nas vias respiratórias. “Decorre de uma inflamação das vias respiratórias com acúmulo de secreções e espasmos (bronquite crônica) e, em alguns casos, destruição dos alvéolos (enfisema)”, esclarece a pneumologista do Seconci-SP, Dra. Marice Ashidani. A especialista alerta, porém, que a exposição a gases nocivos e à fumaça também são responsáveis por causar a DPOC, porém o tabagismo ainda é o fator principal de risco.
PRINCIPAIS SINTOMAS Assim como outras doenças que atingem os pulmões, a DPOC faz com que o paciente sinta falta de ar, que vai aumentando progressivamente, sendo que alguns relatam casos de tosse e chiado. A tosse pode ser seca, mas, habitualmente, ocorre expectoração pela manhã, explica o Dr. Gomes, do Hospital Samaritano. No início do problema é comum que os acometidos apresentem apenas um pigarro constante.
A DPOC ACOMETE APROXIMADAMENTE 20% DOS FUMANTES. ESTIMASE QUE NO BRASIL EXISTAM CERCA DE 50 MILHÕES DELES. PORTANTO, DEVEM EXISTIR CERCA DE 10 MILHÕES DE PORTADORES DE DPOC NO PAÍS A falta de ar é progressiva, sendo ocasionada no início apenas por esforços (como subir uma escada ou uma ladeira), mas torna-se mais grave com o passar do tempo e pode chegar a ocorrer nas mínimas atividades do dia a dia, inclusive com a necessidade do uso de oxigênio suplementar. De acordo com a Dra. Marice, do Seconci-SP, nas fases mais avançadas, há falta de ar até no repouso, perda de massa muscular e cianose de extremidades. Com a evolução da doença, a falta de ar acaba se tornando limitante, impedindo o paciente de realizar as atividades habituais, como tomar banho ou comer. Com a progressão da lesão, da inflamação dos brônquios e do aumento da destruição do pulmão, a DPOC acaba sendo incapacitante ao longo dos anos, como acrescenta o coordenador da comissão de DPOC da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), Dr. Fernando Lundgren.
INCIDÊNCIA DA DOENÇA A DPOC acomete aproximadamente 20% dos fumantes. Estima-se que no Brasil existam cerca de 50 milhões deles. Portanto, devem existir cerca de 10 milhões de portadores de DPOC no País. De acordo com o Dr. Lundgren, o problema faz parte da vida de quatro a sete milhões de adultos maiores de 40 anos, ou seja, entre 8% a 12% da população adulta. Estima-se que haja 210 milhões de casos no mundo, completa Dra. Marice, do Seconci-SP. “A incidência em mulheres tem aumentado significativamente nos últimos anos. A doença tende a ser mais prevalente onde há uma população mais idosa com maior incidência de tabagismo”. 2014 JUNHO GUIA DA FARMÁCIA
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RISCOS DA INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA Como explicado pelos especialistas, o principal medicamento usado nos casos da DPOC são os broncodilatadores e é necessário alertar o paciente, portador da doença, de que a interação com outros tipos de medicamento é perigosa. Por esse motivo, o coordenador da SBPT, Dr. Lundgren, orienta que os pacientes devem fazer uso da mesma classe dos broncodilatadores, além de usar corticoide sistêmico para o tratamento da DPOC. “Existem diversos medicamentos para o tratamento da hipertensão arterial, doenças cardíacas e glaucoma que podem agravar os sintomas da DPOC e não devem ser utilizados quando há a doença”, alerta o Dr. Gomes, do Hospital Samaritano. A pneumologista do Seconci-SP, Dra. Marice, observa ainda que, como os pacientes de DPOC geralmente são mais idosos e apresentam comorbidades, usam muitos fármacos de uma única vez. “Eles devem ser orientados a seguir a prescrição médica e sempre informar qual a medicação em uso a cada nova consulta.” Além disso, é papel dos farmacêuticos orientar sobre a necessidade do uso correto da medicação, como esclarecer os procedimentos de manuseio dos inaladores, além de informar qual o melhor método de armazenar o aparelho e os medicamentos na residência do paciente. “Orientar para evitar ambientes quentes, úmidos ou que fiquem expostos ao sol ”, finaliza o Dr. Lundgren.
MANIFESTAÇÃO DA DPOC E TRATAMENTO A DPOC pode evoluir e o paciente pode apresentar quadros com infecções respiratórias de repetição, o que leva a uma acentuação aguda dos sintomas da doença, esclarece o especialista do Hospital Samaritano. Essa situação é comumente conhecida como “crise de bronquite”, e cientificamente chamada de exacerbação da doença. Em muitas dessas situações, há necessidade de internação para o tratamento. Com o passar do tempo 126
essas crises podem aumentar em número e em intensidade e a única maneira de impedir a evolução é a cessação do tabagismo. O Dr. Lundgren, da SBPT, aponta que pacientes expostos a fumaça de cigarro, ou queima de biomassa, estão mais sujeitos a terem sintomas como pigarro ou tosse, e redução da capacidade de realizar exercícios ou mesmo atividade física. “Nas fases mais avançadas, há falta de ar até no repouso, perda de massa muscular e cianose de extremidades”, complementa a pneumologista do SeconciSP, Dra. Marice. A especialista, porém, salienta que nenhuma medicação reverte a doença. O objetivo principal é evitar a sua progressão e otimizar os mecanismos respiratórios priorizando os seguintes aspectos: • Evitar in ec ões respirat rias (antibi ticos e vacinas) • Cessar o tabagismo • Fazer uso de medicamentos broncodilatadores (inalat rios e orais) • Controlar a in ama o cr nica (corticoide inalat rio e ou oral) • Reabilita o pulmonar, trabal ar o condicionamento, treinar formas de poupar esforço nas atividades físicas cotidianas • O igenioterapia domiciliar para os casos indicados, após medidas de gasometria arterial. Como a doença é irreversível, o uso de medicamentos é essencial para a melhoria da qualidade de vida do seu portador. “Hoje os broncodilatadores são os produtos de escolha”, orienta Dr. Lundgren. Segundo Dr. Gomes, do Hospital Samaritano, os medicamentos aliviam a sensação de falta de ar, melhorando a capacidade de realizar as atividades diárias. “Pacientes em fases mais avançadas podem precisar do uso contínuo de oxigênio para repor os baixos níveis no sangue. Isso é fundamental para a melhora da qualidade de vida e diminuição do risco de complicações cardíacas, neurológicas e de óbito pela doença”. Tratamento de reabilitação pulmonar, feito sob supervisão especializada, melhora a capacidade de realizar esforços e a qualidade de vida do doente em qualquer fase da doença. Os medicamentos agem dilatando os br nquios e melhorando a respiração. Além disso, os especialistas são enfáticos em dizer que o paciente só apresentará redução dos sintomas se parar de fumar.
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ARTIGO
Prevenção da
obesidade infantil é a alternativa
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HÁBITOS DE VIDA SAUDÁVEIS MELHORAM DE MODO SIGNIFICATIVO AS CONDIÇÕES DESSES PACIENTES
MARCIA NACIF Professora de nutrição da Universidade Presbiteriana Mackenzie 128
A prevalência de sobrepeso e obesidade infantil está aumentando em todo o mundo, inclusive no Brasil. A obesidade, a aterosclerose e a hipertensão arterial são processos iniciados na infância e, entre os fatores de risco para essas doenças, estão os hábitos alimentares desregrados e a falta de atividade física. Portanto, deve-se intervir precocemente. A promoção da alimentação saudável é fundamental durante a infância, quando os hábitos alimentares estão sendo formados. É importante que a criança adquira o hábito de realizar as refeições com sua família, em horários regulares. Bons hábitos alimentares devem ser seguidos pelas crianças, pais e demais familiares para estimular que todos possam adquiri-los. Para um estilo de vida saudável é importante que as pessoas sigam algumas recomendações: • As re ei ões devem incluir o ca
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da manhã, lanches, o almoço e o jantar. É importante estabelecer e respeitar o horário das refeições. • Deve se consumir diariamente cereais integrais, frutas, verduras e legumes, ótimas fontes de calorias, minerais, vitaminas hidrossolúveis e fibras. • Consumir sal e salgadin os com moderação, para a prevenção de hipertensão arterial. • Evitar o consumo de alimentos não saudáveis, como refrigerantes, sucos industrializados e guloseimas (chocolates, balas, sorvetes, bolachas recheadas, bolos). • Deve se estar atento alimentao ornecida pela escola ou s op ões de lanches que são vendidos na escola ou nas proximidades. • Evitar o ábito de comer assistindo a TV. Tais atitudes devem ser seguidas inclusive em datas festivas como Natal, Ano Novo, Páscoa, entre outras. FOTO: DIVULGAÇÃO
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DIABETES
Diabetes: Brasil figura entre líderes no ranking PAÍS ESTÁ NA QUARTA COLOCAÇÃO ENTRE OS QUE MAIS APRESENTAM PESSOAS ACOMETIDAS. CONHEÇA OS GRUPOS DE RISCO E COMO AS FARMÁCIAS PODEM FACILITAR O DIA A DIA DAS PESSOAS COM A DOENÇA P O R K AT H LEN RA M OS
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O número de casos de diabetes aumenta a passos largos mundialmente. Segundo dados fornecidos pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), até o ano passado foram contabilizados 382 milhões de acometidos. E, para 2035, as estimativas são de que esses números saltem para 592 milhões.
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No Brasil, as estatísticas são bastante preocupantes, já que o País alcançou a quarta colocação no ranking dos que mais apresentam a doença no mundo, perdendo apenas para China, Índia e Estados Unidos, respectivamente. Segundo dados da International Diabetes Federation (IDF), hoje são 11 milhões de brasileiros com a doença e a SBD trabalha com estatísticas FOTOS: SHUTTERSTOCK
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ainda maiores, apontando 13 milhões de acometidos. Em junho do ano passado, a Secretaria da Saúde do Governo do Estado de São Paulo divulgou outro dado alarmante, segundo informa a Axismed: mais de 21 mil pessoas foram internadas pelo Sistema Único de Sáude (SUS) no Estado, por complicações da doença em 2012. São quase duas internações por hora. Só em São Paulo foram 9.562 óbitos decorrentes da diabetes no período. E boa parte desse problema poderia ser evitada se a população estivesse mais atenta ao controle da obesidade. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicou, em agosto de 2010, a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) e nela foi identificado que o excesso de peso em homens adultos saltou de 18,5% para 50,1% entre 2008 e 2009. Em mulheres, esse número passou de 28,7% para 48% no mesmo período. “A obesidade predispõe a resistência insulínica, que é uma redução da capacidade da insulina em transportar a glicose para dentro das células. Isso promove o aumento do açúcar no sangue, predispondo ao diabetes”, explica a endocrinologista do Lavoisier Medicina Diagnóstica, Dra. Myrna Campagnoli. O diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicações e, muitas vezes, alguns sintomas de alerta podem ocorrer. A Dra. Myrna mostra alguns deles. “Ingerir muita água e aumento da diurese diurna e noturna; muita fome, porém com certo emagrecimento; sensação de cansaço; fadiga persistentes; e turvação visual são alguns dos sinais”, descreve, alertando que o diabetes do tipo 2, no entanto, pode ser assintomático por muitos anos. Por isso, é imprescindível o acompanhamento médico regular e a realização de exames periódicos, mesmo quando não existem queixas. Para detecção da doença, alguns exames são solicitados ao paciente, como o de glicemia em jejum. “Esse exame identifica o nível de açúcar no sangue colhido após um período de jejum. Dois valores de glicemia de jejum maiores ou iguais a 126 mg/dL confirmam o diagnóstico de diabetes”, esclarece a médica endocrinologista e assessora da presidência da SBD, Dra. Denise Franco. Alguns médicos também solicitam a hemoglobina glicosilada. “Esse método é utilizado para controle do tratamento, pois permite avaliar uma média das glicemias dos últimos três meses, permitindo avaliar se o tratamento está sendo eficaz”, esclarece a Dra. Myrna.
É IMPORTANTE INCENTIVAR O AUTOCUIDADO COM A SAÚDE PARA QUE ESTE QUADRO NÃO AVANCE. UMA PESSOA COM DIABETES PODE SOFRER DE OUTRAS PATOLOGIAS COMPROMETIMENTO DA SAÚDE Devido à hiperglicemia, o paciente pode desenvolver complicações que comprometem a função de órgãos. “A doença aterosclerótica pode levar à doença cardiovascular com maior risco ao Infarto Agudo do Miocardio e Acidente Vascular Cerebral”, alerta a Dra. Denise Franco, elencando outros riscos. “Temos possibilidade de evolução em retina e rins, que quando não tratada ou diagnosticada pode levar à cegueira e insuficiência renal. Além disso, o comprometimento da circulação dos pés, associado à neuropatia diabética, pode resultar no pé diabético”, avisa a médica. Vale lembrar que essas complicações podem ser evitadas ou controladas com adequada educação em diabetes. “É importante incentivar o autocuidado com a saúde para que este quadro não avance. Sabe-se que uma pessoa com diabetes pode sofrer de outras patologias como obesidade e hipertensão. Com um efetivo monitoramento desse grupo de risco, o País pode mudar essa realidade e ter uma população mais saudável”, destaca a médica endocrinologista e diretora da Clientes & Canais da AxisMed, Dra. Ana Cláudia Pinto.
EM TODAS AS FAIXAS ETÁRIAS Há pouca diferença na incidência de diabetes entre homens e mulheres, segundo dados da IDF. Mundialmente, de acordo com a entidade internacional, há 14 milhões de homens a mais com a doença (198 milhões de homens versus 184 milhões de mulheres). Em 2035, essa diferença deve aumentar para 15 milhões (303 milhões de homens versus 288 milhões de mulheres), sendo que a faixa etária dos mais acometidos fica entre 40 e 59 anos de idade. No entanto, crianças não estão mais imunes ao diabetes, especialmente por conta dos altos índices de obesidade infantil. Segundo a 2014 JUNHO GUIA DA FARMÁCIA
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O DIA A DIA COM DIABETES 1 Quantas vezes ao dia a pessoa com diabetes precisa medir a glicemia? Dra. Tarissa Petry, endocrinologista do Centro de Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz: se o paciente faz uso de múltiplas doses de insulina ou bomba de insulina, deve-se medir a glicemia capilar antes das refeições, duas horas após se alimentar, antes de atividade física, quando suspeitar de hipoglicemia e após tratá-la. Em pacientes que não usam insulina ou fazem uso menos frequentemente, a glicemia capilar deve ser feita quando o médico solicitar, a fim de guiar uma mudança de conduta.
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2 A partir de qual índice a glicemia passa a ser alarmante? Dr. Rodrigo Bomeny de Paulo, endocrinologista do Programa de Diabetes do Hospital Israelita Albert Einstein: considera-se hipoglicemia em um paciente diabético a glicemia < 70 mg/ dL. Ela deve ser tratada prontamente, por ser potencialmente grave. Em relação à hiperglicemia, não existe um valor específico definido como alarmante. Geralmente, valores de 300 mg/dL são considerados muito altos, mas o principal fator de gravidade acaba sendo a presença de sintomas.
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Caso a glicemia esteja muito alta, até chegar ao médico, o paciente precisa tomar alguma providência ou cuidado?
Qual o tipo de diabetes que exige tratamento com insulina? A aplicação pode ser feita até quantas vezes ao dia e quais as variações de dose?
O paciente que ministra insulina, além dela, precisa fazer uso de outros medicamentos para o controle da doença? Se sim, quais podem ser?
Dr. Rodrigo Bomeny de Paulo, endocrinologista do Programa de Diabetes do Hospital Israelita Albert Einstein: o paciente deve seguir as recomendações do médico – em relação ao uso das medicações e doses de correção de insulina (caso faça uso). É importante ingerir uma maior quantidade de líquidos, evitar alimentos com quantidades elevadas de carboidratos e, se houver piora ou manutenção dos sintomas, procurar um serviço de urgência.
Dra. Tarissa Petry, endocrinologista do Centro de Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz: pacientes com diabetes tipo 1 devem sempre ser tratados com insulina, já que nesse tipo de diabetes o pâncreas não produz nenhuma insulina. Geralmente, fazem uso de uma insulina de longa ação, variando a quantidade de aplicações de acordo com o tipo de insulina (de uma a três vezes ao dia), e insulina de ação rápida ou ultrarrápida, normalmente antes de refeições e lanches.
Dr. Gustavo Daher, endocrinologista do Programa de Diabetes do Hospital Israelita Albert Einstein: em pacientes com diabetes tipo 2, o uso da insulina pode ser feito junto ao uso dos hipoglicemiantes orais, como biguanidas, sulfoniureias, inibidores do DPP-IV, glinidas, entre outras.
6 Em quais áreas do corpo a insulina pode ser aplicada e qual a importância do rodízio entre os locais de aplicação? Dr. Rodrigo Bomeny de Paulo, endocrinologista do Programa de Diabetes do Hospital Israelita Albert Einstein: as regiões recomendadas para a aplicação são: braços (face posterior), nádegas (quadrante superior lateral externo), coxas (face anterior e lateral externa) e abdômen (regiões laterais direita e esquerda, distante três dedos do umbigo). É fundamental a realização de um rodízio do local de aplicação para prevenir a lipohipertrofia, condição em que a insulina não é absorvida adequadamente no tecido subcutâneo e, consequentemente, leva à hiperglicemia.
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Em relação às agulhas, quais as mais e menos indicadas para aplicação de insulina?
De modo geral, quantos medicamentos uma pessoa com diabetes toma ao dia?
Fazendo uso de tantos medicamentos, existem riscos de interações medicamentosas ou com alimentos?
Dr. Rodrigo Bomeny de Paulo, endocrinologista do Programa de Diabetes do Hospital Israelita Albert Einstein: as novas recomendações indicam o uso de agulhas curtas para todas as pessoas. Crianças e adolescentes, obrigatoriamente, devem usar agulhas menores ou iguais a 6 mm. Adultos podem usar agulhas de até 8 mm, devendo evitar as agulhas com 12 mm, 12,7 mm e 13 mm, pelo alto risco de aplicação intramuscular.
Dra. Tarissa Petry, endocrinologista do Centro de Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz: geralmente, esse paciente apresenta outras comorbidades, como sobrepeso ou obesidade, hipertensão arterial sistêmica e dislipidemia. Portanto, costuma tomar múltiplas medicações, algumas mais de uma vez ao dia.
Dr. Gustavo Daher, endocrinologista do Programa de Diabetes do Hospital Israelita Albert Einstein: o uso de medicações tanto para o diabetes quanto para possíveis outras doenças pode gerar interações medicamentosas, porém isso depende essencialmente da condição clínica individual de cada paciente. Um exemplo possível seria o uso de medicações capazes de alterar o hábito intestinal ou gerar náuseas em pacientes (como as biguanidas), alterando, assim, a absorção/ingestão de alimentos. Quando associadas a medicações como insulina ou medicamentos via oral, elas podem aumentar a secreção da insulina pancreática e gerar hipoglicemia.
10 Alguns pacientes com diabetes podem sofrer alguns episódios de hipoglicemia. Por que isso acontece e quais são os sintomas? Dr. Gustavo Daher, endocrinologista do Programa de Diabetes do Hospital Israelita Albert Einstein: a hipoglicemia pode ocorrer em pacientes com diabetes que estejam em uso de medicamentos que têm por objetivo o controle e a redução do nível de açúcar. Esses eventos normalmente ocorrem quando o paciente faz uso de uma dose maior que a necessária, por erros alimentares ou após a realização de atividades físicas aeróbicas. São episódios que provocam sintomas intensos como suor frio, tremores, palpitação, ansiedade, fome intensa, confusão mental, sensação de escurecimento visual, até perda de consciência, convulsões e morte.
11 Caso os sintomas apareçam, quais medidas o paciente precisa tomar? Dr. Gustavo Daher, endocrinologista do Programa de Diabetes do Hospital Israelita Albert Einstein: sempre que possível, realizar um teste de glicemia capilar para confirmar a hipoglicemia e ingerir 15 g de carboidratos, que podem ser encontrados em um copo de suco de laranja, de refrigerante normal ou de água com uma colher de sopa de açúcar. Três balas de caramelo também são suficientes. Sempre repetir a glicemia capilar 15 minutos após a ingestão do carboidrato e repetir o procedimento, se necessário. Se o paciente estiver inconsciente ou incapaz de ingerir líquidos/ alimentos, os familiares ou cuidadores deverão acionar serviços de urgência médica e utilizar, se presente, medicações específicas que podem corrigir o nível de açúcar, como o Glucagon (hormônio sintético utilizado em injeções subcutâneas ou intramuscular).
12 Quais os cuidados mais importantes que o paciente com diabetes precisa ter para manter a saúde em dia e qualidade de vida? Dra. Tarissa Petry, endocrinologista do Centro de Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz: é importante a mudança no estilo de vida, aderindo a uma dieta mais saudável, evitando o consumo de alimentos com açúcar e farinha simples, além de atividade física de pelo menos 150 minutos por semana, como caminhada, tendo como alvo a perda de cerca de 7% do peso, pelo menos, a fim de diminuir a velocidade de progressão da doença.
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ESPECIAL SAÚDE
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ENTENDA A DOENÇA
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Fonte: médica endocrinologista e assessora da presidência da SBD, Dra. Denise Franco
POF de 2010, divulgada pelo IBGE, mais de 30% das crianças brasileiras entre 5 e 9 anos de idade apresentam excesso de peso. “O diabetes do tipo 1, em que há deficiência de produção de insulina, ainda é o tipo mais comum. No entanto, nos últimos anos a incidência do tipo 2, associada à obesidade, erro alimentar e sedentarismo, vem aumentando na infância”, alerta a endocrinologista do Lavoisier Medicina, Dra. Myrna Campagnoli.
E CO N TEÚDO
Diabetes tipo 1: está relacionado com a autoimunidade, comprometendo as células beta do pâncreas, responsáveis pela produção da insulina. Assim, os acometidos necessitam de insulina exógena para sobreviver. A incidência dessa patologia é maior entre as crianças e os adultos jovens. Diabetes tipo 2: é a mais comum na população e está associada a resistência à insulina e mudanças sociais e culturais, como envelhecimento da população, urbanização, alteração nos hábitos alimentares e sedentarismo. Diabetes gestacional: define-se como qualquer situação de intolerância à glicose com início ou diagnóstico durante a gestação. Nessa condição, ocorre a resistência à insulina e diminuição da função da célula beta. Embora a doença costume regredir após o parto, essas pacientes precisam de acompanhamento, pois apresentam risco aumentado de desenvolver diabetes tipo 2. Pré-diabetes: situação em que os níveis de glicemia de jejum estão acima dos considerados normais (99 mg/dL), mas não tão elevados para o diagnóstico de diabetes (glicemia de jejum ≥ 126 mg/dL). Estas pessoas têm maior risco para desenvolver o diabetes tipo 2.
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As restrições na alimentação e a rigidez no tratamento são uma grande dificuldade de adaptação dos diabéticos. Mas, felizmente, a indústria e a medicina contribuíram com a melhora da qualidade de vida dos pacientes, fornecendo medicamentos de alta eficácia e outros produtos que podem fazer toda a diferença no dia a dia dessas pessoas. No entanto, como as novidades são muitas, o ideal é que as farmácias invistam em treinamentos e espaços dedicados a esse público. Dessa forma, num único local, o paciente poderá resolver todas as suas demandas, que vão desde os produtos da receita médica até aqueles que podem trazer um benefício a mais, como hidratantes ou produtos diet. O investimento é válido levando em consideração o número de pacientes portadores do problema. “A rentabilidade da categoria de diabetes é extremamente alta, já que é uma doença crônica e que, em algumas regiões, é considerada uma epidemia. Além disso, é uma enfermidade que carrega outras complicações como doenças vasculares, renais e oftalmológicas”, destaca a coordenadora de marketing da Roche, Raquel Belfort Mattos Tenuta. Para garantir bons resultados, o primeiro passo para as farmácias é oferecer um bom sortimento. “No kit de tratamento estão os produtos complementares ao medicamento utilizado como agulhas ou seringas. Além disso, o paciente pode precisar de lenços para assepsia, lancetas, monitores e tiras para medir a glicemia”, descreve a gerente de produtos – canal varejo da BD, empresa líder global em tecnologia médica, Lara Naccache Miranda. A gerente de produto da Diabetes Care da Bayer HealthCare, Patrícia Gaillard, lembra, ainda, que o diabetes é uma doença polivalente. Isso significa que o ponto de venda precisa pensar não apenas no tratamento dessa enfermidade, mas também nos cuidados para as doenças comumente associadas a ele. “As gôndolas precisam dispor de medicamentos para colesterol, pressão alta, retinopatia e cuidados para os pés, além de alimentos diets, como chocolates, biscoitos e balas”, enumera.
EVOLUÇÃO CONSTANTE Os pacientes com diabetes podem ter, hoje, uma excelente qualidade de vida, graças ao avanço dos acessórios, alimentos e medicamentos envolvidos no tratamento. As agulhas para injeção de insulina são um exemplo, já que agora apresentam-se mais finas e curtas. “Sabemos que as agulhas curtas, além de diminuírem a sensação de dor na aplicação, garantem que o medicamento seja administrado no tecido subcutâneo – local recomendado para a adequada absorção do medicamento. Isso evita complicações como a hipoglicemia”, esclarece Lara. 2014 JUNHO GUIA DA FARMÁCIA
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As insulinas também evoluíram e agora apresentam versões mais modernas, inclusive garantindo efeito prolongado. “Em fevereiro, foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) uma nova insulina de ultralonga duração. O produto deve chegar ao mercado ainda este ano”, revela o diretor médico da Novo Nordisk, Dr. Enrico Repetto. Essa insulina proporciona efeito até 40 horas. Assim, em ocasiões de impossibilidade da aplicação no horário recomendado, o uso pode ocorrer posteriormente. Estudos recentes também demonstraram menor risco de hipoglicemia noturna. O mesmo progresso pode ser presenciado na categoria de monitores de glicemia. A Bayer HealthCare, por exemplo, disponibiliza o sistema Contour TS, que pode ser utilizado em apenas um passo: basta inserir a tira no aparelho. Além disso, o usuário pode baixar, gratuitamente, no smartphone (Android ou iOS) ou em seu iPad o aplicativo Glicocare. “Essa ferramenta traz recursos como contador de carboidratos, um registro em formato gráfico com as medições de glicemia, entre outras funções que facilitam a vida do paciente”, explica Patrícia Gaillard. A Roche também apostou em novas tecnologias para os seus monitores. “Lançamos, recentemente, o Accu-Chek Active, que agora oferece a possibilidade de uma conexão por cabo USB e, com isso, permite descarregar todos os resultados diretamente para o software Smart Pix, gratuito para download em nosso site”, conta Raquel Tenuta. Os cuidados com a pele das pessoas com diabetes também podem ser aprimorados. Para atender a necessidade esses pacientes por produtos específicos para a hidratação, a Sanofi lançou, recentemente, dois produtos dermatológicos, clinicamente testados em pessoas com diabetes: o Hidrastar Loção (120 mL) para o corpo e Hidrastar Creme (120 g) para os pés. “O Hidrastar combina ingredientes em concentrações ideais numa fórmula especialmente desenvolvida para facilitar a adesão do paciente diabético ao cuidado diário com a pele, devido à rápida absorção, ao toque seco e ao fato de não deixar resíduos”, afirma o gerente de grupo de produto da Sanofi, Renato Arruda. Até mesmo produtos que não estão relacionados diretamente ao diabetes passam a ser desenvolvidos em versões sem açúcar, facilitando a adesão dos acometidos a outros tratamentos. O laboratório Aché, por exemplo, desenvolveu o Inellare Zero adição de açúcar, voltado para pessoas que precisam complementar suas necessidades diárias de cálcio. 138
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QUANTO O DIABÉTICO GASTA, AO MÊS, NO SEU TRATAMENTO? Na prática, esse valor pode variar bastante e precisa-se levar em consideração o tipo da doença (diabetes tipo 1 ou 2), seu grau de evolução e valores que os pacientes estão aptos a despender. Mas, de acordo com especialistas do setor, o desembolso pode variar entre R$ 400 e R$ 500 ao mês. Lara Miranda, da BD, fornece um exemplo. “Se considerarmos um paciente que comprará apenas produtos relacionados diretamente ao tratamento, como um refil de insulina, agulhas, adoçantes, lenços para assepsia, monitor de glicemia, lancetas e tiras de monitor, os gastos serão de, aproximadamente, R$ 400,00. Ou seja, é um consumidor que tem um alto tíquete médio, mesmo sem considerar as doenças concomitantes, produtos com cuidados gerais e diets”, analisa. A farmacêutica proprietária da Hiperfarma, Rosemilce Kock, também reforça que a despesa no tratamento vai depender do valor que o paciente tem disponível para custeá-lo. “Existem as insulinas fornecidas pelo Governo e algumas que possuem um custo maior. Os medicamentos via oral funcionam da mesma maneira. Então, um paciente pode não gastar nada se conseguir tudo pelo programa da Farmácia Popular, ou ter de aplicar R$ 500,00 ou mais por mês. Depende do tratamento que o médico receitar”, pondera.
OS SEGREDOS DA FIDELIZAÇÃO A farmácia tem um papel fundamental na vida das pessoas com diabetes, pois são nesses estabelecimentos que se iniciam os primeiros contatos com produtos como monitores de glicemia e medicamentos diários. Portanto, muitas vezes é por lá que o paciente aprende mais sobre como controlar a doença e esse cenário cria um ambiente favorável à fidelização do consumidor. “As farmácias que proporcionarem equipes familiarizadas com produtos inovadores e que façam diferença positiva na vida do consumidor, oferecerem um atendimento personalizado e entenderem suas necessidades, garantirão um cliente satisfeito e leal”, assegura Patrícia Gaillard, da Bayer HealthCare. Além de oferecer um mix completo e boa exposição, é fundamental que as farmácias tenham um papel mais ativo, proporcionando colaboradores treinados, aptos a esclarecer as dúvidas dos pacientes. “O mais relevante para o bom atendimento desse perfil de consumidor é a prestação
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VALORIZE O MIX NA HORA EXPOSIÇÃO 1) Crie um espaço exclusivo para esses produtos. O uso dessa estratégia propicia um atendimento mais intimista e os clientes se sentem mais confortáveis e seguros para comprar o que necessitam. Isso se reflete no aumento das vendas e na credibilidade da loja junto aos consumidores. 2) Produtos que impactam diretamente na saúde do paciente, no controle da glicemia e são de uso crônico, como seringas, agulhas, lenços de assepsia, lancetas, tiras e monitor de glicemia, devem estar na altura dos olhos e à esquerda da gôndola. 3) Itens de cuidados gerais, como hidratantes, medidor de pressão, produtos para micose e cuidados com os pés devem estar à direita dos produtos acima mencionados. 4) Na sequência, podem vir os produtos relacionados à alimentação dos pacientes, como adoçantes e diets. 5) Na hora da exposição e precificação, considere que uma parte considerável dos diabéticos tem mais de 40 anos de idade e, possivelmente, alguma deficiência visual. 6) Não se recomenda a venda unitária de produtos como agulhas, que perdem seu rastreamento e informações sobre validade. 7) Produtos como as seringas não devem ficar dentro da sala de aplicação, escondidas dos pacientes, e, sim, no autosserviço.
de serviço, com profissionais capacitados para responder às dúvidas sobre os equipamentos e medicamentos”, considera a coordenadora de marketing da Roche, Raquel Belfort Mattos Tenuta. Também é válido desenvolver serviços ou campanhas diferenciados, que auxiliem esses consumidores durante o tratamento. “Além de testes de glicemia, que geralmente são feitos nas farmácias, um outro serviço muito importante é a disponibilização de informações sobre o quanto o estilo de vida pode influenciar no desenvolvimento do diabetes. Por exemplo, conhecer os sintomas da doença pode ajudar na detecção precoce de novos casos de diabetes e, além disso, é importante que as pessoas saibam que uma alimentação adequada e atividade física regular ajudam muito na prevenção e no sucesso do tratamento”, aconselha o diretor médico da Novo Nordisk, Dr. Enrico Repetto. A farmacêutica proprietária da Hiperfarma (São José dos Pinhais/PR), Rosemilce Borges Kock, acrescenta outras ações 140
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importantes que podem ajudar a fidelizar esses clientes. “As farmácias precisam praticar preços competitivos nos produtos direcionados ao tratamento da doença, como tiras, aparelhos, insulinas. Vale, ainda, participar dos programas das indústrias e Farmácia Popular”, aconselha. Lara Miranda, da BD, também acredita na importância das campanhas promocionais. “É preciso olhar para esse cliente em sua totalidade, oferecendo melhores condições de pagamento e ofertas em combos, já que há vários produtos de interesse do paciente com diabetes”, acrescenta. Para potencializar as vendas e atrair os consumidores, também vale a pena investir num espaço dedicado aos produtos para diabetes. “O diabetes exige um tratamento e controle multidisciplinar integrado, que envolve desde o uso de medicamentos injetáveis e antidiabéticos orais até soluções para melhorar a qualidade de vida e o bem-estar do paciente, como monitores de glicemia, produtos específicos para hidratação da pele, alimentos e sistemas de aplicação de insulina. Com tantas soluções inovadoras, oferecer uma gama completa de produtos e disponibilizar esse mix no mesmo espaço é uma estratégia importante para reter esse consumidor, que é recorrente no ponto de venda”, justifica o gerente de grupo de produto da Sanofi, Renato Arruda. A proprietária da Hiperfarma acredita nessa importância e investe no modelo. “Com o conhecimento da categoria pelos clientes, a farmácia vai aprimorando seu espaço. Isto é constante. Na nossa loja estamos criando um Espaço Saudável, para aprimorar o Espaço Diabetes, com produtos complementares como alimentos , vitaminas, entre outros”, conta Rosemilce. Hoje, o Espaço Diabetes da Hiperfarma traz produtos como monitores e tiras de glicemia, agulhas para canetas de insulinas, aparelhos de pressão, produtos ortopédicos, meias para circulação e bengalas. As campanhas de saúde para detecção precoce da doença também podem ser uma estratégia válida para fidelização. Nelas, as farmácias podem proporcionar alguns serviços gratuitos à comunidade, como aferição de glicemia, além de palestras ou cursos que possam ajudar os consumidores a entender o diabetes e aderir aos tratamentos. “Já realizamos, diversas vezes, o que chamamos de o Dia da Saúde, onde fizemos medição de glicose, pressão arterial, colesterol e triglicérides gratuitamente para a população do bairro. Além dos testes, proporcionávamos orientação com diversos profissionais voluntários, como médicos, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos e farmacêuticos”, lembra Rosemilce. Para viabilizar a ação, a Hiperfarma também contou com a parceria da prefeitura da cidade e da indústria.
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Inaladores e
umidificadores de ar NO OUTONO E INVERNO AS VENDAS DESSES APARELHOS AUMENTAM DE 20% A 40%, ÍNDICES QUE GERAM MAIOR LUCRATIVIDADE AO CANAL FARMA P O R L Í G IA FAV O R ETTO E V I V I A N LOU R ENÇ O
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A venda de correlatos, ou seja, não medicamentos, ganha cada vez mais força em farmácias e drogarias. Novos produtos passam a ser mais bem trabalhados no ponto de venda, como os itens de perfumaria, dermocosméticos e aparelhos como medidores de pressão, umidificadores de ar, inaladores, entre outros. Dentre as possibilidades apresentadas, o varejista pode explorar também a sazonalidade. Com a chegada do inverno, o momento torna-se propício para a comercialização de produtos voltados à cura e prevenção de doenças respiratórias, principalmente em crianças e idosos, já que os riscos de contaminação são maiores.
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Um dos tratamentos mais prescritos é a inalação. O mercado brasileiro de inaladores movimenta cerca de R$ 1,5 milhão ao ano e, nos períodos de outono e inverno, as vendas aumentam de 30% a 40%, segundo informa o coordenador de marketing da Accumed-Glicomed, Pedro Henrique. “Hoje em dia, ao lado das grandes redes varejistas e dos e-commerces, o canal farma tem grande importância no volume de venda. A vantagem do estabelecimento é a possibilidade de treinar a equipe de atendimento, prestando um suporte maior ao consumidor, ajudando-o na escolha do produto certo para a sua necessidade.” O executivo comenta que cantinhos especializados são a grande vertente do varejo farmacêutico, FOTOS: FELIPE MARIANO/SHUTTERSTOCK
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muitas comodidades, como o Ter um conforto de não ter de se desinalador locar até o hospital ou posto em casa traz muitas médico para fazer as inalações, comodidades pois muitas vezes o médico indica fazer três seções por dia, o que obriga quem não tem inalador em casa a ir até o hospital à noite, expondo-se à chuva, frio, sereno etc. “Outro fator importante é a higiene dos inaladores, pois o risco de contaminação para o usuário é maior em locais que prestam serviços, devido à alta rotatividade, sobretudo nos que não utilizam micronebulizadores (reservatório onde se coloca a medicação) descartáveis e, pela pressa, não fazem a limpeza e assepsia corretas.”
Qualidade Qualidade Garantida Garantida
NS NS!!
Inalar Compact Inalar InaladorCompact a Ar Comprimido
Imagens Imagens meramente meramente ilustrativas. ilustrativas.
como os destinados ao diabetes ou bebês. “Esses espaços deveriam existir também para os inaladores, aliados ao uso de material de merchandising em ponto de venda, promotoras de vendas, e extenso treinamento dos atendentes das farmácias, pois a explicação das características e do funcionamento dos aparelhos é primoridal para levar o consumidor a se sentir seguro e entender as vantagens de adquirir o inalador.” Para que o cliente esclareça todas as suas dúvidas no momento da decisão da compra, o profissional que realiza o atendimento deve saber informar as vantagens de cada modelo de produto, conhecer o tipo de medicamento que será utilizado e informar as características e as facilidades que trarão ao usuário. O sócio-gerente da Soniclear, Roberto Luiz de A. Haushahn, afirma que ter um inalador em casa traz
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Inalador Ultrassônico
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HOJE A POPULAÇÃO RECORRE AO APARELHO PARA ALIVIAR SINTOMAS DO ESTRESSE, SECURA DE GARGANTA E NARIZ E ALÍVIO DA RESPIRAÇÃO CONTRA A POLUIÇÃO DO AR, INGERIDA DIARIAMENTE, SOBRETUDO NAS GRANDES CIDADES
Normalmente o consumidor procura um inalador que possua características de maior vazão de ar, para que o medicamento seja introduzido nas vias respiratórias dos pulmões com maior facilidade, proporcionando uma inalação mais rápida e eficaz. “Como também fazer a inalação em menor tempo, para proporcionar um alívio mais rápido da crise respiratória e que transforme o medicamento em pequenas partículas para que ele seja facilmente absorvido pelo pulmão. Outras vantagens importantes são comodidade e praticidade no uso, como o de fazer a inalação deitado, facilitando o uso em crianças e pessoas acamadas, e que seja prático de se utilizar com a tecnologia bivolt automático, por exemplo, e sistemas de segurança para proteção do aparelho”, pontua Haushahn. O executivo da Soniclear assegura ser muito importante adquirir produtos com certificações como Inmetro Compulsório e confirmar se a marca e modelos específicos estão registrados na à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), além de conferir se o fabricante do produto está certificado com Boas Práticas de Fabricação (BPF). Atualmente, os inaladores ultrassônicos são considerados os modelos mais modernos e funcionam por meio de um sistema eletrônico com placa eletrônica interna, microventilador (cooler) igual aos utilizados nos computadores e cerâmica piezoelétrica que transformam o medicamento a ser inalado em micropartículas em forma de 144
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aerossol as quais atingem rapidamente as vias respiratórias inferiores dos pulmões. Para o gerente comercial da NS Inaladores, Maurício Parizi, o canal farma é o principal canal de comercialização de inaladores. Ele revela que no inverno as vendas aumentam 25% e que o produto já está inserido tanto nas grandes redes quanto nas redes associativistas. “Hoje, as farmácias independentes também começam a enxergar novas oportunidades de atuação e passam a priorizar a comercialização de outros tipos de produtos, que não sejam medicamentos.” O executivo recomenda aos balconistas e farmacêuticos que fiquem atentos. Por exemplo: se um consumidor chega ao ponto de venda com uma receita de um produto para fazer inalação, existe aí uma oportunidade para oferecer o aparelho.” Ele diz ainda que o atendente procure saber se o cliente já tem o próprio inalador, se usa um emprestado, ou se está precisando trocar o que já tem por um mais moderno e prático. “Hoje, muitas pessoas começaram a fazer trocas, já que alguns modelos estão bem antigos.” Saber quem será o usuário do inalador é mais um diferencial. Para crianças e idosos é aconselhável, segundo Parizi, indicar os modelos mais fáceis de uso, como os ultrassônicos, que podem ser usados mesmo se a pessoa estiver deitada. NOVA NECESSIDADE DE USO Na maioria dos casos, os inaladores são prescritos pela classe médica, mas os brasileiros passam a fazer uso do aparelho com outra finalidade. O engenheiro da Nevoni – empresa de inaladores –, Roberto Nevoni, afirma que hoje a população recorre ao aparelho para aliviar sintomas do estresse, secura de garganta e nariz e alívio da respiração contra a poluição do ar, ingerida diariamente, sobretudo nas grandes cidades. “Nesses casos, a inalação pode ser feita com soro fisiológico. Agora, quando o uso é para tratar alguma doença, os médicos recomendam os broncodilatadores, que podem alterar os batimentos cardíacos, daí é imprescindível a prescrição e o acompanhamento terapêutico.” Nevoni diz que os inaladores devem ficar expostos nas vitrines do ponto de venda, para que o consumidor verifique a posição do produto sem relacioná-lo a medicamentos. “Outra possibilidade é acomodá-los em pilhas perto da entrada da loja.” 146
LIMPEZA E ASSEPSIA Fazer a correta higienização do aparelho após cada inalação é um hábito que deve ser recomendado aos clientes. Veja o passo a passo: • Desligar o aparelho da rede elétrica. • Desencaixar todos os acessórios e retirar os resíduos de líquidos e medicamentos. • avar os acessórios com água e sabão neutro. • Após a lavagem, sempre que possível, colocar os acessórios numa solução germicida durante 20 minutos. • impar o reservatório do inalador com papel toalha – nunca utilizar álcool. Fonte: Soniclear
A empresa aposta em lançamentos de inaladores ultrassônicos, que são fabricados com aperfeiçoamento técnico. O objetivo é minimizar o nível de ruído. “As pessoas preferem os inaladores silenciosos. Outro fator levado em consideração é o tamanho da névoa, o tempo de inalação e se a empresa oferece assistência técnica.” Outra oportunidade lucrativa são os umidificadores de ar, que têm sido muito procurados pela população que deseja evitar problemas respiratórios, mantendo o ambiente doméstico protegido e úmido. UMIDIFICADORES TAMBÉM TÊM SUA IMPORTÂNCIA Atualmente, os umidificadores de ambiente já fazem parte da linha de utensílios domésticos, principalmente em famílias onde há crianças, idosos ou pessoas com algum tipo de alergia respiratória. “No sudeste e centro-oeste do Brasil o inverno é normalmente seco, por isso a venda de umidificadores se intensifica nesse período. As vendas também são boas quando o verão é seco, pois o aumento da umidade ambiente cria uma sensação maior de bem-estar”, explica o diretor de produto e comércio exterior da Mondial, Jacques Ivo Krause. A procura pelos umidificadores de ar cresce, pois, com os dias mais frios e secos, aproximam problemas de saúde como rinite, sinusite,
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ACESSÓRIOS RENTÁVEIS Muitas vezes as farmácias perdem vendas porque não têm os acessórios de reposição e normalmente a pessoa volta à mesma loja que comprou o aparelho para comprar os acessórios. Se um indivíduo recebe uma prescrição para fazer a inalação três vezes ao dia, gasta cerca de R$ 21,00 por dia com medicamentos, mas, ao longo do tempo, será preciso repor as peças e terá esse gasto adicional. Veja a seguir quais acessórios são indispensáveis e reponha seu estoque: • Máscaras – em dois tamanhos – adulto e infantil. • oquilha para fazer inalação pela boca. • Mangueira. • Receptor de medicamentos. • ampa de reservatório. • ogo de copos. • raqueia. Fonte: Soniclear
bronquite e asma, como relata o executivo da NS, Maurício Parizi. COMO ELES FUNCIONAM Os umidificadores NS possuem sistema de funcionamento ultrassônico, produzindo uma névoa fria e homogênea que umidifica ambientes fechados ou climatizados por ar condicionado. Krause, da Mondial, explica que os aparelhos têm a função de pulverizar água no ar através da quebra de suas partículas, transformando a água em uma névoa úmida, que é lançada no ambiente por meio de um pequeno ventilador interno. “Um umidificador coloca no ambiente até 320 mL de água por hora, quando em sua capacidade máxima.” O uso do umidificador é importante porque a unidade do ar mantém a saúde em dia e evita problemas mais sérios, como alergias e doenças graves. Isso é explicado pelo fato de o ar seco deixar todo o sistema respiratório igualmente seco e irritado, e a poeira do ambiente prolifera mais bactérias e ácaros. 148
A umidificação do ambiente atua, segundo Parizi, de forma eficaz na prevenção de doenças respiratórias, pois, quando o nível da umidade relativa do ar fica abaixo de 40%, há ressecamento das mucosas, o que, segundo alguns estudiosos, reduz os anticorpos, deixando o organismo predisposto a infecções. São por esses motivos que os umifidicadores amenizam os problemas respiratórios, pois eles ajudam a manter a umidade do ar, evitando, assim, os desconfortos que a baixa umidade traz. “Além de melhorar o bem-estar geral do ser humano nos ambientes”, complementa Krause.
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O frio chegou DURANTE O ANO TODO, A PELE SOFRE COM AS ALTERAÇÕES DE TEMPERATURA. PARA PREVENIR E ACABAR COM O RESSECAMENTO PROVOCADO SOBRETUDO NO INVERNO, CONSUMIDORES DEVEM BUSCAR HIDRATANTES INTENSIVOS POR TASSIA ROCHA 150
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Os brasileiros já estão mais do que acostumados com as mudanças bruscas de temperatura. No início do ano o País viveu dias extremamente quentes, fato que não acontecia há muitos anos. Agora, o frio começa a dar seus sinais, ainda que de forma singela, já é capaz de provocar alterações no organismo humano, mais especificamente na pele, que sofre com a chegada do inverno. Manter a FOTOS: SHUTTERSTOCK
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PELE
hidratação em dia durante o período é uma ação que garante a beleza do corpo. A dermatologista do Centro Dermatológico Skinlaser, Dra. Marina Barletta, explica que, no inverno, o tempo mais gelado e seco faz com que a pele perca água mais facilmente para o meio ambiente. “Lugares fechados ou com aquecimento muito forte ajudam nesse processo de ressecamento. A pele tende a ficar com aparência opaca e com acentuação dos sulcos e das rugas”, afirma. Não são apenas as alterações de temperaturas que trazem prejuízos, mas, também, o comportamento da população. Basta chegar os meses mais frios do ano que as
pessoas tendem a adotar alguns hábitos maléficos para a saúde da pele, como banhos mais quentes e demorados, responsáveis por tirar a oleosidade natural da pele. Os problemas na epiderme podem atingir qualquer pessoa, mas com grau variável. Por exemplo, peles oleosas sofrem menos nessa época do ano, mas também devem ser hidratadas com produtos oil free. A tipologia que mais sofre nesta época são as secas e as com tendência ao ressecamento, além dos indivíduos que apresentam dermatites. O principal aliado na prevenção e no tratamento do problema é o hidratante. Ele é essencial para prevenir o
FUNÇÃO DE CADA PRODUTO Creme: principal veículo entre os produtos para hidratação da pele. Qualquer pessoa, com qualquer tipo de pele, pode usá-lo quando perceber sinais de ressecamento. A melhor forma de usar esse tipo de produto é em dias mais frios, quando a tendência é suar menos. Para melhorar a eficácia do creme, uma dica é aplicar o produto diariamente após o banho.
Óleo: por si só não hidrata, mas evita a perda de água e serve para suavizar e amaciar a pele. Com exceção do rosto, pode ser usado no corpo todo. Para melhorar o efeito, sua aplicação deve ser feita durante o banho com massagens circulares. Em dias quentes, recomenda-se evitar os óleos para a pele, já que o suor intenso misturado ao produto pode causar certo desconforto. Deve ser evitado por quem já tem a pele oleosa.
Loção: é mais fluida que o creme hidratante e proporciona uma pele macia de uma forma mais leve. Serve para todo tipo de pele também e, por ter uma formulação mais leve que o creme, é o produto ideal para ser usado em dias não muito frios ou por pessoas que não gostam da sensação de grude.
Fonte: dermatologista do Centro Dermatológico Skinlaser, Dra. Marina Barletta
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ATUAÇÃO NA PELE Os óleos minerais e vegetais formam uma espécie de filme na pele para impedir a desidratação. Os hidratantes atuam de três maneiras diferentes: Oclusão: por ativos emolientes, que formam um filme sobre a pele impedindo a perda de água (vaselina, lanolina, manteiga de karité, ceramidas). Umectação: por ativos mantém a pele naturalmente umedecida, por aplicação de substâncias que retêm água na superfície da pele (glicerina, sorbitol, propilenoglicol). Hidratação: por ativos que têm a capacidade de penetrar na epiderme e reter água nas suas camadas mais profundas, como os constituintes do fator de hidratação natural (NMF – Natural Moisturizing Factor), ureia, lactato de amônio. Fonte: dermatologista do Centro Dermatológico Skinlaser, Dra. Marina Barletta
ressecamento da pele e mantê-la com aspecto bonito e saudável. No inverno, recomenda-se também o uso de ácidos e clareadores em concentrações maiores do que os utilizados no verão, já que, devido ao calor e a exposição solar, a pele tende a ficar mais sensibilizada.
ATENDIMENTO CONSULTIVO Para que o hidratante cumpra seu papel, o ideal é recomendar aquele que mais se encaixa nas descrições e no tipo de pele do consumidor, além de informar a melhor maneira de aplicação. O ideal é que o uso do produto ocorra principalmente após a ducha, quando se tem melhor absorção. “Pessoas com histórico de dermatites (como dermatite atópica, psoríase e ictiose) devem usar hidratantes com formulações especiais para pele” orienta a Dra. Marina. Farmácias e drogarias precisam estar atentas às novidades do mercado para oferecer as melhores opções aos clientes. O ideal é oferecer produtos com bom custo-benefício, apostar em promoções e facilitar o acesso às gôndolas. 154
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NO INVERNO, O TEMPO MAIS GELADO E SECO FAZ COM QUE A PELE PERCA ÁGUA MAIS FACILMENTE PARA O MEIO AMBIENTE Segundo a farmacêutica da Orange Health, Lucinéia Rocha, ainda existe um público grande que não vai ao dermatologista, buscando orientação diretamente no ponto de venda. Muitas vezes, a farmácia é o primeiro lugar em que o consumidor vai buscar um hidratante, sabonete ou um suplemento. Isso em qualquer época do ano. “O canal farma é hoje diversificado e oferece uma gama de produtos que não necessitam de prescrição médica”, completa.
OS LÁBIOS TAMBÉM SOFREM A pele do lábio também sofre muito no inverno com rachaduras e fissuras. Isso ocorre porque os lábios não são totalmente queratinizados como a maior parte do corpo. A pele dessa região é muito fina e mais vulnerável aos efeitos do ressecamento. Recomenda-se na época de inverno o uso de hidratantes e protetores labiais. O importante é fazer da hidratação labial um hábito durante o ano todo, para que, nas épocas mais frias, a boca esteja protegida.
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Livre de manchas preso à proteção A BUSCA POR PRODUTOS QUE TRATAM AS MELANOSES DA PELE AUMENTA DE MANEIRA SIGNIFICATIVA NOS MESES MAIS FRIOS DO ANO. UM ALIADO NESTE PROCESSO É O FILTRO SOLAR, QUE DEVE SER UTILIZADO ATÉ MESMO NO INVERNO
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POR LÍGIA FAVORETTO
Quem poderia imaginar que as tão desagradáveis manchas na pele são resultados de acúmulo de substâncias ou infiltração solar de longa data? Quem poderia imaginar, também, que até mesmo em dias nublados e de inverno é necessário utilizar o protetor solar, já que há 80% de incidência de radiação ultravioleta nesse período?
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Pois bem, essa é a realidade observada atualmente, fato que faz com que a população brasileira tome consciência e busque alternativas de tratamentos para os danos que a pele sofreu e, o mais importante, métodos de prevenção. Existem vários tipos de manchas que aparecem na pele. Podem ser as causadas por fungos como a pitiríase versicolor (infecção fúngica, mais conhecida como FOTO: SHUTTERSTOCK
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micose); manchas causadas por medicamentos como o eritema pigmentar fixo; aquelas desencadeadas ou agravadas por alterações hormonais e gestação, como o melasma; as brancas causadas por doenças autoimunes, como o vitiligo, e a grande maioria que são causadas pela exposição solar excessiva e acumulativa, denominadas melanoses solares, segundo informa a dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia – regional São Paulo (SBD-SP) e do Hospital Sírio Libanês, Dra. Tatiane Zago Curi. Existe uma predisposição individual de acordo com as características físicas de cada pessoa para o desenvolvimento das manchas de pele. “Peles claras, cabelos louros ou claros, olhos verdes ou azuis ou presença de sardas indicam uma maior facilidade no desenvolvimento dessas manchas”, diz. Normalmente, são causadas pela produção desigual de melanina, substância que dá a cor à pele e aos cabelos. “A produção de melanina é ativada pela exposição solar, uma vez que essa substância é uma proteção natural da pele contra os danos provocados pelo sol. Essa operação começa a apresentar falhas tanto na produção como no processo de transporte. O resultado é o acúmulo de pigmento em certas zonas, de maneira randômica e desigual, o que provoca as manchas”, explica o gerente de produto RoC, da Johnson & Johnson, Marcus Savoi. Os tratamentos mais indicados para quem já adquiriu as manchas são normalmente realizados com medicamentos locais e, em casos mais graves, com a manipulação de pellings seriados, sessões de luz e lasers específicos e fracionados, realizados em consultórios de dermatologia. “No que diz respeito aos tratamentos com medicamentos tópicos, os princípios ativos são variados e inúmeros, como os à base de ácido retinoico, ácido glicólico, ácido kojico, arbutin, ácido dioico, vitamina C, biowhite ácido fítico, hidroquinona (despigmentante), aqua licorice, antipolln ht e outros”, diz a dermatologia Dra. Tatiane. De acordo com a especialista, os ácidos agem diminuindo a espessura do estrato córneo (camanda mais externa da pele), o que acelera a renovação celular, além de estimular a formação de novo colágeno (tecido de sustentação), melhorando a firmeza e o tônus da pele.
PREVENÇÃO ÚNICA E EFICAZ: PROTETOR SOLAR A prevenção às manchas de pele é importante e fundamental para que as lesões um dia tratadas não
reapareçam. A dermatologista da SBD-SP e do Hospital Sírio Libanês, Tatiane Zago Curi, explica que o uso diário de fotoprotetor adequado é uma das formas mais eficazes de se prevenir o aparecimento dessas melanoses e reforça que até mesmo em dias nublados e no inverno o uso do filtro solar é indispensável. “O fotoprotetor possui efeitos a curto e a longo prazos. Ele hidratra a pele, deixando-a elástica e com boa textura. O maior benefício vai ser o de prevenir a formação de lesões benignas, mas inestéticas, como melanoses solares, melasma, rugas, perda de elasticidade e fotoenvelhecimento”, diz. A médica fala também que o protetor solar pode prevenir as lesões precursoras de lesões malignas, como queratoses actinicas e os carcinomas. “O produto atua refletindo ou absorvendo a radiação ultravioleta, dependendo do tipo de filtro utilizado. Atualmente, existem os mais modernos que atuam também como antioxidantes, combatendo a ação dos radicais livres”, finaliza. Escolher o FPS (indicador do poder de um filtro solar) é fundamental. Essa informação vem, normalmente, indicada na embalagem do produto, com um número, que representa o fator de proteção. “Quanto maior o FPS, maior a proteção. Alguns filtros também atuam contra os raios UVA e o indicador na embalagem geralmente está descrito como baixa, média ou alta proteção UVA”, informa a dermatologista e gerente médica da Mantecorp, Liliana Oliveira.
PRIVILÉGIO DE QUEM SABE ORIENTAR Produtos antimanchas ou despigmentantes fazem parte da categoria de dermocosméticos e são comercializados o ano todo, com alguma variação, para mais, no outono e inverno, quando as mulheres passam a procurar os tratamentos cutâneos, seja para corrigir uma linha de expressão, uma ruga mais profunda ou manchas na pele. A categoria de Cuidados com a Pele contempla todos os produtos que compõem as rotinas de limpeza, tonificação, hidratação e cuidados especiais. De acordo com a gerente de gerenciamento por categoria da Johnson & Johnson, Patrícia Gimenes, os produtos que previnem ou tratam manchas causadas pelo sol pertencem a essa categoria. “Os shoppers que procuram esse tipo de produto, geralmente vendido no canal farma, devem receber do farmacista ou da democonsultora orientações sobre os diferenciais dos produtos”, recomenda. A executiva conta que algumas farmácias criam espaços diferenciados para produtos de beleza, 2014 JUNHO GUIA DA FARMÁCIA
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algumas delas, inclusive, têm seu foco nesse segmento, por isso são chamados de Beauty Centers. “Os Beauty Centers são referências para o shopper na categoria, lá ele tem certeza que vai encontrar todos os produtos que procura”, finaliza. A principal causa das manchas de pele são os raios solares, que podem causar também o envelhecimento precoce, flacidez, queratose actínica (lesões ásperas e acastanhadas na pele, que são consideradas cânceres iniciais) e, em casos mais sérios, o câncer de pele. A escolha do produto ideal, para cada tipo de pele, já que no Brasil existem tantas diversidades, é extremamente importante. Muitos consumidores não têm acesso a médicos dermatologistas e decidem o que usar no ponto de venda, sob orientação e recomendação dos balconistas, farmacêuticos ou, ainda, das dermoconsultoras. A consultora de beleza, Lidiane Ferrari, revela que a procura por produtos que tratam das manchas na pele cresceu muito de cinco anos para cá. Segundo ela, isso acontece porque as pessoas estão se autoconscientizando para o tratamento e buscando informações, além de produtos específicos, inclusive para prevenção. Lidiane aponta que, quando a população das classes A e B chega ao ponto de venda, ela já consultou um dermatologista antes, ou seja, é um cliente de receituário e está disposto a pagar o valor que for no produto indicado. Nesse caso é recomendado perguntar se ele já consultou um dermatologista, antes de iniciar a abordagem com as informações sobre os produtos. Quando chega a população das classes C, D e E a busca é única e exclusivamente na farmácia ou perfumaria. Segundo Lidiane, é possível perceber que esses clientes não têm acesso aos médicos dermatologistas, nem acham que é necessário ir ao médico para resolver esse tipo de problema. “Se o estabelecimento tem uma pessoa que sabe disgnosticar as manchas superficiais, essa pessoa pode recomendar os produtos dos Beauty Centers”, orienta a consultora que diz ainda que 98% da população brasileira vai diagnosticar manchas na pele em alguma etapa da vida.
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ESPAÇOS BEM DEFINIDOS O processo de venda é mais ativo do que a venda de medicamentos, por esse motivo é importante treinar as equipes para o atendimento especializado, de forma que saibam identificar a necessidade de cada consumidora e ofereçam as melhores alternativas possíveis. 158
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COMO ABORDAR O CLIENTE A consultora de beleza, Lidiane Ferrari, lista alguns itens imprescindíveis que o balconista, farmacêutico ou dermoconsultora deve saber para indicar o produto adequado ao tratamento das manchas de pele aos seus consumidores: • Saber o histórico do cliente, quais as atividades rotineiras que ele desempenha, como, por exemplo, se há exposição ao sol frequentemente. • Saber se já procurou o médico dermatologista. • Saber se tem acesso e interesse em procurar o produto indicado. • Saber até quanto ele está disposto a gastar. • Saber quanto o problema, no caso as manchas de pele, incomoda o cliente e quanto ele deseja o resultado final.
O gerente geral da Futura Biotech, Wagner Falci, revela que a categoria é comercializada o ano todo, mas alguns itens sofrem influências sazonais como aumento da venda de protetores solares no verão e de anti-idade e despigmentantes no inverno. A L´Oréal tem uma visão diferente: a comercialização acontece o ano inteiro. Não é algo sazonal. No entanto, é recomendado que produtos com alta concentração de retinol, por exemplo, sejam usados no inverno e com aplicação de filtro solar por volta de dez minutos após, uma vez que o ativo é fotossensibilizante (deixa a pele mais sensível e a exposição ao sol pode provocar danos). A executiva de Eucerin, Thais Mattar Costa, recomenda que a exposição seja feita de forma diferenciada na loja, por se tratar de produtos específicos, em sua maioria, recomendados pelos dermatologistas e de maior valor. “Informações explicativas sobre mecanismos de ação, indicação de tipo de pele ou benefícios que o produto oferece são sempre bem-vindas.” Thais diz ainda que o ideal é que a categoria fique toda junta, em um lugar específico da loja, no entanto, dependendo do produto, é possível colocá-la em um local de maior visibilidade e acesso, como no balcão. No caso dos antimanchas, o recomendado é consultar um dermatologista para descartar os riscos de câncer de pele, mas muitas consumidoras negligenciam esse risco
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COMO APLICAR O FILTRO SOLAR Confira algumas orientações para serem fornecidas no ponto de venda aos consumidores, que se utilizam de farmácias e perfumarias como os principais meios de informação e escolha para tratamento e prevenção das manchas de pele: • O protetor solar deve ser aplicado aproximadamente minutos antes da exposição solar, de forma homogênea por toda a superfície da pele que vai estar exposta à luz. A quantidade deve ser suficiente para cobrir toda essa área, ou seja, para um rosto, a quantidade ideal de fotoprotetor deve ser mais ou menos dois gramas (uma colher de café)”, orienta a dermatolgista da S D SP e do ospital Sírio ibanês, Dra. atiane ago Curi. A médica enfatiza também que a reaplicação deve ser feita a cada duas horas, aproximadamente, e também sempre após a imersão em água ou grande transpiração. No que diz respeito aos produtos resistentes à água, é preciso atenção. Vale lembrar que os que são à prova d água permitem 8 minutos de imersão, enquanto os resistentes à água permitem apenas minutos , diz a dermatologista e gerente médica da Mantecorp, iliana Oliveira. • A profissional recomenda ainda que o filtro solar comece a ser utilizado a partir dos seis meses de vida, já que cerca de 8 da exposição solar acumulada durante a vida ocorre até os 18 anos de idade.
e buscam tratamentos por conta própria. Nesse caso, o papel dos balconistas e farmacêuticos é fundamental. importante para o ponto de venda orientar sua equipe sobre os riscos do câncer de pele, mas é possível também treiná la para aproveitar ao máximo a presença da consumidora na loja e indicar produtos multifuncionais que ofereçam anti-idade, clareamento e proteção solar em um nico cosmético , fala agner Falci, da Futura iotech. O executivo explica que existem duas categorias de despigmentantes: produtos cosméticos e farmacêuticos. Os farmacêuticos contêm subst ncias mais agressivas, enquanto os cosméticos oferecem novas tecnologias de tratamento não invasivo. Criar um espaço dedicado aos produtos cosméticos e preparar um atendente especialmente para essa categoria são a base de um bom gerenciamento dessa categoria, de acordo com agner Falci. Para ele, outra coisa importante é oferecer uma grande variedade de produtos. Mas, o mais importante é atender aos desejos das consumidoras. Falci sugere dispor de produtos agrupados por marca e não por categoria. sso torna a consulta mais prática para as consumidoras. Uma área mais tranquila permite conhecer as novidades com mais calma, para que ela tenha acesso às informações do produto,
como composição, indicação, tipo de pele, modo de uso e cuidados especiais. Espaços mais amplos e com visual mais leve (clean) permitem à consumidora um momento só dela. O gerente geral da Futura Biotech lembra que o ato da compra de um cosmético é um momento especial para a mulher e deve ser tratado como tal pelo ponto de venda. O ideal é manter uma área exclusiva, mas é possível também criar um ponto extra na categoria do produto. Por exemplo, se uma determinada marca possui um antitranspirante ou um xampu, esses produtos podem estar expostos na área especial e também na categoria do produto. A Oréal tem móveis premium exclusivos nas principais farmácias do rasil. Os móveis têm uma base retroiluminada, prateleiras e cubos iluminados com led (para eveitar o aquecimento dos produtos) e régua frontal com acabamento em acrílico, um material sofisticado. uliana Pisani recomenda a exposição de marcas sofisticadas em móveis de parede, para que consumidoras possam, mais facilmente, interagir com esses produtos. Como em qualquer categoria, quanto maior a interação do consumidor com o produto, maior é a conversão de compra. Por isso, os produtos devem estar bem expostos, em local adequado, onde haja interação. 2014 JUNHO GUIA DA FARMÁCIA
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CUIDADOS
Problema
capilar
A CASPA TENDE A AUMENTAR DURANTE OS MESES MAIS FRIOS DO ANO, POR ISSO, É PRECISO ATENÇÃO E CUIDADOS ESPECÍFICOS. BANHO QUENTE E DIMINUIÇÃO DO NÚMERO DE LAVAGENS SÃO HÁBITOS QUE INTENSIFICAM O SURGIMENTO DA DOENÇA P O R TA S S I A R OC H A
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O inverno é uma estação em que as pessoas costumam ficar mais elegantes. Casacos, botas, meias, toucas, luvas e cachecóis ganham espaço no figurino. Para acompanhar a tendência de moda, existe o desejo de estar em dia com a aparência física. Roupas escuras são as mais pedidas, porém, para quem sofre com a caspa, é exatamente nesta época do ano que o problema tende a piorar e os temidos pontinhos brancos aparecem com mais facilidade. Mas os dias frios não são os únicos responsáveis pela ocorrência da doença. Fatores como alterações hormonais, uso de determinados medicamentos, doenças neurológicas, certos tipos de alimentos, acúmulo de resíduos e oleosidade no couro cabeludo, lavagem inadequada dos cabelos, agressão física (se-
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CUIDADOS
cador quente ou água quente), química (escova progressiva, xampu, coloração, condicionador), estresse, podem desencadear ou agravar o surgimento da caspa. Outra manifestação possível é através de um fungo de origem natural, denominado Malassezia, que se encontra no couro cabeludo. Esse fungo se alimenta da oleosidade natural do local e fabrica subprodutos e ácidos que provocam irritação. Só quem já sofreu, ou sofre com o problema, sabe o quanto ele incomoda e causa situações constrangedoras, já que, para a maioria das pessoas, caspa é sinônimo de falta de higiene. Para realizar um atendimento de ponta e oferecer as melhores informações, é preciso entender o problema. Caspa é uma descamação do couro cabeludo, devido à multiplicação de células epiteliais. Segundo a dermatologista do Centro Dermatológico Skinlaser, Dra. Marina Barletta, a doença pode ser dividida por sua aparência clínica em: caspa simples (Pitiríase simplex), caspa oleosa (Pitiríase steatoides) e amiatancea (Pitiríase amiantácea). “A Pitiríase simplex ocorre normalmente na pele seca devido a uma dermatite ou pode estar relacionada à idade. Pode ser causada também pela excessiva limpeza do couro cabeludo e pela utilização de xampus que retiram muito a oleosidade”, afirma. Os achados típicos incluem escamas secas, tipo farelos e os pacientes se queixam frequentemente de coceira. Steatoides pitiríase está associada à seborreia (oleosidade) do couro cabeludo. Muitas vezes, ocorre devido a uma higiene pessoal inadequada (não que essa seja a única e principal causa) pelo acúmulo de sebo no couro cabeludo. As escamas são oleosas e firmemente aderidas nos fios. “Nas duas formas há presença da Malassezia spp., um fungo presente na gênese da caspa. Pitiríase amiantácea apresenta-se como uma área bem circunscrita e espessa, com escamas bem aderidas e com a perda de cabelo no local”, completa a especialista.
XAMPUS ANTICASPA. COMO USÁ-LOS? Atualmente, existe no mercado tratamento tópico com os xampus e também tratamento oral com probióticos. Os xampus têm medicamentos contendo ingredientes anticaspa e são essenciais no tratamento da caspa e das doenças descamativas do couro cabeludo. “Os agentes utilizados no tratamento da caspa são: os que inibem a produção excessiva das células (por exemplo, alcatrão de carvão e sulfatos de amônio), os que têm ação queratolítica, que quebram os agregados de células (enxofre coloidal e o ácido salicílico), e os antimicrobianos que inibem Malassezia spp. (por exemplo, o disulfeto de selênio, o pitirionato de zinco, a piroctona olamina, o cetoconazol e a ciclopiroxolamina)”, informa a Dra. Marina. Na maioria dos xampus, há uma combinação dessas substâncias. A escolha e frequência da lavagem são determinadas pelo tipo de pele do 164
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MODO CORRETO DE APLICAÇÃO DOS PRODUTOS ANTICASPA Oriente os clientes no momento da venda do produto. Modo de usar: Aplicar o produto sobre os cabelos molhados, massagear suavemente com a ponta dos dedos, deixar agir por um minuto e enxaguar. Caso necessário, recomende ao consumidor repetir a aplicação. Segundo o gerente de marketing de Head&Shoulders, Tarik Mohallem, é importante massagear o couro cabeludo durante a lavagem, pois acalma a irritação, além de ajudar a distribuir os ingredientes ativos em todo o couro cabeludo e cabelo. “Para garantir que os fios não sejam danificados, é recomendável lavar os cabelos a partir das raízes até as pontas e não se deve enxaguar os fios durante a lavagem com muita força, pelo fato de estarem mais propensos a danos quando molhados”, completa. Além disso, os consumidores precisam saber que: • Os cabelos devem ser lavados todos os dias em água morna (mais para fria), para que as escamas não se acumulem, e secar com o secador. • Na hora de lavar, não usar a unha, apenas a ponta dos dedos. • Não mexer nos fios o tempo todo, pois, se já tem oleosidade em excesso, ficar mexendo nos cabelos deixa-os mais oleosos. • Seguir uma alimentação gordurosa e rica em aç car pode piorar o caso.
couro cabeludo. Pacientes com pele seca devem ser aconselhados a lavar o cabelo com menos frequência e evitar o uso de xampus para cabelos oleosos; para os que apresentam um couro cabeludo oleoso, pelo contrário, precisam lavar o cabelo diariamente, que às vezes, por si só, pode levar a uma melhora. A caspa é uma inconveniência estética, não é contagiosa e pode ser controlada. Porém, com o descuido, pode evoluir para uma doença conhecida como eczema seborreico. Nesse caso, ambas as lesões podem ser indistinguíveis, respondendo similarmente aos mesmos agentes antifúngicos e evidenciando que a caspa é uma manifestação da dermatite seborreica, que vem a ser um processo inflamatório.
PREVENÇÃO E TRATAMENTO Não existe tratamento para a cura definitiva da dermatite seborreica, mas, segundo a coordenadora química da empresa Bril Cosméticos, Angela Cristina Gabriel de Camargo, existem medicamentos específicos para a pele e o couro cabeludo ca-
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CUIDADOS
HOMEM X MULHER A impressão é de que a caspa acomete muito mais os homens do que as mulheres. Mas as causas da caspa estão associadas à suscetibilidade genética (que favorece uma resposta inflamatória ao ácido oleico), à produção de sebo (óleos presentes naturalmente e que servem de “alimento” ao fungo provocador da caspa) e ao fungo Malassezia globosa.
pazes de controlar os sintomas. Entre os mais conhecidos estão o sulfeto de selênio; o piritionato de zinco; o climbazol, os corticóides; o cetoconazol; o ácido alfa-hidróxido (AHA). “Estes podem ser usados sob a forma de xampus, condicionadores ou tônicos capilares, com resultados bastante positivos no controle da caspa”, afirma. Lavar os cabelos frequentemente e com produtos suaves para evitar o acúmulo de oleosidade é o primeiro passo para se
evitar a caspa. Além disso, deve-se evitar dormir ou prender os cabelos molhados, pois isso aumenta a umidade do couro cabeludo, favorecendo a proliferação de fungos. É importante também evitar tratamentos químicos muito agressivos. Infelizmente, a caspa só pode ser controlada e o tipo de tratamento varia conforme a gravidade do problema. Quadros mais leves podem ser controlados com o uso regular de um sistema de tratamento que alie xampu e condicionador específicos. Com o tratamento adequado, há casos em que a caspa fica anos sem aparecer. Um estudo realizado por Head&Shoulders demonstrou que a combinação do xampu com 1% de Piritionato de Zinco (ZPT) e condicionador com 05% de ZPT é 24% mais eficaz na redução do Malassezia globosa que a utilização sozinha do xampu. Além disso, essa combinação é 78% mais eficaz que a utilização do xampu anticaspa mais um condicionador sem ingrediente anticaspa. Portanto, o uso combinado de xampu e condicionador que possuam um ingrediente ativo anticaspa (como o ZPT) aumenta a eficácia do tratamento. Um outro estudo mostra a deposição de ZPT no couro cabeludo nos três tipos de tratamentos mais comuns.
ATIVO ZPT (PIRITIONATO DE ZINCO) Pesquisa in-vivo
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0 Xampu com ZPT (formato exclusivo de partícula) Xampu com ZPT + Condicionador com ZPT (formato exclusivo de partícula) Xampu com ZPT + Condicionador sem ZPT
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Preços baixos AS PROMOÇÕES ATRAEM OS CONSUMIDORES E DÃO A ELES A SENSAÇÃO DE LEVAR VANTAGEM POR EGLE LEONARDI
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A consumidora entra na loja e se depara com uma ponta de gôndola expondo seu hidratante favorito... E o melhor: o produto está em promoção! Ela, sem pensar muito, já coloca o artigo no cesta e sai satisfeita, com a certeza de que levou vantagem na compra. Dependendo do tipo de produto, mercado e público-alvo, o fator preço é preponderante no momento da decisão de compra do consumidor. A questão é por que o preço baixo e as promoções são tão atraentes. De acordo com a professora do Instituto de Pesquisas e Pós-Graduação para Farmacêuticos (ICTQ) e farmacêutica com especialização em marketing, FOTOS: SHUTTERSTOCK
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COMO OS CLIENTES PERCEBEM O PREÇO Preço x Quantidade • O consumidor está disposto a pagar determinado preço em função da variação da quantidade de um produto. O comprador do varejo deseja sempre o preço menor em função do maior n mero de unidades pedidas do mesmo produto. • A promoção de vendas incita o consumidor por meio de apelos como Pegue três e pague dois . Na aquisição de perfume, o consumidor está condicionado a pagar mais por menor quantidade. Preço x Qualidade • O preço está intrinsecamente vinculado à qualidade do produto. inconcebível a relação alta qualidade x preço baixo. • O consumidor é incapaz de dissociar a qualidade do preço. Seu conceito é: o que é melhor deve, necessariamente, ser mais caro. Preço x Desempenho • O desempenho do artigo serve para definir o nível de preço. A máquina que seja capaz de, no mesmo período, produzir mais que a concorrente pode ter preço maior. Preço x Durabilidade • O preço está correlacionado com a vida til do produto. Ele é avaliado pela relação custo x tempo. Preço x Utilidade • uanto mais til for o item, maior poderá ser o preço. Um trenó oferecido no Nordeste brasileiro não terá nenhuma utilidade e, por isso, não poderá alcançar nível de preço significativo. • uanto menor o grau de utilidade, mais cara a mercadoria se torna perante a sensibilidade do consumidor. Preço x Oportunidade • a variação de preço em função do momento da venda. Um guarda chuva vale mais quando oferecido sob uma tempestade. Um copo d água mineral varia seu valor se oferecido ao consumidor sedento num deserto. Preço x Renda Disponível • O custo se torna acessível ou não em função da renda disponível do consumidor (adequação ao mercado alvo).
Preço x Imagem • O preço pode variar de acordo com diversos tipos de imagem: • Preço x magem de Origem – o consumidor se dispõe a pagar mais por perfume francês do que por perfume boliviano. • Preço x magem do Fabricante – o consumidor pode pagar mais em função do conceito do fabricante. • Preço x magem do Produto – o consumidor procura não gastar muito em itens desconhecidos ou de imagem negativa. • Preço x magem do Revendedor – o consumidor não deseja pagar o preço equivalente pelo mesmo artigo adquirido no varejo altamente sofisticado e na feira. Preço x Prazo de Entrega • De acordo com a urgência e a necessidade, o consumidor se dispõe a desembolsar mais para conseguir o item na hora do que pagar menos e ter de aguardar. Preço x Condições de Pagamento • O cliente está disposto a lutar por dedução no caso de compra à vista, e aceitar preço maior na aquisição a prazo. Preço x Certeza de Novos Fornecimentos • Na hipótese de venda industrial, o comprador se dispõe a gastar mais em função da certeza de continuidade de fornecimento. Preço x Garantia • Para determinados artigos que necessitam de assistência técnica periódica, de reposição de peças e de garantia de desempenho, o preço poderá variar em função da sua existência e eficiência. Preço x Serviços • A inclusão de serviços poderá servir de elemento diferenciador. uanto maior for a prestação de serviços agregados, mais sensível se torna o cliente na decisão. Preço x Acessórios • A inclusão de acessórios determina a nova concepção do composto de preço.
Fonte: Serviço Social de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, do Estado de São Paulo (Sebrae-SP)
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merchandising e layout, Giovanna Dimitrov, a sensação de levar vantagem ou ganhar alguma coisa é o que desperta no consumir o interesse. “Quem não quer aproveitar alguma oferta? Se for com preços menores, com certeza ele vai levar. A febre de brasileiros em cidades de compras como Miami acontece há anos, independentemente da variação do dólar. O conceito é o mesmo... pagar barato”, revela a especialista.
DEPENDENDO DO TIPO DE PRODUTO, MERCADO E PÚBLICO-ALVO, O FATOR PREÇO É PREPONDERANTE NO MOMENTO DA DECISÃO DE COMPRA DO CONSUMIDOR
PROMOÇÕES VARIÁVEIS O consultor e autor dos livros Gerência de Preços e Guia Prático de Formação de Preços (Editora Elsevier) e Guia Prático de Administração Financeira (Amazon) e do software Preço Certo Comércio, Roberto Assef, destaca que a função das ofertas e promoções no ponto de venda (PDV) é criar um incentivo à experimentação (quando o produto for novidade) e inibir a venda de concorrentes por meio do apelo do menor preço, além de gerar vendas extras de produtos não promovidos. “Os consumidores se sentem muito atraídos por preços baixos, em determinados mercados, produtos e classes sociais, porque o preço é o principal atributo na decisão de compra do consumidor, mas não deve ser considerado o único”, fala o consultor.
Ele ensina que a percepção de preço A percepção se dá em termos comparativos com de preço se dá em termos os concorrentes, com base no valor comparativos com pago nas últimas compras (preço os concorrentes de referência) e no poder de compra do consumidor. “As promoções que mais atraem os clientes são as vendas casadas de produtos, bônus para futuras compras e cartões de fidelidade. Elas atraem, pois alteram o padrão de referência anterior”, explica Assef. Para Giovanna, do ICTQ, as promoções que mais atraem dependem sempre do público-alvo. “As melhores promoções para os clientes são aquelas feitas em itens de necessidade básica. Cada cliente tem uma necessidade, e criar promoções segmentadas (por exemplo: quarta tem desconto em X produto) pode trazer bons resultados”, ressalta ela.
DEFINIÇÃO DE PREÇOS Segundo Assef, existem técnicas que envolvem pesquisas bastante elaboradas para definir preços pelo valor percebido, entre elas está a análise conjunta, que é o método mais utilizado para mensurar o valor percebido pelo consumidor e quanto está disposto a pagar por determinado bem. “Os elementos que o lojista deve considerar para estabelecer o preço do produto são seus objetivos financeiros principais, o público-alvo ao qual se direciona e seu poder aquisitivo, a concorrência, os custos variáveis e a estrutura de custos fixos”, explica ele. O consultor acrescenta que, como se trata de mercado sem possibilidade de criação de diferenciais mais significativos e percebidos pelos consumidores, pois qualquer novidade bem-sucedida tende a ser copiada pelos concorrentes, entender os demais participantes do mercado e suas características é fundamental e obrigatório para o sucesso do varejo. 172
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Mais do que
preços
TABLOIDES PODEM SERVIR PARA REFORÇAR A IMAGEM INSTITUCIONAL DA MARCA, BEM COMO P PARA ARA AUMENTAR TAR O FLUXO T DE CONSUMIDORES DEN DENTRO DA LOJA. VEJA EJA COMO APROVEITAR TAR OS T BENEFÍCIOS DESSE MA MATERIAL NO SEU NEGÓCIO
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POR KATHLEN R AMOS
A primeira ideia que vem em mente quando se pensa em tabloide é, de imediato, a promoção de preços. Afinal, é nesses encartes, que circulam semanalmente, quinzenalmente ou de acordo com as demandas da sazonalidade, que os consumidores podem encontrar valores atrativos para uma gama grande de produtos.
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E, de fato, no Brasil, o item ‘‘preço’’ é extremamente importante – especialmente nessa época na qual vivemos com inflação e juros altos –, fazendo com que o tabloide se torne um veículo que precisa ser trabalhado estrategicamente. “Independentemente do porte da empresa, ela precisa dar uma atenção maior aos tabloides e eles precisam ser um instrumento de coFOTOS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO
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municação. Esses encartes têm de refletir a estratégia da empresa e do público-alvo dela”, ensina o diretor de atendimento da Nielsen, Olegário Araújo. Apesar da importância do preço, que faz os tabloides serem reconhecidos, na prática eles podem ir muito além. Pesquisas desenvolvidas pela Toolbox sobre tabloides, embora tenham sido realizadas no canal supermercado, apontam outros resultados trazidos por esses encartes. “Apesar de as pessoas declararem que olham tabloides, na loja, durante a compra, menos de 1% está com o tabloide na mão. Isso mostra que esses veículos servem mais para dar uma ideia do preço praticado pelo estabelecimento ou para gerar tráfego na loja. Dessa forma, os preços especiais devem ser dados apenas em itens estratégicos, em produtos que são ‘ímãs’ da categoria, ou em lançamentos. Do contrário, pode-se dar desconto para consumidores que não estão de fato procurando por ele”, mostra o diretor da ShopperAge, do Grupo Toolbox, Rafael D’Andrea. Sendo assim, é fundamental que o tabloide reflita não apenas os interesses do departamento comercial da empresa. Os itens expostos podem servir de vitrine para mostrar o perfil daquele estabelecimento. “No geral, os tabloides tendem a repetir os mesmos produtos, as mesmas categorias e não refletem uma estratégia, um posicionamento. A pergunta que eu sempre faço e que é difícil ter resposta é: ‘O que eu quero ser e para quem?’. E o tabloide deve passar mensagem. Assim, o consumidor vai entender o que o empresário quer, como ‘essa loja tem tal perfil’, ‘aquela trabalha com tal tipo de produto’, ‘aquela loja tem um sortimento diferenciado’ e assim por diante”, explica Araújo.
SEJA ASSERTIVO Como foi dito, além de exibir preços atrativos, os tabloides podem trazer diversas mensagens ao público-alvo. E essas mensagens, além de serem transmitidas por meio de produtos estrategicamente, podem ser reforçadas com pequenos textos, indicando dicas simples sobre saúde, beleza e bem-estar. “Os tabloides deveriam ter um pouco mais de conteúdo simples e de fácil entendimento. Quase da mesma forma como funcionam o SMS ou twitter”, orienta Olegário Araújo, da Nielsen. O especialista da ShopperAge também acredita no poder da informação. “Quando o consumidor pega o tabloide, ele leva cerca de 15 segundos para 176
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OS TABLOIDES TÊM CUSTOS ELEVADOS, TANTO PARA IMPRESSÃO QUANTO PARA DISTRIBUIÇÃO, CASO A LOJA ARQUE, SOZINHA, COM TODOS OS CUSTOS. PORTANTO, O MELHOR CAMINHO PARA VIABILIZAR ESSE PRODUTO É POR MEIO DE PARCERIAS COM A INDÚSTRIA ver o encarte e depois joga fora. No entanto, quando possui informações interessantes, esse leitor gasta o dobro do tempo, já que não é mais só uma transação comercial”, avisa Rafael D’Andrea. Outra possibilidade é desenvolver mais de um modelo de tabloide, que atinja diferentes públicos. Nesse caso, a circulação é bastante pontual. “As lojas que desenvolvem programas de fidelidade podem desenvolver encartes para idosos ou mães com crianças por exemplo, já que cada um desses públicos tem uma necessidade diferente. Com essas versões personalizadas, que podem ser enviadas pelos Correios ou mesmo por e-mail, a eficácia e taxa de conversão são muito maiores”, justifica o diretor da ShopperAge.
RESULTADOS PRÁTICOS Os tabloides também podem trazer resultados atrativos em relação às vendas. “Pela pesquisa que fizemos no canal supermercado, as vendas dos produtos anunciados aumentam, em média, 5%. Mas existem casos em que a venda do produto dobra de preço”, conta o executivo Rafael D’Andrea, salientando que as vendas podem aumentar, inclusive, entre itens não anunciados. “Os tabloides são grandes geradores de tráfego para a loja. Muitos concorrentes, inclusive, se beneficiam de um tabloide de outro fabricante, já que produtos da mesma categoria e complementares também registram aumento nas vendas”, destaca. Embora seja uma ferramenta que pode trazer inúmeros resultados positivos para as farmácias, os tabloides têm custos elevados, tanto para impressão quanto
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PRINCIPAIS PASSOS PARA O DESENVOLVIMENTO DE TABLOIDES
SABONETES
Os textos devem ser sempre curtos e de fácil leitura e entendimento.
Esteja atento à mensagem que deseja passar. Caso queira transmitir a imagem de sortimento completo, por exemplo, forneça muitos itens de uma mesma categoria.
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Revise, cuidadosamente, o material, para se certificar de que tanto o preço das ofertas quanto os textos estejam sem erros.
Cuidado para não poluir demais os tabloides com muitas mensagens ou imagens. O ideal é que o fundo seja clean, para garantir a visibilidade do produto e seu preço.
As fontes utilizadas devem ser grandes e legíveis, especialmente se a farmácia pretende atingir o público da terceira idade.
Para atrair o consumidor e fazer com que guarde o tabloide para uma leitura posterior, forneça dicas que possam incentivar as vendas dos produtos e a prestação de serviços.
Seja parceiro da indústria para reduzir custos de impressão e distribuição.
Distribua o tabloide num raio de 500 metros da loja. Caso queira ser mais assertivo, distribua esses materiais pelos Correios, para os clientes cadastrados na loja.
Ofertas válidas até 21/07/2014
HIGIENE ORAL
Procure separar as ofertas por seção e use cores para cada uma delas. Assim, o consumidor encontra mais facilmente suas áreas de interesse.
Para não ter problemas legais, não se esqueça de informar a validade das ofertas e garanta que elas estejam presentes na loja. Do contrário, todo o trabalho desenvolvido pela farmácia pode ser anulado.
Invista em tabloides temáticos, fazendo com que os produtos sazonais ganhem destaque.
Numa farmácia, o ideal é que o tabloide circule a cada 15 dias ou um mês, trazendo, assim, ofertas mais prolongadas e um pouco mais de itens, fazendo com que o consumidor interaja por mais tempo.
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É FUNDAMENTAL QUE O TABLOIDE REFLITA NÃO APENAS OS INTERESSES DO DEPARTAMENTO COMERCIAL DA EMPRESA. OS ITENS EXPOSTOS PODEM SERVIR DE VITRINE PARA MOSTRAR O PERFIL DAQUELE ESTABELECIMENTO para distribuição, caso a loja arque, sozinha, com todos os custos. Portanto, o melhor caminho para viabilizar esse produto é por meio de parcerias com a indústria. “Os fabricantes podem participar como patrocinadores exclusivos do encarte, ou com anúncios especiais”, exemplifica D’Andrea.
COMO AS FARMÁCIAS PELO PAÍS EXPLORAM OS TABLOIDES A Rede Drogal, uma das mais tradicionais redes de drogarias no interior de São Paulo, utiliza os tabloides para além do seu uso mais reconhecido, que é a divulgação de preços. Com motivação social, na edição de outubro do ano passado e pelo quarto ano consecutivo, a capa do tabloide da Drogal circulou com o desenho de uma criança atendida pelo Instituto Rumo de Piracicaba, organização não governamental que tem como objetivo a promoção social e educacional para crianças, jovens e mulheres de baixa renda. O objetivo do tabloide era o de homenagear o mês dedicado às crianças, incentivar as atividades da entidade e promover a inclusão social. O tabloide de 2013 teve circulação de 250 mil exemplares e estava disponível em todas as 96 unidades da Rede Drogal, em 38 cidades do Estado de São Paulo. “A missão da empresa em prol dos menores resultou no selo da Fundação Abrinq – Empresa Amiga da Criança e no Prêmio Varejo, Serviço & Indústria de Responsabilidade Social e Sustentabilidade, promovido pela Associação Comercial e Industrial de Piracicaba (Acipi) e pela Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep)”, disse o coordenador de marketing da Rede Drogal, Alex Camargo. 180
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Redes de farmácias e drogarias apostam na ferramenta para divulgar ofertas e serviços
A Drogaria Rosário, maior rede entre as farmácias do Distrito Federal, também usa os tabloides para divulgar sua marca. Aliás, o produto também está disponível no portal da empresa, no qual o cliente pode folhear o encarte para conhecer as ofertas do mês. O formato do tabloide da rede Drogal fornece as promoções sempre segmentadas por marca, o que facilita a visualização. A rede também usa esse material para divulgar, além de produtos, anúncios institucionais da própria empresa, avisando sobre vagas para pessoas com deficiência, “Aqui tem Farmácia Popular”, entre outros temas. A FarmaForte, rede de farmácias que atua em Curitiba, Santa Catarina, Rio de Janeiro, São Paulo, entre outros mercados, também disponibiliza seu tabloide de ofertas no portal da empresa, dividido por localização geográfica. Para facilitar o entendimento do consumidor, as ofertas se apresentam divididas em seções. Dentre elas, estão a Linha Feminina, que apresenta lançamentos e promoções para mulheres; e Diversos, no qual são encontradas as ofertas para o público infantil e masculino, por exemplo. A seção medicamentos foi segmentada em três partes: os destaques entre os Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs) de diversos laboratórios; os genéricos em oferta de um único laboratório; e os anticoncepcionais com valor promocional. No fim do encarte, o consumidor encontra os produtos em destaque de marca própria da FarmaForte. Como o encarte desenvolvido para o início do ano foi temático, ganharam destaque de capa as promoções relacionadas ao Carnaval, como esmaltes de cores vibrantes, filtro solar e preservativos.
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PONTO DE VENDA
Aumente as vendas no
Dia dos Namorados EXPLORAR DATAS EM QUE OS CONSUMIDORES ESTÃO MAIS PROPENSOS ÀS COMPRAS COSTUMA SER LUCRATIVO, PORTANTO É PRECISO INVESTIR EM ESTRATÉGIAS QUE AUMENTEM A PROCURA POR PRODUTOS TÍPICOS
E
POR EGLE LEONARDI FLÁVIA CORBÓ
Em períodos festivos o varejo é beneficiado com a criação de atrativos, como é o caso dos kits de presentes que mais costumam sair no Dia dos Namorados. É claro que cada época oferece oportunidades diferentes de aumentar os lucros, que
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serão ainda maiores com uma boa dose de criatividade. O mais importante é o planejamento com antecedência das compras e das ações promocionais dos itens e das categorias, além de possuir estoque e estabelecer sistema de reposição para evitar as rupturas (falta de produtos nas prateleiras). É FOTOS: SHUTTERSTOCK
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PONTO DE VENDA
DE NADA ADIANTA INVESTIR EM UMA AMBIENTAÇÃO ESPECIAL, ADQUIRIR UM SORTIMENTO ESTRATÉGICO E DEFINIR KITS DE PRESENTE, SE A EQUIPE DE COLABORADORES DA FARMÁCIA NÃO FOR INTEGRADA AO MOMENTO ESPECIAL POR QUAL PASSARÁ A LOJA NO PERÍODO DE DATAS COMEMORATIVAS fundamental também ter em mente que, quando as pessoas vão às lojas, elas compram além do que foi planejado, assim o comércio lucra com o estímulo às compras por impulso. Dessa forma, estratégias diferenciadas ajudam a alavancar os negócios. Os especialistas aconselham os estabelecimentos a trabalharem com diferentes kits de presentes da ocasião, tanto com os que já vêm industrializados, como também aqueles gifts exclusivos, montados pela própria farmácia. Para isso devem agrupar categorias correlatas que oferecem uma solução de uso para o consumidor. Vale frisar que o conceito de gifts não é o mesmo que pack promocional, ou seja, esses kits não têm de custar mais baratos do que a soma dos produtos separados. O objetivo é apenas agregar valor ao presente, colocando-o numa embalagem especial. De acordo com a professora do Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico (ICTQ), com especialização em marketing, merchandising e layout , Giovanna Dimitrov, a farmácia é um local que oferece aos seus clientes a conveniência do mix de produtos. Com as margens menores dos medicamentos e a forte concorrência, focar na linha de produtos de higiene, cosmético, perfumaria e linha dermo 184
é uma boa estratégia. Assim, os pacotes promocionais agregam valor para o consumidor e para o farmacista. “Pelo fato de ser um kit , geralmente com mais que um produto ou um artigo de valor agregado e um brinde, já melhora o tíquete médio e, assim, a rentabilidade do estabelecimento. As despesas fixas de uma empresa são pagas em reais, não em margem, e aumentar o tíquete médio é uma das soluções”, destaca a farmacêutica. Para a especialista em varejo do Instituto de Estudos em Varejo (IEV), Regina Blessa, o ideal na confecção dos grupos de presentes é unir produtos procurados com outro considerado encalhado com bom preço para beneficiar o consumidor e a loja. “Não podemos embutir o valor da embalagem, senão ficará fora de um valor promocional. Para o consumidor tem que compensar aparentemente”, fala ela. No caso específico do Dia dos Namorados, Regina defende que as mulheres sabem o que comprar, já os homens nem tanto: “Para elas comprarem para seus namorados, o ideal são os conjuntos de cremes para barba com produtos diferenciados que eles não costumam comprar. Para os homens presentearem suas namoradas, seriam interessantes kits de marcas conhecidas (por eles) e perfumes bonitos com embalagens chamativas”. Já o diretor da empresa Curaprox, Milton Ramalho, diz que a importância de a farmácia oferecer kits promocionais
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nessa época é porque se reforça o vínculo do cliente com a marca, evidenciando sua preocupação com as necessidades pontuais dos clientes. O consumidor deverá sentir se efetivamente valorizado pela promoção, identificando no it oferecido algo nico e apropriado à data comemorativa , fala o executivo. Para o Dia dos Namorados, a marca indica para fazer parte do it promocional a Edição Eu e Amo, composta por duas escovas de dentes que, juntas, formam a imagem de um coração nas cerdas. á iovanna, do C , defende que produtos como cremes, loções perfumadas, maquiagens, perfumes, sabonetes são ótimas opções para mulheres. Para os homens recomendo itens que eles não comprariam, como produtos dermo para homens. Acho interessante que muitos não têm a iniciativa de adquirir essa categoria, mas, se ganharem como presente, acabam usando... e gostando , comenta.
SUGESTÃO DE KITS • ançamento com novidades anunciadas em revistas em temas picantes costumam chamar a atenção (preservativo, sais de banho e lubrificantes). Nessa data, os produtos com conotação sexual ganham mais espaço • its com perfumes e desodorantes • tens para cabelo • Suplementos alimentares para namorados que gostam de musculação • idratante, sabonete líquido e algum produto com conotação sexual, como um lubrificante íntimo.
MÃOS À OBRA possível fazer desse momento um período de rentabilidade acima da média. Para isso, não basta cruzar os braços e esperar que o movimento da loja aumente. Por não ser um ponto tradicional de compras de presentes, é preciso arregaçar as mangas. Por falta de investimento dos farmacistas na decoração e treinamento da equipe para vender mais é que as farmácias perdem muitos clientes para a concorrência. Aqueles que investem colhem excelentes resultados , garante a consultora de varejo Silvia Osso. Para definir de que maneira e com quais itens um it deve ser montado, vale ficar ligado aos lançamentos, acompanhar a mídia, as promoções e explorar itens de maior valor agregado. Na hora de decidir a embalagem do it , é preciso prestar atenção a detalhes importantes, como o embrulho. Normalmente, a opção mais comum adotada pelas farmácias é papel celofane e amarrado com um laço. Apesar de ter um visual atrativo, dessa forma, o consumidor não tem como saber quais os itens contidos dentro do it. preciso deixar bem claro o valor total, quais produtos há ali dentro e dar algumas informações sobre esses itens. Deixe pelo menos um it aberto para facilitar a visualização e a interação do consumidor , aconselha Regina lessa. 186
Outro fator essencial para garantir a atratividade de um it de presentes dentro de uma farmácia é o preço. Para oferecer promoções vantajosas, é preciso programar se e negociar com os fornecedores com antecedência de, no mínimo, três meses. Discuta as oportunidades, os lançamentos de maior expectativa e, depois definido o sortimento, execute a compra de forma estratégica.
A EXPOSIÇÃO Os its com presentes devem ficar nas pontas de g ndola, com as caixas abertas acima (para verificação dos produtos) e as fechadas iguais abaixo para pronta entrega. udo com um cartaz chamando a atenção para a data, os produtos e os preços, segundo Regina. Ela indica que, em cada seção, tenha uma sugestão na ponta de g ndola ou na própria prateleira onde está a categoria. Os fornecedores poderão ajudar nisso. O ideal é que os presentes custem por volta dos R , na promoção do Dia dos Namorados. De acordo com iovanna, o it para atender a todos os gostos deve dar opções e trabalhar com embalagens especiais. Os produtos podem ser os mesmos que a farmácia já trabalha, e o investimento ficaria só com a embalagem. A exposição deve ser
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OS KITS COM PRESENTES DEVEM FICAR NAS PONTAS DE GÔNDOLA, COM AS CAIXAS ABERTAS ACIMA (PARA VERIFICAÇÃO DOS PRODUTOS) E AS FECHADAS IGUAIS ABAIXO PARA PRONTA ENTREGA. TUDO COM UM CARTAZ CHAMANDO A ATENÇÃO PARA A DATA, OS PRODUTOS E OS PREÇOS em balcões com vários kits montados. “A farmácia pode informar por meio do jornal de ofertas, ou outros meios, que possui muitas opções. Informar o cliente é fundamental”. Giovanna indica ainda que o preço do pacote deve prever o produto mais a embalagem, mas, quando a margem permitir, a embalagem deve ser gratuita. “Pode-se oferecer embalagens entre R$ 2,00 e R$ 8,00. Existem algumas embalagens que já são um presente”. Já no caso das escovas da Curaprox, o ideal é que a exposição se dê junto aos checkouts ou ainda com destaque nas gôndolas de higiene oral. “As escovas Eu Te Amo harmonizam-se muito bem com todos os produtos ligados à intimidade do casal, cabendo, então, a criatividade de cada ponto de venda”, ressalta Ramalho, que complementa: “Como temos os itens sugeridos para o kit em nossa linha regular de produtos, o investimento não é extraordinário, sendo absorvido pelo custo operacional”. Para ele, uma embalagem valoriza os produtos que comporão o kit , entretanto uma boa exposição no ponto de venda pode ser tão ou mais importante que a própria embalagem.
LOCALIZAÇÃO DOS KITS Para o varejista colocar produtos em destaque em ilhas e nas pontas de gondolas, alguns quesitos devem ser observados. Para uma ilha, o número de itens deve ser proporcional ao seu tamanho, e a resistência do produto deve ser observada: sabonete líquido, kits de sabonetes (promocioanl), itens de hygiene, cuidados com a pele e o cabelo, maquiagem etc. Já a ponta de gôndola comporta artigos mais diferenciados, como os kits para presentes. Produtos que necessitam de provador (perfumes, dermocosméticos) se acomodam melhor em balcões. Na area dos caixas, devem ficar os produtos mais baratos, custando até R$ 10,00 e os de tamanho reduzido. ELes devem ser de venda simples e precisam despertar imediatamente o interesse do consumidor . Se o checkout permitir (espaço e segurança), itens de maior valor agregado podem ser colocados de modo a lembrar o consumidor da sua necessidade.
DICAS IMPORTANTES De nada adianta investir em uma ambientação especial, adquirir um sortimento estratégico e definir kits de presente, se a equipe de colaboradores da farmácia não for integrada ao momento especial por qual passará a loja no período de datas comemorativas. “É fundamental ir treinando os funcionários para que aumentem o tíquete médio da loja, oferecendo mais produtos ou explorando a exposição adequada de produtos chave na loja”, alerta Silvia Osso. Ainda que a farmácia não seja o alvo principal dos gastos desse período, há sempre a possibilidade de aumentar os ganhos da loja. ‘‘A farmácia acaba sendo o local onde ele vai buscar produtos para se embelezar, e melhorar a aperência”, destaca Regina Blessa. É importante oferecer facildades e prazos de pagamentos mais alongados ou vendas facilitadas pelo cartão de crédito ou da própria loja, levando sempre em conta que, devido a forte concorrência do varejo farmacêutico no Brasil, políticas de preço devem ser trabalhadas durante o ano todo, e não somente em ocasiões especiais. 2014 JUNHO GUIA DA FARMÁCIA
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INSTITUCIONAL DUREX
Marca líder mundial em
preservativos chega ao Brasil RB ENTRA NO SETOR COM A INTENÇÃO DE DOBRAR O MERCADO BRASILEIRO DE PRESERVATIVOS NOS PRÓXIMOS CINCO ANOS
Essa transformação do mercado começa com o conceito de Lovers Movement, plataforma digital criada por Durex para inspirar os Lovers a um sexo incrível. Esse movimento vai permear uma série de ações no ponto de venda e também na mídia on-line diretamente com o consumidor final. A ideia é desmistificar o uso de produtos voltados para o bem-estar sexual, aproximando sua linguagem do dia a dia dos casais. “O brasileiro ainda tem preconceito na hora de comprar preservativos”, avalia Pedro. O objetivo é normalizar essa categoria, melhorando a exposição ao consumidor, deixando-a mais acessível na loja e trabalhando na educação das diferentes ofertas de produtos disponíveis para melhorar a vida sexual do brasileiro. Há muito a ser explorado”, completa. PRODUTOS: DO CLÁSSICO AO GEL SENSUAL Durex está no mercado brasileiro com dez preservativos (em pacotes de três e seis unidades) e dois géis sensuais para
P O R E G L E LE ONA R DI
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“Sexo incrível mexe com você”. Com essa assinatura, a marca líder mundial em preservativos e produtos para o bem-estar sexual se estabelece no Brasil com uma meta audaciosa: dobrar o mercado de preservativos, atualmente em torno de R$ 300 milhões por ano. Para atingir esse resultado, a marca, que detém 42% do mercado mundial de preservativos, desenvolveu uma estratégia inovadora com foco em três pilares: mudar a forma como o brasileiro compra preservativos, investir no conceito de comunicação sobre a importância do bem-estar sexual e uma forte presença na mídia também em ações diretas com o consumidor. Durex é o principal lançamento da RB Health na América Latina em 2014. “O mercado brasileiro de preservativos tem muito a crescer. Uma característica atual é a briga pela preferência de praticamente um único perfil de consumidor. Nossa intenção é mudar isso e investir para que o brasileiro passe a ter uma nova atitude não apenas em relação ao uso do preservativo, como também de outros produtos que favoreçam o bem-estar sexual”, explica o diretor de marketing para a América Latina da Reckitt Benckiser Health, Ricardo Pedro.
FOTO: DIVULGAÇÃO
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massagem. Cada linha reflete uma necessidade desenvolvida especificamente para um perfil de consumidor e o público brasileiro. Os preservativos são produzidos em látex de borracha natural e óleo de silicone (lubrificante). • Clássica: os produtos entregam a confiança necessária para o sexo seguro, sem preocupação; • Sensitive: mais fino, permite a conexão plena fazendo com que casal ganhe intimidade. Sensação de simplesmente não usar preservativo; • Sabor e prazer: com textura e sabor. Potencializa os sentidos do corpo e permite novas experiências; • Performance: aumenta a intensidade para um sexo incrível por mais tempo, ampliando a performance física do casal e a intensidade do clímax; • Gel sensual: duas opções de géis para massagem 2 em 1 completam o portfólio da marca. Nas opções Aloe Vera e um de Ylang Ylang, os géis podem ser usados para massagear e também como lubrificante íntimo. 2014 JUNHO GUIA DA FARMÁCIA
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EVENTO CARIOCA DEBATE TEMAS IMPORTANTES COMO LOGÍSTICA REVERSA DE MEDICAMENTOS E PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA POR LÍGIA FAVORETTO 190
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O destino dos resíduos gerados pelo descarte de medicamentos e a prescrição farmacêutica são dois temas que dominaram as discussões envolvendo o canal farma no ano passado. Ainda em debate, eles foram abordados com destaque na Expo Pharma 2014, em seu 6º Congresso Científico do Mercado Farmacêutico. Além de esclarecer sobre esses e outros assuntos que influenciam diretamente a vida do consumidor, o evento tem por objetivo capacitar farmacêuticos e estudantes de farmácia a prestarem um melhor atendimento ao público por meio do conhecimento. A logística reversa está em pauta no Brasil desde 2010 e ainda não se chegou a uma conclusão sobre o melhor caminho a seguir, envolvendo todos os setores, para que a vida e o meio ambiente sejam preservados. Já a prescrição farmacêutica foi repelida por médicos, mas aprovada por parte da população. No que diz respeito à logística reversa, os palestrantes disseram que esse é um problema que precisa de solução. “A população deve ter alternativas de descarte correto”, disse o pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Dr. André T. Pontes. Para o diretor da Emerfarma, Sérgio Sousa, o grande problema é que a ação é de responsabilidade conjugada 2014 JUNHO GUIA DA FARMÁCIA
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COMUNICAÇÃO ESPECIALIZADA A Contento esteve presente no evento e apresentou suas publicações, como o Guia da Farmácia, seus respectivos suplementos e a revista HPC Essencial. Em parceria com a Softpharma, foi realizado o sorteio de um tablet para os visitantes que efetivaram negócios no estande. Além disso, o programa de treinamento para profissionais do varejo farmacêutico foi difundido como o Treina PDV Farma. A ganhadora foi Lucia Teixeira Pontes Alves, da Farmácia Viva Mais, de Arraial do Cabo (RJ). Ela realizou a renovação da assinatura do combo Guia da Farmácia e HPC Essencial.
e ninguém quer pagar a conta. Mas, o que todos se esquecem de analisar é a cultura da população brasileira, que não tem o hábito de armazenar suas sobras e descartar em local apropriado. Então, quando se chegar a um modelo de logística viável a toda a cadeia, não se terá 100% de garantia de que os consumidores farão sua parte. Só através de muita campanha. O Governo prevê acordos setoriais, mas se não se chegar a um denominador comum, isso vai ser regulamentado por decretos ou RDCs, ou seja, por imposição, será muito prejudicial. “Como a proposta não está finalizada, não se sabe como será a logística em si. Na visão do distribuidor gera grande impacto. A logística reversa gera expectativa porque todo mundo só conhece a logística de um caminho só. Para fazer a rota contrária gasta-se dez vezes mais. Em percentual, o valor pode ser pequeno, mas em valores absolutos é alto. Trata-se de uma rotina diferenciada, em pontos diversos, em quantidades distintas. Ninguém sabe mensurar o tamanho disso, a quantidade que será descartada”, opinou. Sobre a prescrição farmacêutica, o que se debateu foi que o assunto é muito novo e ninguém sabe o que fazer. Os especialistas não acreditam que o balcão seja o local ideal para se prescrever o que vai vender. “Nem o proprietário, nem o farmacêutico deveriam prescrever, porque eles estão sujeitos a sofrer qualquer tipo de pressão ou assédio por vendas. Isso é como cometer suicídio da profissão”, acredita o presidente do Conselho Regional de Farmácia do Rio de Janeiro (CRF-RJ), Marcus Athila. 192
As marcas participantes proporcionaram ao público a oportunidade de fazer grandes negócios e, acima de tudo, conhecer de perto parceiros e fornecedores
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O advogado da Associação do Comércio Farmacêutico do Estado do Rio de Janeiro (Ascoferj), Gustavo Semblano, lembrou que, em caso de erro, tanto loja quanto profissional podem ser processados, mas é sempre o estabelecimento que responderá pelos danos.
ESTIMATIVAS DA FEIRA A Expo Pharma 2014 reuniu, de 14 a 16 de maio, no Centro de Convenções SulAmérica, no Rio de Janeiro, laboratórios farmacêuticos; empresas de cosméticos, perfumaria, dermocosméticos, suplementos; distribuidores e prestadores de serviços. Os números ainda não estão fechados, mas a expectativa é de que esta edição tenha reunido um número maior de visitantes e efetivado mais negócios do que o ano passado. O mercado farmacêutico, principalmente no que envolve o varejo, está aberto para muitas frentes. O crescimento ininterrupto da perfumaria no Brasil, dos genéricos e mesmo dos medicamentos que, segundo previsões das indústrias do setor, encerrarão o ano, no Brasil, com crescimento de 13%. Se confirmadas as estimativas, alcançarão a marca recorde de R$ 56 bilhões. O evento recebeu um público interessado em realizar negócios, além de buscar capacitação para o melhor atendimento de seus clientes, sobretudo o sênior. A diretora comercial da Open Brasil (empresa realizadora do evento), Fátima Facuri, afirma que a feira busca, a cada ano, se adequar às necessidades do mercado. Ela lembra que o canal farma e a economia brasileira sofreram grandes mudanças e que 2014, por ser um ano de grandes eventos, tende a apresentar resultados diferenciados. “Além de proporcionar espaço para excelentes negociações, novas parcerias e fortalecimento de marcas, a Expo Pharma investe na importância da capacitação de todos os profissionais que estão envolvidos no crescimento de farmácias e drogarias e, consequentemente, também das indústrias e do atacado.” De acordo com Fátima, participar da Expo Pharma possibilita aos profissionais do setor conhecer como se comporta uma farmácia. “A melhor não é a maior, nem a menor, é a mais completa.”
DESTAQUE À PERFUMARIA O 6º Congresso Científico do Mercado Farmacêutico foi o grande destaque da Expo Pharma 2014. Temas como Logística Reversa e Prescrição Farmacêutica foram debatidos 194
Na área destinada à feira, o segmento de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPC) ganhou destaque com um espaço exclusivo para empresas especializadas em
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cosméticos e perfumaria. O setor supera anualmente todas as projeções e já levou o País a figurar entre os três primeiros consumidores mundiais desses produtos. Assim como em dois anos anteriores, a Zamboni liderou o espaço e levou os fornecedores: Embellezze, Johnson & Johnson, Hypermarcas, Nivea, Flora, Vita-A, ClinOff, Reckitt, L’Oréal, Kimberly, Niely, Colgate, Opus, Biotropic e Unilever. O grande diferencial ficou por conta da Ação Farma, que contava com palestras dos principais fornecedores para os representantes de vendas.
VITRINE DE PRODUTOS PARA O PDV Esta edição teve o objetivo de agregar valor ao setor, reunindo eventos paralelos de peso e diferenciais logísticos que só uma feira com esse know-how pode oferecer. As marcas participantes proporcionaram ao público a oportunidade de fazer grandes negócios e, acima de tudo, conhecer de perto parceiros e fornecedores. Para os expositores, esta foi a ocasião perfeita para apresentar ao varejo seus produtos, lançamentos, serviços, tecnologia e inovação, além de prospectar e fortalecer marcas. A Distribuidora Jomargil participou pela quinta vez do evento e apresenta como diferencial aos clientes presentes oferta de brindes atrativos. Para entrar no clima da Copa, o foco deste ano foram camisas de times de futebol e televisores. Segundo informa o gerente comercial da Jomargil Distribuidora LTDA, Álvaro de Pinho, o depósito da empresa está localizado em Campos dos Goitacazes, mas está de mudança para a capital. “Vir para a capital significa ganhar quatro horas de vendas diárias. Hoje tenho que encerrar os pedidos às 17h00 para conseguir fazer uma boa logística; no Rio de Janeiro vou triplicar o tamanho, o aumento imediato será de 30%.” Segundo informa o executivo, o segmento se especializou e cresce a cada dia. “Nossa empresa inova diariamente, essa é a forma de se sustentar no mercado. Há três anos, todo o pessoal de vendas trabalha com iPad, por exemplo. Ter uma estrutura eletrônica otimiza processos e melhora os resultados. Para o executivo, evento é negócio, é visibilidade. “Lançamos campanhas promocionais uma semana antes do evento, então, todo mundo vem para cá objetivando negócios. Aqui focamos a venda de produtos da Curva A, que é o que está na mente do consumidor. Se colocar outros produtos do portfólio, não conseguimos o mesmo impacto.” O varejo foi bem representado pelas Redes Droga News, Viva Bem e Boa Saúde. Elas formam um grupo de farmácias e drogarias desenvolvido com o objetivo de 196
A capacitação do varejista é fundamental para a otimização do negócio
agregar força comercial, visando um crescimento sólido e lucrativo de suas marcas. A Rede Droga News foi criada em 1998 e, em virtude do seu crescimento, logo se observou a necessidade de expansão. Em 2004, foi criada a segunda marca do Grupo, a Rede viva Bem. Ao longo desses anos, as duas redes se fortaleceram, segundo informa o diretor da Rede, Junior. Prova disso é a aquisição da marca Rede Boa Saúde 2014, uma empresa com 30 anos de existência. Hoje o Grupo possui 180 lojas, sendo 40 próprias e 140 licenciadas às marcas. “Essa é a primeira vez que participamos da Expo Pharma para comunicar a aquisição de nossa terceira marca. Essa é uma estratégia que encontramos para não concorrermos com nossas próprias lojas em alguns bairros.” Fazer com o público visitante interaja é questão de honra, por isso disponibilizou em seu estande comida, bebida e música ao vivo gratuitamente para todos.
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INSTITUCIONAL BIO COMPANY
Produtos legítimos
www.biocompanyonline.com.br
e com origem comprovada A ÚNICA EMPRESA AUTORIZADA DO BRASIL A COMERCIALIZAR O PERFUME CUBA, GARANTINDO PROCEDÊNCIA E QUALIDADE
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P O R K AT H L EN R A M OS
Quem nunca se encantou com o design do perfume Cuba, que lembra um verdadeiro charuto de origem tradicional nessa república? No entanto, ao abrir a embalagem o consumidor tem uma deliciosa surpresa ao se deparar com fragrâncias marcantes, seja para homens ou mulheres. Infelizmente, esse encanto tem sido quebrado por algumas empresas ilegais, que entram no País e vendem o Cuba sem procedência. Esse é um alerta importante para varejistas que comercializam o produto, já que, legalmente, apenas a Bio Company, empresa de cosméticos que está há 10 anos no mercado brasileiro, detém essa autorização de revenda. Desde 2011 com o contrato de licenciamento e, portanto, apta a fornecer notas fiscais da mercadoria, a empresa adverte sobre algumas diferenças que podem comprometer a qualidade do produto. A primeira delas está na embalagem: no perfume original, comercializado pela Bio
João Henrique, diretor da Bio Company
Company, o vidro é marrom âmbar, liso, transparente, com acabamento brilhante e, naqueles com origem ilegal, a embalagem é fosca, áspera ou craquelada, facilitando a detecção do artigo legítimo. Além disso, podem ser detectadas alterações na fragrância e fixação. Afinal, a Bio Company garante a procedência das suas essências que vêm das principais casas de essências do mundo, mesmos fornecedores de grandes marcas como Calvin Klein e Chanel, localizadas em países como França e Estados Unidos.
PORTFÓLIO COMPLETO NO SEGMENTO DA BELEZA
PRINCIPAL CARACTERÍSTICA PARA IDENTIFICAR O CUBA PARALELO Cuba original: liso e transparente
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Cuba paralelo: fosco e áspero
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Além dos perfumes Cuba, a Bio Company também comercializa os perfumes BETTY BOOP (com exclusividade nacional), as maquiagens KREATI E SHEER e as principais marcas de perfumes importados como Britney Spears, Justin Bieber, Animale, Ferrari, Gabriela Sabatini, Bio Oil, entre outras. Além de estar presente em todo o território brasileiro, a empresa agora também encontra, no canal farma, um novo e grande parceiro. “Trabalhar com nossos perfumes, campeões de vendas em unidades nacionalmente, é uma ótima oportunidade para farmácias e drogarias. Somos a única marca de perfume com mídia nacional em TV aberta, garantindo alto índice de vendas”, diz o diretor da empresa, João Henrique. FOTOS: DIVULGAÇÃO/ FELIPE MARIANO
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INSTITUCIONAL GRUPO MILÊNIO
Empreendedorismo e crescimento sólido em raízes goianas PASSANDO DE DISTRIBUIDORA PARA INDÚSTRIA, GRUPO MILÊNIO COMPLETA 14 ANOS NO MERCADO E REFLETE O TALENTO DO EMPRESÁRIO LEONARDO REZENDE QUE, COM APENAS 38 ANOS, CRIOU UMA COMPANHIA SÓLIDA E COM METAS AGRESSIVAS
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Fundado em 2000, o Grupo Milênio é reconhecido no País pela importação e produção de produtos hospitalares, além de ser fabricante de cosméticos. A história da empresa se mistura com a biografia de seu CEO, Leonardo Sousa Rezende. Com apenas 38 anos, esse jovem empreendedor foi capaz de desenvolver uma companhia sólida e que avança a cada dia, tanto nos setores em que já atua quanto em novas áreas. “Caí muitas vezes e me levantei em todas elas. O segredo do sucesso foi fazer com que meus colaboradores acreditassem na minha ideia e ter sempre, ao meu lado, pessoas muito profissionais e de minha inteira confiança, onde muitos participam com porcentagem nos resultados obtidos”, conta o executivo. A empresa começou sua história em Goiás, como distribuidora de produtos. Mas, a partir de 2008, houve a oportunidade da companhia renascer num novo nicho: o da indústria. Para tanto, foram adquiridos dois parques fabris na cidade de Aparecida de Goiânia (GO). Para que o processo desse certo, além de todo o know how do empresário, que conhecia as demandas do mercado, foram incorporados à equipe profissionais especializados da área industrial. Com a conclusão dos investimentos nas duas indústrias localizadas em Aparecida, que exigiram aplicação de R$ 10 milhões, a capacidade de produção da Nutriex Cosméticos (um dos principais braços do grupo) passou de 4 para 7 milhões de unidades anuais. Já a capacidade da indústria de produtos hospitalares aumentou de 2 para 5 milhões no mesmo período. Hoje, os produtos desenvolvidos pelo Grupo Milênio podem ser encontrados em diversos canais, como o porta a por-
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ta, supermercado, lojas especializadas e também em farmácias, que se mostram bastante estratégicas para a companhia. “Esse é o melhor canal de vendas de uma das nossas principais linhas de produtos, que é a de proteção solar. É a forma mais adequada para conquistar o consumidor final. Por isso priorizamos ser uma empresa parceira das farmácias”, destaca o empresário. Após 14 anos de história, o Grupo Milênio se constituiu com quatro grandes companhias. Conheça, a seguir, um pouco de cada uma delas.
NUTRIEX Com um portfólio de mais de 300 produtos, essa empresa é pioneira na certificação em cosméticos com o documento de Boas Práticas de Fabricação (BPF), concedido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Através de uma extensa linha de filtros solares, o grande destaque é o Solar Gold, carro-chefe da empresa. “Nosso maior diferencial com essa linha é a democratização dos protetores solares, oferecendo um produto de qualidade a um preço acessível. Posso afirmar, sem nenhuma dúvida, que o filtro solar está entre os melhores do mercado, diferenciando-se pela textura, absorção e toque seco, ideal para a pele dos brasileiros. Essas características garantem que o produto possa ser usado tanto no dia a dia quanto na praia ou piscina”, garante Rezende, salientando que trará novidades ao mercado. “Almejamos trazer protetores cada vez mais personalizados, com versões mais esportivas, ultraduração e peles especiais, por exemplo”, revela. Os filtros solares da Nutriex também são largamente adquiridos por empresas, para que sejam usados entre os colaboradores FOTOS: DIVULGAÇÃO
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que atuam expostos ao sol, como Equipamento de Proteção Individual (EPI). São clientes da Nutriex Profissional grandes companhias no Brasil. “Já estamos entre as cinco maiores empresas de produtos de proteção solar do País e entre as líderes no segmento de EPI”, comemora Rezende. A Nutriex também comercializa os sabonetes íntimos Femini Lav Calcinhas e Íntimus Men; a linha para escova progressiva Nutri Professional; e os produtos da marca Gota Suave, formada por maquiagens, produtos de hair care e skin care. Também no segmento Farma com a linha, esse braço do Grupo é reconhecido por produtos de destaque como o Funchicalm, chá calmante indicado de recém-nascidos a idosos.
INNOVAPHARMA Atuando como multinacional, a InnovaPharma é a empresa que representa o segmento de dermoscosméticos (uso injetável e prescrição médica), bastante promissor no mercado brasileiro. Presente em mais de 30 países, os destaques ficam para os produtos preenchedores da marca Remake, com a linha Rennova, que apresenta duas versões, Fill e Lift. Para 2016, estão previstas novas versões, como a Skin, Soft, Subtil, Fill-Lido, Lift-Lido e Diamond. Também ganha destaque a linha Rennova Soleil, com quatro opções de filtros solares de prescrição médica. A tecnologia de fabricação dos produtos é internacional, fazendo
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itens premium. Além disso, também apresentaremos uma linha de simbióticos e uma nova linha de anti-age, desenvolvida em parceria com um laboratório francês, que promete ser revolucionária”, destaca o CEO.
NPH MEDICAL Em 2011, esse “braço” do Grupo Milênio revolucionou o mercado com sistemas de segurança para a área hospitalar, trazendo, entre outros, produtos como seringas, agulhas, catéteres e escalpes. A NPH Medical produz, ainda, pulseiras de identificação, toucas, máscaras, aventais, gorros e sapatilhas descartáveis.
Leonardo Sousa Rezende, CEO do Grupo Milênio
que o Remake e Rennova sejam desenvolvidos na Áustria. Até 2016, a InnovaPharma também deve trazer inúmeras novidades ao mercado. Dentre elas, linhas de dermocosméticos e cosméticos. “Serão diversos tipos de produtos voltados para os cuidados com a pele, para todas as idades e para um público mais seletivo, que procura novas tecnologias trazendo
NUTRIEX ONCOLOGIA Para finalizar, a empresa também desenvolve produtos dirigidos ao mercado oncológico. “Temos um laboratório de controle de qualidade aprovado no Centro-Oeste para a importação de produtos oncológicos. É um dos melhores laboratórios da região”, finaliza Rezende. 2014 JUNHO GUIA DA FARMÁCIA
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SEMPRE EM DIA
DE VERDE E AMARELO PARA ENTRAR NO CLIMA DA COPA DO MUNDO, EMPRESAS LANÇAM PRODUTOS NAS CORES DO BRASIL EM DIVERSAS CATEGORIAS, PARA OS CONSUMIDORES TORCEREM COM ESTILO. OS ITENS DE BELEZA E PERFUMARIA ESTÃO DISPONÍVEIS PARA TODOS OS GOSTOS E GÊNEROS
CORES DO BRASIL
Com uma embalagem especial em verde e amarelo, a Preserv entra em campo em comemoração ao mundial de futebol que acontece agora em junho. O pack promocional “Preserv Torcida” (Leve 8 Pague 6) é temático e é a aposta da marca, que é pioneira com as menores espessuras do mercado e a única com preservativos com tamanhos que vão do P ao GG. Preço sugerido: R$ 7,50 Na gôndola: produtos masculinos/checkout Site: www.preserv.com.br 202
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UNHAS NO CLIMA
Para as mulheres vaidosas que gostam de entrar no clima de Copa do Mundo, a DNA Italy lança os kits Ginga e Magia. O kit Ginga é composto por um esmalte amarelo, um pincel e um potinho com microcristais de glitter, que dão um acabamento com brilho especial às unhas. No kit Magia, a diferença é o esmalte na cor verde. Preço sugerido: R$ 10,00 Na gôndola: cutelaria/checkout Site: http://dnaitaly.com.br FOTOS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO
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KIT COPA
A Copa do Mundo no Brasil promete agitar o País e, no que depender da Mohda Cosméticos, a torcida pela seleção canarinho rumo ao hexacampeonato será ainda mais alegre e colorida com o kit Copa. Composto por três esmaltes e uma cartela de tatuagens para nail art, o kit traz as cores da bandeira do Brasil: Cremoso Look Verde, que representa a esperança na nossa seleção; Cremoso Look Amarelo, simbolizando a criatividade do futebol arte; Glitter Brasil, com partículas verdes e amarelas que remetem à alegria da conquista do título; e Tattoos para Unhas com estampas bem ao estilo “A Copa do Mundo é nossa!”. Preço sugerido: R$ 12,00 Na gôndola: cutelaria/checkout Site: www.mohda.com.br
ESCOVAS OFICIAIS
Para celebrar o momento único que o País viverá em 2014, JOHNSON´S® anuncia o lançamento da sua linha exclusiva de escovas com o tema da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014™. Os modelos escolhidos para comemorar com os brasileiros são a escova adulta REACH® ECO ESSENCIAL® e a infantil REACH® Essencial Junior®. A escova REACH® ECO ESSENCIAL® é a primeira com 40% do cabo feito de material reciclado pré-consumo e agora terá suas embalagens nas cores verde e amarela, disponíveis nas versões média e macia. Já a infantil REACH® ESSENCIAL JUNIOR® chega para animar ainda mais a escovação dos pequenos, contando agora com a estampa do fuleco, mascote oficial do evento. Preço sugerido: REACH® ECO ESSENCIAL® – R$ 1,90 e REACH® ESSENCIAL JUNIOR® – R$ 2,50 Na gôndola: oral care Site: www.jnjbrasil.com.br
MAQUIAGENS ARTÍSTICAS
Está chegando a hora de mostrar toda a alegria do brasileiro e dar apoio à nossa seleção rumo ao hexacampeonato. E para torcer com muito estilo e beleza, a Verídica It lança a linha Cor & Arte e apresenta o Duo Cake Colorido, em edição limitada e nas quatro cores da bandeira brasileira. Disponível nas cores verde, amarelo, azul e branco, o Duo Cake Colorido é uma pasta cremosa, com excelente cobertura e que desliza facilmente sobre a pele, sendo ideal para maquiagens artísticas. Pode-se aplicar com pincel, esponja de látex ou até mesmo com o dedo. Preço sugerido: R$ 5,00 Na gôndola: maquiagem Site: www.veridicait.com.br
MÁSCARAS TONALIZANTES
A Copa do Mundo está aí e nada melhor que animar a torcida para o hexacampeonato com os cabelos nas cores da Seleção Canarinho. As máscaras tonalizantes Colors, da Fine Professional Hair, possuem em sua cartela de cores produtos que deixam a ocasião ainda mais especial: Verde Louro, Azul Anil e Amarelo Ouro. Formulados com Açaí, Guaraná e Castanha do Brasil, ativos que protegem os fios de agressões externas, os itens colorem ao mesmo tempo em que atuam como fornecedores de brilho natural. Preço sugerido: R$ 22,00 Na gôndola: cabelos Site: www.fineph.com 2014 JUNHO GUIA DA FARMÁCIA
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SEMPRE EM DIA
FERIMENTOS NA PELE Se acontecer algum acidente que cause um ferimento superficial à pele, o BANDAID® Aquablock pode ser uma escolha de proteção. Com material 100% à prova d’agua, o produto bloqueia a entrada de germes na pele e é resistente à água, mantendo-se no lugar mesmo quando molhado. Preço sugerido: R$ 9,00 Na gôndola: cuidados tópicos Site: www.band-aid.com
RESTAURADOR CAPILAR
Especialista em desenvolver produtos para tratar e restaurar cabelos danificados, ressecados e sensibilizados por processos químicos, a John Frieda apresenta mais uma novidade: o Full Repair Perfect Ends Deep Infusion, sérum de função recuperadora e hidratante para esse tipo de fio. Com fórmula de fácil absorção, o produto reúne ativos como óleos de inchi e de crambe, ricos em ômega 3, 6 e 9, que recondicionam e restauram profundamente os fios, deixando-os macios e brilhantes. Preço sugerido: R$ 69,00 Na gôndola: cabelos Site: www.johnfrieda.com
KIT SOBRANCELHA
A Vult acaba de lançar no mercado o Kit Sobrancelha. Prático e funcional, a embalagem estojo tem espelho e passo a passo com dicas de uso dos produtos, tudo para faciliar o dia a dia da mulher e garantir uma sobrancelha perfeita em todas as ocasiões. O kit contém: 03 sombras compactas (marrom escuro, marrom claro e iluminadora); 01 cera modeladora para pelos; 01 pinça; 01 lápis para sobrancelhas; 01 pincel duplo de sombras. Preço sugerido: R$ 30,00 Na gôndola: maquiagem/checkout Site: www.vult.com.br 204
GEL ESFOLIANTE
O Gel Esfoliante de Corpo Sorella, da Romy & Rogy, é um produto indicado para as consumidoras exigentes e preocupadas com os cuidados da pele. Ele contém microesferas para remoção de células mortas e impurezas da pele. A fórmula é rica em umectantes e hidratantes, que promovem uma pele macia e renovada. Preço sugerido: R$ 60,00 Na gôndola: pele Site: www.romyrogy.com.br
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SEMPRE EM DIA
CORES VIBRANTES
Esmalte é o futebol das mulheres. E neste ano em que o esporte está em alta, falar de futebol vai ficar ainda mais divertido para quem é fã de carteirinha, ou para quem só é fã a cada quatro anos. Risqué, marca líder em esmaltes no País, analisou as tendências de moda nacional e internacional e trouxe as cores que serão febre na próxima estação, momento em que, mais do que nunca, o Brasil estará no foco das atenções. Preço sugerido: R$ 3,60 Na gôndola: cutelaria/checkout Site: www.risque.com.br
PROTEÇÃO PARA TODA A FAMÍLIA
PELE HIDRATADA
Óleos Paixão para vibrar e torcer ainda mais com amor e paixão. Paixão Envolvente oferece, além do já conhecido óleo de amêndoas, óleo de avelã, que potencializa a sensação de maciez, resultando em uma pele mais perfumada e hidratada. E Paixão Radiante, que possui essência de anis, notas verdes, abacaxi, rosa, cravo e lilac. Preço sugerido: R$ 15,00 Na gôndola: pele Site: www.linhapaixao.com.br 206
Com o surto de dengue praticamente em todo o País, a população tem buscado cada vez mais formas de se prevenir, também agora no período de jogos. Além da necessidade de se evitar o acúmulo de água parada, o uso de repelente é muito eficaz, como é o caso do Xô Inseto!, do Grupo Cimed. A versão aerossol, lançamento do laboratório, está disponível em apresentação com 150 mL e contém 14% de DEET, composto dietil-toluamida que repele mosquitos, pernilongos, muriçocas, borrachudos e também o Aedes aegypti, garantindo proteção de até quatro horas a partir da aplicação. Preço sugerido: R$ 18,50 Na gôndola: pele Site: www.grupocimed.com.br
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SEMPRE EM DIA
CUIDADOS COM MÃOS AS M
De todas as partes do corpo, as mãos são as primeiras a dar sinais de envelhecimento, porque elas têm menor concentração de gordura. Além disso, as mãos estão frequentemente expostas ao sol, à água quente. Para diminuir esses efeitos, Roger Roger&Gallet lança no Brasil sua linha de creme para mãos composta pelas fragrâncias Fleur d’Osmanthus, Rose e Crème Sublime Bois d’Orange (este com FPS15). Todos eles possuem em sua composição manteiga de karité. Preço sugerido: R$ 40,20 Na gôndola: pele/dermocosméticos Site: www.roger-gallet.com.br
ENXAGUE BUCAL
A Colgate, marca número um em recomendação dos dentistas, lança a edição limitada do Colgate Plax 2 em 1 na versão verde e amarelo, inspirada nas cores da bandeira brasileira. Já conhecida, a linha 2 em 1 trouxe uma inovação no mercado de enxaguantes bucais, sendo a primeiro na categoria que limpa e mostra ao consumidor as bactérias presentes na boca. Além disso, sua fórmula bifásica permite misturar as duas cores antes do uso: o amarelo refresca e o verde protege. Após o enxague, Colgate Plax 2 em 1 revela na pia, por meio de pequenas manchas roxas, partículas com bactérias que estavam na boca. Preço sugerido: R$ 11,00 Na gôndola: oral care Site: www.colgate.com.br
REMOÇÃO DE CRAVOS
Indicados para adolescentes e adultos, a marca Ricca surpreende mais uma vez e lança os Adesivos para Remoção de Cravos do Nariz com extrato de aloe vera em sua composição. Práticos de serem usados, os adesivos dilatam os poros fechados e removem os cravos e as impurezas em 15 minutos após a sua fixação na região do nariz e, ainda, contam com o extrato de aloe vera que nutre e hidrata a pele deixando um aspecto bonito e toque suave. Preço sugerido: R$ 6,50 Na gondola: pele/checkout Site: www.belliz.com.br
PARA O BANHO
O banho é um momento especial de descanso para o corpo e a mente. Pesquisas revelam que o brasileiro é o mais adepto ao banho, ficando a frente dos americanos e europeus, com uma média de três ao dia. Para tornar esse momento mais agradável, a Condor traz a linha Bom Banho, com escova e esponjas para toda a família. Preço sugerido: R$ 4,40 Na gôndola: pele Site: www.condor.ind.br
Obs.: Os preços sugeridos são informados pela indústria fabricante de cada produto. 208
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SERVIÇOS
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ABBOTT www.abbottbrasil.com.br ABRAFARMA www.abrafarma.com.br ACCUMED-GLICOMED www.glicomed.com.br ACHÉ www.ache.com.br ANVISA http:// portal.anvisa.gov.br ASBAI www.asbai.org.br ASSOCIAÇÃO PAULISTA PARA O DESENVOLVIMENTO DA MEDICINA (SPDM) www.spdm.org.br AXISMED www.axismed.com.br
B BAYER www.bayer.com.br BIOFRAL www.biofral.com.br BRIL COSMÉTICOS www.brilcosmeticos.com.br
C
EXPO PHARMA www.expopharma.com.br
F FARMA & FARMA www.cooperfarma.com.br FEBRASGO www.febrasgo.org.br FEBRAFAR www.febrafar.com.br FUTURA BIOTECH www.futurabiotech.com.br FMUSP www.fm.usp.br
H HEAD & SHOULDERS www.headandshoulders.com.br HOSPITAL 9 DE JULHO www.hospital9dejulho.com.br HOSPITAL ALEMÃO OSWALDO CRUZ www.hospitalalemao.org.br HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN www.einstein.br HOSPITAL SAMARITANO www.samaritano.org.br
CENTRO DERMATOLÓGICO SKINLASER www.skinlaser.com.br
HOSPITAL SÃO CAMILO DE SÃO PAULO www.saocamilo.com
CONECTAÍ | CONECTA www.conecta-i.com
HOSPITAL SÍRIO LIBANÊS www.hospitalsiriolibanes.org.br
CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DE SÃO PAULO (CRF-SP) http://portal.crfsp.org.br
HOSPITAL VITÓRIA http://hospitalvitoria.com.br
CURAPROX www.curaprox.com.br
D
I IBGE www.ibge.gov.br IBOPE www.ibope.com.br
DROGAL www.drogal.com.br
IEV www.iev.net.br
DROGARIA ROSÁRIO www.drogariarosario.com.br
IMS HEALTH www.imshealth.com
K KANTAR WORLDPANEL www.kantarworldpanel.com/br
L LAVOISIER MEDICINA DIAGNÓSTICA www.lavoisier.com.br L’ORÉAL www.loreal.com.br
M MINISTÉRIO DA SAÚDE www.saude.gov.br MUNDIPHARMA BRASIL www.mundipharma.com.br
N NEVONI www.nevoni.com.br NIELSEN www.nielsen.com/br/pt.html NOVO NORDISK www.novonordisk.com.br NS IND. APARELHOS MÉDICOS LTDA. www.nsam.com.br
O ORANGE HEALTH http://orangehealth.com.br
P PRÓ GENÉRICOS www.progenericos.org.br
R REDE HIPERFARMA www.redehiperfarma.com.br ROCHE www.roche.com.br
S SANOFI www.sanofi.com.br SEBRAE-SP www.sebraesp.com.br SECONCI-SP www.seconci-sp.org.br SHOPPERAGE http://shopperage.com.br SINDICATO DA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA NO ESTADO DE SÃO PAULO (SINDUSFARMA) www.sindusfarmacomunica.org.br SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA DOR (SBED) www.dor.org.br SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA www.sbpt.org.br SOCIEDADE BRASILEIRA DE UROLOGIA (SBU) www.sbu.org.br SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA (SBD) www.sbd.org.br SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES (SBD) www.diabetes.org.br SONICLEAR www.soniclear.com.br
U UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO (UNIFESP) www.unifesp.br UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA (UNIMEP) www.unimep.br UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE www.mackenzie.com.br USP www5.usp.br
ROGER DO BRASIL www.babyroger.com.br
INCOFRAL http://adultcare.com.br INSTITUTO DE PESQUISA E PÓSGRADUAÇÃO PARA O MERCADO FARMACÊUTICO (ICTQ) http://ictq.com.br
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