ano XXi • nº 263 outubro de 2014
RESULTADO
SIGNIFICATIVO
Pesquisa revela crescimento substancial de 33 pontos percentuais na aprovação da prescrição farmacêutica por parte da população. Índice se deve, entre outros fatores, à Lei Federal 13.021/14
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EDITORIAL
Aceitação maior Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico (ICTQ) descobriu que 72% da população aprova a prescrição farmacêutica. Esta é segunda edição do estudo. Há um ano, o resultado foi alarmante, já que apenas 39% aprovavam a indicação realizada por um farmacêutico. Especialistas do setor afirmam que esse substancial crescimento de 33 pontos percentuais no universo dos que acreditam na prescrição se deva aos debates sobre o tema nos principais veículos de imprensa do País e à aprovação da Lei Federal 13.021, de agosto de 2014. O estabelecimento deixa de ser caracterizado como um comércio e passa a ser considerado um local de prestação de serviços de saúde. Pela lei, as questões técnicas se sobrepõem aos interesses comerciais. Assim, tanto profissional quanto proprietário deverão realizar todos os esforços para promover o uso racional de medicamentos. Veja os dados da pesquisa esmiuçados na matéria de capa, e saiba como prestar os serviços de Atenção
DIRETORIA Gustavo Godoy, Marcial Guimarães e Vinícius Dall’Ovo EDITORA-CHEFE Lígia Favoretto (ligia@contento.com.br) ASSISTENTE DE REDAÇÃO Flávia Corbó EDITOR DE ARTE Junior B. Santos ASSISTENTES DE ARTE Rodolpho A. Lopes e Flávio Cardamone DEPARTAMENTO COMERCIAL EXECUTIVAS DE CONTAS Jucélia Rezende (jucelia@contento.com.br) Luciana Bataglia (luciana@contento.com.br) 4
Especialistas do setor afirmam que o crescimento de 33 pontos percentuais no universo dos que acreditam na prescrição se deva aos debates sobre o tema nos principais veículos de imprensa do País e à aprovação da Lei Federal 13.021/14
Boa leitura. Lígia Favoretto Editora-chefe
ASSISTENTES DO COMERCIAL Juliana Guimarães e Mariana Batista Pereira DEPARTAMENTO DE ASSINATURAS Morgana Rodrigues COORDENADOR DE CIRCULAÇÃO Cláudio Ricieri DEPARTAMENTO FINANCEIRO Fabíola Rocha e Cláudia Simplício ASSESSORIA TÉCNICA E LISTA DE PREÇOS Kátia Garcia e Antônio Gambeta
MARKETING DIGITAL Andrea Guimarães Noemy Rodrigues COLABORADORES DA EDIÇÃO Revisão Maria Elisa Guedes Textos Adriana Bruno, Flávia Corbó, Marcelo de Valécio, Tassia Rocha e Vivian Lourenço Colunistas Bruna Daleffe de Vargas, Célio Pezza, Durval Ribas Filho, Meiry Kamia, Silvia Osso, Silvio Laban, Tatiana Ferrara, Valéria Carinhato e Wilton Oliveira
MARKETING E PROJETOS Luciana Bandeira
IMPRESSÃO Abril Gráfica
ANALISTA DE MARKETING Lyvia Peixoto
CAPA Shutterstock
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Farmacêutica, com exemplos práticos de atuação. Outro destaque fica por conta da conquista obtida pela Associação do Comércio Farmacêutico do Estado do Rio de Janeiro (Ascoferj) obtida junto a 29ª Vara Federal da capital carioca, que concedeu uma decisão judicial que permite que os associados da entidade enviem como documento necessário para a renovação de AFE/AE apenas o protocolo de revalidação da licença sanitária local, caso estejam subordinados à Vigilância Sanitária do Município do Rio de Janeiro ou à Vigilância Sanitária do Estado do Rio de Janeiro. E, mais, cientistas da Universidade Queen Mary, na Inglaterra, anunciaram que a ingestão diária de ácido acetilsalicílico pode reduzir as chances de se desenvolver certos tipos de câncer. Conheça os benefícios e os riscos que o consumo do fármaco pode trazer aos pacientes.
> www.guiadafarmacia.com.br Guia da Farmácia é uma publicação mensal da Contento. Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010. Tel.: (11) 5082 2200. E-mail: contento@contento.com.br Os artigos publicados e assinados não refletem necessariamente a opinião da editora. O conteúdo dos anúncios é de responsabilidade única e exclusiva das empresas anunciantes.
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SUMÁRIO #263 OUTUBRO 2014
E MAIS
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GUIA ON-LINE ENTREVISTA ANTENA LIGADA ATUALIZANDO CONQUISTA INDÚSTRIA PRODUÇÃO PERSPECTIVA GUIA DA FARMÁCIA RESPONDE GESTÃO
ESPECIAL SAÚDE 46 > CIÊNCIA Pesquisadores ingleses afirmam que o consumo diário de ácido acetilsalicílico pode combater o surgimento de câncer
CAPA
50 > PESQUISA A segunda etapa de um estudo do ICTQ aponta que 72% da população brasileira aprova a prescrição farmacêutica
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ESTRESSE CEFALEIA OBESIDADE
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SORTIMENTO SAZONAL EVENTO – PRÊMIO ANATEC EVENTO – ECONOFARMA SEMPRE EM DIA SERVIÇOS
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62 > ATENÇÃO FARMACÊUTICA
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Com a aprovação da Lei 13.021/14, a expectativa é que o papel do farmacêutico ganhe maior relevância quanto à saúde da população
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98 > LAYOUT Ambientação de loja é item fundamental para torná-la acolhedora e atrativa aos olhos do cliente
110 > ESPECIAL IDOSOS Enquanto a população brasileira envelhece, o perfil do idoso muda rapidamente e contradiz os estereótipos
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ATUALIDADE Dr. Durval Ribas Filho OPINIÃO Célio Pezza PONTO DE VENDA Silvio Laban COMPETITIVIDADE Wilton Oliveira MERCADO Valéria Carinhato VAREJO Silvia Osso ACESSO Bruna Daleffe de Vargas ATENDIMENTO Meiry Kamia INTERNACIONAL Tatiana Ferrara
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E CO N TEÚDO
ESTE SELO NOS ARTIGOS DA REVISTA INDICA CONTEÚDO EXTRA. ACESSE O PORTAL E CONFIRA
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CONTEÚDO EXTRA NO PORTAL (A PARTIR DO DIA 15 DE CADA MÊS) CLIENTE ESPECIAL Confira algumas atitudes que fazem a diferença no atendimento ao idoso na farmácia.
DE OLHO NO PRATO Além de medicamentos, a alimentação é fundamental para a manutenção da saúde na terceira idade.
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ATENÇÃO FARMACÊUTICA Veja como criar um espaço adequado à prestação de serviços diferenciados.
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O QUE ROLA NAS REDES SOCIAIS
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SEM HORMÔNIO, ANTICONCEPCIONAL MASCULINO DEVE CHEGAR EM 2017
ANVISA RECUA E MEDICAMENTO EQUIVALENTE NÃO SERÁ MAIS BARATO
INTERPRETAÇÃO EQUIVOCADA DA MP 653/14 CAUSA CONFUSÃO NO MERCADO FARMACÊUTICO
MINISTRO TEM PREOCUPAÇÃO COM DECRETO QUE PERMITE VENDA DE EMAGRACEDORES
SUA OPINIÃO É MUITO IMPORTANTE PARA NÓS Para fazer elogios, críticas ou dar sugestões ao Guia da Farmácia, escreva para a redação: Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010 ou ligia@contento.com.br. Queremos saber o que você pensa!
VALORIZAÇÃO PROFISSIONAL Estudei e hoje sou proprietária e farmacêutica da minha microdrogaria. Nem por isso nos dão valor, e cobram cada vez mais taxas e impostos altíssimos. Lamentável! Talita Mota, em resposta à nota Automedicação oferece riscos à saúde. Oriente o consumidor, publicada no dia 08/09, no Facebook do Guia da Farmácia
ABAIXO OS EMAGRECEDORES Sou contra! Acho que a pessoa tem de procurar fazer dieta com uma alimentação balanceada e atividade física. Ninguém engorda de uma hora para outra, portanto, tem de ter paciência para emagrecer também. Lucely Cabral, em resposta à nota Medicamento para emagrecer: sim ou não?, publicada no dia 09/09, no Facebook do Guia da Farmácia
ABUSO PERIGOSO
O que não é virose é TDAH! Barbara Souza, em resposta à nota Ritalina: uso indiscriminado como droga da inteligência, publicada no dia 11/09, no Facebook do Guia da Farmácia
PERGUNTE E NÓS RESPONDEREMOS! Se você tem dúvidas ou qualquer tipo de curiosidade sobre o mercado, empresas ou sobre suas atribuições, escreva para nós! Nossos colunistas estão de plantão para atendê-lo na seção Guia da Farmácia Responde. Veja mais na pág. 88.
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ENTREVISTA - NOVARTIS
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Negócios precisos O GRUPO NOVARTIS BUSCA LIDERANÇA GLOBAL ATRAVÉS DE SUAS DIVISÕES. O OBJETIVO É OFERECER MAIS DO QUE UM PRODUTO, MAS SERVIÇOS QUE COMPLEMENTAM E GARANTEM A EFICÁCIA DO TRATAMENTO
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P O R L Í G I A FAV O R E T T O
O Grupo Novartis passou por uma transição de portfólio e atua através de grandes divisões: Farma, Genéricos (Sandoz) e Eye Care (soluções oftalmológicas – Alcon). Elas operam entre os três maiores players de várias áreas, com escala mundial e massa crítica não só para ter êxito comercialmente, mas também para que obtenham investimentos necessários para o desenvolvimento do futuro. Em entrevista exclusiva ao Guia da Farmácia, o presidente do Grupo Novartis Brasil, Adib Jacob Neto, conta como reconstruir uma companhia, para ser líder mundial. O executivo é graduado em Engenharia de Produção pela Escola Politécnica – Universidade de São Paulo (USP), com pós-graduação em Gestão e Marketing pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). É casado e pai de dois filhos.
Guia da Farmácia • A Novartis anunciou, em abril deste ano, algumas fusões e aquisições de precisão. O que são fusões e aquisições de precisão, na sua opinião? Adib Jacob • O mercado tem visto algumas fusões e aquisições que, aparentemente, parecem ser mais uma situação de curto prazo, para uma solução financeira rápida, do que negociações mais estratégicas, que é o que a Novartis faz.
Essa transição de portfólio que a empresa anunciou, em abril pelo nosso CEO, teve um objetivo muito claro. Não é nada a curto prazo, quando se tem duas ou três drogas perdendo patente e que de alguma maneira é necessário salvaguardar os lucros. O objetivo estratégico para a Novartis, uma empresa global de US$ 60 bilhões, é claro: ter escala e massa crítica para competir de uma maneira que se possa brigar para ter uma posição de destaque. Guia • Quais foram as parcerias firmadas? Jacob • O Grupo Novartis atua através de três grandes divisões: Farma, Genéricos (Sandoz) e Eye Care (soluções oftalmológicas – Alcon), ao passo que as três divisões restantes: Saúde Animal, Vacinas e Consumer (produtos OTC – Over The Counter) eram menores, elas não tinham massa crítica, seja de presença mundial, seja de portfólio, para poder competir em igualdade num mercado tão competitivo e global. Então, o caminho para a conquista era a divisão com outros players, que foi o que a Novartis fez, olhando com muita calma, tudo com muito carinho, e que resultou nessa recomposição de portfólio. Saúde Animal passou a ter o know-how da Lilly. Vacinas investiu na GSK. O portfólio de oncologia da GSK foi comprado pela Novartis, já que é difícil competir em câncer sem ser um player global. E a área de OTC foi uma solução ainda mais inovadora, que foi uma joint venture, ou seja, os produtos de OTC da GSK com a Novartis formam uma nova empresa. Foi tudo muito estratégico, reconstruímos 2014 OUTUBRO GUIA DA FARMÁCIA
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ENTREVISTA - NOVARTIS
a companhia, com as empresas mais capacitadas e líderes em suas áreas de atuação, para sermos um líder mundial. Guia • Vocês têm como missão oferecer produtos que curem e melhorem a qualidade de vida. Mas a atuação da Novartis não se resume apenas em entregar o produto. A estratégia é oferecer uma solução, além do produto. Como isso é possível? Jacob • A Novartis está um pouco à frente dos concorrentes, sobretudo no que diz respeito em oferecer uma solução para uma doença. Parece um pouco ambicioso, mas é onde a gente está tentando chegar, sendo que o medicamento, o comprimido ou a injeção são apenas parte do todo. O médico receita um produto, se a pessoa não toma direito ou não tem os cuidados de alimentação, de dieta, de estilo de vida, não vai obter os resultados finais almejados com o tratamento, não adianta. Então a Novartis tem procurado muito trabalhar esse conceito em todas as suas áreas terapêuticas e isso acontece por meio de algumas ferramentas que a gente tem e uma delas, eu acredito que grande parte dos leitores conheça, é o Vale Mais Saúde, um sistema de adesão ao tratamento, com 25 produtos da empresa e os números são, na minha opinião, impressionantes. Estamos chegando a quase 4 milhões de brasileiros e mais de 25 mil pontos de vendas. Na área terapêutica, onde estamos inseridos, o projeto proporciona ao paciente uma gama de serviços que otimizam seu tratamento. Por exemplo, diabetes: nós temos um excelente produto. O paciente que entrar no programa Vale Mais Saúde para adquirí-lo terá uma série de serviços ligada ao diabetes, como apoio nutricional, na web, gratuito, saberá como montar uma dieta alimentar; vai ter um aconselhamento de exercício físico; vai poder monitorar o nível de glicose e o médico vai ter condições de acompanhar isto entre consultas; além disto, poderá ter um auxílio para não se esquecer de tomar o medicamento, usando, por exemplo, o SMS no smartphone. Guia • Então projetos desse tipo seriam o caminho para oferecer um serviço aliado ao medicamento? Jacob • Esse é o caminho. Eu poderia ficar feliz simplesmente com o fato de uma pessoa comprar um produto Novartis, mas a empresa tem uma filosofia diferente; ela quer ajudar a resolver o problema do paciente. Guia • Isso tudo também vai ao encontro do trabalho do varejo, dos profissionais que estão ali na linha de frente com o consumidor final. Você acredita que eles são os grandes responsáveis pela 14
disseminação de informação e por fazer com que as pessoas tenham uma adesão maior ao tratamento e consequentemente atinjam o resultado final? Jacob • Sem sombra de dúvidas. O varejo é um grande parceiro da Novartis, ao longo das últimas décadas e para o futuro. Temos uma grande gama de produtos que fluem ao paciente fundamentalmente via mercado privado de varejo no Brasil. Então, talvez um pouco diferente de outras empresas multinacionais que começam a ir para um caminho que é mais via governo e operadoras. O varejo também têm sido um grande parceiro no programa Vale Mais Saúde. Hoje, o maior número de cadastramento do programa não é mais na nossa central de telefonia, é nas lojas. Guia • Qual a importância do Brasil para a Novartis e de que forma o Brasil contribui para o avanço na área de Pesquisa & Desenvolvimento? Jacob • O Brasil é uma filial superimportante para a companhia, é a quinta maior operação do grupo. Há 80 anos, com ditadura militar e crises econômicas, a Novartis nunca desistiu do País e se consolida cada vez mais com uma presença muito sólida. Se você pensar que a Petrobras está completando 60 anos, a Novartis tem 80. Temos uma operação muito grande: são 5 fábricas, se você olhar meus colegas das outras indústrias multinacionais, há poucas com operação de produção no País. Estamos construindo uma quinta fábrica em Pernambuco que é um projeto de R$ 1 bilhão para uma fábrica mais desenvolvida, de biotecnologia. Empregamos diretamente 4 mil pessoas e estamos crescendo muito a plataforma de pesquisa clínica. Hoje são mais de 200 estudos clínicos, por ano, feitos no País. Já estamos fazendo estudos de fase 1 no Brasil que são extremamente sofisticados. Pouquíssimas empresas ousam fazer fase 1 (quando o produto é testado em humanos) no País e nós estamos fazendo, em câncer. Investimos mais ou menos R$ 100 milhões por ano em pesquisa clínica, no Brasil. Guia • Por que investir em pesquisa, que hoje é algo tão difícil de se realizar, principalmente no Brasil, pois temos pouquíssimos incentivos governamentais? Vocês querem dominar as descobertas? Jacob • O que acontece, é que a empresa de uma maneira muito consistente tem como estratégia investir fortemente. Se você pegar as dez empresas que mais investem em pesquisa, e eu não estou falando somente do mercado farmacêutico, a Novartis está entre as dez maiores empresas que investem no mundo: US$ 10 bilhões. Com isso e porque estamos fazendo de uma maneira bem sofisticada, inteligente, a empresa tem um pipeline de produtos maravilhosos.
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tomar um comprimido? Há conhecimento sobre as alternativas disponíveis por parte da população? Jacob • Falando especialmente em câncer, o paciente certamente espera a cura daquele tumor, espera que você ofereça uma solução, pode ser uma cirurgia, um medicamento, a terapia celular, mas que fato haja a cura, ou seja, que a pessoa fique numa remissão de longuíssimo prazo. Uma boa notícia é que estamos conseguindo resultados nesse sentido, para uma série de cânceres, por exemplo, o de mama e a leucemia mielóide crônica. Hoje, o prognóstico dessa leucemia é extremamente positivo, a sobrevida esperada é similar a de uma pessoa com diabetes tipo II.
Mais ou menos 200 novos projetos clínicos em humanos. Se eu falar somente da parte pré-clínica, chego aos milhares. Então há muita pesquisa, nós queremos conhecer melhor a droga, de maneira apropriada, ética. E com isso, é lógico, queremos que o desenvolvimento aconteça dentro de um país importante como o Brasil. Soma-se a isso, o fato de que se faz pesquisa de muita qualidade no Brasil, os investigadores, as instituições acadêmicas são de alta qualidade. Somam-se a isso, a heterogeneidade do brasileiro ético e o número enorme de pacientes. Então, chega-se à conclusão de que não faz sentido não ter o Brasil como um pilar de pesquisa clínica. É preciso entender a droga, quem ela vai beneficiar, em quem ela não deve ser usada e, para isso, tem-se que fazer muita pesquisa e faz todo sentido do mundo ter o Brasil como carro-chefe disto. Guia • Entre as linhas de pesquisas em que vocês atuam, ouve-se falar muito mais do câncer do que de outras patologias. O câncer é o principal interesse de vocês? Jacob • Não, não é o principal. É um dos grandes, mas a empresa tem várias linhas de pesquisa, eu diria tão importantes quanto. Oncologia é uma área-chave, mas nós temos outras frentes, como o sistema nervoso central, as doenças autoimunes, as doenças respiratórias e a área cardiovascular metabólica. Guia • Quando se fala em cura, ou em uma nova alternativa, principalmente para câncer, as pessoas entendem que o tratamento não envolve somente
Guia • O acesso a tudo isso ainda é caro. Quem financia, por exemplo, os produtos usados nesses casos de câncer de mama e leucemia? Jacob • Para você entregar uma droga, é preciso apresentar um benefício, tangível, sólido, o que é muito desafiador. Isso requer um investimento na casa de US$ 1,5 bilhão, além disso, cada vez mais a população de pacientes vai ficando pequena, ou seja, é preciso desenvolver soluções para subtipos de câncer. É lógico que, para a indústria sobreviver, a comercialização de um produto precisa fazer algum sentido. É preciso ter um respaldo econômico, de custo-efetividade extremamente robusto. Foi-se o tempo em que era possível trazer a droga mais cara do mundo e ter a liberdade de colocar 30% em cima. As autoridades não vão pagar, o sistema não vai aceitar. Guia • Qual o caminho para isso? Jacob • Ao se entregar uma droga para o mercado, é preciso ter um perfil muito diferenciador versus seu concorrente no mercado; mudanças e melhorias marginais não vão ser aceitas, ou a sociedade vai falar que pagará um preço marginal em cima do que já existe, que geralmente é o genérico. O que a indústria vai ter de trazer para o mercado, de qualquer doença, terá de ter um ganho clínico substancial e não marginal. Não dá para dar mais um pulinho no tratamento da doença com medicamento, tem de dar um grande salto, para o sistema aceitar o seu produto. É como dizer às autoridades que estou cobrando tanto, mas o que vou agregar de benefício clínico mais que justifica isso. Aí, as autoridades vão falar: justo, vou pagar, porque redefine a vida da população. O governo quer pessoas vivendo bem, felizes, produtivas porque sai mais barato, já que acontecerão menos hospitalizações, as pessoas não ficarão em casa adoecidas, mas serão produtivas, elas pagarão impostos, entre outros fatores. 2014 OUTUBRO GUIA DA FARMÁCIA
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RECONHECIMENTO
NO SETOR INDÚSTRIAS FARMACÊUTICAS QUE MAIS SE DESTACARAM NOS ÚLTIMOS MESES RECEBERAM PRÊMIOS POR TRABALHOS E AÇÕES DESENVOLVIDOS. O OBJETIVO É A MELHORIA DA QUALIDADE DOS PRODUTOS E DOS SERVIÇOS PRESTADOS
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POR TASSIA ROCHA
AÇÃO E DESENVOLVIMENTO
As empresas com as melhores ações de prevenção de doenças e acidentes de trabalho e os melhores programas de desenvolvimento profissional da indústria farmacêutica foram premiadas em cerimônia realizada em 19 de agosto deste ano no Esporte Clube Sírio. Os laboratórios Allergan, Apsen, Butantan, Eli Lilly, Eurofarma, Janssen-Cilag, Johnson & Johnson, Libbs, Momenta, Novartis e Pfizer foram agraciados com o VII Prêmio Excelência em Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho, realizado pelo Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma). • www.sindusfarma.org.br 18
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MELHORES EMPRESAS PARA SE TRABALHAR
O Zambon Laboratórios Farmacêuticos foi eleito pelo guia Great Place To Work (GPTW), feito em parceria com a revista Época, como umas das 30 melhores médias multinacionais (de 100 a 999 funcionários) para se trabalhar no Brasil. Este ano, com o recorde de 1.276 empresas envolvidas, o laboratório também apresentou um dos melhores níveis de escolaridade: 76,3% dos funcionários possuem nível superior ou acima. De acordo com os resultados, os fatores que os colaboradores mais valorizam no Zambon são na respectiva ordem: equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, o alinhamento com os valores organizacionais e o desenvolvimento profissional. • www.zambon.com.br
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CAPACITAÇÃO FARMACÊUTICA
O 2º Congresso Mineiro de Farmácia é mais uma iniciativa do Conselho Regional de Farmácia do Estado de Minas Gerais. Com o intuito de ampliar as capacitações e os fóruns de discussão sobre as práticas farmacêuticas, valendo-se da educação continuada como ferramenta, o evento bienal acontece nos anos pares e tem como meta reunir os farmacêuticos de Minas Gerais em torno de discussões, cursos, palestras e mesas-redondas que abordarão temas específicos da atuação farmacêutica, sempre de grande interesse para a categoria. Em 2014, o congresso será no período de 23 a 25 de outubro nas Universidades Unifal e Unifenas, em Alfenas-MG. O tema escolhido, “Da Produção à Atuação Clínica Farmacêutica”, atual e pertinente, leva o congressista a refletir em sua prática diária e ações em prol da sociedade, para seus pacientes e clientes desde o planejamento de novas formulações e controles de qualidade até a atuação clínica do profissional farmacêutico. • http://crfmg.org.br/congressomineiro
PRÊMIO ASCOFERJ
O Prêmio Destaque Ascoferj premia indústrias, laboratórios e distribuidores de medicamentos, perfumaria e cosméticos, com o objetivo de melhorar a qualidade dos produtos e serviços prestados ao varejo farmacêutico. Quem vota é o associado da Associação do Comércio Farmacêutico do Estado do Rio de Janeiro (Ascoferj). Desde sua criação, o prêmio aborda uma temática diferente a cada edição, fazendo com que o evento se mantenha atual e inovador. Em 2014, o tema será “30 anos em 30 atos”, em homenagem aos 30 anos da Ascoferj. O evento será no dia 30 de outubro de 2014, às 19h30, no Hotel Royal Tulip em São Conrado, Rio de Janeiro. • www.ascoferj.com.br
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ORGANIZAÇÃO NO PDV
Realçar a visualização e a organização de um ponto de venda (PDV) não é uma tarefa fácil. Entretanto, a Incoterm – Soluções em Mediação, de Porto Alegre (RS), desenvolveu o Projeto Compacterm, display que auxilia, de forma estratégica, a visibilidade dos produtos da empresa no PDV. Nos modelos Balcão e Salão, o Compacterm oferece melhor apresentação da marca, uma atraente disposição dos itens e ainda facilidade de organização na loja. O projeto Compacterm conta com diferentes modelos de expositores, desenvolvidos para que os produtos fiquem em único local no ponto de venda, expostos de forma compacta e de fácil acesso ao consumidor. O modelo Salão pode expor os medidores de pressão digital, os termômetros clínicos digitais e acessórios, como o porta-comprimidos e o cortador de comprimidos. A versão Balcão conta com espaço para apresentar o termômetro clínico digital Incoterm Termomed e o medidor de pressão digital Incoterm pulso. • www.incoterm.com.br
MARCAS DE CONFIANÇA
Ganhadora em todas as edições do prêmio Marcas de Confiança, Centrum, multivitamínico da divisão de consumo da Pfizer, foi eleito com 20% da preferência dos consumidores na categoria Vitaminas. A marca obteve uma pontuação três vezes maior que a segunda colocada e ganhou destaque na região Sudeste. O prêmio é promovido desde 2002 pela revista Seleções e pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) Inteligência. Este ano, a pesquisa contou com 1.300 leitores da publicação que responderam a um questionário disponibilizado via web. • www.centrum.com.br
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TREINAMENTO ON-LINE DA CONTENTO
O novo módulo “A tecnologia em benefício do negócio” já está disponível para acesso na plataforma on-line de cursos da Contento: o site Treina PDV Farma. Este é o quarto conteúdo da segunda fase do programa, que já conta com 10 módulos no total, e terá ainda dois outros módulos lançados até o fim do ano. No contexto atual, os constantes avanços tecnológicos trouxeram um aumento considerável da competitividade nas empresas, inclusive farmácias e drogarias: em um cenário repleto de exigências legais, necessidade de eficácia de estoque, avaliações periódicas, e grande quantidade de procedimentos e de produtos ofertados, fica quase impossível sobreviver sem o auxílio da tecnologia. Assim, o objetivo com esse tema é apresentar as formas de como os varejistas do setor farmacêutico podem e devem fazer uso da tecnologia a favor do negócio. Além desse conteúdo, o Treina PDV Farma apresenta, no programa de capacitação, diversos temas estratégicos ao profissional do setor, como “Promoção de Vendas”, “Atenção Farmacêutica”, “Definição de Mix e Sortimento”, entre outros, todos com ferramentas interativas – vídeos e telas animadas – além de avaliação on-line com certificado de participação. O programa de capacitação tem um ótimo custo benefício para o varejista, que investe um pequeno valor para acesso ilimitado por um ano e ainda tem opções que permitem cadastrar toda a equipe da loja para participar. A plataforma também oferece cursos rápidos gratuitos: basta se cadastrar para assistir a temas importantes como “Rentabilidade e Ponto de Equilíbrio”, “Fluxo de Caixa” e “Gestão na Farmácia”. Para conhecer e experimentar, acesse: www.treinapdvfarma.com.br. E para informações sobre compra, visite a loja Contento (www.lojacontento.com.br) ou ligue (11) 5082 2200.
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EVENTO DE CONFRATERNIZAÇÃO
Entre os dias 22 e 24 de agosto deste ano, a Neosul distribuidora promoveu, em Gramado (RS), a quinta edição do Encontro Neosul, que reuniu 400 participantes, entre clientes, fornecedores e representantes. De acordo com o diretor comercial, Vagner Ferreira, o objetivo deste encontro é promover uma maior integração entre os clientes e a indústria e a distribuidora, proporcionando excelentes negócios e momentos inesquecíveis na Serra Gaúcha. Além do sorteio de presentes, entre eles um carro 0 km, o evento contou com uma palestra do presidente da Federação Brasileira das Redes Associativistas de Farmácia (Febrafar), Edison Tamascia. • www.febrafar.com.br • www.neosuldistribuidora.com.br
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NOVA UNIDADE
SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA
A Torrent do Brasil está lançando o Calcmed ST, um aplicativo que calcula o impacto da Substituição Tributária (ST) na rentabilidade das farmácias. É o primeiro do gênero no País destinado ao varejo farmacêutico. O objetivo é facilitar o cálculo dos custos e valores que envolvem o processo de compra e venda dos medicamentos, como: lucro, descontos de compra, Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) e, principalmente, o quanto o preço do medicamento é impactado pela Substituição Tributária. Segundo o gerente de produtos da divisão de Genéricos da Torrent, Antonio Sergio, essa ferramenta pioneira facilita aos proprietários e responsáveis pelas compras das farmácias a compreensão do cálculo da Substituição Tributária e, consequentemente, indica as melhores opções do mercado com o menor custo + ST. • www.torrent.com.br
O presidente do conselho de administração da farmacêutica EMS, Carlos Sanchez, anunciou, no dia 25 de agosto deste ano, a criação do Grupo NC que abarcará todos os negócios da companhia. O anúncio foi feito durante a inauguração de laboratório Novamed, na Zona Franca de Manaus. Essa nova unidade recebeu investimentos de R$ 385 milhões. A fábrica terá capacidade de produção para 1,5 bilhão de comprimidos por mês. “Essa unidade vai produzir medicamentos para os outros laboratórios do grupo”, disse Sanchez. A Novamed está preparada para uma futura expansão, em que dobrará a atual capacidade. • www.ems.com.br
SOFTWARE PARA FARMÁCIAS MARKETING DO VAREJO FARMA
O Núcleo de Estudos e Negócios do Varejo da ESPM, coordenado pelo professor Ricardo Pastore, lança um curso de atualização específico para os profissionais que atuam diretamente ou indiretamente com o varejo do setor farmacêutico: Marketing do Varejo Farma: Estratégia e Execução. Com uma carga horária de 30 horas/ aula, o curso acontecerá no campus da pósgraduação lato sensu, na Rua Joaquim Távora. • www2.espm.br/cursos/espmsao-paulo/marketing-do-varejofarma-estrategia-e-execucao 22
A MWV Healthcare, líder global em soluções para aderência de tratamentos, anuncia a viabilidade comercial para o sistema Avive® Multimed, uma solução baseada em software que estabelece uma base para a farmácia, sincroniza os regimes de medicação, amplia a aderência aos tratamentos, auxilia o reembolso por serviços, incluindo o gerenciamento da terapia com medicamentos, e ajuda a melhorar drasticamente o desempenho no CMS Star Ratings. • http://mwv.com/pt-br
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DORES E
INFLAMAÇÕES PARA ATENDER ÀS NECESSIDADES DOS CONSUMIDORES, A INDÚSTRIA FARMACÊUTICA DISPONIBILIZA MEDICAMENTOS QUE AGEM NA CAUSA DO PROBLEMA E PROMOVEM SENSAÇÃO DE ALÍVIO E CONFORTO POR TASSIA ROCHA
VOXX ICE SPORTS E VOXX HOT SPORTS NUTRACOM (GRUPO CIMED)
A fim de oferecer solução eficaz para o alívio de dores musculares, contusões e torções comuns durante treinos e prática de esportes, a Nutracom, empresa do Grupo Cimed com foco em nutrição esportiva, funcional e nutricosméticos, aumentou seu porfólio com dois novos produtos: Voxx Ice Sports e Voxx Hot Sports. Voxx Ice Sports é um gel antidor refrescante e suavizante, que esfria o local onde é aplicado e promove sensação de alívio, conforto e frescor. Voxx Ice Sports atua também como gel hidratante e refrescante corporal, aliviando torcicolo, dores no quadril, nas articulações e entorces em geral. MS Produto isento de registro, conforme RDC 27/10 www.voxxsuplementos.com.br 24
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NEOCOFLAN® NEO QUÍMICA
Neo Química, marca líder em similares do Brasil, trouxe para o mercado – a versão aerossol de Neocoflan®. O medicamento, que também está disponível nas apresentações em gel de 30 g e 60 g, chega para aquecer ainda mais o mercado de dicoflenaco dietilamonio, que atualmente movimenta mais de R$ 170 milhões, com crescimento de 12% ao ano. MS 1.5584.0305 www.neoquimicagenericos.com.br FOTOS: DIVULGAÇÃO
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RINOSORO SPRAY AY INFANTIL HYPERMARCAS
TEUPANTOL® BABY TEUTO
O Laboratório Teuto disponibiliza ao mercado farmacêutico mais uma novidade. Trata-se de Teupantol® Baby, um creme contendo dexpantenol, desenvolvido especialmente para proteger e hidratar a pele do bebê, além de prevenir assaduras. A fórmula de Teupantol® Baby vai muito além: reforça/auxilia na proteção natural da pele da criança, forma uma camada transparente, permitindo acompanhar a pele da criança a cada troca de fralda e não possui corante e perfume, ideal para pele delicada da criança. O produto, que é de uso externo, possui fácil aplicação e remoção e está disponível na forma farmacêutica creme em bisnagas com 30 g. MS 2.0044.0474.001-8 www.teuto.com.br
Durante o inverno, é comum que a frequência e a quantidade de chuvas diminuam drasticamente, reduzindo a umidade relativa do ar e, consequentemente, prejudicando a saúde de adultos e crianças, que sofrem mais com os sintomas das rinites e alergias respiratórias. Para aliviar o desconforto dos sintomas, é necessária a hidratação das vias nasais. Rinosoro, marca presente no mercado desde 1960, oferece uma linha completa de produtos que inclui fluidificantes, descongestionantes e um umidificante nasal que aliviam os sintomas respiratórios de resfriados, rinites e alergias. MS Medicamento de notificação simplificada RDC Anvisa Nº 199/06 AFE nº 1.07817-7 www.rinosoro.com.br
ZINFORO®
ASTRAZENECA
A AstraZeneca lança no mercado brasileiro o Zinforo® (ceftarolina fosamila), indicado para o tratamento de infecções complicadas de pele e partes moles – patologias que frequentemente requerem hospitalização para o tratamento adequado – e pneumonias adquiridas na comunidade. Zinforo® é a primeira cefalosporina com atividade antiMRSA (Staphilocccus aureus resistente à meticilina), superbactéria que causa infecções potencialmente fatais, principalmente em pacientes hospitalizados. O medicamento já está disponível no mercado brasileiro. MS 1.1618.0247.001-0 www.astrazeneca.com.br
MULTIGRIP® TAKEDA
MultiGrip® é um medicamento para os múltiplos sintomas com ação em congestão nasal, coriza, febre, cefaleia, dores musculares e demais sintomas típicos das gripes e resfriados. Presente no mercado brasileiro desde 2002, fabricado por Multilab, uma empresa do grupo Takeda, o medicamento está disponível nas apresentações: caixa (20 cápsulas), blister avulso (10 e 4 cápsulas), sachê (sabor limão com mel e laranja), solução oral e solução oral-gotas (15 ml) com aroma de frutas vermelhas. Classificado como Medicamento Isento de Prescrição (MIP), MultiGrip® é líder contra os sintomas da gripe. MS 1.1819.0021 www.takedabrasil.com 2014 OUTUBRO GUIA DA FARMÁCIA
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PREGABALINA OSTE K2
NOVA QUÍMICA
Oste K2 é um suplemento vitamínicomineral inovador que contém, além dos benefícios do mineral cálcio e da vitamina D3, amplamente conhecidos e comprovados cientificamente para ajudar na manutenção da saúde óssea, a vitamina K2-7, naturalmente presente em alguns alimentos, como o natto, que ajuda a equilibrar a quantidade de cálcio no organismo. MS Produto isento de registro, conforme RDC 27/10 www.novaquimicafarma.com.br
TEUTO
Fruto da parceria entre Teuto e Pfizer, é disponibilizado ao mercado, pelo Laboratório Teuto, o medicamento genérico que possui a Pregabalina como princípio ativo, que possui propriedades analgésica, ansiolítica e anticonvulsivante. Indicado para o tratamento da dor neuropática (dor devido à lesão e/ou ao mau funcionamento dos nervos e/ou do sistema nervoso) em adultos, como terapia adjunta das crises epiléticas parciais (convulsões), com ou sem generalização secundária, em pacientes a partir de 12 anos de idade; tratamento do Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) em adultos; e controle de fibromialgia (doença caracterizada por dor crônica em várias partes do corpo, cansaço e alterações do sono). O produto genérico é de uso oral e está disponível nas apresentações de 75 mg com 28 e 150 mg com 28 cápsulas gelatinosas duras. MS 1.0370.0589.004-1 (75 mg com 28 cápsulas) MS 1.0370.0589.011-4 (150 mg com 28 cápsulas) www.teuto.com.br
REDOXITOS® BAYER
As vitaminas, de modo geral, possuem um papel fundamental no bom funcionamento do organismo. Cada uma delas tem uma função específica que ajuda a manter a saúde e a prevenir doenças. As crianças, por sua vez, precisam de mais atenção ao se alimentar para ter um bom desenvolvimento físico, motor, neurológico e emocional. Pensando nesse público, a Bayer HealthCare lançou no Brasil Redoxitos®, vitamina C em formato de gominha sabor laranja, que oferece de maneira divertida a complementação alimentar de crianças de 4 a 10 anos. MS Produto isento de registro, conforme RDC 27/10 www.bayer.com.br 26
REFRESH ADVANCEDTM ALLERGAN
Chega ao mercado brasileiro Refresh AdvancedTM, lágrima artificial da Allergan desenvolvida para tratar olho seco, seja de origem aquosa ou lipídica, e a irritação ocular. O lançamento é o único aprovado no País com tripla ação: lubrificação, osmoproteção e melhoria na camada lipídica, agindo nas três camadas do filme lacrimal. MS 1.0147.0181 www.allergan.com.br
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OLMESARTANA MEDOXOMILA TORRENT
A Torrent do Brasil lançou, em setembro deste ano, o genérico Olmesartana Medoxomila para o tratamento da hipertensão arterial. Pertencente à classe dos inibidores de angiotensina II, a Olmesartana da Torrent age no sistema Renina-Angiotensina-Aldrosterona (SRAA) inibindo os receptores AT1 da angiotensina II. Indicada para todos os graus de hipertensão (leve, moderada e severa), a olmesartana pode ser usada como monoterapia ou em combinação com outros agentes anti-hipertensivos. Primeiro genérico dessa molécula, a Olmesartana da Torrent custa quatro vezes menos que o similar existente no mercado e 30% menos que a marca referência. O medicamento tem as apresentações 20 mg ou 40 mg e as duas vêm em embalagens com 30 comprimidos revestidos. MS 1.0525.0057 www.torrent.com.br
LICOPENO COM SELÊNIO LABORATÓRIO CATARINENSE
Chegou o Licopeno com Selênio do Laboratório Catarinense, considerado uma combinação de antioxidantes para ajudar no equilíbrio do organismo e manter a pele mais protegida e saudável. O produto faz parte da linha de suplementos Catarinense Nutrição, que devolve ao organismo as vitaminas e sais minerais que o corpo perde naturalmente. A linha contém mais de 20 produtos com foco na prevenção e que ajudam a conservar o equilíbrio e proporcionar o bem-estar. O Licopeno tem ação antioxidante que protege as células contra a ação dos radicais livres, mantendo sua pele mais saudável e protegida. O mineral Selênio também apresenta ação antioxidante, além de servir como potencializador da atividade antioxidante de outros compostos. MS 6.6701.0012.001-8 www.labcat.com.br
STEZZA MSD
LUBRIGEL®
MASTER FARMACÊUTICA
O Lubrigel® é um lubrificante íntimo, hipoalergênico e inodoro. O Lubrigel® proporciona maior segurança, conforto e suavidade nas relações sexuais. Compatível com o uso de preservativo. Apresentações: Bisnaga com 60 g, FlowPack com 3 sachês e Sachê de 5 g. MS Produto isento de registro, conforme RDC 27/10 www.masterfarmaceutica.com.br 28
Chega ao mercado a nova pílula com combinação inovadora de hormônios semelhantes aos produzidos naturalmente pelo organismo feminino. Vendida comercialmente com o nome de Stezza, traz como diferencial a combinação da progesterona acetato de nomegestrol com o estrogênio 17B-estradiol, uma opção aos demais contraceptivos orais combinados. O lançamento tem ainda o regime monofásico, ou seja, seus 24 comprimidos ativos são iguais em quantidade de hormônios, o que pode facilitar os procedimentos em caso de esquecimento da pílula. MS 1.0029.0186.001-1 www.corporativo.msdonline.com.br
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DETOXVERÃO®
ARACOR COR A
Acaba de chegar ao mercado o DetoxVerão® da Sanavita, uma bebida refrescante com fórmula exclusiva e inovadora. Além de ser prática e muito saborosa, ela hidrata, desintoxica e equilibra o metabolismo; prepara e protege a pele contra os raios nocivos Ultravioleta (UV); prolonga o bronzeado por muito mais tempo e contribui para o equilíbrio da flora intestinal. MS Produto isento de registro, conforme RDC 27/10 www.sanavita.com.br
A Nova Química será uma das pioneiras a lançar Aracor A que é a combinação fixa de valsartana + anlodipino para o controle da hipertensão, após a quebra recente da patente. Aracor A será lançado nas apresentações de 80 mg + 5 mg e 160 mg + 5 mg com 30 comprimidos, proporcionando um mês completo de tratamento. E nas apresentações 320 mg + 5 mg e 320 mg + 10 mg, possui um diferencial: 60 comprimidos (2 meses de tratamento), favorecendo a adesão por mais tempo. A Nova Química entende que as embalagens com 60 comprimidos são mais interessantes para as doses altas, pois o paciente continuará o tratamento em longo prazo. MS 1.2675.0177.002-9 (80 mg + 5 mg 3 BLT com 10 COM REV-NQ) MS 1.2675.0177.005-3 (160 mg + 5 mg 3 BLT com 10 COM REV-NQ) MS 1.2675.0177.012-6 (320 + 5 mg 6 BLT com 10 COM REV-NQ) MS 1.2675.0177.015-0 (320 + 10 mg 6 BLT com 10 COM REV-NQ) www.novaquimicafarma.com.br
SANAVITA
NOVA QUÍMICA
MELTOSSE®
MASTER FARMACÊUTICA
O Meltosse® é um composto orgânico de mel e própolis com extratos vegetais de assa-peixe, agrião, eucalipto, guaco, poejo e saião. O própolis é antibiótico natural por excelência, pode ser utilizado para o tratamento de diversas moléstias causadas por vírus, bactérias e fungos, bem como nos casos de gripes, resfriados e no fortalecimento do sistema imunológico por apresentar propriedades expectorante, mucolítica, broncodilatadora e antitussígena, é indicado como coadjuvante no tratamento de gripes, resfriados, tosse seca e/ou produtiva. Apresentação: Frasco com 150 g MS Produto isento de registro, conforme RDC 27/10 www.masterfarmaceutica.com.br 30
DEXAMETASONA MULTILAB
A Multilab lança, dentro de sua linha de medicamentos genéricos, a dexametasona 0,1 mg/mL – frasco com 100 ml. O anti-inflamatório, genérico do já fabricado Cortitop, é indicado no tratamento de sintomas de vários tipos de doenças, incluindo distúrbios reumáticos/artríticos, cutâneos, oculares, glandulares, pulmonares, sanguíneos e gastrointestinais. A apresentação é indicada para uso adulto e pediátrico e possui aroma cereja e hortelã. MS 1.1819.0132 www.multilab.com.br
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CONQUISTA
Ascoferj ganha embate com a Anvisa DEVIDO À FALTA DE FISCAIS, ENTIDADE FOI À JUSTIÇA PARA PEDIR QUE PROTOCOLO DE REVALIDAÇÃO DA LICENÇA SANITÁRIA LOCAL FOSSE SUFICIENTE PARA A REGULARIZAÇÃO DAS FARMÁCIAS DO RIO DE JANEIRO
H
POR FLÁVIA CORBÓ
Há quatro anos, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) criou a RDC 01/10, a fim de modernizar os procedimentos de concessão e renovação da Autorização de Funcionamento de Empresas (AFE), voltada a farmácias e distribuidoras, e da Autorização Especial (AE), dedicada aos estabelecimentos de manipulação. A resolução estabelecia que um dos requisitos para que as empresas obtivessem tais autorizações era apresentar uma cópia da licença sanitária local. A Associação do Comércio Farmacêutico do Estado do Rio de Janeiro (Ascoferj) mostrou-se contrária à resolução, com o argumento de que há um problema crônico de falta de fiscais nas vigilâncias municipais e estaduais
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da região. “Pelo menos um terço das vigilâncias do Rio de Janeiro não é bem centralizada ou emancipada, ainda depende do órgão de vigilância estadual, que detém 50% dos fiscais. O quadro de funcionários não dá conta da demanda”, explica o presidente da Ascoferj, Luis Carlos Caspary Marins. Na época, a Associação entrou com uma ação civil pública, pedindo que a Anvisa revisse a exigência e aceitasse apenas o protocolo de revalidação da licença sanitária local como documento necessário para a renovação da autorização de funcionamento. A entidade ganhou o processo, mas, em 2013, o cenário do varejo carioca sofreu nova reviravolta. No ano passado, a Anvisa criou a RDC 17/13, que manteve a exigência da apresentação da licença sanitária ou relatório de inspeção. “Se eu não tenho FOTOS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO
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fiscal para me dar a licença, também não tenho para me conceder o relatório. Ambos os documentos são feitos pela mesma fiscalização”, destaca o advogado e consultor jurídico da Ascoferj, Gustavo Semblano. Diante do retorno da exigência, mais uma vez a Ascoferj entrou com outra ação civil pública explicando à Justiça que a Anvisa continuava exigindo um documento que os próprios fiscais das vigilâncias municipais e estaduais não tinham condições de emitir, de acordo com a demanda exigida. A defesa da entidade argumentou que os associados não poderiam ser punidos por uma falha dos órgãos públicos. “Os varejistas fazem o pedido de inspeção sanitária anualmente por meio desse protocolo, mas temos associados que passam de três a cinco anos sem receber visita dos fiscais da vigilância; com isso, não conseguem a licença sanitária. Quando se entra em processo de regularização junto à Anvisa, o pedido é deferido por falta de documentação”, ressalta Marins. A ação judicial foi, então, encaminhada à Anvisa que, segundo Semblano, se defendeu com uma resposta-padrão. “O argumento foi que a intenção da RDC 17/13 era proteger o interesse da saúde.” A Ascoferj, no entanto, defende que a queda da exigência do documento de inspeção sanitária não colocaria em risco a qualidade do estabelecimento, nem a segurança do consumidor. “A empresa não está se recusando a ser inspecionada, pelo contrário, ela quer ficar regular. Quando se dá entrada no protocolo solicitando a fiscalização, a vigilância pode fazer a visita a qualquer momento. Então, assume-se que o estabelecimento está dentro das normas exigidas”, argumenta Marins. A ação pública também foi analisada pelo Ministério Gustavo Semblano, advogado e consultor Público que concordou com jurídico da Ascoferj, os argumentos da Ascoferj. revela que as instituições Mas antes da Vara Fedeadmitiram ter um ral do Rio de Janeiro tomar quadro de funcionários a decisão final, foi soliciinsuficiente tado que as vigilâncias sani-
tárias do município e do Estado do Rio de Janeiro se manifestassem no processo, apontando quantos funcionários trabalhavam nos órgãos e se a quantidade seria suficiente para suprir a demanda de pedidos de inspeção sanitária. “As próprias instituições confirmaram por meio de documentos que não têm funcionários suficientes e que existem problemas de logística”, revela Marins.
DECISÃO OBTIDA
Luis Carlos Caspary Marins, presidente da Ascoferj, acredita que os varejistas não podem ser punidos por falhas dos orgãos de vigilância
Analisados todos os lados envolvidos no processo, a 29ª Vara Federal do Rio de Janeiro concedeu uma decisão judicial favorável à Ascoferj, permitindo que os associados da entidade enviem como documento necessário para a renovação de AFE/AE apenas o protocolo de revalidação da licença sanitária local, caso estejam subordinados à Vigilância Sanitária do Município do Rio de Janeiro ou à Vigilância Sanitária do Estado do Rio de Janeiro. A juíza federal Dra.Maria Cristina Ribeiro Botelho Kanto acolheu o pedido da Ascoferj, que alegou que as farmácias, drogarias e distribuidoras associadas estavam sendo penalizadas pela Anvisa com indeferimentos dos pedidos de renovação da AFE/AE por não enviarem a licença sanitária, sendo que o não envio de tal documento se dava pelos problemas logísticos dos órgãos de vigilância sanitária locais que, por não realizarem as inspeções sanitárias, não emitem as revalidações das licenças, obrigando a utilização apenas de protocolos. A medida tranquiliza os varejistas que estavam em situação irregular, mas não resolve o problema crônico da falta de fiscais para inspecionar as farmácias do Rio de Janeiro. Como solução, Marins aponta algumas mudanças que poderiam ser aplicadas: “Trabalhamos com a hipótese de uma autovistoria e também já se admite a possibilidade de que a renovação da licença seja exigida a cada dois anos, já que anualmente não se mostrou viável.” 2014 OUTUBRO GUIA DA FARMÁCIA
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Abran aprova liberação de medicamentos inibidores de apetite pelo Senado
AÇÃO ERA ESPERADA APÓS MAIS DE TRÊS ANOS DE MOBILIZAÇÃO
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DR. DURVAL RIBAS FILHO Presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran) 34
Os pacientes com obesidade no Brasil acabam de vencer mais uma etapa na batalha contra a doença. O projeto de Decreto Legislativo nº 52/2014, que cancela a decisão que baniu do mercado alguns medicamentos disponíveis para o tratamento da obesidade, foi aprovado em setembro pelo Senado Federal. A proposta liberou a comercialização dos medicamentos que agem no sistema nervoso central, entre eles femproporex, mazindol e dietilpropiona. Desde a proibição, em 2011, a Associação Brasileira de Nutrologia iniciou uma mobilização junto às outras entidades médicas nacionais, ao Conselho Federal de Medicina (CFM) e à Associação Médica Brasileira (AMB). O projeto, defendido pela maioria dos senadores da Comissão, não estava em pauta, contudo, devido ao forte apelo, entrou em votação. Conseguimos a nossa esperada vitória. É momento de comemorar pela quantidade de pessoas que poderão melhorar a saúde, a qualidade de vida e a autoestima. “A Associação Médica Brasileira, em sua recente diretriz sobre o tratamento medicamentoso da obesidade, deixou claro que o uso dos inibidores de apetite tem eficácia comprovada cientificamente e é isto que vemos em nossa prática clínica diária”, esclarece o médico nutró-
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logo e diretor da entidade em Brasília, Dr. Dimitri Homar. Desde que os medicamentos foram proibidos, em 2011, os casos da doença cresceram consideravelmente. Em 2006, 47,2% dos homens e 38,5% das mulheres estavam acima do peso. Em 2011, esses índices já eram de 52,6% e 44,7%, respectivamente. A taxa de crescimento sobre a incidência da doença, que era de 0,83% ao ano, em 2011, ano da proibição, passou para 4,5% ao ano, em 2012 e 2013. Os medicamentos já são liberados em mais de 80 países no mundo, entre eles Estados Unidos, México, os de toda a América Central, Argentina, Chile, Austrália e os da Europa e Ásia. A Abran conta com o apoio irrestrito do CFM e da AMB, além de outras diversas entidades médicas, como a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem). O médico nutrólogo e diretor da Abran, Dr. Paulo Giorelli, ressalta, no entanto, que “o decreto sustou a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas não impede que sejam criadas novas medidas proibitivas. Agora, batalhamos também pela liberação do Projeto de Lei Nº 2431/11 que tramita na Câmara dos Deputados e que, definitivamente, impedirá que ocorra uma proibição como essa”. FOTO: DIVULGAÇÃO
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LABORATÓRIOS BRASILEIROS E DO EXTERIOR SE APROXIMAM, FORMAM PARCERIAS, JOINT VENTURES, LICENCIAM PRODUTOS. SINERGIA REDUZ CUSTO, FORTALECE INOVAÇÃO E AMPLIA A CONCORRÊNCIA, COM BENEFÍCIOS AO CONSUMIDOR POR MARCELO DE VALÉCIO
Ao passo que a economia brasileira cresceu 2,3% em 2013, em relação ao ano anterior – totalizando R$ 4,84 trilhões de Produto Interno Bruto (PIB), segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) –, o setor farmacêutico avançou em ritmo acelerado e encerrou o exercício com expansão das vendas em 16%, alcançando R$ 57,6 bilhões frente a R$ 49,6 bilhões registrados no ano anterior. Já em unidades, o mercado total de medicamentos evoluiu 11,6% em 2013, movimentando 2,8 bilhões de caixas contra 2,6 bilhões em 2012. De acordo com o IMS Health, a taxa de crescimento das vendas de medicamentos no Brasil tem sido seis vezes superior ao desempenho dos mercados desenvolvidos. A média de expansão gira em 13% ao ano, enquanto nos países ricos, não passa de 2%, fazendo com que o Brasil se consolide no sétimo lugar do ranking global, podendo galgar mais uma posição nos próximos cinco anos. Há projeções que indicam que o setor deve dobrar de tamanho nos próximos quatro anos, movimentando R$ 87 bilhões em 2017. “Mantidas as atuais tendências de estabilidade nas taxas de emprego, continuidade do processo de elevação do poder de compra dos brasileiros e crescimento da ‘nova classe média’, cremos que o setor poderá crescer dois dígitos novamente este ano”, acredita o presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini. “O mercado brasileiro tem crescido nos últimos anos em níveis muito superiores aos mercados norte-americano e europeu. Em razão disso, empresas ainda não estabelecidas no Brasil procuram participar desse segmento por meio de modelos que necessitam de menos recursos, como o licenciamento e a criação de joint ventures”, completa o executivo.
HISTÓRICO DAS NEGOCIAÇÕES De fato, o mercado farmacêutico nacional tem atraído a atenção de empresas estrangeiras. O ingresso de laboratórios de fora no País mais do que dobrou em 2013, em relação ao ano anterior, segundo o Sindusfarma. Em 2013, 14 das 29 empresas que se associaram à entidade eram estrangeiras, fazendo com que quase a metade (48%) dos associados fosse formada por companhias estrangeiras. No ano anterior, somente seis entre 2014 OUTUBRO GUIA DA FARMÁCIA
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os 14 novos associados eram laboratórios sediados em outros países. O caminho mais curto para a entrada no País tem sido a formação de parcerias com laboratórios brasileiros. Isso porque a extensão territorial e a regulação interna do Brasil exigem investimentos e conhecimento do mercado. “Às vezes, é preferível ganhar menos em royalties ou participação nos lucros, mas entrar com rapidez no País, do que se arriscar”, revela Mussolini. A conveniência desse tipo de atuação para as empresas, tanto para as de fora, quanto para os laboratórios nacionais, inclui diversas vantagens. As parcerias estratégicas podem oferecer uma série de benefícios para as empresas, por meio do acesso a novos ou maiores recursos, incluindo: mercados, redes de distribuição, capacidade instalada, mão de obra especializada e treinada, poder de barganha para compras (ganhos de escala), acesso à tecnologia/propriedade intelectual, além de capital financeiro. Muitas vezes, uma empresa fornece um recurso-chave, como uma tecnologia, enquanto a parceira pode oferecer a distribuição ou o acesso a outros ativos.
ESTRATÉGIA COMUM Entre os tipos mais comuns de parcerias que têm ocorrido, estão os licenciamentos de produtos, joint ventures, aquisição ou repasse de linhas. “Licenciamento de produtos é, sem dúvida, o grande foco das empresas estabelecidas no nosso mercado”, pontua Mussolini. “A vantagem é compartilhada entre licenciador e licenciado. Ao primeiro, minimiza os custos de entrada no País e os riscos de investimento. Ao segundo, amplia o portfólio e possibilita a elevação do conhecimento de novas tecnologias”, afirma o executivo, lembrando-se de outros tipos de associações. “As joint ventures também podem ser interessantes, pois há um compartilhamento dos riscos, uma vez que novos produtos consomem vastos investimentos para o seu lançamento e manutenção no mercado.” Na Eurofarma, os licenciamentos respondem por 10% do faturamento das vendas no Brasil. Esse índice vem se mantendo nos últimos três anos e acompanha a evolução da companhia, que afirma crescer, em média, 17% ao ano. “A formação de parcerias estratégicas entre as empresas permite que as organizações compartilhem seus conhecimentos individuais e tornem-se mais competitivas no cenário global. Essas relações garantem vantagens para ambas, uma vez que compartilham atividades nas cadeias de valores, reduzindo assim seus custos, permitindo ganhos de escala, aumentando a diferenciação 38
PARCERIAS TAMBÉM NO EXTERIOR Dez grandes laboratórios instalados nos Estados Unidos (os norte-americanos AbbVie, Merck, Biogen Idec, Bristol-Myers Squibb, Johnson & Johnson, Lilly e Pfizer, o francês Sanofi, o britânico GlaxoSmithKline e o Takeda, do Japão) se uniram para produzir medicamentos contra diabetes, Mal de Alzheimer, artrite reumatoide e lúpus. Acordo inédito firmado entre farmacêuticas, entidades sem fins lucrativos e Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos visa juntar forças para desenvolver novos medicamentos contra essas moléstias, abreviando o surgimento de novas drogas. O investimento conjunto inclui aporte de US$ 230 milhões em um horizonte de cinco anos. Nesse período, os participantes do acordo compartilharão seus conhecimentos científicos e bases de dados, comprometendo-se, contudo, a não desenvolver seus próprios medicamentos a partir das descobertas feitas pelo grupo antes que elas sejam difundidas.
por meio da reunião de conhecimentos, reduzindo riscos e criando valor”, revela o diretor de Gestão de Portfólio e Licenças da Eurofarma, Emílio Maganha Neto. “Desde a fundação, a Eurofarma é orientada por uma visão empreendedora e aberta a novos modelos de negócios, mantendo parcerias nacionais e internacionais em diferentes modelos de cooperação, como licenças, codesenvolvimento e joint ventures”, acrescenta. Recentemente, a Eurofarma formou três joint ventures na área de biotecnologia. A Orygen Biotecnologia é uma aliança estratégica entre a companhia e o Biolab para o desenvolvimento e produção de sete medicamentos biossimilares de alto custo para atendimento ao governo brasileiro. Já a Supera é uma parceria com Cristália e MSD, responsável pela promoção, distribuição e marketing de produtos de prescrição médica. Na Inova Biotecnologia, a parceria é com uma empresa hispano-brasileira, a Hertape Calier, para a produção de vacinas contra febre aftosa. “No modelo de joint ventures, a Supera é o destaque, por reunir as principais competências de três grandes laboratórios, além de disponibilizar para a operação
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100% do pipeline das companhias”, revela a diretora de Sustentabilidade e Novos Negócios da Eurofarma, Maria Del Pilar Muñoz Semitel. “Já na área de licenças, a Eurofarma segue buscando parcerias para produtos inovadores, com algumas negociações estratégicas em fase avançada”, diz a executiva, sem, contudo, revelar quais são essas novas associações em estudo. O volume de parcerias tem crescido substancialmente em função do aumento da competitividade no cenário global. “As empresas buscam alternativas para se manter no mercado, visando acesso a novos mercados e diferenciação de produtos. A Eurofarma atualmente está presente em 14 países da América Latina e busca consolidar-se como uma grande empresa regional. Essa estratégia também tem como foco atrair novos parceiros, uma vez que a companhia pode oferecer seus serviços regionalmente, tanto para promoção e distribuição de produtos quanto à internalização da produção”, diz a executiva.
INGRESSO CONSOLIDADO Quem também tem apostado nas parcerias é a EMS. Recentemente, a companhia firmou duas associações com laboratórios estrangeiros para atuação no País: com a francesa BioAlliance, para comercialização de Sitavig, voltado ao tratamento de herpes labial recorrente, e com a americana Iroko, cujo foco é Zorvolex – cápsulas de diclofenaco, indicado para o tratamento de dor aguda, de leve a moderada, em adultos. A EMS também fez o caminho inverso e anunciou, em 2013, a criação da Brace Pharma, empresa com base nos Estados Unidos voltada para a inovação radical. “Com a Brace Pharma, a EMS é a primeira companhia brasileira a apostar no mercado de inovação radical nos Estados Unidos, que contribui com mais de 70% do desenvolvimento de medicamentos inovadores no mundo”, afirma o vice-presidente institucional da EMS, Marcus Sanchez. O primeiro investimento da Brace está acontecendo na Gliknik, empresa biotecnológica de inovação radical focada em câncer e doenças autoimunes, com produtos em fase de desenvolvimento clínico (teste em humanos). Desde 2006, a EMS mantém parceria técnico-científica com o laboratório de pesquisa italiano Monte Research. “Graças à Brace e ao laboratório Monte Research, nossos pesquisadores têm usufruído de intenso processo de intercâmbio científico, o que, certamente, irá gerar excelentes resultados em termos de medicamentos inovadores, que são o foco da EMS hoje”, diz. 40
A VANTAGEM É COMPARTILHADA ENTRE LICENCIADOR E LICENCIADO. AO PRIMEIRO, MINIMIZA OS CUSTOS DE ENTRADA NO PAÍS E OS RISCOS DE INVESTIMENTO. AO SEGUNDO, AMPLIA O PORTFÓLIO E POSSIBILITA A ELEVAÇÃO DO CONHECIMENTO Os acordos com a BioAlliance e a Iroko, por exemplo, preveem a comercialização exclusiva de medicamentos inovadores no Brasil, após a liberação pelos órgãos reguladores nacionais. “A meta da EMS é realizar cinco parcerias desse tipo por ano, nos próximos três anos”, garante Marcus Sanchez. O executivo destaca ainda a Bionovis, joint venture com participação da EMS voltada ao segmento de medicamentos biotecnológicos, considerados o futuro da indústria farmacêutica. Na EMS, 6% do faturamento é investido em pesquisa e desenvolvimento, área considerada estratégica para os planos do laboratório. “O aumento das parcerias potencializa o intercâmbio técnico-científico e amplia o contato da empresa com renomados laboratórios internacionais. Por outro lado, como a indústria farmacêutica brasileira tem ganhado cada vez mais visibilidade no mercado global, as parcerias permitem aos laboratórios internacionais entrarem com mais facilidade no mercado brasileiro, considerado muito atrativo”, observa Sanchez. Na Biolab, as parcerias realizadas com outros laboratórios visam ao licenciamento de produtos, joint ventures e transferência de tecnologia. Para o licenciamento, a empresa destaca as parcerias realizadas com gigantes internacionais, como Lilly, AstraZeneca, Pfizer, Emcure e Menarini. Com relação às joint ventures, há três em desenvolvimento: Biolab-Emcure, envolvendo produtos hospitalares para doenças de alta complexidade; Orygen, parceria com a Eurofarma para o desenvolvimento de produtos biotecnológicos; e Merz-Biolab, empresa focada em produtos de uso em estética, como toxina botulínica e preenchedores.
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PRÓS E CONTRAS A principal vantagem dessas parcerias, segundo o diretor de Novos Negócios e Inovação da Biolab, José Roberto da Costa Pereira, é o ganho de tempo no acesso a novas moléculas e novas plataformas tecnológicas. “O lançamento de moléculas no mercado traz um grande ganho, mas o fator mais determinante é a estratégia de longo prazo da empresa. Para manter crescimento constante e expressivo em um mercado com tantas mudanças em curto espaço de tempo, é fundamental traçar uma rota de alianças estratégicas, pois, mais do que nunca, os dados nos mostram que caminhar sozinho além de ser muito mais difícil, não permite vislumbrar um horizonte mais distante”, sustenta Pereira, lembrando-se do crescente interesse internacional pelas potencialidades do Brasil. “As parcerias têm aumentado também porque o mercado brasileiro apresenta um crescimento maior do que os mercados da Europa, dos Estados Unidos e do Japão, fazendo com que o País alcance a quarta posição no ranking mundial em quatro anos.” Outra parceria importante realizada recentemente ocorreu entre a União Química e a Novartis, que envolveu a compra da fábrica de Taboão da Serra (SP) da
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empresa suíça. A União Química assumirá as instalações e será a responsável pela produção e fornecimento dos produtos antes fabricados pela Novartis na unidade. A Novartis ficará responsável pelo armazenamento e distribuição de produtos, bem como mantém a tutela plena dos registros dos produtos e direitos de marketing em todos os mercados latino-americanos. A União Química irá utilizar a capacidade disponível dessa planta para fabricar também os produtos de sua linha e de terceiros. De acordo com o presidente da União Química, Fernando de Castro Marques, a transação cria um novo modelo de negócio de longo prazo para a fábrica paulista, com benefícios mútuos para ambas as empresas, permitindo maiores investimentos e maximizando a capacidade e a manutenção de emprego para os colaboradores da unidade. “Consideramos um sucesso essa conquista, que consolida a União Química como um dos maiores grupos farmacêuticos do Brasil”, destaca Marques. A negociação será concluída assim que forem emitidas as aprovações pelas autoridades competentes. Nesse ínterim, a Novartis continuará a executar as operações da unidade. Para a Novartis, as parcerias, incluindo também as com o setor público, são uma alternativa de ampliar as possibilidades de negócios e aumentar o acesso a medicamentos. “A empresa busca de forma inovadora, em parceria com entes federais e estaduais, aumentar o acesso da população a medicamentos, melhorar a vida dos pacientes e contribuir para o crescimento econômico do País”, diz o presidente da Novartis, Adib Jacob, lembrando que o laboratório possui quatro acordos de Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP), sob coordenação do Ministério da Saúde, que prevê transferência de tecnologia para produzir no laboratório público medicamentos para tratamento de pacientes submetidos a transplantes. Entre os destaques, estão a vacina contra meningite tipo C, parceria com a Fundação Ezequiel Dias, de Minas Gerais; os medicamentos para transplante de órgãos – Micofelonato e Everolimo, feitos em parceria com a Fundação para o Remédio Popular em São Paulo (Furp-SP) e Fundação Bahiafarma; e o Everolimo com indicação oncológica, também feito em parceria com a Furp-SP e a Bahiafarma. “A Novartis avalia a possibilidade de realizar outras transferências de tecnologia para produtos estratégicos, onde há alta demanda médica e assistencial dentro do Sistema Único da Saúde (SUS)”, adiciona Jacob.
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OPINIÃO
Programa de
Aceleração de Cuba
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AS EMPRESAS FARMACÊUTICAS BRASILEIRAS VÊM SENDO PROCURADAS HÁ MAIS DE UM ANO, SENDO QUE OS PRIMEIROS CONTATOS FORAM POR INTERMÉDIO DA ODEBRECHT, RESPONSÁVEL PELA CONSTRUÇÃO DO PORTO CUBANO
Colunista, escritor e autor de diversos livros, entre eles: As Sete Portas, Ariane, A Palavra Perdida e o seu mais recente A Nova Terra – Recomeço
Tenho falado sobre os investimentos em Cuba do governo brasileiro, em especial no porto de Mariel, perto de Havana, com mais de US$ 700 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ou seja, nosso dinheiro sendo desviado para a ditadura cubana. Agora, falo sobre uma nova ideia do governo petista: a ida de indústrias farmacêuticas brasileiras para Cuba, a fim de produzir medicamentos genéricos em solo cubano e exportar para o Brasil. Essas empresas seriam instaladas na Zona Especial do Porto de Mariel (ZEDM), com tecnologia cubana e dinheiro brasileiro. De acordo com o vice-presidente da BioCubaFarma, Dr. José Luiz Fernandes Yero, esse programa irá favorecer o estabelecimento de indústrias de suporte para o desenvolvimento da BioCubaFarma e gerar milhares de empregos no País. Na verdade, seria uma espécie de Programa de Aceleração de Cuba (PAC), financiado com nosso dinheiro, para produzir medicamentos em solo cubano. As empresas farmacêuticas brasileiras vêm sendo procuradas há mais de um ano, sendo que os primeiros contatos foram por intermédio da própria Odebrecht, responsável pela construção do porto cubano. Desde o início de 2014, o governo brasileiro está empenhado na busca
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dessas empresas, o que vai contra o plano que o próprio governo brasileiro traçou para o desenvolvimento do setor farmacêutico interno. O Brasil acaba de criar um parque nacional e não tem sentido deixar tudo de lado e partir para novos investimentos em Cuba. As empresas convidadas são alvo de tanta insistência da própria presidenta Dilma que devem ter benefícios econômicos fantásticos. Recentemente, José Serra, criador do programa dos medicamentos genéricos no Brasil, escreveu um artigo na Folha de S.Paulo, denunciando como o atual governo está dificultando o crescimento do programa dos genéricos no Brasil por meio da própria Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Agora, se fomentarmos uma transferência dessas indústrias para Cuba, passaremos de produtores a importadores de genéricos, o que é péssimo para a saúde do brasileiro, sem falar nos postos de trabalho, nas receitas e nos impostos. A verdade é que a ilha dos irmãos Castro está levando nosso dinheiro e não sabemos a troco de quê. No meio de tudo isso, volta o ex-presidente Lula com seu já conhecido discurso de que existe uma conspiração contra o PT, pela elite conservadora e pela imprensa, esta mesma que o partido faz de tudo para calar. FOTO: DIVULGAÇÃO
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CIÊNCIA
Alternativa na prevenção do câncer UM COMPILADO DE ESTUDOS REALIZADO POR CIENTISTAS DE UNIVERSIDADE INGLESA SUGERE QUE O CONSUMO DIÁRIO DE ÁCIDO ACETILSALICÍLICO SERIA CAPAZ DE EVITAR TUMORES NO INTESTINO, ESTÔMAGO E ESÔFAGO
E POR FLÁVIA CORBÓ
Em 1987, o jovem farmacêutico Felix Hoffman passou a buscar uma substância capaz de aliviar as dores crônicas que seu pai sentia devido a um reumatismo. Foi então que ele sintetizou o ácido acetilsalicílico (AAS) e deu início a história de um dos anti-inflamatórios mais bem-sucedidos e difundidos no mundo. Os medicamentos fabricados a partir desse princípio ativo são capazes de aliviar diversos tipos de dor por interferirem na produção do hormônio prostaglandina, além de promover a vasodilatação e a sudorese, reduzindo a temperatura corporal. Com a administração dessa substância, também é possível inibir a enzima responsável pelo agrupamento das plaquetas, que promovem a coagulação, ou seja, o sangue fica mais fino, impedindo a produção de coágulos. O uso mais comum do AAS envolve a solução de mal-estares corriqueiros, como dor de cabeça, dor nas costas, febre e cansaço muscular. Mas há anos, diversos estudos são realizados a fim de investigar benefícios extras que o consumo dessa substância pode trazer ao organismo. Quanto mais os pesquisadores investigam, mais descobrem sua versatilidade.
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A mais recente investigação mostra uma relação entre o consumo de ácido acetilsalicílico e a prevenção ao câncer. Em agosto deste ano, cientistas da Universidade Queen Mary, na Inglaterra, anunciaram que a ingestão diária do fármaco pode reduzir as chances de se desenvolver certos tipos de câncer. Os casos da doença no intestino, estômago e esôfago, por exemplo, chegam a ser reduzidos entre 30% e 40%. Também foram encontrados indícios de que a droga pode diminuir os riscos que provocam câncer de mama, de próstata e de pulmão. Para chegar a essa conclusão, os cientistas analisaram cerca de 200 estudos sobre prós e contras do AAS. “Essa pesquisa foi divulgada pela revista médica Annals of Oncology, publicação de extrema confiabilidade. Foi feita a partir de uma metanálise que mostrou que o uso de uma dose diária de 75 mg por dia, por um tempo mínimo de cinco anos, reduziria a chance de desenvolvimento de certos tipos câncer”, explica o médico oncologista da Oncomed BH, Dr. Alexandre Chiari. Apesar de extensa literatura relacionando o consumo de ácido acetilsalicílico a benefícios extras, além da melhora de processos inflamatórios, o mecanismo completo de ação do medicamento no organismo ainda não foi desvendado. “Sabemos apenas que se trata de um anti-inflamatório não esteroide, mas diversos dados FOTOS: SHUTTERSTOCK
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O USO MAIS COMUM DO AAS ENVOLVE A SOLUÇÃO DE MAL-ESTARES CORRIQUEIROS. MAS HÁ ANOS, DIVERSOS ESTUDOS SÃO REALIZADOS A FIM DE INVESTIGAR BENEFÍCIOS EXTRAS QUE O CONSUMO DESSA SUBSTÂNCIA PODE TRAZER AO ORGANISMO mostram outros benefícios agregados. O mesmo ocorre com medicamentos utilizados no tratamento de diabetes, que se mostram capazes de reduzir a chance de desenvolvimento de câncer”, destaca Chiari. As pesquisas pioneiras a respeito dos efeitos do ácido acetilsalicílico no organismo apontam que a substância é capaz de diminuir a ocorrência de acidentes cardiovasculares, como infarto agudo. Ao longo dos anos, outros possíveis benefícios foram sendo levantados. Cientistas australianos anunciaram que o AAS poderia reduzir o risco de câncer de pele, por bloquear a ação de uma enzima ligada à doença. Na revista americana Science, um trabalho com ratos diabéticos demonstrou que altas doses da droga conseguem diminuir o nível de glicose no sangue. Outros pesquisadores dos Estados Unidos descobriram evidências de que o uso regular de AAS seria capaz de adiar o surgimento do Mal de Alzheimer. Na Espanha, foi apontado que o consumo da substância antes de dormir seria capaz de reduzir a pressão arterial em hipertensos.
EFEITOS ADVERSOS Com um olhar superficial, pode-se deduzir que o AAS é a solução para muitos males que assolam a população mundial. No entanto, ao mesmo tempo em que
há estudos que exaltam o uso do AAS, há evidências já comprovadas dos efeitos colaterais que o abuso da substância pode acarretar no organismo. Inclusive o próprio estudo recente da Universidade Queen Mary mostra essas consequências. A pesquisa constatou que 122 mil vidas poderiam ser salvas na GrãBretanha se todas as pessoas entre 50 e 64 anos tomassem um comprimido diariamente. Por outro lado, estima-se que outras 18 mil morreriam por efeitos colaterais. Ou seja, para cada mil pessoas com mais de 60 anos que ingerirem a droga durante 10 anos, poderia se alcançar o resultado de 16 mortes a menos por câncer e uma morte a menos por ataque cardíaco; em compensação, ocorreriam duas mortes a mais por sangramento interno. Como esse risco cresce de acordo com a idade do paciente, os médicos sugerem que não se tome a droga por mais de 10 anos. Outro estudo, publicado na revista científica Journal of the American Medical Association, investigou 5 mil pessoas, nos Estados Unidos, para concluir que o uso regular de AAS, durante períodos prolongados, representava um fator de risco para o desenvolvimento de Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI), que provoca perda de visão. Baseado em 20 anos de estudo, levantou-se que participantes que tomaram o medicamento regularmente 2014 OUTUBRO GUIA DA FARMÁCIA
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VANTAGENS E DESVANTAGENS DO USO DO AAS
75 MG
O consumo diário de 75 mg de ácido acetilsalicílico reduziria entre 30% e 40% os riscos de desenvolvimento de câncer no intestino, estômago e esôfago.
122 mil vidas poderiam ser salvas na Grã-Bretanha se todas as pessoas entre 50 e 64 anos tomassem uma aspirina diariamente. Por outro lado, estima-se que outras 18 mil morreriam por efeitos colaterais.
Pacientes que apresentam distúrbios de coagulação, alterações na função renal, que já apresentaram sangramento por algum motivo, que fazem uso abusivo de bebidas alcoólicas ou são fumantes devem evitar o consumo regular de AAS.
Para cada mil pessoas com mais de 60 anos que ingerirem a droga durante 10 anos, poderia se alcançar o resultado de 16 mortes a menos por câncer e uma morte a menos por ataque cardíaco, em compensação, ocorreriam duas mortes a mais por sangramento interno.
(mais de duas vezes por semana durante três meses) ao longo de dez anos ou mais apresentam quase duas vezes mais chances de desenvolver degeneração macular do que os que não tomaram o medicamento. Nos Estados Unidos, por exemplo, estima-se que 19,3% da população adulta tome AAS com regularidade, aumentando a frequência com o passar da idade. Ao mesmo tempo, o país apresenta uma alta incidência de casos DMRI. Segundo a Macular Degeneration Association, 9 milhões de americanos maiores de 40 anos sofrem com a doença.
CADA CASO DEVE SER AVALIADO “O mais importante a ser extraído de todas estas pesquisas é que o ácido acetilsalicílico tem efeitos colaterais sérios, principalmente envolvendo sangramento. O paciente não deve fazer uso diário dessa substância sem orientação médica”, afirma o Dr. Chiari, da Oncomed BH. A recomendação é que se procure um médico, clínico geral ou oncologista, para que seja avaliado o risco de desenvolvimento de câncer e outras doenças possivelmente preveníveis com o AAS, juntamente com o risco de se ter algum problema em decorrência do uso regular 48
do medicamento. Exames de sangue e coagulograma poderão ajudar o profissional de saúde a definir se o tratamento é seguro, de acordo com o perfil do paciente. “O que pode ocorrer é que a droga pode ser mais danosa do que benéfica”, pondera Chiari. Pacientes que apresentam distúrbios de coagulação, alterações na função renal, que já apresentaram sangramento por algum motivo, ou que fazem uso abusivo de bebidas alcoólicas devem evitar o consumo regular de AAS. Os riscos devem ser destacados por todos os profissionais da saúde, pois o AAS é uma substância presente em diversos medicamentos, de fácil obtenção na farmácia, sem a necessidade de apresentação de receita médica. As autoridades internacionais entrevistadas a respeito da divulgação da pesquisa que associa o consumo diário de AAS à redução de câncer concordam com as recomendações e pedem cautela. “Antes que ele possa ser recomendado na prevenção do câncer, algumas questões importantes precisam ser respondidas e novos testes precisam ser desenvolvidos para descobrir quais pacientes têm mais chances de sofrer efeitos colaterais”, relata a representante da Organização Não Governamental Cancer Research UK, Julie Sharp.
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População brasileira aprova prescrição farmacêutica APÓS UM ANO DA PUBLICAÇÃO DA RESOLUÇÃO QUE AUTORIZOU O FARMACÊUTICO A PRESCREVER MEDICAMENTOS, NOTA-SE CRESCIMENTO SIGNIFICATIVO NA CONFIANÇA DESTE PROFISSIONAL POR EGLE LEONARDI
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Pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico (ICTQ) descobriu que 72% da população aprova a prescrição farmacêutica. Esta é segunda edição do estudo. A primeira foi concretizada em agosto de 2013, mês de aprovação da resolução 586 do Conselho Federal de Farmácia (CFF), que autorizou o farmacêutico a prescrever alguns tipos de medicamentos. Na época, o resultado foi alarmante, já que apenas 39% aprovavam a indicação realizada por um farmacêutico.
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Os especialistas do setor afirmam que esse substancial crescimento de 33 pontos percentuais no universo dos que acreditam na prescrição se deva aos debates sobre o tema nos principais veículos de imprensa do País e à aprovação da Lei Federal 13.021, de agosto de 2014, que garante a presença do farmacêutico nas farmácias e ainda conceitua o local como estabelecimento de saúde. Isso contribuiu para que a aprovação da prescrição farmacêutica crescesse exponencialmente no seu primeiro ano de regulamentação. Os objetivos da segunda edição do estudo são
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apreender as percepções da população brasileira frente à regulamentação da prescrição farmacêutica por meio da resolução 586, estimar a prevalência de aceitação do farmacêutico como prescritor de medicamentos em estabelecimentos farmacêuticos e visualizar as possíveis mudanças na opinião pública sobre o trabalho do farmacêutico no Brasil nos últimos 12 meses. Outro aspecto abordado foi a possibilidade de a prescrição realizada por farmacêuticos em farmácias e drogarias facilitar o tratamento de sintomas simples de saúde. Em 2013, apenas 35% da população via na prescrição farmacêutica uma forma de facilitar tratamentos de sintomas simples. Em 2014, o índice saltou para 63%. As capitais onde essa crença é maior estão nas regiões Sul e Sudeste: São Paulo (SP), com 89%; Curitiba (PR), com 87%; e Florianópolis (SC), com 82%. Já a confiança do brasileiro nesse tipo de prescrição, em 2013, era de 42% e, em 2014, o índice subiu para 72%. As capitais em que os entrevistados mais confiam na prescrição farmacêutica foram São Paulo (SP), Manaus (AM) e Florianópolis (SC), com 85%; seguidas de Goiânia (GO) e Curitiba (PR), com 83%; e Brasília (DF), com 81%. As capitais em que menos se confia na prescrição são Maceió (AL), com 51%; Rio de Janeiro (RJ), com 52%; e João Pessoa (PA), com 55%. “Nessa segunda edição do estudo, é evidente o resultado do trabalho realizado pelas entidades e pelo ICTQ de esclarecimentos sobre o real papel do farmacêutico junto à sociedade. Sentimos que nossa missão de valorizar esse profissional dentro dos estabelecimentos está sendo cumprida quando visualizamos a sociedade confiando mais no farmacêutico como prescritor”, ressalta o diretor de Pesquisa do ICTQ, Vinícius de Andrade.
POPULAÇÃO MAIS INFORMADA A aceitação do farmacêutico como prescritor aumentou por parte da população. De acordo com a opinião do presidente do Conselho Científico do ICTQ e ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Dirceu Raposo de Mello, esta aceitação ocorreu em maior escala nas praças em que o farmacêutico é bem-sucedido e onde há visibilidade de sua atuação. “Uma grande parte dos usuários desconhece o papel do farmacêutico
à frente da dispensação e, por Há um ano, isto, se recusa a ser atendido apenas 39% por uma pessoa que eles consiaprovaram a prescrição deram leiga, sem formação. À medida que ele é reconhecido como profissional de competência para a prescrição, ele é aceito”, dispara. Ele acredita que esse é o melhor custo-benefício para a farmácia, que deve manter esse profissional na linha de frente para prestar atendimento de qualidade à população. Para o presidente do CFF, Walter da Silva Jorge João, após a publicação da resolução 586, os profissionais passaram a se inteirar do teor do artigo e a população começou a se familiarizar com a atuação do farmacêutico e seus inúmeros benefícios. “Para levar à população as informações sobre as atribuições clínicas do farmacêutico, os representantes do CFF têm ocupado alguns espaços na mídia de massa dos meios de comunicação e ações do próprio CFF”, fala o presidente. O trabalho de conscientização da população é gradativo e somente vai apresentar resultado em longo prazo”, alerta. Ele defende que é preciso mudar a cultura de que farmácia é um simples comércio.
O QUE DIZ A LEGISLAÇÃO De acordo com a Lei Federal 13.021/14, farmácia é unidade de prestação de serviços destinada a prestar assistência farmacêutica, assistência à saúde e orientação sanitária individual e coletiva e deve estar sob a responsabilidade de um farmacêutico. “O povo brasileiro, infelizmente, ainda não reconhece esse estabelecimento como unidade de saúde. A partir do momento em que isso começar a acontecer, o farmacêutico terá condições de prestar diferentes serviços de saúde à população”, ressalta o presidente. A resolução 586 estabelece a prescrição farmacêutica com diferentes níveis de complexidade. Os farmacêuticos têm uma formação específica em matérias que permitem um conhecimento adequado sobre o medicamento, desde o seu desenvolvimento, indicação, mecanismos de ação, doses, características farmacocinéticas e condições seguras de uso. Jorge João explica que, em face de esses diferentes níveis de complexidade da prescrição farmacêutica e à constante evolução do arsenal terapêutico, 2014 OUTUBRO GUIA DA FARMÁCIA
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O MERCADO FINALMENTE ESTÁ ENTENDENDO QUE É POSSÍVEL CONCILIAR SUCESSO EMPRESARIAL COM PRESTAÇÃO DE SERVIÇO FARMACÊUTICO DE QUALIDADE é necessário desenvolver ações que aperfeiçoem a sua qualificação para prescrever. A resolução recomenda quais são os conteúdos mínimos desejáveis para a qualificação do farmacêutico que deseja assumir essa atribuição. Jorge João ressalta: “A prescrição é um ato e não está relacionada somente aos medicamentos.“
IMAGEM INICIAL Para o professor do ICTQ e consultor farmacêutico, Leonardo Doro Pires, quando o ICTQ realizou a primeira pesquisa, em agosto de 2013, os debates em torno do tema prescrição farmacêutica eram restritos aos profissionais que atuavam na área. A população leiga ainda tinha em mente a imagem de um passado, não muito distante, em que muitos profissionais farmacêuticos sujeitavam-se, por uma baixa remuneração, a assumir a responsabilidade técnica em farmácias sem efetivamente comparecer ao estabelecimento para exercer a profissão. “Em nossa análise, esse período deixou uma cicatriz profunda na farmácia brasileira e contribuiu para o distanciamento entre o farmacêutico e a população, o que foi externado, num primeiro momento, na forma de desaprovação da prescrição farmacêutica por parte dos entrevistados na pesquisa de 2013”, lembra ele. A partir da primeira edição do estudo, com a veiculação do tema na imprensa nacional, com a mudança de estratégia de muitas farmácias que passaram por uma reformulação de seus layouts de loja e pelo oferecimento sistematizado de serviços farmacêuticos e, principalmente, com o engajamento por parte dos farmacêuticos atuantes no varejo de medicamentos, a resposta da população foi imediata: a aprovação da prescrição farmacêutica cresceu, o que demonstra, para Pires, que a comunidade 52
já vem usufruindo a farmácia como um estabelecimento de atenção primária à saúde. A profissão farmacêutica e a população já estão colhendo os frutos da valorização do profissional, em que o farmacêutico cada vez mais deixa de ser visto como um dispensador do medicamento e assume um importante papel de prestador de serviços em saúde.
O ATO EM SI O presidente do Conselho Regional de Farmácia do Rio Grande do Sul (CRF-RS), Roberto Canquerini, explica que a prescrição farmacêutica é o ato de registrar, de documentar, a orientação realizada pelo farmacêutico nos diversos locais onde ele atua, principalmente em drogarias e farmácias. Esse registro poderá contemplar a prescrição de medicamentos. Neste ano, ocorreram várias manifestações de entidades farmacêuticas e médicas na mídia, tornando público o debate e, assim, mostrando às pessoas uma alternativa para acessar esse profissional de saúde, que também é capaz de, por exemplo, prescrever medicamentos isentos de prescrição ou de prescrever orientações sobre o uso correto de medicamentos de uso contínuo. “Essa questão é muito relevante, pois, no atual modelo de saúde brasileiro, é mais fácil acessar o farmacêutico que trabalha na farmácia do que o médico em seu consultório, seja pela dificuldade de agenda ou para pagamento da consulta”, ressalta Canquerini. Além disso, as entidades farmacêuticas vêm divulgando à sociedade os benefícios da atuação do farmacêutico na farmácia à população. “Em paralelo, alguns Conselhos de Farmácia, como o CRF-RS, vêm realizando ações sociais, conta Canquerini.
ÍNDICES ALINHADOS Segundo a vice-presidente do CRF-GO, Lorena Baía, coincidentemente, uma pesquisa divulgada pelo instituto alemão GFK Verein classificou o nível de confiança da população brasileira no profissional farmacêutico em 76%, um índice muito próximo do verificado pelo ICTQ na aprovação da prescrição farmacêutica. “Acredito que os dois índices revelam que a sociedade passa a ter uma percepção do papel do farmacêutico como profissional de saúde que está em uma das pontas do serviço, prestando
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atendimento à população, seja em farmácias, hospitais, postos de saúde, laboratórios e em programas de atenção básica”, diz. Essa percepção é fruto de uma luta que uniu principalmente, neste último ano, todas as entidades profissionais e teve grande repercussão na sociedade. Não foi à toa que se conseguiu aprovar a lei que transforma a farmácia em estabelecimento de saúde com a presença obrigatória do profissional farmacêutico: “Isso foi possível graças à luta incessante da categoria, mas também de uma mudança de qualidade na visão que todos têm da nossa profissão. Estima-se que cerca de 50% de todos os medicamentos são prescritos, dispensados ou vendidos inadequadamente e que, aproximadamente, 50% dos usuários não os utilizam corretamente”, alerta ela. A figura do farmacêutico prescritor de medicamentos isentos de prescrição, se responsabilizando por orientações corretas, bem como a exigência da prestação de assistência farmacêutica durante todo o tempo de funcionamento da farmácia reafirmam direitos básicos do cidadão e introduzem a farmácia no papel de estabelecimento sanitário irradiador de noções básicas de cuidados da saúde e de promoção do uso racional de medicamentos. Lorena afirma que o CRF-GO desenvolveu algumas ações para fomentar a prescrição farmacêutica, 54
como a criação da Comissão Assessora de Serviços Clínicos e Prescrição Farmacêutica, envolvendo farmacêuticos que já desenvolvem ações em seu âmbito profissional, conteúdo no site e palestras.
PERCEPÇÃO DA POPULAÇÃO Com a regulamentação, o farmacêutico deu início à prática do ato de prescrição e com isso a população pode perceber a importância deste serviço, que aumenta a segurança no uso de medicamentos isentos de prescrição médica e contribui para o uso racional destes produtos. “Além disso, os esclarecimentos realizados nos diversos veículos de comunicação e a aprovação da Lei 13.021/14 que transforma a farmácia em estabelecimento prestador de serviços de saúde também contribuíram para a melhora desse dado. Quando a resolução foi publicada, em 2013, os cidadãos não conheciam e não entendiam o que era a prescrição farmacêutica, portanto, a tendência era um baixo índice de aprovação”, fala o presidente do CRF-SP, Pedro Menegasso. O CRF-SP, para esclarecer a população sobre a prescrição farmacêutica, apoiou a produção de um documentário que tem sido exibido na TV Cultura desde fevereiro de 2014 sobre o tema. Também realizou cursos sobre prescrição farmacêutica, que são implementados na capital e interior do estado. “Além, disso foi criada uma área no portal do CRF-SP com informa-
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ções relevantes, notícias, orientações técnicas e materiais importantes sobre a prescrição farmacêutica, inclusive contendo um modelo de receita que pode ser utilizado pelo profissional”, destaca Menegasso. Já para o presidente do CRF-RJ, Marcus Athila, desde que o tema alcançou um maior destaque na mídia, a população passou a avaliar de uma forma mais efetiva todos os benefícios advindos desse ato, que poderiam contribuir para a sua saúde com o melhor uso dos medicamentos. “Esses pontos fizeram com que a população tivesse a convicção de que, dentro de um cenário caótico do sistema de saúde brasileiro, muitos benefícios ela receberia dos atos desse profissional”, acredita. Assim, ele avalia a pesquisa do ICTQ e ressalta que o CRF-RJ acredita na prescrição farmacêutica como um grande marco profissional, por este motivo preparou um conjunto de ações para capacitar e estimular a prática, entre elas, os cursos de capacitação, e lançará no segundo semestre um programa de especialização em farmácia clínica com ênfase em prescrição.
FACILITADOR NOTADO Um ano após publicação da resolução 586, a maioria dos brasileiros passa a ver que prescrição realizada por farmacêuticos em farmácias e drogarias pode facilitar no tratamento de sintomas simples de saúde. Na pesquisa do ICTQ realizada em 2014, 63% da população vê na prescrição farmacêutica uma forma de facilitar tratamentos de sintomas simples. “As condições precárias no atendimento em algumas Unidades Básicas de Saúde (UBS) vêm canalizando, cada vez mais, a demanda de casos de baixa complexidade para os hospitais brasileiros, contribuindo para a superlotação dos mesmos e ao oferecimento de serviços de baixíssima qualidade. O resultado desta pesquisa realizada pelo ICTQ mostra que a população está acordando para o fato de que a farmácia é o ponto de atendimento à saúde mais acessível e menos burocratizado”, fala Pires, professor do ICTQ. Com a ineficiência do Sistema Único de Saúde brasileiro, que em tese possui o princípio constitucional da universalidade de acesso, grande parte da população enfrenta muita dificuldade para usufruir a atenção básica formal ou precisa recorrer a 56
A ORIENTAÇÃO NA PRÁTICA A prescrição farmacêutica feita da forma ideal ainda pode estar distante da realidade da maioria dos estabelecimentos, mas é fato que os profissionais comprometidos estão buscando a capacitação com o objetivo de favorecer a população, principalmente de cidades menores e fora dos grandes centros urbanos. A farmacêutica da Farmácia BioFarma, de Anápolis (GO), Lilian Rezende Faleiro, acha que a prescrição farmacêutica, feita da maneira correta, é muito importante para a população até mesmo pelo difícil acesso aos médicos. Mas a drogaria atualmente não é utilizada da forma correta porque é um comércio e não um estabelecimento de saúde. “Costumo receitar medicamentos isentos de prescrição. A maioria aceita muito bem. As queixas mais recorrentes são gripe, resfriado e virose”, fala ela. A farmácia tem um receituário próprio para isso. No entanto, as pessoas que chegam procurando o farmacêutico são minoria ainda. Já a farmacêutica da Drogaria Silver, de Anápolis (GO), Kátia Nara Alves Silva, critica a saúde pública no Brasil. Ela diz que há muita procura por parte das pessoas em sua farmácia e ela faz a prescrição geralmente para problemas como dores de cabeça, de dente e de garganta. “Faço acompanhamento posterior para clientes cadastrados na loja, mas há os que buscam a orientação uma vez e nunca voltam. Aqui na cidade, a primeira opção é pelo farmacêutico, sendo o médico a segunda opção por causa do preço e da demora na consulta. A população confia no farmacêutico, principalmente quando se fideliza o cliente. Eu vivo isso”, diz a farmacêutica.
um plano de saúde suplementar para ter esse serviço disponível. De acordo com o Censo Demográfico Farmacêutico do ICTQ, existem, no Brasil, aproximadamente de 76.483 mil farmácias e drogarias. “Com toda essa capilaridade, me parece óbvio que precisamos utilizar essa estrutura das farmácias para lubrificar as portas da assistência básica e colocar
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EVOLUÇÃO DOS DADOS
72%
da população aprova a prescrição farmacêutica.
39%
aprovavam a indicação realizada por um farmacêutico, há um ano.
O FARMACÊUTICO PRESCRITOR E A EXIGÊNCIA DA PRESTAÇÃO DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA REAFIRMAM DIREITOS BÁSICOS DO CIDADÃO E INTRODUZEM A FARMÁCIA NO PAPEL DE ESTABELECIMENTO SANITÁRIO IRRADIADOR DE NOÇÕES BÁSICAS DE CUIDADOS DA SAÚDE definitivamente a farmácia e o farmacêutico como agentes de intervenção primária na saúde. Em definitivo, a Lei 13.021 dá o primeiro passo nessa direção”, declara. De acordo com Andrade, do ICTQ, a confiança na prescrição realizada por um farmacêutico nas drogarias e farmácias do País cresceu 30 pontos percentuais desde que a resolução 586 do CFF foi aprovada.“Além do maior esclarecimento da população sobre os procedimentos que permeiam a prescrição farmacêutica, temos de ressaltar que a confiança na prescrição farmacêutica aumentou devido à adoção da postura de protagonismo, por parte dos profissionais farmacêuticos, quando se fala de atenção primária à saúde”, esclarece Andrade. Esses profissionais já perceberam que quanto maior for a prática de um enfoque centrado no paciente e no estabelecimento de uma relação terapêutica, melhor será a qualidade do serviço prestado 58
Houve um crescimento de
33
pontos percentuais.
à população. O farmacêutico está mostrando para a sociedade que o principal fator nessa relação é o compromisso a ser firmado na obtenção de resultados terapêuticos concretos de forma sistemática, contínua e documentada, visando sempre melhorar a qualidade de vida do paciente. “A percepção por parte da população de que a presença do farmacêutico na farmácia é muito importante é uma consequência da busca por qualificação e do trabalho duro destes profissionais, que vestiram a camisa da saúde pública brasileira, antes mesmo de qualquer tipo de regulação nesse sentido”, acredita. O professor Pires acrescenta que a prescrição farmacêutica irá mudar o cenário atual. “Presenciaremos uma alteração no foco de atuação do varejo farmacêutico brasileiro, veremos uma migração da atual estratégia de comercialização de medicamentos, com foco na liderança por custo, para a adoção de uma estratégia de diferenciação, em que a farmácia irá assumir a condição de prestadora de serviços de saúde, com consequente alavancagem na percepção do status quo do profissional farmacêutico, por parte população brasileira.” Ele acredita que o mercado finalmente está entendendo que é possível conciliar sucesso empresarial com prestação de serviço farmacêutico de qualidade. O submundo do uso irracional de medicamentos, já fomentado por muitos estabelecimentos, está ficando no passado. Chegou a hora de a farmácia, como negócio, ser estruturada como um agente de mudança da qualidade de vida da população. Estes estabelecimentos não oferecerão apenas produtos, mas, sobretudo, serviços que contribuirão para a sustentabilidade do negócio.
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PONTO DE VENDA
Antes, durante e depois da compra OS SERVIÇOS OFERECIDOS NA PRÉ-VENDA TÊM COMO OBJETIVO ORIENTAR, ATRAIR E AJUDAR OS CONSUMIDORES A SE PREPARAR PARA A MELHOR DECISÃO
SILVIO LABAN Coordenador dos cursos MBA Executivo em Gestão de Saúde e Certificate in Healthcare Management do Insper 60
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O ponto de venda (PDV) vem se modificando e se transformando num ponto de serviço (PDS) e de experiência (PDE). Essa transformação é acelerada pela adição de serviços e elementos experienciais que representam verdadeiras fontes de inovação e diferenciação. Para facilitar nossa abordagem, vamos dividir os serviços oferecidos pelo varejo em três tipos: antes, durante e depois da compra. Os serviços oferecidos antes da realização da compra têm como objetivo orientar, atrair e ajudar os consumidores a se prepararem para as compras. Nessa categoria, podemos incluir: serviços de informação a respeito das lojas e produtos, bem como os serviços preparatórios à compra na loja, tais como: atendimento telefônico, estacionamento, segurança, entre outros. Durante a compra, os serviços estão relacionados ao sortimento, ao layout e à organização da loja, aos serviços, às ofertas e à precificação e ao oferecimento de atendimento e orientações, além de outras informações relevantes para a realização da compra. O último conjunto de serviços refere-se não apenas ao processo de saída do ponto de venda, como também àqueles que são oferecidos após o cliente deixar a loja. Na primeira categoria, podemos incluir todos os serviços relacionados aos caixas, tais como operação dos caixas, embalagens, filas, entrega em domicílio, etc., enquanto, na segunda categoria, temos os serviços pós-venda, ou seja, aqueles oferecidos aos clientes após o encerramento do contato com a
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loja. São eles: atendimento ao cliente, trocas, devoluções, informações pós-venda, etc. A lista anterior não tem a pretensão de ser definitiva e incluir todos os serviços oferecidos pelo varejo farmacêutico, porém suscita algumas reflexões: • o varejo pode ser entendido como a oferta de um conjunto de serviços inter-relacionados e integrados; • a lista de serviços oferecidos pelo varejista é, na maioria dos casos, bastante extensa; • os clientes avaliam os serviços oferecidos pelo varejista de forma diferente e de acordo com a relevância que eles, clientes, definem; • os serviços oferecem oportunidades relevantes de diferenciação. Todavia, pela integração às atividades operacionais, muitas vezes, as empresas acabam por tratar os serviços oferecidos como parte da rotina e deixam de buscar respostas a algumas questões simples, porém essenciais, como, por exemplo: quais serviços oferecemos a nossos clientes? Por que oferecemos esses serviços? Trata-se de acompanhar ou buscar a diferenciação em relação aos concorrentes?, entre outras. Buscar respostas a essas perguntas de forma estruturada e continuada representa um passo essencial na busca de oferecer aos clientes uma proposta diferenciada e relevante. Mais do que isso, considerando-se a natureza do varejo farmacêutico, é por meio dos serviços que podemos diferenciar e buscar inovações sustentáveis em nossas empresas. FOTO: DIVULGAÇÃO
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ATENÇÃO FARMACÊUTICA
Serviço diferenciado A SANÇÃO DA LEI 13.021/14 PROMETE RETOMAR A ATIVIDADE DE ATENÇÃO FARMACÊUTICA, HÁ TEMPOS ESQUECIDA POR BOA PARTE DOS FARMACÊUTICOS DO PAÍS POR FLÁVIA CORBÓ
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ILUSTRAÇÃO E FOTOS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO
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O conceito de Atenção Farmacêutica definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) consiste na “prática profissional em que o paciente é o principal beneficiário das ações do farmacêutico. A atenção é o compêndio das atitudes, dos comportamentos, dos compromissos, das inquietudes, dos valores éticos, das funções, dos conhecimentos, das responsabilidades e das habilidades do farmacêutico na prestação da farmacoterapia, com objetivo de alcançar resultados terapêuticos definidos na saúde e na qualidade de vida do paciente”. Esses valores foram muito aplicados na atuação do farmacêutico até os anos 70 no Brasil. De lá para cá, a invasão de laboratórios estrangeiros e a mudança de estilo de vida da população, cada vez mais concentrada nos centros urbanos, mudou as características dos serviços prestados pelas farmácias e drogarias. Forte concorrência, mudanças na legislação e demandas de gestão fizeram com que os farmacêuticos se afastassem dos clientes e se concentrassem mais em questões administrativas e burocráticas. Ciente da perda que o afastamento do farmacêutico causou à população, o Congresso Nacional instituiu a Lei 13.021/14, em agosto deste ano. Com a sanção, as farmácias e drogarias passam a ser estabelecimentos prestadores de serviços, destinados a prestar assistência farmacêutica, assistência à saúde e orientação sanitária individual e coletiva. “Ou seja, ocorreu uma mudança conceitual. O estabelecimento deixou de ser caracterizado como um comércio e passou a ser considerado um local de prestação de serviços de saúde. Pela lei, as questões técnicas se sobrepõem aos interesses comerciais, pois as orientações técnicas do farmacêutico não poderão ser desconsideradas. Além disso, tanto o farmacêutico como o proprietário deverão realizar todos os esforços para promover o uso racional de medicamentos”, resume o presidente do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo (CRF-SP), Pedro Eduardo Menegasso. Agora que as farmácias são consideradas estabelecimentos prestadores de serviços de saúde, que têm o dever de promover o uso racional
O SERVIÇO DE ATENÇÃO FARMACÊUTICA PODE SER INICIADO PARA DETERMINADOS GRUPOS, COMO, POR EXEMPLO, HIPERTENSOS OU PACIENTES COM DIABETES de medicamentos, a prática da Atenção Farmacêutica volta a ganhar destaque. “Certamente essa atuação diferenciada do farmacêutico, que terá total autonomia técnica, resultará em resgate de seu papel perante a sociedade e maior reconhecimento de sua importância para a qualidade de vida e saúde dos cidadãos brasileiros”, aposta Menegasso.
COMO IMPLANTAR? Criar uma estrutura adequada à demanda dos serviços que se pretende oferecer e que esteja de acordo com as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é a base inicial para implementar a Atenção Farmacêutica no estabelecimento. É preciso criar um local apropriado para o farmacêutico atuar como profissional de saúde e aplicar seus conhecimentos em benefício da população. O primeiro passo é obter a autorização da Anvisa para ofertar serviços, como aferição de pressão arterial, controle glicêmico, perfurar orelha para colocação de brincos, entre outros. O processo ainda inclui a adequação da loja, apresentação dos documentos necessários ao funcionamento da farmácia e solicitação de autorização para prestação de serviços farmacêuticos junto à vigilância sanitária local, a fim de que o estabelecimento seja liberado. Quanto aos aspectos físicos, a loja deve ter uma sala onde haja cadeira e mesa para receber o cliente. O espaço precisa ter o tamanho, o mobiliário e a infraestrutura adequados aos serviços que pretendem ser oferecidos. Por exemplo, no caso da aferição de glicemia capilar, o estabelecimento deve dispor de equipamento de autoteste específico para esta finalidade (glicosímetro), bem como as fitas-teste ou reagente, lancetas e 2014 OUTUBRO GUIA DA FARMÁCIA
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ATENÇÃO FARMACÊUTICA
lancetador. Já para aferição de pressão arterial, deve conter esfigmomanômetro e estetoscópio. No que diz respeito ao atendimento, o farmacêutico deve estar preparado tecnicamente para implantar serviços diferenciados. De acordo com Menegasso, é importante se especializar. “O serviço pode ser iniciado para determinados grupos de pacientes, como, por exemplo, hipertensos ou pacientes com diabetes. O fascículo V da série Farmácia Estabelecimento de Saúde publicado pelo CRF-SP trata desse tema e fornece as orientações necessárias para a implantação do serviço.” O documento pode ser acessado no portal do CRF-SP (link: http://portal.crfsp.org.br/phocadownload/fasciculo_v_ internet.pdf).
NA PRÁTICA Com um pai farmacêutico, boa parte da infância de Valéria Taglialegna Bueno, 58 anos, se passou dentro de uma farmácia, vendo o pai agir quase como um médico de família, já que a cidade de Alterosa, no sul de Minas, não contava com um hospital próprio. “Ele dava soro, aplicava injeção, dava pontos. E eu ajudava guardando os medicamentos. Tive uma aula de farmacologia na prática.” Crescer neste ambiente teve influência direta na escolha da faculdade a seguir. Valéria formou-se em farmácia, na Universidade Federal de Alfenas e, em 1990, tornou-se proprietária de uma farmácia da rede Entrefarma na cidade mineira de Formiga. “Em vez de me instalar no centro, fui uma das primeiras farmácias de bairro. Aprendi com o meu pai esse papel de assistência ao cliente.” Para aplicar os conhecimentos obtidos com o pai, Valéria possui, dentro de sua farmácia, uma sala reservada para Valéria Taglialegna a prática da Assistência Bueno, proprietária Farmacêutica. “Comde uma farmácia da paro a sala a um conrede Entrefarma, fessionário ou um conaprendeu com o pai sultório de psicólogo, a colocar o cliente porque, muitas vezes, em primeiro lugar não vendo nada, mas há 64
O farmacêutico precisa estar preparado para prestar serviços diferenciados
uma troca de experiência. Eu aprendo muito com as pessoas.” Outro diferencial adotado por Valéria foram os produtos dermatológicos manipulados. “Foquei na área de pele, porque, na época, não havia dermatologista na cidade. Essa atividade aumentou ainda mais meu contato com o cliente.” Para se aproximar mais das necessidades do paciente, investiu em um curso de especialização em homeopatia. “Isso me ajudou a enxergar a pessoa como um todo. Está com dor de cabeça? Mas causada por quê? Não vou só prescrever um analgésico. Vou fazer uma pesquisa de hábitos. Com isso, acabo descobrindo um quadro de pressão alta ou de diabetes.” Além de investir no aprimoramento próprio, Valéria trabalha também o treinamento da equipe. Sempre participa dos eventos promovidos pela Federação Brasileira de Redes Associativistas de Farmácia (Febrafar) e repassa os ensinamentos aos 20 funcionários que trabalham em sua farmácia. “Meus balconistas são diferenciados. O foco deles é atender bem, escutar o cliente, conhecer o perfil e as necessidades de cada um.” Entre as medidas adotadas para treinar a equipe, estão reuniões mensais, consultoria de recursos humanos, treinamento para fortalecer o trabalho em equipe, planejamento estratégico, manual de boas práticas, normas de conduta. “Também escolhemos algumas especialidade e realizamos cursos periódicos com laboratórios parceiros ou por outro profissional de saúde”, conta. O consumidor também sente os reflexos do pensamento diferenciado de Valéria. Mais que uma farmácia, a empresária quer que seu estabelecimento seja visto como um centro de saúde. Para isso, os serviços oferecidos vão muito além da dispensação de medicamentos. Periodicamente, são realizados eventos especiais, como a Semana da Beleza. Uma nutricionista e um podólogo também estão sempre à disposição dos clientes. “Dependendo da comunidade em que você atua, esse tipo de trabalho tem muito valor. Sou muito reconhecida em Formiga, tenho cliente que atravessa a cidade para vir à minha farmácia.”
EXEMPLO DE SUCESSO A vida profissional de Luiz Carlos Henrique, 64 anos, fundador do Portal Diabetic Center (www.diabetescenter.com. br), começou cedo, aos 11 anos de idade. Mas foi apenas em 1982, já na vida adulta, que a carreira tomou o rumo
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desejado, quando decidiu montar uma farmácia na cidade de São Bernardo do Campo, no Grande ABC paulista. No contato com os clientes dentro e fora do balcão, Henrique foi feliz por trinta anos até decidir se aposentar. Mas o serviço prestado Luiz Carlos Henrique, por ele por tantos anos fundador do site se diferencia, e muito, da Diabetic Center, atuação da maioria dos considera a Atenção farmacêuticos e atenFarmacêutica o grande dentes de hoje em dia. A trunfo das pequenas preocupação principal do e médias lojas jovem empresário sempre foi o cliente. “A faculdade ensina muito a respeito do ambiente de laboratórios e se esquece de dizer que farmácia atende pessoas. E muitas vezes, elas estão doentes, na pior fase da vida, por isso é preciso gostar de gente em primeiro lugar.” Antes de regulamentações que limitaram a atuação do farmacêutico, Henrique atuava quase como um médico de família dos clientes. “Tínhamos muita autonomia para realizar vários serviços, como curativos, aplicação de injeções, manipulação de fórmulas.” Com a aprovação da Lei 13.021/14, a expectativa é de que a importância e o diferencial desses serviços sejam retomados e voltem a fazer parte da rotina do farmacêutico. “É preciso investir na prestação de serviço para sobreviver no mercado. Se existe a possibilidade, o varejista precisa dar conforto ao cliente, ir até ele se preciso. Investir na visita domiciliar para aferição da glicemia, por exemplo. As farmácias que estiverem adaptadas terão sucesso.” Muitos empresários reclamam que não é possível melhorar a qualidade dos serviços prestados, porque falta mão de obra qualificada. Para Henrique, o segredo está na disseminação do conteúdo. “Nunca deixei a informação ser minha. É preciso saber delegar. Do contrário, quando você não estiver, ninguém vai prestar serviço”, afirma. “Se a mão de obra não era qualificada, eu qualificava”, completa. Segundo informa o profissional, o maior problema do varejo farmacêutico é não investir na Atenção 66
BENEFÍCIOS DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA Para o cliente: • Acompanhamento de seu tratamento; • Orientação sobre a adoção de hábitos de vida saudáveis como coadjuvantes do tratamento de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão; • Controle de seus parâmetros fisiológicos e bioquímicos; • Orientação sobre a posologia, manuseio e duração dos tratamentos. Para a farmácia: • Fortalecimento da marca da loja; • Posicionamento da farmácia como local onde “se vende” saúde e não apenas medicamentos; • Aumento do tíquete médio; • Aumento do tráfego de clientes na loja; • Divulgação da farmácia pelo boca a boca, estabelecimento de uma relação de confiança entre o cliente e a farmácia.
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venda de produtos voltados para os diabéticos. A ideia deu certo e, quando decidiu se aposentar, o portal continuou sendo tocado pelo filho. A iniciativa mostra que, com boas ideias, é possível ir além do varejo tradicional. “Se a farmácia prestar serviço, as grandes redes não conseguem atingi-la. Até hoje, vou ao mesmo barbeiro porque me sinto bem. O mesmo ocorre com a farmácia. Vou à farmácia em que me sinto acolhido.” Com o atendimento correto, Henrique acredita que nem mesmo a chegada de redes de farmácias estrangeiras apresenta uma ameaça. “As estrangeiras vão ter de entrar na legislação do País. Aqui, é extremamente complicado. Lá fora, é outra coisa.”
Confira a maneira mais adequada de implantar a Atenção Farmacêutica. AL
E CO N TEÚDO
Farmacêutica. “Vender medicamento é fácil, dispensar é diferente. Exige conhecimento. Parte dos empresários não está preparada. Só entrega o produto e pronto.” Essa atitude coloca em risco as pequenas e médias farmácias, já que seu diferencial está justamente no atendimento mais personalizado, que as grandes redes não são capazes de proporcionar. Foi com essa visão que o empresário criou um espaço diferencial dentro da sua farmácia, dedicado a produtos para diabéticos. “Fui convidado para conhecer medidores de glicemia pelo laboratório Lilly. Vi que eles precisavam de farmácias que soubessem trabalhar com produtos específicos, como canetas de insulina, e montei um espaço. Lá ficavam expostos monitores, reagentes, seringas, insulina e canetas. O médico não tem tempo para explicar o uso de cada um dos aparelhos, então, eu ensinava como usar corretamente, assim como os horários.” A partir disso, Henrique passou a se interessar pelo diabetes e criou o site Diabetic Center, especializado na
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COMPETITIVIDADE
Oportunidade de negócios
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O ENVELHECIMENTO POPULACIONAL IMPULSIONA AS VENDAS DE ITENS ESSENCIAIS NO VAREJO FARMACÊUTICO
WILTON OLIVEIRA Head da Unidade de Negócios Health Care na Esfera Gestão e facilitador no INVENT 70
Sabemos que macrotendências possuem impacto nos negócios e que é necessário acompanhar estes movimentos da sociedade, pois uma mudança no macroambiente irá impactar positivamente ou negativamente qualquer negociação. Quando falamos de varejo farmacêutico, com toda a complexidade que o envolve, é vital monitorar macrotendências e definir ações que aproveitem as possíveis oportunidades geradas ou minimizar seus riscos. Uma tendência do cenário demográfico em nosso País é o envelhecimento da população. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010, cerca de 13.2 milhões de brasileiros estavam na faixa etária acima de 65 anos, este número representava 6,8% da população brasileira na época. A estimativa é de que, em 2020, tenhamos 19.1 milhões de brasileiros nessa faixa, totalizando 9,2% da população estimada. Como podemos impulsionar nossos negócios com esse fator? Existem diversas oportunidades, pois à medida que ocorre o envelhecimento, a necessidade de serviços relacionados à saúde aumenta exponencialmente, bem como a aquisição de produtos e serviços que suportam os tratamentos. Um dos primeiros fatores é que é necessário repensar a estrutura e layout do estabelecimento, de maneira que uma pessoa acima de 65 anos, que possui o hábito de adquirir seus próprios medicamentos e produtos para saúde, possa se sentir bem dentro do ambiente da loja. É importante ressaltar que nem sempre os produtos serão adquiridos pelo idoso, ou seja, ele não necessariamente será o shopper, pode ser apenas o consumidor, portanto sempre é necessário
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pensar em estratégias para vender a este público quando ele for diretamente realizar suas compras. Também é necessário pensar na estratégia de comunicação; no momento de definição dos canais de comunicação, deve-se ir aonde está o público. O portfólio de produtos também é algo vital para manter o relacionamento e atender de forma consistente esse público. Outra questão extremamente importante é a forma de atendimento. Eles necessitam de paciência e respeito por parte dos atendentes. A parte boa é que esse público está disposto a valorizar e levar em consideração o diferencial de atendimento no momento de definir onde irá adquirir seus produtos. O tamanho da oportunidade faz sentido pelo esforço necessário para criar as condições ideais de atendimento a esse público. Um estudo dos autores Antonio I. de Loyola Filho, Elizabeth Uchoa e Maria Fernanda Lima Costa, evidenciou que 72,1% dos idosos pesquisados consumiam regularmente medicamentos, sendo que a média de medicamentos consumidos era de 2,18. O varejo farmacêutico, ao longo dos anos, tem buscado alternativas de geração de receita com um público que não necessariamente consuma medicamentos, como, por exemplo, o crescimento exponencial das vendas de itens de perfumaria. Obviamente que esse direcionamento estratégico é válido e já provou seu valor, mas talvez tenha chegado o momento de atuar com maior ênfase em uma oportunidade de mercado para comercializar itens essenciais a uma faixa da população que necessita, em sua grande maioria, do varejo farmacêutico para adquirir produtos indispensáveis à sua vida. FOTO: DIVULGAÇÃO
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PRODUÇÃO
Proteção e identificação ALÉM DE ACONDICIONAR E PRESERVAR OS MEDICAMENTOS, AS EMBALAGENS CONTRIBUEM PARA FACILITAR SEU USO E TÊM PAPEL IMPORTANTE CONTRA A PIRATARIA POR MARCELO DE VALÉCIO
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O recipiente que armazena os medicamentos tem como papel fundamental cumprir quatro funções básicas – proteção, conservação, informação e conveniência na utilização do produto. No caso dos fármacos, essas características são ainda mais sensíveis. “As embalagens são importantes na garantia da qualidade dos medicamentos”, afirma a professora de Design da ESPM e presidente da Associação Brasileira de Embalagem (Abre), Gisela Schulzinger. “Em nenhuma hipótese pode interferir no produto final, devendo manter também suas condições ideais em relação à umidade,
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temperatura, além de ser prática, segura e fácil de manusear”, ressalta. “Ela é uma parte crucial da medicação”, concorda o diretor da Schott Pharmaceutical Packaging, Juergen Buhr. “Na verdade, quando uma droga é embalada, normalmente, pode ser conservada por até vários anos. Durante esse tempo, o fármaco pode reagir com a embalagem e perder suas características, prejudicando os pacientes. Além disso, a escolha errada dificulta o processo de registro da droga. Quando uma empresa farmacêutica desenvolve um medicamento, deve logo contatar o fornecedor de FOTOS: SHUTTERSTOCK
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TODOS OS MATERIAIS USADOS NAS EMBALAGENS SEGUEM RIGOROSOS CONTROLES DE QUALIDADE, DE FORMA A NÃO INTERFERIREM NAS CARACTERÍSTICAS DOS MEDICAMENTOS, INCLUINDO NESTA CONTA OS PROCESSOS DE ENVASE no medicamento para ser comercializados. A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC 71/09) é a norma vigente que discorre sobre os aspectos relativos à rotulagem de medicamentos e aos requisitos técnicos que permitam a correta identificação dos produtos utilizados por parte do consumidor.
EMBALAGEM PRIMÁRIA X SECUNDÁRIA
embalagem para se certificar da escolha do recipiente correto”, salienta Buhr. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a compatibilidade da embalagem com o medicamento é avaliada durante o registro do medicamento, por meio da apresentação de testes específicos, como estudos de estabilidade acelerado ou de longa duração. Esses estudos garantem que naquela embalagem específica o medicamento pode ser acondicionado por um determinado tempo nas condições de armazenamento descritas no próprio invólucro. Os acondicionamentos são claramente detalhados no registro e são estudados
Como função primária, a embalagem deve proteger o produto de contaminação externa e danos durante o transporte (choques, vibração, compressão) e manuseio. Ela tem de garantir a vida útil do produto, controlando fatores ambientais, como umidade, contato com oxigênio ou luz e barrar com eficiência a conexão com micro-organismos que possam corromper o medicamento. Além de isolar o produto do contato externo, a embalagem tem de ser fabricada com materiais que não se misturem ao produto, evitando possíveis interações que possam colocar em risco a saúde do consumidor. Para isso, é preciso atenção ao comportamento reativo dos produtos a ser embalados. Os biofármacos, por exemplo, são mais sensíveis e exigem invólucros mais robustos. Alguns desses medicamentos se decompõem, enquanto outros são extremamente agressivos e atacam as superfícies das embalagens primárias. O recipiente deve ter barreira efetiva para garantir o shelf life (vida de prateleira) do produto embalado, seja ele qual for. “Algumas situações pedem ensaios em laboratório e até mesmo testes de quarentena”, explica a diretora da consultoria de embalagens da FuturePack e do Instituto de Embalagens – Ensino e Pesquisa, Assunta Napolitano Camilo. 2014 OUTUBRO GUIA DA FARMÁCIA
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PRODUÇÃO
Os materiais mais utilizados na fabricação das embalagens são alumínio, vidro, plástico e os compostos – os mais comuns combinam alumínio e plástico. Todos os materiais usados nas embalagens seguem rigorosos controles de qualidade, de forma a não interferirem nas características dos medicamentos, incluindo nesta conta os processos de envase. O recipiente deve ser desenhado considerando ainda o procedimento de esterilização, de forma a manter durante o envase e fechamento do produto as condições perfeitamente assépticas. O acondicionamento é feito no fim da linha do medicamento. No caso de comprimidos, por exemplo, após a blisagem em uma encartuchadeira, adiciona-se a bula e tudo é colocado no cartucho (embalagem secundária, geralmente feita de cartão). Ao final, já com o cartucho colado e fechado, se codifica com lote e data de validade. Entre os tipos de embalagens primárias mais utilizadas (aquelas que têm contato direto com o produto), destacam-se frascos, ampolas, frasco-ampolas, blisters (de bolha, em inglês – são aquelas cartelas no formato do produto compostas por filme plástico, de alumínio ou uma combinação dos dois), blisters fracionáveis, envelopes e bisnagas. Para as drogas parenterais (medicamentos líquidos que são injetados no corpo), existem quatro tipos de embalagens: ampolas, que são feitas de vidro e se tem de quebrá-las para abrir, frascos, cartuchos (que se usa em uma caneta de injeção, por isso é uma embalagem multidose) e seringas, que são pré-abastecidas com o medicamento. “Como o medicamento é injetado diretamente no organismo (de modo que nenhum sistema de digestão possa filtrar antes de atingir a circulação sanguínea), a qualidade da embalagem desempenha papel muito importante”, adverte Juergen Buhr.
ENTENDENDO CADA TIPO Além das ampolas (tipo 1 tubular), os vidros tipos 1, 2 e 3 moldados (âmbar e flint transparente) são os principais recipientes usados para medicamentos. São escolhidos levando-se em consideração a sua resistência hidrolítica, o tipo de produto a ser acondicionado e a utilização final. Basicamente, há dois grandes processos usados na fabricação das embalagens de vidro para medicamentos. O moldado utiliza moldes nos quais o vidro fundido é soprado ou prensado. São usadas máquinas de seções individuais, adequadas ao tamanho de cada demanda. Já o processo tubular utiliza equipamentos que tratam, moldam e cortam, a quente, tubos de vidro do tipo 1. Assim, como ocorre com outros materiais (plástico, alumínio), o processo de acondicionamento 74
do medicamento é realizado nas indústrias farmacêuticas, sob controle da Anvisa. Os fabricantes apenas fornecem as embalagens primárias aos laboratórios, que asseguram a qualidade dos produtos embalados. “O vidro é um material inerte e de alta resistência ao ataque de produtos químicos”, destaca o gerente de Qualidade da Saint-Gobain, uma das maiores fabricantes de embalagens de vidro do Brasil, Marco Assis. “Ele representa uma excelente barreira e não permite migração de substâncias de suas paredes internas. Hoje, as embalagens de vidro possuem normas nacionais e internacionais que ditam algumas regras e controles para a perfeita performance dos frascos, incluindo quesitos dimensionais, físicos, químicos e de proteção à luz”, completa, lembrando que os fabricantes de embalagens têm apresentado lançamentos específicos para as novas demandas da indústria farmacêutica. “A Saint-Gobain possui uma nova linha de embalagens de vidro chamada Easy Lyo, com frascos tipo 1 de alta resistência aos processos de liofilização, que trabalham com temperaturas muito baixas e considerável choque térmico.”
AS MAIS COMUNS Blisters e sachês estão entre as principais embalagens de plástico e alumínio utilizadas na indústria farmacêutica. Uma das características de destaque dos blisters é a possibilidade de fracionamento, uma vez que o medicamento, que não será consumido imediatamente, permanece embalado. Os blisters e os sachês de plástico são moldados pelos processos de vacuum forming ou termoformagem, utilizando-se de filmes plásticos, principalmente de PVC (em inglês, Polyvinyl Chloride) ou Politereftalato de etileno (PET), pois estes materiais oferecem melhor transparência do que os demais plásticos. Os blisters compostos de plástico e alumínio em uma mesma embalagem são os mais comuns. Existe também o chamado alu-alu (blister só de alumínio). As embalagens compostas são produzidas por meio de processos de laminação (em que se adere uma folha de alumínio a um filme plástico) ou por extrusão, quando se derrete uma resina ou polímero sobre uma folha de alumínio. Os medicamentos também podem ser embalados em bisnagas e tubos aerossóis de alumínio – ambos produzidos pelo processo de prensagem por impacto. Entre as principais características do alumínio, estão proteção e barreira contra a ação da luz, umidade e gases, proporcionando inviolabilidade e preservação dos produtos farmacêuticos. Segundo a Associação Brasileira do Alumínio (Abal), as propriedades higiênicas e protetoras da folha de
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PRODUÇÃO
alumínio utilizada nas embalagens criam uma barreira contra fatores externos, como calor e umidade, mantêm o conteúdo esterilizado e ajudam no transporte de medicamentos, porque protegem os produtos sensíveis à temperatura contra os rigores frequentes da distribuição. Blisters são adequados para os mais variados tipos de comprimidos e cápsulas. São também muito utilizados para comercializar medicamentos que não precisam de receita médica, como as vitaminas e aqueles para tratar gripe e alergia. Segundo a Abal, mesmo quando muito fina, a folha de alumínio protege e preserva as características do produto embalado e aumenta sua vida útil por vários meses. A folha de alumínio possui características que a tornam leve e resistente e, devido à sua maleabilidade, pode ser facilmente conformada sem perder a integridade, como a barreira, permitindo embalar e reembalar os mais variados produtos e de formatos diferentes ao mesmo tempo em que minimiza a necessidade do uso de selantes.
PRÁTICA, FUNCIONAL E INSTRUTIVA Outro fator preponderante das embalagens diz respeito ao design. “A embalagem tem de ser fácil de abrir, ergonômica para segurar e deve permitir o refechamento, além de dispor de rótulo com letras num tamanho que se permita leitura por todos”, acentua Assunta Napolitano Camilo, do Instituto de Embalagens. “Principalmente por idosos”, acrescenta Gisela Schulzinger, da ESPM. “A funcionalidade é um aspecto decisivo nas embalagens de medicamentos, devendo atender a todos os tipos de consumidores. Por exemplo, as tampas diferenciadas (tipo rosca sem fim) são muito importantes para prevenir que as embalagens sejam abertas pelas crianças”, enfatiza Gisela. Também a comunicação da embalagem de medicamento, sobretudo dos isentos de receita médica, 76
deve ser levada em consideração. “A linguagem das embalagens, principalmente para os Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs), que têm venda livre, deve ser precisa, pois o consumidor terá, basicamente, a embalagem para se decidir pelo produto”, diz a professora. “Produtos com lacre que garanta inviolabilidade, porém com fácil abertura, como a tampa flip top, que permite abertura com uma mão apenas, são uma exigência do mercado”, acrescenta Assunta. “Cada vez mais se leva em conta a praticidade, a beleza e, felizmente, já começaram a valorizar as questões de sustentabilidade, iniciando-se com a correta simbologia e com orientações para o descarte das embalagens”, diz a especialista. Em termos de segurança, a embalagem pode prevenir a adulteração ou perda de integridade do produto, utilizando sistemas que evidenciam sua abertura ou violação. Geralmente, a embalagem de medicamento tem um indicador ou barreira que, se quebrado ou estando sem ele, indica ao consumidor que foi violada. Existem diversos tipos de proteção, como fitas de plástico termorretráteis, tampas metálicas com botão indicador de vácuo, selos, etc. A questão da segurança envolve também a preocupação da indústria farmacêutica para evitar a falsificação e a pirataria, garantindo, ainda, a rastreabilidade do medicamento. Outros aspectos também têm sido discutidos entre fabricantes de embalagens e de medicamentos. “Uma tendência que observamos é que as linhas de enchimento das empresas farmacêuticas estão se tornando cada vez mais rápidas, a fim de reduzir os custos”, revela Juergen Buhr, da Schott. “Como resultado, a embalagem tem de ser muito precisa em termos de dimensões, de modo que funcione bem com as linhas de enchimento”, explica o executivo.
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MERCADO
Mudança no perfil de altos executivos no segmento de genéricos
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NÃO HÁ MAIS TANTO ESPAÇO PARA A VENDA, MAS UMA NECESSIDADE MAIOR DE COMPETIÇÃO, GERENCIAMENTO DE MARGENS, PORTFÓLIO DE PRODUTOS E TRANSFORMAÇÃO DAS EQUIPES COMERCIAIS
VALÉRIA CARINHATO Diretora para o segmento de Life Scienses da Fesa, consultoria de busca e seleção de altos executivos 78
A expansão do mercado de genéricos tem mudado significativamente a estrutura do segmento farmacêutico e promoveu forte competição entre as indústrias do setor, ampliando a disponibilidade de novos produtos e o acesso da população a diversos tratamentos. Por outro lado, aumentou também a dificuldade de lançar medicamentos blockbusters e, consequentemente, um novo cenário se apresenta para as multinacionais: a maior necessidade de investimentos em pesquisa e margens muito mais apertadas. Apesar disso, a tendência desse mercado é a de continuar crescendo, além de aumentar ainda mais a competitividade. Enquanto as multinacionais estão estancadas ou mesmo reduzindo ano a ano suas equipes e eliminando posições e unidades, as empresas de genéricos caminham na direção oposta. Grandes nomes do setor praticamente duplicaram seu tamanho desde a criação do segmento no início dos anos 2000. Hoje, notamos que essas empresas são as maiores responsáveis por contratações de executivos e gerentes no mercado, tanto para suprir a demanda de profissionais pela expansão dos negócios e criações de novas unidades, como também para aumentar a profissionalização das equipes. As altas posições mais demandadas no segmento atualmente são aquelas relacionadas à área comercial, em especial a de diretor comercial. Em genéricos, o modelo de negócio se traduzia boa parte em uma atividade puramente comercial e de relacionamento direto com os clientes. Desconto e prazos eram praticamente as únicas ferramentas das lideranças e o forte crescimento
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orgânico não demandava maiores níveis de eficiência e profissionalismo no desenvolvimento das atividades comerciais. O aumento da competitividade no segmento e o crescimento menos agressivo de mercado fizeram com que esse modelo estritamente comercial apresentasse certo nível de fadiga e necessitasse de inovação e orientação mais estratégica. Portanto, profissionais mais produtivos, com habilidades multifuncionais e multifatoriais, com entendimento macro do negócio e de outras atividades funcionais, como finanças, logística, recursos humanos, etc., passam a se destacar na busca por um alto executivo da área de vendas. É importante ressaltar que o segmento dos genéricos ainda é um dos mais conservadores e perde uma excelente oportunidade de trazer executivos com experiência em outros setores. Adicionalmente, no passado recente, o mercado de genéricos esteve quase que totalmente em mãos de empresas locais. Isso significou por algum tempo uma alternativa para profissionais que não se recolocavam em grandes farmacêuticas de prescrição. Esse cenário tem mudado, mas ainda temos muitos profissionais que cresceram em um negócio estritamente comercial e menos profissionalizado do ponto de vista de gestão. Dito isso, também acho que o segmento de genéricos deverá abrir espaço aos profissionais do mercado de varejo e de consumo. São executivos altamente capacitados e que trabalham de maneira multifatorial e funcional. Como esses setores já demandam isso há muito tempo, esses profissionais poderão entregar resultados mais sólidos para o segmento de genéricos. FOTO: DIVULGAÇÃO
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PERSPECTIVA
ANALISTAS ECONÔMICOS E ESPECIALISTAS DO SETOR DIZEM QUE NÃO HÁ SINAIS DE QUE O MERCADO IMOBILIÁRIO ESTEJA A PONTO DE ESTOURAR. MAS A QUEDA NOS PREÇOS, PRINCIPALMENTE NO SEGMENTO COMERCIAL, JÁ SE REVELA UMA TENDÊNCIA POR MARCELO DE VALÉCIO
Bolha
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Os preços dos imóveis continuam elevados no Brasil, mas depois de alguns anos de altas expressivas, há uma trajetória descendente dos valores, sobretudo no segmento comercial. Analistas setoriais, contudo, não acreditam em quedas acentuadas de uma hora para outra, desequilibrando o setor imobiliário como ocorreu de forma generalizada, em 2007, nos Estados Unidos, batizada de “estouro da bolha imobiliária”, e que detonou a crise financeira global de 2008 e 2009. O mercado residencial segue principalmente a lei da oferta e da procura da disponibilidade de crédito. Com o aumento dos financiamentos e dos programas habitacionais do governo oferecidos nos últimos anos, embora a oferta de imóveis tenha crescido, a procura foi bem superior à oferta, uma vez que o mercado amargava anos de estagnação. E os preços subiram muito, sobretudo nas regiões metropolitanas. Nos últimos sete anos, dependendo de localização e
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características do imóvel, a elevação de preço do metro quadrado variou entre 150% e 1.000%. A espiral de preços fez com que alguns analistas, consultorias e grandes publicações, sobretudo do exterior, chamassem a atenção para o surgimento de uma bolha imobiliária no Brasil. Uma dessas vozes é o prêmio Nobel de Economia e professor da Universidade de Yale, Robert Shiller, que previu as bolhas imobiliárias de 2001 e 2007 nos Estados Unidos. Comparando com o que houve em seu país, o americano alertou que o elevadíssimo valor que as propriedades haviam atingido, sobretudo em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo, indicava a formação de bolha no Brasil. Segundo Shiller, as bolhas são como uma epidemia social, em que as pessoas se movem pelo entusiasmo generalizado com supostas oportunidades de ganhar dinheiro. “Só esse tipo de comportamento pode explicar, por exemplo, o preço de pequenos apartamentos no Rio de Janeiro, cujo metro quadrado pode ultrapassar R$ 40 mil. Isso significa que o aluguel mensal de um IMAGENS: SHUTTERSTOCK
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PERSPECTIVA
MESMO REGISTRANDO ALTA EM MUITAS CAPITAIS POR CONTA DE ESCASSEZ DE BONS PONTOS, EM GERAL, É NOTADA UMA CONTÍNUA DESACELERAÇÃO DO MERCADO IMOBILIÁRIO DE PONTOS COMERCIAIS DE RUAS E SHOPPINGS
alta de preços de imóveis – 13,7%, em média. Mas ao se considerar os países emergentes como parâmetro, o País tem os preços equivalentes. Levantamento realizado por Ricardo Amorim, considerando preços de venda de imóveis de 90 m2 em 509 cidades em todo o mundo (incluindo os 12 maiores mercados imobiliários brasileiros), concluiu que das 12 cidades brasileiras, nove estão na metade mais cara do mundo – lideradas por Porto Alegre (35ª), Rio de Janeiro (42ª) e Florianópolis (44ª) – e apenas três, na metade mais barata: Campinas (319ª), Goiânia (320ª) e Fortaleza (417ª). Um dado curioso: todas as 35 cidades mais baratas do mundo estão nos Estados Unidos e as 25 mais caras localizam-se em mercados emergentes, 20 delas na Ásia.
REALIDADE VAREJISTA apartamento de 200 m2 deveria estar por volta de R$ 48 mil, imaginando uma remuneração de 0,6% sobre o valor do imóvel, prática usual no mercado. Alguém paga?”, questiona em artigo publicado na Folha de S.Paulo, o professor e coordenador do Centro de Estudos em Finanças da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV), William Eid Junior. A resposta é não. Além disso, a comparação com o mercado americano não se mostra a mais adequada. No Brasil, os financiamentos giram em torno de 70% a 80% do imóvel, no máximo. Ou seja, mesmo que se endividem, as pessoas têm de dispor de uma parte do valor do imóvel na entrada. Isso faz com que os preços tenham um limite, ainda que impreciso, pois esbarram na capacidade de pagamento do comprador. No Brasil, o crédito imobiliário representa perto de 7% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto nos Estados Unidos, pré-estouro da bolha, esse número chegava a 80%. Cinquenta por cento do PIB costuma ser o mínimo quando bolhas imobiliárias estouram. “Mantendo-se a expansão de 1,4% do PIB ao ano, ocorrida entre 2011 e 2013, o mais rápido da nossa história, levaríamos mais de 30 anos para chegar a 50% do PIB”, revela o presidente da Ricam Consultoria, Ricardo Amorim. Se não há bolha, com o que todos concordam é que o mercado brasileiro como um todo está caro para padrões internacionais. De acordo com a consultoria britânica Knight Frank, entre os 53 países com os maiores mercados imobiliários globais, o Brasil teve, em 2012, a maior 82
Já o segmento de imóveis comerciais segue a lógica da economia: se há crescimento, os preços se elevam e os lançamentos se multiplicam. Com o desaquecimento, os valores (que hoje estão elevados no País) se estabilizam e até podem cair, dependendo da região e do tipo de imóvel, e há arrefecimento dos lançamentos. “Imóveis comerciais são, em sua maioria, comprados por investidores e não pelos usuários finais. Estes comumente os alugam. Essa é a lógica desse mercado”, afirma o professor do Núcleo de Real Estate da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), João da Rocha Lima. “A baliza do segmento comercial é a economia. Se ela cresce, os aluguéis ficam mais caros e os investidores se animam a comprar novos imóveis e os lançamentos se multiplicam. Com a economia estagnada ou frágil, como o momento atual, a oferta de novos empreendimentos diminui.” Com a economia andando de lado e com perspectivas não muito animadoras, lembra o professor William Eid Junior, da FGV, esse processo tende a se acentuar. As incorporadoras e construtoras já sentem os efeitos do final do processo. O número de lançamentos caiu, sobretudo no mercado de imóveis comerciais. O volume de imóveis desse tipo vazios, incluindo shoppings, é enorme. “Houve um crescimento desordenado do número de shopping centers no País nos últimos anos. Acima da demanda. Muitos deles estão com problemas de lojas vazias, o que é muito ruim para esse tipo de negócio. Os preços dos aluguéis devem cair por isso”, revela Rocha Lima.
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Fonte: Market View Retail Real Estate
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MOMENTO CERTO PARA NOVA LOJA A tendência de baixa no preço dos imóveis pode ser boa oportunidade para quem quer expandir negócios, como abrir novos pontos de venda. Contudo, os especialistas avaliam que a melhor forma de se fazer isso é alugando e não comprando. “Salvo se o comerciante for um investidor conservador e com caixa disponível, vale comprar imóvel comercial”, afirma o professor do Núcleo de Real Estate da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), João da Rocha Lima. “Caso contrário, o ideal é alugar. Negócio comercial não deve ser feito em imóvel próprio. É melhor aplicar o valor no negócio, em capital de giro, na expansão das atividades. Bem imóvel é para quem é investidor, que vai amortizar aos poucos, com aluguéis”, ensina Lima.
O estoque de imóveis comerciais em São Paulo, por exemplo, é alto e deve se equilibrar em oito anos. Rocha Lima destaca ainda que se deve levar em conta a existência de diversas realidades no Brasil e imóvel varia muito de região para região. “Nas regiões metropolitanas, onde houve grande alta dos preços, há uma acomodação, com tendência de queda, pois os aluguéis tendem a cair.” De acordo com o estudo Market View Retail Real Estate, realizado pela BG&H Retail Real Estate, empresa especializada na busca de pontos comerciais para redes de varejo e franquias, juntamente com a consultoria especialista em varejo GS&MD – Gouvêa de Souza, o preço médio dos aluguéis comerciais de lojas de rua caiu cerca de 5% no primeiro semestre deste ano – passaram de R$ 72/m2 para R$ 69/m2 no período pesquisado. Mesmo registrando alta em muitas capitais por conta de escassez de bons pontos, o resultado geral apresentado no estudo comprova a contínua desaceleração do mercado imobiliário de pontos comerciais de ruas e shoppings. Em parte, essa situação deve-se ao fôlego que o varejo conseguiu manter no período, impulsionado pelo setor de alimentação e cosméticos, apesar da retração no setor de vestuário e calçados. “Mas esse colchão do varejo está se reduzindo, pois o mercado não está mais propício a consumir como antes”, diz a diretora de Real Estate da BG&H, Monica Barboza Paes de Barros. 86
De fato, a tendência da alta nos preços dos aluguéis e luvas começa a mostrar o seu limite e, em algumas cidades, nota-se o início do declínio nesses valores, seguindo a lógica da oferta e procura, revela a pesquisa. Algumas redes já suspenderam seus planos de expansão ou pretendem diminuir o número de novas lojas em 2014. Em relação às lojas de rua, a diretora de Real Estate da BG&H, Monica lembra que o impacto deve ser um pouco diferente. “A lógica não é a mesma dos shoppings, pois não existem tantos pontos comerciais disponíveis nas ruas. Ainda assim, esse segmento terá queda nos preços dos aluguéis, impactado pela retração do consumo.” Nota-se também maior cautela por parte dos varejistas de capital externo, mais suscetíveis às notícias econômicas e políticas do Brasil, que estão revendo a abertura de novas lojas ou adiando a sua entrada no País. Pensar, analisar e pesquisar sobre como, quando e onde investir, é uma tendência crescente nas redes varejistas, aponta a pesquisa Market View. O que está longe de ser uma perspectiva negativa exigirá, no entanto, cada vez mais pesquisa e uma análise mais justa da demanda real do mercado. “Ainda está para ser apurado o legado das obras de mobilidade e de infraestrutura colocadas em marcha por conta dos grandes eventos. Há dados positivos, mas é preciso atenção aos dados da economia”, ressalva Monica. O emprego continua em alta, o acesso a bens e serviços e ao crédito a uma maior parcela da população são uma realidade, as cidades estão se estruturando cada vez mais e para melhor. “O varejo deve se adequar aos novos tempos e ainda assim há muito espaço para crescer”, pregam os analistas da Market View.
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A MEDWAY LOG ATUA NO MERCADO DE LICITAÇÕES COM A DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS HUMANOS. COMUMENTE, NOS DEPARAMOS COM A CLASSIFICAÇÃO DE MEDICAMENTOS ÉTICOS. QUAL É O CONCEITO DE MEDICAMENTOS ÉTICOS? 88
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PERGUNTA ENVIADA POR RUAN REZENDE LIMA, ANALISTA JURÍDICO E DE LICITAÇÕES DA EMPRESA MEDWAY LOG COMÉRCIO E SERVIÇOS LTDA.
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Para a terminologia empregada “medi “medicamentos éticos”, não há um conceito estabelecido e oficial da agência regu regulatória, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e, portanto, não deverá ser usada. Como a pergunta encaminhada descreve que há menção de classificação de “medicamentos éticos” nas licitações das quais participa, em minha opinião, as empresas licitantes devem, então, explicitar o que estão considerando como “medicamento ético”, já que não é uma terminologia oficialmente empregada. A citada expressão, que considero indevida, foi utilizada informalmente há muito tempo, entretanto, inserida em diferentes contextualizações, já que não havia, e ainda não há, nada oficializado a respeito. Entre as contextualizações empregadas informalmente, uma delas dizia respeito ao “medicamento tarjado, dispensado mediante prescrição e que não tinha propaganda para o público leigo; a propaganda era junto ao médico por meio de divulgação de informações científicas”. Causou-me estranheza o fato de que seja, ainda, utilizada a classificação de “medicamentos éticos”, em licitações, porque é informal e não consta do glossário oficial da Anvisa utilizado para medicamentos, além de ser inapropriada, considerando os diferentes medicamentos que estão disponibilizados no segmento farmacêutico. A Anvisa estabelece critérios e terminologia própria para o registro dos dife-
Farmacêutica responsável pela Farmácia-Escola do Departamento de Farmácia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP) e professora titular do curso de Farmácia da Universidade de Guarulhos (UnG)
rentes medicamentos e o termo “medicamento ético” não se enquadra em qualquer um deles. O glossário da Anvisa traz os conceitos e as legislações pertinentes aos seguintes medicamentos: medicamentos bioequivalentes, medicamentos biológicos, medicamentos biotecnológicos, medicamentos de controle especial, medicamentos de dispensação em caráter excepcional, medicamentos de uso contínuo, medicamentos de venda livre, medicamentos essenciais, medicamentos de interesse em saúde pública, medicamentos de referência, medicamentos fitoterápicos, medicamentos fitoterápicos novos, medicamentos fitoterápicos tradicionais, medicamentos genéricos, medicamentos homeopáticos, medicamentos industrializados isentos de registro, medicamentos homeopáticos industrializados passíveis de registro, medicamentos inovadores, medicamentos para a atenção básica, medicamentos não prescritos, medicamentos órfãos, medicamentos similares e medicamentos tarjados. Veja mais em: http://www.anvisa.gov.br/medicamentos/glossario/glossario_m.htm – (acesso em 4 de setembro de 2014). Portanto, utilizar a expressão “medicamento ético” seria o equivalente a estabelecer outra terminologia, não oficializada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, e que, se utilizada, como no caso da questão enviada, estará suscetível a interpretações divergentes e/ou contraditórias. 2014 OUTUBRO GUIA DA FARMÁCIA
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10 dicas para a escolha do ponto comercial
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A LOCALIZAÇÃO DA FARMÁCIA É FUNDAMENTAL PARA O SUCESSO DOS NEGÓCIOS. DIVERSOS FATORES DEVEM SER LEVADOS EM CONSIDERAÇÃO NO MOMENTO DA DECISÃO
SILVIA OS S O Palestrante e consultora especializada em treinamento, desenvolvimento e marketing de varejo. É autora dos livros Atender Bem Dá Lucro, Programa Prático de Marketing para Farmácias e Administração de Recursos Humanos para Farmácias E-mail siosso@uol.com.br 90
Um dos segredos do sucesso de qualquer negócio é o ponto comercial. A escolha certeira depende de muitos fatores. Vamos comentar algumas orientações básicas: 1. De olho na rua: é preciso fazer uma pesquisa de localização. Se puder, contrate uma empresa para fazê-la. Do contrário, é amadorismo. Dizer que a rua movimentada é o melhor local pode ser precipitado. Para clientela de alto poder aquisitivo, por exemplo, não é interessante estar em ruas muito movimentadas. Outro cuidado a ser tomado é com o fato de que muito movimento pode significar falta de tempo para observação. A análise do movimento deve ser feita em dias e horários diversos. Verifique os hábitos de quem transita e se os horários de movimento coincidem com o funcionamento da loja. Mantenha-se afastado de parques e praças mal iluminadas, segurança é muito importante. Até o lado da rua é fundamental. Em locais de clima quente, prefira o lado onde faz sombra. Alguns negócios dão mais certo se estiverem na mão conveniente do consumidor. 2. Tipos de mercadoria e sistema de trabalho: as cidades e os bairros têm suas necessidades. Por isso, verifique se o tipo de mercadoria e o sistema de trabalho oferecido por você vão ao encontro desses anseios. 3. Potencialidades do mercado: o ponto também depende do mercado que está ao seu redor. É preciso traçar um perfil do consumidor potencial, levando em conta renda, número de carros por habitante, estilos residenciais e comerciais, entre outros. É preciso certificar-se de que o seu futuro cliente realmente passa por aquele local.
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4. Tendência populacional: é preciso estudar os índices de crescimento e as expectativas gerais. Em uma mesma cidade, sempre há áreas que estão em declínio e outras em ascensão. É preciso conhecer a tendência e se preparar para as mudanças. 5. Disponibilidade de locais para abertura de lojas: a região pode ser a ideal para o seu negócio, mas pode não haver disponibilidade de imóveis. Às vezes, eles são inexistentes e, quando existem, os valores são muito altos. A solução é ir para bairros, pequenos centros comerciais e shoppings regionais. 6. Localização: a proximidade a outros serviços, como chaveiros, correio, banco 24 horas e supermercados pode ser uma associação interessante. 7. A vizinhança: pode não ser bom ficar isolado, longe de outros comércios. Mas analise quem vai ser o seu vizinho. A incompatibilidade com alguns serviços é notável e afasta o cliente. 8. Ponto de ônibus: essa referência também é relativa. Pode ser bom para produtos de alta circulação e baixos valores, mas ruim para produtos e serviços de maior valor aquisitivo. 9. Portas fechadas: clientes de menor poder aquisitivo têm receio com relação a portas fechadas por acharem que os preços são mais altos. Mas isso não significa que se possa descuidar do visual ou da comodidade. Já as classes média e média alta exigem mais conforto, segurança e estacionamento. 10. Concorrência: verifique se o mercado já não está saturado para o seu negócio. Não é interessante oferecer o que já existe na região; é preciso se diferenciar. FOTO: DIVULGAÇÃO
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Desafios do preço baixo
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Já é prática antiga do varejo atrair o cliente pelo preço. E, de fato, valores competitivos acabam chamando a atenção do consumidor, aumentando o fluxo de pessoas na loja, bem como as chances de conversão. “A concessão de descontos é uma grande arma na conquista de novos clientes e até mesmo na sua fidelização. O consumidor do varejo farmacêutico, em geral, se habituou a pedir/receber descontos na compra de medicamentos e de produtos de uso contínuo. Ele gosta da sensação de economia”, afirma o consultor do Serviço de Apoio às
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Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP), Maurício Mezalira. Nesse sentido, é comum ver o varejo farma aplicar a política de bonificação entre os clientes da loja. Sem dúvida, as pechinchas são sempre positivas para o consumidor, mas será que são viáveis à saúde financeira dos negócios? A prática mostra que nem sempre os casos são positivos. Para que a estratégia traga os resultados esperados, é preciso realizar algumas análises prévias, conforme explica o coordenador do MBA em Finanças, Auditoria e Controladoria da Fundação Getulio Vargas (FGV) e autor FOTO: SHUTTERSTOCK
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TIPOS DE INFLUÊNCIAS DE PREÇOS SOBRE AS VENDAS Exemplo 1: Pacotes promocionais atrativos Quando se chega ao cinema e nota-se que o preço da pipoca pequena é de R$ 16,00; média, R$ 17,00; e grande, R$ 18,00, fica evidente que a empresa não quer vender a pipoca mais barata. Nesse caso, a precificação foi feita da maneira que a empresa queria que o cliente comprasse, independente de sua fome. Ou seja, essa estratégia influencia na decisão de compra.
OFERECER DESCONTOS AOS CONSUMIDORES É, SEM DÚVIDA, UMA FORMA BASTANTE EFICAZ DE ATRAÍ-LOS AO PONTO DE VENDA. NO ENTANTO, ESSA POLÍTICA PRECISA SER ESTRATÉGICA PARA NÃO COLOCAR A SAÚDE FINANCEIRA DOS NEGÓCIOS EM RISCO
Exemplo 2: Abatimento progressivo Para incentivar o cliente a comprar mais quantidades do mesmo produto, oferece-se um pequeno desconto em maior quantidade. Por exemplo: o preço de uma unidade é de R$ 3,00 e de duas unidades R$ 4,50, fazendo com que a unidade, nesta promoção, saia por R$ 1,75. Nessa situação, os clientes se sentirão motivados a obter desconto total de R$ 1,50. A lógica aqui é que o preço normal do produto, sem estratégias, seja de R$ 1,75. Para os clientes que comprarem uma unidade, a empresa está cobrando preço maior que o normal. E para aqueles que irão adquirir duas unidades, estará se vendendo mais, obtendo o mesmo lucro inicialmente planejado. Exemplo 3: Uso do preço para atingir objetivos • Atrair clientes para a empresa com a meta de incentivá-lo a comprar outros produtos – chamado de “preço-isca”; • Possibilitar que, com preço baixo, haja antecedência dos pedidos – permitindo melhor gerenciamento da capacidade disponível da empresa; • Prejudicar a rentabilidade de algum concorrente ou desestimular um novo entrante; • Fidelizar os clientes mais antigos.
POR KATHLEN RAMOS
dos livros Formação Estratégica de Precificação (Editora Atlas) e Gestão de Custos (Editora FGV), Fabiano Simões Coelho. “O primeiro ponto é identificar quais são os limites dos descontos para que a empresa mantenha sua saúde financeira em dia”, ensina. Quando a farmácia oferece descontos, visa aumentar as vendas. Mas se elas não aumentarem no mesmo patamar do que a queda da margem e contribuição unitária, o lucro ficará menor. Além disso, a venda maior exigirá mais aporte financeiro. “Com as vendas em alta, a empresa necessita comprar mais estoques.
Exemplo 4: Uso dos números para atrair os clientes Pesquisas apontam que 70% dos consumidores associam preços “quebrados”, como R$ 4,90 ou R$ 4,99, por exemplo, com promoções. Um estudo de caso mostrou que um produto com preço “quebrado” vendeu 20% a mais do que a mesma versão com valor cheio. Exemplo 5: Valorizando as ações Existe um mecanismo, chamado de relevância perceptiva, no qual a loja anuncia descontos de até 40% dos produtos, mas na verdade são poucos os que apresentam esse valor. Muitos estão com 10% ou 15% de desconto, por exemplo. Essa estratégia serve para atrair mais consumidores à loja.
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GESTÃO
QUANDO OS ABATIMENTOS SÃO VIÁVEIS PARA O NEGÓCIO? O coordenador do MBA em Finanças, Auditoria e Controladoria da Fundação Getulio Vargas (FGV), Fabiano Simões Coelho, fez algumas simulações para mostrar que, quando mal planejados, os descontos podem colocar em risco a saúde dos negócios. Ele explica que, numa loja, existem três tipos de gastos: os variáveis unitários, que estipulam por quanto se compra a mercadoria vendida; os variáveis em percentual, como impostos e comissões (são estipulados em percentual de venda); e os gastos fixos (como aluguel e salários), que nessa simulação não foram levados em conta. Na primeira simulação (com gasto variável unitário relativamente baixo frente ao preço), se a empresa oferecer descontos de 10% e a quantidade vendida subir apenas 15%, o desconto não valerá a pena. Na mesma situação, se a loja proporcionar descontos de 10% e a quantidade vendida subir apenas 25%, a política de descontos será positiva para a loja. No segundo cenário, com gasto unitário relativamente alto frente ao preço, se a empresa fizer um abatimento de 10% e a quantidade vendida subir apenas 25%, o desconto será ruim para os negócios. Na mesma situação, se o estabelecimento der descontos de 10% e a quantidade vendida subir apenas 40%, será positivo para os negócios.
EXEMPLOS APLICÁVEIS Simulação 1
Sem descontos
Com 10% de desconto e aumento de 15% nas vendas
Com 10% de desconto e aumento de 25% nas vendas
Quantidade
5.000
Unit.
5.750
Unit.
6.250
Unit.
Receita
R$ 50.000,00
R$ 10,00
R$ 51.750,00
R$ 9,00
R$ 56.250,00
R$ 9,00
Gastos Variáveis em % (25%)
R$ 12.500,00
R$ 2,50
R$ 12.937,50
R$ 2,25
R$ 14.062,50
R$ 2,25
Gastos Variáveis em unidade (R$ 2,50)
R$ 12.500,00
R$ 2,50
R$ 14.375,00
R$ 2,50
R$ 15.625,00
R$ 2,50
Margem de Contribuição
R$ 25.000,00
R$ 5,00
R$ 24.437,50
R$ 4,25
R$ 26.562,50
R$ 4,25
Simulação 2
Sem descontos
Com 10% de desconto e aumento de 25% nas vendas
Com 10% de desconto e aumento de 40% nas vendas
Quantidade
5.000
Unit.
5.6.250
Unit.
7.000
Unit.
Receita
R$ 50.000
R$ 10,00
R$ 56.250,00
R$ 9,00
R$ 63.000,00
R$ 9,00
Gastos Variáveis em % (25%)
R$ 12.500,00
R$ 2,50
R$ 14.062,50
R$ 2,25
R$ 15.750,00
R$ 2,25
Gastos Variáveis em R$ 22.500,00 unidade (R$ 2,50)
R$ 4,50
R$ 28.125,00
R$ 4,50
R$ 31.500,00
R$ 4,50
R$ 3,00
R$ 14.062,50
R$ 2,25
R$ 15.750,00
R$ 2,25
Margem de Contribuição
R$ 15.000,00
Fonte: Ibope Media – Merchanview
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GESTÃO
E dependendo do prazo de recebimento, pagamento e estocagem, demandará maior volume de capital de giro”, alerta Coelho. Outro ponto estratégico ao pensar em descontos é o ambiente mercadológico. “Ao acostumar os clientes a só comprarem quando se oferece descontos, cria-se um ciclo interminável. Apesar de, em certos momentos, o desconto ser relevante, a empresa precisa investir em diferenciais que façam o preço ser uma variável secundária”, aconselha o especialista da FGV. Preços abaixo do custo devem ser praticados apenas em situações isoladas. “Se o objetivo da farmácia é gerar tráfego na loja, praticar valores que não tragam lucros pode ser viável no sentido de criar volume e rentabilizar o negócio como um todo”, mostra o coordenador do Programa de Administração de Varejo da Fundação Instituto de Administração (Provar/FIA), Claudio Felisoni de Angelo. E seja qual for o desconto praticado, é importante que ele tenha um prazo para terminar. “É a escassez que impulsiona o consumidor. Quando se diz que uma promoção vai só até sábado, por exemplo, o varejista induz o consumidor a fechar aquela compra naquele momento. Sem prazo, as promoções deixam de chamar a atenção”, pontua o coordenador do Centro de Pesquisa em Estratégia do Insper, Luiz Fernando Turatti.
ATENÇÃO ÀS AÇÕES COM MEDICAMENTOS Especificamente para o caso de medicamentos, a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) regulamenta o preço máximo pelo qual a categoria pode ser comercializada na farmácia, ou seja, o Preço Máximo ao Consumidor (PMC), nas diferentes alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS): 0%, 12%, 17%, 18% e 19%. Para a CMED, as políticas de desconto podem ser saudáveis ao consumidor, desde que este esteja pautado por um consumo consciente, acompanhado por um farmacêutico e livre da automedicação, segundo informa a assessoria de comunicação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A ética também é muito importante nesse momento, já que alguns farmacêuticos oferecem genéricos ou similares, com o apelo do preço baixo, sem o aval do médico, conforme explica o diretor de desenvolvimento para o varejo da KPMG Brasil, Paulo Ferezin. “Se o consumidor chega com o receituário e nele consta o nome do medicamento de referência e não da substância, deve-se respeitar o que foi pedido pelo médico”, avisa.
PERSONALIZAÇÃO DE VALORES Ao customizar os descontos, as margens de lucros da loja podem ser maiores já que o abatimento, neste caso, só é dado ao consumidor que, realmente, é sensível ao preço. “Os descontos não precisam ser dados para todos numa mesma proporção. O ideal é identificar o que atrai cada cliente. Em muitos casos, não há necessidade de desconto para que a venda seja concretizada e, assim, as margens são mantidas”, constata Turatti. O diretor de desenvolvimento para o varejo da KPMG Brasil, Paulo Ferezin, fornece exemplos práticos. “Se um cliente sai do hospital e chega a uma farmácia tarde da noite procurando por um medicamento, é sinal de que, naquele momento, o uso do produto é uma urgência e o preço não é uma questão prioritária. No entanto, num outro caso, se cliente precisa comprar muitos medicamentos e está numa situação financeira difícil, naquele momento, o preço passa a ser decisivo”, compara. Entretanto, para que esse processo dê certo, é preciso que a loja tenha uma boa base de dados, inclusive de compras anteriores e, segundo Ferezin, é importantíssimo que balconistas e farmacêuticos estejam treinados 96
a levantar perguntas que podem denunciar se aquele cliente é/está sensível ao preço ou não. “Para que o processo de fato dê certo, as farmácias podem, inclusive, oferecer bonificações aos colaboradores que se atentem com essa questão”, opina.
COMUNICAÇÃO EFICAZ Caso os descontos sejam dados em massa, deve-se avisar os consumidores sobre a ação, conforme explica Mezalira, do Sebrae. “É valido informar ao cliente, verbalmente ou visualmente, o preço normal e o valor com desconto, não só para que saiba quanto economizou, mas também para identificar o preço real do produto. Isso evita aborrecimentos caso o empresário queira praticar, posteriormente, o preço normal de sua tabela”, avisa. Segundo informa o executivo do Insper, se o público da loja é bastante sensível ao preço, a comunicação deve ser incisiva. “Além de avisar sobre o prazo de término da ação, os produtos com descontos podem ser, por exemplo, trabalhados em formas de pilhas na loja, para atrair o consumidor.”
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LAYOUT
Renovação com foco no consumidor MIX E ORGANIZAÇÃO DAS GÔNDOLAS PRECISAM DE COMPLEMENTAÇÃO PARA OTIMIZAR OS NEGÓCIOS. AMBIENTAÇÃO E ARQUITETURA DA LOJA SÃO OS PRINCIPAIS QUESITOS PARA O DESENVOLVIMENTO DE UM LOCAL ACOLHEDOR E PROPÍCIO ÀS VENDAS POR KATHLEN RAMOS
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Um dos grandes desafios do varejo hoje, incluindo o farmacêutico, está na criação de estratégias que visam influenciar/inspirar o shopper a comprar, mesmo antes de chegar à loja. E dentro das táticas usadas para alcançar esses objetivos, está a escolha do layout do estabelecimento que passa pela fachada e vai até o projeto de arquitetura e mobiliário interno. Felizmente, as farmácias, especialmente as grandes redes, avançaram bastante nesse sentido.
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Hoje, percebe-se que aquela ideia de que os estabelecimentos do setor serviam apenas para tratar de doenças, sem autosserviço para que o consumidor pudesse interagir com suas escolhas, foi deixada de lado. As novas lojas que surgem no mercado querem atuar na prevenção, saúde, bem-estar e beleza dos seus consumidores. Para tanto, muitas delas usam o layout a fim de provocar essas sensações e favorecer o ambiente de compras, que se torna mais acolhedor e propício para que se adquira uma lista de consumo muito maior do que a planejada. FOTOS: SHUTTERSTOCK/MARCELO VICTOR/THIAGO MOTA
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“O layout faz com que as compras se tornem mais prazerosas. Que o consumidor tenha vontade de circular pela loja e não fique apenas nos medicamentos, vendo, assim, boas oportunidades nos itens de higiene e beleza. Essa sensação é possível quando a farmácia usa elementos como piso, iluminação, materiais de merchandising e decoração a seu favor”, mostra a coordenadora de cursos de MBA e pós-graduação do Programa de Administração de Varejo da Fundação Instituto de Administração (Provar/FIA), Teresa Cristina Zanon.
A diretora da Connect Shopper e especialista em comportamento de compra e shopper, Fátima Merlin, lembra que o objetivo do layout é o de facilitar a decisão de compra em cada etapa da jornada do consumidor, tornando-a ágil e agradável, proporcionando, assim, uma melhor experiência. E para que esses objetivos sejam alcançados com êxito, é fundamental conhecer o perfil dos clientes. “Para se obter o resultado esperado, devem-se desenvolver ações direcionadas ao perfil do público-alvo daquela loja”, lembra. 2014 OUTUBRO GUIA DA FARMÁCIA
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LAYOUT
INCREMENTO DE VENDAS Há 12 anos no mercado de Campo Grande (MS), a Drogaria São Leopoldo se estabeleceu entre as maiores farmácias do estado. E, entre os diferenciais da loja para alcançar esses resultados, estão cinco pilares: entregas rápidas, maior estoque da cidade, excelência no atendimento, assistência farmacêutica e layout diferenciado. À época de sua fundação, em 2001, o foco principal da drogaria estava voltado para a excelência no atendimento. Mas, com o passar dos anos, percebeu-se que, para crescer mais e se fortalecer no mercado, era preciso investir em infraestrutura, oferecendo um espaço confortável para que os clientes tivessem satisfação na experiência de compras. “Nosso marco foi a reforma da matriz em 2006, onde fomos em busca de conceitos atualizados de
layout de loja. Percebemos que, para agregar valores à drogaria, era necessário investir em atrativos e incentivar o cliente a circular no interior da loja”, conta a diretora administrativa da Drogaria São Leopoldo, Myrian Prado Borges. As mudanças, então, foram muitas. Os pisos de cerâmica, por exemplo, deram espaço para o porcelanato vitrificado, material moderno e de fácil limpeza. A iluminação também foi alterada, trazendo mais luminosidade à loja como um todo e foco especial para categorias estratégicas. “Desenvolvemos nichos com iluminação direcionada para produtos de alto valor agregado, como dermocosméticos, skin care (rosto e corpo), além de linhas que também possuem foco na mídia, como nutracêuticos, e alimentos saudáveis, como os orgânicos e isentos de glúten, lactose ou açúcares”, descreve Myrian.
A reforma realizada pela Drogaria São Leopoldo, de Campo Grande (MS), trouxe um incremento de vendas de 26%, em 90 dias
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OS SEGREDOS DO LAYOUT FUNCIONAL O layout de uma farmácia é constituído por uma série de fatores. Pensar nas gôndolas de maneira estratégica é, sim, importante, mas a arquitetura e ambientação vão muito além desse tópico. Confira, a seguir, alguns dos fatores que podem auxiliar seu estabelecimento na conquista de um espaço ideal: • Circulação: faça com que os corredores tenham espaço confortável para o tráfego de pessoas e considere a presença de usuários de cadeiras de rodas. • Pisos: de preferência, precisam ser claros e antiderrapantes. A limpeza, especialmente em farmácias que lidam com a saúde, torna-se fundamental. • Merchandising: os materiais precisam estar sempre atualizados e limpos. • Sinalização: deve ser precisa, para que o consumidor encontre aquilo que procura sem a necessidade do auxílio de colaboradores. • Estacionamento: de modo geral, muitos consumidores costumam passar na farmácia na volta do trabalho ou escola com o carro. Assim, as lojas que oferecem estacionamento se destacam no quesito conveniência e se tornam as preferidas de muitos clientes. • Fachada: mantenha-a sempre iluminada e com design que represente a identidade da loja. Caso existam vitrines, elas precisam ser constantemente atualizadas, acompanhando lançamentos ou ações sazonais. • Adaptações para a terceira idade: é fato que grande parcela dos consumidores de farmácias é de idosos e, neste sentido, é importante que o layout seja desenvolvido pensando em como recebê-los bem. Assim, vale investir em banheiros, barras de locomoção, cadeiras, filas preferenciais e vagas de estacionamento especiais para esses consumidores. • Atrativos para as mulheres: em algumas lojas, as mulheres chegam a representar 75% do público consumidor. Nesse sentido, vale apostar num ‘Espaço Beleza’ bem atrativo. Para tanto, muitas farmácias, com destaque para as grandes redes, já desenvolveram camarins especiais, no
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qual dermoconsultoras ajudam a consumidora na escolha do melhor produto. Nails bars, que são espaços específicos somente para a exposição de esmaltes, também já começam a ser explorados pelas redes. Outro investimento viável está na parceria com a indústria, que fornece mobiliário especial e mix completo para suas marcas, sendo um atrativo a mais para a categoria. • Ventilação: a circulação de ar deve ser bastante satisfatória e, de preferência, com ar-condicionado. Lojas quentes, além de colocarem a preservação dos produtos em risco, fazem com que os clientes saiam, rapidamente, do estabelecimento. • Iluminação: a luminosidade da loja é fundamental para que os consumidores possam ler, com tranquilidade, o que está no rótulo das embalagens dos seus produtos. Ela também pode ser usada de maneira estratégica, para agregar mais sofisticação aos itens premium, como os dermocosméticos. • Espaço para Medicamentos Isentos de Prescrição/Over the Counter (MIPs/OTCs): segundo o IMS Health, 38% das vendas do mercado total de doses farma correspondem aos medicamentos OTCs, o que reforça a necessidade de olhar com atenção para este segmento. Esses medicamentos devem ser expostos no autosserviço, por categorias e marcas, oportunizando ao consumidor o reconhecimento do produto. É comum as indústrias investirem na propagação desses medicamentos, reforçando a marca por meio de mídia e recursos de merchandising. As lojas precisam estar atentas e oferecer esses produtos de forma a aproveitar este investimento e capitalizar maior volume de vendas. Vale, ainda, investir em mobiliário moderno, tornar o ambiente iluminado e agradável, expor os medicamentos de forma planejada e utilizar os recursos oferecidos pelas indústrias. • Gôndolas: para não ter riscos, o ideal é evitar materiais como vidro. A madeira, como o MDF, tem sido utilizada com sucesso. E fique atento à altura: esses móveis não devem ultrapassar 1,60 m, para que os clientes possam alcançar os produtos das últimas prateleiras sem dificuldades.
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O mobiliário da loja, de responsabilidade do Grupo Buzatto’s, também foi trocado para gôndolas mesclando vidros e aramados cromados, somados a bases e prateleiras de Medium Density Fiberboard (MDF). “O novo mobiliário deu ao produto um destaque diferenciado, valorizando nosso portfólio. O layout interno foi definido com a disposição de produtos de primeira necessidade em pontos estratégicos. Assim, o cliente precisa se deslocar por um fluxo de produtos com alto valor agregado até chegar a itens de consumo diário, incentivando, desta forma, a aquisição daqueles que não estavam na lista de compras e, assim, aumentando o tíquete médio. Alinhando esses requisitos aos conceitos de gerenciamento por categorias, alcançamos um layout que pode ser considerado como ‘o primeiro vendedor’”, explica. Com essas mudanças, a Drogaria São Leopoldo atingiu resultados bastante satisfatórios. “A reforma ocorrida em 2006 trouxe um incremento nas vendas de 26%, em 90 dias. Com um projeto de novas adequações de layout para 2014 e expansão do estacionamento, esperamos superar o marco de 30% de incremento em três meses”, revela a diretora administrativa. Entre as novas mudanças, a drogaria pretende agregar sinalizadores de gôndola de acrílico com lâmpadas de LED, além de camarim para teste de produtos que receberá o mesmo tipo de iluminação. 104
REQUINTE E BELEZA O pernambucano Genivaldo Santos aproveitou toda a sua experiência profissional no setor farmacêutico para investir em uma loja própria. “Depois de trabalhar por mais de 30 anos na indústria farmacêutica, fui convidado para ser o diretor executivo da Jamyr Vasconcelos (atual Drogarias Pacheco – DPSP), onde permaneci por 10 anos. Depois, atuei na Drogasmil mais de 8 anos, quando me afastei e passei a prestar consultorias internacionais sobre o mercado farmacêutico brasileiro. Mas, com o fechamento da antiga drogaria instalada nas dependências do Supermercado Prezunic Barra, resolvi, em sociedade, abrir um negócio próprio e a GW Farma nasceu, fortalecida com a meta de se diferenciar na região”, conta o empresário. Inaugurada em agosto deste ano, a loja, instalada na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro (RJ), trouxe alguns propósitos bastante fortes e, entre eles, está o atendimento diferenciado. Para tanto, além de atenção farmacêutica integral, a GW Farma faz questão de oferecer uma ambientação especial, com a meta de fazer com que seus consumidores se sintam únicos no espaço. “Temos uma área reservada, onde servimos mais de 40 sabores de chás, preparados na hora, à escolha do cliente. Oferecemos ainda aferição de pressão arterial
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A GW Farma, do Rio de Janeiro (RJ), faz questão de oferecer uma ambientação especial com a meta de fazer com que seus consumidores se sintam únicos no espaço
e até de glicose, sempre com o auxílio de nossos farmacêuticos”, afirma. Outro destaque se dá no setor de dermocosméticos que, junto com os medicamentos, são “carros-chefe” no estabelecimento. “O espaço dos dermocosméticos privilegia e destaca as marcas com mobiliários bonitos, iluminados, isto tudo sem ofuscar a beleza dos produtos”, diz. Para chegar ao projeto final, a GW Farma contou com a expertise do Grupo Buzatto’s. “Eles disponibilizaram uma equipe altamente profissional e competente que criou móveis adequados num ambiente acolhedor, capaz de tornar realidade nosso sonho de atender de maneira diferente os nossos clientes”, conta Santos, 106
reforçando que, no momento do estudo do layout, foi levado em consideração o perfil dos consumidores da região. “Contamos com um público classe A e B com elevado poder aquisitivo, de muito bom gosto, sofisticado e elegante em sua grande maioria. Portanto, já conhecendo o perfil desse consumidor, pedimos um padrão de layout capaz de atender a essas necessidades, com muita elegância, sofisticação e beleza. Também solicitamos por um modelo que favorecesse a circulação dos clientes dentro da loja, para que, nas visitas, pudessem conhecer nossas áreas de Over the Counter (OTCs) ou Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs), dermocosméticos e perfumaria”, finaliza o sócio proprietário.
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VAREJO ACESSO
Obtenção de pela via
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AQUELE QUE PROCURA DIREITOS LEGAIS COM O INTUITO DE AJUIZAR UMA AÇÃO PARA FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS OU TRATAMENTO O FAZ PORQUE O ESTADO NEGA-LHE TAL PRESTAÇÃO
BRUNA DALEFFE DE VARGAS Advogada e colaboradora do escritório Giovani Duarte Oliveira Advogados Associados 108
Atualmente, o Poder Judiciário vem fazendo parte da dispensa dos fármacos para a população brasileira que necessita de tratamentos que não são ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em virtude da falta de eficácia do SUS na dispensa de fármacos, este não consegue garantir todo e qualquer medicamento necessário para o tratamento dos cidadãos que necessitam fazer uso de produtos não padronizados, ou seja, não dispensados pelo Sistema Único de Saúde. Como, por exemplo, no caso de algumas pessoas que necessitam de medicamentos para tratamento do câncer, que, na maioria das vezes, são de alto custo. Por esse motivo, o Poder Judiciário garante o direito ao acesso à saúde, via judicial e não administrativa, quando se esgotam as possibilidades de consenso entre as duas partes, fazendo-se necessária a intervenção do Poder Judiciário nessa esfera para dirimir todos os pontos concernentes a uma determinada questão. Cabe destacar a imprescindibilidade do Poder Judiciário para a efetivação do direito à saúde nos casos concretos, diante da reiterada omissão do Estado no seu dever de garanti-lo. Atualmente, a população brasileira tem acesso a medicamentos na rede pública pelas seguintes vias: rede ambulatorial de saúde dos municípios, para o elenco da atenção básica; rede ambulatorial dos estados, com os medicamentos excepcionais; e na rede hospitalar, durante internações e também alguns procedimentos ambulatoriais.
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Para ingressar com uma ação judicial visando à obtenção de um fármaco ou tratamento, primeiramente, é necessário esgotar todas as suas possibilidades de substituição do medicamento prescrito por outro, já fornecido pelo Sistema Único de Saúde, em alguns dos programas supracitados, assim o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, assegura: “O tratamento oferecido pelo SUS deve ser privilegiado em detrimento da opção reclamada pelo paciente, sempre que não for provada a ineficácia da política de saúde existente ao caso particular daquela pessoa”. (BRASIL, 2010, p. 20). Ainda, segundo a jurisprudência e a legislação, a competência da ação de medicamentos é de todos os entes federados. A solidariedade passiva dos entes públicos (União, Estado e Municípios) resta evidente na leitura do art. 198, caput e parágrafo único, da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CRFB/1988), quando afirma que “as ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único” e que o Sistema Único de Saúde será financiado com recursos do orçamento da “seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes”. Como a solidariedade passiva implica na possibilidade de o credor cobrar de qualquer um dos devedores, a responsabilidade dos réus então é solidária, não havendo que se falar em quinhão de responsabilidade da União, do Estado, do Distrito Federal e do Município no for-
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medicamentos judicial necimento gratuito de medicamentos ou de tratamento médico. Sendo assim, a ação judicial para obtenção de fármacos via judicial pode ser proposta contra o Município onde reside a pessoa que necessita do medicamento ou contra o Estado, ou ainda, contra a União. Nesse sentido, portanto, afigura-se indiscutível o direito material à saúde e a sua viabilidade por meio de uma tutela jurisdicional. Quanto à competência para a propositura da medida judicial cabível, esta pode ser de alçada da Justiça Federal ou Estadual, dependendo do ente público que praticou a lesão ao direito à saúde do jurisdicionado. De qualquer forma, quando se tratar do fornecimento de medicamentos, o jurisdicionado pode optar em promover a ação na Justiça Estadual, caso deseje receber os medicamentos do Estado e/ou do Município, ou então na Justiça Federal, em face de todas as esferas do Poder Executivo, visto que o Sistema Único de Saúde abrange todos os entes federativos (responsabilidade solidária), inclusive a União Federal, cuja presença por si só desloca a competência para o foro federal (art. 109, I e § 2º, da CRFB/1988) (ORDACGY, 2007). Ainda, para ingressar com uma ação judicial pleiteando medicamentos/tratamentos pela via judicial, é necessário analisar os pedidos e suas especificações detalhadamente, discriminando o tratamento médico, se o mesmo é continuado ou não, se o uso do fármaco pode sofrer alteração na dosagem ou até mesmo uma eventual substituição do medicamento/tratamento, bem como o acréscimo de fármacos no decorrer do tratamento, tendo em vista que a medicina evolui rapidamente, especialmente no campo da fabricação de medicamentos, sempre mais eficazes que os anteriores. (ORDACGY, 2007). Segundo o mesmo autor, Ordacgy: portanto, o jurisdicionado somente precisa especificar na peça exordial a sua enfermidade e os medicamentos dos quais se uti-
liza no momento da propositura da ação, não constituindo pedido genérico o uso da expressão, bem como de todos os produtos necessários ao tratamento de sua enfermidade, desde que, como já frisado, em combinação com a especificação dos medicamentos que já necessita. O pedido formulado dessa maneira encontra respaldo nos Princípios da Economia Processual, da Efetividade do Processo e do Acesso à Justiça. (2007). Entretanto, geralmente quando o cidadão busca o medicamento pela via judicial, subentende-se que este não pode arcar com o custo do tratamento que lhe foi prescrito por seu médico, por se tratar de uma pessoa hipossuficiente e que a mesma está com sua saúde comprometida, por esse motivo, é fundamental o pedido de tutela antecipada, com base no artigo 273 do Código de Processo Civil, solicitando ao juiz que antecipe o direito do autor, ao seu tratamento de saúde, levando em conta o periculum in mora e o fumus boni iuris (perigo da demora e a “fumaça“ do bom direito). Inclusive, como forma de efetivar o direito à saúde, o Judiciário “poderá, determinar o bloqueio de valores nas contas públicas e aplicação de multa em caso de descumprimento, visando assegurar o resultado prático da ordem judicial, conforme previsão do artigo 461, §5º, do CPC” (MALLMANN, 2012, p. 85). Nesse escopo, é necessário que os pedidos, bem como os fundamentos da aludida ação judicial de medicamentos sejam emanados de uma precisão e clareza para que se possa obter o resultado almejado, sempre tendo o direito à saúde como um bem maior, porém sempre levando em conta as contracautelas estabelecidas para que este direito seja efetivado de maneira certa e precisa não causando uma lesão ao cidadão que necessita fazer uso dos medicamentos/tratamentos não disponibilizados pelo SUS, nem movendo o judiciário para simples questões que podem ser resolvidas na esfera administrativa. 2014 OUTUBRO GUIA DA FARMÁCIA
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O novo idoso brasileiro CADA VEZ MAIS, A IDEIA DE UM SENHOR APOSENTADO DE CABELOS GRISALHOS NÃO CORRESPONDE À REALIDADE DOS BRASILEIROS COM MAIS DE 60 ANOS POR FLÁVIA CORBÓ
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Em todas as discussões a respeito do futuro da saúde no Brasil, um tema é predominante: o envelhecimento da população. Durante anos, o País foi composto em sua maioria por crianças e jovens, agora a situação começa a se inverter. Desde 2004, a faixa da população que mais cresceu está situada entre os 30 e 80 anos de idade, enquanto o número de brasileiros com menos de 24 anos decaiu. Por enquanto, a inversão da faixa etária predominante está trazendo frutos positivos para a economia brasileira. Com a redução do número de jovens e do aumento da população idosa, o Brasil entra em uma fase chamada de “bônus demográfico” ou “janela de oportunidades”. Ou seja, o número de pessoas consideradas economicamente ativas é maior do que a parcela da população dependente. Segundo cálculos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2013, cada grupo de cem indivíduos em idade ativa sustenta 46 indivíduos. A tendência é de que o número de cidadãos ativos cresça até 2022, alcançando o ápice. Daí em diante, a proporção deverá se inverter em relação ao cenário observado atualmente. O número de brasileiros acima de 65 anos deve quadruplicar até 2060. Segundo estimativas do IBGE, a população com essa faixa etária deve passar de 14,9 milhões (7,4% do total), em 2013, para 58,4 milhões (26,7% do total), em 2060. A consequência será que cada grupo de cem indivíduos em idade ativa sustentará 65,9 indivíduos. Essa mudança na pirâmide etária ocorrerá principalmente devido ao aumento da expectativa de vida do brasileiro. Atualmente, as mulheres vivem, em média, até os 78,5 anos, e os homens até os 71,5 anos – média de 75 anos. Já no ano de 2060, a expectativa média de vida do brasileiro deve aumentar para 81 anos. De acordo com o IBGE, as mulheres continuarão vivendo mais do que os homens. Em 2060, a expectativa de vida delas será de 84,4 anos, contra 78,03 dos homens. “Há outros fatores, como a melhora do acesso à saúde e da tecnologia da medicina. Doenças que antes tinham capacidade de causar óbitos foram erradicadas, principalmente as infecciosas. A população deixou de morrer mais cedo”, analisa o geriatra e presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), João Bastos Freire Neto.
O BRASIL PRECISA SE PREPARAR PARA RECEBER ESSE MONTANTE DE NOVOS PACIENTES, QUE SÓ TENDE A AUMENTAR COM O ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA Aliado ao aumento de expectativa de vida, o Brasil passa por outro fenômeno que culmina no aumento da população idosa. Ano após ano, o IBGE registra queda na taxa de fecundidade. Atualmente, cada mulher tem, em média, 1,77 filhos. Em 2030, a previsão é de que o índice caia para 1,5. Segundo os especialistas, a taxa já está abaixo da considerada necessária para a reposição natural da população, de 2,1 filhos por mulher. A queda do número de filhos pode ser explicada pelo adiamento da maternidade, já que, hoje em dia, boa parte das mulheres deseja investir nos estudos e na carreira antes de ser mãe. Em 2013, as brasileiras tinham o primeiro filho aos 26,9 anos, em média. Em 2030, ele virá quase três anos depois, aos 29,3 anos. Segundo os cálculos do IBGE, o número de brasileiros vai crescer até 2042, a partir de quando o número de óbitos superará o de nascimentos. Em 2060, as estimativas apontam que o País terá o mesmo número de habitantes do que 2025 (218,2 milhões).
NOVO PERFIL As pessoas com mais de 60 anos já são 12,6% da população, ou 24,85 milhões. Diante do aumento do número de indivíduos dessa faixa etária, é importante conhecer o perfil dessa população que tanto demanda por serviços e atendimento diferenciados. Ideias preconcebidas a respeito do estilo de vida da população idosa podem levar a grandes equívocos. Segundo um perfil traçado pela Pesquisa Nacional de Amostras de Domicílios (Pnad) 2012, o grupo com mais de 50 anos ainda é o que apresenta o menor percentual de internautas. Mas eles estão aumentando significativamente. Em 2012, aqueles que não têm medo de computador já eram 20,5% de toda a faixa etária – 2,5 pontos percentuais maior que no ano anterior. O acesso à tecnologia está ligado ao fato de que a maioria dos idosos – 20,94 milhões – reside em áreas urbanas e 2014 OUTUBRO GUIA DA FARMÁCIA
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DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO POR IDADE Em 2012, 63,2% dos brasileiros tinham até 39 anos. O número de idosos aumentou e representa 12,6% da população. HOMEM
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80+ 75-79 70-74 65-69 60-64 55-59 50-54 45-49 40-44 35-39 30-34 25-29 20-24 15-19 10-14 5-9 0-4 5
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O que significa? A diminuição da base e o alargamento do topo da pirâmide indicam o envelhecimento da população. Em 2004, 42,8% da população tinha até 24 anos; oito anos depois, este percentual caiu para 39,6%. 0
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Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional por Amostra e Domicílios 2011-2012
PERFIL DO IDOSO ATUAL As pessoas com mais de 60 anos já são
Cerca da
15,3 milhões dos idosos são chefes de família, sendo que, deste total,
3,3 milhões ainda estão na ativa no mercado de trabalho
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pertence à nova classe média, enquanto
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O total de rendimentos das pessoas com mais de
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R$ 402,30 bilhões
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pelo crescimento da presença por parte do idoso no mercado de trabalho. Números do Ministério do Trabalho mostram que, em 2012, houve um aumentou de 11,45% na quantidade de pessoas acima de 65 anos no mercado formal. Cerca de 15,3 milhões dos idosos são chefes de família, 11 2
somou
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12,6%
da população, ou
24,85 milhões de indivíduos
20,5% dos brasileiros com mais de
50 anos não têm medo de computador
sendo que, deste total, 3,3 milhões ainda estão na ativa no mercado de trabalho – 41% de homens e 12% de mulheres. A presença no mercado de trabalho faz com que os idosos apresentem uma situação de renda melhor do que os jovens. De acordo com o levantamento do IBGE, 53,6%
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OS DESAFIOS PARA A SAÚDE O envelhecimento da população impõe mudanças necessárias Atualmente, 35 milhões de brasileiros utilizam os serviços de saúde privada, sendo que boa parte possui convênios médicos corporativos. Com a chegada da aposentadoria, grande parte deles vai perder o benefício e passará a integrar a massa que necessita dos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). O Brasil precisa se preparar para receber esse montante de novos pacientes, que só tende a aumentar durante o processo de envelhecimento pelo qual está passando a população brasileira. Para a Associação Brasileira de Gerontologia (ABG), o caminho passa pelo forte investimento em campanhas educativas e de saúde, em prevenção de doenças, em um estilo de vida saudável que incentive o consumo de alimentos saudáveis e a realização de atividades físicas e socioculturais. Profissionais da saúde também são unânimes em dizer que é preciso trabalhar a capacitação e o aprimoramento contínuo de profissionais que atuam diretamente com idosos. “Tanto na rede pública quanto na privada, há carência de profissionais especializados. Muitos sequer tiveram orientação em relação ao atendimento ao idoso durante a formação. Um médico não geriatra de um atendimento de emergência consegue resolver apenas 30% das queixas dos idosos, enquanto um especialista conseguiria lidar com pelo menos 70%”, afirma o geriatra e presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), João Bastos Freire Neto. Por fim, a previdência social brasileira precisa se preparar para o elevado índice de aposentadorias que ocorrerá nos próximos anos, pois teremos um quadro populacional semelhante ao de países desenvolvidos e teremos mais pessoas beneficiadas com aposentadoria por tempo de contribuição, do que contribuintes ativos.
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das pessoas com menos de 25 anos estão concentradas nas duas menores faixas de renda per capita familiar (menos de um quarto do salário mínimo; e de um quarto à metade de um salário mínimo), segundo estimativas do instituto de pesquisa Data Popular. Já entre os idosos, apenas 11,8% deles se encaixam nas duas faixas mais baixas de renda. A grande maioria
– 70,4% – pertence à nova classe média, enquanto 17,8% estão concentrados nas classes A e B. Dos mais de 23 milhões de idosos brasileiros, a maioria vive com alguém da família, mas 2,7 milhões deles moram sozinhos. Entre os independentes, 1,8 milhão são formados por mulheres, enquanto 938 mil são homens. O total de rendimentos das pessoas com mais de 60 anos somou R$ 402,30 bilhões em 2012. Apesar de serem minoria, os homens foram responsáveis pelo ganho de R$ 229 bi, contra R$ 172 bi das mulheres. Isso pode ser explicado pelo fato de a maioria dos idosos que trabalha ser do sexo masculino. Os números ajudam a desmitificar a ideia que ainda se carrega a respeito dos idosos. Quando se fala de terceira idade, muitos imaginam um senhor de cabelos grisalhos. Mas segundo a Associação Brasileira de Gerontologia (ABG): “Existem dois aspectos a ser considerados. O primeiro é a ideia de que ser velho é uma conquista e que todos os idosos são iguais, felizes, saudáveis e que podem se locomover e participar ativamente de tudo. A outra vertente é a que pinta a velhice como um quadro cinza, acompanhada de doenças, de perdas, abandono e dependência”. Para a associação, nenhuma das duas visões está 100% correta. A velhice é a mais heterogênea das fases da vida. “Nesse período, encontramos todas as velhices, mas aquela que nós, da gerontologia, queremos enfatizar é a que se preparou para esta fase. Isto é, aquela que a aceita com suas perdas e ganhos e que consegue se ressignificar após a aposentadoria, após a perda de um ente querido, após a saída dos filhos de casa, encontrando sempre novas formas de ser útil, de se divertir e de participar da comunidade em que vive.” Boa parte das visões equivocadas que se cria a respeito dos idosos está ligada ao fato que a população brasileira ainda é predominantemente jovem. “Não acho que seja preconceito, é falta de atenção. Quando jovens, não temos clareza do que é ser idoso. A população acima dos 60 ainda representa 11% do todo, longe de ser maioria. Então, acabamos esquecendo que um dia chegaremos lá, se não morrermos antes. É preciso mudar esse olhar do jovem, ou então, o sistema e a sociedade vão sofrer as consequências”, alerta Neto, da SBGG.
A alimentação na terceira idade é essencial para manter a qualidade de vida. AL
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SAÚDE
Qualidade no envelhecimento CUIDADOS COM A SAÚDE DESDE A INFÂNCIA PODEM GARANTIR UMA VELHICE SAUDÁVEL. CASO CONTRÁRIO, O CORPO – E TAMBÉM O BOLSO – VÃO COBRAR A CONTA
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POR FLÁVIA CORBÓ
Em um país composto por uma maioria de jovens adultos, envelhecer ainda é visto com maus olhos. Apesar de vir acompanhada de maturidade, sabedoria e experiência de vida, a velhice muitas vezes é somente associada a doenças. De fato, com o passar dos anos, o corpo vai dando sinais de desgaste, que podem acarretar no surgimento de problemas crônicos. Mas o que muitos desconhecem é que são as ações realizadas ainda na infância e juventude que serão determinantes para a qualidade de vida na terceira idade. A maioria das pessoas só começa a se preocupar com a saúde quando a idade chega. A falta de visão de futuro pode ser muito prejudicial. “Existem estudos que comprovam que o que a pessoa faz desde a primeira infância vai repercutir na idade mais avançada, principalmente em relação à atividade física”, ressalta o geriatra e presidente da
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Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), Dr. João Bastos Freire Neto. “O desenvolvimento de massa óssea, por exemplo, é maior quanto mais atividade física foi praticada até os 20 anos – idade em que se atinge o pico de massa. Quanto mais elevado, melhor nível muscular terá durante o envelhecimento.” O mesmo ocorre com a alimentação. O consumo de comidas gordurosas faz com se acumulem placas de gordura nas artérias. “Caso a má alimentação venha desde a infância, a chance de se desenvolver doenças cardiovasculares vai ser muito maior na vida adulta. Não adianta se cuidar só a partir dos 60 anos, pois muito tempo já foi perdido. Manter a saúde ao longo da vida aumenta as chances de se ter envelhecimento mais ativo”, explica o Dr. Neto. Quando as orientações a respeito de exercícios físicos e alimentação balanceada não são seguidas, o corpo cobra a conta, principalmente na terceira fase da vida. FOTOS: SHUTTERSTOCK
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Nessa faixa etária, os problemas de saúde mais frequentes são as doenças crônicas, como hipertensão arterial, diabetes, hipercolesterolemia, dislipidemia, artrite, artrose, entre outras. Alguns desses males, quando não tratados, geram outros quadros clínicos, como acidentes vasculares encefálicos, cardiopatias e doenças neurodegenerativas, também conhecidas como demências. Entre os males comuns dos idosos, estão as complicações cardiovasculares, como infarto e acidente vascular cerebral, que provocam maior número de mortes. O bom funcionamento do coração fica comprometido devido a algumas alterações que o organismo passa a sofrer com o avanço da idade, como a perda da elasticidade das artérias, que dificulta a circulação sanguínea e favorece a hipertensão. Por estar muitas vezes somada a outros fatores, como doenças do colesterol, sedentarismo, tabagismo, alcoolismo e dieta rica em sal, a pressão alta tem grande incidência, chegando a atingir 70% dos idosos. De acordo com o Dr. Neto, o diabetes não tem o mesmo nível de prevalência, mas também é bem comum. Entre 20% e 30% dos idosos desenvolvem o problema, devido aos mesmos fatores de risco da hipertensão. E com o envelhecimento, o pâncreas é muito mais exigido. “Se o paciente tem mais de 60 anos, é obeso, sedentário e tem dieta rica em glicídios, há muitas chances dele desenvolver a doença.”
CÂNCER, A DOENÇA MAIS TEMIDA Quando se fala de saúde na terceira idade, os problemas crônicos são as principais enfermidades citadas, mas não se pode ignorar o câncer. Apesar da doença também afetar crianças e jovens adultos, é um mal típico do envelhecimento. Cerca de 50% dos casos surgem após os 60 anos. Mais uma vez, isso ocorre devido ao desgaste natural do funcionamento do organismo. “Os cânceres se originam quando há um erro na duplicação das células. Essas falhas ocorrem ao longo de toda a vida, mas temos um mecanismo que é capaz de reconhecer e corrigir o erro”, explica a médica oncologista e diretora clínica do Centro Paulista de Oncologia (CPO), Dra. Mariana Laloni. Com o avanço da idade, cresce o número de duplicações erradas e o mecanismo de reparo também diminui a capacidade de identificar falhas. Mas a idade não é a única vilã. Há outros fatores envolvidos que, combinados, tornam-se de alto risco. “Tem de haver uma situação de desequilíbrio no organismo, não se
O IDOSO PRECISA DE UM OLHAR GLOBAL. A FALTA DESSE CUIDADO GERA PROBLEMAS COMO A POLIFARMÁCIA. MUITAS VEZES, O USO DE UM MEDICAMENTO EM DUPLICIDADE, QUE CAUSA EFEITOS COLATERAIS, É VISTO COMO MAIS UMA DOENÇA. E AÍ É RECEITADO MAIS UM MEDICAMENTO trata de um único fator apenas, senão, todos teriam câncer. Herança genética, cigarro, excesso de sol, problemas imunológicos. É preciso de mais de uma coisa para o surgimento da doença.” Entre os cânceres mais comuns na terceira idade, estão o de próstata, de mama – principalmente após a menopausa – e de pele, que já está exposta há mais tempo aos fatores de risco. De acordo com a Dra. Mariana, o segredo para combater o problema com o avançar da idade está no bom senso e equilíbrio. “Não adianta ter uma dieta saudável e ser sedentário. Fazer exercício e fumar. É preciso ser ativo e manter o peso adequado, já que a obesidade aumenta a produção hormonal – estímulo que leva à duplicação celular –, além de evitar exposição a fatores como cigarro e sol. Não adianta decidir parar de fumar aos 70 anos de idade, após ter recebido um diagnóstico negativo. Nesse caso, não se deve nem começar a ação.” A boa notícia em relação ao câncer na terceira idade é que, hoje em dia, o tratamento está muito mais avançado e seguro para os idosos. “As drogas melhoraram muito. Hoje, o idoso recebe praticamente o mesmo tratamento de um adulto. A idade não é limitante. Existem apenas algumas variações caso o paciente seja um cardiopata, hipertenso ou tenha um diabetes grave.”
DESAFIOS DO ACESSO Além de ser importante para uma melhor qualidade de vida, cuidar da saúde também faz bem para o bolso. Quanto mais velho, maior os gastos com medicamentos. Dados do Hospital 9 de Julho estimam que, no Brasil, 23% da população consuma 60% da produção farmacêutica. Mais de 80% dos idosos tomam 2014 OUTUBRO GUIA DA FARMÁCIA
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SAÚDE
GASTOS DO IDOSO COM A SAÚDE A proporção média de comprometimento da aposentadoria dos idosos que ganham entre 1,5 a 2 salários mínimos e compram pelo menos um medicamento é de
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Fonte: Hospital 9 de Julho
no mínimo um medicamento diariamente e cerca de 34% consomem cinco ou mais fármacos. A proporção média de comprometimento da aposentadoria dos idosos que ganham entre 1,5 a 2 salários mínimos e compram pelo menos um medicamento é de 23,57%. “Essa porcentagem significante demonstra que há muito a ser construído, principalmente no que se refere às políticas públicas e ao planejamento dos programas de aposentadoria e saúde”, opina a geriatra do Hospital 9 de Julho, Dra. Clarissa Sano. Estima-se que 64,5 milhões de pessoas em condições de pobreza não tenham como comprar medicamentos e o sistema público de saúde não está preparado de maneira adequada para atender a população em geral, muito menos os idosos, que exigem atendimento diferenciado. “O sistema de saúde esteve, durante muitos anos, voltado mais às doenças do que à prevenção. Nós, por outro lado, como sociedade, achávamos que velhice era sinal de doenças e que tudo era inevitável, então não dávamos a devida atenção à preparação para esta fase”, opinam as presidentes da Associação Brasileira de Gerontologia, Thaís Bento Lima da Silva e Evany Bettine de Almeida. 11 8
O resultado desse pensamento imediatista é um sistema de saúde supercongestionado, com filas para retirada de medicamentos, falta de médicos e despreparo dos profissionais responsáveis pelo atendimento à população. “O acesso a medicamentos segue as desigualdades socioeconômicas. A falta de acesso a tratamento de doenças crônicas leva ao agravamento do quadro e aumenta os gastos em níveis mais complexos de atendimento à saúde”, alerta a Dra. Clarissa. Mesmo para quem não depende do Sistema Único de Saúde (SUS), não está fácil cuidar da saúde. Um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) avaliou a contratação de planos de saúde individuais/familiares para usuários com mais de 60 anos nas operadoras com maior número de clientesem São Paulo. A média dos preços dos planos de saúde ofertados para alguém com 75 anos compromete cerca de 70% da renda mensal dos idosos. Para saber calcular esses valores, o Idec considerou a renda mensal dessa parcela da população. Segundo dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizada em 2011, 72,4% dos idosos possuem
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De acordo com a geriatra do Hospital 9 de Julho, Dra. Clarissa Sano, há um descompasso entre o número de profissionais da saúde treinados para tratar pacientes mais velhos e o número de pacientes idosos internados. “Mesmo ambulatoriamente, o número de geriatras ainda é pequeno. E não só de geriatras, o paciente idoso necessita de uma equipe multidisciplinar, como terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, dentistas e assistente social.” O problema já começa na formação do profissional. A maioria dos programas hospitalares muitas vezes
não enfatiza a necessidade de habilidades geriátricas.A falta de preparo pode acarretar problemas sérios para a saúde dos pacientes da terceira idade. “O idoso precisa de um olhar global. A falta desse cuidado gera problemas como a polifarmácia. Muitas vezes, o uso de um medicamento em duplicidade, que causa efeitos colaterais, é visto como mais uma doença. E aí é receitado mais um. Os médicos, em geral, veem o idoso de forma segmentada. O geriatra tem função de organizar e orientar o tratamento como um conjunto”, esclarece o Dr. Neto, da SBGG. Para a entidade,o melhor caminho para oferecer melhor atenção à saúde do idoso é capacitar mais profissionais das mais diversas esferas da saúde. “A demanda por atendimento ao idoso só tende a crescer com o envelhecimento da população. Se não fizermos isso agora, vamos deixar um gap em relação à saúde do idoso.”
Confira outras medidas que fazem a diferença no trato com o idoso. AL
rendimento mensal de no máximo dois salários mínimos. Em valores atuais, isso corresponde a R$ 1.448,00. “Esses números mostram que boa parte da população com mais de 60 anos ou não teria nenhuma condição financeira de arcar com os custos de um plano de saúde individual ou teria de comprometer boa parte do rendimento mensal da família para pagar o serviço”, conclui a advogada do Idec, Joana Cruz. Além do alto preço e da baixa oferta, idosos também encontram barreiras como a falta de informação e a exigência de avaliação médica prévia – pelo menos cinco operadoras exigem que o idoso faça exames ou entrevista com um médico para contratar o plano.
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P O R V I VI A N LOU R ENÇ O
Com o passar dos anos, aumentam a idade e a experiência em lidar com situações do cotidiano e, em contrapartida, algumas coisas vão se perdendo, como os cabelos, por exemplo, a memória, a força e a vitalidade, muito disto por conta da carência nutricional que muitos, quando chegam à fase da terceira idade, podem apresentar. Porém os especialistas alertam que não são todos os idosos que têm problemas nutricionais. Isso depende muito da alimentação seguida por esse grupo. As carências mais comuns nessa fase da vida são em relação a vitamina D, cálcio,
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magnésio e vitamina B12, como detalha a nutricionista Patricia Pinesi. Há também situações em que a alimentação é equilibrada, mas o organismo não consegue absorver o que está sendo oferecido. Nesses casos, é necessário aumentar a dose de vitaminas para compensar as deficiências, mas a especialista alerta que isto deve ser feito com cautela e orientação profissional para evitar as superdoses. Alguns fatores que prejudicam a nutrição do idoso são alteração da percepção dos sabores e diminuição do gosto; utilização de próteses FOTO E ILUSTRAÇÃO: SHUTTERSTOCK
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dentárias; deglutição difícil e mastigação dificultada; além da falta de estímulo para cozinhar, principalmente, se ele morar sozinho. Além disso, o diretor médico da América Latina – Pfizer Consumer Healthcare, Dr. Luiz Henrique Fernandes, mostra que diversos estudos apontam que o brasileiro não se alimenta corretamente, como o Estudo Brazos, realizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em parceria com a Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP). Segundo a pesquisa, dois em cada três brasileiros não consomem as quantidades de vitaminas e minerais recomendadas para o pleno funcionamento do corpo. O estudo aponta também que uma alta proporção da população brasileira acima dos 40 anos não consome o recomendado de vitamina A (92,4%), C (85,1%) e E (99,7%). Além disso, 52,1% não consomem zinco e 13,4% não consomem selênio nas quantidades adequadas. A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 20082009) – Análise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), mostrou que, entre os indivíduos com idades acima de 60 anos, os nutrientes com maior percentual de inadequação foram as vitaminas E, D e cálcio, tanto para homens quanto para mulheres nas áreas urbana e rural. “Na prática clínica, observo com maior frequência a deficiência da vitamina B12 e vitamina D. Quanto ao ferro, a carência é rara no idoso saudável”, destaca o geriatra do Lavoisier Medicina Diagnóstica, Dr. Clovis Cechinel. Além das pesquisas sobre o hábito de alimentação dos idosos, a responsável pelo ambulatório de doenças osteometabólicas do serviço de reumatologia do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo, membro da Comissão Científica da Sociedade Paulista de Reumatologia e do Comitê de Doenças Osteometabólicas da Sociedade Brasileira de Reumatologia, Dra. Elaine de Azevedo, acrescenta que vários outros estudos têm demonstrado deficiência de energia, vitaminas e minerais em pessoas, acima de 65 anos, que residem em asilos ou domicílios, fato atribuído aos fatores socioeconômicos e às doenças presentes, além de alterações no modo de vida e nos hábitos alimentares. Existem evidências de que cerca de 70% dos idosos institucionalizados ingerem dieta deficiente em energia e fibras, e entre os pacientes idosos internados, cerca de 80% apresentam níveis reduzidos de albuminemia e 50%, emagrecimento importante. 124
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ENTRE OS PRINCIPAIS EFEITOS DA MÁ NUTRIÇÃO SOBRE A SAÚDE DO IDOSO ESTÃO: • Menor atividade física devido à hipotrofia muscular ou disfunção orgânica. • Piora de estados mórbidos em geral. • Insuficiência cardíaca congestiva (proteína, tiamina, magnésio e potássio). • Intolerância à glicose (gordura, potássio, cromo, hidratos de carbono). • Osteopenia/osteoporose (vitamina D, cálcio, vitamina C, proteína, fósforo, sal, álcool). • Distúrbios neuropsicológicos (vitaminas do complexo B, energia). • Alterações farmacológicas – diminuição da capacidade de transporte de drogas pela albumina; menor distribuição de drogas lipossolúveis; aumento da concentração sérica de drogas hidrossolúveis; má absorção intestinal secundária à atrofia da mucosa intestinal. • Menor capacidade de cicatrização secundária com a deficiência de proteína, zinco e vitamina C. • Imunossupressão. • Má nutrição associada com a maior morbidade e mortalidade que acompanha as doenças infecciosas. • Menor capacidade de fagocitose e morte de bactérias. Função de linfócitos T e células “natural killer” diminuídas. Fonte: responsável pelo ambulatório de doenças osteometabólicas do serviço de reumatologia do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo, membro da Comissão Científica da Sociedade Paulista de Reumatologia e do Comitê de Doenças Osteometabólicas da Sociedade Brasileira de Reumatologia, Dra. Elaine de Azevedo
QUANDO TUDO COMEÇA Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é considerado idoso o indivíduo acima de 65 anos. Portanto, as carências nutricionais podem ser mais significativas a partir dessa idade. Os principais fatores fisiológicos em idosos que fazem com que eles tenham uma carência nutricional, segundo o Dr. Fernandes, são: alterações na percepção sensorial, na capacidade mastigatória, na composição e no fluxo salivar, na mucosa oral, na estrutura e
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COMO ESSAS VITAMINAS ATUAM NO ORGANISMO
VITAMINA D
VITAMINA C
VITAMINA B12
ÁCIDO FÓLICO
Relacionada com a absorção de cálcio, é indispensável para a boa qualidade dos ossos. Além disso, está relacionada com a saúde do coração, a proteção contra artrite reumatoide, a melhora da qualidade respiratória e a manutenção da massa muscular.
Estreitamente relacionada com a imunidade, ela ajuda na multiplicação dos fatores de defesa do nosso corpo, evitando a instalação de doenças em geral.
Essencial para a absorção de ferro, ela é coadjuvante na prevenção da anemia ferropriva e, com isso, ajuda a manter a disposição. Além disso, ajuda na formação de substâncias protetoras do coração, prevenindo doenças cardiovasculares.
Assim como a vitamina B12, o ácido fólico previne a anemia e ajuda na proteção da saúde do coração.
Fonte: nutricionista e mestre em Clínica Médica, Pérola Ribaldo
função do estômago e do intestino, alterações no pâncreas e no fígado. De acordo com os especialistas, essa carência pode causar doenças, como anemia, osteoporose, síndrome metabólica, xeroftalmia, danos cognitivos, hemorragias, depressão, entre outras. “Por exemplo, a carência de vitamina D e cálcio pode levar a uma diminuição da densidade óssea. Já a ausência de ferro e folatos pode gerar anemias. Deficiência grave de folatos e vitaminas do complexo B, principalmente, pode causar declínio cognitivo”, complementa a gerente médica da Bayer, Dra. Juliana Machado. A vitamina D está associada ao metabolismo ósseo, logo a reposição é indicada em pacientes com insuficiência da mesma e/ou utilizada em associação com cálcio no tratamento da osteoporose, detalha o geriatra Dr. Cechinel. Em relação aos minerais, aconselha-se a suplementação da dieta com 1 g de cálcio/dia mais exercício físico, sobretudo na mulher pós-menopáusica. A vitamina B12 cursa geralmente com quadros de anemias, podendo inclusive provocar déficit de 126
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memória. Por exemplo: alguns pacientes após cirurgia bariátrica começam a apresentar esquecimento. Essa é uma situação em que o paciente precisa ser avaliado para verificar se não está com deficiência de vitamina B12 no organismo. Se estiver, é indicada a reposição dessa vitamina por meio de injeções. Investigada, rotineiramente, também em pacientes anêmicos em conjunto com ácido fólico e perfil de ferro.
REPOSIÇÃO DOS NUTRIENTES As vitaminas e minerais antioxidantes ajudam a proteger as células dos danos causados pelos radicais livres. Esses micronutrientes são importantes para combater processos degenerativos. Os polivitamínicos, suplementos de cálcio, suplemento de vitamina D e Ômega 3 são os mais utilizados. Enquanto os polivitamínicos e Ômega 3 não têm contraindicação, a vitamina D deve ser usada com orientação médica ou nutricional, a fim de evitar excessos. O cálcio deve ser evitado por indivíduos com problemas de pedras renais, orienta a nutricionista e mestre em clínica médica, Pérola Ribaldo.
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CÁLCIO
ÔMEGA 3
O cálcio auxilia na reposição da massa óssea perdida e estudos já demonstraram que a suplementação aumenta a resistência dos ossos, reduzindo a incidência de fratura, independentemente do aumento da densidade dos ossos.
Como um potente antioxidante, ele ajuda na prevenção de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, reduz a incidência de uma série de tipos de câncer e melhora muito a capacidade cerebral. A falta de Ômega 3 aumenta em mais de 70% o risco do desenvolvimento das demências.
“As vitaminas também são importantes para o bom funcionamento do sistema de defesa do organismo/imunidade contra infecções. Agem ainda na manutenção da integridade do tecido epitelial, que é a primeira barreira do nosso corpo contra agentes invasores”, orienta o Dr. Fernandes, da Pfizer. A nutricionista Patrícia diz que as vitaminas são classificadas em dois grupos – as lipossolúveis e as hidrossolúveis. As lipossolúveis são absorvidas pelo intestino humano por meio da ação dos sais biliares segregados pelo fígado e são transportadas pelo sistema linfático para diferentes partes do corpo. As vitaminas lipossolúveis mais importantes para o homem são A, D, E, K. As vitaminas A e D são armazenadas, sobretudo, no fígado e a vitamina E, nos tecidos gordos e órgãos reprodutores. A capacidade de armazenamento de vitamina K é reduzida. As hidrossolúveis são absorvidas pelo intestino e transportadas pelo sistema circulatório para os tecidos onde são utilizadas. O grau de solubilidade é variável e tem influência no seu trajeto através do organismo.
AS CARÊNCIAS MAIS COMUNS NESSA FASE DA VIDA SÃO EM RELAÇÃO A VITAMINA D, CÁLCIO, MAGNÉSIO E VITAMINA B12. HÁ SITUAÇÕES EM QUE A ALIMENTAÇÃO É EQUILIBRADA, MAS O ORGANISMO NÃO CONSEGUE ABSORVER O QUE ESTÁ SENDO OFERECIDO Podem ser armazenadas em quantidade limitada e a sua excreção é por meio da urina. São vitaminas solúveis em água. As vitaminas hidrossolúveis mais importantes para o homem são B1, B2, B5, B6, B12, C, H, M e PP. Atualmente, de acordo com Patrícia, a mais importante é a vitamina D (pró-hormônio D). É produzida na pele pela ação dos raios ultravioleta e, após passar pelo fígado e rins, transforma-se em 1,25 vitamina D (hormônio D). Fundamental para todas as idades, tem ação de melhorar a concentração, memória, ajuda a evitar Parkinson e Alzheimer, age no sistema nervoso periférico, melhorando seu funcionamento, tonifica os músculos, fazendo o idoso apresentar a marcha mais equilibrada, com menos risco de quedas e fraturas, resultando em menos internação e morte. Também controla a imunidade (menos risco de infecção por vírus ou bactérias), diminuindo morte por pneumonia ou outras doenças ligadas à baixa imunidade. Uma vez associada ao cálcio, evita a perda óssea e evolução para osteoporose. Cada vez mais comum, pela falta do sol e uso do protetor solar, a vitamina D apresenta pouca resposta pela alimentação, por isso, deverá ser suplementada por preparações líquidas oleosas ou na forma de cápsulas ou comprimidos. 2014 OUTUBRO GUIA DA FARMÁCIA
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Cuidados com
a pele madura O AUMENTO DA EXPECTATIVA DE VIDA FAZ COM QUE A POPULAÇÃO SE PREOCUPE CADA VEZ MAIS COM A APARÊNCIA FÍSICA. FARMÁCIAS E DROGARIAS PRECISAM ESTAR ATENTAS ÀS NOVIDADES DO MERCADO PARA OFERECER AS MELHORES OPÇÕES AOS CLIENTES DA TERCEIRA IDADE
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P O R TA S S I A R O C H A
Hoje, a preocupação com a beleza não é só do público jovem, mas também daqueles que estão atingindo a maturidade e que, antes, não tinham acesso às categorias que contemplam
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todos os cuidados necessários para uma aparência impecável por mais tempo. A procura por itens que cuidam da estética e prometem juventude eterna está relacionada ao aumento FOTOS: SHUTTERSTOCK
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da expectativa de vida e às mudanças comportamentais da população. Os idosos se cuidam mais, não despendem seu tempo apenas aos afazeres domésticos. Eles possuem condições financeiras de comprar itens de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos.
Pele, cabelos e unhas estão entre as maiores preocupações porque também envelhecem e o resultado é mais aparente. Isso ocorre de forma natural, é o chamado envelhecimento intrínseco, fisiológico, que ocorre com todas as pessoas. Porém, existem fatores externos que contribuem para acelerar o enve-
CAUSAS E SOLUÇÕES A pele do idoso fica mais fina, flácida e ressecada. Vários fatores contribuem para isso. Pele seca: ocorre uma diminuição gradativa da secreção sebácea, que acontece, aproximadamente, a partir dos 50 anos nas mulheres. A pele do idoso possui apenas 20% a 40% da oleosidade natural em relação à pele madura. Assim, na maturidade, o consumidor precisa ter um cuidado redobrado com a pele seca, pois ela se apresenta com um aspecto descamativo, áspero e opaco e, às vezes, pode ser a causa de coceira. Aumento da fragilidade: pequenas manchas arroxeadas podem aparecer, principalmente na região dos braços. Isso ocorre por uma alteração da microcirculação da pele. Manchas solares: as áreas da pele que foram expostas à radiação ultravioleta são as que mais se alteram no longo prazo (pele da face, pescoço, antebraços, dorso e mãos). É possível notar uma grande diferença entre a pele que estava coberta pelas roupas e aquela que não estava. Assim, manchas acastanhadas e lesões ásperas podem ocorrer nas áreas mais acometidas. Os cuidados básicos que devem ser seguidos pelos consumidores são:
Evitar banhos quentes, demorados e o uso de buchas esfoliantes, pois isto contribui para acentuar o ressecamento da pele que já ocorre naturalmente nessa fase.
Evitar pequenas “batidinhas” dos braços nos locais de passagem, a fim de evitar que apareçam as manchas arroxeadas. Aplicar hidratantes no corpo todo, diariamente.
O uso do filtro solar deve ser incentivado desde a infância, com filtros adequados para a faixa etária, e seu uso deve persistir na idade madura. Ajuda no tratamento das manchas causadas pelo sol e também auxilia na prevenção do câncer de pele.
Nas áreas com maior ressecamento, preferir hidratantes mais espessos e aumentar o número de aplicações.
Fonte: gerente médica de Bepantol® Derma, Dra. Andrea Rosato
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lhecimento intrínseco e natural. “Esses fatores são muito conhecidos da população: o sol e o tabagismo (fumo) são os mais importantes. Assim, uma pessoa que tomou muito sol de maneira inadequada no passado pode ter seu envelhecimento cutâneo acelerado”, afirma a gerente médica de Bepantol® Derma, Dra. Andrea Rosato. As mulheres das classes A e AB são responsáveis pelo maior consumo de produtos anti-idade para a pele do rosto. Conforme dados da Mintel (empresa de pesquisa de mercado), apenas 15% da população utiliza esse tipo de produto, no entanto, eles estão ganhando espaço no mercado. Mulheres de 55 anos ou mais fazem uso de cosméticos que atuam nas linhas finas ou rugas de expressão, mas já existe uma penetração nas jovens de 16 a 24 anos. De acordo com a coordenadora de formação da Divisão de Cosmética Ativa da L’Oréal, Raquel Trovo, com o passar dos anos, a pele perde a elasticidade e a luminosidade, o que faz com que apareçam as temidas rugas e flacidez. “A pele madura tende a ser mais fina e consequentemente mais frágil. Com o passar do tempo, o organismo retém menos água, gerando um ressecamento maior. Assim, a aplicação de produtos que proporcionem ainda mais hidratação e os protejam da agressão de fatores externos se faz necessária“, afirma.
PREVENIR É A SOLUÇÃO O envelhecimento cronológico é marcado pelo tratamento que os indivíduos dão à sua pele ao longo dos anos de vida. A derme torna-se mais áspera e seca, sensível, ocorrem sinais de inflamação, manchas, rugas de expressão e rugas profundas por ocasião da idade. “As principais alterações visíveis e atividades comprometidas e diminuídas são: renovação celular, resposta a trauma, função barreira, percepção sensorial, proteção mecânica, responsividade imune, responsividade vascular, termorregulação, produção de suor, de sebo e de vitamina D. As doenças de pele mais comuns são as dermatoses, rosácea, elastose solar e melasmas”, afirma a mestre em Cosmetologia pela Universidade de São Paulo (USP), especialista em tendências cosméticas internacionais e diretora técnica da Biodiversité, Joyce Quenca. Ela informa que o ideal é que as pessoas tratem da pele a partir dos 20 anos de idade para envelhecer de forma saudável, aplicando filtro solar dia132
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riamente e creme antienvelhecimento com antioxidantes antes de dormir.
CUIDADOS ROTINEIROS Considerando as alterações que a derme pode sofrer ao longo dos anos, a principal maneira de prevenir o envelhecimento precoce e manchas na pele é se apropriar de um bom protetor solar, desde cedo. “A utilização diária de fotoprotetores ainda é a melhor maneira de nos protegermos do sol no dia a dia. Hoje, os laboratórios cosméticos oferecem uma infinidade de texturas, inclusive com diferentes tons, que se adaptam a todos os tipos de pele e ainda podem auxiliar no tratamento de imperfeições, como excesso de brilho e tratamento antienvelhecimento”, explica Raquel, da L’Oréal. Quanto ao ressecamento, o consumidor pode aplicar um hidratante à base de ureia para evitar a evolução de uma pele ressecada que facilita o surgimento de possíveis infecções cutâneas ou outros problemas. “O ressecamento causa grande desconforto aos idosos, principalmente quando há coceira, que, com a pele fina e frágil, pode provocar pequenas lesões”, diz a executiva.
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Aparência renovada EM UMA SOCIEDADE QUE VALORIZA MUITO A BELEZA E, PRINCIPALMENTE, A JUVENTUDE, FIOS BRANCOS PODEM TRANSMITIR SINAIS DE ENVELHECIMENTO. EMPRESAS INVESTEM EM PRODUTOS ANTI-IDADE PARA AS MADEIXAS
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P O R V I V I A N L O U R ENÇ O
A vaidade é uma constante no ser humano, principalmente no mundo contemporâneo. Com tantos padrões de beleza surgindo, o consumidor vai sempre em busca daquilo que lhe trará um conforto maior ao se olhar. Qualquer parte do corpo que esteja desalinhada com essa concepção pode trazer desconforto e insatisfação. A indústria da beleza percebeu essa preocupação e traz sempre novidades para conquistar o shopper, fazendo com que ele se sinta melhor e mais confiante. Os cabelos são a grande preocupação, não só das mulheres, mas dos homens também. Basta prestar atenção na diversidade de produtos para cuidar dos fios que existem disponíveis no mercado, sobretudo no que diz respeito à coloração. Cabelos brancos revelam a idade mais avançada e deixam as pessoas com um aspecto mais envelhecido do que o normal. 134
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A PRINCIPAL RAZÃO PARA COLORIR O CABELO É A DE COBRIR OS FIOS BRANCOS. NORMALMENTE QUANDO A MULHER ATINGE 20% DO CABELO NESSA SITUAÇÃO, COMEÇA A FAZER O USO DE TINTURAS A marca Koleston encomendou uma pesquisa ao Instituto QualiBest sobre os hábitos das brasileiras nesse quesito. Ao todo, foram realizadas 819 entrevistas. A maioria delas afirmou colorir os cabelos (62%). E quando perguntadas sobre a relevância da cor, 86% veem mais importância em ter a cor dos cabelos em dia do que o corpo em forma (78%), ou mesmo o look da moda (49%). Mais da metade (59%) ainda afirmou que se sente descuidada antes de retocar a cor dos cabelos e 76% declararam que as outras pessoas notam sempre, ou quase sempre, a diferença quando elas colorem os fios. Noventa e cinco por cento das entrevistadas desejariam que sua coloração pudesse trazer um item adicional para reativar a cor dos cabelos no período entre uma coloração e outra. Essa importância é traduzida pelas empresas do setor, que afirmam que a representatividade da categoria é grande, sendo um segmento em alta no mercado brasileiro, com participação de 23%, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec).
TENDÊNCIA PROMISSORA Para auxiliar contra o envelhecimento dos fios, algumas empresas lançaram produtos que combatem esses efeitos indesejáveis nos cabelos. A Pantene aposta na linha Pantene AgeDefy, formulada especialmente para combater os sinais intrínsecos e extrínsecos do envelhecimento dos fios, incluindo quebra, secura, pontas duplas, cor desbotada, aparência frágil e danos, proporcionando cabelos com aparência mais jovem. Os produtos são recomendados para mulheres que estejam enfrentando problemas de cabelos finos em função da perda de volume e da diminuição do diâmetro dos fios. O sistema de xampu e condicionador, com sua combinação única de aminoácidos, vitaminas e niacinamida, é absorvido instantaneamente pelos fios, proporcionando diversos benefícios aos cabelos, rejuvenescendo-os como se fossem 10 anos mais jovens: hidratação, proteção antiqueda, proteção contra danos, maleabilidade e movimento, brilho intenso, pontas perfeitas e sedosidade. O grande diferencial é o tratamento que ajuda a recuperar a espessura original do cabelo, aumentando seu diâmetro e fazendo com que a usuária aparente ter até mais de 6.500 fios.
OS TEMÍVEIS FIOS BRANCOS Além de mudar constantemente a cor dos cabelos, uma preocupação constante do shopper é com o aparecimento dos fios brancos. De acordo com o dermatologista e coordenador do Departamento de Cabelos e Unhas da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Dr. Francisco Le Voci, a idade para o aparecimento dos cabelos brancos varia muito, pois há um componente genético que pode fazer com que as pessoas abaixo dos 30 anos já comecem a ter alteração na cor dos cabelos. A média, porém é a partir dos 35. O surgimento dos fios brancos está mais relacionado com fatores genéticos ou externos, como um trauma ou depressão.
Além disso, as pessoas com os cabelos mais escuros têm mais tendência a ter fios brancos do que as pessoas com fios claros, isso devido à melanina. Apesar de as mulheres sempre serem as mais preocupadas com a descoloração das madeixas, a alteração da cor é igual em homens e mulheres. “Creio que vivemos hoje em uma sociedade que valoriza muito a beleza e principalmente a juventude. Os cabelos brancos podem transmitir sinais de envelhecimento, algo que incomoda muito as pessoas”, completa Dr. Le Voci. Muitas vezes, os fios brancos estão relacionados com o processo de envelhecimento e, por isso, podem ser vistos como indesejados, acrescenta a gerente de marketing da Wella, Laura Vicentini. Entre as mulheres mais velhas, a principal razão para colorir o cabelo é a de cobrir os fios brancos. Ainda observa-se que o desejo para cobri-los acontece entre todas as idades, de acordo com a presença e a aparição dos primeiros fios brancos. Normalmente quando a 2014 OUTUBRO GUIA DA FARMÁCIA
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ORIENTE AS CONSUMIDORAS SOBRE A CORRETA APLICAÇÃO DE TINTURAS E COLORAÇÕES • Antes de começar, colocar as luvas. • Cortar a ponta da emulsão reveladora e desenroscar a tampa. • Colocar todo o conteúdo do tubo dentro do frasco aplicador da emulsão reveladora e fechar bem a tampa do frasco aplicador. • Colocar o dedo com a luva sobre a ponta da tampa do frasco aplicador. Agitar o conteúdo do frasco até que a mistura esteja completamente homogênea e espessa. • Utilizar a mistura imediatamente. • É ideal aplicar em todo o cabelo, se é a primeira vez que vai colorir os cabelos ou se está há 3 meses ou mais sem colori-los. • Aplicar a mistura por mechas e distribuir por todo o cabelo. • Aplicar todo o conteúdo do frasco. • Para obter um melhor resultado, deixar a mistura nos cabelos por 40 minutos ou pelo tempo indicado no resultado do teste de mechas. • Se possuir cabelos brancos resistentes, começar a aplicação por eles. • Retoque de raiz: separar os cabelos com a ponta do frasco aplicador e aplicar ¾ da mistura nas raízes. Deixar por 30 minutos. Distribuir o restante da coloração por todo o cabelo e deixar agir por mais 10 minutos. • Depois do tempo de ação, enxaguar os cabelos com uma pequena quantidade de água fria, massageando suavemente até que forme espuma. Em seguida, enxaguar abundantemente com água até que ela saia limpa. Fonte: gerente de marketing da Wella, Laura Vicentini
mulher atinge 20% do cabelo nessa situação, com certeza, ela começará a fazer o uso de tinturas e colorações. As mulheres também se importam com o resultado final da coloração. “Primeiramente, é preciso ouvir bem o desejo de mudança. Muitas consumidoras querem mudar, mas não sabem como, nem para quê. Então, trocar ideias é o primeiro caminho para se ter uma boa orientação”, detalha o diretor de marketing da Bonyplus – detentora da marca BEAUTYCOLOR, Amaury Daguano. Depois, é preciso levar em consideração as características pessoais, como cor da pele, corte e tipo de cabelo e 136
até a região do Brasil. Por fim, é preciso combinar tudo isso com as tendências da moda. Além disso, a coloração deve cobrir 100% dos fios brancos perfeitamente com uma durabilidade mínima desejada pelas consumidoras.
COMO AS TINTURAS AGEM As tinturas tingem temporariamente os fios brancos, como se pintassem estes fios, algo que é temporário. Existem produtos para a aplicação caseira, e que devem ser utilizados com o rigor necessário para trazer os resultados desejáveis. A aplicação do produto vai depender da variação genética de cada pessoa, mas, em média, deve ser reaplicado de 2 a 4 semanas, orienta o dermatologista. Colorações permanentes e tonalizantes seguem um mesmo princípio, como explica Laura, da Wella: um alcalinizante médio preenche o corpo do cabelo, abrindo a cutícula, deixando as moléculas de cores e o agente oxidante penetrarem e mudarem a cor dos fios. “A coloração permanente, como Koleston, penetra completamente no corpo do cabelo, sendo o mais indicado para cobertura total dos fios, transformações de cor ou clareamento significativo.” Para fazer a manutenção da cor, o Dr. Le Voci recomenda que a consumidora utilize sempre xampus específicos para cada tipo de cabelos, hidratantes com nutritivos e condicionadores estão entre os produtos que protegem e mantêm os fios saudáveis. “Produtos adequados e de boa qualidade auxiliam na manutenção das camadas dos fios dos cabelos, higienizando adequadamente e mantendo a integridade da anatomia, o que os mantêm saudáveis e com mínimas alterações ao longo do tempo”, diz o dermatologista da SBD. As fórmulas das colorações e tinturas, existentes atualmente no mercado, em sua maioria, são resistentes à água e penetram profundamente na fibra capilar, fazendo com que o pigmento fique 100% retido no fio, assegurando intensidade e duração da cor por até 6 semanas, finaliza a executiva da Wella.
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Abordagem cuidadosa ATUALMENTE, A INCONTINÊNCIA URINÁRIA AFETA APROXIMADAMENTE 10 MILHÕES DE PESSOAS NO BRASIL. O PONTO DE VENDA PRECISA ESTAR PREPARADO PARA OFERECER ESSA CATEGORIA E PRESTAR ATENDIMENTO DE QUALIDADE
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POR TASSIA R OCHA
Para melhorar a prestação de serviços no ponto de venda (PDV), é preciso ter uma combinação de ferramentas que podem facilitar a escolha do produto certo. Manter uma equipe de profissionais capacitados, entender as informações descritas nas embalagens e dispor de materiais de apoio são algumas das ações que têm como objetivo auxiliar o processo de aceitação do produto por parte do consumidor.
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O fenômeno do envelhecimento da população brasileira é um dos principais motivos que alavancam a representatividade da categoria de fralda adulta. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2030, aproximadamente 41 milhões de brasileiros terão mais de 60 anos, idade em que alguns problemas fisiológicos começam a aparecer, como a incontinência urinária. O problema afeta, na maioria dos casos, 2 em cada 10 pessoas com mais de 50 anos, sendo que a FOTOS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO
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incidência é duas vezes maior em mulheres. É uma estimativa da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), de que existam no Brasil, 10 milhões de acometidos. De acordo com diretor de marketing da marca Tena (SCA) no Brasil, Agustín Londono, a incontinência urinária pode ser uma consequência de doenças primárias, as mais comuns são: quadros neurodegenerativos, como Alzheimer, Parkinson e Esclerose Múltipla, infecções urinárias, diabetes, entre outras. Além disso, fatores relacionados a mudanças hormonais podem estar associados ao surgimento da incontinência em mulheres, como na gravidez e na menopausa. “Para os homens, o problema pode estar diretamente relacionado com mudanças na próstata que incluem pós-operatórios. Pessoas com lesões medulares também podem apresentar escapes involuntários de urina. Alguns casos de incontinência são permanentes, mas outros podem ter cura, por isso é importante sempre consultar um médico”, afirma. Londono explica que a incontinência vai desde um pequeno e esporádico gotejamento de urina até o vazamento involuntário total da bexiga. Os absorventes desenvolvidos para incontinência, por exemplo, são indicados principalmente para casos leves, são do tamanho de um absorvente menstrual, mas têm tecnologia específica para absorver líquidos rapidamente e em maior quantidade, além de controlar o odor da urina. “Os produtos tipo roupa íntima têm maior poder de absorção e são especialmente recomendados para pessoas com incontinência forte que levam vidas ativas, por serem práticos, seguros e mais discretos que os modelos tipo fralda”, completa. As fraldas também são voltadas para incontinência forte e garantem maior praticidade para pessoas com pouca ou nenhuma mobilidade, além de facilitarem a troca, têm grande capacidade de absorção para reter vazamentos totais da bexiga.
ACESSÍVEL AO BOLSO DO CONSUMIDOR Todas as pessoas que necessitam, por algum motivo, usar esse tipo de produto, procuram por qualidade e segurança. Afinal, o objetivo é oferecer à população uma vida normal, mesmo com o uso de fraldas. Mas por ser um produto, muitas vezes, de uso contínuo, é importante que seja acessível. É necessário também que o consumidor saiba avaliar 140
OS PROFISSIONAIS DEVEM ESCUTAR O CLIENTE PARA ENTENDER A REALIDADE DO PROBLEMA ANTES DE FAZER QUALQUER SUGESTÃO. DEPOIS DISSO, DEVEM GUIAR O COMPRADOR RECOMENDANDO O TIPO DE PRODUTO IDEAL PARA CADA NECESSIDADE o custo-benefício geral dos itens disponíveis no mercado, considerando variáveis, como a saúde da pele, a segurança quanto a vazamentos e a necessidade de trocas ao longo do dia. Outro aspecto que pode ter impacto, é o uso do produto adequado para cada necessidade. Sempre oriente ao shopper que um paciente que tem escapes pequenos de urina não precisa usar o modelo fralda, ele pode optar por um absorvente específico para incontinência urinária. Detalhes aparentemente pequenos podem significar uma boa economia para o consumidor e, assim, fidelizar o cliente que confia nas orientações e dicas do profissional de farmácia. Segundo a diretora de marketing da Bigfral, Jurema Aguiar Araújo, o segmento de fraldas geriátricas continua crescendo em números absolutos em volume e valor por ser uma solução que oferece maior segurança, performance e a melhor relação custo-benefício para o uso contínuo, direcionado para pessoas com incontinência moderada à severa. Já as roupas íntimas descartáveis têm um custo em média 54% acima das fraldas, o que as torna pouco acessíveis à maior parte da população, sendo um produto de uso eventual por pessoas com incontinência moderada. E por fim, o absorvente para incontinência, desenvolvido para pessoas com incontinência leve à moderada. É muito importante que o consumidor saiba que existem diferentes tipos de produtos para cada necessidade de incontinência e que cada um deles foi desenvolvido a fim de melhorar a qualidade de
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ORIENTAÇÃO NO PDV A incontinência urinária pode acontecer em qualquer idade e, muitas vezes, o consumidor não está preparado para comprar produtos com essa finalidade. O shopper pode ser o próprio consumidor, um familiar ou o cuidador do idoso, é preciso identificar e oferecer as orientações necessárias. O maior desafio para o cliente é vencer o constrangimento, tanto na compra da fralda quanto no seu uso, o profissional de farmácia precisa ajudar a vencer esta barreira. Por se tratar de um produto que lida indiretamente com uma limitação física, e impacta diretamente no estado emocional dos usuários, a discrição e o profissionalismo são fundamentais. Além disso, a abordagem dos profissionais deve combinar segurança e conhecimento sobre o produto para passar a informação mais adequada ao consumidor, qual o produto mais indicado para seu caso, entre outros detalhes. Fonte: gerente da marca Plenitud (Kimberly-Clark), Carolina Gormezano
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vida das pessoas, para então poder avaliar qual produto se adapta melhor à sua necessidade. “Os profissionais devem escutar o cliente para entender a realidade do problema antes de fazer qualquer sugestão. O tipo de incontinência, volume de urina, atividades cotidianas da pessoa, ambientes que ela frequenta, etc. Depois disso, devem guiar o comprador recomendando o tipo de produto ideal para cada necessidade”, orienta Agustín Londono, da Tena. Ele informa que os produtos para incontinência urinária precisam ter algumas características fundamentais: devem absorver a urina no menor tempo possível, evitando vazamentos, manter a pele sempre seca e evitar possíveis assaduras. Além disso, devem ter um formato que facilite o processo de colocação, principalmente no caso de pessoas que precisam de ajuda. Outras questões importantes são o controle do odor da urina e que o produto seja discreto.
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ATENDIMENTO
Como lidar com o cliente insatisfeito
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MUITAS DÚVIDAS SURGEM NESSE MOMENTO TÃO DELICADO E QUALQUER ERRO PODE PIORAR AINDA MAIS A SITUAÇÃO
MEIRY KAMIA Palestrante, psicóloga, mestre em Administração de Empresas, consultora organizacional. Diretora da Meiry Kamia – Consultoria, Treinamento e Desenvolvimento de Pessoas (www.meirykamia.com) 144
Nem tudo são flores quando o assunto é relacionamento com o cliente. Sempre haverá o risco de ter de lidar com a insatisfação e o nervosismo. Por mais temido que seja esse momento, a crítica ou reclamação de um cliente não pode ser vista como algo negativo. Pelo contrário, se alguém se dá ao trabalho de reclamar, é porque tem a esperança de poder solucionar a questão, melhorar o atendimento e continuar comprando no estabelecimento. É uma tentativa de reestabelecer a ligação de confiança. Se ele for atendido em suas necessidades, é muito provável que continue sendo cliente. Conheça aqui algumas dicas de como agir em momentos constrangedores: • OUÇA: cliente insatisfeito deseja ser ouvido. Portanto, leve-o a sério, olhe-o nos olhos, não ria, não rebata e ouça sem interrompê-lo. Isso, por si só, já o acalmará. É preciso deixá-lo descarregar a sua raiva e insatisfação, pois só assim ele conseguirá colaborar com o restante do processo. • CRIE EMPATIA: enquanto seu cliente fala, procure dar sinais de que está compreendendo o porquê dele estar nervoso. Utilize expressões, como “entendo como se sente, senhor”, “compreendo, senhor”, etc. • MANTENHA A CALMA: algumas pessoas podem realmente nos tirar do
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sério. Pode acontecer de algum cliente ser muito agressivo com as palavras e despertar a sua raiva. Se isso acontecer, mantenha a calma para que sua parte racional trabalhe. Respire fundo e lembre-se de que a raiva é do cliente e não sua. Não permita que o lado emocional tome conta, porque se isso acontecer, você pode acabar fazendo parte do problema e não da solução. • RECAPITULE: repita os pontos principais da reclamação para certificar o cliente de que você compreendeu toda a questão. • PEÇA DESCULPAS: o reconhecimento do erro é o que o cliente espera. Diga a ele que sente muito pelo transtorno e prometa que o mesmo problema não se repetirá. • AJA IMEDIATAMENTE: o cliente não quer esperar uma semana para ter algum posicionamento. Mesmo que você saiba que o problema não pode ser resolvido imediatamente, inicie uma ação naquele momento, por exemplo, ligando para alguém, ou já iniciando o processo de resolução do problema. Mantenha-o informado sobre o processo. Isso mostrará a ele que você está fazendo algo para solucionar o problema. • DIGA O QUE PODE SER FEITO: evite dizer o que ‘‘não pode ser feito’’; se o cliente for insistente, seja firme, repetindo o que você pode fazer por ele. FOTO: DIVULGAÇÃO
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ESTRESSE
O mal do mundo moderno O ESTRESSE ESTÁ RELACIONADO A SITUAÇÕES QUE VÃO DESDE O TRÂNSITO DAS GRANDES CIDADES ATÉ RELACIONAMENTOS PESSOAIS. O FATO É QUE O BRASILEIRO ANDA ESTRESSADO DEMAIS, O QUE PODE LEVAR A QUADROS NEUROLÓGICOS MAIS COMPLICADOS E ATÉ AO APARECIMENTO DE DOENÇAS
A
POR ADRIANA BRUNO
A grande maioria dos brasileiros acorda atrasada ou em cima da hora quase todos os dias; sai de casa sem tomar café da manhã; faz a maquiagem ou ajeita a gravata no carro, enquanto está parado no trânsito; vive correndo contra o tempo; não consegue esperar cinco minutos para receber uma informação ou mesmo para sentar-se à mesa do restaurante e almoçar sem atender a uma ligação no celular; e para completar, está sempre reclamando que não tem tempo para nada; é hora de “puxar o freio de mão” e repensar a vida. “Há uma grande probabilidade de que esse tipo de pessoa esteja sofrendo da chamada síndrome da pressa e isso não é um bom sinal. A pessoa que vive acelerada estimula mais descarga de adrenalina do que realmente necessitaria. Isso faz com que o organismo vá se desgastando e tornando-se mais vulnerável às doenças”, alerta a psicó-
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loga do Centro Psicológico de Controle do Stress (CPCS), Dra. Eliana Torrezan Silva. E esse é o primeiro passo para o desenvolvimento de um quadro de estresse. Poluição, violência urbana, trânsito, clima, filas, lugares cheios, relações de trabalho e sociais, entre outros, são alguns dos fatores que levam a situações de estresse. De acordo com pesquisadores da Harvard Medical School (EUA), entre 60% a 90% de todas as consultas médicas no mundo são devidas às doenças ligadas ao estresse. A informação é do psicólogo clínico e coordenador do Programa de Avaliação do Estresse do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, Armando Ribeiro. Ainda segundo Ribeiro, no Brasil, a prevalência do estresse na população economicamente ativa varia entre 32% e 70%. “O estresse é uma reação psicofisiológica natural frente ao esforço de adaptação das adversidades. É um problema que afeta a todos, mas pode ter fontes ambientais, sociais ou até mesmo ser resultado de doenças. No Brasil, cerca FOTOS: SHUTTERSTOCK
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ESPECIAL SAÚDE
ESTRESSE
de 60% da população adulta lida com o estresse, sendo que mulheres têm cerca de duas vezes mais chances de apresentar quadros de estresse e as crianças também são vulneráveis, principalmente quando são criadas por famílias estressadas. É um círculo vicioso, crianças aprendem a lidar com o estresse por meio dos modelos familiares”, diz Ribeiro. A forma e o ambiente em que a criança é educada estão relacionados ao modo como ela, quando adulta, irá lidar com situações de estresse. “Quando a criança consegue lidar bem com seu meio ambiente; quando este não lhe impõe a necessidade de exibir uma resistência acima de sua capacidade – ainda limitada; quando a ansiedade gerada pela vida não está além de sua capacidade de lidar com ela e a criança consegue se adaptar às tensões, ela cresce para ser um adulto mais competente no manejo do estresse. Quando, no entanto, as circunstâncias da vida são exageradamente estressantes e não permitem uma adaptação saudável, reações ao estresse inadequadas são aprendidas, a pessoa terá na idade adulta a tendência de emitir estas respostas inapropriadas nas horas de tensão. Sendo elas respostas inadequadas, frequentemente são ineficientes na resolução das dificuldades e, deste modo, tornam-se fontes internas de estresse e acrescentam sua própria contribuição para que um nível ainda maior de estresse seja gerado”, diz a diretora do Instituto de Psicologia e Controle do Stress (IPCS), Dra. Marilda Lipp.
FATORES AMBIENTAIS Com o estilo e o ritmo de vida que se leva, pode-se concluir que viver é estressante. Mas é importante ressaltar que o estresse não é uma doença e sim uma reação, uma resposta do organismo frente a situações que deixem a pessoa irritada, confusa, amedrontada e até mesmo feliz. “Essa reação tem componentes físicos, mentais, emocionais e químicos, ou seja, quando a pessoa está sob estresse, há uma quebra da homeostase interna”, explica Eliana. Para a presidente da Associação Brasileira de Stress (ABS) e psicóloga do IPCS, Aretusa dos Passos Baechtold, o estresse pode ser originado de fontes estressoras internas e externas. “As externas independem do modo de funcionamento do sujeito e podem estar relacionadas a uma mudança de emprego, acidentes ou qualquer outro evento que ocorra fora do corpo e da mente da pessoa. Os estressores internos são desencadeados pelo próprio sujeito, devido ao seu estilo de ser, seus aspectos pessoais, como timidez, ansiedade, dificuldades em expressar-se, entre outros”, explica. 148
Aretusa relata ainda que, em 2013, o IPCS realizou uma pesquisa on-line com 2.195 pessoas, de várias regiões do Brasil, com idade entre 18 e 75 anos, sendo 26% homens e 74% mulheres, a qual apontou que mais de um terço dos entrevistados acreditam estar mais estressados nos últimos tempos e também que 52% já tiveram ou têm diagnóstico de estresse. “Também apuramos que 34% sentiam que o nível de estresse estava extremo no momento da pesquisa e 37% relataram que o nível de estresse era maior que no ano anterior. Lembramos que o estresse não causa doença, mas a quebra no equilíbrio do organismo, em especial no sistema imunológico, provocada pela reação de estresse, pode facilitar o surgimento de algumas doenças ou acelerar o curso de outras. Em especial doenças autoimunes, como gripes, resfriados, herpes, entre outras, além das relacionadas aos hábitos de vida, como hipertensão, diabetes, gastrite, ansiedade e depressão”, comenta Aretusa. Classicamente, os níveis de estresse são definidos em: alerta, resistência, quase exaustão e exaustão. De acordo com a psicóloga do Hospital Israelita Albert Einstein, Ana Lúcia Martins da Silva, na fase de alerta, a pessoa sente desconfortos, como pés e mãos frios, taquicardia, característicos de reação de luta e fuga. Na fase de resistência, a pessoa já se acostumou com os sintomas e deixa de se preocupar.
O QUE MAIS ESTRESSA O BRASILEIRO Relacionamentos
Problemas financeiros
Sobrecarga de trabalho
17% 16% 13%
Trabalho
Maneira de pensar
18%
8%
Fonte: pesquisa on-line realizada pelo Instituto de Psicologia e Controle do Stress (IPCS), em 2013, com 2.195 participantes em várias regiões do Brasil
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ESTRESSE
FARMACÊUTICO DEVE SEGUIR SEMPRE A ÉTICA E A MORAL AO LIDAR COM O PACIENTE QUE BUSCA ALGUM TIPO DE ORIENTAÇÃO, ESPECIALMENTE QUANDO A QUEIXA ESTIVER RELACIONADA AO SISTEMA NERVOSO CENTRAL, POIS DEPENDE DE UMA VARIAÇÃO MAIOR DE FATORES “Na fase de quase exaustão, a pessoa sente-se sobrecarregada e na fase de exaustão, já adoeceu. Existem escalas padronizadas para a avaliação de estresse para a população brasileira que considera tanto aspectos físicos quanto psicológicos e comportamentais, mas o profissional de saúde treinado pode identificá-lo pelo exame clínico e entrevista”, avalia. Ainda segundo a especialista, mais do que os fatores ambientais, é a percepção pessoal em relação aos fatores estressores que configuram o problema. “O estresse enquanto desafio para encontrarmos soluções aos problemas ou nos protegermos de perigos é natural e essencial à vida. O que pode levar a pessoa a adoecer é o sofrimento causado por estressores crônico para os quais a pessoa não encontra uma saída e com os quais se habitua a conviver. O estresse agudo advindo de situações graves pode levar a um transtorno de estresse pós-traumático que, diferente do estresse crônico, pode ser incapacitante. É importante valorizar os problemas e desconfortos e buscar uma forma saudável e funcional de enfrentá-los e solucioná-los”, orienta. Entre os sintomas mais comuns para quem está vivendo um quadro de estresse estão: ansiedade, preocupação excessiva, mau humor, pessimismo, tristeza, irritabilidade, fadiga, tensão e dores musculares, dor de cabeça, insônia, problemas dermatológicos, dificuldade de concentração, falta de memória, alterações gastrointestinais, entre outros.
ESTRESSE NO AMBIENTE DE TRABALHO Nas empresas, um funcionário pode apresentar falta de concentração, desânimo, tristeza, apatia, irritação, tensão muscular e queda no desempenho profissional. Esse quadro é ruim, não somente à pessoa que está 150
sofrendo os efeitos do estresse, mas também para a equipe de trabalho e a organização como um todo, como afirma Eliana. “Muitas vezes, o funcionário pode estar em um cargo em que não se adapta, pode estar insatisfeito com o salário, pode ter dificuldades em lidar com a chefia. É necessário identificar se o estresse advém do meio externo ou do interno. Será que é a empresa que estressa o funcionário, ou ele próprio que cria o estresse. Atualmente, observa-se uma grande concorrência no mercado de trabalho, isto pode ser algo ameaçador para alguém que se encontra empregado, caso comece a pensar: ‘ah! será que vou ser demitido, pois pode aparecer alguém mais capacitado’, ‘parece que a diretoria quer inovar’. Mas se o funcionário reconhece que, realmente, pode perder o emprego, mas que tentará se esforçar para mantê-lo, com atitudes positivas, como, por exemplo, procurando esclarecer as dúvidas, conversando com as pessoas com as quais tem dificuldade no trabalho, aprofundando seus conhecimentos, atualizando-se, então ele, provavelmente, lidará melhor com o agente estressor ‘a possibilidade de perder seu cargo’. E talvez consiga manter-se no cargo e até melhorar seu desempenho”, diz. Ainda segundo Eliana, as empresas têm se preocupado em criar programas de qualidade de vida, para administrar o estresse, combater o tabagismo, obter controle da pressão arterial, entre outros problemas. “O empresário, chefe, supervisor pode desenvolver programas de gerenciamento de estresse por intermédio de palestras informativas, para que os funcionários tenham conhecimento do que é estresse e quais seus efeitos; pode formar multiplicadores de ‘combate ao estresse’, os multiplicadores podem estar inseridos em departamentos, setores de uma empresa e assim podem realizar um trabalho de identificação do estresse e o que a empresa pode oferecer para ajudar a gerenciar o estresse. Muitas vezes, oferecer tratamento especializado para aqueles que estão sofrendo os efeitos do estresse elevado”, indica.
PREVENÇÃO, TRATAMENTO E QUALIDADE DE VIDA Uma das formas mais eficazes para combater e reduzir as tensões do dia a dia que podem levar a quadros de estresse é a prática regular de atividade física. Segundo Aretusa, presidente da ABS, pesquisas indicam que o exercício físico, mantido sem interrupção por 30 minutos, é capaz de levar nosso corpo a produzir uma substância chamada beta-endorfina que dá uma sensação de conforto, prazer, alegria e bem-estar. Além disso, a beta-endor-
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ESTRESSE
fina anestesia o organismo, fazendo as dores desaparecerem no momento. “Um dos resultados de se utilizar técnicas de manejo do estresse, entre elas o exercício físico, é a melhora que se obtém em nossa qualidade de vida. A saúde melhora, nos sentimos de bem com o mundo e, consequentemente, a vida social e afetiva também melhoram. Além disso, até a qualidade de vida na área profissional melhora, pois a pessoa fica menos tensa e mais aberta para os desafios do trabalho”, comenta. Quando apenas as mudanças de hábito não são suficientes, é preciso discutir, com o profissional adequado, outras formas de tratamento. Para Ana Lúcia,
do Einstein, a psicoterapia deve ser considerada a fim de auxiliar na reflexão sobre os problemas e na busca coerente de soluções. “Quando o estresse já exacerbou doenças físicas ou desencadeou transtornos de humor, a ajuda médica é necessária e o uso de medicamentos pode ser necessário para tratar doenças associadas, mas não existem medicamentos para tratar o estresse, pois ele é um fenômeno comportamental”, diz. Ainda segundo a psicóloga, os medicamentos podem ajudar a tratar as doenças desencadeadas ou auxiliar a pessoa a adquirir uma condição física e psíquica mais fortalecida para enfrentar os problemas e encontrar soluções.
O JEITO DE CADA UM PARA SE LIVRAR DO ESTRESSE fumam fazem uso de drogas ingerem bebidas alcoólicas
16% utilizam medicamentos
3
%
conversam com amigos ou familiares
70%
22% 25%
procuram um médico vão ao salão de beleza
8
%
fazem atividade física
32%
63%
38% fazem compras
59%
42% procuram um psicólogo
lêem revistas e livros
53% comem
Fonte: pesquisa on-line realizada pelo Instituto de Psicologia e Controle do Stress (IPCS), em 2013, com 2.195 participantes em várias regiões do Brasil
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ESTRESSE
NÍVEL DE ESTRESSE POR OCUPAÇÃO
70%
Juízes do Trabalho
Bancário
65
Policiais Militares
65%
%
62%
Jornalistas (mídia escrita diária)
50%
Atletas juvenis (tênis e basquete)
45%
Atletas (futebol)
40%
Executivos
Atletas juvenis (natação)
Professores
37% 35%
Psicólogos clínicos: sem estresse significativo Fonte: dissertações de mestrado e pesquisas orientadas pela presidente do Centro Psicológico de Controle de Stress, Dra. Marilda Novaes Lipp
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“O perigo é utilizar medicações, principalmente os analgésicos e psicotrópicos, para suportar o sofrimento sem resolvê-lo”, alerta. Entre todas as formas de tratamento, é fundamental descobrir a causa do problema e desenvolver estratégias de enfrentamento para lidar não só com o episódio presente, mas também com futuras ameaças de estresse excessivo. “A medicação pode, sim, ajudar a pessoa a se recuperar no momento, porém não a protege de futuras dificuldades. Quem teve uma forte crise de estresse possui uma grande probabilidade de reincidência, a não ser que aprenda a: (1) entender o que o estressou, (2) reconhecer os sintomas, (3) identificar seus limites de resistência e (4) lidar com as causas”, finaliza Aretusa.
NO BALCÃO DA FARMÁCIA Ao surgirem alguns dos sintomas já relacionados nesta matéria, muitas pessoas vão à farmácia em busca de medicamentos sintéticos e fitoterápicos que possam ajudar a reduzir ou eliminar o problema. Como agir em uma situação assim? Para o presidente do Conselho Regional de Farmácia do Rio de Janeiro (CRF-RJ), Marcus Athila, o estresse é algo que somente profissionais especializados, como psiquiatras, neurologistas e clínicos gerais, podem fazer a avaliação do estado de saúde do paciente de uma forma mais correta. “Pode ser consequência de um desequilíbrio hormonal, então, talvez seja necessário realizar uma bateria de exames para o diagnóstico correto. Apenas um médico pode fazer isso. Portanto, em um caso desses, onde não existe um diagnóstico, o farmacêutico deve orientar o paciente a procurar um profissional específico em relação aos seus sintomas para que, baseado nesse diagnóstico, possa fazer com segurança um tipo de indicação ou prescrição, mesmo que seja de um Medicamento Isento de Prescrição (MIP)”, orienta. Athila ainda acrescenta que o farmacêutico deve seguir sempre a ética e a moral ao lidar com o paciente que busca algum tipo de orientação, especialmente quando a queixa estiver relacionada ao sistema nervoso central, pois depende de uma variação maior de fatores. “Isso é diferente de uma pessoa que, por exemplo, chega à farmácia se queixando de males menores, como cefaleia ou diarreia. O farmacêutico tem mais segurança para dar uma orientação melhor em relação ao uso de medicamentos, mas precisa de um diagnóstico seguro para não expor o paciente a riscos maiores”, alerta.
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CEFALEIA
Sem rumo
QUANDO A DOR DE CABEÇA É INTENSA, A SENSAÇÃO É A DE QUE SE ESTÁ PERDIDO EM UMA ONDA DE TERROR: FORTE, QUE BATE, PRESSIONA E TOMA CONTA DAQUELE INDIVÍDUO SEM PERGUNTAR SE ELE QUER OU NÃO NADAR NESSE MAR
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P O R A DR I A NA B R U NO
Dor de cabeça, cefaleia, enxaqueca. Denominações e graus diferentes para um tipo de dor que afeta, em média, 15 milhões de brasileiros e 93% da população mundial, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBC). De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a dor de cabeça é uma das doenças mais incapacitantes da humanidade e não é por menos. Em algum momento da vida, do mês, da semana, ou do dia, alguém já sentiu aquela dor que muitas vezes começa com uma sensação de pontada, de aperto bem no centro da cabeça, entre os olhos, e que aos poucos toma conta de todo o corpo, de todo o dia, seja ele de trabalho ou lazer; sem exageros, porque as fortes dores de cabeça são assim, derrubam. A SBC ainda relata que a dor de cabeça pode se manifestar em cerca de 300 diferentes tipos, sendo que os mais comuns são: cefaleia tensional, crônica, em salvas e talvez a mais dolorosa delas, a enxaqueca. Aliás, as dores de cabeça são responsáveis por cerca de 40% das consultas neurológicas no País e estima-se que 60% da população já tenha apresentado os sintomas em algum momento de sua vida. Na prática, a enxaqueca e a cefaleia crônica diária são as que mais afetam a vida das pessoas,
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pois provocam alterações de humor, desconcentração, falta de energia para realizar as atividades mais simples. O estudo epidemiológico nacional da enxaqueca, realizado pela SBC com mais de 3.800 pessoas, mostrou que 15,2% dos brasileiros sofrem do mal; 13%, cefaleia tensional e 6,9%, cefaleia crônica diária. Não há ciência melhor do que a matemática para nos mostrar o tamanho do problema e se fosse possível usar uma gíria nesta matéria, o certo seria dizer que “ninguém merece” tanta dor assim. O fato é que quando o problema se torna recorrente, é preciso buscar tratamento médico. Entender e conhecer as causas que estejam levando o indivíduo a esse quadro de dor são FOTOS: SHUTTERSTOCK
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NOS MOMENTOS DE AGUDIZAÇÃO DA DOR, SÃO HABITUALMENTE INDICADOS ANALGÉSICOS SIMPLES, MEDICAÇÕES COM PROPRIEDADES ANTIINFLAMATÓRIAS E ALGUNS ANALGÉSICOS ESPECÍFICOS (COMO OS TRIPTANOS E OS ERGÓTICOS). É IMPORTANTE LEMBRAR QUE NAS CRISES DE ENXAQUECA PODE SER NECESSÁRIO O USO DE MEDICAÇÕES PARA NÁUSEAS E VÔMITO desses transtornos era atribuída à influência do estilo de vida urbano, porém constatamos em um estudo que pessoas que vivem longe dos grandes centros urbanos e que têm cefaleia crônica apresentam, na maioria das vezes, os mesmos transtornos, o que nos leva a concluir que a causa da doença está mais ligada à herança genética do que a fatores ambientais”, diz Dr. Silva Junior. E por fatores ambientais entende-se que dormir mal, alimentação desregrada e ruim e fatores emocionais, como ansiedade, nervosismo e até algo grau de exigência, são alguns dos gatilhos que causam ou agravam as dores de cabeça.
DOR DEMOCRÁTICA o ponto de partida para viver melhor ou conviver com esse problema. O neurologista da SBC, Dr. Ariovaldo da Silva Junior, alerta para o seguinte quadro: constantes dores de cabeça que se repetem há mais de três meses, com sintomas que perduram por mais de 15 dias em um mês, são sinais de enxaqueca crônica. “No entanto, o tipo mais comum de enxaqueca é a episódica, quando há um grande intervalo entre as crises”, explica. Já a cefaleia crônica se caracteriza por crises diárias. “Mais de dois terços dos pacientes que têm cefaleia crônica apresentam também transtornos psiquiátricos, como ansiedade, e de humor, como a depressão. A incidência
A dor de cabeça não escolhe sexo, raça, condição física, social nem tão pouco idade para se instalar. Mas as mulheres são as mais afetadas. Segundo a SBC, cerca de 20% das mulheres têm enxaqueca, enquanto nos homens, o índice varia entre 5% a 10% da população. Um recente estudo encomendado pela farmacêutica Sanofi ao Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) sobre as Principais Dores Femininas, cerca de 75% das entrevistadas relataram sentir algum tipo de dor de cabeça. “Esse grande percentual tem relação com a ciclicidade hormonal feminina, sendo que os tipos mais comuns que afetam as mulheres são a cefaleia tensional e a enxaqueca, sendo que, neste caso, há ainda 2014 OUTUBRO GUIA DA FARMÁCIA
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DEZ ALIMENTOS QUE PODEM DESENCADEAR A DOR DE CABEÇA 1. Laticínios: são ricos em proteínas alergênicas, que são inflamatórias e de difícil digestão. 2. Frutas cítricas: possuem uma substância chamada octopamina, que pode causar dor de cabeça em pessoas sensíveis. 3. Cafeína: presente em refrigerantes à base de cola, no café e no chá verde, por exemplo, pode aumentar a chance de o incômodo aparecer. 4. Chocolate: possui eniletilamina, substância que age sobre os vasos sanguíneos e pode desencadear a dor. 5. Embutidos: são ricos em nitritos, nitratos e glutamato monossódico, que dilatam os vasos sanguíneos e provocam a dor de cabeça. 6. Doces: causam grande oscilação da taxa glicêmica, o que pode ser um gatilho para a dor. 7. Frituras: com característica inflamatória, podem levar a um estado de resistência à insulina e causar a dor de cabeça. 8. Álcool: acarreta o acúmulo de acetaldeído, substância criada no fígado que ajuda a eliminar o álcool, mas que causa dor de cabeça durante o processo. 9. Carboidratos refinados: apresentam alto índice glicêmico, além de serem inflamatórios, produzindo substâncias que causam dor de cabeça. 10. Aspartame: adoçante com maior quantidade de efeitos colaterais, entre eles, a dor de cabeça. Fonte: nutricionista da Rede Nação Verde, Paula Castilho
o fator hereditário”, comenta a professora de Ginecologia e Obstetrícia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e presidente da Sociedade Brasileira de Climatério (Sobrac), Dra. Maria Celeste Osório Wender. De acordo com a Dra. Maria Celeste, os episódios de enxaqueca, por exemplo, podem ser desencadeados a partir de situações de barulho, iluminação e até mesmo pelo odor de um perfume. “Outro fator é o período menstrual. As dores de cabeça nesse período estão diretamente associadas às taxas de hormônios na mulher. A queda brusca do estrógeno, responsável por controlar os níveis cerebrais de serotonina – hormônio do bem-estar –, provoca sua redução que, por sua vez, causa o aumento da chamada substância P, que atua causando vasodilatação – e é justamente essa vasodilatação a causa da dor de cabeça e, muitas vezes, da enxaqueca. Para esses casos, há analgésicos com ação bastante efetiva. A classe dos anti-inflamatórios, como o ibuprofeno, é uma delas; em relação à prevenção, algumas mulheres podem obter redução da frequência dos episódios das 158
dores de cabeça ao usar o anticoncepcional de forma contínua (sem fazer o intervalo)”, diz. As dores de cabeça na infância também preocupam. Segundo o neurologista do Departamento de Neurologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Dr. Paulo Breno Liberalesso, dores de cabeça são sintomas muito frequentes nas crianças e nos adolescentes, sendo uma das principais causas de absenteísmo entre alunos do ensino fundamental. Ele ainda explica que, basicamente, conforme sua causa, as cefaleias podem ser divididas em dois grandes grupos: primárias e secundárias. As primárias são aquelas em que sua causa não pode ser demonstrada por exames laboratoriais, sendo os principais exemplos a enxaqueca e a cefaleia tensional. Nesse grupo, a cefaleia geralmente é provocada por uma alteração neuroquímica ocorrendo no cérebro. Já as cefaleias secundárias são aquelas relacionadas a doenças que podem ser demonstradas por exames, como, por exemplo, em um caso de meningite, uma hemorragia cerebral ou mesmo um tumor cerebral.
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“Na população pediátrica, as cefaleias primárias são as mais frequentes, sendo a enxaqueca e a cefaleia tensional as mais observadas na infância e adolescência. A enxaqueca é considerada a cefaleia primária mais frequente na infância e adolescência e ela tem características diferentes da observadas nos adultos. Por exemplo, de um modo geral, as principais características da enxaqueca são: dor localizada nas porções mais anteriores do crânio, porém as crianças geralmente se queixam de dor difusa no crânio; outro exemplo é o redomínio da dor de um dos lados do crânio, embora as crianças habitualmente se queixem de dor bilateral, entre outros”, explica o Dr. Liberalesso. No caso da enxaqueca, deve-se levar em conta o fator hereditário. “A enxaqueca é uma doença que tem forte influência genética, ou seja, ter um parente próximo com diagnóstico de enxaqueca aumenta o risco da criança vir a apresentar enxaqueca no futuro. Há uma série de fatores que podem desencadear crises. Eles são muito individualizados, ou seja, o que provoca uma crise de enxaqueca em uma pessoa pode
não ter absolutamente nenhuma influência em outro indivíduo”, comenta. Quanto ao tratamento, em particular, da enxaqueca, depende de uma série de fatores, sendo um dos principais a frequência da dor de cabeça. “Nos casos em que as crises de enxaqueca são pouco frequentes, elas podem ser tratadas somente no exato momento da dor. Contudo, nos casos em que os picos são mais frequentes, às vezes diários ou mesmo semanais, há a indicação de se utilizar uma medicação profilática, ou seja, diária, tentar evitar a ocorrência ou reduzir a frequência das crises de dor de cabeça. Nos momentos de agudização da dor, são habitualmente indicados analgésicos simples, medicações com propriedades anti-inflamatórias e alguns analgésicos específicos (como os triptanos e os ergóticos). É importante lembrar que nas crises de enxaqueca pode ser necessário o uso de medicações para náuseas e vômito. Já nos casos em que se necessita utilizar uma medicação profilática, há uma série de drogas que podem ser indicadas, como alguns fármacos antiepilépticos e alguns antidepressivos”, explica o especialista da SBP.
DEZ ALIMENTOS QUE AJUDAM A ESPANTAR A DOR 1. Água: melhora a ação das vitaminas e dos minerais e auxilia na eliminação de substâncias tóxicas. 2. Castanha-do-brasil: rica em selênio, mineral capaz de varrer toxinas do organismo que causam a dor de cabeça. 3. Espinafre: as folhas verde-escuras são ricas em magnésio, mineral que possui ação relaxante e pode amenizar a tensão. 4. Gengibre: apresenta propriedade anti-inflamatória. 5. Aveia: além de ser uma boa fonte de magnésio, possui fibras que diminuem o pico glicêmico, visto que o açúcar é um gatilho para a dor. 6. Sardinha: é rica em ômega 3, o melhor nutriente anti-inflamatório. 7. Ovo: fonte de B12, vitamina fundamental para o bom funcionamento do sistema nervoso. 8. Chá de camomila: a erva é relaxante e auxilia no alívio da tensão. 9. Banana: rica em triptofano, aminoácido que auxilia na produção de serotonina, proporcionando sensação de bem-estar. 10. Amêndoa: atua no sistema nervoso central e ajuda a diminuir a intensidade das crises. Fonte: nutricionista da Rede Nação Verde, Paula Castilho
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ESPECIAL SAÚDE
CEFALEIA
A RELAÇÃO ENTRE ALIMENTAÇÃO, EXERCÍCIOS FÍSICOS E DORES DE CABEÇA A prática regular de exercícios físicos e a ingesta de alimentos saudáveis e refeições equilibradas parecem ser a chave para a melhoria da condição de saúde dos indivíduos quando se fala em uma série de doenças e sim, isto é verdade. Mas quando se trata de dor de cabeça, o inverso também é verdadeiro e há situações em que os “bons moços” podem se tornar vilões. A neurologista e neuropediatra do Setor de Investigação e Tratamento das Cefaleias da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Dra. Thaís Rodrigues Villa, conta que exercícios físicos, quando praticados de maneira intensa, podem ser um gatilho importante para a ocorrência de cefaleias em pessoas com enxaqueca. “Mas devemos entender que atividade física não causa enxaqueca. A causa é hereditária. O sedentarismo é um fator de risco para que crises aconteçam”, diz. Deixando de lado os excessos, a prática regular de exercícios (mínimo de três vezes por semana), principalmente aeróbicos, ajuda a prevenir as crises de enxaqueca. “Atividades físicas feitas regularmente aumentam a produção de endorfinas, substâncias analgésicas que nosso próprio corpo produz, e regulam a ação de neurotransmissores envolvidos nos mecanismos da
PRINCIPAIS TIPOS DE DOR DE CABEÇA Enxaqueca: doença neurovascular caracterizada por crises repetidas de dor de cabeça com variação de frequência. A enxaqueca pode vir acompanhada de sensibilidade à luz, náuseas, vômitos, desconforto à exposição de sons altos e pode durar até 72 horas. Cefaleia Tensional: é a mais frequente e menos intensa. Estimativas da Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBC) apontam que é prevalente em 69% dos homens e 88% das mulheres. Em geral, os pacientes sentem um aperto ou pressão envolvendo a cabeça com intensidade leve ou moderada. Cefaleia em Salvas: é considerada rara quando comparada a outros tipos de dor primária e também é mais comum em homens. É caracterizada por dor intensa, unilateral e pode durar de 15 a 180 minutos, se não for tratada. A cefaleia em salvas ainda pode ser acompanhada de lacrimejamento, congestão nasal e até queda da pálpebra do mesmo lado da dor. Fonte: Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBC)
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ALIADOS AO TRATAMENTO Paracetamol ou acetominofeno: analgésicos usados para dores com intensidade leve a moderada. Diclofenaco, indometacina, naproxeno: agem na prostaglandina, diminuindo a inflamação e são eficazes nas crises de cefaleia, sendo a indometacina específica para cefaleia. Ergotaminas: específicas para tratar enxaqueca com boa resposta em alguns casos, porém podem ter efeito rebote. Triptanos: agem nos receptores de serotonina, melhorando a crise mais rapidamente. Neuromoduladores: conhecidos como anticonvulsivantes, são originalmente usados para epilepsia, porém são preventivos para enxaqueca. Betabloqueadores: também usados para tratamento da hipertensão arterial, agem no tratamento da enxaqueca. Riboflavina (vitamina B2) e magnésio: usados na profilaxia da enxaqueca. Melatonina: eficaz na maioria dos pacientes com cefaleia em salvas. Fonte: neurologista e pesquisador, autor do livro Dor de Cabeça: o que ela quer com você?, Dr. Mário Peres
enxaqueca, como a serotonina e a noradrenalina”, recomenda a Dra. Thaís. Outro agente que pode funcionar como um gatilho para a dor e ao mesmo tempo ser o seu antídoto é o alimento. Para a nutricionista da Rede Nação Verde, Paula Castilho, mais do que a ingesta de alimentos, a principal relação entre alimentação e dor de cabeça está no jejum prolongado. “Os alimentos com esse poder, entretanto, variam de pessoa para pessoa e, por isso, é importante observar o que estimula o incômodo no próprio organismo. Apesar de nenhum alimento ser contraindicado, muito menos proibido, os queijos envelhecidos, chocolates, comida processada, corantes e alimentos em conserva são os campeões de reclamação no consultório. Para descobrir qual alimento desencadeia a dor, o ideal é fazer um diário do que é ingerido, comparando com seu humor e presença ou não de dor de cabeça”, orienta. A nutricionista ainda lembra que a desidratação é uma das causas mais comuns e, portanto, a recomendação é ingerir ao menos dois litros de água por dia.
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OBESIDADE
Por uma vida mais leve A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE CONSIDERA A OBESIDADE UMA EPIDEMIA, STATUS QUE PRECISA SER MUDADO COM URGÊNCIA JÁ QUE OS QUILOS A MAIS TRAZEM CONSIGO O RISCO DE UMA SÉRIE DE DOENÇAS GRAVES, COMO DIABETES, HIPERTENSÃO ARTERIAL E ATÉ CÂNCER
E
POR ADRIANA BRUNO
Espalhadas pelo globo estão aproximadamente 400 milhões de pessoas obesas, sendo mais de 1 bilhão com sobrepeso. No Brasil, o número chega a 65 milhões, sendo que 22 milhões são considerados obesos. Os dados são da Associação Médica Brasileira e dão um panorama do drama vivido por milhões e milhões de homens, mulheres, adultos e crianças mundo afora. A obesidade não seria um problema se não estivesse atrelada a uma série de doenças, como depressão, diabetes, hipertensão, trombose,
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apneia do sono, problemas ortopédicos, risco aumentado de infarto e acidente vascular cerebral, aumento do colesterol ruim, câncer, disfunção erétil, dermatite, aneurisma, refluxo gástrico, morte. Somam-se a esses fatores, o preconceito, bullying e discriminação. Para o idealizador da Comissão de Prevenção e Combate à Obesidade e diretor de Proteção ao Paciente da Associação Médica Brasileira, Dr. Rogério Toledo Jr., a obesidade não escolhe classe social, idade ou sexo. “A obesidade é um problema muito sério que precisa ser combatido e o que vemos é que fica mais difícil dependendo FOTO: SHUTTERSTOCK
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Em abril deste ano, o Ministério da Saúde (MS) divulgou dados da pesquisa Vigitel 2013 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), que entrevistou 53 mil pessoas em todo o País, indicando que, pela primeira vez em oito anos consecutivos, o percentual de excesso de peso e obesidade se manteve estável no Brasil. A pesquisa apontou que 50,8% dos brasileiros estão acima do peso ideal e deste total, 17,5% são considerados obesos. Desde a primeira edição do estudo, a média de crescimento era de 1,3%. O MS atribuiu ao aumento no consumo de hortaliças (crescimento de 18% em oito anos) e à adoção de prática de atividades físicas a estabilidade dos resultados. Ainda de acordo com o Vigitel 2013, a proporção de obesos entre homens e mulheres é a mesma: 17,5%. Porém, os homens estão mais “pesados” com índice de 54,7% contra 47,4% das mulheres. O fator escolaridade também é relevante para traçar o mapa da obesidade no Brasil. O estudo do MS mostrou que, entre as mulheres com até oito anos de estudo, o percentual de excesso de peso é de 58,3%; já entre as entrevistadas com escolaridade de, no mínimo, 12 anos, o índice cai para 36,6%. Dados que corroboram a afirmação do Dr. Roberto Toledo Jr., de que a falta de informação contribui para a adoção de hábitos ruins e que levam ao ganho de peso e a outros problemas de saúde.
ATUALMENTE, EXISTEM APENAS DOIS PRINCÍPIOS ATIVOS, A SIBUTRAMINA QUE TEM AÇÃO CENTRAL NO CENTRO DA SACIEDADE E DA FOME, COM DIMINUIÇÃO DE CERCA DE 5% A 10% DO PESO INICIAL, E O ORLISTATE QUE TEM AÇÃO INTESTINAL, INIBINDO CERCA DE 30% DA ABSORÇÃO DE GORDURA, DIMINUINDO DE 3% A 7% DO PESO E NÃO TEM AÇÃO CENTRAL da condição social do paciente. A classe C, por exemplo, tem mais dificuldade em manter hábitos alimentares melhores, de comprar uma cesta básica mais saudável. O que homens e mulheres precisam saber é dos riscos que estão correndo. O homem precisa entender, por exemplo, que é possível ter disfunção erétil e a mulher, câncer de cólon. A desinformação, a falta de cuidados, o sedentarismo e o descaso das pessoas e dos órgãos responsáveis são motivos para o quadro que estamos vendo”, diz. O mundo moderno vem modificando os hábitos de vida das pessoas e de famílias inteiras. A maior disponibilidade e acesso à alimentação fora de casa, fast-foods, produtos industrializados semiprontos e de consumo rápido favorecem a ingestão de uma grande quantidade de calorias. Segundo o endocrinologista e chefe do Serviço de Endocrinologia do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, Dr. Fadlo Fraige Filho, principalmente em países mais ricos, a abundância na ingestão de alimentos não saudáveis está relacionada à falta de orientação tanto nutricional quanto educacional. “Claro que a vida moderna leva a isso. O alimento rápido é geralmente o mais calórico e o problema se agrava quando relacionamos a obesidade à falta de atividade física. Esse é o outro lado da obesidade que envolve a substituição do trabalho muscular por máquinas. Nós passamos o dia acionando botões ou em nossos automóveis, nos elevadores. As crianças não brincam mais nas ruas, o que exigia trabalho muscular, hoje elas têm tablet, celular, videogame. Esses são fatores importantíssimos no desenvolvimento da obesidade. A Organização Mundial de Saúde (OMS) já considera duas epidemias da vida moderna: a obesidade e o diabetes e as duas estão relacionadas”, avalia.
MAL COMEÇA NA INFÂNCIA Dados da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), de 2013, mostram que o Brasil tem mais de seis milhões de crianças obesas e que, nos últimos 20 anos, o excesso de peso entre 5 e 9 anos de idade saltou de 4,1% para 16,6% entre os meninos e de 2,4% para 11,8% entre as meninas. Já a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (Abeso) divulga que a obesidade infantil já afeta 44 milhões de crianças entre 0 e 5 anos, no mundo. Segundo a entidade, a OMS prevê que, em 2025, poderão ser 70 milhões de menores obesos ou acima do peso. Para a nutricionista e apresentadora do programa Socorro! Meu Filho Come Mal, Gabriela Kapim, da GNT, os maus exemplos começam com os pais que acabam 2014 OUTUBRO GUIA DA FARMÁCIA
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ESPECIAL SAÚDE
OBESIDADE
RECENTEMENTE, O PLENÁRIO DO SENADO DERRUBOU A RESOLUÇÃO NÚMERO 52 DA AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA QUE PROIBIA, DESDE 2011, A VENDA DE INIBIDORES DE APETITE, O QUE NÃO SIGNIFICA A VOLTA IMEDIATA DELES À FARMÁCIA, UMA VEZ QUE A DECISÃO ENTRA EM VIGOR APENAS APÓS SUA PUBLICAÇÃO deliberando à própria criança a forma como vai se alimentar. “Vejo muitas crianças com autoridade para determinar o que vão ou não comer, enquanto os pais se enchem de culpa pela vida corrida, esquecem o real valor da boa alimentação. Muitas dessas famílias não têm instrução, recebem apenas as informações vindas da mídia que não ajuda em nada o processo de educação nutricional. Não vemos propaganda de aipim e água de coco, mas vemos um monte de salgadinhos e refrigerante. O que estamos presenciando é o aumento considerável da obesidade infantil, muitas vezes relacionada a doenças crônicas e até mesmo à desnutrição, porque as crianças estão se alimentando à base de gorduras, farinhas, corantes, conservantes, realçadores de sabor, ou seja, alimentos pobres nutricionalmente”, conta. Além disso, Gabriela Kapim aponta o sedentarismo como outra grande causa do aumento de peso entre as crianças. “As crianças não levantam mais do sofá para brincar na rua, andar de bicicleta, jogar futebol e ficam o dia todo em frente à TV ou do videogame. Com esse quadro – má alimentação e sedentarismo –, a tendência é o nível de obesidade infantil aumentar ainda mais”, alerta. A obesidade infantil pode ser desencadeada por fatores tanto ambientais como genéticos. Segundo o Dr. Rogério Toledo Jr., crianças obesas possuem um maior número de células adiposas e, por isto, na fase adulta, terão mais 168
PROBLEMA ENTRE CRIANÇAS O Brasil tem mais de
6 milhões de crianças obesas
Nos últimos 20 anos, o excesso de peso entre 5 e 9 anos de idade saltou de
4,1% para 16,6%
entre os meninos
2,4% para 11,8%
entre as meninas
Fonte: Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), 2013
dificuldade em se defender do problema. “Desde a mais tenra idade, é preciso buscar informação, não apenas por questões estéticas, mas por riscos futuros. Uma criança obesa certamente chegará doente não à vida adulta, mas, sim, desde a adolescência”, afirma o Dr. Toledo Jr. Traumas na infância e na adolescência também podem desencadear processos de compulsão por alimentos o que leva à obesidade. “Discriminação, chacota ou outro tipo de trauma causado na infância ou adolescência acabam se manifestando com a compulsividade na alimentação. A pessoa obesa, geralmente, sofre de ansiedade e come mais quando está mais nervosa, é a chamada obesidade psicogênica”, revela o Dr. Fadlo Fraige Filho. O médico ainda lembra que, nas escolas, a oferta de alimentos inadequados também contribui para a má alimentação das crianças e adolescentes. A socialização é mais um dos problemas enfrentados. “Esse é um problema real para crianças e adolescentes, o bullying faz parte da vida deles. Além disso, há a dificuldade de locomoção, pois essa condição dificulta muito a mobilidade das articulações, e também doenças crônicas adquiridas, como: diabetes, hipertensão e hipercolesterolemia, que estão diretamente relacionadas à obesidade”, comenta Gabriela. Para a nutricionista, existem várias orientações a ser passadas aos pais, mas uma fácil e prática é: “quanto menos as
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OBESIDADE
pessoas desembalarem e mais descascarem os alimentos, melhor!”, indica.
MAIS LEVE, MAIS SAUDÁVEL Estar obeso não significa ser obeso para sempre, é preciso virar o jogo sem apostar todas as fichas em dietas ou produtos milagrosos que prometem eliminar os quilos extras em pouco tempo e sem esforço algum. Ao contrário, para riscar a obesidade da história de vida, o paciente precisa ter dedicação, o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar e de muito apoio. Para o presidente do departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Dr. Mario Kedhi Carra, o processo se inicia na educação e informação intensa sobre o problema, associado ao tratamento médico e à adoção de hábitos saudáveis. “A terapia medicamentosa é indicada junto com a mudança de estilo de vida, principalmente quando apenas a Mudança do Estilo de Vida (MEV) não for suficiente para reverter a obesidade, apesar dos medicamentos antiobesidade serem poucos. Atualmente, temos apenas dois princípios ativos, a sibutramina que tem ação central no centro da saciedade e da fome, com diminuição de cerca de 5% a 10% do peso inicial, e o orlistate que tem ação intestinal, inibindo cerca de 30% da absorção de gordura, diminuindo de 3% a 7% do peso e não tem ação central”, comenta o Dr. Kedhi Carra. Recentemente, o plenário do Senado derrubou a resolução número 52 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que proibia, desde 2011, a venda de inibidores de apetite produzidos com base em substâncias, como anfepramina, fempropores e manzidol, o que não significa a volta imediata deles à farmácia, uma vez que a decisão entra em vigor apenas após sua publicação no Diário Oficial. A Anvisa havia proibido esses medicamentos com base em relatórios internacionais que apontavam para possíveis efeitos colaterais indesejáveis. Porém, associações médicas e especialistas defendem o uso das substâncias principalmente em pacientes com obesidade mórbida. Para o Dr. Rogério Toledo Jr., o tratamento medicamentoso também é necessário quando há alterações metabólicas no paciente que levam ao ganho de peso, como problemas na tireoide, por exemplo. “É importante dizer que não existe um tratamento único para 170
ESPECIAL SAÚDE O FARMACÊUTICO COMO ALIADO AO COMBATE À OBESIDADE
Desde que o serviço de Atenção Farmacêutica passou a ser um aliado a mais no acompanhamento e no incentivo à adesão do tratamento de doenças crônicas, o farmacêutico passou a ocupar um papel ainda mais importante como agente promotor de saúde. Quando se fala em tratamento da obesidade, não é diferente. Para o idealizador da Comissão de Prevenção e Combate à Obesidade e diretor de Proteção ao Paciente da Associação Médica Brasileira, Dr. Rogério Toledo Jr., esse profissional é de fundamental importância para dar esclarecimentos sobre o uso dos medicamentos, por exemplo, ajudando o paciente a aderir ao tratamento. O presidente do departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Dr. Mario Kedhi Carra, compartilha a mesma opinião e destaca: “Vemos o farmacêutico como aliado nesse empreendimento sério e difícil, que é o tratamento da obesidade como doença crônica, que é auxiliando no esclarecimento e na informação da boa prática medicamentosa”, afirma.
todos e sim, um conjunto de ações que deve envolver carinho, respeito, dedicação, exercícios, alimentação correta, medicamentos, acompanhamento psicológico, entre outros, porém de forma individualizada”, ressalta. Para prevenir a obesidade, a receita dos médicos é uma associação de informação nutricional, prática regular de exercícios físicos e ingestão de alimentos saudáveis e dieta equilibrada, uma combinação que nem sempre é fácil de ser alcançada. “Mudar de hábito sozinho não é fácil, pelo contrário, é o mais difícil, por isso, o auxílio de medicamentos, como antidepressivos, ansiolíticos e bloqueadores de absorção intestinal, é útil para dar apoio ao tratamento, lembrando que o paciente que busca o emagrecimento deve ter como base a dieta, atividade física e, quando necessário, o uso de medicamentos adequados a cada caso e acompanhado pelo médico”, finaliza o Dr. Fraige Filho.
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SORTIMENTO
Na medida certa CADA VEZ MAIS PREOCUPADOS COM A SAÚDE, CONSUMIDORES BUSCAM POR APARELHOS QUE AJUDAM NO CONTROLE E MANUTENÇÃO DE PESO. O CANAL FARMA É IDEAL PARA QUE AS PESSOAS ADQUIRAM BALANÇAS PORTÁTEIS P O R TA S S I A ROC H A
A
A população está cada vez mais preocupada com a saúde, controlando melhor a alimentação e preocupada com o peso. Por isso, indústrias colocam no mercado diversas opções que agradam e facilitam a vida do consumidor. O ponto de venda (PDV) é um meio de aumentar as vendas dessa categoria, sendo mais fácil para o shopper adquirir o produto. 172
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Hoje, ter uma balança em casa é uma facilidade. Por questões de saúde, o item se torna indispensável, podendo ser usado pela família inteira. Além disso, para as pessoas que seguem dietas e se preocupam com a estética, a balança é uma ferramenta fundamental e dispor de uma portátil, é sinal de praticidade e segurança na precisão do resultado. FOTOS: SHUTTERSTOCK
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SORTIMENTO
O consumo de alimentos mais saudáveis e suplementos aumentou nos últimos anos. As lojas podem aproveitar essa oportunidade, colocando a balança como o principal aliado para a compra casada. O canal farma é de extrema importância para esse produto, pois está entre os principais locais em que o consumidor adquire o item, principalmente por estar relacionado à saúde e qualidade de vida. Para a gerente de Produto e Marketing da Omron Healthcare Brasil, Márcia Matsumoto, esse item deve estar bem exposto, assim o consumidor sabe que poderá encontrar uma balança no ponto de venda. “Podem estar junto com a linha de diagnósticos ou na categoria Nutrição/Fitness, a fim de gerar a demanda”, afirma.
QUALIDADE E GARANTIA No estabelecimento, durante a venda, é necessário que o farmacêutico ou o técnico saibam as características dos produtos que estão sendo comercializados. O consumidor precisa sentir segurança e a verdadeira necessidade de adquirir o item oferecido. A indústria disponibiliza as ferramentas e orientações possíveis para que um balconista saiba oferecer o produto e passar as informações básicas. Todos os profissionais têm total condição de conduzir o tema dentro das farmácias e compartilhar conhecimento. O shopper precisa ser informado sobre o custo-benefício de se ter um aparelho em casa. Não é apenas uma venda, é garantia de oferecer qualidade e atendimento preciso. “O farmacêutico deve enfatizar as características de cada item, saber das diferenças entre a balança de
CERTIFICAÇÃO DO INMETRO Para uso doméstico, não é necessária certificação dos órgãos regulamentadores, isto faz com que os consumidores tenham à disposição produtos de qualidades e características muito diferentes. É necessário ser criterioso na hora da escolha da marca e do modelo, minimizando, assim, o risco de levar para casa um item que possa apresentar dados errados e, consequentemente, riscos ao consumidor. Fonte: gerente de Marketing e Vendas da Incoterm – Soluções em Medição, Ana Paula Marquioretto
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peso e a de bioimpedância, pois muitas vezes o consumidor não sabe a importância dos parâmetros”, informa Márcia. Oferecer treinamentos e informações a todos os balconistas é extremamente importante para alavancar as vendas dessa categoria que só tende a crescer. “O farmacêutico é visto pelo shopper como a pessoa mais indicada a falar ou explanar sobre qualquer tema que possa lhe auxiliar. Se isso acontecer de forma plena, é claro que o produto ganhará mais relevância e mais garantias de convicção para aquisição do item”, afirma o gerente de Marketing da Geratherm, Kleber Custódio. É fundamental que o consumidor observe a qualidade do produto e a empresa que responde pela sua comercialização aqui no Brasil. “Como existem diversas marcas e modelos, é imprescindível trabalhar com marcas reconhecidas no mercado, de uma empresa que poderá prestar apoio em caso de dúvida ou necessidade. O balconista deve atentar-se a esses detalhes para poder orientar o consumidor”, afirma a gerente de Marketing e vendas da Incoterm – Soluções em Medição, Ana Paula Marquioretto. O ideal é que o ponto de venda trabalhe com um mix de produtos, oferecendo diferentes modelos e preços. O cliente pode começar adquirindo uma balança mais simples, de fácil entendimento e depois da adaptação, pode optar por outros modelos, que exigem mais atenção pelo fato de oferecer várias informações.
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Ajuste de mix O TÉRMINO DO INVERNO E A CHEGADA DAS ESTAÇÕES QUENTES SÃO DETERMINANTES PARA AS COMPRAS DA PRÓXIMA TEMPORADA. O VAREJO PODE E DEVE SE ADEQUAR À NOVA DEMANDA
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POR LÍGIA FAVORETTO
Para que uma estação comece a ser trabalhada no ponto de venda em farmácias e drogarias, ter um planejamento bem definido é fundamental. O primeiro aspecto que deve ser levado em consideração é analisar onde a loja está inserida e qual o público-alvo a ser atendido. De acordo com o superintendente da Associação ECR Brasil, Claudio Czapski, os varejistas devem avaliar o que muda para o negócio no verão. “O segundo ponto é ter em mente qual o perfil do público? Regular, fiel ou variável? Mais idosos, mais jovens e qual o relacionamento que os clientes têm com o hábito de consumo no verão.” A partir daí, o executivo diz que é possível definir o que será mudado no sortimento, se vai fazer campanhas ou se vai manter o que está em linha e comprar o que tem mais saída. “Cada categoria deve ser pensada individualmente, bem como os 176
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correlatos da ocasião de consumo, responsáveis por alavancar as vendas.” O coordenador do Programa de Administração de Varejo da Fundação Instituto de Administração (Provar/ FIA), Nuno Fouto, afirma que o planejamento precisa sempre ser feito na estação anterior. “No verão, a sazonalidade é alta, deve-se pensar mais em Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPC) e menos em medicamento.” Ele complementa dizendo que um planejamento geral pode ser feito no início do ano e outro mais detalhado no fim do primeiro semestre. “É importante montar como e quais serão os pedidos.” A partir do histórico de vendas do ano anterior, as lojas conseguem obter o fator de sazonalidade. Fouto ressalta que fatores positivos e negativos, além das condições climáticas, são imprescindíveis para o bom FOTO E ILUSTRAÇÕES: DIVULGAÇÃO/SHUTTERSTOCK
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planejamento. “Os positivos ocorrem quando há um crescimento além da média. A diferença do que foi vendido e do que seria vendido sem a sazonalidade gera uma estimativa que provoca as compras.” Ele lembra que variabilidade das vendas podem existir, para mais ou para menos. “Esse ajuste precisa ser feito agora, para que tudo seja acertado com os fornecedores. Por exemplo: produtos com margem de contribuição maior, o nível de negociação será menor. Não se pode comprar demais, nem de menos, se comprar demais, os gastos não serão supridos, se comprar de menos, pode perder clientes.” Segundo informa o associated partner na IBM, Alexandre Horta, sem sombra de dúvidas, uma adequada previsão de vendas deverá preceder esse processo de planejamento, pois a eventual expansão do mix de produtos deve ser balizada pelo volume de vendas, evitando um desbalanceamento que pode implicar em uma redução no giro das mercadorias, com perdas de rentabilidade. “Quanto mais tempo de antecedência melhor, uma vez que mais do que avaliar o sortimento adequado para a temporada em si, é que isso pode (e deve) implicar em alterações no projeto de exposição das mercadorias e no layout da loja, além de ações promocionais específicas para apresentar produtos e tendências novas aos consumidores e parte desse esforço irá requerer negociações com fornecedores para garantir apoio para tais eventos.” O executivo comenta que não existe um momento certo padronizado para renovação do mix em farmácias e drogarias. Trata-se, em verdade, de um processo contínuo, avaliando a evolução das vendas e o giro dos estoques, além do mercado como um todo, para identificar oportunidades em termos de expansão de determinadas categorias e/ou inclusão de novas. “Todavia, é perigoso ficar unicamente reagindo ao consumo e ao mercado, pois é importante que o varejista tenha uma proposta de valor bem definida de forma a se diferenciar de seus concorrentes, o que implica em priorizar determinadas categorias em relação a outras, e isso orientará esse processo de revisão do mix.” Outro aspecto que deve ser levado em consideração são as sazonalidades específicas de cada segmento. Horta ressalta que elas determinam o calendário promocional do negócio e definem momentos específicos para revisão do mix de categorias e produtos. “Quanto ao momento de compra, isto está diretamente relacionado aos prazos requeridos pelo
EXISTE UM MAIOR FLUXO DE PESSOAS EM BUSCA DOS PRODUTOS ESPECÍFICOS DA TEMPORADA: PROTETORES SOLARES, HIDRATANTES, XAMPUS ESPECIAIS, ETC.; E É ESSE O FENÔMENO PARA O QUAL O PROPRIETÁRIO DE FARMÁCIAS E DROGARIAS TEM DE ESTAR PREPARADO fornecedor para realizar as entregas do período, assim como os tempos envolvidos na negociação das condições comerciais e no apoio de trade (material de ponto de venda, expositores, promotores, etc.)”
LANÇAMENTOS E RENOVAÇÃO DE MIX O comportamento de compra no inverno não é o mesmo no verão. As necessidades são específicas em cada época do ano, assim como os produtos. A diretora-executiva do POPAI, Ana Costa, comenta que a própria indústria prepara lançamentos específicos para estas estações, dessa forma, as compras também seguem essa tendência. Alexandre Horta, da IBM, aponta que é preciso ter um limitante de sortimento, o que é feito de forma natural por meio da capacidade de exposição que os equipamentos e a área da loja impõem. No entanto, na maioria das vezes, o maior limitante deve ser o volume de vendas estimado para cada categoria ou grupo de produtos, pois, dependendo das condições de compra e de entrega dos fornecedores e distribuidores (compra mínima, lote de compra, pack mínimo, etc.), cada item adicional ao sortimento pode implicar em um incremento do estoque-padrão que pode comprometer o giro do estoque e aumentar excessivamente o capital de giro empregado, compromentendo a saúde financeira do negócio. “É interessante sincronizar o momento de mudança do sortimento com alterações no layout da loja, como sinal aos consumidores de que existem novidades disponíveis e caracterizar a importância relativa adicional que determinada categoria está recebendo a partir desse momento.” Ele afirma que esse é um instrumento poderoso de estimulação da demanda, mas, 2014 OUTUBRO GUIA DA FARMÁCIA
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PLANEJANDO AS COMPRAS DE VERÃO Veja, a seguir, dicas práticas que otimizam processos e garantem melhores resultados: • Levantar o histórico de vendas do ano anterior. • Definir o perfil do público-alvo e da região na qual a loja está inserida. • Analisar quais são os produtos que têm vendas garantidas, os que são sazonais e os que devem ser excluídos do sortimento. • Estar atento às tendências de mercado. • Analisar se o fornecedor trabalha com novidades. • Levar em consideração as condições climáticas. • Prever campanhas da estação, além de ações de marketing. • Negociar novos espaços para exposição. • Trabalhar com estoques reduzidos. Fonte: VP executiva da Agência Shopper, Juliana Nappo
que, como tudo, deve ser bem planejado e (principalmente) bem executado, para não ficar parecendo uma mera adaptação. “Como esse tipo de interferência representa um investimento substantivo, cabe também uma boa negociação com os fornecedores das marcas e dos produtos que passariam a ser privilegiados no novo projeto de exposição para que colaborem nesta iniciativa.” Para se diferenciar dos concorrentes, o varejista toma uma posição ativa em relação às categorias que serão privilegiadas, garantindo o adequado destaque em termos de amplitude do sortimento (itens e marcas) e espaço/posição para a exposição. “Obviamente, a escolha de tais categorias-chave para o negócio deve levar em conta o grau de importância que o consumidor confere aos grupos de produtos, uma vez que, se não houver essa ‘cumplicidade’ do consumidor, não se justificaria eleger determinada categoria como sendo aquela em que se pretende ser referência para o mercado”, fala Horta. O fluxo de pessoas não aumenta, a não ser que a farmácia esteja localizada em um balneário ou cidade turística que recebe um fluxo adicional. O que ocorre, de acordo com informações do executivo é que existe um maior fluxo de pessoas em busca dos produtos específicos da temporada: protetores solares, hidratantes, xampus especiais para proteger e tratar os cabelos, cremes contra queimaduras, etc.; e é esse o fenômeno para o qual o proprietário de farmácias e drogarias tem de estar preparado. “Como são produtos adquiridos mais concentradamente em uma época específica, aumentar o esforço de 178
orientação e de apresentação de alternativas torna-se uma prestação de serviço importante para os consumidores, desta forma, vale a pena o esforço de ampliar a comunicação no ponto de venda sobre os produtos de proteção e cuidados, aumentando a presença de promotores para este fim.” Nuno Fouto diz que o nível de inovação é muito grande no setor. Para mudar o mix, é preciso identificar os produtos que são específicos, os que garantem rentabilidade e os que são iguais, com uma nova roupagem. “A gestão de categorias pode ser trabalhada junto do fornecedor, como o espaço é limitado, muitas vezes vai diminuir espaço para alguns, com a possibilidade de exclusão do mix, abrindo espaços para outros.” Ele acrescenta: “Esta é a oportunidade de trabalhar com espaços sazonais, quando o layout pode sofrer alterações.” Ele recomenda dispor de opções por faixas de preços, sobretudo para atender à nova classe consumidora, a C/D. Outra alternativa, que garante bons resultados e gera economia para o negócio, é adquirir os lançamentos em quantidade experimental, com boas condições de reposição. “Se vender mais do que se esperava, aumente um pouco, mas sem exageros, a boa gestão trabalha sempre com números verdadeiros.” No que diz respeito ao estoque, propriamente dito, a VP executiva da Agência Shopper, Juliana Nappo, garante que os varejistas devem seguir os históricos anteriores para comprar. “Podem tentar negociações melhores, utilizar dados de giro e de vendas para aumentar a margem. Os lançamentos já vêm com sobrepeso, sensibilidade é importante para sentir a adequação do público.”
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PRODUTOS QUE NÃO PODEM FALTAR • Protetor solar; • Protetor labial; • Cremes e loções pós-sol; • Hidratantes corporais; • Fotoprotetor com ação dermocosmética; • Linhas específicas de verão; • Cremes de tratamento para cabelos; • Tinturas e colorações da estação; • Esmaltes com as cores da estação; • Repelentes; • Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs).
Ela sugere tentar similares. “Por exemplo: se a fragrância de um produto que já existe foi alterada, ou seja, é um produto complementar, faz-se uma estimativa de quanto de consumo traria para a nova categoria.” Juliana adverte ainda não apostar somente nas estimativas da indústrias, porque o varejista é o único que conhece os números reais da loja. “Indústrias facilitam, dão vantagens para conseguir cadastros ao mesmo tempo que procuram, cada vez mais, ter uma relação mais íntima com o varejo. Estar mais vezes no ponto de venda, agrega mais valor, é preciso ir lá, atender, mudar o layout, conseguir mais visibilidade, além da técnica.” Ana Costa, complementa dizendo que a alimentação dos estoques costuma ser muito rápida. Com o histórico de vendas em mãos, já se tem uma boa noção de como as coisas funcionam. “Compra-se a mais se sabe que é venda garantida do produto; dos novos, compra-se o suficiente para experimentação. Monitorando o estoque constantemente, conseguem-se evitar rupturas.” Claudio Czapski, considera ser melhor comprar e optar pela entrega parcelada do produto, de acordo com a demanda, o que otimiza a logística e os custos. “O ritmo de recebimento passa a funcionar de acordo com o fluxo de caixa. Ao manter um estoque mínimo, aproveita-se o potencial de ter condições melhores de pagamento.”
CAMPANHAS E AÇÕES DE MARKETING Ana Costa, do POPAI, acredita que mudanças na loja se fazem necessárias. “Produtos de lançamentos, que estão vinculados à chegada da nova estação, vão para a frente da loja, o que é um chamariz para que o consumidor perceba que há novidades.” 180
Claudio Czapski, da ECR, diz que as pequenas farmácias podem aproveitar o produto no ponto de venda para realizar campanhas em parceria com o fabricante. “É preciso definir quais são os produtos que têm mais apelo e relevância para o público-alvo. O que de fato atrai o consumidor? A loja tem algo a mais a oferecer, não só preço, mas um brinde, ou um kit, por exemplo?” Já nas grandes redes, o executivo explica que, por serem maiores, elas conseguem gerar divulgação em larga escala. “Uma prática comum é a realização de campanhas únicas, quando se instala uma guerra de preços e a margem vai embora. Os clientes querem um diferencial, seja no atendimento, seja na oferta de produtos, como dispor de uma linha exclusiva de marcas importadas, ou ainda, sair do conceito da doença para entrar na saúde e bem-estar que a estação propicia.” Juliana Nappo, ensina que, nas campanhas de marketing, pode-se trabalhar com festival de verão, cesta de produtos sazonais, correlatos, compre 3 pague 2. “O shopper precisa perceber que terá uma vantagem. O lojista quer ter aumento do tíquete médio, aumentando a cesta de compras do consumidor com produtos complementares, por exemplo: hidratante mais protetor (item complementar e não item duplicado), porque uma vez que já vai bem, tende a continuar indo bem.” Ela lembra que o ponto de venda já tem espaços, na frente de loja, adequados para os produtos de verão, mas os varejistas podem ainda criar novas áreas, com outros tipos de expositores. “Sinalizando-se que há produtos de verão, o shopper se lembra de que precisa fazer a compra, se questiona se tem algo vencido em casa, ou seja, ele consegue visualizar, muitas vezes, o que nem estava procurando.”
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INTERNACIONAL
A revolução do celular
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SÃO INIMAGINÁVEIS AS SOLUÇÕES QUE O VAREJO PODE UTILIZAR COM A TECNOLOGIA DOS SMARTPHONES DOS SEUS CLIENTES
TAT IANA FE RRARA Farmacêutica e consultora do Guia da Farmácia para a NRF 2015 182
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O computador e o tablet parecem estar convergindo em um único aparelho: os celulares. Atualmente o mobile possui as mesmas funções e capacidades que os tablets e computadores, com mais vantagens: são mais portáteis por serem menores, estão sempre ligados e ainda fazem ligações! Tudo isso faz com que os celulares passem a ocupar um lugar de destaque para o varejo. As possibilidades de ações com uso de mobile são inúmeras. Mais do que efetuar ligações, os smartphones acessam e-mails, sites, efetuam e finalizam compras, fornecem informações sobre os clientes, proporcionam informações sobre produtos e recebem mensagens com anúncios e promoções. A tendência e a importância que os telefones celulares ganharam para o varejo foram claramente visualizadas durante a última edição da Retail’s Big Show promovida pela National Retail Federation (NRF), entre 12 e 15 de janeiro, em Nova York. O foco de grande parte dos expositores foi o smartphone. São inimagináveis as soluções que o varejo pode utilizar com a tecnologia dos smartphones dos seus clientes. As possibilidades de ações de marketing usando mobile são enormes. O NFC (Near Field Communication) presente nos celulares permite que os consumidores utilizem a realidade aumentada, ou seja, obtenham mais informações sobre um produto simplesmente passando o celular perto da embalagem. O varejista pode enviar mensagens específicas para o consumidor que está dentro da loja, com aparelhos que detectam a proximidade. Imagine dizer “bem-vindo à nossa loja” pelo celular do cliente ou até enviar comunicação de descontos e
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promoções. Ainda é possível obter algumas informações sobre os clientes, por exemplo, saber quais corredores ele percorreu durante sua visita à loja. O celular mudou o comportamento dos consumidores. Eles estão mais conectados, podem, inclusive, saber o preço de um produto no concorrente dentro da sua própria loja! O smartphone tornou-se também um novo canal de vendas. Outra solução é o pagamento pelo celular. A novidade aqui é que não há necessidade de cartão. Não estou falando em conectar um leitor de cartão ao celular, mas simplesmente efetuar o pagamento passando o celular em cima da máquina. No Brasil, o número de smartphones é cada vez maior. Nosso País ainda enfrenta algumas dificuldades neste cenário, como a qualidade baixa e custo da internet, que tornam pequeno o número de aparelhos comparando-se com outros países, como Estados Unidos e Coreia, por exemplo. Entretanto, algumas ações já podem ser vistas no País. Outro dia, passando pela estação Faria Lima do metrô de São Paulo, me deparei com um mercadinho em uma das paredes. Um painel com fotos de alimentos e um QR code facilitam a vida de quem quer efetuar a compra. O QR code é um código de barras que pode ser lido por smartphones. Esses códigos são redirecionados para um site ou informação, neste caso, para a loja virtual, e os produtos são entregues na comodidade do seu lar. Com todas essas revoluções apresentadas, a questão que estou ansiosa para ver respondida é: Quais serão as novidades em mobile que a NRF 2015 irá apresentar? FOTOS: DIVULGAÇÃO/SHUTTERSTOCK
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VIAJ A E COM UM AJ GRUPO EXCLUSIVO V VO P RA A MAIOR FEIRA DE PA
V EJO DO MUNDO VAR EM NOVA OV YORK ! OVA
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EVENTO – PRÊMIO ANATEC
Guia de Atendimento ao Turista vence na categoria B2B
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CASE DA CONTENTO FOI RECONHECIDO EM NOITE DE PREMIAÇÃO
Com o objetivo de ajudar o varejista de farmácias e drogarias a prestar o melhor atendimento aos turistas que visitaram os pontos de venda nas principais cidades do País durante a Copa do Mundo 2014, a Contento Comunicação publicou um Suplemento Especial: Guia de Atendimento ao Turista em Farmácias e Drogarias, veiculado junto do tradicional Guia da Farmácia, na edição de maio deste ano. A publicação é composta de textos informativos sobre atendimento, abordagem ao cliente, principais patologias, número de turistas que circulariam no Brasil, além de curiosidades e uma tabela sobre os jogos. Todo o conteúdo foi traduzido para o inglês e o espanhol.
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POR LÍGIA FAVORETTO
O objetivo era que o varejo farmacêutico tivesse conhecimento suficiente para realizar o melhor atendimento possível e pudesse, consequentemente, aumentar suas vendas. Um guia de consulta rápida, que pôde ser manuseado em qualquer etapa do atendimento. O X Prêmio Anatec – Os Melhores da Mídia Segmentada – realizado em parceria com a Garrido Marketing, recebeu mais de 90 inscrições. Dos inscritos, 34 foram premiados com troféus ouro, prata e bronze. O diretor-executivo da Associação Nacional de Editores de Publicações (Anatec), Pedro Renato Eckersdorff, destacou a importância de receber tantos cases em um momento de crise econômica. “O mercado respondeu de forma positiva, o que demonstra a importância de títulos segmentados.” FOTOS: DIVULGAÇÃO
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Cabeça
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Esôfago Azia
Head: migraine, headache, fever, dizziness, inebriation, mental confusion, faint.
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Dor no peito, taqu Peito icardia, palpitação, brad icardia
��est: ��est �a�n� ta����ar��a� palpitation, brady cardia. Pecho: dolor en el pecho, taquic ardia, palpitación, bradic ardia.
Pulmão
Pneumonia, falta de ar, bronquite Lungs: pneum onia, hard breathing, bronc hitis.
Pele Alergia, intoxicaçã o alimentar, picada de inset os, insol queimadura, desid ação, ratação
Pulmón: pulmo nía, falta de aire, bronq uitis.
SELEÇÕES PARTICIPANTES
Mãos
AMÉRICA DO SUL
Skin: allergy, food intoxication, insect bite, insolation, sunburn, dehyd ration. Piel: alergia, intoxi cación alimentar, picadura de insect os, insolación, quemadura, deshid ratación.
Tremor
Hands: tremor. Manos: tembl ores. Brasil
Argentina
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Colômbia
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pital Brasil, adocaem 2014
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Itália
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NTES MIL VISITA EBERÁ 600 DA PAÍS REC PERÍODO S DOS EIROS NO ESTRANG DE GASTO PREVISÃO BILHÕES COPA. A 25 R$ É DE TURISTAS
Portugal
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Holanda
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Legs: muscular sprain, muscular fracture, super ficial skin woun ds. Piernas: torsió n muscular o fractura, cortes .
Bósnia-Herzegovina
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do Hospital Alemão �s�al�o �r��� �r.
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2014 MAIO GUIA DE ATENDIME NTO AO TURISTA
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IONS IMPORTANT EXPRESS AL TO THE PHARM ACEUTIC CARE SERVICE
Costa do Marfim
ÁSIA
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Argélia
Apendicite
Appendix area: appendicitis. �e���n �el a��n� ��e: a�en����t�s.
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ANTES EXPRESS ÕES IMPORT DE PARA O SERVIÇO CÊUTICA ATENÇÃ O FARMA Gana
Região do apê ndice
Olhos
Honduras
ÁFRICA
Camarões
Abdomen: abdom inal pain, stoma ch pain, constipation, diarrh ea, gestation signal , bad digestion, nause a, obstipation, colic. Abdomen: dolor abdominal, dolor constipación, diarre de estómago, a, señales de emba razo, mala diges mareo, estreñimien tión, to, constipació n de vientre, cólico s.
Pernas
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ATEN DIME NTO
AMÉRICA DO NORTE E CENTRAL
México
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Dor abdomina l, dor de estôm Abdômen ago, constipaç diarreia, sinal de ão, en�oo� obst��a�� gestação, má digestão, o� �r�s�o �e �entr e� ��l��a
Dor na coluna
EUROPA
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nador do Pronto ���tor �ato� �oor�e • ��ienvenido� -Socorro do �anta Hospital �a�la� �r. �a�lo ayuda�� �o��a� �arma� • ���mo le puedot��a res�on ��s��el �ela �arm�� �a��s�ola �o Departamento
de Farmácia da • ��oma usted alg�n Faculda �e ���n��as �arma� los d�as� ��t��as �a �n��ers de medicamento todos �e ��o �a�lo ������ ��� e
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Pescoço
Pressão alta, inflam ação/infecção
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Dor, presença
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2014 MA IO GUIA DE ATEND IM
ENTO AO TURISTA
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aliment� • ��e qu� usted se s� en las �ltimas comida
STA 2014 TO AO TURI 07/04/14 15:50
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HOMENAGEADOS DA NOITE • Paulo Lima: personalidade do ano. • Rafael Sampaio: jornalista do ano. • Daniel Chalfon: profissional de mídia. • Artplan: agência do ano.
CATEGORIAS DO PRÊMIO • B2B • B2C • Customizadas • Capa • Home Pages • Lançamentos do ano • Circulação internacional • Projetos gráficos, eletrônicos e digitais • Relacionamento com o mercado
Um dos diretores da Contento, Vinícius Dall’Ovo, e a editora-chefe, Lígia Favoretto (ambos ao centro), receberam troféu e certificado do case vencedor: Guia de Atendimento ao Turista em Farmácias e Drogarias
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Ele falou ainda sobre o momento especial que mostra que o mercado publicitário está amadurecendo em relação às publicações segmentadas, tanto digitais, quanto impressas. A diretora da Garrido Marketing, Miriam Garrido, destacou o fato do mercado publicitário reconhecer cada vez mais o valor editorial e gráfico das publicações segmentadas. “Foi uma luta conquistada nesses 10 anos.” Para a Contento, empresa com mais de 20 anos de mercado, especializada no desenvolvimento, na gestão e na produção de conteúdos customizados para o varejo farmacêutico, concretizar um projeto inovador e vencedor é fruto da experiência adquirida e da certeza de que, além de oferecer bons textos e design moderno, é preciso conhecer a fundo o público-alvo, com o principal objetivo de oferecer informação única e relevante, contribuindo para o desenvolvimento da livre iniciativa e à melhoria da educação e da qualidade de vida no País. A empresa patrocinadora do projeto foi a Hypermarcas, com a inserção de anúncios da Neo Química, uma das principais produtoras de medicamentos genéricos no Brasil, fato que comprova a credibilidade da publicação. O case venceu em terceiro lugar, recebendo o troféu Bronze, na categoria B2B (Business to Business) impresso. Na mesma categoria, as seguintes empresas foram reconhecidas: Bronze – Lume Arquitetura (Pioneira e principal Publicação sobre Iluminação), Prata – Editoria Lamonica (Valorização do Franchising), Prata – SuperHiper (Autorretrato Fiel do Setor Supermercadista), Ouro – Supermercado Moderno (Há 45 anos sua história se confunde com a do varejo). A premiação aconteceu no último dia 28 de agosto de 2014, no Teatro Raul Cortez, na Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP). 2014 OUTUBRO GUIA DA FARMÁCIA
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EVENTO – ECONOFARMA
Econofarma chega a sua 12ª edição UMA DAS MAIS MOVIMENTADAS FEIRAS DO SETOR FARMACÊUTICO RECEBEU CERCA DE 4.500 CONVIDADOS
A
POR FLÁVIA CORBÓ, TASSIA ROCHA E VIVIAN LOURENÇO
Aconteceu nos dias 21 e 22 de agosto deste ano, no Palácio das Convenções Anhembi, São Paulo, a 12ª edição da Econofarma, o maior evento de negócios do varejo farmacêutico do País. A feira, que é realizada pela PH Eventos, ofereceu ao público presente diversos expositores, uma Drogaria Modelo, com o que há de mais moderno em mix de produtos, realização de workshops e minipalestras. Segundo a gerente comercial da PH Eventos, Valéria Wandeley, a 12ª edição contou com mais de 70 estandes físicos e outros alocados dentro dos estandes de distribuidores. Só na Drogaria
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Modelo, por exemplo, ela informa que foram mais 80 empresas participantes, que não necessariamente eram expositores da feira. Algumas delas compuseram somente as categorias dentro do espaço. De acordo com a executiva, todos os expositores mostram-se satisfeitos, eles foram bem visitados. Foram inscritos 6.500 Cadastros de Pessoas Jurídicas (CNPJs), mas o evento recebeu cerca de 4.500 visitantes, durante os dias de realização. “Nos 12 anos de feira, esse foi o primeiro em que tivemos um pré-credenciamento muito efetivo, antes da edição acontecer, o que nos deixou ainda mais confiantes quanto ao sucesso do evento. Nos anos anteriores, o público vinha fazer o credenciamento FOTOS: EDGAR PACHECO (ART CEN)
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EVENTO – ECONOFARMA
no local. Este ano, tivemos algumas indústrias menores que estão ingressando no canal farma e acharam, na feira, a oportunidade de se apresentar de forma maciça ao público deste canal”, comenta Valéria. O ano de 2014 está sendo visto como um ano atípico, devido aos impactos da realização da Copa do Mundo, as eleições presidenciais e os desgastes da economia brasileira. Mesmo diante das turbulências, a 12ª edição da Econofarma conseguiu manter-se como referência para o setor e apresentou crescimento de 25% no número de visitantes, em relação ao ano passado. De acordo com o diretor da PH Eventos, Paulo Heitor, o número de expositores também cresceu. “Fomos surpreendidos positivamente. Ao contrário do que está acontecendo na economia, nós tivemos uma surpresa agradável e estamos indo para um pavilhão maior no ano que vem, que comporta o tamanho da feira”, revela. A razão pelo sucesso ter se mantido pode estar ligada à continua necessidade de investir em visibilidade, principalmente em momentos incertos. Segundo o assessor da diretoria executiva da Andorinha, Jorge Bertolino, o setor de distribuição sofreu impactos, mas é preciso seguir investindo na divulgação da imagem da empresa. “Este é o sexto ano consecutivo que estamos presentes na Econofarma e sentimos que a participação nos ajuda, já que é um evento frequentado por pessoas do Brasil todo.” A gerente de trade marketing da Boehringer Ingelheim, Maria Paula, compartilha visão semelhante. “Todo o mercado sofreu, mas nos preparamos e procuramos antecipar nossas demandas. Mesmo com os desafios, esperamos crescer neste ano. A feira é uma boa oportunidade para apresentar a empresa e os benefícios dos nossos produtos. Estreitar relacionamento, pensando em parcerias futuras.” Há apenas cinco anos no Brasil, o laboratório Boiron é um dos mais interessados em utilizar a Econofarma como plataforma de divulgação da empresa. “É uma grande vitrine para mostrarmos nossos medicamentos aos compradores e donos de farmácia”, afirma o gerente nacional de vendas, Paulo Donizete de Barros. Além do aspecto institucional, o retorno comercial que os expositores afirmam ter com a participação na feira de negócios também é atraente. “Temos visto que a feira promove vários contatos e isto potencializa o trabalho de levar o nosso sistema para a gestão de farmácias. Além de estreitar relacionamento, também conseguimos fechar negócio. Temos exemplo de contatos que fizemos alguns dias atrás e as pessoas acabam 188
NO ANO QUE VEM, A ECONOFARMA SERÁ EM UM ESPAÇO MAIOR, JÁ QUE MUITAS EMPRESAS ESTÃO MIGRANDO PARA O CANAL FARMA, O QUE POSSIBILITA QUE O SETOR TENHA CRESCIMENTO MÉDIO DE DOIS DÍGITOS vindo e fechando negócio aqui”, conta o responsável pela área comercial da Softpharma, Jorge Antunes. As possibilidades de negócio estimulam até quem há muito tempo não participava de feiras. “A Eurofarma esteve presente em muitas feiras no passado, mas nos ausentamos nos últimos anos, porque o número de eventos no Brasil ficou muito grande e se perdeu o foco”, revela o gerente regional de vendas do estado de São Paulo da Eurofarma, Donino Scherer Neto. Pela primeira vez com estande próprio na Econofarma, a expectativa é das melhores. “Ao visitar uma feira, o varejista está ocupado com os afazeres da empresa. Ele está mais focado em nos ouvir. A partir de um bate-papo informal, conseguimos obter resultados.” O evento, que proporciona ao expositor uma aproximação mais direta com o ponto de venda, possibilita, também, novos caminhos para os representantes e vendedores que conseguem, em apenas dois dias, conhecer clientes do País todo. “Ainda que não seja uma venda direta, há relacionamento, o que faz com que se torne uma venda futura, com certeza”, afirma a supervisora de marketing das Pastilhas Valda, Daniela Monteiro. A Big Sistemas também enxerga nas feiras de negócio uma oportunidade única para criar relacionamento com clientes, por isso quase todo o investimento em marketing da empresa é voltado a esse tipo de evento. “É possível haver um encontro mais informal, descontraído, é diferente de marcar uma reunião. No pós-feira, surgem os resultados desses contatos. É quando conseguimos fechar contratos”, explica o sócio diretor da empresa, Rodrigo Favaro. Presente desde a primeira edição da feira, a Navarro Distribuidora acredita que o evento pode ser trabalhado tanto de forma institucional quanto comercial.
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EVENTO – ECONOFARMA
“Muitas pessoas vêm pela primeira vez, então também não as conhecemos. É possível cadastrar novos possíveis clientes, assim como fechar negócio com aqueles com quem já temos contato”, acredita o diretor da distribuidora, Marcelo Navarro. A G-Tech, empresa fabricante de testes, monitores, balanças e massageadores, apostou em novos contatos dentro da feira. “A Econofarma é sempre uma boa oportunidade para fazer novos negócios, principalmente com as farmácias independentes e com as associativistas. Dentro desse intuito, é sempre um sucesso. Conseguimos fazer bons negócios na feira e ainda fomentar negócios pós-feira”, comenta o gerente de marketing da empresa G-Tech, Pedro Henrique Abreu. A união da localização, da organização e do setor é considerada pelo head marketing da Nutribrands, Oswaldo Neto, como um dos principais fatores de sucesso da Econofarma. “É um processo de reconhecimento da marca, além da possibilidade de mostrar os produtos novos, que ainda estão chegando ao mercado.” Praticamente 80% das vendas são provenientes do canal farma, segundo revela a gerente de marketing da Soniclear, Talita Almeida. A atenção pós-venda precisa ser um dos diferenciais das empresas, principalmente no auxílio no ponto de venda (PDV). “Temos uma equipe para tirar as dúvidas dos balconistas. Além disso, investimos em produtos de alto valor agregado e diferenciados.” O sucesso do evento é confirmado por Heitor, da PH Eventos. “Faltou espaço para tanta procura.” Por esse motivo, ele revela que, no ano que vem, a Econofarma será em um espaço maior, já que muitas empresas estão migrando para o canal farma, o que possibilita que o setor tenha crescimento médio de dois dígitos.
OPORTUNIDADE ÚNICA Algumas empresas realizaram investimentos e apostaram no evento pela primeira vez, a fim de apresentar produtos e inovações ao mercado farmacêutico, proprietários de farmácias (farmacistas), diretores e gestores de redes, farmacêuticos e compradores. “Nós já tivemos um feedback incrível. Na verdade, é a nossa primeira Econofarma e fizemos vários contatos, com potencial de negócio no Brasil inteiro. O objetivo é apresentar a marca ao mercado, para captar novos parceiros comerciais”, afirma o diretor de marketing da Dr. Veit, Thiago Quinan. Para quem participou pela primeira vez da Econofarma, as expectativas com relação à feira foram superadas. 190
“Estávamos nos preparando para atender ao canal farma e aqui é a oportunidade para divulgar a nossa marca”, destaca o diretor comercial da Artsana Brasil Ltda., distribuidora da marca Chicco Brasil, Heitor Oliveira. A boa receptividade do setor animou a empresa, principalmente pela aceitação do varejista, e o evento se tornou uma oportunidade de apresentar o portfólio da marca. Além de produtos, a parte de serviços também foi destaque na Econofarma. O Clube Multifar trouxe as novidades em itens de sinalização para PDV, além da digitalização das receitas médicas. “São serviços integrados para melhorar o atendimento ao cliente. O aplicativo para celular chega como novidade e avisa o cliente dos horários dos medicamentos; o balconista mesmo pode auxiliá-lo na instalação e utilização”, destaca o diretor do Clube Multifar, José de Castro Neto. A Drogaria Total também estreou como expositora do evento. Eles vieram para mostrar a expansão e a loja
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Econofarma aliou o modelo tradicional de feiras de negócios a palestras e à Drogaria Modelo
nova, além de estar de olho em como o mercado está se comportando. “O evento é sempre bom, principalmente com nossa expansão. Agora estamos com 236 unidades”, comemora o administrador da Drogaria Total, Jair Beloube. “O canal farma está nos surpreendendo, percebemos uma grande abertura para o nosso produto”, comemora o gerente de marketing da Brasil Frutt, Pedro Duarte, que começou a investir no varejo farmacêutico há apenas um mês.
DROGARIA MODELO Para a edição de 2014 da Econofarma, a PH Eventos investiu no aumento da divulgação e conseguiu ampliar o número de visitas de varejistas de pequeno e médio portes. Mais do que oferecer oportunidade de negócios com grandes indústrias e distribuidoras, o maior intuito da feira está em ofertar capacitação a esses participantes. “Queremos gerar oportunidade de negócio
para drogaria, mas com o diferencial de levar também conteúdo. Para isso, o evento contou com a realização de palestras e workshops ao longo dos dias”, afirma o diretor da PH Eventos, Paulo Heitor. Mas o grande diferencial da Econofarma ficou por conta mesmo da Drogaria Modelo, que simula uma farmácia real para que os visitantes possam ver na prática estratégias de categorização, layout de loja e exposição de produtos. De acordo com o diretor comercial do Grupo Buzatto’s, Renato Diniz, a diretriz que comandou a elaboração da planta foi o aproveitamento inteligente da loja. “O primeiro passo foi trabalhar a macrossetorização, que separou a farmácia em três grandes áreas – Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPC), medicamentos e varejo. Em seguida, posicionamos essas três áreas estrategicamente no espaço físico, com intenção de aprimorar as vendas. O objetivo principal é transformar o ambiente de loja em um espaço de venda.” A principal tática adotada foi reduzir ao máximo o espaço utilizado pelos medicamentos. “Ninguém compra medicamento por impulso. Queremos reduzir ao máximo o metro quadrado, mas sem perder o mix, porque se faltar medicamento da receita, o cliente vai ao concorrente”, ressalta Diniz. Para isso, foi investido no aumento da altura das prateleiras e nas instalações de gaveteiros importados da Alemanha. O segundo passo foi ampliar a área de exposição dos produtos de HPC. “A partir disso, entramos no processo de microssetorização, que nada mais é do que definir o posicionamento de cada categoria e a correlação entre elas, sempre levando em conta a lógica de compra da mulher. O que tem de estar perto dos xampus? Tintas, escova de cabelo, cremes, acessórios.” A terceira grande área da Drogaria Modelo é destinada aos cuidados com a saúde, que vão desde primeiros socorros, passando por vitaminas, até medidores de pressão. Para a palestrante, consultora de empresas e especialista em varejo farmacêutico, Silvia Osso, na maioria das farmácias, esses produtos estão longe do alcance do consumidor. “Quando você coloca esses itens para o lado de fora do balcão, o consumidor consegue tocar, comparar e acaba comprando muito mais. São produtos de alto valor agregado, que geram rentabilidade ao varejista.” Além da exposição correta, Silvia destaca que o atendimento diferenciado é fundamental para estimular as vendas, principalmente quando se tratam de dermocosméticos e maquiagem. “O futuro é aliar informação à ação. Às vezes, o consumidor acha o produto, 2014 OUTUBRO GUIA DA FARMÁCIA
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mas não sabe como usá-lo. O varejista tem de investir em serviços que possam ser alinhados aos produtos”, explica. E a consultora garante que o investimento não é pesado. “Uma perfumista que faça um curso patrocinado por uma indústria pode se tornar uma multiplicadora de informação entre os clientes.” Entre tantos ensinamentos que são possíveis de se obter ao passear pelas gôndolas da Drogaria Modelo, a lição principal que se pode extrair é a de que o pequeno e médio empreendedores precisam se profissionalizar. “Não há espaço para amador. De repente, chega uma grande rede e derruba o pequeno empresário. É preciso se atualizar para sobreviver”, alerta Diniz.
CONTEÚDO PROPAGADO Um dos temas abordados na Econofarma deste ano foi a tecnologia na Gestão de Perdas. O consultor convidado da Gateway Security, Anderson Ozawa, falou sobre como as soluções de tecnologia aliadas ao Pentágono de Perdas podem aumentar os lucros à medida que vão reduzindo as perdas. “A perda é tudo o que reduz o lucro da empresa, direta ou indiretamente”, orientou. Na oportunidade, ele demonstrou que a perda acontece desde a falta de produto no estoque até a perda de produtividade por parte dos funcionários. A tecnologia, segundo explicou Ozawa, ajuda a reduzir as perdas, já que a prevenção evoluiu com a segurança e ganhou um papel de destaque nas empresas. Para isso, o primeiro passo é uma gestão eficiente das categorias. “Como fazer com que todas as lojas da rede tenham o mesmo procedimento? Se o cliente não encontra um medicamento, ele desiste de fazer a compra.” O índice atual de perda no varejo de 2012 foi na média de 1,83% do faturamento líquido do varejista. “As farmácias das grandes redes perdem 0,33% e as pequenas, 4,6%”, destacou. Além disso, ao se pensar em prevenção, é necessário imaginar que as atitudes tomadas são “os olhos do dono da loja”. O consultor detalhou que as perdas podem ser divididas em: estoque (interno e externo), financeiras, administrativas, comerciais, legais e de produtividade. Uma das maneiras de reverter as perdas são as antenas antifurto com etiquetas. “Tirar o produto da área de venda não é a solução”, alerta Ozawa. Ele salienta que a própria indústria já coloca etiqueta antes mesmo do produto chegar ao ponto de venda. O especialista finalizou a palestra ressaltando ao público presente que, ao usar a tecnologia, o varejista 192
PARTICIPAÇÃO ATIVA A Contento Comunicação, empresa produtora das revistas Guia da Farmácia, Lista de Preços, HPC Essencial e de diversos outros títulos customizados, além de treinamentos, como o Treina PDV Farma, esteve presente e apresentou suas publicações aos participantes do evento. De acordo com os diretores Gustavo Godoy, Marcial Guimarães e Vinícius Dall’Ovo, poder oferecer conteúdo relevante e que seja aplicado à realidade varejista farmacêutica é um diferencial, já que a capacitação que o setor exige é cada vez maior, por isso, renovar o conhecimento dos profissionais que atuam nesse mercado, é uma atitude assertiva.
não terá um gasto a mais, como muitos pensam. Na verdade, ele não precisa mexer na margem de lucro da loja para se proteger e tomando algumas medidas simples, pode ainda aumentar sua lucratividade. Nesse formato de minipalestras, participaram também as empresas: Novartis e Baldacci. O evento contou ainda com quatro workshops. Os visitantes puderam aprimorar seus conhecimentos com o professor pesquisador e diretor do Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Educação Continuada (Cpdec), Rodnei Domingues, que falou sobre a categorização das farmácias de acordo com seu posicionamento estratégico e dos fatores que levam o consumidor a escolher uma farmácia. O diretor de relacionamento com provedores de informação para a América Latina, do IMS Health, Edu Rocha, focou no conceito de expandir o mercado farmacêutico atual, que vai além dos fármacos, e fazer dos pontos de venda espaços dedicados aos cuidados pessoais de higiene e beleza. Já a consultora Silvia Osso debateu os desafios e tendências para farmácias e drogarias brasileiras. Por fim, o gerente de merchandising services da Nielsen Brasil, Wagner Picolli, explanou sobre o gerenciamento por categorias com ênfase na execução.
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SEMPRE EM DIA
Mês dos pequenos PARA CELEBRAR O DIA DAS CRIANÇAS, O GUIA DA FARMÁCIA SELECIONOU ALGUNS PRODUTOS QUE PODEM SER INDICADOS AOS CONSUMIDORES COMO OPÇÕES DE PRESENTE. FIQUE POR DENTRO E ABASTEÇA O PONTO DE VENDA POR TASSIA ROCHA
PARA OS MENINOS
A Betulla Cosméticos, empresa que se destaca no mercado com cosméticos infantis licenciados, possui a linha de produtos Batman para tornar a rotina de cuidados dos garotos ainda mais divertida. Compostos por xampu 2 em 1, colônias splash e gel fixador com fórmulas suave e dermatologicamente testadas, os itens são recomendados para crianças a partir dos três anos. Preços sugeridos: Xampu 2 em 1 – R$ 9,00 Gel Fixador – R$ 10,00 Na gôndola: infantil Site: www.betulla.com.br
TURMA DO MALUQUINHO
O Brasil é um país muito carente de produtos específicos para o cabelo infantil, um nicho de mercado cada vez mais forte no segmento de higiene pessoal e beleza. Por isso, as empresas estão ampliando seus investimentos para desenvolver itens específicos e atrativos para esse nicho. É o caso da Bio Extratus, que oferece a linha Bio Extratus Kids, voltada para crianças de 3 a 7 anos e ilustrada pela Turma do Maluquinho, criada pelo cartunista Ziraldo, que já é um sucesso de vendas da marca. Preços sugeridos: Spray – R$ 21,20 Finalizador – R$ 16,00 Máscara – R$ 19,00 Na gôndola: infantil/checkout Site: www.bioextratus.com.br 194
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SEMPRE EM DIA
FRAGRÂNCIA DELICADA
A Neokids apresenta a Colônia Infantil para prolongar por mais tempo a deliciosa sensação do pós-banho. Nas versões menino e menina, é formulada com ingredientes cuidadosamente selecionados, não contém álcool e possui uma fragrância delicada, sendo ideal para ser aplicada diariamente após o banho, deixando uma suave sensação de frescor e conforto. Preço sugerido: R$ 10,00 Na gôndola: infantil Site: www.neokids.com.br
LINHA COMPLETA
Com acessórios que toda it girl deseja ter, a linha Monster High surpreende nos detalhes das estampas e nas cores predominantes dos personagens do desenho animado. A linha é composta por: lixa média, kit lixa e cortador de unha, kit tesoura de unha e polidor, kit face com espelho e pinça, kit manicure, escovas de cabelo (oval e raquete) com diferentes estampas, maletas e lenços umedecidos. Preço sugerido: R$ 60,00 Na gôndola: infantil/checkout Site: www.bellizcompany.com.br
CHEIRINHO DE INFÂNCIA
Fazer as crianças entenderem a importância de tomar banho nem sempre é uma tarefa fácil, mas com a nova linha Giby by Giovanna Baby, a hora do banho se transforma em um momento de brincadeiras e imaginação. Pensando nos consumidores, a marca oferece, como opção de presente, a Frasqueira térmica branca com os produtos necessários da nova linha para uma pele limpa, cheirosa e hidratada. Contém um xampu, um sabonete líquido, um óleo de massagem e uma colônia. Preço sugerido: R$ 58,00 Na gôndola: infantil/checkout Site: www.giovannababy.com.br 196
MAKE INFANTIL
As maquiagens Monster High da Candide são aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), hipoalergênicas, testadas dermatologicamente e não oferecem risco à saúde das crianças. Além disso, são facilmente retiradas com água. O produto foi desenvolvido exclusivamente para a pele infantil que costuma ser mais sensível do que a pele adulta. Preço sugerido: R$ 49,99 Na gôndola: infantil/maquiagem Site: www.candide.com.br
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SEMPRE EM DIA
USO DIÁRIO
A linha de Desodorantes Colônias Care Liss, da Cless, traz sensações únicas e refrescantes que podem marcar momentos. As deo colônias, disponíveis em cinco versões, prolongam a sensação de frescor e são indicadas para uso diário. As embalagens translucidas têm formato anatômico que facilita o uso e lembram uma gota d’água. Delicadas e femininas, trazem ilustrações de paisagens do nordeste brasileiro com gravuras de cordéis, tipo de poesia que surgiu na última década do século 19 no Nordeste. Preço sugerido: R$ 16,00 Na gôndola: desodorantes Site: www.cless.com.br
MARCA CONSOLIDADA
Os bebês necessitam e merecem todo cuidado e proteção, por isso o Grupo Cimed traz ao mercado a linha Babymed. A marca, já consolidada no mercado por conta da pomada contra assaduras de mesmo nome, Babymed, que vendeu mais de 30 milhões de unidades nos últimos cinco anos, reúne a eficácia e segurança que as mães já conhecem e exigem na hora de escolher os produtos que irão usar em seus filhos. Preço sugerido: Xampu Babymed – R$ 6,90 Desembaraçante Babymed – R$ 6,30 Colonias Babymed – R$ 7,60 loção Babymed – R$ 6,30 Na gôndola: cantinho do bebê Site: www.grupocimed.com.br
FÁCIL APLICAÇÃO
Visando praticidade, além da Loção Kids FPS 50, a Coppertone® desenvolveu o Continuos Spray Kids FPS 50; sua forma de aplicação rápida, em qualquer ângulo do corpo, não deixa nenhuma parte da pele desprotegida, incluindo as zonas mais difíceis. As vitaminas antioxidantes especialmente selecionadas se aliam à proteção UVA e UVB para garantir diversão em todos os momentos da infância. Preço sugerido: R$ 37,30 Na gôndola: pele/fotoproteção Site: www.coppertone.com.br
SABONETE QUE ESCREVE
Com fórmula exclusiva, o sabonete que escreve apresenta maior viscosidade para a criança “escrever” e “desenhar” nas paredes do banheiro e na própria pele. Já o Sabonete Líquido com Espuma Colorida é uma inovação para agradar às crianças que adoram fazer muita espuma durante o banho. Novidades que sugerem brincadeiras lúdicas e divertidas na hora do banho vão agradar tanto aos pais quanto às crianças. Preço sugerido: R$ 25,00 Na gôndola: infantil/checkout Site: www.phisalia.com.br
Obs.: Os preços sugeridos são informados pela indústria fabricante de cada produto. 198
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INSTITUCIONAL – ABRADILAN
A importância
das parcerias
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ALIANÇAS SÃO INSTRUMENTOS FACILITADORES E OTIMIZADORES PARA ALCANÇAR O SUCESSO ORGANIZACIONAL
N
P O R G E R A L DO M O NTEI R O – DI R ETOR EX EC U TI V O DA A BRADILAN
Num mercado cada vez mais competitivo, como é o caso do varejo farmacêutico, e com consumidores cada vez mais exigentes, o estabelecimento de parcerias entre farmácias e/ou drogarias e fornecedores torna-se um importante aliado para as companhias que desejam um diferencial competitivo. Pode-se definir por parceria a cooperação entre diferentes organizações a fim de proporcionar benefícios mútuos entre as partes envolvidas. Trata-se de uma relação “ganha-ganha”, em que as empresas parceiras visam à elaboração de um projeto conjunto que resultará também em ações conjuntas. As alianças empresariais não envolvem apenas as grandes empresas, mas também as microempresas, as de pequeno porte e
as médias, saldando-se em inúmeros benefícios para as mesmas. Além disso, por meio das parcerias, é possível desenvolver várias ações que muito provavelmente sozinha cada uma das envolvidas teria dificuldades de colocar em prática de forma individual. As alianças permitem que as empresas consigam vários benefícios, os quais individualmente também não seriam possíveis, como: aumentar a participação no mercado em que já atuam, melhorar os processos, investir em capacitação da equipe, entre tantos outros. É importante ressaltar que não existe um tipo ideal ou um modelo correto de união. O que existe são alianças adequadas (ou não) para as necessidades de cada companhia e aos seus objetivos. Tal como acontece com qualquer novo projeto, as parcerias precisam ser bem
planejadas e estudadas. Dessa forma, é muito importante que se realizem pesquisas para avaliar a viabilidade da adesão, de modo que esta seja positiva para ambas as partes. Outro ponto importante a ser considerado é que as parcerias devem fazer parte das estratégias da empresa como um meio e não serem consideradas como o objetivo final. No entanto, os bons resultados de qualquer união dependem não só das condições do mercado e dos concorrentes, mas também da disponibilidade dos gestores das empresas parceiras em cooperar uns com os outros, acrescentando valor à aliança e uma relação de confiança entre eles, bem como a consciência de que o objetivo a ser alcançado é o sucesso no mercado.
Empresas sócias colaboradoras da Abradilan 200
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SERVIÇOS
A ABAL www.abal.org.br ABESO www.abeso.org.br ABIHPEC www.abihpec.org.br ABRE www.abre.org.br ANATEC www.anatec.org.br ANDORINHA www.andorinhamed.com.br ANVISA http://portal.anvisa.gov.br ASCOFERJ www.ascoferj.com.br ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE GERONTOLOGIA www.abgeronto.blogspot.com.br
CRF-RJ http://crf-rj.org.br
ICTQ http://ictq.com.br
CRF-RS www.crfrs.org.br
IDEC www.idec.org.br
D DIABETIC CENTER loja.diabetescenter.com.br DROGARIA SILVER (62) 3099 1511 DR. VEIT http://drveit.com.br
E ECONOFARMA www.econofarma.com.br EMS www.ems.com.br ENTREFARMA http://entrefarma.com.br
ASSOCIAÇÃO ECR BRASIL www.ecrbrasil.com.br
ESPM www2.espm.br
ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA www.amb.org.br
EUROFARMA www.eurofarma.com.br
F
B BALDACCI www.lbaldacci.com.br BIGFRAL www.bigfral.com.br BIG SISTEMAS www.bigsistemas.com.br BIODIVERSITÉ www.biodiversite.com.br BIOLAB www.biolabfarma.com.br BOEHRINGER INGELHEIM www.boehringer-ingelheim.com.br BOIRON www.boiron.com.br BONYPLUS http://bonyplus.net
C CFF www.cff.org.br CFM http://portal.cfm.org.br CHICCO www.chicco.com.br CLUBE MULTIFAR www.clubemultifar.com.br CPDEC www.cpdec.com.br CPO www.centropaulistadeoncologia. com.br
INCOTERM – SOLUÇÕES EM MEDIÇÃO www.incoterm.com.br INSTITUTO DE EMBALAGENS – ENSINO E PESQUISA www.institutodeembalagens.com.br INSTITUTO QUALIBEST www.institutoqualibest.com.br
K KIMBERLY-CLARK www.kimberly-clark.com.br KOLESTON www.koleston.com.br
L L’ORÉAL www.loreal.com.br
M
R REDE NAÇÃO VERDE www.nacaoverde.com.br
S SAINT-GOBAIN www.saint-gobain.com.br SBC www.sbce.med.br SBD www.sbd.org.br SBEM www.endocrino.org.br SBGG www.sbgg.org.br SBP www.sbp.com.br SBU www.sbu.org.br SCHOTT PHARMACEUTICAL PACKAGING http://www.schott.com/ pharmaceutical_packaging/ portuguese/index.html
FARMÁCIA BIOFARMA www.farmaciabiofarma.com.br
MINISTÉRIO DO TRABALHO http://portal.mte.gov.br
SINDUSFARMA www.sindusfarma.org.br
FUTUREPACK http://futurepack.com.br
MINTEL http://brasil.mintel.com
SOBRAC www.sobrac.org
FURP-SP www.furp.sp.gov.br
G
N NAVARRO DISTRIBUIDORA www.navarromed.com.br
GARRIDO MARKETING www.garridomarketing.com.br
NIELSEN BRASIL www.nielsen.com/br/pt.htm
GATEWAY SECURITY www.gateway-security.com.br
NOVARTIS www.novartis.com.br
GERATHERM www.geratherm.com.br
NUTRIBRANDS www.nutribrands.com.br
GFK VEREIN http://gfk.com/br
O
SOFTPHARMA http://portal.softpharma.com.br SONICLEAR www.soniclear.com.br
T TENA www.tena.com.br
U UNIÃO QUÍMICA www.uniaoquimica.com.br
GRUPO BUZATTO’S www.buzattos.com.br
OMRON HEALTHCARE BRASIL http://omronhealthcare.la/br
GS&MD – GOUVÊA DE SOUZA www.gsmd.com.br
UFRGS www.ufrgs.br
OMS www.paho.org/bra
UNIFESP www.unifesp.br
ONCOMED BH www.oncomedbh.com.br
UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL www.cruzeirodosul.edu.br
H HARVARD MEDICAL SCHOOL http://hms.harvard.edu
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HOSPITAL 9 DE JULHO www.hospital9dejulho.com.br
PANTENE www.pantene.com.br
HOSPITAL BENEFICÊNCIA PORTUGUESA DE SÃO PAULO http://beneficencia.org.br
PASTILHAS VALDA www.valda.com.br
I
CRF-SP http://crfsp.org.br
IBGE www.ibge.gov.br
CRF-GO www.crfgo.org.br
IBOPE www.ibope.com.br
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IMS HEALTH www.imshealth.com
PROVAR/FIA httP://provar.org
PDT-RS http://pdtrs.org.br PH EVENTOS www.pheventos.net.br
UNIVERSIDADE QUEEN MARY www.qmul.ac.uk USP www5.usp.br
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POPAI www.popaibrasil.com.br
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